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Novembro de 2012 Ano 47 - N o 667 APCD - Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas Rua Voluntários da Pátria, 547 - Santana - CEP 02011-000 - São Paulo - SP - Edição Nacional www.apcd.org.br Faltam 2 meses para o maior evento da Odontologia brasileira, o CIOSP 2013! Garanta já o seu lugar!

Novembro de 2012 Ano 47 - N° 667

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Edição 667 de Novembro de 2012 do Jornal da APCD

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Novembro de 2012 Ano 47 - No 667

APCD - Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas Rua Voluntários da Pátria, 547 - Santana - CEP 02011-000 - São Paulo - SP - Edição Nacional www.apcd.org.br

Faltam 2 meses para o maior evento da Odontologia brasileira, o CIOSP 2013! Garanta já o seu lugar!

APCD - Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas Rua Voluntários da Pátria, 547 - Santana - CEP 02011-000 - São Paulo - SP - Edição Nacional www.apcd.org.br

Faltam 2 meses para o maior evento da Odontologia brasileira, o CIOSP 2013! Garanta já o seu lugar!

Novembro de 2012 Ano 47 - No 667

Fique por dentro da APCD

Dia a dia em notícia

Há dois meses do maior e mais esperado evento de Odontologia da América Latina, o APCD Jornal traz a programação científica do CIOSP 2013 – I Congresso Interdisciplinar da APCD. Atividades foram agrupadas em módulos afins, com foco nas especialidades odontológicas e na importância da interdisciplinaridade no planejamento e execução dos casos clínicos. Confira nesta edição o Caderno Especial do CIOSP 2013 com todos os cursos oferecidos!

Dia do Cirurgião-Dentista APCD celebra o Dia do Cirurgião-Dentista com o tradicional

jantar dançante, no Clube Espéria, em São Paulo. Confira matéria e fotos.// Página 28 //

Tendência Assistência à saúde à distância será tendência no

futuro. Estudos de avaliação do Programa Telessaúde Brasil comprovam que por meio eletrônico é possível qualificar o atendimento com redução de custos. // Página 10 //

Nova realidade Especialistas comentam sobre a necessidade de

profissionais buscarem conhecimento na área de gestão de pessoas, especialmente em razão do crescimento das equipes multiprofissionais nos serviços públicos e privados de Saúde e do trabalho multidisciplinar em Odontologia. // Página 16 //

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APCD Jornal // Novembro 20126

Dia a dia em notícia

08. Odontologia Hospitalar é o principal

pilar do Programa Sorria Mais São Paulo

09. Estudo utiliza sequenciamento de

nova geração para compreender as

mutações do gene da neurofibromatose

10. Assistência à saúde à distância

será tendência no futuro

e na atuação da categoria

12. Pesquisadores desenvolvem método

mais simples para diagnosticar apneia do sono

14. Efeitos da radiação emitida pelo

celular ainda são foco de pesquisas

16. Cirurgião-Dentista e relação com

equipe multiprofissional e interdisciplinar:

uma nova realidade

Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas - Fundada em 1911 - Gestão 2010-2013PRESIDENTE: Adriano Albano Forghieri 1o VICE-PRESIDENTE: Juscelino Kojima 2o VICE-PRESIDENTE: Wilson Chediek SECRETÁRIA GERAL: Maria Angela Marmo Favaro TESOUREIRO GERAL: Paulo Vianna Mesquita PRESIDENTE CORE: José Luiz Negrinho 1o VICE-PRESIDENTE CORE: Gilberto Gomes 2o VICE-PRESIDENTE CORE: Antonio Tadeu Martins SECRETÁRIO: Felipe Bedran PRESIDENTE COA: Adelson Barbosa de Oliveira VICE-PRESIDENTE COA: Ligia Maria Lima Andreatta PRESIDENTE CONOGE: Stephanie Alderete Feres Teixeira VICE-PRESIDENTE CONOGE: Thales Wilson Cardoso PRESIDENTE COCI: Maria Elizabete Carneiro de Saba VICE-PRESIDENTE COCI: Silvio Antonio dos Santos Pereira PRESIDENTE COFI: Reinaldo Brito Dias SECRETÁRIO: Ricardo César dos Reis PRESIDENTE CODEL: Ueide Fernando Fontana SECRETÁRIO: Waldyr Romão Júnior PRESIDENTE CEAP’S: Liris Silmar Jacintho Pereira VICE-PRESIDENTE CEAP’S: Richard Bulara Esper Kallas SECRETÁRIA: Ilka Maria Pantaleão Silveira Bonachella DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE COMPRAS E COTAÇÕES DE PREÇOS: Paulo Vianna Mesquita DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO: André Callegari DIRETOR DA REVISTA DA APCD: Marcelo Bönecker DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE CONGRESSOS E FEIRAS: Pedro Antonio Fernandes DIRETOR DA EAP: Artur Cerri DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE ESPORTES: Cláudio Darcie DIRETORA DO DEPARTAMENTO DE PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SAúDE: Helenice Biancalana DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE SERVIÇOS GERAIS: Moacyr Natale Macedo DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE DEFESA DE CLASSE: João Augusto Sant’Anna DIRETOR DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS: Everaldo Alves Nazareth Junior DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE PATRIMÔNIO: Luiz Lincoln Cristino Costa DIRETORA DO DEPARTAMENTO DE TURISMO: Silvia Sugaya DIRETORA DO DEPARTAMENTO SOCIAL E CULTURAL: Claudia Verônica Teizen ASSESSORA DA PRESIDÊNCIA: Ilka Maria Pantaleão Silveira Bonachella ASSESSOR DA PRESIDÊNCIA: Nilden Carlos Alves Cardoso ASSESSOR DA PRESIDÊNCIA: Airton Gottardo ASSESSORA DA PRESIDÊNCIA: Maria Cristina Dumit Sewell ASSESSOR DA PRESIDÊNCIA: Bráz Antunes Mattos Neto CONSULTOR DA PRESIDÊNCIA: Alcides de Souza CONSULTOR DA PRESIDÊNCIA: Admar Kfouri CONSULTOR DA PRESIDÊNCIA: Luiz Antonio Zamuner CONSULTOR DA PRESIDÊNCIA: Heber Luis Nogueira Fontão

Índice

Cultura e lazer

18. Dia Mundial do Diabetes tem

como tema a educação e a prevenção

20. 3x4: Nos traços de um Cirurgião-Dentista...

22. Comportamento: Os opostos realmente se atraem?

Notícias da ABCD

24. ABCD enfrenta planos odontológicos

por valorização do Cirurgião-Dentista

Caderno espeCial

Fique por dentro

26. Simpósio Oral-B na EAP traz conhecimento e atualização técnico-científica para profissionais de Odontologia

27. Teatro APCD estreia fábula musical inspirada no movimento rap

28. Jantar da APCD reúne 450 pessoas no Clube Espéria

30. COFI: Balanço patrimonial da APCD de 2011

Cursos e carreiras

32. Notícias da EAP

33. Confira os cursos oferecidos pela EAP APCD

Acontece34. 1° Encontro Científico de ex-alunos de Implantodontia da APCD Regional Araraquara

Lançamentos

35. Veja as últimas novidades das empresas do setor odontológico

36. Top 5: confira as dicas culturais mais quentes do momento

Plano Econômico37. “Valores e dinheiro – Crenças limitadoras”

ERRATASDiferentemente do que foi publicado na página 37 da edição nº 666 - Outubro/2012

do apCd Jornal, a próxima reunião do Core está marcada para o dia 02 de fevereiro, durante o CIOSP 2013, e não janeiro, como foi mencionado ao final da matéria.

1 Diferentemente do que foi publicado na página 30 da edição nº 666 - Outubro/2012 do apCd Jornal, a classificação geral do Interodonto 2012 ficou da seguinte maneira: 1º lugar – Unesp Araraquara; 2º lugar – USP Ribeirão Preto; e 3º lugar – Unesp São José dos Campos.

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Novembro 2012 // APCD Jornal 7

Palavra do PresidenteAdriano Albano Forghieri presidente da apCd [email protected] www.twitter.com/adrianoforghieri

diretor de ComunicaçãoAndré Callegari

Corpo editorialDaniela Berci Luiz, Daniel Nuciatelli Pinto de Mello, Marco Antônio Manfredini, Maria Isabel Rodrigues, Maria Lucia Z. Varellis, Maria Teresa Q. Ferreira Ratto, Mário Botura, Mauricio Querido, Miguel Haddad, Patrícia L. Amélia Alpiovezza, Vitor Ribeiro, Victor Clavijo, Thales Wilson Cardoso, Wilson Chediek

Coordenadora de Comunicação eJornalista responsávelBruna Oliveira (Mtb. 46.263)

aviso - As opi niões expres sas nas maté rias publi ca das no apCd Jornal são de res pon sa bi li da de de seus au to res, e não refle tem, neces sa ria men te, as da dire to ria da APCD, dos edi to res e dos anun cian tes, poden do, inclu si ve, ser con trá rias as dos mes mos. É proi bi da a repro du ção total ou par cial de maté rias publi ca das neste jor nal por qual quer meio, sem auto ri za ção expres sa, por escri to, da reda ção, de acor do com o que dis põe a lei 5.988, de 14/12/73. A repro du ção deve ser soli ci ta da aos jornalistas-editores, para nego cia ção da venda dos direi tos de publi ca ção. A APCD não tem qual quer res pon sa bi li da de pelos ser vi ços e pro du tos das empre sas anun cia dos em seu jor nal. Todos os pro du tos e ser vi ços estão sujei tos às nor mas do mer ca do, do Código de Defesa do Consumidor e do CONAR - Conselho Nacional de Au to-Re gula mentação Publicitária. Serviços noti cio sos: AUN - Agência Universitária de Notícias (USP).

EXPEDIENTEedição de arte e projeto GráficoThiago Lemos

editor de arteBruno Lopes

assistente de CriaçãoJuliana Nunes da Costa

JornalistasMariana Ramos Pantano (Mtb. 62.558)Paula Ricupero (Mtb. 69.430)Swellyn França (Mtb. 45.564)

redaçãoRua Voluntários da Pátria, 547 - San tanaCEP: 02011-000 - São Paulo - SPTel.: (11) 2223-2553E-mail: [email protected]

atendimento ao associadoTels.: (11) 2223-2369 / 2370 / 2371

impresso na plural indústria Gráfica

publicidadeComercial APCDTels.: (11) 2223-2332E-mail: [email protected]

periodicidade: Mensal Tiragem nacional: 140 mil exemplares

As matérias publicadas passam pelo aval técnico do Corpo Editorial. O apCd Jornal é um órgão informativo da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas, entidade de utilidade pública pela lei no 1.051 de 12 de junho de 1951, e registrada no Conselho Nacional de Serviço Social, sob no 91.315, em 12 de junho de 1960.

A importância de se comunicarDesde os tempos mais remotos, o ser

humano buscou formas de se comunicar e foi aprimorando a sua capacidade de inte-ragir com o seu meio. A comunicação pos-sibilita o relacionamento entre as pessoas. Comunicar é atingir e exercer influência sobre uma ou mais pessoas e não é somen-te repetir palavras ou frases prontas. Con-siste em um processo bem mais complexo, de saber o que dizer e como dizer.

Segundo José Manuel Moran, diretor acadêmico da Faculdade de Sumaré-SP, em um dos capítulos de seu livro “Mudanças na comunicação pessoal”, o conhecimento se dá fundamentalmente no processo de in-teração, de comunicação. A informação é o primeiro passo para conhecer, e “conhecer é relacionar, integrar, contextualizar, fazer nosso o que vem de fora. Conhecer é saber, é desvendar, é ir além da superfície, do pre-visível, da exterioridade. Conhecer é apro-fundar os níveis de descoberta, é penetrar mais fundo nas coisas, na realidade, no nosso interior. Pela comunicação aberta e confian-te, desenvolvemos contínuos e inesgotáveis processos de aprofundamento dos níveis de conhecimento pessoal, comunitário e social.”

Por isso, a comunicação tem se tornado uma importante aliada estratégica corpo-rativa para o alcance de resultados cada vez mais positivos. Desde o início da nossa gestão, sabíamos que era preciso reformular o nosso

Departamento de Comunicação, repaginar nossos produtos a fim de torná-los mais efi-cientes e modernos e, ainda, criar novos meios para nos comunicarmos com nossos diferen-tes públicos, acompanhando as últimas ten-dências de mercado. Criamos, então, o perfil da APCD nas redes sociais Facebook e Twitter, atualizadas diariamente. Também inaugura-mos a TV apCd na web, um canal com maté-rias sobre a Odontologia em geral, novidades do mercado, e as atividades promovidas pela entidade, disponíveis na Internet.

O apCd Jornal, distribuído nacionalmen-te, com tiragem de 140 mil exemplares, foi repaginado em termos de conteúdo, com re-portagens voltadas para o Cirurgião-Dentista, e sofreu algumas mudanças no layout para torná-lo mais clean e moderno. A revista da apCd, com mais de 65 anos de circulação, está sendo excelentemente coordenada pelo nosso colega, o professor Marcelo Bönecker, e uma equipe de primeira linha, trazendo ma-térias e artigos superinteressantes e confir-mando o lugar de destaque que a publicação possui junto aos clínicos, sendo considerada umas das principais revistas da área no Brasil.

E as novidades e mudanças não param por aí: em 26 de outubro, fizemos o pré--lançamento da revista apCd de estéti-ca – uma publicação trimestral, voltada especificamente para a Odontologia Es-tética e especialidades afins, dirigida pelo

nosso colega José Carlos Garófalo e toda sua equipe de profissionais competentes do segmento. Essa nova publicação será exclusivamente comercializada por assina-turas e trará o que há de mais moderno e novo em conteúdo e em termos de design e material gráfico. O lançamento oficial será durante o CIOSP 2013! Aguarde!

Também reformulamos toda a comu-nicação interna da APCD e, principalmente, agregamos toda a comunicação dos departa-mentos e eventos que a associação promove de toda ordem, desde a concepção conceitual, organização e divulgação até a cobertura fi-nal dos mesmos. Ou seja, hoje a Comunica-ção está presente e integrada com todos os departamentos e atividades da APCD. Isso porque entendemos que temos que trabalhar com uma linguagem padronizada e de forma profissional e estratégica para alcançarmos resultados cada vez mais satisfatórios e nos comunicarmos claramente com toda a classe odontológica, parceiros etc. Não vamos parar de investir e de nos comunicar, e sugestões são sempre muito bem-vindas para que pos-samos nos aprimorar cada vez mais.

Jantar do dia do Cirurgião-dentistaFoi mais uma noite de festa, alegria e

confraternização, pensada e executada com muito capricho e requinte pelo nosso De-

partamento Social, que tem como diretora a nossa colega Cláudia Verônica Teizen. A ela e toda sua equipe, meus parabéns pela excelen-te organização de mais uma edição do nosso tradicional jantar, realizado no Clube Espéria, no último dia 26 de outubro. Agradeço a pre-sença de todos os nossos convidados, amigos, diretores e colegas de várias Regionais que comemoraram conosco esta importante data.

Ciosp 2013Faltam apenas dois meses para o CIOSP

2013 – I Congresso Interdisciplinar da APCD, que acontece de 31 de janeiro a 03 de feve-reiro, no Expo Center Norte. Nesta edição do apCd Jornal, você conhecerá a nossa grade científica e poderá escolher qual atividade você vai querer participar. É uma programa-ção completa, com a presença de profissionais renomadíssimos nacional e internacional-mente, que discutirão temas atuais da nossa Odontologia. Ao amigo Reinaldo Brito e Dias, presidente do CIOSP 2013, e toda sua Comis-são Científica, meus parabéns pelo excelente trabalho ao organizar uma programação tão inovadora e de altíssima qualidade. Não per-ca tempo e garanta já o seu lugar no maior evento da Odontologia da América Latina!

Um forte abraço,

// Adriano Albano Forghieri //

APCD Jornal // Novembro 20128

Guerra dos sexos Conheça algumas dicas de como lidar

com os principais conflitos entre casais// Página 22 //

Dia a dia em notíciaFuturo

Assistência remota a pacientes será tendência na Saúde // Página 10 //

Interdisciplinaridade em alta Cirurgião-Dentista precisa se adaptar a uma nova

realidade com foco no trabalho multiprofissional// Página 16 //

Odontologia Hospitalar é o principal pilar do Programa Sorria Mais São PauloHá nove meses em andamento, Programa da Secretaria da Saúde do Estado tem como foco a implantação de serviços de acompanhamento odontológico em hospitais estaduais

// Texto Bruna Oliveira //

Em fevereiro deste ano, a Se-cretaria Estadual da Saúde de São Paulo anunciou um programa vol-tado para a Odontologia, o Sorria Mais São Paulo, sustentado por três pilares: Atenção Básica em saúde bucal (repasse de recursos do go-verno para os municípios para que possam custear, investir e expandir os serviços odontológicos à popu-lação, dando prioridade às cidades com menor IDH – são cerca de 200 em São Paulo); conclusão da fluo-retação das águas em todos os mu-nicípios paulistas (ao final de 2012 ficarão faltando cinco cidades); e o principal deles, a Odontologia Hospitalar, que consiste na implan-tação de assistência odontológica aos pacientes internados nas Uni-dades de Terapia Intensiva (UTIs) de toda a rede pública.

Em entrevista exclusiva ao apCd Jornal, o secretário da Saúde de São Paulo, Giovanni Guido Cerri, disse que a necessidade da Odon-tologia Hospitalar é fundamental para o atendimento à população, no entanto, é uma especialidade relativamente nova na iniciati-va pública, de alta complexidade e ainda embrionária no sentido de que o Cirurgião-Dentista não está devidamente incorporado às equipes de saúde médica, espe-cialmente nos hospitais públicos. “É uma prática que deve ser intro-duzida, imposta, pois a presença do Cirurgião-Dentista no ambiente hospitalar é essencial para garan-tir a manutenção da saúde bucal tanto dos pacientes internados como também dos portadores de doenças crônicas atendidos regu-

larmente nas Unidades”.O Programa de Odontologia

Hospitalar visa implementar equipes de saúde bucal nos hospitais estadu-ais públicos, destinadas ao cuidado em saúde bucal de pacientes inter-nados e/ou que demandam ações de alta complexidade e, consequente-mente, integrar o trabalho realiza-do por Cirurgiões-Dentistas ao das equipes multidisciplinares dos hos-pitais, formadas por médicos, profis-sionais de enfermagem, nutrição e assistência social, entre outros.

Segundo a Secretaria da Saúde, o acompanhamento odontológi-co acontecia, até então, em alguns hospitais especializados, como o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, Instituto de Infectologia Emílio Ribas, Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids e Cratod (Centro de Referência em Álcool, Tabaco e Outras Drogas) e Hospital Infantil Darcy Vargas, na capital pau-lista. A proposta consiste em ampliar este tipo de atendimento aos hos-pitais gerais da Secretaria, que nor-malmente possuem apenas serviço de atendimento bucomaxilofacial.

Em agosto de 2011, um proje-to-piloto foi implantado no Hospi-tal Estadual Mário Covas, em Santo André, o maior hospital público do ABC, no qual foram mapeadas as necessidades de infraestrutura físi-ca e de recursos humanos para im-plantação do serviço.

De acordo com o projeto-piloto, foram estipuladas as seguintes metas gerais, a serem cumpridas em um in-tervalo de três anos: criar um grupo técnico de trabalho para padroniza-ção de condutas quanto à estrutura dos serviços de Odontologia Hospita-lar; ampliar os serviços já existentes

nos hospitais públicos, em propor-ção, de acordo com a demanda local; implementar serviços em hospitais estaduais públicos onde exista a de-manda; e capacitar equipes de saúde bucal para atuar nesses serviços.

