44
LUCIANA LISBOA MOTA E CASTRO O ICTIOPLÂNCTON DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-AÇU, ES. VITÓRIA 2001

O ICTIOPLÂNCTON DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-AÇU, ES. · cada ponto foram feitos três arrastos com rede tipo bongô de malha 333 µm, com três minutos de duração cada. Foram

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: O ICTIOPLÂNCTON DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-AÇU, ES. · cada ponto foram feitos três arrastos com rede tipo bongô de malha 333 µm, com três minutos de duração cada. Foram

LUCIANA LISBOA MOTA E CASTRO

O ICTIOPLAcircNCTON

DO ESTUAacuteRIO DO RIO PIRAQUEcirc-ACcedilU ES

VITOacuteRIA2001

LUCIANA LISBOA MOTA E CASTRO

O ICTIOPLAcircNCTON

DO ESTUAacuteRIO DO RIO PIRAQUEcirc-ACcedilU ES

Orientador Prof o Dr Jean-Christophe Joyeux

VITOacuteRIA2001

Monografia apresentada ao Curso deGraduaccedilatildeo em Ciecircncias Bioloacutegicasda Universidade Federal do EspiacuteritoSanto para obtenccedilatildeo do tiacutetulo deBacharel em Ciecircncias Bioloacutegicas

AGRADECIMENTOS

bull Agrave Deus que eacute a forccedila que me impulsiona a cada dia

bull Aos meus pais que nunca mediram esforccedilos para que eu prosseguisse com os meus

estudos e concluiacutesse mais essa etapa Aos meus irmatildeos pelo apoio e companheirismo

bull Ao meu orientador professor Jean-Christophe Joyeux pelas contribuiccedilotildees e sugestotildees

para a realizaccedilatildeo deste trabalho e principalmente pela amizade e compreensatildeo

bull Ao professor Gilberto F Barroso pelo fornecimento de mapas e informaccedilotildees que foram

indispensaacuteveis agrave este trabalho

bull Ao professor Joseacute H Muelbert (FURG - RS) por vir a Vitoacuteria especialmente participar

da avaliaccedilatildeo deste trabalho

bull Aos colegas do Laboratoacuterio de Ictioplacircncton Bruno Genyess e Hilton pelo auxiacutelio nas

coletas pelo apoio de sempre e principalmente pela amizade de vocecircs

bull Ao Sr Pedro e Walace pela disposiccedilatildeo em nos auxiliar nas coletas e pelas sugestotildees

para as coletas

bull Agrave ARACRUZ CELULOSE pelo apoio financeiro

bull Ao Centro de Tecnologia em Aquicultura (CTA) por nos emprestar o barco e ao BMLP

por nos emprestar o motor indispensaacuteveis para a realizaccedilatildeo dos trabalhos de campo

bull Aos professores funcionaacuterios e estagiaacuterios do DERN pela amizade e por

proporcionarem o nosso ambiente de trabalho tatildeo agradaacutevel

bull Agrave todos os meus amigos pela compreensatildeo e pelo carinho de sempre em especial agrave

Keyla e Maria Alciele por me ajudarem a escrever esta monografia

bull Agrave todos aqueles que embora natildeo estejam citados aqui contribuiacuteram de alguma forma

para a conclusatildeo deste trabalho

SUMAacuteRIO

RESUMO

1 INTRODUCcedilAtildeO 5

2 OBJETIVOS

21 Objetivo geral

22 Objetivos especiacuteficos

8

8

8

3 METODOLOGIA

31 Aacuterea de estudo

32 Amostragens

33 Processamento das amostras

34 Anaacutelises estatiacutesticas

9

9

10

13

14

4 RESULTADOS

41 Dados abioacuteticos

42 Dados bioacuteticos

421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade

422 Padrotildees espaciais de abundacircncia

18

18

22

25

28

5 DISCUSSAtildeO 31

6 CONCLUSOtildeES 35

7 REFEREcircNCIAS 36

ANEXOS 42

RESUMO

Estuaacuterios e aacuteguas costeiras desempenham um papel muito importante no ciclo de vida de

vaacuterios organismos marinhos Estes locais apresentam alta produtividade e proteccedilatildeo contra

predadores de larvas e formas jovens de peixes que os utilizam como berccedilaacuterio Este

trabalho apresenta a distribuiccedilatildeo espacial e temporal num periacuteodo de seis meses do

ictioplacircncton no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu e analisa se haacute diferenccedila na distribuiccedilatildeo das

larvas entre os dois braccedilos do rio Foram realizadas 12 coletas mensais noturnas em trecircs

pontos do estuaacuterio um no braccedilo norte um no braccedilo sul e um na entrada do estuaacuterio Em

cada ponto foram feitos trecircs arrastos com rede tipo bongocirc de malha 333 microm com trecircs

minutos de duraccedilatildeo cada Foram feitas mediccedilotildees de temperatura salinidade e oxigecircnio

dissolvido da aacutegua de superfiacutecie e de fundo Em seis meses foram encontrados 44 taxa

sendo Engraulidae Gobiidae e Haemulidae os mais abundantes O ictioplacircncton foi mais

abundante nos meses mais quentes (marccedilo a maio ANOVA p le 0001) e no braccedilo norte

(ANOVA p = 0005) As espeacutecies residentes do estuaacuterio apresentaram tanto distribuiccedilatildeo

espacial homogecircnea entre os trecircs pontos de amostragem no caso dos engrauliacutedeos quanto

distribuiccedilatildeo espacial heterogecircnea no caso de Microgobius meeki As espeacutecies migratoacuterias

demersais parecem predominar no braccedilo norte como Achirus sp (teste de Friedman p =

0032) e as migratoacuterias pelaacutegicas como Gobionellus spp (teste de Friedman p = 0020)

no braccedilo sul

5

1 INTRODUCcedilAtildeO

Um grande nuacutemero de espeacutecies de peixes marinhos de importacircncia comercial tecircm

uma parte de sua vida associada a sistemas costeiros como por exemplo peixes das famiacutelias

Centropomidae (robalos) Mugilidae (tainhas) Sciaenidae (corvinas cangoaacutes) Gerreidae

(carapicus) etc (Helmer amp Barbosa 1987 Oshiro amp Arauacutejo 1987 e Andreata et al 1997)

De fato estuaacuterios e aacuteguas costeiras desempenham um papel muito importante no ciclo de

vida de vaacuterios organismos marinhos Estes locais apresentam alta produtividade e proteccedilatildeo

contra predadores de larvas e formas juvenis de peixes que os utilizam como berccedilaacuterio

(Laegdsgaard amp Johnson 2000)

Os estudos sobre distribuiccedilatildeo do ictioplacircncton ou seja relativos aos ovos e larvas

dos peixes satildeo entatildeo fundamentais sob vaacuterios aspectos Sob o aspecto cientiacutefico esses

estudos visam o conhecimento da bioecologia dos ovos e larvas eventualmente auxiliando

na taxonomia dos adultos (Smith amp Thacker 2001) Sob o aspecto comercial de pesca satildeo

aplicados na detecccedilatildeo de aacutereas de concentraccedilatildeo de adultos atraveacutes da quantidade de ovos e

larvas em determinadas regiotildees estudos populacionais e piscicultura entre outros

(Ciechomski 1981 apud Soares et al 1991) Aleacutem disso teleoacutesteos jovens satildeo

extremamente susceptiacuteveis aos distuacuterbios antroacutepicos tanto na fase larval quanto na juvenil

(Kingsford amp Gray 1996) Nos estuaacuterios a poluiccedilatildeo a destruiccedilatildeo do habitat e a sobrepesca

satildeo as maiores ameaccedilas (Joyeux amp Ward 1998) No Brasil os efeitos dos efluentes

domeacutesticos e industriais lanccedilados nos estuaacuterios ainda natildeo foram quantificados mas sem

duacutevida devem ser relevantes (Kingsford amp Gray 1996 Barroso amp Dias Jr 1997) Esses

ambientes suportam um grande nuacutemero de pescadores profissionais de subsistecircncia e

esportivos Embora natildeo haja estatiacutestica ateacute o momento a pesca em pequena escala

6

possivelmente represente uma fonte econocircmica de importacircncia para os moradores das

regiotildees estuarinas (Andreata amp Frederick 1999)

A ictiofauna estuarino-costeira do Espiacuterito Santo eacute pouco conhecida sendo

apresentada apenas no trabalho de Helmer amp Barbosa (1987) O domiacutenio oceacircnico foi

assunto de estudos ictioplanctoloacutegicos mais aprofundados (Ekau amp Matsuura 1996 Ekau

et al 1999) No litoral estudos em andamento estimam aproximadamente 230 espeacutecies de

peixes (S Floeter amp JL Gasparini comunicaccedilatildeo pessoal) incluindo as espeacutecies de costatildeo

(recifais) e aquelas que se encontram tipicamente sobre fundos oceacircnicos moles (areia e

lama) e nos estuaacuterios totalizando um terccedilo de todas as espeacutecies marinhas e estuarinas

conhecidas do Brasil (Fishbase 1998)

As espeacutecies espiacuterito-santenses pertencem tanto ao conjunto das formas tropicais

quanto ao de aacuteguas temperadas (Floeter amp Gasparini 2000) Este uacuteltimo eacute mais conhecido

em relaccedilatildeo agrave descriccedilatildeo do estado larval e agrave sua ecologia devido agrave sua similaridade com a

fauna do Atlacircntico Nordeste (desde Welch amp Breder 1923-24 Hildebrand amp Cable 1930

1934 1938 etc) e ao importante desenvolvimento das pesquisas no Sul do Brasil desde

Weiss amp Krug (1977) Sinque (1980) e Weiss (1981) Em regiotildees mais proacuteximas

recentemente trabalhos tecircm sido desenvolvidos no estado do Rio de Janeiro (Soares et al

1991 Bonecker 1997 Castro 1998 e Soares 1998) e no sul da Bahia (Castro amp Bonecker

1996) A primeira informaccedilatildeo sobre o ictioplacircncton no Espiacuterito Santo foi apresentada em

resumo por Bonecker amp Dias (1986) apud Bonecker (1997) Recentemente Almeida et al

(2000) e Pereira et al (2000) apresentaram dados preliminares sobre a imigraccedilatildeo do

ictioplacircncton para a Baiacutea de Vitoacuteria e as massas daacutegua que este ictioplacircncton utiliza

durante a sua migraccedilatildeo

7

De modo geral nos estuaacuterios o ictioplacircncton eacute composto por espeacutecies residentes ou

seja que completam todo o seu ciclo de vida neste local e de espeacutecies migratoacuterias que se

reproduzem no oceano e imigram para o estuaacuterio ainda na fase larval ou juvenil As larvas

migratoacuterias apresentam dois tipos de comportamento para deslocarem verticalmente na

coluna de aacutegua O primeiro consiste num deslocamento vertical diurno independente da

mareacute (Joyeux 1998) O segundo tambeacutem consiste num deslocamento vertical diurno na

coluna de aacutegua poreacutem dependente da fase da mareacute (Joyeux 1998) Este eacute frequumlentemente

chamado TST sigla para Tidal Stream Transport As larvas pelaacutegicas ou seja aquelas

que satildeo mais abundantes na parte superior da coluna daacutegua utilizam preferencialmente o

primeiro tipo As larvas demersais que satildeo mais abundantes na parte inferior da coluna

daacutegua utilizam o segundo tipo Os dois tipos de comportamento podem ser utilizados para

as larvas manterem-se em um local ou progredirem para montante Entretanto a teoria

supotildee que o segundo tipo eacute mais eficiente em relaccedilatildeo ao posicionamento horizontal e entatildeo

as larvas que utilizam TST para migrarem podem ter vantagens sobre aquelas que natildeo

utilizam tal comportamento em ambientes estratificados Assim as espeacutecies que utilizam e

aquelas que natildeo utilizam o TST podem ter distribuiccedilatildeo horizontal diferenciada dentro dos

estuaacuterios

Este trabalho descreve a comunidade ictioplanctocircnica e apresenta a sua distribuiccedilatildeo

espacial e temporal (num periacuteodo de seis meses) no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu Aleacutem

disso analisa se haacute diferenccedila tanto na composiccedilatildeo fauniacutestica como na abundacircncia entre os

dois braccedilos do rio Assim a morfologia do estuaacuterio pode ser utilizada para explicar melhor

qual a relaccedilatildeo das caracteriacutesticas hidroloacutegicas com a distribuiccedilatildeo espacial o

comportamento e a ecologia das larvas de peixes dependentes dos estuaacuterios

8

2 OBJETIVOS

21 Objetivo geral

Caracterizar a fauna ictioplanctocircnica do estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu bem como determinar

a sua distribuiccedilatildeo espacial e temporal no periacuteodo de marccedilo a agosto de 2000

22 Objetivos especiacuteficos

a) Descrever a abundacircncia e a composiccedilatildeo taxonocircmica do ictioplacircncton no estuaacuterio do

Piraquecirc-accedilu

b) Descrever a variaccedilatildeo temporal e espacial do ictioplacircncton

c) Verificar a existecircncia de diferenccedilas de distribuiccedilatildeo espacial entre espeacutecies residentes

d) Verificar a existecircncia de diferenccedila de distribuiccedilatildeo entre espeacutecies migratoacuterias pelaacutegicas e

demersais

9

3 METODOLOGIA

31 Aacuterea de estudo

O Rio Piraquecirc-accedilu tem sua nascente localizada a 1100m de altitude na Reserva de

Nova Lombardia municiacutepio de Santa Teresa (ES) e seu estuaacuterio no distrito de Santa Cruz

municiacutepio de Aracruz (ES) - localizado ao norte do estado a aproximadamente 50 km de

Vitoacuteria (Figura 1) O estuaacuterio estaacute localizado proacuteximo agraves coordenadas 40o09W e 19o57S e

apresenta-se na forma de Y com a bifurcaccedilatildeo logo apoacutes a barra de entrada O braccedilo norte

o chamado Rio Piraquecirc-accedilu atraveacutes do qual desaacutegua o rio homocircnimo tem caracteriacutesticas

fiacutesico-quiacutemicas bastante variaacuteveis devido ao fluxo de aacutegua doce Por isso tem tendecircncia agrave

estratificaccedilatildeo (GF Barroso comunicaccedilatildeo pessoal) O braccedilo sul o afluente chamado Rio

Piraquecirc-mirim parece mais profundo que o braccedilo norte Por receber pouca aacutegua doce suas

caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas satildeo relativamente estaacuteveis Eacute raramente estratificado (GF

Barroso comunicaccedilatildeo pessoal) Os dois braccedilos e a confluecircncia satildeo marginados por um

beliacutessimo manguezal que se estende ateacute o mar Anaacutelises das concentraccedilotildees de coliformes

totais e fecais entre outras indicam que o estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu parece pouco

poluiacutedo (GF comunicaccedilatildeo pessoal)

10

Figura 1 Bacia do complexo Piraquecirc-accedilu Piraquecirc-mirim A grade indicacoordenadas UTM (Universal Transversal Mercator em metros) No quadroesquerdo estaacute a localizaccedilatildeo do estuaacuterio no estado do Espiacuterito Santo No quadrodireito estatildeo dados geograacuteficos gerais para a bacia estuaacuterio e rios (CortesiaGilberto Fonseca Barroso)

32 Amostragens

As amostragens foram realizadas mensalmente entre marccedilo de 2000 e fevereiro de

2001 em trecircs pontos do estuaacuterio (Figura 2)

a) o primeiro localizado na entrada do estuaacuterio proacuteximo agraves balsas de cultivo de ostras

denominado Balsa

b) o segundo localizado no braccedilo norte (Rio Piraquecirc-accedilu) em frente ao antigo porto de

Caieiras denominado Caieiras que estaacute a 55 km de distacircncia a montante da Balsa

11

c) o terceiro situado no braccedilo sul (Rio Piraquecirc-mirim) no ponto chamado 1a Laje que estaacute

a 53 km a montante da Balsa

A confluecircncia dos dois braccedilos encontra-se a 22 km a montante da Balsa a 33 km

a jusante de Caieiras e a 31 km a jusante da 1a laje (Figura 2)

Figura 2 O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu e os pontos amostrais Coordenadasgeograacuteficas em graus minutos e segundos (Cortesia Gilberto Fonseca Barroso)

Foi utilizada para as coletas rede cocircnica do tipo bongocirc com malha de 333

microcircmetros diacircmetro de abertura de 60cm e 3m de comprimento total A rede foi puxada

por barco a motor equipada com fluxocircmetro mecacircnico (General Oceanics 2030R) As

amostras foram coletadas por arrastos na regiatildeo meacutedia da coluna daacutegua com duraccedilatildeo de

trecircs minutos cada Esta duraccedilatildeo foi reduzida a dois ou ateacute um minuto quando havia grande

abundacircncia de ctenoacuteforos ou detritos (meses de agosto setembro e novembro) Arrastos

12

foram triplicados exceto na coleta de marccedilo que teve apenas duas reacuteplicas por ponto As

amostras foram fixadas em formol neutralizado 5 e armazenadas fora da luz para reduzir

a despigmentaccedilatildeo

As amostragens foram feitas no periacuteodo noturno devido agrave maior abundacircncia das

larvas na coluna daacutegua neste periacuteodo do que durante o dia (Hettler amp Barker 1993) Se

iniciaram logo apoacutes o pocircr do sol nas fases de mareacutes mortas (ou seja de quadratura = lua

minguante) com uma periodicidade aproximada de 28 (vinte e oito) dias Nessas mareacutes haacute

baixa concentraccedilatildeo de ctenoacuteforos e detritos originados do mangue que prejudicam a coleta

e a triagem

Os pontos foram amostrados de maneira aleatoacuteria para minimizar os efeitos de

outros fatores que poderiam influenciar os resultados tal como tempo decorrido depois do

pocircr do sol estaacutegio e forccedila da mareacute etc (Tabela 1)

Tabela 1 Dados gerais do plano de amostragem do ictioplacircncton noestuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu Nuacutemero eacute o nuacutemero de reacuteplicas no ponto eIntervalo eacute o intervalo de tempo em dias entre duas coletas consecutivas

Ordem de amostragemData

Balsa 1a laje CaieirasNuacutemero Intervalo

28 marccedilo 00 1 3 2 2 _

27 abril 00 3 1 2 3 30

30 maio 00 3 1 2 3 33

27 junho 00 1 3 2 3 28

25 julho 00 2 1 3 3 28

22 agosto 00 2 3 1 3 28

25 setembro 00 3 1 2 3 34

20 outubro 00 1 3 2 3 25

26 novembro 00 2 3 1 3 37

19 dezembro 00 3 2 1 3 23

17 janeiro 01 1 2 3 3 29

16 fevereiro 01 3 2 1 3 30

13

Em todos os pontos foram feitas mediccedilotildees de temperatura salinidade e

concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido em duas profundidades (superfiacutecie e fundo) utilizando-

se Medidor Multi Paracircmetro YSI 85

33 Processamento das amostras

Sob microscoacutepio estereoscoacutepico (lupa) as larvas coletadas nos seis primeiros meses

de amostragem (51 amostras 6 em marccedilo de 2000 e 9 em cada um dos 5 meses seguintes)

foram triadas e identificadas e os ovos apenas enumerados As amostras que continham

grande abundacircncia de larvas ou de ovos foram fracionadas (ateacute 18 Tabela 2)

Tabela 2 Dados referentes agraves sete amostras fracionadas paratriagem Triadas eacute o nuacutemero de larvas nas fraccedilotildees triadasEstimadas eacute o nuacutemero estimado de larvas nas amostras inteiras

Mecircs Ponto Reacuteplica Fraccedilatildeo triada Triadas Estimadas

Marccedilo Caieiras 2a 1 4 367 1468

Marccedilo 1a laje 1a 1 4 261 1044

Marccedilo 1a laje 2a 1 8 172 1376

Abril 1a laje 1a 1 2 323 646

Abril 1a laje 2a 1 4 267 1068

Abril 1a laje 3a 1 4 124 496

Abril Balsa 1a 1 1 378 378

a amostra foi triada inteiramente para as larvas mas apenas metade dos ovos daamostra foi enumerada Nos outros casos a fraccedilatildeo triada para os ovos e a fraccedilatildeotriada para as larvas satildeo iguais

A identificaccedilatildeo foi realizada principalmente a partir das referecircncias gerais seguintes

Fahay (1983) Moser et al (1984) Leis amp Trnski (1989) Matarese et al (1989) Jeyaseelan

(1998) uma coletacircnea anocircnima de figuras colhidas na literatura (Anocircnimo) e a ediccedilatildeo

preliminar de Richards (2001) Para larvas mais desenvolvidas (juvenis) foram utilizados

Figueiredo amp Menezes (1978 1980 e 2000) Menezes amp Figueiredo (1980 e 1985) Barletta

14

amp Correcirca (1992) Smith (1997) e Carvalho-Filho (1999) Em vaacuterios casos foram realizadas

seacuteries de desenvolvimento (exemplo nos anexos A e B)

34 Anaacutelises estatiacutesticas

O volume de aacutegua filtrado em cada arrasto (Vfiltrado em metros cuacutebicos foacutermula

1) foi calculado a partir da distacircncia percorrida pelo fluxocircmetro (Distacircncia em metros

foacutermula 2) multiplicada pela aacuterea da boca de abertura da rede (Aacuterea em metros quadrados

foacutermula 4)

Vfiltrado = Distacircncia bull Aacuterea (1)

Em todas as equaccedilotildees bull eacute o sinal de multiplicaccedilatildeo

Distacircncia = ∆ bull Constante (2)

onde ∆ = no registrado no fim do arrasto - no registrado no iniacutecio do arrasto(3)

e onde Constante = constante do fluxocircmetro = 00384363

Aacuterea = π bull Raio2 (4)

onde π = 314159

e onde Raio = 03m

A abundacircncia (nuacutemero por metro cuacutebico foacutermula 5) de cada espeacutecie e dos ovos foi

calculada sobre o volume triado (Vtriado foacutermula 6)

Abundacircncia = Nuacutemero Vtriado (5)

onde Nuacutemero eacute o nuacutemero de indiviacuteduos ou de ovos

e onde

Vtriado = Vfiltrado bull Fraccedilatildeo triada (6)

15

onde Fraccedilatildeo triada eacute a fraccedilatildeo triada da amostra e varia entre 1 (toda a amostra foi triada) e

18 (um oitavo da amostra foi triada)(Tabela 2) Os dados do fluxocircmetro foram aberrantes

na 2a reacuteplica de Caieiras do mecircs de maio (05m3 filtrados indicando que a heacutelice ficou

bloqueada apesar da rede funcionar normalmente) O nuacutemero de dados utilizaacuteveis nas

anaacutelises de abundacircncia eacute entatildeo 50

Os dados obtidos tanto os bioloacutegicos quanto os fiacutesico-quiacutemicos foram tratados por

anaacutelises natildeo-parameacutetricas - teste de Friedman com α = 005 - considerando que as amostras

de uma mesma campanha satildeo ligadas entre si (Zar 1999) O nuacutemero inicial de valores para

as variaacuteveis ambientais eacute 12 (uma mediccedilatildeo por mecircs por ponto de amostragem e por

profundidade durante o ano inteiro de amostragem) O nuacutemero de valores para as variaacuteveis

bioloacutegicas foi de 16 Havendo duas replicaccedilotildees por ponto em marccedilo e trecircs nos outros

meses foi escolhido comparar as primeiras reacuteplicas dos pontos entre si as segundas

reacuteplicas dos pontos entre si e as terceiras reacuteplicas dos pontos entre si (Tabela 3) Dos

originais 17 grupos de replicaccedilotildees (marccedilo com 2 grupos os 5 outros meses com 3 grupos)

um foi invalidado (o das 2as reacuteplicas do mecircs de maio) pelo natildeo funcionamento do

fluxocircmetro

As variaacuteveis contiacutenuas foram testadas para normalidade (e homocedasticidade) com

o teste de Kolmogorov-Smirnov-Lilliefors (Legendre amp Legendre 1983) Apoacutes

normalizaccedilatildeo anaacutelises parameacutetricas de variacircncia (ANOVA Zar 1999) foram aplicadas

sobre os dados bioloacutegicos sendo a variaacutevel dependente o nuacutemero de indiviacuteduos o nuacutemero

de ovos ou o iacutendice de diversidade (α = alpha de Williams ou alpha de Fisher) O alpha eacute

obtido atraveacutes das seguintes equaccedilotildees (foacutermulas 7 e 8) (Rosenzweig 1995)

S = - α bull ln (1 - x) (7)

16

onde S eacute o nuacutemero de taxa larvais na amostra (excluindo os natildeo identificados)

e onde α eacute o iacutendice de diversidade

e onde ln eacute o operador logariacutetmico neperiano (de base e)

e onde x eacute uma constante que satisfaz

S N = [(x - 1) x] bull ln (1 - x) (8)

onde N eacute o nuacutemero de indiviacuteduos na amostra

Tabela 3 Combinaccedilatildeo das amostras nos grupos testados atraveacutes do teste deFriedman para a abundacircncia dos taxa

Mecircs Balsa Caieiras 1a laje Grupo

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 1Marccedilo

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 2

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 3

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 4Abril

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 5

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 6

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 7Maio

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 8

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 9

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 10Junho

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 11

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 12

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 13Julho

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 14

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 15

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 16Agosto

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 17

grupo invalidado devido agrave falha do fluxocircmetro

As variaacuteveis independentes incluiacutedas nas anaacutelises de variacircncia foram

a) O local de amostragem com trecircs categorias pontos Balsa Caieirase 1a laje

b) O mecircs do ano com seis categorias marccedilo abril maio junho julho e agosto

17

c) O volume triado para larvas como covariaacutevel contiacutenua em m3

Foi utilizado para as ANOVAs o tipo III onde a significacircncia da variaacutevel

independente testada eacute estimada apoacutes as outras variaacuteveis do modelo serem incluiacutedas ou

seja quando essas outras variaacuteveis jaacute explicarem uma parte da variabilidade da variaacutevel

dependente A utilizaccedilatildeo deste tipo diminui a possibilidade de as significacircncias obtidas

serem falsas Diferenccedilas entre as categorias das variaacuteveis foram posteriormente testadas

atraveacutes das meacutedias marginais

18

4 RESULTADOS

41 Dados abioacuteticos

Nos trecircs pontos a temperatura tanto da superfiacutecie quanto do fundo teve seus

maiores valores no veratildeo e seus menores valores no inverno (Figura 3) No mecircs de

dezembro a temperatura nos trecircs pontos teve um decliacutenio devido agraves chuvas De acordo com

o teste de Friedman (Tabela 4) a temperatura foi significativamente diferente entre os trecircs

pontos tanto na superfiacutecie quanto no fundo

18

22

26

30

34

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Te

mp

era

tura

(C

) d

a

su

pe

rfiacutec

ie

(a)

18

22

26

30

34

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Tem

per

atu

ra (

C)

do

fu

nd

o

(b)

Figura 3 Evoluccedilatildeo mensal da temperatura nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a temperatura na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a temperatura do fundo Para melhor visualizaccedilatildeoo eixo vertical inicia-se em 18oC

Balsa Caieiras 1a Laje

19

Baseado nas ordens meacutedias obtidas no teste de Friedman Caieiras e 1a laje

apresentaram valores de temperatura semelhantes enquanto que Balsa mostrou ter aacuteguas

mais frias que os outros dois pontos (Tabela 4)

Tabela 4 Resultados dos testes de Friedman para as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas daaacutegua do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 emtodos os casos

Temperatura Salinidade OxigecircnioEstatiacutestica

Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo

Nuacutemero de valores 12 12 12 12 11 9

Qui-quadrado 6435 11511 23532 19500 10364 14889

Significacircncia 0040 0003 0000 0000 0006 0001

Local Ordem meacutedia

Balsa 142 129 296 300 273 300

Caieiras 225 208 100 175 191 178

1a laje 233 263 204 125 136 122

um valor foi excluiacutedo trecircs valores foram excluiacutedos Ver texto para explicaccedilotildees

Nos meses de marccedilo e dezembro a salinidade superficial diminuiu nos trecircs pontos

devido agrave aacutegua doce proveniente das chuvas (Figura 4) Nos meses de novembro e dezembro

houve queda da salinidade de fundo em Caieiras e 1a laje respectivamente tambeacutem por

causa das chuvas O ponto Balsa apresentou valores de salinidade de superfiacutecie maiores

que 1a laje que por sua vez apresentou valores maiores que Caieiras (Figura 4) Quanto

agrave salinidade do fundo na Balsa tambeacutem foram encontrados os maiores valores enquanto

que Caieiras geralmente teve uma pequena superioridade sobre os valores da 1a laje

(Figura 4) Segundo o teste de Friedman (Tabela 4) a salinidade tanto de superfiacutecie quanto

de fundo apresentou diferenccedila significativa entre os valores dos trecircs pontos

20

0

10

20

30

40

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Sal

inid

ade

da

sup

erfiacute

cie

(a)

0

10

20

30

40

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Sal

inid

ade

do

fu

nd

o

(b)

Figura 4 Evoluccedilatildeo mensal da salinidade nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a salinidade na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a salinidade do fundo

Quanto agraves concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido verificou-se que a Balsa

apresentou os maiores valores seguindo de Caieiras e por uacuteltimo 1a laje tanto para as

concentraccedilotildees superficiais quanto para as de fundo (Figura 5) No mecircs de outubro houve

um pico dessas concentraccedilotildees nos trecircs pontos (Figura 5) Natildeo se pode relacionar esses

valores a qualquer evento (por exemplo climaacutetico) excepcional Poreacutem assim como esses

valores natildeo podem ser relacionados a qualquer manutenccedilatildeo ou falha do aparelho de

mediccedilatildeo os dados foram utilizados nas anaacutelises Os valores de oxigecircnio de julho 2000 em

Balsa Caieiras 1a Laje

21

Caieiras (fundo) de novembro 2000 na 1a laje (fundo) e de fevereiro 2001 na Balsa

(superfiacutecie e fundo) foram considerados outliers ou seja valores extraordinaacuterios (natildeo

representativos) e por isso foram desprezados Como esses valores foram encontrados

sempre nas uacuteltimas mediccedilotildees das campanhas das amostragens referidas acredita-se que

podem ter sido obtidos por falha do aparelho de mediccedilatildeo De acordo com o teste de

Friedman (Tabela 4) as concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido tanto na superfiacutecie quanto no

fundo tiveram valores significativamente diferentes nos trecircs pontos

0

2

4

6

8

10

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Oxi

gecircn

io d

isso

lvid

o (

mg

L)

da

su

pe

rfiacutec

ie

(a)

0

2

4

6

8

10

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Oxi

gecircn

io d

isso

lvid

o (

mg

L)

do

fu

nd

o

(b)Figura 5 Evoluccedilatildeo mensal da concentraccedilatildeo de oxigecircniodissolvido nos trecircs pontos de amostragens Acima (a) estaacute aconcentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua da superfiacutecie abaixo(b) estaacute a concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua do fundo

Balsa Caieiras 1a Laje

22

42 Dados bioacuteticos

Durante os seis primeiros meses foram triadas 7430 larvas (de um total amostrado

estimado de 12014) das quais 7235 foram identificadas Natildeo foi possiacutevel a identificaccedilatildeo

de 195 larvas Foram enumerados 21649 ovos de um total amostrado estimado de 51365

Foram identificados 44 taxa (excluindo as larvas natildeo identificadas) que pertencem a

23 famiacutelias Estes 44 taxa foram identificados seja ao niacutevel de espeacutecie (17 espeacutecies) ou ao

niacutevel de gecircnero (15 gecircneros) ou ao niacutevel de famiacutelia (12 famiacutelias) (Tabela 5)

Os ovos natildeo foram identificados Vaacuterios tipos foram encontrados (ver Anexo C)

incluindo ovos de Engraulidae facilmente reconheciacuteveis devido agrave sua forma oval

As famiacutelias com maiores nuacutemeros de indiviacuteduos nos trecircs pontos foram Engraulidae

Gobiidae e Haemulidae (Tabela 5)

Os taxa que ocorreram apenas na Balsa foram Paralichthyidae Microdesmus

longipinnis Stellifer rastrifer Gobiosoma sp Gobiosoma hemigymnum Menticirrhus sp

Atherinella brasiliensis Ophichthidae e Raneya brasiliensis

Foram encontrados apenas em Caieiras os taxa Odontoscion dentex Dormitator

maculatus Pseudophallus mindii Lutjanus analis e Mugilidae

Ostetus lineatus e Gobiesocidae foram taxa que ocorreram apenas na 1a laje

23

Tabela 5 Lista dos taxa identificados nas coletas realizadas entre marccedilo e agosto de 2000 no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de indiviacuteduos e a frequumlecircncia total e por ponto de amostragem satildeo dados sem correccedilatildeo pelo volume triadoN eacute o nuacutemero de indiviacuteduos Freq eacute a frequumlecircncia lt 001 indica frequumlecircncia inferior a 1

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqENGRAULIDAE 3546 048 640 023 1093 067 1813 062GOBIIDAE Microgobius meeki 2594 035 1364 048 315 019 915 031HAEMULIDAE 402 005 388 014 0 14 lt 001Natildeo identificados 195 003 115 004 26 002 54 002TETRAODONTIDAE Sphoeroides sp 136 002 80 003 28 002 28 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp2 134 002 60 002 63 004 11 lt 001SCIAENIDAE (larvas viteliacutenicas) 84 001 58 002 20 001 6 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp1 83 001 35 001 39 002 9 lt 001SCIAENIDAE Micropogonias furnieri 30 lt 001 15 001 7 lt 001 8 lt 001GERREIDAE Eucinostomus sp 36 lt 001 14 lt 001 13 lt 001 9 lt 001GOBIIDAE Coryphopterus glaucofraenum 35 lt 001 14 lt 001 3 lt 001 18 lt 001BLENNIIDAE 31 lt 001 11 lt 001 7 lt 001 13 lt 001ACHIRIDAE Achirus sp 17 lt 001 1 lt 001 4 lt 001 12 lt 001ATHERINIDAE 11 lt 001 2 lt 001 5 lt 001 4 lt 001CLUPEIDAE 11 lt 001 10 lt 001 0 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer sp 8 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 4 lt 001SCIAENIDAE 9 lt 001 0 3 lt 001 6 lt 001PARALICHTHYIDAE Citharichthys sp 7 lt 001 1 lt 001 5 lt 001 1 lt 001SYNGNATHIDAE Syngnathus sp 5 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 3 lt 001PARALICHTHYIDAE 5 lt 001 5 lt 001 0 0MICRODESMIDAE Microdesmus longipinnis 5 lt 001 5 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus sp 4 lt 001 3 lt 001 0 1 lt 001

24

Tabela 5 continuaccedilatildeo

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0

Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100

25

421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50

Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma

transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua

bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a

trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises

parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-

normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo

como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da

anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas

Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os

meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)

Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior

influecircncia que o local (Tabela 6)

Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 7439 22203 le 0001

Erro 41 0335

Total 49

Local 2 1990 5939 0005

Mecircs 5 11081 33074 le 0001

Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

26

Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de

marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o

ponto com a menor abundacircncia de larvas

20

30

40

50

60

70

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

35

40

45

50

55

Balsa Caieiras 1a laje

Local de amostragem

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50

Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume

triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50

Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os

resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas

27

foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os

ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)

Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 27624 16233 le 0001

Erro 41 1702

Total 49

Local 2 0592 0348 0708bull

Mecircs 5 24395 14336 le 0001

Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

01234567

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs

O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do

normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em

relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado

somente significacircncias le 001 foram consideradas

28

Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente

em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do

iacutendice eacute explicada pelo modelo

Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 3692 3684 0003

Erro 41 1002

Total 49

Local 2 2298 2292 0114bull

Mecircs 5 1627 1624 0175bull

Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull

bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001

422 Padrotildees espaciais de abundacircncia

Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa

Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp

Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus

glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa

apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem

(Tabela 9)

Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae

(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos

significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas

muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira

29

Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior

abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp

Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia

(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus

sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas

espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se

larvas muito jovens indicando que podem ser residentes

Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal

Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas

Qui -quadrado

SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje

Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188

M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131

Haemulidae - 14308 0001 256 191 153

Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156

Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244

Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206

M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197

Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206

C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175

Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200

Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188

A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies

Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas

maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que

apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas

30

espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque

ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais

pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao

contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes

Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de

indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste

31

5 DISCUSSAtildeO

Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo

segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e

Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae

Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae

Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae

Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias

de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp

Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)

Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior

abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no

periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande

maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al

(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na

primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do

veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees

Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos

seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria

por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no

estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em

parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada

(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas

32

latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes

em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi

inferior a 1

Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria

(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo

representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas

triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute

Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos

ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan

(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia

sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)

A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira

mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do

rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido

Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia

reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia

Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de

dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo

podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio

33

Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo

encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp

Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)

Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que

1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois

apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas

concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido

2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa

principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio

Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros

dois pontos

3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos

apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-

quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu

Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo

diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo

da migraccedilatildeo das larvas de peixes

Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram

significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus

spp e Achirus sp (Tabela 9)

Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou

migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por

terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa

34

Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes

dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio

predominando em Caieiras (braccedilo norte)

As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia

quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies

migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna

daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele

permanecerem

As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo

podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu

posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque

quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais

abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo

norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce

proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave

estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp

parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo

norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o

fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo

rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do

estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do

que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas

espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)

35

6 CONCLUSOtildeES

O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna

ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e

Haemulidae

O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de

amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis

meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que

no braccedilo sul

As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial

heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou

distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae

O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por

espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos

estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus

spp

36

7 REFEREcircNCIAS

ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-

ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227

ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas

Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11

p53-65 1999

ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa

Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro

v14 no1 p121-134 1997

ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na

literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas

BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil

1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p

BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish

in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese

(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999

BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da

Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE

ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232

BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de

Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de

Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997

37

BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In

ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986

p35

CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p

CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada

da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia

Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal

Fluminense Rio de Janeiro 1998

CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino

do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185

1996

CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton

del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860

EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the

continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint

Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation

processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast

Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138

EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish

larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and

Marine Research v47 no 3 p183-200 1999

FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north

Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest

Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II

Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p

38

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p

FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998

FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition

and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114

HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed

Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207

HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna

ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282

HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two

North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179

HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean

fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46

p383-488

HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or

kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the

Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington

1934 v 48 p41-117

HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of

some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938

v48 p505-642

39

IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do

ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-

AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo

Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22

JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed

Paris UNESCO 1998 193 p

JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina

Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine

Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752

JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in

Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998

KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance

and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)

Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego

Academic Press 1996 p 235-255

LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats

Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253

LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier

Scientific Publishing Company 1983 419p

LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South

Wales University Press 1989 370 p

MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast

Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p

40

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V

Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p

MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla

American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p

MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel

Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish

recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish

conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54

OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos

decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297

PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema

estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205

RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history

stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel

http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]

ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge

University Press 1995 439p

SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de

Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77

1980

SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de

Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -

41

Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-

300 1982

SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New

York Chanticleer 1997 720p

SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei

Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western

Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012

SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das

Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia

Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998

SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do

ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de

Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991

WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese

(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata

Argentina 1981

WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de

Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117

WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the

eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24

v39 p141-201

ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999

42

Anexo A

(a)

(b)

(c)

Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)

43

Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas

Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm

Page 2: O ICTIOPLÂNCTON DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-AÇU, ES. · cada ponto foram feitos três arrastos com rede tipo bongô de malha 333 µm, com três minutos de duração cada. Foram

LUCIANA LISBOA MOTA E CASTRO

O ICTIOPLAcircNCTON

DO ESTUAacuteRIO DO RIO PIRAQUEcirc-ACcedilU ES

Orientador Prof o Dr Jean-Christophe Joyeux

VITOacuteRIA2001

Monografia apresentada ao Curso deGraduaccedilatildeo em Ciecircncias Bioloacutegicasda Universidade Federal do EspiacuteritoSanto para obtenccedilatildeo do tiacutetulo deBacharel em Ciecircncias Bioloacutegicas

AGRADECIMENTOS

bull Agrave Deus que eacute a forccedila que me impulsiona a cada dia

bull Aos meus pais que nunca mediram esforccedilos para que eu prosseguisse com os meus

estudos e concluiacutesse mais essa etapa Aos meus irmatildeos pelo apoio e companheirismo

bull Ao meu orientador professor Jean-Christophe Joyeux pelas contribuiccedilotildees e sugestotildees

para a realizaccedilatildeo deste trabalho e principalmente pela amizade e compreensatildeo

bull Ao professor Gilberto F Barroso pelo fornecimento de mapas e informaccedilotildees que foram

indispensaacuteveis agrave este trabalho

bull Ao professor Joseacute H Muelbert (FURG - RS) por vir a Vitoacuteria especialmente participar

da avaliaccedilatildeo deste trabalho

bull Aos colegas do Laboratoacuterio de Ictioplacircncton Bruno Genyess e Hilton pelo auxiacutelio nas

coletas pelo apoio de sempre e principalmente pela amizade de vocecircs

bull Ao Sr Pedro e Walace pela disposiccedilatildeo em nos auxiliar nas coletas e pelas sugestotildees

para as coletas

bull Agrave ARACRUZ CELULOSE pelo apoio financeiro

bull Ao Centro de Tecnologia em Aquicultura (CTA) por nos emprestar o barco e ao BMLP

por nos emprestar o motor indispensaacuteveis para a realizaccedilatildeo dos trabalhos de campo

bull Aos professores funcionaacuterios e estagiaacuterios do DERN pela amizade e por

proporcionarem o nosso ambiente de trabalho tatildeo agradaacutevel

bull Agrave todos os meus amigos pela compreensatildeo e pelo carinho de sempre em especial agrave

Keyla e Maria Alciele por me ajudarem a escrever esta monografia

bull Agrave todos aqueles que embora natildeo estejam citados aqui contribuiacuteram de alguma forma

para a conclusatildeo deste trabalho

SUMAacuteRIO

RESUMO

1 INTRODUCcedilAtildeO 5

2 OBJETIVOS

21 Objetivo geral

22 Objetivos especiacuteficos

8

8

8

3 METODOLOGIA

31 Aacuterea de estudo

32 Amostragens

33 Processamento das amostras

34 Anaacutelises estatiacutesticas

9

9

10

13

14

4 RESULTADOS

41 Dados abioacuteticos

42 Dados bioacuteticos

421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade

422 Padrotildees espaciais de abundacircncia

18

18

22

25

28

5 DISCUSSAtildeO 31

6 CONCLUSOtildeES 35

7 REFEREcircNCIAS 36

ANEXOS 42

RESUMO

Estuaacuterios e aacuteguas costeiras desempenham um papel muito importante no ciclo de vida de

vaacuterios organismos marinhos Estes locais apresentam alta produtividade e proteccedilatildeo contra

predadores de larvas e formas jovens de peixes que os utilizam como berccedilaacuterio Este

trabalho apresenta a distribuiccedilatildeo espacial e temporal num periacuteodo de seis meses do

ictioplacircncton no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu e analisa se haacute diferenccedila na distribuiccedilatildeo das

larvas entre os dois braccedilos do rio Foram realizadas 12 coletas mensais noturnas em trecircs

pontos do estuaacuterio um no braccedilo norte um no braccedilo sul e um na entrada do estuaacuterio Em

cada ponto foram feitos trecircs arrastos com rede tipo bongocirc de malha 333 microm com trecircs

minutos de duraccedilatildeo cada Foram feitas mediccedilotildees de temperatura salinidade e oxigecircnio

dissolvido da aacutegua de superfiacutecie e de fundo Em seis meses foram encontrados 44 taxa

sendo Engraulidae Gobiidae e Haemulidae os mais abundantes O ictioplacircncton foi mais

abundante nos meses mais quentes (marccedilo a maio ANOVA p le 0001) e no braccedilo norte

(ANOVA p = 0005) As espeacutecies residentes do estuaacuterio apresentaram tanto distribuiccedilatildeo

espacial homogecircnea entre os trecircs pontos de amostragem no caso dos engrauliacutedeos quanto

distribuiccedilatildeo espacial heterogecircnea no caso de Microgobius meeki As espeacutecies migratoacuterias

demersais parecem predominar no braccedilo norte como Achirus sp (teste de Friedman p =

0032) e as migratoacuterias pelaacutegicas como Gobionellus spp (teste de Friedman p = 0020)

no braccedilo sul

5

1 INTRODUCcedilAtildeO

Um grande nuacutemero de espeacutecies de peixes marinhos de importacircncia comercial tecircm

uma parte de sua vida associada a sistemas costeiros como por exemplo peixes das famiacutelias

Centropomidae (robalos) Mugilidae (tainhas) Sciaenidae (corvinas cangoaacutes) Gerreidae

(carapicus) etc (Helmer amp Barbosa 1987 Oshiro amp Arauacutejo 1987 e Andreata et al 1997)

De fato estuaacuterios e aacuteguas costeiras desempenham um papel muito importante no ciclo de

vida de vaacuterios organismos marinhos Estes locais apresentam alta produtividade e proteccedilatildeo

contra predadores de larvas e formas juvenis de peixes que os utilizam como berccedilaacuterio

(Laegdsgaard amp Johnson 2000)

Os estudos sobre distribuiccedilatildeo do ictioplacircncton ou seja relativos aos ovos e larvas

dos peixes satildeo entatildeo fundamentais sob vaacuterios aspectos Sob o aspecto cientiacutefico esses

estudos visam o conhecimento da bioecologia dos ovos e larvas eventualmente auxiliando

na taxonomia dos adultos (Smith amp Thacker 2001) Sob o aspecto comercial de pesca satildeo

aplicados na detecccedilatildeo de aacutereas de concentraccedilatildeo de adultos atraveacutes da quantidade de ovos e

larvas em determinadas regiotildees estudos populacionais e piscicultura entre outros

(Ciechomski 1981 apud Soares et al 1991) Aleacutem disso teleoacutesteos jovens satildeo

extremamente susceptiacuteveis aos distuacuterbios antroacutepicos tanto na fase larval quanto na juvenil

(Kingsford amp Gray 1996) Nos estuaacuterios a poluiccedilatildeo a destruiccedilatildeo do habitat e a sobrepesca

satildeo as maiores ameaccedilas (Joyeux amp Ward 1998) No Brasil os efeitos dos efluentes

domeacutesticos e industriais lanccedilados nos estuaacuterios ainda natildeo foram quantificados mas sem

duacutevida devem ser relevantes (Kingsford amp Gray 1996 Barroso amp Dias Jr 1997) Esses

ambientes suportam um grande nuacutemero de pescadores profissionais de subsistecircncia e

esportivos Embora natildeo haja estatiacutestica ateacute o momento a pesca em pequena escala

6

possivelmente represente uma fonte econocircmica de importacircncia para os moradores das

regiotildees estuarinas (Andreata amp Frederick 1999)

A ictiofauna estuarino-costeira do Espiacuterito Santo eacute pouco conhecida sendo

apresentada apenas no trabalho de Helmer amp Barbosa (1987) O domiacutenio oceacircnico foi

assunto de estudos ictioplanctoloacutegicos mais aprofundados (Ekau amp Matsuura 1996 Ekau

et al 1999) No litoral estudos em andamento estimam aproximadamente 230 espeacutecies de

peixes (S Floeter amp JL Gasparini comunicaccedilatildeo pessoal) incluindo as espeacutecies de costatildeo

(recifais) e aquelas que se encontram tipicamente sobre fundos oceacircnicos moles (areia e

lama) e nos estuaacuterios totalizando um terccedilo de todas as espeacutecies marinhas e estuarinas

conhecidas do Brasil (Fishbase 1998)

As espeacutecies espiacuterito-santenses pertencem tanto ao conjunto das formas tropicais

quanto ao de aacuteguas temperadas (Floeter amp Gasparini 2000) Este uacuteltimo eacute mais conhecido

em relaccedilatildeo agrave descriccedilatildeo do estado larval e agrave sua ecologia devido agrave sua similaridade com a

fauna do Atlacircntico Nordeste (desde Welch amp Breder 1923-24 Hildebrand amp Cable 1930

1934 1938 etc) e ao importante desenvolvimento das pesquisas no Sul do Brasil desde

Weiss amp Krug (1977) Sinque (1980) e Weiss (1981) Em regiotildees mais proacuteximas

recentemente trabalhos tecircm sido desenvolvidos no estado do Rio de Janeiro (Soares et al

1991 Bonecker 1997 Castro 1998 e Soares 1998) e no sul da Bahia (Castro amp Bonecker

1996) A primeira informaccedilatildeo sobre o ictioplacircncton no Espiacuterito Santo foi apresentada em

resumo por Bonecker amp Dias (1986) apud Bonecker (1997) Recentemente Almeida et al

(2000) e Pereira et al (2000) apresentaram dados preliminares sobre a imigraccedilatildeo do

ictioplacircncton para a Baiacutea de Vitoacuteria e as massas daacutegua que este ictioplacircncton utiliza

durante a sua migraccedilatildeo

7

De modo geral nos estuaacuterios o ictioplacircncton eacute composto por espeacutecies residentes ou

seja que completam todo o seu ciclo de vida neste local e de espeacutecies migratoacuterias que se

reproduzem no oceano e imigram para o estuaacuterio ainda na fase larval ou juvenil As larvas

migratoacuterias apresentam dois tipos de comportamento para deslocarem verticalmente na

coluna de aacutegua O primeiro consiste num deslocamento vertical diurno independente da

mareacute (Joyeux 1998) O segundo tambeacutem consiste num deslocamento vertical diurno na

coluna de aacutegua poreacutem dependente da fase da mareacute (Joyeux 1998) Este eacute frequumlentemente

chamado TST sigla para Tidal Stream Transport As larvas pelaacutegicas ou seja aquelas

que satildeo mais abundantes na parte superior da coluna daacutegua utilizam preferencialmente o

primeiro tipo As larvas demersais que satildeo mais abundantes na parte inferior da coluna

daacutegua utilizam o segundo tipo Os dois tipos de comportamento podem ser utilizados para

as larvas manterem-se em um local ou progredirem para montante Entretanto a teoria

supotildee que o segundo tipo eacute mais eficiente em relaccedilatildeo ao posicionamento horizontal e entatildeo

as larvas que utilizam TST para migrarem podem ter vantagens sobre aquelas que natildeo

utilizam tal comportamento em ambientes estratificados Assim as espeacutecies que utilizam e

aquelas que natildeo utilizam o TST podem ter distribuiccedilatildeo horizontal diferenciada dentro dos

estuaacuterios

Este trabalho descreve a comunidade ictioplanctocircnica e apresenta a sua distribuiccedilatildeo

espacial e temporal (num periacuteodo de seis meses) no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu Aleacutem

disso analisa se haacute diferenccedila tanto na composiccedilatildeo fauniacutestica como na abundacircncia entre os

dois braccedilos do rio Assim a morfologia do estuaacuterio pode ser utilizada para explicar melhor

qual a relaccedilatildeo das caracteriacutesticas hidroloacutegicas com a distribuiccedilatildeo espacial o

comportamento e a ecologia das larvas de peixes dependentes dos estuaacuterios

8

2 OBJETIVOS

21 Objetivo geral

Caracterizar a fauna ictioplanctocircnica do estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu bem como determinar

a sua distribuiccedilatildeo espacial e temporal no periacuteodo de marccedilo a agosto de 2000

22 Objetivos especiacuteficos

a) Descrever a abundacircncia e a composiccedilatildeo taxonocircmica do ictioplacircncton no estuaacuterio do

Piraquecirc-accedilu

b) Descrever a variaccedilatildeo temporal e espacial do ictioplacircncton

c) Verificar a existecircncia de diferenccedilas de distribuiccedilatildeo espacial entre espeacutecies residentes

d) Verificar a existecircncia de diferenccedila de distribuiccedilatildeo entre espeacutecies migratoacuterias pelaacutegicas e

demersais

9

3 METODOLOGIA

31 Aacuterea de estudo

O Rio Piraquecirc-accedilu tem sua nascente localizada a 1100m de altitude na Reserva de

Nova Lombardia municiacutepio de Santa Teresa (ES) e seu estuaacuterio no distrito de Santa Cruz

municiacutepio de Aracruz (ES) - localizado ao norte do estado a aproximadamente 50 km de

Vitoacuteria (Figura 1) O estuaacuterio estaacute localizado proacuteximo agraves coordenadas 40o09W e 19o57S e

apresenta-se na forma de Y com a bifurcaccedilatildeo logo apoacutes a barra de entrada O braccedilo norte

o chamado Rio Piraquecirc-accedilu atraveacutes do qual desaacutegua o rio homocircnimo tem caracteriacutesticas

fiacutesico-quiacutemicas bastante variaacuteveis devido ao fluxo de aacutegua doce Por isso tem tendecircncia agrave

estratificaccedilatildeo (GF Barroso comunicaccedilatildeo pessoal) O braccedilo sul o afluente chamado Rio

Piraquecirc-mirim parece mais profundo que o braccedilo norte Por receber pouca aacutegua doce suas

caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas satildeo relativamente estaacuteveis Eacute raramente estratificado (GF

Barroso comunicaccedilatildeo pessoal) Os dois braccedilos e a confluecircncia satildeo marginados por um

beliacutessimo manguezal que se estende ateacute o mar Anaacutelises das concentraccedilotildees de coliformes

totais e fecais entre outras indicam que o estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu parece pouco

poluiacutedo (GF comunicaccedilatildeo pessoal)

10

Figura 1 Bacia do complexo Piraquecirc-accedilu Piraquecirc-mirim A grade indicacoordenadas UTM (Universal Transversal Mercator em metros) No quadroesquerdo estaacute a localizaccedilatildeo do estuaacuterio no estado do Espiacuterito Santo No quadrodireito estatildeo dados geograacuteficos gerais para a bacia estuaacuterio e rios (CortesiaGilberto Fonseca Barroso)

32 Amostragens

As amostragens foram realizadas mensalmente entre marccedilo de 2000 e fevereiro de

2001 em trecircs pontos do estuaacuterio (Figura 2)

a) o primeiro localizado na entrada do estuaacuterio proacuteximo agraves balsas de cultivo de ostras

denominado Balsa

b) o segundo localizado no braccedilo norte (Rio Piraquecirc-accedilu) em frente ao antigo porto de

Caieiras denominado Caieiras que estaacute a 55 km de distacircncia a montante da Balsa

11

c) o terceiro situado no braccedilo sul (Rio Piraquecirc-mirim) no ponto chamado 1a Laje que estaacute

a 53 km a montante da Balsa

A confluecircncia dos dois braccedilos encontra-se a 22 km a montante da Balsa a 33 km

a jusante de Caieiras e a 31 km a jusante da 1a laje (Figura 2)

Figura 2 O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu e os pontos amostrais Coordenadasgeograacuteficas em graus minutos e segundos (Cortesia Gilberto Fonseca Barroso)

Foi utilizada para as coletas rede cocircnica do tipo bongocirc com malha de 333

microcircmetros diacircmetro de abertura de 60cm e 3m de comprimento total A rede foi puxada

por barco a motor equipada com fluxocircmetro mecacircnico (General Oceanics 2030R) As

amostras foram coletadas por arrastos na regiatildeo meacutedia da coluna daacutegua com duraccedilatildeo de

trecircs minutos cada Esta duraccedilatildeo foi reduzida a dois ou ateacute um minuto quando havia grande

abundacircncia de ctenoacuteforos ou detritos (meses de agosto setembro e novembro) Arrastos

12

foram triplicados exceto na coleta de marccedilo que teve apenas duas reacuteplicas por ponto As

amostras foram fixadas em formol neutralizado 5 e armazenadas fora da luz para reduzir

a despigmentaccedilatildeo

As amostragens foram feitas no periacuteodo noturno devido agrave maior abundacircncia das

larvas na coluna daacutegua neste periacuteodo do que durante o dia (Hettler amp Barker 1993) Se

iniciaram logo apoacutes o pocircr do sol nas fases de mareacutes mortas (ou seja de quadratura = lua

minguante) com uma periodicidade aproximada de 28 (vinte e oito) dias Nessas mareacutes haacute

baixa concentraccedilatildeo de ctenoacuteforos e detritos originados do mangue que prejudicam a coleta

e a triagem

Os pontos foram amostrados de maneira aleatoacuteria para minimizar os efeitos de

outros fatores que poderiam influenciar os resultados tal como tempo decorrido depois do

pocircr do sol estaacutegio e forccedila da mareacute etc (Tabela 1)

Tabela 1 Dados gerais do plano de amostragem do ictioplacircncton noestuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu Nuacutemero eacute o nuacutemero de reacuteplicas no ponto eIntervalo eacute o intervalo de tempo em dias entre duas coletas consecutivas

Ordem de amostragemData

Balsa 1a laje CaieirasNuacutemero Intervalo

28 marccedilo 00 1 3 2 2 _

27 abril 00 3 1 2 3 30

30 maio 00 3 1 2 3 33

27 junho 00 1 3 2 3 28

25 julho 00 2 1 3 3 28

22 agosto 00 2 3 1 3 28

25 setembro 00 3 1 2 3 34

20 outubro 00 1 3 2 3 25

26 novembro 00 2 3 1 3 37

19 dezembro 00 3 2 1 3 23

17 janeiro 01 1 2 3 3 29

16 fevereiro 01 3 2 1 3 30

13

Em todos os pontos foram feitas mediccedilotildees de temperatura salinidade e

concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido em duas profundidades (superfiacutecie e fundo) utilizando-

se Medidor Multi Paracircmetro YSI 85

33 Processamento das amostras

Sob microscoacutepio estereoscoacutepico (lupa) as larvas coletadas nos seis primeiros meses

de amostragem (51 amostras 6 em marccedilo de 2000 e 9 em cada um dos 5 meses seguintes)

foram triadas e identificadas e os ovos apenas enumerados As amostras que continham

grande abundacircncia de larvas ou de ovos foram fracionadas (ateacute 18 Tabela 2)

Tabela 2 Dados referentes agraves sete amostras fracionadas paratriagem Triadas eacute o nuacutemero de larvas nas fraccedilotildees triadasEstimadas eacute o nuacutemero estimado de larvas nas amostras inteiras

Mecircs Ponto Reacuteplica Fraccedilatildeo triada Triadas Estimadas

Marccedilo Caieiras 2a 1 4 367 1468

Marccedilo 1a laje 1a 1 4 261 1044

Marccedilo 1a laje 2a 1 8 172 1376

Abril 1a laje 1a 1 2 323 646

Abril 1a laje 2a 1 4 267 1068

Abril 1a laje 3a 1 4 124 496

Abril Balsa 1a 1 1 378 378

a amostra foi triada inteiramente para as larvas mas apenas metade dos ovos daamostra foi enumerada Nos outros casos a fraccedilatildeo triada para os ovos e a fraccedilatildeotriada para as larvas satildeo iguais

A identificaccedilatildeo foi realizada principalmente a partir das referecircncias gerais seguintes

Fahay (1983) Moser et al (1984) Leis amp Trnski (1989) Matarese et al (1989) Jeyaseelan

(1998) uma coletacircnea anocircnima de figuras colhidas na literatura (Anocircnimo) e a ediccedilatildeo

preliminar de Richards (2001) Para larvas mais desenvolvidas (juvenis) foram utilizados

Figueiredo amp Menezes (1978 1980 e 2000) Menezes amp Figueiredo (1980 e 1985) Barletta

14

amp Correcirca (1992) Smith (1997) e Carvalho-Filho (1999) Em vaacuterios casos foram realizadas

seacuteries de desenvolvimento (exemplo nos anexos A e B)

34 Anaacutelises estatiacutesticas

O volume de aacutegua filtrado em cada arrasto (Vfiltrado em metros cuacutebicos foacutermula

1) foi calculado a partir da distacircncia percorrida pelo fluxocircmetro (Distacircncia em metros

foacutermula 2) multiplicada pela aacuterea da boca de abertura da rede (Aacuterea em metros quadrados

foacutermula 4)

Vfiltrado = Distacircncia bull Aacuterea (1)

Em todas as equaccedilotildees bull eacute o sinal de multiplicaccedilatildeo

Distacircncia = ∆ bull Constante (2)

onde ∆ = no registrado no fim do arrasto - no registrado no iniacutecio do arrasto(3)

e onde Constante = constante do fluxocircmetro = 00384363

Aacuterea = π bull Raio2 (4)

onde π = 314159

e onde Raio = 03m

A abundacircncia (nuacutemero por metro cuacutebico foacutermula 5) de cada espeacutecie e dos ovos foi

calculada sobre o volume triado (Vtriado foacutermula 6)

Abundacircncia = Nuacutemero Vtriado (5)

onde Nuacutemero eacute o nuacutemero de indiviacuteduos ou de ovos

e onde

Vtriado = Vfiltrado bull Fraccedilatildeo triada (6)

15

onde Fraccedilatildeo triada eacute a fraccedilatildeo triada da amostra e varia entre 1 (toda a amostra foi triada) e

18 (um oitavo da amostra foi triada)(Tabela 2) Os dados do fluxocircmetro foram aberrantes

na 2a reacuteplica de Caieiras do mecircs de maio (05m3 filtrados indicando que a heacutelice ficou

bloqueada apesar da rede funcionar normalmente) O nuacutemero de dados utilizaacuteveis nas

anaacutelises de abundacircncia eacute entatildeo 50

Os dados obtidos tanto os bioloacutegicos quanto os fiacutesico-quiacutemicos foram tratados por

anaacutelises natildeo-parameacutetricas - teste de Friedman com α = 005 - considerando que as amostras

de uma mesma campanha satildeo ligadas entre si (Zar 1999) O nuacutemero inicial de valores para

as variaacuteveis ambientais eacute 12 (uma mediccedilatildeo por mecircs por ponto de amostragem e por

profundidade durante o ano inteiro de amostragem) O nuacutemero de valores para as variaacuteveis

bioloacutegicas foi de 16 Havendo duas replicaccedilotildees por ponto em marccedilo e trecircs nos outros

meses foi escolhido comparar as primeiras reacuteplicas dos pontos entre si as segundas

reacuteplicas dos pontos entre si e as terceiras reacuteplicas dos pontos entre si (Tabela 3) Dos

originais 17 grupos de replicaccedilotildees (marccedilo com 2 grupos os 5 outros meses com 3 grupos)

um foi invalidado (o das 2as reacuteplicas do mecircs de maio) pelo natildeo funcionamento do

fluxocircmetro

As variaacuteveis contiacutenuas foram testadas para normalidade (e homocedasticidade) com

o teste de Kolmogorov-Smirnov-Lilliefors (Legendre amp Legendre 1983) Apoacutes

normalizaccedilatildeo anaacutelises parameacutetricas de variacircncia (ANOVA Zar 1999) foram aplicadas

sobre os dados bioloacutegicos sendo a variaacutevel dependente o nuacutemero de indiviacuteduos o nuacutemero

de ovos ou o iacutendice de diversidade (α = alpha de Williams ou alpha de Fisher) O alpha eacute

obtido atraveacutes das seguintes equaccedilotildees (foacutermulas 7 e 8) (Rosenzweig 1995)

S = - α bull ln (1 - x) (7)

16

onde S eacute o nuacutemero de taxa larvais na amostra (excluindo os natildeo identificados)

e onde α eacute o iacutendice de diversidade

e onde ln eacute o operador logariacutetmico neperiano (de base e)

e onde x eacute uma constante que satisfaz

S N = [(x - 1) x] bull ln (1 - x) (8)

onde N eacute o nuacutemero de indiviacuteduos na amostra

Tabela 3 Combinaccedilatildeo das amostras nos grupos testados atraveacutes do teste deFriedman para a abundacircncia dos taxa

Mecircs Balsa Caieiras 1a laje Grupo

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 1Marccedilo

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 2

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 3

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 4Abril

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 5

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 6

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 7Maio

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 8

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 9

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 10Junho

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 11

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 12

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 13Julho

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 14

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 15

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 16Agosto

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 17

grupo invalidado devido agrave falha do fluxocircmetro

As variaacuteveis independentes incluiacutedas nas anaacutelises de variacircncia foram

a) O local de amostragem com trecircs categorias pontos Balsa Caieirase 1a laje

b) O mecircs do ano com seis categorias marccedilo abril maio junho julho e agosto

17

c) O volume triado para larvas como covariaacutevel contiacutenua em m3

Foi utilizado para as ANOVAs o tipo III onde a significacircncia da variaacutevel

independente testada eacute estimada apoacutes as outras variaacuteveis do modelo serem incluiacutedas ou

seja quando essas outras variaacuteveis jaacute explicarem uma parte da variabilidade da variaacutevel

dependente A utilizaccedilatildeo deste tipo diminui a possibilidade de as significacircncias obtidas

serem falsas Diferenccedilas entre as categorias das variaacuteveis foram posteriormente testadas

atraveacutes das meacutedias marginais

18

4 RESULTADOS

41 Dados abioacuteticos

Nos trecircs pontos a temperatura tanto da superfiacutecie quanto do fundo teve seus

maiores valores no veratildeo e seus menores valores no inverno (Figura 3) No mecircs de

dezembro a temperatura nos trecircs pontos teve um decliacutenio devido agraves chuvas De acordo com

o teste de Friedman (Tabela 4) a temperatura foi significativamente diferente entre os trecircs

pontos tanto na superfiacutecie quanto no fundo

18

22

26

30

34

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Te

mp

era

tura

(C

) d

a

su

pe

rfiacutec

ie

(a)

18

22

26

30

34

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Tem

per

atu

ra (

C)

do

fu

nd

o

(b)

Figura 3 Evoluccedilatildeo mensal da temperatura nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a temperatura na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a temperatura do fundo Para melhor visualizaccedilatildeoo eixo vertical inicia-se em 18oC

Balsa Caieiras 1a Laje

19

Baseado nas ordens meacutedias obtidas no teste de Friedman Caieiras e 1a laje

apresentaram valores de temperatura semelhantes enquanto que Balsa mostrou ter aacuteguas

mais frias que os outros dois pontos (Tabela 4)

Tabela 4 Resultados dos testes de Friedman para as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas daaacutegua do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 emtodos os casos

Temperatura Salinidade OxigecircnioEstatiacutestica

Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo

Nuacutemero de valores 12 12 12 12 11 9

Qui-quadrado 6435 11511 23532 19500 10364 14889

Significacircncia 0040 0003 0000 0000 0006 0001

Local Ordem meacutedia

Balsa 142 129 296 300 273 300

Caieiras 225 208 100 175 191 178

1a laje 233 263 204 125 136 122

um valor foi excluiacutedo trecircs valores foram excluiacutedos Ver texto para explicaccedilotildees

Nos meses de marccedilo e dezembro a salinidade superficial diminuiu nos trecircs pontos

devido agrave aacutegua doce proveniente das chuvas (Figura 4) Nos meses de novembro e dezembro

houve queda da salinidade de fundo em Caieiras e 1a laje respectivamente tambeacutem por

causa das chuvas O ponto Balsa apresentou valores de salinidade de superfiacutecie maiores

que 1a laje que por sua vez apresentou valores maiores que Caieiras (Figura 4) Quanto

agrave salinidade do fundo na Balsa tambeacutem foram encontrados os maiores valores enquanto

que Caieiras geralmente teve uma pequena superioridade sobre os valores da 1a laje

(Figura 4) Segundo o teste de Friedman (Tabela 4) a salinidade tanto de superfiacutecie quanto

de fundo apresentou diferenccedila significativa entre os valores dos trecircs pontos

20

0

10

20

30

40

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Sal

inid

ade

da

sup

erfiacute

cie

(a)

0

10

20

30

40

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Sal

inid

ade

do

fu

nd

o

(b)

Figura 4 Evoluccedilatildeo mensal da salinidade nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a salinidade na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a salinidade do fundo

Quanto agraves concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido verificou-se que a Balsa

apresentou os maiores valores seguindo de Caieiras e por uacuteltimo 1a laje tanto para as

concentraccedilotildees superficiais quanto para as de fundo (Figura 5) No mecircs de outubro houve

um pico dessas concentraccedilotildees nos trecircs pontos (Figura 5) Natildeo se pode relacionar esses

valores a qualquer evento (por exemplo climaacutetico) excepcional Poreacutem assim como esses

valores natildeo podem ser relacionados a qualquer manutenccedilatildeo ou falha do aparelho de

mediccedilatildeo os dados foram utilizados nas anaacutelises Os valores de oxigecircnio de julho 2000 em

Balsa Caieiras 1a Laje

21

Caieiras (fundo) de novembro 2000 na 1a laje (fundo) e de fevereiro 2001 na Balsa

(superfiacutecie e fundo) foram considerados outliers ou seja valores extraordinaacuterios (natildeo

representativos) e por isso foram desprezados Como esses valores foram encontrados

sempre nas uacuteltimas mediccedilotildees das campanhas das amostragens referidas acredita-se que

podem ter sido obtidos por falha do aparelho de mediccedilatildeo De acordo com o teste de

Friedman (Tabela 4) as concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido tanto na superfiacutecie quanto no

fundo tiveram valores significativamente diferentes nos trecircs pontos

0

2

4

6

8

10

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Oxi

gecircn

io d

isso

lvid

o (

mg

L)

da

su

pe

rfiacutec

ie

(a)

0

2

4

6

8

10

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Oxi

gecircn

io d

isso

lvid

o (

mg

L)

do

fu

nd

o

(b)Figura 5 Evoluccedilatildeo mensal da concentraccedilatildeo de oxigecircniodissolvido nos trecircs pontos de amostragens Acima (a) estaacute aconcentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua da superfiacutecie abaixo(b) estaacute a concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua do fundo

Balsa Caieiras 1a Laje

22

42 Dados bioacuteticos

Durante os seis primeiros meses foram triadas 7430 larvas (de um total amostrado

estimado de 12014) das quais 7235 foram identificadas Natildeo foi possiacutevel a identificaccedilatildeo

de 195 larvas Foram enumerados 21649 ovos de um total amostrado estimado de 51365

Foram identificados 44 taxa (excluindo as larvas natildeo identificadas) que pertencem a

23 famiacutelias Estes 44 taxa foram identificados seja ao niacutevel de espeacutecie (17 espeacutecies) ou ao

niacutevel de gecircnero (15 gecircneros) ou ao niacutevel de famiacutelia (12 famiacutelias) (Tabela 5)

Os ovos natildeo foram identificados Vaacuterios tipos foram encontrados (ver Anexo C)

incluindo ovos de Engraulidae facilmente reconheciacuteveis devido agrave sua forma oval

As famiacutelias com maiores nuacutemeros de indiviacuteduos nos trecircs pontos foram Engraulidae

Gobiidae e Haemulidae (Tabela 5)

Os taxa que ocorreram apenas na Balsa foram Paralichthyidae Microdesmus

longipinnis Stellifer rastrifer Gobiosoma sp Gobiosoma hemigymnum Menticirrhus sp

Atherinella brasiliensis Ophichthidae e Raneya brasiliensis

Foram encontrados apenas em Caieiras os taxa Odontoscion dentex Dormitator

maculatus Pseudophallus mindii Lutjanus analis e Mugilidae

Ostetus lineatus e Gobiesocidae foram taxa que ocorreram apenas na 1a laje

23

Tabela 5 Lista dos taxa identificados nas coletas realizadas entre marccedilo e agosto de 2000 no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de indiviacuteduos e a frequumlecircncia total e por ponto de amostragem satildeo dados sem correccedilatildeo pelo volume triadoN eacute o nuacutemero de indiviacuteduos Freq eacute a frequumlecircncia lt 001 indica frequumlecircncia inferior a 1

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqENGRAULIDAE 3546 048 640 023 1093 067 1813 062GOBIIDAE Microgobius meeki 2594 035 1364 048 315 019 915 031HAEMULIDAE 402 005 388 014 0 14 lt 001Natildeo identificados 195 003 115 004 26 002 54 002TETRAODONTIDAE Sphoeroides sp 136 002 80 003 28 002 28 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp2 134 002 60 002 63 004 11 lt 001SCIAENIDAE (larvas viteliacutenicas) 84 001 58 002 20 001 6 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp1 83 001 35 001 39 002 9 lt 001SCIAENIDAE Micropogonias furnieri 30 lt 001 15 001 7 lt 001 8 lt 001GERREIDAE Eucinostomus sp 36 lt 001 14 lt 001 13 lt 001 9 lt 001GOBIIDAE Coryphopterus glaucofraenum 35 lt 001 14 lt 001 3 lt 001 18 lt 001BLENNIIDAE 31 lt 001 11 lt 001 7 lt 001 13 lt 001ACHIRIDAE Achirus sp 17 lt 001 1 lt 001 4 lt 001 12 lt 001ATHERINIDAE 11 lt 001 2 lt 001 5 lt 001 4 lt 001CLUPEIDAE 11 lt 001 10 lt 001 0 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer sp 8 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 4 lt 001SCIAENIDAE 9 lt 001 0 3 lt 001 6 lt 001PARALICHTHYIDAE Citharichthys sp 7 lt 001 1 lt 001 5 lt 001 1 lt 001SYNGNATHIDAE Syngnathus sp 5 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 3 lt 001PARALICHTHYIDAE 5 lt 001 5 lt 001 0 0MICRODESMIDAE Microdesmus longipinnis 5 lt 001 5 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus sp 4 lt 001 3 lt 001 0 1 lt 001

24

Tabela 5 continuaccedilatildeo

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0

Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100

25

421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50

Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma

transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua

bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a

trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises

parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-

normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo

como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da

anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas

Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os

meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)

Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior

influecircncia que o local (Tabela 6)

Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 7439 22203 le 0001

Erro 41 0335

Total 49

Local 2 1990 5939 0005

Mecircs 5 11081 33074 le 0001

Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

26

Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de

marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o

ponto com a menor abundacircncia de larvas

20

30

40

50

60

70

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

35

40

45

50

55

Balsa Caieiras 1a laje

Local de amostragem

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50

Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume

triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50

Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os

resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas

27

foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os

ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)

Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 27624 16233 le 0001

Erro 41 1702

Total 49

Local 2 0592 0348 0708bull

Mecircs 5 24395 14336 le 0001

Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

01234567

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs

O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do

normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em

relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado

somente significacircncias le 001 foram consideradas

28

Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente

em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do

iacutendice eacute explicada pelo modelo

Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 3692 3684 0003

Erro 41 1002

Total 49

Local 2 2298 2292 0114bull

Mecircs 5 1627 1624 0175bull

Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull

bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001

422 Padrotildees espaciais de abundacircncia

Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa

Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp

Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus

glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa

apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem

(Tabela 9)

Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae

(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos

significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas

muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira

29

Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior

abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp

Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia

(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus

sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas

espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se

larvas muito jovens indicando que podem ser residentes

Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal

Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas

Qui -quadrado

SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje

Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188

M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131

Haemulidae - 14308 0001 256 191 153

Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156

Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244

Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206

M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197

Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206

C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175

Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200

Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188

A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies

Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas

maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que

apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas

30

espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque

ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais

pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao

contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes

Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de

indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste

31

5 DISCUSSAtildeO

Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo

segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e

Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae

Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae

Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae

Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias

de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp

Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)

Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior

abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no

periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande

maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al

(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na

primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do

veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees

Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos

seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria

por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no

estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em

parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada

(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas

32

latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes

em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi

inferior a 1

Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria

(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo

representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas

triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute

Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos

ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan

(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia

sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)

A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira

mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do

rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido

Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia

reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia

Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de

dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo

podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio

33

Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo

encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp

Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)

Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que

1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois

apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas

concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido

2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa

principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio

Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros

dois pontos

3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos

apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-

quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu

Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo

diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo

da migraccedilatildeo das larvas de peixes

Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram

significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus

spp e Achirus sp (Tabela 9)

Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou

migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por

terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa

34

Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes

dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio

predominando em Caieiras (braccedilo norte)

