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O Licenciamento Ambiental

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O Licenciamento Ambiental

A Unipública

Conceituada Escola de Gestão Municipal do sul do país, especializada em capacitação e

treinamento de agentes públicos atuantes em áreas técnicas e administrativas de prefeituras,

câmaras e órgãos da administração indireta, como fundos, consórcios, institutos, fundações e

empresas estatais nos municípios.

Os Cursos

Com diversos formatos de cursos técnicos presenciais e à distância (e-learning/online), a

escola investe na qualidade e seriedade, garantindo aos alunos:

- Temas e assuntos relevantes e atualizados ao poder público

- Certificados de Participação

- Tira-dúvidas após a realização do curso

- Controle biométrico de presença (impressão digital)

- Corpo docente especializado e atuante na área

- Atendimento personalizado

- Rigor no cumprimento de horários e programações

- Fotografias individuais digitalizadas

- Material de apoio de qualidade

- Coffee Breaks em todos os períodos

-Acesso ao AVA (Ambiente Virtual do Aluno) onde será disponibilizado o certificado de

participação para impressão, grade programática, apostila digitalizada, material

complementar de apoio de acordo com os temas propostos nos cursos, chat com outros

alunos e contato direto com professores.

Público Alvo

- Servidores públicos municipais (secretários, diretores, contadores, advogados,

controladores internos, assessores, atuantes na área de licitação, recursos humanos,

tributação, saúde, assistência social e demais departamentos) .

- Vereança e Prefeitos (a)

Localização

Nossa sede está localizada em local privilegiado da capital do Paraná, próximo ao

Calçadão da XV, na Rua Clotário Portugal nº 41, com estrutura apropriada para realização de

vários cursos simultaneamente.

Feedback

Todos os cursos passam por uma avaliação criteriosa pelos próprios alunos, alcançando

índice médio de satisfação 9,3 no ano de 2014, graças ao respeito e responsabilidade empregada

ao trabalho.

Transparência

Embora não possua natureza jurídica pública, a Unipública aplica o princípio da

transparência de seus atos mantendo em sua página eletrônica um espaço específico para esse

fim, onde disponibiliza além de fotos, depoimentos e notas de avaliação dos alunos, todas as

certidões de caráter fiscal, técnica e jurídica.

Qualidade

Tendo como principal objetivo contribuir com o aperfeiçoamento e avanço dos serviços

públicos, a Unipública investe no preparo de sua equipe de colaboradores e com rigoroso critério

define seu corpo docente.

Missão

Preparar os servidores municipais, repassando-lhes informações e ensinamentos gerais e

específicos sobre suas respectivas áreas de atuação e contribuir com:

a) a promoção da eficiência e eficácia dos serviços públicos

b) o combate às irregularidades técnicas, evitando prejuízos e responsabilizações tanto

para a população quanto para os agentes públicos

c) o progresso da gestão pública enfatizando o respeito ao cidadão

Visão

Ser a melhor referência do segmento, sempre atuando com credibilidade e seriedade

proporcionando satisfação aos seus alunos e equipe de colaboradores.

Valores

Reputação ilibada

Seriedade na atuação

Respeito aos alunos e à equipe de trabalho

Qualidade de seus produtos

Modernização tecnológica de metodologia de ensino

Garantia de aprendizagem

Ética profissional

SEJA BEM VINDO!

BOM CURSO!

Telefone (41) 3323-3131 Sede Própria: Rua Desembargador Clotário Portugal, n° 39, Centro.

www.unipublicabrasil.com.br

Programação

O Licenciamento Ambiental

a) Definição de competências

b) Estruturação do município para a gestão ambiental

c) Atribuições do licenciamento municipal

d) Instrumentos de licenciamento.

e) Tipos de licenças ambientais

f) Os procedimentos do Licenciamento ambiental

g) Estudos de casos

Professor (a):

Annelissa Gobel Donha: Engenheira Agrônoma formada pela

Universidade Federal do Paraná em 1998, Mestre em Ciência do

Solo com especialidade em Geoprocessamento pela UFPR em

2003.

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O LICENCIAMENTO AMBIENTAL

Prof. MSc. Annelissa G. Donha

INTRODUÇÃO

As ações humanas sobre o meio ambiente apresentam aspectos deletérios a ponto de

afetar as condições ambientais, tanto em nível de ecossistemas quanto em nível do equilíbrio

da biosfera. Portanto, há a necessidade de se utilizar instrumentos, que possibilitem uma

atuação de caráter preventivo, que permitam a execução de uma política de gerenciamento

ambiental, voltada a ordenar o uso dos recursos naturais.

A gestão do meio ambiente deve ir além da tarefa modesta e defensiva de eliminação

da poluição local mais incômoda, preocupando-se com a situação ecológica global e em

longo prazo, que poderá culminar com uma deterioração das condições do habitat do homem

em termos gerais. A gestão ambiental pode ser definida como a condução, a direção e o

controle, pelo governo, do uso dos recursos naturais através de determinados instrumentos, o

que inclui medidas econômicas, regulamentos e normas, investimentos públicos e

financiamento, requisitos institucionais e jurídicos (SELDEM, 1973, in MALHEIROS,

1995).

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O avanço da degradação ambiental e da destruição do equilíbrio ecológico levou à

discussão de que é necessário incorporar um marco ecológico ao processo de decisões

governamentais, de forma que o meio ambiente deixe de ser tratado como uma externalidade

ao processo de desenvolvimento. O crescimento industrial não devidamente planejado agrava

as questões de poluição ambiental, sendo estratégico estabelecer um sistema de

disciplinamento da ocupação de uso do solo baseado no licenciamento prévio das fontes de

poluição.

A partir daí se desenvolveu o conceito de desenvolvimento ecologicamente

sustentável, entretanto, permanece ainda um contraste entre os países desenvolvidos e os

países em desenvolvimento, pois nas economias altamente industrializadas os problemas

relativos ao meio ambiente referem-se, em geral, a questões de poluição e, por isso, as ações

estão voltadas para controlar a degradação e restaurar padrões de qualidade da água, do ar e

do solo.

Já nos países em desenvolvimento os problemas ambientais estão mais relacionados

ao esgotamento e a degradação dos recursos naturais e as suas políticas devem estar voltadas

para a gestão racional desses recursos.

A tendência de desenvolvimento mundial atual está direcionada para um futuro

sustentável do ponto de vista ambiental e os esforços para reduzir a poluição e manejar os

recursos naturais em bases sustentáveis está calcado na responsabilidade da comunidade,

tanto em nível nacional como local.

Alguns países industrializados têm assumido questões relacionadas ao meio ambiente

num contexto mais amplo de desenvolvimento sustentável, encorajando a utilização de

processos industriais mais eficientes e reduzindo o consumo de recursos naturais, como vem

ocorrendo na Holanda, que implantou políticas de alteração de processos produtivos e

mudanças de padrões de consumo visando o desenvolvimento sustentável (WORLD

RESOURCE INSTITUTE, 1994).

Os governos, tanto nos países industrializados como nos países em desenvolvimento

apresentam uma grande demanda por recursos financeiros, que são limitados. Entretanto,

estes são ainda mais limitados nos países em desenvolvimento onde há uma maior pressão

para utilização desses recursos para promover o desenvolvimento econômico (WORLD

RESOURCE INSTITUTE, 1994).

A institucionalização de um sistema nacional que traduzisse essa preocupação em

nível governamental é recente no Brasil, tendo ocorrido a partir da vigência da Lei 6.938/81,

que iniciou no Brasil a implementação da Política Nacional do Meio Ambiente,

3

estabelecendo os objetivos, as diretrizes e os instrumentos para tal. Dentre estes Instrumentos

destacam-se a Avaliação de Impacto Ambiental e o Licenciamento Ambiental.

Evolução histórica dos estudos ambientais

No Brasil, a utilização do meio ambiente caracterizou-se pela exploração desordenada

e predatória.

Após a independência, em 1882, tanto o governo imperial quanto a República

preocuparam-se primeiramente em consolidar a ocupação do vasto território brasileiro, então

praticamente despovoado. A expansão das atividades agrícolas e pecuárias ignorou qualquer

cuidado com a proteção do meio ambiente, levando a destruição de áreas florestadas. As

primeiras unidades industriais implantaram-se como se os recursos ambientais fossem

inesgotáveis.

Desde cedo, incorporou-se à cultura brasileira a idéia de que a devastação da natureza

e a poluição significam progresso e desenvolvimento.

Na década de 30, o governo começa a controlar a utilização de alguns recursos

naturais. Criam-se os Códigos das Águas e da Mineração e o primeiro Código Florestal em

1934, a proteção ao patrimônio histórico em 1937 e o Código da Pesca em 1938.

Contudo, nessa época a gestão de cada recurso fazia-se por meio de ações isoladas e

descoordenadas, servindo à preservação de reservas para uso futuro.

Entre fins da década de 50 e início da de 60, a crescente sensibilidade de estudiosos,

acadêmicos e gestores públicos apontava a necessidade urgente da criação de novos

instrumentos capazes de complementar e ampliar a eficiência dos tradicionalmente utilizados

no licenciamento ambiental de atividades e empreendimentos. Vários grupos de estudos

foram se formando nos Estados Unidos e Europa, primeiramente nacionais e a seguir

multinacionais, para dar resposta a esse desafio.

Nessa mesma época passou a consolidar-se o conceito, hoje corrente, de impactos

sobre o ambiente. O detalhamento desse conceito demonstrou que sua avaliação podia ser

feita com razoável margem de objetividade, de modo que ela pudesse ter aceitação e

representatividade social e transformar-se em instrumento do processo de tomada de decisões

no licenciamento ambiental. Para tanto, essa avaliação deveria ter características técnicas

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mínimas regulamentadas pelo poder público e deveria ser traduzida em um documento

público acessível aos vários segmentos da sociedade interessados no processo de

licenciamento ambiental.

Em 1965 com a promulgação do Estatuto da Terra e o Código Florestal possibilitou o

aparecimento da moderna legislação ambiental, ao criar condições para que o Poder Público

interferisse nas atividades econômicas que modificam o ambiente. Diversos diplomas legais

foram gerados, a partir de então, para regular alguns aspectos ambientais e atribuir a certos

órgãos a responsabilidade de proteger o meio ambiente.

Em (1975) dá uma versão das características básicas de uma avaliação de impacto

ambiental:

a) descrever a ação proposta e as alternativas também;

b) prever a natureza e a magnitude dos efeitos ambientais;

c) identificar as preocupações humanas relevantes;

d) listar os indicadores de impacto a serem utilizados e para cada um definir sua

magnitude. Para o conjunto de impactos, os pesos de cada indicador obtidos do decisor ou

das metas nacionais; e

e) a partir dos valores previstos em (b) acima, determinar os valores de cada indicador

de impacto e o impacto ambiental total.

Em 1973, o Governo Brasileiro criou a Secretaria Especial do Meio Ambiente – SEMA,

vinculada ao Ministério do Interior, em resposta às recomendações da Conferência das

Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, realizada em Estocolmo.

Em 1981, decorridas já quase duas décadas de uma crescente preocupação com o meio

ambiente e uma década desde a Primeira Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente,

realizada pela ONU, o Brasil definiu a Política Nacional do Meio Ambiente (Lei Federal n.º

6.938, de 31/08/81). Nessa lei, a „Avaliação de Impactos Ambientais‟ e o „Licenciamento de

Atividades Efetiva ou Potencialmente Poluidoras foram dois dos instrumentos criados para

que fossem atingidos os objetivos dessa política, ou seja: “... preservação, melhoria e

recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar no país condições

propícias ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à

proteção da dignidade da vida humana...”.

Após cinco anos, durante os quais se viveu um processo rico de novas experiências, mas

dificultado pela falta de prática do diálogo construtivo entre representantes dos vários

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segmentos que o compunham, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), por

meio da Resolução nº 001/86, definiu como deve ser feita a avaliação de impactos

ambientais, criando duas figuras novas, respectivamente: o Estudo de Impactos Ambientais

(EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (Rima). Definiu em que consiste cada um deles e

estabeleceu a relação das atividades para as quais sua exigência é obrigatória. O

licenciamento para fins de exercício dessas atividades e de outras que pode ser estabelecido

pela autoridade ambiental local passou, desde então, a depender da prévia aprovação do

EIA/Rima, mediante procedimentos regulamentados.

Sistema Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA

Na década de 70, em resposta as demandas internacionais definidas a partir da

Conferencia de Estocolmo, o governo federal criou a SEMA que trouxe duas contribuições

importantes: o SISNAMA e o aparato legislativo ambiental nacional.

A institucionalização do Sistema Nacional do Meio Ambiente, o SISNAMA, foi

criada pela lei nº 6.938 de 1983. O Brasil se organiza sobre alguns princípios importantes a

serem considerados: a responsabilidade pela manutenção da qualidade ambiental é

compartilhada entre o governo federal, estadual e municipal, denominada da competência

concorrente. Todos os níveis de governos são responsáveis concomitantemente pelo o meio

ambiente.

É possível que exista uma legislação federal, estadual e municipal para tratar de

assuntos ambientais. A regra básica é que a legislação municipal deve ser igual ou mais

restritiva do que a estadual, que por sua vez deve ser igual ou mais restritiva do que a

legislação federal. O governo federal possui o poder supletivo, ou seja, se o estado e o

município se omitem na aplicação da legislação ambiental, o governo federal pode exercer

seu papel e impor a legislação.

Além disso, foi criado o Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA, com

caráter consultivo, deliberativo e normativo, que dá poderes para elaborar regulamentações,

que estabelecem o detalhamento da interpretação das leis brasileiras. Este Conselho é

formado por representantes dos estados, órgãos do governo federal e da sociedade civil.

A segunda contribuição importante da SEMA foi a formulação do aparato legislativo

nacional, posteriormente aprovado pelo Congresso Nacional, que é considerada uma das

legislações ambientais mais avançadas do mundo.

