40
OCTOGENÁRIOS Com os leiteiros Ibrahim Fayad e João é 8 ou 80! ELEIÇÕES 2018 O elefante gordo e o candidato Ratinho Junior PÃO QUENTE NA 277 Onda verde nos trigais do Parque Nacional Cascavel, 27 de julho de 2018 - Ano XXII - Nº 2157 - R$ 12,00 O BUNKER DO CHEFÃO De sua mansão icônica no centro de Cascavel, sozinho, Jacy Scanagatta administra um império empresarial. E fala da ferida aberta 40 anos atrás que se recusa a cicatrizar MEMÓRIA A costa Oeste e os biônicos dos anos 1970 Foto: joão Eduardo

O BUNKER DO CHEFÃO · 2018. 7. 27. · casa e um visitante ilustre que merecia uma suíte somente para ele na bela morada. Trata-se do então deputado Arnaldo Faivro Busato (in memoriam)

  • Upload
    others

  • View
    11

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: O BUNKER DO CHEFÃO · 2018. 7. 27. · casa e um visitante ilustre que merecia uma suíte somente para ele na bela morada. Trata-se do então deputado Arnaldo Faivro Busato (in memoriam)

OCTOGENÁRIOS Com os leiteiros Ibrahim Fayad eJoão é 8 ou 80!

ELEIÇÕES 2018O elefante gordo

e o candidato Ratinho Junior

PÃO QUENTE NA 277Onda verde

nos trigais doParque Nacional

Cascavel, 27 de julho de 2018 - Ano XXII - Nº 2157 - R$ 12,00

O BUNKERDO CHEFÃODe sua mansão icônica no centro de Cascavel, sozinho, Jacy Scanagatta administra um império empresarial. E fala da ferida aberta 40 anos atrás que se recusa a cicatrizar

MEMÓRIAA costa Oeste e os biônicos

dos anos 1970

Foto

: joã

o Ed

uard

o

Page 2: O BUNKER DO CHEFÃO · 2018. 7. 27. · casa e um visitante ilustre que merecia uma suíte somente para ele na bela morada. Trata-se do então deputado Arnaldo Faivro Busato (in memoriam)
Page 3: O BUNKER DO CHEFÃO · 2018. 7. 27. · casa e um visitante ilustre que merecia uma suíte somente para ele na bela morada. Trata-se do então deputado Arnaldo Faivro Busato (in memoriam)
Page 4: O BUNKER DO CHEFÃO · 2018. 7. 27. · casa e um visitante ilustre que merecia uma suíte somente para ele na bela morada. Trata-se do então deputado Arnaldo Faivro Busato (in memoriam)

ARQUITETURA

Ex-prefeito mora sozinho em mansão icônica do “Niemeyer de Cascavel”; a suíte para o amigo ilustre; o visor panorâmico da parte submersa da piscina; a danceteria no subsolo

O IMPRESSIONANTE “BUNKER” DO JACY

04 | www.pitoco.com.br Pitoco

Fotos: Jairo Eduardo

Outubro de 2009, a torre que sustenta a antena da rádio Capital, no bairro Alto

Alegre, veio ao chão retorcida, em cena inima-ginável, castigada por um dos mais violentos vendavais da história da cidade. Possivelmen-te, quando avisado da ocorrência, o dono da emissora, Jacy Scanagatta, deve ter dito: “Mas ventou esta noite?”.

Jacy tem uma longa carreira pública. Foi vice-prefeito de Octacílio Mion, depois prefeito e deputado federal. É um dos mais bem suce-didos integrantes da “República de Erechim”, gaúchos que chegaram “farrapos” em Cascavel nos anos 1960 e 1970 e edifi caram impérios aqui. Embora convivendo com a notoriedade que a vida pública traz, o ex-prefeito sempre preservou um lugar para sua privacidade, com

Jairo Eduardo uma única concessão, que esta reportagem trará adiante: a icônica residência dele, pro-jetada pelo “Niemeyer de Cascavel”, Nilson Gomes Vieira.

A mansão dos Scanagatta, desenhada sobre belo terreno que pertencia à cartorária Araci Tanaka, na rua Souza Naves, pode ser elencada - ao lado da residência da empresária Celinha Mascarello, na rua Pará - entre as moradas que simbolizam toda uma época em Cascavel.

A residência é uma verdadeira fortaleza, um bunker. Não pela obsessão na segurança, algo que não perturba um Jacy octagenário, lú-cido, dono de uma memória elástica. Mas pelo modelo construtivo que saiu da pena afi ada de Nilson Gomes. A “encomenda”, naquele início dos anos 1980, era fácil de entender. “Quero algo robusto, para ser minha última morada”, disse o cliente para o arquiteto.

O projeto original previa mais de 1,8 mil metros quadrados. O cliente disse: “menos”

“O cimento na época era barato. Colocamos muito cimento, muita viga, fundações profun-das para permitir grandes vãos livres mesmo limitados pelo concreto armado, já que o con-creto propendido não estava desenvolvido na época”, recorda-se Nilson Gomes.

Assim, aliando funcionalidade com esté-tica, o projeto encontrou também a força, a robustez, o isolamento acústico. Não se ouve nada da rua, embora a casa hoje esteja encra-vada no centro, ao lado de um movimentado binário, bem no ponto em que a rua muda de nome, de Antonina para Kennedy.

Daí por que, provavelmente, Jacy Scanagat-ta tenha se espantado com a notícia da queda da antena da rádio e estragos no telhado do barracão da Camagril, no bairro Alto Alegre. “Ventou esta noite?”, diria ele muitas outras vezes ainda.

Page 5: O BUNKER DO CHEFÃO · 2018. 7. 27. · casa e um visitante ilustre que merecia uma suíte somente para ele na bela morada. Trata-se do então deputado Arnaldo Faivro Busato (in memoriam)

A casa é grande, mas poderia ser ainda maior. O projeto original previa mais de 1,8 mil

metros quadrados. O cliente disse: “menos”. Jacy aceitou reduzir “somente” 600 metros quadrados sob o argumento que tinha os quatro fi lhos em casa e um visitante ilustre que merecia uma suíte somente para ele na bela morada.

Trata-se do então deputado Arnaldo Faivro Busato (in memoriam). “Fiz uma suíte para ele. Era meu grande amigo, mais que um irmão”, revela o ex-prefeito.

Nilson Gomes lembra-se bem deste epi-sódio: “O projeto estava em cima da mesa. Eu estava apresentando a ideia para o Jacy. Dali a pouco chegou o Busato e sem cerimônia nenhu-ma disse: - Bota uma suíte aí para mim, nem quero saber onde será”.

Nilson e Jacy trabalharam juntos em várias obras, 25 ao todo, entre públicas e privadas. Uma delas foi o Estádio Olímpico Regional. “Estava projetado para 70 mil espectadores, o prefeito então pediu para baixar a bola e reduzimos pela metade”, conta o arquiteto.

“Foi uma exceção”, explica Jacy. “Em Cas-cavel, tudo tem que fazer grande, pois a cidade cresce demais, mas não era o caso do estádio.”

Suíte para o amigo

No nível superior da morada, o ex-prefeito observa o fl uxo de veículos onde a rua muda de nome, de Antonina para Kennedy: que solidão, que nada...

27 de julho de 2018 | 05Pitoco

Solidão?O ex-prefeito vive sozinho no

casario. Ele não gosta deste termo, pois chama os guardiões para o jantar e os trata como membros da família. Igual tratamento recebem as duas secretárias do lar, uma delas com mais de 25 anos de vínculo.

Praticamente todos os dias, um dos fi lhos e respectivos cônjuges vão à Souza Naves almoçar com o pai. Anos atrás, ele adquiriu um ter-reno que separava a residência do edifício Fiorello Scanagatta (nome do pai), na rua Minas Gerais, onde moram os familiares.

A aquisição produziu uma liga-ção interna entre os imóveis. “Não tem solidão, me sinto bem assim. Ninguém me incomoda, eu não incomodo ninguém”, resume Jacy.

No sentido horário, a danceteria, piscina, visor panorâmico para a piscina, adega e a área externa com escadaria em caracol

ARQUITETURA

Page 6: O BUNKER DO CHEFÃO · 2018. 7. 27. · casa e um visitante ilustre que merecia uma suíte somente para ele na bela morada. Trata-se do então deputado Arnaldo Faivro Busato (in memoriam)

Pitoco

O pai do projetoNilson Gomes Vieira relata tecnicamente que inspirações

arquitetônicas produziram a icônica mansão da Souza Naves

ARQUITETURA

06 | www.pitoco.com.br

Conversa descontraída entre Jacy e Nilson no jardim da residência: dupla esteve afi nada em 25 projetos públicos e privados

“A obra deveria ser implantada com leveza, para evitar a indesejá-vel imposição volumétrica na circunvizinhança. Essa intenção requereu um cuidadoso aproveitamento da topografi a existente. Interessante citar a busca pela unidade na adoção da semelhança de forma das estruturas do terraço elevado e dos pilares de elevação, que mudam de altura buscando acompanhar o desnível natural do terreno. Além de exercerem sua função estrutural, os pilares desempenham papel fundamental como elemento plástico unifi cador do conjunto da obra. A plasticidade do concreto permitiu as curvas sinuosas que marcam a obra. No paisagismo, utilizamos elementos como fl oreiras, canteiros, conjuntos de rochas, espécies vegetais multicores e formas variadas, incorporando à paisagem a vegetação arbórea nativa existente.”

Nilson Gomes Vieira – arquiteto

Page 7: O BUNKER DO CHEFÃO · 2018. 7. 27. · casa e um visitante ilustre que merecia uma suíte somente para ele na bela morada. Trata-se do então deputado Arnaldo Faivro Busato (in memoriam)

27 de julho de 2018 | 07Pitoco

Page 8: O BUNKER DO CHEFÃO · 2018. 7. 27. · casa e um visitante ilustre que merecia uma suíte somente para ele na bela morada. Trata-se do então deputado Arnaldo Faivro Busato (in memoriam)

08 | www.pitoco.com.br Pitoco

A reportagem com Jacy Scanagatta tinha o único objetivo de revelar o magnetismo

daquela morada na rua Souza Naves, seus traços insondáveis, segredos para desvendar. Tanto assim que o autor do projeto foi convida-do para acompanhar a entrevista e enriquecer os detalhes técnicos da edifi cação.

Foi possível potencializar um momento raro, em que o anfi trião permitiu uma equipe de reportagem dentro da sua residência, sem-pre protegida dos olhares curiosos. Assim, foi possível checar e fotografar o que se fala do lado de fora, como a janela envidraçada que permite observar a piscina de baixo para cima. Ou a boate instalada no subsolo.

Porém, a hospitalidade do ex-prefeito permitiu uma conversa muito franca, como de velhos amigos, e que precisava ser melhor explorada aqui. A reportagem inicialmente programada para uma, no máximo duas pá-ginas, encorpou e subiu para a capa (a norma da redação é trazer para a primeira página a melhor reportagem da edição, já que a revista do Pitoco não comercializa a capa).

Assim sendo, os melhores trechos de mais de uma hora de conversa na bela manhã de um sábado, 7 de julho, estão aqui retratados em pílulas. Jacy Miguel Scanagatta não des-viou das perguntas. Falou de tudo, negócios, sucessão, política e revelou os piores momen-tos que viveu na vida pública e empresarial. Acompanhe:

Paço atravessadoVejo aquele prédio da Prefeitura atraves-

sado na quadra, coisa estranha, sobrando um triângulo pequeno na frente e outro nos fun-dos. Eu não faria aquilo. E logo o Paço fi cou pequeno. Paga-se uma fortuna de aluguéis hoje em vários pontos da cidade. O secretário fi ca longe do prefeito, o contribuinte não tem o atendimento concentrado em um lugar só, fi ca se batendo por aí. Tá o prefeito aqui e o secretário na China!

PF no lugar erradoEm Cascavel, tudo tem que projetar grande. Não se pode pensar pequeno. Desapropriei em meu governo a área que servia para um campo de aviação naquele local. Isso permitiu várias quadras livres para que meus sucessores fi zessem ali um centro administrativo, um centro cívico, concentrando todos os serviços públicos em um local. Hoje autorizaram fazer

A história pede passagemEx-prefeito de Cascavel, Sanagatta traz fatos do passado e revela

a ferida que não fechou, quase quatro décadas depois

ENTREVISTA

terminal de ônibus lá, autorizaram colocar a Polícia Federal. Ali não é lugar para a polícia.

