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Projeto de Norma Portuguesa prNP 4522 2013 Norma para Organizações Familiarmente Responsáveis Norme de la Responsabilité Familiale des Organisations Family Responsible Organisations Standard ICS 03.100 CORRESPONDÊNCIA APROVAÇÃO 2013-11-22 INQUÉRITO PÚBLICO Este projeto de Norma está sujeito a inquérito público durante o prazo de 45 dias conforme indicado na publicação do Instituto Português da Qualidade “Lista Mensal Projetos de Normas”. Eventuais críticas ou sugestões devem ser enviadas ao Instituto Português da Qualidade, Departamento de Normalização ELABORAÇÃO CT 179 (APEE) EDIÇÃO novembro de 2013 CÓDIGO DE PREÇO X011 IPQ reprodução proibida Instituto Português da ualidade Rua António Gião, 2 2829-513 CAPARICA PORTUGAL Tel. + 351-212 948 100 Fax + 351-212 948 101 E-mail: [email protected] Internet: www.ipq.pt

NP 4522-2013

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Organizações Familiares

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  • Projeto de Norma Portuguesa

    prNP 4522 2013

    Norma para Organizaes Familiarmente Responsveis

    Norme de la Responsabilit Familiale des Organisations

    Family Responsible Organisations Standard

    ICS 03.100 CORRESPONDNCIA

    APROVAO 2013-11-22 INQURITO PBLICO Este projeto de Norma est sujeito a inqurito pblico durante o prazo de 45 dias conforme indicado na publicao do Instituto Portugus da Qualidade Lista Mensal Projetos de Normas. Eventuais crticas ou sugestes devem ser enviadas ao Instituto Portugus da Qualidade, Departamento de Normalizao ELABORAO CT 179 (APEE) EDIO novembro de 2013 CDIGO DE PREO X011

    IPQ reproduo proibida

    Instituto Portugus da ualidade Rua Antnio Gio, 2 2829-513 CAPARICA PORTUGAL

    Tel. + 351-212 948 100 Fax + 351-212 948 101 E-mail: [email protected] Internet: www.ipq.pt

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    Sumrio Pgina Prembulo ................................................................................................................................................. 4

    0 Introduo .............................................................................................................................................. 5

    0.1 Responsabilidade familiar das organizaes ........................................................................................ 5

    0.2 Enquadramento da responsabilidade familiar nos instrumentos de direito internacional, da Unio Europeia e no direito nacional .................................................................................................................... 6

    0.3 Polticas Pblicas em matria de conciliao entre a atividade profissional, familiar e pessoal .......... 11

    0.4 Enquadramento no mbito das normas europeias e internacionais de responsabilidade social ........... 12

    1 Objetivo e campo de aplicao ............................................................................................................. 13

    2 Referncias ............................................................................................................................................. 13

    3 Termos e definies ............................................................................................................................... 13

    4 Smbolos e Abreviaturas ....................................................................................................................... 22

    5 Princpios e valores das organizaes familiarmente responsveis .................................................. 23

    5.1 Princpios e valores .............................................................................................................................. 23

    5.2 Implementao dos princpios e valores ............................................................................................... 24

    5.3 Compromissos da gesto de topo ......................................................................................................... 24

    6 Como integrar a responsabilidade familiar na organizao ............................................................. 25

    6.1 Partes interessadas ................................................................................................................................ 25

    6.2 Identificao das necessidades em matria de responsabilidade familiar (Diagnstico) ..................... 26

    6.3 Poltica de responsabilidade familiar (formal ou informal) .................................................................. 26

    6.4 Planeamento ......................................................................................................................................... 26

    6.5 Comunicao ........................................................................................................................................ 27

    6.6 Implementao ..................................................................................................................................... 27

    6.7 Informao, sensibilizao e/ou formao ........................................................................................... 27

    6.8 Documentao ...................................................................................................................................... 28

    6.9 Monitorizao e Avaliao ................................................................................................................... 28

    6.10 Reviso e melhoria ............................................................................................................................. 29

    Anexo A (Informativo) Linhas de orientao sobre aspetos da responsabilidade familiar a considerar no mbito da presente Norma .............................................................................................. 30

    Anexo B (Informativo) Questionrio de autoavaliao das polticas e prticas de responsabilidade familiar ...................................................................................................................................................... 32

    Anexo C (Informativo) Boas Prticas de Organizaes Familiarmente Responsveis ...................... 37

    Bibliografia ............................................................................................................................................... 41

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    Prembulo A presente Norma foi elaborada pela Comisso Tcnica de Normalizao CT 179 Organizaes Familiarmente Responsveis, cujo secretariado assegurado pela Associao Portuguesa de tica Empresarial (ONS/APEE).

    Esta Norma foi desenvolvida para dar resposta necessidade sentida pelas organizaes de disporem de um instrumento orientador de polticas e prticas familiarmente responsveis.

    A aplicao prtica deste documento no dispensa as organizaes do cumprimento das obrigaes legais, regulamentares e convencionais, bem como do respeito pelos princpios e valores que subscrevam.

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    0 Introduo

    0.1 Responsabilidade familiar das organizaes

    A conciliao entre a vida profissional, familiar e pessoal tem vindo a constituir cada vez mais uma preocupao das organizaes, na medida em que gera impactes positivos e negativos no s na sua prpria atividade e das pessoas que nelas se integram, mas tambm nas famlias e na sociedade em geral. No que concerne sociedade, estes impactes so visveis, designadamente, na composio da populao e nos seus nveis de bem-estar, mas tambm no grau de desenvolvimento econmico, ambiental e cultural.

    No que respeita aos impactes positivos, as organizaes familiarmente responsveis contribuem para a qualidade de vida no trabalho e o bem-estar das famlias, mediante a criao de emprego, riqueza e fornecimento de bens e servios, para alm de favorecerem o desenvolvimento profissional e pessoal de trabalhadores e trabalhadoras nelas inseridos. Por todas estas razes, no de admirar que as famlias tenham vindo a assumir um papel mais ativo nas organizaes, constituindo-se, em muitos casos, como verdadeiras partes interessadas.

    Quanto aos impactes negativos, so notrios no desequilbrio entre a vida profissional e familiar, com consequncias na educao das geraes futuras, designadamente, na negligncia e abandono de crianas, dependentes e pessoas idosas. Tais impactes repercutem-se igualmente nas baixas taxas de natalidade, na desigualdade de gnero, no subaproveitamento de qualificaes e competncias, sobretudo de mulheres, no absentismo, na baixa produtividade, no desemprego, na diminuio da qualidade de vida e no agravamento da pobreza e da excluso social.

    A relevncia das consequncias negativas atrs referidas nas pessoas, nas famlias e na sociedade est na origem da adoo pelos Estados, pela comunidade internacional e pela Unio Europeia de polticas de conciliao trabalho/famlia, traduzidas em muitos casos em leis, convenes e diretivas, e tem levado os parceiros sociais a considerarem esta matria nas negociaes a todos os nveis, de que so exemplo as convenes coletivas. Estas leis e convenes coletivas so obrigatrias para as organizaes abrangidas.

    Saliente-se que algumas organizaes tm procurado ir mais alm daquilo a que se encontram obrigadas, por motivaes no s de tica empresarial e responsabilidade social, mas tambm pela presso de trabalhadores e trabalhadoras, das famlias, dos consumidores e da opinio pblica em geral. Por outro lado, a experincia tem demonstrado que a adoo de polticas familiarmente responsveis contribui para o aumento da competitividade e sustentabilidade das empresas, atravs da fidelizao de trabalhadores e trabalhadoras, do aumento da sua motivao e do desenvolvimento das suas competncias. Assim, encontram-se tambm fundamentos econmicos na adoo de polticas e prticas de responsabilidade familiar por parte das organizaes. Acresce que estas polticas e prticas, como j foi referido, mas deve ser reforado, contribuem para uma maior igualdade de gnero, favorecem a empregabilidade das mulheres, evitam o desperdcio de recursos humanos e de competncias e so um fator de estabilidade social.

    Face ao que antecede, impe-se a elaborao de uma Norma capaz de fornecer s organizaes, independentemente da sua natureza, dimenso ou rea em que desenvolvam a sua atividade, orientaes no sentido de as ajudar a definir, implementar e avaliar a eficcia das suas polticas e prticas, de modo a que possam assumir-se como Organizaes Familiarmente Responsveis (OFR). a este imperativo que a presente Norma pretende dar resposta. As recomendaes e orientaes desta Norma so perfeitamente enquadrveis num Sistema de Gesto da Responsabilidade Social, tal como definido na NP 4469-1:2008 - Sistema de Gesto da Responsabilidade Social Parte 1: Requisitos e linhas de orientao para a sua utilizao. A Responsabilidade Social exige uma abordagem universal, ou seja em caso algum poder ser considerada familiarmente responsvel um organizao que no atue eficazmente noutros domnios da Responsabilidade Social relevantes na sua atividade.

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    0.2 Enquadramento da responsabilidade familiar nos instrumentos de direito internacional, da Unio Europeia e no direito nacional

    0.2.1 Direito internacional e da Unio Europeia

    A consagrao do direito conciliao entre a vida profissional e familiar, como um direito fundamental de homens e mulheres, autnomo do direito igualdade de gnero na famlia e no trabalho - ainda que com este intimamente relacionado - relativamente recente. Efetivamente, a Declarao Universal dos Direitos Humanos (1948), que a matriz dos direitos fundamentais, no o consagra, muito embora este direito decorra do princpio da igualdade entre homens e mulheres, reconhecido na Carta das Naes Unidas, da qual a Declarao emana. O mesmo se verifica com os dois Pactos das Naes Unidas, respetivamente sobre direitos civis e polticos (1966) e direitos econmicos, sociais e culturais (1966).

    O primeiro instrumento a nvel das Naes Unidas a considerar que a educao das crianas exige a partilha de responsabilidades entre homens, mulheres e a sociedade em geral foi a Conveno sobre a Eliminao de todas as Formas de Discriminao contra as Mulheres (1979).*) Nesta Conveno os Estados Membros comprometem-se a encorajar a disponibilizao de servios sociais de apoio para permitir aos pais conciliar as obrigaes familiares com as responsabilidades profissionais e a participao na vida pblica, em particular favorecendo o estabelecimento e o desenvolvimento de uma rede de infantrios.

