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O Plátano #1 2010/2011

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1ª Edição do jornal escolar do Agrupamento de Escolas de Alijó "O Plátano" no ano lectivo 2010/2011.

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Festejamos com enorme alegria e orgulho no nosso Agrupamento a notícia do Jornal Público, no pas-sado dia 31 de Outubro, que divulgava como único vencedor do Concurso Nacional de Jornais Escolares 2009/2010, O Plátano nas suas três edições. E como festejar é sinónimo de solenizar, mais nenhum caminho pareceu abrir-se aos nossos pés senão o de dar continuidade a este projecto, incentivado mais uma vez pelo órgão directivo deste agrupamento. Foi com mais força ainda que reformulámos este sonho colectivo, arquitectando um plano em que pudéssemos renovar, sem grandes riscos (se é que isso é possível garantir), este desafio de jornalismo escolar, imprimindo-lhe um dedo de surpresa que não desvirtuasse o valor e o reconhecimento que lhe foram conferidos no seu ano inaugural. Por esta imensa emoção O Plátano renasceu num novo formato, mais esguio para ser também outro neste novo ano lectivo, com um design que apela a uma nova interpretação deste projecto, enfim, pretenso detentor de um novo princípio de criatividade. Permaneceu quase todo o mesmo grupo que constituía a equipa do jornal, tendo saído um dos seus elementos e entrado no seu lugar, como uma nova mais-valia, um professor de Educação Visual. Per-maneceram as linhas mestras dos números anteriores, tanto na determinação das rubricas, que vão variando ao nível temático segundo as exigências contextuais sócio-históricas e político-educativas, como na selecção de artigos e no envolvimento da comunidade educativa, incluindo a prestação de alunos e professores correspondentes que em tanto têm enriquecido a qualidade do nosso jornal. Cre-mos que a par do instantâneo e do actual, o planeamento reflectido de muitas páginas revertem num instrumento pedagógico melhor. O facto do Agrupamento de Escolas de Alijó se ter ampliado humana e geograficamente com a fusão das escolas e jardins-de-infância do Pinhão imputou novas exigências ao nosso jornal que foram muito superficialmente cumpridas nesta primeira edição. Porém, de forma a superar quaisquer cons-trangimentos que, desprevenidamente, possam parecer irresolúveis, desde já apelamos novamente para o contributo de todos os novos alunos, professores e funcionários com quem, por razões que se prenderam com a novidade da situação, com a distância e consequente menor contacto directo quo-tidiano, não encetámos consistentemente os laços de trabalho coeso expectável. No nosso novo jornal ressalta claramente a face de uma escola empenhada, criativa e responsável onde os seres humanos que a compõem declaram vontade de fazer, aprender e ensinar, remando con-tra um gritante panorama social de crise altamente intimidatório e fortemente penalizador para os educadores e professores. É disto que nos orgulhámos, destes passos construtivos, independentemente de todas as críticas maldizentes a que já nos fomos habituando a ouvir, um pouco por todo o lado, a propósito da Educação no nosso país. Será verdade que ainda há muito a fazer neste campo todavia nunca através da lança virada contra o coração de quem trabalha com profissionalismo e tenta pautar-se pela exigência. Muitas vezes a muito custo tendo que encarar com um à vontade e um desrespeito desmedidos patentes na forma como, ao longo dos anos, fruto de novas liberdades conquistadas - fica a dúvida -, foram socialmente desconsiderados. Venham cada vez mais vozes contra esta maré de pes-simismo, que ainda fere as escolas, como estas que podemos agora ouvir através da leitura de tantas páginas desta 1ª edição do ano lectivo 2010/2011, para mostrar como ainda se trabalha com fogo, com dedicação, pela excelência independentemente de aspirar a qualquer tipo de avaliação. Esta úl-tima ideia é válida para todos os colaboradores do jornal, não só para os professores e educadores como agentes da educação. Aos alunos o nosso especial agradecimento pois sem eles não haveria qualquer hipótese de matéria interessante nas escolas, sem desprimor para os mais pequeninos que participaram com tanto entusiasmo como os mais velhos e sabedores. Para terminarmos em festa ainda, resgatámos uma frase notável do reconhecido arquitecto Oscar Nyemeyer que se adapta perfeitamente ao contexto educativo e ao nosso tão aspirado sucesso multi-dimensional: “Se a recta é o caminho mais curto entre dois pontos, a curva é o que faz o concreto buscar o infinito”. Resta-nos desejar a todos boas leituras, um óptimo natal e um próspero ano novo.

Patrícia Fontinha

editorial festejar

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palavras do directorOIÇO. REGISTO.

Quantas vezes tenho ouvido dizer alguns alunos e encarregados de educação que o nosso agrupamento não vale nada e que não ensina o suficiente para os alunos obterem boas notas, que é necessário chamar as televisões para observarem o que há de mais negativo, julgando, muitas vezes, que com estas atitudes, modificam o que pensam estar mal. Puro engano. Nem sempre é assim! E quando temos coisas boas e prémios a receber? Ninguém sabe, ninguém fala.Senão vejamos: alunos que obtiveram bons resultados individualmente em exames nacionais, alguém falou? Não. Os prémios que o Agrupamento recebeu com um primeiro lugar, a nível nacional, no escalão de jornais dos jardins-de-infância e ensino básico e secundário – o nosso jornal, O Plátano. A menção honrosa, ex-aequo com a Escola Secundária Abade de Baçal, no design gráfico, deste mesmo jornal.Os 5º e 6º lugares para a EB1 de Sanfins e a EB1 de Favaios da SeguraNet (sendo as primeiras escolas do Norte da área de influência da D.R.E.N.) que valeram a estes alunos um passeio, merecido, ao Porto para receber o prémio Farol espécie de “Óscar”. Alguém reparou? Não. É certo que ao nível do aproveitamento escolar, temos um ritmo mais lento, mas nem por isso tão negativo, como alguns querem fazer passar a mensagem apesar de

sermos um Agrupamento do interior rural. Estaremos satisfeitos? Não. Ambicionamos mais, pretendemos chegar mais alto no ranking (vale o que vale!) e nivelar pelas do topo. Isto não é ser irrealista e desatento, é antes de mais acreditar nos alunos, nos professores, nos funcionários e na ajuda tão importante das famílias. Temos de ser ambiciosos. Temos de ter as salas de estudo a funcionar, com alunos a combaterem as dificuldades com a ajuda dos professores. Temos de incutir nos alunos hábitos de trabalho e objectivos para a vida. Só com trabalho se pode vencer. Tem de haver regras a cumprir (Regulamento Interno) e não podemos facilitar, joga-se o futuro dos alunos. O resto…bem…o resto é o Natal que se aproxima. É a festa da família. O encontro de gerações onde se transmitem princípios e valores e se molda o carácter dos mais novos no caminho da verdade e da justiça. Precisamos de uma escola da verdade e da solidariedade entre todos. O todo é o que interessa. Felicito alunos, professores, funcionários e encarregados de educação do Pinhão, a quem desejo o maior sucesso nesta integração no Agrupamento. A toda a comunidade escolar de Alijó e do Pinhão um bom natal e votos de uma boa fusão. Registo.

António Magalhães

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em destaque

seguranetrelato de uma experiência

As nossas escolas, EB1 de Favaios e EB 1 Sanfins do Douro, participaram no concurso SeguraNet ao longo do ano 2009/2010. Primeiro as professoras inscreveram as nossas escolas no SEGURANET. Depois formámos equipas. Cada equipa escolheu o seu capitão, a sua palavra-passe e registámo-nos. Todos os meses, antes de participarmos no desafio propos-to, víamos as actividades para o 1º ciclo referentes ao tema em questão, no portal do SeguraNet, onde aprendemos imensas coisas. Por fim, cada equipa respondia às perguntas do desafio e esperava ansiosamente pelos pontos ganhos. Este concurso foi muito importante porque apren-demos várias regras necessárias para podermos utilizar a internet de forma segura. Aprendemos, por exemplo, que nunca devemos dar informações pessoais em chats, fóruns, jogos online ou mesmo através do email. Sem-pre que nos sentirmos incomodados ou agredidos por alguém, devemos abandonar a sala de chat e dizer aos nossos pais ou professores. Nunca devemos marcar en-contro nas salas de chat porque a pessoa com quem es-tamos a falar pode ser mal-intencionada e fazer-nos mal. Aprendemos também as regras da Netiqueta assim como a construir uma palavra-passe segura. Esta deve conter letras, números e símbolos. Não a devemos escrever em lado nenhum, apenas memorizá-la. Devemos ainda es-colher uma palavra-passe que possamos associar a uma ideia para que se torne mais fácil a sua memorização. Ela deve ter no mínimo 8 caracteres. Quanto à pesquisa na

internet também aprendemos algumas regras. Quando temos que fazer um trabalho podemos consultar quase tudo na internet mas não nos podemos limitar a copiar e a colar. Devemos pesquisar e depois construir o nosso próprio texto. Devemos revelar sempre as fontes que consultámos. Quando copiamos algum excerto de um texto, devemos colocá-lo entre aspas e citar o seu autor.Em relação à nossa caixa de correio devemos eliminar mensagens que não solicitámos – SPAM - e não fornecer informações pessoais. Finalmente, em relação ao computador aprendemos que é muito importante termos um antivírus instalado bem como devemos actualizá-lo com regularidade. Alunos das Escolas EB 1 de Favaios e Sanfins do Douro

Professora Isabel Veiga e Isabel Moura

O Agrupamento de Escolas de Alijó participou, no pas-sado dia 3 de Novembro, na cerimónia de apresentação do novo Programa de Actividades SeguraNet 2010/2011, bem como na entrega de prémios do concurso Segura-Net 2009/2010. Este agrupamento de escolas contou com 3 escolas premiadas, de entre as 13 escolas da região Norte, que fazem parte de uma lista nacional de escolas premiadas e que foram distinguidas no evento. Assim, na categoria das Escolas do 1º ciclo do ensi-no básico, as escolas premiadas foram: - Escola Básica de Sanfins do Douro, em 5º lugar e Escola Básica de Favaios, em 6º lugar a nível nacional. Na categoria de Escolas do 2º e 3º ciclos do ensino básico e ensino se-cundário a Escola Básica e Secundária D. Sancho II ob-teve o 36º lugar a nível nacional. A cerimónia decorreu no Auditório do Conservatório de Música do Porto e contou com a participação do senhor Director Regional de Educação do Norte – Dr. António Leite, a Dra. Damiana Neves da Polícia Ju-diciária - Prevenção da Criminalidade Informática e o Dr. João Torres da Direcção Geral de Inovação e Desen-volvimento Curricular. O agrupamento de Escolas de Alijó esteve represen-

tado por uma delegação de 46 alunos, o Presidente da Comissão Administrativa Provisória, 3 professores e 2 auxiliares. A aluna Beatriz Machado Pires fez uma in-tervenção, em representação dos alunos do 1º ciclo do ensino básico, relatando a experiência da participação dos alunos deste agrupamento e nível de ensino, nas ac-tividades do projecto SeguraNet. O programa SeguraNet foi criado com o objectivo de promover uma utilização esclarecida, crítica e segura da Internet, quer pelas crianças e jovens, quer pelas famí-lias, trabalhadores e cidadãos em geral.

António Mansilha – Coordenador PTE

prémios seguranet 2009/2010

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em destaque

1º prémio nacional para o Jornal do agrupamento

N.º 2 2009/2010

A equipa do jornal do Agrupamento de Escolas de Alijó inscreveu “O Plátano”

no Concurso Nacional de Jornais Escolares promovido pelo projecto

“Público na Escola”, um projecto de educação para os media do jornal

Público. Para este ano lectivo, constitui objecto de tratamento privilegiado a

comemoração do primeiro centenário da Implantação da República em

Portugal, que se assinala no próximo dia 5 de Outubro de 2010. → pág. X

PÚBLICO NA ESCOLA

Concurso Nacional de Jornais Escolares

Saída de estudo Família, família da RTP1

O Projecto Estrela Polar – Criar o Futuro promoveu saída de estudo de

um grande grupo de alunos da EB 2,3 e Secundária de Alijó e do Pinhão

para participação nas gravações do programa televisivo da RTP 1

“Família, família”. → pág. X

O Jornal “O Plátano” do Agrupamento de Escolas de Alijó, venceu o Concurso Nacional de Jornais escolares e um Prémio Especial de design Capa. Foi com grande satisfação que o Agrupamento de Es-colas de Alijó recebeu a notícia através do Jornal Público, da atribuição do 1º prémio Nacional de Jornais Esco-lares, no ano lectivo 2009-2010. A nossa Escola ficou muito contente com esta distin-ção, afinal trata-se de um prestigiado concurso ao ní-vel nacional, com muita concorrência e não é todos os dias que uma escola pública do interior transmontano, aparece no 1º lugar do ranking nacional, mesmo não se tratando de uma classificação no âmbito do aproveita-mento. É de facto, um grande incentivo para a escola e particularmente, para uma equipa que se envolveu com grande afinco e profissionalismo neste projecto, lançado pelo jornal Público, e no âmbito do qual, está prevista a atribuição de um prémio monetário que ronda os 3.500 euros e com o qual se irá melhorar o projecto. Está obviamente de parabéns, a coordenadora do Jor-nal, a professora Patrícia Fontinha, que tão bem soube conduzir a sua equipa, com especial destaque e notável participação do Curso Profissional de Técnico de Design Gráfico, seus professores e alunos. Sabendo que é difícil, conquistar duas vezes seguidas uma tal distinção, a equipa do Jornal O Plátano promete defender bem este troféu e elaborar para este ano lectivo, um jornal ainda melhor e mais vistoso.

Professor Nuno Canelas

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aula viva

alunos 5º anoEste ano lectivo eu estou a gostar especialmente de relembrar tudo aquilo que já passei no 1º ciclo. Mas esta escola é tão grande que às vezes eu não sei onde ir. Tento orientar-me mas o que acontece é que por vezes não sei onde vou nem sei de onde vir… tudo é novidade! A minha nova escola é espaçosa e bem organizada. Adoro a Sid Net e aí nunca me sinto perdida. Gosto de andar no 5ºano, sei que tenho de ter respon-sabilidade pois sinto-me a crescer (na altura) e também na idade.

