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O POVO DE RIO TINTO Publicação Mensal| Paroquia de Rio Tinto Rua da Lourinha, 33 4435-308 Rio Tinto | [email protected] htt www.paroquiariotinto.pt/ NOLITE TIMERE Ano 40 - N.º 61 –Dezembro-2016 Bom Ano! Feliz Ano Novo! É com estas e outras expressões que nos saudamos uns aos outros durante os úlmos dias de 2016 e primeiros de 2017. Todavia basta parar um pouco e pensar: afinal de que é que depende um ano bom ou mau? Não depende só de nós mas também depende. Te- mos de fazer a nossa parte. A mãe natureza manda muito em nós, porque não conseguimos dominá-la e, com os estragos que lhe causamos, tornamo-nos vímas desses estragos. Apesar dos avanços da medicina, gozar ou não de saúde não está totalmente ao nosso alcance. Os astros, esses sim, connuam a girar em torno das suas órbitas. Não se adiantam nem atrasam. Seguem imperturbavelmente os seus ritmos. A nossa grande responsabilidade está sobretudo na maneira como nos relacionamos uns com os ou- tros, a nível pessoal, social e internacional. Há porém um enorme obstáculo a vencer. Nós cos- tumamos defenir o ser humano como um racional. Todavia, dum modo muito acentuado, desapareceu o conceito de verdade. Predomina o chamado rela- vismo. Como tantas vezes proclamou, sem que lhe dessem ouvidos, o Papa Bento XVI, somos vímas da ditadura do relavismo. O que hoje é verdade, amanhã pode ser menra pelas mais diversas razões. É pior das ditaduras, porque nos rouba a mais sagrada das liberdades, a liberdade pensar e seguir a nossa própria consciên- cia. Durante muito tempo, sobretudo durante a guerra colonial, a objeção de consciência era algum de sagrado. Os Estados ditos modernos já não acei- tam tal objeção. Tornaram-se donos das próprias consciências. Sempre achei significavo que Pilatos, durante o julgamento de Cristo, tenha perguntado: - O que é a verdade? Mas não se mostrou interessado na res- posta. Um desses defensores do relavismo escreveu esta frase absurda: “a verdade é não haver verdade” que encerra em si própia uma contradição. Em certos assuntos não são respeitados os alicerces cienficos. A teoria do aborto começou a ser aplica- da em casos restritos e específicos. Hoje, o aborto é simplesmente um ”direito” da mulher. O número de abortos já não tem limites. Até os direitos deri- vados da segurança social são iguais aos da mater- nidade Nunca ouvimos a esses defensores da eufemisca- mente chamada interrupção voluntária da gravidez basearam-se em dados cienficos. A razão é clara: a ciência não está do seu lado. A indústria do aborto passou a ser altamente rendosa. Consequência: muitas sociedades estão velhas e agonizantes. A quem tem senmentos humanos e sobretudo cristãos resta procurar construir o ano não sobre a areia movediça mas sobre a rocha firme. Os aparentemente derrotados serãos os vencedo- res. A História não se mede por anos mas por sécu- los. Leon Tolstoi

O POVO DE RIO TINTO · 2016-12-31 · samente paralelo a Santa Mafalda, de quem era mui- ... No dia 1 de Janeiro– Dia da Paz celebramos a solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus

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O POVO DE RIO TINTO Publicação Mensal| Paroquia

de Rio Tinto Rua da Lourinha, 33 4435-308

Rio Tinto | [email protected] htt www.paroquiariotinto.pt/

NOLITE TIMERE Ano 40 - N.º 61 –Dezembro-2016

Bom Ano! Feliz Ano Novo! É com estas e outras expressões que nos saudamos

uns aos outros durante os úl'mos dias de 2016 e

primeiros de 2017.

Todavia basta parar um pouco e pensar: afinal de

que é que depende um ano bom ou mau?

Não depende só de nós mas também depende. Te-

mos de fazer a nossa parte.

A mãe natureza manda muito em nós, porque não

conseguimos dominá-la e, com os estragos que lhe

causamos, tornamo-nos ví'mas desses estragos.

Apesar dos avanços da medicina, gozar ou não de

saúde não está totalmente ao nosso alcance.

Os astros, esses sim, con'nuam a girar em torno

das suas órbitas. Não se adiantam nem atrasam.

