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Boletim Eletrônico Nº 2 – Agosto/15
Nova edição da Agro Centro-Oeste conta com
expositores de várias partes do país
Por Marluce Corrêa e equipe do projeto Agente Jovem de Ater
Foi realizada entre 13 a 16 de maio, no Campus Samambaia
da UFG, a 13ª edição da Agro Centro-Oeste Familiar. Neste
ano, a tradicional feira resultou da parceria entre 23
instituições da área e a Universidade Federal de Goiás. O
evento possui o papel de promover e apoiar a Agricultura
Familiar, além de disponibilizar espaços de diálogo sobre
assuntos de interesse deste público ligado ao meio rural.
Nesta edição, a feira apresentou 38 estandes de
cooperativas e organizações de vários cantos do país, que
expõem seus produtos e serviços. Este ano vieram
expositores de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso,
Tocantins, Distrito Federal, Sergipe e Rio Grande do Sul,
além de Goiás. A feira contou também com minicursos e
oficinas, desenvolvidos durante os quatro dias do evento.
Seminários, Dias de Campo, Mini-Fazenda e Mostra
Tecnológica foram algumas outras atrações da Agro Centro-
Oeste.
A Feira foi aberta oficialmente na tarde da quarta-feira (13)
com a apresentação das fiandeiras de Hidrolândia, que
demonstraram no palco a tradição do manejo do algodão,
da colheita à produção dos tecidos, acompanhada de uma
apresentação musical.
Na abertura oficial, representantes das organizações
responsáveis pelo evento falaram sobre a importância da
exposição para a agricultura familiar. Gabriel Medina,
professor de Agronomia da UFG e coordenador do evento,
apresentou a programação e fez os agradecimentos aos
parceiros. E finalizou sua fala deixando um recado aos
visitantes: “O espaço é nosso. Façam bom uso e sintam-se
em casa”!
Participação das EFAs
O projeto Agente Jovem de Ater, patrocinado pela
PETROBRAS, e as três Escolas Famílias Agrícolas do estado
de Goiás (instaladas na Cidade de Goiás, em Orizona e
Uirapuru) marcaram presença no evento com várias
atividades: estandes com a produção das famílias dos
estudantes; apresentações culturais; minicursos e oficinas
ministradas por técnicos das escolas; e o Encontro de
Técnicos do Meio Rural que ocorreu durante o evento.
Oficinas e mesas-redondas tiveram grande participação
de estudantes na Feira da Agricultura Familiar
Na manhã da quinta-feira (14), quem visitou a Agro Centro-
Oeste pôde participar de mini-cursos e oficinas sobre temas
variados, que ocuparam diversos espaços da Feira, onde os
visitantes puderam aprender novas práticas e discutir vários
assuntos. Um desses minicursos abordou o tema: Plantas
Medicinais. Organizado pela Escola Família Agrícola de
Boletim Eletrônico Nº 2 – Agosto/15
Orizona, e ministrado pela Irmã Maria Inês de Oliveira, da
Comissão Pastoral da Terra (CPT), o evento buscou
despertar nas pessoas os benefícios e a importância das
plantas medicinais. Irmã Inês justifica a importância desse
conhecimento compartilhado, lamentando que “o universo
das plantas medicinais hoje é muito grande, mas as pessoas
que poderiam utilizá-lo melhor, não têm tanta informação”.
A participante do minicurso e representante da Escola
Família Agrícola de Uirapuru, Elza Amada dos Santos diz que
foi muito interessante aprender como trabalhar com plantas
medicinais. “Aqui no minicurso ela (Irmã Inês) ensinou como
produzir remédios alternativos, com validade muito maior e
que não prejudicam a saúde” conta ela.
Papel do extensionista na Agricultura Familiar
Como continuação das atividades da Agro Centro-Oeste, os
visitantes da Feira puderam participar de alguns outros
eventos. Entre eles, uma mesa redonda com o tema: “O
papel do extensionista na Agricultura Familiar”. A mesa
organizada pelo Projeto Agente Jovem de Ater, patrocinado
pela PETROBRAS e realizado pelas Escolas Famílias Agrícolas
de Goiás, Orizona e Uirapuru, faz parte da programação do
1º Encontro de Técnicos do Meio Rural.
Na oportunidade os debatedores vieram discutir o porquê
de existirem, ao mesmo tempo, tantos técnicos formados e
um campo tão desprovido de assistência. Participaram da
mesa o Professor da Escola Família Agrícola Orizona
(EFAORI), César Augusto de Castro; o agrônomo e
extensionista Joaquim Gomide, assessor da Embrapa; e o Sr.
Cássio Trovatto, representante da Secretaria de Agricultura
Familiar do Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA).
Dentro da discussão, César alertou sobre o que falta em
muitos técnicos: “Os jovens devem ter visão
empreendedora. Sair da mesmice.”
E é nessa concepção, da necessidade de um jovem técnico
empreendedor, que a estudante da EFAORI, Érica de Castro
Machado afirma que “hoje em dia, os produtores
necessitam desta assistência. Pra que eles possam ter uma
visão maior do mundo. Porque eu acho que este é o papel
da assistência, mostrar ao produtor o que ele precisa saber
e entender do meio rural.”