Boa noite do BonnerMinha rotina de trabalho me permite chegar

por volta de 17 horas em casa; às vezes faço uma sauna, leio o “Estadão” de São Paulo, a revista Veja e o Pitoco. Janto cedo, assisto três telejor-nais e a TV Senado. Após o Jornal Nacional começo as ligações telefônicas para minhas fazendas. Quero saber tudo, acompanho tudo, do reparo na máquina até a produção do dia. São cinco fazendas: duas no Mato Grosso, duas no Mato Grosso do Sul e uma em Cascavel.

IncontornávelO Contorno Oeste cortou minha fazenda

(Samara) ao meio. Me causou transtorno, até um funcionário meu acabou falecendo na rodovia. Ficou uma área de cada lado, é difícil atravessar com o maquinário. Indenizaram a área, pagaram o que quiseram, mas o proble-ma não é esse. O problema foi dividir o imóvel.

Tela grandeÉramos sete amigos e sócios no Cine

Delfi m: eu, o Dal Pizzol, Mion, Braganholo, Simonatto, Cortez e o Oscarzinho da Comisa. Uns queriam botar dinheiro; outros, não. Fui comprando as cotas. O último que me vendeu foi o Mion. Não era grande negócio, mas Cascavel só tinha o cinema do Beckman. Ele pintava e bordava, então a gente arrumou uma concorrência.

No elegante hall de entrada, Jacy aguarda a chegada da equipe de reportagem: concessão inédita em seu refúgio de privacidade

Page 9: O BUNKER DO CHEFÃO · 2018. 7. 27. · casa e um visitante ilustre que merecia uma suíte somente para ele na bela morada. Trata-se do então deputado Arnaldo Faivro Busato (in memoriam)
Page 10: O BUNKER DO CHEFÃO · 2018. 7. 27. · casa e um visitante ilustre que merecia uma suíte somente para ele na bela morada. Trata-se do então deputado Arnaldo Faivro Busato (in memoriam)

10 | www.pitoco.com.br Pitoco

Mãos à obraAgora a Igreja Universal saiu lá do imóvel

(onde antigamente funcionava o Cine Delfi m - NR). Eles pagavam R$ 24 mil de aluguel, era meio arrochado, mas pagavam certinho, pois a clientela deles estava bem ali, passan-do na rua. Pensei em desmanchar o prédio e construir outra coisa, mas veio um grupo de São Paulo e locou. Aquela região do Calçadão não tem erro, é pão quente. A ideia agora é construir no terreno ao lado da Catedral, onde funciona um estacionamento.

No comandoSempre foi um prazer trabalhar com o Nil-

son Vieira, mas agora tenho concorrentes para ele dentro da própria família, entre meus netos. Agora vem a segunda camada, estou procuran-do encaixar a turma nas empresas para formar sucessores. Já transferi muita coisa para os fi lhos, mas não consigo fi car ausente. Continuo acompanhando os balancetes periodicamente e eles me respeitam muito, não fazem nada sem me consultar.

No altoTenho 80 anos. Faço check-up periodica-

mente. Aprendi que médico cura, mas também mata. Me deram um susto, dia desses, com remédios inadequados. Não faço atividade física. Meu exercício é o trabalho. Colhemos

1 milhão de sacas de soja e milho por safra. Visito sempre as áreas como um turbo-hélice espetacular, com nove lugares e velocidade de 500 km/hora a 35 mil pés. Às vezes o Omar (fi lho) vai comigo, mas ele tem quatro lojas para cuidar no Mato Grosso e mais 12 aqui, além da rádio.

Cabeça friaDinheiro? Todo mundo precisa do tal di-

nheiro. Ele recompensa o trabalho, mas traz muitas responsabilidades também. Atrás de cada empresa há funcionários. Atrás de cada funcionário tem famílias. Quando você desem-prega alguém, tem uma família por trás dele. Dinheiro não me traz vaidade nenhuma, orgu-lho nenhum. Não sou esbanjador, não quero aparecer, não uso carro importado. E não tomo decisão com a cabeça quente. A decisão pode esperar o outro dia, quando a cabeça esfria.

SolteirãoNão uso este tal zap-zap do celular. Nem

uso internet no celular, não tem porquê. Re-cebo quem eu quero aqui, faço o que quero, tenho uma vida de solteiro. Mulher não falta neste mundo (risos). Mas mudei alguns hábi-tos. A vida inteira acordei às 6h30, tomei meu chimarrão e fui ao trabalho sem café da manhã. Agora levanto por volta de 8 horas, tomo meu café, já que tenho evitado o chimarrão por um

probleminha de saúde.

“Dia D” na DattaConvido para jantar comigo o Baianinho,

meu guardião, e o jardineiro. Tem gente tra-balhando comigo faz 50 anos. Meus melhores amigos são os funcionários, trabalho para que eles cresçam com a gente. Meu pior momento empresarial foi quando tive que reunir o pes-soal da Datta (revenda Volkswagen) e dizer: a partir de tal dia fechamos as portas. Eram 86 funcionários, 86 famílias. Não esqueço nunca disso, e até evito passar naquela região da cida-de para não ver o prédio (na rua Carlos Gomes).

Terra de graçaOs melhores negócios que fi z na vida foram

em Mato Grosso. As terras lá não valiam nada, 35 anos atrás. Comprei praticamente de graça. Não peguei mais porque não quis. Fiz tanta amizade com o pessoal do Incra, que me ofe-receram 15 mil alqueires lá. Deveria ter pego. Hoje o patrimônio nosso lá vale muito.

Heleno IO pior momento de minha vida pública foi

o caso que vocês da imprensa conhecem bem, o caso do assassinato do Antonio Heleno. Não tem o que me tira isso da cabeça. Sem dever nada, tive minha vida pessoal exposta. Sem prova, sem testemunha. O Heleno fazia as

Page 11: O BUNKER DO CHEFÃO · 2018. 7. 27. · casa e um visitante ilustre que merecia uma suíte somente para ele na bela morada. Trata-se do então deputado Arnaldo Faivro Busato (in memoriam)

TRÂNSITO SEGURO: EU FAÇO A DIFERENÇA. TOYOTA YARIS HATCH XL MANUAL. 0 KM DE COR BRANCO POLAR. A TOYOTA OFERECE 3 ANOS DE GARANTIA DE FÁBRICA, SEM LIMITE DE QUILOMETRAGEM PARA USO PARTICULAR E, PARA USO COMERCIAL, 3 ANOS DE GARANTIA DE FÁBRICA OU 100.000 KM, PREVALECENDO O QUE OCORRER PRIMEIRO. CONSULTE O LIVRETE DE GARANTIA OU WWW.TOYOTA.COM.BR PARA MAIS INFORMAÇÕES. AS OFERTAS DESTE ANÚNCIO NÃO ABRANGEM OS VEÍCULOS ADQUIRIDOS EM VENDAS DIRETAS COM ISENÇÃO DE IMPOSTOS. ESSA PROMOÇÃO NÃO É CUMULATIVA COM OUTRAS PROMOÇÕES VIGENTES.

46 3055-9900 Rua Campo Largo, 1250Francisco Beltrão, PR

45 3218-8181 Av. Brasil, 2255

Cascavel, PR

45 3025-9000 Av. Costa e Silva, 2323

Foz do Iguaçu, PR

45 3379-6600 Av. Parigot de Souza, 3653

Toledo, PR

zenimotors.com.br

A Toyota mais uma vezsai na frente com esta

incrível novidade. O Yaris vai

surpreender vocêem tudo! YARIS HATCH XL

Chegou o ToyotaChegou o Toyota

Feito para o melhor momento da sua vida.

FAÇA UM

TEST DRIVEVENHA CONHECER

propagandas de minha fi rma na época, não tinha nenhuma divergência comigo. Nunca me passou pela cabeça algo assim. Se fosse para eliminar alguém, eu faço, não preciso mandar ninguém fazer. É uma mancha que fi ca, não tem como tirar.

Heleno IICerta ocasião, anos depois o Edgar Bueno

me causou outra grande mágoa. Ele amea-çou chamar os jornais e voltar ao assunto do Antonio Heleno, me incriminando. Eu disse para ele: - Tenho os jornais da época aqui, lhe empresto. Se eu fosse mexer com a vida pessoal dele, talvez teria muita coisa para dizer. Mas eu jamais faria isso. Não se mexe com a família das pessoas. A mulher dele é uma santa, respeito muito, não merece esse tipo de coisa.

Cinzas do prefeitoOctacílio Mion foi o grande prefeito de

Cascavel. Pegou a Prefeitura em cinzas, fez uma faculdade municipal, enfrentou o tempo do bangue-bangue, administrava o maior ter-ritório do Paraná, até Nova Aurora pertencia a Cascavel. Tinha uma vida limpa no serviço público. Quando morreu, não recebeu o devido reconhecimento. Não lhe prestaram uma ho-menagem, nem sequer um luto ofi cial. Tinha 20 pessoas no enterro, ninguém da Unioeste para lhe prestar um agradecimento póstumo.

O anfi trião se despede dos curiosos visitantes de uma manhã de sábado: a arquitetura seria a pauta, mas o morador fi cou maior que a mansão na notícia

27 de julho de 2018 | 11Pitoco

Page 12: O BUNKER DO CHEFÃO · 2018. 7. 27. · casa e um visitante ilustre que merecia uma suíte somente para ele na bela morada. Trata-se do então deputado Arnaldo Faivro Busato (in memoriam)
Page 13: O BUNKER DO CHEFÃO · 2018. 7. 27. · casa e um visitante ilustre que merecia uma suíte somente para ele na bela morada. Trata-se do então deputado Arnaldo Faivro Busato (in memoriam)

JAIROEDUARDO

Jornalista, editor do Pitoco e cronista nas Rádios Colméia e T. Interaja com o editor: [email protected]. WhatsApp: 991131313

Humildade, presidente!PÁGINA 13

Meu hábito de ler tudo o que está escrito na rua vem de longe. E

me acompanha até hoje. Leio placa de trânsito, outdoor, faixa, adesivo de motoboy, cartaz da curandeira, pixação anarquista no muro, nú-meros e letras de placas de carro. É meio doentio. Deve ser transtorno obsessivo compulsivo.

Menino ainda, percorria quase diariamente com minha monareta verde a empoei-rada rua Flamboyant, entre os bairros Alto Alegre e Coqueiral, quando aquilo ainda pertencia à periferia de Cascavel. Havia uma placa no meio do caminho. E era lida todos os dias pelo menino. Estava escrito: “Costureira. Cobre-se botões”.

Nunca entendi bem o que signifi ca cobrir botões, mas para os padrões de poucas letras daquela comu-nidade de baixa renda, o idioma pátrio estava bem tratado, com a aplicação correta da ênclise e a certeira concordância verbal. Pensando aqui com meus botões: por que ainda me recordo de uma frase trivial, 40 anos depois?

Foi meu hábito de ler tudo que me fez passear os castanhos pelo rótulo de um produto alimentício adquirido recentemente no comércio de Cascavel. Eu procurava ali a data de validade, tardiamente, diga-se de passagem, pois o produto já estava na dispensa de minha residência.

Estava tudo OK com a validade. Então por que aquele produto tinha o aspecto ruim, alteração na cor e no odor? Conheço os produtores. São de uma gran-

O menino que pilotava uma monareta e lia tudo, desde outdoor até pixação anarquista, lembra da placa 40 anos depois: “Cobre-se botões”

de indústria do agronegócio regional. Fotografei a embalagem e enviei para um diretor: “Dá uma olhada neste lote, há problemas com ele”.

No dia seguinte, logo cedo, uma moça simpática da grande indústria ligou. Pediu mais informações e se prontifi cou em trocar o produto. De-clinei o gesto gentil. Para que dar tanto trabalho a eles? Então ela perguntou:

“Conhece nossa indústria, nosso trabalho?”

Respondi afirmativamente. Disse que admiro a marca e o diretor para o qual enviei a foto, embora em certa ocasião eu tenha sido destratado pelo presidente da empresa. Para usar um lugar comum, o mundo dá muitas voltas, e quis o destino que certo dia um lote alterado de um produto alimentício tenha parado exata-mente na residência do jornalista “persona non grata”.

