Novela de - megapro.com.br · FRANCISCA ― Só me promete que vai se cuidar? ... Me sinto bem com você, ... RAFAEL ― Para de falar assim. Não é verdade

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Mano a Mano Capítulo 09 Pág: 1

MANO A MANO

Novela de

Rômulo Guilherme

Criada e escrita por:

Rômulo Guilherme

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CENA 01. QUARTO RÔMULO. INT. DIA

CONTINUAÇÃO IMEDIATA. RÔMULO E FRANCISCA.

RÔMULO ― Foi apenas um sonho, mãe.

FRANCISCA ― Muitos sonhos são premonições do que esta

por acontecer, meu filho.

RÔMULO ― Não vamos falar de coisas ruins, não. Hoje é

um dia tão feliz, mãe.

FRANCISCA ― Só me promete que vai se cuidar?

RÔMULO ― Claro, mãe. Pretendo viver muito ainda...

FRANCISCA SORRI E ABRAÇA RÔMULO.

CORTA PARA:

CENA 02. MANSÃO VARELLA. PISCINA. EXT. DIA

MAURO E LEILANE TOMANDO SOL. OTÁVIO NA PISCINA.

MAURO ESTÁ LEVE, FELIZ, CANTAROLANDO UMA MÚSICA.

LEILANE PERCEBE.

LEILANE ― Que felicidade toda é essa, Mauro? Sempre

acorda azedo, de mal humor.

MAURO ― Hoje é um dia muito especial e importante.

Como dizem: essa festa promete!

LEILANE ― Isso você tem razão mesmo. Estou tão ansiosa

pra essa festa. Parece até que é em minha

homenagem. Daqui a pouco vou pro salão fazer

cabelo e unha. Quero estar deslumbrante...

LEILANE CONTINUA FALANDO SEM ÁUDIO. MAURO DISTANTE.

MAURO ― (PRA SI) Chegou seu dia, Rômulo. Hoje te

mando pro inferno, direto, sem escala!

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OTÁVIO SAÍ DA PISCINA E PULA NA PISCINA PERTO DE ONDE

SUA MÃE ESTÁ, MOLHANDO LEILANE.

LEILANE ― (BRAVA) Otávio!

OTÁVIO E MAURO RIEM.

CORTA PARA:

CENA 03. PRAIA. EXTERIOR. DIA

TADEU E LUÍSA SE AFASTAM.

TADEU ― Você mexeu comigo desde aquele dia que

vendi aquele sacolé pra você e pro seu amigo.

LUÍSA ― (BRINCA) Vendeu não, me deu. Esqueceu?

TADEU ― Verdade. Mas não me arrependo. Pelo

contrário. Ganhei o seu sorriso, a oportunidade de

te conhecer. Foi o melhor pagamento que eu

poderia ter recebido.

LUÍSA ― Engraçado como nossas vidas estão se

cruzando. Será o destino?

TADEU ― Você acredita nisso?

LUÍSA ― Acredito que cada um faz seu caminho, suas

escolhas. E te beijar foi uma ótima escolha que

fiz.

LUÍSA BEIJA TADEU. MOMENTO. O BEIJO É INTERROMPIDO

PELO CELULAR DE LUÍSA QUE TOCA DENTRO DA MOCHILA.

LUÍSA PEGA O APARELHO E ATENDE.

LUÍSA ― (CEL.) Oi, mãe?

CORTA PARA:

CENA 04. SALÃO DE BELEZA. INT. DIA

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MANICURE FAZ AS UNHAS DE LEILANE, QUE ESTÁ NO

CELULAR.

LEILANE ― (CEL.) Onde você está, Luísa? Não

combinamos de virmos juntas pro salão? Pois é.

Já estou aqui.

CORTA PARA:

CENA 05. PRAIA. EXTERIOR. DIA

LUÍSA NO CELULAR.

LUÍSA ― (CEL.) Daqui a pouco chego aí.

LUÍSA DESLIGA.

LUÍSA ― Preciso ir.

TADEU ― Vamos nos ver de novo?

LUÍSA ― Claro. Só se não quiser mais.

TADEU ― Só se eu fosse louco de não querer ver uma

gata que mexeu tanto comigo assim.

LUÍSA ― Para de falar assim que vou acreditar.

TADEU ― É pra acreditar sim!

TROCAM SORRISOS.

CORTA PARA:

CENA 06. PRAÇA. EXTERIOR. DIA

MARIANA E RAFAEL SEGUEM PELA PRAÇA.

