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O Mercado dos Bens simbólicos – Resumo Internet - A preocupação maior nesse capítulo é mostrar a consolidação dos bens culturais - representados principalmente por TV e cinema - principalmente nos anos 60 e 70. - Advento do Estado militar seria o responsável por tal consolidação da Ind. cultural brasileira. No plano econômico, deu sequência ao desenvolvimentismo iniciado por JK. Consolidou o capitalismo tardio por meio do crescimento do parque industrial e do mercado de bens de cultura. ***** - O Estado censurava o conteúdo específico, mas não a produção em geral, criando até órgãos que se tornaram essenciais para a indústria cultura (FUNARTE, EMBRATEL e EMBRAFILME por ex.) - uma política de cultura – era essencial se juntar às esferas culturais. - Empresários da indústria viam a integração do país como a criação de um mercado consumidor de massa integrado e os militares como uma junção de ideias políticas, inclusive a publicidade teve o Estado como seu principal ‘cliente’. Isso só mudou quando a censura do estado começou a causar prejuízos econômicos. - O Estado promoveu uma ampliação nas produções, nas distribuições e no consumo. Aumenta-se o volume dos mercados de bens culturais, o setor livreiro, fonográfico, o cinema, as escolas de comunicação começam a surgir, ex: UFRJ (1968), num demonstrativo da expansão da publicidade. - Racionalidade da empresa burocratizada se solidifica, quando os capitães de indústria dão lugar aos manegers. Destaque para Roberto Marinho. - Ideia de vender cultura passa a ser explícita. - Não há qualquer ideia de servir a sociedade em sua formação cultural. A cultura passa a ser encarada como um investimento comercial. Ortiz segue sua análise mostrando como todas essas mudanças transformaram a tradição cultural, que até então trabalhava com perspectivas próprias do que viria ser o popular e o nacional. Resumo do livro - O advento do Estado militar, com o golpe de 64 possui um duplo significado: dimensão política – repressão,exílio, prisões - e dimensão econômica – aprofundamento das medidas econômicas de Juscelino, conhecido como “Segunda Rev. Industrial”. - Reorganização da economia bras. e internacionalização do capital.

O Mercado de Bens Simbolicos

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O Mercado de Bens Simbolicos - Renato Ortiz

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O Mercado dos Bens simblicos Resumo Internet- A preocupao maior nesse captulo mostrar a consolidao dos bens culturais - representados principalmente por TV e cinema - principalmente nos anos 60 e 70.- Advento do Estado militar seria o responsvel por tal consolidao da Ind. cultural brasileira. No plano econmico, deu sequncia ao desenvolvimentismo iniciado por JK. Consolidou o capitalismo tardio por meio do crescimento do parque industrial e do mercado de bens de cultura. *****- O Estado censurava o contedo especfico, mas no a produo em geral, criando at rgos que se tornaram essenciais para a indstria cultura (FUNARTE, EMBRATEL e EMBRAFILME por ex.) - uma poltica de cultura era essencial se juntar s esferas culturais.- Empresrios da indstria viam a integrao do pas como a criao de um mercado consumidor de massa integrado e os militares como uma juno de ideias polticas, inclusive a publicidade teve o Estado como seu principal cliente. Isso s mudou quando a censura do estado comeou a causar prejuzos econmicos.- O Estado promoveu uma ampliao nas produes, nas distribuies e no consumo. Aumenta-se o volume dos mercados de bens culturais, o setor livreiro, fonogrfico, o cinema, as escolas de comunicao comeam a surgir, ex: UFRJ (1968), num demonstrativo da expanso da publicidade.- Racionalidade da empresa burocratizada se solidifica, quando os capites de indstria do lugar aos manegers. Destaque para Roberto Marinho.- Ideia de vender cultura passa a ser explcita.- No h qualquer ideia de servir a sociedade em sua formao cultural. A cultura passa a ser encarada como um investimento comercial.

Ortiz segue sua anlise mostrando como todas essas mudanas transformaram a tradio cultural, que at ento trabalhava com perspectivas prprias do que viria ser o popular e o nacional.

