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Universidade Estadual de Maringá 12 a 14 de Junho de 2013
1
O PRAGMATISMO E O UTILITARISMO NA EDUCAÇÃO
ESTADOUNIDENSE NAS PRIMEIRAS DÉCADAS DO SÉCULO
XIX
GALIANI, Claudemir (UEM)
MACHADO, Maria Cristina Gomes (Orientadora/UEM)
Introdução
Este artigo analisa a construção do sistema educacional estadounidense nas
primeiras décadas do século XIX e a articulação das propostas educacionais com a
formação de um novo “tipo de homem americano”: defensor de um Estado republicano
e apto para o trabalho especializado, quer na condição de proprietário e empreendedor
de investimentos pessoais, quer na condição de proletário e eficiente nas ocupações e
tarefas designadas pelos proprietários de sua força de trabalho.
Neste processo de construção, observa-se um debate intenso que envolve os
defensores de um processo de escolarização, sem a intervenção pública, mas voltado
para a instituição da República Federativa e, de outro lado, os defensores de um
processo de escolarização, com investimentos públicos, voltado para a consolidação da
Federação.
Neste contexto de formação do Estado americano, a sociedade iniciava um
rápido processo de transformação entre as relações de produção manufatureira para a
produção industrial, e os interesses na forma de acumulação capitalista entre produtores
do setor agrícola e do setor industrial eram divergentes. Essas divergências
evidenciavam várias contradições, entre as quais, a parcialidade da representação
democrática, que excluía os trabalhadores, tanto dos setores agrícolas, quanto dos
setores industriais. E que, portanto, acirravam uma luta de classes intensa.
Essa luta de classes é percebida em pelo menos três dimensões diferentes e
opostas: a dos proprietários dos meios de produção no setor industrial em relação aos
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proletários; a dos proprietários dos meios de produção no setor agrícola (fazendeiros)
em relação aos escravos; a dos proprietários dos meios de produção do setor industrial
em relação aos proprietários dos meios de produção agrícola (fazendeiros).
Os proprietários dos meios de produção no setor industrial eram defensores de
um modelo econômico liberal nos moldes do “laissez faire e laissez passer”, e
defendiam a abolição do trabalho escravo e a extensão a todo território do trabalho
assalariado. Acreditavam que, desta forma, haveria uma maior circulação de dinheiro no
território e isso garantiria a expansão industrial e a mercantilização dos seus produtos.
Em relação ao trabalho assalariado não havia a defesa de uma regulamentação sobre
jornada de trabalho, condições de trabalho, valores definidos nas mais diversas
categorias de trabalhadores, enfim, defendiam a livre negociação desde que esta
beneficiasse os proprietários dos meios de produção (burguesia industrial).
Os proprietários dos meios de produção no setor agrícola eram defensores de um
modelo econômico que permitisse a liberdade de venda sem taxações alfandegárias, sem
restrições econômicas e sem fixação de valores, mas ao mesmo tempo exigia garantias
na legislação sobre as suas propriedades territoriais e humanas (escravos), exigia
garantias na legislação de que os preços de seus produtos não oscilassem na
concorrência nacional e internacional, e, exigia em legislação que a Federação liberasse
valores monetários de incentivo à produção. Há uma caracterização contraditória dos
pressupostos econômicos, ou seja, em relação a mercantilização dos produtos os
fazendeiros do sul eram liberais, mas em relação a produção eram protecionistas e
monopolistas. Em relação ao trabalho escravo, eram contrário a qualquer ideia
abolicionista. Consideravam o trabalho escravo como garantia no acúmulo de riquezas e
na perpetuação da propriedade.
De acordo com Dewey, esta concepção revelava-se um tanto quanto estática e
antiga visto que se prendia às posses e propriedades. A nova concepção se constituía
mais dinâmica, a medida que,
Estava empenhada em liberar a produtividade e a troca do complexo emaranhado de restrições que tinham então força de lei. O inimigo já não era a atuação arbitrária dos governantes. Era todo o sistema de lei comum e de prática judiciária em sua oposição à liberdade de
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trabalho, de investimento e de troca ou comércio. (DEWEY, 1970, p.19-20).
Essas divergências permitem concluir que o capitalismo em meados do século
XIX apresentava contradições evidentes e que refletia diretamente na construção das
sociedades, em especial, na sociedade estadounidense. Essas contradições de ordem
econômica se refletiam na estrutura política e social e provocavam divergências de
grande intensidade, acirrando a oposição entre abolicionistas e escravocratas;
democratas e republicanos; produção agrícola e produção industrial; hábitos e modos de
vida rural e urbano. Essas divergências se refletiam no estabelecimento de sistemas de
educação pública nos vários Estados. De acordo com Cubberley (1920, p. 676), “[...]