    Apesar deste avano, foi a Organizao Internacional do Trabalho (OIT) que, na Conveno n. 156**) e na Recomendao n 165(1981), pela primeira vez, estabeleceu um conjunto de normas destinadas a proibir qualquer forma de discriminao entre os trabalhadores de ambos os sexos com responsabilidades familiares e os outros trabalhadores e a assegurar queles trabalhadores uma efetiva igualdade de oportunidades e de tratamento no emprego e na vida profissional. De salientar que a Conveno define trabalhadores com responsabilidades familiares como aqueles, de ambos os sexos, com responsabilidades para com os seus filhos a cargo ou para com outros membros da sua famlia direta que tenham necessidade manifesta dos seus cuidados ou do seu amparo, quando essas responsabilidades limitem as suas possibilidades de se prepararem para a atividade econmica, de acederem a ela, de nela participarem e progredirem. A Conveno alarga, assim, o mbito do conceito de responsabilidades familiares a outros membros da famlia para alm dos filhos e aplica-o a todo o tipo de atividade profissional e no apenas ao trabalho subordinado.

    A Conveno n. 156 teve forte influncia na regulamentao internacional que posteriormente regulou esta matria, como o caso da Carta Social Europeia revista, do Conselho da Europa (1996)***) que, contrariamente Carta Social Europeia de 1961, passou a consagrar o Direito dos trabalhadores com responsabilidades familiares igualdade de oportunidades e de tratamento. Outra das fontes da Carta Social Europeia revista neste domnio foi o Acordo Quadro, celebrado em 1995, entre as organizaes europeias interprofissionais (CES, CEEP e UNICE), sobre licena parental que, no ano seguinte, viria a ser aplicado aos Estados Membros da Unio Europeia ****).

    Esta Diretiva foi o primeiro instrumento comunitrio obrigatrio****) a consagrar prescries mnimas para facilitar a conciliao das responsabilidades profissionais e familiares dos trabalhadores com filhos.

    *) Aprovada para ratificao pela Lei n. 23/80, de 26 de julho, Prembulo e artigo 5 b). **) Aprovada pera ratificao pelo Decreto-Lei n 66/84 de 11 de outubro. ***) Aprovada para ratificao pelo Decreto do Presidente da Repblica n. 54-A/2001, de 17 de outubro. ****) atravs da Diretiva do Conselho 96/34/CE.

    ****) A Carta Comunitria dos Direitos Sociais Fundamentais dos Trabalhadores (1989) j reconhecia, no ponto 16, a necessidade de desenvolver medidas que permitissem aos homens e s mulheres conciliar as suas obrigaes profissionais e familiares.

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    Houve um importante avano*), em particular

    No reconhecimento aos trabalhadores de ambos os sexos de um direito individual licena parental, com fundamento no nascimento ou na adoo de uma criana, para dela poderem cuidar durante pelo menos trs meses at uma determinada idade, que poder ir at aos oito anos de idade, a definir pelos estados Membros e/ou pelos parceiros sociais. A licena parental deve, em princpio, ser concedida numa base no transfervel, a fim de promover a igualdade de oportunidades e de tratamento entre homens e mulheres, e, de acordo com as regras de execuo fixadas na lei ou em convenes coletivas, pode ser gozada a tempo inteiro, a tempo parcial, de modo fragmentado ou sob forma de um crdito de tempo.

    Na proteo contra o despedimento com fundamento no pedido ou no exerccio do direito licena parental e, no termo da licena, do reconhecimento do direito do trabalhador ou da trabalhadora a ser reintegrado no seu posto de trabalho ou, em caso de impossibilidade, num trabalho equivalente ou similar.

    No direito a ausentar-se do trabalho por motivo de fora maior associado a razes familiares urgentes, em caso de doena ou acidente que torne indispensvel a presena imediata do trabalhador.

    A adoo desta Diretiva, referida em rodap, est na origem de vrias Decises do Tribunal de Justia, que tm vindo a precisar os direitos nela consagrados.

    O Acordo Quadro, acolhido pelas Diretivas**), celebrado entre a Business Europe***), a UEAPME, a CEEP, a CES e o comit de ligao Eurocadres/CEC.

    Modificaes relevantes em relao Diretiva anterior:

    O alargamento do mbito de aplicao aos trabalhadores, de ambos os sexos, no s com um contrato de trabalho, mas tambm com uma relao de trabalho, bem como aos trabalhadores a tempo parcial, aos trabalhadores contratados a termo ou s pessoas com um contrato ou relao de trabalho com uma empresa de trabalho temporrio;

    Para o perodo de trabalho e/ou antiguidade, de que eventualmente se faa depender o acesso licena parental, que, tal como na diretiva anterior, no pode ser superior a um ano, contam os sucessivos contratos a termo celebrados com o mesmo empregador;

    Para alm da proteo contra o despedimento, assegurada a proteo contra qualquer tratamento menos favorvel com fundamento no pedido ou no exerccio do direito licena parental;

    As condies de acesso e as modalidades de aplicao da licena parental devero ser adaptadas s necessidades dos trabalhadores com filhos portadores de deficincia ou com doena prolongada.

    *) Constitudo pela Diretiva 96/34/CE. **) A Diretiva 96/34/CE foi substituda pela Diretiva 2010/18/EU do Conselho, de 8 de maro, que, tal como a anterior, A sua transposio para o direito interno dos Estados Membros dever ter ocorrido at 8 de maro de 2012. ***) Atual designao da UNICE.

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    Outro avano de relevncia nesta matria foi o reconhecimento pelo Tratado da Unio Europeia da Carta dos Direitos Fundamentais da Unio*), com o mesmo valor jurdico dos Tratados**). A Carta consagra um direito fundamental vida familiar e profissional segundo o qual 1. assegurada a proteo da famlia nos planos jurdico, econmico e social, e 2. A fim de poderem conciliar a vida familiar e a vida profissional, todas as pessoas tm direito proteo contra o despedimento por motivos ligados maternidade, bem como a uma licena de maternidade paga e a uma licena parental pelo nascimento ou adoo de uma criana.

    Os instrumentos de direito internacional e da Unio Europeia citados so obrigatrios para as organizaes***), pelo que devero ser tidos em considerao na definio das suas polticas e prticas.

    0.2.2 Direito Nacional

    0.2.2.1 Constituio da Repblica

    A conciliao da atividade profissional com a vida familiar e pessoal encontra-se implcita e explicitamente reconhecida em vrias disposies constitucionais sobre Direitos, Liberdades e Garantias (Ttulo II) e sobre Direitos e Deveres Econmicos, Sociais e Culturais (Ttulo III).

    Este reconhecimento surge, desde logo, como decorrente do direito de todas as pessoas ao desenvolvimento da sua personalidade (n.1 do artigo 26.), que uma imanao do princpio fundamental da dignidade da pessoa humana sobre o qual se baseia a Repblica Portuguesa (artigo 1).

    No mbito da regulao especfica dos direitos fundamentais dos trabalhadores, a interligao do princpio da dignidade da pessoa humana com os outros direitos fundamentais est refletida, nomeadamente nas alneas b), c) e d), do n.1 do artigo 59 da Constituio.

    Concretamente, no que respeita conciliao, a alnea b) do n. 1 do artigo 59, consagra o direito de todos os trabalhadores organizao do trabalho em condies socialmente dignificantes, de forma a facultar a realizao pessoal e a permitir a conciliao da atividade profissional com a vida familiar e pessoal.

    Por outro lado, o artigo 68 estabelece a proteo da maternidade e da paternidade pelo Estado, que considera valores sociais eminentes. No que se refere gravidez, no n.3 do mesmo artigo, prevista uma especial proteo s mulheres grvidas antes e depois do parto, tendo as mulheres trabalhadoras ainda o direito a uma dispensa de trabalho por perodo adequado, sem perda de retribuio ou de quaisquer regalias. Por sua vez, o n.4 estabelece que a lei regula a atribuio s mes e aos pais de direitos de dispensa de trabalho por perodo adequado, de acordo com os interesses da criana e as necessidades do agregado familiar.

    No que concerne famlia, a Constituio, no artigo 67, considera-a como elemento fundamental da sociedade e reconhece-lhe um direito proteo da sociedade e do Estado e efetivao de todas as condies que permitam a realizao pessoal dos seus membros. Deste direito proteo resultam incumbncias para o Estado, designadamente, a de Promover a criao e garantir o acesso a uma rede nacional de creches e de outros equipamentos sociais de apoio famlia, bem como uma poltica de terceira idade e a de Promover, atravs da concertao das vrias polticas sectoriais, a conciliao da atividade profissional com a vida familiar (artigo 67 n. 2, b) e h)).

    *) De 7 de dezembro de 2000, com as adaptaes que lhe foram introduzidas em 12 de dezembro de 2007. Verso consolidada 2010/C 83/02. **) Tratado da Unio Europeia, Artigo 6 n.1. ***) Constituio da Repblica Portuguesa, artigo 8.

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    Em sntese, pode-se dizer que a Constituio contm referncias explcitas conciliao entre vida profissional e vida familiar e tambm pessoal, na alnea b) do n.1 do artigo 59 e na alnea h) do n.2 do artigo 67*), ambos com crculos distintos mas conexos, a primeira como uma concretizao do princpio da dignidade no trabalho e a segunda como garante da no discriminao de quem opta por constituir famlia, seja esta de que tipo for.

    A proteo constitucional do direito conciliao entre vida profissional e vida familiar e tambm pessoal no pode, no entanto, ser considerada desligada do direito igualdade e no discriminao, que constitui um dos princpios fundamentais sobre que assenta toda a arquitetura da Constituio.

    De acordo com o artigo 13, 1.Todos os cidados tm a mesma dignidade social e so iguais perante a lei e 2. Ningum pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razo de ascendncia, sexo, raa, lngua, territrio de origem, religio, convices polticas ou ideolgicas, instruo, situao econmica, condio social ou orientao sexual.

    Nesta ltima disposio, unanimemente considerada como meramente exemplificativa dos fatores de discriminao, assume particular importncia a no discriminao com base no sexo. Efetivamente, sendo a discriminao entre mulheres e homens no trabalho e na famlia um dos maiores obstculos conciliao de uns e outras, fundamental salientar que a igualdade entre homens e mulheres diretamente aplicvel e vincula as entidades pblicas e privadas.

    0.2.2.2 Cdigo do Trabalho

    Algumas das solues preconizadas pelo Cdigo do Trabalho, alterado em 2009 e 2012**), prenderam-se com a necessidade de intervir no sentido da promoo da flexibilidade interna das empresas, da conciliao da vida profissional com a vida familiar e pessoal e da igualdade de gnero, demonstrativas da inteno do legislador de contribuir para a formao de um novo paradigma.

    Efetivamente, a reviso da legislao laboral, ocorrida em 2009, enquadrou-se numa estratgia de reforma ampla, que previa a criao de instrumentos que se pretendiam efetivos para o crescimento econmico, para a melhoria da competitividade empresarial, para o aumento da produtividade, para a melhoria da empregabilidade dos cidados e da qualidade do emprego, tendo por princpio que a promoo da igualdade no trabalho e no emprego e, como tal, a conciliao entre vida profissional e familiar, so fatores a no menosprezar nesta estratgia.

