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PIERRE WEIL NOVA LINGUAGEM HOLÍSTICA PONTES SOBRE AS .FRONTEIRAS DAS CIÊNCIAS FÍSICAS, BIOLÓGICAS, HUMANAS E AS TRADIÇÕES ESPIRITUAIS UM GUIA ALFABÉTICO Co-edição Espaço e Tempo/CEPA Rio de Janeiro

Nova Linguagem Holistica

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  • PIERRE WEIL

    NOVA LINGUAGEM HOLSTICA

    PONTES SOBRE AS .FRONTEIRAS DAS CINCIAS FSICAS, BIOLGICAS, HUMANAS E AS TRADIES ESPIRITUAIS

    UM GUIA ALFABTICO

    Co-edio Espao e Tempo/CEPA Rio de Janeiro

  • CONVITE A UMA VIAGEM

    A melhor introduo ao presente manual holstico alfabtico o nosso livro precedente: A Neurose do Paraso Perdido.

    Embora ele represente a sua continuao, este volume pode, no entanto, perfeitamente ser lido ou consultado separadamente.

    Ele foi concebido de tal modo que oferece ao leitor uma verdadeira aventura espiritual, ampliando sua viso do Mundo. Com efeito, qualquer que seja o vocbulo consultado, um sistema interno de referncias permite adquirir progressivamente noes precisas e preciosas sobre esta nova e bem antiga viso da Realidade e da Existncia, a Viso ou Perspectiva Holstica. Quando a palavra for seguida por asterisco (*) significa que sua definio est no corpo deste guia.

    Mais do que um simples vocabulrio, trata-se de um verdadeiro manual com caractersticas antolgicas, j que ali se encontram citaes de cientistas e sbios de renome.

    Muitos termos novos precisavam de definies mais claras; outros tiveram de ser criados por ns mesmos, por corresponder a uma necessidade presente, j que inexistem vocbulos em nossa lngua para definir aspectos importantes do SER em Existncia. Estes ltimos termos so seguidos da letra (N), indicando que se trata de neologismo.

    S nos resta, pois, desejar ao leitor uma boa viagem; num ou em vrios passeios ele encontrar estmulos para trabalhar, com mais profundidade ainda, questes como por exemplo: qual o significado e o fim desta minha existncia? O que fao nesta terra? Existe um conceito mais maduro e adulto de Deus? Como sair do impasse criado pela fragmentao em todos os planos, pelas fronteiras criadas na mente do homem e que ameaam de extino a nossa espcie?

    Editora Espao e Tempo, 1987.

  • ABORDAGEM HOLSTICA

    A abordagem holstica* da Realidade* necessita de duas condies indispensveis,

    sucessivas ou concomitantes, e inseparveis:

    A obteno ou o desenvolvimento de uma compreenso clara e de uma interpretao correta da no-dualidade, pelos meios clssicos ligados ao pensamento discursivo. Trata-se do que chamamos de Holologia*.

    O acesso experiencial* Realidade do Ser* e a seu mistrio*, de natureza transegica ou transpessoal*, alm do pensamento e da linguagem*, que conduz Holosofia*. (Este acesso obtido graas a prticas e experincias especiais que agrupamos sob o termo Holopraxia* e que so as caractersticas essenciais da Tradio*.)

    Assim, a Holologia e Holopraxia esto lado a lado, completam-se e reforam-se

    mutuamente.

    A abordagem holstica tende a estabelecer pontes sobre toda espcie de fronteira* e

    de reducionismo*.

    Pode-se tambm classificar sob esta rubrica numerosos movimentos de integrao*,

    embora eles se coloquem freqentemente em apenas uma das duas condies. Estes

    movimentos tendem a reagrupar os elementos dispersos ou isolados da totalidade, ou a

    corrigir os efeitos desastrosos das fronteiras criadas por e no esprito dos seres humanos*.

    Citamos, entre outros:

    A Organizao das Naes Unidas e a Unesco. Os esforos de encontros interdisciplinares* dentro ou fora das Universidades

    (Lupasco, 1980). O movimento ecolgico mundial lanado pela Unesco. A educao holstica*. O movimento holstico na Medicina*. O movimento em favor de uma economia holstica*. Os encontros Ocidente-Oriente na Arte e na Msica. Os movimentos de poltica holstica*, freqentemente ainda em estado latente

    nas iniciativas da nova era* e os encontros de partidos e correntes polticas em conflito.

    As comunidades da nova era como Findhorn na Esccia e Esalen na Califrnia. O movimento transpessoal da Psicologia, de natureza interdisciplinar. As iniciativas ecumnicas. Os encontros cada vez mais freqentes entre Mestres orientais (todos holsticos)

    e Cientistas e Filsofos ocidentais. A reciclagem de padres e monges ocidentais em ashrams ou centros de Yoga*

    Hindusta ou Budista. O movimento mundial de no-violncia* de Gandhi e seus discpulos como

    Lanza del Vasto.

  • As numerosas revistas, publicaes e produes audiovisuais holsticas. Certas produes artsticas, teatrais, coreogrficas, musicais holsticas. A abordagem holonmica* do Universo Fsico e do Crebro. A criao de Universidades Holsticas, onde se favorece a integrao de sistemas

    isolados ou de aparncia no-relacional ou mesmo contraditria. (V. Natureza da Realidade; Processo Holstico)

    ABORDAGEM SOLONMICA* DO UNIVERSO E DO CREBRO

    Introduzido por George Leonard, o termo foi adotado por fsicos como David Bohm

    e neurologistas como Karl Pribram para integrar os novos princpios de importncia

    primordial para a fsica e o estudo da conscincia, visando uma concepo global da

    Realidade, sobretudo no que concerne s relaes entre o todo e suas partes*, elementos ou

    eventos.

    Fundamentada principalmente nas propriedades do Holograma*, onde o todo se

    encontra reproduzido em todas as partes, a abordagem holonmica do universo e do crebro

    impregna numerosas pesquisas atuais que desembocam em uma eventual teoria

    holonmica do crebro e do universo. (Lupasco, 1980).

    (V. Holonomia)

    ABSOLUTO

    Do latim: absolutas, acabado.

    Para Hegel, O Absoluto o Esprito: esta a definio mais elevada do Absoluto.

    Pode-se afirmar que encontrar esta definio e compreender o seu contedo foi o motivo

    ltimo de todas as culturas e filosofias. Todas as religies e cincias se esforaram no sentido

    de atingir este ponto.

    ...O Absoluto no simplesmente o Um. o Um, mas tambm o Muito: a

    identidade-na-diferena.

    ...O Ser*, o Absoluto, a infinita Totalidade, no uma simples coleo de coisas

    finitas, mas uma Vida infinita, um Esprito auto-atualizante*.

    ...ele o processo de seu prprio vir-a-ser, o crculo que pressupe seu fim, assim

    como sua inteno e cujo fim o seu comeo. Torna-se concreto ou real unicamente atravs

    de seu desenvolvimento e de sua finalidade*.

  • (Hegel, citado por Wilber, 1983, p. 314)

    O Ser, ao se manifestar como aparncia fenomenal, cria uma iluso de Relatividade*

    na Existncia*. Neste sentido, a oposio Absoluto-Relativo apenas aparente e ultrapassada

    pelo carter Absoluto do Ser, mesmo quando ele se relativiza na e sob a forma dos seres* e

    do universo.

    Assim, em ltima instncia, o carter Absoluto do Ser integra a relatividade da

    dualidade dos conceitos Absoluto-Relativo. Ele no tem, alis, nada a ver com esta

    distino, como mostra o mestre tibetano Longchempa.

    O Absoluto transcende o relativo*, mas imanente a tudo aquilo que relativo. O

    nmeno* e o fenmeno* so imanentes de tal forma que o imanente e o transcendente

    existem ao mesmo tempo.

    (Sri Nisargadalta Moharaj, 1983, p. 254)

    AFETIVIDADE

    ...O estado afetivo no uma afirmao nem uma negao: no afirma nada, nem

    nega nada. Ele . Portanto, no contraditrio nem no-contraditrio; nem falso, nem

    verdadeiro, em si mesmo. De tudo aquilo que desfila em nossa experincia, a afetividade a

    nica coisa, portanto, que carrega as marcas daquilo designado pelas palavras metafsicas

    substncia* e ser*. As noes de substncia e de ser parecem, pois, noes puramente

    afetivas. E, por isso mesmo, de uma natureza radicalmente estranha a tudo aquilo que

    existencial, quer dizer, lgico. De fato, vimos, ao examinar a estrutura do saber, que tudo o

    que lgico relacional e cognitivo, que a existncia* o conhecimento (existir conhecer,

    existir em relao a qualquer coisa que, por isso mesmo, mostra-se, d-se a conhecer,

    conhecida), so os valores lgicos que se conhecem reciprocamente um ao outro e conhecem-

    se como tais; o ser simplesmente ser e precisamente o afetivo puro, o qual, sozinho,

    apresenta-se como tal.

    (Lupasco, 1972, p. 194)

    AGRESSO

    A agresso no animal, assim como no homem, , em ltima instncia, defensiva,

    o ser* que cr em sua prpria existncia isolada e traa as fronteiras* externas ou

    internas a seu Eu* ilusrio.

    E como diz Ken Wilber (1983), a humanidade nunca jamais abandonar este tipo de

  • agresso mortal, guerra, opresso e represso, apego e explorao, at que homem e mulher

    abandonem esta propriedade denominada personalidade. Quer dizer, at que eles despertem

    para o transpessoal*. At este momento, culpa, assassinato, propriedade e pessoa

    permanecero sempre como sinnimos (p. 284-286).

    ALTERNATIVO

    Termo usado especialmente no Brasil para designar modalidades naturais e

    no convencionais de lidar com certos, problemas humanos. Fala-se mais

    especialmente em Medicina alternativa, Alimentao alternativa. Processos

    alternativos em Educao, etc.

    Historicamente, esse adjetivo foi acrescentado Tecnologia e Medicina,

    quando estas constituem opes em relao a mtodos ou produtos destruidores do

    equilbrio natural.

    O termo tem criado confuses, por parecer excluir todos Os mtodos

    tradicionais, mesmo os benficos.

    AMNSIA HOLONMICA

    Nome dado por Jos Arguelles (1984) s conseqncias da hipoatividade do

    hemisfrio cerebral direito, o qual, segundo certos trabalhos, o centro intuitivo da viso

    holstica*, sob o efeito da educao que hiperatrofiou as funes racionais do hemisfrio

    esquerdo, segundo a mesma viso holstica do mundo.

    AMOR

    Do ponto de vista holstico*, o Amor assume um carter universal e, por inspirao

    do pensamento oriental, pode ser definido como consistindo em querer a felicidade de todos

    os seres sem distino nem exceo.

    Na evoluo humana que desemboca no mutante*, esta parte do amor narcsico

    primrio descrito por Freud, ou amor por si mesmo, passa pela afeio e apego a uma ou mais

    pessoas, grupos familiares ou sociedades e transforma-se em uma experincia vivida de

    comunicao profunda e de compaixo* por todos os seres, humanos ou no.

    O homem est agora perto de atingir o nvel transpessoal* da experincia holstica,

    onde tudo Amor e Luz puros, sem sujeito nem objeto.

  • ANIMADO INANIMADO

    Porque aquilo que se chama de animado e inanimado deriva das mesmas foras

    elementares (organizadoras); e sua diferena reside simplesmente no modo de operao. O

    inanimado o modo em que a energia radiante do Ser* congela progressivamente,

    transformando-se em matria. O animado, por outro lado, o modo pelo qual a energia

    radiante do Ser ainda vibra. (Guenther, 1984, p. 11.)

