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NOTÍCIAS FISCAIS Nº 3.560
BELO HORIZONTE, 10 DE ABRIL DE 2017.
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"O segredo para não ter tédio, pelo menos para mim, é ter ideias."
Eugène Delacroix
INFLAÇÃO DE SERVIÇOS ACELERA EM ABRIL; PREÇOS MONITORADOS TÊM DEFLAÇÃO ................................................ 2
PREVIDÊNCIA: REFORMA PARA SALVAR O FUTURO....................................................................................................... 2
'NOVO REFIS' PODE ELEVAR CONTINGENCIAMENTO, AFIRMA DYOGO .......................................................................... 5
BASE MENOR DE PIS E COFINS JÁ PRODUZ EFEITO ........................................................................................................ 6
OAB QUESTIONA VOTO DE QUALIDADE E FALTA DE PARIDADE NO CARF ...................................................................... 8
STJ FIXARÁ PENALIDADE POR ATRASO NA ENTREGA DE IMÓVEL .................................................................................. 9
COMISSÃO MISTA APROVA MP QUE INSTITUI TAXAS PARA A ZONA FRANCA DE MANAUS ........................................ 11
PIS/COFINS – VEDADO CRÉDITO EM EQUIPAMENTOS PARA DEMONSTRAÇÃO ........................................................... 11
PIS/COFINS – DESCONTO IMEDIATO DE CRÉDITOS NA AQUISIÇÃO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS ........................ 12
TRF1 DESBLOQUEIA VALORES DE EMPRESA DESTINADOS AO PAGAMENTO DE SALÁRIOS .......................................... 13
COMISSÃO ENCERRA VOTAÇÃO DE DESTAQUES À PROPOSTA DA REFORMA DA PREVIDÊNCIA .................................. 15
Sumário
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INFLAÇÃO DE SERVIÇOS ACELERA EM ABRIL; PREÇOS MONITORADOS TÊM DEFLAÇÃO
Fonte: Valor Econômico. RIO DE JANEIRO - A inflação dos serviços acelerou entre março e
abril, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice do setor
subiu 0,49%, após avançar 0,33% um mês antes.
Entre março e abril, o aumento do condomínio passou de 0,23% para 0,32% e o seguro de carro,
de 0,39% para 0,96%. Passagens aéreas ainda aumentaram 15,48%, após recuo de 9,63% e,
março. Outro item importante que subiu mais foi aluguel residencial, que passou de 0,15% para
0,23% de elevação.
Por outro lado, alimentação fora do domicílio reduziu o ritmo de alta no período, indo de 0,41%
para 0,38%.
Registraram deflação em abril itens relacionados a lazer, como ingresso para jogo (de -4,09%
para -2,84%), boate (de -2,10% para -0,10%), excursão (de -0,67% para -2,91%).
Em 12 meses, a inflação de serviços suavizou de 6,05% em março para 5,96%, em abril.
No caso dos preços monitorados, saíram de aumento de 0,48% em março para queda de 0,60%
em abril, influenciado pela redução na conta de luz no mês. Energia elétrica (de 4,43% para -
6,39%) contribuiu com recuo de 0,22 ponto percentual para a inflação de 0,14% do período. Já
o gás de botijão saiu de 1,13% para 2,63% de alta.
Subiram mais água e esgoto, de 0,12% para 0,24%, ônibus urbano, de 0,31% para 0,69% e gás
encanado, de 0,10% para 0,14%, Com queda menos marcada, apareceram gasolina, de recuo
de 2,21% para baixa de 1,75%; e óleo diesel, de decréscimo de 1,38% para diminuição de 0,74%.
Em 12 meses, os preços monitorados saíram de alta de 5,60% para 4,25%.
PREVIDÊNCIA: REFORMA PARA SALVAR O FUTURO
Fonte: Valor Econômico. Em 2017, a União vai gastar com a previdência dos trabalhadores do
setor privado e a do funcionalismo público R$ 671 bilhões, o equivalente a cerca de 10% do
PIB. Esta montanha de recursos corresponde a 58,6% da receita líquida total do governo neste
ano. O déficit da previdência social deve chegar a R$ 190 bilhões. Já o rombo do regime próprio
de previdência dos servidores públicos federais deve somar R$ 85,2 bilhões. Não estão
contabilizados nesse valor os déficits previdenciários dos municípios e Estados.
O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Mansueto Almeida, informa que
o déficit da previdência tem crescido à ordem de R$ 50 bilhões por ano. Há dez anos, a
previdência já consumia mais de 40% das receitas do governo e, mesmo assim, nada foi feito
para enfrentar ou mesmo minorar o problema. "Se nada for feito, essa participação [do gasto
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previdenciário] seguirá crescendo e, rapidamente, restará basicamente uma opção para financiar
a previdência: trabalhar mais e pagar mais impostos", adverte Jorge Arbache, secretário de
Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento.
O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Mansueto Almeida, informa que
o déficit da previdência tem crescido à ordem de R$ 50 bilhões por ano. Há dez anos, a
previdência já consumia mais de 40% das receitas do governo e, mesmo assim, nada foi feito
para enfrentar ou mesmo minorar o problema. "Se nada for feito, essa participação [do gasto
previdenciário] seguirá crescendo e, rapidamente, restará basicamente uma opção para financiar
a previdência: trabalhar mais e pagar mais impostos", adverte Jorge Arbache, secretário de
Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento.
