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ţ Rui Trindade Universidade do Porto – Portugal [email protected] I SEMINÁRIO INTERNACIONAL DA UNDIME/MG Belo Horizonte – 11 de Abril de 2012

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O que fazer para transformar uma sala de aula numa comunidade de aprendizagem?

Rui Trindade

Universidade do Porto – Portugal [email protected]

I SEMINÁRIO INTERNACIONAL DA UNDIME/MG

Belo Horizonte – 11 de Abril de 2012

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Sobre as salas de aula como comunidades de aprendizagem

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Uma sala de aula organizada como uma comunidade de aprendizagem é um espaço onde:

Ø Professor e alunos providenciam os apoios adequados e os comentários a quem deles necessita

Ø se gerem as tarefas a propor e as condições da sua realização

Ø cada um contribui, à medidas das suas possibilidades, para que os outros possam aprender

A sala de aula como comunidade de aprendizagem

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Construir uma sala de aula como uma comunidade de aprendizagem implica aceitar que a colaboração e a cooperação entre alunos deixa de ser vista como uma atividade menor ou circunstancial, para passar a ser entendida como uma preocupação nuclear do trabalho que se realiza nessa sala.

A sala de aula como comunidade de aprendizagem: Pressupostos

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A construção de comunidades de aprendizagem implica uma rutura com o projeto de uma escola que se afirma como um espaço de instrução, onde os professores deverão resgatar os alunos da sua ignorância, impondo‐lhes não só o que devem aprender, como o modo de pensar e de agir face às tarefas escolares que lhes são propostas.

A sala de aula como comunidade de aprendizagem: Pressupostos

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Nas escolas organizadas como espaços de instrução aprender é mostrar‐se capaz de reproduzir, o mais fielmente possível, informações, procedimentos e atitudes.

A sala de aula como comunidade de aprendizagem: Pressupostos

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Nas escolas organizadas como espaços de instrução o ato de avaliar afirma‐se como um ato da responsabilidade exclusiva dos professores que selecionam, por esta via, os alunos em função do seu desempenho académico.

Nestas escolas, e por causa disto, o sucesso de uns tende a ser avaliado em função do insucesso dos outros

A sala de aula como comunidade de aprendizagem: Pressupostos

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A construção de comunidades de aprendizagem implica que se pense o projeto educativo das escolas a partir de outras conceções.

Os alunos são seres humanos que quando chegam à escola já são portadores de uma dada visão do mundo e de saberes que os professores não poderão ignorar.

A sala de aula como comunidade de aprendizagem: Pressupostos

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Educar é ensinar, desafiar, organizar, propor, interpelar, avaliar e apoiar os alunos a confrontarem as suas visões do mundo com outras visões do mundo e com o património de informações, de instrumentos e de procedimentos culturalmente validado que temos, hoje, ao nosso dispor sobre o mundo e a realidade que nos envolve.

A sala de aula como comunidade de aprendizagem: Pressupostos

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Avaliar é tomar consciência do trabalho realizado, do modo como este foi realizado e, ainda, do trabalho que falta realizar, bem como das possibilidades de o poder fazer.

É uma atividade onde se conjugam os momentos de auto e de heteroavaliação.

A sala de aula como comunidade de aprendizagem: Pressupostos

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A sala de aula como comunidade de aprendizagem: Pressupostos

A sala de aula como comunidade de aprendizagem

A função da Escola é fazer com que os alunos se apropriem de um património de informações, de procedimentos, de instrumentos e de atitudes, social e culturalmente validados

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A sala de aula como comunidade de aprendizagem: Pressupostos

A sala de aula como comunidade de aprendizagem

A função da Escola é fazer com que os alunos se apropriem de um património de informações, de procedimentos, de instrumentos e de atitudes, social e culturalmente validados

Apropriar‐se desse património, consiste em: ‐ atribuir um significado à informação ‐ compreender as razões que explicam os procedimentos e a utilização dos instrumentos ‐ interiorizar e desenvolver certas atitudes (instrumentais, interpessoais, cognitivas e éticas)

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A sala de aula como comunidade de aprendizagem: Pressupostos

A sala de aula como comunidade de aprendizagem

A função da Escola é fazer com que os alunos se apropriem de um património de informações, de procedimentos, de instrumentos e de atitudes, social e culturalmente validados

Apropriar‐se desse património, consiste em: ‐ atribuir um significado à informação ‐ compreender as razões que explicam os procedimentos e a utilização dos instrumentos ‐ interiorizar e desenvolver certas atitudes (instrumentais, interpessoais, cognitivas e éticas)

O modo como a apropriação desse património ocorre é uma actividade pessoal, já que ninguém constrói por nós o significado que atribuímos às coisas, aos outros e às relações

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A sala de aula como comunidade de aprendizagem: Pressupostos

