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O CONSELHO DE CLASSE - Operação de migração para o ...€¦ · O Conselho de Classe é o encontro do coletivo escolar, deve então possibilitar o processo de democratização

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O CONSELHO DE CLASSE:

em busca da socialização do saber historicamente acumulado

Autora: Giovana Karla Zan Assis1

Orientadora: Maria Lidia Sica Szymanski 2

Resumo

Este artigo reflete sobre uma pesquisa indagando a concepção e a prática no Conselho de Classe, relatada por 39 professores pedagogos, integrantes do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, turma 2010-2011, os quais representavam vinte e seis municípios que compõem os seis Núcleos Regionais de Educação da região Oeste e Sudoeste do Paraná. Baseia-se no que é proposto pela Secretaria Estadual de Educação do Paraná – SEED, que alerta sobre a necessidade de uma Educação que possibilite ao aluno ser contemplado como um todo. Constatou-se, entretanto, que a efetivação do Conselho de Classe apresenta-se, ainda nos dias atuais, envolta em contradições, sendo polêmica e complexa, acontecendo de maneira fragmentada, com ênfase no individual, o que resulta em um Conselho de Classe classificatório e excludente, evidenciando-se dessa forma as suas artificialidades. Os resultados da pesquisa de campo foram discutidos e fundamentaram um processo de intervenção objetivando a ressignificação do Conselho de Classe do Colégio Estadual Padre Carmelo Perrone. Cumpre salientar que não são apresentadas receitas prontas, mesmo porque elas não existem, mas é no coletivo escolar que se articula o fazer pedagógico. Palavras-Chaves: Conselho de Classe; Ensino Fundamental; Ensino-Aprendizagem.

Abstract

This article reflects on a research about the design and practice in the Council of Class reported by 39 teachers educators, members of the Educational Development Program - PDE 2010-2011, which represent twenty-six municipalities in six Regional Education Centers, integrating the region west and southwest of Paraná. Is based on proposed by the State Department of Education of Parana - SEED, that warns about the need for an education that enables students to be contemplated as a whole. It was found however that the effectiveness of this Council of Class presents yet, even today, shrouded in contradictions, being controversial, complex and fragmented, whose emphasis is in the exclusionary individual classification resulting in a Class Council showing its artificiality. The research results was discussed and conducted a Intervention process, aimed a redefinition of the Council of Class in the school called

1 Profa. PDE – Professora Pedagoga da rede Estadual de Ensino do Estado do Paraná. Núcleo

Regional de Educação de Cascavel – Paraná. E-mail: [email protected]. 2 Profa. Orientadora – Mestre e Doutora em Psicologia pela USP e Pós-Doutora em Psicologia,

Desenvolvimento Humano e Educação pela FE-UNICAMP. E-mail: [email protected].

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Padre Carmelo Perrone. It should be noted that there is no ready recipes, because they do not exist, but it is needed that the school community articulates the pedagogical questions. Keywords: Class Counsel; Elementary Education; Teaching and Learning.

1 Introdução

O Conselho de Classe é o encontro do coletivo escolar, deve então

possibilitar o processo de democratização do acesso ao saber, viabilizando ações

que assegurem, por meio da contextualização dos conteúdos, esses saberes. É

espaço para se pensar no processo de ensino-aprendizagem e na avaliação, bem

como salientar que a verdadeira função do Educador é oportunizar ao aluno plena

consciência dos seus deveres e direitos, o acesso e a apropriação do conhecimento

historicamente acumulado.

Entretanto, o que se constata no cotidiano das escolas, com relação ao

Conselho de Classe, é um grande descontentamento dos educadores. Para muitos,

tornou-se um momento de total estresse, sendo que esses encontros trazem temas

conflitantes, os quais muitas vezes acabam ultrapassando o campo das ideias

profissionais e passando para os confrontos pessoais. Muitos professores

comprometidos com o processo ensino-aprendizagem acabam por se frustrar ao

participar dessas reuniões, nas quais a grande parcela de profissionais insiste em

identificar apenas os alunos que não atingiram o mínimo das notas necessárias e/ou

apresentam problemas comportamentais.

Outro ponto fundamental é a questão de como está sendo utilizada essa

reunião, pois se sabe que são muitos os problemas que geram o descontentamento

dos profissionais da Educação, os quais acabam por aproveitar esse espaço para

discutir suas ansiedades em relação ao salário, à falta de condições materiais, aos

problemas relacionados à saúde e a outras questões, as quais são relevantes, sim,

mas não condizentes com esse espaço, que é específico para tratar de avanços,

limitações e possibilidades nos processos de ensino e de aprendizagem, pelos quais

esses professores são responsáveis.

Nesta perspectiva, o papel do Conselho de Classe é ser mero instrumento

para julgamento de apreciações subjetivas dos alunos e, consequentemente,

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assume um caráter repressor, seletivo, classificatório e produtor de exclusão.

Distancia-se, assim, do que as escolas sugerem, por meio de seus Projetos

Políticos-Pedagógicos (PPP).

Neste estudo propõe-se analisar e compreender criticamente a práxis do

Conselho de Classe, confrontando a realidade de diferentes escolas e a filosofia da

escola pública, que alerta a respeito da necessidade de uma Educação que

possibilite ao aluno ser visto como ser social e portador de identidade própria,

contemplado como um todo, de forma a se tornar indiscutível a necessidade e a

obrigatoriedade de uma postura consciente por parte dos professores no processo

do Conselho de Classe, voltado principalmente para a aprendizagem.

O foco da pesquisa dirigiu-se a identificar como vem ocorrendo nas Escolas

Estaduais Paranaenses, como os pedagogos da região Oeste e Sudoeste do Paraná

entendem que deva ocorrer e quem, na opinião desses profissionais, deve compor o

Conselho de Classe. Ainda, buscou-se verificar como são feitos e divulgados os

seus registros e quais os empecilhos que dificultam a implantação das ações

decididas nesse coletivo. A análise de como o professor decide quem vai ser

aprovado, de como ele usa esse poder que está em suas mãos, é outra questão que

merece atenção, sendo que a avaliação muitas vezes se resume em atribuir notas,

deixando de lado a oportunidade de verificar se o aluno está conseguindo assimilar,

reter e, principalmente, transpor os conhecimentos adquiridos para a solução dos

problemas do seu cotidiano.

O coletivo escolar precisa conscientizar-se de que todos, inclusive os nossos

alunos, são sujeitos históricos inseridos na sociedade, recebendo influências e nela

interferindo, e a Escola deve criar condições para que o Conselho de Classe se

torne um espaço que possibilite um processo de reflexão e discussão de ações que

contribuam para formar cidadãos mais conscientes, críticos e atuantes. Em última

instância, a presente pesquisa objetivou contribuir para a ressignificação do

Conselho de Classe do Colégio Estadual Padre Carmelo Perrone. Pretendia-se que

o coletivo escolar percebesse que o processo avaliativo, uma das principais

responsabilidades docentes, exige uma postura do professor, seja no sentido de

manter a sociedade, reproduzindo-a, ou de buscar reduzir suas desigualdades,

rompendo com o que já está posto.

