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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES GESTÃO EM RECURSOS HUMANOS O PAPEL DO LIDER NA MOTIVAÇÃO DA EQUIPE Claudio Ramella

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

GESTÃO EM RECURSOS HUMANOS

O PAPEL DO LIDER NA MOTIVAÇÃO DA EQUIPE

Claudio Ramella

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CLAUDIO RAMELLA

O PAPEL DO LIDER NA MOTIVAÇÃO DA EQUIPE

Monografia apresentada a Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção de pós graduação em Gestão de Recursos Humanos.

Orientadora: Profa. Ana Paula A. Ribeiro

Rio de Janeiro – RJ 2009

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Agradeço a Denise e Matheus Ramella pelo apoio e incentivo sempre presente.

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Dedico esta vitória a minha família de modo geral que sempre estiveram ao meu lado nos momentos difíceis.

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“O mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas sim por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer.”

Albert Einstein

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RESUMO

Estamos na era da propalada globalização e com a realidade evidente de que o mercado se encontra em constante avanço tecnológico, mudanças de comportamento, variações cambiais e com o conhecimento ao alcance de todos, observa-se o quanto se faz necessária uma comunicação assertiva, eficaz e atuante. Com isso, nos deparamos com alguns questionamentos: O que fazer para dinamizar a comunicação? Como gerar resultados e ser assertivo? Partindo do pressuposto que a liderança vem passando por um processo de quebra de paradigmas e que o antigo conceito de liderança nata caiu por terra, buscamos respostas através dos novos conceitos. Para tanto a metodologia foi à pesquisa bibliográfica, em fontes como artigos, livros, sites entre outros. Pode-se concluir que o desenvolvimento de uma liderança eficaz está atrelado a uma comunicação assertiva e ao processo motivacional gerado através da mesma.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPITULO I A INFLUÊNCIA DO LÍDER NO CLIMA ORGANIZACIONAL 10 1.1 LÍDER QUE MOTIVA 11 1.2 LÍDERES EM CENÁRIO DE ALTA PRESSÃO 13 1.3 O LÍDER NA ORGANIZAÇÃO E A GESTÃO DE PESSOAS 14 1.4 RELAÇÕES INTERPESSOAIS 14 1.5 GESTÃO DE PESSOAS 17 CAPITULO II AS PRÁTICAS DE LIDERANÇA 20 2.1 MODELOS DE KOUZES E POSNER 20 2.2 A INFLUÊNCIA DO LÍDER 21 2.3 AS QUATRO DIMENSÕES LIDERANÇA 23

CAPITULO III LIDERANÇA E REALIZAÇÃO DE GRUPO 26 3.1 CONCEITUAÇÃO 26 3.2 TRAÇOS DE PERSONALIDADE E EFICIÊNCIA DE LIDERANÇA 26 3.3 LIDERANÇAS E AS FUNÇÕES DE GRUPO 27 3.4 FUNÇÕES DA LIDERANÇA NO GRUPO 27 3.4.1 Tipos de liderança 28 3.4.2 Tipos de Poder 29 3.5 LIDERANÇA E PODER 31 3.6 BASES DE PODER 32 3.7 MOTIVAÇÃO – PROFISSIONAIS FALAM O MESMO IDIOMA 32 3.8 MOTIVAÇÃO HUMANA 34 3.9 UMA NOVA PROPOSTA 35 CONCLUSÃO 37 REFERENCIAS 39

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INTRODUÇÃO

As organizações estão inseridas em ambientes complexos e

turbulentos, enfrentando constantes desafios e problemas, para os quais

precisam encontrar soluções. Uma organização é a ferramenta usada pelas

pessoas para coordenar suas ações na obtenção de algo que desejam ou possui

valor – isto é, para atingir seus objetivos. As organizações são intangíveis, isto é,

podemos ver os produtos ou serviços produzidos e, em alguns casos, podemos

ver seus empregados, mas não vemos como e por que eles são motivados a

produzir tais bens e serviços. No entanto, os grupos de pessoas e outros recursos

utilizados na produção, são a essência das organizações.

Um modelo de criação de valor em três estágios - entrada,

conversão e saída - pode ser usado para descrever as atividades da maioria das

organizações. Cada estágio é afetado pelo ambiente em que a organização

opera. A maneira que as organizações adotam para obter do ambiente as

entradas necessárias (recursos humanos, informação e conhecimento, matéria

bruta, ou dinheiro e capital) para produção de bens e serviços, e para utilizar os

recursos humanos e tecnologias para transformar entradas em saídas, determina

quanto vale a organização em cada estágio. O resultado do processo de

conversão são as saídas - produtos acabados e serviços - disponibilizados ao

ambiente onde são compradas pelos clientes. As organizações usam o dinheiro

das vendas para obter novos fornecedores de entradas e o ciclo começa

novamente.

A maioria da produção de bens e serviços se dá em locais de

empresas porque, trabalhando juntas, as pessoas podem criar mais valor que

individualmente, coordenando suas ações em local organizado. O uso de

organizações permite às pessoas em conjunto: aumentarem a especialização e

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divisão do trabalho; usarem tecnologias modernas para economia de escala e

escopo; gerenciarem a complexidade do ambiente externo; economizarem nos

custos de transações como negociações e monitoramento; e exercerem poder e

controle sobre as pessoas para aumento de produção e eficiência.

Nessa conceituação da palavra líder, portanto, o primeiro fator a ser

considerado é o destaque, pois o líder destaca-se do grupo. Estas explicações

nos remetem a reflexão de que o primeiro sempre é um líder, o que se destaca ou

aquele que está em evidência.

É inegável que o trabalho é a ação transformadora da realidade.

Além de desenvolver habilidades, permite que a convivência facilite a

aprendizagem e o aperfeiçoamento, e ainda, enriqueça a afetividade resultante do

relacionamento humano: experimentando emoções de expectativa, desejo,

prazer, medo, inveja. O homem é capaz de aprender a conhecer a natureza, as

pessoas e a si mesmo. Essa representa a atividade humana por excelência, por

meio da qual o ser humano intervém-nos vários ambientes que o cercam, auto

produzindo-se, dirigindo suas ações para finalidade conscientes na luta pela

sobrevivência.

As definições de Liderança devem ser entendidas no contexto do

estado da ciência, e especialmente da psicologia e no tempo. Ainda antes de se

passar à apresentação de algumas definições de Liderança, é útil proceder a uma

reflexão prévia sobre a evolução do estudo desta importante problemática, para

melhor entender as idéias enfatizadas nas diversas definições. Quais os meios e

procedimentos para uma eficiente motivação organizacional na empresa?

Ante as considerações realizadas, nosso objetivo no trabalho em

pauta é conhecer e identificar os condicionantes e componentes da estrutura

organizacional das empresas, analisando as tomadas de decisões sobre as

alternativas de estrutura organizacionais para diferenciados contextos

empresariais e entender as limitações e dificuldades envolvidas no estudo e

prática do processo de avaliação, formulação e implantação da estrutura

organizacional nas empresas.

