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O Constrangedor Amor de Cristo, por Robert Murray M'cheyne

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Traduzido do original em Inglês

Christ’s Constraining Love

By R. M. M'Cheyne

Via: ChapelLibrary.org • © Copyright 2000 Chapel Library

Tradução e Capa por William Teixeira

Revisão por Camila Almeida

2ª Edição: Dezembro de 2014

Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida

Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.

Traduzido e publicado em Português pelo website oEstandarteDeCristo.com, com a devida permissão

de Chapel Library (ChapelLibrary.org), um ministério de Mount Zion Bible Church, sob a licença

Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International Public License.

Você está autorizado e incentivado a reproduzir e/ou distribuir este material em qualquer formato,

desde que informe o autor, as fontes originais e o tradutor, e que também não altere o seu conteúdo

ne m o utilize para quaisquer fins comerciais.

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O Constrangedor Amor de Cristo Por R. M. M’Cheyne

“Porque o amor de Cristo nos constrange.” (2 Coríntios 5:14)

De todas as características do caráter de São Paulo, a sua atividade incansável foi a mais

marcante. Desde o início da história de Paulo, nos é dito de seus esforços pessoais em

perseguir a Igreja nascente, quando ele era um “blasfemo, e perseguidor, e injurioso” [2

Timóteo 3:2], é bastante óbvio que esta era a característica proeminente de sua mente

natural. Mas, quando aprouve ao Senhor Jesus Cristo manifestar nele toda a longanimidade

e torná-lo um padrão para aqueles que se haviam crer nEle, é bonito e muito instrutivo ver

como os recursos naturais deste homem ousadamente mau tornaram-se não apenas

santificados, mas revigorados e ampliados; assim é verdade que os que estão em Cristo

são uma nova criação: “As coisas velhas passam, e tudo se fez novo” [2 Coríntios 5:17];

“Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados. Per-

seguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos” [2 Coríntios 4:8-9]; este

era um retrato fiel da vida de Paulo quando convertido. Conhecendo os terrores do Senhor,

e a situação temerosa de todos os que estavam ainda em seus pecados, ele deixou o

negócio de sua vida para persuadir os homens; esforçando-se, para que por qualquer meio,

pudesse recomendar à verdade às suas consciências. “Porque, se enlouquecemos, é para

Deus; e, se conservamos o juízo, é para vós” (v. 13).

Se o mundo pensa que nós somos sábios ou loucos, por causa de Deus e das almas huma-

nas serem a causa em que investimos todas as energias do nosso ser, quem, então, não

está pronto para investigar a fonte secreta de todos estes trabalhos sobrenaturais? Quem

não desejaria ter ouvido da boca de Paulo, o poderoso princípio de que o impeliu a tantas

labutas e perigos? Que poder tinha tomado posse desta poderosa mente, ou que invisível

influência planetária, com poder incessante, ele baseou-se para atravessar todos os desâ-

nimos, indiferente tanto ao pavor do riso do mundo quanto ao medo do homem; despreo-

cupado tanto em relação ao desprezo do ateniense cético quanto à carranca do promíscuo

coríntio e da raiva do tacanho judeu? O que o apóstolo diz de si mesmo? Temos a sua pró-

pria explicação do mistério nas palavras que estão diante de nós: “O amor de Cristo nos

constrange”.

I. O Amor Constrangedor de Cristo.

Isto se refere ao amor de Cristo pelo homem, e não o nosso amor pelo Salvador. Isso é

bastante óbvio, a partir da explicação que se segue, onde a Sua morte por todos é apon-

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tada como o exemplo do Seu amor. Foi a admirável visão de que a compaixão do Salvador

— levando-O a morrer por e em lugar de Seus inimigos, suportando os pecados deles e

provando a morte por todos — impulsionou Paulo a cada trabalho, e fez com que todos os

seus sofrimentos se tornassem leves para ele, que os mandamentos não fossem penosos

e ele “correu com paciência a carreira que lhe foi proposta”. Por quê? Porque ele olhou para

Jesus, e viveu como um homem “crucificado para o mundo e o mundo crucificado para ele”.

Usando que meios? Olhando para a cruz de Cristo.