Especificamente para o ano de 2012, foram estabelecidos os seguintes objetivos: publicação de um manual de padronização das condutas estabelecidas pelo grupo de trabalho; ampliar o serviço de Odontologia Hospitalar do Hospi-tal Mário Covas até o fim de 2012; implementar sete equipes de Odon-tologia Hospitalar em sete hospitais estaduais públicos (Hospital Re-gional do Vale do Paraíba, Hospital Estadual Bauru, Hospital Estadual Américo Brasiliense, Hospital Esta-dual Sumaré, Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, Hospital Regional Vale do Ribeira e Hospital Geral do Grajaú Professor Líber John Alphon-se di Dio); e oferecer cursos de capa-citação em Odontologia Hospitalar.

Esta expansão do programa a outros hospitais da rede pública estadual conta com a parceria da Secretaria com a APCD, no tocante à parte de capacitação teórica e prá-tica dos profissionais, com o Conse-lho Regional de Odontologia de São Paulo (Crosp), e faculdades públicas de Odontologia. “Nossa intenção para 2013 é estreitar este convênio com a APCD para que a entidade nos ajude a capacitar todos os profissio-nais das Santas Casas e dos hospitais que já possuem Odontologia Hos-pitalar. O Programa está se conso-lidando, pretende ser ampliado no ano que vem e precisamos oferecer treinamento sério, de qualidade, para todos os profissionais da rede pública ou que tenham interesse em traba-lhar na área, pois ainda falta mão de obra qualificada”, destaca Cerri.

O governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o secre-tário da Saúde, Giovanni G. Cerri, concederam este ano a verba para o Hospital Mário Covas implantar o serviço de Odontologia Hospitalar

com a contratação de quatro novos Cirurgiões-Dentistas e duas Técnicas em Saúde Bucal. Anunciaram recen-temente, também, que o Hospital das Clínicas (HC) de Ribeirão Preto já teve seu projeto aprovado pela Secretaria da Saúde e que, portan-to, já recebeu a verba destinada ao programa de Odontologia Hospitalar. Para 2012, o hospital recebeu mais de R$ 490 mil e para o próximo ano serão destinados mais de R$ 448 mil. De acordo com Carlos de Paula Edu-ardo, coordenador do Comitê Esta-dual de Referência em Saúde Bucal, “neste primeiro momento, o hospital irá contar com o trabalho de quatro Cirurgiões-Dentistas, sendo dois no próprio HC da Faculdade de Medici-na de Ribeirão Preto (FMRP-USP) e outros dois na Faculdade de Odonto-logia de Ribeirão Preto (FORP-USP)”.

O próximo a implantar o pro-grama será o Hospital Estadual de Bauru, que está com seu projeto em fase final e, em breve, o enviará para aprovação da Secretaria. Também segue em ritmo acelerado a implan-tação da Odontologia Hospitalar em mais cinco hospitais oúblicos do Es-tado de São Paulo, conforme meta prevista pelo projeto inicial.

A expectativa é de que até 2014 toda a rede hospitalar estadu-al ofereça acompanhamento odon-tológico a pacientes internados. O investimento estimado, quando o projeto estiver em todos os hospi-tais, é de R$ 35 milhões por ano. “A inserção do Cirurgião-Dentista na equipe multiprofissional de aten-dimento de pacientes em hospitais contribui para minimizar o risco de infecção, melhorar a qualidade de vida e reduzir o tempo de interna-ção, além de promover um atendi-mento completo ao paciente”, afir-ma Giovanni Guido Cerri.

sobre o projeto-pilotoSegundo dados da Secretaria

da Saúde de Estado de São Paulo, no Hospital Estadual Mário Covas foram atendidos 615 pacientes da

Unidade de Terapia Intensiva, com visitas diárias de um Cirurgião--Dentista para realização de exames clínicos que identificassem possíveis focos de infecção, além de orientá--los sobre a higiene bucal. No pe-ríodo teste, foram realizados 774 procedimentos entre obturações, extrações e tratamento de focos de infecção em mucosas orais. Foi pos-sível dimensionar a necessidade de recursos humanos para o hospital, levando em consideração, também, sua demanda médica, bem como determinar os reais custos para a implantação do programa de Odon-tologia Hospitalar e o custeio da manutenção do projeto.

Comitê estadual de referência em saúde BucalDe acordo com a Lei Orgânica

de Saúde que recomenda às ins-tâncias governamentais se articular com entidades representativas da sociedade civil e estimula ações in-tersetoriais para a melhoria dos ser-viços de saúde, o Governo do Estado de São Paulo criou o Comitê Estadual de Referência em Saúde Bucal. Este grupo é formado por profissionais de reconhecida atuação na Odon-tologia e tem a função de acompa-nhar e assessorar tecnicamente as políticas e diretrizes desenvolvidas pela Secretaria, principalmente no que compete à implantação do Pro-grama de Odontologia Hospitalar do Estado de São Paulo.

O presidente da APCD, Adriano Albano Forghieri, é um dos mem-bros deste Comitê, que ainda conta com representantes da Faculdade de Odontologia da USP (Fousp), da faculdade de Odontologia de Ri-beirão Preto da USP (Forp-Usp), do Crosp, da Faculdade de Odontologia da Universidade de Bauru da USP (Fobusb), da Faculdade de Odonto-logia de Piracicaba (Fop-Unicamp), da Faculdade de Odontologia da Unesp (Foa-Unesp), e da própria Se-cretaria de Estado da Saúde.

Novembro 2012 // APCD Jornal 9

// Texto Paula Ricupero //

// Fotos Karin Soares Cunha //

A Neurofibromatose do Tipo 1 (NF1), também chamada de Neurofibromatose Periférica ou Doença de Von Recklinghausen, representa uma das doenças ge-néticas mais comuns, com uma prevalência de um caso a cada 3 mil nascimentos. A doença é causada por mutações no gene NF1, localizado no cromossomo 17, que age como regulador do crescimento celular em alguns tipos de células e que codifica uma proteína denominada neu-rofibromina, que atua como supressora de tumores. É uma doença autossômica dominan-te com penetrância completa, ou seja, aqueles indivíduos que

Estudo utiliza sequenciamento de nova geração para compreender as mutações do gene da neurofibromatose

Com uma alta incidência na população, a neurofibromatose do tipo 1 é uma anomalia genética que afeta diversos sistemas do organismo humano, sendo os tumores benignos e as manchas de pele as principais manifestações clínicas

possuem o gene irão apresentar as manifestações clínicas da do-ença, que podem incluir altera-ções orais e craniomaxilofaciais. Porém, as manifestações clínicas desse distúrbio são extremamen-te variáveis, sendo as principais a presença de múltiplas neoplasias benignas de origem neural, cha-mados neurofibromas, e de man-chas cutâneas, conhecidas como manchas “café-com-leite”.

O gene NF1 é muito grande, complexo e difícil de se estudar, pois apresenta alta taxa de muta-ção, aproximadamente 100 vezes mais alta que a média. Sabe-se que cerca de 50% das pessoas que têm NF1 não apresenta histórico da doença na família, sendo de-correntes, portanto, de mutações novas. Porém, uma nova pesqui-sa poderá ajudar a avaliar essas mutações e a entender a relação delas com a doença. Karin Soa-res Cunha, professora adjunta de Patologia Oral da Faculdade de Odontologia do Pólo Universitário de Nova Friburgo da Universidade Federal Fluminense (UFF), irá de-senvolver um estudo intitulado “Sequenciamento de nova gera-ção: revolucionando a análise mu-tacional do gene da neurofibro-matose tipo 1”, que tem o objetivo de compreender melhor a doença para que, no futuro, seja possível desenvolver terapias mais eficazes e específicas para a doença.

De acordo com a professora, sequenciar o gene NF1 é um gran-de desafio quando são utilizados sequenciadores convencionais, sendo muito trabalhoso, demora-do e caro. Dessa forma, ela defen-

de a utilização dos sequenciadores de nova geração, que têm capaci-dade de sequenciar milhões de ba-ses de uma única vez. “Em face de todas as dificuldades encontradas no sequenciamento do gene NF1, os sequenciadores de nova gera-ção tornam-se a tecnologia ideal, possibilitando uma verdadeira re-volução, com análises mais segu-ras, rápidas, simples e com menor custo por indivíduo. Os protocolos até então usados para as análises das mutações do gene NF1 utili-zam sequenciadores convencio-nais, além de outras metodologias, sendo muito trabalhosos, e de-mandam vários dias para sequen-ciar o gene de um único indivíduo. Neste nosso trabalho, vamos poder sequenciar o gene NF1 de 64 in-divíduos com a doença em apenas um único dia. Vamos utilizar a tec-nologia mais moderna no que se refere ao sequenciamento de nova geração, usando chips semicondu-tores”, explica Karin.

O estudo contribuirá para que seja disponibilizado no Brasil o teste molecular para a NF1, muito importante nos casos em que não se consegue estabelecer o diag-nóstico da doença pelos aspectos clínicos, pois o indivíduo apre-senta somente um critério ou os sinais demoram a aparecer. “Cerca de metade dos pacientes com NF1 sem história familiar não apresen-tam os critérios para o diagnósti-co com 1 ano de idade e 5-10% destas crianças não preenchem os critérios com a idade de 6 anos. Além disto, cerca de 2% de indi-víduos que preenchem os critérios de NF1 têm síndrome de Legius,

para que o diagnóstico seja feito, o paciente deve apresentar dois ou mais dos critérios desen-volvidos pelo national institute of Health (niH) – Consensus development Conference (1988):

1 Seis ou mais manchas “café-com-leite” maiores que 0,5 cm de diâmetro no pré-púbere, e maior

que 1,5 cm de diâmetro no pós-púbere;

2 Dois ou mais neurofibromas de qualquer tipo ou 1 neurofibroma plexiforme;

3 Efélides similis em áreas de dobras (regiões axilares e inguinais);

4 Displasia da asa do esfenóide ou afilamento da cortical dos ossos longos, com ou sem pseudoartrose;

5 Dois ou mais nódulos de Lisch;

6 Glioma óptico;

7 Parente de primeiro grau (pai, irmão ou filho) com diagnóstico de neurofibromatose.

que traz menos complicações do que a NF1”, afirma a professora.

A pesquisadora afirma que uma das maiores queixas dos pa-cientes é a presença dos neurofi-bromas cutâneos, que são tumo-res benignos de textura amolecida que podem surgir em qualquer parte do corpo, podendo chegar a um número maior do que 2 mil. Há vários tipos de neurofibromas, sendo os mais comuns aqueles localizados na pele, que crescem e formam lesões pediculares ou nodulares. Atualmente, a única maneira de tratá-los é a remo-ção cirúrgica convencional ou a laser, mas isto é algo complicado de se fazer quando existem mui-tos tumores. Outra manifestação clínica muito comum em pessoas com NF1 são as manchas “café--com-leite”, que são lesões pig-mentadas benignas que também podem aparecer por todo o corpo, com exceção do couro cabeludo, sobrancelhas, palmas das mãos e plantas dos pés, além de serem in-comuns na face.

Apesar de não ser tão comum quanto às manifestações acima, a displasia óssea também é um sin-

toma que pode estar relacionado à doença, sendo a displasia da asa do esfenóide o acometimento ós-seo mais característico da doença. Nem todas as pessoas com NF1 desenvolvem as complicações clí-nicas ou estéticas mais graves da doença, porém uma de suas ca-racterísticas é a imprevisibilidade, o que faz com que os portadores e familiares sofram com a incerteza sobre a evolução da doença.

A Neurofibromatose do Tipo 1 desperta a atenção de médicos de diversas regiões, pois tem sido observada em diferentes partes do mundo, incidindo em todas as ra-ças e com uma correlação idêntica entre homens e mulheres. Os en-saios clínicos para tratamento das alterações da NF1 têm sido reali-zados há mais de dez anos, porém, ainda não existe cura para a doen-ça. Atualmente, existem algumas medidas paliativas que ajudam os portadores da NF1 a terem uma expectativa de vida “normal”, mas ainda não existe um tratamento eficaz. Alguns medicamentos têm mostrado resultados promissores, mas ainda há a necessidade de mais estudos.

Pacientes com neurofibromas cutâneos

APCD Jornal // Novembro 201210

// Texto Paula Ricupero

e Swellyn França //

Uma análise feita por um grupo de especialistas da

Ernst & Young, consultoria in-ternacional que atende empre-sas interessadas em saber para onde vai caminhar o mercado, mostra que a assistência remo-ta aos pacientes será tendên-cia no futuro. Como os con-sultórios e hospitais não estão acompanhando a crescente demanda pelo serviço, será cada vez mais necessário que o atendimento seja realizado no que a empresa chamou de “ter-ceiro lugar”, que seria a casa ou o ambiente onde estaria o paciente com doenças crônicas como diabetes, obesidade ou problemas respiratórios.

De acordo com o médico Chao Lung Wen, professor as-sociado e chefe da Disciplina de Telemedicina da Faculdade de Medicina da Universida-de de São Paulo (FMUSP), a tendência é a utilização cada

Estudos de avaliação do Programa Telessaúde Brasil comprovam que por meio eletrônico é possível qualificar o atendimento com redução de custos

vez maior dos recursos de tec-nologias interativas para fins de assistência complementar à distância (Telehomecare), isto é, um suporte domiciliar de apoio, após o atendimento presencial. “Isto não significa uma substituição do presen-cial, mas a inserção de um serviço adicional de acompa-nhamento de qualidade após o atendimento. A criação de uma infraestrutura de quali-dade que possibilite o ambien-te familiar de uma pessoa ser a extensão da prestação de ser-viço de qualidade poderia ser uma das estratégias de saúde”, explica o médico, que tam-bém é presidente do Conselho Brasileiro de Telemedicina e Telessaúde, e coordenador do Núcleo de Telemedicina e Te-lessaúde do Hospital das Clíni-cas (HC) da FMUSP.

A Telemedicina pode atuar em três segmentos: 1- Educa-ção Interativa, que proporciona uma educação flexibilizada em serviço e tem a principal fina-

Assistência à saúde à distância será tendência no futuro

A tecnologia tem a grande vantagem de agilizar processos de decisão, promover triagens à distância e oferecer suporte de Centros de Excelência para localidades carentes de infraestrutura (...). E, com a modernização dos recursos tecnológicos, os custos dos meios eletrônicos e de comunicação estão reduzindo, confirmando, assim, essa tendência – Chao Lung When

lidade de promover uma atua-lização profissional continuada segundo as realidades práticas locais; 2- Teleassistência, que visa oferecer serviços de quali-dade de apoio, que podem ser divididos em teleconsultoria, telediagnóstico e segunda opi-nião formativa; e 3 - Pesquisas multicêntricas, ou rede de tele-ciência, para promover pesqui-sas cooperadas.

O uso das teleconsultorias, pela qual um profissional de saúde oferece suporte e opinião à distância para outro profissio-nal no atendimento clínico de pacientes, já é uma realidade no Brasil, e uma política nacio-nal encampada pelo Ministério da Saúde desde 2006, por meio do Programa Telessaúde Brasil (www.telessaudebrasil.org.br). Estudos de avaliação do progra-ma comprovam que por meio eletrônico é possível qualificar

o atendimento com redução de custos. No caso do homecare ou atenção domiciliar, por exem-plo, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Bra-sil será o 6º país em número de idosos, em 2025.

Segundo a consultora e pesquisadora em Telessaúde, Ana Estela Haddad e a douto-ra em Teleodontologia, Mary Ca ro l ine Ske l ton-Macedo , que são do Núcleo de Teleo-dontologia da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (Fousp), “essa ex-pectativa deixa-nos em alerta para diversos aspectos: o idoso precisa de cuidados especiais com respeito a doenças crô-nicas, enfermidades que não têm recebido a devida atenção nas investigações científicas (como Alzheimer, por exem-

plo); e a outra situação é que os idosos são mais suscetíveis a quedas. Esse tipo de quadro necessita de monitoramento e atenção, um atributo do te-lehomecare”, explicam.

Muitos equipamentos têm

sido desenvolvidos para esta finalidade, como celulares e relógios de pulso, capazes de emitir sinais determinados di-retamente ao médico ou a um hospital próximo. Esses sinais podem ser tanto de monitora-mento da glicemia (para pré--diabéticos e diabéticos), como de alterações vasculares, de batimentos cardíacos e outros. “É necessário atentar para o fato de que há um custo alto envolvido na internação de um paciente e isso se faz mais crí-tico na medida em que a inter-nação for desnecessária, quer seja por receio do cuidador ou do próprio paciente. Com um monitoramento de qualidade, qualifica-se a internação para as realmente necessárias. Isso desonera hospitais, planos de saúde, clínicas e médicos”, afir-

mam Mary e Ana Estela.Para Chao Lung Wen, a

tecnologia tem a grande van-tagem de agilizar processos de decisão, promover triagens à distância e oferecer supor-te de Centros de Excelência para localidades carentes de infraestrutura, como cidades distantes ou bairros de peri-ferias de grandes centros ur-banos. E, com a modernização dos recursos tecnológicos, os custos dos meios eletrônicos e de comunicação estão redu-zindo, confirmando, assim, a tendência. Entretanto, o pro-fessor enfatiza que, “apesar das facilidades, é preciso to-mar cuidado porque a teleme-dicina ainda possui limitações e não pode ser aplicada em todas as situações sem as res-pectivas validações. É preciso estabelecer um bom método de telepropedêutica, criar sis-temáticas de processos, definir responsabilidades etc.”.

Atualmente, alguns cen-tros universitários estão preo-cupados em capacitar os alu-nos para a futura realidade. A FMUSP, por exemplo, teve um dos projetos de Laboratório de Inovação (teleambulatório para aprendizado de atenção primá-ria) aprovado pela Pró-Reitoria de Graduação da FMUSP. Além disto, estão sendo criados dois Centros de Produção Digital para criar materiais inéditos para o Canal Saúde do IPTV USP (Internet Protocol Televi-sion) para promover a valoriza-ção da Saúde.

Novembro 2012 // APCD Jornal 11

A Teleodontologia pode ser entendi-da como a oferta de serviços ligados aos cuidados com a saúde bucal, caracteriza-dos pela distância entre os atores, pro-vidos por profissionais de Odontologia para a troca de informações relacionadas ao diagnóstico, prevenção e tratamento de doenças, bem como para a educação permanente em relação à área.

A doutora em Teleodontologia, Mary Caroline Skelton-Macedo con-ta que a especialidade engloba tanto a teleassistência como a teleducação. “Na assistência remota é possível emi-tir uma segunda opinião com respeito a um determinado caso em atendimento, caracterizado pela teleconsultoria entre profissionais. Essa comunicação pode acontecer de maneira síncrona, quando envolve urgência (telefone, webcon-ferência ou videoconferência) ou por meio assíncrono (SMS, e-mail e siste-mas dedicados). O resultado das tele-consultorias pode gerar uma biblioteca de assuntos mais questionados, como o caso do portal Telessaúde Brasil-Redes, com a área de perguntas e respostas, que possui aproximadamente 700 se-gundas opiniões formativas, com 10% na área da Odontologia. Com o lança-mento da Rede Nacional de Teleodon-tologia, pretendemos ampliar essa pro-dução, oferecendo mais conteúdos de qualidade. A teleducação, por sua vez, permite que os profissionais e técnicos

Teleodontologia é parte dos Núcleos de Telessaúde no Brasil

sejam atendidos em suas expectativas e nas necessidades relativas a enfrenta-mentos específicos. É a ciência que dá a oportunidade ao indivíduo de se qua-lificar sem deslocamentos, o que causa impacto no atendimento à população, pois não desloca o profissional/técnico durante toda a atualização ou mesmo especialização: podem ser ofertados cursos semipresenciais, ou com apenas alguns encontros necessários, na de-pendência dos conteúdos a serem tra-balhados. Na Odontologia, que é uma ciência procedimental, muitos dos cur-sos podem ter sua parte teórica oferta-da à distância e apenas a parte prática ser realizada presencialmente”, detalha.