Formação de técnicos do meio rural
A outra mesa-redonda, realizada no mesmo horário, em
outro espaço da Universidade, teve como tema: “A
formação de técnicos do meio rural no Estado de Goiás”.
Esta mesa contou com a participação da diretora da EFAORI,
Cida Fonseca; do Pró Reitor de Extensão do Instituto Federal
Goiano, Sebastião Nunes; e do Professor do Instituto
Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Goiás, Alemar
Moreira. Na oportunidade os debatedores apresentaram e
discutiram a formação dos técnicos no estado, como estão
estes espaços de formação e os resultados deste trabalho.
Apresentações culturais e Encontro de Técnicos do Meio
Rural foram marco do 3º dia do evento
Na manhã desta sexta (15), a programação da Feira contou
com eventos que abordaram diversas temáticas. Entre elas,
a continuação do 1º Encontro de Técnicos do Meio Rural,
com a realização de uma mesa redonda com o tema:
“Campo de trabalho na Agricultura Familiar: oportunidades
e desafios”.
Diversos debatedores fizeram suas contribuições, entre eles
os técnicos Guilherme Machado e Júnior Almeida que
falaram sobre as dificuldades que os técnicos recém-
formados encontram para se adequar e adentrar o mercado
de trabalho. Dificuldade essa que é também constatada pelo
representante da FETAEG, João Batista que alerta para as
necessidades da categoria: “Há uma necessidade de
compreensão do associativismo e organização dos
técnicos”, afirma ele.
A mesa, que teve grande quantidade de ouvintes, contou
também com a contribuição de outros debatedores vindos
Boletim Eletrônico Nº 2 – Agosto/15
de órgãos como: FETRAF, Instituto Cooruja, Projeto Pé de
Cerrado (ONG Nova Mulher, patrocínio PETROBRAS),
Sindicato dos Técnicos Agrícolas do Estado de Goiás
(SINTAGO) e CREA-GO.
Apresentações culturais
No início da tarde da sexta-feira (15), os visitantes da feira
puderam prestigiar, no palco do Centro de Eventos, duas
apresentações culturais realizadas pelas EFAs. A primeira foi
uma roda de viola com os técnicos da EFAORI: Giovanny,
Guilherme Machado e João Henrique. Em seguida, os
estudantes da EFAU apresentaram a dança “Cio da Terra”.
Estas duas apresentações trouxeram, através da arte, um
pouco da cultura e dos talentos vindos do campo.
Bloco EFA Tambores
No dia anterior, os jovens da EFAGO percorreram a feira
com o Bloco EFA Tambores, com instrumentos de material
reciclado, e trouxeram a batida dos ritmos afro-brasileiros
para animar o evento.
“É muito gratificante! É muito bom estar onde estou,
fazendo o que estou fazendo. Nestes 3 dias de evento pude
observar tudo aquilo que tanto sinto falta. Pude estar perto
de tantas pessoas que me são tão caras. Mas acima de tudo,
estive num ambiente com os ares que sempre respirei, com
as histórias que sempre vivenciei e com os olhares
esperançosos de quem, assim como eu, sonha com um
maior reconhecimento para quem vive no campo e carrega
nos braços, o Brasil.
A Feira tem sido um espaço onde os produtores e as
organizações possam expor seus trabalhos, discutir assuntos
relevantes e mostrar e vender seus produtos. Um espaço,
acima de tudo, de respeito mútuo entre diferentes
segmentos que lutam por uma única e nobre causa: dar voz
à Agricultura Familiar.
E é nesse ambiente de constante construção de
conhecimento e histórias, que as três Escolas Famílias
Agrícolas do estado de Goiás têm efetiva participação.
Trazendo para quem não vive essa realidade, um pouco de
toda a formação de jovens técnicos que são formados para
atuar em qualquer área e desenvolver seu trabalho com
excelência. Afinal, o técnico de EFA tem potencial para fazer
a diferença, não só como técnico em agropecuária, mas
como sujeito social de uma sociedade que tem muito a
melhorar, e que cabe a nós começar a mudar.
A única dica que dou àqueles que lidam com agricultura
familiar é que defendam a nossa categoria. Onde quer que
estejam, no campo ou no Jornalismo, na lavoura ou no
escritório, no curral ou na sala de aula, entendam as
peculiaridades e minúcias do nosso campo, pois ele ainda é
muito frágil e precisa muito de nós.”
Depoimento da Técnica em Agropecuária, graduanda em
Jornalismo pela PUC-GO e eternamente grata à EFAORI,
Marluce Corrêa Ribeiro.
Mais fotos e informações do evento Agro Centro-Oeste
Familiar 2015 →
Boletim Eletrônico Nº 2 – Agosto/15
Textos: Marluce Corrêa e equipe do projeto Agente Jovem de Ater
Diagramação: equipe do projeto Agente Jovem de Ater
Projeto Patrocínio