Neuza, 5ºA

Neste ano lectivo tudo é muito diferente. Eu gosto mais desta escola por causa de ser maior e por causa dos horários. No segundo dia de escola, cheguei cá e fiquei surpreen-dida, pensava que não eram tantos alunos. Não sabia quais eram as salas e custou-me a ter mais disciplinas e mais professores. No entanto, há mais espaço para correr e brincar. Acho que está a ser um bom ano lectivo. Ser aluna do 5º ano para mim quer dizer, também, que a partir de agora e até ao 12º ano, esta vai ser a minha escola. Ela tem tudo para jogarmos, brincarmos e aprendermos, por isso acho que não devemos estragar esse material. Ainda não conheço a escola muito bem, mas o que co-nheço é suficiente para dizer que é uma escola espec-tacular.

Valentina, 5ºA

Conhecer novos amigos é uma grande animação. Para mim ser aluna do 5º ano é giro e divertido. Já tenho mais de cinco amigos que antes nunca tinha visto.Os alunos do 5º ano são os mais pequenos da escola mas isso não importa.É um pouco difícil fazer de conta que não é estranho andar pelos cantos da escola, ver pessoas aos beijos. Esta escola é divertida e grande para podermos brincar. É tão boa, tão boa que até me ponho a magicar…Sinto que a minha nova escola me ajuda a renovar a minha vida. Estou cá há pouco tempo mas já a vou co-nhecendo bem. Mas o certo é que ainda me falta ex-plorar alguns cantos que ela tem. No fim de contas, passando duma escola para a outra, primeiro, éramos os mais velhos e, agora, somos os mais novos

Milene, 5º A

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aula viiva

viagem de sonhoSe algum dia eu tivesse a oportuni-dade de fazer uma viagem de sonho iria aos Açores.Gostaria de fazer esta viagem com os meus pais e aproveitar para visitar a minha madrinha, as minhas primas e o meu amigo Vasco.Como seria bom mergulhar na Lagoa das Furnas! E visitar a Lagoa das Sete Cidades. Como seria maravilhoso…

Gerson, 6ºA

A minha viagem de sonho é um dia ir a África. Como seria bom correr e brincar com os elefantes, as chitas e as gazelas no meio de uma savana africana. Como seria maravilhoso andar em cima de um elefante à beira de um rio tropical. Pescar nas águas límpidas do rio na companhia do meu pai. E fazer um dueto com a minha irmã, cantando lindas can-ções acompanhadas ao som do tam-bor tocado pela minha mãe. Ai! Como é maravilhoso sonhar!!!!

Guilherme Nascimento, 6ºB

Eu gostava de ir a Hollywood ver os actores famosos e principalmente ver o passeio da fama. Também gostaria de experimentar fazer uma gravação com a Miley Cyrus. Para esta viagem ser comple-ta e maravilhosa gostaria de levar as minhas melhores amigas.

Bruna Alves, 6ºD

Se eu fosse a Inglaterra queria co-n hecer os soldados, ver o Big Ben, o palácio de Buckingham e o rio Thames. Gostaria de conhecer os soldados para saber como agem e como se vestem. Adoraria visitar o Palácio Backingham, para conhecer a rainha e apresentá-la à minha mãe. Tam-bém faria uma viagem no rio Thames para poder apreciar a sua beleza e passear com a minha família.Que sonho fazer uma viagem a In-glaterra!

David Santos, 6ºD

Se pudesse fazer uma viagem de so-nho gostaria de ir a Lisboa conhecer o estádio da Luz e assistir a um jogo do Benfica com o meu pai. Nesta viagem, também aproveitaria para visitar o Jardim zoológico, onde poderia apreciar os animais. Seria muito divertido passear em Lisboa e conhecer a nossa capital na compa-nhia da minha família. David Carvas, 6ºB

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aula viva

super-heróis

Sérgio

Tatiana

Susana

Claudia

Àrea proJecto 8º B

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Alijó, 5 de Novembro de2010

Sim, naquele dia no café, estava contem-plando a tua beleza. Queria-te co-nhecer mas receei: irias responder? Decidi-me ficar só a contemplar-te, a olhar para o brilho dos teus olhos e para o ouro dos teus cabelos. Entrou um conhecido meu, foi-te cumpri-mentar e eu depois chamei-o e per-guntei-lhe: ” Quem é aquela mulher que ilumina o meu dia?” , ele res-pondeu: ”Chama-se Mara, tem 22 anos, é solteira e sem namorado”. Eu fiquei a pensar no que ele me tinha dito. Mas ainda existia dúvida den-tro de mim. Comecei a olhar para ti novamente, quando tu pegaste na chávena do café e fechaste os olhos. Reparei que algo de estranho estava a acontecer, dos teus cabelos nas-ceram cavalos que te empurravam na minha direcção. Por fim, decidi chegar-me a ti, começámos a falar e acabei por te pedir para sairmos jun-tos. Para minha sorte tu aceitaste o

aula viva

as palavras da imagem

Uma imagem cheia de palavras,Sem conseguir encontrar o que di zer.Perco-me no tempo,Sem saber o quanto ele corre.Sinto o aroma a subir pelo meu corpo,E o frenesi a fluir de mim.Não sei como explicar,Não sei como dizer,Só sei que o sentimento,Em mim está a crescer.Vagueio pelo mundo,Sem sair do lugar.Perco-me na noite,Sem nunca me encontrar.Em minhas mãos,Sinto calafrios,Perdida num mundo,Cheio de vazios.Faço perguntas,Procuro respostas,Sem nunca as encontrar.Só sei que o vento,Me leva a cavalgar, cavalgar, cavalgar…Ana Mendes, Daniel Barros e Raquel

Rodrigues 11º TIG

meu convite. A partir desse dia senti que algo mudou dentro de mim e só agora descobri o que era, o Amor. Por isso envio-te esta carta para que saibas dos meus sentimentos. Espero por outro encontro.XisRui Aranda e Tiago Ferreira, 11º

TIG

Fecho os olhosUma suavidade em brisaSai da chávena do meu caféEleva o meu espíritoE muito inesperadamenteCorrem cavalos nestes cabelos.

Acordo sem contarNeste sono inacabadoNuma praia desertaAo pôr-do-solArrastando o meu olharPara a linha do horizonteOnde tu estás a sorrir para mim.

alunos, 8ºB

carta

correm cavalos

uma imagem

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aula viva

escrever precisa-se

Os alunos da turma do 11º ano, tur-ma A, encontram-se semanalmente em fóruns de escrita, criados na dis-ciplina de Português, para treinarem individualmente diferentes tipolo-gias textuais, em conformidade com os programas da disciplina, e deba-terem ideias de autores que estudam, frases e posicionamentos polémicos surgidos na imprensa internacional, emoções e pareceres de terceiras pes-soas que, afinal, os ajudam a desco-brir-se a si próprios como seres hu-manos e cidadãos do mundo, pelo simples facto de escreverem, deba-terem, reescreverem e…, já agora, espreitarem as opiniões dos cole-gas do lado. Concordam, refutam, aprendem com os textos que criam. Na falta de uma disciplina como os Americanos têm, denominada Writ­ting, na qual os alunos têm todo o tempo da aula para escrever, reflectir sobre a escrita e reescrever, cá os es-forços têm que ser redobrados para preparar os alunos para um futuro exame da disciplina e para a vida, em tão pouco tempo de aulas, atulhadas de conteúdos complexos para se cum-prirem integralmente, sem qualquer desculpa, num programa cuja ex-tensão preocupa qualquer professor.Assim, não podendo possibilitar aos alunos uma disciplina exclusi-vamente dedicada à escrita, à seme-lhança dos Americanos, investimos no trabalho na plataforma moodle da escola e semanalmente é es-colhido um texto do fórum para numa das aulas e em conjunto se fazer a devida revisão textual. O momento de reescrita colectiva tem trazido o espanto aos alunos, que vêem na aliança da língua mater-na com a opinião, um rosto novo, nas cido dessa escrita que teima em aperfeiçoá-los como pessoas. Saber reflectir através da escrita é muito importante para caminhar rumo ao sucesso escolar. Na segunda semana de Novembro, a turma reflectiu so-bre esta tese de Bernard Voyenne que defende que «O verdadeiro pro­

blema das sociedades pró­industriais não é a penúria mas a abundância”. O Plátano convidou alguns dos par-ticipantes do Fórum de Escrita da disciplina de Português para divul-gar os seus textos, querendo, assim, motivá-los para escrever ainda mais.

Fóruns de escrita semanal na plataForma moodle da escola

A industrialização revolucionou a forma como produzíamos os arti-gos e tornou-a num processo que, outrora demorado e por vezes não muito perfeito, hoje se resume a um processo rápido, e em série. Bernard Voyenne, nesta tese, afirma que o problema da sociedade actual é a excessiva vontade de querer mais, pois todos os dias verificamos que este excesso provoca um desperdí-cio tanto de matéria-prima como de tempo e de dinheiro, constituindo também um contributo para a po-luição do nosso planeta, porque as pessoas não compram apenas o que necessitam mas, muitas das vezes, coisas desnecessárias que, como a própria palavra indica, acabam por não usar. Com isto, apenas gostava de salien-tar que, assim como o autor, tam-bém eu considero que a penúria há muito que deixou de ser o problema da sociedade dos países desenvolvi-dos, mas sim este desperdício des-medido para o qual (quase) todos contribuímos.

Roberto

Na minha perspectiva, a sociedade pró-industrial poderia transformar de forma positiva o modo de vida das pessoas se fosse acompanhada de uma educação para os valores. Aquilo que verdadeiramente provoca a mu-dança é a mentalidade das pessoas. Vivemos hoje claramente numa so-ciedade de consumismo exagerado, onde prevalece a aparência, mas vazia de valores tais como a respon-sabilidade, a tolerância, o espírito crítico, o respeito pelo outro…A qualquer preço todos têm que ter o carro mais potente, o último computador, as calças da moda, sem se preocuparem com o facto de esta-rem a esbanjar dinheiro, usufru indo repetidas vezes daquilo que já têm e esquecendo algumas pequenas coisas que parecendo insignifi-cantes podem fazer toda a diferença. É urgente aprender a viver da forma que se pode e respeitando todos de igual modo independentemente do que cada um ostenta. É preciso edu-car os mais novos para se tornarem ci-dadãos úteis à sociedade e não meros seres superficiais e desperdiçadores.

Bruna

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aula viva

BiograFiaoctávio césar augusto

De seu nome completo Gaius Julius Caesar Octavianus (em português Octávio César Augusto), nasceu em 23 de Setembro de 63 a. C. e faleceu em 19 de Agosto de 14 d. C., sobri-nho-neto de Júlio César. O seu pai fora senador e pretor. Morreu, quando Augusto tinha quatro anos de idade. Este foi educado segundo a cul-tura helénica, sendo um amante das artes. Como este era amante das artes protegeu os maiores talentos literários da sua época de governação do Império Romano, deste modo o seu nome ficou sempre ligado à pro-tecção das artes. Octávio César Augusto foi o primeiro imperador Romano na sequência do segundo triunvirato do senado .

O reinado de Augusto foi de 16 de Janeiro de 27 a.C. até 19 de Agosto de 14 d.C.. A sua entrada na vida pública contou sobretudo com o apoio de Júlio Cé-sar, que, no seu testamento, o tomaria como filho adoptivo e herdeiro. Augusto, após a morte do seu rival, Marco António, começou, com um talento político e organizativo, a dis-por de novo as estruturas do império que garantiu para si o controlo dos po-deres essenciais ao mesmo tempo que mantinha as instituições republicanas. Augusto César preparou cuidado-samente a sucessão, tendo deixado o governo do império a Tibério Au-gusto, seu filho adoptivo.

Andreia Caçador,10º B

Eu também concordo com Ber-nard Voyenne quando ele afirma que o grande mal da sociedade pró-industrial é o excesso e não a falta de bens. Embora no ponto de vista económico esta situação seja favorá-vel à sociedade, pois parece deixar-se para trás uma condição de pobreza e de necessidade, atingindo um es-tado onde temos uma vasta opção de escolha e onde aparentemente nada nos faltará, do ponto de vista humano não é favorável, porque deixamos de dar o devido valor aos bens e deixamo-nos levar pela cor-rente consumista da sociedade. Va-mos empurrando de barriga cheia os “desperdícios” que outrora foram os luxos das pessoas mais abastadas.

Maria

No final do século XVIII e início do século XIX o mundo foi inundado por mudanças tecnológicas como, por exem plo, a invenção da máquina a va-por e o aparecimento da locomotiva. Estas causaram um estrondoso impac-to a nível so cial e económico, o que se baptizou de Revolução Industrial. Para além da quantidade significativa de vantagens, esta mudança causou também malefícios na sociedade. O mundo encontra-se rodeado de vivências fúteis e exa geradas que levam a uma abundância extrema e doentia. Vivemos rodeados por uma socie-dade consumista que, na sua maioria, rotula a população pela sua imagem exterior e não pela sua essência. Tal facto leva, ao contrário de um passado que se apresenta tão remoto e repleto de escassez e miséria, ao desaprovei-tamento de matérias que mais tarde trarão consequências para o planeta. Como objectivo maioritário deve-ríamos ter a reeducação popula-cional na descoberta de um equilíbrio na vida. .

Rita Neto

Bernard Voyenne dá a entender que as sociedades actuais não se preo-cupam com o futuro, querendo ter sempre mais, não se satisfazendo com o que é útil mas, sim, que-rendo apenas o que é desnecessário. O ser humano deveria preocupar-se em preservar o que é esgotável para que as próximas gerações pudessem usufruir dessas regalias que anterior-mente, para nós, não eram indispen-sáveis. Com o progresso gigantesco da industrialização, a produção de todo o modelo de artigo também aumentou de uma forma brutal e como as sociedades actuais sonham estar na moda, este aumento de produção, leva a um exagerado dese-jo de possuir sempre mais, sem pen-sar nas consequências que esse desejo pode trazer. Este é um desejo que, de certa forma, põe em causa o futuro das sociedades. Devemos pensar em nós mas não devemos ser egoís-tas ao ponto de não pensarmos nos próximos e nas próximas gerações.

André

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aula viva

Vivências de situações do quo-tidiano com consequente registo gráfico, favorecem a aprendizagem de noções matemáticas, concre-tamente: medir, pesar, estabelecer comparações, formar conjuntos, classificar e criar noção de número. “Inscrevendo­se no quotidiano de edu­cação pré­escolar, a aprendizagem da matemática implica que: o educador proporcione experiências diversifica­das e apoie a reflexão das crianças, colocando questões que lhes permitam ir construindo noções matemáticas.”