RAFAEL ― Adorei seu café. Vou aparecer mais vezes pra

tomá-lo. É claro, se eu for convidado.

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MARIANA ― Vai ser um prazer, Rafael. Você é muito

agradável, simpático. (BRINCA) Tem certeza que

não é um anjo?

RAFAEL ― Até onde eu sei não. Mas vou começar a

reparar pra ver se não tem um par de asas

surgindo nas minhas costas.

OS DOIS RIEM.

RAFAEL FICA OBSERVANDO MARIANA, SEU JEITO,

ENCANTANDO, ATRAIDO.

RAFAEL ― Engraçado, mas parece que já te conheço há

tanto tempo. Me sinto bem com você, sabia?

MARIANA FICA SEM GRAÇA. RAFAEL PERCEBE.

RAFAEL ― Desculpa, não queria te envergonhar.

MARIANA ― Não liga, sou boba assim mesmo. É tão bom

encontrar com alguém com quem sintamos bem

pra conversar, rir.

RAFAEL ― Você é sensível e delicada, com um grande

coração. Nesse pouco tempo eu já percebi isso.

MARIANA ― Traduzindo: uma boba!

RAFAEL ― Para de falar assim. Não é verdade.

MARIANA ― Confesso mesmo que sou romântica,

sonhadora, delicada. E as pessoas assim são vistas

pelas outras como bobas, alienadas, entende?

RAFAEL ― Não dê importância pro que os outros achem

ou falem de você. É tão raro encontrar pessoas

assim hoje em dia.

RAFAEL APROXIMA-SE MAIS DE MARIANA E PEGA EM SUA

MÃO.

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DETALHAR O ANEL DE NOIVADO DE RAFAEL.

RAFAEL ― É na verdade admirável esse seu jeito,

Mariana. Não o perca por causa da opinião dos

outros.

MARIANA FICA FRUSTRADA DIANTE DA DESCOBERTA E SE

AFASTA.

MARIANA ― Reparei que hoje você está de aliança.

Namoro?

RAFAEL OLHA PRA SUA MÃO.

RAFAEL ― Noivado!

O MUNDO DE MARIANA VEM ABAIXO. NÃO CONSEGUE

ESCONDER SUA TRISTEZA. RAFAEL PERCEBE.

MARIANA ― Quando nos conhecemos você estava sem.

RAFAEL ― Tiro pro banho e algumas vezes esqueço de

colocá-la, como aquele dia.

MARIANA ― Entendi. E vão se casar quando?

RAFAEL ― Nem sei se vai ter casamento.

MARIANA ― Como assim?

RAFAEL ― (SE ABRE) Não estou mais a vontade na

relação que eu tenho, Mariana.

CORTA PARA:

CENA 07. QUARTO FELÍCIA. INT. DIA

FELÍCIA ESTÁ RECOSTADA NA CAMA, SEGURANDO SEU ANEL

DE NOIVADO.

FELÍCIA ― Não posso te perder, Rafael! Não posso e nem

vou!

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CORTA PARA:

CENA 08. PRAÇA. EXTERIOR. DIA

RAFAEL E FELÍCIA.

RAFAEL ― Sabe quando você se dá conta de que não é

aquilo que você quer? Que não está preparando

pra algo tão grande e importante que é o

casamento? É assim que estou me sentindo.

Principalmente por me dar conta de que a pessoa

com quem me envolvo não é a mulher que me

completa, que eu amo.

RAFAEL SE DÁ CONTA QUE ESTÁ FALANDO MUITO.

RAFAEL ― (SEM GRAÇA) Eu de novo falando de mais.

Mas é que sinto tanta liberdade pra me abrir com

você, que quando vejo estou igual uma matraca

falando, falando...

MARIANA ― Minhas amigas falam que minha profissão

deveria ser psicóloga, já que sempre estou aberta a

ouvir os outros e depois dar conselho. E

aproveitando desse meu jeito de ouvir e

aconselhar, te falo: defina o que você quer pra sua

vida. Tanto pro seu bem, como pro bem da sua

noiva. Não empurre com a barriga nenhuma

vontade que você tenha. A pior coisa é fazer algo

que você não quer, da qual não se sente a vontade.

É ruim, frustrante. Seja qual for sua decisão de

terminar ou não, faça de coração leve, consciente

da escolha que tomou.

RAFAEL FICA TOCADO PELAS PALAVRAS DE MARIANA.