    (V. Esprito e Matria, Processo de formao; Holoidentidade; Holorradiao.)

    ANTAGONISMO E NO-SEPARATIVIDADE

    ...poder-se-ia superficialmente crer que o antagonismo, a luta das contradies

    implicam na separao. O inverso que verdadeiro. A lgica formal de Lupasco acarreta de

    maneira inevitvel a no-separatividade: ...no existe elemento, evento, ponto algum no

    mundo, que seja independente... (Nicolescu, 1985, p. 202).

    ANTROPOCENTRISMO, ANTROPOMORFISMO

    Dificuldade ou incapacidade completa para o ser humano de colocar-se no lugar de

    outros seres ou mesmo do Ser*.

    Resulta da uma projeo das estruturas c .percepes humanas sobre o mundo, o

    Universo e o Ser.

    Ser , ento, percebido como uma pessoa, possuindo um organismo semelhante ao

    do homem. o antropomorfismo.

    A forma primitiva de conceber Deus como um ser barbudo e primitivo uma

    projeo antropomrfica: o homem que criou Deus sua prpria imagem.

    A abordagem holstica dilui progressivamente toda a projeo antropomrfica;

    somente a Realizao ou experincia transpessoal* dissolve totalmente as tendncias

    antropocntricas.

    O fsico Werner Heisenberg (1984) estava muito consciente deste fenmeno quando

    dizia: Seria verdadeiramente absurdo pesquisar por trs das estruturas organizadoras deste

    mundo uma conscincia cujas intenes seriam justamente estas estruturas? Certamente,

    mesmo o fato de colocar tal questo seria um falso passo antropomrfico, dado que a palavra

    conscincia seria, em todo caso, fundamentada puramente na experincia humana... (p. 37)

    A partir de uma perspectiva esotrica tradicional, segundo a qual o microcosmo (ser

  • humano*) um reflexo do macrocosmo (Ser), a projeo antropocntrica* pode ser

    utilizada como descrio do Ser. Esta questo pode ser pelo menos levantada.

    APARNCIAS

    Por aparncia, entende-se aquilo que se revela por si mesmo a nosso sentido e ao

    esprito discriminante e percebido como forma, som, odor, gosto e tato.

    Fora destas aparncias, formam-se as idias, como o barro, a gua, o vaso etc., pelas

    quais se diz: isto isto, aquilo aquilo e no outra coisa isso um nome. Quando as

    aparncias so comparadas entre si, assim como os nomes, como quando se diz: isto um

    elefante, eis um cavalo, uma charrete, um pedestre, um homem, uma mulher, ou, ento, isto

    o esprito e aquilo que lhe pertence dessas coisas assim nomeadas diz-se que elas so

    discriminadas.

    Todas essas discriminaes so vistas como se condicionando mutuamente, como

    auto-substncias vazias, como no-natas e comea-se a v-las como so verdadeiramente,

    quer dizer, manifestaes do prprio esprito eis o verdadeiro conhecimento. Graas a ele,

    o sbio deixa de considerar as aparncias e os nomes como realidade. (Buda, in Goddard,

    1970, p. 299). (V. Fronteiras; Realidade)

    APATHEIA

    a meta. Nesse momento, o homem como Deus. Pre Dionysios, in Leloup,

    1980, p. 27-28) (V. Hesychia; Realizao; Transpessoal)

    ARQUTIPO

    Termo empregado principalmente por Jung, significando os contedos do

    inconsciente coletivo.

    Encontramos este termo desde Philon de Alexandria, em Denys, o Areopagita e

    Santo Agostinho. Jung o relaciona igualmente com as representaes coletivas de Levy-

    Bruhl para designar as figuras simblicas da cosmoviso primitiva.

    Mas se quisermos ser exatos, devemos fazer a distino entre arqutipo e

    representaes arquetpicas. O arqutipo em si representa um modelo hipottico, tal como os

    modelos de comportamentos da biologia. (Jung, 1970, p. 9-10)

    Eles no so difundidos apenas pela tradio, pela linguagem ou pela migrao, mas

    podem voltar a surgir espontaneamente em qualquer poca e lugar sem serem influenciados

  • por nenhuma transmisso exterior. (Id., p. 73)

    ARTE TRANSPESSOAL OU CSMICA

    Produes artsticas resultantes de estudos ou de experincias transpessoais, das

    quais so a expresso.

    O Dr. Raymond Piper e sua esposa Lila fizeram uma vasta pesquisa sobre as origens

    transpessoais de certas produes artsticas.

    (V. Piper e Piper, 1975; e Huygne, 1960)

    A TEMPORALIDADE

    O Ser* est fora das trs dimenses do Tempo. Por isso, esta expresso prefervel

    de eternidade que implica um passado e um futuro infinitos. (V. Eterno Presente)

    ATUALIZAO

    Uma das duas ordens antagnicas que agem uma sobre a outra, uma potencialidade,

    a outra no sentido de sua atualizao.

    Ela se apresenta como uma causa eficiente e como um fato.

    Quando a homogeneidade passa de um certo grau de potencialidade a um certo grau

    de atualizao, a heterogeneidade, por isso mesmo, passa de um certo grau de atualizao a

    um certo grau de potencializao, e vice-versa. (Lupasco, 1980, p. 296-323) (V.

    Holomovimento; Holos)

    AUTOCONSISTNCIA (V. Holo-homeostase)

    BANCO PSI

    Nome dado por Jos Arguelles (1984b) a um campo energtico psquico que criado

    durante sua evoluo ao redor da terra e que contm a informao de que o homem precisa

    para funcionar inteligentemente sobre o planeta.

    Este termo agrupa, num s vocbulo, os conceitos de inconsciente coletivo de Jung,

    de noosfera* de Teilhard de Chardin e de campo psi do fsico Oliver Reiser.

    BIOCIDIO

    Termo empregado pela Unesco, em sua declarao dos direitos dos animais, para

  • indicar o genocdio da Biosfera* terrestre pelo homem.

    BIOCOMPUTADOR HUMANO

    Termo forjado por John Lilly para designar o ser humano em seu conjunto e, mais

    particularmente, o crebro e o esprito.

    O crebro humano um imenso biocomputador, cujas propriedades no esto todas

    decifradas nem profundamente compreendidas. A interao entre os biocomputadores

    colocados em grupo igualmente plena de desconhecidos.

    Este biocomputador capaz no somente de programao, mas igualmente de

    metaprogramao*. O esprito funciona na base de simulaes, como um computador.

    Eis o esquema geral de John Lilly:

    Nvel de Estrutura Definio

    10 O desconhecido 9 A metaprogramao da essncia 8 A metaprogramao do self

    7 A metaprogramao do ego

    6 A metaprogramao em geral (sem referncia a um sistema de controle)

    5 A programao 4 As atividades do crebro 3 O crebro enquanto estrutura fsica 2 O corpo enquanto estrutura fsica

    1 A realidade exterior em todos os seus aspectos (corpo e crebro inclusive)

    (in Germe, 1985, p. 131) (V. Holoprogramao)

    BIOGNESE

    Teoria segundo a qual haveria um comeo para a vida. Trata-se, sem dvida, de uma

    projeo antropocntrica* e geocntrica, portanto limitada terra.

    (V. Energia e Evoluo; Evoluo)

    BIORRESSONNCIA

    Fundamentalmente, trata-se de uma relao interativa de causa e efeito.

  • Voc e eu, assim como todos os organismos sobre este planeta, formamos um com o

    prprio planeta um corpo, um corao; o planeta e todas as coisas sobre ele so compostos

    pelos mesmos elementos. A forma que toma nosso corpo a manifestao de nossos

    pensamentos, atitudes, desejos, trazendo os numerosos elementos da vida coerncia,

    forma. Ns existimos nos elementos e os elementos em ns.

    Os meridianos energticos do corpo humano ressoam com os do corpo planetrio, de

    tal forma que toda inteno ou ao humana engendra ondas de ao e de interao atravs do

    campo energtico terrestre, o corpo planetrio inteiro. Assim, a forma inteira da terra e da

    atmosfera do prprio planeta afetada por e afeta, por sua vez, a conscincia humana. Pela

    biorressonncia, a clarificao e a transformao do esprito individual purificam a atmosfera

    do planeta e todas as coisas que se encontram sobre ele ou que ele contm. (Dyani Ywahoo,

    ndia da Nao dos Cherokees dos EUA, 1984)

    BIOSFERA

    Campo vital composto pelo conjunto dos seres vivos ao redor da esfera terrestre.

    BOOTSTRAP

    A abordagem Bootstrap na fsica das partculas foi criada por Geoffrey Chew, em

    1959, na Universidade de Berkeley.

    O fundamento desta abordagem a idia segundo a qual a natureza no pode ser

    reduzida s entidades fundamentais, como blocos de construo de base feitos de matria,

    mas deve ser inteiramente compreendida como sendo uma autoconsistncia.

    ...A filosofia bootstrap no apenas abandona a idia de uma construo de

    fundamentos feitos de blocos de matria, mas ainda no aceita nenhuma entidade fundamental

    qualquer que seja nenhuma lei, equao, ou princpio fundamental. O universo visto

    como um tecido dinmico, de eventos interrelacionados. Nenhuma das propriedades de

    nenhuma das partes deste tecido fundamental; elas provm todas das propriedades das

    outras partes e a consistncia geral de suas interrelaes mtuas determina a estrutura do

    tecido em seu conjunto.

    ...A imagem dos hadrions que emerge destes modelos bootstrap freqentemente

    resumida numa frase plena de significado: Cada partcula consiste em todas as outras

    partculas.

    ...A imagem do bootstrap representando um tecido interconectado de relaes

  • segundo as quais as partculas so dinamicamente compostas uma pela outra, mostra

    evidentemente grandes semelhanas com os modelos holonmicos*. (F. Capra, 1982, p. 113-

    116)

    BOOTSTRAP E TEORIAS FILOSFICAS E CIENTIFICAS

    Aps haver analisado as aproximaes mais ou menos bem-sucedidas entre o

    bootstrap* e a monadologia de Leibnitz, a doutrina dos homemeros de Anaxgora, o

    budismo e o taosmo (por F. Capra) e a dialtica hegeliana, B. Nicolescu (1985) afirma que;

    Qualquer que seja a fascinao exercida pelo princpio bootstrap no plano

    filosfico, seu interesse reside, a nosso ver, em outro lugar. Mais que um novo tema na

    fsica, trata-se antes de um smbolo, determinando a emergncia de uma viso da unidade do

    mundo.

    ...Creio que o interesse maior do princpio do bootstrap que ele tem xito na

    reunio da viso do mundo com a teoria cientfica numa nica e mesma abordagem. (p.

    63)

    A teoria do bootstrap topolgico parece ser potencialmente capaz de realizar a

    unificao dos aspectos contraditrios da Realidade: continuidade-descontinuidade,

    separatividade-no separatividade, identidade-no identidade, homogeneidade-

    heterogeneidade*, atualizao-potencializao. O princpio do bootstrap aparece, assim, como

    um princpio de unidade, ao mesmo tempo estrutural e organizacional do mundo material: a

    unidade aparece atravs da interao de uma partcula com todas as outras partculas,

    enquanto que a estrutura hierrquica se manifesta pela emergncia dos diferentes nveis da

    Realidade fsica... (id., p. 179)

    CAMPO

    Conjunto ou sistema de relaes energticas, de eventos ou de elementos, na fsica,

    psicologia e sociologia.