Assim como o sol natural nos céus exerce uma poderosa energia atrativa e incessante

sobre os planetas que giram ao redor dele, assim fez o Sol da justiça, que havia, de fato,

raiado sobre Paulo com um brilho superior ao do sol do meio-dia, e exercia em sua mente

uma energia contínua e onipotente, constrangendo-o a viver a partir de agora não mais

para si, mas para Aquele que por ele morreu e ressuscitou. E, observe, que não era uma

energia temporária e irregular que foi exercida sobre o seu coração e vida, mas uma atração

permanente e contínua; pois ele não diz que o amor de Cristo uma vez o constrangeu; ou

que o amor de Cristo ainda o constrangeria; ou que, em tempos de grande ânimo, nos

períodos de oração ou devoção peculiar, o amor de Cristo o havia constrangido. Ele disse

simplesmente que o amor de Cristo o constrange. Este é o poder sempre presente,

permanente e ativo que constitui a mola mestra de todos os seus trabalhos; de modo que

se isso fosse tirado suas energias se esgotariam, e Paulo se tornaria fraco como os outros

homens.

Não há ninguém lendo isto cujo coração é desejoso de possuir apenas um princípio impul-

sionador como este? Não há ninguém que tenha chegado a essa mais interessante de

todas as etapas de conversão em que você está suspirando por um poder para lhe renovar?

Você entrou pela porta estreita da crença. Você viu que não há paz para o não-justificado;

e, portanto, se revestiu de Cristo para a sua justiça; e já sente um pouco da alegria e da

paz da crença. Você pode olhar para trás em sua vida passada, vivida sem Deus, sem

Cristo e sem o Espírito no mundo; você pôde ver-se um pária condenado, e você disse:

“Ainda que eu pudesse lavar as mãos em água de neve, ainda assim as minhas próprias

vestes me abominam”. Você pode fazer tudo isso, com vergonha e autocensura, é verdade,

mas ainda sem desânimo e sem desespero; pois o seu olho olhou com fé para Aquele que

foi feito pecado por nós, e está convencido de que, como aprouve a Deus imputar todas as

vossas iniquidades no Salvador, Ele está pronto, e sempre foi disposto, para imputar toda

a justiça do Salvador a você. Sem desespero, eu disse? Ou melhor, com alegria e canto;

porque, se, de fato, você creu de todo o seu coração, então você se tornou o homem bem-

aventurado a quem Deus imputa a justiça sem as obras; ao qual Davi descreve, dizendo:

“Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto. Bem-

aventurado o homem a quem o Senhor não imputa maldade” [Salmos 32:1-2].

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Esta é a paz do homem justificado. Mas essa paz é um estado de bem-aventurança

perfeita? Não há nada deixado a desejar? Faço um apelo para aqueles de vocês que sabem

o que é ser crente. O que é que ainda obscurece o semblante, que reprime a exultação do

espírito? Por que não juntar-se sempre na canção de ação de graças: “Bem-dize, ó minha

alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios. Ele é o que perdoa

todas as tuas iniquidades” [Salmos 103:2-3]! Se nós recebemos em dobro por todos os

nossos pecados, assim nunca deveria ser necessário para nós arguir como o faz o salmista:

“Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim?” [Salmos

42:11a]. Meus amigos, não há um homem entre vós que realmente crê, que não tenha

sentido o pensamento inquietante do qual eu estou falando agora. Pode haver alguns de

vocês que se sentirão tão dolorosamente, como que tendo sido obscurecidos com uma

nuvem pesada, a doce luz da paz evangélica, o brilho do rosto reconciliado sobre a alma.

O pensamento é este: “Eu sou um homem justificado; mas, ai de mim! eu não sou um

homem santificado. Eu posso olhar para a minha vida passada, sem desespero; mas como

eu posso olhar para a frente, para o que está por vir?”.

Não há uma paisagem moral mais pitoresca no universo do que a alma de um desses

presentes. Tendo todas as suas ofensas passadas perdoadas, o olho contempla o interior,

com uma clareza e uma imparcialidade desconhecidas anteriormente, e lá ele olha para

suas afeições há muito estimuladas ao pecado, e que, como os rios antigos, tem usado um

canal profundo para o coração. Suas declarações periódicas de paixão, até então irresis-

tível e avassaladora, como as marés do oceano; suas perversidades de temperamento e

de hábitos tortos e inflexíveis como os galhos retorcidos de um carvalho atrofiado. Que

cena está aqui; que antecipação do futuro! Que pressentimentos de uma luta vã contra a

tirania da luxúria! contra velhas maneiras de agir, e de falar, e de pensar! Se a esperança

da glória de Deus não fosse um dos direitos adquiridos do homem justificado, ele ficaria

surpreso se essa visão de terror fizesse um homem voltar trás, como um cão ao seu vômito,

ou como a porca lavada volta a chafurdar na lama?

