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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Departamento de Educação – Campus XIV ELENIZE SILVA SACRAMENTO O PAPEL DO PROFESSOR NA MOTIVAÇÃO DOS ALUNOS NO ENSINO DE LÍNGUA INGLESA Conceição do Coité 2012

O papel do professor na motivação dos alunos no ensino de língua inglesa

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

Departamento de Educação – Campus XIV

ELENIZE SILVA SACRAMENTO

O PAPEL DO PROFESSOR NA MOTIVAÇÃO DOS ALUNOS NO ENS INO DE

LÍNGUA INGLESA

Conceição do Coité

2012

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ELENIZE SILVA SACRAMENTO

O PAPEL DO PROFESSOR NA MOTIVAÇÃO DOS ALUNOS NO ENS INO DE

LÍNGUA INGLESA

Trabalho de conclusão de curso apresentado à

Universidade do Estado da Bahia – Campus XIV,

como requisito total para conclusão do curso de

Letras/Inglês.

Orientadora: Professora Juliana Bastos.

Conceição do Coité

2012

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RESUMO

O presente trabalho tem como objeto de pesquisa a motivação do professor na sala de aula, relatando a importância de um bom relacionamento entre eles em sala de aula, de como acontece essa relação entre professor e aluno e quais as possíveis maneiras de motivá-los na sala de aula de Língua Inglesa. Um outro aspecto relevante para a motivação no ambiente escolar é a formação contínua do professor de Inglês; é muito importante para a prática docente que o educador esteja sempre se atualizando e buscando novas informações para a construção do seu conhecimento e assim tornar as suas aulas mais interessantes. Foi necessário discutir quais fatores causam a desmotivação no ensino de Língua Inglesa e quais contribuem para a motivação nesse processo. A metodologia abordada foi a pesquisa qualitativa, de caráter descritivo, através da coleta de dados, sendo utilizado questionários destinados aos professores contendo questões abertas e fechadas sobre a satisfação do professor em ensinar Inglês, a relação entre docente, discente e escola e o nível de motivação de professores e alunos para o ensino-aprendizagem da língua. Na análise de dados foi possível perceber que existe motivação para o aprendizado de LI, porém nem sempre acontece devido à resistência dos alunos, os professores estão satisfeitos em ensinar a LI e há uma relação saudável entre docente, discente e ambiente escolar.Todo esse trabalho foi desenvolvido com o intuito de melhorar o ensino-aprendizagem de Língua Inglesa, ajudando na autonomia do educador e do educando nesse processo de formação.

Palavras-chave: Motivação. Professor. Sala de aula. Língua Inglesa.

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ABSTRACT The present work has the object of research the motivation of the teacher in the classroom, describing the importance of a good relationship between them in the classroom, how this relationship between teacher and student happens and the possible ways to motivate them in the English Language classroom. Another important aspect of motivation in the school environment is the training of English teacher, it is very important to teaching practice that the teacher is always updating and searching for new information to build his/her knowledge and thus make the lessons more interesting. It was necessary to discuss what factors cause the dismotivation in English language teaching and which contribute to the motivation of it. The methodology addressed was the qualitative research, with descriptive approach through data collection were used questionnaires for teachers containing open and closed questions about the satisfaction of the teacher in teaching English, the relationship between faculty, students and school and the level of motivation of teachers and students for teaching and learning the language. In data analysis was possible to realize that there is motivation for learning English, but it does not always happen because of the students’ resistance; teachers are satisfied in teaching the language and there is a healthy relationship between teachers, students and school environment. All this work was developed in order to improve English teaching and learning, contributing to the educator’s and learner’s autonomy in the process of formation. Key words: Motivation. Teacher. Classroom. English Language.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.............................................................................................................5

1 A MOTIVAÇÃO NO ENSINO DE LÍNGUA INGLESA...............................................7

1.1 O que é motivação.................................................................................................7

1.2 Relações motivadoras entre professor e aluno no processo de ensino-

aprendizagem...............................................................................................................8

2 A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO CONTINUADA DO PROFESSOR DE LÍNGUA

INGLESA NA MOTIVAÇÃO EM SALA DE AULA......................................................12

3 FATORES IMPORTANTES PARA A CONSTRUÇÃO DA MOTIVAÇÃO NAS

AULAS DE LÍNGUA INGLESA...................................................................................14

3.1 Fatores que causam a desmotivação no ensino de Língua Inglesa....................14

3.2 Fatores que contribuem para a motivação dos alunos no ensino de Língua

Inglesa........................................................................................................................15

4 METODOLOGIA......................................................................................................18

5 ANÁLISE DE DADOS..............................................................................................20

CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................25

REFERÊNCIAS..........................................................................................................27

APÊNDICE.................................................................................................................29

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INTRODUÇÃO

Este trabalho tem por finalidade perceber as causas da motivação e

desmotivação no ambiente escolar, pois é de grande relevância saber como está

sendo realizado o aprendizado da Língua Inglesa e compreender se o professor está

se aperfeiçoando para ser um profissional de sucesso, analisando o modo como ele

se prepara para desenvolver essa competência educativa.

Para saber como o professor pode estimular o aluno no aprendizado da

Língua Inglesa foi preciso pesquisar alguns teóricos e estudiosos no assunto. O

objetivo desse trabalho é verificar se a atitude do professor é um fator motivacional

para o aprendizado da LI; para se conseguir isso é preciso fazer uma análise de

como está sendo realizada a prática de ensino-aprendizagem na sala de aula,

identificando as causas da desmotivação entre docentes e discentes e observando o

comportamento do educador para constatar se ele consegue motivar os seus

alunos. Isso se justifica por ser de grande relevância a motivação em sala de aula no

processo de ensino de Língua Inglesa, pois é necessário que o professor esteja

estimulado a ensinar para incentivar o aluno a sentir o desejo em aprender a língua

inglesa.