    Do ponto de vista holstico, o campo total ou global o espao* onde se desenrolam

    os fenmenos que no podem ser separados, a cena em que se representa o jogo da vida.

    Assim, toda configurao* parte integrante e inseparvel do campo total.

    Toda separao dentro do campo total do Ser* o resultado de fronteiras* traadas

    pelas limitaes ilusrias do Esprito nos seres humanos e de seus conceitos quaisquer que

    sejam.

  • A palavra campo aparece pela primeira vez na fsica em 1849, nos trabalhos de

    Michael Faraday, mas o prprio conceito mais antigo. Os fsicos do sculo XVIII j

    propuseram substituir a ao distncia presente na teoria da gravitao de Newton por um

    campo gravitacional. Este campo construdo por todas as partculas de matria situadas no

    espao e atua sobre cada partcula situada em um ponto dado do espao.

    ...A teoria quntica dos campos muito abstraa.

    ...Poder-se-ia representar um campo atravs de uma rede formada por molas

    metlicas amarradas umas s outras... Existe um nmero infinito de molas. A vibrao de uma

    certa mola corresponde a um quantum do campo. Os diferentes campos interagem entre si...

    tudo aquilo que manifestado vibrao. (Nicolescu, 1985, p. 71-72)

    CAMPO INFORMACIONAL

    Idia adiantada por fsicos e parapsiclogos soviticos e tchecos, segundo a qual

    poder-se-ia explicar a habilidade de um agente determinado de fazer um registro objetivo de

    eventos que se desenrolam no momento presente, sejam estes em relao matria animada

    ou inanimada. Um organismo, em uma certa fase de seu desenvolvimento, dentro de certas

    condies especficas, pode ler a informao neste campo. (Rejdk, 1979)

    CAMPO MORFOGENTICO

    Um campo morfogentico uma causa da forma especfica adotada por um sistema,

    mesmo que ela esteja na impossibilidade de agir sem os tijolos fundamentais adequados e

    sem a energia necessria para ajust-los.

    ...Os campos morfogenticos no so energticos em si segundo a hiptese da

    causalidade formativa; no entanto, eles preenchem um papel causal na determinao das

    formas de sistemas com os quais esto associados. (Sheldrake, 1985, p. 79)

    CAPACIDADE (V. Potencializao)

    CAUSALIDADE (TEORIA DA CAUSALIDADE)

    Na abordagem holstica, a teoria da causalidade, segundo a qual todo fenmeno* tem

    uma causa da qual o efeito, s aceita dentro das limitaes de uma viso relativa*, dualista

    e linear da Realidade*.

    A teoria da causalidade, apesar de ser um paradigma til e indispensvel na cincia,

  • questionada por um lado pela teoria dos quanta (teorema de John S. Bell), o Bootstrap*, a

    teoria Holonmica* do Universo, a descoberta do Holograma* e, por outro lado, pelos dados

    recentes da Psicologia Transpessoal* e da Parapsicologia*.

    Est em curso uma mudana de paradigmas, cujas conseqncias so ainda difceis

    de serem situadas e apreciadas com justia.

    ...no bootstrap topolgico, no existe mais realmente uma oposio entre os objetos

    separveis e os eventos no separveis: eles aparecem em nveis de complexidade diferente.

    A causalidade local definida no espao-tempo contnuo e, portanto, ela aparece como um

    conceito aproximativo. No espao maior do bootstrap topolgico, intervm uma nova

    causalidade. A noo de causalidade conservada, mesmo se este conceito mais refinado

    do que aquele ao qual ns nos habituamos na fsica clssica. (Nicolescu, 1985, p. 53) (V.

    Abordagem Holonmica, Dualidade)

    CENTROS ENERGTICOS HUMANOS

    O Yoga distingue inumerveis centros energticos. Um dos sistemas os reduz a sete

    principais, correspondentes a funes bem conhecidas no Ocidente e aparentemene ligados

    aos principais plexos.

    Localizao Funo

    7 Na parte superior da cabea

    Transcendncia da dualidade sujeito-objeto

    6 Fronte Conhecimento

    5 Garganta Criatividade

    4 Corao Amor altrusta

    3 Estmago Poder

    2 Intestino-Bexiga Sensualidade

    1 Reto-Sexo Segurana

    Gurdjieff distingue trs centros: (1) instintivos; (2) emocional; (3) mental. (V. estrutura ternria)

    CINCIA E TRADIO

    B. Nicolescu (185) nos mostra que a convergncia estrutural, neste momento muito

    pouco explorada, entre a cincia e a Tradio* pode ter um impacto incalculvel sobre o

    mundo atual ou de amanh, pela apario de uma imagem unificada e ao mesmo tempo

  • diversa do mundo, onde o homem reencontrar, enfim, seu lugar.

    Mas esta viso holstica no deve levar a vises simplistas que afirmam que afinal a

    cincia e a Tradio so diferentes por natureza, por seus meios, por sua finalidade ... mas...

    convergentes no sentido do mesmo centro: o homem e sua evoluo. (Nicolescu, 1985,

    Cap. 7)

    Eis um resumo sintico de algumas semelhanas e diferenas entre cincia e

    Tradio:

    Tradio Cincia

    Pesquisa da Realidade Pesquisa da Realidade Carter invariante do Conhecimento (estabilidade, permanncia)

    Carter evolutivo do Conhecimento (instabilidade, impermanncia)

    Transmisso trans-humana, transpessoal, por revelao direta, com desaparecimento da dualidade sujeito-objeto.

    A objetividade da observao e da experimentao implica a crena em um sujeito e um objeto distinto.

    Transmisso de Mestre a Discpulo de natureza energtica, constituindo uma cadeia de Tradio

    Rejeio de toda influncia de qualquer Mestre exceto a Razo e a prova experimental.

    Transmisso oral e escrita daquilo que pode ser expresso verbalmente, paralelamente experincia direta experiencial*.

    Transmisso oral e escrita dos conhecimentos e metodologias de investigao.

    Natureza experiencial do conhecimento. Natureza experimental e de observao do conhecimento.

    Intuio e razo. Rejeio da validade dos cinco sentidos.

    Cinco sentidos e razo. Rejeio da intuio.

    Metodologia contemplativa que implica na supresso da percepo e do pensamento.

    Metodologia experimental que implica na ativao da percepo e do pensamento.

    Instrumento essencial: Psicossomtico. Instrumentao exterior estrutra psicossomtica que permite a medida dita objetiva.

    Carter inefvel da Metania, portanto intransmissvel.

    Necessidade de explicao verbal.

    O consenso no necessariamente considerado como uma prova. Ele pode, pelo contrrio, reforar o carter ilusrio dos fenmenos.

    Validao consensual indispensvel.

    Respeito autoridade do Mestre realizado. Crtica autoridade pessoal. A experincia a autoridade ltima.

    Cuidados de aplicao sade, paz e felicidade dos seres.

    Cuidados de aplicao tecnolgica e eficaz.

    Transcendncia da dualidade absoluto-relativo e da causalidade.

    Explorao do domnio relativo da causalidade.

  • COISIF1CAO (V. Reificao)

    COMPLEMENTARIDADE (V. Indivisibilidade)

    CONCEITO

    Conceituar consiste em delimitar o ilimitado do Ser*, em de-finir a infinitude de sua

    abertura.

    , pois, o resultado de uma operao dualista, que constitui o obstculo fundamental

    da abordagem Holstica* e da Holopraxia*.

    Embora seja um instrumento indispensvel comunicao verbal e resultado de um

    esforo de abstrao e de globalizao, ele divide o Ser em categorias, como por exemplo as

    de Kant: quantidade, qualidade, relao*, modalidade.

    Embora produzido pelo Esprito*, s se pode vivenciar a natureza do Ser (ou do

    Esprito) separando produto de sua fonte, a idia do esprito, esperando sua dissoluo: como

    uma nuvem que esconde o azul do cu e que, ao se dissolver, f-lo reaparecer.

    isso que ocorre durante a Meditao*.

    (V. Fronteiras; Linguagem; Linguagem Holstica)

    CONFIGURAO

    A configurao um dos aspectos do Ser* como Existncia*.

    Conhecida na ndia sob o nome de Mandato e na Psicologia Ocidental sob o termo

    alemo de Gestalt*.

    A configurao do Ser caracterizada pelo fato de no ter limite, nem centro, carter

    que imprime Existncia e que reencontrado na abordagem holonmica do Universo e do

    crebro*. Concretiza-se na fsica sob a forma de holograma* ou de fonograma.

    A dinmica fundamental inerente a uma tal configurao a qualidade cognitiva

    primordial... quer dizer, uma operao cognitiva que no se concretiza, mas que simplesmente

    , e cuja operao um processo de formao de configurao. (Guenther, 1984, p. 44)

    Esta primeira configurao do Ser serve de ponto de partida de seu prprio

    movimento a presena espontnea do Ser na pura luminosidade da Existncia. Seu carter

    holstico* muito especial apresenta-se como o pr-programa de trs modelos de realizao

    tima sob a forma de uma trade gestltica, em cuja luz, o sistema, o indivduo humano,

  • organiza-se a si mesmo. Em termos de experincia*, esta configurao de base preocupa-se

    com os valores de evidncia existencial, que no podem ser figurados, a no ser em termos de

    uma gestalt formal e que, de maneira anloga ao bootstrap*, contribui para a emergncia de

    campos* de fora operando entre si de tal forma que o conjunto do processo leva a sistemas

    limitados como codificao desses valores autnticos. (Guenther, 1984, p. 44)

    Embora produzido pelo Esprito*, s se pode vivenciar a natureza do Ser (ou do

    Esprito) separando produto de sua fonte, a idia do esprito, esperando sua dissoluo: como

    uma nuvem que esconde o azul do cu e que, ao se dissolver, f-lo reaparecer.

    isso que ocorre durante a Meditao*.

    (V. Fronteiras; Linguagem; Linguagem Holstica)

    CONFIGURAO

    A configurao um dos aspectos do Ser* como Existncia*.

    Conhecida na ndia sob o nome de Mandala e na Psicologia Ocidental sob o termo

    alemo de Gestalt*.

    A configurao do Ser caracterizada pelo fato de no ter limite, nem centro, carter

    que imprime Existncia e que reencontrado na abordagem holonmica do Universo e do

    crebro*. Concretiza-se na fsica sob a forma de holograma* ou de fonograma.

    A dinmica fundamental inerente a uma tal configurao a qualidade cognitiva

    primordial... quer dizer, uma operao cognitiva que no se concretiza, mas que simplesmente

    , e cuja operao um processo de formao de configurao. (Guenther, 1984, p. 44)

    Esta primeira configurao do Ser serve de ponto de partida de seu prprio

    movimento a presena espontnea do Ser na pura luminosidade da Existncia. Seu carter

    holstico* muito especial apresenta-se como o pr-programa de trs modelos de realizao

    tima sob a forma de uma trade gestltica, em cuja luz, o sistema, o indivduo humano,

    organiza-se a si mesmo. Em termos de experincia*, esta configurao de base preocupa-se

    com os valores de evidncia existencial, que no podem ser figurados, a no ser em termos de

    uma gestalt formal e que, de maneira anloga ao bootstrap*, contribui para a emergncia de

    campos* de fora operando entre si de tal forma que o conjunto do processo leva a sistemas

    limitados como codificao desses valores autnticos. (Guenther, 1984, p. 44)

    As trs configuraes so: as configuraes holoesttica*, holoscnica* e

    holodramtica*.