As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia

quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies

migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna

daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele

permanecerem

As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo

podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu

posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque

quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais

abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo

norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce

proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave

estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp

parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo

norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o

fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo

rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do

estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do

que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas

espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)

35

6 CONCLUSOtildeES

O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna

ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e

Haemulidae

O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de

amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis

meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que

no braccedilo sul

As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial

heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou

distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae

O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por

espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos

estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus

spp

36

7 REFEREcircNCIAS

ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-

ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227

ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas

Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11

p53-65 1999

ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa

Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro

v14 no1 p121-134 1997

ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na

literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas

BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil

1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p

BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish

in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese

(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999

BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da

Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE

ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232

BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de

Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de

Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997

37

BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In

ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986

p35

CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p

CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada

da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia

Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal

Fluminense Rio de Janeiro 1998

CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino

do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185

1996

CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton

del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860

EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the

continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint

Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation

processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast

Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138

EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish

larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and

Marine Research v47 no 3 p183-200 1999

FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north

Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest

Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II

Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p

38

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p

FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998

FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition

and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114

HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed

Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207

HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna

ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282

HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two

North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179

HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean

fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46

p383-488

HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or

kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the

Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington

1934 v 48 p41-117

HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of

some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938

v48 p505-642

39

IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do

ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-

AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo

Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22

JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed

Paris UNESCO 1998 193 p

JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina

Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine

Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752

JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in

Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998

KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance

and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)

Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego

Academic Press 1996 p 235-255

LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats

Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253

LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier

Scientific Publishing Company 1983 419p

LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South

Wales University Press 1989 370 p

MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast

Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p

40

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V

Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p

MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla

American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p

MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel

Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish

recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish

conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54

OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos

decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297

PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema

estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205

RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history

stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel

http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]

ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge

University Press 1995 439p

SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de

Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77

1980

SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de

Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -

41

Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-

300 1982

SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New

York Chanticleer 1997 720p

SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei

Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western

Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012

SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das

Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia

Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998

SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do

ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de

Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991

WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese

(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata

Argentina 1981

WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de

Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117

WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the

eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24

v39 p141-201

ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999

42

Anexo A

(a)

(b)

(c)

Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)

43

Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas

Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm

Page 3: O ICTIOPLÂNCTON DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-AÇU, ES. · cada ponto foram feitos três arrastos com rede tipo bongô de malha 333 µm, com três minutos de duração cada. Foram

AGRADECIMENTOS

bull Agrave Deus que eacute a forccedila que me impulsiona a cada dia

bull Aos meus pais que nunca mediram esforccedilos para que eu prosseguisse com os meus

estudos e concluiacutesse mais essa etapa Aos meus irmatildeos pelo apoio e companheirismo

bull Ao meu orientador professor Jean-Christophe Joyeux pelas contribuiccedilotildees e sugestotildees

para a realizaccedilatildeo deste trabalho e principalmente pela amizade e compreensatildeo

bull Ao professor Gilberto F Barroso pelo fornecimento de mapas e informaccedilotildees que foram

indispensaacuteveis agrave este trabalho

bull Ao professor Joseacute H Muelbert (FURG - RS) por vir a Vitoacuteria especialmente participar

da avaliaccedilatildeo deste trabalho

bull Aos colegas do Laboratoacuterio de Ictioplacircncton Bruno Genyess e Hilton pelo auxiacutelio nas

coletas pelo apoio de sempre e principalmente pela amizade de vocecircs

bull Ao Sr Pedro e Walace pela disposiccedilatildeo em nos auxiliar nas coletas e pelas sugestotildees

para as coletas

bull Agrave ARACRUZ CELULOSE pelo apoio financeiro

bull Ao Centro de Tecnologia em Aquicultura (CTA) por nos emprestar o barco e ao BMLP

por nos emprestar o motor indispensaacuteveis para a realizaccedilatildeo dos trabalhos de campo

bull Aos professores funcionaacuterios e estagiaacuterios do DERN pela amizade e por

proporcionarem o nosso ambiente de trabalho tatildeo agradaacutevel

bull Agrave todos os meus amigos pela compreensatildeo e pelo carinho de sempre em especial agrave

Keyla e Maria Alciele por me ajudarem a escrever esta monografia

bull Agrave todos aqueles que embora natildeo estejam citados aqui contribuiacuteram de alguma forma

para a conclusatildeo deste trabalho

SUMAacuteRIO

RESUMO

1 INTRODUCcedilAtildeO 5

2 OBJETIVOS

21 Objetivo geral

22 Objetivos especiacuteficos

8

8

8

3 METODOLOGIA

31 Aacuterea de estudo

32 Amostragens

33 Processamento das amostras

34 Anaacutelises estatiacutesticas

9

9

10

13

14

4 RESULTADOS

41 Dados abioacuteticos

42 Dados bioacuteticos

421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade

422 Padrotildees espaciais de abundacircncia

18

18

22

25

28

5 DISCUSSAtildeO 31

6 CONCLUSOtildeES 35

7 REFEREcircNCIAS 36

ANEXOS 42

RESUMO

Estuaacuterios e aacuteguas costeiras desempenham um papel muito importante no ciclo de vida de

vaacuterios organismos marinhos Estes locais apresentam alta produtividade e proteccedilatildeo contra

predadores de larvas e formas jovens de peixes que os utilizam como berccedilaacuterio Este

trabalho apresenta a distribuiccedilatildeo espacial e temporal num periacuteodo de seis meses do

ictioplacircncton no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu e analisa se haacute diferenccedila na distribuiccedilatildeo das

larvas entre os dois braccedilos do rio Foram realizadas 12 coletas mensais noturnas em trecircs

pontos do estuaacuterio um no braccedilo norte um no braccedilo sul e um na entrada do estuaacuterio Em

cada ponto foram feitos trecircs arrastos com rede tipo bongocirc de malha 333 microm com trecircs

minutos de duraccedilatildeo cada Foram feitas mediccedilotildees de temperatura salinidade e oxigecircnio

dissolvido da aacutegua de superfiacutecie e de fundo Em seis meses foram encontrados 44 taxa

sendo Engraulidae Gobiidae e Haemulidae os mais abundantes O ictioplacircncton foi mais

abundante nos meses mais quentes (marccedilo a maio ANOVA p le 0001) e no braccedilo norte

(ANOVA p = 0005) As espeacutecies residentes do estuaacuterio apresentaram tanto distribuiccedilatildeo

espacial homogecircnea entre os trecircs pontos de amostragem no caso dos engrauliacutedeos quanto

distribuiccedilatildeo espacial heterogecircnea no caso de Microgobius meeki As espeacutecies migratoacuterias

demersais parecem predominar no braccedilo norte como Achirus sp (teste de Friedman p =

0032) e as migratoacuterias pelaacutegicas como Gobionellus spp (teste de Friedman p = 0020)

no braccedilo sul

5

1 INTRODUCcedilAtildeO

Um grande nuacutemero de espeacutecies de peixes marinhos de importacircncia comercial tecircm

uma parte de sua vida associada a sistemas costeiros como por exemplo peixes das famiacutelias

Centropomidae (robalos) Mugilidae (tainhas) Sciaenidae (corvinas cangoaacutes) Gerreidae

(carapicus) etc (Helmer amp Barbosa 1987 Oshiro amp Arauacutejo 1987 e Andreata et al 1997)

De fato estuaacuterios e aacuteguas costeiras desempenham um papel muito importante no ciclo de

vida de vaacuterios organismos marinhos Estes locais apresentam alta produtividade e proteccedilatildeo

contra predadores de larvas e formas juvenis de peixes que os utilizam como berccedilaacuterio

(Laegdsgaard amp Johnson 2000)

Os estudos sobre distribuiccedilatildeo do ictioplacircncton ou seja relativos aos ovos e larvas

dos peixes satildeo entatildeo fundamentais sob vaacuterios aspectos Sob o aspecto cientiacutefico esses

estudos visam o conhecimento da bioecologia dos ovos e larvas eventualmente auxiliando

na taxonomia dos adultos (Smith amp Thacker 2001) Sob o aspecto comercial de pesca satildeo

aplicados na detecccedilatildeo de aacutereas de concentraccedilatildeo de adultos atraveacutes da quantidade de ovos e

larvas em determinadas regiotildees estudos populacionais e piscicultura entre outros

(Ciechomski 1981 apud Soares et al 1991) Aleacutem disso teleoacutesteos jovens satildeo

extremamente susceptiacuteveis aos distuacuterbios antroacutepicos tanto na fase larval quanto na juvenil

(Kingsford amp Gray 1996) Nos estuaacuterios a poluiccedilatildeo a destruiccedilatildeo do habitat e a sobrepesca

satildeo as maiores ameaccedilas (Joyeux amp Ward 1998) No Brasil os efeitos dos efluentes

domeacutesticos e industriais lanccedilados nos estuaacuterios ainda natildeo foram quantificados mas sem

duacutevida devem ser relevantes (Kingsford amp Gray 1996 Barroso amp Dias Jr 1997) Esses

ambientes suportam um grande nuacutemero de pescadores profissionais de subsistecircncia e

esportivos Embora natildeo haja estatiacutestica ateacute o momento a pesca em pequena escala

6

possivelmente represente uma fonte econocircmica de importacircncia para os moradores das

regiotildees estuarinas (Andreata amp Frederick 1999)

A ictiofauna estuarino-costeira do Espiacuterito Santo eacute pouco conhecida sendo

apresentada apenas no trabalho de Helmer amp Barbosa (1987) O domiacutenio oceacircnico foi

assunto de estudos ictioplanctoloacutegicos mais aprofundados (Ekau amp Matsuura 1996 Ekau

et al 1999) No litoral estudos em andamento estimam aproximadamente 230 espeacutecies de

peixes (S Floeter amp JL Gasparini comunicaccedilatildeo pessoal) incluindo as espeacutecies de costatildeo

(recifais) e aquelas que se encontram tipicamente sobre fundos oceacircnicos moles (areia e

lama) e nos estuaacuterios totalizando um terccedilo de todas as espeacutecies marinhas e estuarinas

conhecidas do Brasil (Fishbase 1998)

As espeacutecies espiacuterito-santenses pertencem tanto ao conjunto das formas tropicais

quanto ao de aacuteguas temperadas (Floeter amp Gasparini 2000) Este uacuteltimo eacute mais conhecido

em relaccedilatildeo agrave descriccedilatildeo do estado larval e agrave sua ecologia devido agrave sua similaridade com a

fauna do Atlacircntico Nordeste (desde Welch amp Breder 1923-24 Hildebrand amp Cable 1930

1934 1938 etc) e ao importante desenvolvimento das pesquisas no Sul do Brasil desde

Weiss amp Krug (1977) Sinque (1980) e Weiss (1981) Em regiotildees mais proacuteximas

recentemente trabalhos tecircm sido desenvolvidos no estado do Rio de Janeiro (Soares et al

1991 Bonecker 1997 Castro 1998 e Soares 1998) e no sul da Bahia (Castro amp Bonecker

1996) A primeira informaccedilatildeo sobre o ictioplacircncton no Espiacuterito Santo foi apresentada em

resumo por Bonecker amp Dias (1986) apud Bonecker (1997) Recentemente Almeida et al

(2000) e Pereira et al (2000) apresentaram dados preliminares sobre a imigraccedilatildeo do

ictioplacircncton para a Baiacutea de Vitoacuteria e as massas daacutegua que este ictioplacircncton utiliza

durante a sua migraccedilatildeo

7

De modo geral nos estuaacuterios o ictioplacircncton eacute composto por espeacutecies residentes ou

seja que completam todo o seu ciclo de vida neste local e de espeacutecies migratoacuterias que se

reproduzem no oceano e imigram para o estuaacuterio ainda na fase larval ou juvenil As larvas

migratoacuterias apresentam dois tipos de comportamento para deslocarem verticalmente na

coluna de aacutegua O primeiro consiste num deslocamento vertical diurno independente da

mareacute (Joyeux 1998) O segundo tambeacutem consiste num deslocamento vertical diurno na

coluna de aacutegua poreacutem dependente da fase da mareacute (Joyeux 1998) Este eacute frequumlentemente

chamado TST sigla para Tidal Stream Transport As larvas pelaacutegicas ou seja aquelas

que satildeo mais abundantes na parte superior da coluna daacutegua utilizam preferencialmente o

primeiro tipo As larvas demersais que satildeo mais abundantes na parte inferior da coluna

daacutegua utilizam o segundo tipo Os dois tipos de comportamento podem ser utilizados para

as larvas manterem-se em um local ou progredirem para montante Entretanto a teoria

supotildee que o segundo tipo eacute mais eficiente em relaccedilatildeo ao posicionamento horizontal e entatildeo

as larvas que utilizam TST para migrarem podem ter vantagens sobre aquelas que natildeo

utilizam tal comportamento em ambientes estratificados Assim as espeacutecies que utilizam e

aquelas que natildeo utilizam o TST podem ter distribuiccedilatildeo horizontal diferenciada dentro dos

estuaacuterios

Este trabalho descreve a comunidade ictioplanctocircnica e apresenta a sua distribuiccedilatildeo

espacial e temporal (num periacuteodo de seis meses) no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu Aleacutem

disso analisa se haacute diferenccedila tanto na composiccedilatildeo fauniacutestica como na abundacircncia entre os

dois braccedilos do rio Assim a morfologia do estuaacuterio pode ser utilizada para explicar melhor

qual a relaccedilatildeo das caracteriacutesticas hidroloacutegicas com a distribuiccedilatildeo espacial o

comportamento e a ecologia das larvas de peixes dependentes dos estuaacuterios

8

2 OBJETIVOS

21 Objetivo geral

Caracterizar a fauna ictioplanctocircnica do estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu bem como determinar

a sua distribuiccedilatildeo espacial e temporal no periacuteodo de marccedilo a agosto de 2000

22 Objetivos especiacuteficos

a) Descrever a abundacircncia e a composiccedilatildeo taxonocircmica do ictioplacircncton no estuaacuterio do

Piraquecirc-accedilu

b) Descrever a variaccedilatildeo temporal e espacial do ictioplacircncton

c) Verificar a existecircncia de diferenccedilas de distribuiccedilatildeo espacial entre espeacutecies residentes

d) Verificar a existecircncia de diferenccedila de distribuiccedilatildeo entre espeacutecies migratoacuterias pelaacutegicas e

demersais

9

3 METODOLOGIA

31 Aacuterea de estudo

O Rio Piraquecirc-accedilu tem sua nascente localizada a 1100m de altitude na Reserva de

Nova Lombardia municiacutepio de Santa Teresa (ES) e seu estuaacuterio no distrito de Santa Cruz

municiacutepio de Aracruz (ES) - localizado ao norte do estado a aproximadamente 50 km de

Vitoacuteria (Figura 1) O estuaacuterio estaacute localizado proacuteximo agraves coordenadas 40o09W e 19o57S e

apresenta-se na forma de Y com a bifurcaccedilatildeo logo apoacutes a barra de entrada O braccedilo norte

o chamado Rio Piraquecirc-accedilu atraveacutes do qual desaacutegua o rio homocircnimo tem caracteriacutesticas

fiacutesico-quiacutemicas bastante variaacuteveis devido ao fluxo de aacutegua doce Por isso tem tendecircncia agrave

estratificaccedilatildeo (GF Barroso comunicaccedilatildeo pessoal) O braccedilo sul o afluente chamado Rio

Piraquecirc-mirim parece mais profundo que o braccedilo norte Por receber pouca aacutegua doce suas

caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas satildeo relativamente estaacuteveis Eacute raramente estratificado (GF

Barroso comunicaccedilatildeo pessoal) Os dois braccedilos e a confluecircncia satildeo marginados por um

beliacutessimo manguezal que se estende ateacute o mar Anaacutelises das concentraccedilotildees de coliformes

totais e fecais entre outras indicam que o estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu parece pouco

poluiacutedo (GF comunicaccedilatildeo pessoal)

10

Figura 1 Bacia do complexo Piraquecirc-accedilu Piraquecirc-mirim A grade indicacoordenadas UTM (Universal Transversal Mercator em metros) No quadroesquerdo estaacute a localizaccedilatildeo do estuaacuterio no estado do Espiacuterito Santo No quadrodireito estatildeo dados geograacuteficos gerais para a bacia estuaacuterio e rios (CortesiaGilberto Fonseca Barroso)

32 Amostragens

As amostragens foram realizadas mensalmente entre marccedilo de 2000 e fevereiro de

2001 em trecircs pontos do estuaacuterio (Figura 2)

a) o primeiro localizado na entrada do estuaacuterio proacuteximo agraves balsas de cultivo de ostras

denominado Balsa

b) o segundo localizado no braccedilo norte (Rio Piraquecirc-accedilu) em frente ao antigo porto de

Caieiras denominado Caieiras que estaacute a 55 km de distacircncia a montante da Balsa

11

c) o terceiro situado no braccedilo sul (Rio Piraquecirc-mirim) no ponto chamado 1a Laje que estaacute

a 53 km a montante da Balsa

A confluecircncia dos dois braccedilos encontra-se a 22 km a montante da Balsa a 33 km

a jusante de Caieiras e a 31 km a jusante da 1a laje (Figura 2)

Figura 2 O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu e os pontos amostrais Coordenadasgeograacuteficas em graus minutos e segundos (Cortesia Gilberto Fonseca Barroso)

Foi utilizada para as coletas rede cocircnica do tipo bongocirc com malha de 333

microcircmetros diacircmetro de abertura de 60cm e 3m de comprimento total A rede foi puxada

por barco a motor equipada com fluxocircmetro mecacircnico (General Oceanics 2030R) As

amostras foram coletadas por arrastos na regiatildeo meacutedia da coluna daacutegua com duraccedilatildeo de

trecircs minutos cada Esta duraccedilatildeo foi reduzida a dois ou ateacute um minuto quando havia grande

abundacircncia de ctenoacuteforos ou detritos (meses de agosto setembro e novembro) Arrastos

12

foram triplicados exceto na coleta de marccedilo que teve apenas duas reacuteplicas por ponto As

amostras foram fixadas em formol neutralizado 5 e armazenadas fora da luz para reduzir

a despigmentaccedilatildeo

As amostragens foram feitas no periacuteodo noturno devido agrave maior abundacircncia das

larvas na coluna daacutegua neste periacuteodo do que durante o dia (Hettler amp Barker 1993) Se

iniciaram logo apoacutes o pocircr do sol nas fases de mareacutes mortas (ou seja de quadratura = lua

minguante) com uma periodicidade aproximada de 28 (vinte e oito) dias Nessas mareacutes haacute

baixa concentraccedilatildeo de ctenoacuteforos e detritos originados do mangue que prejudicam a coleta

e a triagem

Os pontos foram amostrados de maneira aleatoacuteria para minimizar os efeitos de

outros fatores que poderiam influenciar os resultados tal como tempo decorrido depois do

pocircr do sol estaacutegio e forccedila da mareacute etc (Tabela 1)

Tabela 1 Dados gerais do plano de amostragem do ictioplacircncton noestuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu Nuacutemero eacute o nuacutemero de reacuteplicas no ponto eIntervalo eacute o intervalo de tempo em dias entre duas coletas consecutivas

Ordem de amostragemData

Balsa 1a laje CaieirasNuacutemero Intervalo

28 marccedilo 00 1 3 2 2 _

27 abril 00 3 1 2 3 30

30 maio 00 3 1 2 3 33

27 junho 00 1 3 2 3 28

25 julho 00 2 1 3 3 28

22 agosto 00 2 3 1 3 28

25 setembro 00 3 1 2 3 34

20 outubro 00 1 3 2 3 25

26 novembro 00 2 3 1 3 37

19 dezembro 00 3 2 1 3 23

17 janeiro 01 1 2 3 3 29

16 fevereiro 01 3 2 1 3 30

13

Em todos os pontos foram feitas mediccedilotildees de temperatura salinidade e

concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido em duas profundidades (superfiacutecie e fundo) utilizando-

se Medidor Multi Paracircmetro YSI 85

33 Processamento das amostras

Sob microscoacutepio estereoscoacutepico (lupa) as larvas coletadas nos seis primeiros meses

de amostragem (51 amostras 6 em marccedilo de 2000 e 9 em cada um dos 5 meses seguintes)

foram triadas e identificadas e os ovos apenas enumerados As amostras que continham

grande abundacircncia de larvas ou de ovos foram fracionadas (ateacute 18 Tabela 2)

Tabela 2 Dados referentes agraves sete amostras fracionadas paratriagem Triadas eacute o nuacutemero de larvas nas fraccedilotildees triadasEstimadas eacute o nuacutemero estimado de larvas nas amostras inteiras

Mecircs Ponto Reacuteplica Fraccedilatildeo triada Triadas Estimadas

Marccedilo Caieiras 2a 1 4 367 1468

Marccedilo 1a laje 1a 1 4 261 1044

Marccedilo 1a laje 2a 1 8 172 1376

Abril 1a laje 1a 1 2 323 646

Abril 1a laje 2a 1 4 267 1068

Abril 1a laje 3a 1 4 124 496

Abril Balsa 1a 1 1 378 378

a amostra foi triada inteiramente para as larvas mas apenas metade dos ovos daamostra foi enumerada Nos outros casos a fraccedilatildeo triada para os ovos e a fraccedilatildeotriada para as larvas satildeo iguais

A identificaccedilatildeo foi realizada principalmente a partir das referecircncias gerais seguintes

Fahay (1983) Moser et al (1984) Leis amp Trnski (1989) Matarese et al (1989) Jeyaseelan

(1998) uma coletacircnea anocircnima de figuras colhidas na literatura (Anocircnimo) e a ediccedilatildeo

preliminar de Richards (2001) Para larvas mais desenvolvidas (juvenis) foram utilizados

Figueiredo amp Menezes (1978 1980 e 2000) Menezes amp Figueiredo (1980 e 1985) Barletta

14

amp Correcirca (1992) Smith (1997) e Carvalho-Filho (1999) Em vaacuterios casos foram realizadas

seacuteries de desenvolvimento (exemplo nos anexos A e B)

34 Anaacutelises estatiacutesticas

O volume de aacutegua filtrado em cada arrasto (Vfiltrado em metros cuacutebicos foacutermula

1) foi calculado a partir da distacircncia percorrida pelo fluxocircmetro (Distacircncia em metros

foacutermula 2) multiplicada pela aacuterea da boca de abertura da rede (Aacuterea em metros quadrados

foacutermula 4)

Vfiltrado = Distacircncia bull Aacuterea (1)

Em todas as equaccedilotildees bull eacute o sinal de multiplicaccedilatildeo

Distacircncia = ∆ bull Constante (2)

onde ∆ = no registrado no fim do arrasto - no registrado no iniacutecio do arrasto(3)

e onde Constante = constante do fluxocircmetro = 00384363

Aacuterea = π bull Raio2 (4)

onde π = 314159

e onde Raio = 03m

A abundacircncia (nuacutemero por metro cuacutebico foacutermula 5) de cada espeacutecie e dos ovos foi

calculada sobre o volume triado (Vtriado foacutermula 6)

Abundacircncia = Nuacutemero Vtriado (5)

onde Nuacutemero eacute o nuacutemero de indiviacuteduos ou de ovos

e onde

Vtriado = Vfiltrado bull Fraccedilatildeo triada (6)

15

onde Fraccedilatildeo triada eacute a fraccedilatildeo triada da amostra e varia entre 1 (toda a amostra foi triada) e

18 (um oitavo da amostra foi triada)(Tabela 2) Os dados do fluxocircmetro foram aberrantes

na 2a reacuteplica de Caieiras do mecircs de maio (05m3 filtrados indicando que a heacutelice ficou

bloqueada apesar da rede funcionar normalmente) O nuacutemero de dados utilizaacuteveis nas

anaacutelises de abundacircncia eacute entatildeo 50

Os dados obtidos tanto os bioloacutegicos quanto os fiacutesico-quiacutemicos foram tratados por

anaacutelises natildeo-parameacutetricas - teste de Friedman com α = 005 - considerando que as amostras

de uma mesma campanha satildeo ligadas entre si (Zar 1999) O nuacutemero inicial de valores para

as variaacuteveis ambientais eacute 12 (uma mediccedilatildeo por mecircs por ponto de amostragem e por

profundidade durante o ano inteiro de amostragem) O nuacutemero de valores para as variaacuteveis

bioloacutegicas foi de 16 Havendo duas replicaccedilotildees por ponto em marccedilo e trecircs nos outros

meses foi escolhido comparar as primeiras reacuteplicas dos pontos entre si as segundas

reacuteplicas dos pontos entre si e as terceiras reacuteplicas dos pontos entre si (Tabela 3) Dos

originais 17 grupos de replicaccedilotildees (marccedilo com 2 grupos os 5 outros meses com 3 grupos)

um foi invalidado (o das 2as reacuteplicas do mecircs de maio) pelo natildeo funcionamento do

fluxocircmetro

As variaacuteveis contiacutenuas foram testadas para normalidade (e homocedasticidade) com

o teste de Kolmogorov-Smirnov-Lilliefors (Legendre amp Legendre 1983) Apoacutes

normalizaccedilatildeo anaacutelises parameacutetricas de variacircncia (ANOVA Zar 1999) foram aplicadas

sobre os dados bioloacutegicos sendo a variaacutevel dependente o nuacutemero de indiviacuteduos o nuacutemero

de ovos ou o iacutendice de diversidade (α = alpha de Williams ou alpha de Fisher) O alpha eacute

obtido atraveacutes das seguintes equaccedilotildees (foacutermulas 7 e 8) (Rosenzweig 1995)

S = - α bull ln (1 - x) (7)

16

onde S eacute o nuacutemero de taxa larvais na amostra (excluindo os natildeo identificados)

e onde α eacute o iacutendice de diversidade

e onde ln eacute o operador logariacutetmico neperiano (de base e)

e onde x eacute uma constante que satisfaz

S N = [(x - 1) x] bull ln (1 - x) (8)

onde N eacute o nuacutemero de indiviacuteduos na amostra

Tabela 3 Combinaccedilatildeo das amostras nos grupos testados atraveacutes do teste deFriedman para a abundacircncia dos taxa

Mecircs Balsa Caieiras 1a laje Grupo

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 1Marccedilo

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 2

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 3

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 4Abril

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 5

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 6

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 7Maio

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 8

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 9

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 10Junho

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 11

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 12

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 13Julho

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 14

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 15

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 16Agosto

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 17

grupo invalidado devido agrave falha do fluxocircmetro

As variaacuteveis independentes incluiacutedas nas anaacutelises de variacircncia foram

a) O local de amostragem com trecircs categorias pontos Balsa Caieirase 1a laje

b) O mecircs do ano com seis categorias marccedilo abril maio junho julho e agosto

17

c) O volume triado para larvas como covariaacutevel contiacutenua em m3

Foi utilizado para as ANOVAs o tipo III onde a significacircncia da variaacutevel

independente testada eacute estimada apoacutes as outras variaacuteveis do modelo serem incluiacutedas ou

seja quando essas outras variaacuteveis jaacute explicarem uma parte da variabilidade da variaacutevel

dependente A utilizaccedilatildeo deste tipo diminui a possibilidade de as significacircncias obtidas

serem falsas Diferenccedilas entre as categorias das variaacuteveis foram posteriormente testadas

atraveacutes das meacutedias marginais

18

4 RESULTADOS

41 Dados abioacuteticos

Nos trecircs pontos a temperatura tanto da superfiacutecie quanto do fundo teve seus

maiores valores no veratildeo e seus menores valores no inverno (Figura 3) No mecircs de

dezembro a temperatura nos trecircs pontos teve um decliacutenio devido agraves chuvas De acordo com

o teste de Friedman (Tabela 4) a temperatura foi significativamente diferente entre os trecircs

pontos tanto na superfiacutecie quanto no fundo

18

22

26

30

34

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Te

mp

era

tura

(C

) d

a

su

pe

rfiacutec

ie

(a)

18

22

26

30

34

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Tem

per

atu

ra (

C)

do

fu

nd

o

(b)

Figura 3 Evoluccedilatildeo mensal da temperatura nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a temperatura na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a temperatura do fundo Para melhor visualizaccedilatildeoo eixo vertical inicia-se em 18oC

Balsa Caieiras 1a Laje

19

Baseado nas ordens meacutedias obtidas no teste de Friedman Caieiras e 1a laje

apresentaram valores de temperatura semelhantes enquanto que Balsa mostrou ter aacuteguas

mais frias que os outros dois pontos (Tabela 4)

Tabela 4 Resultados dos testes de Friedman para as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas daaacutegua do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 emtodos os casos

Temperatura Salinidade OxigecircnioEstatiacutestica

Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo

Nuacutemero de valores 12 12 12 12 11 9

Qui-quadrado 6435 11511 23532 19500 10364 14889

Significacircncia 0040 0003 0000 0000 0006 0001

Local Ordem meacutedia

Balsa 142 129 296 300 273 300

Caieiras 225 208 100 175 191 178

1a laje 233 263 204 125 136 122

um valor foi excluiacutedo trecircs valores foram excluiacutedos Ver texto para explicaccedilotildees

Nos meses de marccedilo e dezembro a salinidade superficial diminuiu nos trecircs pontos

devido agrave aacutegua doce proveniente das chuvas (Figura 4) Nos meses de novembro e dezembro

houve queda da salinidade de fundo em Caieiras e 1a laje respectivamente tambeacutem por

causa das chuvas O ponto Balsa apresentou valores de salinidade de superfiacutecie maiores

que 1a laje que por sua vez apresentou valores maiores que Caieiras (Figura 4) Quanto

agrave salinidade do fundo na Balsa tambeacutem foram encontrados os maiores valores enquanto

que Caieiras geralmente teve uma pequena superioridade sobre os valores da 1a laje

(Figura 4) Segundo o teste de Friedman (Tabela 4) a salinidade tanto de superfiacutecie quanto

de fundo apresentou diferenccedila significativa entre os valores dos trecircs pontos

20

0

10

20

30

40

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Sal

inid

ade

da

sup

erfiacute

cie

(a)

0

10

20

30

40

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Sal

inid

ade

do

fu

nd

o

(b)

Figura 4 Evoluccedilatildeo mensal da salinidade nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a salinidade na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a salinidade do fundo

Quanto agraves concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido verificou-se que a Balsa

apresentou os maiores valores seguindo de Caieiras e por uacuteltimo 1a laje tanto para as

concentraccedilotildees superficiais quanto para as de fundo (Figura 5) No mecircs de outubro houve

um pico dessas concentraccedilotildees nos trecircs pontos (Figura 5) Natildeo se pode relacionar esses

valores a qualquer evento (por exemplo climaacutetico) excepcional Poreacutem assim como esses

valores natildeo podem ser relacionados a qualquer manutenccedilatildeo ou falha do aparelho de

mediccedilatildeo os dados foram utilizados nas anaacutelises Os valores de oxigecircnio de julho 2000 em

Balsa Caieiras 1a Laje

21

Caieiras (fundo) de novembro 2000 na 1a laje (fundo) e de fevereiro 2001 na Balsa

(superfiacutecie e fundo) foram considerados outliers ou seja valores extraordinaacuterios (natildeo

representativos) e por isso foram desprezados Como esses valores foram encontrados

sempre nas uacuteltimas mediccedilotildees das campanhas das amostragens referidas acredita-se que

podem ter sido obtidos por falha do aparelho de mediccedilatildeo De acordo com o teste de

Friedman (Tabela 4) as concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido tanto na superfiacutecie quanto no

fundo tiveram valores significativamente diferentes nos trecircs pontos

0

2

4

6

8

10

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Oxi

gecircn

io d

isso

lvid

o (

mg

L)

da

su

pe

rfiacutec

ie

(a)

0

2

4

6

8

10

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Oxi

gecircn

io d

isso

lvid

o (

mg

L)

do

fu

nd

o

(b)Figura 5 Evoluccedilatildeo mensal da concentraccedilatildeo de oxigecircniodissolvido nos trecircs pontos de amostragens Acima (a) estaacute aconcentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua da superfiacutecie abaixo(b) estaacute a concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua do fundo

Balsa Caieiras 1a Laje

22

42 Dados bioacuteticos

Durante os seis primeiros meses foram triadas 7430 larvas (de um total amostrado

estimado de 12014) das quais 7235 foram identificadas Natildeo foi possiacutevel a identificaccedilatildeo

de 195 larvas Foram enumerados 21649 ovos de um total amostrado estimado de 51365

Foram identificados 44 taxa (excluindo as larvas natildeo identificadas) que pertencem a

23 famiacutelias Estes 44 taxa foram identificados seja ao niacutevel de espeacutecie (17 espeacutecies) ou ao

niacutevel de gecircnero (15 gecircneros) ou ao niacutevel de famiacutelia (12 famiacutelias) (Tabela 5)

Os ovos natildeo foram identificados Vaacuterios tipos foram encontrados (ver Anexo C)

incluindo ovos de Engraulidae facilmente reconheciacuteveis devido agrave sua forma oval

As famiacutelias com maiores nuacutemeros de indiviacuteduos nos trecircs pontos foram Engraulidae

Gobiidae e Haemulidae (Tabela 5)

Os taxa que ocorreram apenas na Balsa foram Paralichthyidae Microdesmus

longipinnis Stellifer rastrifer Gobiosoma sp Gobiosoma hemigymnum Menticirrhus sp

Atherinella brasiliensis Ophichthidae e Raneya brasiliensis

Foram encontrados apenas em Caieiras os taxa Odontoscion dentex Dormitator

maculatus Pseudophallus mindii Lutjanus analis e Mugilidae

Ostetus lineatus e Gobiesocidae foram taxa que ocorreram apenas na 1a laje

23

Tabela 5 Lista dos taxa identificados nas coletas realizadas entre marccedilo e agosto de 2000 no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de indiviacuteduos e a frequumlecircncia total e por ponto de amostragem satildeo dados sem correccedilatildeo pelo volume triadoN eacute o nuacutemero de indiviacuteduos Freq eacute a frequumlecircncia lt 001 indica frequumlecircncia inferior a 1

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqENGRAULIDAE 3546 048 640 023 1093 067 1813 062GOBIIDAE Microgobius meeki 2594 035 1364 048 315 019 915 031HAEMULIDAE 402 005 388 014 0 14 lt 001Natildeo identificados 195 003 115 004 26 002 54 002TETRAODONTIDAE Sphoeroides sp 136 002 80 003 28 002 28 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp2 134 002 60 002 63 004 11 lt 001SCIAENIDAE (larvas viteliacutenicas) 84 001 58 002 20 001 6 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp1 83 001 35 001 39 002 9 lt 001SCIAENIDAE Micropogonias furnieri 30 lt 001 15 001 7 lt 001 8 lt 001GERREIDAE Eucinostomus sp 36 lt 001 14 lt 001 13 lt 001 9 lt 001GOBIIDAE Coryphopterus glaucofraenum 35 lt 001 14 lt 001 3 lt 001 18 lt 001BLENNIIDAE 31 lt 001 11 lt 001 7 lt 001 13 lt 001ACHIRIDAE Achirus sp 17 lt 001 1 lt 001 4 lt 001 12 lt 001ATHERINIDAE 11 lt 001 2 lt 001 5 lt 001 4 lt 001CLUPEIDAE 11 lt 001 10 lt 001 0 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer sp 8 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 4 lt 001SCIAENIDAE 9 lt 001 0 3 lt 001 6 lt 001PARALICHTHYIDAE Citharichthys sp 7 lt 001 1 lt 001 5 lt 001 1 lt 001SYNGNATHIDAE Syngnathus sp 5 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 3 lt 001PARALICHTHYIDAE 5 lt 001 5 lt 001 0 0MICRODESMIDAE Microdesmus longipinnis 5 lt 001 5 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus sp 4 lt 001 3 lt 001 0 1 lt 001

24

Tabela 5 continuaccedilatildeo

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0

Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100

25

421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50

Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma

transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua

bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a

trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises

parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-

normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo

como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da

anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas

Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os

meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)

Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior

influecircncia que o local (Tabela 6)

Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 7439 22203 le 0001

Erro 41 0335

Total 49

Local 2 1990 5939 0005

Mecircs 5 11081 33074 le 0001

Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

26

Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de

marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o

ponto com a menor abundacircncia de larvas

20

30

40

50

60

70

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

35

40

45

50

55

Balsa Caieiras 1a laje

Local de amostragem

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50

Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume

triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50

Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os

resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas

27

foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os

ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)

Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 27624 16233 le 0001

Erro 41 1702

Total 49

Local 2 0592 0348 0708bull

Mecircs 5 24395 14336 le 0001

Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

01234567

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs

O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do

normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em

relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado

somente significacircncias le 001 foram consideradas

28

Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente

em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do

iacutendice eacute explicada pelo modelo

Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 3692 3684 0003

Erro 41 1002

Total 49

Local 2 2298 2292 0114bull

Mecircs 5 1627 1624 0175bull

Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull

bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001

422 Padrotildees espaciais de abundacircncia

Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa

Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp

Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus

glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa

apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem

(Tabela 9)

Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae

(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos

significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas

muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira

29

Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior

abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp

Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia

(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus

sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas

espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se

larvas muito jovens indicando que podem ser residentes

Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal

Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas

Qui -quadrado

SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje

Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188

M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131

Haemulidae - 14308 0001 256 191 153

Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156

Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244

Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206

M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197

Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206

C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175

Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200

Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188

A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies

Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas

maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que

apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas

30

espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque

ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais

pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao

contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes

Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de

indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste

31

5 DISCUSSAtildeO

Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo

segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e

Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae

Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae

Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae

Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias

de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp

Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)

Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior

abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no

periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande

maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al

(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na

primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do

veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees

Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos

seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria

por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no

estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em

parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada

(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas

32

latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes

em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi

inferior a 1

Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria

(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo

representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas

triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute

Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos

ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan

(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia

sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)

A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira

mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do

rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido

Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia

reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia

Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de

dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo

podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio

33

Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo

encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp

Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)

Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que

1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois

apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas

concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido

2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa

principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio

Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros

dois pontos

3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos

apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-

quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu

Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo

diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo

da migraccedilatildeo das larvas de peixes

Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram

significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus

spp e Achirus sp (Tabela 9)

Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou

migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por

terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa

34

Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes

dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio

predominando em Caieiras (braccedilo norte)

As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia

quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies

migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna

daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele

permanecerem

As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo

podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu

posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque

quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais

abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo

norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce

proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave

estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp

parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo

norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o

fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo

rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do

estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do

que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas

espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)

35

6 CONCLUSOtildeES

O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna

ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e

Haemulidae

O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de

amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis

meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que

no braccedilo sul

As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial

heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou

distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae

O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por

espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos

estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus

spp

36

7 REFEREcircNCIAS

ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-

ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227

ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas

Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11

p53-65 1999

ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa

Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro

v14 no1 p121-134 1997

ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na

literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas

BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil

1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p

BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish

in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese

(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999

BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da

Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE

ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232

BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de

Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de

Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997

37

BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In

ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986

p35

CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p

CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada

da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia

Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal

Fluminense Rio de Janeiro 1998

CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino

do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185

1996

CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton

del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860

EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the

continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint

Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation

processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast

Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138

EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish

larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and

Marine Research v47 no 3 p183-200 1999

FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north

Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest

Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II

Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p

38

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p

FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998

FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition

and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114

HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed

Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207

HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna

ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282

HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two

North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179

HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean

fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46

p383-488

HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or

kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the

Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington

1934 v 48 p41-117

HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of

some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938

v48 p505-642

39

IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do

ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-

AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo

Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22

JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed

Paris UNESCO 1998 193 p

JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina

Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine

Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752

JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in

Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998

KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance

and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)

Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego

Academic Press 1996 p 235-255

LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats

Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253

LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier

Scientific Publishing Company 1983 419p

LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South

Wales University Press 1989 370 p

MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast

Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p

40

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V

Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p

MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla

American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p

MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel

Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish

recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish

conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54

OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos

decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297

PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema

estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205

RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history

stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel

http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]

ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge

University Press 1995 439p

SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de

Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77

1980

SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de

Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -

41

Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-

300 1982

SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New

York Chanticleer 1997 720p

SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei

Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western

Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012

SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das

Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia

Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998

SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do

ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de

Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991

WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese

(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata

Argentina 1981

WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de

Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117

WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the

eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24

v39 p141-201

ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999

42

Anexo A

(a)

(b)

(c)

Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)

43

Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas

Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm

Page 4: O ICTIOPLÂNCTON DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-AÇU, ES. · cada ponto foram feitos três arrastos com rede tipo bongô de malha 333 µm, com três minutos de duração cada. Foram

SUMAacuteRIO

RESUMO

1 INTRODUCcedilAtildeO 5

2 OBJETIVOS

21 Objetivo geral

22 Objetivos especiacuteficos

8

8

8

3 METODOLOGIA

31 Aacuterea de estudo

32 Amostragens

33 Processamento das amostras

34 Anaacutelises estatiacutesticas

9

9

10

13

14

4 RESULTADOS

41 Dados abioacuteticos

42 Dados bioacuteticos

421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade

422 Padrotildees espaciais de abundacircncia

18

18

22

25

28

5 DISCUSSAtildeO 31

6 CONCLUSOtildeES 35

7 REFEREcircNCIAS 36

ANEXOS 42

RESUMO

Estuaacuterios e aacuteguas costeiras desempenham um papel muito importante no ciclo de vida de

vaacuterios organismos marinhos Estes locais apresentam alta produtividade e proteccedilatildeo contra

predadores de larvas e formas jovens de peixes que os utilizam como berccedilaacuterio Este

trabalho apresenta a distribuiccedilatildeo espacial e temporal num periacuteodo de seis meses do

ictioplacircncton no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu e analisa se haacute diferenccedila na distribuiccedilatildeo das

larvas entre os dois braccedilos do rio Foram realizadas 12 coletas mensais noturnas em trecircs

pontos do estuaacuterio um no braccedilo norte um no braccedilo sul e um na entrada do estuaacuterio Em

cada ponto foram feitos trecircs arrastos com rede tipo bongocirc de malha 333 microm com trecircs

minutos de duraccedilatildeo cada Foram feitas mediccedilotildees de temperatura salinidade e oxigecircnio

dissolvido da aacutegua de superfiacutecie e de fundo Em seis meses foram encontrados 44 taxa

sendo Engraulidae Gobiidae e Haemulidae os mais abundantes O ictioplacircncton foi mais

abundante nos meses mais quentes (marccedilo a maio ANOVA p le 0001) e no braccedilo norte

(ANOVA p = 0005) As espeacutecies residentes do estuaacuterio apresentaram tanto distribuiccedilatildeo

espacial homogecircnea entre os trecircs pontos de amostragem no caso dos engrauliacutedeos quanto

distribuiccedilatildeo espacial heterogecircnea no caso de Microgobius meeki As espeacutecies migratoacuterias

demersais parecem predominar no braccedilo norte como Achirus sp (teste de Friedman p =

0032) e as migratoacuterias pelaacutegicas como Gobionellus spp (teste de Friedman p = 0020)

no braccedilo sul

5

1 INTRODUCcedilAtildeO

Um grande nuacutemero de espeacutecies de peixes marinhos de importacircncia comercial tecircm

uma parte de sua vida associada a sistemas costeiros como por exemplo peixes das famiacutelias

Centropomidae (robalos) Mugilidae (tainhas) Sciaenidae (corvinas cangoaacutes) Gerreidae

(carapicus) etc (Helmer amp Barbosa 1987 Oshiro amp Arauacutejo 1987 e Andreata et al 1997)

De fato estuaacuterios e aacuteguas costeiras desempenham um papel muito importante no ciclo de

vida de vaacuterios organismos marinhos Estes locais apresentam alta produtividade e proteccedilatildeo

contra predadores de larvas e formas juvenis de peixes que os utilizam como berccedilaacuterio

(Laegdsgaard amp Johnson 2000)

Os estudos sobre distribuiccedilatildeo do ictioplacircncton ou seja relativos aos ovos e larvas

dos peixes satildeo entatildeo fundamentais sob vaacuterios aspectos Sob o aspecto cientiacutefico esses

estudos visam o conhecimento da bioecologia dos ovos e larvas eventualmente auxiliando

na taxonomia dos adultos (Smith amp Thacker 2001) Sob o aspecto comercial de pesca satildeo

aplicados na detecccedilatildeo de aacutereas de concentraccedilatildeo de adultos atraveacutes da quantidade de ovos e

larvas em determinadas regiotildees estudos populacionais e piscicultura entre outros

(Ciechomski 1981 apud Soares et al 1991) Aleacutem disso teleoacutesteos jovens satildeo

extremamente susceptiacuteveis aos distuacuterbios antroacutepicos tanto na fase larval quanto na juvenil

(Kingsford amp Gray 1996) Nos estuaacuterios a poluiccedilatildeo a destruiccedilatildeo do habitat e a sobrepesca

satildeo as maiores ameaccedilas (Joyeux amp Ward 1998) No Brasil os efeitos dos efluentes

domeacutesticos e industriais lanccedilados nos estuaacuterios ainda natildeo foram quantificados mas sem

duacutevida devem ser relevantes (Kingsford amp Gray 1996 Barroso amp Dias Jr 1997) Esses

ambientes suportam um grande nuacutemero de pescadores profissionais de subsistecircncia e

esportivos Embora natildeo haja estatiacutestica ateacute o momento a pesca em pequena escala

6

possivelmente represente uma fonte econocircmica de importacircncia para os moradores das

regiotildees estuarinas (Andreata amp Frederick 1999)

A ictiofauna estuarino-costeira do Espiacuterito Santo eacute pouco conhecida sendo

apresentada apenas no trabalho de Helmer amp Barbosa (1987) O domiacutenio oceacircnico foi

assunto de estudos ictioplanctoloacutegicos mais aprofundados (Ekau amp Matsuura 1996 Ekau

et al 1999) No litoral estudos em andamento estimam aproximadamente 230 espeacutecies de

peixes (S Floeter amp JL Gasparini comunicaccedilatildeo pessoal) incluindo as espeacutecies de costatildeo

(recifais) e aquelas que se encontram tipicamente sobre fundos oceacircnicos moles (areia e

lama) e nos estuaacuterios totalizando um terccedilo de todas as espeacutecies marinhas e estuarinas

conhecidas do Brasil (Fishbase 1998)

As espeacutecies espiacuterito-santenses pertencem tanto ao conjunto das formas tropicais

quanto ao de aacuteguas temperadas (Floeter amp Gasparini 2000) Este uacuteltimo eacute mais conhecido

em relaccedilatildeo agrave descriccedilatildeo do estado larval e agrave sua ecologia devido agrave sua similaridade com a

fauna do Atlacircntico Nordeste (desde Welch amp Breder 1923-24 Hildebrand amp Cable 1930

1934 1938 etc) e ao importante desenvolvimento das pesquisas no Sul do Brasil desde

Weiss amp Krug (1977) Sinque (1980) e Weiss (1981) Em regiotildees mais proacuteximas

recentemente trabalhos tecircm sido desenvolvidos no estado do Rio de Janeiro (Soares et al

1991 Bonecker 1997 Castro 1998 e Soares 1998) e no sul da Bahia (Castro amp Bonecker

1996) A primeira informaccedilatildeo sobre o ictioplacircncton no Espiacuterito Santo foi apresentada em

resumo por Bonecker amp Dias (1986) apud Bonecker (1997) Recentemente Almeida et al

(2000) e Pereira et al (2000) apresentaram dados preliminares sobre a imigraccedilatildeo do

ictioplacircncton para a Baiacutea de Vitoacuteria e as massas daacutegua que este ictioplacircncton utiliza

durante a sua migraccedilatildeo

7

De modo geral nos estuaacuterios o ictioplacircncton eacute composto por espeacutecies residentes ou

seja que completam todo o seu ciclo de vida neste local e de espeacutecies migratoacuterias que se

reproduzem no oceano e imigram para o estuaacuterio ainda na fase larval ou juvenil As larvas

migratoacuterias apresentam dois tipos de comportamento para deslocarem verticalmente na

coluna de aacutegua O primeiro consiste num deslocamento vertical diurno independente da

mareacute (Joyeux 1998) O segundo tambeacutem consiste num deslocamento vertical diurno na

coluna de aacutegua poreacutem dependente da fase da mareacute (Joyeux 1998) Este eacute frequumlentemente

chamado TST sigla para Tidal Stream Transport As larvas pelaacutegicas ou seja aquelas

que satildeo mais abundantes na parte superior da coluna daacutegua utilizam preferencialmente o

primeiro tipo As larvas demersais que satildeo mais abundantes na parte inferior da coluna

daacutegua utilizam o segundo tipo Os dois tipos de comportamento podem ser utilizados para

as larvas manterem-se em um local ou progredirem para montante Entretanto a teoria

supotildee que o segundo tipo eacute mais eficiente em relaccedilatildeo ao posicionamento horizontal e entatildeo

as larvas que utilizam TST para migrarem podem ter vantagens sobre aquelas que natildeo

utilizam tal comportamento em ambientes estratificados Assim as espeacutecies que utilizam e

aquelas que natildeo utilizam o TST podem ter distribuiccedilatildeo horizontal diferenciada dentro dos

estuaacuterios

Este trabalho descreve a comunidade ictioplanctocircnica e apresenta a sua distribuiccedilatildeo

espacial e temporal (num periacuteodo de seis meses) no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu Aleacutem

disso analisa se haacute diferenccedila tanto na composiccedilatildeo fauniacutestica como na abundacircncia entre os

dois braccedilos do rio Assim a morfologia do estuaacuterio pode ser utilizada para explicar melhor

qual a relaccedilatildeo das caracteriacutesticas hidroloacutegicas com a distribuiccedilatildeo espacial o

comportamento e a ecologia das larvas de peixes dependentes dos estuaacuterios

8

2 OBJETIVOS

21 Objetivo geral

Caracterizar a fauna ictioplanctocircnica do estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu bem como determinar

a sua distribuiccedilatildeo espacial e temporal no periacuteodo de marccedilo a agosto de 2000

22 Objetivos especiacuteficos

a) Descrever a abundacircncia e a composiccedilatildeo taxonocircmica do ictioplacircncton no estuaacuterio do

Piraquecirc-accedilu

b) Descrever a variaccedilatildeo temporal e espacial do ictioplacircncton

c) Verificar a existecircncia de diferenccedilas de distribuiccedilatildeo espacial entre espeacutecies residentes

d) Verificar a existecircncia de diferenccedila de distribuiccedilatildeo entre espeacutecies migratoacuterias pelaacutegicas e

demersais

9

3 METODOLOGIA

31 Aacuterea de estudo

O Rio Piraquecirc-accedilu tem sua nascente localizada a 1100m de altitude na Reserva de

Nova Lombardia municiacutepio de Santa Teresa (ES) e seu estuaacuterio no distrito de Santa Cruz

municiacutepio de Aracruz (ES) - localizado ao norte do estado a aproximadamente 50 km de

Vitoacuteria (Figura 1) O estuaacuterio estaacute localizado proacuteximo agraves coordenadas 40o09W e 19o57S e

apresenta-se na forma de Y com a bifurcaccedilatildeo logo apoacutes a barra de entrada O braccedilo norte

o chamado Rio Piraquecirc-accedilu atraveacutes do qual desaacutegua o rio homocircnimo tem caracteriacutesticas

fiacutesico-quiacutemicas bastante variaacuteveis devido ao fluxo de aacutegua doce Por isso tem tendecircncia agrave

estratificaccedilatildeo (GF Barroso comunicaccedilatildeo pessoal) O braccedilo sul o afluente chamado Rio

Piraquecirc-mirim parece mais profundo que o braccedilo norte Por receber pouca aacutegua doce suas

caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas satildeo relativamente estaacuteveis Eacute raramente estratificado (GF

Barroso comunicaccedilatildeo pessoal) Os dois braccedilos e a confluecircncia satildeo marginados por um

beliacutessimo manguezal que se estende ateacute o mar Anaacutelises das concentraccedilotildees de coliformes

totais e fecais entre outras indicam que o estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu parece pouco

poluiacutedo (GF comunicaccedilatildeo pessoal)

10

Figura 1 Bacia do complexo Piraquecirc-accedilu Piraquecirc-mirim A grade indicacoordenadas UTM (Universal Transversal Mercator em metros) No quadroesquerdo estaacute a localizaccedilatildeo do estuaacuterio no estado do Espiacuterito Santo No quadrodireito estatildeo dados geograacuteficos gerais para a bacia estuaacuterio e rios (CortesiaGilberto Fonseca Barroso)

32 Amostragens

As amostragens foram realizadas mensalmente entre marccedilo de 2000 e fevereiro de

2001 em trecircs pontos do estuaacuterio (Figura 2)

a) o primeiro localizado na entrada do estuaacuterio proacuteximo agraves balsas de cultivo de ostras

denominado Balsa

b) o segundo localizado no braccedilo norte (Rio Piraquecirc-accedilu) em frente ao antigo porto de

Caieiras denominado Caieiras que estaacute a 55 km de distacircncia a montante da Balsa

11

c) o terceiro situado no braccedilo sul (Rio Piraquecirc-mirim) no ponto chamado 1a Laje que estaacute

a 53 km a montante da Balsa

A confluecircncia dos dois braccedilos encontra-se a 22 km a montante da Balsa a 33 km

a jusante de Caieiras e a 31 km a jusante da 1a laje (Figura 2)

Figura 2 O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu e os pontos amostrais Coordenadasgeograacuteficas em graus minutos e segundos (Cortesia Gilberto Fonseca Barroso)

Foi utilizada para as coletas rede cocircnica do tipo bongocirc com malha de 333

microcircmetros diacircmetro de abertura de 60cm e 3m de comprimento total A rede foi puxada

por barco a motor equipada com fluxocircmetro mecacircnico (General Oceanics 2030R) As

amostras foram coletadas por arrastos na regiatildeo meacutedia da coluna daacutegua com duraccedilatildeo de

trecircs minutos cada Esta duraccedilatildeo foi reduzida a dois ou ateacute um minuto quando havia grande

abundacircncia de ctenoacuteforos ou detritos (meses de agosto setembro e novembro) Arrastos

12

foram triplicados exceto na coleta de marccedilo que teve apenas duas reacuteplicas por ponto As

amostras foram fixadas em formol neutralizado 5 e armazenadas fora da luz para reduzir

a despigmentaccedilatildeo

As amostragens foram feitas no periacuteodo noturno devido agrave maior abundacircncia das

larvas na coluna daacutegua neste periacuteodo do que durante o dia (Hettler amp Barker 1993) Se

iniciaram logo apoacutes o pocircr do sol nas fases de mareacutes mortas (ou seja de quadratura = lua

minguante) com uma periodicidade aproximada de 28 (vinte e oito) dias Nessas mareacutes haacute

baixa concentraccedilatildeo de ctenoacuteforos e detritos originados do mangue que prejudicam a coleta

e a triagem

Os pontos foram amostrados de maneira aleatoacuteria para minimizar os efeitos de

outros fatores que poderiam influenciar os resultados tal como tempo decorrido depois do

pocircr do sol estaacutegio e forccedila da mareacute etc (Tabela 1)

Tabela 1 Dados gerais do plano de amostragem do ictioplacircncton noestuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu Nuacutemero eacute o nuacutemero de reacuteplicas no ponto eIntervalo eacute o intervalo de tempo em dias entre duas coletas consecutivas

Ordem de amostragemData

Balsa 1a laje CaieirasNuacutemero Intervalo

28 marccedilo 00 1 3 2 2 _

27 abril 00 3 1 2 3 30

30 maio 00 3 1 2 3 33

27 junho 00 1 3 2 3 28

25 julho 00 2 1 3 3 28

22 agosto 00 2 3 1 3 28

25 setembro 00 3 1 2 3 34

20 outubro 00 1 3 2 3 25

26 novembro 00 2 3 1 3 37

19 dezembro 00 3 2 1 3 23

17 janeiro 01 1 2 3 3 29

16 fevereiro 01 3 2 1 3 30

13

Em todos os pontos foram feitas mediccedilotildees de temperatura salinidade e

concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido em duas profundidades (superfiacutecie e fundo) utilizando-

se Medidor Multi Paracircmetro YSI 85

33 Processamento das amostras

Sob microscoacutepio estereoscoacutepico (lupa) as larvas coletadas nos seis primeiros meses

de amostragem (51 amostras 6 em marccedilo de 2000 e 9 em cada um dos 5 meses seguintes)

foram triadas e identificadas e os ovos apenas enumerados As amostras que continham

grande abundacircncia de larvas ou de ovos foram fracionadas (ateacute 18 Tabela 2)

Tabela 2 Dados referentes agraves sete amostras fracionadas paratriagem Triadas eacute o nuacutemero de larvas nas fraccedilotildees triadasEstimadas eacute o nuacutemero estimado de larvas nas amostras inteiras

Mecircs Ponto Reacuteplica Fraccedilatildeo triada Triadas Estimadas

Marccedilo Caieiras 2a 1 4 367 1468

Marccedilo 1a laje 1a 1 4 261 1044

Marccedilo 1a laje 2a 1 8 172 1376

Abril 1a laje 1a 1 2 323 646

Abril 1a laje 2a 1 4 267 1068

Abril 1a laje 3a 1 4 124 496

Abril Balsa 1a 1 1 378 378

a amostra foi triada inteiramente para as larvas mas apenas metade dos ovos daamostra foi enumerada Nos outros casos a fraccedilatildeo triada para os ovos e a fraccedilatildeotriada para as larvas satildeo iguais

A identificaccedilatildeo foi realizada principalmente a partir das referecircncias gerais seguintes

Fahay (1983) Moser et al (1984) Leis amp Trnski (1989) Matarese et al (1989) Jeyaseelan

(1998) uma coletacircnea anocircnima de figuras colhidas na literatura (Anocircnimo) e a ediccedilatildeo

preliminar de Richards (2001) Para larvas mais desenvolvidas (juvenis) foram utilizados

Figueiredo amp Menezes (1978 1980 e 2000) Menezes amp Figueiredo (1980 e 1985) Barletta

14

amp Correcirca (1992) Smith (1997) e Carvalho-Filho (1999) Em vaacuterios casos foram realizadas

seacuteries de desenvolvimento (exemplo nos anexos A e B)

34 Anaacutelises estatiacutesticas

O volume de aacutegua filtrado em cada arrasto (Vfiltrado em metros cuacutebicos foacutermula

1) foi calculado a partir da distacircncia percorrida pelo fluxocircmetro (Distacircncia em metros

foacutermula 2) multiplicada pela aacuterea da boca de abertura da rede (Aacuterea em metros quadrados

foacutermula 4)

Vfiltrado = Distacircncia bull Aacuterea (1)

Em todas as equaccedilotildees bull eacute o sinal de multiplicaccedilatildeo

Distacircncia = ∆ bull Constante (2)

onde ∆ = no registrado no fim do arrasto - no registrado no iniacutecio do arrasto(3)

e onde Constante = constante do fluxocircmetro = 00384363

Aacuterea = π bull Raio2 (4)

onde π = 314159

e onde Raio = 03m

A abundacircncia (nuacutemero por metro cuacutebico foacutermula 5) de cada espeacutecie e dos ovos foi

calculada sobre o volume triado (Vtriado foacutermula 6)

Abundacircncia = Nuacutemero Vtriado (5)

onde Nuacutemero eacute o nuacutemero de indiviacuteduos ou de ovos

e onde

Vtriado = Vfiltrado bull Fraccedilatildeo triada (6)

15

onde Fraccedilatildeo triada eacute a fraccedilatildeo triada da amostra e varia entre 1 (toda a amostra foi triada) e

18 (um oitavo da amostra foi triada)(Tabela 2) Os dados do fluxocircmetro foram aberrantes

na 2a reacuteplica de Caieiras do mecircs de maio (05m3 filtrados indicando que a heacutelice ficou

bloqueada apesar da rede funcionar normalmente) O nuacutemero de dados utilizaacuteveis nas

anaacutelises de abundacircncia eacute entatildeo 50

Os dados obtidos tanto os bioloacutegicos quanto os fiacutesico-quiacutemicos foram tratados por

anaacutelises natildeo-parameacutetricas - teste de Friedman com α = 005 - considerando que as amostras

de uma mesma campanha satildeo ligadas entre si (Zar 1999) O nuacutemero inicial de valores para

as variaacuteveis ambientais eacute 12 (uma mediccedilatildeo por mecircs por ponto de amostragem e por

profundidade durante o ano inteiro de amostragem) O nuacutemero de valores para as variaacuteveis

bioloacutegicas foi de 16 Havendo duas replicaccedilotildees por ponto em marccedilo e trecircs nos outros

meses foi escolhido comparar as primeiras reacuteplicas dos pontos entre si as segundas

reacuteplicas dos pontos entre si e as terceiras reacuteplicas dos pontos entre si (Tabela 3) Dos

originais 17 grupos de replicaccedilotildees (marccedilo com 2 grupos os 5 outros meses com 3 grupos)

um foi invalidado (o das 2as reacuteplicas do mecircs de maio) pelo natildeo funcionamento do

fluxocircmetro

As variaacuteveis contiacutenuas foram testadas para normalidade (e homocedasticidade) com

o teste de Kolmogorov-Smirnov-Lilliefors (Legendre amp Legendre 1983) Apoacutes

normalizaccedilatildeo anaacutelises parameacutetricas de variacircncia (ANOVA Zar 1999) foram aplicadas

sobre os dados bioloacutegicos sendo a variaacutevel dependente o nuacutemero de indiviacuteduos o nuacutemero

de ovos ou o iacutendice de diversidade (α = alpha de Williams ou alpha de Fisher) O alpha eacute

obtido atraveacutes das seguintes equaccedilotildees (foacutermulas 7 e 8) (Rosenzweig 1995)

S = - α bull ln (1 - x) (7)

16

onde S eacute o nuacutemero de taxa larvais na amostra (excluindo os natildeo identificados)

e onde α eacute o iacutendice de diversidade

e onde ln eacute o operador logariacutetmico neperiano (de base e)

e onde x eacute uma constante que satisfaz

S N = [(x - 1) x] bull ln (1 - x) (8)

onde N eacute o nuacutemero de indiviacuteduos na amostra

Tabela 3 Combinaccedilatildeo das amostras nos grupos testados atraveacutes do teste deFriedman para a abundacircncia dos taxa

Mecircs Balsa Caieiras 1a laje Grupo

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 1Marccedilo

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 2

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 3

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 4Abril

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 5

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 6

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 7Maio

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 8

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 9

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 10Junho

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 11

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 12

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 13Julho

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 14

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 15

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 16Agosto

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 17

grupo invalidado devido agrave falha do fluxocircmetro

As variaacuteveis independentes incluiacutedas nas anaacutelises de variacircncia foram

a) O local de amostragem com trecircs categorias pontos Balsa Caieirase 1a laje

b) O mecircs do ano com seis categorias marccedilo abril maio junho julho e agosto

17

c) O volume triado para larvas como covariaacutevel contiacutenua em m3

Foi utilizado para as ANOVAs o tipo III onde a significacircncia da variaacutevel

independente testada eacute estimada apoacutes as outras variaacuteveis do modelo serem incluiacutedas ou

seja quando essas outras variaacuteveis jaacute explicarem uma parte da variabilidade da variaacutevel

dependente A utilizaccedilatildeo deste tipo diminui a possibilidade de as significacircncias obtidas

serem falsas Diferenccedilas entre as categorias das variaacuteveis foram posteriormente testadas

atraveacutes das meacutedias marginais

18

4 RESULTADOS

41 Dados abioacuteticos

Nos trecircs pontos a temperatura tanto da superfiacutecie quanto do fundo teve seus

maiores valores no veratildeo e seus menores valores no inverno (Figura 3) No mecircs de

dezembro a temperatura nos trecircs pontos teve um decliacutenio devido agraves chuvas De acordo com

o teste de Friedman (Tabela 4) a temperatura foi significativamente diferente entre os trecircs

pontos tanto na superfiacutecie quanto no fundo

18

22

26

30

34

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Te

mp

era

tura

(C

) d

a

su

pe

rfiacutec

ie

(a)

18

22

26

30

34

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Tem

per

atu

ra (

C)

do

fu

nd

o

(b)

Figura 3 Evoluccedilatildeo mensal da temperatura nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a temperatura na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a temperatura do fundo Para melhor visualizaccedilatildeoo eixo vertical inicia-se em 18oC

Balsa Caieiras 1a Laje

19

Baseado nas ordens meacutedias obtidas no teste de Friedman Caieiras e 1a laje

apresentaram valores de temperatura semelhantes enquanto que Balsa mostrou ter aacuteguas

mais frias que os outros dois pontos (Tabela 4)

Tabela 4 Resultados dos testes de Friedman para as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas daaacutegua do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 emtodos os casos

Temperatura Salinidade OxigecircnioEstatiacutestica

Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo

Nuacutemero de valores 12 12 12 12 11 9

Qui-quadrado 6435 11511 23532 19500 10364 14889

Significacircncia 0040 0003 0000 0000 0006 0001

Local Ordem meacutedia

Balsa 142 129 296 300 273 300

Caieiras 225 208 100 175 191 178

1a laje 233 263 204 125 136 122

um valor foi excluiacutedo trecircs valores foram excluiacutedos Ver texto para explicaccedilotildees

Nos meses de marccedilo e dezembro a salinidade superficial diminuiu nos trecircs pontos

devido agrave aacutegua doce proveniente das chuvas (Figura 4) Nos meses de novembro e dezembro

houve queda da salinidade de fundo em Caieiras e 1a laje respectivamente tambeacutem por

causa das chuvas O ponto Balsa apresentou valores de salinidade de superfiacutecie maiores

que 1a laje que por sua vez apresentou valores maiores que Caieiras (Figura 4) Quanto

agrave salinidade do fundo na Balsa tambeacutem foram encontrados os maiores valores enquanto

que Caieiras geralmente teve uma pequena superioridade sobre os valores da 1a laje

(Figura 4) Segundo o teste de Friedman (Tabela 4) a salinidade tanto de superfiacutecie quanto

de fundo apresentou diferenccedila significativa entre os valores dos trecircs pontos

20

0

10

20

30

40

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Sal

inid

ade

da

sup

erfiacute

cie

(a)

0

10

20

30

40

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Sal

inid

ade

do

fu

nd

o

(b)

Figura 4 Evoluccedilatildeo mensal da salinidade nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a salinidade na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a salinidade do fundo

Quanto agraves concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido verificou-se que a Balsa

apresentou os maiores valores seguindo de Caieiras e por uacuteltimo 1a laje tanto para as

concentraccedilotildees superficiais quanto para as de fundo (Figura 5) No mecircs de outubro houve

um pico dessas concentraccedilotildees nos trecircs pontos (Figura 5) Natildeo se pode relacionar esses

valores a qualquer evento (por exemplo climaacutetico) excepcional Poreacutem assim como esses

valores natildeo podem ser relacionados a qualquer manutenccedilatildeo ou falha do aparelho de

mediccedilatildeo os dados foram utilizados nas anaacutelises Os valores de oxigecircnio de julho 2000 em

Balsa Caieiras 1a Laje

21

Caieiras (fundo) de novembro 2000 na 1a laje (fundo) e de fevereiro 2001 na Balsa

(superfiacutecie e fundo) foram considerados outliers ou seja valores extraordinaacuterios (natildeo

representativos) e por isso foram desprezados Como esses valores foram encontrados

sempre nas uacuteltimas mediccedilotildees das campanhas das amostragens referidas acredita-se que

podem ter sido obtidos por falha do aparelho de mediccedilatildeo De acordo com o teste de

Friedman (Tabela 4) as concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido tanto na superfiacutecie quanto no

fundo tiveram valores significativamente diferentes nos trecircs pontos

0

2

4

6

8

10

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Oxi

gecircn

io d

isso

lvid

o (

mg

L)

da

su

pe

rfiacutec

ie

(a)

0

2

4

6

8

10

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Oxi

gecircn

io d

isso

lvid

o (

mg

L)

do

fu

nd

o

(b)Figura 5 Evoluccedilatildeo mensal da concentraccedilatildeo de oxigecircniodissolvido nos trecircs pontos de amostragens Acima (a) estaacute aconcentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua da superfiacutecie abaixo(b) estaacute a concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua do fundo

Balsa Caieiras 1a Laje

22

42 Dados bioacuteticos

Durante os seis primeiros meses foram triadas 7430 larvas (de um total amostrado

estimado de 12014) das quais 7235 foram identificadas Natildeo foi possiacutevel a identificaccedilatildeo

de 195 larvas Foram enumerados 21649 ovos de um total amostrado estimado de 51365

Foram identificados 44 taxa (excluindo as larvas natildeo identificadas) que pertencem a

23 famiacutelias Estes 44 taxa foram identificados seja ao niacutevel de espeacutecie (17 espeacutecies) ou ao

niacutevel de gecircnero (15 gecircneros) ou ao niacutevel de famiacutelia (12 famiacutelias) (Tabela 5)

Os ovos natildeo foram identificados Vaacuterios tipos foram encontrados (ver Anexo C)

incluindo ovos de Engraulidae facilmente reconheciacuteveis devido agrave sua forma oval

As famiacutelias com maiores nuacutemeros de indiviacuteduos nos trecircs pontos foram Engraulidae

Gobiidae e Haemulidae (Tabela 5)

Os taxa que ocorreram apenas na Balsa foram Paralichthyidae Microdesmus

longipinnis Stellifer rastrifer Gobiosoma sp Gobiosoma hemigymnum Menticirrhus sp

Atherinella brasiliensis Ophichthidae e Raneya brasiliensis

Foram encontrados apenas em Caieiras os taxa Odontoscion dentex Dormitator

maculatus Pseudophallus mindii Lutjanus analis e Mugilidae

Ostetus lineatus e Gobiesocidae foram taxa que ocorreram apenas na 1a laje

23

Tabela 5 Lista dos taxa identificados nas coletas realizadas entre marccedilo e agosto de 2000 no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de indiviacuteduos e a frequumlecircncia total e por ponto de amostragem satildeo dados sem correccedilatildeo pelo volume triadoN eacute o nuacutemero de indiviacuteduos Freq eacute a frequumlecircncia lt 001 indica frequumlecircncia inferior a 1

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqENGRAULIDAE 3546 048 640 023 1093 067 1813 062GOBIIDAE Microgobius meeki 2594 035 1364 048 315 019 915 031HAEMULIDAE 402 005 388 014 0 14 lt 001Natildeo identificados 195 003 115 004 26 002 54 002TETRAODONTIDAE Sphoeroides sp 136 002 80 003 28 002 28 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp2 134 002 60 002 63 004 11 lt 001SCIAENIDAE (larvas viteliacutenicas) 84 001 58 002 20 001 6 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp1 83 001 35 001 39 002 9 lt 001SCIAENIDAE Micropogonias furnieri 30 lt 001 15 001 7 lt 001 8 lt 001GERREIDAE Eucinostomus sp 36 lt 001 14 lt 001 13 lt 001 9 lt 001GOBIIDAE Coryphopterus glaucofraenum 35 lt 001 14 lt 001 3 lt 001 18 lt 001BLENNIIDAE 31 lt 001 11 lt 001 7 lt 001 13 lt 001ACHIRIDAE Achirus sp 17 lt 001 1 lt 001 4 lt 001 12 lt 001ATHERINIDAE 11 lt 001 2 lt 001 5 lt 001 4 lt 001CLUPEIDAE 11 lt 001 10 lt 001 0 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer sp 8 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 4 lt 001SCIAENIDAE 9 lt 001 0 3 lt 001 6 lt 001PARALICHTHYIDAE Citharichthys sp 7 lt 001 1 lt 001 5 lt 001 1 lt 001SYNGNATHIDAE Syngnathus sp 5 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 3 lt 001PARALICHTHYIDAE 5 lt 001 5 lt 001 0 0MICRODESMIDAE Microdesmus longipinnis 5 lt 001 5 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus sp 4 lt 001 3 lt 001 0 1 lt 001

24

Tabela 5 continuaccedilatildeo

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0

Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100

25

421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50

Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma

transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua

bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a

trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises

parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-

normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo

como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da

anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas

Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os

meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)

Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior

influecircncia que o local (Tabela 6)

Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 7439 22203 le 0001

Erro 41 0335

Total 49

Local 2 1990 5939 0005

Mecircs 5 11081 33074 le 0001

Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

26

Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de

marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o

ponto com a menor abundacircncia de larvas

20

30

40

50

60

70

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

35

40

45

50

55

Balsa Caieiras 1a laje

Local de amostragem

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50

Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume

triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50

Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os

resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas

27

foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os

ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)

Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 27624 16233 le 0001

Erro 41 1702

Total 49

Local 2 0592 0348 0708bull

Mecircs 5 24395 14336 le 0001

Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

01234567

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs

O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do

normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em

relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado

somente significacircncias le 001 foram consideradas

28

Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente

em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do

iacutendice eacute explicada pelo modelo

Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 3692 3684 0003

Erro 41 1002

Total 49

Local 2 2298 2292 0114bull

Mecircs 5 1627 1624 0175bull

Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull

bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001

422 Padrotildees espaciais de abundacircncia

Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa

Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp

Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus

glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa

apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem

(Tabela 9)

Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae

(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos

significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas

muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira

29

Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior

abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp

Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia

(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus

sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas

espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se

larvas muito jovens indicando que podem ser residentes

Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal

Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas

Qui -quadrado

SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje

Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188

M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131

Haemulidae - 14308 0001 256 191 153

Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156

Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244

Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206

M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197

Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206

C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175

Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200

Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188

A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies

Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas

maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que

apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas

30

espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque

ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais

pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao

contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes

Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de

indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste

31

5 DISCUSSAtildeO

Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo

segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e

Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae

Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae

Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae

Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias

de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp

Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)

Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior

abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no

periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande

maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al

(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na

primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do

veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees

Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos

seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria

por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no

estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em

parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada

(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas

32

latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes

em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi

inferior a 1

Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria

(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo

representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas

triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute

Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos

ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan

(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia

sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)

A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira

mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do

rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido

Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia

reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia

Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de

dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo

podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio

33

Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo

encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp

Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)

Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que

1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois

apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas

concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido

2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa

principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio

Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros

dois pontos

3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos

apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-

quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu

Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo

diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo

da migraccedilatildeo das larvas de peixes

Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram

significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus

spp e Achirus sp (Tabela 9)

Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou

migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por

terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa

34

Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes

dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio

predominando em Caieiras (braccedilo norte)

As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia

quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies

migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna

daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele

permanecerem

As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo

podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu

posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque

quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais

abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo

norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce

proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave

estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp

parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo

norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o

fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo

rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do

estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do

que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas

espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)

35

6 CONCLUSOtildeES

O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna

ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e

Haemulidae

O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de

amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis

meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que

no braccedilo sul

As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial

heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou

distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae

O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por

espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos

estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus

spp

36

7 REFEREcircNCIAS

ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-

ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227

ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas

Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11

p53-65 1999

ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa

Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro

v14 no1 p121-134 1997

ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na

literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas

BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil

1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p

BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish

in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese

(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999

BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da

Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE

ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232

BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de

Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de

Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997

37

BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In

ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986

p35

CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p

CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada

da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia

Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal

Fluminense Rio de Janeiro 1998

CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino

do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185

1996

CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton

del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860

EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the

continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint

Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation

processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast

Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138

EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish

larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and

Marine Research v47 no 3 p183-200 1999

FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north

Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest

Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II

Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p

38

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p

FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998

FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition

and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114

HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed

Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207

HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna

ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282

HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two

North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179

HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean

fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46

p383-488

HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or

kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the

Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington

1934 v 48 p41-117

HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of

some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938

v48 p505-642

39

IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do

ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-

AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo

Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22

JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed

Paris UNESCO 1998 193 p

JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina

Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine

Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752

JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in

Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998

KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance

and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)

Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego

Academic Press 1996 p 235-255

LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats

Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253

LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier

Scientific Publishing Company 1983 419p

LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South

Wales University Press 1989 370 p

MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast

Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p

40

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V

Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p

MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla

American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p

MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel

Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish

recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish

conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54

OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos

decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297

PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema

estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205

RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history

stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel

http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]

ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge

University Press 1995 439p

SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de

Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77

1980

SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de

Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -

41

Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-

300 1982

SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New

York Chanticleer 1997 720p

SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei

Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western

Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012

SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das

Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia

Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998

SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do

ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de

Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991

WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese

(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata

Argentina 1981

WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de

Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117

WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the

eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24

v39 p141-201

ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999

42

Anexo A

(a)

(b)

(c)

Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)

43

Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas

Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm

Page 5: O ICTIOPLÂNCTON DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-AÇU, ES. · cada ponto foram feitos três arrastos com rede tipo bongô de malha 333 µm, com três minutos de duração cada. Foram

RESUMO

Estuaacuterios e aacuteguas costeiras desempenham um papel muito importante no ciclo de vida de

vaacuterios organismos marinhos Estes locais apresentam alta produtividade e proteccedilatildeo contra

predadores de larvas e formas jovens de peixes que os utilizam como berccedilaacuterio Este

trabalho apresenta a distribuiccedilatildeo espacial e temporal num periacuteodo de seis meses do

ictioplacircncton no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu e analisa se haacute diferenccedila na distribuiccedilatildeo das

larvas entre os dois braccedilos do rio Foram realizadas 12 coletas mensais noturnas em trecircs

pontos do estuaacuterio um no braccedilo norte um no braccedilo sul e um na entrada do estuaacuterio Em

cada ponto foram feitos trecircs arrastos com rede tipo bongocirc de malha 333 microm com trecircs

minutos de duraccedilatildeo cada Foram feitas mediccedilotildees de temperatura salinidade e oxigecircnio

dissolvido da aacutegua de superfiacutecie e de fundo Em seis meses foram encontrados 44 taxa

sendo Engraulidae Gobiidae e Haemulidae os mais abundantes O ictioplacircncton foi mais

abundante nos meses mais quentes (marccedilo a maio ANOVA p le 0001) e no braccedilo norte

(ANOVA p = 0005) As espeacutecies residentes do estuaacuterio apresentaram tanto distribuiccedilatildeo

espacial homogecircnea entre os trecircs pontos de amostragem no caso dos engrauliacutedeos quanto

distribuiccedilatildeo espacial heterogecircnea no caso de Microgobius meeki As espeacutecies migratoacuterias

demersais parecem predominar no braccedilo norte como Achirus sp (teste de Friedman p =

0032) e as migratoacuterias pelaacutegicas como Gobionellus spp (teste de Friedman p = 0020)

no braccedilo sul

5

1 INTRODUCcedilAtildeO

Um grande nuacutemero de espeacutecies de peixes marinhos de importacircncia comercial tecircm

uma parte de sua vida associada a sistemas costeiros como por exemplo peixes das famiacutelias

Centropomidae (robalos) Mugilidae (tainhas) Sciaenidae (corvinas cangoaacutes) Gerreidae

(carapicus) etc (Helmer amp Barbosa 1987 Oshiro amp Arauacutejo 1987 e Andreata et al 1997)

De fato estuaacuterios e aacuteguas costeiras desempenham um papel muito importante no ciclo de

vida de vaacuterios organismos marinhos Estes locais apresentam alta produtividade e proteccedilatildeo

contra predadores de larvas e formas juvenis de peixes que os utilizam como berccedilaacuterio

(Laegdsgaard amp Johnson 2000)

Os estudos sobre distribuiccedilatildeo do ictioplacircncton ou seja relativos aos ovos e larvas

dos peixes satildeo entatildeo fundamentais sob vaacuterios aspectos Sob o aspecto cientiacutefico esses

estudos visam o conhecimento da bioecologia dos ovos e larvas eventualmente auxiliando

na taxonomia dos adultos (Smith amp Thacker 2001) Sob o aspecto comercial de pesca satildeo

aplicados na detecccedilatildeo de aacutereas de concentraccedilatildeo de adultos atraveacutes da quantidade de ovos e

larvas em determinadas regiotildees estudos populacionais e piscicultura entre outros

(Ciechomski 1981 apud Soares et al 1991) Aleacutem disso teleoacutesteos jovens satildeo

extremamente susceptiacuteveis aos distuacuterbios antroacutepicos tanto na fase larval quanto na juvenil

(Kingsford amp Gray 1996) Nos estuaacuterios a poluiccedilatildeo a destruiccedilatildeo do habitat e a sobrepesca

satildeo as maiores ameaccedilas (Joyeux amp Ward 1998) No Brasil os efeitos dos efluentes

domeacutesticos e industriais lanccedilados nos estuaacuterios ainda natildeo foram quantificados mas sem

duacutevida devem ser relevantes (Kingsford amp Gray 1996 Barroso amp Dias Jr 1997) Esses

ambientes suportam um grande nuacutemero de pescadores profissionais de subsistecircncia e

esportivos Embora natildeo haja estatiacutestica ateacute o momento a pesca em pequena escala

6

possivelmente represente uma fonte econocircmica de importacircncia para os moradores das

regiotildees estuarinas (Andreata amp Frederick 1999)

A ictiofauna estuarino-costeira do Espiacuterito Santo eacute pouco conhecida sendo

apresentada apenas no trabalho de Helmer amp Barbosa (1987) O domiacutenio oceacircnico foi

assunto de estudos ictioplanctoloacutegicos mais aprofundados (Ekau amp Matsuura 1996 Ekau

et al 1999) No litoral estudos em andamento estimam aproximadamente 230 espeacutecies de

peixes (S Floeter amp JL Gasparini comunicaccedilatildeo pessoal) incluindo as espeacutecies de costatildeo

(recifais) e aquelas que se encontram tipicamente sobre fundos oceacircnicos moles (areia e

lama) e nos estuaacuterios totalizando um terccedilo de todas as espeacutecies marinhas e estuarinas

conhecidas do Brasil (Fishbase 1998)

As espeacutecies espiacuterito-santenses pertencem tanto ao conjunto das formas tropicais

quanto ao de aacuteguas temperadas (Floeter amp Gasparini 2000) Este uacuteltimo eacute mais conhecido

em relaccedilatildeo agrave descriccedilatildeo do estado larval e agrave sua ecologia devido agrave sua similaridade com a

fauna do Atlacircntico Nordeste (desde Welch amp Breder 1923-24 Hildebrand amp Cable 1930

1934 1938 etc) e ao importante desenvolvimento das pesquisas no Sul do Brasil desde

Weiss amp Krug (1977) Sinque (1980) e Weiss (1981) Em regiotildees mais proacuteximas

recentemente trabalhos tecircm sido desenvolvidos no estado do Rio de Janeiro (Soares et al

1991 Bonecker 1997 Castro 1998 e Soares 1998) e no sul da Bahia (Castro amp Bonecker

1996) A primeira informaccedilatildeo sobre o ictioplacircncton no Espiacuterito Santo foi apresentada em

resumo por Bonecker amp Dias (1986) apud Bonecker (1997) Recentemente Almeida et al

(2000) e Pereira et al (2000) apresentaram dados preliminares sobre a imigraccedilatildeo do

ictioplacircncton para a Baiacutea de Vitoacuteria e as massas daacutegua que este ictioplacircncton utiliza

durante a sua migraccedilatildeo

7

De modo geral nos estuaacuterios o ictioplacircncton eacute composto por espeacutecies residentes ou

seja que completam todo o seu ciclo de vida neste local e de espeacutecies migratoacuterias que se

reproduzem no oceano e imigram para o estuaacuterio ainda na fase larval ou juvenil As larvas

migratoacuterias apresentam dois tipos de comportamento para deslocarem verticalmente na

coluna de aacutegua O primeiro consiste num deslocamento vertical diurno independente da

mareacute (Joyeux 1998) O segundo tambeacutem consiste num deslocamento vertical diurno na

coluna de aacutegua poreacutem dependente da fase da mareacute (Joyeux 1998) Este eacute frequumlentemente

chamado TST sigla para Tidal Stream Transport As larvas pelaacutegicas ou seja aquelas

que satildeo mais abundantes na parte superior da coluna daacutegua utilizam preferencialmente o

primeiro tipo As larvas demersais que satildeo mais abundantes na parte inferior da coluna

daacutegua utilizam o segundo tipo Os dois tipos de comportamento podem ser utilizados para

as larvas manterem-se em um local ou progredirem para montante Entretanto a teoria

supotildee que o segundo tipo eacute mais eficiente em relaccedilatildeo ao posicionamento horizontal e entatildeo

as larvas que utilizam TST para migrarem podem ter vantagens sobre aquelas que natildeo

utilizam tal comportamento em ambientes estratificados Assim as espeacutecies que utilizam e

aquelas que natildeo utilizam o TST podem ter distribuiccedilatildeo horizontal diferenciada dentro dos

estuaacuterios

Este trabalho descreve a comunidade ictioplanctocircnica e apresenta a sua distribuiccedilatildeo

espacial e temporal (num periacuteodo de seis meses) no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu Aleacutem

disso analisa se haacute diferenccedila tanto na composiccedilatildeo fauniacutestica como na abundacircncia entre os

dois braccedilos do rio Assim a morfologia do estuaacuterio pode ser utilizada para explicar melhor

qual a relaccedilatildeo das caracteriacutesticas hidroloacutegicas com a distribuiccedilatildeo espacial o

comportamento e a ecologia das larvas de peixes dependentes dos estuaacuterios

8

2 OBJETIVOS

21 Objetivo geral

Caracterizar a fauna ictioplanctocircnica do estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu bem como determinar

a sua distribuiccedilatildeo espacial e temporal no periacuteodo de marccedilo a agosto de 2000

22 Objetivos especiacuteficos

a) Descrever a abundacircncia e a composiccedilatildeo taxonocircmica do ictioplacircncton no estuaacuterio do

Piraquecirc-accedilu

b) Descrever a variaccedilatildeo temporal e espacial do ictioplacircncton

c) Verificar a existecircncia de diferenccedilas de distribuiccedilatildeo espacial entre espeacutecies residentes

d) Verificar a existecircncia de diferenccedila de distribuiccedilatildeo entre espeacutecies migratoacuterias pelaacutegicas e

demersais

9

3 METODOLOGIA

31 Aacuterea de estudo

O Rio Piraquecirc-accedilu tem sua nascente localizada a 1100m de altitude na Reserva de

Nova Lombardia municiacutepio de Santa Teresa (ES) e seu estuaacuterio no distrito de Santa Cruz

municiacutepio de Aracruz (ES) - localizado ao norte do estado a aproximadamente 50 km de

Vitoacuteria (Figura 1) O estuaacuterio estaacute localizado proacuteximo agraves coordenadas 40o09W e 19o57S e

apresenta-se na forma de Y com a bifurcaccedilatildeo logo apoacutes a barra de entrada O braccedilo norte

o chamado Rio Piraquecirc-accedilu atraveacutes do qual desaacutegua o rio homocircnimo tem caracteriacutesticas

fiacutesico-quiacutemicas bastante variaacuteveis devido ao fluxo de aacutegua doce Por isso tem tendecircncia agrave

estratificaccedilatildeo (GF Barroso comunicaccedilatildeo pessoal) O braccedilo sul o afluente chamado Rio

Piraquecirc-mirim parece mais profundo que o braccedilo norte Por receber pouca aacutegua doce suas

caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas satildeo relativamente estaacuteveis Eacute raramente estratificado (GF

Barroso comunicaccedilatildeo pessoal) Os dois braccedilos e a confluecircncia satildeo marginados por um

beliacutessimo manguezal que se estende ateacute o mar Anaacutelises das concentraccedilotildees de coliformes

totais e fecais entre outras indicam que o estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu parece pouco

poluiacutedo (GF comunicaccedilatildeo pessoal)

10

Figura 1 Bacia do complexo Piraquecirc-accedilu Piraquecirc-mirim A grade indicacoordenadas UTM (Universal Transversal Mercator em metros) No quadroesquerdo estaacute a localizaccedilatildeo do estuaacuterio no estado do Espiacuterito Santo No quadrodireito estatildeo dados geograacuteficos gerais para a bacia estuaacuterio e rios (CortesiaGilberto Fonseca Barroso)

32 Amostragens

As amostragens foram realizadas mensalmente entre marccedilo de 2000 e fevereiro de

2001 em trecircs pontos do estuaacuterio (Figura 2)

a) o primeiro localizado na entrada do estuaacuterio proacuteximo agraves balsas de cultivo de ostras

denominado Balsa

b) o segundo localizado no braccedilo norte (Rio Piraquecirc-accedilu) em frente ao antigo porto de

Caieiras denominado Caieiras que estaacute a 55 km de distacircncia a montante da Balsa

11

c) o terceiro situado no braccedilo sul (Rio Piraquecirc-mirim) no ponto chamado 1a Laje que estaacute

a 53 km a montante da Balsa

A confluecircncia dos dois braccedilos encontra-se a 22 km a montante da Balsa a 33 km

a jusante de Caieiras e a 31 km a jusante da 1a laje (Figura 2)

Figura 2 O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu e os pontos amostrais Coordenadasgeograacuteficas em graus minutos e segundos (Cortesia Gilberto Fonseca Barroso)

Foi utilizada para as coletas rede cocircnica do tipo bongocirc com malha de 333

microcircmetros diacircmetro de abertura de 60cm e 3m de comprimento total A rede foi puxada

por barco a motor equipada com fluxocircmetro mecacircnico (General Oceanics 2030R) As

amostras foram coletadas por arrastos na regiatildeo meacutedia da coluna daacutegua com duraccedilatildeo de

trecircs minutos cada Esta duraccedilatildeo foi reduzida a dois ou ateacute um minuto quando havia grande

abundacircncia de ctenoacuteforos ou detritos (meses de agosto setembro e novembro) Arrastos

12

foram triplicados exceto na coleta de marccedilo que teve apenas duas reacuteplicas por ponto As

amostras foram fixadas em formol neutralizado 5 e armazenadas fora da luz para reduzir

a despigmentaccedilatildeo

As amostragens foram feitas no periacuteodo noturno devido agrave maior abundacircncia das

larvas na coluna daacutegua neste periacuteodo do que durante o dia (Hettler amp Barker 1993) Se

iniciaram logo apoacutes o pocircr do sol nas fases de mareacutes mortas (ou seja de quadratura = lua

minguante) com uma periodicidade aproximada de 28 (vinte e oito) dias Nessas mareacutes haacute

baixa concentraccedilatildeo de ctenoacuteforos e detritos originados do mangue que prejudicam a coleta

e a triagem

Os pontos foram amostrados de maneira aleatoacuteria para minimizar os efeitos de

outros fatores que poderiam influenciar os resultados tal como tempo decorrido depois do

pocircr do sol estaacutegio e forccedila da mareacute etc (Tabela 1)

Tabela 1 Dados gerais do plano de amostragem do ictioplacircncton noestuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu Nuacutemero eacute o nuacutemero de reacuteplicas no ponto eIntervalo eacute o intervalo de tempo em dias entre duas coletas consecutivas

Ordem de amostragemData

Balsa 1a laje CaieirasNuacutemero Intervalo

28 marccedilo 00 1 3 2 2 _

27 abril 00 3 1 2 3 30

30 maio 00 3 1 2 3 33

27 junho 00 1 3 2 3 28

25 julho 00 2 1 3 3 28

22 agosto 00 2 3 1 3 28

25 setembro 00 3 1 2 3 34

20 outubro 00 1 3 2 3 25

26 novembro 00 2 3 1 3 37

19 dezembro 00 3 2 1 3 23

17 janeiro 01 1 2 3 3 29

16 fevereiro 01 3 2 1 3 30

13

Em todos os pontos foram feitas mediccedilotildees de temperatura salinidade e

concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido em duas profundidades (superfiacutecie e fundo) utilizando-

se Medidor Multi Paracircmetro YSI 85

33 Processamento das amostras

Sob microscoacutepio estereoscoacutepico (lupa) as larvas coletadas nos seis primeiros meses

de amostragem (51 amostras 6 em marccedilo de 2000 e 9 em cada um dos 5 meses seguintes)

foram triadas e identificadas e os ovos apenas enumerados As amostras que continham

grande abundacircncia de larvas ou de ovos foram fracionadas (ateacute 18 Tabela 2)

Tabela 2 Dados referentes agraves sete amostras fracionadas paratriagem Triadas eacute o nuacutemero de larvas nas fraccedilotildees triadasEstimadas eacute o nuacutemero estimado de larvas nas amostras inteiras

Mecircs Ponto Reacuteplica Fraccedilatildeo triada Triadas Estimadas

Marccedilo Caieiras 2a 1 4 367 1468

Marccedilo 1a laje 1a 1 4 261 1044

Marccedilo 1a laje 2a 1 8 172 1376

Abril 1a laje 1a 1 2 323 646

Abril 1a laje 2a 1 4 267 1068

Abril 1a laje 3a 1 4 124 496

Abril Balsa 1a 1 1 378 378

a amostra foi triada inteiramente para as larvas mas apenas metade dos ovos daamostra foi enumerada Nos outros casos a fraccedilatildeo triada para os ovos e a fraccedilatildeotriada para as larvas satildeo iguais

A identificaccedilatildeo foi realizada principalmente a partir das referecircncias gerais seguintes

Fahay (1983) Moser et al (1984) Leis amp Trnski (1989) Matarese et al (1989) Jeyaseelan

(1998) uma coletacircnea anocircnima de figuras colhidas na literatura (Anocircnimo) e a ediccedilatildeo

preliminar de Richards (2001) Para larvas mais desenvolvidas (juvenis) foram utilizados

Figueiredo amp Menezes (1978 1980 e 2000) Menezes amp Figueiredo (1980 e 1985) Barletta

14

amp Correcirca (1992) Smith (1997) e Carvalho-Filho (1999) Em vaacuterios casos foram realizadas

seacuteries de desenvolvimento (exemplo nos anexos A e B)

34 Anaacutelises estatiacutesticas

O volume de aacutegua filtrado em cada arrasto (Vfiltrado em metros cuacutebicos foacutermula

1) foi calculado a partir da distacircncia percorrida pelo fluxocircmetro (Distacircncia em metros

foacutermula 2) multiplicada pela aacuterea da boca de abertura da rede (Aacuterea em metros quadrados

foacutermula 4)

Vfiltrado = Distacircncia bull Aacuterea (1)

Em todas as equaccedilotildees bull eacute o sinal de multiplicaccedilatildeo

Distacircncia = ∆ bull Constante (2)

onde ∆ = no registrado no fim do arrasto - no registrado no iniacutecio do arrasto(3)

e onde Constante = constante do fluxocircmetro = 00384363

Aacuterea = π bull Raio2 (4)

onde π = 314159

e onde Raio = 03m

A abundacircncia (nuacutemero por metro cuacutebico foacutermula 5) de cada espeacutecie e dos ovos foi

calculada sobre o volume triado (Vtriado foacutermula 6)

Abundacircncia = Nuacutemero Vtriado (5)

onde Nuacutemero eacute o nuacutemero de indiviacuteduos ou de ovos

e onde

Vtriado = Vfiltrado bull Fraccedilatildeo triada (6)

15

onde Fraccedilatildeo triada eacute a fraccedilatildeo triada da amostra e varia entre 1 (toda a amostra foi triada) e

18 (um oitavo da amostra foi triada)(Tabela 2) Os dados do fluxocircmetro foram aberrantes

na 2a reacuteplica de Caieiras do mecircs de maio (05m3 filtrados indicando que a heacutelice ficou

bloqueada apesar da rede funcionar normalmente) O nuacutemero de dados utilizaacuteveis nas

anaacutelises de abundacircncia eacute entatildeo 50

Os dados obtidos tanto os bioloacutegicos quanto os fiacutesico-quiacutemicos foram tratados por

anaacutelises natildeo-parameacutetricas - teste de Friedman com α = 005 - considerando que as amostras

de uma mesma campanha satildeo ligadas entre si (Zar 1999) O nuacutemero inicial de valores para

as variaacuteveis ambientais eacute 12 (uma mediccedilatildeo por mecircs por ponto de amostragem e por

profundidade durante o ano inteiro de amostragem) O nuacutemero de valores para as variaacuteveis

bioloacutegicas foi de 16 Havendo duas replicaccedilotildees por ponto em marccedilo e trecircs nos outros

meses foi escolhido comparar as primeiras reacuteplicas dos pontos entre si as segundas

reacuteplicas dos pontos entre si e as terceiras reacuteplicas dos pontos entre si (Tabela 3) Dos

originais 17 grupos de replicaccedilotildees (marccedilo com 2 grupos os 5 outros meses com 3 grupos)

um foi invalidado (o das 2as reacuteplicas do mecircs de maio) pelo natildeo funcionamento do

fluxocircmetro

As variaacuteveis contiacutenuas foram testadas para normalidade (e homocedasticidade) com

o teste de Kolmogorov-Smirnov-Lilliefors (Legendre amp Legendre 1983) Apoacutes

normalizaccedilatildeo anaacutelises parameacutetricas de variacircncia (ANOVA Zar 1999) foram aplicadas

sobre os dados bioloacutegicos sendo a variaacutevel dependente o nuacutemero de indiviacuteduos o nuacutemero

de ovos ou o iacutendice de diversidade (α = alpha de Williams ou alpha de Fisher) O alpha eacute

obtido atraveacutes das seguintes equaccedilotildees (foacutermulas 7 e 8) (Rosenzweig 1995)

S = - α bull ln (1 - x) (7)

16

onde S eacute o nuacutemero de taxa larvais na amostra (excluindo os natildeo identificados)

e onde α eacute o iacutendice de diversidade

e onde ln eacute o operador logariacutetmico neperiano (de base e)

e onde x eacute uma constante que satisfaz

S N = [(x - 1) x] bull ln (1 - x) (8)

onde N eacute o nuacutemero de indiviacuteduos na amostra

Tabela 3 Combinaccedilatildeo das amostras nos grupos testados atraveacutes do teste deFriedman para a abundacircncia dos taxa

Mecircs Balsa Caieiras 1a laje Grupo

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 1Marccedilo

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 2

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 3

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 4Abril

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 5

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 6

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 7Maio

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 8

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 9

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 10Junho

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 11

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 12

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 13Julho

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 14

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 15

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 16Agosto

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 17

grupo invalidado devido agrave falha do fluxocircmetro

As variaacuteveis independentes incluiacutedas nas anaacutelises de variacircncia foram

a) O local de amostragem com trecircs categorias pontos Balsa Caieirase 1a laje

b) O mecircs do ano com seis categorias marccedilo abril maio junho julho e agosto

17

c) O volume triado para larvas como covariaacutevel contiacutenua em m3

Foi utilizado para as ANOVAs o tipo III onde a significacircncia da variaacutevel

independente testada eacute estimada apoacutes as outras variaacuteveis do modelo serem incluiacutedas ou

seja quando essas outras variaacuteveis jaacute explicarem uma parte da variabilidade da variaacutevel

dependente A utilizaccedilatildeo deste tipo diminui a possibilidade de as significacircncias obtidas

serem falsas Diferenccedilas entre as categorias das variaacuteveis foram posteriormente testadas

atraveacutes das meacutedias marginais

18

4 RESULTADOS

41 Dados abioacuteticos

Nos trecircs pontos a temperatura tanto da superfiacutecie quanto do fundo teve seus

maiores valores no veratildeo e seus menores valores no inverno (Figura 3) No mecircs de

dezembro a temperatura nos trecircs pontos teve um decliacutenio devido agraves chuvas De acordo com

o teste de Friedman (Tabela 4) a temperatura foi significativamente diferente entre os trecircs

pontos tanto na superfiacutecie quanto no fundo

18

22

26

30

34

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Te

mp

era

tura

(C

) d

a

su

pe

rfiacutec

ie

(a)

18

22

26

30

34

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Tem

per

atu

ra (

C)

do

fu

nd

o

(b)

Figura 3 Evoluccedilatildeo mensal da temperatura nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a temperatura na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a temperatura do fundo Para melhor visualizaccedilatildeoo eixo vertical inicia-se em 18oC

Balsa Caieiras 1a Laje

19

Baseado nas ordens meacutedias obtidas no teste de Friedman Caieiras e 1a laje

apresentaram valores de temperatura semelhantes enquanto que Balsa mostrou ter aacuteguas

mais frias que os outros dois pontos (Tabela 4)

Tabela 4 Resultados dos testes de Friedman para as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas daaacutegua do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 emtodos os casos

Temperatura Salinidade OxigecircnioEstatiacutestica

Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo

Nuacutemero de valores 12 12 12 12 11 9

Qui-quadrado 6435 11511 23532 19500 10364 14889

Significacircncia 0040 0003 0000 0000 0006 0001

Local Ordem meacutedia

Balsa 142 129 296 300 273 300

Caieiras 225 208 100 175 191 178

1a laje 233 263 204 125 136 122

um valor foi excluiacutedo trecircs valores foram excluiacutedos Ver texto para explicaccedilotildees

Nos meses de marccedilo e dezembro a salinidade superficial diminuiu nos trecircs pontos

devido agrave aacutegua doce proveniente das chuvas (Figura 4) Nos meses de novembro e dezembro

houve queda da salinidade de fundo em Caieiras e 1a laje respectivamente tambeacutem por

causa das chuvas O ponto Balsa apresentou valores de salinidade de superfiacutecie maiores

que 1a laje que por sua vez apresentou valores maiores que Caieiras (Figura 4) Quanto

agrave salinidade do fundo na Balsa tambeacutem foram encontrados os maiores valores enquanto

que Caieiras geralmente teve uma pequena superioridade sobre os valores da 1a laje

(Figura 4) Segundo o teste de Friedman (Tabela 4) a salinidade tanto de superfiacutecie quanto

de fundo apresentou diferenccedila significativa entre os valores dos trecircs pontos

20

0

10

20

30

40

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Sal

inid

ade

da

sup

erfiacute

cie

(a)

0

10

20

30

40

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Sal

inid

ade

do

fu

nd

o

(b)

Figura 4 Evoluccedilatildeo mensal da salinidade nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a salinidade na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a salinidade do fundo

Quanto agraves concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido verificou-se que a Balsa

apresentou os maiores valores seguindo de Caieiras e por uacuteltimo 1a laje tanto para as

concentraccedilotildees superficiais quanto para as de fundo (Figura 5) No mecircs de outubro houve

um pico dessas concentraccedilotildees nos trecircs pontos (Figura 5) Natildeo se pode relacionar esses

valores a qualquer evento (por exemplo climaacutetico) excepcional Poreacutem assim como esses

valores natildeo podem ser relacionados a qualquer manutenccedilatildeo ou falha do aparelho de

mediccedilatildeo os dados foram utilizados nas anaacutelises Os valores de oxigecircnio de julho 2000 em

Balsa Caieiras 1a Laje

21

Caieiras (fundo) de novembro 2000 na 1a laje (fundo) e de fevereiro 2001 na Balsa

(superfiacutecie e fundo) foram considerados outliers ou seja valores extraordinaacuterios (natildeo

representativos) e por isso foram desprezados Como esses valores foram encontrados

sempre nas uacuteltimas mediccedilotildees das campanhas das amostragens referidas acredita-se que

podem ter sido obtidos por falha do aparelho de mediccedilatildeo De acordo com o teste de

Friedman (Tabela 4) as concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido tanto na superfiacutecie quanto no

fundo tiveram valores significativamente diferentes nos trecircs pontos

0

2

4

6

8

10

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Oxi

gecircn

io d

isso

lvid

o (

mg

L)

da

su

pe

rfiacutec

ie

(a)

0

2

4

6

8

10

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Oxi

gecircn

io d

isso

lvid

o (

mg

L)

do

fu

nd

o

(b)Figura 5 Evoluccedilatildeo mensal da concentraccedilatildeo de oxigecircniodissolvido nos trecircs pontos de amostragens Acima (a) estaacute aconcentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua da superfiacutecie abaixo(b) estaacute a concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua do fundo

Balsa Caieiras 1a Laje

22

42 Dados bioacuteticos

Durante os seis primeiros meses foram triadas 7430 larvas (de um total amostrado

estimado de 12014) das quais 7235 foram identificadas Natildeo foi possiacutevel a identificaccedilatildeo

de 195 larvas Foram enumerados 21649 ovos de um total amostrado estimado de 51365

Foram identificados 44 taxa (excluindo as larvas natildeo identificadas) que pertencem a

23 famiacutelias Estes 44 taxa foram identificados seja ao niacutevel de espeacutecie (17 espeacutecies) ou ao

niacutevel de gecircnero (15 gecircneros) ou ao niacutevel de famiacutelia (12 famiacutelias) (Tabela 5)

Os ovos natildeo foram identificados Vaacuterios tipos foram encontrados (ver Anexo C)

incluindo ovos de Engraulidae facilmente reconheciacuteveis devido agrave sua forma oval

As famiacutelias com maiores nuacutemeros de indiviacuteduos nos trecircs pontos foram Engraulidae

Gobiidae e Haemulidae (Tabela 5)

Os taxa que ocorreram apenas na Balsa foram Paralichthyidae Microdesmus

longipinnis Stellifer rastrifer Gobiosoma sp Gobiosoma hemigymnum Menticirrhus sp

Atherinella brasiliensis Ophichthidae e Raneya brasiliensis

Foram encontrados apenas em Caieiras os taxa Odontoscion dentex Dormitator

maculatus Pseudophallus mindii Lutjanus analis e Mugilidae

Ostetus lineatus e Gobiesocidae foram taxa que ocorreram apenas na 1a laje

23

Tabela 5 Lista dos taxa identificados nas coletas realizadas entre marccedilo e agosto de 2000 no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de indiviacuteduos e a frequumlecircncia total e por ponto de amostragem satildeo dados sem correccedilatildeo pelo volume triadoN eacute o nuacutemero de indiviacuteduos Freq eacute a frequumlecircncia lt 001 indica frequumlecircncia inferior a 1

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqENGRAULIDAE 3546 048 640 023 1093 067 1813 062GOBIIDAE Microgobius meeki 2594 035 1364 048 315 019 915 031HAEMULIDAE 402 005 388 014 0 14 lt 001Natildeo identificados 195 003 115 004 26 002 54 002TETRAODONTIDAE Sphoeroides sp 136 002 80 003 28 002 28 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp2 134 002 60 002 63 004 11 lt 001SCIAENIDAE (larvas viteliacutenicas) 84 001 58 002 20 001 6 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp1 83 001 35 001 39 002 9 lt 001SCIAENIDAE Micropogonias furnieri 30 lt 001 15 001 7 lt 001 8 lt 001GERREIDAE Eucinostomus sp 36 lt 001 14 lt 001 13 lt 001 9 lt 001GOBIIDAE Coryphopterus glaucofraenum 35 lt 001 14 lt 001 3 lt 001 18 lt 001BLENNIIDAE 31 lt 001 11 lt 001 7 lt 001 13 lt 001ACHIRIDAE Achirus sp 17 lt 001 1 lt 001 4 lt 001 12 lt 001ATHERINIDAE 11 lt 001 2 lt 001 5 lt 001 4 lt 001CLUPEIDAE 11 lt 001 10 lt 001 0 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer sp 8 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 4 lt 001SCIAENIDAE 9 lt 001 0 3 lt 001 6 lt 001PARALICHTHYIDAE Citharichthys sp 7 lt 001 1 lt 001 5 lt 001 1 lt 001SYNGNATHIDAE Syngnathus sp 5 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 3 lt 001PARALICHTHYIDAE 5 lt 001 5 lt 001 0 0MICRODESMIDAE Microdesmus longipinnis 5 lt 001 5 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus sp 4 lt 001 3 lt 001 0 1 lt 001

24

Tabela 5 continuaccedilatildeo

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0

Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100

25

421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50

Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma

transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua

bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a

trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises

parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-

normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo

como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da

anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas

Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os

meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)

Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior

influecircncia que o local (Tabela 6)

Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 7439 22203 le 0001

Erro 41 0335

Total 49

Local 2 1990 5939 0005

Mecircs 5 11081 33074 le 0001

Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

26

Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de

marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o

ponto com a menor abundacircncia de larvas

20

30

40

50

60

70

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

35

40

45

50

55

Balsa Caieiras 1a laje

Local de amostragem

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50

Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume

triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50

Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os

resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas

27

foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os

ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)

Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 27624 16233 le 0001

Erro 41 1702

Total 49

Local 2 0592 0348 0708bull

Mecircs 5 24395 14336 le 0001

Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

01234567

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs

O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do

normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em

relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado

somente significacircncias le 001 foram consideradas

28

Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente

em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do

iacutendice eacute explicada pelo modelo

Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 3692 3684 0003

Erro 41 1002

Total 49

Local 2 2298 2292 0114bull

Mecircs 5 1627 1624 0175bull

Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull

bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001

422 Padrotildees espaciais de abundacircncia

Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa

Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp

Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus

glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa

apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem

(Tabela 9)

Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae

(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos

significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas

muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira

29

Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior

abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp

Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia

(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus

sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas

espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se

larvas muito jovens indicando que podem ser residentes

Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal

Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas

Qui -quadrado

SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje

Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188

M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131

Haemulidae - 14308 0001 256 191 153

Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156

Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244

Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206

M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197

Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206

C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175

Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200

Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188

A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies

Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas

maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que

apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas

30

espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque

ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais

pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao

contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes

Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de

indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste

31

5 DISCUSSAtildeO

Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo

segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e

Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae

Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae

Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae

Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias

de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp

Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)

Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior

abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no

periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande

maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al

(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na

primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do

veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees

Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos

seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria

por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no

estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em

parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada

(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas

32

latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes

em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi

inferior a 1

Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria

(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo

representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas

triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute

Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos

ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan

(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia

sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)

A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira

mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do

rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido

Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia

reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia

Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de

dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo

podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio

33

Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo

encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp

Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)

Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que

1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois

apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas

concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido

2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa

principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio

Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros

dois pontos

3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos

apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-

quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu

Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo

diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo

da migraccedilatildeo das larvas de peixes

Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram

significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus

spp e Achirus sp (Tabela 9)

Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou

migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por

terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa

34

Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes

dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio

predominando em Caieiras (braccedilo norte)

As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia

quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies

migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna

daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele

permanecerem

As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo

podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu

posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque

quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais

abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo

norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce

proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave

estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp

parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo

norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o

fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo

rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do

estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do

que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas

espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)

35

6 CONCLUSOtildeES

O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna

ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e

Haemulidae

O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de

amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis

meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que

no braccedilo sul

As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial

heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou

distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae

O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por

espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos

estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus

spp

36

7 REFEREcircNCIAS

ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-

ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227

ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas

Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11

p53-65 1999

ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa

Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro

v14 no1 p121-134 1997

ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na

literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas

BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil

1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p

BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish

in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese

(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999

BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da

Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE

ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232

BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de

Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de

Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997

37

BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In

ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986

p35

CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p

CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada

da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia

Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal

Fluminense Rio de Janeiro 1998

CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino

do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185

1996

CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton

del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860

EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the

continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint

Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation

processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast

Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138

EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish

larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and

Marine Research v47 no 3 p183-200 1999

FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north

Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest

Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II

Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p

38

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p

FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998

FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition

and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114

HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed

Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207

HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna

ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282

HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two

North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179

HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean

fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46

p383-488

HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or

kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the

Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington

1934 v 48 p41-117

HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of

some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938

v48 p505-642

39

IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do

ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-

AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo

Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22

JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed

Paris UNESCO 1998 193 p

JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina

Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine

Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752

JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in

Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998

KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance

and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)

Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego

Academic Press 1996 p 235-255

LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats

Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253

LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier

Scientific Publishing Company 1983 419p

LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South

Wales University Press 1989 370 p

MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast

Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p

40

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V

Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p

MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla

American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p

MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel

Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish

recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish

conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54

OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos

decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297

PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema

estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205

RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history

stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel

http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]

ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge

University Press 1995 439p

SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de

Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77

1980

SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de

Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -

41

Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-

300 1982

SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New

York Chanticleer 1997 720p

SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei

Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western

Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012

SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das

Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia

Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998

SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do

ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de

Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991

WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese

(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata

Argentina 1981

WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de

Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117

WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the

eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24

v39 p141-201

ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999

42

Anexo A

(a)

(b)

(c)

Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)

43

Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas

Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm

Page 6: O ICTIOPLÂNCTON DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-AÇU, ES. · cada ponto foram feitos três arrastos com rede tipo bongô de malha 333 µm, com três minutos de duração cada. Foram

5

1 INTRODUCcedilAtildeO

Um grande nuacutemero de espeacutecies de peixes marinhos de importacircncia comercial tecircm

uma parte de sua vida associada a sistemas costeiros como por exemplo peixes das famiacutelias

Centropomidae (robalos) Mugilidae (tainhas) Sciaenidae (corvinas cangoaacutes) Gerreidae

(carapicus) etc (Helmer amp Barbosa 1987 Oshiro amp Arauacutejo 1987 e Andreata et al 1997)

De fato estuaacuterios e aacuteguas costeiras desempenham um papel muito importante no ciclo de

vida de vaacuterios organismos marinhos Estes locais apresentam alta produtividade e proteccedilatildeo

contra predadores de larvas e formas juvenis de peixes que os utilizam como berccedilaacuterio

(Laegdsgaard amp Johnson 2000)

Os estudos sobre distribuiccedilatildeo do ictioplacircncton ou seja relativos aos ovos e larvas

dos peixes satildeo entatildeo fundamentais sob vaacuterios aspectos Sob o aspecto cientiacutefico esses

estudos visam o conhecimento da bioecologia dos ovos e larvas eventualmente auxiliando

na taxonomia dos adultos (Smith amp Thacker 2001) Sob o aspecto comercial de pesca satildeo

aplicados na detecccedilatildeo de aacutereas de concentraccedilatildeo de adultos atraveacutes da quantidade de ovos e

larvas em determinadas regiotildees estudos populacionais e piscicultura entre outros

(Ciechomski 1981 apud Soares et al 1991) Aleacutem disso teleoacutesteos jovens satildeo

extremamente susceptiacuteveis aos distuacuterbios antroacutepicos tanto na fase larval quanto na juvenil

(Kingsford amp Gray 1996) Nos estuaacuterios a poluiccedilatildeo a destruiccedilatildeo do habitat e a sobrepesca

satildeo as maiores ameaccedilas (Joyeux amp Ward 1998) No Brasil os efeitos dos efluentes

domeacutesticos e industriais lanccedilados nos estuaacuterios ainda natildeo foram quantificados mas sem

duacutevida devem ser relevantes (Kingsford amp Gray 1996 Barroso amp Dias Jr 1997) Esses

ambientes suportam um grande nuacutemero de pescadores profissionais de subsistecircncia e

esportivos Embora natildeo haja estatiacutestica ateacute o momento a pesca em pequena escala

6

possivelmente represente uma fonte econocircmica de importacircncia para os moradores das

regiotildees estuarinas (Andreata amp Frederick 1999)

A ictiofauna estuarino-costeira do Espiacuterito Santo eacute pouco conhecida sendo

apresentada apenas no trabalho de Helmer amp Barbosa (1987) O domiacutenio oceacircnico foi

assunto de estudos ictioplanctoloacutegicos mais aprofundados (Ekau amp Matsuura 1996 Ekau

et al 1999) No litoral estudos em andamento estimam aproximadamente 230 espeacutecies de

peixes (S Floeter amp JL Gasparini comunicaccedilatildeo pessoal) incluindo as espeacutecies de costatildeo

(recifais) e aquelas que se encontram tipicamente sobre fundos oceacircnicos moles (areia e

lama) e nos estuaacuterios totalizando um terccedilo de todas as espeacutecies marinhas e estuarinas

conhecidas do Brasil (Fishbase 1998)

As espeacutecies espiacuterito-santenses pertencem tanto ao conjunto das formas tropicais

quanto ao de aacuteguas temperadas (Floeter amp Gasparini 2000) Este uacuteltimo eacute mais conhecido

em relaccedilatildeo agrave descriccedilatildeo do estado larval e agrave sua ecologia devido agrave sua similaridade com a

fauna do Atlacircntico Nordeste (desde Welch amp Breder 1923-24 Hildebrand amp Cable 1930

1934 1938 etc) e ao importante desenvolvimento das pesquisas no Sul do Brasil desde

Weiss amp Krug (1977) Sinque (1980) e Weiss (1981) Em regiotildees mais proacuteximas

recentemente trabalhos tecircm sido desenvolvidos no estado do Rio de Janeiro (Soares et al

1991 Bonecker 1997 Castro 1998 e Soares 1998) e no sul da Bahia (Castro amp Bonecker

1996) A primeira informaccedilatildeo sobre o ictioplacircncton no Espiacuterito Santo foi apresentada em

resumo por Bonecker amp Dias (1986) apud Bonecker (1997) Recentemente Almeida et al

(2000) e Pereira et al (2000) apresentaram dados preliminares sobre a imigraccedilatildeo do

ictioplacircncton para a Baiacutea de Vitoacuteria e as massas daacutegua que este ictioplacircncton utiliza

durante a sua migraccedilatildeo

7

De modo geral nos estuaacuterios o ictioplacircncton eacute composto por espeacutecies residentes ou

seja que completam todo o seu ciclo de vida neste local e de espeacutecies migratoacuterias que se

reproduzem no oceano e imigram para o estuaacuterio ainda na fase larval ou juvenil As larvas

migratoacuterias apresentam dois tipos de comportamento para deslocarem verticalmente na

coluna de aacutegua O primeiro consiste num deslocamento vertical diurno independente da

mareacute (Joyeux 1998) O segundo tambeacutem consiste num deslocamento vertical diurno na

coluna de aacutegua poreacutem dependente da fase da mareacute (Joyeux 1998) Este eacute frequumlentemente

chamado TST sigla para Tidal Stream Transport As larvas pelaacutegicas ou seja aquelas

que satildeo mais abundantes na parte superior da coluna daacutegua utilizam preferencialmente o

primeiro tipo As larvas demersais que satildeo mais abundantes na parte inferior da coluna

daacutegua utilizam o segundo tipo Os dois tipos de comportamento podem ser utilizados para

as larvas manterem-se em um local ou progredirem para montante Entretanto a teoria

supotildee que o segundo tipo eacute mais eficiente em relaccedilatildeo ao posicionamento horizontal e entatildeo

as larvas que utilizam TST para migrarem podem ter vantagens sobre aquelas que natildeo

utilizam tal comportamento em ambientes estratificados Assim as espeacutecies que utilizam e

aquelas que natildeo utilizam o TST podem ter distribuiccedilatildeo horizontal diferenciada dentro dos

estuaacuterios

Este trabalho descreve a comunidade ictioplanctocircnica e apresenta a sua distribuiccedilatildeo

espacial e temporal (num periacuteodo de seis meses) no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu Aleacutem

disso analisa se haacute diferenccedila tanto na composiccedilatildeo fauniacutestica como na abundacircncia entre os

dois braccedilos do rio Assim a morfologia do estuaacuterio pode ser utilizada para explicar melhor

qual a relaccedilatildeo das caracteriacutesticas hidroloacutegicas com a distribuiccedilatildeo espacial o

comportamento e a ecologia das larvas de peixes dependentes dos estuaacuterios

8

2 OBJETIVOS

21 Objetivo geral

Caracterizar a fauna ictioplanctocircnica do estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu bem como determinar

a sua distribuiccedilatildeo espacial e temporal no periacuteodo de marccedilo a agosto de 2000

22 Objetivos especiacuteficos

a) Descrever a abundacircncia e a composiccedilatildeo taxonocircmica do ictioplacircncton no estuaacuterio do

Piraquecirc-accedilu

b) Descrever a variaccedilatildeo temporal e espacial do ictioplacircncton

c) Verificar a existecircncia de diferenccedilas de distribuiccedilatildeo espacial entre espeacutecies residentes

d) Verificar a existecircncia de diferenccedila de distribuiccedilatildeo entre espeacutecies migratoacuterias pelaacutegicas e

demersais

9

3 METODOLOGIA

31 Aacuterea de estudo

O Rio Piraquecirc-accedilu tem sua nascente localizada a 1100m de altitude na Reserva de

Nova Lombardia municiacutepio de Santa Teresa (ES) e seu estuaacuterio no distrito de Santa Cruz

municiacutepio de Aracruz (ES) - localizado ao norte do estado a aproximadamente 50 km de

Vitoacuteria (Figura 1) O estuaacuterio estaacute localizado proacuteximo agraves coordenadas 40o09W e 19o57S e

apresenta-se na forma de Y com a bifurcaccedilatildeo logo apoacutes a barra de entrada O braccedilo norte

o chamado Rio Piraquecirc-accedilu atraveacutes do qual desaacutegua o rio homocircnimo tem caracteriacutesticas

fiacutesico-quiacutemicas bastante variaacuteveis devido ao fluxo de aacutegua doce Por isso tem tendecircncia agrave

estratificaccedilatildeo (GF Barroso comunicaccedilatildeo pessoal) O braccedilo sul o afluente chamado Rio

Piraquecirc-mirim parece mais profundo que o braccedilo norte Por receber pouca aacutegua doce suas

caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas satildeo relativamente estaacuteveis Eacute raramente estratificado (GF

Barroso comunicaccedilatildeo pessoal) Os dois braccedilos e a confluecircncia satildeo marginados por um

beliacutessimo manguezal que se estende ateacute o mar Anaacutelises das concentraccedilotildees de coliformes

totais e fecais entre outras indicam que o estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu parece pouco

poluiacutedo (GF comunicaccedilatildeo pessoal)

10

Figura 1 Bacia do complexo Piraquecirc-accedilu Piraquecirc-mirim A grade indicacoordenadas UTM (Universal Transversal Mercator em metros) No quadroesquerdo estaacute a localizaccedilatildeo do estuaacuterio no estado do Espiacuterito Santo No quadrodireito estatildeo dados geograacuteficos gerais para a bacia estuaacuterio e rios (CortesiaGilberto Fonseca Barroso)

32 Amostragens

As amostragens foram realizadas mensalmente entre marccedilo de 2000 e fevereiro de

2001 em trecircs pontos do estuaacuterio (Figura 2)

a) o primeiro localizado na entrada do estuaacuterio proacuteximo agraves balsas de cultivo de ostras

denominado Balsa

b) o segundo localizado no braccedilo norte (Rio Piraquecirc-accedilu) em frente ao antigo porto de

Caieiras denominado Caieiras que estaacute a 55 km de distacircncia a montante da Balsa

11

c) o terceiro situado no braccedilo sul (Rio Piraquecirc-mirim) no ponto chamado 1a Laje que estaacute

a 53 km a montante da Balsa

A confluecircncia dos dois braccedilos encontra-se a 22 km a montante da Balsa a 33 km

a jusante de Caieiras e a 31 km a jusante da 1a laje (Figura 2)

Figura 2 O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu e os pontos amostrais Coordenadasgeograacuteficas em graus minutos e segundos (Cortesia Gilberto Fonseca Barroso)

Foi utilizada para as coletas rede cocircnica do tipo bongocirc com malha de 333

microcircmetros diacircmetro de abertura de 60cm e 3m de comprimento total A rede foi puxada

por barco a motor equipada com fluxocircmetro mecacircnico (General Oceanics 2030R) As

amostras foram coletadas por arrastos na regiatildeo meacutedia da coluna daacutegua com duraccedilatildeo de

trecircs minutos cada Esta duraccedilatildeo foi reduzida a dois ou ateacute um minuto quando havia grande

abundacircncia de ctenoacuteforos ou detritos (meses de agosto setembro e novembro) Arrastos

12

foram triplicados exceto na coleta de marccedilo que teve apenas duas reacuteplicas por ponto As

amostras foram fixadas em formol neutralizado 5 e armazenadas fora da luz para reduzir

a despigmentaccedilatildeo

As amostragens foram feitas no periacuteodo noturno devido agrave maior abundacircncia das

larvas na coluna daacutegua neste periacuteodo do que durante o dia (Hettler amp Barker 1993) Se

iniciaram logo apoacutes o pocircr do sol nas fases de mareacutes mortas (ou seja de quadratura = lua

minguante) com uma periodicidade aproximada de 28 (vinte e oito) dias Nessas mareacutes haacute

baixa concentraccedilatildeo de ctenoacuteforos e detritos originados do mangue que prejudicam a coleta

e a triagem

Os pontos foram amostrados de maneira aleatoacuteria para minimizar os efeitos de

outros fatores que poderiam influenciar os resultados tal como tempo decorrido depois do

pocircr do sol estaacutegio e forccedila da mareacute etc (Tabela 1)

Tabela 1 Dados gerais do plano de amostragem do ictioplacircncton noestuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu Nuacutemero eacute o nuacutemero de reacuteplicas no ponto eIntervalo eacute o intervalo de tempo em dias entre duas coletas consecutivas

Ordem de amostragemData

Balsa 1a laje CaieirasNuacutemero Intervalo

28 marccedilo 00 1 3 2 2 _

27 abril 00 3 1 2 3 30

30 maio 00 3 1 2 3 33

27 junho 00 1 3 2 3 28

25 julho 00 2 1 3 3 28

22 agosto 00 2 3 1 3 28

25 setembro 00 3 1 2 3 34

20 outubro 00 1 3 2 3 25

26 novembro 00 2 3 1 3 37

19 dezembro 00 3 2 1 3 23

17 janeiro 01 1 2 3 3 29

16 fevereiro 01 3 2 1 3 30

13

Em todos os pontos foram feitas mediccedilotildees de temperatura salinidade e

concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido em duas profundidades (superfiacutecie e fundo) utilizando-

se Medidor Multi Paracircmetro YSI 85

33 Processamento das amostras

Sob microscoacutepio estereoscoacutepico (lupa) as larvas coletadas nos seis primeiros meses

de amostragem (51 amostras 6 em marccedilo de 2000 e 9 em cada um dos 5 meses seguintes)

foram triadas e identificadas e os ovos apenas enumerados As amostras que continham

grande abundacircncia de larvas ou de ovos foram fracionadas (ateacute 18 Tabela 2)

Tabela 2 Dados referentes agraves sete amostras fracionadas paratriagem Triadas eacute o nuacutemero de larvas nas fraccedilotildees triadasEstimadas eacute o nuacutemero estimado de larvas nas amostras inteiras

Mecircs Ponto Reacuteplica Fraccedilatildeo triada Triadas Estimadas

Marccedilo Caieiras 2a 1 4 367 1468

Marccedilo 1a laje 1a 1 4 261 1044

Marccedilo 1a laje 2a 1 8 172 1376

Abril 1a laje 1a 1 2 323 646

Abril 1a laje 2a 1 4 267 1068

Abril 1a laje 3a 1 4 124 496

Abril Balsa 1a 1 1 378 378

a amostra foi triada inteiramente para as larvas mas apenas metade dos ovos daamostra foi enumerada Nos outros casos a fraccedilatildeo triada para os ovos e a fraccedilatildeotriada para as larvas satildeo iguais

A identificaccedilatildeo foi realizada principalmente a partir das referecircncias gerais seguintes

Fahay (1983) Moser et al (1984) Leis amp Trnski (1989) Matarese et al (1989) Jeyaseelan

(1998) uma coletacircnea anocircnima de figuras colhidas na literatura (Anocircnimo) e a ediccedilatildeo

preliminar de Richards (2001) Para larvas mais desenvolvidas (juvenis) foram utilizados

Figueiredo amp Menezes (1978 1980 e 2000) Menezes amp Figueiredo (1980 e 1985) Barletta

14

amp Correcirca (1992) Smith (1997) e Carvalho-Filho (1999) Em vaacuterios casos foram realizadas

seacuteries de desenvolvimento (exemplo nos anexos A e B)

34 Anaacutelises estatiacutesticas

O volume de aacutegua filtrado em cada arrasto (Vfiltrado em metros cuacutebicos foacutermula

1) foi calculado a partir da distacircncia percorrida pelo fluxocircmetro (Distacircncia em metros

foacutermula 2) multiplicada pela aacuterea da boca de abertura da rede (Aacuterea em metros quadrados

foacutermula 4)

Vfiltrado = Distacircncia bull Aacuterea (1)

Em todas as equaccedilotildees bull eacute o sinal de multiplicaccedilatildeo

Distacircncia = ∆ bull Constante (2)

onde ∆ = no registrado no fim do arrasto - no registrado no iniacutecio do arrasto(3)

e onde Constante = constante do fluxocircmetro = 00384363

Aacuterea = π bull Raio2 (4)

onde π = 314159

e onde Raio = 03m

A abundacircncia (nuacutemero por metro cuacutebico foacutermula 5) de cada espeacutecie e dos ovos foi

calculada sobre o volume triado (Vtriado foacutermula 6)

Abundacircncia = Nuacutemero Vtriado (5)

onde Nuacutemero eacute o nuacutemero de indiviacuteduos ou de ovos

e onde

Vtriado = Vfiltrado bull Fraccedilatildeo triada (6)

15

onde Fraccedilatildeo triada eacute a fraccedilatildeo triada da amostra e varia entre 1 (toda a amostra foi triada) e

18 (um oitavo da amostra foi triada)(Tabela 2) Os dados do fluxocircmetro foram aberrantes

na 2a reacuteplica de Caieiras do mecircs de maio (05m3 filtrados indicando que a heacutelice ficou

bloqueada apesar da rede funcionar normalmente) O nuacutemero de dados utilizaacuteveis nas

anaacutelises de abundacircncia eacute entatildeo 50

Os dados obtidos tanto os bioloacutegicos quanto os fiacutesico-quiacutemicos foram tratados por

anaacutelises natildeo-parameacutetricas - teste de Friedman com α = 005 - considerando que as amostras

de uma mesma campanha satildeo ligadas entre si (Zar 1999) O nuacutemero inicial de valores para

as variaacuteveis ambientais eacute 12 (uma mediccedilatildeo por mecircs por ponto de amostragem e por

profundidade durante o ano inteiro de amostragem) O nuacutemero de valores para as variaacuteveis

bioloacutegicas foi de 16 Havendo duas replicaccedilotildees por ponto em marccedilo e trecircs nos outros

meses foi escolhido comparar as primeiras reacuteplicas dos pontos entre si as segundas

reacuteplicas dos pontos entre si e as terceiras reacuteplicas dos pontos entre si (Tabela 3) Dos

originais 17 grupos de replicaccedilotildees (marccedilo com 2 grupos os 5 outros meses com 3 grupos)

um foi invalidado (o das 2as reacuteplicas do mecircs de maio) pelo natildeo funcionamento do

fluxocircmetro

As variaacuteveis contiacutenuas foram testadas para normalidade (e homocedasticidade) com

o teste de Kolmogorov-Smirnov-Lilliefors (Legendre amp Legendre 1983) Apoacutes

normalizaccedilatildeo anaacutelises parameacutetricas de variacircncia (ANOVA Zar 1999) foram aplicadas

sobre os dados bioloacutegicos sendo a variaacutevel dependente o nuacutemero de indiviacuteduos o nuacutemero

de ovos ou o iacutendice de diversidade (α = alpha de Williams ou alpha de Fisher) O alpha eacute

obtido atraveacutes das seguintes equaccedilotildees (foacutermulas 7 e 8) (Rosenzweig 1995)

S = - α bull ln (1 - x) (7)

16

onde S eacute o nuacutemero de taxa larvais na amostra (excluindo os natildeo identificados)

e onde α eacute o iacutendice de diversidade

e onde ln eacute o operador logariacutetmico neperiano (de base e)

e onde x eacute uma constante que satisfaz

S N = [(x - 1) x] bull ln (1 - x) (8)

onde N eacute o nuacutemero de indiviacuteduos na amostra

Tabela 3 Combinaccedilatildeo das amostras nos grupos testados atraveacutes do teste deFriedman para a abundacircncia dos taxa

Mecircs Balsa Caieiras 1a laje Grupo

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 1Marccedilo

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 2

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 3

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 4Abril

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 5

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 6

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 7Maio

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 8

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 9

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 10Junho

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 11

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 12

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 13Julho

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 14

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 15

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 16Agosto

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 17

grupo invalidado devido agrave falha do fluxocircmetro

As variaacuteveis independentes incluiacutedas nas anaacutelises de variacircncia foram

a) O local de amostragem com trecircs categorias pontos Balsa Caieirase 1a laje

b) O mecircs do ano com seis categorias marccedilo abril maio junho julho e agosto

17

c) O volume triado para larvas como covariaacutevel contiacutenua em m3

Foi utilizado para as ANOVAs o tipo III onde a significacircncia da variaacutevel

independente testada eacute estimada apoacutes as outras variaacuteveis do modelo serem incluiacutedas ou

seja quando essas outras variaacuteveis jaacute explicarem uma parte da variabilidade da variaacutevel

dependente A utilizaccedilatildeo deste tipo diminui a possibilidade de as significacircncias obtidas

serem falsas Diferenccedilas entre as categorias das variaacuteveis foram posteriormente testadas

atraveacutes das meacutedias marginais

18

4 RESULTADOS

41 Dados abioacuteticos

Nos trecircs pontos a temperatura tanto da superfiacutecie quanto do fundo teve seus

maiores valores no veratildeo e seus menores valores no inverno (Figura 3) No mecircs de

dezembro a temperatura nos trecircs pontos teve um decliacutenio devido agraves chuvas De acordo com

o teste de Friedman (Tabela 4) a temperatura foi significativamente diferente entre os trecircs

pontos tanto na superfiacutecie quanto no fundo

18

22

26

30

34

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Te

mp

era

tura

(C

) d

a

su

pe

rfiacutec

ie

(a)

18

22

26

30

34

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Tem

per

atu

ra (

C)

do

fu

nd

o

(b)

Figura 3 Evoluccedilatildeo mensal da temperatura nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a temperatura na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a temperatura do fundo Para melhor visualizaccedilatildeoo eixo vertical inicia-se em 18oC

Balsa Caieiras 1a Laje

19

Baseado nas ordens meacutedias obtidas no teste de Friedman Caieiras e 1a laje

apresentaram valores de temperatura semelhantes enquanto que Balsa mostrou ter aacuteguas

mais frias que os outros dois pontos (Tabela 4)

Tabela 4 Resultados dos testes de Friedman para as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas daaacutegua do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 emtodos os casos

Temperatura Salinidade OxigecircnioEstatiacutestica

Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo

Nuacutemero de valores 12 12 12 12 11 9

Qui-quadrado 6435 11511 23532 19500 10364 14889

Significacircncia 0040 0003 0000 0000 0006 0001

Local Ordem meacutedia

Balsa 142 129 296 300 273 300

Caieiras 225 208 100 175 191 178

1a laje 233 263 204 125 136 122

um valor foi excluiacutedo trecircs valores foram excluiacutedos Ver texto para explicaccedilotildees

Nos meses de marccedilo e dezembro a salinidade superficial diminuiu nos trecircs pontos

devido agrave aacutegua doce proveniente das chuvas (Figura 4) Nos meses de novembro e dezembro

houve queda da salinidade de fundo em Caieiras e 1a laje respectivamente tambeacutem por

causa das chuvas O ponto Balsa apresentou valores de salinidade de superfiacutecie maiores

que 1a laje que por sua vez apresentou valores maiores que Caieiras (Figura 4) Quanto

agrave salinidade do fundo na Balsa tambeacutem foram encontrados os maiores valores enquanto

que Caieiras geralmente teve uma pequena superioridade sobre os valores da 1a laje

(Figura 4) Segundo o teste de Friedman (Tabela 4) a salinidade tanto de superfiacutecie quanto

de fundo apresentou diferenccedila significativa entre os valores dos trecircs pontos

20

0

10

20

30

40

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Sal

inid

ade

da

sup

erfiacute

cie

(a)

0

10

20

30

40

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Sal

inid

ade

do

fu

nd

o

(b)

Figura 4 Evoluccedilatildeo mensal da salinidade nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a salinidade na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a salinidade do fundo

Quanto agraves concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido verificou-se que a Balsa

apresentou os maiores valores seguindo de Caieiras e por uacuteltimo 1a laje tanto para as

concentraccedilotildees superficiais quanto para as de fundo (Figura 5) No mecircs de outubro houve

um pico dessas concentraccedilotildees nos trecircs pontos (Figura 5) Natildeo se pode relacionar esses

valores a qualquer evento (por exemplo climaacutetico) excepcional Poreacutem assim como esses

valores natildeo podem ser relacionados a qualquer manutenccedilatildeo ou falha do aparelho de

mediccedilatildeo os dados foram utilizados nas anaacutelises Os valores de oxigecircnio de julho 2000 em

Balsa Caieiras 1a Laje

21

Caieiras (fundo) de novembro 2000 na 1a laje (fundo) e de fevereiro 2001 na Balsa

(superfiacutecie e fundo) foram considerados outliers ou seja valores extraordinaacuterios (natildeo

representativos) e por isso foram desprezados Como esses valores foram encontrados

sempre nas uacuteltimas mediccedilotildees das campanhas das amostragens referidas acredita-se que

podem ter sido obtidos por falha do aparelho de mediccedilatildeo De acordo com o teste de

Friedman (Tabela 4) as concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido tanto na superfiacutecie quanto no

fundo tiveram valores significativamente diferentes nos trecircs pontos

0

2

4

6

8

10

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Oxi

gecircn

io d

isso

lvid

o (

mg

L)

da

su

pe

rfiacutec

ie

(a)

0

2

4

6

8

10

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Oxi

gecircn

io d

isso

lvid

o (

mg

L)

do

fu

nd

o

(b)Figura 5 Evoluccedilatildeo mensal da concentraccedilatildeo de oxigecircniodissolvido nos trecircs pontos de amostragens Acima (a) estaacute aconcentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua da superfiacutecie abaixo(b) estaacute a concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua do fundo

Balsa Caieiras 1a Laje

22

42 Dados bioacuteticos

Durante os seis primeiros meses foram triadas 7430 larvas (de um total amostrado

estimado de 12014) das quais 7235 foram identificadas Natildeo foi possiacutevel a identificaccedilatildeo

de 195 larvas Foram enumerados 21649 ovos de um total amostrado estimado de 51365

Foram identificados 44 taxa (excluindo as larvas natildeo identificadas) que pertencem a

23 famiacutelias Estes 44 taxa foram identificados seja ao niacutevel de espeacutecie (17 espeacutecies) ou ao

niacutevel de gecircnero (15 gecircneros) ou ao niacutevel de famiacutelia (12 famiacutelias) (Tabela 5)

Os ovos natildeo foram identificados Vaacuterios tipos foram encontrados (ver Anexo C)

incluindo ovos de Engraulidae facilmente reconheciacuteveis devido agrave sua forma oval

As famiacutelias com maiores nuacutemeros de indiviacuteduos nos trecircs pontos foram Engraulidae

Gobiidae e Haemulidae (Tabela 5)

Os taxa que ocorreram apenas na Balsa foram Paralichthyidae Microdesmus

longipinnis Stellifer rastrifer Gobiosoma sp Gobiosoma hemigymnum Menticirrhus sp

Atherinella brasiliensis Ophichthidae e Raneya brasiliensis

Foram encontrados apenas em Caieiras os taxa Odontoscion dentex Dormitator

maculatus Pseudophallus mindii Lutjanus analis e Mugilidae

Ostetus lineatus e Gobiesocidae foram taxa que ocorreram apenas na 1a laje

23

Tabela 5 Lista dos taxa identificados nas coletas realizadas entre marccedilo e agosto de 2000 no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de indiviacuteduos e a frequumlecircncia total e por ponto de amostragem satildeo dados sem correccedilatildeo pelo volume triadoN eacute o nuacutemero de indiviacuteduos Freq eacute a frequumlecircncia lt 001 indica frequumlecircncia inferior a 1

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqENGRAULIDAE 3546 048 640 023 1093 067 1813 062GOBIIDAE Microgobius meeki 2594 035 1364 048 315 019 915 031HAEMULIDAE 402 005 388 014 0 14 lt 001Natildeo identificados 195 003 115 004 26 002 54 002TETRAODONTIDAE Sphoeroides sp 136 002 80 003 28 002 28 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp2 134 002 60 002 63 004 11 lt 001SCIAENIDAE (larvas viteliacutenicas) 84 001 58 002 20 001 6 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp1 83 001 35 001 39 002 9 lt 001SCIAENIDAE Micropogonias furnieri 30 lt 001 15 001 7 lt 001 8 lt 001GERREIDAE Eucinostomus sp 36 lt 001 14 lt 001 13 lt 001 9 lt 001GOBIIDAE Coryphopterus glaucofraenum 35 lt 001 14 lt 001 3 lt 001 18 lt 001BLENNIIDAE 31 lt 001 11 lt 001 7 lt 001 13 lt 001ACHIRIDAE Achirus sp 17 lt 001 1 lt 001 4 lt 001 12 lt 001ATHERINIDAE 11 lt 001 2 lt 001 5 lt 001 4 lt 001CLUPEIDAE 11 lt 001 10 lt 001 0 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer sp 8 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 4 lt 001SCIAENIDAE 9 lt 001 0 3 lt 001 6 lt 001PARALICHTHYIDAE Citharichthys sp 7 lt 001 1 lt 001 5 lt 001 1 lt 001SYNGNATHIDAE Syngnathus sp 5 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 3 lt 001PARALICHTHYIDAE 5 lt 001 5 lt 001 0 0MICRODESMIDAE Microdesmus longipinnis 5 lt 001 5 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus sp 4 lt 001 3 lt 001 0 1 lt 001

24

Tabela 5 continuaccedilatildeo

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0

Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100

25

421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50

Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma

transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua

bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a

trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises

parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-

normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo

como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da

anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas

Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os

meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)

Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior

influecircncia que o local (Tabela 6)

Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 7439 22203 le 0001

Erro 41 0335

Total 49

Local 2 1990 5939 0005

Mecircs 5 11081 33074 le 0001

Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

26

Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de

marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o

ponto com a menor abundacircncia de larvas

20

30

40

50

60

70

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

35

40

45

50

55

Balsa Caieiras 1a laje

Local de amostragem

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50

Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume

triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50

Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os

resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas

27

foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os

ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)

Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 27624 16233 le 0001

Erro 41 1702

Total 49

Local 2 0592 0348 0708bull

Mecircs 5 24395 14336 le 0001

Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

01234567

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs

O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do

normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em

relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado

somente significacircncias le 001 foram consideradas

28

Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente

em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do

iacutendice eacute explicada pelo modelo

Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 3692 3684 0003

Erro 41 1002

Total 49

Local 2 2298 2292 0114bull

Mecircs 5 1627 1624 0175bull

Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull

bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001

422 Padrotildees espaciais de abundacircncia

Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa

Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp

Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus

glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa

apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem

(Tabela 9)

Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae

(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos

significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas

muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira

29

Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior

abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp

Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia

(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus

sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas

espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se

larvas muito jovens indicando que podem ser residentes

Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal

Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas

Qui -quadrado

SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje

Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188

M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131

Haemulidae - 14308 0001 256 191 153

Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156

Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244

Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206

M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197

Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206

C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175

Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200

Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188

A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies

Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas

maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que

apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas

30

espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque

ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais

pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao

contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes

Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de

indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste

31

5 DISCUSSAtildeO

Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo

segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e

Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae

Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae

Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae

Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias

de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp

Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)

Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior

abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no

periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande

maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al

(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na

primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do

veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees

Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos

seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria

por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no

estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em

parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada

(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas

32

latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes

em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi

inferior a 1

Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria

(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo

representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas

triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute

Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos

ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan

(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia

sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)

A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira

mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do

rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido

Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia

reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia

Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de

dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo

podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio

33

Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo

encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp

Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)

Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que

1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois

apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas

concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido

2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa

principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio

Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros

dois pontos

3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos

apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-

quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu

Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo

diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo

da migraccedilatildeo das larvas de peixes

Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram

significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus

spp e Achirus sp (Tabela 9)

Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou

migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por

terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa

34

Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes

dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio

predominando em Caieiras (braccedilo norte)

As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia

quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies

migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna

daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele

permanecerem

As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo

podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu

posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque

quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais

abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo

norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce

proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave

estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp

parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo

norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o

fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo

rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do

estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do

que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas

espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)

35

6 CONCLUSOtildeES

O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna

ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e

Haemulidae

O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de

amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis

meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que

no braccedilo sul

As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial

heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou

distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae

O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por

espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos

estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus

spp

36

7 REFEREcircNCIAS

ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-

ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227

ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas

Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11

p53-65 1999

ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa

Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro

v14 no1 p121-134 1997

ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na

literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas

BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil

1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p

BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish

in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese

(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999

BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da

Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE

ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232

BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de

Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de

Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997

37

BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In

ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986

p35

CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p

CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada

da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia

Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal

Fluminense Rio de Janeiro 1998

CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino

do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185

1996

CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton

del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860

EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the

continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint

Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation

processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast

Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138

EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish

larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and

Marine Research v47 no 3 p183-200 1999

FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north

Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest

Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II

Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p

38

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p

FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998

FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition

and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114

HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed

Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207

HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna

ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282

HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two

North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179

HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean

fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46

p383-488

HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or

kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the

Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington

1934 v 48 p41-117

HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of

some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938

v48 p505-642

39

IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do

ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-

AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo

Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22

JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed

Paris UNESCO 1998 193 p

JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina

Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine

Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752

JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in

Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998

KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance

and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)

Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego

Academic Press 1996 p 235-255

LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats

Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253

LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier

Scientific Publishing Company 1983 419p

LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South

Wales University Press 1989 370 p

MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast

Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p

40

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V

Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p

MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla

American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p

MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel

Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish

recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish

conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54

OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos

decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297

PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema

estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205

RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history

stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel

http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]

ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge

University Press 1995 439p

SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de

Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77

1980

SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de

Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -

41

Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-

300 1982

SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New

York Chanticleer 1997 720p

SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei

Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western

Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012

SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das

Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia

Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998

SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do

ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de

Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991

WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese

(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata

Argentina 1981

WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de

Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117

WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the

eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24

v39 p141-201

ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999

42

Anexo A

(a)

(b)

(c)

Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)

43

Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas

Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm

Page 7: O ICTIOPLÂNCTON DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-AÇU, ES. · cada ponto foram feitos três arrastos com rede tipo bongô de malha 333 µm, com três minutos de duração cada. Foram

6

possivelmente represente uma fonte econocircmica de importacircncia para os moradores das

regiotildees estuarinas (Andreata amp Frederick 1999)

A ictiofauna estuarino-costeira do Espiacuterito Santo eacute pouco conhecida sendo

apresentada apenas no trabalho de Helmer amp Barbosa (1987) O domiacutenio oceacircnico foi

assunto de estudos ictioplanctoloacutegicos mais aprofundados (Ekau amp Matsuura 1996 Ekau

et al 1999) No litoral estudos em andamento estimam aproximadamente 230 espeacutecies de

peixes (S Floeter amp JL Gasparini comunicaccedilatildeo pessoal) incluindo as espeacutecies de costatildeo

(recifais) e aquelas que se encontram tipicamente sobre fundos oceacircnicos moles (areia e

lama) e nos estuaacuterios totalizando um terccedilo de todas as espeacutecies marinhas e estuarinas

conhecidas do Brasil (Fishbase 1998)

As espeacutecies espiacuterito-santenses pertencem tanto ao conjunto das formas tropicais

quanto ao de aacuteguas temperadas (Floeter amp Gasparini 2000) Este uacuteltimo eacute mais conhecido

em relaccedilatildeo agrave descriccedilatildeo do estado larval e agrave sua ecologia devido agrave sua similaridade com a

fauna do Atlacircntico Nordeste (desde Welch amp Breder 1923-24 Hildebrand amp Cable 1930

1934 1938 etc) e ao importante desenvolvimento das pesquisas no Sul do Brasil desde

Weiss amp Krug (1977) Sinque (1980) e Weiss (1981) Em regiotildees mais proacuteximas

recentemente trabalhos tecircm sido desenvolvidos no estado do Rio de Janeiro (Soares et al

1991 Bonecker 1997 Castro 1998 e Soares 1998) e no sul da Bahia (Castro amp Bonecker

1996) A primeira informaccedilatildeo sobre o ictioplacircncton no Espiacuterito Santo foi apresentada em

resumo por Bonecker amp Dias (1986) apud Bonecker (1997) Recentemente Almeida et al

(2000) e Pereira et al (2000) apresentaram dados preliminares sobre a imigraccedilatildeo do

ictioplacircncton para a Baiacutea de Vitoacuteria e as massas daacutegua que este ictioplacircncton utiliza

durante a sua migraccedilatildeo

7

De modo geral nos estuaacuterios o ictioplacircncton eacute composto por espeacutecies residentes ou

seja que completam todo o seu ciclo de vida neste local e de espeacutecies migratoacuterias que se

reproduzem no oceano e imigram para o estuaacuterio ainda na fase larval ou juvenil As larvas

migratoacuterias apresentam dois tipos de comportamento para deslocarem verticalmente na

coluna de aacutegua O primeiro consiste num deslocamento vertical diurno independente da

mareacute (Joyeux 1998) O segundo tambeacutem consiste num deslocamento vertical diurno na

coluna de aacutegua poreacutem dependente da fase da mareacute (Joyeux 1998) Este eacute frequumlentemente

chamado TST sigla para Tidal Stream Transport As larvas pelaacutegicas ou seja aquelas

que satildeo mais abundantes na parte superior da coluna daacutegua utilizam preferencialmente o

primeiro tipo As larvas demersais que satildeo mais abundantes na parte inferior da coluna

daacutegua utilizam o segundo tipo Os dois tipos de comportamento podem ser utilizados para

as larvas manterem-se em um local ou progredirem para montante Entretanto a teoria

supotildee que o segundo tipo eacute mais eficiente em relaccedilatildeo ao posicionamento horizontal e entatildeo

as larvas que utilizam TST para migrarem podem ter vantagens sobre aquelas que natildeo

utilizam tal comportamento em ambientes estratificados Assim as espeacutecies que utilizam e

aquelas que natildeo utilizam o TST podem ter distribuiccedilatildeo horizontal diferenciada dentro dos

estuaacuterios

Este trabalho descreve a comunidade ictioplanctocircnica e apresenta a sua distribuiccedilatildeo

espacial e temporal (num periacuteodo de seis meses) no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu Aleacutem

disso analisa se haacute diferenccedila tanto na composiccedilatildeo fauniacutestica como na abundacircncia entre os

dois braccedilos do rio Assim a morfologia do estuaacuterio pode ser utilizada para explicar melhor

qual a relaccedilatildeo das caracteriacutesticas hidroloacutegicas com a distribuiccedilatildeo espacial o

comportamento e a ecologia das larvas de peixes dependentes dos estuaacuterios

8

2 OBJETIVOS

21 Objetivo geral

Caracterizar a fauna ictioplanctocircnica do estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu bem como determinar

a sua distribuiccedilatildeo espacial e temporal no periacuteodo de marccedilo a agosto de 2000

22 Objetivos especiacuteficos

a) Descrever a abundacircncia e a composiccedilatildeo taxonocircmica do ictioplacircncton no estuaacuterio do

Piraquecirc-accedilu

b) Descrever a variaccedilatildeo temporal e espacial do ictioplacircncton

c) Verificar a existecircncia de diferenccedilas de distribuiccedilatildeo espacial entre espeacutecies residentes

d) Verificar a existecircncia de diferenccedila de distribuiccedilatildeo entre espeacutecies migratoacuterias pelaacutegicas e

demersais

9

3 METODOLOGIA

31 Aacuterea de estudo

O Rio Piraquecirc-accedilu tem sua nascente localizada a 1100m de altitude na Reserva de