Seguem imperturbavelmente os seus ritmos.

A nossa grande responsabilidade está sobretudo na

maneira como nos relacionamos uns com os ou-

tros, a nível pessoal, social e internacional.

Há porém um enorme obstáculo a vencer. Nós cos-

tumamos defenir o ser humano como um racional.

Todavia, dum modo muito acentuado, desapareceu

o conceito de verdade. Predomina o chamado rela-

'vismo. Como tantas vezes proclamou, sem que lhe

dessem ouvidos, o Papa Bento XVI, somos ví'mas

da ditadura do rela'vismo.

O que hoje é verdade, amanhã pode ser men'ra

pelas mais diversas razões. É pior das ditaduras,

porque nos rouba a mais sagrada das liberdades, a

liberdade pensar e seguir a nossa própria consciên-

cia. Durante muito tempo, sobretudo durante a

guerra colonial, a objeção de consciência era algum

de sagrado. Os Estados ditos modernos já não acei-

tam tal objeção. Tornaram-se donos das próprias

consciências.

Sempre achei significa'vo que Pilatos, durante o

julgamento de Cristo, tenha perguntado: - O que é a

verdade? Mas não se mostrou interessado na res-

posta.

Um desses defensores do rela'vismo escreveu esta

frase absurda: “a verdade é não haver verdade” que

encerra em si própia uma contradição.

Em certos assuntos não são respeitados os alicerces

cienFficos. A teoria do aborto começou a ser aplica-

da em casos restritos e específicos. Hoje, o aborto é

simplesmente um ”direito” da mulher. O número

de abortos já não tem limites. Até os direitos deri-

vados da segurança social são iguais aos da mater-

nidade

Nunca ouvimos a esses defensores da eufemis'ca-

mente chamada interrupção voluntária da gravidez

basearam-se em dados cienFficos. A razão é clara: a

ciência não está do seu lado. A indústria do aborto

passou a ser altamente rendosa. Consequência:

muitas sociedades estão velhas e agonizantes.

A quem tem sen'mentos humanos e sobretudo

cristãos resta procurar construir o ano não sobre a

areia movediça mas sobre a rocha firme.

Os aparentemente derrotados serãos os vencedo-

res. A História não se mede por anos mas por sécu-

los.

Leon Tolstoi

PartiuumSábiodaIgrejaedaVida

O nosso muito estimado vizinho, Conego Joaquim

MendesdeCastro,acabadepartirparaaeternida-

de.

FoiumaestrelacaıdadoCeu,nestapovoaçaoaben-

çoadadeRioTinto.Asuasimpatia,osseusdotesde

orador, com homilias tao ricas, os seus inumeros

livroseditados,asuasabedoria…

AlunobrilhantedoSeminariodeLamego,foiconvi-

dadoa lecionarnaqueleSeminario logoaposasua

ordenaçao.Comodecorrerdosanos,veioaocupar

oaltocargodeDeaodaSedeLamego.

ODoutorMendesdeCastrofezumpercursoinver-

samenteparaleloaSantaMafalda,dequemeramui-

todevoto.EnquantoSantaMafaldafoideRioTinto

paraArouca,eleveiodeAroucaparaRioTinto,on-

dedeixoumarcaindelevel.

SendoaDiocesedeLamegolongamentebeijadape-

lo rioDouro, oConegoMendesdeCastroamavao

rioDouro, notando-se nas suas expressoes orais e

escritas “O Meu Douro” como se tratasse de um

membro da sua famılia. Toda a riqueza cultural

queelenoslegou,etodaaajudaqueprestouanos-

saparoquia,levamaqueasuamorteaconteçaape-

nas 0isicamente, pois o Conego Doutor Joaquim

Mendes de Castro vivera para sempre nos nossos

coraçoeseoseunome0icaraindelevelmenteligado

aestaabençoadacidadedeRioTinto.

Ex-PresidenteArgentinaAcusadadeCorrupção

CristinaKirchner,ex-presidenteargentina,estaacu-

sadadegestaofraudulenta,tendo-lhejasidoconge-

ladosos seus bens, no valor de 10milmilhoes de

pesos(600milhoesdeeuros).

Seraqueestasenhoraconseguiuesta fortuna toda

deformalegal,claraehonrada?

