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3 Sociedade Brasileira de Pediatria N o 2 Ano I Outubro - Novembro / 98 Atriz de tv apóia crianças com câncer 12 Sul tem experiência positiva com Conselhos Tutelares 4 NOTÍCIAS Cresce a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes na Infância e Adolescência (pgs. 6, 7 e 11) Especialistas falam da participação paterna no desenvolvimento do bebê Aumento da gravidez na adolescência mobiliza pediatras 8 Cresce a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes na Infância e Adolescência (pgs. 6, 7 e 11)

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Sociedade Brasileira de Pediatria No 2 Ano I Outubro - Novembro / 98

Atriz de tv apóiacrianças comcâncer

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Sul temexperiênciapositiva comConselhosTutelares

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N O T Í C I A S

Cresce a CampanhaNacional de Prevenção de

Acidentes na Infância eAdolescência

(pgs. 6, 7 e 11)

Especialistasfalam daparticipaçãopaterna nodesenvolvimentodo bebê

Aumento dagravidez naadolescênciamobilizapediatras

8 Cresce a CampanhaNacional de Prevenção de

Acidentes na Infância eAdolescência

(pgs. 6, 7 e 11)

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PALAVRA DO PEDIATRA

PALAVRA DO DIRETOR

PALAVRA DO PRESIDENTE

Acidentes na Infância e Adolescência . Ainiciativa nasceu sob o impacto dos dadosepidemiológicos que demonstram o altoíndice de injúrias e mortes originadas pe-las chamadas causas externas.

Os acidentes são responsáveispor grande parte da morbidade e damortalidade em crianças e adolescen-tes, tendo especificidades nas diferen-tes idades, o que exige orientação, as-sistência e recuperação próprias para asdiversas faixas etárias. Ao pediatra e à

finada comas diretrizes

definidas para otriênio 1998/2.000, a diretoriade promoção so-cial da SBP pro-pôs, em reunião

realizada em agosto, no Rio de Janeiro,uma Campanha Nacional de Prevenção de

rezado(a)colega,

Assumimos a di-reção da Socieda-de Brasileira dePediatria, com ocompromisso dedesenvolver umamplo trabalho,

que atenda expectativas e necessidadesda maioria dos pediatras brasileiros.

Neste curto período de gestão - to-mamos posse no final do mês de abril-algumas importantes ações já foram

PALAVRA DO PRESIDENTE implementadas. No que se refere à edu-cação continuada, iniciamos os cursositinerantes, começando por Boa Vista,em Roraima; e a promoção dos con-gressos regionais, sendo o primeiro emRecife, Pernambuco. Neste momento,estamos concluindo a reformulação doCentro de Informação Científica, quefacilitará, além da confecção de slidesa baixo custo, levantamento bibliográ-fico e consultas técnicas com rapideze eficiência.

Estamos também trabalhando na or-ganização do Curso de ReanimaçãoPediátrica, nos moldes do já tradicio-nal Curso de Reanimação Neonatal. O

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ssociei-meà SBP em

1986 e receboregularmente oJornal de Pedi-atria, o infor-mativo (agoraSBP Notícias) esou assinantedo PRONAP.

Tanto o conteúdo como a apresentaçãodo material têm melhorado muito. Sem-pre que possível, participo de congres-sos e cursos. Não freqüento os Serõestanto quanto gostaria, devido à coinci-dência com os dias de plantão.

A classe médica passa por momen-tos difíceis, assim como outros profis-sionais. Os problemas econômicos dopaís se refletem nas nossas atividades.Com o desemprego crescente, é de se

esperar queda nos nossos rendimentos,dificultando, muitas vezes, a atualiza-ção profissional. Nesta gestão do dr.Lincoln Freire, percebemos preocupa-ção nesse sentido, com a realização deatividades regionais.

Em relação às crianças e adolescen-tes, acho que o poder público deveriacumprir o que dispõe a Constituição:emprego para os pais, moradia digna,educação e saúde para a família. Naminha opinião, esta é a solução para adiminuição da violência, do consumo etráfico de drogas e das crianças nasruas – órfãs de pais vivos e de um paísque não as ama. Como pediatras, te-mos que ir às ruas e socorrê-las, nãoesperando muito dos organismos ditoscompetentes.

Foi muito feliz a iniciativa da Campa-nha de Prevenção de Acidentes na Infân-cia e Adolescência coincidir com o diada criança. Não devemos esquecer de

PALAVRA DO PEDIATRA

PALAVRA DO DIRETOR

Jornal de Pediatria está sendo revistoe, nesta primeira fase, terá suplemen-tos com temas de revisão já a partir dedezembro deste ano. Estamos, ainda,organizando a distribuição de todos osdocumentos científicos que se encon-tram à nossa disposição.

Quanto à formação em pediatria, osGrupos de Trabalho de Ensino, Resi-dência e Pesquisa estão se empenhan-do no reconhecimento de serviços e naorganização de seminário para discus-são do ensino na especialidade.

Para concluir, dirigimos uma men-sagem a você que ainda não é associa-do: estamos trabalhando intensamente

pela valorização de nossa especialida-de e pelo resgate da dignidade de nossaprofissão. Sua participação tem feito fal-ta nessa caminhada. Junte-se a nós.

E a você, que já faz parte de nossoquadro de sócios, gostaríamos de lem-brar que suas sugestões e críticas sãomuito valiosas para o crescimento denossa entidade. Esteja sempre presen-te e não perca a oportunidade de assi-nar o Pronap com preço reduzido.

Um grande abraço,Lincoln Freire

Para falar com o presidente, o endereço

eletrônico é: [email protected]

sociedade cabem investir em medidas deprevenção, assim como em adequadasformas de atendimento e reabilitação.

A Campanha Nacional de Pre-venção de Acidentes na Infância e Ado-lescência possibilita o envolvimento in-dispensável dos médicos, dos diversossetores, governamentais e não-governa-mentais, das sociedades científicas e dapopulação em geral. Contribui dessa for-ma para a diminuição dos casos de aci-dentes e de suas conseqüências, ao mes-

mo tempo em que se constitui em fatorrelevante na melhoria das condições equalidade de vida de crianças e adoles-centes brasileiros.

Para encerrar, solicito o empe-nho de todos no prosseguimento da Cam-panha e enfatizo que só o trabalho cole-tivo poderá render os frutos desejadospor toda a nossa SBP.

João RégisDiretor de Promoção Social

orientar as famílias nos nossos consultó-rios, pois acidentes podem ser evitados.

A criança brasileira precisa de nóspediatras, e muitas vezes agimos comoverdadeiros advogados, defendendoprincipalmente seu direito de viver sau-davelmente ao lado de seus pais, rece-bendo o AMOR necessário para quecresçam em equilíbrio bio-psico-soci-al. Vamos à luta. Com um amor cris-tão, venceremos.

Carlos Alberto Andrade de Araújoatua nas áreas de Neonatologia, Terapia IntensivaPediátrica e Pediatria Ambulatorial em Aracaju,Sergipe. Foi escolhido aleatoriamente para inaugu-rar este espaço, que a cada edição pretende ouvirum pediatra. Respondeu gentilmente a perguntaselaboradas pelo SBP Notícias. O espaço tambémestá aberto para contribuições espontâneas, desdeque acompanhadas de identificação (assinatura,nome completo legível, endereço, telefone para con-tato, , , , , e-mail se houver). As cartas devem ser envi-adas para a sede da SBP (pelo correio, fax oue-mail. . . . . Endereços no expediente) e serão publicadasna íntegra ou parcialmente, por critério de espaço.

SBP NotíciasUma publicação da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Conselho Editorial: Lincoln Freire, Wania del Faveroe Reinaldo Martins.

Editora e coordenadora de produçãoEditora e coordenadora de produçãoEditora e coordenadora de produçãoEditora e coordenadora de produçãoEditora e coordenadora de produção:Maria Celina Machado (reg. prof. 2.774/ MG) /ENFIMComunicação;

Relações Públicas da SBP: Andréa de Souza;

Projeto gráfico e diagramação: Paulo Felício;

Estagiária: Daniela Zdanowsky;

Colaboram nesta edição: Aline Meira, Ana CristinaCosta, Jenny Valverde,João Batista de Abreu, José EudesAlencar, Virgínia Castro, os fotógrafos Angélica deCarvalho, Beto Felício, Adenor Gondim, GustavoAlexandre Ferreira (MS) e Rogério Albuquerque e ailustradora Mariana Massarani.Colaboraram também os funcionários da SBP;

Impressão: Grafline Artes Gráficas e Editora Ltda. Av.Mem de Sá 69 - Centro - Rio de Janeiro- RJ. Cep20230-150 Tel. (021) 221-6331.