Agora assim é com o homem precisamente nesta situação, clamando pela manhã e à tarde:

“Como poderei ser feito de novo?”. Que bem deverá o perdão dos meus pecados passados

fazer a mim, se eu não for liberto do amor ao pecado? Assim é com o homem que nós ire-

mos agora, com toda a seriedade e afeição, apontar o exemplo de Paulo, e o poder secreto

que operou nele. “O amor de Cristo”, diz Paulo, “nos constrange”. Nós também somos ho-

mens, de natureza semelhante a vocês; essa mesma visão que você vê com desânimo

dentro de você, foi de igual modo revelada em nós em todo o seu poder desanimador. De

quando em quando a mesma visão horrenda dos nossos próprios corações é revelada a

nós. Mas nós temos um encorajamento que nunca falha. O amor do Salvador sangrante

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nos constrange. O Espírito é dado para os que creem, e este agente todo-poderoso tem

um argumento que nos move continuamente: o amor de Cristo.

Meu presente objetivo é mostrar como esse argumento, na mão do Espírito, move o crente

a viver para Deus; como tão simples verdade do amor de Cristo ao homem, continuamente

apresentada à mente pelo Espírito Santo, deve capacitar qualquer homem a viver uma vida

de santidade evangélica. Se há um homem entre vós, cuja a grande dúvida é: “Como serei

salvo do pecado, como andarei como um filho de Deus?”. Este é o homem dentre todos os

outros, cujo ouvido e o coração eu estou ansioso para alcançar.

II. Seu Amor Remove Nosso Ódio.

O amor de Cristo ao homem constrange o crente a viver uma vida santa, pois essa verdade

tira todo o seu medo e ódio de Deus.

Quando Adão ainda não havia caído, Deus era tudo para sua alma; e tudo era bom e dese-

jável para ele, somente na medida em que tinha a ver com Deus. Cada veia do seu corpo,

de modo que foi assombrosa e maravilhosamente formado, cada folha que farfalhava nos

caramanchões do Paraíso, a cada novo sol que se erguia, regozijando-se como um herói,

a correr a sua corrida, levou-o todos os dias novos temas de pensamentos piedosos e de

admiráveis louvores; e foi só por isso que ele podia se encantar a olhar para eles. As flores

que apareceram sobre a terra, o canto dos pássaros e a voz da rola ouvida em toda a terra

feliz, a figueira produzindo seus figos verdes, e as vinhas com as uvas dando um cheiro

bom, tudo isso combinado trazia a ele por todos os poros uma grande e variada sensação

de felicidade. E por quê? Só porque eles traziam para a alma comunicações ricas e variadas

da multiforme graça de Jeová. Pois, assim como você pode ter visto uma criança na terra

dedicada a seu pai terreno, satisfeita com tudo quando ele está presente, e valorizando

cada dom da mesma forma que serve para demonstrar ainda mais a ternura do coração de

seu pai, assim também era com essa genuína criança de Deus. Em Deus, ele viveu, e

moveu-se, e existiu; e não mais certo seria que a extinção do sol nos céus tirasse essa luz

que é tão agradável aos olhos, do que seria a ocultação da face de Deus ter-lhe tirado a luz

de sua alma, e deixado a natureza em um deserto escuro e desolado.

Mas, quando Adão caiu, o ouro fino tornou-se opaco, o seu processamento mental e gostos

foram invertidos. Em vez de desfrutar de Deus em tudo, e tudo em Deus, tudo agora parecia

odioso e desagradável para ele, justamente na medida em que tinha a ver com Deus.

Quando o homem pecou, passou a temer, e odiar Aquele a quem temia; e fugiu para todo

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o pecado apenas para fugir dAquele a quem ele odiava. De modo que, assim como você

pode ter visto uma criança que penosamente transgrediu contra um pai amoroso fazendo

todo o possível para esconder-se da vista de seu pai, fugindo de sua presença e mergu-

lhando em outros pensamentos e ocupações só para livrar-se do pensamento de seu pai

justamente ofendido; na mesma forma, quando Adão caiu ouviu a voz do Senhor Deus, que

passeava no jardim pela viração do dia, aquela voz que antes de pecar era música celestial

em seus ouvidos, então “esconderam-se Adão e sua mulher da presença do Senhor Deus,

entre as árvores do jardim” [Gênesis 3:8]. E da mesma maneira todo homem natural foge

da voz e da presença do Senhor, não para esconder-se sob as folhas grossas do Paraíso,

mas para enterrar-se em cuidados, e negócios, e prazeres, e farras. Qualquer retiro é

agradável, desde que Deus não esteja lá; qualquer ocupação é tolerável, desde que Deus

não esteja nos pensamentos.