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2 Papel do educador no Conselho de Classe

Compete ao Conselho de Classe analisar o processo de ensino-

aprendizagem, garantindo que o professor seja o mediador entre o conhecimento e

a aprendizagem; seu objetivo principal é oportunizar o envolvimento de todos para

repensá-lo e a tomada de decisões coletivas. Faz-se necessário, então, salientar

que a verdadeira função do Educador é oportunizar ao aluno plena consciência

permitindo-lhe posicionar-se enquanto ser que constrói a sua história, que recebe

influências, mas também influencia como agente e protagonista de sua existência,

capaz de pensar criticamente e de mudar o que é possível, visando a uma vida mais

digna. A preocupação está, em identificar que sociedade se almeja, e

consequentemente, que homem se busca formar.

O trabalho coletivo é importante para que haja interação, possibilitando o aprender a lidar com as dificuldades, procurando soluções conjuntas para que os problemas cotidianos se resolvam da melhor forma. No Conselho de Classe, os envolvidos podem negociar, estabelecendo conclusões, as quais se constituem em parte de um processo de construção em grupo, onde o pensar deveria ser coletivo e através do diálogo criar-se-iam oportunidades para que todos pudessem falar e estabelecer diretrizes que conduzissem suas práticas pedagógicas (TAVARES; SZYMANSKI, 2008, p. 9).

Trata-se, portanto, de um direito de cada cidadão o acesso e a apropriação

do conhecimento historicamente acumulado, e a escola constitui-se no espaço

socialmente instituído para garantir essa apropriação. Entretanto, vive-se em uma

sociedade capitalista, da qual a escola constitui-se em um fragmento. Essa relação

evidencia-se quando se utilizam alguns termos como clientela, rendimento; de forma

explícita, no processo avaliativo, quando se seleciona e classifica; e principalmente,

no resultado final, quando se exclui tendo como base a baixa produção e o

comportamento inadequado do aluno.

A função precípua da escola é a transmissão e a apropriação dos conhecimentos. Na sociedade capitalista, a transmissão/apropriação dos conhecimentos cumpre a função de manter a hegemonia das classes dominantes. [Pelo conhecimento, ciência, técnica e arte] o homem adquire

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os instrumentos necessários para a transformação/apropriação da natureza, em seu beneficio. Na sociedade capitalista, a direção desse processo de transformação/apropriação da natureza é no sentido de garantir e manter o benefício para a minoria dominante, em detrimento e pela expropriação da maioria dominada. Assim, manter a classe dominada na ignorância dos mecanismos que a tornam dominada, dentre os quais o conhecimento, constitui uma estratégia para a manutenção da dominação (PIMENTA, 1991, p. 11).

Sem perder de foco que a escola é apenas um dos segmentos da sociedade

e é de sua competência possibilitar a transmissão e assimilação dos conhecimentos

elaborados, não há a pretensão de tomar para si a função de transformar o mundo,

mesmo porque isso só acarretaria nos profissionais um peso do qual jamais à escola

por si só poderia dar conta. A escola não é uma ilha, mas é fundamental que, sendo

sua atribuição, ela garanta a todos a apropriação dos conhecimentos historicamente

acumulados sem cair no comodismo de não fazer nada. O Conselho de Classe, por

sua vez, constitui-se como órgão colegiado da escola que:

[...] delibera ações futuras e compartilhadas sobre casos individuais e/ou de grupo. Seu propósito é uma leitura integral e interdisciplinar do aluno pelo coletivo dos professores em determinados momentos do processo (não no final de, porque nunca termina), trocando pontos de vista, refletindo sobre concepções pedagógicas e deliberando sobre as estratégias de continuidade da ação educativa. Tais decisões não podem se desviar das questões epistemológicas e didáticas inerentes às aprendizagens, razão essencial de tais discussões, não se desconsiderando o papel formativo da escola. O tempo de deliberações deve ocupar a maior parte dos conselhos, registrando-se as decisões para que possam ser retomadas nos próximos encontros, num processo de ação-reflexão continuada (HOFFMANN, 2005, p.38).

Sabe-se que nas Escolas Paranaenses o Conselho de Classe está

assegurado no Regimento Escolar de cada instituição, sendo que no Colégio

Estadual Padre Carmelo Perrone consta:

Art. 26 - O Conselho de Classe é um órgão colegiado de natureza consultiva e deliberativa em assuntos didático-pedagógicos, fundamentado no Projeto Político Pedagógico da Escola e no Regimento Escolar, com a responsabilidade de analisar as ações educacionais, indicando alternativas que busquem garantir a efetivação do processo ensino e aprendizagem. Art. 34 – São atribuições do Conselho de Classe:

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I. analisar as informações sobre os conteúdos curriculares,encaminhamentos metodológicos e práticas avaliativas que se referem ao processo ensino e aprendizagem;

II. propor procedimentos e formas diferenciadas de ensino e de estudos para a melhoria do processo de ensino e aprendizagem;

III. estabelecer mecanismos de recuperação de estudos, concomitantes ao processo de aprendizagem, que atendam às reais necessidades dos alunos, em consonância com a Proposta Pedagógica Curricular da escola;

IV. acompanhar o processo de avaliação de cada turma, devendo debater e analisar os dados qualitativos e quantitativos do processo ensino e aprendizagem;

V. atuar com corresponsabilidade na decisão sobre a possibilidade de avanço do aluno para série/etapa subsequente ou retenção, após a apuração dos resultados finais, levando em consideração o desenvolvimento integral do aluno;

VI. receber pedidos de revisão de resultados finais até 72 (setenta e duas) horas úteis após sua divulgação em edital;

VII. emitir parecer referente à encaminhamentos de alunos à especialistas sempre que se fizer necessário.

O Conselho de Classe, espaço de fundamental importância, pode ser

utilizado como: um aliado ou alienado, do processo ensino-aprendizagem. Será um

aliado quando possibilitar que se pense o ensino-aprendizagem, facilitar a troca de

experiências, buscar ações coletivas visando à democratização do acesso ao saber

e viabilizando ações que assegurem esses direitos a todos os alunos. É o espaço

no qual a escola vai repensar-se, detectar pontos positivos e fragilidades e,

principalmente, propor mudanças. É o coletivo, no coletivo, pensando o coletivo.

