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7/30/2019 O SERVIO DE DOCUMENTAO TEXTUAL E ICONOGRAFIA DO MUSEU PAULISTA
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Anais do Museu Paulista. So Paulo. N. Sr. v. 10/11. p. 259-304 (2002-2003).
O Servio de Documentao Textual e
Iconografia do Museu Paulista1
Breve histrico
Desde a reorganizao administrativa realizada em abril de 1997, o
Servio de Documentao Textual e Iconografia (SVDHICO) integra com os Serviode Objetos, Servio de Laboratrio de Conservao e Restaurao, Servio deMuseografia e Comunicao Visual e Servio de Atividades Educativas a DivisoTcnico-Cientfica de Acervo e Curadoria (DAC). A DAC, somada Diviso deDifuso Cultural (DDC) e Biblioteca, concentram as atividades-fim do Museu Paulista.Nelas esto abrigados os acervos, as funes cientficas da rea de nossaespecialidade cultura material e histria e as atividades culturais e pedaggicas.
Atualmente o SVDHICO rene tipologias textuais e iconogrficasorganizadas em mais de duas centenas de colees e fundos de arquivo. NesteServio esto tambm disponveis a produo documental gerada pelo prprioMuseu entre 1893-1963, que tecnicamente denominada Fundo Museu Paulista,constitui-se por sua vez em um dos dois ramos do Arquivo Permanente do MuseuPaulista2 . Originariamente o SVDHICO era parte da Seo de Histria, estacom existncia administrativa informal at 1922. Nesta data, no por acaso, aLei n. 1.911 formalizou a seo com o nome de Seo de Histria Nacional eEtnografia. Inexpressiva at o ingresso de Affonso dEscragnolle Taunay comodiretor do Museu (1917-1945), por ocasio das comemoraes do Centenrio
da Independncia, em 1922, as pesquisas e a ampliao dos acervos histricostomaram um novo impulso. Essa inflexo marcaria a transio longa, mas inelutvel,de um museu de histria natural para o museu histrico que hoje se conhece.
Em 1925, eram atribuies da Seo de Histria Nacional eEtnografia reunir documentos sobre o passado nacional, principalmente quanto
Miyoko Makino
Shirley Ribeiro da Silva
Solange Ferraz de Lima
Vnia Carneiro de Carvalho
Museu Paulista da USP
1. O Servio de Documen-tao Textual e Iconografia integrado por Vnia Car-neiro de Carvalho (super-visora), Solange Ferraz deLima (pesquisadora),Miyoko Makino (respons-vel pelo Setor de Pinacote-ca) e Shirley Ribeiro da Sil-va (tcnica de museu).Conta regularmente comprofissionais contratados
temporariamente para pro-jetos patrocinados peloFundo de Pesquisa do Mu-seu Paulista, e com estu-dantes financiados peloCoseas atravs de bolsas-trabalho e pelo Fundo daPr-Reitoria de Cultura eExtenso.
2. O outro ramo o Fun-
do do Museu Republica-no Conveno de Itu,que parte da MuseuPaulista.
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ao de So Paulo, esparsos pelos Arquivos e Bibliotecas pblicos e privados e
promover reconstituies referentes aos principais fatos da Histria do Brasil ede So Paulo (TESSITORE; CARVALHO, 1992). Tais responsabilidades explicama proliferao de reprodues de documentos textuais e iconogrficos oriundosde acervos particulares, institucionais e estrangeiros, que se encontram atualmenteno SVDHICO. Trata-se de duplicatas produzidas principalmente na gesto deTaunay, vido por reconstituir o repertrio textual e iconogrfico disponvelsobre a cidade de So Paulo e sobre os personagens emblemticos da formaoda nao brasileira.
Apesar do prestgio e investimento governamental que tal segmento do
Museu passou a receber desde o ingresso de Taunay (e durante o curto perodo dodiretor Armando Prado, 1916 1917), foi somente em 1936 que, pela primeiravez, um assistente foi nomeado para esta Seo desde a criao do Museu.
A Seo de Histria Nacional e Etnografia tornou-se a nica seoformalmente constituda no Museu Paulista entre os anos de 1939 e 1946, apsa sada das Sees de Botnica (1927) e de Zoologia (1939). O Decreto-Lei n.16.565, de 27 de dezembro de 1946, promoveu o seu primeiro desmembramento,dividindo-a nas Sees de Numismtica, Etnologia e Histria Nacional. Estruturaque permaneceu at 1963, quando o Museu Paulista foi incorporado Universidade de So Paulo.
FIGURA 1 Afonso de Escragnolle Taunay no gabinete da diretoria do Museu Paulista (1917/1945), fotografia p&b, gelatina, 14 x 18 cm. Coleo Taunay. Acervo Museu Paulista da USP.Reproduo de Hlio Nobre.
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A incorporao Universidade aprofundou o perfil cientfico da
instituio, aumentando seu quadro tcnico-cientfico. Pelo Regimento do MuseuPaulista de 19843 , o Centro de Documentao4 fazia parte da Equipe Tcnico-cientfica de Histria, da rea Cientfica, at o Regimento de 1997.
