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13-1
Aula 13
Introdução à dinâmica do gás
●R
eferências▶
Spitzer – Cap. 10
▶N
otas da Aula 2 de M
. Krum
holz – CC
E-ON
-2010✔
Livro: XV
Special Courses at N
ational Observatory of
Rio de Janeiro – Eds. Eduardo Telles et al. (parece que
nao tem na biblioteca do IN
PE)▶
Dyson &
William
s – Cap. 6
▶Scheffler &
Elsässer – Seção 6.3
●D
raine &
M
cKee,
1993, A
RA
A,
31, 373
- Theory
ofinterstellar shockshttp://adsabs.harvard.edu/abs/1993A
RA
%26A
..31..373D13-3
Objetivos
●N
as aulas
anteriores, foram
abordados
principalmente
aspectos microscópicos do m
aterial que forma o M
I
●N
esta aula, apresentamos o básico da dinâm
ica do MI
enquanto um fluido
●V
amos
também
obter
alguns resultados
simples
sobrechoques
13-4
Princípios básicos●
O
fluxo de
um
gás pode
ser determ
inado pela
resoluçãosim
ultânea das
equações diferenciais
que expressam
os
princípios de
conservação e
continuidade das
seguintesgrandezas:▶
massa;
▶m
omento;
▶energia.
●U
m vínculo adicional necessário é um
a relação entre a pressão,P, e a densidade, ρ [P = f(ρ)]
●Se
as com
ponentes do
gás possuem
ou
não um
a m
esma
velocidade de grupo, o fluido pode ser considerado simples ou
multi-fluido.
●A
apresentação das eqs. completas é feita no Spitzer, C
ap. 10.●
Não deixe de ler as notas da A
ula 2 do Krum
holz13-5
Advecção
●É bom
definir um term
o muito utilizado no tratam
ento defluidos, qual seja, a advecção.
●Ela representa o transporte de um
a dada propriedade (escalar)por um
fluido devido ao seu movim
ento macroscópico (bulk
motion)
●M
atematicam
ente, ela pode ser representada em coordenadas
cartesianas como:
http://en.wikipedia.org/w
iki/Advection
13-6
Derivadas...
●D
erivada Lagrangiana no tempo: D
/Dt
▶segue um
elemento de fluido em
seu movim
ento
●D
erivada Euleriana no tempo:
▶em
um ponto fixo
DDt =
∂∂t
v⋅∇
∂∂t
13-7
Equações do fluxo de matéria
Krum
holz - CC
E-ON
-2010 - Notes 2
13-8
Equação de conservação de massa
●A
variação
de m
assa no
tempo
dentro de
um
volume
infinitesimal relaciona-se ao divergente do fluxo de m
assa
13-9
Equação de conservação de mom
ento
variação dem
omento
força depressão
forçagravitacional
força deLorentz
forçasviscosas
advecção do mom
ento:transporte do m
omento pelo bulk m
otion
13-10
Equação de indução
transportede Bpelo
movim
entodo fluido
dissipaçãoou
difusão de B pela
resistência do material
13-11
Potencial gravitacional
13-12
Núm
eros adimensionais
●Seguindo K
rumholz, vam
os considerar a eq. de conservaçãodo m
omento, desprezar o term
o gravitacional e verificarquais term
os são relevantes em nuvens m
oleculares (NM
).V
amos considerar que as derivadas espaciais sim
plificadaspara o term
o 1/L.●
O objetivo é verificar quais são os term
os/forças importantes
em nuvens m
oleculares.●
Vam
os considerar: L = 20 pc; V = 3 km
/s; B = 10 µG
ρV
2
L+
ρc
s 2L+
B2
L+
ρν
VL2
13-13
Núm
ero de Mach
●O
número de M
ach, Ma, quantifica a im
portância da variaçãodo m
omento por advecção com
relação à variação devida àpressão.
●Se M
a >> 1, advecção domina, e tem
os um o regim
esupersônico.
●cs é da ordem
de 0,2 km/s, m
uito maior que as velocidades
típicas de NM
. Assim
, advecção domina com
relação àpressão.
