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Página 1 de 16 NOTÍCIAS FISCAIS Nº 3.425 BELO HORIZONTE, 20 DE OUTUBRO DE 2016. "Você precisa ser a mudança que quer ver no mundo.” Gandhi COPOM REDUZ A TAXA SELIC PARA 14,00% AO ANO ....................................................................... 2 ESTADOS DEVEM RESTITUIR ICMS PAGO A MAIS EM SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA.............. 3 SUPREMO CONFIRMA PAGAMENTO DE COFINS POR ESCRITÓRIOS............................................. 5 PF INVESTIGA FRAUDE COM CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS .................................................................... 6 ESCOLAS NACIONAIS E INTERNACIONAIS SE ASSOCIAM PARA ATENDER CONTADORES..... 6 STJ: PLANO DE SAÚDE NÃO PODE PEDIR CARÊNCIA DE DEMITIDO SEM JUSTA CAUSA ........ 8 TERMO DE COOPERAÇÃO ENTRE SEFAZ, PGE E MP-AM REFORÇA COMBATE A CRIMES TRIBUTÁRIOS NO AMAZONAS ................................................................................................................... 9 PRAZO PARA ADESÃO AO REGIME DE REGULARIZAÇÃO DE ATIVOS TERMINA EM 31 DE OUTUBRO....................................................................................................................................................... 10 RETOMADO JULGAMENTO SOBRE IMUNIDADE TRIBUTÁRIA PARA ENTIDADES BENEFICENTES ............................................................................................................................................. 11 PROCESSO JUDICIAL TRIBUTÁRIO É TEMA DO SEGUNDO PAINEL NO SEMINÁRIO ............. 12 INCIDE IPI SOBRE PRODUTOS IMPORTADOS QUE NÃO SOFRERAM INDUSTRIALIZAÇÃO 13 EMPRESAS PODEM RECUPERAR PIS E COFINS PAGOS EM IMPORTAÇÕES ............................. 13 MERCADORIA QUE SOFRE PENA DE PERDIMENTO NÃO PODE SER TRIBUTADA ................. 14 PRODUTORES RURAIS E RECUPERAÇÃO JUDICIAL ......................................................................... 15

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NOTÍCIAS FISCAIS Nº 3.425 BELO HORIZONTE, 20 DE OUTUBRO DE 2016.

"Você precisa ser a mudança que quer ver no mundo.”

Gandhi

COPOM REDUZ A TAXA SELIC PARA 14,00% AO ANO ....................................................................... 2

ESTADOS DEVEM RESTITUIR ICMS PAGO A MAIS EM SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA .............. 3

SUPREMO CONFIRMA PAGAMENTO DE COFINS POR ESCRITÓRIOS ............................................. 5

PF INVESTIGA FRAUDE COM CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS .................................................................... 6

ESCOLAS NACIONAIS E INTERNACIONAIS SE ASSOCIAM PARA ATENDER CONTADORES ..... 6

STJ: PLANO DE SAÚDE NÃO PODE PEDIR CARÊNCIA DE DEMITIDO SEM JUSTA CAUSA ........ 8

TERMO DE COOPERAÇÃO ENTRE SEFAZ, PGE E MP-AM REFORÇA COMBATE A CRIMES TRIBUTÁRIOS NO AMAZONAS ................................................................................................................... 9

PRAZO PARA ADESÃO AO REGIME DE REGULARIZAÇÃO DE ATIVOS TERMINA EM 31 DE OUTUBRO ....................................................................................................................................................... 10

RETOMADO JULGAMENTO SOBRE IMUNIDADE TRIBUTÁRIA PARA ENTIDADES BENEFICENTES ............................................................................................................................................. 11

PROCESSO JUDICIAL TRIBUTÁRIO É TEMA DO SEGUNDO PAINEL NO SEMINÁRIO ............. 12

INCIDE IPI SOBRE PRODUTOS IMPORTADOS QUE NÃO SOFRERAM INDUSTRIALIZAÇÃO 13

EMPRESAS PODEM RECUPERAR PIS E COFINS PAGOS EM IMPORTAÇÕES ............................. 13

MERCADORIA QUE SOFRE PENA DE PERDIMENTO NÃO PODE SER TRIBUTADA ................. 14

PRODUTORES RURAIS E RECUPERAÇÃO JUDICIAL ......................................................................... 15

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Copom reduz a taxa Selic para 14,00% ao ano

Fonte: Banco Central do Brasil. O Copom decidiu, por unanimidade, reduzir a taxa Selic para 14,00% a.a., sem viés. O cenário básico do Copom pode ser resumido pelas seguintes observações: O conjunto dos indicadores divulgados desde a última reunião do Copom sugere atividade econômica um pouco abaixo do esperado no curto prazo, provavelmente em virtude de oscilações que normalmente ocorrem no atual estágio do ciclo econômico. A evidência disponível é compatível com estabilização recente da economia brasileira e possível retomada gradual da atividade econômica. A economia segue operando com alto nível de ociosidade; No âmbito externo, o cenário ainda apresenta interregno benigno para economias emergentes. No entanto, as incertezas sobre o crescimento da economia global e, especialmente, sobre a normalização das condições monetárias nos EUA persistem; A inflação recente mostrou-se mais favorável que o esperado, em parte em decorrência da reversão da alta de preços de alimentos; As expectativas de inflação apuradas pela pesquisa Focus para 2017 recuaram para em torno de 5,0% desde o último Copom e do Relatório de Inflação (RI) do terceiro trimestre, e seguem acima da meta para a inflação, de 4,5%. As expectativas para 2018 e horizontes mais distantes já se encontram em torno desse patamar; e As projeções do Copom para a inflação de 2016 nos cenários de referência e mercado recuaram desde a divulgação do último RI e encontram-se em torno de 7,0%. No horizonte relevante para a condução da política monetária, o comportamento das projeções em relação ao RI mais recente variou conforme o cenário. No cenário de referência, a projeção para 2017 recuou para aproximadamente 4,3%, enquanto que a projeção para 2018 encontra-se em torno de 3,9%. No cenário de mercado, a projeção para 2017 manteve-se praticamente inalterada em torno de 4,9% e a projeção para 2018 aumentou para aproximadamente 4,7% – ambas acima da meta para a inflação para esses dois anos-calendário, de 4,5%. O Comitê identifica os seguintes riscos domésticos para o cenário básico para a inflação: Por um lado, (i) o processo de aprovação e implementação dos ajustes necessários na economia é longo e envolve incertezas; (ii) o período prolongado com inflação alta e com expectativas acima da meta ainda pode reforçar mecanismos inerciais e retardar o processo de desinflação; (iii) há sinais de pausa recente no processo de desinflação dos componentes do IPCA mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária, o que pode sinalizar convergência mais lenta da inflação à meta; e Por outro lado, (iv) a inflação mostrou-se mais favorável no curto prazo, o que pode sinalizar menor persistência no processo inflacionário; (v) o nível de ociosidade na economia pode produzir desinflação mais rápida do que a refletida nas projeções do Copom; (vi) os primeiros passos no processo de ajustes necessários na economia foram positivos, o que pode sinalizar aprovação e implementação mais céleres que o antecipado.

