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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo NIVALDO ALVES DE FARIA O IMPACTO DOS CONGESTIONAMENTOS URBANOS NO CUSTO DA DISTRIBUIÇÃO FÍSICA DE PRODUTOS. CAMPINAS 2016

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo

NIVALDO ALVES DE FARIA

O IMPACTO DOS CONGESTIONAMENTOS

URBANOS NO CUSTO DA DISTRIBUIÇÃO FÍSICA DE

PRODUTOS.

CAMPINAS

2016

ii

NIVALDO ALVES DE FARIA

O IMPACTO DOS CONGESTIONAMENTOS

URBANOS NO CUSTO DA DISTRIBUIÇÃO FÍSICA DE

PRODUTOS.

Dissertação de Mestrado apresentada a

Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura

e Urbanismo da Unicamp, para obtenção do

título de Mestre em Engenharia Civil, na

área de Transportes.

CAMPINAS

2016

iii

iv

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL, ARQUITETURA E URBANISMO

O IMPACTO DOS CONGESTIONAMENTOS URBANOS NO

CUSTO DA DISTRIBUIÇÃO FÍSICA DE PRODUTOS.

NIVALDO ALVES DE FARIA

Dissertação de Mestrado aprovada pela Banca Examinadora, constituída por:

Profa. Dra. Maria Teresa Françoso Presidente e Orientadora/FEC/UNICAMP

Prof. Dr. Paulo Cesar Lima Segantine EESC/USP

Prof. Dr. Carlos Alberto Bandeira Guimarães FEC/UNICAMP

A Ata da defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se no processo de vida acadêmica do aluno.

Campinas, 05 de dezembro de 2016.

v

Dedicatória

Aos meus pais Cipriano Firmo de Faria (In memorian) e Alba Alves de Faria que,

mesmo analfabetos, sempre incentivaram o desenvolvimento intelectual de seus filhos.

À minha esposa (Marcelina) e filhas (Camila e Marina) pelo especial carinho,

atenção e compreensão nos momentos de ausência.

À Laura, minha neta querida.

Ao Vitor pela segurança e amor que transmite à sua família.

Aos profissionais de logística e, em particular, aos transportadores autônomos

(carreteiros) que contribuem para o desenvolvimento da nação e exercem suas funções com

muita dedicação.

vi

Agradecimentos

A Deus, pela sabedoria, proteção, saúde e ensino.

A Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, nossa mãe e intercessora nos

momentos de dificuldade.

À Profa. Dra. Maria Teresa Françoso, pela generosidade na orientação, atenção e

compreensão no desenvolvimento deste trabalho.

Ao Prof. Dr. Orlando Fontes Lima Júnior, pela receptividade com que nos recebeu na

Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, no curso de pós-graduação.

Ao Prof. Dr. Carlos Alberto Bandeira Guimarães, pela compreensão nas dificuldades

encontradas na coleta de dados para concretização dos objetivos e metas definidos com os

agentes colaboradores desta pesquisa, além dos ensinamentos ao longo das aulas.

Ao Prof. Dr. Eduardo Alcântara de Vasconcelos, pelos encontros proporcionados na

sede da Associação Nacional dos Transportes Públicos – ANTP e pelo direcionamento do

resultado esperado no plano da pesquisa.

Agradecemos a todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para que

pudéssemos concluir o projeto de pesquisa e auxiliaram, no todo ou em parte, na busca de

alternativas para redução do impacto dos congestionamentos no transporte rodoviário de

cargas em centros urbanos.

vii

O temor a Deus é o princípio de

toda sabedoria.

Provérbios 1:7

Quem respeita a sua mãe é como

alguém que ajunta tesouros. Quem

honra o seu pai, será respeitado

pelos seus filhos, e quando rezar

será atendido.

Eclesiásticos 3, 4-5

viii

Resumo

Faria, Nivaldo Alves de. “O impacto dos congestionamentos urbanos no custo da distribuição

física de produtos”. Campinas, Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo -

Universidade Estadual de Campinas, 2016. 110 páginas. Dissertação de Mestrado.

O transporte rodoviário de cargas no Brasil é uma das atividades estratégicas da economia,

desde a chegada da indústria automobilística no país e dos respectivos incentivos concedidos

pelos governos estaduais e federal, no início do século XX. Várias organizações têm buscado

disciplinar a composição de custos para auxiliar prestadores de serviços logísticos e

transportadores autônomos (carreteiros), porém o impacto dos congestionamentos urbanos e a

variabilidade do tempo de viagem nessa atividade reduz sensivelmente a competitividade de

produtos e serviços, principalmente quando essas operações ocorrem nos grandes centros

urbanos do país. O objetivo desta pesquisa é apontar oportunidades de redução no custo de

autopeças para a montadora e o consequente repasse desses valores aos agentes intervenientes

no gerenciamento da cadeia de suprimentos, chegando-se aos consumidores finais, utilizando

método quantitativos e qualitativos, desenvolvidos por instituições de ensino superior e

órgãos representantes dos mais variados setores da indústria e serviços. O estudo de caso

limita-se ao trajeto da rota Guarulhos/SP (origem) a São Bernardo do Campo/SP (destino),

quantificando, em termos percentual e monetário, o valor da redução no custo do frete com

base em modelos matemáticos e coletas de dados por meio de sistemas de monitoramento por

satélites.

Palavras-chave: Custos logísticos. Congestionamentos. Transporte rodoviário de cargas.

ix

Abstract

Faria, Nivaldo Alves de. “The impact of urban traffic jam on the cost of goods distribution”.

Campinas. School of Civil Engineering, Architecture and Urban Design – State University of

Campinas, 2016. 110 pages. Master’s Degree Dissertation.

Highway cargo transportation in Brazil is one of the strategic economy activities since the

arrival of the automobile industry in the country and the respective incentives granted by State

and Federal governments at the beginning of the 20th

century. Various organizations have

tried to bring the costs to assist providers of logistic services and independent carriers (truck

drivers) under control, however the impact of traffic jams and the variability of travel time in

this activity reduces the competitiveness of products and services, especially when these

operations take place in the large urban centers of the country. The objective of this research

is to indicate opportunities in the reduction of the cost of car parts for the automobile industry

and consequently transfer these values to the mediation agents in the management of the

supply chain, arriving at the final consumers of the product using the methods developed by

higher education institutions and bodies representatives of the most varied sectors in the

industry and services. The case study has been limited to the path of the route Guarulhos/SP

(source) to São Bernardo do Campo/SP (target) quantifying in percentage and monetary terms

the value of the reduction of cost freight based on mathematic models and collection data

through monitoring systems for satellites.

Keywords: Logistics costs. Traffic jams. Road cargo transportation.

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Lista de figuras

Figura 2.1 – A cadeia de suprimentos ...................................................................................... 22

Figura 2.2 – Interfaces do sistema de logística integrada ......................................................... 26

Figura 3.1 – Custos comerciais – Marketing e Logística ......................................................... 29

Figura 3.2 - Relação tempo de espera sobre a distância da rota ............................................... 37

Figura 5.1 – Estrutura lógica do método científico .................................................................. 54

Figura 6.1 – Congestionamentos na Região Metropolitana de São Paulo................................ 59

Figura 6.2 – Produção de veículos automotores ....................................................................... 60

Figura 6.3 - Consumo de óleo diesel - SP ................................................................................ 61

Figura 6.4 – Vista parcial das instalações do fornecedor de autopeças .................................... 65

Figura 6.5 – Descarregamento de embalagens vazias .............................................................. 73

Figura 6.6 – Trajeto da rota ...................................................................................................... 75

Figura 6.7 – Expedição de motores .......................................................................................... 78

Figura 6.8 – Carregamento de motores .................................................................................... 79

Figura 6.9 – Nível de serviço da rota - Origem ........................................................................ 80

Figura 6.10 – Nível de serviço da rota - Destino ...................................................................... 81

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Lista de tabelas

Tabela 4.1 – Nível de serviços da rodovia................................................................................ 47

Tabela 6.1 – Variáveis e parâmetros de cálculo da tarifa - parte 1........................................... 83

Tabela 6.2 – Variáveis e parâmetros de cálculo da tarifa - parte 2........................................... 84

Tabela 6.3 – Cálculo do custo fixo mensal - parte 1 ................................................................ 85

Tabela 6.4 – Cálculo do custo fixo mensal - parte 2 ................................................................ 86

Tabela 6.5 – Cálculo do custo variável mensal - parte 1 .......................................................... 87

Tabela 6.6 – Cálculo do custo variável mensal - parte 2 .......................................................... 88

Tabela 6.7 – Tabela de custo de frete ....................................................................................... 90

Tabela 6.9 – Viagem sem congestionamento ........................................................................... 94

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Sumário

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 14

1.1. Objetivo ........................................................................................................................... 17

1.2. Estrutura do trabalho ....................................................................................................... 17

1.3. Contextualização do problema ........................................................................................ 18

2. A CADEIA DE SUPRIMENTOS ................................................................................... 20

2.1 Estratégias de produção................................................................................................... 24

2.2 A interface da logística empresarial ................................................................................ 26

3. O CUSTO DO TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS .................................... 28

3.1 Condicionantes do tempo de viagem no componente do custo ...................................... 38

3.2 O custo da variabilidade do tempo .................................................................................. 40

4. O CONCEITO DE CONGESTIONAMENTO ............................................................... 43

4.1 Nível de serviço da rede de transporte ............................................................................ 45

5. MÉTODO DE TRABALHO........................................................................................... 49

5.1 Etapas da pesquisa........................................................................................................... 51

5.2 Método científico ............................................................................................................ 53

5.3 Método de quantificação de custos logísticos ................................................................. 54

5.4 Tecnologia da informação logística ................................................................................ 55

5.4.1 Localização automática de veículos (AVL) .................................................................... 57

6. O ESTUDO DE CASO ................................................................................................... 59

6.1 Coleta, tratamento e análise de dados ............................................................................. 62

6.2 O fornecedor de autopeças .............................................................................................. 64

6.3 A montadora de veículos ................................................................................................. 67

6.4 Prestador de Serviços Logísticos (PSL) .......................................................................... 69

6.5 O sistema de monitoramento por satélites ...................................................................... 71

6.6 Estudo da rota utilizando recursos da plataforma ArcGis ............................................... 73

6.7 Plano de embarque – Expedição da carga/motores......................................................... 76

6.8 Cálculo do custo da rota .................................................................................................. 81

13

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES .................................................. 98

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 100

APÊNDICES .......................................................................................................................... 107

14

1. INTRODUÇÃO

A maior parte da movimentação de bens e serviços no Brasil concentra-se,

basicamente, em três modais: rodoviário, ferroviário e fluvial; além dos sistemas para

distribuição de intangíveis, tais como: telefonia, energia elétrica, gás, água e esgoto.

O sistema de transporte no país passa por um momento de transição em função

dos baixos investimentos do governo federal, além da possibilidade de outros modais

integrarem com maior eficiência a cadeia de suprimentos, após o processo de privatização de

portos e ferrovias, execução de obras de infraestrutura, fruto da iniciativa de embarcadores e

operadores logísticos.

Para a maioria das empresas, o transporte rodoviário é a parte da atividade

logística mais importante da cadeia da economia, simplesmente porque absorve, em média, de

um a dois terços dos custos e proporciona a entrega porta a porta (BALLOU, 2010). A

atividade de transportes no Brasil está em evolução, mas carente de profissionais com

conhecimento e sua gestão deve estabelecer a combinação do modal de transporte mais

adequado ao transporte, além da roteirização e a otimização da capacidade de carga dos

veículos.

Para Nazário (2011, p. 143): “[...] cada vez mais se busca redução nos custos

logísticos e maior confiabilidade no serviço prestado [...]”, sendo a intermodalidade,

alternativa para as empresas tornarem-se mais competitivas, mesmo para produtos/trechos

onde o modal rodoviário, apesar de predominar na matriz de transporte, não ser o mais

indicado, devido aos altos custos praticados por prestadores de serviços, principalmente em

áreas de maior densidade urbana.

Consideradas atividades de suporte, atualmente, os prestadores de serviços

logísticos buscam agregar, ao seu produto ‘transporte’, condições diferenciadas que as tornem

mais competitivas e capazes de manter-se entre os grandes grupos multinacionais que estão

ingressando no mercado nacional. Armazenagem, manuseio de materiais, compras,

embalagem protetora e manutenção de informação são alguns dos serviços oferecidos para

assegurar aos clientes melhor relacionamento com as atividades-chave (BALLOU, 2010).

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No Brasil, mais de 60% da carga é transportada pelo modal rodoviário, sendo o

Estado de São Paulo o maior responsável por esse movimento e a grande São Paulo exerce

importância marcante neste contexto (GEIPOT, 2000).

Para que se possa contribuir com a melhoria do sistema de transportes, três fatores

devem ser considerados de extrema importância nesse contexto (BALLOU, 2010):

a) intensificar a competitividade no mercado;

b) aumentar as economias de escala na produção e

c) reduzir os preços dos produtos em geral.

A escolha do modal rodoviário para a movimentação de cargas que poderiam

utilizar outras alternativas mais viáveis reside no fato de o frete situar-se em patamares muito

abaixo dos níveis razoáveis de remuneração do investimento promovido pelos prestadores

desse serviço.

As centrais de cargas, assim como sindicatos e representantes da categoria de

transporte rodoviário estão cientes e são responsáveis por uma atividade que demonstra

fundamental importância na economia do país e que é exercida por uma categoria

extremamente discriminada, até porque o grau de instrução desses profissionais é muito baixo

e algumas empresas exploram o transportador autônomo (carreteiro) de forma desumana,

remunerando-o com valores que não cobrem nem os custos de combustíveis do veículo. Mas,

para não ficarem parados à espera de melhores alternativas, os motoristas se submetem a tal

situação.

Os terminais urbanos de cargas, atuando como viabilizadores do frete retorno,

também exercem papel importante na atividade de transporte rodoviário, possibilitando a

união de esforços da produção e os prestadores de serviços logísticos, determinando os

atributos de custos e o nível de serviço desejado. Para Caixeta-Filho e Martins (2012), o valor

do frete para um destino onde o índice de congestionamento é acentuado poderá ser mais caro

que para outro destino, considerando igual quilometragem e as condições das estradas, pois a

entrega demandará mais tempo.

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No Brasil, cerca de 350 mil transportadores autônomos (carreteiros) não fazem

uma avaliação criteriosa de seus custos e, com isso, submete-se à prática de um valor de frete

que não condiz com a realidade. Cabe destacar que o custo de pedágio potencializa, ainda

mais, a pressão para aumentar essa competitividade em função do carreteiro buscar alternativa

e utilizar rotas que resulte em menor impacto em sua estrutura de frete.

Para Novaes (2007, p. 58): “[...] o transporte rodoviário de cargas no Brasil está

infestado de operadores arrivistas, sem a mínima experiência e tradição na área, e que

oferecem seus serviços às empresas com fretes excessivamente baixos” que, apesar da busca

constante pela redução de custos na logística, qualidade e confiabilidade dos serviços,

favorecem a entrada no país de grandes operadores logísticos internacionais. O resultado

dessa desastrosa competição é a inexpressiva evolução observada nos últimos anos,

favorecendo a entrada de grandes grupos internacionais, desestimulando a participação de

transportadoras nacionais (NOVAES, 2015).

Visando maior competitividade das empresas nacionais nesse setor, a decisão de

investir em transporte deve privilegiar os objetivos de desenvolvimento, tais como as regiões

estagnadas ou aquelas em que o crescimento é limitado pelo incremento da demanda pois, em

quaisquer casos, os investimentos têm funcionalidade econômica e os tomadores de decisão

deverão optar pelos projetos que sejam mais rentáveis à sua área de atuação (CAIXETA-

FILHO e MARTINS, 2012).

Os baixos custos de serviços logísticos, de frete, por exemplo, contribuem para

que mercados mais amplos possam ter acesso a bens e serviços, em função de melhor

otimização dos recursos materiais, alta qualidade e economia de escala. Além disso, o

transporte permite maior vantagem geográfica proporcionando liberdade na seleção dos locais

de consumo (BALLOU, 2010).

Resta saber se essa velocidade de mudança será acompanhada pelos prestadores

de serviços de transportes, oferecendo soluções logísticas integradas bem como outras

atividades que consolidem as operações e tornem os custos mais atraentes para o segmento

produtivo.

17

1.1. Objetivo

Analisar a estrutura da cadeia de suprimentos e o custo do transporte rodoviário de

cargas com enfoque no impacto que os congestionamentos nos centros urbanos provocam nos

segmentos produtivos do país e, em especial, nos reflexos da variabilidade do tempo de

viagem que potencializa produtos nacionais terem suas competitividades reduzidas em

mercados globais. A pesquisa tem como objetivo quantificar, em termos percentuais e

monetários, a redução de custo no valor do frete do transporte rodoviário, no suprimento de

autopeças para a montadora, levando em consideração a rota Guarulhos/SP (fornecedor –

origem) a São Bernardo do Campo/SP (montadora – destino), utilizando modelo matemático e

coleta de dados por meio de sistemas de monitoramento por satélites.

Pretende-se apontar oportunidades de redução de custos nos serviços logísticos,

principalmente no transporte rodoviário de cargas, de maneira que esse benefício se estenda a

toda cadeia de suprimento, reduzindo o preço final de produtos e serviços ao consumidor.

1.2. Estrutura do trabalho

A pesquisa apresenta à comunidade acadêmica, bem como aos profissionais de

logística e ao poder público, perspectivas para a redução dos impactos produzidos pelos

congestionamentos nos grandes centros urbanos do país, sendo o primeiro capítulo a

introdução e o objetivo da pesquisa.

O segundo capítulo conceitua a cadeia de suprimentos e a interface da logística

empresarial com as demais estruturas organizacionais, visando disciplinar a gestão

colaborativa, o uso das tecnologias e sistemas produtivos que integram o setor.

O custo do transporte rodoviário de cargas e sua estrutura detalhada e a

variabilidade do tempo de viagem é abordada no terceiro capítulo, onde se observa, através do

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Manual de cálculo de custos e formação de preços do transporte rodoviário de cargas,

desenvolvido pelo Departamento de Custos Operacionais, Estudos Técnicos e Econômicos –

Decope, da Associação Nacional do Transporte de Cargas – NTC, o componentes de custos

que subsidia a pesquisa.

O quarto capítulo define congestionamento e respectivo nível de serviço do

sistema viário urbano, tendo como referência a metodologia utilizada no HCM 2010, no

Manual de Estudos de Tráfego Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes –

DNIT e no Relatório Síntese apresentado pelo IPEA/ANTP.