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A estruturação da maioria dos órgãos ambientais estaduais no Brasil se deu na década

de 80, com a instituição do SISNAMA. Estes órgãos foram institucionalizados em diferentes

áreas administrativas dos diferentes estados. Geralmente os órgãos que tratavam da fauna e

da flora eram ligados as Secretarias de Agricultura separados dos órgãos gestores ambientais.

Os órgãos de meio ambiente eram ligados a diferentes secretarias, tais como de saúde,

planejamento, do interior, de minas e energia.

No final da década de 80 houve uma enorme pressão da sociedade para a unificação dos

órgãos. Em alguns estados havia um órgão responsável pela flora e fauna, outro dos recursos

hídricos e ainda outro que tratava da gestão do meio ambiente em geral.

Isso culminou no nível federal com a criação do IBAMA no final dos anos 80, que integrou o

IBDF, SEMA, SUDERHSA em um órgão único federal. Paralelamente à isso, houve um

movimento nos estados justamente para a junção dos órgãos. Este processo também envolveu

a criação das secretarias de meio ambiente em vários estados, as quais ficavam vinculadas

aos diferentes órgãos de fauna e flora, recursos hídricos e de meio ambiente.

A grande dificuldade para a estruturação das agências ambientais é que a criação da maioria

das estruturas foi realizada a partir dos anos 80, quando o estado brasileiro já estava inflado.

Ocorre que a legislação ambiental tornou-se bastante complexa e burocrática, sem a

adequada estruturação física e de recursos humanos dos órgãos responsáveis pela gestão

ambiental. Estes fatores associados definem até os dias atuais, uma grande morosidade

nos licenciamentos ambientais, não obstante ao empenho dos técnicos ligados ao setor.

Legislação Nacional de licenciamento ambiental

O sistema de licenciamento ambiental está inserido no contexto do Sistema Nacional

do Meio Ambiente, SISNAMA, que tem como órgão central o Ministério do Meio Ambiente,

responsável pela promoção e avaliação da implementação da Política Nacional do Meio

Ambiente. O órgão superior, que define normas a nível nacional é o Conselho Nacional do

Meio Ambiente, CONAMA, que tem a função de assistir o Governo na definição das

diretrizes da Política Nacional do Meio Ambiente, sendo o órgão consultivo e deliberativo. O

órgão executivo federal é o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

Renováveis (IBAMA), sendo os órgãos estaduais e municipais os órgãos executores a nível

local. Dentro das diretrizes estabelecidas na legislação nacional, os estados definem sua

estrutura e política estadual.

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A participação de órgãos federais, estaduais, municipais e do Distrito Federal foi

estabelecida desde 1981, com a publicação da Política Nacional do Meio Ambiente, estando

de acordo com os dispositivos constitucionais. Compõem ainda o SISNAMA os órgãos

setoriais, integrantes da administração federal direta ou indireta, cujas atividades estejam

associadas à proteção da qualidade ambiental; os órgãos seccionais, responsáveis pela

execução de programas, projetos, controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a

degradação ambiental e os órgãos locais, no nível municipal.

Como regra geral, está estabelecida a atribuição do órgão estadual competente para o

prévio licenciamento da construção, instalação, ampliação e funcionamento de atividades

utilizadoras de recursos naturais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras e/ou

capazes de causar degradação ambiental. A competência do governo federal, que

inicialmente era a de licenciamento de pólos industriais (Decreto 88.351/83, revogado pelo

Decreto 99.274/90), com a publicação da Lei 7.804/89, passou a ser a de licenciamento em

caráter supletivo, bem como atividades ou obras com significativo impacto ambiental de

âmbito nacional ou regional.

Outros atores envolvidos no processo de licenciamento são os próprios

empreendedores, que têm a obrigação de solicitar o licenciamento ambiental de sua atividade,

apresentar informações e detalhamento da proposta apresentada, elaborar estudos ambientais

e implementar as diretrizes estabelecidas no processo de licenciamento.

A participação popular no processo ocorre por meio da realização de audiências

públicas, pela representativa da sociedade civil nos Conselhos de Meio Ambiente, tanto a

nível nacional, estadual como municipal e da divulgação atualmente obrigatória, da

publicação das solicitações e deferimento das licenças requeridas aos órgãos de meio

ambiente, podendo se habilitar a fornecer informações ou apresentar questionamentos

durante o processo.

Na Política Nacional do Meio Ambiente está estabelecido que o licenciamento

ambiental é um dos instrumentos de gestão ambiental, juntamente com a Avaliação de

Impactos Ambientais - AIA e o Estudo de Impactos Ambientais e respectivo Relatório de

Impactos Ambientais – EIA/RIMA. O Decreto 99.274/89 que regulamenta da Lei 6938/81,

estabelece os tipos de licença (LP, LI e LO) e determina a relação entre o licenciamento

ambiental e a avaliação de impactos ambientais, onde o EIA/RIMA deve ser utilizado na fase

de Licença Prévia (LP), fase em que se avaliam as questões relacionadas à localização e

viabilidade ambiental do empreendimento.

Em 1986, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) publicou a Resolução

nº 001/86, especificando o uso da avaliação de impactos ambientais no Brasil e

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regulamentando os requisitos para a utilização e conteúdo do EIA/RIMA. Também

estabelece o conteúdo mínimo do estudo e apresenta uma listagem de atividades sujeitas à

elaboração de EIA/RIMA. A Constituição Federal de 1988 estabeleceu o caráter de

concorrência dos três níveis de governo com relação à questão ambiental.

Fortalecendo desta forma, a atuação dos Estados por meio da regulamentação do assunto, de

acordo com suas necessidades e peculiaridades, a partir das normas gerais nacionais,

baixadas por leis, decretos e resoluções do CONAMA. Assim, é possível identificar grandes

variações no uso do licenciamento como instrumento de gestão ambiental nos diferentes

estados.

Com a publicação da Resolução CONAMA nº 237/97 (Anexo I), decorrente de um

processo de participação dos órgãos licenciadores e dos setores interessados, principalmente

os representantes do setor produtivo, procurou-se solucionar ou esclarecer as principais

questões que afligiam os atores envolvidos no processo, surgidas no processo de discussão da

proposta. Assim, esta resolução estabeleceu, entre outras coisas, prazos de duração do

processo de licenciamento, período de validade das licenças, revisão dos custos para análise e

emissão de licenças que incomodavam o setor produtivo, como também estabeleceu as

competências para o licenciamento, nos níveis nacional, estadual e municipal, e definiu uma

listagem, em termos gerais, de atividades passíveis de licenciamento.

Desta forma, alguns dos principais problemas enfrentados pelo licenciamento, em

termos de regulamentação estrutural do sistema, como norma geral, foram abordados na

revisão realizada. Entretanto, observa-se que algumas ações são ainda necessárias para que o

sistema torne-se mais eficiente.

Quanto à participação da sociedade nos processos de licenciamento, observa-se que

esta ainda é reduzida, não permitindo que todos os anseios da comunidade sejam atendidos.

A forma de participação mais direta da população interessada na decisão do

licenciamento de atividades produtivas restringe-se aos processos em que são exigidos

EIA‟s/RIMA‟s, onde está estabelecido, através de Resolução do CONAMA, que deve- se

realizar audiência pública quando solicitado. Para projetos que não exigem EIA/RIMA, não

existe obrigação legal para a participação da sociedade no processo, apesar de haver a

obrigação de que o empreendedor publique em jornal que solicitou ou que obteve

licenciamento.

Na maioria dos sistemas estaduais, o processo de licenciamento passa por um

Conselho Estadual, o que aumenta a participação das partes interessadas e da população no

processo, entretanto, no licenciamento federal, executado pelo IBAMA, não existe este

mecanismo, o que faz com que o Presidente do órgão se torne soberano para tomar a decisão.

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Quanto ao setor produtivo, que têm suas atividades licenciadas, verifica-se que existe

uma grande restrição para a internalização das questões ambientais no processo produtivo, ou

no cotidiano das empresas, sendo uma das falhas do sistema de licenciamento não ter

conseguido promover a internalização da gestão ambiental em seus processos industriais,

onde seriam adotadas medidas de controle ambiental com maior responsabilidade pelas

empresas, reduzindo, inclusive, os custos do órgão de meio ambiente para licenciamento e

fiscalização.

As peculiaridades de cada estado, influenciadas por diferentes culturas e posturas

políticas e pelas diferenças no processo de industrialização e desenvolvimento social,

determina uma grande diversidade de práticas executadas para o licenciamento ambiental das

atividades produtivas. Além disso, a diversidade dos atributos ambientais determina a

necessidade da definição de diferentes formas de gestão.

Dessa forma, pode-se observar que o sistema de licenciamento ambiental no Brasil

apresenta uma base nacional, em forma de normas gerais, que são regulamentadas e

especificadas a nível local ou regional, fazendo com que exista um verdadeiro mosaico de

situações e condições para execução do sistema de licenciamento.

Caracterização da avaliação de impactos ambientais

A avaliação de impacto ambiental é um instrumento de gestão ambiental que foi

criado nos Estados Unidos, no ano de 1969, como parte da política ambiental nacional. Após

isso se verificou uma grande disseminação de sua concepção e a sua utilização se deu tanto

internamente, nos estados, como externamente, pela sua adoção em vários países, com

adequações à realidade local.

Dos instrumentos de política e gestão ambientais surgidos a partir de então, a AIA

(Avaliação de Impactos Ambientais) tem sido o mais discutido e adotado em todo o mundo.

Segundo Moreira (1989), isto se deve, principalmente, à possibilidade que ela oferece de

incorporar aspectos técnico-científicos e circunstâncias políticas no mesmo processo de

avaliação, adaptando seus princípios a diferentes esquemas legais e administrativos. O seu

caráter democrático, permitindo a participação da sociedade, também é um fator que

contribui para a sua aceitação.

Os objetivos da Avaliação dos Impactos Ambientais são, então, a previsão e o

dimensionamento das conseqüências ambientais de uma ação, com a finalidade de subsidiar a

tomada de decisões.

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Observa-se, portanto, que a AIA constitui-se num valioso instrumento de

planejamento de alternativas, de medidas preventivas e de controle dos impactos ambientais,

bem como de suporte substancial ao processo de gestão ambiental (AGRA FILHO, 1993).

Compensação Ambiental

A Compensação Ambiental é obrigatória em processos de licenciamento ambiental de

empreendimentos ou atividades que provoquem perda de biodiversidade e de recursos

naturais, tais como perda de vegetação nativa, perda de habitat, corredores ecológicos

e ecossistemas de interesse para a flora e a fauna, com fundamento no Estudo de Impacto

Ambiental.

Os recursos serão destinados a apoiar a implantação e manutenção de unidade de

conservação do Grupo Proteção Integral que tem como objetivo básico: preservar a natureza,

sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais. Constituem este grupo as

seguintes categorias de unidade de conservação:

Estação Ecológica;

Reserva Biológica;

Parque Nacional;

Monumento Natural;

Refúgio de Vida Silvestre.

O EIA/RIMA do empreendimento apresentará proposta ou projeto ou indicará

possíveis alternativas para a aplicação da compensação ambiental.

Quando o empreendimento afetar unidade de conservação específica ou sua zona de

amortecimento, o licenciamento ambiental só poderá ser concedido mediante autorização do

órgão responsável por sua administração, e a unidade afetada, mesmo que não pertencente ao

Grupo de Proteção Integral, deverá ser uma das beneficiárias da compensação ambiental.

A obrigatoriedade de pagamento de compensação não deve ser confundida, em

hipótese alguma, com a implantação de projetos de controle e de mitigação de impactos

negativos necessários para garantir a viabilidade ambiental do empreendimento, preconizadas

nos estudos ambientais e acordadas com o órgão ambiental.

Compete ao órgão ambiental definir as unidades de conservação a serem beneficiadas,

considerando as propostas apresentadas no EIA/RIMA e ouvido o empreendedor, podendo

inclusive ser contemplada a criação de novas unidades de conservação.

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Em relação aos dispositivos legais o dispositivo que cria o Sistema Nacional das

Unidades de Conservação (SNUC) é regido pela Lei Federal nº 9.985, de 18 de julho de

2000. Importante destacar que o Supremo Tribunal Federal, ao julgar a Ação Direta de

Inconstitucionalidade 3.378, declarou inconstitucional a fixação do valor em, no mínimo,

0,5%.

Nesta oportunidade, o Conselho Nacional de Meio Ambiente editou a Resolução n°

371/2006 que “estabelece diretrizes aos órgãos ambientais para o cálculo, cobrança,

aplicação, aprovação e controle de gastos de recursos advindos de compensação ambiental a

Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000” também vincula a estipulação do valor da contribuição

à avaliação do EIA/RIMA.

A mesma resolução do CONAMA supracitada estabelece que caso não haja

metodologia específica para calcular o valor da contribuição, este deve ser fixado em 0,5%.

Assim a falta de uma metodologia que calculasse os impactos e que efetivamente

estabelecesse critérios de cobrança vinha gerando discussões impetradas tanto pelo poder

público, que vinha exigindo percentuais acima do estipulado pela resolução, quanto pelo

empreendedor, que discutia a aplicabilidade da lei.

Diante dessa lacuna na lei, foi promulgado o Decreto Federal nº 6.848 de 14 de

maio de 2009, que altera e acrescenta dispositivos frente ao Decreto Federal nº 4.340/2002 e

regulamenta a compensação ambiental, tendo a seguinte redação:

Art. 31 - Para os fins de fixação da compensação ambiental de que trata o art. 36 da Lei nº

9.985, de 2000, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

- IBAMA estabelecerá o grau de impacto a partir de estudo prévio de impacto ambiental e

respectivo relatório - EIA/RIMA, ocasião em que considerará, exclusivamente, os impactos

ambientais negativos sobre o meio ambiente.

§ 1º O impacto causado será levado em conta apenas uma vez no cálculo.

