12
ANO VI - EDIÇÃO N o 360 FORTALEZA - CEARÁ - BRASIL Terça-feira, 21 de outubro de 2014 Página 5 Página 3 Um foco de incêndio assustou quem passava pelo Parque. Mas no Ceará, diferente do Centro Oeste e do Sudeste, a situação é tranquila. O Brasil já registra 146.339 pontos de queimadas. NAGOYA O Brasil não pode comemorar a ratificação do protocolo As nações cobertas pelo acordo vão começar a definir regras de funcionamento para pesquisa, acesso e repartição de benefícios da biodiversidade. O nosso País fica de fora SEMANA QUENTE Páginas 6 e 7 DNOCS Completa 105 anos transformando o Semiárido Órgão recebe recursos da ordem de R$ 52,7 milhões para perfurar e construir 600 poços tubulares profundos e instalar 800 poços públicos. Até o Cocó estava queimando FOTO: DIVULGAÇÃO

O Estado Verde - Edição 22368 - 21 de outubro de 2014

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Jornal O Estado (Ceará)

Citation preview

Page 1: O Estado Verde - Edição 22368 - 21 de outubro de 2014

ANO VI - EDIÇÃO No 360FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 21 de outubro de 2014

Página 5

Página 3

Um foco de incêndio assustou quem passava pelo Parque. Mas no Ceará,diferente do Centro Oeste e do Sudeste, a situação é tranquila. O Brasil já registra 146.339 pontos de queimadas.

NAGOYAO Brasil não podecomemorar a ratificação doprotocolo As nações cobertas pelo acordo vão começar a definir regras de funcionamento para pesquisa, acesso e repartição de benefícios da biodiversidade. O nosso País fica de fora

SEMANA QUENTE

Páginas 6 e 7

DNOCSCompleta 105 anos transformandoo SemiáridoÓrgão recebe recursos da ordem de R$ 52,7 milhões paraperfurar e construir 600 poçostubulares profundos e instalar 800 poços públicos.

Até o Cocó estava queimando

FOTO

: DIV

ULGA

ÇÃO

Page 2: O Estado Verde - Edição 22368 - 21 de outubro de 2014

O “Verde” é uma iniciativa para fomentar o desenvolvimento sustentável do Instituto Venelouis Xavier Pereira com o apoio do jornal O Estado. EDITORA: Tarcília Rego. CONTEÚDO: Equipe “Verde”. DIAGRAMAÇÃO E DESIGN: Rafael F. Gomes. MARKETING: Pedro Paulo Rego. JORNALISTA: Jessica Fortes. TELEFONE: 3033.7500 / 8844.6873Verde

TARCILIA [email protected]

AUMENTOU O desmatamento da Amazônia au-

mentou 191% em agosto e setembro de 2014, em relação ao mesmo bi-mestre de 2013, segundo levanta-mento do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), de Belém. Em termos absolutos, a alta foi de 288 km² para 838 km². Pena que não temos um monitoramento, assim, da Caatinga.

INVESTIMENTOSArtigo do economista José Eustá-

quio Diniz Alves, publicado na platafor-ma Eco debate, afi rma que o mundo das fi nanças está passando por um período de instabilidade e o “setor energético, novamente, joga um papel central no processo de turbulência”. Todas as recessões mundiais anterio-res foram precedidas por aumento do preço do petróleo e demais combustí-veis fósseis, mas a crise atual está sen-do agravada pela queda do preço dos hidrocarbonetos e pela baixa rentabili-dade do capital investido pelas empre-sas de energia. Uma boa oportunidade para o investidor pensar sobre susten-tabilidade, aquecimento global e etc.

O MEIO AMBIENTE AGRADECEA Carro de Boi é uma loja espe-

cializada em móveis que embute em seus produtos, conceitos de susten-tabilidade, como a preservação dos recursos naturais. A empresa comer-cializa peças, produzidas a partir do reaproveitamento de madeira de de-molição. Por isso, os artigos da Casa de Boi, além de agradar aos olhos do cliente, certamente, agradam ao meio ambiente.

Localizada no Porto das Dunas, área metropolitana de Fortaleza, a loja disponibiliza uma vasta linha de artigos como aparadores, mesas, criados mudos, armários, baús, cô-modas, bancos, poltronas, dentre outros. A maioria das peças vem de Minas Gerais e São Paulo.

Reflexão: “Para 2015, não há elementos científicos suficientes para dizer se o ano será muito árido ou não. Se for, o impacto será de-vastador. “Carlos Nobre, climatolo-gista do Inpe, em entrevista a Veja e falando sobre a atual escassez de chuva no Brasil.

O país que vai sediar a Conferência das Nações Unidas sobre a Mu-dança Climática Global em Lima no fim de novembro e dezembro, está sendo severamente impactado pelas alterações climáticas. O governo peruano afirmou dia 15, que as geleiras daquele país, reduziram em 40% nas últimas quatro décadas, e o derretimento gerou cerca de mil novos lagos a partir de 1980.

As 2.679 geleiras, distribuídas por 19 cadeias de montanhas cobertas de neve, são fontes de grande parte da água potável do país vizinho que abriga 70% das geleiras tropicais do mundo, que são especialmen-te sensíveis as temperaturas mais elevadas. Quase 90% dos glaciares peruanos são menores do que um quilômetro quadrado, e por isso o risco de desparecimento das geleiras é bem grande.

Assim como no Brasil, a mudança climática deve contribuir para dimi-nuir as fontes de água no Peru. A situação do vizinho parece mais com-plicada do que a nossa, afinal, aqui, a questão passa muito mais pela redução do desmatamento. É mais fácil plantar árvores do que conter derretimento de gelo. Mas será que vamos ter consciência suficiente para evitar o desmatamento e conseguir plantar mais árvores? Preste atenção, isso também passa pelo consumo responsável. Por isso, pen-se duas vezes antes de consumir um produto.

PERU

Coluna Verde

2 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 21 de outubro de 2014

VERDE

DE 21 A 24 DE OUTUBROFIMMEPE – MECÂNICA NORDESTE• Começa hoje, em Recife, a Fimmepe - Mecânica Nordeste, que acontece de 21 a 24 de Outubro, no Centro de Convenções de Pernambuco. Mais informa-ções: http://www.mecanicanordeste.org.br/.