  • De um ponto de vista holstico, os objetos e os eventos que fazem parte de uma

    configurao, a qual faz parte de uma configurao maior e assim por diante, at que tudo

    esteja includo no grande plano e na configurao do universo.

    Os eventos individuais e os objetos existem, mas sua individualidade apenas

    secundria, comparada ao fato de ser parte integrante da unidade da configurao. (Le Shan,

    1973)

    (V. Otimizao)

    CONFIGURAO BINRIA TRPLICE

    Modelo de campo esfrico de trs campos em interao:

    Gravitacional, que a terra

    Eletromagntico, que o espao celeste

    Biopsquico, que o homem e o banco PSI*. (Arguelles, 1984a)

    CONFLITO (V. Fronteiras; Tenso)

    CONHECIMENTO (GRANDE CONHECIMENTO)

    Termo cunhado em ingls (Great Knowledge) pelo lama tibetano Tartang Tulku,

    para designar a essncia* de tudo.

    O Grande Conhecimento no a perspectiva ou viso de um indivduo com nfase

    sobre uma dicotomia sujeito-objeto. O Grande Conhecimento tudo sujeito e objeto,

    completamente unificados, num sentido que no implique nem partes nem um tudo, nem

    mesmo um processo de unificao.

    Podemos chamar esta comunho total de Corpo de Conhecimento. Cada um e tudo

    constituem a total e robusta corporificao da intimidade do Espao e do Tempo. (Tulku,

    1977, p. 286-287)

    Uma vez que estejamos abertos a este Conhecimento, se desejarmos experienciar

    aquilo que se entende por termos como Ser*, Deus*, Realidade*, ou Unidade, ento

    tais termos encontraro um fundamento satisfatrio e sero profundamente significativos,

    (ibid., p. 296)

    CONSCINCIA

    Comecemos por admitir que, em certa medida, a conscincia (onde inclumos o

  • pensamento, os sentimentos, os desejos, a vontade etc.) deve ser compreendida com

    referncia ordem implicada*, ao mesmo tempo que realidade* em seu conjunto.

    ...Isso no significa que a conscincia seja totalmente dependente e que ela derive da

    matria* tal como ns a conhecemos. Ela poderia muito bem colocar em jogo outros

    princpios e novas formas de energia que vo talvez at alm daqueles do mar imenso que

    o espao* vazio.

    Mas, o essencial, aqui, a idia proposta de que a matria e a conscincia tm em

    comum a ordem implicada. (David Bohm, in Lupasco, 1980, p. 451s)

    A conscincia intervm se qualquer coisa altera esta atualizao*, se o novo

    aparece.

    ...Assim, a conscincia se manifesta como um sinal, como aquilo que se chamou

    acertadamente de vigilncia.

    , pois, um fenmeno potencial* ameaando atualizar-se contra a atualizao dos

    fenmenos da habituao, que aparece na conscincia, que constitui mesmo a conscincia.

    (Stephane Lupasco, 1974, p. 143-144)

    CONSCINCIA CSMICA

    Nome utilizado, em 1900, pelo psiquiatra canadense R. M. Bucke, para designar...

    uma forma mais elevada de conscincia do que a possuda pelo homem comum...

    ...A primeira caracterstica da conscincia csmica , como o nome indica, a

    conscincia do cosmo, quer dizer, da vida e da ordem do universo. (Bucke, 1982, p. l)

    De fato, a Conscincia Csmica de natureza universal. Ela se confunde com o Ser*.

    (V. Experincia Intrnseca; Transpessoal)

    CONSCINCIA E REALIDADE

    Num plano relativo, a vivncia V da Realidade R funo f do Estado de

    Conscincia EC no qual se encontra uma pessoa num momento dado.

    Colocamos este princpio fundamental da Psicologia Transpessoal sob a forma da

    seguinte frmula:

    VR = f(EC)

    Num plano absoluto, a Realidade a Conscincia, que se confunde nesse caso com o

  • Ser. No existe mais a dualidade entre a experincia que implica um ser* experimentador e o

    Ser*. (V. Pierre Weil, 1982 e 1984).

    (V. EMC; Realizao)

    CONSENSO SOCIAL E REALIDADE

    Entendido como conjunto de sistemas de crenas de grupos sociais ou de uma dada

    sociedade, o consenso tem um papel extremamente importante sobre nossas percepes,

    nossos pensamentos, nossos hbitos e nosso comportamento.

    Ele pode ser um enorme obstculo abordagem holstica da realidade, porque

    condiciona nossa percepo tanto do mundo exterior como interior; mesmo a distino

    interior-exterior que acabamos de citar um produto do consenso, como todas as

    dualidades* e distines feitas pela linguagem*.

    Como diz T. Leary (citado por Paul Germe, 1985): Na provncia dos espritos

    interdependentes, aquilo que o conjunto considera verdadeiro verdadeiro ou torna-se assim

    dentro de certos limites a serem definidos emprica e experimentalmente. Essas fronteiras*

    so outras crenas a serem tambm transcendidas. A provncia do esprito do conjunto

    ilimitada. (p. 221)

    A sociloga Barbara Michael fala destes consensos estourados, parciais e

    preconceituosos. So esses consensos mltiplos que fazem as realidades, que produzem suas

    simulaes a partir de seus programas, de seus sistemas de crena. Por exemplo, um consenso

    mais amplo emerge, hoje em dia, a respeito da crena na astrologia, ou melhor, nos

    astrlogos, porque os programas variam no interior de um mesmo metaprograma*. (Germe,

    1985, p. 221).

    (V. Fenmeno Pessoal e Geral)

    CONSTITUINTES LTIMOS

    O ponto de vista de Lupasco (similar ao da teoria do bootstrap) acha-se...

    confirmado: o conceito de constituinte ltimo da matria um conceito assinttico, um

    conceito-limite, despojado de existncia experimental... A busca dos constituintes ltimos

    da matria no parece ter fim. (B. Nicolescu, 1985, p. 213)

    CONTINUIDADE (V. Holocontinuum)

    CONTINUUM (V. Indivisibilidade)

  • COSMOLOGIA QUNTICA

    ... esta nova cincia est fundamentada na idia da unidade entre duas escalas da

    natureza... a escala quntica e a escala cosmolgica. As interaes entre as partculas

    podem nos informar sobre a evoluo do cosmo e as informaes sobre a dinmica

    cosmolgica podem esclarecer certos aspectos da fsica das partculas. (B. Nicolescu, 1985,

    p. 109)

    CRENA

    Eu descobri que necessrio, absolutamente necessrio, no crer em nada. Quer

    dizer: devemos crer em alguma coisa que no tenha forma, nem cor alguma coisa que

    exista antes do aparecimento de todas as formas e de todas as cores. Isto muito importante.

    Mas qualquer que seja o deus ou a doutrina na qual voc acredita, se voc se apegar a ela, sua

    crena estar mais ou menos fundamentada sobre uma idia egocntrica*. Ora, atingir esta f

    perfeita lhe tomar um certo tempo. Como voc busca continuamente realizar seu ideal, voc

    no ter mais tempo livre para a serenidade. Mas se voc estiver sempre pronto a aceitar tudo

    aquilo que vemos como um fenmeno* procedente do nada, sabendo que uma existncia*

    fenomenal de tal forma ou cor aparece por uma certa razo, voc ter neste momento a

    serenidade perfeita. (Suzuki, 1977, p. 146-147)

    CRIATIVIDADE

    A criatividade uma resultante de uma abordagem holstica da existncia,

    compreendendo uma holologia* e uma holopraxia*.

    Abraham Maslow nos fala de uma abordagem da criatividade que consiste em

    desenvolver homens livres e abertos. Para ele, a criatividade no o fruto de uma tcnica ou

    de um mtodo, mas da evoluo global da pessoa. (V. Maslow, 1971)

    (V. Imaginrio)

    CULTURA (V. Natureza e Cultura)

    CULTURA HOLSTICA

    Se admitirmos que a cultura que caracteriza nossa civilizao tecnolgica um

    conjunto de crenas, atitudes e valores geradores de neuroses* em virtude de suas

  • caractersticas dualistas e da reificao dos seres*, necessrio definir e desenvolver uma

    nova cultura, uma cultura holstica*.

    (V. Projeto Atman).

    DECLARAO DE VENEZA

    Patrocinada pela Unesco, a Declarao de Veneza, redigida por eminentes cientistas

    e sbios, em 1986, pode ser considerada o primeiro documento oficial que recomenda uma

    abordagem holstica do real.

    (V. Anexo l)

    DESEJO

    ... a imagem mnemnica de uma certa percepo permanece associada ao trao

    mnemnico da expectativa resultante da necessidade. Logo que essa necessidade sobrevm de

    novo, produzir-se-, graas ligao que foi estabelecida, um movimento psquico que

    buscar reinvestir a imagem mnemnica daquela percepo e at evocar essa percepo, quer

    dizer, restabelecer .a situao da primeira satisfao: tal movimento o que chamamos de

    desejo; o reaparecimento da percepo a realizao do desejo. (Freud, in Laplanche e

    Pontalis, p. 158s,ed. franc. 1968, p. 121).

    DESLUMBRAMENTO

    Ao falar da inesgotvel energia* do Ser* como de um mistrio*, aparece um

    elemento de assombro, o qual no separvel do carter dinmico da experincia*. Este

    mistrio arrasta tambm consigo um sentido de reverncia e de ternura, que nos sentimos

    chamados a proteger contra toda profanao.

    O deslumbramento apresenta dois aspectos... Um deles compreende tudo aquilo que

    estimula a admirao ou a surpresa, seja por sua beleza, sua grandeza ou seu carter

    inexplicvel... O outro denota o assombro e a admirao que constitui a intensionalidade do

    deslumbramento.

    ...O deslumbramento uma presena repleta de felicidade... (Guenther, 1984, p. 28)

    verdadeiramente um contnuo deslumbramento, para o homem de cincia, em sua

    prtica cotidiana, ver o acordo entre suas construes abstraas, lgicas, matemticas e os

    fatos experimentais. (B. Nicolescu, 1985, p. 163-164).

  • DEUS

    A etimologia deste termo nas lnguas indo-europias Luz.

    Uma projeo* antropomrfica* popular e primitiva deformou seu sentido, dando ao

    Ser* uma forma e caractersticas humanas que constituem uma limitao; isto criou uma

    dualidade* que discrimina e separa o Ser do ser humano*.

    Na viso holstica* do mundo, esta separao essencialmente ilusria e origem da

    neurose das culturas mecanicistas. Deus um conceito* e como tal constitui uma limitao

    intelectual do Ser pelo pensamento humano.

    Deve-se assinalar, contudo, que esta separao muito mais o produto de uma

    educao religiosa mantida numa fase infantil. Os grandes msticos e telogos plenamente

    realizados no teriam esta perspectiva dualista.

    Este Ser nico, que comunica sua unidade a todas as partes e a cada totalidade, ao

    um e ao mltiplo, este Ser no entanto apenas um de maneira sobre-essencial, pois ele

    mesmo no parte de uma multido, nem totalidade formada de partes, de tal modo que,

    neste sentido, ele no um, nem participa na unidade, nem possui a qualidade de um, mas

    realmente um alm de toda a modalidade, um alm desta unidade dita dos seres, multido sem

    partes, mais do que pleno e impossvel de preencher, produzindo, completando e contendo em

    si toda a unidade e toda a pluralidade. (Pseudo-Denys, o Areopagita, 1980, p. 88)

    DEVIR (VIR-A-SER)

    Segundo Hegel, o Ser* no uma entidade esttica; ele o processo de seu prprio

    devir, o crculo que pressupe seu fim, assim como sua inteno e tem seu fim como seu

    comeo.