Essa luta envolvia diretamente políticos liberais e os trabalhadores, e, contra, os
conservadores e eclesiásticos.” Em meio a essas divergências, era necessário instituir
um modo de vida com vistas a conciliação, para tanto era necessário formar um “novo
tipo de homem americano”.
Esse novo “tipo de homem americano” teria que ser atuante nas questões
políticas, ser participativo e tomar decisões, e ao mesmo tempo, manter-se produtivo
pelo trabalho, isto é, produzir riquezas para si mesmo e para a nação. É neste novo
contexto que se inserem as tentativas de construção de um sistema nacional de ensino
nos Estados Unidos.
A construção do sistema educacional vinculada a construção da nacionalidade
estadounidense, vincula-se a alguns princípios liberais comuns, tais como a defesa da
liberdade, da autonomia, da democracia, da igualdade, regidas por um sistema de
governo republicano que tenta assegurar a unidade nacional pela via da
descentralização, isto é, sem o controle rígido do Estado.
Uma das questões que se põe nesse processo é justamente o fato de que a
implantação de escolas comuns nos Estados Unidos nas primeiras décadas do século
XIX estavam destinadas aos menos favorecidos, aos desvalidos, aos pobres, enfim, aos
excluídos materialmente da sociedade. Portanto, a escola comum se identificava como
instituição de prática caritativa, semelhante a caridade de espírito cristão que se
desenvolvia nas escolas congregacionalistas ou religiosas. Com as novas exigências
impostas pelo processo de produção industrial, esta concepção é gradativamente
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alterada, e um dos mediadores neste processo de mudança de concepção, foi exatamente
Horace Mann, que vislumbrava um modelo educacional que atendesse às novas
demandas sociais e, sobretudo, despertasse um sentimento de nacionalidade que
incluísse privilegiados e não privilegiados. A defesa de uma escola comum para todos
significava neste momento da história americana, a reafirmação dos princípios de
igualdade e liberdade, contribuindo para o estabelecimento de uma ordem e um controle
social. Assim, as lutas de classes provocadas pelas diferenças econômicas e sociais, se
tornavam veladas em função da distribuição de direitos iguais e livres.
É neste contexto que a construção do sistema educacional norte-americano se
insere, assim é importante indagar, neste momento, qual é a função social da escola e,
em especial, a quais interesses ela defende ou ela preserva? Quais os mecanismos
conciliatórios ou divergentes se põem neste momento de implantação das escolas
comuns? E ainda, qual foi o papel do Estado americano neste processo? Essa questão é
de suma importância, tendo em vista que as escolas comunitárias e as iniciativas
privadas não foram desprezadas, ao contrário, foram mantidas e passaram a coexistir
com a iniciativa pública.
Na tentativa de responder essas indagações, esta pesquisa apresenta algumas
considerações sobre a atuação de alguns líderes políticos defensores da escola pública e
tem como documento norteador, o“Report of the Commissioner of Education for the
year 1896-97”, publicado em dois volumes, pela Imprensa Oficial do Governo dos
Estados Unidos em 18981. Nesta análise, será utilizado o relatório contido no primeiro
volume, de autoria de Mayo2.
1 Editado e publicado oficialmente pelo Departamento Nacional de Educação no ano de 1898, esse documento nos seus dois volumes, contém um conjunto de relatórios minunciosos e abrangentes de todo o processo educacional no território norte-americano, incluindo, alunos matriculados, número de professores, localização e currículos. Investimentos e gastos das escolas, formas de administração, análises de material didático, relatórios de superintendentes e diretores no setor educacional, enfim, bastante abrangente e foram organizados anualmente e disponibilizados a toda a comunidade interessada. Cabe destaque e agradecimento a Jéssica Mendonça Dias e Gabriela Bruschini Grecca que traduziram o material usado nesse artigo e que foi, posteriormente, revisado por Claudemir Galiani (UEM). 2Amoy Dwight Mayo (1823-1907) nasceu em Warwick, Massachusetts. Liderou a defesa de uma Emenda, que defendia um dispositivo Constitucional o direito de ensinar a Bíblia na escola pública. Promoveu a educação nos Estados do Sul por meio de palestras e aconselhamentos junto a educadores e líderes religiosos. Atuou como editor associado do New England Journal of Education e como editorialista chefe do Jornal Nacional de Educação. Dedicou-se a escrever a história das escolas comuns
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O texto está dividido em duas partes. Na primeira destacamos alguns autores
americanos que contribuíram para difundir a escola pública.Na segunda parte
enfatizamos a atuação de Horace Mann.