    Por essa razo, a garantia da igualdade de gnero, da promoo da parentalidade e da conciliao entre a vida profissional, familiar e pessoal, surge de forma transversal em vrios captulos do Cdigo do Trabalho, numa perspetiva de fomento da adaptabilidade e de facilitao da conciliao entre a vida profissional e a vida pessoal e familiar dos trabalhadores e trabalhadoras. Assim, foi significativamente alterado o regime de proteo da maternidade e da paternidade, a que se passou a designar parentalidade, sublinhando o pendor de partilha, concretizando-se mecanismos de facilitao da conciliao da vida familiar com a vida profissional, numa lgica de igualdade de oportunidades entre homens e mulheres, no apenas no que respeita ao emprego e s condies de trabalho, mas tambm e, neste ponto com carcter particularmente inovador, no quadro do exerccio dos direitos da parentalidade.

    *) Introduzidos, respetivamente, em sede de reviso constitucional, em 1997 (Lei Constitucional n. 1/1997, de 20 de setembro) e em 2004 (Lei Constitucional n. 1/2004, de 24 de julho). **) Lei n7/2009, de 12 de fevereiro, e Lei n23/2012, de 26 de junho. A alterao produzida por esta ltima Lei no se reporta s matrias nem da igualdade e no discriminao (art. 23 a 32), nem proteo da parentalidade (art. 33 a 65).

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    So de salientar no regime da parentalidade, algumas regras que visam a conciliao entre trabalho e as responsabilidades familiares:

    as licenas de maternidade, de paternidade e parental passam a subsumir-se no conceito nico de licena parental. A licena parental correspondente s anteriores licenas de maternidade e de paternidade passa a designar-se licena parental inicial (artigo 40). Esta licena contm uma parte que de gozo obrigatrio e exclusivo pela me (seis semanas a seguir ao parto) e pelo pai (10 dias teis, seguidos ou interpolados, nos 30 dias seguintes ao nascimento da criana, cinco dos quais gozados de modo consecutivo imediatamente a seguir a este) (artigo 41 e 43 respetivamente);

    o direito ao gozo da licena parental inicial, de 120 ou 150 dias, na parte no exclusiva de cada um dos progenitores, passa a ser de ambos, que, conjuntamente, decidem o modo como a vo partilhar. No caso de cada um dos progenitores gozar, em exclusivo, um perodo de 30 dias consecutivos, ou dois perodos de 15 dias consecutivos, aps o perodo de gozo obrigatrio da me, a durao da licena parental inicial acrescida em 30 dias. (artigo 40 n. 2);

    criao da figura da licena parental alargada, em que qualquer um dos progenitores pode gozar mais 3 meses de licena, num total de seis, subsidiado pela segurana social no correspondente a 25 % da remunerao de referncia, o que permite na prtica que ambos os progenitores, em conjunto, garantam a permanncia continua com a criana, nos seus 12 primeiros meses de vida (artigo 51);

    reforo dos direitos do pai trabalhador, quer pelo aumento do perodo de gozo obrigatrio de licena inicial aps o nascimento do filho, de cinco para 10 dias teis, sendo que cinco devem ser gozados imediatamente a seguir ao nascimento do filho, quer pela concesso de licena de gozo facultativo de 10 dias teis, seguidos ou interpolados, em simultneo com o gozo de licena pela me (artigo 43);

    a licena por adoo passa a beneficiar do mesmo perodo de durao da licena parental (artigo 45); concesso ao pai, enquanto direito prprio, a trs dispensas ao trabalho para acompanhar a me a

    consultas pr-natais (n. 5 do artigo 46);

    concesso aos avs, designadamente, do direito a faltar ao trabalho para assistncia inadivel e imprescindvel a criana menor de 12 anos ou com deficincia ou doena crnica, em substituio dos pais quando estes no faltem pelo mesmo motivo ou estejam impossibilitados de prestar a assistncia devida (artigo 50);

    o empregador passa a ter expressamente o dever de proporcionar aos trabalhadores e s trabalhadoras as condies de trabalho que favoream a conciliao da atividade profissional com a vida familiar e pessoal (n. 3 do artigo 127);

    qualificao como falta justificada a motivada por deslocao a estabelecimento de ensino de responsvel pela educao de menor por motivo da situao educativa deste, pelo tempo estritamente necessrio, at quatro horas por trimestre, por cada filho (alnea f) do n. 2 do artigo 249);

    consagrao do direito de o trabalhador faltar ao trabalho at 15 dias por ano para prestar assistncia inadivel e imprescindvel, em caso de doena ou acidente, para alm do cnjuge ou pessoa que viva em unio de facto ou economia comum com o trabalhador, tambm a parente ou afim na linha reta ascendente, no se exigindo a pertena ao mesmo agregado familiar, ou no 2 grau da linha colateral (n. 2 do artigo 49);

    reconhecimento, em determinadas condies, do direito do/a trabalhador/a com filho/a menor de 12 anos ou com deficincia ou doena crnica a trabalhar a tempo parcial ou em horrio flexvel, durante um perodo que pode ir at 2 ou 3 anos, no caso de terceiro filho/a ou mais, ou at 4 anos, no caso de filho/filha com deficincia ou doena crnica, exceto quando a entidade empregadora provar que tal implica prejuzos srios para a atividade da organizao (artigos 55, 56 e 57).

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    De salientar que algumas das normas relativas s matrias elencadas podem ainda ser alteradas por Instrumento de Regulamentao Coletiva de Trabalho em sentido mais favorvel ao trabalhador e trabalhadora (artigo 3, n. 1 e n. 3, al. a); b); g) e h)), e que outras matrias, como o banco de horas, a adaptabilidade do perodo normal de trabalho e certas formas de organizao do tempo de trabalho, podem ser modificadas por negociao coletiva ou, em determinados casos, por acordo individual (ver artigos 208, 204 a 207, 209 a 211 e n. 2 do artigo 213). De referir ainda que o Cdigo do Trabalho estabelece que as Convenes Coletivas de Trabalho devem regular medidas que visem a efetiva aplicao do princpio da igualdade e no discriminao (artigo 492, n. 2, al. d)).

    Para alm das matrias mencionadas, o Cdigo do Trabalho regula ainda os outros direitos, em particular diretamente relacionados com a maternidade, que se incluem igualmente no conceito de conciliao da atividade profissional com a vida familiar, como o caso, por exemplo, da licena em situao de risco clnico durante a gravidez (artigo 37), das dispensas para amamentao ou aleitao (artigos 47 e 48), da dispensa de algumas formas de organizao do tempo de trabalho (artigo 58) e de prestao de trabalho no perodo noturno (artigo 60), que se encontram explicitadas em Termos e Definies.

    0.2.3 Segurana Social

    A segurana social no mbito do sistema previdencial reconhece o direito aos subsdios previstos no regime de proteo na parentalidade, desde que os trabalhadores e as trabalhadoras gozem as respetivas licenas, faltas ou dispensas previstas e reguladas no Cdigo do Trabalho.

    Os subsdios parentais nas suas diferentes modalidades destinam-se a substituir os rendimentos de trabalho perdidos durante o perodo de licena.

    0.3 Polticas Pblicas em matria de conciliao entre a atividade profissional, familiar e pessoal

    A conciliao da vida profissional, familiar e pessoal uma das prioridades estabelecidas, desde 2006, pela Comisso Europeia no mbito da igualdade entre homens e mulheres. Para atingir este fim, a Comisso definiu trs reas de interveno prioritria:

    flexibilidade na organizao do tempo de trabalho para homens e mulheres (horrios flexveis, teletrabalho, licenas sabticas e para prestao de cuidados a familiares; contabilizao do tempo da prestao e apoio insero profissional aps perodos de licena ou de trabalho a tempo parcial para prestao de cuidados a menores e a pessoas com dependncia), sem consequncias penalizantes para os trabalhadores e trabalhadoras;

    aumento do nmero das estruturas de cuidados (na tica da oferta e da qualidade dos servios); melhores polticas de conciliao que beneficiem tanto os homens como as mulheres; incentivo a uma maior participao do pai na vida familiar. Estas prioridades integram-se num conjunto de instrumentos (diretivas, recomendaes e resolues) e orientaes estratgicas que estabelecem normas e padres pelos quais os Estados se devem reger, destacando-se, nestas ltimas, a Estratgia de Lisboa (2000), o Roteiro para a Igualdade entre Homens e Mulheres (2006-2010), o Pacto Europeu para a Igualdade (2006) e a Estratgia Europeia 2020.

    A nvel nacional so diversos os esforos no sentido de dar cumprimento aos compromissos internacionais e europeus na promoo da conciliao entre a vida profissional, familiar e pessoal, traduzidos sobretudo nas polticas pblicas de igualdade de gnero, constantes, nomeadamente, do Plano Global para a Igualdade de Oportunidades (objetivo 4), do Plano para a uma Poltica Global de Famlia (ponto 4), do Plano Nacional de Emprego, 4 Pilar, do III-Plano Nacional para a Igualdade Cidadania e Gnero (rea 2.3.), do IV-Plano Nacional para a Igualdade, Gnero e no Discriminao (rea estratgica n. 2), do Plano de Emergncia

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    Social e, ainda, dos programas e aes financiados por fundos da Unio Europeia, designadamente o Fundo Social Europeu e do Quadro de Referncia Estratgico Nacional.

    Recomenda ao Governo que tome medidas de valorizao da famlia que facilitem a conciliao entre a vida familiar e a vida profissional.

    Nestas polticas merece particular destaque a Resoluo da Assembleia da Repblica n.116/2012, de 13 de julho, que recomenda ao Governo, designadamente, que considere o desempenho de uma profisso e a vida familiar como atividades no dicotmicas; que no mbito da promoo da conciliao entre vida profissional e familiar, incentive uma cultura de responsabilidade social das organizaes e divulgue as boas prticas neste domnio; que fomente disposies laborais flexveis; e que flexibilize os horrios dos equipamentos sociais de apoio.

    Estas polticas pblicas tm vindo a ter impacto ao nvel do desenvolvimento social e humano, tornando-se uma exigncia conciliar as diversas dimenses da vida para se atingir um verdadeiro equilbrio entre a atividade profissional e a vida familiar e pessoal. Pela sua globalidade, esta viso requer o envolvimento de vrias entidades: a administrao central e local, as empresas e entidades empregadoras, as organizaes da sociedade civil e as famlias.