Ao identificar que a nota e o comportamento não são os elementos

essenciais dos Conselhos de Classe, há que se pensar sim no processo de

avaliação, verificando até que ponto os acertos e erros são referenciais para rever a

metodologia e a pertinência dos instrumentos utilizados. É fundamental analisar a

prática docente, perceber quais as dificuldades em possibilitar ao aluno a

compreensão, assimilação e aplicação dos conhecimentos, e considerar se a

avaliação é uma ferramenta que auxilia na aprendizagem ou uma arma repressora.

Um dos grandes problemas na avaliação escolar:

[...] é sua aplicação restrita ao aluno, parece que todo o resto, professor, livro didático, currículo, direção, escola, família, sociedade, etc. está acima de qualquer suspeita. Na verdade, a avaliação deve atingir todo processo educacional e social, se quisermos efetivamente superar os problemas (VASCONCELOS, 2000, p. 84).

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Dessa forma, tomando como base a fundamentação teórica exposta,

propôs-se uma Pesquisa de Campo que fundamentasse uma ação pedagógica

intencional, que propiciasse ao coletivo escolar refletir sobre o Conselho de Classe,

levando à sua resignificação. Essa pesquisa será descrita a seguir.

3 Método

3.1 Sujeitos da Pesquisa de Campo

O estudo sobre a concepção e a prática dos Conselhos de Classe partiu do

relato de 39 professores pedagogos, que integravam o Programa de

Desenvolvimento Educacional (PDE), da SEED Estado do Paraná, turma 2010-

2011. Esses pedagogos representavam vinte e seis municípios e seis Núcleos

Regionais de Educação da região Oeste e Sudoeste do Paraná. Os dados foram

coletados através de um questionário aplicado coletivamente em uma das salas da

aula da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE).

A Tabela 1 apresenta a distribuição dos sujeitos da pesquisa que atuam

como pedagogos na região Oeste do Paraná distribuídos por Núcleo Regional de

Ensino, sendo que N equivale ao número de professores participantes de cada

município.

REGIÃO OESTE

ASSIS N CASCAVEL N FOZ DO N TOLEDO N

CHATEAUBRIAND IGUAÇU

Assis 01

Anahy 01 Foz do Iguaçu 01 Mar. C. Rondon 02

Chateaubriand Campo Bonito 01 Medianeira 01 Palotina 02

Formosa do Oeste 03 Cap. L. Marques 01 S. Miguel do Iguaçu 01 Santa Helena 02

Jesuítas 01 Cascavel 07 Toledo 01

Santa Lúcia 01 Vera C. do Oeste 01

Tabela 1 – Número de sujeitos da Região Oeste distribuídos por NRE e municípios

E, a Tabela 2 apresenta os dados relativos à distribuição dos sujeitos na região

Sudoeste do Paraná.

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REGIÃO SUDOESTE

DOIS VIZINHOS N FRANCISCO BELTRÃO N

Dois Vizinhos 01 Barracão 01

Salto do Lontra 02 Francisco Beltrão 02

São Jorge D´Oeste 01 Marmeleiro 01

Planalto 01

Pranchita 01

Realeza 01

Verê 01

Tabela 2 – Dados relativos à distribuição dos sujeitos na região Sudoeste do Paraná

Na Tabela 3, é apresentada a distribuição dos sujeitos quanto à faixa etária

e o tempo de docência.

FAIXA ETÁRIA N % DOCÊNCIA N %

39 a 43 anos 10 26 15 a 19 anos 05 13

44 a 48 anos 12 31 20 a 24 anos 18 46

49 a 53 anos 07 18 25 a 29 anos 11 28

54 a 58 anos 04 10 29 a 34 anos 02 05

59 a 64 anos 02 05 35 a 39 anos 02 05

Não informaram 04 10 40 a 44 anos 01 03

TOTAL 39 100 TOTAL 39 100

Tabela 3 – Distribuição dos sujeitos quanto à faixa etária e tempo de docência

A análise do tempo de caminhada desses profissionais no magistério

revelou que 75% tinham de 39 e 53 anos. Setenta e quatro por cento já trabalhavam

na área de 20 a 29 anos. Os treze por cento com menor experiência tinham até a

data da pesquisa de 15 a 19 anos de trabalho docente. Constatou-se que 13% já

tinham tempo de magistério suficiente para se aposentar. Com relação à idade dos

participantes, 15% dos docentes apresentavam 54 ou mais anos de idade. E, ainda

que 10% dos professores pedagogos, não tenham respondido a essa questão,

verifica-se que se trata, de um grupo maduro e com bastante experiência

profissional.

Com relação à escolaridade, todos os professores pedagogos pesquisados

tinham Pós Graduação, sendo que entre eles, um tinha Mestrado.

A Tabela 4 foi elaborada com o objetivo de apresentar a distribuição das

escolas quanto à localização dos bairros em que se situam e ao período de

funcionamento.

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BAIRRO N % PERÍODO N % N.MATRICULAS DE ALUNOS N %

Central 31 79 M 05 13 Inferior a 100 02 05

Periférico 08 21 V 05 13 De 101 a 300 03 8

N 01 03 De 301 a 500 05 13

M e V 07 18 De 501 a 750 05 13

M e N 01 03 De 751 a 900 09 23

V e N 01 03 De 901 a 1100 03 08

M,Ve N 19 49 De 1101 a 1200 05 13

De 1201 a 1700 04 10

De 1701 a 1800 02 05

Acima de 1800 01 03

TOTAL: 39 100 TOTAL: 39 102 TOTAL: 39 101

Tabela 4 – Distribuição das escolas quanto à localização dos bairros em que se situam e ao período de funcionamento

Verificou-se que quase 80% dos professores pedagogos atuam em escolas

centrais e cerca de 50% estão em escolas que funcionam nos três períodos. Em

24% dos casos, a demanda estava distribuída em dois dos turnos, variando entre

matutino e vespertino, e/ou matutino e noturno, e/ou vespertino e noturno. Em 29%

das escolas o atendimento se restringia a um único turno, ou seja, só matutino, só

vespertino ou só noturno.

Com relação ao porte, ou seja, à quantidade de matrículas, constatou-se

que o número de matrículas vai de 501 a 900, em 36% dos casos, porém há

pedagogos atuando tanto em escolas bem pequenas quanto em escolas com uma

demanda de 1800 alunos.

A Tabela 5 apresenta a distribuição das escolas quanto à organização do

Pré-Conselho.