Endereço para correspondência: SBP/ Rua SantaClara, 292.Copacabana, Rio de Janeiro. CEP 22041-010. RJ. Tel./Fax (021) 548-1999.E-mail: [email protected] page: http://www.sbp.com.br

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FALAM OS ESPECIALISTASFALAM OS ESPECIALISTAS

Diálogo sobre o desenvolvimento das criançase a participação paterna

Thiago é um bebê saudável e feliz. Para sua mãe,Marcela Portela Machado Ribeiro, isto é conse-qüência direta da ativa participação do pai “emtodos os pré-natais”, em toda a gestação e tam-bém depois do parto. Em carta que escreveu parao presidente da SBP, Lincoln Freire, ela contaque seu marido “ficou os quinze primeiros diasdepois do nascimento em casa, dá banho,

1. O que dizem os estudos neurológicos e osestudos na área de saúde mental sobre o desen-volvimento do bebê nos três primeiros anos?Dr. Salvador Celia: É principalmente nos três pri-meiros anos que estruturamos nosso funcionamento,que depende, não só danutrição calórico-protéi-ca, mas também de umavida social e afetiva deinterações bem sucedi-das. Nossos bilhões deneurônios e de conexõescerebrais (as pontessinápticas) realmente sedesenvolvem nesta épo-ca, sendo que, depois dosseis anos, já não o fazemcom a mesma intensidade.Dr. José Luiz Dias Gherpelli: O desenvolvimentodo sistema nervoso da criança se dá principalmentenos primeiros anos devida (se assumimos queo desenvolvimento intra-uterino transcorreu semproblemas). Fatores denatureza intrínseca (bio-lógica) e extrínseca (am-biental) desempenhampapel importante e com-plementar para que estedesenvolvimento ocorrade forma adequada.2. E na vida intra-uterina, está comprovado queo feto já entende, ouve.. então podemos dizerque o diálogo entre pais e filhos deve começardesde a gestação?Dr. Salvador: Estudos modernos vêm nos mostrandoque o feto cursa uma espécie de pré-escola intra -uterina. Conforme ele vai se desenvolvendo, por exem-plo, ao chegar no último trimestre, sua senso-percep-ção auditiva, visual e tátil está em pleno desenvolvi-mento. Em relação à auditiva, usando-se hidrofones,

viu-se que as vozes graves, como amasculina, chegam mais fortes do queos sons agudos de vozes femininas.Igualmente, também são conhecidosestudos de fetos que se acalmam aoouvirem determinadas músicas e umavez nascidos repetem o fenômeno.Dr. Gherpelli: Na vida intra-uterina,o feto apresenta capacidade para rea-gir a estímulos sonoros a partir de de-terminada idade (há testes de avalia-ção fetal, realizados através de ultra-sonografia, que mostram modificaçõesdo comportamento fetal em resposta aestímulos sonoros). Entretanto, istonão significa que o feto apresente ca-pacidade de integração destes estímu-los da mesma forma que uma criançamaior. Para que isto aconteça é necessário que o sis-tema nervoso apresente um determinado grau de de-senvolvimento. É improvável que um feto de seis me-ses de idade, apesar de já ser capaz de ouvir e reagir asons, seja capaz de integrá-los, compreendendo seusignificado.3. Qual a importância da participação do pai nagestação, no pré-natal, nas consultas pediátricase no desenvolvimento do bebê?Dr. Salvador: Os pais precisam ser reforçados para aparentalidade, serem apoiados e estimulados para de-senvolverem atividades com os bebês, como segurarno colo, cantar, falar, contar histórias, brincar com eles.Não dependerá apenas do tempo gasto, e sim da quali-dade desta interação, para que seja reforçada a auto-estima dos pais e dos bebês.Dr. Gherpelli: Durante a gestação, o pai deve forne-cer o suporte emocional à gestante e desenvolver suaadaptação à paternidade. Com isto, ele estará maispreparado para compreender os momentos difíceis queporventura ocorram. Sua participação durante as con-sultas pediátricas é importante, pois facilita a compre-ensão das várias etapas do desenvolvimento da crian-ça, estimulando-o a participar ativamente delas.

papinha, mamadeira, água, remédios, participade todas as consultas ao pediatra. Comentandonunca ter visto referência ao pai nas campanhassobre gestação e amamentação, Marcela propõeaté uma mobilização nacional sobre o assunto.Encampando a idéia, o SBP Notícias ouviudois especialistas no desenvolvimento infantil,um neurologista e um psiquiatra.

4. O sr. tem conhecimento sobre a existência dealgum estudo sobre a participação paterna nodesenvolvimento do bebê?Dr. Salvador: Existem vários estudos como os deBrazelton, Pedersen, Bernard e outros, que compro-vam os efeitos da participação paterna no desenvolvi-mento do bebê. O apoio emocional do pai e sua pre-sença no parto está associada a uma redução da ne-cessidade de aplicação de sedativos. A própria ama-mentação é também influenciada pela presença pater-na. Igualmente a presença do companheiro é tida comofator primordial para prevenir a depressão pós – parto,que pode ocorrer em 15% das mulheres. A presençado pai favorece, segundo pesquisas, um melhor desen-volvimento mental tanto do QI, como do QE.Dr. Gherpelli: Não existem estudos específicos so-bre o papel do pai no desenvolvimento do sistema ner-voso, entretanto, a imagem paterna é importante nodesenvolvimento bio-psico-social do ser humano. n

O psiquiatra Salvador Celia é presidente do DepartamentoCientífico de Saúde Mental da Sociedade Brasileira de Pediatria.José Luiz Dias Gherpelli preside o Departamento Científico deNeurologia da SBP.

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Salvador Celia defende a necessi-dade de estimulação psicossocialadequada dos bebês

Para José Dias Gherpelli é impor-tante a participação paterna nasconsultas pediátricas

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MEMÓRIA

oi em 13 de julho de 1990 que ospequenos brasileiros começarama ganhar mais espaço na briga pelacidadania, com a criação do Es-

tatuto da Criança e do Adolescente(ECA). Até então, eram regidos pelamesma legislação dos adultos e recebi-am tratamento que não os identificavacomo pessoas em processo de desenvol-vimento. Desde o final do século XIX,em diversos países já se organizavammovimentos para tentar assegurar maisdireitos à infância e à adolescência. Massó em 1989, a Convenção Internacio-nal dos Direitos da Criança foi aprova-da pela Assembléia Geral das NaçõesUnidas.

Para que fossem cumpridas todas asexigências deste acordo, o Brasil preci-sou adequar suas leis e, em 1990, sur-giu o ECA, assegurando, em seus 267artigos, os direitos à liberdade, à vida, àdignidade, à saúde e à educação. Foramtambém criadas instâncias fiscalizado-ras, com a função de acompanhar deperto os problemas vividos pela comu-nidade, analisando casos que infrinjamas leis do Estatuto e evitando que estesprecisem chegar às mãos da justiça.Assim surgiram os Conselhos Tutelares(CT’s), sediados nos municípios de to-dos os estados do Brasil – até dezembrode 1997, somavam 1.210.

“O Conselho Tutelar é mais do queum órgão que zela pelos direitos e de-veres das crianças e dos adolescentes.Seus cinco membros são escolhidos pelacomunidade e fazem a intermediaçãocom o poder público”, diz Célia Silvany,presidente do Departamento dos Direi-tos da Criança e do Adolescente da SBP.A pediatra conta que foi a partir da im-plantação do Estatuto, que a sociedadepassou a encarar problemas graves comoo trabalho escravo de menores, o turis-mo sexual e a prostituição infantil. Se-gundo a dirigente da entidade, é grandeo papel do pediatra no cumprimento doEstatuto. “Ele pode identificar uma sus-peita ou confirmar maus-tratos. Deveprestar atenção aos acidentes que acon-teçam com freqüência com seu pacien-

MEMÓRIA

Conselhos Tutelares lutam pelos direitos da criança

lheiros por noite. Os Conselhos Tutela-res de Porto Alegre têm reuniões sema-nais com todo o colegiado e fóruns dedebates entre a sociedade civil, secre-tarias dos governos municipal e estadu-al, além de participantes do MinistérioPúblico.

Um exemplo destes fóruns é o que

No Rio Grande do Sul a experiência é um sucesso

te, comunicar ao Conselho Tutelar de seumunicípio ou, na falta deste, ao Juizadoda Infância e da Adolescência”. E acres-centa: “O médico tem proteção legal atémesmo para uma denúncia sigilosa “, edeve estar atento também aos maus tra-tos psicológicos.

Conselheiros Tutelares nesta região, umalei criada pelo Conselho Municipal, pre-vê e exige a presença de 14 membrosde Organizações Não-Governamentais(ONG’s) e sete membros que pertençama organizações do governo. “A Ordem dosAdvogados do Brasil funciona como umdos órgãos indiretos de apoio”, conta.