OCEPE pág. 74JI de S. Mamede de Ribatua

matemática no JiJi s. mamede de riBatua

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fora da sala

s. martinhopinhão

As actividades de S.Martinho recriaram tradições da localidade. No recreio do Jardim de Infância, para além dos risos das crianças animadas pelas actividades diferentes das habituais, ouviram-se canções que falavam de castanhas e assaram-se e comeram-se as castanhas que os encar-regados de educação tiveram o cuidado de fazer chegar à escola. O momento especial, para o 1º Ciclo, foi o dedicado à apresentação da canção do folclore local “Vindima-deiras do Douro”. Os alunos ensaiaram durante algu-mas semanas a canção com os seus professores e a ajuda do professor Ricardo Matos que ainda compôs o fundo musical que serviu de acompanhamento. Para aprender a dança tivemos a ajuda da Mariana Guedes e da Maria-na Moutinho.

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fora da sala

dia da alimentaçãoeB1 do pinhão

Começámos logo pela manhã. Às 10h procurámos o Jardim-de-Infân-cia e grandes e pequenos partilharam o espaço do recreio. Os mais velhos adoraram regressar a um espaço que já lhes pertencera e os mais novos seguiam-nos entre espantados e di-vertidos.Seguiu-se a visita ao interior das ins-talações e numa das salas os alunos do 4º ano instruíram todos os pre-sentes sobre a importância dos ovos na nossa alimentação. Não fossem, os ovos, um dos ingredientes utiliza-dos na confecção dos aperitivos com que o pré-escolar nos presenteou.

Depois do almoço o encontro mu-dou de local. Desta vez, decorreu na Biblioteca da EB23 do Pinhão, onde foram feitas, aos mais peque-nos, algumas recomendações para se alimentarem de forma equilibrada e assim ficarem mais fortes.

As actividades culminaram nas nossas salas de aula, onde os conhecimen-tos adquiridos foram sistematizados com trabalhos de expressão plástica. Aí, os alunos mais velhos, aprovei-tando a sua experiência, empenha-

ram-se fortemente e com visível satisfação no auxílio aos mais novos para a execução das tarefas. A partilhar se aprende a SER e a Sa-ber Estar.

Os alunos

Ji vilar de maçada

No dia 15 de Outubro de 2010 fo-mos festejar o dia da Alimentação à Escola do 1º Ciclo de Vilar de Ma-çada e fizemos o jogo da descoberta dos sabores de vários frutos. Como prémio oferecemos um lá-pis com um fruto feito em pasta de moldar. Depois fizemos a salada de fruta… e comemos...

E cantámos uma canção:

Canção: Roda dos Alimentos(Música da “Ó rama, ó que linda rama…”)

Da roda dos alimentos De tudo devo comerE antes das refeições A água eu vou beber.

Gosto muito de legumesArroz, massa e feijãoDas gorduras e do açúcarNão abuso, ai isso não!

Eu como frutos madurosLeite, carne, peixe e pão;Como bem, não como muito,Vario a alimentação.

JI de Vilar de Maçada 15 de Outubro

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fora da sala

novas oportunidadesmagusto eFa

No passado dia 8 de Novembro na Escola E.B 2,3/S D. Sancho II - Alijó, das 19 às 23 horas, os alunos do curso EFA – NS realizaram um magusto/convívio em que participaram tam-bém os formadores e alguns elemen-tos do órgão de gestão da escola. Ao longo do convívio, foi elaborada uma ementa alusiva à época Neste ma-gusto/convívio, ao som da música, os formandos e formadores confecciona-ram, serviram e animaram o ambiente. Em suma, foi uma noite agradável e bem animada. O magusto foi uma actividade in-tegradora criada pelos formadores de curso. Para esta actividade integrado-ra foram feitos e expostos trabalhos, alusivos à época, pelos formandos.Também foram elaborados convites,

foram seleccionadas músicas e foram pensadas actividades. Neste dia, por volta das 18 horas começaram os preparativos para a grande festa. Foram postas as mesas, assada a carne, foi montado o sistema de som e mais tarde começaram-se a assar as castanhas na brasa. Por volta das 19 horas e 30 minutos já estavam reunidas todas as condições para a festa começar oficialmente. Durante a festa ainda houve tempo para cantar os parabéns a uma formanda e comer o bolo. No final alguns formandos e formadores começaram a limpeza da sala e de tudo que foi utilizado para a confecção da carne e das castanhas. A noite acabou assim, animada-mente e sem incidentes.

Professor Márcio

pequenos-almoços á la carte

Os alunos da turma CEF Serviço de Mesa do 2º ano desenvolveram a actividade do serviço de pequenos almoços nas salas dos professores. Todas as terças feiras os alunos organizam, preparam e servem os pequenos almoços. Esta actividade serve para familiarizar os alunos com o contexto de trabalho, desen-volvendo e automatizando rotinas e métodos de trabalho importantes para os seus futuros profissionais. Esperamos também que ajude a divulgar o que se faz de bom neste curso, atraindo assim mais alunos.

Formadores Octávio Silva eMário Claro

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fora da sala

cluBe europeuteste de cultura soBre a europa

1. Portugal aderiu à União Europeia em que data?Portugal, juntamente com Espanha, aderiu às Comunidades Europeias a 1 de Janeiro de 1986, aumentando para 12 o então número de Estados-Membros.

2. Quais são os Estados-Membros da UE?São 27 os Estados-Membros da UE: Bulgária (Balgarija), Bélgica (Belgique), República Checa (Ceská Republika), Dinamarca (Danmark), Alemanha (Deutschland), Estónia (Eesti), Grécia (Ellas), Espanha (España) França (France), Irlanda (Ireland), Itália (Italia), Chipre (Kypros-Kibris), Letónia (Latvija), Lituânia (Lietuva), Luxemburgo(Luxembourg), Hungria (Magyarország), Malta (Malta), Holanda (Nederland), Áustria (Österreich), Polónia (Polska), Portugal (Portugal), Roménia (România), Eslovénia (Slovenija), Eslováquia (Slovensko), Finlândia (Suomi), Suécia (Sverige), Reino Unido (United Kingdom).

3. Que países são candidatos a aderir à União Europeia?Neste momento há três países que apresentaram o pedido oficial de adesão à UE: a Turquia, a Croácia e a Antiga República Jugoslava da Macedónia.

4. Por que razão a bandeira da União Europeia tem 12 estrelas? A bandeira contém 12 estrelas porque o número 12 simboliza a perfeição, a plenitude e a unidade (veja-se os doze meses do ano, os doze símbolos do zodíaco, etc). Assim, o número de estrelas da bandeira da UE não tem nenhuma relação com o número de países que constituíram ou constituem a UE. 5. Qual é o Dia da Europa? O 9 de Maio é o Dia da Europa. Nasceu no Conselho Europeu de Milão, de 28 e 29 de Junho de 1985 e foi celebrado pela primeira vez em 1986. Inicialmente dirigido em particular à comunidade escolar, o dia 9 de Maio é hoje um dos símbolos da União Europeia e constitui uma oportunidade para desenvolver actividades e festejos que aproximam a Europa dos cidadãos.

6. Quais são os países da zona euro? São 13 os Estados-Membros que adoptaram o euro, a moeda única: Bélgica, Alemanha, Grécia, Espanha, França, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Países Baixos, Áustria, Portugal, Eslovénia, Finlândia.

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halloweenO Grupo Disciplinar de Inglês decidiu celebrar o Halloween , desafiando todos os alunos da nossa escola a participarem num concurso de abóboras decoradas a preceito que, na cultura inglesa, se designam de Jack’o’lanterns. A lenda conta­nos que Jack era um menino que perdeu o pai e logo a seguir sua mãe, ficando irremediavelmente sozinho. Como os corpos nunca foram encontrados na floresta, ele acre­ditava que um dia eles iriam voltar e, para que não se perdes­sem e encontrassem o caminho mais facilmente, ele espalhou várias frutas com velas acesas no seu interior, formando assim um trilho que ele acendia cuidadosamente assim que surgia a escuridão da noite…Com pena do menino, o Deus da Morte pediu a um mensageiro que explicasse à criança o destino de seus pais e então ele foi ao seu encontro. Disse­lhe que haveria uma única noite em que os seus pais o poderiam visitar. Essa noite seria o momento em que o novo ainda não aconteceu e o velho ainda não se desfez. A tradicional noite de Samhain e nessa noite ele deveria acender as suas velas para que seus pais o encontrassem. Ano após ano, no último dia do Ano Celta, ele confeccionava as suas lanternas e esperava pela visita dos pais, com uma farta mesa: bolos, frutas e outras iguarias. E eles encontravam­se na noite mágica de Samhain. Contudo, devido a este facto, outros espíritos seguiam o trilho de luz, partiam para lugares diversos e não voltavam para a Terra do Verão. Ao perceber­se da situação, o Deus da Morte pediu ao seu mensageiro que ensinasse as outras pessoas a protegerem­se daqueles espíritos e ele assim fez. Deu à criança uma faísca da chama eterna que esta deveria manter sempre acesa. Todas as pessoas deveriam preparar as suas lanternas de frutas para receber apenas aqueles de quem sentiam saudades, evitando assim que os espíritos indesejáveis voltassem e se apoderassem de seus corpos. Jack partilhou a luz da sua chama eterna com os outros e, desde então, nunca mais foram surpreendidos com visitas inesperadas de espíritos que não se conformavam com seu destino. Tendo presente esta lenda, lançamos o mote para esta empresa: Perto de uma centena de abóboras a concurso, foi o con-tributo dado pelos nossos alunos para a comemoração de mais um dia de Halloween. A imaginação, criatividade e originalidade evidenciada nos trabalhos apresentados foram o ponto alto destas verdadeiras criações artísticas. Abóboras de todos os tamanhos e para todos os gostos desfilaram perante os olhos dos que nos visitaram no dia vinte e nove de Outubro, numa sala devidamente pre-parada para o efeito, decorada com artefactos assustadores alusivos a esta data festiva. Durante o tempo da exposição houve pinturas faciais, música aterradora e projecção de fotografias relativas a edições anteriores da actividade. A curiosidade suscitada pelo evento foi imensa e a sala da exposição esteve sempre repleta de alunos que se divertiram a apreciar a excentricidade das abóboras apresentadas. As professoras de Inglês agradecem a todos os alunos que participaram activa e empenhadamente neste concurso

dando largas à sua imaginação e que são, sem dúvida, um exemplo a seguir por toda a comunidade escolar. A todos reiteramos o nosso agradecimento. Lamentamos, no entanto, não poder atribuir prémios a todos os trabalhos que chegaram até nós. Queremos, porém, ressalvar que para nós, professoras de Inglês, to-das estas abóboras são vencedoras e o orgulho e a satisfa-ção que sentimos perante o trabalho realizado é enorme. Acreditamos que também se divertiram a decorar as suas abóboras, que desenvolveram o seu sentido estético e que ocuparam o seu tempo de um modo diferente. Queremos também agradecer todo o apoio gentilmente prestado pelos funcionários da escola que foram incan-sáveis na consecução das nossas necessidades mais pre-mentes. Bem hajam!

O Grupo Disciplinar de Inglês

Vencedores:1st Prize - Jack’o ripper

André, Bruna, Filipa, Margarida 6th D2nd Prize - Rainbow pumpkinAna Beatriz, Margarida, 5th D3rd Prize - Emanuel’s pumpkin

Emanuel Monteiro, 9th B

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cluBe da FlorestaO Clube da Floresta continua activo na nossa Escola. Neste ano lectivo, o grupo dinamizador é constituído pela Coordenadora Catarina Gonçalves e pelas profes-soras Ana Rute Navarro e Noémia Pereira. O clube fun-ciona, na sala D2, às quintas-feiras das 13:35h às 15:15h e às sextas-feiras das 13:35h às 14:20h e das 15:15h às 16:00h. O dia 23 de Novembro, dia da Floresta Autóctone, foi comemorado por este clube. Os seus elementos di-namizadores e alguns, dos ainda poucos alunos inscritos, elaboraram marcadores de livros que continham poemas alusivos a elementos florestais e construíram uma peque-na árvore, junto à sala de professores do bloco A, que foi “vestida” por algumas folhas secas que tinham inscritas mensagens, alusivas à importância da preservação da flo-resta que não tarda em desaparecer. Os marcadores elaborados, foram todos vendidos, pelo valor simbólico de 0,50 cêntimos. Foram angariados cerca de 30 euros, que o clube utilizará para realizar ou-tras actividades. A todos os elementos que participaram e colaboraram, o nosso muito obrigada.

As professoras dinamizadoras

A tradição do Magusto realizado em dia de S. Martinho continua presente na maioria das escolas do concelho. Para comemorar este dia, o JI e EB1 de Castedo, con-taram com a presença de professores, educadora, alunos/crianças, funcionárias e do professor das AEC (Ensino da Música). As actividades foram muitas e alguns alunos aproveitaram para apresentar pequenos excertos musicais e algumas canções que foram muito aplaudidas por todos. Uma vez na sala de aula, foram relembradas as lendas de S. Martinho e da Maria Castanha.

Pintaram-se desenhos alusivos, com os quais se decora-ram os painéis e até se construiu a Maria Castanha. Ficou linda! Todos se apressaram a colocá-la ao pescoço! Fizeram os cartuchinhos para mais tarde serem guarda-das as castanhas já assadinhas. Por último, fez-se a fogueira e assaram-se as febras e as castanhas.

