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O PRODUTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS Mayara Condé R. Murça TRA-53 Logística e Transportes Agosto/2013

O PRODUTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS - ita.brcorreia/TRA-53/semana_2.pdf · Ciclo de vida dos produtos Lançamento •Aceitação do produto ainda não é generalizada •Número pequeno

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O PRODUTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS

Mayara Condé R. Murça

TRA-53 – Logística e Transportes Agosto/2013

Natureza do produto logístico

Parte física

Peso

Volume

Forma

Desempenho

Durabilidade

Parte intangível

Suporte pós-venda

Reputação da empresa

Classificação dos produtos

Importante para definir a estratégia logística

Produtos Industriais

Matérias-primas e

componentes

Instalações e equipamentos

Serviços de negócio e

suprimentos

Produtos de Consumo

Produtos de Conveniência

Produtos de Concorrência

Produtos de Especialidade

•Ampla distribuição

• Inúmeros pontos de venda

•Níveis de serviço elevados

•Menor número de pontos de estocagem

•Custos de distribuição intermediários

•Distribuição centralizada

•Menores custos de distribuição física

X

Ciclo de vida dos produtos

Lançamento

• Aceitação do produto ainda não é generalizada

• Número pequeno de locais de estoques

• Disponibilidade do produto limitada

Crescimento

• Produto bem aceito

• Ausência de histórico de vendas

• Distribuição depende de opinião da administração

Maturação

• Aumento lento das vendas ou estabilização

• Muitos pontos de estocagem

• Bom controle sobre a disponibilidade do produto

Declínio

• Volume de vendas diminui em função de concorrência, avanços tecnológicos ou esgotamento de interesse dos clientes

• Redução do número de pontos de estocagem e centralização

Curva 80-20

Realidade de uma empresa: produtos em diferentes estágios de seus ciclos de vida e com diferentes graus de sucesso de vendas

Conceito: 80% das vendas são geradas por 20% dos produtos (lei de Pareto)

Útil para localizar os estoques na rede e para determinar níveis de estocagem (DISTRIBUIÇÃO DIFERENCIADA)

Curva 80-20: Classificação ABC

Surge em função da curva 80-20

Exemplo: Amostra de 20 itens

Demanda de 4677 unidades

Vendas anuais de ~$22k

Curva 80-20: Classificação ABC

SKU (Stock Keeping Unit): designa os diferentes itens do estoque

Curva 80-20: Classificação ABC

Curva 80-20: Classificação ABC

Itens A

• Ampla distribuição geográfica

• Elevado número de armazéns

• Altos níveis de estoques

Itens B

• Poucos armazéns regionais

• Níveis intermediários de estocagem

Itens C

• Único ponto central de estocagem

• Menores níveis de estocagem

Curva 80-20: formulação matemática

Formulação de Bender

1 A XY

A X

Y – fração cumulativa das vendas

X – fração cumulativa dos itens

A – constante a ser determinada

Curva 80-20: formulação matemática

Obtendo o parâmetro A

Amostra

Soma do quadrado dos resíduos

Mínimos quadrados

1ˆ i

i

i

A XY

A X

2

1

ˆN

i i

i

SSE Y Y

0SSE

A

Curva 80-20: formulação matemática

Análise de sensibilidade – parâmetro A

Características do produto

Atributos que mais influenciam a estratégia logística:

Peso

Volume

Valor

Perecibilidade

Inflamabilidade

Substitutibilidade

Características do produto

Quociente peso-volume Produtos com alto quociente peso-volume (por exemplo, aço laminado

e materiais de impressão) mostram uma boa utilização do equipamento de transporte e das instalações de armazenagem

Características do produto

Quociente valor-peso Produtos com baixo quociente valor-

peso (por exemplo, minério de ferro e areia) tem custos elevados de transporte em termos de percentagem do preço de venda, mas custos baixos de armazenagem

Empresas que trabalham com produtos de baixo quociente valor-peso devem negociar tarifas mais favoráveis

Empresas que trabalham com produtos de alto quociente valor-peso devem procurar minimizar o estoque

Características do produto

Substitutibilidade No caso de produtos semelhantes, deve-se manter a disponibilidade em

um nível tal que os clientes não cheguem a pensar em uma substituição

Deve-se enfrentar a questão da perda de vendas através de opções de transporte e/ou de armazenagem

Características do produto

Características de risco: perecibilidade, inflamabilidade, valor, tendência a explodir, facilidade de ser roubado,...