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CAPITULO I

A INFLUÊNCIA DO LÍDER NO CLIMA ORGANIZACIONAL

Por longo período, e mesmo na era de Taylor e Fayol, muito pouco se

ouvia falar em liderança. Os termos mais utilizados eram “chefia”, hierarquia,

subordinação, poder. Atualmente, o foco no ser humano tem mudado o conceito

de liderança, muito confundido com chefia. A Gestão de Pessoas vem galgando

espaço nas organizações, mudando o rumo da Administração, passando a

valorizar as pessoas que trabalham nela.

Segundo Nóbrega (2006),

"Liderança não é para qualquer um, pois exige, entre outras coisas, uma enorme

integridade pessoal. Integridade tem custo. Um custo que, é muitas vezes

insuportável para pessoas comuns. É por isso que chefes são comuns, líderes

são raros. É por isso que existem muitas empresas de sucesso, mas pouca

gente feliz lá dentro.” (p. 18)

O grande desafio é substituir o Recurso Humano (RH) pela Gestão de

Pessoas, separando inclusive o Departamento Pessoal (DP). Muitas empresas

têm um DP disfarçado de RH. Assim, o ser humano continua sendo apenas um

número e uma despesa na folha de pagamento.

No entendimento de Hoover (2006), liderança não deveria ser sinônimo

de pagamento mais elevado, mais poder ou uma sala suntuosa. Ao inverso de

retratar a liderança como uma exceção para alguns poucos ungidos, ela deve ser

reconhecida como a expectativa de cada um, independentemente de sua posição.

Sua cultura organizacional deve dar apoio de forma consistente e inalterável a

essa percepção.

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De acordo com Hunter (2004), o líder é uma referência para os seus

liderados e sua atitude perante eles, influencia no comportamento da equipe.

Segundo palavras de Hunter (2004, p. 25),

“Liderança é a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir aos objetivos identificados como sendo para o bem comum. Para que o líder consiga fazer um bom trabalho, não adianta apenas ele se esforçar. As pessoas da equipe também precisam se envolver para que os objetivos organizacionais sejam alcançados.”

Ainda mais incisivo é Dametto (2008), ao afirmar que a boa liderança

requer também boa equipe. Não existem bons gestores que tirem leite de pedra,

cujo conceito, é no mínimo, infantil.

1.1 LÍDER QUE MOTIVA

O que seria exatamente a motivação? Não é fácil uma definição

precisa, sabe-se que as pessoas executam alguma ação, porque tem um motivo

para tal, o motivo para a ação. Motivo, cada um tem o seu, pois todos são

diferentes.

Para Chiavenato (1989), a motivação é um aspecto cognitivo, ou seja,

aquilo que as pessoas sabem sobre si mesmas e sobre o ambiente em que

vivem, bem como seus valores pessoais e necessidades.

Segundo afirma Chiavenato (1989), de uma forma geral, motivo é tudo

aquilo que impulsiona a pessoa a agir de determinada forma ou, pelo menos, que

dá origem a um comportamento específico. Esse impulso à ação pode ser

provocado por um estímulo externo, provindo do ambiente e pode também ser

gerado internamente por processos mentais do indivíduo.

Atualmente, fala-se tanto em liderança e motivação, sem antes

entender o que há por traz dessas palavras. Sem esse entendimento, são apenas

duas belas palavras. Assim, pode-se inferir de forma consciente da importância

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de ambas em um contexto organizacional. Mas, enfim, o que o líder tem a ver

com a motivação?

A preocupação das empresas com a motivação dos seus

colaboradores é grande, mas não simplesmente porque ela se preocupa com o

bem-estar deles, mas principalmente porque a motivação é um fator que

influencia diretamente a produtividade e, conseqüentemente o lucro. À frente

disso está o líder, seja ele um gerente, um supervisor, um coordenador, enfim,

seja qual for o cargo de liderança que ele ocupar. Ele tem a responsabilidade de

manter a motivação dos liderados, e ainda assim, manter-se motivado, pois de

acordo com Filho, o gerente que não consegue se auto-motivar não tem a menor

chance de ser capaz de motivar os outros.

Segundo acredita Martins,

“... as pessoas só podem motivar quando estão motivadas, assim conseguem verdadeiramente expressar o seu valor”. Dois autores que concordam em uma questão: para motivar, é preciso estar motivado. “Essa é a árdua tarefa do gestor: motivar e manter-se motivado.”

Conforme Lago (2001), as empresas que descobrirem o segredo de

como desenvolver e manter times eficazes sem que os supervisores fiquem

desmotivados, e provendo os recursos necessários a excelência do serviço,

estarão melhores preparadas para enfrentar as constantes mudanças que

continuarão a vir.

É realmente complicado, por mais que o líder seja bom, ele também

tem seus motivos, suas aspirações, e algumas situações onde ele se sente

insatisfeito com seu trabalho, ou até mesmo problemas na sua vida pessoal,

podem resultar em desmotivação e trazer sérias conseqüências para a

organização. Manter a motivação é uma virtude, enquanto se vê algum sentido

naquilo que se está fazendo.

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1.2 LÍDERES EM CENÁRIO DE ALTA PRESSÃO

Em cenários de alta pressão, os líderes tendem a se comportar de

maneira coercitiva, ou seja, dando ordens, exercendo não adequadamente seu

poder formal e reforçando negativamente os comportamentos das pessoas. Por

outro lado, podem aproveitar este momento para criar uma visão comum e

direcionar com toda força a equipe para o alcance dos resultados.

Em ambos o caso, deve estar atentos ao desenvolvimento ou melhoria

de comportamentos relacionados à liderança. Algumas ferramentas, como

modelos de competências comportamentais, ajudam o líder a compreender

melhor suas próprias características e as de seus subordinados, coaching e/ou

gestão de clima organizacional, que tem por foco diagnosticar o grau de

insatisfação dos colaboradores, também são ferramentas eficazes na busca pelo

desenvolvimento. Estas ferramentas facilitam a gestão de pessoas para o líder e

tendem a propiciar seu auto desenvolvimento.

Em opinião pessoal, acredito que o Recursos Humanos tem dois

papéis fundamentais: a provisão de ferramentas para o líderes e a assunção de

uma postura mais pró-ativa, mais próxima do líder. É muito importante que essa

área seja o coaching do líder, que vivencie com ele os seus problemas do dia-a-

dia e que passe a conhecer suas maiores dificuldades. Nós temos ouvido em

muitas organizações as pessoas reclamando da falta de coaching - são os

próprios líderes pedindo isso.

Se este líder não percebe quais são as minhas necessidades de

motivação, quais são as competências comportamentais que tenho de

desenvolver e não disponibiliza situações de trabalho específicas e voltadas para

o meu desenvolvimento, dificilmente eu incorporarei novos comportamentos.

Comportamento só se aprende se comportando, e nós só aprendemos a nos

comportar se formos exigidos em situações que demandem a demonstração de

determinados comportamentos.