Talvez, se o jornalista fosse imaturo e medisse menos as consequências, poderia abrir um rombo na reputação da marca em sua área mais sensível: a confi ança do consumidor em um produto alimentício. Mas vingan-ça é um prato que não se come frio nem quente. Nem mesmo morno. É um prato indigesto, que simplesmente não se come. Acho que li em algum muro: “Perdoa teus inimigos, ou eles irão dormir contigo, em tua cama”.

Se o poder do cargo e da bajulação subiu à cabeça do excelentíssimo presidente a ponto de torná-lo arro-gante, a empresa e seus milhares de postos de trabalho não podem pagar pela sua empáfi a. Firmeza de caráter e humildade, presidente! Longa vida para a indústria, e chega de reclamar sobre o leite derramado...

27 de julho de 2018 | 13Pitoco

Page 14: O BUNKER DO CHEFÃO · 2018. 7. 27. · casa e um visitante ilustre que merecia uma suíte somente para ele na bela morada. Trata-se do então deputado Arnaldo Faivro Busato (in memoriam)

Disruptivo: agente de ruptura da ordem estabelecida. Revolucionário capaz de

minar ideias que pareciam solidamente esta-belecidas.

Exemplo eletrizante: Elon Musk e a sua Tesla já são capazes de produzir veículos elé-tricos em escala sufi ciente para aposentar os motores a combustão e nos livrar da fumaça e do barulho enlouquecedor das cidades.

Há mais de 400 mil clientes na fi la de um Tesla Model 3, veículo 100% elétrico. Ninguém imaginava que isso fosse possível, alguns meses atrás. A Tesla é disruptiva.

Carlos Roberto Massa Junior, o Ra-tinho Junior, aos 37 anos de idade será o agente de ruptura da ordem política familiar oligárquica estabelecida no Paraná? “Vamos romper com o Paranhão”, disse o filho do apresentador, em acrônimo que junta os nomes Paraná e Maranhão.

É com esta roupagem (ou seria pelagem?) que ele se apresentou na Acic, em uma sexta--feira 13 de julho. Um dos desafi os do Rato disruptivo é provar que ele - diferente da marca que Osmar Dias tenta lhe carimbar na testa - não representa um terceiro mandato de Beto Richa.

Acompanhe os principais trechos da expo-sição do pré-candidato:

ExperiênciaConstruímos um patrimônio na gestão

pública, tocamos centenas de obras, nenhuma sofre qualquer investigação. Implantamos pela primeira vez em uma secretaria de Estado o compliance, ferramenta difundida na iniciati-va privada de prevenção ao desvio de conduta.

Paraná é meu paísO Paraná tem PIB maior que Portugal, su-

perior a Uruguai e Bolívia somados, portanto precisamos administrar e planejar o estado como se fosse um país, com planejamento de médio e longo prazo e com foco em nossa vocação econômica, o agronegócio.

2 bilhões de bocasO mundo já brigou por petróleo, hoje temos

jazidas para mais 150 anos. A questão da água

Rato disruptivoNatural de Jandaia do Sul, 37 anos de idade, ele convoca sua geração

para romper o “Paranhão” das dinastias Dias, Requião e Richa

ENTREVISTA

Jairo Eduardo

14 | www.pitoco.com.br Pitoco

Rodr

igo

Félix

Lea

l

potável está sendo resolvida com dessaliniza-ção. O grande desafi o da humanidade então será o salto da população de 7 para 9 bilhões. Aqui está a grande oportunidade do Brasil, em especial do Paraná.

Celeiro do planetaO grande desafi o da humanidade passa a

ser a segurança alimentar. Em nenhum lugar do mundo se produz mais alimentos por metro quadrado que no Paraná. Vamos trabalhar para potencializar o que já se faz aqui no Oeste do Paraná, com a indústria de transformação

de alimentos forte, capaz de agregar valor ao produto e ocupar espaço nesta oportunidade gigante gerada pelo crescimento populacional.

O elefante e o ratoA máquina pública é hoje um elefante

gordo, insaciável, que devora toda a carga tri-butária com penduricalhos, empreguismo de compadres, um inchaço que a sociedade não consegue mais suportar e manter. Este modelo faliu, ou muda ou continuaremos rastejando. Minha geração tem a obrigação de apresentar uma alternativa a tudo que está aí.

Ratinho Junior:“O Paraná precisa oxigenar suas lideranças. O ciclo de quatro décadas do Paraná nas mãos de duas ou três famílias se exauriu”

Page 15: O BUNKER DO CHEFÃO · 2018. 7. 27. · casa e um visitante ilustre que merecia uma suíte somente para ele na bela morada. Trata-se do então deputado Arnaldo Faivro Busato (in memoriam)

“A máquina pública é hoje um elefante gordo,

insaciável, que devora toda a carga tributária

com penduricalhos, empreguismo de

compadres, um inchaço que a sociedade não consegue

mais suportar e manter”

27 de julho de 2018 | 15Pitoco

Facão afi adoUma equipe qualifi cada de 350 pessoas

está fi nalizando a elaboração de meu plano de governo sob a coordenação do Reinhold Ste-phanes, homem experimentado, ministro em três oportunidades. Minha orientação é clara. Enxugar o governo. Sairemos das atuais 28 secretarias para 12, no máximo 15. Este corte representará milhões de economia e irá sina-lizar para o enxugamento em todas as áreas.

Imobiliária IguaçuO governo do Paraná tem 6 mil imóveis e

aluga outros 1,8 mil. O estado é trágico como gestor imobiliário e tem um refl orestamento de 36 mil hectares. O que justifi ca o governo atuar na área de refl orestamento? Um patri-mônio imenso imobilizado, e sem dinheiro para projeto executivo. Não temos um plano logístico, não sabemos que rodovia devemos

ter duplicada daqui 10 anos.

Vende-se uma ilhaTemos uma ilha para atender o governador

e sua família. É a ilha das Cobras, na baía de Paranaguá. A sociedade mantém uma chácara lá para os governantes. É preciso acabar com essas mordomias monárquicas que devoram o dinheiro público faz 30 anos. Vou vender ou conceder aquela área para atrair investimentos de turismo, um resort privado ou algo que gere desenvolvimento econômico para o Paraná, ao invés de gastos injustifi cáveis.

Com licençaA economia não pode mais virar no modelo

fordiano. Vamos fazer a transição do fordiano para a era Google. Não é possível que uma li-cença ambiental consuma dois anos de espera. Não que todas as licenças devem ser emitidas, mas se a resposta é negativa, tem que sair em dois meses para o empreendedor reprogramar seu investimento no estado, tocar a vida, dar outro rumo.

Velhos ladrõesO mundo mudou, conceitos mudaram, tudo

está em constante mudança, menos a política no Brasil. Os políticos que estão sendo presos hoje, assaltam a República desde o governo Sarney, 30 anos atrás. Eles se revezam. O cara é governador agora e senador depois. Depois o senador volta a governar. Dali a pouco é o

fi lho, o neto. Tem que romper este ciclo fami-liar no poder.

Oligarquias consanguíneasO Paraná precisa oxigenar suas lideranças.

Sem demérito aos governadores do passado, cada um deu sua contribuição, é preciso enten-der que este ciclo de quatro décadas do Paraná nas mãos de duas ou três famílias se exauriu. O longo tempo no poder vai trazendo alguns compromissos entre os mandatários que são ruins para os paranaenses. Não tenho parente na política. É hora de romper esse ciclo familiar no Paraná.

Moro e BretasVeja como a oxigenação do Judiciário

funcionou. Quando entrou um jovem juiz paranaense, o doutor Sergio Fernando Moro, e com ele outros juízes que romperam com a impunidade dos poderosos, como o Bretas, no Rio de Janeiro, somados aos jovens pro-motores e procuradores, deram outro ritmo para um poder que não punia ninguém. Daí a importância de nossa geração assumir suas responsabilidades.

“A Assembleia (Legislativa) é o retrato de Brasília.

Divide-se os cargos na base e obtém-se corrupção e

inefi ciência. Tem que romper com essa desculpa

da governabilidade”

“Temos uma ilha para atender o governador e sua

família em Paranaguá. A sociedade mantém uma chácara

lá para os governantes”

Page 16: O BUNKER DO CHEFÃO · 2018. 7. 27. · casa e um visitante ilustre que merecia uma suíte somente para ele na bela morada. Trata-se do então deputado Arnaldo Faivro Busato (in memoriam)

ENTREVISTA

Aos navegantesNão quero me envolver em

briga ideológica. Vamos ser prá-ticos, vamos falar de metodologia de trabalho. O que deu certo no mundo que pode ser aplicado aqui? Os técnicos de Singapura, o porto mais efi caz do planeta, têm algo a nos ensinar em Paranaguá? Especialistas de Rotterdã, o maior porto em movimentação de mer-cadoria, tem algo a nos ensinar?

Califórnia é aquiContratei a empresa mais credenciada em

parceria público-privada do Brasil. Queremos construir obras de infraestrutura em parceria com investidores privados, sempre debatendo com a sociedade, em processo transparente, em que o interesse público esteja preservado. O Paraná pode ser a Califórnia do Brasil. É o maior produtor de alimentos e de energia. Estamos a duas horas e meia de todas as prin-cipais capitais da América do Sul e ao lado do maior mercado da América Latina, São Paulo. Precisamos tirar proveito desta localização privilegiada.

Adeus cabides?Acredito que a Copel e a Sanepar têm um

papel importante para desempe-nhar na economia paranaense. Mas como não existe dinheiro público, e sim dinheiro que vem do bolso do trabalhador e do empregador, estas empresas precisam se adequar. Não haverá mais empreguismo, ingerência política. Quero a Copel mais focada na distribuição e na diver-sifi cação da matriz energética, com ênfase na energia solar, eólica e biomassa.

No amor e na dorUm dos grandes erros das famílias que go-

veram o Paraná há tantas décadas é ausência de coesão política. Por décadas, governadores não conversaram com senadores, que não conversaram entre eles e nem com a bancada federal por picuinhas políticas. Nunca houve uma aglutinação de forças em torno do Para-ná. E Brasília não funciona por amor. Brasília funciona na força política. Não terei problemas de juntar todos em favor do Paraná.

Alô, doutores!As universidades estaduais precisam se

envolver mais na produção científi ca voltada para o desenvolvimento econômico do Paraná.

Vamos dar menos ênfase para a pesquisa aca-dêmica e mais ênfase para a pesquisa aplicada. Aplicada no desenvolvimento econômico, em nossa vocação econômica, a cadeia do agrone-gócio, com biotecnologia animal e vegetal. Para vislumbrar o desenvolvimento social, é preciso ter desenvolvimento econômico.

Diferenças IO que me diferencia do Beto Richa? Ele

vem de uma família tradicional da política. Foi prefeito bem avaliado na capital. No Palácio Iguaçu, como todos seus antecessores, cometeu erros e acertos. Minha trajetória é diferente. Sou do interior, não venho de grupo político tradicional, sempre fui independente, construí minha própria caminhada.

Diferenças IIQuem conhece a história de minha família

sabe que, quando eu tinha dois anos de idade, meu pai me deixou com minha mãe na rodo-viária em Jandaia e partiu para Curitiba em busca de emprego. Só nos reunimos novamente um ano depois. Trabalho desde muito jovem. Sou de uma outra geração. Uma geração que não pode se omitir, que põe a cara para bater e não vai fugir da missão de liderar a transfor-mação, missão que lhe foi legada pela exaustão do sistema político vigente e pela indignação.

Page 17: O BUNKER DO CHEFÃO · 2018. 7. 27. · casa e um visitante ilustre que merecia uma suíte somente para ele na bela morada. Trata-se do então deputado Arnaldo Faivro Busato (in memoriam)

VARIEDADEPARA SEU

SABOR E

www.cvale.com.br

/cooperativacvale

Conheça o Filé de Tilápia C.Vale.

Produzido no maior e mais moderno

abatedouro de peixes do Brasil, o

Filé de Tilápia C.Vale é um produto

com uniformidade e qualidade,

garantidos por um rigoroso sistema

de rastreabilidade.