O método utilizado para desenvolver a pesquisa, assim como a quantificação de

custos é caracterizada no quinto capítulo, bem como a estratégia da coleta, tratamento e

análise de dados, além da aplicação do método experimental-indutivo baseado em hipóteses,

guiando e delimitando o assunto a ser abordado, definindo cada um dos métodos que foram

estudados e utilizados no desenvolvimento da pesquisa, em função da bibliografia consultada,

bem como sua experimentação prática e aplicação de modelos.

O sexto capítulo é destinado ao estudo de caso, onde se investiga um fenômeno

contemporâneo (o "caso") em seu contexto no mundo real, realiza-se um projeto e a coleta de

dados para identificar cada componente participante do processo, análise da rota, aplicação da

estrutura de custos e suas interações no escopo da problemática, chegando-se às hipóteses

definidas no método científico.

Finalmente, o capítulo sétimo aponta as considerações finais e recomendações a

que o estudo se propôs, além de quantificar a redução dos custos logísticos com o suprimento

de autopeças à montadora em horário alternativo.

1.3. Contextualização do problema

Em virtude dos investimentos em transportes públicos restringirem-se a cada

governo, a frota de veículos no país cresceu em ritmo exponencial, já que o consumidor se vê

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motivado a adquirir seu próprio meio de locomoção, o que contribui para o aumento de

congestionamentos, nos centros urbanos.

Várias organizações têm buscado disciplinar e padronizar a composição de custos

para auxiliar prestadores de serviços logísticos, porém o planejamento e a estratégia da

aplicação dessas propostas vão de encontro com a oferta desequilibrada de transporte

rodoviário de cargas por parte dos transportadores autônomos (carreteiros).

O índice de congestionamentos dos grandes centros urbanos cresce

sistematicamente e, na região metropolitana de São Paulo não é diferente. Essa realidade

aumenta os custos de produção e coloca em risco a competitividade de vários setores da

economia.

A justificativa da pesquisa parte da necessidade de minimizar os

congestionamentos decorrentes do crescimento vertiginoso das regiões metropolitanas e

reduzir os impactos que essa atividade proporciona aos custos operacionais das empresas,

sobretudo em produtos de alto valor agregado, uma vez que a iniciativa privada deve refletir

sobre ações pontuais e aplicar técnicas de contingenciamento para se adaptarem a essa

realidade.

A utilização de um estudo de caso, como método de pesquisa, permite comparar

uma situação real e as propostas apresentadas como forma de estabelecer uma visão geral das

ações nas quais os objetivos possam ser alcançados e oferecer orientações a partir de

experiências bem-sucedidas. Assim, o estudo de caso é utilizado no desejo de entender as

mais variadas situações que possam contribuir ao conhecimento sobre a estrutura de um

determinado elemento social ou mesmo aspectos econômicos de uma cidade ou região, cada

uma seguindo sua própria lógica e procedimento, apontando vantagens e desvantagens em sua

aplicação.

Essa pesquisa também motiva pesquisadores de outras áreas do conhecimento a

testar os elementos apontados no modelo e desenvolver estudos similares para os demais

segmentos da economia, cuja finalidade seja ampliar a competitividade e proporcionar ao

consumidor melhores benefícios em qualidade e custos.

20

2. A CADEIA DE SUPRIMENTOS

Os processos envolvendo fornecedores e clientes, desde a aquisição de matérias

primas até o ponto de consumo do produto acabado, incluindo as operações que agreguem

valor, disponibilizando produtos e serviços aos clientes (SEPAHI e BAKHSHANI, 2015), é

definida como Cadeia de Suprimentos em função da baixa integração vertical entre os

membros do canal, mas com relacionamentos baseados na confiança mútua, proporcionando

trazer-lhes maiores vantagens competitivas (MARTINS e ALT, 2009).

Para Wong et al (2012), reconhecer o valor do compromisso do fornecedor é um

fator crítico de sucesso no relacionamento, pois incertezas são percebidas em função de

oscilações na demanda e futuros negócios podem não obter as mesmas condições

anteriormente pactuadas entre as partes.

Miranzadeh et al, 2015, apontam que a cadeia de suprimentos é um dos segmentos

de produção que evolui e avança a cada dia, buscando maneiras e alternativas de reduzir o

ciclo de entregas ao cliente, utilizando uma série de ferramentas para gerenciar e ampliar

alternativas que reduzam custos de transporte e armazenagem de produtos.

Através de uma gestão integrada, utilizando tecnologias avançadas, informações e

um número crescente de regiões onde produtos são consumidos, planejar e controlar os

fatores de produção e distribuição tornam-se condições estratégicas para satisfazer às

necessidades dos clientes (ALVARENGA e NOVAES, 2011; WEEKS, 2013).

Para maximizar o desempenho da cadeia de suprimentos, deve-se preparar os

componentes para se adaptar naturalmente às mudanças externas e a outros fatores e, para que

isso aconteça é necessário alto grau de integração entre fornecedor e cliente que, como

parceiros, reduzam custos ao longo da cadeia e tempo médio de estocagem e distribuição.

Wei e Xiang (2013) salientam que um dos pontos importantes na gestão da cadeia

de suprimentos é a redução de custos operacionais na base produtiva e exemplificam ações

adotadas pela Montadora Chery no processo de montagem de veículos como no suprimento

de autopeças no mercado chinês, além de outros segmentos estratégicos da economia daquele

país.

21

O uso de tecnologias avançadas, como o gerenciamento de informações e a

pesquisa operacional, visa administrar o sistema de logística integrada das empresas para

planejar e controlar complexas redes de fatores com o objetivo de fabricar e distribuir

produtos e serviços para satisfazer o cliente (MARTINS e ALT, 2009).

Meyer e Dunphy (2014) apontam que o sucesso na utilização de tecnologia

depende, única e exclusivamente de colaboradores motivados e uma força de trabalho

comprometida com resultados quantitativos e qualitativos, em setores onde o produto

apresenta alto valor agregado, como é o caso de autopeças.

Para Ballou (2010, p. 341): “coordenar o fluxo dos bens e serviços entre as

instalações físicas é um dos principais focos na gestão da cadeia de suprimentos” e falhar em

reconhecer essa estratégia tecnológica poderá trazer sérios problemas às operações de

manufatura da empresa, além de provocar desabastecimento do mercado.

A utilização da tecnologia de informação para acelerar a produção e/ou o

preenchimento do pedido do cliente, com transmissão eletrônica para reduzir o tempo de ciclo

do pedido, são conceitos do canal de distribuição que podem melhorar o nível de serviço ao

cliente e redução de custos (BALLOU, 2010).

O objetivo do gerenciamento da cadeia de suprimentos para Martins e Alt (2009);

Ralston et al (2015) é a satisfação imediata do cliente, gerando diferenciais entre a

concorrência; redução dos custos financeiros, utilizando menos capital de giro nas operações

da empresa e nos custos operacionais, minimizando desperdícios, evitando ao máximo,

atividades que não agregam valor ao produto, tais como tempo para carga e descarga,

armazenagem e transportes.

Uma boa representação da cadeia de suprimentos é apresentada na Figura 2.1,

pois mostra a relação entre os níveis de planejamento e seus horizontes, o fluxo do produto e

algumas ferramentas gerenciais que devem ser observadas pelo gestor de logística ou

responsável pela administração de materiais.

22

Figura 2.1 – A cadeia de suprimentos

Fonte: Adaptado de Martins e Alt, 2009, p.378.

No nível organizacional estratégico, o planejamento está ligado diretamente às

ações que ocorrerão em longo prazo. A produção de bens de capital, principalmente

equipamentos sob encomenda, a minimização do lead time1 será função da eficiência da

equipe de projeto, dos suprimentos na negociação com fornecedores e da velocidade de

transição do projeto para a produção.

Suttiwatnaruput et al (2014) apontam que as empresas melhoraram sua

produtividade e rentabilidade através da gestão estratégica da cadeia de suprimentos, em

função da redução de custos, disponibilidade de produtos e, principalmente, do desempenho

obtido ao longo do canal de cada uma das etapas da logística empresarial.

Para Bertaglia (2009, p. 7): “A estruturação da cadeia de abastecimento exige um

conhecimento profundo dos processos e de suas variáveis [...]”, tais como: aspectos e

características de gerenciamento da distribuição física de produtos, nível de serviço, distância

e modo de transporte, elementos que compõem os custos e as características do produto.

Deve-se ainda observar que os fatores mencionados são variáveis e em qualquer análise que

se faça em relação à gestão, essas variações devem ser consideradas, sendo primordialmente

necessário investir no conhecimento das atividades dos clientes.

1 Lead time - tempo decorrido desde o início até o fim de um processo.

23

Não se pode mencionar gestão da cadeia de suprimentos sem estabelecer a

importância da análise e avaliação de desempenho que devem ser abordadas como

ferramentas de relevância no segmento produtivo.

As considerações apontadas pelos autores e especialistas no assunto também

devem destacar o papel que as organizações exercem para mensurar suas eficiências e

apresentar alternativas para corrigir desvios que, sem dúvida nenhuma, afetam as corporações.

No processo produtivo, estoque representa parcela substancial dos ativos das

empresas e deve ser analisado atenciosamente como um fator potencial de geração negócios e

de lucros.

Martins e Alt (2009) destacam a aplicação da análise ABC aos estoques como

forma de verificar o valor monetário ou quantidade de itens que permita classificar em ordem

decrescente de importância, tornando a gestão mais eficiente. Assim, aos itens mais

importantes de todos, considerando valor ou quantidade, dá-se a denominação itens classe

"A", aos intermediários itens classe "B" e aos de menor relevância, itens classe "C".

Para Lima Jr. (2012, p. 127), a avaliação de desempenho das atividades é

considerar o quanto dos principais objetivos é atingido, tanto no sistema de prestação do

serviço quanto no conjunto das operações realizadas, através de monitorias comportamentais

ou identificar e executar ações no sistema para alterar comportamentos e resultados.

Deshpande (2012) enfatiza o constante monitoramento do desempenho das partes

envolvidas na cadeia de suprimentos como forma de identificar vantagens e melhorias na

gestão do conhecimento e benefícios globais na troca de informações com os parceiros de

negócios.

No Brasil, a cadeia de suprimentos ideal não deve ser estática, pois as

condicionantes iniciais se alteram, sendo necessária a revisão de sua configuração. Assim, as

empresas para garantir diferencial competitivo e de sobrevivência, devem cada vez mais ter

cadeias de suprimentos projetadas para a flexibilidade e eficiência de resposta.

24

2.1 Estratégias de produção

Nas últimas três décadas têm ocorrido mudanças significativas nos processos

industriais das empresas de autopeças em substituição ao antigo conceito de linhas de

produção. Foram introduzidos nas fábricas o moderno conceito de células e as máquinas

multiuso, mais automatizadas que permitem às empresas acompanhar as tendências mundiais

do setor consolidando a gestão da qualidade dos produtos (METAL LEVE, 2000).

Várias técnicas e ferramentas de produção enxuta tiveram origem nos fabricantes

japoneses, principalmente a Toyota. Após a Segunda Guerra Mundial e com baixa capacidade

de acessar recursos, setores da indústria de transformação desenvolveram essas técnicas para

gerenciar seus negócios em um ambiente de profunda disciplina (SABAGHI et al, 2015).

O conceito de produção enxuta ou sistema Toyota de produção, visa minimizar o

estoque de componentes no setor automobilístico, utilizando a redução de tempo e maior

agilidade na produção, onde se constata maior eficiência no uso dos recursos e maximização

das economias de escala em itens relativamente padronizados (CHRISTOPHER, 2011).

A última década do século XX iniciou-se com a intensificação da

interdependência global da economia e das finanças, o processo chamado globalização, que

afetou organizações em todo o mundo e, particularmente no setor automobilístico teve

reflexos bem marcantes.

Sabe-se que as montadoras utilizam o sistema kanban, uso de cartões em seus

processos de produção e, talvez o melhor exemplo é a programação just-in-time (JIT), onde

todo o canal de suprimentos está sincronizado para responder aos requisitos de operações ou

clientes (CARTER et al, 2015).

Craves et al (1993, p. 634) definem just-in-time como o processo que permite

“[...] ter exatamente a quantidade disponível de materiais quando e onde são necessários”.

Talvez, baseadas neste conceito, algumas das interfaces da logística com a produção não são

respeitadas, gerando custos logísticos desnecessários, onerando o consumidor final do

produto.

Para Ahlawat (2014), a estratégia de produção just-in-time melhora o retorno

25

sobre o investimento empresarial através da redução do nível de estoques e os custos

contábeis associados aos processos produtivos, pois o foco consiste em eliminar desperdícios

de materiais, embarques em lotes reduzidos ou econômicos, ou seja, devido a escassez de

recursos à disposição dos gestores, as empresas devem produzir no tempo certo.

A programação JIT é caracterizada por relacionamentos próximos com poucos

fornecedores e transportadores com informação compartilhada entre os agentes do processo,

visando a redução dos níveis de estoques com produção/compras frequentes e transportes em

pequenas quantidades, eliminação das incertezas, onde for possível, ao longo do canal de

suprimentos e objetivos de alta qualidade.

As cadeias produtivas e, em especial as montadoras de veículos, estabelecem

janelas de tempo para que fornecedores de componentes e serviços ajustem os horários da

programação JIT e, consequentemente, mantenham o fluxo contínuo de suprimentos de

materiais e o abastecimento do mercado (TEIXEIRA FILHO, 2009).

Enquanto o kanban sinaliza um sistema de produção, o just-in-time define os

pedidos que são transmitidos ao longo do canal de demanda puxando os produtos em direção

ao mercado, fazendo com que o fluxo de componentes da cadeia de suprimentos também seja

determinado pela mesma demanda, ou seja, nada é produzido e nenhum pedido é colocado até

que haja uma solicitação formal do cliente (CHRISTOPHER, 2011).

Ahlawat (2014) aponta que há certo consenso de que just-in-time é uma filosofia

de melhoria contínua nos processos produtivos, pois atividades que não agreguem valor

devem ser identificadas e eliminadas, a fim de reduzir custos e estimular a inovação do

produto e/ou serviço.

Sabaghi et al (2015) definem em seus estudos que o kanban é um eficiente e fácil

caminho para implantar um sistema de produção just-in-time em uma cadeia de suprimentos

onde a qualidade requerida não é sempre encontrada nos processos produtivos.

A partir deste momento, o carro global, um modelo único vendido em todo o

mundo com algumas adaptações locais, tornou-se uma realidade. As montadoras, por sua vez,

passaram a especializar suas plantas para a produção de um determinado modelo, que podia

ser comercializado em outros mercados e as indústrias de autopeças responsáveis pelo

26

desenvolvimento tecnológico dos componentes, realizando suas próprias inovações.

2.2 A interface da logística empresarial

A importância dos agentes diretamente envolvidos no gerenciamento da cadeia de

suprimentos, transporte rodoviário de cargas, sistemas de monitoramento por satélite e

indústria automobilística, detalhada na Figura 2.2, têm demonstrado ao longo dos anos maior

integração em suas ações de planejamento, organização e controle, assim como as atividades

de produção, marketing e logística (CHARKHA e JAJU, 2014).

Figura 2.2 – Interfaces do sistema de logística integrada

Fonte: Adaptado de Ballou, 2013, p. 36.

A principal característica das atividades de interface é que não podem ser

gerenciadas ou planejadas de forma isolada pois, para organizar essas funções, o gestor

responsável deverá levar em consideração as metas da organização, bem como os resultados

esperados, obtendo cooperação entre as funções, otimizando recursos e tornando os processos

mais eficientes e eficazes (OZKUL, 2012).

Para Suttiwatnaruput et al (2014), a exigência dos clientes torna-se preponderante

para as organizações desenvolverem estratégias de mercado em vez de empurrar seus

produtos e serviços sem avaliar as consequências que essas ações possam provocar aos

aumentos de estoques e seus respectivos custos de manutenção.

27

No processo que envolve a opção de contratação de prestadores de serviços

logísticos, a estratégia não é muito diferente da situação demonstrada na Figura 2.2 pois, se o

contratado for uma empresa com características mais agressivas na atividade que será

desenvolvida (especialista, por exemplo), isto garantirá um diferencial mais competitivo e o

consumidor será beneficiado pela eficiência (WUYTS, 2015).

28

3. O CUSTO DO TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS

É muito comum que empresa prestadora de serviços de transporte rodoviário de

cargas volte sua atenção para o controle de custos dentro do domínio de suas atividades,

porém algumas despesas externas não são normalmente consideradas pois são de difícil

quantificação e, geralmente, cada empresa busca para si vantagens imediatas (NOVAES,

2015).

Em suas pesquisas sobre métodos de análise de custos na cadeia de suprimentos

Lukinskiy et al (2015), julgam necessário a utilização do cálculo do transporte e maior

eficiência operacional logística entre os níveis de uma cadeia menor, considerando os

seguintes fatores:

fornecedor e consumidor, interligados por operações múltiplas de

logísticas, tais como: compras, emissão de pedidos, transportes,

armazenagem, entre outra;

prestadores de serviços logísticos - transportadoras, agentes, terminais;

valor agregado às principais operações logísticas e

cada cadeia de suprimentos pode ser representada em níveis menores.

Para Fleury (2011, p. 35), "um movimento em qualquer um dos componentes de

um sistema tem, em princípio, efeito sobre outros componentes do mesmo sistema. [...] Tal

princípio é normalmente conhecido como trade-off, ou seja, o princípio das compensações, ou

perdas e ganhos".

Como pode ser observado na Figura 3.1, considera-se que os custos totais de

logística reduzem invariavelmente se houver impactos em outros componentes dessa

estrutura, porém o gerenciamento deve esforçar-se na redução de custos de atividades

específicas como, por exemplo, transportes – responsável por até 2/3 dos custos logísticos e

no nível de serviço ao cliente (STOCK e LAMBERT, 1987).

29

Figura 3.1 – Custos comerciais – Marketing e Logística

Também se levou em consideração o sistema de distribuição ‘um para um’,

descrito por Novaes (2015, p. 294) que, na linguagem operacional, é denominado

transferência de produtos em que o veículo é totalmente carregado no depósito da fábrica

(lotação completa) e transporta a mercadoria ao seu destino final, podendo ser outro depósito

(CD – Centro de Distribuição), uma loja, ou outra instalação qualquer.

O sistema otimiza espaços disponíveis do veículo, aproveitando ao máximo sua

capacidade de carga, baseado em características como: distância entre o ponto de origem e

destino, velocidade operacional, tempo de carga e descarga, tempo porta a porta, quantidade

ou volume de carregamento (tonelada, metro cúbico, palete, caixa, entre outros),

disponibilidade de carga de retorno, densidade da carga, dimensões e morfologia das unidades

transportadas, valor unitário, sistema de acondicionamento (carga solta, a granel, por

exemplo), grau de fragilidade e periculosidade, compatibilidade entre produtos de diversas

Produto

Preço Promoção

Praça - Serviço

ao Cliente

TransporteEstoque

Compra Armazenagem

Emissão de

Pedido e

InformaçãoM

ark

eting

Logís

tica

Fonte: Adaptado de Stock; Lambert (1987).