    0.4 Enquadramento no mbito das normas europeias e internacionais de responsabilidade social

    A conciliao entre a vida profissional, familiar e pessoal reconhecida pelos trabalhadores e trabalhadoras como fundamental para a sua realizao.

    As organizaes, considerando que os seus trabalhadores e trabalhadoras so o seu ativo mais importante, comeam a entender que o problema da conciliao entre a vida profissional, familiar e pessoal tambm um problema da organizao, e que esta pode e deve atuar no sentido de flexibilizar e dar espao para que cada pessoa e famlia encontre o seu prprio equilbrio. Com base nesta constatao comeam a valorizar favoravelmente a adoo de polticas, prticas e medidas que a definam como uma organizao familiarmente responsvel.

    A conciliao entre a vida profissional, familiar e pessoal insere-se no tema mais vasto da Responsabilidade Social. No entanto, face inexistncia de uma norma europeia ou internacional que se dedique exclusivamente a esta matria, tomou-se a deciso de elaborar uma norma portuguesa que fornea linhas de orientao para que uma organizao se possa tornar familiarmente responsvel.

    A existncia de uma norma permite o estabelecimento de solues, por consenso das partes interessadas, para assuntos que tm carter repetitivo, tornando-se uma ferramenta importante na autodisciplina das organizaes, ao simplificar os assuntos e evidenciar, ao legislador, a necessidade de regulamentao especfica em matrias por ele no cobertas.

    Assim, uma norma neste domnio visa precisamente ajudar as organizaes a estabelecer polticas e prticas familiarmente responsveis, permitindo a cada organizao fazer uma autoavaliao da sua situao ao nvel da conciliao entre a vida profissional, familiar e pessoal dos seus trabalhadores e trabalhadoras; fornecer orientaes e recomendaes relacionadas com aspetos mais abrangentes em matria de conciliao; e constituir um modelo evolutivo e ajustvel que permita, a cada organizao, traar o seu prprio caminho e objetivos, adaptados s suas necessidades e das suas partes interessadas.

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    1 Objetivo e campo de aplicao A Norma tem como objetivo disponibilizar orientaes s organizaes que pretendam incorporar, implementar e disseminar polticas e prticas atravs de aes coerentes em matria de conciliao entre a vida profissional, familiar e pessoal, assim como avaliar a eficcia das polticas, procedimentos e prticas adotadas nesta matria.

    As orientaes desta Norma so genricas e aplicveis a todas as organizaes pblicas ou privadas, independentemente da sua dimenso ou atividade desenvolvida, que pretendam:

    a) identificar, estabelecer e implementar polticas e prticas de conciliao entre a vida profissional, familiar e pessoal;

    b) assegurar, avaliar, manter e/ou melhorar as polticas e prticas familiarmente responsveis que adotem.

    A aplicao desta Norma implica, designadamente:

    1. garantir o cumprimento das suas obrigaes legais, regulamentares e convencionais;

    2. efetuar o autodiagnstico da situao;

    3. assegurar a participao das partes interessadas, internas e externas;

    4. estabelecer, monitorizar e manter ou melhorar uma gesto familiarmente responsvel;

    5. avaliar as polticas e prticas adotadas, com recurso, sempre que possvel e/ou adequado, avaliao externa organizao.

    2 Referncias Os documentos a seguir referenciados so indispensveis aplicao deste documento. Para referncias datadas, apenas se aplica a edio citada. Para referncias no datadas, aplica-se a ltima edio do documento normativo referenciado (incluindo as emendas).

    Constituio da Repblica Portuguesa (CRP); Cdigo do Trabalho (CT) aprovado pela Lei n. 7/2009 de 12 de fevereiro e alterado nomeadamente pela

    Lei n. 23/2012 de 26 de junho;

    NP ISO 26000:2011 - Linhas de orientao da responsabilidade social; NP 4469-1:2008 - Sistema de gesto da responsabilidade social. Parte 1: Requisitos e linhas de orientao

    para a sua utilizao.

    3 Termos e definies Para os fins da presente Norma aplicam-se os seguintes termos e definies que tm como objetivo dar a conhecer os conceitos bsicos necessrios gesto de organizaes familiarmente responsveis. Estes incluem termos e definies com base na legislao existente ou em referenciais normativos em vigor e termos e definies correspondentes a boas prticas das organizaes, encontrando-se indicados por ordem alfabtica. Quando se trate de termos e definies com base na legislao existente ou em referenciais normativos, o diploma e o artigo ou o referencial normativo a que respeitem surgem citados.

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    3.1 adaptabilidade individual Forma de organizao do tempo de trabalho em que o perodo normal de trabalho definido, por acordo individual, em termos mdios, podendo este perodo ser reduzido ou aumentado at 2 horas dirias e no podendo ultrapassar 50 horas semanais.

    (Artigo 205 do CT)

    3.2 banco de horas Forma de organizao do tempo de trabalho, prevista em conveno coletiva, em que o perodo normal de trabalho pode ser aumentado at 4 horas dirias, podendo atingir 60 horas semanais, tendo o acrscimo por limite, em princpio, 200 horas anuais. O trabalho prestado em acrscimo compensado por via da reduo equivalente do tempo de trabalho, do aumento do perodo de frias, ou de pagamento em dinheiro. O perodo em que a reduo do tempo de trabalho para compensar trabalho prestado em acrscimo deve ter lugar, em princpio, por iniciativa do trabalhador ou da trabalhadora. A legislao existente prev igualmente o Banco de Horas Grupal.

    (Artigo 208 do CT, na alterao da Lei n. 23/2012, de 27 de junho).

    3.3 boas prticas Medidas e aes de natureza voluntria destinadas a favorecer a conciliao entre a vida profissional, familiar e pessoal de trabalhadores e de trabalhadoras, reconhecidas com base na experincia, que provaram ser bem-sucedidas, e que vo alm do cumprimento da legislao existente e dos instrumentos de regulamentao coletiva do trabalho.

    3.4 conciliao entre a vida profissional, familiar e pessoal Forma de organizao do trabalho que promova a satisfao das necessidades familiares e/ou pessoais do trabalhador ou trabalhadora, compatvel com uma participao equilibrada de homens e de mulheres na vida pblica e privada.

    (Artigo 59, n. 1, alnea b) da CRP)

    3.5 dilogo social Negociao, consulta ou simples troca de informaes entre representantes de governos, de empregadores e de trabalhadores sobre assuntos de interesse comum relacionados com a poltica econmica e social.

    (NP ISO 26 000:2011)

    3.6 dispensa para aleitao Dispensa a gozar pela me ou pelo pai em dois perodos dirios distintos, com a durao mxima de uma hora cada, salvo se outro regime for acordado com a entidade empregadora. Esta dispensa pode ser gozada at a criana perfazer um ano.

    (Artigo 47. do CT)

    3.7 dispensa para amamentao Dispensa a gozar pela me, em dois perodos dirios distintos, com a durao mxima de uma hora cada, salvo se outro regime for acordado com a entidade empregadora. Esta dispensa pode prolongar-se para alm do primeiro ano de vida da criana, enquanto durar a amamentao.

    (Artigo 47 do CT)

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    3.8 dispensa para consultas pr-natais e para a preparao para o parto Dispensa a que a trabalhadora grvida tem direito para consultas pr-natais, pelo tempo e nmero de vezes necessrios, desde que no seja possvel a sua realizao fora do horrio de trabalho. O pai tem direito a trs dispensas do trabalho para acompanhamento a consultas pr-natais.

    (Artigo 46 do CT)

    3.9 dispensa da prestao de trabalho em algumas formas de organizao do tempo de trabalho Dispensa da trabalhadora grvida, purpera ou lactante de prestar trabalho em horrio de trabalho em regime de adaptabilidade, banco de horas ou horrio concentrado. A referida dispensa aplica-se a qualquer dos progenitores em caso de aleitao, quando a prestao de trabalho nestes regimes afete a sua regularidade.

    (Artigo 58 do CT)

    3.10 dispensa da prestao de trabalho no perodo noturno Dispensa da prestao do trabalho entre as 20 horas de um dia e as 7 horas do dia seguinte, durante um perodo de 112 dias antes e depois do parto, dos quais pelo menos metade antes da data previsvel do mesmo, bem como durante o restante perodo da gravidez e durante todo o tempo que durar a amamentao, se tal for necessrio para a sade da me ou a criana.

    (Artigo 60 do CT)

    3.11 dispensa de prestao de trabalho suplementar Dispensa de prestao de trabalho suplementar de trabalhadora grvida, de trabalhador ou trabalhadora com filho ou filha de idade inferior a 12 meses, bem como de trabalhadora a amamentar para alm deste perodo.

    (Artigo 59 do CT)

    3.12 dispensas do trabalho para avaliao para adoo Direito dos trabalhadores e das trabalhadoras a trs dispensas para deslocao aos servios competentes. (Artigo 45 do CT)

    3.13 envolvimento das partes interessadas Atividade promovida para criar oportunidades de dilogo entre uma organizao e uma ou mais das partes interessadas com o objetivo de proporcionar uma base de informao para as decises da organizao.

    (NP ISO 26000:2011)

    3.14 esfera de influncia mbito/extenso das relaes polticas, contratuais, econmicas ou outras atravs das quais uma organizao tem capacidade para afetar as decises e atividades de indivduos ou organizaes.

    (NP ISO 26000:2011)

    3.15 equipa virtual Forma de organizao do trabalho em que trabalhadores ou trabalhadoras de uma mesma empresa ou de diferentes empresas trabalham em conjunto, no presencialmente, na elaborao de uma tarefa, a partir do respetivo local de trabalho.

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    3.16 faltas para acompanhamento da situao educativa O pai ou a me ou o encarregado de educao trabalhadores tm direito a faltar ao trabalho, at quatro horas, uma vez por trimestre, para se deslocar ao estabelecimento de ensino, tendo em vista inteirar-se da situao educativa de filho ou filha menor.

    (Artigo 249 do CT)

    3.17 faltas para assistncia a filho ou filha O pai ou a me trabalhadores tm direito a faltar ao trabalho, at 30 dias por ano ou durante todo o perodo de eventual hospitalizao, para assistncia inadivel e imprescindvel, em caso de doena ou acidente, a filho ou filha menor de 12 anos ou, independentemente da idade, a filho ou filha com deficincia ou doena crnica. Caso o filho ou filha tenha 12 ou mais anos de idade, ou caso seja maior de idade, desde que faa parte do agregado familiar, o direito a faltar at 15 dias por ano.

    (Artigo 49 do CT)

    3.18 faltas para assistncia a membro do agregado familiar O trabalhador ou a trabalhadora tem direito a faltar ao trabalho at 15 dias por ano para prestar assistncia inadivel e imprescindvel, em caso de doena ou acidente, a cnjuge ou pessoa com quem vive em unio de facto, parente ou afim na linha reta ascendente ou no segundo grau da linha colateral.