RAFAEL ― Obrigado pelo conselho.

MARIANA ― (BRINCA) Espero que não entre por um

ouvido e saia pelo outro.

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RAFAEL ― Era essas palavras, esse conselho, que eu

precisava ouvir.

MARIANA ABRAÇA RAFAEL.

CORTA PARA:

CENA 09. SALÃO DE BELEZA. INT. DIA

LUÍSA CHEGA E VAI ATÉ LEILANE.

LEILANE ― Demorou, Luísa! Esqueceu que marcamos aqui

hoje?

LUÍSA ― Tava com um amigo e nem vi à hora passar.

UMA MANICURE ATENDE LUÍSA.

LEILANE ― Que amigo é esse? O Lucas? Acho tão bonito

ver vocês dois juntos. Formam um belo casal.

Pena que não namoram. São apenas amigos.

LUÍSA ― Somos bons amigos sim. Mas não era o Lucas.

Era aquele rapaz da praia que me salvou e que a

senhora destratou no hospital.

LEILANE FICA SURPRESA E DECEPCIONADA.

LEILANE ― (CHOCADA) Com aquele rapaz, Luísa?

LUÍSA ― Tadeu é o nome dele. Sabia que ele é bem

legal. Pulamos de asa delta juntos.

LEILANE ― (CONFUSA) Como assim, minha filha?

LUÍSA ― Como assim o quê, mãe?

LEILANE ― Essa sua aproximação com esse rapaz. Qual o

motivo disso?

LUÍSA ― Ele é uma boa pessoa, engraçado, que gosta de

se aventurar como eu.

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LEILANE ― Você mal conhece o rapaz, já pula de asa delta

com ele, que mais? Vão escalar o pão de açúcar

assim?

LUÍSA ― Boa idéia. Vou propor isso pra ele.

LEILANE ― Quer dizer que vão se encontrar de novo?

LUÍSA ― Claro que sim. Algum problema?

LEILANE FECHA A CARA.

CORTA PARA:

CENA 10. FAVELA MACAQUINHA. EXTERIOR. DIA

CORTA PARA:

CENA 11. MERCEARIA ARMANDO. RUA. EXTERIOR. DIA

ARMANDO VARRE A CALÇADA. CACAU E FRAJOLA VEM PELA

RUA.

CACAU ― (P/FRAJOLA) Marca aí.

CACAU VAI ATÉ ARMANDO.

CACAU ― Como vai, seu Armando.

ARMANDO OLHA PRA CACAU E FICA SÉRIO.

ARMANDO ― Levando, como Deus quer.

CACAU ― Notícias da Velma?

ARMANDO ― (ALTERADO) Deixa minha filha em paz,

Cacau. Você já arruinou muito a vida da minha

filha.

CACAU ― Calma, seu Armando. Só queria notícias dela, e

quem saber ver o Tadeu e a Isabel.

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ARMANDO ― Deixa minha família em paz. Vai viver sua

vida que estamos vivendo a nossa.

TADEU CHEGA DE MOTO E ESTRANHA.

TADEU ― (P/CACAU) Algum problema?

CACAU FICA OLHANDO ADMIRADO PRA TADEU.

CACAU ― Como você cresceu, Tadeu. Quando te vi pela

última vez você era um molequinho. Agora tá um

homem já.

TADEU ― (P/ARMANDO) O que está acontecendo, vô?

ARMANDO ― Não é nada, Tadeu.

CACAU ― Só vim saber se vocês não estavam precisando

de nada. Mas já estava indo.

CACAU SE AFASTA E JUNTO COM FRAJOLA SEGUE PELA RUA.

CACAU ― (PRA SI) Tá a minha cara...

TADEU FICA CISMADO OLHANDO CACAU SE AFASTAR.

TADEU ― Que conversa é essa de querer nos ajudar, vô?

ARMANDO ― Deixa pra lá, Tadeu. Não liga. Nem vale a

pena.

TADEU ― Não vou com a cara desse sujeito.

CORTA PARA:

CENA 12. PRESÍDIO. CELA VELMA. INT. TARDE

VELMA, SOLANGE E AS OUTRAS PRESAS ACABAM DE RECEBER

AS MARMITAS DO ALMOÇO.

VELMA ― Não tenho praticamente nada pra me orgulhar

nessa vida, exceto dos meus filhos, que ao

contrário de mim e o pai nunca se envolveram

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com nada errado. Claro, devo isso muito ao meu

pai, quem criou os dois.

