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O GERENCIAMENTO DA QUALIDADE E SUA RELAÇÃO COM O SUCESSO NO GERENCIAMENTO DE PROJETOS MARCOS ANDRÉ DEBONI UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE - UENF CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ JUNHO – 2010

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O GERENCIAMENTO DA QUALIDADE E SUA RELAÇÃO COM O

SUCESSO NO GERENCIAMENTO DE PROJETOS

MARCOS ANDRÉ DEBONI

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE - UENF

CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ JUNHO – 2010

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O GERENCIAMENTO DA QUALIDADE E SUA RELAÇÃO COM O SUCESSO NO GERENCIAMENTO DE PROJETOS

MARCOS ANDRÉ DEBONI Dissertação apresentada ao Centro de Ciência e Tecnologia da Universidade Estadual do Norte Fluminense, como parte das exigências para obtenção de título de Mestre em Engenharia de Produção.

Orientador: Professor Manuel Antonio Molina Palma, D.Sc.

CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ JUNHO – 2010

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FICHA CATALOGRÁFICA

Preparada pela Biblioteca do CCT / UENF 34/2010

Deboni, Marcos André O gerenciamento da qualidade e sua relação com o sucesso no gerenciamento de projetos. – Campos dos Goytacazes, 2010. xv, 165 f. : il. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) --Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro. Centro de Ciência e Tecnologia. Laboratório de Engenharia de Produção. Campos dos Goytacazes, 2010. Orientador: Manuel Antonio Molina Palma. Área de concentração: Gerência da Produção. Bibliografia: f. 152-158. 1. Gerenciamento de projetos 2. Qualidade 3. Gerenciamento da qualidade 4. Sucesso 5. Fator crítico de sucesso I. Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro. Centro de Ciência e Tecnologia. Laboratório de Engenharia de Produção lI. Título.

CDD 658.562

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Dedico à minha família. Mãe, Adriane e

André. Pessoas que, apesar de estarem

longe, sempre permanecem presentes em

meus pensamentos.

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AGRADECIMENTOS

Em minha vida de estudante, tive a oportunidade de receber ensinamentos de

diversos(as) professores(as). Quase na sua totalidade, foram profissionais

dedicados que cumpriram seu dever de ensinar com profissionalismo e carinho à

profissão. Desses, dois mestres guardarei como exemplo para o resto de minha

vida. Agradeço, assim, os ensinamentos, a paciência, o incentivo, a orientação

sempre precisa, o desprendimento e a dedicação do Professor Manuel Antonio

Molina Palma.

Agradeço, com grande carinho, ao Professor André Luís Policani Freitas, ao

Professor Geraldo Galdino de Paula Junior e ao Professor José Ramón Arica

Chávez, os ensinamentos, o estímulo e o trabalho que realizam junto à UENF, de

forma a mantê-la uma instituição assertiva com seus alunos.

Agradeço, também, aos meus familiares, à minha mãe Carmencita, aos meus irmãos

Adriane e André, o apoio incondicional.

Agradeço, de forma muito especial, à minha esposa Luciana que, com seu carinho,

amor, paciência e apoio, ajudou-me a concluir este trabalho. Nela, apoiei-me e, por

ela, repensava quando a grande vontade de desistir aparecia.

Agradeço aos 133 participantes que responderam ao questionário e contribuíram de

forma definitiva para os resultados desta pesquisa.

Por fim, agradeço à instituição UENF, que viabilizou a realização do meu Mestrado,

disponibilizou o conhecimento e os meios necessários para a realização deste.

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RESUMO

O GERENCIAMENTO DA QUALIDADE E SUA RELAÇÃO COM O SUCESSO NO GERENCIAMENTO DE PROJETOS

Marcos André Deboni

A aplicação de conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto, com o intuito de atender aos seus requisitos é utilizada de forma crescente por organizações em nível mundial, porém, apresenta um grau relativo de sucesso. Como motivação para este estudo, procurou-se por respostas que envolvessem uma das nove Áreas do Conhecimento do Project Management Body of Knowledge do Project Management Institute e sua relação com os critérios de sucesso do Gerenciamento de Projetos. Esta área, Gerenciamento da Qualidade do Projeto, é confrontada com sua importância, perante as necessidades de definição, acompanhamento e destinação final de critérios de sucesso dentro de um ambiente de projeto. O método de pesquisa seguiu a concepção exploratória e conclusiva. Com o auxílio de um questionário, foram levantadas informações sobre como as organizações e os profissionais atuam na busca por um aprimoramento do sucesso do Gerenciamento de Projetos e de seu produto ou serviço. Os resultados permitem concluir, para o grupo de participantes da pesquisa, que há um número considerável de organizações que não estão estruturadas para definir o que é sucesso, com antecedência, em seus projetos. Verificou-se que o grupo de participantes possui percepções, opiniões e ações semelhantes às já trazidas à tona por estudos realizados anteriormente, os quais serviram de base para esta pesquisa. A tríplice restrição (custo, tempo e qualidade) continua sendo um ponto de apoio à definição do que é sucesso no Gerenciamento de Projetos. Conclui-se, também, que a qualidade do planejamento, da execução do projeto e o alcance dos objetivos na utilização do próprio Gerenciamento do Projeto configuram critérios de análise do sucesso do Gerenciamento de Projetos, ligados ao Gerenciamento da Qualidade. Palavras-chave: Gerenciamento de Projetos. Qualidade. Gerenciamento da Qualidade. Sucesso. Fator crítico de sucesso.

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ABSTRACT

QUALITY MANAGEMENT AND ITS RELATION TO THE SUCCESS OF PROJECT MANAGEMENT

Marcos André Deboni

The application of knowledge, skills, tools and techniques to project activities, in order to meet its requirements, is being more and more used by organizations around the world; however, its success is relative. As motivation for this study, we looked for responses that involved one of the nine areas of the Project Management Body of Knowledge of the Project Management Institute and its relation with the criteria of success of Project Management. This area, Project Quality Management, is compared to its importance, in light of the needs for definition, accompaniment and final destination of criteria of success within a project environment. The research method followed the exploratory and conclusive concepts. With the aid of a questionnaire, we gathered information on how organizations and professionals act in search of improvising the success of Project Management and of their product or service. The results allow us to conclude, for the study group participants, that there are a considerable number of organizations that are not structured to define what success is, ahead of time, in their projects. It was seen that the participant group has similar perceptions, opinions and actions to those raised by previous studies, which served as a base for this research. The triple constraint (cost, time and quality) continues to be a point of support for the definition of what is success in Project Management. We also concluded that the quality of the planning and execution of the project and fulfillment of the objectives in the use of Project Management itself are criteria for analyzing the success of Project Management, linked to Quality Management. Key-words: Project Management. Quality. Quality Management. Success. Critical success factor.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 Certificação IPMA em quatro níveis .............................................. 19FIGURA 2 O Olho da Competência (The Eye of Competence) ...................... 20FIGURA 3 Modelo de Ciclo de Vida de um projeto ......................................... 24FIGURA 4 Exemplo de uma WBS de um projeto ........................................... 33FIGURA 5 Modelo genérico de Diagrama de Afinidades ................................ 52FIGURA 6 Modelo genérico de Diagrama de Relações ................................. 52FIGURA 7 Modelo genérico de Diagrama de Matriz ....................................... 53FIGURA 8 Modelo genérico de Diagrama de Priorização .............................. 53FIGURA 9 Modelo genérico de Diagrama de Árvore ...................................... 54FIGURA 10 Modelo genérico de Diagrama de Processo Decisório .................. 55FIGURA 11 Modelo genérico de Diagrama de Setas ....................................... 55FIGURA 12 Diagrama de Causa e Efeito ......................................................... 57FIGURA 13 Exemplo de Estratificação ............................................................. 60FIGURA 14 Exemplo Fluxograma .................................................................... 61FIGURA 15 Símbolos utilizados na constituição de um Fluxograma ................ 62FIGURA 16 Interação Entradas/Ferramentas e Técnicas/Saídas .................... 65FIGURA 17 Grupo de Processos para o Gerenciamento da Qualidade 1996 .. 66FIGURA 18 Grupo de Processos para o Gerenciamento da Qualidade 2000 .. 69FIGURA 19 Grupo de Processos para o Gerenciamento da Qualidade 2004 .. 71FIGURA 20 Grupo de Processos para o Gerenciamento da Qualidade 2008 .. 74FIGURA 21 Os cinco níveis da Maturidade em Gerenciamento ...................... 77FIGURA 22 Os três princípios de funcionamento do OPM3 ............................. 78FIGURA 23 Características e maturidade em Gerenciamento de Projetos de

uma organização ........................................................................... 79FIGURA 24 Sentido do crescimento da maturidade em uma organização ....... 80FIGURA 25 Dimensões e Níveis de Maturidade do MMGP .............................. 81FIGURA 26 The Square Route ......................................................................... 85FIGURA 27 Ligação entre LFM e sucesso do projeto ...................................... 86FIGURA 28 Classificação das concepções de pesquisa .................................. 101FIGURA 29 Construto “Variáveis Independentes, Intervenientes e

Dependentes” ................................................................................ 103FIGURA 30 Processo de elaboração do questionário ...................................... 109FIGURA 31 Classificação técnica de escalas ................................................... 112FIGURA 32 Participação e retornos validados por chapter e não filiados ........ 121

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 Análise de Pareto ....................................................................... 57GRÁFICO 2 Modelo de Histograma ................................................................ 58GRÁFICO 3 Modelo de Gráfico de Controle ................................................... 58GRÁFICO 4 Exemplo de Gráfico de Dispersão .............................................. 60GRÁFICO 5 Momento da definição dos critérios de sucesso do projeto ........ 126GRÁFICO 6 Critérios de avaliação do sucesso do Gerenciamento do

Projeto, ligados ao Gerenciamento da Qualidade (organizações) ............................................................................ 129

GRÁFICO 7 Critérios de avaliação do sucesso do Gerenciamento do Projeto, ligados ao Gerenciamento da Qualidade (opinião pessoal) ...................................................................................... 133

GRÁFICO 8 Existência formal de estrutura para definição de critérios de sucesso ou fracasso versus certificação PMP ou IPMA ............. 135

GRÁFICO 9 Existência formal de estrutura para definição de critérios de sucesso ou fracasso versus existência de PMO ........................ 135

GRÁFICO 10 Existência formal de estrutura para definição de critérios de sucesso ou fracasso versus diferenciação do sucesso .............. 136

GRÁFICO 11 Diferenciação entre o sucesso do Gerenciamento do Projeto e do produto do projeto versus certificação ................................ 137

GRÁFICO 12 Certificação e o momento da definição dos critérios .................. 138GRÁFICO 13 PMO e o momento da definição dos critérios ............................. 139GRÁFICO 14 Estrutura formal de definição de critérios de sucesso e o

momento da definição dos critérios ............................................ 140GRÁFICO 15 Sucesso do Gerenciamento de Projetos versus sucesso do

produto do projeto e o momento da definição dos critérios ........ 140GRÁFICO 16 Critérios do sucesso do Gerenciamento de Projetos, ligados

ao Gerenciamento da Qualidade – Opinião pessoal versus Organizações ............................................................................. 141

GRÁFICO 17 Monitoramento versus certificação ............................................. 142GRÁFICO 18 Monitoramento versus PMO ....................................................... 143GRÁFICO 19 Monitoramento versus estrutura formal de definição de

sucesso ...................................................................................... 143GRÁFICO 20 Análise final dos critérios versus certificação ............................. 144GRÁFICO 21 Análise final dos critérios versus PMO ....................................... 145GRÁFICO 22 Análise final dos critérios versus estrutura formal ..................... 145

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 Custos da qualidade ................................................................... 43QUADRO 2 Abordagens às visões da qualidade ........................................... 45QUADRO 3 Níveis de Maturidade e suas características .............................. 82QUADRO 4 Dimensões e Níveis de Maturidade ............................................ 83QUADRO 5 The Square Route e os critérios de sucesso .............................. 85QUADRO 6 Fatores de sucesso por Pinto e Slevin (1988) ............................ 93QUADRO 7 Descrição das Variáveis Independentes, Intervenientes e

Dependentes .............................................................................. 104QUADRO 8 Chapters do PMI no Brasil .......................................................... 108QUADRO 9 Relação entre as variáveis do estudo e as questões

formuladas para o questionário estruturado ............................... 110QUADRO 10 Etapas de sensibilização ............................................................ 115QUADRO 11 Chapters e filiados participantes até o final da segunda etapa

de sensibilização ........................................................................ 117QUADRO 12 Chapters e filiados participantes até o final da terceira etapa

de sensibilização ........................................................................ 120QUADRO 13 Ramos de Atividades representados na pesquisa ...................... 123QUADRO 14 Retorno sobre o questionamento “Faturamento Anual (U$)” ...... 124QUADRO 15 Retorno sobre o questionamento “Sucesso no Gerenciamento

de Projetos” ................................................................................ 127QUADRO 16 Influência da tríplice restrição sobre o sucesso do

Gerenciamento de Projetos ........................................................ 131

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABGP Associação Brasileira de Gerenciamento de Projetos

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

APM Association of Project Management

ASQ American Society for Quality

BOK Body of Knowledge

BSI British Standards Institution

CPM Critical Path Method

CQ Controle da Qualidade

CQT Controle da Qualidade Total

CSF Critical Success Fators (Fatores Críticos de Sucesso)

CWQC Company Wide Quality Control

DEP Declaração do Escopo Preliminar

EAP Estrutura Analítica do Projeto

ESA Ethics, Standart and Accreditation (Ética, Normas e

Credenciamento)

GP Gerenciamento de Projetos

ISO International Organization for Standardization

IPMA International Project Management Association

JUSE Union of Japonese Scientists and Engineers

LFM Logical Framework Method (Método de Estrutura Lógica)

MMGP Modelo de Maturidade em Gerenciamento de Projetos

OPM3 Organizational Project Management Maturity Model

PDCA Plan-Do-Check-Act

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PERT Program Evaluation and Review Technique

PMA Project Management Association

PMI Project Management Institute

PMI-RMP PMI Risk Professional Management

PMI-SP PMI Schedule Professional

PMMM Project Management Maturity Model

PMO Project Management Office

PMP Project Management Professional

RBC Referencial Brasileiro de Competências em Gerenciamento de

Projetos

SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

SQC Statistical Quality Control (Estatísticas de Controle da Qualidade)

TQC Total Quality Control

WBS Work Breakdown Structure

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................... 11.1 Apresentação do Problema de Pesquisa ......................................... 21.2 Objetivo Geral ..................................................................................... 41.3 Objetivos Específicos ........................................................................ 51.4 Justificativa ........................................................................................ 61.4.1 Atualidade ............................................................................................ 71.4.2 Relevância .......................................................................................... 81.4.3 Contribuição ....................................................................................... 81.5 Delimitações do Estudo ..................................................................... 92 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................. 102.1 Institutos e Associações desenvolvedoras do Gerenciamento

de Projetos .......................................................................................... 102.1.1 O Project Management Institute (PMI) .............................................. 102.1.2 A Internacional Project Management Association (IPMA) .............. 182.2 Gerenciamento de Projetos ............................................................... 232.2.1 O que é um Projeto ............................................................................. 232.2.2 O que é Gerenciamento de Projetos................................................. 262.2.3 Algumas Ferramentas, Documentos e Métodos do

Gerenciamento de Projetos ................................................................ 272.2.4 Gerenciamento de Projetos segundo o Project Management

Institute – PMI ..................................................................................... 352.2.5 Implementar uma Metodologia de Gerenciamento de Projetos ..... 402.3 Gerenciamento da Qualidade do Projeto ......................................... 412.3.1 Definição de Qualidade ...................................................................... 412.3.2 Controle da Qualidade Total (CQT) ................................................... 482.3.3 Ferramentas da Qualidade ................................................................ 512.3.4 O que é o Gerenciamento da Qualidade .......................................... 642.3.5 NBR ISO 10006 .................................................................................... 752.4 Maturidade em Gerenciamento de Projetos .................................... 762.4.1 Project Management Maturity Model (PMMM) ................................. 762.4.2 Organizational Project Management Maturity Model (OPM3) .......... 782.4.3 Modelo de Maturidade em Gerenciamento de Projetos (MMGP)

– Modelo Prado .................................................................................. 802.5 Sucesso no Gerenciamento do Projeto ........................................... 842.6 Insucesso no Gerenciamento do Projeto ......................................... 943 METODOLOGIA .................................................................................. 993.1 Método de Pesquisa ........................................................................... 100

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3.2 Variáveis ............................................................................................. 1023.3 População e Plano Amostral ............................................................. 1053.4 Procedimentos de Coleta de Dados ................................................. 1083.4.1 Construção do Questionário ............................................................. 1083.4.2 Validação do Questionário ................................................................ 1143.4.3 Perfil dos Respondentes ................................................................... 1143.5 Método de Análise.............................................................................. 1184 RESULTADOS .................................................................................... 1194.1 Descritivo dos Quantitativos Alcançados ........................................ 1194.1.1 Dados de Identificação ...................................................................... 1214.1.2 Participantes Certificados ................................................................. 1224.1.3 Nacionalidade, Ramo de Atividade e Faturamento ......................... 1224.1.4 Existência de Project Management Offices (PMO) .......................... 1244.1.5 Definição de Critérios de Sucesso ou Fracasso nas

Organizações ...................................................................................... 1244.1.6 Sucesso do Resultado do Projeto e do Gerenciamento de

Projetos ............................................................................................... 1254.1.7 Momento da Definição dos Critérios de Sucesso de um Projeto ... 1254.1.8 Critérios de sucesso do Gerenciamento de Projetos ..................... 1264.1.9 Sucesso, Gerenciamento de Projetos e Gerenciamento da

Qualidade do Projeto (organização) ................................................. 1274.1.10 Periodicidade de Monitoramento dos Critérios de Sucesso .......... 1304.1.11 Mensuração dos Critérios de Sucesso ............................................ 1304.1.12 A Tríplice Restrição como Influência sobre o Sucesso do

Gerenciamento de Projetos ............................................................... 1314.1.13 Gerenciamento da Qualidade e as nove Áreas do

Conhecimento .................................................................................... 1314.1.14 Sucesso, Gerenciamento de Projetos e Gerenciamento da

Qualidade do Projeto (opinião pessoal) ........................................... 1324.1.15 A Comunicação como Fator-Chave de Sucesso ............................. 1334.1.16 O Gerente de Projetos e seu Estilo – Fator-Chave de Sucesso ..... 1334.2 Análise dos Resultados ..................................................................... 1344.2.1 Estruturas Formais de Definição de Sucesso ................................. 1344.2.2 Sucesso do Gerenciamento do Projeto versus sucesso do

produto do projeto .............................................................................136

4.2.3 Momento da Definição dos Critérios de Sucesso ........................... 1374.2.4 Critérios ligados ao Gerenciamento da Qualidade .......................... 1414.2.5 Acompanhamento dos Critérios Ligados ao Gerenciamento da

Qualidade ............................................................................................ 1424.2.6 Outros Resultados Interessantes ..................................................... 1445 CONCLUSÕES, LIMITAÇÕES E RECOMENDAÇÕES ...................... 147

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5.1 Conclusões ......................................................................................... 1475.2 Limitações .......................................................................................... 1495.3 Recomendações para Estudos Futuros ........................................... 150 REFERÊNCIAS ................................................................................... 152 APÊNDICES ........................................................................................ 159

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1 INTRODUÇÃO

À medida que o número de empresas que empregam a disciplina Gerenciamento de

Projetos aumenta, a fim de alcançar sucesso em seus esforços únicos e

temporários, o aprofundamento prático do conhecimento de ferramentas, métodos,

processos e procedimentos também é incrementado. Essa relação direta gera

mudanças e benefícios que são incorporados às boas práticas do Gerenciamento de

Projetos e divulgados mundialmente.

Pode-se verificar essa mudança através do aumento de foco dado recentemente

pelo Project Management Institute (PMI) a suas Áreas do Conhecimento do

Gerenciamento de Projetos. Entre os anos de 1985 e 2008, aquele renomado e

mundialmente reconhecido instituto manteve apenas a certificação Project

Management Professional (PMP) como forma de capacitação dos profissionais do

Gerenciamento de Projetos. Recentemente, criou mais duas certificações em

Gerenciamento de Projetos. A certificação PMI Schedule Professional (PMI-SP) e a

certificação PMI Risk Professional Management (PMI-RMP).

Com essa análise, verifica-se que há um interesse maior na especialização de cada

uma das nove Áreas do Conhecimento, as quais serão discutidas mais adiante neste

trabalho de pesquisa. Se antes havia uma única certificação (ampla) envolvendo

todas as nove Áreas, agora se tem iniciado um esforço em certificar profissionais

(focados) em determinado assunto.

É possível então que, em dado momento, todos os focos do Gerenciamento de

Projetos tenham sua própria trajetória evolutiva. Um desses focos é o

Gerenciamento da Qualidade em Projetos, o qual é utilizado neste trabalho para

deflagrar sucesso em Gerenciamento de Projetos.

Por sua vez, o sucesso é tido por muitos autores citados neste trabalho como

subjetivo, de difícil definição, de definição variável, a qual depende do momento em

que o projeto se encontra, que depende de percepções. A definição de sucesso tem

variado ao longo dos tempos. Mesmo a forma em que é estudado e desenvolvido

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tem sofrido alteração, passando de uma percepção puramente técnica para uma

percepção subjetiva, onde incorpora – além da técnica –, sentimentos pessoais,

correlação com o momento, com crenças, experiências pessoais ou organizacionais

e culturas.

1.1 Apresentação do Problema de Pesquisa

Muitas são as relações feitas entre os esforços realizados em desenvolvimentos de

projetos e o sucesso ou insucesso dos mesmos (BACCARINI, 1999; IKA 2009).

Autores como Diallo e Ethuillier (2005), Atkinson (1999), Dobson (1999) e Hyväri

(2006) relacionam o alcance do sucesso em projetos com a utilização de processos,

com as fases de ciclo de vida do projeto, emprego dos recursos materiais e

humanos, expectativas explícitas e implícitas dos stakeholders1, tríplice restrição

(custo, tempo e qualidade), comunicação, confiança, tamanho da organização,

tamanho do projeto, tipo da organização desenvolvedora do projeto e a experiência

do gerente de projetos.

É certo afirmar, porém, que o sucesso pode ser observado em um contexto de

projetos como sendo “do seu gerenciamento” ou “do seu resultado”. Em outras

palavras, tem-se sucesso, ou insucesso, do “Gerenciamento do Projeto” e do

“resultado do projeto”. O primeiro, galgado em parâmetros como atendimento aos

objetivos de custo e tempo, qualidade dos processos de Gerenciamento de Projetos

e satisfação das necessidades dos stakeholders, ligados ao Gerenciamento de

Projeto. O segundo, firmado em atender aos objetivos estratégicos da organização

cliente, à satisfação dos usuários e à satisfação das necessidades dos stakeholders,

ligados ao resultado do projeto (BACCARINI, 1999).

Após estudar os trabalhos escritos em periódicos focados em Gerenciamento de

Projetos sobre o tema Sucesso Relacionado ao Gerenciamento de Projetos, Ika

1 Pessoas e organizações, como clientes, patrocinadores, organizações executoras e o público, que estejam ativamente envolvidas no projeto ou cujos interesses possam ser afetados de forma positiva ou negativa pela execução ou término do projeto. Elas podem também exercer influência sobre o projeto e suas entregas (PMI, 2008,p.438).

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(2009) concluiu que o sucesso no gerenciamento de um projeto está relacionado à

eficiência da equipe que desenvolve o projeto. Por outro lado, o sucesso do

resultado de um projeto está relacionado à eficiência e à efetividade. De suma

importância, tal trabalho estudou os artigos publicados entre os anos de 1986 e 2004

nos periódicos Project Management Journal e International Journal of Project

Management, sendo o primeiro de responsabilidade do PMI e o segundo, do

International Project Management Association (IPMA). No total, foram escritos

apenas trinta artigos relacionando os temas que, apesar do número, trouxeram

inestimável avanço e oportunidades para desenvolvimento de novas pesquisas.

Medir sucesso constitui uma tarefa intricada, sendo esta muito mais complexa em

um ambiente de projeto (CLELAND; IRELAND, 2002; JUGDEV; MULLER, 2005).

Para Baccarini (1999), dependendo do entrevistado, o gerenciamento do projeto, ou

seu resultado, pode ser considerado um sucesso ou um fracasso. No decorrer do

desenvolvimento do projeto, seu status pode variar, inclusive. O projeto ou seu

resultado final pode caracterizar sucesso, porém, o gerenciamento do projeto pode

ser considerado como insucesso. O oposto também é possível (BACCARINI, 1999).

Este trabalho defronta três variáveis que, inter-relacionadas, deverão deflagrar

contribuição de aprendizado quanto à percepção de sucesso do Gerenciamento de

Projetos. Estas três variáveis são Sucesso, Gerenciamento de Projetos e

Gerenciamento da Qualidade.

A percepção de sucesso, nesse caso, visa a procurar por retornos quanto ao

sucesso do “Gerenciamento de Projetos” – e não quanto ao sucesso (resultado) do

mesmo.

Definindo como uma das variáveis o Gerenciamento de Projetos, excluem-se deste

trabalho o Gerenciamento de Programas e o Gerenciamento de Portfólio de

Projetos.

Definindo como uma das variáveis o Gerenciamento da Qualidade, excluem-se as

demais áreas do Gerenciamento de Projetos, como Gerenciamento da Integração,

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Gerenciamento do Escopo, Gerenciamento do Tempo, Gerenciamento do Custo,

Gerenciamento de Recursos Humanos, Gerenciamento da Comunicação,

Gerenciamento de Riscos, Gerenciamento de Aquisições (PMI, 2008). Há também o

objetivo de focar em um dos vértices da tríplice restrição, excluindo-se o tempo e o

custo.

O presente estudo define como problema de pesquisa fatores que, relacionados ao

Gerenciamento da Qualidade do Projeto, interferem na definição e no entendimento

do que é considerado um Gerenciamento de Projetos de sucesso. Para conduzir tal

estudo, pretende-se responder à questão:

“De que forma o Gerenciamento da Qualidade, aplicado no desenvolvimento do projeto, influencia a percepção do sucesso do Gerenciamento do Projeto?”.

1.2 Objetivo Geral

Os benefícios da utilização dos conhecimentos e das técnicas do Gerenciamento de

Projetos (GP) têm sido alvo de destaque no cenário mundial. Tal afirmativa pode ser

verificada pela crescente procura de profissionais e empresas por ferramentas que

os mantenham à frente e em contato com o que há de novo em Gerenciamento de

Projetos.

Conforme Atkinson (1999), o sucesso do Gerenciamento de Projetos vem sendo

calculado com base em uma fórmula cinquentenária: o triângulo de aço. A mesma

fórmula é conhecida por outros autores (BACCARINI, 1999; DIALLO; ETHUILLIER,

2004; JUGDEV; MULLER, 2005) como a tríplice restrição (custo, tempo e

qualidade), sendo, ainda, colocada como fator importante para medir o sucesso do

Gerenciamento de Projetos.

Considerando a tríplice restrição e a diferenciação entre seus vértices, segundo

Tukel e Rom (2001), a qualidade é a dimensão considerada, pelos gerentes de

projetos, como a mais importante, seguida da dimensão custo e da dimensão prazo.

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5

O mesmo estudioso, Atkinson (1999), propõe em seu trabalho uma revisão desse

conceito. Porém, o mais interessante é que Atkinson explana que tempo e custo

são, no máximo, suposições feitas no momento em que se tem o mínimo de

informações sobre o projeto. Já a qualidade é um fenômeno que se difere das

crenças e atitudes das pessoas e que pode mudar durante o desenvolvimento do

ciclo de vida de um projeto.

O PMI divide a disciplina Gerenciamento de Projetos em nove Áreas de

Conhecimento. Entre as nove Áreas do Conhecimento, uma se destaca para este

trabalho: Gerenciamento da Qualidade do Projeto.

Conforme o PMI (2004), o Gerenciamento da Qualidade compõe os processos que

incluem todas as atividades da empresa que executa o esforço do projeto e

determinam as responsabilidades, os objetivos e as políticas de qualidade. Esses

processos são: o planejamento da qualidade, realizar a garantia da qualidade e

realizar o controle da qualidade.

Existe a preocupação, durante o Gerenciamento da Qualidade, com a política, com

os procedimentos e com o planejamento da qualidade. Essas atividades são

executadas para que o projeto atenda às necessidades para o qual foi iniciado,

planejado e executado, assim como as necessidades de melhoria contínua.

O objetivo geral desta pesquisa é fazer a conexão entre um dos vértices da tríplice restrição, o Gerenciamento da Qualidade do Projeto, e sucesso do Gerenciamento de Projetos.

1.3 Objetivos Específicos

Bryde (1997), BSI (1995), Bower et al. (1994) já alertavam, na década de 90, para a

necessidade da coexistência entre o Gerenciamento de Projetos e a qualidade.

Fundamentalmente, o Gerenciamento de Projetos e o Gerenciamento da Qualidade

têm os mesmos princípios: foco no cliente, trabalho em equipe e melhoria contínua.

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Considerando dessa forma, o sucesso do Gerenciamento de Projetos é, em sua

natureza, melhorado pela aplicação do Gerenciamento da Qualidade, assim como a

aplicação dos fundamentos do Gerenciamento da Qualidade é de suma importância

(ORWING; BRENNAN, 2000).

Sendo de tal importância a existência de ambos, Gerenciamento de Projetos e

Gerenciamento da Qualidade, num mesmo esforço de projetos, com esta pesquisa

espera-se saber:

a frequência de utilização de parâmetros de sucesso no desenvolvimento de

projetos;

se existem a consciência e a separação entre os conceitos de sucesso do

Gerenciamento de Projetos e sucesso do resultado do projeto;

se existem parâmetros de sucesso definidos antes do início de um projeto;

quais desses parâmetros estão ligados ao Gerenciamento da Qualidade do

Projeto;

se os parâmetros de sucesso, ligados ao Gerenciamento da Qualidade de

Projetos, têm acompanhamento durante o ciclo de vida dos projetos;

Espera-se, ao final deste estudo, responder às dúvidas acima e contribuir para

melhorar o entendimento sobre o sucesso do Gerenciamento de Projetos – quando

a contribuição é dada pelo Gerenciamento da Qualidade do Projeto.

1.4 Justificativa

A disciplina Gerenciamento de Projetos tem sido considerada, de longa data, campo

de pesquisa acadêmica quando relacionada às técnicas orientadas ao planejamento,

assim como tem sido considerada uma aplicação da engenharia e teorias de

otimização (SÖDERLUND, 2004).

Sucesso, por sua vez, é um conceito essencial do Gerenciamento de Projetos,

porém, mantém-se sem definição concreta. A equipe do projeto precisa ter um

entendimento claro de quais são os critérios de sucesso do seu projeto (Baccarini,

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7

1999).

Söderlund (2004) incentiva a pesquisa sobre Gerenciamento de Projetos e sobre o

sucesso em projetos. A procura por fatores críticos de sucesso tem sido justificada

em função das inúmeras observações de projetos que resultaram em insucesso,

assim como na crença de que a identificação dos fatores de sucesso/insucesso

facilitará enormemente a implantação de processos ligados a projetos, na prática.

1.4.1 Atualidade

Segundo Söderlund (2004), há um crescente interesse de pesquisadores e

praticantes sobre o tema Gerenciamento de Projetos. O campo profissional do

Gerenciamento de Projetos, atualmente, é variado, possui múltiplas faces e é

contraditório em muitos aspectos relacionados. Nota-se um desenvolvimento

explosivo de organizações profissionais como o Project Management Institute e o

International Project Management Association, as quais não são conhecidas apenas

pelo número de conferências que promovem, mas também por proporcionar uma

padronização evolutiva dos assuntos relacionados ao Gerenciamento de Projetos,

Programas e Portfólio. Essa padronização é demandada cada vez mais por um

número crescente de profissionais que exigem novas técnicas, ferramentas e

certificações para seus desenvolvimentos profissionais.

Em sua abordagem, de acordo com Diallo e Ethuillier (2005), os conceitos de

sucesso em projeto têm sido largamente discutidos pela literatura de gerenciamento

e têm sido ponto de foco para a literatura de Gerenciamento de Projetos.

Em síntese, com o aumento da utilização do Gerenciamento de Projetos em

praticamente todo o tipo de organização, abrem-se frentes para a discussão sobre o

aprimoramento e a consolidação de conceitos, entre eles o de sucesso do

Gerenciamento de Projetos.

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1.4.2 Relevância

Segundo Jugdev e Muller (2005), a discussão sobre sucesso em projetos traz

relevância, uma vez que os resultados influenciam e orientam as direções

estratégicas futuras relacionadas ao Gerenciamento de Projetos, Programas,

Portfólio e Modelos de Maturidade dessas áreas.

Conforme o Gerenciamento de Projetos estruturado se torna uma forma mais

utilizada de trabalho, as diferenças entre ele e os processos de trabalho são mais

intensamente discutidas. Quanto mais as pessoas trabalham em ambientes onde as

boas práticas de Gerenciamento de Programas e Portfólio são usadas, mais elas

precisam compreender como o sucesso de um projeto é definido, particularmente

em termos de ciclo de vida do projeto e do produto do projeto. Isso porque o

sucesso de um Programa ou Portfólio de Projetos é resultado do sucesso de

projetos (JUGDEV; MULLER, 2005).