Em diagnstico realizado em 1991, tnhamos a seguinte configuraodo ento Setor de Documentao do Museu Paulista 28 conjuntos documentais,entre fundos e colees, tanto de origem pblica quanto privada, perfazendo aordem de grandeza de 300 metros lineares (TESSITORE; CARVALHO, 1991).Parte destes conjuntos era constituda por exemplares de jornais do sculo XIX, oque resultou na formao de uma hemeroteca reunindo cerca de 300 ttulos. As
datas-limite esto entre os sculos XVIII e XX, com nfase no sculo XIX e nas duasprimeiras dcadas do sculo XX. As principais colees so de personalidadesligadas poltica e cultura, tanto no mbito regional paulista como no nacional.Nos ltimos dez anos este universo textual foi ampliado para 123 conjuntosdocumentais, entre os quais destacam-se os seguintes fundos e colees (dosquais muitos integram, alm de documentao textual, documentos iconogrficose tridimensionais): Affonso de Escragnolle Taunay (com ltimo lote recm-adquiridoda famlia) (FIGURA 1), Alberto Santos Dumont, Antnio Carlos Gomes, baro deAtibaia, baro de Ramalho, baro do Rio Branco, Bento Augusto de AlmeidaBicudo, Eduardo Paulo da Silva Prado, Eugnio de Andrada Egas, famlia MoraisBarros, Fernando Pacheco Chaves, Harold Alexandre Hummel, Joo Baptista deCampos Aguirra, Jos Bonifcio de Andrada e Silva, marqus de Monte Alegre,Mrio Neme, Olga de Souza Queiroz, Pedro Manoel de Toledo, Marqus deValena, Synsio Rangel Pestana, Tommaso Gaudenzio Bezzi, famlia Jafet, Militoe Lus Gonzaga de Azevedo, entre muitos outros (TESSITORE; CARVALHO, 1998).As colees e fundos mais antigos e de renome foram catalogados durante asdcadas de 1970 e 1980. O catlogo e o Guia das Colees e dos FundosTextuais constituem os instrumentos de pesquisa disponveis para a consulta documentao (FIGURA 2).
Ao longo de sua trajetria de acumulao de documentos por doaoou compra, o ento Setor de Documentao integrou ao seu acervoaproximadamente 19 mil documentos iconogrficos. A grande maioria dessesdocumentos permaneceu junto com a documentao textual (principalmente osretratos em pequeno formato, como os cartes de visita, gabinetes e postais), semum tratamento especializado. As pinturas foram exceo nesse quadro de baixavalorizao da iconografia como objeto de estudo. Contaram, desde cedo, com
uma catalogao unitria diferentemente das fotografias e dos documentosimpressos (cartazes, figurinhas, postais entre outros), pois estavam integradas aoinventrio geral dos objetos tridimensionais.
Dcada de 1990: a nova poltica de aquisio e programa de reorganizaofsica e documental dos acervos alteram o perfil do Servio
Em 1989, o Museu Paulista da USP sofreu uma nova reformulao.Neste ano, as reas antropolgicas foram transferidas para o novo Museu deArqueologia e Etnologia da USP, permanecendo no Museu Paulista somente aequipe tcnico-cientfica de Histria. As condies estruturais e conceituais para
3. A Resoluo 2822, de30-11-84, baixou o Regi-
mento Interno do MuseuPaulista em atendimento
ao artigo 30 da Resoluo2342, de 08-01-82, que
baixou o Regimento dos
Museus da USP.
4. Assim chamada infor-
malmente.
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FIGURA 2 Primeiro Relatrio sobre as actuaes condies do Museu do Estado apresentado aoDirector do mesmo por Alexandre Hummel, ajudante interino. S.Paulo, outubro, 1891, 31p.Coleo Hummel. Acervo Museu Paulista da USP. Reproduo de Hlio Nobre.
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que o Museu se tornasse um museu histrico universitrio encontram-se sistematizadas
no Plano Diretor de 1990, e foram mantidas pela gestes seguintes (MENESES,1990; MUSEU PAULISTA, 1997, 2000). Levando em conta o perfil dos acervosexistentes e os pressupostos de seu novo campo de atuao histria e culturamaterial , foram definidas as trs linhas de pesquisa Cotidiano e Sociedade;Histria do Imaginrio e Universo do Trabalho que orientam desde a poltica deformao e ampliao dos acervos at os projetos acadmicos e seusdesdobramentos em reas da difuso cultural e educacional, atravs de exposies,cursos e demais produtos dirigidos ao pblico em geral.
A reformulao promovida em 1989 proporcionou ao museu um campo
de atuao especfico e delimitado. No entanto, uma das conseqncias destaespecializao foi a reduo do quadro docente e tcnico, devido transfernciapara o MAE das equipes das reas antropolgicas. Mesmo depois dos concursos,que promoveram a integrao de dois muselogos e trs historigrafos ao quadrofuncional, a equipe manteve-se ainda muito reduzida diante das responsabilidadesdecorrentes do novo perfil. Alm disso, a instituio teve de lutar (e ainda luta) contraas agruras de uma poltica geral universitria de reduo de quadros (FIGURAS 3,4).