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PROCEDIMENTO QUEM AVALIA QUEM É AVALIADO N %

Não realizaram Não consta Não consta 02 05

Não informaram Não mencionaram Não mencionaram 17 44

Só mencionaram Não informaram Não informaram 04 10

Fichas Professor Regente Alunos 05 13

Fichas Professor

Alunos 02 05 Regente, Alunos

Fichas Professor Regente Não especifica 01 03

Em sala Pedagogo, Professor

Não especifica 01 03 Regente, Alunos

Fichas Professor Regente Coletivo 02 05

Fichas Docentes e Discentes Avaliação Recíproca 02 05

Em sala Pedagogo, Professor

Coletivo 03 08 Regente, com ou sem Alunos

TOTAL: 39 101

Tabela 5 – Distribuição das escolas quanto à organização do Pré-Conselho

Com relação ao Pré-Conselho, os dados foram alarmantes, pois se verificou

que em 44% das escolas, esse momento nem constava nos relatos, e quando

acontecia, era de forma equivocada, apenas se limitando a fornecer o nome dos

alunos com problemas, ou a avaliações quanto á indisciplina da turma, reproduzindo

a fragmentação tão presente na sociedade e, consequentemente, refletida na

escola. Dez por cento das escolas participantes restringiram-se a mencioná-lo,

omitindo-se em esclarecer como funcionava, possibilitando supor a não existência

desse espaço ou a despreocupação em especificar e em identificar os objetivos que

seriam analisados pelo coletivo escolar. Ainda, 5% das escolas, afirmaram a sua

não realização, e tentaram justificá-la assegurando não ser contemplado no Projeto

Político Pedagógico da Escola.

Entretanto 5% dos pedagogos pesquisados apresentaram preocupação em

envolver o conjunto dos professores da turma, podendo ocorrer em sala de aula,

utilizando-se de fichas avaliativas e contando com a participação de todos os alunos,

de forma que os docentes avaliavam os discentes e o processo inverso também

ocorria.

Outra forma que as escolas em estudo apontaram é que, em 8% dos casos,

o Pré-Conselho acontecia tendo a presença do professor representante ou do

pedagogo, e poderia ser com ou sem os alunos, sendo que alunos e/ou professores

avaliavam em sala de aula as dificuldades enfrentadas no processo pedagógico, e o

julgamento não se restringia ao aluno, pois se discutia, oralmente e no coletivo,

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sendo que o processo de ensino e de aprendizagem constava também no registro

das conclusões.

As avaliações unilaterais identificadas estavam em total desacordo com o

que é proposto pela Secretaria Estadual de Educação do Paraná - SEED, sendo que

em 13% das escolas, somente o professor regente preenchia uma ficha onde

observava o desempenho do aluno, em um processo de avaliação classificatória e

excludente. De forma semelhante utilizavam-se fichas preenchidas pelo professor

regente e acrescentavam-se fichas preenchidas pelo educando, porém nas duas

situações somente o aluno era avaliado, 5%. Em três por cento, os resultados

parecem estar focados nos alunos, nas notas e na indisciplina, pois, não há

esclarecimento de quem era avaliado.

Em 5% das escolas, outra forma de conduzir o Pré-Conselho registrada,

apontou que só o professor regente avaliava a turma e o processo de aprendizagem,

defendendo a ideia de que o coletivo era avaliado, embora nos parecesse estar

relacionado exclusivamente ao desempenho do aluno.

Três por cento dos casos ocorria de forma semelhante, porém, envolvendo

pedagogos, professores regentes e alunos, os relatos não especificavam o que se

pretendia avaliar, se seria o aluno ou o processo pedagógico.

Na Tabela 6, é apresentada a distribuição das escolas quanto à organização

do Conselho de Classe.

COMPOSIÇÃO FORMA AVALIADOS N %

Não realizam 02 05

Não mencionaram 02 05

Só mencionaram 04 10

Docentes Tradicional Alunos 28 72

Docentes e Discentes Avaliação Recíproca Coletivo 01 03

Docente, Mais ao Encontro Metodologia e 02 05

Equipe Pedagógica SEED Avaliação

TOTAL: 39 100

Tabela 6 – Distribuição das escolas quanto à organização do Conselho

A análise dos questionários constatou que em 72% das escolas ainda o

Conselho de Classe acontece de forma bem tradicional, é organizado de forma

unilateral, utilizando como único referencial o registro de classe dos professores e a

transformação desses resultados em gráficos, tabelas e mapas, com repasse

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dessas informações pelo professor regente ou o pedagogo da escola. Esses

educadores parecem acreditar que ler os dados e apresentar a síntese das questões

respondidas previamente pelos alunos, garanta a efetivação dos objetivos do

Conselho de Classe. Não há preocupação com o processo de aprendizagem, nem a

discussão quanto a possíveis providências para melhorá-lo.

Para descrever o perfil da turma os professores avaliavam os alunos lendo

as notas no livro de chamada e registros em fichas, e os alunos avaliavam os

professores, em sala de aula, com auxílio de fichas, contando com a presença do

professor pedagogo ou pelo professor representante de sala e esse resultado era

levado e discutido na reunião do Conselho, 3%.

Em 5% das escolas, constatou-se um quadro que vem mais ao encontro da

proposta da SEED, revelando a preocupação em buscar novos caminhos para

solução dos problemas detectados. Os dados analisados eram obtidos pelos

professores, coordenador de curso, equipe pedagógica, existia espaço para troca de

experiência entre os profissionais, sem que se deixasse, de observar se houve

crescimento do aluno, portanto nos leva a acreditar que há inquietação em discutir

sugestões para melhoria da qualidade educacional, da metodologia e do processo

avaliativo.

Em 10% dos casos, o Conselho de Classe foi só mencionado, e não se

forneceram dados de como se processou. E 10% dos professores pedagogos não

mencionaram o Conselho ou mesmo afirmaram sua não existência.

A Tabela 7 foi elaborada com o objetivo de verificar a distribuição das

escolas quanto à organização do Pós-Conselho.

ENVOLVIDOS NOS REPASSES

OBJETIVOS N %

Não Realizaram 04 10

Nem mencionaram 28 72

Só Mencionaram 02 05

Professores Boletins 01 03

Professores Dados referentes avaliação dos alunos 01 03

Pedagogo Repasse para os Alunos 01 03

O Coletivo Melhoria do Processo Ensino- Aprendizagem 02 05

TOTAL: 39 101

Tabela 7 – Distribuição das escolas quanto à organização do Pós-Conselho

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Quanto ao Pós-Conselho, 5% das escolas demonstraram preocupação em

diagnosticar o que pode ser feito para melhorar o processo ensino aprendizagem

identificando ações a serem tomadas envolvendo o todo, de forma que as

fragilidades detectadas se tornem o ponto de partida para o crescimento do coletivo

escolar, sendo o aluno, contemplado como um dos elementos que integram o todo

escolar e não somente como fragmento desse processo, em uma postura

individualista, classificatória e excludente.