    A Histria assim impulsionada por um telas espiritual, cujo fim um estado de

    conhecimento absoluto, onde o Esprito* se conhece a si prprio em forma de Esprito.

    O Esprito volta para si prprio em um nvel mais elevado, um nvel em que

    subjetividade e objetividade so colocados em um ato infinito.

    Este devir se faz em trs etapas de sua histria ou evoluo:

    1. Bewustsein, ou simples conscincia de um mundo exterior. 2. Seibstbewustsein, ou conscincia de si mesmo. a conscincia dividida, auto-

    alienada, infeliz. 3. Vernunft, ou conhecimento transcendental, a sntese da objetividade e da

    subjetividade; o Esprito conhecendo o Esprito, ou o Ser conhecendo o Ser.

  • A primeira fase corresponde a uma involuo*, a Natureza como Queda (Abfall),

    mas no separada do Esprito ou do Ser.

    Na segunda fase, o Esprito ou o Ser desperta no ser humano como autoconscincia.

    Na terceira fase, atravs do ser humano, o Esprito se reconhece como Ser, como

    conhecimento absoluto, que igualmente o conhecimento mais alto do homem. o

    Autoconhecimento do Ser ou do Absoluto. (Hegel, citado por Wilber, 1983, p. 314-315)

    (Ver Holoscopia)

    DEVOO

    Que aqueles entre vocs que tm necessidade de devoo compreendam bem o que

    eles esto fazendo. Eles do uma forma a seu ser e adoram-no. No interior de que eles

    adoram? De sua prpria conscincia e a forma criada nada mais que um aspecto deles

    mesmos. Da, muita ateno, pois aquilo que vocs colocam em sua conscincia, vocs se

    tornam. Fujam das etiquetas, das tradies, dos nomes, vocs se tornaro prisioneiros de sua

    forma, vocs ficaro atados com suas cordas. Fujam de todas as poses, toda atitude imposta,

    permaneam livres, no se prendam aos cadeados.

    Se, apesar de tudo, vocs prescindirem de uma orientao, uma forma, pensem no

    cu. Tornem-se o espao, o vento, a brisa fresca ou um vendaval se preferirem, mas mudem

    essas imagens. preciso sempre se soltar, refinar-se. Meditem colocando a ateno sobre a

    ateno e, por si mesmo, o meditante se dissolve.

    Quando, na rotina de seu trabalho, uma de suas aes estiver terminada, fiquem

    imveis e permaneam simplesmente com o contedo deste instante. Quando se apresentar

    um buraco no desenrolar de suas atividades, fiquem nesse vazio, aproveitem deste instante de

    inao. Percam o hbito de procurar algo para fazer, de abraar idias, para mobiliar este

    buraco.

    Permaneam tranqilos que acabou de terminar. (Sri Nisargadalta Moharej, 1983, p.

    258)

    DIAGNSTICO HOLISTICO

    A massagem de contato e no-contato ( distncia) tem uma grande variedade de

    aplicaes prticas. Alm de ser um mtodo de diagnstico muito preciso, previne e cura

    doenas que apresentam dificuldades para a medicina ocidental tradicional. Desenvolvi, em

    conjunto com mdicos, as seguintes tcnicas:

  • um mtodo de diagnstico holstico um mtodo de profilaxia holstica. (Texto extrado do relato de Djuna Davitashvili, da Academia de Cincias da URSS,

    citado no Boletim da Associao Internacional de Terapias Alternativas, Fev/Maro de 1986,

    n. 3/4, p. 3)

    DIALTICA

    Do grego dialegesthai, conversar e dialegein, escolher, distinguir.

    Termo que se tornou equvoco hoje em dia.

    Para Hegel, seria o movimento do Ser* atravs do pensamento procedendo por tese,

    anttese e sntese, na busca de sua prpria verdade.

    Esta idia retomada por Marx e Engels; este movimento do pensamento , segundo

    o materialismo dialtico, o reflexo do mundo real.

    (V. Cuvillier, 1979, p. 54 e 112)

    Para S. Lupasco, a energia sujeita a uma lgica dinmica do contraditrio de

    carter dialtico. Seu postulado fundamental o princpio de antagonismo*. (V. Beigbeder,

    1972, Cap. l)

    (V. Trialtica)

    DISSOCIAO PSICOSSOMTICA EUROPIA

    As faculdades mnemnicas do crebro tendem a enfatizar os registros do passado,

    enquanto os processos de transmisso dos nervos colocam o organismo em relao com os

    desafios do ambiente presente. Desenvolve-se, ento, uma tendncia dos sistemas para um

    comportamento deliberado, que emprega mais freqentemente os registros organizados do

    passado, separando-os das respostas imediatas... Esta especializao dual til e no

    prejudica a integridade do organismo, enquanto a operao dessas duas funes parciais se

    mantiver em equilbrio.

    ....As demandas de comunicao levaram o homem a acentuar primeiramente os

    elementos permanentes, mas o homem, como a natureza, um sistema de processos. Este

    inevitvel contraste trouxe prejuzo harmonia orgnica. A natureza holstica* do

    comportamento do homem primitivo e antigo se cindiu em dois sistemas incompatveis em

    ltima instncia; nenhum dos dois pode acionar o ser humano por completo: o sistema de

  • comportamento espontneo, de resposta imediata s situaes presentes, relativamente intacto

    em relao organizao racional da experincia passada; e o sistema de comportamento

    deliberado, de respostas retardadas fundamentado na sistematizao da experincia passada e

    uma relativa negligncia em relao aos estmulos presentes.

    Contudo, quando o intelecto estende seu campo de ao, ele tende a dominar o

    sistema inteiro e a forar um nico lado e, fazendo isso, deforma o comportamento

    espontneo. Como o intelecto imaturo tem um carter esttico e se encontra por isso

    divorciado parcialmente dos processos do organismo, ele no pode por si mesmo fornecer

    uma coordenao geral capaz de unir os comportamentos espontneo e deliberado. Consciente

    e inconsciente, razo e instinto esto divorciados, com uma resultante distoro mtua.

    ...Na dissociao europia, razo e instinto esto em guerra. (Whyte, in Ken Wilber,

    1983, p. 194)

    DUALIDADE

    A dualidade o produto de uma separao artificialmente criada pelo pensamento de

    ser* no campo* total do Ser*

    Ela o resultado das fronteiras* traadas pelo intelecto neste campo, sob a forma de

    conceitos*.

    A primeira dualidade aquela que separa o Eu* inexistente como tal do No-Eu ou

    mundo percebido nesse momento como exterior, ou ainda que divide a realidade* em sujeito-

    objeto*.

    Como diz S. Suzuki (1977) Nossa compreenso habitual da vida dualista: voc e

    eu, isto e aquilo, bem e mal. Mas, de fato, estas discriminaes so por si mesmas a

    conscincia da existncia universal. Voc significa estar consciente do universo sob a forma

    objetiva voc, e eu significa estar consciente sob a forma subjetiva eu. Voc e eu no somos

    mais que portas que batem... (V. Opostos)

    DUALIDADE, SUPERAO DA

    Sejam um com sua conscincia. Esta conscincia pode tomar conscincia de si

    mesma atravs e graas sua ignorncia. A ignorncia o combustvel da chama que a

    conscincia. esta chama torna-se cada vez mais pura.

    Esta conscincia purificada autopresente mesmo com a magnitude com que se revela

    seu campo de conhecimento, no a concluso. Deve-se saber que isso tambm deve ser

  • transcendido. O eu sou o primeiro e o ltimo ponto da dualidade. o ltimo conceito que

    tambm deve ser transcendido. Mas do eu sou que jorrar espontaneamente a unio com o

    todo.

    No esqueam que a ignorncia que permite conscincia abrir-se ao

    conhecimento como uma flor se abre ao sol. (Moharaj, 1983, p. 277)

    ECOLOGIA

    Cincia das relaes entre o organismo vivo e seu meio. Estuda a interdependncia

    das instituies e do agrupamento dos homens no espao (ecologia humana). (Cuvillier,

    1979, p. 61)

    Em razo do aspecto relacional do ser* e de seu meio, a Ecologia uma das grandes

    preocupaes atuais do movimento holstico*. Ela uma abordagem holstica* por

    excelncia, em sua condio de holologia*.

    ECONOMIA HOLSTICA

    A economia holstica est centrada nas necessidades reais do homem e no respeito

    ecologia* da natureza.

    Ela estimula a cooperao e evita a competio e a agressividade, atravs da atitude

    de no-violncia*.

    Est a servio da realizao* plena do ser humano* e dos valores estticos

    inerentes ao Ser*, ou Holoesttica*.

    Evita a manipulao das conscincias em vista de uma consumao compulsiva e da

    criao de necessidades imaginrias.

    to descentralizada quanto possvel.

    Desenvolve a plena conscincia do carter relativo e totalmente imaginrio do

    dinheiro.

    O trabalho tem como objetivo o pleno desabrochar do potencial criativo humano e a

    expresso dos valores holsticos*.

    Est em relao direta com uma Holoarquia* e uma poltica holstica*.

    EDUCAO HOLSTICA (V. Holopedia)

    EGO

  • Termo latino empregado principalmente por Freud para designar o Eu*, tomado

    como instncia psquica, que ele prprio no considerava mais que uma hiptese de pesquisa.

    O ego seria uma instncia emergente do conflito entre o superego e o id, a educao

    de nossos pais internalizada e a fora das pulses.

    Seria a instncia mediativa deste conflito; mas sua energia, como a do superego,

    proviria o id pulsional. Onde estiver o id, que ele se transforme em ego.

    Na realidade, nem Freud, nem ningum at hoje, pode localizar o Ego. Tudo indica

    que ele no passa de um conceito*, um pensamento, enfim, um engrama*.

    A crena no Ego est encerrada em um consenso* a seu respeito.

    (V. Ser Humano)

    EGO (NA CRIANA E NO SBIO)

    Por que construir um Eu ilusrio e no se limitar, na Educao, a deixar a criana em

    seu estado primordial?

    Ramana Maharishi, um dos grandes mestres do Yoga, responde a esta questo:

    (Pergunta) - Se o ego no real e importuno, por que fazemos tanto sacrifcio para desenvolv-lo?

    (Maharishi) - Sua crena e a infelicidade resultante o faz buscar a causa. Seu desenvolvimento acontece para sua prpria destruio.

    (P.) - No dito que se deve ornar-se semelhante s crianas se se quiser crescer espiritualmente?

    (M.) - Sim, porque o ego no est desenvolvido na criana. (P.) - isto que quero dizer. Ns deveramos poder ficar como as crianas ao

    invs de desenvolver nosso ego. (M.) - Ningum pode tomar lies de uma criana para a realizao do Si. O

    estado de Mestre como o estado da criana. Mas h uma diferena entre os dois. O ego existe em potncia na criana, enquanto que est completamente destrudo no Santo. (Arnaud Desjardins, 1962, p. 170).

    EGOCENTRISMO

    Produto direto da experincia ilusria sujeito-objeto, o egocentrismo se forma a

    partir da crena na existncia efetiva e slida de um Eu*.