ρV
2
L+
ρc
s 2L+
B2
L+
ρν
VL2
Ma=
Vcs
13-16
Núm
ero de Reynolds M
agnético●
O núm
ero de Reynolds m
agnético, Rm
, resulta do mesm
oprocedim
ento aplicado à equação de indução. Desse m
odo,quantifica o m
ecanismo que dom
ina as variações de B:
advecção ou difusão.
●Se R
m >> 1, a variação de B
por advecção domina. A
ssim, o
campo é carregado pelo fluxo de m
atérial. Essa situação écham
ada de flux-freezing. Nas escalas de N
Ms, se estim
a quehaja
flux-freezing. Porém
, o
comportam
ento do
gás é
dependente da escala de tamanho.
BVL+
ηBL
2Rm
=L
Vη
13-17
Ondas sonoras e a propagação de um
a perturbação
●V
amos considerar um
gás com condições iniciais dadas por:
▶P
o : pressão▶ρo : densidade
▶uo =0: velocidade
●A
pós uma pequena perturbação, o gás passa a ser descrito
por:▶
Po + P
1▶ρo
+ ρ1
▶uo + u1 = u1
✔com P
1 ≪ P
o e ρ1 ≪
ρo
13-18
Podemos
considerar que
a pressão
pode ser
escrita com
o(politropo):
P = K ργ.
Nesse caso, as equações de conservação - desprezando term
osm
agnéticos e gravitacionais - resultam em
uma eq. de onda para
a densidade
(ou velocidade)
da perturbação.
No
casounidim
ensional:
onde
∂2
1
∂t 2
−c
s 2 ∂2
1
∂x
2=
0
cs 2=
dP
d=
P
o
o
cs é velocidade do som no m
eioe é descrita pelos parâm
etros dom
eio sem perturbação
13-19
●A
velocidade do som quantifica a velocidade da propagação
da perturbação no meio
●C
omo a velocidade do som
depende das grandezas nãoperturbadas,
ela pode
ser considerada
constante para
perturbações pequenas.●
Caso a perturbação (P
1 , ρ1 ) seja grande, a velocidade do somdeve ser definida em
cada ponto.
13-21
Valores de γ
●N
o casoadiabático, isto é, no qual a perturbação ocorre em
uma escala de tem
po menor que o resfriam
ento do gás,tem
os:▶γ = 5/3 para um
gás monoatôm
ico e diminui com
o aumento
dos graus de liberdade do gás●
No caso isotérm
ico, ▶γ = 1 .
●N
o MI, em
regiões HII ou H
I podemos considerar que as
perturbações são isotérmicas
=
cp
cv
γ: razão entre caloresespecíficos à pressãoconstante e a volum
econstante
13-22
Alguns valores de cs
SE
13-23
Choques no M
I
●A
velocidade do som no M
I é pequena com relação aos
movim
entos macroscópicos do gás. A
ssim, é com
um o
desenvolvimento de frentes de choque no M
I.
●C
omo verem
os a seguir, as propriedades do gás (densidade,velocidade
e tem
peratura) são
alteradas, podendo
serdescontínuas, na frente de choque. A
ssim, o choque:
▶pode alterar estado de ionização, destruir grãos, estim
ularreações quím
icas▶
introduz estrutura no fluido▶
acelera partículas
13-24
O que é um
choque?
SEt
r ●U
m choque ocorre quando a velocidade do fluido é m
aiorque a velocidade do som
(Ma > 1). Isto é, a velocidade do
fluido é maior que a de propagação da perturbação - vide, por
exemplo, explicação no caso da com
pressão por um pistão no
DW
.▶
notar que cs aumenta com
a compressão
●N
esse caso, o sistema apresentará um
a discontinuidade empressão e densidade, que é a frente de choque
13-26
Teoria básica de choques●
Modelo: pistão em
movim
ento comprim
indo região à frente
Na figura acim
a, o referencial está em repouso com
relação a frentede choque. A
velocidade de propagação do choque é -v1 .
SE
região perturbada
região sem
perturbaçãofrente de choque
“pistão”
13-27
Jump conditions
●É possível calcular a relação entre os valores das grandezas antes edepois do choque a partir as equações do fluido
●Essas relações têm
embutida a conservação do fluxo de m
assa,m
omento e energia na frente de choque
●A
ssim, é possível obter as “jum
p conditions” também
chamadas
de condições de Rankine-H
ugoniot●
Para o fluxo de massa e m
omento, desprezando B
e a forçagravitacional, tem
os:
●A
conservação de energia depende dos detalhes do balanço deenergia
na região.