Agora, tenho a certeza que muitos de vocês podem ouvir essa acusação contra o homem

natural com uma indiferença incrédula, ou até mesmo com indignação. Você não sente que

você odeia a Deus, ou teme a Sua presença; e, portanto, você diz que isso não pode ser

verdade. Mas quando Deus diz a respeito de seu coração que é “desesperadamente

corrupto” [Jeremias 17:9], quando Deus reivindica para si o privilégio de conhecer e esqua-

drinhar o coração; não é presunçoso, em tais seres ignorantes como nós que devamos

dizer que não é verdade em relação a nossos corações o que Deus afirma ser verdade,

simplesmente porque não estamos conscientes disso?

Deus diz que “a inclinação da carne é inimizade contra Deus” [Romanos 8:7], que a própria

semente e substância de uma mente não-convertida é o ódio contra Deus, um ódio absoluto

e implacável contra Aquele em quem vivemos, nos movemos e existimos. É bem verdade

que não sentimos esse ódio dentro de nós; mas isso é apenas um agravamento do nosso

pecado e do nosso perigo. Temos assim bloqueado as vias de autoexame, há tantas voltas

e voltas antes que possamos chegar aos verdadeiros motivos de nossas ações, que o

nosso medo e ódio de Deus, que levam o homem a pecar, e que são as grandes forças

impulsoras quais os aguilhões de Satanás sobre os filhos da desobediência; os verdadeiros

motivos de nossas ações estão totalmente escondidos de nossa vista, e você não pode

convencer um homem natural que eles estão realmente ali. Mas, a Bíblia testemunha que

destas duas raízes mortais, do temor e do ódio de Deus, cresce a densa floresta de pecados

com que a terra está enegrecida e coberta. E se há alguém entre vós, que foi despertado

por Deus para saber o que está em seu coração, eu tomo esse homem hoje para teste-

munhar que seu clamor amargo, tendo visto todos os seus pecados, tem sido: “Contra ti,

contra ti somente pequei” [Salmos 51:4].

Se, então, o temor e o ódio de Deus, são a causa de todos os nossos pecados, como deve-

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mos ser curados do amor ao pecado, senão por tirarmos a causa? Como você mais

efetivamente mata a erva daninha? Não é atacando a raiz? No amor de Cristo ao homem,

então — neste admirável e inefável dom de Deus, quando Ele deu a Sua vida por Seus

inimigos, quando morreu o justo pelos injustos para levar-nos a Deus —, você não vê um

objeto que, se realmente crido pelo pecador, tira todo o seu medo e todo o seu ódio de

Deus? A raiz do pecado é separada do seu tronco, deste duplo fundamento de todos os

nossos pecados, vemos a maldição levada, vemos Deus reconciliado. Por que devemos

temer? Não tema, por que devemos odiar a Deus ainda? Não odeie Deus, o que mais de

desejável podemos ver no pecado? Descanse sobre a justiça de Cristo, estamos nova-

mente no lugar onde Adão esteve, com Deus como nosso amigo. Nós não temos nenhum

motivo para pecar; e, portanto, nós não nos importamos com o pecado.

No sexto capítulo de Romanos, Paulo parece falar do crente pecando, como se a própria

proposição fosse absurda. “Nós, que estamos mortos para o pecado”, isto é, nós que já

fomos punidos em Cristo, “como viveremos ainda nele?” [v. 2]. E novamente ele diz muito

corajosamente: “O pecado não terá domínio sobre vós”, é impossível na natureza das

coisas, “pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça” [v. 14]; você não está mais

sob a maldição de uma Lei violada, temendo e odiando a Deus; você está debaixo da graça;

sob um sistema de paz e amizade com Deus.

