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Página 1 de 25 NOTÍCIAS FISCAIS Nº 3.006 BELO HORIZONTE, 6 DE FEVEREIRO DE 2015. “O pior som do nosso negócio é o silêncio. É sinal de indiferença.” Vince Mcmahon JUSTIÇA AUTORIZA INCLUSÃO DE ATIVO EM BALANÇO DE FUNDO ......................................... 2 RESTAURANTE NÃO PODE UTILIZAR EXPRESSÃO 'IN BOX' ......................................................... 3 TRIBUTOS NOS PRODUTOS DE CARNAVAL ACABAM COM A FOLIA .......................................... 4 CONFIRA AS REGRAS ATUAIS E O QUE MUDA NAS ALÍQUOTAS DO ICMS ................................ 6 NÃO INCIDE IPI SOBRE AUTOMÓVEL IMPORTADO PARA USO PRÓPRIO ................................ 7 VOLTA AO SENADO PROPOSTA QUE MUDA ICMS DO COMÉRCIO ELETRÔNICO ................... 7 EMPRESAS DO SIMPLES NÃO ENQUADRADAS NO ANEXO IV COM FPAS 736 - PREENCHIMENTO A GFIP – ATO DECLARATÓRIO EXECUTIVO N° 003/2015 ........................ 9 GANHO DE CAPITAL COM PARCELA DO PREÇO SEM VALOR DETERMINADO ........................ 9 IBRACON DISPONIBILIZA MODELO DE RELATÓRIO DO AUDITOR INDEPENDENTE .........10 PLENÁRIO MANTÉM VALIDADE DE MP QUE REGULA CAPITALIZAÇÃO DE JUROS E LIBERA 13 MIL PROCESSOS SOBRE O TEMA ....................................................................................10 VEJA COMO É FÁCIL VERIFICAR SE O EMPREGADOR ESTÁ DEPOSITANDO SUAS CONTRIBUIÇÕES ........................................................................................................................................12 TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL NÃO AFETA CÁLCULO DE BENEFÍCIO DA PREVIDÊNCIA PRIVADA ......................................................................................................................................................12 FORNECIMENTO GRATUITO DE CELULAR NÃO CARACTERIZA SALÁRIO UTILIDADE SE O USO É INDISPENSÁVEL EM SERVIÇO ...................................................................................................14 CONTROLE PATRIMONIAL EM 2015: O QUE MUDOU E COMO SE ADEQUAR ........................14 NOVOS HORIZONTES NA ASSISTÊNCIA À SAÚDE ...........................................................................15 EUA FORNECERÁ INFORMAÇÕES À RECEITA DO BRASIL SOBRE BENS E DIREITOS DE BRASILEIROS NAQUELE PAÍS ................................................................................................................17 A NOVA REALIDADE DO LUCRO PRESUMIDO ..................................................................................18 CARF, O CERCEAMENTO INTERNO DE DEFESA E OUTRAS QUESTÕES TRIBUTÁRIAS .......20

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NOTÍCIAS FISCAIS Nº 33..000066 BELO HORIZONTE, 6 DE FEVEREIRO DE 2015.

“O pior som do nosso negócio é o silêncio. É sinal de indiferença.” Vince Mcmahon

JUSTIÇA AUTORIZA INCLUSÃO DE ATIVO EM BALANÇO DE FUNDO ......................................... 2

RESTAURANTE NÃO PODE UTILIZAR EXPRESSÃO 'IN BOX' ......................................................... 3

TRIBUTOS NOS PRODUTOS DE CARNAVAL ACABAM COM A FOLIA .......................................... 4

CONFIRA AS REGRAS ATUAIS E O QUE MUDA NAS ALÍQUOTAS DO ICMS ................................ 6

NÃO INCIDE IPI SOBRE AUTOMÓVEL IMPORTADO PARA USO PRÓPRIO ................................ 7

VOLTA AO SENADO PROPOSTA QUE MUDA ICMS DO COMÉRCIO ELETRÔNICO ................... 7

EMPRESAS DO SIMPLES NÃO ENQUADRADAS NO ANEXO IV COM FPAS 736 - PREENCHIMENTO A GFIP – ATO DECLARATÓRIO EXECUTIVO N° 003/2015 ........................ 9

GANHO DE CAPITAL COM PARCELA DO PREÇO SEM VALOR DETERMINADO ........................ 9

IBRACON DISPONIBILIZA MODELO DE RELATÓRIO DO AUDITOR INDEPENDENTE .........10

PLENÁRIO MANTÉM VALIDADE DE MP QUE REGULA CAPITALIZAÇÃO DE JUROS E LIBERA 13 MIL PROCESSOS SOBRE O TEMA ....................................................................................10

VEJA COMO É FÁCIL VERIFICAR SE O EMPREGADOR ESTÁ DEPOSITANDO SUAS CONTRIBUIÇÕES ........................................................................................................................................12

TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL NÃO AFETA CÁLCULO DE BENEFÍCIO DA PREVIDÊNCIA PRIVADA ......................................................................................................................................................12

FORNECIMENTO GRATUITO DE CELULAR NÃO CARACTERIZA SALÁRIO UTILIDADE SE O USO É INDISPENSÁVEL EM SERVIÇO ...................................................................................................14

CONTROLE PATRIMONIAL EM 2015: O QUE MUDOU E COMO SE ADEQUAR ........................14

NOVOS HORIZONTES NA ASSISTÊNCIA À SAÚDE ...........................................................................15

EUA FORNECERÁ INFORMAÇÕES À RECEITA DO BRASIL SOBRE BENS E DIREITOS DE BRASILEIROS NAQUELE PAÍS ................................................................................................................17

A NOVA REALIDADE DO LUCRO PRESUMIDO ..................................................................................18

CARF, O CERCEAMENTO INTERNO DE DEFESA E OUTRAS QUESTÕES TRIBUTÁRIAS .......20

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Justiça autoriza inclusão de ativo em balanço de fundo

Fonte: Valor Econômico. Cerca de 90 fundos de pensão representados pela Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp) podem usar um precedente judicial, obtido por uma de suas associadas, para incluir como ativo cerca de R$ 8 bilhões nos respectivos balanços. O montante é o que têm a receber da União, por ordem judicial contra a qual não cabe mais recurso, que determinou a correção monetária das Obrigações do Fundo Nacional de Desenvolvimento (OFNDs). Cerca de 70% do valor é devido às entidades: Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobras) e Funcef (Caixa Econômica Federal). O precedente é uma decisão individual obtida pela Nucleos, na Justiça Federal do Rio de Janeiro. Ela reconhece a escrituração contábil do quinhão da Nucleos, calculado segundo a decisão coletiva que impôs a correção monetária das OFNDs. A entidade executa plano de benefícios para empregados da Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep), Eletrobras Termonuclear S. A. (Eletronuclear), Indústrias Nucleares do Brasil S.A. (INB) e da própria Nucleos. A decisão também pode ser usada na Justiça por sociedades anônimas, em situação similar, como argumento para incluir valores reconhecidos em decisão judicial transitada em julgado entre os ativos, em seus respectivos balanços. Os ativos podem ser oferecidos como garantia em financiamentos, por exemplo. A OFND foi criada em 1986, por meio do Decreto Lei nº 2.288. O objetivo era o de financiar o desenvolvimento nacional e apoiar a iniciativa privada na ampliação das atividades econômicas do país. Com isso, as entidades fechadas de previdência complementar que eram mantidas por empresas públicas, denominadas patrocinadoras, tiveram que aplicar 30% das respectivas reservas técnicas na aquisição desses títulos, por dez anos. Após esse período, a Abrapp propôs ação judicial para pedir de volta os valores investidos, com correção. Em 2011, a ação da Abrapp foi julgada e a União condenada a pagar os R$ 8 bilhões correspondentes à correção monetária das OFNDs pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC). Só a Nucleos ganhou o direito de receber R$ 30 milhões, segundo cálculos realizados na época. Após o trânsito em julgado da decisão, a União propôs ação rescisória. Em 2012, a Justiça Federal da 2ª Região (Rio de Janeiro e Espírito Santo) suspendeu os pagamentos por liminar, a pedido da Advocacia Geral da União (AGU). No julgamento do mérito, porém, os fundos de pensão venceram. Cabe recurso às Cortes superiores ainda. Ao saber que as entidades estavam incluindo os valores a receber nos balanços, a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) enviou ofícios aos fundos para determinar que o crédito não fosse registrado contabilmente, por ainda não terem sido totalmente pagos. A Previc é um órgão vinculado ao Ministério da