Söderlund (2004) descreve que o crescente interesse em Gerenciamento de

Projetos advindo de profissionais está fortemente ligado à forma incremental que as

organizações adotam o Gerenciamento de Projetos em suas atividades. Tais

organizações entendem o Gerenciamento de Projetos como “um método” para

resolver problemas complexos. Essa constatação – e argumentação – segundo o

autor, é encontrada em inúmeras pesquisas acadêmicas sobre o Gerenciamento de

Projetos.

1.4.3 Contribuição

Em seu estudo, Hyväri (2006) afirma que há falta de pesquisa empírica sobre os

fatores que contribuem para o sucesso/fracasso em projetos.

O Gerenciamento de Projetos e o sucesso precisam ser mais bem relacionados.

Jugdev e Muller (2005), por exemplo, afirmam que um diversificado entendimento de

sucesso é necessário tanto para gerentes de projetos como para executivos. Como

modelo de questionamento, um gerente de projetos precisa responder à pergunta

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“Como anda seu projeto?”. Para tanto, esse profissional está constantemente

tentando definir e gerenciar subjetiva e objetivamente “sucesso”.

Para Kloppenborg e Petrick (2004), uma utilização mais eficiente da “qualidade” e do

Gerenciamento de Projetos auxilia no incremento da excelência em desempenho

das organizações. Apesar disso, a combinação do Gerenciamento de Projetos com

a qualidade não acontece atualmente de forma satisfatória, devido à experiência

inadequada advinda de pressões sobre o tempo e cortes em orçamentos.

Deve-se procurar um entendimento maior das necessidades ligadas às práticas de

qualidade para os estágios iniciais e finais dos projetos, pois sua situação atual leva

equipes de projetos a cometerem erros graves, como (KLOPPENBORG; PETRICK,

2004):

empregar esforços em projetos que não deveriam ter sido iniciados, uma vez que

não estão alinhados com os objetivos estratégicos das empresas;

não prover os meios necessários aos clientes, de forma que eles possam ter os

benefícios – objetos do desenvolvimento dos projetos.

1.5 Delimitações do Estudo

Este trabalho objetiva incrementar o conhecimento sobre o sucesso no

Gerenciamento de Projetos. Para tanto, consolida as informações coletadas entre

praticantes do Gerenciamento de Projetos, agrupando opiniões, crenças, ações

diárias e experiências de profissionais que trabalham com tal disciplina.

O mesmo não tem a pretensão de obter uma resposta absoluta e definitiva para o

problema de pesquisa, podendo servir de base metodológica para novas pesquisas

sobre o mesmo tema ou para temas relacionados.

Não integra o escopo desta dissertação a proposta de métodos ou estruturas lógicas

para medir o sucesso ou fracasso de projetos, bem como melhorias em métodos ou

estruturas lógicas já propostos por outros autores. Também não serão tratados os

fatores que contribuem para o sucesso do projeto.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Ferreira (2004) e o Dicionário Aurélio trazem as seguintes definições para os termos

sucesso e fracasso:

SUCESSO: s.m. Resultado feliz; êxito. / Acontecimento, fato, caso, ocorrência. /

Bras. (NE) Acidente, desastre;

FRACASSO: s.m. Ação de fracassar; malogro, insucesso.

Com base nesses conceitos, segue a base teórica desta dissertação, a qual discorre

também sobre Gerenciamento de Projetos, Qualidade e Gerenciamento da

qualidade.

2.1 Institutos e Associações desenvolvedoras do Gerenciamento de Projetos 2.1.1 O Project Management Institute (PMI)

Uma instituição sem fins lucrativos, o PMI foi fundado em 1969, com base na

premissa de que existiam muitas práticas de gerenciamento que eram comuns aos

projetos de áreas de aplicação tão diversas como construção e produtos

farmacêuticos (PMI, 2008; PMI, 2010a).

A organização, atualmente representada em mais de 160 países, possui como

principal meta avançar na prática, na ciência e na profissão de Gerenciamento de

Projetos em todo o mundo. Seu intuito é contribuir de maneira proativa no apoio,

valorização, utilização e, acima de tudo, no reconhecimento da contribuição do

Gerenciamento de Projetos ao sucesso empresarial (PMI, 2009).

Para ilustrar a proporção que ganha o conjunto de informações, práticas e influência

exercida pelo PMI ao mundo do Gerenciamento de Projetos, seguem algumas

informações (PMI, 2009):

296.377 é o número de filiados ao PMI;

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o número de filiados cresceu 13,8% entre fevereiro de 2008 e fevereiro de 2009;

existem 327.250 gerentes de projetos certificados PMP no mundo;

existem 7.207 profissionais certificados Certified Associate in Project

Management (CAPM) no mundo;

o número de visitas (feitas apenas em janeiro e fevereiro deste ano) à website

oficial do PMI é de 2.444.645.

Conforme o PMI (2010a), ao longo de sua existência, o Instituto desenvolveu

ferramentas que auxiliam o desenvolvimento de esforços de projetos. Uma dessas

ferramentas, ou meios, de atualização é o complexo criado e mantido pelo mesmo,

formado por publicações periódicas (PM Today, PM Journal, PM Network),

publicações de padrões normativos (Project Management Body of Knowledge, The

Standar for Portfólio Management, The Standar for Program Management,

Government Extension for PMBOK Guide, Contruction Extension for PMBOK, entre

outros), website, eventos regionais e globais (Global Congresses) e certificações

(CAPM, PMP, PMI-SP, PgMP, PMI-RMP).

Com esse arsenal e reunindo os “maiores pensadores” do Gerenciamento de

Projetos mundiais, o PMI cresce anualmente a uma taxa de 13%, chegando a

296.377 filiados em fevereiro de 2009. Corroborando com tal afirmativa, o número de

gerentes de projetos que procuram estar atualizados com as necessidades e

demandas do mercado de GP, certificados PMP, é de 327.250 (PMI, 2009).

As taxas de crescimento têm se mantido constantes ao longo dos últimos anos.

Dentre esse complexo programa, a publicação-chave do PMI é o Project

Management Body of Knowledge (PMBOK). Tendo suas origens na década de 80,

hoje, esse guia de Gerenciamento de Projetos é publicado em onze idiomas, está na

sua quarta edição e ultrapassou 2,5 milhões de cópias em circulação. Aborda, como

destacado em seu título para a publicação em português, “Um Guia do Conjunto de

Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos”, e é considerado bibliografia

indispensável para o Gerenciamento de Projetos e para a Certificação PMP.

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12

No ano de 1976, em seus eventos em Montreal, o PMI verificou a possibilidade de

transformar as práticas tão comuns ao Gerenciamento de Projetos em normas

documentadas. Esse pensamento levou o Gerenciamento de Projetos a ser

considerado uma profissão distinta. Somente após cinco anos, em 1981, é que a

Diretoria do PMI aprovou o projeto de desenvolvimento dos procedimentos e

conceitos que serviriam de base a profissionais gerentes de projetos. O primeiro

documento foi desenvolvido por uma equipe de dez pessoas, auxiliadas por mais 25

voluntários, totalizando 35 envolvidos. A equipe ficou conhecida como Grupo de

Gerenciamento ESA – sigla para Ethics, Standart and Accreditation (ou: Ética,

Normas e Credenciamento). Da mesma forma, esse projeto trazia, como sugestão

para desenvolvimento, as mesmas três áreas de concentração (ética, normas e

credenciamento) (PMI, 2008). São elas:

as características distintas de um profissional (ética);

o conteúdo e a estrutura do conjunto de conhecimentos da profissão (normas);

o reconhecimento de capacitação profissional (credenciamento).

Ao final do projeto ESA, em agosto de 1983, um relatório especial foi publicado no

Project Management Journal. Esse relatório era composto por (PMI, 2008):

um código de ética, mais um procedimento para a aplicação do código;

uma linha de base de normas constituída por seis principais Áreas de

Conhecimento (gerenciamento do escopo, gerenciamento de custos,

gerenciamento de tempo, gerenciamento da qualidade, gerenciamento de

recursos humanos e gerenciamento das comunicações);

as diretrizes para o credenciamento (reconhecimento da qualidade dos

programas fornecidos pelas instituições educacionais) e certificação

(reconhecimento das qualificações profissionais das pessoas).

Conforme descreve o PMI (2008, p. 360):

Este relatório subsequentemente serviu de base para os programas iniciais de credenciamento e certificação do PMI. O mestrado em Gerenciamento de Projetos da Western Carolina University foi credenciado em 1983 e as primeiras Certificações PMP foram concedidas em 1984.

A partir desse movimento inicial, outra versão desse documento foi criada. Em 1984,

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13

um novo projeto foi aprovado pela Diretoria do PMI, sob uma intensa discussão

sobre a adequação das normas. A intenção agora era “capturar o conhecimento

aplicado ao gerenciamento de projeto, dentro da estrutura ESA existente”. Esse

novo projeto contava com a criação de seis comitês, cada qual abordando uma das

seis Áreas de Conhecimento (gerenciamento do escopo, gerenciamento de custos,

gerenciamento de tempo, gerenciamento da qualidade, gerenciamento de recursos

humanos e gerenciamento das comunicações). O resultado do projeto foi um

documento revisado e aprovado pela Diretoria do PMI, publicado (para comentários)

no Project Management Journal de agosto de 1986 (PMI, 2008, p. 360).

Nesse projeto, o conteúdo original foi ampliado e reestruturado, agregando mais três

novas seções. São elas:

inclusão da estrutura de Gerenciamento de Projetos para cobrir as relações entre

o projeto e o seu ambiente externo, e também entre o Gerenciamento de Projetos

e o gerenciamento geral;

inclusão do gerenciamento de riscos como mais uma Área de Conhecimento;

inclusão do gerenciamento de contratos/aquisições como mais uma Área de

Conhecimento.

Finalizando o ciclo com diversas mudanças e correções editoriais, em março de

1987, a Diretoria do PMI aprovou o manuscrito final como um documento

independente. Esse manuscrito foi publicado no mesmo ano com o nome Project

Management Body of Knowledge ou “O Conjunto de Conhecimento em

Gerenciamento de Projetos” (PMI, 2008).

Com base em diversos comentários recebidos de seus membros, o PMI iniciou, em

agosto de 1991, um projeto para atualização do documento PMBOK editado em

1987. Esse trabalho de atualização aconteceu por três anos, por meio de

revisões/versões preliminares e de oficinas nos encontros do PMI nas cidades de

Dallas, Pittsburgh e San Diego. No fim desse período, o PMI emitiu um documento

preliminar, o qual pôde ser avaliado e criticado pelos seus dez mil filiados, além de

diversas outras entidades técnicas e profissionais (PMI, 2008).

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14

Em 1996, o PMI encerrou esse projeto de atualização, disponibilizando ao público o

primeiro livro A Guide to the Project Management Body of Knowledge – conhecido

como PMBOK 1996.

Conforme o PMI (2008), uma das grandes modificações foi a concepção de que um

único livro não poderia conter todo o conjunto de conhecimentos em Gerenciamento

de Projetos. Dessa forma, a mudança, ainda que uma nuança no título, mostrou que

o documento publicado em 1987 com o título Project Management Body of

Knowledge (O Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos) deixava

de ser um centralizador único e passava a ser um ponto de referência a partir de

1996, com o título A Guide to the Project Management Body of Knowledge (Um Guia

do Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos).

Outras mudanças significativas foram realizadas, se comparado o documento de

1987 com o documento publicado em 1996 (PMI, 2008). O Comitê de Normas do

PMI, órgão responsável pela emissão do PMBOK 1996 (1° Edição), reescreveu

completamente a seção chamada Framework (estrutura). A nova seção Framework

foi composta por três capítulos, sendo o primeiro Introduction, o segundo The Project

Management Context e o terceiro capítulo Project Management Processes. O

primeiro capítulo (Introdução) trouxe o objetivo a ser alcançado pelo novo PMBOK,

além de clarificar os termos projeto e Gerenciamento de Projetos.

O segundo capítulo (O Contexto de Gerenciamento de Projetos) trouxe o contexto

em que os projetos operam, o ciclo de vida do projeto, perspectivas das partes

interessadas, influências externas e habilidades principais do Gerenciamento de

Projetos. O terceiro capítulo (Processos do Gerenciamento de Projetos) descreveu a

inter-relação entre os vários elementos do Gerenciamento de Projetos.

A definição do termo “projeto” foi revisada. A equipe do projeto, após verificar

diversas definições de projeto existentes, entendeu que todas eram insatisfatórias,

de forma que desenvolveu a própria definição – agregando características que

garantissem que, em nenhum momento, pudesse se desvincular qualquer

empreendimento da nova definição. Assim, os termos “temporary” (temporário) e

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15

“unique” (exclusivo) caracterizaram a nova definição de projetos desenvolvida pelo

PMI.

A mesma Equipe do Projeto:

revisou o ciclo de vida dos projetos;

mudou o nome Function (Função) para Knowledge Area (Área de

Conhecimento);

introduziu a nona Área do Conhecimento, conhecida como Project Integration

Management (Gerenciamento de Integração do Projeto);

adicionou a palavra “projeto” ao título de cada Área de Conhecimento, a fim de

esclarecer o escopo de cada Área de Conhecimento;

estruturou as Áreas de Conhecimento, assim como já era utilizado por outras

Normas como a International Organization for Standardization (ISO), em

processos. Esses processos, por sua vez, foram estruturados no trinômio

entrada/ferramentas e técnicas/saídas;

definiu 37 processos para compor as nove Áreas do Conhecimento;

melhorou a informação, com a introdução de figuras;

reorganizou significativamente a disposição dos títulos do documento de 1987.

Ao final desse projeto, a nova edição do PMBOK foi levada a público com o esforço

de uma equipe de 140 pessoas (PMI, 2008).

Após a publicação do PMBOK 1996, o PMI declarou sua pretensão de atualizar o

guia regularmente, afirmando que comentários seriam bem-vindos e necessários e

deixando, no corpo do PMBOK 1996, um endereço e telefones àqueles interessados

em contribuir e manter contato. Com isso, surge a segunda edição, PMBOK 2000,

no próprio ano de 2000. Essa edição contou com a contribuição de 173 profissionais

voluntários em sua atualização e abrangeu ao todo 39 processos aplicados ao

Gerenciamento de Projetos (PMI, 2008).

Em uma visão geral, a versão 2000 evidencia a evolução do material através de

diversas modificações em relação à versão de 1996, destacadas abaixo:

adição de novo material que reflete o crescimento e práticas da gestão de

projetos através das técnicas, ferramentas e outros itens relevantes;

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maior esclarecimento dos textos e figuras, a fim de beneficiar o entendimento dos

usuários;

correção de erros da edição anterior.

Para o PMI (2008), entretanto, as modificações mais específicas foram:

esclarecimento dos requisitos da gestão de projetos; forte interligação do texto com

a estratégia organizacional; maior ênfase na elaboração progressiva, itens: 1, 2, 3;

reconhecimento do papel do escritório de projetos nas seções: 2, 3 e 4; adição de

referências para o desenvolvimento econômico de projetos; adição do tratamento

expandido da gestão do conhecimento no capítulo 4 (Gestão da Integração),

capítulo 7 (Gestão dos Custos) e capítulo 10 (Gestão da Comunicação); revisão do

capítulo 11 (nessa edição são abordados seis processos, ao invés dos quatro da

edição anterior: planejamento da gestão de riscos, identificação de riscos, análise

qualitativa de riscos, análise quantitativa de riscos, planejamento da resposta a

riscos, controle e monitoramento de riscos); alteração da verificação de escopo de

um processo de execução para um controle de processo; alteração do nome do

processo 4.3 de Controle da Mudança para Controle Integrado da Mudança, com

ênfase na importância do controle da mudança através de todo o projeto; adição de

um gráfico com as 39 etapas da gestão de projetos, ao invés de cinco grupos da

gestão de projetos e nove áreas de conhecimento na figura 3-9; padronização da

terminologia em todos os documentos de fornecedor para vendedor.

Além da adição de várias ferramentas e técnicas: ganho do valor da gestão e ações

preventivas (capítulo 4); gestão do escopo do projeto (atualização da declaração de

escopo, planejamento do projeto, ajuste da baseline – capítulo 5); gestão do tempo

(duração com base quantitativa, contingência, estrutura de código, análise de

variância, marcos, atributos de atividades, ferramentas computadorizadas – capítulo

6); gestão de custos (publicação de estimativas, mensuração da gestão do

conhecimento, código, análise de variância, marcos, atributos de atividades,

ferramentas computadorizadas – capítulo 7); gestão da qualidade (custo da

qualidade – capítulo 8); gestão da comunicação (relatórios, apresentações e

encerramento – capítulo 10) e gestão de riscos (revisão do capítulo 11) (PMI, 2008).

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Mantendo o planejamento de atualização do documento, o PMI entregou ao público

de Gerenciamento de Projetos uma versão preliminar do PMBOK terceira edição no

fim do ano de 2003. Como descrito no PMBOK 2004 – a terceira edição – um

número significativo de comentários enviados pelos revisores foram incorporados à

versão final. Aqui, grandes mudanças quantitativas foram realizadas, passando de

um documento de 227 páginas da segunda edição para 408 páginas na nova versão

(PMI, 2008).

As mudanças qualitativas, verificadas na terceira edição, que mais se destacaram

foram: revisão de nomes de determinados processos para configurarem num

formato verbo-objeto, a fim de proporcionar maior clareza; a voz ativa foi utilizada

para a redação do documento; esclarecimento das diferenças entre o ciclo de vida

do projeto e o ciclo de vida do produto; o número de processos passou de 39 para

44, sendo outros treze processos renomeados; todas as figuras foram numeradas e

classificadas como tabelas ou figuras; esclarecimento das diferenças entre grupos

de processos de Gerenciamento de Projetos e Áreas de Conhecimento; revisão

extensiva do capítulo 3, denominado Processos de Gerenciamento de Projetos de

um Projeto; mapeamento dos processos de Gerenciamento de Projetos; revisão

substancial do glossário; revisão completa das entradas, ferramentas, técnicas e

saídas de todos os processos (PMI, 2008).

Quatrocentos e nove voluntários participaram desse esforço de renovação do

documento.

Desde o lançamento da terceira edição (2004), o PMI recebeu diversas

recomendações que foram avaliadas e, quando pertinentes, incorporadas à quarta

edição (2008) (PMI, 2008).

A quarta edição mantém a mesma estrutura da terceira edição, estando dividida em

três seções: estrutura do gerenciamento de projetos, a norma de gerenciamento de

projetos e as áreas de conhecimento em gestão de projetos. As mudanças

qualitativas destacadas na quarta edição foram: aplicação dos nomes dos processos

no formato verbo-substantivo; emprego de uma abordagem-padrão para discussão

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de fatores ambientes nos processos/ativos organizacionais; emprego de uma

abordagem-padrão para discussão de ações de mudanças, ações preventivas e

corretivas e reparos de defeitos; alteração do número de processos de 44 para 42;

distinção entre o plano e documentos utilizados no gerenciamento do projeto;

esclarecimento das informações do termo de abertura do projeto e da declaração de

escopo; exclusão dos diagramas de fluxo do processo dos capítulos 4 e 12; criação

de fluxograma de dados para cada processo, a fim de relacionar a entrada e a saída

em cada um; inclusão de novo apêndice, para demonstrar as principais habilidades

interpessoais utilizadas por um gerente de projetos (PMI, 2008).

2.1.2 A Internacional Project Management Association (IPMA)

A IPMA, assim como o PMI, é uma entidade sem fins lucrativos, todavia difere do

PMI por constituir um ponto de ligação entre associações nacionais. Atualmente, são

quarenta associações ao redor do mundo, compostas por quarenta mil afiliados. No

Brasil, a associação ligada à IPMA é a Associação Brasileira de Gerenciamento de

Projetos (ABGP) (SANTOS; CARVALHO, 2006; SCHMEHR; KNOEPFEL, 2009).

Em 1965, um grupo de pessoas criou um fórum de troca de ideias e experiências

entre gerentes de projetos internacionais. Na época, seu nome era INTERNET. No

primeiro encontro internacional, ocorrido no ano de 1967, em Viena, recebeu seu

nome atual. A IPMA é registrada na Suíça e tem como objetivo principal promover

internacionalmente o Gerenciamento de Projetos (SANTOS; CARVALHO, 2006).

A IPMA possui as suas formas de disseminar e avançar no desenvolvimento do

Gerenciamento de Projetos. Entre elas, publicações como o IPMA Competence

Baseline (ICB), o International Journal of Project Management, o PM Research, o

PM Practice Project Perspectives e a sua Newsletter (IPMA, 2010).

A IPMA desenvolveu uma forma diversa do PMI para certificação. Em julho de 1998,

durante a reunião em Ljubljana, na Eslovênia, o Conselho da IPMA definiu um

conceito universal para a certificação de pessoas. Em seu método, os gerentes de

projetos são certificados em quatro níveis, conforme mostra a FIG. 1, a seguir.

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Sendo, conforme a IPMA (2006):

IPMA Nível A, o profissional capaz de coordenar todos os projetos de uma

empresa, unidade de negócio ou programa;

IPMA Nível B, o profissional capaz de gerenciar projetos complexos de maneira

autônoma;

IPMA Nível C, o profissional capaz de gerenciar projetos não complexos e apoiar

o gerente de um projeto complexo, em todos os elementos e aspectos do

Gerenciamento de Projetos;

IPMA Nível D, o profissional que possui conhecimento dos elementos e aspectos

do Gerenciamento de Projetos e pode aplicá-lo em determinados campos do

projeto, atuando como um especialista.

O correspondente da IPMA para o PMBOK do PMI é o ICB, o qual define a forma

que considera correta para gerenciar e desenvolver projetos, além de conter a base

teórica para as certificações em Gerenciamento de Projetos da IPMA (IPMA, 2006).

FIGURA 1 - Certificação IPMA em quatro níveis Fonte: IPMA, 2006.

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20

No ano de 1987, a IPMA, ainda conhecida como INTERNET, formulou um referedum

com seus membros para conhecer a necessidade de uma certificação. A resposta

foi, na sua grande maioria, positiva. Várias iniciativas locais foram então iniciadas

com o objetivo de criação de Body of Knowledge (BOK). A Association of Project

Management (APM) do Reino Unido, por exemplo, produziu a primeira edição do

seu BOK em 1991. Outros esforços foram empreendidos em diversos países

europeus para edições de BOK na primeira metade da década de 90. Por uma vez,

em 1993, uma equipe da IPMA foi encarregada de coordenar, integrar e

internacionalizar uma estrutura que, na visão da IPMA, auxiliaria no Gerenciamento

de Projetos em cada país. Em 1997, a IPMA instituiu um sistema para qualificação e

certificação, sendo o mesmo aprovado no ano seguinte. Ainda em 1998, a versão

1.0 do ICB foi divulgada aos membros da IPMA para comentários. Com esse

histórico, a IPMA pôde, em fevereiro de 1999, publicar pela primeira vez o ICB.

Apesar de ser a primeira publicação, o ICB é conhecido como 2.0 (SCHMEHR;

KNOEPFEL, 2009).

Conforme Schmehr e Knoepfel (2009), a versão ICB 2.0 contava com 42 elementos

de competência e experiência em Gerenciamento de Projetos, sendo 28 elementos-

base e quatorze adicionais. Possuía, ainda, oito aspectos ligados a atitudes

comportamentais e dez contextuais. No ano de 2004, uma grande revisão do ICB

2.0 foi iniciada, a qual se encerrou em 2006, dando origem ao ICB 3.0. Neste

momento o ICB é composto conforme descrito na FIG. 2.

Dividido em três grupos de competências, o Olho da Competência, segundo a IPMA,

FIGURA 2 - O Olho da Competência (The Eye of Competence) Fonte: IPMA, 2006.

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21

representa a clareza e a visão necessárias ao gerente de projetos no momento de

gerenciar um projeto. Esses três grupos de competências são descritos a seguir.

Competências Técnicas (Technical): compreende um total de vinte elementos de

competências. Esse grupo traz as necessidades de fundamentos em

Gerenciamento de Projetos para um gerente de projetos e sua equipe.

Competências Comportamentais (Behavioural): composta por um número de

quinze elementos de competências, compreende as necessidades

comportamentais às quais um gerente de projetos e sua equipe devem atentar e

desenvolver.

Competências Contextuais (Contextual): possui onze elementos de competência;

descrevem as competências relacionadas com habilidades em gerenciar, sejam

Projetos, Programas ou Portfólios.

Os vinte elementos do grupo de Competências Técnicas são compreendidos pela

orientação ao sucesso do Gerenciamento de Projetos, capacidade de identificação

dos envolvidos no projeto (ou stakeholders), definição dos requerimentos e objetivos

do projeto, gerenciamento de riscos (ameaças e oportunidades), orientação ao

Gerenciamento da Qualidade, ativos de processos organizacionais, trabalho em

equipe, capacidade de resolução de problemas, conhecimento e diferenciação entre

projeto/programa/portfólio, gerenciamento do escopo e das entregas do projeto,

gerenciamento do tempo e das fases do projeto, gerenciamento dos recursos

(humanos, materiais e de infraestrutura), gerenciamento dos custos e das finanças

do projeto, gerenciamento das aquisições, manipulação de mudanças de projetos,

execução do monitoramento/controle e emissão de relatórios do projeto,

gerenciamento das informações e documentações do projeto, gerenciamento da

comunicação, entendimento e aplicação em fases de start-up, entendimento e

aplicação em fases de close-out (IPMA, 2006).

Os quinze elementos do grupo Competências Comportamentais são compreendidos

por liderança, compromisso e motivação, autocontrole, assertividade, capacidade de

reorientação após uma situação de estresse, capacidade de abertura a novas

ideias/situações, criatividade, orientação a resultados, eficiência, conhecimento da

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consultoria, negociação, capacidade de lidar com conflitos e crises, confiabilidade,

percepção comportamental, ética. Os onze elementos do grupo Competências

Contextuais são compreendidos por orientação ao gerenciamento por projetos,

orientação ao gerenciamento por programas, orientação ao gerenciamento por

portfólio, melhoramento contínuo do gerenciamento de projetos/programas/portfólios

da organização, discernimento das necessidades entre os métodos de

Gerenciamento de Projetos e a cultura organizacional, conhecimento das áreas de

negócios, entendimento de sistemas/produtos/tecnologia, conhecimento das práticas

ligadas ao gerenciamento de recursos humanos, saúde/meio ambiente/segurança,

finanças operacionais da organização, normas e legislações (IPMA, 2006).

Conforme a IPMA (2006), para que um gerente de projetos possa gerenciar seus

esforços de maneira correta, deve possuir e aplicar essas competências.

A IPMA permite, diferentemente do PMI, que entidades locais possuam seus

próprios “competences baselines”, a fim de possibilitar que o conteúdo do ICB possa

sofrer adequações para diferentes culturas e modos de trabalhar o Gerenciamento

de Projetos. Aqui no Brasil, conforme descrito acima, a IPMA é representada pela

ABGP. A ABGP possui uma publicação com as modificações do ICB para as

necessidades nacionais, tanto para servirem de base ao Gerenciamento de Projetos

como de base para a certificação em Gerenciamento de Projetos. Essa publicação

chama-se Referencial Brasileiro de Competências em Gerenciamento de Projetos

(RBC) (SANTOS; CARVALHO, 2006).

O RBC define as competências necessárias ao Gerenciamento de Projetos no

Brasil, porém, de forma diversa do ICB, as divide em três grupos:

Elementos-Base: são 28 elementos de competências que devem estar presentes

em todas as associações nacionais e que estão referenciados no próprio ICB;

Elementos Adicionais: também são elementos referenciados no ICB, porém, não

é obrigatória sua utilização pelas associações nacionais; neste caso, a ABGP

escolheu um número de seis desses elementos;

Elementos Adicionais Específicos: são três elementos definidos pela ABGP e que

estão diretamente relacionados com as nuanças do Gerenciamento de Projetos

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23

no Brasil.

Uma única edição do RCB foi publicada até o momento, esta foi disponibilizada no

ano de 2006. Já o ICB encontra-se em sua terceira edição.

Atualmente, no Brasil, a IPMA congrega um número considerável de gerentes de

projetos certificados, o qual tem crescido consideravelmente nos últimos anos

(ABGP, 2008):

seis gerentes de projetos certificados IPMA B;

seis gerentes de projetos certificados IPMA C;

cento e um gerentes de projetos certificados IPMA D.

Não há, no Brasil, no momento, processo de certificação para IPMA A.

2.2 Gerenciamento de Projetos

2.2.1 O que é um Projeto

Neste trabalho de pesquisa, “projeto” será contextualizado como um esforço

temporário e único para o fornecimento de um produto ou serviço. Esse esforço é

temporário, pois possui ao menos uma data de início e uma data de término bem

definidas. É único, porque representa o fornecimento de um produto ou serviço

nunca feito antes e que nunca mais será fornecido de forma idêntica (PMI, 2004).

Para a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) (2000), assim com na

citação acima, um projeto é um esforço único, com datas de início e término

definidas, desenvolvido para alcançar um objetivo com pré-requisitos específicos e

que possui limitações de prazo, custo e recursos.

Prado (1998), Vargas (2007), PMI (2004) e Newell (2004) afirmam que todo projeto é

conduzido através de cinco processos de gerenciamento de projetos, ou grupos de

processos. São eles: Iniciação, Planejamento, Execução, Monitoramento/Controle e

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Encerramento. A FIG. 3 exemplifica o ciclo de vida de um projeto contendo os cinco

processos citados acima.

Cleland e Ireland (2002) também definem um ciclo de vida contendo as cinco etapas

acima – baseados nos conceitos do PMI (2004). Porém, sua obra mostra outra figura

para um ciclo de vida, diversa da FIG. 3, por ser composta de fases de

Conceituação, Definição, Produção, Operacionalização e Desinvestimento. Com

efeito, essas fases fazem correspondência às fases dos autores supracitados.

Conceituação está para Iniciação, assim como Definição está para Planejamento,

Produção e Operacionalização estão para Execução e Desinvestimento está para

Encerramento.

Para Cleland e Ireland (2002), a etapa de Iniciação, se conduzida na forma correta,

trará benefícios se comparada com as necessidades de correções futuras, tanto de

expectativas, como no sentido de redirecionar esforços da equipe. Para esses

autores, a Iniciação é a primeira oportunidade de reunir a equipe, além de clarificar

metas, expectativas do cliente e da alta administração. O PMI (2004) descreve a

Iniciação, assim como as demais etapas, como um grupo de processos. Naquela

obra, Iniciação define e autoriza o projeto ou uma fase do projeto – além de

identificar o gerente do projeto através do documento Project Charter. Essa fase, ou

etapa, é iniciada quando uma determinada necessidade é identificada, passando

para o status de problema estruturado que será solucionado por um projeto; missão

e objetivos são definidos aqui, assim como a estratégia a ser seguida na resolução

desse problema (VARGAS, 2007).

FIGURA 3 – Modelo de Ciclo de Vida de um projeto Fonte: Adaptado de PMI, 2004.

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Em seu estudo, Kloppenborg e Petrick (2004, p. 64) descrevem que a fase de

iniciação de um projeto começa quanto um projeto em potencial é identificado e

termina com uma autorização para prosseguir. Continuando, informam que a lógica

dessa fase é identificar, alinhar e selecionar um projeto “que valha a pena” ser

assumido pela equipe, sem que haja utilização de recursos desnecessários. Porém,

há nesse estudo um desalinhamento do entendimento de fase de iniciação de um

projeto com o conceito difundido pelos demais autores.

O Planejamento, mais uma etapa do ciclo de vida dos projetos, visa a implantar

cronograma, conduzir estudos e análises, desenhar sistemas, construir e testar

protótipos, analisar resultados e obter a aprovação para a produção – na visão de

Cleland e Ireland (2002). Para o PMI (2004, p. 41), o grupo de processos

Planejamento “define e refina os objetivos e planeja a ação necessária para alcançar

os objetivos e o escopo para os quais o projeto foi realizado”. Compartilhando dessa

definição, Vargas (2007) interpreta Planejamento como a fase responsável por

detalhar tudo o que será realizado pelo projeto, seja cronograma, interdependências

entre atividades, alocação de recursos, análises de custos, planos auxiliares de

comunicação, qualidade, riscos, aquisições e recursos humanos.

A etapa de Execução integra os recursos de forma que o Plano de Gerenciamento

do Projeto seja realizado (PMI, 2004). Está também ligada à produção e à

operacionalização dos resultados e sua integração aos sistemas organizacionais

existentes (CLELAND; IRELAND, 2002). Para Vargas (2007), a etapa de Execução

é o momento de materializar tudo o que foi planejado na fase anterior, assim como

envolve grande parte do orçamento e dos esforços do projeto.

Vargas (2007, p. 12) define o Encerramento do projeto:

[...] é a fase quando a execução dos trabalhos é avaliada através de uma auditoria interna ou externa (terceiros), os livros e documentos do projeto são encerrados e todas as falhas ocorridas durante o projeto são discutidas e analisadas para que erros similares não ocorram em novos projetos (aprendizado).

Para o PMI, a fase de Encerramento emite a aceitação formal do produto ou serviço

do projeto, além de garantir ordenação ao final do projeto (PMI, 2004). O

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Encerramento acontece quando os resultados do projeto são alcançados, no

entendimento de Cleland e Ireland (2002). Para esses autores, o Encerramento

pode ser causado por uma menor demanda do cliente, pelo surgimento de novos

produtos, serviços ou processos.

O Monitoramento e Controle, para Vargas (2007) e PMI (2004), acontece

paralelamente às demais fases (ou etapas) do ciclo de vida. Têm por motivação

acompanhar e medir regularmente o progresso e os resultados parciais do projeto,

comparando-os com o Plano de Gerenciamento do Projeto, de modo a propor ações

corretivas e preventivas caso sejam detectadas anormalidades. Supervisionar os

recursos utilizados para determinar se os resultados reais estão sendo alcançados

de modo a atingir o planejado significa CONTROLE (CLELAND; IRELAND, 2002).