Apesar da defasagem entre o que estava projetado para este novomuseu e suas efetivas realizaes, inquestionvel que, nos ltimos 13 anos, oMuseu respondeu especializao desejada atravs de aes que resultaram naampliao e no tratamento fsico e documental dos acervos, na produo deconhecimento cientfico e sua difuso. Tal prtica curatorial fundamenta-se numarelao solidria entre todas as atividades que envolvem o acervoe a pesquisa.Estes dois eixos direcionam a produo de colees e de um sistema documentaldos quais dependem, por sua vez, a qualidade da pesquisa e a manuteno ecrescimento do acervo.
As equipes entenderam que o incio deste processo curatorial dependiade um esforo em tratar cientificamente milhares de unidades de um acervo emgrande parte j centenrio na instituio. O que significou a aplicao de novasformas de organizao e descrio necessariamente associadas a projetos deinfra-estrutura e tecnologia, especialmente na rea de informtica, e que foramapoiados por sucessivos projetos-FAPESP e pela prpria Universidade.
No SVDHICO, dentro desse novo programa de reestruturao, imps-se como prioritria a reorganizao fsica e documental das colees textuais edos documentos arquivsticos produzidos pelo Museu, bem como o desenvolvimentode metodologia para a catalogao dos suportes iconogrficos, que permitisse a
sua qualificao como documento para a pesquisa. Assim, entre 1991 e 1994,com financiamento da FAPESP, o atual SVDHICO produziu o Guia das ColeesTextuais e o Inventrio do Arquivo Permanente do Museu Paulista (TESSITORE;CARVALHO, 1994, 1998).
O Guia das Colees e dos Fundos Textuais do SVDHICO uminstrumento de pesquisa abrangente, que tem como objetivo fornecer ao consulenteuma ficha sucinta de toda a documentao textual. A elaborao do guia teveincio com a identificao dos conjuntos documentais, redefinio de seu status(Fundo, Coleo, Documento Avulso), levantamento de dados sobre a situao
de entrada dos documentos e histrico do titular. Todos os dados relativos a cadancleo documental foram centralizados na Ficha de Registro de Entrada (ficha decontrole da documentao). Nesta ficha os documentos so registrados por lote(de entrada) e recebem um nmero de registro acoplado sigla ARQ. As categorias
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FIGURA 3 - Docentes e Pesquisadores
Quantidade
14
12
10
8
7
6
4
2
0
13
11
6
1988 1989 1995 2003
Ano
Nmero de Docentes e Pesquisadores do
Museu Paulista da USP
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FIGURA 4 - Funcionrios
Quantidad
e
123
156
107
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
1986 1990 1995 2003
Ano
118
Nmero de Funcionrios do Museu Paulista da USP
(Nvel Superior / Tcnico / Bsico)
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de informaes nela presentes esto vinculadas s Fichas de Iconografia (IC) e deObjetos (RG) (BARBUY; CARVALHO; LIMA, 2002, p. 13-19).
O projeto de organizao fsica do Arquivo Permanente do MuseuPaulista reuniu no SVDHICO documentos produzidos pela instituio entre 1893e 1963, que se encontravam dispersos em salas de pesquisadores, arquivos-mortos da equipe de pesquisa e sees administrativas. Reunidos e organizadosem grupos, subgrupos e sries documentais, estes documentos esto referenciadosno intrumento de pesquisa Inventrio do Arquivo Permanente do Museu Paulista,que tem fomentado diversas inverstigaes sobre a instituio museolgica, oMuseu, os intelectuais e artistas que por ele passaram, com se ver mais adiante.
Para a documentao iconogrfica, tambm contou-se com o apoiode uma agncia de pesquisa o CNPq que financiou o projeto Banco deDados Iconogrficos (CNPq, 1992-95). Seu objetivo central era a formatao deum banco de dados, que referenciasse colees dispersas em inmeras instituies,segundo recortes cronolgicos e tipolgicos, e que propiciasse o desenvolvimentode problemticas ligadas s linhas de pesquisa da instituio: IconografiaPublicitria (espao domstico); Iconografia Fotogrfica Urbana (lbuns de famliae cartes postais) e Iconografia Impressa (caricatura). O projeto financiou 12bolsistas de iniciao cientfica e aperfeioamento engajados no levantamento,catalogao e descrio dessas colees. Experincia que pemitiu odesenvolvimento-piloto do mdulo iconogrfico do catlogo institucional.
Em paralelo, no interior da comisso de informtica (que reunia todosos curadores que trabalhavam diretamente com o acervo do Museu), deu-se incioao desenho da ficha catalogrfica e s pesquisas em torno de softwares capazesde atender s necessidades de documentao do acervo. Era consenso nacomisso a necessidade de programa e equipamentos que permitissem adigitalizao de reprodues do acervo e a consulta conjugada ficha e imagem.Por incrvel que parea, h 13 anos essa tecnologia comeava a ser desenvolvida,com experincias isoladas e pioneiras no Canad e Frana (ALSFORD; GRANGER,1987; BEARMAN, 1987; BESSER, 1987; CACALY, 1989; PATRIMOINEPHOTOGRAPHIQUE, 1987; PAYSAGE DU VIDEODISQUE, 1986). No mbitoda Universidade de So Paulo, naquele momento, dos quatro museus universitrios(MAC, MAE, MZ e MP), o Museu Paulista era o nico que trabalhava nestadireo, dando incio efetivamente informatizao de seus acervos. rgos deapoio a projetos de informatizao da Universidade, como o caso do CCE(Centro de Computao Eletrnica), no estavam familiarizados com a tecnologia
ou mesmo com a idia de banco de imagens.Para os pesquisadores responsveis pelo mdulo iconogrfico, queatenderia as necessidades de parte do SVDHICO, o pressuposto para talinvestimento pautava-se no reconhecimento do papel estratgico desempenhadopela iconografia nos estudos de cultura material e demais modalidades de histriae antropologia cultural.