    O egocentrismo se traduz principalmente pela incapacidade mais ou menos

    pronunciada de se colocar no ponto de vista do outro. muito acentuado na criana e sinal de

    imaturidade no adulto.

    Alm disso, em conseqncia desta incapacidade, a pessoa egocntrica projeta sobre

  • as outras pessoas suas prprias opinies e sentimentos.

    O Antropocentrismo* resulta da mentalidade egocntrica humana.

    A expanso do campo da conscincia atravs da abordagem holstica uma forma de

    diminuir o egocentrismo.

    ELTRON

    O eltron nasce do encontro de dois ftons de luz e utiliza a energia desses ftons

    para criar-se. Como nosso grande Universo, o eltron um verdadeiro microuniverso, um

    minsculo universo costeando nosso grande Universo observvel, no sentido de que est

    completamente separado deste ltimo: por exemplo, um viajante suficientemente pequeno

    para poder passear no interior do microuniverso eletrnico voltaria finalmente a seu ponto de

    partida depois de ter andado reto sua frente.

    ...a esfera eletrnica est em pulsao contnua.

    ...os ftons que compem o gs de luz encerrados no corpo do eltron . . -no podem

    sair do eltron, pois esta partcula possui um espao fechado sobre si mesmo, de onde nada

    pode sair.

    ...o eltron chega a comunicar-se com seu mundo exterior ...trata-se de uma

    comunicao virtual (ou uma interao), isto quer dizer que quando um eltron comunica, por

    exemplo, com o mundo exterior que nosso Universo observvel, no h nenhuma

    mensagem que transite do mundo eletrnico ao Universo observvel: mas se um fton do

    mundo eletrnico muda subitamente de sentido, ento ser necessrio que um fton do

    mundo exterior observvel venha de alguma maneira compensar exatamente o ato que

    ocorreu dentro do eltron... e um fton do mundo exterior mudar portanto tambm de

    sentido. Essas interaes virtuais so um pouco como as que temos com um espelho...: um

    pouco como se fosse o personagem no espelho que pudesse tomar a iniciativa de levantar

    seu brao esquerdo e que seria, ento, o personagem que se cr bem tangvel do mundo

    observvel, que seria forado a levantar seu brao direito... e o Esprito* est do outro lado do

    mundo material, do outro lado do espelho, no invisvel. (Charon, 1983, p. 59-61)

    Quando me reuni ao Instituto de Cincias Avanadas de Princeton, fi-lo na

    esperana de aprender alguma coisa a respeito da matria viva, rodeando os grandes fsicos do

    tomo. Mas, logo que revelei que, em qualquer sistema vivo, existem mais de dois eltrons, os

    fsicos no quiseram mais falar comigo. Com todos os seus computadores, eles no podiam

    dizer o que o terceiro eltron faria. O mais notvel que ele sabe exatamente o que fazer.

  • Assim este pequeno eltron conhece alguma coisa que todos os sbios de Princeton no

    sabem e isso deve ser alguma coisa muito simples. (Albert Szent Gyorgyi, Prmio Nobel,

    citado por Wilber, 1981, p. 16-17). (V. Bootstrap)

    ELTRON E ESPRITO

    Lupasco jamais afirmou que o mundo microfsico o mundo psquico. Ele

    simplesmente colocou em evidncia o isomorfismo entre estes dois mundos devido ao fato de

    que nada de uma atualidade (realidade) absoluta e que nada de uma potencialidade

    (irrealidade) absoluta. Lupasco jamais disse que a alma se encontra dentro do eltron, ou

    do fton, ou do muon, ou do pion, afirmao, alis, que seria absurda, pois as centenas de

    partculas conhecidas so to fundamentais umas quanto as outras. O mundo microfsico e o

    mundo psquico so duas manifestaes diferentes de um mesmo dinamismo trialtico.

    (Nicolescu, 1985, p. 201).

    EMC (V. Estados Modificados de Conscincia)

    ENERGTICA

    Cincia das propriedades gerais da energia, abstrados os caracteres particulares,

    prprios a cada uma das formas sob as quais aparece. (Cuvillier, 1979, p. 65) (V.

    Sistemologia)

    ENERGETISMO

    A teoria energtica* erguida como sistema metafsico que faz da energia a prpria

    substncia do mundo: o energetismo de Ostwald. (Cuvillier, 1979, p. 65)

    O energetismo tende a substituir o materialismo*, depois das descobertas que

    demonstram que matria energia. Se admitir-se que o esprito igualmente uma forma de

    energia, o energetismo seria a sntese dialtica* da oposio tradicional matria-esprito,

    materialismo-espiritualismo.

    (V. Espiritualismo; Holodinmica; Sistemologia; Substancialismo )

    ENERGIA

    A energia no uma entidade, mas um conceito cmodo que rene as

    manifestaes dinmicas de nossas experincias e de nossas experimentaes.

  • ...pode-se ouvir que todo evento energtico implica num evento energtico

    antagnico:

    e ; e ; e A p T T A p

    e considerar que a energia- feita de quanta ou conjugaes antagnicas

    e ; e ; e A p T T A p

    A notao e no quer dizer, como na escrita simblica das lgicas formais

    clssicas, e exclui . Significa (e e) (e e), onde e e a identidade e e a no identidade, assim temos:

    (e e) A (e e)p , etc. Para simplificar, por conveno, escreve: eA: p ...Um sistema no pode ser, ento, outra coisa que no energtico e a energia no

    pode no engendrar sistemas. (Stephane Lupasco, 1974, p. 296s)

    ...a energia...como conceito unificador da substncia (forma ligada de energia) e

    da informao (forma codificada de energia). (B. Nicolescu, 1985, p. 102-103)

    ENERGIA, NVEIS DIFERENTES DE

    Vimos que cada nvel da Grande Cadeia (Modelos Holsticos*) transcende mas

    inclui seu predecessor, de tal forma que o nvel l pode ser representado como A, o nvel 2

    por A mais B, o nvel 3 por A mais B mais C, etc....

    ...O fsico tem investigado o domnio material (nvel l) e encontrou quatro e s

    quatro foras maiores: gravitacional, eletromagntica, nuclear forte e nuclear fraca.

    Quando chegamos ao nvel 2, ou sistemas biolgicos, temos ainda estas quatro foras em

    ao, mas acrescentamos as foras do desejo de alimento, de sexo, de gua, de capacidade

    motora, mais outras pulses elementares chamadas comumente de instintos. Quando nos

    transferimos para o nvel psicolgico (nvel 3), acrescentamos as foras ou motivaes de

    cime, esperana, inveja, orgulho, culpa, remorso, justia, interesse artstico, moralidade

    para citar apenas algumas. E, nos domnios espirituais (4 e 5), acrescentamos as foras do

    amor universal, a compaixo, a graa, os meios hbeis, a intuio radical, os dez paramitas,

    para citar apenas alguns. (Ken Wilber, 1984, P. 25) (V. Energia e Evoluo)

    ENERGIA E EVOLUO (CONCEITO UNITRIO)

    Nosso objetivo aqui ser, portanto, de mostrar que toda criao, notadamente a

  • matria e a vida, procede de uma mesma Energia Inicial que est em ao desde o incio dos

    tempos e que constitui de fato tudo o que .

    ... A energia trmica dos ftons transformou-se inicialmente em energia mssica...

    ... A energia gravitacional explica a formao das galxias e das estrelas, assim

    como a repartio dos sistemas planetrios.

    A energia radioativa , ao mesmo tempo, a causa e a conseqncia da evoluo

    das estrelas.

    A Terra transformou-se, sob a ao equilibrada da radiao trmica de seu ncleo

    e... eletromagntica do sol, para se dotar de uma litosfera, de uma hidrosfera, de uma

    atmosfera, e de solos que constituram o bero da biosfera.

    A radiao solar e a energia fsico-qumica transformaram as molculas minerais

    primitivas em molculas orgnicas. Destas nasceram os elementos... que formaram os

    constituintes da clula... por polimerizao.

    A vida nasceu da auto-sntese dos elementos celulares e da autonomia metablica

    da clula, graas energia tomada do meio ambiente.

    A clula evoluiu atravs da melhoria progressiva de seu processo de apreenso da

    energia... e do deslocamento do centro de gravidade da biosfera dos solos marinhos para a

    superfcie dos continentes.

    Dos protistas aos organismos multicelulares, os seres vivos, vegetais ou animais,

    conheceram numerosos patamares evolutivos...

    ...Na ponta da cadeia, o homem, por uma feliz conjuntura biolgica... pode

    adquirir o psiquismo e o poder de conquistar as energias que o rodeiam. Torna-se, tambm,

    um plo de concentrao de energias primrias e uma fonte de energias superiores, capaz de

    afetividade (altrusmo, amor), de inteligncia (cultura, criao) e de uma espiritualidade

    (mpeto vital) que o arrasta a voltar para esta Energia criadora que parece ser, definitivamente,

    a origem e a finalidade da matria e da vida. Tal curso dos acontecimentos deixa supor que,

    aps a expanso do material e do vivo, assistimos agora a uma evoluo psquica que emana

    precisamente de nossa espcie... (G. Norel, 1984, p. 10-11) (V. Energia, Nveis diferentes

    de)

    ENGRAMA

    Do grego en, dentro e gramma, escrita.

  • Impresso ou trao deixado no sistema bioenergtico do biocomputador* cerebral e,

    ao que tudo indica, universal ou csmico, por todos os eventos percebidos no campo de cada

    ser* vivo.

    No caso do crebro humano, estes engramas se situariam sob a forma de

    hologramas*, em um campo bioeltrico, ao nvel das cronaxias, no espao entre os dendritos

    (segundo Karl Pribram).

    Segundo a tradio e a experincia do Yoga, os engramas so registrados no Akasha

    ou Espao*.

    O engrama um conceito operacional cmodo para explicar os processos de

    memorizao cerebrais c extracerebrais (PSI*) e de Holoprogramao*.

    Algumas prticas de imaginao mental por visualizao, utilizadas nos mtodos de

    controle mental, moderno ou do yoga tradicional, so, afinal, engramas que se constituem de

    novos programas e que substituem os antigos cujos engramas foram apagados ou cuja ao foi

    neutralizada.

    ENTELQUIA

    Do grego: entelos echein, estar no estado de perfeio.

    Em Aristteles: estado do ser em ato, plenamente realizado. (Cuvillier, 1979, p.

    66)

    ENTIDADE

    Do latim: ens, entis, ser.

    Originalmente, era a realidade total do ser* individual:

    A entidade ou o ser da coisa. (Descartes) (Cuvillier, 1979 P. 67).

    No sentido popular, a cidade uma coisa individualizada, ou as foras

    personalizadas como os espritos.

    ENTREVIDA

    Nome dado por J. E. Charon (1983) ao perodo situado entre a morte e uma nova

    encarnao.

    O Eu-csmico retorna vida csmica separada dos eons* do corpo eltrons

    fsicos permanece s consigo prprio e sua memria acumulada aps milhes de anos; no

  • gs de luz* csmica, desfilam sua frente o panorama de suas vidas passadas, o gs de luz e

    seu corpo csmico-

    (V. Charon, 1983, p. 117, 124, 127)

    ENTREVISTA HOLSTICA

    Termo utilizado por A. Maslow (1971, p. 75s) para designar um tipo de entrevista

    em que tentava conhecer uma pessoa to profundamente quanto possvel, considerando-a

    nica e singular em sua totalidade, sem ter em mente qualquer questo ou aspecto particular.

    o que ns chamamos uma atitude holocentrada*.

