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Quem pensa e faz o Turismo acontecer 2 Rio de Janeiro Novembro | 2010

o o | 2010 · Novembro 2010 - nº 02 5 Editorial A revista Turismo em Pauta chega ao segundo número cumprindo o objetivo de suprir com in-formação e refl exão um setor que vai

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Quem pensa

e faz o Turism

o

acontecer

2

Rio de Janeiro

Novembro | 2010

Turismo em Pauta. / Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo – N. 2 (2010) – . Rio de Janeiro: CNC, 2010 –

Mensal

ISSN 2178-910X 1. Turismo. 2. Periódicos I. Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. Conselho de Turismo.

CDD 790.1805

As matérias podem ser integralmente reproduzidas, desde que citada a fonte.

Os artigos publicados nesta revista são de inteira responsabilidade dos autores.

Publicação disponível também em: www.cnc.org.br.

BrasíliaSBN Quadra 1 Bloco B nº 14, 15º ao 18º andarEdifício Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e TurismoCEP 70041-902PABX (61) 3329-9500 | 3329-9501E-mail: [email protected]

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Turismo em Pauta

Conselho Editorial:

Oswaldo Trigueiros Jr. (Editor Chefe), Eraldo Alves da Cruz (Editor Executivo), Arthur

Bosisio Junior, Cristina Calmon, Nely Wyse Abaur e Tânia Guimarães Omena.

Edição, ilustrações, capa e diagramação:

Assessoria de Comunicação da CNC/Programação Visual

Revisão:

DA/CAA-RJ/Secretaria Administrativa - CNC

SumárioEditorial ...................................................................................................................... 5

Megaeventos esportivos abrem portas para o turismo .......................... 7Orlando Silva de Jesus Júnior

Os olhos do mundo se voltam para o Brasil .............................................15Mário Augusto Lopes Moysés

Senac: educação profi ssional para o trabalho em turismo .................21Sidney Cunha

Pandemia H1N1 em 2009 – um olhar sobre o que aconteceu nos bastidores ...................................27Dr. Dirk Glaesser

Reinventar-se é preciso .....................................................................................33Carlos Alberto Amorim Ferreira

Desenvolvimento e agregação de valor e renda em comunidades de Mato Grosso ...............................................37Vanice Marques

Turismo de saúde em centros de excelência .............................................41Ibrahim Georges Tahtouh

Turismo Esportivo – Megaeventos .............................................................45Gilson Gomes Novo

Membros do Conselho de Turismo ................................................................51

Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo

PresidenteAntonio Oliveira Santos

Vice-Presidentes1º) José Roberto Tadros, 2º) Darci Piana, 3º) José Arteiro da Silva; Abram Szajman, Adelmir Araújo Santana, Bruno Breithaupt, José Evaristo dos Santos, José Marconi Medeiros de Souza, Laércio José de Oliveira, Leandro Domingos Teixeira Pinto e Orlando Santos Diniz.

Vice-Presidente AdministrativoJosias Silva de Albuquerque

Vice-Presidente FinanceiroLuiz Gil Siuffo Pereira

DiretoresAlexandre Sampaio de Abreu, Antonio Airton Oliveira Dias, Antônio Osório, Carlos Fernando Amaral, Carlos Marx Tonini, Edison Ferreira de Araujo, Euclides Carli, Fran-cisco Valdeci de Sousa Cavalcante, Hugo de Carvalho, Hugo Lima França, José Lino Sepulcri, Ladislao Pedroso Monte, Lázaro Luiz Gonzaga, Luiz Gastão Bittencourt da Silva, Marcelo Fernandes de Queiroz, Marco Aurélio Sprovieri Rodrigues, Pedro Jamil Nadaf, Raniery Araújo Coelho, Valdir Pietrobon, Wilton Malta de Almeida e Zildo De Marchi.

Conselho FiscalAnelton Alves da Cunha, Antonio Vicente da Silva e Arnaldo Soter Braga Cardoso.

Conselho de TurismoPresidenteOswaldo Trigueiros Jr.

Vice-presidenteEraldo Alves da Cruz

AssessoraMaria Joseneide Amorim Fernandes

*Posse da Diretoria realizada em 19 de dezembro de 2010 para o quadriênio 2010 - 2014

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EditorialA revista Turismo em Pauta chega ao segundo

número cumprindo o objetivo de suprir com in-formação e refl exão um setor que vai se consolidan-do como um dos mais dinâmicos da nossa economia.

São muitos os aspectos que merecem ser abor-dados – se queremos, de fato, transformar o País em um polo de atração turística de primeira gran-deza no mundo, à altura das potencialidades há muito identifi cadas.

Esta edição traz mais um time de especialistas re-conhecidos em suas áreas, com contribuições valiosas para todos os que pensam e fazem o turismo acontecer.

São aqui tratados o turismo esportivo, de saú-de, o turismo de base comunitária – estreitamente vinculado ao desenvolvimento local – e os desafi os impostos aos agentes por um mercado cada vez mais competitivo e exigente.

Outro tema na ordem do dia são as necessárias transformações previstas para o País, tendo em vista os grandes eventos esportivos de 2014 e 2016, que, na avaliação do Ministro do Esporte, Orlando Silva de Jesus Júnior, abrem as portas para o turismo.

Na linha dos trabalhos que analisam fatos mar-cantes para deles extrair lições a serem aprendidas, a Turismo em Pauta traz, também, os bastidores da crise causada em 2009 pela pandemia da gripe H1N1. E, de olho no futuro, a atuação do Senac no campo da educação profi ssional, em sintonia com as necessidades da chamada sociedade do conhe-cimento – uma pauta variada, que refl ete a nossa preocupação de prover aos leitores uma visão de 360 graus do setor turístico.

Boa leitura!

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Megaeventos esportivos abrem portas para o turismoOrlando Silva de Jesus JúniorMinistro do Esporte

O sentido de um evento esportivo global, como Copa do Mundo de Futebol ou Jogos Olímpicos, ultrapassa em muito as competições: é um momento de celebração, de convivência harmônica não só de torcidas, mas também de povos, etnias e culturas. É um momento de união e convivência entre diferenças. Para o país que recebe esses eventos, é uma grande oportunidade de mostrar suas faces diversas, que o mundo passa a conhecer melhor.

O turismo promove, de outras formas, as mesmas sensações. Viajar signifi ca vivenciar algo sem-

pre diferente, aprender com a diversidade, celebrar as diferenças dos países, dos povos e das etnias.

Ao conquistar a grande oportunidade de, em uma década, sediar os dois maiores eventos esportivos do mundo, o Brasil terá um longo período em que tanto o esporte como o turismo vão se benefi ciar e colher frutos – antes, durante e depois dos even-tos – em termos de movimentação econômica, ima-gem, qualifi cação e estruturação de suas instalações.

O efeito dos eventos esportivos mundiais que acontecerão no Brasil nos próximos anos – V Jogos Mundiais Militares (2011), Copa das Confederações

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(2013), Copa do Mundo 2014 e Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio-2016 – será multiplicado por uma série de encontros preparatórios e competições es-portivas regionais ou de modalidades determinadas.

Assim, durante a década que se inicia os olhos do mundo estarão voltados para o Brasil. Para se ter uma ideia, apenas nos jogos da Copa três bilhões de telespectadores estarão ligados no Brasil por meio da transmissão de 500 emissoras de TV de mais de 240 países. Precisamos estar preparados. Será o momento de o Brasil mostrar a sua capacidade de planejar e executar, prestar serviços de quali-dade, mostrar que, além de suas belezas naturais e sua diversidade cultural única, é capaz de realizar eventos globais com competência, organização e efi ciência e de receber o mundo de uma forma que

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só os brasileiros sabem fazer: com alegria, hospi-talidade, acolhimento.

As oportunidades de negócios também serão muitas. A estimativa atual é de que o País recebe-rá 600 mil turistas estrangeiros durante os jogos da Copa, que deverão gastar R$ 3,9 bilhões; além dos mais de três milhões de brasileiros que circula-rão pelo País, cujo gasto deverá girar em torno de R$ 5,5 bilhões.

O crescimento e a modernização da rede hote-leira já é uma necessidade. Com a movimentação turística prevista durante a reali-zação da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos, o investimento no setor passou a ser uma das prioridades para o País hospedar com conforto os seus visitantes. O BNDES abriu uma linha de fi -nanciamento de R$ 1 bilhão para o setor, e as consultas ao banco chegaram a R$ 2 bilhões. Isso mostra a grande receptividade do setor privado em investir e crescer em um país que ainda tem muito a explorar do seu potencial turís-tico. A iniciativa privada percebeu, inclusive, que os grandes eventos esportivos serão uma plataforma de promoção do Brasil e que o tu-rismo será incrementado também depois dos jogos.

A iniciativa privada percebeu, inclusive, que os grandes eventos esportivos serão uma plataforma de promoção do Brasil e que o turismo será incrementado também depois dos jogos. Os brasileiros terão um grande legado de infraestrutura, com a antecipação de obras que já são necessárias para o País, como a ampliação dos portos e dos aeroportos e a melhoria na mobilidade urbana.