§ 2º O cálculo deverá conter os indicadores do impacto gerado pelo empreendimento e das

características do ambiente a ser impactado.

§ 3o Não serão incluídos no cálculo da compensação ambiental os investimentos referentes

aos planos, projetos e programas exigidos no procedimento de licenciamento ambiental para

mitigação de impactos, bem como os encargos e custos incidentes sobre o financiamento do

empreendimento, inclusive os relativos às garantias, e os custos com apólices e prêmios de

seguros pessoais e reais.

§ 4º A compensação ambiental poderá incidir sobre cada trecho, naqueles empreendimentos

em que for emitida a licença de instalação por trecho.” (NR)

12

Fiscalização

Devido a dificuldade da estruturação dos órgãos ambientais, geralmente não há

processos de fiscalização sistematizados, mas sim, em atendimento a denuncias. Como os

problemas ambientais têm sido muito observados pela sociedade, é muito comum a

existência de denuncias pela sociedade civil.

O que seria mais adequado é que os órgãos ambientais programassem processos de

fiscalização sistêmica, independentemente de denúncias. Esse processo poderia começar pela

definição de determinada unidade de gestão ambiental, na qual todas as atividades seriam

analisadas em determinado período de tempo. Desta forma, todos os empresários e

empreendedores seriam avaliados pelos técnicos dos órgãos ambientais para promover a

adequação de suas atividades.

Licenciamento ambiental como instrumento de gestão

A aplicação do licenciamento ambiental se estende a todas as atividades

utilizadoras/degradadoras dos recursos naturais e para a sua execução foi concebido o sistema

de licenciamento ambiental, que consiste em um conjunto de leis, normas técnicas e

administrativas que estabelecem as obrigações e responsabilidades dos empresários e do

Poder Público, com vistas a autorizar a implantação e operação de empreendimentos,

potencial ou efetivamente capazes de alterar as condições do meio ambiente.

O Sistema de Licenciamento Ambiental é um conjunto de procedimentos e

mecanismos que garantem uma ação prévia de controle ambiental para a implantação de

atividades produtivas efetiva ou potencialmente poluidoras e, por isso, foi concebido como

um serviço público prestado ao usuário, com o objetivo de garantir a implementação de

medidas que evitem a degradação ambiental e, consequentemente, reduzir seus custos de

controle ambiental. A eficácia do licenciamento ambiental está relacionada à confiança do

usuário na utilidade do sistema de controle e gestão ambiental implantado como mecanismo

de redução de custos e de conflitos com a sociedade e, conseqüentemente, de agilização dos

procedimentos de implantação do empreendimento.

Além disso, é importante que se estimule uma maior responsabilidade do usuário por

uma atuação pró-ativa em gestão ambiental, como uma estratégia da Política Nacional do

Meio Ambiente, tais como a adoção das declarações de conformidade, que poderiam dar ao

empresário maior responsabilidade por suas declarações e ações.

13

No contexto atual é observado que as funções do Poder público vêm sofrendo uma

alteração, e há uma necessidade da adoção de mudanças para adequação à uma nova

realidade, onde se deve procurar ser eficiente com redução de custos. Para as atividades

produtivas essa nova realidade vem sendo incorporada nas empresas por exigências de um

mercado cada vez mais competitivo e exigente, estimulando a adoção de instrumentos

voluntários de controle ambiental e redução de custos.

Para o setor público essas questões se apresentam de outra forma, pois não existe

mercado competitivo, mas sim, atividades típicas de estado, que devem ser executadas em

um contexto de redução de recursos e pessoal disponíveis, frente a uma demanda crescente

de atuação. O licenciamento ambiental é cada vez mais exigido em termos de uma atuação

eficiente de controle e gestão ambiental e para isso, precisa ser incorporado de instrumentos

e mecanismos que promovam uma atuação eficiente frente às dificuldades.

O sistema de licenciamento é organizado em quatro licenças: Licença Prévia, Licença

de Instalação, Licença de Operação e Renovação de Licença. Todas as licenças têm um prazo

de validade definido, que variam de estado para estado. Deve- se observar cuidadosamente

estes prazos, pois alguns estados não revalidam licenças vencidas.

A Licença Prévia - LP faz a avaliação da compatibilidade do empreendimento com o

local onde se pretende instalá-lo. É avaliada a proximidade de habitações, as condições da

qualidade da água do corpo receptor em relação à carga de poluição remanescente, se o plano

de uso do solo do município está de acordo com o empreendimento, o impacto ambiental do

empreendimento sobre o meio e etc. Em linhas gerais, o objetivo da Licença Previa é

determinar se o empreendimento está adequado ao local pretendido. A Licença Previa

define os parâmetros de lançamento, em limites máximos de emissão atmosférica, poluição

sonora, efluentes líquidos e alternativas de destino final de resíduos sólidos e fornece os

parâmetros que deverão ser obedecidos na continuidade do processo.

Na Licença Prévia o órgão ambiental também avalia a exigibilidade de elaboração de

Estudo de Impacto Ambiental (EIA), que será explicado mais adiante. O EIA deve ser

solicitado sempre que a obra cause significativo impacto ambiental. O EIA deve ser realizado

antes da decisão sobre a execução da obra, e estará vinculado à emissão da Licença Previa.

Para a emissão da Licença Prévia o empreendedor deverá apresentar a anuência

municipal, atestando que a obra está adequada ao código de postura do município ou na lei de

uso do solo. É exigido também que o pedido de licença tenha sido publicado em jornal. A

Licença Prévia não autoriza a execução da obra, ela apenas orienta as etapas subseqüentes do

licenciamento. Destaca-se ainda que para as atividades que demandem a tomada de água, é

necessária a apresentação da outorga do uso de recurso hídrico. Para os casos em que o

14

empreendimento implique na remoção de cobertura vegetal, é também necessária uma

licença específica.

A Licença de Instalação - LI autoriza o empresário a construir o empreendimento.

Para a obtenção dessa licença, em geral, os órgãos ambientais exigem a apresentação dos

projetos executivos definidos na Licença Prévia. Por exemplo, se uma indústria produz um

efluente, ela terá de apresentar um projeto do sistema de tratamento, que será analisado pelo

órgão ambiental. O projeto estando aprovado é emitida a licença, vinculando a execução do

empreendimento a implantação das estruturas ambientais necessárias ao seu funcionamento,

de forma que o órgão ambiental possa verificar posteriormente se o projeto foi

adequadamente implementado.

Após a implantação do empreendimento e, portanto, quando os equipamentos

ambientais da empresa estiverem prontos, o empresário pode pedir a Licença de Operação -

LO. Por ocasião da análise da Licença de Operação, os técnicos dos órgãos ambientais vão

até a empresa a fim de verificar se os equipamentos ambientais aprovados no projeto foram

efetivamente implantados. Em resumo, na licença de Operação verifica-se se o que foi

proposto na Licença de Instalação foi realmente executado. Emitida a Licença de Operação, o

empresário está autorizado a iniciar a operação do seu empreendimento.

A Licença de Operação possui um prazo de validade específico. Esse prazo é

estabelecido de acordo com o potencial poluidor e do histórico da empresa. Quanto menor o

potencial poluidor, menor o porte e o desempenho da empresa, teoricamente maior o prazo de

validade das licenças. A Resolução CONAMA nº 001, de 23/01/1986 define que o prazo

mínimo de validade de uma Licença de Operação é 3 anos, mas os órgãos ambientais em

geral avaliam em 2 anos.

O empreendedor deve ser cauteloso quanto aos prazos de validade. A determinação é

que 120 dias antes do prazo de vencimento das licenças o empreendedor deve pedir a

prorrogação. Se por algum motivo o empresário passa o vencimento do prazo de uma das

licenças, a Licença Prévia perde a validade, e ele terá de iniciar o processo do início.

Pontos fortes da implementação do sistema de licenciamento

ambiental

Entre as conquistas obtidas com a na utilização do sistema de licenciamento no país,

são constatados muitos avanços nos sistemas estaduais, resultantes de uma prática de quase

vinte anos de utilização do instrumento. Entre esses avanços pode-se destacar:

15

A disponibilidade de base legal mínima para implementação do sistema;

A amplitude de relações institucionais promovida pelo sistema de licenciamento;

A institucionalização de Conselhos Estaduais de Meio Ambiente, que possuem função

prioritária no processo de licenciamento;

A sistematização de rotinas e procedimentos administrativos para o licenciamento;

A possibilidade de auto-sustentação financeira do sistema.

Principais problemas observados

Apesar dos avanços observados com a introdução do licenciamento ambiental no país,

a prática nos diversos órgãos executores do licenciamento ambiental indica que as principais

deficiências observadas para a sua execução são:

Falta de regulamentação, em âmbito estadual, da legislação básica e das diretrizes

nacionais, tanto no que se refere ao sistema de licenciamento quanto à avaliação de impacto

ambiental;

Despreparo técnico da administração superior e dos quadros técnicos em geral, para o

desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental nos quais a implementação dos sistemas de

licenciamento ambiental e de avaliação de impacto ambiental se faça de forma integrada aos

demais instrumentos da política nacional de meio ambiente;

Necessidade de descentralização das atividades de fiscalização e acompanhamento das

atividades

Restrição das atividades devido à limitação de recursos para planejamento e execução de

fiscalização e monitoramento,

Falta de um sistema de monitoramento e vigilância dos impactos ambientais, que permita

um conhecimento contínuo das condições de qualidade ambiental na área de abrangência do

empreendimento;

Ausência de um sistema de informações ambientais para esclarecer aos empreendedores e

o público interessado sobre as características de cada tipo de licenciamento e da situação de

qualidade ambiental das áreas de influência dos empreendimentos pleiteados.

Nesse contexto, observa-se que os principais problemas existentes para a execução

adequada do licenciamento ambiental referem-se à desestruturação dos órgãos ambientais em

termos qualitativo e quantitativo de pessoal para atendimento da demanda e às limitações

16

para o acompanhamento de atividades licenciadas; à reduzida participação da sociedade no

processo, e a não internalização das questões ambientais nas empresas.

O processo de licenciamento não termina com a concessão da licença a um

empreendimento, pois existe a necessidade do acompanhamento dos projetos licenciados

para verificação da adoção das medidas especificadas durante o processo de licenciamento e

verificação da veracidade das informações prestadas nos estudos de impacto ambiental.

Deve-se avaliar se os aspectos ambientais significativos estão sendo tratados de forma

adequada pela empresa licenciada.

Com a grande quantidade de empresas a serem licenciadas e as já licenciadas em

condições que comprometem a atuação com qualidade de serviços, em um contexto em que

há escassez de recursos e de pessoal, torna-se uma tarefa impossível realizar um

acompanhamento de atividades com o mínimo de qualidade possível.

A grande burocracia do processo, aliada à falta de procedimentos específicos de

licenciamento, incluindo tipologias e questões específicas também são fatores que

comprometem a eficiência do processo.

Um dos principais conflitos existentes refere-se à competência para o licenciamento,

nas esferas federal, estadual e municipal, pois para alguns tipos de atividades não estava claro

a quem cabia o licenciamento, principalmente para quem interpreta os textos legais. Com isto

surgem impasses para a execução do processo de licenciamento, com uma disputa para

verificar a quem cabe o licenciamento. Muitas vezes o processo acaba passando por

diferentes instâncias administrativas.

A participação das prefeituras no processo de licenciamento é muito importante

porque pode reduzir em muito a grande demanda existente nos órgãos estaduais,

principalmente para empreendimentos de impactos ambientais localizados, mas a

descentralização do licenciamento deve seguir alguns critérios para que seja eficiente.

De uma forma geral, observa-se como principais fatores causais das dificuldades

enfrentadas a desestruturaçâo do setor público em geral, principalmente no que diz respeito à

adaptação às novas exigências da sociedade quanto à eficiência do estado, à participação

pública na gestão ambiental e à transparência nas decisões. Assim, a participação de uma

coordenação a nível nacional do processo político no país é relevante no contexto atual, no

sentido de orientar e conduzir uma política nacional que estabeleça uma nova ordem para se

adaptar às novas exigências, definindo também as responsabilidades dos atores envolvidos

no processo e as condições de sustentabilidade do licenciamento voltado para uma eficiência

máxima do processo.

17

Em 2011 foi publicada a Lei Complementar nº 140 (Anexo II) visando fixar normas

referentes aos incisos III, VI e VII do caput e do parágrafo único do art. 23 da Constituição

Federal (Vidal de Souza, 2011), referente a competência da gestão compartilhada e substituiu

parte das diretrizes para a execução do licenciamento am- biental da Lei 6.938/81 e das

Resoluções 001/86 e 237/97 do Conama, tendo como fundamento a localização do

empreendimento, depositando maior responsabilidade aos municípios.

Outras licenças e autorizações

Autorização de supressão de vegetação

A supressão é disciplinada de vegetação nativa ou não é regulamentada pelo Código

Florestal (Lei no 4.771/65) e os pedidos de autorização de sua supressão devem ser

apresentados ao IBAMA ou ao órgão estadual de meio ambiente quando este possuir

delegação para tal. A maioria dos Estados já dispõe de atribuição para avaliar e autorizar os

pedidos de supressão. Os requisitos básicos para a instrução desse pedido são a apresentação

de laudo florestal sobre a área objeto do pedido e sua localização em base cartográfica oficial.

Autorização de supressão de vegetação em área de preservação permanente - APP

Área de Preservação Permanente – APP é aquela definida pelo artigo 1o do Código

Florestal – Lei no 4.771/65, alterada pela Medida Provisória no 2.166/01 como “área

protegida nos termos dos arts. 2º e 3º desta Lei, coberta ou não por vegetação nativa, com a

função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a

biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das

populações humanas”

A supressão de vegetação em área de preservação permanente somente poderá ser

autorizada em caso de utilidade pública ou de interesse social, devidamente caracterizados e

motivados em procedimento administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e

locacional ao empreendimento proposto, como determinado no artigo 4o do Código Florestal.