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1.3 O LÍDER NA ORGANIZAÇÃO E A GESTÃO DE PESSOAS

Por um grande período, e ainda na era de Taylor e Fayol, pouco se ouvia falar em liderança. Os termos mais utilizados eram chefia, hierarquia, subordinação, poder. Atualmente, o foco no ser humano tem mudado o conceito de liderança, muito confundido com chefia. A Gestão de Pessoas vem galgando espaço nas organizações, mudando o rumo da Administração, passando a valorizar as pessoas que trabalham nela.

“Liderança não é para qualquer um, pois exige, entre outras coisas, uma enorme integridade pessoal. Integridade tem custo. Um custo que, é muitas vezes insuportável para pessoas “comuns”. É por isso que chefes são comuns, líderes são raros. É por isso que existem muitas empresas de sucesso, mas pouca gente feliz lá dentro.” (NOBREGA, 2006, p. 18)

O grande desafio é substituir o Recursos Humanos (RH) pela Gestão

de Pessoas, separando inclusive o Departamento Pessoal (DP). Muitas empresas

têm um DP disfarçado de RH. Assim, o ser humano continua sendo apenas um

número e uma despesa na folha de pagamento.

Para que o líder consiga fazer um bom trabalho, não adianta apenas

ele se esforçar. As pessoas da equipe também precisam se envolver para que os

objetivos organizacionais sejam alcançados.

1.4 RELAÇÕES INTERPESSOAIS

Conforme Moscovici (2000), as relações interpessoais desenvolvem-se

em decorrência do processo de interação. Em situações de trabalho,

compartilhadas por duas ou mais pessoas, há atividades predeterminadas a

serem executadas, bem como interações e sentimentos compartilhados, tais

como: comunicação, cooperação, respeito, amizade. À medida que as atividades

e interações aumentam, os sentimentos despertados podem ser diferentes dos

indicados inicialmente e irão influenciar as interações e as próprias atividades da

organização.

Ainda de acordo com Moscovici (2000), esse ciclo atividades -

interações - sentimentos não se relaciona diretamente com a competência técnica

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de cada pessoa. Profissionais competentes individualmente podem render muito

abaixo de sua capacidade por influência do grupo e da situação de trabalho.

Desta forma, entende Lãs Casas (2000), a orientação dos

subordinados é de suma importância para criar um modelo de bom atendimento

ao cliente, pois o consumidor moderno e global torna-se cada vez mais seletivo,

exigente e agressivo, pois é dele o poder de compra. Tanto em empresas que

fabricam produtos, quanto em prestadoras de serviços, as impressões do cliente

são diretamente afetadas pelas atitudes e comportamentos dos subordinados.

Enfatizar esse fato para os subordinados, quaisquer que sejam os cargos por eles

ocupados, é a primeira etapa para garantir que os clientes serão tratados

adequadamente em todos os estágios de sua interação com a empresa. Desta

forma, para incentivar atitudes positivas em muitos negócios, é essencial que os

subordinados sintam que fazem parte de uma equipe, quando se sentem assim,

ficam mais aptos a vender a empresa para os clientes e para a comunidade.

Neste aspecto, de acordo com Souza (1992), além do estreito

relacionamento entre cliente e funcionário, onde o primeiro é influenciado pelo

segundo na decisão de compra, surge então à importância de um novo estilo de

gerente, onde a nova função gerencial é mais estratégica e colaborativa, mais

integradora e facilitadora e não policialesca e intervencionista. Portanto,

“... o envolvimento dos funcionários na busca de soluções de qualidade constitui um aspecto fundamental nos processos de melhoria da qualidade. A ênfase na melhoria contínua reflete a tentativa de manter uma vantagem de qualidade ao longo do tempo, sempre buscando novos meios para melhorar incremental mente o desempenho atual. A filosofia básica da melhoria contínua é que cada pessoa nunca deve estar satisfeita com o que faz, mas estar sempre na busca constante do aperfeiçoamento. Essa melhoria contínua – o chamado Kaizen para os japoneses – é a alma de todo o processo.” (CHIAVENATO, 2000, p. 681).

A capacidade de negociar e fazer alianças assume destaque; o gerente

precisa ser capaz de colocar-se no lugar dos outros, que têm valores, percepções

e sub-culturas diferentes. Serão valorizados os gerentes que saibam agir nas

interfaces e observar o ambiente; serão formadas novas redes informais de

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influência, através de fronteiras, criando-se novos centros de poder potencial, que

minam a hierarquia interna. Os trabalhos em equipes intersetoriais e

interempresariais acabam com o monopólio de informações do gerente. Criam-se

projetos e associações estratégicas com fornecedores ou clientes, assegurando a

preferência e a fidelidade do cliente (CHIAVENATO, 2000).

“... as relações com os clientes refletem as relações com os funcionários. Manter o cliente - assegurar sua satisfação - é um grande negócio, não importa o tamanho da empresa, nem se o seu ramo é de produção, vendas, serviços ou distribuição.” (DESATNICK e DETZEL 1995 p. 13).

Para a compreensão de Las Casas (2000), tentar competir

exclusivamente com base no produto ou no preço é insuficiente, principalmente

porque a diferenciação de produtos está se tornando cada vez mais difícil.

Enfatizar a necessidade da excelência no serviço ao cliente e da disseminação da

mentalidade de que o cliente deve vir em primeiro lugar por toda a cultura

corporativa é responsabilidade de todos e deve partir do principal executivo da

empresa.

Há uma conexão direta entre as relações com os clientes e a atitude da

gerência com respeito aos subordinados e o tratamento a eles dispensado. A

empresa para alcançar sucesso precisa reavaliar a maneira como administrar

seus relacionamentos com dois grupos vitais: clientes internos (subordinados) e

externos (aqueles que compram seus produtos ou serviços) (DESATNICK e

DETZEL, 1995).

“... as organizações gastam literalmente centenas de milhões de dólares para atrair novos clientes, enquanto seus antigos clientes escapam pela porta dos fundos, para nunca mais voltar. O que espanta as pessoas é um atendimento rude, descortês, inepto, incompetente, muitas vezes conseqüência de mera apatia ou desatenção.” (DESATNICK e DETZEL, 1995, cap.1, p. 6).

Desta forma, satisfação do cliente é o grau de felicidade experimentada

por ele. Ela é produzida por toda uma organização, por todos os departamentos,

todas as funções e todas as pessoas. Entre os clientes se incluem compradores

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externos de bens e serviços da organização, fornecedores, a comunidade local,

funcionários gerentes e supervisores. (DESATNICK e DETZEL, 1995).

A organização melhor gerenciada se esforça continuamente para

atingir a perfeição em tudo o que faz. Ela sabe que, mesmo após haver alcançado

um nível superior de atendimento ao cliente, o processo continua de forma

permanente. Todos os supervisores, gerentes e subordinados, em todos os

níveis, devem ser continuamente lembrados dos valores da organização,

orientados para o cliente. Este processo deve alcançar cada funcionário e precisa

partir do topo. As ações da alta direção estabelecem o exemplo. (DESATNICK e

DETZEL, 1995).