    ENTROPIA ENTROPIA NEGATIVA (NEGUENTROPIA)

    Do grego: entrop, volta.

    A entropia o processo de degradao da energia de um sistema* responsvel por

    sua desordem.

    A neguentropia, ou entropia negativa, o princpio que se ope entropia positiva.

    A entropia a atualizao* do homogneo* e a potencializao* do heterogneo*,

    enquanto que a neguentropia o processo inverso.

    A entropia o fato do mundo fsico, a neguentropia do mundo biolgico. Eis porque

    a entropia associada morte e a neguentropia vida.

    EON (ELTRON-EON)

    Nome dado ao eltron* da Fsica, por J. E. Charon, inspirado nos gnsticos do

    primeiro sculo de nossa era, que assim designavam a partcula portadora de Esprito.

    ....trata-se do eltron comum da Fsica, mas um eltron do qual quero considerar as

    propriedades psquicas que ele possui e no apenas suas propriedades fsicas (Charon, 1983,

    p. 64).

    As propriedades psquicas nos foram reveladas a princpio... pela descoberta de um

    espao invisvel com propriedades neguentrpicas, quer dizer, espontaneamente

    organizador, vindo de alguma maneira dobrar nosso espao observvel comum, aquele que

    nos rodeia e que todos (exceto os poetas) pensvamos que se constitua por si s no Universo.

    Todavia, no devemos cometer o erro de crer que o eon se apresenta como uma

    espcie de bola de bilhar, feito de matria bruta e homognea, e que adquire suas

  • propriedades psquicas apenas pelo fato de banhar-se neste espao invisvel. O eltron-eon

    encerra em seu seio, em seu prprio interior, este espao invisvel com propriedades

    particulares; pode-se dizer que, atravs de sua prpria existncia, ele criou este espao

    invisvel. Ele um verdadeiro universo minsculo, imagem de nosso grande Universo.

    Ele faz parte, de fato, de uma categoria de universo que a Fsica atual chama os buracos do

    universo... (ibid., p. 77)

    Reflexo, Conhecimento, Amor e Ato, tais so, portanto, as quatro propriedades

    psquicas do eltron-eon. (ibid, p.85) (V. Eltron e Esprito)

    EQUAO HOLONMICA

    Termo criado por Jos Arguelles (1984b); a equao holonmica descreve como se

    efetuam as relaes do homem com a natureza e qual o papel daquele.

    (1) A natureza se apresenta ela prpria. (2) O homem aprende da natureza atravs da intuio shamnica. (3) O homem transforma a natureza: a fase da Cultura da Civilizao informtica

    intelectual. (4) A natureza faz uma avaliao das transformaes realizadas pelo homem: o

    homem sai de sua amnsia holonmica* ao restabelecer a intuio. (5) O homem e a natureza sintetizam; conscincia planetria segundo uma

    configurao binria trplice*.

    EQUANIMIDADE

    Ns no damos primazia a nada. Tudo o que queremos conhecer as coisas

    simplesmente tais como so. Se conhecermos as coisas tais como so, no h nada a distinguir

    em particular; no h nenhum meio de se apropriar de seja l o que for; no h nada a ser

    apropriado. No podemos dar primazia a ponto algum. No entanto, como diz Dozen: Uma

    flor cai, mesmo se a amamos; e uma erva daninha cresce, mesmo se no a amamos. Mesmo

    sendo assim, assim que deveramos compreender nossa vida. Nesse caso, nenhum problema

    se coloca. porque insistimos mais sobre um ponto particular que constantemente temos

    aborrecimentos. Deveramos aceitar as coisas exatamente como elas so.

    ...Aquela experincia ultrapassa nosso pensamento. No domnio do pensamento,

    existe uma diferena entre a unicidade e a variedade; mas na experincia real, unicidade e

    variedade so a mesma coisa. Porque vocs criam uma certa idia de unicidade ou de

    variedade, vocs esto presos a esta idia. E necessrio que continuem o interminvel

    processo de pensamento, embora pensar seja, de fato, intil. (Suzuki, 1977, p. 152-153)

  • (V. Holoidentidade; Holoisotropismo; Unicidade-Variedade)

    EROS E TANATOS

    A distino feita por Freud, a ttulo de hiptese de trabalho, entre Eros, ou pulso de

    vida e Tanatos, ou pulso de morte, foi retomada por Ken Wilber.

    At a ressurreio final do verdadeiro Self em Superconscincia, o sentido de um

    falso e separado self individual confrontado com duas pulses principais: a perpetuao de

    sua prpria existncia (Eros) e a de evitar tudo aquilo que o ameace de dissoluo (Tanatos).

    Este pseudo-self interior, isolado, ferozmente defendido contra a morte, a dissoluo e a

    transcendncia (Tanatos), de um lado, s por aspirar e pretender o cosmocentrismo, a

    onipotncia e a imortalidade de outro (Eros). Estes ... so os aspectos positivo e negativo do

    projeto Atman*, Eros e Tanatos, Vida e Morte, Vishnu e Shiva. a batalha da Vida contra a

    Morte, Eros versus Tanatos, a batalha principal e a ansiedade fundamental inerente a todos

    os selfs separados um estado de medo* primordial somente dissolvido pela verdadeira

    transcendncia na Totalidade. (Ken Wilber, 1983, p. 14-15)

    Este medo o fundamento daquilo que Ken Wilber chama de projeto Atman.

    Em 1937, Freud (1975) escrevia: No se trata de uma anttese entre uma teoria

    pessimista da vida e outra otimista. Somente pela ao concorrente ou mutuamente oposta dos

    dois instintos primevos Eros e o instinto de morte e, nunca por um ou outro sozinho,

    podemos explicar a rica multiplicidade dos fenmenos da vida. (p. 276)

    ESCATOLOGIA

    Do grego: eschatos, ltimo e logos, discurso.

    Conjunto de teorias sobre o destino, ou os fins tomados como finalidade, ou o fim

    entendido como ponto terminal, do ser* individual (escatologia individual), de uma sociedade

    ou grupo de seres (escatologia coletiva) ou do Universo (escatologia csmica). (Riffard, 1983,

    p. 118)

    ESPAO (GRANDE ESPAO)

    O Grande Espao a dimenso aberta, hospitaleira, que favorece a atividade, o

    evento e o existente.

    ...O Grande Espao no espacialmente distribudo em nenhuma regio. No possui

    dimenso extensiva.

  • Enquanto as coisas familiares so separadas e distribudas no espao comum,

    delineadas em parte pelas diferenas de posio, elas esto em ntima conexo, a partir do

    momento em que se considera o Grande Espao.

    Nesse momento, a expresso distncia entre perde todo seu significado.

    Cada regio finita e opaca de nosso campo virtualmente infinita em seu aspecto de

    Grande Espao ... qualquer ponto finito a possui um espao infinito. (Tulku, 1977, p. 111-

    112)

    (V. Fronteira; Ser (Trs Aspectos))

    ESPAO INTERNO X ESPAO EXTERNO

    Na experincia transpessoal, estes dois espaos so vividos como sendo um s

    espao ou Grande Espao.

    a fuso sujeito-objeto, ou melhor ainda, a dissoluo dos trs fantasmas: sujeito,

    objeto, relao de objeto, que constituem o fantasma da separatividade. (V. Espao (Grande

    Espao))

    ESPAO TEMPO

    Segundo S. Lupasco, a noo de espao parece impossvel sem a noo de

    simultaneidade. Se os elementos, os eventos, os pontos que se pode conceber idealmente

    como inextensos, sucedem-se rigorosamente, a noo de espao no pode se formar; e se

    pode, no limite, conceber idealmente uma sucesso pura, despojada de espao. Mas no

    prprio momento em que intervm a noo de simultaneidade, se ao menos dois elementos,

    eventos, pontos, por exemplo, forem simultneos, eles implicam, precisamente porque

    simultneos no se confundem, em um espao de lugar, de meio, de distncia entre si, no qual

    possam coexistir sem se confundir, quer se trate de pontos, objetos fsicos ou geomtricos,

    ou eventos mentais. Portanto, a lgica do contraditrio engendra necessariamente um tal

    espao lgico... ...h sempre simultaneidade de um elemento ou evento mais ou menos

    atualizado e de um elemento ou evento mais ou menos potencializado. E, como a atualizao

    no pode ser infinita ou rigorosa, o que eliminaria o dinamismo antagonista numa

    potencializao infinita ou rigorosa, uma conjuno contraditria permanece, portanto,

    sempre pronta, medida que se desenvolve uma atualizao qualquer, se bem que se possa

    dizer que a temporalidade lgica que engendra a energia, em sua dialtica contraditria,

    solidria a uma espacialidade lgica que ela engendra por si mesma.

  • Assim, o desenvolvimento arvorante de todo dinamismo dialtico que caracteriza a

    estrutura da lgica do contraditrio, engendra, pelo prprio fato de ser um tal

    desenvolvimento... ao mesmo tempo uma espacialidade e uma temporalidade

    existencialmente solitrias. (Beigbeder, 1972, p. 25)

    ESPAO VAZIO X ESPAO CHEIO

    ...esta energia est presente no espao vazio e... a matria tal como ns a

    conhecemos, nada mais que uma pequena ondulao sobre este mar imenso. Este mar se

    situa dentro da ordem implicada* e, de modo algum, de maneira essencial, no espao e no

    tempo. No entanto, a totalidade do universo, compreendendo o espao, o tempo e a matria

    por ns conhecidos, que se manifesta nesta leve ruga.

    Alm deste mar de energia, pode ser, evidentemente, que exista um oceano ainda

    maior, pois, apesar de tudo, se nosso conhecimento atinge seus limites, isso no significa que

    no haja nada alm. Se for o caso, poder-se-ia remontar at a uma fonte de energia ainda mais

    longnqua, mas nada diz que ela prpria no possa estar de alguma maneira contida numa

    fonte ainda maior e assim por diante.

    ...Voltemos energia do espao vazio. Em um sentido, pode-se dizer que o espao,

    por comportar toda energia, no vazio, mas cheio. (David Bohm, 1980, p. 415s)

    ...A idia sugerida aqui que aquilo que percebemos atravs de nossos sentidos

    como um espao vazio , na realidade, a plenitude* que constitui o fundamento de toda a

    existncia, inclusive a nossa. (ibid.)

    Pois o prprio espao tem uma estrutura que influencia a forma de todas as coisas

    existentes... Torna-se evidente, no entanto, que no plano de fundo, o nada, que engloba tudo,

    no to passivo. O nada tem uma arquitetura que efetua verdadeiras demandas s coisas.

    Cada forma, cada modelo, cada coisa existente paga um preo por sua existncia, em

    conformidade com os enunciados estruturais do espao. (Peter S. Stevens, citado por

    Guenher, 1984, p. 257).

    ...Uma pequenina regio do espao corresponde, por definio, a um tempo muito

    curto e, portanto, de acordo com o Princpio de Heisenberg, a um espectro muito grande de

    energias ...tudo se passa como se os quanta de matria fossem criados a partir de nada.

    ....Na escala quntica, o vazio cheio.

    O vazio quntico cheio contm potencialmente em si todas as partculas, quer elas

    j tenham sido ou no observadas.

  • ...O vazio est cheio de vibraes. Contm potencialmente toda a Realidade. O

    Universo inteiro foi talvez extrado do nada por uma gigantesca flutuao do vazio que

    conhecemos hoje em dia como sendo o Big-Bang. (Nicolescu, 1985, p. 72-75)

    (V. Vacuidade)

    ESPECIALIZAO

    A abordagem holstica da Realidade um corretivo da especializao exagerada, a

    qual, como mostra B. Nicolescu, leva ao mesmo tempo ao obscurecimento do sentido,

    progresso inevitvel do absurdo, do contra-senso.