Nova Lombardia municiacutepio de Santa Teresa (ES) e seu estuaacuterio no distrito de Santa Cruz

municiacutepio de Aracruz (ES) - localizado ao norte do estado a aproximadamente 50 km de

Vitoacuteria (Figura 1) O estuaacuterio estaacute localizado proacuteximo agraves coordenadas 40o09W e 19o57S e

apresenta-se na forma de Y com a bifurcaccedilatildeo logo apoacutes a barra de entrada O braccedilo norte

o chamado Rio Piraquecirc-accedilu atraveacutes do qual desaacutegua o rio homocircnimo tem caracteriacutesticas

fiacutesico-quiacutemicas bastante variaacuteveis devido ao fluxo de aacutegua doce Por isso tem tendecircncia agrave

estratificaccedilatildeo (GF Barroso comunicaccedilatildeo pessoal) O braccedilo sul o afluente chamado Rio

Piraquecirc-mirim parece mais profundo que o braccedilo norte Por receber pouca aacutegua doce suas

caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas satildeo relativamente estaacuteveis Eacute raramente estratificado (GF

Barroso comunicaccedilatildeo pessoal) Os dois braccedilos e a confluecircncia satildeo marginados por um

beliacutessimo manguezal que se estende ateacute o mar Anaacutelises das concentraccedilotildees de coliformes

totais e fecais entre outras indicam que o estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu parece pouco

poluiacutedo (GF comunicaccedilatildeo pessoal)

10

Figura 1 Bacia do complexo Piraquecirc-accedilu Piraquecirc-mirim A grade indicacoordenadas UTM (Universal Transversal Mercator em metros) No quadroesquerdo estaacute a localizaccedilatildeo do estuaacuterio no estado do Espiacuterito Santo No quadrodireito estatildeo dados geograacuteficos gerais para a bacia estuaacuterio e rios (CortesiaGilberto Fonseca Barroso)

32 Amostragens

As amostragens foram realizadas mensalmente entre marccedilo de 2000 e fevereiro de

2001 em trecircs pontos do estuaacuterio (Figura 2)

a) o primeiro localizado na entrada do estuaacuterio proacuteximo agraves balsas de cultivo de ostras

denominado Balsa

b) o segundo localizado no braccedilo norte (Rio Piraquecirc-accedilu) em frente ao antigo porto de

Caieiras denominado Caieiras que estaacute a 55 km de distacircncia a montante da Balsa

11

c) o terceiro situado no braccedilo sul (Rio Piraquecirc-mirim) no ponto chamado 1a Laje que estaacute

a 53 km a montante da Balsa

A confluecircncia dos dois braccedilos encontra-se a 22 km a montante da Balsa a 33 km

a jusante de Caieiras e a 31 km a jusante da 1a laje (Figura 2)

Figura 2 O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu e os pontos amostrais Coordenadasgeograacuteficas em graus minutos e segundos (Cortesia Gilberto Fonseca Barroso)

Foi utilizada para as coletas rede cocircnica do tipo bongocirc com malha de 333

microcircmetros diacircmetro de abertura de 60cm e 3m de comprimento total A rede foi puxada

por barco a motor equipada com fluxocircmetro mecacircnico (General Oceanics 2030R) As

amostras foram coletadas por arrastos na regiatildeo meacutedia da coluna daacutegua com duraccedilatildeo de

trecircs minutos cada Esta duraccedilatildeo foi reduzida a dois ou ateacute um minuto quando havia grande

abundacircncia de ctenoacuteforos ou detritos (meses de agosto setembro e novembro) Arrastos

12

foram triplicados exceto na coleta de marccedilo que teve apenas duas reacuteplicas por ponto As

amostras foram fixadas em formol neutralizado 5 e armazenadas fora da luz para reduzir

a despigmentaccedilatildeo

As amostragens foram feitas no periacuteodo noturno devido agrave maior abundacircncia das

larvas na coluna daacutegua neste periacuteodo do que durante o dia (Hettler amp Barker 1993) Se

iniciaram logo apoacutes o pocircr do sol nas fases de mareacutes mortas (ou seja de quadratura = lua

minguante) com uma periodicidade aproximada de 28 (vinte e oito) dias Nessas mareacutes haacute

baixa concentraccedilatildeo de ctenoacuteforos e detritos originados do mangue que prejudicam a coleta

e a triagem

Os pontos foram amostrados de maneira aleatoacuteria para minimizar os efeitos de

outros fatores que poderiam influenciar os resultados tal como tempo decorrido depois do

pocircr do sol estaacutegio e forccedila da mareacute etc (Tabela 1)

Tabela 1 Dados gerais do plano de amostragem do ictioplacircncton noestuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu Nuacutemero eacute o nuacutemero de reacuteplicas no ponto eIntervalo eacute o intervalo de tempo em dias entre duas coletas consecutivas

Ordem de amostragemData

Balsa 1a laje CaieirasNuacutemero Intervalo

28 marccedilo 00 1 3 2 2 _

27 abril 00 3 1 2 3 30

30 maio 00 3 1 2 3 33

27 junho 00 1 3 2 3 28

25 julho 00 2 1 3 3 28

22 agosto 00 2 3 1 3 28

25 setembro 00 3 1 2 3 34

20 outubro 00 1 3 2 3 25

26 novembro 00 2 3 1 3 37

19 dezembro 00 3 2 1 3 23

17 janeiro 01 1 2 3 3 29

16 fevereiro 01 3 2 1 3 30

13

Em todos os pontos foram feitas mediccedilotildees de temperatura salinidade e

concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido em duas profundidades (superfiacutecie e fundo) utilizando-

se Medidor Multi Paracircmetro YSI 85

33 Processamento das amostras

Sob microscoacutepio estereoscoacutepico (lupa) as larvas coletadas nos seis primeiros meses

de amostragem (51 amostras 6 em marccedilo de 2000 e 9 em cada um dos 5 meses seguintes)

foram triadas e identificadas e os ovos apenas enumerados As amostras que continham

grande abundacircncia de larvas ou de ovos foram fracionadas (ateacute 18 Tabela 2)

Tabela 2 Dados referentes agraves sete amostras fracionadas paratriagem Triadas eacute o nuacutemero de larvas nas fraccedilotildees triadasEstimadas eacute o nuacutemero estimado de larvas nas amostras inteiras

Mecircs Ponto Reacuteplica Fraccedilatildeo triada Triadas Estimadas

Marccedilo Caieiras 2a 1 4 367 1468

Marccedilo 1a laje 1a 1 4 261 1044

Marccedilo 1a laje 2a 1 8 172 1376

Abril 1a laje 1a 1 2 323 646

Abril 1a laje 2a 1 4 267 1068

Abril 1a laje 3a 1 4 124 496

Abril Balsa 1a 1 1 378 378

a amostra foi triada inteiramente para as larvas mas apenas metade dos ovos daamostra foi enumerada Nos outros casos a fraccedilatildeo triada para os ovos e a fraccedilatildeotriada para as larvas satildeo iguais

A identificaccedilatildeo foi realizada principalmente a partir das referecircncias gerais seguintes

Fahay (1983) Moser et al (1984) Leis amp Trnski (1989) Matarese et al (1989) Jeyaseelan

(1998) uma coletacircnea anocircnima de figuras colhidas na literatura (Anocircnimo) e a ediccedilatildeo

preliminar de Richards (2001) Para larvas mais desenvolvidas (juvenis) foram utilizados

Figueiredo amp Menezes (1978 1980 e 2000) Menezes amp Figueiredo (1980 e 1985) Barletta

14

amp Correcirca (1992) Smith (1997) e Carvalho-Filho (1999) Em vaacuterios casos foram realizadas

seacuteries de desenvolvimento (exemplo nos anexos A e B)

34 Anaacutelises estatiacutesticas

O volume de aacutegua filtrado em cada arrasto (Vfiltrado em metros cuacutebicos foacutermula

1) foi calculado a partir da distacircncia percorrida pelo fluxocircmetro (Distacircncia em metros

foacutermula 2) multiplicada pela aacuterea da boca de abertura da rede (Aacuterea em metros quadrados

foacutermula 4)

Vfiltrado = Distacircncia bull Aacuterea (1)

Em todas as equaccedilotildees bull eacute o sinal de multiplicaccedilatildeo

Distacircncia = ∆ bull Constante (2)

onde ∆ = no registrado no fim do arrasto - no registrado no iniacutecio do arrasto(3)

e onde Constante = constante do fluxocircmetro = 00384363

Aacuterea = π bull Raio2 (4)

onde π = 314159

e onde Raio = 03m

A abundacircncia (nuacutemero por metro cuacutebico foacutermula 5) de cada espeacutecie e dos ovos foi

calculada sobre o volume triado (Vtriado foacutermula 6)

Abundacircncia = Nuacutemero Vtriado (5)

onde Nuacutemero eacute o nuacutemero de indiviacuteduos ou de ovos

e onde

Vtriado = Vfiltrado bull Fraccedilatildeo triada (6)

15

onde Fraccedilatildeo triada eacute a fraccedilatildeo triada da amostra e varia entre 1 (toda a amostra foi triada) e

18 (um oitavo da amostra foi triada)(Tabela 2) Os dados do fluxocircmetro foram aberrantes

na 2a reacuteplica de Caieiras do mecircs de maio (05m3 filtrados indicando que a heacutelice ficou

bloqueada apesar da rede funcionar normalmente) O nuacutemero de dados utilizaacuteveis nas

anaacutelises de abundacircncia eacute entatildeo 50

Os dados obtidos tanto os bioloacutegicos quanto os fiacutesico-quiacutemicos foram tratados por

anaacutelises natildeo-parameacutetricas - teste de Friedman com α = 005 - considerando que as amostras

de uma mesma campanha satildeo ligadas entre si (Zar 1999) O nuacutemero inicial de valores para

as variaacuteveis ambientais eacute 12 (uma mediccedilatildeo por mecircs por ponto de amostragem e por

profundidade durante o ano inteiro de amostragem) O nuacutemero de valores para as variaacuteveis

bioloacutegicas foi de 16 Havendo duas replicaccedilotildees por ponto em marccedilo e trecircs nos outros

meses foi escolhido comparar as primeiras reacuteplicas dos pontos entre si as segundas

reacuteplicas dos pontos entre si e as terceiras reacuteplicas dos pontos entre si (Tabela 3) Dos

originais 17 grupos de replicaccedilotildees (marccedilo com 2 grupos os 5 outros meses com 3 grupos)

um foi invalidado (o das 2as reacuteplicas do mecircs de maio) pelo natildeo funcionamento do

fluxocircmetro

As variaacuteveis contiacutenuas foram testadas para normalidade (e homocedasticidade) com

o teste de Kolmogorov-Smirnov-Lilliefors (Legendre amp Legendre 1983) Apoacutes

normalizaccedilatildeo anaacutelises parameacutetricas de variacircncia (ANOVA Zar 1999) foram aplicadas

sobre os dados bioloacutegicos sendo a variaacutevel dependente o nuacutemero de indiviacuteduos o nuacutemero

de ovos ou o iacutendice de diversidade (α = alpha de Williams ou alpha de Fisher) O alpha eacute

obtido atraveacutes das seguintes equaccedilotildees (foacutermulas 7 e 8) (Rosenzweig 1995)

S = - α bull ln (1 - x) (7)

16

onde S eacute o nuacutemero de taxa larvais na amostra (excluindo os natildeo identificados)

e onde α eacute o iacutendice de diversidade

e onde ln eacute o operador logariacutetmico neperiano (de base e)

e onde x eacute uma constante que satisfaz

S N = [(x - 1) x] bull ln (1 - x) (8)

onde N eacute o nuacutemero de indiviacuteduos na amostra

Tabela 3 Combinaccedilatildeo das amostras nos grupos testados atraveacutes do teste deFriedman para a abundacircncia dos taxa

Mecircs Balsa Caieiras 1a laje Grupo

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 1Marccedilo

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 2

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 3

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 4Abril

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 5

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 6

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 7Maio

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 8

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 9

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 10Junho

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 11

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 12

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 13Julho

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 14

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 15

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 16Agosto

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 17

grupo invalidado devido agrave falha do fluxocircmetro

As variaacuteveis independentes incluiacutedas nas anaacutelises de variacircncia foram

a) O local de amostragem com trecircs categorias pontos Balsa Caieirase 1a laje

b) O mecircs do ano com seis categorias marccedilo abril maio junho julho e agosto

17

c) O volume triado para larvas como covariaacutevel contiacutenua em m3

Foi utilizado para as ANOVAs o tipo III onde a significacircncia da variaacutevel

independente testada eacute estimada apoacutes as outras variaacuteveis do modelo serem incluiacutedas ou

seja quando essas outras variaacuteveis jaacute explicarem uma parte da variabilidade da variaacutevel

dependente A utilizaccedilatildeo deste tipo diminui a possibilidade de as significacircncias obtidas

serem falsas Diferenccedilas entre as categorias das variaacuteveis foram posteriormente testadas

atraveacutes das meacutedias marginais

18

4 RESULTADOS

41 Dados abioacuteticos

Nos trecircs pontos a temperatura tanto da superfiacutecie quanto do fundo teve seus

maiores valores no veratildeo e seus menores valores no inverno (Figura 3) No mecircs de

dezembro a temperatura nos trecircs pontos teve um decliacutenio devido agraves chuvas De acordo com

o teste de Friedman (Tabela 4) a temperatura foi significativamente diferente entre os trecircs

pontos tanto na superfiacutecie quanto no fundo

18

22

26

30

34

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Te

mp

era

tura

(C

) d

a

su

pe

rfiacutec

ie

(a)

18

22

26

30

34

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Tem

per

atu

ra (

C)

do

fu

nd

o

(b)

Figura 3 Evoluccedilatildeo mensal da temperatura nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a temperatura na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a temperatura do fundo Para melhor visualizaccedilatildeoo eixo vertical inicia-se em 18oC

Balsa Caieiras 1a Laje

19

Baseado nas ordens meacutedias obtidas no teste de Friedman Caieiras e 1a laje

apresentaram valores de temperatura semelhantes enquanto que Balsa mostrou ter aacuteguas

mais frias que os outros dois pontos (Tabela 4)

Tabela 4 Resultados dos testes de Friedman para as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas daaacutegua do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 emtodos os casos

Temperatura Salinidade OxigecircnioEstatiacutestica

Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo

Nuacutemero de valores 12 12 12 12 11 9

Qui-quadrado 6435 11511 23532 19500 10364 14889

Significacircncia 0040 0003 0000 0000 0006 0001

Local Ordem meacutedia

Balsa 142 129 296 300 273 300

Caieiras 225 208 100 175 191 178

1a laje 233 263 204 125 136 122

um valor foi excluiacutedo trecircs valores foram excluiacutedos Ver texto para explicaccedilotildees

Nos meses de marccedilo e dezembro a salinidade superficial diminuiu nos trecircs pontos

devido agrave aacutegua doce proveniente das chuvas (Figura 4) Nos meses de novembro e dezembro

houve queda da salinidade de fundo em Caieiras e 1a laje respectivamente tambeacutem por

causa das chuvas O ponto Balsa apresentou valores de salinidade de superfiacutecie maiores

que 1a laje que por sua vez apresentou valores maiores que Caieiras (Figura 4) Quanto

agrave salinidade do fundo na Balsa tambeacutem foram encontrados os maiores valores enquanto

que Caieiras geralmente teve uma pequena superioridade sobre os valores da 1a laje

(Figura 4) Segundo o teste de Friedman (Tabela 4) a salinidade tanto de superfiacutecie quanto

de fundo apresentou diferenccedila significativa entre os valores dos trecircs pontos

20

0

10

20

30

40

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Sal

inid

ade

da

sup

erfiacute

cie

(a)

0

10

20

30

40

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Sal

inid

ade

do

fu

nd

o

(b)

Figura 4 Evoluccedilatildeo mensal da salinidade nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a salinidade na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a salinidade do fundo

Quanto agraves concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido verificou-se que a Balsa

apresentou os maiores valores seguindo de Caieiras e por uacuteltimo 1a laje tanto para as

concentraccedilotildees superficiais quanto para as de fundo (Figura 5) No mecircs de outubro houve

um pico dessas concentraccedilotildees nos trecircs pontos (Figura 5) Natildeo se pode relacionar esses

valores a qualquer evento (por exemplo climaacutetico) excepcional Poreacutem assim como esses

valores natildeo podem ser relacionados a qualquer manutenccedilatildeo ou falha do aparelho de

mediccedilatildeo os dados foram utilizados nas anaacutelises Os valores de oxigecircnio de julho 2000 em

Balsa Caieiras 1a Laje

21

Caieiras (fundo) de novembro 2000 na 1a laje (fundo) e de fevereiro 2001 na Balsa

(superfiacutecie e fundo) foram considerados outliers ou seja valores extraordinaacuterios (natildeo

representativos) e por isso foram desprezados Como esses valores foram encontrados

sempre nas uacuteltimas mediccedilotildees das campanhas das amostragens referidas acredita-se que

podem ter sido obtidos por falha do aparelho de mediccedilatildeo De acordo com o teste de

Friedman (Tabela 4) as concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido tanto na superfiacutecie quanto no

fundo tiveram valores significativamente diferentes nos trecircs pontos

0

2

4

6

8

10

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Oxi

gecircn

io d

isso

lvid

o (

mg

L)

da

su

pe

rfiacutec

ie

(a)

0

2

4

6

8

10

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Oxi

gecircn

io d

isso

lvid

o (

mg

L)

do

fu

nd

o

(b)Figura 5 Evoluccedilatildeo mensal da concentraccedilatildeo de oxigecircniodissolvido nos trecircs pontos de amostragens Acima (a) estaacute aconcentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua da superfiacutecie abaixo(b) estaacute a concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua do fundo

Balsa Caieiras 1a Laje

22

42 Dados bioacuteticos

Durante os seis primeiros meses foram triadas 7430 larvas (de um total amostrado

estimado de 12014) das quais 7235 foram identificadas Natildeo foi possiacutevel a identificaccedilatildeo

de 195 larvas Foram enumerados 21649 ovos de um total amostrado estimado de 51365

Foram identificados 44 taxa (excluindo as larvas natildeo identificadas) que pertencem a

23 famiacutelias Estes 44 taxa foram identificados seja ao niacutevel de espeacutecie (17 espeacutecies) ou ao

niacutevel de gecircnero (15 gecircneros) ou ao niacutevel de famiacutelia (12 famiacutelias) (Tabela 5)

Os ovos natildeo foram identificados Vaacuterios tipos foram encontrados (ver Anexo C)

incluindo ovos de Engraulidae facilmente reconheciacuteveis devido agrave sua forma oval

As famiacutelias com maiores nuacutemeros de indiviacuteduos nos trecircs pontos foram Engraulidae

Gobiidae e Haemulidae (Tabela 5)

Os taxa que ocorreram apenas na Balsa foram Paralichthyidae Microdesmus

longipinnis Stellifer rastrifer Gobiosoma sp Gobiosoma hemigymnum Menticirrhus sp

Atherinella brasiliensis Ophichthidae e Raneya brasiliensis

Foram encontrados apenas em Caieiras os taxa Odontoscion dentex Dormitator

maculatus Pseudophallus mindii Lutjanus analis e Mugilidae

Ostetus lineatus e Gobiesocidae foram taxa que ocorreram apenas na 1a laje

23

Tabela 5 Lista dos taxa identificados nas coletas realizadas entre marccedilo e agosto de 2000 no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de indiviacuteduos e a frequumlecircncia total e por ponto de amostragem satildeo dados sem correccedilatildeo pelo volume triadoN eacute o nuacutemero de indiviacuteduos Freq eacute a frequumlecircncia lt 001 indica frequumlecircncia inferior a 1

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqENGRAULIDAE 3546 048 640 023 1093 067 1813 062GOBIIDAE Microgobius meeki 2594 035 1364 048 315 019 915 031HAEMULIDAE 402 005 388 014 0 14 lt 001Natildeo identificados 195 003 115 004 26 002 54 002TETRAODONTIDAE Sphoeroides sp 136 002 80 003 28 002 28 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp2 134 002 60 002 63 004 11 lt 001SCIAENIDAE (larvas viteliacutenicas) 84 001 58 002 20 001 6 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp1 83 001 35 001 39 002 9 lt 001SCIAENIDAE Micropogonias furnieri 30 lt 001 15 001 7 lt 001 8 lt 001GERREIDAE Eucinostomus sp 36 lt 001 14 lt 001 13 lt 001 9 lt 001GOBIIDAE Coryphopterus glaucofraenum 35 lt 001 14 lt 001 3 lt 001 18 lt 001BLENNIIDAE 31 lt 001 11 lt 001 7 lt 001 13 lt 001ACHIRIDAE Achirus sp 17 lt 001 1 lt 001 4 lt 001 12 lt 001ATHERINIDAE 11 lt 001 2 lt 001 5 lt 001 4 lt 001CLUPEIDAE 11 lt 001 10 lt 001 0 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer sp 8 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 4 lt 001SCIAENIDAE 9 lt 001 0 3 lt 001 6 lt 001PARALICHTHYIDAE Citharichthys sp 7 lt 001 1 lt 001 5 lt 001 1 lt 001SYNGNATHIDAE Syngnathus sp 5 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 3 lt 001PARALICHTHYIDAE 5 lt 001 5 lt 001 0 0MICRODESMIDAE Microdesmus longipinnis 5 lt 001 5 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus sp 4 lt 001 3 lt 001 0 1 lt 001

24

Tabela 5 continuaccedilatildeo

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0

Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100

25

421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50

Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma

transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua

bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a

trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises

parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-

normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo

como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da

anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas

Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os

meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)

Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior

influecircncia que o local (Tabela 6)

Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 7439 22203 le 0001

Erro 41 0335

Total 49

Local 2 1990 5939 0005

Mecircs 5 11081 33074 le 0001

Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

26

Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de

marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o

ponto com a menor abundacircncia de larvas

20

30

40

50

60

70

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

35

40

45

50

55

Balsa Caieiras 1a laje

Local de amostragem

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50

Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume

triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50

Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os

resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas

27

foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os

ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)

Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 27624 16233 le 0001

Erro 41 1702

Total 49

Local 2 0592 0348 0708bull

Mecircs 5 24395 14336 le 0001

Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

01234567

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs

O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do

normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em

relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado

somente significacircncias le 001 foram consideradas

28

Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente

em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do

iacutendice eacute explicada pelo modelo

Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 3692 3684 0003

Erro 41 1002

Total 49

Local 2 2298 2292 0114bull

Mecircs 5 1627 1624 0175bull

Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull

bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001

422 Padrotildees espaciais de abundacircncia

Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa

Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp

Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus

glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa

apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem

(Tabela 9)

Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae

(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos

significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas

muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira

29

Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior

abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp

Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia

(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus

sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas

espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se

larvas muito jovens indicando que podem ser residentes

Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal

Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas

Qui -quadrado

SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje

Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188

M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131

Haemulidae - 14308 0001 256 191 153

Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156

Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244

Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206

M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197

Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206

C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175

Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200

Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188

A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies

Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas

maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que

apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas

30

espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque

ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais

pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao

contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes

Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de

indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste

31

5 DISCUSSAtildeO

Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo

segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e

Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae

Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae

Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae

Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias

de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp

Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)

Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior

abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no

periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande

maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al

(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na

primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do

veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees

Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos

seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria

por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no

estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em

parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada

(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas

32

latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes

em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi

inferior a 1

Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria

(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo

representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas

triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute

Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos

ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan

(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia

sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)

A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira

mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do

rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido

Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia

reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia

Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de

dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo

podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio

33

Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo

encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp

Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)

Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que

1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois

apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas

concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido

2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa

principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio

Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros

dois pontos

3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos

apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-

quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu

Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo

diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo

da migraccedilatildeo das larvas de peixes

Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram

significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus

spp e Achirus sp (Tabela 9)

Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou

migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por

terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa

34

Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes

dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio

predominando em Caieiras (braccedilo norte)

As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia

quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies

migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna

daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele

permanecerem

As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo

podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu

posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque

quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais

abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo

norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce

proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave

estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp

parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo

norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o

fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo

rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do

estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do

que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas

espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)

35

6 CONCLUSOtildeES

O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna

ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e

Haemulidae

O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de

amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis

meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que

no braccedilo sul

As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial

heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou

distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae

O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por

espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos

estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus

spp

36

7 REFEREcircNCIAS

ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-

ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227

ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas

Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11

p53-65 1999

ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa

Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro

v14 no1 p121-134 1997

ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na

literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas

BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil

1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p

BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish

in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese

(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999

BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da

Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE

ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232

BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de

Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de

Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997

37

BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In

ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986

p35

CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p

CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada

da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia

Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal

Fluminense Rio de Janeiro 1998

CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino

do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185

1996

CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton

del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860

EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the

continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint

Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation

processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast

Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138

EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish

larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and

Marine Research v47 no 3 p183-200 1999

FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north

Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest

Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II

Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p

38

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p

FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998

FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition

and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114

HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed

Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207

HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna

ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282

HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two

North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179

HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean

fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46

p383-488

HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or

kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the

Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington

1934 v 48 p41-117

HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of

some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938

v48 p505-642

39

IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do

ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-

AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo

Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22

JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed

Paris UNESCO 1998 193 p

JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina

Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine

Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752

JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in

Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998

KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance

and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)

Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego

Academic Press 1996 p 235-255

LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats

Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253

LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier

Scientific Publishing Company 1983 419p

LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South

Wales University Press 1989 370 p

MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast

Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p

40

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V

Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p

MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla

American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p

MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel

Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish

recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish

conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54

OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos

decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297

PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema

estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205

RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history

stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel

http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]

ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge

University Press 1995 439p

SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de

Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77

1980

SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de

Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -

41

Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-

300 1982

SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New

York Chanticleer 1997 720p

SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei

Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western

Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012

SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das

Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia

Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998

SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do

ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de

Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991

WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese

(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata

Argentina 1981

WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de

Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117

WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the

eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24

v39 p141-201

ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999

42

Anexo A

(a)

(b)

(c)

Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)

43

Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas

Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm

Page 8: O ICTIOPLÂNCTON DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-AÇU, ES. · cada ponto foram feitos três arrastos com rede tipo bongô de malha 333 µm, com três minutos de duração cada. Foram

7

De modo geral nos estuaacuterios o ictioplacircncton eacute composto por espeacutecies residentes ou

seja que completam todo o seu ciclo de vida neste local e de espeacutecies migratoacuterias que se

reproduzem no oceano e imigram para o estuaacuterio ainda na fase larval ou juvenil As larvas

migratoacuterias apresentam dois tipos de comportamento para deslocarem verticalmente na

coluna de aacutegua O primeiro consiste num deslocamento vertical diurno independente da

mareacute (Joyeux 1998) O segundo tambeacutem consiste num deslocamento vertical diurno na

coluna de aacutegua poreacutem dependente da fase da mareacute (Joyeux 1998) Este eacute frequumlentemente

chamado TST sigla para Tidal Stream Transport As larvas pelaacutegicas ou seja aquelas

que satildeo mais abundantes na parte superior da coluna daacutegua utilizam preferencialmente o

primeiro tipo As larvas demersais que satildeo mais abundantes na parte inferior da coluna

daacutegua utilizam o segundo tipo Os dois tipos de comportamento podem ser utilizados para

as larvas manterem-se em um local ou progredirem para montante Entretanto a teoria

supotildee que o segundo tipo eacute mais eficiente em relaccedilatildeo ao posicionamento horizontal e entatildeo

as larvas que utilizam TST para migrarem podem ter vantagens sobre aquelas que natildeo

utilizam tal comportamento em ambientes estratificados Assim as espeacutecies que utilizam e

aquelas que natildeo utilizam o TST podem ter distribuiccedilatildeo horizontal diferenciada dentro dos

estuaacuterios

Este trabalho descreve a comunidade ictioplanctocircnica e apresenta a sua distribuiccedilatildeo

espacial e temporal (num periacuteodo de seis meses) no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu Aleacutem

disso analisa se haacute diferenccedila tanto na composiccedilatildeo fauniacutestica como na abundacircncia entre os

dois braccedilos do rio Assim a morfologia do estuaacuterio pode ser utilizada para explicar melhor

qual a relaccedilatildeo das caracteriacutesticas hidroloacutegicas com a distribuiccedilatildeo espacial o

comportamento e a ecologia das larvas de peixes dependentes dos estuaacuterios

8

2 OBJETIVOS

21 Objetivo geral

Caracterizar a fauna ictioplanctocircnica do estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu bem como determinar

a sua distribuiccedilatildeo espacial e temporal no periacuteodo de marccedilo a agosto de 2000

22 Objetivos especiacuteficos

a) Descrever a abundacircncia e a composiccedilatildeo taxonocircmica do ictioplacircncton no estuaacuterio do

Piraquecirc-accedilu

b) Descrever a variaccedilatildeo temporal e espacial do ictioplacircncton

c) Verificar a existecircncia de diferenccedilas de distribuiccedilatildeo espacial entre espeacutecies residentes

d) Verificar a existecircncia de diferenccedila de distribuiccedilatildeo entre espeacutecies migratoacuterias pelaacutegicas e

demersais

9

3 METODOLOGIA

31 Aacuterea de estudo

O Rio Piraquecirc-accedilu tem sua nascente localizada a 1100m de altitude na Reserva de

Nova Lombardia municiacutepio de Santa Teresa (ES) e seu estuaacuterio no distrito de Santa Cruz

municiacutepio de Aracruz (ES) - localizado ao norte do estado a aproximadamente 50 km de

Vitoacuteria (Figura 1) O estuaacuterio estaacute localizado proacuteximo agraves coordenadas 40o09W e 19o57S e

apresenta-se na forma de Y com a bifurcaccedilatildeo logo apoacutes a barra de entrada O braccedilo norte

o chamado Rio Piraquecirc-accedilu atraveacutes do qual desaacutegua o rio homocircnimo tem caracteriacutesticas

fiacutesico-quiacutemicas bastante variaacuteveis devido ao fluxo de aacutegua doce Por isso tem tendecircncia agrave

estratificaccedilatildeo (GF Barroso comunicaccedilatildeo pessoal) O braccedilo sul o afluente chamado Rio

Piraquecirc-mirim parece mais profundo que o braccedilo norte Por receber pouca aacutegua doce suas

caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas satildeo relativamente estaacuteveis Eacute raramente estratificado (GF

Barroso comunicaccedilatildeo pessoal) Os dois braccedilos e a confluecircncia satildeo marginados por um

beliacutessimo manguezal que se estende ateacute o mar Anaacutelises das concentraccedilotildees de coliformes

totais e fecais entre outras indicam que o estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu parece pouco

poluiacutedo (GF comunicaccedilatildeo pessoal)

10

Figura 1 Bacia do complexo Piraquecirc-accedilu Piraquecirc-mirim A grade indicacoordenadas UTM (Universal Transversal Mercator em metros) No quadroesquerdo estaacute a localizaccedilatildeo do estuaacuterio no estado do Espiacuterito Santo No quadrodireito estatildeo dados geograacuteficos gerais para a bacia estuaacuterio e rios (CortesiaGilberto Fonseca Barroso)

32 Amostragens

As amostragens foram realizadas mensalmente entre marccedilo de 2000 e fevereiro de

2001 em trecircs pontos do estuaacuterio (Figura 2)

a) o primeiro localizado na entrada do estuaacuterio proacuteximo agraves balsas de cultivo de ostras

denominado Balsa

b) o segundo localizado no braccedilo norte (Rio Piraquecirc-accedilu) em frente ao antigo porto de

Caieiras denominado Caieiras que estaacute a 55 km de distacircncia a montante da Balsa

11

c) o terceiro situado no braccedilo sul (Rio Piraquecirc-mirim) no ponto chamado 1a Laje que estaacute

a 53 km a montante da Balsa

A confluecircncia dos dois braccedilos encontra-se a 22 km a montante da Balsa a 33 km

a jusante de Caieiras e a 31 km a jusante da 1a laje (Figura 2)

Figura 2 O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu e os pontos amostrais Coordenadasgeograacuteficas em graus minutos e segundos (Cortesia Gilberto Fonseca Barroso)

Foi utilizada para as coletas rede cocircnica do tipo bongocirc com malha de 333

microcircmetros diacircmetro de abertura de 60cm e 3m de comprimento total A rede foi puxada

por barco a motor equipada com fluxocircmetro mecacircnico (General Oceanics 2030R) As

amostras foram coletadas por arrastos na regiatildeo meacutedia da coluna daacutegua com duraccedilatildeo de

trecircs minutos cada Esta duraccedilatildeo foi reduzida a dois ou ateacute um minuto quando havia grande

abundacircncia de ctenoacuteforos ou detritos (meses de agosto setembro e novembro) Arrastos

12

foram triplicados exceto na coleta de marccedilo que teve apenas duas reacuteplicas por ponto As

amostras foram fixadas em formol neutralizado 5 e armazenadas fora da luz para reduzir

a despigmentaccedilatildeo

As amostragens foram feitas no periacuteodo noturno devido agrave maior abundacircncia das

larvas na coluna daacutegua neste periacuteodo do que durante o dia (Hettler amp Barker 1993) Se

iniciaram logo apoacutes o pocircr do sol nas fases de mareacutes mortas (ou seja de quadratura = lua

minguante) com uma periodicidade aproximada de 28 (vinte e oito) dias Nessas mareacutes haacute

baixa concentraccedilatildeo de ctenoacuteforos e detritos originados do mangue que prejudicam a coleta

e a triagem

Os pontos foram amostrados de maneira aleatoacuteria para minimizar os efeitos de

outros fatores que poderiam influenciar os resultados tal como tempo decorrido depois do

pocircr do sol estaacutegio e forccedila da mareacute etc (Tabela 1)

Tabela 1 Dados gerais do plano de amostragem do ictioplacircncton noestuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu Nuacutemero eacute o nuacutemero de reacuteplicas no ponto eIntervalo eacute o intervalo de tempo em dias entre duas coletas consecutivas

Ordem de amostragemData

Balsa 1a laje CaieirasNuacutemero Intervalo

28 marccedilo 00 1 3 2 2 _

27 abril 00 3 1 2 3 30

30 maio 00 3 1 2 3 33

27 junho 00 1 3 2 3 28

25 julho 00 2 1 3 3 28

22 agosto 00 2 3 1 3 28

25 setembro 00 3 1 2 3 34

20 outubro 00 1 3 2 3 25

26 novembro 00 2 3 1 3 37

19 dezembro 00 3 2 1 3 23

17 janeiro 01 1 2 3 3 29

16 fevereiro 01 3 2 1 3 30

13

Em todos os pontos foram feitas mediccedilotildees de temperatura salinidade e

concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido em duas profundidades (superfiacutecie e fundo) utilizando-

se Medidor Multi Paracircmetro YSI 85

33 Processamento das amostras

Sob microscoacutepio estereoscoacutepico (lupa) as larvas coletadas nos seis primeiros meses

de amostragem (51 amostras 6 em marccedilo de 2000 e 9 em cada um dos 5 meses seguintes)

foram triadas e identificadas e os ovos apenas enumerados As amostras que continham

grande abundacircncia de larvas ou de ovos foram fracionadas (ateacute 18 Tabela 2)

Tabela 2 Dados referentes agraves sete amostras fracionadas paratriagem Triadas eacute o nuacutemero de larvas nas fraccedilotildees triadasEstimadas eacute o nuacutemero estimado de larvas nas amostras inteiras

Mecircs Ponto Reacuteplica Fraccedilatildeo triada Triadas Estimadas

Marccedilo Caieiras 2a 1 4 367 1468

Marccedilo 1a laje 1a 1 4 261 1044

Marccedilo 1a laje 2a 1 8 172 1376

Abril 1a laje 1a 1 2 323 646

Abril 1a laje 2a 1 4 267 1068

Abril 1a laje 3a 1 4 124 496

Abril Balsa 1a 1 1 378 378

a amostra foi triada inteiramente para as larvas mas apenas metade dos ovos daamostra foi enumerada Nos outros casos a fraccedilatildeo triada para os ovos e a fraccedilatildeotriada para as larvas satildeo iguais

A identificaccedilatildeo foi realizada principalmente a partir das referecircncias gerais seguintes

Fahay (1983) Moser et al (1984) Leis amp Trnski (1989) Matarese et al (1989) Jeyaseelan

(1998) uma coletacircnea anocircnima de figuras colhidas na literatura (Anocircnimo) e a ediccedilatildeo

preliminar de Richards (2001) Para larvas mais desenvolvidas (juvenis) foram utilizados

Figueiredo amp Menezes (1978 1980 e 2000) Menezes amp Figueiredo (1980 e 1985) Barletta

14

amp Correcirca (1992) Smith (1997) e Carvalho-Filho (1999) Em vaacuterios casos foram realizadas

seacuteries de desenvolvimento (exemplo nos anexos A e B)

34 Anaacutelises estatiacutesticas

O volume de aacutegua filtrado em cada arrasto (Vfiltrado em metros cuacutebicos foacutermula

1) foi calculado a partir da distacircncia percorrida pelo fluxocircmetro (Distacircncia em metros

foacutermula 2) multiplicada pela aacuterea da boca de abertura da rede (Aacuterea em metros quadrados

foacutermula 4)

Vfiltrado = Distacircncia bull Aacuterea (1)

Em todas as equaccedilotildees bull eacute o sinal de multiplicaccedilatildeo

Distacircncia = ∆ bull Constante (2)

onde ∆ = no registrado no fim do arrasto - no registrado no iniacutecio do arrasto(3)

e onde Constante = constante do fluxocircmetro = 00384363

Aacuterea = π bull Raio2 (4)

onde π = 314159

e onde Raio = 03m

A abundacircncia (nuacutemero por metro cuacutebico foacutermula 5) de cada espeacutecie e dos ovos foi

calculada sobre o volume triado (Vtriado foacutermula 6)

Abundacircncia = Nuacutemero Vtriado (5)

onde Nuacutemero eacute o nuacutemero de indiviacuteduos ou de ovos

e onde

Vtriado = Vfiltrado bull Fraccedilatildeo triada (6)

15

onde Fraccedilatildeo triada eacute a fraccedilatildeo triada da amostra e varia entre 1 (toda a amostra foi triada) e

18 (um oitavo da amostra foi triada)(Tabela 2) Os dados do fluxocircmetro foram aberrantes

na 2a reacuteplica de Caieiras do mecircs de maio (05m3 filtrados indicando que a heacutelice ficou

bloqueada apesar da rede funcionar normalmente) O nuacutemero de dados utilizaacuteveis nas

anaacutelises de abundacircncia eacute entatildeo 50

Os dados obtidos tanto os bioloacutegicos quanto os fiacutesico-quiacutemicos foram tratados por

anaacutelises natildeo-parameacutetricas - teste de Friedman com α = 005 - considerando que as amostras

de uma mesma campanha satildeo ligadas entre si (Zar 1999) O nuacutemero inicial de valores para

as variaacuteveis ambientais eacute 12 (uma mediccedilatildeo por mecircs por ponto de amostragem e por

profundidade durante o ano inteiro de amostragem) O nuacutemero de valores para as variaacuteveis

bioloacutegicas foi de 16 Havendo duas replicaccedilotildees por ponto em marccedilo e trecircs nos outros

meses foi escolhido comparar as primeiras reacuteplicas dos pontos entre si as segundas

reacuteplicas dos pontos entre si e as terceiras reacuteplicas dos pontos entre si (Tabela 3) Dos

originais 17 grupos de replicaccedilotildees (marccedilo com 2 grupos os 5 outros meses com 3 grupos)

um foi invalidado (o das 2as reacuteplicas do mecircs de maio) pelo natildeo funcionamento do

fluxocircmetro

As variaacuteveis contiacutenuas foram testadas para normalidade (e homocedasticidade) com

o teste de Kolmogorov-Smirnov-Lilliefors (Legendre amp Legendre 1983) Apoacutes

normalizaccedilatildeo anaacutelises parameacutetricas de variacircncia (ANOVA Zar 1999) foram aplicadas

sobre os dados bioloacutegicos sendo a variaacutevel dependente o nuacutemero de indiviacuteduos o nuacutemero

de ovos ou o iacutendice de diversidade (α = alpha de Williams ou alpha de Fisher) O alpha eacute

obtido atraveacutes das seguintes equaccedilotildees (foacutermulas 7 e 8) (Rosenzweig 1995)

S = - α bull ln (1 - x) (7)

16

onde S eacute o nuacutemero de taxa larvais na amostra (excluindo os natildeo identificados)

e onde α eacute o iacutendice de diversidade

e onde ln eacute o operador logariacutetmico neperiano (de base e)

e onde x eacute uma constante que satisfaz

S N = [(x - 1) x] bull ln (1 - x) (8)

onde N eacute o nuacutemero de indiviacuteduos na amostra

Tabela 3 Combinaccedilatildeo das amostras nos grupos testados atraveacutes do teste deFriedman para a abundacircncia dos taxa

Mecircs Balsa Caieiras 1a laje Grupo

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 1Marccedilo

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 2

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 3

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 4Abril

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 5

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 6

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 7Maio

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 8

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 9

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 10Junho

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 11

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 12

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 13Julho

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 14

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 15

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 16Agosto

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 17

grupo invalidado devido agrave falha do fluxocircmetro

As variaacuteveis independentes incluiacutedas nas anaacutelises de variacircncia foram

a) O local de amostragem com trecircs categorias pontos Balsa Caieirase 1a laje

b) O mecircs do ano com seis categorias marccedilo abril maio junho julho e agosto

17

c) O volume triado para larvas como covariaacutevel contiacutenua em m3

Foi utilizado para as ANOVAs o tipo III onde a significacircncia da variaacutevel

independente testada eacute estimada apoacutes as outras variaacuteveis do modelo serem incluiacutedas ou

seja quando essas outras variaacuteveis jaacute explicarem uma parte da variabilidade da variaacutevel

dependente A utilizaccedilatildeo deste tipo diminui a possibilidade de as significacircncias obtidas

serem falsas Diferenccedilas entre as categorias das variaacuteveis foram posteriormente testadas

atraveacutes das meacutedias marginais

18

4 RESULTADOS

41 Dados abioacuteticos

Nos trecircs pontos a temperatura tanto da superfiacutecie quanto do fundo teve seus

maiores valores no veratildeo e seus menores valores no inverno (Figura 3) No mecircs de

dezembro a temperatura nos trecircs pontos teve um decliacutenio devido agraves chuvas De acordo com

o teste de Friedman (Tabela 4) a temperatura foi significativamente diferente entre os trecircs

pontos tanto na superfiacutecie quanto no fundo

18

22

26

30

34

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Te

mp

era

tura

(C

) d

a

su

pe

rfiacutec

ie

(a)

18

22

26

30

34

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Tem

per

atu

ra (

C)

do

fu

nd

o

(b)

Figura 3 Evoluccedilatildeo mensal da temperatura nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a temperatura na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a temperatura do fundo Para melhor visualizaccedilatildeoo eixo vertical inicia-se em 18oC

Balsa Caieiras 1a Laje

19

Baseado nas ordens meacutedias obtidas no teste de Friedman Caieiras e 1a laje

apresentaram valores de temperatura semelhantes enquanto que Balsa mostrou ter aacuteguas

mais frias que os outros dois pontos (Tabela 4)

Tabela 4 Resultados dos testes de Friedman para as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas daaacutegua do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 emtodos os casos

Temperatura Salinidade OxigecircnioEstatiacutestica

Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo

Nuacutemero de valores 12 12 12 12 11 9

Qui-quadrado 6435 11511 23532 19500 10364 14889

Significacircncia 0040 0003 0000 0000 0006 0001

Local Ordem meacutedia

Balsa 142 129 296 300 273 300

Caieiras 225 208 100 175 191 178

1a laje 233 263 204 125 136 122

um valor foi excluiacutedo trecircs valores foram excluiacutedos Ver texto para explicaccedilotildees

Nos meses de marccedilo e dezembro a salinidade superficial diminuiu nos trecircs pontos

devido agrave aacutegua doce proveniente das chuvas (Figura 4) Nos meses de novembro e dezembro

houve queda da salinidade de fundo em Caieiras e 1a laje respectivamente tambeacutem por

causa das chuvas O ponto Balsa apresentou valores de salinidade de superfiacutecie maiores

que 1a laje que por sua vez apresentou valores maiores que Caieiras (Figura 4) Quanto

agrave salinidade do fundo na Balsa tambeacutem foram encontrados os maiores valores enquanto

que Caieiras geralmente teve uma pequena superioridade sobre os valores da 1a laje

(Figura 4) Segundo o teste de Friedman (Tabela 4) a salinidade tanto de superfiacutecie quanto

de fundo apresentou diferenccedila significativa entre os valores dos trecircs pontos

20

0

10

20

30

40

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Sal

inid

ade

da

sup

erfiacute

cie

(a)

0

10

20

30

40

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Sal

inid

ade

do

fu

nd

o

(b)

Figura 4 Evoluccedilatildeo mensal da salinidade nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a salinidade na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a salinidade do fundo

Quanto agraves concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido verificou-se que a Balsa

apresentou os maiores valores seguindo de Caieiras e por uacuteltimo 1a laje tanto para as

concentraccedilotildees superficiais quanto para as de fundo (Figura 5) No mecircs de outubro houve

um pico dessas concentraccedilotildees nos trecircs pontos (Figura 5) Natildeo se pode relacionar esses

valores a qualquer evento (por exemplo climaacutetico) excepcional Poreacutem assim como esses

valores natildeo podem ser relacionados a qualquer manutenccedilatildeo ou falha do aparelho de

mediccedilatildeo os dados foram utilizados nas anaacutelises Os valores de oxigecircnio de julho 2000 em

Balsa Caieiras 1a Laje

21

Caieiras (fundo) de novembro 2000 na 1a laje (fundo) e de fevereiro 2001 na Balsa

(superfiacutecie e fundo) foram considerados outliers ou seja valores extraordinaacuterios (natildeo

representativos) e por isso foram desprezados Como esses valores foram encontrados

sempre nas uacuteltimas mediccedilotildees das campanhas das amostragens referidas acredita-se que

podem ter sido obtidos por falha do aparelho de mediccedilatildeo De acordo com o teste de

Friedman (Tabela 4) as concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido tanto na superfiacutecie quanto no

fundo tiveram valores significativamente diferentes nos trecircs pontos

0

2

4

6

8

10

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Oxi

gecircn

io d

isso

lvid

o (

mg

L)

da

su

pe

rfiacutec

ie

(a)

0

2

4

6

8

10

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Oxi

gecircn

io d

isso

lvid

o (

mg

L)

do

fu

nd

o

(b)Figura 5 Evoluccedilatildeo mensal da concentraccedilatildeo de oxigecircniodissolvido nos trecircs pontos de amostragens Acima (a) estaacute aconcentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua da superfiacutecie abaixo(b) estaacute a concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua do fundo

Balsa Caieiras 1a Laje

22

42 Dados bioacuteticos

Durante os seis primeiros meses foram triadas 7430 larvas (de um total amostrado

estimado de 12014) das quais 7235 foram identificadas Natildeo foi possiacutevel a identificaccedilatildeo

de 195 larvas Foram enumerados 21649 ovos de um total amostrado estimado de 51365

Foram identificados 44 taxa (excluindo as larvas natildeo identificadas) que pertencem a

23 famiacutelias Estes 44 taxa foram identificados seja ao niacutevel de espeacutecie (17 espeacutecies) ou ao

niacutevel de gecircnero (15 gecircneros) ou ao niacutevel de famiacutelia (12 famiacutelias) (Tabela 5)

Os ovos natildeo foram identificados Vaacuterios tipos foram encontrados (ver Anexo C)

incluindo ovos de Engraulidae facilmente reconheciacuteveis devido agrave sua forma oval

As famiacutelias com maiores nuacutemeros de indiviacuteduos nos trecircs pontos foram Engraulidae

Gobiidae e Haemulidae (Tabela 5)

Os taxa que ocorreram apenas na Balsa foram Paralichthyidae Microdesmus

longipinnis Stellifer rastrifer Gobiosoma sp Gobiosoma hemigymnum Menticirrhus sp

Atherinella brasiliensis Ophichthidae e Raneya brasiliensis

Foram encontrados apenas em Caieiras os taxa Odontoscion dentex Dormitator

maculatus Pseudophallus mindii Lutjanus analis e Mugilidae

Ostetus lineatus e Gobiesocidae foram taxa que ocorreram apenas na 1a laje

23

Tabela 5 Lista dos taxa identificados nas coletas realizadas entre marccedilo e agosto de 2000 no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de indiviacuteduos e a frequumlecircncia total e por ponto de amostragem satildeo dados sem correccedilatildeo pelo volume triadoN eacute o nuacutemero de indiviacuteduos Freq eacute a frequumlecircncia lt 001 indica frequumlecircncia inferior a 1

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqENGRAULIDAE 3546 048 640 023 1093 067 1813 062GOBIIDAE Microgobius meeki 2594 035 1364 048 315 019 915 031HAEMULIDAE 402 005 388 014 0 14 lt 001Natildeo identificados 195 003 115 004 26 002 54 002TETRAODONTIDAE Sphoeroides sp 136 002 80 003 28 002 28 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp2 134 002 60 002 63 004 11 lt 001SCIAENIDAE (larvas viteliacutenicas) 84 001 58 002 20 001 6 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp1 83 001 35 001 39 002 9 lt 001SCIAENIDAE Micropogonias furnieri 30 lt 001 15 001 7 lt 001 8 lt 001GERREIDAE Eucinostomus sp 36 lt 001 14 lt 001 13 lt 001 9 lt 001GOBIIDAE Coryphopterus glaucofraenum 35 lt 001 14 lt 001 3 lt 001 18 lt 001BLENNIIDAE 31 lt 001 11 lt 001 7 lt 001 13 lt 001ACHIRIDAE Achirus sp 17 lt 001 1 lt 001 4 lt 001 12 lt 001ATHERINIDAE 11 lt 001 2 lt 001 5 lt 001 4 lt 001CLUPEIDAE 11 lt 001 10 lt 001 0 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer sp 8 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 4 lt 001SCIAENIDAE 9 lt 001 0 3 lt 001 6 lt 001PARALICHTHYIDAE Citharichthys sp 7 lt 001 1 lt 001 5 lt 001 1 lt 001SYNGNATHIDAE Syngnathus sp 5 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 3 lt 001PARALICHTHYIDAE 5 lt 001 5 lt 001 0 0MICRODESMIDAE Microdesmus longipinnis 5 lt 001 5 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus sp 4 lt 001 3 lt 001 0 1 lt 001

24

Tabela 5 continuaccedilatildeo

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0

Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100

25

421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50

Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma

transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua

bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a

trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises

parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-

normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo

como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da

anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas

Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os

meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)

Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior

influecircncia que o local (Tabela 6)

Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 7439 22203 le 0001

Erro 41 0335

Total 49

Local 2 1990 5939 0005

Mecircs 5 11081 33074 le 0001

Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

26

Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de

marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o

ponto com a menor abundacircncia de larvas

20

30

40

50

60

70

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

35

40

45

50

55

Balsa Caieiras 1a laje

Local de amostragem

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50

Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume

triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50

Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os

resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas

27

foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os

ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)

Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 27624 16233 le 0001

Erro 41 1702

Total 49

Local 2 0592 0348 0708bull

Mecircs 5 24395 14336 le 0001

Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

01234567

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs

O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do

normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em

relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado

somente significacircncias le 001 foram consideradas

28

Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente

em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do

iacutendice eacute explicada pelo modelo

Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 3692 3684 0003

Erro 41 1002

Total 49

Local 2 2298 2292 0114bull

Mecircs 5 1627 1624 0175bull

Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull

bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001

422 Padrotildees espaciais de abundacircncia

Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa

Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp

Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus

glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa

apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem

(Tabela 9)

Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae

(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos

significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas

muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira

29

Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior

abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp

Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia

(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus

sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas

espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se

larvas muito jovens indicando que podem ser residentes

Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal

Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas

Qui -quadrado

SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje

Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188

M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131

Haemulidae - 14308 0001 256 191 153

Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156

Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244

Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206

M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197

Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206

C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175

Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200

Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188

A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies

Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas

maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que

apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas

30

espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque

ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais

pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao

contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes

Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de

indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste

31

5 DISCUSSAtildeO

Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo

segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e

Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae

Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae

Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae

Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias

de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp

Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)

Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior

abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no

periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande

maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al

(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na

primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do

veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees

Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos

seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria

por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no

estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em

parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada

(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas

32

latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes

em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi

inferior a 1

Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria

(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo

representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas

triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute

Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos

ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan

(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia

sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)

A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira

mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do

rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido

Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia

reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia

Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de

dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo

podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio

33

Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo

encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp

Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)

Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que

1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois

apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas

concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido

2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa

principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio

Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros

dois pontos

3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos

apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-

quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu

Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo

diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo

da migraccedilatildeo das larvas de peixes

Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram

significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus

spp e Achirus sp (Tabela 9)

Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou

migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por

terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa

34

Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes

dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio

predominando em Caieiras (braccedilo norte)

As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia

quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies

migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna

daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele

permanecerem

As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo

podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu

posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque

quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais

abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo

norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce

proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave

estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp

parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo

norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o

fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo

rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do

estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do

que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas

espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)

35

6 CONCLUSOtildeES

O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna

ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e

Haemulidae

O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de

amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis

meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que

no braccedilo sul

As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial

heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou

distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae

O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por

espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos

estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus

spp

36

7 REFEREcircNCIAS

ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-

ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227

ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas

Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11

p53-65 1999

ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa

Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro

v14 no1 p121-134 1997

ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na

literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas

BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil

1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p

BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish

in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese

(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999

BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da

Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE

ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232

BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de

Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de

Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997

37

BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In

ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986

p35

CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p

CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada

da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia

Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal

Fluminense Rio de Janeiro 1998

CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino

do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185

1996

CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton

del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860

EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the

continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint

Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation

processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast

Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138

EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish

larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and

Marine Research v47 no 3 p183-200 1999

FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north

Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest

Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II

Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p

38

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p

FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998

FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition

and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114

HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed

Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207

HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna

ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282

HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two

North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179

HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean

fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46

p383-488

HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or

kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the

Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington

1934 v 48 p41-117

HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of

some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938

v48 p505-642

39

IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do

ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-

AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo

Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22

JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed

Paris UNESCO 1998 193 p

JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina

Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine

Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752

JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in

Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998

KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance

and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)

Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego

Academic Press 1996 p 235-255

LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats

Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253

LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier

Scientific Publishing Company 1983 419p

LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South

Wales University Press 1989 370 p

MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast

Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p

40

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V

Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p

MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla

American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p

MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel

Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish

recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish

conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54

OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos

decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297

PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema

estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205

RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history

stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel

http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]

ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge

University Press 1995 439p

SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de

Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77

1980

SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de

Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -

41

Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-

300 1982

SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New

York Chanticleer 1997 720p

SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei

Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western

Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012

SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das

Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia

Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998

SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do

ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de

Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991

WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese

(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata

Argentina 1981

WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de

Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117

WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the

eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24

v39 p141-201

ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999

42

Anexo A

(a)

(b)

(c)

Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)

43

Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas

Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm

Page 9: O ICTIOPLÂNCTON DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-AÇU, ES. · cada ponto foram feitos três arrastos com rede tipo bongô de malha 333 µm, com três minutos de duração cada. Foram

8

2 OBJETIVOS

21 Objetivo geral

Caracterizar a fauna ictioplanctocircnica do estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu bem como determinar

a sua distribuiccedilatildeo espacial e temporal no periacuteodo de marccedilo a agosto de 2000

22 Objetivos especiacuteficos

a) Descrever a abundacircncia e a composiccedilatildeo taxonocircmica do ictioplacircncton no estuaacuterio do

Piraquecirc-accedilu

b) Descrever a variaccedilatildeo temporal e espacial do ictioplacircncton

c) Verificar a existecircncia de diferenccedilas de distribuiccedilatildeo espacial entre espeacutecies residentes

d) Verificar a existecircncia de diferenccedila de distribuiccedilatildeo entre espeacutecies migratoacuterias pelaacutegicas e

demersais

9

3 METODOLOGIA

31 Aacuterea de estudo

O Rio Piraquecirc-accedilu tem sua nascente localizada a 1100m de altitude na Reserva de

Nova Lombardia municiacutepio de Santa Teresa (ES) e seu estuaacuterio no distrito de Santa Cruz

municiacutepio de Aracruz (ES) - localizado ao norte do estado a aproximadamente 50 km de

Vitoacuteria (Figura 1) O estuaacuterio estaacute localizado proacuteximo agraves coordenadas 40o09W e 19o57S e

apresenta-se na forma de Y com a bifurcaccedilatildeo logo apoacutes a barra de entrada O braccedilo norte

o chamado Rio Piraquecirc-accedilu atraveacutes do qual desaacutegua o rio homocircnimo tem caracteriacutesticas

fiacutesico-quiacutemicas bastante variaacuteveis devido ao fluxo de aacutegua doce Por isso tem tendecircncia agrave

estratificaccedilatildeo (GF Barroso comunicaccedilatildeo pessoal) O braccedilo sul o afluente chamado Rio

Piraquecirc-mirim parece mais profundo que o braccedilo norte Por receber pouca aacutegua doce suas

caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas satildeo relativamente estaacuteveis Eacute raramente estratificado (GF

Barroso comunicaccedilatildeo pessoal) Os dois braccedilos e a confluecircncia satildeo marginados por um

beliacutessimo manguezal que se estende ateacute o mar Anaacutelises das concentraccedilotildees de coliformes

totais e fecais entre outras indicam que o estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu parece pouco

poluiacutedo (GF comunicaccedilatildeo pessoal)

10

Figura 1 Bacia do complexo Piraquecirc-accedilu Piraquecirc-mirim A grade indicacoordenadas UTM (Universal Transversal Mercator em metros) No quadroesquerdo estaacute a localizaccedilatildeo do estuaacuterio no estado do Espiacuterito Santo No quadrodireito estatildeo dados geograacuteficos gerais para a bacia estuaacuterio e rios (CortesiaGilberto Fonseca Barroso)

32 Amostragens

As amostragens foram realizadas mensalmente entre marccedilo de 2000 e fevereiro de

2001 em trecircs pontos do estuaacuterio (Figura 2)

a) o primeiro localizado na entrada do estuaacuterio proacuteximo agraves balsas de cultivo de ostras

denominado Balsa

b) o segundo localizado no braccedilo norte (Rio Piraquecirc-accedilu) em frente ao antigo porto de

Caieiras denominado Caieiras que estaacute a 55 km de distacircncia a montante da Balsa

11

c) o terceiro situado no braccedilo sul (Rio Piraquecirc-mirim) no ponto chamado 1a Laje que estaacute

a 53 km a montante da Balsa

A confluecircncia dos dois braccedilos encontra-se a 22 km a montante da Balsa a 33 km

a jusante de Caieiras e a 31 km a jusante da 1a laje (Figura 2)

Figura 2 O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu e os pontos amostrais Coordenadasgeograacuteficas em graus minutos e segundos (Cortesia Gilberto Fonseca Barroso)

Foi utilizada para as coletas rede cocircnica do tipo bongocirc com malha de 333

microcircmetros diacircmetro de abertura de 60cm e 3m de comprimento total A rede foi puxada

por barco a motor equipada com fluxocircmetro mecacircnico (General Oceanics 2030R) As

amostras foram coletadas por arrastos na regiatildeo meacutedia da coluna daacutegua com duraccedilatildeo de

trecircs minutos cada Esta duraccedilatildeo foi reduzida a dois ou ateacute um minuto quando havia grande

abundacircncia de ctenoacuteforos ou detritos (meses de agosto setembro e novembro) Arrastos

12

foram triplicados exceto na coleta de marccedilo que teve apenas duas reacuteplicas por ponto As

amostras foram fixadas em formol neutralizado 5 e armazenadas fora da luz para reduzir

a despigmentaccedilatildeo

As amostragens foram feitas no periacuteodo noturno devido agrave maior abundacircncia das

larvas na coluna daacutegua neste periacuteodo do que durante o dia (Hettler amp Barker 1993) Se

iniciaram logo apoacutes o pocircr do sol nas fases de mareacutes mortas (ou seja de quadratura = lua

minguante) com uma periodicidade aproximada de 28 (vinte e oito) dias Nessas mareacutes haacute

baixa concentraccedilatildeo de ctenoacuteforos e detritos originados do mangue que prejudicam a coleta

e a triagem

Os pontos foram amostrados de maneira aleatoacuteria para minimizar os efeitos de

outros fatores que poderiam influenciar os resultados tal como tempo decorrido depois do

pocircr do sol estaacutegio e forccedila da mareacute etc (Tabela 1)

Tabela 1 Dados gerais do plano de amostragem do ictioplacircncton noestuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu Nuacutemero eacute o nuacutemero de reacuteplicas no ponto eIntervalo eacute o intervalo de tempo em dias entre duas coletas consecutivas

Ordem de amostragemData

Balsa 1a laje CaieirasNuacutemero Intervalo

28 marccedilo 00 1 3 2 2 _

27 abril 00 3 1 2 3 30

30 maio 00 3 1 2 3 33

27 junho 00 1 3 2 3 28

25 julho 00 2 1 3 3 28

22 agosto 00 2 3 1 3 28

25 setembro 00 3 1 2 3 34

20 outubro 00 1 3 2 3 25

26 novembro 00 2 3 1 3 37

19 dezembro 00 3 2 1 3 23

17 janeiro 01 1 2 3 3 29

16 fevereiro 01 3 2 1 3 30

13

Em todos os pontos foram feitas mediccedilotildees de temperatura salinidade e

concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido em duas profundidades (superfiacutecie e fundo) utilizando-

se Medidor Multi Paracircmetro YSI 85

33 Processamento das amostras

Sob microscoacutepio estereoscoacutepico (lupa) as larvas coletadas nos seis primeiros meses

de amostragem (51 amostras 6 em marccedilo de 2000 e 9 em cada um dos 5 meses seguintes)

foram triadas e identificadas e os ovos apenas enumerados As amostras que continham

grande abundacircncia de larvas ou de ovos foram fracionadas (ateacute 18 Tabela 2)

Tabela 2 Dados referentes agraves sete amostras fracionadas paratriagem Triadas eacute o nuacutemero de larvas nas fraccedilotildees triadasEstimadas eacute o nuacutemero estimado de larvas nas amostras inteiras

Mecircs Ponto Reacuteplica Fraccedilatildeo triada Triadas Estimadas

Marccedilo Caieiras 2a 1 4 367 1468

Marccedilo 1a laje 1a 1 4 261 1044

Marccedilo 1a laje 2a 1 8 172 1376

Abril 1a laje 1a 1 2 323 646

Abril 1a laje 2a 1 4 267 1068

Abril 1a laje 3a 1 4 124 496

Abril Balsa 1a 1 1 378 378

a amostra foi triada inteiramente para as larvas mas apenas metade dos ovos daamostra foi enumerada Nos outros casos a fraccedilatildeo triada para os ovos e a fraccedilatildeotriada para as larvas satildeo iguais

A identificaccedilatildeo foi realizada principalmente a partir das referecircncias gerais seguintes

Fahay (1983) Moser et al (1984) Leis amp Trnski (1989) Matarese et al (1989) Jeyaseelan

(1998) uma coletacircnea anocircnima de figuras colhidas na literatura (Anocircnimo) e a ediccedilatildeo

preliminar de Richards (2001) Para larvas mais desenvolvidas (juvenis) foram utilizados

Figueiredo amp Menezes (1978 1980 e 2000) Menezes amp Figueiredo (1980 e 1985) Barletta

14

amp Correcirca (1992) Smith (1997) e Carvalho-Filho (1999) Em vaacuterios casos foram realizadas

seacuteries de desenvolvimento (exemplo nos anexos A e B)

34 Anaacutelises estatiacutesticas

O volume de aacutegua filtrado em cada arrasto (Vfiltrado em metros cuacutebicos foacutermula

1) foi calculado a partir da distacircncia percorrida pelo fluxocircmetro (Distacircncia em metros

foacutermula 2) multiplicada pela aacuterea da boca de abertura da rede (Aacuterea em metros quadrados

foacutermula 4)

Vfiltrado = Distacircncia bull Aacuterea (1)

Em todas as equaccedilotildees bull eacute o sinal de multiplicaccedilatildeo

Distacircncia = ∆ bull Constante (2)

onde ∆ = no registrado no fim do arrasto - no registrado no iniacutecio do arrasto(3)

e onde Constante = constante do fluxocircmetro = 00384363

Aacuterea = π bull Raio2 (4)

onde π = 314159

e onde Raio = 03m

A abundacircncia (nuacutemero por metro cuacutebico foacutermula 5) de cada espeacutecie e dos ovos foi

calculada sobre o volume triado (Vtriado foacutermula 6)

Abundacircncia = Nuacutemero Vtriado (5)

onde Nuacutemero eacute o nuacutemero de indiviacuteduos ou de ovos

e onde

Vtriado = Vfiltrado bull Fraccedilatildeo triada (6)

15

onde Fraccedilatildeo triada eacute a fraccedilatildeo triada da amostra e varia entre 1 (toda a amostra foi triada) e

18 (um oitavo da amostra foi triada)(Tabela 2) Os dados do fluxocircmetro foram aberrantes

na 2a reacuteplica de Caieiras do mecircs de maio (05m3 filtrados indicando que a heacutelice ficou

bloqueada apesar da rede funcionar normalmente) O nuacutemero de dados utilizaacuteveis nas

anaacutelises de abundacircncia eacute entatildeo 50

Os dados obtidos tanto os bioloacutegicos quanto os fiacutesico-quiacutemicos foram tratados por

anaacutelises natildeo-parameacutetricas - teste de Friedman com α = 005 - considerando que as amostras

de uma mesma campanha satildeo ligadas entre si (Zar 1999) O nuacutemero inicial de valores para

as variaacuteveis ambientais eacute 12 (uma mediccedilatildeo por mecircs por ponto de amostragem e por

profundidade durante o ano inteiro de amostragem) O nuacutemero de valores para as variaacuteveis

bioloacutegicas foi de 16 Havendo duas replicaccedilotildees por ponto em marccedilo e trecircs nos outros

meses foi escolhido comparar as primeiras reacuteplicas dos pontos entre si as segundas

reacuteplicas dos pontos entre si e as terceiras reacuteplicas dos pontos entre si (Tabela 3) Dos

originais 17 grupos de replicaccedilotildees (marccedilo com 2 grupos os 5 outros meses com 3 grupos)

um foi invalidado (o das 2as reacuteplicas do mecircs de maio) pelo natildeo funcionamento do

fluxocircmetro

As variaacuteveis contiacutenuas foram testadas para normalidade (e homocedasticidade) com

o teste de Kolmogorov-Smirnov-Lilliefors (Legendre amp Legendre 1983) Apoacutes

normalizaccedilatildeo anaacutelises parameacutetricas de variacircncia (ANOVA Zar 1999) foram aplicadas

sobre os dados bioloacutegicos sendo a variaacutevel dependente o nuacutemero de indiviacuteduos o nuacutemero

de ovos ou o iacutendice de diversidade (α = alpha de Williams ou alpha de Fisher) O alpha eacute

obtido atraveacutes das seguintes equaccedilotildees (foacutermulas 7 e 8) (Rosenzweig 1995)

S = - α bull ln (1 - x) (7)

16

onde S eacute o nuacutemero de taxa larvais na amostra (excluindo os natildeo identificados)

e onde α eacute o iacutendice de diversidade

e onde ln eacute o operador logariacutetmico neperiano (de base e)

e onde x eacute uma constante que satisfaz

S N = [(x - 1) x] bull ln (1 - x) (8)

onde N eacute o nuacutemero de indiviacuteduos na amostra

Tabela 3 Combinaccedilatildeo das amostras nos grupos testados atraveacutes do teste deFriedman para a abundacircncia dos taxa

Mecircs Balsa Caieiras 1a laje Grupo

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 1Marccedilo

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 2

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 3

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 4Abril

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 5

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 6

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 7Maio

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 8

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 9

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 10Junho

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 11

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 12

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 13Julho

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 14

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 15

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 16Agosto

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 17

grupo invalidado devido agrave falha do fluxocircmetro

As variaacuteveis independentes incluiacutedas nas anaacutelises de variacircncia foram

a) O local de amostragem com trecircs categorias pontos Balsa Caieirase 1a laje

b) O mecircs do ano com seis categorias marccedilo abril maio junho julho e agosto

17

c) O volume triado para larvas como covariaacutevel contiacutenua em m3

Foi utilizado para as ANOVAs o tipo III onde a significacircncia da variaacutevel

independente testada eacute estimada apoacutes as outras variaacuteveis do modelo serem incluiacutedas ou

seja quando essas outras variaacuteveis jaacute explicarem uma parte da variabilidade da variaacutevel

dependente A utilizaccedilatildeo deste tipo diminui a possibilidade de as significacircncias obtidas

serem falsas Diferenccedilas entre as categorias das variaacuteveis foram posteriormente testadas

atraveacutes das meacutedias marginais

18

4 RESULTADOS

41 Dados abioacuteticos

Nos trecircs pontos a temperatura tanto da superfiacutecie quanto do fundo teve seus

maiores valores no veratildeo e seus menores valores no inverno (Figura 3) No mecircs de

dezembro a temperatura nos trecircs pontos teve um decliacutenio devido agraves chuvas De acordo com

o teste de Friedman (Tabela 4) a temperatura foi significativamente diferente entre os trecircs

pontos tanto na superfiacutecie quanto no fundo

18

22

26

30

34

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Te

mp

era

tura

(C

) d

a

su

pe

rfiacutec

ie

(a)

18

22

26

30

34

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Tem

per

atu

ra (

C)

do

fu

nd

o

(b)

Figura 3 Evoluccedilatildeo mensal da temperatura nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a temperatura na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a temperatura do fundo Para melhor visualizaccedilatildeoo eixo vertical inicia-se em 18oC

Balsa Caieiras 1a Laje

19

Baseado nas ordens meacutedias obtidas no teste de Friedman Caieiras e 1a laje

apresentaram valores de temperatura semelhantes enquanto que Balsa mostrou ter aacuteguas

mais frias que os outros dois pontos (Tabela 4)

Tabela 4 Resultados dos testes de Friedman para as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas daaacutegua do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 emtodos os casos

Temperatura Salinidade OxigecircnioEstatiacutestica

Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo

Nuacutemero de valores 12 12 12 12 11 9

Qui-quadrado 6435 11511 23532 19500 10364 14889

Significacircncia 0040 0003 0000 0000 0006 0001

Local Ordem meacutedia

Balsa 142 129 296 300 273 300

Caieiras 225 208 100 175 191 178

1a laje 233 263 204 125 136 122

um valor foi excluiacutedo trecircs valores foram excluiacutedos Ver texto para explicaccedilotildees

Nos meses de marccedilo e dezembro a salinidade superficial diminuiu nos trecircs pontos

devido agrave aacutegua doce proveniente das chuvas (Figura 4) Nos meses de novembro e dezembro

houve queda da salinidade de fundo em Caieiras e 1a laje respectivamente tambeacutem por

causa das chuvas O ponto Balsa apresentou valores de salinidade de superfiacutecie maiores

que 1a laje que por sua vez apresentou valores maiores que Caieiras (Figura 4) Quanto

agrave salinidade do fundo na Balsa tambeacutem foram encontrados os maiores valores enquanto

que Caieiras geralmente teve uma pequena superioridade sobre os valores da 1a laje

(Figura 4) Segundo o teste de Friedman (Tabela 4) a salinidade tanto de superfiacutecie quanto

de fundo apresentou diferenccedila significativa entre os valores dos trecircs pontos

20

0

10

20

30

40

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Sal

inid

ade

da

sup

erfiacute

cie

(a)

0

10

20

30

40

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Sal

inid

ade

do

fu

nd

o

(b)

Figura 4 Evoluccedilatildeo mensal da salinidade nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a salinidade na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a salinidade do fundo

Quanto agraves concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido verificou-se que a Balsa

apresentou os maiores valores seguindo de Caieiras e por uacuteltimo 1a laje tanto para as

concentraccedilotildees superficiais quanto para as de fundo (Figura 5) No mecircs de outubro houve

um pico dessas concentraccedilotildees nos trecircs pontos (Figura 5) Natildeo se pode relacionar esses

valores a qualquer evento (por exemplo climaacutetico) excepcional Poreacutem assim como esses

valores natildeo podem ser relacionados a qualquer manutenccedilatildeo ou falha do aparelho de

mediccedilatildeo os dados foram utilizados nas anaacutelises Os valores de oxigecircnio de julho 2000 em

Balsa Caieiras 1a Laje

21

Caieiras (fundo) de novembro 2000 na 1a laje (fundo) e de fevereiro 2001 na Balsa

(superfiacutecie e fundo) foram considerados outliers ou seja valores extraordinaacuterios (natildeo

representativos) e por isso foram desprezados Como esses valores foram encontrados

sempre nas uacuteltimas mediccedilotildees das campanhas das amostragens referidas acredita-se que

podem ter sido obtidos por falha do aparelho de mediccedilatildeo De acordo com o teste de

Friedman (Tabela 4) as concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido tanto na superfiacutecie quanto no

fundo tiveram valores significativamente diferentes nos trecircs pontos

0

2

4

6

8

10

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Oxi

gecircn

io d

isso

lvid

o (

mg

L)

da

su

pe

rfiacutec

ie

(a)

0

2

4

6

8

10

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Oxi

gecircn

io d

isso

lvid

o (

mg

L)

do

fu

nd

o

(b)Figura 5 Evoluccedilatildeo mensal da concentraccedilatildeo de oxigecircniodissolvido nos trecircs pontos de amostragens Acima (a) estaacute aconcentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua da superfiacutecie abaixo(b) estaacute a concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua do fundo

Balsa Caieiras 1a Laje

22

42 Dados bioacuteticos

Durante os seis primeiros meses foram triadas 7430 larvas (de um total amostrado

estimado de 12014) das quais 7235 foram identificadas Natildeo foi possiacutevel a identificaccedilatildeo

de 195 larvas Foram enumerados 21649 ovos de um total amostrado estimado de 51365

Foram identificados 44 taxa (excluindo as larvas natildeo identificadas) que pertencem a

23 famiacutelias Estes 44 taxa foram identificados seja ao niacutevel de espeacutecie (17 espeacutecies) ou ao

niacutevel de gecircnero (15 gecircneros) ou ao niacutevel de famiacutelia (12 famiacutelias) (Tabela 5)

Os ovos natildeo foram identificados Vaacuterios tipos foram encontrados (ver Anexo C)

incluindo ovos de Engraulidae facilmente reconheciacuteveis devido agrave sua forma oval

As famiacutelias com maiores nuacutemeros de indiviacuteduos nos trecircs pontos foram Engraulidae

Gobiidae e Haemulidae (Tabela 5)

Os taxa que ocorreram apenas na Balsa foram Paralichthyidae Microdesmus

longipinnis Stellifer rastrifer Gobiosoma sp Gobiosoma hemigymnum Menticirrhus sp

Atherinella brasiliensis Ophichthidae e Raneya brasiliensis

Foram encontrados apenas em Caieiras os taxa Odontoscion dentex Dormitator

maculatus Pseudophallus mindii Lutjanus analis e Mugilidae

Ostetus lineatus e Gobiesocidae foram taxa que ocorreram apenas na 1a laje

23

Tabela 5 Lista dos taxa identificados nas coletas realizadas entre marccedilo e agosto de 2000 no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de indiviacuteduos e a frequumlecircncia total e por ponto de amostragem satildeo dados sem correccedilatildeo pelo volume triadoN eacute o nuacutemero de indiviacuteduos Freq eacute a frequumlecircncia lt 001 indica frequumlecircncia inferior a 1