A consciência dos subordinados a respeito da importância do serviço

ao cliente é influenciada pelo grau de importância dado ao mesmo pela cúpula da

empresa, através do seu comportamento coletivo explícito e da parcela de

orçamento que ela coloca a esse atendimento. Dois aspectos importantes dos

processos de comunicação interna exercem uma tremenda influência sobre o

atendimento ao cliente: aquilo que os subordinados querem e precisam saber

para executar suas tarefas e as mensagens transmitidas à organização pela alta

direção. (DESATNICK e DETZEL, 1995).

1.5 GESTÃO DE PESSOAS

A busca constante por processo de gestão de pessoas faz parte da

organização que visa cada vez mais à satisfação de seus funcionários para que,

motivados, executem suas tarefas com eficiência e eficácia. Um novo tipo de

gestão de pessoas está sendo utilizado por algumas empresas dos Estados

Unidos, e foi batizado de business-to-employee - da empresa para o empregado -

ou B2E.

Este tipo de gestão permite que as empresas satisfaçam às

necessidades dos funcionários e ao mesmo tempo reorganizem processos que

demandam tempo e mão-de-obra. Embora ainda não exista uma conclusão

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verdadeira quanto ao emprego deste tipo de gestão, alguns benefícios puderam

ser verificados nas empresas em que foi implantado, tais como:

• Maior facilidade na interação, mais autonomia nos serviços aos

funcionários, personalização em massa e integração da vida pessoal com a

profissional;

• A melhoria dos processos empresariais reduz os custos das transações

entre compradores e vendedores nos mercados externos;

• A melhoria do gerenciamento de pessoas proporciona mais liberdade aos

funcionários com o auto-serviço personalizado, pois o treinamento é

autogerenciado, permitindo ao funcionário que escolha o curso que

necessita fazer e matricula-se on-line. Em contrapartida, os gestores têm

acesso a todas as informações referentes a relatórios da empresa e

verificam os cursos que seus funcionários estão fazendo ou estão

matriculados. Este auto-serviço on-line gera menos estresse e burocracia

do que fazer tudo pessoalmente, sem contar com a economia de tempo,

que poderá ser aplicado para desenvolver novas atividades;

• A melhoria dos serviços prestados à comunidade do local de trabalho: ao

utilizar o portal da empresa para realizar atividades pessoais e profissionais

no trabalho, o funcionário não necessita fazer isso em sua casa, o que o

deixa mais satisfeito e demonstra maior comprometimento em suas tarefas,

e com essa satisfação tende a trabalhar muito melhor (HANSEN &

DEIMLER, 2001 p 122-130).

Este tipo de gestão de pessoas necessita de infra-estrutura muito

grande e alto investimento, o que deve ser analisado pela empresa que quer

incorporá-lo.

Hansen & Deimler (2001), concluem que depois de levar em conta

questões de custo e especialização, os gerentes devem pensar o que o

gerenciamento B2E oferece. A verdadeira promessa não são pequenas reduções

de custos e pequenos aumentos de produtividade, e sim uma forma digital de

operar e trabalhar que enfatize tanto a produtividade como as pessoas.

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Segundo Chiavenato (1994), existe uma grande diferença entre

gerenciar pessoas e gerenciar com pessoas. No primeiro caso, as pessoas são o

objeto da gerência, são guiadas e controladas para alcançar determinados

objetivos. No segundo caso, as mesmas são o sujeito ativo da gerência, são elas

que guiam e controlam para atingir os objetivos da organização e os objetivos

pessoais.

Gerenciar pessoas ou a gestão de pessoas é a preocupação de muitas

organizações para que seus objetivos sejam atingidos, de preferência com a

participação de um grupo eficaz e motivado liderado por um gestor que possa ter

os seguintes desafios estratégicos nesta atividade, segundo Albuquerque &

Fisher (2004, p. 16):

• Atrair, capacitar e reter talentos;

• Gerir competências;

• Gerir conhecimento;

• Formar novo perfil do profissional demandado pelo setor;

• Gerir novas relações trabalhistas;

• Manter motivação/clima organizacional;

• Desenvolver uma cultura gerencial voltada para a excelência;

• RH reconhecido como contributivo para o negócio;

• RH reconhecido como estratégico;

• Conciliar redução de custo e desempenho humano de qualidade;

• Equilíbrio com qualidade de vida no trabalho;

• Descentralizar gestão de RH.

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CAPITULO II

AS PRÁTICAS DE LIDERANÇA

2.1 MODELOS DE KOUZES E POSNER

Os resultados das pesquisas de Kouzes e Posner (1991) procuravam

determinar as características dos Líderes admirados por seus seguidores.

Inicialmente uma questão central foi o início das inquietações dos pesquisadores:

Que valores (traços ou características pessoais) você procura e admira em seus

superiores.

O resultado desta pesquisa demonstrou a existência de uma

regularidade, que demonstrava o caminho a ser seguido pelas pessoas até

receberem o título de Líder. As características mais admiradas pelas pessoas em

seus líderes eram: Honestidade, Competência, Olhar adiante, e Capacidade de

inspirar.

Analisando com mais detalhes, esse processo dinâmico, incluindo

estudos de casos somados aos questionários, Kouzes e Posner (1991),

descobriram cinco práticas básicas para a liderança (figura 1.6.1) que permitem

aos líderes um desempenho superior. Mostrou também que a liderança é um

conjunto de práticas que se pode observar e aprender. Os líderes, quando

estavam em seu melhor desempenho e em seu melhor ponto: Desafiavam o

estabelecido, Inspiravam uma visão compartilhada, Capacitavam outros para agir,

Modelavam o caminho e Encorajavam o coração.

Figura 2.1.1 – Práticas de Liderança de Kouzes e Posner

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Fonte: Kouzes, James M. e Posner, Barry Z. O desafio da Liderança. Rio

de Janeiro: Campus, 1997

2.2 A INFLUÊNCIA DO LÍDER

A liderança é tema que envolve relacionamento, comprometimento e

performance. O líder influencia o comportamento dos membros de sua equipe,

para que sejam executadas as demandas que necessitam serem realizadas. O

líder também tem a função de despertar as motivações das pessoas dentro do

trabalho, para que os resultados que nós esperamos aconteçam.

O verdadeiro líder é aquele que lidera pelo bom exemplo, pela

honestidade e transparência nos processos para com as pessoas. Se a função é

de formar líderes, a característica principal é de treinar pessoas estimulando a

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cooperação, o trabalho em equipe, o envolvimento pleno e com resultados entre

áreas construindo uma equipe eficaz.

De acordo com Gómez (2005), a liderança tem a função de gerar

benefícios significativos na vida de cada indivíduo, se multiplicando na equipe. O

líder tem a função de agregar valores buscando performances diferenciadas em

suas equipes com exemplo, dedicação e resultados. A liderança é resultado

comum entre as partes; é uma situação em que se evidencia o comprometimento

em busca do momento mágico da performance e resultado final.