O vice-presidente do Conselho Na-cional dos Direitos da Criança e do Ado-lescente (CONANDA), sociólogoCharles Prates, também concorda como progresso dos Conselhos Tutelares,mas admite que faltam diretrizesorientadoras para a ação destas entida-des e que muitos Conselhos existemapenas no papel, em virtude do descasodo Poder Executivo, que não os apóiaadequadamente. O pediatra ReinaldoMartins, membro do Conselho Acadêmi-co da SBP, acrescenta que os ConselhosTutelares são a base da operacionaliza-ção do ECA e que “infelizmente a maio-ria deles não funciona ou funciona mal”.

O que faz da capital gaúcha umexemplo para os demais Conselhos Tu-telares é a interação com a comunida-de. No caso da Micro 8, muitas solicita-ções são encaminhadas pela Polícia Mi-litar. A Polícia Civil também age comoparceira e possui um núcleo especializa-do para casos que envolvam crianças eadolescentes. “A Delegacia Especializa-da da Criança e do Adolescente (DECA)foi criada no mesmo momento da im-plantação do Estatuto e trato dos casosde infração que o Conselho Tutelaracompanha”, diz a assistente social VeraLúcia Cintra, que faz parte do ConselhoTutelar da Micro 8.

Ela conta que as micro-regiões de Por-to Alegre têm feito diversos debates comas Secretarias de Governo para resolvercasos que não estavam previstos na im-plantação dos Conselhos Tutelares, masque são importantes na rotina do atendi-mento. Um deles é o das adolescentesgrávidas que querem ficar com seu be-bês. “Estamos batalhando por casas deapoio para que estas meninas possam tra-balhar e criar seus filhos. Não podemoslhes negar este direito”, conclui. n

aborda a questão da educação. Em par-ceria com as secretarias de governo mu-nicipal e estadual, o Conselho Munici-pal dos Direitos da Criança e do Ado-lescente de Porto Alegre envia represen-tantes para discutir com a rede públicade ensino itens como a evasão escolar.Nestes encontros, os diretores e profes-sores das escolas podem expor suas di-ficuldades e passam a contar com oapoio do Conselho Tutelar da micro-re-gião onde a criança mora, para tentardescobrir o motivo do abandono da salade aula. “O Conselho entra em campoquando percebe que a escola já fez todoo possível para reconquistar o aluno, sejadiretamente ou por intermédio dos paise responsáveis”, explica AnairtonRamon Delatorre, presidente do Conse-lho Municipal dos Direitos da Criança edo Adolescente de Porto Alegre.

Segundo Delatorre, o que diferenciaos Conselhos da capital gaúcha dos de-mais é sua composição. Desde 1992,quando tomou posse o primeiro grupo de

O Conselho Tutelar é maisdo que um órgão que zelapelos direitos e deveres dascrianças e dos adolescentes.Seus cinco membros são es-colhidos pela comunidade efazem a intermediação como poder público

são facilitou o atendimento de cerca de32 mil crianças por dia na capital. Alémdo expediente diário, a Micro 8 (locali-zada no Centro) por exemplo, funciona24 horas, com plantão de dois conse-

Como funcionam e o que fazemEm Porto Alegre, RS, a história dos

Conselhos Tutelares vem sendo muitobem sucedida. Existem cerca de 600Conselhos. Na capital são oito, dividi-dos por micro-regiões: uma para cada150 mil a 200 mil habitantes. Esta divi-

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A evasão escolar é um dos graves problemas da educação brasileira

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PROFISSÃO

SBP promoverá fórum de defesa profissional

Rio de Janeiro vai sediar emmarço do próximo ano um fórumnacional de defesa profissional,organizado pela Sociedade Bra-

sileira de Pediatria (SBP), para debaterpropostas que fortaleçam a luta por me-lhores condições de trabalho e remune-ração adequada. O encontro discutirá al-ternativas para enfrentar a crise na áreade saúde, como as cooperativas de es-pecialidades, as centrais de convênio eo Sistema Nacional de AtendimentoMédico (Sinam), proposto pela Associ-ação Médica Brasileira.

A defesa profissional ganhou novoimpulso na SBP, a partir do entendimen-to de que a entidade deve orientar tam-bém os interesses dos pediatras nos as-pectos econômicos e no campo jurídi-co, incluindo eventuais acusações de erromédico. Entre as principais reivindica-ções estão o reconhecimento, pelas se-guradoras e empresas de medicina degrupo, da necessidade de uma segundaconsulta no espaço de 30 dias para ascrianças na faixa de zero a dois anos –que a Unimed-Rio já reconhece – e ado-lescentes, e de pelo menos uma consul-ta para as gestantes no último trimestre,prática adotada pela Unimed de Londri-na, no Paraná.

to no setor público, com os baixos valo-res dos salários e das consultas, afirmaa dra. Eliane, ex-presidente do Sindica-to dos Médicos de Minas Gerais.

Arnaldo Pineschi defende um traba-lho conjunto com os conselhos regionaise sindicatos. “A SBP deve integrar-se emtodas as frentes que visem o aprimora-mento científico, o acesso àpós-graduação, a valorizaçãodo honorário e o interesse éti-co pela especialidade. No Rio,a Sociedade de Pediatria do Es-tado do Rio de Janeiro (Soperj)e o Conselho Regional de Me-dicina (Cremerj) desenvolve-ram um minucioso estudo so-bre as condições das emergên-cias pediátricas, abordando osaspectos teóricos, éticos, devalorização do profissional, decondições de funcionamento ede trabalho. Isso é uma mostrade integração”.

A Lei 3999/61 estabeleceo piso de três salários mínimospor uma jornada semanal de 20horas, apesar dos esforços dasentidades médicas para elevarestes valores. No GovernoItamar Franco, a FederaçãoNacional dos Médicos, com oapoio da Associação MédicaBrasileira e do Conselho Fede-ral de Medicina, conseguiuaprovar no Congresso a elevação do pisopara R$ 1.227,00, mas o presidente daRepública vetou o projeto.

“No Governo Fernando Henrique, nósretomamos o projeto e o presidente tor-nou a vetá-lo em 1996. Como a lei ain-da está em vigência, alguns emprega-dores se utilizam dela para justificar osbaixos salários”, frisa Eliane de Souza,pediatra há 19 anos, dos quais 13 tra-balhando no CTI do Hospital João XXIII,pertencente à Fundação Hospitalar doEstado de Minas Gerais.

“No setor público, a situação é mui-to ruim. Um pediatra que trabalhe emposto de saúde tem piso salarial extre-mamente baixo”. De acordo com dra.

Eliane, o problema da remuneração émais grave nos grandes centros urbanos,onde a oferta de médicos é maior. Elasugere um levantamento nacional sobreos padrões salariais e de remuneraçãode consulta.

Arnaldo Pineschi considera funda-mental que a tabela do SUS se aproxime

da Lista de Procedimentos Médicos(LPM) da AMB. “Os valores pagos peloSUS hoje são simplesmente ridículos, tan-to para consulta, como para a sala de par-to e outros procedimentos com interna-ção. É importante que haja discussão nosestados sobre o assunto, para depois se-rem aglutinadas num evento nacional”.Pineschi lembra que só em 1995 umaportaria do Ministério da Saúde reconhe-ceu o trabalho do pediatra na sala de par-to, mas os valores, como os de toda atabela do SUS, são muito baixos.

Segundo Eliane, o objetivo é fazercom que as seguradoras utilizem os va-lores da LPM como parâmetro. “A gentesabe que as diferenças regionais são

Entidade luta por melhores salários e contra a indústria de erro médico

muito grandes, mas pelo menos um mé-dico lá do Acre, por exemplo, poderáusar estes valores como referência.Estamos negociando primeiro com aUnimed, que é uma cooperativa e valo-riza mais o trabalho do médico”.

“A LPM satisfaz parcialmente, pois ain-da não inclui a consulta de gestante noterceiro trimestre. Esta é uma das razõesde estudarmos a elaboração de um proto-colo em relação às consultas e ao atendi-mento em sala de parto junto às Unimeds,seguradoras e empresas de medicina degrupo”, explica Arnaldo Pineschi.

Eliane de Souza afirma que a atitudedo presidente da SBP, Lincoln Freire, departicipar das reuniões de Defesa Pro-fissional é muito significativa e estimu-lante. “Com sua presença, ele confirmao apoio ao Departamento e à Diretoriade Defesa Profissional. Este setor pre-cisa ser financiado pela própria SBP.Estas reuniões envolvem gastos, que nãopodem ser bancados por patrocinado-res”, diz a pediatra mineira.

Sociedade de Pediatria doEspírito Santo fecha acordocom Unimed

Depois de várias reuniões, a Socie-dade Espírito-santense de Pediatria(Soespe) e a diretoria da Unimed de Vi-tória fecharam um acordo consideradosatisfatório para as duas instituições, eque poderá servir de exemplo para con-quistas nacionais da categoria médica.Segundo a presidente da entidade, SaraLopes Valentim, o objetivo é fazer valero valor real de uma consulta pediátrica,da qual - é sempre bom lembrarmos -faz parte a relação médico-paciente, odiagnóstico e o tratamento completo dapatologia.