SOLANGE ― E no caso o pai dos seus filhos é o Cacau,

acertei?

VELMA ― É sim. Mas nem o Tadeu e nem a Bebel sabem

disso. Prometi pro meu pai que ele não contaria

pros dois. Acho que já basta saberem que a mãe é

criminosa.

SOLANGE ― Sabe que uma vez ouvi alguém falar que

bandidagem é genético, que passa de pai pra filho.

VELMA ― Que besteira, Solange. É tudo questão de

escolha, de um caminho que você segue. E eu fiz

a escolha errada. Agora pago por isso.

CORTA PARA:

CENA 13. CASA MARIANA E CARLOS. SALA. INT. TARDE

CARLOS SAÍ DO ATELIÊ E TRANCA A PORTA. É SURPREENDIDO

POR MARIANA SAINDO DE LÁ.

MARIANA ― Quanto mistério, pai? O que o senhor está

aprontando aí dentro?

CARLOS ― Surpresa. Como foi o passeio?

MARIANA ― Foi bom.

CARLOS ― Mas se foi bom, por que dessa carinha triste?

MARIANA ― Nada não, pai. Coisa minha...

CORTA PARA:

CENA 14. QUARTO MARIANA. INT. TARDE

MARIANA DIANTE DO COMPUTADOR, DIGITANDO NO SEU

DIÁRIO.

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MARIANA ― (VOZ) Meu príncipe encantando virou sapo.

Meu príncipe já tem uma princesa...

MARIANA CONTINUA DIGITANDO, PASANDO PRO DIÁRIO SUA

FRUSTRAÇÃO.

CORTA PARA:

CENA 15. MANSÃO VENÂNCIO. PISCINA. EXT. TARDE

RAFAEL ESTÁ NA ESPREGUIÇADEIRA, DISTANTE, PENSATIVO.

FELÍCIA NA PISCINA.

FELÍCIA ― Não quer mesmo entrar? A água está uma

delícia.

RAFAEL RESPONDE “NÃO” COM A CABEÇA.

INSERT CENA 08, APENAS ÁUDIO:

MARIANA ― ... (VOZ) defina o que você quer pra sua vida.

Tanto pro seu bem, como pro bem da sua noiva.

Não empurre com a barriga nenhuma vontade que

você tenha. A pior coisa é fazer algo que você não

quer, da qual não se sente a vontade. É ruim,

frustrante. Seja qual for sua decisão de terminar

ou não, faça de coração leve, consciente da

escolha que tomou.

FIM DO INSERT.

FELÍCIA OBSERVA RAFAEL DISTANTE, PERDIDO EM

PENSAMENTO. SAÍ DA PISCINA E LHE DÁ UM BEIJO MOLHADO.

RAFAEL ASSUSTA E REAGE.

RAFAEL ― (BRAVO) Olha o que você fez. Me molhou

todo...

FELÍCIA É SURPREENDIDA PELA REAÇÃO EXAGERADA DE

RAFAEL.

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FELÍCIA ― (REAGE) Qual é seu problema, Rafael? De

uns tempos pra cá está sempre de mal humor,

azedo. Tudo te irrita. O que está acontecendo?

RAFAEL ENCARA FELÍCIA.

RAFAEL ― Precisamos conversar, Felícia. Não está legal

como está.

FELÍCIA GELA.

FELÍCIA ― Como assim? Do que está falando?

RAFAEL ― Não está dando certo mais nos dois juntos. Não

estou me sentindo bem, a vontade, sinto que algo

mudou, que não estou preparado pra me casar.

Tenho dúvidas dos meus sentimentos e por isso

acho melhor.../

FELÍCIA LEVANTA APRESSADA.

FELÍCIA ― (CORTANDO) Preciso ir, Rafael. Esqueci que

tinha marcado com uma amiga no shopping.

FELÍCIA DÁ UM SELINHO EM RAFAEL E SAÍ CORRENDO.

RAFAEL FICA SEM ENTENDER.

CORTA PARA:

CENA 16. MANSÃO VENÂNCIO. PISCINA. VESTIÁRIO. INT.

TARDE

FELÍCIA ENTRA OFEGANTE, ASSUSTADA E FECHA A PORTA.

PEGA SEU CELULAR, TREMENDO.

FELÍCIA ― (DESESPERADA) O Rafael quer terminar

comigo, mãe!