Desporto

OBen0icacontinuaalideraraILiga,apostervenci-

dooSporting,num jogoalgopolemico,pelasdeci-

soesarbitrais.Assim,oSportingcaiuparaoquarto

lugar,atrasdoBraga,emvirtudedaderrotaanteos

bracarenses. OPortoestaemsegundo,a4pontos

doBen0ica. Ofutebolportuguesestadeparabens,

poisacabadeterdoisdesportistascomdestaquea

nıvelmundial.FernandoSantoscomoomelhorse-

lecionador nacional e Cristiano Ronaldo com dois

galardoes: a 4ª Bola de Ouro e a atribuiçao de

“MelhorjogadordoMundo”,pelarevista“GlobeSo-

ccer”.

BOMANO2017

FernandoMarçal

PANORAMA ANO NOVO - 2017 2

Isabel Tracana – Psicóloga

Há dias, numa crónica semanal na rádio, ouvi um jornalista falar sobre o Natal. Foi uma crónica diferente em que analisava o Natal comparativa-mente às práticas e crenças da sociedade atual. Dizia ele:

A história do Natal é cristã já que reporta o nascimento de Cristo que deu origem ao surgimen-to do Cristianismo. Cristo foi o Farol que veio ilumi-nar as trevas e que ao longo dos séculos, já dois milénios, representou sempre a esperança, o amor fraterno e a paz desejada pela humanidade cristã.

Ao longo destes tempos, sobretudo as socie-dades ocidentais, aderiram ao cristianismo, mais em termos teóricos. As práticas foram sempre mais vagarosas na transformação e, por isso, ain-da estão longe da sua doutrina original.

Na verdade nós em vez da paz fazemos a guerra, em vez do amor fraterno praticamos a intolerância, a indiferença, a exploração do mais fraco pelo mais forte. Transformámos os festejos natalícios numa prática mercantilista. Tornámo-nos cínicos. A maior ironia foi que escolhemos, o dia mais curto e mais escuro do ano, para celebrar a Luz da Es-perança.

E, no meio de todas estas incongruências, surge o espanto de um verdadeiro milagre! É que, apesar de tudo mantivemos e mantemos a tradi-ção de passar a mensagem primordial do Natal na sua pureza teórica para a geração seguinte.

Talvez seja por isso que continuamos todos os anos a celebrar o Natal e a evocar a sua men-sagem ajudando a manter acesa a Luz da Espe-rança a brilhar no meio da escuridão que ainda nos envolve, conforme foi iniciado por Aquele cujo nascimento, há mais de dois mil anos, estamos agora a festejar. Está na altura de fazer avançar a prática da mensagem e unirmos o Natal deste ano ao do próximo ano, fazendo uma ligação através dessa prática que agora estamos a vivenciar uns com os outros. Só assim conseguimos optar e vi-venciar a Paz, a Fraternidade e o Amor Universal que todos ansiamos.

Feliz Ano de 2017.

O Milagre do Natal EDUCAÇÃO FÍSICA 3

Com o inicio de um Ano Novo, renovam-se as nos-sas esperanças, de um Ano Melhor, com mais saúde, paz e motivos de felicidade. Fazemos planos, imagi-namos acontecimentos e investimos todas as nossas energias nesses desejos. Sabemos que o ano que terminou não foi nada fácil para a maioria das pessoas; o Mundo em geral e a Europa em particular atravessam uma crise que atin-ge todas as áreas: financeira, material, afetiva social e emocional que afeta mesmo a dignidade humana; nunca a palavra solidariedade foi tão maltratada, mas parece que a esperança aparece ao fundo do túnel! De facto, o início do ano é um marco de reflexão sobre o que correu mal e projetos para o novo ano. Também para a saúde devemos fazer projetos para uma vida mais saudável. Sabemos que muitas doenças são de causa genética e outras de causa desconhecida, mas sabemos também que o comportamento humano devido á maneira co-mo tratamos o nosso corpo é o grande responsável pelo aumento assustador de verdadeiras epidemias. Os efeitos maléficos dos excessos alimentares, taba-co, sedentarismo e doenças infeciosas podem ser evitados, com ganhos na saúde, aumentos dos anos de vida e na produtividade e diminuição nas despe-sas para tratar essas doenças. Gostei muito desta frase que passo a copiar: “Festejar, comemorar, comer e beber nas festas do final do ano não é que faz mal; o que realmente faz mal não é o que comemos entre o Natal e o Ano No-vo, mas sim aquilo que comemos entre o Ano Novo e o Natal”! O início de um novo ano é uma boa altu-ra para refletir, corrigir o que não correu bem e to-mar medidas para uma vida melhor a nível pessoal, familiar e social. Não esqueça: É no Novo Ano que vou: -Deixar de fumar. -Fazer uma alimentação mais saudável e evitar o ex-cesso de álcool. -Controlar o excesso de peso. -Fazer exercício físico e andar a pé. -Evitar comportamentos de risco. -Evitar o stress. -Dar um pouco de mim aos outros. -E, se o conseguir chegarei ao fim deste ano mais feliz e mais saudável. O ano de 2017 será aquilo que todos em conjunto, com determinação, ambição e espirito de iniciativa formos capazes de construir. BOM ANO 2017. Médico*