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Considerando o cenário básico, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu, por unanimidade, pela redução da taxa básica de juros para 14,00% a.a., sem viés. O Comitê entende que a convergência da inflação para a meta para 2017 e 2018 é compatível com uma flexibilização moderada e gradual das condições monetárias. O Comitê avaliará o ritmo e a magnitude da flexibilização monetária ao longo do tempo, de modo a garantir a convergência da inflação para a meta de 4,5%. A magnitude da flexibilização monetária e uma possível intensificação do seu ritmo dependerão de evolução favorável de fatores que permitam maior confiança no alcance das metas para a inflação no horizonte relevante para a condução da política monetária, que inclui os anos-calendário de 2017 e 2018. O Comitê destaca os seguintes fatores domésticos: (i) que os componentes do IPCA mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica retomem claramente uma trajetória de desinflação em velocidade adequada; e (ii) que o ritmo de aprovação e implementação dos ajustes necessários na economia contribuam para uma dinâmica inflacionária compatível com a convergência da inflação para a meta. O Comitê avaliará a evolução da combinação desses fatores. Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Ilan Goldfajn (Presidente), Anthero de Moraes Meirelles, Carlos Viana de Carvalho, Isaac Sidney Menezes Ferreira, Luiz Edson Feltrim, Otávio Ribeiro Damaso, Reinaldo Le Grazie, Sidnei Corrêa Marques e Tiago Couto Berriel.

Estados devem restituir ICMS pago a mais em substituição tributária

Fonte: Valor Econômico. O Supremo Tribunal Federal (STF) definiu ontem uma questão que poderá afetar o caixa dos Estados. Os ministros entenderam que os governos estaduais são obrigados a devolver o ICMS recolhido a mais por meio do sistema de substituição tributária, quando um produto for comercializado ao consumidor final abaixo do valor fixado pela Fazenda (presumido). Porém, abriram a possibilidade de os Estados cobrarem uma diferença quando a quantia antecipada for menor. Isso significa que os valores presumidos e recolhidos de forma antecipada não serão mais definitivos. A tese muda entendimento que vinha sendo seguido pela Corte desde 2002. A jurisprudência, até então, era que a restituição seria devida somente nos casos em que a operação presumida não tivesse se concretizado. O precedente, julgado em repercussão geral, deve orientar todos os litígios pendentes e os casos futuros. Estavam sobrestados cerca de 1,3 mil processos sobre o tema. A matéria retornou à pauta em sessão extraordinária ocorrida na manhã de ontem - para compensar o feriado de 12 de outubro - e foi concluída no período da tarde. No regime de substituição tributária, a companhia antecipa o pagamento do imposto para todas as empresas que fazem parte da cadeia produtiva. Caso, por exemplo, dos setores de automóveis, bebidas, combustíveis e farmacêutico. O cálculo do tributo se baseia em um valor de venda pré estipulado (presumido). Por essa razão é que se discutiu se o contribuinte teria direito à diferença quando o produto é comercializado abaixo do valor presumido. Especialistas na área acreditam que esse novo

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entendimento do STF pode provocar duas situações: queda de arrecadação por Estados que não previam essa situação - São Paulo e Pernambuco seriam os únicos que já estariam adequados à nova jurisprudência - e também um aumento da quantidade de litígios sobre o tema. "Dificilmente a base de cálculo presumida será semelhante à real, de maneira que em praticamente todas as operações deverá ocorrer um acerto de contas", disse o tributarista Sergio Villanova Vasconcelos, do escritório Peixoto & Cury Advogados. "Nesse cenário, precisamos observar como os Fiscos estaduais vão reagir a essa decisão e ajustar a legislação fiscal para se adequar às novas regras." As regras da substituição tributária, segundo o advogado Douglas Mota, do escritório Demarest, são baseadas por percentuais utilizados com base em pesquisas que os Estados fazem e costumam ter margem de valor agregado muito alta. "Isso significa que pode acontecer de muitos valores terem que ser devolvidos. Então, o impacto talvez seja a redução da arrecadação", afirmou. "Essa decisão tem o poder de equalizar a carga tributária." O caso analisado pelos ministros do Supremo envolve a empresa Parati Petróleo e o Estado de Minas Gerais. Chegou à Corte depois de a empresa contestar acórdão do Tribunal de Justiça mineiro (TJMG), que havia julgado pela impossibilidade da restituição dos valores recolhidos. No Supremo, o placar foi de sete votos em favor da mudança de jurisprudência e três contrários. Posicionaram-se pela possibilidade de restituição ou complementação dos valores presumidos o relator, Edson Fachin, e os ministros Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux, Marco Aurélio, Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski. A discussão se deu com relação ao parágrafo 7º do artigo 150 da Constituição. O dispositivo estabelece a restituição nos casos em que não se realiza o fato gerador presumido. A maioria dos ministros entendeu que o fato gerador presumido não se concretiza quando não é realizado, mas também nos casos em que existe diferença entre o que foi pago de forma antecipada e o valor real. A tese estaria, então, contemplada pelo que determina a Constituição. O ministro Edson Fachin complementou, na sessão de ontem, que a Constituição Federal também não autoriza o Estado a cobrar tributos a mais. "Não se pode preservar o enriquecimento sem causa, seja de um lado ou do outro", disse. Para o ministro Teori Zavascki, que abriu a divergência, porém, o entendimento que permite a modificação de valores estaria esvaziando o conceito da substituição tributária. "Se estará inviabilizando o próprio instituto", afirmou. Segundo Zavascki, a substituição tributária tem caráter prático porque facilita a fiscalização de setores difíceis de monitorar. O ministro Dias Toffoli seguiu o voto divergente por entender que traria mais segurança jurídica. "É uma solução mais prática e entendo que traz menos conflituosidade e pacifica o tema", afirmou durante o julgamento. Já o ministro Gilmar Mendes considerou a questão da crise financeira enfrentada pelos Estados. "Vamos desarrumar um sistema que funciona. E não é o momento de acender um fósforo pra ver se tem gasolina no tanque." Em defesa da mudança, o ministro Luís Roberto Barroso rebateu ao afirmar que a legislação de São Paulo - que prevê a restituição dos valores pagos a mais - está vigente desde 2006.