1. Os primeiros precursores da educação pública nacional estadounidense.
Inseridos num contexto de transição na forma e na organização da produção
capitalista, os precursores da educação pública, acenavam constantemente para um
modelo educacional que eliminasse os resquícios da influência metropolitana do período
colonial. Isto porque, durante o período colonial, os empreendimentos educacionais
tinham sido predominantemente organizados pelas instituições religiosas, tanto de
orientação católica, quanto de orientação calvinista. Este sistema de ensino de cunho
descentralizado, comunitário e congregacional, foi estabelecido de acordo com as
necessidades, especificidades e características de cada território. Tanto a Coroa Inglesa,
em tempos de colônia, quanto o Estado Republicano, após a independência,
asseguravam a estas instituições liberdade organizacional e pedagógica.
Essa atuação, quase que inexpressiva do Estado, pode ser observada na
legislação, como é o caso da Declaração de Independência e a Constituição de 1786,
que, segundo Gutek, (1995, p. 175), “ [...] não continha nenhuma referência específica à
educação”. Para este autor, “[...] A tradição persistente de controle local e do medo do
poder político centralizado contribuiu para um sistema de ensino descentralizada nos
Estados Unidos. O apoio educativo sem o controle do Estado, preservaria os princípios
democráticos aferidos na Constituição.” (GUTEK, 1995, p.175).
A instituição de um processo de escolarização nacional no período pós-
independência, na concepção de alguns líderes políticos estava vinculada a manutenção
da ordem social e a preservação dos ideais republicanos, conforme afirma Gutek (1995,
da América, trabalho este que ficou incompleto por conta de sua morte. Seu nome é citado nos manuais e documentos como professor e defensor da escola pública. Nas suas palestras defendia reformas educacionais e a escolarização de negros e brancos pobres. Dentre as suas publicações se destacam: “Símbolos da Capital, ou, Civilização, em Nova York” (1859); “Religião nas Escolas Comuns” (1869); “A Bíblia nas escolas públicas”, com Thomas Vickers (1870); “As conversas com os professores” (1881); “Aprendizagem Industrial no Sul” (1888); “As mulheres do sul no recente movimento educacional no Sul” (1892). Extraído de: http://en.wikipedia.org/wiki/Amory_Dwight_Mayo, consulta realizada dia 11/02/2013, às 11 horas
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p. 176), “[...] As primeiras teorias educacionais estavam relacionadas diretamente com
os interesses de preservação de um governo republicano, considerado como primordial”.
As primeiras propostas de educação nacional são atribuídas a Benjamin Rush,
Robert Coram e Samuel Smith. A intenção contida nessas propostas era a de uma
educação apropriada e adequada para a política e a sociedade da nova república. Os
conteúdos deveriam estar voltados para reforçar o patriotismo e o nacionalismo e
equacionar o republicanismo com um pensamento científico. Para estes teóricos, a
educação teria um fim político.
Essa preocupação se evidenciava porque nos anos iniciais do período
republicano, prevalecia alguns resíduos educacionais do período colonial, e isto para a
construção de uma nova nação eram inadequadas, pois poderiam ameaçar as lealdades
nacionais. Neste sentido, o governo republicano passou a exigir um modo diferente de
educação, cuja as ideias e os valores transmitidos exaltassem o sentimento patriótico. É
neste intento que os líderes políticos Benjamin Franklin e Thomas Jefferson
direcionavam o pensamento educacional.
Benjamin Franklin (1706-1790) enfatizava a necessidade de uma educação
básica e utilitária. Sua produção intelectual, segundo Gutek (1995, p.177), “ [...] se
resumia em seus pobres almanaques, que apesar de ser uma literatura simples, era bem
aceito pela classe média americana, por conter alguns valores utilitários de diligência,
economia e trabalho duro, e acima de tudo, valores éticos liberais.” Nesses almanaques,
de acordo com Gutek, (1995, p.177), “[...] continham valores relacionados ao
sentimento religioso e pode ser caracterizado como expressão de um puritanismo
secularizado”.
As propostas educacionais de Franklin continham na análise de Gutek ( 1995, p.
178), “[...] um currículo que priorizava para a juventude o ensinamento da gramática
inglesa, enfatizando uma variedade de assuntos voltados para o comércio e a oratória.”
Esse currículo apontava conteúdos diferenciados para as mais diversas profissões
ensejadas, por exemplo, o médico poderia optar pelo estudo da língua latina, grega e
francesa. A grande inovação metodológica era o currículo recomendado para as classes
comuns que deveriam conter atividades utilitárias como: carpintaria, construção naval,
gravura, impressão, pintura, escultura e jardinagem.
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As propostas de Franklin assumem uma característica classista, voluntarista e
utilitária, mas sem uma sistematização institucional e aparece como um segundo plano
político, sendo o primeiro plano a formação do cidadão livre e patriota via participação
política. Essa mesma característica aparece em Thomas Jefferson (1743-1826), mas há
vários pontos que diferenciam de seu antecessor. As suas propostas educacionais foram
descritas na "Declaração para a difusão geral do Conhecimento" ( 1779) e se destacam
nos seguintes pontos:
“[...] um governo republicano requer uma população educada e alfabetizada; a educação deve cumprir uma função cívica e política, ao invés de religiosa; o Estado tem responsabilidade de promover a adequação educacional; a sociedade democrática deve oferecer oportunidades educacionais para todos, pessoas comuns e líderes talentosos.” (GUTEK,1995, p. 181).