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Previdência Social, responsável por fiscalizar as atividades das entidades fechadas de previdência complementar. Por entender que a atitude adotada pela Previc é abusiva e ilegal, a Nucleos propôs a ação na Justiça para pedir a nulidade da determinação imposta pelo órgão e o reconhecimento da legalidade da escrituração do crédito. Na contestação, a Previc alegou que a União interpôs ação rescisória para tentar reverter a decisão transitada em julgado e que o crédito da Abrapp é incerto quanto à sua existência, à data de pagamento e o valor. Segundo a sentença do juiz federal substituto da 32ª Vara Federal, Guilherme Corrêa de Araújo, os direitos reconhecidos em ação judicial transitada em julgado impactam o resultado. "Não há opção de postergar seu reconhecimento segundo a conveniência da entidade e/ou do órgão regulador", diz. O magistrado lembrou ainda que quando a empresa deixa de fazer o registro "nada impede que a Receita Federal a autue, com base na alegação de omissão ou postergação de receitas". Ele também destacou que a função da Previc é fiscalizar. Segundo o advogado que representa a Núcleos no processo, Fábio Kurtz, do Siqueira Castro Advogados, a Previc não poderia interferir no regime contábil das empresas e o crédito delas é líquido porque dependia apenas de um cálculo aritmético. "Com isso, acionistas podem ter dividendos a receber", afirma. Segundo a Abrapp, quem fez a escrituração depois que a Previc enviou os ofícios, sem uma decisão judicial que lhes dê segurança, teve que refazer tudo. A entidade reconhece que a decisão da Nucleos garante a autonomia contábil da entidade, mas orienta cada uma a avaliar o que é melhor. A AGU no Rio apresentou recurso contra a decisão da Nucleos para reiterar os argumentos da Previc. Por nota, informou que a ação rescisória contra a decisão que beneficiou a Abrapp "encontrase em fase de exame da admissibilidade dos recursos especiais e extraordinários no TRF da 2ª Região". Segundo o advogado Sérgio Luiz Akaoui Marcondes, especialista em fundos de previdência do Zamari e Marcondes Advogados Associados, o foco da discussão de mérito é o índice de reajuste a ser aplicado. "Diante do vulto das aplicações na época, e até mesmo em razão do percentual incidente sobre as reservas técnicas, esse valor ocasionará um impacto favorável ao sistema de previdência complementar." Previ, Petros e Funcef não entraram com ação judicial similar a da Núcleos.

Restaurante não pode utilizar expressão 'in box'

Fonte: Valor Econômico. A rede China in Box conseguiu na Justiça de São Paulo impedir um restaurante mineiro de usar a expressão "in box" em seu nome, além de embalagem semelhante a que utiliza em seu sistema de entrega em domicílio. A decisão é da 3ª Vara Cível de São Paulo. A Uai in Box não pretende recorrer da decisão e já mudou de nome.

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No processo, a China in Box alegava que detém onze registros de marca e quatro de desenho industrial e que havia excessiva coincidência nos elementos nominativos e na apresentação visual das embalagens. A empresa pedia que a Uai in Box deixasse de usar a marca, de praticar atos de concorrência desleal e uma indenização por danos materiais e morais. A Uai in Box, por sua vez, argumentou que não havia identidade entre as marcas e as embalagens pela diferença entre as atividades se dedica à culinária mineira e a China in Box, à asiática. Além disso, alegou que havia conseguido registrar com sucesso sua marca no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e que a expressão "in box" é de uso comum. Na sentença, porém, o juiz Alexandre Batista Alves afirma que a Lei de Propriedade Industrial (nº9.279, de 1996) "veda a utilização de sinais que possam causar confusão ou associação com signo alheio (artigo 124), não se exigindo, é importante acentuar, que a imitação seja perfeita, mas apenas que entre os produtos analisados haja elementos significativos de identidade capazes de causar confusão no público consumidor". A Uai in Box não pretende recorrer da decisão, de acordo com o advogado da empresa no caso, Leonardo Martins Carneiro, do escritório Carneiro e Fontana Advogados. "Não se usa mais a marca. E foi importante o juiz não impor o pagamento de indenização por danos morais", afirma. O magistrado considerou que não havia demonstração de que a imagem da China in Box foi prejudicada. A rede de comida chinesa tem cerca de 11 ações contra marcas pela semelhança, somando as que estão em andamento na Justiça Federal do Rio de Janeiro e nos tribunais estaduais. Nos Estados, os pedidos são para a abstenção do uso. Na Justiça Federal, para nulidade da marca. Em São Paulo, há seis ações que pedem abstenção de uso da marca, segundo a advogada da rede China in Box, Elaine do Prado, sócia do escritório Denis Borges Barbosa Advogados e da Solmark Assessoria em Propriedade Intelectual. Mas muitas empresas já têm procurado a rede para fazer acordos, segundo a advogada. Para o advogado Luiz Edgard Montaury Pimenta, do Montaury Pimenta, Machado e Vieira de Mello Advogados, o uso da expressão 'in box' atrelado a uma embalagem muito parecida "dá convicção ao juiz para reconhecimento da existência de infração". De acordo com ele, o conjunto leva à associação entre as marcas e resulta em concorrência desleal.

Tributos nos produtos de Carnaval acabam com a folia

Fonte: Revista Dedução. Uma das mais tradicionais festas brasileiras, o Carnaval poderia ser uma época de maior folia para o brasileiro se não fossem os altos percentuais de tributos embutidos nos produtos típicos desta época. Entre as bebidas mais consumidas no feriado prolongado, a caipirinha é a campeã, com 76,66% de tributos; seguida pelo

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chope, 62,20%; pela lata ou garrafa de cerveja, com 55,60%; e pela lata de refrigerante, que tem 46,47% tributos. O estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação – IBPT aponta ainda que, se optar por consumir a o refrigerante em garrafa, o consumidor será tributado em 44,55%. Já a garrafa de água mineral tem 37,88% de tributos. As roupas e acessórios que não podem faltar na ocasião também têm uma elevada tributação, que chega a 43,93% na máscara de plástico, 42,71% na de lantejoulas, 42,19% no biquíni com lantejoulas, 36,41% na fantasia de tecido e 33,91% na fantasia de arame. O spray em espuma tem 45,94% de encargos tributários; o apito, 34,48%, e o confete ou serpentina, 43,83%. De acordo com o presidente executivo do IBPT, João Eloi Olenike, “a elevada tributação nos produtos típicos do Carnaval se deve ao fato de serem produtos considerados supérfluos pelo legislador”. Além disso, explica Olenike, “a maior parte dos produtos e acessórios passa por um processo de industrialização, sobre o qual incide o Imposto sobre Produto Industrializado (IPI).” Para quem pretende acompanhar de perto a performance das escolas de samba, a carga tributária será de 36,28% no preço de um pacote que inclui hotel, transporte e ingressos para os desfiles. Mesmo se o contribuinte quiser aproveitar o feriado para viajar e descansar, o Leão não dará folga: 22,32% do preço da passagem aérea e 29,56% do valor da hospedagem em hotéis serão revertidos aos cofres públicos.