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Os ministros estariam, neste caso, não mudando a jurisprudência, mas modulando algo que já é feito por alguns Estados. "Se é possível apurar o que é real, e é possível porque Estados editaram lei nesse sentido, não se pode tributar em definitivo o presumido", enfatizou. Barroso afirmou ainda que não vê riscos ao sistema. A lei de São Paulo referida pelo ministro Barroso e a lei de Pernambuco, que também trata do sistema de restituição, foram objeto de duas ações diretas de inconstitucionalidade (Adins) - paradas desde 2010 para serem julgadas em conjunto com o recurso em repercussão geral analisado ontem. Para as Adins, porém, faltava o voto do ministro Barroso e ele se manifestou pela constitucionalidade de ambas.

Supremo confirma pagamento de Cofins por escritórios

Fonte: Valor Econômico. O Supremo Tribunal Federal (STF), oito anos após ter decidido que os escritórios de advocacia e demais sociedades civis devem recolher Cofins, reafirmou que a contribuição retroativa é devida - o que valeria para os cinco anos anteriores ao julgamento do caso, em 2008. Os ministros julgaram embargos de declaração da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e da Savoi e Cabral Advogados que questionavam o quórum necessário para definir a partir de quando seria aplicada a decisão (modulação). Em 2008, quando os ministros decidiram que a Cofins era devida, entenderam ser necessário oito votos favoráveis à tese para a aprovação da modulação, o que não ocorreu no caso na época o placar foi de cinco votos a cinco, por estar ausente a ministra Ellen Gracie. A OAB, porém, defendia que a maioria simples seria suficiente e que houve um empate no julgamento. A maioria dos ministros, porém, rejeitou o recurso. O ministro Teori Zavascki ressaltou que o processo já havia sido finalizado com o entendimento de que não seria necessário o voto de Ellen Gracie, já que seria preciso oito votos para a modulação. Por esse motivo, na avaliação de Zavascki, o recurso deveria ser rejeitado. Votaram a favor do acolhimento do recurso a relatora, ministra Rosa Weber e os ministros Edson Fachin e Ricardo Lewandowski. Para Rosa Weber, o artigo 27 da Lei nº 9.869, de 1998, ao tratar da modulação, prevê que o quórum de dois terços é aplicável quando se trata de declaração de inconstitucionalidade da lei, o que não teria sido o caso. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) chegou a editar uma súmula com o entendimento de que o tributo não seria devido. Em setembro de 2008, no entanto, o Supremo declarou a constitucionalidade da cobrança da Cofins dessas sociedades, mas não aplicou a modulação. Esse foi, portanto, o último recurso do contribuinte para tentar evitar a cobrança de valores antigos. Com base na decisão do Supremo de 2008, a Procuradoria-geral da Fazenda Nacional (PGFN) passou a cobrar dos escritórios o pagamento da contribuição referente aos últimos cinco anos anteriores ao julgamento. Mesmo as bancas que já possuíam decisões judiciais finalizadas, afastando a incidência do tributo, têm perdido a discussão. O Judiciário tem

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autorizado a cobrança retroativa da Cofins por meio das chamadas ações rescisórias, propostas pela Fazenda Nacional.

PF investiga fraude com créditos tributários

Fonte: Valor Econômico. A Polícia Federal deflagrou ontem a Operação Java, que investiga fraudes nas compensações de créditos tributários com a Receita Federal. A expectativa era de cumprimento de 42 mandados judiciais no Distrito Federal e nos Estados de Bahia, Goiás, Pará, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo. Doze deles são de prisão temporária, 12 de condução coercitiva e 18 de busca e apreensão. Segundo a PF, a suposta organização criminosa usava créditos fantasmas para pagar dívidas de empresas por meio do programa PER/DCOMP (Pedido Eletrônico de Restituição, Ressarcimento ou Reembolso e Declaração de Compensação). Os investigadores estimam que, por meio desse esquema, empresas que usaram os serviços dessa organização criminosa deixaram de pagar mais de R$ 100 milhões. Uma das companhias, segundo a PF, tinha uma dívida mais de R$ 19 milhões que não foi quitada. Com isso, as empresas conseguiram documentos que permitiam a elas participar de licitações, como certidões negativas de débitos, mesmo com dívidas em aberto. "Empresas que tinham interesse em comprar créditos falsos para quitar seus débitos fiscais procuravam esses falsários que ofereciam compensações fraudulentas para a Receita Federal", explicou o delegado João Thiago Pinho, um dos responsáveis pela investigação. Segundo os investigadores, grande parte das empresas que usou esses serviços eram terceirizadas que ofereciam trabalhos a órgãos públicos. O delegado afirmou que uma das consequências da atuação do grupo foi a diminuição na arrecadação federal em agosto deste ano.