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqENGRAULIDAE 3546 048 640 023 1093 067 1813 062GOBIIDAE Microgobius meeki 2594 035 1364 048 315 019 915 031HAEMULIDAE 402 005 388 014 0 14 lt 001Natildeo identificados 195 003 115 004 26 002 54 002TETRAODONTIDAE Sphoeroides sp 136 002 80 003 28 002 28 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp2 134 002 60 002 63 004 11 lt 001SCIAENIDAE (larvas viteliacutenicas) 84 001 58 002 20 001 6 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp1 83 001 35 001 39 002 9 lt 001SCIAENIDAE Micropogonias furnieri 30 lt 001 15 001 7 lt 001 8 lt 001GERREIDAE Eucinostomus sp 36 lt 001 14 lt 001 13 lt 001 9 lt 001GOBIIDAE Coryphopterus glaucofraenum 35 lt 001 14 lt 001 3 lt 001 18 lt 001BLENNIIDAE 31 lt 001 11 lt 001 7 lt 001 13 lt 001ACHIRIDAE Achirus sp 17 lt 001 1 lt 001 4 lt 001 12 lt 001ATHERINIDAE 11 lt 001 2 lt 001 5 lt 001 4 lt 001CLUPEIDAE 11 lt 001 10 lt 001 0 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer sp 8 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 4 lt 001SCIAENIDAE 9 lt 001 0 3 lt 001 6 lt 001PARALICHTHYIDAE Citharichthys sp 7 lt 001 1 lt 001 5 lt 001 1 lt 001SYNGNATHIDAE Syngnathus sp 5 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 3 lt 001PARALICHTHYIDAE 5 lt 001 5 lt 001 0 0MICRODESMIDAE Microdesmus longipinnis 5 lt 001 5 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus sp 4 lt 001 3 lt 001 0 1 lt 001

24

Tabela 5 continuaccedilatildeo

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0

Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100

25

421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50

Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma

transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua

bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a

trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises

parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-

normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo

como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da

anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas

Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os

meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)

Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior

influecircncia que o local (Tabela 6)

Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 7439 22203 le 0001

Erro 41 0335

Total 49

Local 2 1990 5939 0005

Mecircs 5 11081 33074 le 0001

Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

26

Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de

marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o

ponto com a menor abundacircncia de larvas

20

30

40

50

60

70

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

35

40

45

50

55

Balsa Caieiras 1a laje

Local de amostragem

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50

Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume

triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50

Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os

resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas

27

foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os

ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)

Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 27624 16233 le 0001

Erro 41 1702

Total 49

Local 2 0592 0348 0708bull

Mecircs 5 24395 14336 le 0001

Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

01234567

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs

O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do

normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em

relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado

somente significacircncias le 001 foram consideradas

28

Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente

em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do

iacutendice eacute explicada pelo modelo

Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 3692 3684 0003

Erro 41 1002

Total 49

Local 2 2298 2292 0114bull

Mecircs 5 1627 1624 0175bull

Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull

bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001

422 Padrotildees espaciais de abundacircncia

Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa

Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp

Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus

glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa

apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem

(Tabela 9)

Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae

(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos

significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas

muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira

29

Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior

abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp

Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia

(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus

sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas

espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se

larvas muito jovens indicando que podem ser residentes

Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal

Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas

Qui -quadrado

SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje

Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188

M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131

Haemulidae - 14308 0001 256 191 153

Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156

Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244

Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206

M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197

Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206

C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175

Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200

Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188

A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies

Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas

maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que

apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas

30

espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque

ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais

pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao

contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes

Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de

indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste

31

5 DISCUSSAtildeO

Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo

segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e

Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae

Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae

Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae

Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias

de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp

Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)

Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior

abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no

periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande

maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al

(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na

primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do

veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees

Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos

seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria

por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no

estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em

parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada

(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas

32

latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes

em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi

inferior a 1

Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria

(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo

representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas

triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute

Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos

ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan

(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia

sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)

A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira

mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do

rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido

Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia

reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia

Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de

dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo

podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio

33

Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo

encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp

Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)

Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que

1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois

apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas

concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido

2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa

principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio

Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros

dois pontos

3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos

apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-

quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu

Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo

diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo

da migraccedilatildeo das larvas de peixes

Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram

significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus

spp e Achirus sp (Tabela 9)

Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou

migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por

terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa

34

Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes

dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio

predominando em Caieiras (braccedilo norte)

As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia

quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies

migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna

daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele

permanecerem

As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo

podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu

posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque

quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais

abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo

norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce

proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave

estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp

parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo

norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o

fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo

rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do

estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do

que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas

espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)

35

6 CONCLUSOtildeES

O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna

ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e

Haemulidae

O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de

amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis

meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que

no braccedilo sul

As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial

heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou

distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae

O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por

espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos

estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus

spp

36

7 REFEREcircNCIAS

ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-

ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227

ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas

Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11

p53-65 1999

ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa

Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro

v14 no1 p121-134 1997

ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na

literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas

BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil

1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p

BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish

in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese

(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999

BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da

Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE

ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232

BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de

Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de

Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997

37

BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In

ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986

p35

CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p

CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada

da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia

Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal

Fluminense Rio de Janeiro 1998

CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino

do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185

1996

CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton

del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860

EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the

continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint

Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation

processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast

Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138

EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish

larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and

Marine Research v47 no 3 p183-200 1999

FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north

Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest

Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II

Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p

38

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p

FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998

FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition

and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114

HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed

Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207

HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna

ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282

HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two

North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179

HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean

fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46

p383-488

HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or

kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the

Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington

1934 v 48 p41-117

HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of

some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938

v48 p505-642

39

IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do

ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-

AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo

Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22

JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed

Paris UNESCO 1998 193 p

JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina

Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine

Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752

JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in

Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998

KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance

and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)

Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego

Academic Press 1996 p 235-255

LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats

Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253

LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier

Scientific Publishing Company 1983 419p

LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South

Wales University Press 1989 370 p

MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast

Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p

40

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V

Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p

MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla

American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p

MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel

Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish

recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish

conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54

OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos

decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297

PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema

estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205

RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history

stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel

http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]

ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge

University Press 1995 439p

SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de

Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77

1980

SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de

Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -

41

Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-

300 1982

SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New

York Chanticleer 1997 720p

SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei

Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western

Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012

SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das

Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia

Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998

SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do

ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de

Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991

WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese

(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata

Argentina 1981

WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de

Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117

WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the

eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24

v39 p141-201

ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999

42

Anexo A

(a)

(b)

(c)

Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)

43

Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas

Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm

Page 10: O ICTIOPLÂNCTON DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-AÇU, ES. · cada ponto foram feitos três arrastos com rede tipo bongô de malha 333 µm, com três minutos de duração cada. Foram

9

3 METODOLOGIA

31 Aacuterea de estudo

O Rio Piraquecirc-accedilu tem sua nascente localizada a 1100m de altitude na Reserva de

Nova Lombardia municiacutepio de Santa Teresa (ES) e seu estuaacuterio no distrito de Santa Cruz

municiacutepio de Aracruz (ES) - localizado ao norte do estado a aproximadamente 50 km de

Vitoacuteria (Figura 1) O estuaacuterio estaacute localizado proacuteximo agraves coordenadas 40o09W e 19o57S e

apresenta-se na forma de Y com a bifurcaccedilatildeo logo apoacutes a barra de entrada O braccedilo norte

o chamado Rio Piraquecirc-accedilu atraveacutes do qual desaacutegua o rio homocircnimo tem caracteriacutesticas

fiacutesico-quiacutemicas bastante variaacuteveis devido ao fluxo de aacutegua doce Por isso tem tendecircncia agrave

estratificaccedilatildeo (GF Barroso comunicaccedilatildeo pessoal) O braccedilo sul o afluente chamado Rio

Piraquecirc-mirim parece mais profundo que o braccedilo norte Por receber pouca aacutegua doce suas

caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas satildeo relativamente estaacuteveis Eacute raramente estratificado (GF

Barroso comunicaccedilatildeo pessoal) Os dois braccedilos e a confluecircncia satildeo marginados por um

beliacutessimo manguezal que se estende ateacute o mar Anaacutelises das concentraccedilotildees de coliformes

totais e fecais entre outras indicam que o estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu parece pouco

poluiacutedo (GF comunicaccedilatildeo pessoal)

10

Figura 1 Bacia do complexo Piraquecirc-accedilu Piraquecirc-mirim A grade indicacoordenadas UTM (Universal Transversal Mercator em metros) No quadroesquerdo estaacute a localizaccedilatildeo do estuaacuterio no estado do Espiacuterito Santo No quadrodireito estatildeo dados geograacuteficos gerais para a bacia estuaacuterio e rios (CortesiaGilberto Fonseca Barroso)

32 Amostragens

As amostragens foram realizadas mensalmente entre marccedilo de 2000 e fevereiro de

2001 em trecircs pontos do estuaacuterio (Figura 2)

a) o primeiro localizado na entrada do estuaacuterio proacuteximo agraves balsas de cultivo de ostras

denominado Balsa

b) o segundo localizado no braccedilo norte (Rio Piraquecirc-accedilu) em frente ao antigo porto de

Caieiras denominado Caieiras que estaacute a 55 km de distacircncia a montante da Balsa

11

c) o terceiro situado no braccedilo sul (Rio Piraquecirc-mirim) no ponto chamado 1a Laje que estaacute

a 53 km a montante da Balsa

A confluecircncia dos dois braccedilos encontra-se a 22 km a montante da Balsa a 33 km

a jusante de Caieiras e a 31 km a jusante da 1a laje (Figura 2)

Figura 2 O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu e os pontos amostrais Coordenadasgeograacuteficas em graus minutos e segundos (Cortesia Gilberto Fonseca Barroso)

Foi utilizada para as coletas rede cocircnica do tipo bongocirc com malha de 333

microcircmetros diacircmetro de abertura de 60cm e 3m de comprimento total A rede foi puxada

por barco a motor equipada com fluxocircmetro mecacircnico (General Oceanics 2030R) As

amostras foram coletadas por arrastos na regiatildeo meacutedia da coluna daacutegua com duraccedilatildeo de

trecircs minutos cada Esta duraccedilatildeo foi reduzida a dois ou ateacute um minuto quando havia grande

abundacircncia de ctenoacuteforos ou detritos (meses de agosto setembro e novembro) Arrastos

12

foram triplicados exceto na coleta de marccedilo que teve apenas duas reacuteplicas por ponto As

amostras foram fixadas em formol neutralizado 5 e armazenadas fora da luz para reduzir

a despigmentaccedilatildeo

As amostragens foram feitas no periacuteodo noturno devido agrave maior abundacircncia das

larvas na coluna daacutegua neste periacuteodo do que durante o dia (Hettler amp Barker 1993) Se

iniciaram logo apoacutes o pocircr do sol nas fases de mareacutes mortas (ou seja de quadratura = lua

minguante) com uma periodicidade aproximada de 28 (vinte e oito) dias Nessas mareacutes haacute

baixa concentraccedilatildeo de ctenoacuteforos e detritos originados do mangue que prejudicam a coleta

e a triagem

Os pontos foram amostrados de maneira aleatoacuteria para minimizar os efeitos de

outros fatores que poderiam influenciar os resultados tal como tempo decorrido depois do

pocircr do sol estaacutegio e forccedila da mareacute etc (Tabela 1)

Tabela 1 Dados gerais do plano de amostragem do ictioplacircncton noestuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu Nuacutemero eacute o nuacutemero de reacuteplicas no ponto eIntervalo eacute o intervalo de tempo em dias entre duas coletas consecutivas

Ordem de amostragemData

Balsa 1a laje CaieirasNuacutemero Intervalo

28 marccedilo 00 1 3 2 2 _

27 abril 00 3 1 2 3 30

30 maio 00 3 1 2 3 33

27 junho 00 1 3 2 3 28

25 julho 00 2 1 3 3 28

22 agosto 00 2 3 1 3 28

25 setembro 00 3 1 2 3 34

20 outubro 00 1 3 2 3 25

26 novembro 00 2 3 1 3 37

19 dezembro 00 3 2 1 3 23

17 janeiro 01 1 2 3 3 29

16 fevereiro 01 3 2 1 3 30

13

Em todos os pontos foram feitas mediccedilotildees de temperatura salinidade e

concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido em duas profundidades (superfiacutecie e fundo) utilizando-

se Medidor Multi Paracircmetro YSI 85

33 Processamento das amostras

Sob microscoacutepio estereoscoacutepico (lupa) as larvas coletadas nos seis primeiros meses

de amostragem (51 amostras 6 em marccedilo de 2000 e 9 em cada um dos 5 meses seguintes)

foram triadas e identificadas e os ovos apenas enumerados As amostras que continham

grande abundacircncia de larvas ou de ovos foram fracionadas (ateacute 18 Tabela 2)

Tabela 2 Dados referentes agraves sete amostras fracionadas paratriagem Triadas eacute o nuacutemero de larvas nas fraccedilotildees triadasEstimadas eacute o nuacutemero estimado de larvas nas amostras inteiras

Mecircs Ponto Reacuteplica Fraccedilatildeo triada Triadas Estimadas

Marccedilo Caieiras 2a 1 4 367 1468

Marccedilo 1a laje 1a 1 4 261 1044

Marccedilo 1a laje 2a 1 8 172 1376

Abril 1a laje 1a 1 2 323 646

Abril 1a laje 2a 1 4 267 1068

Abril 1a laje 3a 1 4 124 496

Abril Balsa 1a 1 1 378 378

a amostra foi triada inteiramente para as larvas mas apenas metade dos ovos daamostra foi enumerada Nos outros casos a fraccedilatildeo triada para os ovos e a fraccedilatildeotriada para as larvas satildeo iguais

A identificaccedilatildeo foi realizada principalmente a partir das referecircncias gerais seguintes

Fahay (1983) Moser et al (1984) Leis amp Trnski (1989) Matarese et al (1989) Jeyaseelan

(1998) uma coletacircnea anocircnima de figuras colhidas na literatura (Anocircnimo) e a ediccedilatildeo

preliminar de Richards (2001) Para larvas mais desenvolvidas (juvenis) foram utilizados

Figueiredo amp Menezes (1978 1980 e 2000) Menezes amp Figueiredo (1980 e 1985) Barletta

14

amp Correcirca (1992) Smith (1997) e Carvalho-Filho (1999) Em vaacuterios casos foram realizadas

seacuteries de desenvolvimento (exemplo nos anexos A e B)

34 Anaacutelises estatiacutesticas

O volume de aacutegua filtrado em cada arrasto (Vfiltrado em metros cuacutebicos foacutermula

1) foi calculado a partir da distacircncia percorrida pelo fluxocircmetro (Distacircncia em metros

foacutermula 2) multiplicada pela aacuterea da boca de abertura da rede (Aacuterea em metros quadrados

foacutermula 4)

Vfiltrado = Distacircncia bull Aacuterea (1)

Em todas as equaccedilotildees bull eacute o sinal de multiplicaccedilatildeo

Distacircncia = ∆ bull Constante (2)

onde ∆ = no registrado no fim do arrasto - no registrado no iniacutecio do arrasto(3)

e onde Constante = constante do fluxocircmetro = 00384363

Aacuterea = π bull Raio2 (4)

onde π = 314159

e onde Raio = 03m

A abundacircncia (nuacutemero por metro cuacutebico foacutermula 5) de cada espeacutecie e dos ovos foi

calculada sobre o volume triado (Vtriado foacutermula 6)

Abundacircncia = Nuacutemero Vtriado (5)

onde Nuacutemero eacute o nuacutemero de indiviacuteduos ou de ovos

e onde

Vtriado = Vfiltrado bull Fraccedilatildeo triada (6)

15

onde Fraccedilatildeo triada eacute a fraccedilatildeo triada da amostra e varia entre 1 (toda a amostra foi triada) e

18 (um oitavo da amostra foi triada)(Tabela 2) Os dados do fluxocircmetro foram aberrantes

na 2a reacuteplica de Caieiras do mecircs de maio (05m3 filtrados indicando que a heacutelice ficou

bloqueada apesar da rede funcionar normalmente) O nuacutemero de dados utilizaacuteveis nas

anaacutelises de abundacircncia eacute entatildeo 50

Os dados obtidos tanto os bioloacutegicos quanto os fiacutesico-quiacutemicos foram tratados por

anaacutelises natildeo-parameacutetricas - teste de Friedman com α = 005 - considerando que as amostras

de uma mesma campanha satildeo ligadas entre si (Zar 1999) O nuacutemero inicial de valores para

as variaacuteveis ambientais eacute 12 (uma mediccedilatildeo por mecircs por ponto de amostragem e por

profundidade durante o ano inteiro de amostragem) O nuacutemero de valores para as variaacuteveis

bioloacutegicas foi de 16 Havendo duas replicaccedilotildees por ponto em marccedilo e trecircs nos outros

meses foi escolhido comparar as primeiras reacuteplicas dos pontos entre si as segundas

reacuteplicas dos pontos entre si e as terceiras reacuteplicas dos pontos entre si (Tabela 3) Dos

originais 17 grupos de replicaccedilotildees (marccedilo com 2 grupos os 5 outros meses com 3 grupos)

um foi invalidado (o das 2as reacuteplicas do mecircs de maio) pelo natildeo funcionamento do

fluxocircmetro

As variaacuteveis contiacutenuas foram testadas para normalidade (e homocedasticidade) com

o teste de Kolmogorov-Smirnov-Lilliefors (Legendre amp Legendre 1983) Apoacutes

normalizaccedilatildeo anaacutelises parameacutetricas de variacircncia (ANOVA Zar 1999) foram aplicadas

sobre os dados bioloacutegicos sendo a variaacutevel dependente o nuacutemero de indiviacuteduos o nuacutemero

de ovos ou o iacutendice de diversidade (α = alpha de Williams ou alpha de Fisher) O alpha eacute

obtido atraveacutes das seguintes equaccedilotildees (foacutermulas 7 e 8) (Rosenzweig 1995)

S = - α bull ln (1 - x) (7)

16

onde S eacute o nuacutemero de taxa larvais na amostra (excluindo os natildeo identificados)

e onde α eacute o iacutendice de diversidade

e onde ln eacute o operador logariacutetmico neperiano (de base e)

e onde x eacute uma constante que satisfaz

S N = [(x - 1) x] bull ln (1 - x) (8)

onde N eacute o nuacutemero de indiviacuteduos na amostra

Tabela 3 Combinaccedilatildeo das amostras nos grupos testados atraveacutes do teste deFriedman para a abundacircncia dos taxa

Mecircs Balsa Caieiras 1a laje Grupo

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 1Marccedilo

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 2

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 3

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 4Abril

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 5

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 6

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 7Maio

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 8

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 9

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 10Junho

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 11

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 12

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 13Julho

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 14

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 15

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 16Agosto

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 17

grupo invalidado devido agrave falha do fluxocircmetro

As variaacuteveis independentes incluiacutedas nas anaacutelises de variacircncia foram

a) O local de amostragem com trecircs categorias pontos Balsa Caieirase 1a laje

b) O mecircs do ano com seis categorias marccedilo abril maio junho julho e agosto

17

c) O volume triado para larvas como covariaacutevel contiacutenua em m3

Foi utilizado para as ANOVAs o tipo III onde a significacircncia da variaacutevel

independente testada eacute estimada apoacutes as outras variaacuteveis do modelo serem incluiacutedas ou

seja quando essas outras variaacuteveis jaacute explicarem uma parte da variabilidade da variaacutevel

dependente A utilizaccedilatildeo deste tipo diminui a possibilidade de as significacircncias obtidas

serem falsas Diferenccedilas entre as categorias das variaacuteveis foram posteriormente testadas

atraveacutes das meacutedias marginais

18

4 RESULTADOS

41 Dados abioacuteticos

Nos trecircs pontos a temperatura tanto da superfiacutecie quanto do fundo teve seus

maiores valores no veratildeo e seus menores valores no inverno (Figura 3) No mecircs de

dezembro a temperatura nos trecircs pontos teve um decliacutenio devido agraves chuvas De acordo com

o teste de Friedman (Tabela 4) a temperatura foi significativamente diferente entre os trecircs

pontos tanto na superfiacutecie quanto no fundo

18

22

26

30

34

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Te

mp

era

tura

(C

) d

a

su

pe

rfiacutec

ie

(a)

18

22

26

30

34

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Tem

per

atu

ra (

C)

do

fu

nd

o

(b)

Figura 3 Evoluccedilatildeo mensal da temperatura nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a temperatura na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a temperatura do fundo Para melhor visualizaccedilatildeoo eixo vertical inicia-se em 18oC

Balsa Caieiras 1a Laje

19

Baseado nas ordens meacutedias obtidas no teste de Friedman Caieiras e 1a laje

apresentaram valores de temperatura semelhantes enquanto que Balsa mostrou ter aacuteguas

mais frias que os outros dois pontos (Tabela 4)

Tabela 4 Resultados dos testes de Friedman para as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas daaacutegua do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 emtodos os casos

Temperatura Salinidade OxigecircnioEstatiacutestica

Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo

Nuacutemero de valores 12 12 12 12 11 9

Qui-quadrado 6435 11511 23532 19500 10364 14889

Significacircncia 0040 0003 0000 0000 0006 0001

Local Ordem meacutedia

Balsa 142 129 296 300 273 300

Caieiras 225 208 100 175 191 178

1a laje 233 263 204 125 136 122

um valor foi excluiacutedo trecircs valores foram excluiacutedos Ver texto para explicaccedilotildees

Nos meses de marccedilo e dezembro a salinidade superficial diminuiu nos trecircs pontos

devido agrave aacutegua doce proveniente das chuvas (Figura 4) Nos meses de novembro e dezembro

houve queda da salinidade de fundo em Caieiras e 1a laje respectivamente tambeacutem por

causa das chuvas O ponto Balsa apresentou valores de salinidade de superfiacutecie maiores

que 1a laje que por sua vez apresentou valores maiores que Caieiras (Figura 4) Quanto

agrave salinidade do fundo na Balsa tambeacutem foram encontrados os maiores valores enquanto

que Caieiras geralmente teve uma pequena superioridade sobre os valores da 1a laje

(Figura 4) Segundo o teste de Friedman (Tabela 4) a salinidade tanto de superfiacutecie quanto

de fundo apresentou diferenccedila significativa entre os valores dos trecircs pontos

20

0

10

20

30

40

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Sal

inid

ade

da

sup

erfiacute

cie

(a)

0

10

20

30

40

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Sal

inid

ade

do

fu

nd

o

(b)

Figura 4 Evoluccedilatildeo mensal da salinidade nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a salinidade na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a salinidade do fundo

Quanto agraves concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido verificou-se que a Balsa

apresentou os maiores valores seguindo de Caieiras e por uacuteltimo 1a laje tanto para as

concentraccedilotildees superficiais quanto para as de fundo (Figura 5) No mecircs de outubro houve

um pico dessas concentraccedilotildees nos trecircs pontos (Figura 5) Natildeo se pode relacionar esses

valores a qualquer evento (por exemplo climaacutetico) excepcional Poreacutem assim como esses

valores natildeo podem ser relacionados a qualquer manutenccedilatildeo ou falha do aparelho de

mediccedilatildeo os dados foram utilizados nas anaacutelises Os valores de oxigecircnio de julho 2000 em

Balsa Caieiras 1a Laje

21

Caieiras (fundo) de novembro 2000 na 1a laje (fundo) e de fevereiro 2001 na Balsa

(superfiacutecie e fundo) foram considerados outliers ou seja valores extraordinaacuterios (natildeo

representativos) e por isso foram desprezados Como esses valores foram encontrados

sempre nas uacuteltimas mediccedilotildees das campanhas das amostragens referidas acredita-se que

podem ter sido obtidos por falha do aparelho de mediccedilatildeo De acordo com o teste de

Friedman (Tabela 4) as concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido tanto na superfiacutecie quanto no

fundo tiveram valores significativamente diferentes nos trecircs pontos

0

2

4

6

8

10

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Oxi

gecircn

io d

isso

lvid

o (

mg

L)

da

su

pe

rfiacutec

ie

(a)

0

2

4

6

8

10

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Oxi

gecircn

io d

isso

lvid

o (

mg

L)

do

fu

nd

o

(b)Figura 5 Evoluccedilatildeo mensal da concentraccedilatildeo de oxigecircniodissolvido nos trecircs pontos de amostragens Acima (a) estaacute aconcentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua da superfiacutecie abaixo(b) estaacute a concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua do fundo

Balsa Caieiras 1a Laje

22

42 Dados bioacuteticos

Durante os seis primeiros meses foram triadas 7430 larvas (de um total amostrado

estimado de 12014) das quais 7235 foram identificadas Natildeo foi possiacutevel a identificaccedilatildeo

de 195 larvas Foram enumerados 21649 ovos de um total amostrado estimado de 51365

Foram identificados 44 taxa (excluindo as larvas natildeo identificadas) que pertencem a

23 famiacutelias Estes 44 taxa foram identificados seja ao niacutevel de espeacutecie (17 espeacutecies) ou ao

niacutevel de gecircnero (15 gecircneros) ou ao niacutevel de famiacutelia (12 famiacutelias) (Tabela 5)

Os ovos natildeo foram identificados Vaacuterios tipos foram encontrados (ver Anexo C)

incluindo ovos de Engraulidae facilmente reconheciacuteveis devido agrave sua forma oval

As famiacutelias com maiores nuacutemeros de indiviacuteduos nos trecircs pontos foram Engraulidae

Gobiidae e Haemulidae (Tabela 5)

Os taxa que ocorreram apenas na Balsa foram Paralichthyidae Microdesmus

longipinnis Stellifer rastrifer Gobiosoma sp Gobiosoma hemigymnum Menticirrhus sp

Atherinella brasiliensis Ophichthidae e Raneya brasiliensis

Foram encontrados apenas em Caieiras os taxa Odontoscion dentex Dormitator

maculatus Pseudophallus mindii Lutjanus analis e Mugilidae

Ostetus lineatus e Gobiesocidae foram taxa que ocorreram apenas na 1a laje

23

Tabela 5 Lista dos taxa identificados nas coletas realizadas entre marccedilo e agosto de 2000 no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de indiviacuteduos e a frequumlecircncia total e por ponto de amostragem satildeo dados sem correccedilatildeo pelo volume triadoN eacute o nuacutemero de indiviacuteduos Freq eacute a frequumlecircncia lt 001 indica frequumlecircncia inferior a 1

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqENGRAULIDAE 3546 048 640 023 1093 067 1813 062GOBIIDAE Microgobius meeki 2594 035 1364 048 315 019 915 031HAEMULIDAE 402 005 388 014 0 14 lt 001Natildeo identificados 195 003 115 004 26 002 54 002TETRAODONTIDAE Sphoeroides sp 136 002 80 003 28 002 28 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp2 134 002 60 002 63 004 11 lt 001SCIAENIDAE (larvas viteliacutenicas) 84 001 58 002 20 001 6 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp1 83 001 35 001 39 002 9 lt 001SCIAENIDAE Micropogonias furnieri 30 lt 001 15 001 7 lt 001 8 lt 001GERREIDAE Eucinostomus sp 36 lt 001 14 lt 001 13 lt 001 9 lt 001GOBIIDAE Coryphopterus glaucofraenum 35 lt 001 14 lt 001 3 lt 001 18 lt 001BLENNIIDAE 31 lt 001 11 lt 001 7 lt 001 13 lt 001ACHIRIDAE Achirus sp 17 lt 001 1 lt 001 4 lt 001 12 lt 001ATHERINIDAE 11 lt 001 2 lt 001 5 lt 001 4 lt 001CLUPEIDAE 11 lt 001 10 lt 001 0 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer sp 8 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 4 lt 001SCIAENIDAE 9 lt 001 0 3 lt 001 6 lt 001PARALICHTHYIDAE Citharichthys sp 7 lt 001 1 lt 001 5 lt 001 1 lt 001SYNGNATHIDAE Syngnathus sp 5 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 3 lt 001PARALICHTHYIDAE 5 lt 001 5 lt 001 0 0MICRODESMIDAE Microdesmus longipinnis 5 lt 001 5 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus sp 4 lt 001 3 lt 001 0 1 lt 001

24

Tabela 5 continuaccedilatildeo

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0

Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100

25

421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50

Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma

transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua

bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a

trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises

parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-

normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo

como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da

anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas

Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os

meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)

Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior

influecircncia que o local (Tabela 6)

Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 7439 22203 le 0001

Erro 41 0335

Total 49

Local 2 1990 5939 0005

Mecircs 5 11081 33074 le 0001

Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

26

Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de

marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o

ponto com a menor abundacircncia de larvas

20

30

40

50

60

70

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

35

40

45

50

55

Balsa Caieiras 1a laje

Local de amostragem

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50

Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume

triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50

Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os

resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas

27

foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os

ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)

Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 27624 16233 le 0001

Erro 41 1702

Total 49

Local 2 0592 0348 0708bull

Mecircs 5 24395 14336 le 0001

Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

01234567

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs

O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do

normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em

relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado

somente significacircncias le 001 foram consideradas

28

Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente

em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do

iacutendice eacute explicada pelo modelo

Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 3692 3684 0003

Erro 41 1002

Total 49

Local 2 2298 2292 0114bull

Mecircs 5 1627 1624 0175bull

Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull

bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001

422 Padrotildees espaciais de abundacircncia

Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa

Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp

Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus

glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa

apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem

(Tabela 9)

Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae

(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos

significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas

muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira

29

Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior

abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp

Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia

(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus

sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas

espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se

larvas muito jovens indicando que podem ser residentes

Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal

Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas

Qui -quadrado

SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje

Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188

M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131

Haemulidae - 14308 0001 256 191 153

Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156

Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244

Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206

M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197

Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206

C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175

Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200

Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188

A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies

Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas

maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que

apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas

30

espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque

ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais

pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao

contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes

Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de

indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste

31

5 DISCUSSAtildeO

Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo

segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e

Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae

Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae

Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae

Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias

de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp

Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)

Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior

abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no

periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande

maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al

(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na

primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do

veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees

Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos

seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria

por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no

estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em

parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada

(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas

32

latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes

em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi

inferior a 1

Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria

(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo

representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas

triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute

Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos

ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan

(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia

sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)

A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira

mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do

rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido

Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia

reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia

Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de

dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo

podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio

33

Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo

encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp

Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)

Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que

1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois

apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas

concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido

2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa

principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio

Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros

dois pontos

3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos

apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-

quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu

Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo

diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo

da migraccedilatildeo das larvas de peixes

Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram

significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus

spp e Achirus sp (Tabela 9)

Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou

migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por

terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa

34

Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes

dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio

predominando em Caieiras (braccedilo norte)

As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia

quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies

migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna

daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele

permanecerem

As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo

podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu

posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque

quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais

abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo

norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce

proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave

estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp

parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo

norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o

fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo

rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do

estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do

que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas

espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)

35

6 CONCLUSOtildeES

O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna

ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e

Haemulidae

O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de

amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis

meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que

no braccedilo sul

As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial

heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou

distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae

O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por

espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos

estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus

spp

36

7 REFEREcircNCIAS

ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-

ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227

ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas

Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11

p53-65 1999

ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa

Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro

v14 no1 p121-134 1997

ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na

literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas

BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil

1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p

BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish

in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese

(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999

BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da

Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE

ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232

BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de

Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de

Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997

37

BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In

ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986

p35

CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p

CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada

da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia

Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal

Fluminense Rio de Janeiro 1998

CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino

do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185

1996

CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton

del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860

EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the

continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint

Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation

processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast

Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138

EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish

larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and

Marine Research v47 no 3 p183-200 1999

FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north

Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest

Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II

Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p

38

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p

FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998

FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition

and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114

HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed

Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207

HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna

ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282

HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two

North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179

HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean

fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46

p383-488

HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or

kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the

Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington

1934 v 48 p41-117

HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of

some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938

v48 p505-642

39

IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do

ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-

AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo

Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22

JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed

Paris UNESCO 1998 193 p

JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina

Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine

Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752

JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in

Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998

KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance

and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)

Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego

Academic Press 1996 p 235-255

LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats

Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253

LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier

Scientific Publishing Company 1983 419p

LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South

Wales University Press 1989 370 p

MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast

Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p

40

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V

Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p

MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla

American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p

MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel

Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish

recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish

conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54

OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos

decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297

PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema

estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205

RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history

stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel

http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]

ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge

University Press 1995 439p

SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de

Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77

1980

SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de

Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -

41

Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-

300 1982

SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New

York Chanticleer 1997 720p

SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei

Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western

Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012

SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das

Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia

Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998

SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do

ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de

Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991

WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese

(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata

Argentina 1981

WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de

Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117

WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the

eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24

v39 p141-201

ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999

42

Anexo A

(a)

(b)

(c)

Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)

43

Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas

Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm

Page 11: O ICTIOPLÂNCTON DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-AÇU, ES. · cada ponto foram feitos três arrastos com rede tipo bongô de malha 333 µm, com três minutos de duração cada. Foram

10

Figura 1 Bacia do complexo Piraquecirc-accedilu Piraquecirc-mirim A grade indicacoordenadas UTM (Universal Transversal Mercator em metros) No quadroesquerdo estaacute a localizaccedilatildeo do estuaacuterio no estado do Espiacuterito Santo No quadrodireito estatildeo dados geograacuteficos gerais para a bacia estuaacuterio e rios (CortesiaGilberto Fonseca Barroso)

32 Amostragens

As amostragens foram realizadas mensalmente entre marccedilo de 2000 e fevereiro de

2001 em trecircs pontos do estuaacuterio (Figura 2)

a) o primeiro localizado na entrada do estuaacuterio proacuteximo agraves balsas de cultivo de ostras

denominado Balsa

b) o segundo localizado no braccedilo norte (Rio Piraquecirc-accedilu) em frente ao antigo porto de

Caieiras denominado Caieiras que estaacute a 55 km de distacircncia a montante da Balsa

11

c) o terceiro situado no braccedilo sul (Rio Piraquecirc-mirim) no ponto chamado 1a Laje que estaacute

a 53 km a montante da Balsa

A confluecircncia dos dois braccedilos encontra-se a 22 km a montante da Balsa a 33 km

a jusante de Caieiras e a 31 km a jusante da 1a laje (Figura 2)

Figura 2 O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu e os pontos amostrais Coordenadasgeograacuteficas em graus minutos e segundos (Cortesia Gilberto Fonseca Barroso)

Foi utilizada para as coletas rede cocircnica do tipo bongocirc com malha de 333

microcircmetros diacircmetro de abertura de 60cm e 3m de comprimento total A rede foi puxada

por barco a motor equipada com fluxocircmetro mecacircnico (General Oceanics 2030R) As

amostras foram coletadas por arrastos na regiatildeo meacutedia da coluna daacutegua com duraccedilatildeo de

trecircs minutos cada Esta duraccedilatildeo foi reduzida a dois ou ateacute um minuto quando havia grande

abundacircncia de ctenoacuteforos ou detritos (meses de agosto setembro e novembro) Arrastos

12

foram triplicados exceto na coleta de marccedilo que teve apenas duas reacuteplicas por ponto As

amostras foram fixadas em formol neutralizado 5 e armazenadas fora da luz para reduzir

a despigmentaccedilatildeo

As amostragens foram feitas no periacuteodo noturno devido agrave maior abundacircncia das

larvas na coluna daacutegua neste periacuteodo do que durante o dia (Hettler amp Barker 1993) Se

iniciaram logo apoacutes o pocircr do sol nas fases de mareacutes mortas (ou seja de quadratura = lua

minguante) com uma periodicidade aproximada de 28 (vinte e oito) dias Nessas mareacutes haacute

baixa concentraccedilatildeo de ctenoacuteforos e detritos originados do mangue que prejudicam a coleta

e a triagem

Os pontos foram amostrados de maneira aleatoacuteria para minimizar os efeitos de

outros fatores que poderiam influenciar os resultados tal como tempo decorrido depois do

pocircr do sol estaacutegio e forccedila da mareacute etc (Tabela 1)

Tabela 1 Dados gerais do plano de amostragem do ictioplacircncton noestuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu Nuacutemero eacute o nuacutemero de reacuteplicas no ponto eIntervalo eacute o intervalo de tempo em dias entre duas coletas consecutivas

Ordem de amostragemData

Balsa 1a laje CaieirasNuacutemero Intervalo

28 marccedilo 00 1 3 2 2 _

27 abril 00 3 1 2 3 30

30 maio 00 3 1 2 3 33

27 junho 00 1 3 2 3 28

25 julho 00 2 1 3 3 28

22 agosto 00 2 3 1 3 28

25 setembro 00 3 1 2 3 34

20 outubro 00 1 3 2 3 25

26 novembro 00 2 3 1 3 37

19 dezembro 00 3 2 1 3 23

17 janeiro 01 1 2 3 3 29

16 fevereiro 01 3 2 1 3 30

13

Em todos os pontos foram feitas mediccedilotildees de temperatura salinidade e

concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido em duas profundidades (superfiacutecie e fundo) utilizando-

se Medidor Multi Paracircmetro YSI 85

33 Processamento das amostras

Sob microscoacutepio estereoscoacutepico (lupa) as larvas coletadas nos seis primeiros meses

de amostragem (51 amostras 6 em marccedilo de 2000 e 9 em cada um dos 5 meses seguintes)

foram triadas e identificadas e os ovos apenas enumerados As amostras que continham

grande abundacircncia de larvas ou de ovos foram fracionadas (ateacute 18 Tabela 2)

Tabela 2 Dados referentes agraves sete amostras fracionadas paratriagem Triadas eacute o nuacutemero de larvas nas fraccedilotildees triadasEstimadas eacute o nuacutemero estimado de larvas nas amostras inteiras

Mecircs Ponto Reacuteplica Fraccedilatildeo triada Triadas Estimadas

Marccedilo Caieiras 2a 1 4 367 1468

Marccedilo 1a laje 1a 1 4 261 1044

Marccedilo 1a laje 2a 1 8 172 1376

Abril 1a laje 1a 1 2 323 646

Abril 1a laje 2a 1 4 267 1068

Abril 1a laje 3a 1 4 124 496

Abril Balsa 1a 1 1 378 378

a amostra foi triada inteiramente para as larvas mas apenas metade dos ovos daamostra foi enumerada Nos outros casos a fraccedilatildeo triada para os ovos e a fraccedilatildeotriada para as larvas satildeo iguais

A identificaccedilatildeo foi realizada principalmente a partir das referecircncias gerais seguintes

Fahay (1983) Moser et al (1984) Leis amp Trnski (1989) Matarese et al (1989) Jeyaseelan

(1998) uma coletacircnea anocircnima de figuras colhidas na literatura (Anocircnimo) e a ediccedilatildeo

preliminar de Richards (2001) Para larvas mais desenvolvidas (juvenis) foram utilizados

Figueiredo amp Menezes (1978 1980 e 2000) Menezes amp Figueiredo (1980 e 1985) Barletta

14

amp Correcirca (1992) Smith (1997) e Carvalho-Filho (1999) Em vaacuterios casos foram realizadas

seacuteries de desenvolvimento (exemplo nos anexos A e B)

34 Anaacutelises estatiacutesticas

O volume de aacutegua filtrado em cada arrasto (Vfiltrado em metros cuacutebicos foacutermula

1) foi calculado a partir da distacircncia percorrida pelo fluxocircmetro (Distacircncia em metros

foacutermula 2) multiplicada pela aacuterea da boca de abertura da rede (Aacuterea em metros quadrados

foacutermula 4)

Vfiltrado = Distacircncia bull Aacuterea (1)

Em todas as equaccedilotildees bull eacute o sinal de multiplicaccedilatildeo

Distacircncia = ∆ bull Constante (2)

onde ∆ = no registrado no fim do arrasto - no registrado no iniacutecio do arrasto(3)

e onde Constante = constante do fluxocircmetro = 00384363

Aacuterea = π bull Raio2 (4)

onde π = 314159

e onde Raio = 03m

A abundacircncia (nuacutemero por metro cuacutebico foacutermula 5) de cada espeacutecie e dos ovos foi

calculada sobre o volume triado (Vtriado foacutermula 6)

Abundacircncia = Nuacutemero Vtriado (5)

onde Nuacutemero eacute o nuacutemero de indiviacuteduos ou de ovos

e onde

Vtriado = Vfiltrado bull Fraccedilatildeo triada (6)

15

onde Fraccedilatildeo triada eacute a fraccedilatildeo triada da amostra e varia entre 1 (toda a amostra foi triada) e

18 (um oitavo da amostra foi triada)(Tabela 2) Os dados do fluxocircmetro foram aberrantes

na 2a reacuteplica de Caieiras do mecircs de maio (05m3 filtrados indicando que a heacutelice ficou

bloqueada apesar da rede funcionar normalmente) O nuacutemero de dados utilizaacuteveis nas

anaacutelises de abundacircncia eacute entatildeo 50

Os dados obtidos tanto os bioloacutegicos quanto os fiacutesico-quiacutemicos foram tratados por

anaacutelises natildeo-parameacutetricas - teste de Friedman com α = 005 - considerando que as amostras

de uma mesma campanha satildeo ligadas entre si (Zar 1999) O nuacutemero inicial de valores para

as variaacuteveis ambientais eacute 12 (uma mediccedilatildeo por mecircs por ponto de amostragem e por

profundidade durante o ano inteiro de amostragem) O nuacutemero de valores para as variaacuteveis

bioloacutegicas foi de 16 Havendo duas replicaccedilotildees por ponto em marccedilo e trecircs nos outros

meses foi escolhido comparar as primeiras reacuteplicas dos pontos entre si as segundas

reacuteplicas dos pontos entre si e as terceiras reacuteplicas dos pontos entre si (Tabela 3) Dos

originais 17 grupos de replicaccedilotildees (marccedilo com 2 grupos os 5 outros meses com 3 grupos)

um foi invalidado (o das 2as reacuteplicas do mecircs de maio) pelo natildeo funcionamento do

fluxocircmetro

As variaacuteveis contiacutenuas foram testadas para normalidade (e homocedasticidade) com

o teste de Kolmogorov-Smirnov-Lilliefors (Legendre amp Legendre 1983) Apoacutes

normalizaccedilatildeo anaacutelises parameacutetricas de variacircncia (ANOVA Zar 1999) foram aplicadas

sobre os dados bioloacutegicos sendo a variaacutevel dependente o nuacutemero de indiviacuteduos o nuacutemero

de ovos ou o iacutendice de diversidade (α = alpha de Williams ou alpha de Fisher) O alpha eacute

obtido atraveacutes das seguintes equaccedilotildees (foacutermulas 7 e 8) (Rosenzweig 1995)

S = - α bull ln (1 - x) (7)

16

onde S eacute o nuacutemero de taxa larvais na amostra (excluindo os natildeo identificados)

e onde α eacute o iacutendice de diversidade

e onde ln eacute o operador logariacutetmico neperiano (de base e)

e onde x eacute uma constante que satisfaz

S N = [(x - 1) x] bull ln (1 - x) (8)

onde N eacute o nuacutemero de indiviacuteduos na amostra

Tabela 3 Combinaccedilatildeo das amostras nos grupos testados atraveacutes do teste deFriedman para a abundacircncia dos taxa

Mecircs Balsa Caieiras 1a laje Grupo

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 1Marccedilo

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 2

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 3

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 4Abril

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 5

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 6

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 7Maio

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 8

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 9

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 10Junho

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 11

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 12

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 13Julho

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 14

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 15

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 16Agosto

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 17

grupo invalidado devido agrave falha do fluxocircmetro

As variaacuteveis independentes incluiacutedas nas anaacutelises de variacircncia foram

a) O local de amostragem com trecircs categorias pontos Balsa Caieirase 1a laje

b) O mecircs do ano com seis categorias marccedilo abril maio junho julho e agosto

17

c) O volume triado para larvas como covariaacutevel contiacutenua em m3

Foi utilizado para as ANOVAs o tipo III onde a significacircncia da variaacutevel

independente testada eacute estimada apoacutes as outras variaacuteveis do modelo serem incluiacutedas ou

seja quando essas outras variaacuteveis jaacute explicarem uma parte da variabilidade da variaacutevel

dependente A utilizaccedilatildeo deste tipo diminui a possibilidade de as significacircncias obtidas

serem falsas Diferenccedilas entre as categorias das variaacuteveis foram posteriormente testadas

atraveacutes das meacutedias marginais

18

4 RESULTADOS

41 Dados abioacuteticos

Nos trecircs pontos a temperatura tanto da superfiacutecie quanto do fundo teve seus

maiores valores no veratildeo e seus menores valores no inverno (Figura 3) No mecircs de

dezembro a temperatura nos trecircs pontos teve um decliacutenio devido agraves chuvas De acordo com

o teste de Friedman (Tabela 4) a temperatura foi significativamente diferente entre os trecircs

pontos tanto na superfiacutecie quanto no fundo

18

22

26

30

34

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Te

mp

era

tura

(C

) d

a

su

pe

rfiacutec

ie

(a)

18

22

26

30

34

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Tem

per

atu

ra (

C)

do

fu

nd

o

(b)

Figura 3 Evoluccedilatildeo mensal da temperatura nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a temperatura na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a temperatura do fundo Para melhor visualizaccedilatildeoo eixo vertical inicia-se em 18oC

Balsa Caieiras 1a Laje

19

Baseado nas ordens meacutedias obtidas no teste de Friedman Caieiras e 1a laje

apresentaram valores de temperatura semelhantes enquanto que Balsa mostrou ter aacuteguas

mais frias que os outros dois pontos (Tabela 4)

Tabela 4 Resultados dos testes de Friedman para as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas daaacutegua do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 emtodos os casos

Temperatura Salinidade OxigecircnioEstatiacutestica

Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo

Nuacutemero de valores 12 12 12 12 11 9

Qui-quadrado 6435 11511 23532 19500 10364 14889

Significacircncia 0040 0003 0000 0000 0006 0001

Local Ordem meacutedia

Balsa 142 129 296 300 273 300

Caieiras 225 208 100 175 191 178

1a laje 233 263 204 125 136 122

um valor foi excluiacutedo trecircs valores foram excluiacutedos Ver texto para explicaccedilotildees

Nos meses de marccedilo e dezembro a salinidade superficial diminuiu nos trecircs pontos

devido agrave aacutegua doce proveniente das chuvas (Figura 4) Nos meses de novembro e dezembro

houve queda da salinidade de fundo em Caieiras e 1a laje respectivamente tambeacutem por

causa das chuvas O ponto Balsa apresentou valores de salinidade de superfiacutecie maiores

que 1a laje que por sua vez apresentou valores maiores que Caieiras (Figura 4) Quanto

agrave salinidade do fundo na Balsa tambeacutem foram encontrados os maiores valores enquanto

que Caieiras geralmente teve uma pequena superioridade sobre os valores da 1a laje

(Figura 4) Segundo o teste de Friedman (Tabela 4) a salinidade tanto de superfiacutecie quanto

de fundo apresentou diferenccedila significativa entre os valores dos trecircs pontos

20

0

10

20

30

40

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Sal

inid

ade

da

sup

erfiacute

cie

(a)

0

10

20

30

40

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Sal

inid

ade

do

fu

nd

o

(b)

Figura 4 Evoluccedilatildeo mensal da salinidade nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a salinidade na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a salinidade do fundo

Quanto agraves concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido verificou-se que a Balsa

apresentou os maiores valores seguindo de Caieiras e por uacuteltimo 1a laje tanto para as

concentraccedilotildees superficiais quanto para as de fundo (Figura 5) No mecircs de outubro houve

um pico dessas concentraccedilotildees nos trecircs pontos (Figura 5) Natildeo se pode relacionar esses

valores a qualquer evento (por exemplo climaacutetico) excepcional Poreacutem assim como esses

valores natildeo podem ser relacionados a qualquer manutenccedilatildeo ou falha do aparelho de

mediccedilatildeo os dados foram utilizados nas anaacutelises Os valores de oxigecircnio de julho 2000 em

Balsa Caieiras 1a Laje

21

Caieiras (fundo) de novembro 2000 na 1a laje (fundo) e de fevereiro 2001 na Balsa

(superfiacutecie e fundo) foram considerados outliers ou seja valores extraordinaacuterios (natildeo

representativos) e por isso foram desprezados Como esses valores foram encontrados

sempre nas uacuteltimas mediccedilotildees das campanhas das amostragens referidas acredita-se que

podem ter sido obtidos por falha do aparelho de mediccedilatildeo De acordo com o teste de

Friedman (Tabela 4) as concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido tanto na superfiacutecie quanto no

fundo tiveram valores significativamente diferentes nos trecircs pontos

0

2

4

6

8

10

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Oxi

gecircn

io d

isso

lvid

o (

mg

L)

da

su

pe

rfiacutec

ie

(a)

0

2

4

6

8

10

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Oxi

gecircn

io d

isso

lvid

o (

mg

L)

do

fu

nd

o

(b)Figura 5 Evoluccedilatildeo mensal da concentraccedilatildeo de oxigecircniodissolvido nos trecircs pontos de amostragens Acima (a) estaacute aconcentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua da superfiacutecie abaixo(b) estaacute a concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua do fundo

Balsa Caieiras 1a Laje

22

42 Dados bioacuteticos

Durante os seis primeiros meses foram triadas 7430 larvas (de um total amostrado

estimado de 12014) das quais 7235 foram identificadas Natildeo foi possiacutevel a identificaccedilatildeo

de 195 larvas Foram enumerados 21649 ovos de um total amostrado estimado de 51365

Foram identificados 44 taxa (excluindo as larvas natildeo identificadas) que pertencem a

23 famiacutelias Estes 44 taxa foram identificados seja ao niacutevel de espeacutecie (17 espeacutecies) ou ao

niacutevel de gecircnero (15 gecircneros) ou ao niacutevel de famiacutelia (12 famiacutelias) (Tabela 5)

Os ovos natildeo foram identificados Vaacuterios tipos foram encontrados (ver Anexo C)

incluindo ovos de Engraulidae facilmente reconheciacuteveis devido agrave sua forma oval

As famiacutelias com maiores nuacutemeros de indiviacuteduos nos trecircs pontos foram Engraulidae

Gobiidae e Haemulidae (Tabela 5)

Os taxa que ocorreram apenas na Balsa foram Paralichthyidae Microdesmus

longipinnis Stellifer rastrifer Gobiosoma sp Gobiosoma hemigymnum Menticirrhus sp

Atherinella brasiliensis Ophichthidae e Raneya brasiliensis

Foram encontrados apenas em Caieiras os taxa Odontoscion dentex Dormitator

maculatus Pseudophallus mindii Lutjanus analis e Mugilidae

Ostetus lineatus e Gobiesocidae foram taxa que ocorreram apenas na 1a laje

23

Tabela 5 Lista dos taxa identificados nas coletas realizadas entre marccedilo e agosto de 2000 no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de indiviacuteduos e a frequumlecircncia total e por ponto de amostragem satildeo dados sem correccedilatildeo pelo volume triadoN eacute o nuacutemero de indiviacuteduos Freq eacute a frequumlecircncia lt 001 indica frequumlecircncia inferior a 1

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqENGRAULIDAE 3546 048 640 023 1093 067 1813 062GOBIIDAE Microgobius meeki 2594 035 1364 048 315 019 915 031HAEMULIDAE 402 005 388 014 0 14 lt 001Natildeo identificados 195 003 115 004 26 002 54 002TETRAODONTIDAE Sphoeroides sp 136 002 80 003 28 002 28 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp2 134 002 60 002 63 004 11 lt 001SCIAENIDAE (larvas viteliacutenicas) 84 001 58 002 20 001 6 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp1 83 001 35 001 39 002 9 lt 001SCIAENIDAE Micropogonias furnieri 30 lt 001 15 001 7 lt 001 8 lt 001GERREIDAE Eucinostomus sp 36 lt 001 14 lt 001 13 lt 001 9 lt 001GOBIIDAE Coryphopterus glaucofraenum 35 lt 001 14 lt 001 3 lt 001 18 lt 001BLENNIIDAE 31 lt 001 11 lt 001 7 lt 001 13 lt 001ACHIRIDAE Achirus sp 17 lt 001 1 lt 001 4 lt 001 12 lt 001ATHERINIDAE 11 lt 001 2 lt 001 5 lt 001 4 lt 001CLUPEIDAE 11 lt 001 10 lt 001 0 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer sp 8 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 4 lt 001SCIAENIDAE 9 lt 001 0 3 lt 001 6 lt 001PARALICHTHYIDAE Citharichthys sp 7 lt 001 1 lt 001 5 lt 001 1 lt 001SYNGNATHIDAE Syngnathus sp 5 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 3 lt 001PARALICHTHYIDAE 5 lt 001 5 lt 001 0 0MICRODESMIDAE Microdesmus longipinnis 5 lt 001 5 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus sp 4 lt 001 3 lt 001 0 1 lt 001

24

Tabela 5 continuaccedilatildeo

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0

Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100

25

421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50

Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma

transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua

bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a

trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises

parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-

normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo

como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da

anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas

Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os

meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)

Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior

influecircncia que o local (Tabela 6)

Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 7439 22203 le 0001

Erro 41 0335

Total 49

Local 2 1990 5939 0005

Mecircs 5 11081 33074 le 0001

Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

26

Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de

marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o

ponto com a menor abundacircncia de larvas

20

30

40

50

60

70

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

35

40

45

50

55

Balsa Caieiras 1a laje

Local de amostragem

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50

Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume

triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50

Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os

resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas

27

foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os

ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)

Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 27624 16233 le 0001

Erro 41 1702

Total 49

Local 2 0592 0348 0708bull

Mecircs 5 24395 14336 le 0001

Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

01234567

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs

O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do

normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em

relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado

somente significacircncias le 001 foram consideradas

28

Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente

em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do

iacutendice eacute explicada pelo modelo

Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 3692 3684 0003

Erro 41 1002

Total 49

Local 2 2298 2292 0114bull

Mecircs 5 1627 1624 0175bull

Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull

bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001

422 Padrotildees espaciais de abundacircncia

Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa

Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp

Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus

glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa

apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem

(Tabela 9)

Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae

(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos

significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas

muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira

29

Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior

abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp

Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia

(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus

sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas

espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se

larvas muito jovens indicando que podem ser residentes

Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal

Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas

Qui -quadrado

SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje

Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188

M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131

Haemulidae - 14308 0001 256 191 153

Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156

Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244

Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206

M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197

Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206

C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175

Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200

Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188

A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies

Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas

maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que

apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas

30

espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque

ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais

pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao

contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes

Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de

indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste

31

5 DISCUSSAtildeO

Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo

segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e

Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae

Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae

Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae

Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias

de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp

Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)

Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior

abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no

periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande

maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al

(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na

primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do

veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees

Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos

seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria

por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no

estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em

parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada

(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas

32

latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes

em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi

inferior a 1

Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria

(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo

representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas

triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute

Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos

ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan

(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia

sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)

A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira

mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do

rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido

Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia

reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia

Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de

dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo

podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio

33

Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo

encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp

Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)

Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que

1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois

apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas

concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido

2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa

principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio

Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros

dois pontos

3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos

apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-

quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu

Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo

diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo

da migraccedilatildeo das larvas de peixes

Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram

significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus

spp e Achirus sp (Tabela 9)

Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou

migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por

terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa

34

Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes

dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio

predominando em Caieiras (braccedilo norte)

As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia

quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies

migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna

daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele

permanecerem

As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo

podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu

posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque

quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais

abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo

norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce

proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave

estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp

parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo

norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o

fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo

rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do

estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do

que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas

espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)

35

6 CONCLUSOtildeES

O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna

ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e

Haemulidae

O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de

amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis

meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que

no braccedilo sul

As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial

heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou

distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae

O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por

espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos

estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus

spp

36

7 REFEREcircNCIAS

ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-

ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227

ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas

Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11

p53-65 1999

ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa

Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro

v14 no1 p121-134 1997

ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na

literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas

BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil

1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p

BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish

in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese

(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999

BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da

Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE

ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232

BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de

Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de

Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997

37

BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In

ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986

p35

CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p

CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada

da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia

Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal

Fluminense Rio de Janeiro 1998

CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino

do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185

1996

CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton

del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860

EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the

continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint

Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation

processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast

Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138

EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish

larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and

Marine Research v47 no 3 p183-200 1999

FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north

Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest

Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II

Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p

38

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p

FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998

FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition

and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114

HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed

Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207

HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna

ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282

HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two

North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179

HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean

fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46

p383-488

HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or

kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the

Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington

1934 v 48 p41-117

HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of

some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938

v48 p505-642

39

IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do

ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-

AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo

Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22

JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed

Paris UNESCO 1998 193 p

JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina

Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine

Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752

JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in

Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998

KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance

and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)

Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego

Academic Press 1996 p 235-255

LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats

Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253

LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier

Scientific Publishing Company 1983 419p

LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South

Wales University Press 1989 370 p

MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast

Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p

40

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V

Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p

MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla

American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p

MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel

Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish

recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish

conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54

OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos

decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297

PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema

estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205

RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history

stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel

http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]

ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge

University Press 1995 439p

SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de

Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77

1980

SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de

Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -

41

Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-

300 1982

SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New

York Chanticleer 1997 720p

SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei

Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western

Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012

SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das

Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia

Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998

SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do

ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de

Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991

WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese

(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata

Argentina 1981

WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de

Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117

WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the

eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24

v39 p141-201

ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999

42

Anexo A

(a)

(b)

(c)

Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)

43

Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas

Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm

Page 12: O ICTIOPLÂNCTON DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-AÇU, ES. · cada ponto foram feitos três arrastos com rede tipo bongô de malha 333 µm, com três minutos de duração cada. Foram

11

c) o terceiro situado no braccedilo sul (Rio Piraquecirc-mirim) no ponto chamado 1a Laje que estaacute

a 53 km a montante da Balsa

A confluecircncia dos dois braccedilos encontra-se a 22 km a montante da Balsa a 33 km

a jusante de Caieiras e a 31 km a jusante da 1a laje (Figura 2)

Figura 2 O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu e os pontos amostrais Coordenadasgeograacuteficas em graus minutos e segundos (Cortesia Gilberto Fonseca Barroso)

Foi utilizada para as coletas rede cocircnica do tipo bongocirc com malha de 333

microcircmetros diacircmetro de abertura de 60cm e 3m de comprimento total A rede foi puxada

por barco a motor equipada com fluxocircmetro mecacircnico (General Oceanics 2030R) As

amostras foram coletadas por arrastos na regiatildeo meacutedia da coluna daacutegua com duraccedilatildeo de

trecircs minutos cada Esta duraccedilatildeo foi reduzida a dois ou ateacute um minuto quando havia grande

abundacircncia de ctenoacuteforos ou detritos (meses de agosto setembro e novembro) Arrastos

12

foram triplicados exceto na coleta de marccedilo que teve apenas duas reacuteplicas por ponto As

amostras foram fixadas em formol neutralizado 5 e armazenadas fora da luz para reduzir

a despigmentaccedilatildeo

As amostragens foram feitas no periacuteodo noturno devido agrave maior abundacircncia das

larvas na coluna daacutegua neste periacuteodo do que durante o dia (Hettler amp Barker 1993) Se

iniciaram logo apoacutes o pocircr do sol nas fases de mareacutes mortas (ou seja de quadratura = lua

minguante) com uma periodicidade aproximada de 28 (vinte e oito) dias Nessas mareacutes haacute

baixa concentraccedilatildeo de ctenoacuteforos e detritos originados do mangue que prejudicam a coleta

e a triagem

Os pontos foram amostrados de maneira aleatoacuteria para minimizar os efeitos de

outros fatores que poderiam influenciar os resultados tal como tempo decorrido depois do

pocircr do sol estaacutegio e forccedila da mareacute etc (Tabela 1)

Tabela 1 Dados gerais do plano de amostragem do ictioplacircncton noestuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu Nuacutemero eacute o nuacutemero de reacuteplicas no ponto eIntervalo eacute o intervalo de tempo em dias entre duas coletas consecutivas

Ordem de amostragemData

Balsa 1a laje CaieirasNuacutemero Intervalo

28 marccedilo 00 1 3 2 2 _

27 abril 00 3 1 2 3 30

30 maio 00 3 1 2 3 33

27 junho 00 1 3 2 3 28

25 julho 00 2 1 3 3 28

22 agosto 00 2 3 1 3 28

25 setembro 00 3 1 2 3 34

20 outubro 00 1 3 2 3 25

26 novembro 00 2 3 1 3 37

19 dezembro 00 3 2 1 3 23

17 janeiro 01 1 2 3 3 29

16 fevereiro 01 3 2 1 3 30

13

Em todos os pontos foram feitas mediccedilotildees de temperatura salinidade e

concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido em duas profundidades (superfiacutecie e fundo) utilizando-

se Medidor Multi Paracircmetro YSI 85

33 Processamento das amostras

Sob microscoacutepio estereoscoacutepico (lupa) as larvas coletadas nos seis primeiros meses

de amostragem (51 amostras 6 em marccedilo de 2000 e 9 em cada um dos 5 meses seguintes)

foram triadas e identificadas e os ovos apenas enumerados As amostras que continham

grande abundacircncia de larvas ou de ovos foram fracionadas (ateacute 18 Tabela 2)

Tabela 2 Dados referentes agraves sete amostras fracionadas paratriagem Triadas eacute o nuacutemero de larvas nas fraccedilotildees triadasEstimadas eacute o nuacutemero estimado de larvas nas amostras inteiras

Mecircs Ponto Reacuteplica Fraccedilatildeo triada Triadas Estimadas

Marccedilo Caieiras 2a 1 4 367 1468

Marccedilo 1a laje 1a 1 4 261 1044

Marccedilo 1a laje 2a 1 8 172 1376

Abril 1a laje 1a 1 2 323 646

Abril 1a laje 2a 1 4 267 1068

Abril 1a laje 3a 1 4 124 496

Abril Balsa 1a 1 1 378 378

a amostra foi triada inteiramente para as larvas mas apenas metade dos ovos daamostra foi enumerada Nos outros casos a fraccedilatildeo triada para os ovos e a fraccedilatildeotriada para as larvas satildeo iguais

A identificaccedilatildeo foi realizada principalmente a partir das referecircncias gerais seguintes

Fahay (1983) Moser et al (1984) Leis amp Trnski (1989) Matarese et al (1989) Jeyaseelan

(1998) uma coletacircnea anocircnima de figuras colhidas na literatura (Anocircnimo) e a ediccedilatildeo

preliminar de Richards (2001) Para larvas mais desenvolvidas (juvenis) foram utilizados

Figueiredo amp Menezes (1978 1980 e 2000) Menezes amp Figueiredo (1980 e 1985) Barletta

14

amp Correcirca (1992) Smith (1997) e Carvalho-Filho (1999) Em vaacuterios casos foram realizadas

seacuteries de desenvolvimento (exemplo nos anexos A e B)

34 Anaacutelises estatiacutesticas

O volume de aacutegua filtrado em cada arrasto (Vfiltrado em metros cuacutebicos foacutermula

1) foi calculado a partir da distacircncia percorrida pelo fluxocircmetro (Distacircncia em metros

foacutermula 2) multiplicada pela aacuterea da boca de abertura da rede (Aacuterea em metros quadrados

foacutermula 4)

Vfiltrado = Distacircncia bull Aacuterea (1)

Em todas as equaccedilotildees bull eacute o sinal de multiplicaccedilatildeo

Distacircncia = ∆ bull Constante (2)

onde ∆ = no registrado no fim do arrasto - no registrado no iniacutecio do arrasto(3)

e onde Constante = constante do fluxocircmetro = 00384363

Aacuterea = π bull Raio2 (4)

onde π = 314159

e onde Raio = 03m

A abundacircncia (nuacutemero por metro cuacutebico foacutermula 5) de cada espeacutecie e dos ovos foi

calculada sobre o volume triado (Vtriado foacutermula 6)

Abundacircncia = Nuacutemero Vtriado (5)

onde Nuacutemero eacute o nuacutemero de indiviacuteduos ou de ovos

e onde

Vtriado = Vfiltrado bull Fraccedilatildeo triada (6)

15

onde Fraccedilatildeo triada eacute a fraccedilatildeo triada da amostra e varia entre 1 (toda a amostra foi triada) e

18 (um oitavo da amostra foi triada)(Tabela 2) Os dados do fluxocircmetro foram aberrantes

na 2a reacuteplica de Caieiras do mecircs de maio (05m3 filtrados indicando que a heacutelice ficou

bloqueada apesar da rede funcionar normalmente) O nuacutemero de dados utilizaacuteveis nas

anaacutelises de abundacircncia eacute entatildeo 50

Os dados obtidos tanto os bioloacutegicos quanto os fiacutesico-quiacutemicos foram tratados por

anaacutelises natildeo-parameacutetricas - teste de Friedman com α = 005 - considerando que as amostras

de uma mesma campanha satildeo ligadas entre si (Zar 1999) O nuacutemero inicial de valores para

as variaacuteveis ambientais eacute 12 (uma mediccedilatildeo por mecircs por ponto de amostragem e por

profundidade durante o ano inteiro de amostragem) O nuacutemero de valores para as variaacuteveis

bioloacutegicas foi de 16 Havendo duas replicaccedilotildees por ponto em marccedilo e trecircs nos outros

meses foi escolhido comparar as primeiras reacuteplicas dos pontos entre si as segundas

reacuteplicas dos pontos entre si e as terceiras reacuteplicas dos pontos entre si (Tabela 3) Dos

originais 17 grupos de replicaccedilotildees (marccedilo com 2 grupos os 5 outros meses com 3 grupos)

um foi invalidado (o das 2as reacuteplicas do mecircs de maio) pelo natildeo funcionamento do

fluxocircmetro

As variaacuteveis contiacutenuas foram testadas para normalidade (e homocedasticidade) com

o teste de Kolmogorov-Smirnov-Lilliefors (Legendre amp Legendre 1983) Apoacutes

normalizaccedilatildeo anaacutelises parameacutetricas de variacircncia (ANOVA Zar 1999) foram aplicadas

sobre os dados bioloacutegicos sendo a variaacutevel dependente o nuacutemero de indiviacuteduos o nuacutemero

de ovos ou o iacutendice de diversidade (α = alpha de Williams ou alpha de Fisher) O alpha eacute

obtido atraveacutes das seguintes equaccedilotildees (foacutermulas 7 e 8) (Rosenzweig 1995)

S = - α bull ln (1 - x) (7)

16

onde S eacute o nuacutemero de taxa larvais na amostra (excluindo os natildeo identificados)

e onde α eacute o iacutendice de diversidade

e onde ln eacute o operador logariacutetmico neperiano (de base e)

e onde x eacute uma constante que satisfaz

S N = [(x - 1) x] bull ln (1 - x) (8)

onde N eacute o nuacutemero de indiviacuteduos na amostra

Tabela 3 Combinaccedilatildeo das amostras nos grupos testados atraveacutes do teste deFriedman para a abundacircncia dos taxa

Mecircs Balsa Caieiras 1a laje Grupo

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 1Marccedilo

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 2

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 3

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 4Abril

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 5

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 6

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 7Maio

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 8

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 9

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 10Junho

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 11

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 12

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 13Julho

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 14

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 15

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 16Agosto

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 17

grupo invalidado devido agrave falha do fluxocircmetro

As variaacuteveis independentes incluiacutedas nas anaacutelises de variacircncia foram

a) O local de amostragem com trecircs categorias pontos Balsa Caieirase 1a laje

b) O mecircs do ano com seis categorias marccedilo abril maio junho julho e agosto

17

c) O volume triado para larvas como covariaacutevel contiacutenua em m3

Foi utilizado para as ANOVAs o tipo III onde a significacircncia da variaacutevel

independente testada eacute estimada apoacutes as outras variaacuteveis do modelo serem incluiacutedas ou

seja quando essas outras variaacuteveis jaacute explicarem uma parte da variabilidade da variaacutevel

dependente A utilizaccedilatildeo deste tipo diminui a possibilidade de as significacircncias obtidas

serem falsas Diferenccedilas entre as categorias das variaacuteveis foram posteriormente testadas

atraveacutes das meacutedias marginais

18

4 RESULTADOS

41 Dados abioacuteticos

Nos trecircs pontos a temperatura tanto da superfiacutecie quanto do fundo teve seus

maiores valores no veratildeo e seus menores valores no inverno (Figura 3) No mecircs de

dezembro a temperatura nos trecircs pontos teve um decliacutenio devido agraves chuvas De acordo com

o teste de Friedman (Tabela 4) a temperatura foi significativamente diferente entre os trecircs

pontos tanto na superfiacutecie quanto no fundo

18

22

26

30

34

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Te

mp

era

tura

(C

) d

a

su

pe

rfiacutec

ie

(a)

18

22

26

30

34

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Tem

per

atu

ra (

C)

do

fu

nd

o

(b)

Figura 3 Evoluccedilatildeo mensal da temperatura nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a temperatura na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a temperatura do fundo Para melhor visualizaccedilatildeoo eixo vertical inicia-se em 18oC

Balsa Caieiras 1a Laje

19

Baseado nas ordens meacutedias obtidas no teste de Friedman Caieiras e 1a laje

apresentaram valores de temperatura semelhantes enquanto que Balsa mostrou ter aacuteguas

mais frias que os outros dois pontos (Tabela 4)

Tabela 4 Resultados dos testes de Friedman para as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas daaacutegua do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 emtodos os casos

Temperatura Salinidade OxigecircnioEstatiacutestica

Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo

Nuacutemero de valores 12 12 12 12 11 9

Qui-quadrado 6435 11511 23532 19500 10364 14889

Significacircncia 0040 0003 0000 0000 0006 0001

Local Ordem meacutedia

Balsa 142 129 296 300 273 300

Caieiras 225 208 100 175 191 178

1a laje 233 263 204 125 136 122

um valor foi excluiacutedo trecircs valores foram excluiacutedos Ver texto para explicaccedilotildees

Nos meses de marccedilo e dezembro a salinidade superficial diminuiu nos trecircs pontos

devido agrave aacutegua doce proveniente das chuvas (Figura 4) Nos meses de novembro e dezembro

houve queda da salinidade de fundo em Caieiras e 1a laje respectivamente tambeacutem por

causa das chuvas O ponto Balsa apresentou valores de salinidade de superfiacutecie maiores

que 1a laje que por sua vez apresentou valores maiores que Caieiras (Figura 4) Quanto

agrave salinidade do fundo na Balsa tambeacutem foram encontrados os maiores valores enquanto

que Caieiras geralmente teve uma pequena superioridade sobre os valores da 1a laje

(Figura 4) Segundo o teste de Friedman (Tabela 4) a salinidade tanto de superfiacutecie quanto

de fundo apresentou diferenccedila significativa entre os valores dos trecircs pontos

20

0

10

20

30

40

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Sal

inid

ade

da

sup

erfiacute

cie

(a)

0

10

20

30

40

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Sal

inid

ade

do

fu

nd

o

(b)

Figura 4 Evoluccedilatildeo mensal da salinidade nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a salinidade na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a salinidade do fundo

Quanto agraves concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido verificou-se que a Balsa

apresentou os maiores valores seguindo de Caieiras e por uacuteltimo 1a laje tanto para as

concentraccedilotildees superficiais quanto para as de fundo (Figura 5) No mecircs de outubro houve

um pico dessas concentraccedilotildees nos trecircs pontos (Figura 5) Natildeo se pode relacionar esses

valores a qualquer evento (por exemplo climaacutetico) excepcional Poreacutem assim como esses

valores natildeo podem ser relacionados a qualquer manutenccedilatildeo ou falha do aparelho de

mediccedilatildeo os dados foram utilizados nas anaacutelises Os valores de oxigecircnio de julho 2000 em

Balsa Caieiras 1a Laje

21

Caieiras (fundo) de novembro 2000 na 1a laje (fundo) e de fevereiro 2001 na Balsa

(superfiacutecie e fundo) foram considerados outliers ou seja valores extraordinaacuterios (natildeo

representativos) e por isso foram desprezados Como esses valores foram encontrados

sempre nas uacuteltimas mediccedilotildees das campanhas das amostragens referidas acredita-se que

podem ter sido obtidos por falha do aparelho de mediccedilatildeo De acordo com o teste de

Friedman (Tabela 4) as concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido tanto na superfiacutecie quanto no

fundo tiveram valores significativamente diferentes nos trecircs pontos

0

2

4

6

8

10

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Oxi

gecircn

io d

isso

lvid

o (

mg

L)

da

su

pe

rfiacutec

ie

(a)

0

2

4

6

8

10

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Oxi

gecircn

io d

isso

lvid

o (

mg

L)

do

fu

nd

o

(b)Figura 5 Evoluccedilatildeo mensal da concentraccedilatildeo de oxigecircniodissolvido nos trecircs pontos de amostragens Acima (a) estaacute aconcentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua da superfiacutecie abaixo(b) estaacute a concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua do fundo

Balsa Caieiras 1a Laje

22

42 Dados bioacuteticos

Durante os seis primeiros meses foram triadas 7430 larvas (de um total amostrado

estimado de 12014) das quais 7235 foram identificadas Natildeo foi possiacutevel a identificaccedilatildeo

de 195 larvas Foram enumerados 21649 ovos de um total amostrado estimado de 51365

Foram identificados 44 taxa (excluindo as larvas natildeo identificadas) que pertencem a

23 famiacutelias Estes 44 taxa foram identificados seja ao niacutevel de espeacutecie (17 espeacutecies) ou ao

niacutevel de gecircnero (15 gecircneros) ou ao niacutevel de famiacutelia (12 famiacutelias) (Tabela 5)

Os ovos natildeo foram identificados Vaacuterios tipos foram encontrados (ver Anexo C)

incluindo ovos de Engraulidae facilmente reconheciacuteveis devido agrave sua forma oval

As famiacutelias com maiores nuacutemeros de indiviacuteduos nos trecircs pontos foram Engraulidae

Gobiidae e Haemulidae (Tabela 5)

Os taxa que ocorreram apenas na Balsa foram Paralichthyidae Microdesmus

longipinnis Stellifer rastrifer Gobiosoma sp Gobiosoma hemigymnum Menticirrhus sp

Atherinella brasiliensis Ophichthidae e Raneya brasiliensis

Foram encontrados apenas em Caieiras os taxa Odontoscion dentex Dormitator

maculatus Pseudophallus mindii Lutjanus analis e Mugilidae

Ostetus lineatus e Gobiesocidae foram taxa que ocorreram apenas na 1a laje

23

Tabela 5 Lista dos taxa identificados nas coletas realizadas entre marccedilo e agosto de 2000 no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de indiviacuteduos e a frequumlecircncia total e por ponto de amostragem satildeo dados sem correccedilatildeo pelo volume triadoN eacute o nuacutemero de indiviacuteduos Freq eacute a frequumlecircncia lt 001 indica frequumlecircncia inferior a 1