A comunicação direta entre pro-fissional-paciente é vetada por lei no Brasil, mas é permitida em países como Canadá e em alguns países europeus. Há Núcleos de Telessaúde no Brasil que ofe-recem teleconsultorias em Odontologia. “Como essa prática se iniciou na medici-na há mais tempo e na Odontologia ain-da está se estruturando, os profissionais ainda desconhecem essa possibilidade, mas já temos algumas situações em que foram muito bem recebidas (exemplo: risco de Angina de Ludwig; dor difusa confundindo o profissional no diagnós-tico; abscesso invadindo o ramo alveolar inferior etc.)”, lembra a consultora em Telessaúde, Ana Estela Haddad.

Os estados que mais têm se destaca-

do nessa oferta são Minas Gerais (onde se iniciou a Teleodontologia no país), Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Pernam-buco, Amazonas, Mato Grosso do Sul e São Paulo. “Nestes estados, os profissio-nais contam com o apoio dos especia-listas alocados nas universidades para a emissão das segundas opiniões, que po-dem gerar material de consulta na Rede Nacional de Teleodontologia mais tar-de. Além disso, está em andamento um projeto desenvolvido em parceria entre a Associação Brasileira de Ensino Odon-tológico (Abeno) e os Núcleos de Tele-odontologia mencionados para o for-talecimento e ampliação da Rede e das ações de Teleodontologia no Brasil, bem como para a troca de experiências nesta área com outros países”, revela Mary.

Mary e Ana Estela esclarecem que como as teleconsultorias são realizadas entre profissionais, o paciente ganha em ter seu Cirurgião-Dentista conectado com um Núcleo de Teleodontologia, já que poderá pedir uma segunda opinião e obter apoio para a tomada de deci-são no atendimento. Além disso, o pro-fissional, onde quer que esteja, poderá se qualificar em áreas do conhecimento odontológico sem ter que abandonar seu ambiente de trabalho, o que impli-caria em pacientes sem cobertura ou prejudicados por falta de profissionais. “Isso mostra que ambos ganham: os pacientes terão acesso a uma atenção

à saúde bucal qualificada e os profis-sionais terão seus anseios de formação continuada garantidos, sem grandes deslocamentos e com redução de custos, com a possibilidade de escolherem como cursar atualizações, especializações e residências”, reforça Ana Estela.

“A Teleodontologia está se estru-turando e promete muitas inovações em sua área de atuação, como também interagir com os outros profissionais de equipes multidisciplinares, possibilitan-do uma integração dos conteúdos perti-nentes e comunicando conhecimento da área para médicos, enfermeiros, fonoau-diólogos, fisioterapeutas, agentes comu-nitários e outros profissionais de saúde. O uso das tecnologias de informação e comunicação aplicado às diversas ativi-dades profissionais é uma realidade e re-coloca numa dimensão ampliada o exer-cício da Odontologia e sua interface com as demais profissões da Saúde, na pers-pectiva da promoção, prevenção e rea-bilitação da saúde bucal inserida numa visão integral de saúde e do processo de trabalho em saúde fundado na equipe multiprofissional. Com isso, qualifica-se e amplia-se o acesso à atenção à saúde pela população, o que é de fundamental importância em um país com quase 200 milhões de habitantes, que optou por um sistema de saúde integral e universal, como é o caso do Sistema Único de Saú-de (SUS)”, finaliza Mary.

APCD Jornal // Novembro 201212

// Texto Swellyn França //

Um novo método desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Física da Uni-versidade de São Paulo (IF/USP) simplifica o diagnóstico da apneia do sono. O sistema calcula, a partir dos sons captados por um gravador, o Índice de Intervalos Temporais de Ronco (STII), em que os períodos prolon-gados sem respiração indicam a apneia.

De acordo com o professor do Depar-tamento de Física Geral do IF/USP, Adriano M. Alencar, que é um dos idealizadores do projeto e o responsável pela parte de ino-vação e de análise matemática do estudo, o desenvolvimento do equipamento e das ideias relacionadas se iniciou há cerca de dois anos. “No início, estávamos fazendo toda a eletrônica do equipamento, ou seja, construindo um gravador capaz de fazer as medidas no formato que queríamos. Esse gravador seria mais versátil e mais fácil de operar que um gravador normal - que con-trola a sensibilidade do microfone e pode alterar os resultados. Todavia, tivemos que abortar a ideia por várias dificuldades téc-nicas, uma delas, a falta de mão de obra especializada. Assim, mudamos completa-mente o rumo inicial, compramos um equi-pamento de gravação de som profissional e focamos na análise, o que, no final, passou a ser a parte mais importante”, conta Adria-

Pesquisadores desenvolvem método mais simples para diagnosticar apneia do sonoNovo sistema foi utilizado por Cirurgiã-Dentista em estudo com edêntulos

no, lembrando que o responsável pela parte clínica do estudo é o médico pneumologis-ta, coordenador do Laboratório do Sono do Hospital das Clínicas, Geraldo Lorenzi-Filho.

A apneia obstrutiva do sono é um pro-blema de saúde pública que afeta cerca de 3% da população mundial. Um estudo da Universidade Federal de São Paulo (Uni-fesp), realizado em 2010, mostrou que o problema atinge 33% da população adulta na cidade de São Paulo.

Segundo o pneumologista especialista em medicina do sono, Mauricio da Cunha Bagnato, a apneia do sono é uma pausa completa ou parcial do fluxo de ar na farin-ge (garganta), reduzindo, com isso, o volume de ar que entra nos pulmões (inspiração), acarretando redução da oxigenação san-guínea e fragmentação do sono. “Há uma parcela da população mais exposta à doen-ça e, geralmente, as causas são combinadas, entre elas podemos citar: indivíduos obesos, retrognatas (queixo posicionado para traz), predisposição genética, respiradores bucais, usuários de relaxantes musculares, usuários de álcool e posição inadequada para dormir (dormir de barriga para cima)”. Os princi-pais sintomas são: ronco intenso, pausas respiratórias noturnas seguidas de suspiros, cefaleia matinal, sono pouco restaurador e sonolência diurna com redução cognitiva (déficit de memória e concentração, lentifi-cação do raciocínio e irritabilidade).

Se não tratada adequadamente, confor-me Bagnato, a apneia do sono pode provocar redução da sensibilidade cerebral à leptina (um dos hormônios responsáveis pela sacie-dade), resultando em dificuldade de perda

de peso; hipertensão arterial e aumento do risco cardiovascular como um todo, devido ao excesso de adrenalina liberado durante as apneias; aumento da resistência insulínica, predispondo o diabetes; aumento do risco de acidentes (automobilístico, operar máquinas etc.); redução do desempenho profissional e da qualidade e expectativa de vida.

O especialista em medicina do sono ainda explica que o tratamento da apneia do sono varia desde a perda ponderal, a ree-ducação postural para dormir (evitar dormir de barriga para cima), o tratamento otor-rinolaringológico de enfermidades nasais e de faringe (como grandes amígdalas), a retirada de álcool ou relaxantes musculares, e o uso de CPAP (equipamento tido como “padrão ouro” para os tratamentos das ap-neias), que consiste em uma ventoinha aco-plada a um umidificador que transmite o ar ambiente pressurizado através de uma más-cara nasal, “abrindo” a faringe e corrigindo as apneias. “Uma alternativa a pacientes se-lecionados e portadores de apneia leve são os aparelhos intraorais (aparelhos ortodôn-ticos específicos para reposicionar o queixo e melhorar a passagem de ar)”.

Quanto ao diagnóstico, além de uma boa história do padrão de sono relatada pelo paciente e pela pessoa com quem ele dorme – sobre a qualidade do sono, ronco, pausas respiratórias, hipersonolência diurna, ronco, irritabilidade, entre outras coisas -, a doença é diagnosticada por meio do exame de po-lissonografia, que exige a presença da pessoa no hospital ou clínica especializada aonde ela dormirá ligada a equipamentos que monito-ram seu corpo, um processo de custo elevado e que limita a quantidade de exames.

Segundo o pesquisador do IF/USP, Adriano Alencar, o novo sistema desen-volvido por eles é mais simples e o exame pode ser feito em casa. “Todavia, ele não substitui a polissonografia em vários casos. Seria muito mais um pente fino”, esclarece.

Para aperfeiçoar o sistema, os pesqui-sadores pretendem realizar testes com 200 pacientes, o que será viabilizado com a compra de dois novos gravadores de áudio.

novo método é testado por Cirurgiã-dentistaA Cirurgiã-Dentista, pesquisadora da Fa-

culdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (Fousp), Isabelle Trigueiro, defendeu tese de doutorado em que utilizou o sistema desenvolvido no IF/USP para estudar o efeito das próteses de avanço mandibular na redu-ção do ronco em paciente sem dentes. “A ap-neia obstrutiva do sono tem sido relacionada com o envelhecimento e com as alterações da Dimensão Vertical de Oclusão (DVO), que caracteriza o paciente edêntulo. Sabendo que no Brasil o edentulismo é uma realidade, prin-

cipalmente entre os idosos, a associação desta condição com a apneia obstrutiva do sono, que é uma doença comum entre os idosos, se torna inevitável. Devido às extensas perdas dentárias, esses pacientes têm alterações na dimensão do terço inferior da face. Alguns autores teorizam que essas alterações podem contribuir para obstrução da passagem do ar pela via aérea superior durante o sono. No entanto, essa associação ainda é pouco con-sistente na literatura em se tratando de evi-dências científicas”, revela Isabele.

A Odontologia oferece uma alternativa de tratamento para o paciente com a doença leve e moderada, ou apenas com ronco, que é o sintoma mais comum, utilizando aparelhos intraorais. Dentre esses, o aparelho de avanço mandibular é o mais utilizado, cujo mecanis-mo avança a mandíbula para evitar o colapso da musculatura da garganta durante o sono. “Nesse contexto, foi desenvolvido um aparelho de avanço mandibular, especialmente para pa-cientes parcialmente edentados, com alteração da DVO. Assim, além de avançar a mandíbula, este aparelho também reestabeleceu a DVO. A concepção deste aparelho contou com a colaboração do Cirurgião-Dentista que atua na área do sono, Sérgio Nunes, que compõe o grupo do Núcleo Interdisciplinar da Ciência do Sono (NICS)”, menciona a Cirurgiã-Dentista.

Realizado dentro do programa da Fousp “Envelhecer Sorrindo”, que é voltado para a terceira idade e coordenado pela professora Maria Luiza Moreira Arantes Frigério, os pa-cientes selecionados foram encaminhados para o Laboratório do Sono do HC para rea-lização da polissonografia e o ronco foi mo-nitorado durante a noite de sono por meio do sistema desenvolvido pelos pesquisadores do IF/USP. “No meu trabalho, este método aju-dou a controlar um dos principais sintomas da apneia, que é o ronco. O sistema indicou uma grande melhora na quantidade de roncos quando os pacientes utilizaram o aparelho de avanço mandibular. Um trabalho na área da Fonoaudiologia, realizado pela doutoranda Vanessa Ieto, do Laboratório do Sono, também está sendo realizado com esta técnica visando o controle do distúrbio”, conta Isabele.

A maioria dos pacientes estudados pela Cirurgiã-Dentista teve melhora tanto nos parâmetros polissonográficos, quanto no relato da qualidade de sono. “Um dos questionários utilizados para avaliar o ronco mostrou que no uso do aparelho o paciente roncava menos, de acordo com o compa-nheiro de quarto. Objetivamente, o sistema de gravação utilizado também demonstrou grande melhora deste sintoma. Além disso, a redução dos efeitos colaterais foi observada ao longo do tempo de uso. Concluiu-se que a associação do avanço mandibular com o reestabelecimento da DVO foi eficaz para a maioria dos pacientes”, conclui.

APCD Jornal // Novembro 201214

// Texto Swellyn França //

Não é de hoje que o aumento exorbitante do número de aparelhos celulares – cerca de 6 bilhões, ou seja, quase o mesmo número de habitan-tes do mundo – tem culminado no interesse de estudiosos por pesquisas que revelem se a proximidade entre o telefone e a cabeça pode resultar em algum dano aos usuários, já que os dispositivos emitem a chamada radiação eletromagnética.

Um desses estudos, por exem-plo, está sendo desenvolvido por pesquisadores da Universidade Fe-deral de Minas Gerais (UFMG), e tem o objetivo de acompanhar 40 vo-luntários para avaliar “a influência do efeito da radiação dos aparelhos celulares nas glândulas parótidas”.

Efeitos da radiação emitida pelo celular ainda são foco de pesquisasApesar de alguns estudos comprovarem que a radiação magnética emitida pelos aparelhos de celular não têm potência para afetar a saúde do ser humano, pesquisadores ainda se dedicam à análise dos possíveis riscos; pesquisa da UFMG verifica efeitos nas glândulas parótidas

Para o professor da Disciplina de Patologia Bucal da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (Fousp), Décio Santos Pinto Junior, o estudo é bastante viável, principalmente devido ao to-tal desencontro de opiniões e dados que existe sobre o assunto. “Alguns pesquisadores atribuem os efeitos nocivos dos celulares ao aumento de temperatura na região, o que é muito discutido. Devem ser incluídos nos grupos controle desses trabalhos indivíduos expostos ao aumento de temperatura de uma forma crônica (profissional, por exemplo) para que as comparações possam ser mais fi-éis. Outras pesquisas afirmam haver uma menor secreção salivar com alteração na secreção de proteínas, fato que também tem sido fonte de discussão por conta dos grupos controle que foram utilizados. Há ainda um estudo feito em animais (ratos albinos) que mostram altera-ções morfológicas significativas no parênquima glandular, evitadas pela administração de vitamina E”, conta.

O professor considera que a maioria dos textos referentes ao aumento do número de câncer de glândula parótida pelo uso de celular é baseada em artigo com duvidosa escolha dos grupos controle. “Recen-temente, foi publicado um estudo que revelou nenhuma relação do uso dos celulares com câncer de parótida. O ser humano, hoje em dia, é literal-mente bombardeado por emissões eletromagnéticas e será que isso aumentou a incidência de câncer? É reconhecido que o crescimento na incidência do câncer está diretamen-te associado à maior expectativa de vida. Este conceito deve ser avaliado

nesses estudos que utilizam grandes grupos populacionais, pois a diferen-ça temporal entre os trabalhos pode revelar dados duvidosos. Assim, penso que será uma tarefa árdua conseguir grupos de indivíduos representativos entre faixas etárias, dieta, quantidade de uso de celular, gênero, fumantes, indivíduos que usam qualquer tipo de medicamento e assim por diante. En-fim, é um campo aberto, interessan-te e espero que os colegas da UFMG tenham sucesso nesta pesquisa, que poderá ser uma grande norteadora de conduta do uso dos telefones ce-lulares”, opina Décio.

Segundo o cientista biomédico, professor de estatística da faculdade de Medicina da Unicamp e coordena-dor da Comissão Latino-americana de Experts em Radiações Eletromagnéti-cas e Alta Frequência e Saúde Huma-na, Renato Marcos Endrizzi Sabbati-ni, que acompanhou uma pesquisa bibliográfica feita recentemente pelo Comitê sobre os potenciais efeitos das radiações não-ionizantes de radiofre-quência utilizadas por celulares no ser humano, não há risco nesse tipo de radiação. Ele ainda concorda com Décio no que diz respeito às contro-vérsias dos estudos já realizados. “De fato, usamos o celular a uma distân-cia de uns dois centímetros da glân-dula parótida salivar, e essa glândula, assim como a sublingual e a subman-dibular, não tem nenhuma proteção de osso. Contudo, a radiação emitida na faixa de radiofrequência 500 mhz e 2,5 Ghz - que é o autorizado em telefonia celular, rádio de comuni-cação, Wi-fi etc. - tem uma potência muito baixa por frequência que não é suficiente para quebrar fitas DNA ou causar qualquer dano às moléculas orgânicas. O único efeito que ela tem é de aquecimento. Sem contar que as neoplasias de glândulas salivares são extremamente raras - a incidência é de cerca de cinco casos por cada 100 mil pessoas - e não houve aumento da incidência de câncer salivar na po-pulação nos últimos 20 anos”.

Sabbatini ainda ressalta que a maioria dessas investigações - como a que está sendo desenvolvida na UFMG – é epidemiológica, ou seja, de associação estatística e não indi-ca uma relação causa x efeito. “Há um estudo conclusivo feito em Isra-el que verificou um ligeiro aumento na incidência de tumores em pes-soas que usavam celulares há mais de 10 anos. Porém, os pesquisado-res interpretaram como um efeito artefato que não corresponderia à

realidade, já que depois de 10 anos a pessoa não consegue mais se lem-brar de que lado ela mais usava o celular e mesmo o quanto ela usava, o que chamamos de viés de memó-ria. Além disso, o trabalho, para ser bem feito, tem de descartar todos os fatores de risco, inclusive fami-liares. Por isso, os resultados de pes-quisas como esta da UFMG devem ser interpretados à luz dessas dúvi-das. Como professor de estatística da Unicamp diria que a população não precisa ficar aterrorizada com relação ao uso do celular”, destaca.

A mesma opinião o biomédico tem a respeito da chamada “síndro-me da intolerância a campos eletro-magnéticos”, em que pessoas asso-ciam a exposição a estes campos com sintomas como dor de cabeça, fadiga, estresse, insônia, catarata, impotência sexual, aborto, câncer etc. “A Orga-nização Mundial da Saúde (OMS) já discutiu o assunto em dois seminários diferentes e expôs que estes sintomas não têm associação com a radiação. Além disso, a OMS interpretou que as pessoas tiveram o que chamamos de efeito nocebo, que é o contrário do efeito placebo, e designa reações de-sagradáveis em um indivíduo como resultado de uma crença e expecta-tiva pessimista”.

iaCr classifica radiofrequência como possivelmente cancerígenaDe acordo com a pesquisadora

do Departamento de Física Nuclear do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF/USP), Emico Oku-no, radiações eletromagnéticas são ondas eletromagnéticas com frequ-ências desde 0 hertz até muito altas, como no caso de raios-X e gama. O conjunto delas compõe o espectro eletromagnético. “Essas ondas são constituídas de campo elétrico e campo magnético, perpendiculares entre si, e se propagam com a velo-cidade da luz no vácuo. Como qual-quer outro tipo de onda, transportam energia, que é tanto maior quanto maior a frequência da onda”, explica.

As radiações podem ser ioni-zantes e não-ionizantes. Enquanto a radiação ionizante é um campo eletromagnético com uma frequ-ência extremamente alta, capaz de arrancar elétron de átomos que encontra em seu caminho, a não--ionizante não consegue ionizar um átomo por não ter energia para tal. “O espectro eletromagnético é

composto de ondas eletromagné-ticas, dividido em faixas de frequ-ência que têm nomes específicos. Em ordem crescente de frequência, algumas faixas mais importantes: campos elétrico e magnético de 60 Hz, a radiofrequência que inclui on-das de rádio, de TV e micro-ondas, radiação infravermelha, luz visível, radiação ultravioleta, raios-X e ra-diação gama. Dessas faixas, apenas os raios-X e gama são ionizantes. São também consideradas radia-ção ionizante partículas energéticas produzidas em aceleradores de par-tículas ou as emitidas pelos núcleos dos átomos instáveis, tais como par-tículas alfa e beta”, esclarece Emico.