De acordo com o plano de Jefferson, os condados da Virgínia seriam subdividido
em alas, cada uma com uma escola de instrução elementar com o ensino de leitura,
escrita, aritmética e história. Todas as crianças brancas eram obrigadas a frequentar a
escola por três anos, essa escola era financiada pelo Estado com o dinheiro público.
Depois de três anos, os pais poderiam continuar a matricular seus filhos na escola,
entretanto deveriam assumir o pagamento de mensalidades. Nesta proposta, o Estado
mantinha a obrigatoriedade de oferta do ensino básico por apenas três anos e não se
estendia a toda a população, apenas a população branca, isso pelo fato de que os Estados
Unidos era um país escravista e que, portanto, a população negra estava excluída de
qualquer benefício ou projeto educacional.
Thomas Jefferson propôs a criação de vinte escolas de nível secundário na
Virgínia. A seleção para ingresso neste nível era feita por um supervisor do distrito, e
que, segundo Gutek ( 1995, p.183), “[...] Quem não tinha dinheiro para pagar
mensalidades requeria do Estado um auxílio na forma de bolsa.” Neste plano, os mais
capazes receberiam uma educação adicional e ao completar o ensino secundário esses
alunos já estavam aptos para assumir cargos como professores nas escolas de ensino
fundamental. Dentre esses que concluiam, os mais aptos podiam ingressar na Faculdade.
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Esta proposta não foi aprovada na legislação mas, para Gutek (1995, p. 181),
“[...] se constitui como um documento histórico interessante porque fornece alguns
esclarecimentos sobre o pensamento republicano educacional.” Comparado com seus
adversários políticos federalistas, Jefferson parece ser um defensor da educação pública,
mas mantendo as diferenças entre classes. Sua proposta educacional na "Declaração
para a difusão geral do Conhecimento", mostra que ele considerava que a educação
tinha um papel importante na manutenção de uma sociedade republicana. Era um
defensor da seletividade entre os mais aptos, considerados por ele como talentosos e os
menos aptos, o qual era destinada-lhe a educação básica. A educação nos primeiros anos
da República Americana, foram sintetizadas por Gutek da seguinte forma:
As propostas de Franklin, Jefferson, e de outros teóricos do início da era republicana eram tentativas de estabelecer agências de educar as pessoas capazes de realizar as funções necessárias para o governo republicano. Embora muitas das propostas eram vagas e mal definidas, deram provas de que a mudança política interferem diretamente na educação. Eles também indicaram uma mudança de ênfase para as funções sociais e políticas, em detrimento ao sectarismo religioso. As formulações teóricas de Franklin, Rush, Jefferson, Smith e Coram foram indicadores de um sentido republicano de valores. Embora estas propostas não foram implementadas diretamente na legislação, eles lançaram as bases para o desenvolvimento da teoria educacional americana nos anos seguintes. (GUTEK, 1995, p. 182).
Na obra O pensamento vivo de Jefferson (1942, p. 56), John Dewey afirma que
“[...] a continuidade do processo de emancipação foi favorecida por Thomas Jefferson,
que em sua defesa pela causa liberal incluía um sistema de formação e transmissão de
valores necessários para a construção do homem americano e cidadão.” Nessa defesa
incluía a formação de uma consciência nacional e uma concepção de cidadania voltada
para a qualificação para o trabalho e para participação ativa na vida política e
econômica do país.
As ideias exprimidas na Declaração da Independência, de acordo com Dewey,
expressava um novo espírito do homem americano, voltado para a liberdade e para a
prática dessa liberdade. Incluía-se neste desejo, a instrução ao povo, quando afirma que
“[...] a paz é melhor preservada dando-se energia ao governo, ou instrução ao povo. Este
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último é o mais certo e o mais legítimo instrumento e governo”. (DEWEY, 1942, p. 57).
