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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ - UNIOESTE Campus de Cascavel – Centro de Ciências Sociais Aplicadas ESCOLA DE GOVERNO DO PARANÁ – Gerência Executiva da Escola de Governo CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FORMULAÇÃO E GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS “O DESENVOLVIMENTO DE UMA FERRAMENTA PARA AVALIAÇÃO DA QUES- TÃO ERGONOMICA DAS ESCOLAS” ISABEL VISBISKI ROSELI BILHAR DE SOUZA CASCAVEL – PARANÁ NOVEMBRO - 2007

“O DESENVOLVIMENTO DE UMA FERRAMENTA … · decompor a atividade em indicadores observáveis. Em função do período curto para

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ - UNIOESTE

Campus de Cascavel – Centro de Ciências Sociais Aplicadas

ESCOLA DE GOVERNO DO PARANÁ – Gerência Executiva da Escola de Governo

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FORMULAÇÃO E GESTÃO DE POLÍTICAS

PÚBLICAS

“O DESENVOLVIMENTO DE UMA FERRAMENTA PARA AVALIAÇÃO DA QUES-TÃO ERGONOMICA DAS ESCOLAS”

ISABEL VISBISKI

ROSELI BILHAR DE SOUZA

CASCAVEL – PARANÁ

NOVEMBRO - 2007

ISABEL VISBISKI

ROSELI BILHAR DE SOUZA

“O DESENVOLVIMENTO DE UMA FERRAMENTA PARA AVALIAÇÃO DA QUES-TÃO ERGONOMICA DAS ESCOLAS”

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

como requisito parcial para obtenção do título de

Especialista em Formulação e Gestão de

Políticas Públicas.

Orientador: Professor Ms. C. Selmo José Bonatto

UNIOESTE

CASCAVEL – PARANÁ

NOVEMBRO - 2007

ISABEL VISBISKI

ROSELI BILHAR DE SOUZA

“O DESENVOLVIMENTO DE UMA FERRAMENTA PARA AVALIAÇÃO DA QUES-TÃO ERGONOMICA DAS ESCOLAS”

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado como requisito parcial para obtenção do

Título de Especialista em Formulação e Gestão de Políticas Públicas, da UNIOESTE

- Campus de Cascavel / Escola de Governo do Paraná.

Data da aprovação:

_____/_____/__________

Banca Examinadora:

__________________________

Professor Orientador: Ms. C. Selmo José BonattoUniversidade Estadual do Oeste do Paraná

__________________________

Professor Ms. C. Geysler Rogis Flor Bertolini

Universidade Estadual do Oeste do Paraná

__________________________

Professora Ms. C. Sandra Mara Stocker Lago

Universidade Estadual do Oeste do Paraná

RESUMO

Este projeto mostra uma visão geral dos aspectos que envolvem a definição de Ergonomia e faz uma análise de influências, aplicações e interdependências entre a Ergonomia e as necessidades do homem vivendo em um mundo em que as tarefas do trabalho tem que ser adaptadas. Defeniu-se o objetivo geral como sendo o desenvolvimento de uma ferramenta para proceder à avaliação da questão ergonômica em instituições de ensino. Para cumprir com o este objetivo elaborou-se os específicos que agregam desde conceitos de ergonomia, apresentação de técnicas de observação do trabalho humano, características de mobiliário, principais doenças relacionadas, dicas e recomendações. O trabalho justifica-se por que cada vez mais o ser humano está dependente das novas tecnologias e estas provocam distúrbios observados de uma forma mais direta, casos de estresse, problemas de coluna e de articulações relacionados com o uso destas tecnologias. O estudo foi desenvolvido junto a funcionários da área administrativa dos Colégios Estaduais Professor Victorio Emanuel Abrozino e Marilis Faria Pirotelli, ambos do ensino fundamental e médio, visando identificar os pontos relevantes da pesquisa. A Ergonomia utiliza métodos e técnicas científicas para observar o trabalho humano. A estratégia utilizada pela Ergonomia para apreender a complexidade do trabalho é decompor a atividade em indicadores observáveis. Em função do período curto para aplicação dos métodos e a partir dos resultados obtidos na análise e interação com os respondentes, se chega a uma síntese que permite explicar a inter-relação de vários condicionantes à situação de trabalho, como fatores que devem ser trabalhados pelas administrações superiores, visando proporcionar a todos os servidores condições melhores de trabalho.

Palavras-chave: ergonomia, trabalho, qualidade de vida.

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO............................................................................................. 09

1.1 Tema e problema do trabalho.................................................................... 09

1.2 Objetivos................................................................................................... 11

1.2.1 Objetivo geral......................................................................................... 11

1.2.2 Objetivos específicos............................................................................. 11

1.3 Justificativa................................................................................................ 12

1.4 Metodologia................................................................................................ 13

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................. 15

2.1 Objetivo da Ergonomia............................................................................... 16

2.2 Características de mobiliário (cadeira e mesa).......................................... 16

2.2.1 Uso da cadeira........................................................................................ 18

2.2.2 Uso da mesa ………………………………………………………………...... 20

2.3 Posição do punho...................................................................................... 21

2.4 Posição dos pés.......................................................................................... 22

2.5 Posição das costas..................................................................................... 23

2.6 Principais doenças relacionadas à Ergonomia........................................... 24

2.6.1 Problemas Ósteo Musculares Relativos ao Trabalho.............................. 25

2.7 Conceitos de estresse................................................................................. 28

2.7.1 Estresse muscular.................................................................................... 30

2.8 Processo de humanização de ambiente..................................................... 31

2.9 Métodos e Técnicas Ergonômicas.............................................................. 31

2.9.1 Métodos diretos........................................................................................ 33

2.9.1.1 Observação.......................................................................................... 33

2.9.1.2 Observação assistida.......................................................................... 33

2.9.2 Direção do olhar...................................................................................... 34

2.9.3 Comunicações......................................................................................... 34

2.9.4 Posturas.................................................................................................. 35

2.9.5 Estudo de traços...................................................................................... 36

2.9.6 Fatores observados pela Ergonomia...................................................... 36

2.9.6.1 Iluminação............................................................................................ 36

2.9.6.2 Conforto visual.................................................................................... 38

2.9.6.3 Reflexão............................................................................................... 40

2.9.6.4 Temperatura......................................................................................... 40

2.9.6.4.1 Temperatura ambiente...................................................................... 40

2.9.6.5 Acústica................................................................................................

3. APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA............................................................

3.1 Instrumento de Pesquisa............................................................................

3.2 Aplicação da Ferramenta de Análise Ergonômica......................................

41

45

45

47

4. CONCLUSÃO...............................................................................................57

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................ 58

ANEXO I – Dicas Ergonômicas para Usuários de Computadores................. 60

ANEXO II - Dicas de Iluminação do Local de

Trabalho..................................

63

LISTA DE TABELAS

TABELA 01 – Níveis de Iluminância para interiores (NBR-5413)....................37

TABELA 02 – Níveis de ruído e tempo máximo de exposição diária permissível (NR-15).......................................................................................... 43

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 01 – Posição correta indivíduo sentado............................................. 19

FIGURA 02 – Estado de conservação das cadeiras do Colégio Estadual Marilis F.

Pirotelli de Cascavel............................................................................................

20

FIGURA 03 – Postura correta: antebraço e mão alinhados............................. 21

FIGURA 04 – Instalação inadequada dos computadores do SERE WEB....... 22

FIGURA 05 – Descanso para os pés................................................................ 22

FIGURA 06 – Pressão no disco intervertebral L5/S1 de acordo com a posi-

ção.............................................................................................................. 25FIGURA 07 – Postura de trabalho incorreta pode causar cansaço ou comprometer a saúde....................................................................................... 26

FIGURA 08 – Tendinite..................................................................................... 27

FIGURA 09 – Tenossinovite............................................................................. 27

FIGURA 10 - Síndrome de DeQuervin............................................................. 28

FIGURA 11 – Síndrome do Túnel do Carpo..................................................... 28

FIGURA 12 – Posição incorreta........................................................................ 35

FIGURA 13 – Luxímetro.................................................................................... 38

FIGURA 14 – Posição correta do olhar para uso em trabalho administrati-

vo....................................................................................................... 39

1 INTRODUÇÃO

Com o desenvolvimento de sua capacidade de raciocínio o homem

progressivamente aprimorou a necessidade de sua adaptação aos objetos para bem

conduzir sua vida. Sempre houve e continuará havendo a necessidade do

conhecimento dos fatores que levem à adaptação de equipamentos, trabalho e meio

ambiente aos usuários. A interação do homem com o trabalho é cada vez mais

complexa e a Ergonomia figura como um caminho para a análise e entendimento da

evolução do processo.

Pesquisas na área de Ergonomia têm demonstrado que o design

inadequado não só do microcomputador, mas também do mobiliário em que o

aparelho está inserido provoca desconforto a tal ponto ao trabalhador que diminui

sua capacidade produtiva. O usuário, quando não dispõe de condições apropriadas

para realização do trabalho de modo seguro e confortável, tende a apresentar

problemas principalmente no pescoço, na região lombar, nos olhos e nos tendões

das mãos e dos pulsos.

Dados do Ministério da Saúde revelam que, nos últimos anos, dos

trabalhadores licenciados por motivo de saúde, 20 por cento sofrem de problemas

músculo-esqueléticos, ou seja, conseqüências do (mau) uso dos equipamentos de

informática.

1.1 Tema e problema do trabalho

Ergonomia significa trabalho. Tem origem de duas palavras Gregas:

“ergon” que significa trabalho, e “nomos” que significa leis.

Segundo Braviano, Fialho e Santos (2005), o termo Ergonomia foi

introduzido em 1949, por Murrel, e designa um domínio de intervenção, constituído a

partir de várias disciplinas científicas como a fisiologia, psicologia, sociologia,

antropologia e engenharia, cujo objetivo é estudar o trabalho a fim de adaptá-lo às

características fisiológicas e psicológicas do homem.