Neste trabalho foi feita uma pesquisa qualitativa, de caráter descritivo, que

teve como base a coleta de dados realizada por meio de questionário destinado aos

professores.

Pretende-se com essa pesquisa que o ensino de Língua Inglesa seja visto

como uma ferramenta fundamental para a construção do conhecimento do aluno,

abrindo possibilidades para o aprimoramento do ensino de língua estrangeira, e que

os professores estejam em constante processo de formação, se atualizando e

tornando a aprendizagem de LI mais interessante.

A pesquisa está organizada em cinco capítulos, o primeiro capítulo está

dividido em dois tópicos: um relativo à questão sobre o que é motivação,

desenvolvido através dos conceitos de alguns teóricos com relação à motivação em

sala de aula e destacando dois tipos de motivação: a intrínseca e a extrínseca; o

outro abordando sobre a relação entre professor-aluno no processo de construção

do conhecimento.

No segundo capítulo veremos como a formação continuada de professores é

importante para que ele seja um educador dinâmico e inovador, refletindo na

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motivação tanto do docente quanto do discente no ensino-aprendizagem de Língua

Inglesa.

No terceiro capítulo iremos conhecer os fatores que causam a desmotivação

no ensino de Língua Inglesa e os que contribuem para a motivação do discente e do

docente nesse processo de ensino-aprendizagem.

O quarto capítulo é destinado à metodologia, onde será utilizada a pesquisa

qualitativa através da coleta de dados por meio de questionários aplicados ao

professor e o quinto capítulo é realizado a análise de dados, onde serão analisados

os seguintes aspectos: a motivação do professor para ensinar a LI; o incentivo aos

alunos durante a aprendizagem em suas aulas; a satisfação em ensinar essa língua

estrangeira; o bom relacionamento com seus alunos; e o apoio da escola para tornar

as aulas mais motivadoras e interessantes.

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1 A MOTIVAÇÃO NO ENSINO DE LÍNGUA INGLESA

1.1 O que é motivação?

A motivação é um elemento de fundamental importância em todas as áreas de

estudos e principalmente no ensino de LI (Língua Inglesa), pois o ensino-

aprendizagem de uma segunda língua requer conhecimento e interesse tanto do

professor quanto do aluno no processo de ensino-aprendizagem.

Segundo Brown (2007) inúmeros estudos e experiências de aprendizagem

humana têm mostrado que a motivação é a chave para a aprendizagem em geral.

Schütz (2003, p.1) define a motivação como: “o conjunto de fatores

circunstanciais e dinâmicos que determina a conduta de um individuo”. E acrescenta

dizendo que: “a motivação é uma força interior propulsora, de importância decisiva

no desenvolvimento do ser humano”.

Gardner (apud CAVENAGHI, 2009, p.250) define motivação como: “a

combinação do esforço aliada ao desejo de alcançar a meta de aprendizagem de

uma língua, somando-se atitudes favoráveis diante da aprendizagem de uma

língua”.

O desenvolvimento do indivíduo é um processo que se dá de fora para dentro,

sendo que o meio influencia na motivação do aluno no processo de ensino-

aprendizagem. A maneira como o professor se comporta em sala de aula influencia

na motivação do aluno, pois o relacionamento entre professor e aluno deve

acontecer de forma espontânea, trazendo para ambos o desejo de aprender e

tornando a aprendizagem significativa.

Deci e Ryan (2000, apud CAVENAGHI) destacam a diferença entre dois tipos

distintos de motivação: a motivação intrínseca, que é quando um aluno tem

comportamento motivado, não pelos recursos utilizados em sala, mas pelo próprio

desejo em aprender o que lhe é ensinado; e a motivação extrínseca, que é

caracterizada pela busca de recompensas ou para conseguir boas notas, mas

sempre baseada no interesse em adquirir algo.

A motivação intrínseca acontece quando um aprendiz é motivado por ele

mesmo, por seu próprio interesse em adquirir determinado conhecimento. Já a

motivação extrínseca, é quando o aluno aprende o que está sendo ensinado em

troca de alguma recompensa. Porém a motivação que mais agrada o professor, e

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que melhor funciona no processo de aprendizagem é a intrínseca. Apesar da

freqüente utilização de recompensas para incentivar os alunos a sentirem a

necessidade em aprender algo, este não é o meio mais adequado para conseguir

realizar esse processo de aprendizagem.

De acordo com Vigotsky o professor é quem direciona a construção da

motivação do aluno:

A construção da motivação é um dos pilares para um bom clima da sala de aula. O professor tem que conhecer como o aluno aprende e usar de estratégias de ensino que lhe dê a sensação de estar conquistando algo importante no ato simples de cumprir tarefas que estão de acordo com a sua zona proximal de desenvolvimento. (VIGOTSKY, 1993, p. 102).

Com esta afirmação Vigotsky deixa claro que para um bom aprendizado é

necessário que professores e alunos estejam bem entrosados na sala de aula, um

sabendo a necessidade do outro e utilizando artifícios que contribuam para o

aprendizado do aluno, desse modo facilita a sua aprendizagem e deixa o aprendiz

satisfeito em participar da aula. É preciso que professores e alunos tenham um bom

relacionamento, pois se não existir harmonia entre eles, o aprendizado ficará mais

difícil ou simplesmente não existirá.