Resumo do livro

- O advento do Estado militar, com o golpe de 64 possui um duplo significado: dimenso poltica represso,exlio, prises - e dimenso econmica aprofundamento das medidas econmicas de Juscelino, conhecido como Segunda Rev. Industrial.- Reorganizao da economia bras. e internacionalizao do capital.- Desenvolvimento do mercado de bens culturais encontra um impasse. No possvel associar uma cultura que al estava com as ideologias do estado, era preciso tratar de forma diferenciada essa rea. Havia uma dimenso simblica que apontava para problemas ideolgicos.- Ideologia da Segurana Nacional (constitui o fundamento do pensamento militar em relao sociedade): Estado como entidade poltica que determina as normas de conduta a serem seguidas por todos. Ele se prope a assumir o papel que as religies possuam nas sociedades tradicionais, buscando sempre passar a ideia de solidariedade entre os indivduos e busca por concretizar os objetivos nacionais.- Procura-se garantir a integridade da nao na base de um discurso repressivo.- Comparando Ditadura e Estado Novo, em 64 o quadro econmico era diferente do de 37.- TV como melhor ex. da colaborao entre integrantes do regime e empresrios criao da embratel, do Ministrio de Comunicaes e construo de um sistema que permitia o maior alcance do sinal da tv. Integrou os consumidores, potenciais ou no, numa economia de mercado. Ideologia de integrao nacional promove a comunicao no pas.- A assinatura de um protocolo de autocensura pela TV TUPI e TV GLOBO demonstra a aceitao de cumprir os compromissos adquiridos anteriormente junto ao Estado Militar. Se elas retiram um programa do ar, porque necessrio garantir o pacto com os militares. Por isso possvel deslocar a questo para o plano econmico.- Constituio de um sistema de comunicao forte depende do Estado. A censura excessiva de fato um incmodo, entretanto, as indstrias culturais sabem do peso que o polo militar tem para o desenvolvimento desse ramo.- Nessa poca: consolidao dos conglomerados de comunicao, a produo passa de restrita para toda uma massa.- Hbito de ir ao cinema se consolida em 70, perodo em que o mesmo estava em declnio no cenrio internacional o capitalismo tardio retarda problemas.- Desenvolvimento das atividades profissionais ligadas propaganda j vinham se realizando desde 50 com a criao da primeira escola de propaganda, a Gaspar Lbero e a fundao Associao Brasileira de Agncias de Propaganda.- Rdio caminhou para a especializao das emissoras e formao de redes (transmitem uma programao unificada para os diversos pontos do pas), com o deslocamento da verba publicitria para a TV. Tratava-se agora de um mercado nacional consumidor. A padronizao citada por Adorno e Horkheimer como trao definidor da Ind. Cultural.- Fase em que h uma intensa valorizao e sobreposio da racionalidade na logstica de produo de mercado, no tempo de comerciais, programas, a venda do tempo para publicidade e, sobretudo uma racionalizao da sociedade, influenciando a relao patro/cliente que tambm alterada.- Quebra do chamado convnio, que eram acordos pr-estabelecidos entre emissoras relaes mais impessoalizadas.- movimento de segmentao e especializao da produo. Profissionalizao crescente somada a subdivises de contratao cada vez mais especializadas fazem com que haja um enfraquecimento das relaes. - indstria cultural transforma a cultura em investimento comercial, produto pra quem consome e pra quem produz.- Entre as dcadas de 60 e 70, os canais vo dando fim s suas produes de teleteatro para que a telenovela assuma de vez sua hegemonia no pas, como produto de massa.- Autor prefere a tese de que a cultura mesmo que industrializada, no nunca inteiramente mercadoria, ela encerra um valor de uso, que intrnseco sua manifestao.- A cultura como um espao de distino social, mesmo que esteja ligada ao movimento amplo da sociedade de industrializao da cultura. - subordinao da criatividade lgica comercial, ex. disso o fim dos teleteatros e a hegemonia das telenovelas que funcionam sob determinados padres. Lgica comercial sendo agora dominante, e determinando o espao a ser conferido s outras formas de manifestao cultural.