Mas há alguém pronto para objetar-me que se essas coisas são assim, se nada mais do

que isso é necessário para trazer um homem à paz com Deus e à uma vida e conversação

santa, como os crentes ainda cometem pecado? Eu respondo, é de fato muito verdadeiro

que os crentes pecam; mas é igualmente verdade que a incredulidade é a causa de seu

pecado. Se você e eu estivéssemos vivendo com o olho tão próximo em Cristo suportando

tanto por todos os nossos pecados, oferecendo gratuitamente a todos uma justiça em dobro

por todos os nossos pecados; e se esta visão do amor de Cristo fosse constantemente

mantida dentro de nós, como certamente seria se olhássemos com um olho simples, a paz

de Deus que excede todo o entendimento — a paz que não repousa em nenhum de nós,

mas inteiramente sobre Cristo —, então eu digo que, frágeis e indefesos como somos, nós

nunca pecaríamos nem teríamos a menor motivação para pecar. Todavia não é desta forma

conosco. Quantas vezes durante o dia o amor de Cristo é completamente esquecido!

Quantas vezes está obscurecido para nós! Às vezes se oculta de nós pelo próprio Deus,

para nos ensinar o que somos. Quantas vezes somos deixados sem o sentido do que é a

completude da Sua oferta, a perfeição de Sua justiça, e ficamos sem vontade ou sem

confiança para afirmar nosso interesse nEle! Quem maravilha-se, então, que onde há tanta

incredulidade, medo e ódio por Deus haverá mais e mais deformação, e o pecado irá muitas

vezes exibir sua cabeça venenosa?

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A questão é muito simples, se apenas nós tivéssemos olhos espirituais para vê-la. Se vivês-

semos uma vida de fé no Filho de Deus, então iríamos certamente viver uma vida de santi-

dade. Eu não digo que devemos fazê-lo; mas eu digo, deveremos, como uma questão de

consequência necessária. Mas na medida em que não vivemos uma vida de fé, viveremos

uma vida de impiedade. É por meio da fé que Deus purifica o coração; e não há outra ma-

neira.

Existe algum de vocês, então, desejoso de ser feito novo, de ser liberto da escravidão de

hábitos e afeições pecaminosas? Não podemos apontar-lhe nenhum outro remédio, senão

o amor de Cristo. Vede como Ele o amou! Veja o que Ele suportou por você; coloque o

dedo, por assim dizer, nas marcas dos cravos, e coloque a mão no seu lado; e não sejas

incrédulo, mas crente. Sob um senso de seu pecado, fuja para o Salvador dos pecadores.

Como a pomba temerosa voa para esconder-se nas fendas das rochas, assim fuja para se

esconder nas feridas de Seu Salvador; e depois de tê-lO encontrado como a sombra de

uma grande rocha em terra sedenta; quando você se sentar sob Sua sombra, com grande

prazer; você vai achar que Ele matou toda a inimizade, que Ele findou todas as tuas guerras.

Deus agora é por você. Plantado juntamente com Cristo na semelhança da Sua morte, você

será também na semelhança da Sua ressurreição. Morto para o pecado, você deverá estar

vivo para Deus.

III. Seu Amor Desperta O Nosso Amor

O amor de Cristo ao homem constrange o crente a viver uma vida santa; porque esta

verdade não somente remove o medo e o ódio, mas desperta o nosso amor.

Quando somos levados a ver a face do Deus reconciliado em paz, este é um grande privi-

légio. Mas como podemos olhar para Aquela face, reconciliando e reconciliado, e não amar

Aquele que assim nos amou? Amor gera amor. Dificilmente podemos deixar de estimar

aqueles no mundo que realmente nos amam, embora eles possam não servir a nossos

interesses. Mas quando estamos convencidos de que Deus nos ama, e convencidos de tal

forma pelo dom de Seu Filho por todos nós, como iremos, senão amar Aquele em quem

estão todas as excelências, tudo aquilo que evoca o amor?

Eu já mostrei que o Evangelho é um esquema de restauração; ele nos traz de volta para o

mesmo estado de amizade com Deus que Adão desfrutava, e, assim, tira o desejo do peca-

do. Mas agora eu irei mostrar a você, que o Evangelho faz muito mais do que nos restaurar

ao estado do qual caímos. Se correta e consistentemente apreendido por nós, ele nos

coloca em um estado muito melhor do que Adão. Ele nos constrange por um motivo muito

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mais poderoso. Adão não tinha esse forte amor de Deus ao homem, derramado em seu

coração; e, portanto, ele não tinha esse poder constrangedor para fazê-lo viver para Deus.

Mas os nossos olhos viram esta grande visão. Diante de nós Cristo foi demonstrado crucifi-

cado. Se realmente acreditamos que, Seu amor trouxe-nos à paz, por meio do perdão; e

porque estamos perdoados e em paz com Deus, o Espírito Santo nos é dado. Para quê?