O cheiro a castanha assada perfumava a tarde e dava mote para a comemoração desta tradição. Um dia pleno de alegria, brincadeiras e convívio que aproximou a co-munidade educativa.

magusto Ji castedoJi/eB1 de castedo

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dia do diplomaCelebrou-se, no passado dia 8 de Setembro, o Dia do Diploma insti-tuído pelo Ministério de Educação com o objectivo de reconhecer e valorizar o esforço, a dedicação e o trabalho dos alunos que concluíram o ensino secundário no ano lectivo 2009/2010. A cerimónia contou com a par-ticipação da comunidade educativa, destacando-se a presença de uma representante da Equipa de Apoio às Escolas do Douro Norte e a presença dos professores que leccionaram o 12º ano e o 3º ano do curso profis-sional em 2009/2010. Os diplomas e certificados de con-clusão do ensino secundário foram entregues pelos membros do órgão de gestão, tendo o Presidente da Comissão Administrativa Provisória proferido um breve discurso de aber tura, explicando o significado e

importância deste dia. Referiu-se ao facto de este ano, pela primeira vez, se verificar o término de um curso profissional nesta escola, de nível se-cundário, pelo que, também seriam entregues diplomas aos respectivos alunos. Seguiu-se a entrega do Prémio de Mérito do Ministério da Educação, no valor de 500 euros a cada um dos alunos com a melhor classificação de conclusão dos cursos profissionais e dos cursos científico-humanísticos do ensino secundário. Os alunos foram Rui Filipe Taveira Cardoso com a classificação de 16,9 valores do curso profissional Técnico de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos e Helder Borges Vilela, com a classificação de 18,8 valores no curso Científico-Humanístico de Ciências Sociais e Humanas. O Presidente da Comissão Admi-

nistrativa Provisória encerrou a sessão salientando a importância da qualificação dos jovens e a abertura a outros horizontes após a conclusão desta etapa. Para os pais e professores referiu o orgulho compensatório do esforço, muitas vezes, empreendido. Formulou votos de êxito pessoal e profissional a todos os jovens. Seguiu-se um singelo beberete, onde num clima de alegria e emoção os alunos finalistas foram felicitados por todos os presentes. E para terminar esta cerimónia foi oferecido aos alunos um almoço na Pousada Barão de Forrester, onde casualmente se encontraram com a Sra. Ministra do Trabalho e da Soli-dariedade Social, Dra. Maria Helena André que os felicitou pelo seu su-cesso e incentivou a continuarem o seu percurso académico.

Professora Margarida Cascarejo

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visita de estudocurso proFissional turismo

No passado dia 27 de Setembro, os alunos do Curso Profissional de Téc-nicos de Turismo celebraram o Dia Mundial do Turismo, olhando de uma forma mais atenta para a realidade que os rodeia quotidianamente. Assim, deslocaram-se, da parte da manhã, à Pousada Barão de Forrester e ao Posto de Turismo local. Após um almoço re-vigorante, caminharam até à Pousada da Juventude e à Quinta da Seixeda.

Na Pousada Barão de Forrester, os alunos visitaram a sala de estar / bar, de livre acesso, o restaurante, onde encontraram o menu vindimas, composto de enchidos e de variados produtos regionais. Aliás, o restau-rante adapta as suas ementas ao sa-bor da época, sobretudo na Páscoa, no Natal e aquando da colheita das castanhas. A Pousada oferece o Pro-grama Vindimas, constituído por uma visita às vindimas, a prova de vinhos, o pisar das uvas pelos turis-tas, essencialmente frequentado por ingleses e holandeses. Nos dois pisos superiores, encontram-se os vinte e um quartos, divididos em oito de casal e treze de solteiro, com TV, mini-bar, WC privativo. Existe um quarto adaptado a cidadãos com re-duzida mobilidade. A Pousada res-ponde aos pedidos de informação dos clientes, entrando em contacto com associações locais no sentido de os ajudar a organizar as activi-dades pretendidas. Os programas são sobretudo frequentados por es-trangeiros, que consultam previa-mente o site das pousadas e trazem ideias definidas para a sua estadia. Ao todo, treze funcionários, com funções bem definidas, garantem o bem-estar dos seus frequentadores.O posto de Turismo é uma realidade pertencente à Câmara Municipal de Alijó e parte do Turismo do Douro. A técnica responsável recebeu os alunos dando-lhe as informações pretendi-das: um técnico de turismo deve ter formação superior e dominar bem línguas estrangeiras, por serem uma ferramenta valiosa na qualidade do

atendimento ao público. Neste caso, divulga informação turística regional quando os turistas o solicitam, mas, numa fase prévia, deve fazer uma triagem de informação, organizando panfletos e mapas para posterior es-clarecimento, preparando um dossiê com listagens de restaurantes, aloja-mentos, transportes, com contactos, horários, preços, adaptando estes esclarecimentos ao público-alvo. Em Alijó, a afluência faz-se sentir mais na Primavera e no Verão, num turismo sazonal, que privilegia os passeios de barco pelo rio Douro a partir do Pinhão, as viagens de com-boio, a degustação de vinhos ou a visita aos santuários da região. No futuro, um novo formato de postos

de turismo prevê ecrãs com imagens do concelho, a venda ou prova de produtos regionais. A Pousada da Juventude de Alijó integra uma rede de cinquenta esta-belecimentos deste género a nível na-cional. Inicialmente pensada para um turismo juvenil, detentor do Cartão Jovem, actualmente as Pousadas da Juventude destinam-se a toda a popu-lação, mediante a aquisição do cartão alberguista. O alojamento prevê uma ocupação de setenta pessoas, reparti-das por catorze quartos diferenciados: duplos ou múltiplos, familiares, bun-galows, apartamentos - o próprio cli-ente traz as toalhas e faz a cama. Exis te um quarto adaptado a cidadãos com reduzida mobilidade, no rés-do-chão.

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fora da salaAs áreas comuns são constituídas por uma sala de convívio, com bar e um canto de leitura, uma cozinha e uma lavandaria de alberguista. Os turis-tas são maioritariamente nacionais, em idades bem diversas: de vinte a quarenta anos; jovens alunos de esco-las ou mesmo seniores. Há ainda es-trangeiros, sobretudo belgas, alemães, espanhóis e ingleses. Já pernoitaram, na Pousada de Alijó, estudantes da Califórnia e dos países de Leste. As línguas estrangeiras são uma ferra-menta imprescindível para uma boa comunicação, sendo preferencial-mente usado o Inglês, o Francês e o Espanhol. A Pousada tem um total de oito funcionários (quatro recepcionis-

tas, dois responsáveis pela limpeza e dois vigilantes), que fornecem infor-mações locais aos turistas, com guias e mapas, entram em contacto com as-sociações locais. Segundo eles, a mel-hor chave de marketing é agradar ao cliente, ajudá-lo, dar-lhe um serviço de qualidade, pois, só assim, ele volta frequentemente. A Quinta da Seixeda é um em-preendimento turístico desde 2005, composto por dezanove quartos, com cores diferentes, sendo um adaptado a cidadãos com reduzida mobilidade. No futuro, cada quarto terá a designação das freguesias que compõem o concelho de Alijó. Os quartos têm ar condicionado, aque-

cimento, varandas. A Quinta oferece ainda um grande salão para a realiza-ção de banquetes, festas, aniversári-os, num máximo de 250 pessoas, e uma piscina, para deleite dos cli-entes. A ocupação da Quinta diverge um pouco da de outras unidades ho-teleiras, pois é frequentada por cerca de 20% de turistas, oriun dos de diferentes países, como a Noruega, a Dinamarca, maioritaria mente na época das vindimas, mas ainda, e sobretudo, por trabalhadores tem-porários que pernoitam durante a semana de labor – é um turismo de passagem.

Professora Telma Coutinho

visita de estudocentro de ciência viva

No dia 25 de Novembro realizou-se uma visita de estu-do ao Centro de Ciência Viva em Bragança, organizada pelo grupo de Informática. Saiu-se de Alijó por volta nove horas, com as turmas dos cursos CEF Operador de Informática e Assistente Administrativo e o Curso Profissional de Informática de Gestão do 1ºano. Nesta visita os alunos foram acompa-nhados pelos professores Ana Romão, Alexandrina, Carla Caseiro, Cristina Monteiro, Cristina Gonçalves, Marisa Cardoso e Miguel Gonçalves. Por volta das onze horas deu-se entrada no Centro de Ciência Viva de Bra-gança, os alunos foram divididos em dois grupos que se dividiram pelos dois pólos que compõem o centro. Este centro promove o contacto com a ciência, quer por parte dos alunos, quer por parte dos professores, estimula a

aprendizagem, enriquece o desenvolvimento intelectual, desenvolve a curiosidade e reforça a troca de experiências e de conhecimentos. Durante a manhã visitou-se a Casa da Seda e foi efectuada uma demonstração da operação de uma Flight Control Unit (FCU) para avião Airbus A320 e Simulador da Microsoft Flight Simulator X. Na parte da tarde, os alunos puderam ver como se cons-troem modelos virtuais de modo a proporcionar sensa-ções próximas às que nos proporciona o mundo real. A visita decorreu com normalidade com os alunos a demonstrar bastante curiosidade relativamente a todas as actividades apresentadas.

Professores acompanhantes

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fora da sala

Be creBoas-vindas aos novos alunos

Logo no início do ano lectivo, a Bi-blioteca escolar - Centro de Recur-sos Educativos abriu as suas portas para se apresentar aos novos alunos. Durante as visitas guiadas foi apre-sentado o espaço, explicadas as di-versas funcionalidades e distribuído

o guião do utilizador. No final, foi sorteado um aluno por turma a quem foi entregue uma sacola com dois livros para leitura em família, acompanhada de uma carta para os encarregados de educação, previa-mente informados dos objectivos do

implantação da repúBlica

No dia 5 de Outubro os alunos, quando chegaram à escola tiveram uma surpresa: a sua sala estava en-galanada com bandeiras da Repúbli-ca e com um conjunto de painéis alu-sivos à comemoração do centenário. Desde as Caras da República, um pai-nel com os presidentes da República, tendo na parte inferior uma exposição das respectivas biografias, passando pelas caricaturas da época, a República das Letras com livros sobre o tema, os símbolos da república explicados, o Antes e o Depois com algumas notas sobre a Monarquia, a apresentação das alterações verificadas após a queda do regime monárquico e ainda um ques-tionário para os alunos testarem os seus conhecimentos sobre a Repúbli-ca. Houve pinturas faciais e ainda uma área para expressão plástica. No intervalo das 10h os alunos do 9.ºB cantaram e tocaram o Hino Na­

cional, sob a batuta do seu professor de Música, Bruno Morgado. O professor Pinto da Rocha pas-sou um PowerPoint da sua autoria sobre a efeméride e, por fim, foram largados alguns balões, rapidamente apanhados pelos alunos mais novos.

Assim foi comemorada a data e se aprendeu algo sobre o nosso passado histórico e sobre os talentos dos que connosco convivem diariamente.

workshops na Be/cre

Durante dois dias a sala da mediateca da BE/CRE foi animada com algumas turmas do 2.º ciclo em Workshops a cargo das estagiárias, professoras Ma-ria José e Carina, subordinados ao tema Regras e Comportamentos na BE. Sentados em confortáveis almofadas, os alunos das turmas seleccionadas ,acompanhados pelos respectivos di-rectores de turma, participaram ani-madamente nas dramatizações e nos diálogos travados a propósito, vendo um powerpoint sobre o tema. A terminar, tiveram a oportuni-dade de elaborar um cartaz com as regras aprendidas. Foram momentos agradáveis e animados que fizeram

projecto pela Coordenadora da BE.Com esta iniciativa de promoção da leitura e da partilha de experiências e vivências em torno dos livros, deu-se o primeiro passo do projecto Ler + com os pais, a continuar ao longo do ano lectivo.

brilhar os olhos dos nossos meninos e meninas que, assim, aprenderam a

saber estar na biblioteca escolar. Coordenadora da BE/CRE

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fora da sala

No dia 15 de Outubro comemorou-se na Escola E.B 2,3 / S D. Sancho II e na Escola E.B 2,3 do Pinhão o dia da Alimentação com a oferta gratui-ta de fruta da época, nos respectivos bufetes. A maior adesão a este even-to registou-se na Escola do Pinhão, onde a fruta esgotou rapidamente.

FRUTA, UM ALIMENTO SAU-DÁVEL, ALGUNS CONSELHOS A fruta é um dos alimentos que deve ser consumido diariamente, 4 a 5 porções ao longo do dia. É um excelente fornecedor de nutri-entes indispensáveis ao bom funciona-mento do organismo porque contém vitaminas, sais minerais, água e fibras, ao mesmo tempo que é um alimento hipocalórico pois possui baixo teor de açúcar, de gorduras e de proteínas. O consumo de fruta contribui para uma melhoria na saúde do organismo uma vez que a nível do aparelho diges-tivo regula o trânsito intestinal, o fun-cionamento da vesícula biliar e exerce uma acção preventiva de vários tipos de cancro gastrointestinais; a nível do sistema cardiovascular contribui para a regulação dos níveis de colesterol e da tensão arterial que se repercutem ao nível de doenças cardiovasculares, como por exemplo, o enfarte de miocárdio e doenças cardiovasculares isquémicas; previne o desenvolvi-

mento de diabetes do tipo II; previne a obesidade; estimula as defesas do organismo e fomenta o crescimento e desenvolvimento de crianças e adoles-centes. Segundo a Organização Mun-dial de Saúde, o baixo consumo de fruta está associado ao aparecimento de doença e de morte prematura. A fruta pode ser consumida de for-mas diferentes, fresca ou cozinhada. Quando a fruta é confeccionada, implicando a elevação da tempera-tura, algumas vitaminas perdem-se porque se alteram com a elevação da temperatura. A cozedura, para além

dia mundial da alimentação saudável

de obrigar à elevação da temperatu-ra, implica ainda a sua confecção em água e desta forma, ao passarem al-guns nutrientes para a água, quando consumimos a fruta, consumimos um alimento empobrecido. Sendo assim, recomenda-se que se consuma fruta fresca e, sempre que possível, com a casca pois esta contém muitos nutrientes importantes para o bom funcionamento do organismo. Portanto, consumir fruta é um hábito saudável que contribui para um bom estado de saúde.Coordenador da Educação para Saúde

dia das BiBliotecaseB1 pinhão

Todas as crianças do 1º Ciclo visi-taram a Biblioteca para perceberem melhor o seu funcionamento e para usufruirem de um momento de leitu-ra acompanhado de música clássica. Foi a obra escolhida e as crianças tiveram a oportunidade de como a Lia desenhar um amigo e com ele preen-cher uma parede da Biblioteca crian-do, assim, o seu cantinho de leitura.Agora, quando estão sós, podem procurar na parede e nas estantes da Biblioteca os seus amigos.

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À conversa com... O Plátano entre-vistou Lucínia Maria Gonçalves, Educadora de In-fância do Quadro deste Agrupamen-to a exercer funções

no Jardim de Infância de Vilar de Maçada. Tem 20 anos de serviço, 45 de idade, é natural de Cabeda, reside actualmente no Pópulo e tem um jeito especial para lidar com as crianças.