Esses números deveriam ser razão suficiente para qualquer cidadão, em sã consciência, não dar
ouvidos à propaganda antirreforma promovida pelas centrais sindicais e os sindicatos dos
funcionários públicos. Tirando proveito das redes sociais para fazer terrorismo, espalhar o
pânico e desinformar, os antirreformista têm lançado mão de práticas como a disseminação de
"fake news" (notícias falsas), isto sem falar nas ameaças diretas feitas aos parlamentares que vão
votar a reforma no Congresso.
Os trágicos números da previdência nada têm de ideológico. É fato que o déficit resulta da
existência de critérios complacentes de acesso a benefícios previdenciários no e de uma série
de auxílios concedidos a cidadãos que nunca contribuíram para o INSS, decorrentes do pacto
social inscrito na Constituição de 1988. A reforma em tramitação na Câmara não revoga esse
pacto, mas muda os critérios de acesso.
Quando se afirma que o futuro do Brasil está em jogo na votação da reforma da previdência,
não há exagero algum. "É um enigma a ausência dos jovens nos debates sobre a reforma da
previdência social. Afinal, eles serão, de longe, os maiores beneficiados de uma reforma que
venha a reorganizar a previdência e enfrentar os desafios da sua sustentabilidade financeira",
diz Jorge Arbache, que é economista sênior do Banco Mundial e especialista em temas como
comércio internacional, investimento, produtividade, competitividade, inovação, economia
digital, indústria e serviços.
"Para que possamos criar oportunidades para que os jovens possam participar de forma ativa
das profundas transformações tecnológicas que já estão redesenhando a forma como se geram
riquezas e prosperidade, será preciso aumentar os investimentos públicos em conhecimento,
bandas largas, laboratórios e centros de pesquisa, cidades inteligentes, sistemas modernos de
conexões físicas e virtuais e outras infraestruturas avançadas que coloquem o Brasil no jogo da
competição global", observa ele.
O problema é que, enquanto não se resolve o problema fiscal brasileiro, e este passa
obrigatoriamente pelo enfrentamento do déficit da previdência, não há espaço na agenda
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pública para nenhum dos temas mencionados. Neste ano, por exemplo, o governo federal vai
investir R$ 30 bilhões, menos de um sexto do déficit da previdência social.
Os recursos serão usados em áreas como estradas, portos, ferrovias e energia, todas vitais para
o aumento da produtividade da economia brasileira, mas, como lembra Arbache, relativas a uma
agenda para cuidar do que se deixou de investir no passado. A agenda do futuro fica para depois
ou, sem as reformas, para nunca.
A "herança" previdenciária que será deixada para as próximas gerações é composta de dois
fatores. O primeiro, diz Arbache, é a razão de dependência de idosos, expressa pela divisão da
população com idade acima de 60 anos pela parcela em idade para trabalhar. Quanto maior é a
razão de dependência, maior será o esforço que os trabalhadores terão que fazer para honrar
os benefícios dos que já não trabalham. Em 2005, a razão de dependência era de 9,8 idosos
para cada 100 indivíduos em idade para trabalhar. Em 2015, a razão já havia passado para 14,3.
"O problema é que a razão de dependência vai acelerar rapidamente daqui para frente, e deverá
mais que dobrar nos próximos 20 anos", prevê Arbache.
O segundo fator da "herança" previdenciária são os critérios de acesso aos benefícios. No Brasil,
a idade média de aposentadoria é inferior a 55 anos, faixa incompatível com a mudança
demográfica em curso no país - a expectativa de vida de uma pessoa aos 55 anos já é de 81
anos. Muitos nunca contribuíram para a previdência e outros, muito pouco. O regime de
pensões é extremamente generoso e custa cerca de 3% do PIB por ano, um dos mais altos do
mundo.
"Os funcionários públicos, grupo ao qual pertenço, aposentam-se muito cedo e recebem
aposentadorias elevadas e integrais", critica Arbache. Além disso, as mulheres se aposentam
mais cedo e vivem, em média, quatro anos mais - problema que a reforma perpetua ao manter
a diferença -; e algumas carreiras públicas e privadas têm direito a aposentadoria especial,
diminuindo a idade com que se aposentam.
"Se, de um lado, pouco pode ser feito para mitigar os efeitos da mudança demográfica no
tamanho da 'herança' deixada para os jovens, de outro, muito pode ser feito quanto aos critérios
de acesso aos benefícios que afetam aquela 'herança'. E é aqui que a reforma da previdência
pode fazer toda a diferença", argumenta Arbache. "No fundo, o que está na mesa é um 'jogo de
empurra' em que os mais ausentes serão os que provavelmente mais pagarão a conta. O que
temos aqui é uma espécie de conflito distributivo entre gerações."