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Os brasileiros terão um grande legado de infraestrutura, com a antecipação de obras que já são necessárias para o País, como a ampliação dos portos e dos aero-portos e a melhoria na mobilidade urbana. Para os jogos da Copa há obras de infraestrutura previstas para as 12 cidades-sede. Em ja-neiro deste ano os 12 Governa-dores e 11 Prefeitos (Brasília não tem prefeito) assinaram a Matriz de Responsabilidade, que defi niu os projetos e investimentos para cada um dos entes federativos. Esse documento está disponível no site do Ministério do Esporte,

com os projetos prioritários para a realização dos jogos e os cronogramas das obras.

Esse movimento vai gerar impacto social e eco-nômico para o País. Pesquisa feita pelo Ministério do Esporte revela que a Copa vai provocar uma movimentação de recursos na economia brasileira da ordem de R$ 183 bilhões, dos quais aproxima-damente R$ 47,5 bilhões (26%) são investimentos diretos (investimentos, gastos dos turistas e aumen-to do consumo) e cerca de R$ 135 bilhões, indire-tos (74%). Além do turismo, outros quatro setores da economia serão diretamente benefi ciados pela realização da Copa: infraestrutura, geração de em-pregos, consumo e tributos. A expectativa é que 332 mil empregos permanentes e 381 mil tempo-

Além do turismo, outros quatro setores da economia serão diretamente benefi ciados pela realização da Copa: infraestrutura, geração de empregos, consumo e tributos. A expectativa é que 332 mil empregos permanentes e 381 mil temporários serão criados no período de 2009 a 2014.

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rários serão criados no período de 2009 a 2014. A previsão de investimento do Governo Federal é de R$ 19,8 bilhões, sendo R$ 5,5 bilhões em aeroportos e R$ 740,4 milhões em portos.

Mostraremos ao mundo que o Brasil, um dos países com a matriz energética mais limpa do pla-neta, será capaz de realizar uma Copa Verde. Apro-veitando o novo regime global de mudanças cli-máticas, que entrará em vigor em 2014, o Governo brasileiro apoia projetos sustentáveis para a Copa. Serão utilizadas placas solares para aquecimento de água nos estádios, sistema de aproveitamento de recursos hídricos, reaproveitamento dos resíduos

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sólidos, bem como será feita reciclagem de resíduos e coleta seletiva do lixo produzido durante os jogos.

A Copa também terá a marca da transparência. O Governo Federal defi niu um modelo de gover-nança com nove Câmaras Temáticas, um sistema de monitoramento e controle para as obras nas 12 cidades-sede, além de um Comitê Gestor, um Gru-po Executivo e especialistas da Advocacia-Geral da União (AGU), responsáveis por acompanhar todas as operações.

Olimpíadas

Nos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio-2016, os investimentos públicos e privados, além daqueles previstos pelo Comitê Organizador, provocarão efei-tos multiplicadores não apenas no Rio de Janeiro. A previsão do projeto olímpico é de US$ 14,4 bilhões em investimentos, que provocarão uma movimen-tação econômica de US$ 51,1 bilhões no Brasil. Se-rão criados 120 mil empregos por ano durante a fase de preparativos e a realização do evento.

Estudo desenvolvido pelo Ministério do Esporte identifi cou os 55 setores da economia que mais

A previsão do projeto olímpico é de US$ 14,4 bilhões em investimentos, que provocarão uma movimentação econômica de US$ 51,1 bilhões no Brasil. Serão criados 120 mil empregos por ano durante a fase de preparativos e a realização do evento.

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poderão se benefi ciar com a realização do mega-evento. Entre eles, estão aqueles com maior movi-mentação em virtude dos jogos – construção civil (10,5%), serviços imobiliários e aluguel (6,3%), ser-viços prestados a empresas (5,7%), petróleo e gás (5,1%), serviços de informação (5%) e transporte, armazenagem e correio (4,8%).

As oportunidades estão abertas não apenas para os negócios, mas também para consolidar o País como potência esportiva. No dia 20 de setembro o Presi-dente Lula assinou medida provisória que promove ações de qualifi cação do esporte de alto rendimento. O objetivo é transformar o Brasil em uma potência esportiva, além de preparar os atletas brasileiros para que tenham uma boa performance em 2016.

Na perspectiva do Ministério do Esporte, esses eventos não devem ser a meta do plano gover-

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namental, como não devem ser o objetivo único do esporte no Brasil. Sua realização representa o ponto de partida para um novo modelo de desen-volvimento do esporte de alto rendimento no País. Esses eventos serão a plataforma para colocar na agenda pública e na agenda nacional a temática do esporte. Para o turismo, será a oportunidade de consolidar o Brasil na posição de um dos grandes destinos globais.

As oportunidades estão abertas não apenas para os negócios, mas também para consolidar o País como potência esportiva. No dia 20 de setembro o Presidente Lula assinou medida provisória que promove ações de qualifi cação do esporte de alto rendimento.

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Os olhos do mundo se voltam para o Brasil Mário Augusto Lopes MoysésMário Moysés é graduado em Física e pós-graduado em Finanças. Foi Chefe de Gabinete e Secretário Executivo do Ministério do Turismo, função que passou a acumular com a Presidência da Embratur.

As grandes transformações que o Brasil viveu nesta década ganharão novo impulso com a realização da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016.

A oportunidade de projetar o País no mundo e construir uma imagem de modernidade e com-

petência para receber grandes eventos, aliada às já conhecidas belezas naturais e culturais do Bra-sil, farão do nosso país um dos principais destinos turísticos do mundo até 2016. Até lá, receberemos grandes investimentos em infraestrutura, mobili-dade, projetos ambientais, qualifi cação de pessoal e renovação de várias áreas urbanas.

Mas a grande oportunidade será revelar um país pouco conhecido em toda a sua diversidade para bilhões de pessoas que acompanham pela imprensa os eventos e seus preparativos. Esses espectado-res não assistem apenas às competições, mas têm acesso à divulgação da cultura e dos principais atrativos turísticos.

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O Instituto Brasileiro de Turismo (EMBRATUR), como autarquia do Ministério do Turismo respon-sável por promoção, marketing e apoio à comercia-lização dos destinos, serviços e produtos turísticos brasileiros no exterior, já deu o pontapé inicial para contribuir com esse processo, que envolve não só o Governo, mas toda a sociedade brasileira.

Lançamos, em dezembro de 2009, o Plano Aquarela 2020 – es-tudo que defi ne estratégias, metas e objetivos de marketing interna-cional do turismo brasileiro e as ações a serem implementadas na próxima década.

Houve um trabalho de diag-nóstico imenso, baseado em várias pesquisas, que investigou desde a imagem que o estrangeiro tem do Brasil e sua intenção de retorno para a Copa e as Olimpíadas, ouviu lideranças nacionais do turismo e considerou estudos internacio-nais de mercado. Foi esse amplo levantamento que embasou a ela-boração do Plano Aquarela 2020, e o resultado é um estudo técnico de altíssimo nível, que norteará

as ações de promoção internacional do Brasil na próxima década.

A construção da imagem

Para contribuir na construção da futura imagem do País, fi zemos alguns questionamentos. Como

Como será o Brasil como destino turístico em 2020? Que imagem os viajantes estrangeiros levarão do Brasil? Como será o posicionamento do País no mercado de turismo global após a realização da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos? Teremos novos produtos e destinos?

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será o Brasil como destino turístico em 2020? Que imagem os viajantes estrangeiros levarão do Brasil? Como será o posicionamento do País no mercado de turismo global após a realização da Copa do Mun-do e dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos? Teremos novos produtos e destinos?

A partir daí, a estratégia foi construída em dois pilares: o primeiro foi o posicionamento competitivo que o Brasil tem, como líder na América Latina, para os principais destinos turísticos do mundo. Esse posi-cionamento é resultado do trabalho realizado desde 2003, quando o Ministério do Turismo foi criado para garantir a implementação de políticas públicas para o setor e a Embratur recebeu a missão de promover o Brasil como destino turístico no exterior – um empenho que trouxe impactos diretos para o de-senvolvimento do País, como a entrada de US$ 5,3 bilhões em 2009 (cifra 114% superior à de 2003) e a consolidação do Brasil no sétimo lugar entre os países que mais recebem eventos internacionais no mundo. O País subiu 12 posições no ranking desde 2003, quando ocupava o 19º lugar.

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O segundo foi o conjunto de pesquisas periódi-cas realizadas com visitantes estrangeiros, repre-sentantes do setor turístico no Brasil e no exterior, sondagens de imagens e acompanhamento da imprensa internacional.

Planos para o futuro

Depois de realizar todo o diagnóstico, é possível traçar metas para o futuro, entre elas, aumentar em 300% a entrada de divisas com os gastos dos estrangeiros no Brasil de 2010 a 2020 – alcançando US$ 17,6 bilhões.

