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Número 77 Informações internacionais sobre o setor farmoquímico. Publicado pela Associação Brasileira da Indústria Farmoquímica. A participação brasileira no maior evento mundial do setor farmoquímico – Páginas 7 e 8 O laboratório do futuro Fruto do empenho e da determinação do setor farmoquímico e órgãos da área de saúde, o Laboratório Analítico de Insumos Farmacêuticos – LAIF, foi inaugurado no dia 29 de outubro de 2008 no Parque Científico e Tecnológico – TECNOPUC, da PUC-RS. Equipado com instrumentos de última geração, está preparado para realizar análises de alta complexidade e ministrar cursos de capacitação. O LAIF dará importante contribuição para o desenvolvimento tecnológico e industrial dos setores farmoquímico e farmacêutico brasileiros. Páginas 2 a 6

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Páginas CasadasInformações internacionais sobre o setor farmoquímico.Publicado pela Associação Brasileira da Indústria Farmoquímica.

A participação brasileira no maior eventomundial do setor farmoquímico – Páginas 7 e 8

O laboratório do futuroFruto do empenho e da determinação do setor farmoquímico e órgãos da área de saúde, o Laboratório Analítico de Insumos Farmacêuticos – LAIF, foi inaugurado no dia 29 de outubro de 2008no Parque Científico e Tecnológico – TECNOPUC, da PUC-RS. Equipado com instrumentos de última geração, está preparado para realizar análises de alta complexidade e ministrar cursos de capacitação. O LAIF dará importante contribuição para o desenvolvimento tecnológico e industrial dos setores farmoquímico e farmacêutico brasileiros. Páginas 2 a 6

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A caminhada foi atribulada mas, finalmente, o Brasil tem um centro de referência na análise de insumos farmacêuticos. A iniciativa atende a um antigo anseio dos produtores de princípios ativos e de todos os que atuam na área de saúde que desejam ter a qualidade dos produtos brasi-leiros e estrangeiros avaliados num centro de análise capaz de desenvol-ver as modernas técnicas disponíveis na atualidade.

No dia 29 de outubro de 2008 foi determinado um novo marco para a história da produção brasileira de insumos com a inauguração do Laboratório Analítico de Insumos Farmacêuticos – LAIF, no Parque

Científico e Tecnológico – TEC-NOPUC, da Pontifícia Universi-dade Católica do Rio Grande do Sul – PUC-RS.

O novo laboratório é resultado de uma parceria entre a Associação Brasileira da Indústria Farmoquímica – ABIQUIF, do Ministério da Saúde, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, da Financiadora de Estudos e Projetos – FINEP e da PUC-RS. Ele atuará em fina sintonia com os Órgãos Governamentais e com a iniciativa privada, realizando testes e treinando pessoal técnico, sen-do remunerado por estes serviços.

Com uma estrutura conside-rada única na América Latina, o laboratório dispõe dos mais avan-çados recursos tecnológicos para caracterizar, avaliar e monitorar os insumos farmacêuticos e, ainda, a sua utilização nas diversas formas farmacêuticas, visando a sua quali-ficação – que é um verdadeiro selo de qualidade. Recursos financeiros, da ordem de R$ 4,5 milhões, foram disponibilizados pelo Ministério da Saúde (50%) e pela FINEP (50%), através da Financiadora, contando, ainda, com a participação da PUC-RS e da ABIQUIF.

De acordo com o coordenador do LAIF, o farmacêutico e doutor em Tecnologia Farmacêutica José Aparí-cio Brittes Funck, professor da Facul-dade de Farmácia da PUC-RS, através da integração com o TECNOPUC e da atuação conjunta com suas demais

Excelência na análise,qualidade asseguradaA caracterização, a avaliação e o monitoramento dos insumos utilizados na produção de medicamentos humanos e veterinários, algumas das principais atividades do Laboratório Analítico de Insumos Farmacêuticos – LAIF, vão assegurar maior competitividade à indústria farmoquímica no mercado global.

O reitor da PUC-RS, Joaquim Clotet, a diretora da Faculdade de Farmácia da instituição, Flávia Valladão Thiesen, e o coordenador do LAIF, José Aparício Brittes Funck

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unidades de pesquisas, o laboratório trabalhará como centro de referência, visando conquistar a acreditação in-ternacional para insumos e tecnologias desenvolvidos no Brasil.

O laboratório contribuirá para a qualificação de produtos, prestando serviços aos laboratórios farmacêu-ticos privados e públicos, e indústrias agropecuárias, avaliando insumos, desenvolvendo metodologias analí-ticas e treinando pessoal técnico.