Mais um ano que termina!

Silva Pinto*

Nas asas da poesia

Seleção de Rita Sá Ferreira

4

VIDA CRISTÃ 5

MensagemdoPapaFranciscoparaacelebraçao

do50ºdiaMundialdaPaz.1dejaneirode2017

Um mundo dilacerado

Enquanto o século passado foi arrasado por duas guerras mundiais devastadoras, conheceu a ameaça da guerra nuclear e um grande número de outros conflitos, hoje, infelizmente, encontramo-nos a braços com uma terrível guerra mundial aos pedaços. Não é fácil saber se o mundo de hoje seja mais ou menos violento que o de ontem, nem se os meios modernos de comunicação e a mobilidade que carateriza a nossa época nos tornem mais cons-cientes da violência ou mais rendidos a ela.

Seja como for, esta violência que se exerce «aos pedaços», de maneiras diferentes e a variados níveis, provoca enormes sofrimentos de que estamos bem cientes: guerras em diferentes países e continentes; terrorismo, crimi-nalidade e ataques armados imprevisíveis; os abusos sofridos pelos migrantes e as vítimas de tráfico humano; a devastação ambiental. E para quê? Porventura a violência permite alcançar objetivos de valor duradouro? Tudo aquilo que obtém não é, antes, desencadear represálias e espirais de conflitos letais que beneficiam apenas a poucos «senhores da guerra»?são destinadas a fins militares e subtraídas às exigências do dia-a-dia dos jovens, das famílias em dificuldade, dos idosos, dos doentes, da grande maioria dos habitantes da terra. No pior dos ca-sos, pode levar à morte física. e espiritual de muitos, se não mesmo de todos.

No início deste novo ano, formulo sinceros votos de paz aos povos e nações do mundo inteiro, aos chefes de Estado e de governo, bem como aos responsáveis das Comunidades Religiosas e das várias expressões da sociedade civil. Almejo paz a todo o homem, mu-lher, menino e menina, e rezo para que a imagem e semelhança de Deus em cada pessoa nos permitam reconhecer-nos mutuamente como dons sagrados com uma dignidade imensa. Sobretudo nas situações de conflito, respeitemos esta «dignidade mais profunda»

Nodia1deJaneiro–DiadaPazcelebramosasolenidade

deSantaMaria,MaedeDeuserainhadapaz

Maternidadedivina

Para toda amulher, amaternidade contemuma ligaçaopessoalper-

manenteao 0ilho.AmaternidadedeMaria integraestadimensaohu-

mana ordinaria, numa comunhao comDeus sem igual. O Pai celeste

comunica-Lhe o Espırito de in0inita ternura, em que Ele Se compraz

gerandooFilhonaeternidade;fa-Laparticiparnasuapropriafecundi-

dadeparaqueoFilhotambemnasçanahistoria,comohomemecomo

primogenitodemuitosirmaos.MaedeDeuse«nomepropriodauniao

comDeus,concedidaaMaria»,«querealizadomodomaiseminentea

predestinaçaosobrenatural...concedidaatodososhomens»38.Maria

vive esta graça singularıssima com atitude de acolhimento grato,

amante e adorante, demaneira semelhante a todos os crentes, mas

comumaradicalidadeeplenitudeinauditas.Eesteoseumododere-

ceberaPalavraedeparticiparnavidadivina.Aomesmotempo, e o

modo mais sublime de realizar a feminilidade, como acolhimento e

oferecimentodavida.