Toda radiação eletromagnética interage com o corpo humano, só que a forma de interação depende da energia dela. “As micro-ondas interagem principalmente com mo-léculas de água, agitando-as e, as-sim, causam aquecimento. A radia-ção ionizante pode ser considerada como sendo um projétil, cuja mira é a molécula de DNA e da água, e no instante da interação produz ionização, que é o início do dano biológico. Em seguida, a molécula se quebra e ocorre a formação de fragmentos e de radicais livres. Mui-tas dezenas de anos depois, um cân-cer pode ser detectado nesse local”, ensina a pesquisadora.

A Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer (IARC) pu-blica monografias, nas quais clas-sificam agentes, substâncias, ele-mentos etc. em quatro grupos: no grupo 1 estão agentes comprova-damente cancerígenos; no grupo 2a, agentes provavelmente can-cerígenos e no grupo 2b, agentes possivelmente cancerígenos; no grupo 3, agentes não canceríge-nos para seres humanos e no gru-po 4, agentes provavelmente não cancerígenos para seres humanos. Os agentes do grupo 2a apresen-tam maior nível de evidência do que os agentes do grupo 2b, sem significado quantitativo, ou ainda, em que a evidência é inadequada em humanos, mas suficiente em animais experimentais. “Em maio de 2011, 30 cientistas de 14 países se reuniram para analisar em qual grupo classificar a radiofrequên-cia. Após análise detalhada de um grande número de trabalhos pu-blicados, chegaram à conclusão de que ela entraria no grupo 2b de agente possivelmente canceríge-no. O artigo referente foi publica-do na “The Lancet Oncology”, Vo-lume 12, Issue 7, Pages 624 - 626, July 2011. É interessante verificar que estão nesse mesmo grupo clorofórmio, café, diesel, gasolina, naftaleno, níquel e chumbo”, fina-liza Emico.

APCD Jornal // Novembro 201216

// Texto Swellyn França //

Durante muito tempo, o Cirurgião-Dentista se acos-

tumou a trabalhar sozinho – ou com apenas uma secretária - em seu consultório. Entretanto, com a integração de novos membros - Técnicos de Saúde Bucal (TSBs) e Auxiliares de Saúde Bucal (ASBs) -, bem como de profissionais de outras especialidades nas equi-pes de trabalho, especialmente nas de saúde pública em razão da Política Nacional de Saúde Bucal com programas como o Brasil Sorridente, que reforça a parti-cipação do Cirurgião-Dentista, TSBs e ASBs no Programa Saúde da Família (PSF), veio à tona a necessidade de se fazer a avalia-ção da relação interdisciplinar e da gestão de pessoas nesses am-bientes profissionais.

A Cirurgiã-Dentista, MBA em Gestão de Saúde, Virginia Mes-quita Barros de Moura, que coor-dena cursos para ASBs na APCD Regional Araraquara, explica que as dificuldades encontradas em um ambiente odontológico faz com que os serviços voltados para a saúde bucal necessitem de im-plementações e treinamentos de equipes preparadas para suprir a nova realidade do mercado brasi-leiro, bem como as propostas do Governo Federal no Programa de Saúde da Família. No serviço pri-vado, a mudança social e econô-mica ocorrida nas últimas décadas gerou a inevitável socialização da Odontologia, como ocorreu com as demais áreas da Saúde no país. “O surgimento de um novo mo-delo de trabalho obrigou, em sua maioria, que os profissionais da área se adequassem à nova rea-lidade econômica imposta pelas cooperativas e convênios odonto-lógicos, assumindo uma perspec-tiva de mercado incapaz de man-ter o profissional remunerado de forma justa e adequada. Estudos prévios e levantamentos de custos

Cirurgião-Dentista e relação com equipe multiprofissional e interdisciplinar: uma nova realidadeEspecialistas falam da necessidade de profissionais buscarem conhecimento na área de gestão de pessoas

relacionados aos procedimentos clínicos realizados pelo Cirurgião--Dentista apontam o tempo e a técnica como os principais fatores para a redução dos valores cobra-dos/recebidos pelo profissional. Com isso, a inclusão de novos profissionais com adequada for-mação, tais como ASBs e TSBs, permite a redução do tempo, efi-cácia e manutenção de questões essenciais para a biossegurança no ambiente clínico”.

Além de a redução dos tem-pos de trabalho exigir que o Cirurgião-Dentista passe a dele-gar tarefas, esse cenário mostra a necessidade de o profissio-nal estar preparado para gerir adequadamente seu ambiente de trabalho, exercendo, além de suas atividades técnicas, as funções de administrar, treinar sua equipe e organizar seu sis-tema de trabalho. “Como em qualquer área, a capacitação, o treinamento e a ambientação tornaram-se fatores chave para um correto sistema laboral, sen-do esta a maior dificuldade en-contrada nos diferentes locais do exercício da profissão, principal-mente devido à complexidade do funcionamento técnico e admi-nistrativo do ambiente odonto-lógico”, considera Virginia.

relacionamento multiprofissional exige preparo do Cirurgião-dentistaEm 2007, enquanto era pes-

quisadora da Rede Observatório de Recursos Humanos – Estação Ceará (Rede do Ministério da Saúde), a doutora em psicologia, professora da Universidade de Fortaleza e da Universidade Esta-dual do Ceará, Regina Maciel, que tem experiência na área de Saúde Coletiva, coordenou o trabalho “O multiprofissionalismo em saúde e a interação das equipes do Pro-grama de Saúde da Família”. “Veri-ficamos que a relação interprofis-

sional nas equipes não se constitui verdadeiramente em uma troca real de conhecimentos e ações, mas apenas uma somatória de ações individuais entre os dife-rentes profissionais, nem sempre coordenada e harmônica, sendo o profissional médico o mais afasta-do das equipes”, conta.

A percepção da professora é a de que o problema não são as diferentes personalidades dos indivíduos, “mas sim uma ques-tão do poder informal que alguns profissionais gozam em virtude da importância que lhes é dada socialmente. Isto é, os profissio-nais médicos e, até certo ponto os Cirurgiões-Dentistas, têm um prestígio social maior (suas pro-fissões são vistas pela população como mais importantes) e isso se reflete na dinâmica das equipes, já que acaba transferindo isso para seu funcionamento interno, estabelecendo relações de poder e uma hierarquia que não deve-ria existir. Vale dizer que isso não ocorre em todas as equipes, mas na maioria delas”.

Regina ainda comenta que os Cirurgiões-Dentistas foram incluídos nas equipes do PSF após algum tempo do funciona-mento dos programas e, talvez, por isso, eles mostrem-se mais abertos que os médicos à diretriz da multiprofissionalidade. “Nas entrevistas realizadas durante a pesquisa, verificou-se que esses

profissionais participam ativa-mente das campanhas propostas junto aos seus ASBs e TSBs, bem como com os profissionais de en-fermagem. Esse trabalho inclui os programas nas escolas e centros comunitários”, lembra.

Na opinião da Cirurgiã--Dentista, Virginia Mesquita, o principal fator desencadeante das crises no atual sistema de trabalho dá-se devido à falta de preparo dos profissionais da área odontológica (com exceção daqueles que buscam uma ade-quada formação) para exercerem a função de gestor. “Sair de sua zona de conforto e modificar há-bitos já adquiridos há vários anos de exercício profissional têm sido o maior obstáculo encontrado, uma vez que o Cirurgião-Dentis-ta se vê obrigado a trabalhar com técnicas e tempos diferentes, as-sumindo a função de adequar-se aos valores recebidos e ditados pelo mercado e pelos convênios aos quais se sujeita a trabalhar”.

Além disso, conforme Virgi-nia, a acomodação, bem como a precária formação do Cirurgião--Dentista e profissionais habilita-dos para trabalhar na área odon-tológica, dificulta ainda mais a delegação e o treinamento ade-quados da equipe de trabalho, potencializando as dificuldades encontradas nos demais setores de atuação profissional, em bus-ca de minimizar e gerir relações

interpessoais. “A busca para a re-alização profissional requer um caminho longo, mas possível de ser alcançado, uma vez que se esteja aberto a aceitar e procurar uma adequada formação admi-nistrativa, visando modificar os antigos padrões do exercício da profissão”, conclui.

especialistas defendem cursos e treinamentos para os profissionais aprenderem a gerirPara a analista comportamen-

tal e consultora de gestão de pes-soas, Marta Ribeiro, toda e qual-quer equipe interdisciplinar precisa de adequações comportamentais e quebra de paradigmas. “O Cirur-gião-Dentista tem uma preparação acadêmica técnica, assim como médicos, advogados e áreas afins, e não foi preparado para delegar e/ou administrar. O novo cenário apresenta circunstâncias e neces-sidades de gestão de pessoas. De-vido ao fato de a profissão ter um conceito de atuação isolada, esses profissionais certamente terão que entender de processos de gestão de pessoas e relacionamento interpes-soal, considerando que a geração Y, os jovens nascidos entre 1980 e meados de 1990, e que atualmente estão em foco no mercado de tra-balho, é questionadora e tem mui-to acesso à inovação. Eles têm um pensamento não-linear, gostam de trabalhos claramente definidos,

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metas factíveis e reconhecimento pelos objetivos alcançados. Se o Ci-rurgião-Dentista consegue alinhar os profissionais no processo de se ajustar a um mercado em constan-te mudança e cada vez mais plano, obterá resultados mais eficazes”.

Segundo o professor do De-partamento de Gestão de Pessoas do ISE Business School (instituto associado ao IESE Business School, conceituada escola de pós-gradu-ção em Administração de Empre-sas da Universidade de Navarra/Espanha), Diogo Zanata, o relacio-namento entre equipes de traba-lho é um dos maiores desafios para qualquer pessoa que tenha a res-ponsabilidade de liderar um gru-po. “Embora haja profissionais que optam por colocar mais ênfase no processo de seleção e constituição da equipe priorizando a uniformi-dade, aprender a lidar com pes-soas distintas, com expectativas e valores diferentes, motivando e ajudando estes profissionais a se desenvolverem e se integrarem perfeitamente à equipe, é uma das habilidades mais exigidas e valo-rizadas nos profissionais hoje em dia. Se compararmos, por exem-plo, uma equipe composta por um

Cirurgião-Dentista, um TSB e dois ASBs com as equipes mais estuda-das na área profissional de projeto ou venda (com dezenas de vende-dores com mesmo nível hierárqui-co), ou ainda as equipes esportivas (como futebol, vôlei etc.) podemos apontar algumas características: 1 - o número reduzido de pessoas envolvidas, o que ocasiona uma convivência mais próxima e in-tensa dos membros, podendo ser fonte de atritos e desgaste no re-lacionamento; 2- a forte interde-pendência das tarefas executadas, na qual a qualidade do trabalho desempenhado por cada inte-grante afeta diretamente o traba-lho dos demais, e isto é ainda mais agravado se considerarmos que na área de saúde estes profissionais precisam trabalhar muito próximo da perfeição e há uma tolerância muito baixa a falhas e erros; 3 - a disparidade hierárquica entre os membros e, no caso específico, de um Cirurgião-Dentista em que os conhecimentos técnicos (adquiri-dos após vários anos de estudo), somados aos anos de experiência e prática requeridos para o exer-cício podem propiciar uma maior inclinação ao individualismo e à

centralização ao redor da sua fi-gura”, avalia.

Quando se considera o tra-balho entre equipes - como a integração com os membros de laboratórios de próteses ou gru-pos de outros especialistas como cirurgiões plásticos, fonoaudió-logos, osteopatas etc. -, Zanata aponta como importante que es-tes profissionais saibam dialogar e estejam abertos a perspectivas e opiniões diferentes. “Neste sen-tido, buscar uma integração mais profunda com conhecimentos que transcendam a própria área de es-pecialização é muito bem-vinda. Em termos concretos, para um profissional que queira desenvol-ver-se neste sentido, a leitura de material (revistas, jornais e mesmo participação em congressos) de temas afins e de áreas próximas a sua especialidade são importan-tes, bem como estar atualizado e aberto a novos conceitos e avan-ços na sua profissão”, ensina.

Para gerenciar uma equipe em qualquer âmbito, é necessário o desenvolvimento de certas habi-lidades e capacidades. Alguns pro-fissionais naturalmente estão mais propensos a estas tarefas, porém,

todos precisam adquirir e desen-volver o talento próprio. “É mui-to comum ouvir que ‘o líder não nasce, mas faz-se’. Neste sentido, os Cirurgiões-Dentistas precisam aprender a relacionar-se em equi-pe e, principalmente, desenvolver os profissionais com os quais tra-balham. É preciso adicionar aos conhecimentos técnicos específi-cos da profissão algumas habilida-des de liderança. Diversas escolas já se deram conta deste nicho de mercado e oferecem cursos com duração variada sobre gestão de equipes de saúde e liderança para profissionais da saúde (inclusive há programas de MBA com foco em profissionais da saúde). Uma alternativa para profissionais já estabelecidos que percebem uma carência nesta área é a busca de profissionais especializados para um assessoramento personalizado com sessões de ‘coach’. A vanta-gem da utilização destes profissio-nais é a rápida obtenção de resul-tados, e a superação de carências e bloqueios individuais identifica-dos. As técnicas utilizadas neste processo variam muito, porém a maioria busca o desenvolvimento de novos hábitos que substituam

deficiências ou acrescentem novas habilidades a estes profissionais”.

Marta Ribeiro concorda que “fazer um curso comportamen-tal, de autoconhecimento, de relacionamento interpessoal, de metodologias do coaching etc., possibilita que as diferentes ge-rações e equipe interdisciplinar que necessitam conviver no mes-mo ambiente de trabalho possam compreender que o comporta-mento do outro é tão importante e reflete diretamente nos resulta-dos da equipe”.

O professor do ISE, Diogo Za-nata, finaliza dizendo que “tanto os cursos de gestão e liderança como sessões de coaching aju-dam o profissional formado a desenvolver as novas habilidades num curto intervalo de tempo e sem deixar sua ocupação princi-pal. Para os cursos de graduação, cada vez se faz mais necessário que haja um módulo de forma-ção para que estes profissionais saiam para o mercado de traba-lho preparados para o que se está convertendo em uma necessidade básica e mais em um diferencial para quem quer trabalhar em uma grande clínica ou consultório”.

APCD Jornal // Novembro 201218

// Texto Paula Ricupero //

O diabetes mellitus é con-siderado uma das principais doenças crônicas devido a sua alta frequência na população e seu grande impacto econômi-co, representando, assim, um grande desafio para os siste-mas de saúde de todo o mun-do. Segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), o número de portadores da doença deve alcançar 380 milhões de pessoas em 2025.

No Brasil, de acordo com o Vigitel 2011 (Sistema de Monitoramento de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas Não Transmissíveis), 5,6% da população afirma ter a doença, sendo a preva-lência maior entre mulheres, que detém 6% das ocorrên-cias, contra 5,2% nos homens. Foi observado, também, que o diabetes aumenta conforme a idade: 21,6% das pessoas com mais de 65 anos possuem a doença, um percentual bem mais elevado quando com-parado com as pessoas de 18 a 24 anos, que representam apenas 0,6% dos pacientes. A pesquisa constatou, também, que as ocorrências são mais comuns entre pessoas com baixa escolaridade. Os dados mostram que 7,5% dos indi-víduos com até oito anos de estudo possuem diabetes, en-quanto que os que possuem mais de 12 anos de estudo re-presentam 3,7%.

De acordo com esse mes-mo estudo, entre 2008 e 2011 houve um aumento de 10% no número de internações e óbitos por diabetes. Em 2009, o Siste-ma de Informações sobre Mor-talidade do Ministério da Saú-de notificou 52.104 mortes por diabetes no país, número que subiu para 54.542 em 2010. Apesar do aumento, a pesquisa aponta uma desaceleração nos últimos três anos.

O Vigitel vem sendo feito desde 2006 com o objetivo de

Dia Mundial do Diabetes tem como tema a educação e a prevenção

monitorar a frequência e dis-tribuição de fatores de risco e proteção para doenças crôni-cas em todas as capitais dos 26 estados brasileiros e no Distri-to Federal. Contudo, os dados não traduzem o impacto real desses agravos na população, pois não incluem casos de dia-betes não diagnosticados, uma vez que boa parte dos indiví-duos portadores não sabe que possui a doença. Estima-se que a proporção de diabetes não diagnosticada em diversos países do mundo está entre 30% e 60%.

dia Mundial do diabetesCom o objetivo de chamar

a atenção para o crescimento da doença em todo o mundo, determinou-se o dia 14 de no-vembro como o Dia Mundial do Diabetes. Introduzida no calendário em 1991, a data foi definida pela Federação In-ternacional de Diabetes (IDF), entidade vinculada à Organiza-ção Mundial da Saúde (OMS), e tem, hoje, a adesão de cerca de 160 países. Em 2007, a Assem-bleia-Geral da ONU aprovou a Resolução nº 61/225, conside-rando o diabetes um problema de saúde pública.

Todo ano é desenvolvida uma campanha com um tema direcionado, direta ou indire-tamente, ao assunto. Em anos anteriores foram abordados tó-picos como diabetes e direitos humanos, diabetes e estilo de vida, e os custos de diabetes. Para 2012, foi escolhido o tema “Educação e Prevenção em Dia-betes”. Segundo um dos mem-bros da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), Antonio Carlos Lerário, que está participando da coordenação do Dia Mun-dial do Diabetes, “o intuito é chamar a atenção de pacientes e governantes para o proble-ma. A maior parte das pesso-as desconhece a doença, não tem sintomas ou não valoriza os pequenos indícios, portan-to, quando descobre que tem

diabetes, já desenvolveu uma complicação mais séria, como problemas de visão, renal ou coração. A ideia é conscientizar a sociedade para que a doença seja detectada precocemente e, assim, evitar ou postergar complicações crônicas”.

Entre os principais objetivos da campanha estão: incentivar os governos a implementar e fortalecer políticas para a pre-venção e controle do diabetes e suas complicações; destacar a importância da educação basea-da em evidências na prevenção e controle do diabetes e suas com-plicações; aumentar a conscien-tização dos sinais de alerta do diabetes e promover ações para incentivar o diagnóstico preco-ce; e promover ações para redu-zir os principais fatores de risco para o diabetes tipo 2.

Para as pessoas com dia-betes, serão feitas ações para incentivá-las a adquirir novos hábitos alimentares e a pra-ticarem atividades. Para pais, familiares, médicos e professo-res será realizado um trabalho para melhorar o conhecimento sobre a doença, pois sabendo os seus sintomas é possível ini-ciar um tratamento imediato e evitar futuras complicações.

A campanha tem como símbolo um círculo azul, um ícone simples que pode ser fa-cilmente adaptado e usado em todos os lugares, que simboliza a união pelo diabetes. O azul representa o céu e é a mesma cor da bandeira das Nações Unidas, que siginifica, também, a união entre os países. Para celebrar o Dia Mundial do Dia-betes, os mais famosos monu-mentos e prédios públicos, em mais de 80 países, são ilumina-dos de azul. Nos últimos anos, diversos pontos de referência no Brasil receberam a ilumi-nação especial, como o Cristo Redentor e o Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro; a Fonte da Torre de TV, em Brasília; o Museu de Arte de São Paulo (Masp), em São Paulo; e o Elevador Lacer-

da, famoso ponto turístico de Salvador, na Bahia.