Escolas nacionais e internacionais se associam para atender contadores

Fonte: Valor Econômico. A globalização e a informatização dos controles contábeis transformaram o cargo de contador em profissão complexa e disputada. O contabilista ganhou visibilidade, mas a internacionalização e a rápida renovação dos sistemas e regras passaram a exigir atualização permanente. O que se assiste, em decorrência, é uma corrida aos cursos preparatórios e de certificação onde os professores devem estar antenados com regras nacionais e internacionais. A qualificação, de um modo geral, proporciona ao profissional atuar em áreas específicas e torna-se um trunfo competitivo no mercado de trabalho e de salários. Nessa empreitada, os MBAs tornaram-se uma ferramenta importante para as instituições de ensino que, de sua parte, tem procurado chancelas de instituições internacionais e assim atrair um número cada vez maior de interessados. As instituições sabem que estão diante de um grande mercado. Segundo o Sindicato dos Contabilistas de São Paulo (SindcontSP), dos 83 mil profissionais associados, apenas 45%

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estão se preparando para obter a certificação do IFRS. Menos de 30% dos 530 mil contabilistas do país detém esse tipo de certificação. IFRS é a sigla em inglês para International Financial Reporting Standards, ou Normas e Padrões Internacionais de Contabilidade. Jair Gomes de Araújo, presidente do SindcontSP, conta que o sindicato tem buscado avançar na capacitação de seus filiados permitindo aos profissionais se estruturarem melhor na vida profissional. “Com a globalização, é necessário ser um profissional tecnicamente preparado para fazer uma contabilidade e atender o mercado internacional, que é muito exigente, principalmente, no quesito transparência”, observa Araújo. A Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeira (Fipecafi) está entre as instituições que têm clara a necessidade de andar a passos largos especialmente em momentos como este que o país atravessa. “Quando existe uma situação híbrida de transição, e hoje o país vive essa transição, as empresas passam a olhar o profissional com mais rigor. Não basta ter uma licença do exercício profissional”, afirma Edgard Cornacchione, professor da Fipecafi. O mercado, reforça, passou a valorizar outras credenciais. “É preciso uma especialização nessa nova realidade de como fazer demonstrações financeiras, alinhadas com as Normas e Padrões Internacionais de Contabilidade”, diz. Em parceria com a inglesa Association of Chartered Certified Accountants (ACCA), uma das mais reconhecidas certificadoras mundiais de executivos de alto escalão em finanças, controladoria e contabilidade, a Fipecafi oferece desde a primeira semana de outubro um MBA com foco na certificação ACCA. A certificação, informa a escola, inclui não apenas conhecimentos de IFRS, mas todos os processos necessários para assumir as posições de Controller e Chief Financial Officer, CFO (diretor financeiro) em empresas multinacionais ou nacionais de grande porte no Brasil ou no exterior. “O curso MBA/IFRS/online conta com uma turma de 37 alunos e tem duração de 18 meses. Dedica um módulo direcionado para a certificação ACCA e contempla um forte conjunto de disciplinas específicas da área de IFRS”, detalha Cornacchione. O público alvo são profissionais das áreas de contabilidade, mas não é um requisito, ressalva o professor. “A meta é fomentar e estimular um upgrade na qualificação profissional”, diz. Edilene Santana dos Santos, professora e coordenadora do mestrado em finanças e controladoria da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGVEaesp) implantou o mestrado profissional em finanças e controladoria em parceria também com a ACCA. “Os alunos do curso da FGV poderão eliminar a necessidade de fazer até nove das 14 provas necessárias para a Certificação Plena da ACCA”, afirma. A primeira turma do mestrado profissional com ênfase em finanças e controladoria, que teve início em agosto de 2016, tem conclusão prevista para o final de 2017 e conta com cerca de 30 alunos em dois turnos. “Essa certificação difere das demais certificações por causa de maior abrangência. O Brasil é carente desse perfil de profissional especializado em finanças e controladorias com certificação em ACCA”, reforça Edilene. A certificação aborda temas como governança corporativa, análise de negócios e ética. Com o acordo, alunos dos cursos de graduação e

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mestrado da FGVEaesp terão isenção em alguns módulos do programa, mas a certificação é aberta para qualquer profissional, independente do nível de formação.

STJ: Plano de saúde não pode pedir carência de demitido sem justa causa

Fonte: Valor Econômico. A operadora não pode exigir prazo de carência de exdependente de plano de saúde após demissão sem justa causa do titular, se é contratado o mesmo plano de saúde, ainda que em categoria diversa. Assim decidiu a 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), por unanimidade. A carência é o período ininterrupto, contado a partir da data de início da vigência do contrato, durante o qual o contratante paga as mensalidades, mas ainda não tem acesso a determinadas coberturas. A Turma julgou recurso de uma operadora de plano de saúde contra decisão da Justiça paulista que desobrigou uma mulher de cumprir prazos de carência para atendimento médico. A mulher usava o plano coletivo empresarial por ser dependente do marido. Com a demissão dele, contrataram outro plano da mesma operadora, mas coletivo por adesão. Porém, ao procurar atendimento médico pelo novo plano, a operadora exigiu o cumprimento do prazo de carência. A mulher ajuizou ação para anular a cláusula contratual que a obrigava a cumprir a carência. Argumentou no processo que esse prazo já havia sido cumprido no plano anterior da mesma operadora. Com as decisões favoráveis à mulher na Justiça paulista, a operadora recorreu ao STJ. No voto do relator Villas Bôas Cueva, o ministro salientou que, quando há demissão imotivada, a operadora deve oferecer ao trabalhador e dependentes a prorrogação temporária do plano coletivo ao qual haviam aderido, contanto que paguem integralmente as mensalidades, respeitado o prazo estabelecido em lei: mínimo de seis meses e máximo de 24 meses. O relator ainda considerou que para que o trabalhador demitido e seus dependentes não fiquem desprotegidos, e atendendo à função social do contrato, foi assegurada a portabilidade especial de carências pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Segundo a Resolução Normativa nº 186, de 2009, da ANS, o exempregado demitido ou exonerado sem justa causa ou aposentado, ou seus dependentes no plano, ficam dispensados do cumprimento de novas carências na contratação de novo plano individual ou familiar ou coletivo por adesão, seja na mesma operadora ou em outra, desde que peçam a transferência no período garantido pela Lei nº 9.656, de 1998. "Logo, como a recorrida, saindo de sua condição de dependente, promoveu sua transferência para outro plano de saúde ao tempo da prorrogação temporária do plano coletivo empresarial garantido ao beneficiário, está ela protegida pelo instituto da portabilidade especial, sendo dispensado o cumprimento de novo período de carência, a permitir, desse modo, a cobertura imediata dos serviços de assistência prénatal e obstétrica", disse Cueva em seu voto, que foi seguido pelos demais da Turma.