Também pretendemos aumentar em 113% o turismo internacional de 2010 a 2020 – chegando a 11,1 milhões de visitantes estrangeiros no fi nal da próxima década. Nossa expectativa é de rece-ber 500 mil turistas estrangeiros no Brasil na Copa

2014 e de fazer com que 25% deles viagem pelo País, além da cidade-sede dos jogos a que vão assistir, e em 15% em 2016, ano dos Jogos Olímpicos Rio 2016, em relação ao ano anterior.

Também é meta da Embratur manter um crescimento susten-tado de, no mínimo, um ponto percentual acima do crescimento da América do Sul e consolidar a liderança na região, com uma quota de 27% do número de tu-ristas do continente.

Aproximadamente 250 reportagens já foram publicadas em diversos países, alcançando um público de cerca de 118 milhões de pessoas, o que representa grande impacto na formação de opinião favorável sobre o País enquanto destino turístico e sede da Copa de 2014

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Rumo a 2020: O Brasil te chama. Celebre a vida aqui!

O cronograma de ações para 2010 foi o pon-to de partida para aproveitar as grandes oportu-nidades que começaram durante a realização da Copa da África do Sul, quando montamos a Casa Brasil - Brazil Sensational Experience e tivemos es-paços para exposição e relacionamento com públicos específi cos, como imprensa, formadores de opinião e família esportiva, além do grande público presente aos jogos e eventos.

Foram 26 dias de atividades culturais, seminários, rodadas de negócios, workshops, visitas de estu-dantes sul-africanos e exposição das diversidades cultural, natural e de tecnologia avançada que o Brasil oferece ao mundo.

Recebemos mais de 20 mil visitantes de 102 países, dos quais 914 eram profi ssionais das mí-dias brasileira e internacional. Aproximadamente 250 reportagens já foram publicadas em diversos países, alcançando um público de cerca de 118 milhões de pessoas, o que repre-senta grande impacto na forma-ção de opinião favorável sobre o País enquanto destino turístico e sede da Copa de 2014.

Em Joanesburgo também lan-çamos a campanha publicitária de promoção turística internacional realizada pela Embratur, intitulada O Brasil te chama. Celebre a vida aqui. São fi lmes, peças gráfi cas e ações em mídias sociais que con-

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vidam o mundo a visitar o País. O investimento al-cança US$ 30 milhões até o fi nal de 2010 – em ações que envolvem publicidade em TVs, jornais, revistas e catálogos internacionais de operadores turísticos, ações de relações públicas com a imprensa inter-nacional, mídia na internet e mídias sociais, painéis em aeroportos e outdoors em 15 países, publicações e material promocional sobre as 12 cidades-sede da Copa do Mundo Fifa de 2014, aplicativos para telefone celular e promoção em eventos turísticos em cerca de 30 países.

Para 2011 prevemos uma grande agenda inter-nacional – que inclui feiras, seminários e workshops nos principais países emissores de turistas do mun-do. Além disso, treinamento de agentes de viagens, contato com o mercado turístico internacional para inclusão de novos destinos nos catálogos de venda internacionais feitos pelos escritórios brasileiros de turismo no exterior; programa de visita de jornalistas estrangeiros ao Brasil e assessoria de comunicação permanente em 10 países; campanhas de publicida-de; e programa de comunicação digital.

Daqui para frente, a articulação desse traba-lho e de outras iniciativas do Ministério do Turis-mo com os Estados e cidades-sede será feita por meio da Câmara Temática Nacional de Desenvol-vimento Turístico, em que o trade também tem participação. Sem contar, naturalmente, com o contato permanente que mantemos com todos os envolvidos na promoção, para elevar o turismo brasileiro a um novo patamar.

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Senac: educação profi ssional para o trabalho em turismoSidney CunhaEconomista, graduado pela Universidade Federal FluminensePós-graduação em Gestão Empresarial e Novas TecnologiasMBA - Fundação Getulio Vargas Diretor-Geral do Senac desde Dez./2001

Vivemos na sociedade do conhecimento, em que aprender e ensinar romperam as fronteiras. Essa nova visão é um permanente desafi o tanto para a educação brasileira, por ser um veículo transformador, como para o Senac, que (re)qualifi ca trabalhadores para as diversas realidades do mundo do trabalho.

Segundo o fi lósofo Pierre Levy (2004), “Trabalhar equivale, cada vez mais, a aprender, transmitir

saberes e produzir conhecimentos”. Nesse senti-do, tão importante quanto o aluno saber fazer as tarefas de seu posto de trabalho é desenvol-ver conhecimentos gerais e estratégias mentais que permitam deslocar seus conhecimentos para outras dimensões. A maior competência exigida é a de aprender a aprender, de forma continuada. Essa é a visão que o Senac passa para seus alunos, inclusive os que procuram nossas programações em turismo e hospitalidade. Mais do que garçons ou camareiras bem preparados, preparamos cida-dãos plenamente conscientes.

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O documento Pacto pela Valorização da Educação Profi ssional e Tecnológica - por uma profi ssionalização sustentável, que tem como enti-dades signatárias o Ministério da Educação do Brasil, o Conselho de Dirigentes dos Centros Federais de Educação Tecnológica, o Conselho dos Diretores das Escolas Agrotécnicas Federais, o Conselho dos Dire-tores das Escolas Técnicas Vinculadas às Universida-des Federais e o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica e Profi ssional, lançado em 2004 durante a 2ª Reunião Ordinária do Fórum Nacional de Educação Profi ssional e Tecnológica, revela a importância da educação nessa nova abor-dagem da profi ssionalização:

“Os novos processos sociais e de trabalho exi-gem uma nova pedagogia e uma nova epis-temologia. Essa pedagogia formará e educará cidadãos críticos e profi ssionais competentes, com autonomia ética, política, intelectual e tecnológica.” (MEC, 2004)

Nesse contexto, emerge na educação profi ssional a pedagogia das competências, em que a interdis-ciplinaridade ganha importância, devendo ir além da justaposição de disciplinas. No caso específi co do turismo, a interdisciplinaridade permite traba-lhar simultaneamente conteúdos que envolvam a economia turística, o meio ambiente, a gestão da oferta turística, entre outros. Assim, agir de forma ética no trabalho também é uma competência, da mesma forma que saber operar um computador ou falar inglês de forma fl uente. Nossos alunos saem do Senac sabendo que, nas relações turísticas, por

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exemplo, é fundamental apresentar mais do que boas técnicas, simpatia e cordialidade. Há a neces-sidade de alcançar a empatia, ou seja, antever as reações e o entendimento do público-alvo em face do fenômeno turístico, sentir como se estivesse na situação e nas circunstâncias experimentadas pelo outro. Dessa forma, para planejar e pensar o turis-mo, o profi ssional tem de saber ouvir, comunicar-se, negociar, liderar e também “saber aprender”.

Mais do que nunca, comprovamos o papel da educação como fator estratégico para o desenvolvi-mento humano e para a competitividade empresarial brasileira na nova ordem econômica mundial. É nes-sa direção que o Senac caminha, respondendo pela profi ssionalização dos trabalhadores, em especial os jovens, com um resultado que supera a marca de dois milhões de atendimentos por ano – apenas o eixo Hospitalidade e Lazer, em que o turismo está incluído, contabiliza cerca de 120 mil matrículas

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anuais em educação profi ssional (Formação Inicial e Continuada, Educação Profi ssional Técnica de Nível Médio e Educação Superior), com cursos compostos por cargas horárias compatíveis com as com-petências exigidas pelo mercado de trabalho do País.

Para manter seu portfólio atualizado, a instituição está sem-pre atenta às diretrizes políticas definidas pelos Ministérios da Educação, do Trabalho e Empre-go e do Turismo, bem como às demandas locais e às tendências mundiais por qualifi cação profi s-sional apontadas pelos empresá-

rios do setor do comércio de bens, serviços e turismo. São essas demandas e tendências que reconfi guram os perfi s das ocupações e levam à busca por novas tecnologias educacionais.

Sempre contando com a liderança e o apoio da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Servi-ços e Turismo, o Senac também empreende perma-nentes esforços e investimentos para colaborar com a inclusão social, por meio de diversas iniciativas. Entre elas, está o Programa Senac de Gratuidade, que oferece cursos inteiramente gratuitos à população de baixa renda. Esse programa, como todas as ações sociais da instituição, traz um olhar diferenciado sobre a cadeia produtiva do turismo, procurando preparar trabalhadores cada vez mais qualifi cados.

Utilizando-se de recursos instrucionais multifun-cionais, a estrutura física do Senac propicia o desen-

Utilizando-se de recursos instrucionais multifuncionais, a estrutura física do Senac propicia o desenvolvimento da metodologia presencial, incluindo aulas práticas em nossos hotéis-escola, restaurantes-escola e lanchonetes-escola, e da modalidade a distancia

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volvimento da metodologia presencial, incluindo aulas práticas em nossos hotéis-escola, restauran-tes-escola e lanchonetes-escola, e da modalidade a distancia, contando com professores especializados, recursos de teleconferências e programas de rádio, com grande abrangência, para a sensibilização de um público dos Municípios interioranos. Nos pro-gramas radiofônicos, por exemplo, são abordadas questões focadas no combate ao turismo sexual com crianças e adolescentes, nas boas práticas alimen-tares, entre outras.