Durante uma semana, de 7 a 14 de novembro, a Sociedade Brasileira de Diabetes promo-ve uma série de atividades pelo país, como campanhas em es-tações do metrô, testes de gli-cemia e de aferição da pressão arterial, palestras educativas, orientação nutricional, entre outras. Além dessas ativida-des, serão realizadas ao longo do mês grandes caminhadas ou corridas pelas ruas das cidades de Indaiatuba, São Carlos e Curitiba. A programação com-pleta está sendo divulgada no site www.diamundialdodiabe-tes.org.br.

novos estudos sobre diabetesO grande impacto do dia-

betes em todo o mundo faz com que a doença seja uma das mais estudadas nos meios científicos. No Brasil, são de-senvolvidas, constantemen-te, diversas pesquisas para descobrir novos métodos de diagnóstico e tratamento, e

de combate à doença. Como a proporção de diabetes não diagnosticada é muito alta, estudos que contribuam para facilitar a detecção da doen-ça no indivíduo são extrema-mente úteis para a prevenção, principalmente quando é ana-lisado a predisposição da pes-soa para desenvolver diabetes, possibilitando, assim, que a doença seja evitada ou adiada.

Esta é a proposta de um novo projeto de pesquisa que está sendo desenvolvido por Valtencir Zucolotto, coorde-nador do Laboratório de Na-nomedicina e Nanotoxicologia do Instituto de Física de São Carlos, USP. O estudo propõe o desenvolvimento de um dispo-sitivo de diagnóstico que seja capaz de dosar com muita ra-pidez os níveis de adiponectina no organismo e, a partir disso, investigar sua correlação com o possível aparecimento do diabetes tipo 2.

A adiponectina, perten-cente ao grupo das adipoci-nas, é um hormônio produzido e liberado pelo tecido adipo-

Objetivo é alertar a população sobre os perigos da doença que atinge, hoje, quase 10% de toda a população mundial adulta

Monumento do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, iluminado em azul, cor que simboliza a união pelo diabetes

Novembro 2012 // APCD Jornal 19

so e que participa de várias funções metabólicas do orga-nismo, inclusive no processa-mento da insulina. “Diversos trabalhos praticamente já comprovaram que quando há incidência da obesidade ocor-re uma variação negativa da produção desse hormônio, o que acaba gerando resistência à insulina no indivíduo e isso pode, portanto, estar relacio-nado ao desenvolvimento da doença”, explica Zucolotto.

Hoje em dia, existem ou-tras maneiras de se dosar a adi-ponectina, porém, os testes são demorados e muito caros. De acordo com o coordenador do estudo, a proposta é criar um dispositivo parecido com aque-les vendidos em farmácias para teste de glicose. Ao entrar em contato com o sangue do in-divíduo, o eletrodo forneceria rapidamente o resultado dos níveis de adiponectina. “Além de ser simples, a diferença é que, com o uso da nanotecno-logia, o aparelho será descar-tável e barato, e servirá como uma primeira triagem. Depois, se o médico achar necessário, poderá solicitar exames con-vencionais para comprovar o resultado. Quanto mais rápido o individuo souber que tem uma pré-disposição para o dia-betes tipo 2, mais rápido ele poderá se tratar. Havendo con-trole, pode ser que esse quadro de diabetes não se concretize”, explica Valtencir Zucolotto.

Outro importante estudo desenvolvido no Brasil, publica-do em julho na revista Diabetes Care, da Associação Americana de Diabetes, mostrou que a ci-rurgia bariátrica pode ajudar a controlar o diabetes tipo 2 em pacientes com obesidade leve, ou seja, com Índice de Massa Corpórea (IMC) entre 30 e 35 kg/m². A operação é indicada, hoje, para pessoas com IMC su-perior a 40 kg/m² ou acima de 35 kg/m², quando há pelo me-

A maior parte das pessoas desconhece a doença, não tem sintomas ou não valoriza os pequenos indícios, portanto, quando descobre que tem diabetes, já desenvolveu uma complicação mais séria, como problemas de visão, renal ou coração - Antonio Carlos Lerário

rações sejam regulamentadas. A Federação Internacional do Diabetes soltou um parecer em 2011 recomendando a cirurgia para pacientes diabéticos com IMC entre 30 e 35 kg/m², que possuam risco cardiovascular aumentado. “Estamos lutando para mudar os critérios de indi-cação cirúrgica, que não devem ser só baseados em peso e altu-ra, e sim na quantidade de do-enças associadas”, diz Ricardo Cohen. Entretanto, ele enfati-za que como os remédios para diabetes estão melhorando e a mortalidade está diminuindo, apesar de ainda ser alta, por enquanto a operação é reco-mendada apenas para pacien-tes que não melhoraram com o tratamento clínico.

Apesar dos medicamentos para controlar a doença es-tarem cada vez mais eficazes, muitos pacientes ainda sofrem com seus efeitos colaterais, como ganho de peso, retenção

de líquido e insuficiência car-díaca. Entretanto, um estudo feito pelo Laboratório de Far-macologia Molecular (Farmol) da Universidade de Brasília (UnB), em parceria com o La-boratório de Planejamento e Síntese de Fármacos da Univer-sidade Federal de Pernambuco (UFPE), busca desenvolver um novo medicamento que cau-se menos efeitos colaterais no tratamento do diabetes.

Desenvolvido pela profes-sora Angélica Amorim Amato, do Departamento de Ciências Farmacêuticas da UnB e coor-denadora do programa de Dia-betes do Hospital Universitário de Brasília, o estudo buscou re-alizar experimentos para carac-terizar o mecanismo de ação de um composto químico sinteti-zado na UFPE, chamado GQ-16,

e também seus efeitos em um modelo animal de obesidade e diabetes. Esses experimentos mostraram que o GQ-16 atua como “ativador fraco” de um receptor chamado PPAR gama ou receptor gama ativado por proliferadores peroxissomais (do inglês peroxisome prolifera-tor activated receptor gamma).

Uma das funções impor-tantes desse receptor é esti-mular a formação de adipóci-tos, ou de células gordurosas. “O resultado desse processo é o armazenamento de lipídeos ou de gordura dentro dessas células e, embora esse proces-so tenha como consequência o aumento da massa adiposa, é considerado benéfico por manter os lipídeos onde eles devem ficar. Isso é importante porque quando os lipídeos não são devidamente armazenados nos adipócitos eles se depo-sitam em outros locais, como o fígado e o músculo, onde podem ter consequências ne-gativas para o metabolismo. Outro efeito desse receptor é de inibir a resposta inflama-tória, em especial no tecido adiposo. Esse efeito também é considerado benéfico porque a resposta inflamatória neste tecido pode ter consequências negativas para o metabolis-mo”, explica Angélica.

Portanto, a ação do PPAR gama, na medida em que es-timula a manutenção dos li-pídeos em um local seguro, o tecido adiposo, e que inibe a resposta inflamatória des-ta região, melhora a ação da insulina em diversas células, como é o caso das células do fígado e do músculo, que têm uma grande importância para o metabolismo da glicose.

De acordo com Angélica,

três medicamentos que ati-vam este receptor já foram usados no tratamento da do-ença, porém, dois foram reti-rados do mercado pela Anvisa por estarem associados a im-portantes efeitos colaterais, como falência grave do fí-gado e aumento do risco de infarto do miocárdio, e outro, ainda usado no Brasil, já foi proibido em alguns países por estar associado ao aumento do risco de câncer de bexiga. Além desses efeitos adversos, a ativação do receptor está ligada também ao ganho de peso, retenção de líquidos e à perda de massa óssea.

Testado em camundon-gos com obesidade e diabetes induzidos por dieta rica em gordura, o composto químico apresentou melhora da resis-tência insulínica e do controle da glicose, mas sem modificar o peso dos animais. “Os estudos com o GQ-16 podem ajudar a entender como os efeitos po-sitivos da ativação do receptor poderiam ser dissociados dos efeitos adversos da ativação do receptor, como ganho de peso e perda de massa óssea” explica a professora.

Atualmente, estão sendo desenvolvidas pesquisas no sentido de caracterizar de for-ma ainda mais detalhada as ações do composto. “O que se pode afirmar, hoje, é que o GQ-16 está ajudando a entender um pouco mais sobre o papel do receptor PPAR gama no tra-tamento do diabetes e, assim, contribuindo para elaborar es-tratégias seguras e efetivas de se desenvolverem medicamen-tos que atuem sobre o receptor para serem utilizados no trata-mento dessa doença”, esclarece Angélica Amorim Amato.

nos uma doença associada. A operação realizada foi a

gastroplastia com desvio intes-tinal em “Y de Roux”, que con-siste na diminuição de parte do estômago, reduzindo o espaço para o alimento, e em um des-vio do intestino inicial, o que promove o aumento de hor-mônios que dão a sensação de saciedade e diminuem a fome. Trata-se da cirurgia mais reali-zada no Brasil e no mundo para tratamento da obesidade e suas doenças associadas. De acordo com Ricardo Cohen, cirurgião do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, coordenador do estudo e presidente da Sociedade Bra-sileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, “os critérios atu-ais para indicação da cirurgia bariátrica ainda são baseados quase que exclusivamente no cálculo da relação entre peso e altura do paciente, o que tem sido questionado pelos estudos clínicos recentes”.

Feito com 66 pacientes que recebiam tratamento no Hospital Oswaldo Cruz, em São Paulo, o estudo confirmou que o método beneficiou 88% dos participan-tes. Cohen explica que “mudan-do o caminho da comida pelo intestino acontece a liberação de substâncias que melhoram a função do pâncreas, aumentan-do a secreção de insulina. Após a cirurgia, percebemos duas ações: houve um efeito direto dos hormônios sobre o diabetes, independentemente da perda de peso, que é chamado de ação an-tidiabética direta e que acontece logo depois da operação; e outra a longo prazo, em consequência da perda de peso, que diminui a resistência da ação à insulina”.

O objetivo, agora, é conse-guir fazer com que a cirurgia bariátrica passe a ser indica-da para os casos de obesida-de leve. Com a ampliação do conhecimento nessa área, estima-se que não irá demo-rar muito para que essas ope-

APCD Jornal // Novembro 201220

3X4

// Texto Swellyn França //

Quem nunca escutou que desenhar não é para qualquer um, que é preciso ter “dom”? Muitas pessoas não se arriscam nesta arte por acreditarem não possuir a aptidão necessária para se arriscar em tal feito.

Entretanto, há aqueles que defendem que a arte de desenhar pode ser aprendida. Francisco Lopes, o Kiko, é uma dessas pessoas. Natural de Araraquara, Cirurgião-Dentista por formação e também ilustrador, Kiko acredita que desenhar é uma arte que todo mundo pode aprender, desde que seja realizada com esforço e dedicação. Ele mesmo aprendeu a desenhar quando ainda era jovem por meio de cursos por correspondência – um deles que utilizava apostilas do famoso estúdio de Walt Disney.

Paralelamente ao desenho, Kiko foi estudar Odontologia. “Tem tudo a ver. O desenho per-mite uma visão do todo, assim, tenho a visão global do dente, sua formação e tudo mais”. Con-fira a entrevista que o apCd Jor-nal realizou com esse artista:

apCd Jornal – Conte-nos um pouco sobre sua história. Como se interessou pelo dese-nho e pela odontologia?

Francisco augusto da silva lopes, o Kiko – Começou aos nove

Nos traços de um Cirurgião-Dentista...Para Francisco Lopes, Cirurgião-Dentista e ilustrador, o desenho tem tudo a ver com a Odontologia

anos de idade, quando uma tia, observando o meu ato de copiar figuras de histórias em quadrinhos, me ofereceu um curso de desenho por correspondência. O curso não possuía um plano específico, mas mostrou e me orientou que em todo desenho deve haver um processo construtivo. O público não o vê, e muito menos aqueles que se iniciam, pois o desenho final é terminado e polido com nanquim ou outro material artístico. Este processo construtivo é o esboço para se chegar ao desenho terminado. É a estrutura básica para conseguir o desenho final. Percebi naquele momento que havia um caminho a ser seguido, com base concreta de construção. Este foi, acredito, o diferencial! Com 12 anos de idade aproximadamente, e com um conceito inicial sobre a técnica do desenho, recebi o convite de um amigo para auxiliá-lo a desenhar histórias em quadrinhos, pois ele tinha contrato com uma grande editora. Nessa época, tive meu primeiro contato com a “Famous Artist School”, uma escola americana, onde 12 famosos

ilustradores criaram um curso por correspondência – dentre eles, Norman Rockwell, Albert Dorne etc. Infelizmente, o alto custo do curso, em dólares, impossibilitou-me de fazê-lo. No entanto, um rico catálogo mostrando seus métodos de ensino está guardado até hoje. Com a idade apropriada para iniciar um curso regular de Arte, entrei para a Escola de Belas Artes de Araraquara, em busca de novos conceitos. Diante de certa habilidade manual, logo procurei um curso que me oferecia o uso melhor dessa habilidade. Na mesma época, prestei vestibular e fui aprovado na Faculdade de Odontologia de Araraquara. Terminei o curso de Belas Artes e me dediquei à Odontologia. Na faculdade, tive contato com o professor Quirino dos Santos, que me orientou sobre a necessidade de dedicação às pesquisas. Nesse meio tempo, ainda fui convidado a ser professor de Desenho da Figura Humana e Anatomia na Escola de Belas Artes. Comecei a perceber, então, a falta de pesquisa de um método de ensino do desenho. Tudo

era empiricamente ensinado: “Vai, começa que no final pode dar certo” era um dos conceitos colocados na época, associado ao famoso “dom”. Eu particularmente não aceitava, pois tinha outra visão, de um método construtivo do ensino do desenho. Tendo na biblioteca da Escola de Belas Artes grande número de revistas norte-americanas sobre desenho e pintura, iniciei um projeto de estudo baseado em livros indicados por essas revistas. Conforme fui lecionando, senti

necessidade de ir me aperfeiçoando cada vez mais, procurando uma forma para desenvolver o ensino do desenho. O projeto do curso “Famous Artists” passa a fazer parte constante da base do meu desenvolvimento. Como alguns de seus instrutores editaram livros, mostrando suas experiências, busquei a partir daí adquirir todas as informações prestadas por eles e fui planejando um método objetivo para o ensino do desenho.

apCd Jornal – de que forma seus conhecimentos como ilus-trador contribuiu em sua carrei-ra como Cirurgião-dentista?

Kiko – Cada vez mais fui comparando as pesquisas odon-tológicas à arte e vice-versa. Ob-servei a necessidade de ver como um todo, tanto um preparo ca-vitário para receber um material restaurador, como a estrutura básica para interpretar uma pai-sagem ou figura. A estrutura de raciocínio não estava apenas na parte estética, mas sim na parte estrutural. Baseado nas experiên-

cias de Cézanne (Paul Cézanne, pintor francês), que anunciava que tudo na natureza tinha uma estrutura com base nas quatro formas fundamentais dos sólidos geométricos - o cubo, o cilindro, o cone e a esfera - e seus deri-vados, comecei a ir mais longe, rompendo os primeiros obstácu-los que se colocam ao iniciante: vemos em três dimensões, mas quando vamos desenhar utiliza-mos um papel com apenas duas dimensões. Aí reside a frustação inicial e, com ela, o desânimo. Todo o método utilizado nas mi-nhas experiências tinha como base “desenhar como se vê”, isto é, em três dimensões. Isso se tor-nou possível desenhando atra-vés de sólidos geométricos. Uma nova porta se abria, então. Com o fechamento da Escola de Belas Artes, criei junto com os ami-gos, Paulo Mascia e Ykue Yuta, a Casa do Artista, onde o método se tornou cada vez mais refina-do. Passei a me dedicar cada vez mais à Odontologia, sempre agra-decendo o relacionamento entre as duas profissões. Na Odontolo-gia, temos um preparo cavitário dentro das normas biológicas e de retenção do material restau-rador. Na arte, necessito de co-nhecimentos de perspectiva, luz e sombra, composição para a inter-pretação do motivo, seja figura ou paisagem. A escultura den-tária é sempre relacionada com a oclusão. Na arte, há busca da harmonia de tons relacionada às cores para interpretação artística.

apCd Jornal – Como são feitas as suas ilustrações e o que senhor costuma desenhar?

Kiko – Progressivamente fui avançando cada vez mais no desenvolvimento das pesquisas em arte. Após pintar a óleo por mais de 15 anos, iniciei meus experimentos com a aquarela. Criei uma paleta de cores, única, para facilitar a pintura do natu-ral, no campo, pois todo o nosso método é desenvolvido e prati-cado do natural. Também criei um grupo de aquarelistas na cidade de Araraquara e, com o fechamento da Casa do Artista, iniciei cursos de desenho e pin-tura na Casa da Cultura local, estabelecendo um projeto único de agentes multiplicadores do

Francisco Lopes, o Kiko, fazendo “arte”

Novembro 2012 // APCD Jornal 21

método e de minhas ideias. Logo esta-beleci o meu Núcleo de Artes Visuais e iniciei diversos cursos, sendo a aquarela o carro chefe. Então, sou procurado por um jornal local para fazer algumas ilus-trações. A aquarela não permite repro-dução em papel jornal. Pensando assim, também iniciei os trabalhos em bico de pena, técnica que permite fidelidade de reprodução. A série que fiz, “Araraquara vista através do bico de pena”, retrata a cidade, suas ruas, praças e logradouros. O sucesso da série estava completo e, então, introduzi novo curso no núcleo - A técnica do desenho em bico de pena. Os alunos começaram a me auxiliar nas ilustrações para o jornal e, assim, publi-camos por quase um ano a História de Araraquara contada em bico de pena. Outras séries seguiram-se a essa - “Nos-sa gente que faz por merecer”, na qual foram retratadas as profissões em extin-ção na cidade e seus profissionais, e “Os eleitos”, retratando as personalidades lo-cais e seus feitos. Atualmente, ainda em bico de pena, executo a série “Classe A”, retratando personalidades que se desta-cam no cotidiano. E o trabalho continua com ilustrações de livros e revistas para editoras de São Paulo. Minhas ilustrações são executadas do natural, no próprio local. Utilizo a técnica do bico de pena para retratar pessoas e vistas da cidade.

Ela me permite detalhar o máximo possí-vel, porque esses desenhos são conside-rados documentos históricos, compondo um verdadeiro acervo da cidade de Ara-raquara. Utilizo as técnicas de aquarela,

lápis e carvão para retratar as paisagens urbanas e rurais, pois permitem uma in-terpretação mais artística. Hoje, diante de meus estudos e pesquisas, me sinto inteiramente à vontade para me expres-

sar com materiais e técnicas diversas. A população de Araraquara encontra, com frequência, o nosso grupo nas tardes de sábado interpretando as paisagens rurais ou urbanas da cidade.

apCd Jornal – Gostaria de deixar um recado para os Cirurgiões-dentistas?

Kiko – A cada dia que passa, compa-rando a Odontologia com as técnicas de desenho e pintura, percebo que a arte,

considerada por muitos como “dom”, é por mim pensada como ciência. A criativida-de só se consegue expressar após longos anos de estudos e dedicação. A criativida-de é a expressão de estudos, pesquisas e desenvolvimento através de um método adequado de estudo. A porta está aberta a colegas que gostariam de se dedicar a qualquer ramo da arte. Basta ter aquela vontade para expressar o cotidiano e, mais ainda, ir além dele.

apCd Jornal – Gostaria de destacar mais alguma coisa?