1.2 Relações motivadoras entre professor e aluno no processo de ensino-

aprendizagem

Para que realmente haja motivação na sala de aula de Língua Inglesa é

necessário que professores e alunos tenham uma relação saudável, para isso é

preciso que o professor tenha conhecimento de como a sua prática está fluindo

nesse processo de ensino-aprendizagem.

O relacionamento entre professor e aluno deve acontecer de forma espontânea,

onde ambos sintam-se à vontade para o ensino-aprendizagem, pois esta relação é

de fundamental importância na motivação em sala de aula. Quando professores e

alunos estão motivados a aula se torna mais interessante e proveitosa, gerando um

aprendizado maior e melhor.

Geralmente quando o aluno não se interessa por uma determinada disciplina, ou

quando ele não tem um bom relacionamento com o professor, ele fica desestimulado

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para aprender. E essa falta de motivação gera no aprendiz uma dificuldade em

várias áreas de conhecimento, pois a maioria das disciplinas está interligada.

Para que o relacionamento entre professor e aluno seja favorável para ambos, é

fundamental que além do docente saber a necessidade do discente, ele seja capaz

de incentivar os seus educandos a terem prazer em aprender, desenvolvendo uma

motivação essencial ao seu aprendizado.

Para Pilleti:

A motivação consiste em apresentar a alguém estímulos e incentivos que lhe favoreçam determinado tipo de conduta. Em sentido didático, consiste em oferecer ao aluno os estímulos e incentivos apropriados para tornar a aprendizagem mais eficaz. Essa é a base para um bom relacionamento em sala de aula, e para que exista verdadeiramente o aprendizado. (PILLETI, 1997, p. 233).

Pode-se perceber nessa afirmação, que o estímulo oferecido pelo professor

ao aluno em sala de aula determina se a aprendizagem por parte do educando está

fluindo, para que ele realmente adquira o conhecimento. A partir dessa relação de

aprendizado entre docente e discente, é gerado o que todos chamam de motivação

intrínseca e extrínseca.

Vila (1988 apud SAPINA, 2008, p.34) mostra que “a relação com os alunos

representam um dos aspectos da profissão que maior satisfação pode dar aos

professores, mas, por sua vez, constituem uma das mais ressonantes fontes de

insatisfação”.

Essa insatisfação acontece porque o professor, ao preparar a sua aula, cria uma

expectativa de que através dessa aula ele consiga incentivar os alunos para o

aprendizado, pois ele utiliza recursos interessantes para trabalhar em classe, mas

quando é realizado, ele fica decepcionado pela pouca importância que o aprendiz dá

para o conteúdo apresentado na sala.

Segundo Piletti:

A relação entre professores e alunos deve ser uma relação dinâmica, como toda e qualquer relação entre seres humanos. Na sala de aula, os alunos não deixam de ser pessoas para transformar-se em coisas, em objetos, que o professor pode manipular, jogar de um lado para o outro. O aluno não é um depósito de conhecimentos memorizados que não entende, como um fichário ou uma gaveta. O aluno é capaz de pensar, de refletir,

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discutir, ter opiniões, participar, decidir o que quer e o que não quer. O aluno é gente, é ser humano, assim como o professor. (PILETTI, 1987 apud FREITAS, 2002 p. 20).

Esse relacionamento entre docentes e discentes é de extrema importância, pois

se não existir um bom relacionamento entre ambos, o educando não se sentirá

motivado para assistir a aula do educador. O professor deve saber utilizar os seus

conhecimentos e os recursos que melhor propiciem a capacidade intelectual do

aluno, sabendo a necessidade e a disponibilidade dele para aprender o que é

ensinado em classe. Portanto, o docente deve incentivar o discente a participar da

aula dando opiniões e discutindo os pontos de vista de cada um.

Outro fator importante é o respeito que deve existir entre ambos, pois se não

existir respeito o aprendizado ficará prejudicado. Para que a aula seja bastante

agradável e proveitosa é necessário que o educador permita que o educando

partilhe suas experiências em discussões baseadas no tema proposto para a aula,

levando-se em conta que a confiança passada de um para o outro ajuda a elevar o

nível de motivação. O professor não deve se comportar como o dono da sala de

aula, o que determina tudo o que acontece, ele deve incentivar os alunos a

participarem da aula. Dessa forma haverá uma troca de experiências entre professor

e aluno e a partir daí acontecerá à motivação, portanto a aula passará a ser mais

interessante para ambos e um aprenderá com o outro.

Para que exista uma troca de conhecimentos é necessário que o professor não

seja o detentor de todo a sabedoria, e sim o mediador, permitindo que o aprendiz

participe dessa aula e contribua com os seus conhecimentos prévios, em

discussões, tornando a aula mais participativa e interessante. Se não houver essa

troca de informações no ensino-aprendizagem, o aluno perderá o interesse em

aprender aquilo que o professor está ensinando, pois essa relação é de extrema

importância para a aprendizagem.

“Se um professor não está motivado, se não exerce de forma satisfatória sua

profissão, é muito difícil que seja capaz de comunicar a seus alunos entusiasmo,

interesse pelas tarefas escolares; é, definitivamente, muito difícil que seja capaz de

motivá-los”. (FITA; TAPIA, 2000, p.88).

Para que haja uma boa relação entre professor e aluno é preciso que o docente

tenha um bom comportamento dentro da sala de aula, respeitando os seus

discentes e recebendo respeito por parte dos mesmos. E essa reciprocidade só

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acontece se o educador tratar bem todos os seus educandos, sem que exista

nenhuma distinção entre eles.

Além de um bom relacionamento entre professor e aluno é necessário também

que o ambiente seja propício para a aprendizagem. Um ambiente com recursos

variados, onde o educador e o educando se sintam à vontade para trabalharem

juntos os motiva a participarem melhor das atividades que forem desenvolvidas em

sala de aula.

