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Não ao Tratado Transatlântico www.nao-ao-ttip.pt Não ao Tratado Transatlântico www.nao-ao-ttip.pt O TRATADO TRANSATLÂNTICO O que é o TTIP? Trata-se de um tratado dito de livre-comércio entre os EUA e a UE e que é conhecido por várias designa- ções. Nos EUA é conhecido por TAFTA (Transatlantic Free-Trade Agreement) e na Europa por TTIP (Transa- tlantic Trade and Investment Partnership). Em Portu- gal os termos oscilam entre Parceria e Tratado e já há comentadores que o classificam como o mais abran- gente do género em toda a história (se aprovado). Saiba mais sobre os impactos do TTIP : SAÚDE | PROTECÇÃO AMBIENTAL | SOBERANIA ALIMENTAR | EMPREGO | DEMOCRACIA PRIVATIZAÇÃO | DESREGULAÇÃO FINANCEIRA LIBERDADE NA INTERNET | CONSTITUIÇÃO www.nao-ao-ttip.pt O cavalo de Tróia das grandes corporações à conquista da Europa! O TRATADO TRANSATLÂNTICO

O que é o TTIP? TRATADO

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O TRATADO TRANSATLÂNTICOO que é o TTIP?

Trata-se de um tratado dito de livre-comércio entre os EUA e a UE e que é conhecido por várias designa- ções. Nos EUA é conhecido por TAFTA (Transatlantic Free-Trade Agreement) e na Europa por TTIP (Transa- tlantic Trade and Investment Partnership). Em Portu-gal os termos oscilam entre Parceria e Tratado e já há comentadores que o classificam como o mais abran-gente do género em toda a história (se aprovado).

Saiba mais sobre os impactos do TTIP :

SAÚDE | PROTECÇÃO AMBIENTAL | SOBERANIA ALIMENTAR | EMPREGO | DEMOCRACIA PRIVATIZAÇÃO | DESREGULAÇÃO FINANCEIRA LIBERDADE NA INTERNET | CONSTITUIÇÃO

www.nao-ao-ttip.pt

O cavalo de Tróia das grandes corporações à conquista da Europa!

O

TRATADO TRANSATLÂNTICO

CONTEXTO: Tendo o projecto europeu atingido um impasse quase total devido à desindustrialização acelerada, à quase estagnação económica, ao elevado desemprego, precariedade e austeridade, acentuou-se a desigualdade e o conflito entre um directório central todo-poderoso e as várias periferias em empobrecimento rápido. O projecto aproxima-se da desintegração acentuada pelos numero-sos escândalos financeiros a envolverem quase todos os principais bancos e, deixou de ser possível às elites aliciar os cidadãos para o seu aprofundamento, esgotados que estão os propalados paraísos iniciais do projecto.

Por outro lado, a economia americana também patina em graves problemas semelhan-tes, tendo o desemprego real chegado aos 27%, mau grado os permanentes estímulos da Reserva Federal. Nesta situação complexa, os interesses corporativos precisavam elevar a fasquia a novos paradigmas de poder para conseguir as suas estratégias e continuar a aumentar insaciavelmente os lucros, agora a uma escala global.