O que a levou a ser Educadora de Infância? Gostar de crianças e de lidar com a sua essência. Ter uma tendência especial para toda a Área das Ex-pressões bem como a diversidade de Áreas que se podem trabalhar e explorar com as crianças nesta faixa etária.

Onde tirou o curso e o que destaca do curso que tirou? Tirei o curso na U.T.A.D. (Uni-versidade de Trás os Montes e Alto Douro). Sou licenciada em Educação de In-fância. Neste curso destaco essencialmente, para além da parte teórica, a parte prática na qual tive uma excelente orientadora de estágio, tendo sido sempre a minha referência ao longo destes anos. A minha prática pedagógica rege-se no desenvolvimento de competên-cias e promoção de aprendizagens, valorizando todas as áreas de con-teúdo pois estas contribuem para o crescimento e desenvolvimento pes-soal e social das crianças.

Fale-nos um pouco do seu percur-so profissional como Educadora de Infância. Acabei o curso em 1991, e nesse mesmo ano fui exercer funções para os Açores na ilha de S. Miguel, per-manecendo aí durante 9 anos, re-gressando ao Continente onde exer-ci funções nos distritos de Viseu e

de Vila Real. Posteriormente fui até à ilha da Madeira onde vinculei, re-gressando de novo aos Açores aonde fiquei efectiva, e finalmente, fui colocada educadora efectiva (2001-2002) no jardim de Infância de Vilar de Maçada, local onde ainda hoje me encontro a exercer funções há cerca de dez anos.

Com crianças de que idade tra-balha neste ano lectivo? Vai acom-panhá-las até quando? Trabalho com um grupo heterogé-neo de 20 crianças, com idades com-preendidas entre os três e os cinco anos de idade. Neste momento encontra-se outra educadora de apoio neste jardim-de-infância. Pretendo acompanhá-las tal como nos anos anteriores, desde os três anos até á sua entrada no 1º ciclo. Este jardim-de-infância acolhe crianças de toda a freguesia nomea-damente: Cabeda, Francelos, San-radela, Vale de Agodim, Vilar de Maçada. Diariamente quase todas usufruem do serviço de almoço e da compo-nente de apoio à família a cargo de duas auxiliares colocadas pela Câ-mara Municipal de Alijó.Na sua opinião o que é fundamen-tal para se ser uma boa educadora de Infância? Prefiro, primeiro, dar a ler este po-

ema:“Vocês dizem:

é cansativo estar com crianças.E não há duvida que têm razão.

Depois acrescentam:porque temos de nos pôr ao nível

delas,porque temos de nos baixar, inclinar,

curvar, tornar pequenos.Mas aí vocês estão enganados.O que mais cansa não é isso,

o que mais cansa é sermos obrigados a elevarmo­nos

até à altura dos seus sentimentos.A esticarmo­nos, a alongarmo­nos,

a ficar nos bicos dos pés.Para não as magoar…”

(Janusz Korczak)

Para além da importância desta mensagem acrescento que se deve gostar do que se faz. Uma educadora deve ter intimidade e cumplicidade com as suas crianças. Deve ainda estar sempre atenta às crianças e aos seus sinais pois é nesta idade que po-dem ser detectadas situações que por vezes requerem outras intervenções.

Que projectos vai desenvolver este ano lectivo? Feita a avaliação diagnóstica, foram detectadas algumas dificuldades ao nível da linguagem oral, principal-mente nas crianças de quatro e cinco anos de idade, pretendo desenvol-ver actividades relacionadas com a

lucínia maria gonçalves, educadora de inFância

discurso directo

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“leitura e escrita” pois considero que o desenvolvimento de competên-cias neste domínio proporcionará experiências que pelo seu carácter lúdico-pedagógico preparará a cri-ança para as aprendizagens futuras no mundo dos sons, das palavras e das letras. Depois de conhecer o grupo de crianças e os seus problemas, a área que privilegiarei será a área de Ex-pressão e Comunicação, não descu-rando porém as outras áreas, com a criação do nome identificativo da área da Biblioteca, “Brincando com as Palavras”, e da área da matemáti-ca com “ Eu jogo e Aprendo”. Um maior domínio da linguagem oral será uma das metas que este grupo terá que atingir. A linguagem verbal será um instrumento de comunica-ção por excelência. O trabalho do Jardim-de-Infância deverá tender para que ao termi-nar esta etapa, a criança esteja em condições de poder exprimir-se com fluidez.

Três motivos para gostar desta profissão… Primeiro, é gratificante saber que a cada dia passado no jardim-de-infância, este é sempre rico em experiências, descobertas e novas aprendizagens para estas crianças. Segundo, pretendo que o jardim-de-infância seja um espaço de refe-rência onde as crianças queiram estar todos os dias e de onde certamente sairão mais enriquecidas social e pes-soalmente. Terceiro, entendo que educar é ter o desenvolvimento global da criança como objectivo primordial do meu trabalho.

a linguagem verbal será um instrumento de comuni-cação por excelência. o trabalho do Jardim de infância deverá tender para que ao terminar esta etapa, a criança esteJa em condições de poder exprimir-se com fluidez.

E quanto aos aspectos mais frus-trantes, o que destacaria? Cada vez mais os pais das crianças colocam no professor a responsabili-dade de educar, esquecendo-se de que esse é o seu papel como pais, cabendo ao professor apenas dar-lhe continuidade na escola. Destacaria ainda o reconhecimento do jardim-de-infância como um lo-cal de aprendizagem e não apenas um sítio para “guardar crianças”.

Como é trabalhar numa escola do Agrupamento de Alijó? É gratificante, há cooperação, ar-ticulação e existe reconhecimento.

O que gostaria de destacar relati-vamente às crianças que educa di-ariamente? Em vinte anos de profissão tem-se acentuado cada vez mais nas crian-ças a sua imaturidade, são mais de-pendentes dos adultos, mais mima-das, e com alguma dificuldade em cumprir regras sendo até bastante desobedien tes, talvez fruto da edu-cação dos dias de hoje e da sociedade em que vivemos. Também os valores estão cada vez menos interiorizados nas nossas crian ças.

destacaria ainda o reco nhecimento do Jardim-de-infância como um local de aprendizagem e não apenas um sítio para “guardar crianças”.

Se pudesse, que alterações intro-duziria para a construção de uma educação pré – escolar ideal? Em primeiro lugar, o ensino pré-escolar deveria ser obrigatório a partir dos três anos de idade para que este tivesse outra visibilidade e credibilidade. O edifício do conhecimento deveria ser muito estruturado nos “primeiros andares” pois ” Aqui também se de-senvolvem capacidades e se fazem cidadãos do futuro! A Educação Pré-Escolar é a primeira etapa da educa-ção básica no processo de educação ao longo da vida.” (Lei Quadro da Educação Pré Escolar) A sociedade de hoje já não é a de ontem… As receitas educativas do passado já não se adaptam aos dias de hoje, por isso, alimentar o quociente de inteligência das nossas crianças não é suficiente. Devemo-nos preocupar principal-mente com o seu quociente emocio-nal.

Muito Obrigada pela sua atenção.P.F.

discurso directo

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Eu chamo-me Zinka Hristova Sandeva, tenho 13 anos e nasci a 22 de Maio na cidade de kazanluk, no centro da Bulgária. Tenho dois irmãos, um de 17 anos e outro de 7 anos. Na Bulgária celebramos o Natal no dia 25 de Dezembro com a nossa família num jantar diferente dos outros dias. Comemos muitas vezes frango assado, arroz, feijão branco e frutas variadas. Como be-bidas nesta noite há cerveja, para os homens, sumos e água. Não apre-ciamos muito o vinho na Bulgária. A minha mãe e a minha avó é que põem tudo lindo lá em casa: a toalha é festiva e nunca faltam flores, gra-ças aos cuidados da minha avó. A louça também é a mais bonita que temos. Jantamos e conversamos muito, há muita alegria nessa noite e até podemos dançar. Trocamos presentes antes de jantar. No Natal dos meus nove anos gostei muito de dois presentes que os meus pais me deram: uma bicicleta e uma boneca bailarina que também andava. A minha casa também era enfeitada e todos ajudavam a fazer a árvore de Natal que o meu avô oferecia.

multiculturalismodiscurso directo

um natal do mundo

Nós somos irmãos gémeos, chama-mo-nos Tiago e Joel, temos 17 anos e estudamos na turma CEF de Ad-ministração. Vivemos 13 anos em Espanha, na Galicia numa vila chamada Barco. As nossas duas irmãs mais velhas ainda vivem lá por isso ainda vamos lá frequentemente nas férias e também alguns fins-de-semana. São só 240 km até lá e gos-tamos muito de lá ir, principalmente por causa das festas que achamos muito melhores do que cá. Temos lá muitos amigos e as festas são mais prolongadas.

O dia 24 de Dezembro sempre o passámos cá em Portugal, em Car-valho, na nossa casa pois os nossos avós, tanto paternos como maternos, sempre viveram cá. O dia 25 é que passávamos sempre em Espanha. A noite do dia 24 era igual ao Natal de todos os portugueses. No dia 25 já era mais à maneira espanhola. Juntávamo-nos todos e fazíamos festas chamadas em espanhol bote­llons, onde comíamos e bebíamos à farta e divertiamo-nos até não poder mais. O almoço era em casa de um familiar, todos os anos era rotativo,

e comíamos o mesmo que os por-tugueses: bacalhau, polvo, aletria, muito arroz doce e mousse de cho-colate…tudo o que é bom. O bolo celta, que lá se come, e que tem uma cruz vermelha no centro, ficou-nos para sempre na memória. Também se bebem bebidas alcoólicas para fes-tejar. À noite trocávamos presentes. Os espanhóis trocam presentes só no dia 25, não no dia 24 como nós em Portugal. Mas é no dia dos Reis, o dia 6 de Fevereiro, que em, Espanha se troca a valer os presentes. As ruas também estão todas enfei-

Feliz Navidad

No dia 31 de Dezembro é feriado e todos passeiam na cidade, vão à missa à meia-noite e as famílias juntam-se, nesse dia, sim, para uma grande festa, na casa de um familiar. Nesta noite há muitas mais comidas, iguarias e bebidas do que na noite de Natal. Gosto muito do Natal porque a família se junta e trocamos pre-sentes. Estamos todos mais felizes.

Zinka Hristova Sandeva

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Chamamo-nos Zhan Miao e Zhan Mei. Zhan é o nosso apelido e, ao contrário dos nomes portugueses, o último nome é que é o nosso nome próprio. Somos irmãs, temos a na-cionalidade chinesa e adoramos o Natal. Nascemos em Xangai, te-mos 22 e 19 anos e gostamos muito da nossa cidade. Lá o Natal não se comemora nos mesmos dias de Por-tugal. O calendário chinês é difer-

discurso directotadas com motivos de Natal. Fazía-mos uma árvore de Natal grande por povo. Em vez de fazermos em casa com árvores pequenas, fazíamos uma grande entre todos. O presente que mais gostámos de receber quando ainda estávamos em Espanha foi um computador. Foi a nossa irmã que nos fez essa surpresa. Mas o mais importante lá é o con-vívio, sobretudo o estar com os ami-gos, não são de maneira nenhuma os presentes… A todos desejamos Feliz Navidad!

Joel e Tiago Monteiro

ente. Na China comemoramos com uma grande festa apenas os dias 31 de Dezembro e 1 de Janeiro. Nem todos os chineses são cristãos, mas aqueles que o são chamam Dun Lhe dao Ren, que quer dizer “Velho Natal”, ao Pai Natal. No entanto, a maioria dos chineses não é cristã e a sua principal festividade é a comemo ração do Ano Novo, equi-valente ao dia 31 de Dezembro,

numa data que vai variando, de ano para ano. A noite equivalente ao 31 de Dezembro, festejamo-la com toda a nossa família em casa dos nos-sos pais e com um belo jantar. Em Xangai era a nossa mãe que fa-zia esse jantar especial. Nessa noite tudo estava mais bonito. Normalmente comíamos peixe e carne e a refeição era melhorada. Convivíamos uns com os outros, ria-mo-nos muito, com muita alegria. Também víamos televisão todos juntos e à meia-noite trocávamos envelopes com dinheiro. Estes são os nossos presentes. Xangai ficava muito bonita, cheia de luzes e fogo-de-artifício. Algumas vezes saíamos juntos para ver este espectáculo. No dia 1, era costume vestirmos uma roupa nova para iniciarmos bem um novo ano.

Zhan Miao, Zhan Mei

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discurso directo

BuFete do Bloco BO Plátano ouviu as três funcionárias do Bufete do blo-co B, Adelaide Costa, Agostinha Cardoso e Manue la Sabrosa, para assim dar a conhecer a realidade do trabalho que diariamente as ocupa e fotografar mais uma vez este agrupamento de escolas numa perspec-tiva diferente da habitual, partindo dos hábitos de uma comunidade escolar específica, filtrados através de um trânsito diariamente efectuado até a um local onde, a meio do trabalho, o que reina é a comida.

Há três grandes intervalos durante o dia. O primeiro é o das 10 horas, no qual há grande afluência de alunos e professores. A agitação é muita mesmo e não se pode falhar. Temos tempo apenas para respirarmos e atender-mos todos porque são muitos os pedidos. Apesar de ser um intervalo de 20 minutos para os alunos, o tempo é pouco pois eles têm que estar em duas filas, uma para irem levantar a senha da cantina e outra, a do bufete para tomarem o pequeno-almoço. Nestes últimos tem-pos, como todas as pessoas pedem para prensar o que comem, seja pão, croissants ou lanches… (só escapam os donuts), isso faz com que o nosso trabalho se torne mais difícil e mais lento. De manhã os pedidos são so-bretudo croissants e sandes mistos e iced tea, sobretudo as preferências dos alunos . Ao fim do dia detectamos que são cerca de 4 embalagens e meia de iced tea que se consomem. Para professores servimos muito sumo de laranja natural, meias de leite e o habitual café. O segundo grande intervalo é de dez minutos, muito pequenino para os alunos. O intervalo em que têm tem-po de lanchar é o das quatro horas. Gostamos de servir bem a todos mas especialmente os alunos pois eles muitas vezes têm no bufete aquilo que não têm em casa. Se tivermos que beneficiar alguém com mais um pão ou uma fatia de fiambre, entre o alu-no e o professor, beneficiamos o aluno que é quem mais precisa. Os alunos já têm menos dinheiro à tarde e en-tão saem, sobretudo, pão com manteiga prensado, a 20

cêntimos, e bolachas de baunilha, a 25 cêntimos, água e o iced tea que, como já se deve ter apercebido, é o favo-rito deles. No Dia da Alimentação, o passado dia 26 de Outubro, por iniciativa do professor Augusto Folgada, tivemos maçãs para oferecer a todos embora achemos que não se conseguiu a adesão pretendida. Como não saíram as maçãs todas nesse dia, houve maçãs na nossa montra durante toda a semana. O intervalo das duas horas, somos só duas funcionárias a atender e há muita afluência para o café dos profes-sores e para comida de alguns alunos que não gostam da ementa da cantina. Todas nós gostamos do que fazemos e os alunos são muito nossos amigos, assim como a generalidade dos professores e restantes funcionários. Os maiores con-strangimentos ou dificuldades prendem-se com o stress do atendimento dos grandes grupos de pessoas pois o bufete devia ser um local aberto ao público mais horas. Por exemplo, à quarta-feira como há reuniões, muitos professores gostavam de ter o nosso serviço e o bufete está fechado. Temos também outras tarefas, ligadas à limpeza das salas e das ruas. Temos a noção de que tra-balhamos muito e quando não conseguimos fazer mais é por ser humanamente impossível e ficamos, se isso acon-tece, com uma sensação de frustração. Damos o nosso melhor. Aproveitamos para dizer a todos que são muito bem-vindos ao bufete 2. Nós vivemos para a escola.