Para esses estudiosos, o sistema de controle de projetos é definido em quatro

etapas. São elas, sequencialmente:

1. estabelecer padrões;

2. observar o desempenho;

3. comparar desempenho atual;

4. empreender ações corretivas.

2.2.2 O que é Gerenciamento de Projetos

A origem da disciplina Gerenciamento de Projetos foi documentada, inicialmente,

entre as décadas de 50 e 60, nos processos de contratação do Departamento de

Defesa Norte-americano (LOO, 1996).

Um dos mais remotos conceitos de Gerenciamento de Projetos é descrito por Oisen

(1971 apud Atkinson, 1999). Naquela época, o conceito de Gerenciamento de

Projetos tratava da aplicação de um conjunto de técnicas e ferramentas, como

Método do Caminho Crítico e Matriz Organizacional, com o objetivo de direcionar a

utilização de diversas fontes ao cumprimento de um esforço único, complexo,

atendendo a restrições de tempo, custo e qualidade. Ainda, essa descrição trazia o

conceito de ciclo de vida do projeto.

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No mês de setembro de 1995, como um dos resultados da reunião da Diretoria da

IPMA, realizada na cidade de Saint Petersburg, teve-se a definição de

Gerenciamento de Projetos. Tal definição compreendia “a arte e a ciência de

converter uma visão em realidade” (TURNER,1996, p. 6).

Prado (1998) define Gerenciamento de Projetos como sendo o ramo da

Administração utilizado para desenvolver um projeto, dentro do seu ciclo de vida.

Para Kerzner (2001a), o Gerenciamento de Projetos é uma técnica utilizada para se

tornar mais eficiente o uso dos recursos existentes em todos os níveis da

organização.

Gerenciamento de Projetos, segundo o PMI (2008, p. 6), é “a aplicação de

conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto, a fim de

atender aos seus requisitos”.

2.2.3 Algumas Ferramentas, Documentos e Métodos do Gerenciamento de

Projetos

Autores, citados a partir de agora, firmam-se em ferramentas, documentos e

métodos que devem ser utilizados para o desenvolvimento do Gerenciamento de

Projetos. A seguir, serão descritos os mais relevantes para este trabalho.

Project Charter ou Termo de Abertura do Projeto Kerzner (2001a) traz parte da história do Project Charter, o qual, no início, era

formulado para dar autoridade e responsabilidade ao gerente do projeto. Com sua

utilização, o Project Charter passou a ser um documento interno da organização que

gerava o projeto – comunicando a todos da existência do projeto, sendo este um

contrato entre o gerente do projeto e a organização executora. Dessa forma, deixou

de trazer apenas as responsabilidades do gerente do projeto e passou a incorporar

as responsabilidades dos demais participantes.

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Conforme descreve o PMI (2004, p. 378), Project Charter é:

[...] um documento publicado pelo iniciador ou patrocinador do projeto que autoriza formalmente a existência de um projeto e concede ao gerente de projetos a autoridade para aplicar os recursos organizacionais nas atividades do projeto.

Vargas (2007) define o Project Charter como um documento legal que reconhece a

existência do projeto e que servirá de linha de base para o gerente do projeto. Traz

informações preliminares importantes como prazo, recursos necessários e o

orçamento disponível.

Concordando com o PMI (2004), Xavier (2005) informa que o Project Charter

autoriza formalmente o início de um projeto; porém, acrescenta que, com esse

documento, a empresa divulga internamente que um projeto existe e afirma qual

será sua finalidade.

Kloppenborg e Petrick (2004) descrevem que esse documento marca o começo da

fase de iniciação de um projeto. Para os autores, ele é um contrato assinado entre o

sponsor ou patrocinador, os demais stakeholders e os membros da equipe. O

mesmo explicita os comprometimentos para realizar o trabalho necessário ao

projeto. Kloppenborg e Petrick (2004) informam, ainda, que a relutância dos

participantes em trabalhar conforme definido no Termo de Abertura assinado

demonstra um claro e prematuro sinal de que o projeto pode ter problemas em seu

desenvolvimento.

Um Project Charter pode variar em seu formato e conteúdo, mas geralmente contém

três “W”, três “H” e quatro “C”, conforme descrevem os próximos três parágrafos

(KLOPPENBORG; PETRICK, 2004).

Os três “W”, do Idioma Inglês, why, what e when, ou seja, por que empreender o

projeto, qual é o objetivo a ser alcançado, quando devem acontecer entregas

importantes do projeto.

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Os três “H”, how much, hazards e how, ou seja, quanto se estima gastar com o

projeto, o que pode dar errado, como a equipe do projeto deve trabalhar.

Os quatro “C”, critical success factors, communication plan, collection of knowledge e

commitment, ou seja, fatores críticos de sucesso, plano de comunicação, conjunto

de conhecimentos e comprometimento.

Plano de Gerenciamento do Projeto Também denominado por Vargas (2007) de Plano Global do Projeto, constitui a

base para toda a execução do projeto. Traz em seu conteúdo informações

importantes sobre escopo, cronograma, custo, comunicação e demais Áreas do

Conhecimento do Gerenciamento de Projetos – além de aspectos técnicos. Xavier

(2005) disserta que o Plano de Gerenciamento do Projeto consolida todo o

planejamento, mostrando como o projeto deve ser executado e controlado. O

conteúdo do Plano de Gerenciamento do Projeto pode variar, dependendo da

complexidade do projeto; é utilizado, em suma, para documentar o conjunto de

saídas dos processos de planejamento (PMI, 2004).

Processo de Solicitação de Mudanças Vargas (2007) identifica um sistema de controle integrado de mudanças, o qual é

formado de um documento composto de todos os processos necessários para que

mudanças sejam processadas ao prévio planejamento realizado pela equipe do

projeto – podendo ser relacionadas a escopo, tempo ou custos. Concorda com o

PMI (2004) quando traz à tona que o objetivo de um sistema dessa natureza é

assegurar que as mudanças sejam avaliadas seriamente em avanço às suas

implantações, rejeições ou alterações.

Xavier (2005, p. 129) escreve em uma comparação inteligente: "[...] o escopo

congelado em um projeto e o abominável homem das neves têm algo em comum:

ambos são mitos e desaparecem quando o calor suficiente é aplicado".

Esse autor externa, dessa forma, que, na maioria dos projetos, mesmo quando o

planejamento desenvolvido pela equipe do projeto é realístico, existirá a

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necessidade de alterações com o desenvolver da fase de execução. Assim,

identifica um processo de controle de alterações do escopo – o qual pode ser

utilizado para as demais Áreas do Conhecimento – para receber e processar de

forma organizada e controlada os pedidos de alteração.

Scope Statement ou Declaração do Escopo A Declaração do Escopo ou Scope Statement, para o PMI (2004), é um documento

que contempla a descrição do escopo do projeto, incluindo as principais entregas, o

objetivo, as premissas e as restrições do projeto, além de uma declaração do

trabalho. A declaração do trabalho traz uma base oficial para nortear futuras

decisões do projeto, promovendo um entendimento comum do escopo do projeto.

Para Xavier (2005, p. 62), a Declaração do Escopo é “o anteprojeto do escopo de

um projeto”, fornecendo a documentação que será a base para futuras discussões e

acordos entre os stakeholders. Ainda para esse autor, o documento pode sofrer

alterações com o desenvolvimento do projeto. Vargas (2007) cita em sua obra que a

Declaração do Escopo tem as mesmas informações da Declaração do Escopo

Preliminar (DEP), porém, com maior nível de detalhamento e precisão das

informações. A DEP, por sua vez, integrante da Área de Conhecimento do

Gerenciamento da Integração do Projeto, é o documento que formaliza todos os

trabalhos a serem executados no projeto e servirá de direcionador para definir as

características e limites do mesmo.

Relatório de Desempenho Para Xavier (2005), é resultado do gerenciamento das comunicações. Ele serve para

organizar e reunir as informações coletadas, dando aos stakeholders os dados sobre

como os recursos estão sendo utilizados – a fim de que o projeto alcance seus

resultados. O Relatório de Desempenho engloba informações sobre os feitos da

equipe do projeto, métricas para comparação “realizado versus planejado” e

resultados esperados para o futuro.

Esse documento tem o objetivo de coletar e distribuir as informações sobre o

desempenho do projeto – sendo constituído de relatório de andamento, medição do

progresso e previsões (VARGAS, 2007).

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O PMI (2004) o descreve como um conjunto de documentos e apresentações que

abrem informações organizadas sobre o andamento dos trabalhos do projeto.

Podem trazer informações como gráficos de barras, curvas S, histogramas, dentre

outras que mostram a situação atual do cronograma.

Ações Corretivas O PMI (2004) define ações corretivas como orientações autorizadas e

documentadas que devem ser implementadas para que o desempenho futuro do

projeto esteja em acordo com o Plano de Gerenciamento do Projeto. Xavier (2005)

define ação corretiva como qualquer esforço que vise a ajustar o desempenho futuro

do projeto, quando comparado com o planejado. Esse autor ainda descreve que,

para a determinação correta da ação corretiva, é necessária uma análise da raiz do

problema para identificar a causa da variação.

Para a ABNT (2000), ações corretivas devem ser tomadas sempre que forem

julgadas necessárias mudanças nos processos de gerenciamento.

Reunião de Partida (Kickoff Meeting) A boa comunicação é fator decisivo para o correto desenvolvimento de um projeto.

Dessa forma, encontros ou reuniões acontecem em boa parte do ciclo de vida de um

projeto. A Reunião de Partida, ou Kickoff Meeting, acontece uma vez no projeto ou

uma vez no início de cada fase – com o intuito de oficializar um início perante os

stakeholders. De cunho estritamente formal, visa a auxiliar o início, formar consenso

e apresentação e integração da equipe. A Reunião de Partida pode ser divida de

forma a possuir uma primeira etapa onde são abordados temas técnicos, de

integração, de comunicação e de funcionamento com a equipe do projeto. Sendo a

segunda etapa com o cliente ou usuário final, para tratar das necessidades desses

envolvidos no desenvolver do projeto (DINSMORE; NETO, 2005).

Estrutura Analítica do Projeto (Work Breakdown Structure) A utilização da Estrutura Analítica do Projeto (EAP) ou Work Breakdown Structure

(WBS) é datada do início da década de 60 pelo Departamento de Defesa, Indústria

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Aeroespacial e de Construção dos Estados Unidos da América. Essa ferramenta tem

o objetivo de decompor o produto final esperado do projeto, de forma que o mesmo

fique mais bem entendido e gerenciável – tanto pela equipe do projeto como pelo

cliente ou usuários finais e demais stakeholders.

Trata-se de uma estrutura hierárquica, a qual traz em seu primeiro nível o nome do

projeto; no segundo nível, o ciclo de vida do projeto; e nos demais níveis, a

decomposição dos produtos ou deliverables que o projeto deve gerar. Em seu último

nível, a WBS porta os Pacotes de Trabalho ou Work Packages, sendo estes os

elementos que propiciarão definições de atividades, estimativas de custos,

responsabilidades, tempo e planejamento de riscos.

Uma WBS pode sempre servir de base para que a equipe do projeto detalhe o

escopo de projetos semelhantes (XAVIER, 2005).

Um exemplo de WBS é apresentado pela FIG. 4.

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Lista de Atividades Com a finalização da construção da WBS, tem-se, em seu último nível, os Pacotes

de Trabalho ou deliverables. Esses deliverables serão decompostos novamente para

serem tratados pelo Gerenciamento do Tempo, gerando a Lista de Atividades. Esta

é uma lista que não faz parte da WBS, deve incluir todas as atividades que

futuramente serão a composição do cronograma do projeto em questão. Outro ponto

relevante e que deve ser sempre levado em consideração na construção da Lista de

Atividades é que nenhuma atividade que não seja necessária ao projeto deverá ser

inserida nessa ferramenta (PMI, 2004).

FIGURA 4 – Exemplo de uma WBS de um projeto Fonte: Desenvolvido pelo autor.

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Cronograma

Com o desenvolvimento de um cronograma, para o PMI (2004), a equipe do projeto

tem o planejamento para as datas de início e término de cada atividade do mesmo.

Para Dinsmore (2003), a mesma equipe do projeto deve utilizar ferramentas como

lista de atividades, análise de premissas e restrições, modelos já aplicados em

projetos anteriores, sequenciamento lógico e auxílio de especialistas para definir o

caminho que o projeto deverá percorrer para atingir seus objetivos. Como o próximo

passo, define-se a duração de cada uma das atividades. A utilização de

especialistas e de histórico auxiliará na definição dessas durações, com o posterior

emprego de técnicas como o Program Evaluation and Review Technique (PERT) e o

Critical Path Method (CPM). No último esforço, colocando-se a data de início do

projeto, tem-se a data de início e término de cada atividade, assim como a data de

término do projeto – o que constitui o cronograma que trará a linha de base de

tempo do projeto.

Ainda segundo o PMI (2004), o cronograma, após finalizado, pode ser modificado

para reduzir sua duração com técnicas como compressão (crashing) e paralelismo

(fast track).

Métodos de Comunicação O meio de desenvolvimento de projetos é muito suscetível a receber e desenvolver

problemas de comunicação, em função de suas características especiais. Muitos

autores entendem que a comunicação é essencial para que as pessoas envolvidas

em projetos tenham um compromisso interpessoal (DINSMORE; NETO, 2005).

O PMI (2004) identifica a fórmula para determinar os caminhos ou canais de

comunicação que existem em um projeto. Sendo esta fórmula n(n-1)/2, onde n

representa o número de envolvidos no projeto, tem-se para dez envolvidos o número

de 45 canais de comunicação possíveis; para cem envolvidos, o número de

possíveis canais de comunicação é de 4.950. Essa análise evidencia a

complexidade que o projeto terá em termos de comunicação.

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35

Dessa análise, verifica-se a necessidade de identificar os métodos de comunicação

eficientes para cada stakeholder. Reuniões, telefonemas, e-mails e outras

ferramentas fazem parte do arcabouço de possibilidades para que o projeto tenha

seus contatos estabelecidos e as informações sejam trocadas.

2.2.4 Gerenciamento de Projetos segundo o Project Management Institute –

PMI

Os conceitos apresentados a seguir são baseados no PMI (2004) e são utilizados

para possibilitar um melhor desenvolvimento do Gerenciamento de Projetos.

Área do Conhecimento do Gerenciamento do Escopo do Projeto Escopo de um projeto representa todo o trabalho a ser realizado para que o projeto

entregue o que planejou entregar, seja produto ou serviço.

Nesse ponto, precisa-se distinguir o escopo do projeto do escopo do produto. O

escopo do produto está inter-relacionado às especificações técnicas do produto ou

do serviço, enquanto que o escopo do projeto está inter-relacionado à Estrutura

Analítica do Projeto (EAP) ou Work Breakdown Estructure (WBS).

O gerenciamento do escopo do projeto inclui os processos necessários para

assegurar que o projeto inclua todo o trabalho necessário, e tão somente o trabalho

necessário, para complementar de forma bem-sucedida o projeto.

A preocupação fundamental compreende definir e controlar o que está ou não

incluso no projeto.

Os processos para realizar o gerenciamento do escopo do projeto, segundo o PMI

(2004), são:

planejamento do escopo;

definição do escopo;

criar WBS/EAP;

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36

verificação do escopo;

controle do escopo.

O gerenciamento do escopo de um projeto irá guiar as demais Áreas do

Conhecimento, ou seja, se não for realizado com foco na qualidade do resultado,

todos os demais esforços para gerenciamento do projeto serão impactados.

Áreas do Conhecimento do Gerenciamento do Tempo do Projeto O gerenciamento do tempo de um projeto inclui os processos necessários para

assegurar que o projeto seja implementado no prazo previsto.

Os processos para realizar o gerenciamento do tempo do projeto, segundo o PMI

(2004), são:

definição das atividades;

sequenciamento das atividades;

estimativa de recursos;

estimativa de duração;

desenvolvimento do cronograma;

controle do cronograma.

A qualidade de um cronograma influenciará no planejamento de um projeto, assim

como impactará, na sua sequência, a definição dos custos do projeto.

Nem sempre a finalização de um projeto representa benefício à organização

executora e ao cliente. Adiantamentos em términos de atividades ou mesmo do

projeto como um todo podem trazer problemas de fluxo de caixa e realocação de

recursos humanos, materiais e de equipamentos.

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37

Áreas do Conhecimento do Gerenciamento do Custo do Projeto O gerenciamento do custo de um projeto inclui os processos necessários para

assegurar que o projeto seja implementado e concluído dentro do orçamento e

seguindo o fluxo de caixa planejado.

Os processos para realizar o gerenciamento do custo do projeto, segundo o PMI

(2004), são:

estimativa de custos;

orçamentação;

controle de custos.

Se considerada a qualidade necessária, os custos de um projeto podem variar

dentro de determinada faixa de valores. Essa faixa depende do capital, fluxo de

caixa, custos e margens de uma organização.

Áreas do Conhecimento do Gerenciamento da Qualidade do Projeto O gerenciamento da qualidade de um projeto inclui os processos necessários para

assegurar que as necessidades que originaram o desenvolvimento do projeto sejam

satisfeitas.

Os processos para realizar o gerenciamento da qualidade do projeto, segundo o PMI

(2004), são:

planejamento da qualidade;

realizar a garantia da qualidade;

realizar o controle da qualidade.

Essa é a Área do Conhecimento sobre a qual o projeto em questão (Dissertação de

Mestrado) quer trabalhar. Com base nas boas práticas defendidas pelas entidades

desenvolvedoras, pretende-se inovar e trazer ganho ao Gerenciamento de Projetos

e Gerenciamento da Qualidade.

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38

Áreas do Conhecimento do Gerenciamento de Recursos Humanos do Projeto

O gerenciamento dos recursos humanos visa a utilizar, da maneira mais eficaz, os

envolvidos no projeto.

Os processos para realizar o gerenciamento dos recursos humanos do projeto,

segundo o PMI (2004), são:

planejamento de recursos humanos;

contratar ou mobilizar a equipe do projeto;

desenvolver a equipe do projeto;

gerenciar a equipe do projeto.

São os recursos humanos (pessoas) os grandes responsáveis pelo grau de

qualidade empregado tanto ao produto como ao projeto. Para o Gerenciamento de

Projetos, o gerente do projeto é o grande responsável pela qualidade, tendo todos

de sua equipe como coobrigados a definir e manter o grau de qualidade do projeto.

Áreas do Conhecimento do Gerenciamento das Comunicações do Projeto O gerenciamento das comunicações visa a assegurar a geração, coleta,

disseminação, armazenamento e descarte final da informação do projeto de forma

adequada e no tempo certo.

Os processos para realizar o gerenciamento das comunicações do projeto, segundo

o PMI (2004), são:

planejamento das comunicações;

distribuição das informações;

relatório de desempenho;

gerenciar as partes interessadas.

De forma idêntica às demais áreas, o gerenciamento das comunicações do projeto

deve ser definido com olhos à qualidade. Seja esta qualidade referenciada aos

documentos gerados, comunicação estabelecida ou veículos de comunicação.

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39

Áreas do Conhecimento do Gerenciamento dos Riscos do Projeto O gerenciamento dos riscos inclui os processos que tratam da realização de

identificação, análise, respostas, monitoramento e controle e planejamento do

gerenciamento de riscos em um projeto.

Os processos para realizar o gerenciamento dos riscos do projeto, segundo o PMI

(2004), são:

planejamento do gerenciamento de riscos;

identificação de riscos;

análise qualitativa de riscos;

análise quantitativa de riscos;

planejamento de respostas a riscos;

monitoramento e controle de riscos.

Áreas do Conhecimento do Gerenciamento das Aquisições do Projeto O gerenciamento das aquisições inclui os processos para comprar ou adquirir

produtos, serviços ou resultados necessários de fora da organização executora para

realizar o trabalho.

Os processos para realizar o gerenciamento das aquisições do projeto, segundo o

PMI (2004), são:

planejar compras e aquisições;

planejar contratações;

solicitar respostas de fornecedores;

selecionar fornecedores;

administração de contrato;

encerramento do contrato.

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40

Áreas do Conhecimento do Gerenciamento da Integração do Projeto O gerenciamento da integração inclui os processos e as atividades necessárias para

identificar, definir, combinar, unificar e coordenar os diversos processos e atividades

de gerenciamento de projetos dentro dos grupos de processos de gerenciamento de

projetos.

Os processos para realizar o gerenciamento da integração do projeto, segundo o

PMI (2004), são:

desenvolver o termo de abertura do projeto;

desenvolver a declaração do escopo preliminar do projeto;

desenvolver o plano de gerenciamento do projeto;

orientar e gerenciar a execução do projeto;

monitorar e controlar o trabalho do projeto;

controle integrado de mudanças;

encerrar o projeto.

2.2.5 Implementar uma Metodologia de Gerenciamento de Projetos

O Gerenciamento de Projetos tornou-se importante frente às necessidades das

empresas de maximizar ganhos e minimizar custos, porém, verifica-se um grande

aumento de empresas sem fins lucrativos, organizações não governamentais e

órgãos públicos criando e implementando soluções para gerenciamento de projetos.

O motivo para esse esforço organizacional, segundo Newell (2004), está

diretamente ligado ao aumento do foco nas necessidades do cliente, em permitir

uma melhora no gerenciamento dos recursos humanos, em definir uma maneira

única e eficiente de tomar decisões e em trazer uma nova forma e novas

ferramentas para se trabalhar esforços de projetos.

Para Vargas (2007), a adoção do Gerenciamento de Projetos evita surpresas

durante a execução dos trabalhos, permite desenvolver diferenciais competitivos e

novas técnicas, adapta os trabalhos ao mercado consumidor e ao cliente, otimiza a

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41

alocação de pessoas, equipamentos e materiais necessários, e documenta e facilita

as estimativas para futuros projetos.

2.3 Gerenciamento da Qualidade do Projeto

Conforme Campos (2009), a “qualidade” do Gerenciamento de Projetos é

perseguida com foco no gerenciamento, e não com foco no produto do projeto. De

uma forma geral, a “qualidade” e suas ferramentas auxiliam e são importantes no

desenvolvimento do Gerenciamento da Qualidade do Projeto.

2.3.1 Definição de Qualidade

Dependendo das circunstâncias e do ambiente em que se encontra, o significado do

termo “qualidade” pode variar de pessoa a pessoa. Geralmente dá-se conta de que

a qualidade está ligada a ferramentas, métodos e técnicas do controle da qualidade,

porém não se pode esquecer que a qualidade está ligada também a atitudes, cultura

e comprometimento com a organização, seja na geração de produtos ou serviços,

seja no setor público ou privado. Um conceito genérico de qualidade adicionaria,

ainda, foco na satisfação do cliente interno e externo, além da melhoria contínua

(CICMIL, 2000).

Para Campos (2004, p. 2), o conceito de qualidade não pode ser definido apenas

pelo número de defeitos de um produto. É, sim, fundado nos seguintes termos: "[...]

um produto ou serviço de qualidade é aquele que atende perfeitamente, de forma

confiável, de forma acessível, de forma segura e no tempo certo, às necessidades

do cliente”. E continua: “o verdadeiro critério de boa qualidade é a preferência do

consumidor".

Para Dinsmore (2003), a qualidade contempla um conjunto de características que

moldam um esforço, a fim de que este satisfaça as necessidades, tanto implícitas

como explícitas, para as quais foi realizado.

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42

O PMI conceitua qualidade através do PMBOK como sendo “o grau com que um

conjunto de características inerentes atende aos requisitos” (PMI, 2004, p. 180).

Esse instituto adota o conceito utilizado pela American Society for Quality (ASQ)

para definir seu próprio entendimento sobre qualidade; de forma contígua, baseia o

capítulo que descreve o Gerenciamento da Qualidade do PMBOK no International

Organization for Standardization (ISO). Cabe aqui esclarecer que o PMI (2004, p.

180) distingue “qualidade” de “grau”: "[...] grau é uma categoria atribuída a produtos

ou serviços que possuem o mesmo uso funcional, mas diferentes características

técnicas. Qualidade baixa é sempre um problema; grau baixo talvez não seja".

A International Organization for Standardization (ISO) é o órgão, com sede em

Genebra, na Suíça, mundialmente reconhecido que detém, emite e revisa a série de

normas ISO 9000 – conjunto de normas e diretrizes internacionais para sistemas de

gestão da qualidade. Sua primeira edição aconteceu em 1987 – tornando-se, no

decorrer dos anos, de alta reputação mundial no estabelecimento de sistemas de

gestão da qualidade (MELLO et al, 2002).

Para a ISO, qualidade é definida como a totalidade de propriedade e características

de um produto ou serviço que confere sua habilidade em satisfazer necessidades

explícitas ou implícitas. Já o grau (da qualidade) é um indicador de categoria ou

classe relacionado às propriedades ou características que cobrem diferentes

conjuntos de necessidades para produtos ou serviços destinados ao mesmo uso

funcional (MARANHÃO, 1993).

Não se pode deixar de incluir o que conceitua qualidade para um grupo de notáveis

nessa área, e que foram os pioneiros no entendimento desse conceito da forma que

o temos hoje.

Philip Bayard Crosby, nascido nos Estados Unidos (Wheeling, West Virginia), trouxe

diversos conceitos utilizados para qualidade. De forma resumida, temos o

entendimento, por Crosby, que o alcance da qualidade vem de ações preventivas e

não corretivas; que a qualidade é medida pelo custo das não conformidades e que

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43

devemos fazer certo na primeira vez (“do it right the first time”). Outros dois conceitos

introduzidos por Crosby são:

Defeito Zero (Zero Defects); qualidade leva ao padrão de desempenho de

inexistência de defeitos;

Qualidade é de Graça (Quality is Free); a ideia é que cada dólar não gasto na

correção de erros se traduz diretamente em lucro para a empresa.

Crosby editou, no ano de 1979, o livro Quality is Free, onde explicitou ao mundo sua

definição de qualidade. Para esse estudioso, qualidade é definida como a

conformidade às especificações (conformance to requirements). Para tanto,

especifica os custos da conformidade e da não conformidade, conforme detalhado

no QUADRO 1 (ROBLES JR, 1994). Os conceitos de Crosby, dentre os demais

existentes, são utilizados em primeira instância pelo PMI.

QUADRO 1 Custos da qualidade

Custo da conformidade Custo da não conformidade

Treinamento em qualidade Retrabalhos e reparos

Estudos Custos de garantia

Pesquisas de qualidade Custos de inventários

Auditorias Manuseio de reclamações

Testes Custos de destruição (scrap)

Inspeções Ações na justiça

Comprometimento da marca

Fonte: adaptado de ROBLES JR., 1994.

Joseph Moses Juran começou seus trabalhos com a qualidade conduzindo cursos

de controle de qualidade no Japão, no ano de 1954 – apesar de ser de ascendência

americana. Um de seus feitos foi a definição da Trilogia de Juran (Juran Triology), na

qual informava que a qualidade deveria ser trabalhada em três frentes: melhoria da

qualidade (quality improvement), planejamento da qualidade (quality planning) e o

controle da qualidade (quality control). Outra ferramenta desenvolvida por Juran foi o

Princípio de Pareto (CERQUEIRA NETO, 1991; WILLIAMS, 1995).

Juran defende que a qualidade deve ser vista por dois pontos:

conformidade com a especificação (conformance to requirements) - do ponto de

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44

vista do fornecedor;

adequação ao uso (fitness to use) - do ponto de vista do cliente.

William Edwards Deming foi um apontador enérgico da incapacidade das indústrias

norte-americanas de perceberem a importância dos trabalhadores, de uma forma

geral, na qualidade. Segundo ele, esses trabalhadores tinham muito a contribuir,

porém, somente através de um aumento de sua participação nos processos de

tomada de decisão. Ensinava métodos de administração da qualidade para

executivos japoneses em 1950, para os quais é considerado o Pai da Qualidade.

Deming defendia que 85% dos problemas de qualidade estão diretamente ligados à

ação gerencial, sendo não apenas responsabilidade do “chão de fábrica”. Foi

também o desenvolvedor do Deming Cycle for Improvement, ou do conhecido Plan-

Do-Check-Act (PDCA). Em seus discursos, acrescentava o seguinte: “o executivo

deve fazer os outros trabalhar melhor, e não apenas trabalhar mais”. Deming não

possuía um conceito único de qualidade. Referia-se a ela com base nos seus

efeitos: os custos caem e a produtividade sobe, conforme a melhoria da qualidade é

alcançada por meio de melhor gestão de design, engenharia e testes, e por

melhorias nos processos. A melhor qualidade a um preço mais baixo tem chance de

capturar mercado. Cortar custos sem melhorar a qualidade é fútil (CERQUEIRA,

1991; ISHIKAWA, 1993; GABOR, 1994; WILLIAMS, 1995).

Muitas outras autoridades no assunto qualidade desenvolveram seus próprios

conceitos de qualidade, porém, não influenciarão este trabalho. Dentre eles, podem-

se citar: Armand V. Feigenbaum, David R. McCamus, Edgar Pedreira Cerqueira

Neto, James Teboul, Kaoru Ishikawa e Genichi Taguchi.

Pode-se gerar uma comparação entre as várias definições de qualidade propostas

ao longo dos anos. David A. Garvin desenvolveu uma forma para comparar tais

definições. Em seu estudo, Garvin comparou um número maior de

estudiosos/entidades que o citado neste trabalho, porém, resumidamente, obteve o

resultado do QUADRO 2, a seguir (GARVIN, 1992 apud ROBLES JR, 1994).

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45

QUADRO 2 Abordagens às visões da qualidade

Transcendente Produto Usuário Produção Valor

Shewart X X

Crosby X

Ishikawa X X X

Taguchi X X

Feigenbaum X

Juran X

Deming X

Campos X

ISO X

Fonte: Adaptado de ROBLES JR., 1994.

Cabe aqui a nota condensando os significados de cada uma das visões utilizadas

por Garvin:

transcendente: para o estudioso a qualidade é sinônimo de excelência inata;

produto: a qualidade é algo preciso e mensurável;

usuário: a qualidade, neste caso, depende o ponto de vista do observador;

produção: qualidade é conformidade às especificações;

valor: qualidade está intimamente ligada ao custo e ao preço.

Em seu trabalho, Robles analisa ainda outros estudiosos/entidades como

Feigenbaum, Cerqueira, Teboul, MacCamus e Aurélio.

Esses conceitos de qualidade vêm sendo trabalhados de forma evolutiva.

Inicialmente, a qualidade era fundamentada apenas na inspeção, separando-se os

produtos bons dos defeituosos. O propósito era alcançar a uniformidade do produto.

O segundo movimento se deu por meio de um controle estatístico da qualidade com

a utilização dessa ferramenta – estatística. Evoluindo um pouco mais, o foco voltou-

se à garantia da própria qualidade. Nesse momento, a qualidade começou a

permear uma fatia maior do ciclo de vida de um produto – desde sua concepção até

sua entrega ao mercado consumidor. Por último, a preocupação voltou-se ao

gerenciamento estratégico da qualidade, onde a qualidade está intimamente ligada

ao planejamento estratégico da empresa, sob os olhos tanto da alta direção como de

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46

toda a força de trabalho de uma organização (CERQUEIRA NETO, 1991).

Se fizermos uma retrospectiva voltada à qualidade, desde o início do século XX,

teremos crescimentos na sua utilização e nos seus conceitos de década em década.

Antes da Primeira Grande Guerra Mundial, a qualidade era vista,

predominantemente, como inspeção (separar os itens bons dos ruins). A ênfase era

dada à identificação de problemas.

Esse método não se mostrava eficiente, sendo substituído pelas técnicas

Estatísticas de Controle da Qualidade (Statistical Quality Control - SQC) criadas por

Walter Andrew Shewhart na década de 20 (WERKEMA, 1995). Dentre essas,

encontra-se o gráfico de controle (ISHIKAWA, 1993). Shewhart foi pioneiro no uso

de amostragem estatística de 1927 a 1940 no University of London, Stevens Institute

of Technology e U.S. Department of Agriculture.

A Segunda Guerra Mundial foi um impulsionador do desenvolvimento da Qualidade,

ou do Controle da Qualidade. Este, aplicado nas indústrias armamentistas

americanas, trouxe a possibilidade de uma produção em maior escala, com custos

menores e atendimento à qualidade exigida para tais produtos (WERKEMA, 1995;

GARVIN, 1992).

Com o Japão capitulado, os aliados verificaram um sistema telefônico deficiente

japonês, contemplando um grande número de falhas – o qual dificultava o exercício

da administração militar. Parte do esforço pós-guerra definido pelo Exército

Americano foi a determinação, em maio de 1946, da implantação de um programa

eficiente de controle da qualidade na indústria de telecomunicações japonesa, tendo

como objetivo eliminar os defeitos e a falta de uniformidade na qualidade dos

equipamentos produzidos. Dessa forma, nessa época, começou-se a trilhar o

caminho do Controle da Qualidade no Japão. O modelo utilizado, americano, não foi

modificado para atender às diferenças culturais entre os dois países. Porém, em

função dos resultados, o modelo passou a ser utilizado por outros setores da

economia japonesa.

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47

No mesmo ano, foi criada a Union of Japonese Scientists and Engineers (JUSE)

que, composta por essas duas classes – cientistas e engenheiros –, desenvolveu,

através da formação de Grupos de Pesquisa do Controle da Qualidade, pesquisas e

disseminação dos conhecimentos sobre o Controle da Qualidade para indústrias e

governo japonês.