O Tratado Transatlântico corresponde exactamente a este paradigma, já que visa, não apenas o livre-comércio, mas sobretudo o alargamento e a salvaguarda dos lucros das grandes corporações, colocando-os fora do alcance de todas as instâncias de poder actuais, quer sejam estados, grupos de estados, ONU, tribunais internacionais ou quais-quer outras. Com o fito de agilizar o comércio entre os dois lados do Atlântico, o Tratado procura pulverizar todas as barreiras legais que o condicionam, sejam elas direitos dos consumidores, direitos laborais, normas de saúde pública, activos e empresas estatais, protecções ambientais, privacidade e liberdade na NET, políticas públicas relativas a medicamentos, mineração, infraestruturas, combustíveis, agricultura, etc. Como as normas americanas são muito mais permissivas, o Tratado visa harmonizar por baixo todas elas. Mas, além das disputas sobre normas tarifárias e não-tarifárias, o Tratado inclui um capítulo essencial designado por ISDS (Investor-to-State Dispute Settlement), já aplicado a outros tratados e que visa resolver os conflitos entre os investidores e os estados, sempre que os primeiros vejam ameaçados os seus lucros presentes ou futuros por decisões políticas dos governos. Um exemplo recente sucedeu no Egipto, quando o governo decretou o aumento do salário mínimo. A multinacional francesa Veolia protes-tou e foi recompensada com uma indemnização de muitos milhões, uma vez que essas disputas são dirimidas em tribunais especiais de cuja decisão não existe recurso nem instância superior a que recorrer.

É fácil concluir que, sendo as normas ambientais, de salvaguarda da saúde pública ou do trabalho destinadas a proteger os cidadãos e sua vidas, o seu desmantelamento produ-zirá as mais graves consequências. A proliferação de carnes com excesso de hormonas e

antibióticos, os alimentos genéticamente modificados, o excesso de fertilizantes e pesti-cidas químicos e outros procedimentos lesivos por parte dos gigantes do agro-business, terão efeitos perniciosos na saúde pública, fazendo disparar as patologias, alergias e as mais diversas doenças. Os governos estarão totalmente manietados e impossibilitados de agir na defesa do bem comum. As grandes empresas farmo-químicas tencionam refor-çar as patentes dos principais medicamentos de referência de modo a fazer disparar o seu preço e a restringir bastante o uso de genéricos. Neste panorama, os serviços estatais já não poderão suportar esses custos acrescidos.

Um outro campo de conflito respeita à liberdade e privacidade de circulação na NET, grandemente ameaçadas por grandes operadoras como a Amazon e outras.

Estes são apenas alguns dos aspectos em discussão nas negociações que decorrem no maior secretismo. Não se pode compreender nem aceitar que, sendo os propalados benefícios do Tratado tão generosos (segundo a imprensa de direita), tudo continue a ser negociado no segredo dos gabinetes, longe do olhar do público e dos políticos, sem qualquer resquício de transparência.

Não podemos esquecer que o TTIP se articula com outros tratados semelhantes como o Transpacífico que agrega uma dúzia de países da zona Ásia-Pacífico, o CEPA que inclui o Canadá e a UE e o TISA que inclui os EUA, a UE e uma vintena de países terceiros. Trata-se portanto de uma estratégia global, tendo como objectivo a constituição e legitimação de um novo paradigma de poder absoluto, ilimitado, sem rosto e sem centro que fará com que os valores da cidadania, da democracia, da soberania e da própria liberdade passem a fazer parte do passado.

Lembramos ainda que os estudos já publicados sobre os impactos do Tratado se baseiam em modelos matemático-económicos e em cenários de base bastante questionáveis, assumindo a maioria que os actuais níveis de desemprego se irão manter, que os orçamentos dos estados serão sempre equilibrados e que as medidas a aprovar só têm impactos positivos, minimizando ou até ignorando por completo os elevados custos dos ajustamentos pretendidos, sobretudo no curto prazo. Assim, é natural que os resultados surjam positivos para os PIB. Curiosamente, a imprensa não se refere ao facto de os alegados benefícios só ocorrerem plenamente após o longo período de transição (10 a 20 anos), claro indicador do seu caracter extremamente marginal. Do mesmo modo, nada se diz sobre a distribuição desses supostos benefícios que, a existir, se repartiriam de modo muito assimétrico, com vantagem evidente para as empresas e economias mais robustas e em claro detrimento de todas as outras.

FACE A ESTA AMEAÇA, OS CIDADÃOS DE TODOS OS PAÍSES PRE-CISAM UNIR-SE NUMA LUTA COMUM CONTRA ESTA VERDADEIRA GUERRA COMERCIAL.