CORTA RÁPIDO PARA:

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CENA 17. APTO PÉROLA. SALA. INT. TARDE

FELÍCIA DEITADA COM A CABEÇA NO COLO DE PÉROLA.

FELÍCIA ― Foi horrível, mãe. Eu fiquei sem reação, sem

saber o que fazer.

PÉROLA ― Mas ele chegou a dizer que quer terminar ou

dar um tempo, como vocês jovens costumam

dizer?

FELÍCIA ― Não disse porque eu cortei antes. Inventei que

tinha que encontrar uma amiga e precisava ir, pra

cortar o assunto e não deixá-lo terminar de falar.

Mas ele ia dizer que quer colocar um ponto final

no nosso noivado. (AFLITA) E agora, mãe?

PÉROLA ― Calma, Felícia. Tem que ter sangue frio nessas

horas.

FELÍCIA ― (DESOLADA) O pior de tudo é que eu já

estava esperando isso acontecer.

PÉROLA ― (FIRME) Mas não vai!

FELÍCIA ― Mais cedo ou mais tarde ele vai me pegar na

curva e terminar comigo. Não vou conseguir adiar

isso por muito tempo.

PÉROLA ― Você não vai sair desse noivado com a mão na

frente e outra atrás não, minha filha. (TENDO

UMA IDÉIA) Já sei o que vamos fazer. Ou

melhor, o que você vai fazer.

FELÍCIA ― O quê?

PÉROLA ― Vai mentir dizendo que está grávida!

FELÍCIA ― Mas se ele me pedir um teste, exame de

sangue, pra comprovar?

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PÉROLA ― Reaja como vítima de uma desconfiança,

chora, encena, seja bem teatral e convincente. Se

mesmo assim ele insistir nisso, damos um jeito de

conseguir um exame falso.

FELÍCIA ― (CISMADA) Não sei, mãe...

PÉROLA ―Vai desistir do Rafael sem lutar? Entregá-lo pra

outra de mãos beijadas?

FELÍCIA ― Acha que ele tem outra?

PÉROLA ― Parece que sim. (T) Você vai mentir apenas

pra ganhar tempo, enquanto não engravida de

verdade, Felícia. Vai dar certo. Confia na mamãe!

FELÍCIA ― Só não quero perder o Rafael!

PÉROLA ― Então lute com as armas que você tem por ele.

FELÍCIA FICA PENSATIVA.

CORTA PARA:

CENA 18. CASA CACAU. INT. TARDE

CACAU, REMO, MARMITA, FRAJOLA E OS OUTROS HOMENS DA

QUADRILHA.

CACAU ― Não vamos ter muito tempo. É agir rápido.

Pegar o dinheiro e meter o pé.

MARMITA ― Não tem erro. Tá tudo certo!

CACAU ― Depois dividimos a grana e pronto.

FRAJOLA ― É só e comemorar!

TODOS VIBRAM.

CACAU ― (P/REMO) Tu vai no volante, Remo. Sempre

foi um bom piloto de fuga. Não perdeu essa

habilidade não, né?

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REMO ― Deixa comigo que dou conta do recado.

CACAU ― (SATISFEITO) Falou com firmeza. É assim

que gosto.

CORTA PARA:

CENA 19. RIO DE JANEIRO. EXTERIOR. NOITE

TAKES DA CIDADE. SOBRE AS IMAGENS:

CACAU ― (OFF) Vamos todos vestidos como executivos

pra não despertar suspeitas...

CORTA PARA:

ATENÇÃO: RÔMULO E REMO VESTEM UM TERNO IGUAL. SÓ

QUE RÔMULO DEIXA SEM ABOTOAR, ENQUANTO REMO

ABOTOA.

CENA 20. MANSÃO VARELLA. QUARTO RÔMULO. INT. NOITE

RÔMULO EM FRENTE AO ESPELHO, TERMINANDO DE AJEITAR.

CORTA PARA:

CENA 21. BARRACO REMO E MARMITA. INT. NOITE

REMO EM FRENTE AO PEQUENO E TRINCADO ESPELHO SE

ARRUMANDO.

CORTA PARA:

CENA 20 E 21 DIVIDEM A TELA: RÔMULO E REMO SE

OLHANDO NO ESPELHO.

CENA 22. MANSÃO VARELLA. QUARTO RÔMULO. INT. NOITE

RÔMULO DIANTE DO ESPELHO. VÂNIA ENTRA E LHE ABRAÇA.