Nos anos de 1950 e 1954, a JUSE convidou, respectivamente, Deming e Juran para

ministrarem seminários focados no Controle da Qualidade. Assim, no período pós-

guerra até a década de 50, alguns princípios de controle da qualidade foram

introduzidos: Qualidade é de Graça (Quality is Free), Custo da Qualidade (Cost of

Quality), Defeito Zero (Zero Defects), Controle Total da Qualidade (Total Quality

Control), entre outros. Com o pontapé inicial, Shewhart transformou a qualidade de

forma a torná-la importante não apenas para o produto final, mas para todo o

processo de fabricação (ASQ, 2009; WERKEMA, 1995; GARVIN, 1992).

A partir de 1987, ocorreu uma normatização dos padrões de qualidade com a

criação da ISO 9000 (família de normas e padrões para controles de gestão da

qualidade). Essa norma trouxe a popularização das certificações dos sistemas de

garantia da qualidade – acompanhando padrões internacionais.

Atualmente, o foco é dado ao gerenciamento estratégico da qualidade, onde o

emissor das premissas de qualidade é o cliente. As organizações conscientes

exigem o comprometimento de todos os empregados (da alta direção ao chão de

fábrica). Isso em função de saber que a qualidade sustenta vantagens competitivas

e as trata como parte integrante do plano estratégico (CERQUEIRA NETO, 1991).

Mesmo que num período mais curto, o próprio PMI traz sua evolução no

entendimento de qualidade.

“Qualidade”, para a primeira edição do PMBOK (1996) e para a segunda edição do

PMBOK (2000), seguia a definição da International Organization for Standardization

(ISO). A ISO informava que qualidade era a totalidade das características de uma

entidade que utiliza suas habilidades para satisfazer necessidades explícitas ou

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48

implícitas. Nessa edição, a única bibliografia apresentada era a versão 1993 da ISO

Quality Vocabulary.

“Qualidade”, para a terceira edição do PMBOK (2004), tem seu conceito revisado,

com a adoção dos termos defendidos pela American Society for Quality (ASQ): “o

grau com que um conjunto de características inerentes atende aos requisitos”. A

última edição do PMBOK (2008), lançada em dezembro de 2008, reitera o conceito

conforme foi apresentado na terceira edição, adotando os termos defendidos pela

ASQ.

2.3.2 Controle da Qualidade Total (CQT)

Desenvolvido no Japão do pós-guerra, Segunda Grande Guerra Mundial, CQT é um

sistema administrativo que se baseia no trabalho conjunto da empresa como um

todo, sem exceção, para o estudo e condução do controle da qualidade (CAMPOS,

2004).

De autoria do Grupo de Pesquisa do Controle da Qualidade da JUSE, e também

conhecido como Total Quality Control (TQC) ou Company Wide Quality Control

(CWQC), o CQT agrupa e aplica diversos conceitos como os desenvolvidos por

Shewhart, Deming, Juran e Crosby.

Segundo Daychoum (2008), porém, o primeiro a utilizar o termo TQC foi o químico

Kauro Ishikawa, o qual também foi o desenvolvedor das Sete Ferramentas da

Qualidade – que serão tratadas mais a diante neste trabalho.

O CQT preocupa-se tanto com o processo de construção do produto e/ou serviço

como com todo o seu entorno, ou seja, pessoas.

Se expresso em um modelo matemático, o CQT poderia ser descrito da seguinte

forma (CAMPOS, 2004, p. 15):

CQT = “CONTROLE TOTAL” + “QUALIDADE TOTAL”

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49

Entende-se por CONTROLE TOTAL o controle executado por todos os participantes

de uma organização, de forma harmônica e metódica.

Já QUALIDADE TOTAL é o objetivo da existência de qualquer organização humana

– se levarmos em conta que esse objetivo é satisfazer as necessidades das

pessoas, sejam essas pessoas o cliente, o operador da organização em questão, o

acionista, os vizinhos da organização. Enfim, todos aqueles que serão afetados ou

podem afetar de forma positiva ou negativa os produtos e serviços da organização.

Da formulação acima, Campos (2004, p. 15) descreve o CQT como sendo “[...] o

controle exercido por todas as pessoas para a satisfação das necessidades de todas

as pessoas”.

Em sua obra literária, Campos (2004) enumera os princípios básicos da abordagem

gerencial para o CQT. São eles:

produzir e fornecer produtos e/ou serviços que atendam concretamente às

necessidades do cliente;

garantir a sobrevivência da organização por meio do lucro contínuo adquirido

pelo domínio da qualidade;

identificar o problema mais crítico e solucioná-lo pela mais alta prioridade;

falar, raciocinar e decidir com dados e com base em fatos;

gerenciar a empresa ao longo do processo e não por resultados;

reduzir metodicamente as dispersões por meio do isolamento de suas causas

fundamentais;

o cliente é o rei. Não permitir a venda de produtos defeituosos;

procurar prevenir a origem de problemas cada vez mais a montante;

nunca permitir que o mesmo problema se repita pela mesma causa;

respeitar os empregados como seres humanos independentes;

definir e garantir a execução da visão e estratégia da alta direção da

organização.

Para a implantação do CQT, deve-se considerá-lo como um processo de

aprendizado, não possuindo regras muito rígidas. Em vez disso, esse processo de

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50

aprendizado deve estar adaptado às necessidades, características e costumes da

organização (CAMPOS, 2004).

Para Umeda (1995), inicialmente o Controle da Qualidade (CQ) estava centrado

apenas na qualidade do produto. Com o desenvolvimento, passou-se a focar

também na qualidade do trabalho executado, na qualidade do gerenciamento, custo,

atendimento, moral e segurança. A partir desse ponto, o CQ foi expandido para toda

a empresa, ganhando o status de Total (T), ou CQT.

Assim, CQT para Umeda (1995) é uma prática de gerenciamento científico que é

disseminada por toda a empresa, com o objetivo de assegurar a satisfação dos

clientes. Essa prática, ainda, adota métodos estatísticos e outros modelos

modernos.

Quando Umeda (1995) descreve “cliente”, introduz o conceito de que o processo

seguinte é seu cliente, ou cliente interno. Assim, expõe que outro ponto fundamental

do CQT é o respeito ao ser humano. Cada pessoa deve ter ferramentas e

capacitação para desenvolver bem o seu trabalho e exercitar sua criatividade.

A implantação do CQT não obedece a regras idênticas para diferentes setores de

uma organização, apesar de possuir conceitos básicos iguais no que se refere à

satisfação do cliente (interno e externo) e sua realização em termos econômicos.

Com esse enfoque, Umeda (1995, p. 32) apresenta em sua obra respostas para a

utilização do CQT em diferentes departamentos organizacionais como:

departamento de produção de uma indústria de usinagem e montagem,

departamento de projetos, departamento de suprimentos de materiais, departamento

de manutenção, departamento administrativo, entre outros. Ao final, fixa o que segue

para definir quais os pontos comuns apresentados pelo CQT em empresas de

diversos setores industriais ou em diferentes departamentos de uma organização:

"[...] o importante é que cada empresa ou departamento tenha consciência da

missão a cumprir e de como realizá-la de maneira racional. Em outras palavras, é

fundamental executar o gerenciamento de forma completa" (UMEDA, 1995, p. 32).

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51

Dellaretti Filho (1996) escreve que o CQT é um sistema gerencial dotado de

ferramentas que auxiliam no planejamento, na execução e na administração. Essas

ferramentas estão organizadas em dois grupos denominados Sete Ferramentas do

Planejamento da Qualidade e Sete Ferramentas do Controle da Qualidade.

2.3.3 Ferramentas da Qualidade

Para Cleland e Ireland (2002), um programa de qualidade precisa ser composto por

princípios que busquem os melhores resultados através de processos disciplinados.

Sem que se sigam esses processos como resultado, ter-se-ão clientes insatisfeitos,

além de desperdício de recursos, diminuição do lucro, aumento do custo. Todos

decorrentes da necessidade de se ter retrabalhos.

Para Dellaretti Filho (1996) e Werkema (1995), as Sete Ferramentas do

Planejamento da Qualidade surgiram para cobrir um espaço deixado pelas Sete

Ferramentas do Controle da Qualidade, uma vez que servem para planejar ações

que melhorem a situação ou resolvam problemas. A ligação entre as Sete

Ferramentas do Planejamento da Qualidade e o Ciclo PDCA de Deming fica claro,

quando confrontadas com as fases Plan e Act:

Diagrama de Afinidades;

Diagrama de Relações;

Diagrama de Matriz;

Diagrama de Priorização;

Diagrama de Árvore;

Diagrama do Processo Decisório;

Diagrama de Setas.

O Diagrama de Afinidades tem por objetivo organizar ideias, opiniões, assuntos que

se inter-relacionam, deixando uma posição visual mais amigável aos interessados. A

FIG. 5, a seguir, mostra um exemplo genérico de Diagrama de Afinidades.

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52

Entende-se por Diagrama de Relações a ferramenta que, conforme a FIG. 6, auxilia

na análise de causa e efeito para problemas ou situações complexos. Essa

ferramenta é eficiente quando a sequência correta de ações é crítica para o alcance

dos objetivos.

O Diagrama de Matriz organiza em linhas e colunas eventos ou problemas que

FIGURA 5 – Modelo genérico de Diagrama de Afinidades Fonte: WERKEMA, 1995.

FIGURA 6 – Modelo genérico de Diagrama de Relações. Fonte: WERKEMA, 1995.

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53

necessitam análise. Traz de forma clara a inter-relação e força existentes entre

eventos, através da aplicação de símbolos. A FIG. 7 descobre um modelo de

utilização desse diagrama.

Conforme descrito por Dellaretti Filho (1996), o Diagrama de Priorização define

prioridades entre uma lista de ações ou atividades, utilizando critérios e pesos

definidos. Se utilizado em parceria com o Diagrama de Árvore, descrito a seguir, traz

grande benefício – sendo que o Diagrama de Árvore estabelece meios e o de

Priorização os coloca em ordem.

FIGURA 7– Modelo genérico de Diagrama de Matriz Fonte: WERKEMA, 1995.

FIGURA 8 – Modelo genérico de Diagrama de Priorização. Fonte: WERKEMA, 1995.

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54

A ferramenta Diagrama de Árvore mapeia sistematicamente a sequência de passos

a serem realizados, permitindo uma visão geral da situação. É muito útil quando a

atividade considerada é específica, complicada e não pode ser atribuída somente a

uma pessoa, ou quando a perda de uma atividade é crítica, ou quando obstáculos

levaram ao fracasso tentativas anteriores de desenvolvimento da atividade ou, por

fim, quando é necessário desdobrar a atividade em passos, a fim de atingir os

objetivos determinados (WERKEMA, 1995).

A FIG. 9 mostra o modelo de Diagrama de Árvore.

Quando se tem uma atividade nova ou única, pode-se mapear todos os possíveis

eventos, sejam eles ameaças ou oportunidades, através do Diagrama de Processo

Decisório – FIG. 10. Essa ferramenta também é eficiente quando a pretensão é

padronização de atividades na área de prestação de serviços.

FIGURA 9 – Modelo genérico de Diagrama de Árvore Fonte: WERKEMA, 1995.

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55

Para se ter um bom planejamento do cronograma, usa-se o Diagrama de Setas.

Esse diagrama traz o sequenciamento e a duração de cada atividade, além de, no

conjunto, definir o caminho crítico de um projeto. Conforme Werkema (1995), é muito

útil quando o tempo é um fator crítico, é necessário para a negociação sobre a

duração de um projeto e quando se exige cuidado especial sobre o cronograma do

mesmo.

FIGURA 10 – Modelo genérico de Diagrama de Processo Decisório Fonte: WERKEMA. 1995.

FIGURA 11 – Modelo genérico de Diagrama de Setas Fonte: WERKEMA, 1995.

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56

Para Umeda (1995), as Sete Ferramentas do Controle da Qualidade, constituem

técnicas e são, ao mesmo tempo, fáceis de serem empregadas e trazem bons

resultados. Dellaretti Filho (1996) e Werkema (1995), em suas obras

complementares citam as mesmas ferramentas da qualidade – mantendo o número

de sete. Para esses estudiosos, esse grupo de Ferramentas da Qualidade é muito

eficiente quando aplicado ao Do e ao Check do Ciclo PDCA de Deming:

Análise ou Gráfico de Pareto;

Diagrama de Causa e Efeito, ou Diagrama de Ishikawa, ou Diagrama Espinha de

Peixe);

Histograma;

Gráfico de Controle ou Carta de Controle;

Folha ou Lista de Verificação;

Diagrama de Dispersão;

Estratificação.

Daychoum (2008) desenvolve seu entendimento sobre as Sete Ferramentas da

Qualidade, substituindo da lista anterior apenas a ferramenta Estratificação pela

ferramenta Fluxograma.

Em 1897, Vilfredo Pareto, economista italiano, definiu o Princípio 80/20, o qual

afirmava que 80% do que uma pessoa realizava vinha de 20% do tempo despendido

nessa realização. Ainda seguindo sua teoria, Vilfredo Pareto comprovou que a

maioria da renda e das riquezas (80%) era pertencente à minoria da população

(20%). Assim, tem-se o Princípio de Pareto, ou o Princípio 80/20, ou Análise de

Pareto – a qual pode ser utilizada para observar os problemas e determinar sua

frequência de ocorrência, logo após agindo sobre 20% das ocorrências. Essas

ocorrências definem, pela Análise de Pareto, 80% dos problemas (DAYCHOUM,

2008).

O GRÁF. 1 mostra um exemplo de problemas causados no fluxo de caixa de uma

determinada empresa. Pela análise, deve-se atuar primeiramente nas causas “Nota

fiscal atrasada” e “Cobrança indevida”, os quais representam 80% do problema.

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57

Conforme relato de Daychoum (2008), o Diagrama de Causa e Efeito ou Diagrama

de Ishikawa, FIG. 12, foi desenvolvido por Kaoru Ishikawa em 1943. Também

conhecido por Diagrama Espinha de Peixe, permite a visualização das relações

entre as causas e efeitos de um determinado problema. Evoluindo no decorrer do

tempo, hoje possui uma subdivisão composta por seis “M”, ou:

método;

matéria-prima;

mão de obra;

máquina;

meio ambiente;

medidas.

Esse diagrama permite estruturar de forma hierárquica, por meio do desdobramento,

as causas de um determinado problema.

GRÁFICO 1 - Análise de Pareto Fonte: Desenvolvido pelo autor.

FIGURA 12 – Diagrama de Causa e Efeito Fonte: Adaptado de WERKEMA, 1995.

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58

Para Aguiar (2006), um histograma tem como objetivo apresentar a distribuição de

um conjunto de dados por meio gráfico.

Um histograma auxilia no entendimento dos dados que percolam um valor central.

Na forma de barras, possibilita verificar a distribuição em torno desse valor central e

informa se é necessário que um processo adote medidas para reduzir a variabilidade

(WERKEMA, 1995). O GRÁF. 2 traz um exemplo aleatório de histograma,

comparando a frequência de vendas com a faixa de quantidade de páginas.

051015202530354045

QUANTITADE DE VENDAS POR NÚMERO DE PÁGINAS DE LIVRO

FREQUÊNCIA

GRÁFICO 2 - Modelo de Histograma Fonte: Desenvolvido pelo autor.

14

15

16

17

18

19

20

21

22

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

PontosLCSLCIx

LCS

LCI

x

GRÁFICO 3 - Modelo de Gráfico de Controle Fonte: Desenvolvido pelo autor.

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59

O GRÁF. 3 mostra um modelo genérico de Gráfico de Controle, Ferramenta da

Qualidade que mostra os dados de forma a auxiliar na visualização do estado de

controle estatístico de um processo. De forma gráfica, facilita o entendimento sobre

a estabilidade ou as flutuações de um processo – ao mesmo tempo em que deixa

clara diferença entre causas aleatórias ou assinaláveis para um determinado

processo produtivo (AGUIAR, 2006; DELLARETTI FILHO,1996). Alguns conceitos

precisam ficar claros antes da utilização do Gráfico ou Carta de Controle. O eixo “x”

representa o ponto mediano. A ferramenta exige que sejam definidos limites de

controle inferior e superior, LCI e LCS, respectivamente. Sendo assim, qualquer

ponto fora dos limites superior ou inferior exige plano de ação. Três pontos

ascendentes ou descendentes dentro dos limites de controle exigem plano de ação,

pois caracterizam uma tendência. Cinco pontos aleatórios acima e abaixo da linha

central exigem plano de ação, pois caracterizam um processo fora de controle.

Folha ou Lista de Verificação pode ser uma tabela ou planilha, previamente

composta com itens interessantes à verificação, utilizada para facilitar a coleta de

dados (DAYCHOUM, 2008). Em sua essência, economiza tempo, padroniza e facilita

a análise dos dados, evitando erros de entendimento. É utilizada na observação

sistemática de fenômenos. O mesmo autor define quatro tipos de Folhas de

Verificação:

Lista de Verificação da Existência de Determinadas Condições, a qual possui

apenas a condição “SIM” ou “NÃO”;

Lista de Verificação de Contagem de Quantidades, a qual, além de informar a

existência, ainda discrimina a quantidade ou frequência de aparecimento de

determinada característica;

Lista de Verificação de Classificação de Medidas, que verifica o modo de

distribuição de características mensuráveis;

Lista de Verificação de Localização de Defeitos, muito eficiente na localização de

defeitos ou determinada característica, quando é necessário determinar padrões

de ocorrência.

O Diagrama de Dispersão, segundo Aguiar (2006) e Werkema (1995), confronta

duas variáveis por meio gráfico, de forma a relacionar a interação entre elas. No

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60

exemplo do GRÁF; 4, verifica-se o relacionamento entre a razão Al2O3/NaOH e o

teor de Na2O no processo de produção de Alumina.

A Estratificação agrupa elementos com características iguais ou muito semelhantes,

de modo a classificar um conjunto de dados semelhantes. Segundo Werkema

(1995), os fatores naturais para a Estratificação dos dados são:

equipamentos;

material;

operador;

tempo.

Para exemplificar, a FIG. 13 foi adaptada de Werkema (1995).

GRÁFICO 4 - Exemplo de Gráfico de Dispersão Fonte: AGUIAR, 2006.

Tipo de Dano

Tipo de Roupa

Roupa danificada em uma lavanderia

por Marca de Sabão

Máquina de Lavar

Dia da Semana

FIGURA 13 – Exemplo de Estratificação Fonte: Adaptada de WERKEMA, 1995.

Page 78: O GERENCIAMENTO DA QUALIDADE E SUA RELAÇÃO COM … · utilização do próprio Gerenciamento do Projeto configuram critérios de análise do sucesso do Gerenciamento de Projetos,

61

O Fluxograma, que para Daychoum (2008) substitui a Estratificação nas Sete

Ferramentas da Qualidade, mostra de forma sequenciada as etapas de um

processo. Dessa forma, propicia uma análise global das atividades de um dos

processos em análise, servindo de fonte para verificar pontos de melhoria, gargalos

e falhas. O senso crítico e o conhecimento da causa são essenciais na

representação correta das atividades, sem os quais se podem gerar entendimentos

e ações de forma errônea. A FIG. 14 mostra um exemplo de Fluxograma.

Conforme o SEBRAE (2009), a criação de um fluxograma utiliza, para representar as

etapas do processo, conjuntos de símbolos. Os símbolos mais utilizados, em geral,

são os apresentados na FIG. 15.

FIGURA 14 - Exemplo Fluxograma Fonte: AGUIAR, 2006.

Page 79: O GERENCIAMENTO DA QUALIDADE E SUA RELAÇÃO COM … · utilização do próprio Gerenciamento do Projeto configuram critérios de análise do sucesso do Gerenciamento de Projetos,

62

O SEBRAE (2009) cita como sendo as ferramentas da qualidade:

Brainstorming;

4Q1POC (O que, Quando, Por que, Onde, Como, Quem, Quando);

Diagrama de Causa e Efeito;

Fluxograma;

Gráficos;

Lista de Verificação Simples;

Lista de Verificação de Frequência;

Matriz de Preferência;

PDCA;

Relatório de Auditoria.

O Brainstorming, desenvolvido por Osborn no ano de 1938, é a mais conhecida

técnica de geração de ideias, a qual é baseada em dois princípios e algumas regras.

Os princípios regem que deve haver suspensão do julgamento e que a quantidade

de ideias geradas origina a qualidade das soluções. As regras dizem que se deve:

apresentar as ideias da forma que surgem, sem autocensura;

eliminar qualquer crítica;

estimular todas as ideias, por mais impossíveis que sejam;

criar novas soluções a partir de ideias já apresentadas;

escrever as palavras dos participantes, sem interpretações.

FIGURA 15 – Símbolos utilizados na constituição de um Fluxograma Fonte: SEBRAE, 2009.

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63

Outra Ferramenta da Qualidade disseminada pelo SEBRAE (2009) é o 4Q1POC, ou

as primeiras letras de O QUE, QUANDO, POR QUE, ONDE, COMO, QUEM e

QUANTO. Utilizadas na forma interrogativa, essas palavras auxiliam na visualização

de soluções adequadas para um determinado problema a ser resolvido. Conforme

elaborado abaixo, cada palavra tem o objetivo de trazer a resposta às indagações,

elucidando, de forma simples, tal solução:

O QUE: Qual ação vai ser desenvolvida?

QUANDO: Quando a ação será realizada?

POR QUE: Por que foi definida essa solução (resultado esperado)?

ONDE: Onde a ação será desenvolvida (abrangência)?

COMO: Como a ação vai ser implementada (passos da ação)?

QUEM: Quem será o responsável pela sua implantação?

QUANTO: Quanto será gasto?

Os gráficos apresentados pelo SEBRAE (2009) como sendo uma das Ferramentas

da Qualidade são generalizados, podendo ser utilizados para verificar tendências,

sequências e comparações entre duas variáveis. São do tipo de Linha, de Tempo,

de Barras, Circular ou de Pizza.

As Ferramentas da Qualidade Lista de Verificação Simples e Lista de Verificação de

Frequência são tratadas como Lista ou Folha de Verificação e já foram estudadas

neste trabalho.

A Matriz de Preferência traz os princípios de utilização do Diagrama de Priorização,

tendendo para a organização de ideias ou alternativas, segundo certa ordem ou grau

de preferência.

O PDCA, no entendimento do SEBRAE (2009), é uma Ferramenta da Qualidade.

Porém, no entendimento do autor desta dissertação, o Ciclo de Deming é um

método para solucionar problemas, auxiliar as organizações na manutenção e na

melhoria dos processos de produção de bens, sobre o qual podem ser aplicadas as

Ferramentas da Qualidade – não sendo caracterizado como tal. Da mesma forma,

Aguiar (2006) explana que o PDCA é um método, e não uma Ferramenta da

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64

Qualidade. Também Werkema (1995, p. 20) define que:

[...] o Ciclo PDCA é um método de gestão, representando o caminho a ser seguido para que as metas estabelecidas possam ser atingidas. Na utilização do método poderá ser preciso empregar várias ferramentas para a coleta, o processamento e a disposição das informações necessárias à condução das etapas do PDCA. Estas ferramentas serão denominadas ferramentas da qualidade. (grifamos)

Finalizando sua lista de Ferramentas da Qualidade, o SEBRAE mostra o Relatório

de Auditoria como sendo um formulário utilizado para a verificação da adequação de

padrões ou normas.

2.3.4 O que é o Gerenciamento da Qualidade

O Gerenciamento da Qualidade em projetos busca, como em outras disciplinas, a

satisfação do cliente através do cumprimento de requisitos técnicos e garantia dos

resultados. Mais um ponto semelhante ao de outras disciplinas, como em operações

ou produções contínuas, é que um desvio no Gerenciamento da Qualidade também

pode criar situações de retrabalhos com aumento de custos, deterioração de prazos

e diminuição do lucro, entre outros negativos ao desenvolvimento do projeto

(CLELAND; IRELAND, 2002).

O processo de gestão da qualidade relaciona os atributos e procedimentos a serem

cumpridos pelo projeto para garantir a especificação do escopo com as políticas de

qualidade da organização (RAMOS, 2006).

Historicamente o Gerenciamento da Qualidade vem desenvolvendo-se,

acompanhando, para o PMI, a evolução do conceito de qualidade. O PMBOK 1996

contou com 184 páginas em seu total, sendo oito identificadas em números romanos

e 176 em números arábicos. Desse total de páginas, dez, ou 5,43%, foram

destinadas à Área do Conhecimento Gerenciamento da Qualidade do Projeto.

O Gerenciamento da Qualidade tinha como expressão sintética, em 1996, o que

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65

segue.

Gerenciamento da Qualidade do Projeto inclui os processos necessários para assegurar que o projeto irá satisfazer as necessidades para as quais foi criado. Isso inclui todas as atividades do gerenciamento que determinam as políticas de qualidade, objetivos e responsabilidades, e os implementam através do planejamento da qualidade, controle da qualidade, garantia da qualidade e melhoria da qualidade dentro de um sistema de qualidade (PMI, 1996, p. 83).

Dos 37 processos que constituíam essa obra, três eram destinados ao

Gerenciamento da Qualidade. Eram eles:

Planejamento da Qualidade;

Garantia da Qualidade;

Controle da Qualidade.

Cada um desses três processos possuía entradas, ferramentas e técnicas e saídas,

seguindo o modelo da FIG. 16. Essa disposição foi seguida para as demais edições

e demais Áreas do Conhecimento.

Dessa maneira, os processos destinados a consolidar os esforços do

Gerenciamento da Qualidade para o PMBOK 1996 eram representados conforme a

FIG. 17, a seguir.

Ferramentas e TécnicasEntradas Saídas

FIGURA 16 – Interação Entradas/Ferramentas e Técnicas/Saídas Fonte: Adaptado pelo autor de PMI, 1996.

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66

O Planejamento da Qualidade, capítulo 8.1 do PMBOK 1996, tinha como objetivo a

identificação dos padrões de qualidade relevantes para o projeto e a determinação

de como satisfazê-los. Nesse documento, destacou-se que esse processo é um

facilitador a ser observado no desenvolvimento do plano do projeto e que deve ser

regularmente realizado em paralelo com outros processos de planejamento do

projeto. Outro ponto interessante sobre esse capítulo é a citação sobre a ISO 9000,

e que as técnicas apresentadas são as utilizadas com maior frequência em projetos

– existem muitas outras que podem ser úteis, dependendo do tipo de projeto. As

ferramentas da qualidade listadas nesse capítulo, se levados em conta os estudos

do SEBRAE (2009), Aguiar (2006), Umeda (1995), são:

Benchmarking;

Flowchart;

Diagrama de Causa e Efeito;

Design of Experiments;

Checklist.

Deve-se observar que todos, com exceção de Checklist, que está em saídas,

pertencem às ferramentas e técnicas. Outra observação, que no entendimento do

autor não contempla a realidade, é a inserção do Diagrama de Causa e Efeito (ou de

Ishikawa, ou Espinha de Peixe) como um Flowchart (fluxograma). Essa

FIGURA 17 – Grupo de Processos para o Gerenciamento da Qualidade 1996 Fonte: PMI, 1996.

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67

contemplação ocorre na página 86 do PMBOK 1996.

A Garantia da Qualidade, capítulo 8.2, era alcançada com a implantação de todas as

atividades sistemáticas planejadas dentro do sistema de qualidade para prover a

confiança de que o projeto satisfaria os padrões de qualidade relevantes. Essa

garantia deveria ser zelada durante toda a execução do projeto. Nesse contexto, a

garantia deveria ser provida pela equipe do projeto, além da própria organização

desenvolvedora (Garantia da Qualidade Interna), cliente e outras entidades não

diretamente ligadas ao esforço do projeto (Garantia da Qualidade Externa). Em

termos de ferramentas da qualidade, esse processo apenas cita que as mesmas

ferramentas utilizadas no processo de Planejamento da Qualidade são base de

ferramentas e técnicas da Garantia da Qualidade.

O último capítulo do Gerenciamento da Qualidade, 8.3, Controle da Qualidade,

visava ao monitoramento de resultados específicos do projeto, a fim de determinar

se esses resultados estariam de acordo com os padrões relevantes de qualidade,

além da identificação de maneiras de eliminar as causas de um desempenho

insatisfatório. Também nesse caso, o processo em questão deveria ser executado

durante todo o projeto. Um ponto importante destacado nesse processo é que,

tratando-se de “resultado do projeto”, o foco deveria ser dado aos resultados

relativos ao produto, como relativo às entregas e como relativo ao gerenciamento

(desempenho dos custos e cronograma). Apenas nesse processo, o PMBOK 1996

descreve que os membros da equipe do projeto deveriam ter conhecimento para

trabalhar com controle estatístico da qualidade, assim como amostras e

probabilidade – a fim de auxiliá-los com as saídas do processo de Controle da

Qualidade.

As ferramentas da qualidade listadas nesse capítulo são:

Checklist;

Control Chart;

Pareto Diagrams;

Flowcharting.

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68

Checklist é a única ferramenta da qualidade que se encontra como entrada desse

processo, as demais fazem parte das ferramentas e técnicas.

Inspection, Statistical Sampling e Trend Analysis também são citadas como

ferramentas e técnicas, porém não serão consideradas como ferramentas da

qualidade neste trabalho, uma vez que não são consideradas como tal por SEBRAE

(2009), Aguiar (2006), Umeda (1995).

O PMBOK 2000 contou com 227 páginas em seu total, sendo onze identificadas em

números romanos e 216 em números arábicos. Desse total de páginas, onze, ou

4,85%, foram destinadas à Área do Conhecimento do Gerenciamento da Qualidade

do Projeto.

O Gerenciamento da Qualidade tinha como expressão objetiva, em 2000, a tradução

que segue.

Gerenciamento da Qualidade do Projeto inclui os processos necessários para assegurar que o projeto irá satisfazer as necessidades para as quais foi criado. Isto inclui todas as atividades do gerenciamento que determinam as políticas de qualidade, objetivos e responsabilidades, e os implementam através do planejamento da qualidade, controle da qualidade, garantia da qualidade e melhoria da qualidade dentro de um sistema de qualidade (PMI, 2000, p. 95).

Dos 39 processos que constituíam essa obra, três eram destinados ao

Gerenciamento da Qualidade. Eram eles:

Planejamento da Qualidade;

Garantia da Qualidade;

Controle da Qualidade.

Dessa maneira, os processos destinados a consolidar os esforços do

Gerenciamento da Qualidade para o PMBOK 2000 eram representados conforme a

FIG. 18, a seguir.

A principal modificação entre a versão 1996 e a 2000 foi a inclusão de um

subprocesso no item 8.1 Planejamento da Qualidade. Nesse subprocesso, mais

especificamente na seção 8.1.2 – Tools and Techniques (Técnicas e Ferramentas) –

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69

ocorreu a inclusão do item Custo da Qualidade, demonstrando uma preocupação

por parte do PMI em tratar a variável custo também no processo de qualidade do

projeto. As ferramentas e técnicas para o planejamento da qualidade estão divididas

em cinco blocos, são eles: análise de custo-benefício, benchmarking, fluxograma,

desenho de experiências e custo de qualidade. Na avaliação custo-benefício, recomenda-se que o planejamento deva sempre

considerar essa relação entre os gastos e ganhos de um projeto. Destaca-se que o

primeiro benefício da qualidade é garantir menos retrabalho, o que, na prática,

significa maior produtividade, menores custos e maior satisfação dos clientes.

O benchmarking preconiza que o projeto deva ser comparado com outros projetos

que contribuíram para gerar um padrão de medida do desempenho. As

comparações podem ser feitas com projetos dentro de uma mesma organização ou

fora dela, entretanto, é recomendável que sejam realizadas comparações na mesma

área de aplicação.

O fluxograma é definido como um gráfico que representa como os vários elementos

em um sistema estão relacionados. Entre os principais, destacam-se: diagrama de

causa e efeito, gráfico de fluxo do processo. Um fluxograma pode contribuir para que

FIGURA 18 - Grupo de Processos para o Gerenciamento da Qualidade 2000 Fonte: PMI, 2000.

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70

a equipe do projeto se antecipe e identifique potenciais pontos de falha da qualidade

e atue de maneira preventiva.

Já o desenho de experiências trata-se de uma técnica estatística para determinar

quais fatores influenciam uma variável específica. Designers automobilísticos

utilizam essa técnica para determinar qual a melhor combinação de suspensão e

pneus que proporcionará as características mais desejáveis de transporte a um

custo razoável.

Esses subprocessos abordados na seção de ferramentas e técnicas para

planejamento da qualidade não apresentaram alterações relevantes, todavia é

importante destacar que a edição 2000 apresenta uma abordagem ampliada de um

fluxograma de processo, o que exibe um enriquecimento na utilização de gráficos

para proporcionar um melhor entendimento do assunto.

Entretanto, como já destacado, a principal novidade da versão 2000 realmente é a

inclusão do custo de qualidade, o qual se refere ao total dos custos de todos os

esforços necessários para se obter um produto/serviço de qualidade, incluindo todo

o trabalho para assegurar conformidade com os requisitos do projeto. Dessa forma,

existem três tipos de abordagem aos custos: custo de prevenção, estimativa de

custos e custos de falhas, onde este último grupo é desdobrado em custos internos

e externos (PMI, 2000).

O Gerenciamento da Qualidade tinha como expressão sintética, em 2004, o que

segue.

Os processos de gerenciamento da qualidade do projeto incluem todas as atividades da organização executora que determinam as responsabilidades, os objetivos e as políticas de qualidade, de modo que o projeto atenda às necessidades que motivaram sua realização. Eles implementam o sistema de gerenciamento da qualidade através da política, dos procedimentos e dos processos de planejamento da qualidade, garantia da qualidade e controle da qualidade, com atividades de melhoria contínua dos processos conduzidas do início ao fim, conforme adequado (PMI, 2004, p. 179).