Page 18: O BUNKER DO CHEFÃO · 2018. 7. 27. · casa e um visitante ilustre que merecia uma suíte somente para ele na bela morada. Trata-se do então deputado Arnaldo Faivro Busato (in memoriam)

18 | www.pitoco.com.br Pitoco

INTEGRAÇÃO LAVOURA-PARQUE

Agricultura em escala, progresso e preser-vação ambiental são irreconciliáveis? A

melhor resposta pode estar em um dos trechos rodoviários mais belos do Brasil, no Oeste do Paraná, entre Santa Tereza do Oeste e Céu Azul.

Ali, naquele trecho de pouco menos de 30 quilômetros, a BR 277 e o Parque Nacional do Iguaçu enamoram entre retas e áreas sinuosas. Seguem paralelas, bem próximas, como se de mãos dadas, para vencer juntas as curvas, aclives e declives do trecho.

Nesta época do ano, no inverno, o cenário fi ca ainda mais bucólico com as “ondas esme-ralda” que a brisa produz nos trigais. Para além do belo, os cultivares na faixa de domínio, entre o asfalto e o parque, tem uma função nobre.

A lavoura produz um aceiro verde, uma fai-xa de proteção contra as queimadas que tantas vezes castigaram a última grande reserva de Mata Atlântica no Paraná.

“É um tapete verde, com o qual contribu-ímos para proteger a fl oresta de incêndios”, afirma orgulhoso o produtor rural Rafael Mariotto. Ele é um dos agricultores que pres-tam o relevante serviço ambiental às margens do parque.

O critério para utilização da faixa, que tem em média 30 metros de largura, é a “testada” da propriedade com o parque. Nem todos os vizi-

Os trigais da 277Agricultura, meio ambiente e progresso

em fi na sintonia na região Oeste

nhos aceitaram plantar ali, pois a produtividade é baixa devido ao sombreamento. A umidade também fi ca elevada por força das gotículas do orvalho. Coube ao pessoal da concessionária Ecocataratas, em sintonia com a direção do Parque Nacional, estimular os agricultores.

Em média, colhe-se ali entre 80 e 90 sacas por alqueire, apenas uma fração da excelente

O tapete verde de trigo protege o Parque Nacional das queimadas

A área entre Céu Azul e Santa Tereza: progresso e preservação de mãos dadas

produtividade regional em áreas ensolaradas. E o aceiro verde é um sucesso. Faz pelo menos cinco anos que não ocorrem incêndios nas franjas do Parque Nacional.

Porém, ao ver de Mariotto, a fl oresta dorme com o inimi-go. O linhão que corre paralelo ao parque é a maior ameaça. “Já vi macaco sofrendo des-carga ali e caindo em chamas dentro do parque”, relata o agricultor.

Ele defende a remoção de postes e cabos elétricos da beira do parque e a construção de uma estrada nas margens da mata para facilitar o transporte de máquinas e o cultivo do tapete de soja e trigo. Afi nal, se o trigo é o pão que alimenta a cidade, o Parque Nacional

é o habitat que assegura o último refúgio de diversifi cada fl ora, além de onças, catetos, de-zenas de aves, tamanduás e outros bichos em risco de extinção.

Aqui, na harmoniosa relação entre agri-cultores e meio ambiente, o Oeste oferece ao planeta uma lição de convívio respeitoso entre a produção e a preservação.

Page 19: O BUNKER DO CHEFÃO · 2018. 7. 27. · casa e um visitante ilustre que merecia uma suíte somente para ele na bela morada. Trata-se do então deputado Arnaldo Faivro Busato (in memoriam)
Page 20: O BUNKER DO CHEFÃO · 2018. 7. 27. · casa e um visitante ilustre que merecia uma suíte somente para ele na bela morada. Trata-se do então deputado Arnaldo Faivro Busato (in memoriam)

20 | www.pitoco.com.br Pitoco

Leiteiros sênior!A vida do produtor de queijos começa aos 80 anos de idade.

Inacreditável? Conheça o empreendimento Star Milk

Graças ao João e ao Ibrahim, irmãos de coração, o projeto atingiu este patamar”.

A fala é do empreendedor Mario Soncella Filho, o Marinho. E foi proferida na inaugu-ração do laticínio da Star Milk, no último dia 30 de junho.

Marinho, o sonhador, homem obcecado em transformar o leite premium da fazenda em queijos fi nos e derivados, referia-se aos dois personagens que roubaram a cena no evento que apresentou o projeto à comunidade regional: Ibrahim Fayad e João Almeida, ambos já gravitando no entorno dos 80 anos bem vividos.

A pergunta é: por que razão homens bem sucedidos em suas áreas de atuação, em idade madura, não vestem seus pijamas de poá e se recolhem à justa e digna aposentadoria? Quem os conhece sabe que esta hipótese está descartada.

Fayad dispensa apresentações: foi diretor

AGRONEGÓCIO

do Bamerindus, ocupou elevados cargos nos palácios Iguaçu e Planalto, presidiu a Coopavel. Almeida vem de uma família “quatrocentona” na pecuária.

Foi pecuarista de gado de corte a vida toda, ofício que herdou do bisavô. Vendeu a área de 3 mil alqueires na região de Dourados após passar quatro décadas na ponte aérea Cascavel/Mato Grosso do Sul. “Não sei fi car parado”, resumiu ele, ao aceitar o convite de Fayad para a empreitada do leite.

Os “leiteiros sênior” da Star Milk tem muitas coisas em comum: a faixa etária, uma longa amizade e a data de nascimento: apenas 24 horas separam o aniversário de um e outro. Até nos percalços eles se parecem: recente-mente, enfrentaram semelhante problema de saúde, que lhes exigiu quimioterapia e muita força de vontade para vencer. “Foi uma prova dura, mas não pode se intimidar. Superamos, é coisa do passado”, afi rma João Almeida. Profundo conhecedor da apreciada bebida que

vem da uva, agora ele une vinho com o queijo, harmonização perfeita.

“A Star Milk é referência internacional na produção de leite. Chegou o momento de verti-calizar a produção, industrializar. Eu estava com disponibilidade de tempo e recursos, aca-bei aceitando o convite do amigo”, resume ele.

A produtividade das vacas da Star Milk

é lendária. Além do aperfeiçoamento genético,

obtido com pesados investimentos de décadas, os animais são muito bem tratados. Há música para as vacas, equipamentos

que acariciam a pele das mimosas, e a partir de agora, ar condicionado

Fotos: Jeferson - Pró Video

Ibrahim Fayad, Marinho, o prefeito Germano e João Almeida na inauguração: nada de pijamas

Page 21: O BUNKER DO CHEFÃO · 2018. 7. 27. · casa e um visitante ilustre que merecia uma suíte somente para ele na bela morada. Trata-se do então deputado Arnaldo Faivro Busato (in memoriam)

Formatação do negócioCoube ao advogado Adriano Pereira

formatar o negócio que une 15 investidores no entorno do laticínio, em diferentes medidas acionárias. “Produzimos uma ideia inicial e nos fechamos por dois dias no Copas Verdes para expor. Dali saiu um grupo fechado e entusiasmado”, resume o advogado.

A Star Milk produz 20 mil litros de leite tipo A – o mais disputado do mercado, pela sua qualidade. É o produto absorvido por compra-dores exigentes, como a Nestlé, por exemplo.

Inicialmente, imaginava-se utilizar esse lote de produção no laticínio. Mas a ideia cresceu. E na versão fi nal, o empreendimento foi capacitado para 180 mil litros. Trata-se de uma das plantas mais tecnológicas da América Latina.

Equipamentos de última geração foram ad-quiridos na Alemanha. São capazes de produzir em escala gigante produtos como mussarela, queijo asiago, minas frescal, ricota e manteiga, tudo com a marca Star Milk (muito breve, em todos os supermercados).

A estrutura também foi dimensionada para terceirizar serviços. Entendimentos já estão

adiantados com gigantes do agronegócio, como a Frimesa. “O cliente pode entregar 50 mil li-tros por dia e dizer: transforma em mussarela. Faremos a prestação de serviço para queijos e frios”, explica Adriano Pereira.

Atuar na indústria da alimentação não é para amadores. Sabedores da dimensão do desafi o, os mentores do laticínio incluíram no quadro associativo especialistas na distribui-ção e em comércio exterior. A ideia é, além da produção própria, importar queijos premium dos melhores fabricantes do planeta e ofertar no mercado nacional.

Gráfi ca Star MilkAs máquinas alemãs do laticínio concorrem

até com a indústria gráfi ca. Dotadas de uma lâmina especial, elas não deixam rebarba na industrialização de presuntos e queijos, e não permitem que as fatias “grudem” umas nas outras, difi cultando a vida do consumidor. E dali, do processo de produção, os produtos já saem com o logotipo comercial impresso na embalagem, praticamente prontos para a gôn-dola do varejo. Já são mais de R$ 30 milhões de investimento, uma aposta pesada no leite, produto que enfrenta sazonalidades no preço quando in natura, mas que pode remunerar melhor uma vez transformado.

O laticínio Star Milk na Fazenda Iguaçu: capacidade para processar 180 mil litros de leite com tecnologia germânica

Esterco é energiaA produtividade das vacas da Star Milk é

lendária. Além do aperfeiçoamento genético, obtido com pesados investimentos de décadas, os bichos são muito bem tratados. Há música para as vacas, equipamentos que acariciam a pele dos animais, e a partir de agora, ar con-dicionado.

As vacas são tratadas como estrelas em camarim. E respondem ao tratamento com elevadas produtividades, tanto no aspecto quantitativo como qualitativo. Alguns animais produzem 40 litros de leite por dia, quando a média paranaense fi ca abaixo de 10 litros.

A fazenda, localizada Céu Azul, também é um laboratório de inovações na área energé-tica. Ali, o cocô da vaca, antes um problema ambiental, agora é uma solução econômica, transformada em energia elétrica com o uso de biodigestores.

A energia extraída dos dejetos animais já cobre 70% das necessidades da fazenda, em bem sucedida parceria com Itaipu.

Com a dupla João e Ibrahim é assim: entre 8 ou 80, eles apostam no segundo, mas com fôlego de moleque do primeiro.

Page 22: O BUNKER DO CHEFÃO · 2018. 7. 27. · casa e um visitante ilustre que merecia uma suíte somente para ele na bela morada. Trata-se do então deputado Arnaldo Faivro Busato (in memoriam)

Digital) é o Bloco K, obrigação acessória que vai controlar o giro de estoque de produtos destinados à industrialização.

Uma prática adotada por alguns empre-sários é utilizar o dinheiro dos tributos para cobrir o capital de giro, para evitar recorrer ao mercado fi nanceiro. É necessário realizar uma análise minuciosa e planejar corretamente

esse tipo de operação. Em alguns casos os problemas ocorrem por puro desconhecimento de legislação, pois a complexidade tributária é enorme no Brasil. Segundo dados do IBPT – Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, 363.779 normas relacionadas a essa área foram editadas desde 1988 (início da Constituição) até hoje.

Outro grande problema são os grandes devedores, que arrastam discussões jurídicas por décadas nos tribunais. Eles representam em torno de 64% das dívi-das junto à União, o que soma pouco mais de R$ 900 bilhões. Esses grandes contribuintes investem pesado para formar esquemas tributários agressivos, que mui-tas vezes se transformam em fraudes. Podemos lembrar aqui da operação Zelotes, em 2015, maior escândalo de sonegação fi scal do país, o qual envolveu a própria Receita Federal e conselheiros do Carf, que atuavam de forma corrupta para favorecer empresas fraudulentas.

OK, sonegar não vale a pena. Mas é possível sobrevi-ver pagando todos os tributos, atuando dentro da legis-lação? Sim, é possível, desde que haja investimento em gestão aliado a estratégias de planejamento bem feitas, que podem resultar em lucratividade maior e resultado de efi ciência operacional. Não existe fórmula mágica ou receita pronta, e sim analisar a fundo as operações da sua empresa e buscar as melhores práticas possíveis a serem aplicadas.

22 | www.pitoco.com.br Pitoco

MÁRCIO DANIEL FOLLE

Natural de Campo Erê (SC) e cascavelense há 18 anos. Graduado nas áreas de administração, marketing e vendas.Coordenador comercial da Funcional Consultoria e coordenador de Planejamento, Desenvolvimento e Inovação da Funcional Contabilidade.

A sonegação de impostos sempre foi uma prática muito comum no

Brasil. Isso devido a um cenário onde a carga tributária elevada, aliada a uma sensação de impunidade para quem frauda o fisco, favorece esse tipo de prática. Podemos citar aqui um caso famoso, do jogador Neymar Jr., que em 2015 foi autuado em R$ 200 milhões e teve que recorrer ao Carf (Conselho de Administração de Recursos Fiscais), órgão máximo nesse tipo de julgamento.