VÂNIA ― Está lindo!

RÔMULO ― Obrigado. Vamos?

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VÂNIA CONCORDA E ELES SAEM DO QUARTO.

CORTA PARA:

CENA 23. BARRACO REMO E MARMITA. INT. NOITE

REMO DIANTE DO ESPELHO. MARMITA APARECE.

MARMITA ― (TIRANDO SARRO) Parece até um executivo

de verdade. (RINDO) Só que não.

REMO ― Está dando pra enganar. Mas até que fiquei

bem.

MARMITA ― Não adiante, Remo. A cara de pobre entrega.

REMO ― E ladrão hoje em dia tem cara?

MARMITA ― Chega de papo e vamos embora. Tá na hora!

REMO E MARMITA SAEM.

CORTA PARA:

CENA 24. MOSTEIRO. IGREJA. INT. NOITE

BASTIÃO EM FRENTE AO ALTAR.

BASTIÃO ― Ilumine os caminhos do Remo, Senhor. Não

deixe que ele faça nada que possa se arrepender

depois...

CORTA PARA:

CENA 25. CASA CACAU. INT. NOITE

CACAU, REMO, FRAJOLA, MARMITA E OS OUTROS BANDIDOS

ESTÃO SE PREPARANDO PRA ROUBAR O BANCO. AJEITAM AS

ARMAS, OS EXPLOSIVOS, PEGAM OS SACOS ONDE VÃO

COLOCAR O DINHEIRO, TUDO COMANDADO POR CACAU.

CORTA PARA:

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CENA 26. PIZZARIA. EXTERIOR. NOITE

TADEU E JEFERSON CONVERSAM.

TADEU ― Foi um beijo daqueles. Quando vi estávamos

no maior amasso na praia.

JEFERSON ― E ficou só nisso?

TADEU ― Tudo há seu tempo. A Luísa é diferente dessas

minas fáceis que logo cedem e vão pra cama.

JEFERSON ― E tu achando que não ia rolar nada.

TADEU ― Me enganei redondamente. E foi mais legal por

isso, descobrir essa Luísa que eu tinha pintado de

um jeito, mas que se mostrou completamente

oposta.

JEFERSON ― Como falam: as aparências enganam.

TADEU ― E muito. Mas com a mãe dela eu não me

enganei. A Luísa mesmo disse que ela é daquele

jeito que conheci no hospital.

JEFERSON ― Que bela sogra tu vai ter então, Jeferson.

TADEU ― Nem tudo é perfeito!

CORTA PARA:

CENA 27. MANSÃO VENÂNCIO. QUARTO RAFAEL. INT. NOITE

RAFAEL ESTÁ SENTADO EM FRENTE AO COMPUTADOR,

DISTANTE, VENDO UMA FOTO DE MARIANA. VENÂNCIO BATE

NA PORTA.

VENÂNCIO ― (OFF) Rafael.

RAFAEL TIRA A FOTO DE MARIANA DA TELA, LEVANTA E

ABRE A PORTA QUE ESTAVA TRANCADA. VENÂNCIO ENTRA.

VENÂNCIO ― Ainda não está pronto?

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RAFAEL ― Não vou a essa evento, pai.

VENÂNCIO ― Posso saber o motivo?

RAFAEL ― É tudo muito chato. Sempre os mesmos

assuntos, as mesmas pessoas.

VENÂNCIO ― Mas se você não gosta, vai ter que passar a

gostar, pois quando assumir a presidência da

gravadora vai ter que ir a esses eventos sim. Faz

parte da rotina de empresários, homens de

sucesso, ir a festas desse nível, como a de hoje do

Banco Império.

RAFAEL ― Enquanto ainda posso ser eu, Rafael, e não ser

o senhor, Venâncio, ainda tenho o direito de

escolher o que quero. E decidi que não vou!

VENÂNCIO ― Pare de me ver como seu inimigo, meu filho.

Tudo o que quero é fazer de você um homem de

sucesso como eu me tornei.

RAFAEL ― Mas a que preço, pai? O senhor já se perguntou

isso?

VENÂNCIO ― O que está querendo dizer, Rafael?

RAFAEL ― Me responde, olhando no fundo dos meus

olhos: o senhor é feliz, pai? De verdade mesmo.

VENÂNCIO ― Não sei o que está acontecendo com você, meu

filho. A cada dia fico mais preocupado.