DIAS 22 E 23 DE OUTUBROSEMANA DA COMUNICAÇÃO DEBATE AS MÍDIAS DIGITAIS

• A Fanor | DeVry promove a Semana da Comunicação entre os dias 22 e 23 de outubro com o tema “Conexão com as mídias digitais”, e contará com palestras, mostras, ofi cinas, cines clubes e mesas de debate. O evento acontece no Campus Dunas, localizado na Avenida Santos Dumont, nº 7800. Entre os temas aborda-dos estão o papel do jovem no processo de comunicação digital, comunicação transmidiática e gestão e estratégica de comunicação on line. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas momentos antes de cada programação.

DE 22 A 24 DE OUTUBROXVII JORNADA ACADÊMICA DE ODONTOLOGIA10º CONGRESSO BRASILEIRO DE CÂNCER BUCAL

• Começa amanhã (22), no Campus da Unifor, o evento acadêmico da Odon-tologia mais antigo do Estado do Ceará, a Jornada Acadêmica de Odontologia da Unifor. E agora, em sua 17ª edição, será realizada junto ao 10º Congresso Brasileiro de Câncer Bucal, com o tema “Câncer Bucal: Prevenção – Diagnóstico – Tratamento”. Mais informações e inscrições: www.jaoodontounifor.com.

24 DE OUTUBRO DIA DAS NAÇÕES UNIDAS

•O Dia das Nações Unidas, ou Dia da ONU, é comemorado em 24 de outubro desde 1948, como aniversário da entrada em vigor, em 1945, da Carta das Nações Unidas. A celebra-ção foi determinada em 1947 pela Assembleia Geral de forma que o dia fosse “dedicado a fa-zer serem conhecidos pelos povos do mundo os objetivos e conquistas da ONU e a obter apoio para” a sua obra. A data compõe a Semana da ONU, que vai de 20 a 26 de outubro.

Em 1971 a Assembleia Geral adotou a Re-solução 2782, que declaro que como feriado internacional o dia da ONU e reco-menda que seja observado como um feriado público por todos os estados membros.

24 A 31 DE OUTUBROSEMANA DO DESARMAMENTO E SEMANA MUNDIAL DA PAZ

• Desde 1978, a Organização das Nações Unidas (ONU) comemora, entre 24 e 31 de outubro, a Semana do Desar-mamento ou Semana Mundial da Paz. A data coincide com a própria criação do organismo, em 24 de outubro de 1945. No Brasil, campanhas pelo desarmamento já retiraram mais de 500 mil armas de circulação e foram responsáveis pela regularização de 1,5 milhão de arma-mentos. No momento, a Campanha Nacional do Desarma-mento parece desativa.

AGENDA VERDE

Page 3: O Estado Verde - Edição 22368 - 21 de outubro de 2014

Entrou em vigor, o Proto-colo de Nagoya. O acordo internacional, que regu-

lamenta o acesso aos recursos ge-néticos e o compartilhamento de benefícios da biodiversidade, está em vigor desde o dia 12 de outubro. Foi uma vitória para a Convenção da Biodiversidade Biológica (CDB) das Nações Unidas, que estava reu-nida entre os dias 6 a 17 deste mês, em Pyeongchang, na Coreia do Sul para a 12ª Sessão da Conferência das Partes da Convenção sobre Di-versidade Biológica (COP 12). O anúncio foi bastante comemorado, pois é uma sinalização clara de que os países começam a dar valor à sua biodiversidade.

E mais que isso. As nações cober-tas pelo acordo vão começar a de-finir regras de funcionamento para pesquisa, acesso e repartição de be-nefícios da biodiversidade. E isso interessa a todos: governos, empre-sas, comunidades, cientistas.

Segundo o secretário-executivo da Convenção sobre Diversidade Biológica, o brasileiro Bráulio Fer-reira de Souza Dias, o Protocolo de Nagoya é fundamental para a biodi-versidade e para o desenvolvimento sustentável. “A sua entrada em vi-gor criará incentivos para a preser-vação da diversidade genética, da biodiversidade em geral e do conhe-

cimento tradicional associado. Irá fornecer as condições para a inves-tigação e desenvolvimento contínu-os em recursos genéticos”, afirmou a imprensa internacional.

FORA DA FESTAO Brasil, porém, não pode partici-

par da festa. Apesar de ter sido um dos principais articuladores do documento, o País não o ratifi cou “sob pressão do

agronegócio, que enxergou no protocolo uma ameaça aos seus interesses comer-ciais, sobretudo em relação à soja, cana e gado”. Foram esses os motivos que os ruralistas usaram para pressionar o Congresso Nacional para vetar a ratifi -cação. O protocolo, assim, como qual-quer outro acordo internacional, não tem efeito retroativo e nem tampouco incidiria no comércio das commodities.

O resultado é que o Brasil, a despeito de ter um das maiores biodiversidades do planeta, não pode sentar-se à mesa e ajudar a defi nir como se darão as re-gras de acesso e repartição de benefícios provenientes da biodiversidade. Vamos somente fi car assistindo aos outros paí-ses, até menos importantes do ponto de vista da biodiversidade, tomando deci-sões, dando o formato fi nal ao acordo.

2015Já países que partilham com o Brasil

o título de megadiversos, como Índia, Indonésia, África do Sul e Peru estão dentro. Assim como a União Europeia, Noruega, Suíça e Espanha. E se algum desses países quiser negociar conosco, estaremos sob as regras do protocolo. O texto fi nal do acordo conta com 50 paí-ses, a sua implementação contribui para a 16ª Meta de Biodiversidade de Aichi, que previa que o instrumento deveria entrar em vigor e em funcionamento operacional no ano de 2015.

Fontes: ONU e WWF Brasil

3FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 21 de outubro de 2014

VERDE

Países comemoram o Protocolo de Nagoya, mas o Brasil não pode entrar na festa

BIODIVERSIDADE

DIVULGAÇÃO

Page 4: O Estado Verde - Edição 22368 - 21 de outubro de 2014

4 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 21 de outubro de 2014

VERDE

Infelizmente, em um triste mau exemplo do uso de recursos públi-cos, pagos por todos nós, as Cam-

panhas Políticas relativas às Eleições 2014 caracterizaram-se até o momento pelo baixo nível temático em detrimen-to da discussão séria de propostas para endereçamento de questões urgentes que afetam o nosso dia-a-dia, entre elas as ambientais. A presença da can-didata Marina Silva, no primeiro turno, evidenciou, um pouco mais, à temática socioambiental e ou da sustentabilida-de. Destaco, um pouco... Que candidato falou, em debates, por exemplo, sobre a implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos? Sobre a escassez de água que assola, agora, também, a região mais rica do País? Há anos, no Nordeste, vivemos sob esta problemática e pouco acontece. Aliás, na atual camapnha polí-tica, o assunto recursos hídricos foi e está sendo tratado muito superfi cialmente, tanto nas campanhas locais, principal-mente aquelas dos candidatos aos go-vernos nordestinos, como na nacional, e quando falam, a cantilena é a mesma: Transposição do Velho Chico e “Convi-vência com a seca”.