Catecismo para adultos (C.E.I – Tradução Grafica de Coimbra)

6 “Entrevista do outro lado!”

7 “O Povo de Rio Tinto” 29/12/2016

BRINDE DO ANO PARA COSTA

E PASSOS FICA COM A FAVA

M. Pinto Teixeira*

1 – O ano que agora termina foi essencialmente caracterizado pela descompressão política, se com-parado com o período de governação de Pedro Passos Coelho. De facto, a geringonça parlamentar que António Costa construiu para garantir a sobrevivência do seu governo acabou por se consoli-dar, indo bem mais longe do que muitos vaticinavam no final do ano transacto. Não é preciso ter uma grande memória para recordar que muita gente, e até insuspeitos analistas, faziam as piores profecias quer quanto à durabilidade do acordo PS/PCP/BE, quer quanto ao desempenho econó-mico da governação. A verdade é que nem o diabo nem o dilúvio nos bateram à porta. E à medida que o ano foi passan-do, foi-se tornando claro que tão importante como a descompressão social que caracteriza o actual momento político é a constatação, por parte da opinião pública, de que a correlação de forças entre os partidos da geringonça constitui hoje um verdadeiro seguro de vida para o governo de Costa. Ou seja, por incrível que pareça, os partidos à esquerda do PS estão hoje muito mais reféns da ge-ringonça do que o próprio Primeiro-Ministro, que, como aqui já foi escrito há meses, tem hoje na mão as chaves do calendário eleitoral… 2 – Dir-se-ia que a improvável união de todas as esquerdas veio para ficar, com grande probabili-dade de poder cumprir a actual legislatura. Mas o mais curioso é constatar-se que este seguro de vida do governo socialista não resulta de um consenso ideológico ou programático, mas apenas e só do pavor que PCP e BE têm de serem responsabilizados pelo eventual regresso ao poder de soci-al-democratas e centristas. Ou seja, quanto mais o tempo passa, mais o líder socialista pode esti-car a corda que prende a coligação das esquerdas à sustentação parlamentar do governo. Perante este quadro, António Costa tem razões de sobra para festejar a entrada em 2017 em abso-luta tranquilidade política, pois sabe muito bem que tanto os seus parceiros da geringonça, como os adversários à sua direita entram no novo ano completamente encurralados nos labirintos que uns e outros construíram. À esquerda pelas razões atrás referidas; à direita pela inexistência de uma estratégia de oposição convincente. Basta olhar para as sondagens para verificar que os por-tugueses têm hoje interiorizado que o governo socialista de António Costa passou do estado de dú-vida ao estado de confiança, independentemente dos apoios de que dispõe no parlamento. 3 – Perante um tal quadro, a pergunta que se coloca é saber se este desanuviamento político será ou não acompanhado, no novo ano, por um desempenho minimamente satisfatório quer da econo-mia nacional, quer das contas públicas. Para já, os principais indicadores mostram que António Costa tem condições para passar por entre os pingos da chuva. Mas todos sabem que o frágil cres-cimento da economia e o eventual agravamento das taxas de juro da dívida pública podem a qual-quer momento pôr em risco a boa estrela de Costa. Eis a razão por que, não podendo esperar por um milagre, o Primeiro-Ministro terá sempre tendência para navegar à vista, emparedado entre os seus dotes de negociador, e as circunstâncias de cada momento. Seja como for, e em tempo de balanço, temos de concluir que o brinde do bolo-rei, nos festejos des-te fim de ano, vai para António Costa. Já a fava saiu ao líder do PSD, que não conseguiu, até ao momento, definir uma estratégia de oposição que, não vencendo, pelo menos começasse a conven-cer. Amarrado às profecias de um retrocesso a curto prazo, Passos não soube libertar-se de uma espécie de receita política onde o ingrediente dominante deveria continuar a ser a austeridade. Resta-lhe agora chegar às autárquicas, onde terá a sua prova de fogo. Mas, pelo andar das suas desconchavadas carruagens, também não é de esperar que as eleições do outono lhe anunciem uma primavera sorridente…

* Professor

e investigador universitário

Consultório Jurídico – “O quê de Jus ça?” – Complemento solidário para idosos

Ocomplementosolidarioparaidososeumvalormensalpagomensalmenteaosidososcombaixosrecursos,des-

dequetenham,pelomenos,65anosedoismeses(queeaidadedeacessoapensaodevelhice),edesdequeresi-

damemPortugal.