    (Artigo 252 do CT)

    3.19 faltas para assistncia a neto/a O trabalhador ou a trabalhadora tm direito a faltar ao trabalho, em substituio dos progenitores, para assistncia inadivel e imprescindvel, em caso de doena ou acidente, a neto/a menor ou, independentemente da idade, com deficincia ou doena crnica.

    (Artigo 50 do CT)

    3.20 faltas por nascimento de neto/a O trabalhador ou a trabalhadora ou ambos, no caso de partilha, tm direito a faltar ao trabalho at 30 dias consecutivos, a seguir ao nascimento de neto/a que consigo viva em comunho de mesa e habitao e que seja filho/a de adolescente com idade inferior a 16 anos.

    (Artigo 50 do CT)

    3.21 flexibilizao do horrio de trabalho Prtica que reconhece, formal ou informalmente, aos trabalhadores e s trabalhadoras a possibilidade de gerirem o horrio de entrada e de sada e os intervalos de descanso de acordo com as suas necessidades familiares ou pessoais, sem prejuzo do cumprimento dos seus deveres e responsabilidades profissionais.

    3.22 gesto de topo Pessoa ou grupo de pessoas que dirige e controla uma organizao ao mais alto nvel.

    (NP EN ISO 9000:2005)

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    3.23 grupo vulnervel Grupo de pessoas que partilham de uma ou vrias caractersticas que so causa de discriminao ou de circunstncias sociais, econmicas, culturais, polticas ou de sade desfavorveis, que fazem com que caream de meios para exercer os seus direitos ou de beneficiar de iguais oportunidades.

    (NP ISO 26000:2011)

    3.24 hora limite para incio e fim de reunies Prtica de estabelecimento de uma hora limite para o incio e o fim de reunies, de modo a garantir que estas no ultrapassem o horrio de trabalho dos seus intervenientes.

    3.25 horrio concentrado Horrio normal de trabalho semanal concentrado em alguns dias da semana, at ao mximo de 4 dias. O perodo normal de trabalho dirio no pode ser aumentado mais do que 4 horas.

    (Artigo 209 do CT)

    3.26 horrio fixo Horrio em que as horas de entrada, de sada e o intervalo de descanso so fixos.

    3.27 horrio de trabalho Determinao das horas de incio e termo do perodo normal de trabalho dirio e do intervalo de descanso, bem como do descanso semanal.

    (Artigo 200 do CT)

    3.28 horrio de trabalho flexvel Horrio em que o trabalhador e/ou a trabalhadora, com filho/a menor de 12 anos ou independentemente da idade com deficincia ou doena crnica, que com ele/a viva, pode escolher, dentro de certos limites, as horas de incio e termo do perodo normal de trabalho e de descanso dirios. O trabalhador e/ou a trabalhadora que trabalhe em regime de horrio flexvel pode efetuar at seis horas consecutivas de trabalho e at dez horas em cada dia e deve cumprir o correspondente perodo normal de trabalho semanal, em mdia de cada perodo de quatro semanas.

    (Artigo 56 do CT)

    3.29 igualdade e no discriminao Direito do trabalhador e da trabalhadora ou candidato/a a emprego do setor privado ou pblico igualdade de oportunidades e de tratamento no acesso ao emprego, formao e promoo ou carreira profissionais e s condies de trabalho, no podendo ser privilegiado/a, beneficiado/a, prejudicado/a, privado/a de qualquer direito ou isento/a de qualquer dever em razo, nomeadamente, de ascendncia, idade, sexo, orientao sexual, estado civil, situao familiar, situao econmica, instruo, origem ou condio social, patrimnio gentico, capacidade de trabalho reduzida, deficincia, doena crnica, nacionalidade, origem tnica ou raa, territrio de origem, lngua, religio, convices polticas ou ideolgicas e filiao sindical.

    (Artigos 23, 24 e 25 do CT)

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    3.30 impacte Mudana positiva ou negativa na sociedade e na economia, ou em particular na conciliao da vida profissional, familiar e pessoal, resultante, na totalidade ou em parte, das decises e atividades passadas e presentes de uma organizao.

    (Adaptado da NP ISO 26000:2011)

    3.31 jornada de trabalho contnua Aquela em que a prestao de trabalho se efetiva num perodo ininterrupto de 6 horas, neste se incluindo um perodo de descanso de 30 minutos que para todos os efeitos se considera tempo de trabalho.

    (Artigo 19 do Decreto-Lei n. 259/98 de 18 de agosto e Acordo Coletivo de Trabalho para a Funo Pblica, BTE n.1/2009)

    3.32 licena parental inicial Licena, entre 120 e 180 dias consecutivos, que pode ser gozada pelo pai ou pela me trabalhadores aps o nascimento de uma criana, exceto no que se refere aos direitos exclusivos da me ou do pai. A durao e benefcios de segurana social dependem da partilha do gozo da licena por ambos os progenitores durante um perodo mnimo de 30 dias consecutivos ou dois perodos mnimos de 15 dias consecutivos. No caso de nascimentos mltiplos, os perodos de licena referidos so acrescidos de 30 dias por cada gmeo.

    (Artigo 40 do CT)

    3.33 licena parental exclusiva do pai Licena de gozo obrigatrio pelo pai de 10 dias teis, seguidos ou interpolados, nos 30 dias seguintes ao nascimento de uma criana. Cinco desses dias tm de ser obrigatoriamente gozados de modo consecutivo imediatamente a seguir ao parto. O pai tem ainda direito a uma licena de 10 dias teis, seguidos ou interpolados, desde que gozados em simultneo com a me durante a licena parental inicial. No caso de nascimento de mltiplos o pai tem direito a 2 dias por cada gmeo alm do primeiro.

    (Artigo 43 do CT)

    3.34 licena parental inicial exclusiva da me Licena, a seguir ao parto, de gozo obrigatrio pela me com a durao de seis semanas. Antes do parto, a trabalhadora grvida pode gozar at 30 dias da licena parental inicial.

    (Artigo 41 do CT)

    3.35 licena parental inicial a gozar por um dos progenitores por impossibilidade do outro Licena a gozar pelo pai ou pela me em caso de morte ou incapacidade fsica ou psquica daquele ou daquela que gozar a licena parental inicial.

    (Artigo 42 do CT)

    3.36 licena por adoo Licena com a mesma durao da licena parental inicial qual tem direito o/a candidato/a a adotante de menor de 15 anos. No caso de adoes mltiplas, o perodo de licena acrescido de 30 dias por cada adoo alm da primeira.

    (Artigo 44 do CT)

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    3.37 licena parental complementar Licena do pai e da me para assistncia a filho/a ou adotado/a com idade no superior a seis anos. A referida licena pode assumir as seguintes modalidades: licena parental alargada, caso em que ter a durao de trs meses; trabalho a tempo parcial, com um perodo normal de trabalho igual a metade do tempo completo, durante 12 meses; perodos intercalados de licena parental alargada e de trabalho a tempo parcial, em que a durao total da ausncia e da reduo do tempo de trabalho sejam iguais a perodos normais de trabalho de trs meses; ausncias interpoladas ao trabalho com durao igual a perodos normais de trabalho de trs meses.

    (Artigo 51 do CT)

    3.38 local de trabalho Lugar contratualmente definido no qual o trabalhador ou a trabalhadora exerce a sua atividade.

    3.39 melhoria contnua Processo continuado de melhoria das polticas e prticas de gesto familiarmente responsvel decorrente da aplicao da poltica de responsabilidade familiar; dos objetivos, programas e metas; dos resultados das auditorias; da informao proveniente das reclamaes, sugestes e observaes das partes interessadas; da anlise de dados; das aes corretivas e preventivas; e da reviso pela gesto.

    3.40 organizao Entidade ou grupo de pessoas e instalaes com uma estrutura de responsabilidades, autoridades e relaes e com objetivos identificveis.

    (NP ISO 26000:2011)

    3.41 organizao Familiarmente Responsvel Toda a organizao que, qualquer que seja a sua natureza pblica ou privada, personalidade jurdica, dimenso e atividade desenvolvida, incorpora, implementa e dissemina polticas e boas prticas de conciliao entre a vida profissional, familiar e pessoal de trabalhadores e trabalhadoras, promovendo, simultaneamente, as outras questes da Responsabilidade Social, nomeadamente uma efetiva igualdade de gnero.

    3.42 organizao do trabalho Forma como se distribui o tempo e o local de trabalho durante o dia, a semana ou outros perodos mais alargados.

    3.43 parte interessada Pessoa ou grupo que tem interesse em qualquer deciso ou atividade da organizao.

    (NP ISO 26000:2011)

    3.44 poltica de conciliao Declarao de intenes e orientaes de uma organizao relacionadas com a poltica de conciliao entre a atividade profissional e a vida familiar e pessoal, formalmente expressas pela Gesto de topo.

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    3.45 poltica das luzes apagadas Prtica destinada a encorajar os trabalhadores e as trabalhadoras a no prolongarem o seu tempo de trabalho para alm de determinada hora atravs do corte de energia eltrica.

    3.46 princpio Regra segundo a qual uma pessoa ou organizao escolhe regular a sua conduta, formulada a partir dos valores em que se apoia.

    (NP 4469-1:2008)

    3.47 questes de conciliao Situaes ou problemas entre a organizao e os trabalhadores e trabalhadoras que interfiram com a respetiva vida profissional, familiar e pessoal.

    3.48 reduo do horrio de trabalho semanal O pai ou a me de menor com deficincia ou doena crnica, e com idade no superior a um ano, tem direito reduo de cinco horas do perodo normal de trabalho semanal, desde que ambos exeram atividade profissional.

    (Artigo 54 do CT)

    3.49 responsabilidade social Responsabilidade da organizao pelos impactes das suas decises e atividades na sociedade e no ambiente, atravs de um comportamento tico e transparente que contribua para o desenvolvimento sustentvel, incluindo a sade e o bem-estar da sociedade; tenha em conta as expectativas das partes interessadas; esteja em conformidade com a lei aplicvel e seja consistente com as normas de conduta internacionais; esteja integrado em toda a organizao e seja praticada nas suas relaes.

    (NP ISO 26000:2011)

    3.50 responsabilizao Disponibilidade e capacidade para responder por decises e atividades perante os rgos dirigentes da organizao, s autoridades pblicas e, de forma genrica, s suas partes interessadas.