Por isso, chama atenção o alheamento dos jovens na reforma. A explicação pode estar na
descrença no debate político ou na intuição de que haverá novas reformas no futuro. A baixa
qualidade do debate e a polarização política excessiva, que faz com que uma força política - o
PT, por exemplo - seja contrária hoje a medidas que defendeu quando governava o país, talvez
expliquem a alienação. "Devemos perseguir um princípio básico, simples e democrático: todos
terão que contribuir para a reorganização da previdência", defende Arbache.
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'NOVO REFIS' PODE ELEVAR CONTINGENCIAMENTO, AFIRMA DYOGO
Fonte: Valor Econômico. O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, disse ontem que o
governo pode decidir ampliar o contingenciamento do Orçamento da União este ano caso o
Congresso aprove as alterações no programa de regularização tributária (PRT), conhecido como
"novo Refis", que reduziram a projeção de arrecadação com a iniciativa.
"Esse relatório [do programa de regularização tributária] que foi apresentado não está coerente
com o momento que estamos passando. Você não pode, a essa altura do campeonato, tomar
decisões que impliquem redução de receitas do governo. Da maneira como temos avaliado, [se]
as coisas avançarem dessa maneira, nós teremos que, na verdade, ampliar o contingenciamento
nesse valor aí que a Receita estimou de perda de receita", disse o ministro do Planejamento, em
entrevista após evento sobre gestão de riscos.
A estimativa de técnicos do governo é a de que, com as mudanças no projeto de regularização
tributária aprovadas em comissão mista do Congresso Nacional na semana passada, caia de R$
8 bilhões para até R$ 2 bilhões em 2017 a projeção de arrecadação com o programa. Entre as
mudanças estão o perdão de multas e juros. Em março, o governo anunciou um corte de R$
42,1 bilhões no Orçamento, com o objetivo de garantir o cumprimento da meta fiscal de 2017,
de déficit primário de R$ 139 bilhões para o governo central.
O ministro do Planejamento enfatizou que, a seu ver, "essa questão do Refis [o programa de
regularização tributária] merece ser melhor avaliada pelo Congresso". "A nossa sugestão é que
haja uma alteração desse relatório para que [ele] não provoque esse prejuízo. O governo já está
operando dentro de uma restrição muito dura e os órgãos estão com recursos muito escassos.
Ter uma redução de recursos neste momento é muito grave. Não podemos trabalhar com essa
hipótese", disse.
O ministro afirmou também que, se for mantida a previsão de redução de receitas em função
das mudanças no projeto, o Executivo deverá sugerir veto ao texto.
"Sim, [deveremos sugerir o veto]. Da nossa parte, a avaliação é de que não pode haver redução
de receitas e, havendo essa redução de receitas, sugeriremos o veto das matérias que
provocarem redução de receitas para o governo", afirmou ele.
Oliveira também disse estar otimista no que diz respeito à tramitação da reforma da Previdência
na Câmara dos Deputados. "Acho que a base está começando a compreender as alterações que
foram feitas, o entendimento da matéria. É uma matéria complexa. Vejo com otimismo que as
coisas estão evoluindo bem", disse o ministro.
Para Oliveira, o texto sobre a proposta de reforma da Previdência elaborado pelo deputado
Arthur Maia (PPS-BA) é equilibrado e, embora tenha atendido as principais demandas do
Congresso Nacional, preservou as questões principais da reforma do ponto de vista da sua
estrutura e dos seus impactos nos resultados fiscais do país. "O problema é que hoje temos um
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cenário em que o sistema previdenciário brasileiro está caminhando rapidamente para se tornar
insustentável. Precisamos evitar isso. Essa reforma foi bastante flexibilizada no Congresso, mas
ainda assim nos entrega um resultado importante do ponto de vista do equilíbrio das contas
fiscais", avaliou o ministro.
BASE MENOR DE PIS E COFINS JÁ PRODUZ EFEITO
Fonte: Valor Econômico. Grandes companhias abertas como Gerdau, Natura e Grupo Pão de
Açúcar começaram a reverter, já no balanço primeiro trimestre, as provisões ligadas à disputa
sobre exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da Cofins. O Supremo Tribunal Federal
(STF) decidiu a favor das empresas em março, mas ainda não definiu a partir de quando o
entendimento vale. Conforme levantamento feito pelo Valor entre as empresas que já
divulgaram seus resultados, a siderúrgica Gerdau fez a maior reversão, no total de R$ 1,3 bilhão
incluindo juros, seguida pela fabricante de cosméticos Natura, com R$ 301 milhões, e pela
calçadista Alpargatas, com R$ 198 milhões. O varejista GPA tirou do passivo outros R$ 117
milhões e a fabricante de cerâmicas Portobello, R$ 23 milhões. Apenas esses cinco casos somam
um efeito de quase R$ 2 bilhões para as contas do governo.
A Gerdau disse ao Valor ainda que, desde a decisão, “deixou de provisionar o valor referente a
esses tributos no seu balanço”.
A depender de modulação dos efeitos da decisão pelo STF, empresas podem ter que voltar atrás
A norma contábil exige a constituição de provisão para contingências quando a empresa e seus
assessores jurídicos julgam que é provável que ela tenha que desembolsar caixa para resolver o
contencioso. Em tese, uma decisão de mérito do Supremo seria suficiente para dar segurança
às companhias estornarem esses valores apartados.