Precificação do produto

Métodos de precificação geográfica

Precificação FOB

Precificação por zona

Precificação única ou uniforme

Precificação por equalização de fretes

Precificação por ponto-base

Precificação do produto

Precificação FOB

“free on board”

FOB fábrica: preço estabelecido no local da fábrica, não inclui custos de transporte

FOB destino ou FOB na entrega: preço estabelecido na sede ou área do cliente, inclui os custos de transporte

Precificação do produto

Precificação por zona

Preço único numa ampla área geográfica

Precificação do produto

Precificação única ou uniforme

Preço único para todos os clientes, independentemente da localização

Mascara as diferenças em custos de distribuição para diferentes clientes

Precificação do produto

Precificação por equalização de fretes

Precificação por ponto-base

SERVIÇO LOGÍSTICO AO CLIENTE

Mayara Condé R. Murça

TRA-53 – Logística e Transportes Agosto/2013

Serviço logístico ao cliente

Resultado de todas as atividades logísticas ou dos processos da cadeia de suprimentos, incluindo elementos que vão desde a formalização do pedido até os serviços de apoio pós-venda

Na prática, os clientes desejam rapidez e confiabilidade na disponibilização dos itens encomendados

Principais impactos: vendas e fidelidade do cliente

Elementos do serviço ao cliente

Conceito subjetivo de difícil definição

Entendimento do National Council of Physical Distribution Management:

Elementos de pré-transação

Elementos de transação

Elementos de pós-transação

Elementos do serviço ao cliente

Elementos de pré-transação são aqueles que propiciam um ambiente para um bom serviço ao cliente

Exemplos:

Tempo máximo de entrega da mercadoria

Procedimentos relativos a devoluções e trocas

Métodos de embarque

Existência de planos de contingência

Elementos do serviço ao cliente

Elementos de transação são aqueles que resultam diretamente na entrega do produto ao cliente e que se refletem no tempo de entrega, na disponibilidade de estoques e nas condições das mercadorias na entrega

Exemplos:

Níveis de estoque

Modais de transporte

Métodos de processamento de pedidos

Elementos do serviço ao cliente

Elementos de pós-transação são aqueles que dão suporte ao produto em campo

Exemplos:

Assegurar aos clientes a reposição de mercadorias danificadas

Providenciar a devolução de embalagens

Gerenciar queixas e reclamações dos clientes

Importância relativa dos elementos do serviço ao cliente

Na ótica global da empresa, o serviço ao cliente é resultado de inúmeras variáveis representando produto, preço, promoção e distribuição física

Muitas pesquisas comprovam que grande parte dos elementos mais importantes estão relacionados à logística

Importância relativa dos elementos do serviço ao cliente

Exemplo: reclamações mais comuns em matéria de serviços aos clientes

44%

31%

12%

7% 6%

Atrasos na entrega

Produtos ou qualidades inadequados

Bens danificados

Outros

Itens frequentemente esquecidos

Elementos do serviço ao cliente

Em geral, os elementos mais importantes do serviço logístico ao cliente são:

Entrega pontual

Índice de atendimento dos pedidos

Condições dos produtos

Exatidão da documentação

Tempo do ciclo do pedido

Tempo decorrido entre o momento do pedido do cliente, a ordem de compra ou requisição do serviço, e o momento da entrega do produto ou serviço ao cliente

Componentes típicos:

Tempo de transmissão do pedido

Tempo de processamento e montagem do pedido

Tempo de produção

Tempo de entrega

Tempo do ciclo do pedido

Importância do serviço logístico ao cliente

Efeito sobre as vendas

Efeito sobre a fidelização do cliente

LimiarRetornos

Decrescentes

Declínio

das vendas

Ven

das

Aumento do nível de serviço logístico de um

fornecedor para superar a concorrência

Relação vendas-serviços

Como se processam as mudanças em vendas em função das mudanças nos níveis de serviço logístico ao cliente?

Curva teórica

Relação vendas-serviços

Modelagem:

Método dos dois pontos

Experimentos antes-depois

Jogos das empresas

Pesquisas junto a compradores

Nível de serviço ótimo

Maximização do lucro resultante dos serviços logísticos

0

0

L L

L L

L L

RT CT

LOS

RT CT

LOS LOS

RMg CMg

Variabilidade dos serviços

A variabilidade no desempenho do serviço normalmente é mais importante que o desempenho médio

Altos índices de incerteza levam o cliente a incorrer em altos custos devido a:

Grande estoques

Transporte ágil

Custos administrativos adicionais

Variabilidade dos serviços

Função perda de Taguchi:

Ferramenta importante na área de controle de qualidade

Qualquer desvio do valor alvo de um atributo de um serviço gera uma perda

A perda é zero quando o atributo medido é igual ao valor alvo

Variabilidade dos serviços

Função perda de Taguchi:

2

L k y m

L – perda em dólares por unidade (penalidade de custos) y – valor da variável qualidade m – valor-alvo da variável qualidade k – constante que depende da importância financeira da variável qualidade

Variabilidade dos serviços

3 tipos de função:

2

L k y m 2 L k y

2

kL

y

The-nominal-the-best The-smaller-the-better The-larger-the-better

Variabilidade dos serviços

Exemplo 1: Escolha de fornecedor por uma empresa

Utilização de 4 critérios para avaliar cinco fornecedores

Qualidade

Preço

Tempo de entrega

Serviço

Variabilidade dos serviços

Valor alvo Limite do desvio Faixa de variação

Valor médio de k

Qualidade 0% de defeitos 2% de defeitos 0% ~ 2% 245000

Preço Preço mais baixo

15% maior que o preço mais baixo

0% ~ 15% 2400

Tempo de entrega

0 3 dias 0 ~ 3 1,45

Serviço 100% 60% 100% ~ 60% 25

Qualidade, preço e tempo de entrega: função perda do tipo the-smaller-the-better

Serviço: função perda do tipo the-larger-the-better

Variabilidade dos serviços

Situação dos fornecedores:

Cálculo das perdas de Taguchi:

Variabilidade dos serviços

Cálculo da perda global de Taguchi considerando o peso dos atributos:

Variabilidade dos serviços

Exemplo 2: Variabilidade do nível de serviço para o consumidor final em termos de espera por um produto

O custo da espera pode ser dado pelo lucro perdido devido a um negócio não concretizado

O negócio perdido pode acontecer instantaneamente (o cliente fica impaciente e deixa de consumir) ou no futuro (o cliente pode optar por outras alternativas no futuro devido à experiência negativa de espera pela qual passou)

Mensuração dos serviços

Como avaliar efetivamente o desempenho da logística dos serviços ao cliente?

Em termos globais:

Tempo total do ciclo do pedido e sua variabilidade (média e desvio padrão ou percentual de pedidos que se adequam ao tempo alvo do ciclo do pedido)

Indicadores de desempenho

Processamento dos pedidos

•Tempo mínimo, máximo e médio de processamento dos pedidos

•Percentual de pedidos processados nos prazos determinados

Documentação dos pedidos

•Percentagem de documentos dos pedidos contendo erros

Transporte

•Percentagem de entregas no prazo

•Percentagem de pedidos entregue na data estabelecida pelo cliente

•Danos e reclamações de prejuízos como percentagem do frete

Disponibilidade de produto e estoque

•Percentagem de artigos em falta no estoque

•Percentagem de pedidos atendidos corretamente

•Índice de atendimento e de atendimento médio ponderado dos pedidos

•Percentual médio de itens de pedido em atraso

•Índice de atendimento dos itens

Produtos danificados

•Número de devoluções em relação ao total dos pedidos

•Valor das devoluções em relação às vendas totais

Tempo de processamento na

produção/armazém

•Tempo mínimo, máximo e médio de processamento dos pedidos

Abrangência dos indicadores dependem do projeto logístico de cada empresa

Ferramentas para avaliação de nível de serviço

Processo de Análise Hierárquica (AHP)

Modelos de Escolha Discreta

Processo de Análise Hierárquica - AHP

Utilização de dados quantitativos e qualitativos na análise de critérios a fim de auxiliar no processo de tomada de decisão

Processo de Análise Hierárquica - AHP

Pirâmide de hierarquia

Alt 5 Alt 4 Alt 3 Alt 2 Alt 1

Decisão

Critério 1 Critério 2

Processo de Análise Hierárquica - AHP

Escala de comparação (Escala Fundamental - Saaty)

Valor numérico Nível de preferência

1 Igualmente preferível

3 Moderadamente preferível

5 Fortemente preferível

7 Muito fortemente preferível

9 Extremamente preferível

2, 4, 6 e 8 Valores intermediários

Processo de Análise Hierárquica - AHP

1º passo: Obtenção da matriz de comparação entre alternativas para cada critério k

12 1

212

1 2

1

1 1

1 1 1

n

n

k ij

n n

a a

aa

A a

a a

Processo de Análise Hierárquica - AHP

2º passo: Normalização das matrizes de comparação e obtenção da matriz de preferências para cada critério

112

1 2

1

212

1 2

1 1

1 2

1 2

1

1

'

1

n

i i in

i i i

n

i i ink

i i i

n n

i i in

i i i

aa

a a a

aa

a a aA

a a

a a a

112

1 2

11

2122

1 2

1 1

1 2

1 2

1 1

1 1

1 1

n

i i in

i i i

n

k i i in

i i i

n

n n

i i in

i i i

aa

n a a a

waa

wW n a a a

w

a a

n a a a

Processo de Análise Hierárquica - AHP

3º passo: Obtenção da matriz de preferências global

1

peso de cada critério

m critérios

m

k k

k

k

W W

Processo de Análise Hierárquica - AHP

4º passo: Validação do resultado, verificando se a razão de coerência é menor que 0,1

12 1

1 1

212 2 2

1 2

1 2max

1 2

1'

1 1'

'1 1 1

'' '1

n

n

k

n n

n n

n

n

a aw w

aa w w

T

w wa a

ww w

n w w w

ICRC

IA

max

1

nIC

n

RC – Razão de coerência IC – Índice de coerência IA – Índice aleatório

Modelo de Escolha Discreta

Teoria de Utilidade:

Cada indivíduo é um ser racional que realiza suas escolhas com o objetivo de maximização da utilidade

Modelo de Escolha Discreta

Modelos de escolha discreta:

Diferem no que diz respeito à função de distribuição de probabilidade adotada para a componente aleatória da utilidade

Principais modelos:

Probit: ~ Distribuição Normal

Logit e suas variações: ~ Distribuição Gumbel j

j

Modelo de Escolha Discreta

Métodos de coleta de dados:

Método de preferência revelada

Coleta de dados sobre decisões reais já tomadas pelo indivíduo (questionários ou observação direta)

Método de preferência declarada

Coleta de dados sobre decisões que seriam tomadas diante de situações reais e/ou hipotéticas (experimento decisório composto por alternativas preestabelecidas com atributos diversos decompostos em níveis)

Exemplo 1

Nível de serviço logístico-portuário sob a ótica dos exportadores

Pesquisa feita no parque exportador catarinense, analisando a preferência de 10 empresas de diferentes setores para diversos cenários dos portos de Itajaí, São Francisco do Sul e Imbituba

Exemplo 1

Atributos analisados: Custo terrestre Frete marítimo Periodicidade dos navios Tempo porta a porta Segurança no porto Condições de atendimento no porto

Cada atributo anterior foi definido em 2 níveis: Nível 0: condição atual Nível 1: condição melhorada

Um último atributo foi utilizado para indicar o porto (3 níveis)

Exemplo 1

Resultados da estimação de parâmetros para um modelo logit multinomial

Exemplo 1

Resultados: importância relativa dos atributos

Exemplo 1

Resultados: importância relativa dos atributos

Exemplo 2

Nível de serviço em um terminal de cargas aeroportuário

Pesquisa feita no terminal de cargas de Viracopos

Atributos analisados:

Operador do terminal

Tempo necessário para liberação da carga

Custos dos serviços prestados

Exemplo 2

Operador do terminal

Infraero

Porto-seco

Tempo de liberação

Até 2 dias

Até 5 dias

Até 15 dias

Até 40 dias

Custo dos serviços

0,5%

2%

4%

8%

Níveis dos atributos:

Exemplo 2

Resultados