RAFAEL ― Eu quero ser feliz, me sentir bem comigo

mesmo. Por isso não quero ser seu espelho. Ser

esse homem frio, materialista, que só pensa em

dinheiro, em bens materiais. Que só admira quem

se deu bem na vida.

VENÂNCIO ― Acha que meu jeito de ser é errado.

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RAFAEL ― Não estou te julgando se é certo ou errado. Só

estou te falando que não quero ser assim. Quero

seguir o meu caminho na qual eu me sinta bem.

VENÂNCIO E RAFAEL SE ENCARAM. BELARMINO APARECE.

BELARMINO ― Vamos?

VENÂNCIO SAÍ DE CARA FECHADA.

BELARMINO ― (SEM ENTENDER) O que deu nele?

RAFAEL ― A verdade incomoda, vô!

CORTA PARA:

CENA 28. CARRO VENÂNCIO. INT. NOITE

VENÂNCIO DIRIGE. BELARMINO DO LADO.

BELARMINO ― Você e o Rafael vão ficar agora trocando

farpas um com o outro?

VENÂNCIO ― Não sei o que está dando no Rafael, pai. Está

rebelde, revoltado...

BELARMINO ― Você não percebe que não tem mais o controle

sobre o Rafael como vinha tendo desde quando

ele era pequeno? Ele cresceu, Venâncio. Criou

asas e está se preparando pra voar, querendo

trilhar seu próprio caminho, longe do seu controle.

VENÂNCIO ― Não vou admitir que Rafael estrague tudo o

que planejei pra vida dele. Ele vai seguir o

caminho que eu quero que ele trilhe e ponto final.

CORTA PARA:

CENA 29. ESPAÇO DO EVENTO. SALÃO. INT. NOITE

PLANOS GERAIS DA FESTA DE COMEMORAÇÃO DOS 50 ANOS

DO BANCO IMPÉRIO. CLIMA CHIQUE E ELEGANTE.

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CONVIDADOS CHEGANDO. FOTÓGRAFOS REGISTRANDO.

ALGUNS SENTADOS, OUTROS EM PÉ, CONVERSANDO.

GARÇONS SERVINDO BEBIDAS. MAURO, RÔMULO, LEILANE,

VÂNIA, LUÍSA CIRCULAM PELA FESTA. VENÂNCIO E

BELARMINO CHEGAM E SE MISTURA AOS OUTROS

CONVIDADOS.

CORTA PARA RÔMULO CONVERSANDO COM VENÂNCIO.

VENÂNCIO ― Que pena que sua mãe não pode vir.

RÔMULO ― Ela não está se sentindo bem.

VENÂNCIO ― Algo pra preocupar?

RÔMULO ― Uma dor de cabeça mais forte.

VENÂNCIO ― Nada que um remédio e uma boa noite de sono

não dê jeito. Manda meu abraço pra ela.

RÔMULO ― Pode deixar.

VENÂNCIO SE AFASTA. PASSA POR BELARMINO, QUE PEGA

UMA BEBIDA COM O GARÇOM.

VENÂNCIO ― Vai com moderação, pai. Não quero que o

senhor dê vexame aqui.

BELARMINO ― Me deixa, Venâncio. Parece até que eu sou o

filho e você o pai. Aproveita um pouco. Relaxa e

se divirta. Está precisando disso.

BELARMINO AFASTA-SE. VENÂNCIO PEGA UMA BEBIDA.

CORTA PARA MAURO E LEILANE. APREENSÍVO, TENSO.

LEILANE ― É cada vestido cafona que já vi. De longe sou a

mais bem vestida dessa festa. Não sou?

MAURO NEM SE DÁ CONTA DO QUE LEILANE ESTÁ FALANDO.

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LEILANE ― Tô falando com você, Mauro. Parece que está

em outro planeta.

MAURO ― O que foi?

LEILANE ― Sou ou não sou a mulher mais bem vestida

dessa festa?

MAURO ― É sim. A mais linda!

ÁGATHA CHEGA E TROCA OLHAR COM MAURO.

MAURO ― Mas ficará ainda mais linda se for retocar essa

maquiagem.

LEILANE FICA PREOCUPADA.

LEILANE ― Tá precisando?

MAURO ― Vai ao banheiro pra ver.

LEILANE ― Não demoro.

LEILANE SEGUE EM DIREÇÃO AO BANHEIRO.

MAURO FAZ SINAL PRA ÁGATHA LHE ENCONTRAR DO LADO

DE FORA. VAI PRIMEIRO E ÁGATHA ATRÁS. TUDO DE FORMA

DISCRETA.