Mas assim que o STF publicar o acórdão do julgamento, a Procuradoria-Geral da Fazenda
Nacional (PGFN) deve pedir, além de possíveis embargos, que o STF module os efeitos da
decisão, citando o impacto fiscal da medida nas contas do governo, que pode superar dezenas
de bilhões de reais. A presidente do STF, Carmen Lúcia, sinalizou que o pedido será analisado.
Ao modular o efeito de um julgamento, o STF determina a partir de que momento aquela decisão
se aplica. Entre as opções estão, por exemplo: desde sempre, sem marco inicial; a partir da data
do julgamento com repercussão geral, março de 2017; ou apenas de 2018 em diante, como
desejaria a PGFN – sendo esta última a opção mais inusitada, já que seria uma
inconstitucionalidade pré-datada.
Caso o STF opte por uma solução intermediária, como aplicar o efeito apenas a partir da data
do julgamento, essas provisões revertidas agora teriam que ser constituídas novamente.
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Em nota explicativa do balanço do primeiro trimestre, a Gerdau chama a atenção dos acionistas
para esse risco, ao mesmo tempo em que destaca que possui depósitos judiciais no valor de R$
1,6 bilhão que ainda estão reservados para o caso. Natura, GPA Alpargatas e Portobello não
mencionam o risco de modulação no balanço. Ao Valor, a Natura afirmou que “reavalia
continuamente” a situação de suas contingências passivas.
No caso de o Supremo entender que a decisão deve ter efeito retroativo, advogados entendem
que é possível que não se aplique para todas as empresas, mas somente para aquelas com ação
judicial – o prazo de aproveitamento se iniciaria, então, cinco anos antes do ajuizamento de cada
ação.
Outra solução possível é considerar que os efeitos se iniciem não em 2017, quando foi dada a
repercussão geral, mas em 2014, quando houve a primeira decisão do STF a favor dos
contribuintes nessa disputa em um caso específico.
Para a advogada do CSMV Advogados e professora da FGV Direito, Vanessa Canado, talvez
seja excesso de conservadorismo manter a chance de perda da causa como provável – o que
exige a provisão -, diante da decisão do STF favorável aos contribuintes e da existência de
precedentes do Supremo de não ter adotado modulação em casos semelhantes.
Ela reconhece, contudo, que o STF pode se mostrar sensível diante da conjuntura econômica e
da situação atual das contas públicas. “É um caso típico para se classificar a chance de perda
como possível”, afirma. Pela regra contábil, esse tratamento de perda “possível” exige divulgação
do caso e do valor envolvido em nota explicativa, mas não a constituição da provisão. “É
importante que o risco seja apresentado com transparência ao investidor”, diz Vanessa.
O advogado Breno Ferreira Martins Vasconcelos, do escritório MSV Advogados, diz que tem
orientado seus clientes a aguardar antes de reverter provisões. “Enquanto o STF não definir
como vai modular, é o mesmo que não haver decisão”, afirma, com a ressalva de que algumas
empresas podem ter situações específicas.
Vasconcelos justifica a posição porque o STF já decidiu de todos as maneiras possíveis quando
tratou de modulação. Já não modulou nada, como nos casos da exclusão do ICMS na base de
cálculo de Cofins-Importação, do Finsocial e do Funrural; optou por saídas intermediárias, como
quando julgou restituição de ICMS pago a maior em substituição tributária; e até mesmo já
diferiu a aplicação do entendimento para seis meses após a publicação do acórdão, no processo
envolvendo ICMS de combustíveis.
Conforme uma fonte ouvida pelo Valor sob condição de anonimato, além de uma confiança de
que o caso está decidido, a opção das empresas em reverter as provisões também pode ser uma
forma de pressão sobre o STF.
Logo após o Supremo tomar a decisão de março, com repercussão geral – ou seja, valeria para
todas as companhias -, a postura majoritária entre os advogados tributaristas era de mais
cautela. Eles diziam que as empresas deveriam esperar uma possível modulação antes de
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reverter provisões, e ser ainda mais conservadoras para reconhecer créditos tributários
sobre tributos pagos a mais no passado – já que a contabilidade é mais rigorosa para admitir
registro de ativos decorrentes de contingências do que para permitir o estorno de provisões.
A Alpargatas, por exemplo, disse em nota explicativa que, além da reversão já feita, estima em
mais R$ 300 milhões os créditos tributários que conseguirá recuperar. Mas ainda não registrou
esses valores como ativo no balanço. O GPA também indica que espera ter um benefício
econômico maior, dizendo que “continua em processo de avaliação dos créditos relacionados
ao período coberto por suas ações judiciais”.
A Gerdau disse que analisará possíveis créditos anteriores a 2009 (data em que começou a
recolher o tributo em juízo) após o encerramento do processo no STF.
OAB QUESTIONA VOTO DE QUALIDADE E FALTA DE PARIDADE NO CARF
Fonte: Valor Econômico. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) decidiu enfrentar na Justiça
duas questões que incomodam os contribuintes que levam suas demandas ao Conselho
Administrativo de Recursos Fiscais (Carf): o voto de qualidade e a falta de paridade em
julgamentos. As ações deverão ser ajuizadas na próxima semana.