Transposição que não avança, ao con-trário do desaparecimento das nascentes que avança sem medo e faz do Chico, um rio menos caudaloso. Transposição que não avança, enquanto o valente povo do Semiárido, especialmente da Caatinga, que sem chuva e sem direito à distribui-ção de água, seguem mansamente, iludi-dos com a transferência de renda. Mas, a transferência que todos precisamos neste momento, digo, todos, não apenas o Porto do Pecem ou a indústria paulista-na, é a tranferência para a segurança hí-drica do cidadão, seja via São Francisco, seja via Paraíba do Sul...

Lamento, que em meio a um período de seca e escassez de água no Sudeste e Nordeste, sejamos informados que áre-as de terras correspondentes a centenas de “campos de futebol” em APP (Áea de Preservação Permanente) na Mata Atlântica, na região de Cotia, São Pau-lo, sejam criminosamente desmatadas e destinadas a aterros clandestinos para disposição de lixo. O Greenpeace acaba de denunciar a derubada cladestina de

fl oresta na Amazônia, para a produção ilegal de madeira. Sabe o que acontece? Nada. O máximo que pode acontecer, é o encaminhamento dos números para estatísticas.

Atenção, ninguém passará ileso à crise ambiental. Como é de praxe, nos últimos tempos, as diversas instâncias e níveis do poder público, que deveriam zelar pela vida de todos os cidadãos brasileiros, vida essa, intrinsicamente dependente, em sua maioria, da conservação dos es-toques naturais, não parecem atentos à questão. Geralmente, “não viram nada, não escutaram nada e não sabem de nada”.

Foi o que aconteceu no Ministério do Meio Ambiente quando busquei infor-mações sobre a Agenda 21, um dos prin-cipais resultados da conferência Eco-92 e uma das principais ações transversais dos programsa de educação do então Go-verno do presidnte, Lula da Silva. O que aconteceu? Acabaram com ela. Voltando à água, faço questão de ressaltar o fato de que se não cultivarmos áreas verdes não

teremos água. Não pensem que construir Belo Monte resolverá a questão energé-tica do Brasil. Vai sim, contribuir, ainda mais para desmatamentos e ocupação irregular, acelarada e sem planejamento da Amazônia e consequentemente, pro-vocar mais desordem no nosso, já desor-ganizado, regime de chuvas.

De certa forma, a escassez de água que assola a região mais rica do País, que me perdoem os paulistanos, “chegou em boa hora”. Na cabeça dos brasileiros, até então, seca só acontecia no Nordeste. A seca no Sudeste evidencia o limite do uso do recurso, no País como um todo, e reforça que nas cidades, o crescimento populacional e industrial não é acompa-nhado pelo aumento da oferta de água tratada.

Morei 21 anos naquela Capital, nunca imaginei que um dia, faltaria água aco-lá. Ledo engano. Como eu pude pensar assim, apesar das Mudanças Climáticas? Quando digo “em boa hora”, quero fazer uma referência à capacidade de mobili-zação daquela sociedade. Tenho certeza

que a seca que esturrica o solo da Repre-sa da Cantareira está mexendo com a ca-beça e a consciência de povo trabalhador e mobilizador, como ninguém.

Que surja um “Água Abundante” como surgiu o “Passe Livre” e nos provoque a pensar o que estamos fazendo para pre-servar o pouco de água que ainda resta nos reservatórios artifi ciais e naturais, até a chegada da chuva abundante ou das Mudanças Climáticas. Em curto prazo, o caminho é um só: “economizar água, economizar água, economizar água”, como alerta o especialista em recursos hídricos, Benedito Braga, da Poli-USP. Espero e tenho fé em Deus que a popula-ção brasileira seja feliz em suas escolhas nas eleições no próximo dia 26 e que a pessoa eleita para exercer o cargo de Pre-sidente da República coloque o viés da Sustentabilidade e da Responsabilidade Socioambiental em todas as ações pre-vistas em seu Programa de Governo.

*Editora de sustentabilidade e meio ambiente do Jornal O Estado, Caderno O Estado Verde.

Meio ambiente e as campanhas políticasOPINIÃO

Por Tarcilia Rego* DIVULGAÇÃO

Page 5: O Estado Verde - Edição 22368 - 21 de outubro de 2014

Hoje, o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), completa 105 anos de atividades

que benefi ciam o Semiárido brasileiro. Foi o primeiro órgão do governo federal a estudar a problemática da região, marcando, nesse período, sua presença em todo o território nordestino. Seu acervo de obras envolve a construção de rodovias, ferrovias, campos de pouso, aeroportos, portos, implantação de redes de energia elétrica, ações de abaste-cimento, açudagem, irrigação, piscicultura, entre outras ações complementares.

Hoje, a instituição continua responsável por ações que possibilitam o desenvolvimen-to regional e a redução das desigualdades só-cioeconômicas, executando obras de grande relevância como as inseridas no Programa de Aceleração do Crescimento (Pac), que tota-lizam mais de R$ 2 bilhões e com recursos para 2014 da ordem de R$ 318 milhões. São as barragens Figueiredo (CE) já concluída e faltando apenas a conclusão do reassenta-mento programada para o mês de novembro; Fronteiras (CE), com barramento licitado e aguardando autorização do Ministério da In-tegração Nacional (MIN) para o lançamento da licitação das obras complementares e a ordem de serviço para o início dos trabalhos de construção; Congonhas (MG), cuja lici-tação deverá ser lançada até o próximo dia 22; Oiticica (RN) com 17 por cento das obras concluídas através de um Termo de Compro-misso assinado entre o Dnocs e o Governo do Rio Grande do Norte e de Nova Algodões (PI) cujo Termo de Compromisso já foi assinado entre o órgão e o Governo do Piauí.

O Pac contempla, também, as segundas etapas dos proje-tos de irrigação Tabulei-ros de São Bernardo (MA), Tabuleiros Litorâneos e Pla-tôs de Guadalupe (PI), Tabuleiros de Russas, Baixo Acaraú e Araras Norte (CE) San-ta Cruz do Apodi (RN) e as obras de implantação da se-gunda etapa da Adu-toras do Pajeú (PE) com serviços executados da or-dem de oito por cento.