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2 A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO CONTINUADA DO PROFESSOR DE LÍNGUA

INGLESA NA MOTIVAÇÃO EM SALA DE AULA

Para que haja motivação na sala de aula é necessário que os docentes passem

por um processo de formação contínua, pois é de fundamental importância para o

ensino de Língua Inglesa. Para que ele seja um bom professor, ele precisa estar

sempre atualizado, buscando informações necessárias para desenvolver um bom

trabalho e se superar diante de suas próprias expectativas.

Almeida Filho (2009, apud FELIX) afirma que o professor deve estar em

constante processo de formação para se tornar um profissional crítico e autônomo.

Felix cita que:

muitos professores de LE nem sempre têm condições de participar de cursos de extensão ou pós-graduação devido a vários fatores: financeiros, falta de tempo, sobrecarga de trabalho, falta de informação, etc. Outros não demonstram interesse por não ter consciência da importância da atualização contínua para o profissional, e muitas vezes a razão disto é a falta de motivação que vem desde a instituição formadora – a universidade. (FELIX, 2009, p.95).

O educador precisa estar atualizado com tudo o que acontece,

porque com o advento da tecnologia, muitos alunos acabam chegando à sala de

aula mais informados sobre os acontecimentos do que o professor. Uma das causas

da desinformação do docente é a falta de tempo para pesquisar, pois ele quase

sempre está ocupado com suas obrigações do trabalho.

Segundo Leffa (2001, p. 341 apud PALHARES; FRANÇA, 2005, p.6)

a formação de um profissional “reflexivo, crítico, confiável e capaz de mostrar

competência e segurança no que faz é um trabalho de muitos anos, que apenas

inicia quando o aluno sai da universidade”.

Percebe-se com esta afirmação que o fato do educando já estar formado e

exercendo a profissão, não quer dizer que ele não precise estar em constante

processo de aperfeiçoamento na área a qual ele está inserido. Quando o estudante

se forma e quer dar continuidade ao que ele começou na faculdade, ele precisa não

só trabalhar com o motivo para o qual ele se formou, como também proporcionar a si

mesmo uma continuação em sua formação, com o aprimoramento de sua prática

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educativa, através de cursos que melhorem a sua capacidade em se tornar um

grande educador.

Ribeiro (1999 apud PALHARES; FRANÇA 2005) afirma que a formação

continuada de professores é um longo caminho a ser percorrido para o

desenvolvimento da profissão, não é algo único e transitório, mas necessário para o

aprofundamento dos conhecimentos e para a produção de novos saberes.

É necessário que os professores de Língua Inglesa tomem consciência de

que para serem bons educadores, eles precisam tornar-se pesquisadores das

práticas educacionais, revendo conceitos e se atualizando. Para ser um profissional

de sucesso, o docente precisa estar em constante processo de formação, dando

continuidade ao que aprendeu na universidade ou em cursos de aperfeiçoamento.

Fusari (2000, p.23 apud PALHARES; FRANÇA, 2005, p.8) afirma

que “cada educador é responsável por seu processo de desenvolvimento pessoal e

profissional [...] não há política ou programa de formação continuada que consiga

aperfeiçoar um educador que não queira crescer”. A partir dessa definição é possível

perceber que para que o professor se desenvolva realmente, é preciso primeiro ter o

desejo em adquirir os conhecimentos necessários para a sua formação, porque

somente ele é quem pode decidir o que é melhor para a sua vida pessoal e

profissional.

A formação continuada dos educadores é de grande importância

para o processo de ensino da Língua Inglesa, pois o ensino dessa língua nas

escolas públicas tem deixado muito a desejar, tanto por parte dos professores

quanto pelos alunos, os quais não se interessam pela língua.

Percebe-se que grande parte dos docentes de Língua Inglesa, na

escola pública, apenas faz a graduação e não busca aprimorar os seus

conhecimentos para desenvolver um ensino melhor e mais motivador para os seus

discentes. A falta de interesse em se tornar um professor atualizado, dinâmico e

inovador, causa a desmotivação dentro da sala de aula em ambas as partes.

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3 FATORES IMPORTANTES PARA A CONSTRUÇÃO DA MOTIVAÇÃO NAS

AULAS DE LÍNGUA INGLESA

3.1 Fatores que causam a desmotivação no ensino de Língua Inglesa

A falta de motivação para a profissão docente é uma das grandes causas do mal-estar de um número significativo de professores e que suas conseqüências se refletem na qualidade do ensino, no processo de aprendizagem e no desenvolvimento pessoal e profissional do próprio professor. (JESUS, 2000, p. 45, apud NIMITT; PINTO, 2008, p. 161).

A desmotivação do docente de Língua Inglesa é uma das causas da falta de

motivação em sala de aula, pois o primeiro a se sentir motivado em sala deve ser o

professor para que haja interação entre ambos. Se o educador encontra-se

desestimulado para o exercício da sua profissão, o educando perderá o interesse

em estudar, comprometendo assim o processo de ensino-aprendizagem.

Outro agravante para a desmotivação no ensino de LE (Língua Estrangeira) é

o despreparo do professor nas aulas. Isso acontece porque muitas vezes é

determinado que o professor ensine a língua inglesa sem ter conhecimento

específico da disciplina, o que, na maioria das vezes, é determinado pelo diretor da

escola.

Paes afirma que:

A desvalorização da língua inglesa no ambiente escolar também é percebida em docentes de outras disciplinas. A propagação de ideias por parte de alguns profissionais da educação de que a disciplina A ou B são mais importantes que o inglês, pois aquelas reprovam e esta não, também contribui para o descaso de alguns alunos em relação à aprendizagem de língua estrangeira. (PAES, 2009, p. 162).