Setenta e dois por cento das escolas nem sequer o mencionaram, 5% só

mencionaram e 10% afirmaram que não o realizam. Assim, evidenciou-se a

inexistência desse espaço de retomada, no Pós-Conselho, das providências que

foram ou deveriam ter sido estabelecidas no Conselho. Verifica-se na literatura que

o objetivo do pós-conselho é acompanhar a implementação das ações decididas no

coletivo para melhoria do processo de ensino. Portanto, quando deixa de existir

acaba por fortalecer a manutenção do status quo vigente, sendo que seria o

momento de oportunizar ao professor rever a metodologia de ensino buscando a

efetivação da aprendizagem e de lançar um novo olhar ao aluno percebendo-o

enquanto ser histórico e social.

Três por cento consideraram o processo de avaliação em sua escola como

unilateral, ou seja, centralizado no pedagogo, considerado o responsável pelo

repasse de resultados para a classe como um todo, nos casos em que a nota esteja

mediana ou acima da média, ou de forma mais individualizada para os alunos ditos

“problemas” e seus responsáveis. Outros 3% relataram que o repasse ao coletivo

estava atrelado à entrega dos boletins, conversa com os pais, com a turma e quando

necessário individualmente. E em 3% das escolas, o Pós-Conselho só apresentava

dados referentes aos avanços ou às fragilidades dos estudantes, avaliando

exclusivamente o aluno, o que nos leva a reforçar que o fracasso é considerado

culpa do aluno.

A Tabela 8 apresenta como deveria ocorrer o Conselho de Classe.

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AÇÕES A SEREM REFLEXÃO VOLTADA FATOR N %

TOMADAS AO INTERFERENTE

Coletivo Alunos 12 31

Coletivo Não Cita 01 03

Coletivo Coletivo 16 41

Tempo 03 08

Calendário Escolar 03 08

Afirmou não ter ideia 01 03

Falta de Harmonia e Justiça 02 05

Não realiza 01 03

TOTAL: 39 102

Tabela 8 – Aponta como deveria ocorrer o Conselho de Classe

Segundo 41% dos participantes, o Conselho de Classe deve ser o momento

de discussão coletiva de todo o processo de ensino aprendizagem, articulação de

ações e encaminhamentos que visem à aprendizagem do aluno, período de revisão

da prática docente e da forma avaliativa, percebendo fragilidades e possibilidades do

aluno, facilitando-lhe a compreensão, assimilação e aplicação dos conhecimentos

elaborados na solução de problemas do seu cotidiano. Trata-se, portanto, do

Conselho de Classe utilizado como ferramenta que auxilia na aprendizagem e não

como arma repressora que classifica e exclui.

Trinta e um por cento dos entrevistados acreditam que apenas pelo fato de

vincular no Conselho de Classe: alunos representantes de classe, membros da

associação de pais, mestres e funcionários (APMF), e do grêmio estudantil,

juntamente com professores e pedagogo, bastaria para concretizar um conselho

democrático. Essa visão pode ser constatada na descrição de um participante que

ao justificar a preocupação em envolver os alunos, diz: “o aluno deve fazer parte do

Conselho de Classe, por ser o único ‘réu’ que não participa de seu ‘julgamento’”,

evidenciando uma perspectiva de participação equivocada, pois a presença do aluno

não garante a discussão do processo de aprendizagem. Outra forma, sugerida por

3% dos pedagogos, consiste em envolver o coletivo, porém não há relatos da

preocupação do que, ou quem será avaliado.

Maior disponibilidade de tempo, é a sugestão de 8% pois, consideram ser o

fator que mais está interferindo na qualidade da instância Conselho de Classe,

argumento reforçado quando as escolas são compostas por muitas salas e turmas

numerosas. Defendem, então, a necessidade de existir um período maior para a

efetivação de discussão das ações coletivas a serem tomadas, e que nos leva a

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refletir sobre a importância do Conselho de Classe ser bem planejado, para ser

aproveitado ao máximo. De fato, quatro horas para discutir os problemas da escola

como um todo é pouco tempo, porém não se trata simplesmente de ampliar o tempo

de discussão, mas sim de mudar seu enfoque.

Outro fator que é levado em consideração é que o Pré, o Conselho e Pós,

façam parte do Calendário Escolar, como garantia de sua efetivação, sugestão

apresentada por 8% dos professores.

Cinco por cento defendem a ideia de que deva ser realizado de forma mais

justa e harmoniosa, argumento que sugere uma preocupação com a classe

trabalhadora. Três por cento dos professores não tem nenhuma sugestão e 3%

afirmaram que não realizam o Conselho de Classe.

Na Tabela 9, apresenta-se quem deveria compor o Conselho de Classe.

MEMBROS DO CONSELHO DE CLASSE N %

Professores 31 79

Equipe Pedagógica 28 72

Alunos ou Representantes 27 69

Direção 27 69

Funcionários 16 41

Pais 15 38

Órgãos Colegiados e Representantes 13 33

Professor Sala de Recurso e Sala de Apoio 02 05

Bibliotecário 01 03

Inspetor de Aluno 01 03

Mecanógrafo 01 03

Não especifica 01 03

Tabela 9 – Quem deveria compor o Conselho de Classe

O total ultrapassa 39, pois o mesmo pedagogo apresentou mais de uma sugestão.

Setenta e nove por cento dos pedagogos consideram o professor como

profissional determinante do Conselho de Classe, o que pressupõe que por estar à

frente do processo educacional esse profissional seja o elo mais próximo de

mediação entre o conhecimento e o sujeito; 72% dos participantes citam o

pedagogo, por ter uma boa representatividade junto aos envolvidos na escola; já

para 69% tanto a direção quanto à presença de alunos através de sua

representatividade são fundamentais para o fortalecimento na tomada de decisões.

Quarenta e um por cento citaram os funcionários; para 38%, é importante a

presença dos pais; 33% mencionaram a participação de representantes dos órgãos

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colegiados, A presença dos professores das salas de recurso e sala de apoio, para

5% dos entrevistados, é fundamental; já 3% mencionaram os seguintes

profissionais: bibliotecário, inspetor de alunos, mecanógrafo, o que possibilita

identificar que a ação coletiva deve ser refletida pelo todo. Finalizando, 3% não

registraram a opinião.

A Tabela 10 retrata a importância desse Órgão Colegiado na prática do dia a

dia.

OBJETIVOS AÇÕES A SEREM TOMADAS N %

Reflexão Coletiva Redirecionamento do trabalho Pedagógico 24 62

Repasse de Informações Centralizada no Aluno 10 26

Subsídios para Pedagogos Intervenção professores, pais e alunos 03 08

Não Informou 02 05

TOTAL: 39 101

Tabela 10 – Retrata a importância desse Órgão Colegiado na prática do dia a dia

Para 62% o Conselho de Classe é considerado base de toda ação

pedagógica, momento de reflexão da prática utilizada no dia-a-dia e espaço de

socialização das experiências positivas, devendo ser utilizado como diagnóstico do

processo de ensino-aprendizagem, na tentativa de identificar os obstáculos, para

sanar dentro do possível as dificuldades, planejar ações e quando necessário

promover o redirecionamento desse Órgão Colegiado.