O líder precisa utilizar a melhor ferramenta de gestão: o feedback

alinhando assim: atitudes, estratégias e valores. Nesse processo pode acontecer

desvio, mas quando avaliado ele tem que ser o mais próximo possível do

acontecido aos fatos evidenciados.

A melhor ocasião para que isso aconteça é quando da avaliação de

performance, que geralmente acontece semestralmente, porém existem

empresas que realizam anualmente e até algumas que ainda não aplicam essa

ferramenta. Por outro lado, se for utilizada apenas quando imputar os dados no

sistema também não terá o resultado esperado por ambas as partes.

Seria muito interessante se fossem revistos os pontos positivos e de

melhorias mensalmente, para que os avaliados tivessem a oportunidade de ter

um upgrade na performance, mesmo nos pontos positivos para que pudessem ser

lapidados e multiplicados aos integrantes da equipe. Na avaliação de performance

o líder tem papel importante para com seus avaliados, uma vez que ficará

evidenciada sua preocupação em busca de melhorias, e seus colaboradores

ficarão mais seguros no desenvolvimento de suas atribuições.

Conforme Chiavenato (2004), na avaliação de performance quando do

seu feedback é o momento do desenvolvimento de carreira, ocasião que fica

contratado um período em que os envolvidos negociam resultados, prazos e

expectativas.

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O modelo de avaliação mais utilizado nas empresas atualmente é

aquele em que o colaborador se auto-avalia, envia para o líder que preenche o

campo da avaliação e é marcado um momento mais propício para o feedback.

Segundo Kets de VRIES (1997), existem empresas em que não se

aproveitam desse momento tão importante para ambos. Também não é raro as

empresas que deixam para realizar esse processo tão importante para os últimos

dias, e de última hora; existem também as empresas que fazem apenas parte da

avaliação e deixam de realizar o mais importante que é o feedback, ou seja, é

provocado um vazio na percepção do colaborador e um grande “buraco” na

relação.

O verdadeiro líder precisa de gostar de gente, já que ele tem que fazer

as pessoas refletirem e participarem, mostrando uma única direção entre as

áreas, e mostrar as conseqüências daquilo que estão planejando. Treinar, formar,

ouvir, acrescentar e descartar situações freqüentemente é o dia-a-dia de um bom

líder. Também, comemorar os momentos das vitórias já que isso provocará um

clima organizacional muito favorável e os resultados surgirão. Depois tem que

haver comemoração.

2.3 AS QUATRO DIMENSÕES LIDERANÇA

Nossa vida é centrada em princípios corretos, e o ato de liderar esta

dentro de cada ser humano que busca alcançar um objetivo concreto ou o poder,

e existem Quatro dimensões fundamentais que estão representadas como fonte

primária em nossas vidas são estas dimensões: Poder, Segurança, Orientação,

Sabedoria.

• Poder - O poder é a capacidade de agir, a força e coragem para conseguir

algo. É a energia vital para fazer escolhas e tomar decisões. Representa

também à capacidade de Ultrapassar hábitos profundamente incrustados e

cultivar outros mais elevados e eficazes. Pessoas sem poder são

inseguras, dependentes das circunstâncias e dos outros, não têm uma

compreensão real, nem opinião própria, e quando falamos pessoas sem

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poder nos referimos às pessoas sem uma personalidade autentica, são

pessoas que falam somente o que lhe mandam falar, que pensam somente

se forem autorizadas a isso, ou seja, sem ação ou reação. (Covey, 2002)

• “Segurança - A segurança representa nosso senso de valor,

identidade, coragem e emocional, auto-estima e força pessoal”.

Naturalmente, podemos observar vários graus de segurança, onde a vida

da pessoa é golpeada por todas as forças instáveis a que está sujeita. Não

ter segurança é algo que não pode fazer parte da vida de um líder, pois a

insegurança na maioria das vezes é visível e isso desestimula os que estão

ao seu redor fazendo com que a motivação desapareça. (Covey, 2002)

• Orientação - A orientação é a direção que recebemos na vida. Envolvidos

por nosso mapa – a estrutura interna de referência que interpreta o que

está acontecendo lá fora - encontra-se padrões ou critérios que governam

as decisões e os atos. Com o tempo, esse monitor interno torna-se nossa

fonte de orientação, nossa consciência. A orientação, ou seja, a Educação

são ensinamentos que fazem com que o homem se torne um bom líder,

dependendo somente da orientação correta e da sua força de vontade de

ser realmente o melhor. (Covey /2002)

• Sabedoria - A Sabedoria sugere de uma perspectiva prudente da vida, um

senso de equilíbrio, uma compreensão aguçada de como as várias partes

e princípios se aplicam e se relacionam entre si, Engloba julgamento,

discernimento, compreensão. Trata-se de uma unidade integrada. A

sabedoria de agir de tomar as decisões corretamente, de saber a maneira

correta de falar com seus subordinados e ate mesmo amigos e parentes,

conta muito para sua conduta profissional, para o seu crescimento pessoal

e profissional.

Através destas quatro dimensões seremos eficazes em curto prazo, e

saberemos tomar decisões corretas para nosso dia a dia e para nossa empresa

assim como para a empresa na qual trabalhamos. Nós falamos sobre garantir a

eficácia em curto prazo, através da satisfação das necessidades imediatas dos

clientes. Ser eficaz em curto prazo é uma condição necessária para uma boa

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decisão. E tomar boas decisões é a metade de gerenciar bem. Por que temos que

tomar decisões? Porque há problemas e eles existem porque existem mudanças.

O diagrama é o abaixo:

Mudanças

Problemas

Gerenciar

Decidir implementar

(I) Para Quem existimos

(E) Por que fazer

(P) O que fazer

Para Adizes (1993), o papel (P) torna a organização eficaz em curto

prazo, porque ele satisfaz as necessidades presentes dos clientes presentes. A

eficiência em curto prazo também é necessária. Para isso você precisa

desempenhar outro papel. Para ser eficiente, você precisa sistematizar uma

organização, tornar rotineiros os seus processos. As coisas certas devem ser

feitas no momento certo, na ordem certa, com a intensidade certa e na seqüência

certa. Você precisa fazer as coisas da maneira certa e não apenas as coisas

certas. (Adizes, 1993).

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CAPITULO III

LIDERANÇA E REALIZAÇÃO DE GRUPO

3.1 CONCEITUAÇÃO

De acordo com Belluzzo (2002), geralmente parte-se de algumas

suposições para o entendimento da liderança como, por exemplo, moral,

eficiência do grupo e que um alto nível de eficiência do grupo pode ser obtido com

bons líderes. Pesquisas apontam que o comportamento de grupos se mostra

diferente diante de lideranças diferentes, embora existam algumas situações que

ilustram por onde passa a liderança eficiente. Observa-se que supervisores mais

eficientes são capazes de diversificar papel (planejamento, apresentação);

delegar mais autoridade; realizar menos controle; promover maior coesão no

grupo. Sobretudo um bom Líder é aquele que favorece as boas relações.