Objetivos de Marketing : Alocar recursos no mix de produtos para maximizar lucros.

Objetivos de Logística: Minimizar custos totais visando melhorias no nível de serviços ao cliente.

Custo Total = Transportes + Armazenagem + Emissão de Pedido e Informação + Compra + Estoque.

30

naturezas e custo global, sendo que o aspecto distância é um dos elementos que mais influem

nesse sistema de transporte.

Martins et al (2011) definem que a logística empresarial e, em especial, a

atividade de transporte rodoviário de cargas deve atender aos níveis de serviço ao cliente,

estabelecidos pela estratégia de marketing, ao menor custo total possível.

O transporte rodoviário de cargas não pode conviver fora dessa realidade, pois o

custo do frete é elemento significante na composição do preço final do produto. Portanto,

estudos são conduzidos para facilitar o deslocamento de bens e serviços, assim como para

adequar e racionalizar o tráfego de veículos, como a implantação do rodízio na cidade de São

Paulo, por exemplo, reduzindo-se os impactos dos congestionamentos e, minimizando as

deseconomias urbanas e externalidades advindas com esse desenvolvimento desestruturado e

totalmente desorganizado dessa atividade (BRANCO, 1999).

O segmento produtivo deve priorizar medidas adicionais que tornem suas ações

mais eficazes para as partes interessadas quando se trata de mobilidade urbana e, uma melhor

gestão do transporte rodoviário evita congestionamentos, reduz a emissão de CO2, além de

preservar o consumo de energia (SUTTIWATNARUPUT et al, 2014).

Teixeira Filho (2009) aponta que as incertezas das operações logísticas decorrem

de fatores exógenos, pois congestionamentos, acidentes, fenômenos meteorológicos, falta de

energia elétrica nas vias, acidentes com as instalações fixas, no caso de infraestrutura viária,

contribuem para aumentar a variabilidade do tempo de viagem, além de incidir altos reflexos

nos custos logísticos e, em especial, na atividade do transporte rodoviário de cargas.

Em casos de congestionamentos severos, por exemplo, a variação do tempo de

viagem pode ser significante e a baixa confiabilidade na pontualidade da entrega deve utilizar

margens mais seguras para evitar atrasos, mas em alguns casos essa variabilidade passa a ser

insuficiente e o suprimento prejudicado (ELIASSON, 2006).

Para Peer et al (2009) a relação entre a variabilidade do tempo de viagem e

demais fatores exógenos podem ser utilizados na análise custo benefício relacionada ao

transporte, pois a maioria dos estudos não leva em consideração esses aspectos ou por vezes

essa análise é um tanto superficial. A justificativa dos autores é a falta de dados e/ou

31

elementos para incluir as variáveis em suas análises, embora as previsões de tempos médios

de viagem podem ser derivadas de modelos de atribuição de tráfego, mas isso geralmente não

é o caso para variabilidade do tempo de viagem.

Segundo Bowersox e Closs (2010), a apropriação dos custos logísticos é uma

preocupação fundamental dos prestadores de serviços, porém sua estrutura de custo influencia

a margem de negociação do preço do frete. Cabe destacar que a perspectiva de melhorias na

estrutura de custo da cadeia de valor também é importante nessa análise.

De acordo com Lenef (1980), o modal selecionado para ser utilizado e os pontos

de transferências ao longo do trajeto, é apontado como sendo um dos conceitos mais

importantes da análise de custos operacionais.

A seguir, inicia-se o estudo das funções que são analisadas, assim como os custos

de cada ponto de transferência (estimativa), determinando se o tempo requerido para

desempenhar as atividades no local foram realizadas de acordo com o planejado.

Lukinskiy et al (2015), apontam que há uma tendência estável no

desenvolvimento de ferramentas analíticas que podem ser utilizadas para o gerenciar e

melhorar a eficiência dos processos da cadeia de suprimentos, caracterizada em particular,

pelo número crescente de indicadores e variáveis que existem em modelos de transporte e

gerenciamento de estoques.

O custo do transporte rodoviário de cargas é composto basicamente pelos itens:

frete-peso, frete-valor, gerenciamento de riscos (GRIS), outras taxas e pedágio, que visam

ressarcir, de forma equilibrada, o transportador das despesas realizadas com a prestação do

serviço (DECOPE, 2014).

a) Frete-peso: parcela da tarifa cuja finalidade é remunerar o transporte do

bem entre os pontos de origem e destino, incluindo custos diretos,

indiretos e operacionais – fixos e variáveis – do veículo, despesas

administrativas e de terminais, custos de capital e taxa de lucro

operacional. A soma desses valores constitui o custo operacional, que é

específico para cada empresa e respectivo tipo de serviço realizado;

b) Frete-valor: componente tarifário que é fundamental para o equilíbrio entre

32

custos e receitas, tendo como finalidade resguardar o transportador dos

riscos de acidentes e avarias decorrentes de sua atividade. São

proporcionais ao tempo que a mercadoria fica em poder da empresa

durante a operação de transporte;

c) Gerenciamento de riscos (GRIS): alíquota cobrada sobre o valor da

mercadoria, necessária para cobrir despesas relacionadas com o

gerenciamento de riscos ligados ao roubo de cargas, inclusive o seguro

facultativo de desvio de carga;

d) Taxas: destinam-se a remunerar os serviços adicionais necessários ao

deslocamento da mercadoria, por exemplo, o serviço fracionado – taxa de

despacho, coleta e entrega da carga ao destinatário, em alguns casos

variando de acordo com o peso transportado e,

e) Pedágio: em rodovias sujeitas a pedágio, a Lei n°. 10.209 tornou

obrigatório o fornecimento do vale-pedágio ao transportador autônomo

(carreteiro) e o pagamento dessa despesa pelo embarcador.

Os custos operacionais do veículo dividem-se em fixos e variáveis. Geralmente, o

custo fixo é calculado por mês, pois as despesas não variam com a distância percorrida, ou

seja, existe mesmo com o veículo parado. Por outro lado os custos variáveis incidem em

função da distância percorrida e inexistem caso o veículo permaneça parado.

O Custo Fixo (CF) de operação do veículo é composto das seguintes parcelas:

RC = remuneração mensal do capital investido na aquisição do veículo;

SM = salário do motorista;

SO = salário da equipe de reparos e manutenção;

RV = reposição do veículo;

RE = reposição do equipamento;

LC = licenciamento;

SV = seguro do veículo;

33

SE = seguro do equipamento e,

RCF = seguro de responsabilidade civil facultativo.

Portanto, o custo fixo mensal é representado pela soma das nove parcelas:

(1)

O Custo Variável (CV) de operação do veículo é composto das seguintes parcelas:

PM = peças, acessórios e material de manutenção;

DC = despesas com combustível;

LB = lubrificantes – motor e transmissão;

LG = lavagens e graxas e,

PR = pneus e recauchutagens.

O custo variável é obtido pela soma das cinco parcelas, divididas pela distância

mensal percorrida pelo veículo (km) ou a quilometragem recomendada pelo fabricante:

CV = Custo Variável (R$/km) (2)

As despesas indiretas, também conhecidas como Despesas Administrativas e de

Terminais (DAT), são aquelas que não estão relacionadas diretamente com a operação do

veículo. Não variam, portanto, com a quilometragem rodada, mas sim com a tonelagem

movimentada e estão divididas em duas grandes parcelas:

a) salários e encargos sociais do pessoal administrativo não envolvido

diretamente com a operação dos veículos e

b) outras despesas necessárias ao funcionamento da empresa, tais como:

aluguel, material de escritório, entre outras.

Portanto, seu custo deve ser apurado dividindo-se o seu valor mensal pela

tonelagem ou volume mensal movimentado. A despesa por tonelada calcula-se da seguinte

forma:

(3)

CF = RC + SM + SO + RV + RE + LC + SV + SE + RCF

CV = PM + DC + LB + LG + PR

DAT/tonelada = DAT mensal/tonelagem mensal expedida

34

A estrutura da parcela de Despesas Administrativas e de Terminais (DAT)

adotada pela FIPE – Fundação Instituto de Pesquisas da Universidade de São Paulo, subdivide

em:

Salários e honorários de diretoria

- Salários

- Honorários

- Encargos sociais

Aluguéis

- Aluguéis de áreas e imóveis

- Aluguéis de equipamentos

Tarifas de serviços públicos

- Água e esgoto

- Energia elétrica

- Correio, telefone e demais sistemas de comunicação

Serviços profissionais

- Serviços de manutenção, conservação e limpeza

- Serviços profissionais de terceiros como, por exemplo, segurança

- Serviços de processamento de dados

- Serviços de atendimento ao cliente (call center)

Impostos e taxas

- IPTU – Imposto sobre a Propriedade Predial Territorial e Urbana

- IR – Imposto de Renda

- ICMS – Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços

35

- IOF – Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros

- Cofins – Contribuição para Financiamento da Seguridade Social

- Contribuição Social sobre o Lucro

- Multas

- Outros impostos

Depreciações

- Depreciações de máquinas e equipamentos

- Depreciações de móveis e utensílios

Outros custos

- Material de escritório e limpeza

- Viagens, estadias e condução

- Despesas legais e judiciais

- Contribuições e doações

- Uniformes

- Despesas com promoções, brindes e propaganda

- Despesas com conservação de bens e instalações

- Refeições e lanches

- Documentação

- Paletização de cargas

O conceito de custo utilizado por Leite (2009); Martins e Alt (2009), permite

maior proatividade dos setores que irão controlar as atividades operacionais logísticas,

estabelecendo metas de desempenho que poderão ser utilizadas como parâmetros de decisão

durante o ciclo de execução da prestação do serviço de transporte.

36

O Relatório Síntese do IPEA/ANTP (1998) aponta que, embora seja relativamente

simples desenvolver um modelo de custos para vias congestionadas, é muito difícil medir os

custos envolvidos nos deslocamentos porque as relações das ligações custos à velocidade e

velocidade a fluxo não são muito bem compreendidas, devido à extensão dos dados

requeridos para estabelecer essas relações.

Para fins de aplicação da metodologia em casos específicos, adotou-se o Custo

Total da Rota (CTR) com base em Fleury; Avila e Wanke (2011, p. 274), partindo do

somatório de três parcelas:

CTR = {CFUOp x [(D/Vm) + TC + TD]} + (CVU x D) + (CFUAd x NCF) (4)

Sendo:

{CFUOp x [(D/Vm) + TC + TD]} (5)

1a parcela): É o produto do Custo Fixo Unitário de Operação (CFUOp), em R$/hora, pelo

somatório dos Tempos de Carregamento (TC), Viagem (D/Vm) e Descarregamento (TD),

medidos em horas.

Observar que o Custo Fixo Unitário de Operação (CFUOp) é o custo fixo mensal dividido por

uma medida de capacidade de operação do caminhão, em termos de tempo/mês.

O tempo de viagem é considerado a razão entre a distância de ida e volta (D), medida em

quilômetros, pela velocidade média da rota (Vm), medida em km/h e para rotas mais curtas,

conforme Figura 3.2, são extremamente penalizadas em função dos tempos de carregamento

(TC) e descarregamento (TD) que são acrescidos em média de seis horas.

37

Figura 3.2 - Relação tempo de espera sobre a distância da rota

Fonte: Adaptado de Fleury; Avila e Wanke, 2011

(CVU x D) (6)

2a parcela): É o produto do Custo Variável Unitário (CVU), em R$/km, pela Distância

percorrida (D), medida em quilômetros.

(CFUAd x NCF) (7)

3a parcela): Corresponde ao produto do Custo Fixo Unitário de Administração (CFUAd), em

R$/número de conhecimento de frete emitido, pelo Número de Conhecimento de Frete para

determinada rota (NCF).

Os sistemas facilitadores de simulações para solução dos problemas de

distribuição física de materiais também são aspectos de relevante importância. Cook e Russell

(1989) descrevem a complexidade de entendimento do processo de distribuição da General

Motors e a aplicação da programação linear como solução para minimizar e racionalizar essa

atividade logística.

A abordagem apresentada neste estudo não levará em consideração a utilização de

simulações, porém é uma ferramenta que, caso o transportador tenha condições de

disponibilizar em suas atividades, o gerenciamento da estrutura de custos logísticos poderá

apresentar ganhos significativos para todos os agentes da cadeia de suprimentos e,

principalmente, o mercado consumidor.

38

Para Castro (2013), cresce o interesse da avaliação dos custos sociais e as

externalidades do transporte, pois essa condição atende ao reclame da sociedade por políticas

mais eficazes no controle dos efeitos negativos associados ao transporte e, em especial, ao

transporte rodoviário de cargas em áreas urbanas.

3.1 Condicionantes do tempo de viagem no componente do custo

Estabelecer uma metodologia para quantificar elementos que geram impactos nas

variações do tempo de viagem devido ao volume de tráfego e outras características associadas

às condições operacionais no custo do transporte rodoviário de cargas tem sido um grande

desafio aos prestadores de serviços logísticos.

Na estrutura do Custo Total da Rota (equação 4), observa-se que um dos

componentes de quantificação é condicionado ao tempo de viagem, cuja relação considera a

Velocidade Média da rota (Vm), medida em km/h.

O volume de tráfego de uma rodovia assim como a idade média dos veículos em

circulação, devido à diversidade dos operadores, torna-se impactantes na operacionalidade

dos deslocamentos de mercadorias e materiais para definir qual a condicionante mais

importante no componente do custo do transporte rodoviário a ser remunerado pelo

embarcador.

Teixeira Filho (2009) define em seu estudo algumas fontes de variação do tempo

de viagem que estão associadas às condições operacionais dos veículos e de restrições

envolvidas no segmento de transportes, a saber:

infraestrutura viária – leito da via, condições e características do

pavimento, traçado geométrico, fluxo de tráfego e, principalmente,

acidentes ocorridos no sistema viário;

travessias em perímetro urbano – conflitos gerados pelos principais polos

de mobilidade, acessibilidade, segurança no trânsito, além dos impactos

39

ambientais decorrentes dos congestionamentos;

restrições de acesso a veículos de carga em horários de grande fluxo de

veículos na rede de transporte, bem como de estacionamento em regiões

centrais da cidade para operações de carga e descarga de materiais.

Para Alves (2005) as variações nas condições meteorológicas em uma área

estratégica como a Região Metropolitana de São Paulo influenciam na confiabilidade do

tempo de viagem. Portanto, prestadores de serviços logísticos devem estabelecer uma margem

de segurança para suas atividades considerando este fator.

Ballou (2010) aponta que a operacionalidade dos equipamentos de transporte –

talvez seja um dos fatores que provocam maior impacto do tempo de viagem, refletindo na

redução da velocidade média de deslocamento do veículo, em função da baixa qualificação

profissional do setor e de características como:

maximizar a capacidade útil de cargas do veículo, através da estratégia de

consolidação, ou seja, mercadorias destinadas a diversos locais ou clientes;

disponibilidade de veículos – reduzir o tempo de espera para atender os

embarques e apresentar equipamentos em boas condições para realizar o

transporte (manutenção preventiva);

carga de retorno – a equipe operacional deve ter em mente que o sucesso

de sistemas de roteirização é aproveitar o equipamento de transporte em

operações de entrega e coleta, simultaneamente;

prestadores de serviços autônomos (carreteiros) – promovem uma

concorrência mais acirrada com empresas prestadoras de serviços

logísticos (transportadoras), pois consideram em seu componente de

preços parcela significativa de custos operacionais diretos e questões

financeiras mais emergenciais, como o pagamento da parcela de

financiamento do veículo.

Teixeira Filho (2009) destaca que outros elementos não menos importantes, mas

que devem ser considerados na variável velocidade média do transporte, estão vinculados ao

40

tipo de veículo utilizado na operação, terminais urbanos de cargas, integração de tecnologias

de gestão e da experiência do motorista no conhecimento da rodovia.

Considerada risco na operação de transporte, a variabilidade no tempo de viagem

compromete o planejamento das entregas de materiais, gerando custos adicionais em função

de atrasos no cumprimento de horários fixados nas janelas de tempo, não podendo ser tratado

com maior exatidão.

Alves (2005) descreve em sua pesquisa que os congestionamentos produzem altas

variabilidades no tempo de viagem; Chow (2007) estabelece que as organizações antecipem

melhor os fluxos de entrega e recebimento de materiais de forma a otimizar a utilização de

seus ativos (equipamentos de transporte, por exemplo) e Sun et al (2013), através de seus

estudos em Changzhou, província de Jiangsu na China, apontam que os altos índices de

congestionamentos são responsáveis por baixos níveis de qualidade dos serviços de

transporte, interferindo na velocidade média da rodovia e, consequentemente, no tempo de

viagem.

A abordagem do Custo Total da Rota (CTR) tem sido princípio fundamental em

operações de transporte e logística na tomada de decisão, pois a gestão de distribuição e

suprimento de grandes centros urbanos depende desses condicionantes e das habilidades e

competências que contribuam para cada dimensão da integração da cadeia produtiva e de

serviços (SUTTIWATNARUPUT et al, 2014).

3.2 O custo da variabilidade do tempo

O transporte rodoviário apresenta maior versatilidade diante de outros modais pois

integra a operação de deslocamento de materiais da origem ao destino, ou seja, faz a ligação

porta a porta, onde fornecedores e consumidores recebem produtos com maior vantagem

competitiva.

Este modo de transporte também conta com horários flexíveis para coleta e

41

entrega, porém alguns setores da produção definem períodos de tempo para recebimento de

materiais, estabelecendo média de uma hora para as operações de carregamento, emissão de

documentos de embarque e a respectiva expedição do equipamento de transporte.

Allen et al (2012) apontam, em pesquisas realizadas na Inglaterra e País de Gales,

que a relação entre transportes e as diferentes escalas geográficas da forma urbana (plano

diretor) determinam se o crescimento econômico pode ou não limitar o aumento de tráfego

em áreas de maior concentração de produção e auxiliar em projetos de planejamento urbano,

pois o custo desses deslocamentos têm sido menos eficientes nessas regiões e este, por sua

vez, influencia a eficiência no transporte rodoviário de mercadorias (ou seja, a proporção de

toneladas-quilômetros percorridos pelos veículos) dentro de áreas urbanas.

O tempo de transporte depende de fatores que não podem ser controlados pelos

prestadores de serviços logísticos, como a infraestrutura das rodovias, volume de tráfego da

rede de transporte, condições climáticas, por exemplo. Assim, esses elementos contribuem

para que haja certa variabilidade no tempo desses serviços.