Para se ter uma idéia, foi acordadoque para puericultura, doença reumáti-ca, glomérulonefrite, síndrome nefrótica,infecções do trato urinário, bronquiolitee pneumonia aguda, o paciente tem di-reito a uma consulta ao mês e mais doisdesdobramentos num intervalo de 21 diasmediante preenchimento do formulárioSolicitação de Procedimentos Ambula-toriais (SEIP). Para otite média aguda,amigdalite, sinusite, celulite, hepatiteviral, varicela, PTI, gengivo estomatiteherpética, gastroenterite aguda e asmaaguda, está prevista uma consulta aomês, com a possibilidade de mais umdesdobramento. n

PROFISSÃO~

O pediatra sofre com as pés-simas condições de traba-lho, tanto na área privada,quanto no setor público,com os baixos valores dossalários e das consultas

A diretora de Defesa Profissional daSociedade, Eliane de Souza, e o presi-dente do Departamento Científico deDefesa Profissional da entidade, ArnaldoPineschi, consideram que o maior desa-fio da atual diretoria da SBP é a buscade uma ação concreta diante da criseque a saúde atravessa no País. “O pedi-atra sofre com as péssimas condiçõesde trabalho, tanto na área privada, quan-

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REPORTAGEMREPORTAGEM

Campanha Nacional de Prevenção de Acidentesmobiliza pediatras, chama a atenção da população e sensibiliza o governo federal

acidentes domésticos, os queocorrem nas escolas e cre-ches. Segundo dra. Maria Te-reza Costa, coordenadora exe-cutiva da Campanha e presi-dente da Sociedade de Pedia-tria do Rio de Janeiro(SOPERJ), em algumas capi-tais, como no Rio de Janeiro,os fatores externos já estão emprimeiro lugar como responsáveis por óbitos em cri-anças a partir de um ano e adolescentes.

Para se ter uma idéia da gravidade até econômicada questão, ano passado, o Sistema Único de Saúde(SUS) gastou com 227.908 internações de pacientesentre 0 e 19 anos, relacionadas a “causas externas”,mais de R$ 58 milhões. E ainda não se tem um le-vantamento estatístico preciso das seqüelas deixadaspor estes acidentes. Esta é, de acordo com o dr. JoséAmérico de Campos, uma das importantes tarefas que

fletos e adesivos para o público. Ao término, um showdos atores-acrobatas Irmãos Brothers mostrou esquetesbem-humorados sobre prevenção de acidentes no lar eno trânsito.

Minas GeraisEm Belo Horizonte, dia 12 de outubro, cerca de 20

mil pessoas, que se reuniram no Parque dasMangabeiras para assistir às apresentações do XIIFantástico Mundo da Criança, tomaram conhecimentoda Campanha, por intermédio de folhetos educativos ebalões coloridos distribuídos por pediatras. O lança-mento oficial aconteceu para uma platéia que lotou oTeatro de Arena. Além disso, a Campanha foi divulgadadurante o 8º Congresso Mineiro de Pediatria, que reu-niu cerca de mil pediatras, entre os dias 6 e 9 de outu-bro, na Associação Médica de Minas Gerais. Duranteo evento, integrantes do Departamento de SegurançaInfantil da SBP debateram com os congressistas estra-tégias para a prevenção de acidentes.

ParaíbaNo dia 11 de outubro, uma passe-

ata reunindo pediatras e outros pro-fissionais de saúde, tomou conta daPraia de Tambaú, em João Pessoa,com a distribuição de folhetos, car-tazes e adesivos da Campanha. Adra. Mariângela Barbosa, presidenteda Sociedade Paraibana de Pediatria,destacou a mobilização conjunta coma Secretaria de Saúde do Estado e doMunicípio, o Conselho Municipal dosDireitos da Criança e do Adolescen-te, o Corpo de Bombeiros, o Hospi-tal Universitário Lauro Wanderley e

a Clínica Dr. Constantino. Dia 22 de novembro, o 5º

Fórum Paraibano de Adolescência, discute, entre ou-tros temas, a questão da violência e dos acidentes porcausas externas.

AlagoasEm Maceió, também uma Caminhada de pediatras

e seus familiares, marcou o lançamento da Campa-nha, 18 de outubro, Dia do Médico, na Praia dePajuçara. Foram distribuídos panfletos e adesivos. Amanifestação, organizada pela Sociedade Alagoana dePediatria, contou com o apoio do Sindicato dos Médi-cos e da Sociedade Alagoana de Medicina. Foi umaimportante mobilização, segundo o dr. Francisco JoséSoares, presidente da filiada.

Santa CatarinaO lançamento da Campanha aconteceu em

Florianópolis, dia 9 de outubro. No Largo da Alfânde-ga, foram montadas barracas cedidas pelo Exército,

se colocam agora para hospitais, pediatras e autorida-des: “é preciso conhecer para prevenir”, alerta. Parao dr. João Régis, diretor de Promoção Social da SBP, obalanço das atividades de lançamento foi extremamen-te positivo – com eventos em praça pública e os Se-rões Brasileiros de Pediatria que discutiram o temaem todo o país – e a participação de todos deve conti-nuar. A Campanha se estende até o ano 2.000.

Atividades no Brasil

Rio de JaneiroNo Dia da Criança, a Praia de Ipanema iluminada

por um típico sol de verão em plena primavera, foipalco de uma revoada de balões coloridos, dando iní-cio à Caminhada de abertura nacional da Campanha,,,,,que mobilizou pediatras, crianças e amigos. Com aajuda de artistas circenses, durante todo o percurso -do Posto 10 ao Arpoador - houve distribuição de pan-

utubro, o mês da criança, foi também um mar-co para a Sociedade Brasileira de Pediatria esuas filiadas em todo o Brasil, com o lança-mento da Campanha Nacional de Prevenção

de Acidentes na Infância e na Adolescência. Organi-zada pela Diretoria de Promoção Social, Departamen-to de Segurança Infantil e Departamento de Defesados Direitos da Criança e do Adolescente, a iniciativacontou com apoio do UNICEF. Segundo o presidente,dr. Lincoln Freire, pela primeira vez em sua história, aSBP saiu às ruas, congregando pediatras, profissionaisde saúde em geral e conseguindo a adesão da popula-ção: “descobrimos o nosso poder de mobilização”, co-menta.

O lançamento da campanha, realizado no dia 12de outubro na maioria das capitais, teve ampla cober-tura dos meios de comunicação e não passou desaper-cebido também do poder público. Pelo contrário, obte-ve imediato apoio dos Ministérios da Saúde e da Edu-cação. No dia seguinte, o ministro Paulo Renato deSouza assinou documento, recomendan-do o Projeto Escola Segura – elaboradopelo Departamento de Segurança Infantilda SBP – ao presidente do Conselho Na-cional de Secretários de Educação,Ramiro Wahrhafting.

Ainda em Brasília, o ministro José Ser-ra, durante a solenidade comemorativa daSemana da Criança, aprovou a criação doComitê para Prevenção de Acidentes e Vi-olências na Infância e Adolescência - coma Portaria no 3.733, de 14 de outubro de1998. O organismo tem a participação dedois representantes da SBP, o dr. JoséAmérico de Campos, presidente do Departamento deSegurança Infantil e a dra. Rachel Niskier, que integraa Diretoria de Promoção Social e o Departamento deDefesa dos Direitos da Criança e do Adolescente.

A realidade justifica a preocupação: De acordo como último estudo divulgado pela Organização Pan-Ame-ricana da Saúde (OPAS), as “causas externas”- vio-lência e acidentes - constituem o segundo fator maisimportante de mortalidade no Brasil, em geral. Masna faixa etária que vai de cinco a 19 anos, já estão emprimeiro lugar, segundo os números do Ministério daSaúde de 1996. Naquele ano, foram 22.012 óbitos nafaixa abaixo de 19 anos. E pior, esta situação vem seagravando, inclusive entre as crianças de um a quatroanos.

Entre as “causas externas” de mortes entre crian-ças e adolescentes, chamam a atenção os acidentesde trânsito - quase 7 mil em 1996 - e mesmo aquelesmuitas vezes banalizados no nosso dia-a-dia, como os

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O ministro José Serra, da Saúde, recebeu do dr. Lincoln Freire a camiseta da Campanha

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nas quais ocorreram várias atividades. Entre elas, umbingo para as crianças sobre o tema Acidentes na In-fância e uma exposição de cartazes, plantas tóxicas,animais peçonhentos. Pediatras, enfermeiras e outrosprofissionais de saúde – todos com a camiseta da Cam-panha – fizeram demonstração de aspectos de preven-ção e os procedimentos em caso de acidentes. A co-ordenação ficou a cargo da Sociedade Catarinense dePediatria (SCP), com o apoio do Hospital Infantil Joanade Gusmão, Hospital Universitário, Fundação Viva Vidae Associação Catarinense de Medicina, entre outros.A Campanha também foi lançada em várias cidadesdo interior, como Joinville, Jaraguá do Sul, Tubarão eem Blumenau, em novembro, durante a II Jornada

do SESC com temas como Acidentes na Infância – abor-dado pela dra. Maria Spinelli, presidente da SOPERN– Uso de Drogas e Álcool na Infância e Juventude, Vio-lência Familiar e uma mesa-redonda sobre o Estatutoda Criança e do Adolescente (ECA).