Ergonomia compreende o conjunto de conhecimentos científicos visando

o conforto, a segurança e eficácia dos produtos e serviços. A preocupação com a

postura e com a qualidade dos equipamentos no trabalho começou a ganhar força

na década de 1980, quando teve início a informatização dos escritórios. Desde

então, os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) nova

denominação das Lesões por Esforços Repetitivos (LER), passaram a afetar cada

vez mais pessoas.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Prevenção às LER/DORT,

associação sem fins lucrativos que mantém o Programa Nacional de Prevenção às

LER/DORT, essas patologias são a segunda causa mais freqüente de afastamento

de profissionais no Brasil. A entidade informa ainda que, de cada cem trabalhadores

da Região Sudeste, um é portador de DORT.

Os profissionais do comércio e de serviços são os mais atingidos, sendo

que a faixa etária está concentrada entre 30 a 40 anos. De acordo com estudo feito

pelo economista Pastore (2001), da USP - Universidade de São Paulo, no primeiro

ano de afastamento de um funcionário, as empresas gastam em média 89 mil reais

com encargos sociais. Somados, os custos patronais com o afastamento por

doenças ocupacionais no Brasil representam cerca de 12,5 bilhões de reais por ano,

fora outros 20 bilhões de reais anuais para pagamento de aposentadorias,

indenizações e tratamento médico. Esses números mostram que é melhor, e mais

barato, investir na prevenção e na melhoria das condições de trabalho, aí inclusos

mobiliário e acessórios adequados à atividade.

Com estes argumentos buscam-se respostas que possam auxiliar na

proposição de projetos que visem melhorar as condições de trabalho dos

funcionários das instituições de ensino.

10

1.2Objetivos

1.2.1 Objetivo geral

Desenvolver uma ferramenta para proceder à avaliação da questão

ergonômica em instituições de ensino.

1.2.2 Objetivos específicos

Para a obtenção do objetivo geral do trabalho foram elaborados os seguintes

objetivos específicos:

• conceituar Ergonomia seus elementos e suas características;

• apresentar as técnicas e métodos científicos para observar o trabalho

humano;

• descrever estresse físico, músculos, nervos, tendões e ossos;

• descrever as características de mobiliário (cadeira e mesa) correto;

• apresentar principais doenças relacionadas à questão ergonômica;

• apresentar/desenvolver uma ferramenta para proceder à evolução da

questão ergonômica;

• apresentar recomendações fundamentais para a execução de trabalho

em atividades administrativas.

11

1.3 Justificativa

Para o ser humano cada vez mais há necessidade de adaptação às mudanças

sob pena de serem excluídos do convívio comum, se não de maneira drástica, ao

menos de maneira natural por não adaptarem-se a novas sistemáticas,

metodologias ou inovações e necessidades impostas pelos avanços da

tecnologia.

Os trabalhadores do setor de educação normalmente convivem com más

condições de seus locais de trabalho, prédios antigos, sem projetos que

ofereçam condições seguras para a execução de um trabalho produtivo e um

ambiente saudável.

A Ergonomia tem aplicação nas diversas áreas em que o trabalho é fator

preponderante como na educação e na vida diária. As administrações superiores

das instituições de ensino têm a responsabilidade de zelar pela saúde e bem estar

dos trabalhadores, buscando prevenir as doenças provocadas pela exposição a

ambientes, equipamentos e mobiliários ergonomicamente incorretos.

Lesões por Esforço Repetitivo (LER) e estresse cumulativo provenientes

da utilização de computadores têm sido alguns dos problemas mais comumente en-

frentados por trabalhadores nos dias de hoje. Os micros se tornaram peças indis-

pensáveis em inúmeros segmentos do mercado. Mas as precauções tomadas para

evitar os males decorrentes da utilização exagerada dessas máquinas não têm

acompanhado o ritmo de seu emprego.

As condições de trabalho que hoje são oferecidas diminuem a auto-estima,

pois, muitos não conseguem chegar ao tempo de uma aposentadoria integral,

aposentando-se proporcionalmente porque não conseguem ficar o tempo necessário

para ter esse benefício completo. Não é possível ter uma educação de qualidade,

quando os educadores sofrem as conseqüências desse processo. É imprescindível

chegar ao final da carreira com uma aposentadoria, e saúde, integrais.

12

1.4 Metodologia

O estudo foi desenvolvido com funcionários da área administrativa dos

Colégios Estaduais Professor Victorio Emanuel Abrozino e Marilis Faria Pirotelli,

ambos do ensino fundamental e médio, visando identificar os pontos relevantes da

pesquisa.

Tendo por fundamento a compilação de informações, desenvolver-se-á o

arcabouço conceitual que servirá para compreender, explicar e dar significado aos

fatos a serem estudados.

Serão destacados os resultados da pesquisa e a sua relevância, e

finalmente, as conclusões a que chegou o estudo, frente aos resultados da pesquisa

realizada e da análise da aplicação da ferramenta.

Os dados levantados em diferentes fases do trabalho podem dar indica-

ção sobre os custos humanos no trabalho, entretanto, não conseguem explicar o

processo cognitivo necessário à execução da atividade. O estudo de traços pode ser

considerado como complemento e é usado com freqüência, nas primeiras fases da

análise do trabalho. O estudo de traços pode ser fundamental no quadro metodológi-

co, para análise dos erros.

Serão utilizados métodos subjetivos e as respostas aos questionários po-

dem ser úteis para a contribuição de uma classificação de tarefas e de postos de tra-

balho.

Segundo Pavard & Vladis (1985), o questionário é um método fácil e se

presta ao tratamento estatístico, e, se corretamente utilizado, permite coletar certo

número de informações pertinentes para o Ergonomista.

Para Oliveira (1997), o método leva a um plano formal de desenvolvimen-

to de uma pesquisa, sendo assim estruturado: apresentar o tema; enunciar o proble-

ma; rever a bibliografia existente; formular hipóteses e variáveis; observar e fazer ex-

perimentos; interpretar as informações; tirar conclusões.

13

A análise se concentra nas questões sobre a natureza dos dados levanta-

dos, sobre as razões que motivaram certas decisões e sobre as estratégias utiliza-

das.

Dessa maneira, o Ergonomista revela a significação que os operadores

têm do seu próprio comportamento. As verbalizações devem ser aplicadas com cui-

dado e de maneira a não alterar a atividade real de trabalho.

14

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Atualmente, Ergonomia descreve a ciência de conceber uma tarefa que

se adapte ao trabalhador e não forçar o trabalhador a adaptar-se à tarefa. As

preocupações com a Ergonomia estão a tornar-se um fator essencial à medida que

o uso de computadores tem vindo a evoluir.

Segundo Grandjean (1968), a Ergonomia é uma ciência interdisciplinar.

Ela compreende a fisiologia e a psicologia do trabalho, bem como a antropometria é

a sociedade no trabalho. O objetivo prático da Ergonomia é a adaptação do posto de

trabalho, dos instrumentos, das máquinas, dos horários, do meio ambiente às exi-

gências do homem. A realização de tais objetivos, ao nível industrial, propicia uma

facilidade do trabalho e um rendimento do esforço humano.

Para Montmollin (1971), a Ergonomia é a tecnologia das comunicações

entre o ser humano e a máquina.

Complementando tem-se Murrel (1965), conceituando Ergonomia como o

estudo científico das relações entre o homem e o seu ambiente de trabalho.

A Ergonomia atua em todas as frentes de qualquer situação de trabalho

ou lazer, desde os stresses físicos nas articulações, músculos, nervos, tendões, os-

sos, etc., até aos fatores ambientais que possam afetar a audição, visão, conforto e

principalmente a saúde. Na concepção de ambientes de trabalho, incluindo a ilumi-

nação e a temperatura ambiente, de modo a satisfazer as necessidades dos utiliza-

dores e das tarefas executadas. Onde seja necessário, na concepção de

equipamentos de proteção individual para o trabalho em ambientes hostis. Sentar é

uma posição antifisiológica que provoca grande pressão no disco intervertebral.

Ergonomia é um corpo de conhecimentos sobre as habilidades huma-

nas, limitações humanas e outras características humanas que são relevantes para

o design. Projeto ergonômico é a aplicação da informação ergonômica ao design de

ferramentas, máquinas, sistemas, tarefas, trabalhos e ambientes para o uso humano

seguro, confortável e efetivo (Chapanis, 1959).

15

2.1 Objetivo da Ergonomia

A Ergonomia tem como objetivo produzir conhecimentos específicos

sobre a atividade do trabalho humano. O objetivo desejado no processo de produção

de conhecimentos é o de informar sobre a carga do trabalhador, sendo a atividade

do trabalho específica a cada trabalhador. O procedimento ergonômico é orientado

pela perspectiva de transformação da realidade, cujos resultados obtidos irão

depender em grande parte da necessidade da mudança. Mesmo que o objetivo

possa ser diferente de acordo com a especialização de cada pesquisador, o objeto

do estudo não pode ser definido a priori, pois sua construção depende do objetivo da

transformação.

Em Ergonomia o objeto sobre o qual pretende-se produzir conhecimentos,

deve ser construído por um processo de decomposição/recomposição da atividade

complexa do trabalho, que é analisada e que deve ser transformada.

O objetivo é ocultar o mínimo possível a complexidade do trabalho real.

Quanto mais a Ergonomia aprofunda o seu questionamento sobre a realidade, mais

ela é interpelada por ela mesma.