O mesmo Código, em seu artigo 1o, estabelece como de utilidade pública: as

atividades de segurança nacional e proteção sanitária; as obras essenciais de infra- estrutura

destinadas aos serviços públicos de transporte, saneamento e energia; e demais obras, planos,

atividades ou projetos previstos em resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente –

CONAMA.

18

Entende, ainda, como de interesse social: as atividades imprescindíveis à proteção da

integridade da vegetação nativa; as atividades de manejo agroflorestal sustentável praticadas

na pequena propriedade ou posse rural familiar, que não descaracterizem a cobertura vegetal

e não prejudiquem a função ambiental da área; e as demais obras, planos, atividades ou

projetos definidos em resolução do CONAMA.

Em relação à essa tratativa deve-se abordar os dispositivos definidos pela Resolução

CONAMA 302/2002 que dispõe sobre os parâmetros, definições e limites de Áreas de

Preservação Permanente de reservatórios artificiais e o regime de uso do entorno e a

Resolução CONAMA 303/2002 que dispõe sobre parâmetros, definições e limite de Áreas de

Preservação Permanente. Porém, apesar de estabelecerem diretrizes, ainda restavam muitas

duvidas em que efetivamente, era possível a auytorização de supressão de APP, neste sentido

é que foi promulgada a Resolução CONAMA 369/2006 que dispõe sobre os casos

excepcionais, de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental, que

possibilitam a intervenção ou supressão de vegetação em Área de Preservação Permanente -

APP.

Os órgãos ambientais poderão autorizar a supressão eventual e de baixo impacto

ambiental, assim definido em regulamento, da vegetação em área de preservação permanente.

Previamente à emissão da autorização para a supressão dessa vegetação, estabelecerá as

medidas mitigadoras e compensatórias que deverão ser adotadas pelo empreendedor.

Outorga de uso de recursos hídricos

O uso de recursos hídricos necessita de outorga, a ser solicitada pelo empreendedor

diretamente ao órgão gestor da bacia hidrográfica da qual utilizará os recursos ou onde

executará lançamentos. Esse órgão poderá ser de âmbito estadual ou federal, dependendo da

situação de domínio das águas da bacia (rios federais ou estaduais).

As orientações sobre a outorga de uso de recursos hídricos federais seguem as

disposições da Lei Federal no 9.433/97 que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos

e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, e do Decreto no

24.643/34 – Código de Águas.

A Agência Nacional de Águas – ANA, segundo a Lei Federal 9.984/00, poderá emitir

outorgas preventivas de uso de recursos hídricos, com a finalidade de declarar a

disponibilidade de água para os usos requeridos.

19

De acordo com a lei 9.433/97, estão sujeitos a outorga e pagamento os seguintes usos

de recursos hídricos:

derivação ou captação de água para consumo final, inclusive abastecimento público ou

insumo de processo produtivo;

extração de água de aqüífero subterrâneo para consumo final ou insumo de processo

produtivo;

lançamento em corpo de água de esgotos e demais resíduos líquidos ou gasosos, tratados

ou não, com o fim de sua diluição, transporte e disposição final;

aproveitamento dos potenciais hidrelétricos;

outros usos que alterem o regime, a quantidade ou a qualidade da água existente em um

corpo d‟água.

Explotação de recursos minerais

O Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM é a autarquia responsável

pela explotação mineral, com competência para promover a concessão relativa à explotação e

ao aproveitamento dos recursos minerais, e baixar normas, em caráter complementar,

exercendo a fiscalização sobre o controle ambiental das atividades de mineração, em

articulação com os órgãos responsáveis pelo meio ambiente.

Os empreendimentos que se destinem a explotação de recursos minerais deverão,

quando do desenvolvimento dos procedimentos de licenciamento ambiental, apresentar

documentos próprios a este tipo de atividade.

Desta forma, quando da apresentação do EIA e do correspondente RIMA para

obtenção da LP, devem submeter à aprovação do IBAMA Plano de Recuperação de Área

Degradada - PRAD, por determinação do Decreto no 97.632/89.

Entende-se como degradação os processos resultantes dos danos ao meio ambiente,

pelos quais se perdem ou se reduzem algumas de suas propriedades originais, tais como, a

qualidade ou capacidade produtiva dos recursos ambientais.

O licenciamento da explotação de substâncias minerais de emprego imediato na

construção civil é regulamentada pela Resolução CONAMA no 010/90, que determina a

precedência do licenciamento ambiental do IBAMA nos casos de empreendimentos de

fronteira ou de significativo impacto ambiental. O DNPM exige a apresentação da LI para a

concessão do Registro de Licenciamento. Para a obtenção da LO, o empreendedor deverá

apresentar ao órgão licenciador cópia deste Registro.

20

Patrimônio Histórico Artístico Nacional

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN é o órgão

responsável pela preservação do patrimônio histórico nacional. Em áreas com potencial de

ocorrência de sítios arqueológicos e áreas de interesse histórico e cultural, é necessária a

realização de pesquisa autorizada pelo IPHAN e coordenada por arqueólogos devidamente

registrados, previamente à execução de obras. No caso de ocorrência, o resgate de peças e

artefatos e o respectivo envio a museus devem ser também autorizados e registrados pelo

IPHAN. O patrimônio cultural nacional é regulado pelo Decreto Lei no 25/37, que organiza a

proteção ao patrimônio histórico e artístico nacional e pela Lei no 3.924/61, que dispõe sobre

os sítios arqueológicos, além dos demais instrumentos legais incidentes na área de

implantação de projetos.

Comunidades Indígenas

A Fundação Nacional do Índio – FUNAI é o órgão responsável pela tutela das nações

indígenas e pela administração das respectivas reservas. Regula as interferências de

empreendimentos sobre os territórios indígenas através da Lei no 6.001/73, que dispõe sobre

o Estatuto do Índio. Outros regulamentos também regem a matéria: Decreto no 1.141/94, que

dispõe sobre as ações de proteção ambiental, saúde e apoio às atividades produtivas para as

comunidades indígenas; Decreto no 1.479/95, que dispõe sobre as ações de proteção

ambiental, saúde e apoio às comunidades indígenas e dá outras providências; e Portaria no

542/93, que aprova o regimento interno da FUNAI. Vale lembrar que o aproveitamento dos

recursos hídricos, a pesquisa e a lavra dos recursos minerais em áreas indígenas só podem ser

efetivados com autorização do Congresso Nacional.

Populações Tradicionais

A Fundação Cultural Palmares, entidade pública vinculada ao Ministério da Cultura,

instituída pela Lei Federal no 7.668/88 e com o seu estatuto aprovado pelo Decreto no 418/92

tem a finalidade de promover a preservação dos valores culturais, sociais e econômicos

decorrentes da influência negra na formação da sociedade brasileira. Realiza a

sistematização das áreas remanescentes de quilombos, promovendo seu

reconhecimento finalizando com o recebimento do título definitivo da terra.

21

Mais recentemente, no âmbito ainda federal, pela interpretação da lei, foi publicada a

Portaria Interministerial 419/2011 que regulamenta a atuação dos órgãos e entidades da

Administração Pública Federal, envolvidos no licenciamento ambiental, de que trata o art. 14

da Lei no 11.516, de 28 de agosto de 2007. Esta Portaria regulamenta a atuação da Fundação

Nacional do Índio-FUNAI, da Fundação Cultural Palmares-FCP, do Instituto do Patrimônio

Histórico e Artístico Nacional-IPHAN e do Ministério da Saúde, incumbidos da elaboração

de parecer em processo de licenciamento ambiental de competência federal, a cargo do

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis-IBAMA.

Sistema ambiental no Paraná

O Sistema Estadual é composto pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e

Recursos Hídricos - SEMA, com duas Autarquias vinculadas: Instituto Ambiental do Paraná

– IAP e Superintendência de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Saneamento

Ambiental – SUDERHSA.

A estrutura é descentralizada, contando com Escritórios Regionais: oito da SEMA,

vinte do IAP e cinco da SUDERHSA (consultar www.pr.gov.br/sema, para visualizar as

regiões de abrangência de cada escritório).

O órgão responsável pelo Licenciamento Ambiental é o IAP.

Além desses, outros órgãos atuam na gestão ambiental do Estado, destacando- se:

Batalhão da Polícia Florestal, Delegacia de Meio Ambiente, Ministério Público, COMEC,

Conselho de Desenvolvimento do Litoral, Conselhos de Meio Ambiente, Conselho de

Recursos Hídricos, Comitês de Bacias Hidrográficas, etc.

O IBAMA dispõe de estrutura descentralizada. Os endereços estão disponíveis no

endereço: www.mma.gov.br.

A Legislação ambiental do Estado pode ser encontrada no endereço

www.pr.gov.br/sema. Abaixo, são relacionados, alguns dos principais instrumentos legais do

Paraná:

LEI Nº 7.109/79 - Institui o Sistema de Proteção do Meio Ambiente e adota outras

providências.

LEI FLORESTAL DO ESTADO- lei nº 11.054/95.

LEI ESTADUAL 12.726/99 - Institui a Política Estadual de Recursos Hídricos, cria o

Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos e dá outras providências.

22

Decreto Estadual 2.317/00 - Regulamenta a competência da Secretaria de Estado do meio

Ambiente e Recursos Hídricos.

Decreto Estadual 2.316/00 - Regulamenta a participação de Organizações Civis de Recursos

Hídricos no Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos.

Decreto Estadual 2.315/00 - Regulamenta o processo de instituição de Comitês de Bacias

Hidrográficas.

Decreto Estadual 2.314/00 - Regulamenta o Conselho Estadual de Recursos Hídricos.

Decreto Estadual 4.647/01 - Aprova o regulamento do Fundo Estadual de Recursos Hídricos

Decreto Estadual 4.646/01 - Dispõe sobre o regime de outorga de direitos de uso de recursos

hídricos.

Decreto Estadual 5.361/02 - Regulamenta a cobrança pelo direito de uso de recursos

hídricos.

Decreto estadual 6.674/02 - aprova o regulamento da lei nº 12.493, de 22 de janeiro de 1999.

Resolução SEMA 031/98 - Estabelece requisitos critérios e procedimentos administrativos

referentes ao licenciamento ambiental, autorizações ambientais, autorizações florestais e

anuência prévia para desmembramento e parcelamento de gleba rural, a serem cumpridos no

território do Estado do Paraná.

Resolução CEMA 065/08 – Dispõe sobre o licenciamento ambiental, estabelece critérios e

procedimentos a serem adotados para as atividades poluidoras, degradadoras e/ou

modificadoras do meio ambiente e adota outras providências.

Resolução CEMA 070/09 – Dispõe sobre o licenciamento ambiental, estabelece condições e

critérios e dá outras providências, para Empreendimentos Industriais.

Resolução CEMA 072/09 – Re-Ratificação da Resolução Nº. 0070/2009 – CEMA, que

dispõe sobre o licenciamento ambiental para Empreendimentos Industriais, haja vista revisão

do texto de alguns dos artigos da referida norma.

Resolução SEMA 051/09 – Dispensa de licenciamento e/ou autorização ambiental estadual

de empreendimentos e atividades de pequeno porte e baixo impacto ambiental.

Resolução CEMA 088/2013 - Estabelece critérios, procedimentos e tipologias para o

licenciamento ambiental municipal de atividades, obras e empreendimentos que causem ou

possam causar impacto de âmbito local e determina outras providências (Anexo III).

23

Referências bibliográficas

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efetividade. IPEA. Documento de Política n0 18. 1993. 75p mais anexos.

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Obter o Controle do seu Setor e Criar os Mercados de Amanhã. Rio de Janeiro: Editora

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24

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SENADO FEDERAL, Sem Bernardo Cabral. Direito Administrativo: tema água. Caderno

Legislativo n01. Brasília. 1997. 67Op.

25

2 ANEXOS

Anexo I

Resolução CONAMA 237/97 – Licenciamento Ambiental Federal

RESOLUÇÃO CONAMA Nº 237 , de 19 de dezembro de 1997

O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA, no uso das

atribuições e competências que lhe são conferidas pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981,

regulamentadas pelo Decreto nº 99.274, de 06 de junho de 1990, e tendo em vista o disposto

em seu Regimento Interno, e

Considerando a necessidade de revisão dos procedimentos e critérios utilizados no

licenciamento ambiental, de forma a efetivar a utilização do sistema de licenciamento como

instrumento de gestão ambiental, instituído pela Política Nacional do Meio Ambiente;

Considerando a necessidade de se incorporar ao sistema de licenciamento ambiental

os instrumentos de gestão ambiental, visando o desenvolvimento sustentável e a melhoria

contínua;

Considerando as diretrizes estabelecidas na Resolução CONAMA nº 011/94, que

determina a necessidade de revisão no sistema de licenciamento ambiental;

Considerando a necessidade de regulamentação de aspectos do licenciamento

ambiental estabelecidos na Política Nacional de Meio Ambiente que ainda não foram

definidos;

Considerando a necessidade de ser estabelecido critério para exercício da competência

para o licenciamento a que se refere o artigo 10 da Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981;

Considerando a necessidade de se integrar a atuação dos órgãos competentes do

Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA na execução da Política Nacional do Meio

Ambiente, em conformidade com as respectivas competências, resolve:

Art. 1º - Para efeito desta Resolução são adotadas as seguintes definições:

I - Licenciamento Ambiental: procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental

competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e

atividades utilizadoras de recursos ambientais , consideradas efetiva ou potencialmente

poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental,

considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso.

II - Licença Ambiental: ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente,

estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser

26

obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e

operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais consideradas

efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar

degradação ambiental.

III - Estudos Ambientais: são todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais

relacionados à localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou

empreendimento, apresentado como subsídio para a análise da licença requerida, tais como:

relatório ambiental, plano e projeto de controle ambiental, relatório ambiental preliminar,

diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de recuperação de área degradada e análise

preliminar de risco.