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Termo de cooperação entre Sefaz, PGE e MP-AM reforça combate a crimes tributários no Amazonas

Fonte: SEFAZ/MG. A investigação, o combate e a cobrança de impostos sonegados em ações criminosas ganharão agilidade e um maior poder de ação com a assinatura do termo de cooperação técnica assinado nesta quarta-feira (dia 19), entre a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz-AM), Procuradoria Geral do Estado (PGE) e o Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM). Com a medida, destacada pelo Procurador-Geral de Justiça, Fábio Monteiro, como uma firme disposição do Governo do Amazonas em intensificar o combate à evasão fiscal e demais crimes decorrentes das ações de empresas, por exemplo, de fachada, um grupo de trabalho foi constituído com um representante de cada órgão envolvido. “Com essa cooperação, estamos aprimorando os mecanismos de controle, visando obter maior justiça fiscal, combatendo aqueles que querem usar o imposto como diferencial competitivo de forma criminosa”, destacou o secretário da Fazenda, Afonso Lobo, que assinou o termo em conjunto com o procurador Fábio Monteiro e a Procuradora Geral do Estado (PGE), Heloysa Simonetti. O secretário da Fazenda informa que aproximadamente R$ 2 bilhões em dívidas tributárias estão inscritas na dívida ativa do Estado, para a cobrança pela PGE. A partir de agora, explica Afonso Lobo, o órgão não só cobrará os valores devidos, como também encaminhará ao MPE os casos com indícios de delitos para serem ajuizados penalmente. A procuradora Heloysa explica que a parceria de forma mais próxima com o MPE tornará essa cobrança mais eficiente. “Essa maior sinergia sempre foi um anseio nosso, para que atuemos de forma mais intensa no combate à evasão fiscal”, destaca a procuradora. Maior poder de investigação O Procurador-geral de Justiça, Fábio Monteiro, destacou que o papel do MPE é ampliar o poder de investigação nos casos com indícios de delitos tributários, uma vez que o órgão, no curso de uma ação penal, pode pleitear a quebra, por exemplo, de sigilo fiscal e telefônico do investigado. “Em muitos casos, não é só o imposto devido que deve ser recolhido ao Estado. Há situações em que empresas abertas com o mesmo CPF ou que simplesmente têm atividades encerradas para não recolher impostos também escondem outros crimes. Muitas vezes são empresas de fachada utilizadas para lavar dinheiro decorrente do tráfico de drogas, entre outras atividades ilegais”, destaca o procurador. Parceria – O secretário da Fazenda destaca que a parceria da Sefaz com a PGE já resultou em significativa recuperação de débitos fiscais para os cofres públicos. Em 2015, relata Afonso Lobo, o trabalho da PGE possibilitou o resgate de cerca de R$ 115 milhões. Ao longo deste ano, fazendo uso da Lei Complementar 152/2015, o Governo do Amazonas conseguiu acessar aproximadamente R$ 350 milhões em depósitos judiciais. São valores devidos ao Estado, mas que seguem sendo questionados na Justiça pelos devedores, autuados em ações de fiscalização e de inteligência fiscal da Sefaz.

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Prazo para adesão ao regime de regularização de ativos termina em 31 de outubro

Fonte: Receita Federal. A Lei nº 13.254, de 13 de janeiro de 2016 estabeleceu o prazo de 31 de outubro para adesão ao Regime Especial de Regularização Cambial e Tributária (RERCT) de recursos, bens ou direitos de origem lícita, não declarados ou declarados incorretamente, remetidos, mantidos no exterior ou repatriados por residentes ou domiciliados no País. O RERCT aplica-se aos residentes ou domiciliados no País em 31 de dezembro de 2014 que tenham sido ou ainda sejam proprietários ou titulares de ativos, bens ou direitos em períodos anteriores a 31 de dezembro de 2014, ainda que, nessa data, não possuam saldo de recursos ou título de propriedade de bens e direitos. A Receita Federal informa que será publicada no DOU de amanhã a Instrução Normativa RFB nº 1.665, que promove as seguintes alterações na Instrução Normativa RFB nº 1.627, que disciplina o RERCT, para: · permitir que a Declaração de Ajuste Anual (DAA) retificadora referente ao ano de 2014 dos contribuintes que aderiram ao programa seja entregue até 31 de dezembro de 2016; · estender o prazo para a obtenção e envio, via SWIFT, das informações disponíveis em instituição financeira estrangeira e relativas aos ativos financeiros não repatriados de valor global superior a US$ 100.000,00. O prazo para apresentação do requerimento do contribuinte à instituição financeira estrangeira expira em 31 de outubro de 2016, enquanto o prazo para resposta da instituição financeira estrangeira à instituição financeira no Brasil é estendido para 31 de dezembro de 2016; · estabelecer, para trazer mais segurança aos contribuintes que aderirem à regularização, que a exclusão do programa será precedida de intimação para esclarecimentos; e · dispensar o contribuinte que aderiu ao RERCT de informar o número do recibo da DERCAT na DAA retificadora. Para aderir ao RERCT, o contribuinte deverá apresentar a DERCAT – Declaração de Regularização Cambial e Tributária” até 31 de outubro e efetuar o pagamento integral do imposto e da multa correspondente até a mesma data. Até o início da manhã de hoje haviam sido recepcionadas 9.195 Dercat de pessoas físicas e 34 Dercat de pessoas jurídicas, totalizando R$ 61,3 bilhões de recursos regularizados e R$ 18,6 bilhões de imposto e multa decorrentes da regularização. A Receita Federal alerta aos interessados na regularização cambial e tributária para não deixarem para fazer a opção nos últimos dias. Para mais informações, a Receita Federal disponibilizou em seu sítio na internet um conjunto de perguntas e respostas que visa auxiliar os contribuintes sobre a forma de declarar e outras orientações sobre o programa. Estas orientações, denominadas “Dercat – Perguntas e Respostas”, podem ser obtidas aqui.