Existe uma diferença entre sonegação e inadim-plência fi scal. A sonegação ocorre quando os valores declarados são reduzidos, para diminuir os valores gastos com tributos. Já a inadimplência fi scal está relacionada a deixar de pagar os impostos, que podem ter sido calculados de forma incorreta ou por opção do empresário.

Deixar de pagar impostos não traz vantagens. As multas podem chegar a 600%, maiores do que o valor do imposto. Os órgãos fi scalizadores contam com ferra-mentas que permitem controlar a receita das empresas e identifi car manobras irregulares a partir de dados das notas fi scais e transações bancárias, entre outros.

A atuação do Fisco começa pelas maiores compa-nhias e vai descendo. Dessa forma, como as grandes estão mais organizadas, a fi scalização já está chegando às empresas menores. Além disso, o maior ganho de operar dentro da lei é ter controle do negócio, já que a Receita Federal e Estadual exigem a coleta de um grande número de informações.

O último recurso, que está em implantação através do projeto SPED (Sistema Público de Escrituração

IMPOSTOS

Vale a pena sonegar?Atuação do Fisco começa pelas maiores companhias e vai descendo. Assim, como as

grandes estão mais organizadas, a fi scalização já está chegando às empresas menores

Page 23: O BUNKER DO CHEFÃO · 2018. 7. 27. · casa e um visitante ilustre que merecia uma suíte somente para ele na bela morada. Trata-se do então deputado Arnaldo Faivro Busato (in memoriam)
Page 24: O BUNKER DO CHEFÃO · 2018. 7. 27. · casa e um visitante ilustre que merecia uma suíte somente para ele na bela morada. Trata-se do então deputado Arnaldo Faivro Busato (in memoriam)

AUTOBIOGRAFIA

O médico cascavelense José Jesus Viegas revisitou a infância em Barra

do Piraí, interior do Rio de Janeiro. E dali resgatou saborosas histórias da juventude de uma outra época, que em quase nada lembra a geração das telas, com celulares “implantados” nas mãos.

Das reminiscências de Jesus nasceu “Alegres Saudades”, livro lançado na As-sociação Médica de Cascavel no último dia 12 de julho.

Acompanhe as imagens produzidas pelo fotógrafo Cesar Pilatti e o prefácio redigido pelo amigo de infância de Jesus, Heraldo de Souza Bichara.

A infância de Jesus

O autor Jesus Viegas (dir.) com a esposa Sônia, os fi lhos Leo e Soninha e o ex-prefeito Fidelcino Tolentino

Radicado em Cascavel desde a década de 1970, médico evoca seus primeiros anos de vida em Barra do Piraí (RJ). “Não esqueceu as lições da mãe e o amor idolatrado do pai”

Fotos: Cesar Pilatti

Pitoco24 | www.pitoco.com.br

Page 25: O BUNKER DO CHEFÃO · 2018. 7. 27. · casa e um visitante ilustre que merecia uma suíte somente para ele na bela morada. Trata-se do então deputado Arnaldo Faivro Busato (in memoriam)

27 de julho de 2018 | 25Pitoco

Prefácio Barra do Piraí, 12 de março de 2018.

Como disse o autor, ele não é um escritor, mas como diz o próprio título da obra “Alegres Saudades”, o Viegas narra fases de sua infância e adolescência inesquecíveis, que dizem respei-to a todos nós seus conterrâneos.

Simples e bem compreensível, o autor faz uma viagem no tempo, relembrando os inesquecíveis momentos das suas peraltices, e exaltando personalidades que moldaram nossa história.

Não esqueceu as lições da mãe e o amor idolatrado do pai, cujo respeito o fez este ci-dadão honrado e amado.

Toca profundamente em nós, barrenses, as lembranças das ruas onde teve sua infân-cia e juventude, desde as calças curtas até a obrigatoriedade de trocá-las por outras mais compridas, face às circunstâncias dos estudos de Ensino Médio.

O livro nos dá uma alegria e prazer de re-lembrar tantos personagens abordados, com uma lucidez incrível, como se estivéssemos com eles neste momento.

Maravilhoso resgate. Viegas, um amigo de longa data que me proporciona prefaciar sua obra, num resgate, como disse anteriormente, de causos tão interessantes e memoráveis.

Aproveitem, prezados leitores, estas lem-

branças de um passado tão distante a um tempo, mas presente eternamente nas nossas memórias por termos o privilégio de ainda percorrer aquelas ruas e locais citados, não da forma que Viegas vivenciou, pois o progresso modifi cou com a mobilidade urbana, as prin-cipais características daqueles logradouros.

Tenho certeza de que a leitura desta obra vai ser um marco na história de nossa querida cidade, e Viegas colherá como bem merece os seus frutos.

Heraldo de Souza Bichara Membro da Academia Barrense de Letras.

Viegas: viagem no tempo

Page 26: O BUNKER DO CHEFÃO · 2018. 7. 27. · casa e um visitante ilustre que merecia uma suíte somente para ele na bela morada. Trata-se do então deputado Arnaldo Faivro Busato (in memoriam)

26 | www.pitoco.com.br Pitoco

Antes de Marx, Platão!Filósofo grego que viveu há 2.400 anos continua atual até hoje.

No plano social, ele é o tataravô do que podemos chamar de comunismo

VIAGEM NO TEMPO

Cuba pretende alterar sua constituição para permitir novamente a existência em seu

território da propriedade privada. A notícia, quase incidental, me levou a um dos meus au-tores preferidos, Platão, e dele à minha obra predileta, “A República”. Que eu li em versão apaixonada de jovem, com o fogo necessário para incendiar as estruturas e mudar o mundo. Então, na plenitude da minha já experiente vida, resolvi fazer uma releitura, que coincidiu com minha recente viagem à Grécia. Nestes tempos de embate ideológico feroz, onde velhas doutrinas que pareciam sepultadas, emergem do solo regadas por sonhadores saudosistas e pretensos intelectuais “progressistas”, a obra de Platão se torna uma obra fresca e atual.

Para quem não tem intimidade com o cele-brado autor grego, adianto que no plano social ele é o tataravô do que hoje podemos chamar de comunismo. Vejam bem, nobres e gentis leito-res, as sociedades humanas já questionavam as estruturas políticas então existentes (estamos falando de quatro séculos antes de Cristo); da

querem entender o surgimento do marxismo e também a dinâmica do próprio capitalismo. Porém, quando Marx se veste de mago do apocalipse e tira a toalha sobre a bola de cris-tal, o caldo entorna. Justamente aí ele está dando os primeiros passos para a criação de uma religião das quais já derivaram muitas seitas, não se diferenciando dos profetas do Antigo e Novo Testamento que

vislumbram o futuro e a partir dessas visões cooptam multidões de súditos.

Neste exíguo espaço, não poderei sequer ousar um resumo do resumo de Platão. Afi nal, o intuito é tão apenas chamar a atenção para a genial obra de fi losofi a política denominada “A República”. Quem se aventurar por suas páginas irá se deparar também com o mito da caverna, ou com a ira platônica contra a poesia (e que se supõe era também um defeito de Sócrates). Mesmo este pecado pode ser cristianamente perdoado. Afi nal, “A República” tem 24 séculos, enquanto os cadernos marxis-tas têm menos de 200 anos. Platão já deu suas provas de longevidade.

crítica feroz que emanava daque-les gregos iluminados, surgiram muitas fi losofi as políticas, dentre as quais a ideia de uma sociedade de igualdade de bens.

Harold Bloom, um dos grandes críticos literários de nosso tempo, situa Platão como o maior escritor do mundo antigo, perdendo apenas para o desco-nhecido que escreveu (e que Bloom chama de Javista) os extratos do Gênesis, Êxodo e Núme-ros. No tocante a “República”, Bloom afi rmou acessar a obra regularmente, para “me expor a uma sabedoria capaz de moderar a minha fúria contra as ideologias”.

Os idólatras de Karl Marx, reunidos num templo universal de uma religião chamada marxismo, tendem a perder o vetor da histó-ria ao imaginar que é sob a pena do pensador alemão que a critica social atinge sua maior potência. Ledo engano! Seguramente não retorno a Platão para menosprezar a monu-mental obra de Marx, que merece o respeito, a consideração e a leitura de todos aqueles que

Vander PiaiaHistoriador e doutor em economia

Page 27: O BUNKER DO CHEFÃO · 2018. 7. 27. · casa e um visitante ilustre que merecia uma suíte somente para ele na bela morada. Trata-se do então deputado Arnaldo Faivro Busato (in memoriam)

Arquitetando sonhosDica do pai se transforma em menção honrosa na universidade

e em desenhos inovadores no mundo da arquitetura

MAYUMI RECH

Transformar em realidade o sonho do cliente dentro de um conceito inovador

e agradável aos olhos e ao bem-estar. Essa é a proposta que baliza o trabalho da jovem arquiteta Mariana Mayumi Fudo Rech, da Mayumi Rech Arquitetura. O escritório funciona há dois meses no centro da cidade e foi concebido para que a arquitetura tome conta da atmosfera do ambiente.

Apaixonada por desenho desde o ensino fundamental, Mayumi primeiramente se viu diante de um curso de Publicidade, como estratégia para potencializar a divulgação de sua arte e traços no futuro. Porém, o gosto pela construção também sempre chamou a atenção. “Então meu pai me disse um dia: porque não tentar arquitetura? Desde então minha vida mudou, e hoje essa profi ssão me possibilita fazer o que mais gosto: tornar sonhos reais”.

Mayumi então decidiu fazer arquitetura. Em 2013, iniciava o curso de Arquitetura e Urbanismo da FAG (Faculdade Assis Gurgacz) e em 2016 formou-se como destaque da turma, ao receber menção honrosa pelo desempenho acadêmico exemplar durante o curso.

“Na arquitetura, consigo expressar as minhas ideias e projetar um ambiente agra-dável e aconchegante, sempre priorizando os diferenciais apontados pelo cliente, seja no ambiente residencial ou comercial”.

Para que o cliente não desperdice o inves-

Vandré DubielaV10 Comunicação

Residencial: sala de estar agradável e aconchegante

timento no decorrer de uma obra, a Mayumi Rech Arquitetura oferece, em alguns dos seus planos, um estudo de viabilidade fi nanceira da obra, serviço imprescindível para evitar desperdício e contratempos no cronograma do empreendimento. “É frustrante ser obrigado a parar uma obra por falta de planejamento e dinheiro”.

Mayumi carrega no peito o desejo pre-mente de transformar a vida das pessoas pela arquitetura. Em busca de ampliar o leque de conhecimento na área, ela já viajou para países como Chile, Uruguai e Itália, e foi onde desco-briu que a inspiração e novos conceitos podem vir de vários lugares do mundo.

Presença naExpoconstruindo

A Mayumi Rech Arquitetura está presen-te em mais uma edição da ExpoConstruindo, de 26 a 29 de julho, no Centro de Convenção e Eventos de Cascavel. Visite o estande para conhecer mais dos serviços oferecidos pelo escritório.

O escritório Mayumi Rech Arquitetura fi ca na Avenida Brasil, 6518, esquina com a Rua Sete de Setembro. Trabalha com projetos arquitetônicos, interiores, paisagismo, reforma e consultoria. O endereço eletrônico é www.mayumirech.com

Comercial: Posto Espigão em Assis Chateaubriand

Mariana Mayumi Rech: tornar sonhos reais através da arquitetura

Pitoco 27 de julho de 2018 | 27

Page 28: O BUNKER DO CHEFÃO · 2018. 7. 27. · casa e um visitante ilustre que merecia uma suíte somente para ele na bela morada. Trata-se do então deputado Arnaldo Faivro Busato (in memoriam)

Guerras da EstrelaDe estrela solitária a uma constelação de 415 postos de trabalho,

a impressionante trajetória do empresário Sergio Borges

Como se pode imaginar, não foi fácil cons-truir a maior rede de farmácias da cidade

polo do Oeste, cujo mercado é disputado pelos grandes players nacionais. Se fosse preciso indicar um nome de fi lme para relatar a fa-çanha do empresário Sergio Borges, talvez cairia bem o Star Wars, a Guerra nas Estrelas. Nome de um livro? Que tal “Estrela Solitária”, de Rui Castro?