Produto Tributo

Água de coco 34,13%

Água mineral 37,88%

Amendoim 36,54%

Apito 34,48%

Bateria 38,30%

Biquini com lantejoulas 42,19%

Caipirinha 76,66%

Cavaquinho 38,33%

Cerveja (lata ou garrafa) 55,60%

Chope 62,20%

Colar havaiano 45,96%

Confete/ Serpentina 43,83%

Fantasia – roupa com arame 33,91%

Fantasia – roupa tecido 36,41%

Guarda-sol 37,14%

Hospedagem em hotel 29,56%

Mascara de Lantejoulas 42,71%

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Mascara de Plástico 43,93%

Óculos de sol 44,18%

Pacote hotel, ingresso e Van – Desfile de carnaval 36,28%

Pandeiro 37,83%

Passagem aérea 22,32%

Preservativo 18,75%

Protetor solar 41,74%

Refrigerante (garrafa) 44,55%

Refrigerante (lata) 46,47%

Sorvete (massa ou picolé) 37,98%

Spray espuma 45,94%

Confira as regras atuais e o que muda nas alíquotas do ICMS

Fonte: Portal da Câmara dos Deputados. A alíquota interestadual do ICMS, já usada nas transações entre empresas em diferentes estados, tem dois índices: 7% e 12%, conforme a região dos estados de origem e de destino das mercadorias. Quando os produtos saem do Sul e do Sudeste (exceto Espírito Santo) para estados das demais regiões, aplica-se a de 7%. A de 12% é usada em todos os demais destinos, inclusive dos estados do Sul e Sudeste entre si. A Constituição já prevê que, no comércio entre empresas, a diferença entre a alíquota interna do estado de destino (17% a 19%) e a alíquota interestadual (7% ou 12%) ficará com o Fisco de onde está o comprador. Essas regras foram criadas para incentivar o desenvolvimento regional, pois, em 1988, ano da Constituição, as regiões Sul e Sudeste concentravam grande parte das indústrias. Redistribuição A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 197/12, aprovada em segundo turno pela Câmara, cria novas regras, a serem adotadas em um período de transição. Na prática, a partir do fim da transição, em 2019, se uma pessoa de Sergipe comprar um computador pela internet de uma loja sediada em São Paulo, parte do imposto (7%, referente à alíquota interestadual) será destinada aos cofres paulistas e a diferença entre a alíquota interna do estado de destino (17%, no exemplo) e a interestadual (7%) ficará com Sergipe (17% – 7% = 10%). Se essa compra for feita em 2015, devido à transição, Sergipe receberá 2% (20% da diferença entre as alíquotas); e São Paulo, 15% (7% da interestadual + 8% referente à diferença). Recolhimento O texto aprovado também define que o recolhimento da diferença entre as alíquotas do

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ICMS será responsabilidade da empresa remetente do produto, se o consumidor for um cidadão; e do destinatário, se a compra for feita por empresa. Histórico O impasse sobre a tributação das vendas virtuais se estendia desde abril de 2011, ano em que 17 estados do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste, mais o Distrito Federal, aprovaram protocolo no Confaz que autorizava o estado de destino a cobrar tarifa interestadual de ICMS. O protocolo, no entanto, não foi aprovado por unanimidade, conforme as regras do Confaz. Por esse motivo, as empresas passaram a conseguir liminares para evitar a cobrança ou alguns estados nem mesmo regulamentaram o assunto pelo temor de inconstitucionalidade. Em fevereiro de 2014, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux concedeu liminar à Confederação Nacional do Comércio (CNC) e manteve a arrecadação para o estado de origem. Perda bilionária Caso a cobrança do comércio virtual fosse imediatamente transferida para o estado de destino dos produtos, como previa a redação original da PEC no Senado, São Paulo estimava uma perda de R$ 2,2 bilhões apenas no primeiro ano de vigência dessa sistemática.

Não incide IPI sobre automóvel importado para uso próprio

Fonte: TRF 1ª Região. Por unanimidade, a 7ª Turma do TRF da 1ª Região confirmou sentença que negou a incidência de IPI sobre importação de veículo por pessoa física não comerciante ou empresária para uso próprio. O processo chegou ao Tribunal com apelação da União, que alega que o desembaraço aduaneiro de produto industrializado estrangeiro constitui hipótese de incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), conforme disposto no art. 46 do Código Tributário Nacional (CTN). Segundo o relator, desembargador federal Amilcar Machado, “… o entendimento do Supremo Tribunal Federal, bem como do Superior Tribunal de Justiça e desta Corte, é no sentido da não incidência do IPI sobre a importação de veículo por pessoa física não comerciante e não empresária”. O magistrado apontou jurisprudência dos tribunais superiores aplicáveis ao caso em questão. Processo nº 0002084-89.2013.4.01.3803

Volta ao Senado proposta que muda ICMS do comércio eletrônico

Fonte: Portal de Notícias do Senado Federal. O Senado vai analisar novamente a repartição, entre estados de origem e de destino, da arrecadação do ICMS cobrado sobre

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mercadorias e serviços vendidos a distância (internet e telefone). A Câmara dos Deputados aprovou com alterações, na terça-feira (3), a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 103/2011, do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), que estabelece as novas regras para a cobrança desse imposto. O texto aprovado pelos deputados (PEC 197/2012 naquela Casa) prevê a adoção de alíquota interestadual nas operações que destinem bens e serviços a consumidor final, contribuinte ou não do ICMS, localizado em outro estado. Caberá ao estado de destino o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna desse estado e a alíquota interestadual. A alíquota interestadual é de 7% no Sul e Sudeste e de 12% nas demais regiões. A alíquota final varia conforme o estado, de 17% a 19%. Hoje, se o consumidor que mora no Piauí comprar, por R$ 1 mil, um computador em loja online com sede em São Paulo, o estado de destino não recebe nada de ICMS, ficando toda a arrecadação com o estado de origem. Caso a regra aprovada pela Câmara seja mantida pelo Senado, São Paulo ficará com R$ 70 de ICMS e Piauí, com R$ 100, que é a diferença entre a alíquota interestadual de 7% e a final de 17% no estado destinatário. Entretanto, o texto aprovado pela Câmara, diferentemente do enviado pelo Senado, torna a alteração gradual, atribuindo aos estados de destino 100% da diferença de alíquotas apenas em 2019. Até lá, vale a seguinte regra de transição: 20% para o destino e 80% para a origem (2015); 40% para o destino e 60% para a origem (2016); 60% para o destino e 40% para a origem (2017); e 80% para o destino e 20% para a origem (2018). Desequilíbrio Autor da proposta, Delcídio do Amaral observa que a atual regra constitucional de distribuição de receita do ICMS no caso de operações interestaduais foi desenhada 50 anos atrás, “quando nem se sonhava com esse dinamismo do comércio eletrônico”. Nos termos atuais, como observa o parlamentar, quando a operação interestadual envolve dois contribuintes do imposto, há a divisão entre o estado de origem e o de destino da mercadoria. Porém, acrescenta Delcídio, quando o adquirente, mesmo situado em outra unidade da federação, é consumidor final, não contribuinte do imposto, o produto da arrecadação decorrente da operação é integralmente destinada ao estado onde está sediado o vendedor. Segundo o parlamentar, o fato levou a um desequilíbrio na política estabelecida para divisão de receita entre estado produtor (ou meramente vendedor) e estado consumidor. Defensor da proposta, o senador Walter Pinheiro (PT-BA) aplaudiu a decisão da Câmara, lembrando que a velocidade do e-commerce não pode esperar mais por mudanças na legislação. O parlamentar lembrou que, em 1990, o comércio eletrônico movimentava R$ 540 milhões e, neste ano, a perspectiva é faturar mais de R$ 30 bilhões. — Apenas a Bahia, por exemplo, passará a arrecadar a mais cerca de R$ 300 milhões, anualmente, valor que hoje é devido ao estado, pela falta de regras justas na distribuição

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do Imposto — destacou, prometendo acompanhar de perto a tramitação da matéria no Senado.

Empresas do Simples não enquadradas no Anexo IV com FPAS 736 - Preenchimento a GFIP – Ato Declaratório Executivo N° 003/2015

Fonte: Redação Econet Editora. Foi publicado no DOU de 05.02.2015, o Ato Declaratório Executivo n° 03/2015, que trouxe os procedimentos a serem observados para o preenchimento da GFIP pelas empresas que, concomitantemente, sejam optantes pelo Simples Nacional, enquadradas no código 736 do FPAS, e que não sejam tributadas na forma do Anexo IV da Lei Complementar nº 123/2006. PREENCHIMENTO DA GFIP: Essas empresas, ao preencher a GFIP, devem utilizar o FPAS 515 enquanto o sistema da SEFIP não estiver atualizado.