CearáA diretoria da Sociedade Cearense de Pediatria

(SOCEP) uniu a Campanha Nacional de Prevenção deAcidentes à Campanha Estadual de Prevenção deMaus-Tratos, com o objetivo de sensibilizar um maiornúmero de pessoas. Nos dias 12 e no dia 17, foramrealizados eventos em shoppings centers, com temáticade acidentes na infância. Pediatras da SOCEP, vesti-dos com a camiseta da Campanha, fizeram a distribui-ção de folhetos educativos.

Espírito SantoO dr. Valmin Ramos da Silva, membro do Departa-

mento de Segurança Infantil da Sociedade Espírito-santense de Pediatria (SOESPE), realizou um levanta-mento dos atendimentos decorrentes de acidentes, dejaneiro a setembro deste ano, no Pronto Socorro doHospital Infantil Nossa Senhora da Glória, em Vitória.Os dados foram apresentados durante o último SerãoBrasileiro de Pediatria, quando foram traçadas estra-tégias de trabalho junto aos médicos e à população.

Distrito FederalAs atividades na capital federal tiveram início no

dia 8 de outubro, com o Fórum de Prevenção de Aci-dentes na Infância realizado no Hospital Materno-In-fantil de Pediatria de Brasília. A campanha foi lançadaoficialmente no dia 14, com a presençados secretários de Saúde e Educação do Dis-trito Federal, durante o Simpósio de Aciden-tes na Infância, no encerramento da XIXJornada de Pediatria de Brasília.Goiânia

A Sociedade Goiana de Pediatria reali-zou a distribuição de folhetos explicativossobre a Campanha, alertando a comunida-de sobre as estatísticas e a importância daprevenção em todas as instâncias de aci-dentes na faixa etária de zero a 20 anos.Mato Grosso

Em Cuiabá, a Sociedade Matogrossensede Pediatria (SOMAPE) promoveu uma se-mana de eventos, entre os dias 12 e 19 deoutubro. O lançamento da Campanha ocor-reu dia 13, no Espaço Cultural Shopping Goiabeiras.Dia 16, um evento organizado pela Secretaria Munici-pal de Saúde, na Praça da República, reuniu criançase adolescentes para atividades teatrais, vídeos e dis-tribuição de material educativo, com boa repercussãosegundo o presidente da SOMAPE, dr. Euze Carvalho.Pará

Em Belém, o lançamento da Campanha aconteceucom uma grande festa na Praça Batista Campos, orga-nizada pela Sociedade Paraense de Pediatria (SPP).Palhaços da Trupe Serelepe animaram a garotada, en-

quanto o Centro de Informações Toxicológicas (CIT)realizou uma exposição de animais peçonhentos, vi-sando alertar e orientar a população. Durante todo oevento foram distribuídos folhetos educativos.

TocantinsDe Palmas, a Sociedade Tocantinense de Pediatria

informou a realização da Campanha no estado, comdistribuição de faixas, cartazes e folhetos nos postosde saúde e escolas, em parceria com a Secretaria Mu-nicipal de Saúde e da Secretaria Extraordinária da Ju-ventude.

RoraimaEm Boa Vista, a Sociedade Roraimense de Pedia-

tria (SRP))))) promoveu a colocação de faixas e outdoorsem pontos estratégicos das ruas. Além disso, forne-ceu orientação aos órgãos de interesse e à populaçãodistribuindo folhetos explicativos.

PiauíO presidente da Sociedade de Pediatria do Piauí

(SOPEPI), dr. Luiz Edson dos Santos, informou olançamento da Campanha, dia 12, em Teresina, noHospital Infantil Lucidio Portella, com a distribui-ção de balões e panfletos e a colocação de faixas nacidade.

São Paulo O lançamento regional da Campanha ocorreu no

dia 29 de outubro, no Grande Anfiteatro da EscolaPaulista de Medicina, com a presença do presidenteda Sociedade de Pediatria de São Paulo, dr. ClovisConstantino, do dr. Wilson Maciel, membro do Depar-

tamento de Segurança Infantil da SBP, do representan-te do UNICEF, sr. Joaquim Gava, professores da Esco-la Politécnica de São Paulo e da Faculdade de Arquite-tura e Urbanismo (FAU), membros da Divisão de Ser-viço de Trânsito (DSV) e um advogado especializadoem responsabilidade civil. A Campanha atingirá osmunicípios de Sorocaba, Botucatu, Ourinhos, Presi-dente Prudente, Campinas, Ribeirão Preto, Mogi dasCruzes, Santos, São Vicente e Guarujá. n

(Mais informações sobre a Campanha na pg. 11)

Pediátrica do Centro de Pediatria do Vale do Itajaí.

BahiaA Campanha foi lançada no dia 13 de outubro, em

Salvador, na sede das Obras Sociais Irmã Dulce(OSID). O evento foi organizado pela Sociedade Bai-ana de Pediatria (SOBAPE), com apoio do UNICEF.Na abertura, foram distribuídos cartazes, folhetos eadesivos da Campanha. Ao final, o evento desdobrou-se em grupos de discussão, com a participação demédicos, profissionais de saúde, estudantes, criançase adolescentes, além de pais.

SergipeA Campanha foi articulada com as Secretarias de

Saúde, Educação e Ação Social em nível estadual emunicipal, o Conselho Estadual dos Direitos da Crian-ça e do Adolescente, a Pastoral da Criança e o Detran.No dia 9 de outubro, a pediatra Ana Maria BarretoLima, fez uma palestra educativa intitulada Acidentesna Infância e na Adolescência – como prevenir, durantea Festa da Criança no Centro de Saúde Maria do Céu,em Aracaju. A programação incluiu ainda uma pales-tra do dr. Byron Emanuel, dia 14, sobre o tema Aciden-tes na Infância e na Adolescência.

Rio Grande do NorteEm Natal, a Campanha foi lançada em meio à pro-

gramação da Semana da Criança, de 13 a 18 de outu-bro, denominada Natal pela Criança. Organizada pelaSociedade de Pediatria do Rio Grande do Norte(SOPERN), incluiu um ciclo de palestras no auditório

Em Ipanema, no Rio de Janeiro, mais de 200 pessoas participaram da Caminhadada SBP no Dia da Criança

Em Belo Horizonte, vários artistas animaram a festa do lançamento oficial

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FILIADASFILIADAS

incidência de gravidez entre as adolescentes,especialmente de 10 a 14 anos de idade, vemcrescendo muito no Brasil nos últimos anos.De acordo com dados do Ministério da Saúde,

1993 a 1996, o número de grávidas nesta faixa etáriaaumentou cerca de 20%, enquanto que no grupo dos15 aos 19 anos, o crescimento foi de quase 15%. Estarealidade repercute também nos índices de mortalida-de infantil. Além disso, observa-se ainda, nos filhos deadolescentes, maior incidência de baixo peso,prematuridade e asfixia.

Sabe-se, no entanto, que “os aspectos biológicostêm influência discreta sobre o peso e a duração dagestação” e quando as jovens “recebem atenção qua-lificada e apoio social, apre-sentam desempenho seme-lhante ao das mulheres demaior idade”. O problema éexatamente que, nesta faixaetária, observa-se tambémuma freqüência menor ao pré-natal. A análise está no docu-mento do Projeto Horizontes- uma parceria da Sociedadede Pediatria do Rio de Janei-ro, com a Secretaria Munici-pal de Saúde e o UNICEF - ecoincide com estudos e obser-vações desenvolvidas em outros estados brasileiros.O SBP Notícias ouviu as Sociedades de Pediatria es-taduais e especialistas sobre o assunto e expõe nestareportagem algumas das principais conclusões.

São ainda extremamente relevantes os desdobra-mentos psicossociais de uma gravidez nesta faixaetária. A questão preocupa a dra. Darci Bonetto, pre-sidente do Departamento de Adolescência da SBP, quechama a atenção para problemas como a promiscui-dade e a prostituição infantil. Rachel Niskier, da dire-toria de Promoção Social, do Departamento de Defesados Direitos da Criança da SBP e membro do Conselho

Sociedades de Pediatria se integram a programas de prevenção

ando prosseguimento ao trabalho de aproxima-ção da diretoria da entidade nacional com suasfiliadas, dr. Lincoln Freire esteve em Manaus (AM),

visitando a Sociedade Amazonense de Pediatria. Foidiscutido o planejamento de ações da SBP e suaintegração com a Sociedade local. Em Natal (RG), opresidente participou, durante a Jornada em Pediatria

Presidente da SBP visita os EstadosAmbulatorial, de homenagem a pediatras que reali-zam trabalhos de assistência à criança. Reuniu-se aindacom a diretoria da Sociedade de Pediatria do Rio Grandedo Norte e visitou hospitais com atendimento pediátrico.