Ora, exatamente para derramar esta verdade sobre os nossos corações, para nos mostrar

mais e mais desse amor de Deus por nós, para que possamos ser atraídos a adorar Aquele

que nos amou, viver para Aquele que morreu e ressuscitou por nós.

É realmente admirável ver como a forma bíblica de nos fazer santos é adequada à nossa

natureza. Se Deus tivesse proposto nos atemorizar para vivermos uma vida santa, quão

inútil teria sido essa tentativa! Os homens têm sempre uma ideia, que se alguém vivesse

dos mortos para nos contar sobre a realidade das regiões onde os espíritos dos condena-

dos habitam em tristeza e miséria sem fim; que isso iria constrangê-los a viver uma vida

santa; mas que ignorância isso mostra da nossa natureza misteriosa!

Suponha que Deus nesta hora desvendasse diante dos nossos olhos os segredos dessas

moradas terríveis aonde há esperança inexiste; suponha, se fosse possível, que você foi

realmente levado a sentir por algum tempo as dores reais do lago de fogo e experimentado

a agonia, e o verme que nunca morre; e depois que você foi trazido de volta à terra, e

colocado em sua velha situação, entre seus velhos amigos e companheiros; você realmente

acha que haveria qualquer chance de você caminhar com Deus como um criança? Eu não

duvido que você iria ter um termo correto de seus pecados; e nem a taça do prazer sem

Deus cairia de sua mão; nem você estremeceria com a blasfêmia, nem você tremeria diante

uma mentira, simplesmente pelo fato de você ter visto e sentido algo do tormento que

aguarda o bêbado, o blasfemador e o mentiroso, no mundo além-túmulo. Você realmente

acha que você iria viver para Deus mais do que você vive, que você iria servi-lo melhor do

que antes? É bem verdade que você pode ser levado a ser mais caridoso; sim, a dar todos

os seus bens para sustento dos pobres, e seu corpo para ser queimado; que você pode

viver com rigor e seriedade, a com o maior medo de quebrar um dos mandamentos por to-

do o resto de seus dias, mas isso não seria viver para Deus, você não iria amá-lo um pou-

quinho mais. Infelizmente vocês estão cegos para os vossos corações, se você não sabe

que o amor não pode ser forçado; nenhum homem jamais chegou a amar por ter sido ate-

morizado, e, portanto, nenhum homem jamais poderá se tornar santo por causa do temor.

Mas, três vezes bendito seja Deus, pois Ele inventou uma maneira mais poderosa do que

o inferno e todos os seus terrores; um argumento mais forte do que os espíritos dos conde-

nados e do que até mesmo a visão daqueles tormentos. Ele inventou uma maneira de nos

atrair para a santidade; ao mostrar-nos o amor de Seu Filho, Ele suscita nosso amor. Ele

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conhecia a nossa estrutura; lembrou-se de que somos pó. Ele conhecia todas as peculiari-

dades do nosso coração traiçoeiro; e, portanto, Ele adequou Sua maneira de santificar a

criatura que deveria ser santificada. Assim, o Espírito não faz uso do terror para nos

santificar, mas do amor: “O amor de Cristo nos constrange”. Ele nos atrai com “com cordas

humanas, com laços de amor” [Oséias 11:4]. O que o pai faz para conhecer a verdadeira

forma de ganhar a obediência de um filho, não é ganhar o afeto da criança? E você acha

que Deus, que nos deu essa sabedoria, Ele mesmo não sabe disso? Você acha que Ele

iria determinar obter a obediência de seus filhos, sem antes de tudo ganhar sua afeição?

Para obter nossas afeições, que por natureza perambulam pela face do mundo e em nada

repousa, senão nEle; Deus enviou o Seu Filho ao mundo para suportar a maldição de

nossos pecados. “Sendo rico, por amor de vós se fez pobre; para que pela sua pobreza

enriquecêsseis” [2 Coríntios 8:9].

Se há apenas um de vocês que irá neste dia, sob um senso de aniquilação, fugir para o

refúgio, para o Salvador, para encontrar nEle o perdão de todos os pecados passados, eu

sei muito bem que a partir de hoje em diante você vai ser como aquela pobre mulher, que

era uma pecadora, que estava aos pés de Cristo, atrás dele, chorando e começou a lavar

os Seus pés com lágrimas e os enxugava com os cabelos da sua cabeça, e beijava os Seus

pés e os ungia com unguento. Quando você for muito perdoado, muito amará; amando

muito, você vai viver para o serviço dAquele a quem você ama. Este é o grande princípio

do qual falamos; esta é a fonte secreta de toda a santidade dos santos.

