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8/19/2019 Nova Fundamentação Teórica http://slidepdf.com/reader/full/nova-fundamentacao-teorica 1/4 Diante do que se tem visto, acredita-se que a violência e a indisciplina são resultado de fatores que vão além de uma constatação isolada. Ou seja, compreender o fenômeno da violência já no ambiente da educação infantil é um desafio que o educador desta modalidade tem de encarar a fim de promover aprendia!ens si!nificativas. "em se percebendo que este tema deve ser encarado com o ri!or do labor peda!#!ico a fim de se encontrar camin$os que viabiliem este faer da escola. %endo assim, de modo inicial, o conceito de violência que ocasiona todo tipo de indisciplina no conte&to escolar é 'qualquer atitude comportamental que ten$a a intenção de mac$ucar al!uém de modo f(sico ou verbal)*+/, 0110, p. 234, !rifo do autor5. %e!undo 6er!uer, *0112, p. 010 5, 'a a!ressão instrumental7 empre!ada para obter ou reter um brinquedo ou outro objeto qualquer8 a a!ressão reativa7 a retaliação raivosa em função de um ato intencional ou acidental8 a a!ressão ameaçadora7 um ataque de a!ressão espont9neo). sto, obviamente, !era uma descompasso entre os objetivos peda!#!icos de aprendia!em e a efetiva construção de aprendia!ens si!nificativas por parte dos alunos. :crescenta-se ao que já foi dito o fato de que e&iste ainda a contribuição crucial do ambiente familiar, que é um dos !randes fatores contributivos neste fenômeno. %e!undo ;isboa *011<, p.==5 '':s crianças ricas ou pobres, produtos de !estaç>es não desejadas, dificilmente receberão os cuidados necessários ao seu bom desempen$o emocional). Ou seja, crianças oriundas de conte&tos de profunda crise familiar eque a desa!re!ação é a tônica de seus relacionamentos no n?cleo familiar desde o per(odo !estacional produirão crianças com profundas sequelas emocionais que, consequentemente, desembocarão no ambiente escolar com todas as maelas advindas disto. @ica claro que7  : criança com menos de = anos, institucionaliada em internatos, orfanatos, crec$es, $ospitais ou em qualquer outro lu!ar que a afaste de sua mãe, poderá vir a ter problemas na estruturação de sua personalidade. : privação materna e&erce seus efeitos deletérios desde a sala de partos até o final da inf9ncia *;%6O:, 011<, p. =A-<15 sta constatação torna-se ainda mais c$ocante B medida em que a criança cresce e se dá conta de quem é e de seu conte&to. C medida em que percebe seu entorno, embora não ten$a todos os elementos para e&ternar de maneira madura, o fa por meio dos acessos de raiva em que, neste caso, conforme dito acima, prejudica a si e aos outros aprendentes da educação infantil. á claramente aqui neste caso e&posto, a e&acerbação do dilema moral. Ou seja, a criança tenta lidar com seu conflito tendo diante de si toda uma or!aniação social que a confronta e coloca em rota de colisão com as re!ras e os princ(pios mais elementares da ética e da moral. Erincipalmente na fai&a etária dos 2 aos

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Diante do que se tem visto, acredita-se que a violência e a indisciplina são resultado de

fatores que vão além de uma constatação isolada. Ou seja, compreender o fenômeno da

violência já no ambiente da educação infantil é um desafio que o educador desta

modalidade tem de encarar a fim de promover aprendia!ens si!nificativas. "em se

percebendo que este tema deve ser encarado com o ri!or do labor peda!#!ico a fim de

se encontrar camin$os que viabiliem este faer da escola. %endo assim, de modo inicial,

o conceito de violência que ocasiona todo tipo de indisciplina no conte&to escolar é

'qualquer atitude comportamental que ten$a a intenção de mac$ucar al!uém de modo

f(sico ou verbal)*+/, 0110, p. 234, !rifo do autor5. %e!undo 6er!uer, *0112, p. 010 5,