Além disso, dr. Lincoln Freire discursou sobre adefesa profissional, na abertura do VIII CongressoMineiro de Pediatria, em Belo Horizonte (MG). Par-

Gravidez na Adolescência

ticipou do I Simpósio Paraense de Atenção à Crian-ça e Adolescente Portador de Necessidades Especi-ais e visitou a Santa Casa de Misericórdia, emBelém (PA). Na capital paulista, atuou como pro-fessor no I Congresso de Infectologia do Cone-Sul ereuniu-se com o Departamento Científico deInfectologia da SBP. n

Nacional dos Direitos da Criança (Conanda) observaque: “Na maioria das vezes, a gravidez significa a in-terrupção da escolarização, um obstáculo às oportuni-dades de emprego, e problemas na relação da jovemcom seu grupo. Se for solteira, costuma sofrer aindarejeição da família e da sociedade”.

As conseqüências do exercício desprotegido da se-xualidade costumam ser desastrosas. São abortos, aban-dono de bebês, casamentos forçados, parentalidadeinadequada, doenças sexualmente transmissíveis,como a sífilis e a Aids. Mas os fatores relacionados àsua ocorrência variam de acordo com o contexto, sen-do a pobreza e a falta de escolaridade determinantes.Segundo dados da Pesquisa Nacional sobre Demografia

e Saúde (PNDS), em1996, 54% das jovenscom baixa escolaridade jáhaviam engravidado, en-quanto apenas 6,4% dasque tinham mais de noveanos de estudo eram mãesou estavam grávidas doprimeiro filho.

Adolescentes tambémengravidam pela impulsi-vidade normal da faixaetária, pressão de seusparceiros, onipotência, ca-

rência afetiva, falta de informação correta sobre a saúdereprodutiva e a contracepção, revelam os dirigentesdas entidades. Eles também se preocupam com a in-fluência da imprensa no comportamento sexual e aescassez de diálogo na família. Diante deste quadro,as Sociedade de Pediatria do Maranhão, do Rio Gran-de do Norte, de Rondônia e do Rio de Janeiro, têm semobilizado e realizam com outras entidades, progra-mas de esclarecimento e prevenção à gravidez na ado-lescência.

No Maranhão, a Sociedade participa de um traba-lho que já dura dez anos. No Hospital da Universidade

Federal foi criado um núcleo de referência, com umaequipe multidisciplinar, onde as adolescentes podemrealizar o pré-natal e serem acompanhadas por médi-cos e psicólogos até o parto. Após o nascimento dacriança, as jovens retornam e durante um ano, mãe efilho recebem assistência. Os técnicos deste progra-ma também oferecem curso para formação demultiplicadores em outras comunidades. Neste ano,lançaram o projeto Assistência e Prevenção de Gravi-dez na Adolescência, com apoio da Secretaria Estadu-al de Saúde, UNICEF e organizações não-governamen-tais.

No estado do Rio de Janeiro, o Projeto Horizontes,visa a promoção do desenvolvimento global dos ado-lescentes, a qualificação dos serviços de saúde e ofortalecimento das parcerias institucionais. Está sen-do implantado nos bairros de Irajá, Madureira, Anchietae Pavuna, onde existe o maior número absoluto grávi-das nesta faixa etária no município. O I Seminário re-alizado contou com a participação de 175 profissio-nais de saúde, educação, desenvolvimento social, li-deranças jovens e ONGs. O projeto também está tra-balhando com um grupo de 30 adolescentes, para quepossam atuar como multiplicadores utilizando o rádio.

No Ceará, a Sociedade tem planos para iniciar, em1999, uma parceria com a Sociedade de Ginecologiae Obstetrícia, com o objetivo de sensibilizar as ado-lescentes sobre os riscos da gravidez. Segundo dr. JoãoBorges, presidente da filiada e diretor da MaternidadeCésar Cals, é necessário levar informações até as jo-vens, pois elas não procuram os serviços de saúde. ASociedade de Pediatria de Rondônia realiza, duas ve-zes ao ano, palestras e fóruns de debate sobre o tema,com a participação de pediatras ginecológicos e gru-pos de adolescentes, nas escolas públicas e particula-res da região. Por solicitação do SBP Notícias, algu-mas entidades estaduais de pediatria remeteram pes-quisas. Estão disponíveis na biblioteca da SBP, traba-lhos enviados por São Paulo, Amazonas, Tocantins,Roraima e Rio Grande do Sul. n

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ENTIDADES

Associação Latino-Americana de Pediatria quer prevenir acidentes e mortes violentas

não é reconhecida em alguns países.Isso faz com que qualquer médico pos-sa dedicar-se ao exercício da pediatriasem nenhum controle, diminuindo assimos postos de trabalho.

A medicina de grupo tem convertidoa profissão em fonte de enriquecimentopara as multinacionais, que estabelecema remuneração sem consultar os pedia-tras. Existem casos, como os da Argen-tina e do México, em que as SociedadesPediátricas são fortes e têm reconheci-mento estatal. Aí, a negociação com oEstado ou com qualquer empresa quepretenda atuar na pediatria é horizontale cara a cara. Eles são exemplo de or-ganização.P: Quais os problemas mais gravesque atingem crianças e adolescentesna América Latina?R: As estatísticas da maioria dos nos-sos países mostram que a violência é aprimeira causa de morte na idade

BP Notícias: Como funcionaa Alape?Dr. César Villamizar: A sedede Alape é onde reside o presi-

dente, e assim sendo, atualmente é a ci-dade de Santiago de Cali (Colômbia).Sua autoridademáxima é a as-sembléia geralde delegados eseu organismoexecutivo é adiretoria, eleitaa cada trêsanos.P.: Quais sãohoje os prin-cipais proble-mas dos pediatras dos países latino-americanos? Como está o mercadode trabalho?R: O pediatra é mal pago pelos empre-gadores e sua qualidade de especialista

Fundada em Quito, no Equador, em 30 de julho de 1963, a Alape reúne as sociedades de toda a Améri-ca Latina e ainda as de Espanha, Portugal e Itália. Segundo seu atual presidente, o colombiano CesarA. Villamizar Luna,,,,, a entidade congrega cerca de 100 mil pediatras, mas este número pode chegar aquase 200 mil, se chamarmos pediatras a todos os médicos que se dedicam a cuidar da criança. Forma-

do em Medicina e Cirurgia pela Universidad Del Valle em 1966, foi professor do Departamento dePediatria até 1997 e atualmente é diretor de Seguridade Social e de Serviços de Saúde na mesma insti-tuição. Ex-presidente da Federação Colombiana de Pediatria e da Sociedade de Pediatria da Colômbia,

o professor Villamizar falou ao SBP Notícias.

ENTIDADES

Associe-se à SBPAssocie-se à SBPAssocie-se à SBPAssocie-se à SBPAssocie-se à SBPAssocie-se à Sociedade Brasileira de Pediatria e fortaleça ainda mais uma das maiores entidades médicas do mundo.Além disso, desfrute das vantagens de ser sócio da SBP.Nome: CPF:Endereço: Tel: ( )Bairro: CEP:Cidade: Estado:

Data: / / Assinatura:

Faça um depósito em favor da Sociedade Bra-sileira de Pediatria na conta nº 029292-3 daagência nº 0227-5 do Bradesco e envie cópiapelo fax (021) 548-1999 ou pelo correio, juntocom reprodução deste cupom. Em seguida, vocêreceberá a ficha de inscrição completa.

Atualização de endereço

Nova inscrição

Foram recentemente empossados –pelo dr. Antônio Celso Nassif, presiden-te da entidade – os membros da Comis-são de Ensino Médico e Pós-Graduação

da Associação Médica Brasileira. Osprofessores doutores Liberato John A. DiDio, Mario Rigatto, Cícero Adolpho daSilva, Antônio A. Laudanna e Benedictus

AMB cria Comissão de Ensino Médico Philadelpho de Siqueira têm agora a ta-refa de continuar o importante trabalhojá desenvolvido na área.