Com a experiência de mais de 60 anos de serviços prestados ao País, via educação profi ssional, o Senac sente-se preparado para colaborar com os megae-ventos que se realizarão no Brasil nos próximos anos, em particular a Copa do Mundo. Para isso, elaborou o Programa de Educação Profi ssional Senac na Copa 2014, que possui objetivos bem defi nidos: reafi rmar o nome do Senac como a principal instituição de qualifi cação profi ssional em atividades do comércio de bens, serviços e turismo para o evento e estreitar ainda mais os laços com os diversos elos da cadeia produtiva do turismo.

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Para cumprir o primeiro objetivo, os 12 Departa-mentos Regionais cujos estados sediarão jogos da Copa fi zeram estudo que prevê a oferta, de 2011 a 2014, de aproximadamente um milhão de oportuni-dades, entre cursos e atendimentos, ligadas às princi-pais ocupações necessárias para que o País apresen-te uma performance positiva no evento. Entre essas ocupações, o principal destaque são as ocupações voltadas a turismo, gastronomia, hotelaria e lazer. Além disso, a Instituição vem desenvolvendo cursos on-line e materiais didáticos para os trabalhadores que, já no mercado, buscam aperfeiçoamento.

Para ampliar o relacionamento com o setor de tu-rismo, o Senac realizou, em 2010, pesquisa em parce-ria com a Federação Nacional de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares nas cinco regiões brasileiras para

conhecer as demandas em alimen-tação e hotelaria para a Copa. Tam-bém merece destaque a parceria fi rmada pelo Senac com o Cartão BNDES, a fi m de que micros e pe-quenos empresários busquem li-nhas de fi nanciamento para capa-citar seus empregados em turismo, hospitalidade e idiomas.

É dessa forma, aliando visão antecipatória, comprometimento e criatividade, que o Senac espe-ra continuar colaborando com a educação brasileira, com a qua-lifi cação permanente dos traba-lhadores e com a consolidação do Brasil como uma das principais economias do mundo.

Os 12 Departamentos Regionais cujos estados sediarão jogos da Copa fi zeram estudo que prevê a oferta, de 2011 a 2014, de aproximadamente um milhão de oportunidades, entre cursos e atendimentos, ligadas às principais ocupações necessárias para que o País apresente uma performance positiva no evento

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Pandemia H1N1 em 2009 – um olhar sobre o que aconteceu nos bastidores Dr. Dirk GlaesserGerente de Gestão de Risco e Crises da Organização Mundial do Turismo (OMT)

Neste momento, mais de um ano depois, é interessante olhar para trás, recapitular o que aconteceu na pandemia de gripe H1N1 de 2009 e as lições aprendidas.

A pandemia de 2009 trouxe muitas lições para to-dos nós. Não só tem origem em uma área dife-

rente da região asiática esperada, onde o H5N1 foi predominante, mas também a taxa de mortalidade foi muito menor do que a maioria dos planos de pandemia e preparações desenvolvidos. No entan-to, já nesta fase se pode concluir que a pandemia H1N1 em 2009 foi, apesar de sua severidade leve, extremamente prejudicial para o setor de viagens e turismo. Embora seja difícil avaliar o custo global da pandemia, não seria muito longe da realidade afi rmar que 50% do ônus econômico dessa pande-mia foi arcado pelo setor de viagens e turismo.

O ato de nomear uma nova doença é importante para se referir a ela de uma forma correta e consis-tente. Anteriormente, pandemias tiveram fama por causa do local em que apareceram ou do local do

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incidente atribuído. As inconsistências dessa natu-reza podem e devem ser evitadas. Já na fase mais inicial, a Organização Mundial do Turismo (OMT) recomendou fazer uso de situações futuras pré-

-aprovadas e nomes especialmente testados, seja de forma artifi cial, conforme usado no caso de produtos

farmacêuticos, seja pela adoção de nomes, como no caso de furacões. O público em geral não deve, em nenhum momento, perceber as inconsistências nessa rotulagem, nem as regiões, os países ou ou-tros setores devem ser prejudica-dos por causa do estigma.

As comunicações dirigidas mostraram-se extremamente úteis durante o início da pandemia, quando as partes interessadas do setor e os Estados-membros fo-ram informados diretamente. Isso lhes permitiu tomar as medidas necessárias para se preparar ain-da mais e garantir o bem-estar de seus próprios agentes e clien-tes. Os esforços de comunicação

indiferenciados por meio de comunicados à impren-sa clássica não teriam alcançado o mesmo objetivo e a mesma efi ciência. As informações e consultas dos agentes principais da OMT e da Rede de Res-posta à Emergência de Turismo (TERN, na sigla em inglês) permitiram comunicações em duas vias, que, por sua vez, melhoraram a pertinência das mensa-gens e ações por todas as outras partes interessadas, incluindo a OMT, a Organização Mundial de Saúde

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(OMS) e a Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO, na sigla em inglês).

A complacência foi, antes e durante a pandemia, um grande problema. Naturalmente, muitas pes-soas envolvidas tiveram difi culdades em avaliar a relevância de suas próprias ações para os esforços de resposta glo-bal. Como consequência, a OMT iniciou, imediatamente após a primeira onda que afetou o he-misfério norte e chegou ao hemis-fério sul, a “Análise e Preparação de Exercícios”, que, diferentemen-te dos exercícios de simulação realizados anteriormente, visava identifi car as boas práticas e as defi ciências (evitamos o uso do termo “lições aprendidas”, como era naquela fase, cedo demais para tirar conclusões desse tipo). Curiosamente, as partes interes-sadas do setor tiveram, sobretudo, um grande interesse na manuten-ção da vigilância e da prontidão, enquanto, em vários casos, as autoridades sanitárias dos países que ainda não tinham experimentado uma primeira onda tiveram problemas na justifi cativa de seus esforços de pre-paração para pandemia.

A divulgação de informações de forma rápida e transparente sobre incidentes como as doenças transmissíveis é muito importante para tentar conter a propagação da doença bem desde o início. Como as viagens e o turismo são fortemente impactados

A recomendação de que pessoas doentes não deveriam embarcar em uma viagem internacional estava certa, mas a ênfase estava errada. No caso de uma pandemia, as pessoas doentes devem fi car em casa, não devem viajar de modo algum, quer para o local de trabalho, quer para viagens nacionais ou internacionais.

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por comunicações malfeitas e ações inconsistentes, os danos causados ao setor poderiam ser evitados. Isso exige um tratamento profi ssional não só dos es-forços de comunicação, mas também de novas ideias que têm de ser desenvolvidas para melhor apoiar os países que, para o benefício de muitos outros, rela-taram os incidentes de forma ágil e confi ável. Dessa forma, permitiram que a comunidade internacional ganhasse tempo valioso para sua própria preparação.

É claro que um vírus desse tipo pode surgir em qualquer momento e em qualquer lugar do mundo, mas o fato de que o México teve de suportar sozinho o peso econômico de cerca de 3 bilhões de euros só para as suas viagens e turismo é algo em que devemos pensar. Um processo de apoio cuidadoso e de incentivo sincero na divulgação de informações deve ser estudado, para que possamos estar mais bem preparados para o futuro.

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A forma de se expressar é de suma importância no processo de elaboração de mensagens, sobretudo levando-se em consideração que as declarações ofi -ciais da OMS foram as referências de nível mundial para as declarações feitas por outras pessoas, nas organizações internacionais ou nacionais, no setor público ou no privado, de saúde ou outros setores. A OMT estava, portanto, muito interessada em garantir a utilização adequada da terminologia relacionada com viagens e turismo, que foi, muitas vezes, usada em comunicados da OMS.

A recomendação de que pessoas doentes não deveriam embarcar em uma viagem internacional estava certa, mas a ênfase estava errada. No caso de uma pandemia, as pessoas doentes devem fi car em casa, não devem viajar de modo algum, quer para o local de trabalho, quer para viagens nacionais ou in-ternacionais. Em termos de recomendação, portanto, a frase “se estiver doente, é prudente adiar viagens internacionais” põe a tônica desnecessária em via-gens internacionais. A melhor forma teria sido dizer

“se estiver doente, é prudente e responsável fi car em casa e evitar viajar até estar totalmente recuperado”.

Embora a OMS concordasse, em princípio, com essa objeção, o enquadramento jurídico do Regula-mento Sanitário Internacional (RSI) trata apenas da

Não importa quais sejam as conclusões a posteriori, as questões de saúde estão entre os principais desafi os para um desenvolvimento turístico sustentável. As lições aprendidas com a gestão dessa pandemia são muito importantes.