III – Impacto Ambiental Regional: é todo e qualquer impacto ambiental que afete

diretamente (área de influência direta do projeto), no todo ou em parte, o território de dois ou

mais Estados.

Art. 2º- A localização, construção, instalação, ampliação, modificação e operação de

empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais consideradas efetiva ou

potencialmente poluidoras, bem como os empreendimentos capazes, sob qualquer forma, de

causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento do órgão ambiental

competente, sem prejuízo de outras licenças legalmente exigíveis.

§ 1º- Estão sujeitos ao licenciamento ambiental os empreendimentos e as atividades

relacionadas no Anexo 1, parte integrante desta Resolução.

§ 2º – Caberá ao órgão ambiental competente definir os critérios de exigibilidade, o

detalhamento e a complementação do Anexo 1, levando em consideração as

especificidades, os riscos ambientais, o porte e outras características do empreendimento ou

atividade.

Art. 3º- A licença ambiental para empreendimentos e atividades consideradas efetiva ou

potencialmente causadoras de significativa degradação do meio dependerá de prévio estudo

de impacto ambiental e respectivo relatório de impacto sobre o meio ambiente (EIA/RIMA),

ao qual dar-se-á publicidade, garantida a realização de audiências públicas, quando couber,

de acordo com a regulamentação.

Parágrafo único. O órgão ambiental competente, verificando que a atividade ou

empreendimento não é potencialmente causador de significativa degradação do meio

ambiente, definirá os estudos ambientais pertinentes ao respectivo processo de licenciamento.

Art. 4º - Compete ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

Renováveis - IBAMA, órgão executor do SISNAMA, o licenciamento ambiental, a que se

27

refere o artigo 10 da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, de empreendimentos e atividades

com significativo impacto ambiental de âmbito nacional ou regional, a saber:

I - localizadas ou desenvolvidas conjuntamente no Brasil e em país limítrofe; no mar

territorial; na plataforma continental; na zona econômica exclusiva; em terras indígenas ou

em unidades de conservação do domínio da União.

II - localizadas ou desenvolvidas em dois ou mais Estados;

III - cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais do País ou de um ou

mais Estados;

IV - destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e dispor

material radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear em qualquer de

suas formas e aplicações, mediante parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear -

CNEN;

V- bases ou empreendimentos militares, quando couber, observada a legislação específica.

§ 1º - O IBAMA fará o licenciamento de que trata este artigo após considerar o exame

técnico procedido pelos órgãos ambientais dos Estados e Municípios em que se localizar a

atividade ou empreendimento, bem como, quando couber, o parecer dos demais órgãos

competentes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, envolvidos no

procedimento de licenciamento.

§ 2º - O IBAMA, ressalvada sua competência supletiva, poderá delegar aos Estados o

licenciamento de atividade com significativo impacto ambiental de âmbito regional,

uniformizando, quando possível, as exigências.

Art. 5º - Compete ao órgão ambiental estadual ou do Distrito Federal o licenciamento

ambiental dos empreendimentos e atividades:

I - localizados ou desenvolvidos em mais de um Município ou em unidades de conservação

de domínio estadual ou do Distrito Federal;

II - localizados ou desenvolvidos nas florestas e demais formas de vegetação natural de

preservação permanente relacionadas no artigo 2º da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de

1965, e em todas as que assim forem consideradas por normas federais, estaduais ou

municipais;

III - cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais de um ou mais

Municípios;

IV – delegados pela União aos Estados ou ao Distrito Federal, por instrumento legal ou

convênio.

Parágrafo único. O órgão ambiental estadual ou do Distrito Federal fará o licenciamento de

que trata este artigo após considerar o exame técnico procedido pelos órgãos ambientais dos

28

Municípios em que se localizar a atividade ou empreendimento, bem como, quando couber, o

parecer dos demais órgãos competentes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios, envolvidos no procedimento de licenciamento.

Art. 6º - Compete ao órgão ambiental municipal, ouvidos os órgãos competentes da União,

dos Estados e do Distrito Federal, quando couber, o licenciamento ambiental de

empreendimentos e atividades de impacto ambiental local e daquelas que lhe forem

delegadas pelo Estado por instrumento legal ou convênio.

Art. 7º - Os empreendimentos e atividades serão licenciados em um único nível de

competência, conforme estabelecido nos artigos anteriores.

Art. 8º - O Poder Público, no exercício de sua competência de controle, expedirá as seguintes

licenças:

I - Licença Prévia (LP) - concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento

ou atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e

estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de

sua implementação;

II - Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de

acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados,

incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem

motivo determinante;

III - Licença de Operação (LO) - autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a

verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de

controle ambiental e condicionantes determinados para a operação.

Parágrafo único - As licenças ambientais poderão ser expedidas isolada ou sucessivamente,

de acordo com a natureza, características e fase do empreendimento ou atividade.

Art. 9º - O CONAMA definirá, quando necessário, licenças ambientais específicas,

observadas a natureza, características e peculiaridades da atividade ou empreendimento e,

ainda, a compatibilização do processo de licenciamento com as etapas de planejamento,

implantação e operação.

Art. 10 - O procedimento de licenciamento ambiental obedecerá às seguintes etapas:

I - Definição pelo órgão ambiental competente, com a participação do empreendedor, dos

documentos, projetos e estudos ambientais, necessários ao início do processo de

licenciamento correspondente à licença a ser requerida;

II - Requerimento da licença ambiental pelo empreendedor, acompanhado dos documentos,

projetos e estudos ambientais pertinentes, dando-se a devida publicidade;

III - Análise pelo órgão ambiental competente, integrante do SISNAMA , dos documentos,

29

projetos e estudos ambientais apresentados e a realização de vistorias técnicas, quando

necessárias;

IV - Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental competente,

integrante do SISNAMA, uma única vez, em decorrência da análise dos documentos,

projetos e estudos ambientais apresentados, quando couber, podendo haver a reiteração da

mesma solicitação caso os esclarecimentos e complementações não tenham sido satisfatórios;

V - Audiência pública, quando couber, de acordo com a regulamentação pertinente;

VI - Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental competente,

decorrentes de audiências públicas, quando couber, podendo haver reiteração da solicitação

quando os esclarecimentos e complementações não tenham sido satisfatórios;

VII - Emissão de parecer técnico conclusivo e, quando couber, parecer jurídico;

VIII - Deferimento ou indeferimento do pedido de licença, dando-se a devida publicidade.

§ 1º - No procedimento de licenciamento ambiental deverá constar, obrigatoriamente, a

certidão da Prefeitura Municipal, declarando que o local e o tipo de empreendimento ou

atividade estão em conformidade com a legislação aplicável ao uso e ocupação do solo e,

quando for o caso, a autorização para supressão de vegetação e a outorga para o uso da água,

emitidas pelos órgãos competentes.

§ 2º - No caso de empreendimentos e atividades sujeitos ao estudo de impacto ambiental -

EIA, se verificada a necessidade de nova complementação em decorrência de

esclarecimentos já prestados, conforme incisos IV e VI, o órgão ambiental competente,

mediante decisão motivada e com a participação do empreendedor, poderá formular novo

pedido de complementação.

Art. 11 - Os estudos necessários ao processo de licenciamento deverão ser realizados por

profissionais legalmente habilitados, às expensas do empreendedor.

Parágrafo único - O empreendedor e os profissionais que subscrevem os estudos previstos no

caput deste artigo serão responsáveis pelas informações apresentadas, sujeitando-se às

sanções administrativas, civis e penais.

Art. 12 - O órgão ambiental competente definirá, se necessário, procedimentos específicos

para as licenças ambientais, observadas a natureza, características e peculiaridades da

atividade ou empreendimento e, ainda, a compatibilização do processo de licenciamento com

as etapas de planejamento, implantação e operação.

§ 1º - Poderão ser estabelecidos procedimentos simplificados para as atividades e

empreendimentos de pequeno potencial de impacto ambiental, que deverão ser aprovados

pelos respectivos Conselhos de Meio Ambiente.

30

§ 2º - Poderá ser admitido um único processo de licenciamento ambiental para pequenos

empreendimentos e atividades similares e vizinhos ou para aqueles integrantes de planos de

desenvolvimento aprovados, previamente, pelo órgão governamental competente, desde que

definida a responsabilidade legal pelo conjunto de empreendimentos ou atividades.

§ 3º - Deverão ser estabelecidos critérios para agilizar e simplificar os procedimentos de

licenciamento ambiental das atividades e empreendimentos que implementem planos e

programas voluntários de gestão ambiental, visando a melhoria contínua e o aprimoramento

do desempenho ambiental.

Art. 13 - O custo de análise para a obtenção da licença ambiental deverá ser estabelecido por

dispositivo legal, visando o ressarcimento, pelo empreendedor, das despesas realizadas pelo

órgão ambiental competente.

Parágrafo único. Facultar-se-á ao empreendedor acesso à planilha de custos realizados pelo

órgão ambiental para a análise da licença.

Art. 14 - O órgão ambiental competente poderá estabelecer prazos de análise diferenciados

para cada modalidade de licença (LP, LI e LO), em função das peculiaridades da atividade ou

empreendimento, bem como para a formulação de exigências complementares, desde que

observado o prazo máximo de 6 (seis) meses a contar do ato de protocolar o requerimento

até seu deferimento ou indeferimento, ressalvados os casos em que houver EIA/RIMA e/ou

audiência pública, quando o prazo será de até 12 (doze) meses.

§ 1º - A contagem do prazo previsto no caput deste artigo será suspensa durante a elaboração

dos estudos ambientais complementares ou preparação de esclarecimentos pelo

empreendedor.

§ 2º - Os prazos estipulados no caput poderão ser alterados, desde que justificados e com a

concordância do empreendedor e do órgão ambiental competente.

Art. 15 - O empreendedor deverá atender à solicitação de esclarecimentos e

complementações, formuladas pelo órgão ambiental competente, dentro do prazo máximo de

4 (quatro) meses, a contar do recebimento da respectiva notificação

Parágrafo Único - O prazo estipulado no caput poderá ser prorrogado, desde que justificado e

com a concordância do empreendedor e do órgão ambiental competente.

Art. 16 - O não cumprimento dos prazos estipulados nos artigos 14 e 15, respectivamente,

sujeitará o licenciamento à ação do órgão que detenha competência para atuar supletivamente

e o empreendedor ao arquivamento de seu pedido de licença.

Art. 17 - O arquivamento do processo de licenciamento não impedirá a apresentação de novo

requerimento de licença, que deverá obedecer aos procedimentos estabelecidos no artigo 10,

mediante novo pagamento de custo de análise.

31

Art. 18 - O órgão ambiental competente estabelecerá os prazos de validade de cada tipo de

licença, especificando-os no respectivo documento, levando em consideração os seguintes

aspectos:

I - O prazo de validade da Licença Prévia (LP) deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo

cronograma de elaboração dos planos, programas e projetos relativos ao empreendimento ou

atividade, não podendo ser superior a 5 (cinco) anos.

II - O prazo de validade da Licença de Instalação (LI) deverá ser, no mínimo, o estabelecido

pelo cronograma de instalação do empreendimento ou atividade, não podendo ser superior a

6 (seis) anos.

III - O prazo de validade da Licença de Operação (LO) deverá considerar os planos de

controle ambiental e será de, no mínimo, 4 (quatro) anos e, no máximo, 10 (dez) anos.

§ 1º - A Licença Prévia (LP) e a Licença de Instalação (LI) poderão ter os prazos de validade

prorrogados, desde que não ultrapassem os prazos máximos estabelecidos nos incisos I e II

§ 2º - O órgão ambiental competente poderá estabelecer prazos de validade específicos para a

Licença de Operação (LO) de empreendimentos ou atividades que, por sua natureza e

peculiaridades, estejam sujeitos a encerramento ou modificação em prazos inferiores.

§ 3º - Na renovação da Licença de Operação (LO) de uma atividade ou empreendimento, o

órgão ambiental competente poderá, mediante decisão motivada, aumentar ou diminuir o seu

prazo de validade, após avaliação do desempenho ambiental da atividade ou empreendimento

no período de vigência anterior, respeitados os limites estabelecidos no inciso III.

§ 4º - A renovação da Licença de Operação (LO) de uma atividade ou empreendimento

deverá ser requerida com antecedência mínima de 120 (cento e vinte) dias da expiração de

seu prazo de validade, fixado na respectiva licença, ficando este automaticamente prorrogado

até a manifestação definitiva do órgão ambiental competente.

Art. 19 – O órgão ambiental competente, mediante decisão motivada, poderá modificar os

condicionantes e as medidas de controle e adequação, suspender ou cancelar uma licença

expedida, quando ocorrer:

I - Violação ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas legais.

II - Omissão ou falsa descrição de informações relevantes que subsidiaram a expedição

da

licença.

III - superveniência de graves riscos ambientais e de saúde.

Art. 20 - Os entes federados, para exercerem suas competências licenciatórias, deverão ter

implementados os Conselhos de Meio Ambiente, com caráter deliberativo e participação

32

social e, ainda, possuir em seus quadros ou a sua disposição profissionais legalmente

habilitados.

Art. 21 - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, aplicando seus efeitos aos

processos de licenciamento em tramitação nos órgãos ambientais competentes, revogadas as

disposições em contrário, em especial os artigos 3o e 7º da Resolução CONAMA nº 001, de

23 de janeiro de 1986.

GUSTAVO KRAUSE GONÇALVES SOBRINHO

Presidente

RAIMUNDO DEUSDARÁ FILHO

Secretário-Executivo

ANEXO 1

ATIVIDADES OU EMPREENDIMENTOS SUJEITAS AO LICENCIAMENTO

AMBIENTAL

Extração e tratamento de minerais

- pesquisa mineral com guia de utilização

- lavra a céu aberto, inclusive de aluvião, com ou sem beneficiamento

- lavra subterrânea com ou sem beneficiamento

- lavra garimpeira

- perfuração de poços e produção de petróleo e gás natural

Indústria de produtos minerais não metálicos

- beneficiamento de minerais não metálicos, não associados à extração

- fabricação e elaboração de produtos minerais não metálicos tais como: produção de

material cerâmico, cimento, gesso, amianto e vidro, entre outros.