2.2 Características de mobiliário (cadeira e mesa)

A principal qualidade da boa cadeira é, ser apropriada à atividade que o

usuário desenvolve no dia-a-dia. As cadeiras de escritório para funções que exigem

o uso constante do computador devem ser invariavelmente estofadas. Quanto maior

a densidade da espuma, maior será a durabilidade do móvel; as laminadas, por sua

vez, têm vida útil curta e não resistem ao uso diário por mais de um ano. A espuma

ideal tem densidade entre 45 e 65, dependendo da qualidade do material, do design,

da largura e da espessura do assento e do encosto.

Segundo Bucich (2001), as regulagens obrigatórias envolvem a altura do

assento e a posição do apoio lombar no encosto; porém, quanto mais regulagens o

16

modelo oferece, mais facilmente ele se adapta aos diferentes usuários. É importante

que o assento seja liso e tenha pequena inclinação para trás; também deve ter di-

mensões adequadas para acomodar nádegas e coxas, deixando somente as dobras

do joelho para fora. As bordas do assento requerem acabamento arredondado para

não comprometer a circulação sangüínea dos membros inferiores.

Para Esqueisaro (2001) quando o ser humano está sentado, a pressão é

50% maior do que quando está em pé. Por isso ninguém consegue permanecer mui-

to tempo sentado na mesma posição. As cadeiras com melhores qualidades ergonô-

micas permitem a alternância postural e ao mesmo tempo são capazes de evitar o

desconforto da posição por períodos mais longos; as inadequadas induzem a postu-

ras erradas, que podem desencadear problemas na coluna lombar e cervical e nos

membros superiores (ombros, cotovelos e punhos), além de causar deficiências cir-

culatórias nos membros inferiores.

Segundo Esqueisaro (2001), somente as empresas de grande porte têm

mobiliário de padrão correto. Na outras, mais de 80% do mobiliário em uso é inade-

quado. Além disso, metade do que está disponível no mercado não atende aspectos

ergonômicos e de conforto. Beleza não é sinônimo de conforto ou boa Ergonomia e

isso vale para cadeiras, superfícies de trabalho e outros itens de mobiliário, detalha

Wasni Esqueisaro Júnior, professor de Ergonomia, médico do trabalho e diretor da

WES Ergonomia e Saúde Ocupacional, sediada em Santo André, SP.

Esqueisaro (2001) acrescenta que as cadeiras para as funções que

implicam o uso constante de computador devem apresentar também encosto dorsal

mediano e levemente côncavo, acompanhando a curvatura do dorso no sentido

horizontal, os encostos acentuadamente côncavos e os planos são desconfortáveis.

Elas devem ter cinco sapatas para garantir estabilidade.

Os rodízios não podem, em hipótese alguma, ter seu movimento dificulta-

do pelo piso. Por sua vez, o encosto ideal oferece ajuste de altura e a possibilidade

de pequena inclinação para trás, recurso que ajuda na correta alternância postural.

O apoio para os braços é desaconselhável, pois muitas vezes restringe a aproxima-

ção entre a cadeira e a mesa, obrigando o usuário a assumir posturas incorretas.

Caso esse item esteja previsto, convém que ele tenha altura e largura reguláveis,

para se adaptar a usuários mais altos ou mais obesos, lembra Bucich (2001).

17

Esse alerta também é feito por Bucich (2001), professor das disciplinas de

projeto e avaliação ergonômica de produto do Departamento de Engenharia Industri-

al da UFRJ e coordenador da comissão de estudos sobre normas de mobiliário da

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Não adianta se encantar com a

cor ou com modelos bonitos. Ao especificar mobiliário, arquitetos e compradores de-

vem observar aspectos ergonômicos, econômicos e estéticos. Para isso precisam

buscar apoio na literatura e nas universidades que dispõem de laboratório de Ergo-

nomia, ou ainda nos serviços de apoio oferecidos pelos principais fabricantes de mó-

veis, ele explica.

Nas funções em que o uso do computador é eventual, é admissível um

mobiliário de concepção diferente. O encosto pode ser mais alto e a inclinação

abranger o conjunto encosto-assento, de modo que a cadeira acompanhe os movi-

mentos do usuário sem comprometer a postura correta. Neste caso, é ideal que a

cadeira tenha braços, mas eles devem permitir ajustes de altura e largura.

2.2.1 Uso da cadeira

Quando o problema do mobiliário inadequado é superado, surge outra

questão: o desconhecimento sobre a postura correta para uso do móvel e sobre as

possibilidades de regulagem que oferece. O ideal é que o funcionário seja treinado

para usar o mobiliário e tenha em seu poder o manual de instruções, para consultá-

lo.

Para Esqueisaro (2001), o certo é apoiar a nádega no assento e os pés

no chão ou em apoio próprio para esse fim. Para uso do computador, a região dorsal

do cotovelo para cima deve ser apoiada em encosto com regulagem de altura e incli-

nação para trás, formando um ângulo de aproximadamente 100 graus entre o encos-

to e o assento. O conjunto cadeira e mesa devem permitir que braço e antebraço for-

mem ângulo de 90 graus durante a digitação. O diretor também alerta que exercícios

posturais para o relaxamento de braço e pescoço durante o expediente não surtem

18

efeito se a cadeira é ruim. Outro cuidado importante é orientar o funcionário a levan-

tar e fazer uma pequena caminhada a cada uma hora de trabalho.

Basta ir até o banheiro e voltar. Quem fica muito sentado tem mais efici-

ências do retorno venoso, o que causa o surgimento de mais varizes e mais preco-

cemente, detalha Esqueisaro (2001).

Quando o funcionário processa a empresa devido a uma doença ocupaci-

onal, as condições de trabalho são verificadas por peritos. Se confirmada a inade-

quabilidade do mobiliário, a responsabilidade legal cabe à empresa. E esta pode

processar o profissional que especificou os móveis como co-responsável.

As normas existem, mas são bastante deficientes, afirma Esqueisaro

(2001). O mercado é dinâmico, as inovações são diárias e as normas técnicas levam

anos para mudar. Em sua opinião, até mesmo as cadeiras escolares deveriam ser

estofadas, porém a regulamentação não faz essa exigência. O mobiliário escolar mal

concebido pode levar a vícios posturais ou mesmo alterações músculo-esqueléticas,

como a escoliose.

Sentar – um dos movimentos mais básicos do ser humano. Atualmente,

sentar não é mais uma mera questão de descanso enquanto comemos, conversa-

mos, relaxamos, é a posição que assumimos para trabalhar, conforme figura 01.

Figura 01 – Posição correta indivíduo sentado.

19

O estado das cadeiras com rodas quebradas, levando funcionários a

caírem, causando traumatismos físicos, isso quando tem cadeiras com rodas, que

muitas escolas não as tem conforme pode-se observar na figura 02.

Figura 02: estado de conservação das cadeiras do Colégio Estadual Prof.

Victorio E. Abrozino de Cascavel.

2.2.2 Uso da mesa

A superfície da mesa deve ter bordas arredondadas, pois bordas retas

podem gerar compressão aguda na pele, nervos e tendões, além de dificultar a

microcirculação. A mesa deve ter espaço suficiente para o desenvolvimento das

atividades e bom posicionamento dos equipamentos necessários para o

desempenho das atividades.

Devido ao alto custo, a maioria das mesas não possuem regulagem de

altura, mas isso pode ser contornado regulando-se a altura do assento da cadeira.

Neste caso as pessoas mais baixas podem necessitar de apoio para os pés, pois

este apoio evita que as pernas fiquem penduradas, causando pressão da coxa

próxima ao joelho e diminuição da circulação sanguínea nas pernas. Para que haja

movimentação confortável das pernas e pés, o espaço sob a mesa deve estar livre

de equipamentos, tais como: CPU, fiações, estabilizadores, etc.

20

2.3 Posição do punho

Punho Neutro é fundamental. Assim como, a altura do monitor, a do tecla-

do também deve poder ser regulável. Ajustado até que fique no nível da altura dos

seus cotovelos. Durante a digitação é importante que o punho fique neutro (reto),

conforme figura 03. Disponível em HTTP://www.ergonomia.com.br/htm/dicas.htm,

acesso em 26/10/2007.

Figura 03 - Postura correta: antebraço e mão alinhados

Se a mesa não dispuser de apoio para pulso, deve ser providenciado um,

o qual deve ser preferencialmente de espuma. O pulso não pode ficar em

posição quebrada quando da digitação, sendo uma das agravantes da

tenossinovite. No manuseio do mouse é necessário um apoio de mão,

também para manter o pulso neutro.

Atualmente, com a implantação do Sistema Estadual de Registro Escolar

WEB, no Colégio Estadual Marilis F. Pirotelli de Cascavel, chegaram novos

computadores, mesas e cadeiras, mas a dificuldade que se tem é com relação a

disposição das mesas, as quais foram instaladas deixando o funcionário de costas

para o balcão de atendimento ao público. Com essa disposição inadequada obriga o

funcionário a deslocar-se ou girar a cadeira e o corpo cada vez que ouve um ruído

no balcão, que muitas vezes são apenas alguns alunos transitando e isso faz com

que haja interrupção de seu trabalho. Além desse inconveniente há também o

21

problema com relação ao ruído provocado pela central de computação, instalada na

Secretaria . Ver figura abaixo.

Figura 04: Instalação inadequada dos computadores do SERE WEB.

2.4 Posição dos pés

As pessoas devem trabalhar com os pés no chão. As cadeiras devem,

portanto, possuir regulagens compatíveis com as da população em questão. Para o

Brasil, o ideal seriam cadeiras com regulagem de altura a partir de 36 cm. Quando a

cadeira não permite que a pessoa apóie os pés no chão, a solução é adotar um

apoio para os pés, que serve para relaxar a musculatura e para melhorar a circula-

ção sanguínea, nos membros inferiores, que pode ser visualizado na figura 05. Dis-

ponível em HTTP://www.ergonomia.com.br/htm/dicas.htm, acesso em 26/10/2007.