Porém o registro se restringe ao aproveitamento escolar, relacionado a

notas, faltas e comportamento, preocupação voltada exclusivamente ao aluno, alvo

específico da avaliação, cujo objetivo principal é o repasse de informações,

conforme 26% dos pedagogos explicitam.

Para 8% é essencial que o pedagogo, ao perceber que o aluno apresenta

dificuldade na resolução de uma questão ou mais, seja um mediador, isto é,

oportunize ao professor que reveja questões fundamentais como: analisar se os

objetivos estão claros, observar em que momento as dúvidas são mais frequentes,

que fragilidades o aluno está apresentando, se os instrumentos avaliativos estão

adequados, para intervenção junto aos alunos, professores e pais, visando à

socialização do saber historicamente acumulado. Dos participantes, 5% não

disponibilizaram seus pareceres com relação a essa questão.

A Tabela 11 faz referência às formas de registros.

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FORMAS DE REGISTRO INFORMAÇÕES N %

Boletins, Gráficos, Fichas, Editais, Computador Pais e alunos 21 54

Ata Pais e alunos 11 28

Sala Pais e alunos 07 18

Não realizaram 01 03

TOTAL: 39 103

Tabela 11 – Formas de registro utilizadas pela escola

Apontamentos através de boletins, gráficos, fichas, editais e computador são

as formas de registro utilizadas, segundo 54%; dos sujeitos. Em 18% das escolas há

um livro de registros do professor – livro de chamada – no qual são anotadas as

informações dos alunos. Em vinte e oito por cento dos casos, a ata é redigida no

momento do Conselho de Classe. Embora a forma de registro varie nas diversas

escolas, o repasse das informações ou notas ocorre da mesma forma, sendo

normalmente disponibilizado no boletim ao próprio estudante, quando os resultados

são favoráveis. Quando os alunos não alcançaram o mínimo dos objetivos

propostos há uma conversa mais individualizada com pais e alunos, podendo ser em

sala de aula, no coletivo. Dos participantes, 3% não realizaram nenhuma forma de

registro, por não ter o Conselho de Classe.

A Tabela 12 foi elaborada com o objetivo de identificar os fatores que

impedem a implementação das decisões do Conselho de Classe.

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FATORES QUE IMPEDEM A IMPLEMENTAÇÃO DAS DECISÕES N %

DO CONSELHO DE CLASSE

Falta de compromisso, de Reflexão do Coletivo ou das Partes 22 56

Pouco Tempo 10 26

Falta de Pessoal de Apoio, Funcionários, Pedagogos, Professores 10 26

Professores resistentes à Mudança 06 15

Pedagogo deixa de exercer sua função, assume função de outros 05 13

Deixa de cumprir acordos firmados no Conselho de Classe 04 10

Falta de Políticas Sociais 02 05

Deixa de cumprir o PPP 02 05

Falta de domínio de turma 02 05

Excesso de troca de Professores 02 05

Falta de material de apoio 01 03

Preocupação voltada em atender o imediato 01 03

Ausência do Professor no Conselho de Classe 01 03

Falta de politização do Pedagogo 01 03

Burocracia 01 03

Preocupação em vencer conteúdo 01 03

Dificuldade em aceitar crítica 01 03

Não tem 01 03

Tabela 12 – Com relação aos fatores que impedem a implementação

O total ultrapassa 39, pois o mesmo pedagogo apresentou mais de uma sugestão.

Veio à tona é a questão do professor saber ouvir, respeitar a opinião do

colega, durante a reunião do Conselho, para que se possam elencar sugestões que

promovam ações, visando à melhoria do processo ensino-aprendizagem e,

consequentemente, da ação docente, articulando a atividade escolar e a

problemática do contexto social, pois, em alguns momentos, observa-se a falta de

reflexão e de compromisso dos envolvidos no processo educativo, conforme 56%

dos participantes.

O Conselho não se configura em geral como um momento especial, dentro

da organização escolar, para repensar coletivamente as formas de reorganizar as

aulas e despertar nos alunos motivação, troca de saberes entre as disciplinas, pois,

segundo relato, devido à escassez de tempo, é feita apenas uma análise superficial

da aprendizagem, sem qualquer menção, por parte dos professores, das fragilidades

do ensino e da necessidade de se rever as formas de atuação. Para 26%, figura

como empecilho a falta de suprimento de profissionais, que deveriam ser

contratados, o que não ocorre.

Quinze por cento dos participantes afirmam que é preciso superar alguns

ideários enraizados, pois se percebe que muitos preferem não se aprofundar nas

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questões teóricas, acomodando-se em suas práticas antigas. O pedagogo, ao

assumir funções extras, deixa de fazer o que é de sua competência, relegando a um

segundo plano o pensar a escola, de acordo com 13%. Outro empecilho é referente

aos acordos firmados no Conselho de Classe, que nem sempre são cumpridos,

segundo relato de 10%.

Dos participantes da pesquisa, 5% alertaram sobre: falta de políticas sociais

adequadas, o não cumprimento das propostas que integram os Projetos Políticos

Pedagógicos (PPP), a dificuldade do professor em dominar conteúdos e se impor

diante da indisciplina. De maneira semelhante, 3% apontam dificuldades como: falta

de material de apoio, o imediatismo, a ausência do professor no Conselho de

Classe, falta de politização principalmente do pedagogo, burocracia, preocupação

voltada em vencer conteúdo, dificuldade em aceitar crítica. Outros 3% não

conceberam empecilhos.

A Tabela 13 foi elaborada com o objetivo de socializar as sugestões para a

efetivação do Conselho de Classe.

SUGESTÕES N %

Participação de todos 13 33

Avaliação e Reflexão de todo processo 18 46

Aplicar o combinado no C.C. e manter uma postura 08 20

Maior embasamento teórico 01 03

Vontade de transformar 01 03

Ouvir o aluno 01 03

Os três momentos garantidos em calendário 01 03

Professor exclusivo (falta por estar em outras escolas) 02 05

Presença dos pais e alunos 01 03

Politicas Públicas 01 03

Ampliar o tempo de duração da reunião 08 20

Não houve sugestão 04 10

Tabela 13 – Sugestões para efetivação do Conselho de Classe

O total ultrapassa 39, pois o mesmo pedagogo apresentou mais de uma sugestão.