A grande preocupação com a educação de Thomas Jefferson, embora de caráter
seletivo, foi descrita da seguinte forma:
[...] Na primeira sessão de nossa legislatura, promulgamos uma lei abolindo o fideicomisso, que foi seguida por outra abolindo o privilégio da primogenitura e tornando obrigatória a divisão de terras dos intestados de modo igual entre todos os seus filhos ou outros herdeiros. Estas leis, apresentadas por mim, colocaram o machado aos pés da pseudo-aristocracia. E se outra lei que eu preparava tivesse sido aprovada pela legislatura, o nosso trabalho teria sido completo. Tratava-se de um projeto para a divisão mais geral do ensino. Propunha ali, que se dividisse cada distrito em termos de cinco ou seis milhas quadradas, como as vossas vilas e que se estabelecesse, em cada, uma escola livre para ensinar a ler, a escrever, e a aritmética elementar; e que se providenciasse sobre a seleção anual dos melhores alunos dessas escolas, os quais receberiam, as expensas pública, um grau mais elevado de educação, numa escola distrital, e destas escolas distritais seria selecionado um certo número de alunos mais prometedores para completar os seus estudos, numa universidade, onde todas as ciências úteis são ensinadas. O valor e o gênio seriam buscado de todas as condições de vida e completamente preparados, pela educação, para vencer a concorrência da riqueza e da linhagem em relação aos cargos públicos.” (JEFFERSON, apud, DEWEY, 1942, p. 75 a 76).
Neste sentido, a educação deveria estar voltada para fins práticos e de utilidade à
sociedade, sobretudo a sociedade agrária que era no seu tempo predominante, conforme
veremos a seguir:
Jovens que fecharam sua educação acadêmica com o estudo da agricultura, como a coroa de todas as outras ciências, fascinados com os seus sólidos ensinamentos e no período de escolher uma ocupação, em lugar de ir encher as outras classes, deveriam voltar as fazendas de seus pais, sua própria ou de outros, e ocupar e revigorar uma profissão que está se consumindo, sob o peso do desprezo e da opressão. As escolas de caridade, em lugar de fornecer seus alunos uma instrução que o presente estado da sociedade não necessita, uma vez convertidas em escolas de agricultura, poderiam restituí-los a este ramo qualificado para enriquecê-los e honrá-los e para aumentar a produção da nação, ao invés de consumi-la. (DEWEY, 1942, p. 86 a 87).
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As propostas educacionais de Thomas Jefferson foram implantadas parcialmente
e de forma lenta e gradual, isso porque em muitos Estados, a organização escolar era
mantida pelas instituições religiosas que já possuía uma estrutura de atendimento e era
aceita pelas comunidades no qual estavam inseridas. A expansão de suas ideias e a de
seus antecessores começaram a se materializar a partir da experiência do Estado de
Massachusetts por meio de Horace Mann.
2. Horace Mann e o avivamento da Escola Americana Comum (1830-1850)
Entre os anos de 1830 a 1850, ocorreu nos Estados Unidos um grande
movimento em defesa da Escola Pública Primária. Esse movimento é denominado de
restauração ou avivamento, termos que assumem a mesma conotação neste contexto. O
principal responsável por este movimento foi Horace Mann. O movimento em prol da
escola pública, começou no primeiro Estado que instituiu a escola primária para a
população, no início do período colonial, e que mais cuidadosamente a sustentou nos
primeiros cinquenta anos após a Independência: o Estado de Nova Iorque. Este Estado
antecipou este grande movimento ao estabelecer, em 1820, uma superintendência
estadual para as escolas primárias, com alguns traços de uma organização local
melhorada, assim como subsídios fornecidos pelas academias para instruir os
professores e formação das bibliotecas escolares. Entretanto, o estabelecimento do
Conselho de Educação de Massachusetts e a nomeação de Horace Mann como seu
secretário, colocou o Estado de Massachusetts como referência das reformas, isso
porque neste estado houve a elevação da escola distrital dos tempos antigos para a
condição de uma escola moderna.
Neste Estado foram implantados os dois primeiros colégios regulares do Estado,
houve uma melhoria geral das instituições escolares, foram introduzidos métodos
avançados de instrução e o aumento da escola primária. Durante doze anos, Horace
Mann se colocou diante do país como um estadista educacional e a sua atuação deixou
uma marca original na luta e defesa da escola pública primária americana em todos os
Estados da União. Esta originalidade situa-se pelo fato de que assegurava a autonomia
comunitária sob o regime de autogoverno, isto é, centrado na autonomia da
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administração política, econômica e jurídica comunitária. Incluíam-se nesta forma
descentralizada de poder, as questões sobre moralidade e formação intelectual dos
cidadãos.
Em relação ao método de organização da educação, segundo Mayo (1898, p.
716), “[...] O novos Estados do Sudoeste, desmembrados dos Estados de Virgínia e das
Carolinas, herdaram o velho método britânico de organização da educação, adotado
pelas colônias do Atlântico Sul, o colégio e a academia, em particular, denominacional,
para as crianças de classe abastada”. Isso implica dizer que uma grande parte da
população branca foi deixada à mercê de um analfabetismo generalizado.
Os dados contidos nos relatórios de Mann apontam para um tímida expansão do
sistema, nos períodos de 1830 a 1845. A escola americana comum foi estabelecida em
12 estados do Norte da União e que, nos 14 estados então considerados como sulistas,
um crescente interesse tinha sido despertado em várias cidades. Embora houvesse um
aumento considerável, não se estendeu a toda a população e ocorreu de forma lenta.