Ganho de capital com parcela do preço sem valor determinado

Fonte: Receita Federal. Solução de Consulta 5030 - Disit/SRRF05 DOU de 05/02/2015 ASSUNTO: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física – IRPF EMENTA: GANHO DE CAPITAL. ALIENAÇÃO DE PARTICIPAÇÃO SOCIETÁRIA. PARCELA DO PREÇO SEM VALOR DETERMINADO. A parcela do valor da operação de alienação de participação societária auferida a título de valor suplementar integra o preço de venda da participação societária e deverá ser tributada como ganho de capital quando do seu auferimento, independentemente de tal valor suplementar ter sido fixado mediante sentença arbitral ou acordo entre as partes solucionando conflito instaurado em razão da rescisão de contrato de gestão. SOLUÇÃO DE CONSULTA VINCULADA À SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 282, DE 14 DE OUTUBRO DE 2014. DISPOSITIVOS LEGAIS: CTN, arts. 116 e 117; Decreto nº 3.000, de 1999, arts.117, 138 e 140. RESCISÃO CONTRATUAL. MULTAS E DEMAIS VANTAGENS RESCISÓRIAS. DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL. CÔMPUTO NA BASE DE CÁLCULO. Os valores das multas e de quaisquer outras vantagens pagas ou creditadas por pessoa jurídica em virtude de rescisão de contrato de gestão, ainda que reconhecida por sentença arbitral como imotivada, devem ser computados na apuração da base de cálculo do imposto devido na declaração de ajuste anual da pessoa física. SOLUÇÃO DE CONSULTA VINCULADA À SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 282, DE 14 DE OUTUBRO DE 2014. Dispositivos Legais: Lei nº 5.172, de 1966, art. 43; Lei nº 9.430, de 1996, art. 70; Decreto nº 3.000, de 1999, art. 681; IN SRF nº 15, de 2001, art. 9º, inciso XI, e art. 24.

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ASSUNTO: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte – IRRF RESCISÃO CONTRATUAL MULTAS E DEMAIS VANTAGENS RESCISÓRIAS. INCIDÊNCIA. Os valores das multas e de quaisquer outras vantagens pagas ou creditadas por pessoa jurídica em virtude de rescisão de contrato de gestão, ainda que reconhecida por sentença arbitral como imotivada, sujeitam-se à incidência do imposto sobre a renda na fonte calculado de acordo com a tabela progressiva do imposto sobre a renda mensal a título de antecipação do devido na declaração de ajuste anual da pessoa física. SOLUÇÃO DE CONSULTA VINCULADA À SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 282, DE 14 DE OUTUBRO DE 2014. DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei nº 5.172, de 1966, art. 43; Lei nº 9.430, de 1996, art. 70; Decreto nº 3.000, de 1999, art. 681; IN SRF nº 15, de 2001, art. 9º, inciso XI, e art. 24. ASSUNTO: Normas de Administração Tributária EMENTA: É ineficaz a consulta que invoque questionamento acerca da forma ou prazo para pagamento de tributos, uma vez que, não tendo sido apontado dispositivo da legislação tributária sobre cuja aplicação exista dúvida, mostra-se voltado para a prestação de assessoria jurídica ou contábil-fiscal pela RFB. SOLUÇÃO DE CONSULTA VINCULADA À SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 282, DE 14 DE OUTUBRO DE 2014. DISPOSITIVOS LEGAIS: IN RFB n.º 1.396, de 2013, art. 18, incisos VII, IX e XIV.

Ibracon disponibiliza Modelo de Relatório do Auditor Independente

Fonte: IBRACON. Ibracon disponibiliza Modelo de Relatório do Auditor Independente sobre as demonstrações contábeis individuais e consolidadas elaboradas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil e também de acordo com as IFRSs apresentadas em conjunto (lado a lado) e que não apresentam diferença entre o resultado e o patrimônio líquido. O CTA 02 que trata da emissão do Relatório do Auditor Independente está em processo de revisão pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Clique aqui para ter acesso ao documento.

Plenário mantém validade de MP que regula capitalização de juros e libera 13 mil processos sobre o tema

Fonte: STF. Por sete votos a um, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) deu provimento ao Recurso Extraordinário (RE) 592377 em que o Banco Fiat S/A questionava decisão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) que declarou inconstitucional dispositivo de uma medida provisória editada em 2000, que permitiu a capitalização mensal de juros no sistema financeiro. Em razão da repercussão geral reconhecida neste processo, a decisão desta tarde tem impacto em 13.584 processos que

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estavam sobrestados (com tramitação suspensa) em todo o País e que agora serão solucionados. No julgamento de hoje não se discutiu o mérito da questão, ou seja, a possibilidade de haver capitalização de juros (incidência de juros sobre juros) nas operações inferiores a um ano, mas sim se os requisitos de relevância e urgência, necessários a edição das MPs, estavam presentes no momento da edição do ato normativo. A questão da capitalização mensal de juros é objeto de outro processo em tramitação no STF, a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 2316, que está pendente de conclusão. Relator do RE, o ministro Marco Aurélio foi o único a votar pela negativa de provimento. Para ele, não é possível que um instrumento precário e efêmero como a medida provisória, editado para viger por período limitado, continue surtindo eternamente efeitos no cenário normativo sem a suspensão pelo Supremo. No caso da MP 1.963-17/2000, reeditada 36 vezes até a Medida Provisória 2.170-36/2001, durante 15 anos. “Não imagino medida provisória a vigorar por prazo indeterminado”, afirmou. Divergência Segundo a votar, o ministro Teori Zavascki abriu a divergência e foi acompanhado pelos demais ministros. Zavascki ponderou que, embora o Poder Judiciário possa aferir a presença dos requisitos que autorizam a edição de uma medida provisória, para declarar a inconstitucionalidade de uma MP em razão da ausência de tais requisitos, é preciso uma demonstração cabal nesse sentido, o que é muito difícil obter depois de tantos anos. “É difícil declarar que não havia relevância na matéria, em se tratando de regular operações do sistema financeiro. No que se refere à urgência, também vejo dificuldade de agora, já passados 15 anos, nos transportarmos para o passado – numa época em que a situação econômica e o sistema financeiro eram completamente diferentes -, e afirmarmos, hoje, que a medida provisória deve ser considerada nula porque faltou urgência naquela oportunidade”, ressaltou o autor da divergência. O ministro Teori também lembrou os efeitos que uma eventual declaração de inconstitucionalidade desta MP poderia causar em milhares de operações financeiras. Ele afirmou que a jurisprudência do STF considera que não há inconstitucionalidade nas disposições normativas que estabelecem critérios de remuneração no sistema financeiro diversos dos previstos na Lei da Usura, chegando a editar súmula a esse respeito (Súmula 596). Além disso, segundo ressaltou o ministro Teori Zavascki, a Emenda Constitucional 32 – que alterou o artigo 62 da Constituição Federal – dispôs que as medidas provisórias editadas em data anterior à sua publicação (11 de setembro de 2001) continuam em vigor até que medida provisória posterior as revogue explicitamente ou até deliberação definitiva do Congresso Nacional. Acompanharam a divergência aberta pelo ministro Teori Zavascki os ministros Rosa Weber, Luiz Fux, Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski (presidente).

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Veja como é fácil verificar se o empregador está depositando suas contribuições

Fonte: Ministério da Previdência Social. Os segurados da Previdência Social que têm parte da contribuição ao INSS feita por um empregador (empresas privadas e patroas – no caso de empregadas domésticas) podem conferir se essas contribuições estão sendo feitas corretamente. Basta consultar o Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS) no portal da Previdência Social pelo link . É necessário informar o NIT/PIS/PASEP e a senha – que, por segurança, somente pode ser retirada numa Agência da Previdência Social. O atendimento para obtenção dessa senha deve ser agendado pelo nosso site www.previdencia.gov.br ou pela Central de Atendimento 135. Os segurados correntistas do Banco do Brasil podem fazer a verificação nos caixas eletrônicos, pedindo um Extrato de Vínculos e Contribuições (opção 20 – outros extratos), e no portal bb.com.br. Já os clientes da Caixa Econômica Federal podem acessar o extrato por meio do internet banking e fazer a conferência. Já o recolhimento do Fundo de Garantia por tempo de Serviço (FGTS) deve ser verificado na Caixa Econômica Federal.