Para avaliar o custo da variabilidade do tempo, associado a outros fatores

importantes na cadeia de suprimentos, deve-se reconhecer que o nível de serviço, bem como a

aplicação de trade-offs para identificar o melhor plano operacional à realização do serviço,

pois certos atributos que influenciam na rede são de difícil medição (MILAM, 2015).

Os impactos do transporte na produção apontados por Harriet et al (2013)

sugerem que um sistema eficaz contribui economicamente, ampliando a capacidade para

fornecer produtos e serviços de qualidade, onde a população tenha maior acesso aos serviços

de educação e saúde, criação de empregos e redução do custo de operação do veículo, bem

como benefícios na emissão de poluentes e de segurança no trânsito, fatores determinantes do

padrão de qualidade de vida da população e de crescimento econômico.

Para Peer et al (2009) e Eliasson (2006), a forma mais utilizada para quantificar o

custo da variabilidade do tempo de viagem é o uso do desvio padrão da distribuição de

tempos de viagem por ser a medida mais comum em estudos de avaliação.

Apesar das inúmeras maneiras de quantificar os custos decorrentes da

variabilidade do tempo de viagem, esse estudo apresenta a aplicação do desvio padrão na

42

Velocidade Média da rota (Vm) definida na equação 4, a qual se constitui em uma das

principais situações do cotidiano de grandes centros urbanos, o congestionamento.

Para Eliasson (2006), os estudos de avaliação assumem a forma reduzida de uma

função de utilidade, representada por: u = αt + βc + Hσ, onde:

"t" é o tempo de viagem,

"c" o custo da viagem e

"σ" o desvio padrão do tempo de viagem.

α, β e H são parâmetros a serem estimados durante o estudo, tais como:

tipo da rodovia, número de faixas, velocidade limite, interseções, entre

outros.

A avaliação da variabilidade do tempo de viagem realizada por Peer et al (2009)

na análise custo-benefício, em estradas holandesas, considerou fatores exógenos, tais como:

acidentes e condições climáticas, entretanto apontam que seus estudos concentram-se na

análise empírica, utilizando o desvio padrão da distribuição dos tempos de viagem para

avaliar essas ocorrências. Ainda para os autores, na abordagem média-variância clássica de

valorizar o tempo de viagem, a 'desutilidade' U(t) do motorista no tempo 't' depende do desvio

padrão (σ) e da média (μ) de forma linear, sendo representada por: U(t) = VOT * μ + β * σ,

onde:

VOT é o valor do tempo e,

"β" o valor da falta de confiabilidade.

A relativa complexidade na apuração do custo da variabilidade do tempo de

viagem resulta em um potencial muito maior de fatores que influenciam a atividade urbana de

mercadoria e de passageiros, além das várias fases, modos, veículos e redes de transportes por

onde esses bens circulam (ALLEN et al, 2012).

43

4. O CONCEITO DE CONGESTIONAMENTO

A Região Metropolitana de São Paulo conta com 7.947,28km², equivalente a

pouco mais de 3% do território paulista. Seu Produto Interno Bruto (PIB) atingiu, em 2012, o

valor aproximado de R$ 786,5 bilhões, correspondendo a cerca de 18% do total nacional

(EMPLASA, 2015 e IBGE, 2015).

Considerada área de maior concentração de riqueza do país, pois é sede de

empresas nacionais dos mais importantes setores da produção, comércio e, principalmente,

financeiro, além de filiais estrangeiras, mantém suas atividades e oferece uma série de

serviços sofisticados ao mercado local e global.

Na cidade de São Paulo, entre os anos 2000 e 2008, a velocidade média do

trânsito em horários de alta intensidade de fluxo de veículos (picos) foi de 19,3km/h, com

média de 2h42min de deslocamento (origem/destino), ou seja, o paulistano perde, em média,

27 dias por ano nos congestionamentos da capital (ROLNIK e KLINTOWTIZ, 2011).

Ramis e Santos (2012, p. 164) apontam que:

A redução do uso de automóveis em grandes cidades envolve mudanças de

caráter comportamental individual e coletivo, além de transformações na

infraestrutura urbana existente. Para se operarem estas mudanças, é

necessário o envolvimento das esferas municipal e federal do governo, além

da participação da população.

Para Samboni (2014), o sistema de redes viárias possibilita realizar deslocamentos

de maneira fácil e rápida, por meio de percursos sem obstáculos, ou seja, o mais direto

possível, entre os locais de residência, trabalho e recreação.

Ramis e Santos (2012) destacam que o problema decorrente do congestionamento

de vias por excesso de veículos deve-se a uma malha viária construída há mais de cem anos e

dimensionada inadequadamente ao fluxo de tráfego atual. Portanto, veículos leves se

deslocam em condições muito distantes da situação ideal, consumindo mais combustível que

em condições de tráfego normal, sem contar com os efeitos da poluição atmosférica.

Conforme Farias e Borestein (2013), em se tratando de transporte rodoviário,

44

essencialmente existem duas variáveis estatisticamente significativas: o custo de utilização do

serviço e a densidade urbana, caracterizando não como um problema de localização entre a

empresa e o local destino, mas sim o trajeto entre os deslocamentos. Castro (2013) salienta

que além dessas duas variáveis apontadas, a participação do transporte rodoviário de carga,

contribui significativamente para piorar esse cenário e que, de maneira geral, pode-se dizer

que nos horários de picos, há um aumento considerável da quantidade de automóveis na via.

Como a capital paulista é considerada “corredor” de acesso a importantes rodovias

que ligam estados limítrofes, veículos de cargas poderiam facilmente evitar o tráfego em

horários de picos previsíveis, reduzindo a ocorrência de congestionamentos e, principalmente,

acidentes envolvendo veículos leves (CASTRO, 2013).

Para Resende e Sousa (2009) se a média da velocidade de uma via estiver abaixo

do que foi projetada, é classificada como congestionada, apesar da definição apresentar certa

imprecisão, em função de pessoas terem diferentes percepções e expectativas sobre

congestionamentos.

Outro fator também considerado no conceito é que o congestionamento pode

variar em função da demanda (eventos especiais; feriados prolongados, por exemplo), da

coordenação semafórica, da eficiência na fiscalização ou ainda das condições topográficas da

rodovia (IPEA/ANTP, 1998).

O congestionamento está vinculado à capacidade da via e ao nível de serviço.

Enquanto a capacidade da via representa a quantidade máxima de veículos que pode se

movimentar, em um trecho, durante um intervalo de tempo, sob um conjunto especificado de

condições de composição de demanda de tráfego e ambiental (geometria da rodovia, por

exemplo); o nível de serviço é uma medida qualitativa das condições operacionais, de

conforto e de conveniência aos motoristas, o qual depende de fatores como: liberdade na

escolha da velocidade, finalidade para mudar de faixas nas ultrapassagens, saídas e entradas

na via e proximidade de outros veículos, ou seja, quanto mais o fluxo se aproxima da

capacidade da via, pior será o nível de serviço, pois maior será a probabilidade de ocorrerem

congestionamentos (TRB, 2010).

A eficiência econômica de uma região é seriamente comprometida em função dos

altos índices de congestionamentos, causando transtornos ao transporte, atrasos pessoais e

45

custos extras significativos aos produtos. Empresas são estimuladas a se estabelecerem em

outras regiões onde esses indicadores tornam-se mais aceitáveis, possibilitando futura

expansão de sua capacidade produtiva.

Prestadores de serviços logísticos também criam rotas alternativas para entregas e

coletas de cargas e tentam estabelecer horários especiais para agilizarem suas atividades,

principalmente nas áreas mais críticas da cidade. A produtividade das empresas, segundo

Fleury, Wanke e Figueiredo (2011) que adotaram essa estratégia, cresceu em média 8%,

graças a tecnologia de informação e profissionais aptos a trabalhar com sistemas EDI

(Electronic Data Interchange), mas ainda há algumas restrições quanto aos horários, pois

alguns empresários se recusam a receber ou entregar mercadorias em horários noturnos

alegando alto custo de manutenção com pessoal.

4.1 Nível de serviço da rede de transporte

A demanda de tráfego varia de acordo com os horários de maior movimento da

rodovia e a situação de congestionamento se observa quando o volume de veículos na rede

supera sua capacidade, pois para cada tipo de via, o nível de serviço é definido em função de

um ou mais parâmetros que melhor caracterizam as condições de operação (IPEA/ANTP,

1998).

A metodologia utilizada na análise do nível de serviço da rede de transporte para

esse estudo foi baseada no Highway Capacity Manual – HCM (TRB, 2010), no Manual de

Estudos de Tráfego do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT, 2006)

e no Relatório Síntese apresentado pelo IPEA/ANTP (1998), classificando os

congestionamentos nos seguintes níveis:

Nível de serviço "A" – alta qualidade de serviço, permitindo velocidades

médias de 90km/h em suas faixas de rolamento;

Nível de serviço "B" – caracteriza-se por fluxos de tráfego com

velocidades de 80km/h ou pouco maiores em terreno plano, pois a

46

demanda de ultrapassagem para manter as velocidades desejadas

aproxima-se da capacidade dessa operação;

Nível de serviço "C" – representa maiores acréscimos de fluxo de

veículos, resultando em extensas filas e dificuldades de ultrapassagem. A

velocidade média ainda supera 70km/h, embora a demanda de

ultrapassagem exceda a capacidade da operação, mantendo o tráfego

estável, mas suscetível de engarrafamentos devido a manobras de giro e a

veículos mais lentos;

Nível de serviço "D" – descreve fluxo instável na via, com demandas de

ultrapassagens elevadas, mas sua capacidade se aproxima de zero. Filas de

5 a 10 veículos são comuns, embora a velocidade possa ser mantida em

60km/h;

Nível de serviço "E" – a porcentagem de tempo em filas é superior a 80%

e as velocidades apresentam-se em indicadores abaixo de 60km/h. Em

condições críticas da via, essa velocidade pode cair para até 40km/h,

principalmente em subidas longas, sem manobras de ultrapassagem. Sua

condição de operação é instável e de difícil previsão e,

Nível de serviço "F" – fluxo severamente congestionado, com demanda

superior à capacidade da via.

Um dos diferenciais do HCM, edição 2010, é analisar as rodovias a partir de

qualquer extensão isso porque, em segmentos de vias menores com baixa velocidade, se

obtém valores de níveis de serviços menores quando se comparado à metodologias anteriores

(SAMBONI, 2014).

A relação dos níveis de serviços da rodovia com seus fluxos de operação é

sintetizada na Tabela 4.1, considerando a velocidade limite imposta pela legislação nacional;

todavia essa análise poderá apresentar distorções considerando as condições da composição

de demanda de tráfego e ambientais, mencionadas no capítulo anterior.

47

Tabela 4.1 – Nível de serviços da rodovia

Velocidade de percurso como

uma porcentagem da velocidade

de fluxo livre-base (%)

Nível de Serviço – Relação entre volume

máximo (v) e capacidade (c) => (v/c).

≤ 1,0

> 85 A

> 67-85 B

> 50-67 C

> 40-50 D

> 30-40 E

≤ 30 F

Nota: Se a razão entre o volume máximo e a capacidade é maior que 1,0 (um) (v / c > 1,0), logo o nível de serviço da rodovia é "F", ou seja, excede completamente sua capacidade.

Fonte: HCM, 2010.

Veículos pesados, principalmente caminhões e ônibus, causam impactos negativos

na avaliação do nível de serviços das rodovias, pois suas dimensões quando comparados aos

automóveis influi diretamente na condição de fluxo e tráfego que uma faixa comporta. Além

disso, o baixo desempenho dos veículos pesados em relação aos veículos leves, obriga

alternância de faixas com manobras constantes, surgindo espaços vazios na rodovia,

caracterizando uma subutilização do espaço viário.

Com base no Relatório Síntese do IPEA/ANTP (1998) e, levando em conta os

estudos do HCM (TRB, 2010), onde a relação entre o volume máximo (v) e a capacidade da

via (c) seja menor ou igual a 1,0, os congestionamentos classificam-se em:

a) Leve; onde a relação situa-se entre 0,7 e 0,84 – Níveis de serviço "B" e

"C",

b) Moderado; a relação se encontra entre 0,85 e 0,99 – Níveis de serviço "D"

e "E",

c) Severo, igual a 1,0 – Nível de serviço "F".

Para Samboni, 2014, os sistemas de transportes integram toda a rede viária das

48

cidades, incluindo ruas e avenidas, caracterizadas por possuírem imóveis edificados e

identificar um subsistema de vias com diversas dimensões e padrões em função do volume de

tráfego, velocidade e demais interferências. Em função desses fatores e considerando nível de

serviço "A", o IPEA/ANTP (1998) definiu a velocidade livre para cada tipo de rodovia em:

a) 80km/h – expressa,

b) 60 km/h – arterial I,

c) 50 km/h – arterial II e,

d) 40 km/h – coletora.

De maneira geral, quanto menor o fluxo de veículos no sistema viário urbano,

melhor a qualidade de operação. Esses indicadores pioram o nível de serviço da rodovia, a

partir do momento em que o fluxo se aproxima de sua capacidade, contribuindo para a

ocorrência de congestionamentos.

Em grandes metrópoles o congestionamento dos sistemas viários é uma realidade

e a paralisação do fluxo de deslocamentos deve ser evitada, sem que hajam grandes prejuízos

para a sociedade, pois a tendência é que continue aumentando, em função da constante

expansão da produção de veículos no país (RESENDE e SOUSA, 2009).

49

5. MÉTODO DE TRABALHO

Para Severino (2007, p. 117): "[..] a ciência se constitui aplicando técnicas,

seguindo um método e apoiando-se em fundamentos epistemológicos". Tem-se assim

elementos gerais que são comuns a todos os processos de conhecimento, constituindo a

atividade de pesquisa.

O processo sistemático e formal, estabelecido como um conjunto ordenado de

procedimentos que se mostraram eficiente, ao longo da história na busca do saber, é

considerado por Cervo e Bervian (2002), como método científico, pois se trata de um

instrumento de trabalho, estabelecendo regras básicas, visando produzir novos conceitos,

corrigir e integrar conhecimentos existentes, mas o resultado depende de seu usuário. Já o

conjunto de procedimentos ligados a uma ciência tendo como objetivo alcançar resultados

utilizando-se de regras, normas, protocolos visando influenciar aspectos sociais, econômicos,

bem como o meio ambiente é denominado de técnicas científicas.

Métodos e técnicas científicas buscam, através de diferentes processos, atingir

resultados desejados na investigação e na demonstração da realidade.

Para Demo (2008, p. 72): "[...] como conhecimento é questão de método, produzir

conhecimento implica em método", logo o discurso científico deve ser cuidadoso, metódico e

sistemático, auxiliando para que a distinção seja facilmente compreendida e elaborada e, a

construção do objeto não seja apenas inventada, mas fundamentada no debate científico.

A investigação é resultado de algum problema observado ou sentido, logo as

técnicas aplicadas ao entendimento do plano metodológico e a forma especial de colocá-lo em

prática deve ser ordenado e o procedimento sistemático. Para essa pesquisa, os métodos

investigativos foram baseados nas seguintes propostas (CERVO e BERVIAN, 2002):

a) O método científico, pois segue o caminho da dúvida sistemática e, sempre

que falta a evidência, o pesquisador deve questionar e interrogar a

realidade e,

b) O método racional, onde as disciplinas que o empregam, não deixam de

ser verdadeiras ciências.

50

Severino (2007) classifica o método científico em dois momentos: o momento

experimental, onde nota-se a fase indutiva do que está em curso, geralmente ocorre um

processo de generalização, onde o pesquisador passa da análise particular para a universal e, o

momento matemático, considerando que a ciência se constrói em sua fase dedutiva.

Portanto, o método utilizado nessa pesquisa é experimental-indutivo, pois parte de

uma situação real, através da comparação do custo real com abastecimento em horário

comercial em área urbana e o custo com abastecimento noturno, ou seja, sem índices de

congestionamentos, podendo ser aplicada a demais casos dessa natureza, baseando-se em

hipóteses, delimitando o assunto a ser abordado e válido para qualquer cenário de caráter

produtivo, pois essa particularidade será demonstrada nos resultados obtidos no estudo.

As técnicas utilizadas em uma pesquisa são os meios corretos de executar as

operações de interesse do pesquisador na busca por soluções ou entendimento da construção

do objeto, através da formulação de questões ou levantamento de hipóteses, que possibilitem

formular suas conclusões (CERVO e BERVIAN, 2002).

O interesse desta pesquisa fundamenta-se no estudo coordenado pelo Instituto de

Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA em parceria com a Associação Nacional de Transportes

Públicos – ANTP e nas medidas propostas em seu Relatório Síntese (IPEA/ANTP, 1998),

visando melhorar a eficiência da operação do transporte e do trânsito para a redução dos

impactos provocados pelos congestionamentos urbanos, além de garantir o aprimoramento da

gestão dos recursos logísticos.

A partir desse Relatório, buscou-se estabelecer a região de concentração moderada

de congestionamento, adequando-se ao nível de serviço padrão "A", para via expressa, cuja

velocidade livre corresponde a 80 km/h, pois um dos componentes do custo variável

operacional (peças, acessórios e material de manutenção - PM), bem como a despesa com

combustível (DC) sofrem impacto direto. Portanto, a externalidade apontada por Vasconcellos

(1999), torna-se latente na ocorrência do congestionamento no meio urbano em função dos

atrasos nas entregas.

Há a necessidade de maior observação nas operações de logística empresarial, em

termos de redução de custos com os altos índices de congestionamentos nos centros urbanos;

melhorias no uso adequado de espaços comuns, otimizando condições de circulação e redução

51

da poluição ambiental, além dos impactos na estrutura operacional do transporte rodoviário de

cargas que estão diretamente associados ao custo de infraestrutura do país.

5.1 Etapas da pesquisa

Para fornecer os pressupostos do trabalho científico, o estudo utilizou-se de

pesquisa bibliográfica, pois esses documentos impressos apontam dados ou categorias teóricas

consagradas por outros autores e constituem a evolução do conhecimento, através das práticas

que fundamentam a atividade intelectual de estudiosos e cientistas que buscam,

incessantemente, atingir o valor pedagógico da pesquisa (SEVERINO, 2007).

Inicialmente fez-se uma pesquisa bibliográfica sobre: o impacto que os

congestionamentos nos centros urbanos provocam nas cadeias produtivas e seus reflexos nos

custos logísticos, a composição de custos logísticos e o desdobramento dessa atividade no

transporte rodoviário de cargas na economia, o tempo de suprimento na produção como fator

relevante no objeto desse estudo, mas sem considerar as condições das rodovias

(infraestrutura viária) e a integração com outros modais de transporte.

A abordagem quantitativa e qualitativa também está presente no estudo, pois o

transporte rodoviário de cargas é o elemento mais importante na estrutura de custos da

maioria das empresas, sendo de extrema importância ao profissional de logística ter um bom

entendimento dessa atividade (BALLOU, 2010).