“ÁGUA PARA TODOS”

No programa “Água para Todos”, o Dnocs está instalando 75.000 cisternas na região. Desse montante, 32.381 estão sen-do executadas, diretamente pelo próprio órgão, e outros 42.619 estão sendo implan-tados em parcerias com os governos esta-duais. Essa ação do Dnocs, sob a coordena-ção do Ministério da Integração Nacional, visa minimizar os impactos da seca, que está sendo considerada uma das piores dos últimos 50 anos. Para o programa Sistema Simplifi cado de Abastecimento (SSA), o Departamento conta com recursos no va-lor de R$ 27 milhões para implantação de 546 sistemas em 206 municípios dos esta-dos do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraí-ba, Sergipe, Bahia e norte de Minas Gerais.

Das 21 barragens que fa-zem parte do Projeto de

Integração do São Francisco, 19 foram

construídas pelo Dnocs. O MIN está repassan-do ao órgão, recursos no valor de R$ 220 milhões para elabora-ção de projetos

de recuperação e para as obras de

recuperação dessas barragens. Os proje-

tos de recuperação, para os quais foram destinados re-

cursos no valor de R$ 21 milhões, foram concluídos e os projetos básicos para as obras estão em andamento. Também foi confi ada ao Dnocs a implantação de pe-quenos sistemas de abastecimento de água e irrigação em 309 comunidades ao longo dos dois canais principais da transposi-ção e a implantação de cinco agrovilas. Os projetos que possibilitam esse trabalho se encontram com 85% concluídos, cabendo a sua responsabilidade à coordenadoria es-tadual do Dnocs em Pernambuco.

Através do programa Gestão de Riscos e Resposta aos Desastres/Ações de Defesa Civil Nacional, o Dnocs foi contemplado com recursos da ordem de R$ 52,7 milhões para perfurar e instalar 600 poços tubula-res profundos e instalar 800 poços públi-

cos (já perfurados). Essas metas estão sen-do executadas de forma direta por todas as coordenadorias estaduais da instituição dos estados do Nordeste e de Minas Gerais.

IRRIGAÇÃO

No setor de irrigação, os 37 perímetros irrigados sob a responsabilidade do Dnocs tiveram uma renda bruta equivalente a R$ 360 milhões no ano agrícola de 2013, sen-do R$ 26 milhões de produtos de origem animal e R$ 333 milhões dos produtos agrícolas, com a fruticultura participan-do com 62% do valor dessa renda. O Pro-grama Mais Irrigação, estabelecido pelo MIN que visa a revitalização dos projetos assentados por pequenos produtores e, portanto, de forte apelo social, o Dnocs, está, no momento, atendendo a 10 perí-metros irrigados situados nos estados do Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Bahia. Os recursos programados são superiores a R$ 130 mi-lhões e vão possibilitar a recuperação da infraestrutura, regularização fundiária e ambiental, a organização e apoio à gestão dessas unidades produtivas.

Além disso, o Dnocs, neste ano, está pro-duzindo 35 milhões de alevinos (fi lhotes de peixe) no seu Centro de Pesquisas em Aquicultura e nas 14 estações de piscicultu-ra, destinados ao povoamento dos espelhos d’água da região, principalmente açudes, lagoas, tanques e viveiros para produção intensiva e desenvolvimento do peixe, ofer-tando alimento de grande valor proteico às populações urbanas e rurais.

5FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 21 de outubro de 2014

VERDE

Completa 105 anos transformando o perfil do Semiárido brasileiro

DNOCS

Órgão recebe recursos da ordem de R$ 52,7 milhões para perfurar e construir 600 poços tubulares profundos e instalar 800 poços públicos

PROGRAMAÇÃO ANIVERSÁRIO DNOCS DIA 22 DE OUTUBRO DE 201408:00hHasteamento das bandeiras, ao som do Hino Nacio-

nal, tocado pela Banda de Música da Polícia Militar do Ceará.

Local: Pátio do DNOCS

09:00hSolenidade comemorativa aos 105 anos do órgãoLocal: Auditório da Administração CentralLançamento do Selo Comemorativo:Lançamento do livro “O Semiárido e Sua Gente” de

autoria do engenheiro Godofredo Chaves Queiroz.Encerramento da Solenidade pelo Diretor Geral.15:00hMissa em Ação de Graças

NAYANA MELO

Page 6: O Estado Verde - Edição 22368 - 21 de outubro de 2014

6 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 21 de outubro de 2014

VERDE

POR TARCILIA [email protected]

Além das invasões por ocu-pações irregulares, o fogo também resolveu invadir o

Cocó. Um pedaço de mata fechada, nas proximidades da Avenida Se-bastião de Abreu, dentro do Parque Ecológico do Cocó, maior área ver-de de Fortaleza, foi atingido por um foco de incêndio, na tarde de quin-ta-feira (16), mas logo controlado. Focos de queimada, neste período, não é um “privilégio” nosso, o fenô-meno está acontecendo em quase todo o território nacional.

CAUSASCom relação ao Cocó, a causa do

incêndio não foi identifi cada. O ma-jor Glaidson Rodrigues, do Corpo de Bombeiros, que naquele dia en-contrava-se no local, informou à re-portagem d’O Estado, que é comum casos de incêndios na mata naque-la área, decorrentes de fogueiras, queima de lixo, e até mesmo bitu-cas de cigarro lançadas por pessoas descuidadas. “Como neste período do ano a mata está mais seca e está ventando muito, o fogo se alastra rapidamente”, disse.

As labaredas e a fumaça preta fi -caram a uns 150 metros da margem do Rio Cocó, em área de mangue, assustaram, mas não representa-ram ameaça aos motoristas, pe-

destres e ou moradores da região. Segundo o meteorologista, Lean-dro Jacinto, da Fundação Cearen-se de Meteorologia (Funceme), as condições climáticas – escassez de chuva, massa de ar quente e seca e altas temperaturas, neste período do ano, no Ceará, “deixa-nos vulne-ráveis a este tipo de evento”.