Esta lentidão resulta de vários fatores, em especial, o desinteresse popular e a
indiferença em relação a necessidade de escolarização predominante em alguns estados
do norte, conforme observa Mayo,
As razões para este progresso lento da ideia da escola comum nos 12 estados do Norte antes de 1830, sem imputar aos seus povos, uma extraordinária indiferença à educação universal, isso porque os imigrantes do velho mundo (Europa), para cada uma dessas colônias, britânica e continental, trouxe ao cruzar as águas, o sistema europeu de educação de dois séculos atrás. Nesse sistema, uma igreja estatal praticamente dominou e supervisionou a escolaridade inteira de todas as classes dos sujeitos desses reinos e impérios. Mesmo os mais progressivos desses países, Holanda e Escócia, não tinham vindo para a ideia da Nova Inglaterra de um sistema de educação universal, estabelecido, apoiado e supervisionado por todo o povo. (MAYO, 1898, p. 719).
Nos relatórios de Horace Mann apresentam de uma forma minunciosa e
detalhada as tentativas de implantação de um sistema público. E os empecilhos giram
em torno de questões relacionadas a falta de diplomacia política, entre as quais as
permanentes mobilizações de guerras, as iniciativas sectárias e particulares e, sobretudo,
as questões de indefinições territoriais que impedia a composição definitiva da União.
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Conforme observa Huberman (1978, p.154), “[...] o país que se chamava Estados
Unidos, era só no nome, não na realidade. Os estados do sul e os do norte trabalhavam
de maneira diferente, pensavam diferente e viviam diferente”. Essas diferenças são
observadas da seguinte forma, por Galeano (1989, p. 220), “[...] o norte e o sul
enfrentavam dois mundos opostos, dois tempos diferentes historicamente, duas
antagônicas concepções de destino nacional”.
Entretanto, nada era empecilho maior, segundo Mann, do que o hábito de pensar
como colônia, conforme observou Mayo (1898, p.725), “[...] A grande concorrência na
implantação da escola comum, era o velho hábito social britânico de distinções
hierárquicas na sociedade, e as classes abastadas e instruídas pareciam mais e mais
inclinadas a retirar seus filhos do rebanho comum para seminários privados e
denominacionais”.
Em relação aos investimentos públicos, observa-se uma grande desigualdade na
distribuição de recursos e na sua aplicação. De acordo com Mayo (1898, p.728),
O Estado pagava $ 2,63 dólares per capita, para a educação dos cinco sextos das crianças nas escolas públicas, uma soma não superior que a dos estados do Sul. A única supervisão das escolas públicas era por comitês escolares, eleitos pelo povo de 350 cidades e algumas poucas metrópoles do estado. Não mais do que 50 e 60 cidades ainda obedeciam às leis para a orientação desta classe de funcionários. Os relatórios de escolas públicas revelaram esta negligência de controle oficial, uma grande deficiência no corpo docente, uma condição vergonhosa de prédios escolares, e até mesmo em muitas das maiores cidades do estado, uma indiferença perigosa na condução dos assuntos educacionais.
Apesar de todas essas dificuldades relatadas, em 1837, havia mais escolas
mantidas pelo Estado do que nos últimos 50 anos. Entre os anos de 1830 a 1850, o
método de trabalho de Horace Mann foi marcado por várias dificuldades e
peculiaridades. De um lado, marcado pela aversão constitucional da concentração de
poder, e por outro lado, pela insistente campanha de envio de mensagens aos municípios
e distritos escolares. Essas mensagens tinham o propósito de convencimento aos
dirigentes. Além do uso de mensagens, palestras e debates sobre assuntos relacionados a
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escola, o secretário criou um Jornal de informações, denominado “Jornal da Escola
Comum”.
Mas o progresso real da reforma não aconteceu na velocidade esperada, isso
porque as condições educacionais apresentavam um conjunto de contradições e
desigualdade, como podemos observar a seguir:
A condição vergonhosa dos prédios escolares em muitos dos distritos que pareciam uma precariedade comum; falta de professores preparados e a consequente pobreza da instrução; um terço das crianças entre 5 e 15 anos estavam constantemente fora da escola; o uso freqüente de métodos semibárbaros de disciplina, incluindo o castigo corporal. Todas essas coisas revelaram um hábito confirmado na escola comum, pela indiferença de um e a negligencia e oposição de outra seção de pessoas, que deveriam trabalhar juntas pelo bem comum das crianças e do Estado. O fundo de escola pública criado em 1834, era insuficiente e mal distribuído entre as cidades e os distritos. A criação do “fundo literário” para o suporte do sistema de treinamento de professores e a melhoria geral das escolas comuns não funcionava. Sendo que somente em 1845 com a intervenção de Horace Mann e a organização da convenção de professores é que foi instituído um subsídio anual de $ 300 dólares em favor dos professores. (MAYO, 1898, p.736).