Fez-se um estudo de caso com o apoio da empresa norte-americana, Cummins

Engine Company, denominada “Cummins Brasil”, uma das maiores fornecedoras de motores

diesel. Foi considerada a particularidade do trajeto: origem – fornecedor de autopeças

(motores) e destino – montadora, caracterizado por vias expressas, conforme relatório do

IPEA/ANTP (1998), que considera nível de serviço ‘A’ com velocidade máxima a 80 km/h

para veículos de carga. Nesta etapa, identificou-se cada componente participante do processo,

fez-se uma análise da rota, aplicando-se a estrutura de custos e suas interações no escopo do

problema, chegando-se às hipóteses definidas no método científico.

52

Para Yin (2015, p. 4), "a necessidade diferenciada da pesquisa de estudo de caso

surge do desejo de entender fenômenos sociais complexos" e a proposta de análise dos fatos

apurados permite ao pesquisador maior atenção em uma perspectiva holística e do mundo

real.

A coleta de dados foi realizada a partir de análises de informações utilizando-se de

sistemas de informações por satélites, observações de páginas eletrônicas de plataforma de

inteligência geográfica gerando um banco de dados através das plataformas Google Maps,

Waze, Maplink, para identificar o tempo de deslocamento das atividades de transporte

rodoviário de cargas da origem (Guarulhos) ao destino (São Bernardo do Campo) na região

metropolitana de São Paulo como parâmetro para prestadores de serviços logísticos e

transportadores autônomos (carreteiros) terem maior facilidade na elaboração do cálculo de

custo de seus serviços, além de promover maior competitividade em um setor estratégico à

economia nacional.

A preparação para a coleta das observações do estudo de caso estabeleceu um

protocolo como forma de aumentar a confiabilidade da pesquisa e orientar o pesquisador na

realização dos apontamentos. O protocolo sugerido por Yin (2015) visa disciplinar as

seguintes etapas:

Visão geral do estudo de caso: abordagem de assuntos relevantes através

de leituras sobre o tema pesquisado – revisão bibliográfica;

Procedimentos para a coleta de dados: identificação das prováveis fontes

de dados ao observar fatos do mundo real, registrando esses elementos em

bases próprias de recursos, por exemplo: computador pessoal;

Questões da coleta de dados: potenciais fontes de evidência para tratar

cada questão do protocolo e manter o pesquisador no direcionamento

correto – manter o foco e evitar falhas e distorções na unidade de análise;

Guia para o relatório do estudo de caso: formatar dados para utilização e

apresentação de esboço uniformemente aceitável – relatório final dirigido

ao público-alvo.

Após análise dos resultados e considerando os altos índices de congestionamentos

53

na cidade de São Paulo e seus reflexos para as cidades circunvizinhas, uma alternativa

encontrada foi a realização de algumas atividades em horário noturno, de menor fluxo,

reduzindo-se custos logísticos, otimizando os processos produtivos e garantindo maior

competitividade das empresas em mercados globais (RODRIGUES, 2011).

Outro fator não menos importante nessa etapa de realização da pesquisa foram as

observações conduzidas na página eletrônica do Instituto Nacional de Meteorologia – INMET

(www.inmet.gov.br), disponibilizadas automaticamente a cada hora, através da Estação

Mirante de Santana/SP que subsidiou a identificação de ocorrência de chuvas ao longo da rota

durante o período do estudo.

5.2 Método científico

Para Severino (2007), o estudo de caso é uma observação particular que pode ser

considerada representativa de um conjunto de casos análogos, pois a coleta de dados e sua

análise ocorrem da mesma forma que a pesquisa de campo. Ainda para o autor, as condições

naturais em que os fenômenos ocorrem não devem ter interferência e tampouco manuseio por

parte do pesquisador, abrangendo análise rigorosa e levantamentos que possam ser mais

descritivos, até estudos mais analíticos. Portanto, na fase indutiva, inicialmente observa-se

fatos casuais e espontâneos, cuja ocorrência é verificada cotidianamente e, posteriormente, as

hipóteses são confirmadas na fase dedutiva, a qual mostra onde o estudo pretende chegar,

estabelecendo uma Lei Científica.

O método a ser utilizado nesse estudo é o Método Experimental-Indutivo,

definido por Severino (2007) e representado na Figura 5.1, pois toda investigação gerada

requer alguma hipótese ou pressuposição, guiando e delimitando o assunto a ser estudado.

54

Figura 5.1 – Estrutura lógica do método científico

Fonte: Adaptado de Severino, 2007, p. 101.

5.3 Método de quantificação de custos logísticos

Basicamente, em sua maioria, as provedoras de transporte rodoviário de cargas

possuem como principal característica à estrutura familiar, contando muitas vezes com

colaboradores despreparados e desqualificados profissionalmente em níveis gerenciais,

tornando suas decisões mais centralizadas e prejudicando, assim, o desenvolvimento da

empresa.

A estrutura de modelagem matemática para o cálculo do Custo Total da Rota

(CTR) é apresentada por Fleury; Avila e Wanke (2011, p.274), partindo do somatório de três

parcelas e detalhado no capítulo 3 do estudo, como sendo:

55

a) Custo Fixo Unitário de Operação (CFUOp);

b) Custo Variável Unitário (CVU) e

c) Custo Fixo Unitário de Administração (CFUAd).

O componente da primeira parcela do custo total – equação 5, Velocidade Média

da rota (Vm) foi quantificado em função da variabilidade do tempo de viagem, considerando

o desvio padrão da amostra devido aos altos índices de congestionamento no percurso.

A análise de custos intensificou-se na distribuição ‘um para um’, em função de

apresentar fortes economias de escala (NOVAES, 2015), porém o fato de a rota ser

considerada curta (menos de 100 km ida e volta), os custos com a operação de carga e

descarga são extremamente penalizados nas operações logísticas, podendo chegar até a 64%

do custo total da rota (FLEURY; AVILA e WANKE, 2011).

As tarefas administrativas são imprescindíveis e relevantes para a apuração do

custo fixo (CFUAd), apesar das operações individualmente serem simples, pois o

processamento eficiente da informação é tão importante para o sucesso de uma empresa

quanto o uso de equipamentos e terminais.

Utilizando-se dos recursos disponíveis do Departamento de Custos Operacionais,

Estudos Técnicos e Econômicos – Decope da Associação Nacional do Transporte de Cargas –

NTC, foi adequada uma planilha de custos para o conjunto transportador (cavalo mecânico e

semirreboque) e as situações encontradas na atividade de campo, para comparar e analisar os

impactos de custos identificados no estudo.

5.4 Tecnologia da informação logística

Os custos de transporte variam, em média, de um a dois terços dos custos

logísticos. Melhorar a eficiência dessa matriz, em termos de redução de tempos, bem como

dos produtos que estão em trânsito é relevante (BALLOU, 2010).

56

Para Nazário (2011, p. 287): “os sistemas de informações logísticas funcionam

como elos que ligam as atividades logísticas em um processo integrado, combinando

hardware2 e software

3 para medir, controlar e gerenciar as operações logísticas”. Nesse

momento, a proposta foi utilizar um equipamento de rastreamento para auxiliar as tomadas e

controle dos tempos dos suprimentos de autopeças no percurso.

Diversos veículos que operam no transporte rodoviário de cargas, em centros

urbanos, estão equipados com sistemas de monitoramento por satélites, fornecendo a latitude

e a longitude em tempo real (NOVAES, 2015).

Tecnologias como Sistemas de Informação Geográfica – SIG e monitoramento

por satélites, gestão de informações, sistemas computacionais aplicados ao controle e

gerenciamento de estoques têm crescimento vertiginoso no país, sendo consideradas

ferramentas de suporte às decisões empresariais e não apenas uma exigência de setores que

disponibilizam maiores recursos financeiros em determinadas áreas de produção, como as

montadoras e prestadores de serviços logísticos globais, por exemplo.

O sistema de localização automática de veículos (AVL – Automatic Vehicle

Location) realiza operações associadas com o sistema de posicionamento por satélites (GNSS

– Global Navigation Satellite System), um Sistema de Informações Geográficas (SIG), com

base cartográfica e banco de dados e a comunicação por satélite, permitindo despachar cargas,

localizar veículos e reorganizar a estratégia operacional em quaisquer instantes, possibilitando

também que o veículo que estiver mais próximo e disponível possa ser alocado na retirada

(coleta) de uma carga ou documento (NOVAES, 2015 e AMARANTE, 2007).

A tendência tecnológica do Sistema AVL é ser utilizado com maior intensidade,

através da Internet, associado com a roteirização de veículos. Casos muito comuns são as

compras realizadas em páginas eletrônicas (e-commerce), onde o cliente recebe um número de

referência (nota fiscal ou pedido, por exemplo) e pode acompanhar a movimentação da carga

desde a origem até o destino, além de produzir relatórios de eficiência operacional.

No caso do estudo em questão, os relatórios foram obtidos a partir do sistema de

2 Pode-se considerar como hardware desde computadores e dispositivos para armazenagem de dados até

instrumentos de entrada e saída, tais como: impressoras de código de barras, leitores óticos, GPS, entre outros.

3 Software inclui sistemas e aplicativos/programas utilizados na logística.

57

monitoramento da rota, disponíveis em plataformas eletrônicas do Google Maps, Maplink e

Waze, identificando os tempos de deslocamentos da origem e destino, além de outras

ocorrências, tais como: acidentes, reparos nas vias, congestionamentos, que serão utilizados

na composição dos custos de suprimentos da rota, complementando os elementos da

modelagem matemática e auxiliando na tomada de decisão dos gestores operacionais.

Considerando as janelas de embarque, requisitos básicos das estratégias just-in-

time e kanban de materiais, definidas pela montadora e o fornecedor de autopeças, as

observações ocorreram aleatoriamente em dias úteis da semana, ou seja, de segunda a sexta-

feira, excluindo-se finais de semana e feriados prolongados, nos seguintes horários:

11h00min; 13h30min e 15h30min, pois há maior incidência de variáveis que contribuem aos

impactos no transporte rodoviário de cargas.

Outra vantagem competitiva oferecida ao prestador de serviços logísticos é a

comunicação com a equipe operacional (motoristas e ajudantes), sobre ocorrências de tráfego

na região objeto da entrega, condições meteorológicas, trocas de mensagens com clientes,

além da solicitação de socorro, quando necessário (AMARANTE, 2007).

5.4.1 Localização automática de veículos (AVL)

Para ampliar a confiabilidade da informação logística, sistemas inteligentes de

localização automática de veículos (AVL) são utilizados para indicar o posicionamento do

veículo a partir de uma central de monitoramento, visando otimizar a capacidade produtiva da

frota, auxiliar gestores na tomada de decisão e na segurança operacional.

Essa tecnologia começou a ser utilizada nos Estados Unidos em meados da década

de 1970, mas no Brasil somente a partir de 1994, com a finalidade de dar suporte às operações

logísticas.

Para Amarante (2007), os sistemas de localização automática de veículos são

58

divididos em unidades móveis e a central de monitoramento, sendo a primeira composta pelos

sistemas de posicionamento e comunicação, módulo de controle e acessórios e a segunda

composta pelos equipamentos de processamento do sistema.

A perfeita combinação destas tecnologias possibilita o melhor padrão de

qualidade do sistema AVL, garantindo precisão no cálculo da posição da unidade móvel (em

torno de 50m) e, conforme a aplicação, permite o envio e recepção de mensagens, os

controles de velocidade, do horário e até da área permitida para tráfego (cerca eletrônica).

Para Dornier et al, 2012, as informações recebidas através de sistemas AVL

devem ser comunicadas de forma que cada componente da cadeia logística possa traduzir essa

demanda em tarefas operacionais interna, contribuindo para que o nível de serviço ao cliente

tenha sua expectativa atendida.

O acesso à tecnologia viabilizou redesenhar processos operacionais das

organizações em que inúmeros aplicativos específicos contribuíram para que veículos

equipados com rastreadores e receptores GNSS, possam alocar seus recursos mais próximo e

disponível a uma tarefa emergencial, como por exemplo, o transporte rodoviário de cargas

(NOVAES, 2015).

Para Bowersox e Closs, 2010, p. 196, "a interação em tempo real permite

informações atualizadas relativas à localização e entrega e permite aos despachantes

redirecionar caminhões em resposta a necessidades ou engarrafamentos de trânsito", pois a

comunicação via satélite constitui um canal rápido com ampla cobertura geográfica.

O transporte rodoviário de cargas é, sem dúvida, uma das principais atividades

econômicas do país e empresas com as melhores práticas logísticas preferem manipular

informações ao invés de movimentar estoques. Portanto, o sistema de posicionamento por

satélite garante a determinação de coordenadas, viabilizando a localização dos veículos

(AMARANTE, 2007).

59

6. O ESTUDO DE CASO

A Região Metropolitana de São Paulo, responsável por 19% do PIB brasileiro,

concentra em sua extensão territorial grande parte das montadoras de veículos do país. A

maioria das indústrias de autopeças está localizada, principalmente, no Vale do Paraíba e

Região de Campinas. Essa produção está, basicamente, voltada ao abastecimento das

montadoras na Região do ABC paulista, onde seus acessos, geralmente, são pelas rodovias:

Presidente Dutra, Airton Senna, Imigrantes, Anchieta, Anhanguera e Bandeirantes, todas

convergindo para as vias marginais da capital paulista.

Figura 6.1 – Congestionamentos na Região Metropolitana de São Paulo

Rodovia Presidente Dutra – BR116 – Guarulhos Av. das Juntas Provisórias – São Paulo

O congestionamento no meio urbano, observado na Figura 6.1, é um dos

principais problemas enfrentados pelo segmento industrial como forma de ampliar vantagens

competitivas no processo produtivo, pois esse custo é, inevitavelmente, transferido para

produtos e serviços que serão comercializados.

Para Yin (2015) a necessidade de utilizar técnicas analíticas evidencia as

abordagens consideradas ao desenvolver o protocolo do estudo de caso. Logo, colocar

informações em séries diferentes, criar modos de apresentação de dados, tabular a frequência

dos diferentes eventos e colocar a informação em ordem cronológica pode permitir aos

pesquisadores maiores facilidades na utilização desses elementos para guiá-lo ao longo de sua

análise.

60

Segundo dados estatísticos da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos

Automotores – ANFAVEA, apresentado na Figura 6.2, a produção das montadoras teve

impacto negativo no último semestre em função da crise econômica e política nacional, pois

as incertezas que permeiam as ações do governo levam empresários a conter investimentos

em setores produtivos, logo o consumo de bens e serviços é sistematicamente afetado.

Figura 6.2 – Produção de veículos automotores

Fonte: ANFAVEA, 2016.

Para Severino (2007), o estudo de caso deve ser significativo e bem

representativo, pois fundamenta uma generalização para situações análogas, possibilitando

chegar a uma conclusão a partir de premissas como é o caso apresentado no estudo.

Uma das principais prioridades das empresas que atuam na cadeia de suprimentos

é a busca incessante da redução dos tempos de deslocamentos de materiais (origem/destino),

criando rotas alternativas para entregas e coletas de cargas, além de estabelecer horários

especiais para agilizarem suas atividades como fator preponderante, principalmente nas áreas

mais críticas da cidade, pois parcela significativa da produção de veículos automotores é

absorvida pelo mercado nessas regiões.

Outro fato que chama a atenção e torna-se imprescindível na análise do estudo de

caso é o consumo de óleo diesel no Estado de São Paulo. A Figura 6.3 aponta também uma

queda acentuada no consumo dessa matriz energética e a justificativa pode acompanhar o

61

mesmo raciocínio da ANFAVEA, ou seja, o momento econômico do país restringe as cadeias

produtivas e, consequentemente, os canais de distribuição física de produtos aos mercados

consumidores.

Figura 6.3 - Consumo de óleo diesel - SP

Fonte: ANP, 2016.

Nos últimos cinco anos o Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo -

DETRAN/SP, aponta uma média de 800.000 veículos pesados (caminhões) licenciados no

estado por ano, enquanto que a média de automóveis ultrapassa a barreira de 16 milhões de

unidades e isso parte de incentivos do governo na facilidade de financiamento ao consumidor

e, em contrapartida, contribui para os altos índices de congestionamentos nos grandes centros

urbanos.

À medida que a população tem suas necessidades de deslocamento estimuladas

através do transporte individual (veículo particular), investimentos do governo estadual em

mobilidade urbana e transporte coletivo não acompanham essa mesma tendência e, como se

não bastasse reduz sistematicamente a cada exercício fiscal.

Alternativas estão sendo implantadas pelos governos federal, estaduais e

municipais para minimizar impactos com os congestionamentos na cidade com a construção

do Rodoanel Metropolitano de São Paulo pelo Desenvolvimento Rodoviário S/A – DERSA,

com o consequente desvio do fluxo de tráfego de veículos pesados (caminhões) do centro da

62

cidade, e o Plano Integrado de Transportes Urbanos – PITU-2025, da Secretaria de Estado dos

Transportes Metropolitanos, visando à melhoria do transporte público. A tendência é agilizar

a distribuição de bens e serviços por meio de um sistema viário completo e integrado.

A partir dos elementos apontados pode-se realizar a análise de uma situação típica

para compreender a aplicação do estudo de caso na prática. Essa sistemática coloca cada etapa

do protocolo de Yin (2015) – revisão bibliográfica, coleta de dados e elaboração do relatório

final, associada às técnicas analíticas de combinação de padrão, relacionando variáveis

dependentes e independentes do estudo para explicar ocorrências lógicas dessas combinações;

construção da explicação, cujo objetivo é analisar os dados coletados do estudo de caso

visando associá-los a algo que ocorreu na observação.

A análise de uma situação típica também pode envolver outras técnicas analíticas,

propostas pelo autor, tais como: séries temporais – simples ou complexas; modelos lógicos e

síntese cruzada dos casos.

Para Marconi e Lakatos (2014), os elementos podem surgir de modo explícito ou

implícito no momento da análise possibilitando ao pesquisador determinar as relações

existentes nos fatos apurados, verificando se há coerência ou não nessa abordagem.

A busca da redução do tempo de deslocamento (origem/destino) é uma das

prioridades das empresas que atuam na cadeia de suprimentos, criando rotas alternativas para

entregas e coletas de cargas, além de estabelecer horários especiais para agilizarem suas

atividades, torna-se fator preponderante, principalmente nas áreas mais críticas da cidade.

6.1 Coleta, tratamento e análise de dados

A contribuição para os setores de produção e serviços dessa pesquisa respeitou a

ética comercial, restringindo a abordagem de situações operacionais específicas e visa uma

questão única: qual a redução de custo para o componente do veículo (motor) com as medidas

adotadas?