Sobre a possibilidade de ter ocorri-do um incêndio criminoso no Cocó, o meteorologista, disse que não ti-nha informações sufi cientes para falar sobre o acontecido no Parque. Ressaltou a contribuição dos “fato-res climático e humano” para ocor-rências desse tipo. “Pode ter sido provocado ou acidental, os fatores, principalmente, aqueles relaciona-dos ao clima seco, são favoráveis ao

fogo”, destaca Jacinto. Criminosos ou não, os incêndios em áreas ver-des destroem a vegetação e colocam em risco a vida de pessoas e a biodi-versidade do ecossistema atingido.

BAIXA UMIDADEAinda, de acordo com o meteoro-

logista, Fortaleza, por estar na faixa litorânea, apresenta umidade relati-va do ar acima de 50%, mas ultima-mente, registra índices bem abaixo da normalidade. “Se compararmos com municípios do Sertão cearense, Crateús, por exemplo, que tem umi-dade relativa na faixa de 30%, pode-mos ter uma ideia de como estamos propensos ao surgimento dos focos de queimadas”, esclarece. A Fun-ceme registrou, no último dia 12 de

agosto, ao meio-dia, em Fortaleza, 28% de umidade relativa do ar, nível considerado de “Atenção” pela Or-ganização Mundial da Saúde (OMS).

UM FENÔMENO NACIONALNos últimos dias, a imprensa do

País, como um todo, tem destaca-do o fenômeno de seca que assola, neste momento, várias regiões no Brasil. O Sudeste, Centro-Oeste, e parte do Nordeste, como acontece em Fortaleza, estão sentindo o efei-to das altas temperaturas e do cli-ma seco, que “quebrando” todos os recordes de calor, contribui para o surgimento de incontáveis focos de queimadas, em várias localidades do território brasileiro.

No Tocantins, só nos primeiros 19 dias de outubro, já foram regis-trados 3714 focos, acima da média máxima dos últimos 16 anos o mês que é de 3680 pontos, conforme da-dos de monitoramento do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Cli-máticos (Cptec) do Instituto Nacio-nal de Pesquisas Espaciais (Inpe). A detecção de focos de queimada é intensifi cada todos os anos, nes-ta área, principalmente, a partir de agosto, quando os incêndios podem começar sair do controle.

Segundo o pesquisador, Fabiano Morelli, do Ceptec/ Inpe, além de a estiagem colaborar para o registro de incêndios acidentais naquela re-gião de Cerrado, o uso do fogo para

Não é só o Cocó que estápegando fogo no BrasilCLIMA

O Brasil já registra 146.339 focos ativos de incêndios, desde o início do ano. No Ceará, diferente dos estados do Tocantins e de São Paulo, a situação é menos preocupante

IRATUÃ FREITAS

Page 7: O Estado Verde - Edição 22368 - 21 de outubro de 2014

7FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 21 de outubro de 2014

VERDE

a limpeza de terrenos baldios também colabora para o aumento de ocorrências de focos de quei-madas. “Principalmente, por influ-ência do uso e ocupação do solo”, disse.

146339 FOCOS Apesar de estar plenamente in-

serido em uma região semiárida, a situação no Ceará, se comparada à dos estados que agora sofrem com a estiagem e com as altas tempe-raturas e a baixa umidade do ar, como é o caso de São Paulo e To-cantins, não parece crítica.

Segundo o Ceptec/ Inpe, foram registrados 177 focos ativos de in-cêndio nos primeiros 19 dias de outubro, em todo o território cea-rense. Mais de 2 vezes e meia me-nor, em comparação ao mesmo pe-ríodo do ano passado que registrou 466 focos. Os estados do Tocantins e de São Paulo já acumulam, desde o início desse ano, 13952 e 4472, respectivamente, enquanto o Cea-rá, 735 pontos. No Brasil registra 146339 focos de incêndio desde o início do ano.

Nesta matéria apresentamos a tabela com os números do monito-ramento de queimadas no estado do Ceará que trazem a compara-ção do total de focos ativos detec-tados pelo satélite de referência em cada mês, no período de 1998 até o dia 19 de outubro (domingo). O satélite registra somente gran-des focos, com cerca de 30 metros

de extensão por um de largura.

CHUVA De acordo com o meteorolo-

gista da Funceme, essa onda de calor teria relação com o surgimento do El Niño, provo-cado quando a temperatura do Oceano Pacífico aumenta. Dis-

se ainda, que provavelmente em dezembro, próximo, chove no Ceará, é o chamado período pré-chuvoso, mas o prognósti-co oficial para a quadra chuvosa 2015, no Estado, só em janeiro. “O regime de chuvas no Ceará recebe influência dos dois ocea-nos”, encerra.

SERVIÇOPara mais informações sobre quei-

madas acesse http://sigma.cptec.inpe.br/queimadas/ . “O acesso às in-formações é livre, e se quiser receber em tempo quase real as coordenadas geográfi cas das queimadas e desen-volver sua própria base de aplicações, contatar [email protected]”.

SOBRE QUEIMADASA queimada é um processo de queima

de biomassa que pode ocorrer por fato-res climáticos ou naturais humanos. Sua evolução passa pelos estágios de ignição, chamas, brasas e extinção. A ignição de-pende do material a ser queimado (bio-massa) e de fatores ambientais como tem-peratura, umidade relativa do ar e vento.

Elas atingem os mais diversos siste-mas ecológicos e tipos de agricultura,

gerando impactos ambientais em escala local e regional. O ser humano é o maior responsável pelos incêndios fl orestais, o que exige a implantação de um programa permanente de educação ambiental per-tinente à questão.

Grande parte dos incêndios fl orestais tem motivos econômicos. É uma prática utilizada em todo o mundo, e acarreta sérios prejuízos à biodiversidade, à di-

nâmica dos ecossistemas e a diversos tipos de agricultura do planeta, impac-tando signifi cativamente os processos de mudanças climáticas na terra e do aque-cimento global. Existem também em menor escala, incêndios causados por pessoas descuidadas que jogam pontas de cigarro nas margens das estradas, ateiam fogo a lixões e ainda aqueles cau-sados por balões.

DIVULGAÇÃO

Page 8: O Estado Verde - Edição 22368 - 21 de outubro de 2014

8 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 21 de outubro de 2014

VERDE

CONSUMO Empresa combate desperdício de alimentos

Acabamos de comemorar o Dia Mundial do Alimento ( 16/10), mas em algumas empresas, o tema é pauta durante o ano inteiro. As redes Ex-tra e Pão de Açúcar, do GPA, buscam conscientizar seus consumidores sobre questões de nutrição e alimentação, in-centivando um modo de consumo sus-tentável, saudável e consciente. Para isso, as duas redes contam com ações que combatem ao desperdício. Há 19 anos, o GPA deu início a um projeto de

doações e parcerias, que já benefi ciou a muitas instituições assistenciais.