Indústria metalúrgica

- fabricação de aço e de produtos siderúrgicos

- produção de fundidos de ferro e aço / forjados / arames / relaminados com ou sem

tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia

- metalurgia dos metais não-ferrosos, em formas primárias e secundárias, inclusive ouro

33

- produção de laminados / ligas / artefatos de metais não-ferrosos com ou sem tratamento de

superfície, inclusive galvanoplastia

- relaminação de metais não-ferrosos , inclusive ligas

- produção de soldas e anodos

- metalurgia de metais preciosos

- metalurgia do pó, inclusive peças moldadas

- fabricação de estruturas metálicas com ou sem tratamento de superfície, inclusive

galvanoplastia

- fabricação de artefatos de ferro / aço e de metais não-ferrosos com ou sem tratamento de

superfície, inclusive galvanoplastia

- têmpera e cementação de aço, recozimento de arames, tratamento de superfície

- fabricação de máquinas, aparelhos, peças, utensílios e acessórios com e sem tratamento

térmico e/ou de superfície

Indústria de material elétrico, eletrônico e comunicações

- fabricação de pilhas, baterias e outros acumuladores

- fabricação de material elétrico, eletrônico e equipamentos para telecomunicação e

informática

- fabricação de aparelhos elétricos e eletrodomésticos

Indústria de material de transporte

- fabricação e montagem de veículos rodoviários e ferroviários, peças e acessórios

- fabricação e montagem de aeronaves

- fabricação e reparo de embarcações e estruturas flutuantes

Indústria de madeira

- serraria e desdobramento de madeira

- preservação de madeira

- fabricação de chapas, placas de madeira aglomerada, prensada e compensada

- fabricação de estruturas de madeira e de móveis

Indústria de papel e celulose

- fabricação de celulose e pasta mecânica

- fabricação de papel e papelão

- fabricação de artefatos de papel, papelão, cartolina, cartão e fibra prensada

34

Indústria de borracha

- beneficiamento de borracha natural

- fabricação de câmara de ar e fabricação e recondicionamento de pneumáticos

- fabricação de laminados e fios de borracha

- fabricação de espuma de borracha e de artefatos de espuma de borracha , inclusive látex

Indústria de couros e peles

- secagem e salga de couros e peles

- curtimento e outras preparações de couros e peles

- fabricação de artefatos diversos de couros e peles

- fabricação de cola animal

Indústria química

- produção de substâncias e fabricação de produtos químicos

- fabricação de produtos derivados do processamento de petróleo, de rochas betuminosas e

da madeira

- fabricação de combustíveis não derivados de petróleo

- produção de óleos/gorduras/ceras vegetais-animais/óleos essenciais vegetais e outros

produtos da destilação da madeira

- fabricação de resinas e de fibras e fios artificiais e sintéticos e de borracha e látex

sintéticos

- fabricação de pólvora/explosivos/detonantes/munição para caça-desporto, fósforo de

segurança e artigos pirotécnicos

- recuperação e refino de solventes, óleos minerais, vegetais e animais

- fabricação de concentrados aromáticos naturais, artificiais e sintéticos

- fabricação de preparados para limpeza e polimento, desinfetantes, inseticidas, germicidas e

fungicidas

- fabricação de tintas, esmaltes, lacas , vernizes, impermeabilizantes, solventes e secantes

- fabricação de fertilizantes e agroquímicos

- fabricação de produtos farmacêuticos e veterinários

- fabricação de sabões, detergentes e velas

- fabricação de perfumarias e cosméticos

- produção de álcool etílico, metanol e similares

35

Indústria de produtos de matéria plástica

- fabricação de laminados plásticos

- fabricação de artefatos de material plástico

Indústria têxtil, de vestuário, calçados e artefatos de tecidos

- beneficiamento de fibras têxteis, vegetais, de origem animal e sintéticos

- fabricação e acabamento de fios e tecidos

- tingimento, estamparia e outros acabamentos em peças do vestuário e artigos diversos de

tecidos

- fabricação de calçados e componentes para calçados

Indústria de produtos alimentares e bebidas

- beneficiamento, moagem, torrefação e fabricação de produtos alimentares

- matadouros, abatedouros, frigoríficos, charqueadas e derivados de origem animal

- fabricação de conservas

- preparação de pescados e fabricação de conservas de pescados

- preparação , beneficiamento e industrialização de leite e derivados

- fabricação e refinação de açúcar

- refino / preparação de óleo e gorduras vegetais

- produção de manteiga, cacau, gorduras de origem animal para alimentação

- fabricação de fermentos e leveduras

- fabricação de rações balanceadas e de alimentos preparados para animais

- fabricação de vinhos e vinagre

- fabricação de cervejas, chopes e maltes

- fabricação de bebidas não alcoólicas, bem como engarrafamento e gaseificação de águas

minerais

- fabricação de bebidas alcoólicas

Indústria de fumo

- fabricação de cigarros/charutos/cigarrilhas e outras atividades de beneficiamento do fumo

Indústrias diversas

- usinas de produção de concreto

- usinas de asfalto

- serviços de galvanoplastia

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Obras civis

- rodovias, ferrovias, hidrovias , metropolitanos

- barragens e diques

- canais para drenagem

- retificação de curso de água

- abertura de barras, embocaduras e canais

- transposição de bacias hidrográficas

- outras obras de arte

Serviços de utilidade

- produção de energia termoelétrica

- transmissão de energia elétrica

- estações de tratamento de água

- interceptores, emissários, estação elevatória e tratamento de esgoto sanitário

- tratamento e destinação de resíduos industriais (líquidos e sólidos)

- tratamento/disposição de resíduos especiais tais como: de agroquímicos e suas embalagens

usadas e de serviço de saúde, entre outros

- tratamento e destinação de resíduos sólidos urbanos, inclusive aqueles provenientes de

fossas

- dragagem e derrocamentos em corpos d‟água

- recuperação de áreas contaminadas ou degradadas

Transporte, terminais e depósitos

- transporte de cargas perigosas

- transporte por dutos

- marinas, portos e aeroportos

- terminais de minério, petróleo e derivados e produtos químicos

- depósitos de produtos químicos e produtos perigosos

Turismo

- complexos turísticos e de lazer, inclusive parques temáticos e autódromos

Atividades diversas

- parcelamento do solo

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- distrito e pólo industrial

Atividades agropecuária

- projeto agrícola

- criação de animais

- projetos de assentamentos e de colonização

Uso de recursos naturais

- silvicultura

- exploração econômica da madeira ou lenha e subprodutos florestais

- atividade de manejo de fauna exótica e criadouro de fauna silvestre

- utilização do patrimônio genético natural

- manejo de recursos aquáticos vivos

- introdução de espécies exóticas e/ou geneticamente modificadas

- uso da diversidade biológica pela biotecnologia

Anexo II

LEI COMPLEMENTAR Nº 140/2011 – Competência do Licenciamento

ATOS DO PODER LEGISLATIVO

LEI COMPLEMENTAR Nº 140, DE 8 DE DEZEMBRO DE 2011

Fixa normas, nos termos dos incisos III, VI e VII do caput e do parágrafo único do

art. 23 da Constituição Federal, para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito

Federal e os Municípios nas ações administrativas decorrentes do exercício da competência

comum relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção do meio ambiente, ao

combate à poluição em qualquer de suas formas e à preservação das florestas, da fauna e da

flora; e altera a Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981.

A P R E S I D E N T A D A R E P Ú B L I C A

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei

Complementar:

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CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1o Esta Lei Complementar fixa normas, nos termos dos incisos III, VI e VII do caput e

do parágrafo único do art. 23 da Constituição Federal, para a cooperação entre a União, os

Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas ações administrativas decorrentes do

exercício da competência comum relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à

proteção do meio ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à

preservação das florestas, da fauna e da flora.

Art. 2o Para os fins desta Lei Complementar, consideram-se:

I - licenciamento ambiental: o procedimento administrativo destinado a licenciar atividades

ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente

poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental;

II - atuação supletiva: ação do ente da Federação que se substitui ao ente federativo

originariamente detentor das atribuições, nas hipóteses definidas nesta Lei Complementar;

III - atuação subsidiária: ação do ente da Federação que visa a auxiliar no desempenho das

atribuições decorrentes das competências comuns, quando solicitado pelo ente federativo

originariamente detentor das atribuições definidas nesta Lei Complementar.

Art. 3o Constituem objetivos fundamentais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios, no exercício da competência comum a que se refere esta Lei Complementar:

I - proteger, defender e conservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado,

promovendo gestão descentralizada, democrática e eficiente;

II - garantir o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico com a proteção do meio

ambiente, observando a dignidade da pessoa humana, a erradicação da pobreza e a redução

das desigualdades sociais e regionais;

III - harmonizar as políticas e ações administrativas para evitar a sobreposição de atuação

entre os entes federativos, de forma a evitar conflitos de atribuições e garantir uma atuação

administrativa eficiente;

IV - garantir a uniformidade da política ambiental para todo o País, respeitadas as

peculiaridades regionais e locais.

CAPÍTULO II

DOS INSTRUMENTOS DE COOPERAÇÃO

Art. 4o Os entes federativos podem valer-se, entre outros, dos seguintes instrumentos de

cooperação institucional:

I - consórcios públicos, nos termos da legislação em vigor;

39

II - convênios, acordos de cooperação técnica e outros instrumentos similares com órgãos e

entidades do Poder Público, respeitado o art. 241 da Constituição Federal;

III - Comissão Tripartite Nacional, Comissões Tripartites Estaduais e Comissão Bipartite do

Distrito Federal;

IV - fundos públicos e privados e outros instrumentos econômicos;

V - delegação de atribuições de um ente federativo a outro, respeitados os requisitos

previstos nesta Lei Complementar;

VI - delegação da execução de ações administrativas de um ente federativo a outro,

respeitados os requisitos previstos nesta Lei Complementar.

§ 1o Os instrumentos mencionados no inciso II do caput podem ser firmados com prazo

indeterminado.

§ 2o A Comissão Tripartite Nacional será formada, paritariamente, por representantes dos

Poderes Executivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com o

objetivo de fomentar a gestão ambiental compartilhada e descentralizada entre os entes

federativos.

§ 3o As Comissões Tripartites Estaduais serão formadas, paritariamente, por representantes

dos Poderes Executivos da União, dos Estados e dos Municípios, com o objetivo de

fomentar a gestão ambiental compartilhada e descentralizada entre os entes federativos.

§ 4o A Comissão Bipartite do Distrito Federal será formada, paritariamente, por

representantes dos Poderes Executivos da União e do Distrito Federal, com o objetivo de

fomentar a gestão ambiental compartilhada e descentralizada entre esses entes federativos.

§ 5o As Comissões Tripartites e a Comissão Bipartite do Distrito Federal terão sua

organização e funcionamento regidos pelos respectivos regimentos internos.

Art. 5o O ente federativo poderá delegar, mediante convênio, a execução de ações

administrativas a ele atribuídas nesta Lei Complementar, desde que o ente destinatário da

delegação disponha de órgão ambiental capacitado a executar as ações administrativas a

serem delegadas e de conselho de meio ambiente.

Parágrafo único. Considera-se órgão ambiental capacitado, para os efeitos do disposto

no caput, aquele que possui técnicos próprios ou em consórcio, devidamente habilitados e

em número compatível com a demanda das ações administrativas a serem delegadas.

40

CAPÍTULO III

DAS AÇÕES DE COOPERAÇÃO

Art. 6o As ações de cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios

deverão ser desenvolvidas de modo a atingir os objetivos previstos no art. 3o e a garantir o

desenvolvimento sustentável, harmonizando e integrando todas as políticas governamentais.