Um novo marco

Há algo de inédito no Brasil. Este foi o sentimento que permeou a cerimônia de inauguração do LAIF, no dia 29 de outubro, da qual participaram várias autoridades e representantes de entidades do setor de saúde e farmoquímico.

“É o inicio de uma dura jornada de grande responsabilidade”, afirmou o coordenador do LAIF, José Aparício Brittes Funck. Segundo ele, a maior preocupação, agora, é não desapontar aqueles que participaram do que ele chamou de “grande luta de conven-cimento” para obter apoio e recursos que viabilizassem o laboratório. Se-gundo ele, o LAIF poderá multiplicar essa visão da importância de termos medicamentos de qualidade, pro-duzidos com matérias-primas bem especificadas e qualificadas.

Ele lembra que a própria in-dústria farmoquímica é que tem manifestado esta visão, por meio da ABIQUIF, que esteve à frente deste processo. “A indústria brasileira quer ser certificada para poder mostrar a qualidade de seus produtos, até mesmo para enfrentar os forne-cedores externos em bases mais equilibradas”, afirmou o professor da PUC-RS.

José Aparício destacou o alto nível tecnológico do laboratório, afirman-do que, em termos de equipamentos e qualificação, o LAIF pode ser com-parado aos mais modernos do mundo neste segmento. “É um laboratório de última geração: tudo o que está aqui é top de linha, pois projetamos e executamos o orçamento de ma-neira muito rápida, com sobriedade e competência, utilizando todos os recursos humanos disponíveis na nos-sa Universidade. Graças a isso, temos instalações e equipamentos que são pioneiros no Brasil”, afirma.

O Professor Aparicio, como é carinhosamente chamado por todos, destacou ainda a presença da Dra. Maria Angélica Ribeiro, diretora do Departamento de Fiscalização de In-sumos – DFIP, da Secretaria de Defesa Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, que é responsável pela Fiscalização da produção brasileira de medicamentos

veterinários, que prestigiou a inau-guração do LAIF e assegurou que o MAPA também espera contar com a capacitação do la-boratório no esfor-ço que o Governo Federal dedica na garantia da quali-dade dos insumos veterinários utili-zados na produção pecuária brasileira.

Em relação à qualificação pro-fissional, ele destaca que no laboratório trabalham profes-

sores de distintas áreas, que são espe-cialistas em química, físico-química, química orgânica, física e na área farmacêutica. “Temos inclusive pes-quisadores com patentes registradas. Por isso mesmo, acredito que o LAIF será importante centro difusor de conhecimento”, finaliza.

Novas regras

Além de dotar o País de um labo-ratório de excelência nos segmentos farmoquímico e farmacêutico, o LAIF tem uma relação direta com o ajuste regulatório que a ANVISA está promovendo, no que diz respei-tos às normas exigidas para os forne-cedores de insumos farmacêuticos.

É ainda a semente para a cria-ção de uma Rede de Laboratórios Analíticos, com as mesmas caracte-rísticas e atribuições do laboratório inaugurado na capital gaúcha, de acordo com o diretor-presidente da ANVISA, Dirceu Raposo de Mello. “Através desse laboratório e de outros que pretendemos instalar por meio do ‘braço’ FINEP, de ins-tituições parceiras e do Ministério da Saúde, queremos criar uma Rede que certifique as matérias-primas.”

Do ponto de vista regulatório, a missão da ANVISA é garantir que os insumos químicos utilizados na área farmacêutica sejam seguros e eficazes para a população. E isto tem relação direta com este laboratório”, frisou o presidente da ANVISA, afirmando que a Agência está feliz por partici-par deste processo desde o início.

Ele pontua que a criação do LAIF não foi um processo isolado. Enquanto o laboratório era montado a ANVISA fez numa consulta pública encomendando um estudo para saber quais eram os insumos farmacêuticos produzidos no Brasil. “Chegamos a 129 insumos produzidos pelo parque farmoquímico nacional”, explica Dirceu Raposo de Mello.

De acordo com ele, a indústria nacional tem alta qualidade, produ-zindo hoje poucos, mas excelentes produtos. Contudo, enfrenta uma concorrência acirrada dos produ-

O LAIF dispõe dos mais avançados recursos tecnológicos para caracterizar, avaliar e monitorar os insumos farmacêuticos e sua utilização nas diversas formas farmacêuticas

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tores externos que, muitas vezes, são beneficiados pela menor carga tributária e outros subsídios em seus países, possibilitando que ofereçam insumos a preços menores. “Mas tampouco tínhamos um parâmetro de qualidade, pois, eventualmente, o produto que vem para o Brasil a preços menores não têm a qualidade necessária, demandando reproces-samento”, lembra.