A falta de paridade foi discutida ontem pelo Pleno da OAB. Os conselheiros decidiram levar a
questão à Justiça Federal por considerar que os contribuintes são prejudicados "de maneira
irreparável" com a falta de conselheiros em julgamentos. A decisão foi unânime.
No fim do ano passado, a entidade já havia definido questionar o voto de qualidade - utilizado
quando há empate - por meio de ação direta de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal
Federal (STF). Nessas situações, cabe ao presidente da turma, que sempre é um representante
da Fazenda, decidir.
De acordo com o procurador tributário da OAB, Luiz Gustavo Bichara, a falta de paridade foi
analisada depois de um pedido da Procuradoria Especial de Direito Tributário da OAB. O órgão
recebeu diversas reclamações de advogados que atuam no Conselho.
O Carf, segundo a Procuradoria, foi concebido como um órgão administrativo paritário, com
representantes da Fazenda e dos contribuintes, para garantir a imparcialidade nos julgamentos.
Mas presidentes de turma têm levado às sessões casos sem observar a composição paritária ou
a convocação de suplentes para vagas em aberto. Para a OAB, nesse caso, a sessão deveria ser
adiada.
Segundo o advogado Tiago Conde, escritório Sacha Calmon, há ao menos duas liminares
deferidas em favor do contribuinte sobre a falta de paridade. Uma delas na 8ª e a outra na 21ª
Vara Federal do Distrito Federal.
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Conde entende como correto o tribunal administrativo manter em funcionamento somente as
turmas que estejam completas, com um total de oito conselheiros (sendo quatro representantes
de cada lado). "É isso o que os contribuintes querem. Porque com as turmas completas é que
se consegue uma discussão realmente aprofundada, que é a característica maior do Carf", diz.
No caso do voto de qualidade já há sentença favorável aos contribuintes, segundo a advogada
Valdirene Lopes Franhani, do Braga & Moreno Consultores e Advogados. Para ela, as decisões
que, por meio de desempate, prejudicaram os contribuintes, sobretudo as que envolvem
planejamentos tributários legais, vêm, desde o ano passado, colocando em risco a segurança
jurídica dessas operações para as empresas. "Acaba sendo uma forma indireta de forçar esses
contribuintes a pagar por autuações indevidas, num momento em que o governo precisa de
caixa", afirma.
Desde que voltou a funcionar em 2015, após reformulação decorrente da deflagração da
Operação Zelotes, o Carf enfrenta dificuldade para completar seus quadros. Na época, a OAB
decidiu que, como os representantes dos contribuintes seriam remunerados, não poderiam mais
advogar, o que gerou uma grande mudança na composição.
Em março, havia 19 vagas, entre titulares e suplentes, sendo três fixas para representantes da
Fazenda Nacional e nove fixas para representantes dos contribuintes, segundo informação
disponível no site do órgão.
Para tentar manter a paridade, conselheiros acabam ficando de fora de julgamentos, segundo o
Carf. Nas Câmaras Superiores, a falta de vice-presidente do Conselho leva um dos
representantes da Fazenda a não participar das análises para manter a paridade. Além disso, na
2ª Turma da Câmara Superior falta um conselheiro representante dos contribuintes. Na 3ª
Turma, um da Fazenda.
Na prática, porém, se há quatro representantes da Fazenda e três dos contribuintes, o Carf julga,
segundo o procurador tributário da OAB, Luiz Gustavo Bichara. O advogado acredita que o
pedido para impedir julgamentos sem paridade não vai causar paralisação no Conselho, pela
possibilidade de convocação de suplentes.
A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional não quis comentar o tema.
STJ FIXARÁ PENALIDADE POR ATRASO NA ENTREGA DE IMÓVEL
Fonte: Valor Econômico. A 2ª Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) deve analisar, em sede
de recurso repetitivo, se a construtora, quando atrasa a entrega do imóvel comprado na planta,
pode ser obrigada a pagar ao mesmo tempo indenização por lucros cessantes e a porcentagem
prevista na cláusula penal (multa) do contrato de compra e venda.
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Os ministros determinaram a suspensão de todos os processos no país até o julgamento de dois
recursos que servirão de orientação para os demais julgados. O relator dos processos é o
ministro Luis Felipe Salomão, que resolveu indicar o tema como repetitivo devido à quantidade
de casos semelhantes.
Em um dos processos uma consumidora recorreu ao STJ contra decisão do Tribunal de Justiça
do Distrito Federal a favor da MRV Engenharia. Para o tribunal, a cláusula penal já tem natureza
compensatória e, por isso, seria inviável a sua cumulação com lucros cessantes.
Segundo a decisão, "a fixação de cláusula penal no percentual de 1% do valor do contrato,
passível de atualização e até que sobrevenha a efetiva entrega do bem, demonstrando sua
natureza compensatória, visa compor os danos suportados pelo adquirente do bem, aí incluído
o aluguel mensal que poderia estar aferindo, caso estivesse na posse do imóvel".