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perspectiva internacional e fortalece a OMS só para as declarações relacionadas a isso. No entanto, esse é um exemplo de destaque de uma área que poderia demonstrar inconsistências desnecessárias e que se-ria difícil explicar ao público em geral. Essa questão deve ser resolvida no futuro, respeitando a neces-sidade de as autoridades nacionais tomarem ações individuais e fazerem suas próprias recomendações.

Há muitos pontos de vista diferentes sobre se essa pandemia foi gerida da forma correta ou não. Não importa quais sejam as conclusões a posteriori, as questões de saúde estão entre os principais desa-fi os para um desenvolvimento turístico sustentável. As lições aprendidas com a gestão dessa pandemia são muito importantes. Elas nos servem bem não só na área dos riscos para a saúde, mas também para toda a preparação do trabalho envolvendo vários riscos que o setor está realizando. Como essa pande-mia também recebeu destaque como nenhum outro evento antes, promoverá a preparação e a resposta de vários setores, que certamente nos permitirão dar um passo a mais, com o objetivo último de alcan-çar um desenvolvimento sustentável do turismo e garantindo a segurança e o bem-estar de todos os viajantes e comunidades de acolhimento.

As informações aqui tratadas estão documentadas em artigos e publicações da OMT e da OMS.

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Reinventar-se é precisoCarlos Alberto Amorim FerreiraEngenheiro por formação, iniciou sua trajetória no turismo como sócio na agência CL Turismo, fundada em 1980, no Rio de Janeiro. Ingressou na Abav/RJ em 1991 e, atualmente, é Presidente da Abav Nacional.

Hoje, mais do que nunca, é preciso focar no cliente, conhecer mercados, produtos e serviços diferenciados que possam ampliar o leque de opções para seus passageiros, que agreguem valor às viagens e deem retorno fi nanceiro às empresas.

O mercado de agenciamento turístico é volúvel, turbulento, incerto e, por isso, tende a passar

por grandes transformações. Este ano não foi di-ferente. O corte no comissionamento na venda de bilhetes internacionais, que conseguimos postergar por 10 anos, chegou. E o pior é que ninguém pode dizer que fi cou surpreso. Indignado, sim, certamen-te. Mas surpreso seria até hipocrisia da nossa parte.

Esse cenário começou a se desenhar em 2000 e, ao contrário do que aconteceu em diversas partes do mundo, no Brasil a ação da Abav ainda conse-guiu postergar o irreversível. Ainda assim, tivemos uma década para nos prepararmos para esse novo cenário, mas poucos foram aqueles que tiraram o foco, quase exclusivo, da venda de bilhetes aéreos de seus negócios.

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Hoje, mais do que nunca, é preciso focar no cliente, conhecer mercados, produtos e serviços diferenciados que possam ampliar o leque de opções para seus passageiros, que agreguem valor às via-gens e deem retorno fi nanceiro às empresas.

Não por acaso, o tema do 38º Congresso Brasi-leiro de Agências de Viagens e Feira das Américas, totalmente voltado para o business, foi Agente e Cliente: A Melhor Relação. Nossa intenção foi apon-tar novas soluções para fomentar negócios, indicar tendências do setor e promover networking. No evento, reunimos lideranças dos segmentos de Cru-zeiros Marítimos, Corporativo, Assistência de Viagem, Locação de Veículos, Operadoras, Turismo Rodoviá-rio e Receptivo, além de especialistas nas áreas de tecnologia e consórcio de viagem, para mostrar as diversas alternativas para o setor de agenciamento diante do novo cenário.

Os objetivos da Abav têm sido oportunizar van-tagens competitivas para suas agências, oferecendo alternativas para que os agentes de viagens possam enfrentar novos desafi os; dar ferramentas para que

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os agentes de viagens se aproximem desses novos consumidores; apresentar produtos que possam ser agregados aos serviços ofertados; e capacitar seus associados.

E, nessa caminhada, temos nos aliado a grandes parceiros, como o Ministério do Turismo, o Sebrae e a Embratur. Executamos este ano o Projeto Bench-marking em Turismo, que promove um importan-te intercâmbio de informações e aprendizado ao levar empresários para conhecer destinos que são referências em seus segmentos.

Por meio do Programa de Desenvolvimento Setorial em Agenciamento e Operações Tu-rísticas (PROAGÊNCIA), a Abav lançou os livretos Estratégias de Inteligência Competitiva para as Agências de Viagens; Oportunida-des de Compras com o Governo: Manual Prático para as Agên-cias de Viagens; e Estratégias de Marketing para Agências de Turismo Receptivo. São ferramentas que podem aumentar, e muito, a com-petitividade das empresas. Temos, ainda, diversos cursos de educação a distância, que democratizam ensinamentos e promovem capacitação.

Assinamos um acordo de cooperação com o Grupo Fitta para que as agências associadas pudes-sem realizar operações de câmbio. Fizemos, ainda, uma parceria com a J3 Operadora Logística, que está lançando o primeiro GDS com foco no transporte rodoviário de passageiros, nos mesmos moldes do sistema utilizado para a venda de passagens aéreas.

O fato é que a nova classe média quer adquirir seu carro zero, ampliar seu imóvel e, claro, quer viajar. É preciso, agora, que o agente de viagens capture essa nova demanda.

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E, a fi m de facilitar a venda de pacotes turísti-cos para os mais de 30 milhões de brasileiros que formam a nova classe média, a Abav lançou o pro-grama Viaja Fácil Brasil, um consórcio que oferece aos clientes a possibilidade de parcelar a viagem em até 36 vezes. O fato é que a nova classe média quer adquirir seu carro zero, ampliar seu imóvel e, claro, quer viajar. É preciso, agora, que o agente de viagens capture essa nova demanda.

Existem muitos caminhos e alternativas para que os agentes de viagens se reinventem. Portanto, o recado que quero deixar a todos eles é que o futuro é agora. Saiam na frente, libertem-se de práticas antigas, ousem, sejam os melhores no que fazem, porque nada nem ninguém será capaz de tirar do agente de viagens um cliente satisfeito e agradecido por tornar sua viagem uma experiência gratifi cante, inesquecível e a um preço justo. Essa é a especiali-dade de um agente de viagens.

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Desenvolvimento e agregação de valor e renda em comunidades de Mato Grosso Vanice MarquesNatural de Dourados (MS). Formação Acadêmica: Bacharel em Ciências Contábeis, com pós-graduação em Gerência de Cidades e Auditoria e Administração Financeira. Secretária de Estado de Desenvolvimento do Turismo do Mato Grosso.

O turismo de base comunitária encontra forte potencial naquelas comunidades onde a agricultura familiar pode ser agregada a outras iniciativas, como produção artesanal e culinária regional.

Mato Grosso vivencia seu fortalecimento eco-nômico, passando de produtor de matérias-

-primas agrícolas para um estado moderno e arroja-do, com verticalização de sua economia. E, inserida nesse cenário, a atividade turística ganha mais for-ça quando visualizamos inúmeras alternativas para fazer crescer um setor que, aqui, encontra um dos maiores potenciais do Brasil: o turismo de base co-munitária e, com ele, várias possibilidades de seg-mentação, como o turismo rural.

O turismo de base comunitária se estabelece quando comunidades locais tomam a iniciativa de desenvolver e ofertar, em destinos turísticos, pro-dutos como artesanato, alimentação, hospedagem, atividades culturais, entre outros . Dessa forma, o tu-rismo de base comunitária se traduz em um modelo alternativo de desenvolvimento na medida em que

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pode ser organizado pelos princípios da economia solidária, pelo associativismo, pelo cooperativismo e pela valorização da cultura local.

Contextualizando essas atividades em nosso es-tado tão rico em potencialidades turísticas, com ati-vidades da agricultura familiar e núcleos artesanais organizados em vários municípios, analisamos que,

para muitas comunidades, o caminho do fortaleci-mento e da geração de renda tem como forte opção o turismo de base comunitária, uma vez que essa atividade propicia às famílias ou núcleos produto-res a oportunidade de assumirem o papel de atores principais na oferta de produtos e serviços turísticos.

Esta é uma alternativa de organização para al-guns roteiros ou regiões: compatibilizar a oferta de

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produtos e serviços turísticos com a promoção de melhorias na qua-lidade de vida das comunidades locais. Mesmo entendendo que o segmento ainda é pouco conheci-do, este tem se apresentado como fértil campo de estudo e como demandante de uma ação mais efetiva por parte do poder públi-co. Nessa realidade, iniciamos, na Secretaria de Desenvolvimento do Turismo junto a comunidades em diferentes municípios, o planeja-mento de ações para estimular o turismo de base comunitária a partir de iniciativas como o fortalecimento de núcleos envolvendo atividades desde a agricultura familiar, passando pela cultura e pelo artesanato. Entre as comunidades com for-te potencial para desenvolvimento do trabalho de turismo de base comunitária, temos os Municípios de Chapada dos Guimarães, Barão de Melgaço, Po-coné, Cuiabá e também os que integram a Rota das Águas – Curvelândia, Lambari d’Oeste, Reserva do Cabaçal, Salto do Céu e Rio Branco. Na Rota, por exemplo, está sendo desenvolvido, em cooperação com o setor privado e o poder público, um modelo de roteiro turístico que contempla vários segmentos que vão do ecoturismo ao turismo rural e ao turismo de base comunitária, estimulando essas localidades a mostrar o seu potencial dentro de uma perspectiva que possa melhorar a renda das famílias envolvidas, agregar valor à produção, integrar os indivíduos e gerar bem-estar social.