Concomitantemente à proposta de criação deste laboratório (LAIF), foi publicada Resolução da ANVISA determinando que os 300 insumos farmacêuticos mais utilizados, sendo que 129 são produzidos no Brasil e os

170 restantes importados, sejam regis-trados no País. “Para fazer o registro é necessária a certificação de qualidade. Mas não tínhamos este laboratório de certificação. Agora temos. E vamos exigir”, assegurou Mello.

Desenvolvimento nacional

Segundo ele, além da garantia de que os produtos são eficazes – “e, para isso, é fundamental que tenhamos boas matérias-primas, devidamente certificadas” –, há um aspecto econômico relevante: o LAIF estabelecerá parâmetros da qualidade que deverão ser seguidos

por todos, fornecedores nacionais e estrangeiros, de forma a termos uma competição mais sadia.

“Acredito que tudo isso vai favorecer o desenvolvimento e impulsionar a produção de outros insumos farmacêuticos pela indústria nacional, já que ela, como mencio-nei, gera produtos de qualidade e po-derá concorrer em preço, porque a qualificação vai estar em um patamar determinado pela agência”, afiança o presidente da ANVISA.

Outro aspecto importante desta-cado por ele é que os laboratórios ofi-ciais fazem suas aquisições com base na Lei 8666, na qual o menor preço

é fator decisivo. Mas nem sempre o produto mais barato tem a qualidade adequada. “Mas não tínhamos como aferir isso. Isso vai mudar, porque a certificação por parte do LAIF, para concorrer numa licitação pública, passa a ser uma regra para todos, vi-sando, acima de tudo, reduzir a baixa qualidade. Será escolhido o menor preço entre os e insumos que têm certificação de qualidade.”

Norberto Rech, diretor-adjunto da ANVISA, afirmou que a Agência vai ampliar a parceria com o labo-ratório. “Uma estrutura como essa é essencial para o registro de matérias primas”, ressaltou ele, lembrando

que o LAIF surge em um momento importante na área de saúde. “Por estar altamente qualificado para realizar estas análises, o LAIF dará um importante suporte às ações de vigilância sanitária, além de reforçar, de certa maneira, a própria política industrial na área de saúde, na qual uma das prioridades é o desenvolvi-mento do setor farmacêutico como um todo”, destaca.

Rech acredita que a atuação de um órgão altamente capacitado para realizar a análise e caracterização de insumos tem impacto positivo na qualificação tanto do mercado como dos produtores brasileiros. “Mais

ainda: é essencial para que possamos ter um processo de registro que seja reconhecido nacional e internacio-nalmente. Além disso, poderá atrair ainda capital ou investidores exter-nos que desejem tornar o Brasil uma plataforma produtora de insumos ou de medicamentos a partir de insu-mos registrados no País.”

Ele faz questão de destacar que a ação da ABIQUIF foi fundamental para a criação do LAIF. “Ela catalisou uma série de atores diferentes, com as mesmas perspectivas, ainda que com responsabilidades formais dife-rentes, para atuar de forma integrada em torno de um objetivo comum:

•Absorção atômica (contami-na ção, resíduos e identificação de metais).•TGAeDSC (determinação de pureza, ponto de fusão, umidade, degra dação/estabilidade, interação, polimorfismo, transição vítrea, oxida ção, cristalinidade e iden-tificação).•HPLCeRRLC (identificação e quantificação, inclusive de quirais e por peso molecular).•HPLC/MS/MS-triploqua-

O LAIF conta com os seguintes equipamentos:

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criar não somente um laboratório para prestação de serviços, mas tam-bém um centro de referência, que dará ainda suporte para o registro desses insumos no Brasil, além da qualificação de mão-de-obra. Enfim, um laboratório que será um suporte importante para o desenvolvimento tecnológico no País.”

Zich Moysés Júnior, diretor do Departamento do Complexo Indus-trial da Inovação e Saúde, da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos – SCTIE do Ministério da Saúde endossa as palavras dos exe-cutivos da ANVISA. “Este laboratório é fundamental para consolidarmos um

processo no qual estamos trabalhando há algum tempo, que é o registro dos farmoquímicos no País”.