No programa “Parceria Contra o Desperdício”, as lojas da rede doam as frutas e legumes que não estejam nas condições estéticas apreciadas pelo consumidor, mas apropriadas sim para o consumo. Mensalmente, uma média de 250 toneladas de alimentos é doada a aproximadamente 280 institu-ições validadas pelo Instituto GPA em todo o País. Estas instituições assinam

um termo de compromisso, respon-sabilizando-se pelo transporte e con-servação dos itens doados. O programa acontece em 218 lojas, totalizando 1.518 toneladas de alimentos doados apenas de janeiro a junho de 2014.

Outra ação para reduzir o des-perdício de alimentos empreendida pela empresas do grupo e que tam-bém proporciona mais uma vantagem fi nanceira aos clientes é a venda de produtos com validade próxima à data

de vencimento com descontos de até 40%. Os itens são agrupados em um local diferenciado nas lojas de acordo com sua categoria (perecíveis e não perecíveis), contando com sinalização própria para facilitar a identifi cação pelos clientes. A ação tem como obje-tivo, além de se tornar uma alternati-va para economizar, aumentar o giro desses itens na loja, evitando que ven-çam e sejam descartados, reduzindo o desperdício de alimento nas lojas.

O Sindienergia-CE, em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Ceará, realizará

entre os dias 28 e 29 de outubro, a Expo-Geração 2014 e o I Seminário sobre Mi-cro e Minigeração Distribuída. O evento, que será realizado na FIEC, a partir das 18h30, debaterá a Micro e Minigeração como uma solução real para infl uenciar a Matriz Energética Brasileira para os pró-ximos anos, diante da atual crise no setor.

O encontro reunirá os maiores nomes e entidades da área como a Agência Nacio-nal de Energia Elétrica (Aneel), Energie Agentur, Coelce, Sebrae, Senai, Unifor e a ONG Greenpeace, além de empresas que já atuam no setor de soluções no Nordeste. O objetivo é debater, apresentar os avan-ços e as oportunidades de aprimoramento da Resolução Normativa Nº 482/2012, que trata das regras destinadas para ins-

talação de geração distribuída. A resolu-ção determina que os brasileiros possam produzir sua própria energia elétrica a partir de pequenas centrais geradoras que utilizam fontes com base em energia so-lar, eólica, biomassa ou cogeração quali-fi cada, conectadas à rede de distribuição por meio de instalações de unidades con-

sumidoras. A microgeração é a geração de energia até 100KW de potência, e a minigeração, de 100KW a 1MW.

“Queremos com esse encontro provo-car a abertura do mercado, tornar o setor mais conhecido e despertar o interesse de autoridades e do público em geral para esta solução que contribui direto com a economia, reduzindo ou até podendo zerar a conta de energia do consumidor, além de aliviar de forma rápida e simples a crise energética, diminuindo a emissão de gases de efeito estufa - GEE” explica o diretor setorial de Micro e Minigeração do Sindienergia, Wilmar Pereira.

Ricardo Correia, membro do Sindie-

nergia e organizador do evento, reforça que a Micro e Minigeração adiam os in-vestimentos do governo em transmissão e geração de energia, reduzem perdas técnicas, aumentam consideravelmente a oferta de empregos e a distribuição de renda. “É uma solução ambientalmente correta, melhora a imagem da empresa ou pessoa física que participa do pro-cesso de sustentabilidade na certeza do retorno econômico, fi nanceiro e no bem estar do planeta. No Ceará, temos ape-nas 50 usuários dessa tecnologia ligado a rede.” enfatiza Ricardo.

O desafi o com a Expogeração é esti-mular o mercado para criar linhas de crédito para o setor, conscientizar o governo e a população que é uma boa solução e capacitar e regulamentar a atividade. Segundo a avaliação da em-presa DNV KEMA Soluções Energy & Sustainability, o setor representa hoje R$ 48,9 bilhões com grande potencial de crescimento.

Podem participar do evento empre-sários, engenheiros, arquitetos, am-bientalistas, formadores de opinião, estudantes e jornalistas. As inscrições podem ser feitas pelo site www.expo-geracao.com.br.

Evento visa fomentar a micro eminigeração de energia no Ceará

I EXPOGERAÇÃO

ExpoGeração 2014 / I Seminário sobre Micro e Minigeração DistribuídaData: 28 e 29 de outubro de 2014 Horário: Colocar horário no release e atualizar com a programação Local: Auditório Principal da Fiec

SERVIÇO:

DIVULGAÇÃO

Page 9: O Estado Verde - Edição 22368 - 21 de outubro de 2014

9VERDE

FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 21 de outubro de 2014

Três das principais ONG’s que atuam na Amazônia decidiram se unir e ape-

lar aos dois presidenciáveis que disputam o segundo turno nas eleições de 2014 em nome do desenvolvimento sustentável na região. A plataforma “Amazônia e as Eleições 2014: Oportuni-dades e Desafios para o Desen-volvimento Sustentável” formu-lada pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e Amigos da Terra Amazônia, par-tem do princípio de que o País já se mostrou capaz de resolver desafios que se colocam para a região, como a redução do des-matamento entre 2005 e 2012. O que falta, diz o documento, é conexão entre políticas públi-cas e investimentos adequados à complexidade regional.

A plataforma ressalta que a região é superlativa em recursos naturais e importância ambien-tal. Abriga cerca de um terço das florestas tropicais, a maior bacia hidrográfica do planeta e é rica em recursos minerais e em po-tencial hidrelétrico. Suas flores-tas prestam um serviço crucial para os brasileiros: a produção de cerca de 20 bilhões de tonela-das de vapor d’água por dia, que são transportadas em nuvens e geram chuvas para o Centro-Sul do País. Apesar desses atributos e do papel estratégico no cenário nacional, a plataforma aponta que as riquezas da Amazônia têm gerado poucos benefícios sociais e econômicos para a grande maio-ria dos seus mais de 24 milhões

de habitantes.Para reverter o dramático

quadro socioambiental, as ONG’s pedem para que o novo governo reveja imediatamente a política energética atualmente imposta para a região e que tem como base em um ambicioso plano de expansão de geração de energia elétrica – que inclui a construção de 30 hidrelétricas (UHE) na Amazônia até 2023. Além de in-vestir em eficiência energética, a plataforma reivindica priorizar fontes com menos impactos so-cioambientais, incluindo eólica e solar (fotovoltaica) e biomassa. A plataforma pontua também a existência de um “descasamento” entre as necessidades locais e os grandes projetos de infraestru-tura. Enquanto os investimentos públicos nas áreas de energia, óleo e gás, logística e telecomuni-cações devem atingir cerca de R$ 130 bilhões até 2020 na Amazô-nia, o licenciamento ambiental das respectivas obras não conse-gue induzir a mitigação dos efei-tos colaterais negativos.