Tempo de serviço especial não afeta cálculo de benefício da previdência privada

Fonte: STJ. O tempo ficto – ou tempo de serviço especial, próprio da previdência social – é incompatível com o regime financeiro de capitalização, característico da previdência privada. Esse foi o entendimento adotado pela Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) ao julgar recurso em uma ação de revisão de benefício de previdência privada cujo autor pretendia aproveitar o tempo de serviço especial (tempo ficto) reconhecido pelo INSS para promover a revisão da renda mensal inicial de seu benefício complementar. Segundo o autor da ação, a Fundação Embratel de Seguridade Social (Telos) deveria ter considerado o tempo de serviço relativo às atividades que ele desempenhou em condições insalubres e de alta periculosidade. No recurso ao STJ, a Telos contestou acórdão do Tribunal de Justiça da Paraíba que determinou a complementação do benefício com base no reconhecimento do tempo de trabalho como especial pelo INSS. Para a fundação, o tempo de trabalho ficto não pode ser considerado no cálculo de benefício da previdência privada porque nesse sistema é vedado o pagamento de verba sem o respectivo custeio, sob pena de comprometimento do equilíbrio econômico-atuarial do fundo previdenciário. Sistemas diversos

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O relator do recurso, ministro Villas Bôas Cueva, destacou que, de acordo com os artigos 202 da Constituição Federal e 1º da Lei Complementar 109/01, a previdência privada é de caráter complementar, facultativa, regida pelo direito civil e organizada de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência social. É baseada na constituição de reservas que garantam o benefício contratado. Nesse sistema, disse o ministro, o regime financeiro de capitalização (contribuições do participante e do patrocinador, se houver, e rendimentos com a aplicação financeira destas) é obrigatório para os benefícios de pagamento em prestações continuadas e programadas. A previdência social, por sua vez, é um “seguro coletivo”, público e compulsório (a filiação é obrigatória para diversos empregados e trabalhadores rurais ou urbanos). Esse seguro se destina à proteção social, proporcionando meios indispensáveis de subsistência ao segurado e à sua família diante de situações previstas em lei, como incapacidade, idade avançada, tempo de serviço, morte do segurado e outros eventos. O sistema de financiamento, destacou o ministro, é o de caixa ou de repartição simples. Autonomia Villas Bôas Cueva ressaltou que a aposentadoria especial é uma espécie de benefício do regime geral de previdência social devida ao trabalhador que exerce atividade em condições prejudiciais à saúde ou à integridade física. Assim, o trabalhador pode se aposentar mais cedo como forma de compensar o desgaste físico resultante do tempo de serviço prestado em ambiente insalubre, penoso ou perigoso (tempo de serviço especial). Ante as especificidades de cada regime e a autonomia existente entre eles, a concessão de benefícios oferecidos pelas entidades abertas ou fechadas de previdência privada não depende da concessão de benefício oriundo do regime de previdência social. “Pelo regime de capitalização, o benefício de previdência complementar será decorrente do montante de contribuições efetuadas e do resultado de investimentos, não podendo haver o pagamento de valores não previstos no plano de benefícios, sob pena de comprometimento das reservas financeiras acumuladas (desequilíbrio econômico-atuarial do fundo), a prejudicar os demais participantes, que terão de custear os prejuízos daí advindos”, afirmou o relator. Precedentes O ministro destacou que a Quarta Turma do STJ já decidiu ser legal a incidência de fator redutor sobre a renda mensal inicial de participante ou assistido de plano de previdência privada em caso de aposentadoria especial, bem como ser vedada a concessão de verba não prevista no regulamento, dada a necessidade de observância da fonte de custeio e do sistema de capitalização. Villas Bôas Cueva citou precedentes nesse sentido, entre eles o REsp 1.015.336 e o REsp 1.006.153. Em decisão unânime, a Terceira Turma acompanhou o relator e deu provimento ao recurso da fundação.

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Fornecimento gratuito de celular não caracteriza salário utilidade se o uso é indispensável em serviço

Fonte: TRT 3ª Região. O aparelho celular já é considerado um equipamento essencial, não só para uso particular, mas, principalmente, no trabalho. Quando ele é um instrumento necessário para a execução dos serviços, sem o qual a atividade não poderia se desenvolver perfeitamente, o seu fornecimento gratuito ao trabalhador, com o pagamento da conta mensal pelo empregador, não caracteriza salário utilidade ou salário in natura (vantagem que o empregador concede habitualmente ao empregado, por força do contrato ou do costume). Nesse sentido foi a decisão da juíza Alessandra Duarte Antunes dos Santos Freitas, em sua atuação na 4ª Vara do Trabalho de Uberlândia-MG, que não reconheceu como salário utilidade o aparelho celular fornecido a um reclamante, indeferindo a incorporação da franquia paga pela empresa à sua remuneração. No caso, o reclamante trabalhava para uma empresa de venda de doces, inicialmente como vendedor e depois como supervisor. Tinha como atividades acompanhar a meta diária dos vendedores, fazer reposição de mercadorias quando necessário, realizar viagens, cobranças etc.. Para uso em serviço, a empresa forneceu a ele, de forma gratuita, um aparelho celular, arcando com a franquia mensal no valor R$300,00. Na análise da magistrada, o uso do telefone celular era imprescindível para o reclamante realizar suas atividades diárias, ou seja, o benefício era concedido para o trabalho e não pelo trabalho. Por isso mesmo não possui natureza de salário. A julgadora entende aplicável à hipótese de uso do telefone celular a orientação da Súmula 367 do TST, pela qual o uso de veículo fornecido pelo empregador para uso do empregado em serviço não tem natureza salarial quando indispensável para a realização do trabalho, ainda que utilizado também em atividades particulares. ( nº 01452-2013-104-03-00-9 )

Controle Patrimonial em 2015: O que mudou e como se adequar

Por Honório T. Futida para o AfixCode. Os itens de maior relevância do patrimônio de uma empresa são, sem dúvida alguma, o Ativo Imobilizado, o Investimento e o Intangível aplicado na empresa de forma permanente. O exercício de 2015 marca o início de diversas mudanças no setor de controle patrimonial instituídas pela Lei 12.973 de 2014. Com isso, é importante estar atento as novas regras para evitar penalidades e problemas pelo não cumprimento das leis. Balanço Patrimonial e Depreciação a Partir de 2015 No Balanço Patrimonial e de Resultado a ser apurado em 31/12/2015 devem espelhar os efeitos das Leis 12.973/2014 e IN 1515/2014, bem como o expurgo das eventuais diferenças no e-Lalur e no e-Lacs, para efeito de tributação do IR/CSLL/PIS/COFINS.

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A partir de 2010, mais especificamente, a partir de 2015 com o fim do RTT – Regime Tributário de Transição – o ativo imobilizado da empresa passou a ser depreciado contabilmente pelo valor econômico previsto na Lei 11.638/2007 e não mais pela depreciação fiscal prevista na IN 162/98. Embora, para efeitos de tributação do ganho na apuração da venda de imobilizado, seja feita com base na depreciação fiscal. Importância do Registro em um Sistema de Controle Patrimonial Assim, a partir de 2015, diante das Leis 12.973/2014 e IN 1515/2014 o contabilista ou o administrador deve implantar na empresa o controle patrimonial dos bens permanentes com registro no sistema de informações (T.I.). Os registros em um sistema permitem a correta contabilização e apuração do lucro fiscal em ocasiões de venda ou descarte de um ativo. Os documentos também são importantes para serem apresentados a Receita Federal, quando solicitados as bases de cálculos das tributações. Correta classificação contábil e penalidades O controle patrimonial do ativo imobilizado depende de correta classificação contábil que terá reflexo na tributação a partir de 2015 principalmente no que tange o Ajuste Avaliação Patrimonial, a Depreciação Contábil e Fiscal, o Ajuste a Valor Presente e o Teste de Recuperabilidade, conhecido como Impairment. Estes deverão ter seus ajustes controlados em subconta distinta, sob pena de serem totalmente tributados no exercício da sua constituição pelo não cumprimento das obrigações acessórias. As penalidades previstas na Lei 12.973/2015 pelo não cumprimento dessas obrigações acessórias são pesadas.