Ele lembra ainda que o LAIF é um laboratório modelo, criado por meio de uma parceria inédita que reúne os órgãos oficiais de saúde, os empresários do setor, representados pela ABIQUIF, e uma Universidade privada – sem fins lucrativos –, de-vendo se estender pelo País, com a instalação de laboratórios similares.

Conquista do País

“O LAIF é uma vitór ia do segmento e do País, porque a qua-

lificação não só dos insumos e for-mulações, mas também dos recursos humanos aplicados à análise dos mesmos, é fundamental para que possamos avançar no processo de registro de farmoquímicos no Bra-sil”, afirmou José Correia da Silva, presidente da ABIQUIF.

Ele falou sobre o ineditismo da proposta do LAIF, pois além de dar suporte às análises de laboratórios oficiais, vai promover a formação de profissionais qualificados. “Daí a importância desta conjugação de esforços do governo, que acreditou no projeto da Universidade – que cedeu espaço , investiu pesadamen-

te e se empenhou para receber o LAIF – e do setor privado. As áreas da saúde humana e da veterinária serão beneficiadas com as análises realizadas no LAIF”. Destacando o potencial do Brasil em atrair recursos internacionais para o setor, Correia afirmou: “Estamos trabalhando na virada do processo da produção farmoquímica no Brasil”.

O dirigente da ABIQUIF lem-brou que o laboratório, embora não tenha função fiscalizatória, vai con-tribuir decisivamente para a melho-ria da qualidade dos insumos farma-cêuticos, estabelecendo parâmetros de qualidade que poderão beneficiar

a indústria local e ser determinante na atração de investimentos estran-geiros que aqui venham produzir suas moléculas.

“O LAIF vai auxiliar os laboratórios oficiais e os clientes privados nacionais, nessa avaliação da qualidade e especifi-cidade dos insumos. O mercado dispõe agora de um laboratório capacitado a realizar todos estes serviços, sem que as empresas tenham a necessidade de montar caríssimas e ociosas estrutu-ras internas. Essa vai ser uma grande contribuição: nacional ou importado, o produto poderá ser devidamente avaliado e qualificado para a produção de melhores medicamentos.”

José Correia da Silva observou ainda que o laboratório vai apoiar ações da Farmacopéia Brasileira, auxiliando na elaboração de mono-grafias de insumos.

O presidente da ABIQUIF des-tacou o desprendimento de todos que participaram do projeto que culminou com um investimento governamental numa Universidade privada, o que denota o altíssimo grau de confiança depositado nes-ta iniciativa pioneira e aumenta a responsabilidade do setor privado brasileiro em fazer deste projeto um exemplo a ser seguido.

O vice-presidente da Associação

drupolo (identificação e quan-tificação).•GC/MS (identificação e quanti-ficação de compostos voláteis, inclu-sive de quirais e resíduos de solventes orgânicos em materiais sólidos).•Polarímetro (determinação de racêmicos e isômeros).•BalançadeIVetitulaçãoKarlFischer (determinação de umi-dade).•UV/VISeFTIR/ATR (identi-ficação e quantificação de compos-tos orgânicos).•Picnômetro (determinação da densidade real de sólidos e semi-

sólidos).•Granulômetro (determinação de tamanho e forma de partícula).•Quantachrome (análise de área superficial, distribuição e volume dos poros).•Difratômetro de Raios-X (identificação da estrutura cristalina e quantificação de polimorfos).•Dissolutor (dissolução intrín-seca).•Câmaradeestabilidadeefo-toestabilidade (estudos de esta -bilidade). •Friabilômetro (friabilidade de grâ nulos).

•Ângulo de contato óptico (determinação de ângulo de contato e tensão superficial de sólidos). •Tensiômetro (tensão superficial de líquidos).•Reômetro (reograma e visco-sidade).•Osmômetro de pressão devapor (osmolaridade).•Aparelho para determinaçãode fluidez (ângulo de repouso e fluidez).•Volúmetro de compactação (densidade e volume aparentes).•Compressora automática -Piccola (estudos de compactação).

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dos Laboratórios Farmacêuticos Oficiais do Brasil – ALFOB, Carlos Alberto Pereira Gomes, festejou a novidade. “Este laboratório é um passo decisivo para atingirmos outro objetivo, que é ter os registros de insumos farmacêuticos no Brasil”.

Ele observa que a dificuldade de certificação e qualificação, além de padronização dos insumos farmacêu-ticos, é um dos grandes problemas dos laboratórios oficiais, que utilizam, na maior parte, produtos importados. “O fato é que cerca de um terço do que compramos acaba sendo rejeitado por algum motivo técnico, ou de qualidade, ou farmacotécnico”.