Em relação aos professores, predominava a desigualdade salarial, isto porque,
muitos eram eleitos pelos comitês de distritos e muitas vezes sem formação nenhuma,
os salários variavam de acordo com cada comunidade. Em relação ao material didático,
a situação era mais agravante, conforme descreve,
Em 1837, embora por lei os comitês escolares fossem autorizados a selecionar os livros-texto e organizar os cursos de estudo em todas as escolas públicas, o estatuto "foi mais honrado na violação do que na observância". O secretário encontrou 300 diferentes conjuntos de livros escolares em uso no Estado. Ele trabalhou com todo o seu poder para introduzir ordem neste reino de confusão medonha e teve sucesso além das expectativas. Ele trouxe não apenas o presente arranjo de uma uniformidade razoável de livros-texto, mas incentivou a introdução de uma melhor qualidade. Essa intervenção resultou na compra de livros pelas autoridades escolares e emprestado para as crianças, garantindo ao aluno a oportunidade de usar um livro para estudos. (MAYO, 1898, p.737).
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Os métodos de ensino contemplavam a instrução via punição com castigos
rigorosos. Pais e autoridades da escola pareciam ter uma concordância com o professor
e a professora de manter a severidade disciplinar sob os terrores da palmatória e da vara
como expresso:
Havia muitos professores que aparentemente exauriam seu pequeno equipamento mental, no desenvolvimento de métodos originais e dolorosos de tortura para os ociosos, lentos e desobedientes. Engatar um grande livro e mantê-lo no comprimento dos braços; “conter um nó” no chão com um dedo; ficar de pé com uma perna; “sentar-se com as garotas”; ser espancado “junto e solidariamente”; como se isso satisfizesse o déspota responsável; isolar ou amontoar as vítimas – todos esses horrores se assemelhavam aos romances fantasmas. A ironização destes métodos é que continham um teor mais pugilista do que pedagógico. (MAYO, 1898, p.739).
Contra esse estilo rígido e bárbaro de disciplina como sistema, Horace Mann
apresentou em seus relatórios, propostas de um ensino fundado na preservação da
liberdade, do cultivo à afetividade, entre outros valores que se opunham ao castigo e a
punição. A escola seria concebida por ele como um meio civilizador à medida que
exalta ações racionais e livres, sem o uso da força física. A sua compreensão é assim
expressa, “[...] sem pretender depreciar qualquer outra força humana, pode-se afirmar
com segurança que as Escolas Comuns melhoradas e ativadas, se tornarão a mais eficaz
e a mais benigna de todas as forças da civilização.” ( MANN, 1963, p.98). Esse autor
expressa sua compreensão da seguinte forma: A educação, portanto, mais do que qualquer outra instituição de origem humana, constitui-se no grande nivelador das condições dos homens – o volante da máquina social. Quero, porém, dizer que proporciona a cada homem a independência e os meios pelos quais fica em condições de resistir ao egoísmo dos outros homens. Faz mais do que desarmar o pobre da hostilidade contra os ricos; impede que sejam pobres. A generalização de educação, ampliando a classe ou casta culta, patenteia área mais vasta sobre a qual vem expandir-se os sentimentos sociais; e, se essa educação se tornar completa e universal, contribuirá mais do que qualquer outra instituição para apagar as distinções artificiais da sociedade.” (MANN, 1963, p. 107).
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No Décimo Segundo Relatório Anual, há uma preocupação pontual sobre o
ensino profissional pois, segundo este autor, “[...] o homem é o tronco, as ocupações e
profissões são tão só diferentes qualidades do fruto que a árvore tem de produzir.”
(MANN, 1963, p. 15). Isso implica em dizer que este autor defende uma educação
comum a todos, universal e centrada em valores que elevem a condição de ser humano e
não apenas habilidades técnicas adquiridas para o exercício profissional.
A construção do sistema de ensino público dos Estados Unidos não se restringe a
atuação e aos empreendimentos ora heróicos, ora vinculados a um projeto político de
Horace Mann. Entretanto, deve se destacar que ele teve um papel fundamental no início
desse processo. Por essa razão é referenciado como defensor da escola pública ou da
escola comum destinada às classes populares e menos privilegiadas de sua sociedade.
Não se traduz e nem se inspira neste educador um papel revolucionário na educação,
mas é possível a partir desse educador, compreender as contradições que o capitalismo
emergente do século XIX evidenciava.
Considerações Finais
A opção neste artigo de apresentar uma trajetória sobre a construção do sistema
de ensino público nos Estados Unidos, a partir do final do século XVIII e meados do
século XIX, teve por finalidade enfatizar dois aspectos básicos: o fenômeno educativo
não se desvincula do processo político e em muitas circunstâncias é determinado pelos
interesses políticos vigentes e a construção de um sistema escolar reflete as contradições
sociais geradas pela estrutura vigente na sociedade, neste caso, o capitalismo em fase de
transição entre a produção manufatureira de cunho mais agrícola às novas relações de
produção industrial.