Para estimular o uso mais efi-ciente e sustentável das terras na região, as ONG’s sugerem aceler-ar a regularização das posses, mas sem subsídios, e cobrar efetiva-mente o Imposto sobre a Proprie-dade Territorial Rural e alocar as terras públicas devolutas. O apoio à agricultura familiar na Amazô-nia também deve de ser revisto e, para que o setor de agronegócio se torne rentável e sustentável na Amazônia, será necessário inve-stir em técnicas agropecuárias já disponíveis.Fonte: Imazon

Ong’s, unidas, buscam apoio junto aos candidatos ao cargo de presidente, parareverter o dramático quadro socioambiental da região

Amazônia procura um caminhopara o desenvolvimento

ELEIÇÃO 2014

DIVULGAÇÃO

Page 10: O Estado Verde - Edição 22368 - 21 de outubro de 2014

10 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 21 de outubro de 2014

VERDE

O desmatamento da Amazônia au-mentou 191% em agosto e setem-bro de 2014, em relação ao mes-

mo bimestre de 2013, de acordo com o levantamento do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), de Belém. Isso representou um aumen-to de 290% em relação a setembro de 2013, quando o desmatamento somou 103 quilômetros quadrados. Foi pos-sível monitorar 93% da área fl orestal na Amazônia Legal enquanto que em setembro de 2013 o monitoramento co-briu uma área menor (79%) do território.

ESTATÍSTICAS Em setembro de 2014, o desmatamento ou supressão total da fl oresta para out-ros usos alternativo do solo , concentrou em Rondônia (33%), Pará (23%), se-guido pelo Mato Grosso (18%) e Ama-zonas (12%), com menor ocorrência no Acre (10%), Roraima (4%) e Tocantins (1%). O desmatamento acumulado no período de agosto a setembro de 2014, correspondendo aos dois primeiros me-ses do calendário ofi cial de medição do desmatamento, atingiu 838 quilômetros quadrados. Houve aumento de 191% do desmatamento em relação ao período anterior (agosto de 2013 a setembro de 2013) quando atingiu 288 quilômetros quadrados.As fl orestas degradadas na Amazônia Legal somaram 624 quilômetros quadra-dos em setembro de 2014. Em relação a setembro de 2013 houve um aumento de 3.797%, quando a degradação fl orestal somou 16 quilômetros quadrados.

Considerando os dois primeiros meses do calendário atual de desmatamento (agosto de 2014 a setembro de 2014), Rondônia lidera o ranking com 31% do total desmatado no período. Em segui-da aparece o Mato Grosso (26%) e Pará (18%). Em termos relativos, houve au-mento expressivo de 2.699% em Rorai-ma e 939% em Mato Grosso. Em termos absolutos, Rondônia lidera o ranking do desmatamento acumulado com 260 quilômetros quadrados, seguido pelo

Mato Grosso (222 quilômetros quadra-dos) e Pará (152 quilômetros quadrados).

DEGRADAÇÃO FLORESTALEm setembro de 2014, o SAD registrou 624 quilômetros quadrados de fl ores-tas degradadas (fl orestas intensamente exploradas pela atividade madeireira e/ou queimadas) . Desse total, a grande maioria (97%) ocorreu no Mato Grosso, seguido por Rondônia (2%) e Pará (1%). Já com relação à geografi a do desmata-

mento, a maioria (59%) ocorreu em áreas privadas ou sob diversos estágios de posse. As Áreas Protegidas também foram monitoradas. O SAD detectou 73 quilômetros quadrados de desmata-mento nas Unidades de Conservação. No caso das Terras Indígenas, em setembro de 2014 foram detectados 8 quilômetros quadrados de desmatamento.O restante do desmatamento foi regis-trado em Assentamentos de Reforma Agrária (20%), Unidades de Conservação (19%) e Terras Indígenas (2%). O siste-ma registrou 82 quilômetros quadrado de desmatamento nos Assentamentos de Reforma Agrária e os mais afetados mais afetados pelo desmatamento foram PAE Antimary (Boca do Acre; Amazonas), PA Monte (Boca do Acre; Amazonas) e PA Igarapé Azul (Nova Mamoré; Rondô-nia). E os municípios com situação mais crítica, devido à supressão de vegetação foram: Nova Mamoré (Rondônia) e Novo Progresso (Pará) . Municípios mais des-matados na Amazônia Legal em setem-bro de 2014.

DADOS SUBESTIMADOSSegundo o Imazon, foi possível monito-rar 93% da área fl orestal na Amazônia Legal. Os outros 7% do território fl orestal estavam cobertos por nuvens o que difi -cultou a detecção do desmatamento e da degradação fl orestal. Os Estados com maior cobertura de nuvem foram Pará (21%) e Amapá (18%). Em virtude disso, os dados de desmatamento e degradação fl orestal em setembro de 2014 podem es-tar subestimados.

Cresce supressão de vegetação na regiãoamazônica: já acumula 839 quilômetros

SAD-EE Desde julho de 2012, a detecção de alertas de des-

matamento e de degradação fl orestal vem sendo rea-lizada na plataforma Google Earth Engine (EE), com a nova versão SAD EE. Esse sistema foi desenvolvido em colaboração com o Google e utiliza o mesmo proces-so já utilizado pelo SAD, com imagens de refl etância do MODIS para gerar os alertas de desmatamento e degra-dação fl orestal.

DETERO levantamento do Imazon é paralelo ao realizado

pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que utiliza o sistema Deter. O mecanismo do Inpe anali-sa a degradação (desmatamento parcial) e o corte raso (desmatamento total) da fl oresta nos estados que pos-suem vegetação amazônica (todos os da Região Norte, além de Mato Grosso e parte do Maranhão).

O dado mais recente do Deter, os mesmos utilizados pelo Ministério do Meio Ambiente para monitorar o des-matamento do bioma, foi divulgado em setembro, com números referentes aos meses de junho e julho, e já in-dicava aumento de 195% no desmate na comparação entre os dois meses de 2013 e 2014.