Como se pode perceber o ensino de Língua Inglesa tem sido tratado de

forma desigual em relação às outras disciplinas, no entanto, o inglês não deveria ser

desvalorizado desse jeito. O desinteresse dos alunos pela aprendizagem do inglês

acontece por ser uma disciplina que não é considerada importante e por ter criado

essa idéia de que inglês não reprova. Os discentes acabam se preocupando mais

com as outras disciplinas e deixam a desejar na dedicação da aprendizagem de

Língua Inglesa.

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Uma outra causa para o desinteresse dos alunos é a falta de material

didático, são poucas as escolas que têm livro de inglês e em alguns casos, quando

possuem, nem sempre esse material satisfaz as necessidades dos professores e

dos alunos. Um outro fator para a desmotivação é a falta de recursos que

possibilitem ao docente melhorar as suas aulas e incentivar os discentes a terem

interesse pela segunda língua, a qual, ao contrário do que eles pensam, é algo muito

importante para o seu futuro.

Segundo Jorge (2009) os professores de Língua Inglesa reclamam

constantemente a respeito da carga horária oferecida a disciplina, pois a pouca

quantidade de aulas semanais destinadas ao ensino da língua influencia muito no

desinteresse que existe nas escolas e nos alunos em relação à aprendizagem de

uma língua estrangeira. Um outro aspecto enfatizado por Paiva (2009) é que a carga

horária reduzida do ensino de língua estrangeira não dá oportunidade ao aluno de

aprender uma segunda língua apenas no espaço da sala de aula; por melhor que

sejam essas aulas, o discente precisa sentir o desejo de seguir em frente no seu

aprendizado buscando novas experiências com o inglês fora do ambiente escolar.

Um fator de grande relevância é a falta de profissionais formados para o

ensino da Língua Inglesa, pois isso pode causar a desmotivação do discente,

considerando que a formação para o ensino de Língua Inglesa é uma ferramenta

fundamental para que o ensino e aprendizagem de uma segunda língua ocorram de

forma satisfatória; o professor de língua estrangeira tem que ter domínio da língua a

qual ele ensina.

Com todos esses problemas é muito difícil que a motivação no ensino-

aprendizagem de LI atinja os níveis ideais de aprendizado nos discentes. Para que

haja mudanças na maneira como é ensinada e aprendida a Língua Inglesa é

necessário que as escolas modifique a sua maneira de ver a língua, não a

considerando sem importância e conscientizando os alunos a perceberem a

importância de se aprender uma segunda língua.

3.2 Fatores que contribuem para a motivação dos alunos no ensino de Língua

Inglesa

Segundo Paiva (2009, p. 33) o ensino de Língua Inglesa não deve se

restringir ao uso da gramática, mas deve ser visto de forma contextualizada, onde o

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aprendiz se sinta motivado. Quando existe essa motivação por parte dos alunos a

aprendizagem se torna mais agradável e eles sentem a necessidade de buscar

novas formas de ampliar os seus conhecimentos. Isso se reflete também fora da

sala de aula, pois quando os alunos estão motivados, eles se interessam por algo

que os remeta ao que está sendo aprendido, como por exemplo: através de

músicas, filmes, programas que incentivem o uso da língua, ou até mesmo através

de jogos, os quais muitas vezes têm se tornado uma ferramenta importante no

estímulo do aprendizado da Língua Inglesa.

Segundo Leffa:

O trabalho do professor é sempre cercado de obstáculos, desde a falta de recursos materiais até uma possível resistência dos alunos. Para vencer esses obstáculos, é preciso contaminar os outros com o nosso entusiasmo. Trata-se essencialmente do processo de sedução, movido pelo desejo. (LEFFA, 2009, p. 120).

O que essa afirmação sugere é que o professor propicie ao aluno momentos

de descontração, onde os discentes se sintam influenciados pela maneira que o

docente conduz a aula, despertando o interesse do estudante para aprender a

Língua Inglesa e que esse desejo de adquirir conhecimento da língua seja

perceptível fora da sala de aula.

Paiva (2009) dá ao professor dicas de como desenvolver a autonomia do

aluno para o aprendizado da língua inglesa, através de pequenas coisas, como por

exemplo: através de palavras utilizadas no cotidiano, pode-se perceber que no Brasil

muitos produtos têm nomes em inglês; outra forma de aprender é através de

músicas, filmes e leituras de revistas, jornais e etc. fora do contexto da sala de aula.

Malta; Teixeira afirmam que:

Aprender uma língua estrangeira como o inglês complementa a formação do aluno enquanto ser humano, melhorando o seu processo cognitivo. Enfim, o ensino da Língua Inglesa nas escolas públicas deve ser atribuído à forma de inclusão social e interação cultural. (MALTA; TEIXEIRA, 2010, p. 12).

Outra forma de incentivar os alunos a terem interesse em aprender uma

segunda língua, é através de atividades que podem ser desenvolvidas por eles

mesmos, como por exemplo: pesquisa de palavras em dicionários, cartazes com

frases que são freqüentemente utilizadas em sala de aula, jogos e textos para

leitura, letras de músicas com versos fora do lugar para os alunos arrumarem

17

enquanto escuta, filmes com legenda em inglês, caça-palavras e palavras cruzadas,

entre outras. Esses tipos de atividades ajudam os estudantes a se sentirem

estimulados e dá a eles a autonomia necessária a sua aprendizagem.