Dos 44 processos que constituíam essa obra, três eram destinados ao

Gerenciamento da Qualidade. Assim como nas edições anteriores, eram o

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71

Planejamento da Qualidade, a Garantia da Qualidade e o Controle da Qualidade. A

FIG. 19, a seguir, apresenta a estrutura apresentada para o gerenciamento da

qualidade nessa versão.

O Planejamento da Qualidade, capítulo 8.1 do PMBOK 2004, mantém o mesmo

objetivo, desde a primeira edição do PMBOK.

Nessa edição, e não nas anteriores, são citados Six Sigma, Failure Mode and Effect

Analysis (FMEA), Desing Review, Voice of Customer, Cost of Quality e Continuous

Improvement. Além de fazer referência, pela primeira vez, a modelos de melhoria de

processos como Malcolm Baldrige, Capability Maturity Model Integration (CMM®) e

Capability Maturity Model Integration (CMMI®).

As ferramentas da qualidade listadas nesse capítulo, se levados em conta os

estudos de SEBRAE (2009), Aguiar (2006), Umeda (1995), são:

FIGURA 19 – Grupo de Processos para o Gerenciamento da Qualidade 2004 Fonte: PMI, 2004.

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72

Benchmarking;

Design of Experiments;

Aditional Quality Planning Tools;

Quality Checklists.

Para Aditional Quality Planning Tools, ou Ferramentas Adicionais de Planejamento

da Qualidade, com base na revisão bibliográfica acima, tem-se Matrizes de

Priorização com uma ferramenta da qualidade elegível. Quality Checklists é a única

que se encontra como saída, as demais fazem parte das ferramentas e técnicas.

O processo Realizar a Garantia da Qualidade, capítulo 8.2, era executado com a

aplicação de atividades de qualidade planejadas e sistemáticas, a fim de garantir

que o projeto empregasse todos os processos necessários para atender aos

requisitos. Um departamento de garantia da qualidade, ou uma organização

semelhante, muitas vezes supervisionava as atividades de garantia da qualidade.

Garantir a qualidade também fornecia uma base para a melhoria contínua.

Em termos de ferramentas da qualidade, esse processo apenas cita Quality

Planning Tools and Techniques (Ferramentas e Técnicas de Planejamento da

Qualidade), referenciando as ferramentas e técnicas utilizadas no capítulo 8.1, e

Quality Control Tools and Techniques (Ferramentas e Técnicas de Controle da

Qualidade), referenciando as ferramentas e técnicas utilizadas no capítulo 8.2,

descrito a seguir.

O último capítulo do Gerenciamento da Qualidade, 8.3, Realizar o Controle da

Qualidade, visava ao monitoramento de resultados específicos do projeto, a fim de

determinar se eles estavam de acordo com os padrões relevantes de qualidade, de

maneira a eliminar as causas de um desempenho insatisfatório. Os padrões de

qualidade incluíam, para essa edição, metas de produtos e processos do projeto. Os

resultados do projeto incluíam entregas e resultados de gerenciamento de projetos,

como desempenho de custos e de prazos.

Assim como o PMBOK 1996 e PMBOK 2000, descreve que os membros da equipe

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73

do projeto deveriam ter conhecimento para trabalhar com controle estatístico da

qualidade, mas enfatizando o conhecimento em amostragem e probabilidade – a fim

de auxiliá-los com as saídas do processo de Controle da Qualidade.

As ferramentas da qualidade listadas nesse capítulo são:

Cause and Effect Diagram;

Control Chart;

Flowcharting;

Histogram;

Pareto Chart;

Scatter Diagram.

Inspection, Run Chart e Statistical Sampling também são citadas como ferramentas

e técnicas, porém não serão consideradas como ferramentas da qualidade neste

trabalho, uma vez que não são consideradas como tal por SEBRAE (2009), Aguiar

(2006), Umeda (1995).

O PMBOK 2008 contou com 496 páginas em seu total. Desse total de páginas, vinte

e seis, ou 5,24%, foram destinadas à Área do Conhecimento Gerenciamento da

Qualidade do Projeto.

O Gerenciamento da Qualidade tinha como expressão sintética, em 2008, o que

segue.

O gerenciamento da qualidade do projeto inclui os processos e as atividades da organização executora que determinam as políticas de qualidade, os objetivos e as responsabilidades, de modo que o projeto satisfaça às necessidades para as quais foi empreendido. Implementa o sistema de gerenciamento da qualidade por meio de políticas e procedimentos com atividades de melhoria contínua de processos realizadas durante todo o projeto, conforme apropriado (PMI, 2008, p. 189).

A definição de Gerenciamento da Qualidade apresentou uma discreta modificação

com a exclusão da seguinte frase: “e dos processos de planejamento da qualidade,

garantia da qualidade e controle da qualidade, de uma maneira geral, sem perda do

sentido do conjunto”.

Page 91: O GERENCIAMENTO DA QUALIDADE E SUA RELAÇÃO COM … · utilização do próprio Gerenciamento do Projeto configuram critérios de análise do sucesso do Gerenciamento de Projetos,

74

Dos 42 processos que constituíram essa obra, três foram destinados ao

Gerenciamento da Qualidade. São eles: Planejar a Qualidade, Realizar a Garantia

da Qualidade e Realizar o Controle da Qualidade. A pequena alteração foi efetuada

no primeiro processo, que deixou de se chamar Planejamento da Qualidade e

passou a se chamar Planejar a Qualidade. A estrutura proposta para a gestão da

qualidade nessa edição pode ser observada na FIG. 20, a seguir.

Entretanto, é importante destacar as alterações mais relevantes entre as edições no

que se diz respeito ao gerenciamento da qualidade do projeto, como a seguir.

Na seção Planejamento, a definição apresentou uma alteração de texto de

identificação dos padrões de qualidade relevantes para o projeto e determinação de

como satisfazê-los (edição 2004) para o processo de identificar os requisitos e/ou

padrões para o projeto ou produto, e documentar como o projeto irá demonstrar

conformidade (edição 2008). Isso denota uma mudança de foco, ou seja, uma

preocupação com as expectativas (requisitos), preocupação com a qualidade além das

fronteiras de um projeto (produto) e preocupação com oficialização (documentação).

FIGURA 20 – Grupo de Processos para o Gerenciamento da Qualidade 2008 Fonte: PMI, 2008.

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75

Na seção Garantia, a definição apresentou uma modificação de texto de aplicação

das atividades de qualidade planejadas e sistemáticas para garantir que o projeto

empregasse todos os processos necessários para atender aos requisitos (edição

2004) para o processo de auditar os requisitos da qualidade e os resultados da

mensuração do controle da qualidade, para assegurar o uso de padrões de

qualidade e definições operacionais apropriados (edição 2008). Tal modificação

evidencia uma troca de conceito que se desloca da aplicação de padrões e

definições (auditoria) para verificação da utilização (realizar a garantia da qualidade).

Na seção Controle da Qualidade, a definição apresentou uma modificação de texto

de monitoramento de resultados específicos do projeto, a fim de determinar se esses

resultados estão de acordo com os padrões relevantes de qualidade e identificar as

maneiras de eliminar as causas de um desempenho insatisfatório (edição 2004) para

o processo de monitorar e registrar os resultados provenientes das atividades de

qualidade, para avaliar a performance e recomendar mudanças que forem

necessárias (edição 2008). A alteração destacada demonstra uma mudança de foco

com a preocupação com o histórico (registrar), preocupação com a qualidade, e não

apenas com os resultados específicos do projeto (qualidade), e preocupação com a

melhoria contínua (recomendar).

2.3.5 NBR ISO 10006

A NBR ISO 10006, datada de dezembro do ano 2000 e válida a partir de 29 de

janeiro do ano 2001, recebeu o nome de Gestão da Qualidade – Diretrizes para a

Qualidade no Gerenciamento de Projetos. Essa norma tem por objetivo “fornecer

diretrizes sobre os elementos do sistema da qualidade no gerenciamento de

projetos, e suplementa as diretrizes dadas na NBR ISO 9004-1”. Tal norma não faz

distinção em sua utilização para projetos de grandes ou pequenos vultos, podendo

ser aplicada a qualquer projeto por profissionais com expertise em Gerenciamento

de Projetos.

No mesmo caminho do PMBOK (2004), a ABNT (2000) descreve que o

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76

desenvolvimento do projeto requer atenção à qualidade tanto do produto a ser

gerado quanto à qualidade dos processos de um projeto. Efeitos significativos

podem ser observados no produto, nas partes interessadas e na organização

desenvolvedora se um desses dois fatores for falho.

Os tópicos da NBR ISO 10006 são compostos de Objetivo, Referências Normativas,

Definições, Características do Projeto, Qualidade em Processos de Gerenciamento

de Projetos, Aprendendo com o Projeto. Além de trazer três anexos, sendo o Anexo

A referente às Práticas de Qualidade em Gerenciamento de Projetos – Referências

às normas da família NBR ISO 9000 –, o Anexo B referente à Utilização de

Avaliações de Progresso para a Qualidade, e o Anexo C referente à Bibliografia.

2.4 Maturidade em Gerenciamento de Projetos

Pela definição do Dicionário Aurélio, a raiz da palavra MATURIDADE está no latim

maturitate. Representa o estado em que há maturação. Idade madura. Perfeição,

excelência e primor (FERREIRA, 2004).

De uma forma mais focada em Gerenciamento de Projetos, segundo PMI (2003),

maturidade em Gerenciamento de Projetos pode ser definida como o grau em que

uma organização pratica o Gerenciamento de Projetos em suas atividades. Esse

grau pode ser determinado pela utilização das boas práticas no gerenciamento de

projetos, programas e portfólio. É fundamental definir e utilizar um modelo de

maturidade em Gerenciamento de Projetos para viabilizar medir o crescimento de

uma organização ou departamento nos aspectos fundamentais dessa ciência.

2.4.1 Project Management Maturity Model (PMMM)

Conforme estudo realizado por Kerzner (2001b), uma empresa pode evoluir sua

maturidade desde um primeiro nível até o quinto nível.

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77

A FIG. 21 mostra os níveis estudados por Kerzner (2001b) para definir a maturidade

em que uma organização pode encontrar-se. Basicamente, os níveis significam:

Nível 1: nesse nível, a organização reconhece a importância do gerenciamento

de projetos e a necessidade do conhecimento básico em gerenciamento de

projetos, bem como suas terminologias;

Nível 2: nesse estágio, a organização verifica a necessidade de processos

comuns, utilizados em todos os projetos;

Nível 3: a organização alcança o Nível 3 quando se conscientiza dos ganhos que

a combinação entre a metodologia de gerenciamento de projetos e outras

práticas utilizadas pela empresa pode trazer;

Nível 4: a organização reconhece que um processo de melhoria é necessário

para manter as vantagens competitivas;

Nível 5: a organização analisa as informações obtidas através da comparação e

decide se essas informações trarão benefícios para o Nível 3.

No mesmo estudo, Kerzner afirma que os níveis podem se sobrepor, ou seja, não há

um limite bem definido na passagem de um nível para outro, podendo uma

organização estar em dois níveis ao mesmo tempo. Apesar disso, a ordem 1º, 2º, 3º,

4º e 5º níveis deve ser seguida, assim como se deve sempre primar pelo término de

todos os níveis, de forma a não se ter qualquer um dos níveis inacabados.

FIGURA 21 – Os cinco níveis da Maturidade em Gerenciamento de Projetos Fonte: KERZNER, 2001b.

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78

Outro ponto levantado por Kerzner é que a aplicação desta ferramenta, PMMM, e a

verificação dos níveis não são padronizadas, ou seja, dependem muito da

organização e de seus recursos humanos. Com isso, obtêm-se resultados diferentes

para diferentes tipos de organizações.

2.4.2 Organizational Project Management Maturity Model (OPM3)

Outro modelo largamente utilizado para analisar, medir e identificar planos de ação

para incremento da maturidade em organizações é o Organizational Project

Management Maturity Model (OPM3), do Project Management Institute (PMI).

Lançado no ano de 2003 e baseado no PMMM de Kerzner, o PMI definiu seu

modelo para medir a maturidade em Gerenciamento de Projetos das organizações,

melhorando o estudo de Kerzner e empregando software para auxiliar na medição

das variáveis e obtenção dos resultados.

O OPM3 possui três princípios de funcionamento:

conhecimento (knowledge) – que deve ser adquirido tendo como ponto de foco o

PMBOK;

avaliação (assessment) – através da qual o OPM3 auxilia a organização a

verificar em quais critérios possui virtudes e fraquezas;

melhorias (improvement) – que são identificadas pelo próprio OPM3 e listadas

por ordem de importância; através desta lista, podem-se definir seus planos de

ação para melhorias e aumento de maturidade em gerenciamento de projetos.

FIGURA 22 – Os três princípios de funcionamento do OPM3 Fonte: PMI, 2003.

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79

O ciclo é contínuo, ou seja, assim que a organização alcançar a melhoria desejada

deverá buscar novos conhecimentos, retornar ao segundo passo (Avaliação) de

forma a verificar seu crescimento e modular novo plano de ação para melhoria

contínua.

Esse modelo leva em consideração a maturidade em Gerenciamento de Projetos,

Gerenciamento de Programas de Projetos e Gerenciamento de Portfólio de Projetos.

O PMI desenvolveu certificações que devem ser adquiridas por pessoas físicas e

jurídicas que pretendem utilizar o método e o software OPM3.

A medição da maturidade se dá seguindo o Knowledge Foundation e aplicando o

software OPM3 na organização (PMI, 2003). Esse software conta com uma

sequência de 151 questões que, após serem inter-relacionadas, definirão as

características e a maturidade em gerenciamento da organização (PMI, 2003).

Gráficos como os apresentados na FIG. 23 trazem essas informações.

FIGURA 23 – Características e maturidade em Gerenciamento de Projetos de uma organização Fonte: Adaptado de PMI, 2003.

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80

O OPM3 apresenta uma forma diferente para verificar a maturidade em

Gerenciamento de Projetos. Em vez de definir níveis de maturidade, como a maioria

dos modelos existentes, define por percentagem e atendimento às boas práticas de

Gerenciamento de Projetos. Dessa forma, tem-se gráficos com o nível relativo de

maturidade, gráficos com a percentagem de maturidade, equiparando

Gerenciamento de Projetos, Programas e Portfólio da organização.

Com base nesse gráfico, apresentado na FIG. 24, verifica-se o crescimento da

maturidade de uma organização baseado em quatro dimensões:

padronização (standardize);

medida (mesure);

controle (control);

melhoria contínua (continuously improve).

Cada um dos tipos de gerenciamento, projeto, programa, portfólio, são verificados

em relação a essas Dimensões.

2.4.3 Modelo de Maturidade em Gerenciamento de Projetos (MMGP) – Modelo

Prado

Prado (1998) define um modelo nacional para verificar a maturidade em

Gerenciamento de Projetos. Para esse autor, seu modelo de medição de maturidade

FIGURA 24 – Sentido do crescimento da maturidade em uma organização Fonte: PMI, 2003.

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81

deve ser aplicado separadamente em cada setor ou departamento de uma

organização. Isso se deve ao fato de que numa mesma organização podemos ter

diferentes locais com diferentes níveis de maturidade em Gerenciamento de

Projetos.

O MMGP, também conhecido como Modelo Prado, é escalonado em cinco níveis de

maturidade, sendo eles os definidos na FIG. 25, a seguir.

Os cinco níveis de maturidade para esse modelo são identificados e caracterizados

no QUADRO 3, a seguir.

2Conhecimento

1Inicial

3Padronização

4Gerenciado

5Otimizado

FIGURA 25 – Dimensões e Níveis de Maturidade do MMGP Fonte: Adaptado de PRADO, 1998.

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QUADRO 3 Níveis de Maturidade e suas características

NÍVEL NOME RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS CENÁRIO TÍPICO ASPECTOS

BÁSICOS ÍNDICE DE SUCESSO

1 Inicial

Nenhuma iniciativa da organização; iniciativas pessoais isoladas; resistência à alteração das práticas existentes.

Gerenciamento de Projetos de forma isolada.

Desalinhamento total. Baixo

2 Conhecimento

Treinamento básico em gerenciamento para os principais envolvidos com o Gerenciamento de Projetos;estabelecimento de uma linguagem comum.

Gerenciamento de múltiplos projetos de forma não padronizada e não disciplinada.

Alinhamento de conhecimentos.

Alguma melhoria

3 Padronização

Metodologia desenvolvida, implantada e testada; informatização de parte da metodologia; estrutura organizacional implantada; iniciativas para alinhamento estratégico.

Gerenciamento de múltiplos projetos de forma agrupada, disciplinada e padronizada; escritório de Gerenciamento de Projetos participando ativamente do planejamento e controle dos projetos.

Existência de padrões.

Melhoria acentuada

4 Gerenciado

Treinamento avançado; consolidação do alinhamento com os negócios da organização; comparação com benchmarking; identificação e eliminação de causas de desvios da meta; metodologia e informatização estabilizados; relacionamentos humanos harmônicos e eficientes.

Gerenciamento de múltiplos projetos de forma agrupada, disciplinada e padronizada; escritório de Gerenciamento de Projetos ativo, mas dando autonomia aos gerentes de projetos.

Os padrões são eficientes.

Melhoria mais acentuada

5 Otimizado

Grande experiência em Gerenciamento de Projetos;sabedoria; capacidade para assumir riscos maiores; preparo para um novo ciclo de mudanças.

Gerenciamento de múltiplos projetos de forma agrupada, disciplinada e padronizada; escritório de Gerenciamento de Projetos atuando como centro de excelência; gerentes de projetos com grande autonomia.

Otimização dos padrões.

Próximo de 100%

Fonte: Adaptado de PRADO, 1998.

O modelo Prado-MMGP trabalha com a equiparação de cada um dos cinco níveis de

maturidade constantes no QUADRO 3, com as dimensões da maturidade

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relacionadas no QUADRO 4, a seguir.

QUADRO 4 Dimensões e Níveis de Maturidade

DIMENSÃO DA MATURIDADE

NÍVEL DE MATURIDADE

1 Inicial

2 Conhecimento

3 Padronizado

4 Gerenciado

5 Otimizado

Conhecimento Dispersos Básicos Básicos Avançado Avançado

Metodologia Não há Tentativas isoladas

Implantada e padronizada Estabilizada Otimizada

Informatização Tentativasisoladas

Tentativas isoladas Implantada Estabilizada Otimizada

Estrutura Organizacional Não há Não há Implantada Estabilizada Otimizada

Relacionamento Humano Boa vontade

Algum avanço

Algum avanço

Algum avanço Maduro

Alinhamento com Estratégias Não há Não há Iniciado Alinhado Alinhado

Fonte: Adaptado de PRADO, 1998.

Nos conceitos do Prado-MMGP, seguem as definições de cada uma das dimensões:

Conhecimento de Gerenciamento – verifica a utilização das práticas de

Gerenciamento de Projetos difundidas e que devem ser levadas em

consideração pela organização ou departamento, entre elas as defendidas pelo

PMI; também contempla a utilização das práticas de gerenciamento empregadas

pela organização como Gerenciamento pela Qualidade Total e PDCA, entre

outras;

Uso da Metodologia – analisa a existência de uma metodologia de

Gerenciamento de Projetos única na organização, podendo ter variações

pequenas para atender às particularidades de cada departamento ou setor;

Informação – visa a identificar o grau de informatização da metodologia;

Estrutura Organizacional – verifica se a escolha da estrutura organizacional está

adequada, a fim de maximizar os resultados e minimizar os conflitos; essa

escolha depende de diversos fatores, entre eles o departamento ou setor em

questão, ramo de atividade da organização, pressão da concorrência;

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84

Relacionamento Humano – o desenvolvimento de projetos está ligado de forma

concreta aos recursos humanos; assim, para que um projeto seja desenvolvido

de forma sustentável é imprescindível que as pessoas ao seu entorno estejam

convenientemente motivadas para o trabalho; essa dimensão verifica os

aspectos de relacionamento humano que afetam todos os envolvidos em projetos

da organização, departamento ou setor;

Alinhamento com Estratégias – essa dimensão verifica o alinhamento dos

projetos com o pensamento estratégico da organização; projetos que não estão

alinhados com o planejamento estratégico da organização certamente estão

fadados ao insucesso ou a serem abortados.

Dessa equiparação, definindo os níveis de aderência da organização, setor ou

departamento às dimensões da maturidade, pode-se definir o nível de maturidade

que melhor representa seu status atual.

2.5 Sucesso no Gerenciamento do Projeto

Atkinson (1999) realiza um levantamento cronológico sobre os conceitos de

Gerenciamento de Projetos publicados ao longo dos tempos. Seu ponto de partida é

a década de 50 e revela que, por todos os conceitos, os critérios de sucesso se

mantêm inalterados, compondo tempo, custo e qualidade. Ou seja, a tríplice

restrição. Esse autor questiona se o motivo de tantos projetos falharem não está

relacionado ao pensamento estagnado em torno da retórica tríplice restrição à qual

os gerentes de projetos estão firmados e propõe adendo. À tríplice restrição, são

incorporadas outras três “categorias de critérios de sucesso”, conforme

detalhamento da FIG. 26: the information system (ou sistema de informação),

organisational benefits (ou benefícios organizacionais) e stakeholders/community

benefits (ou benefícios para os envolvidos e comunidades).

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85

O QUADRO 5 apresenta quais são os critérios que compõem cada categoria, na

visão de Atkinson (1999).

QUADRO 5 The Square Route e os critérios de sucesso

Tríplice Restrição Sistema de Informação Benefícios

Organizacionais Benefícios (Envolvidos

e Comunidades)

Custo Sustentabilidade Aumento da eficiência Satisfação dos usuários

Qualidade Confiança Aumento da efetividade Impacto socioambiental

Tempo Validade Aumento nos ganhos Desenvolvimento pessoal

Qualidade da informação Objetivos estratégicos Aprendizagem profissional

Conhecimento organizacional

Ganhos das contratadas

Redução de perdas Principais fornecedores

Satisfação da equipe do projeto

Impacto econômico na comunidade envolvida

Fonte: Adaptado de ATKINSON, 1999.

Baccarini (1999), afirma ser muito importante que a definição do conjunto de critérios

para medir o sucesso de um projeto seja acordada no início do mesmo. De outra

forma, membros da equipe do projeto podem ter percepções desencontradas –

alguns contemplando o sucesso, enquanto que outros com a certeza de que se trata

FIGURA 26 – The Square Route Fonte: ATKINSON, 1999.

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86

de insucesso. Para esse autor, o sucesso de um projeto divide-se em dois:

sucesso do Gerenciamento de Projeto, o qual é focado nos processos utilizados

durante o projeto, em particular no alcance dos objetivos ligados ao custo, tempo

e qualidade (tríplice restrição); leva em consideração, também, a condução

desses processos de Gerenciamento de Projetos;

sucesso do produto do projeto, o qual é ligado aos efeitos do produto final do

projeto.

Quando se trata, nesse caso, de “produto final do projeto”, pode-se considerar tal

produto como sendo também o resultado de um serviço – caso o projeto em questão

tenha sido desenvolvido para fornecer um serviço.

Baccarini (1999) informa que o sucesso do Gerenciamento de Projeto está

conectado a “entradas” e “saídas”; enquanto que o sucesso do produto do projeto é

produzido por metas e propósitos. Conectando essas diferenças, Baccarini propõe

ainda o uso do método de estrutura lógica, ou Logical Framework Method (LFM),

para criar um modo de detalhar e entender o sucesso de um projeto. A American Aid

Agency desenvolveu o conceito LFM, forma hierárquica de decomposição para

formular os objetivos do projeto, na década de 70, para melhorar o Gerenciamento

de Projetos durante o desenvolvimento de um projeto (Couillard, 1995 apud

Baccarini, 1999).

A FIG. 27 generaliza a proposta de Baccarini para definir o sucesso do projeto.

FIGURA 27 – Ligação entre LFM e sucesso do projeto Fonte: BACCARINI, 1999.

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87

Goal ou meta traz o racional que existe por trás do projeto e descreve seus objetivos

de longo prazo.

Purpose ou propósito demonstra o objetivo do projeto e define as saídas do mesmo.

O sucesso alcançado através do propósito do projeto pode ser medido em termos de

satisfação das necessidades do usuário, decorrente do produto do projeto.

Outputs ou saídas são os resultados imediatos, específicos e tangíveis ou as

entregas produzidas pelas atividades do projeto. As saídas demonstram o que o

projeto produzirá.

Por último, inputs ou entradas são insumos ou fontes e atividades necessárias para

entregar cada saída do projeto. As atividades explanam como o projeto será

desenvolvido.

Continuando seu estudo, Baccarini (1999) define três componentes-chave para o

sucesso do Gerenciamento de Projeto. São eles:

alcançar os objetivos da tríplice restrição (entradas e saídas do projeto);

a qualidade dos processos do Gerenciamento de Projetos;

satisfazer as necessidades dos stakeholders, quando elas estão relacionadas ao

Gerenciamento de Projetos.

Já o sucesso do produto do projeto está relacionado aos seguintes componentes-

chave:

alcançar os objetivos estratégicos organizacionais da entidade desenvolvedora

(metas do projeto);

satisfazer as necessidades do usuário (propósito do projeto);

satisfazer as necessidades dos stakeholders, quando elas estão relacionadas ao

produto.

Dobson (1999) define que os projetos têm sucesso por:

possuir uma equipe comprometida;

metas reais, definidas em consenso;

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88

usar as ferramentas do Gerenciamento de Projetos como “meios” e não “fins”.

Cleland e Ireland (2002, p. 2) discorrem: “os conceitos relativos aos termos sucesso

e fracasso, assim como beleza, estão nos olhos de quem os vê”. Nesse caso, no

contexto de Gerenciamento de Projetos, a palavra sucesso é utilizada para denotar

o alcance de alguma coisa que se desejava, que foi planejada ou tentada – ligada ao

prazo, orçamento e adequação estratégica ou operacional à missão, aos objetivos e

às metas da organização.

Para se determinar o sucesso ou o fracasso é necessário que, no decorrer do

projeto, os padrões de desempenho sejam comparados aos resultados que vão

sendo apresentados, sendo que a percepção de sucesso ou fracasso depende dos

diferentes stakeholders (CLELAND; IRELAND, 2002).

Os fatores que evidenciam sucesso para esses autores são:

o trabalho do projeto foi cumprido de acordo com o prazo e o orçamento;

os resultados globais foram cumpridos dentro do prazo e do orçamento;

os resultados do projeto foram entregues ao cliente, que os considera adequados

à missão, aos objetivos e às metas da empresa;

os stakeholders estão satisfeitos com o modo pelo qual o projeto foi administrado

e com os resultados;

os membros da equipe do projeto acreditam que o fato de terem participado dele

foi uma experiência valiosa.

Complementando, Cleland e Ireland (2002) descrevem fatores que contribuem para

o sucesso de um projeto, relatando o que segue:

acompanhamento adequado da alta direção;

planejamento efetivo no início;

desenho organizacional apropriado;

autoridade e responsabilidade delegadas;

sistema eficiente de monitoração, avaliação e controle do uso de recursos do

projeto;

planejamento eficaz de contingências;

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89

participação intensa da equipe de projetos quanto à tomada e à execução de

decisões no projeto;

objetivos realistas quanto a custo e programação;

compromisso do gerente de projetos em estabelecer objetivos técnicos de

desempenho;

compromisso do gerente de projetos em estabelecer orçamentos e cronograma;

compromisso do gerente de projetos em estabelecer aplicações de modernos

conceitos e processos gerenciais;

sistema adequado de informações gerenciais.

Concordando com Baccarini (1999), Diallo e Ethuillier (2004) entendem que, para o

gerente de projetos, a dimensão de avaliação do sucesso corresponde a restrições

tradicionais, ou seja, um projeto é considerado um sucesso se foi implementado

atendendo à tríplice restrição (tempo, custo e qualidade). Para esses autores, isso

se deve às bases de construção e engenharia – as quais o Gerenciamento de

Projetos se estruturou ao longo de séculos. Discorrem que o sucesso de um projeto

não deve ser analisado somente em como a equipe do projeto gerenciou uma

entrada para que se transformasse em uma saída, ou “sucesso do Gerenciamento

de Projetos”, mas também devem ser avaliados quais eram os objetivos iniciais e o

resultado obtido, ou “sucesso do projeto”.

Uma revisão literária traz diferentes pontos de vista de estudiosos, sobre as

dimensões de avaliação de sucesso, dessa forma, torna-se possível agrupar

aquelas que são mais frequentemente citadas (DIALLO; ETHUILLIER, 2004):

consideração à tríplice restrição;

satisfação do cliente;

satisfação dos objetivos;

impactos do projeto;

aumento das habilidades organizacionais, proporcionadas pelo projeto;

retornos financeiros (no caso de projetos na área privada);

retornos econômicos ou sociais (no caso de projetos do setor público);

inovações trazidas pelo projeto.

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90

Para Jugdev e Muller (2005), “sucesso” é um termo difícil de definir, visto que denota

diferentes conceitos para diferentes pessoas. Esses professores discorrem em sua

obra que a visão sobre sucesso em projetos tem mudado através dos anos.

Inicialmente, tinha-se o conceito de que sucesso estava relacionado à

implementação das fases do ciclo de vida do projeto, e a evolução trouxe conceitos

de sucesso sobre todo o desenvolvimento do projeto e sobre o ciclo de vida do

produto. Seu estudo visou a realizar uma retrospectiva dos últimos quarenta anos

sobre “sucesso em projetos”. No seu primeiro entendimento, Jugdev e Muller (2005)

definem que o Gerenciamento de Projetos tem um valor estratégico quando uma

conexão clara é estabelecida entre quão eficiente e eficazmente um projeto é

realizado e quanto os resultados desse projeto agregam valor à organização ou ao

negócio. Porém, se o sucesso do projeto em questão está limitado às variáveis

custo, tempo e escopo, e a ligação entre o valor do resultado do projeto é esquecido,

então o Gerenciamento de Projetos é percebido apenas num plano operacional.

Cabe aqui esclarecer que Jugdev e Muller (2005), mais adiante em seu trabalho,

fazem referência à tríplice restrição, a qual é composta por custo, tempo e

“qualidade”, configurando, assim, um equívoco entre “escopo” e “qualidade”.

As mudanças estudadas por Jugdev e Muller (2005) são classificadas em quatro

períodos, descritos a seguir.

Período 1: Implementação do projeto e Entrega (entre as décadas de 60 e 80).

Nesse período, o sucesso do projeto era definido pela implantação, com foco no

tempo, custo e especificações, uma vez que eram de fácil utilização e já faziam

parte do contexto das organizações. Os gerentes de projetos focavam em ter o

projeto finalizado, tendo certeza de que o produto ou serviço era funcional, e em

entregar os mesmos ao cliente.

Período 2: Listas de Fatores Críticos de Sucesso (entre as décadas de 80 e 90).

Nesse período, o foco era desenvolver listas de Fatores Críticos de Sucesso ou

Critical Success Fators (CSF). A literatura da época focava na importância da

satisfação dos envolvidos como um indicador de sucesso do projeto. Com a

conclusão do projeto, o foco passava dos critérios de encerramento para os critérios

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91

de satisfação.

Período 3: Sistemas de Fatores Críticos de Sucesso (entre os anos 1990 e 2000).

Aqui, sistemas com base na premissa de que o sucesso do projeto depende dos

envolvidos foram desenvolvidos. A crença de que o sucesso envolve interação entre

aqueles que entregam e aqueles que recebem também foi firmada nessa época.

Sucesso era interpretado como “projeto finalizado de acordo” e “Gerenciamento de

Projetos aplicado apropriadamente para alcançar essa finalização”. O foco era dado

ao nível operacional.

Período 4: Gerenciamento de Projetos Estratégico (Século XXI). Nessa última

análise de Jugdev e Muller (2005), há a previsão de ampliação da definição de

sucesso, especialmente com direcionamento às fases do ciclo de vida do projeto, ao

produto e ao aumento da compreensão da importância do entendimento de sucesso

para os envolvidos no projeto. Pela revisão da literatura desta época, Jugdev e

Muller (2005) definem quatro condições necessárias, mas não suficientes para o

sucesso do projeto. São elas:

1. os critérios de sucesso devem ser acordados com os envolvidos no projeto antes

do início do mesmo e devem ser revistos, repetidamente, durante o

desenvolvimento do projeto;

2. uma relação de trabalho colaborativa deve ser mantida entre o cliente, o

patrocinador e o gerente de projetos, com todos visualizando o esforço de projeto

como uma parceria;

3. o gerente de projetos deve possuir flexibilidade em situações inesperadas, assim

como deve esperar que o cliente lhe dê orientações de como imagina que o

projeto possa ser finalizado da melhor forma possível;

4. o cliente e o patrocinador do projeto devem ter interesse no desempenho do

projeto.

Para Diallo e Ethuillier (2005), o sucesso de um projeto está fortemente ligado à

confiança, comunicação e à cooperação entre os envolvidos. Esses autores

avaliaram o sucesso em projetos com foco em cinco tipos de stakeholders:

coordenador do projeto, gerente de tarefas, supervisor, equipe do projeto e

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92

empresas envolvidas, porém não deixam de citar como ponto de atenção, também,

a população beneficiada e o governo do país onde o projeto está sendo implantado.

Para chegar à conclusão de que comunicação, confiança e cooperação são pontos

que influenciam o sucesso, realizaram um estudo empírico em um projeto

desenvolvido por agências de desenvolvimento multilateral, como USAID, the

French Cooperation e CIDA.