Pesquisa e colees iconogrficas
Parte da iconografia retratista, de paisagens urbanas e rurais, tipos ecostumes, reunida predominantemente ao longo da gesto Taunay foi marcada
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por um cunho personalista, vinculado representao de homens pblicos e dedestaque no cenrio poltico brasileiro oitocentista e momentos significativos dahistria paulista. Tais representaes concentraram-se em suportes consideradosde envergadura para um museu, como as pinturas e gravuras. A formao dacoleo de pinturas do Museu (leos e aquarelas) est vinculada em parte adoaes de famlias e, de outra parte, s encomendas pblicas realizadas porTaunay a artistas tais como Oscar Pereira da Silva, Jos Wasth Rodrigues e BeneditoCalixto de Jesus, em seu af de constituir sries iconogrficas abordando diferentesepisdios da histria paulista e nacional (FIGURAS 5-8).
FIGURA 5 Estao da Luz 1880, Benedito Calixto de Jesus (1853-1927),leo sobre tela,60x50cm. Acervo Museu Paulista da USP. Reproduo de Jos Rosael.
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268FIGURA 6 Combate de bandeirantes de Mogi com Guaicurs, Maria Jos Botelho Egas, leosobre tela, 63 x 50cm. Acervo Museu Paulista da USP. Reproduo de Jos Rosael.
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FIGURA 7 Pouso de Tropeiros, Cubato, 1826, Franta Richter, leo sobre tela, 146 x 110cm. Desenho original de Hercules Florence. Acervo Museu Paulista da USP. Reproduo de JosRosael.
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270FIGURA 8 Estudos de menino. Desenho com grafite. Coleo Henrique Bernardelli. AcervoMuseu Paulista da USP. Reproduo de Hlio Nobre.
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sombra destas estavam tambm retratos fotogrficos de famlias,bem como paisagens urbanas e rurais que, em sua grande maioria, acompanhavamos conjuntos de documentos textuais j referidos.
Ao proceder reorganizao fsica dos documentos, surgiu aoportunidade de contabilizar esta iconografia fotogrfica, e com isto obteve-seuma noo mais clara de sua riqueza para os estudos vinculados s linhas depesquisa Histria do Imaginrio e Cotidiano e Sociedade. Dando continuidadea esta vocao expressa no perfil de acumulao dos documentos iconogrficosno Museu, concentrou-se esforos no fomento de colees de retratos fotogrficos,lbuns de famlia e paisagens relacionadas cidade de So Paulo. Ao longo
de mais de uma dcada de uma poltica de aquisio e doao seletivas, hojeo Museu soma a seu acervo fundantes colees que se destacam no cenrioinstitucional, tornando-o referncia obrigatria para pesquisadores, queincorporaram as fontes iconogrficas em suas anlises. A apresentao dealgumas delas ser til para a compreenso do trabalho de curadoriadesenvolvido neste Servio.
A coleo doada por Orncio Vaz de Arruda, formada por retratos defamlias paulistanas entre 1880 e 1940 (560 ampliaes com predominnciados formatos carto de visita e gabinete, mostrando cenas de casamento, batismo,
aniversrio, formatura, carnaval, lazer, etc., veio ao Museu incentivada peladivulgao da aquisio dos retratos da coleo Milito (FIGURA 9).A coleo Carlos Eugnio Marcondes de Moura, adquirida com o
patrocnio do Banco do Estado de So Paulo (BANESPA) e com o apoio doMinistrio da Cultura, compreende um total de 2.443 fotografias, 17 lbuns e 17negativos de vidro, a maioria proveniente da segunda metade do sculo XIX,produzida no Brasil e em pases europeus. O maior conjunto de retratos avulsos(1.259 unidades) nos formatos carto de visita (6x11cm) e gabinete (11x16cm),cujo consumo foi intenso nas dcadas de 1850 e 1860, respectivamente, atmeados do sculo XX. Outras centenas de fotografias (856 unidades) esto noslbuns. Os lbuns da coleo Carlos Eugnio merecem destaque pela exubernciade formas e materiais __ fechos de metal, pginas com molduras ornamentadas,lombadas douradas, capas em couro decorado em alto e baixo relevo (umadel-as em couro de crocodilo), veludos lisos e estampados, madeira entalhada,alabastro, a maioria com incrustaes em metal desenhando arranjos florais eimagens figurativas que envolvem o espao reservado para o monograma dafamlia __ caractersticas que so a evidncia do lugar de destaque social
conquistado pela fotografia neste perodo. Interessado na genealogia das famliasde Guaratinguet, no Vale do Paraba Paulista, Carlos Eugnio foi aos poucosreunindo fotografias de vrios ramos de sua prpria famlia __ os Marcondes deMoura, os Marcondes Guimares, os Galvo Frana, entre outros. A estes ncleosjuntaram-se fotografias adquiridas em antiqurios e feiras de antigidade, almde doaes de amigos. Em 1983, parte dos documentos foram expostos noMuseu da Imagem e do Som, em So Paulo, e analisados no livro Retratos QuaseInocentes pelo prprio Carlos Eugnio, pela crtica de arte Aracy Amaral, pelohistoriador Carlos Lemos e pelo cineasta Jean-Claude Bernardet. Onze anos mais
tarde, uma nova exposio seria feita na Pinacoteca do Estado, intitulada tambmRetratos Quase Inocentes (FIGURA 10).