Foram muitas batalhas até elevar a rede Estrela de farmácias ao fi rmamento. Hoje são 19 lojas, 415 postos de trabalho, R$ 100 milhões de faturamento. Mas tudo começou no balcão solitário de longos plantões, no início dos anos 1990. Borges, como todo pequeno empreende-dor, abria e fechava a única loja, na rua Paraná, com jornadas de 16 horas.

O momento mais difícil veio logo ali, no comecinho da trajetória. A “estrelinha” tra-vou dura batalha com o IPMC, o instituto de previdência do município, com o qual estava conveniada. “Fui denunciado na imprensa, humilhado, acusado de superfaturamento. Tive meus poucos bens confi scados, tornados indisponíveis”, relatou Sergio Borges no Café com Pitoco, evento mensal organizado pelo jornal.

17 anos depois, após um cinematográfi co star Wars na Justiça, a rede obteve ganho de causa. E agora deve receber uma indenização milionária do IPMC. A estrela solitária da época só não fechou as portas em razão de um ponto forte do empreendedor: rede de contatos. De-vendo e com os bens indisponíveis para quitar as contas, Sergio Borges renegociou com seu maior fornecedor, a distribuidora Santa Cruz.

“Me perguntaram: como você pode pagar a dívida de R$ 247 mil?”. “Parcela em 24 me-ses que vou correr atrás”, respondeu Borges. A Santa Cruz não apenas repactuou a dívida, como abriu mais um crédito de R$ 150 mil em medicamentos para permitir o ressurgimento da Estrela.

“Com o crédito na mão, abri a segunda loja, na rua 13 de Maio”, relata o empresário. Foi mais ou menos assim: perdendo o jogo de 3 x 0, Sergio Borges tirou o volante e o zagueiro central e colocou dois atacantes. Era “calça de veludo ou bunda de fora”, para usar uma expressão popular.

Jairo Eduardo

EMPREENDEDORISMO

Vanderson Faria

28 | www.pitoco.com.br Pitoco

Sérgio Borges: momento maisdifícil logo no início

Por mais seis anos, ele faria expedientes de 16 horas diárias para pagar as contas e expandir o negócio. Hoje Borges avalia que seu principal ativo são os recursos humanos. Na véspera da entrevista concedida ao Pitoco, ele acabara de palestrar para todos os funcionários, divididos em nove grupos, da zeladora ao farmacêutico.

“Eu disse para eles o que sempre digo: nosso cliente precisa se sentir acolhido, nosso colaborador tem que ter empatia. O cidadão que vamos atender veio para uma farmácia. Ele não vai abrir uma geladeira ali para en-contrar algo que lhe dê prazer. Ele veio receber uma injeção, comprar uma fralda geriátrica, é preciso ter sensibilidade para entender qual a melhor forma de atendê-lo”, relata o empre-sário, escolado no balcão da farmácia.

Política de RH é uma obsessão. A gerente do setor era secretária dele. A psicóloga que acompanha recrutamento e seleção era a ma-quiadora que teve o curso superior patrocinado pela empresa. O time de recursos humanos aprendeu como lidar com o pessoal vendo o chefe receber funcionário por funcionário para fazer pessoalmente o pagamento do salário. Hoje isso não é mais possível, mas a relação horizontal da diretoria com a equipe fi cou.

“Foquei no meu negócio”Há muito as grandes redes de farmácia

descobriram Cascavel. Não é incomum ofer-tarem grandes quantias para “engolir” a rede

dos irmãos Borges. Esta perspectiva parece distante. As farmácias Estrela es-banjam saúde fi nanceira. O grupo compra tudo à vista e vende 40% a prazo. Signifi ca capital de giro sólido, poder de compra, negócio bem gerido.

“Ouço falar que alguns concorrentes estão entre os maiores devedores de impostos do país. Não me preocupo com eles. Foquei no meu negócio. Não tenho passivo trabalhista e vamos continuar crescendo”, afi r-ma o empresário.

Ele se queixa apenas da insegurança pública. Diz que toda semana, a rede so-

fre assalto. E que precisou aprender a conviver com isso, deixando pouco dinheiro no caixa. Cita o irmão, Flavio Borges, como “ponto de equilíbrio, pessoa que me desafi a e me motiva todos os dias, o cara que me dá energia. Nos entendemos com um olhar, afi nados como um relógio suíço, unha e carne, não lembro de jamais ter discutido ou divergido dele”.

Futuro: a nova e estrelada geração vem aí Competir em um mercado de operações

enxutas, o das farmácias populares, pediu uma adequação na rede Estrela. A empresa opera também com a bandeira 2, formato que reduz o custo com folha de pagamento e atua de forma mais agressiva no preço.

A nova geração dos Borges está à frente da operação de baixo custo. Com o domingo fora do calendário, reduz um far-macêutico e o vendedor acumula função de caixa. O sistema não atua na tele-entrega, operação onerosa em tempos de gasolina no céu. A operação reduz o custo fi xo em R$ 10 mil mensais.

Uma das lojas está no prédio do Irani do Parque Verde, gerenciada – por enquan-to – pelo fi lho do fundador da Estrela. O menino agora vai passar uma temporada no Rio de Janeiro, onde irá atuar em uma rede de mais de 200 farmácias para depois compartilhar a experiência aqui. A nova e estrelada geração dos Borges vem por aí...

Page 29: O BUNKER DO CHEFÃO · 2018. 7. 27. · casa e um visitante ilustre que merecia uma suíte somente para ele na bela morada. Trata-se do então deputado Arnaldo Faivro Busato (in memoriam)

Gente que coopera

comemora junto

e ainda pode ganhar

muitos prêmios!

MINHA HISTÓRIA,MEU PRÊMIO!

Promoção:

Ima

gen

s m

era

men

te il

ustr

ativ

as.

CER

TIFI

CA

DO

DE

AU

TOR

IZA

ÇÃ

O S

EAE/

MF

nº 0

2.0

00

346/

2018

www.historiascooperativas.com.br

27 de julho de 2018 | 29Pitoco

Café orquestradoNo Café com Pitoco de junho a presença ilustre da Orquestra Paranaense de Viola

Caipira. O grupo recebeu a comenda “Mensageira da Cultura Raiz”, e apresentou uma parte de seu vasto repertório, incluindo “A sementinha”, canção cujo vídeo obteve 2,6 milhões de visualizações no Facebook. “O Pitoco foi um dos primeiros veículos de co-municação a divulgar a Orquestra, que hoje tem renome nacional”, pontuou o maestro Ricardo Denchuski. A Orquestra agora é multiplicadora da música raiz. Em parceria com Itaipu, os músicos executam o projeto Viola Lindeira, com mais de 600 famílias envolvidas em aulas de viola. Os professores são os próprios integrantes da Orquestra.

O Café com Pitoco é um evento mensal cujo ponto alto é uma entrevista testemu-nhada pelos convidados. O entrevistado da ocasião foi o empresário Sergio Borges. O encontro tem o apoio cultural da Nutricard, Sicoob Credicapital e Bourbon Cascavel Hotel Express. Acompanhe aqui as fotos do evento, com a homenagem à Orquestra e a presença dos assinantes convidados.

Silvano Borges, Sergio Borges e Wanderlei Hoff mann

Ricardo Prestes Mion e Marcelo Ogassawara

Sergio Borges, Dirceu Soligo e Edmilson Goes

Carlos Amorim, Bernardo Badotti e Mariana Viera

Odila V. Kassahara e Roberto, pro-prietários do Restaurante Sabor e Cia

Membros da Orquestra de Viola com Ricardo Denchuski e Crystian Fernandes

Reginald Armstrong, Edmilson Goes, Antonio Beiral e Edimar Cauneto

Foto

s: V

ande

rson

Faria

Page 30: O BUNKER DO CHEFÃO · 2018. 7. 27. · casa e um visitante ilustre que merecia uma suíte somente para ele na bela morada. Trata-se do então deputado Arnaldo Faivro Busato (in memoriam)

30 | www.pitoco.com.br Pitoco

José Polasek, da Quartz, recebe principal comenda da Fecomércio; ação empresarial e atuação voluntária foram determinantes na escolha

Guerreiro pelo voluntariadoRECONHECIMENTO

Para comemorar o Dia do Comerciante, a Fecomércio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turis-

mo do Paraná), realizou a entrega do troféu Guerreiro do Comércio. Em sua 13ª edição, o prêmio serviu como reconhecimento ao trabalho desenvolvido na sociedade e à trajetória de sucesso no cerne empresarial. O prê-mio respeita os seguintes critérios: projeção, tempo de mercado, reconhecimento da comunidade e notoriedade empresarial.

Entre as 45 personalidades homenageadas em Curitiba estava o empresário cascavelense José Alexandre Po-lasek, da Ótica e Relojoaria Quartz. Com quatro lojas em Cascavel, sendo três na Avenida Brasil e uma na Rio Grande do Sul, a Quartz se consolida como uma das principais empresas do segmento em Cascavel, além de garantir a geração direta de 20 empregos. No ano passado, completou três décadas de existência na capital do Oeste.

A participação constante e já tradicional em instituições importantes para a sociedade cascavelense se consolida como quesito primordial na escolha para ser agraciado com o troféu Guerreiro do Comércio 2018. Polasek tem atuações relevantes na Acic (Associação Comercial e In-dustrial de Cascavel), Conselho Comunitário de Segurança, Observatório Social e Ajorpa (Associação dos Joalheiros e Relojoarias e Óticas do Paraná).

Nascido a 6 de fevereiro de 1953 em Porto União (SC), Polasek chegou a Cascavel em 1980. Sete anos mais tarde, decidiu empreender e fundar a Quartz. “Ao longo desse pe-ríodo, enfrentamos diversas adversidades, passando pela crise do Plano Real, convivendo com altos e baixos, mas, devagar, fomos vencendo e superando os obstáculos”.

A proximidade com a Acic ocorreu em 1992, quando diante da ocorrência de um assalto no estabelecimento, recorreu à entidade empresarial, em busca de alguma solução conjunta para o problema da violência. Então, foi criado o Conselho Comunitário de Segurança. Polasek presidiu o CONSEG por uma gestão. Entre os destaques da sua atuação ressalta-se o “Vizinho Solidário”, uma forma de combater a violência por meio da união dos moradores dos bairros.

Merece destaque também o papel desempenhado pelo Observatório Social, outra entidade que Polasek presidiu de forma voluntária. A missão é despertar o espírito de Cida-dania Fiscal na sociedade organizada, tornando-a proativa, por meio do seu próprio Observatório Social, exercendo a vigilância social na sua comunidade, integrando a Rede de Observatório Social do Brasil. “O grande desafi o do Observatório Social é passar a contar com uma partici-pação mais ativa e efetiva da juventude”, ressalta Polasek.

Polasek (centro) recebe o troféu Guerreiro do Comércio 2018, em Curitiba. A honraria foi conferida a 45 empresários paranaenses

Guerreiro do Comércio: José Alexandre Polasek, da Ótica e Relojoaria Quartz

Fotos: Wilson Raymundo Junior Vandré DubielaV10 Comunicação

Page 31: O BUNKER DO CHEFÃO · 2018. 7. 27. · casa e um visitante ilustre que merecia uma suíte somente para ele na bela morada. Trata-se do então deputado Arnaldo Faivro Busato (in memoriam)

Filha de tradicional família do ramo farmacêutico, Neide Campestrini não descansou enquanto não obteve a graduação para atuar no ramo

Sonho de meninaGUERREIRA DO COMÉRCIO

O setor farmacêutico de Cascavel tem uma representante à altura no cenário empre-

sarial paranaense. Proprietária da Drogasul Farmácias, a empresária Neide Coutinho Damasceno Campestrini recebeu em julho o troféu Guerreiro do Comércio 2018, oferecido pelo Sistema Fecomércio a 45 empresários do Paraná que fazem a diferença em suas cidades, garantindo a geração de renda e emprego e con-tribuindo para o crescimento de Cascavel, uma das cidades mais promissoras economicamente no contexto nacional.

Para dividir a emoção, Neide contou com a presença da família em Curitiba, que acompa-nhou a entrega da premiação e esse momento tão importante na sua trajetória empresarial. Os empreendedores premiados foram indi-cados segundo critérios de projeção, tempo de mercado, reconhecimento da comunidade e notoriedade empresarial. Essas histórias passam por homens e mulheres inovadores e criativos, em um momento delicado na econo-mia brasileira.