Hyväri (2006) define uma pesquisa de campo onde testa os resultados de pesquisas

realizadas anteriormente. Como resultado, identifica que os fatores críticos de

sucesso do Gerenciamento de Projetos estão intimamente ligados ao tamanho da

organização, tamanho do projeto, tipo da organização desenvolvedora do projeto e à

experiência do gerente de projetos em definir e combater as ameaças ao sucesso.

Para essa pesquisa empírica, foram definidos cinco grupos de fatores que implicam

em sucesso/insucesso, sendo eles relacionados ao/à:

projeto;

gerente de projetos/liderança;

membro da equipe do projeto;

organização;

ambiente.

Quanto maior o tamanho da organização, mais o sucesso do projeto estará ligado à

capacidade de comunicação da equipe do projeto. Quanto menor o tamanho do

projeto, em termos de custo e número de atividades, mais o sucesso ou insucesso

do projeto estará ligado à aplicação de capital e recursos corretos. Quanto maior o

talento e a experiência do gerente de projetos, maior a possibilidade de sucesso de

um projeto.

O conceito de ciclo de vida do projeto auxilia a clarear a razão pela qual diferentes

fatores podem ser mais importantes para o sucesso do projeto em diferentes tempos

e fases do mesmo (HYVÄRI, 2006).

Em termos de ciclo de vida de um projeto, a comunicação é o fator que mais

aparece como crítico para o sucesso de um projeto – aparecendo em todas as fases

Page 110: O GERENCIAMENTO DA QUALIDADE E SUA RELAÇÃO COM … · utilização do próprio Gerenciamento do Projeto configuram critérios de análise do sucesso do Gerenciamento de Projetos,

93

em primeiro lugar – com exceção da fase de definição, segundo a pesquisa de

Hyväri (2006). Na fase de definição, o fator missão do projeto é o mais importante.

Orientação do cliente é o fator que aparece como segundo ou terceiro mais

importante em todas as fases, exceto em implantação e controle. O fator aceitação

do cliente é citado como (importante) nas fases de definição e encerramento. O de

resolução de problemas é citado como (importante) para as fases de implantação e

controle.

Pinto e Slevin (1988 apud BELLOUT; GAUVREAU, 2004) definem os dez fatores de

sucesso do projeto, conforme QUADRO 6.

QUADRO 6 Fatores de sucesso por Pinto e Slevin (1988)

Fator de Sucesso Descrição

Missão do projeto Objetivos claros e direção geral definidos no início.

Suporte da alta gerência Recursos, autoridade e poder para a implantação.

Cronograma e planos Especificações de implantação detalhadas.

Consulta ao cliente Comunicação com, e consulta a todos os envolvidos.

Pessoal Recrutamento, seleção e treinamento do pessoal.

Tarefas técnicas Conhecimento e habilidades com a tecnologia requerida.

Aceitação do cliente Venda do produto final para o cliente final.

Monitoração e retorno Controle compreensivo e no tempo certo.

Comunicação Fornecimento da informação, no tempo correto, para o usuário final.

Correção de problemas Habilidade para lidar com problemas inesperados.

Fonte: Adaptado de BELLOUT; GAUVREAU, 2004.

Num estudo focado em projetos desenvolvidos por empresas de base tecnológica de

pequeno e médio porte, Toledo et al (2008) identificam fatores críticos de sucesso

como as atividades de pré-desenvolvimento, a correta avaliação do potencial de

mercado, o desenvolvimento de habilidades gerenciais e de relacionamento do

gerente ou líder de projeto. Os autores decompõem, ainda, o fator crítico de sucesso

“atividades de pré-desenvolvimento”, visto que essa fase tem grande impacto em

indicadores de desempenho de custo, qualidade do projeto e do tempo para

desenvolvimento e lançamento do produto:

atividades de avaliação do mercado;

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94

geração e análise de ideias;

desenvolvimento do conceito de novos produtos.

Como resultado da pesquisa de campo desses autores, os projetos de sucesso

tendem a ser aqueles nos quais as avaliações de mercado foram bem realizadas e

os requisitos dos usuários foram traduzidos corretamente em especificações do

novo produto.

Muitos são os estudos publicados sobre sucesso em projetos. Alguns tantos

distinguem sucesso do Gerenciamento de Projetos do sucesso do projeto. Outros

propõem estruturas e listas para buscar, identificar e comprovar esses sucessos.

2.6 Insucesso no Gerenciamento do Projeto

Muitas são as causas que trazem, ao final, como efeito, o insucesso de um projeto

ou de seu gerenciamento. Um exemplo de insucesso de Gerenciamento de Projetos

que resultou no fracasso do projeto é trazido à discussão por Kloppenborg e Petrick

(2004). Em uma agência governamental do centro-oeste americano, um projeto

iniciado para facilitar a comunicação da população, via telefone, com o serviço

público possuía muitos aspectos que conduzem um Gerenciamento de Projetos ao

sucesso: era bem intencionado, tinha apoio governamental, tinha recursos

financeiros. Porém, o mesmo configura um exemplo clássico de fracasso:

pela falta de comunicação com os principais stakeholders;

pela falta de comprometimento que poderia ter sido firmado no seu início pela

assinatura de um Project Charter;

devido à equipe do projeto ter iniciado um projeto que ela “pensava” que seus

clientes precisavam – sem ter antes perguntado a eles.

Segundo Shore (2008), projetos falham na prática, apesar da significante evolução

observada nos processos de planejamento, execução e controle de projetos.

Dobson (1999) define que os projetos falham por:

falta de autoridade do gerente do projeto;

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95

carência de participação da equipe do projeto;

relatórios pobres;

carência de habilidade das pessoas;

metas e cronogramas não realísticos.

Para Cleland e Ireland (2002), a palavra fracasso é empregada quando a condição

de não alcançar alguma coisa que se desejava, que foi planejada ou tentada é

verificada. Porém, na opinião desses autores, um projeto pode ser considerado

aceitável mesmo quando os resultados relativos aos custos e aos prazos não

tenham sido os alcançados, conforme o planejado.

Os fatores que evidenciam fracasso para esses autores são:

o projeto excedeu os custos e/ou a programação;

o projeto não é adequado à missão, aos objetivos e às metas da empresa;

permitiu-se que o projeto fosse além do ponto em que os resultados seriam

necessários para cumprir as expectativas do cliente;

foram aplicados processos inadequados de gerenciamento de projetos;

foi feito um desenho errado dos padrões técnicos de desempenho do projeto;

os stakeholders ficaram insatisfeitos com o andamento do projeto e/ou os

resultados obtidos;

a alta administração não deu suporte ao projeto;

pessoas não qualificadas trabalharam na equipe do projeto;

o projeto cumpriu as exigências, mas não resolveu as necessidades do negócio.

Complementando, Cleland e Ireland (2002) descrevem fatores que contribuem para

o fracasso de um projeto, relatando o que segue:

relatórios inadequados de status/progresso;

acompanhamento insuficiente da alta administração;

falta de competência do administrador de projetos com relação ao entendimento

da tecnologia, à capacidade administrativa, à habilidade em comunicar-se, à

capacidade interpessoal, à capacidade de tomar decisões e à visão limitada;

má relação com os stakeholders de projeto;

má relação com o cliente;

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falta de participação da equipe de projetos na tomada e na execução de

decisões;

recursos inadequados;

planejamento insuficiente;

manejo inadequado no gerenciamento de mudanças;

cronogramas não realistas;

subestimação dos custos;

opinião pública desfavorável;

conclusão do projeto fora do prazo;

falta de apoio da diretoria-executiva;

falha em manter a alta administração informada;

ineficiência no emprego de recursos;

definição deficiente de autoridade e responsabilidade para a equipe do projeto;

falta de dedicação por parte dos membros da equipe.

Vargas (2007) aponta diversas causas de fracasso em projetos. Metas e objetivos

mal estabelecidos ou mal compreendidos; pouca compreensão da complexidade do

projeto; número de atividades para realizar o projeto incompatível com o tempo

determinado; estimativas financeiras pobres e incompletas; projeto baseado em

dados insuficientes ou inadequados; sistema de controle do projeto inadequado;

surgimento de círculos de poder paralelos aos previamente estabelecidos; grande

dependência do uso de softwares de gestão de projetos; estimativas realizadas com

base no empirismo e não em dados históricos ou análises estatísticas; treinamento e

capacitação inadequados; falta de liderança do gerente do projeto; tempo

inadequado para o planejamento e estimativas; planejamento inadequado de

recursos humanos, materiais e de equipamentos; escopo mal planejado;

expectativas do cliente; falta de habilidades das pessoas envolvidas nas atividades

do projeto; falta de definição dos padrões de trabalho.

Pela opinião de Shore (2008), estudos sobre falhas em projetos são limitados pela

disposição das organizações em rever e discutir suas falhas. Muitas informações

imprescindíveis para diminuir os insucessos em projetos são mantidas em sigilo, a

fim de proteger as próprias organizações, suas equipes, seus gerentes de projetos,

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97

suas marcas, market share ou investimentos.

Shore (2008) identifica propensões, inclinações ou tendências, através de uma

revisão bibliográfica, as quais são potencializadoras de insucesso em projetos. São

elas:

informações disponíveis;

conservadorismo;

aumento do comprometimento;

pensamento em grupo;

ilusão de controle;

excesso de confiança;

foco nas notícias recentes;

percepção seletiva;

custo perdido.

Para verificar essas tendências, Shore (2008) realizou a submissão de oito casos de

projetos que falharam à análise de 22 profissionais. Os projetos analisados são:

construção da aeronave Airbus 380;

projeto de tráfego fluvial Coast Guard Maritime Domain Awareness;

desastre do ônibus espacial Columbia;

projeto de sistema de bagagem do Aeroporto de Denver;

projetos NASA Mars Climate Orbiter e Mars Polar Lander;

introdução de uma nova droga “Vioxx” no mercado;

desenvolvimento e comercialização do Microsoft Xbox 360;

sistema de comunicação da Polícia de New York.

A conclusão do estudo deu-se com a observação de que quatro das nove

tendências foram citadas mais frequentemente pelo grupo de 22 profissionais. São

elas:

o conservadorismo, ou a falha em considerar novas informações;

a ilusão de controle, ou a sensação de que se está no controle da situação

quando não se está;

a percepção seletiva, ou a diferença de percepção por observadores diferentes

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98

sobre um mesmo assunto;

o custo perdido, ou a incapacidade de aceitar que os custos incorridos no início

do projeto não podem ser mais recuperados, não podendo ser base para

decisões futuras.

Por outro lado, outras duas das nove tendências são citadas esporadicamente,

sendo elas pensamento em grupo e excesso de confiança. Foco nas notícias

recentes e informações disponíveis são citadas apenas uma vez cada como

tendências de insucesso dos projetos estudados. Aumento do comprometimento não

é citado em nenhum dos oito casos estudados.

É uma constante entre os autores aqui estudados que o sucesso, ou fracasso, de

um projeto, ou do Gerenciamento de Projetos, está altamente ligado à percepção e à

expectativa dos envolvidos. Várias são as listas de fatores de sucessos, estruturas

para definir sucesso ou fracasso, situações estudadas que culminaram em diversos

parâmetros para medir sucesso ou fracasso, mas na sua maioria ainda deixam

espaço para uma maior compreensão de quando se deve utilizar a palavra sucesso

ou a palavra fracasso.

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3 METODOLOGIA

O objetivo deste capítulo é apresentar o método de pesquisa, as variáveis, o plano

amostral, procedimento de coleta de dados e os métodos de análise.

Sucesso, Gerenciamento de Projetos e Gerenciamento da Qualidade do Projeto

formulam conceitos complexos, conforme denotado na revisão bibliográfica deste

trabalho. Dessa forma, optou-se por definir e seguir uma estratégia de pesquisa em

etapas.

Na Primeira Etapa ou Revisão Bibliográfica, buscou-se por trabalhos que

trouxessem informações relevantes sobre o maior número possível de temas ligados

ao Gerenciamento de Projetos como maturidade, ferramentas, métodos, entidades

desenvolvedoras. Também foi foco de estudo o tema Gerenciamento da Qualidade

em Projetos, buscando por históricos, ferramentas da qualidade, conceitos

consolidados, normas e técnicas. O sucesso e o fracasso foram analisados de forma

a separar estudos focados no sucesso e estudos focados no fracasso – buscaram-

se informações relevantes, fatores críticos de sucesso, as opiniões e críticas

acadêmicas e práticas sobre o assunto. A visão crítica trouxe algumas vezes

comentários que corrigem ou complementam os textos estudados.

Os maiores pontos de apoio para essa revisão bibliográfica foram trabalhos

acadêmicos publicados em periódicos renomados e orientados ao Gerenciamento

de Projetos (não se limitando a estes).

Na Segunda Etapa ou Preparação para Coleta de Dados, com o intuito de coletar

dados e direcionar a pesquisa para o trinômio Gerenciamento de Projetos,

Gerenciamento da Qualidade em Projetos e sucesso, desenvolveu-se um

questionário estruturado. Tal questionário foi construído com base na revisão

bibliográfica realizada na primeira etapa.

Com a Terceira Etapa, ou Coleta de Dados, o questionário desenvolvido na segunda

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100

etapa foi então enviado a três profissionais para que validassem o mesmo.

Após a realização de adaptações, seguindo a orientação dos profissionais, o

questionário foi enviado a grupos de pessoas e organizações envolvidas com o

Gerenciamento de Projetos para que pudesse buscar as diferentes posições e

opiniões, considerando as diferentes culturas, maturidades em Gerenciamento de

Projetos, tamanho das organizações participantes, conhecimento de Gerenciamento

de Projetos das pessoas participantes e tipos de projetos desenvolvidos. Com o

intuito de maximizar o retorno dos questionários, foram sorteados dois livros àqueles

que devolveram questionários válidos. O autor, por solicitação, filiou-se a um chapter

do PMI e doou mais um livro à biblioteca de outro chapter.

Na Quarta e última etapa, referenciada como Análise de Dados, os questionários

recebidos foram analisados de forma a identificar quais eram válidos. Realizou-se a

tabulação das respostas e análise dos resultados obtidos.

3.1 Método de Pesquisa

“Os métodos de pesquisa que escolher determinarão o que você verá, pois cada

método traça um caminho diferente e revela diferentes relações” (SELLTIZ;

WRIGHTSMAN; COOK, 1987, p. 1).

A concepção de uma pesquisa, termo utilizado por Malhotra (2006), especifica

detalhes dos procedimentos utilizados para coletar as informações indispensáveis à

estruturação e solução do problema de pesquisa.

Em sua obra, Malhotra (2006) classifica a pesquisa ou como exploratória ou como

conclusiva e subdivide conforme a FIG. 28.

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101

Para Martins (2007), há um número muito grande de diferentes gêneros de pesquisa

(empírico-analíticos, fenomenológico-hermenêuticos, observacionais, experimentais,

exploratórios ou formuladores, bibliográficos, correlacional, de campo, survey,

estudo de caso, psicodrama, sociodrama, entre outros). Em um levantamento não

exaustivo sobre os principais tipos de estudos, Martins (2007) esclarece que duas ou

mais modalidades de pesquisas podem ser combinadas, de forma a dar atenção aos

objetivos do trabalho de pesquisa.

Malhotra (2006) concorda, argumentando que há a possibilidade de incluir-se mais

de um tipo de concepção de pesquisa. Segundo esse autor, a combinação depende

da natureza do problema de pesquisa.

Como proposta, esse estudo seguiu o conceito de pesquisa exploratória, seguida da

concepção de pesquisa conclusiva do subtipo descritiva transversal simples.

Segundo Triviños (1987), a pesquisa exploratória auxilia no aumento da experiência

e do conhecimento em torno de um determinado assunto. Tem-se por objetivo

aprofundar o tema em questão, a fim de obter maior conhecimento sobre o mesmo.

Concepção da pesquisa

Concepção da Pesquisa 

Exploratória

Concepção da Pesquisa Conclusiva

Pesquisa Descritiva

Pesquisa Causal

Concepção Transversal

Concepção Longitudinal

Concepção Transversal Simples

Concepção Transversal Múltipla

FIGURA 28 – Classificação das concepções de pesquisa Fonte: MALHOTRA, 2006.

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Para Malhotra (2006), a pesquisa exploratória é um tipo de concepção de pesquisa,

a qual auxilia a compreensão da situação-problema explorada pelo pesquisador.

Conforme Barros & Lehfeld (1990), a pesquisa exploratória visa a definir o problema

com maior precisão. Como métodos para desenvolver-se uma pesquisa exploratória,

tem-se levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiveram

experiências práticas com o problema pesquisado e análise de exemplos que

estimulem a compreensão.

Na estrutura geral da concepção da pesquisa, a pesquisa exploratória configura a

etapa inicial, sendo que, na maior parte dos casos, ela deve ser complementada por

pesquisas descritivas ou causais (MALHOTRA, 2006).

Malhotra (2006) discorre que a pesquisa conclusiva é um tipo que auxilia na

determinação, avaliação e seleção do melhor curso de ação em determinada

situação. A pesquisa descritiva está preocupada em descrever as características de

grupos relevantes. Já um estudo transversal simples é aquele “no qual é extraída da

população-alvo uma amostra de entrevistados e as informações são obtidas dessa

amostra somente uma vez” (MALHOTRA, 2006, p. 103).

Este trabalho tem natureza exploratória, pois executa levantamentos bibliográficos, a

fim de definir o problema com precisão. Também realiza a busca de experiências

práticas, através da aplicação de questionários a profissionais da área e traz o

aumento do conhecimento sobre o assunto sucesso em Gerenciamento de Projetos.

O fechamento é dado com a avaliação do retorno da amostra da população-alvo, a

qual está diretamente em contato com o tema da pesquisa, o que configura a

concepção de pesquisa conclusiva, descritiva, transversal e simples.

3.2 Variáveis

Todo pesquisador manipula ou observa variáveis, as quais são qualidades que se

deseja estudar com o intuito de se chegar a conclusões sobre as mesmas (SELLTIZ;

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103

WRIGHTSMAN; COOK, 1987).

Dessa forma, os conjuntos de variáveis da FIG. 29 serão inter-relacionados, a fim de

seguir ao objetivo desta dissertação.

Segundo Selltiz, Wrightsman e Cook (1987), variáveis dependentes são os efeitos

das variáveis independentes que, por sua vez, são as causas. Neste trabalho

acadêmico, percepção de sucesso do projeto representa a variável independente,

enquanto que sucesso do Gerenciamento de Projetos constitui variável dependente.

As variáveis intervenientes, segundo Martins (2007), são aquelas que podem

reforçar, modificar ou eliminar a relação das variáveis independentes e dependentes.

Para este trabalho, Gerenciamento de Projetos e Gerenciamento da Qualidade são

as variáveis intervenientes.

Nesta pesquisa, as variáveis consideradas estão restritas aos conceitos

relacionados no QUADRO 7, a seguir.

Percepçãode Sucesso do Projeto.

Gerenciamentode Projetos;

Gerenciamento da Qualidade.

Sucesso no Gerenciamento de Projetos

FIGURA 29 – Construto “Variáveis Independentes, Intervenientes e Dependentes” Fonte: Desenvolvido pelo autor.

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QUADRO 7 Descrição das Variáveis Independentes, Intervenientes e Dependentes

Gerenciamento da Qualidade

Utilização do Gerenciamento da Qualidade

Compreende o grau de utilização das ferramentas existentes para gerenciar a qualidade, sejam elas conceitos, técnicas ou softwares desenvolvidos com foco em qualidade.

Gerenciamento da Qualidade Compreende o planejamento, a garantia e o controle da qualidade, em um esforço desenvolvido através de uma metodologia de gerenciamento de projetos.

Conceitos de Qualidade Compreendem todos os estudos, técnicas e conceitos com cunho fundamentado, largamente testado e aceito nas organizações.

Metodologia de Gerenciamento de Projetos

É um grupo de processos que, relacionados, formam a base para o desenvolvimento de um projeto.

Gerenciamento de Projetos

Gerenciamento de Projetos Gerenciamento de Projetos é o ramo da Administração utilizado para desenvolver um projeto, dentro do seu ciclo de vida (PRADO, 1998).

Maturidade em Gerenciamento da Qualidade

Idêntica à Maturidade em Gerenciamento de Projetos, a Maturidade em Gerenciamento da Qualidade significa o grau em que uma organização utiliza o Gerenciamento da Qualidade em sua rotina de trabalhos ligada ao Gerenciamento de Projetos.

Ciclo de Vida de um Projeto. Compreende a divisão de um projeto em fases, a fim de oferecer um melhor controle gerencial do mesmo.

Sucesso no Gerenciamento de Projetos

Efetividade no Gerenciamento de Projetos

Define o alcance dos resultados esperados, conforme planejados, sem minorar ou majorar resultados, sejam eles relativos a escopo, tempo, custo, qualidade, comunicação, recursos humanos, riscos, aquisições ou relativos à integração entre essas áreas.

Percepção do Sucesso Percepção, pelos stakeholders, de sucesso nos esforços relacionados a projetos.

Fonte: Desenvolvido pelo autor.

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3.3 População e Plano Amostral

“Uma população é o agregado de todos os casos que se adéquam a algum conjunto

de especificações predeterminadas” (SELLTIZ; WRIGHTSMAN; COOK, 1987, p. 81).

Para Martins (2007), uma população compreende o conjunto de indivíduos ou

objetos que apresentam determinadas características comuns que interessam à

pesquisa.

Ainda com base em Selltiz, Wrightsman e Cook (1987), um único membro de uma

população denomina-se “elemento”. Já a seleção de alguns dos elementos dessa

população, com a intenção de descobrir algo sobre a mesma, denomina-se

“amostra”. Pesquisar uma amostragem da população e não sua totalidade traz

benefícios em termos de esforços e custos.

Já para Martins (2007), uma amostra é um subconjunto da população. Concordando

com Selltiz, Wrightsman e Cook (1987), Martins (2007) afirma que nem sempre é

possível estudar toda a população, em função de fatores como tempo, custo e

vantagens advindas da utilização de técnicas estatísticas de inferências.

Existem diferentes tipos de amostras. Amostragem probabilística, na qual se pode

especificar a probabilidade de cada elemento da população ser incluído na amostra.

Amostragem não probabilística que, ao contrário da anterior, não estima a

probabilidade de que cada elemento tenha de ser incluído na amostra (SELLTIZ;

WRIGHTSMAN; COOK, 1987).

Segundo Selltiz, Wrightsman e Cook (1987), as amostragens probabilísticas ainda

podem ser separadas em amostras casuais simples e amostras casuais

estratificadas. Uma amostragem casual simples faz uma seleção de qualquer

combinação possível do número desejado de casos prováveis. Há a necessidade de

enumerar cada elemento da população antes da escolha da amostragem. Já uma

amostragem casual estratificada divide, primeiramente, a população em dois ou

mais estratos, baseados em critérios simples ou combinados; após, uma amostra

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106

casual simples é retirada de cada estrato. A intenção é que todos os diferentes

“grupos”, por menos representativos que sejam dentro da população, possam ser

considerados no estudo da mesma.

As amostragens não probabilísticas são divididas, segundo Selltiz, Wrightsman e

Cook (1987), em amostras acidentais, amostras por quotas e amostras propositais.

Uma amostra acidental escolhe os casos – elementos – de forma aleatória,

continuamente, até atingir o número de elementos predeterminado para a amostra;

esse tipo de abordagem deve ser utilizado em conjunto com outro tipo de

amostragem probabilística para minimizar a grande possibilidade de erro. Já

amostras do tipo “por quota” trazem a benesse de incluir elementos de grupos

minoritários que são geralmente sub-representados em amostras acidentais; para

garantir que esses elementos minoritários sejam incluídos, primeiramente precisa-se

estudar sua existência e, posteriormente, instruir àqueles que são responsáveis pela

coleta para que os considerem. Para os autores, precisa ficar claro que

[...] o requisito principal na amostragem de quotas não é que vários estratos da população sejam incluídos na amostra em suas proporções reais, mas que haja casos suficientes de cada estrato na amostra para tornar possível uma estimativa do valor do estrato na população, e que saibamos (ou possamos estimar com razoável precisão) a proporção que cada estrato ocupa na população total (SELLTIZ; WRIGHTSMAN; COOK, 1987, p. 87).

Selltiz, Wrightsman e Cook (1987) expressam que, apesar da preocupação com a

seleção da amostra e correção na análise apresentados pela amostragem por

quotas, a mesma tem base idêntica à amostragem acidental. Há a necessidade,

ainda, de ter atenção, pois, frequentemente, pesquisadores que usam esse tipo de

amostragem, por quotas, podem cair em armadilhas do tipo “entrevistar um excesso

de amigos” ou “utilizar entrevistadores atípicos à população como um todo”. Pode-

se, aqui, ter um resultado impreciso com o estudo da amostra.

A amostragem do tipo proposital traz a precedência de que, com um bom julgamento

e uma estratégia apropriada, podem-se definir os casos, ou elementos, que

precisam fazer parte da amostragem. Assim, tem-se amostras que estão em acordo

com as necessidades da pesquisa (SELLTIZ; WRIGHTSMAN; COOK, 1987). Ainda

segundo os mesmos autores, uma estratégia comum a ser adotada para o tipo

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107

proposital de amostragem não probabilística é agrupar elementos que são

considerados típicos da população estudada, admitindo que os erros de julgamento

de escolha tenderão ao equilíbrio. O ponto de atenção é que, sem um controle

externo, não há como saber se esses elementos típicos continuam, ao longo do

tempo, sendo realmente típicos. Martins (2007) tem o mesmo conceito, porém o

denomina amostragem intencional.

Neste estudo, amostragem não probabilística do tipo proposital. A opção deu-se pela

impossibilidade de enumerar todos os elementos da população, a qual é uma

característica das amostras probabilísticas. Não existem estudos que tragam o

número real de profissionais que trabalham com Gerenciamento de Projetos no país

atualmente.

Por outro lado, o Gerenciamento de Projetos está muito bem divulgado através dos

chapters do PMI e de listas de discussões relacionadas ao assunto, o que traz a

possibilidade de focar o estudo através da divulgação em listas de discussões e

relacionamento e com a permissão dos chapters, aos seus filiados. Essa forma

caracteriza a amostra proposital, uma vez que foca em elementos típicos

relacionados ao estudo. A questão controle externo será considerada como ponto de

atenção. Podem-se considerar elementos típicos os profissionais que participam das

listas de discussões e relacionamento sobre Gerenciamento de Projetos, uma vez

que essas listas tratam estritamente do tema com âmbito profissional. Também, os

profissionais que são filiados aos chapters do PMI caracterizam elementos típicos,

uma vez que precisam desembolsar anualmente um valor estimado em U$ 139,00

(cento e trinta e nove dólares) para permanecerem filiados ao PMI e a um chapter, o

que demonstra interesse no tema.

Com isso, definiu-se como o grupo de respondentes intencionais os filiados aos

chapters do PMI no Brasil. Esses chapters, no total de treze, estão distribuídos

conforme QUADRO 8, a seguir (INTEGRAÇÃO NACIONAL, 2001; PMI, 2010b):

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QUADRO 8 Chapters do PMI no Brasil

Estado Nome do chapter Sigla Número de

filiados

Bahia Brazil, Bahia Chapter PMI BA 325

Espírito Santo Espírito Santo Brazil Chapter PMI ES 286

Goiás Goiânia, Goiás, Brazil Chapter PMI GO 40

Ceará Fortaleza, Ceará Brazil Chapter PMI CE 142

Distrito Federal Brasil, Distrito Federal Chapter PMI DF 283

Santa Catarina Joinville, Santa Catarina, Brazil Chapter PMI SC 182

Amazonas Manaus Brazil Chapter PMI AM 78

Minas Gerais Minas Gerais, Brazil Chapter PMI MG 766

Paraná Paraná Chapter PMI PR 182

Pernambuco Recife, Pernambuco Brazil Chapter PMI PE 308

Rio de Janeiro Rio de Janeiro, Brazil Chapter PMI RIO 1.816

Rio Grande do Sul Rio Grande do Sul Chapter PMI RS 283

São Paulo São Paulo, Brazil Chapter PMI SP 3.028

Fonte: PMI, 2010b.

A base de filiados é relativa ao mês de fevereiro de 2010.

3.4 Procedimentos de Coleta de Dados

A coleta de dados deu-se com a utilização de um questionário estruturado, o qual foi

pré-testado e enviado ao grupo de respondentes determinado para esse trabalho. O

questionário foi estruturado de forma a ser acessado e respondido com o auxílio da

internet.

3.4.1 Construção do Questionário

Segundo Martins (2007), estudos exploratórios ou descritivos trazem comumente

questionários ou entrevistas como instrumentos de coleta de dados.

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109

Um formulário ou questionário, segundo Malhotra (2006), traz uma técnica

estruturada de coleta de dados, consistente de perguntas escritas ou orais que

devem ser respondidas pelo entrevistado. Essa técnica auxilia a padronizar o modo

de questionar, trazendo a possibilidade de comparação do resultado, mesmo que

um grande número de questionários distribuídos colha informações em regiões

distantes. A construção do questionário para esta pesquisa, baseada na revisão

bibliográfica realizada previamente, ainda seguindo Malhotra (2006), aconteceu

seguindo o fluxograma da FIG. 30.

Atenção deve ser dada à comunicação tanto no momento da construção como no

momento da aplicação de um questionário. Ou seja, segundo Martins (2007), é

necessário assegurar-se de que os indivíduos entrevistados entendam o que está

sendo solicitado e que os mesmos possuam condições de responder às questões

formuladas.

O questionário desenvolvido para esta pesquisa possui, no total, 21 perguntas. O

mesmo está dividido em duas partes. A primeira parte (Dados de Identificação) tem

Especificação da informação necessária

Especificação do tipo de método de entrevista

Determinação do conteúdo de perguntas individuais

Planejamento das perguntas de forma a superar a incapacidade e falta de vontade do entrevistado

Definição da estrutura das perguntas

Definição do enunciado das perguntas

Ordenação adequada das perguntas 

Identificação do formato e layout

Reprodução do questionário

Pré‐teste do questionário

FIGURA 30 – Processo de elaboração do questionário. Fonte: MALHOTRA, 2006.

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110

a intenção de coletar informações básicas sobre o entrevistado e sobre a empresa.

A segunda parte (Questionário) é subdividida em dois subgrupos de perguntas. O

primeiro subgrupo tem como objetivo verificar o tratamento do sucesso no

Gerenciamento de Projetos, quando o foco é o Gerenciamento da Qualidade do

Projeto em sua empresa. O segundo subgrupo de perguntas está interessado em

saber suas opiniões, como gerente de projetos, sobre o mesmo tema.

Quinze das 21 perguntas desse questionário são do tipo “estruturado”, o qual

especifica o conjunto de respostas possíveis, não permitindo que o entrevistado

responda com suas próprias palavras (MALHOTRA, 2006).

As demais questões não estruturadas dão oportunidade aos entrevistados para que

discorram segundo sua percepção e segundo o que é utilizado atualmente em sua

organização.

O QUADRO 9 remete cada questão à sua relação com as variáveis definidas e

estudadas neste trabalho.

QUADRO 9 Relação entre as variáveis do estudo e as questões formuladas

para o questionário estruturado (Continua)

N° QUESTÃO VARIÁVEL

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

1 Nome (opcional): Não Aplicável 2 E-mail (opcional): Não Aplicável

3 Empresa (opcional): Gerenciamento de Projetos

4 Possui Certificação PMP ou IPMA? (opcional): Sucesso

5 Nacionalidade da Organização: Gerenciamento de Projetos

6 Ramo de Atividade: Gerenciamento de Projetos

7 Faturamento Anual (US$): Gerenciamento de Projetos

8 Sua empresa possui um escritório de projetos (PMO)? Gerenciamento de Projetos

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111

QUADRO 9 Relação entre as variáveis do estudo e as questões formuladas

para o questionário estruturado (Conclusão)

N° QUESTÃO VARIÁVEL

QUESTÕES ORGANIZACIONAIS

9 Existe alguma estrutura, método, metodologia ou processo para definir os critérios de sucesso ou fracasso de um projeto em sua organização?

Sucesso

10 No dia a dia da organização onde trabalha, existe a consciência da separação entre sucesso do “resultado do projeto” e sucesso do “Gerenciamento de Projetos”?

Sucesso

11 Caso existam, os critérios de sucesso de um projeto são definidos em que momento em sua organização? Sucesso

12

Caso existam, quais são os fatores críticos de sucesso do Gerenciamento de Projetos comumente utilizados para definições de sucesso no Gerenciamento de Projetos em sua organização?

Gerenciamento de Projetos (GP)

13 Caso existam, quais são os critérios de avaliação do sucesso do Gerenciamento do Projeto, ligados ao Gerenciamento da Qualidade do Projeto utilizados por sua organização?

Gerenciamento da Qualidade (GQ)

14 Esses critérios de sucesso são monitorados ao longo do desenvolvimento do projeto? Sucesso e GQ

15 É realizada uma análise sobre esses critérios ao final do projeto, de forma a mensurar o alcance dos mesmos? Sucesso e GQ

OPINIÕES DO GERENTE DE PROJETOS

16

Partindo da constatação de que todas as alternativas listadas abaixo sejam muito importantes, coloque em ordem crescente de influência, sobre o sucesso do Gerenciamento de Projetos, os vértices da tríplice restrição (Escopo, Tempo e Qualidade).

Sucesso e GQ

17

Em sua opinião, se comparada às demais oito Áreas do Conhecimento definidas no Project Management Body of Knowledge (PMBOK) do Project Management Institute (PMI), o Gerenciamento da Qualidade do Projeto possui qual IMPORTÂNCIA na definição de sucesso ou fracasso do Gerenciamento de Projetos?