Resgatar a essência do Conselho de Classe, como Órgão Colegiado, refletir

e avaliar o desempenho pedagógico do aluno e do professor, buscar avanços no

processo de ensino-aprendizagem, detectar problemas, novas alternativas para

superá-los, novos encaminhamentos, diferentes metodologias, reformulação de

questões, voltando-se principalmente à aprendizagem, a fim de realmente

possibilitar uma ação democrática, consistem em alternativas apontadas por 46%.

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Para 33%, a escola inserida num contexto social reflete os problemas sociais

vigentes, recebendo influências e influenciando, não é uma ilha, sendo necessário

que todos os profissionais participem juntos e reflitam, de maneira que se apontem

alternativas para melhoria do processo ensino-aprendizagem.

Dos participantes, 20% requer maior disponibilidade de tempo, por ser

considerado como um momento limitado e insuficiente, pois a maioria das escolas é

composta por muitas turmas e as salas de aulas são lotadas, o que impossibilita

uma reflexão crítica do processo. Outros 20% sugerem que se levem a sério as

decisões tomadas no Conselho de Classe e se aplique o que foi acordado em sua

prática diária.

Ainda 5% apontam para a necessidade de o professor ser exclusivo da

escola, pois, ao ser lotado em uma única escola, lhe é garantida maior participação

e presença no Conselho de Classe. Além disso, 3% sugerem um maior

embasamento teórico por parte dos profissionais, bem como a vontade de modificar-

se, a capacidade para ouvir o aluno, maior participação dos pais e alunos, a garantia

em calendário escolar de Pré-Conselho, Conselho e Pós-Conselho, como também

Políticas Públicas mais adequadas.

4 Implementação

Em face da análise e reflexão das disfunções do Conselho de Classe,

desenvolver uma proposta de intervenção foi essencial, principalmente quando

baseada em uma problemática vivenciada no dia-a-dia e refletida no Órgão

Colegiado da Escola Estadual Padre Carmelo Perrone. Fez-se necessário interferir

no processo ensino-aprendizagem, buscando apresentar compreensão mais clara e

objetiva da verdadeira função social do Conselho de Classe. Assim, no decorrer da

implementação, os professores foram instigados a refletirem sobre o papel do

Conselho de Classe, retomando seus conhecimentos anteriores e discutindo os

resultados da Pesquisa de Campo desenvolvida.

Os professores foram se inteirando do tema no decorrer do ano letivo e nas

reuniões pedagógicas, através da análise dos avanços e limitações de outras

realidades, retratados na pesquisa aplicada aos professores pedagogos PDE. Tal

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processo foi de grande importância, visto que despertou dúvidas, inquietações e

reflexões, em muitos profissionais, sendo que a pesquisa trouxe à tona experiências

vivenciadas, conquistas e anseios, necessidade de se rever metodologias utilizadas

e diferentes concepções, ou seja, consistiu em suporte para ressignificar o Conselho

de Classe do Colégio Estadual Padre Carmelo Perrone.

A reestruturação do Conselho de Classe aconteceu levando em

consideração as reflexões antecedentes, de forma que no Pré-Conselho foram feitas

as análises de turma por turma, na própria escola, durante a hora-atividade dos

profissionais, sendo solicitado a cada professor fornecer informações relacionadas à

sua disciplina, destacando as que de alguma forma tenham contribuído e as que de

alguma maneira prejudicaram ou dificultaram o processo ensino-aprendizagem. As

sugestões para proporcionar um ensino de qualidade também foram avaliadas, bem

como o parecer referente a cada aluno da sala, com destaque aos alunos que

apresentaram resultados satisfatórios, possibilitando-se a participação de todos os

professores, no entanto, nem todos compartilharam desse processo.

O Pré-Conselho contou com a presença de poucos pais, porém considerou-

se um passo significativo, sendo que a princípio foram convocados apenas os pais

das turmas dos 9° anos para estarem presentes na escola. Como critério para

convocação, utilizou-se a insistência dos professores, ao perceberem que nessas

turmas muitos desses alunos demonstravam dificuldades na organização da Rotina

de Estudos, desinteresse, descompromisso. Além disso, a ação esteve pautada no

artigo 129 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que específica que os

pais, além da matrícula, têm o dever de acompanhar o aproveitamento escolar do

filho (a), avaliando seus progressos individuais e estimulando-o (a) para que o

estudo lhe seja rendoso.

Proporcionou-se aos pais participarem, juntamente com seus filhos, de uma

palestra sobre a importância de hábitos de estudos. Ao final, os pais foram ouvidos,

entretanto, como poucos se fizeram presentes, os que aceitaram o desafio, ao

término da palestra contribuíram com dados referentes ao filho e à escola. Os

alunos, através de suas representatividades, foram envolvidos e ouvidos. Os dados

foram coletados pelos pedagogos, que, após análise, sintetizaram por série os mais

relevantes, para discussão coletiva.

O Conselho de Classe buscou envolver todos os professores da escola, por

período de atuação (matutino, vespertino e noturno). Foi chamado, então, de

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“Conselhão”, por tratar dos problemas gerais da escola, ao invés de reunir-se turma

por turma. Verificou-se que os problemas eram os mesmos e que os

encaminhamentos poderiam ser coletivos. Buscou-se como foco possibilitar uma

releitura da práxis, diminuindo a dicotomia teoria-prática. Iniciou-se destacando o

nome dos alunos considerados bons ou excelentes, pois a escola tem que atendê-

los – o objetivo era lembrar o professor de que há bons alunos que querem aprender

– o que causou estranheza principalmente naqueles mais resistentes às mudanças.

Fez-se um breve relato do perfil de cada turma e a síntese dos encaminhamentos foi

apresentada nesse “Conselhão”. Surgiram as reclamações costumeiras e partiu-se

para elaboração de um plano de ação coletivo. Discutiu-se num primeiro momento o

que mais impedia a produção de uma aula de qualidade e assinalou-se a

necessidade de todos terem uma mesma postura, sendo que as normas e regras

não devem ser quebradas – exemplificou-se por meio da proibição ao uso de celular,

que interfere no pedagógico, medidas como o que fazer e quando o aluno pode

utilizá-lo foram analisadas. Os professores solicitaram que fosse produzido um

“carômetro”, ou seja, a foto dos alunos por turma, para facilitar ao professor sua

identificação. Verificou-se a necessidade de se trabalhar o regulamento interno com

alunos e realizar um estudo mais aprofundado sobre o ECA envolvendo todos os

educadores.

No segundo Conselho, aconteceu a divisão por séries. Cada pedagogo

dirigiu um dos quatro conselhos, com todas as turmas do mesmo ano. As reuniões

ocorreram simultaneamente, em cada período. Tal organização possibilitou maior

disponibilidade de tempo, pois, reduzindo o número de turmas a serem avaliadas

pelos grupos, se pode centralizar mais nas particularidades de cada uma, pensando

o dia a dia de sala de aula nas séries avaliadas e a possibilidade de os alunos

superarem as fragilidades. Refletiu-se sobre as ações necessárias para que o

ensino se processe de maneira mais adequada e a aprendizagem se concretize.