Aos poucos, a população dessas cidades começa a assimilar a importância de estruturar melhor seus estabelecimentos, buscar mais informações sobre sua história e sua cultura, com elementos que reforcem a identidade de cada local, de cada comunidade

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Aos poucos, a população dessas cidades começa a assimilar a importância de estruturar melhor seus estabelecimentos, buscar mais informações sobre sua história e sua cultura, com elementos que refor-cem a identidade de cada local, de cada comunidade. Sabemos que o turismo ainda não é a principal ati-vidade nesses locais citados anteriormente. Contudo, o setor somente terá o efeito de gerar os benefí-cios desejados com organização e continuidade das ações. Todas as cidades têm potencial, cada uma com sua peculiaridade, e o turismo oferece a alter-nativa de desenvolvimento ordenado e a inserção dessas comunidades na divulgação e promoção da essência e da identidade do povo mato-grossense – caloroso e lutador por natureza.

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Turismo de saúde em centros de excelênciaIbrahim Georges TahtouhPresidente da IT MICE Travel Solutions, diretor do Covia da Associação de Marketing Promocional (AMPRO), membro da Society of Incentive Travel Executives (SITE), titular da cadeira 16 da Academia Brasileira de Eventos no segmento Viagens de Incentivo.

A Área de turismo de saúde, que se ampliou desde a sua criação, em 1999, extrapolou o SAUDE SÃO (Produto turístico criado pela IT MICE para receber turistas de congressos e eventos em São Paulo, com a fi nalidade de estender a permanência destes no Estado).

Esse produto também pode ser utilizado como ferramenta de marketing motivacional e de

incentivo para todo o corpo de corretores de segu-ros, assim como as seguradoras oferecerem a seus clientes como reconhecimento por fi delidade. O segmento mais adequado é o de seguro de vida e previdência, porque, com um excelente check-up, o cliente pode vir a se tratar e evitar a morte, acarre-tando indenização por parte da seguradora.

Agora, chegamos aos procedimentos mais amplos e que atendem às necessidades de vários públicos; e isso já não é viagem de incentivo, mas turismo de saúde em centros de excelência.

Esses acordos têm de ser firmados com os mais renomados e reconhecidos hospitais, clínicas e profissionais certificados internacionalmente e que só elevam o conceito Brasil de excelência em medicina e odontologia.

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Por se tratar de uma área com total especialização e que demanda cuidados diferentes do turismo regu-lar, temos de oferecer uma estrutura montada para receber solicitações de medicina preventiva, medicina estética e corretiva, odontologia e implantologia, me-dicina eletiva e, por fi m, bem-estar e cosmetologia.

Toda a parte de atendimento no processo seleti-vo para encaminhamento à área e ao procedimento mais adequado a cada caso está centrada no Con-selho Brasileiro para Promoção da Saúde e Bem-

-Estar (CBPSB), que, através de análise da anamne-se própria de cada paciente/cliente por profi ssio-nais de cada área, indicará, com responsabilidade de diagnóstico, os locais, opções personalizadas por especialização e também pela cobertura do seguro–saúde por país de origem, orientando quanto às documentações necessárias.

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O serviço se completa, aí sim, com o Departamento de Operações Logísticas de Viagens Especiais - CBPSB, com os cuidados, indicações e orientações próprios a cada caso, oferecendo e viabilizando as opções para o paciente e seus acompanhantes, com voos em com-panhias aéreas que possam oferecer diferenciais de atendimento em terra e no ar, receptivo e traslados com veículos adequados às mais diversas necessida-des, guias especializados e dedicados, tradutores da terminologia médica, hotelaria com apartamentos adequados e adaptados, alimentos e bebidas que possam obedecer a dietas especiais, orientação reli-giosa, documentação de viagem com vistos, vacinas, procedimentos especiais para casos de emergência, etc., sintonizados com o agendamento hospitalar ou cirúrgico, e, por fi m, atividades de lazer e turismo para o paciente/cliente e seus acompanhantes no tempo livre antes, durante e após os tratamentos. Providen-ciar comprovantes ofi ciais para seguradoras em todo o mundo, para o perfeito ressarcimento de despesas, é um dos pontos fundamentais.

Geralmente, as permanências são mais longas que em qualquer outro tipo de viagem, o que faz com que se crie uma identidade com as pessoas e o destino e se motivem os pacientes a voltar para exames de rotina com mais tempo e outros parentes, para aproveitar a estrutura turística com mais saúde e disposição. É

Geralmente, as permanências são mais longas que em qualquer outro tipo de viagem, o que faz com que se crie uma identidade com as pessoas e o destino e se motivem os pacientes a voltar para exames de rotina com mais tempo

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uma forma inteligente de otimizar a infraestrutura hospitalar, diagnóstica e médica e, com isso, gerar receita para que se atualizem os equipamentos e pesquisas, benefi ciando, assim, indiretamente toda a população brasileira e gerando mais empregos com alta especialização.

Criar novas soluções com inteligência e respeito é muito mais do que vender uma passagem aérea e uma reserva de hotel. Dedique-se e crie. Por isso o turismo é a indústria da paz.

Criar novas soluções com inteligência e respeito é muito mais do que vender uma passagem aérea e uma reserva de hotel. Dedique-se e crie. Por isso o turismo é a indústria da paz.

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Turismo Esportivo– Megaeventos Gilson Gomes NovoEx-Diretor Comercial e de Mkt da Varig. Ex-Presidente da Amadeus Brasil.Palestrante sobre temas de Turismo e Esporte, com várias abordagens em áreas ligadas a Aviação Comercial e Megaeventos.

Os eventos esportivos têm um efeito catalisador de atenções e independe de classes sociais, inclinações políticas, religiosas ou faixas etárias, possuindo características idênticas: atraem uma audiência ávida por diversão, em sua maior parte em grupos. Quais as oportunidades de negócios que podem ser geradas?

Como posso criar negócios em um evento de es-porte, do pequeno ao megaevento?

O turismo é um dos segmentos que mais criam oportunidades para negócios em eventos esportivos.

Desde a prospecção de possíveis participantes, a defi nição de pacotes, a criação de produto e o início da venda e da operação, há uma natural cadeia de subsegmentos que se aproveitam para fornecer serviços e produtos com os mais variados objeti-vos, para atendimento aos clientes antes, durante e após o evento.

Em um megaevento como a Copa do Mundo de Futebol da Fifa, que se realizará no Brasil em 2014, muitas oportunidades já estão sendo criadas para que os negócios se realizem. Alguns exemplos são: acomodação, operação terrestre (transfers, ex-cursões, aluguéis de automóveis, etc.), catering de

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eventos e reuniões, brindes e material de exposição, gestão e secretaria de eventos, segurança, etc. Sen-do um evento esportivo, adicionamos preparação do estádio, aluguéis, segurança, manutenção e, dependendo do tipo de esporte, a arena, a propa-ganda, os árbitros, os atletas, a venda interna, etc. Em um texto bastante resumido para o tema, já se visualiza a gama de oportunidades de empregos (no comércio, no design do evento ou do pacote de participantes, na operação, no marketing, entre tantos outros. Tudo isso pode ser multiplicado por 12 (sedes) e tantas outras que podem ser utilizadas como subsedes; e ainda outras mais, visualizando as excursões pré e pós-eventos.

As Olimpíadas de 2016, a Copa das Confederações, as Olimpíadas Militares, a Fórmula 1, a Fórmula Indy, os campeonatos de esporte (futsal, rallies, volleyball, basketball e mesmo de futebol), o Rock in Rio, os festivais de música, as exposições e muitos outros vão se somar na onda gerada pelo marketing externo do Brasil, das cidades que sediarão tais eventos.

O Brasil está na moda e fi cará na moda, pelo menos até 2016. Dependerá de nós ficarmos, por muito mais tempo, criando tantos negócios quantos forem os espectadores pela mídia ou presentes nos eventos. Milhares de minutos de fi lmagem serão produzidos em nosso país para distribuição externa, contando características das nossas prin-cipais cidades, do cotidiano, da moda, da culinária, da paixão

O Brasil está na moda e fi cará na moda, pelo menos até 2016. Dependerá de nós fi carmos, por muito mais tempo, criando tantos negócios quantos forem os espectadores pela mídia ou presentes nos eventos.