A sala de aula como comunidade de aprendizagem

A função da Escola é fazer com que os alunos se apropriem de um património de informações, de procedimentos, de instrumentos e de atitudes, social e culturalmente validados

Apropriar‐se desse património, consiste em: ‐ atribuir um significado à informação ‐ compreender as razões que explicam os procedimentos e a utilização dos instrumentos ‐ interiorizar e desenvolver certas atitudes (instrumentais, interpessoais, cognitivas e éticas)

Essa actividade, no entanto, para acontecer depende da existência daqueles que partilham o mesmo projecto, os quais ou apoiam, desafiam, interpelam e provocam aqueles que aprendem ou criam as condições para que o trabalho de apropriação possa acontecer

O modo como a apropriação desse património ocorre é uma actividade pessoal, já que ninguém constrói por nós o significado que atribuímos às coisas, aos outros e às relações

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De acordo com esta perspectiva, toda a aprendizagem é pessoal, mas ninguém aprende sozinho.

Se ninguém aprende por nós, já que é cada um de nós que constrói os significados sobre o mundo e o conhecimento sobre este mundo, também é verdade que só nos tornamos capazes de o fazer porque beneficiamos da informação que outros construíram ou do apoio desses outros para compreender essa informação.

A sala de aula como comunidade de aprendizagem: Pressupostos

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Os outros com quem se partilha a sala de aula são recursos fundamentais das aprendizagens que cada um realiza: criando as condições para que o trabalho aconteça; disponibilizando informação; propondo outras soluções e outras leituras; estimulando e provocando; oferecendo apoio; interpelando o trabalho realizado; ajudando a avaliar esse trabalho.

A sala de aula como comunidade de aprendizagem: Pressupostos

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Nesta perspectiva, cada um de nós é, sobretudo, um co‐construtor de saberes, no momento em que constrói significados sobre o mundo que o rodeia, a partir do confronto entre os seus conhecimentos prévios, o conhecimento dos outros e a informação que existe sobre esse mesmomundo.

A sala de aula como comunidade de aprendizagem: Pressupostos

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O que fazer para transformar a sala de aula numa comunidade de aprendizagem?

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O contributo pedagógico do Movimento da Escola Moderna Portuguesa (MEM)

www.movimentoescolamoderna.pt

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A sala de aula como uma comunidade de aprendizagem

A organização e gestão cooperada do trabalho de aprendizagem

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A sala de aula como uma comunidade de aprendizagem

A organização e gestão cooperada do trabalho de aprendizagem

O trabalho de aprendizagem através de projectos cooperativos de produção, de pesquisa e de intervenção

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A sala de aula como uma comunidade de aprendizagem

A organização e gestão cooperada do trabalho de aprendizagem

O trabalho de aprendizagem através de projectos cooperativos de produção, de pesquisa e de intervenção

Os circuitos de comunicação para difusão e partilha de produtos culturais

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A sala de aula como uma comunidade de aprendizagem

A organização e gestão cooperada do trabalho de aprendizagem

O trabalho de aprendizagem através de projectos cooperativos de produção, de pesquisa e de intervenção

As sessões de trabalho colectivas

Os circuitos de comunicação para difusão e partilha de produtos culturais

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A sala de aula como uma comunidade de aprendizagem

A organização e gestão cooperada do trabalho de aprendizagem

O trabalho de aprendizagem através de projectos cooperativos de produção, de pesquisa e de intervenção

As sessões de trabalho colectivas

Os circuitos de comunicação para difusão e partilha de produtos culturais

Trabalho autónomo e acompanhamento individual

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A organização semanal do trabalho

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Agenda da semana

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Os tempos nucleares do trabalho ao longo de uma semana Conselho de Cooperação Educativa

(« O Conselho» )

v É a primeira actividade da semana: Momento de planificação colectiva

v É a última actividade da semana, onde se:

Ø tomam as decisões acerca da vida da turma, registadas no Diário de Turma;

Ø aprecia o trabalho realizado, analisando os P lanos Individuais de Trabalho.

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Diário de Turma Instrumento de registo de incidentes críticos ao longo da semana, para discuti‐los e encontrar, de forma cooperada, soluções e regras de funcionamento do grupo de trabalho

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Plano Individual de Trabalho (PIT)

§ É o roteiro de trabalho individual a realizar em cada semana

§ Explicita as tarefas que cada aluno terá que cumprir no Tempo de Estudo Autónomo e no Tempo de Projectos

§ É um instrumento de planeamento, mas, também de avaliação

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Aprecia­se o trabalho realizado através da auto e heteroavaliação dos Planos Individuais de Trabalho

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Os tempos nucleares do trabalho ao longo de uma semana