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Retomado julgamento sobre imunidade tributária para entidades beneficentes

Fonte: STF. O Plenário do Supremo Tribunal Federal retomou nesta quarta-feira (19) o julgamento dos processos que discutem a constitucionalidade das leis que regulamentam a imunidade tributária para entidades beneficentes de assistência social, prevista no artigo 195, parágrafo 7º, da Constituição. A matéria é tratada nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) 2028, 2036, 2228 e 2621 e, ainda, no Recurso Extraordinário (RE) 566622, com repercussão geral reconhecida. Após os votos dos ministros Teori Zavascki, Rosa Weber, Luiz Fux, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski, o julgamento foi interrompido por pedido de vista do ministro Marco Aurélio, nas ADIs. As ações, movidas por hospitais e entidades de classe da área de ensino e saúde, questionam as exigências introduzidas pela Lei 9.732/1998 no artigo 55 da Lei 8.212/1991 (Lei da Seguridade Social) para a concessão da imunidade, como a necessidade de os hospitais ofertarem um mínimo 60% dos serviços ao Sistema Único de Saúde (SUS). As entidades alegam que a norma, além de ofender os princípios constitucionais do direito adquirido e do ato jurídico perfeito, teria ainda inconstitucionalidade formal, pois a matéria seria reservada a lei complementar, e não ordinária. O julgamento havia sido interrompido em 2014 por pedido de vista do ministro Teori Zavascki. Naquela sessão, os ministros Joaquim Barbosa (aposentado), relator das ADIs, Cármen Lúcia e Luís Roberto Barroso votaram pela procedência parcial das ações, entendendo que as alterações nas regras relativas ao poder de tributar não poderiam ter sido introduzidas por lei ordinária, mas por lei complementar, em conformidade com o artigo 146, inciso II, da Constituição Federal. Divergência Ao trazer voto-vista na sessão extraordinária realizada na manhã de hoje, o ministro Teori divergiu parcialmente do entendimento dos ministros que já votaram, no sentido da procedência total dos questionamentos apresentados nas ADIs 2028 e 2036. Com relação às ADIs 2228 e 2621, seu voto foi pela procedência parcial. A proposta apresentada por ele em relação a todas as ações foi no sentido de fazer uma distinção entre os aspectos meramente procedimentais das entidades beneficentes, passíveis de regulamentação por meio de lei ordinária, e a definição do modo de atuação beneficente, a ser regulado por lei complementar. Na sequência do julgamento, na sessão ordinária realizada à tarde, a ministra Rosa Weber e os ministros Luiz Fux, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski seguiram a divergência aberta pelo ministro Teori. Recurso Extraordinário O voto-vista do ministro Teori tratou também do RE 566622, de relatoria do ministro Marco Aurélio, que começou a ser julgado em 2014, juntamente com as ADIs. No caso, a Sociedade Beneficente Parobé questiona decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) com base nos mesmos argumentos apresentados pelas autoras das ADIs, no sentido de que a regulamentação das exigências legais para a concessão da imunidade tributária não poderia ser feita por lei ordinária.

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Na ocasião, o ministro Marco Aurélio votou pelo provimento do recurso, entendendo que, até a edição de lei complementar, as regras aplicáveis ao caso são as constantes do artigo 14 do Código Tributário Nacional (CTN), que estabelecem como condição para a imunidade tributária e previdenciária, basicamente, não haver distribuição de patrimônio e rendas e haver a reaplicação dos resultados em suas atividades. Ele foi acompanhado pelos ministros Joaquim Barbosa, Cármen Lúcia e Roberto Barroso. O ministro Teori estendeu ao RE 566622 o entendimento adotado nas ADIs, e votou pelo seu desprovimento, considerando válida a decisão do TRF-4, no sentido de que não há inconstitucionalidade na mudança das regras por meio de lei ordinária. Para efeitos de repercussão geral, o ministro sugeriu a tese de que a reserva de lei complementar aplicada à regulamentação da imunidade tributária prevista no artigo 195, parágrafo 7º da Constituição se limita à definição de contrapartidas a serem observadas para garantir a finalidade beneficente dos serviços prestados pelas entidades de assistência social. O procedimento de habilitação dessas entidades pode ser positivado por lei ordinária. Também em relação ao RE, o voto do ministro Teori foi seguido pela ministra Rosa Weber e pelos ministros Luiz Fux, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski.