A diretora jurídica executiva da MRV Engenharia, Maria Fernanda Menin Maia, que também é
membro da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), afirma que esse tema
é prioritário para as incorporadoras, até mesmo pela quantidade de processos que tratam do
assunto.
Para ela, a afetação dos recursos em repetitivos veio em boa hora já que os Tribunais de Justiça
do Distrito Federal, de São Paulo, de Minas Gerais e do Mato Grosso já tinham nomeado o
assunto como incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR) para uniformizar o
entendimento sobre o tema. "Com a decisão do STJ todos os recursos ficam suspensos e
teremos uma definição nacional", diz.
Para Maria Fernanda, não seria razoável o pagamento de lucros cessantes e da cláusula penal,
já que os dois teriam a mesma finalidade de indenizar pelo atraso na entrega do imóvel.
A consumidora alega, porém, no recurso que existe divergência no STJ e que a cláusula penal
moratória, ao contrário da compensatória, não é alternativa suplementar e pode ser cumulada
com lucros cessantes, conforme artigos 410 e 411 do Código Civil. Segundo argumenta, a multa
teria um viés moratório para inibir atrasos não tendo o condão de afastar o dever de indenizar.
No outro processo que trata do tema, o consumidor recorreu contra decisão do Tribunal de
Justiça de Santa Catarina onde os desembargadores entenderam que a cláusula penal possui
natureza compensatória, sendo inviável sua cumulação com lucros cessantes. A decisão foi a
favor da Concreto Construtora de Obras.
O advogado Leandro Mello, sócio do departamento de direito imobiliário do Braga Nascimento
e Zilio Advogados Associados, afirma que o mais provável é que o STJ entenda que haveria
pagamentos em duplicidade com a cumulação da indenização por lucros cessantes e da cláusula
penal. "Muitos tribunais já têm o entendimento de que não seria razoável, já que indenizariam
pelo mesmo atraso na entrega”, diz.
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COMISSÃO MISTA APROVA MP QUE INSTITUI TAXAS PARA A ZONA FRANCA DE MANAUS
Fonte: Senado Federal. A Comissão Mista da Medida Provisória 757/2016, que institui duas
taxas para custear as atividades da Superintendência da Zona Franca de Manaus, aprovou o
relatório da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) sobre a matéria. A novidade foi a inclusão
de um programa de parcelamento das dívidas de empresas que deixaram de fazer investimentos
obrigatórios em pesquisa e desenvolvimento. A relatora avalia que o texto original da MP
beneficiava a indústria e prejudicava o comércio. Por isso, foi estabelecido que as taxas serão
menores quando o produto se destinar ao comércio. A reportagem é de Maurício de Santi,
da Rádio Senado.
PIS/COFINS – VEDADO CRÉDITO EM EQUIPAMENTOS PARA DEMONSTRAÇÃO
Fonte: Valor Econômico.
Solução de Consulta 214 Cosit
DOU de 10/05/2017
ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL – COFINS
EMENTA: CRÉDITOS NÃO CUMULATIVIDADE. ESTABELECIMENTO DE DEMONSTRAÇÃO
DE FUNCIONAMENTO DE PRODUTO ACABADO. AQUISIÇÃO DE EQUIPAMENTOS.
INSUMOS. IMPOSSIBILIDADE.
É vedada a apuração de créditos da Cofins na forma do inciso II do caput do art. 3º da Lei nº
10.833, de 2003, em relação a equipamentos adquiridos pela pessoa jurídica para utilização em
estabelecimento destinado a facilitar a comercialização mediante a demonstração do
funcionamento de produto acabado, pois tais bens não são utilizados “na produção ou
fabricação de bens ou produtos destinados à venda”, como exige o citado dispositivo.
CRÉDITOS NÃO CUMULATIVIDADE. ESTABELECIMENTO DE DEMONSTRAÇÃO DE
FUNCIONAMENTO DE PRODUTO ACABADO. AQUISIÇÃO DE EQUIPAMENTOS. ATIVO
IMOBILIZADO. IMPOSSIBILIDADE. É vedada a apuração de créditos da Cofins na forma do
inciso VI do caput do art. 3º da Lei nº 10.833, de 2003, em relação a equipamentos adquiridos
pela pessoa jurídica e incorporados a seu ativo imobilizado para utilização em estabelecimento
destinado a facilitar a comercialização mediante a demonstração do funcionamento de produto
acabado, pois tais bens não são utilizados “na produção de bens destinados à venda”, como
exige o citado dispositivo. DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003,
artigo 3º, incisos II e VI, § 1º, inciso III; IN SRF nº 404, de 12 de março de 2004, artigo 8º, inciso
I, alínea “b” e § 4º.
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ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP
EMENTA: CRÉDITOS NÃO CUMULATIVIDADE. ESTABELECIMENTO DE DEMONSTRAÇÃO
DE FUNCIONAMENTO DE PRODUTO ACABADO. AQUISIÇÃO DE EQUIPAMENTOS.
INSUMOS. IMPOSSIBILIDADE.