Seoidosoforcasado,paraquepossaterdireitoaestecomplemento,ovalordosrendimentosdocasalnaopode

sersuperiora8.853,25€poranoeovaloranualrecebidopeloidosoquesolicitaocomplementonaopodeser

superiora5.059,00€,ousejaesteidosorequerentedocomplementosolidarioparaidososnaopodeauferirmais

doque422€pormes,nememconjuntocomoseuconjugeauferirmaisdoque738€pormes.

Seoidosorequerentenaoforcasadonemviveremuniaodefactohamaisdedoisanos,oseurendimentoanual

naopodesersuperiora5.059,00.

Para alem disso, para que possa requerer o subsıdio tem de residir em Portugal pelo menos ha seis anos

(relativamenteaomomentoemquefazopedido)eestarnumadestassituaçoes:serbene0iciariodepensaode

velhice,desobrevivenciaouequiparada;serbene0iciariodosubsıdiomensalvitalıcio, sercidadaoportuguese

naotertidoacessoapensaosocialportertidorendimentosacimade167,69€seforumapessoaoude251,53€

seforumcasal.

OidosorequerentedosubsıdiodevetambemautorizaraSegurançaSocialaacederasuacontabancaria,assim

comodapessoacomquemestacasadooucomquemviveemuniaodefacto.

ParapediroapoiodevepreencherosformulariosdaSegurançaSocialacompanhadosdosseguintesdocumentos

emfotocopia,tantoseuscomodapessoacomquemestacasadooucomquemviveemuniaodefacto:cataode

identi0icaçaodasegurançasocialoucartaodepensionistadasegurançasocialoudeoutrosistemadeprotecçao

socialnacionalouestrangeiro;documentodeidenti0icaçaovalido(bilhetedeidentidade,cartaodecidadao,certi-

daodoregistocivil,boletimdenascimentooupassaporte)edocumentodeidenti0icaçao0iscal(cartaodecontri-

buinte),atestadodaJuntadeFreguesiacomprovativodequeresideemPortugalhapelomenos6anos(nocaso

desercidadaonacionaloudauniaoeuropeia)outıtulovalidoderesidenciaemPortugalououtrostıtulosprevis-

tosnaleioudeclaraçaodeentidadecompetentequecomprovequeresideemPortugalhapelomenosseisanos

(nocasodesercidadaodeforadaUniaoEuropeia).

Nocasodetertidooseuultimoempregonoestrangeiro,devejuntardocumentocomprovativodadataemque

começouareceberapensao.Nocasodeterpropriedadesemseunomeparaalemdacasaondehabita,podeter

deapresentarcadernetasprediaisactualizadasoucertidoesdeteormatricial,assimcomocopiadaescriturade

aquisiçaodosimoveis.Damesmaforma,podeterdeapresentardocumentoscomprovativosdoseupatrimonio

mobiliario(nocasodetercontasbancarias,certi0icadosdeaforro,certi0icadosdoTesouro,acçoesouqualquer

outropatrimoniomobiliario).

Casorecebapensoes,complementosousubsıdiosdeoutrasentidadesquenaoaSegurançaSocial,pode terde

apresentarcomprovativosdosvaloresquerecebe.

Naproximaediçaocontinuaremosafalardesteassunto.

DesejosdeumAnomuitoFelizparatodososleitores!

Manuela Garrido

Bifes de Peru com Molho de Coco e Ananás Ingredientes 1 embalagem de Molho de Nata para Carne 4 bifes de peru 1 lata de ananás em calda (lata pequena) 1/2 chávena de leite de coco 50 g de Manteiga sem sal Sal q.b. Pimenta q.b. Coentros picados q.b. Preparação em 3 tempos Corte as rodelas de ananás e os bifes do mesmo tamanho. Tempere com sal e pimenta. Core os bifes na Manteiga Mimosa sem sal de ambos os lados e adicione o leite de coco, deixando cozinhar. Quando os bifes estiverem quase prontos adicione o Molho de Nata Mimosa para Carne e mexa até ficar com a consistência desejada. Polvilhe com os coentros e sirva.