É de grande importância que os educadores de Língua Inglesa estejam

motivados no seu processo de formação, pois só assim é que eles darão

continuidade ao que aprenderam na universidade, através de cursos, palestras,

pesquisas entre outros.

Para ser um profissional de sucesso é de extrema importância que o docente

tenha segurança na apresentação dos conteúdos, com os quais ele está trabalhando

em sala de aula. Se o educador não transmitir seu conhecimento de modo que os

estudantes percebam que ele está seguro com o tema, que está sendo abordado em

classe, provavelmente o aluno não terá confiança no que o professor ensina.

18

4 METODOLOGIA

Para que se pudesse estudar a metodologia utilizada pelo professor, o nível

de motivação dos alunos e o nível de satisfação do professor para o ensino da

Língua Inglesa, foi necessário fazer um estudo no qual o principal objetivo foi

mostrar como a motivação é um fator de grande relevância em toda atividade

humana, e que a falta da mesma implica em fatores negativos que inviabilizam o

processo de ensino-aprendizagem.

Em virtude disso, foi realizada uma pesquisa qualitativa, com caráter

descritivo, sendo caracterizada pelo levantamento de dados sobre o tema motivação

na sala de aula de Língua Inglesa, fundamentada em alguns teóricos que

abordavam o assunto. A coleta de dados foi realizada por meio de questionários

aplicados ao professor.

O público-alvo para investigação foi composto por docentes de Língua

Inglesa, alguns com formação específica para essa área e outros ainda não

graduados, apesar de já estarem exercendo a função de professor.

O questionário, por sua vez, foi respondido por professores de Língua Inglesa,

dos quais 3 (três) já possuíam a licenciatura em Letras com Inglês e 3 (três) estão se

graduando para está área de ensino.

O método utilizado para a distribuição do questionário foi a Internet, através

de e-mail. A data de envio foi dia 09 de janeiro de 2012. Foram enviados 14

(quatorze) questionários, os quais foram respondidos e reenviados apenas 6 (seis).

A coleta de dados aconteceu no período de 10 de janeiro até o dia 18 de janeiro de

2012.

As perguntas realizadas foram sobre a motivação em sala de aula e de como

acontece o relacionamento entre docente, discente e instituição de ensino. Todos os

professores participantes da pesquisa residem em Conceição do Coité e são do

sexo feminino, onde 4 (quatro) possuíam idade entre 22 e 29 anos e apenas 2

(duas) tinham idade superior a 30 anos.

Havia 7 (sete) questões, sendo 4 (quatro) totalmente objetivas e 3 (três)

objetivas e subjetivas respectivamente. As perguntas tinham como foco principal

analisar se o ensino de Língua Inglesa está ajudando o aluno e o próprio professor a

se sentir motivado.

19

A análise dos dados coletados através dos questionários teve uma

abordagem qualitativa, mostrando as convergências e divergências entre o ensino

de Língua Inglesa e a motivação de professores e alunos envolvidos nesse

processo. Com a análise dos dados foi possível perceber que no ensino-

aprendizagem de língua estrangeira, tanto o docente quanto o discente nem sempre

está motivado para que haja uma aprendizagem significativa.

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5 ANÁLISE DE DADOS

Nessa parte do trabalho serão analisados e discutidos os resultados obtidos

através dos questionários realizados com 6 (seis) professoras, sendo 3 (três) já

graduadas na Língua Inglesa e 3 (três) estudantes da Língua Inglesa em curso. A

fim de manter sigilo nos nomes dos participantes da pesquisa, elas serão

identificadas como: P1, P2, P3, P4, P5 e P6.

A partir dos resultados obtidos entre os 6 (seis) participantes da pesquisa foi

possível perceber que existe motivação para o ensino de Língua Inglesa, porém não

é sempre que ela acontece. A disposição do docente em dar aos discentes aulas

que estimulam a aprendizagem é o que faz o estudante sentir desejo em adquirir o

conhecimento da língua. Buscando verificar a motivação do professor, a primeira

pergunta do questionário foi: Você se sente motivado para ensinar a Língua Inglesa?

Por que?

Tabela 1 – Motivação para ensinar

Professores Sempre Às vezes Quase Nunca Nunca P1 X P2 X P3 X P4 X P5 X P6 X

Analisando as respostas obtidas é possível perceber que a causa da pouca

motivação do docente, segundo P1, P2 e P6 se deve ao fato de que a resistência

dos discentes para estudar a Língua Inglesa ainda é muito grande e, além disso,

falta material didático para auxiliar no ensino da língua, dificultando ainda mais o

processo ensino-aprendizagem. P3 afirma que vai depender se o ensino é público

ou privado, pois segundo ela os alunos da rede pública geralmente não gostam da

Língua Inglesa, devido à metodologia aplicada por alguns professores que nem

conseguem motivar a si próprio, nem aos seus alunos. Sabendo da importância e

necessidade do inglês nos dias atuais P4 diz que procura sempre criar e pesquisar

atividades interessantes que motivem os seus discentes. Já P5 cita que com o

avanço tecnológico o interesse dos alunos pelo ensino de Língua Inglesa cresceu e

que eles sempre estão motivados para a aprendizagem da língua.

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Através desses resultados obtidos, não é difícil concluir que a motivação para

a aprendizagem do inglês é algo que existe, mas que a falta recursos na escola que

possibilitem o professor de contribuir com a melhoria do ensino-aprendizagem da

língua, isso desestimula tanto o docente quanto o discente, gerando o desinteresse

e causando resistência nos alunos para a aprendizagem dessa língua.

A segunda pergunta: Com que freqüência você consegue motivar os alunos

em suas aulas? foi feita para saber se o professor incentiva os alunos a sentirem o

desejo em aprender a LI.