Meno especial merece a coleo de fotografias de Milito Augustode Azevedo. So mais de 12.000 retratos produzidos entre 1862 e 1885 nos
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estdios Carneiro & Gaspar e Photographia Americana. Localizados na antigaRua da Imperatriz (atual XV de Novembro) por eles passou grande parte dapopulao. Entre moradores e pessoas ilustres, seus manuscritos identificam figurascomo o barbeiro, o vendedor de jornal, o alfaiate, a engomadeira, o tabelio,atores e cantores de companhias de teatro, escravos, polticos, capitalistas,clrigos, militares e profissionais liberais da poca (FIGURA 11). Fazem partedesta coleo os registros fotogrficos mais antigos da cidade de So Paulo e oconhecido lbum comparativo, que mostra aspectos urbanos da capital paulistaentre 1862 e 1887, e que foi pioneiro neste estilo que viraria moda no sculo XX.Raros registros da cidade de Santos e da construo da Railway (Santos-Jundia)
tambm podem ser encontrados.O Servio conta ainda com colees, que contemplam as histriasfamiliares e seus registros dos ritos de passagem e de parentes da famlia nuclear eextensa, como o caso da coleo Pacheco e Chaves, que rene documentaotextual, lbuns fotogrficos e fotografias avulsas. Outro importante ncleo o delbuns produzidos nas primeiras dcadas do sculo XX por Luiz Gonzaga de Azevedo,filho do fotgrafo Milito (5 lbuns com ampliaes fotogrficas). Em 2002, oMuseu Paulista recebeu a doao da famlia Jafet, reunindo documentos em diversossuportes imagens, textos e tridimensionais. A coleo da Famlia Jafet exemplar
da trajetria de famlias imigrantes que lograram sucesso social e econmico nasociedade paulistana. Os conjuntos fotogrficos referem-se s inmeras viagensrealizadas para o exterior (Europa e Estados Unidos), festividades familiares edocumentrios de espaos de trabalho ou da trajetria do patriarca da famlia(centenas de imagens reunidas em 11 maletas originais de slides, 19 lbuns e 2filmes; 43 peas entre roupas, acessrios de indumentria, mveis, equipamentosaudio-visuais, apetrechos de escritrio e 26 pastas contendo folhetos tursticos, materialdo Rotary Club, programas culturais, manuais de utenslios domsticos, revistas,recortes de jornais) (FIGURAS 12,13). Integra ainda esta coleo um conjunto defilmes 16mm com caractersticas semelhantes, sendo de maiores propores o aspectopblico dos eventos registrados bodas de prata, funeral5 .
Conta-se tambm com lbuns de retratos annimos, comprados emantiqurios e sebos. Neste caso, muito embora no seja possvel o levantamentodos dados referentes aos retratados e proprietrios, a organizao formal dasimagens, bem como as caractersticas temticas ou dos suportes guardam interessepara a pesquisa. Nessa linha vale a pena mencionar um lbum de fotografiasdoado ao museu e que foi adquirido de um vendedor ambulante das ruas do Riode Janeiro. O lbum annimo, mas claramente montado por particular (com notasmanuscritas e a presena de diferentes agentes), rene exclusivamente fotografiasde casais no dia do casamento. O lbum encontra-se em precrio estado deconservao, mas sua organizao temtica sugere hipteses no mnimo curiosas:quem seriam os proprietrios dos lbuns? Padrinhos que resolveram fazer umlbum de recordaes de todos os seus casais apadrinhados?Outro caso que se soma a este pela inusitada trajetria de integrao ao acervodo Museu Paulista o de um lbum raro, datado de 1878, reunindo retratosfotogrficos no formato carto de visita,originais em albumina, de celebridades
europias. Este lbum foi oferecido para aquisio por uma senhora que o ganharade seu esposo, catador de papis, que por sua vez havia encontrado o referidolbum em uma das inmeras lixeiras de um bairro nobre de So Paulo (FIGURA14). Estas e outras histrias so registradas e tm importncia para o entendimento
5. Para a conservao erestaurao de filmescontamos sempre com o
laboratrio da Cinema-teca Brasileira. Para as fo-
tografias tivemos auxlioeventual da FUNARTE, atque a ento tcnica demuseu do SVDHICO es-
pecializou-se no trata-
mento de fotografias.