Sucesso e GQ

18 Em sua opinião, quais são os critérios de avaliação do sucesso do Gerenciamento do Projeto, ligados ao Gerenciamento da Qualidade?

Gerenciamento da Qualidade (GQ)

19 Em sua opinião, a comunicação é fator-chave de sucesso do Gerenciamento de Projetos? Sucesso e GP

20 Em sua opinião, o gerente de projetos, seu estilo de liderança, competências e inteligência emocional são fatores de sucesso para o Gerenciamento de Projetos?

Sucesso e GP

21 A qual Capítulo (chapter) do PMI você é filiado? Gerenciamento de Projetos (GP)

Fonte: Desenvolvido pelo autor.

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112

Malhotra (2006) debate em sua obra sobre os diversos tipos de mensuração e

escalas que podem ser utilizadas. Sendo mensuração a atribuição de números ou

símbolos a características de objetos, levando em conta regras predefinidas; e

escala a “geração de um continuum no qual se localizam os objetos medidos”

(MALHOTRA, 2006, p. 244). O grupo de técnicas de escalas é mostrado na FIG. 31.

Também conhecida como escala não métrica, a técnica de escala comparativa é

aquela que realiza a comparação direta dos objetos de estímulo; pergunta-se ao

entrevistado se ele prefere esse ou aquele objeto.

Seguindo Malhotra (2006), na técnica de escala não comparativa, ou monádica, ou

métrica, o objeto é escalonado, independentemente dos outros conjuntos de

estímulo. Esse tipo de escala não relaciona dois tipos de objetos e, sim, avalia

apenas um objeto de cada vez.

Não cabe aqui descrever completa e detalhadamente cada subdivisão das técnicas

de escala comparativa e não comparativa, visto que Malhotra (2006) cita exemplos

de casos em que o seguimento retilíneo dessas técnicas de escalas não traz o

benefício esperado, de forma que se usou como base as mesmas, introduzindo

melhorias para atender à obrigação do pesquisador, a qual é obter os dados mais

apropriados, tendo em vista as questões da pesquisa.

Técnicas de Escalas

Escalas Comparativas

Escalas Não‐comparativas

Comparação Pareada

Ordenação de Posto

Soma Constante

Escala Q e outros 

procedimentos

Escalas Itemizadas

Escalas Contínuas

LikertDiferencial semântico

Stelp

FIGURA 31– Classificação técnica de escalas Fonte: MALHOTRA, 2006.

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113

Para Malhotra (2006), pode existir relutância dos elementos constituintes da amostra

em responder ao questionário, seja em virtude do esforço necessário, ou do

contexto, ou por não enxergar um propósito, ou em função da forma com que o

entrevistador solicitou sua participação. Para combater essa relutância e aumentar o

retorno de questionários válidos, algumas ações foram tomadas. Entre elas, além da

definição de um grupo de participantes intimamente relacionados ao assunto

(Gerenciamento de Projetos), definiu-se agregar o sorteio de dois livros focados no

assunto em pauta. O livro definido para os dois sorteios foi “Gerenciamento de

Portfólio, Programas e Projetos nas Organizações” – quinta edição, do autor Darci

Santos do Prado – Editora INDG. Porém, só participariam do sorteio aqueles que

devolvessem o questionário preenchido até a data limite e, principalmente, validado.

Também, o autor filiou-se a um chapter, por solicitação de seu presidente, e doou

mais um livro (Gerenciamento de Portfólio, Programas e Projetos nas Organizações

– quinta edição), do autor Darci Santos do Prado, para a biblioteca de outro chapter.

Ambas as ações foram necessárias para que esses dois chapters aceitassem

participar da pesquisa.

A concepção do questionário foi complementada com a criação de uma Carta de

Apresentação. Nessa carta, foram disponibilizadas informações importantes, como

orientações para o preenchimento do questionário, premissas de validação do

questionário, prazo máximo para envio das respostas, endereço eletrônico do

questionário e regras para a participação no sorteio dos dois livros. A Carta de

Apresentação encontra-se anexada a esta Dissertação (APÊNDICE A).

Os métodos de levantamento podem ser diferenciados entre entrevistas telefônicas,

entrevistas pessoais, entrevistas por correio e entrevistas eletrônicas (por e-mail ou

pela internet) (MALHOTRA, 2006). Com o intuito de minimizar custos e agilizar a

coleta de dados, optou-se pela utilização da internet como método de levantamento

– mesmo ciente de suas desvantagens como o menor índice de adesão (Malhotra,

2006). Assim, o questionário estruturado foi disponibilizado em site da internet.2 2 http://spreadsheets.google.com/embeddedform?formkey=dEZ3WnkwOWpVd29PVWl6bmx4WVZHZl E6MA

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114

3.4.2 Validação do Questionário

Há a necessidade de validar o questionário antes de sua aplicação para coleta de

dados. Essa validação é denominada por Malhotra (2006) e Martins (2007) como

pré-teste. Martins (2007) informa ainda que a aplicação do questionário a uma

amostra piloto trará alterações, inclusões, exclusões de perguntas que deverão ser

adequadas a essa ferramenta.

Malhotra (2006) informa que um questionário não deve ser levado a campo sem

antes passar por um pré-teste adequado. Continuando, explica que todos os

pormenores do questionário, como conteúdo das perguntas, enunciado,

sequenciamento, formato, layout, dificuldade da pergunta e instruções de

preenchimento, devem ser pré-testados. Os entrevistados escolhidos para esse

evento devem ser retirados da população que será estudada, para que a avaliação

seja realmente válida.

O pré-teste do questionário, objeto desta pesquisa, aconteceu com atenção em dois

focos: acadêmico e aplicado. No âmbito acadêmico, o questionário foi submetido à

análise de sua correlação com o objetivo da pesquisa e à analise de sua

estruturação correta. No âmbito aplicado, foram realizadas análises e correções com

base em retornos de profissionais que trabalham com Gerenciamento de Projetos

(com altos e baixos níveis de conhecimento teórico e prático). As melhorias

apontadas foram introduzidas, erros foram corrigidos e algumas perguntas foram

modificadas de forma a melhorar o entendimento.

A versão final do questionário encontra-se anexada a esta Dissertação (APÊNDICE

B).

3.4.3 Perfil dos Respondentes

Para viabilizar este estudo, com base na revisão bibliográfica desenvolvida,

procurou-se por profissionais que vivenciam no seu dia a dia o Gerenciamento de

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115

Projetos. É interessante que esses respondentes pratiquem o Gerenciamento de

Projetos, independente para os resultados se são iniciantes ou se são seniores na

disciplina Gerenciamento de Projetos. Agrupar profissionais que aplicam

ferramentas, métodos e metodologias distintas para gerenciar projetos, não fazendo

diferença entre organizações nacionais ou estrangeiras, e não distinguindo entre o

tamanho dos projetos que gerenciam, também foi objetivo na determinação do perfil

dos respondentes.

Num primeiro momento, de forma consciente, pensou-se em utilizar os profissionais

filiados aos chapters do PMI no Brasil como massa crítica para o trabalho de

pesquisa. Essa solução foi definida em razão de tratar-se de uma das maiores

organizações, com um número grande de filiados, voltada ao Gerenciamento de

Projetos.

Assim, o grupo de respondentes escolhido para a realização desta pesquisa foi

delimitado pelos filiados aos chapters brasileiros. Havia a necessidade de

convencimento das presidências e das diretorias dos chapters a enviarem a Carta

de Apresentação aos seus filiados, além de convencer os próprios filiados a

participarem do trabalho.

O procedimento para sensibilizar os chapters brasileiros e seus filiados a

participarem da pesquisa aconteceu em três etapas, conforme descrito no QUADRO

10, a seguir.

QUADRO 10 Etapas de sensibilização

Etapa Período Ação

1a 31/3/2010 a 4/4/2010

Primeiro contato (telefone e e-mail) com todos os presidentes, diretorias e secretarias dos chapters brasileiros.

2a 5/4/2010 a 11/4/2010

Diversas tentativas realizadas diretamente com os chapters para sensibilizar e informar sobre a participação dos filiados.

3a 12/4/2010 a 24/4/2010

Divulgação da pesquisa nas listas de discussão e relacionamento Lista PMIMG-Engenharia e Lista E-Plan.br. Reforço da solicitação de participação enviado aos chapters. Tratamento dos retornos de questionários invalidados.

Fonte: Desenvolvido pelo autor.

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116

A primeira etapa contou com:

contato telefônico com as secretarias dos treze chapters;

envio de e-mail aos presidentes e diretorias representantes de cada chapter.

Desta primeira etapa, que aconteceu entre os dias 31 de março e 4 de abril de 2010,

os chapters PMI GO, PMI AM, PMI SC e PMI PR concordaram em participar. O PMI

BA, através de um e-mail de sua presidente, negou interesse em enviar a Carta de

Apresentação aos seus filiados. Os chapters PMI DF, PMI ES e PMI CE não

retornaram o contato. Os chapters PMI MG, PMI RS, PMI RIO, PMI SP e PMI PE

retornaram o contato, mas não definiram a participação.

A segunda etapa, entre os dias 5 e 11 de abril, foi realizada com:

novos contatos telefônicos com todos os chapters que não retornaram o contato;

reenvio do e-mail solicitando participação a todos os chapters que não

retornaram o contato;

novo contato telefônico com todos os chapters que retornaram o contato, mas

não definiram a participação;

nova tentativa de contato telefônico e por e-mail com o Chapter Bahia, para

sensibilizar a presidência a enviar a Carta Convite aos seus filiados.

Desta etapa, os chapters PMI DF, PMI ES, PMI PE e PMI RS confirmaram

participação e envio da Carta de Convite aos seus filiados.

Os chapters PMI RIO, PMI SP e PMI MG informaram que o pedido foi encaminhado

às suas respectivas diretorias para análise.

O Chapter PMI CE não retornou os e-mails enviados na etapa um e na etapa dois.

Também, não foi possível manter contato telefônico com aquela entidade.

Até o final da segunda etapa, existia a possibilidade de participação de 1.642

filiados, porém somente filiados dos chapters PMI GO, PMI DF, PMI AM, PMI PE

haviam retornado pesquisas.

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117

QUADRO 11 Chapters e filiados participantes até o final da segunda etapa de sensibilização

Estado Sigla Número

de Filiados

Situação final (segunda etapa) Participação dos filiados

Bahia PMI BA 325 Oficializou não participação 0

Espírito Santo PMI ES 286 Concordou em participar 0

Goiás PMI GO 40 Concordou em participar 07

Ceará PMI CE 142 Não foi possível estabelecer contato 0

Distrito Federal PMI DF 283 Concordou em participar 16

Santa Catarina PMI SC 182 Concordou em participar 0

Amazonas PMI AM 78 Concordou em participar 07

Minas Gerais PMI MG 766 Aguardando definição da diretoria 0

Paraná PMI PR 182 Concordou em participar 0

Pernambuco PMI PE 308 Concordou em participar 03

Rio de Janeiro PMI RIO 1.816 Aguardando definição da diretoria 0

Rio G. do Sul PMI RS 283 Concordou em participar 0

São Paulo PMI SP 3.028 Aguardando definição da diretoria 0 Fonte: Desenvolvido pelo autor.

Para aumentar o número de retornos por profissionais que trabalham com o

Gerenciamento de Projetos, optou-se por enviar a Carta de Apresentação através de

duas listas de discussão e relacionamento com foco estrito em Gerenciamento de

Projetos. As listas escolhidas foram Lista PMIMG-Engenharia, com 1.664

associados, e Lista E-Plan.br, com 6.388 associados (PMIMG, 2010; E-PLAN,

2010). Tal ação foi tomada para tentar contornar a dificuldade encontrada pelo

pesquisador em sensibilizar alguns chapters a enviarem a Carta Convite aos seus

filiados. Aceitou-se a hipótese de que filiados aos chapters com representação nula

no retorno da pesquisa poderiam não ter recebido a Carta Convite. Com a utilização

do veículo de distribuição (listas de discussão e relacionamento), buscou-se

sensibilizar diretamente esses profissionais e aumentar o número de questionários

válidos retornados. Esse constituiu o início da terceira e última etapa, a qual

aconteceu entre os dias 12 e 24 de abril de 2010.

Como suplemento à terceira fase, após o dia 15 de abril, foram enviados e-mails aos

profissionais que retornaram pesquisas invalidadas, solicitando a correção dos

mesmos. A questão número 16, a qual confrontava a ordem de influência sobre o

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118

sucesso do Gerenciamento de Projetos dos vértices da tríplice restrição (custo,

tempo e qualidade) foi a causa dos 29 questionários invalidados. No dia 21 de abril,

um novo e-mail de reforço solicitando a correção do questionário foi enviado aos

profissionais que enviaram questionários invalidados.

3.5 Método de Análise

O pesquisador deve identificar os métodos e técnicas estatísticas a serem utilizados

para análise e interpretação dos dados coletados segundo seus objetivos de

pesquisa propostos (MARTINS, 2007). Esse autor explicita ainda que o pesquisador

deve ser o encarregado de definir e aplicar as técnicas corretas, mesmo que, em

alguns casos, seja necessária a consulta de um especialista em estatística.

A interpretação e a análise dos dados coletados seguirão o raciocínio de Martins

(2007). Dessa forma, a interpretação e análise serão determinadas com

classificação dos dados, construção de tabelas e gráficos com a exposição das

variáveis, cálculos de medida de posição, com o esforço de estabelecer relações

funcionais entre as variáveis estudadas e, particularmente, com um enfoque e senso

crítico (MARTINS, 2007). Essa abordagem visa a garantir responder à pergunta

apresentada no item Apresentação do Problema de Pesquisa desta dissertação.

Por não congregar um número representativo de participantes e retornos, esta

pesquisa conta apenas com respondentes intencionais. Apesar de tratar-se de

praticantes do Gerenciamento de Projetos, não configuram uma amostragem

representativa. Dessa forma, os resultados comportam tendências e não são válidos

estatisticamente.

De toda forma, os resultados e relações estabelecidas trazem informações

interessantes e importantes para o entendimento da relação Gerenciamento de

Projetos, Gerenciamento da Qualidade do Projeto e sucesso.

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119

4 RESULTADOS

4.1 Descritivo dos Quantitativos Alcançados

A pesquisa contou com o envio do questionário aos profissionais ligados ao

Gerenciamento de Projetos, através dos chapters brasileiros e das listas de

discussão e relacionamento PMIMG-Engenharia e E-Plan.br. A coleta de dados

aconteceu entre os dias 31 de março e 25 de abril de 2010. O último dia para retorno

do questionário preenchido foi o dia 25 de abril; questionários recebidos após essa

data não foram considerados como influenciadores dos resultados e foram

descartados. Questionários que não trouxeram todas as informações obrigatórias ou

que não seguiram as instruções de preenchimento foram desconsiderados.

O número de questionários que retornaram foi 133, sendo que 29 foram

considerados, numa primeira análise, inválidos por não seguirem as instruções de

preenchimento.

Ao final da terceira etapa, em 25 de abril de 2010, verificou-se a contribuição

descrita no QUADRO 12, a seguir.

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120

QUADRO 12 Chapters e filiados participantes até o final da terceira etapa de sensibilização

Estado Sigla Número

de Filiados

Situação final (terceira etapa) Participação dos filiados

Bahia PMI BA 325 Oficializou a não participação 03

Espírito Santo PMI ES 286 Concordou em participar 01

Goiás PMI GO 40 Concordou em participar 12

Ceará PMI CE 142 Não foi possível estabelecer contato 0

Distrito Federal PMI DF 283 Concordou em participar 17

Santa Catarina PMI SC 182 Concordou em participar 0

Amazonas PMI AM 78 Concordou em participar 07

Minas Gerais PMI MG 766 Não respondeu em tempo hábil de enviar a Carta de Apresentação 29

Paraná PMI PR 182 Concordou em participar 0

Pernambuco PMI PE 308 Concordou em participar 06

Rio de Janeiro PMI RIO 1.816 Não respondeu em tempo hábil de enviar a Carta de Apresentação 08

Rio G. do Sul PMI RS 283 Concordou em participar 26

São Paulo PMI SP 3.028 Oficializou a não participação 0 Fonte: Desenvolvido pelo autor.

Com o envio da Carta de Apresentação a duas listas de discussão e relacionamento

com foco estrito em Gerenciamento de Projetos, alguns participantes que não

pertenciam a nenhum chapter nacional também responderam ao questionário. No

total de 24 questionários de profissionais não filiados, os retornos foram aceitos e

influenciam o resultado da pesquisa.

Do total de 29 questionários invalidados, 17 participantes reenviaram seus

questionários corrigidos, após receberem o e-mail de solicitação de correção. Ao

final do dia 25 de abril, restaram 12 questionários invalidados – perfazendo um total

de 9,02% do total de questionários recebidos. Dessa prática, 121 participantes

contribuíram de forma efetiva para esta pesquisa.

Em uma análise regional, as participações e retornos estão fixados, conforme

demonstra a FIG. 32.

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121

Os participantes não filiados a chapters nacionais representam 24 questionários

válidos, ou 19,83% do total.

4.1.1 Dados de Identificação

Os três primeiros enunciados do questionário buscaram informações sobre os

respondentes. O primeiro perguntava o nome do participante; o segundo, o e-mail; e

o terceiro, o nome da organização em que trabalhava.

Todos responderam com os respectivos e-mails, possivelmente por ser essencial à

15DF

Não filiados a Chapters nacionais

01

03

24

05

25

Sem contribuição

Entre 01 e 05  contribuições

Entre 06 e 10  contribuições

Entre 11 e 15 contribuições

Acima de 16  contribuições

24

07

11GO

06

FIGURA 32 – Participação e retornos validados por chapter e não filiados Fonte: Desenvolvido pelo autor.

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122

participação do sorteio dos dois livros. Apenas seis profissionais não informaram o

nome e seis não informaram as empresas.

4.1.2 Participantes Certificados

A quarta questão da pesquisa buscou identificar quais participantes eram

certificados pelas entidades PMI ou IPMA. Como retorno, obteve-se um total de 58

certificados – o que representa 47,93% do total absoluto de participantes. Não era

objetivo verificar qual nível de certificação IPMA o participante possuía, e sim se

cumpria os mínimos para um reconhecimento internacional sobre o Gerenciamento

de Projetos.

Entre os não filiados a chapters nacionais, quatro dos 24, ou 16,67%, são

certificados PMI ou IPMA.

4.1.3 Nacionalidade, Ramo de Atividade e Faturamento

As questões cinco, seis e sete buscaram identificar em qual realidade os

respondentes estavam inseridos – o que poderia influenciar sua percepção sobre o

Gerenciamento de Projetos, Gerenciamento da Qualidade do Projeto e sucesso ou

insucesso (HYVÄRI, 2006). Assim, respectivamente, identificaram “Nacionalidade da

Organização”, “Ramo de Atividade” e “Faturamento Anual (U$)”.

Para nacionalidade, as alternativas de respostas eram apenas nacional ou

multinacional. Das 121 pesquisas validadas, 84,30% respondem por empresas

nacionais.

O QUADRO 13 traz o total de participantes por ramo de atividade. Nota-se aqui que

24,79% pertencem ao ramo Informática / Tecnologia da Informação, o segundo ramo

mais representado é o de Engenharia com 19,01%.

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123

QUADRO 13 Ramos de Atividades representados na pesquisa

Ramo de Atividade Total Absoluto % do Total

Agroindústria / Pecuário / Pesca 1 0,83%

Automobilística / Autopeças 3 2,48%

Comércio Varejista Outros 1 0,83%

Educação / Treinamento / Idiomas 4 3,31%

Eletrônica / Eletroeletrônica / Eletrodomésticos 1 0,83%

Energia 5 4,13%

Engenharia 23 19,01%

Governamental 8 6,61%

Gráfica / Editora 1 0,83%

Higiene / Limpeza 1 0,83%

Indústria Outros 4 3,31%

Informática / Tecnologia da Informação 30 24,79%

Internet 1 0,83%

Manufatura 2 1,65%

Metalurgia / Siderurgia 5 4,13%

Mineração 1 0,83%

ONGs 1 0,83%

Petroquímico / Petróleo 5 4,13%

Serviços Outros 9 7,44%

Setor Público 2 1,65%

Telecomunicação 2 1,65%

Telemarketing 1 0,83%

Transporte / Logística / Armazéns 1 0,83%

Fusões e Aquisições 1 0,83%

Outros 8 6,61% Fonte: Desenvolvido pelo autor.

O Faturamento Anual em dólares é representado na pesquisa, conforme demonstra

o QUADRO 14, a seguir. Mais de 50% dos participantes são profissionais de

empresas que faturam, no máximo, dez milhões de dólares.

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124

QUADRO 14 Retorno sobre o questionamento “Faturamento Anual (U$)”

Faturamento Anual (U$) Total Absoluto % do Total

Menos de 10 milhões 61 50,41%

10 milhões até 50 milhões 14 11,57%

50 milhões até 500 milhões 21 17,36%

1 bilhão até 20 bilhões 17 14,05%

Mais de 20 bilhões 8 6,61% Fonte: desenvolvido pelo autor.

4.1.4 Existência de Project Management Offices (PMO)

Prado (1998) reconhece a existência de PMOs nas organizações como sinal de

maturidade em Gerenciamento de Projetos. A questão oito – “Sua empresa possui

um escritório de projetos (PMO)?” – busca verificar essa característica, junto às

organizações dos profissionais participantes.

Dos participantes, 43,80%, ou 53, informam trabalhar em empresa que têm PMO em

sua estrutura organizacional.

4.1.5 Definição de Critérios de Sucesso ou Fracasso nas Organizações

“Existe alguma estrutura, método, metodologia ou processo para definir os critérios

de sucesso ou fracasso de um projeto em sua organização?”

Essa questão, nove, identificou se as organizações possuem alguma forma de

definir o que caracteriza sucesso ou fracasso nos projetos gerenciados pelas

organizações participantes.

Como resultado, 50,41% dos retornos foram negativos – ou seja, 61 organizações

não estabelecem meios formais de definição de critérios de sucesso ou fracasso.

Page 142: O GERENCIAMENTO DA QUALIDADE E SUA RELAÇÃO COM … · utilização do próprio Gerenciamento do Projeto configuram critérios de análise do sucesso do Gerenciamento de Projetos,

125

4.1.6 Sucesso do Resultado do Projeto e do Gerenciamento de Projetos

A décima interrogação foi formulada com o enunciado “No dia a dia da organização

onde trabalha, existe a consciência da separação entre sucesso do ‘resultado do

projeto’ e sucesso do ‘Gerenciamento de Projetos’?”. Essa tinha o objetivo de

verificar a afirmativa de Baccarini (1999), conforme referenciado na apresentação do

problema de pesquisa deste trabalho.

Apenas 47, ou 38,84%, dos respondentes, afirmaram que há a consciência da

separação entre sucesso do resultado e sucesso do Gerenciamento de Projetos.

4.1.7 Momento da Definição dos Critérios de Sucesso de um Projeto

A indagação de número onze solicitava aos participantes apontar o momento em

que os critérios de sucesso de um projeto são identificados, dentro do ciclo de vida

dos projetos de sua organização. As alternativas possíveis eram:

antes do início do projeto;

na fase de Iniciação;

na fase de Planejamento;

na Fase de Encerramento;

após o encerramento do projeto;

não são definidos.

O produto por alternativa dessa questão foi:

antes do início do projeto: 21;

na fase de Iniciação: 13;

na fase de Planejamento: 20;

na Fase de Encerramento: 5;

após o encerramento do projeto: 7;

não são definidos: 55.

O GRÁF. 5 define as percentagens.

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126

4.1.8 Critérios de Sucesso do Gerenciamento de Projetos

A décima segunda questão, “Caso existam, quais são os fatores críticos de sucesso

do Gerenciamento de Projetos comumente utilizados para definições de sucesso no

Gerenciamento de Projetos em sua organização?” busca, dentro das organizações,

caso existam, os critérios utilizados na prática para verificar o sucesso focado no

Gerenciamento de Projetos.

Como explicativa para responder a essa questão, solicitou-se aos respondentes citar

os critérios. Para um melhor entendimento dos resultados dessa questão, o

pesquisador formulou o QUADRO 15, o qual agrupou os critérios com base em seus

fundamentos. Tal necessidade surgiu em função de alguns retornos conterem

respostas longas, respostas que traziam palavras diferentes para expressar o

mesmo critério de sucesso. Assim, o consolidado encontra-se no QUADRO 15, a

seguir.

GRÁFICO 5 – Momento da definição dos critérios de sucesso do projeto Fonte: Desenvolvido pelo autor.

Page 144: O GERENCIAMENTO DA QUALIDADE E SUA RELAÇÃO COM … · utilização do próprio Gerenciamento do Projeto configuram critérios de análise do sucesso do Gerenciamento de Projetos,

127

QUADRO 15 Retorno sobre o questionamento “Sucesso no Gerenciamento de Projetos”

Fator Crítico de Sucesso Total Absoluto

Atendimento ao custo do projeto 13

Cumprimento do prazo de execução do projeto 13

Qualidade do Gerenciamento de Projetos 12

Aceitação/satisfação do cliente final 7

Atendimento às metas financeiras organizacionais 6

Atendimento do escopo do projeto 5

Comunicação 4

Aderência a uma metodologia de Gerenciamento de Projetos 4

Alinhamento ao planejamento estratégico da organização 3

Realização do monitoramento e controle do projeto 3

Atendimento aos requisitos dos stakeholders 3

Atendimento às políticas organizacionais 2

Efetuamento do Gerenciamento dos Riscos do Projeto 2

Negociação 1 Fonte: Desenvolvido pelo autor.

Um número de 70 retornos, ou 57,85% dos participantes, informam que não existem

fatores críticos de sucesso do Gerenciamento de Projetos comumente utilizados

para definições de sucesso no Gerenciamento de Projetos em suas organizações.

Os demais resultados constantes no QUADRO 15 foram apresentados em números

absolutos, uma vez que participantes enumeraram mais de um fator crítico de

sucesso.

4.1.9 Sucesso, Gerenciamento de Projetos e Gerenciamento da Qualidade do

Projeto (organização)

“Caso existam, quais são os critérios de avaliação do sucesso do Gerenciamento do

Projeto, ligados ao Gerenciamento da Qualidade do Projeto utilizados por sua

organização?”. Com seu enunciado, a décima terceira indagação buscou verificar a

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128

conexão entre sucesso, Gerenciamento de Projetos e Gerenciamento da Qualidade

do Projeto existente na prática.

Os participantes possuíam para essa questão as alternativas a seguir. Mais de uma

alternativa podia ser escolhida. Havia a possibilidade de citar outras, conforme

viabilizado pela última alternativa.

Eis as alternativas:

eficiência na utilização dos processos do Gerenciamento da Qualidade definido

no PMBOK, 4° Edição (Planejar a Qualidade, Realizar a Garantia da Qualidade,

Realizar o Controle da Qualidade);

alcance dos objetivos na utilização do processo de Gerenciamento de Projetos;

qualidade do planejamento do projeto;

qualidade da execução do projeto;

qualidade do encerramento do projeto;

utilização condizente com o tamanho do projeto e adequada das Ferramentas da

Qualidade (Análise ou Gráfico de Pareto, Diagrama de Causa e Efeito,

Histograma, Gráfico de Controle, Lista de Verificação, Diagrama de Dispersão,

Estratificação);

utilização do Controle da Qualidade Total nos projetos;

não existem no momento;

outros.

O produto dessa questão foi:

eficiência na utilização dos processos do Gerenciamento da Qualidade definido

no PMBOK, 4° Edição (Planejar a Qualidade, Realizar a Garantia da Qualidade,

Realizar o Controle da Qualidade): 4;

alcance dos objetivos na utilização do processo de Gerenciamento de Projetos:

15;

qualidade do planejamento do projeto: 16;

qualidade da execução do projeto: 23;

qualidade do encerramento do projeto: 11;

utilização condizente com o tamanho do projeto e adequada das Ferramentas da

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129

Qualidade (Análise ou Gráfico de Pareto, Diagrama de Causa e Efeito,

Histograma, Gráfico de Controle, Lista de Verificação, Diagrama de Dispersão,

Estratificação): 1;

utilização do Controle da Qualidade Total nos projetos: 2;

não existem no momento: 61;

outros: 3.

Como outros, os participantes apresentaram:

aderência à utilização dos processos de desenvolvimento de projetos, através de

auditorias baseadas na ISO-9001;

atendimento aos critérios definidos especificamente para o projeto;

supervisão e avaliação crítica do produto final.

O GRÁF. 6 demonstra essa relação.

GRÁFICO 6 – Critérios de avaliação do sucesso do Gerenciamento do Projeto, ligados ao Gerenciamento da Qualidade (organizações) Fonte: Desenvolvido pelo autor.

Page 147: O GERENCIAMENTO DA QUALIDADE E SUA RELAÇÃO COM … · utilização do próprio Gerenciamento do Projeto configuram critérios de análise do sucesso do Gerenciamento de Projetos,

130

4.1.10 Periodicidade de Monitoramento dos Critérios de Sucesso

Para Jugdev e Muller (2005), a definição do sucesso do Gerenciamento de Projetos

precisa ser compreendida a fundo, particularmente em termos de ciclo de vida do

projeto e do produto do projeto.

A décima quarta questão estava interessada em verificar se os critérios

apresentados na questão treze eram monitorados durante o desenvolvimento do

projeto.

38,84%, ou 47, dos profissionais afirmaram monitorar os critérios de sucesso

durante o desenvolvimento do projeto.

50,42%, ou 61, dos profissionais deixaram a questão em branco, conforme solicitado

caso a questão treze fosse preenchida com a alternativa “Não existem no momento”.

Dessa forma, 10,74%, ou 13, dos participantes não controlam os critérios de

sucesso do Gerenciamento de Projetos relacionados ao Gerenciamento de

Qualidade do Projeto.

4.1.11 Mensuração dos Critérios de Sucesso

Décima quinta questão, “É realizada uma análise sobre esses critérios ao final do

projeto, de forma a mensurar o alcance dos mesmos?”.

34,71%, ou 42, responderam positivamente à verificação dos mesmos critérios da

questão treze, ao final do projeto.

50,42%, ou 61, dos profissionais deixaram a questão em branco, conforme solicitado

caso a questão treze fosse preenchida com a alternativa “Não existem no momento”.

Desta forma, 14,87%, ou 18, dos participantes responderam negativamente à

questão.

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131

4.1.12 A Tríplice Restrição como Influência sobre o Sucesso do Gerenciamento

de Projetos

A pergunta dezesseis tinha como objetivo verificar, no entendimento dos

participantes, qual a ordem de influência dos vértices da tríplice restrição (custo,

tempo e qualidade) sobre o sucesso do Gerenciamento de Projetos. Essa questão

representou uma limitação da ferramenta utilizada para o questionamento, uma vez

que permitia atribuir um mesmo peso para duas ou para todas as alternativas. Essa

limitação configurou o motivo de todas as invalidações de questionários.

O resultado alcançado está demonstrado no QUADRO 16.

QUADRO 16 Influência da tríplice restrição sobre o sucesso do Gerenciamento de Projetos

Vértice Peso 1 Peso 2 Peso 3

Custo 35 22 64

Tempo 49 43 29

Qualidade 37 56 28 Fonte: Desenvolvido pelo autor.

4.1.13 Gerenciamento da Qualidade e as nove Áreas do Conhecimento

A questão dezessete confrontou o Gerenciamento da Qualidade do Projeto com as

demais nove Áreas do Conhecimento do PMBOK. Buscou verificar, na percepção do

entrevistado, a importância do Gerenciamento da Qualidade na definição de sucesso

ou fracasso do Gerenciamento de Projetos. As percentagens de respostas são

mostradas a seguir:

está em primeiro lugar: 9,92% (12);

possui importância relevante: 76,86% (93);

possui importância pouco relevante: 11,57% (14);

está em último lugar: 1,65% (2).

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132

4.1.14 Sucesso, Gerenciamento de Projetos e Gerenciamento da Qualidade do

Projeto (opinião pessoal)

Muito parecida com a questão treze, a questão dezoito possuía a seguinte

indagação: “Em sua opinião, quais são os critérios de avaliação do sucesso do

Gerenciamento do Projeto, ligados ao Gerenciamento da Qualidade?” A diferença

está em entender a opinião do entrevistado e não o que é praticado no seu dia a dia,

por processo de sua empresa.

Os resultados das respostas foram:

eficiência na utilização dos processos do Gerenciamento da Qualidade definido

no PMBOK, 4° Edição (Planejar a Qualidade, Realizar a Garantia da Qualidade,

Realizar o Controle da Qualidade): 8;

alcance dos objetivos na utilização dos processos de Gerenciamento de

Projetos: 21;

qualidade do planejamento do projeto: 25;

qualidade da execução do projeto: 30;

qualidade do encerramento do projeto: 10;

utilização condizente com o tamanho do projeto e adequada das Ferramentas da

Qualidade (Análise ou Gráfico de Pareto, Diagrama de Causa e Efeito,

Histograma, Gráfico de Controle, Lista de Verificação, Diagrama de Dispersão,

Estratificação): 3;

utilização do Controle da Qualidade Total nos projetos: 4;

não tenho opinião: 4;

outros: 3.

Como outros, os participantes apresentaram:

atendimento aos critérios definidos especificamente para o projeto;

definições bem construídas dos conceitos de ready e done para cada entrega;

atendimento aos requisitos definidos pelo cliente.

O GRÁF. 7 demonstra essa relação.