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pelo esporte, principalmente pelo futebol, nossas práticas e mazelas. Isso tudo ocorrerá a partir de agora. Portanto, muitas equipes estarão vindo ao nosso país – pesquisadores, analistas, produtores, comerciantes, vendedores, consultores –, e todos estarão fazendo prospecção. Dentro do País tam-bém haverá uma movimentação crescente até 2016 em todos os setores: construção imobiliária, viá-ria, de transportes, estádios e entornos, instalações e expansões tecnológicas de grande monta. Tudo isso com uma grande cobertura da imprensa, de visitantes importantes e de equipes de apoio. São infi ndáveis as nossas visões para o Brasil. Todas as camadas sociais serão afetadas, pois todos sentirão e participarão avidamente das oportunidades que visualizarem ou que, ao perceberem, criem.

Mas tudo isso será lastreado de sucesso para to-dos, se a sociedade brasileira compreender o que é bem receber, o que é corresponder, o que é servir. A limpeza das ruas e locais dos eventos, a ética, a correção no tratamento com os turistas e com todos os que nos visitarem, participando junto conosco desses eventos, são deveres de todos nós. A África do

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Sul derrubou, de forma magnífi ca, todos os dogmas que a imprensa internacional lançou por desconhe-cer a cultura e a realidade daquele país, que sediou a Copa de 2010 – a limpeza das ruas, dos muros de suas casas e edifícios, nos locais de eventos e nos locais de passeio, independentemente do evento. O Povo foi educado para ser assim. Eram assim antes do evento, assim foram durante e assim são neste momento pós-Copa. A segurança e a ética no trato com os compradores e nas tabelas de preços de seus

bens foram outros itens que independeram da exis-tência de leis, de qualquer possível processo coerci-tivo ou padrão especial de tratamento imposto por lei. O Povo entendeu que a alegria deveria imperar e que nada deveria atrapalhar o maior momento de glória que poderia ter um país, que é ter bilhões de televisores em todo o mundo produzindo matérias sobre ele antes, durante e depois do evento. O mo-mento era mágico, e eles aproveitaram para fazer seus negócios, para obter legados para suas cidades, para dizer ao mundo que os via que todos, naquele

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momento, eram felizes e que todos retornariam e diriam a mesma coisa.

A Segurança dos turistas é tema de principal atenção. O Rio de Janeiro e a Bahia se arvoram de criadores das Delegacias de Proteção ao Turista vítima de violência. São poucas ainda. Os atos de violência como roubos e sequestros contra turistas criam um enorme mal-estar para quem procura o Brasil como destino turístico ou em um megaevento. As perdas geram um impacto enorme não só para o comércio local, mas também para todas as atividades da cidade e do estado em que tenham ocor-rido. Haverá a necessidade de um enorme processo de cooperação entre todas as esferas – federal (fechamento de fronteiras, por causa da entrada das armas), es-taduais e municipais –, para que fi scalizem com seus efetivos po-liciais de forma constante e prin-cipalmente na inteligência. Dar segurança é primordial.

Esse é o maior legado que deixa um megaevento. As oportunidades de negócios não podem se con-trapor à ética, à lisura ou à correção. São partes integrantes. A maior pena por não se cumprirem tais coisas básicas será a péssima imagem que os visitantes terão de nossas cidades e de nosso país; e eles contarão suas histórias. Se não forem boas recordações, tirarão, com suas experiências, qual-quer possibilidade de sermos, por um largo tempo no futuro, o destino escolhido novamente por eles, seus amigos e familiares.

Os atos de violência como roubos e sequestros contra turistas criam um enorme mal-estar para quem procura o Brasil como destino turístico ou em um megaevento

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Dizem que o turismo torna locais e experiências inesquecí-veis. Um presente que se oferece poderá ser esquecido – quem o ofertou ou a razão por que o fez. Entretanto, todos nos lembramos da primeira viagem de férias, mes-mo quando crianças, de nossa pri-meira viagem à Disney e de nos-sa viagem com os(as) nossos(as) parceiros(as). Isso é o que difere o turismo de outros segmentos. Se adicionarmos um megaevento de esporte ou de música na viagem, então, será inesquecível.

As oportunidades já são visíveis. Os conselhos de câmaras comerciais e as associações das várias in-dústrias deverão ter um papel preponderante nesse processo. O Conselho de Turismo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo já tem, há algum tempo, abordado vários desses temas e deverá procurar propagar permanentemente essa mensagem. As sociedades do comércio e da indústria deverão criar, de forma maciça, fóruns segmentados, para mostrar as oportunidades que existem e que surgirão – ensinar a pensar, a multiplicar os pontos aqui citados, que são os legados que, exponencial-mente, podemos todos deixar para nós mesmos, pois serão riquezas que serão geradas por imagens e repetidas por lembranças que serão passadas por todos os que aqui estiverem, pela memória que terão de nosso país.

O Conselho de Turismo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo já tem, há algum tempo, abordado vários desses temas e deverá procurar propagar permanentemente essa mensagem

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AIMONE CAMARDELLADiretor da Câmara de Consultores Associados Professor e escritor

ALEX CANZIANI Deputado Federal pelo Estado do Paraná e Presidente da Frente Parlamentar de Turismo da Câmara dos Deputados

ALEXANDRE SAMPAIO DE ABREUPresidente da Federação Nacional de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares

ALFREDO LAUFER Consultor Empresarial de Turismo e Professor da FGV

ALLEMANDER J. PEREIRA FILHOBrigadeiro R1 e Ph.D.Diretor da Aircon – Consultoria de Aviação Civil Ltda.Ex-Diretor da Anac e ex-Diretor do DAC

ANTONIO HENRIQUE BORGES DE PAULAGerente de Projetos Estratégicos do Senac-DNEx-Secretário de Estado de Turismo de Minas Gerais

ANTONIO PAULO SOLMUCCI JÚNIORPresidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (ABRASEL)

Membros do Conselho de Turismo

ANTONIO PEDRO VIEGAS FIGUEIRA DE MELLOSecretário Municipal de Turismo do Rio de Janeiroe Presidente da RioTur

AQUILÉA CORREA HOMEM DE CARVALHO (in memoriam)Presidente da Associação Brasileira de Empresas Organizadoras de Eventos (ABEOC Nacional) e Diretora da Meta Marketing e Eventos

ARNALDO BALLESTÉ FILHODiretor Vice-Presidente do Touring Club do Brasil

AROLDO ARAÚJODiretor-Presidente da Aroldo Araújo Propaganda

ARTHUR BOSISIO JUNIORAssessor de Relações Institucionais do Senac Nacional

ASPÁSIA CAMARGO Vereadora da Câmara Municipal da Cidade do Rio de JaneiroEx-Secretária Executiva do Ministério do Meio Ambiente, ex-Presidente do Ipea e ex-Assessora Especial da Presidência da República

BAYARD DO COUTTO BOITEUXDiretor-Geral dos Cursos de Turismo e Hotelaria da UniverCidadePresidente do site Consultoria em Turismo-Bayard Boiteux

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BEATRIZ HELENA BIANCARDINI SCVIRERPesquisadora e Redatora do Arquivo Nacional

CAIO LUIZ DE CARVALHOPresidente da São Paulo Turismo S/A (SPTURIS)Ex-Presidente da Embratur e ex-Ministro de Estado do Esporte e Turismo

CARLOS ALBERTO AMORIM FERREIRAPresidente da Associação Brasileira das Agências de Viagens (ABAV Nacional)

CARLOS ALBERTO RAGGIO DAVIESDiretor de Turismo e Hotelaria do Instituto Internacional de Desenvolvimento Gerencial

CARMEN FRIDMAN SIROTSKYConselheira do Clube de Engenharia do Rio de Janeiro

CLAUDIO MAGNAVITA CASTRO Presidente da Abrajet Nacional Presidente do Jornal de Turismo - Aver Editora

CLEBER BRISIS DE OLIVEIRAGerente-Geral do Royal Rio Palace Hotel

CONSTANÇA FERREIRA DE CARVALHODiretora da C & M – Congresses and Meetings Ex-Presidente da Associação Brasileira de Empresas de Evento (ABEOC/RJ) DALTRO ASSUNÇÃO NOGUEIRAPresidente da Câmara Empresarial de Turismo da Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais Tradicional Agente de Viagem de Belo Horizonte

DIRCEU EZEQUIEL DE AZEVEDOJornalista representante do Brasilturis no Rio de Janeiro

EDUARDO JENNER FARAH DE ARAUJODiretor-Presidente do Grupo Instituto de Estudos Turísticos do Rio de Janeiro (IETUR)

FAISAL SALEHPresidente do Instituto Polo Internacional Iguassu (POLOIGUASSU)

GENARO CESÁRIOConsultor de Turismo – Representante da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas

GEORGE IRMES Presidente do Sindicato das Empresas de Turismo do Estado do Rio de Janeiro (SINDETUR/RJ) Professor de Turismo da UniverCidade e da Universidade Estácio de Sá

GÉRARD RAOUL JEAN BOURGEAISEAUDiretor de Relações Institucionais da Rede de Hotéis Windsor, ex-Presidente da RioTur e ex-Presidente do Rio Convention & Visitors Bureau

GILSON CAMPOSEditor da Revista do Turismo

GILBERTO F. RAMOSPresidente da Câmara Brasil--Rússia de Comércio, Indústria & Turismo