Novos horizontes na assistência à saúde

Por Renato Nunes e Teresa Gutierrez para o Valor Econômico. As possibilidades de participação de capital estrangeiro no setor de assistência à saúde eram bastante restritas até a publicação, no dia 20 de janeiro, da Lei nº 13.097, que alterou a Lei nº 8.080, de 1990, autorizando, dentre outras coisas, a participação direta ou indireta de capitais estrangeiros em pessoas jurídicas, com vistas a instalar, operacionalizar ou explorar hospital geral, inclusive filantrópico, hospital especializado, policlínica, clínica geral e clínica especializada. Uma entidade estrangeira, agora, poderá ser sócia ou acionista, por exemplo, de um hospital brasileiro, poderá até ser controladora, detendo participação que lhe assegure poder para dirigir as atividades da sociedade e orientar a sua gestão. Além disso, a nova legislação reafirmou a permissão, já prevista na Lei nº 8.080, de participação do capital estrangeiro nos casos de: i) doações de organismos internacionais vinculados à Organização das Nações Unidas, de entidades de cooperação técnica e de financiamento e empréstimos; e ii) serviços de saúde mantidos, sem finalidade lucrativa,

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por empresas, para atendimento de seus empregados e dependentes, sem qualquer ônus para a seguridade social. A saúde é tema de reportagens, programas políticos e debates acalorados no dia a dia da sociedade brasileira. Assunto de importância ímpar em nosso país, também é elevado pela Constituição Federal como um direito social de todos os brasileiros e dever do Estado, conforme preveem seus artigos 6º e 196. O legislador constituinte, ciente dos desafios que se imporiam no cumprimento de tal desígnio, cuidou não somente de criar o Sistema Único de Saúde (SUS) e assegurar fontes de custeio para tanto, como também de franquear a assistência à saúde à iniciativa privada, em caráter suplementar, favorecendo, assim, a maior alocação possível de recursos materiais e humanos para o bom atendimento da população. Reconhecendo a relevância do papel exercido pelas instituições filantrópicas na assistência à saúde, a Constituição Federal concedeu-lhes um amplo rol de exonerações fiscais sob a forma de imunidades, desde impostos em geral a até Contribuições para Financiamento da Seguridade Social. A Constituição Federal, nada obstante estabelecer que a assistência à saúde é livre à iniciativa privada, veda a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde, salvo nos casos previstos em lei. Nas lições do professor José Afonso da Silva (Aplicabilidade das normas constitucionais, 4ª ed. São Paulo: Malheiros, 2000, p. 104), esta norma constitucional seria da modalidade eficácia contida, posto que, nada obstante a sua aplicabilidade plena e imediata, é possível a contenção de sua eficácia, mediante legislação futura, ainda que infraconstitucional. Há mais de 20 anos existe norma a respeito do tema, veiculada pela Lei 8.080, mas no aspecto que estamos mencionando, praticamente repetia a proibição estabelecida no texto constitucional. Em relação às operadoras de plano de saúde, também importantes atores no atendimento à população, o legislador infraconstitucional possibilitou-lhes a presença de investimentos estrangeiros, conforme observamos do quanto disposto no § 3º do artigo 1º da Lei nº 9.656/98. Contudo, restringiu a oferta de assistência à saúde por rede própria aos beneficiários vinculados aos planos por elas operados. Passamos, assim, de um cenário de vedação quase que total à participação estrangeira na assistência à saúde a uma autorização plena, tudo em estrita conformidade com o quanto prescreve a Constituição, inclusive no que se refere às suas normas programáticas relacionadas a tal área. Esta é uma mudança profunda, importante e há alguns anos aguardada pelos agentes do setor, pois permitirá a captação de recursos de forma menos onerosa, por meio de investimento direto, ao invés de tomada de dívidas, e, talvez até mais relevante, contribuirá com o compartilhamento de práticas de gestão e experiências verificadas em outros países, beneficiando a população.

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A prática jurídica brasileira domina os instrumentos e possui a experiência necessária para dar conta dos novos negócios e investimentos que se avizinham, desenvolvendo e implementando estruturas seguras, por meio contratos, providências de ordem societária e cumprimento de obrigações perante os órgãos reguladores. Garantindo-se, assim, tanto a solidez das novas parcerias quanto a observância da legislação competente que, particularmente no setor de saúde, é vasta, complexa e de difícil acesso. Esperamos que eventual regulamentação da mudança que aqui comentamos, pelo Poder Executivo, não limite as possibilidades introduzidas pela nova legislação, que, repetimos, está em absoluta harmonia com o quanto determina a Constituição brasileira, e mais, vai ao encontro das necessidades e anseios da população.

EUA fornecerá informações à Receita do Brasil sobre bens e direitos de brasileiros naquele país

Fonte: Tributário nos Bastidores. Em 2007 o Brasil e os Estados Unidos firmaram entre si um acordo, o “Tax Information Exchange Agreement – TIEA” (acordo para troca de informações tributárias). Contudo, o acordo não atendia as exigências constantes da “Foreign Account Tax Compliance Act – FATCA”, lei americana que entrou em vigor em julho de 2014 que tem por objetivo evitar e combater a evasão fiscal e controlar melhor os recursos, rendimentos e ganhos com investimentos de cidadãos norte-americanos e estrangeiros com obrigações fiscais nos EUA, chamados de US Persons, que são titulares de contas e ativos financeiros fora dos Estados Unidos. Tornou-se imprescindível ampliar o acordo entre Brasil e Estados Unidos, para adequá-lo aos requisitos previstos pela FATCA. Assim, foi firmado o Acordo de Cooperação Intergovernamental – IGA, entre os governos brasileiro e norte-americano para a troca automática de informações tributárias. Segundo o governo brasileiro, o acordo está relacionado também aos esforços do G-20 em desenvolver a colaboração entre países para minimizar a evasão tributária. Agora, as instituições financeiras fornecerão à Receita Federal informações sobre cidadãos norte-americanos no Brasil, que transmitirá para Internal Revenue Service – IRS, serviço de receita dos Estados Unidos. Ocorre que por força do princípio da reciprocidade aplicável ao direito internacional (princípio que estabelece um cada país pode exigir de outro tratamento igual ao que recebe), o Brasil também será informado pelas autoridades tributárias norte-americanas sobre movimentações financeiras de brasileiros em instituições financeiras dos Estados Unidos. Assim, aquelas pessoas que tem bens e direitos no exterior e por alguma razão não declararam ao fisco devem regularizar a situação, ainda mais considerando que o Brasil, desde 1º de janeiro de 1996, com o início da vigência da Lei nº 9.249/95, passou a adotar o princípio da universalidade da tributação, também denominado de Base Global,

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Princípio da Renda Mundial ou ainda “World-Wide Income” – segundo o qual toda renda passa a ser tributada, ou seja, a universalidade dos lucros, rendimentos e ganhos de capital auferidos nos mercados doméstico e exterior, por pessoas domiciliadas no país. Em outras palavras, todas as rendas obtidas, mesmo aquelas obtidas fora do território nacional, encontram-se dentro do âmbito da incidência do imposto de renda, motivo pelo qual, quem tiver bens no exterior deve ter atenção redobrada a partir de agora e não esquecer de oferecer os rendimentos obtidos no exterior à tributação. Importante lembrar que é preciso também apresentar a declaração chamada “CBE – Capitais brasileiros no exterior” ao Banco Central do Brasil. Esta declaração anual é obrigatória para residentes no País detentores de ativos (participação no capital de empresas, títulos de renda fixa, ações, depósitos, imóveis, dentre outros) contra não residentes que totalizem montante igual ou superior ao equivalente a US$100.000,00 (cem mil dólares dos Estados Unidos) no último dia de cada ano.

A nova realidade do Lucro Presumido

Por Marco Antonio Papini para o Portal Contábeis. Com a entrega obrigatória da Escrituração Contábil Digital (ECD) referente ao exercício de 2014, as empresas tributadas pelo Lucro Presumido que não cumprirem os preceitos legais sobre a distribuição de dividendos aos seus sócios e acionistas estarão muito mais expostas a autuações do fisco a partir deste ano. A Lei 12.973/14, agregada à Instrução Normativa 1515/14 e demais regulamentações, deve dificultar práticas como a distribuição de lucros além do permitido, com a inclusão nesses valores não tributáveis de recursos captados em instituições financeiras e, até mesmo, receitas operacionais antecipadas por manobras contábeis mesclando os regimes de caixa e competência. Segundo os novos dispositivos, não estão sujeitos ao imposto sobre a renda os lucros e dividendos pagos ou creditados a sócios e acionistas de pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido ou arbitrado, desde que: a) o valor não supere a base de cálculo do imposto, diminuída de todos os impostos e contribuições a que estiver sujeita a pessoa jurídica; b) a parcela de lucros ou dividendos excedentes ao valor determinado no item a, desde que a empresa demonstre, através de escrituração contábil feita com observância da lei comercial, que o lucro efetivo é maior que o determinado segundo as normas para apuração da base de cálculo do imposto pela qual houver optado Na verdade, mantém-se inalterado o previsto no art. 48 da Instrução Normativa nº 93 da Secretaria da Receita Federal, de 1997, quanto à distribuição de lucros sem a incidência de impostos, abrangendo: a) o valor do lucro presumido (base de cálculo do imposto), diminuído do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ, da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido – CSLL,