Figura 05 – Descanso para os pés.

2.5 Posição das costas

22

Com excessão, de algumas atividades, as cadeiras devem possuir espal-

dar (encosto) de tamanho médio. Uma maior superfície de apoio garante uma me-

lhor distribuição do peso corporal, e um melhor relaxamento da musculatura. É reco-

mendável ainda que, as cadeiras não tenham braços (o apoio deve estar nas mesas,

para garantir um apoio correto) e o revestimento deve ser macio e com forração em

tecido rugoso. Disponível em HTTP://www.ergonomia.com.br/htm/dicas.htm, acesso

em 26/10/2007.

A maior causadora de dores nas costas é a cadeira inadequada. Para que

o usuário não escorregue para trás o encosto deve ser flexível e precisa estar posici-

onado na curvatura lombar para melhor apoio da coluna.

Permanecer sentado por longos períodos é uma das maiores causas de

dores na região inferior das costas.

A adoção de posturas e ritmos de trabalho mais adequados, com a ado-

ção de pausas ao longo da jornada de trabalho, são fundamentais para se evitar pro-

blemas de saúde.

A estação de trabalho ideal, de acordo com os conceitos de Ergonomia, é

que proporciona o máximo de conforto e segurança para o usuário. A chave para ob-

tenção do conforto é fazer com que o corpo se mantenha sempre apoiado e relaxa-

do, em posição natural, quando se estiver utilizando o computador. Isso significa que

as atividades executadas pelo usuário não devem forçá-lo a uma posição desajeita-

da ou que promova estresse. A estação de trabalho deve estar de acordo com os

padrões de movimento da pessoa. Disponível em HTTP://www.mundoergonomia.-

com.br/website/artigo.asp, acesso em 23/10/2007.

23

2.6 Principais doenças relacionadas à Ergonomia

De acordo com a Associação dos Professores do Paraná (APP), (2007) é

cada vez maior a quantidade de trabalhadores em educação afastados dos seus

locais de trabalho devido a problemas de saúde. Os sindicatos estão em alerta para

o fato, buscando intensificar ações de orientação e prevenção para que os

educadores possam exercer seus trabalhos com mais perfeição, mais prazer e mais

qualidade de vida. Disponível em

http://www.app.com.br/portalapp/saude.php?id1=21, Acesso em 30 de julho de 2007.

Questões que geram problemas e chamam a atenção de alguns especia-

listas: dificuldade no relacionamento, funções repetitivas, ritmo acelerado, tempo in-

suficiente para a realização dos trabalhos e das refeições, falta de equipamentos ou

equipamentos inadequados.

Na França, a pesquisa feita pela Organização Mundial de Saúde (OMS),

(2007) aponta que, 60% das solicitações de licença são por distúrbios nervosos.

Quadros de depressão e stresse são as de maiores freqüências entre os trabalhado-

res da educação. Compreender quais os fatores que podem estar associados a es-

ses distúrbios, é tarefa que exige muito cuidado, entre eles: cansaço mental, irritabili-

dade, nervosismo, estabelecendo quadros neuróticos de desânimo e melancolia.

Disponível em: http://en.wikipedia.org/wiki/Hans_Selye, acesso em 16 de novembro

de 2007.

Os educadores passam a somatizar o que sentem e expressam através

do corpo. Com quadros de úlcera, hipertensão e alergias. A alta demanda

psicológica e o baixo controle que os educadores possuem para lidar com estas

situações do dia-a dia, são fatores responsáveis por estes distúrbios. Muitas vezes

os profissionais da educação têm controle em seu ambiente de trabalho, mas os

sintomas aparecem em casa, nos pequenos intervalos de descanso ou durante a

noite tirando o sono, pois voltam à mente problemas não resolvidos durante o dia.

24

2.6.1 Problemas Ósteo Musculares Relativos ao Trabalho

Problemas de ordem músculo-esqueléticas, ligados aos problemas de

postura, stresse e trabalho excessivo, que podem ser caracterizados por quadros,

tais como: tendinite (inflamação dos tendões); bursite (inflamação da bursa); tenossi-

novite (inflamação das juntas dos dedos); epicondelite (inflamação da junta do coto-

velo) e a Síndrome do Túnel do Carpo (inflamação das juntas do punho).

Um dos maiores problemas dos educadores nesta área são ocasionadas

pela postura que adotam quando estão em pé. Este tempo prolongado gera sobre-

carga na coluna e fadiga na musculatura, diminuindo o fluxo sanguíneo, levando os

educadores, principalmente do sexo feminino, a adquirir varizes, isso porque costu-

mam trabalhar com sapato de salto, gerando sobrecarga na coluna, sendo o correto

usar calçados confortáveis. A elevação do braço acima dos olhos gera uma série de

lesões, causando a escoliose, como mostrado na figura 06.

Figura 06 - Pressão no disco intervertebral L5 / S1 de acordo com a posição.

O impacto dos movimentos repetitivos, pela postura inadequada, provoca

inchaços nos ombros e em conseqüência à bursite, podendo gerar problemas crôni-

cos que só resolvem com cirurgias. Boa parte dos trabalhos também é realizada na

frente de um computador, no preparo de aulas. Geralmente a organização dos mó-

25

veis é inadequada. O teclado e o mouse deixam o pulso em uma posição desfavorá-

vel. A utilização incorreta do computador pode gerar tensões na região cervical ge-

rando os famosos torcicolos. O computador deve estar sempre na altura correta, ou

seja, na altura dos olhos, conforme se pode verificar na figura abaixo.

Figura 07 - Postura de trabalho incorreta pode causar cansaço ou comprometer

a saúde.

Atualmente a Tendinite é a síndrome que esta mais associada ao trabalho

informatizado, já representa quase 70% do conjunto das doenças profissionais regis-

tradas no Brasil. A prevenção foi e continua sendo a melhor forma de combate a

este tipo de patologia. A adoção de posturas e ritmos de trabalho mais adequados,

tais como, com a adoção de pausas ao longo da jornada de trabalho, são fundamen-

tais.

Quando existe uma suspeita de lesão, o acompanhamento de um profissi-

onal torna-se primordial para a correta avaliação e tratamento do funcionário.

Algumas das patologias mais freqüentes associadas ao trabalho informati-

zado são:

a) Tendinite - Inflamação aguda ou crônica dos tendões, (figura 08).

Manifestam-se com mais freqüência nos músculos flexores dos dedos,

e geralmente são provocados por dois fatores; movimentação

freqüente, e período de repouso insuficiente. Manifesta-se

principalmente através de dor na região que é agravada por

26

movimentos voluntários. Associados à dor, manifestam-se também

edema e crepitação na região.

Figura 08 - Tendinite

b) Tenossinovite - Inflamação aguda ou crônica das bainhas dos ten-

dões, (figura 09). Assim como a tendinite os dois principais fatores

causadores da lesão são; movimentação freqüente, e período de re-

pouso insuficiente. Manifesta-se principalmente através de dor na re-

gião que é agravada por movimentos voluntários. Associados à dor,

manifestam-se também edema e crepitação na região.

Figura 09 - Tenossinovite

c) Síndrome de DeQuervin – Contração dolorosa da bainha comum dos

tendões do longo abdutor do polegar e do extensor curto do polegar,

(figura 10). Estes dois tendões têm uma característica anatômica

interessante: correm dentro da mesma bainha; quando friccionados

costumam se inflamar. O principal sintoma é a dor muito forte no dorso

27

do polegar. Um dos principais causadores deste tipo de lesão está no

ato de fazer força torcendo o punho.

Figura 10 – Síndrome de DeQuervin

d) Síndrome do Túnel do Carpo – Compressão do nervo mediano no

túnel do carpo, (figura 11). As causas mais comuns deste tipo de lesão

são a exigência de flexão do punho, a extensão do punho e a

Tenossinovite a nível do tendão dos flexores, neste caso, os tendões

inflamados levam a uma compressão crônica e intermitente da

estrutura mais sensível do conjunto que compõe o túnel do carpo: o

nervo mediano.

Figura 11 - Síndrome do Túnel do Carpo

2.7 Conceitos de estresse

Os primeiros estudos mais aprofundados sobre estresse definiram-no

como uma resposta biológica frente a uma nova ou difícil situação, Selye (1974).

28

Ocorre, então, uma perturbação do equilíbrio interno do organismo que é provocada

por um agente ou estímulo estressor, capaz de causar o aparecimento de um con-

junto complexo de respostas orgânicas, mentais, psicológicas e/ou comportamen-

tais.

Todos os estímulos provindos do meio ambiente, quando adotam carac-

terísticas adversas e/ou punitivas, podem ser estressantes. Logicamente, para que

esses estímulos sejam tomados como estressantes, irá depender da resistência do

organismo, da intensidade, freqüência e qualidade dos estímulos recebidos.

O estresse nada mais é do que um estado de tensão do organismo, que

se vê obrigado a se mobilizar por inteiro para enfrentar essa nova situação, que de-

veria ser transitória.

Pode-se encontrar três tipos de estresse: físico, emocional ou misto,

sendo este último o mais comum. O estresse físico está associado a eventos como

cirurgias, traumatismos, hemorragias e lesões em geral; o estresse emocional está

ligado a acontecimentos que afetam o indivíduo psiquicamente, sem que haja rela-

ção primária com lesões orgânicas; o estresse misto resulta de uma lesão física

acompanhada de comprometimentos psíquicos ou vice-versa.

É sabido que todas as pessoas passam por eventos estressantes na

vida, que abrangem desde componentes emocionais, como o medo e a ansiedade,

até componentes ambientais, biológicos e físicos como é o caso de ruídos excessi-

vos, poluição, sobrecarga de trabalho e muitos outros. No entanto, cada pessoa res-

ponde de determinada maneira. Algumas são mais sensíveis, ao passo que outras

são mais resistentes. Entretanto, independente da sensibilidade e da resistência, al-

terações fisiológicas poderão ocorrer, fazendo com que o organismo mais sensível

ao estresse responda de forma crucial ao complexo interjogo existente entre o meio

interno e o ambiente.

Dentre os inúmeros sintomas que aparecem em decorrência do estresse,

são encontrados os que interferem em nosso corpo e os que interferem em nossa

emoção:

• Corpo: alterações da pressão arterial, do ritmo cardíaco, da respiração,

sudorese, lentidão, sonolência, falta de memória e outros;

• Emoção: diminuição da libido, ansiedade, medos, desânimo e outros.

29

Independentemente de o estresse ser físico, emocional ou misto, deve-se

considerar que os estragos no organismo e na mente são, na maioria das vezes, vio-

lentos e irreversíveis. Quando ultrapassa os limites do corpo, o estresse pode provo-

car o aparecimento de doenças físicas e emocionais.

Em se tratando de doenças físicas provocadas por um estresse podemos

citar o câncer, que vem sendo alvo de inúmeras pesquisas mundo afora, a herpes

labial e genital, alergias, gastrite, úlcera, infarto, secura na boca, na garganta, suor e

outros. Quanto às doenças emocionais pode-se citar a depressão como sendo uma

das mais comuns.

2.7.1 Estresse muscular

Uma das primeiras funções do organismo afetadas pelo estresse é a

respiração. Em geral, que sofre com o estresse passa a respirar mais rápido e a

inalar menos oxigênio. A seguir, o sistema nervoso central é atacado, e os músculos

tornam-se rígidos e tensos. A contração pode causar muitos problemas, incluindo

espasmos musculares, dor de cabeça, dor nas costas, nos ombros ou no peito.

Mãos e pés também são envolvidos no processo, e ficam frios e suados. Outros

sintomas incluem aumento dos batimentos cardíacos, palpitação, secura na boca, na

garganta e suor, principalmente na testa e nas axilas.

Em geral as doenças tanto de origem física como mental estão associados à não ob-

servação dos fatores apresentados anteriormente. Existem normas técnicas para a

construção do mobiliário, nem sempre observadas pelos fabricantes, além de cuida-

dos a serem tomados durante as execuções das tarefas diárias, também pouco ob-

servadas pelos trabalhadores, resultando na maioria das doenças apresentadas.

Disponível em: http://en.wikipedia.org/wiki/Hans_Selye, acesso em 16 de novembro

de 2007.

30

2.8 Processo de humanização de ambiente

O processo de humanização do ambiente de trabalho consiste no uso de

artifícios como: fotos, pequenos objetos, plantas, quadros e som ambiente, certa-

mente concorrendo para fazer a diferença na produtividade. Só mudanças físicas

não são suficientes, é necessário um ambiente agradável. O estimulo deve levar em

consideração a questão social, através de uma convivência mais presente, com a

adoção de ambientes mais abertos.

O Homem é visto não apenas como uma parte de um sistema, mas como

o mais importante componente deste nosso sistema tecnológico. A eficácia do

projeto como uma concepção dependerá principalmente deste componente e de

outros inseridos no sistema, além, é claro, do conhecimento das características das

pessoas envolvidas no projeto, da particularidade de suas dimensões, suas

capacidades e suas limitações. Disponível em HTTP://portalhumaniza.org.br/ph/tex-

to.asp, acesso em 26/10/2007.

2.9 Métodos e Técnicas Ergonômicas

A Ergonomia utiliza métodos e técnicas científicas para observar o

trabalho humano.

A estratégia utilizada pela Ergonomia para apreender a complexidade do

trabalho é decompor a atividade em indicadores observáveis.

A partir dos resultados iniciais obtidos e validados com os operadores,

chega-se a uma síntese que permite explicar a inter-relação de vários

condicionantes à situação de trabalho.

Como em todo processo científico de investigação, a espinha dorsal de

uma intervenção ergonômica é a formulação de hipóteses.

31

Segundo LEPLAT (1997) "o pesquisador trabalha em geral a partir de

uma hipótese, é isso que lhe permite ordenar os fatos". São as hipóteses que darão

o status científico aos métodos de observação nas atividades do homem no

trabalho.

A organização das observações em uma situação real de trabalho é feita

em função das hipóteses que guiam à análise, mas também, em função das

imposições práticas ou das facilidades de cada situação de trabalho, (GUERIN

1991).

Os comportamentos manifestáveis do homem são freqüentemente obser-

váveis pelos ergonomistas, como por exemplo: Os deslocamentos dos operadores -

esses podem ser registrados a partir do acompanhamento dos percursos realizados

pelo operador em sua jornada de trabalho. O registro do deslocamento pode explicar

a importância de outras áreas de trabalho e zonas adjacentes.

Podem-se agrupar as técnicas utilizadas em Ergonomia em técnicas obje-

tivas e subjetivas.

• Técnicas objetivas ou diretas: - Registro das atividades ao longo de um

período, por exemplo, através de um registro em vídeo. Essas técnicas impõem uma

etapa importante de tratamento de dados.

• Técnicas subjetivas ou indiretas: - Técnicas que tratam do discurso do

operador, são os questionários, os check-lists e as entrevistas. Esse tipo de coleta

de dados pode levar a distorção da situação real de trabalho, se considerada uma

apreciação subjetiva. Entretanto, esses tipos podem fornecer uma gama de dados

que favoreçam uma análise preliminar.

Deve-se considerar que essas técnicas são aplicadas segundo um plano

pré-estabelecido de intervenção em campo, com um dimensionamento da amostra a

ser considerada em função dos problemas abordados.

32

2.9.1 Métodos diretos

2.9.1.1 Observação

É o método mais utilizado em Ergonomia, pois permite abordar de manei-

ra global a atividade no trabalho.

A partir da estruturação das grandes classes de problemas a serem ob-

servados, o Ergonomista dirige suas observações e faz uma filtragem seletiva das

informações disponíveis.

2.9.1.2 Observação assistida

Inicialmente, considera-se uma ficha de observação, construída a partir

de uma primeira fase de observação "aberta".

A utilização de uma ficha de registro permite tratar estatisticamente os da-

dos recolhidos; as freqüências de utilização, as transições entre atividades, a evolu-

ção temporal das atividades.

Em um segundo nível, utiliza-se os meios automáticos de registro, áudio e

vídeo. O registro em vídeo é interessante à medida que libera o pesquisador da to-

mada incessante de dados, que são, inevitavelmente, incompletos, e permitem a fu-

são entre os comportamentos verbais, posturais e outros. O vídeo pode ser um ele-

mento importante na análise do trabalho, mas os registros devem poder ser sempre

explicados pelos resultados da observação paralela dos pesquisadores. Os registros

em vídeo permitem recuperar inúmeras informações interessantes nos processos de

validação dos dados pelos operadores.

Essa técnica, entretanto, está relacionada a uma etapa importante de tra-

tamento de dados, assim como, de toda preparação inicial para a coleta de dados

33

(ambientação dos operadores), e uma filtragem dos períodos observáveis e dos ope-

radores que participarão dos registros.

Alguns indicadores podem ser observados para melhor estudo da situa-

ção de trabalho (postura, exploração visual, deslocamentos etc.).

2.9.2 Direção do olhar

A posição da cabeça e orientação dos olhos do indivíduo permite deduzir

para onde esse está olhando.

O registro da direção do olhar é amplamente utilizado em Ergonomia para

apreciação das fontes de informações utilizadas pelos operadores. As observações

da direção do olhar podem ser utilizadas como indicador da solicitação visual da ta-

refa.

2.9.3 Comunicações

A troca de informação entre indivíduos no trabalho, pode ter diversas for-

mas: verbais, por intermédio de telefones, documentais e através de gestos.

O conteúdo das informações trocadas tem se revelado como grande fonte

entre operadores, esclarecedora da aprendizagem no trabalho, da competência das

pessoas, da importância e contribuição do conhecimento diferenciado de cada um

na resolução de incidentes.

O conteúdo das comunicações pode, além de permitir uma quantificação

de fontes de informações e interlocutores privilegiados, revelarem os aspectos coleti-

vos do trabalho.

34

2.9.4 Posturas

Posição ou posições que o corpo humano assume durante a realização

de uma tarefa.

As posturas constituem um reflexo de uma série de imposições da ativida-

de a ser realizada. A postura é um suporte à atividade gestual do trabalho e, um su-

porte às informações obtidas visualmente. A postura é influenciada pelas caracterís-

ticas antropométricas do operador e, características formais e dimensionais dos pos-

tos de trabalho.

No trabalho em salas de controle, a postura é condicionada à oscilação

do volume de trabalho. Em períodos monótonos, a alternância postural servirá como

escape à monotonia e reduzirá a fadiga do operador. Em períodos perturbados, a

postura será condicionada pela exploração visual que passa a ser o pivô da ativida-

de. Os segmentos corporais acompanharão a exploração visual e executarão os

gestos, conforme figura 12.

Figura 12 – Posição incorreta

35

2.9.5 Estudo de traços

A análise é centralizada no resultado da atividade e não mais na própria

atividade. Essa análise permite confrontar os resultados técnicos esperados e os re-

sultados reais.

Os dados levantados em diferentes fases do trabalho podem dar indica-

ção sobre os custos humanos no trabalho, entretanto, não conseguem explicar o

processo cognitivo necessário à execução da atividade. O estudo de traços pode ser

considerado como complemento e é usado com freqüência, nas primeiras fases da

análise do trabalho. O estudo de traços pode ser fundamental no quadro metodológi-

co, para análise dos erros.

2.9.6 Fatores observados pela Ergonomia

Na observação do trabalho humano alguns fatores tornan-se relevantes,

dentre eles destacam-se: iluminação; temperatura; acústica e mobiliário.

