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licenciamento oficina auto
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O Processo de
Licenciamento de uma Oficina de
Manutenção e
Reparação Automóvel
RVCC|2010António
Jorge Correia
Ferreira
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O PROCESSO DE LICENCIAMENTO DE UMA OFICINA DE MANUTENÇÃO E REPARAÇÃO AUTOMÓVEL
Introdução
No decorrer do Programa de Simplificação Administrativa e
Legislativa (SIMPLEX 2006), fez o Governo aprovar o Decreto-Lei
259/2007 de 17 de Julho, que estabelece o novo regime de
licenciamento dos estabelecimentos de comércio alimentar e de
certos estabelecimentos de comércio não alimentar e de prestação de
serviços, onde se inserem as oficinas de manutenção e reparação
automóvel e de motociclos, revogando o anterior regime definido pelo
Decreto-Lei 370/99 de 18 de Setembro, e eliminando “procedimentos
desnecessários e demasiado complexos”.
Neste novo regime, “sem dispensar os procedimentos estabelecidos
em matéria de urbanização e edificação, elimina-se a vistoria prévia à
laboração e emissão de alvará relativo ao funcionamento, reduzindo-
se significativamente os prazos de abertura dos estabelecimentos
abrangidos pelo presente Decreto-Lei”.
O Processo de Licenciamento
Assim, o processo de licenciamento das oficinas de manutenção e
reparação automóvel e de motociclos decorre do seguinte modo:
- Solicitação junto da Câmara Municipal da Autorização de Localização
do estabelecimento (dependente de instrumentos de planeamento
territorial);
- Após a recepção da Autorização de Localização, o requerente
solicita na Câmara Municipal a Licença de Construção do
estabelecimento (edifícios novos, reconstruídos, reparados, ampliados
ou alterados), de acordo com o Decreto-Lei 555/99 de 16 de
Dezembro.
Concluída a obra (edifícios novos, reconstruídos, reparados,
ampliados ou alterados), o interessado deverá requerer ao Presidente
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da Câmara Municipal local a concessão da Licença de Utilização, cuja
emissão está dependente da realização de uma vistoria, tal como
descrito no Decreto-Lei 555/99 de 16 de Dezembro.
A Licença de Utilização destina-se a comprovar, para além da
conformidade da obra concluída com o projecto aprovado, a
adequação do estabelecimento ao uso previsto e a observância das
normas legais e regulamentares aplicáveis ao tipo de
estabelecimento a instalar, nomeadamente as relativas às condições
sanitárias e de segurança contra riscos de incêndio.
Obtida a Licença de Utilização, ou o deferimento para alteração do
uso mencionado na Licença de Utilização existente, e equipado o
estabelecimento em condições de iniciar o seu funcionamento, o
titular da exploração do estabelecimento deve, até 20 dias úteis
antes da sua abertura, apresentar uma declaração (DECLARAÇÃO
PRÉVIA) na respectiva Câmara Municipal e cópia na Direcção-Geral da
Empresa (DGE), na qual se responsabiliza que o estabelecimento
cumpre todos os requisitos adequados ao exercício da actividade, tal
como descrito no Decreto-Lei 259/2007 de 17 de Julho.
Aquando da entrega da Declaração Prévia na Câmara Municipal e na
DGE, ambas as entidades emitem um comprovativo da apresentação
da declaração. Na posse dos comprovativos o titular da exploração do
estabelecimento pode proceder à sua abertura a partir da data
prevista na respectiva declaração.
Os requisitos aplicáveis às Oficinas de Manutenção e Reparação de
Veículos Automóveis e Motociclos são os definidos nos seguintes
diplomas legais:
- Cumprimento dos requisitos aplicáveis no que diz respeito à Higiene
e Segurança do Trabalho nos estabelecimentos comerciais, de
escritórios e serviços – Decreto-Lei 243/86 de 20 de Agosto;
- Medidas de segurança contra riscos de incêndio – Decreto-Lei
368/99 de 18 de Setembro e Portaria 1299/2001 de 21 de Novembro.
Implica que o Estudo de segurança contra riscos de incêndio esteja
aprovado pelo Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil;
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- Medidas de prevenção da poluição sonora (Estudo de Incomodidade)
- Decreto-Lei 9/2007 de 17 de Janeiro;
- Medidas de prevenção da poluição atmosférica (aplicável a oficinas
dotadas de estufas de pintura e/ou sistemas de extracção de gases
e/ou de geradores de emergência) – Decreto-Lei 78/2004 de 3 de
Abril.
A juntar à documentação que comprova o cumprimento dos requisitos
legais aplicáveis atrás identificados, é necessário:
- Documento comprovativo da legitimidade do titular da exploração;
- Licença de Utilização emitida de acordo com o Decreto-Lei 555/99
de 16 de Dezembro, prevendo o uso de estabelecimento de
prestação de serviços e comércio.
Para estabelecimentos já existentes, a documentação supra referida
deverá existir nas instalações, devidamente organizada, legível e não
rasurada, na data definida na Declaração Prévia como sendo a data
prevista de abertura das instalações. Os estabelecimentos novos,
pelo motivo de ainda não estarem a laborar, não detêm na data de
abertura documentação relativa às medidas de prevenção da
poluição sonora e às medidas de prevenção da poluição atmosférica,
no entanto, estão obrigadas a cumprir com estes requisitos tão breve
quanto possível.
Fiscalização e regime sancionatário
A competência para a fiscalização do cumprimento das obrigações
previstas no Decreto-Lei 259/2007 de 17 de Julho, pertence à
Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), sem prejuízo
das competências que são atribuídas às Câmaras Municipais no
âmbito do regime jurídico da urbanização e da edificação, das
competências das Autoridades de Saúde no âmbito da defesa da
saúde pública, bem como das competências das entidades que
intervêm no âmbito dos requisitos específicos aplicáveis.
Constituem contra-ordenações:
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- Utilização do edifício ou parte dele para exploração sem licença de
utilização;
- Não apresentação da Declaração Prévia na Câmara Municipal
respectiva e DGE;
- Inexistência dos comprovativos da entrega da Declaração Prévia;
- Inexistência de documentação que comprove o cumprimento dos
requisitos legais aplicáveis;
- Omissão da comunicação de alterações nas instalações;
- Omissão da comunicação do encerramento dos estabelecimentos.
Em função da gravidade das infracções e da culpa poderá ser
aplicada a interdição do exercício da actividade por um período até
dois anos, ou mesmo o encerramento do estabelecimento, sendo que
as coimas variam entre os 300€ a 3.000€ ou de 1.250€ a 25.000€
consoante o agente seja pessoa singular ou colectiva.
Conclusão
Do exposto retiramos que o processo de licenciamento para uma
oficina de manutenção e reparação automóvel e de motociclos se
tornou mais rápido, e menos burocrático, dado que no presente já
não são necessárias fiscalizações ao local para verificação do
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cumprimento das exigências legais, tendo tal responsabilidade
passado a ser exclusiva do promotor do negócio.
Bibliografia/Referências
Decreto-Lei 259/2007 de 17 de Julho
Decreto-Lei 555/99 de 16 de Dezembro
Decreto-Lei 243/86 de 20 de Agosto
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Decreto-Lei 368/99 de 18 de Setembro e Portaria 1299/2001 de 21 de
Novembro
Decreto-Lei 9/2007 de 17 de Janeiro
Decreto-Lei 78/2004 de 3 de Abril
Índice
Introdução____Pág. 2
O Processo de Licenciamento____Pág. 2
Fiscalização e Regime Sancionatário____Pág. 4
8
Conclusão____Pág. 6
Bibliografia/Referências_____Pág.7