Nas turmas dos 9° anos, surgiram ações de caráter mais punitivo, devido

aos problemas já apresentados e discutidos no Conselho anterior, sem que

houvesse mudanças nas atitudes dos alunos, o que dificultava o ensino e

consequentemente a aprendizagem. Discutiu-se como se fazer legalmente a

cobrança da responsabilidade e exigir maior acompanhamento dos pais, casos em

que os alunos indisciplinados deveriam ser encaminhados ao Conselho Tutelar.

Porém, a ação não ficou restrita ao aluno. Avaliou-se o que leva esse aluno a não

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querer estudar, e dessa forma partiu dos professores a ideia de se fazer algo

diferente, como buscar formas diversificadas de repassar conteúdos, foi pensado

então na organização de uma gincana cultural na tentativa de motivar os alunos,

socializar os saberes e combater a indisciplina.

O Pós-Conselho, considerado como momento de devolutiva das ações

elencadas coletivamente, geralmente ocorre em um determinado dia no qual cada

professor fica em uma sala, responsável pela entrega dos boletins aos pais, os quais

podem circular pelas demais salas se quiserem conversar com outros professores.

Entretanto, em duas das turmas dos 9° anos que apresentaram mais dificuldades,

outro momento foi disponibilizado para a entrega dos boletins aos pais e/ou

responsáveis que ocorreu em um dia específico, diferente do dia destinado a toda a

escola. Todos os pais dessas duas turmas foram convocados e todos os professores

daquele dia estiveram presentes e expuseram aos pais e alunos as dificuldades

encontradas em ministrar aulas diante do descompromisso dos alunos. Enfatizou-se

a tentativa de unir escola e pais, somando forças em benefício dos educandos.

Cabe registrar como foi enriquecedor esse estudo, pois partiu da análise, da

prática cotidiana do professor pedagogo PDE, sendo que os relatos registrados

pelos participantes proporcionaram socialização de experiências diversificadas,

muitas vezes não encontradas nas literaturas existentes.

5 - Considerações Finais

A pesquisa surgiu da preocupação em analisar e compreender criticamente

a práxis dos Conselhos de Classe, na região Oeste e Sudoste do Paraná. Teve-se

em vista que o Conselho de Classe deixa de ser funcional quando acontece

desarticulado do contexto social, passando a ter como foco a preocupação na

identificação dos culpados pelo fracasso escolar e esquecendo-se de avaliar o

próprio fazer pedagógicos e os encaminhamentos necessários.

Considerei como uma pedra bruta o relato de um participante da Educação a

Distância (EaD), quando em seus apontamentos diz: "os professores continuam

fingindo que ensinam, mas os alunos não se preocupam mais em fingir que

aprendem". É preciso lapidar essa pedra, transformá-la em preciosa. Essa fala

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revela a necessidade de um estudo ainda maior sobre a aprendizagem, e nessa

perspectiva o Conselho de Classe constitui-se em um espaço privilegiado para essa

discussão coletiva. Para que o Conselho de Classe passe a ser respeitado, é

preciso ser visto apenas como ponto de partida, instrumentalizando a todos, de

forma que os objetivos propostos sejam alcançados. Não cabe conceber o Conselho

de Classe como ponto de chegada, pois ele é processo e por isso está em constante

construção.

O objetivo da pesquisa é facilitar ao leitor a percepção de que o professor

traz embutida em sua ação intenção política e, diante da análise dos dados, obtive

uma proposta que veio mais ao encontro das orientações da Secretaria de

Educação Paranaense, cujo intuito consistiu em dar início à reestruturação do

Conselho de Classe do Colégio Estadual Padre Carmelo Perrone, como espaço

específico para tratar de avanços, limitações e possibilidades nos processos de

ensino e de aprendizagem, pelos quais os professores são responsáveis.

Ainda que haja um consenso teórico sobre a importância do Conselho de

Classe, na prática sua execução causa polêmica, o que justifica um aprofundamento

teórico sobre o assunto. Fazer uma leitura reflexiva da pesquisa foi de suma

importância na tentativa de conscientizar o educador, na escola em que o projeto foi

implementado, de que todos, inclusive os nossos alunos, são sujeitos históricos

inseridos na sociedade, recebendo influências e nela interferindo, aproximando a

teoria da prática.

Assim, a Escola deve criar condições para que o Conselho de Classe se

torne um espaço que possibilite o processo de reflexão e discussão de ações que

contribuam para formar cidadãos. Buscou-se conscientizar os educadores de que é

de sua competência, como profissionais atuantes das escolas, a luta por uma

Educação emancipadora e que, nesse processo de democratização do acesso ao

saber, a escola pode contar com o Conselho de Classe.

Nesse sentido, o presente trabalho não teve como objetivo justificar fatos,

nem normatizá-los, porém, entendê-los, para buscar transformações, sendo que

vivemos num mundo globalizado e temos consciência de que as mudanças

acontecem em tempo real e partem da vontade de fazer a diferença. É

imprescindível, então, saber qual caminho percorrer, qual a melhor postura, como

romper com o que está posto, em busca da socialização do saber elaborado. Não se

pode negar que o Conselho de Classe desenvolvido neste projeto está longe do

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ideal, mas alguns avanços já aconteceram, abrindo espaços para que novas ações

possam acontecer.

Essa análise permitiu uma nova forma de avaliar, voltada não para a

avaliação em si, mas para a aprendizagem. “Não é possível obrigar alguém a mudar

as suas práticas. Mas, será que vale a pena permanecer nos erros, não fazer a

diferença, não fazer parte da história? Não se pode ficar só nos discursos”

(TAVARES; SZYMANSKI, 2008, p. 4).

Referências

ARANHA, M. L. de A. História da educação. 1. ed. São Paulo: Moderna, 1989.

HOFMANN, J. O jogo do contrário em avaliação. Porto Alegre: Mediação, 2005.

PIMENTA, S. G. O pedagogo na escola pública. São Paulo: Loyola, 1991.

SZYMANSKI, M. L. S; TAVARES, M. do C. de J. B. Conselho de Classe: uma proposta de pesquisa. In: Anais do I Simpósio Nacional de Educação. XX Semana da Pedagogia. Cascavel, PR: EDUNIOESTE, 2008. Disponível em: <http://www.unioeste.br/cursos/cascavel/pedagogia/eventos/2008/1/Artigo%2070.pdf>. Acesso: 05 ago. 2011.

VASCONCELLOS, C. dos S. Avaliação: concepção dialética – libertadora do processo de avaliação escolar. São Paulo: Libertad, 2000.