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da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social – COFINS e das contribuições para o PIS/PASEP; b) a parcela dos lucros e dividendos excedentes ao valor determinado na alínea “a”, desde que a pessoa jurídica demonstre, através de escrituração contábil feita em observância à lei comercial, que o lucro efetivo é maior que o determinado segundo as normas para apuração do lucro presumido. Ainda segundo essa legislação, “a parcela dos rendimentos pagos ou creditados a sócio ou acionista ou ao titular da pessoa jurídica, a título de lucros ou dividendos distribuídos, ainda que por conta de período de apuração não encerrado, que exceder ao valor apurado com base na escrituração contábil, será imputado aos lucros acumulados ou reservas de lucros de exercícios anteriores, ficando sujeita à incidência do Imposto de Renda Retido na fonte, caso não existam Lucros ou Reservas de Lucros suficientes para sua distribuição, com os respectivos acréscimos legais”. Na prática, se uma prestadora de serviços quiser distribuir dividendos superiores a 32% de seu faturamento, deduzidos os impostos, deve provar, com base na escrituração contábil, a existência de uma lucratividade acima dessa base de cálculo, que é arbitrada pela Receita Federal para essa modalidade de negócio. Contudo, são muitas as atuações do fisco e solicitações de consulta envolvendo tal entendimento, sendo emblemático disto um acórdão de 2013, proferido em Curitiba pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento (7ª Turma), contra a distribuição de lucro em contabilidade escriturada por regime de competência, caso a empresa tenha optado inicialmente pelo regime de caixa. Apesar de haver certa controvérsia neste ponto, uma vez que as normas do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) impõem o regime de competência, enquanto a legislação fiscal concede ao contribuinte de lucro presumido a opção pelo regime de caixa, um fato parece óbvio: a empresa deve sempre pagar os dividendos pelo mesmo regime com que faz sua escrituração. Em suma, devem-se adotar as práticas contábeis vigentes no Brasil, e elas emanam do CFC. A lei não desobrigou a adoção do regime de caixa para fins de tributação, porém, é impossível distribuir dividendos sobre um lucro ainda não tributado, convenhamos. A maior parte destas organizações, por não ser regulada nem ter grande porte, pode optar pela NBCTG-1000 (Contabilidade para pequenas e médias empresas) e fazer ajustes contábeis, sempre que necessário, para pagar dividendos. Deve-se observar, por exemplo, a correta classificação e contabilização das contas a receber, estoques, imobilizado e regime de competência na apropriação das receitas e despesas, independentemente de a opção tributária ter recaído sobre o regime de caixa. Embora, a princípio, tudo isso possa indicar apenas mais trabalho pela frente, sem dúvida trará benefícios, como a maior facilidade de se obter crédito mediante demonstrações contábeis preparadas com qualidade.

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Ao mesmo tempo, cria-se um ambiente de negócios mais justo, pois empresas antes escondidas na ilegalidade para pagar menos impostos e, consequentemente, oferecer preços mais competitivos, forçosamente terão de oficializar suas operações. E quanto mais contribuintes pagarem todos os impostos devidos, maiores serão as chances de uma tributação menor para todos, bem como de se ampliarem os investimentos na área social e o próprio crescimento do Brasil. Por último, uma contabilidade de acordo com as leis comerciais e fiscais torna a empresa mais atraente para ser adquirida, obter investimentos de terceiros e, na pior das hipóteses, estar preparada para uma fiscalização ou recuperação judicial.

Carf, o cerceamento interno de defesa e outras questões tributárias

Fonte: Conjur. Um contribuinte teve lavrado contra si um Auto de Infração, mas questionou ter havido cerceamento de defesa, que invalidaria a ação fiscal, porque não teve acesso ao indispensável ato interno que gerou sua fiscalização, já que existe, como previsto: “o planejamento das atividades de fiscalização dos tributos federais, a serem executados de 1º de janeiro a 31 de dezembro de cada ano, será elaborado pela Coordenação-Geral de Fiscalização (Cofis)” (artigo 1º da Portaria RFB 11.371/07, previsão similar atualmente na Portaria RFB 1.687/14). Necessitava, então, conhecer o teor do planejamento, para constatar se compatível e conforme a fiscalização que sofreu. Todavia, Turma do Carf afastou a alegação, aduzindo que, para haver fiscalização, bastava ser apresentado o antigo Mandado de Procedimento Fiscal (MPF, atualmente TDPF), não existindo previsão legal para serem externadas, para os contribuintes, as razões internas do órgão; assim ementado:

Acórdão 1801-002.140 (publicado em 28.01.2015) NULIDADE DA FISCALIZAÇÃO. INEXISTÊNCIA. INDICAÇÃO DE PROGRAMA DE FISCALIZAÇÃO OU DE ATO DO COORDENADOR-GERAL DE FISCALIZAÇÃO COFIS. Não se deflui da legislação reguladora que a atividade de planejamento das ações fiscais, ato interna corporis, seja obstativa à instauração de procedimentos fiscalizatórios, desde que haja emissão de MPF (Mandado de Procedimento Fiscal) pela autoridade competente, como ocorreu no presente caso, com a Delegada-Adjunta da respectiva DRF.

A multa inaplicável Ante a facilidade de análise que gera o processamento de dados pela via eletrônica, o fisco federal usualmente intima os contribuintes para apresentarem informações em arquivo digital, no formato oficial. Todavia, só com a implantação do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) é que as empresas começaram a ser obrigadas a fornecer as informações fiscais de modo

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eletrônico, e para fatos posteriores a 2008. É que até esse momento incidia a previsão do artigo 11 da Lei 8.218/91, segundo a qual só estariam obrigados a manter arquivos digitais à disposição da Receita Federal os contribuintes “que utilizarem sistema de processamento eletrônico de dados”. Sendo certo que dispor de computador na contabilidade não significa utilizar sistema eletrônico para os fins legais, pois a adoção formal desse sistema carecia de autorização, até porque os livros contábeis passariam a estar no novo formato, e não mais impressos, como era usual na imensa maioria das empresas. Assim, os contribuintes que não utilizavam sistema eletrônico não estariam obrigados a fornecer arquivos digitais para o fisco, muito menos em formato pré-determinado, portanto não podendo incidir a pesada multa sobre a receita bruta, que já gerou estratosféricas autuações. Com esse entendimento, Turma do Carf manteve a exoneração de crédito tributário; assim ementado e fundamentado:

Acórdão 1402-001.829 (publicado em 29.01.2015) MULTA REGULAMENTAR. FALTA DE APRESENTAÇÃO DOS ARQUIVOS DIGITAIS. ESCRITURAÇÃO DIGITAL. INTIMAÇÃO FISCAL PARA APRESENTAÇÃO. PESSOAS JURÍDICAS NÃO OPTANTES PELA ESCRITURAÇÃO DIGITAL ATÉ 31/12/2007. IMPOSSIBILIDADE DA EXIGÊNCIA DA APRESENTAÇÃO DOS ARQUIVOS DIGITAIS PELA AUTORIDADE FISCAL. As pessoas jurídicas que utilizarem sistemas de processamento eletrônico de dados para registrar negócios e atividades econômicas ou financeiras, escriturar livros ou elaborar documentos de natureza contábil ou fiscal, ficam obrigadas a manter, à disposição da Secretaria da Receita Federal, os respectivos arquivos digitais e sistemas, pelo prazo decadencial previsto na legislação tributária. Assim, até 31/12/2007, a disponibilização da contabilidade em meio magnético só era obrigatória para as pessoas jurídicas que adotavam esta modalidade de controle e armazenamento de informações. Voto (…) Como visto, da Lei 8.218, de 1991, com a redação que lhe foi dada pela MP 2.158-34/2001, depreende-se que a obrigatoriedade estipulada por esta norma é a de que as pessoas jurídicas que utilizem sistema de processamento eletrônico de dados para registrar atividades econômicas, escriturar livros ou elaborar documentos de natureza contábil mantenham os respectivos arquivos magnéticos e, se instadas, disponibilize-os à RFB. Note-se que a lei não obriga a adoção de escrituração contábil eletrônica. Todavia, estabelece que se escolhida esta modalidade de armazenamento e registro de informações, os arquivos magnéticos devem ser mantidos e

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disponibilizados nos prazos e formas estipulados pela legislação sob pena de imputação das multas de que trata o art. 12 da Lei nº 8.218, de 1991. Assim, se a contribuinte não fazia uso de escrituração eletrônica nos anos de 2005 a 2007, como informou em suas declarações de rendimentos e ao longo do procedimento fiscal, não estava obrigada a apresenta-la ao fisco, fato este que, definitivamente, afasta a exigência em foco.