    Embora seja um mal necessrio, importante reconhecer a existncia de certos

    limiares, alm dos quais a acelerao no pode mais ser freada... A acumulao delirante de

    armas nucleares um exemplo dentre outros de uma tal progresso do contra-senso.

    (Nicolescu, 1985, p. 239)

    ESPRITO

    De um lado, portanto, o esprito o mais alto de todos os domnios possveis; o

    cume de todos os reinos, o Ser* alm de todos os seres*. o domnio fundamental de

    qualquer outro domnio e, como tal, preserva sua natureza radicalmente transcendental.

    Por outro lado, como o esprito onipenetrante e oni-inclusivo, como o

    fundamento de todos os fundamentos, a Condio de todas as condies e a Natureza de todas

    as naturezas, no se pode propriamente consider-lo como um domnio colocado parte de

    outros domnios, mas como o Fundamento ou Ser de todos os domnios, o puro Isto, cuja

    manifestao no mais que um jogo ou modificao. E, assim, o esprito preserva

    (paradoxalmente) sua natureza radicalmente imanente. (Ken Wilber, 1984, p. 16)

    O estofo do mundo um estofo de esprito..., certamente qualquer coisa mais geral

    que nossos espritos conscientes individuais, mas podemos conceber sua natureza como no

    estando, em seu conjunto, muito distanciada dos sentimentos de nossa conscincia. (Sir A.

    Eddington, citado por Wilber, 1984, p. 184).

    A razo pela qual nosso ego que sente, percebe e pensa no encontrado em

    nenhuma parte de nossa representao do mundo, pode ser indicada em sete palavras: porque

    ele prprio este retraio do mundo. (E. Schroedinger, citado por Wilber, 1984, p. 85) Isso

    no tem importncia se os objetos existem em meu esprito ou dentro de qualquer outro

    esprito criado ou no; sua objetividade provm de sua permanncia dentro do pensamento

  • de algum Esprito Eterno. (Sir James Leans, citado por Wilber, 1984, p. 139).

    A tentativa de um monismo psicofsico me parece agora essencialmente cheia de

    promessa... (Wolfgang Pauli, citado por Wilber, 1984, p. 161). (V. Absoluto)

    ESPRITO (CARACTERSTICAS)

    J. E. Charon distingue quatro grandes propriedades do Esprito:

    l. Invisibilidade. No se consegue localizar seus processos em algum lugar preciso do espao.

    2. Conscincia de si mesmo. No somente eu penso, mas ainda, eu sei que penso, tenho conscincia de que penso.

    3. Continuidade. ...o pensamento forma como que um fluxo contnuo e espontneo, que no pode ser parado. Nisto, o pensamento se assemelha muito ao tempo que se escorre... ns vivemos, ns continuamos a ser ns mesmos...

    4. Reflexo. ...Esprito capaz de considerar o campo completo de suas informaes memorizadas e de criar, a partir da interconexo destas informaes, novas informaes ...que no so dedutveis diretamente das informaes antigas... o Esprito capaz de refletir e de criar.

    O autor reencontra exatamente estas quatro propriedades nas do espao invisvel dos

    buracos negros, onde desaparecem as estrelas, sem deixar traos, aps uma reduo de

    alguns milhes de quilmetros de dimetro para somente alguns quilmetros.

    O espao dos buracos negros seria portanto um espao com caractersticas psquicas.

    O eltron* tambm um buraco do universo.

    O gs de luz* que encerra o eltron a base de suas interaes psquicas. Esta luz

    numenal* e no fenomenal*, pois est num espao em evoluo neguentrpica no-

    decrescente que justifica as propriedades psquicas do eltron, memorizao e reflexo (V. J.

    E. Charon, 1983, Cap. l e 2)

    Reflexo, Conhecimento, Amor e Ao, tais so, portanto, as quatro propriedades

    psquicas do eltron-eon. Salvo a Reflexo, .as trs outras propriedades funcionam como uma

    troca de informaes entre um eon* dado e seu meio exterior. (Ibid., p. 83)

    (V. Espao; Informao)

    ESPRITO E CORPO

    Nosso corpo e nosso esprito no so dois, nem um. Se vocs pensam que seu corpo

    e seu esprito fazem dois, esto errados; se vocs pensam que fazem um, tambm esto

    errados. Nosso corpo e nosso esprito fazem ao mesmo tempo dois e um. Pensamos,

  • habitualmente, que, se alguma coisa no perfaz um, no perfaz mais que um; se no

    singular, plural. Mas, de fato, constatamos todos os dias que nossa vida no apenas plural,

    tambm singular. Cada um de ns ao mesmo tempo dependente e independente. (S.

    Suzuki, 1977, p. 35).

    (V. Esprito e Matria)

    ESPRITO E MATRIA

    ... o prprio Esprito* que d origem Matria, atravs do modelo que capaz de

    construir da Matria. Portanto, nada de Matria sem Esprito. isto que nos levou a afirmar

    que a Matria, mesmo se no for portadora de Esprito, , no entanto, de essncia espiritual,

    ela nada mais que modelo oriundo do Esprito, no tem nenhurpa existncia objetiva fora

    da representao que lhe d o Esprito. (J. E. Charon, 1983, p. 70-71).

    Deus matemtico e o universo comea a parecer mais com um grande pensamento

    do que com uma grande mquina. (Sir James Jeans, 1984, p. 128)

    ESPRITO E MATRIA (PROCESSO DE FORMAO)

    Desde o tempo de Einstein, sabemos que aquilo que chamamos matria uma

    forma de energia e, exatamente por haver diferentes aspectos da energia, h tambm

    diferentes nveis de matria. As foras dos elementos a partir das quais formado o mundo

    material (inclusive nosso corpo fsico), operam de maneira dual. De um lado, as freqncias

    ou valores luminosos propagam a energia radiante, enquanto que, de outro lado, esta energia

    transformada em densidades variadas. Neste processo, em que a radiao se transforma em

    matria, formado o mundo material fsico (includo a nosso prprio corpo fsico-material).

    Contudo, considerando que a radiao no exemplo de inteligncia excitadora*, por

    ocasio deste processo de transformao da radiao, o fenmeno de alta energia da

    inteligncia excitadora transmutado em baixa energia mental, ou fenmeno de um esprito.

    Assim, apresenta-se um nico processo em ao, a servio tanto de um corpo como de um

    esprito. (Guenther, 1984, p. 226)

    (V. Animado-Inanimado; Holodifano)

    ESPIRITUALIDADE, DETERIORAO DA...

    O mundo da espiritualidade uma fraude, no pode existir seno pela fraude.

    Muitos sbios fazem concesses diante da ignorncia de seus discpulos, concedem-lhes um

  • conceito, uma forma, a qual imediatamente sacralizada, comentada e se torna uma

    complicao, um embarao, o qual, aps a morte do sbio, ocasionar mil disputas e

    controvrsias. No, preciso atirar tudo fora, desembaraar-se de tudo.

    Eu lhes falo unicamente de minha experincia. Eu lhes falo de minha natureza, do

    que vivo neste instante. No me refiro a nenhum dogma, a nenhum deus. Eu lhes falo a partir

    do ponto em que me encontro: a realidade.

    Vejam o que acontece em Pondichery, Auroville e o maravilhoso trabalho de

    Aurobindo. Houve tantas querelas e, neste momento, tantas disputas e trapaas entre os

    discpulos, que o governo indiano monopolizou Auroville; tudo acabou.

    Na linguagem convencional da espiritualidade, eu deveria dizer-lhes: Vocs so

    todos extremamente virtuosos, adquiriram grandes mritos no passado para terem tido a

    oportunidade de virem para c e ouvirem minhas palavras. Mas no fiquem tempo demais

    onde no sero mais bons para nada.

    Lembrem-se daquilo que puderem e depois vo-se embora e faam tudo o que

    quiserem. Voltem ao social, seu trabalho ser o melhor alvio, sigam suas atividades

    habituais. (Sri Nisargadatta Moharaj, 1983, p. 256)

    H quatro nveis: Vocs so um com o Absoluto*, puro sujeito, impessoal. Se vocs

    no compreendem isso, permaneam presos conscincia. Se vocs no compreendem isso

    tambm, adorem seu ser imagem dos deuses. ...E, seno, desam rua e faam a ao

    social. (Ibid., p. 226)

    (V. Devoo)

    ESPIRITUALISMO

    Doutrina segundo a qual o esprito ou a alma constitui uma realidade substancial

    distinta da matria e do corpo. (V. Cuvillier, 1979, p. 175).

    (V. Energetismo; Materialismo; Substancialismo)

    ESPONTANEIDADE QUNTICA

    Termo criado por Nicolescu para designar uma propriedade nova ligada existncia

    de uma liberdade quntica, irredutvel aos cnones do determinismo clssico. (Nicolescu,

    1985, p. 27)

    ESSNCIA

  • Do latim: esse, ser*.

    ...se tudo transitrio, nada pode ter essncia; pois a essncia , por definio, o

    princpio elo qual uma coisa aquilo que ela ... (Chgyam Trungpa, 1980)

    Conjunto de caracteres ntimos que persistem no meio da mudana de relaes e das

    modificaes acidentais. (Liard, citado por Cuvillier, 1979, p. 70)

    ... A dualidade entre os dois mundos da essncia e da existncia* um problema

    insolvel, se a existncia no for um meio pelo qual a essncia como tal se realize. (Lavelle,

    ibid.)

    Em geral, a essncia aquilo que faz a natureza de um ser ou de um fenmeno. (V.

    Quididade)

    ESTADO PRIMORDIAL

    Esta realizao da individualidade integral indicada por todas as tradies como a

    restaurao daquilo que chamam de estado primordial, estado que considerado como o do

    homem verdadeiro e que escapa j a certas limitaes caractersticas do estado comum,

    notadamente quelas devidas condio temporal... (Ren Gunon, citado por Frre, 1970,

    p. 3)

    (V. Conscincia Csmica; Estados Modificados de Conscincia; Transpessoal)

    ESTADOS MODIFICADOS DE CONSCINCIA (EMC)

    Este termo uma traduo do ingls Altered States of Consciousness, com o qual

    Charles Tart designou os estados de conscincia diferentes da conscincia de viglia, no

    decorrer dos quais so vividos aspectos diferentes da realidade cotidiana.

    A existncia destas outras ordens de realidade mostra que nossa cincia est

    fundamentada sobre o estado de conscincia de viglia. Charles Tart aceita a possibilidade da

    criao de outros tipos de cincias fundamentadas em outros estados de conscincia.

    Os EMC (ASC) so objeto de estudo da Psicologia Transpessoal*.

    (V. Conscincia e Realidade; Experincia da Realidade; Transpessoal)

    ESTRUTURA TERNRIA DA REALIDADE NO HOMEM

    A estrutura ternria da Realidade encontra-se inscrita no prprio homem. Pode-se

    mesmo afirmar que o homem a realizao de tal estrutura ternria.

  • Gurdjieff considerava que o que distingue o homem das outras entidades da Natureza

    o fato de ser tricntrico, tri-cerebral, um ser com trs crebros, com trs centros: o

    centro intelectual (sede da Afirmao), o centro motor (sede da Negao) e o centro

    emocional (sede da Conciliao).

    ..