Kiko – Todo esse material artístico e histórico executado acima de 200 ilustrações constitui um verdadeiro patrimônio cultural, contando a histó-ria de Araraquara. Como toda cidade é um país em ponto menor, divulgamos, portanto, a história do povo brasileiro. Parte desse material é utilizado em meu blog (www.nav-nucleodeartesvisuais.blogspot.com) que é procurado, se-manalmente, por internautas tanto do Brasil como do exterior, tendo mais de mil acessos semanais e sempre aumen-tando o número de visitantes. A cida-de torna-se cada vez mais um polo de desenvolvimento no interior do estado, sendo que essas ilustrações estão à dis-posição de firmas e indústrias que te-nham interesse na sua divulgação.

Panorama da cidade de Araraquara retratado pelos traços de Kiko

APCD Jornal // Novembro 201222

COMPORTAMENTO

// Texto Paula Ricupero //

Ele gosta de ficar em casa vendo um filme, ela de sair

todos os finais de semana; ele prefere viajar para a praia, já ela gosta de conhecer cidades gran-des; ele é romântico e sensível, enquanto ela é mais prática e direta. Como duas pessoas tão diferentes podem ter um relacio-namento amigável e próspero? Há quem acredite que os opostos se atraem, enquanto outros afir-mam que as semelhanças e afi-nidades são levadas em conta na hora de escolher o parceiro.

Pessoas com gostos e per-sonalidades opostas podem se atrair e construir um relacio-namento amoroso juntas, mas, especialistas afirmam que, na maioria das vezes, os conflitos têm origem justamente nas di-ferenças. Na opinião da psicólo-ga e terapeuta sexual Isabel Del-gado, “os opostos se atraem na Física e podem, eventual e tem-porariamente se atrair nas rela-ções, mas, a longo prazo, são as semelhanças e não as diferenças, sobretudo as radicais, que man-tém as relações funcionando”.

A escolha do parceiro pode se dar de várias formas e, sem dúvida, passa pelos instintos e intuição de cada um, que dia-logam com as aspirações mais profundas e não racionais dos indivíduos. Do ponto de vis-ta estritamente biológico, há quem acredite que a escolha é

Especialistas falam sobre alguns mitos que envolvem os relacionamentos e dão conselhos de como lidar com as principais causas de conflitos entre casais

feminina e que visa, instinti-vamente, o melhor reprodutor e provedor da prole. “Como vi-vemos imersos na cultura, acre-dito que essa escolha vai levar em conta inúmeros fatores, por exemplo, para que finalidade servirá esse parceiro? Uma re-lação estável? Com filhos? Só para curtir? Amadurecer? Se di-vertir? Há também quem esteja procurando um pai, uma mãe, um protetor, um provedor, ain-da que, às vezes, de forma in-consciente”, afirma Isabel.

A verdade é que as pesso-as querem fórmulas prontas e isso explica a grande variedade de revistas trazendo manuais com dicas de como conquistar um parceiro, manter um rela-cionamento, ter o sexo perfei-to, entre outras regras mágicas do amor. Segundo o terapeuta de relacionamentos, Sergio Sa-vian, “poucos estão dispostos a se conhecer, mergulhar fundo em sua alma, entender o que realmente quer. Grande parte do que é publicado por aí não proporciona transformações re-levantes aos leitores”. Sobre este mesmo assunto, Isabel diz que muitas pessoas procuram sim a fórmula da felicidade, como se ela existisse, porém, “ao con-trário dos contos de fadas, os problemas não acabam quando se encontra o parceiro ‘ideal’. Na verdade, é aí que eles começam. Passada a paixão inicial e o alí-vio da conquista, como geren-

Os opostos realmente se atraem?

ciar e manter essa relação com todas as dificuldades do dia a dia?”, questiona a psicóloga.

Acontece que as principais causas de conflitos entre casais são justamente as diferenças, que podem ser de todo o tipo: nos objetivos de vida, na ma-neira de interagir com a vida profissional, pessoal ou familiar, e nos valores éticos, morais ou religiosos. Essas diferenças pre-cisam ser negociadas, caso con-trário as relações se desgastam. De acordo com o psicólogo Pau-lo Tessarioli, aos olhos de quem está de fora, as brigas do casal aparentam ser superficiais, pois não entendem o contexto da-quela relação. “Às vezes, surgem conflitos do tipo ‘você deixa a roupa molhada em cima da cama’ ou ‘ele não me ajuda na cozinha’, que parecem besteiras para quem ouve. Porém, essas discussões não refletem real-mente o que está acontecendo. Os conflitos são gerados por questões bem mais complexas, que muitas vezes até o próprio casal não consegue compreen-

der”, explica Tessarioli. Na opinião de Savian, os

principais motivos que levam a uma briga são as suposições criadas a respeito do parceiro. “Isto significa que você per-cebe pouco e fantasia muito sobre quem o outro é. Outro motivo são os paradigmas so-bre os relacionamentos amoro-sos. Precisamos urgentemente mudar nossos conceitos sobre amor e sexo. Quase tudo o que nos ensinaram não dá certo. Amor romântico, ciúme, posse, tudo isso faz as relações che-garem a becos sem saída”, afir-ma o terapeuta.

Com relação ao ciúme, Tes-sarioli diz que se trata de um sentimento problemático tan-to para quem sente como para quem é o alvo. “Diferentemen-te do que se pensa no senso co-mum, não representa um sinal de amor, nem um pouquinho, até porque não existe pouco ciúme. É diferente de cuidar do outro, velar pela relação. O ciúme tem um mecanismo pró-prio, começa de uma forma di-

minuta, mas a tendência é que saia do controle da pessoa”. O psicólogo enfatiza também que o ciúme não é algo que surge em resposta a uma determina-da relação. Na verdade, a pes-soa já possuía esse sentimento dentro dela, porém ainda não o tinha desenvolvido antes. “Até mesmo porque o ciúme não aparece somente em relaciona-mentos amorosos, mas também nas relações entre pais e filhos, e nas de amizade”, comple-menta Tessarioli.

O ciúme pode se intensifi-car ainda mais quando envolve as redes sociais, uma vez que as pessoas costumam fornecer uma quantidade muito grande de informações sobre si mes-mas nesses ambientes, que nem sempre agradam seus parceiros. Ao mesmo tempo que podem agilizar e facilitar a comuni-cação, podem, por outro lado, agravar inúmeros problemas. “As redes sociais podem ser importantes formas de comu-nicação, mas, no que se refere aos relacionamentos, a supe-

Novembro 2012 // APCD Jornal 23

rexposição atrapalha bastante. Hoje em dia, boa parte das brigas e separações iniciam-se nas redes sociais. Além disto, as redes servem à vaidade e ao narcisis-mo e acabam substituindo pobremente as relações reais”, afirma Sérgio Savian.

No mundo virtual, assim como no real, o respeito e a confiança precisam prevalecer para que se faça valer a rela-ção. “Os bons e velhos limites continuam sendo fundamentais para garantir qual-quer tipo de acordo”, diz Isabel Delgado. O importante é que o casal busque ter uma boa convivência, lembrando que diferenças sempre irão existir e que di-álogo, companheirismo e compreensão são ingredientes fundamentais para que a relação seja duradoura.

Quando os opostos se atraem na literaturaO cinema e a literatura adoram

contar histórias de amor sobre casais

que, evidentemente, não nasceram para

ficar juntos. Costumam ser sempre nar-

rativas cheias de emoções e entraves,

vividos tanto por personagens como

pelo público. É o que acontece hoje em

dia com o best-seller “Cinquenta Tons

de Cinza”, um fenômeno mundial entre

as mulheres que tem invadido lares nos

quatro cantos do planeta com a român-

tica e picante história de amor entre

Anastasia Steele, uma universitária de

21 anos, insegura e virgem, e Christian

Grey, bilionário misterioso e charmoso

por quem ela se apaixona.

Além da evidente diferença econô-

mica entre os dois, o casal precisa en-

frentar diversos percalços amorosos por

terem objetivos, gostos e personalidades

tão opostos e que acabam sempre geran-

do brigas e desentendimentos ao longo

da trama. Enquanto Ana é apresentada

como uma garota jovem, insegura, de-

sastrada, sem preocupação com a pró-

pria aparência e totalmente inocente

com relação ao sexo, a autora mostra

Christian como um homem maduro e

bem-sucedido, com feição de um se-

mideus, habilidoso e com uma estranha

preferência por sexo sadomasoquista.

Apelidado de pornô pop para mu-

lheres, o primeiro volume da trilogia

tornou-se um sucesso de vendas no

Brasil, chegando a mais de 200 mil

cópias vendidas apenas três semanas

após seu lançamento. Recém lançado

no país, o segundo volume da trama,

“Cinquenta Tons Mais Escuros”, tam-

bém tem alcançado o mesmo sucesso,

e já ocupa o primeiro lugar na lista dos

livros mais vendidos no Brasil. Além de

esperar o lançamento da parte final

da história, o público aguarda, agora,

a adaptação cinematográfica que já

começou a ser realizada, porém ainda

sem data para estrear.

APCD Jornal // Novembro 201224

Notícias da ABCDAssociação Brasileira de Cirurgiões-Dentistas [email protected]

ABCD enfrenta planos odontológicos por valorização do Cirurgião-Dentista

O número de usuários de planos odontológicos saltou de 2,7 milhões para 16 milhões do ano de 2000 a 2011. Só em 2010, o faturamento das empresas foi de R$ 1,6 bilhão, confor-me informa o Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (Crosp).

Tudo estaria perfeito se tal cresci-mento também se refletisse em melho-rias para os pacientes e na valorização dos Cirurgiões-Dentistas. Lamentavel-mente, não é o que ocorre. A ganância por lucros cada vez maiores mantém a prestação de serviço sub-remunerada. Hoje, os planos pagam algo em torno de R$ 10,00 por consultas e R$ 15,00 por exodontias, apenas para ficar em dois exemplos. Frise-se: os valores são brutos.

Não à toa, a insatisfação entre os Cirurgiões-Dentistas e suas entidades representativas é cada vez maior. A As-sociação Brasileira de Cirurgiões-Den-tistas (ABCD), por exemplo, tem enca-beçado um movimento reivindicatório, que exige valorização imediata dos principais honorários com base na Clas-sificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Odontológicos (CBHPO); fim das glosas lineares e injustificadas que prejudicam a adequada assistência aos pacientes, cláusula de reajuste anu-

O novo site da Associação Brasilei-ra de Cirurgiões-Dentistas (ABCD) está no ar. Após um processo de moderni-zação e repaginação completa, o sítio www.abcdbrasil.org.br já está disponí-vel aos profissionais e comunidade re-pleto de novidades.

Para os Cirurgiões-Dentistas, traz dicas de psicologia, moda e culinária, por meio de artigos preparados espe-cialmente por especialistas.

Também estão disponíveis tendências da linha de vestuário do setor de Odonto-logia, que facilitam e oferecem conforto e elegância. Essa reportagem, aliás, oferece,

Já está no ar o novo site da ABCD

al nos contratos e definição de índice para os mesmos reajustes.

Além de trabalhar em parceria com as associações nacionais, esta-duais, conselhos e demais instituições de classe dos Cirurgiões-Dentistas, a ABCD estabeleceu estreito vínculo com entidades médicas como a Associação Médica Brasileira, a Associação Pau-lista de Medicina, Academia Nacional dos Médicos, Conselho Federal e Re-gional de Medicina. A ideia é compor uma frente de resistência vigorosa, tendo em vista que profissionais da medicina e da Odontologia padecem de problemas semelhantes. “Os médi-cos estão nessa luta há anos e estamos partilhando de suas experiências bem--sucedidas”, pondera Silvio Cecchetto, presidente da ABCD. “Nosso objetivo é formar uma frente multiprofissional para dar um basta aos abusos das em-presas. Os colegas Cirurgiões-Dentistas exigem e merecem respeito. Queremos e merecemos ser bem remunerados, pois somos altamente qualificados e temos importante papel no sistema de saúde do Brasil”.

Outra reivindicação é a de que a ABCD e demais entidades nacionais de classe sejam reconhecidas como legíti-

mas negociadoras dos profissionais que representam. A compreensão é a de que, quando argumentam que só negociam individualmente, as empresas buscam subterfúgios para dividir os Cirurgiões--Dentistas e perpetuar os pagamentos vis. “Fato é que eles demonstram receio de nos ver unidos. Certamente, sabem que se estivermos coesos colocaremos fim à exploração de nosso trabalho”, argumenta Cecchetto. “Faço questão

de adiantar que estamos começando um grande processo de resistência. Se necessário for, suspenderemos o aten-dimento aos planos odontológicos e partiremos até para o descredencia-mento em massa. É bom que fique cla-ro: sem Cirurgião-Dentista não há pla-no odontológico”.

// Texto Chico Damaso - Acontece

Comunicação e Notícias //

inclusive, diversas opções para tornar o tradicional ‘branco’ bem mais versátil.

Outro destaque do site é uma entrevista com um nutricionista que revela as qualidades dos principais alimentos e seus valores nutricionais, sempre relacionados à saúde oral.

Por fim, há agenda de eventos, últimas notícias do setor, informações sobre legislação e também os classifi-cados, com descontos especiais aos as-sociados da ABCD. Fique por dentro!

// Texto Chico Damaso - Acontece

Comunicação e Notícias //

APCD Jornal // Novembro 201226

Fique por dentro da APCDTeatro APCD

Musical “O Mundo de Ooohs” está em cartaz até 18 de novembro// Página 27 //

Jantar do Cirurgião-Dentista Comemoração ocorreu no Clube

Espéria e reuniu 450 pessoas// Página 28 //

Simpósio Oral-B na EAP traz conhecimento e atualização técnico-científica para profissionais de OdontologiaNa ocasião, também ocorreu o pré-lançamento da Revista APCD de Estética. Nova publicação tem como foco a Odontologia Estética e especialidades afins

// Texto e fotos Mariana Pantano //

Pensando na necessidade de aprimorar os conhecimen-tos dos profissionais de Odon-tologia e em comemoração ao Dia do Cirurgião-Dentista, a Oral-B, em parceria com a EAP APCD, e com o apoio da FGM, promoveu, no dia 26 de outu-bro, um simpósio com os prin-cipais nomes da Odontologia para trazer atualizações cientí-ficas sobre clareamento dental, fotografia e gestão odontoló-gica para consultório.

Com a competição do dia a dia, o profissional deve se atualizar constantemente so-bre as tendências e influências do mercado, por isso, o simpó-sio reuniu temas voltados para a aquisição de experiências e, essencialmente, conhecimento científico e técnico para que o Cirurgião-Dentista possa apli-car em seu cotidiano.

O diretor da EAP, Artur Cerri, contou que está nos planos da escola firmar parce-rias com as empresas do setor odontológico, com objetivo de promover simpósios e meetin-gs de curta duração. “Nesse evento, trouxemos professores renomados de diferentes áre-as com assuntos inovadores e atuais para os alunos.”

Já o mestre em Dentísti-ca pela Fousp (Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo), José Carlos Ga-rófalo, disse que o simpósio traz a oportunidade para os Cirur-giões-Dentistas virem a uma entidade de classe e receber in-

formações técnicas que podem ajudá-los a ter melhor desem-penho no consultório.

Para o professor em Den-tística da Forp-USP (Faculda-de de Odontologia de Ribeirão Preto da USP), Yvan Yoshio, que ministrou uma palestra sobre fotografia odontológica, essa iniciativa é muito válida para os Cirurgiões-Dentistas se atualizarem.

O Cirurgião-Dentista espe-cialista em gestão de clínicas e hospitais pela Faculdade Getú-lio Vargas, Fábio Lima, também palestrante do evento, destacou que essas parcerias com em-presas são muito importantes, pois conseguem reunir profis-sionais de diversas áreas, e é possível ter um panorama me-lhor da profissão, o quanto está crescendo e quais são os novos rumos da Odontologia. “Minha palestra foi sobre gestão finan-ceira em consultórios odonto-lógicos. Hoje, é fundamental que o Cirurgião-Dentista saiba

gerir o consultório e proporcionar melhor lucro e atendimento para o seu cliente.”

pré-lançamento da revista apCd de estética

No mesmo dia, no intervalo entre as palestras da manhã e da tarde, ocorreu o pré-lan-çamento da nova publicação da APCD, a revista apCd de esté-tica. A APCD, a fim de ampliar o seu leque de produtos e criar novas parcerias e investimentos, inovou mais uma vez, aliando a seriedade de uma conceituada e centenária entidade a um seg-mento da Odontologia com gran-de evidência nos últimos anos. Por isso, está lançando uma revis-ta dirigida ao mercado e aos pro-fissionais de Odontologia Estética com o objetivo de aproximar este segmento do mercado odontoló-gico e criar novas possibilidades de atualização profissional.

A revista apCd de estética terá ar-tigos de Odontologia Estética Multidiscipli-nar, colunas intitula-das de Passo a Passo, Espaço Laboratorial, Fotografia, Banho de Ciência, Entrevista, Gestão & Marketing e Pensamento Livre.

do estado de São Paulo, não po-deria deixar de ter como uma de suas atribuições um veículo que traga ao profissional as atualiza-ções necessárias para este seg-mento. a revista apCd de esté-tica está compilada para ser um produto de altíssima qualidade tanto em termos materiais como no conteúdo. E vamos oferecer tudo que é importante para se

Com periodicidade trimestral e distribuição nacional, será comer-cializada apenas por assinatura.

José Carlos Garófalo assumiu o cargo de editor científico da Re-vista e afirma que o conceito de estética está em pauta não só nos consultórios, mas também na mí-dia, de uma maneira geral. “Hoje, todo mundo quer ter um sorriso bonito, e o Cirurgião-Dentista tem um papel fundamental na orientação e na execução desse sorriso mais belo e mais branco. Um órgão de liderança de classe em nível nacional, como a APCD, pois seu alcance vai muito além

evoluir tecnicamente em Odon-tologia Restauradora Estética.”

Artur Cerri ressalta que será uma revista diferenciada e com um corpo editorial diferenciado. “Este veículo trará uma contribui-ção muito grande, principalmen-te para aqueles que se dedicam à parte clínica, pois terá enfoque basicamente clínico, com mate-riais de última geração e autores de grande gabarito. Queremos trazer uma revista única para a classe odontológica.”

O lançamento oficial da pu-blicação será em 1º de fevereiro de 2013, durante o CIOSP 2013.

Cirurgiões-Dentistas assistem a palestra de clareamento dental de José Carlos Garofálo

Diretores da APCD e da Revista APCD de Estética durante o pré-lançamento da publicação

Novembro 2012 // APCD Jornal 27

// Texto e fotos Paula Ricupero //

No dia 4 de outubro, o bispo Dom Fernando Antonio Figueiredo e o Padre Marcelo Rossi celebraram uma missa para comemorar o Dia do Ci-rurgião-Dentista, no santuário Mãe de Deus. Estiveram pre-sentes na ocasião o presidente da APCD, Adriano Forghieri, e o presidente da ABCD, Sil-vio Cecchetto, além de outros membros da diretoria da APCD.

No início da celebração, o bispo e o padre parabenizaram todos os Cirurgiões-Dentistas e agradeceram a presença dos presidentes das entidades, que receberam os aplausos dos fiéis

Padre Marcelo Rossi celebra missa em homenagem ao Dia do Cirurgião-Dentista

ali presentes. Ambos receberam a comunhão do bispo e, após a cerimônia religiosa, o presiden-te da APCD recebeu, também, a benção do padre.