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqENGRAULIDAE 3546 048 640 023 1093 067 1813 062GOBIIDAE Microgobius meeki 2594 035 1364 048 315 019 915 031HAEMULIDAE 402 005 388 014 0 14 lt 001Natildeo identificados 195 003 115 004 26 002 54 002TETRAODONTIDAE Sphoeroides sp 136 002 80 003 28 002 28 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp2 134 002 60 002 63 004 11 lt 001SCIAENIDAE (larvas viteliacutenicas) 84 001 58 002 20 001 6 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp1 83 001 35 001 39 002 9 lt 001SCIAENIDAE Micropogonias furnieri 30 lt 001 15 001 7 lt 001 8 lt 001GERREIDAE Eucinostomus sp 36 lt 001 14 lt 001 13 lt 001 9 lt 001GOBIIDAE Coryphopterus glaucofraenum 35 lt 001 14 lt 001 3 lt 001 18 lt 001BLENNIIDAE 31 lt 001 11 lt 001 7 lt 001 13 lt 001ACHIRIDAE Achirus sp 17 lt 001 1 lt 001 4 lt 001 12 lt 001ATHERINIDAE 11 lt 001 2 lt 001 5 lt 001 4 lt 001CLUPEIDAE 11 lt 001 10 lt 001 0 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer sp 8 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 4 lt 001SCIAENIDAE 9 lt 001 0 3 lt 001 6 lt 001PARALICHTHYIDAE Citharichthys sp 7 lt 001 1 lt 001 5 lt 001 1 lt 001SYNGNATHIDAE Syngnathus sp 5 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 3 lt 001PARALICHTHYIDAE 5 lt 001 5 lt 001 0 0MICRODESMIDAE Microdesmus longipinnis 5 lt 001 5 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus sp 4 lt 001 3 lt 001 0 1 lt 001

24

Tabela 5 continuaccedilatildeo

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0

Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100

25

421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50

Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma

transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua

bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a

trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises

parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-

normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo

como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da

anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas

Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os

meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)

Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior

influecircncia que o local (Tabela 6)

Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 7439 22203 le 0001

Erro 41 0335

Total 49

Local 2 1990 5939 0005

Mecircs 5 11081 33074 le 0001

Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

26

Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de

marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o

ponto com a menor abundacircncia de larvas

20

30

40

50

60

70

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

35

40

45

50

55

Balsa Caieiras 1a laje

Local de amostragem

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50

Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume

triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50

Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os

resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas

27

foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os

ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)

Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 27624 16233 le 0001

Erro 41 1702

Total 49

Local 2 0592 0348 0708bull

Mecircs 5 24395 14336 le 0001

Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

01234567

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs

O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do

normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em

relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado

somente significacircncias le 001 foram consideradas

28

Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente

em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do

iacutendice eacute explicada pelo modelo

Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 3692 3684 0003

Erro 41 1002

Total 49

Local 2 2298 2292 0114bull

Mecircs 5 1627 1624 0175bull

Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull

bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001

422 Padrotildees espaciais de abundacircncia

Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa

Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp

Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus

glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa

apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem

(Tabela 9)

Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae

(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos

significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas

muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira

29

Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior

abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp

Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia

(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus

sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas

espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se

larvas muito jovens indicando que podem ser residentes

Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal

Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas

Qui -quadrado

SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje

Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188

M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131

Haemulidae - 14308 0001 256 191 153

Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156

Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244

Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206

M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197

Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206

C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175

Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200

Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188

A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies

Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas

maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que

apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas

30

espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque

ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais

pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao

contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes

Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de

indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste

31

5 DISCUSSAtildeO

Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo

segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e

Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae

Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae

Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae

Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias

de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp

Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)

Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior

abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no

periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande

maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al

(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na

primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do

veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees

Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos

seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria

por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no

estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em

parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada

(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas

32

latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes

em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi

inferior a 1

Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria

(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo

representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas

triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute

Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos

ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan

(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia

sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)

A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira

mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do

rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido

Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia

reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia

Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de

dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo

podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio

33

Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo

encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp

Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)

Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que

1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois

apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas

concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido

2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa

principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio

Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros

dois pontos

3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos

apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-

quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu

Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo

diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo

da migraccedilatildeo das larvas de peixes

Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram

significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus

spp e Achirus sp (Tabela 9)

Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou

migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por

terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa

34

Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes

dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio

predominando em Caieiras (braccedilo norte)

As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia

quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies

migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna

daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele

permanecerem

As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo

podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu

posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque

quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais

abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo

norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce

proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave

estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp

parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo

norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o

fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo

rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do

estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do

que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas

espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)

35

6 CONCLUSOtildeES

O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna

ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e

Haemulidae

O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de

amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis

meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que

no braccedilo sul

As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial

heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou

distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae

O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por

espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos

estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus

spp

36

7 REFEREcircNCIAS

ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-

ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227

ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas

Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11

p53-65 1999

ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa

Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro

v14 no1 p121-134 1997

ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na

literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas

BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil

1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p

BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish

in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese

(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999

BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da

Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE

ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232

BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de

Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de

Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997

37

BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In

ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986

p35

CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p

CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada

da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia

Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal

Fluminense Rio de Janeiro 1998

CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino

do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185

1996

CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton

del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860

EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the

continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint

Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation

processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast

Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138

EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish

larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and

Marine Research v47 no 3 p183-200 1999

FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north

Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest

Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II

Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p

38

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p

FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998

FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition

and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114

HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed

Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207

HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna

ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282

HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two

North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179

HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean

fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46

p383-488

HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or

kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the

Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington

1934 v 48 p41-117

HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of

some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938

v48 p505-642

39

IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do

ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-

AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo

Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22

JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed

Paris UNESCO 1998 193 p

JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina

Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine

Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752

JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in

Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998

KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance

and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)

Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego

Academic Press 1996 p 235-255

LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats

Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253

LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier

Scientific Publishing Company 1983 419p

LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South

Wales University Press 1989 370 p

MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast

Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p

40

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V

Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p

MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla

American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p

MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel

Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish

recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish

conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54

OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos

decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297

PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema

estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205

RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history

stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel

http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]

ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge

University Press 1995 439p

SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de

Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77

1980

SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de

Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -

41

Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-

300 1982

SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New

York Chanticleer 1997 720p

SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei

Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western

Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012

SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das

Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia

Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998

SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do

ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de

Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991

WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese

(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata

Argentina 1981

WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de

Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117

WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the

eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24

v39 p141-201

ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999

42

Anexo A

(a)

(b)

(c)

Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)

43

Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas

Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm

Page 13: O ICTIOPLÂNCTON DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-AÇU, ES. · cada ponto foram feitos três arrastos com rede tipo bongô de malha 333 µm, com três minutos de duração cada. Foram

12

foram triplicados exceto na coleta de marccedilo que teve apenas duas reacuteplicas por ponto As

amostras foram fixadas em formol neutralizado 5 e armazenadas fora da luz para reduzir

a despigmentaccedilatildeo

As amostragens foram feitas no periacuteodo noturno devido agrave maior abundacircncia das

larvas na coluna daacutegua neste periacuteodo do que durante o dia (Hettler amp Barker 1993) Se

iniciaram logo apoacutes o pocircr do sol nas fases de mareacutes mortas (ou seja de quadratura = lua

minguante) com uma periodicidade aproximada de 28 (vinte e oito) dias Nessas mareacutes haacute

baixa concentraccedilatildeo de ctenoacuteforos e detritos originados do mangue que prejudicam a coleta

e a triagem

Os pontos foram amostrados de maneira aleatoacuteria para minimizar os efeitos de

outros fatores que poderiam influenciar os resultados tal como tempo decorrido depois do

pocircr do sol estaacutegio e forccedila da mareacute etc (Tabela 1)

Tabela 1 Dados gerais do plano de amostragem do ictioplacircncton noestuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu Nuacutemero eacute o nuacutemero de reacuteplicas no ponto eIntervalo eacute o intervalo de tempo em dias entre duas coletas consecutivas

Ordem de amostragemData

Balsa 1a laje CaieirasNuacutemero Intervalo

28 marccedilo 00 1 3 2 2 _

27 abril 00 3 1 2 3 30

30 maio 00 3 1 2 3 33

27 junho 00 1 3 2 3 28

25 julho 00 2 1 3 3 28

22 agosto 00 2 3 1 3 28

25 setembro 00 3 1 2 3 34

20 outubro 00 1 3 2 3 25

26 novembro 00 2 3 1 3 37

19 dezembro 00 3 2 1 3 23

17 janeiro 01 1 2 3 3 29

16 fevereiro 01 3 2 1 3 30

13

Em todos os pontos foram feitas mediccedilotildees de temperatura salinidade e

concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido em duas profundidades (superfiacutecie e fundo) utilizando-

se Medidor Multi Paracircmetro YSI 85

33 Processamento das amostras

Sob microscoacutepio estereoscoacutepico (lupa) as larvas coletadas nos seis primeiros meses

de amostragem (51 amostras 6 em marccedilo de 2000 e 9 em cada um dos 5 meses seguintes)

foram triadas e identificadas e os ovos apenas enumerados As amostras que continham

grande abundacircncia de larvas ou de ovos foram fracionadas (ateacute 18 Tabela 2)

Tabela 2 Dados referentes agraves sete amostras fracionadas paratriagem Triadas eacute o nuacutemero de larvas nas fraccedilotildees triadasEstimadas eacute o nuacutemero estimado de larvas nas amostras inteiras

Mecircs Ponto Reacuteplica Fraccedilatildeo triada Triadas Estimadas

Marccedilo Caieiras 2a 1 4 367 1468

Marccedilo 1a laje 1a 1 4 261 1044

Marccedilo 1a laje 2a 1 8 172 1376

Abril 1a laje 1a 1 2 323 646

Abril 1a laje 2a 1 4 267 1068

Abril 1a laje 3a 1 4 124 496

Abril Balsa 1a 1 1 378 378

a amostra foi triada inteiramente para as larvas mas apenas metade dos ovos daamostra foi enumerada Nos outros casos a fraccedilatildeo triada para os ovos e a fraccedilatildeotriada para as larvas satildeo iguais

A identificaccedilatildeo foi realizada principalmente a partir das referecircncias gerais seguintes

Fahay (1983) Moser et al (1984) Leis amp Trnski (1989) Matarese et al (1989) Jeyaseelan

(1998) uma coletacircnea anocircnima de figuras colhidas na literatura (Anocircnimo) e a ediccedilatildeo

preliminar de Richards (2001) Para larvas mais desenvolvidas (juvenis) foram utilizados

Figueiredo amp Menezes (1978 1980 e 2000) Menezes amp Figueiredo (1980 e 1985) Barletta

14

amp Correcirca (1992) Smith (1997) e Carvalho-Filho (1999) Em vaacuterios casos foram realizadas

seacuteries de desenvolvimento (exemplo nos anexos A e B)

34 Anaacutelises estatiacutesticas

O volume de aacutegua filtrado em cada arrasto (Vfiltrado em metros cuacutebicos foacutermula

1) foi calculado a partir da distacircncia percorrida pelo fluxocircmetro (Distacircncia em metros

foacutermula 2) multiplicada pela aacuterea da boca de abertura da rede (Aacuterea em metros quadrados

foacutermula 4)

Vfiltrado = Distacircncia bull Aacuterea (1)

Em todas as equaccedilotildees bull eacute o sinal de multiplicaccedilatildeo

Distacircncia = ∆ bull Constante (2)

onde ∆ = no registrado no fim do arrasto - no registrado no iniacutecio do arrasto(3)

e onde Constante = constante do fluxocircmetro = 00384363

Aacuterea = π bull Raio2 (4)

onde π = 314159

e onde Raio = 03m

A abundacircncia (nuacutemero por metro cuacutebico foacutermula 5) de cada espeacutecie e dos ovos foi

calculada sobre o volume triado (Vtriado foacutermula 6)

Abundacircncia = Nuacutemero Vtriado (5)

onde Nuacutemero eacute o nuacutemero de indiviacuteduos ou de ovos

e onde

Vtriado = Vfiltrado bull Fraccedilatildeo triada (6)

15

onde Fraccedilatildeo triada eacute a fraccedilatildeo triada da amostra e varia entre 1 (toda a amostra foi triada) e

18 (um oitavo da amostra foi triada)(Tabela 2) Os dados do fluxocircmetro foram aberrantes

na 2a reacuteplica de Caieiras do mecircs de maio (05m3 filtrados indicando que a heacutelice ficou

bloqueada apesar da rede funcionar normalmente) O nuacutemero de dados utilizaacuteveis nas

anaacutelises de abundacircncia eacute entatildeo 50

Os dados obtidos tanto os bioloacutegicos quanto os fiacutesico-quiacutemicos foram tratados por

anaacutelises natildeo-parameacutetricas - teste de Friedman com α = 005 - considerando que as amostras

de uma mesma campanha satildeo ligadas entre si (Zar 1999) O nuacutemero inicial de valores para

as variaacuteveis ambientais eacute 12 (uma mediccedilatildeo por mecircs por ponto de amostragem e por

profundidade durante o ano inteiro de amostragem) O nuacutemero de valores para as variaacuteveis

bioloacutegicas foi de 16 Havendo duas replicaccedilotildees por ponto em marccedilo e trecircs nos outros

meses foi escolhido comparar as primeiras reacuteplicas dos pontos entre si as segundas

reacuteplicas dos pontos entre si e as terceiras reacuteplicas dos pontos entre si (Tabela 3) Dos

originais 17 grupos de replicaccedilotildees (marccedilo com 2 grupos os 5 outros meses com 3 grupos)

um foi invalidado (o das 2as reacuteplicas do mecircs de maio) pelo natildeo funcionamento do

fluxocircmetro

As variaacuteveis contiacutenuas foram testadas para normalidade (e homocedasticidade) com

o teste de Kolmogorov-Smirnov-Lilliefors (Legendre amp Legendre 1983) Apoacutes

normalizaccedilatildeo anaacutelises parameacutetricas de variacircncia (ANOVA Zar 1999) foram aplicadas

sobre os dados bioloacutegicos sendo a variaacutevel dependente o nuacutemero de indiviacuteduos o nuacutemero

de ovos ou o iacutendice de diversidade (α = alpha de Williams ou alpha de Fisher) O alpha eacute

obtido atraveacutes das seguintes equaccedilotildees (foacutermulas 7 e 8) (Rosenzweig 1995)

S = - α bull ln (1 - x) (7)

16

onde S eacute o nuacutemero de taxa larvais na amostra (excluindo os natildeo identificados)

e onde α eacute o iacutendice de diversidade

e onde ln eacute o operador logariacutetmico neperiano (de base e)

e onde x eacute uma constante que satisfaz

S N = [(x - 1) x] bull ln (1 - x) (8)

onde N eacute o nuacutemero de indiviacuteduos na amostra

Tabela 3 Combinaccedilatildeo das amostras nos grupos testados atraveacutes do teste deFriedman para a abundacircncia dos taxa

Mecircs Balsa Caieiras 1a laje Grupo

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 1Marccedilo

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 2

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 3

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 4Abril

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 5

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 6

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 7Maio

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 8

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 9

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 10Junho

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 11

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 12

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 13Julho

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 14

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 15

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 16Agosto

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 17

grupo invalidado devido agrave falha do fluxocircmetro

As variaacuteveis independentes incluiacutedas nas anaacutelises de variacircncia foram

a) O local de amostragem com trecircs categorias pontos Balsa Caieirase 1a laje

b) O mecircs do ano com seis categorias marccedilo abril maio junho julho e agosto

17

c) O volume triado para larvas como covariaacutevel contiacutenua em m3

Foi utilizado para as ANOVAs o tipo III onde a significacircncia da variaacutevel

independente testada eacute estimada apoacutes as outras variaacuteveis do modelo serem incluiacutedas ou

seja quando essas outras variaacuteveis jaacute explicarem uma parte da variabilidade da variaacutevel

dependente A utilizaccedilatildeo deste tipo diminui a possibilidade de as significacircncias obtidas

serem falsas Diferenccedilas entre as categorias das variaacuteveis foram posteriormente testadas

atraveacutes das meacutedias marginais

18

4 RESULTADOS

41 Dados abioacuteticos

Nos trecircs pontos a temperatura tanto da superfiacutecie quanto do fundo teve seus

maiores valores no veratildeo e seus menores valores no inverno (Figura 3) No mecircs de

dezembro a temperatura nos trecircs pontos teve um decliacutenio devido agraves chuvas De acordo com

o teste de Friedman (Tabela 4) a temperatura foi significativamente diferente entre os trecircs

pontos tanto na superfiacutecie quanto no fundo

18

22

26

30

34

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Te

mp

era

tura

(C

) d

a

su

pe

rfiacutec

ie

(a)

18

22

26

30

34

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Tem

per

atu

ra (

C)

do

fu

nd

o

(b)

Figura 3 Evoluccedilatildeo mensal da temperatura nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a temperatura na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a temperatura do fundo Para melhor visualizaccedilatildeoo eixo vertical inicia-se em 18oC

Balsa Caieiras 1a Laje

19

Baseado nas ordens meacutedias obtidas no teste de Friedman Caieiras e 1a laje

apresentaram valores de temperatura semelhantes enquanto que Balsa mostrou ter aacuteguas

mais frias que os outros dois pontos (Tabela 4)

Tabela 4 Resultados dos testes de Friedman para as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas daaacutegua do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 emtodos os casos

Temperatura Salinidade OxigecircnioEstatiacutestica

Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo

Nuacutemero de valores 12 12 12 12 11 9

Qui-quadrado 6435 11511 23532 19500 10364 14889

Significacircncia 0040 0003 0000 0000 0006 0001

Local Ordem meacutedia

Balsa 142 129 296 300 273 300

Caieiras 225 208 100 175 191 178

1a laje 233 263 204 125 136 122

um valor foi excluiacutedo trecircs valores foram excluiacutedos Ver texto para explicaccedilotildees

Nos meses de marccedilo e dezembro a salinidade superficial diminuiu nos trecircs pontos

devido agrave aacutegua doce proveniente das chuvas (Figura 4) Nos meses de novembro e dezembro

houve queda da salinidade de fundo em Caieiras e 1a laje respectivamente tambeacutem por

causa das chuvas O ponto Balsa apresentou valores de salinidade de superfiacutecie maiores

que 1a laje que por sua vez apresentou valores maiores que Caieiras (Figura 4) Quanto

agrave salinidade do fundo na Balsa tambeacutem foram encontrados os maiores valores enquanto

que Caieiras geralmente teve uma pequena superioridade sobre os valores da 1a laje

(Figura 4) Segundo o teste de Friedman (Tabela 4) a salinidade tanto de superfiacutecie quanto

de fundo apresentou diferenccedila significativa entre os valores dos trecircs pontos

20

0

10

20

30

40

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Sal

inid

ade

da

sup

erfiacute

cie

(a)

0

10

20

30

40

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Sal

inid

ade

do

fu

nd

o

(b)

Figura 4 Evoluccedilatildeo mensal da salinidade nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a salinidade na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a salinidade do fundo

Quanto agraves concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido verificou-se que a Balsa

apresentou os maiores valores seguindo de Caieiras e por uacuteltimo 1a laje tanto para as

concentraccedilotildees superficiais quanto para as de fundo (Figura 5) No mecircs de outubro houve

um pico dessas concentraccedilotildees nos trecircs pontos (Figura 5) Natildeo se pode relacionar esses

valores a qualquer evento (por exemplo climaacutetico) excepcional Poreacutem assim como esses

valores natildeo podem ser relacionados a qualquer manutenccedilatildeo ou falha do aparelho de

mediccedilatildeo os dados foram utilizados nas anaacutelises Os valores de oxigecircnio de julho 2000 em

Balsa Caieiras 1a Laje

21

Caieiras (fundo) de novembro 2000 na 1a laje (fundo) e de fevereiro 2001 na Balsa

(superfiacutecie e fundo) foram considerados outliers ou seja valores extraordinaacuterios (natildeo

representativos) e por isso foram desprezados Como esses valores foram encontrados

sempre nas uacuteltimas mediccedilotildees das campanhas das amostragens referidas acredita-se que

podem ter sido obtidos por falha do aparelho de mediccedilatildeo De acordo com o teste de

Friedman (Tabela 4) as concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido tanto na superfiacutecie quanto no

fundo tiveram valores significativamente diferentes nos trecircs pontos

0

2

4

6

8

10

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Oxi

gecircn

io d

isso

lvid

o (

mg

L)

da

su

pe

rfiacutec

ie

(a)

0

2

4

6

8

10

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Oxi

gecircn

io d

isso

lvid

o (

mg

L)

do

fu

nd

o

(b)Figura 5 Evoluccedilatildeo mensal da concentraccedilatildeo de oxigecircniodissolvido nos trecircs pontos de amostragens Acima (a) estaacute aconcentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua da superfiacutecie abaixo(b) estaacute a concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua do fundo

Balsa Caieiras 1a Laje

22

42 Dados bioacuteticos

Durante os seis primeiros meses foram triadas 7430 larvas (de um total amostrado

estimado de 12014) das quais 7235 foram identificadas Natildeo foi possiacutevel a identificaccedilatildeo

de 195 larvas Foram enumerados 21649 ovos de um total amostrado estimado de 51365

Foram identificados 44 taxa (excluindo as larvas natildeo identificadas) que pertencem a

23 famiacutelias Estes 44 taxa foram identificados seja ao niacutevel de espeacutecie (17 espeacutecies) ou ao

niacutevel de gecircnero (15 gecircneros) ou ao niacutevel de famiacutelia (12 famiacutelias) (Tabela 5)

Os ovos natildeo foram identificados Vaacuterios tipos foram encontrados (ver Anexo C)

incluindo ovos de Engraulidae facilmente reconheciacuteveis devido agrave sua forma oval

As famiacutelias com maiores nuacutemeros de indiviacuteduos nos trecircs pontos foram Engraulidae

Gobiidae e Haemulidae (Tabela 5)

Os taxa que ocorreram apenas na Balsa foram Paralichthyidae Microdesmus

longipinnis Stellifer rastrifer Gobiosoma sp Gobiosoma hemigymnum Menticirrhus sp

Atherinella brasiliensis Ophichthidae e Raneya brasiliensis

Foram encontrados apenas em Caieiras os taxa Odontoscion dentex Dormitator

maculatus Pseudophallus mindii Lutjanus analis e Mugilidae

Ostetus lineatus e Gobiesocidae foram taxa que ocorreram apenas na 1a laje

23

Tabela 5 Lista dos taxa identificados nas coletas realizadas entre marccedilo e agosto de 2000 no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de indiviacuteduos e a frequumlecircncia total e por ponto de amostragem satildeo dados sem correccedilatildeo pelo volume triadoN eacute o nuacutemero de indiviacuteduos Freq eacute a frequumlecircncia lt 001 indica frequumlecircncia inferior a 1

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqENGRAULIDAE 3546 048 640 023 1093 067 1813 062GOBIIDAE Microgobius meeki 2594 035 1364 048 315 019 915 031HAEMULIDAE 402 005 388 014 0 14 lt 001Natildeo identificados 195 003 115 004 26 002 54 002TETRAODONTIDAE Sphoeroides sp 136 002 80 003 28 002 28 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp2 134 002 60 002 63 004 11 lt 001SCIAENIDAE (larvas viteliacutenicas) 84 001 58 002 20 001 6 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp1 83 001 35 001 39 002 9 lt 001SCIAENIDAE Micropogonias furnieri 30 lt 001 15 001 7 lt 001 8 lt 001GERREIDAE Eucinostomus sp 36 lt 001 14 lt 001 13 lt 001 9 lt 001GOBIIDAE Coryphopterus glaucofraenum 35 lt 001 14 lt 001 3 lt 001 18 lt 001BLENNIIDAE 31 lt 001 11 lt 001 7 lt 001 13 lt 001ACHIRIDAE Achirus sp 17 lt 001 1 lt 001 4 lt 001 12 lt 001ATHERINIDAE 11 lt 001 2 lt 001 5 lt 001 4 lt 001CLUPEIDAE 11 lt 001 10 lt 001 0 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer sp 8 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 4 lt 001SCIAENIDAE 9 lt 001 0 3 lt 001 6 lt 001PARALICHTHYIDAE Citharichthys sp 7 lt 001 1 lt 001 5 lt 001 1 lt 001SYNGNATHIDAE Syngnathus sp 5 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 3 lt 001PARALICHTHYIDAE 5 lt 001 5 lt 001 0 0MICRODESMIDAE Microdesmus longipinnis 5 lt 001 5 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus sp 4 lt 001 3 lt 001 0 1 lt 001

24

Tabela 5 continuaccedilatildeo

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0

Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100

25

421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50

Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma

transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua

bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a

trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises

parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-

normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo

como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da

anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas

Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os

meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)

Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior

influecircncia que o local (Tabela 6)

Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 7439 22203 le 0001

Erro 41 0335

Total 49

Local 2 1990 5939 0005

Mecircs 5 11081 33074 le 0001

Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

26

Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de

marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o

ponto com a menor abundacircncia de larvas

20

30

40

50

60

70

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

35

40

45

50

55

Balsa Caieiras 1a laje

Local de amostragem

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50

Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume

triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50

Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os

resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas

27

foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os

ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)

Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 27624 16233 le 0001

Erro 41 1702

Total 49

Local 2 0592 0348 0708bull

Mecircs 5 24395 14336 le 0001

Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

01234567

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs

O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do

normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em

relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado

somente significacircncias le 001 foram consideradas

28

Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente

em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do

iacutendice eacute explicada pelo modelo

Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 3692 3684 0003

Erro 41 1002

Total 49

Local 2 2298 2292 0114bull

Mecircs 5 1627 1624 0175bull

Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull

bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001

422 Padrotildees espaciais de abundacircncia

Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa

Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp

Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus

glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa

apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem

(Tabela 9)

Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae

(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos

significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas

muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira

29

Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior

abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp

Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia

(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus

sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas

espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se

larvas muito jovens indicando que podem ser residentes

Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal

Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas

Qui -quadrado

SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje

Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188

M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131

Haemulidae - 14308 0001 256 191 153

Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156

Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244

Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206

M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197

Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206

C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175

Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200

Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188

A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies

Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas

maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que

apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas

30

espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque

ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais

pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao

contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes

Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de

indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste

31

5 DISCUSSAtildeO

Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo

segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e

Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae

Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae

Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae

Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias

de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp

Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)

Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior

abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no

periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande

maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al

(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na

primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do

veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees

Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos

seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria

por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no

estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em

parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada

(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas

32

latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes

em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi

inferior a 1

Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria

(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo

representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas

triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute

Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos

ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan

(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia

sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)

A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira

mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do

rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido

Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia

reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia

Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de

dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo

podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio

33

Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo

encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp

Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)

Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que

1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois

apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas

concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido

2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa

principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio

Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros

dois pontos

3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos

apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-

quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu

Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo

diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo

da migraccedilatildeo das larvas de peixes

Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram

significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus

spp e Achirus sp (Tabela 9)

Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou

migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por

terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa

34

Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes

dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio

predominando em Caieiras (braccedilo norte)

As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia

quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies

migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna

daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele

permanecerem

As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo

podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu

posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque

quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais

abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo

norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce

proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave

estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp

parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo

norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o

fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo

rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do

estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do

que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas

espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)

35

6 CONCLUSOtildeES

O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna

ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e

Haemulidae

O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de

amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis

meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que

no braccedilo sul

As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial

heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou

distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae

O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por

espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos

estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus

spp

36

7 REFEREcircNCIAS

ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-

ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227

ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas

Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11

p53-65 1999

ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa

Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro

v14 no1 p121-134 1997

ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na

literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas

BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil

1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p

BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish

in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese

(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999

BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da

Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE

ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232

BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de

Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de

Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997

37

BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In

ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986

p35

CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p

CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada

da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia

Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal

Fluminense Rio de Janeiro 1998

CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino

do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185

1996

CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton

del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860

EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the

continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint

Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation

processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast

Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138

EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish

larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and

Marine Research v47 no 3 p183-200 1999

FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north

Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest

Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II

Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p

38

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p

FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998

FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition

and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114

HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed

Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207

HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna

ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282

HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two

North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179

HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean

fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46

p383-488

HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or

kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the

Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington

1934 v 48 p41-117

HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of

some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938

v48 p505-642

39

IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do

ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-

AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo

Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22

JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed

Paris UNESCO 1998 193 p

JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina

Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine

Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752

JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in

Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998

KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance

and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)

Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego

Academic Press 1996 p 235-255

LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats

Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253

LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier

Scientific Publishing Company 1983 419p

LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South

Wales University Press 1989 370 p

MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast

Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p

40

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V

Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p

MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla

American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p

MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel

Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish

recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish

conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54

OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos

decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297

PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema

estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205

RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history

stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel

http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]

ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge

University Press 1995 439p

SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de

Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77

1980

SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de

Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -

41

Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-

300 1982

SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New

York Chanticleer 1997 720p

SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei

Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western

Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012

SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das

Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia

Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998

SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do

ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de

Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991

WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese

(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata

Argentina 1981

WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de

Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117

WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the

eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24

v39 p141-201

ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999

42

Anexo A

(a)

(b)

(c)

Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)

43

Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas

Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm

Page 14: O ICTIOPLÂNCTON DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-AÇU, ES. · cada ponto foram feitos três arrastos com rede tipo bongô de malha 333 µm, com três minutos de duração cada. Foram

13

Em todos os pontos foram feitas mediccedilotildees de temperatura salinidade e

concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido em duas profundidades (superfiacutecie e fundo) utilizando-

se Medidor Multi Paracircmetro YSI 85

33 Processamento das amostras

Sob microscoacutepio estereoscoacutepico (lupa) as larvas coletadas nos seis primeiros meses

de amostragem (51 amostras 6 em marccedilo de 2000 e 9 em cada um dos 5 meses seguintes)

foram triadas e identificadas e os ovos apenas enumerados As amostras que continham

grande abundacircncia de larvas ou de ovos foram fracionadas (ateacute 18 Tabela 2)

Tabela 2 Dados referentes agraves sete amostras fracionadas paratriagem Triadas eacute o nuacutemero de larvas nas fraccedilotildees triadasEstimadas eacute o nuacutemero estimado de larvas nas amostras inteiras

Mecircs Ponto Reacuteplica Fraccedilatildeo triada Triadas Estimadas

Marccedilo Caieiras 2a 1 4 367 1468

Marccedilo 1a laje 1a 1 4 261 1044

Marccedilo 1a laje 2a 1 8 172 1376

Abril 1a laje 1a 1 2 323 646

Abril 1a laje 2a 1 4 267 1068

Abril 1a laje 3a 1 4 124 496

Abril Balsa 1a 1 1 378 378

a amostra foi triada inteiramente para as larvas mas apenas metade dos ovos daamostra foi enumerada Nos outros casos a fraccedilatildeo triada para os ovos e a fraccedilatildeotriada para as larvas satildeo iguais

A identificaccedilatildeo foi realizada principalmente a partir das referecircncias gerais seguintes

Fahay (1983) Moser et al (1984) Leis amp Trnski (1989) Matarese et al (1989) Jeyaseelan

(1998) uma coletacircnea anocircnima de figuras colhidas na literatura (Anocircnimo) e a ediccedilatildeo

preliminar de Richards (2001) Para larvas mais desenvolvidas (juvenis) foram utilizados

Figueiredo amp Menezes (1978 1980 e 2000) Menezes amp Figueiredo (1980 e 1985) Barletta

14

amp Correcirca (1992) Smith (1997) e Carvalho-Filho (1999) Em vaacuterios casos foram realizadas

seacuteries de desenvolvimento (exemplo nos anexos A e B)

34 Anaacutelises estatiacutesticas

O volume de aacutegua filtrado em cada arrasto (Vfiltrado em metros cuacutebicos foacutermula

1) foi calculado a partir da distacircncia percorrida pelo fluxocircmetro (Distacircncia em metros

foacutermula 2) multiplicada pela aacuterea da boca de abertura da rede (Aacuterea em metros quadrados

foacutermula 4)

Vfiltrado = Distacircncia bull Aacuterea (1)

Em todas as equaccedilotildees bull eacute o sinal de multiplicaccedilatildeo

Distacircncia = ∆ bull Constante (2)

onde ∆ = no registrado no fim do arrasto - no registrado no iniacutecio do arrasto(3)

e onde Constante = constante do fluxocircmetro = 00384363

Aacuterea = π bull Raio2 (4)

onde π = 314159

e onde Raio = 03m

A abundacircncia (nuacutemero por metro cuacutebico foacutermula 5) de cada espeacutecie e dos ovos foi

calculada sobre o volume triado (Vtriado foacutermula 6)

Abundacircncia = Nuacutemero Vtriado (5)

onde Nuacutemero eacute o nuacutemero de indiviacuteduos ou de ovos

e onde

Vtriado = Vfiltrado bull Fraccedilatildeo triada (6)

15

onde Fraccedilatildeo triada eacute a fraccedilatildeo triada da amostra e varia entre 1 (toda a amostra foi triada) e

18 (um oitavo da amostra foi triada)(Tabela 2) Os dados do fluxocircmetro foram aberrantes

na 2a reacuteplica de Caieiras do mecircs de maio (05m3 filtrados indicando que a heacutelice ficou

bloqueada apesar da rede funcionar normalmente) O nuacutemero de dados utilizaacuteveis nas

anaacutelises de abundacircncia eacute entatildeo 50

Os dados obtidos tanto os bioloacutegicos quanto os fiacutesico-quiacutemicos foram tratados por

anaacutelises natildeo-parameacutetricas - teste de Friedman com α = 005 - considerando que as amostras

de uma mesma campanha satildeo ligadas entre si (Zar 1999) O nuacutemero inicial de valores para

as variaacuteveis ambientais eacute 12 (uma mediccedilatildeo por mecircs por ponto de amostragem e por

profundidade durante o ano inteiro de amostragem) O nuacutemero de valores para as variaacuteveis

bioloacutegicas foi de 16 Havendo duas replicaccedilotildees por ponto em marccedilo e trecircs nos outros

meses foi escolhido comparar as primeiras reacuteplicas dos pontos entre si as segundas

reacuteplicas dos pontos entre si e as terceiras reacuteplicas dos pontos entre si (Tabela 3) Dos

originais 17 grupos de replicaccedilotildees (marccedilo com 2 grupos os 5 outros meses com 3 grupos)

um foi invalidado (o das 2as reacuteplicas do mecircs de maio) pelo natildeo funcionamento do

fluxocircmetro

As variaacuteveis contiacutenuas foram testadas para normalidade (e homocedasticidade) com

o teste de Kolmogorov-Smirnov-Lilliefors (Legendre amp Legendre 1983) Apoacutes

normalizaccedilatildeo anaacutelises parameacutetricas de variacircncia (ANOVA Zar 1999) foram aplicadas

sobre os dados bioloacutegicos sendo a variaacutevel dependente o nuacutemero de indiviacuteduos o nuacutemero

de ovos ou o iacutendice de diversidade (α = alpha de Williams ou alpha de Fisher) O alpha eacute

obtido atraveacutes das seguintes equaccedilotildees (foacutermulas 7 e 8) (Rosenzweig 1995)

S = - α bull ln (1 - x) (7)

16

onde S eacute o nuacutemero de taxa larvais na amostra (excluindo os natildeo identificados)

e onde α eacute o iacutendice de diversidade

e onde ln eacute o operador logariacutetmico neperiano (de base e)

e onde x eacute uma constante que satisfaz

S N = [(x - 1) x] bull ln (1 - x) (8)

onde N eacute o nuacutemero de indiviacuteduos na amostra

Tabela 3 Combinaccedilatildeo das amostras nos grupos testados atraveacutes do teste deFriedman para a abundacircncia dos taxa

Mecircs Balsa Caieiras 1a laje Grupo

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 1Marccedilo

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 2

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 3

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 4Abril

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 5

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 6

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 7Maio

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 8

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 9

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 10Junho

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 11

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 12

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 13Julho

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 14

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 15

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 16Agosto

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 17

grupo invalidado devido agrave falha do fluxocircmetro

As variaacuteveis independentes incluiacutedas nas anaacutelises de variacircncia foram

a) O local de amostragem com trecircs categorias pontos Balsa Caieirase 1a laje

b) O mecircs do ano com seis categorias marccedilo abril maio junho julho e agosto

17

c) O volume triado para larvas como covariaacutevel contiacutenua em m3

Foi utilizado para as ANOVAs o tipo III onde a significacircncia da variaacutevel

independente testada eacute estimada apoacutes as outras variaacuteveis do modelo serem incluiacutedas ou

seja quando essas outras variaacuteveis jaacute explicarem uma parte da variabilidade da variaacutevel

dependente A utilizaccedilatildeo deste tipo diminui a possibilidade de as significacircncias obtidas

serem falsas Diferenccedilas entre as categorias das variaacuteveis foram posteriormente testadas

atraveacutes das meacutedias marginais

18

4 RESULTADOS

41 Dados abioacuteticos

Nos trecircs pontos a temperatura tanto da superfiacutecie quanto do fundo teve seus

maiores valores no veratildeo e seus menores valores no inverno (Figura 3) No mecircs de

dezembro a temperatura nos trecircs pontos teve um decliacutenio devido agraves chuvas De acordo com

o teste de Friedman (Tabela 4) a temperatura foi significativamente diferente entre os trecircs

pontos tanto na superfiacutecie quanto no fundo

18

22

26

30

34

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Te

mp

era

tura

(C

) d

a

su

pe

rfiacutec

ie

(a)

18

22

26

30

34

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Tem

per

atu

ra (

C)

do

fu

nd

o

(b)

Figura 3 Evoluccedilatildeo mensal da temperatura nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a temperatura na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a temperatura do fundo Para melhor visualizaccedilatildeoo eixo vertical inicia-se em 18oC

Balsa Caieiras 1a Laje

19

Baseado nas ordens meacutedias obtidas no teste de Friedman Caieiras e 1a laje

apresentaram valores de temperatura semelhantes enquanto que Balsa mostrou ter aacuteguas

mais frias que os outros dois pontos (Tabela 4)

Tabela 4 Resultados dos testes de Friedman para as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas daaacutegua do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 emtodos os casos

Temperatura Salinidade OxigecircnioEstatiacutestica

Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo

Nuacutemero de valores 12 12 12 12 11 9

Qui-quadrado 6435 11511 23532 19500 10364 14889

Significacircncia 0040 0003 0000 0000 0006 0001

Local Ordem meacutedia

Balsa 142 129 296 300 273 300

Caieiras 225 208 100 175 191 178

1a laje 233 263 204 125 136 122

um valor foi excluiacutedo trecircs valores foram excluiacutedos Ver texto para explicaccedilotildees

Nos meses de marccedilo e dezembro a salinidade superficial diminuiu nos trecircs pontos

devido agrave aacutegua doce proveniente das chuvas (Figura 4) Nos meses de novembro e dezembro

houve queda da salinidade de fundo em Caieiras e 1a laje respectivamente tambeacutem por

causa das chuvas O ponto Balsa apresentou valores de salinidade de superfiacutecie maiores

que 1a laje que por sua vez apresentou valores maiores que Caieiras (Figura 4) Quanto

agrave salinidade do fundo na Balsa tambeacutem foram encontrados os maiores valores enquanto

que Caieiras geralmente teve uma pequena superioridade sobre os valores da 1a laje

(Figura 4) Segundo o teste de Friedman (Tabela 4) a salinidade tanto de superfiacutecie quanto

de fundo apresentou diferenccedila significativa entre os valores dos trecircs pontos

20

0

10

20

30

40

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Sal

inid

ade

da

sup

erfiacute

cie

(a)

0

10

20

30

40

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Sal

inid

ade

do

fu

nd

o

(b)

Figura 4 Evoluccedilatildeo mensal da salinidade nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a salinidade na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a salinidade do fundo

Quanto agraves concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido verificou-se que a Balsa

apresentou os maiores valores seguindo de Caieiras e por uacuteltimo 1a laje tanto para as

concentraccedilotildees superficiais quanto para as de fundo (Figura 5) No mecircs de outubro houve

um pico dessas concentraccedilotildees nos trecircs pontos (Figura 5) Natildeo se pode relacionar esses

valores a qualquer evento (por exemplo climaacutetico) excepcional Poreacutem assim como esses

valores natildeo podem ser relacionados a qualquer manutenccedilatildeo ou falha do aparelho de

mediccedilatildeo os dados foram utilizados nas anaacutelises Os valores de oxigecircnio de julho 2000 em

Balsa Caieiras 1a Laje

21

Caieiras (fundo) de novembro 2000 na 1a laje (fundo) e de fevereiro 2001 na Balsa

(superfiacutecie e fundo) foram considerados outliers ou seja valores extraordinaacuterios (natildeo

representativos) e por isso foram desprezados Como esses valores foram encontrados

sempre nas uacuteltimas mediccedilotildees das campanhas das amostragens referidas acredita-se que

podem ter sido obtidos por falha do aparelho de mediccedilatildeo De acordo com o teste de

Friedman (Tabela 4) as concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido tanto na superfiacutecie quanto no

fundo tiveram valores significativamente diferentes nos trecircs pontos

0

2

4

6

8

10

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Oxi

gecircn

io d

isso

lvid

o (

mg

L)

da

su

pe

rfiacutec

ie

(a)

0

2

4

6

8

10

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Oxi

gecircn

io d

isso

lvid

o (

mg

L)

do

fu

nd

o

(b)Figura 5 Evoluccedilatildeo mensal da concentraccedilatildeo de oxigecircniodissolvido nos trecircs pontos de amostragens Acima (a) estaacute aconcentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua da superfiacutecie abaixo(b) estaacute a concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua do fundo

Balsa Caieiras 1a Laje

22

42 Dados bioacuteticos

Durante os seis primeiros meses foram triadas 7430 larvas (de um total amostrado

estimado de 12014) das quais 7235 foram identificadas Natildeo foi possiacutevel a identificaccedilatildeo

de 195 larvas Foram enumerados 21649 ovos de um total amostrado estimado de 51365

Foram identificados 44 taxa (excluindo as larvas natildeo identificadas) que pertencem a

23 famiacutelias Estes 44 taxa foram identificados seja ao niacutevel de espeacutecie (17 espeacutecies) ou ao

niacutevel de gecircnero (15 gecircneros) ou ao niacutevel de famiacutelia (12 famiacutelias) (Tabela 5)

Os ovos natildeo foram identificados Vaacuterios tipos foram encontrados (ver Anexo C)

incluindo ovos de Engraulidae facilmente reconheciacuteveis devido agrave sua forma oval

As famiacutelias com maiores nuacutemeros de indiviacuteduos nos trecircs pontos foram Engraulidae

Gobiidae e Haemulidae (Tabela 5)

Os taxa que ocorreram apenas na Balsa foram Paralichthyidae Microdesmus

longipinnis Stellifer rastrifer Gobiosoma sp Gobiosoma hemigymnum Menticirrhus sp

Atherinella brasiliensis Ophichthidae e Raneya brasiliensis

Foram encontrados apenas em Caieiras os taxa Odontoscion dentex Dormitator

maculatus Pseudophallus mindii Lutjanus analis e Mugilidae

Ostetus lineatus e Gobiesocidae foram taxa que ocorreram apenas na 1a laje

23

Tabela 5 Lista dos taxa identificados nas coletas realizadas entre marccedilo e agosto de 2000 no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de indiviacuteduos e a frequumlecircncia total e por ponto de amostragem satildeo dados sem correccedilatildeo pelo volume triadoN eacute o nuacutemero de indiviacuteduos Freq eacute a frequumlecircncia lt 001 indica frequumlecircncia inferior a 1

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqENGRAULIDAE 3546 048 640 023 1093 067 1813 062GOBIIDAE Microgobius meeki 2594 035 1364 048 315 019 915 031HAEMULIDAE 402 005 388 014 0 14 lt 001Natildeo identificados 195 003 115 004 26 002 54 002TETRAODONTIDAE Sphoeroides sp 136 002 80 003 28 002 28 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp2 134 002 60 002 63 004 11 lt 001SCIAENIDAE (larvas viteliacutenicas) 84 001 58 002 20 001 6 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp1 83 001 35 001 39 002 9 lt 001SCIAENIDAE Micropogonias furnieri 30 lt 001 15 001 7 lt 001 8 lt 001GERREIDAE Eucinostomus sp 36 lt 001 14 lt 001 13 lt 001 9 lt 001GOBIIDAE Coryphopterus glaucofraenum 35 lt 001 14 lt 001 3 lt 001 18 lt 001BLENNIIDAE 31 lt 001 11 lt 001 7 lt 001 13 lt 001ACHIRIDAE Achirus sp 17 lt 001 1 lt 001 4 lt 001 12 lt 001ATHERINIDAE 11 lt 001 2 lt 001 5 lt 001 4 lt 001CLUPEIDAE 11 lt 001 10 lt 001 0 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer sp 8 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 4 lt 001SCIAENIDAE 9 lt 001 0 3 lt 001 6 lt 001PARALICHTHYIDAE Citharichthys sp 7 lt 001 1 lt 001 5 lt 001 1 lt 001SYNGNATHIDAE Syngnathus sp 5 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 3 lt 001PARALICHTHYIDAE 5 lt 001 5 lt 001 0 0MICRODESMIDAE Microdesmus longipinnis 5 lt 001 5 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus sp 4 lt 001 3 lt 001 0 1 lt 001

24

Tabela 5 continuaccedilatildeo

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0

Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100

25

421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50

Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma

transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua

bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a

trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises

parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-

normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo

como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da

anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas

Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os

meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)

Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior

influecircncia que o local (Tabela 6)

Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 7439 22203 le 0001

Erro 41 0335

Total 49

Local 2 1990 5939 0005

Mecircs 5 11081 33074 le 0001

Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

26

Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de

marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o

ponto com a menor abundacircncia de larvas

20

30

40

50

60

70

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

35

40

45

50

55

Balsa Caieiras 1a laje

Local de amostragem

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50

Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume

triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50

Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os

resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas

27

foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os

ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)

Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 27624 16233 le 0001

Erro 41 1702

Total 49

Local 2 0592 0348 0708bull

Mecircs 5 24395 14336 le 0001

Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

01234567

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs

O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do

normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em

relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado

somente significacircncias le 001 foram consideradas

28

Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente

em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do

iacutendice eacute explicada pelo modelo

Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 3692 3684 0003

Erro 41 1002

Total 49

Local 2 2298 2292 0114bull

Mecircs 5 1627 1624 0175bull

Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull

bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001

422 Padrotildees espaciais de abundacircncia

Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa

Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp

Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus

glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa

apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem

(Tabela 9)

Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae

(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos

significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas

muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira

29

Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior

abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp

Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia

(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus

sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas

espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se

larvas muito jovens indicando que podem ser residentes

Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal

Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas

Qui -quadrado

SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje

Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188

M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131

Haemulidae - 14308 0001 256 191 153

Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156

Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244

Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206

M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197

Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206

C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175

Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200

Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188

A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies

Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas

maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que

apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas

30

espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque

ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais

pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao

contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes

Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de

indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste

31

5 DISCUSSAtildeO

Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo

segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e

Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae

Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae

Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae

Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias

de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp

Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)

Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior

abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no

periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande

maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al

(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na

primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do

veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees

Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos

seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria

por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no

estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em

parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada

(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas

32

latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes

em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi

inferior a 1

Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria

(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo

representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas

triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute

Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos

ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan

(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia

sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)

A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira

mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do

rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido

Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia

reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia

Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de

dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo

podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio

33

Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo

encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp

Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)

Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que

1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois

apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas

concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido

2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa

principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio

Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros

dois pontos

3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos

apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-

quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu

Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo

diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo

da migraccedilatildeo das larvas de peixes

Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram

significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus

spp e Achirus sp (Tabela 9)

Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou

migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por

terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa

34

Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes

dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio

predominando em Caieiras (braccedilo norte)

As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia

quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies

migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna

daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele

permanecerem

As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo

podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu

posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque

quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais

abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo

norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce

proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave

estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp

parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo

norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o

fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo

rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do

estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do

que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas

espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)

35

6 CONCLUSOtildeES

O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna

ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e

Haemulidae

O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de

amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis

meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que

no braccedilo sul

As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial

heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou

distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae

O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por

espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos

estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus

spp

36

7 REFEREcircNCIAS

ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-

ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227

ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas

Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11

p53-65 1999

ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa

Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro

v14 no1 p121-134 1997

ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na

literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas

BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil

1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p

BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish

in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese

(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999

BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da

Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE

ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232

BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de

Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de

Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997

37

BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In

ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986

p35

CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p

CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada

da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia

Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal

Fluminense Rio de Janeiro 1998

CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino

do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185

1996

CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton

del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860

EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the

continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint

Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation

processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast

Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138

EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish

larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and

Marine Research v47 no 3 p183-200 1999

FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north

Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest

Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II

Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p

38

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p

FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998

FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition

and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114

HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed

Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207

HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna

ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282

HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two

North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179

HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean

fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46

p383-488

HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or

kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the

Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington

1934 v 48 p41-117

HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of

some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938

v48 p505-642

39

IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do

ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-

AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo

Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22

JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed

Paris UNESCO 1998 193 p

JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina

Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine

Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752

JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in

Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998

KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance

and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)

Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego

Academic Press 1996 p 235-255

LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats

Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253

LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier

Scientific Publishing Company 1983 419p

LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South

Wales University Press 1989 370 p

MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast

Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p

40

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V

Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p

MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla

American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p

MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel

Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish

recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish

conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54

OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos

decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297

PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema

estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205

RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history

stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel

http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]

ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge

University Press 1995 439p

SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de

Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77

1980

SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de

Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -

41

Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-

300 1982

SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New

York Chanticleer 1997 720p

SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei

Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western

Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012

SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das

Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia

Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998

SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do

ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de

Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991

WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese

(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata

Argentina 1981

WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de

Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117

WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the

eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24

v39 p141-201

ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999

42

Anexo A

(a)

(b)

(c)

Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)

43

Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas

Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm

Page 15: O ICTIOPLÂNCTON DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-AÇU, ES. · cada ponto foram feitos três arrastos com rede tipo bongô de malha 333 µm, com três minutos de duração cada. Foram

14

amp Correcirca (1992) Smith (1997) e Carvalho-Filho (1999) Em vaacuterios casos foram realizadas

seacuteries de desenvolvimento (exemplo nos anexos A e B)

34 Anaacutelises estatiacutesticas

O volume de aacutegua filtrado em cada arrasto (Vfiltrado em metros cuacutebicos foacutermula

1) foi calculado a partir da distacircncia percorrida pelo fluxocircmetro (Distacircncia em metros

foacutermula 2) multiplicada pela aacuterea da boca de abertura da rede (Aacuterea em metros quadrados

foacutermula 4)

Vfiltrado = Distacircncia bull Aacuterea (1)

Em todas as equaccedilotildees bull eacute o sinal de multiplicaccedilatildeo

Distacircncia = ∆ bull Constante (2)

onde ∆ = no registrado no fim do arrasto - no registrado no iniacutecio do arrasto(3)

e onde Constante = constante do fluxocircmetro = 00384363

Aacuterea = π bull Raio2 (4)

onde π = 314159

e onde Raio = 03m

A abundacircncia (nuacutemero por metro cuacutebico foacutermula 5) de cada espeacutecie e dos ovos foi

calculada sobre o volume triado (Vtriado foacutermula 6)

Abundacircncia = Nuacutemero Vtriado (5)

onde Nuacutemero eacute o nuacutemero de indiviacuteduos ou de ovos

e onde

Vtriado = Vfiltrado bull Fraccedilatildeo triada (6)

15

onde Fraccedilatildeo triada eacute a fraccedilatildeo triada da amostra e varia entre 1 (toda a amostra foi triada) e

18 (um oitavo da amostra foi triada)(Tabela 2) Os dados do fluxocircmetro foram aberrantes

na 2a reacuteplica de Caieiras do mecircs de maio (05m3 filtrados indicando que a heacutelice ficou

bloqueada apesar da rede funcionar normalmente) O nuacutemero de dados utilizaacuteveis nas

anaacutelises de abundacircncia eacute entatildeo 50

Os dados obtidos tanto os bioloacutegicos quanto os fiacutesico-quiacutemicos foram tratados por

anaacutelises natildeo-parameacutetricas - teste de Friedman com α = 005 - considerando que as amostras

de uma mesma campanha satildeo ligadas entre si (Zar 1999) O nuacutemero inicial de valores para

as variaacuteveis ambientais eacute 12 (uma mediccedilatildeo por mecircs por ponto de amostragem e por

profundidade durante o ano inteiro de amostragem) O nuacutemero de valores para as variaacuteveis

bioloacutegicas foi de 16 Havendo duas replicaccedilotildees por ponto em marccedilo e trecircs nos outros

meses foi escolhido comparar as primeiras reacuteplicas dos pontos entre si as segundas

reacuteplicas dos pontos entre si e as terceiras reacuteplicas dos pontos entre si (Tabela 3) Dos

originais 17 grupos de replicaccedilotildees (marccedilo com 2 grupos os 5 outros meses com 3 grupos)

um foi invalidado (o das 2as reacuteplicas do mecircs de maio) pelo natildeo funcionamento do

fluxocircmetro

As variaacuteveis contiacutenuas foram testadas para normalidade (e homocedasticidade) com

o teste de Kolmogorov-Smirnov-Lilliefors (Legendre amp Legendre 1983) Apoacutes

normalizaccedilatildeo anaacutelises parameacutetricas de variacircncia (ANOVA Zar 1999) foram aplicadas

sobre os dados bioloacutegicos sendo a variaacutevel dependente o nuacutemero de indiviacuteduos o nuacutemero

de ovos ou o iacutendice de diversidade (α = alpha de Williams ou alpha de Fisher) O alpha eacute

obtido atraveacutes das seguintes equaccedilotildees (foacutermulas 7 e 8) (Rosenzweig 1995)

S = - α bull ln (1 - x) (7)

16

onde S eacute o nuacutemero de taxa larvais na amostra (excluindo os natildeo identificados)

e onde α eacute o iacutendice de diversidade

e onde ln eacute o operador logariacutetmico neperiano (de base e)

e onde x eacute uma constante que satisfaz

S N = [(x - 1) x] bull ln (1 - x) (8)

onde N eacute o nuacutemero de indiviacuteduos na amostra

Tabela 3 Combinaccedilatildeo das amostras nos grupos testados atraveacutes do teste deFriedman para a abundacircncia dos taxa

Mecircs Balsa Caieiras 1a laje Grupo

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 1Marccedilo

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 2

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 3

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 4Abril

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 5

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 6

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 7Maio

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 8

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 9

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 10Junho

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 11

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 12

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 13Julho

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 14

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 15

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 16Agosto

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 17

grupo invalidado devido agrave falha do fluxocircmetro

As variaacuteveis independentes incluiacutedas nas anaacutelises de variacircncia foram

a) O local de amostragem com trecircs categorias pontos Balsa Caieirase 1a laje

b) O mecircs do ano com seis categorias marccedilo abril maio junho julho e agosto

17

c) O volume triado para larvas como covariaacutevel contiacutenua em m3

Foi utilizado para as ANOVAs o tipo III onde a significacircncia da variaacutevel

independente testada eacute estimada apoacutes as outras variaacuteveis do modelo serem incluiacutedas ou

seja quando essas outras variaacuteveis jaacute explicarem uma parte da variabilidade da variaacutevel

dependente A utilizaccedilatildeo deste tipo diminui a possibilidade de as significacircncias obtidas

serem falsas Diferenccedilas entre as categorias das variaacuteveis foram posteriormente testadas

atraveacutes das meacutedias marginais

18

4 RESULTADOS

41 Dados abioacuteticos

Nos trecircs pontos a temperatura tanto da superfiacutecie quanto do fundo teve seus

maiores valores no veratildeo e seus menores valores no inverno (Figura 3) No mecircs de

dezembro a temperatura nos trecircs pontos teve um decliacutenio devido agraves chuvas De acordo com

o teste de Friedman (Tabela 4) a temperatura foi significativamente diferente entre os trecircs

pontos tanto na superfiacutecie quanto no fundo

18

22

26

30

34

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Te

mp

era

tura

(C

) d

a

su

pe

rfiacutec

ie

(a)

18

22

26

30

34

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Tem

per

atu

ra (

C)

do

fu

nd

o

(b)

Figura 3 Evoluccedilatildeo mensal da temperatura nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a temperatura na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a temperatura do fundo Para melhor visualizaccedilatildeoo eixo vertical inicia-se em 18oC

Balsa Caieiras 1a Laje

19

Baseado nas ordens meacutedias obtidas no teste de Friedman Caieiras e 1a laje

apresentaram valores de temperatura semelhantes enquanto que Balsa mostrou ter aacuteguas

mais frias que os outros dois pontos (Tabela 4)

Tabela 4 Resultados dos testes de Friedman para as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas daaacutegua do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 emtodos os casos

Temperatura Salinidade OxigecircnioEstatiacutestica

Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo

Nuacutemero de valores 12 12 12 12 11 9

Qui-quadrado 6435 11511 23532 19500 10364 14889

Significacircncia 0040 0003 0000 0000 0006 0001

Local Ordem meacutedia

Balsa 142 129 296 300 273 300

Caieiras 225 208 100 175 191 178

1a laje 233 263 204 125 136 122

um valor foi excluiacutedo trecircs valores foram excluiacutedos Ver texto para explicaccedilotildees

Nos meses de marccedilo e dezembro a salinidade superficial diminuiu nos trecircs pontos

devido agrave aacutegua doce proveniente das chuvas (Figura 4) Nos meses de novembro e dezembro

houve queda da salinidade de fundo em Caieiras e 1a laje respectivamente tambeacutem por

causa das chuvas O ponto Balsa apresentou valores de salinidade de superfiacutecie maiores

que 1a laje que por sua vez apresentou valores maiores que Caieiras (Figura 4) Quanto

agrave salinidade do fundo na Balsa tambeacutem foram encontrados os maiores valores enquanto

que Caieiras geralmente teve uma pequena superioridade sobre os valores da 1a laje

(Figura 4) Segundo o teste de Friedman (Tabela 4) a salinidade tanto de superfiacutecie quanto

de fundo apresentou diferenccedila significativa entre os valores dos trecircs pontos

20

0

10

20

30

40

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Sal

inid

ade

da

sup

erfiacute

cie

(a)

0

10

20

30

40

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Sal

inid

ade

do

fu

nd

o

(b)

Figura 4 Evoluccedilatildeo mensal da salinidade nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a salinidade na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a salinidade do fundo

Quanto agraves concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido verificou-se que a Balsa

apresentou os maiores valores seguindo de Caieiras e por uacuteltimo 1a laje tanto para as

concentraccedilotildees superficiais quanto para as de fundo (Figura 5) No mecircs de outubro houve

um pico dessas concentraccedilotildees nos trecircs pontos (Figura 5) Natildeo se pode relacionar esses

valores a qualquer evento (por exemplo climaacutetico) excepcional Poreacutem assim como esses

valores natildeo podem ser relacionados a qualquer manutenccedilatildeo ou falha do aparelho de

mediccedilatildeo os dados foram utilizados nas anaacutelises Os valores de oxigecircnio de julho 2000 em

Balsa Caieiras 1a Laje

21

Caieiras (fundo) de novembro 2000 na 1a laje (fundo) e de fevereiro 2001 na Balsa

(superfiacutecie e fundo) foram considerados outliers ou seja valores extraordinaacuterios (natildeo

representativos) e por isso foram desprezados Como esses valores foram encontrados

sempre nas uacuteltimas mediccedilotildees das campanhas das amostragens referidas acredita-se que

podem ter sido obtidos por falha do aparelho de mediccedilatildeo De acordo com o teste de

Friedman (Tabela 4) as concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido tanto na superfiacutecie quanto no

fundo tiveram valores significativamente diferentes nos trecircs pontos

0

2

4

6

8

10

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Oxi

gecircn

io d

isso

lvid

o (

mg

L)

da

su

pe

rfiacutec

ie

(a)

0

2

4

6

8

10

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Oxi

gecircn

io d

isso

lvid

o (

mg

L)

do

fu

nd

o

(b)Figura 5 Evoluccedilatildeo mensal da concentraccedilatildeo de oxigecircniodissolvido nos trecircs pontos de amostragens Acima (a) estaacute aconcentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua da superfiacutecie abaixo(b) estaacute a concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua do fundo

Balsa Caieiras 1a Laje

22

42 Dados bioacuteticos

Durante os seis primeiros meses foram triadas 7430 larvas (de um total amostrado

estimado de 12014) das quais 7235 foram identificadas Natildeo foi possiacutevel a identificaccedilatildeo

de 195 larvas Foram enumerados 21649 ovos de um total amostrado estimado de 51365

Foram identificados 44 taxa (excluindo as larvas natildeo identificadas) que pertencem a

23 famiacutelias Estes 44 taxa foram identificados seja ao niacutevel de espeacutecie (17 espeacutecies) ou ao

niacutevel de gecircnero (15 gecircneros) ou ao niacutevel de famiacutelia (12 famiacutelias) (Tabela 5)

Os ovos natildeo foram identificados Vaacuterios tipos foram encontrados (ver Anexo C)

incluindo ovos de Engraulidae facilmente reconheciacuteveis devido agrave sua forma oval

As famiacutelias com maiores nuacutemeros de indiviacuteduos nos trecircs pontos foram Engraulidae

Gobiidae e Haemulidae (Tabela 5)

Os taxa que ocorreram apenas na Balsa foram Paralichthyidae Microdesmus

longipinnis Stellifer rastrifer Gobiosoma sp Gobiosoma hemigymnum Menticirrhus sp

Atherinella brasiliensis Ophichthidae e Raneya brasiliensis

Foram encontrados apenas em Caieiras os taxa Odontoscion dentex Dormitator

maculatus Pseudophallus mindii Lutjanus analis e Mugilidae

Ostetus lineatus e Gobiesocidae foram taxa que ocorreram apenas na 1a laje

23

Tabela 5 Lista dos taxa identificados nas coletas realizadas entre marccedilo e agosto de 2000 no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de indiviacuteduos e a frequumlecircncia total e por ponto de amostragem satildeo dados sem correccedilatildeo pelo volume triadoN eacute o nuacutemero de indiviacuteduos Freq eacute a frequumlecircncia lt 001 indica frequumlecircncia inferior a 1

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqENGRAULIDAE 3546 048 640 023 1093 067 1813 062GOBIIDAE Microgobius meeki 2594 035 1364 048 315 019 915 031HAEMULIDAE 402 005 388 014 0 14 lt 001Natildeo identificados 195 003 115 004 26 002 54 002TETRAODONTIDAE Sphoeroides sp 136 002 80 003 28 002 28 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp2 134 002 60 002 63 004 11 lt 001SCIAENIDAE (larvas viteliacutenicas) 84 001 58 002 20 001 6 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp1 83 001 35 001 39 002 9 lt 001SCIAENIDAE Micropogonias furnieri 30 lt 001 15 001 7 lt 001 8 lt 001GERREIDAE Eucinostomus sp 36 lt 001 14 lt 001 13 lt 001 9 lt 001GOBIIDAE Coryphopterus glaucofraenum 35 lt 001 14 lt 001 3 lt 001 18 lt 001BLENNIIDAE 31 lt 001 11 lt 001 7 lt 001 13 lt 001ACHIRIDAE Achirus sp 17 lt 001 1 lt 001 4 lt 001 12 lt 001ATHERINIDAE 11 lt 001 2 lt 001 5 lt 001 4 lt 001CLUPEIDAE 11 lt 001 10 lt 001 0 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer sp 8 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 4 lt 001SCIAENIDAE 9 lt 001 0 3 lt 001 6 lt 001PARALICHTHYIDAE Citharichthys sp 7 lt 001 1 lt 001 5 lt 001 1 lt 001SYNGNATHIDAE Syngnathus sp 5 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 3 lt 001PARALICHTHYIDAE 5 lt 001 5 lt 001 0 0MICRODESMIDAE Microdesmus longipinnis 5 lt 001 5 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus sp 4 lt 001 3 lt 001 0 1 lt 001

24

Tabela 5 continuaccedilatildeo

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0

Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100

25

421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50

Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma

transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua

bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a

trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises

parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-

normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo

como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da

anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas

Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os

meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)

Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior

influecircncia que o local (Tabela 6)

Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 7439 22203 le 0001

Erro 41 0335

Total 49

Local 2 1990 5939 0005

Mecircs 5 11081 33074 le 0001

Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

26

Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de

marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o

ponto com a menor abundacircncia de larvas

20

30

40

50

60

70

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

35

40

45

50

55

Balsa Caieiras 1a laje

Local de amostragem

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50

Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume

triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50

Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os

resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas

27

foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os

ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)

Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 27624 16233 le 0001

Erro 41 1702

Total 49

Local 2 0592 0348 0708bull

Mecircs 5 24395 14336 le 0001

Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

01234567

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs

O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do

normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em

relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado

somente significacircncias le 001 foram consideradas

28

Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente

em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do

iacutendice eacute explicada pelo modelo

Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 3692 3684 0003

Erro 41 1002

Total 49

Local 2 2298 2292 0114bull

Mecircs 5 1627 1624 0175bull

Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull

bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001

422 Padrotildees espaciais de abundacircncia

Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa

Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp

Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus

glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa

apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem

(Tabela 9)

Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae

(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos

significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas

muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira

29

Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior

abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp

Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia

(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus

sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas

espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se

larvas muito jovens indicando que podem ser residentes

Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal

Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas

Qui -quadrado

SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje

Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188

M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131

Haemulidae - 14308 0001 256 191 153

Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156

Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244

Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206

M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197

Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206

C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175

Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200

Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188

A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies

Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas

maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que

apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas

30

espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque

ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais

pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao

contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes

Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de

indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste

31

5 DISCUSSAtildeO

Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo

segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e

Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae

Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae

Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae

Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias

de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp

Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)

Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior

abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no

periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande

maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al

(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na

primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do

veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees

Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos

seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria

por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no

estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em

parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada

(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas

32

latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes

em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi

inferior a 1

Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria

(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo

representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas

triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute

Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos

ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan

(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia

sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)

A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira

mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do

rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido

Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia

reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia

Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de

dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo

podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio

33

Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo

encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp

Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)

Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que

1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois

apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas

concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido

2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa

principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio

Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros

dois pontos

3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos

apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-

quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu

Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo

diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo

da migraccedilatildeo das larvas de peixes

Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram

significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus

spp e Achirus sp (Tabela 9)

Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou

migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por

terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa

34

Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes

dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio

predominando em Caieiras (braccedilo norte)

As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia

quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies

migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna

daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele

permanecerem

As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo

podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu

posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque

quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais

abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo

norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce

proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave

estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp

parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo

norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o

fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo

rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do

estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do

que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas

espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)

35

6 CONCLUSOtildeES

O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna

ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e

Haemulidae

O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de

amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis

meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que

no braccedilo sul

As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial

heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou

distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae

O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por

espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos

estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus

spp

36

7 REFEREcircNCIAS

ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-

ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227

ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas

Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11

p53-65 1999

ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa

Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro

v14 no1 p121-134 1997

ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na

literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas

BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil

1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p

BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish

in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese

(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999

BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da

Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE

ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232

BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de

Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de

Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997

37

BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In

ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986

p35

CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p

CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada

da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia

Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal

Fluminense Rio de Janeiro 1998

CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino

do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185

1996

CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton

del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860

EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the

continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint

Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation

processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast

Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138

EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish

larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and

Marine Research v47 no 3 p183-200 1999

FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north

Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest

Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II

Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p

38

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p

FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998

FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition

and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114

HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed

Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207

HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna

ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282

HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two

North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179

HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean

fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46

p383-488

HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or

kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the

Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington

1934 v 48 p41-117

HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of

some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938

v48 p505-642

39

IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do

ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-

AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo

Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22

JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed

Paris UNESCO 1998 193 p

JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina

Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine

Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752

JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in

Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998

KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance

and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)

Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego

Academic Press 1996 p 235-255

LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats

Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253

LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier

Scientific Publishing Company 1983 419p

LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South

Wales University Press 1989 370 p

MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast

Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p

40

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V

Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p

MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla

American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p

MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel

Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish

recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish

conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54

OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos

decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297

PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema

estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205

RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history

stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel

http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]

ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge

University Press 1995 439p

SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de

Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77

1980

SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de

Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -

41

Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-

300 1982

SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New

York Chanticleer 1997 720p

SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei

Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western

Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012

SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das

Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia

Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998

SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do

ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de

Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991

WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese

(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata

Argentina 1981

WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de

Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117

WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the

eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24

v39 p141-201

ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999

42

Anexo A

(a)

(b)

(c)

Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)

43

Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas

Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm

Page 16: O ICTIOPLÂNCTON DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-AÇU, ES. · cada ponto foram feitos três arrastos com rede tipo bongô de malha 333 µm, com três minutos de duração cada. Foram

15

onde Fraccedilatildeo triada eacute a fraccedilatildeo triada da amostra e varia entre 1 (toda a amostra foi triada) e

18 (um oitavo da amostra foi triada)(Tabela 2) Os dados do fluxocircmetro foram aberrantes

na 2a reacuteplica de Caieiras do mecircs de maio (05m3 filtrados indicando que a heacutelice ficou

bloqueada apesar da rede funcionar normalmente) O nuacutemero de dados utilizaacuteveis nas

anaacutelises de abundacircncia eacute entatildeo 50

Os dados obtidos tanto os bioloacutegicos quanto os fiacutesico-quiacutemicos foram tratados por

anaacutelises natildeo-parameacutetricas - teste de Friedman com α = 005 - considerando que as amostras

de uma mesma campanha satildeo ligadas entre si (Zar 1999) O nuacutemero inicial de valores para

as variaacuteveis ambientais eacute 12 (uma mediccedilatildeo por mecircs por ponto de amostragem e por

profundidade durante o ano inteiro de amostragem) O nuacutemero de valores para as variaacuteveis

bioloacutegicas foi de 16 Havendo duas replicaccedilotildees por ponto em marccedilo e trecircs nos outros

meses foi escolhido comparar as primeiras reacuteplicas dos pontos entre si as segundas

reacuteplicas dos pontos entre si e as terceiras reacuteplicas dos pontos entre si (Tabela 3) Dos

originais 17 grupos de replicaccedilotildees (marccedilo com 2 grupos os 5 outros meses com 3 grupos)

um foi invalidado (o das 2as reacuteplicas do mecircs de maio) pelo natildeo funcionamento do

fluxocircmetro

As variaacuteveis contiacutenuas foram testadas para normalidade (e homocedasticidade) com

o teste de Kolmogorov-Smirnov-Lilliefors (Legendre amp Legendre 1983) Apoacutes

normalizaccedilatildeo anaacutelises parameacutetricas de variacircncia (ANOVA Zar 1999) foram aplicadas

sobre os dados bioloacutegicos sendo a variaacutevel dependente o nuacutemero de indiviacuteduos o nuacutemero

de ovos ou o iacutendice de diversidade (α = alpha de Williams ou alpha de Fisher) O alpha eacute

obtido atraveacutes das seguintes equaccedilotildees (foacutermulas 7 e 8) (Rosenzweig 1995)

S = - α bull ln (1 - x) (7)

16

onde S eacute o nuacutemero de taxa larvais na amostra (excluindo os natildeo identificados)

e onde α eacute o iacutendice de diversidade

e onde ln eacute o operador logariacutetmico neperiano (de base e)

e onde x eacute uma constante que satisfaz

S N = [(x - 1) x] bull ln (1 - x) (8)

onde N eacute o nuacutemero de indiviacuteduos na amostra

Tabela 3 Combinaccedilatildeo das amostras nos grupos testados atraveacutes do teste deFriedman para a abundacircncia dos taxa

Mecircs Balsa Caieiras 1a laje Grupo

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 1Marccedilo

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 2

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 3

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 4Abril

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 5

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 6

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 7Maio

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 8

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 9

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 10Junho

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 11

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 12

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 13Julho

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 14

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 15

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 16Agosto

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 17

grupo invalidado devido agrave falha do fluxocircmetro

As variaacuteveis independentes incluiacutedas nas anaacutelises de variacircncia foram

a) O local de amostragem com trecircs categorias pontos Balsa Caieirase 1a laje

b) O mecircs do ano com seis categorias marccedilo abril maio junho julho e agosto

17

c) O volume triado para larvas como covariaacutevel contiacutenua em m3

Foi utilizado para as ANOVAs o tipo III onde a significacircncia da variaacutevel

independente testada eacute estimada apoacutes as outras variaacuteveis do modelo serem incluiacutedas ou

seja quando essas outras variaacuteveis jaacute explicarem uma parte da variabilidade da variaacutevel

dependente A utilizaccedilatildeo deste tipo diminui a possibilidade de as significacircncias obtidas

serem falsas Diferenccedilas entre as categorias das variaacuteveis foram posteriormente testadas

atraveacutes das meacutedias marginais

18

4 RESULTADOS

41 Dados abioacuteticos

Nos trecircs pontos a temperatura tanto da superfiacutecie quanto do fundo teve seus

maiores valores no veratildeo e seus menores valores no inverno (Figura 3) No mecircs de

dezembro a temperatura nos trecircs pontos teve um decliacutenio devido agraves chuvas De acordo com

o teste de Friedman (Tabela 4) a temperatura foi significativamente diferente entre os trecircs

pontos tanto na superfiacutecie quanto no fundo

18

22

26

30

34

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Te

mp

era

tura

(C

) d

a

su

pe

rfiacutec

ie

(a)

18

22

26

30

34

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Tem

per

atu

ra (

C)

do

fu

nd

o

(b)

Figura 3 Evoluccedilatildeo mensal da temperatura nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a temperatura na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a temperatura do fundo Para melhor visualizaccedilatildeoo eixo vertical inicia-se em 18oC

Balsa Caieiras 1a Laje

19

Baseado nas ordens meacutedias obtidas no teste de Friedman Caieiras e 1a laje

apresentaram valores de temperatura semelhantes enquanto que Balsa mostrou ter aacuteguas

mais frias que os outros dois pontos (Tabela 4)

Tabela 4 Resultados dos testes de Friedman para as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas daaacutegua do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 emtodos os casos

Temperatura Salinidade OxigecircnioEstatiacutestica

Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo

Nuacutemero de valores 12 12 12 12 11 9

Qui-quadrado 6435 11511 23532 19500 10364 14889

Significacircncia 0040 0003 0000 0000 0006 0001

Local Ordem meacutedia

Balsa 142 129 296 300 273 300

Caieiras 225 208 100 175 191 178

1a laje 233 263 204 125 136 122

um valor foi excluiacutedo trecircs valores foram excluiacutedos Ver texto para explicaccedilotildees

Nos meses de marccedilo e dezembro a salinidade superficial diminuiu nos trecircs pontos

devido agrave aacutegua doce proveniente das chuvas (Figura 4) Nos meses de novembro e dezembro

houve queda da salinidade de fundo em Caieiras e 1a laje respectivamente tambeacutem por

causa das chuvas O ponto Balsa apresentou valores de salinidade de superfiacutecie maiores

que 1a laje que por sua vez apresentou valores maiores que Caieiras (Figura 4) Quanto

agrave salinidade do fundo na Balsa tambeacutem foram encontrados os maiores valores enquanto

que Caieiras geralmente teve uma pequena superioridade sobre os valores da 1a laje

(Figura 4) Segundo o teste de Friedman (Tabela 4) a salinidade tanto de superfiacutecie quanto

de fundo apresentou diferenccedila significativa entre os valores dos trecircs pontos

20

0

10

20

30

40

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Sal

inid

ade

da

sup

erfiacute

cie

(a)

0

10

20

30

40

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Sal

inid

ade

do

fu

nd

o

(b)

Figura 4 Evoluccedilatildeo mensal da salinidade nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a salinidade na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a salinidade do fundo

Quanto agraves concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido verificou-se que a Balsa

apresentou os maiores valores seguindo de Caieiras e por uacuteltimo 1a laje tanto para as

concentraccedilotildees superficiais quanto para as de fundo (Figura 5) No mecircs de outubro houve

um pico dessas concentraccedilotildees nos trecircs pontos (Figura 5) Natildeo se pode relacionar esses

valores a qualquer evento (por exemplo climaacutetico) excepcional Poreacutem assim como esses

valores natildeo podem ser relacionados a qualquer manutenccedilatildeo ou falha do aparelho de

mediccedilatildeo os dados foram utilizados nas anaacutelises Os valores de oxigecircnio de julho 2000 em