Pode-se dizer que a empresária Neide Coutinho Damasceno Campestrini carrega no peito o amor pelo setor farmacêutico desde o berço. Quando pequena, na farmácia de pro-priedade da família, gostava de ajudar o pai, João Rezende Damasceno. “A história da família está intrinsecamente relacionada ao setor farmacêutico há 70 anos”, conta Neide. Dos quatro irmãos, três trabalham ativamente nas farmácias e o outro atua como proprietário.

Com três décadas de existência, a Drogasul conta com duas lojas em Cascavel. Uma na Avenida Assunção, 1516 (proximidades da Praça da Bíblia e da Rodoviária de Cascavel) e a outra, recentemente adquirida pela família, na Avenida Brasil com a JK. São 12 empregos diretos gerados, três deles para farmacêuticos--bioquímicos.

A notícia do prêmio foi dada primeiramente pelo presidente do Sinfarma (Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Oeste do Paraná), Nelcir Antônio Ferro.

O sonho acalentando por Neide desde pe-quena era o de ser farmacêutica. Porém, antes, optou em cursar enfermagem e mais adiante, já casada e com fi lhos, se aventurou e com muita determinação e principalmente, doação da família e do marido, conseguiu alcançar o seu grande sonho: conquistou o diploma de farmacêutica.

A farmacêutica Neide Coutinho Damasceno Campestrini recebe o troféu Guerreiro do Comércio, oferecido pelo Sistema Fecomércio-PR

O troféu Guerreiro do Comércio é uma forma de reconhecer o trabalho desenvolvido pelos empresários do PR

Neide com o esposo Pedro Campestrini (foto superior) e com amigos: dividindo a emoção ao receber o prêmio.

Fotos: Wilson Raymundo Junior

27 de julho de 2018 | 31Pitoco

Page 32: O BUNKER DO CHEFÃO · 2018. 7. 27. · casa e um visitante ilustre que merecia uma suíte somente para ele na bela morada. Trata-se do então deputado Arnaldo Faivro Busato (in memoriam)

32 | www.pitoco.com.br Pitoco

Contelle Assessoria de Comunicação

Grupo entrosado vem garantindo uma ótima campanha do Futebol Clube Cascavel na 1ª fase do Campeonato Paranaense Sub-19

Dá-lhe, FC Cascavel!FUTEBOL

Cont

elle

Ass

esso

ria d

e Co

mun

icaçã

o

Eles são novinhos, mas quando se trata de futebol, a fase adulta se antecipa: muitos meninos transformam

a brincadeira de bola em profi ssão bem cedo. Tem sido assim para os garotos do Futebol Clube Cascavel que vêm comprovando o quanto o investimento nas categorias de base gera bons frutos. Basta olhar para o desempenho do time ao longo da 1a fase do Campeonato Paranaense Sub-19 deste ano. “Líder” e “invicto” foram as palavras mais ouvidas para defi nir o FC Cascavel nesse período.

Uma campanha marcada por garra, talento e números positivos. “O objetivo era conseguir a classifi cação o quanto antes e isso aconteceu!”, comemora o técnico Romildo Rosa, referindo-se à classifi cação antecipada do grupo para a 2a fase da competição. Jogando em casa contra o Toledo, no famoso “Clássico da Soja”, o FC levou a melhor por 2 a 1 e garantiu a vaga para a próxima etapa.

Por falar em clássicos, eles estiveram bem presentes. Além das disputas contra o time da cidade vizinha, outro adversário com mais rivalidade envolvida é o Cascavel Clu-be Recreativo (CCR). Em jogos com mais “pressão”, o FC Cascavel provou que também está com o psicológico em dia. Vencendo a ansiedade e a cobrança, o Sub-19 se saiu muito bem em todos os clássicos disputados até agora.

Para o técnico, apesar de Vinicios e Bitelo terem carregado o título de artilheiros na maior parte do tempo, o que tem feito diferença é a união do grupo. “Vejo que não foi um só jogador que se destacou, mas sim o time todo. Fomos perdendo algumas peças por conta de cartões ou contusão, e os demais jogadores estiveram aptos para fazer uma substituição no mesmo nível. Eles se focaram muito em tudo que pedimos e têm muito entrosamento. Agora precisamos fortalecer isso, tendo em mente que o campeonato praticamente recomeça na 2ª fase e promete ser acirrado”, comenta Romildo.

Page 33: O BUNKER DO CHEFÃO · 2018. 7. 27. · casa e um visitante ilustre que merecia uma suíte somente para ele na bela morada. Trata-se do então deputado Arnaldo Faivro Busato (in memoriam)
Page 34: O BUNKER DO CHEFÃO · 2018. 7. 27. · casa e um visitante ilustre que merecia uma suíte somente para ele na bela morada. Trata-se do então deputado Arnaldo Faivro Busato (in memoriam)

MEMÓRIA

34 | www.pitoco.com.br Pitoco

Costa Oeste anos 70Na época da construção de Itaipu, região não elegia prefeitos.

Eles eram nomeados em nome da segurança nacional

Os 16 municípios que hoje compõem a “costa rica do Oeste” (Pitoco, ed. no

2152), bafejados pelos eletro-dólares de Itaipu na forma de royalties e outras benesses, com-partilham uma trajetória histórica que a grosso modo pode ser dividida em duas etapas: antes e depois da construção do megaempreendimen-to que foi a menina dos olhos da “Revolução Redentora” de 1964.

Na década de 1970, quando Itaipu começava a sair do papel, os 16 municípios eram apenas sete e, excetuado Terra Roxa, tinham uma coisa em comum além da proximidade geográfi ca com o Paraguai de Alfredo Stroessner: eram administrados por prefeitos nomeados pelo regime militar. Durante uma década e meia, Guaíra, Marechal Cândido Rondon, Santa Helena, São Miguel do Iguaçu, Foz do Iguaçu e Medianeira integraram o rol dos municípios brasileiros considerados “de interesse da se-gurança nacional”, onde a política na esfera

doméstica limitava-se à eleição do Legislativo, às disputas paroquiais entre os grupelhos da Arena (Aliança Renovadora Nacional, o partido da ditadura) e à oposição tolhida do MDB.

A legislação revolucionária desabou sobre a costa Oeste no dia 4 de junho de 1968, quando a Lei no 5.449, assinada pelo general-presidente Costa e Silva, declarou “de interesse da segu-rança nacional” nada menos que dez municipios no Paraná, além de dezenas de outros em todo o Brasil, cujos prefeitos passariam a ser nomeados pelo governador do Estado “mediante prévia aprovação do presidente da República”. Respei-tados os mandatos em curso, a partir de 1970 o bastão passaria para as mãos de biônicos. Foi o que aconteceu com cinco dos seis municípios anteriormente nominados. Teriam esquecido Santa Helena? Médici, o general-presidente da época do “milagre econômico”, consertou: em junho de 1971, incluiu também esse município na lista do intervencionismo.

De todos os biônicos que passaram pela

costa Oeste, o mais longevo foi Kurt Walter Hasper, um ex-caminhoneiro que em dezem-bro de 1964 se elegeu prefeito de Guaíra pelo Partido Social Progressista com 683 votos. Insti-tuído o bipartidarismo em 1966 (Arena e MDB), aninhou-se na sigla da ordem vigente e em 1970 passou de eleito para prefeito nomeado. Ficou quase 21 anos à frente da Prefeitura. Durante sua administração, em 1982, as águas do Lago de Itaipu afogaram as Sete Quedas. A população chiou; o nomeado fi cou quieto.

São Miguel do Iguaçu teve dois prefeitos nomeados. Santa Helena, três. Idem Marechal Cândido Rondon, onde em 1970 o ex-petebista convertido ao arenismo Werner Wanderer passou o cargo para o nomeado Dealmo Poersch, que foi sucedido por Almiro Bauermann (1972-1978) e Verno Scherer (1978-1985). Na época de Bauermann, Rondon ostentava o título de “município mais arenista do Brasil”, tamanha a fi delidade do eleitorado ao situacionismo nos pleitos em que lhe era permitido participar. O general-presidente Ernesto Geisel retribuiu essa devoção com uma visita à cidade em março de 1976. O evento constituiu algo sem precedentes na história do município, mobilizando todos os setores da comunidade. A visita do no 1 do regime deixou o arenismo local em estado de êxtase cívico. Um dia de glória “revolucionária”. Entretanto, apesar de Geisel, naquele ano o MDB de Ron-don elegeu seus dois primeiros vereadores.

(1a parte)

Heinz Schmidt

Page 35: O BUNKER DO CHEFÃO · 2018. 7. 27. · casa e um visitante ilustre que merecia uma suíte somente para ele na bela morada. Trata-se do então deputado Arnaldo Faivro Busato (in memoriam)

27 de julho de 2018 | 35Pitoco

Cascavel (PR), sexta-feira, 27 de julho de 2018 Ano XXII - Nº 2157 | Clipping News Agência de Notícias

(45) 3037-5020 - 45 991339058 | www.pitoco.com.br e-mail: [email protected] | Editor: Jairo Eduardo

Editoração: HDS

Apesar de duramente combatido pelos adversários, o gaúcho Luiz Bonatto adminis-trou Medianeira durante 12 anos. Ex-abridor de estradas e fazendas, foi nomeado prefeito em fevereiro de 1970 e só saiu em maio de 1982. Talvez tenha sido o mais polêmico dos interventores que passaram pela costa Oeste. Persiste até hoje a suspeita de que o advogado Adolpho Mariano da Costa inspirou-se em Bonatto para escrever o romance “O Donatá-rio”, que narra as peripécias de um certo Santo Donato, prefeito nomeado de uma imaginária cidade chamada Barbaquá do Sul.

Quatro milicos desfi laram pela Prefeitura de Foz do Iguaçu durante o período interven-torial. O último e mais importante deles foi o coronel e engenheiro Clóvis Cunha Vianna (1974-1984). Sem dúvida, escolhido a dedo por Brasília para fazer dueto com o general Costa Cavalcanti, que comandou a construção de Itaipu com mão-de-ferro. “Era um sargentão tocador de obras”, resumiu muito anos depois o jornalista Juvêncio Mazzarollo (in memo-riam) em referência elogiosa ao general, a quem havia combatido nas páginas carbonárias do inesquecível semanário “Nosso Tempo”.

Figura curiosa, esse Costa Cavalcanti. Era um “híbrido”, misto de militar e político. De-putado federal pela UDN de Pernambuco em 1962, participou da conspiração contra João Goulart. Foi ministro de Costa e Silva, da Junta Militar e de Médici. Integrava a “linha dura” do

regime, o grupo de radicais que tanto infer-nizou a vida do general-presidente Castelo Branco e ajudou a produzir o AI-5 em dezem-bro de 1968. Isso não impediu que, em abril de 1974, o “castelista” Ernesto Geisel nomeasse o general oriundo da trincheira da ultradireita para a direção geral de Itaipu. Autoritário sem dúvida, muitas vezes arrogante e um tanto avesso à publicidade, de Costa Cavalcanti pode-se dizer muita coisa. Menos que usasse o cargo (e que cargo!) para se autopromover como messias salvador da tríplice fronteira.

A construção da hidrelétrica teve sobre Foz do Iguaçu o efeito de um petardo nuclear. No bom sentido. A cidadezinha poeirenta que contava 33 mil habitantes e apenas duas ruas asfaltadas em 1970, viu sua população quadruplicar em 10 anos. Só as obras da usina chegaram a mobilizar mais de 30 mil barrageiros. Os milhões de dólares destina-dos a Itaipu mais os recursos federais que chegavam ao caixa da Prefeitura, mudaram o perfi l da cidade. Ela experimentou um “boom” econômico jamais visto. Cresceu também o “contrabandomércio” de Puerto Presidente Stroessner (antiga denominação de Ciudad del Este), até então praticamente limitado ao fornecimento de uísque, calças Lee e algumas quinquilharias. Generais-comerciantes do entorno de Stroessner e hierarcas do Partido Colorado começaram a amealhar nessa época notável patrimônio que os colocaria na lista dos grandes milionários do Cone Sul.