Hoje, atuando no Labora-
trio de Conservao eRestaurao do Museu, te-
mos condies de darsfotografias o tratamento
rotineiro de limpeza e re-
cuperao que antes bus-cvamos fora da institui-o.
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273FIGURA 9 Stela Penteado da Silva Prado, 1936, fotografia p&b, gelatina, 19,7 x 14,4 cm.Coleo Orncio Vaz Arruda. Acervo Museu Paulista da USP. Reproduo de Hlio Nobre.
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FIGURA 10 lbum com capa de marroquim em alto relevo, incrustao de alabastro eaplicao metlica, 33,5 x 25,5cm, c. 1900. Coleo Carlos Eugnio Marcondes de Moura.Acervo Museu Paulista da USP. Fotografia de Hlio Nobre.
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FIGURA 11 Pgina do lbum do estdio Photographia Americana, 1879-1885, retratos,albumina sobre papel, 33,5 x 24,5 cm. Coleo Milito Augusto de Azevedo. Acervo MuseuPaulista da USP. Reproduo de Hlio Nobre.
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FIGURA 12 Fotografia de uma das salas de visita do palacete Jafet. lbum Palacete BazilioJafet. 1928. So Paulo, 32 x 40 cm. O palacete fica na Rua Bom Pastor, n. 730, esquina com arua Patriotas, dando seus fundos com o Parque da Independncia. As fotografias mostram osambientes da residncia com decorao e moblia da poca de sua inaugurao. Coleofamlia Jafet. Acervo Museu Paulista da USP. Reproduo de Hlio Nobre.
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FIGURA 13 Slides de So Paulo e Guaruj, em molduras de metal, acondicionados em caixade metal com leitora eltrica Viewer Slide File Model n.155 Fodeco 115 volts 7 watts,made in USA by Technical Devices Corporation, Roseland, NJ; Tele visex com trs discos eleitora estereoscpica tipo Tru-vue acompanhada de filmes. Coleo famlia Jafet. Acervo MuseuPaulista da USP. Fotografia de Hlio Nobre.
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FIGURA 14 lbum de personalidades com 46 retratos albuminados no formato carto devisita, 16 x 12,5 cm, legendas manuscritas em portugus, Paris, 1875. Adquirido de LauraHenrique Santos. Acervo Museu Paulista da USP. Fotografia de Hlio Nobre.
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do circuito da imagem, chamando a ateno para a sua qualidade de objeto,que apropriado, descartado e reciclado (FIGURAS 15-17).
No que concerne s imagens urbanas (outra vocao que identificamosna iconografia preexistente no acervo centenrio), procurou-se fazer uma coberturasistemtica de cartes postais, privilegiando a cidade de So Paulo. Esta umatipologia documental pouco encontrada em museus e arquivos, mas de imensopotencial para os estudos de histria urbana, da arquitetura e, sobretudo, derepresentaes sociais urbanas, temtica que se articula linha de pesquisa Histriado Imaginrio. Hoje, o SVDHICO conta com expressiva coleo referente a cidadesbrasileiras, especialmente ao Estado e cidade de So Paulo, produzida entre
1900 e 1950. De um total de cerca de 2.000 cartes, pelo menos 1/3 refere-se capital paulista (FIGURA 18).No incio de 2001 integrou-se ao nosso acervo6 a coleo de fotografias
urbanas e de documentos textuais da editora Fotolabor. A Fotolabor, que pertenceuao Sr. Werner Haberkorn (Alemanha,1907-SP,1997), foi uma das mais ativas editorasde cartes postais referentes cidade de So Paulo nos anos 50, alm de prestartambm servios publicitrios (CARVALHO; LIMA, 2002) (FIGURA 19).
No caso da documentao de obras de engenharia e arquitetura,tpica funo atribuda fotografia no sculo XIX, destacam-se as fotografias da
Estrada de Ferro Santos-Jundia (1867)7
, da construo do Reservatrio de guada Cantareira (1893)8 , da construo do edifcio que abriga o Museu Paulista(1890)9 , e a coleo de negativos do fotgrafo Dana Merrill (189 negativos emvidro e acetado, produzidos entre 1909 e 1910), norte-americano que documentoua construo da ferrovia Madeira-Mamor, no meio da floresta no atual Estadode Rondnia. Essas colees permitem vislumbrar no apenas o lugar da tcnicano sculo XIX e as novas formas de interao do homem com a mquina, mas,igualmente importante, os sentidos que a imagem logrou constituir, pondo empauta quais funes cumpriria a fotografia neste contexto a comparao, porexemplo, das imagens de Milito da So Paulo Railway(Santos-Jundia) com osregistros de Dana Merrill da ferrovia Madeira-Mamor (Rondnia), quase 50 anosmais tarde, demonstra como a fotografia afastou-se do modelo pictoricamenteequilibrado, limpo e ordenado, aplicado s representaes dos grandes feitostecnolgicos para pr em cena as tenses entre mquinas, floresta e homens dediferentes grupos sociais, tnicos e profissionais (CARVALHO, 2000, p. 46-48;CARVALHO; LIMA, 2000).