Balsa Caieiras 1a Laje

21

Caieiras (fundo) de novembro 2000 na 1a laje (fundo) e de fevereiro 2001 na Balsa

(superfiacutecie e fundo) foram considerados outliers ou seja valores extraordinaacuterios (natildeo

representativos) e por isso foram desprezados Como esses valores foram encontrados

sempre nas uacuteltimas mediccedilotildees das campanhas das amostragens referidas acredita-se que

podem ter sido obtidos por falha do aparelho de mediccedilatildeo De acordo com o teste de

Friedman (Tabela 4) as concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido tanto na superfiacutecie quanto no

fundo tiveram valores significativamente diferentes nos trecircs pontos

0

2

4

6

8

10

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Oxi

gecircn

io d

isso

lvid

o (

mg

L)

da

su

pe

rfiacutec

ie

(a)

0

2

4

6

8

10

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Oxi

gecircn

io d

isso

lvid

o (

mg

L)

do

fu

nd

o

(b)Figura 5 Evoluccedilatildeo mensal da concentraccedilatildeo de oxigecircniodissolvido nos trecircs pontos de amostragens Acima (a) estaacute aconcentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua da superfiacutecie abaixo(b) estaacute a concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua do fundo

Balsa Caieiras 1a Laje

22

42 Dados bioacuteticos

Durante os seis primeiros meses foram triadas 7430 larvas (de um total amostrado

estimado de 12014) das quais 7235 foram identificadas Natildeo foi possiacutevel a identificaccedilatildeo

de 195 larvas Foram enumerados 21649 ovos de um total amostrado estimado de 51365

Foram identificados 44 taxa (excluindo as larvas natildeo identificadas) que pertencem a

23 famiacutelias Estes 44 taxa foram identificados seja ao niacutevel de espeacutecie (17 espeacutecies) ou ao

niacutevel de gecircnero (15 gecircneros) ou ao niacutevel de famiacutelia (12 famiacutelias) (Tabela 5)

Os ovos natildeo foram identificados Vaacuterios tipos foram encontrados (ver Anexo C)

incluindo ovos de Engraulidae facilmente reconheciacuteveis devido agrave sua forma oval

As famiacutelias com maiores nuacutemeros de indiviacuteduos nos trecircs pontos foram Engraulidae

Gobiidae e Haemulidae (Tabela 5)

Os taxa que ocorreram apenas na Balsa foram Paralichthyidae Microdesmus

longipinnis Stellifer rastrifer Gobiosoma sp Gobiosoma hemigymnum Menticirrhus sp

Atherinella brasiliensis Ophichthidae e Raneya brasiliensis

Foram encontrados apenas em Caieiras os taxa Odontoscion dentex Dormitator

maculatus Pseudophallus mindii Lutjanus analis e Mugilidae

Ostetus lineatus e Gobiesocidae foram taxa que ocorreram apenas na 1a laje

23

Tabela 5 Lista dos taxa identificados nas coletas realizadas entre marccedilo e agosto de 2000 no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de indiviacuteduos e a frequumlecircncia total e por ponto de amostragem satildeo dados sem correccedilatildeo pelo volume triadoN eacute o nuacutemero de indiviacuteduos Freq eacute a frequumlecircncia lt 001 indica frequumlecircncia inferior a 1

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqENGRAULIDAE 3546 048 640 023 1093 067 1813 062GOBIIDAE Microgobius meeki 2594 035 1364 048 315 019 915 031HAEMULIDAE 402 005 388 014 0 14 lt 001Natildeo identificados 195 003 115 004 26 002 54 002TETRAODONTIDAE Sphoeroides sp 136 002 80 003 28 002 28 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp2 134 002 60 002 63 004 11 lt 001SCIAENIDAE (larvas viteliacutenicas) 84 001 58 002 20 001 6 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp1 83 001 35 001 39 002 9 lt 001SCIAENIDAE Micropogonias furnieri 30 lt 001 15 001 7 lt 001 8 lt 001GERREIDAE Eucinostomus sp 36 lt 001 14 lt 001 13 lt 001 9 lt 001GOBIIDAE Coryphopterus glaucofraenum 35 lt 001 14 lt 001 3 lt 001 18 lt 001BLENNIIDAE 31 lt 001 11 lt 001 7 lt 001 13 lt 001ACHIRIDAE Achirus sp 17 lt 001 1 lt 001 4 lt 001 12 lt 001ATHERINIDAE 11 lt 001 2 lt 001 5 lt 001 4 lt 001CLUPEIDAE 11 lt 001 10 lt 001 0 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer sp 8 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 4 lt 001SCIAENIDAE 9 lt 001 0 3 lt 001 6 lt 001PARALICHTHYIDAE Citharichthys sp 7 lt 001 1 lt 001 5 lt 001 1 lt 001SYNGNATHIDAE Syngnathus sp 5 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 3 lt 001PARALICHTHYIDAE 5 lt 001 5 lt 001 0 0MICRODESMIDAE Microdesmus longipinnis 5 lt 001 5 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus sp 4 lt 001 3 lt 001 0 1 lt 001

24

Tabela 5 continuaccedilatildeo

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0

Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100

25

421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50

Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma

transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua

bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a

trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises

parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-

normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo

como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da

anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas

Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os

meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)

Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior

influecircncia que o local (Tabela 6)

Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 7439 22203 le 0001

Erro 41 0335

Total 49

Local 2 1990 5939 0005

Mecircs 5 11081 33074 le 0001

Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

26

Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de

marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o

ponto com a menor abundacircncia de larvas

20

30

40

50

60

70

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

35

40

45

50

55

Balsa Caieiras 1a laje

Local de amostragem

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50

Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume

triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50

Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os

resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas

27

foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os

ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)

Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 27624 16233 le 0001

Erro 41 1702

Total 49

Local 2 0592 0348 0708bull

Mecircs 5 24395 14336 le 0001

Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

01234567

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs

O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do

normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em

relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado

somente significacircncias le 001 foram consideradas

28

Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente

em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do

iacutendice eacute explicada pelo modelo

Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 3692 3684 0003

Erro 41 1002

Total 49

Local 2 2298 2292 0114bull

Mecircs 5 1627 1624 0175bull

Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull

bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001

422 Padrotildees espaciais de abundacircncia

Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa

Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp

Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus

glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa

apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem

(Tabela 9)

Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae

(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos

significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas

muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira

29

Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior

abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp

Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia

(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus

sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas

espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se

larvas muito jovens indicando que podem ser residentes

Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal

Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas

Qui -quadrado

SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje

Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188

M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131

Haemulidae - 14308 0001 256 191 153

Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156

Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244

Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206

M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197

Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206

C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175

Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200

Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188

A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies

Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas

maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que

apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas

30

espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque

ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais

pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao

contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes

Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de

indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste

31

5 DISCUSSAtildeO

Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo

segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e

Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae

Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae

Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae

Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias

de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp

Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)

Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior

abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no

periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande

maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al

(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na

primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do

veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees

Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos

seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria

por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no

estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em

parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada

(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas

32

latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes

em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi

inferior a 1

Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria

(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo

representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas

triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute

Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos

ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan

(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia

sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)

A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira

mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do

rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido

Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia

reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia

Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de

dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo

podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio

33

Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo

encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp

Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)

Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que

1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois

apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas

concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido

2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa

principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio

Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros

dois pontos

3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos

apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-

quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu

Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo

diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo

da migraccedilatildeo das larvas de peixes

Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram

significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus

spp e Achirus sp (Tabela 9)

Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou

migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por

terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa

34

Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes

dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio

predominando em Caieiras (braccedilo norte)

As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia

quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies

migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna

daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele

permanecerem

As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo

podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu

posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque

quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais

abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo

norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce

proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave

estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp

parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo

norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o

fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo

rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do

estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do

que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas

espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)

35

6 CONCLUSOtildeES

O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna

ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e

Haemulidae

O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de

amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis

meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que

no braccedilo sul

As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial

heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou

distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae

O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por

espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos

estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus

spp

36

7 REFEREcircNCIAS

ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-

ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227

ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas

Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11

p53-65 1999

ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa

Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro

v14 no1 p121-134 1997

ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na

literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas

BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil

1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p

BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish

in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese

(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999

BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da

Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE

ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232

BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de

Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de

Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997

37

BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In

ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986

p35

CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p

CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada

da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia

Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal

Fluminense Rio de Janeiro 1998

CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino

do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185

1996

CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton

del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860

EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the

continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint

Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation

processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast

Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138

EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish

larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and

Marine Research v47 no 3 p183-200 1999

FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north

Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest

Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II

Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p

38

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p

FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998

FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition

and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114

HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed

Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207

HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna

ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282

HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two

North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179

HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean

fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46

p383-488

HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or

kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the

Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington

1934 v 48 p41-117

HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of

some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938

v48 p505-642

39

IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do

ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-

AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo

Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22

JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed

Paris UNESCO 1998 193 p

JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina

Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine

Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752

JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in

Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998

KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance

and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)

Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego

Academic Press 1996 p 235-255

LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats

Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253

LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier

Scientific Publishing Company 1983 419p

LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South

Wales University Press 1989 370 p

MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast

Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p

40

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V

Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p

MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla

American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p

MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel

Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish

recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish

conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54

OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos

decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297

PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema

estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205

RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history

stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel

http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]

ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge

University Press 1995 439p

SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de

Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77

1980

SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de

Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -

41

Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-

300 1982

SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New

York Chanticleer 1997 720p

SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei

Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western

Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012

SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das

Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia

Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998

SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do

ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de

Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991

WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese

(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata

Argentina 1981

WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de

Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117

WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the

eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24

v39 p141-201

ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999

42

Anexo A

(a)

(b)

(c)

Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)

43

Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas

Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm

Page 17: O ICTIOPLÂNCTON DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-AÇU, ES. · cada ponto foram feitos três arrastos com rede tipo bongô de malha 333 µm, com três minutos de duração cada. Foram

16

onde S eacute o nuacutemero de taxa larvais na amostra (excluindo os natildeo identificados)

e onde α eacute o iacutendice de diversidade

e onde ln eacute o operador logariacutetmico neperiano (de base e)

e onde x eacute uma constante que satisfaz

S N = [(x - 1) x] bull ln (1 - x) (8)

onde N eacute o nuacutemero de indiviacuteduos na amostra

Tabela 3 Combinaccedilatildeo das amostras nos grupos testados atraveacutes do teste deFriedman para a abundacircncia dos taxa

Mecircs Balsa Caieiras 1a laje Grupo

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 1Marccedilo

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 2

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 3

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 4Abril

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 5

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 6

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 7Maio

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 8

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 9

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 10Junho

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 11

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 12

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 13Julho

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 14

1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 15

2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 16Agosto

3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 17

grupo invalidado devido agrave falha do fluxocircmetro

As variaacuteveis independentes incluiacutedas nas anaacutelises de variacircncia foram

a) O local de amostragem com trecircs categorias pontos Balsa Caieirase 1a laje

b) O mecircs do ano com seis categorias marccedilo abril maio junho julho e agosto

17

c) O volume triado para larvas como covariaacutevel contiacutenua em m3

Foi utilizado para as ANOVAs o tipo III onde a significacircncia da variaacutevel

independente testada eacute estimada apoacutes as outras variaacuteveis do modelo serem incluiacutedas ou

seja quando essas outras variaacuteveis jaacute explicarem uma parte da variabilidade da variaacutevel

dependente A utilizaccedilatildeo deste tipo diminui a possibilidade de as significacircncias obtidas

serem falsas Diferenccedilas entre as categorias das variaacuteveis foram posteriormente testadas

atraveacutes das meacutedias marginais

18

4 RESULTADOS

41 Dados abioacuteticos

Nos trecircs pontos a temperatura tanto da superfiacutecie quanto do fundo teve seus

maiores valores no veratildeo e seus menores valores no inverno (Figura 3) No mecircs de

dezembro a temperatura nos trecircs pontos teve um decliacutenio devido agraves chuvas De acordo com

o teste de Friedman (Tabela 4) a temperatura foi significativamente diferente entre os trecircs

pontos tanto na superfiacutecie quanto no fundo

18

22

26

30

34

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Te

mp

era

tura

(C

) d

a

su

pe

rfiacutec

ie

(a)

18

22

26

30

34

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Tem

per

atu

ra (

C)

do

fu

nd

o

(b)

Figura 3 Evoluccedilatildeo mensal da temperatura nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a temperatura na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a temperatura do fundo Para melhor visualizaccedilatildeoo eixo vertical inicia-se em 18oC

Balsa Caieiras 1a Laje

19

Baseado nas ordens meacutedias obtidas no teste de Friedman Caieiras e 1a laje

apresentaram valores de temperatura semelhantes enquanto que Balsa mostrou ter aacuteguas

mais frias que os outros dois pontos (Tabela 4)

Tabela 4 Resultados dos testes de Friedman para as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas daaacutegua do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 emtodos os casos

Temperatura Salinidade OxigecircnioEstatiacutestica

Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo

Nuacutemero de valores 12 12 12 12 11 9

Qui-quadrado 6435 11511 23532 19500 10364 14889

Significacircncia 0040 0003 0000 0000 0006 0001

Local Ordem meacutedia

Balsa 142 129 296 300 273 300

Caieiras 225 208 100 175 191 178

1a laje 233 263 204 125 136 122

um valor foi excluiacutedo trecircs valores foram excluiacutedos Ver texto para explicaccedilotildees

Nos meses de marccedilo e dezembro a salinidade superficial diminuiu nos trecircs pontos

devido agrave aacutegua doce proveniente das chuvas (Figura 4) Nos meses de novembro e dezembro

houve queda da salinidade de fundo em Caieiras e 1a laje respectivamente tambeacutem por

causa das chuvas O ponto Balsa apresentou valores de salinidade de superfiacutecie maiores

que 1a laje que por sua vez apresentou valores maiores que Caieiras (Figura 4) Quanto

agrave salinidade do fundo na Balsa tambeacutem foram encontrados os maiores valores enquanto

que Caieiras geralmente teve uma pequena superioridade sobre os valores da 1a laje

(Figura 4) Segundo o teste de Friedman (Tabela 4) a salinidade tanto de superfiacutecie quanto

de fundo apresentou diferenccedila significativa entre os valores dos trecircs pontos

20

0

10

20

30

40

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Sal

inid

ade

da

sup

erfiacute

cie

(a)

0

10

20

30

40

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Sal

inid

ade

do

fu

nd

o

(b)

Figura 4 Evoluccedilatildeo mensal da salinidade nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a salinidade na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a salinidade do fundo

Quanto agraves concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido verificou-se que a Balsa

apresentou os maiores valores seguindo de Caieiras e por uacuteltimo 1a laje tanto para as

concentraccedilotildees superficiais quanto para as de fundo (Figura 5) No mecircs de outubro houve

um pico dessas concentraccedilotildees nos trecircs pontos (Figura 5) Natildeo se pode relacionar esses

valores a qualquer evento (por exemplo climaacutetico) excepcional Poreacutem assim como esses

valores natildeo podem ser relacionados a qualquer manutenccedilatildeo ou falha do aparelho de

mediccedilatildeo os dados foram utilizados nas anaacutelises Os valores de oxigecircnio de julho 2000 em

Balsa Caieiras 1a Laje

21

Caieiras (fundo) de novembro 2000 na 1a laje (fundo) e de fevereiro 2001 na Balsa

(superfiacutecie e fundo) foram considerados outliers ou seja valores extraordinaacuterios (natildeo

representativos) e por isso foram desprezados Como esses valores foram encontrados

sempre nas uacuteltimas mediccedilotildees das campanhas das amostragens referidas acredita-se que

podem ter sido obtidos por falha do aparelho de mediccedilatildeo De acordo com o teste de

Friedman (Tabela 4) as concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido tanto na superfiacutecie quanto no

fundo tiveram valores significativamente diferentes nos trecircs pontos

0

2

4

6

8

10

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Oxi

gecircn

io d

isso

lvid

o (

mg

L)

da

su

pe

rfiacutec

ie

(a)

0

2

4

6

8

10

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Oxi

gecircn

io d

isso

lvid

o (

mg

L)

do

fu

nd

o

(b)Figura 5 Evoluccedilatildeo mensal da concentraccedilatildeo de oxigecircniodissolvido nos trecircs pontos de amostragens Acima (a) estaacute aconcentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua da superfiacutecie abaixo(b) estaacute a concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua do fundo

Balsa Caieiras 1a Laje

22

42 Dados bioacuteticos

Durante os seis primeiros meses foram triadas 7430 larvas (de um total amostrado

estimado de 12014) das quais 7235 foram identificadas Natildeo foi possiacutevel a identificaccedilatildeo

de 195 larvas Foram enumerados 21649 ovos de um total amostrado estimado de 51365

Foram identificados 44 taxa (excluindo as larvas natildeo identificadas) que pertencem a

23 famiacutelias Estes 44 taxa foram identificados seja ao niacutevel de espeacutecie (17 espeacutecies) ou ao

niacutevel de gecircnero (15 gecircneros) ou ao niacutevel de famiacutelia (12 famiacutelias) (Tabela 5)

Os ovos natildeo foram identificados Vaacuterios tipos foram encontrados (ver Anexo C)

incluindo ovos de Engraulidae facilmente reconheciacuteveis devido agrave sua forma oval

As famiacutelias com maiores nuacutemeros de indiviacuteduos nos trecircs pontos foram Engraulidae

Gobiidae e Haemulidae (Tabela 5)

Os taxa que ocorreram apenas na Balsa foram Paralichthyidae Microdesmus

longipinnis Stellifer rastrifer Gobiosoma sp Gobiosoma hemigymnum Menticirrhus sp

Atherinella brasiliensis Ophichthidae e Raneya brasiliensis

Foram encontrados apenas em Caieiras os taxa Odontoscion dentex Dormitator

maculatus Pseudophallus mindii Lutjanus analis e Mugilidae

Ostetus lineatus e Gobiesocidae foram taxa que ocorreram apenas na 1a laje

23

Tabela 5 Lista dos taxa identificados nas coletas realizadas entre marccedilo e agosto de 2000 no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de indiviacuteduos e a frequumlecircncia total e por ponto de amostragem satildeo dados sem correccedilatildeo pelo volume triadoN eacute o nuacutemero de indiviacuteduos Freq eacute a frequumlecircncia lt 001 indica frequumlecircncia inferior a 1

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqENGRAULIDAE 3546 048 640 023 1093 067 1813 062GOBIIDAE Microgobius meeki 2594 035 1364 048 315 019 915 031HAEMULIDAE 402 005 388 014 0 14 lt 001Natildeo identificados 195 003 115 004 26 002 54 002TETRAODONTIDAE Sphoeroides sp 136 002 80 003 28 002 28 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp2 134 002 60 002 63 004 11 lt 001SCIAENIDAE (larvas viteliacutenicas) 84 001 58 002 20 001 6 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp1 83 001 35 001 39 002 9 lt 001SCIAENIDAE Micropogonias furnieri 30 lt 001 15 001 7 lt 001 8 lt 001GERREIDAE Eucinostomus sp 36 lt 001 14 lt 001 13 lt 001 9 lt 001GOBIIDAE Coryphopterus glaucofraenum 35 lt 001 14 lt 001 3 lt 001 18 lt 001BLENNIIDAE 31 lt 001 11 lt 001 7 lt 001 13 lt 001ACHIRIDAE Achirus sp 17 lt 001 1 lt 001 4 lt 001 12 lt 001ATHERINIDAE 11 lt 001 2 lt 001 5 lt 001 4 lt 001CLUPEIDAE 11 lt 001 10 lt 001 0 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer sp 8 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 4 lt 001SCIAENIDAE 9 lt 001 0 3 lt 001 6 lt 001PARALICHTHYIDAE Citharichthys sp 7 lt 001 1 lt 001 5 lt 001 1 lt 001SYNGNATHIDAE Syngnathus sp 5 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 3 lt 001PARALICHTHYIDAE 5 lt 001 5 lt 001 0 0MICRODESMIDAE Microdesmus longipinnis 5 lt 001 5 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus sp 4 lt 001 3 lt 001 0 1 lt 001

24

Tabela 5 continuaccedilatildeo

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0

Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100

25

421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50

Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma

transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua

bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a

trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises

parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-

normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo

como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da

anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas

Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os

meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)

Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior

influecircncia que o local (Tabela 6)

Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 7439 22203 le 0001

Erro 41 0335

Total 49

Local 2 1990 5939 0005

Mecircs 5 11081 33074 le 0001

Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

26

Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de

marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o

ponto com a menor abundacircncia de larvas

20

30

40

50

60

70

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

35

40

45

50

55

Balsa Caieiras 1a laje

Local de amostragem

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50

Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume

triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50

Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os

resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas

27

foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os

ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)

Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 27624 16233 le 0001

Erro 41 1702

Total 49

Local 2 0592 0348 0708bull

Mecircs 5 24395 14336 le 0001

Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

01234567

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs

O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do

normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em

relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado

somente significacircncias le 001 foram consideradas

28

Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente

em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do

iacutendice eacute explicada pelo modelo

Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 3692 3684 0003

Erro 41 1002

Total 49

Local 2 2298 2292 0114bull

Mecircs 5 1627 1624 0175bull

Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull

bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001

422 Padrotildees espaciais de abundacircncia

Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa

Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp

Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus

glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa

apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem

(Tabela 9)

Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae

(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos

significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas

muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira

29

Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior

abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp

Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia

(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus

sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas

espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se

larvas muito jovens indicando que podem ser residentes

Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal

Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas

Qui -quadrado

SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje

Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188

M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131

Haemulidae - 14308 0001 256 191 153

Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156

Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244

Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206

M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197

Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206

C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175

Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200

Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188

A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies

Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas

maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que

apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas

30

espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque

ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais

pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao

contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes

Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de

indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste

31

5 DISCUSSAtildeO

Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo

segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e

Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae

Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae

Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae

Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias

de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp

Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)

Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior

abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no

periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande

maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al

(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na

primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do

veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees

Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos

seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria

por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no

estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em

parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada

(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas

32

latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes

em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi

inferior a 1

Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria

(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo

representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas

triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute

Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos

ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan

(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia

sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)

A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira

mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do

rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido

Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia

reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia

Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de

dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo

podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio

33

Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo

encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp

Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)

Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que

1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois

apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas

concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido

2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa

principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio

Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros

dois pontos

3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos

apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-

quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu

Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo

diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo

da migraccedilatildeo das larvas de peixes

Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram

significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus

spp e Achirus sp (Tabela 9)

Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou

migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por

terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa

34

Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes

dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio

predominando em Caieiras (braccedilo norte)

As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia

quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies

migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna

daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele

permanecerem

As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo

podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu

posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque

quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais

abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo

norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce

proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave

estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp

parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo

norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o

fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo

rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do

estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do

que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas

espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)

35

6 CONCLUSOtildeES

O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna

ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e

Haemulidae

O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de

amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis

meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que

no braccedilo sul

As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial

heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou

distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae

O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por

espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos

estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus

spp

36

7 REFEREcircNCIAS

ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-

ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227

ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas

Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11

p53-65 1999

ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa

Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro

v14 no1 p121-134 1997

ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na

literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas

BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil

1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p

BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish

in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese

(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999

BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da

Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE

ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232

BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de

Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de

Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997

37

BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In

ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986

p35

CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p

CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada

da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia

Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal

Fluminense Rio de Janeiro 1998

CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino

do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185

1996

CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton

del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860

EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the

continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint

Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation

processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast

Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138

EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish

larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and

Marine Research v47 no 3 p183-200 1999

FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north

Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest

Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II

Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p

38

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p

FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998

FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition

and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114

HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed

Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207

HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna

ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282

HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two

North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179

HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean

fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46

p383-488

HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or

kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the

Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington

1934 v 48 p41-117

HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of

some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938

v48 p505-642

39

IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do

ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-

AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo

Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22

JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed

Paris UNESCO 1998 193 p

JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina

Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine

Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752

JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in

Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998

KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance

and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)

Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego

Academic Press 1996 p 235-255

LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats

Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253

LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier

Scientific Publishing Company 1983 419p

LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South

Wales University Press 1989 370 p

MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast

Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p

40

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V

Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p

MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla

American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p

MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel

Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish

recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish

conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54

OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos

decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297

PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema

estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205

RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history

stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel

http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]

ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge

University Press 1995 439p

SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de

Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77

1980

SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de

Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -

41

Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-

300 1982

SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New

York Chanticleer 1997 720p

SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei

Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western

Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012

SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das

Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia

Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998

SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do

ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de

Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991

WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese

(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata

Argentina 1981

WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de

Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117

WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the

eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24

v39 p141-201

ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999

42

Anexo A

(a)

(b)

(c)

Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)

43

Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas

Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm

Page 18: O ICTIOPLÂNCTON DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-AÇU, ES. · cada ponto foram feitos três arrastos com rede tipo bongô de malha 333 µm, com três minutos de duração cada. Foram

17

c) O volume triado para larvas como covariaacutevel contiacutenua em m3

Foi utilizado para as ANOVAs o tipo III onde a significacircncia da variaacutevel

independente testada eacute estimada apoacutes as outras variaacuteveis do modelo serem incluiacutedas ou

seja quando essas outras variaacuteveis jaacute explicarem uma parte da variabilidade da variaacutevel

dependente A utilizaccedilatildeo deste tipo diminui a possibilidade de as significacircncias obtidas

serem falsas Diferenccedilas entre as categorias das variaacuteveis foram posteriormente testadas

atraveacutes das meacutedias marginais

18

4 RESULTADOS

41 Dados abioacuteticos

Nos trecircs pontos a temperatura tanto da superfiacutecie quanto do fundo teve seus

maiores valores no veratildeo e seus menores valores no inverno (Figura 3) No mecircs de

dezembro a temperatura nos trecircs pontos teve um decliacutenio devido agraves chuvas De acordo com

o teste de Friedman (Tabela 4) a temperatura foi significativamente diferente entre os trecircs

pontos tanto na superfiacutecie quanto no fundo

18

22

26

30

34

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Te

mp

era

tura

(C

) d

a

su

pe

rfiacutec

ie

(a)

18

22

26

30

34

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Tem

per

atu

ra (

C)

do

fu

nd

o

(b)

Figura 3 Evoluccedilatildeo mensal da temperatura nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a temperatura na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a temperatura do fundo Para melhor visualizaccedilatildeoo eixo vertical inicia-se em 18oC

Balsa Caieiras 1a Laje

19

Baseado nas ordens meacutedias obtidas no teste de Friedman Caieiras e 1a laje

apresentaram valores de temperatura semelhantes enquanto que Balsa mostrou ter aacuteguas

mais frias que os outros dois pontos (Tabela 4)

Tabela 4 Resultados dos testes de Friedman para as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas daaacutegua do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 emtodos os casos

Temperatura Salinidade OxigecircnioEstatiacutestica

Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo

Nuacutemero de valores 12 12 12 12 11 9

Qui-quadrado 6435 11511 23532 19500 10364 14889

Significacircncia 0040 0003 0000 0000 0006 0001

Local Ordem meacutedia

Balsa 142 129 296 300 273 300

Caieiras 225 208 100 175 191 178

1a laje 233 263 204 125 136 122

um valor foi excluiacutedo trecircs valores foram excluiacutedos Ver texto para explicaccedilotildees

Nos meses de marccedilo e dezembro a salinidade superficial diminuiu nos trecircs pontos

devido agrave aacutegua doce proveniente das chuvas (Figura 4) Nos meses de novembro e dezembro

houve queda da salinidade de fundo em Caieiras e 1a laje respectivamente tambeacutem por

causa das chuvas O ponto Balsa apresentou valores de salinidade de superfiacutecie maiores

que 1a laje que por sua vez apresentou valores maiores que Caieiras (Figura 4) Quanto

agrave salinidade do fundo na Balsa tambeacutem foram encontrados os maiores valores enquanto

que Caieiras geralmente teve uma pequena superioridade sobre os valores da 1a laje

(Figura 4) Segundo o teste de Friedman (Tabela 4) a salinidade tanto de superfiacutecie quanto

de fundo apresentou diferenccedila significativa entre os valores dos trecircs pontos

20

0

10

20

30

40

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Sal

inid

ade

da

sup

erfiacute

cie

(a)

0

10

20

30

40

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Sal

inid

ade

do

fu

nd

o

(b)

Figura 4 Evoluccedilatildeo mensal da salinidade nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a salinidade na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a salinidade do fundo

Quanto agraves concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido verificou-se que a Balsa

apresentou os maiores valores seguindo de Caieiras e por uacuteltimo 1a laje tanto para as

concentraccedilotildees superficiais quanto para as de fundo (Figura 5) No mecircs de outubro houve

um pico dessas concentraccedilotildees nos trecircs pontos (Figura 5) Natildeo se pode relacionar esses

valores a qualquer evento (por exemplo climaacutetico) excepcional Poreacutem assim como esses

valores natildeo podem ser relacionados a qualquer manutenccedilatildeo ou falha do aparelho de

mediccedilatildeo os dados foram utilizados nas anaacutelises Os valores de oxigecircnio de julho 2000 em

Balsa Caieiras 1a Laje

21

Caieiras (fundo) de novembro 2000 na 1a laje (fundo) e de fevereiro 2001 na Balsa

(superfiacutecie e fundo) foram considerados outliers ou seja valores extraordinaacuterios (natildeo

representativos) e por isso foram desprezados Como esses valores foram encontrados

sempre nas uacuteltimas mediccedilotildees das campanhas das amostragens referidas acredita-se que

podem ter sido obtidos por falha do aparelho de mediccedilatildeo De acordo com o teste de

Friedman (Tabela 4) as concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido tanto na superfiacutecie quanto no

fundo tiveram valores significativamente diferentes nos trecircs pontos

0

2

4

6

8

10

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Oxi

gecircn

io d

isso

lvid

o (

mg

L)

da

su

pe

rfiacutec

ie

(a)

0

2

4

6

8

10

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Oxi

gecircn

io d

isso

lvid

o (

mg

L)

do

fu

nd

o

(b)Figura 5 Evoluccedilatildeo mensal da concentraccedilatildeo de oxigecircniodissolvido nos trecircs pontos de amostragens Acima (a) estaacute aconcentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua da superfiacutecie abaixo(b) estaacute a concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua do fundo

Balsa Caieiras 1a Laje

22

42 Dados bioacuteticos

Durante os seis primeiros meses foram triadas 7430 larvas (de um total amostrado

estimado de 12014) das quais 7235 foram identificadas Natildeo foi possiacutevel a identificaccedilatildeo

de 195 larvas Foram enumerados 21649 ovos de um total amostrado estimado de 51365

Foram identificados 44 taxa (excluindo as larvas natildeo identificadas) que pertencem a

23 famiacutelias Estes 44 taxa foram identificados seja ao niacutevel de espeacutecie (17 espeacutecies) ou ao

niacutevel de gecircnero (15 gecircneros) ou ao niacutevel de famiacutelia (12 famiacutelias) (Tabela 5)

Os ovos natildeo foram identificados Vaacuterios tipos foram encontrados (ver Anexo C)

incluindo ovos de Engraulidae facilmente reconheciacuteveis devido agrave sua forma oval

As famiacutelias com maiores nuacutemeros de indiviacuteduos nos trecircs pontos foram Engraulidae

Gobiidae e Haemulidae (Tabela 5)

Os taxa que ocorreram apenas na Balsa foram Paralichthyidae Microdesmus

longipinnis Stellifer rastrifer Gobiosoma sp Gobiosoma hemigymnum Menticirrhus sp

Atherinella brasiliensis Ophichthidae e Raneya brasiliensis

Foram encontrados apenas em Caieiras os taxa Odontoscion dentex Dormitator

maculatus Pseudophallus mindii Lutjanus analis e Mugilidae

Ostetus lineatus e Gobiesocidae foram taxa que ocorreram apenas na 1a laje

23

Tabela 5 Lista dos taxa identificados nas coletas realizadas entre marccedilo e agosto de 2000 no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de indiviacuteduos e a frequumlecircncia total e por ponto de amostragem satildeo dados sem correccedilatildeo pelo volume triadoN eacute o nuacutemero de indiviacuteduos Freq eacute a frequumlecircncia lt 001 indica frequumlecircncia inferior a 1

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqENGRAULIDAE 3546 048 640 023 1093 067 1813 062GOBIIDAE Microgobius meeki 2594 035 1364 048 315 019 915 031HAEMULIDAE 402 005 388 014 0 14 lt 001Natildeo identificados 195 003 115 004 26 002 54 002TETRAODONTIDAE Sphoeroides sp 136 002 80 003 28 002 28 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp2 134 002 60 002 63 004 11 lt 001SCIAENIDAE (larvas viteliacutenicas) 84 001 58 002 20 001 6 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp1 83 001 35 001 39 002 9 lt 001SCIAENIDAE Micropogonias furnieri 30 lt 001 15 001 7 lt 001 8 lt 001GERREIDAE Eucinostomus sp 36 lt 001 14 lt 001 13 lt 001 9 lt 001GOBIIDAE Coryphopterus glaucofraenum 35 lt 001 14 lt 001 3 lt 001 18 lt 001BLENNIIDAE 31 lt 001 11 lt 001 7 lt 001 13 lt 001ACHIRIDAE Achirus sp 17 lt 001 1 lt 001 4 lt 001 12 lt 001ATHERINIDAE 11 lt 001 2 lt 001 5 lt 001 4 lt 001CLUPEIDAE 11 lt 001 10 lt 001 0 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer sp 8 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 4 lt 001SCIAENIDAE 9 lt 001 0 3 lt 001 6 lt 001PARALICHTHYIDAE Citharichthys sp 7 lt 001 1 lt 001 5 lt 001 1 lt 001SYNGNATHIDAE Syngnathus sp 5 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 3 lt 001PARALICHTHYIDAE 5 lt 001 5 lt 001 0 0MICRODESMIDAE Microdesmus longipinnis 5 lt 001 5 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus sp 4 lt 001 3 lt 001 0 1 lt 001

24

Tabela 5 continuaccedilatildeo

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0

Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100

25

421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50

Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma

transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua

bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a

trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises

parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-

normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo

como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da

anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas

Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os

meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)

Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior

influecircncia que o local (Tabela 6)

Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 7439 22203 le 0001

Erro 41 0335

Total 49

Local 2 1990 5939 0005

Mecircs 5 11081 33074 le 0001

Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

26

Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de

marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o

ponto com a menor abundacircncia de larvas

20

30

40

50

60

70

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

35

40

45

50

55

Balsa Caieiras 1a laje

Local de amostragem

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50

Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume

triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50

Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os

resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas

27

foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os

ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)

Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 27624 16233 le 0001

Erro 41 1702

Total 49

Local 2 0592 0348 0708bull

Mecircs 5 24395 14336 le 0001

Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

01234567

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs

O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do

normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em

relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado

somente significacircncias le 001 foram consideradas

28

Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente

em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do

iacutendice eacute explicada pelo modelo

Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 3692 3684 0003

Erro 41 1002

Total 49

Local 2 2298 2292 0114bull

Mecircs 5 1627 1624 0175bull

Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull

bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001

422 Padrotildees espaciais de abundacircncia

Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa

Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp

Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus

glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa

apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem

(Tabela 9)

Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae

(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos

significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas

muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira

29

Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior

abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp

Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia

(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus

sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas

espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se

larvas muito jovens indicando que podem ser residentes

Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal

Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas

Qui -quadrado

SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje

Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188

M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131

Haemulidae - 14308 0001 256 191 153

Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156

Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244

Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206

M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197

Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206

C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175

Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200

Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188

A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies

Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas

maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que

apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas

30

espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque

ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais

pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao

contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes

Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de

indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste

31

5 DISCUSSAtildeO

Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo

segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e

Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae

Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae

Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae

Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias

de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp

Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)

Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior

abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no

periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande

maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al

(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na

primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do

veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees

Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos

seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria

por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no

estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em

parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada

(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas

32

latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes

em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi

inferior a 1

Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria

(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo

representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas

triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute

Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos

ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan

(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia

sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)

A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira

mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do

rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido

Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia

reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia

Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de

dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo

podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio

33

Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo

encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp

Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)

Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que

1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois

apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas

concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido

2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa

principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio

Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros

dois pontos

3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos

apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-

quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu

Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo

diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo

da migraccedilatildeo das larvas de peixes

Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram

significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus

spp e Achirus sp (Tabela 9)

Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou

migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por

terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa

34

Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes

dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio

predominando em Caieiras (braccedilo norte)

As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia

quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies

migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna

daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele

permanecerem

As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo

podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu

posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque

quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais

abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo

norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce

proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave

estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp

parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo

norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o

fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo

rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do

estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do

que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas

espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)

35

6 CONCLUSOtildeES

O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna

ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e

Haemulidae

O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de

amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis

meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que

no braccedilo sul

As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial

heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou

distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae

O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por

espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos

estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus

spp

36

7 REFEREcircNCIAS

ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-

ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227

ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas

Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11

p53-65 1999

ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa

Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro

v14 no1 p121-134 1997

ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na

literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas

BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil

1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p

BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish

in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese

(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999

BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da

Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE

ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232

BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de

Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de

Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997

37

BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In

ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986

p35

CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p

CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada

da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia

Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal

Fluminense Rio de Janeiro 1998

CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino

do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185

1996

CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton

del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860

EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the

continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint

Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation

processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast

Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138

EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish

larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and

Marine Research v47 no 3 p183-200 1999

FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north

Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest

Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II

Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p

38

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p

FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998

FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition

and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114

HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed

Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207

HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna

ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282

HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two

North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179

HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean

fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46

p383-488

HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or

kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the

Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington

1934 v 48 p41-117

HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of

some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938

v48 p505-642

39

IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do

ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-

AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo

Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22

JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed

Paris UNESCO 1998 193 p

JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina

Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine

Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752

JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in

Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998

KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance

and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)

Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego

Academic Press 1996 p 235-255

LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats

Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253

LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier

Scientific Publishing Company 1983 419p

LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South

Wales University Press 1989 370 p

MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast

Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p

40

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V

Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p

MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla

American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p

MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel

Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish

recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish

conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54

OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos

decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297

PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema

estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205

RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history

stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel

http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]

ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge

University Press 1995 439p

SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de

Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77

1980

SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de

Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -

41

Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-

300 1982

SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New

York Chanticleer 1997 720p

SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei

Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western

Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012

SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das

Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia

Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998

SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do

ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de

Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991

WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese

(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata

Argentina 1981

WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de

Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117

WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the

eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24

v39 p141-201

ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999

42

Anexo A

(a)

(b)

(c)

Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)

43

Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas

Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm

Page 19: O ICTIOPLÂNCTON DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-AÇU, ES. · cada ponto foram feitos três arrastos com rede tipo bongô de malha 333 µm, com três minutos de duração cada. Foram

18

4 RESULTADOS

41 Dados abioacuteticos

Nos trecircs pontos a temperatura tanto da superfiacutecie quanto do fundo teve seus

maiores valores no veratildeo e seus menores valores no inverno (Figura 3) No mecircs de

dezembro a temperatura nos trecircs pontos teve um decliacutenio devido agraves chuvas De acordo com

o teste de Friedman (Tabela 4) a temperatura foi significativamente diferente entre os trecircs

pontos tanto na superfiacutecie quanto no fundo

18

22

26

30

34

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Te

mp

era

tura

(C

) d

a

su

pe

rfiacutec

ie

(a)

18

22

26

30

34

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Tem

per

atu

ra (

C)

do

fu

nd

o

(b)

Figura 3 Evoluccedilatildeo mensal da temperatura nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a temperatura na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a temperatura do fundo Para melhor visualizaccedilatildeoo eixo vertical inicia-se em 18oC

Balsa Caieiras 1a Laje

19

Baseado nas ordens meacutedias obtidas no teste de Friedman Caieiras e 1a laje

apresentaram valores de temperatura semelhantes enquanto que Balsa mostrou ter aacuteguas

mais frias que os outros dois pontos (Tabela 4)

Tabela 4 Resultados dos testes de Friedman para as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas daaacutegua do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 emtodos os casos

Temperatura Salinidade OxigecircnioEstatiacutestica

Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo

Nuacutemero de valores 12 12 12 12 11 9

Qui-quadrado 6435 11511 23532 19500 10364 14889

Significacircncia 0040 0003 0000 0000 0006 0001

Local Ordem meacutedia

Balsa 142 129 296 300 273 300

Caieiras 225 208 100 175 191 178

1a laje 233 263 204 125 136 122

um valor foi excluiacutedo trecircs valores foram excluiacutedos Ver texto para explicaccedilotildees

Nos meses de marccedilo e dezembro a salinidade superficial diminuiu nos trecircs pontos

devido agrave aacutegua doce proveniente das chuvas (Figura 4) Nos meses de novembro e dezembro

houve queda da salinidade de fundo em Caieiras e 1a laje respectivamente tambeacutem por

causa das chuvas O ponto Balsa apresentou valores de salinidade de superfiacutecie maiores

que 1a laje que por sua vez apresentou valores maiores que Caieiras (Figura 4) Quanto

agrave salinidade do fundo na Balsa tambeacutem foram encontrados os maiores valores enquanto

que Caieiras geralmente teve uma pequena superioridade sobre os valores da 1a laje

(Figura 4) Segundo o teste de Friedman (Tabela 4) a salinidade tanto de superfiacutecie quanto

de fundo apresentou diferenccedila significativa entre os valores dos trecircs pontos

20

0

10

20

30

40

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Sal

inid

ade

da

sup

erfiacute

cie

(a)

0

10

20

30

40

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Sal

inid

ade

do

fu

nd

o

(b)

Figura 4 Evoluccedilatildeo mensal da salinidade nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a salinidade na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a salinidade do fundo

Quanto agraves concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido verificou-se que a Balsa

apresentou os maiores valores seguindo de Caieiras e por uacuteltimo 1a laje tanto para as

concentraccedilotildees superficiais quanto para as de fundo (Figura 5) No mecircs de outubro houve

um pico dessas concentraccedilotildees nos trecircs pontos (Figura 5) Natildeo se pode relacionar esses

valores a qualquer evento (por exemplo climaacutetico) excepcional Poreacutem assim como esses

valores natildeo podem ser relacionados a qualquer manutenccedilatildeo ou falha do aparelho de

mediccedilatildeo os dados foram utilizados nas anaacutelises Os valores de oxigecircnio de julho 2000 em

Balsa Caieiras 1a Laje

21

Caieiras (fundo) de novembro 2000 na 1a laje (fundo) e de fevereiro 2001 na Balsa

(superfiacutecie e fundo) foram considerados outliers ou seja valores extraordinaacuterios (natildeo

representativos) e por isso foram desprezados Como esses valores foram encontrados

sempre nas uacuteltimas mediccedilotildees das campanhas das amostragens referidas acredita-se que

podem ter sido obtidos por falha do aparelho de mediccedilatildeo De acordo com o teste de

Friedman (Tabela 4) as concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido tanto na superfiacutecie quanto no

fundo tiveram valores significativamente diferentes nos trecircs pontos

0

2

4

6

8

10

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Oxi

gecircn

io d

isso

lvid

o (

mg

L)

da

su

pe

rfiacutec

ie

(a)

0

2

4

6

8

10

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Oxi

gecircn

io d

isso

lvid

o (

mg

L)

do

fu

nd

o

(b)Figura 5 Evoluccedilatildeo mensal da concentraccedilatildeo de oxigecircniodissolvido nos trecircs pontos de amostragens Acima (a) estaacute aconcentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua da superfiacutecie abaixo(b) estaacute a concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua do fundo

Balsa Caieiras 1a Laje

22

42 Dados bioacuteticos

Durante os seis primeiros meses foram triadas 7430 larvas (de um total amostrado

estimado de 12014) das quais 7235 foram identificadas Natildeo foi possiacutevel a identificaccedilatildeo

de 195 larvas Foram enumerados 21649 ovos de um total amostrado estimado de 51365

Foram identificados 44 taxa (excluindo as larvas natildeo identificadas) que pertencem a

23 famiacutelias Estes 44 taxa foram identificados seja ao niacutevel de espeacutecie (17 espeacutecies) ou ao

niacutevel de gecircnero (15 gecircneros) ou ao niacutevel de famiacutelia (12 famiacutelias) (Tabela 5)

Os ovos natildeo foram identificados Vaacuterios tipos foram encontrados (ver Anexo C)

incluindo ovos de Engraulidae facilmente reconheciacuteveis devido agrave sua forma oval

As famiacutelias com maiores nuacutemeros de indiviacuteduos nos trecircs pontos foram Engraulidae

Gobiidae e Haemulidae (Tabela 5)

Os taxa que ocorreram apenas na Balsa foram Paralichthyidae Microdesmus

longipinnis Stellifer rastrifer Gobiosoma sp Gobiosoma hemigymnum Menticirrhus sp

Atherinella brasiliensis Ophichthidae e Raneya brasiliensis

Foram encontrados apenas em Caieiras os taxa Odontoscion dentex Dormitator

maculatus Pseudophallus mindii Lutjanus analis e Mugilidae

Ostetus lineatus e Gobiesocidae foram taxa que ocorreram apenas na 1a laje

23

Tabela 5 Lista dos taxa identificados nas coletas realizadas entre marccedilo e agosto de 2000 no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de indiviacuteduos e a frequumlecircncia total e por ponto de amostragem satildeo dados sem correccedilatildeo pelo volume triadoN eacute o nuacutemero de indiviacuteduos Freq eacute a frequumlecircncia lt 001 indica frequumlecircncia inferior a 1

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqENGRAULIDAE 3546 048 640 023 1093 067 1813 062GOBIIDAE Microgobius meeki 2594 035 1364 048 315 019 915 031HAEMULIDAE 402 005 388 014 0 14 lt 001Natildeo identificados 195 003 115 004 26 002 54 002TETRAODONTIDAE Sphoeroides sp 136 002 80 003 28 002 28 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp2 134 002 60 002 63 004 11 lt 001SCIAENIDAE (larvas viteliacutenicas) 84 001 58 002 20 001 6 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp1 83 001 35 001 39 002 9 lt 001SCIAENIDAE Micropogonias furnieri 30 lt 001 15 001 7 lt 001 8 lt 001GERREIDAE Eucinostomus sp 36 lt 001 14 lt 001 13 lt 001 9 lt 001GOBIIDAE Coryphopterus glaucofraenum 35 lt 001 14 lt 001 3 lt 001 18 lt 001BLENNIIDAE 31 lt 001 11 lt 001 7 lt 001 13 lt 001ACHIRIDAE Achirus sp 17 lt 001 1 lt 001 4 lt 001 12 lt 001ATHERINIDAE 11 lt 001 2 lt 001 5 lt 001 4 lt 001CLUPEIDAE 11 lt 001 10 lt 001 0 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer sp 8 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 4 lt 001SCIAENIDAE 9 lt 001 0 3 lt 001 6 lt 001PARALICHTHYIDAE Citharichthys sp 7 lt 001 1 lt 001 5 lt 001 1 lt 001SYNGNATHIDAE Syngnathus sp 5 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 3 lt 001PARALICHTHYIDAE 5 lt 001 5 lt 001 0 0MICRODESMIDAE Microdesmus longipinnis 5 lt 001 5 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus sp 4 lt 001 3 lt 001 0 1 lt 001

24

Tabela 5 continuaccedilatildeo

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0

Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100

25

421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50

Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma

transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua

bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a

trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises

parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-

normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo

como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da

anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas

Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os

meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)

Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior

influecircncia que o local (Tabela 6)

Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 7439 22203 le 0001

Erro 41 0335

Total 49

Local 2 1990 5939 0005

Mecircs 5 11081 33074 le 0001

Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

26

Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de

marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o

ponto com a menor abundacircncia de larvas

20

30

40

50

60

70

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

35

40

45

50

55

Balsa Caieiras 1a laje

Local de amostragem

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50

Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume

triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50

Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os

resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas

27

foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os

ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)

Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 27624 16233 le 0001

Erro 41 1702

Total 49

Local 2 0592 0348 0708bull

Mecircs 5 24395 14336 le 0001

Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

01234567

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs

O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do

normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em

relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado

somente significacircncias le 001 foram consideradas

28

Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente

em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do

iacutendice eacute explicada pelo modelo

Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 3692 3684 0003

Erro 41 1002

Total 49

Local 2 2298 2292 0114bull

Mecircs 5 1627 1624 0175bull

Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull

bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001

422 Padrotildees espaciais de abundacircncia

Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa

Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp

Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus

glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa

apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem

(Tabela 9)

Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae

(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos

significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas

muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira

29

Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior

abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp

Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia

(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus

sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas

espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se

larvas muito jovens indicando que podem ser residentes

Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal

Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas

Qui -quadrado

SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje

Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188

M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131

Haemulidae - 14308 0001 256 191 153

Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156

Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244

Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206

M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197

Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206

C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175

Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200

Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188

A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies

Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas

maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que

apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas

30

espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque

ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais

pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao

contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes

Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de

indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste

31

5 DISCUSSAtildeO

Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo

segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e

Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae

Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae

Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae

Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias

de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp

Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)

Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior

abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no

periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande

maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al

(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na

primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do

veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees

Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos

seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria

por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no

estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em

parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada

(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas

32

latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes

em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi

inferior a 1

Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria

(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo

representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas

triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute

Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos

ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan

(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia

sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)

A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira

mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do

rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido

Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia

reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia

Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de

dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo

podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio

33

Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo

encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp

Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)

Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que

1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois

apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas

concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido

2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa

principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio

Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros

dois pontos

3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos

apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-

quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu

Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo

diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo

da migraccedilatildeo das larvas de peixes

Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram

significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus

spp e Achirus sp (Tabela 9)

Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou

migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por

terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa

34

Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes

dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio

predominando em Caieiras (braccedilo norte)

As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia

quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies

migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna

daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele

permanecerem

As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo

podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu

posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque

quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais

abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo

norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce

proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave

estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp

parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo

norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o

fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo

rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do

estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do

que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas

espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)

35

6 CONCLUSOtildeES

O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna

ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e

Haemulidae

O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de

amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis

meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que

no braccedilo sul

As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial

heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou

distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae

O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por

espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos

estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus

spp

36

7 REFEREcircNCIAS

ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-

ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227

ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas

Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11

p53-65 1999

ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa

Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro

v14 no1 p121-134 1997

ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na

literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas

BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil

1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p

BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish

in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese

(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999

BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da

Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE

ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232

BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de

Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de

Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997

37

BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In

ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986

p35

CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p

CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada

da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia

Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal

Fluminense Rio de Janeiro 1998

CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino

do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185

1996

CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton

del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860

EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the

continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint

Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation

processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast

Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138

EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish

larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and

Marine Research v47 no 3 p183-200 1999

FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north

Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest

Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II

Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p

38

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p

FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998

FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition

and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114

HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed

Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207

HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna

ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282

HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two

North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179

HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean

fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46

p383-488

HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or

kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the

Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington

1934 v 48 p41-117

HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of

some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938

v48 p505-642

39

IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do

ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-

AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo

Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22

JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed

Paris UNESCO 1998 193 p

JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina

Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine

Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752

JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in

Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998

KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance

and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)

Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego

Academic Press 1996 p 235-255

LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats

Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253

LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier

Scientific Publishing Company 1983 419p

LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South

Wales University Press 1989 370 p

MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast

Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p

40

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V

Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p

MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla

American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p

MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel

Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish

recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish

conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54

OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos

decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297

PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema

estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205

RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history

stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel

http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]

ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge

University Press 1995 439p

SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de

Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77

1980

SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de

Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -

41

Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-

300 1982

SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New

York Chanticleer 1997 720p

SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei

Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western

Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012

SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das

Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia

Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998

SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do

ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de

Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991

WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese

(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata

Argentina 1981

WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de

Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117

WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the

eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24

v39 p141-201

ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999

42

Anexo A

(a)

(b)

(c)

Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)

43

Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas

Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm

Page 20: O ICTIOPLÂNCTON DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-AÇU, ES. · cada ponto foram feitos três arrastos com rede tipo bongô de malha 333 µm, com três minutos de duração cada. Foram

19

Baseado nas ordens meacutedias obtidas no teste de Friedman Caieiras e 1a laje

apresentaram valores de temperatura semelhantes enquanto que Balsa mostrou ter aacuteguas

mais frias que os outros dois pontos (Tabela 4)

Tabela 4 Resultados dos testes de Friedman para as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas daaacutegua do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 emtodos os casos

Temperatura Salinidade OxigecircnioEstatiacutestica

Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo

Nuacutemero de valores 12 12 12 12 11 9

Qui-quadrado 6435 11511 23532 19500 10364 14889

Significacircncia 0040 0003 0000 0000 0006 0001

Local Ordem meacutedia

Balsa 142 129 296 300 273 300

Caieiras 225 208 100 175 191 178

1a laje 233 263 204 125 136 122

um valor foi excluiacutedo trecircs valores foram excluiacutedos Ver texto para explicaccedilotildees

Nos meses de marccedilo e dezembro a salinidade superficial diminuiu nos trecircs pontos

devido agrave aacutegua doce proveniente das chuvas (Figura 4) Nos meses de novembro e dezembro

houve queda da salinidade de fundo em Caieiras e 1a laje respectivamente tambeacutem por

causa das chuvas O ponto Balsa apresentou valores de salinidade de superfiacutecie maiores

que 1a laje que por sua vez apresentou valores maiores que Caieiras (Figura 4) Quanto

agrave salinidade do fundo na Balsa tambeacutem foram encontrados os maiores valores enquanto

que Caieiras geralmente teve uma pequena superioridade sobre os valores da 1a laje

(Figura 4) Segundo o teste de Friedman (Tabela 4) a salinidade tanto de superfiacutecie quanto

de fundo apresentou diferenccedila significativa entre os valores dos trecircs pontos

20

0

10

20

30

40

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Sal

inid

ade

da

sup

erfiacute

cie

(a)

0

10

20

30

40

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Sal

inid

ade

do

fu

nd

o

(b)

Figura 4 Evoluccedilatildeo mensal da salinidade nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a salinidade na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a salinidade do fundo

Quanto agraves concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido verificou-se que a Balsa

apresentou os maiores valores seguindo de Caieiras e por uacuteltimo 1a laje tanto para as

concentraccedilotildees superficiais quanto para as de fundo (Figura 5) No mecircs de outubro houve

um pico dessas concentraccedilotildees nos trecircs pontos (Figura 5) Natildeo se pode relacionar esses

valores a qualquer evento (por exemplo climaacutetico) excepcional Poreacutem assim como esses

valores natildeo podem ser relacionados a qualquer manutenccedilatildeo ou falha do aparelho de

mediccedilatildeo os dados foram utilizados nas anaacutelises Os valores de oxigecircnio de julho 2000 em

Balsa Caieiras 1a Laje

21

Caieiras (fundo) de novembro 2000 na 1a laje (fundo) e de fevereiro 2001 na Balsa

(superfiacutecie e fundo) foram considerados outliers ou seja valores extraordinaacuterios (natildeo

representativos) e por isso foram desprezados Como esses valores foram encontrados

sempre nas uacuteltimas mediccedilotildees das campanhas das amostragens referidas acredita-se que

podem ter sido obtidos por falha do aparelho de mediccedilatildeo De acordo com o teste de

Friedman (Tabela 4) as concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido tanto na superfiacutecie quanto no

fundo tiveram valores significativamente diferentes nos trecircs pontos

0

2

4

6

8

10

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Oxi

gecircn

io d

isso

lvid

o (

mg

L)

da

su

pe

rfiacutec

ie

(a)

0

2

4

6

8

10

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Oxi

gecircn

io d

isso

lvid

o (

mg

L)

do

fu

nd

o

(b)Figura 5 Evoluccedilatildeo mensal da concentraccedilatildeo de oxigecircniodissolvido nos trecircs pontos de amostragens Acima (a) estaacute aconcentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua da superfiacutecie abaixo(b) estaacute a concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua do fundo

Balsa Caieiras 1a Laje

22

42 Dados bioacuteticos

Durante os seis primeiros meses foram triadas 7430 larvas (de um total amostrado

estimado de 12014) das quais 7235 foram identificadas Natildeo foi possiacutevel a identificaccedilatildeo

de 195 larvas Foram enumerados 21649 ovos de um total amostrado estimado de 51365

Foram identificados 44 taxa (excluindo as larvas natildeo identificadas) que pertencem a

23 famiacutelias Estes 44 taxa foram identificados seja ao niacutevel de espeacutecie (17 espeacutecies) ou ao

niacutevel de gecircnero (15 gecircneros) ou ao niacutevel de famiacutelia (12 famiacutelias) (Tabela 5)

Os ovos natildeo foram identificados Vaacuterios tipos foram encontrados (ver Anexo C)

incluindo ovos de Engraulidae facilmente reconheciacuteveis devido agrave sua forma oval

As famiacutelias com maiores nuacutemeros de indiviacuteduos nos trecircs pontos foram Engraulidae

Gobiidae e Haemulidae (Tabela 5)

Os taxa que ocorreram apenas na Balsa foram Paralichthyidae Microdesmus

longipinnis Stellifer rastrifer Gobiosoma sp Gobiosoma hemigymnum Menticirrhus sp

Atherinella brasiliensis Ophichthidae e Raneya brasiliensis

Foram encontrados apenas em Caieiras os taxa Odontoscion dentex Dormitator

maculatus Pseudophallus mindii Lutjanus analis e Mugilidae

Ostetus lineatus e Gobiesocidae foram taxa que ocorreram apenas na 1a laje

23

Tabela 5 Lista dos taxa identificados nas coletas realizadas entre marccedilo e agosto de 2000 no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de indiviacuteduos e a frequumlecircncia total e por ponto de amostragem satildeo dados sem correccedilatildeo pelo volume triadoN eacute o nuacutemero de indiviacuteduos Freq eacute a frequumlecircncia lt 001 indica frequumlecircncia inferior a 1

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqENGRAULIDAE 3546 048 640 023 1093 067 1813 062GOBIIDAE Microgobius meeki 2594 035 1364 048 315 019 915 031HAEMULIDAE 402 005 388 014 0 14 lt 001Natildeo identificados 195 003 115 004 26 002 54 002TETRAODONTIDAE Sphoeroides sp 136 002 80 003 28 002 28 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp2 134 002 60 002 63 004 11 lt 001SCIAENIDAE (larvas viteliacutenicas) 84 001 58 002 20 001 6 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp1 83 001 35 001 39 002 9 lt 001SCIAENIDAE Micropogonias furnieri 30 lt 001 15 001 7 lt 001 8 lt 001GERREIDAE Eucinostomus sp 36 lt 001 14 lt 001 13 lt 001 9 lt 001GOBIIDAE Coryphopterus glaucofraenum 35 lt 001 14 lt 001 3 lt 001 18 lt 001BLENNIIDAE 31 lt 001 11 lt 001 7 lt 001 13 lt 001ACHIRIDAE Achirus sp 17 lt 001 1 lt 001 4 lt 001 12 lt 001ATHERINIDAE 11 lt 001 2 lt 001 5 lt 001 4 lt 001CLUPEIDAE 11 lt 001 10 lt 001 0 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer sp 8 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 4 lt 001SCIAENIDAE 9 lt 001 0 3 lt 001 6 lt 001PARALICHTHYIDAE Citharichthys sp 7 lt 001 1 lt 001 5 lt 001 1 lt 001SYNGNATHIDAE Syngnathus sp 5 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 3 lt 001PARALICHTHYIDAE 5 lt 001 5 lt 001 0 0MICRODESMIDAE Microdesmus longipinnis 5 lt 001 5 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus sp 4 lt 001 3 lt 001 0 1 lt 001

24

Tabela 5 continuaccedilatildeo

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0

Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100

25

421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50

Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma

transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua

bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a

trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises

parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-

normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo

como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da

anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas

Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os

meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)

Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior

influecircncia que o local (Tabela 6)

Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 7439 22203 le 0001

Erro 41 0335

Total 49

Local 2 1990 5939 0005

Mecircs 5 11081 33074 le 0001

Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

26

Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de

marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o

ponto com a menor abundacircncia de larvas

20

30

40

50

60

70

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

35

40

45

50

55

Balsa Caieiras 1a laje

Local de amostragem

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50

Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume

triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50

Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os

resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas

27

foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os

ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)

Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 27624 16233 le 0001

Erro 41 1702

Total 49

Local 2 0592 0348 0708bull

Mecircs 5 24395 14336 le 0001

Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

01234567

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs

O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do

normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em

relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado

somente significacircncias le 001 foram consideradas

28

Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente

em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do

iacutendice eacute explicada pelo modelo

Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 3692 3684 0003

Erro 41 1002

Total 49

Local 2 2298 2292 0114bull

Mecircs 5 1627 1624 0175bull

Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull

bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001

422 Padrotildees espaciais de abundacircncia

Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa

Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp

Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus

glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa

apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem

(Tabela 9)

Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae

(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos

significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas

muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira

29

Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior

abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp

Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia

(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus

sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas

espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se

larvas muito jovens indicando que podem ser residentes

Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal

Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas

Qui -quadrado

SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje

Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188

M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131

Haemulidae - 14308 0001 256 191 153

Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156

Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244

Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206

M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197

Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206

C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175

Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200

Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188

A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies

Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas

maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que

apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas

30

espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque

ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais

pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao

contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes

Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de

indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste

31

5 DISCUSSAtildeO

Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo

segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e

Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae

Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae

Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae

Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias

de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp

Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)

Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior

abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no

periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande

maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al

(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na

primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do

veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees

Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos

seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria

por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no

estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em

parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada

(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas

32

latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes

em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi

inferior a 1

Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria

(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo

representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas

triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute

Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos

ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan

(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia

sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)

A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira

mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do

rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido

Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia

reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia

Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de

dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo

podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio

33

Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo

encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp

Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)

Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que

1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois

apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas

concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido

2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa

principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio

Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros

dois pontos

3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos

apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-

quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu

Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo

diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo

da migraccedilatildeo das larvas de peixes

Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram

significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus

spp e Achirus sp (Tabela 9)

Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou

migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por

terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa

34

Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes

dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio

predominando em Caieiras (braccedilo norte)

As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia

quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies

migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna

daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele

permanecerem

As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo

podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu

posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque

quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais

abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo

norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce

proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave

estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp

parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo

norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o

fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo

rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do

estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do

que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas

espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)

35

6 CONCLUSOtildeES

O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna

ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e

Haemulidae

O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de

amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis

meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que

no braccedilo sul

As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial

heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou

distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae

O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por

espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos

estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus

spp

36

7 REFEREcircNCIAS

ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-

ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227

ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas

Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11

p53-65 1999

ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa

Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro

v14 no1 p121-134 1997

ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na

literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas

BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil

1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p

BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish

in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese

(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999

BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da

Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE

ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232

BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de

Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de

Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997

37

BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In

ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986

p35

CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p

CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada

da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia

Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal

Fluminense Rio de Janeiro 1998

CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino

do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185

1996

CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton

del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860

EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the

continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint

Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation

processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast

Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138

EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish

larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and

Marine Research v47 no 3 p183-200 1999

FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north

Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest

Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II

Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p

38

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p

FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998

FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition

and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114

HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed

Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207

HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna

ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282

HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two

North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179

HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean

fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46

p383-488

HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or

kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the

Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington

1934 v 48 p41-117

HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of

some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938

v48 p505-642

39

IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do

ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-

AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo

Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22

JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed

Paris UNESCO 1998 193 p

JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina

Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine

Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752

JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in

Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998

KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance

and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)

Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego

Academic Press 1996 p 235-255

LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats

Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253

LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier

Scientific Publishing Company 1983 419p

LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South

Wales University Press 1989 370 p

MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast

Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p

40

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V

Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p

MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla

American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p

MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel

Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish

recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish

conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54

OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos

decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297

PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema

estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205

RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history

stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel

http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]

ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge

University Press 1995 439p

SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de

Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77

1980

SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de

Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -

41

Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-

300 1982

SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New

York Chanticleer 1997 720p

SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei

Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western

Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012

SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das

Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia

Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998

SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do

ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de

Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991

WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese

(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata

Argentina 1981

WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de

Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117

WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the

eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24

v39 p141-201

ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999

42

Anexo A

(a)

(b)

(c)

Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)

43

Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas

Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm

Page 21: O ICTIOPLÂNCTON DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-AÇU, ES. · cada ponto foram feitos três arrastos com rede tipo bongô de malha 333 µm, com três minutos de duração cada. Foram

20

0

10

20

30

40

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Sal

inid

ade

da

sup

erfiacute

cie

(a)

0

10

20

30

40

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Sal

inid

ade

do

fu

nd

o

(b)

Figura 4 Evoluccedilatildeo mensal da salinidade nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a salinidade na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a salinidade do fundo

Quanto agraves concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido verificou-se que a Balsa

apresentou os maiores valores seguindo de Caieiras e por uacuteltimo 1a laje tanto para as

concentraccedilotildees superficiais quanto para as de fundo (Figura 5) No mecircs de outubro houve

um pico dessas concentraccedilotildees nos trecircs pontos (Figura 5) Natildeo se pode relacionar esses

valores a qualquer evento (por exemplo climaacutetico) excepcional Poreacutem assim como esses

valores natildeo podem ser relacionados a qualquer manutenccedilatildeo ou falha do aparelho de

mediccedilatildeo os dados foram utilizados nas anaacutelises Os valores de oxigecircnio de julho 2000 em

Balsa Caieiras 1a Laje

21

Caieiras (fundo) de novembro 2000 na 1a laje (fundo) e de fevereiro 2001 na Balsa

(superfiacutecie e fundo) foram considerados outliers ou seja valores extraordinaacuterios (natildeo

representativos) e por isso foram desprezados Como esses valores foram encontrados

sempre nas uacuteltimas mediccedilotildees das campanhas das amostragens referidas acredita-se que

podem ter sido obtidos por falha do aparelho de mediccedilatildeo De acordo com o teste de

Friedman (Tabela 4) as concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido tanto na superfiacutecie quanto no

fundo tiveram valores significativamente diferentes nos trecircs pontos

0

2

4

6

8

10

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Oxi

gecircn

io d

isso

lvid

o (

mg

L)

da

su

pe

rfiacutec

ie

(a)

0

2

4

6

8

10

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Oxi

gecircn

io d

isso

lvid

o (

mg

L)

do

fu

nd

o

(b)Figura 5 Evoluccedilatildeo mensal da concentraccedilatildeo de oxigecircniodissolvido nos trecircs pontos de amostragens Acima (a) estaacute aconcentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua da superfiacutecie abaixo(b) estaacute a concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua do fundo

Balsa Caieiras 1a Laje

22

42 Dados bioacuteticos

Durante os seis primeiros meses foram triadas 7430 larvas (de um total amostrado

estimado de 12014) das quais 7235 foram identificadas Natildeo foi possiacutevel a identificaccedilatildeo

de 195 larvas Foram enumerados 21649 ovos de um total amostrado estimado de 51365

Foram identificados 44 taxa (excluindo as larvas natildeo identificadas) que pertencem a

23 famiacutelias Estes 44 taxa foram identificados seja ao niacutevel de espeacutecie (17 espeacutecies) ou ao

niacutevel de gecircnero (15 gecircneros) ou ao niacutevel de famiacutelia (12 famiacutelias) (Tabela 5)

Os ovos natildeo foram identificados Vaacuterios tipos foram encontrados (ver Anexo C)

incluindo ovos de Engraulidae facilmente reconheciacuteveis devido agrave sua forma oval

As famiacutelias com maiores nuacutemeros de indiviacuteduos nos trecircs pontos foram Engraulidae

Gobiidae e Haemulidae (Tabela 5)

Os taxa que ocorreram apenas na Balsa foram Paralichthyidae Microdesmus

longipinnis Stellifer rastrifer Gobiosoma sp Gobiosoma hemigymnum Menticirrhus sp

Atherinella brasiliensis Ophichthidae e Raneya brasiliensis

Foram encontrados apenas em Caieiras os taxa Odontoscion dentex Dormitator

maculatus Pseudophallus mindii Lutjanus analis e Mugilidae

Ostetus lineatus e Gobiesocidae foram taxa que ocorreram apenas na 1a laje

23

Tabela 5 Lista dos taxa identificados nas coletas realizadas entre marccedilo e agosto de 2000 no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de indiviacuteduos e a frequumlecircncia total e por ponto de amostragem satildeo dados sem correccedilatildeo pelo volume triadoN eacute o nuacutemero de indiviacuteduos Freq eacute a frequumlecircncia lt 001 indica frequumlecircncia inferior a 1

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqENGRAULIDAE 3546 048 640 023 1093 067 1813 062GOBIIDAE Microgobius meeki 2594 035 1364 048 315 019 915 031HAEMULIDAE 402 005 388 014 0 14 lt 001Natildeo identificados 195 003 115 004 26 002 54 002TETRAODONTIDAE Sphoeroides sp 136 002 80 003 28 002 28 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp2 134 002 60 002 63 004 11 lt 001SCIAENIDAE (larvas viteliacutenicas) 84 001 58 002 20 001 6 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp1 83 001 35 001 39 002 9 lt 001SCIAENIDAE Micropogonias furnieri 30 lt 001 15 001 7 lt 001 8 lt 001GERREIDAE Eucinostomus sp 36 lt 001 14 lt 001 13 lt 001 9 lt 001GOBIIDAE Coryphopterus glaucofraenum 35 lt 001 14 lt 001 3 lt 001 18 lt 001BLENNIIDAE 31 lt 001 11 lt 001 7 lt 001 13 lt 001ACHIRIDAE Achirus sp 17 lt 001 1 lt 001 4 lt 001 12 lt 001ATHERINIDAE 11 lt 001 2 lt 001 5 lt 001 4 lt 001CLUPEIDAE 11 lt 001 10 lt 001 0 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer sp 8 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 4 lt 001SCIAENIDAE 9 lt 001 0 3 lt 001 6 lt 001PARALICHTHYIDAE Citharichthys sp 7 lt 001 1 lt 001 5 lt 001 1 lt 001SYNGNATHIDAE Syngnathus sp 5 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 3 lt 001PARALICHTHYIDAE 5 lt 001 5 lt 001 0 0MICRODESMIDAE Microdesmus longipinnis 5 lt 001 5 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus sp 4 lt 001 3 lt 001 0 1 lt 001

24

Tabela 5 continuaccedilatildeo

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0

Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100

25

421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50

Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma

transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua

bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a

trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises

parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-

normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo

como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da

anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas

Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os

meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)

Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior

influecircncia que o local (Tabela 6)

Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 7439 22203 le 0001

Erro 41 0335

Total 49

Local 2 1990 5939 0005

Mecircs 5 11081 33074 le 0001

Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

26

Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de

marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o

ponto com a menor abundacircncia de larvas

20

30

40

50

60

70

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

35

40

45

50

55

Balsa Caieiras 1a laje

Local de amostragem

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50

Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume

triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50

Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os

resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas

27

foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os

ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)

Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 27624 16233 le 0001

Erro 41 1702

Total 49

Local 2 0592 0348 0708bull

Mecircs 5 24395 14336 le 0001

Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

01234567

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs

O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do

normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em

relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado

somente significacircncias le 001 foram consideradas

28

Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente

em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do

iacutendice eacute explicada pelo modelo

Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 3692 3684 0003

Erro 41 1002

Total 49

Local 2 2298 2292 0114bull

Mecircs 5 1627 1624 0175bull

Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull

bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001

422 Padrotildees espaciais de abundacircncia

Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa

Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp

Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus

glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa

apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem

(Tabela 9)

Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae

(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos

significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas

muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira

29

Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior

abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp

Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia

(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus

sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas

espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se

larvas muito jovens indicando que podem ser residentes

Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal

Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas

Qui -quadrado

SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje

Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188

M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131

Haemulidae - 14308 0001 256 191 153

Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156

Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244

Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206

M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197

Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206

C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175

Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200

Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188

A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies

Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas

maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que

apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas

30

espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque

ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais

pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao

contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes

Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de

indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste

31

5 DISCUSSAtildeO

Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo

segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e

Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae

Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae

Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae

Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias

de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp

Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)

Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior

abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no

periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande

maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al

(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na

primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do

veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees

Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos

seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria

por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no

estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em

parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada

(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas

32

latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes

em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi

inferior a 1

Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria

(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo

representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas

triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute

Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos

ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan

(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia

sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)

A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira

mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do

rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido

Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia

reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia

Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de

dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo

podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio

33

Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo

encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp

Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)

Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que

1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois

apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas

concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido

2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa

principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio

Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros

dois pontos

3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos

apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-

quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu

Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo

diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo

da migraccedilatildeo das larvas de peixes

Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram

significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus

spp e Achirus sp (Tabela 9)

Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou

migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por

terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa

34

Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes

dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio

predominando em Caieiras (braccedilo norte)

As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia

quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies

migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna

daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele

permanecerem

As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo

podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu

posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque

quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais

abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo

norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce

proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave

estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp

parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo

norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o

fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo

rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do

estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do

que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas

espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)

35

6 CONCLUSOtildeES

O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna

ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e

Haemulidae

O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de

amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis

meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que

no braccedilo sul

As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial

heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou

distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae

O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por

espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos

estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus

spp

36

7 REFEREcircNCIAS

ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-

ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227

ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas

Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11

p53-65 1999

ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa

Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro

v14 no1 p121-134 1997

ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na

literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas

BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil

1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p

BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish

in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese

(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999

BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da

Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE

ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232

BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de

Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de

Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997

37

BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In

ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986

p35

CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p

CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada

da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia

Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal

Fluminense Rio de Janeiro 1998

CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino

do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185

1996

CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton

del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860

EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the

continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint

Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation

processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast

Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138

EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish

larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and

Marine Research v47 no 3 p183-200 1999

FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north

Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest

Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II

Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p

38

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p

FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998

FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition

and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114

HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed

Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207

HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna

ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282

HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two

North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179

HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean

fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46

p383-488

HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or

kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the

Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington

1934 v 48 p41-117

HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of

some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938

v48 p505-642

39

IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do

ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-

AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo

Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22

JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed

Paris UNESCO 1998 193 p

JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina

Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine

Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752

JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in

Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998

KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance

and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)

Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego

Academic Press 1996 p 235-255

LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats

Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253

LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier

Scientific Publishing Company 1983 419p

LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South

Wales University Press 1989 370 p

MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast

Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p

40

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V

Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p

MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla

American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p

MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel

Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish

recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish

conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54

OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos

decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297

PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema

estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205

RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history

stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel

http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]

ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge

University Press 1995 439p

SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de

Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77

1980

SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de

Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -

41

Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-

300 1982

SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New

York Chanticleer 1997 720p

SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei

Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western

Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012

SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das

Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia

Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998

SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do

ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de

Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991

WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese

(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata

Argentina 1981

WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de

Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117

WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the

eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24

v39 p141-201

ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999

42

Anexo A

(a)

(b)

(c)

Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)

43

Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas

Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm

Page 22: O ICTIOPLÂNCTON DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-AÇU, ES. · cada ponto foram feitos três arrastos com rede tipo bongô de malha 333 µm, com três minutos de duração cada. Foram

21

Caieiras (fundo) de novembro 2000 na 1a laje (fundo) e de fevereiro 2001 na Balsa