2.9.6.1 Iluminação

Este é um fator relevante para o conforto visual, que pode influenciar na

produtividade e qualidade final do trabalho.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), através da Norma

Regulamentar nº 17, determina a quantidade mínima de iluminação para diversos ti-

pos de atividades, ou seja, em todos os locais de trabalho deve haver iluminação

adequada, natural ou artificial, geral ou suplementar, apropriada à natureza da ativi-

dade. Seguir esta normatização é apenas o primeiro passo para se ter um ambiente

36

saudável neste sentido. Na seqüência deve-se preocupar com a localização dos

postos de trabalho em relação às luminárias e janelas.

Os níveis mínimos de iluminamento a serem observados nos locais de tra-

balho são os valores de iluminâncias estabelecidos na NBR 5413, norma brasileira

registrada no INMETRO.

Iluminação e acústica são fatores que influenciam diretamente o conforto,

a produtividade e até mesmo a saúde dos profissionais no ambiente de trabalho.

Uma iluminação inadequada, além de atrapalhar o rendimento das pessoas, também

pode deixar uma imagem negativa da sua marca ou empresa junto ao público. Já

uma boa iluminação externa, por exemplo, valoriza a imagem da empresa, funcio-

nando como uma forma eficiente de divulgar a marca.

Os projetos de iluminação dos ambientes de trabalho raramente se preo-

cupam com o tipo de tarefa que será realizada no local mesmo existindo a exigência

legal da NBR-5413 (Norma de Iluminação) NR-9 (Norma de Prevenção de Riscos

Ambientais).

A Tabela abaixo apresenta alguns níveis de iluminância necessários a al-

guns ambientes e tarefas.

Tabela 01 – Níveis de Iluminância para interiores (NBR-5413)

Ambiente ou Trabalho LUX

Sala de espera 100

Garagem, residência, restaurante. 150

Depósito, indústria (comum). 200

Sala de aula 300

Lojas, laboratórios, escritórios. 500

Sala de desenho (alta precisão) 1.000

Serviços de altíssima precisão 2.000

Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT - NBR 5413.

O aparelho usado para medir a iluminância é o luxímetro como o instrumento

digital portátil, com tela de cristal líquido (LCD) da figura 13, que realiza medidas da

iluminação ambiente em LUX na faixa de 1 LUX a 50.000 LUX.

37

Figura 13 – Luxímetro

Segundo Martinelli (2007), o simples fato de ler, escrever, manusear o

computador, ou até mesmo assistir televisão deve-se levar em consideração que

existe uma iluminação adequada. O médico explica que um dos principais proble-

mas acarretados pelo uso da visão em ambientes de iluminação inadequada é a fa-

diga ocular. E que na maioria dos casos as pessoas não prestam atenção e acabam

forçando a visão.

Uma iluminação inadequada dos ambientes prejudica saúde dos olhos, além de pro-

vocar mal estar, fadiga, náuseas entre outros transtornos.

2.9.6.2 Conforto visual

Para garantir o conforto visual, manter o monitor do computador entre 45

e 70 cm de distância e regular sua altura no máximo, até sua linha de visão (Veja fi-

gura 14). Isto pode ser feito através de, um suporte de monitor, ou pela utilização de

mesas dinâmicas. Sempre que possível, procurar descansar a vista, olhando para

objetos (quadros, plantas, aquários, etc.) e paisagens a mais de 6 metros.

38

Figura 14 – Posição correta do olhar para uso em trabalho administrativo.

Sem dúvida, uma das maiores reclamações dos usuários é a fadiga crôni-

ca dos olhos. Pressão na vista, olhos ressecados, lacrimação e visão são sintomas

comuns. Embora nem sempre seja possível eliminar completamente todos estes

desconfortos, simples mudanças na estação de trabalho podem significar redução

dos inconvenientes. O principal fator na contribuição para o ressecamento dos olhos

resulta da redução do piscar de olhos durante a visualização do monitor.

O olho humano se limpa e se refresca por si mesmo, automaticamente,

várias vezes por dia. No entanto, o ato de concentrar a atenção durante muito tempo

no brilho do monitor causa uma diminuição significativa no piscar de olhos. A super-

fície da córnea resseca, resultando em irritação, vermelhidão e cansaço dos olhos.

Fazer paradas freqüentes enquanto se utiliza o computador e piscar os olhos aju-

dam a relaxar e refrescar a vista.

Outro fator que contribui para a fadiga dos olhos resulta da exaustão

muscular. Pequenos músculos são responsáveis por mudanças no formato de

suas lentes, para permitir a aproximação e o distanciamento da visão. A

menos que estejam relaxados, esses músculos produzem ácido láctico, que

provoca fadiga. Olhar através da janela ou da sala faz com que os músculos

se afrouxem e os olhos recebam sangue oxigenado, removendo assim o

ácido láctico.

2.9.6.3 Reflexão

39

Para evitar reflexos as superfícies de trabalho, paredes e pisos devem ser

foscos e o monitor deve possuir uma tela anti-reflexiva. Evite posicionar o computa-

dor, perto de janelas e use luminárias com proteção adequada.

Aproximadamente 88% dos monitores apresentam alto nível de reflexão,

caso dos monitores modelo CRT (Tubo de Raios Catódicos), nos modelos

(LCD Display de Cristal Líquido) praticamente não existe reflexão. O cansaço

da vista é provocado pela alternância dos olhos que se habituam ora com o

claro, ora com o escuro.

Com a substituição gradual dos monitores modelo CRT, por monitores

modelo LCD, que permitem ajustes de altura: “ajustes de inclinação de 5º a 20º”,

proporcionam uma maior ergonomia para o usuário final.

2.9.6.4 Temperatura

2.9.6.4.1 Temperatura Ambiente

Segundo Silva (2007), por questões hormonais, as mulheres tendem a

sentir mais frio que os homens. Acrescenta-se a isto, outros fatores como a diferen-

ça do vestuário utilizado por cada um. É óbvio que um homem trajando calça com-

prida e camisa de manga (comprida ou não), sentirá menos temperatura de um ar

condicionado, do que uma mulher vestindo saia e uma blusa de alça. Isto gera cons-

tantemente, desconfortos térmicos para um dos lados.

Em escritórios onde trabalham várias pessoas e há ar condicionado, as

discussões sobre a regulagem dele são constantes. O melhor é definir uma tempera-

tura padrão. No Brasil, costuma-se adotar como temperatura ideal para ambientes

refrigerados no verão o intervalo entre 24 e 26 graus, e no inverno (quando há aque-

cimento) 20 a 22 graus.

40

Segundo a NR-17, nos locais de trabalho onde são executadas atividades

que exijam solicitação intelectual e atenção constante, tais como: salas de controle,

laboratórios, escritórios, salas de desenvolvimento ou análise de projetos, dentre ou-

tros, são recomendadas as seguintes condições de conforto:

a) níveis de ruídos de acordo com o estabelecido na NBR 10152, norma

brasileira registrada no INMETRO;

b) índice de temperatura efetiva entre 20ºC (vinte) e 23ºC (vinte e três

graus centígrados);

c) velocidade do ar não superior a 0,75m/s;

d) umidade relativa do ar não inferior a 40 (quarenta) por cento.

Como regra geral, temperaturas confortáveis, para ambientes informatiza-

dos, são entre 20 e 23 graus centígrados, no inverno e entre 25 e 26 graus centígra-

dos no verão (com níveis de umidade entre 40 a 60%).

O Art. 176 da Consolidação das Leis trabalhistas (CLT) regulamenta o

Conforto Térmico como:

Art. 176. Os locais de trabalho deverão ter ventilação natural, compatível

com o serviço realizado.

Parágrafo Único – A ventilação artificial será obrigatória sempre que a na-

tural não preencha as condições de conforto técnico.

2.9.6.5 Acústica

Um dos agentes nocivos que contribui para que os educadores sofram as

conseqüências é o ruído, que é a mistura de sons confusos, sem harmonia. São si-

renes, alunos, impressoras antigas, central de computadores dentro das secretarias

que ultrapassam os decibéis estabelecidos pela Norma em sala de aula e secretari-

as. A poluição sonora gera pressão alta, distúrbios gastro-intestinais, cefaléias, au-

mento dos batimentos cardíacos, enjôo, perda de memória (desconcentração), dis-

41

túrbios do sono, fadiga, comprometimento da voz, PAIR (perda auditiva). Como es-

sas doenças ocorrem de maneira lenta e gradual, sua prevenção não tem merecido

a devida atenção dos gestores.

Segundo a Portaria nº 3214, de 08 de junho de 1978 – NR 15, atividades

e operações insalubres, devem possuir algum tipo de proteção no ambiente de tra-

balho contra ruídos acima de 85 dB(A).

Complementando com a Portaria 3751, de 23 de novembro de 1990 –

NR 17, ergonomia: proteção contra ruídos excessivos no ambiente de trabalho inte-

lectual.

De acordo com a NR-15, anexo 1, da Portaria 3214/78, entende-se por

ruído contínuo ou intermitente, para fins de aplicação de limites de tolerância, o ruído

que não seja ruído de impacto. Ruído de impacto é aquele que apresenta picos de

energia acústica de duração inferior a um segundo, a intervalos superiores a um se-

gundo. Os níveis de ruído contínuo ou intermitente devem ser medidos em decibéis

(dB) com instrumento de nível de pressão sonora operando circuito de compensação

“A” e circuito de resposta lenta (slow).

As leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do trabalhador. Não é

permitida a exposição a níveis de ruído acima de 115 dB para indivíduos que não

estejam adequadamente protegidos. Os tempos de exposição aos níveis de ruído

não devem exceder os limites de tolerância fixados na tabela a seguir:

42

Tabela 02 - Níveis de ruído e tempo máximo de exposição diária permissível.