Exemplos
de casos
limites
são choques
adiabáticos ou isotérmicos.
1 u
1 =
2 u2 =
jju
1 −ju
2 =P
2 −P
1 P
1
1 u1 2=
P2
2 u
2 2
13-28
u1 12
1 u
1 2U
1 P
1 u1 =
u2 12
2 u
2 2U
2 P
2 u2
● Considerando um
gás ideal e umchoque adiabático, podem
osrelacionar as densidades (ou velocidades) das duas regiões pelaexpressão
(Hugoniot's
adiabat). D
esprezando o
campo
magnético e a força gravitacional, tem
os:
●Para gases ideais, a energia interna é dada por:
U=
1−
1P
Jump conditions - adiabático
13-29
Os m
esmos resultados podem
ser expressos como função das
pressões em lugar do núm
ero de Mach:
Choque forte: P
2 ≫P
1
2
1 =
v1
v2 =
−
1P1
1P2
1P1
−
1P2
13-31
A relação entre as velocidades é dada por:
●Se P
2 > P
1 ⇒ u1 > cs1 e u2 < cs2
●Se P
2 ≫P
1 ⇒
●Se P
2 ≈ P
1 ⇒ u1 ≃
cs1 ≃ u2 ≃
cs2 onda de som
normal
u1
cs1 2=
−
1
1P
2 /P1
2
u2
cs2 2=
−
1
1P
1 /P2
2
u2 =
cs2√
γ−1
2γ
=0.45c
s2 (seγ=5/3) (13-2)
13-32
Choque isotérm
ico●
irradiação de energia adicional●
sistema rapidam
ente alcança o equilíbrio térmico
▶T
1 = T2
▶γ = 1
Usando os resultados anteriores, podem
os obter:
ρ2
ρ1 =
u1 2
cs1 2=
Ma
2A
perda de radiação, e portanto de energia térm
ica, faz com que
o aumento de densidade possa ser
muito m
aior no caso isotérmico do
que no caso adiabático
13-33
Exemplo
●colisão de duas nuvens de H
I▶
cs = 1 km s -1
▶u1 = 10 km
s -1▶ρ
2 /ρ1 = 100
●Esse tipo de fenôm
eno é usado para explicar origem da
estrutura do MI
13-34
Choque radiativo
●N
ósobservam
os m
aterial no MI sujeito a choques. Isso
significa que esse material em
ite (=resfria).●
Um
choque não deve ser nem com
pletamente adiabático,
nem isotérm
ico. A representação usual de um
choque no MI
é que existe uma frente de choque adiabática m
uito fina.A
pós essa frente, o material (em
movim
ento) inicia umprocesso de resfriam
ento que continua até que a temperatura
alcance o valor anterior à frente de choque, o que ocorre aum
a dada distância da frente de choque adiabática. ●
Assim
, as condições de transição adiabática se aplicam na
frente de choque, e as condições isotérmicas se aplicam
nasegunda transição.
13-37D
raine & M
cKee, 1993
Note o
precursor radiativo.Ele é o resultado doaquecim
ento daregião pré-choquedevido a radiaçãoda região pré-choque,que se propaga navelocidade da luz econsegue, portanto, alcançar a região pré-choque.
13-38
Choque com
campo m
agnético●
Vam
os considerar a existência de um cam
po magnético
paralelo à frente de choque e verificar as alterações quedecorrem
nas expressões anteriores●
O cam
po magnético entra com
o um fator B
²/8π naeq. de
conservação de mom
ento
●N
esse caso, pode ser demonstrado que:
B2
B1 =
2
1
P1
1 u
1 2B
1 2
8=
P2
2 u
2 2B
2 2
8
13-39
●N
o caso adiabático, temos:
▶A
ssim, não há diferença entre a com
pressão com ou sem
inclusão do campo m
agnético no caso adiabático
▶C
onsiderando os valores típicos do MI, m
esmo o aum
entoda pressão m
agnética decorrente do aumento do cam
ponão é suficiente para que a pressão m
agnética passe a serrelevante
B2
B1 =
2
1 =
4
13-40
●C
aso isotérmico:
B2
B1 =
2
1 =
2u
1
VA 1 ,
onde
VA 2=
B2
4
V
A : velocidade de Alfvén
velocidade de uma onda transversal
ao longo das linhas de campo
magnético
A razão de densidades depende de B
. O B
tende a diminuir a
compressão com
relação ao caso sem cam
po magnético.