Adelaide Costa, Agostinha Cardoso e

Manuela Sabrosa

escola eB 2, 3 e secundária d. sancho ii

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discurso directo

mega-agrupamentosEB 2,3 DO Pinhão + EB 2,3 e Se-cundária D. Sancho II

Sou professor do 3º ciclo e Ensino Secundário de Matemática, tenho duas turmas na Escola EB 2,3 do Pinhão, um curso de Educação e Formação de Hotelaria e Restaura-ção – Serviço de Mesa, 2º Ano e um Curso EFA/NS. Na Escola EB 2,3/S D. Sancho II também me foram atribuídas duas turmas - um Curso CEF/Cozinha, 1º Ano e um Curso CEF/Administração, 2º Ano.

No que diz respeito aos aspectos positivos posso destacar o intercâm-bio de ideias, experiências e pers-pectivas entre um maior número de pessoas que se interessam pelos problemas de ensino/aprendizagem. Como lecciono vários cursos CEF e sou director de turma de um deles, isso permite-me trocar experiências e até planear e organizar viagens de estudo em comum. Assim, como existem cursos da mesma área nas duas escolas os alunos podem ir jun-tos a uma certa viagem de estudo, o que permite baixar os custos e, ao mesmo tempo, promover o inter-câmbio entre os próprios alunos.

No que diz respeito aos aspectos constrangedores de leccionar em duas escolas, não posso esquecer as viagens que faço para cima e para baixo, entre o Pinhão e Alijó e vice-versa. Como estou menos tempo na escola de Alijó não dá para conhecer a maior parte dos colegas. Na escola EB 2,3/S D. Sancho II tenho uma Direcção de Turma/Curso que acaba por ser uma tarefa muito mais difícil, uma vez que es-tou ausente da Escola muito tempo, o que não me permite estar sempre ao corrente do que se passa com os meus alunos. Além disso, é bem mais difícil agilizar procedimentos, ou seja, sempre que tenho que resolver um assunto tenho que me deslocar à escola-sede, o que por vezes nem

sempre é fácil. Também existem dias em que saio de uma aula e tenho de almoçar muito rapidamente porque tenho reunião em Alijó.

Mesmo com estes contratempos, a adaptação tem sido facilitada com a ajuda de todos os colegas, princi-palmente através daqueles que estão ligados à minha área e dos que estão ligados às Novas Oportunidades, a quem tenho recorrido bastante na procura de soluções a problemas que surgem no dia-a-dia.

Professor Paulo Timóteo

como é leccionar em duas escolas?

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discurso directo

À conversa com...maria João paulo, proFessora do 1º ciclo do ensino Básico

Fale-nos um pouco de si e do seu percurso profissional.

Sou docente há dezassete anos. Iniciei funções em onze de No-vembro de mil novecentos e no-venta e três, numa escola de lugar

único, do Concelho de Vila Pouca de Aguiar. Desde então, passei por vários estabelecimentos, dos distri-tos de Vila Real e Viseu, trabalhando directamente com alunos como pro-fessora titular de turma. Estive na criação do Agrupamento de Murça, onde exerci os cargos de Vice-Presi-dente e de Presidente, da Comissão Executiva Instaladora e do Conselho Executivo, respectivamente. Mais tarde, esse Agrupamento foi aglu-tinado com a EB2,3 /s de Murça, onde exerci o cargo de Vice-Presi-dente, durante seis anos. Foi, sem dúvida, uma experiência inovadora e extremamente enriquecedora. Na gestão, entre outras coisas adqui-ri a visão multifacetada da escola e percebi melhor as suas dinâmicas. Actualmente, estou colocada no Agrupamento de Alijó e desempe-nho funções docentes nas E.B 1 de Vilar de Maçada e Vila Verde.

Explique-nos as suas funções como professora do 1º ciclo de apoio educativo.Nesta função, pretendo sobretudo realizar um ensino mais persona-lizado, isto é, dar uma resposta mais adequada às necessidades educativas dos alunos que revelam dificuldades de aprendizagem. Contudo, sempre que é necessário cumprir o desígnio

da escola a tempo inteiro sou mobi-lizada para tal.

Que motivações lhe proporciona este cargo?Não se trata propriamente de um cargo mas antes de um trabalho de assessoria. No fundo, o que este trabalho implica é uma articulação com o docente titular da turma onde me encontro a trabalhar. Em vez de ser a única responsável pelo planea-mento, desenvolvimento e avaliação do trabalho realizado com os alunos, trabalho em parceria com a profes-sora da turma onde esses alunos se integram. O facto de eu constituir mais um recurso para esses alunos permite que se possam implementar outras estratégias de diferenciação dentro da sala de aula. Neste quadro, a maior motivação prende-se com o facto de gostar de trabalhar com os alunos que, em regra, não ficam nos lugares cimeiros mas com os que demoram mais a aprender e que re-querem mais de nós. Neste ano lectivo trabalha com quantos alunos? É um trabalho so-bretudo individual ou em equipa?Este ano, apoio três turmas. Na primeira turma, e dado que inte-gra os quatro anos de escolaridade trabalho com um grupo de alunos do terceiro ano, e um deles tem ne-cessidades educativas especiais. Na segunda turma, formada por alunos dos terceiro e quartos anos, desen-volvo um trabalho mais específico com um aluno que tem sérias difi-culdades na aquisição da leitura e escrita e no domínio do cálculo. Na terceira turma, apoio duas alunas no âmbito da Língua Portuguesa e que beneficiam de plano de acompanha-mento. O trabalho é realizado tanto indi-vidualmente, como em grupos. O importante é responder às desigual-dades de sucesso e fazer com que a escola não seja segregadora.

Fale-nos um pouco do trabalho que desenvolve com os seus alu-nos. Regra geral, apoio a primeira turma às quartas quintas e sextas-feiras. As-sim, m espaço específico (porque as instalações o permitem) um trabalho com todo o grupo. As actividades são diversificadas e estendem-se a todas as áreas curriculares disciplinares. As outras turmas apoio-as às segundas e terças-feiras. Este apoio decorre na sala de aula e é direccionado para as áreas Língua Portuguesa e Matemáti-ca. As actividades têm como objecti-vo a aquisição da leitura e da escrita bem como o domínio do cálculo.

Qual seria o efeito da falta dos professores de apoio nas nossas es-colas do 1º ciclo? Uma vez que as turmas do 1º ciclo integram alunos dos 4 anos de esco-laridade e de vários níveis de apren-dizagem, isto é, comportam, uma heterogeneidade de situações, torna-se muito complicado um docente responder a todas as solicitações da turma. Uma turma pode ter alunos ao mesmo nível a Matemática mas es-ses mesmos alunos apresentarem dificuldades na Língua Portuguesa; dentro do mesmo ano de escolari-dade, uns conseguem avançar numa disciplina e revelam dificuldades em progredir noutra, daí que se gerem muitas situações. Ora, decorre daí que um docente tem de se desmul-tiplicar para responder a todas essas problemáticas, para lidar com essa heterogeneidade. Para atender às diferentes capacidades e dificuldades dos alunos, para que nenhum saia prejudicado, exige-se mais tempo. Nesse contexto, o professor de apoio é mais um recurso para esses alunos.

o importante é responder às desigualdades de su cesso e fazer com que a escola não seJa segregadora.

pretendo sobretudo rea lizar um ensino mais personalizado, isto é, dar uma resposta mais adequada às necessidades educativas dos alunos que revelam dificuldades de aprendizagem.

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O que é que gostaria de destacar relativamente às crianças a quem presta apoio?São umas crianças ávidas de saber cujas dificuldades de sucesso estão muito vinculadas às desigualdades de origem cultural e socioeconómicas…

Finalmente, o que é que para si diferencia um bom de um mau professor do 1º ciclo?Não há maus professores! Há apenas professores que nunca o desejaram ser!

P.F.

discurso directoQual o perfil ideal para assumir este papel na educação? É impres-cindível ter uma formação espe-cializada? Penso que não há um perfil ideal. Ser professor é de per si possuir o necessário perfil. Caso nos referís-semos a alunos com necessidades educativas especiais (NEE), seria recomendável uma especialização em determinada área da educação especial.

Revele-nos o que mais a encanta e o que, pelo contrário, a deixa de pés atrás nesta profissão. O que mais me encanta são os su-cessos desses alunos. Pelo contrário, o que mais me desagrada é o atraso na identificação das dificuldades dos alunos, traduzida numa acumulação de dificuldades e, obviamente, numa mais difícil recuperação.

Uma história profissional inesquecível… Falar de uma história inesquecível é sem dúvida falar de algo que nos marcou…Não apago da memória a imagem de um corpo franzino, de uns cabelos loiritos e de um rosto redondo e sardento. Este peque-

note dava os primeiros passos da sua vida escolar e eu os primeiros passos desta profissão que abracei. Ele en-trava na sala cabisbaixo e carregava uma mochila já muito gasta e eu, com toda a energia, sentia que tudo podia mudar…mas, com este aluno tudo era diferente, pois, raramente lhe encontrava o olhar, o seu timbre de voz era desconhecido para todos e, apesar da insistência, o silêncio era sempre a resposta. Entretanto, um dia enquanto todos coloriam um desenho li-lhes uma história infantil onde as “bruxas” não eram tão vis quanto o habitual. Então, espantado, colocou o dedo no ar, pediu a palavra e abriu-nos o seu mundo. O imaginário das histórias onde as bruxas são más, temíveis e aterrorizadoras era o mundo real do pequenote. Este faz-nos pormeno-rizadíssimas descrições destas fantas-magóricas figuras, porque com ele coabitavam diariamente…quando o pai embriagado chegava a casa e par-tia tudo dizendo que eram “elas” que lho ordenavam… A partir daí pergunto-me frequente-mente – Que voos deve gizar a esco-la para estes alunos quando escolhos desta natureza estão no ninho?

não apago da memória a imagem de um corpo franzino, de uns cabelos loiritos e de um rosto redondo e sardento. este pequenote dava os primeiros passos da sua vida escolar e eu os primeiros passos desta profissão que abracei.

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discurso directo

Física 2010Como professora de Física e Quími-ca do 3º Ciclo/Ensino Secundário, estou consciente da importância da Física e da Química no mundo actual e, por isso, considero funda-mental uma actualização constante de co nhecimentos, trocando ideias com a comunidade académica e profissio nal, projectando e desen-volvendo projectos de investigação, analisando-os, avaliando-os e con-textualizando-os social e cultural-mente de modo a contribuir com o meu trabalho para a melhoria das minhas práticas lectivas, bem como da comunidade educativa a que pertenço. Por isso, não podia perder a oportunidade de estar presente neste importante Congresso de Físi-ca (FÍSICA 2010) que se realizou em Portugal, envolvendo todas as es-pecialidades e toda a comunidade de Físicos e que decorreu entre 1 e 3 de Setembro, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em Vila Real. Este evento tem como objectivo principal a divulgação da Física através da apresentação e dis-

cussão dos últimos desenvolvimen-tos científicos e tecnológicos nas diferentes áreas desta ciência. Os temas em debate abrangeram, entre outras, as áreas da gravitação e cos-mologia, física médica e educação, física nuclear, física dos plasmas, física das partículas, meteorologia, geofísica e ambiente. Este Congresso, que incluiu a 17ª Conferência Nacional de Física e o 20º Encontro Ibérico para o Ensino da Física, contou com a colaboração da UTAD, Sociedade Portuguesa de Física (SPF) e da Real Sociedad Española de Física, compreendeu também mini-cursos creditados para professores em áreas como teoria da relatividade, radiação ionizante, tra-balho de projecto e novos métodos de avaliação, oscilações e ondas, mo-vimento acelerado e jogos de com-putador, brinquedos e improvisação de material didáctico, gráficos no ensino da Física, teoria da apren-dizagem significativa e laboratórios remotamente controlados.

Também participaram especialistas de várias universidades nacionais e internacionais, salientando-se Ul-rich Sperhake (USA), Jocelyn Bell-Burnell (UK) e na Área de Educação Wolfgang Christian (USA) e Ton Ellermeijer (Holanda). Pela minha parte, participei na Sessão Paralela (Posters), com a apre-sentação de dois trabalhos: «Levita-ção de uma bola num fluxo de ar», na área da Mecânica dos Fluidos e «Abordagens Experimentais Reflexi-vas para o 3.º Ciclo do Ensino Bási-co com Materiais de Baixo Custo» na área da Didáctica da Física. Embora esta não tenha sido a mi-nha primeira participação neste tipo de congressos, considero que foi uma das mais interessantes, dada a diversidade de temas em debate, a possibilidade de participar nos mini-cursos e, acima de tudo, ter tido a oportunidade de conhecer pessoal-mente e trocar algumas ideias com Dame Jocelyn Bell-Burnell, da Uni-versidade de Oxford e responsável pela descoberta dos pulsares.

Professora Fernanda Dinis

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rumo a uma democraciae escola

opinião

“A escola não é democrática. Nem deve sê­lo. A escola é a preparação para a democracia. Uma aula é hierárquica. O professor está sempre acima dos alunos. A escola deve estar a preparar os jovens para ser cidadãos. A escola não tem os mecanismos da democracia nem deve ter.”