3.2 TRAÇOS DE PERSONALIDADE E EFICIÊNCIA DE LIDERANÇA

A comprovação de traços de personalidade específicos que garantem a

liderança não existe, o que ocorre é a verificação de traços de eficiência de

liderança. O conceito de eficiência de liderança se baseia no fato de que as

características que colocam um indivíduo em posição de liderança podem ser

bem diferentes das que o tornam um líder eficiente depois de estar no posto. A

eficiência de liderança se relaciona a adequação e neste sentido é necessário

considerar características pessoais e tipo de função.

De acordo com Maximiano (1986), em situações de treinamento onde

determinada atitude é estimulada, a mudança resultante deste tipo de trabalho

poderá apresentar regressões futuras dependendo da natureza da organização.

Neste caso a influência do ambiente é mais poderosa do que a informação

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recebida em treinamento, e tais atitudes terão mais possibilidades de consolidar

se há um

Grupo que exerce apoio mútuo. A eficiência de liderança se mostra

principalmente quando o líder é sensível as transformações de seu grupos e

flexível na adaptação de seu comportamento a novas exigências.

3.3 LIDERANÇAS E AS FUNÇÕES DE GRUPO

Para Vergara (2000), a falta de satisfação com a abordagem dos traços

provocou o aparecimento de uma interpretação da liderança que acentua as

características do grupo e a sua situação. Se partirmos do conceito de que

liderança é a realização de atos que auxiliam o grupo a atingir seus resultados

desejados, poderemos entender que os atos que se associam a funções do grupo

são: auxiliar o estabelecimento de objetivos do grupo; realizar movimento em

direção aos objetivos, observar a qualidade da interação, permitir coesão. O que

nos faz pensar que a cada nível de processo de um grupo, provavelmente um

líder emerge.

3.4 FUNÇÕES DA LIDERANÇA NO GRUPO

As ações que auxiliam o grupo a realizar seus estados desejados são

funções de liderança. Para que possamos identificar a liderança dentro desta

perspectiva é necessário considerar:

1. Os valores do grupo em determinado movimento

2. A adequação de tais funções para realizar tais estados

3. Ações dos membros que contribuem para o fato.

A liderança é vista como um ato ou atos que qualquer pessoa pode

apresentar em diferentes graus e não algo que se tem ou não. Para a psicanálise

as funções de liderança se dividem em: formação, manutenção e perturbação do

grupo através de mecanismos como identificação, catexis redução de culpa,

controle de impulso, introjeção de superego.

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As duas idéias mais importantes dentro desta concepção são:

1. Qualquer membro pode ser líder, pois é capaz de realizar ações que estão a

serviço de uma função do grupo

2. Uma determinada função pode ser realizada por vários comportamentos

Ex.: a brincadeira, por exemplo, pode ter a função de aliviar a tensão do grupo em

determinado momento, em outros poderá estar levando um grupo a fugir de uma

tarefa. De qualquer modo o objetivo ou tarefa de grupo exerce influência na

natureza do comportamento de liderança que provoca.

A função de grupo que aparece e se caracteriza de acordo com a

tarefa/objetivo que o grupo precisa atender é uma liderança.

Para o autor é importante enfatizar duas tipos de funções:

1. Realização de algum objetivo - Manifestam comportamentos como iniciar a

ação; manter atenção dos participantes; esclarecer questão, desenvolver

plano de ação, disponibilizar informações

2. Manutenção do grupo - Mantém agradáveis relações, decide desavenças,

apresenta estímulo, aumenta a interdependência.

Principalmente em pequenos grupos é bem perceptível a distinção,

alguém que insiste para a realização e outro que satisfaz às necessidades a.

Pesquisas mostram que a satisfação de grupos é maior quando encontram

lideranças que representem as duas funções, por outro lado líderes pontuam a

dificuldade em atingir equilíbrio.

3.4.1 Tipos de liderança

Segundo Bergamini (1997), um líder formal é alguém que foi

oficialmente investido de autoridade e poder organizacional e geralmente recebe

o título de gerente, diretor ou supervisor. A quantidade de poder é teoricamente

determinada pela posição ocupada dentro da organização. As políticas de

promoção organizacional são feitas para garantir que as pessoas com habilidades

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técnicas e de liderança ocupem posições de poder. Um líder informal não terá o

mesmo título de liderança oficial, mas exercerá uma função de liderança. Esse

indivíduo, sem autoridade formal, designação de poder, posição ou até mesmo

responsabilidade, pode pelo mérito de um atributo pessoal ou desempenho

superior influenciar outros a exercer a função de liderança.

Neste aglomerado de teorias relacionadas à liderança surgem algumas

conclusões de ordem prática para o administrador dirigir as pessoas. House e

Dessler (1974) propõem quatro tipos específicos de liderança:

• Líder apoiador - é aquele que se preocupa com os assuntos, bem-estar e

necessidades dos subordinados;

• Líder diretivo - é aquele que conta aos subordinados exatamente o que

pretende fazer;

• Líder participativo - é aquele que consulta os subordinados a respeito das

decisões, encorajando-os a participar delas e utiliza as idéias dos

liderados; e

• Líder orientado para metas ou resultados - é aquele que formula objetivos

claros e desafiadores para os subordinados e os motiva a alcançá-los.

3.4.2 Tipos de Poder

Poder é o que distingue a posição de liderança. Os tipos de poder

organizacional são: poder legítimo, poder de recompensa, poder coercitivo, poder

de especialização, poder de referência e poder de informação.

O poder legítimo é o poder inerente à estrutura organizacional em si.

Esse poder é atribuído a um indivíduo que ocupa uma posição específica dentro

da organização. Caso o indivíduo deixe o cargo, o poder continua a existir na

posição e não pode seguir o indivíduo. Esse poder é legítimo na organização, e o

indivíduo é investido de poder. A posse do poder está geralmente associada a um

título oficial, como gerente, vice-presidente, diretor, supervisor e outros

semelhantes.

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O poder de recompensa também é inerente à estrutura organizacional.

Pelo fato de os funcionários subordinados desejarem as recompensas, eles são

influenciados pela possibilidade de recebê-las como produto de seu desempenho.

(CHIAVENATO, 1994)

Os gerentes acenam com uma variedade de recompensas para motivar

o desempenho no trabalho. Se o gerente não puder dar a recompensa desejada,

ou se as recompensas disponíveis não forem desejadas, diminuirá muito o poder

de recompensa do gerente.

O poder coercitivo está relacionado à habilidade do gerente em punir

um funcionário. A punição se manifesta de várias maneiras, indo de uma simples

advertência, até uma suspensão ou o desligamento efetivo. Um ponto importante

a se lembrar: punir ou ameaçar de punição não promove o desempenho desejado

do funcionário, apenas intimida as ações indesejadas. Mesmo que a punição não

promova o comportamento desejado, servindo apenas para intimidar ações

indesejadas, ela é uma ferramenta gerencial poderosa. A habilidade de um

gerente em punir os trabalhadores pode ser reprimida pelos contratos sindicais ou

pela aplicação das leis trabalhistas antidiscriminatórias.