Ele assegura que com o LAIF será possível fazer certificações coletivas para os laboratórios da ALFOB. “Se há uma padronização desse insumo, vamos ter redução de custos e de retrabalho. Vamos ganhar em pro-dutividade e em preço, no futuro. E ainda que o preço fique, em algum momento, um pouco mais caro, a qualidade vai compensar. Também poderemos atender o cronograma de entrega com maior agilidade, para que o medicamento chegue mais rápido à população”.

Ele lembra que há outro aspecto importante. Esta certificação abre espaço para a indústria nacional concorrer de igual para igual com os fornecedores externos, que só entrarão nas licitações se estiverem devidamente certificados. “O que criará a oportunidade de encomen-darmos às farmoquímicas nacionais a produção de insumos com as ca-racterísticas específicas.”

Quem também aplaudiu a ini-ciativa foi o presidente da Associação Brasileira dos Distribuidores de Insu-mos Farmacêuticos – ABRIFAR, José Abdallah Nehme. “A criação deste la-boratório é um fato inédito e de muita importância para o Brasil, que desde os anos 1990 sofreu um esvaziamento de tecnologia na área farmoquímica, pela própria condição do mercado, a competitividade globalizada”.

Como vários dos presentes, ele defende que este laboratório deve ser o primeiro de vários. “Só ele não vai

atender o grande volume de insumos que movimenta o mercado brasi-leiro, até por conta da necessidade de se ter outras células espalhadas”, acredita o dirigente.

Para ele, o LAIF se constitui em um verdadeiro centro de excelên-cia e conhecimento, porque torna possível realizar no Brasil, aquilo que a própria ANVISA solicita em termos de análises. “Por exemplo: este laboratório tem difratômetro de raios-X extremamente caro, que não vamos encontrar nas instalações do produtor de insumos, pois é um serviço que deve ser terceirizado, como é feito lá fora”, conclui.

A universidade sai ganhando

O reitor da PUC-RS, Joaquim Clotet, parabenizou a todos os que participaram da mobilização que resul-tou na criação do LAIF, que, segundo ele, tem um importante papel social. “Todos devem sentir orgulho de saber que estão contribuindo para o bem es-tar e para a saúde da nossa sociedade”, afirmou o reitor, acrescentando que o laboratório vai ajudar a promover o desenvolvimento tecnológico e industrial do setor farmoquímico, além de contribuir para a formação de profissionais qualificados.

Para a diretora da Faculdade de

Farmácia da PUC-RS, Flávia Valladão Thiesen, o LAIF abre a oportunidade para os alunos terem uma vivência que dificilmente teriam em outro local. “Não só nas aulas de graduação, pois há a possibilidade de fazerem estágios e iniciação científica no laboratório e, em breve, pós-graduação e projetos de pesquisa. Essa estrutura vai beneficiar a comunidade externa, uma vez que serão geradas pesquisas cujos resultados serão importantes para todos.”

Flávia Thiesen afirma que o LAIF é um grande diferencial da Faculdade de Farmácia da PUC-RS. “Esta ini-ciativa vai ampliar as oportunidades de emprego, uma vez que há projetos de outros laboratórios no País. Os que tiverem estagiado aqui vão estar melhor preparados para desenvolver esse tipo de atividade do que outros profissionais, que não tiveram essa vivência”. A equipe do LAIF já conta com dois farmacêuticos que foram graduados pela Universidade.

Ela conclui afirmando que é uma grande vitória abrigar este laboratório. “Foram alguns anos de conversações, de convencimentos, porque a Univer-sidade também investiu bastante neste projeto, na adequação de área física, com todos os controles de tempera-tura, umidade etc. Efetivamente, é uma conquista nossa. O LAIF realmente dá uma nova cara, um novo status à Faculdade de Farmácia”, conclui.

A Dra. Eliane Bahruth, Superin-tendente de Planejamento da FINEP, declarou-se satisfeita em ver realizado e implantado este projeto. Segundo ela:“É gratificante para a FINEP participar do esforço de todo o País na busca pela maior autonomia na produção farmoquímica. São projetos estruturados desta forma, buscando a parceria da iniciativa privada no com-partilhamento dos recursos financeiros e humanos despendidos, e a autono-mia de gestão para os empreendimen-tos, que farão com que outros agentes venham a participar do grande esforço hoje capitaneado pelo Ministério da Saúde, através do programa do Com-plexo Industrial da Saúde”.

por Beatriz Cardoso

O LAIF vai auxiliar os laboratórios oficiais e os clientes privados nacionais, nessa avaliação da qualidade e especificidade dos insumos.