Segundo o presidente, professor DiDio, a Comissão está preocupada com aqualidade da educação médica brasilei-

pediátrica. Isso inclui os acidentes e asmortes por arma. Por esta razão, consi-deramos uma prioridade nos programasdas Sociedades Pediátricas a denúnciada violação dos direitos da criança e aprevenção da violência em todas suasformas.P: Como é arelação daAlape com osgovernos daA.L.?R: A relaçãoentre Alape eos Governosda AméricaLatina é pobre,praticamentenão existe. Ali-ás, este é um dospontos princi-pais de ação deAlape: conseguir

ra. Para debater o assunto, organizou amesa redonda “Aperfeiçoamento do En-sino Médico no Brasil”. Além do dr.Nassif e dos membros da Comissão, oevento contou com a presença do minis-tro da Educação, Paulo Renato Souza. n

que as Sociedades sejam reconheci-das como apoio importante para os Go-vernos nos temas que envolvem a cri-ança, não só os acadêmicos, mas tam-bém os políticos (violência, respeito,trabalho, etc). n

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No Rio, crianças trocam armas de plástico por outros brinquedos

Cesar Villamizar

Carlo W

rede / AJB

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NOTÍCIAS DE BRASÍLIA

EM FOCOEM FOCO

l A SBP já tem seu assessor parlamentar.É Marco Antônio Carvalho, um profissional comgrande experiência. Ele vai acompanhar atramitação no Congresso Nacional dos projetos deinteresses do pediatra, da criança e do adolescen-te. Marcará audiências com relatores de Comis-sões, manterá a entidade informada sobre os as-suntos de seu interesse. O SBP Notícias vai acom-panhar com atenção este trabalho.

l Um dos mais bem sucedidos programasde saúde pública do Brasil, o Programa Naci-onal de Imunizações (PNI) comemoroucomemoroucomemoroucomemoroucomemorou 2525252525AnosAnosAnosAnosAnos, em Brasília, com uma solenidade que reu-niu dirigentes de várias entidades e personali-

NOTÍCIAS DE BRASÍLIA

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Assine o PronapO custo para sócios foi reduzido de R$140 para

R$45 até 31 de dezembro

Quando abrir este jornal, o leitor já terá experi-mentado na prática o resultado de um esforço daSBP em fazer chegar a reciclagem profissional atodos os pediatras. Com o patrocínio conseguido,estão saindo dois números extras do Programa Na-cional de Educação Continuada (Pronap), distribu-ídos gratuitamente: o primeiro para todos os pedi-atras cadastrados na entidade e o segundo para ossócios quites.

O ciclo III terá início em março de 1999. Valelembrar que o Pronap teve seu custo reduzido paraum terço. Segundo o diretor do programa, dr. JoãoCoriolano, o preço da assinatura para os sócios daSBP, que era de R$140,00 passou para R$45,00até dia 31 de dezembro e R$60,00 após este pra-zo. Não-sócios pagam R$160,00 e posteriormen-te R$180,00. Maiores informações na secreta-ria do Pronap, nos telefones (011) 289-5320 e(011) 284-0308.

l Com 2.560 inscritos de todo o país, foi rea-lizado, em Brasília o 55o Curso Nestlé de Atua-lização em Pediatria. Promovido desde 1956, estasérie de debates e conferências já contabiliza apresença de mais de 30 mil médicos. Foi a segun-da vez que ocorreu na capital federal, sendo a pri-meira em 1966. O programa científico, organiza-do pela SBP e pela Sociedade de Pediatria deBrasília, contou com a colaboração do Departa-mento de Pediatria da Faculdade de Ciências daSaúde da Universidade de Brasília. Com 119 pro-fessores, 20 mesas-redondas e 20 colóquios dis-cutiram os mais diversos temas, desde aneonatologia e o aleitamento materno, até a defe-sa profissional e os problemas da adolescência.

dades da área. Além do ministro José Serra, dis-cursou o presidente da SBP, dr. Lincoln Freire, inte-grante do Comitê Técnico Assessor de Imunizaçõesdo Ministério da Saúde. Ele destacou alguns mar-cos importantes do trabalho do PNI, entre eles adefinição das vacinas obrigatórias para maiores deum ano, a aprovação da Caderneta de Vacinação ea adoção da estratégia dos dias nacionais de vaci-nação. A erradicação da poliomielite e a significa-tiva redução da incidência das doenças incluídasnas ações de prevenção do Programa são o saldoque fez por merecer a festa. Entre os homenagea-dos, por indicação de seus companheiros do Comi-tê Assessor de Imunizações, estava o dr. ReinaldoMartins, também da SBP.

Um brasileiro na entidadeinternacional de pediatria

Sérgio Cabral foi eleito no Congressode Amsterdã

“A América Latina terá uma voz mais ativa naAssociação Internacional de Pediatria (IPA)”. A afir-mativa é do dr. Sérgio Cabral, ex-presidente da SBP,eleito para o Comitê Permanente da instituição, noXXII Congresso Mundial, realizado em agosto, emAmsterdã. Ele explica que seu nome não foi apenasuma escolha de pessoa física, mas uma representa-ção referendada pela entidade brasileira.

Fazem parte da Sociedade Internacional 138 soci-edades pediátricas. Sua administração é formada peloComitê Executivo (5 membros) e pelo Comitê Perma-nente (10 membros). Para presidente da IPA, foi eleitaa norte-americana Jane Schaller. O próximo congres-so mundial vai acontecer na China, em 2001.

Associado da SBP paga menos para se associar à Academia Americana

Diretoria de Intercâmbio Internacional jáultimou detalhes

Durante o Congresso Mundial, foram acertadosos últimos entendimentos para o intercâmbio entrea Academia Americana de Pediatria (AAP) e a SBP.Sócios quites com a entidade brasileira poderão seassociar à AAP com uma anuidade de US$60,00,ou por três anos, pelo valor de US$165,00 - o querepresenta um custo muito inferior ao que é pagopelos norte-americanos. O formulário de inscriçãoestá publicado no Jornal de Pediatria. O endereçopara correspondência foi transferido para o Rio deJaneiro, sede da Sociedade, Rua Santa Clara 292,Copacabana, RJ, Cep: 22041-010. Maiores infor-mações, pelo telefone 021. 548-1999.

O Centro de Informações Científicas já está funcionandoArtigos – Os interessados podem solicitar sua revi-são bibliográfica pela Medline ou Lilacs. O resultadoserá remetido por correio, fax ou e-mail;Slides - Fotografia e montagem. Recebendo o ar-quivo anexado a um e-mail ou em disquete, o CICfotografa, providencia o slide e remete pelo cor-reio (simples ou sedex);Instruções para a confecção de slides - Os arqui-

vos elaborados pelos usuários devem ser criados comextensão PPT, DOC, WRI, TXT, CHT, SHW, CH3, SH3ou DRW, para que possam ser abertos pelo POWERPOINT 4.0. Os slides serão impressos no sistema CI-5000S da Polaroid. Deve ser feito um cadastramentopara cada arquivo e enviado um em cada e-mail.Tel.: (021) 548-1999 (Biblioteca) ou na página de‘Serviços’ da homepage da SBP: http://www.sbp.com.br

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DEPARTAMENTOS CIENTÍFICOS

Prevenção de Acidentes nosconsultórios e ambulatórios

A diretoria da SBP repassou às sociedades de pedi-atria estaduais, durante a última reunião do ConselhoSuperior da entidade, em novembro, em Recife, mate-rial atualizado sobre a prevenção de acidentes. O De-partamento de Segurança Infantil está também prepa-rando um outro, que será enviado em breve a todos ospediatras, com orientações básicas sobre a condutamédica na prevenção de acidentes.

A idéia é que o tema passe a fazer parte do dia-a-dia dos consultórios e ambulatórios, “encarado comouma prática usual, assim como as orientações sobrealimentação e imunização”, diz Edson Liberal, do De-partamento. Além disso, a Sociedade sugere que, apartir de agora, médicos e pessoas interessadas, seorganizem em núcleos de trabalho, e assim possammultiplicar informações e difundir a cultura preventi-va em todo o país.

Um bom exemplo que vem de MinasEm Belo Horizonte, o Hospital João XXIII possui o

maior Setor de Queimados da América Latina, aten-dendo em média cerca de mil crianças por ano. Re-centemente, foi realizada uma campanha educativa nasescolas públicas estaduais sobre a prevenção de quei-maduras, utilizando-se técnicas teatrais. A iniciativajá conseguiu reduzir consideravelmente o número deatendimentos. Segundo o dr. Divino Martins da Costa,membro do Departamento de Segurança Infantil da SBPe pediatra do João XXIII, a maior parte dos acidentes(perto de 80%) ocorrem na cozinha e as crianças po-bres são as maiores vítimas.

Escola SeguraElaborado pelo Departamento de Segurança Infan-

til da SBP, o projeto Escola Segura propõe uma sériede ações e tem por finalidade incentivar a consciênciapreventiva e a prática de proteção à criança no ambi-ente escolar. Espera-se que sua implantação – reco-mendada pelo MEC às Secretarias de Estado de Edu-cação –, nas instituições de ensino do país, venha a

A Campanha vem ganhando importantes adesões. Daniel Azulay cedeu seus desenhos e está divulgando a prevenção deacidentes em escolas, na televisão e nas suas Oficinas de Desenho.

auxiliar na efetivação demedidas básicas de prote-ção às crianças e adoles-centes nestes estabeleci-mentos.