    (NP ISO 26000:2011)

    3.51 semana laboral comprimida Prtica que reconhece a possibilidade dos trabalhadores e das trabalhadoras de organizarem o tempo de trabalho de modo a reduzirem a semana de trabalho em dias ou meios-dias, sem prejuzo do cumprimento dos seus deveres profissionais.

    3.52 teletrabalho Prestao de trabalho que se realiza habitualmente fora da empresa, com recurso a tecnologias de informao e comunicao.

    (Artigo 165 do CT)

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    3.53 tempo de trabalho Qualquer perodo durante o qual o trabalhador ou a trabalhadora exerce a atividade ou permanece adstrito/a realizao da prestao, no qual se incluem as interrupes do trabalho legalmente previstas.

    (Artigo197 CT)

    3.54 trabalhador e trabalhadora Pessoa com uma relao jurdica ou econmica de subordinao e outras pessoas com outras formas de vinculao, nomeadamente trabalhadores por conta prpria e estagirios.

    3.55 trabalho distncia Prtica que reconhece aos trabalhadores e s trabalhadoras a possibilidade de prestarem o seu trabalho fora do local de trabalho habitual atravs do recurso s tecnologias adequadas (porttil, telemvel, placa 3G, videoconferncia, escritrio mvel).

    3.56 trabalho no domiclio Prestao de atividade, sem subordinao jurdica, no domiclio ou em instalao do trabalhador, bem como a que ocorre quando este recebe ou adquire a matria-prima e fornece o produto acabado, desde que em qualquer caso o trabalhador esteja na dependncia econmica do beneficirio da atividade.

    (Artigo 1 da Lei n.101/2009, de 8 de setembro)

    3.57 trabalho intermitente Forma de organizao do trabalho em que a prestao de trabalho intercalada por um ou mais perodos de inatividade em empresa que exera atividade com descontinuidade ou intensidade varivel.

    (Artigo 157 do CT)

    3.58 trabalho noturno Aquele que prestado num perodo que tenha a durao mnima de sete horas e mxima de onze horas, compreendendo o intervalo entre as 0 e as 5 horas, no perodo compreendido, salvo disposio de instrumento de regulamentao coletiva em contrrio, entre as 22 horas de um dia e as 7 horas do dia seguinte.

    (Artigo 223 do CT)

    3.59 trabalho a tempo parcial Forma de trabalho com carcter voluntrio e reversvel, por um perodo normal de trabalho inferior ao praticado a tempo completo em situao comparvel. A lei prev outras formas temporrias de reduo do tempo de trabalho sem as caractersticas referidas por facto relativo ao trabalhador ou ao empregador, designadamente situao de crise empresarial.

    (Artigo 294 e ss do CT com as alteraes introduzidas pela Lei n. 23/2012)

    3.60 trabalho a tempo parcial de trabalhador com responsabilidades familiares O pai ou a me trabalhadores com filho/a menor de 12 anos ou, independentemente da idade, filho/a com deficincia ou doena crnica tm direito a trabalhar a tempo parcial.

    (Artigo 55 do CT)

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    3.61 trabalho a tempo parcial no previsto em lei, regulamento ou conveno coletiva Prtica que reconhece aos trabalhadores e s trabalhadoras a possibilidade de optarem por trabalharem num perodo normal de trabalho inferior ao praticado a tempo completo, de forma reversvel e durante o tempo que considerarem necessrio conciliao da vida familiar e pessoal.

    3.62 trabalhadores e trabalhadoras com responsabilidades familiares Trabalhadores e trabalhadoras que tm necessidade de prestar assistncia permanente ou temporria a filhos, ascendentes, cnjuge, pessoa com quem viva em unio de facto ou outros familiares a cargo.

    3.63 trabalho por turnos Aquele em que a prestao de trabalho se efetiva em perodos dirios e sucessivos, contnuos ou descontnuos, em que os trabalhadores e as trabalhadoras mudam peridica e regularmente de um horrio de trabalho para o subsequente, segundo uma escala pr-estabelecida. Os trabalhadores e as trabalhadoras com responsabilidades familiares gozam de preferncia na escolha do turno ou na passagem para um horrio fixo.

    (Artigo 220 do CT)

    3.64 utilizao do banco de horas para fins de conciliao Prtica que reconhece aos trabalhadores e s trabalhadoras a possibilidade de, por sua iniciativa e respeitados os condicionalismos e limites de tempo legais e convencionais, organizarem a durao do tempo de trabalho, em termos anuais, por razes de conciliao da vida familiar ou pessoal.

    3.65 valor Qualidade intrinsecamente boa e desejvel que determina, regula ou modifica as relaes entre indivduos, organizaes, instituies ou sociedades.

    (NP 4469-1:2008)

    4 Smbolos e Abreviaturas APEE Associao Portuguesa de tica Empresarial

    BTE Boletim do Trabalho e Emprego

    CEC European Confederation of Executives and Managerial Staff (Confdration europenne des cadres)

    CEEP European Centre of Employers and Enterprises providing Public services (Centro Europeu das Empresas Pblicas e/ ou de Interesse Econmico Geral)

    CES Confederao Europeia de Sindicatos

    CRP Constituio da Repblica Portuguesa

    CT Cdigo do Trabalho

    CT 179 Comisso Tcnica Portuguesa de Normalizao179

    NP Norma Portuguesa

    NP EN ISO Norma Portuguesa com referncia internacional para a certificao baseada nas normas internacionais ISO - International Organization for Standardization

    OFR Organizaes Familiarmente Responsveis

    OIT Organizao Internacional do Trabalho

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    ONS Organismo de Normalizao Sectorial

    UNICE Business Europe (antes denominada UNICE)

    UEAPME European Association of Craft, Small and Medium-sized Enterprises

    5 Princpios e valores das organizaes familiarmente responsveis

    5.1 Princpios e valores

    A organizao deve garantir que a sua conduta se baseia no respeito pelo cumprimento da lei, dos instrumentos de regulamentao coletiva e dos regulamentos aplicveis, pelos instrumentos do direito da Unio Europeia e do direito internacional, pelos princpios da igualdade e da no discriminao e da conciliao entre a atividade profissional e a vida familiar e pessoal, a seguir enunciados, bem como outros que a organizao decida adotar, em resultado da definio dos seus valores e da sua experincia.

    As organizaes familiarmente responsveis orientam o processo de definio e reviso das suas estratgias, polticas, prticas e processos de implementao, de acordo com os seguintes princpios e valores:

    a) Igualdade e no discriminao

    A organizao dever assegurar o respeito pelo princpio da igualdade e da no discriminao, garantindo que todos e todas so tratados/as com igualdade e a mesma dignidade social e que ningum privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever com base, designadamente, nas responsabilidades familiares, no sexo, na ascendncia, na deficincia, na idade, na raa ou etnia, na lngua, no territrio de origem, na religio ou crena, em convices polticas ou ideolgicas, na instruo, na situao econmica, social ou familiar, ou na orientao sexual.

    (com base no artigo 13. da CRP)

    b) Conciliao

    A organizao dever assegurar que o planeamento do trabalho tem em conta a satisfao das necessidades familiares e/ou pessoais do trabalhador ou trabalhadora e a promoo de uma participao equilibrada de homens e de mulheres na vida pblica e privada.

    c) Responsabilizao

    Uma organizao dever ser responsvel pelo seu impacte nas partes interessadas, na economia e na sociedade.

    O respeito pelo princpio da responsabilizao dever obrigar a gesto a responder pelas suas decises e atividades perante os representantes dos interesses presentes na organizao e as autoridades pblicas, ou outras competentes, no que concerne a leis e regulamentos.

    Este princpio dever envolver tambm a aceitao das consequncias de condutas erradas, a tomada de medidas adequadas para as remediar e o agir no sentido de evitar a sua repetio.

    d) Transparncia

    A organizao dever ser transparente nas suas polticas, decises e atividades, dando-as a conhecer de forma clara, precisa, objetiva, e completa, dentro dos limites do razovel e suficiente.

    As informaes devero estar disponveis atempadamente e ser acessveis e compreensveis por aqueles que possam ser afetados de forma significativa.

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    O princpio da transparncia no exige que informaes protegidas ou crticas para a atividade da organizao sejam pblicas, nem que sejam disponibilizadas informaes privilegiadas ou que possam infringir obrigaes legais, comerciais, de segurana ou de privacidade pessoal.

    e) Conduta tica

    A organizao dever agir de forma tica, baseando a sua conduta em valores de honestidade, equidade e integridade. Estes valores implicam preocupao com as pessoas que a integram, as partes interessadas e a sociedade em geral.

    Promover ativamente uma conduta tica implica identificar e dar a conhecer os seus valores e princpios fundamentais, estabelecer mecanismos de controlo e facilitar a apresentao de reclamaes sem medo de represlias.

    f) Respeito pelas partes interessadas

    A organizao dever respeitar, considerar e responder aos interesses das suas partes interessadas. O respeito pelas partes interessadas implica serem ouvidas e considerar os seus pontos de vista em relao a interesses que possam vir a ser afetados por uma deciso ou atividade.

    5.2 Implementao dos princpios e valores

    A organizao dever definir, documentar e comunicar os princpios e valores que orientam a sua atuao, a nvel interno e externo, e deve assegurar que neste processo so consultadas as partes interessadas internas e, sempre que possvel, as partes interessadas externas.

    5.3 Compromissos da gesto de topo

    A gesto de topo dever assumir a implementao dos seus valores e princpios a todos os nveis da organizao, evidenciando o seu comprometimento na definio, desenvolvimento e melhoria contnua de polticas e prticas familiarmente responsveis, designadamente:

    definindo uma poltica familiarmente responsvel adequada natureza e dimenso da organizao, bem como aos seus impactes previsveis na conciliao entre a vida profissional, familiar e pessoal;

    estabelecendo objetivos de conciliao entre a vida profissional, familiar e pessoal, nomeadamente atravs de boas prticas laborais, apoio profissional e de desenvolvimento pessoal, equipamentos, servios e benefcios;

    garantindo o cumprimento, a monitorizao e a reviso de objetivos, programas, indicadores e metas nas suas polticas e prticas;

    disponibilizando os recursos necessrios dentro do possvel, nos seus oramentos anuais.

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    6 Como integrar a responsabilidade familiar na organizao

    Figura 1 Esquema do modelo de integrao da responsabilidade familiar na organizao

    6.1 Partes interessadas

    6.1.1 Identificao das partes interessadas

    A organizao poder estabelecer procedimentos para identificar as suas partes interessadas, internas e externas, com relevncia no mbito das polticas familiarmente responsveis, no quadro mais geral do seu sistema de gesto da responsabilidade social. Consideram-se partes interessadas internas, designadamente, o/a empregador/a e demais nveis de deciso hierrquica, os trabalhadores e as trabalhadoras, independentemente do seu vnculo. Consideram-se partes interessadas externas, designadamente, os agregados familiares, os fornecedores, os clientes, as organizaes prestadoras de servios, os parceiros, e os investidores. Esta informao dever manter-se atualizada.