A vida de santidade não é o que o mundo falsamente representa, uma vida de rigidez e de

fadiga, na qual um homem se priva da toda afeição de sua natureza. Não existe tal coisa

como a abnegação no sentido papista desta palavra na Religião da Bíblia. O sistema de

restrições e autoflagelação é o próprio sistema que Satanás criou como uma falsificação do

caminho da santificação de Deus. É assim que Satanás atemoriza milhares contra a paz e

a santidade propostas no Evangelho; como se para ser um homem santificado o homem

devesse ser privado de todos os desejos do seu ser, e devesse fazer que fosse

desagradável e desconfortável para ele. Meus amigos, o nosso texto nos mostra claramente

que não é assim. Somos constrangidos à santidade pelo amor de Cristo; o amor dAquele

que nos amou, é a única corda pela qual estamos vinculados ao serviço de Deus. O flagelo

dos nossos afetos é o único flagelo que nos leva ao novo dever. Doces laços e gentis

flagelos! Quem não gostaria de estar sob o Seu poder?

IV. O Perseverante Amor de Cristo.

Finalmente, se o amor de Cristo por nós é o objeto que o Espírito Santo faz uso, no início,

para nos atrair para o serviço de Cristo, é por meio deste mesmo objeto que Ele nos chama

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a perseverar até o fim. Assim, que se você é visitado com temporadas de frieza e indiferen-

ça; se você começar a se cansar, ou ficar para trás no serviço de Deus. Eis, aqui está o re-

médio: Olhe novamente para o Salvador sangrante. Este Sol da justiça é o grande centro

de atração, em torno do qual todos os Seus santos se movem rapidamente, e em conjunto

harmonioso e suave, “não sem música”. Enquanto o olho crente se fixar sobre o Seu amor,

o caminho do crente é fácil e desimpedido; pois este amor sempre constrange. Mas, desvie

o olho, crente, e o caminho se torna impraticável e a vida de santidade um cansaço.

Quem, então, deseja viver uma vida de perseverança na santidade, mantenha o olhar fixo

no Salvador. Enquanto Pedro olhou apenas para o Salvador, ele caminhou sobre o mar em

segurança, para ir a Jesus; mas quando ele olhou ao redor e sentiu o vento forte, teve me-

do, e, começando a afundar, gritou: “Senhor, salva-me!”, justamente assim será com você.

Enquanto você olhar com fé para o Salvador, que te amou, e entregou a Si mesmo por

você, desde então você poderá pisar nas águas do mar agitado da vida, e as solas dos pés

não serão molhadas. Entretanto, se porventura você olhar ao redor para os ventos e as

ondas que o ameaçam em cada lado, e, como Pedro, você começar a afundar, clame: “Se-

nhor, salva-me!”. Quão justamente, então, podemos dirigir-vos a repreensão do Salvador a

Pedro: “Ó, homem de pouca fé, por que duvidaste?”. Olhe novamente para o amor do

Salvador, e contemple o amor que constrange a viver não mais para si, mas por Aquele

que morreu por você e ressuscitou.