A proposta é que a fis-calização do cumprimentodas normas de segurançafique a critério de uma Co-missão Interna de Preven-ção de Acidentes – CIPAEscolar, ou CIPAE – quetodas as unidades de ensi-no deverão organizar emanter em funcionamento.A CIPAE será compostapor representantes dos alu-nos, pais, professores e fun-cionários. E terá as seguin-tes atribuições: observaras condições e situações de risco do ambiente es-colar e arredores, solicitando providências aos ca-nais competentes, discutir os acidentes ocorridospara evitar sua repetição e, principalmente, desen-volver um trabalho em larga escala, não somentena escola, mas também no lar, no trânsito e na co-munidade em geral, estimulando a mentalidade pre-vencionista. Às comissões caberá, ainda, reunir in-formações estatísticas que deverão ser analisadas,divulgadas e enviadas periodicamente às autorida-des públicas.

As atividades do programa Escola Segura basei-am-se no princípio do “aprender fazendo”, passan-do pela discussão e reflexão a partir do conheci-mento existente e experiências vivenciadas, tornandoas pessoas cada vez mais capazes e dotadas de cons-ciência crítica para buscar suas próprias alternati-vas de saúde e segurança. Assim, é fundamental aorganização de campanhas de esclarecimento juntoàs instituições públicas, tais como as escolinhas detrânsito e a prevenção contra incêndio desenvolvidapelo Corpo de Bombeiros.

DEPARTAMENTOS CIENTÍFICOS´

Dermatologia alerta paraos perigos do sol

A utilização de filtros solares é indicada paraprevenir os efeitos imediatos do sol, que são asqueimaduras na pele. No entanto, ainda não há garantiade sua eficácia contra os chamados efeitos tardios:envelhecimento e câncer de pele. Segundo dr. ValterKozmhinsky, presidente do Departamento deDermatologia da SBP, os efeitos do sol são cumulativose só se evidenciam 20 anos depois. O período maislesivo corresponde aos 10 primeiros anos de vida.Portanto, “não se deve deixá-las expostas ao sol,mesmo com o uso do filtro, no horário que vai das9h30m até às 15h30m, quando a intensidade dos raiosUV é maior”, alerta o pediatra.

A capacidade de exposição ao sol varia de acordocom a idade e a cor da pele. Os mais novos e com pelemais clara são mais sensíveis. O filtro solar ideal é o quepossui FPS igual ou superior a 15. Não é recomendado ouso de filtros com a substância PABA, pois costumamproduzir mais alergia. Os adolescentes que possuem acnesó devem usar aqueles com apresentação em gel.

Reunidos em São Paulo, os presidentes dos Departamentos Científicos da SBPdiscutiram os rumos da entidade e os planos de ação para o triênio

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Page 12: NOTÍCIAS - Sociedade Brasileira de Pediatria - SBP · facilitará, além da confecção de slides a baixo custo, levantamento bibliográ-fico e consultas técnicas com rapidez e

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TENDENCIAS & CULTURA

dente do Departamento deOnco-Hematologia da SBP,Núbia Mendonça: o suces-so do tratamento do cân-cer em crianças - que temuma taxa de cura média de70% - está diretamente li-gado ao diagnóstico preco-ce. “O grande problema éque o tumor em estágio ini-cial pode ser confundidofacilmente com algumadoença infantil. Um exem-plo é a barriga com volu-me acima do normal, quegeralmente é encaradapelo pediatra como umasimples verminose, sem asolicitação de examesmais detalhados”, explica.

Outros sintomas tam-bém devem receber aten-ção especial. Os casos defebre prolongada sem mo-tivo aparente podem serum dos sintomas de

leucemia, assim como a dor de ouvidocrônica tanto pode indicar uma otite,quanto um tumor do conduto auditivo.“É importante lembrar que o câncerpediátrico abrange uma faixa etária quevai até os 18 anos de idade, sendo quemetade dos casos acontece até os cincoanos de vida, 25% dos cinco aos dezanos de idade e o restante na adoles-cência”, acrescenta.

No convívio diário com crianças eadolescentes que têm câncer, a médica

Diagnóstico precoce e melhora na auto-estima são fundamentais para a cura do câncer em crianças e jovens

Atriz de televisão se dispõe a visitar hospitais

TENDÊNCIAS & CULTURA^

(IOP), na Vila Mariana. Segundo Antô-nio Sérgio Petrilli, o Instituto mantémconvênio com a Escola Paulista de Me-dicina, que treina os profissionais envol-vidos e com o Grupo de Apoio, que faz agestão das áreas administrativa e finan-ceira. Concluído em abril deste ano, oIOP tem 60 funcionários e ainda contacom o trabalho voluntário de 40 pesso-as. “Até dezembro vamos concluir o De-partamento de Transplantes de MedulaÓssea e o Centro Cirúrgico, e resolverboa parte dos problemas mais graves,que hoje encaminhamos para outros hos-pitais”, explica.

Apesar do pouco tempo de funciona-mento, o IOP já se tornou um hospital dereferência. Cerca de 30% dos pacientesvêm de fora do estado de São Paulo, en-quanto que 50% são da capital e 20% dorestante do estado. Dr. Petrilli acrescen-ta que as campanhas de conscientizaçãosobre a importância do diagnóstico pre-coce são a principal ferramenta para ocombate cada vez maior à doença.

É exatamente o que pensa a presi-

ão preocupante quanto os índicesde câncer pediátrico é a falta decentros especializados emoncologia para crianças e jovens

no país. Uma esperança para estes pa-cientes é o Projeto Criança e Vida - umaparceria da Fundação Banco do Brasil,Fundação Orsa e Ministério da Saúde -que prevê investimentos na ordem de R$10 milhões nos próximos cinco anos,usados para elevar as taxas de cura dadoença, com a modernização dos cen-tros existentes, a atualização de recur-sos humanos e campanhas de conscien-tização sobre os sintomas e tratamentodo câncer pediátrico.

Dentre os 10 membros do ComitêDiretivo do Projeto, quatro sãooncopediatras, três destes integrantestambém do Departamento Científico deOnco-Hematologia da SBP - a presiden-te, dra. Núbia Mendonça, o dr. AntônioSérgio Petrilli e a dra. Isis Magalhães.Segundo Núbia Mendonça, “estamoscom um grande problema, que é o derever todos os Serviços do País, já que oMinistério da Saúde mudou as regras dojogo e tenho certeza de que a quase to-talidade não obedece aos novos critéri-os estabelecidos”. Ela acredita que estaserá agora a prioridade do Departamen-to de Onco-Hematologia.

descobriu que uma das maiores angús-tias dos pacientes – além das limitaçõesimpostas pelos tratamentos dequimioterapia e radioterapia – é a que-da de cabelo. No caso dos meninos, suaauto-estima melhorou muito, depois queencontraram um referencial positivo nafigura de um ídolo, o Ronaldinho. Mas,e as meninas? “Faltava alguém em quemelas pudessem se espelhar, assim comoos garotos. Isto me deixava bastante pre-ocupada, principalmente porque são asmeninas as mais vaidosas”, conta NúbiaMendonça.

Foi quando assistia ao programa SemCensura, da TV Educativa do Rio deJaneiro, que a médica descobriu suaRonaldinha. Com a ajuda da jornalista eapresentadora Leda Nagle, chegou atéa atriz Clara Garcia, que raspou a cabe-ça para viver uma personagem rebeldena novela das seis da Rede Globo, Pe-cado Capital. Clara aceitou o convite dadra. Núbia e tem visitado crianças emtratamento. Já esteve duas vezes em Sal-vador - onde a pediatra participou da fun-dação e é uma das diretoras do Grupode Apoio à Criança com Câncer - e temdescoberto que “referencial é tudo”. Nodia 17 de outubro, participou da Festado Arco-Íris, que é o Dia da Criança Cu-rada com Câncer: “Tem sido muito bomver as crianças enxergando que não épreciso ter vergonha da careca. Muitasme deram os bonés e resolveram assu-mir a falta de cabelos. Ajudá-las tem sidouma das experiências mais bonitas daminha vida”, conclui. n

O câncer pediátrico tem umataxa de cura média de 70%

Na verdade, a garra e a vontade decurar têm mobilizado médicos e a soci-edade civil, dando origem a entidadesfilantrópicas, os grupos de apoio à cri-ança e ao adolescente com câncer. Cer-ca de 40 funcionam em várias cidadesdo país. O objetivo é dar suporte às cri-anças carentes e suas famílias, fazendocom que não abandonem o tratamento.

Em São Paulo, o Grupo de Apoio con-seguiu arrecadar doações de pessoas fí-sicas e jurídicas para a construção deum dos maiores centros de referênciapara o tratamento do câncer pediátrico,o Instituto de Oncologia Pediátrica

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A atriz Clara Garcia é o novo referencial das meninas em tratamento

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