CORTA PARA:

CENA 30. ESPAÇO EVENTO. EXTERIOR. NOITE

LOCAL ISOLADO. MAURO E ÁGATHA.

MAURO ― Vou colocar o veneno na bebida e você troca

os copos na primeira oportunidade, tudo com a

maior descrição.

ÁGATHA ― Tudo bem. Só espero que não de ruim pra

mim.

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MAURO ― É só fazer como estou te falando, que vai dar

ruim é pro Rômulo.

CORTA PARA:

CENA 31. BAILE FUNK. INT. NOITE

BAILE LOTADO, BOMBANDO. VÁRIOS JOVENS, GATOS E GATAS.

MÚSICA: “BAILE DE FAVELA”. DOUGLAS COMANDA O SOM.

BEBEL E NAOMI DANÇANDO, SE DIVERTINDO. BEBEL E

DOUGLAS TROCANDO OLHARES, SORRISOS.

NAOMI ― Ele é um gato, amiga.

BEBEL ― Acho que me apaixonei...

NAOMI ― Vai fundo. Te dou o maior apoio.

CORTA PARA BEBEL E DOUGLAS SE BEIJANDO NUM CANTO.

DOUGLAS ― Vou te levar lá em casa pra tomar um banho de

piscina.

BEBEL ― (SURPRESA) Tem piscina na sua casa?

DOUGLAS ― Tipo, não é bem minha casa. É do meu tio.

Mas como moro lá, não deixa de ser minha

também.

BEBEL ― Tio rico?

DOUGLAS ― Podre de rico. Então, aceita o convite?

BEBEL ― É claro que aceito. Posso levar minha amiga?

BEBEL OLHA PRA NAOMI, QUE ESTÁ AOS BEIJOS COM UM

JOVEM.

DOUGLAS ― Pode sim.

BEBEL SORRI E BEIJA DOUGLAS.

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CORTA PARA:

CENA 32. COFRE BANCO. INT. NOITE

REMO, CACAU, MARMITA, FRAJOLA E OS OUTROS BANDIDOS

JÁ RETIRANDO E ENSACANDO O DINHEIRO RAPIDAMENTE.

TODOS FELIZES, IMPRESSIONADOS COM TANTO DINHEIRO.

CACAU ― Não disse que ia ser fácil?

REMO ― É muito dinheiro!

CACAU ― Vai mudar nossa vida, Remo. Eu te falei!

MARMITA ― Vida nova, meu amigo!

FRAJOLA ― Vamos logo que a polícia pode chegar.

ELES SE APRESSAM EM JUNTAR TODO O DINHEIRO QUE

CONSEGUEM.

CORTA PARA:

CENA 33. ESPAÇO EVENTO. SALÃO. INT. NOITE

PLANOS DA FESTA. RÔMULO BEBE UÍSQUE, ENQUANTO

CONVERSA COM UM SENHOR.

CORTA PARA MAURO DEIXANDO UM COPO DE UÍSQUE EM

CIMA DA MESA. FAZ SINAL PRA ÁGATHA, QUE PEGA O COPO E

APROXIMA-SE DE RÔMULO.

O SENHOR COM QUEM RÔMULO CONVERSAVA SE AFASTA.

ÁGATHA CHEGA. ENQUANTO FALA, ÁGATHA DEIXA O COPO

QUE TROUXE E LEVA O COPO QUE RÔMULO BEBIA.

ÁGATHA ― A festa está linda.

RÔMULO ― Está tudo impecável, Agatha. Parabéns!

ÁGATHA ― Obrigada.

___________________________________________________________


ÁGATHA AFASTA-SE. FAZ SINAL POSITIVO PRA MAURO,

CONFIRMANDO QUE DEU TUDO CERTO.

RÔMULO PEGA SEU COPO E VAI PRA FORA DO SALÃO.

CORTA PARA:

CENA 34. ESPAÇO EVENTO. EXTERIOR. NOITE

RÔMULO PREPARA-SE PRA BEBER O UÍSQUE ENVENENADO. EM

SLOW APROXIMA O COPO DOS LÁBIOS. SUSPENSE.

CORTA PARA:

FIM DO CAPÍTULO

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Novela de - megapro.com.br · FRANCISCA ― Só me promete que vai se cuidar? ... Me sinto bem com você, ... RAFAEL ― Para de falar assim. Não é verdade