'a a!ressão instrumental7 empre!ada para obter ou reter um brinquedo ou outro objeto

qualquer8 a a!ressão reativa7 a retaliação raivosa em função de um ato intencional ou

acidental8 a a!ressão ameaçadora7 um ataque de a!ressão espont9neo). sto,

obviamente, !era uma descompasso entre os objetivos peda!#!icos de aprendia!em e a

efetiva construção de aprendia!ens si!nificativas por parte dos alunos. :crescenta-se ao

que já foi dito o fato de que e&iste ainda a contribuição crucial do ambiente familiar, que é

um dos !randes fatores contributivos neste fenômeno. %e!undo ;isboa *011<, p.==5 '':s

crianças ricas ou pobres, produtos de !estaç>es não desejadas, dificilmente receberão os

cuidados necessários ao seu bom desempen$o emocional). Ou seja, crianças oriundas de

conte&tos de profunda crise familiar eque a desa!re!ação é a tônica de seus

relacionamentos no n?cleo familiar desde o per(odo !estacional produirão crianças com

profundas sequelas emocionais que, consequentemente, desembocarão no ambiente

escolar com todas as maelas advindas disto. @ica claro que7

 : criança com menos de = anos, institucionaliada em internatos, orfanatos,crec$es, $ospitais ou em qualquer outro lu!ar que a afaste de sua mãe, poderá vir a ter problemas na estruturação de sua personalidade. : privação materna e&erceseus efeitos deletérios desde a sala de partos até o final da inf9ncia *;%6O:,011<, p. =A-<15

sta constatação torna-se ainda mais c$ocante B medida em que a criança cresce e se

dá conta de quem é e de seu conte&to. C medida em que percebe seu entorno, embora

não ten$a todos os elementos para e&ternar de maneira madura, o fa por meio dos

acessos de raiva em que, neste caso, conforme dito acima, prejudica a si e aos outros

aprendentes da educação infantil. á claramente aqui neste caso e&posto, a e&acerbação

do dilema moral. Ou seja, a criança tenta lidar com seu conflito tendo diante de si toda

uma or!aniação social que a confronta e coloca em rota de colisão com as re!ras e osprinc(pios mais elementares da ética e da moral. Erincipalmente na fai&a etária dos 2 aos

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< anos, em que ocorre, se!undo FGD% :pud +:;;O/ *01H2. p.<5 a fase c$amada

por ele de Eersonalismo em que $á o predom(nio do aspecto afetivo numa fase de

transformaç>es marcadas pelo processo de imitação. @ica aparente que tanto

personalidade como todos os aspectos mais basilares dos sensos ético e moral são

delineados nesta fase do desenvolvimento infantil. %endo assim, percebendo de um ladoprofundas marcas dos processos de desa!re!ação familiar e de outro os enormes

conflitos advindos do processo de c$oque de informaç>es li!ados ao personalismo

+aloniano, ur!e um processo de intervenção que abarque estes elementos de modo

articulando e não e&cludente. Ou seja, a escola não poderá jamais, por quest>es #bvias,

entrar no senário familiar e resolver situaç>es de fra!ilidade social e afetiva e&tremas.

Eoderá, contudo, ofertar intervenção que minimie os impactos desta realidade no que é

o maior objetivo da escola7 promover aprendia!em si!nificativa de seus alunos.

%endo assim, diante destas constataç>es, um dos camin$os mais si!nificativos para o

fomento de atitudes e valores éticos e morais no ambiente da educação infantil está na

prática articulada de jo!os. /a dimensão l?dica do universo infantil, sobretudo nesta fae

do desenvolvimento, pode-se obter dos jo!os uma rica fonte de vivencias dentro da

proposta deste projeto, pois7

o jo!o jo!a com quem se envolve e, em se envolvendo, entre!a-se e, em seentre!ando, manifesta seu (ntimo, seu mundo interior, c$eio de desejos, fantasias,repress>es mal resolvidas, ansiedades, medos. /o jo!o podemos levar nossasvontades, podemos traduir em atos I aç>es o que está !uardado. Eodemosima!inar e a!ir, a!ir ma!inar numa praerosa troca, assim o l?dico permite que$aja uma liberdade de e&pressão, que possamos ser espont9neos, verdadeiros. *EJODKLMO et al 0114, p. H205

O educador deve ver no jo!o, como instrumentos peda!#!ico a possibilidade de

desconstruir comportamento arrai!ado e reconstruir vivencias baseadas em valores

morais s#lidos que7

não reproduir a cultura e os valores de uma sociedade desi!ual e opressora,mas para produir con$ecimentos, valores e procedimentos que contemplem oser $umano de forma inte!ral, contribuindo para a superação do paradi!ma deindividualismo e corporativismo que resulta na acentuação das desi!ualdadessociais. *JO%%O NJ. et al 011=, p. H5

  @undamenta-se, B vista destes ar!umentos a import9ncia e os instrumentais deste

projeto de intervenção.

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