O investimento na aquisio dessas colees decorre da escolha dafotografia como um dos focos principais de atuao curatorial. Ao lado demudanas nos procedimentos de aquisio de colees, nossa reflexo sobre aimagem caminhou no sentido de compreender seus atributos especficos. Assim,uma parte dos trabalhos de pesquisa e curadoria voltou-se para a identificao eanlise histrica dos aspectos formais da fotografia.
Ao SVDHICO foram incorporados os resultados de pesquisa acadmicadesenvolvida por seu corpo de pesquisadores na montagem de vocabulrioscontrolados aplicados s paisagens urbanas. Em projeto integrado de mestrado,as historiadoras Solange Ferraz de Lima e Vnia Carneiro de Carvalho analisaram
um conjunto de 1.600 fotografias da cidade de So Paulo, entre os anos de1860 e 1954. O objetivo era demonstrar como as noes de cidade eramconstrues concretas e no apenas sentidos impalpveis inferidos da presenade certos contedos. Com descritores formais aplicados a cada fotografia foi
6. Toda documentaodoada ou adquirida pelo
Museu conta com laudos
tcnicos produzidos pelaequipe de curadores que
avaliam as peas ofereci-das tanto no seu aspecto
fsico, de contedo epertinncia com as linhasde pesquisa da instituio.Quando valores monet-rios elevados esto envol-vidos, como no caso de
compras, pareceristas ad
hocso consultados.
7. Autoria de MilitoAugusto de Azevedo.
8. Autoria de P. Doumet.
9. Autoria de Guilherme
Gaensly.
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FIGURA 15 lbum com 107 fotografias originais reunindo registros da Revoluo de 1932.Coleo Juvenal Andrade de Souza Barros. Acervo Museu Paulista da USP. Fotografia de HlioNobre.
possvel derivar tendncias visuais presentes no conjunto analisado. Esse tipo deprocedimento iria fundamentar os futuros trabalhos desenvolvidos com curadoriahistrica e fotogrfica no SVDHICO (CARVALHO; LIMA, 1997). Essa abordagemdos recursos visuais da imagem no se restringe a simplesmente criar meios deacesso documentao, o que reduziria um Servio que tem como objetivo integrartratamento documental produo de conhecimento a um mero depsito deimagens e textos.
A pesquisa sobre o uso da fotografia na configurao do projeto deexposio histrica idealizado para o Museu Paulista por Affonso de E. Taunay foiuma oportunidade para enriquecer os estudos sobre a problemtica do imaginrio
urbano, que j vinha sendo abordada nos mestrados articulados de Vnia Carvalhoe Solange F. de Lima. A pesquisa resultou em uma exposio So Paulo antigo,uma encomenda da modernidade, um vdeo didtico (RUIZ et al., 1993), um artigopublicado nos Anais do Museu Paulista (CARVALHO; LIMA, 1993a) e apresentaode comunicao no V Congresso de Histria da Arte (CARVALHO; LIMA, 1993). Oestudo e sua divulgao, abarcando do espao museolgico aos tradicionais canaisda academia, permitiram que se tivesse uma noo mais concreta do trabalho decuradoria e do papel do historiador em um museu de histria a atividade emequipe, iniciada com a co-autoria na curadoria histrica e na divulgao acadmica,
e que se completou com os trabalhos junto s equipes responsveis pela exposioe pelo vdeo. A documentao mobilizada integrava no s o acervo iconogrficodo Museu Paulista, como havia sido objeto de explorao cultural anterior aexposio histrica projetada por Taunay em 1922 (TAUNAY, 1937). Assim, apesquisa se viu revestida de funes metalingsticas, pois englobara no s um
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281FIGURA 16 Prancha de rtulos, 1900-1920. Coleo Egydio Colombo Filho. Acervo MuseuPaulista da USP. Reproduo de Hlio Nobre.
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FIGURA 17 Rio Tamanduate e Piques, So Paulo, dc. 1890. Fotografias estereoscpicas,albumina, do estdio Photographia Renouleau. Coleo Aracy Amaral. Acervo Museu Paulista daUSP. Fotografia de Hlio Nobre.
conjunto iconogrfico, mas o seu uso no mesmo espao museolgico. Ela ajudou aentender melhor o contexto histrico e ideolgico de formao do Museu Paulistano sculo XX e de suas colees.Com a atividade de curadoria do acervo iconogrfico percebeu-se opotencial inerente ao banco de imagens informatizado para os estudos, que procuramdemonstrar como a forma parte estruturante e, portanto, indissocivel de suasfunes sociais. A histria da visualidade compreende a imagem como parte daprtica social, sendo comprometedora a dissociao existente entre a naturezahistrica das imagens e os sistemas de documentao, reduzidos a descriesgenricas (CARVALHO; LIMA, 2000, 2000a, 2002). Instituies como os museus,que gerenciam acervos iconogrficos, so lugares privilegiados para a implantaode bancos de dados, que contemplem a especificidade da imagem, especificidadeque reside em grande parte no fato de ela ser um objeto visual. Atualmente, osbanco de imagens so capazes de recuperao de imagens cores, texturas oumesmo fisionomias. Mas, como j apontamos (CARVALHO; LIMA, 2000),
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FIGURA 18 Anhangaba, viaduto do Ch, Rua XV de Novembro e Avenida So Joo.Coleo cartes postais da cidade de So Paulo. Acervo Museu Paulista da USP. Fotografia deHlio Nobre.