Fernando Savater, filósofo e professor de Ética, em entrevista a Cristina Margato in “Atual”, n.º 1983, de 30 de Outubro de 2010

A reflexão de Fernando Savater sobre o tema da relação entre educação e democracia em ambiente escolar é de uma enorme actualidade.Efectivamente, nunca como hoje foi tão necessário, sobretudo para os jovens, perceber que democracia e liberdade não são sinónimos de ausência de regras ou de estatutos diferenciados.Quando o referido filósofo e professor salienta que a escola não é democrática nem deve sê-lo, está a pôr o acento tónico na relação hierárquica e de autoridade que qualquer professor tem, necessariamente, de exercer sobre os seus alunos. De facto, o grau de maturidade bem como o nível de conhecimentos, são obviamente distintos.Isto não significa que a organização escolar não pratique regras democráticas essenciais à própria aprendizagem do que é viver em democracia, ou seja, uma coisa é a relação de ensino -aprendizagem numa sala de aula e, outra, bem distinta, é a relação que se estabelece entre

todos os membros da comunidade escolar: alunos, pais/encarregados de educação, pessoal docente e não docen-te, que se rege por regras de conduta, princípios e valores definidos pela própria organização escolar.Na sala de aula o professor para além de transmitir co-nhecimentos tem também de preparar os seus jovens para a cidadania democrática. Contudo, só pode fazê-lo se estiver investido de uma autoridade e respeito que naturalmente se imponha aos seus alunos e não numa situação de pseudo-igualdade de estatuto.Esta função da escola contemporânea é essencial para que todos possamos viver a democracia com autentici-dade e com o mínimo de conhecimentos sobre os seus mecanismos e as suas regras. Num período marcado por grandes incertezas e dúvidas quanto ao futuro, é absolu-tamente determinante que todos tenhamos consciência da necessidade de reforçar a autoridade do professor na sala de aula, por forma a garantir a qualidade e rigor do acto educativo.

Professora Margarida Cascarejo

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rumo a uma (outra) pedagogiada sexualidade

Pensamos, sempre – ou quase sem-pre –, sobre o conceito da sexuali-dade no singular. Este acto de pensar em conceitos no singular mostra-se quase como um exercício de en-raizamento que procura contrariar a atribulação própria dos nossos tem-pos, como se a visão monolítica e unívoca das coisas negasse a existên-cia de alternativas e de outras possi-bilidades. A pertinência de reflectirmos e problematizarmos conceitos basi-lares da nossa vida em sociedade, tal como a sexualidade o é, elabora-se a partir de uma plataforma onde a compreensão de um conjunto de cir-cunstâncias historicamente situadas e contraditórias relações de poder ditam as condições nas quais vivemos e pensamos. Somos ideologicamente moldados quer queiramos, quer não. Assim, o mais importante será a construção de uma consciência crítica na tentativa de compreen-são (e actuação, principalmente) do

momento que incorporamos, isto é, uma contemporaneidade que pelas re-escritas e re-visões liquidifica con-ceitos antes insolúveis. Neste contexto, a sociedade, em geral, e o espaço escolar e curricular, em particular, vão laborando uma dinâmica contínua onde diferentes interpretações sobre sexualidade(s) vão sendo apresentadas, construídas, descontruídas e reconstruídas. Este processo é contínuo e imparável, no entanto, aquilo que conseguimos constatar relativamente à interpre-tação identitária heterossexual é que esta quase sempre consegue impor um fechamento à discussão, colocando-se, assim, numa posição hegemónica que relega outras interpretações para planos secundarizados. A pedagogia da heterossexualidade – e não a da sexualidade – domina, deste modo, o meio pedagógico. É evidente e clara a dificuldade ao confrontar-se a temática da sexuali-dade. Dificuldades que passam pela

ansiedade na abordagem de tópicos que podem levar, no espaço da sala de aula, a constrangimentos de na-tureza diversa – questionamento pessoal, problemas de disciplina, descontentamento dos pais. Tais factores, na maior parte das vezes, levam a um desinvestimento relati-vamente à prática lectiva do tópico da sexualidade. Este factor por si só é uma realidade que compromete o aparecimento de uma pedagogia da sexualidade diferente. Compreen-sivelmente, todas estas questões se complexificam e se problematizam, mais profundamente, quando pisa-mos o chão das orientações sexuais e no modo como estas determinam e são determinadas pelas práticas lec-tivas e não-lectivas da classe docente bem como as consequentes relações pedagógicas. A fim de que esta dificuldade possa ser colmatada, há caminhos a serem percorridos a montante e a jusante do percurso escolar. Convém deixar

opinião

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claro que a classe docente não é, nem pode ser, por si só, responsável e responsabilizada pela ausência de uma pedagogia da sexualidade que vá muito mais para além da racio-nalidade heterossexual. Ainda as-sim, devem ser os profissionais da educação os primeiros a verificar e questionar pressupostos pelos quais juízos e valores são elaborados, e que consequentes relações pedagógicas são emolduradas, no apontamento da (in)dispensabilidade de certas identidades, certos indivíduos e cer-tas sensibilidades (i)merecedores de atenção. A escola não existe num va-cuum social, nem é um vazio políti-co. No entanto, pode prosseguir com e manter silêncios. Convém esclarecer e reiterar que o assunto aqui não é a homossexuali-dade. O assunto é, e sempre será, a sexualidade. Tentar mudar, desviar, deslocar a tónica desta temática re-sulta na amputação de um aspecto basilar ao seu pleno entendimento – se é que em algum momento iremos conseguir inteirar-nos de tal pleni-

tude. O busílis da questão reside na noção que temos de sexualidade. Só uma sexualidade se impõe como prerrogativa máxima a ser seguida. Só uma sendo tida como natural e normal relega tudo o resto para o plano de anormal e desviante. Essa sexualidade é a heterossexualidade. Sendo naturalizada como arquétipo da conduta sexual, a heterossexuali-dade foi, e vai ainda, nomeando um conjunto de comportamentos des-viantes que são observados, anali-sados e categorizados à luz do seu referente ideal. A tecla central reside no facto de constatarmos que toda aquela sexualidade que não seja he-tero, será narcotizada, relegando outras possibilidades – homo, bi, trans – para plataformas de subal-ternidade, invisibilidade e indese-jabilidade a partir das quais, tantas vezes, a violência germina. Se é verdade que hoje em dia cada mais a visibilidade da identidade ho-mossexual se destaca – nem sempre pelas melhores razões – e se as preo-cupações políticas com a igual dade

de género cada vez mais se solidi-ficam, não deixamos de constatar, muitas vezes, que as melhores políti-cas não conseguem resultar nas me-lhores práticas porque simplesmente ainda não existe uma efectiva peda-gogia da sexualidade. Continua mos a olhar para ela – a sexualidade – obliquamente. O resultado traduz-se, muitas vezes, na incapacidade de constatar as ausências desta produção social, o que por sua vez, nos empurra para um desperdício de experiência. Ainda assim, contestando uma tabulação de indivíduos acríticos e permissivos da manutenção de uma segurança social, hegemonicamente querida por todos mas que beneficia apenas alguns, podemos anunciar e elucidar outras subjectividades, bem como expor silêncios continuados ao longo de todo o processo de ensino que se desenvolve numa sociedade cuja fatalidade é querer que o outro seja outro e não ele próprio.

Professora Paula Vieira

opinião

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a argumentação“Arte de falar de modo a convencer”

Aristóteles

Na Antiguidade Clássica, o treino da Retórica, ou arte de bem falar em público, era uma prática incen-tivada, cuja mestria era reconhe-cida na vida da polis. No entanto, já aí, com os Sofistas, se desvirtuou o seu sentido. Com a Retórica de Aristóteles estabelece-se uma Teoria da Argumentação que marca toda a posteridade, como se comprova com o seu ressurgimento, no século XX com as teorias da Nova Retórica de Perelman e Tyteca. Durante a Idade Média, a Igreja apropriou-se da Retórica, canalizan-do-a para o argumentário religioso e dando-lhe o estatuto de disciplina do Trivium (conjuntamente com a Gramática e a Lógica). No Renascimento, a arte de bem falar vai enfatizando o elemento es-tético ,apesar de, no século XVII, a parenética lhe ter dado algum prestí-gio, sobretudo nos países católicos. Padre António Vieira (1608-1697) o “Imperador da língua portuguesa”, como lhe chamou Fernando Pessoa, foi um nome grande da oratória sa-cra da época, pela excelência da sua retórica, tal como se pode compro-var lendo os seus Sermões e, particu-larmente, o Sermão de Santo António aos Peixes, sublime exemplo da arte de pregar e da acutilância da sua visão ética e humanista No século XIX, assiste-se a uma vaga anti-retoricista que culmina com a abolição da Retórica como disciplina de estudo. Mas a im-portância da argumentação rapi-damente a reabilitou, dando-lhe o

estatuto de que hoje desfruta. Nascida no seio da inquietação e da interrogação, e da participação na res publica, temperada por um declarado sentido estético, vive do confronto que se quer civilizado de opiniões e concepções. No entanto, muitos encaram o acto de argumentar como um meio de confundir, atacar e humilhar o interlocutor. Muitos interpretam-no como discussão e, no mau sentido do termo. Muitos ainda, restringem o seu uso para os tribunais e para a politica, deixando-nos apenas o deserto mudo do “falar para o boneco”. Todos, por fim, desvirtuam aquele que deveria e poderia ser o mais nobre diálogo dos homens, na aceitação, na tolerância, no esforço de razoabilidade, na ex-posição racional das ideias. O que poderemos nós, homens e mulheres do século XXI, fazer para restituir à argumentação o seu valor democrático e de intervenção cívica? Para começar, compreender que no jogo da comunicação de que a argumentação é parte importante, é fundamental encarar o interlocutor como um igual. O ethos da arte da argumentação impede a menorização do Outro. Olhar o adversário como um igual é meio caminho andado para via-bilizar o respeito e evitar a tentação dos argumentos ad hominem, ad baculum,ad populum, ad ignorantia . Depois, a coerência do argumen-tário é conditio sine qua non para a sua validade. Porém, não falamos apenas da coerência discursiva. A coerência entre o que se diz e o que se faz é ele-mento poderoso de persuasão. Basta lembrar Padre A. Vieira no supra citado sermão quando, no respectivo exórdio, refere que muitas vezes o auditório imita o que o pregador faz e não o que ele diz. Assim, se transforma o exemplum (exemplo) em argumento maior. Enfim, ser claro e convincente na exposição dos argumentos e refutar com cor-recção os argumentos contrários. Por fim, se for caso disso, aceitar

a derrota, com dignidade, sem pre-tender encontrar subterfúgios des-culpabilizadores e pouco éticos. Dada a omnipresença da argu-mentação no quotidiano do homem moderno justifica-se o seu estatuto privilegiado e compreende-se que ela seja estudada nas escolas. Na vida pública, a urgência da participação cívica impõe que abra-cemos causas cuja sustentação im-põe o uso inteligente de argumentos. A política recorre à argumentação como sustentáculo máximo em prol do bem comum e impõe-nos a condenação dos sofismas, falácias e demagogias; a jurisprudência assenta na troca de argumentos de base legal com o contributo científico actual; a imprensa é a arena onde se digladiam os modernos contendores das ideo-logias com as suas opções cívicas e sociais; a publicidade hiperboliza os seus argumentos para o campo do sonho e do desejo ; a Escola base-ada na exposição e no diálogo e até a Igreja como testemunho da ânsia do transcendente pressupõem uma retórica porque visam persuadir, convencer, apelando, portanto a uma atitude de mudança. De igual modo, na vida privada, a argumentação se insinua com maior ou menor delicadeza , de forma mais ou menos eficaz, mas sempre presente, quer na educação dos nos-sos filhos, quer na maneira como gerimos o binómio de poder /prazer na relação a dois. Em síntese, argumentar é viver. E, num tempo em que a qualidade de vida é o a meta de todos nós, argumentemos, pois, com quali-dade, porque só assim poderemos construir um mundo melhor.

Professora Maria Clara Monteiro

opinião

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desporto

Decorreu, no passado dia 10 de No-vembro, nas imediações das Piscinas Municipais de Alijó, a fase local do Corta-Mato Escolar, prova dinam-izada pelo grupo de Educação Física da Escola EB 2,3/S. D. Sancho II e que consta do Plano Anual de Ac-tividades 2010/2011. Na véspera das comemorações do São Martinho, o padroeiro desta localidade não desiludiu e, uma vez mais, proporcionou um verdadeiro “Verão de São Martinho”, tendo a competição decorrido num bonito dia de sol e portanto perfeito para a prática desta modalidade. Esta prova, que conta já com mais de 20 edições realizadas, recebeu, pela primeira vez, a escola do Pi-nhão, numa participação conjunta que pretendeu promover a articu-lação e o estreitamento de relações entre professores e alunos dos dois estabelecimentos. Nesta dinâmica de sequenciali-dade, os cerca de 150 participantes concorreram divididos em dez es-calões (infantis A e B, iniciados, juvenis e juniores nas categorias de masculinos e femininos), aos quais corresponderam diferentes distân-cias percorridas e um consequente maior ou menor número de voltas a cumprir. Paralelamente à vertente competi-tiva, a prova foi também uma forma de proporcionar alguns momentos de convívio, promovendo a amizade, o companheirismo e o respeito no seio das actividades desportivas, bem como, a criação de hábitos de prática física e desportiva nos alunos e na restante comunidade educativa. Os seis primeiros classificados em cada escalão/sexo, serão os repre-sentantes da nossa escola na fase distrital, que se realizará na cidade de Chaves. Esta importante prova do calendário do Desporto Escolar vai juntar alunos oriundos de todas as escolas do distrito de Vila Real, e servirá para apurar os seus represen-tantes no Corta-Mato Nacional.

Professor João Santos

corta-mato escolar

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porânea (um itinerário) o livro de Gonçalo Tavares propõe-nos uma rota cujos mapas se reconhecem no intertexto constante com outras tantas viagens pelo oceano de li vros que marcam a cultura ocidental . A melancolia e o tédio dão as mãos vezes sem conta. Aqui, porém, a iro-nia é o remédio para lidar com essa forma mentis que, segundo alguns autores é um dos traços distintivos da nossa mentalidade e que confi-gura o pathos da pós- modernidade. A ler incontornavelmente, tal como as palavras do grande pensador Eduardo Lourenço proclamam no prefácio, intitulado “Uma viagem ao interior do caos” uma verda-deira pérola de sabedoria e sageza.