63

A quantidade de componentes para montagem de um veículo é grande e o

município de Guarulhos conta com vários fornecedores de autopeças. Portanto, identificar

uma indústria de componente classificada como item ‘A’, da análise ABC e iniciar essa

aproximação não foi uma tarefa simples, pois a resistência de alguns setores na

disponibilização de informações torna qualquer estudo muito complexo.

A coleta de dados é uma tarefa de extrema importância para a realização de um

estudo, envolvendo diversas etapas, apontando vantagens e desvantagens que levará em

consideração o objetivo a que se quer chegar (CERVO e BERVIAN, 2002).

O fornecedor de autopeças, através da equipe de suprimentos e logística, analisou

com muito critério os riscos para conceder informações que não colocassem suas estratégias

produtivas em contradição, em função dos eventuais atrasos ocorridos nas janelas de

embarque de componentes à montadora.

A área destinada à armazenagem, assim como a gestão de estoque do produto

acabado foi recentemente reestruturada, visando melhorar as operações de embarque, o

sistema de gestão de estoque, bem como as prioridades definidas que possam reduzir custos

nos processos de produção e logística e contribuir, ainda mais, para identificar alternativas de

melhorias, principalmente na atividade de transporte rodoviário de cargas (MARTINS e ALT,

2009).

Os fatos que motivaram a necessidade de apurar dados para analisar os impactos

que os congestionamentos provocam no transporte rodoviário de cargas e os benefícios que o

estudo pode contribuir para a redução de custos, tanto para provedores de serviços logísticos

quanto para as montadoras, foram as dificuldades em encontrar informações consistentes nos

mais variados segmentos produtivos (bens e serviços), que proporcionassem efetivos

resultados à sociedade em geral.

Foi considerada a particularidade do trajeto: origem – fornecedor de autopeças

(motores) e destino – montadora, caracterizado por vias expressas, conforme relatório do

IPEA/ANTP (1998), que considera nível de serviço ‘A’ (ótimo) o desenvolvimento da

velocidade limitado a 80km/h para veículos de carga.

Alguns obstáculos tiveram que ser superados para a conclusão do levantamento de

64

campo. Foram realizadas constantes reuniões para que a pesquisa não interferisse nos

processos e normas de segurança da empresa sem que provocasse situações tendenciosas de

manipulação de dados e/ou informações e demonstrasse aspectos não condizentes com a

realidade da operação.

A maior preocupação era com o prestador de serviços logísticos, pois algumas

situações de controle poderiam provocar resistências nas operações de carga e descarga dos

veículos dedicados na atividade.

O suprimento de autopeças da montadora é realizado por veículos compatíveis

para cada embarque, consequentemente houve interesse das partes no tratamento e análise de

dados obtidos ao longo das operações de transporte.

No Brasil, ainda não há disseminação de uma cultura que promova a convergência

de dados estatísticos de diversos estudos que possam utilizar a academia como parceira na

busca de soluções para seus problemas. É claro e notório a tentativa de manipulação da

análise de dados do setor, em função da concorrência demonstrar maior voracidade na busca

por clientes estratégicos, principalmente nos setores de autopeças e de montadoras de

veículos, caminhões e ônibus.

Após encontros com a equipe responsável pelo gerenciamento das atividades

operacionais do fornecedor de autopeças e do prestador de serviços logísticos, chegou-se a um

acordo de que a análise de dados e informações deveriam ser previamente aprovados pela

equipe para posterior utilização no objeto de estudo, devido à necessidade de resguardar o

sigilo operacional e comercial que o segmento requer, pois "a construção lógica do trabalho é

o arranjo encadeado dos raciocínios utilizados para a demonstração da hipótese formulada no

início" (SEVERINO, 2007, p.148).

6.2 O fornecedor de autopeças

A norte-americana Cummins Engine Company, uma das maiores fornecedoras de

motores diesel do mundo, seguindo a trajetória de seus grandes clientes mundiais, entre eles

65

Komatsu e a Ford, instalou-se, no Brasil em 1971, sob a denominação ‘Cummins Brasil’

atraída pelas oportunidades de mercado no país.

Em 1974, iniciou suas atividades em Guarulhos (SP) em um parque industrial de

60.000m² de área construída. A Figura 7.4 mostra a localização da unidade ao lado da

Rodovia Presidente Dutra, em um terreno de 138.000m², com capacidade de produção de

70.000 motores por ano.

O grupo emprega aproximadamente 2.000 funcionários em duas fábricas e uma

unidade de distribuição no Município de Guarulhos, produzindo mais de 30.000 motores por

ano, com faturamento superior a US$ 800 milhões, dos quais 30% (trinta por cento)

destinados à exportação para vários países.

Figura 6.4 – Vista parcial das instalações do fornecedor de autopeças

Com uma variada série de produtos, a empresa fornece motores a diesel para

diversos segmentos do mercado, principalmente caminhões de todos os portes, picapes,

montadoras de ônibus, aplicações estacionárias e marítimas, máquinas para construção e

mineração e equipamentos agrícolas.

Possui uma rede de 32 distribuidores na América Latina, sendo três próprios e

centenas de pontos de venda de peças e assistência técnica nos 22 países cobertos pela fábrica

66

brasileira.

Os motores fabricados na filial brasileira são divididos em famílias, cada uma

delas com a mesma capacidade volumétrica (litros), variando sua potência conforme a

necessidade do equipamento e sua aplicação.

Os primeiros lançamentos da empresa no país foram os motores pesados da série

‘N’, destinados basicamente a aplicações em equipamentos para construção e estacionários,

além de exportações destinadas ao mercado americano visando equipar caminhões e máquinas

agrícolas.

Em 1986, a empresa conquistou novos mercados, com a introdução dos motores

médios da série ‘C’, fabricados simultaneamente no Brasil e nos Estados Unidos. Com o

lançamento desta série, a empresa entrou definitivamente no segmento automotivo nacional.

Cinco anos após o seu lançamento, a série ‘C’ recebeu um pacote tecnológico com

várias inovações e mais de uma centena de novos componentes que contribuíram para o

aprimoramento do controle de emissões de poluentes, durabilidade, potência e desempenho.

Disponível no mercado em potências de 210 a 304 cavalos, a série ‘C’ é um equipamento

original de diversos modelos de caminhões nacionais, incorporando o mesmo nível

tecnológico disponível nos 147 países onde atua comercialmente.

Independente dos demais produtos fabricados pela empresa – motores para

aplicações em veículos leves (série ‘B’), a empresa começou a fabricar, em 2000, versões com

o sistema eletrônico interativo (ISM), tornando-os com maior potência nesta categoria.

A terceira geração de motores eletrônicos, principal característica dos modelos

‘ISBe 6’, denominada Cummins Interact, diagnostica falhas e ocorrências com o objetivo de

evitar custos adicionais ao usuário, onde um software possibilita que mecânicos e técnicos

agilizem os reparos.

O estudo baseia-se no suprimento dos motores ‘ISBe 6’, em função de sua

aplicação em caminhões, ônibus e picapes e ser considerado item ‘classe A’ da análise de

estoques ABC, pois sua falta pode provocar a interrupção da produção tendo em vista que sua

substituição é difícil, não havendo fornecedor alternativo, além de compor sistematicamente a

lista de pedidos da montadora com maior volume de unidades/dia (MARTINS e ALT, 2009).

67

O fornecedor de autopeças, através da equipe de suprimentos e logística,

demonstrou grande interesse para colaborar com o desenvolvimento desta pesquisa, pois

sempre esteve envolvida em ações que pudessem levar a reduções de custos nos processos de

produção e logística, considerando que este estudo poderá contribuir para identificar

alternativas, principalmente, na atividade de transporte rodoviário de cargas.

Para viabilizar a realização da coleta de dados em campo a equipe operacional

disponibilizou recursos necessários, pois o objetivo era desenvolver a observação das

operações logísticas e realizar as respectivas anotações para a composição do estudo. A maior

preocupação, entretanto, era com o prestador de serviço logístico, pois algumas situações de

controle poderiam provocar resistências nas operações de carga e descarga, tendo em vista

que o frete é custeado pela montadora e qualquer interferência em sua atividade poderia

provocar desgastes entre as partes.

A frota é composta por veículos compatíveis para a realização de transporte

rodoviário de carga e a equipe de suporte do prestador de serviços logísticos dispõe de uma

área integrada à equipe operacional do fornecedor de autopeças para gerenciar as atividades

de carga e descarga dos equipamentos de transporte, além da emissão dos documentos que

acompanham as mercadorias.

6.3 A montadora de veículos

Prevendo encontrar condições de mercado e infraestrutura favoráveis,

principalmente porque os primeiros investimentos em estradas de rodagem estavam em curso,

a Ford começou seus investimentos, no Brasil, em 1919, apesar dos registros da chegada do

primeiro veículo em 1909.

São Paulo, com sua economia baseada no acúmulo de capitais gerados pela

exportação do café em mercados mundiais, foi o polo natural de atração da montadora, que se

68

fixou no bairro do Ipiranga, pois a cidade contava com uma indústria incipiente, mais

promissora, além de um vasto contingente de mão de obra.

Com a instalação das primeiras montadoras, a produção em série permitiu a

ampliação da presença do automóvel no país e os reflexos dessas ações não demoraram

acontecer. As cidades começaram a ampliar e pavimentar suas malhas viárias. As estradas, até

então destinadas apenas ao tráfego de cavalos, charretes e carroças, foram melhoradas o

suficiente para permitir o trânsito de veículos motorizados. Em consequência, a frota nacional

passou de 30 mil veículos em 1920 para 250 mil, em 1930, composta basicamente de carros

de passeio, caminhões leves de uso essencialmente urbano, e ônibus.

A planta de São Bernardo do Campo, no Estado de São Paulo, adquirida em

outubro de 1967, produzia veículos automotores, da estamparia à montagem final, com a

integração de sistemas operativos eficientes.

Em 2001 é inaugurada no bairro do Taboão, em São Bernardo do Campo a

unidade considerada a mais moderna do mundo montando caminhões da linha Cargo e Série

F, com uma área de 72.000m².

Em 2013 essa unidade ampliou sua linha de montagem com veículos

extrapesados, ou seja, com capacidade de transporte de carga de até 56 toneladas. Esse projeto

global é desenvolvido nos estúdios de design e centro de engenharia de Camaçari, na Bahia,

em São Bernardo do Campo e Tatuí, em São Paulo, com intenso suporte das unidades dos

Estados Unidos e Europa.

A relação entre os processos produtivos e sua interação com o meio ambiente,

requer profissionais qualificados, desenvolvendo produtos de alta qualidade para superar as

expectativas dos consumidores.

69

6.4 Prestador de Serviços Logísticos (PSL)

Realidade no mercado mundial, seja pela participação nas atividades logísticas ou

pelas alianças estratégicas de gestão da cadeia de suprimentos, a utilização do prestador de

serviço evoluiu ao longo dos anos, tendo relação direta na busca por vantagens competitivas e

na consolidação e prática de modernos conceitos em que esses provedores assumem papéis

mais abrangentes e integrados a seus clientes (VIVALDINI e PIRES, 2010).

Inicialmente, os prestadores de serviços logísticos focalizaram serviços de entrega

expressa de cargas (transporte rodoviário) e, na década de 1980, criaram a divisão de

logística, pois observaram que seus clientes se beneficiariam com soluções para a cadeia de

suprimentos, elaboradas de acordo com suas necessidades. Têm como estratégia, oferecer as

melhores soluções logísticas aos clientes garantindo excelência operacional em cada setor de

atuação, consolidando presença em mercados altamente competitivos, como os setores

automotivo, eletrônico, bens de consumo, industrial, entre outros.

No âmbito global, o objetivo do Prestador de Serviços Logísticos é ser

reconhecido como líder mundial em setores específicos ao desenhar, implementar e operar

soluções para complexas cadeias logísticas, utilizando tecnologia capaz de otimizar, integrar,

reduzir custos e dar visibilidade à operação de gerenciamento da cadeia de suprimentos,

melhorando os níveis de serviços. Direcionam e conduzem a gestão da cadeia de suprimentos

combinando serviços físicos (armazenagem e transporte, por exemplo) e gerenciais, cuja

abordagem integrada do negócio, cobre todas as questões fundamentais relacionadas à cadeia

de suprimentos, tais como estratégias funcionais, estrutura organizacional, tomada de

decisões, gestão de recursos, funções de apoio, sistemas e procedimentos.

Outra estratégia operacional adotada pelo prestador de serviço de transporte

rodoviário de cargas foi o estabelecimento de uma base administrativa e operacional nas

instalações do fornecedor, visando melhorar a integração gerencial das atividades, indicadores

de serviço ao cliente, políticas para trocas de informações e investimentos futuros (FLEURY;

WANKE e FIGUEIREDO, 2011).

Para Chong et al (2005, p.17), a utilização de prestadores de serviços logísticos

70

possibilita a formação de centros operacionais estratégicos para atendimento da produção

industrial, em função da consolidação e transporte das mercadorias de diversas origens aos

destinos, garantindo a economia de escala.

O prestador de serviços logísticos supervisiona a gestão do transporte da

mercadoria e o controle de fluxo de estoque ao longo da cadeia de suprimentos, relacionando

essas atividades ao escopo de maior importância e às demandas do cliente, bem como

estabelece parcerias baseadas em resultados e alianças com empresas de tecnologia que

podem ser necessárias a seu interesse.

Para Dornier et al, 2012, p. 316, os serviços logísticos dividem-se em quatro

diferentes tipos:

a) serviços básicos: não requerem grande coordenação;

b) serviços logísticos contratuais físicos: permitem a terceirização de algumas

atividades, enquanto a empresa ainda mantém controle da gestão;

c) serviços logísticos contratuais de gestão: que subcontratam a gestão de um

armazém ou frota de transporte existente e,

d) logística contratual integrada: que incorpora serviços físicos e funções

gerenciais sob a responsabilidade do Prestador de Serviço Logístico.

Como estratégia de tornar suas atividades mais eficientes, fornecendo serviços

mais confiáveis aos clientes, o prestador de serviços logísticos executa duas ou mais

atividades nos diferentes processos existentes na cadeia de suprimentos, demonstrando

flexibilidade, agregando valor ao produto final ao consumidor.

Uma gestão adequada das atividades de transporte é uma fonte de vantagem

competitiva para empresas industriais. Administrar e oferecer soluções completas para as

grandes montadoras e seus fornecedores com serviços de armazenagem e distribuição, rotas

milk-run4, entregas just-in-time

5, gestão de operações de cross-dock

6, projeto de contêineres

4 Otimização do fluxo de transporte rodoviário realizando múltiplas rotas de coleta ou entrega para um único

cliente ou para clientes de um mesmo setor, visando melhorar a performance do veículo e redução de custos. 5 É um método de produção com o objetivo de disponibilizar os materiais requeridos pela manufatura apenas

quando forem necessários para que o custo de estoque seja menor (MARTINS e ALT, 2009, p.127). 6 Caracterizam-se por envolver múltiplos fornecedores que atendem clientes comuns. Carretas completas chegam

ao armazém e então se inicia um processo de separação dos pedidos, com a movimentação das cargas da área de

recebimento para a área de expedição (FLEURY; WANKE e FIGUEIREDO, 2011, p. 158).

71

para peças especializadas, distribuição de veículos e suporte pós-venda, caracterizam

atividades operacionais e se transformam em oportunidades de negócios para o PSL

(VIVALDINI e PIRES, 2010).

A estrutura de atendimento às necessidades da montadora – Unidade: Taboão –

São Bernardo do Campo/SP é constituída por equipe e equipamentos dedicados na operação

do transporte rodoviário de cargas, tendo como facilidades à gestão e tomada de decisões que

possibilitam um conjunto de aspectos, tais como: decisões estratégicas essenciais na escolha

dos modais, decisões sobre a propriedade ou terceirização da frota e política de consolidação

de cargas e as decisões operacionais que envolvem planejamento de embarque, roteirização e

programação dos veículos (BALLOU, 2013).

A estrutura disponibilizada pelo PSL nas operações de coleta e entrega de

materiais na montadora é composta por conjunto semirreboque (carreta) e cavalo mecânico,

com idade média de 10 (dez) anos de uso, equipados com sistema para monitoramento via

satélite, além da equipe de colaboradores para apoio administrativo em horário comercial.

6.5 O sistema de monitoramento por satélites

O processo de distribuição física de produtos incorpora a necessidade de se

estabelecer ferramentas tecnológicas que auxiliem gestores e equipe operacional a otimizar os

recursos disponíveis na organização e tornar as atividades de monitoramento da frota por

satélites mais acessíveis aos prestadores de serviços logísticos (ALVARENGA e NOVAES,

2011).

O crescimento contínuo e a diversificação das atividades logísticas são

consequências da constante incorporação de avanços tecnológicos, investimento em recursos

humanos e atenção às novas oportunidades de negócios que os setores empresariais buscam

intensificar nas atividades que demandam maior fluxo logístico.

72

Baseado em telecomunicações bidirecionais, o sistema de monitoramento por

satélites oferece informações seguras e precisas sobre o veículo e a carga, 24 horas por dia.

Com abrangência intercontinental e tecnologia própria, o sistema pode adaptar seus softwares

e equipamentos de acordo com a necessidade específica de cada atividade.

Para Vivaldini e Pires (2010, p. 143), "a evolução nos sistemas de roteirização, de

monitoramento e de rastreamento dos veículos significou importante avanço no serviço de

transporte", principalmente com a possibilidade de ampliar e melhorar as ações de

planejamento e acompanhamento de cada equipamento utilizado nas operações de coleta e

entrega de cargas.

O sistema Autotrac foi desenvolvido para atender ao mercado de monitoramento

de frotas, proporcionando mais segurança ao transporte de cargas, permitindo uma eficaz

gestão logística.

Cada veículo conectado ao sistema recebe a instalação de equipamentos – antena

compatível com o Sistema de Posicionamento por Satélite - GPS – Global Positioning

System, processador e terminal de dados, visando obter seu posicionamento o qual é

transmitido para a central da empresa ou do próprio cliente, com ampla cobertura.

A tecnologia oferecida pelo sistema permite o controle eletrônico das condições

de uso do veículo, também possibilita redução dos custos de operação e manutenção,

auxiliando na prevenção de acidentes, pois conta com software de telemetria, emitindo

relatórios sobre velocidade, rotações do motor por minuto (RPM), freadas e acelerações

bruscas, entre outros importantes indicadores de desempenho da frota.

O monitoramento desses sistemas, tradicionalmente, é de responsabilidade da

gestão logística, porém empresas de transporte rodoviário de cargas contam com uma parcela

significativa de ferramentas funcionais para uma visão global de suas atividades (DORNIER

et al, 2010).

O sistema também oferece informações sobre a localização do veículo e da carga,

seja qual for o modo de transporte, facilitando a comunicação a partir de um terminal,

otimizando decisões de segurança e de gestão.