O poder de especialização está relacionado às habilidades de um

gerente. Esse poder deriva dos talentos especiais, do conhecimento, das

habilidades e da experiência anterior de um indivíduo. Esses talentos concedem

poder ao indivíduo, pois a organização precisa deles e os valoriza. O poder, que

deriva de um conhecimento especial ou educação avançada, pode não estar

relacionado com a idade ou o tempo de serviço. Essa forma de poder permite que

uma pessoa relativamente jovem ou nova na força de trabalho ganhe influência

dentro da organização.

O poder de referência, muitas vezes chamado de carisma pessoal, é o

poder de um indivíduo de influenciar um outro por sua força de caráter. Um

gerente pode ser admirado por uma característica pessoal específica, e essa

admiração cria a oportunidade para a influência interpessoal. Por exemplo, os

publicitários há muito tempo reconhecem o poder de referência ao fazer uso de

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esportistas para endossar um produto. O carisma de um astro do esporte

supostamente leva à aceitação do endosso, mesmo que o atleta tenha pouca

credibilidade fora da arena esportiva. Um gerente que é bonito, talentoso ou

simplesmente simpático é visto pelos subordinados como inspirador e motivador.

Essa pessoa tem carisma, e isso lhe confere poderes como gerente.

Para Robbins (1998), o poder de informação deriva da posse de

informação importante em um momento crítico quando esta é necessária ao

funcionamento da organização. A posse de informação pode não ter relação

alguma com a posição organizacional ou poder atribuído a um indivíduo. Alguém

que esteja "por dentro" tem poderes reais. Assim sendo, a secretária de um

gerente pode na realidade estar em uma posição poderosa se tiver a confiança do

gerente ou adquirir conhecimentos sobre a empresa. De modo contrário, se a

informação de uma pessoa for notícia ultrapassada, o poder organizacional

diminui.

3.5 LIDERANÇA E PODER

Segundo Kets de Vries (1997), a liderança sempre foi entendida

através da posse e do exercício de poder, no enfoque do autor compreende-se

poder como a capacidade de influenciar pessoas. Pensando que o ato de

liderança contribui para uma função de grupo, e esta contribuição envolve a

manifestação do comportamento de outras pessoas, o poder para exercer o ato

de liderança esta baseado na aceitação ou permissão que o grupo da para que tal

aconteça. Pensado a respeito da relação de poder com o ato de liderança, pode-

se dizer que a importância da posse de poder para a liderança efetiva esta na

sustentação, se um líder tem um traço de personalidade específico, mas não tem

poder social adequado (apoio de outras autoridades) a liderança não atinge

índices tão altos.

Liderança e determinantes de iniciativa por um membro de grupo

• Consciência da necessite da função

• Sentir-se capaz de realiza-la

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• Grau de interdependência do grupo (aumenta a responsabilidade)

• Sentimentos de valor e aceitação do grupo

• Confiança em suas opiniões

• Necessidade de realização

• Sede de Poder (neste caso o indivíduo esta atuando em prol de sua

necessidade e no do grupo)

A liderança ou o ato que atende a função do grupo terá mais eficiência

quanto maior seu apoio em uma base de poder (capacidade de influenciar

pessoas). A utilização inadequada tende a reduzi-lo.

3.6 BASES DE PODER

• Recompensa (ganho)- provoca menor resistência e maior atração

• Coerção (desobediência/castigo) - das bases de poder é a que provoca

maior resistência

• Especialista (avaliação-conhecimento)

• Referência (identificação)

• Legítimo (valores aceitos pelo grupo)

3.7 MOTIVAÇÃO – PROFISSIONAIS FALAM O MESMO IDIOMA

A alta competitividade do mercado de trabalho exige profissionais com

os mais altos níveis de qualificação para integrar as empresas e, por isso, a boa

preparação profissional - e até mesmo emocional - tornou-se fundamental nos

dias atuais, em que só tem um lugar o profissional com perfil empreendedor,

arrojado e dinâmico.

Ainda que sejam claras as necessidades das empresas na busca de

bons profissionais, muitas vezes passa em branco a identificação das

necessidades destes, que, além de muito bem preparados, precisam estar

motivados em relação a seu trabalho para, só assim, agregarem real valor à sua

empresa e, conseqüentemente, ao mercado. Mas quais fatores realmente

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motivam o profissional? E no que as empresas colaboram e oferecem para

motivar seus funcionários?

A mais recente pesquisa realizada pela Manager (RJ. nov. 2003),

assessoria em Recursos Humanos em cinco cidades brasileiras (São Paulo, Rio

de Janeiro, Belo Horizonte Curitiba e Campinas) foi buscar essas respostas.

Dos entrevistados - na maioria homens, com formação superior e pós-

graduação - a possibilidade de enfrentar desafios aparece como fator

motivacional invariável numa empresa. Poder expressar e implantar idéias e a

necessidade de investimento em treinamento aparecem em seguida, como

fatores também importantes, que motivam e colaboram com o desenvolvimento

profissional e garantem total dedicação dos executivos à corporação.

Outros fatores - como o reconhecimento pelo trabalho e o bom

relacionamento com chefes e colegas no escritório - integram a lista de fatores

motivacionais importantes em uma empresa, segundo os profissionais que, além

de tudo isso, consideram pacotes de benefícios e salários compatíveis com o

mercado fundamentais para motivar e alavancar o rendimento e a qualidade do

trabalho na empresa.

O melhor de tudo é que profissionais e empresas parecem estar em

sintonia, pois a maior parte dos fatores motivacionais citados pelos executivos já

aparecem na lista dos mais oferecidos pelas empresas. Encabeçando a lista

estão a possibilidade de permitir que o profissional expresse e implante idéias e

enfrente desafios, seguido pelo investimento em treinamento, que acaba

garantindo atualização profissional constante, o que favorece os dois lados.

Pacotes de benefícios e participação nos lucros também são priorizados pelas

empresas e o reconhecimento do potencial do funcionário é cada vez mais

aparente.

Essa sintonia entre profissional e empresa, privilegiando as boas

condições de trabalho, colabora para o desenvolvimento do mercado

empreendedor e proporciona, além de tudo, mais qualidade de vida.

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3.8 MOTIVAÇÃO HUMANA

Quando se fala sobre motivação a primeira idéia que vem a mente é a

Teoria da Hierarquia das Necessidades de Abraham Maslow, que desenvolveu

um esquema interessante para explicar a intensidade de certas necessidades

(Hersey & Blanchard (1986 - p. 33), os estudos de Maslow influenciaram muitos

pesquisadores entre eles Frederick Herzberg, que desenvolveu a sua Teoria da

Motivação-Higiene, onde levantava dados sobre o comportamento humano no

trabalho, salientando que

“Para a empresa, a vantagem do estudo das atitudes no trabalho seria o aumento da produtividade, a diminuição do absenteísmo e melhores relações de trabalho. Para o indivíduo, a compreensão das forças que elevam o moral traria mais felicidade e auto-realização.” (Herzberg e outros).