(superfiacutecie e fundo) foram considerados outliers ou seja valores extraordinaacuterios (natildeo

representativos) e por isso foram desprezados Como esses valores foram encontrados

sempre nas uacuteltimas mediccedilotildees das campanhas das amostragens referidas acredita-se que

podem ter sido obtidos por falha do aparelho de mediccedilatildeo De acordo com o teste de

Friedman (Tabela 4) as concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido tanto na superfiacutecie quanto no

fundo tiveram valores significativamente diferentes nos trecircs pontos

0

2

4

6

8

10

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Oxi

gecircn

io d

isso

lvid

o (

mg

L)

da

su

pe

rfiacutec

ie

(a)

0

2

4

6

8

10

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev

Mecircs

Oxi

gecircn

io d

isso

lvid

o (

mg

L)

do

fu

nd

o

(b)Figura 5 Evoluccedilatildeo mensal da concentraccedilatildeo de oxigecircniodissolvido nos trecircs pontos de amostragens Acima (a) estaacute aconcentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua da superfiacutecie abaixo(b) estaacute a concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua do fundo

Balsa Caieiras 1a Laje

22

42 Dados bioacuteticos

Durante os seis primeiros meses foram triadas 7430 larvas (de um total amostrado

estimado de 12014) das quais 7235 foram identificadas Natildeo foi possiacutevel a identificaccedilatildeo

de 195 larvas Foram enumerados 21649 ovos de um total amostrado estimado de 51365

Foram identificados 44 taxa (excluindo as larvas natildeo identificadas) que pertencem a

23 famiacutelias Estes 44 taxa foram identificados seja ao niacutevel de espeacutecie (17 espeacutecies) ou ao

niacutevel de gecircnero (15 gecircneros) ou ao niacutevel de famiacutelia (12 famiacutelias) (Tabela 5)

Os ovos natildeo foram identificados Vaacuterios tipos foram encontrados (ver Anexo C)

incluindo ovos de Engraulidae facilmente reconheciacuteveis devido agrave sua forma oval

As famiacutelias com maiores nuacutemeros de indiviacuteduos nos trecircs pontos foram Engraulidae

Gobiidae e Haemulidae (Tabela 5)

Os taxa que ocorreram apenas na Balsa foram Paralichthyidae Microdesmus

longipinnis Stellifer rastrifer Gobiosoma sp Gobiosoma hemigymnum Menticirrhus sp

Atherinella brasiliensis Ophichthidae e Raneya brasiliensis

Foram encontrados apenas em Caieiras os taxa Odontoscion dentex Dormitator

maculatus Pseudophallus mindii Lutjanus analis e Mugilidae

Ostetus lineatus e Gobiesocidae foram taxa que ocorreram apenas na 1a laje

23

Tabela 5 Lista dos taxa identificados nas coletas realizadas entre marccedilo e agosto de 2000 no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de indiviacuteduos e a frequumlecircncia total e por ponto de amostragem satildeo dados sem correccedilatildeo pelo volume triadoN eacute o nuacutemero de indiviacuteduos Freq eacute a frequumlecircncia lt 001 indica frequumlecircncia inferior a 1

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqENGRAULIDAE 3546 048 640 023 1093 067 1813 062GOBIIDAE Microgobius meeki 2594 035 1364 048 315 019 915 031HAEMULIDAE 402 005 388 014 0 14 lt 001Natildeo identificados 195 003 115 004 26 002 54 002TETRAODONTIDAE Sphoeroides sp 136 002 80 003 28 002 28 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp2 134 002 60 002 63 004 11 lt 001SCIAENIDAE (larvas viteliacutenicas) 84 001 58 002 20 001 6 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp1 83 001 35 001 39 002 9 lt 001SCIAENIDAE Micropogonias furnieri 30 lt 001 15 001 7 lt 001 8 lt 001GERREIDAE Eucinostomus sp 36 lt 001 14 lt 001 13 lt 001 9 lt 001GOBIIDAE Coryphopterus glaucofraenum 35 lt 001 14 lt 001 3 lt 001 18 lt 001BLENNIIDAE 31 lt 001 11 lt 001 7 lt 001 13 lt 001ACHIRIDAE Achirus sp 17 lt 001 1 lt 001 4 lt 001 12 lt 001ATHERINIDAE 11 lt 001 2 lt 001 5 lt 001 4 lt 001CLUPEIDAE 11 lt 001 10 lt 001 0 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer sp 8 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 4 lt 001SCIAENIDAE 9 lt 001 0 3 lt 001 6 lt 001PARALICHTHYIDAE Citharichthys sp 7 lt 001 1 lt 001 5 lt 001 1 lt 001SYNGNATHIDAE Syngnathus sp 5 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 3 lt 001PARALICHTHYIDAE 5 lt 001 5 lt 001 0 0MICRODESMIDAE Microdesmus longipinnis 5 lt 001 5 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus sp 4 lt 001 3 lt 001 0 1 lt 001

24

Tabela 5 continuaccedilatildeo

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0

Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100

25

421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50

Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma

transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua

bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a

trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises

parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-

normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo

como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da

anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas

Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os

meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)

Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior

influecircncia que o local (Tabela 6)

Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 7439 22203 le 0001

Erro 41 0335

Total 49

Local 2 1990 5939 0005

Mecircs 5 11081 33074 le 0001

Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

26

Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de

marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o

ponto com a menor abundacircncia de larvas

20

30

40

50

60

70

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

35

40

45

50

55

Balsa Caieiras 1a laje

Local de amostragem

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50

Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume

triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50

Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os

resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas

27

foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os

ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)

Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 27624 16233 le 0001

Erro 41 1702

Total 49

Local 2 0592 0348 0708bull

Mecircs 5 24395 14336 le 0001

Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

01234567

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs

O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do

normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em

relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado

somente significacircncias le 001 foram consideradas

28

Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente

em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do

iacutendice eacute explicada pelo modelo

Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 3692 3684 0003

Erro 41 1002

Total 49

Local 2 2298 2292 0114bull

Mecircs 5 1627 1624 0175bull

Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull

bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001

422 Padrotildees espaciais de abundacircncia

Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa

Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp

Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus

glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa

apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem

(Tabela 9)

Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae

(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos

significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas

muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira

29

Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior

abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp

Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia

(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus

sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas

espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se

larvas muito jovens indicando que podem ser residentes

Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal

Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas

Qui -quadrado

SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje

Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188

M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131

Haemulidae - 14308 0001 256 191 153

Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156

Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244

Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206

M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197

Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206

C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175

Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200

Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188

A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies

Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas

maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que

apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas

30

espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque

ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais

pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao

contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes

Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de

indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste

31

5 DISCUSSAtildeO

Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo

segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e

Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae

Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae

Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae

Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias

de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp

Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)

Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior

abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no

periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande

maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al

(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na

primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do

veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees

Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos

seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria

por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no

estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em

parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada

(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas

32

latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes

em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi

inferior a 1

Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria

(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo

representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas

triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute

Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos

ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan

(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia

sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)

A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira

mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do

rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido

Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia

reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia

Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de

dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo

podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio

33

Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo

encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp

Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)

Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que

1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois

apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas

concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido

2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa

principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio

Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros

dois pontos

3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos

apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-

quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu

Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo

diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo

da migraccedilatildeo das larvas de peixes

Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram

significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus

spp e Achirus sp (Tabela 9)

Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou

migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por

terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa

34

Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes

dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio

predominando em Caieiras (braccedilo norte)

As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia

quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies

migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna

daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele

permanecerem

As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo

podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu

posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque

quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais

abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo

norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce

proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave

estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp

parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo

norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o

fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo

rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do

estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do

que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas

espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)

35

6 CONCLUSOtildeES

O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna

ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e

Haemulidae

O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de

amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis

meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que

no braccedilo sul

As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial

heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou

distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae

O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por

espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos

estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus

spp

36

7 REFEREcircNCIAS

ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-

ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227

ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas

Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11

p53-65 1999

ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa

Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro

v14 no1 p121-134 1997

ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na

literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas

BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil

1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p

BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish

in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese

(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999

BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da

Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE

ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232

BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de

Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de

Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997

37

BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In

ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986

p35

CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p

CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada

da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia

Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal

Fluminense Rio de Janeiro 1998

CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino

do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185

1996

CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton

del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860

EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the

continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint

Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation

processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast

Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138

EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish

larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and

Marine Research v47 no 3 p183-200 1999

FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north

Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest

Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II

Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p

38

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p

FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998

FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition

and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114

HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed

Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207

HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna

ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282

HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two

North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179

HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean

fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46

p383-488

HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or

kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the

Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington

1934 v 48 p41-117

HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of

some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938

v48 p505-642

39

IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do

ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-

AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo

Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22

JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed

Paris UNESCO 1998 193 p

JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina

Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine

Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752

JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in

Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998

KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance

and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)

Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego

Academic Press 1996 p 235-255

LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats

Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253

LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier

Scientific Publishing Company 1983 419p

LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South

Wales University Press 1989 370 p

MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast

Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p

40

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V

Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p

MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla

American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p

MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel

Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish

recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish

conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54

OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos

decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297

PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema

estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205

RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history

stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel

http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]

ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge

University Press 1995 439p

SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de

Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77

1980

SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de

Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -

41

Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-

300 1982

SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New

York Chanticleer 1997 720p

SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei

Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western

Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012

SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das

Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia

Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998

SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do

ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de

Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991

WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese

(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata

Argentina 1981

WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de

Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117

WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the

eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24

v39 p141-201

ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999

42

Anexo A

(a)

(b)

(c)

Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)

43

Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas

Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm

Page 23: O ICTIOPLÂNCTON DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-AÇU, ES. · cada ponto foram feitos três arrastos com rede tipo bongô de malha 333 µm, com três minutos de duração cada. Foram

22

42 Dados bioacuteticos

Durante os seis primeiros meses foram triadas 7430 larvas (de um total amostrado

estimado de 12014) das quais 7235 foram identificadas Natildeo foi possiacutevel a identificaccedilatildeo

de 195 larvas Foram enumerados 21649 ovos de um total amostrado estimado de 51365

Foram identificados 44 taxa (excluindo as larvas natildeo identificadas) que pertencem a

23 famiacutelias Estes 44 taxa foram identificados seja ao niacutevel de espeacutecie (17 espeacutecies) ou ao

niacutevel de gecircnero (15 gecircneros) ou ao niacutevel de famiacutelia (12 famiacutelias) (Tabela 5)

Os ovos natildeo foram identificados Vaacuterios tipos foram encontrados (ver Anexo C)

incluindo ovos de Engraulidae facilmente reconheciacuteveis devido agrave sua forma oval

As famiacutelias com maiores nuacutemeros de indiviacuteduos nos trecircs pontos foram Engraulidae

Gobiidae e Haemulidae (Tabela 5)

Os taxa que ocorreram apenas na Balsa foram Paralichthyidae Microdesmus

longipinnis Stellifer rastrifer Gobiosoma sp Gobiosoma hemigymnum Menticirrhus sp

Atherinella brasiliensis Ophichthidae e Raneya brasiliensis

Foram encontrados apenas em Caieiras os taxa Odontoscion dentex Dormitator

maculatus Pseudophallus mindii Lutjanus analis e Mugilidae

Ostetus lineatus e Gobiesocidae foram taxa que ocorreram apenas na 1a laje

23

Tabela 5 Lista dos taxa identificados nas coletas realizadas entre marccedilo e agosto de 2000 no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de indiviacuteduos e a frequumlecircncia total e por ponto de amostragem satildeo dados sem correccedilatildeo pelo volume triadoN eacute o nuacutemero de indiviacuteduos Freq eacute a frequumlecircncia lt 001 indica frequumlecircncia inferior a 1

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqENGRAULIDAE 3546 048 640 023 1093 067 1813 062GOBIIDAE Microgobius meeki 2594 035 1364 048 315 019 915 031HAEMULIDAE 402 005 388 014 0 14 lt 001Natildeo identificados 195 003 115 004 26 002 54 002TETRAODONTIDAE Sphoeroides sp 136 002 80 003 28 002 28 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp2 134 002 60 002 63 004 11 lt 001SCIAENIDAE (larvas viteliacutenicas) 84 001 58 002 20 001 6 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp1 83 001 35 001 39 002 9 lt 001SCIAENIDAE Micropogonias furnieri 30 lt 001 15 001 7 lt 001 8 lt 001GERREIDAE Eucinostomus sp 36 lt 001 14 lt 001 13 lt 001 9 lt 001GOBIIDAE Coryphopterus glaucofraenum 35 lt 001 14 lt 001 3 lt 001 18 lt 001BLENNIIDAE 31 lt 001 11 lt 001 7 lt 001 13 lt 001ACHIRIDAE Achirus sp 17 lt 001 1 lt 001 4 lt 001 12 lt 001ATHERINIDAE 11 lt 001 2 lt 001 5 lt 001 4 lt 001CLUPEIDAE 11 lt 001 10 lt 001 0 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer sp 8 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 4 lt 001SCIAENIDAE 9 lt 001 0 3 lt 001 6 lt 001PARALICHTHYIDAE Citharichthys sp 7 lt 001 1 lt 001 5 lt 001 1 lt 001SYNGNATHIDAE Syngnathus sp 5 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 3 lt 001PARALICHTHYIDAE 5 lt 001 5 lt 001 0 0MICRODESMIDAE Microdesmus longipinnis 5 lt 001 5 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus sp 4 lt 001 3 lt 001 0 1 lt 001

24

Tabela 5 continuaccedilatildeo

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0

Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100

25

421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50

Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma

transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua

bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a

trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises

parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-

normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo

como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da

anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas

Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os

meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)

Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior

influecircncia que o local (Tabela 6)

Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 7439 22203 le 0001

Erro 41 0335

Total 49

Local 2 1990 5939 0005

Mecircs 5 11081 33074 le 0001

Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

26

Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de

marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o

ponto com a menor abundacircncia de larvas

20

30

40

50

60

70

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

35

40

45

50

55

Balsa Caieiras 1a laje

Local de amostragem

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50

Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume

triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50

Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os

resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas

27

foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os

ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)

Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 27624 16233 le 0001

Erro 41 1702

Total 49

Local 2 0592 0348 0708bull

Mecircs 5 24395 14336 le 0001

Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

01234567

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs

O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do

normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em

relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado

somente significacircncias le 001 foram consideradas

28

Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente

em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do

iacutendice eacute explicada pelo modelo

Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 3692 3684 0003

Erro 41 1002

Total 49

Local 2 2298 2292 0114bull

Mecircs 5 1627 1624 0175bull

Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull

bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001

422 Padrotildees espaciais de abundacircncia

Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa

Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp

Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus

glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa

apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem

(Tabela 9)

Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae

(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos

significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas

muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira

29

Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior

abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp

Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia

(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus

sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas

espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se

larvas muito jovens indicando que podem ser residentes

Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal

Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas

Qui -quadrado

SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje

Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188

M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131

Haemulidae - 14308 0001 256 191 153

Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156

Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244

Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206

M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197

Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206

C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175

Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200

Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188

A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies

Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas

maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que

apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas

30

espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque

ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais

pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao

contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes

Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de

indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste

31

5 DISCUSSAtildeO

Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo

segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e

Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae

Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae

Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae

Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias

de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp

Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)

Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior

abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no

periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande

maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al

(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na

primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do

veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees

Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos

seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria

por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no

estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em

parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada

(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas

32

latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes

em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi

inferior a 1

Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria

(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo

representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas

triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute

Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos

ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan

(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia

sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)

A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira

mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do

rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido

Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia

reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia

Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de

dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo

podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio

33

Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo

encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp

Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)

Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que

1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois

apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas

concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido

2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa

principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio

Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros

dois pontos

3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos

apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-

quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu

Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo

diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo

da migraccedilatildeo das larvas de peixes

Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram

significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus

spp e Achirus sp (Tabela 9)

Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou

migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por

terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa

34

Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes

dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio

predominando em Caieiras (braccedilo norte)

As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia

quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies

migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna

daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele

permanecerem

As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo

podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu

posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque

quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais

abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo

norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce

proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave

estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp

parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo

norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o

fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo

rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do

estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do

que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas

espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)

35

6 CONCLUSOtildeES

O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna

ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e

Haemulidae

O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de

amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis

meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que

no braccedilo sul

As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial

heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou

distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae

O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por

espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos

estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus

spp

36

7 REFEREcircNCIAS

ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-

ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227

ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas

Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11

p53-65 1999

ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa

Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro

v14 no1 p121-134 1997

ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na

literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas

BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil

1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p

BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish

in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese

(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999

BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da

Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE

ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232

BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de

Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de

Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997

37

BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In

ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986

p35

CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p

CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada

da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia

Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal

Fluminense Rio de Janeiro 1998

CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino

do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185

1996

CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton

del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860

EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the

continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint

Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation

processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast

Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138

EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish

larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and

Marine Research v47 no 3 p183-200 1999

FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north

Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest

Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II

Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p

38

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p

FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998

FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition

and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114

HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed

Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207

HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna

ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282

HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two

North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179

HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean

fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46

p383-488

HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or

kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the

Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington

1934 v 48 p41-117

HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of

some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938

v48 p505-642

39

IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do

ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-

AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo

Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22

JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed

Paris UNESCO 1998 193 p

JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina

Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine

Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752

JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in

Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998

KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance

and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)

Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego

Academic Press 1996 p 235-255

LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats

Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253

LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier

Scientific Publishing Company 1983 419p

LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South

Wales University Press 1989 370 p

MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast

Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p

40

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V

Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p

MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla

American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p

MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel

Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish

recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish

conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54

OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos

decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297

PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema

estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205

RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history

stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel

http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]

ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge

University Press 1995 439p

SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de

Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77

1980

SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de

Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -

41

Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-

300 1982

SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New

York Chanticleer 1997 720p

SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei

Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western

Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012

SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das

Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia

Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998

SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do

ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de

Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991

WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese

(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata

Argentina 1981

WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de

Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117

WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the

eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24

v39 p141-201

ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999

42

Anexo A

(a)

(b)

(c)

Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)

43

Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas

Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm

Page 24: O ICTIOPLÂNCTON DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-AÇU, ES. · cada ponto foram feitos três arrastos com rede tipo bongô de malha 333 µm, com três minutos de duração cada. Foram

23

Tabela 5 Lista dos taxa identificados nas coletas realizadas entre marccedilo e agosto de 2000 no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de indiviacuteduos e a frequumlecircncia total e por ponto de amostragem satildeo dados sem correccedilatildeo pelo volume triadoN eacute o nuacutemero de indiviacuteduos Freq eacute a frequumlecircncia lt 001 indica frequumlecircncia inferior a 1

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqENGRAULIDAE 3546 048 640 023 1093 067 1813 062GOBIIDAE Microgobius meeki 2594 035 1364 048 315 019 915 031HAEMULIDAE 402 005 388 014 0 14 lt 001Natildeo identificados 195 003 115 004 26 002 54 002TETRAODONTIDAE Sphoeroides sp 136 002 80 003 28 002 28 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp2 134 002 60 002 63 004 11 lt 001SCIAENIDAE (larvas viteliacutenicas) 84 001 58 002 20 001 6 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp1 83 001 35 001 39 002 9 lt 001SCIAENIDAE Micropogonias furnieri 30 lt 001 15 001 7 lt 001 8 lt 001GERREIDAE Eucinostomus sp 36 lt 001 14 lt 001 13 lt 001 9 lt 001GOBIIDAE Coryphopterus glaucofraenum 35 lt 001 14 lt 001 3 lt 001 18 lt 001BLENNIIDAE 31 lt 001 11 lt 001 7 lt 001 13 lt 001ACHIRIDAE Achirus sp 17 lt 001 1 lt 001 4 lt 001 12 lt 001ATHERINIDAE 11 lt 001 2 lt 001 5 lt 001 4 lt 001CLUPEIDAE 11 lt 001 10 lt 001 0 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer sp 8 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 4 lt 001SCIAENIDAE 9 lt 001 0 3 lt 001 6 lt 001PARALICHTHYIDAE Citharichthys sp 7 lt 001 1 lt 001 5 lt 001 1 lt 001SYNGNATHIDAE Syngnathus sp 5 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 3 lt 001PARALICHTHYIDAE 5 lt 001 5 lt 001 0 0MICRODESMIDAE Microdesmus longipinnis 5 lt 001 5 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus sp 4 lt 001 3 lt 001 0 1 lt 001

24

Tabela 5 continuaccedilatildeo

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0

Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100

25

421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50

Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma

transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua

bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a

trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises

parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-

normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo

como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da

anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas

Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os

meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)

Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior

influecircncia que o local (Tabela 6)

Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 7439 22203 le 0001

Erro 41 0335

Total 49

Local 2 1990 5939 0005

Mecircs 5 11081 33074 le 0001

Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

26

Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de

marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o

ponto com a menor abundacircncia de larvas

20

30

40

50

60

70

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

35

40

45

50

55

Balsa Caieiras 1a laje

Local de amostragem

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50

Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume

triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50

Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os

resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas

27

foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os

ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)

Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 27624 16233 le 0001

Erro 41 1702

Total 49

Local 2 0592 0348 0708bull

Mecircs 5 24395 14336 le 0001

Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

01234567

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs

O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do

normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em

relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado

somente significacircncias le 001 foram consideradas

28

Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente

em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do

iacutendice eacute explicada pelo modelo

Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 3692 3684 0003

Erro 41 1002

Total 49

Local 2 2298 2292 0114bull

Mecircs 5 1627 1624 0175bull

Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull

bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001

422 Padrotildees espaciais de abundacircncia

Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa

Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp

Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus

glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa

apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem

(Tabela 9)

Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae

(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos

significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas

muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira

29

Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior

abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp

Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia

(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus

sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas

espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se

larvas muito jovens indicando que podem ser residentes

Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal

Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas

Qui -quadrado

SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje

Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188

M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131

Haemulidae - 14308 0001 256 191 153

Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156

Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244

Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206

M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197

Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206

C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175

Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200

Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188

A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies

Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas

maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que

apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas

30

espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque

ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais

pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao

contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes

Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de

indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste

31

5 DISCUSSAtildeO

Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo

segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e

Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae

Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae

Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae

Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias

de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp

Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)

Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior

abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no

periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande

maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al

(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na

primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do

veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees

Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos

seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria

por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no

estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em

parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada

(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas

32

latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes

em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi

inferior a 1

Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria

(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo

representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas

triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute

Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos

ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan

(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia

sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)

A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira

mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do

rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido

Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia

reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia

Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de

dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo

podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio

33

Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo

encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp

Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)

Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que

1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois

apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas

concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido

2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa

principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio

Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros

dois pontos

3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos

apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-

quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu

Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo

diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo

da migraccedilatildeo das larvas de peixes

Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram

significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus

spp e Achirus sp (Tabela 9)

Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou

migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por

terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa

34

Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes

dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio

predominando em Caieiras (braccedilo norte)

As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia

quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies

migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna

daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele

permanecerem

As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo

podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu

posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque

quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais

abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo

norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce

proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave

estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp

parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo

norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o

fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo

rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do

estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do

que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas

espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)

35

6 CONCLUSOtildeES

O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna

ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e

Haemulidae

O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de

amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis

meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que

no braccedilo sul

As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial

heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou

distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae

O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por

espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos

estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus

spp

36

7 REFEREcircNCIAS

ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-

ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227

ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas

Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11

p53-65 1999

ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa

Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro

v14 no1 p121-134 1997

ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na

literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas

BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil

1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p

BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish

in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese

(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999

BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da

Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE

ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232

BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de

Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de

Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997

37

BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In

ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986

p35

CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p

CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada

da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia

Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal

Fluminense Rio de Janeiro 1998

CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino

do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185

1996

CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton

del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860

EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the

continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint

Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation

processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast

Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138

EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish

larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and

Marine Research v47 no 3 p183-200 1999

FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north

Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest

Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II

Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p

38

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p

FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998

FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition

and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114

HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed

Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207

HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna

ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282

HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two

North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179

HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean

fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46

p383-488

HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or

kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the

Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington

1934 v 48 p41-117

HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of

some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938

v48 p505-642

39

IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do

ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-

AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo

Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22

JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed

Paris UNESCO 1998 193 p

JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina

Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine

Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752

JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in

Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998

KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance

and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)

Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego

Academic Press 1996 p 235-255

LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats

Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253

LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier

Scientific Publishing Company 1983 419p

LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South

Wales University Press 1989 370 p

MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast

Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p

40

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V

Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p

MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla

American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p

MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel

Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish

recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish

conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54

OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos

decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297

PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema

estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205

RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history

stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel

http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]

ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge

University Press 1995 439p

SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de

Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77

1980

SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de

Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -

41

Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-

300 1982

SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New

York Chanticleer 1997 720p

SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei

Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western

Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012

SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das

Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia

Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998

SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do

ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de

Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991

WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese

(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata

Argentina 1981

WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de

Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117

WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the

eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24

v39 p141-201

ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999

42

Anexo A

(a)

(b)

(c)

Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)

43

Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas

Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm

Page 25: O ICTIOPLÂNCTON DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-AÇU, ES. · cada ponto foram feitos três arrastos com rede tipo bongô de malha 333 µm, com três minutos de duração cada. Foram

24

Tabela 5 continuaccedilatildeo

Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie

N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0

Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100

25

421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50

Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma

transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua

bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a

trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises

parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-

normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo

como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da

anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas

Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os

meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)

Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior

influecircncia que o local (Tabela 6)

Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 7439 22203 le 0001

Erro 41 0335

Total 49

Local 2 1990 5939 0005

Mecircs 5 11081 33074 le 0001

Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

26

Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de

marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o

ponto com a menor abundacircncia de larvas

20

30

40

50

60

70

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

35

40

45

50

55

Balsa Caieiras 1a laje

Local de amostragem

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50

Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume

triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50

Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os

resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas

27

foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os

ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)

Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 27624 16233 le 0001

Erro 41 1702

Total 49

Local 2 0592 0348 0708bull

Mecircs 5 24395 14336 le 0001

Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

01234567

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs

O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do

normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em

relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado

somente significacircncias le 001 foram consideradas

28

Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente

em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do

iacutendice eacute explicada pelo modelo

Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 3692 3684 0003

Erro 41 1002

Total 49

Local 2 2298 2292 0114bull

Mecircs 5 1627 1624 0175bull

Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull

bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001

422 Padrotildees espaciais de abundacircncia

Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa

Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp

Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus

glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa

apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem

(Tabela 9)

Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae

(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos

significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas

muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira

29

Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior

abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp

Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia

(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus

sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas

espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se

larvas muito jovens indicando que podem ser residentes

Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal

Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas

Qui -quadrado

SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje

Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188

M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131

Haemulidae - 14308 0001 256 191 153

Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156

Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244

Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206

M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197

Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206

C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175

Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200

Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188

A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies

Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas

maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que

apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas

30

espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque

ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais

pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao

contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes

Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de

indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste

31

5 DISCUSSAtildeO

Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo

segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e

Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae

Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae

Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae

Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias

de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp

Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)

Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior

abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no

periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande

maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al

(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na

primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do

veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees

Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos

seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria

por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no

estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em

parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada

(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas

32

latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes

em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi

inferior a 1

Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria

(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo

representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas

triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute

Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos

ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan

(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia

sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)

A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira

mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do

rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido

Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia

reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia

Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de

dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo

podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio

33

Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo

encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp

Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)

Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que

1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois

apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas

concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido

2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa

principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio

Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros

dois pontos

3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos

apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-

quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu

Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo

diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo

da migraccedilatildeo das larvas de peixes

Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram

significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus

spp e Achirus sp (Tabela 9)

Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou

migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por

terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa

34

Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes

dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio

predominando em Caieiras (braccedilo norte)

As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia

quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies

migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna

daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele

permanecerem

As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo

podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu

posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque

quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais

abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo

norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce

proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave

estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp

parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo

norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o

fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo

rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do

estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do

que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas

espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)

35

6 CONCLUSOtildeES

O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna

ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e

Haemulidae

O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de

amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis

meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que

no braccedilo sul

As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial

heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou

distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae

O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por

espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos

estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus

spp

36

7 REFEREcircNCIAS

ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-

ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227

ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas

Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11

p53-65 1999

ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa

Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro

v14 no1 p121-134 1997

ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na

literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas

BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil

1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p

BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish

in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese

(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999

BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da

Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE

ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232

BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de

Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de

Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997

37

BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In

ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986

p35

CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p

CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada

da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia

Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal

Fluminense Rio de Janeiro 1998

CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino

do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185

1996

CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton

del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860

EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the

continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint

Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation

processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast

Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138

EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish

larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and

Marine Research v47 no 3 p183-200 1999

FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north

Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest

Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II

Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p

38

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p

FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998

FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition

and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114

HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed

Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207

HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna

ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282

HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two

North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179

HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean

fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46

p383-488

HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or

kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the

Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington

1934 v 48 p41-117

HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of

some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938

v48 p505-642

39

IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do

ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-

AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo

Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22

JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed

Paris UNESCO 1998 193 p

JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina

Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine

Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752

JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in

Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998

KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance

and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)

Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego

Academic Press 1996 p 235-255

LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats

Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253

LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier

Scientific Publishing Company 1983 419p

LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South

Wales University Press 1989 370 p

MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast

Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p

40

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V

Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p

MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla

American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p

MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel

Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish

recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish

conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54

OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos

decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297

PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema

estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205

RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history

stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel

http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]

ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge

University Press 1995 439p

SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de

Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77

1980

SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de

Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -

41

Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-

300 1982

SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New

York Chanticleer 1997 720p

SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei

Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western

Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012

SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das

Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia

Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998

SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do

ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de

Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991

WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese

(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata

Argentina 1981

WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de

Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117

WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the

eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24

v39 p141-201

ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999

42

Anexo A

(a)

(b)

(c)

Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)

43

Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas

Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm

Page 26: O ICTIOPLÂNCTON DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-AÇU, ES. · cada ponto foram feitos três arrastos com rede tipo bongô de malha 333 µm, com três minutos de duração cada. Foram

25

421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50

Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma

transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua

bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a

trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises

parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-

normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo

como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da

anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas

Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os

meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)

Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior

influecircncia que o local (Tabela 6)

Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 7439 22203 le 0001

Erro 41 0335

Total 49

Local 2 1990 5939 0005

Mecircs 5 11081 33074 le 0001

Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

26

Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de

marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o

ponto com a menor abundacircncia de larvas

20

30

40

50

60

70

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

35

40

45

50

55

Balsa Caieiras 1a laje

Local de amostragem

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50

Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume

triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50

Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os

resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas

27

foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os

ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)

Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 27624 16233 le 0001

Erro 41 1702

Total 49

Local 2 0592 0348 0708bull

Mecircs 5 24395 14336 le 0001

Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

01234567

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs

O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do

normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em

relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado

somente significacircncias le 001 foram consideradas

28

Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente

em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do

iacutendice eacute explicada pelo modelo

Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 3692 3684 0003

Erro 41 1002

Total 49

Local 2 2298 2292 0114bull

Mecircs 5 1627 1624 0175bull

Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull

bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001

422 Padrotildees espaciais de abundacircncia

Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa

Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp

Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus

glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa

apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem

(Tabela 9)

Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae

(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos

significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas

muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira

29

Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior

abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp

Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia

(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus

sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas

espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se

larvas muito jovens indicando que podem ser residentes

Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal

Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas

Qui -quadrado

SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje

Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188

M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131

Haemulidae - 14308 0001 256 191 153

Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156

Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244

Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206

M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197

Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206

C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175

Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200

Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188

A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies

Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas

maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que

apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas

30

espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque

ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais

pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao

contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes

Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de

indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste

31

5 DISCUSSAtildeO

Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo

segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e

Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae

Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae

Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae

Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias

de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp

Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)

Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior

abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no

periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande

maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al

(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na

primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do

veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees

Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos

seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria

por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no

estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em

parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada

(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas

32

latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes

em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi

inferior a 1

Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria

(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo

representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas

triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute

Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos

ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan

(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia

sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)

A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira

mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do

rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido

Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia

reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia

Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de

dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo

podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio

33

Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo

encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp

Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)

Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que

1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois

apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas

concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido

2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa

principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio

Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros

dois pontos

3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos

apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-

quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu

Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo

diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo

da migraccedilatildeo das larvas de peixes

Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram

significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus

spp e Achirus sp (Tabela 9)

Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou

migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por

terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa

34

Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes

dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio

predominando em Caieiras (braccedilo norte)

As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia

quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies

migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna

daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele

permanecerem

As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo

podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu

posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque

quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais

abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo

norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce

proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave

estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp

parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo

norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o

fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo

rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do

estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do

que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas

espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)

35

6 CONCLUSOtildeES

O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna

ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e

Haemulidae

O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de

amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis

meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que

no braccedilo sul

As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial

heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou

distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae

O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por

espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos

estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus

spp

36

7 REFEREcircNCIAS

ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-

ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227

ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas

Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11

p53-65 1999

ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa

Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro

v14 no1 p121-134 1997

ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na

literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas

BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil

1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p

BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish

in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese

(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999

BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da

Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE

ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232

BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de

Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de

Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997

37

BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In

ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986

p35

CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p

CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada

da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia

Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal

Fluminense Rio de Janeiro 1998

CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino

do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185

1996

CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton

del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860

EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the

continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint

Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation

processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast

Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138

EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish

larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and

Marine Research v47 no 3 p183-200 1999

FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north

Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest

Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II

Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p

38

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p

FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998

FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition

and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114

HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed

Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207

HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna

ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282

HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two

North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179

HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean

fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46

p383-488

HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or

kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the

Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington

1934 v 48 p41-117

HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of

some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938

v48 p505-642

39

IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do

ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-

AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo

Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22

JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed

Paris UNESCO 1998 193 p

JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina

Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine

Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752

JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in

Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998

KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance

and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)

Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego

Academic Press 1996 p 235-255

LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats

Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253

LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier

Scientific Publishing Company 1983 419p

LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South

Wales University Press 1989 370 p

MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast

Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p

40

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V

Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p

MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla

American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p

MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel

Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish

recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish

conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54

OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos

decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297

PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema

estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205

RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history

stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel

http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]

ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge

University Press 1995 439p

SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de

Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77

1980

SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de

Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -

41

Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-

300 1982

SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New

York Chanticleer 1997 720p

SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei

Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western

Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012

SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das

Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia

Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998

SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do

ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de

Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991

WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese

(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata

Argentina 1981

WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de

Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117

WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the

eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24

v39 p141-201

ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999

42

Anexo A

(a)

(b)

(c)

Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)

43

Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas

Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm

Page 27: O ICTIOPLÂNCTON DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-AÇU, ES. · cada ponto foram feitos três arrastos com rede tipo bongô de malha 333 µm, com três minutos de duração cada. Foram

26

Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de

marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o

ponto com a menor abundacircncia de larvas

20

30

40

50

60

70

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

35

40

45

50

55

Balsa Caieiras 1a laje

Local de amostragem

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)

Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou

distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50

Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume

triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50

Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os

resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas

27

foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os

ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)

Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 27624 16233 le 0001

Erro 41 1702

Total 49

Local 2 0592 0348 0708bull

Mecircs 5 24395 14336 le 0001

Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

01234567

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs

O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do

normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em

relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado

somente significacircncias le 001 foram consideradas

28

Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente

em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do

iacutendice eacute explicada pelo modelo

Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 3692 3684 0003

Erro 41 1002

Total 49

Local 2 2298 2292 0114bull

Mecircs 5 1627 1624 0175bull

Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull

bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001

422 Padrotildees espaciais de abundacircncia

Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa

Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp

Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus

glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa

apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem

(Tabela 9)

Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae

(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos

significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas

muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira

29

Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior

abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp

Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia

(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus

sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas

espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se

larvas muito jovens indicando que podem ser residentes

Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal

Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas

Qui -quadrado

SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje

Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188

M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131

Haemulidae - 14308 0001 256 191 153

Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156

Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244

Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206

M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197

Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206

C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175

Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200

Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188

A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies

Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas

maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que

apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas

30

espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque

ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais

pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao

contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes

Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de

indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste

31

5 DISCUSSAtildeO

Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo

segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e

Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae

Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae

Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae

Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias

de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp

Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)

Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior

abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no

periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande

maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al

(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na

primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do

veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees

Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos

seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria

por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no

estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em

parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada

(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas

32

latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes

em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi

inferior a 1

Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria

(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo

representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas

triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute

Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos

ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan

(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia

sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)

A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira

mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do

rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido

Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia

reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia

Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de

dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo

podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio

33

Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo

encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp

Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)

Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que

1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois

apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas

concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido

2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa

principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio

Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros

dois pontos

3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos

apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-

quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu

Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo

diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo

da migraccedilatildeo das larvas de peixes

Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram

significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus

spp e Achirus sp (Tabela 9)

Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou

migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por

terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa

34

Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes

dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio

predominando em Caieiras (braccedilo norte)

As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia

quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies

migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna

daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele

permanecerem

As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo

podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu

posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque

quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais

abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo

norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce

proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave

estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp

parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo

norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o

fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo

rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do

estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do

que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas

espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)

35

6 CONCLUSOtildeES

O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna

ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e

Haemulidae

O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de

amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis

meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que

no braccedilo sul

As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial

heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou

distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae

O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por

espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos

estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus

spp

36

7 REFEREcircNCIAS

ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-

ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227

ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas

Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11

p53-65 1999

ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa

Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro

v14 no1 p121-134 1997

ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na

literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas

BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil

1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p

BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish

in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese

(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999

BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da

Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE

ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232

BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de

Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de

Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997

37

BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In

ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986

p35

CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p

CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada

da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia

Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal

Fluminense Rio de Janeiro 1998

CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino

do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185

1996

CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton

del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860

EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the

continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint

Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation

processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast

Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138

EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish

larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and

Marine Research v47 no 3 p183-200 1999

FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north

Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest

Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II

Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p

38

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p

FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998

FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition

and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114

HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed

Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207

HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna

ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282

HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two

North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179

HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean

fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46

p383-488

HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or

kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the

Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington

1934 v 48 p41-117

HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of

some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938

v48 p505-642

39

IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do

ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-

AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo

Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22

JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed

Paris UNESCO 1998 193 p

JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina

Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine

Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752

JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in

Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998

KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance

and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)

Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego

Academic Press 1996 p 235-255

LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats

Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253

LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier

Scientific Publishing Company 1983 419p

LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South

Wales University Press 1989 370 p

MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast

Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p

40

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V

Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p

MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla

American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p

MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel

Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish

recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish

conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54

OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos

decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297

PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema

estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205

RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history

stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel

http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]

ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge

University Press 1995 439p

SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de

Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77

1980

SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de

Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -

41

Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-

300 1982

SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New

York Chanticleer 1997 720p

SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei

Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western

Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012

SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das

Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia

Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998

SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do

ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de

Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991

WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese

(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata

Argentina 1981

WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de

Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117

WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the

eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24

v39 p141-201

ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999

42

Anexo A

(a)

(b)

(c)

Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)

43

Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas

Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm

Page 28: O ICTIOPLÂNCTON DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-AÇU, ES. · cada ponto foram feitos três arrastos com rede tipo bongô de malha 333 µm, com três minutos de duração cada. Foram

27

foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os

ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)

Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 27624 16233 le 0001

Erro 41 1702

Total 49

Local 2 0592 0348 0708bull

Mecircs 5 24395 14336 le 0001

Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull

bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001

01234567

marccedilo abril maio junho julho agosto

Mecircs

Meacuted

ia m

arg

inal

[l

n(n

uacutem

ero

+1)

]

Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs

O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do

normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em

relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado

somente significacircncias le 001 foram consideradas

28

Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente

em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do

iacutendice eacute explicada pelo modelo

Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 3692 3684 0003

Erro 41 1002

Total 49

Local 2 2298 2292 0114bull

Mecircs 5 1627 1624 0175bull

Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull

bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001

422 Padrotildees espaciais de abundacircncia

Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa

Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp

Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus

glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa

apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem

(Tabela 9)

Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae

(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos

significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas

muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira

29

Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior

abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp

Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia

(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus

sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas

espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se

larvas muito jovens indicando que podem ser residentes

Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal

Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas

Qui -quadrado

SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje

Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188

M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131

Haemulidae - 14308 0001 256 191 153

Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156

Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244

Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206

M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197

Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206

C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175

Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200

Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188

A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies

Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas

maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que

apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas

30

espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque

ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais

pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao

contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes

Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de

indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste

31

5 DISCUSSAtildeO

Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo

segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e

Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae

Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae

Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae

Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias

de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp

Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)

Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior

abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no

periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande

maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al

(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na

primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do

veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees

Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos

seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria

por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no

estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em

parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada

(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas

32

latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes

em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi

inferior a 1

Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria

(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo

representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas

triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute

Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos

ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan

(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia

sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)

A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira

mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do

rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido

Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia

reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia

Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de

dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo

podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio

33

Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo

encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp

Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)

Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que

1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois

apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas

concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido

2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa

principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio

Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros

dois pontos

3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos

apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-

quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu

Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo

diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo

da migraccedilatildeo das larvas de peixes

Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram

significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus

spp e Achirus sp (Tabela 9)

Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou

migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por

terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa

34

Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes

dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio

predominando em Caieiras (braccedilo norte)

As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia

quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies

migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna

daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele

permanecerem

As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo

podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu

posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque

quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais

abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo

norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce

proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave

estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp

parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo

norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o

fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo

rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do

estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do

que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas

espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)

35

6 CONCLUSOtildeES

O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna

ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e

Haemulidae

O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de

amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis

meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que

no braccedilo sul

As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial

heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou

distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae

O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por

espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos

estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus

spp

36

7 REFEREcircNCIAS

ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-

ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227

ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas

Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11

p53-65 1999

ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa

Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro

v14 no1 p121-134 1997

ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na

literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas

BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil

1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p

BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish

in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese

(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999

BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da

Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE

ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232

BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de

Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de

Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997

37

BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In

ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986

p35

CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p

CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada

da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia

Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal

Fluminense Rio de Janeiro 1998

CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino

do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185

1996

CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton

del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860

EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the

continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint

Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation

processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast

Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138

EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish

larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and

Marine Research v47 no 3 p183-200 1999

FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north

Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest

Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II

Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p

38

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p

FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998

FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition

and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114

HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed

Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207

HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna

ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282

HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two

North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179

HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean

fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46

p383-488

HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or

kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the

Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington

1934 v 48 p41-117

HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of

some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938

v48 p505-642

39

IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do

ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-

AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo

Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22

JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed

Paris UNESCO 1998 193 p

JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina

Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine

Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752

JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in

Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998

KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance

and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)

Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego

Academic Press 1996 p 235-255

LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats

Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253

LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier

Scientific Publishing Company 1983 419p

LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South

Wales University Press 1989 370 p

MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast

Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p

40

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V

Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p

MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla

American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p

MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel

Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish

recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish

conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54

OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos

decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297

PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema

estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205

RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history

stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel

http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]

ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge

University Press 1995 439p

SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de

Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77

1980

SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de

Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -

41

Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-

300 1982

SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New

York Chanticleer 1997 720p

SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei

Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western

Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012

SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das

Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia

Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998

SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do

ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de

Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991

WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese

(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata

Argentina 1981

WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de

Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117

WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the

eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24

v39 p141-201

ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999

42

Anexo A

(a)

(b)

(c)

Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)

43

Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas

Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm

Page 29: O ICTIOPLÂNCTON DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-AÇU, ES. · cada ponto foram feitos três arrastos com rede tipo bongô de malha 333 µm, com três minutos de duração cada. Foram

28

Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente

em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do

iacutendice eacute explicada pelo modelo

Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305

FonteGraus deliberdade

Quadradomeacutedio

Estatiacutestica F Significacircncia

Modelo 8 3692 3684 0003

Erro 41 1002

Total 49

Local 2 2298 2292 0114bull

Mecircs 5 1627 1624 0175bull

Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull

bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001

422 Padrotildees espaciais de abundacircncia

Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa

Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp

Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus

glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa

apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem

(Tabela 9)

Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae

(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos

significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas

muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira

29

Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior

abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp

Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia

(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus

sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas

espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se

larvas muito jovens indicando que podem ser residentes

Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal

Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas

Qui -quadrado

SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje

Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188

M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131

Haemulidae - 14308 0001 256 191 153

Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156

Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244

Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206

M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197

Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206

C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175

Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200

Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188

A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies

Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas

maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que

apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas

30

espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque

ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais

pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao

contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes

Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de

indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste

31

5 DISCUSSAtildeO

Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo

segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e

Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae

Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae

Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae

Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias

de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp

Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)

Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior

abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no

periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande

maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al

(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na

primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do

veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees

Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos

seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria

por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no

estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em

parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada

(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas

32

latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes

em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi

inferior a 1

Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria

(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo

representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas

triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute

Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos

ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan

(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia

sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)

A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira

mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do

rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido

Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia

reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia

Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de

dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo

podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio

33

Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo

encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp

Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)

Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que

1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois

apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas

concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido

2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa

principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio

Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros

dois pontos

3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos

apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-

quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu

Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo

diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo

da migraccedilatildeo das larvas de peixes

Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram

significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus

spp e Achirus sp (Tabela 9)

Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou

migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por

terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa

34

Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes

dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio

predominando em Caieiras (braccedilo norte)

As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia

quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies

migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna

daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele

permanecerem

As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo

podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu

posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque

quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais

abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo

norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce

proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave

estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp

parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo

norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o

fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo

rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do

estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do

que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas

espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)

35

6 CONCLUSOtildeES

O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna

ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e

Haemulidae

O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de

amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis

meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que

no braccedilo sul

As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial

heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou

distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae

O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por

espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos

estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus

spp

36

7 REFEREcircNCIAS

ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-

ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227

ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas

Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11

p53-65 1999

ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa

Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro

v14 no1 p121-134 1997

ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na

literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas

BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil

1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p

BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish

in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese

(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999

BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da

Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE

ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232

BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de

Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de

Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997

37

BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In

ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986

p35

CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p

CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada

da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia

Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal

Fluminense Rio de Janeiro 1998

CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino

do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185

1996

CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton

del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860

EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the

continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint

Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation

processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast

Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138

EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish

larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and

Marine Research v47 no 3 p183-200 1999

FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north

Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest

Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II

Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p

38

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p

FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998

FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition

and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114

HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed

Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207

HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna

ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282

HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two

North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179

HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean

fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46

p383-488

HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or

kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the

Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington

1934 v 48 p41-117

HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of

some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938

v48 p505-642

39

IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do

ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-

AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo

Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22

JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed

Paris UNESCO 1998 193 p

JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina

Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine

Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752

JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in

Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998

KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance

and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)

Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego

Academic Press 1996 p 235-255

LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats

Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253

LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier

Scientific Publishing Company 1983 419p

LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South

Wales University Press 1989 370 p

MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast

Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p

40

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V

Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p

MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla

American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p

MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel

Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish

recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish

conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54

OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos

decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297

PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema

estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205

RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history

stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel

http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]

ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge

University Press 1995 439p

SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de

Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77

1980

SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de

Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -

41

Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-

300 1982

SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New

York Chanticleer 1997 720p

SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei

Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western

Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012

SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das

Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia

Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998

SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do

ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de

Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991

WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese

(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata

Argentina 1981

WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de

Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117

WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the

eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24

v39 p141-201

ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999

42

Anexo A

(a)

(b)

(c)

Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)

43

Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas

Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm

Page 30: O ICTIOPLÂNCTON DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-AÇU, ES. · cada ponto foram feitos três arrastos com rede tipo bongô de malha 333 µm, com três minutos de duração cada. Foram

29

Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior

abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp

Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia

(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus

sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas

espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se

larvas muito jovens indicando que podem ser residentes

Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal

Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas

Qui -quadrado

SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje

Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188

M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131

Haemulidae - 14308 0001 256 191 153

Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156

Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244

Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206

M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197

Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206

C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175

Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200

Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188

A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies

Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas

maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que

apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas

30

espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque

ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais

pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao

contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes

Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de

indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste

31

5 DISCUSSAtildeO

Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo

segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e

Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae

Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae

Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae

Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias

de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp

Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)

Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior

abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no

periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande

maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al

(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na

primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do

veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees

Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos

seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria

por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no

estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em

parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada

(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas

32

latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes

em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi

inferior a 1

Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria

(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo

representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas

triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute

Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos

ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan

(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia

sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)

A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira

mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do

rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido

Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia

reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia

Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de

dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo

podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio

33

Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo

encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp

Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)

Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que

1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois

apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas

concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido

2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa

principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio

Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros

dois pontos

3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos

apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-

quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu

Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo

diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo

da migraccedilatildeo das larvas de peixes

Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram

significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus

spp e Achirus sp (Tabela 9)

Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou

migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por

terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa

34

Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes

dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio

predominando em Caieiras (braccedilo norte)

As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia

quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies

migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna

daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele

permanecerem

As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo

podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu

posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque

quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais

abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo

norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce

proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave

estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp

parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo

norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o

fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo

rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do

estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do

que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas

espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)

35

6 CONCLUSOtildeES

O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna

ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e

Haemulidae

O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de

amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis

meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que

no braccedilo sul

As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial

heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou

distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae

O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por

espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos

estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus

spp

36

7 REFEREcircNCIAS

ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-

ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227

ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas

Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11

p53-65 1999

ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa

Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro

v14 no1 p121-134 1997

ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na

literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas

BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil

1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p

BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish

in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese

(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999

BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da

Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE

ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232

BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de

Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de

Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997

37

BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In

ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986

p35

CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p

CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada

da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia

Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal

Fluminense Rio de Janeiro 1998

CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino

do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185

1996

CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton

del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860

EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the

continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint

Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation

processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast

Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138

EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish

larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and

Marine Research v47 no 3 p183-200 1999

FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north

Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest

Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II

Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p

38

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p

FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998

FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition

and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114

HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed

Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207

HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna

ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282

HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two

North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179

HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean

fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46

p383-488

HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or

kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the

Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington

1934 v 48 p41-117

HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of

some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938

v48 p505-642

39

IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do

ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-

AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo

Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22

JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed

Paris UNESCO 1998 193 p

JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina

Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine

Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752

JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in

Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998

KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance

and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)

Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego

Academic Press 1996 p 235-255

LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats

Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253

LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier

Scientific Publishing Company 1983 419p

LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South

Wales University Press 1989 370 p

MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast

Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p

40

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V

Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p

MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla

American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p

MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel

Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish

recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish

conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54

OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos

decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297

PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema

estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205

RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history

stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel

http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]

ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge

University Press 1995 439p

SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de

Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77

1980

SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de

Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -

41

Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-

300 1982

SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New

York Chanticleer 1997 720p

SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei

Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western

Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012

SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das

Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia

Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998

SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do

ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de

Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991

WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese

(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata

Argentina 1981

WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de

Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117

WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the

eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24

v39 p141-201

ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999

42

Anexo A

(a)

(b)

(c)

Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)

43

Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas

Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm

Page 31: O ICTIOPLÂNCTON DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-AÇU, ES. · cada ponto foram feitos três arrastos com rede tipo bongô de malha 333 µm, com três minutos de duração cada. Foram

30

espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque

ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais

pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao

contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes

Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de

indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste

31

5 DISCUSSAtildeO

Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo

segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e

Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae

Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae

Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae

Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias

de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp

Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)

Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior

abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no

periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande

maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al

(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na

primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do

veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees

Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos

seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria

por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no

estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em

parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada

(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas

32

latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes

em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi

inferior a 1

Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria

(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo

representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas

triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute

Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos

ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan

(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia

sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)

A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira

mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do

rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido

Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia

reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia

Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de

dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo

podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio

33

Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo

encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp

Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)

Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que

1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois

apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas

concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido

2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa

principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio

Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros

dois pontos

3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos

apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-

quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu

Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo

diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo

da migraccedilatildeo das larvas de peixes

Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram

significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus

spp e Achirus sp (Tabela 9)

Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou

migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por

terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa

34

Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes

dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio

predominando em Caieiras (braccedilo norte)

As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia

quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies

migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna

daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele

permanecerem

As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo

podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu

posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque

quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais

abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo

norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce

proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave

estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp

parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo

norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o

fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo

rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do

estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do

que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas

espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)

35

6 CONCLUSOtildeES

O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna

ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e

Haemulidae

O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de

amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis

meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que

no braccedilo sul

As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial

heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou

distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae

O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por

espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos

estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus

spp

36

7 REFEREcircNCIAS

ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-

ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227

ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas

Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11

p53-65 1999

ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa

Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro

v14 no1 p121-134 1997

ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na

literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas

BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil

1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p

BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish

in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese

(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999

BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da

Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE

ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232

BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de

Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de

Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997

37

BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In

ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986

p35

CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p

CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada

da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia

Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal

Fluminense Rio de Janeiro 1998

CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino

do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185

1996

CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton

del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860

EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the

continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint

Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation

processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast

Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138

EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish

larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and

Marine Research v47 no 3 p183-200 1999

FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north

Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest

Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II

Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p

38

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p

FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998

FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition

and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114

HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed

Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207

HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna

ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282

HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two

North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179

HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean

fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46

p383-488

HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or

kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the

Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington

1934 v 48 p41-117

HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of

some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938

v48 p505-642

39

IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do

ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-

AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo

Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22

JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed

Paris UNESCO 1998 193 p

JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina

Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine

Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752

JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in

Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998

KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance

and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)

Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego

Academic Press 1996 p 235-255

LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats

Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253

LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier

Scientific Publishing Company 1983 419p

LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South

Wales University Press 1989 370 p

MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast

Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p

40

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V

Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p

MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla

American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p

MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel

Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish

recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish

conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54

OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos

decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297

PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema

estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205

RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history

stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel

http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]

ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge

University Press 1995 439p

SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de

Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77

1980

SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de

Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -

41

Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-

300 1982

SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New

York Chanticleer 1997 720p

SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei

Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western

Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012

SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das

Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia

Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998

SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do

ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de

Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991

WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese

(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata

Argentina 1981

WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de

Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117

WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the

eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24

v39 p141-201

ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999

42

Anexo A

(a)

(b)

(c)

Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)

43

Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas

Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm

Page 32: O ICTIOPLÂNCTON DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-AÇU, ES. · cada ponto foram feitos três arrastos com rede tipo bongô de malha 333 µm, com três minutos de duração cada. Foram

31

5 DISCUSSAtildeO

Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo

segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e

Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae

Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae

Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae

Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias

de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp

Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)

Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior

abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no

periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande

maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al

(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na

primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do

veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees

Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos

seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria

por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no

estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em

parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada

(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas

32

latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes

em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi

inferior a 1

Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria

(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo

representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas

triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute

Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos

ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan

(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia

sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)

A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira

mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do

rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido

Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia

reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia

Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de

dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo

podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio

33

Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo

encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp

Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)

Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que

1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois

apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas

concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido

2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa

principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio

Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros

dois pontos

3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos

apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-

quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu

Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo

diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo

da migraccedilatildeo das larvas de peixes

Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram

significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus

spp e Achirus sp (Tabela 9)

Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou

migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por

terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa

34

Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes

dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio

predominando em Caieiras (braccedilo norte)

As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia

quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies

migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna

daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele

permanecerem

As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo

podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu

posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque

quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais

abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo

norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce

proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave

estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp

parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo

norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o

fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo

rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do

estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do

que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas

espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)

35

6 CONCLUSOtildeES

O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna

ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e

Haemulidae

O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de

amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis

meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que

no braccedilo sul

As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial

heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou

distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae

O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por

espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos

estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus

spp

36

7 REFEREcircNCIAS

ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-

ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227

ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas

Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11

p53-65 1999

ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa

Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro

v14 no1 p121-134 1997

ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na

literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas

BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil

1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p

BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish

in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese

(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999

BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da

Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE

ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232

BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de

Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de

Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997

37

BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In

ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986

p35

CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p

CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada

da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia

Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal

Fluminense Rio de Janeiro 1998

CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino

do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185

1996

CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton

del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860

EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the

continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint

Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation

processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast

Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138

EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish

larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and

Marine Research v47 no 3 p183-200 1999

FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north

Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest

Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II

Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p

38

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p

FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998

FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition

and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114

HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed

Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207

HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna

ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282

HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two

North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179

HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean

fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46

p383-488

HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or

kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the

Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington

1934 v 48 p41-117

HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of

some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938

v48 p505-642

39

IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do

ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-

AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo

Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22

JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed

Paris UNESCO 1998 193 p

JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina

Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine

Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752

JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in

Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998

KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance

and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)

Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego

Academic Press 1996 p 235-255

LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats

Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253

LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier

Scientific Publishing Company 1983 419p

LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South

Wales University Press 1989 370 p

MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast

Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p

40

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V

Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p

MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla

American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p

MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel

Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish

recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish

conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54

OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos

decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297

PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema

estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205

RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history

stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel

http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]

ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge

University Press 1995 439p

SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de

Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77

1980

SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de

Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -

41

Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-

300 1982

SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New

York Chanticleer 1997 720p

SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei

Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western

Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012

SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das

Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia

Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998

SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do

ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de

Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991

WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese

(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata

Argentina 1981

WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de

Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117

WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the

eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24

v39 p141-201

ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999

42

Anexo A

(a)

(b)

(c)

Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)

43

Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas

Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm

Page 33: O ICTIOPLÂNCTON DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-AÇU, ES. · cada ponto foram feitos três arrastos com rede tipo bongô de malha 333 µm, com três minutos de duração cada. Foram

32

latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes

em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi

inferior a 1

Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria

(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo

representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas

triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute

Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos

ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan

(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia

sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)

A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira

mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da

Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do

rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido

Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia

reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia

Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de

dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo

podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio

33

Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo

encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp

Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)

Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que

1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois

apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas

concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido

2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa

principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio

Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros

dois pontos

3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos

apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-

quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu

Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo

diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo

da migraccedilatildeo das larvas de peixes

Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram

significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus

spp e Achirus sp (Tabela 9)

Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou

migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por

terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa

34

Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes

dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio

predominando em Caieiras (braccedilo norte)

As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia

quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies

migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna

daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele

permanecerem

As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo

podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu

posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque

quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais

abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo

norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce

proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave

estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp

parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo

norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o

fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo

rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do

estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do

que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas

espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)

35

6 CONCLUSOtildeES

O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna

ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e

Haemulidae

O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de

amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis

meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que

no braccedilo sul

As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial

heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou

distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae

O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por

espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos

estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus

spp

36

7 REFEREcircNCIAS

ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-

ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227

ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas

Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11

p53-65 1999

ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa

Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro

v14 no1 p121-134 1997

ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na

literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas

BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil

1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p

BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish

in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese

(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999

BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da

Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE

ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232

BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de

Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de

Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997

37

BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In

ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986

p35

CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p

CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada

da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia

Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal

Fluminense Rio de Janeiro 1998

CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino

do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185

1996

CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton

del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860

EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the

continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint

Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation

processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast

Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138

EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish

larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and

Marine Research v47 no 3 p183-200 1999

FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north

Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest

Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II

Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p

38

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p

FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998

FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition

and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114

HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed

Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207

HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna

ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282

HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two

North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179

HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean

fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46

p383-488

HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or

kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the

Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington

1934 v 48 p41-117

HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of

some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938

v48 p505-642

39

IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do

ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-

AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo

Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22

JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed

Paris UNESCO 1998 193 p

JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina

Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine

Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752

JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in

Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998

KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance

and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)

Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego

Academic Press 1996 p 235-255

LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats

Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253

LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier

Scientific Publishing Company 1983 419p

LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South

Wales University Press 1989 370 p

MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast

Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p

40

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V

Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p

MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla

American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p

MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel

Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish

recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish

conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54

OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos

decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297

PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema

estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205

RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history

stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel

http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]

ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge

University Press 1995 439p

SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de

Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77

1980

SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de

Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -

41

Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-

300 1982

SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New

York Chanticleer 1997 720p

SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei

Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western

Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012

SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das

Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia

Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998

SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do

ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de

Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991

WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese

(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata

Argentina 1981

WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de

Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117

WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the

eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24

v39 p141-201

ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999

42

Anexo A

(a)

(b)

(c)

Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)

43

Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas

Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm

Page 34: O ICTIOPLÂNCTON DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-AÇU, ES. · cada ponto foram feitos três arrastos com rede tipo bongô de malha 333 µm, com três minutos de duração cada. Foram

33

Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo

encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp

Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)

Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que

1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois

apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas

concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido

2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa

principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio

Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros

dois pontos

3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos

apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-

quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu

Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo

diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo

da migraccedilatildeo das larvas de peixes

Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram

significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus

spp e Achirus sp (Tabela 9)

Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou

migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por

terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa

34

Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes

dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio

predominando em Caieiras (braccedilo norte)

As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia

quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies

migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna

daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele

permanecerem

As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo

podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu

posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque

quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais

abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo

norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce

proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave

estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp

parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo

norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o

fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo

rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do

estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do

que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas

espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)

35

6 CONCLUSOtildeES

O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna

ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e

Haemulidae

O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de

amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis

meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que

no braccedilo sul

As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial

heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou

distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae

O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por

espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos

estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus

spp

36

7 REFEREcircNCIAS

ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-

ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227

ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas

Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11

p53-65 1999

ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa

Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro

v14 no1 p121-134 1997

ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na

literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas

BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil

1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p

BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish

in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese

(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999

BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da

Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE

ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232

BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de

Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de

Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997

37

BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In

ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986

p35

CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p

CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada

da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia

Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal

Fluminense Rio de Janeiro 1998

CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino

do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185

1996

CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton

del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860

EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the

continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint

Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation

processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast

Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138

EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish

larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and

Marine Research v47 no 3 p183-200 1999

FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north

Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest

Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II

Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p

38

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p

FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998

FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition

and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114

HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed

Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207

HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna

ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282

HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two

North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179

HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean

fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46

p383-488

HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or

kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the

Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington

1934 v 48 p41-117

HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of

some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938

v48 p505-642

39

IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do

ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-

AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo

Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22

JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed

Paris UNESCO 1998 193 p

JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina

Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine

Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752

JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in

Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998

KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance

and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)

Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego

Academic Press 1996 p 235-255

LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats

Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253

LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier

Scientific Publishing Company 1983 419p

LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South

Wales University Press 1989 370 p

MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast

Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p

40

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V

Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p

MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla

American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p

MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel

Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish

recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish

conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54

OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos

decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297

PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema

estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205

RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history

stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel

http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]

ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge

University Press 1995 439p

SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de

Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77

1980

SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de

Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -

41

Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-

300 1982

SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New

York Chanticleer 1997 720p

SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei

Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western

Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012

SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das

Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia

Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998

SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do

ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de

Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991

WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese

(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata

Argentina 1981

WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de

Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117

WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the

eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24

v39 p141-201

ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999

42

Anexo A

(a)

(b)

(c)

Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)

43

Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas

Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm

Page 35: O ICTIOPLÂNCTON DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-AÇU, ES. · cada ponto foram feitos três arrastos com rede tipo bongô de malha 333 µm, com três minutos de duração cada. Foram

34

Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes

dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio

predominando em Caieiras (braccedilo norte)

As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia

quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies

migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna

daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele

permanecerem

As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo

podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu

posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque

quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais

abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo

norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce

proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave

estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp

parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo

norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o

fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo

rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do

estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do

que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas

espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)

35

6 CONCLUSOtildeES

O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna

ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e

Haemulidae

O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de

amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis

meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que

no braccedilo sul

As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial

heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou

distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae

O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por

espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos

estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus

spp

36

7 REFEREcircNCIAS

ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-

ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227

ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas

Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11

p53-65 1999

ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa

Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro

v14 no1 p121-134 1997

ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na

literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas

BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil

1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p

BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish

in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese

(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999

BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da

Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE

ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232

BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de

Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de

Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997

37

BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In

ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986

p35

CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p

CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada

da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia

Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal

Fluminense Rio de Janeiro 1998

CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino

do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185

1996

CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton

del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860

EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the

continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint

Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation

processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast

Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138

EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish

larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and

Marine Research v47 no 3 p183-200 1999

FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north

Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest

Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II

Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p

38

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p

FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998

FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition

and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114

HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed

Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207

HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna

ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282

HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two

North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179

HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean

fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46

p383-488

HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or

kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the

Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington

1934 v 48 p41-117

HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of

some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938

v48 p505-642

39

IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do

ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-

AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo

Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22

JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed

Paris UNESCO 1998 193 p

JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina

Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine

Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752

JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in

Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998

KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance

and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)

Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego

Academic Press 1996 p 235-255

LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats

Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253

LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier

Scientific Publishing Company 1983 419p

LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South

Wales University Press 1989 370 p

MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast

Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p

40

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V

Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p

MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla

American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p

MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel

Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish

recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish

conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54

OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos

decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297

PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema

estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205

RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history

stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel

http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]

ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge

University Press 1995 439p

SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de

Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77

1980

SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de

Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -

41

Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-

300 1982

SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New

York Chanticleer 1997 720p

SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei

Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western

Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012

SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das

Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia

Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998

SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do

ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de

Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991

WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese

(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata

Argentina 1981

WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de

Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117

WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the

eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24

v39 p141-201

ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999

42

Anexo A

(a)

(b)

(c)

Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)

43

Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas

Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm

Page 36: O ICTIOPLÂNCTON DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-AÇU, ES. · cada ponto foram feitos três arrastos com rede tipo bongô de malha 333 µm, com três minutos de duração cada. Foram

35

6 CONCLUSOtildeES

O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna

ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e

Haemulidae

O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de

amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis

meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que

no braccedilo sul

As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial

heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou

distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae

O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por

espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos

estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus

spp

36

7 REFEREcircNCIAS

ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-

ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227

ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas

Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11

p53-65 1999

ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa

Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro

v14 no1 p121-134 1997

ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na

literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas

BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil

1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p

BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish

in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese

(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999

BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da

Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE

ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232

BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de

Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de

Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997

37

BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In

ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986

p35

CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p

CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada

da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia

Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal

Fluminense Rio de Janeiro 1998

CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino

do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185

1996

CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton

del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860

EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the

continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint

Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation

processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast

Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138

EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish

larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and

Marine Research v47 no 3 p183-200 1999

FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north

Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest

Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II

Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p

38

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p

FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998

FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition

and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114

HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed

Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207

HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna

ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282

HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two

North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179

HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean

fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46

p383-488

HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or

kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the

Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington

1934 v 48 p41-117

HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of

some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938

v48 p505-642

39

IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do

ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-

AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo

Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22

JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed

Paris UNESCO 1998 193 p

JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina

Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine

Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752

JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in

Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998

KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance

and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)

Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego

Academic Press 1996 p 235-255

LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats

Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253

LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier

Scientific Publishing Company 1983 419p

LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South

Wales University Press 1989 370 p

MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast

Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p

40

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V

Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p

MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla

American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p

MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel

Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish

recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish

conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54

OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos

decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297

PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema

estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205

RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history

stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel

http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]

ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge

University Press 1995 439p

SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de

Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77

1980

SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de

Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -

41

Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-

300 1982

SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New

York Chanticleer 1997 720p

SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei

Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western

Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012

SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das

Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia

Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998

SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do

ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de

Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991

WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese

(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata

Argentina 1981

WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de

Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117

WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the

eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24

v39 p141-201

ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999

42

Anexo A

(a)

(b)

(c)

Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)

43

Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas

Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm

Page 37: O ICTIOPLÂNCTON DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-AÇU, ES. · cada ponto foram feitos três arrastos com rede tipo bongô de malha 333 µm, com três minutos de duração cada. Foram

36

7 REFEREcircNCIAS

ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-

ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227

ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas

Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11

p53-65 1999

ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa

Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro

v14 no1 p121-134 1997

ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na

literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas

BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil

1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p

BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish

in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese

(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999

BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da

Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE

ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232

BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de

Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de

Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997

37

BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In

ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986

p35

CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p

CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada

da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia

Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal

Fluminense Rio de Janeiro 1998

CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino

do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185

1996

CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton

del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860

EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the

continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint

Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation

processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast

Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138

EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish

larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and

Marine Research v47 no 3 p183-200 1999

FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north

Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest

Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II

Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p

38

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p

FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998

FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition

and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114

HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed

Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207

HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna

ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282

HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two

North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179

HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean

fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46

p383-488

HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or

kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the

Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington

1934 v 48 p41-117

HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of

some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938

v48 p505-642

39

IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do

ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-

AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo

Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22

JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed

Paris UNESCO 1998 193 p

JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina

Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine

Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752

JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in

Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998

KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance

and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)

Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego

Academic Press 1996 p 235-255

LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats

Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253

LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier

Scientific Publishing Company 1983 419p

LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South

Wales University Press 1989 370 p

MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast

Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p

40

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V

Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p

MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla

American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p

MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel

Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish

recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish

conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54

OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos

decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297

PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema

estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205

RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history

stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel

http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]

ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge

University Press 1995 439p

SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de

Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77

1980

SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de

Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -

41

Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-

300 1982

SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New

York Chanticleer 1997 720p

SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei

Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western

Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012

SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das

Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia

Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998

SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do

ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de

Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991

WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese

(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata

Argentina 1981

WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de

Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117

WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the

eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24

v39 p141-201

ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999

42

Anexo A

(a)

(b)

(c)

Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)

43

Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas

Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm

Page 38: O ICTIOPLÂNCTON DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-AÇU, ES. · cada ponto foram feitos três arrastos com rede tipo bongô de malha 333 µm, com três minutos de duração cada. Foram

37

BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In

ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986

p35

CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p

CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada

da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia

Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal

Fluminense Rio de Janeiro 1998

CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino

do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185

1996

CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton

del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860

EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the

continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint

Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation

processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast

Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138

EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish

larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and

Marine Research v47 no 3 p183-200 1999

FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north

Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest

Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II

Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p

38

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p

FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998

FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition

and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114

HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed

Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207

HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna

ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282

HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two

North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179

HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean

fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46

p383-488

HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or

kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the

Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington

1934 v 48 p41-117

HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of

some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938

v48 p505-642

39

IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do

ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-

AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo

Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22

JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed

Paris UNESCO 1998 193 p

JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina

Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine

Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752

JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in

Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998

KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance

and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)

Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego

Academic Press 1996 p 235-255

LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats

Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253

LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier

Scientific Publishing Company 1983 419p

LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South

Wales University Press 1989 370 p

MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast

Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p

40

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V

Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p

MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla

American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p

MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel

Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish

recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish

conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54

OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos

decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297

PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema

estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205

RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history

stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel

http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]

ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge

University Press 1995 439p

SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de

Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77

1980

SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de

Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -

41

Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-

300 1982

SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New

York Chanticleer 1997 720p

SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei

Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western

Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012

SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das

Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia

Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998

SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do

ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de

Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991

WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese

(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata

Argentina 1981

WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de

Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117

WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the

eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24

v39 p141-201

ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999

42

Anexo A

(a)

(b)

(c)

Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)

43

Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas

Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm

Page 39: O ICTIOPLÂNCTON DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-AÇU, ES. · cada ponto foram feitos três arrastos com rede tipo bongô de malha 333 µm, com três minutos de duração cada. Foram

38

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p

FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p

FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998

FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition

and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114

HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed

Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207

HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna

ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282

HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two

North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179

HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean

fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46

p383-488

HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or

kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the

Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington

1934 v 48 p41-117

HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of

some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938

v48 p505-642

39

IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do

ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-

AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo

Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22

JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed

Paris UNESCO 1998 193 p

JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina

Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine

Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752

JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in

Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998

KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance

and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)

Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego

Academic Press 1996 p 235-255

LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats

Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253

LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier

Scientific Publishing Company 1983 419p

LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South

Wales University Press 1989 370 p

MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast

Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p

40

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V

Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p

MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla

American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p

MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel

Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish

recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish

conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54

OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos

decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297

PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema

estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205

RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history

stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel

http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]

ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge

University Press 1995 439p

SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de

Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77

1980

SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de

Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -

41

Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-

300 1982

SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New

York Chanticleer 1997 720p

SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei

Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western

Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012

SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das

Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia

Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998

SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do

ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de

Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991

WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese

(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata

Argentina 1981

WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de

Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117

WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the

eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24

v39 p141-201

ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999

42

Anexo A

(a)

(b)

(c)

Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)

43

Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas

Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm

Page 40: O ICTIOPLÂNCTON DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-AÇU, ES. · cada ponto foram feitos três arrastos com rede tipo bongô de malha 333 µm, com três minutos de duração cada. Foram

39

IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do

ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-

AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo

Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22

JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed

Paris UNESCO 1998 193 p

JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina

Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine

Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752

JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in

Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998

KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance

and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)

Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego

Academic Press 1996 p 235-255

LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats

Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253

LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier

Scientific Publishing Company 1983 419p

LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South

Wales University Press 1989 370 p

MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast

Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -

IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p

40

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V

Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p

MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla

American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p

MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel

Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish

recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish

conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54

OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos

decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297

PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema

estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205

RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history

stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel

http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]

ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge

University Press 1995 439p

SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de

Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77

1980

SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de

Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -

41

Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-

300 1982

SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New

York Chanticleer 1997 720p

SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei

Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western

Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012

SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das

Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia

Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998

SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do

ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de

Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991

WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese

(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata

Argentina 1981

WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de

Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117

WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the

eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24

v39 p141-201

ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999

42

Anexo A

(a)

(b)

(c)

Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)

43

Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas

Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm

Page 41: O ICTIOPLÂNCTON DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-AÇU, ES. · cada ponto foram feitos três arrastos com rede tipo bongô de malha 333 µm, com três minutos de duração cada. Foram

40

MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V

Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p

MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla

American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p

MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel

Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish

recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish

conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54

OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos

decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA

SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987

Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297

PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema

estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205

RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history

stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel

http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]

ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge

University Press 1995 439p

SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de

Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77

1980

SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de

Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -

41

Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-

300 1982

SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New

York Chanticleer 1997 720p

SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei

Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western

Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012

SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das

Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia

Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998

SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do

ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de

Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991

WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese

(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata

Argentina 1981

WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de

Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117

WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the

eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24

v39 p141-201

ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999

42

Anexo A

(a)

(b)

(c)

Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)

43

Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas

Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm

Page 42: O ICTIOPLÂNCTON DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-AÇU, ES. · cada ponto foram feitos três arrastos com rede tipo bongô de malha 333 µm, com três minutos de duração cada. Foram

41

Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-

300 1982

SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New

York Chanticleer 1997 720p

SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei

Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western

Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012

SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das

Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia

Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998

SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do

ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de

Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991

WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese

(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata

Argentina 1981

WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de

Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa

dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117

WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the

eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24

v39 p141-201

ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999

42

Anexo A

(a)

(b)

(c)

Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)

43

Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas

Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm

Page 43: O ICTIOPLÂNCTON DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-AÇU, ES. · cada ponto foram feitos três arrastos com rede tipo bongô de malha 333 µm, com três minutos de duração cada. Foram

42

Anexo A

(a)

(b)

(c)

Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)

43

Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas

Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm

Page 44: O ICTIOPLÂNCTON DO ESTUÁRIO DO RIO PIRAQUÊ-AÇU, ES. · cada ponto foram feitos três arrastos com rede tipo bongô de malha 333 µm, com três minutos de duração cada. Foram

43

Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas

Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm