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O projeto dra/mat: os enigmas de bagdad

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O teatro e a

matematica

O teatro pode ser um dos caminhos que levam os estudantes ao mundo matemático cheio de vida, de sentimentos e ações, onde consigam se identificar com as situações dos personagens e com o que se pode aprender não só sobre Ma-temática, mas também sobre valores e relações sociais, modificando a ideia de que a Matemática é enfadonha, difícil e sem relação com a vida cotidiana. Vargas, M., Gutiérrez, G., & Alfaro, Y. (2008). El teatro como herramienta metodológica en la ensañanza de la matemática. VI Festival Internacional de Matemática. San Agustin, Costa Rica.

Sempre que surgem notícias sobre a pouca apetência dos alunos por-tugueses pelo estudo da Matemática, ou sobre os fracos resultados obtidos nos exames nacionais e avaliações internacionais, uma ques-tão fundamental fica em aberto: o que está na origem dessa situa-ção?

Certamente que não falta capacidade aos alunos nem competên-cia e dedicação aos docentes. O que parece faltar aos estudantes é motivação e interesse pelas questões que a Matemática suscita, a par do desconhecimento das infinitas possibilidades que apresenta e da sua fundamental importância para a vida do homem e da socie-dade. Pior ainda, grande parte dos estudantes rejeita a Matemática à partida, como um temível “bicho-de-sete-cabeças”. Para atacar a raiz do problema, é fundamental buscarmos novas ferramentas peda-gógicas, metodologias e técnicas inovadoras, alternativas motivacio-nais para o ensino da matemática. Pois, como observa o Prof. João Batista do Nascimento em seu Projetos pedagógicos Dinâmicos, "as crianças nunca têm problemas em absorver as novidades. Nós é que, na maioria das vezes, não nos preocupamos em inventar novos méto-dos". Nascimento, J. B. (28 de maio de 2010). Matemática e Teatro. Brasil.

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É precisamente aí que o Teatro pode trazer uma grande contribuição, ao apresentar a Matemática como uma forma fascinante – e também divertida – de ver, compreender e conceber o mundo. Tal como a Matemática, também o género dramático trabalha com problemas, que são apresentados no início e solucionados no decor-rer da obra teatral. Ora, como já há largos anos observava o Prof. Sebastião e Silva, “todo o problema novo, com interesse, tem uma ideia-chave, um abre-te Sésamo que ilumina o espírito de súbita alegria: a clássica ideia lumi-nosa que faz gritar ‘Eureka!’. Ora, é esse momento áureo de alegria que o aluno precisa de conhecer alguma vez: só por essa porta se entra no segredo da Matemática (...)” (Silva, J.S. 1965-66, Guia para a utilização do Compêndio de Matemática, Vol 1, p. 4. Lisboa:Men).” Experiências pioneiras nesse sentido têm sido desenvolvi-das com êxito em diversos países (Itália, Espanha, Reino Unido, Brasil, entre outros).

Numa recente obra dedicada ao tema, A.G. Poligicchio demonstra que os conceitos, ideias, conteúdos e racio-cínios matemáticos, que naturalmente pertencem ao campo das abstrações, materializam-se na cena e ganham vida quando inseridos no contexto teatral:

O Teatro possibilita uma transposição de linguagem, ou passagem da linguagem matemática para a linguagem teatral. O texto dra-mático traduz ou decodifica os símbolos matemáticos para a linguagem materna e ainda conta com a narrativa, o cenário e a representação de papéis para materializar as ideias matemáticas em cena. (…) Se a Matemática necessita de uma linguagem para se comunicar, ela encontra no Teatro um dos veículos de grande eficiência, pois faz a passagem do imaginário para o real, ou do abstrato para o concreto, satisfazendo a necessidade de materialização dos conceitos matemáticos abstratos. (Andrea Gonçalves Poligicchio, 2011, Teatro: Materialização da Narrativa Mate-mática, Dissertação de Mestrado, Faculdade de Educação de USP –

O substrato lúdico do Teatro, o jogo dramático, ao debruçar-se sobre o fascinan-te universo dos números, cálculos e equações, converte-se num valioso recurso didático-pedagógico para instigar o interesse, a imaginação e o entusiasmo dos alunos pelas infinitas possibilidades que a Matemática lhes oferece.

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O projeto dra/mat: os enigmas de bagdad

Concebido para estimular o gosto pela matemática através do Teatro, o DRA/MAT é um projeto itinerante produzido pela TRINCHIERA para ser apresentado em estabelecimentos de ensino de todo o país para os alunos do 5º ao 12º ano de escolaridade.

A magia do Teatro fará com que os alunos deixem a sala de aula e se aven-turem por desertos, oásis e dunas até chegarem à Arábia, a cultura que deu à luz os números tais quais os conhecemos. Lá, à boleia de dois jovens a caminho de Bagdad, os alunos deixarão de ser meros espectadores para intervir nesta aventura ao resolver, através da matemática, os problemas e enigmas que desafiam os protagonistas e até mesmo interagir com eles ao interpretar alguns dos papéis. E papéis é o que não falta: há califas, embai-xadores, beduínos assaltantes, soldados, uma jovem princesa, um vizir ganancioso, joalheiros, ladrões etc. etc. – além de muitos camelos e um misterioso medalhão partido ao meio.

Dentre as várias fontes de inspiração para este projeto não podemos deixar de referir o aclamado livro de Malba Tahan (Júlio César de Mello e Souza) O Homem que sabia contar, prémio da Academia Brasileira de Letras, e que em Portugal já vai na 4ª edição. Mello e Souza foi um matemático e peda-gogo inovador que, ao apostar na ficção, procurava apresentar a matemá-tica a partir de uma perspetiva lúdica e divertida, onde os alunos se tornas-sem parte interessada na resolução dos problemas, o que levaria a uma maior interação entre professor / aluno, e onde o saber fosse transmitido de uma maneira leve e estimulante.

Mello e Souza publicou cerca de 56 livros, dos quais o mais famoso é O Homem que sabia contar, traduzido para dezenas de idiomas. Para festejar o centenário do nascimento de Malba Tahan ( 6 de Maio de 1995 ), o gover-no brasileiro decretou que o dia 6 de Maio fosse oficialmente celebrado como o Dia da Matemática.

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Os enigmas de Bagdad

FICHA TÉCNICA

Criação coletiva e Interpretação: Diogo Binnema, Hugo Inácio e Telmo FerreiraApoio pedagógico : Prof. Ana Baptista Dramaturgia e coordenação geral do projeto : António Mercado

Diogo Binnema – ator, licenciado em Teatro e Educação pela ESEC - Escola Superior de Educação de Coimbra. Durante o percurso académico trabalhou com António Fonseca, António Mercado e Clóvis Levi em várias produções.Como ator participou nas seguintes produções: QUE O DIABO SEJA CEGO, SURDO E MUDO, a partir das crónicas de Nelson Rodrigues, encena-ção de André Paes Leme (2011); OS IK , a partir do livro O Povo da Montanha de Colin Turnbull, encenação de António Mercado (2012); PERDI-DOS NA CASA DE PARTIDA, criação coletiva a partir de Vermelhos, Negros e Ignorantes, de Edward Bond, encenação de António Fonseca, (2013); CÂNDIDO OU O OPTIMISMO, a partir da obra homónima de Voltaire, encenação de António Mercado (2013); À DIREITA DE DEUS PAI, criação colectiva pela Trincheira Teatro, em co-produção com O Teatrão (Oficina Municipal do Teatro, Coimbra e digressão nacional, 2014,2015); MUSICAL CAPAS NEGRAS, a partir do filme homónimo, encenação de João Moreira (Teatro Académico de Gil Vicente, 2015). Atual-mente integra a Trincheira Teatro e o grupo de teatro e recriação histórica Três Irmãos.

Hugo Inácio – ator, licenciado em Teatro e Educação pela ESEC - Escola Superior de Educação de Coimbra. Durante o percurso académico trabalhou com António Fonseca, António Mercado e Clóvis Levi em várias produções e leituras encenadas. Estagiou na companhia profissional Leiriena Teatro entre 2013 e 2014 e atualmente integra a Trincheira Teatro.Como ator participou nas seguintes produções: OS IK, a partir do livro O povo da montanha de Colin Turnbull,encenaçãp de António Mercado (2012); PERDIDOS NA CASA DE PARTIDA, criação coletiva a partir de Vermelhos, Negros e Ignorantes, de Edward Bond, encenação de António Fonseca (2013); CÂNDIDO OU O OPTIMISMO, a partir da bra homónima de Voltaire, encenação de António Mercado (2013); AQUI HÁ POUSIO, criação coletiva pelo Leirena Teatro (2013); A ROTA DE UM CRIME, espetáculo de rua a partir do romance de Eça de Queirós O Crime do Padre Amaro, criação coletiva pelo Leirena Teatro em co-produção com o Município de Leiria (2014); A ABÓBADA NÃO CAIU, A ABÓBADA NÃO CAIRÁ, de António Patrício, encenação de Tobias Monteiro, co- produção entre Kind of Black Box ( K.B.B ) e Município da Batalha (2014); VICEN-TE, O EMBAIXADOR DE DOIS MUNDOS, criação coletiva, pelo Leirena Teatro (2014); LESSON/SHOW DE COMMEDIA DELL´ARTE, canovaccio e encenação de Fabrizio Paladin, produção de Teatro Studio Maschera – Spinea, Itália ( 2015); ORPHEU:LADO B, criação coletiva pela Trincheira Teatro em co-produção com a Bussola Nómada (2015). Como professor de Teatro e Expressão Dramática foi orientador do grupo amador de Monte Formoso ( Coimbra ), o G.A.T.E.C.O (2012/2013); lecionou as classes de expressão dramática do Leirena Teatro em Porto de Mós (2013/2014), durante seu estágio profissional; foi orientador no workshop realizado em Carregosa, no âmbito do festival “Festola”, em 2015.

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Telmo Ferreira - ator, licenciado em Teatro e Educação pela ESEC - Escola Superior de Educação de Coimbra (E.S.E.C). Durante o percurso aca-démico trabalhou com António Fonseca, António Mercado e Clóvis Levi em várias produções e leituras encendas. Faz parte da Trincheira Teatro desde 2014 e atualmente frequenta o mestrado em Educação Especial (Domínio Cognitivo e Motor) na ESEC.Como ator participou nas seguintes produções: PERDIDOS NA CASA DE PARTIDA, criação coletiva a partir de Vermelhos, Negros e Ignorantes, de Edward Bond, encenação de António Fonseca (2013); CÂNDIDO OU O OPTIMISMO, adaptação da obra homónima de Voltaire, encenação de António Mercado (2013); À DIREITA DE DEUS PAI, criação coletiva pela Trincheira Teatro em co-produção com O Teatrão (2014/2015).Como professor foi Orientador do grupo amador JUVSETAS ( Santa Maria da Feira ), de 2011 a 2014 ; orientador no workshop realizado em Carre-gosa no âmbito do festival “Festola” em 2013; Professor de teatro infantil na Academia das Artes (Santa Maria da Feira) de 2011 a 2014; Professor dos atliês de teatro “Aplauso Curioso” (2013/2014) e “Teatro a Metro” (2014/2015) no espaço-t (Porto); orientador do grupo amador AMICAF (Santa Maria da Feira) de 2013 a 2015; orientador do worshop “Teatro e Animação Sociocultural” no agrupamento de escolas de Lourosa ; orien-tador do workshop “Teatro e Língua Portuguesa” no agrupamento de escolas de Fiães.

Prof. Ana Maria dos Santos Lopes Baptista – Licenciada em Matemática – Ramo Educacional, na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Univer-sidade de Coimbra (1986). Lecionou nas Escolas Secundárias de Avelar Brotero (Coimbra), da Lousã, da Quinta das Flores (Coimbra), na Escola C+S Eugénio de Castro (Coimbra) e desde 1998 na Escola E.B. 2,3/S Dr. Daniel de Matos (Vila Nova de Poiares). Foi coordenadora do Departamento de Matemática de 2003 a 2009 e Presidente do Conselho Geral do Agrupamento de Escolas de Vila Nova de Poiares desde 2010. É representante dos Professores do Ensino Secundário no Conselho Municipal de Educação de Vila Nova de Poiares desde 2011 e Professora classificadora de Exames Nacionais de Matemática A do 12º ano, desde 2004.

António Mercado – encenador, ator, dramaturgista e guionista de cinema e TV, trabalhou no Brasil em mais de 40 espetáculos e foi diretor da Casa de Criação da TV Globo; nos Estados Unidos (Yale Repertory Theatre), Inglaterra (Royal Shakespeare Company) e Colômbia (Telepacífico). Em Portugal, trabalhou em Coimbra com A Escola da Noite, O Teatrão e o TEUC, em Évora com o CENDREV e no Porto com o Centro de Drama-turgias Contemporâneas do Teatro Nacional São João.M.F.A./D.F.A. pela School of Drama da Yale University (USA, 1978, 1982)), Mestre em Artes (Teatro) pela USP – Universidade de São Paulo (Brasil, 1980), lecionou em diversas Universidades do Brasil, e coordenou a área prática do Mestrado da Escola de Teatro da UNIRIO - Universidade Fede-ral do Estado do Rio de Janeiro. Em Portugal, foi um dos fundadores do Curso de Teatro e Educação da ESEC – Escola Superior de Educação de Coimbra e lecionou também no Curso de Teatro do CENDREV – Centro Dramático de Évora, na ESMAE – Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo do Instituto Politécnico do Porto e no Instituto Superior Miguel Torga.Prémio de “Melhor Encenador” da APCA – Associação Paulista dos Críticos de Arte, além de várias indicações para os principais prémios teatrais no Brasil. Tem diversas traduções publicadas (Lorca, Peter Brook, Artaud), além da coordenação geral da Coleção Dias Gomes (Ed. Bertrand Brasil). Traduziu mais de 20 peças teatrais e tem artigos publicados em revistas especializadas do Brasil, USA e Portugal

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Condicoes tecninas

O espetáculo não requer qualquer tipo de equipamento técnico especial, pois foi concebido para ser apresentado em espaços escolares tais como salas, bibliotecas, ginásios e auditórios.

O local de apresentação deve ter: � Área aproximada de25m2, completamente desocupada para a montagem do dispositivo cénico;� Área suficiente para acomodar o público, com cerca de 40 cadeiras dispostas em semi-círculo; � Um local para função de camarim; � 2 retroprojectores.

Lotação : 75 alunos, mais professores acompanhantes.Duração aproximada: 70 minutos, seguidos de uma conversa informal com os atores.Público-alvo: alunos do 5º ao 12º ano de escolaridade.Tempo de montagem: 30 min.Tempo de desmontagem: 30 min.

ContactosTelmo Ferreira: 919329677Hugo Inácio: 914187865Diogo Binnema: 919795301