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133

4.1.15 A Comunicação como Fator-Chave de Sucesso

O grupo de respondentes escolhido para esta pesquisa traz retornos que estão em

conformidade com outros estudos já realizados? Conforme Bellout e Gauvreau

(2004) e Kloppenborg e Petrick (2004), Diallo e Ethuillier (2005), Hyväri (2006), a

comunicação é fator de sucesso do projeto e do Gerenciamento de Projetos.

Concordando, a unanimidade dos participantes indicou que a comunicação é fator-

chave para o sucesso do Gerenciamento do Projeto.

4.1.16 O Gerente de Projetos e seu Estilo – Fator-Chave de Sucesso

A vigésima questão trazia o enunciado “Em sua opinião, o gerente de projetos, seu

estilo de liderança, competências e inteligência emocional são fatores de sucesso

para o Gerenciamento de Projetos?”. Vargas (2007) aponta diversas causas de

fracasso em projetos, entre elas a falta de liderança do gerente do projeto. Para

GRÁFICO 7 – Critérios de avaliação do sucesso do Gerenciamento do Projeto, ligados ao Gerenciamento da Qualidade (opinião pessoal) Fonte: Desenvolvido pelo autor.

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134

Hyväri (2006), a experiência do gerente de projetos é crucial para definir e combater

as ameaças ao sucesso. Toledo et al (2008) definem em seu estudo que entre os

fatores críticos de sucesso está o desenvolvimento de habilidades gerenciais e de

relacionamento do gerente ou líder de projeto.

Com um retorno positivo de 99,17%, ou 120 retornos, essa questão confirma que o

gerente de projeto contribui para o sucesso do Gerenciamento de Projetos.

4.2 Análise dos Resultados

Desta etapa da pesquisa, espera-se a classificação dos dados, a fim de ordená-los e

categorizá-los, seguindo critérios que facilitem a análise e interpretação, quando

confrontados com os objetivos da pesquisa (MARTINS, 2007). O mesmo clarifica

que o pesquisador deve, nesse momento, utilizar-se da estatística e de seu senso

crítico para a interpretação, conclusão e inferir sugestões sobre o assunto

investigado.

Serão confrontados, a seguir, os resultados obtidos com os respectivos objetivos

específicos delineados para este trabalho.

4.2.1 Estruturas Formais de Definição de Sucesso

Como um dos objetivos específicos desta pesquisa, firmou-se analisar a frequência

com que empresas utilizam estruturas formais para definição de parâmetros de

sucesso no desenvolvimento de projetos.

De uma forma geral, nota-se um equilíbrio entre os respondentes para a utilização e

não utilização de métodos formais para definir critérios de sucesso de projetos. O

mesmo equilíbrio é verificado entre os respondentes certificados PMP e IPMA e não

certificados, conforme mostra o GRÁF. 8.

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135

Analisando-se o retorno de profissionais que trabalham em organizações que

possuem Escritórios de Projetos (PMO), notam-se os dois extremos “existência de

PMO e existência de uma estrutura formal para definir o sucesso” e “inexistência de

PMO e inexistência de estrutura formal para definir o sucesso”. Essa relação é vista

no GRÁF. 9.

GRÁFICO 8 – Existência formal de estrutura para definição de critérios de sucesso ou fracasso versus certificação PMP ou IPMA Fonte: Desenvolvido pelo autor.

GRÁFICO 9 – Existência formal de estrutura para definição de critérios de sucesso ou fracasso versus existência de PMO Fonte: Desenvolvido pelo autor.

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136

A diferenciação entre o sucesso do Gerenciamento de Projetos e o sucesso do

produto do projeto, para os participantes, é consciente apenas para a minoria

(38,84%). Aqui, aparenta existir uma relação entre as empresas que não possuem

uma estrutura formal de definição de critérios de sucesso e a inexistência da

diferenciação entre o sucesso do projeto e do Gerenciamento do Projeto. Por outro

lado, os resultados sugerem que há também uma relação entre empresas que

possuem essa estrutura formal de definição de sucesso e a diferenciação entre o

sucesso do Gerenciamento do Projeto e do projeto.

4.2.2 Sucesso do Gerenciamento do Projeto versus sucesso do produto do

projeto

A consciência da diferenciação existente entre os conceitos de sucesso do

Gerenciamento de Projetos e sucesso do resultado do projeto também fez parte dos

objetivos específicos deste trabalho. Conforme já apresentado, 74 dos 121, ou

61,16%, respondentes afirmam que trabalham em organizações que não possuem

esse entendimento e diferenciação.

GRÁFICO 10 – Existência formal de estrutura para definição de critérios de sucesso ou fracasso versus diferenciação do sucesso Fonte: desenvolvido pelo autor.

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137

Dentre esses profissionais, é interessante notar que 38 dos 58 certificados IPMA ou

PMP, ou seja, 65,52% trabalham em organizações que não detêm a diferenciação

entre os conceitos de sucesso do Gerenciamento do Projeto e sucesso do produto

do projeto.

4.2.3 Momento da Definição dos Critérios de Sucesso

Conforme informação de Baccarini (1999), os membros da equipe do projeto podem

ter percepções desencontradas sobre o que configura sucesso, caso os critérios de

sucesso não sejam definidos no início do projeto.

Pretendia-se verificar, entre os respondentes, se os parâmetros de sucesso são

definidos antes do início do projeto. Um montante de 45,45% informou que os

parâmetros não são definidos. O restante, 54,55% ou 66 em número absoluto,

divide-se entres as alternativas da questão.

Pode-se considerar que 51,52%, ou 34 em número absoluto, dos participantes que

possuem critérios de sucesso iniciam seus projetos com os parâmetros de sucesso

GRÁFICO 11 – Diferenciação entre o sucesso do Gerenciamento do Projeto e do produto do projeto versus certificação Fonte: Desenvolvido pelo autor.

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138

definidos. Essa quantidade é dada pelas alternativas “Antes do início do projeto” e

“Na fase de Iniciação”.

O GRÁF. 12 traz a relação entre os certificados PMP ou IPMA participantes e a sua

realidade com relação ao momento de definição dos critérios do sucesso em seus

projetos.

Pela análise baseada nos retornos dos participantes, parece não haver relação entre

a existência de PMO em uma organização e o momento em que ela define seus

critérios de sucesso. O GRÁF. 13 demonstra que há um equilíbrio entre empresas

com e sem PMO e o número de respostas que apontam para “Antes do início do

projeto” e “Na fase de Iniciação”.

GRÁFICO 12 – Certificação e o momento da definição dos critérios Fonte: Desenvolvido pelo autor.

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139

O GRÁF. 14 representa o momento em que os critérios de sucesso são definidos e

sua relação com a existência de uma estrutura, método, metodologia ou processo

para definir os critérios de sucesso ou fracasso de um projeto. Levando-se em conta

apenas as opções “Antes do início do projeto” e “Na fase de Iniciação”, há indícios

de que a existência de estrutura define a determinação dos critérios de sucesso no

início do projeto. Nota-se, também, que a fase de planejamento tem número

considerável de respondentes que trabalham em empresas que possuem estrutura,

método, metodologia ou processo para definir os critérios de sucesso ou fracasso de

um projeto.

GRÁFICO 13 – PMO e o momento da definição dos critérios Fonte: Desenvolvido pelo autor.

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140

A mesma análise realizada no parágrafo acima pode ser feita para a existência da

consciência da diferenciação entre o sucesso do Gerenciamento do Projeto e o

sucesso do produto do projeto, relacionados ao momento de definição dos critérios

de sucesso de um projeto. O GRÁF; 15 mostra essa relação.

GRÁFICO 14 – Estrutura formal de definição de critérios de sucesso e o momento da definição dos critérios Fonte: Desenvolvido pelo autor.

GRÁFICO 15 – Sucesso do Gerenciamento de Projetos versus sucesso do produto do projeto e o momento da definição dos critérios Fonte: Desenvolvido pelo autor.

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141

4.2.4 Critérios Ligados ao Gerenciamento da Qualidade

Este estudo procurou obter parâmetros ou critérios de sucesso do Gerenciamento

de Projetos, advindos do Gerenciamento da Qualidade do Projeto. Para tanto,

buscou-se identificar o que é reconhecido dentro das organizações e o que é

reconhecido, na opinião do participante, como um fator ligado ao Gerenciamento da

Qualidade que propicia sucesso.

Para esta pesquisa, qualidade da execução do projeto é o item mais vezes

apontado, tanto utilizado nas organizações como na opinião dos Gerentes de

Projetos. O segundo item, também para as duas incógnitas, é a qualidade do

planejamento do projeto.

Além das informações contidas no GRÁF. 16, é interessante observar que há

indícios de que, na opinião pessoal, a eficiência na utilização dos processos do

Gerenciamento da Qualidade aparece com mais destaque do que é utilizada na

prática.

GRÁFICO 16 – Critérios do sucesso do Gerenciamento de Projetos, ligados ao Gerenciamento da Qualidade – Opinião pessoal versus Organizações Fonte: Desenvolvido pelo autor.

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142

4.2.5 Acompanhamento dos Critérios Ligados ao Gerenciamento da Qualidade

É interessante para este trabalho verificar se os critérios de sucesso do

Gerenciamento de Projetos, ligados ao Gerenciamento da Qualidade, são

acompanhados durante o desenvolvimento do projeto.

Complementando o informado no item 4.1.10 deste trabalho, verifica-se a relação

monitoramento versus certificação PMP ou IPMA, conforme mostrado no GRÁF. 17.

Em observação ao GRÁF. 17, acima, aparenta não existir uma relação entre a

certificação PMP/IPMA e o monitoramento dos critérios de sucesso estudados aqui.

A mesma relação pode ser feita para organizações que possuem PMO e que não

possuem tal facilidade. Há indícios, com base no resultado desta pesquisa, de que

uma organização não executa o seu monitoramento sobre os critérios de sucesso

durante o desenvolvimento do projeto, pela posse de um PMO. O GRÁF. 18

demonstra esse fato.

GRÁFICO 17 – Monitoramento versus certificação Fonte: Desenvolvido pelo autor.

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143

Um resultado interessante, retorno desta pesquisa, é mostrado no GRÁF. 19. Há a

sugestão de que, em organizações que possuem uma estrutura, método,

metodologia ou processo formal para definir os critérios de sucesso de um projeto, o

acompanhamento de tais critérios é realizado ao longo do desenvolvimento do

projeto.

GRÁFICO 18 – Monitoramento versus PMO Fonte: Desenvolvido pelo autor.

GRÁFICO 19 – Monitoramento versus estrutura formal de definição de sucesso Fonte: Desenvolvido pelo autor.

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144

4.2.6 Outros Resultados Interessantes

A questão quinze solicitava aos participantes identificar se existe em suas

organizações um tratamento final dos critérios de sucesso, de forma a identificar o

alcance do mesmo. Há indícios de que, proporcionalmente, profissionais certificados

PMP ou IPMA realizam essa análise final dos critérios de sucesso em suas

organizações, mais do que profissionais não certificados, assim como é mostrado no

GRÁF. 20.

Analisando o GRÁF. 21 a seguir, para estes respondentes, nota-se que a análise ao

final do projeto dos critérios de sucesso é realizada, proporcionalmente, mais vezes

em organizações que possuem PMO do que em organizações sem esse apoio.

GRÁFICO 20 – Análise final dos critérios versus certificação Fonte: Desenvolvido pelo autor.

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145

A mesma análise pode ser realizada para o GRÁF. 22. Nele, verifica-se que

organizações com estrutura, método, metodologia ou processo formal para definir os

critérios de sucesso de um projeto realizam mais vezes a análise dos critérios de

sucesso ao final do projeto.

GRÁFICO 21 – Análise final dos critérios versus PMO Fonte: Desenvolvido pelo autor.

GRÁFICO 22 – Análise final dos critérios versus estrutura formal Fonte: Desenvolvido pelo autor.

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146

É possível afirmar que para o montante de participantes desta pesquisa a

certificação PMP ou IPMA, a existência de PMO e de estrutura, método, metodologia

ou processo formal para definir os critérios de sucesso de um projeto auxiliam em

uma análise final dos critérios de sucesso. Tal prática pode compor um histórico

para auxiliar a evolução de novos projetos.

Conforme demonstrado na revisão bibliográfica deste trabalho, Tukel e Rom (2001)

apontam a qualidade como a dimensão considerada mais importante, pelos gerentes

de projetos, seguida da dimensão custo e da dimensão prazo. A consolidação do

retorno desta pesquisa mostra que, da tríplice restrição, o custo é apontado pelos

gerentes de projetos como o maior influenciador do sucesso do Gerenciamento de

Projetos. Esse é seguido pela qualidade em segundo lugar e o prazo em último.

Essa afirmação parece dar lastro ao artigo de Kloppenborg e Petrick (2004), os

quais afirmam que a combinação do Gerenciamento de Projetos com a qualidade

não é tratada de forma satisfatória, em função de pressões organizacionais sobre o

corte de orçamentos e sobre o tempo.

Para Baccarini (1999), o sucesso do produto do projeto é firmado em atender aos

objetivos estratégicos da organização cliente, à satisfação dos usuários e à

satisfação das necessidades dos stakeholders, ligados ao resultado do projeto.

Apesar dessa afirmação, alguns desses itens aparecem, para os respondentes,

como critérios de sucesso do Gerenciamento de Projetos. São eles: aceitação e

satisfação do cliente final, atendimentos às metas financeiras organizacionais,

alinhamento estratégico com a organização e às políticas organizacionais.

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147

5 CONCLUSÕES, LIMITAÇÕES E RECOMENDAÇÕES

Este capítulo tem o objetivo de descrever as conclusões obtidas, com foco no

problema de pesquisa, objetivos específicos, conhecimentos fundados na revisão

bibliográfica e na análise dos resultados firmados, a partir dos retornos de campo.

5.1 Conclusões

Como proposta, este estudo investigou a interação entre as variáveis

Gerenciamento de Projetos, Gerenciamento da Qualidade do Projeto e sucesso.

Seguindo Söderlund (2004), a procura por um entendimento do que é sucesso

nesse âmbito não deve cessar com observância aos fatores críticos, crenças e

processos. Apesar de este estudo portar tendências em seus resultados, em função

do número de respondentes, pode-se considerar a metodologia utilizada, as

limitações e os passos seguidos como fonte a ser seguida em futuras pesquisas

sobre as variáveis em questão. Seguindo esse preceito, algumas suposições

interessantes podem ser feitas, conforme já demonstrado no Capítulo 4.

Complementando tal capítulo, pode-se concluir que, apesar do grande número de

projetos que falham, estruturas formais para definição de critérios de sucesso de

projetos ainda não são utilizadas frequentemente por um grande números de

organizações. É interessante notar, porém, que parece haver uma relação, ainda

que tênue, entre a organização possuir um PMO e a existência de estruturas formais

de definição de critérios de sucesso.

Sugere-se como um ponto inicial para que essas organizações possam chegar a

uma estrutura formal para definir sucesso, a conscientização da existência de dois

focos de sucesso em um esforço de projeto: o sucesso do Gerenciamento de

Projetos e o sucesso do produto do projeto. Há a percepção, entretanto, como

resultado desta pesquisa, de que uma parte expressiva das organizações que

utilizam o Gerenciamento de Projetos no seu dia a dia não distingue os sucessos do

Gerenciamento de Projeto e do produto do projeto. A contratação de profissionais

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148

certificados parece não garantir que essa separação seja empregada pelas

organizações.

Com relação ao momento de definição dos critérios de sucesso, parece haver um

equilíbrio entre aqueles que afirmam ter os critérios definidos antes do início do

projeto e após a fase de iniciação. Como o sucesso do Gerenciamento do Projeto

pode ser influenciado por seu planejamento, é interessante que os critérios sejam

definidos antecipadamente. Com efeito, o sucesso do Gerenciamento de Projetos é

medido contra a fase de planejamento, também.

Em termos de fatores críticos de sucesso, verificou-se pela revisão bibliográfica que

estudos foram realizados com o objetivo de complementar, ou melhorar, a forma como

a tríplice restrição é utilizada para guiar ao sucesso (BACCARINI, 1999; ATKINSON,

1999; DIALLO; ETHUILLIER, 2004). É interessante notar que, como resultado, esta

pesquisa aponta para a cinquentenária tríplice restrição (custo, tempo e qualidade)

como sendo os três primeiros fatores críticos de sucesso do Gerenciamento de

Projetos (custo, qualidade e tempo) – nessa ordem. Outros fatores como a

aceitação/satisfação do cliente final, atendimento aos stakeholders, comunicação,

atendimento ao escopo do projeto, aderência a uma metodologia de Gerenciamento

de Projetos, monitoramento e controle, atendimento às metas financeiras, ao

pensamento estratégico e às políticas organizacionais são apontados com menos

intensidade. É possível que essa distribuição decorra da observação de Baccarini

(1999) e Diallo e Ethuillier (2004). Para eles, tal prática – a de os gerentes de projetos

apoiarem-se fortemente na tríplice restrição – ocorre em função do Gerenciamento de

Projetos ter suas bases galgadas, de longa data, na engenharia e construção.

De uma forma concisa, os resultados desta pesquisa apontam para os fatores de

sucesso do Gerenciamento do Projeto, advindos do Gerenciamento da Qualidade.

Dentre eles, destacam-se a qualidade da execução e do planejamento do projeto –

em ordem. Em seguida, destacam-se o alcance dos objetivos na utilização do

próprio Gerenciamento do Projeto e a qualidade do encerramento do projeto. Com

menos intensidade, aparece a utilização eficiente dos processos do Gerenciamento

da Qualidade do projeto. Esses resultados são formulados tanto por sua utilização

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149

nas organizações como seguem a mesma sequência de importância na opinião dos

gerentes de projetos participantes.

É necessário aprofundar o estudo, mas os resultados desta pesquisa não apontam

para uma inter-relação definitiva entre a existência de PMO ou a atuação de

profissionais certificados e o emprego de boas práticas que guiam ao crítico sucesso

do Gerenciamento de Projetos. Como inferência, neste momento, pode-se atribuir tal

constatação à baixa utilização de estruturas formais para definição de critérios de

sucesso de projetos, adotadas pelas organizações.

Concluindo a pesquisa, os participantes desta pesquisa informam, em sua maioria,

que o Gerenciamento da Qualidade do Projeto, aplicado ao Gerenciamento de

Projetos, tem importância relevante perante as demais nove Áreas do

Conhecimento, para a definição de sucesso ou fracasso do Gerenciamento de

Projetos.

“Sucesso” é um termo difícil de definir, uma vez que depende de conceitos e envolve

pessoas e seus entendimentos sobre o tema. Da mesma forma, vem evoluindo com

o passar do tempo e com sua aplicação no meio Gerenciamento de Projetos

(JUGDEV; MULLER, 2005). É necessário, então, com base nos resultados desta

pesquisa, que se dê uma maior atenção à definição do que é sucesso ou fracasso,

tanto para o produto como para o Gerenciamento do Projeto. A prática frequente

dessa definição, com o monitoramento e controle dos fatores de sucesso e sua

análise ao final do projeto, é de grande importância para o histórico e o aprendizado

a ser utilizado nos próximos projetos. A tendência natural, com a adoção dessas

práticas, é que o índice de projetos com sucesso, tanto do seu produto como do seu

gerenciamento aumente.

5.2 Limitações

As escolhas feitas por pesquisadores no desenvolvimento de seus trabalhos criam

limitações à interpretação dos resultados (HARIED; RAMAMURTHY, 2009).

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150

Uma limitação apresentada por esta dissertação diz respeito à pesquisa de campo.

Sendo uma pesquisa do tipo transversal única, precisa-se considerar que apenas

uma porção não delimitada e não conhecida da população inferiu nos resultados.

Tomou-se o cuidado de amenizar essa limitação com a ampliação dos pontos de

captação de questionários retornados e válidos. Mesmo assim, a representatividade

não pode ser extrapolada, a ponto de tornar os resultados obtidos aptos a trazerem

verdades estatísticas. Dessa forma, não é prudente considerar os resultados como

tendências firmes do sucesso do Gerenciamento de Projetos, ligado ao

Gerenciamento da Qualidade de Projetos.

Outro ponto a ser considerado para a afirmativa acima é que, mesmo tendo sido

adquiridos retornos de profissionais ligados no dia a dia com o Gerenciamento de

Projetos, a percepção pessoal sobre o momento da organização pode ter afetado a

interpretação do questionário e o resultado como um todo.

A dificuldade de acessar o grupo de respondentes, através do auxílio dos chapters,

também configurou limitação do estudo. É possível que a utilização de outros meios

de coleta de dados primários, como a contratação de empresa especializada,

amenize o problema e traga resultados mais concisos.

Apesar dessas limitações, a percepção é de que o estudo trouxe informações

relevantes ao desenvolvimento disciplina Gerenciamento de Projetos, assim como

proporcionou uma abertura de frentes ao desenvolvimento de novos estudos

relacionados ao sucesso do mesmo.

5.3 Recomendações para Estudos Futuros

Com o exposto no item anterior e levando em conta os resultados deste trabalho,

conclui-se que há frentes inexploradas, as quais se propõem como estudos futuros:

utilizando a metodologia proposta neste trabalho, realizar novamente a pesquisa,

procurando uma maior participação dos profissionais gerentes de projetos;

verificar os fatores de sucesso ligados às demais oito Áreas do Conhecimento do

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151

Gerenciamento de Projetos;

propor um Sistema de Fatores Críticos de Sucesso ligado ao Gerenciamento da

Qualidade de Projetos.

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APÊNDICES

APÊNDICE A – CARTA DE APRESENTAÇÃO

Assunto: Participação em pesquisa que faz parte de Dissertação de Mestrado em Engenharia de Produção. Prezado(a) Senhor(a), Gostaríamos de convidá-lo(a) a participar da pesquisa que tem como objetivo identificar os fatores relacionados ao Gerenciamento da Qualidade que contribuem para o sucesso do Gerenciamento de Projetos. A pesquisa levantará os dados necessários à elaboração da dissertação de Mestrado de Marcos André Deboni, realizada na Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), sob a orientação do Prof. Dr. Manuel Antonio Molina Palma. Alcançando seus objetivos, esta pesquisa trará benefícios de aprendizado à comunidade de Gerenciamento de Projetos corporativa e acadêmica, respondendo à questão:

De que forma o Gerenciamento da Qualidade, aplicado no desenvolvimento do projeto, influencia a percepção do sucesso do Gerenciamento do Projeto?

Àqueles que participarem da pesquisa, pede-se o preenchimento completo do questionário por opiniões francas e honestas e seu retorno até o dia 25 de abril de 2010. O questionário da pesquisa é acessado pelo endereço eletrônico: http://spreadsheets.google.com/embeddedform?formkey=dEZ3WnkwOWpVd29PVWl6bmx4WVZHZlE6MA O tempo médio para o preenchimento do questionário é de 1 a 2 minutos. Todos aqueles que devolverem o questionário preenchido corretamente receberão retorno sobre os resultados da pesquisa, além de participarem do sorteio de dois livros “Gerenciamento de Portfólio, Programas e Projetos nas Organizações”, do autor Darci Santos do Prado. Por isso, é importante informar o e-mail de contato. As respostas deste questionário serão mantidas no mais completo sigilo e jamais serão divulgadas isoladamente. Toda publicação resultante deste levantamento será tratada coletivamente e terá fins puramente acadêmicos. Desde já, agradecemos a sua atenção em responder a esta pesquisa e colocamo-nos à sua disposição para quaisquer esclarecimentos que se façam necessários.

Marcos André Deboni, PMP, MBA Tel.: (31) 8708-6554

[email protected]

Prof. Dr. Manuel Antonio Molina Palma. Tel.: (22) 2724-1234

[email protected]

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APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO SOBRE SUCESSO EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS Informações sobre o questionário: Este questionário faz parte da pesquisa que resultará em uma Dissertação de Mestrado. Todos aqueles que devolverem o questionário preenchido corretamente receberão retorno sobre os resultados da pesquisa. Todos aqueles que devolverem o questionário preenchido corretamente participarão do sorteio de dois livros. As respostas deste questionário serão mantidas no mais completo sigilo, e jamais serão divulgadas isoladamente. Toda publicação resultante deste levantamento será tratada coletivamente e terá fins puramente acadêmicos. O preenchimento completo do questionário levará entre 1 e 2 minutos. O questionário está dividido em duas partes: - Parte 1 (DADOS DE IDENTIFICAÇÃO): tem a intenção de coletar informações básicas sobre o entrevistado e sobre a empresa. - Parte 2 (QUESTIONÁRIO): é subdividido em dois grupos de perguntas. O primeiro grupo tem como objetivo verificar o tratamento do sucesso no Gerenciamento de Projetos, quando o foco é o Gerenciamento da Qualidade do Projeto em sua empresa. O segundo grupo de perguntas está interessado em saber suas opiniões, como gerente de projetos, sobre o mesmo tema. Favor retornar as respostas até 25 de abril de 2010. SORTEIO: O sorteio de dois livros “Gerenciamento de Portfólio, Programas e Projetos nas Organizações", do autor Darci Santos do Prado, acontecerá no dia 30 de abril de 2010. Participarão do sorteio aqueles que retornarem o questionário preenchido (e válido) até 25 de abril de 2010. Válido é conceituado por: (a) ter todas as questões obrigatórias preenchidas, (b) possuir o campo "2.E-mail" preenchido e (c) para a questão 16, existir apenas um grau "1", um grau "2" e um grau "3". Os dois ganhadores receberão seus livros nos endereços informados, após serem contatados por mim. Fico responsável pelo ônus do envio dos livros, por Sedex, para os ganhadores que informarem endereços no território brasileiro. Caso residir no exterior, o valor de envio do livro de Belo Horizonte até o destino fica a cargo ganhador. OBRIGADO POR SUA PARTICIPAÇÃO! Marcos André Deboni [email protected]

*Obrigatório

1. Nome Opcional

2. E-mail Informe seu e-mail para receber o resultado da pesquisa e participar do sorteio!

3. Empresa Informe aqui o nome da sua empresa 4. Possui Certificação PMP ou IPMA?

Sim

Não

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5. Nacionalidade da organização* Informe aqui se sua empresa é brasileira ou estrangeira.

Nacional

Multinacional

6. Ramo de Atividade* Agroindústria / Pecuário / Pesca

• Agroindústria / Pecuário / Pesca • Alimentos • Arquitetura / Decoração / Urbanismo Paisagismo • Artes, Lazer, Literatura e Entretenimento • Automobilística / Autopeças • Borracha / Plástico • Brinquedos • Calçados e Couro • Comércio Atacadista Outros • Comércio Exterior • Comércio Outros • Comércio Varejista Outros • Comunicação / Imprensa / Marketing • Diversão / Entretenimento • Educação / Treinamento / Idiomas • Eletrônica / Eletroeletrônica / Eletrodomésticos • Energia • Engenharia • Esportes e Atividades Físicas • Fumo • Governamental • Gráfica / Editora • Higiene / Limpeza • Indústria Outros • Informática / Tecnologia da Informação • Internet • Jurídico • Madeireira • Manufatura • Máquinas / Equipamentos Ferramentas • Metalurgia / Siderurgia • Mineração • ONGs • Papel e Derivados • Perfumaria / Cosméticos / Estética • Pesquisas • Petroquímico / Petróleo • Química / Farmacêutica • Recursos Humanos • Restaurante / Fast Food • Saúde • Segurança Patrimonial • Seguros / Previdência Privada • Serviços Outros

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• Setor Público • Supermercado / Hipermercado • Telecomunicação • Telemarketing • Têxtil / Vestuário • Transporte / Logística / Armazéns • Turismo / Hotelaria • • Veterinária • Fusões e Aquisições • Outra

7. Faturamento Anual (US$)* Menos de $10 Milhões

8. Sua empresa possui um escritório de projetos (PMO)?*

Sim

Não 9. Existe alguma estrutura, método, metodologia ou processo para definir os critérios de sucesso ou fracasso de um projeto em sua organização?* Responda afirmativamente somente se a estrutura, método, metodologia ou processo for formal.

Sim

Não 10. No dia a dia da organização onde trabalha, existe a consciência da separação entre sucesso do “resultado do projeto” e sucesso do “Gerenciamento de Projetos”?*

Sim

Não 11. Caso existam, os critérios de sucesso de um projeto são definidos em que momento em sua organização? *

Antes do inicio do projeto

Na fase de Iniciação

Na fase de Planejamento

Na Fase de Encerramento

Após o encerramento do projeto

Não são definidos 12. Caso existam, quais são os fatores críticos de sucesso do Gerenciamento de Projetos comumente utilizados para definições de sucesso no Gerenciamento de Projetos em sua organização? * Cite-os no quadro abaixo. Caso sua organização não possua os fatores críticos de sucesso definidos, apenas escreva "Não existem no momento."

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13. Caso existam, quais são os critérios de avaliação do sucesso do Gerenciamento do Projeto, ligados ao Gerenciamento da Qualidade do Projeto utilizados por sua organização? * Caso existam outros critérios de avaliação do sucesso do Gerenciamento do Projeto, ligados ao Gerenciamento da Qualidade do Projeto utilizados por sua organização, cite-os no campo "Other/Outros"

Eficiência na utilização dos processos do Gerenciamento da Qualidade definidos no PMBOK, 4a Edição (Planejar a Qualidade, Realizar a Garantia da Qualidade, Realizar o Controle da Qualidade)

Alcance dos objetivos na utilização do processo de Gerenciamento de Projetos

Qualidade do planejamento do projeto

Qualidade da execução do projeto

Qualidade do encerramento do projeto

Utilização condizente com o tamanho do projeto e adequada das Ferramentas da Qualidade (Análise ou Gráfico de Pareto, Diagrama de Causa e Efeito, Histograma, Gráfico de Controle, Lista de Verificação, Diagrama de Dispersão, Estratificação)

Utilização do Controle da Qualidade Total nos projetos

Não existem no momento

Outro: 14. Esses critérios de sucesso são monitorados ao longo do desenvolvimento do projeto? Caso você tenha respondido “Não existem no momento” na questão 13, por favor, deixe esta questão em branco.

Sim

Não 15. É realizada uma análise sobre esses critérios ao final do projeto, de forma a mensurar o alcance dos mesmos? Caso você tenha deixado a questão 13 em branco, por favor, deixe esta questão em branco, também.

Sim

Não 16. Partindo da constatação de que todas as alternativas listadas abaixo sejam muito importantes, coloque em ordem crescente de influência sobre o sucesso do Gerenciamento de Projetos, os vértices da tríplice restrição (Custo, Tempo e Qualidade).* A escala é “1” para menos importante, “2” para importância média e “3” para mais importante. Por favor, para considerar sua resposta válida, pode haver apenas um grau "1", um grau "2" e um grau "3". 1 2 3

Custo

Tempo

Qualidade

17. Em sua opinião, se comparada às demais oito Áreas do Conhecimento definidas no Project Management Body of Knowledge (PMBOK) do Project Management Institute (PMI), o Gerenciamento da Qualidade do Projeto possui qual IMPORTÂNCIA na definição de sucesso ou fracasso do Gerenciamento de Projetos?* Nove Áreas do Conhecimento, segundo o PMBOK: Gerenciamento da Integração do Projeto, Gerenciamento do Escopo do Projeto, Gerenciamento do Tempo do Projeto, Gerenciamento dos Custos do Projeto, Gerenciamento da Qualidade do Projeto, Gerenciamento dos Recursos Humanos do Projeto, Gerenciamento das Comunicações do Projeto, Gerenciamento dos Riscos do Projeto, Gerenciamento das

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Aquisições do Projeto.

Está em primeiro lugar

Possui importância relevante

Possui importância pouco relevante

Está em último lugar 18. Em sua opinião, quais são os critérios de avaliação do sucesso do Gerenciamento do Projeto, ligados ao Gerenciamento da Qualidade?* Caso existam outros critérios de avaliação do sucesso do Gerenciamento do Projeto, ligados ao Gerenciamento da Qualidade do Projeto, em sua opinião, cite-os no campo "Other/Outros:"

Eficiência na utilização dos processos do Gerenciamento da Qualidade definidos no PMBOK, 4a Edição (Planejar a Qualidade, Realizar a Garantia da Qualidade, Realizar o Controle da Qualidade)

Alcance dos objetivos na utilização dos processos de Gerenciamento de Projetos

Qualidade do planejamento do projeto

Qualidade da execução do projeto

Qualidade do encerramento do projeto

Utilização condizente com o tamanho do projeto e adequada das Ferramentas da Qualidade (Análise ou Gráfico de Pareto, Diagrama de Causa e Efeito, Histograma, Gráfico de Controle, Lista de Verificação, Diagrama de Dispersão, Estratificação)

Utilização do Controle da Qualidade Total nos projetos

Não tenho opinião

Outro: 19. Em sua opinião, a comunicação é fator-chave de sucesso do Gerenciamento de Projetos?*

Sim

Não 20. Em sua opinião, o gerente de projetos, seu estilo de liderança, competências e inteligência emocional são fatores de sucesso para o Gerenciamento de Projetos?*

Sim

Não 21. A qual Capítulo (chapter) do PMI você é filiado?* Lista elaborada com base no site da Integração Nacional (http://www.pmi.org.br).

PMI Brasilia - Distrito Federal

• PMI Bahia • PMI Brasília – Distrito Federal • PMI Espírito Santo • PMI Fortaleza, Ceará • PMI Goiânia – Goiás • PMI Joinville, Santa Catarina • PMI Manaus • PMI Minas Gerais • PMI Paraná • PMI Recife, Pernambuco

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• PMI Rio Grande do Sul • PMI Rio de Janeiro • PMI São Paulo • Outro Capítulo • Não sou filiado a Capítulos

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