Processo judicial tributário é tema do segundo painel no seminário

Fonte: STJ. O segundo painel do seminário Os 50 Anos do Código Tributário Nacional, com o tema O CTN e o processo judicial tributário, na tarde desta quarta-feira (19), teve como palestrante a professora Misabel Derzi, da Universidade Federal de Minas Gerais. As ministras do STJ Regina Helena Costa e Assusete Magalhães foram, respectivamente, debatedora e presidente da mesa. A ministra Assusete iniciou as discussões fazendo um panorama a respeito do crescimento das demandas judiciais a partir da Constituição de 1988 e ressaltando que, muitas vezes, os órgãos judiciais não estão preparados para esse aumento. “Todos aqueles que militam com o direito antes da Constituição de 88 e após perceberam perfeitamente o aumento da procura do Poder Judiciário pela sociedade brasileira, o que é uma boa coisa, mas isso se reflete também no agigantamento da demanda para a qual muitas vezes as nossas instituições judiciárias não estão preparadas”, disse. Em seguida, a professora Mizabel Derzi discorreu a respeito da proibição da criação de analogias para a exigência de tributos não previstos em lei. “A proibição de criar tributos por analogia está clara no artigo 108 do CTN”, afirmou. A palestrante destacou a importância de o juiz sempre buscar analisar conjuntamente em suas decisões as questões de fato e de direito: “Não é suficiente para uma decisão correta e justa invocar a lei ou meramente citar o precedente, é preciso buscar a fundamentação do precedente e demonstrar a sua aplicabilidade ao caso concreto. ” A ministra Regina Helena questionou a palestrante a respeito de como conciliar segurança jurídica e mudanças na jurisprudência e quais seriam os efeitos dessas mudanças. “A partir de quando podemos dizer que esse precedente vai funcionar? Ele deve alcançar os casos à

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luz da orientação anterior? Ou esse precedente deve apenas produzir efeitos pró-futuro?”, questionou a ministra. Mizabel Derzi encerrou com a ponderação de que a decisão em relação à modulação dos efeitos das mudanças jurisprudenciais precisa ser analisada, como dito anteriormente, sempre à luz do caso concreto, da realidade.

Incide IPI sobre produtos importados que não sofreram industrialização

Fonte: TRF 1ª Região. A Sétima Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região negou provimento à apelação da Associação Nacional dos Contribuintes de Tributos (ANTC) contra a sentença da 4ª Vara Federal da Seção Judiciária de Goiás que indeferiu o pedido da parte impetrante que objetiva a declaração da inexigibilidade do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) no mercado interno na revenda de produtos importados que não passaram pelo processo industrial. Em suas alegações, a ANCT sustenta que a exigência de IPI na revenda no mercado nacional sem que haja qualquer processo de industrialização dos produtos de procedência estrangeira configura bitributação e abuso do princípio da capacidade contributiva. Ao analisar o caso, o relator, desembargador federal José Amilcar Machado, entendeu que embora a Turma entenda que neste caso não incide o IPI, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), corte responsável por uniformizar a interpretação da lei federal em todo o Brasil, firmou o entendimento no sentido de permitir nova cobrança do IPI na operação de saída da mercadoria do estabelecimento comercial importador ainda que o produto não tenha sofrido industrialização no Brasil, porque são distintos os fatos geradores: o do desembaraço aduaneiro e o da saída da mercadoria do estabelecimento importador. Diante do exposto, o Colegiado, nos termos do voto do relator, manteve a sentença e negou provimento à apelação. Processo nº: 0012735-51.2015.4.01.3500/GO

Empresas podem recuperar Pis e Cofins pagos em importações

Fonte: Diário do Comércio. O benefício vale para operações realizadas entre 2011 e 2013, período no qual a base de cálculo desses impostos foi considerada irregular pelo Supremo Tribunal Federal O contribuinte que realizou importação entre 2011 e 2013 pode pedir a restituição de valores do Pis e da Cofins pagos a mais nessas operações. Essa possibilidade foi aberta por uma decisão do Supremo Tribunal Federal, que julgou indevida a forma como esses tributos incidiram sobre as importações. A base de cálculo do Pis e da Cofins é onerada pelo Imposto Sobre Circulação de mercadorias e Serviços (ICMS). Essa incidência em cascata – quando um imposto incide sobre outro – é que foi considerada irregular pelos Ministros do Supremo.

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A forma de cálculo dos tributos foi alterada em 2013, quando suas bases de cálculo passaram a considerar apenas o valor aduaneiro da mercadoria. A advogada Beatriz Dainese, sócia da Giugliani Advogados, afirma que o posicionamento do STF favorável ao contribuinte é válido apenas para a incidência de Pis e Cofins em operações de importação. “O ICMS onera a base de cálculo desses tributos em outros tipos de operações. No entanto, ainda não há um posicionamento do Supremo para esses casos gerais”, diz Dainese. Mas a advogada diz que o entendimento favorável ao contribuinte no caso das importações abre um precedente que permite supor que os Ministros do Supremo também considerem irregular a incidência do ICMS na base de cálculo do PIS/Cofins para todo o tipo de operação. COMO REAVER OS VALORES De acordo com Beatriz, o procedimento para recuperar os valores de Pis e Cofins de importações é administrativo. Ou seja, o trâmite é feito junto da Receita Federal, saem a necessidade de acionar a Justiça. É preciso ter em mãos todas as declarações de importação entre 2011 e 2013, além dos comprovantes de pagamento de Pis/Cofins do período. No momento de fazer os cálculos dos valores excedentes pagos é preciso lembrar de fazer a correção pela Selic. Há duas formas de reaver os valores: pedindo sua restituição ou a compensação. A compensação costuma ser mais vantajosa porque é mais rápida. Por essa modalidade, os valores recuperados são usados diretamente para pagar impostos devidos pela empresa.