Tabela 2 – Motivação dos alunos

Professores Sempre Às vezes Quase Nunca Nunca P1 X P2 X P3 X P4 X P5 X P6 X

A tabela acima mostra que apesar do esforço do professor em preparar as

suas aulas, a fim de inserir o aluno no contexto da sala de aula nem sempre ele

consegue. Isso acontece porque a maioria dos discentes não considera a

aprendizagem da LI algo importante e que vá lhe servir para alguma coisa no futuro.

De acordo com Paes (2009), esse desinteresse pelo inglês acontece por causa da

desvalorização que o ensino de língua estrangeira tem na escola, alguns

professores de outras disciplinas não a consideram tão importante por não ser uma

disciplina que reprova e com isso os alunos acabam dando pouca importância às

aulas de Língua Inglesa. Porém, não é sempre que isso acontece, existem alguns

casos que os estudantes estão sempre motivados, como no caso citado por P5 que

demonstra ter sempre discentes estimulados para o ensino da língua. Isso se deve

ao fato de que os envolvidos no ensino-aprendizagem estão constantemente se

motivando através de recursos didáticos e da boa relação entre professor e aluno

ajudando assim a ampliar os seus conhecimentos.

A terceira pergunta: Qual o seu nível de satisfação em ensinar a Língua

Inglesa? teve por objetivo verificar se o docente está profissionalmente realizado nas

suas atividades em sala de aula.

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Tabela 3 – Satisfação para o ensino de LI

Professores Ótimo Bom Regular Ruim P1 X P2 X P3 X P4 X P5 X P6 X

Considerando a tabela acima, pode-se constatar que todas as professoras

possuem um bom relacionamento com o ensino da Língua e que se sentem

satisfeitas por estarem trabalhando com essa área, baseado nas respostas

supracitadas nota-se que a satisfação em ensinar inglês é percebida entre todas

as professoras questionadas. Segundo Paiva (2009), uma forma de incentivar a

aprendizagem da língua estrangeira é desenvolvendo a autonomia em sala de

aula. O estímulo oferecido pelo educador torna as aulas de LI mais interessantes,

dando ao educando suporte necessário para a sua própria autonomia.

Desenvolver a autonomia do aluno é o que todo docente pretende para realizar

um bom trabalho dentro e fora do ambiente escolar.

A quarta pergunta: Você acha que seus alunos se interessam pela Língua

Inglesa? De que maneira você pode perceber isso? buscou analisar que

atividades os alunos se mostravam mais receptivos ao aprendizado.

Tabela 4 – Interesse dos alunos

Professores Sim Às vezes Quase Nunca Nunca P1 X P2 X P3 X P4 X P5 X P6 X

As professoras declararam perceber o interesse dos alunos sempre que elas

levam dinâmicas, músicas, jogos, atividades participativas e estudos sobre aspectos

culturais da língua estudada, porém P1, P2 e P6 relatam que não conseguem atingir

todo o público, por existir ainda muita resistência de alguns alunos para o

aprendizado da Língua Inglesa, considerando-a uma disciplina desnecessária.

Como já foi citado antes por Pilleti (1987), um bom relacionamento entre

educador e estudante ajuda no interesse em aprender os conteúdos trabalhados

23

pelo docente em sala de aula e motiva os alunos a participarem da aula e desejarem

obter conhecimento específico do que o professor ensina, através de recursos que

auxiliam o educador a desenvolver a capacidade intelectual do aprendiz.

A quinta pergunta: Qual o nível de motivação de seus alunos? teve as

seguintes respostas:

Tabela 5 – Grau de motivação dos discentes

Professores Ótimo Bom Regular Ruim P1 X P2 X P3 X P4 X P5 X P6 X

Observando a tabela acima se percebe que a motivação dos alunos para

aprender uma segunda língua na sala de aula apresenta resultados diferentes.

Como se pode constatar, P1 e P6 consideram o nível de motivação de seus

discentes muito baixo. P2, P3 e P4 acham que o grau de satisfação dos alunos em

aprender a Língua Inglesa é satisfatório e P5 acredita que a motivação dos seus

discentes apresenta um elevado nível de satisfação.

Para os aprendizes de LI o estímulo dado pelo professor através de

dinâmicas facilita a aprendizagem da Língua Inglesa, isso fica perceptível quando

Paiva (2009), cita que o incentivo pode acontecer de várias formas simples de

aprendizado, como através de músicas, filmes, jornais, revistas e etc.

desenvolvendo a autonomia do aluno para o aprendizado da língua.

A sexta pergunta: Você tem um bom relacionamento com seus alunos? buscou

analisar a interação professor-aluno.

Tabela 6 – Relação com a turma

Professores Sim Às vezes Quase Nunca Nunca P1 X P2 X P3 X P4 X P5 X P6 X

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As professoras participantes da pesquisa admitem ter um bom

relacionamento no ambiente da sala de aula com seus alunos, demonstrando assim

ter grande satisfação ao ensinar a Língua Inglesa. Isto acontece porque elas

possuem motivação para ensinar inglês. O processo de formação no qual todas elas

passaram, ou estão passando, permite a elas desenvolver ainda mais a sua

autonomia para ensinar a LI e esta formação contínua ajuda essas professoras a

terem mais segurança na hora de ensinar, auxiliando o aluno a ter motivação para

aprender. A relação saudável entre educador e educando acontece porque o

professor incentiva os alunos a participarem da aula, dando opiniões e interagindo

com o docente em classe.

A sétima e última pergunta: A escola oferece meios que ajudam a tornar as

aulas mais motivadoras para seus alunos? Quais são esses meios? verificou a

variedade de recursos oferecidos pela escola para serem usados nas aulas.