    A identificao das partes interessadas dever ter em conta a dimenso, a natureza e a localizao geogrfica das atividades da organizao e das respetivas partes interessadas. Adicionalmente, a identificao das partes interessadas poder ter tambm em conta critrios de vnculo, influncia, proximidade, dependncia e representao ou outros. A NP 4469-2:2009 -Sistema de Gesto da Responsabilidade Social Parte 2: Guia de Orientao para a implementao fornece mais orientao neste domnio.

    Organizao

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    6.1.2 Envolvimento e participao das partes interessadas

    A organizao dever envolver e solicitar a participao das partes interessadas internas na definio e aplicao das suas polticas e prticas familiarmente responsveis.

    A organizao dever informar e sensibilizar as partes interessadas externas das suas polticas e prticas familiarmente responsveis.

    A organizao poder considerar a possibilidade de estabelecer procedimentos para avaliar a eficcia do envolvimento e participao das partes interessadas. A NP 4469-2:2009 Sistema de Gesto da Responsabilidade Social Parte 2: Guia de Orientao para a implementao fornece mais orientao neste domnio

    6.2 Identificao das necessidades em matria de responsabilidade familiar (Diagnstico)

    A organizao poder estabelecer, implementar e manter procedimentos de diagnstico das necessidades de conciliao em matria de responsabilidade familiar e pessoal, designadamente atravs da:

    identificao dos aspetos organizacionais com impacto significativo (positivo e/ou negativo) na conciliao entre atividade profissional e vida familiar e pessoal;

    recolha dos pontos de vista das suas partes interessadas significativas; avaliao dos resultados das polticas e prticas adotadas. O Anexo B contm um exemplo de Questionrio de Diagnstico.

    A organizao poder desejar documentar esta informao e mant-la atualizada.

    6.3 Poltica de responsabilidade familiar (formal ou informal)

    A organizao dever assegurar que os aspetos da responsabilidade familiar so tomados em considerao nas suas polticas e prticas.

    6.4 Planeamento

    A organizao poder planear a poltica familiarmente responsvel, estabelecendo objetivos, programas, indicadores e respetivas metas, atravs de aes que contemplem as partes interessadas.

    6.4.1 Objetivos e programas

    6.4.1.1 Objetivos

    A organizao poder determinar objetivos familiarmente responsveis a todos os nveis relevantes.

    Os objetivos devem ser mensurveis, sempre que possvel, ou suscetveis de monitorizao, e consistentes com a poltica familiarmente responsvel assumida. A medio do cumprimento dos objetivos deve ser realizada atravs de indicadores.

    No estabelecimento e reviso dos seus objetivos, a organizao dever considerar as necessidades identificadas em matria de responsabilidade familiar, as normas aplicveis e outras orientaes que subscreva, os pontos de vista das partes interessadas, a estratgia, os meios financeiros e operacionais, e a melhoria contnua.

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    6.4.1.2 Programas

    Para atingir os seus objetivos, a organizao poder optar por estabelecer, implementar, manter e documentar programas de curto, mdio e longo prazo. Estes programas devero determinar as tarefas necessrias para atingir cada objetivo, designadamente atribuindo responsabilidades a cada nvel e funo relevantes da organizao e identificando os meios necessrios e os prazos.

    Quando necessrio, os programas de responsabilidade familiar devem ser alterados para permanecerem coerentes com as atividades da organizao.

    6.5 Comunicao

    A organizao poder ter interesse em divulgar as suas polticas e prticas familiarmente responsveis interna e externamente e estabelecer os mtodos para a comunicao dessas polticas e prticas.

    6.5.1 Comunicao interna

    A organizao poder estabelecer, implementar e manter procedimentos de comunicao interna, assegurando que todas as partes interessadas internas tm conhecimento dessas polticas e prticas.

    Ao estabelecer procedimentos a organizao poder ainda incluir instrumentos para receber e responder, de forma clara e transparente, a sugestes, queixas e reclamaes das partes interessadas internas sobre o seu desempenho em termos da responsabilidade familiar.

    6.5.2 Comunicao externa

    A organizao poder comunicar, periodicamente, s partes interessadas externas as suas polticas e prticas familiarmente responsveis.

    A organizao poder tambm estabelecer procedimentos para receber e responder de forma clara e transparente, a comunicaes relevantes de partes interessadas externas no que diz respeito ao seu desempenho em termos da responsabilidade familiar.

    6.6 Implementao

    6.6.1 Recursos e responsabilidade

    6.6.1.1 Recursos

    A organizao ter em conta a necessidade de garantir os recursos necessrios para a implementao, manuteno e melhoria das suas polticas e prticas familiarmente responsveis. Estes recursos podero incluir, designadamente, infraestruturas, recursos tecnolgicos e financeiros, bem como recursos humanos com competncias especficas.

    6.6.1.2 Responsabilidade

    A organizao procurar comprometer toda a sua cadeia de chefia na implementao das suas polticas e prticas familiarmente responsveis, definindo designadamente as atribuies e responsabilidades de todas as partes envolvidas.

    6.7 Informao, sensibilizao e/ou formao

    A organizao poder promover, em relao s suas partes interessadas internas e externas, aes de informao, sensibilizao e/ou formao sobre responsabilidade familiar, designadamente, sobre a

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    existncia de impactes associados s atividades desenvolvidas, bem como sobre as potenciais consequncias dos desvios aos princpios e aos procedimentos em vigor.

    6.7.1 Informao e sensibilizao

    A organizao poder estabelecer, implementar e manter procedimentos que assegurem que as pessoas que nela trabalham esto informadas sobre a existncia de impactes associados s atividades que desenvolvem e sensibilizadas para a importncia de agir em conformidade com as polticas e prticas de responsabilidade familiar, bem como sobre os benefcios, delas decorrentes, na melhoria do seu desempenho individual.

    6.7.2 Formao

    A organizao poder proceder ao diagnstico das necessidades de formao de todas as partes interessadas internas, em especial das pessoas com responsabilidades na definio e execuo de polticas e prticas com impactes na responsabilidade familiar.

    Com base no diagnstico efetuado, a organizao dever elaborar, implementar e avaliar o plano de formao. Este plano dever ter em conta a natureza e a dimenso da organizao, podendo definir as finalidades, os objetivos, os destinatrios e as destinatrias, as aes e os contedos programticos.

    6.8 Documentao

    A organizao poder elaborar documentos necessrios ao planeamento, implementao, manuteno e controlo das suas polticas e prticas familiarmente responsveis, e que sejam revistos, atualizados e se encontram disponveis nos locais de utilizao.

    6.9 Monitorizao e Avaliao

    A organizao poder estabelecer, implementar e manter mtodos de monitorizao, medio e anlise regular do cumprimento dos objetivos definidos relativamente s suas polticas e prticas familiarmente responsveis e satisfao das partes interessadas. Para tal podero ser estabelecidos indicadores de desempenho para medir periodicamente o seu impacte em termos de responsabilidade familiar e de resultados em relao aos objetivos estabelecidos, face s orientaes desta Norma e a outros que a organizao subscrever. Para alm disso podero ainda ser identificados os pontos fortes e fracos e desencadeadas aes de melhoria contnua adequadas. A gesto desta avaliao ser melhorada se forem mantidos registos dos resultados das avaliaes peridicas.

    6.9.1 Sugestes, reclamaes, desvios e no conformidades

    A organizao poder optar por averiguar, tratar e responder s sugestes e reclamaes das partes interessadas, em relao poltica da responsabilidade familiar, face s orientaes desta Norma. Neste contexto poder, se for caso disso, realizar aes de minimizao dos impactes negativos em termos da responsabilidade familiar.

    6.9.2 Avaliao peridica

    A organizao poder utilizar avaliaes peridicas regulares, gerais ou por reas, para verificar o cumprimento das polticas e prticas familiarmente responsveis. O planeamento destas avaliaes dever ter em conta os resultados de avaliaes anteriores. A organizao obter um melhor resultado se utilizar para estas avaliaes os servios de auditores certificados, internos ou externos.

    No mbito das avaliaes procurar-se- dar resposta s sugestes, reclamaes e problemas encontrados, implementando aes de melhoria, que devem ser objeto de acompanhamento posterior.

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    6.10 Reviso e melhoria

    6.10.1 Reviso pela gesto de topo

    A gesto de topo poder efetuar a reviso das polticas e prticas adotadas, em intervalos planeados, de forma a assegurar a sua contnua adequao, suficincia e eficcia. A frequncia da reviso determinada pelas necessidades da organizao e dever ser objeto de registo.

    A reviso pela gesto em princpio, inclui os resultados das avaliaes internas e outras aes de avaliao das polticas e prticas familiarmente responsveis; o grau de cumprimento dos objetivos definidos; os resultados da monitorizao dos indicadores de desempenho e de progresso dos planos de ao; eventuais comunicaes das partes interessadas, bem como informao sobre o estado dos desvios e problemas detetados, e das recomendaes para melhoria.

    6.10.2 Melhoria contnua

    A organizao que deseja ser socialmente e familiarmente responsvel investir na melhoria contnua do seu desempenho decorrente da aplicao das suas polticas e prticas em termos de responsabilidade familiar e social.

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    Anexo A (informativo)

    Linhas de orientao sobre aspetos da responsabilidade familiar a considerar no mbito da presente Norma*)

    Com o objetivo de facilitar a aplicao da presente Norma, apresenta-se a ttulo meramente exemplificativo uma lista de tpicos a considerar pelas organizaes familiarmente responsveis.

    1 Princpios gerais de gesto organizacional

    Adaptao da estrutura da organizao s exigncias da responsabilidade familiar Transparncia e carter tico das atividades da organizao Promoo da consulta, participao e informao das partes interessadas internas e externas Ponderao dos interesses dos fornecedores, clientes/consumidores e investidores/acionistas

    2 Direitos e deveres fundamentais

    2.1 Direitos, liberdades e garantias

    Direitos, liberdades e garantias pessoais

    Direito vida e integridade pessoal Direito liberdade e segurana Direito igualdade e no discriminao Direito famlia, ao casamento, filiao e ao respeito pela vida privada e familiar Direito proteo dos dados pessoais Direito liberdade de expresso e informao Direito liberdade de pensamento, conscincia e de religio Direito de deslocao e de emigrao Direito liberdade de reunio e de associao Proibio da escravatura e do trabalho forado Direitos, liberdades e garantias dos trabalhadores e das trabalhadoras

    Direito segurana no emprego Direito liberdade sindical

    *) Os tpicos referidos na parte respeitante aos direitos e deveres fundamentais tm como fonte principal a Constituio da Repblica Portuguesa e a Carta dos Direitos Fundamentais da Unio Europeia. No que concerne s condies de trabalho a estas fontes dever juntar-se o Cdigo do Trabalho.