GILSON GOMES NOVODiretor do Grupo Águia e Coordenador no Grupo para a Copa do Mundo de 2014 Ex-Presidente do Amadeus

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GLÓRIA DE BRITTO PEREIRA Diretora de Marketing da RioTur

GUILHERME PAULUSPresidente do Conselho de Administração do grupo CVC e Membro representante da Presidência da República no Conselho Nacional de Turismo

HARVEY JOSÉ SILVELLOConsultor, Representante do Lions Internacional

HÉLIO ALONSOPresidente da Organização Hélio Alonso – Educação e Cultura

HORÁCIO NEVES Diretor e Editor do Brasilturis Jornal

ISAAC HAIMPresidente Honorário – SKAL Internacional/Brasil

ITAMAR DA SILVA FERREIRA FILHODiretor-Presidente da Ponto Forte Segurança Turística

JOÃO AUGUSTO DE SOUZA LIMAPresidente da Federação das Câmaras de Comércio Exterior

JOÃO CLEMENTE BAENA SOARESEmbaixadorEx-Secretário-Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA)Membro da Comissão Jurídica Interamericana da OEA com sede na Colômbia, da Academia Brasileira de Filosofi a, do Pen Clube e do Conselho Técnico da CNC

JOANDRE ANTONIO FERRAZAdvogado e Consultor de Empresas e Entidades de Turismo, Sindicato das Empresas de Turismo no Estado de São Paulo (SINDETUR) Professor da FGV/EAESPEx-Diretor de Operações da Embratur

JOÃO FLÁVIO PEDROSAPresidente da Sociedade Náutica Brasileira (SNB)Presidente do Movimento Asas da Paz

JOMAR PEREIRA DA SILVA ROSCOEJornalista, publicitário e Presidente da Associação Latino-Americana de Agências de Publicidade (ALAP)

JONATHAN VAN SPEIER, Ph.DProfessor da FGV e da University of Southern California JOSÉ ANTONIO DE OLIVEIRA Presidente - New Century Technology do Brasil Ltda.Ex-Superintendente da Varig

JOSÉ GUILLERMO CONDOMÍ ALCORTAPresidente da Panrotas Editora Ltda.

JOSÉ HILÁRIO DE OLIVEIRA E SILVA JÚNIORAdvogado, Diretor da AL Viagens e Turismo Ltda.

JORGE SALDANHA DE ARAÚJOMembro Conselheiro da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) Jornalista credenciado na Presidência da República, no Ministério das Relações Exteriores, no Ministério da Justiça e no Senado Federal, Brasília, DF.

LEILA SERRA MENEZES FARAH DE ARAÚJODiretora do Grupo Instituto de Estudos Turísticos do Rio de Janeiro (IETUR)

LEONARDO DE CASTRO FRANÇAPresidente do Touring Club do Brasil

LUIZ STRAUSS DE CAMPOSPresidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (ABAV/RJ)

Novembro 2010 - nº 02

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LUIZ BRITO FILHOAssessor de Relações Institucionais – Turisrio e Especialista em Portos e Aeroportos

LUIZ CARLOS BARBOZA Sócio Principal da Consultoria Organizacional (LBC)Ex-Diretor Técnico do Sebrae Nacional

LUIZ GUSTAVO MEDEIROS BARBOSA Coordenador do Núcleo de Turismo da Fundação Getulio Vargas (FGV)

MALÚ SANTA RITADiretora do Hotel da Cachoeira – Penedo/RJ

MARCO AURÉLIO GOMES MAIAProprietário do Hotel Glória Garden SuítesEx-Secretário Executivo de Turismo do Município de Macaé

MARGARETH SOBRINHO PIZZATOPresidente da Associação Brasileira de Centros de Convenções e Feiras (ABRACCEF)

MARIA CONSTANÇA MADUREIRA HOMEM DE CARVALHOAdvogada – Especialista em Direito AmbientalEx-Diretora do Blue Tree Park Hotel

MARIA ELIZA DE MATTOSDiretora da Winners TravelEx-Presidente do SKAL – Brasil

MARIA ERCÍLIA BAKER BOTELHO LEITE DE CASTRODiretora-Geral da Companhia Caminho Aéreo Pão de Açúcar

MARIA LUIZA DE MENDONÇAProcuradora da Fazenda Nacional

MÁRIO BRAGADiretor - M. BRAGA Representações e Consultoria Ltda. Consultor Empresarial de Turismo e Hotelaria

MÁRIO REYNALDO TADROSPresidente do Sindicato das Empresas de Turismo no Estado do AmazonasMembro do Conselho da Abav Nacional

MAUREEN FLORES Pesquisadora

MAURÍCIO DE MALDONADO WERNER FILHOCoordenador do Curso de Turismo da UniverCidadeDiretor-Presidente da Planet Work Empreendimentos

MAURO JOSÉ MIRANDA GANDRAPresidente Executivo da Associação Nacional de Concessionária de Aeroportos BrasileirosBrigadeiro do AR – Reformado e ex-Ministro da Aeronáutica

MAURO PEREIRA DE LIMA E CÂMARAMembro Efetivo da Liga de Defesa Nacional; da Escola Superior de Guerra; da Ordem do Mérito Cívico; da Academia Pan-Americana de Letras e Artes; e da Sociedade Memorial Visconde de Mauá

MURILLO COUTOConsultor de Aviação e Turismo

NELY WYSE ABAURREAssessora Técnica de Turismo do Senac-DN

NILO SERGIO FÉLIXPresidente da Turisrio Ex-Subsecretário de Estado do Turismo do Rio de Janeiro

NORTON LUIZ LENHARTVice-Presidente para Restaurantes e Similares da Federação Nacional de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (FNHRBS) e Empresário do Setor de Turismo

ORLANDO KREMER MACHADOClube Mutua – Recreação e LazerExecutivo de Turismo

Novembro 2010 - nº 02

55

ORLANDO MACHADO SOBRINHOPresidente do Movimento da União para o Progresso do Estado do Rio de Janeiro (MUPERJ)Jornalista e Executivo de Turismo

PAULO ROBERTO WIEDMANNConsultor Jurídico da Abav Nacional e da Abav/RJTitular da Wiedmann Advogados Associados

PAULO DE BRITO FREITASPresidente da Associação Brasileira de Cooperativas e Clubes de Turismo Social (ABRASTUR) Presidente do Sistema Brasileiro de Hotéis, Lazer e Turismo (SBTUR)

PEDRO FORTESSuperintendente de OperaçõesRede Tropical Hotels & Resorts BrasilEx-Diretor da ABIH Nacional e tradicional hoteleiro no Rio de Janeiro

PERCY LOURENÇO RODRIGUESJornalista e ex-Presidente da Rio Sul e Nordeste – Cias. Aéreas

RESPÍCIO A. DO ESPIRITO SANTO Jr.Professor Adjunto da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro Presidente do Instituto Brasileiro de Estudos Estratégicos e de Políticas Públicas em Transporte Aéreo

RICARDO CRAVO ALBINPresidente do Instituto Cultural Cravo Albin

ROBERTA GUIMARÃES WERNERDiretora do Setor de Curso e Treinamento Empresarial da Planet Work Consultoria em Turismo e Gerente de Eventos

ROBERTO DE ALMEIDA DULTRADiretor da GB Internacional Operadora de Turismo ReceptivoEx-Presidente da Brazilian Incoming Travel Organization (BITO)

ROQUE VICENTE FERRER (in memoriam)Subprocurador-Geral da Justiça do Trabalho – Ministério Público

ROSELE BRUM FERNANDES PIMENTELDiretora da Abav/RJ

RUBENS MOREIRA MENDES FILHO Deputado Federal – Estado de RondôniaPresidente do Sindicato das Empresas de Turismo de Rondônia (SINDETUR)Ex-Senador da República

SAMUEL AUDAY BUZAGLOProfessor Universitário, Advogado Criminalista e Membro do Instituto dos Advogados Brasileiros - IAB

SÁVIO NEVES FILHODiretor do Trem do Corcovado, Presidente da Associação Brasileira de Trens Turísticos Urbanos, Presidente do Conselho de Turismo da Associação Comercial do Rio de Janeiro, Vice-Presidente do Sindicato Nacional de Parques Temáticos (SINDEPAT) e Membro do Conselho Nacional de Turismo

SÉRGIO PAMPLONA PINTOAdvogado e ex-Diretor/Assessor da Presidência – RioTur

SONIA CHAMIDiretora do Sol Ipanema e Diretoria Jurídica – ABIH Nacional

TÂNIA GUIMARÃES OMENAPresidente da Associação Brasileira de Bacharéis em Turismo (ABBTUR Nacional)

VENÂNCIO GROSSIConsultor da VG Assessoria & Consultoria – Aeronáutica Ltda.Brigadeiro da Aeronáutica e ex-Diretor-Geral do DAC

VIVIÂNNE GEVAERD MARTINSPresidente da Associação Brasileira de Gestores de Viagens Corporativas (ABGEV)

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