// Texto e fotos Paula Ricupero //

No dia 20 de outubro, o Teatro APCD estreou a

peça “O Mundo Mágico de Ooo-hs”, com a participação do ra-pper Dexter, famoso cantor da mídia nacional e internacional.

A peça conta a história de como Zeus está furioso com as atrocidades dos humanos e pretende dar um fim à Terra. Porém, antes precisa encontrar Artemis (símbolo da feminili-dade) e Eros (deus do amor), que estão disfarçados entre os mortais e, para isso, conta com a ajuda de Dionísio e Ares.

O espetáculo faz uma re-flexão sobre os costumes da sociedade atual e apresenta pe-quenas histórias que abordam assuntos como consumismo e preconceito, sempre mesclan-do personagens do cotidiano e deuses gregos. Entre uma cena e outra, o rapper canta peque-nos trechos de suas músicas que falam sobre os temas apre-sentados no palco.

Teatro APCD estreia fábula musical inspirada no movimento rap

SERvIçO

a peça fica em fica em cartaz até 18 de novem-bro, aos sábados, às 21h, e domingos, às 19h30. Valor dos ingressos: r$ 60,00 (inteira), r$ 30,00

(Meia) e r$ 18,00 (associados apCd/aBCd). Bilheteria: de quarta-feira a sábado, das 15h às 22h, e domingo, das 15h às 20h.

rua Voluntários da pátria, 547 – santana. Telefone: (11) 2223-2414.

Mais informações no depto. Cultural e social da apCd: (11) 2223-2474

TEATRO APCD

APCD Jornal // Novembro 201228

// Texto Bruna Oliveira //

// Fotos Fernando Squadrani e Bruna Oliveira //

Animação, requinte e um clima de amizade mar-caram a edição 2012 do tradicional Jantar do Dia do Cirurgião-Dentista, promovido pela APCD, sempre em outubro. Este ano, o jantar ocorreu no dia 26, no Clube Espéria, em São Paulo, e contou com a pre-sença de 450 pessoas, entre associados e familiares, convidados e diretores.

Patrocinado pela Oral-B, o jantar dançante reuniu

Jantar da APCD reúne 450 pessoas no Clube Espéria, em São PauloTradicional evento no calendário da Odontologia paulista contou com a presença de associados e diretores de 33 Regionais da APCD

associados de 33 Regionais da APCD: Araraquara, Assis, Baixada Santista, Bragança Paulista, Butantã, Caçapava, Casa Verde, Dracena, Guarulhos, Ipiranga, Jardim Paulis-ta, Lapa, Marília, Mococa, Osasco, Penha, Pinheiros, Pi-rituba/Perus, Rio Claro, Santana, Santo Amaro, São Cae-tano do Sul, São José do Rio Pardo, São Miguel Paulista, São Roque, Saúde, Taquaritinga/Monte Alto, Tatuapé, Tatuí, Tucuruvi, Vila Maria, Vila Mariana e Vila Prudente.

Além da diretoria da APCD, da diretoria da ABCD, presidentes dos Conselhos da associação, e presidên-cia do CIOSP 2013, também esteve presente o coor-

denador da Gestão Hospitalar e do SAMU da Secre-taria Municipal da Saúde de São Paulo, Paulo Kron, que na ocasião representou o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e o secretário municipal de Saúde, Januário Montone. O presidente e 1° vice-presiden-te da Sociedade Paulista de Ortodontia (SPO), Jai-ro Corrêa e Osny Corrêa, respectivamente, também prestigiaram o evento.

Os convidados desfrutaram de um excelente jantar e foram embalados até altas horas pela animada banda Chapéu da Máfia. Confira algumas fotos do jantar:

Regional Bragança Paulista Panorama geral da festa

Diretores do Core e Conoge Diretores do Coel e do Departamento Social da APCD Osny Corrêa e Jairo Corrêa, da SPO, com

o presidente da APCD, Adriano Forghieri

Diretores da APCD Representantes da Oral-B, empresa patrocinadora da festa

Novembro 2012 // APCD Jornal 29

FLASHES DO JANTAR

Diretores da APCD com Paulo Kron (representante do prefeito Kassab), e esposa Diretoria executiva da APCD Diretoria com presidência do Conselho Acadêmico

Diretoria da APCD Diretoria da APCD com a diretoria da ABCD

Regional Santo Amaro

Regional Santana Presidência da APCD com a presidência da ABCD Regional São Miguel Paulista

Diretores da APCD com diretoria do Departamento Social da entidade

Diretoria da APCD com o presidente do CIOSP 2013, Reinaldo Brito e Dias, e esposa

Confira todas as fotos do jantar no site da apCd (www.apcd.org.br), link social Banda Chapéu da Máfia

Regional Guarulhos e diretoria da APCD

APCD Jornal // Novembro 201230

COFI

COCIConfira a palestra programa-da pelo Conselho Científi-co da apCd para novembro. agende-se e participe!

deparTaMenTo de

odonToloGia do

TraBalHo

Tema: “As Interfaces do

Cirurgião-Dentista com

os acidentes do trabalho

e vigilância em saúde do

trabalhador”

Ministradores: João Rodolfo

Hopp e Edward Toshiyuki

Midorikawa

data: 19/11/2012

Horário: 20h

local: APCD Central

TURISMO

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APCD Jornal // Novembro 201232

Notícias da EAPArtur Cerri Diretor da Escola de Aperfeiçoamento Profissional da APCD [email protected]

eap parTiCipa do i siMpósio de odonToloGia HospiTalarA APCD, por meio da EAP, partici-pou do I Simpósio de Odontologia Hospitalar, realizado no Hospital Samaritano, no dia 19 de outubro. A APCD estava representada pelo diretor da EAP, Artur Cerri, que abordou o tema “Aspectos políti-cos/administrativos da Odontologia Hospitalar em hospitais públicos e privados.” Como é sabido, em bre-ve será obrigatória a presença do Cirurgião-Dentista em hospitais, e este foi um dos motivos do Simpó-sio. Vários convidados abordaram o tema para um público que pratica-mente lotou o teatro do Hospital Samaritano. Um dos coordenadores do evento foi Walmyr Mello, inte-grante do Grupo de Estudos sobre Odontologia Hospitalar da APCD.

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Walmyr Mello, Artur Cerri e Mauricio Chebat (coordenador clínico da EAP)

iniCiado Curso de laserFoi iniciado, em 18 de outubro, o curso gratuito de Habilitação em Laser, patrocinado pela APCD. O curso é gratuito para os associados e terá duração de três meses, com atividades teóricas e práticas. Essa é a primeira de uma série de cursos de Habilitação em Laser que serão oferecidos. Os interessados já po-dem fazer a reserva pelo telefone (11) 2223- 2307, falar com Paula.

seCreTaria da eap de Cara noVaPara facilitar o acesso de profes-sores e alunos, a Secretaria da EAP mudou sua estrutura física retirando o balcão que separava os professores dos funcionários, e criou um espaço para atendimen-to personalizado. Outra novidade foi a aquisição de uniformes para todos os funcionários da EAP.

proFessores da eap eM Con-Gresso inTernaCionalO professor da EAP, Carlos Edu-ardo X. S. Ribeiro da Silva, minis-trou aula sobre cisto centígero e reconstrução mandibular duran-te a International Conference on Oral Maxillo-facial Surgery, em Cape Town, na África do sul, em 15 de outubro. Na oportuni-dade, também foram apresen-tados trabalhos científicos de autoria de outros colegas, como Artur Cerri, Daniela Costa, André Rodriguez (coordenador de Ra-diologia da EAP), Daniel Sendyk e Francisco Pacca. Tanto a aula quanto os trabalhos foram mui-to elogiados pela excelência da Odontologia que praticamos no Brasil, sendo que um deles rece-beu a menção honrosa da orga-nização do evento. É o Brasil e a EAP APCD alargando as frontei-ras em prol da Odontologia!

apCd na uniCsulDurante o Congresso de Odon-tologia da Unicsul, realizado de 1° a 05 de outubro, a APCD teve a oportunidade de expor aos participantes o que é a entidade e quais os benefícios oferecidos aos associados.

Carlos Henrique M. Boucalt, presidente do evento; Igor Prokopowitsh, coordenador do curso de Odontologia da Unicsul; Artur Cerri, diretor da EAP APCD; e Orlando Magalhães Filho, professor da EAP e da Unicsul - Jornada Odonto

MeeTinG na eapFoi realizado na EAP, com gran-de sucesso, nos dias 27 e 28 de setembro, o Meeting sobre evo-lução e utilização clínica de en-xertias. O evento contou com a presença de renomados professo-res da Implantodontia, como Pau-lo Perri, Jamil Awad Shibli, Eduar-do Mukais, e tantos outros. Esse Meeting contou com o apoio da Oral-B, Baumer, Conexão e Strau-mann. Outros eventos semelhan-tes estão sendo programados.

reVisTa apCd de esTéTiCaFoi realizado, no dia 26 de ou-tubro, o pré-lançamento da revista apCd de estética. A revista será dirigida pelo pro-fessor José Carlos Garófalo. O lançamento oficial será du-rante o CIOSP 2013.

Participantes chegando ao evento Mesa da Abertura da XXXIX Jornada

Odontológica Franciscana

Atendimento clínico

Jornada odonTolóGiCa FranCisCanaA APCD e EAP estiveram presentes na abertura oficial da XXXIX Jor-nada Odontológica Franciscana, realizada no dia 22 de outubro, no salão nobre do Campus da Univer-sidade São Francisco, em Bragança Paulista. Na oportunidade, fomos carinhosamente recebidos pelo coordenador do curso de Odon-tologia e professor da EAP APCD, Miguel S. Haddad Filho, e pelo professor Marcos Valério Ferrari, presidente do evento. Aproveita-mos para agradecer a homenagem concedida ao presidente da APCD, Adriano Albano Forghieri, e ao di-retor da EAP APCD, Artur Cerri.

ConGraTulações do CrBMais uma vez, a EAP recebeu do Conselho Regional de Biblioteco-nomia – 8ª Região - SP ofício de congratulações pelas constantes melhorias da Biblioteca.

iniCiada a parTe ClíniCa do Curso no iCaVCForam iniciadas, no dia 16 de outu-bro, as atividades clínicas do curso de atendimento odontológico de pacientes internados no ICAVC.

MoniToria na eapAcadêmicos de Odontologia po-dem fazer monitoria em quaisquer cursos da EAP. Para isso, basta pre-encher o formulário de intenção na Secretaria da EAP APCD.

CenTro de diaGnósTiCo BuCal da eapContinua em atividade o Centro de Diagnóstico Bucal da EAP. Esse Cen-tro funciona às terças-feiras, a partir das 13h, sob a coordenação de Silvio Boraks, e às quintas-feiras, a partir das 9h, sob a coordenação de Artur Cerri. Agendamento pelos telefones (11) 2223-2312 ou 2223-2482.

Funcionários da EAP

Confira os próximos cursos que a EAP APCD preparou para você!REDUZA A QUANTIDADEDE PARCELAS E GANHE 10% DE DESCONTO NOS CURSOS DE ESPECIALIZAÇÃO

*Os valores serão atualizados a cada 12

meses de curso (IPC-FIPE)

CURSOS DE ESPECIALIZAÇÃO

IMPL/2012M – Especialização em Implantodontia Ministrador: Maurício Teixeira Duarte e equipevAGAS REMANESCENTESRealização: sextas-feiras - semanal – das 14h às 22hCarga horária: 1.044 horas - 24 mesesInvestimento: 24X de R$ 1.000,00 ou 18X de R$ 1.200,[email protected]

RADIO/2012 – Especialização em Radiologia Odontológica e ImaginologiaMinistrador: Darcy Nobile Jr. e equipeSeleção: 28/11/2012Início: 29/11/2012Término: 31/05/2014Realização: quartas, quintas, sextas e sábados - mensalmente Horários: quartas, quintas e sextas, das 8h às 18h, e sábados das 8h às 12hCarga horária: 540 horasTaxa de matrícula: R$ 216,00Investimento: R$ 720,00 [email protected]

ENDO/2012A - Especialização em Endodontia Ministradores: Ruy Hizatugu e Kazuzo Okino NetovAGAS REMANESCENTESTaxa de matrícula: R$ 360,00Investimento: 23X de R$ 1.200,00 ou 17X de R$ 1.462,00Realização: quintas, sextas e sábados – mensalmente - 23 mesesHorários: quintas e sextas, das 8h às 18h, e sábados, das 8h às 12h Carga horária: 920 horas [email protected]

ORTO/2012 - Especialização em Ortodontia Ministrador: Luciano da Silva Carvalho e equipevAGAS REMANESCENTESTaxa de matrícula: R$ 450,00 Investimento: 36X de R$ 1.500,00 Realização: segundas e terças - semanalmente – das 8h às 18hCarga horária: 2.064 [email protected]

ENDO/2013 - Especialização em Endodontia Ministradores: José Eduardo de Mello Junior, Mário Luis Zuolo e equipe Seleção: 30/05/2013, às 8h (entrevista e análise de currículo)Início: 26/06/2013

Realização: quartas, quintas, sextas e sábados – mensalmente Horários: quartas, quintas e sextas, das 8h às 18h, e sábados, das 8h às 12hCarga horária: 920 horas – 24 mesesMatrícula: R$ 360,00Investimento: R$ 1.200,[email protected]

CURSOS DE ATUALIZAÇÃO

ImplanteTPC/150 A15 – Curso de Credenciamento de Zigomático – Apoio Conexão Ministradores: Jamil Awad Shibli, Eduardo Mukai e Marcio MartinsRealização: 05,06 e 07 de novembro de 2012 - segunda, terça e quarta-feira – das 8h às 18h Taxa de matrícula: R$ 750,00valor único: R$ 2.500,[email protected]

Novas tecnologiasTEO/15 A15 – Novos métodos para diagnóstico usando fluorescência óptica

Ministradores: Cristina Kurachi e Vanderlei S. BagnatoRealização: 10/11/2012 - das 8h às 12hvalor único: R$ 30,00 – sócios e não sócios

TEO/16 A15 – Terapia Fotodinâmica para uso em Odontologia, Periodontia, descontaminação geral etc.Ministradora: Silvia NunesRealização: 24/11/2012 - das 8h às 12hvalor único: R$ 30,00 – sócios e não sócios

TEO/17 A15 – Novas tecnologias para a realização otimizada no clareamento dental fotoativoMinistradores: Aldo Brugnera Junior, Fátima Zanin e Vanderlei S. BagnatoRealização: 01/12/2012 - das 8h às 12hvalor único: R$ 30,00 – sócios e não sócios

TEO/18 A15 – Evite riscos: Saiba tudo sobre sedação e anestesia em Odontologia. Riscos e vantagens da Anestesia Geral e Sedação no tratamento odontológicoMinistrador: Fernando Cassio Prado da Silva – Anestesista do Hospital Albert EinsteinRealização: 26/11/2012 - das 8h30 às 12h – com coffe-breakvalor único: R$ 15,00 – sócios e não sócios

APCD Jornal // Novembro 201234

Acontece

Em 16 de maio de 2012, na Faculdade de Odontologia da Universidade de São Pau-lo (Fousp), o especialista em Radiologia e Imaginologia Odontológica pela EAP APCD, Marcos Antonio de Souza Ro-cha, defendeu sua tese de dis-sertação de mestrado com o tema: “Avaliação volumétrica da fenda alveolar por meio de tomografia computadorizada por feixe cônico em pacientes com fissuras labiopalatinas”, diante de uma banca forma-da pelos ilustres professores, Reinaldo Brito e Dias, Denise Takehana dos Santos e sua orientadora, Marcia André.

Desenvolvido toman-do como base tomografias computadorizadas por feixe cônico de pacientes do am-

Profissional referência no campo da Ortodontia na América Latina, o professor Flávio Velli-ni Ferreira lançou durante o 18º Congresso Brasileiro de Ortodon-tia, que ocorreu de 27 a 29 de se-tembro, em conjunto com os pro-fessores Flavio Cotrim-Ferreira e Andréia Cotrim-Ferreira, seu novo livro “Ortodontia Clínica, trata-mento com aparelhos fixos”.

No livro, Vellini expõe sua metodologia para tratamentos clínicos com aparelhos fixos,

Livro “Ortodontia Clínica, tratamento com aparelhos fixos”

A APCD Jardim Paulista comunica com profunda tristeza o falecimento, no dia 12 de outubro de 2012, da Cirurgiã-Dentista Fernanda Helena Dario Rosa, filha da ex-diretora do Departamento Social desta Regional, Rosemari Dario.

A diretoria da Regional estende aos familiares e amigos os sentimentos de pesar.

APCD Regional Jardim Paulista

Encontros de Turma

Formandos da Faculdade de Farmácia e Odontologia da Univer-sidade de São Paulo (USP) do ano de 1945 se encontrarão em almoço de confraternização:dia: 09/12/12Horário: 12 horaslocal: Braston Hotel - Rua Martins Fontes, 330 - São PauloContatos: Moyses Marcovi – (11) 3825-3484 / Sidney Alvarez – (11) 3865-7384 / Antonio Moucachen (11) 3288-8427

O encontro de 40 anos da Turma de Odontologia de Lins/SP acon-tecerá em dezembro, em São Paulo.dias: 8 e 9/12/12Contatos:Sonia Maria V. de Sousa - / (11) 2605-4424 (cons.) / (11) 3222-7220(res.) / (11) 99910-9805(cel.) / [email protected] Barreira – (11) 3885-1906 (res.) / (11) 3884-3839 (cons.)

No dia 24 de novembro, a partir das 8h, a APCD Regional Araraquara irá realizar o 1° En-contro Científico de ex-alunos de Implantodontia da cidade. A programação científica inclui os seguintes temas: “Implantes Cur-tos na Reabilitação Oral”, “Novas Alternativas para a Reconstrução Óssea”, “O Papel da Oclusão na Reabilitação Oral”, “Resoluções Protéticas com o Sistema Cone Morse” e “Abordagem Funcional e Estética para Reabilitação Oral”.

Adesão antecipada com des-conto até o dia 14 de novembro: R$ 30,00. A partir do dia 20 de novembro: R$ 50,00.

1° Encontro Científico de ex-alunos de Implantodontia da APCD Regional Araraquara

A adesão deve ser feita di-retamente na Regional. Devido à disponibilidade de espaço, as va-gas são limitadas.

Na véspera do evento, dia 23, será realizado um jantar de con-fraternização no restaurante Ve-lho Armazém. As reservas deverão ser feitas diretamente no restau-rante pelo telefone (16) 3332-1156 ou pelo e-mail [email protected].

Mais informações na APCD Regional Araraquara pelo telefo-ne (16) 3303-8300, Ramal 3, pelo e-mail [email protected], ou pelo site www.exalu-nos.marcantonio.com.br.

TESES E DISSERTACOES

bulatório de fissuras labio-palatinas da Fousp em fase de pré-enxertia óssea alve-olar secundária, o trabalho foi realizado na Papaiz Asso-ciados, em seus Tomógrafos

iCats, e é inédito na linha de pesquisa proposta.

Na ocasião, estiveram pre-sentes a família e amigos de Marco Antonio, que ajudaram a abrilhantar o momento.