Art. 7o São ações administrativas da União:

I - formular, executar e fazer cumprir, em âmbito nacional, a Política Nacional do Meio

Ambiente;

II - exercer a gestão dos recursos ambientais no âmbito de suas atribuições;

III - promover ações relacionadas à Política Nacional do Meio Ambiente nos âmbitos

nacional e internacional;

IV - promover a integração de programas e ações de órgãos e entidades da administração

pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, relacionados à proteção

e à gestão ambiental;

V - articular a cooperação técnica, científica e financeira, em apoio à Política Nacional do

Meio Ambiente;

VI - promover o desenvolvimento de estudos e pesquisas direcionados à proteção e à gestão

ambiental, divulgando os resultados obtidos;

VII - promover a articulação da Política Nacional do Meio Ambiente com as de Recursos

Hídricos, Desenvolvimento Regional, Ordenamento Territorial e outras;

VIII - organizar e manter, com a colaboração dos órgãos e entidades da administração

pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, o Sistema Nacional de Informação

sobre Meio Ambiente (Sinima);

IX - elaborar o zoneamento ambiental de âmbito nacional e regional;

X - definir espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos;

XI - promover e orientar a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a

conscientização pública para a proteção do meio ambiente;

XII - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e

substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente, na

forma da lei;

XIII - exercer o controle e fiscalizar as atividades e empreendimentos cuja atribuição para

licenciar ou autorizar, ambientalmente, for cometida à União;

XIV - promover o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades:

a) localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país limítrofe;

41

b) localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na plataforma continental ou na zona

econômica exclusiva;

c) localizados ou desenvolvidos em terras indígenas;

d) localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pela União, exceto

em Áreas de Proteção Ambiental ( APAs);

e) localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou mais Estados;

f) de caráter militar, excetuando-se do licenciamento ambiental, nos termos de ato do Poder

Executivo, aqueles previstos no preparo e emprego das Forças Armadas, conforme disposto

na Lei Complementar no 97, de 9 de junho de 1999;

g) destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e dispor

material radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear em qualquer de

suas formas e aplicações, mediante parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear

(Cnen); ou

h) que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de proposição da

Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação de um membro do Conselho

Nacional do Meio Ambiente (Conama), e considerados os critérios de porte, potencial

poluidor e natureza da atividade ou empreendimento;

XV - aprovar o manejo e a supressão de vegetação, de florestas e formações sucessoras

em:

a) florestas públicas federais, terras devolutas federais ou unidades de conservação

instituídas pela União, exceto em APAs; e

b) atividades ou empreendimentos licenciados ou autorizados, ambientalmente, pela União;

XVI - elaborar a relação de espécies da fauna e da flora ameaçadas de extinção e de

espécies sobre-explotadas no território nacional, mediante laudos e estudos técnico-

científicos, fomentando as atividades que conservem essas espécies in situ;

XVII - controlar a introdução no País de espécies exóticas potencialmente invasoras que

possam ameaçar os ecossistemas, habitats e espécies nativas;

XVIII - aprovar a liberação de exemplares de espécie exótica da fauna e da flora em

ecossistemas naturais frágeis ou protegidos;

XIX - controlar a exportação de componentes da biodiversidade brasileira na forma de

espécimes silvestres da flora, microorganismos e da fauna, partes ou produtos deles

derivados;

XX - controlar a apanha de espécimes da fauna silvestre, ovos e larvas;

XVI;- proteger a fauna migratória e as espécies inseridas na relação prevista no inciso

XXI - exercer o controle ambiental da pesca em âmbito nacional ou regional;

42

XXII - gerir o patrimônio genético e o acesso ao conhecimento tradicional associado,

respeitadas as atribuições setoriais;

XXIII - exercer o controle ambiental sobre o transporte marítimo de produtos perigosos; e

XXV - exercer o controle ambiental sobre o transporte interestadual, fluvial ou terrestre,

de produtos perigosos.

Parágrafo único. O licenciamento dos empreendimentos cuja localização compreenda

concomitantemente áreas das faixas terrestre e marítima da zona costeira será de atribuição

da União exclusivamente nos casos previstos em tipologia estabelecida por ato do Poder

Executivo, a partir de proposição da Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação

de um membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e considerados os

critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade ou empreendimento.

Art. 8o São ações administrativas dos Estados:

I - executar e fazer cumprir, em âmbito estadual, a Política Nacional do Meio Ambiente e

demais políticas nacionais relacionadas à proteção ambiental;

II - exercer a gestão dos recursos ambientais no âmbito de suas atribuições;

III - formular, executar e fazer cumprir, em âmbito estadual, a Política Estadual de Meio

Ambiente;

IV - promover, no âmbito estadual, a integração de programas e ações de órgãos e entidades

da administração pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,

relacionados à proteção e à gestão ambiental;

V - articular a cooperação técnica, científica e financeira, em apoio às Políticas Nacional e

Estadual de Meio Ambiente;

VI - promover o desenvolvimento de estudos e pesquisas direcionados à proteção e à gestão

ambiental, divulgando os resultados obtidos;

VII - organizar e manter, com a colaboração dos órgãos municipais competentes, o

Sistema Estadual de Informações sobre Meio Ambiente;

VIII - prestar informações à União para a formação e atualização do Sinima;

IX - elaborar o zoneamento ambiental de âmbito estadual, em conformidade com os

zoneamentos de âmbito nacional e regional;

X - definir espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos;

XI - promover e orientar a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a

conscientização pública para a proteção do meio ambiente;

XII - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e

substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente, na

forma da lei;

43

XIII - exercer o controle e fiscalizar as atividades e empreendimentos cuja atribuição para

licenciar ou autorizar, ambientalmente, for cometida aos Estados;

XIV - promover o licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos utilizadores

de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma,

de causar degradação ambiental, ressalvado o disposto nos arts. 7o e 9o;

XV - promover o licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos localizados

ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pelo Estado, exceto em Áreas de

Proteção Ambiental (APAs);

XVI - aprovar o manejo e a supressão de vegetação, de florestas e formações sucessoras

em:

a) florestas públicas estaduais ou unidades de conservação do Estado, exceto em Áreas de

Proteção Ambiental (APAs);

b) imóveis rurais, observadas as atribuições previstas no inciso XV do art. 7o; e

c) atividades ou empreendimentos licenciados ou autorizados, ambientalmente, pelo Estado;

XVII - elaborar a relação de espécies da fauna e da flora ameaçadas de extinção no

respectivo território, mediante laudos e estudos técnico-científicos, fomentando as atividades

que conservem essas espécies in situ;

XVIII - controlar a apanha de espécimes da fauna silvestre, ovos e larvas destinadas à

implantação de criadouros e à pesquisa científica, ressalvado o disposto no inciso XX do art.

7o;

XIX - aprovar o funcionamento de criadouros da fauna silvestre; XX - exercer o controle

ambiental da pesca em âmbito estadual; e

XXI - exercer o controle ambiental do transporte fluvial e terrestre de produtos perigosos,

ressalvado o disposto no inciso XXV do art. 7o.

Art. 9o São ações administrativas dos Municípios:

I - executar e fazer cumprir, em âmbito municipal, as Políticas Nacional e Estadual de Meio

Ambiente e demais políticas nacionais e estaduais relacionadas à proteção do meio ambiente;

II - exercer a gestão dos recursos ambientais no âmbito de suas atribuições; III - formular,

executar e fazer cumprir a Política Municipal de Meio Ambiente;

IV - promover, no Município, a integração de programas e ações de órgãos e entidades da

administração pública federal, estadual e municipal, relacionados à proteção e à gestão

ambiental;

V - articular a cooperação técnica, científica e financeira, em apoio às Políticas Nacional,

Estadual e Municipal de Meio Ambiente;

VI - promover o desenvolvimento de estudos e pesquisas direcionados à proteção e à gestão

44

ambiental, divulgando os resultados obtidos;

VII - organizar e manter o Sistema Municipal de Informações sobre Meio Ambiente;

VIII - prestar informações aos Estados e à União para a formação e atualização dos

Sistemas Estadual e Nacional de Informações sobre Meio Ambiente;

IX - elaborar o Plano Diretor, observando os zoneamentos ambientais;

X - definir espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos;

XI - promover e orientar a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a

conscientização pública para a proteção do meio ambiente;

XII - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e

substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente, na

forma da lei;

XIII - exercer o controle e fiscalizar as atividades e empreendimentos cuja atribuição para

licenciar ou autorizar, ambientalmente, for cometida ao Município;

XIV - observadas as atribuições dos demais entes federativos previstas nesta Lei

Complementar, promover o licenciamento ambiental das atividades ou empreendimentos:

a) que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local, conforme tipologia

definida pelos respectivos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente, considerados os critérios

de porte, potencial poluidor e natureza da atividade; ou

b) localizados em unidades de conservação instituídas pelo Município, exceto em Áreas de

Proteção Ambiental (APAs);

XV - observadas as atribuições dos demais entes federativos previstas nesta Lei

Complementar, aprovar:

a) a supressão e o manejo de vegetação, de florestas e formações sucessoras em florestas

públicas municipais e unidades de conservação instituídas pelo Município, exceto em Áreas

de Proteção Ambiental (APAs); e

b) a supressão e o manejo de vegetação, de florestas e formações sucessoras em

empreendimentos licenciados ou autorizados, ambientalmente, pelo Município.

Art. 10. São ações administrativas do Distrito Federal as previstas nos arts. 8o e 9o.

Art. 11. A lei poderá estabelecer regras próprias para atribuições relativas à autorização de

manejo e supressão de vegetação, considerada a sua caracterização como vegetação primária

ou secundária em diferentes estágios de regeneração, assim como a existência de espécies da

flora ou da fauna ameaçadas de extinção.

Art. 12. Para fins de licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos utilizadores

de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma,

de causar degradação ambiental, e para autorização de supressão e manejo de vegetação, o

45

critério do ente federativo instituidor da unidade de conservação não será aplicado às Áreas

de Proteção Ambiental (APAs).

Parágrafo único. A definição do ente federativo responsável pelo licenciamento e autorização

a que se refere o caput, no caso das APAs, seguirá os critérios previstos nas alíneas "a", "b",

"e", "f" e "h" do inciso XIV do art. 7o, no inciso XIV do art. 8o e na alínea "a" do inciso XIV

do art. 9o.

Art. 13. Os empreendimentos e atividades são licenciados ou autorizados, ambientalmente,

por um único ente federativo, em conformidade com as atribuições estabelecidas nos termos

desta Lei Complementar.

§ 1o Os demais entes federativos interessados podem manifestar-se ao órgão responsável pela

licença ou autorização, de maneira não vinculante, respeitados os prazos e procedimentos do

licenciamento ambiental.

§ 2o A supressão de vegetação decorrente de licenciamentos ambientais é autorizada pelo

ente federativo licenciador.

§ 3o Os valores alusivos às taxas de licenciamento ambiental e outros serviços afins devem

guardar relação de proporcionalidade com o custo e a complexidade do serviço prestado pelo

ente federativo.

Art. 14. Os órgãos licenciadores devem observar os prazos estabelecidos para tramitação dos

processos de licenciamento.

§ 1o As exigências de complementação oriundas da análise do empreendimento ou atividade

devem ser comunicadas pela autoridade licenciadora de uma única vez ao empreendedor,

ressalvadas aquelas decorrentes de fatos novos.

§ 2o As exigências de complementação de informações, documentos ou estudos feitas pela

autoridade licenciadora suspendem o prazo de aprovação, que continua a fluir após o seu

atendimento integral pelo empreendedor.

§ 3o O decurso dos prazos de licenciamento, sem a emissão da licença ambiental, não

implica emissão tácita nem autoriza a prática de ato que dela dependa ou decorra, mas

instaura a competência supletiva referida no art. 15.

§ 4o A renovação de licenças ambientais deve ser requerida com antecedência mínima de 120

(cento e vinte) dias da expiração de seu prazo de validade, fixado na respectiva licença,

ficando este automaticamente prorrogado até a manifestação definitiva do órgão ambiental

competente.

Art. 15. Os entes federativos devem atuar em caráter supletivo nas ações administrativas de

licenciamento e na autorização ambiental, nas seguintes hipóteses:

I - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Estado ou no

46

Distrito Federal, a União deve desempenhar as ações administrativas estaduais ou distritais

até a sua criação;

II - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Município, o

Estado deve desempenhar as ações administrativas municipais até a sua criação; e

III - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Estado e no

Município, a União deve desempenhar as ações administrativas até a sua criação em um

daqueles entes federativos.

Art. 16. A ação administrativa subsidiária dos entes federativos dar-se-á por meio de apoio

técnico, científico, administrativo ou financeiro, sem prejuízo de outras formas de

cooperação.

Parágrafo único. A ação subsidiária deve ser solicitada pelo ente originariamente detentor da

atribuição nos termos desta Lei Complementar.

Art. 17. Compete ao órgão responsável pelo licenciamento ou autorização, conforme o caso,

de um empreendimento ou atividade, lavrar auto de infração ambiental e instaurar processo

administrativo para a apuração de infrações à legislação ambiental cometidas pelo

empreendimento ou atividade licenciada ou autorizada.

§ 1o Qualquer pessoa legalmente identificada, ao constatar infração ambiental decorrente de

empreendimento ou atividade utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente

poluidores, pode dirigir representação ao órgão a que se refere o caput, para efeito do

exercício de seu poder de polícia.

§ 2o Nos casos de iminência ou ocorrência de degradação da qualidade ambiental, o ente

federativo que tiver conhecimento do fato deverá determinar medidas para evitá-la, fazer

cessá-la ou mitigá-la, comunicando imediatamente ao órgão competente para as providências

cabíveis.

§ 3o O disposto no caput deste artigo não impede o exercício pelos entes federativos da

atribuição comum de fiscalização da conformidade de empreendimentos e atividades efetiva

ou potencialmente poluidores ou utilizadores de recursos naturais com a legislação ambiental

em vigor, prevalecendo o auto de infração ambiental lavrado por órgão que detenha a

atribuição de licenciamento ou autorização a que se refere o caput.

CAPÍTULO IV

DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 18. Esta Lei Complementar aplica-se apenas aos processos de licenciamento e

autorização ambiental iniciados a partir de sua vigência.

47

§ 1o Na hipótese de que trata a alínea "h" do inciso XIV do art. 7o, a aplicação desta Lei

Complementar dar-se-á a partir da entrada em vigor do ato previsto no referido dispositivo.

§ 2o Na hipótese de que trata a alínea "a" do inciso XIV do art. 9o, a aplicação desta Lei

Complementar dar-se-á a partir da edição da decisão do respectivo Conselho Estadual.

§ 3o Enquanto não forem estabelecidas as tipologias de que tratam os §§ 1o e 2o deste artigo,

os processos de licenciamento e autorização ambiental serão conduzidos conforme a

legislação em vigor.

Art. 19. O manejo e a supressão de vegetação em situações ou áreas não previstas nesta Lei

Complementar dar-se-ão nos termos da legislação em vigor.

Art. 20. O art. 10 da Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981, passa a vigorar com a seguinte

redação:

"Art. 10. A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e

atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou

capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental dependerão de prévio

licenciamento ambiental.

§ 1o Os pedidos de licenciamento, sua renovação e a respectiva concessão serão publicados

no jornal oficial, bem como em periódico regional ou local de grande circulação, ou em meio

eletrônico de comunicação mantido pelo órgão ambiental competente.

§ 2o (Revogado).

§ 3o (Revogado).

§ 4o (Revogado)." (NR)

Art. 21. Revogam-se os §§ 2o, 3o e 4o do art. 10 e o § 1o do art. 11 da Lei no 6.938, de

31 de agosto de 1981.

Art. 22. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 8 de dezembro de 2011; 190o da Independência e 123o da República.