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10 Sermões — R. M. M’Cheyne

Adoração — A. W. Pink

Agonia de Cristo — J. Edwards

Batismo, O — John Gill

Batismo de Crentes por Imersão, Um Distintivo

Neotestamentário e Batista — William R. Downing

Bênçãos do Pacto — C. H. Spurgeon

Biografia de A. W. Pink, Uma — Erroll Hulse

Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a

Doutrina da Eleição

Cessacionismo, Provando que os Dons Carismáticos

Cessaram — Peter Masters

Como Saber se Sou um Eleito? ou A Percepção da

Eleição — A. W. Pink

Como Ser uma Mulher de Deus? — Paul Washer

Como Toda a Doutrina da Predestinação é corrompida

pelos Arminianos — J. Owen

Confissão de Fé Batista de 1689

Conversão — John Gill

Cristo É Tudo Em Todos — Jeremiah Burroughs

Cristo, Totalmente Desejável — John Flavel

Defesa do Calvinismo, Uma — C. H. Spurgeon

Deus Salva Quem Ele Quer! — J. Edwards

Discipulado no T empo dos Puritanos, O — W. Bevins

Doutrina da Eleição, A — A. W. Pink

Eleição & Vocação — R. M. M’Cheyne

Eleição Particular — C. H. Spurgeon

Especial Origem da Instituição da Igreja Evangélica, A —

J. Owen

Evangelismo Moderno — A. W. Pink

Excelência de Cristo, A — J. Edwards

Gloriosa Predestinação, A — C. H. Spurgeon

Guia Para a Oração Fervorosa, Um — A. W. Pink

Igrejas do Novo Testamento — A. W. Pink

In Memoriam, a Canção dos Suspiros — Susannah

Spurgeon

Incomparável Excelência e Santidade de Deus, A —

Jeremiah Burroughs

Infinita Sabedoria de Deus Demonstrada na Salvação

dos Pecadores, A — A. W. Pink

Jesus! – C. H. Spurgeon

Justificação, Propiciação e Declaração — C. H. Spurgeon

Livre Graça, A — C. H. Spurgeon

Marcas de Uma Verdadeira Conversão — G. Whitefield

Mito do Livre-Arbítrio, O — Walter J. Chantry

Natureza da Igreja Evangélica, A — John Gill

OUTRAS LEITURAS QUE RECOMENDAMOS Baixe estes e outros e-books gratuitamente no site oEstandarteDeCristo.com.

— Sola Fide • Sola Scriptura • Sola Gratia • Solus Christus • Soli Deo Gloria —

Natureza e a Necessidade da Nova Criatura, Sobre a —

John Flavel

Necessário Vos é Nascer de Novo — Thomas Boston

Necessidade de Decidir-se Pela Verdade, A — C. H.

Spurgeon

Objeções à Soberania de Deus Respondidas — A. W.

Pink

Oração — Thomas Watson

Pacto da Graça, O — Mike Renihan

Paixão de Cristo, A — Thomas Adams

Pecadores nas Mãos de Um Deus Irado — J. Edwards

Pecaminosidade do Homem em Seu Estado Natural —

Thomas Boston

Plenitude do Mediador, A — John Gill

Porção do Ímpios, A — J. Edwards

Pregação Chocante — Paul Washer

Prerrogativa Real, A — C. H. Spurgeon

Queda, a Depravação Total do Homem em seu Estado

Natural..., A, Edição Comemorativa de Nº 200

Quem Deve Ser Batizado? — C. H. Spurgeon

Quem São Os Eleitos? — C. H. Spurgeon

Reformação Pessoal & na Oração Secreta — R. M.

M'Cheyne

Regeneração ou Decisionismo? — Paul Washer

Salvação Pertence Ao Senhor, A — C. H. Spurgeon

Sangue, O — C. H. Spurgeon

Semper Idem — Thomas Adams

Sermões de Páscoa — Adams, Pink, Spurgeon, Gill,

Owen e Charnock

Sermões Graciosos (15 Sermões sobre a Graça de

Deus) — C. H. Spurgeon

Soberania da Deus na Salvação dos Homens, A — J.

Edwards

Sobre a Nossa Conversão a Deus e Como Essa Doutrina

é Totalmente Corrompida Pelos Arminianos — J. Owen

Somente as Igrejas Congregacionais se Adequam aos

Propósitos de Cristo na Instituição de Sua Igreja — J.

Owen

Supremacia e o Poder de Deus, A — A. W. Pink

Teologia Pactual e Dispensacionalismo — William R.

Downing

Tratado Sobre a Oração, Um — John Bunyan

Tratado Sobre o Amor de Deus, Um — Bernardo de

Claraval

Um Cordão de Pérolas Soltas, Uma Jornada Teológica

no Batismo de Crentes — Fred Malone

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2 Coríntios 4

1 Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;

2 Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem

falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,

na presença de Deus, pela manifestação da verdade. 3 Mas, se ainda o nosso evangelho está

encoberto, para os que se perdem está encoberto. 4 Nos quais o deus deste século cegou os

entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória

de Cristo, que é a imagem de Deus. 5 Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo

Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. 6 Porque Deus,

que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,

para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. 7 Temos, porém,

este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 8 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.

9 Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;

10 Trazendo sempre

por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus

se manifeste também nos nossos corpos; 11

E assim nós, que vivemos, estamos sempre

entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na

nossa carne mortal. 12

De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. 13

E temos

portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,

por isso também falamos. 14

Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará

também por Jesus, e nos apresentará convosco. 15

Porque tudo isto é por amor de vós, para

que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de

Deus. 16

Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o

interior, contudo, se renova de dia em dia. 17

Porque a nossa leve e momentânea tribulação

produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; 18

Não atentando nós nas coisas

que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se

não veem são eternas.