73

6.6 Estudo da rota utilizando recursos da plataforma ArcGis

A análise consiste em avaliar a redução de custo nas condições do transporte

rodoviário no trajeto do fornecedor de autopeças (Guarulhos/SP) e destino final na montadora

(São Bernardo do Campo/SP), identificando o impacto dos congestionamentos na prestação

do serviço logístico e seus efeitos na cadeia de suprimentos do setor automotivo.

O trajeto da montadora (São Bernardo do Campo/SP) até o fornecedor de

autopeças (Guarulhos/SP), não será avaliado em função dos equipamentos de transportes

retornarem com as embalagens (racks metálicos) vazias, as vezes desmontadas e sobrepostas,

como pode ser observado na Figura 6.5, sendo que a transportadora tem livre autonomia para

estabelecer a rota de sua melhor conveniência, levando em consideração as condições de

tráfego definidas pelo sistema de monitoramento por satélites e outras operações de clientes

localizados na mesma região (CHERRET et al, 2012).

Figura 6.5 – Descarregamento de embalagens vazias

Para disciplinar a quantidade de entrega de motores, estimada em 180

unidades/dia e, como forma de melhor adequar essa operação ao longo da jornada de trabalho,

onde cada equipamento transportador é carregado e liberado para transporte, a montadora e o

fornecedor estabeleceram de comum acordo os seguintes horários de embarque e rotas:

74

a) 07h00 - 08h00 – Rota: Complexo Av. Jacu Pêssego / Nova Trabalhadores;

b) 10h30 - 11h30 – Rota: Complexo Av. Salim Farah Maluf;

c) 13h00 - 14h00 – Rota: Complexo Av. Salim Farah Maluf;

d) 15h00 - 16h00 – Rota: Complexo Av. Salim Farah Maluf;

e) 17h00 - 18h00 – Rota: Complexo Av. Jacu Pêssego / Nova Trabalhadores

e,

f) 19h30 - 20h30 – Rota: Complexo Av. Jacu Pêssego / Nova Trabalhadores.

A rota definida pelo complexo Jacu Pêssego deve-se à restrição de tráfego de

veículos de carga no anel rodoviário expandido da cidade nos horários considerados de maior

intensidade de fluxo de veículos. Portanto, o prestador de serviço logístico estabeleceu ações

conjuntas para que essa condição não provoque atraso na entrega, pois o trajeto é acrescido de

aproximadamente 60 quilômetros, além de praças de pedágio, porém os índices de

congestionamentos são menores.

Visando quantificar, em termos percentuais e monetários, o impacto dos

congestionamentos no transporte rodoviário de cargas no suprimento de autopeças para a

montadora, a pesquisa volta sua atenção para a rota do complexo Av. Salim Farah Maluf, em

função do tráfego pesado de veículos na região urbana da cidade e do alto número de

interseções semaforizadas no trajeto.

Algumas particularidades da rota devem ser mencionadas para que o leitor possa

compreender as dificuldades encontradas pelos transportadores quando estão responsáveis

pela entrega de um lote de mercadorias em horário preestabelecido para a entrega.

O trajeto completo origem/destino/origem é composto por 71 quilômetros,

iniciando com o percurso de 500 metros na Rua Fernão Dias Paes Leme – São Bernardo do

Campo (portão 18), pátio de estacionamento da frota, via considerada coletora, com limite de

velocidade de 40 km/h até a Rodovia Anchieta (SP-150); percorre-se 11,5 quilômetros nessa

rodovia chegando à Rua das Juntas Provisórias. A partir desse ponto, o trajeto segue mais 1,8

quilômetros até a Avenida Professor Luiz Ignácio de Anhaia Melo. Em seguida, percorre 2,5

quilômetros em um trecho caracteristicamente urbano, com inúmeras interseções

75

semaforizadas, e intenso trânsito de ônibus, motocicletas e automóveis, para chegar à Avenida

Salim Farah Maluf. O percurso da Avenida Salim Farah Maluf até a Rodovia Presidente Dutra

(BR-116), composto por 7 quilômetros, tem 15 semáforos demandando uma média de 30-40

segundos de tempo parado, o que para um veículo carregado, aumenta muito os custos

variáveis. Na Rodovia Presidente Dutra (BR-116) até o acesso à Av. Santos Dumont são 14

quilômetros e, finalmente, chega-se ao pátio do fornecedor dos motores com mais 400 metros

em via coletora, ou seja, o trajeto origem/destino (montadora a fornecedor de autopeças)

apresenta 37,7km e o trajeto destino/origem (fornecedor de autopeças a montadora) outros

33,3km.

Figura 6.6 – Trajeto da rota

Fonte: Autotrac, 2015.

Independente do predomínio do trajeto estar relacionado à via expressa, cujo

limite máximo de velocidade é de 80 km/h – alguns pontos das Rodovias permitem

velocidades de até 90km/h. Para manter a entrega nas condições de segurança exigida pela

montadora, os veículos trafegam por vias locais no horário de pico, evitando acidentes e

respeitando a legislação de trânsito vigente no país (OLUFIKAYO e GRACE, 2014).

76

Para efeito de quantificação do custo do transporte rodoviário, levou-se em

consideração apenas o trajeto da entrega dos motores à montadora – Figura 6.6, ou seja, a

saída da montadora com as embalagens não foi considerado no estudo em função de não

haver rota previamente definida para devolução dos racks metálicos ao fornecedor de

autopeças.

O período de análise do monitoramento da rota foi de 07/jan/2016 a 15/abr/2016,

porém não se levou em consideração finais de semana, feriados e demais condições que não

colaborassem com o sistema de produção da montadora, pois durante as observações o fluxo

de tráfego da rota foi constantemente afetado pela redução da cadeia produtiva em função da

crise econômica e política que o país atravessa. Todavia, aspectos como feriado prolongado,

chuvas, acidentes na rodovia, reparos e demais ocorrência no sistema viário urbano que

puderam ser identificadas na rota e a utilização dos principais corredores de acesso da cidade

de São Paulo foram observadas e registradas. As solicitações médias de veículos, por parte da

montadora, são 6 (seis) caminhões/dia, com uma concentração de 50-70% das entregas em

horário comercial (07h00 – 18h00).

Observou-se que, no período noturno, as condições de suprimentos às cadeias

produtivas são mais favoráveis ao transporte rodoviário de cargas e, consequentemente, suas

ações tornam-se mais ágeis e efetivas com a possibilidade de utilizarem as vias expressas e

desenvolverem o limite de velocidade estabelecido pela legislação, reduzindo os tempos de

deslocamento e otimizando as entregas em seus respectivos destinos.

Muito pertinente é a consideração de Rodrigues (2011) que aponta que a

distribuição física de produtos no período noturno, proporcionaria uma sensível redução de

custos de manutenção, além de melhorar o desempenho da frota de veículos.

6.7 Plano de embarque – Expedição da carga/motores

Os pedidos da montadora são recebidos pelo fornecedor de autopeças, através do

sistema EDI – Electronic Data Interchange (tecnologia para transmissão de dados

eletronicamente), desencadeando o processo de aquisição dos recursos materiais para a

77

produção e montagem dos motores e, consequentemente, gerando a necessidade da gestão

logística, fundamentada no transporte rodoviário.

Uma programação com a quantidade e modelos de entrega de motores é

disponibilizada com 3 (três) semanas de antecedência para o fornecedor de autopeças, porém

a confirmação para entrega ocorre em média de 5 (cinco) a 7 (sete) dias, sendo que a

montadora trabalha com 2 (dois) dias desse planejamento real podendo, a partir do terceiro

dia, haver eventuais ajustes em função de sua estratégia de produção e/ou dificuldades de

outros fornecedores cumprirem prazos de entrega, caracterizando a flexibilidade nos

processos de gerenciamento da cadeia de suprimentos.

A quantidade média de motores solicitada pela montadora diariamente é de 180 a

220 unidades, considerando vários tipos, porém o item com maior representatividade na

programação é o modelo "ISBe 6", pois é utilizado em diversas linhas de produção da

montadora.

Visando ampliar a opção de combinação de entregas na linha de produção, caso o

fornecedor tenha quaisquer dificuldades em atender à demanda da montadora, o número de

motores pendentes poderão ser complementados para entregas do dia seguinte.

À medida que os motores são recebidos no armazém, devidamente aprovados pelo

sistema da qualidade, são armazenados em uma área próxima a expedição, acondicionados em

embalagens especiais, utilizando o sistema de gestão de estoques first in/first out, ou seja, os

primeiros motores recebidos são prioridades para entrega à montadora.

A área destinada à armazenagem, apresentada na Figura 6.7, conta com

aproximadamente 600m² e o número de motores destinados à montadora é, em média de 350

unidades, ou seja, dois dias de materiais pedidos para expedição de acordo com a

programação da linha de montagem.

78

Figura 6.7 – Expedição de motores

Para facilitar a movimentação mecânica e o transporte rodoviário, os motores são

acondicionados por modelos e em pares, protegidos por embalagens plásticas contra umidade,

além de receber tratamento contra oxidação.

Cada equipamento transportador, cavalo mecânico e semirreboque, tem

capacidade de carga para 30 motores, dois modelos iguais em cada rack metálico. Portanto,

assim que o lote é concluído, observando o horário limite de cada janela de embarque, o

processo de emissão de notas fiscais é iniciado. A solicitação de transporte foi confirmada no

dia anterior ao embarque, e o carregamento, das 15 embalagens com 30 motores é realizado

em pouco menos de 30-40 minutos por sistema mecanizado, ou seja, a utilização de

empilhadeira movida a gás, conforme Figura 6.8.

A frota é composta por veículos do tipo sider7, o que facilita e agiliza a operação

de carga e descarga do semirreboque (carreta). Para Novaes (2015, p. 295), "o tempo de carga

7 Equipamento que permite a operação de carga e descarga de mercadorias pelas laterais do veículo.

79

e descarga afeta bastante as características operacionais e econômicas da distribuição um para

um, principalmente, para distâncias relativamente curtas", como é o caso da proposta de

pesquisa.

Figura 6.8 – Carregamento de motores

O planejamento de expedição da frota obedece a ordem definida nas janelas de

embarque, pois o objetivo é que toda a equipe operacional possa realizar os carregamentos

nos horários definidos na programação porém, quando se acompanhou alguns carregamentos,

a média de espera de carga foi no máximo de 05 (cinco) horas, o que aponta com certa

exatidão aos conceitos de FLEURY; WANKE e FIGUEIREDO (2011), bem como a estrutura

de custos estabelecida pelo Departamento de Custos Operacionais, Estudos Técnicos e

Econômicos – Decope, da Associação Nacional do Transporte de Cargas – NTC.

Com os procedimentos fiscais, de carregamento e de inspeção de segurança

concluídos, o veículo é conduzido à montadora respeitando a rota preestabelecida que, às

vezes, provoca atrasos em função dos constantes congestionamentos, devido à concentração

do recebimento de motores ocorrerem no período comercial.

80

A Figura 6.9 apresenta as condições do nível de serviço da rota, obtida através do

aplicativo World Traffic Service, disponível na plataforma ArcGIS, onde se concentram as

condições críticas de tráfego (congestionamentos), possibilitando à equipe operacional definir

estratégias que reduzam impactos na cadeia de abastecimento da produção.

Figura 6.9 – Nível de serviço da rota - Origem

Fonte: ARCGIS, 2016.

Considerando que, parte significante do abastecimento da montadora ocorre em

horário comercial, a Figura 6.10 apresenta eventuais alternativas para estabelecer rotas que

permitam maior eficiência no deslocamento da carga.

81

Figura 6.10 – Nível de serviço da rota - Destino

Fonte: ARCGIS, 2016.

6.8 Cálculo do custo da rota

A análise de custos tem sido elemento de fundamental importância na gestão de

empresas desde a Revolução Industrial, mas somente nos últimos anos que apresentou caráter

de sofisticação. Isso ocorreu porque, entre outras variáveis, os custos operacionais e

administrativos, cresceram muito e as organizações levam em consideração as vantagens

competitivas, obtidas com esses resultados (NOVAES, 2015).

Os prestadores de serviços logísticos, bem como organizações industriais e

comerciais, reconheceram que administrar transportes, armazéns e aquisição de materiais de

forma integrada pode levar a substanciais reduções no custo quando comparado com a gestão

individualizadas dessas atividades (BALLOU, 2013).

Diante do avanço das operações logísticas, principalmente globalizadas, as

empresas se deparam com duas situações críticas básicas: a primeira refere-se à magnitude

82

dos custos logísticos e a segunda, a forma como esses custos são alocados às suas operações

(FLEURY; WANKE e FIGUEIREDO, 2011).

Para Bowersox e Closs, 2010, p. 542: "a apuração de custos exige a identificação

das despesas a serem incluídas na análise. Uma segunda preocupação é a determinação do

período de incidência dos custos".

O Manual de cálculo de custos e formação de preços do transporte rodoviário de

cargas – 2014 do Departamento de Custos Operacionais, Estudos Técnicos e Econômicos –

Decope da Associação Nacional do Transporte de Cargas – NTC, subsidiou o estudo na

apuração dos custos fixos e variáveis, visando acompanhar a evolução no processo de gestão

dos negócios de transporte, cujo objetivo é atender às novas demandas de empresas e do

mercado (DECOPE, 2014).

A planilha de custos da carga de lotação do percurso rodoviário, onde o

componente frete-peso é calculado, baseia-se em variáveis e parâmetros de cotações mensais

de mercado, os quais são considerados insumos para a realização do transporte rodoviário e

podem ser observados nas Tabelas 6.1 e 6.2, respectivamente.

Indicadores sobre o valor do veículo, por exemplo, tem como parâmetro a Tabela

FIPE/USP e, em alguns casos, o preço médio de mercado, além da legislação tributária e

acordos e regras sindicais da categoria.

83

Tabela 6.1 – Variáveis e parâmetros de cálculo da tarifa - parte 1

Fonte: Adaptado do Decope/NTC, 2015.

84

Tabela 6.2 – Variáveis e parâmetros de cálculo da tarifa - parte 2

Fonte: Adaptado do Decope/NTC, 2015.

85

Na apuração do custo fixo mensal, constante nas Tabelas 6.3 e 6.4, dois

componentes merecem destaque: os itens 'd' – reposição do cavalo mecânico e 'e' – reposição

do semirreboque, pois o transportador autônomo (carreteiro), muitas vezes não utiliza esses

valores na composição da tarifa do frete.

Tabela 6.3 – Cálculo do custo fixo mensal - parte 1

Fonte: Adaptado do Decope/NTC, 2015.

86

Tabela 6.4 – Cálculo do custo fixo mensal - parte 2

Fonte: Adaptado do Decope/NTC, 2015.

87

Observa-se uma atenção constante da Associação em conscientizar a categoria

sobre a importância da manutenção dos veículos utilizados no transporte rodoviário de cargas

e, uma das principais funções da apropriação dos custos variáveis mensais, constantes nas

Tabelas 6.5 e 6.6, é melhorar o rendimento do veículo, reduzindo o consumo de combustível,

aumentar a vida útil dos componentes sobressalentes (pneus, por exemplo), contribuindo para

reduzir os impactos ambientais (emissão de poluentes na atmosfera).

Tabela 6.5 – Cálculo do custo variável mensal - parte 1

Fonte: Adaptado do Decope/NTC, 2015.

88

Tabela 6.6 – Cálculo do custo variável mensal - parte 2

Fonte: Adaptado do Decope/NTC, 2015.

89

A composição dos custos operacionais – Despesas Administrativas e de Terminais

(DAT), adotada pela Fundação Instituto de Pesquisas – FIPE, da Universidade de São Paulo

não incide no cálculo do frete rodoviário do estudo pois, para essa operação, esses custos não

compõem despesas necessárias ao funcionamento da empresa uma vez que a equipe não está

alocada nas instalações do fornecedor de autopeças e na montadora e, consequentemente, não

utiliza suas facilidades, tais como: refeitório, sanitários, materiais de escritório, computadores,

entre outras.

O desenvolvimento da tabela de frete – carga lotação (ou transferência), utilizou a

execução dos serviços na modalidade descrita por Novaes (2015), pois o sistema de

distribuição 'um para um', consiste no transporte rodoviário de cargas em que se carrega

completamente o equipamento (semirreboque), visando o melhor aproveitamento possível de

sua capacidade. Como a principal característica do produto é peso e valor monetário, a equipe

operacional busca constantemente racionalizar os processos reduzindo custos.

Foi aplicado, para o estudo de caso, uma adaptação do método Decope/NTC para

a rota definida e a projeção para até 3.000 quilômetros, podendo ser expandida até a distância

que o prestador de serviço logístico julgar conveniente. Vale lembrar que as Despesas

Administrativas e de Terminais (DAT) não foram incluídas, por se tratar de um serviço

desenvolvido nas instalações do fornecedor de autopeças e na montadora e os custos de

manutenção da base operacional são absorvidos pelos contratantes.

90

Tabela 6.7 – Tabela de custo de frete

Fonte: Adaptado do Decope/NTC, 2015.

91

Outro aspecto importante considerado no estudo foi que a quantidade de itens

transportados em cada viagem é de 30 (trinta) motores, porém o valor do frete pago ao

prestador de serviço logístico não foi informado pelas partes como forma de preservar o sigilo

comercial e de segurança da operação.

O propósito de se estabelecer o valor estimado do frete, através da Tabela 6.7,

deve-se à necessidade de quantificar, em termos percentuais e monetários, o impacto que os

congestionamentos provocam no suprimento de autopeças à montadora.

Para ajustar os custos totais de transporte rodoviário do estudo, foi utilizado o

modelo de aplicação da metodologia em casos específicos, apresentado por Fleury; Wanke e

Figueiredo, 2011, onde são apurados a soma das parcelas do custo fixo unitário de operação

da atividade, o custo variável unitário e o custo fixo unitário de administração da estrutura do

prestador de serviços logísticos.

Durante o período de análise das ocorrências da rota, as entregas foram realizadas

em horário comercial, respeitando as janelas definidas entre montadora e o fornecedor de

autopeças. As informações das rotas foram obtidas utilizado recursos da plataforma ArcGIS,

armazenadas em bancos de dados, conforme demonstrado na Tabela 6.8, onde se pode

observar os impactos que os congestionamentos provocam na rota e em seus respectivos

custos.

A simulação desenvolvida através do sistema identificou o tempo médio de

viagem (fornecedor/montadora) de 1h13min com velocidade média de 29,48km/h, tomando

como referência viagens aleatórias por horários de embarque.

O modelo utilizado para a quantificação do custo parcial da rota leva em

consideração a velocidade média (Vm) porém, aspectos como congestionamentos,

manutenção da via, chuvas, veículos com problemas elétricos ou mecânicos, acidentes e

demais fatores observados no trajeto (confira os dados apresentados no Apêndice 01) foram

definidos como elementos da composição da variabilidade do tempo de viagem e devem ser

deduzidos no cálculo, pois são os principais impactos observados na cadeia de suprimentos.