DILMA ROUSSEFF

Francisco Caetani

48

Anexo III

RESOLUÇÃO CEMA nº 088/2013 – Licenciamento municipal no Paraná

RESOLUÇÃO CEMA nº 088, 27 de agosto de 2013.

Estabelece critérios, procedimentos e tipologias para o licenciamento ambiental

municipal de atividades, obras e empreendimentos que causem ou possam causar impacto de

âmbito local e determina outras providências.

O Conselho Estadual do Meio Ambiente - CEMA, no uso das atribuições que lhe são

conferidas pelas Leis nº 7.978, de 30 de novembro de 1984 e nº 10.066, de 27 de julho de

1992, ambas com alterações posteriores, e nos Decretos nº 4.447, de 12 de julho de 2001 e nº

8.690, de 03 de novembro de 2010, após a Deliberação no Plenário da 21a

Reunião

Extraordinária, realizada em 27 de agosto de 2013, considerando a determinação da Alínea

a do Inciso XIV da Lei Complementar

Federal nº 140, de 08 de dezembro de 2011, que fixa normas, nos termos dos Incisos III, VI

e VII do caput e do Parágrafo único do Artigo 23 da Constituição Federal, para a cooperação

entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas ações administrativas

decorrentes do exercício da competência comum relativas à proteção das paisagens naturais

notáveis, à proteção do meio ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e

à preservação das florestas, da fauna e da flora; e altera a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de

1981 - Política Nacional do Meio Ambiente, dentre outras providências, além das demais

normas pertinentes,

RESOLVE:

Art. 1º - Estabelecer as tipologias de atividades, empreendimentos e obras que causem ou

possam causar impacto ambiental de âmbito local, considerando os critérios de porte,

potencial poluidor e natureza da atividade, para fins de licenciamento ambiental pelos órgãos

municipais de meio ambiente, de acordo com o Anexo, integrante da presente Resolução.

Art. 2º - Para os efeitos desta Resolução, adotam-se, além das definições constantes do Artigo

2º da Lei Complementar Federal nº 140/11, as seguintes:

I - Órgão ambiental municipal capacitado: aquele que possui quadro de profissionais

próprios, colocados à sua disposição ou contratados através de consórcios públicos,

legalmente habilitados para a análise de pedidos de licenciamento ambiental, compatível com

a demanda das ações administrativas, além de infra-estrutura, equipamentos e material de

apoio, próprio ou disponibilizado, para o adequado exercício de suas competências;

II - Impacto local: qualquer alteração das propriedades físicas, químicas ou biológicas do

meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades

49

humanas que, direta ou indiretamente, afetem a saúde, a segurança e o bem estar da

população, as atividades sociais e econômicas, a biota, as condições estéticas e sanitárias do

meio ambiente, a qualidade dos recursos ambientais ou que lancem matérias ou energia fora

dos padrões de suporte do ambiente, dentro dos limites territoriais de um Município;

III - Impacto regional: qualquer alteração das propriedades físicas, químicas ou biológicas do

meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades

humanas que, direta ou indiretamente, afetem a saúde, a segurança e o bem estar da

população, as atividades sociais e econômicas, a biota, as condições estéticas e sanitárias do

meio ambiente, a qualidade dos recursos ambientais ou que lancem matérias ou energia fora

dos padrões de suporte do ambiente, que afetem mais de um Município.

Art. 3º - Para o exercício do licenciamento ambiental, consideram-se capacitados os

municípios que disponham de:

I - Conselho Municipal de Meio Ambiente, instância colegiada normativa, consultiva e

deliberativa, de composição paritária, devidamente implementado e em funcionamento;

II - Fundo Municipal de Meio Ambiente, devidamente implementado e em funcionamento;

III - Órgão ambiental capacitado, atendendo os requisitos do Inciso I do Artigo 2º desta

Resolução;

IV - Servidores municipais de quadro próprio ou contratados através de consórcios públicos,

legalmente habilitados dotados de competência legal para o licenciamento ambiental;

V - Servidores municipais de quadro próprio, legalmente habilitados, ou através de

convênios com órgãos integrantes do SISNAMA para a fiscalização ambiental;

VI - Plano Diretor Municipal aprovado e implementado, contendo diretrizes ambientais;

VII - Sistema Municipal de Informações Ambientais organizados e em funcionamento;

VIII - Normas municipais regulamentadoras das atividades administrativas de

licenciamento, fiscalização e controle inerentes à gestão ambiental.

Art. 4º - Os Municípios apresentarão ao Conselho Estadual do Meio Ambiente

- CEMA a comprovação do cumprimento do disposto no Artigo 3º desta Resolução,

demonstrando estarem capacitados para exercer as competências administrativas de

licenciamento, controle e fiscalização ambiental.

§ 1º. O CEMA, após comprovado pelo IAP que o Município atendeu ao disposto no Art. 3º,

comunicará o Município, via oficio, que o mesmo atendeu os requisitos e poderá iniciar

atividades de licenciamento ambiental em acordo com as tipologias definidas pelo CEMA,

comunicando também, o IAP, o Instituto das Águas do Paraná, o IBAMA, o Ministério

Público e as Câmaras Municipais.

50

§ 2º. O CEMA manterá Cadastro atualizado dos Municípios habilitados, ao qual dará

publicidade, em especial por meio de seu sítio eletrônico.

§ 3º. O Instituto Ambiental do Paraná – IAP disponibilizará o Sistema de Informações

Ambientais o qual deverá ser utilizado pelos municípios.

Art. 5º - O Município poderá valer-se de instrumentos de cooperação interinstitucional para a

execução das ações administrativas regulamentadas pela presente Resolução, em especial os

consórcios públicos com personalidade de direito público, observadas as disposições da Lei

federal nº 11.107, de 06 de abril de 2005 e demais normas aplicáveis, bem como os

convênios, acordos de cooperação técnica e demais instrumentos similares.

Art. 6º - O licenciamento ambiental municipal deverá observar as normas quanto à outorga de

uso de água, de competência do Instituto das Águas do Paraná, bem como observar, as

restrições das Áreas Estratégicas para a Conservação da Biodiversidade e do interior e

entorno das Unidades de Conservação e corredores ecológicos, áreas de proteção de

mananciais e demais normas pertinentes.

Art. 7º - O Instituto Ambiental do Paraná - IAP, em atuação subsidiária, fornecerá orientação

e instrução técnica aos Municípios para ações administrativas em licenciamento,

monitoramento e fiscalização ambiental, desde que solicitado de forma justificada, atuando

supletivamente nos demais casos.

Art. 8º - Os casos omissos quanto à atividade, porte e potencial poluidor serão instruídos pelo

IAP, submetidos ao Conselho Estadual de Meio Ambiente – CEMA que, após análise da

Câmara Temática pertinente, decidirá e adotará as providências necessárias, inclusive

atualização do Anexo.

Parágrafo único: a cada 02 (dois) anos, ou sempre que necessário, será revisada a

presente Resolução pelo CEMA.

Art. 9º - Os procedimentos administrativos de licenciamento ambiental que estão em trâmite

no IAP continuarão sob sua competência até decisão final, e os casos de licenciamento

ambiental com Licença Prévia, Licença de Instalação e Licença de Operação, serão

conduzidos pelo IAP até a primeira renovação da Licença de Operação.

Art. 10. - Os municípios que não estão capacitados na forma do art. 3º desta norma, terão

prazo de até 04 (quatro anos) para se adequar, quando então exercerão plenamente os

licenciamentos ambientais das atividades ou empreendimentos das tipologias definidas pelo

CEMA.

Parágrafo único - Neste período o IAP atuará em caráter supletivo nas ações

administrativas de licenciamento e na autorização ambiental.

Art. 11. - A presente Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

51

Curitiba, 27 de agosto de 2013.

LUIZ EDUARDO CHEIDA

Secretário de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos Presidente do

Conselho Estadual do Meio Ambiente

52

ANEXO

GRUPO DE

ATIVIDADE

ATIVIDADE ESPECÍFICA

PORTE/CLASSIFICAÇÃO

POTENCIAL

POLUIDOR/

DEGRADADOR

1. Extração mineral

1.1. Cascalheira Todos Baixo

1.2. Extração de pedras irregulares, de

modo artesanal

Todos

Baixo

2. Atividades

agropecuárias e

silviculturais

2.1. Suinocultura

Produção de

leitões

Até 100 matrizes

Alto

Ciclo completo Até 50 matrizes Alto

Terminação Até 500 animais Alto

2.2. Empreendimento de avicultura Até 10.000 m2 de área construída Médio

2.3. Piscicultura- cultivo de peixes em

águas continentais nos sistemas de

açudes e viveiros de terra

Viveiros escavados cuja somatória de

superfície de lamina d‟água, seja inferior a 2,0

ha (Dois hectares) e produção anual de

pescado inferior ao 5.000 kg/hectare/ano.

Baixo

3. Atividades industriais

3.1.1 Empreendimento industrial

Até 2.000 m2 de área construída

Até 8.000 Investimento total em UPF/PR

Até 50 empregados

Alalto/Médio/ Baixo

4. Construção civil

4.1. Construção, pavimentação,

recapeamento asfáltico e micro

drenagem urbana de águas pluviais

Todos

Médio

4.2. Conservação, manutenção e

restauração de estrada municipal Todos

Médio

4.3. Terraplenagem

Em obras e atividades específicas licenciadas

pelo município

Médio

5. Serviços de

infraestrutura

5.1. Eletrificação rural Todos Médio

5.2. Estrutura para a captação superficial

(rios e minas) e subterrânea, como

também perfuração e operação de

poço tubular raso

Todos, exceto no aqüífero Karst

Médio

5.3. Rede de distribuição, adutora,

reservatório e elevatória de sistemas

de abastecimento de água

Todos

Baixo

53

5.4. Coletor tronco e rede coletora de

esgoto

Todos

Médio

5.5. Unidade de tratamento

simplificado das águas de

captações superficiais e

subterrâneas

(apenas cloração + fluoretação)

Baixo

5.6. Estações Comercias

Emissoras de Campos

Eletromagnéticos, utilizadas para

sistemas de

telecomunicações dos

serviços regulamentados pela

ANATEL

Uso do espectro eletromagnético na faixa de

freqüência de 9kHz (nove quilohertz) a

300GHz (trezentos gigahertz).

Médio

6. Gestão de resíduos

sólidos

6.1. Serviço de coleta e transporte,

tratamento e disposição final de

resíduos da construção civil

Classes A, B e C

CONAMA 307/02)

(conforme Resolução

Médio

6.2. Barracão para triagem de resíduos

urbanos recicláveis

Todos

Médio

7. Comerciais e Serviços

7.1. Lavador de veículos Todos Médio

7.2. Prestador de serviço de controle

fitossanitário e de vetores e pragas

urbanas

Todos

Médio

7.3. Transportadora de cargas, exceto de

resíduos perigosos e produtos

perigosos

Todos

Baixo

7.4. Oficina mecânica e

estabelecimento para

manutenção e reparo de

veículo automotor

Todos

Médio

7.5.

Supermercado Até 50 000 m2 de

impermeabilizada

área construída e/ou

Médio

7.6.

Shopping center Até 100 000 m2 de área construída e/ou

impermeabilizada

Médio

7.7. Meios de hospedagem

Todos, desde que localizados em área urbana

consolidada

Médio

7.8. Estabelecimento de ensino público e

privado

Todos

Baixo

7.9. Comércio varejista de gás liquefeito

de petróleo (GLP)

Todos

Alto

7.10. Gráfica Até 2.000 m2 de área construída Médio

7.11. Lavanderia Todos, exceto lavanderia industrial Médio

54

7.12. Postos de Combustíveis e/ou

Retalhistas de Combustíveis

Novos empreendimentos a partir da

publicação desta resolução

Alto

8. Serviços

médico, hospitalar,

laboratorial e

veterinário

8.1. Hospital Até 80 leitos Alto

8.2. Empreendimentos de serviços de

saúde

Com volume de geração de resíduos até 30

litros/dia, exceto os que produzem resíduos

quimioterápicos

Médio

9. Atividades

turísticas de lazer

9.1. Kartódromo, autódromo, pista de

motocross, ciclovia, entre outras

Todos até 10.000 m2

Médio

10. Empreendime ntos

imobiliários

10.1. Loteamentos;

Todos, desde que localizados em área urbana

ou de expansão urbana, assim definidas pelo

Plano Diretor Municipal

Alto

10.2. Implantação de conjuntos

habitacionais

10.3. Parcelamento do solo urbano para

fins habitacionais e comerciais

11. Atividade

florestal

11.1. Supressão de vegetação secundaria

em estagio inicial de regeneração

Todas em área urbana

Alto

11.2. Aproveitamento de material lenhoso,

para exemplares secos, em pé e/ou

caídos naturalmente, em áreas de

ocorrência de acidente natural em

área urbana

Até 100 m3 e para as espécies ameaçadas de

extinção volume de 15 m³ a cada 5 (cinco)

anos sem fins comerciais por imóvel

Alto

11.3. Corte de espécies florestais nativas

isoladas em áreas urbanas

consolidadas

Somente para fins de edificações e árvores

que ponham em risco a vida e o patrimônio

público ou privado

Alto

11.4. Supressão de vegetação secundaria

em estagio inicial de regeneração

em áreas urbanas

Para fins de

construções/edificações/empreendimentos

imobiliários em perímetros urbanos

Alto

11.5. Corte de espécies nativas plantadas

em imóvel urbano

Todos, exceto espécies ameaçadas de

extinção e integrantes de remanescentes

florestais

Alto

11.6. Supressão de espécies florestais

exóticas em área de preservação

permanente, para substituição com

espécies florestais nativas, através

de Projeto Técnico

Todos os casos

Médio

Parabéns por estudar!

Agora você faz parte da classe capacitada, que contribui para o progresso nos

serviços públicos, obrigado por escolher a Unipública!