uVA
: número de M
ach Alfven
13-44
Exemplo
●B
= 10 -5 G●ρ = 30 m
H cm-3
●v1 = 10 km
s -1▶
VA = 4 km
s -1▶ρ
2 /ρ1 ~ 3.5
13-45
Resum
o
●N
a frente de choque, a energia cinética organizada do fluxoque causa o choque é transform
ada em energia cinética
microscópica (=tem
peratura)●
A seguir, essa energia é usada para dissociar, ionizar e excitar
átomos e m
oléculas da região●
Os choques podem
ser do tipo J (rápidos) ou C▶
Em
nuvens
moleculares,
a velocidade
queaproxim
adamente separa os dois regim
es é 40 km/s
●Espectro observado depende do resultado dos processosacim
a
13-46
Choque m
ulti-fluido●
O m
eio pode não ser bem representado por um
a únicavelocidade de fluido.
▶Exem
plo: partículas carregadas e neutras em um
meio
magnetizado.
13-47
Efeitos dos choques nos grãos em
oléculas●
O
aumento
de tem
peratura em
choques
em
nuvensm
oleculares pode permitir que ocorram
reações endotérmicas
que não seriam possíveis nas tem
peraturas usuais dessasnuvens▶
Exemplo: form
ação do CH
+
●D
estruição do H2 por colisões, se choque tem
velocidade altao suficiente (m
aior que 45 km/s)
●D
estruição parcial de grãos, se velocidade maior que 20
km/s, com
algumas m
oléculas sendo arrancadas dos grãos▶
NH
3 em estados excitados m
etaestáveis▶
SiO
13-48
Radiação dos choques
●Em
função da velocidade do choque, a temperatura pode
subir bastante (ver expressão de T2 que é função de u1).▶
A em
issão pode ocorrer em raios-X
no caso dechoques com
u1 > 5.000 km/s
●Se região em
torno do choque é opticamente espessa para a
emissão
produzida, ela
pode ficar
confinada e
não ser
diretamente observada
●A
emissão em
linhas depende da estrutura de ionização eexcitação da região (vide próxim
a figura)
13-49
Lequeux
13-50
Espectro de choqueExistem
vários diagnósticos para diferenciar um espectro de
choque de um de um
a região fotoionizada
●[SII]6717,6731/H
α é maior em
choque▶
em R
HII, S é em
sua maior parte SIII
●[O
I]6300/Hα é m
aior em choque
▶em
RH
II, O é em
sua maior parte O
III e OII
●[O
III]4363/[OIII]4949,5007
cresce com
a
temperatura
eletrônica▶
é maior em
choques●
linhas vibracionais do H2 no IR
podem indicar a presença de
choque
13-51
Lequeux
13-52
Lequeux
13-53
http://ww
w.herts.ac.uk/research/stri/research-areas/car/galactic/agbpost-agb-stars-and-w
hite-dwarfs/post-agb-stars
Planetary Nebulae (PN
) are thought to form w
hen a fast wind begins to blow
from a post-A
GB
star as it evolves to hotter temperatures. H
owever there is little observational inform
ation on howthe PN
formation process occurs, resulting in a huge param
eter space for models to explore. The
ro-vibrational transitions of H2 in the infrared K
-band are an important tracer of excited m
oleculargas in post-A
GB
outflows and by using Integral Field Spectroscopy (IFS) w
e can obtain both thespatial and spectral distribution of the em
ission simultaneously. The continuum
subtractedspectrum
of the post-AG
B object IR
AS 18276-1431 (G
ledhill et al. 2011 MN
RA
S 411 1453)show
s a number of H
2 emission lines, allow
ing discrimination betw
een radiative and shockexcitation.