Assim, como os trabalhos de Eliasson (2006) e Peer et al (2009), esse estudo também

considera o desvio padrão da distribuição de tempos de viagem para representar o custo da

variabilidade que será observado na velocidade média do percurso.

92

Tabela 6.8 – Viagens realizadas no período de observação

Vale salientar que, quando alguns embarques são cancelados e/ou expedidos com

a quantidade incompleta pelo fornecedor de autopeças, por problemas e/ou dificuldades na

linha de produção, os custos do transporte são absorvidos pela montadora e implica no

pagamento de 85% (oitenta e cinco por cento) do valor total do frete origem/destino/origem,

pois o prestador de serviço logístico ficou à disposição das empresas e não pode ser

penalizado por essa situação.

Substituindo os valores apurados na tabela Decope/NTC para a equação (4)

adaptada, proposta por Fleury; Avila e Wanke, (2011), tem-se o Custo Parcial da Rota (CPR),

Guarulhos – fornecedor a São Bernardo do Campo – montadora, sendo:

A fórmula considera o tempo de viagem como a razão entre a distância de ida e volta (D),

medida em quilômetros, pela velocidade média da rota (Vm) medida em km/h. Para a

mensuração do custo, levou-se em consideração apenas à entrega dos motores à montadora.

CPR = {CFUOp x [(D/Vm) + TC + TD]} + (CVU x D) + (CFUAd x NCF)

93

CPR = ?

CFUOp = R$ 54,09/h => (R$12.982,73/mês / 240h/mês)

D = 33,3km => A análise limita-se ao percurso de Guarulhos/SP a São Bernardo do

Campo/SP.

Vm = 29,48km/h

Aplicando o desvio padrão da variabilidade do tempo de viagem para que se obtenha 96% dos

valores cobertos na amostra, ou seja, média de 79,36min, tem-se:

Vm = 29,48km/h => 25,18km/h

TC = 2 horas

TD = 2 horas

CVU = R$ 1,65/km

CFUAd = O Custo Fixo Unitário de Administração (CFUAd), assim como o Número de

Conhecimento de Frete da rota não foi considerado por tratar-se da emissão de apenas um

conhecimento de transporte rodoviário de carga. (FLEURY; AVILA e WANKE, 2011, p.

274).

1° caso: Vm = 25,18km/h – considerando a variabilidade do tempo de viagem

CPR = {R$54,09/h x [(33,3km / 25,18km/h) + 2h + 2h]} + (R$1,65/km x 33,3km)

CPR = {R$54,09/h x [1,32h + 4h]} + R$54,95

CPR = {R$54,09/h x 5,32h} + R$54,95

CPR = R$287,76 + R$54,95

CPR = R$342,71 => portanto, para o transporte de 30 motores, o custo unitário de

apropriação de frete ao produto será de R$11,42 por

unidade.

Atualmente, o setor automobilístico apresenta indicadores de retração na produção

de veículos automotores, principalmente ônibus e caminhões, tendo em vista a crise

econômica e os reflexos que recaem sobre os demais setores da indústria (ANFAVEA, 2015).

Como forma de ampliar a capacidade competitiva de empresas nacionais e

estrangeiras, contribuir para a retomada do crescimento, o estudo faz uma análise comparativa

sobre o suprimento de materiais no horário noturno em relação ao horário comercial.

Em períodos de crescimento das vendas, a montadora mantém turnos ininterruptos

de produção, garantindo recebimento de material durante 24 horas, adotando medidas de

94

ajustes em processos colaborativos com todos os membros da cadeia de suprimentos.

A observação realizada durante o monitoramento da viagem sem

congestionamento, despertou interesse do prestador de serviços logístico em saber se a atual

estrutura organizacional teria capacidade em acompanhar tendências do setor produtivo, caso

a opção do suprimentos de autopeças pudesse ocorrer no horário noturno.

Tabela 6.9 – Viagem sem congestionamento

Fonte: Autotrac, 2015.

95

Partindo-se do protocolo do estudo de caso proposto por Yin (2015), cuja

finalidade é aumentar a confiabilidade da pesquisa e apontar uma visão geral da observação, a

equipe operacional do fornecedor de autopeças realizou uma entrega no período noturno,

compreendendo o horário entre 22h00min e 06h00min, obtendo o tempo total da viagem de

0h37min, sendo que o veículo desenvolveu velocidade média de 40,61km/h nesse horário.

Pode-se observar nos dados apresentados na Tabela 6.9 o tempo de deslocamento

e a velocidade média da rota que, substituída nos valores na equação (4) adaptada de Fleury;

Avila e Wanke, (2011), provoca menor impacto no custo do transporte rodoviário e seus

desdobramentos nas cadeias produtivas.

CPR = ?

CFUOp = R$ 54,09/h => (R$12.982,73/mês / 240h/mês)

D = 33,3km => A análise limita-se ao percurso de Guarulhos/SP a São Bernardo do

Campo/SP.

Vm = 40,61km/h – viagem sem congestionamento

TC = 2 horas

TD = 2 horas

CVU = R$ 1,65/km

CFUAd = O Custo Fixo Unitário de Administração (CFUAd), assim como o Número de

Conhecimento de Frete da rota não foi considerado por tratar-se da emissão de apenas um

conhecimento de transporte rodoviário de carga. (FLEURY; AVILA e WANKE, 2011, p.

274).

CPR = {R$54,09/h x [(33,3km / 40,61km/h) + 2h + 2h]} + (R$1,65/km x 33,3km)

CPR = {R$54,09/h x [0,82h + 4h]} + R$54,95

CPR = {R$54,09/h x 4,82h} + R$54,95

CPR = R$260,71 + R$54,95

CPR = R$315,66 => portanto, para o transporte de 30 motores, o custo unitário de

apropriação de frete ao produto será de R$10,52 por

unidade.

CPR = {CFUOp x [(D/Vm) + TC + TD]} + (CVU x D) + (CFUAd x NCF)

96

Portanto, o resultado aponta que o suprimento de cadeias produtivas em horário

noturno, contribui para maior competitividade do setor, reduz externalidades, além de

melhorar a qualidade de vida da população com relação aos índices de congestionamentos nos

centros urbanos (RODRIGUES, 2011).

Baseado no relatório síntese desenvolvido pelo IPEA/ANTP (1998) e na situação

de transtorno que os constantes congestionamentos provocam aos grandes centros urbanos,

principalmente aos usuários do serviço público de transportes e aos veículos particulares,

avaliou-se o reflexo que esse cenário gera ao segmento de transporte rodoviário de cargas e

suas consequências à sociedade e ao setor produtivo.

A pesquisa buscou quantificar, em termos percentuais e monetários, o impacto dos

congestionamentos no suprimento de autopeças e identificar alternativas que possam ampliar

vantagens competitivas do segmento industrial visando minimizar externalidades advindas

com deslocamentos de materiais no trânsito em perímetro urbano, além de usar

adequadamente esse espaços e reduzir a poluição provocada pelo uso excessivo de

automóveis e caminhões.

Considerando o custo do frete em R$342,71 (trezentos e quarenta e dois reais e

setenta e um centavos) por viagem utilizando as janelas de suprimento no horário comercial e

a proposta alternativa, ou seja, no período noturno que apresenta custo de R$315,66 (trezentos

e quinze reais e sessenta e seis centavos), tem-se a seguinte situação:

a) 3 (três) frequências de embarque na rota por dia – Complexo: Salim Farah

Maluf;

b) 15 (quinze) frequências de embarque na rota por semana e

c) 52 (cinquenta e duas) semanas no ano.

Logo, a economia anual obtida no estudo em termos percentuais é de 7,89% (sete

vírgula oitenta e nove por cento), ou seja, USD19.203,028 (dezenove mil, duzentos e três

dólares americanos e dois centavos) no custo do transporte rodoviário de cargas, somente no

trajeto do fornecedor de autopeças para a montadora e, esse é um valor que não se pode

8 Equiparação do dólar americano = R$3,2962 / US$1,00 – 08/Jul/2016 – Banco Central do Brasil.

97

desprezar em tempos de instabilidade econômica.

O uso da tecnologia de informações disponíveis no mercado nacional, em alguns

setores produtivos, reitera a importância da coleta de dados do segmento logístico e aprofunda

estudos, cujo propósito é melhorar continuamente níveis de serviços aos clientes e envolver a

estrutura organizacional na gestão colaborativa (VIVALDINI e PIRES, 2010).

O desenvolvimento e detalhamento de custos tornam-se imprescindíveis para a

avaliação da eficiência dos serviços, pois o desconhecimento da apropriação dos valores, de

forma correta, pode comprometer a condição financeira das empresas, além do

desabastecimento do mercado (MARTINS, 2010).

A atividade dos cerca de 350 mil transportadores autônomos (carreteiros) e a

prática de fretes que não são suficientes para cobrir custos básicos é outro indício da

necessidade de organização do setor, pois os prestadores de serviços logísticos dependem

desses profissionais para equacionar a questão ‘custos’, em função da matriz de transportes

implementada no país, a partir do início do século XX e que, atualmente, é responsável pela

movimentação superior a 60% do PIB brasileiro (FLEURY; WANKE e FIGUEIREDO,

2011).

Sistemas inteligentes de transportes, como localização automática de veículos

(AVL), apresentam ganhos significativos ao gerenciamento da cadeia de suprimentos, em

termos de produtividade para prestadores de serviços logísticos (redução de tamanho da frota

e melhor utilização dos veículos), exatidão no monitoramento da programação, aumento do

número de entregas, desempenho dos equipamentos e dos motoristas, entre outros

(AMARANTE, 2007).

O resultado deste estudo pode apresentar reflexos na economia e no segmento

produtivo, quando analisados de forma sistêmica, pois considera a importância ao prestador

de serviços logísticos e do transportador autônomo (carreteiro), além de consolidar a

manutenção de sua atividade na gestão da cadeia de suprimentos.

98

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES

A globalização na economia, principalmente nos processos de produção, bem

como as estratégias para adequar a prestação de serviços fazem com que prestadores de

serviços logísticos se ajustem às necessidades mercadológicas e busque maior eficiência na

execução das atividades. No atual cenário nacional, o transportador autônomo (carreteiro)

complementa essa atividade regulando os respectivos custos, porém não pode ser penalizado

pelo desconhecimento da apropriação adequada das despesas decorrentes do exercício de sua

função.

As considerações apresentadas na pesquisa e a necessidade de integração das

operações logísticas apontam para um setor carente de conhecimento e extremamente

importante na economia nacional, pois o transporte rodoviário de cargas representa parcela

significativa no custo logístico e toda atenção deve ser dispensada para uma análise criteriosa

em sua estrutura.

Destaque foi dado à adaptação da planilha de custos desenvolvida pelos órgãos de

representação da classe, à pesquisa científica desenvolvida nas instituições de ensino e à

tecnologia de informação disponível no mercado, para que a integração desses fatores

caracterize o impacto que as economias urbanas proporcionam ao transporte rodoviário de

cargas, além de apontar os benefícios ao setor de autopeças, no suprimento das montadoras.

Por meio do emprego de modelos matemáticos, foi mensurado o impacto dos

congestionamentos no custo do transporte rodoviário de cargas, especificamente para

autopeças – motores diesel, visando contribuir para maior competitividade do produto final ao

mercado consumidor.

A atividade de movimentação mecânica de materiais - carga e descarga

utilizando-se de empilhadeiras deve estabelecer um protocolo de operação visando reduzir os

tempos e proporcionar maior produtividade, pois em rotas curtas, como é o caso desse estudo,

apropriar a média de quatro horas para essas atividades, o impacto na estrutura de custos

logísticos é muito significante e, consequentemente, contribui para reduzir a competitividade

empresarial.

99

O estudo limita-se a uma pequena escala econômica da produção, ou seja, apenas

a um componente da estrutura de montagem do veículo – motor, porém são experimentos para

que haja maior percepção dos agentes da cadeia de suprimentos para revisarem suas estruturas

de custos, melhorias no estabelecimento de parcerias que visem contratos bilaterais e melhor

gestão de interesses colaborativos.

Com base no estudo de caso descrito no capítulo 6 e na bibliografia consultada,

observa-se que a análise da rota apontou aumento de 61,28% na velocidade média no período

noturno e redução de 54,6% no tempo de deslocamento do veículo da fábrica de autopeças

(Guarulhos/SP) até a montadora (São Bernardo do Campo/SP), gerando uma redução de

7,89% no custo do transporte rodoviário, caracterizado para o caso específico apresentado

nesse estudo, ou seja, a região metropolitana da cidade de São Paulo.

Recomenda-se para trabalhos futuros estender a avaliação para outros setores da

economia, bem como a demais componentes de maior importância na montagem de veículos,

pois os resultados poderão ser mais significativos.

No Brasil, ao contrário das grandes metrópoles, o suprimento da produção é

realizada durante o dia, congestionando as principais artérias da cidade, e contribuindo de

forma intensa para o aumento dos índices de poluição, produzindo desempenhos medíocres,

custos adicionais, além de acelerar o desgaste da frota. Tomando-se como base países

desenvolvidos, onde a distribuição física de produtos em centros urbanos é realizada durante a

noite, têm-se melhorias no desempenho da frota de veículos, reduzindo custos de manutenção

e aliviando o fluxo viário no período do dia, porém estudos sobre o nível de ruído no sistema

viário deve ser analisado para não provocar impactos às áreas com maior concentração

residencial, evitando transtornos sociais.

As externalidades urbanas também contribuem para a redução das deseconomias,

como por exemplo, à poluição ou os congestionamentos, causados aos usuários do sistema.

Muito embora empresários reconheçam que o abastecimento em horário noturno

possa apresentar-se como uma solução plausível para alguns setores, ainda há muita

resistência às medidas adotadas pelo poder público para restringir o abastecimento e tráfego

de caminhões durante o expediente comercial.

100

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APÊNDICES

APÊNDICE 01 - Observações do trajeto - Guarulhos/SP a São Bernardo do Campo/SP

Observações do trajeto - Guarulhos/SP a São Bernardo do Campo/SP

viagem tempo (xi − x)² Acidentes Reparo/via* Chuva** Congest***

1 65 7,67 1 1 264km

2 68 0,05 1 1 256

3 76 67,73 2 1 1 300

4 73 27,35 1 1 335

5 66 3,13 272

6 66 3,13 314

7 79 126,11 2 261

8 77 85,19 1 323

9 66 3,13 331

10 78 104,65 1 1 379

11 76 67,73 1 366

12 63 22,75 1 1 257

13 65 7,67 312

14 63 22,75 1 296

15 71 10,43 1 323

16 74 38,81 1 1 315

17 68 0,05 1 318

18 79 126,11 1 4 1 312

19 71 10,43 1 344

20 62 33,29 1 2 398

21 66 3,13 1 447

22 83 231,95 3 1 390

23 81 175,03 1 3 309

24 94 688,01 2 1 536

25 67 0,59 1 1 397

26 65 7,67 314

27 64 14,21 334

28 67 0,59 1 1 401

29 63 22,75 2 1 391

30 63 22,75 1 347

108

Observações do trajeto - Guarulhos/SP a São Bernardo do Campo/SP

viagem tempo (xi − x)² Acidentes Reparo/via* Chuva** Congest***

31 69 1,51 2 3 297

32 65 7,67 313

33 65 7,67 2 365

34 62 33,29 1 331

35 62 33,29 363

36 65 7,67 2 398

37 62 33,29 1 1 283

38 66 3,13 6 390

39 67 0,59 3 471

40 64 14,21 2 1 1 375

41 66 3,13 3 377

42 71 10,43 2 356

43 66 3,13 1 445

44 72 17,89 1 667

45 66 3,13 433

46 73 27,35 2 355

47 60 60,37 1 2 391

48 62 33,29 3 420

49 64 14,21 3 1 401

50 68 0,05 1 500

51 70 4,97 1 365

52 69 1,51 1 3 368

53 62 33,29 1 1 387

54 73 27,35 3 512

55 63 22,75 3 418

56 72 17,89 448

57 74 38,81 1 1 1 594

58 71 10,43 5 429

59 70 4,97 3 1 534

60 62 33,29 1 386

109

Observações do trajeto - Guarulhos/SP a São Bernardo do Campo/SP

viagem tempo (xi − x)² Acidentes Reparo/via* Chuva** Congest***

61 63 22,75 2 1 493

62 65 7,67 3 390

63 62 33,29 2 402

64 66 3,13 1 1 427

65 81 175,03 1 528

66 62 33,29 1 1 438

67 72 17,89 2 3 1 512

68 62 33,29 1 1 561

69 65 7,67 1 1 352

70 66 3,13 1 1 452

71 65 7,67 3 455

72 67 0,59 1 358

73 67 0,59 352

74 67 0,59 308

75 68 0,05 293

76 65 7,67 1 406

77 66 3,13 1 496

78 75 52,27 1 649

79 69 1,51 1 405

80 61 45,83 420

81 64 14,21 297

82 65 7,67 2 1 1 431

83 62 33,29 1 381

84 63 22,75 3 368

85 61 45,83 1 438

86 61 45,83 2 522

87 63 22,75 401

88 63 22,75 3 501

89 66 3,13 1 501

90 72 17,89 1 1 391

110

Observações do trajeto - Guarulhos/SP a São Bernardo do Campo/SP

viagem tempo (xi − x)² Acidentes Reparo/via* Chuva** Congest***

91 70 4,97 1 423

92 66 3,13 418

93 74 38,81 558

94 65 7,67 1 396

95 75 52,27 1 368

96 62 33,29 3 404

97 66 3,13 1 341

98 68 0,05 1 526

99 73 27,35 1 2 371

100 64 14,21 2 401

Total de eventos 60 108 19

Notas:

* Inclui veículos quebrados; estreitamento de pista; sinalização no local; fiscalização

** Dados coletados no INMET - Instituto Nacional de Meteorologia (www.inmet.gov.br)

*** Dados coletados na página eletrônica do Maplink

Indicadores:

Média 67,7700 min

DesvPad 5,7942 min

+ 3 DesvPad 85,1526 min

+ 2 DesvPad 79,3584 min

+ 1 DesvPad 73,5642 min

- 1 DesvPad 61,9758 min

- 2 DesvPad 56,1816 min

- 3 DesvPad 50,3874 min

Viagem sem trânsito 40 min

Quilometragem do percurso 33,3 km

Velocidade média 29,48 km/h

Variabilidade do tempo de

viagem ?????

Fórmula do cálculo: CTR => Custo Total da Rota

CTR = {CFUOp x [(D/Vm) + TC + TD]} + (CVU x D) + (CFUAd x NCF)