Hersey & Blanchard (1986), falam sobre situação motivadora onde

os objetivos de uma pessoa são dirigidos para a consecução do objetivo dentro

dessa idéia os autores fazem uma comparação entre Maslow e Herzberg. Maslow

é útil para a identificação das necessidades ou motivos e Herzberg fornece idéias

sobre as metas e incentivos que satisfazem a essas necessidades. Assim, numa

situação motivadora, se soubermos quais são as necessidades de alta

intensidade dos indivíduos que desejamos influenciar, deveremos ser capazes de

determinar os objetivos (Herzberg) que devem ser colocados no ambiente para

motivar tais indivíduos. Ao mesmo tempo, quando sabemos que objetivos essas

pessoa querem satisfazer, também sabemos quais são as suas necessidades de

alta intensidade.

Isso é possível porque se verificou que o dinheiro e os benefícios

tendem a satisfazer às necessidades nos níveis fisiológicos e de segurança; as

relações interpessoais e a supervisão são exemplos de fatores de higiene que

tendem a atender às necessidades sociais; maior responsabilidade, trabalho

desafiante, crescimento e desenvolvimento são motivadores que tendem a

satisfazer às necessidades de estima e auto-realização.

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Em 1975, em artigo publicado na Califórnia Management Review,

intitulado A new strategy for job enrichment Hackman e Oldham identificaram

cinco dimensões funcionais que contribuem especialmente para o enriquecimento

de cargos. Segundo os pesquisadores se a falta de qualquer uma delas é sentida,

os trabalhadores ficam psicologicamente debilitados e a motivação tende a ser

reduzida. O estudo acima pode ser considerado uma adaptação da Teoria da

motivação-higiene de Herzberg, na tabela 1 apresentamos uma comparação entre

os dois estudos e também uma nova proposta, descrita a seguir.

Tabela 1 – Comparação entre os estudos de Hackman / Oldham,

Herzberg, Renê / Zacarelli.

Dimensões

Fundamentais dos

Cargos

Fatores Motivacionais

O trabalho em si

Gerenciamento e Desenvolvimento de

Carreiras

Variedade de Tarefa Trabalho Desafiante Multifuncionalidade

Identidade da Tarefa Reconhecimento do Desempenho

Visibilidade no Mercado

Significância da Tarefa Realização Visão Estratégica

Autonomia Maior Responsabilidade Capacidade de Inovação

Feedback Crescimento e Desenvolvimento

Auto-parabéns

Não mencionado nos estudos anteriores Interpessoalidade

3.9 UMA NOVA PROPOSTA

Segundo Albuquerque e Oliveira (2001),

“O Sistema de gestão baseado no cargo tem sofrido muitas críticas, já que foi concebido em um mercado com baixa variabilidade de produtos e ganhos de escala, e que se caracterizava por exibir mão-de-obra abundante, com baixa exigência de qualificação, e atividade de produção rotineira e estruturada”.

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Sendo Assim, pretende-se nesta parte contribuir com a adaptação das

cinco dimensões funcionais dos cargos de Hackman e Oldham para os dias

atuais. Vivemos na chamada era do Conhecimento, do Capital Intelectual, da

Criatividade e Genialidade. Neste novo cenário antigos paradigmas foram

quebrados e os profissionais foram colocados em um período de transição

delicado, que traz muitas incertezas e inseguranças. Um importante paradigma

derrubado foi o da relação emprego x trabalho, hoje deixamos de procurar

emprego e passamos a procurar trabalho, essa nova realidade trouxe o excesso

de competição e o enxugamento das estruturas e ainda fizeram com que os

profissionais passassem a se preocupar com questões como eficácia, qualidade e

resultados, cada profissional passou a ser responsável pelo seu sucesso ou

fracasso profissional, surgindo aí o gerenciamento da carreira.

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CONCLUSÃO

De modo geral, motivo é tudo aquilo que impulsiona a pessoa a agir de

determinada forma ou, pelo menos, que dá origem a um comportamento

específico. Esse impulso à ação pode ser provocado por um estímulo externo

(provindo do ambiente) e pode também ser gerado internamente por processos

mentais do indivíduo. A preocupação das empresas com a motivação dos seus

colaboradores é grande, mas não simplesmente porque ela se preocupa com o

bem-estar deles, mas principalmente porque a motivação é um fator que

influencia diretamente a produtividade e, conseqüentemente o lucro.

No meio empresarial podemos encontrar várias hierarquias de

líderes, desde aqueles que lideram uma linha de produção até o

presidente que lidera toda a organização. Seja em qualquer um dos

extremos o papel deste líder tem muitas semelhanças pois guardadas

suas devidas proporções, cada um tem uma equipe para gerir, metas para

alcançar e principalmente, subordinados para motivar.

O líder motivado e motivador é fundamental na organização. Seu papel

é de extrema importância e sua função é estratégica, para que os objetivos

organizacionais sejam atingidos. Assumir um cargo de liderança, não é tarefa

fácil; exige muita competência e muita dedicação, pois as pressões por resultados

são grandes, e para atingir esse resultado, depende-se das pessoas da equipe.

A expressão líder desmotivado é pouco conhecida, mas será mesmo que

não existem líderes desmotivados? Obviamente que existem, mas será que se dá

a eles a mesma atenção que aos demais colaboradores? Cabe a Gestão de

Pessoas, transpor mais essa barreira organizacional. Liderança é uma

capacidade, que nasce com a pessoa, ou que é desenvolvida por ela,

dependendo da sua necessidade. É uma habilidade muito procurada pelas

empresas, porém, o que se espera delas, é ser praticamente um super-herói, o

que é um erro, não apenas porque super-heróis não existem, mas também

porque se trata de um ser humano, conduzindo outros seres humanos.

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Com a iminência de uma situação desfavorável, a tranqüilidade e

experiência revelada pelos líderes são fundamentais para que as empresas

possam caminhar de forma equilibrada. Leia a matéria completa e saiba qual é o

papel dos líderes no gerenciamento de crises. Trabalhar com motivação é a

melhor saída para a crise, entretanto a arte de motivar deve ser diária, como uma

oração, caso esqueça poderá fazer falta lá na frente e com esse tipo de rotina

implementada a capacidade de compartilhar idéias e reduzir incertezas se

fortalece. Com tudo isso o líder ajudará a trazer resultados mais rápidos e

maiores acertos.

Comportamento gera comportamento, e um líder muito formal, que não

dê tanta abertura para a equipe, pode receber o mesmo tratamento dos seus

subordinados, mais do que ordens o grupo se espelha em exemplos. Isso

caracteriza exatamente o oposto daquilo que o líder faz, e o efeito disso é um

ambiente mais tenso e truncado para trabalhar. Quem lidera tem que traduzir em

gestos e ações o que precisa ser feito e os comandados gostam disso e aceitam

essa postura do líder de enfrentar desafios.

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REFERENCIAS

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