JoséCorreiadaSilva,presidentedaABIQUIF

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O Brasil na CPhI 2008De 30 de setembro a 02 de

outubro de 2008, realizou-se em Frankfurt, Alemanha, a 19ª edição da CPhI Worldwide. O Brasil es-teve presente no evento através do já tradicional Brazilian Pavilion, que este ano contou com nove empresas expositoras, além do estande da ABIQUIF e da FINEP. Esta foi a 14ª participação brasileira consecutiva no evento.

Em 2008 a feira contou com mais de 1.700 expositores, pro-venientes de mais de 60 países,

e recebeu a visita de mais de 25.000 profissionais do setor, do mundo todo.

O perfil dos visitantes é formado por profissionais de venda, gerentes gerais/presidentes, responsáveis pelas compras das empresas visitan-tes, pessoal relacionado com Pes-quisa e Desenvolvimento (P&D) e outros profissionais qualificados, confirmando-se o interesse no

fluxo importação/exportação de pro-dutos farmacêuti-cos, farmoquímicos e de serviços.

Parcerias

Em mais uma edição do Brazilian Pavi l ion, a ABI-QUIF contou com a parceria da Finan-ciadora de Estudos e Projetos - FINEP. Durante os três dias

do evento, a Associação e a Finan-ciadora dividiram um estande onde acolheram empresários brasileiros,

receberam visitantes e definiram es-tratégias para o desenvolvimento da indústria farmoquímica brasileira.

Parceiro da ABIQUIF na pri-meira edição da CPhI South Ame-rica, o Banco Nacional de Desen-volvimento Econômico e Social - BNDES também enviou repre-sentantes para o evento.

CPhI South América

Além da versão européia, hoje a CPhI é realizada no Japão, na China, na Índia e conta, a partir de 2008, com uma versão Sul-Americana.

O primeiro país a acolher o evento, realizado de 19 a 21 de agosto de 2008, foi o Brasil – Rio de Janeiro. Nos três dias, os 180 ex-positores nacionais e internacionais receberam a visita de 4.470 profis-sionais do setor.

A próxima CPhI South Améri-ca também será no Brasil, em São Paulo, e a partir de 2010 a feira alternará os países sede, ocorrendo nos anos pares em outros países da América do Sul e nos anos ímpa-res no Brasil.

ABIQUIF e FINEP compartilham o seu estande

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Um Olhar Sobre o Mundo8

EXPEDIENTE

Associação Brasileira da Indústria Farmoquímica

COnSelhO De ADMInISTRAÇÃO DA ABIQUIF:

Presidente: José Correia da Silva (Formil); Vice-Presidente e Diretor-Tesoureiro: Serafim Branco Neto (Formil); Diretores: Orvil Costa (Relthy), Jacó Vandir

Tormes (Eli Lilly) e Edson Luiz da Silva Lima (Cristália); Presidente-Executivo: Onésimo Ázara Pereira; Editor: Renato Libanio (MT-7.896/29/63)

SeDe SOCIAl - Av. Calógeras, 15 / 10º andar - Centro - CEP: 20030-070 - Rio de Janeiro - RJ - Brasil - Tel.: 55 21 2220-3005

Fax: 55 21 2524-6506 - hp: www.abiquif.org.br - e-mail: [email protected]

PROjeTO gRáFICO - lCM Comunicação ltda. (Maio de 2008)

Rua Senador Vergueiro, 197/804 - Flamengo - Rio de Janeiro - CEP 22230-000 RJ - Tel./Fax: 21 2553-6391 - e-mail: [email protected]

ABIQUIF tem papel de destaque na CPhI South America

Frequentadora assídua da CPhI Internacional, a ABIQUIF foi convidada pelos organizadores da CPhI South America a apoiar o evento. E, em parceria com o BNDES, montou um estande denominado “Brazi-lian Portal”, onde recebeu os seus visitantes nacionais e internacionais.

As associadas Croda, EMS, Eurofarma, Gênix (Puri-pharma), Kin Master, Nortec Química e Quimpharma (Pharma Nostra) também participaram do evento, com estandes individuais.

Brazilian Portal

Empresas participantes do Brazilian Pavilion

Cristália Eurofarma Gênix (Purifarma)

Kin Master Nortec Química Quimpharma (Pharma Nostra)

EMS Neo Química União Química