Visita da diretoria da APCD ao secretário estadual de Saúde, Giovanni Guido Cerri, em 03 de outubro, onde foram apresentados os projetos do governo em Odontologia, bem como estreitada a parceria entre a Secretaria e a associação. Na foto, Adriano Forghieri, presidente da APCD; Giovanni Guido Cerri; Helenice Biancalana, diretora do Departamento de

Prevenção da APCD; e Reinaldo Brito e Dias, presidente do CIOSP 2013

Da esquerda para a direita: Marcia André, Marcos Antonio de Souza Rocha, Denise Takehana e Reinaldo Brito e Dias

oferecendo um roteiro completo e seguro às atividades de Cirurgiões-Dentistas, alunos de graduação e de pós-graduação em Ortodontia, compreendendo as fases que vão da recepção do paciente à finalização da terapia. Assim como suas obras anteriores, esta deve tornar-se obrigatória para os profissionais e estudiosos da área.

Flávio Vellini é doutor, livre docente e professor associado da USP, membro fundador da Socieda-

de Paulista de Ortodontia, membro fundador e presidente da Academia Paulista de Odontologia, coordena-dor do Programa de Mestrado Pro-fissionalizante da Universidade Cidade de São Paulo e diretor-pre-sidente do Instituto Vellini.

FALECIMENTO

Diretoria da APCD visita secretário da Saúde de São Paulo

Novembro 2012 // APCD Jornal 35

LançamentosOrtodontia Miofuncional em crianças a partir de dois anos

A respiração bucal, a deglu-tição incorreta, a hiperatividade mentoniana, o posicionamento incorreto da lín-gua, são maus hábitos miofun-cionais que po-dem prejudicar o desenvolvi-

mento facial e mandibular da crian-ça, além de causar apinhamentos. Comuns em crianças de todas as idades, muitas vezes estes proble-mas ficam sem tratamento até o período em que normalmente os aparelhos ortodônticos e ortopédi-cos mais tradicionais são adaptados.

A Ortodontia Miofuncional, indispensável no diagnóstico, plane-jamento e tratamento das más oclu-sões em todas as idades, está cada vez mais presente na prática odontológi-ca. Atenta a esta preocupação da ca-

A Q2Tec uniu design, tec-nologia, inovação e o melhor preço em um único e exclusivo produto. O Microlub é um equi-pamento semiautomático utili-zado na lubrificação das cane-tas pneumáticas odontológicas de alta e baixa rotações, total-mente desenvolvido no Brasil pela Q2 TEC, e está resguardado por patentes.

Para sua utilização, o equi-pamento é acoplado ao sistema pneumático da cadeira odontoló-gica e injeta uma névoa de óleo lubrificante na linha de ar com-primido da caneta de alta rota-ção ou de baixa rotação quando o usuário pressiona o botão cor-respondente a ela por aproxima-damente um segundo.

Com ele é possível manter as

Sucesso absoluto entre os melhores Cirurgiões-Dentistas do Brasil

Visando soluções práticas, rá-pidas e seguras para a Ortodontia, a Conexão lançou durante o Orto 2012 SPO, realizado em setembro, a nova linha de ortoimplantes, que promove instalação simplificada com alta estabilidade e segurança. Os ortoimplantes Conexão ampliam as opções de tratamento, viabilizam movimentos dentários complexos e tornam os tratamentos ortodônti-cos mais previsíveis e eficientes. As novidades do novo kit são:

• Kit mais compacto facili-tando o manuseio;

• Excelência na adaptação da chave favorece maior precisão na inserção do ortoimplante;

• Acabamento fosco da cha-ve manual facilita a leitura na marcação do torque;

• Novo desenho do tambor na chave manual favorece me-lhor manipulação e higienização;

• Padronização das cha-ves para ortoimplante Bracket e Button.

Além das novidades do kit, a Conexão também apresentou os novos Ortoimplantes Bracket RE, Button e Bracket RD com as seguintes novidades:

• Cabeça do Ortoimplante: Arredondamento de todos os vér-

Conexão inova e lança o kit de ortoimplantes

Equipamento inovador no diagnóstico do câncer bucal chega ao mercado

Pioneira no desenvolvimen-to de equipamentos médicos à base de LED, a MM Optics traz mais uma inovação para o setor da Saúde. A empresa, sediada no polo tecnológico de São Carlos (a 230 Km de São Paulo), acaba de lançar no mercado o evidenciador Evince, aparelho com tecnologia 100% nacional capaz de diag-nosticar em tempo real contami-nações e lesões como o câncer e outras doenças do aparelho bucal.

Atualmente, o câncer bucal é o quinto tipo com maior incidência na população brasileira, segundo da-dos do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Em 2010, a entidade registrou 14 mil novos casos da doença no País, dos quais 71% foram detecta-dos em homens. Até a chegada do Evince ao mercado nacional e inter-nacional, o diagnóstico deste tipo de câncer era feito através de biópsia, método invasivo que, muitas vezes, provoca dores aos pacientes. “Con-seguimos desenvolver um equipa-mento que detecta o câncer bucal e outras patologias odontológicas de

tegoria, a australiana Miofunctional Research Co. desenvolveu diversos aparelhos pré-fabricados para trata-mentos ortodônticos miofuncionais em crianças, adolescentes e adultos.

A série infantil, indicada para crianças a partir de dois anos, pro-move a correção precoce dos maus hábitos orais, tornando qualquer tratamento futuro mais simples e estável e evitando extrações desne-cessárias. Os aparelhos estimulam o posicionamento correto da língua, impedem a interposição lingual e ainda reeducam a respiração. Além disso, eles possuem características que ajudam a manter os dentes na posição adequada, melhorando a aparência facial da criança.

O Sistema Trainer possui dois aparelhos especiais para o público infantil. O Infant Trainer é um apa-relho feito em silicone e que pode ser usado em crianças de dois a cinco anos, em pequenos períodos diários de 20 minutos. Além de fa-

zer a correção funcional completa, o aparelho estimula a mastigação, evitando problemas associados ao crescimento facial e maxilar.

Já para as crianças acima de seis anos, foi desenvolvido o Trainer T4K. O tratamento com este aparelho é feito em duas fases e foi especifica-mente desenvolvido para agir du-rante a dentição mista. O Trainer T4K deve ser usado enquanto a criança dorme e mais uma hora diária.

Mais informações:Myofunctional research Co.distribuído por orthoMundiCentral de atendimento - 0800 510 3001site: www.orthomundi.com.br

Fonte: OrthoMundi

maneira não invasiva e bastante se-letiva. O Evince utiliza-se de luz LED ultravioleta para reconhecer lesões por fluorescência óptica. Isso ocorre em tempo real, então a avaliação e o diagnóstico tornam-se extrema-mente rápidos e precisos”, comenta o diretor industrial da MM Optics, Fernando Mendonça Ribeiro.

Conforme explica Ribeiro, a principal inovação do equipamen-to está na detecção de doenças bucais impossíveis de serem vistas a olho nu. “Atualmente a maior parte do diagnóstico dessas pato-logias, com exceção do câncer, é feito a olho nu, o que abre espaço para possíveis erros”, completa o diretor industrial da MM Optics.

Além do câncer bucal, o nú-mero de doenças e infecções odon-tológicas detectadas pelo Evince é extenso. Cáries incipientes, placa bacteriana, herpes labial, existência de micro-trincas nos dentes, reces-são gengival e desmineralização do esmalte dental estão entre as pa-tologias detectadas com precisão pelo equipamento da MM Optics.

portabilidade – Embora a tecnologia de diagnóstico seja a principal inovação do evidenciador, o Evince também possui diferenciais como o tamanho compacto e a ausência total de fios, caracterizando-se como um aparelho portátil. Outra aposta da empresa para a consolidação do equipamento no mercado está na possibilidade de se acoplar uma câmera USB que, ligada a um computador, pode exibir imagens das lesões. “As fotografias podem ser mostradas aos pacientes e até mesmo servir de arquivo para o Cirurgião-Dentista”, finaliza Ribeiro.

Mais informações:Tel.: (16) 3411-5060e-mail: [email protected]: www.mmo.com.br

Fonte: MM Optics Ltda.

tices da cabeça do ortoimplante, evitando lesões na mucosa do paciente, além de garantir a du-rabilidade da chave.

• Botão da cabeça com face inferior plana: Excelência na retenção dos elásticos e dis-positivos ortodônticos.

• Ápice cônico: Com ângulo que proporciona maior poder de perfuração óssea sem perda da resistência do núcleo.

• Perfil de rosca trape-zoidal de face reta: Promove maior estabilidade devido à planicidade superior dos filetes.

Os novos ortoimplantes estão disponíveis nas seguintes medidas:

Diâmetro: Ø 1,6 mm, Ø 1,8 mm e Ø 2,0 mm

Transmucoso: 1, 2 e 3 mmComprimento: 6, 8 e 10 mm

Mais informações:www.conexão.com.br

Fonte: Conexão

canetas odontológicas em perfeito funcionamento, evitando desgaste prematuro dos rolamentos e que-bra, prolongando a vida útil das mesmas.

Mais informações:ligue: (17) 3322-6997 e-mail: [email protected]: www.q2tec.com.br

Fonte: Q2TEC

APCD Jornal // Novembro 201236

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Kiss faz show em Porto Alegre, São Paulo e Rio

Em turnê para divulgar o seu vigésimo álbum, “Monster”, o famoso grupo de mascarados irá passar em novembro por Porto Alegre, no Estádio Zequinha (14), São Paulo, no Anhembi (17) e Rio, no HSBC Arena (18). Essa será a quinta passagem dos roqueiros pelo país. A lendária banda, formada por Paul Stanley, Gene Simmons, Tommy Thayer e Eric Singer, já vendeu mais de 90 milhões de discos com

sucessos que ultrapassam gerações.

Estreia a Saga Crepúsculo: Amanhecer - Parte 2

Está programada para o dia 16 de novembro a estreia mundial do quinto e último filme da saga baseada nos romances de Stephenie Meyer. Crepús-

culo: Amanhecer – Parte 2 apresentará o fim da história de amor entre Bella Swan (Kristen Stewart) e Edward Cullen (Robert Pattinson). O filme irá

mostrar a chegada da filha do casal, Renesmee, e a nova vida da protago-nista, que virou vampira. O longa promete também trazer muitas cenas de ação com a sangrenta batalha dos Cullen e seus aliados contra os Volturi.

Exposição faz homenagem a Carlos Drummond de Andrade

Em comemoração ao 110° aniversário do poeta, a fotógrafa Simone Monte fotografou artistas e modelos com frases de Carlos Drummond de Andrade pintadas no corpo delas. Lançada no dia 9 de novembro, a exposição ganhou o título de “Arrepio” e pode ser conferida na galeria do cine Reserva Cultural, em São Paulo. O trabalho faz parte do ensaio

“Corpo e Poesia”, que vai homenagear outros três autores brasileiros: Jorge Amado, Vinicius de Moraes e Nelson Rodrigues.

Banda Creed vem pela primeira vez ao Brasil A turnê sul-americana da banda de rock Creed vai passar em novembro por Belo Horizonte (dia 19, no Chevrolet Hall), Rio (22, no Citibank Hall), São Paulo (25, no Credicard Hall) e Porto Alegre (26, no Pepsi On Stage). Em 2004 a banda se separou, mas retornou em 2009 com o lançamento do álbum “Full Circle”. O quarteto norte-americano já vendeu mais de 35 milhões de álbuns e entre os seus principais sucessos estão “My sacrifice”, “With arms wide open”, “Higher”, “One last breath” e “One”.

Os 50 anos de carreira de Regina Duarte Depois de passar pelo Rio de Janeiro e ser vista por mais de 18 mil pessoas, a exposição “Espelho da Arte - A Atriz e seu Tempo”, sobre os 50 anos de carreira de Regina Duarte, chega a São Paulo dia 22 de novembro. O público poderá conferir cerca de 2 mil fotos e mais de oito horas de vídeos, entre entrevistas e cenas de atuações da atriz, além de objetos do acervo pessoal da eterna “namoradinha do Brasil”. A mostra ficará em cartaz na capital paulista por dois meses, no Liceu de Artes e Ofícios. A entrada é gratuita.

Confira as dicas culturais do momento

TOPCultura e lazer

Twitter e FacebookSiga a APCD no Twitter: @apcdcentral e curta a APCD também no Facebook: facebook.com/apcdcentral

Nasceu judeu superdota-do. Aos doze anos, discutia na Sinagoga com rabinos idosos, tentando convencê-los de que não havia mérito algum em toda aquela teoria religiosa se na prática as ações eram opos-tas: a opressão sobre pobres, mulheres, velhos e doentes aniquilava qualquer esperan-ça de redenção. Os ferrenhos sacerdotes (rabinos) se recusa-vam a admitir erros milenares impressos em pergaminhos ti-dos como sagrados ditados por um ente supremo.

Jesus foi posto para estudar, ler as santas escrituras, conhe-cer a fundo o enigma da vida e aceitar a lei maior: as diferenças sociais intransponíveis inven-tadas por humanos e impostas pelos mesmos através da força bruta, tudo fantasiado de or-dem sacra. Um dia, já homem feito, largou a escola, ganhou o mundo. Precisava mostrar o outro lado da moeda: o amor em lugar do ódio, o perdão sem vingança. Logo, formou um gru-po que comungava ideias iguais. Conheciam o risco que corriam pregando a boa nova, mas não se intimidaram, seguiram em frente. Maria, mãe de Jesus, apa-vorada, via o filho, já uma vez jurado de morte pelo rei Hero-des quando era pequenino, ir de encontro à tragédia sem vacilar, obedecendo a própria razão. Os dominadores na época, romanos orgulhosos, não enxergavam pe-rigo nas propostas do Nazareno, mas os judeus sim. Aquele ho-mem estava invertendo os valo-res estabelecidos desde sempre, poderia provocar uma revolta da ralé faminta e desesperada contra os ricos, meio donos do poder na sombra dos invasores. Jesus Cristo virou ameaça séria com a afirmação de todos serem iguais, merecedores de idênticas oportunidades; ninguém nascia escravo etc.

Novamente jurado de morte, agora com mais motivos aos olhos dos conterrâneos, passou

Jesus Cristoa ser procurado, perseguido, caçado feito um criminoso. Mesmo ass im, cont inuou pregando a igualdade entre os homens, o amor ao próximo, a tolerância, o perdão. Viveu três anos se escondendo junto com os doze companheiros voltados para a causa da salvação, indiferentes ao preço a ser pago por esta decisão. No meio deles, Judas, fanático político-religioso, ex-cria de sinagogas, dominado pela vontade única de ver seu povo livre do tacão romano, engendrou em sua cabeça a certeza de que o Mestre seria capaz de enfrentar sozinho o exército inimigo e vencer, libertando todos daquele jugo humilhante e assassino. Não vacilou em delatar aos inimigos o lugar do esconderijo. Jesus Cristo intuiu que o fim havia chegado. Não se amedrontou nem tentou fugir. Esperou os fatos acontecerem. Na última reunião com o grupo, ordenou aos amigos para espalharem pelo mundo inteiro a doutrina aprendida. Quando através de um beijo dado por Judas foi preso e levado a julgamento, não ofereceu resistência alguma. Condenado, subiu ao Monte Calvário, carregando a cruz na qual foi pregado, sendo erguida entre as de dois ladrões. Suportando dores violentas, agarrou-se à esperança que aquilo logo terminaria, o corpo humano tinha limites e ele não era diferente neste aspecto. Devagar foi perdendo a consciência sendo seu derradeiro pensamento perdoar os que o haviam conduzido até ali, inclusive Judas. Não sabiam de nada, nem o que estavam fazendo, nem quem ELE era.

P.S.: Jesus Cristo, também conhecido como o Nazareno, por ter vivido um tempo em Nazaré, na Judéia.

// Texto Odette Mutto - Cirurgiã-

Dentista associada da APCD

Regional Pinheiros //

CRONICA

Novembro 2012 // APCD Jornal 37

Aprendemos desde muito cedo um ditado que diz que “é melhor ser pobre e ter saúde do que ser rico sem saú-de”. Contradizendo o que diz este velho ditado, a pobreza não é a garantia de ter uma vida saudável e, tão pouco, a riqueza é a sentença para uma vida desperdiçada em enfermarias ou condenada a mazelas biológicas.

Esta frase nada mais é que um consolo, uma com-pensação para quem continuamente se frustra por não conseguir alcançar a realização de seus sonhos. O mais cruel nisto tudo é que recebemos este consolo das pes-soas que mais nos amam e têm responsabilidade sobre nossa formação: nossos pais, avós, educadores etc. Eles não nos dizem isso por maldade, mas, sim, por já sa-berem que a vida impõe limites e que, muitas vezes, devemos nos acalmar frente às dificuldades, pois, so-mente com calma, conseguiremos superar os revezes e os limites que nos são impostos.

Frases como esta eu prefiro designar de crenças limi-tadoras. Uma crença limitante pode atuar em toda nossa vida, atrasando seu curso contra nosso desejo e, ao invés de servir como um calmante ou um consolo, servirão para aumentar nossas frustrações, atuando contra nossos de-sejos, promovendo uma autossabotagem, pois passamos a incorporar a crença em nosso conjunto de valores, em nossas verdades conscientes ou não.

Veja como funciona: se te ofereço duas alterna-tivas, a primeira é ter saúde, mas ser pobre, e a outra, ter dinheiro, mas viver internado. Qual você escolheria? Obviamente sabemos que o dinheiro compra o atendi-mento médico de qualidade, mas não a saúde, e sabe-mos também que com saúde o pobre poderá viver mui-to mais plenamente que o rico em um leito de hospital, portanto, a vida do pobre saudável é melhor que a do rico enfermo. A escolha é fácil.

No entanto, a vida não tem somente duas alter-nativas como sugere a crença limitadora. A vida tem tantas alternativas quantas sua mente quiser produzir.

Plano econômicovalores e dinheiro – Crenças limitadoras

E eu sugiro que, dentre muitas opções, você escolha a alternativa que a crença limitadora e seus criadores querem ocultar. Neste caso, ser rico e saudável.

Ou seja, não é melhor ser pobre com saúde; esta si-tuação é somente menos ruim. O melhor, de fato, é ser muito rico, com muita saúde e existem alternativas ain-da melhores que esta.

Muitas outras crenças limitantes sobre a forma-ção de patrimônio volumoso e acúmulo de dinheiro e riqueza existem desde sempre e no dia a dia variações do tema são reinventados. Frases como o sujeito é “podre de rico” reforçam a união do ruim (podre) com a riqueza material. Quem quer ser podre?

Uma das crenças limitadoras que julgo das mais hila-riantes é “dita” pelos adesivos de carros: “é velho, mas está pago”. Obviamente que é melhor ter um carro pago, que

te leve e traga dos diferentes destinos, do que um carro luxuoso, que deixe seu dono atolado em dívidas - perceba aí a semelhança do pobre com saúde. Ora, o melhor mes-mo é ter carro zero quilômetro e sem dívidas.

Não se limite acreditando que acumulação de pa-trimônio não é riqueza. O equilíbrio reside nos diversos níveis patrimoniais e, principalmente, em você e em seu caráter firme e personalidade segura de si. Receber salá-rio mínimo e ter equilíbrio financeiro é louvável, mas isso não te livrará dos limites apertados da falta de renda. O melhor mesmo é ter renda de R$ 50 mil, R$ 100 mil (ou quanto você sonhar) e não ter aperto algum na vida.

// Texto Mauro Calil - Palestrante, educador financeiro, fundador da

Academia do Dinheiro, e autor dos livros “Separe uma verba para ser

feliz” e “A receita do bolo” – www.calilecalil.com.br //

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APCD Jornal // Novembro 201238

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