Contribuição desarrazoada A tradicional Contribuição Previdenciária sobre a Folha de Pagamento (artigo 22 da Lei 8.212/91) vem sendo paulatinamente substituída pela Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (artigos 7º e 8º da Lei 12.546/11), tendo como justificativa também a melhora da competitividade das empresas ante a redução nos custos tributários da produção, pois poderiam contratar mais funcionários, ou aumentar salários, sem automático incremento da tributação na folha. Ocorre que, para alguns contribuintes, a CPRB provocou um acréscimo na tributação, e, sendo assim, passaram a questionar essa majoração perante o Poder Judiciário. No caso abaixo, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região, reformando sentença de improcedência, deu provimento à apelação do contribuinte, concordando que “não é razoável que a utilização de uma medida, instituída para garantir menor onerosidade tributária, quando aplicada, produza efeito completamente inverso”; e, portanto, poderia o contribuinte continuar sendo tributado pela forma anterior; assim ementado:

Apelação Cível 5038072-80.2014.404.7000 (julgada em 28.01.2015) TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. SUBSTITUIÇÃO DA BASE DE CÁLCULO. RECEITA BRUTA. MEDIDA PROVISÓRIA 540, CONVERTIDA NA LEI Nº 12.546/2011. CONSTITUCIONALIDADE. PECULIARIDADE DO CASO. EFEITO INVERSO. LACUNA SUPRIMIDA POR REDUÇÃO TELEOLÓGICA. 1. A Medida Provisória nº 540, posteriormente convertida na Lei nº 12.546/2011, visou, dentre outras medidas, desonerar a folha de pagamento das empresas que prestam serviços de tecnologia da informação – TI e tecnologia da informação e comunicação – TIC, bem como das indústrias moveleiras, de confecções e de artefatos de couro, visando à formalização das relações de trabalho e ao fomento das atividades de tais setores. 2. A Constituição, no § 13 do art. 195, autoriza a possibilidade da substituição das contribuições previdenciárias incidentes sobre a folha de salários e os rendimentos do trabalho por aquelas incidentes sobre a receita ou sobre o faturamento. A Lei nº 12.546/2011 tem respaldo na Constituição (…). 5. Caso em que o regime instituído pela Lei nº 12.546/2011, adequado e legítimo para harmonizar interesses juridicamente relevantes das empresas e

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dos trabalhadores, revelou-se extremamente nocivo quanto aplicado concretamente com relação à empresa autora. 6. O sentido dos arts. 7º e 8º da Lei nº 12.546/2011 está em melhorar a competitividade da indústria e a geração de emprego e renda, mediante a desoneração da folha de salários. Se os dispositivos não preveem situações em que sua aplicação produz o efeito inverso, contrário aos seus objetivos, surge a lacuna, que deve ser integrada pelo julgador, no caso concreto. 7. Reconhecido o direito da empresa autora continuar recolhendo integralmente as contribuições na forma do art. 22 da Lei nº 8.212/91.

Prazo para MS Em Mandado de Segurança, que combatia ato de lançamento tributário, foi declarada a perda do direito à impetração porque a contagem do prazo de 120 dias começou a partir da ciência do Auto de Infração. Em grau recursal, o contribuinte apontou, via Embargos de Declaração, que faltou apreciar que a contagem do prazo para impetração deve começar da ciência válida do último recurso administrativo; mas o TRF-4 não sanou a omissão quanto a essa matéria. Agora, em decisão monocrática, foi dado provimento a Recurso Especial perante o Superior Tribunal de Justiça, para que TRF-4 proceda a novo julgamento, apreciando a tese do contribuinte, tida como pertinente; assim fundamentada:

REsp 1.443.666 (publicado em 03.02.2015) Com efeito, o mandado de segurança em comento ataca a decisão administrativa que reconheceu a intempestividade da impugnação ao lançamento, apontando, como causa de pedir, a nulidade da notificação. Tanto o é que, ao final, a impetrante pugna pela concessão da ordem para que seja recebida a aludida impugnação administrativa. Nesse contexto, ganha relevo o argumento de que a interposição do recurso administrativo (art. 151, III, do CTN) contra essa decisão de intempestividade obstaria o writ (art. 5º, I, da Lei 12.016/09) e, por conseguinte, a contagem da decadência. Em consequência disso, também se mostra pertinente a tese de que o prazo decadencial somente poderia começar a fluir depois da regular notificação da decisão desse recurso administrativo, que, segundo a recorrente, não teria ocorrido, já que procedida diretamente por edital, em desconformidade com o que dispõe o art 23, § 1º, do Decreto 70.235/72. Ante o exposto, dou provimento ao recurso especial, a fim de anular o acórdão regional que julgou os embargos de declaração, por infringência ao art. 535 do CPC, e determinar o retorno dos autos à Corte de origem para que profira novo julgamento, com o escopo de sanar os vícios de integração ora identificados.

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Decisões variadas a) No Acórdão 2101-002.645 (publicado em 02.02.2015), Turma do Carf não aceita alegação de decadência de crédito tributário, referente a ganho de capital em alienação de participação societária, aduzindo que o fato gerador não é o valor total alienado na data do contrato (conforme o artigo 140 do RIR99), mas ocorre a cada recebimento, em caso de venda com recebimento parcelado e corrigido; assim ementado: “o termo inicial para contagem do prazo decadencial em se tratando de imposto de renda devido sobre o ganho de capital, decorrente de contrato de alienação de cotas societárias a prazo e com parcelas indexadas, é o momento do recebimento de cada parcela, pois nesse momento é que se afere de forma definitiva o preço de venda que resta condicionado ao índice de correção monetária”. b) No Acórdão 1202-001.211 (publicado em 26.12.2014), Turma do Carf assenta a incompetência para questões de arrolamento; assim ementado: “não cabe ao CARF manifestar-se acerca do procedimento administrativo de arrolamento de bens, eis que não se circunscrevem ao delimitado no Decreto nº 70.234, de 1972, isto é, não dizem respeito à determinação e exigência de créditos tributários”. c) No Acórdão 3102-002.318 (publicado em 06.01.2015), Turma do Carf, julgando tributação de IOF, desconsidera contrato de conta corrente entre empresas do mesmo grupo, para considerar presente mútuo, ante a falta de comprovação de que os valores que entravam e saiam do caixa único era de cada empresa; assim ementado: “para fim de incidência do IOF, caracteriza-se operação de mútuo de recursos financeiros a operação de crédito representada pelo registro ou lançamento contábil que, pela sua natureza, importe colocação ou entrega de recursos financeiros à disposição de terceiros, independentemente de ser pessoa ligada ou não”. d) No Acórdão 3802-003.976 (publicado em 02.02.2015), Turma do Carf afasta autuação, admitindo que o pagamento de um tributo tenha sido efetuado pela antecedente empresa objeto de cisão, e não pela posterior resultante da cisão que era a devedora do crédito tributário; assim ementado: “é de se reconhecer a validade no pagamento de DARF pela empresa do antigo sistema Telebrás objeto de cisão, enquanto se operacionalizava a constituição e o desenvolvimento dos sistemas de faturamento de nova empresa destinada a prestação de Serviço Móvel Celular, nos termos da legislação administrativa e regulatória de regência”. e) No Acórdão 3803-006.200 (publicado em 12.01.2015), Turma do Carf, apreciando autuação fruto de inconsistência que teria sido verificada em compensação efetuada por contribuinte, registrou a impossibilidade da utilização de créditos de precatório para compensação, pois, em face da possibilidade criada pelo artigo 30 da Lei 12.431/11, a compensação teria que correr ante o Poder Judiciário, ou administrativamente com habilitação e desistência da execução do título judicial; assim ementado: “a compensação de débitos perante a Fazenda Pública Federal com créditos provenientes de precatórios,

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por iniciativa do sujeito passivo, somente será possível mediante o cumprimento dos requisitos previstos em normas infralegais expedidas pela Receita Federal do Brasil, uma vez que não há previsão legal para tal desiderato na esfera administrativa”. O boletim jurídico da BornHallmann Auditores Associados é enviado gratuitamente para clientes e usuários cadastrados. Para cancelar o recebimento, favor remeter e-mail informando “CANCELAMENTO” no campo assunto para: <[email protected] >.