As sessões colectivas

v Não obedecem a nenhum tipo de cronologia estabelecida

v Devem corresponder a necessidades do conjunto da turma

v Sessões mais frequentes: ­ Reescrita de textos; ­ Apresentação de produtos; ­ Discussão de diferentes tipo de soluções encontradas face a um problema

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Os tempos nucleares do trabalho ao longo de uma semana

O trabalho em projectos

v Corresponde a um tempo de trabalho que nalgumas turmas é diário e noutras é definido em torno das necessidades dos grupos

O tempo das comunicações

v Surge na sequência do trabalho em projectos

v Corresponde a um tempo em que obrigatoriamente se apresentam os projectos e os seus resultados à turma

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Projetos

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Mapa de registo dos projetos

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Avaliação dos projetos

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Instrumentos de organização e gestão do trabalho na sala de aula

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Instrumentos de organização e gestão do trabalho na sala de aula

§ Agenda da semana § Plano Individual de Trabalho (PIT) § Mapa de Projetos § Diário da Turma § Projetos curriculares de turma § Registos

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Projetos Curriculares de Turma

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Registos de organização do trabalho na sala de aula

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§ A organização da sala de aula como uma comunidade de aprendizagem, de acordo com a perspectiva do MEM, é o resultado de uma opção política – A reivindicação de uma escola democrática ‐ que tem consequências epistemológicas – os saberes são objecto de uma construção social – e consequências ao nível da gestão e organização do trabalho pedagógico – a defesa de uma estrutura de trabalho cooperativo

A organização cooperada do trabalho de aprendizagem no seio do MEM

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§ A cooperação como modo de trabalho pedagógico não significa a submissão de cada sujeito a um colectivo

§ A cooperação significa, apenas, que cada sujeito tem melhores condições de se realizar como pessoa beneficiando da sua inserção numa comunidade de aprendizagem

A estrutura de trabalho cooperativo

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Que desafios para os professores?

§ Este é um projeto que obriga a pensar o trabalho docente em função de outras finalidades e pressupostos pedagógicos.

§ É um projeto exigente que obriga os professores a defrontarem‐se com desafios novos e inéditos.

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Que desafios para os professores?

§ Havendo um quadro teórico de referência e experiências de trabalho concretas, não há, no entanto, respostas prontas para ser aplicadas.

§ Os professores terão que aprender a refletir sobre as situações de sucesso e de insucesso, assim como terão de encontrar respostas para os desafios e os problemas que têm pela frente.

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Que desafios para os professores?

§ Os professores terão que se organizar, por isso e por sua vez, como comunidades de aprendizagem que se apoiam, se avaliam e aprendem a trabalhar e a refletir em conjunto sobre o trabalho que realizam nas respetivas salas de aula.

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Que desafios institucionais?

§ Os responsáveis pelas escolas terão, por isso, que criar as condições institucionais para que o trabalho de planejamento, de monitorização e de reflexão dos professores possa ocorrer.

§ Importa compreender que estamos perante o desenvolvimento de um projeto de autoformação cooperada, o qual, para ser bem sucedido, necessita do investimento e do apoio dos diretores das escolas

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Que desafios institucionais?

§ Para além das condições institucionais que terão que ser criadas, exige‐se que os responsáveis pelas escolas compreendam a importância da variável tempo que é uma variável difícil de gerir.

§ Os resultados não irão aparecer a curto prazo e isso pode criar desconfiança e insegurança quer da parte dos participantes quer da parte dos administradores.

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Que desafios institucionais?

§ A monitorização e a avaliação dos projetos assume, por isso, um papel importantíssimo quer para apoiar a gestão dos projetos, quer como uma estratégia de prestação de contas.

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Que desafios políticos?

§ Em termos de política educativa importa compreender que uma transformação pedagógica como esta que se propõe, obriga a que não se possa esperar que haja uma adesão massiva das escolas ao desenvolvimento de um tal projeto.

§ As escolas que decidirem aderir (ou até, e apenas, grupos de docentes destas escolas), deverão ser apoiadas, sabendo‐se, no entanto, que nem todos os projetos evoluirão ao mesmo ritmo.

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Que desafios políticos?

§ Podendo publicitar‐se o que se entende por «boas práticas», importa compreender que essa divulgação terá que ser feita:

ú mostrando não apenas os produtos e os resultados finais, mas também os problemas vividos, as dúvidas, as incertezas e os insucessos;

ú mostrando as respostas que se foram construindo, seja as bem sucedidas, seja as mal sucedidas.

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Que desafios políticos?

§ As «boas práticas» das escolas não se publicitam para serem copiadas, mas para inspirarem outros, noutras escolas, a encontraremos seus próprios caminhos.

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Ninguém ensina ninguém. Tão pouco ninguém aprende sozinho. Os homens aprendem em comum, mediatizados pelo mundo.

Paulo Freire

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[email protected]

Rui Trindade

Universidade do Porto