Ao referenciar alguns líderes políticos dos Estados Unidos e o empreendimento
quase que heróico de Horace Mann, pretendeu-se buscar uma percepção de que a
atuação de alguns personagens revela um momento histórico importante no qual a
sociedade está vivendo. Este autor revela que sua preocupação com a escola comum e
com a educação pública, não é uma preocupação apenas sua, mas sim de uma grande
parte da sociedade, que percebia que o desenvolvimento econômico e social só se
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sustentaria a partir de um sistema educacional amplo e que se estendesse a toda a
sociedade. A expansão e ampliação garantia a difusão de valores necessários para a
manutenção do sistema capitalista. Aliás é esta a mensagem que se apresenta em quase
todos os relatórios deste autor, a educação como um meio civilizador.
Observou-se que a educação, no final do século XVIII e meados do século XIX,
nos Estados Unidos, tinha uma função muito mais política do que pedagógica: a de
estabelecer uma consciência republicana, preservando a livre iniciativa de cada sujeito e
assegurando os princípios básicos da democracia – descentralização, autonomia
federativa – liberdade, e, com isso, acreditava-se que era possível manter a ordem
social. O Estado Republicano ao investir intensamente na construção de um sistema
educacional, manteve o princípio de autonomia e descentralização dos Estados
Confederados, sem uma imposição autoritária, reafirmando os princípios constitucionais
da crença democrática.
Na prática a construção de um sistema educacional nestes moldes citados, indica
a construção de um sentimento de nacionalidade e pertencimento. Afinal, como pode ser
considerado cidadão de uma determinada nação se não se pode usufruir daquilo que cria
o sentimento de nacionalidade?
Neste sentido, a construção da cidadania requer a inclusão de todos os sujeitos
pertencentes a um território e ao mesmo tempo pertencente a uma única nação. A
função social atribuída à educação neste período – a de construir a nacionalidade em
meio a tantas divergências e especificidades territoriais – não obteve o sucesso desejado
pelos seus proponentes. A unidade nacional mantida institucionalmente e com apelos
políticos foi rompida pelos interesses econômicos e as contradições sociais emergentes
em vários territórios, em especial os localizados no norte e sul do país. Entretanto, a
preservação de valores como liberdade e democracia passara a incorporar os conteúdos
e métodos escolares, ora por meio dos apelos discursivos dos defensores da educação
pública, ora por meio do estabelecimento de leis normatizadoras para o ensino público.
A função delegada a educação obteve êxito parcial, tendo em vista que dentre os
valores incorporados ao sistema educacional, acrescentou-se o princípio, um tanto
quanto complexo, da boa convivência social. Por este princípio, intencionava-se garantir
nos Estados Unidos, a ordem social e a preservação da instituição política ou o Estado
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republicano simultâneamente. Entretanto, esse fator não é tão simples, como a escola
poderia cumprir uma função social sem colocar em risco os pressupostos defendidos
pelos republicanos, identificado no seu conjunto, como liberais, pela sua defesa à livre-
iniciativa, a descentralização, a autonomia federalista e, acima de tudo, a democracia?
Como a escola obteria um êxito de apaziguamento nas divergências entre setores
agrários e industriais? Como a escola conseguiria o estabelecimento de uma igualdade
em meio a divergências entre proletários, escravistas e liberais? Como a escola
assumiria uma função que ultrapassasse o sentimento de servilidade e passividade, sem
ocasionar desordens?
REFERÊNCIAS
CUBBERLEY, Ellwood Patterson. The History of Education vol. 2: educational practice and progress considered as a phase of the development and spread of western civilization. Houghton Mifflin Company, 1920. Reimpressão Bibliobazaar, 2013. DEWEY, John. Liberalismo, Liberdade e Cultura. São Paulo: Editora Nacional, 1970. DEWEY, John. O Pensamento Vivo de Jefferson. São Paulo: Livraria Martins, 1942. GALEANO, Eduardo. As veias abertas da América Latina. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989. GUTEK, Gerald L. A History of the western educational experience. Chicago. Loyola University, 1995. HUBERMAN, Leo. História da Riqueza dos Estados Unidos. São Paulo: Brasiliense,1978.
MANN, Horace. A Educação dos homens livres. São Paulo, Ibrasa, 1963. MAYO, A.D. Horace Mann and the great revival of the american common school, 1830-1850. In: REPORT OF THE COMMISSIONER OF EDUCATION FOR THE YEAR 1896-1897, vol. 1. Washington: Government Printing Office, 1898. Tradução: Claudemir Galiani, Jéssica Mendonça Dias e Gabriela Bruschini Grecca (UEM).