É vedada a apuração de créditos da Contribuição para o PIS/Pasep na forma do inciso II do
caput do art. 3º da Lei nº 10.637, de 2002, em relação a equipamentos adquiridos pela pessoa
jurídica para utilização em estabelecimento destinado a facilitar a comercialização mediante a
demonstração do funcionamento de produto acabado, pois tais bens não são utilizados “na
produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda”, como exige o citado
dispositivo. CRÉDITOS NÃO CUMULATIVIDADE. ESTABELECIMENTO DE
DEMONSTRAÇÃO DE FUNCIONAMENTO DE PRODUTO ACABADO. AQUISIÇÃO DE
EQUIPAMENTOS. ATIVO IMOBILIZADO. IMPOSSIBILIDADE. É vedada a apuração de créditos
da Contribuição para o PIS/Pasep na forma do inciso VI do caput do art. 3º da Lei nº 10.637,
de 2002, em relação a equipamentos adquiridos pela pessoa jurídica e incorporados a seu ativo
imobilizado para utilização em estabelecimento destinado a facilitar a comercialização mediante
a demonstração do funcionamento de produto acabado, pois tais bens não são utilizados “na
produção de bens destinados à venda”, como exige o citado dispositivo. DISPOSITIVOS LEGAIS:
Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, artigo 3º, incisos II e VI; Lei nº 10.833, de 29 de
dezembro de 2003, artigo 15, inciso II; IN SRF n.º 247, de 21 de novembro de 2002, artigo 66,
inciso I, alínea “b”, § 5º; IN SRF nº 404, de 12 de março de 2004, artigos 8º, § 9º, e 15.
PIS/COFINS – DESCONTO IMEDIATO DE CRÉDITOS NA AQUISIÇÃO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
Fonte: Receita Federal do Brasil.
Solução de Consulta 215 Cosit
DOU de 10/05/2017
ASSUNTO: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins
EMENTA: INCIDÊNCIA NÃO CUMULATIVA. AQUISIÇÃO DE MÁQUINAS E
EQUIPAMENTOS. DESCONTO IMEDIATO DE CRÉDITO. VEÍCULOS. IMPOSSIBILIDADE.
A possibilidade de desconto imediato de crédito da Cofins estabelecida pelo art. 1º da Lei nº
11.774, de 2008, aplica-se em relação às máquinas e aos equipamentos adquiridos no mercado
interno ou importados a partir de julho de 2012, não alcançando os reboques e semirreboques,
por serem bens de natureza diversa (veículos), não incluídos no escopo do dispositivo legal que
estabeleceu as regras de aproveitamento do crédito em questão. A pessoa jurídica que utilize
os reboques e semireboques na prestação de serviços que constituam seu objeto social pode
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descontar créditos da Cofins em relação à aquisição desses bens com base nos encargos de
depreciação incorridos a cada mês. DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei nº 11.774, de 2008, art. 1º,
inciso XII e § 1º; Lei nº 12.546, art. 4º; Lei nº 10.833, de 2003, art. 3º, VI e § 1º, III; Decreto nº
435, de 1992; Instrução Normativa RFB nº 807, de 2008; PNs. CST nº 7, de 1992 e nº 19, de
1983.
ASSUNTO: Contribuição para o PIS/Pasep
EMENTA: INCIDÊNCIA NÃO CUMULATIVA. AQUISIÇÃO DE MÁQUINAS E
EQUIPAMENTOS. DESCONTO IMEDIATO DE CRÉDITO. VEÍCULOS. IMPOSSIBILIDADE.
A possibilidade de desconto imediato de crédito da Contribuição para o PIS/Pasep estabelecida
pelo art. 1º da Lei nº 11.774, de 2008, aplica-se em relação às máquinas e equipamentos
adquiridos no mercado interno ou importados a partir de julho de 2012, não alcançando os
reboques e semirreboques, por serem bens de natureza diversa (veículos), não incluídos no
escopo do dispositivo legal que estabeleceu as regras de aproveitamento do crédito em questão.
A pessoa jurídica que utilize os reboques e semireboques na prestação de serviços que
constituam seu objeto social pode descontar créditos em relação à aquisição desses bens com
base nos encargos de depreciação incorridos a cada mês. DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei nº 11.774,
de 2008, art. 1º, XII e § 1º, com a redação dada pela Lei nº 12.546, de 2011, art. 4º; Lei 10.637,
de 2002, art. 3º, VI e § 1º, III; Decreto nº 435, de 1992; Instrução Normativa RFB nº 807, de
2008. PNs. CST nº 7, de 1992 e nº 19, de 1983. ASSUNTO: Normas Gerais de Direito Tributário
EMENTA: CONSULTA. INEFICÁCIA PARCIAL. ASSESSORIA CONTÁBIL-FISCAL.
IMPOSSIBILIDADE. É ineficaz a consulta na parte em que objetive a prestação de assessoria
contábil-fiscal. DISPOSITIVOS LEGAIS: Instrução Normativa RFB nº 1.396, de 2013, art. 18,
inciso XIV.
TRF1 DESBLOQUEIA VALORES DE EMPRESA DESTINADOS AO PAGAMENTO DE SALÁRIOS
Fonte: Tribunal Regional Federal da 1ª Região. A 7ª Turma do TRF1 negou provimento ao
agravo regimental interposto pela União contra decisão que deu provimento ao agravo de
instrumento para determinar o desbloqueio, via Bacenjud, de valores constantes de 3 (três)
conta-correntes da sociedade empresária, ao argumento de que os valores seriam destinados
ao pagamento de salários e benefícios de vale alimentação e vale transporte dos 285
empregados.