NÍVEL DE RUÍDO dB(A) MÁXIMA EXPOSIÇÃO DIÁRIA PERMISSÍVEL85 8 horas86 7 horas87 6 horas88 5 horas89 4 horas e 30 minutos90 4 horas91 3 horas e 30 minutos92 3 horas93 2 horas e 40 minutos94 2 horas e 15 minutos95 2 horas96 1 hora e 45 minutos98 1 hora e 15 minutos100 1 hora102 45 minutos104 35 minutos105 30 minutos106 25 minutos108 20 minutos110 15 minutos112 10 minutos114 8 minutos115 7 minutos

Tabela 02 – Limites de tolerância para ruído conforme NR-15

A Portaria nº. 3751 de 23 de novembro de 1990 – NR 17 visa regulamen-

tar a questão da Ergonomia, ou seja, ela estabelece parâmetros que permitam adap-

tação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhado-

res, de modo a proporcionar-lhes um máximo de conforto, segurança e desempenho

eficiente. As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento,

transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições

ambientais e organizacionais do local de trabalho.

É recomendável para ambientes de trabalho em que, exista solicitação in-

telectual e atenção constante, índices de pressão sonora inferiores a 65 dB(A), aci-

ma de 75dB(A) caracteriza o início do desconforto auditivo, segundo a Organização

Mundial de Saúde (OMS). Por esse motivo recomenda-se, o adequado tratamento

do teto e paredes, através de materiais acústicos e a adoção de divisórias especiais.

43

Os ruídos têm dificultado muito o trabalho nas secretarias das escolas

onde muitas vezes fica até difícil o atendimento ao telefone sem contar a dificuldade

de concentração, pois o trabalho é voltado à digitação de dados relevantes para o

bom funcionamento da escola.

A localização das salas e da secretaria muitas vezes está junto ao pátio

de circulação de alunos onde há muita conversa e gritos, ainda têm a impressora

matricial fazendo seu barulho característico, telefone tocando, professores

conversando nas proximidades, além de outros equipamentos que emitem sons

acima do normal.

44

3. APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA

A proposta a ser apresentada visa tornar mais eficiente o sistema de Er-

gonomia nas escolas, será a sugestão de um projeto voltado ao design ergonomica-

mente correto em todos os ambientes escolares. Para a aplicação do projeto deverá

haver um responsável por elaborar soluções, para trazer melhorias ao cotidiano das

pessoas em seu local de trabalho. É este profissional, com formação em design,

que, juntamente com engenheiros, trata de desenvolver novos mecanismos e con-

ceitos para evitar as conseqüências do planejamento incorreto do trabalho na saúde

das pessoas.

No caso da informática, é ele quem se preocupa com detalhes que podem

parecer sem muita importância, como o formato do teclado, um apoio para os pulsos

do digitador ou um suporte para manter os pés firmes ao chão, mas que são funda-

mentais para o bem estar do usuário. O projeto tem como meta sugerir aos empre-

gadores o estabelecimento de normas de prevenção das doenças e critérios de de-

fesa da saúde dos trabalhadores em relação às atividades que possam desencadear

lesões por esforço repetitivo.

3.1 O Instrumento de pesquisa

O presente questionário é um instrumento de pesquisa destinado a dar

embasamento a projeto sobre o tema: Ergonomia nas Secretarias das Escolas

Públicas do Paraná.

Foi solicitado que os respondentes colaborassem respondendo com

sinceridade as questões é de extrema importância para a produção de resultados

que possibilitem tentativas de melhoria na aplicação de instrução em nossas

Instituições.

45

Os entrevistados devem marcar com um “x” a resposta, em todas as

questões a uma única alternativa de acordo com a situação dentro de sua Unidade.

1. Como você considera o mobiliário de seu ambiente de trabalho?( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Regular ( ) Péssimo

2. As cadeiras são adequadas às atividades do seu dia-a-dia? ( ) Sim ( ) Não

3. A cadeira possui encosto de tamanho médio, a fim de apoiar as costas e um melhor relaxamento muscular?

( ) Sim ( ) Não

4. As cadeiras possuem braço?( ) Sim ( ) Não

5. Você costuma levantar e fazer uma pequena caminhada a cada hora de trabalho?( ) Sim ( ) Não

6. Como se dá a troca de informação no seu ambiente de trabalho?( ) Verbal ( ) Por intermédio de telefone ( ) Documentais ( ) Através de gestos ( ) outras

7. Quando você está diante do computador qual é a direção do olhar.( ) acima da linha de visão ( ) na linha de visão ( ) abaixo da linha de visão.

8. Qual é a posição do seu punho durante a digitação?( ) Neutro(reto) ( ) Com posição quebrada para cima ( ) Com posição quebrada para baixo

9. Você costuma descansar a vista, sempre que possível, olhando para outros objetos?( ) Sim ( ) Não

10.Você usa apoio de punho?( ) Sim ( ) Não

11.Durante os trabalhos de digitação seus pés ficam apoiados no chão.( ) Sim ( ) Não

12.Como é a iluminação do seu ambiente de trabalho? ( ) Ótima ( ) Boa ( ) Regular ( ) Péssima

13.Qual é a posição do seu computador?( ) Próximo da janela ( ) Afastado da janela

14.Há instalação de ar condicionado no seu setor de trabalho?

46

( ) Sim ( ) Não

15.Quais os tipos de ruídos há no seu ambiente de trabalho?( ) Sirenes ( ) Alunos ( ) Impressoras Antigas ( ) Central de Computadores ( ) Telefone ( ) Ruídos Externos

3.2 Aplicação da Ferramenta de Análise Ergonômica

A ferramenta se concentra na utilização dos dados levantados e a sua

análise, buscando apresentar os índices e compará-los com as normas ergonômicas

vigentes.

As questões de 1 a 6, objetivaram o levantamento de informações sobre o

mobiliário, principalmente mesas e cadeiras, se o usuário considerava que estes

estavam ergonomicamente corretos.

GRÁFICO Nº. 1 – Como você considera o mobiliário de seu ambiente de trabalho?

Fonte: Pesquisa de campo realizada em novembro de 2007.

47

GRÁFICO Nº. 2 – As cadeiras são adequadas às atividades do seu dia-a-dia?

Fonte: Pesquisa de campo realizada em novembro de 2007.

GRÁFICO Nº. 3 – A cadeira possui encosto de tamanho médio, a fim de apoiar as costas e um melhor relaxamento muscular?

Fonte: Pesquisa de campo realizada em novembro de 2007.

48

GRÁFICO Nº. 4 – As cadeiras possuem braço?

Fonte: Pesquisa de campo realizada em novembro de 2007.

GRÁFICO Nº. 5 – Você costuma levantar e fazer uma pequena caminhada a cada hora de trabalho?

Fonte: Pesquisa de campo realizada em novembro de 2007.

49

GRÁFICO Nº. 6 – Como se dá a troca de informações no seu ambiente de trabalho?

Fonte: Pesquisa de campo realizada em novembro de 2007.

Na verificação dos gráficos de 01 a 06, infere-se que em relação ao

mobiliário 66,66% dos entrevistados consideram a situação regular e 30% bom.

Em relação aos gráficos 2, 3 e 4, em que se buscou analisar a situação

das cadeiras, observou-se que 66,66% dos entrevistados responderam que as

mesmas não são adequadas às suas atividades diárias. Seguindo o mesmo

raciocínio levantou-se que 60% dos entrevistados alegaram que as cadeiras

possuem encosto médio e que estariam de acordo.

No gráfico 4, em que se perguntou sobre a questão dos braços, 93,33%

das pessoas responderam que as cadeiras em que trabalham não possuem braço.

Portanto, totalmente inadequada para atividades diárias em que são realizados

trabalhos de escritório.

50

GRÁFICO Nº. 7 – Quando você está diante do computador qual é a direção do olhar?

Fonte: Pesquisa de campo realizada em novembro de 2007.

GRÁFICO Nº. 9 – Você costuma descansar a vista, sempre que possível, olhando para outros objetos?

Fonte: Pesquisa de campo realizada em novembro de 2007.

Analisando o gráfico 7, observou-se que 93,33% dos entrevistados estão

com seus monitores acima da linha de visão, estando, portanto instalados

incorretamente.

51

Em relação ao gráfico 9 sobre descanso da vista, notou-se que 70% das

pessoas costumam desviar o olhar para outros objetos, com freqüência, enquanto

trabalham.

GRÁFICO Nº. 8 – Qual é a posição do seu punho durante a digitação?

Fonte: Pesquisa de campo realizada em novembro de 2007.

GRÁFICO Nº. 10 – Você usa apoio de punho?

Fonte: Pesquisa de campo realizada em novembro de 2007.

52

No gráfico 8, tanto a posição para cima como para baixo estão incorretas,

portanto, a percentagem referente à posição incorreta soma 73,33%. Este resultado

é devido a não utilização do apoio de punho, que conforme gráfico 10, onde 96,66%

dos entrevistados não fazem uso do mesmo.

GRÁFICO Nº. 11 – Durante os trabalhos de digitação seus pés ficam apoiados no chão?

Fonte: Pesquisa de campo realizada em novembro de 2007.

No gráfico 11, onde 66,67% dos pesquisados responderam que apóiam

os pés no chão durante a digitação, mas observando o gráfico 7 em que 93,33% dos

respondentes direcionam o olhar para cima, conclui-se que os pés estão apoiados

no chão devido à cadeira ser baixa e não por conta do mobiliário adequado.

53

GRÁFICO Nº. 12 – Como é a iluminação do seu ambiente de trabalho?

Fonte: Pesquisa de campo realizada em novembro de 2007.

GRÁFICO Nº. 13 – Qual é a posição do seu computador?

Fonte: Pesquisa de campo realizada em novembro de 2007.