(Fonte: Imazon /SAD).

DESMATAMENTO

DIVULGAÇÃO

Page 11: O Estado Verde - Edição 22368 - 21 de outubro de 2014

FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 21 de outubro de 2014

VERDE

11

Uma máquina especial, insta-lada na estação República do Metrô, funciona como um

posto de reciclagem. Durante o mês de outubro, uma ação da Seda, assinada pela agência J. Walter Thompson troca embalagens descartáveis de shampoo de qualquer marca por bônus para ce-lular através do novo equipamento.

Ao fazer o descarte das embalagens de maneira sustentável, colaborando com o meio ambiente, o participante recebe bônus de recarga para celu-lar das operadoras TIM, OI, Claro ou Vivo e ainda contribui com o trabalho da WWF-Brasil, ONG que faz parte de uma das maiores redes independentes de conservação da natureza, atuando em mais de cem países e que apoia cer-

ca de cinco milhões de pessoas.A ação faz parte da campanha de

lançamento de uma linha de produtos Seda para os cabelos desenvolvida com ingredientes extraídos da natureza, como chá verde e extratos cítricos, raiz de ginseng e raiz de amoreira que aju-dam a devolver a vitalidade do cabelo.

Segundo o gerente de marketing de Seda, Diego Guareschi, “a ideia é que a consumidora, que está cada vez mais consciente da importância de preservar a natureza, possa con-tar com uma linha de produtos que a faça sentir-se engajada em causas nobres”. As embalagens da marca Seda são transformadas em R$ 2 de créditos. Já, as embalagens de outras marcas rendem R$ 1 cada.

As embalagens da marca Seda são transformadas em R$ 2 de créditos. Já as embalagens de outras marcas rendem R$ 1 cada

Máquina troca embalagens deshampoo por créditos para celular

NOVIDADE

INDICAÇÃO DE LEITURA

O Dia Nacional do Consumo Cons-ciente foi instituído pelo Ministério do Meio Ambiente para despertar a atenção sobre esse tema que impac-ta diretamente na conservação da natureza. Por considerar a data 15 de outubro, relevante para conscientizar a população brasileira sobre o uso de recursos naturais e bens de consumo, o WWF-Brasil lança o “Guia para o Consumidor Responsável”. Em formato de cartilha, a publicação eletrônica traz dicas simples de serem colocadas em

prática no dia a dia. Elaborada pela equipe do Programa

Educação para Sociedades Sustentáveis da organização, o conteúdo do guia traz sugestões para o consumo dentro de sete grandes temas que permeiam o nosso cotidiano: Mobilidade, Eletroe-letrônicos, Água, Alimentos, Produtos Madeireiros, Energia e Lazer.

Além de conscientizar a respeito do que você consome, a publicação destaca que é preciso ser responsável e sus-tentável. Isso signifi ca escolher o que

consumir a partir de uma avaliação do impacto gerado na sociedade e no meio ambiente. Saber de onde vem os produtos, como foram produzidos e o destino dado aos resíduos (lixo) são algumas atitudes que cada um de nós pode tomar. Consumo é diferente de consumismo. Não compre por comprar. Refl ita antes de adquirir um produto.

O WWF-Brasil acredita que qual-quer pessoa pode ser um consumidor sustentável. Para isso, além de seguir as dicas dos especialistas, basta colocar

em prática os 7 R’s. Repensar, recusar, reduzir, reparar, reutilizar e reciclar. Para descobrir qual é o sétimo R, basta ler o Guia que está disponível em: http://d3nehc6yl9qzo4.cloudfront.net/downloads/cartilha_para_o_consumi-dor_responsavel___wwf_brasil.pdf. A decisão é sua! Se cada um fi zer a sua parte pelo meio ambiente, garantimos um mundo mais verde para nós e para as futuras gerações.

Fonte: WWF

WWF-Brasil lança guia inédito sobre consumo consciente INDICAÇÃO DE LEITURA

DIVULGAÇÃO

Page 12: O Estado Verde - Edição 22368 - 21 de outubro de 2014

FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 21 de outubro de 2014

VERDE

Encontro pede que governos considerem programas de alimentação escolar como um investimento. Participantes destacaram o Fome Zero

12

FOME ZERO

Desenho de Roxana Daniela Elvir Barrientos, 10 anos, de Honduras. Ela foi uma das 13 crianças vencedoras de umconcurso de arte que envolveu milhões de crianças que recebem refeições escolares do PMA em todo o mundo

O Fórum Global de Nutrição Infantil, principal encontro mundial para discussão de

políticas de alimentação escolar, rea-lizou sua 16ª edição na África do Sul, entre 29 de setembro e 3 de outubro de 2014.

Organizado pela Fundação Global para a Nutrição Infantil, em parceria com o Centro de Excelência Contra a Fome do Programa Mundial de Ali-mentos (PMA) da ONU, o evento teve cinco dias de intensa troca de conhe-cimento entre representantes de 40 países de todo o mundo.

Os participantes foram convidados a pensar estratégias para garantir pro-gramas de alimentação escolar sus-tentáveis em seus países, discutir os benefícios de investir em alimentação escolar com foco em nutrição, além de propor caminhos e influenciar a agen-da global pós 2015.

Os 250 participantes, incluindo dez ministros e quatro vice-ministros de países africanos, escreveram um co-municado com as principais conclu-sões e recomendações do Fórum. Den-tre os tópicos do comunicado estão o Desafio Fome zero, a Agenda Pós-2015 e o potencial da alimentação escolar para contribuir para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

O documento recomenda que os governos considerem programas de alimentação escolar como um investi-mento e não uma despesa, ressaltando

que os programas de alimentação es-colar, sustentáveis que incorporam di-versas refeições nutritivas e balancea-das ligadas à produção da agricultura familiar é uma estratégia fundamental para obter sucesso no Desafio Fome Zero e para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).

A programação do evento ofereceu momentos para o compartilhamen-to de desafios e conquistas de cada país no combate à fome. Muitos des-tacaram o avanço nas alimentações escolares em seu país após conhecer e estudar o programa brasileiro de combate à fome.

O Fórum Global foi apoiado pelo go-verno brasileiro, por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Edu-cação (FNDE), o Serviço Social da In-dústria do Brasil (Sesi) e o governo da África do Sul. A organização do evento também foi apoiada pelo escritório re-gional do PMA na África do Sul.

Fórum de Nutrição Infantil recomenda programas

PMA