Tabela 7 – Recursos motivacionais

Professores Sim Às vezes Quase Nunca Nunca P1 X P2 X P3 X P4 X P5 X P6 X

Apesar de dispor de poucos recursos adequados ao ensino de Língua Inglesa

P1, P4 e P6 relatam que na unidade escolar onde ensinam utilizam TV pen drive,

som, data-show, e se preciso, é possível usar a sala de informática. Já P2 prepara

jogos manualmente em sua casa com antecedência e diz que a escola só ajuda na

decoração dos projetos que ela realiza. P3 afirma que a instituição de ensino

contribui apenas com o som ou xerox. Para P5 é fornecido jogos educativos, data

show, som, dvd, tv e eventos extra classe.

Quando a escola dispõe de recursos que ajudam os professores a darem as

suas aulas de forma dinâmica, a motivação para o ensino-aprendizagem da língua é

se torna mais aparente fazendo com que o clima na sala de aula, seja percebido por

toda a escola, dando uma boa impressão da instituição de ensino.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesse trabalho foi possível perceber que a motivação para o ensino-

aprendizagem de LI é um aspecto muito importante para o aprendizado de Língua

Inglesa, onde o professor precisa ter conhecimento suficiente para o ensino da

mesma, conseguindo assim motivar os seus alunos a se interessarem em aprender

inglês.

Para um aprendizado satisfatório do ensino da língua é necessário que o

docente esteja motivado para a sua profissão e que ele tenha um bom

comportamento dentro da sala de aula. É de grande relevância que exista uma

relação saudável entre educador e educando, pois esse relacionamento é o que

incentiva os estudantes a se sentirem estimulados a aprender o que é ensinado pelo

professor.

A formação contínua do professor é outro fator importante para a motivação

na sala de aula, um docente que está sempre atualizado e buscando novos

conhecimentos passa segurança para os seus discentes, contribuindo para o

aprendizado do inglês.

Foi possível perceber que as maiores causas da desmotivação docente

foram: a resistência dos discentes para o aprendizado do inglês, a falta de material

didático e a pouca carga horária destinada ao ensino de LI. Em contrapartida, Paiva

sugere que a motivação não se restrinja ao uso da gramática, mas que seja

trabalhada de forma contextualizada e que o professor desenvolva a autonomia dos

alunos para que ele possa aprender inglês fora do contexto da sala de aula.

Esta pesquisa teve por objetivo geral verificar se a atitude do professor é um

fator motivacional para que os alunos aprendam a Língua Inglesa e como objetivos

específicos analisar a prática de ensino-aprendizagem de docentes e discentes,

identificar as causas da desmotivação na sala de aula entre professores e

estudantes e observar se o educador tem comportamento motivado, gerando assim

interesse nos alunos para aprender a LI.

O que se pôde perceber é que alguns docentes possuem motivação e

conseguem transmitir esse interesse aos seus discentes, enquanto outros, pelo

desinteresse e resistência dos estudantes e pela falta de recursos para ensinar a LE,

são menos motivados e, portanto, nem sempre conseguem motivar os seus

educandos. Os educadores se interessam em ensinar a língua, no entanto, só

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alguns alunos possuem motivação intrínseca, os demais não consideram o ensino

de Língua Inglesa importante, e isso causa a desmotivação no ambiente da sala de

aula.

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REFERÊNCIAS

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PALHARES, Ana Cristina de Moraes Hazin; FRANÇA, Tereza Luiza de. O processo de conscientização na formação continuada de profes sores de Língua Inglesa. Disponível em: <http://www.paulofreire.org.br>. Acesso em: 17 ago. 2011. PILETTI, Claudino. Didática geral. 22. ed. São Paulo: Ática, 1997. SAPINA, Carla Sofia Pereira. Contributos da formação contínua para a motivação docente. Disponível em: <http://repositorio.ul.pt/hdl.handle.net/10451/809>. Acesso em: 17 ago. 2011. SCHÜTZ, Ricardo. Motivação e Desmotivação no Aprendizado de Línguas . Disponível em: < http://www.sk.com.br/sk-motiv.html >. Acesso em: 28 jun. 2009. TAPIA, Jesús Alonso; FITA, Enrique Cártula. A motivação em sala de aula: o que é, como se faz. 3 ed. São Paulo: Edições Loyola, 2000. VYGOTSKY, L. S. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1993.

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APÊNDICE – Questionário para o professor

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

Departamento de Educação – Campus XIV

Orientadora: Juliana Bastos

Pesquisadora: Elenize Sacramento

QUESTIONÁRIO

1. Você se sente motivado para ensinar a Língua Inglesa? Por que?

( ) Sempre ( ) Às vezes ( ) Quase Nunca ( ) Nunca

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2. Com que freqüência você consegue motivar os alunos em suas aulas?

( ) Sempre ( ) Às vezes ( ) Quase Nunca ( ) Nunca

3. Qual o seu nível de satisfação em ensinar a Língua Inglesa?

( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

4. Você acha que seus alunos se interessam pela Língua Inglesa? De que maneira você pode perceber isso?

( ) Sim ( ) Às Vezes ( ) Quase Nunca ( ) Nunca

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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5. Qual o nível de motivação de seus alunos?

( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

6. Você tem um bom relacionamento com seus alunos?

( ) Sim ( ) Às Vezes ( ) Quase Nunca ( ) Nunca

7. A Escola oferece meios que ajudam a tornar as aulas mais motivadoras para seus alunos? Quais são esses meios?

( ) Sim ( ) Às Vezes ( ) Quase Nunca ( ) Nunca

_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________