O gráfico 13, apresenta a percentagem de 73,33%, com a posição dos

computadores afastados da janela, estando os mesmos em posição ideal, com

relação aos reflexos. Ressaltando que quando da substituição dos monitores de

modelo CRT para os modelos de LCD, este possível problema deixará de existir.

54

GRÁFICO Nº. 14 – Há instalação de ar condicionado no seu setor de trabalho?

Fonte: Pesquisa de campo realizada em novembro de 2007.

No gráfico 14, constatou-se que 100% dos entrevistados não contam com ar

condicionado em seus ambientes de trabalho. Essa questão é de muita importância

para o bom funcionamento de todos os equipamentos eletrônicos e inclusive de

satisfação em trabalhar com temperatura amena.

55

GRÁFICO Nº. 15 – Quais os tipos de ruídos há no seu ambiente de trabalho?

Fonte: Pesquisa de campo realizada em novembro de 2007.

Devido a grande quantidade de ruídos existentes nas dependências

escolares, o gráfico 15, mostra que 100% dos entrevistados sofrem com o ruído das

sirenes, 100% com o ruído dos alunos, 73,33% com ruídos externos, 60% com

ruídos do telefone e 33,33% com barulho da central de computadores e

impressoras.

Com estes números conclui-se que os ruídos são constantes e muitas vezes

todos soam ao mesmo tempo, causando um ambiente conturbado e inadequado

para a qualidade de vida do funcionário.

56

4. CONCLUSÃO

Tudo o que é recente ou aquilo que parece ser recente, tem sempre a

capacidade de oferecer fascínio. É importante que na vida profissional, como na vida

pessoal, se esteja sempre aberto para novos conhecimentos para aplicar na

realidade. Quando se ouve e aprende-se, deve-se colocar em prática, sejam com

novos esclarecimentos, com cobranças, exigências de direitos. Isso não quer dizer

que da noite para o dia a realidade seja mudada, mas também não se pode deixar

que isso caia no conformismo.

Mudanças implicam em uma análise mais profunda, em desafios, mas

com certeza elas surgirão, algumas rapidamente, outras a médio e longo prazo. É

preciso romper as barreiras e a cultura de que o processo de adoecimento só é

reconhecido quando é funcional e orgânico, para amenizar este quadro é preciso

que os educadores busquem alternativas. É preciso pensar em atividades físicas e

de lazer como uma opção para expor suas queixas e relatar suas experiências, onde

poderão demonstrar alívio pelo desabafo, buscando a melhor forma de

relacionamento e direitos.

Para a prevenção das doenças que atingem os educadores é necessário

que as Leis não fiquem somente no papel e caíam no esquecimento. As mudanças

virão desde que os educadores, sejam integrantes de cobrança dos órgãos

competentes, dos sindicatos da categoria, que lutem por seus direitos e benefícios.

Só assim os profissionais de educação farão parte de sua dignidade, de seus

sonhos, por um ambiente ergonomicamente correto, por uma vida e uma educação

de qualidade.

57

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Disponível em HTTP://portalhumaniza.org.br/ph/texto.asp, acesso em 26/10/2007.

59

ANEXO I

Dicas Ergonômicas para Usuários de Computadores

Material de autoria da UCLA, traduzido e publicado na Área Segura sob permissão.

O uso prolongado de teclado ou mouse pode levar a dores nos músculos e nervos a

menos que algumas orientações sejam seguidas. Trabalho intenso no computador

sem alternância, pausas para descanso e mudanças de postura pode ser prejudicial.

É possível trabalhar com maior segurança e conforto adotando-se as seguintes

dicas ergonômicas:

Postura e Posição São Importantes

• Mantenha boa postura quando usar o teclado. Use uma cadeira que tenha

suporte para as costas.

• Mantenha seus pés apoiados no chão ou em um suporte apropriados para

apoiar os pés. Isso ajuda a reduzir a pressão sobre as costas.

• Evite girar ou inclinar o tronco ou o pescoço ao trabalhar. Itens de uso

freqüente devem ser posicionados diretamente a sua frente em um ante-

paro para cópias.

• Mantenha seus ombros relaxados, com os cotovelos junto ao corpo.

• Evite apoiar seus cotovelos em superfície dura ou na mesa. Use pequenas

almofadas se necessário

• O antebraço deve ficar alinhado em angulo de 100 a 110 graus com o te-

clado de modo a ficar em posição relaxada. Isso requer que o teclado fi-

que em posição inclinada (a parte de trás do teclado, que fica mais próxi-

ma a você deve ficar mais alta que a parte da frente, isto é, a que fica mais

próxima ao monitor) durante o trabalho.

60

• Os pulsos devem ficar em posição neutra ou reta ao digitar ou se usar al-

gum dispositivo de apontamento ou calculadora. Movimente seus braços

sobre o teclado e os apoios para os pulsos enquanto digita. Evite perma-

necer com os cotovelos sobre a mesa ou os apoios. Isso evita que os pul-

sos sejam forçados a assumir posições para cima, para baixo e para os la-

dos.

Ritmo de Trabalho

• Trabalhe em ritmo razoável.

• Faça pausas freqüentes durante o dia. Estas pausas podem ser breves e

incluir alongamento para otimizar os resultados. Se possível, dê 1 ou 2

minutos de pausa a cada 15 ou 20 minutos e 5 minutos a cada hora. A

cada duas ou três horas levante-se, de uma volta e faça uma atividade al-

ternativa.

Técnica de Trabalho

• Diminua o número de movimentos repetitivos. Isto pode ser feito com auxi-

lio de teclas de atalho e com o uso de programas especiais para esse fim.

O uso de combinações de teclas também em muito contribui para reduzir o

uso do mouse e de cliques.

• Altere as tarefas a fim de não permanecer com o corpo na mesma posi-

ção, por tempos prolongados, durante o trabalho.

• Mantenha seus dedos e articulações relaxadas enquanto digita.

• Nunca segure caneta ou lápis nas mãos enquanto estiver digitando.

• Evite bater no teclado com muita força. Suas mãos devem ficar relaxadas.

Estudos mostram que a maioria dos usuários bate no teclado com força 4

vezes maior que o necessário

• Descanse seus olhos olhando, de vez em quando, para objetos diferentes

enquanto trabalha.

61

Ambiente de Trabalho

• Evite perder tempo procurando coisas enquanto digita. Seus apontamen-

tos, arquivos e telefones devem estar em lugar de fácil acesso.

• Use um apoio para o teclado e para o mouse de modo a posicioná-los cor-

retamente.

• Para facilitar a cópia de textos use um anteparo de prender folhas.

• Quando você estiver escrevendo algo no computador, evite procurar coi-

sas sobre o teclado ou outros materiais. Um anteparo para colocar o mate-

rial a ser copiado ajudar bastante.

• Ajuste e posicione o monitor de modo que ao olhar para ele seu pescoço

fique em posição nutra ou reta. O monitor deve ficar diretamente a sua

frente. A parte superior da tela deve estar diretamente à frente de seus

olhos de modo que ao olhar para ela você olhe levemente para baixo.

• Regule o monitor de modo a evitar brilho excessivo. Evite também reflexos

de janelas e outras fontes luminosas.

• Personifique seu computador. O tipo de letra, o contraste, a velocidade e

tamanho do ponteiro do mouse e as cores da tela podem ser configuradas

para melhor conforto e eficiência.

Estilo de Vida

• Exercícios aeróbicos ajudam a manter a forma física, aumentar a resistên-

cia cardiovascular e diminuir a tensão dos usuários de computadores.

• Uso de medicamentos e ou munhequeiras para os pulsos sem receita e

acompanhamento médico não são recomendados. Se você começar a

apresentar sintomas, procure mais informações e ajuda de seu médico.

Pequenas mudanças feitas logo que se notar os primeiros sintomas po-

dem evitar complicações futuras em muitos casos.

62

ANEXO II

Dicas de Iluminação do Local de Trabalho

• Excesso de luz é um problema comum nas empresas e nos escritórios.

Muita luz, no entanto, não significa luz adequada. Pelo contrário, pode

atrapalhar e gerar uma sensação de desconforto.

• O limite mínimo também deve ser observado. A iluminação da área de tra-

balho deve apresentar, no mínimo, 500 luxes, o que é fiscalizado pelo Mi-

nistério do Trabalho.

• Além da iluminação geral, algumas atividades exigem uma iluminação

mais pontual na mesa de trabalho (desklight).

• O excesso da luz solar deve ser controlado com cortinas e persianas. Há

uma tendência em se aproveitar a luz natural, sempre a complementando

com a iluminação artificial.

• Ao longo do dia, as pessoas têm necessidades diferentes - normalmente

decrescentes - de iluminação. Identificar essa variação pode ajudar no

rendimento do trabalho.

• Iluminação com cores diferentes torna o ambiente de trabalho menos mo-

nótono, causando uma sensação de bem-estar.

• Também é possível utilizar recursos de iluminação em paredes, para tor-

ná-las mais aconchegantes.

• O computador nunca deve receber a luz natural da janela diretamente na

tela. O ofuscamento prejudica a concentração e a saúde.

• Pesquisa feita nos Estados Unidos demonstrou que aqueles que ficavam

perto de janelas tinham 23% menos queixa de dor nas costas, dor de ca-

beça e exaustão.

• Remova lâmpadas onde há mais luz do que o necessário, mas certifique-

se de manter uma iluminação boa em locais de trabalho para não prejudi-

car seu desempenho ou evitar acidentes (áreas com máquinas).

63

• Realizando a limpeza de paredes, tetos e pisos e utilizar cores claras no

ambiente de trabalho e estudo, melhoram a iluminação do local e você se

sentirá mais confortável e disposto no seu local de trabalho.

• Equilibre a luminosidade usando cores suaves, em tons mate.

64