Professora Maria Clara Monteiro

A leitura de Uma Viagem à Índia de Gonçalo Tavares é uma experiên-cia de leitura à maneira clássica: de ler devagar. Aceite o con-

vite nas primeiros versos, de uma linguagem quase prosa, viajamos expectantes conduzidos com o pro-tagonista, pelos mares do pensamen-to humano. Com uma estrutura paródica de Os Lusíadas é também uma viagem à Índia o grande tema da odisseia de Bloom “no início do século XXI”. Mais que um tema, um pretexto para pensamento e reflexão. Com uma linguagem cheia de rimo e musicalidade ondulante, a narração atinge uma tal capacidade de sedução, apesar do estranha-mento da sua estruturação discur-siva que este será, sem sombra de dúvida, um livro para a eternidade, confirmando o seu autor como um dos valores da Literatura portuguesa contemporânea. Mudos de espanto, viajamos pelos versos desta epopeia sem deuses, perguntando até onde nos levará o gesto ousado do seu au-tor. Assumindo-se herdeiro de uma tradição épica canonizada e ,por-tanto, quase sagrada, o périplo de Bloom é uma aventura no mundo da linguagem onde o que é dito parece não poder sê-lo de outra for-ma, instaurando uma escrita quase axiomática e de revelação. Com o subtítulo de Melancolia Contem­

cultura

Venho falar-vos do penúltimo livro ( com muita pena minha ) de José Saramago, A Via­gem do Elefante. E o que tem de especial este livro?

Tem o talento inigualável do autor.Tem a sua forma sublime e inimitável de contar histórias, de nos prender à narra-ção, de nos fazer sorrir com a ironia e o sarcasmo a que já nos habituou na sua obra. E tem o elefante, esse persona-gem imponente, do qual, por razões óbvias, desconhecemos os pensamen-tos, como o próprio Saramago afirma, mas que nos arrasta com ele desde o primeiro minuto nesta viagem infernal. Apanhem boleia nas páginas deste livro, acompanhem este ele-fante, pois não será certamente uma viagem em vão. .

Cristina SantosFuncionária da Escola EB 2,3 e SEC.

D. Sancho II

diz-me o que lêsA papisa Joana é uma personagem histórica envolta em lenda que pro-tagoniza a notável ascensão de uma mulher que não aceita as limita-

ções que a sua época lhe impõe. A autora reuniu, numa perfeita com-binação, aspectos lendários com fac-tos históricos do qual resultou um romance sobre Joana de Ingelheim. Filha de um missionário inglês e de uma mãe saxónica, Joana, nascida a 814, sente-se frustrada pelas limita-ções impostas à sua vida pelo simples facto de ter nascido com o sexo erra-do. O seu irmão Mateus começou a ensiná-la a ler e escrever quando Joa-na contava apenas seis anos. Com a sua morte, Joana recorre a toda a sua astúcia e capacidade de ludibriar de modo a continuar a dar largas à sua paixão pelo saber. Mais tarde, Joana foge de casa para seguir os passos do seu irmão João, a caminho da escola religiosa na Catedral de Dorstadt, onde ela se torna a única presença e estudante feminina tolerada. É quando surge Geraldo, e a vida de Joana muda ao aperceber-se de que o ama. No entanto, o seu amor é-lhe interditado pelas maquiavélicas manobras de Ritschild. Usando as roupas e identidade do irmão, de-pois deste ter sido chacinado duran-te um ataque normando, Joana foge e entra para o Mosteiro de Fulda, onde ela se passa a denominar, de-pois de feitos os votos primordiais, João Anglicus. Trilhando o caminho de monge a padre num instante, enquanto apurava o seu conheci-mento e técnicas de cura, Joana começa a traçar a sua rota direita a Roma, onde os seus dons lhe abrem caminho para se tornar confidente e físico curador dos dois papas. É nos meandros de várias intrigas políticas no meio eclesiástico que Joana, ela própria, ascende ao posto de pontí-fice máximo da Igreja Católica. A Papisa Joana resulta numa fabu-losa e vívida recriação do período

por nós conhecido como a “Idade das Trevas”. Apoiado numa in-vestigação rigorosa, este é um ro-mance magnífico, cativante, que nos prende nas complexidades da luta pelo poder, das conspirações e segredos políticos e dos fanatis-mos sangrentos. Um livro mara-vilhoso e empolgante que inspirou um grande filme épico realizado em 2010 e que também vale a pena ver, embora o livro seja sempre melhor.

Professora Fátima Cordeiro

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cultura

passatemposadivinhas

Tenho camisa e casacoSem remendo nem buracoEstoiro como um fogueteSe alguém no lume me mete

Se me rio… de mim sai uma donzelaMais donzela do que euEla vai com quem a levaEu fico com quem me deu.

Marta, 8º B

saBer português

Como se diz? 1.Com certeza ou concerteza? 2.Bem-vindo ou benvindo? 3.Calçar ou vestir luvas? 4.Entretia ou entretinha? 5.Há-des ou hás-de?

Confesso que nunca consegui liber-tar-me desta forte atracção por livros infantis que cultivam artisticamente a imagem. O Rosto de valter hugo mãe, premiado autor português que usa apenas as letras minúsculas como uma das marcas singulares da sua escrita, é um livro que im-pressiona tanto pelo poder da ilus-tração, da autoria de Isabel Lhano, que nos confronta página a página com rostos e expressões humanas singulares, como pela beleza literária da escrita que nos traz uma história também especial. Esta é a história de um menino que quando entra para a escola se sente aborrecido por tudo lhe parecer tão perto, sentindo muito a falta da distância que ape-nas parece encontrar nos montes. Porém, aprende nas palavras da sua professora que em todos os rostos há uma distância infinita tão bela e grandiosa como a da paisagem. Com esta leitura aprendemos seriamente que “um rosto, se prestarmos a devida atenção, pode ser tão grande quanto a alma”. Um encanto, este livro que também quis que fosse meu.

Professora Patrícia Fontinha

Ajuda a cobra-mãe a encontrar os seus filhotes!

Soluções: Castanha; Ouriço

Procura, na tabela, as palavras que se seguem, referentes a materiais que podemos encontrar numa Biblioteca. As palavras encontram-se na horizontal, vertical, diagonal e em L (nos vários sentidos).

BibliotecaLivrosCotasJogosComputa-dorRevistasDVDAlunoDicionárioCadeiraEstantes

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Maior manifestação artística do Douro e iniciativa de sentido es-tratégico para a região.

Algo de inédito no Douro e em todo o país. Era o que prometia a 5ª Bienal Internacional de Gravura do Douro, a decorrer de 10 de Agosto a 31 de Outubro. Esta edição do evento, que é já a maior manifestação artística do Douro, totalizou 16 exposições que englobaram 750 obras da autoria de 360 artistas representantes de 75 países de todos os continentes. “A crescer e a acrescentar valor de edição para edição”, este evento tem vindo a afirmar-se no panorama cul-tural, tendo já obtido grande reco-nhecimento não só a nível nacional como internacional. Esta 5ª edição destacou-se ainda pela concretização de um objectivo antigo: expandir a Bienal por toda a região duriense e levar a arte aos seus principais espa-ços culturais: o Porto (Gráfica Ur-bana), Vila Real (Teatro Municipal), Régua (Museu do Douro), Foz-Côa (Centro Cultural e Museu do Côa), Favaios (Programa de Animação das Aldeias Vinhateiras) e, obviamente, Alijó (Pavilhão Gimnodesportivo, Biblioteca, Auditório Municipal e Piscinas Municipais) acolheram obras não só de grandes nomes já consagrados, como de jovens artistas em ascensão e formação. Depois dos tributos a Vieira da Sil-va, Gil Teixeira Lopes, Nadir Afonso e Paula Rego, esta 5ª edição do cer-tame homenageou Antoni Tàpies, artista catalão considerado pela críti-ca como um dos maiores nomes das artes plásticas do séc. XX. O Museu do Douro, na Régua, acolheu esta exposição, com cerca de 30 peças, deste mestre da arte contemporânea mundial. Segundo Nuno Canelas, director e curador da Bienal, esta 5ª edição do evento tem “continuidades e inova-ções”. Entre as novidades, destaca um vasto programa alargado a ou-

tros municípios do país e a presença desta iniciativa no espaço virtual da internet, nomeadamente no Second Life, onde a Bienal do Douro estará representada. “É uma forma de pro-jectar a arte, sem que esta tenha que se subjugar às leis do mercado físico da arte”, afirmou Nuno Canelas. Para o presidente da Câmara Mu-nicipal de Alijó, Artur Cascarejo, esta Bienal é já “uma referência artís-tica que ultrapassa as barreiras do Douro” e a “maior manifestação cul-tural e artística” da região. O autarca não tem dúvidas em afirmar que este evento, nascido do voluntarismo e inicialmente encarado com cepti-cismo, é hoje um “lufar de ar fresco do que se faz na arte da gravura na região e no país”. Com a “convicção profunda de que não há verdadeiro desenvolvimento sem a aposta na cultura”, Artur Cascarejo reafirma a intenção da autarquia em avançar com a construção do Museu de Gra-vura Contemporânea em Alijó, algo que será único em Portugal. “Queremos que a cultura seja uma alavanca do ponto de vista social e económico para a região e queremos que o Douro seja também um des-tino turístico cultural”, declarou o autarca, frisando que “esta Bienal é uma iniciativa de sentido estratégico para Alijó, para o Douro e para o país”. Sem papas na língua e em defesa da região do Douro e do interior do país que tão prejudicado é com o centralismo político do território português, Nuno Canelas, afirma que “este é um projecto de fazer in-veja a qualquer cidade do mundo e só não atinge uma maior projecção nacional devido justamente, à falta de visão estratégica dos nossos go-vernantes que cada vez mais, só vêem a capital como palco de todas as manifestações e investimentos a ter em conta, infringindo os mais elementares princípios das assime-trias regionais. A prova disso, está

no reconhecimento desta Bienal no exterior, considerada hoje, como das maiores e mais importantes Bienais de gravura do mundo”. Neste contexto diz que “os apoios foram vergonhosos, nomeadamente do Ministério da Cultura que de um orçamento de 81.000 euros ap-enas contribuiu com 2.500, o que levanta uma séria questão: para que queremos uma delegação de Cultura no Norte se os salários auferidos pela vasta equipa que aí se instalou é su-perior aos investimentos dos projec-tos regionais? Neste sentido, trata-se obviamente de uma falsa descentra-lização da cultura e mais um tacho para alguns, pois é preferível não ter-mos cá delegação nenhuma e haver maior apoio financeiro da tutela”. Mas a discriminação não vem ape-nas da área política. Os meios de in-formação também o fazem, mesmo que involuntariamente. Se se pensar que eventos trazem a Portugal a re-presentação de 75 países não se terá com certeza grandes exemplos para dar, mesmo em Lisboa. Posto isto, aliado ao facto de o país apresentar um índice cultural franca-mente baixo, o que até vem justificar ainda mais a persistência desta Bie-nal no interior norte do país, não é fácil lutar e persistir na sua continui-dade. Ainda, segundo o director da Bienal, “dado o elevado nível que o evento atingiu em dez anos de exis-tência, carece no futuro de uma de-cisão clara das instituições da região e da cultura nacional, no sentido de manter ou acabar este acontecimen-to ímpar no país. Há que reflectir sobre a equidade dos investimentos na cultura, em comparação com enormes investimentos realizados em festas, foguetes e música pimba, muitas vezes assumidos como gastos na cultura, quando nesta área o nos-so povo é já bem instruído”.

Dossier de Imprensa

5ª Bienal internacional de gravura do douro

sociedade

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sociedade

Kazuhiko Nakamura Silvestre Pestana

Rafael Trelles Antoni Tàpies

Exposição no Pavilhão Gimnosdesportivo - visita das turmas

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sociedade

No dia 1 de Dezembro comemorou-se o Dia Mundial da Luta Contra a SIDA. Esta infecção é provocada pelo VIH (Vírus da Imunodeficiên-cia Humana) que, tal como o nome indica, ataca o sistema imunitário humano fazendo diminuir as defesas naturais do organismo e, por con-seguinte, torna-o mais vulnerável a doenças, comummente designadas, oportunistas. Este é um problema à escala mundial, facto que justifica a necessidade de envolver os cidadãos na procura de soluções para travar a propagação deste vírus. Neste sen-tido, a Área Regional de Saúde do Norte, Unidade de Saúde Pública de Vila Real, ACES Douro I, lançou um concurso de cartazes alusivos ao tema “Prevenção do VIH/SIDA, faz alguma coisa!”como forma de envolver alunos de várias escolas no combate a este flagelo. A este repto, os alunos do curso Profissional de Design Gráfico, responderam com prontidão, tendo-se elaborado di-versos trabalhos, nas disciplina de Design Gráfico e Oficina Gráfica,

contra a sidaexposição de cartazes do curso proFissional de design gráFico no centro comercial dolce vita douro

através dos quais transmitiram as suas mensagens, fazendo valer as imagens por mil palavras. Estes car-tazes foram entregues ao Coordena-dor da Educação Para a Saúde que os entregou, no dia 27 de Novembro, no Centro Comercial Dolce Vita Douro, em Vila Real, onde foram expostos no dia 1 de Dezembro. Os Professores das disciplinas inter-

venientes e o Coordenador da Edu-cação para Saúde dão os parabéns a estes alunos pela sua excelente par-ticipação.

Professores Nuno Canelas e Augusto Folgada

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ficha técnica

PropriedadeAgrupamento de Escolas de Alijó

CoordenaçãoPatrícia Fontinha

Projecto EditorialCristina GonçalvesFrederico BorgesSérgio Dias

Coordenação do Design GráficoNuno Canelas Sérgio Dias

Design da CapaDaniel VasconcelosJerson Pinto

Design do LogotipoPaulo Oliveira

ImpressãoGráfica do Norte – Amarante

ColaboraçãoCurso Profissional de Técnico de Design GráficoAlunos correspondentes do Jornal

EndereçoAvenida 25 Abril 205070-011 - Alijó

[email protected]

PapelReciclado 110 gr

Tiragem300 exemplares

Edição 1 – Dezembro 2010

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