A União sustenta que o art. 11 da Lei nº 6.380/80 estabelece ordem para a penhora e arresto
destinado à garantia da execução fiscal, constando o inciso I o dinheiro. Tal preceito é reprisado
pelo art. 385, I, do CPC.
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Afirma que o dinheiro é o bem de maior liquidez e, portanto, o mais adequado para garantir a
execução de crédito líquido e certo da Fazenda Nacional e que o art. 833 do CPC, que trata da
impenhorabilidade, não faz menção aos ativos da pessoa jurídica destinados ao pagamento de
salários e não se pode concluir que haja vedação, pois a legislação é clara em resguardar as
verbas de natureza alimentar, ou seja, a retribuição da pessoa física pelo seu trabalho.
Ao analisar o caso, o relator, desembargador federal José Amilcar Machado, destacou que a
decisão agravada deve ser mantida, tendo em vista que foi fundamentada em entendimento
que está de acordo com a jurisprudência da Corte.
O desembargador sustentou, na decisão agravada, que a indisponibilidade de ativos (art. 655-A
do CPC) implica direta intervenção no patrimônio financeiro do devedor, sendo providência
legalmente admitida e explicitada em seus limites e objetivos e para a qual a lei processual não
condiciona qualquer outra diligência do credor, senão a omissão do devedor em atender à
pretensão executiva judicialmente instaurada e admitida.
No entanto, a penhora por meio eletrônico não pode colocar em risco o regular funcionamento
da empresa pelo juízo da execução. A constrição preferencial por via eletrônica do dinheiro
depositado em conta corrente da devedora tributária, quando não há pagamento ou nomeação
de bens à penhora após a citação (arts. 655 e 655-A do CPC, e 11, I, da LEF), “tem caráter
relativo, e deve ser interpretada em consonância com os demais valores albergados pela ordem
constitucional e pela legislação processual civil”.
O magistrado asseverou que há de se atentar para a necessidade de manutenção das atividades
empresariais, de modo a preservar “os meios eficazes ao adimplemento dos tributos devidos e
ao pagamento dos salários dos funcionários, entre outras obrigações”.
Na hipótese em questão, disse o relator, “a aludida medida provoca de forma contundente a
invasão na esfera patrimonial do executado, a impossibilitar, em especial, a manutenção da
atividade empresarial, porquanto o valor seria utilizado no pagamento dos salários dos
empregados”.
Assim, concluiu o desembargador, “em que pese ser assente na jurisprudência o entendimento
no sentido de que não é necessário o exaurimento de diligências por parte da credora na
tentativa de encontrar bens passíveis de penhora do devedor para o deferimento de bloqueio
de ativos financeiros via Bacenjud, não se mostra razoável, nem consentâneo com o princípio
da menor onerosidade o bloqueio na hipótese em questão”.
Processo nº 0035257-45-2015.4.01.3800/MG
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COMISSÃO ENCERRA VOTAÇÃO DE DESTAQUES À PROPOSTA DA REFORMA DA PREVIDÊNCIA
Fonte: Portal Brasil. Deputados encerraram, nesta terça-feira (09), a votação dos destaques do
texto-base da reforma da Previdência. Apenas uma alteração foi aprovada no texto do relator.
A mudança aceita pelos parlamentares manteve a competência da Justiça Estadual para julgar
acidentes de trabalho e aposentadorias por invalidez, o que seria alterado pelo parecer do
relator, o deputado Arthur Maia (PPS-BA).
Com a votação dos destaques, ficou mantida a idade mínima de 65 anos para homens e 62 para
mulheres acessarem a aposentadoria. Também será preciso 25 anos de contribuição para obter
o benefício. Agora, a reforma precisa ser aprovada pelo plenário da Casa, em dois turnos, com
pelo menos 308 votos.
Os parlamentares também rejeitaram o destaque que buscava eliminar a regra de cálculo da
aposentadoria. Esse destaque, que passou por avaliação dos deputados, eliminaria a regra que
determina que o benefício será equivalente a 70% da média do salário de contribuição para os
trabalhadores que completarem 25 anos na ativa.
A comissão especial da Câmara também rejeitou, por 22 votos a favor e 14 contrários, um
destaque do PSB que retirava a necessidade de idade mínima (65 para homens e 62 para
mulheres) para que os servidores que ingressaram no serviço público antes de 2003 obtenham
integralidade dos benefícios. Essa integralidade dava aos servidores que se aposentam o direito
ao mesmo salário de quando estavam na ativa.
Rombo da Previdência
Dona de um rombo de R$ 149,7 bilhões apenas em 2016, o déficit da Previdência Social cresce
a cada mês, colocando em risco a solvência das contas públicas e o recebimento de
aposentadorias e pensões no futuro. Na avaliação da equipe econômica, se nada for feito, o
déficit previdenciário pode alcançar R$ 202,2 bilhões no ano que vem.
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