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    Direito de associao sindical e de negociao coletiva Direito informao e consulta Direito greve e proibio do lock-out

    2.2 Direitos e deveres econmicos, sociais e culturais

    Direito ao trabalho, liberdade no emprego e a condies de trabalho dignas Direito segurana social Direito sade Direito maternidade, paternidade e famlia Direito conciliao da vida familiar, profissional e pessoal Direito das crianas, dos jovens, das pessoas com deficincia e das pessoas idosas proteo da

    sociedade e do Estado

    Direito educao, cincia e cultura Direito dos consumidores proteo Direito proteo do ambiente

    3 Condies de trabalho

    Segurana no emprego Proibio de despedimentos sem justa causa Limitao do tempo de trabalho Direito a frias e a descanso semanal Direito proteo social Remunerao adequada Proibio de assdio Direito Sade, Higiene e Segurana do Trabalho Direito proteo contra doenas profissionais e acidentes de trabalho Direito formao profissional (inicial, contnua e de requalificao profissional) e promoo da

    empregabilidade

    Direito ao desenvolvimento da carreira 4 Interveno da organizao na sociedade

    Mecenato/filantropia Voluntariado Atividades sociais, culturais e de lazer Apoio ao desenvolvimento da comunidade local Contratao local

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    Anexo B (informativo)

    Questionrio de autoavaliao das polticas e prticas de responsabilidade familiar

    Organizaes de excelncia, que visam ser familiarmente responsveis, incorporam nas suas polticas e prticas os princpios da igualdade de gnero e da conciliao entre a vida profissional, familiar e pessoal.

    Este questionrio de autoavaliao*) permitir um conhecimento mais profundo da organizao, de forma a diagnosticar as suas necessidades neste domnio e definir, objetivamente, as aes a desenvolver, promovendo uma organizao do trabalho adequada s necessidades familiares e pessoais de trabalhadores e de trabalhadoras.

    SIM NO

    1. Para a organizao, a conciliao entre a vida profissional, familiar e pessoal considerada uma prioridade para o desenvolvimento organizacional?

    2. A organizao tem medidas que especificamente encorajam a participao equilibrada dos homens e das mulheres na atividade familiar?

    3. Nos ltimos cinco anos, a organizao afetou verbas para medidas e aes no mbito da igualdade de gnero e da conciliao entre a vida profissional, familiar e pessoal?

    4. A organizao incentiva os trabalhadores e as trabalhadoras a apresentarem sugestes que contribuam para a igualdade entre mulheres e homens, a conciliao entre a vida profissional, familiar e pessoal e a proteo da parentalidade?

    5. A organizao realiza reunies com trabalhadores e trabalhadoras, ou com as suas estruturas representativas, onde aborda as questes relacionadas com a igualdade entre homens e mulheres, a conciliao entre a vida profissional, familiar e pessoal e a proteo da parentalidade?

    6. A organizao, quando avalia a satisfao dos trabalhadores e das trabalhadoras, considera os aspetos da igualdade entre mulheres e homens, da conciliao entre a vida profissional, familiar e

    *) Questionrio adaptado do Guia de Autoavaliao da Igualdade de Gnero nas Empresas, parceria de Desenvolvimento do Projeto Dilogo Social e Igualdade nas Empresas, Lisboa, setembro de 2008, tendo, igualmente, por base os questionrios includos no Guio de Implementao de Planos de Igualdade na Administrao Central, ISCTE, 2009.

    Questionrio de Autoavaliao

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    pessoal e a proteo da parentalidade?

    7. A organizao possui normas escritas que garantam o respeito pela dignidade de mulheres e homens, no local de trabalho?

    8. Existem, na organizao, procedimentos formais para apresentao de queixa em casos de situao de discriminao em funo do sexo, no mbito da conciliao entre a vida profissional, familiar e pessoal?

    9. A organizao divulga, em local apropriado, informao relativa aos direitos e deveres dos trabalhadores e das trabalhadoras, em matria de igualdade de gnero, conciliao entre a vida profissional, familiar e pessoal e da parentalidade?

    10. A organizao concede horrios de trabalho flexveis com vista conciliao entre a vida profissional, familiar e pessoal?

    11. A organizao possibilita o trabalho a partir de casa e/ou o teletrabalho quando necessrio conciliao entre a vida profissional, familiar e pessoal, de trabalhadores e trabalhadoras?

    12. A organizao possibilita a adaptao do tempo semanal de trabalho concentrando ou alargando o horrio de trabalho dirio, dentro dos limites legais, com vista conciliao entre a vida profissional, familiar e pessoal de trabalhadores e trabalhadoras?

    13. Na marcao dos horrios por turnos rotativos (se aplicvel), a organizao considera as necessidades de conciliao entre a vida profissional, familiar e pessoal de trabalhadores e trabalhadoras?

    14. A organizao possibilita trabalho a tempo parcial, reversvel, a trabalhadores e trabalhadoras com vista conciliao entre a vida profissional, familiar e pessoal?

    15. A organizao possibilita a partilha do posto de trabalho com vista conciliao entre a vida profissional, familiar e pessoal de trabalhadores e trabalhadoras?

    16. A organizao tem medidas de apoio a trabalhadores e a trabalhadoras com situaes familiares especiais (p. ex. famlias monoparentais, familiares com deficincia ou doena crnica, pessoas idosas, trabalhadores/as com netos/as de filhos/as adolescentes)?

    17. A organizao valoriza e facilita, de modo igual, o exerccio dos direitos de assistncia a familiares ascendentes e descendentes, por parte das trabalhadoras e dos trabalhadores?

    18. A organizao tem apoios financeiros ligados sade extensivos ao agregado familiar (p. ex. plano de sade familiar, seguros, apoio domicilirio)?

    19. A organizao tem equipamentos prprios de apoio para filhos e filhas de trabalhadores e trabalhadoras (p. ex. creche, jardim de

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    infncia, atividades de tempos livres, colnias de frias, ou outros)?

    20. A organizao tem protocolos com servios de apoio para filhos e filhas de trabalhadores e trabalhadoras? (p. ex. creche, jardim-de-infncia, ludoteca, atividades de bem-estar, cultura e lazer, ginsios)?

    21. A organizao tem acordos estabelecidos com vista a prestao de servios nas reas da sade, cultura, lazer e desporto para os trabalhadores e as trabalhadoras?

    22. A organizao facilita e/ ou estabelece protocolos com servios de proximidade das suas instalaes (p. ex lavandaria, catering, takeaway, lavagem de carro, farmcia)?

    23. A organizao tem medidas especficas (p. ex. informao, formao adequada, reciclagem) com vista reintegrao na vida ativa de trabalhadores e de trabalhadoras que tenham interrompido a sua carreira por motivos familiares?

    24. A organizao desenvolve atividades ligadas promoo da sade e do bem-estar familiar (p. ex. Workshops, semanas temticas, rastreios)?

    25. A organizao tem protocolos de facilitao de acesso com servios de apoio a familiares idosos ou com deficincia (p. ex. apoio domicilirio, reabilitao, lares e centros de dia)?

    26. A organizao concede apoio financeiro para pagamento de servios de acolhimento a filhos e filhas de trabalhadores e trabalhadoras (p. ex. creche, jardim de infncia, ama e baby sitter)?

    27. A organizao concede apoios financeiros ligados educao de filhos e filhas (p. ex. subsdios, bolsas, pagamento de livros, pagamento de colnia de frias)?

    28. A organizao disponibiliza servios de sade nas suas instalaes a familiares dos trabalhadores e das trabalhadoras?

    29. A organizao divulga os recursos existentes na rea geogrfica da empresa e/ou da residncia dos trabalhadores e das trabalhadoras que facilitem a conciliao trabalho-famlia (p. ex. creches/servio de amas, instituies para pessoas idosas)?

    30. A organizao encara, de modo igual, o exerccio dos direitos da parentalidade por parte das trabalhadoras e dos trabalhadores?

    31. A organizao incentiva a partilha do gozo do perodo de licena parental subsequente ao perodo de licena parental inicial exclusiva da me?

    32. A organizao respeita o gozo do perodo de 10 dias teis

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    obrigatrios de licena parental exclusiva do pai?

    33. A organizao incentiva e valoriza os trabalhadores ao gozo do perodo de 10 dias teis de licena parental facultativa, a gozar pelo pai no perodo de licena parental inicial da me?

    34. A organizao divulga e facilita o gozo da licena parental complementar alargada da me e do pai?

    35. A organizao incentiva e valoriza os trabalhadores ao gozo da licena parental inicial que pode ser partilhada?

    36. A organizao concede a trabalhadores e a trabalhadoras licenas parentais, inclusive por adoo, com durao superior que se encontra prevista na lei?

    37. A organizao promove a substituio de trabalhadores e trabalhadoras em gozo de licena parental?

    38. A organizao utiliza linguagem e imagens no discriminatrias em funo do sexo na promoo e divulgao das polticas e prticas da organizao em matria de conciliao trabalho/ famlia, dirigindo-a de forma igual aos pais e s mes?

    Resultados da autoavaliao e respetiva anlise

    A quantificao dos resultados deve ter em ateno a existncia de uma ponderao diferenciada das vrias questes. As questes relacionadas podero situar-se entre um mnimo de 0 e um mximo de 108 pontos.

    3 pontos para as questes 1, 2, 3, 4, 5, 6, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 19, 24, 25, 26, 29, 30, 31, 32, 33, 34, 35, 36, 37, 38 consideradas de extrema importncia para a rea da conciliao entre a vida profissional, familiar e pessoal, bem como da parental idade.

    2 pontos para as questes 7, 18, 20, 21, 22, 23, 27 e 28 consideradas importantes para a transversalizao da igualdade de gnero.

    Os pontos atribudos s devero ser considerados para as respostas negativas (NO), no devendo ser contabilizado qualquer ponto para as respostas positivas (SIM).

    TABELA DE PONTUAES

    - Questes nas quais devem ser contabilizados 3 pontos por cada resposta positiva (SIM)

    1 a 6, 8 a 17, 19, 24 a 26 e 29 a 30 (30 questes)

    - Questes nas quais devem ser contabilizados 2 pontos por cada resposta positiva (SIM)

    7, 18, 20 a 23, 27 e 28 (8 questes)

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    INTERPRETAO DOS RESULTADOS FINAIS E