Se a Foz do Iguaçu urbana ganhou com Itaipu, para a costa Oeste como um todo o em-preendimento revelou-se um desastre social. A formação do reservatório da hidréletrica, em 1982, implicou a desapropriação de 101 mil hectares de terras. Mais de 8 mil famílias de agricultores tiveram de abandonar suas propriedades. Candidatos à desapropriação e a binacional sustentaram desde a metade da década de 1970 até o início dos anos 1980 uma barulhenta queda-de-braço em torno dos valores das indenizações. A polêmica e as mobilizações populares pelo “preço justo” ganharam espaço na imprensa nacional e logo repercutiram no exterior - com evidente prejuí-zo para a imagem da “obra do século”. Só então os tecnocratas itaipuanos perceberam que ha-viam subestimado a capacidade de resistência “de gente que nem sabe se expressar direito”. O confl ito social resultou em um livro - “A Taipa da Injustiça”, de Juvêncio Mazzarollo. Outro efeito colateral foi a formação de uma entidade regional de lavradores que em março de 1994, em Cascavel, daria origem ao célebre MST - Movimento dos Agricultores Sem Terra. Quem diria!

Page 36: O BUNKER DO CHEFÃO · 2018. 7. 27. · casa e um visitante ilustre que merecia uma suíte somente para ele na bela morada. Trata-se do então deputado Arnaldo Faivro Busato (in memoriam)

Pitoco

Família Magela Nossa referencia de base familiar este mês vai para a família do publicitário e futuro advogado Geraldo Magela, grande profi ssional sempre pautado pela ética e profi ssionalismo, legado que se estende a toda a sua família, onde conta sempre com o comprometimento da esposa Silva Prado. Na foto, um registro especial com os fi lhos Giuliano e Geovane e as noras Luiza e Simone. A vocês, nossas reverências e respeito.

Iluminação da barragem de Itaipu ganha edição especial

A iluminação Especial de Inverno – novo atrativo do Complexo Turístico Itaipu, que conta a história da usina por meio de diversas apresentações artísticas, com show de fogos de artifício e jantar incluídos no pacote – é uma das estratégias da binacional para, pela primeira vez, alcançar a meta de 1 milhão de visitantes em um ano.

Time da Hyundai Com o objetivo de manter sempre estreita a relação com

seus clientes, a Vector Hyundai realizou, no último dia 23 de junho, um café da manhã ao ritmo de festa junina com muita pipoca, quentão, pé de moleque e tudo mais. Na oportuni-dade os clientes puderam desfrutar de um ótimo cardápio e também conhecer melhor os modelos que a Hyundai disponibiliza no mercado. Ótimos anfi triões, o gerente geral Luiz Ghiggi e sua equipe esbanjaram simpatia e profi ssio-nalismo. Na foto, parte do timaço da Vector: Paulo Monte, Fernando Carvalho, Luiz Ghiggi e Amanda Oliveira.

Consórcio Fipal em festa Neste mês a Fipal Consórcio completou 30 anos de existência com uma trajetória coroada

com muita credibilidade, efi ciência e comprometimento junto ao mercado de nossa região, sempre valorizando seus clientes e equipe. Nas fotos, o registro de evento realizado no último dia 6 no Black Cap para seus colaboradores.

“Os vencedores são os que buscam conhecimentos, os perdedores pensam já tê-los encontrado.”

Corrida ao IguaçuNo ultimo dia 12 esteve em Cascavel o

candidato a governador do Paraná, Ratinho Junior (PSC). No encontro realizado na ACIC, ele apresentou as linhas mestras de seu plano de governo aos empresários e lideranças políti-cas de Cascavel e região. Na foto, Ratinho com o prefeito Paranhos e o vereador Carlinhos.

Vini

cius B

rath

i

Jornalistas e representantes do trade turís-tico da região foram os convidados para uma apresentação antecipada do passeio, na noite do último dia 04 de julho, e viram o diretor--geral brasileiro da Itaipu, Marcos Stamm, destacar a expectativa por um recorde anual de visitação, em 2018. “Este novo passeio contri-buirá para que a Itaipu bata mais um recorde, desta vez, o da visitação turística, alcançando a marca de 1 milhão de visitantes este ano”, afi rmou Stamm.

36 | www.pitoco.com.br

Eder, Jairo, Higor, Marcos, Lucimar, Iraldo, Julio, Carlos, Claudia, Eunice e Elaine, da equipe de vendas, sob a coordenação de Elizabet

Fabiola, Valdecir, Osmar, Vinicius, Tatiana, Carlos, Juilson, Leandro e André. São da equipe de vendas da loja Av. Brasil, sob liderança da Cleide

Foto

s: K

iko S

ieric

h

Page 37: O BUNKER DO CHEFÃO · 2018. 7. 27. · casa e um visitante ilustre que merecia uma suíte somente para ele na bela morada. Trata-se do então deputado Arnaldo Faivro Busato (in memoriam)

Pitoco 27 de julho de 2018 | 37Pitoco

CASCAVELNA RÚSSIAIntercambio esportivo do nosso companheiro rotário José Carlos Reisdorfer, tietando a jornalista global Sandra Annemberg. O encontro casual foi em Moscou, antes da partida em que o Brasil enfrentou a Sérvia

Na mesma ocasião, Dario e Solange Driessen, ele gerente de vendas da Possoli Caminhões

Efi ciência e credibilidade

A Concessionaria Zeni Motors (Toyo-ta) para Cascavel e região apresentou no último dia 28 de junho o novo modelo Yaris nas versões Htech e Sedan. Na foto, o carro rodeado pela equipe de vendas sob a coordenação dinâmica do jovem Marlon Muller, gerente de vendas, acompanhado de Sirlei e Fernando, executivos de vendas, além da recepcio-nista Rafaela.

O dia marcou também a inauguração da sede própria da loja de Foz do Iguaçu, oferecendo aos clientes um ambiente aconchegante tanto no show -room como na área de serviços. O evento contou com a presença do presidente da Tayota para o Brasil e seu staff de diretores da indústria. Na ocasião, a Zeni Motors foi coroada com o prêmio Destaque Regio-nal pelos objetivos e metas alcançados pela concessionária no ano de 2017. A homenagem foi eternizada com uma placa esmaltada.

Rotary empossou governador e os presidentes do Distrito 4640. Na foto, o presidente do Rotary Clube União, Aldrey Giordani, e esposa Luana Schaebler.

Feijoada da Paz

Mantendo a tradição o prefeito de Cascavel, Leo-naldo Paranhos, promo-veu mais uma Feijoada da Paz com o foco de combater as drogas e também arreca-dar alimentos para famílias menos favorecidas. O evento foi realizado no dia 23 de junho na Martignoni Bier, gentilmente cedida pelo em-presário Gilberto. E como nos anos anteriores, contou com uma presença marcante de empresários, políticos e profi ssionais liberais, coro-ando o evento de êxito. Nas fotos, algumas presenças solidárias na Feijoada da Paz.

Luiz Notari, diretor da Plusnet, com o campeão brasileiro de canoagem, Roberto Maehler.

Page 38: O BUNKER DO CHEFÃO · 2018. 7. 27. · casa e um visitante ilustre que merecia uma suíte somente para ele na bela morada. Trata-se do então deputado Arnaldo Faivro Busato (in memoriam)

Aventureira cascavelense narra escalada de 6 mil metros na Bolívia. “Não é estar no cume que traz satisfação, mas toda a trajetória para chegar até lá”

La Paz é lá em cima

Junto às mochilas, um ano de trei-nos, reeducação alimentar rígida,

dedicação e resiliência. Objetivo: subir nossa primeira montanha acima de 6 mil metros chamada Huayna Potosí em La Paz, na Bolívia. No meu caso e de meu marido Marcio, era a segunda tentativa. Organizada pelo Cascavel Trekkers, nosso grupo de oito aventureiros chegou à capi-tal boliviana.

Com equipamento de segurança testado, estávamos prontos para nosso ciclo de aclimatação no vilarejo Nevado Condoriri, na Cordilheira Real. O silêncio e a paz de suas lagoas a 4,7 mil metros tranquilizavam-nos perante o primeiro desafi o: Pico Áustria (5,3 mil metros).

Às 4 horas da manhã partimos em pas-sos curtos. Logo com a saída do sol nossos ânimos aumentaram, assim como um ca-lor inesperado; estávamos na Praia Andi-na, onde a neve era a areia e as montanhas nosso mar. Com toda a equipe chegando ao cume, nos deparamos com uma vista magnífi ca da nossa meta, Huayna Potosí, ao longe, parecia nos esperar. De volta ao acampamento conversamos com nossos guias: muito descanso, alimentação, água, ritmo constante e suave aos brasileiros para que os efeitos da altitude fossem superados.

Fomos para nosso segundo objetivo, Pico Tarija (5,2 mil metros) e Pico Pequeno Al-pamaio (5,3 mil). Saímos à meia-noite pelo vale até chegarmos à geleira, que subimos lentamente por um zig-zag branco. O frio e

Michele FerrariContabilista

DIÁRIO DE BORDO

Retornamos a La Paz e de lá partimos para o acampamento base do Huayna Potosí (4,7 mil metros) para um almoço e, após, uma subida íngreme com mochilas pesadas, ao acampamento alto (5,2 mil metros) no qual des-cansaríamos. À meia-noite do dia seguinte iniciamos a subida confi antes, pois sentíamos que a monta-nha, desta vez, nos permi-tiria subir.

Apesar da temperatura de 11 graus negativos, do vento forte, e da exigência física, meus pensamentos eram centrados em coisas boas: “Eu sou forte, estou preparada, eu consigo, mecha seus dedos para não congelarem e seja feliz”. Presenteados por um nascer do sol incrí-vel no ponto mais alto da montanha a 6 mil metros, chegamos ao cume e nos sentimos realizados.

Não é o estar no cume que nos traz satisfação, mas toda a trajetória para chegar até lá: as mudanças no corpo e na mente, a dedicação, a união da família e amigos te impulsionando para o objetivo. Como bem defi niu o fi lósofo alemão Arthur Schopenhauer, “a vista do cume de uma montanha ajuda muito a ampliar os conceitos... tudo o que é pequeno some, só fi ca o que é grande”.

gretas as quais nossas lanternas iluminavam, nos deixavam impacientes por chegar logo. No cume estreito do Tarija, para poupar energia, decidi retornar com meu esposo. Com êxito o restante da equipe continuou a jornada mais técnica até o Pequeno Alpamaio. A descida durante a noite gelada me animou - sentia que estava pronta para o grande desafi o.

Michele Ferrarino ponto mais alto da montanha, a 6 mil metros; nas mãos, as fi tinhas de Nossa Senhora que fi zeram parte da bagagem

Pitoco38 | www.pitoco.com.br

Page 39: O BUNKER DO CHEFÃO · 2018. 7. 27. · casa e um visitante ilustre que merecia uma suíte somente para ele na bela morada. Trata-se do então deputado Arnaldo Faivro Busato (in memoriam)
Page 40: O BUNKER DO CHEFÃO · 2018. 7. 27. · casa e um visitante ilustre que merecia uma suíte somente para ele na bela morada. Trata-se do então deputado Arnaldo Faivro Busato (in memoriam)

ImImImImImmImImImmmImImmImImagagagagagagaggagggggagggagaggaggaaa

emememmemememmmememememmmemememmememmmmmmmmmmm

ererererereeeeeeeeamamamamamammmmamammmmmamamamaa

eneneneneneneneneneeeeeteteteteteeeteteet

iiiiiiilulululululullststststststststss

rararararrtititiiv

avavavvaaaaaad

qdqdqqdqqdduiuiu

ririridadadadadad

dddddddde e eebabaababababababb

ncncncnccno o ooo

dededeeiim

am

amm

gegeggnsnsns

..

Agende sua consulta online.

Diretora Técnica MédicaDra. Selma Miyazaki - CRM-PR: 12511

45 2101-4242 | www.hospitaldeolhos.com.brRua Minas Gerais, 1986 | Centro | Cascavel/PR

Esporte. Vontade que nos move.

A vida é movimento.

O Hospital de Olhos de Cascavel oferece alta tecnologia no diagnóstico, com cinco vezes mais precisão para a Cirurgia Refrativa. Deixe as lentes e os óculos, para aproveitar ainda mais essa sensação de vitória que só o esporte proporciona.

Miopia, Hipermetropia, Astigmatismo ou Presbiopia, atrapalham seu foco na hora de praticar esportes?