Mercadoria que sofre pena de perdimento não pode ser tributada

Fonte: Conjur. Os artigos 71, inciso III, e 250, ambos do Regulamento Aduaneiro (Decreto 6.759/2009), vedam expressamente a cobrança de tributos incidentes sobre a importação de mercadoria objeto de pena de perdimento. Por isso, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região confirmou sentença que mandou a União devolver os tributos recolhidos de um lote de tratores importados que sofreram perdimento. O importador, sediado em Curitiba, comprou oito tratores em 2009. Ao chegar na alfândega, a Declaração de Importação foi parametrizada no ‘‘canal vermelho’’ (onde a mercadoria é submetida a verificação e também a exame documental). Constatadas as irregularidades, a Receita Federal apreendeu os veículos e, posteriormente, determinou seu perdimento. Em sede administrativa, a empresa pediu a devolução dos tributos recolhidos daquele lote de máquinas. Como o pedido foi indeferido, ajuizou ação de restituição. O Fisco alega que, com a nacionalização das mercadorias, ocorreu o fato gerador dos tributos. Assim, não pode ser reconhecido o indébito. A sentença foi julgada procedente pela juíza Vera Lúcia Feil Ponciano, da 6ª Vara Federal de Curitiba, e o Fisco, por meio da União, recorreu ao TRF-4. O relator da Apelação na

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2ª Turma, juiz federal convocado Roberto Fernandes Júnior, manteve a sentença, sob o mesmo fundamento da origem — os artigos do Regulamento Aduaneiro. ‘‘Com efeito, a apelante [União] não apresenta, em suas razões recursais, quaisquer fatos novos ou argumentos mais consistentes aptos a infirmar as conclusões do magistrado a quo [que proferiu a sentença na origem].’’ Clique aqui para ler o acórdão.

Produtores rurais e recuperação judicial

Por Thiago Dias Costa para o Valor Econômico. A crise econômica atual certamente não tem facilitado a vida das empresas brasileiras, e um dos setores que mais sofre é o do agronegócio. Segundo dados da Serasa Experian, no primeiro semestre de 2016 houve um aumento de quase 70% nos pedidos de recuperação judicial formulados por empresas do agronegócio, em relação ao mesmo período do ano anterior. É natural que, num cenário de crescente utilização de um instituto jurídico, surjam discussões inéditas nem sempre, infelizmente, enfrentadas com o devido rigor técnico. Nesse contexto, uma discussão que agora desponta diz respeito à possibilidade de pedido de recuperação judicial por produtores rurais, pessoas físicas que, na qualidade de empresários individuais, exercem empresa rural, geralmente integrando o mesmo grupo econômico de outras sociedades empresárias, em geral constituídas e controladas por eles próprios. De acordo com a doutrina jurídica civil, empresa é atividade, e empresário é quem a exerce. Segundo o artigo 966 do Código Civil, o único requisito para ser considerado empresário é exercer atividade empresária. O registro obrigatório, previsto no artigo 967 do Código Civil, é requisito de regularidade da atividade do empresário, mas não para a sua classificação jurídica como empresário. Assim, portanto, é empresário quem exerce atividade empresária, e é empresário regular quem exerce tal atividade após registro. Quem exerce atividade empresarial sem registro não perde a qualidade de empresário mas será considerado, isto sim, um empresário irregular, ficando sujeito às penalidades aplicáveis, sem que, no entanto, sua atividade deixe de ser considerada empresária. Há, porém, uma exceção a esta regra e é exatamente a que diz respeito aos produtores rurais. Segundo o artigo 971 do Código Civil, o registro, para o empresário individual rural, é facultativo sendo que, se for realizado, apenas servirá para dar ao produtor rural direitos equiparados aos dos empresários registrados, mediante a completa aplicação do regime jurídico empresarial. A ausência de registro, no entanto, não torna o produtor rural um não empresário, tampouco um empresário irregular. Tentativas de interpretação contrária não prosperam. Ora, se o próprio Código Civil estabelece que o registro por parte do produtor rural é facultativo, como considerar irregulares aqueles que não o realizam? Nesse sentido, se entenderse que o registro é condição para a regularidade da atividade do produtor rural, então sua situação seria rigorosamente idêntica à de qualquer outro empresário, e, portanto,

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nenhuma utilidade teria o artigo 971 que apenas enunciaria o que já foi dito no artigo 967. Dessa forma, o produtor rural não registrado é considerado um empresário regular. Com o registro, passa a receber a plena aplicação das normas previstas pelo direito empresarial mas, desde antes do registro, e mesmo sem ele, já tem todos os demais direitos que são inerentes a qualquer empresário regular. E dentre tais direitos se encontra, evidentemente, o direito de pedir sua recuperação judicial. Sobre isso, aliás, não há qualquer exigência na Lei nº 11.101/2005 no que diz respeito ao registro prévio do empresário, mas apenas à sua regularidade. O artigo 48 apenas exige que o empresário que pretender pedir recuperação judicial venha exercendo sua atividade de forma regular por pelo menos dois anos. Sabese que o registro é condição de regularidade para todos os demais empresários mas não para o empresário individual, como declara o artigo 971 do Código Civil. Assim, sob o rigor dos artigos 966, 967 e 971 do Código Civil, terá direito à recuperação judicial o produtor rural que prove o exercício de sua atividade empresarial há pelo menos dois anos, independentemente de ser ou não registrado, e contanto que reúna todos os demais requisitos exigidos pela Lei nº 11.101/2005. A circunstância de ser o produtor rural uma pessoa física e não uma pessoa jurídica não deve causar qualquer perplexidade, já que a recuperação judicial é instituto reservado para qualquer empresa, independentemente de seu titular se tratar de pessoa natural ou jurídica. O que se vê, inclusive de decisões judiciais e outras manifestações recentes sobre o tema, é que tentativas de restrição desse direito ao empresário individual se baseiam em visões parciais, motivadas, em geral, pelo preconceito velado de que a utilização da recuperação judicial por pessoas físicas se revestiria qualquer caráter ilícito ou mesmo imoral. Tratase, porém, de visão equivocada e atécnica, que ignora que o real objetivo da Lei nº 11.101/2005 é a proteção da empresa, enquanto atividade, em todas as suas formas, e independentemente de quem seja o seu titular. Seja como for, uma simples análise técnica da questão já é suficiente para derrubar tais argumentos, assegurando aos produtores rurais um direito que lhes é absolutamente legítimo. O boletim jurídico da BornHallmann Auditores Associados é enviado gratuitamente para clientes e usuários cadastrados. Para cancelar o recebimento, favor remeter e-mail informando “CANCELAMENTO” no campo assunto para: <[email protected]>.