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FIGURA 19 Incio da Avenida 9 de Julho. Fotografia de Werner Haberkorn, p&b, gelatina, 18x 24 cm. Coleo Werner Haberkorn. Acervo Museu Paulista da USP. Reproduo de HlioNobre.
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curiosamente, os programas que permitem tal sofisticao na busca de imagensno foram incorporados aos arquivos e museus. Aos pesquisadores das cincias
humanas cabe fornecer os elementos necessrios para que o repertrio formal dasimagens possa ser compreendido e utilizado pedagogicamente em experinciasque ultrapassem o circuito da academia. A demanda hoje por imagens deve viracompanhada de um esforo de crtica da imagem. Acreditamos que a crtica nopode dispensar a compreenso dos elementos formais que constituem essa imagem.
Com quase nenhuma identificao de seus retratados, as fotografiasde Milito so um bom exemplo da necessidade de uma metodologia, queincorpore a anlise morfolgica da imagem. Nesta coleo imensa dedesconhecidos chama a ateno a retrica corporal que o sculo XIX produziudentro do estdio, cercando seus personagens com adereos, objetos decorativos,painis de fundo, cabelos, roupas e posturas corporais considerados dignos deexposio pblica. O estudo dos sentidos cabe ao pesquisador que, munido deproblemticas especficas, mobiliza os atributos formais para entender como estesforam interpretados pela sociedade, no apenas no momento de sua produo,mas nos diferentes modos de apropriao e circulao da imagem. No entanto,o banco de dados sobre a coleo Milito passou a oferecer aos seus usuriosdados formais primrios que deveriam ser posteriormente trabalhados por eles
(CARVALHO; LIMA, 1997).Ao mesmo tempo, as experincias com os acervos do SVDHICO tmalimentado estudos que confluem na pesquisa Retrato e cenografia: imagem epersonagem. O projeto aborda os aspectos materiais da construo das noesde individualidade nos retratos fotogrficos produzidos em estdio durante asegunda metade do sc. XIX e primeiras dcadas do sculo XX. Uniram-se as duasextremidades da curadoria, a desacreditada pesquisa documental ou a maisainda desacreditada catalogao de acervo com a pesquisa acadmica. Umasituao de retroalimentao que tem beneficiado pesquisadores de vrias reas,
bem como usurios do acervo para fins culturais, comerciais ou pedaggicos.O primeiro produto tridimensional com a coleo de retratos de Militofoi a exposio So Paulo nas lentes de Milito, inaugurada em 199710 . Umpainel com cubos giratrios, contendo retratos em suas faces, permitia que ovisitante percebesse as poses mais recorrentes. Ao girar os cubos os visitantespoderiam coloc-los em posies variadas e acabariam, orientados por cores,chegando aos conjuntos. Graas indexao informatizada dos descritores,aprofundou-se a anlise dos padres visuais no retrato. Buscou-se, de uma lado,estabelecer as permanncias formais na trajetria da representao figurativa dognero retrato na pintura desde o sculo XVII, e de outro, encaminhar questesconcernentes ao circuito que estes retratos cumprem como parte da dinmica dereproduo das relaes sociais. Se a anlise morfolgica, que ps em evidnciaos aspectos formais, relevando a especificidade do pensamento plstico, pautou-se nas postulaes e procedimentos metodolgicos de Francastel (1965) e Panofsky(1979, 1 ed. de 1939), a genealogia e apropriaes sucessivas das permannciasformais encontraram nos estudos de Burke (2001) novos caminhos para aabordagem do problema da representao pblica do indivduo. Por fim, asquestes envolvendo a materialidade do objeto fotogrfico o retrato e de seucircuito, encaminhadas a partir dos trabalhos de Brilliant (1991) e Meneses (2003,p. 131-151), podem ser sintetizadas no conceito de retratstica como campo queengloba no s a produo do retrato, mas tambm as funes sociais
10. A exposio So Pau-lo nas Lentes de Milito
Augusto de Azevedo foiaberta ao pblico em maiode 1997. Curadoria de So-
lange Ferraz de Lima e V-nia Carneiro de Carvalho.
Pesquisa e Documentaode Regina Teles, CludiaMoi, Renata Garbellini,
Montserrat Moreno. Con-
cepo visual e Desenhogrfico de Ana Helena Curi,Cludia Warrak (designer),
Fbio Montenegro eFernando Rodrigues (ar-quiteto).
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concretizadas nas mltiplas trajetrias que ele cumpre ao inserir-se na dinmicasocial (a lembrana, o presente, a presena no lbum, a referncia na conversa,
nas missivas, etc.), tal como nos ensina Marcia Pointon (1993). Igualmente, asmltiplas apropriaes do objeto fotogrfico, dada a autonomia que ganha comoproduto da reprodutibilidade tcnica, gerando sentidos especficos a cada contextoem que acaba por integrar-se, deveriam ser consideradas mais importantes parao historiador do que a vinculao indicial com a realidade da produo fotogrfica,como demonstra Meneses ao explorar a mitologia criada em torno da fotografiado miliciano espanhol retratado por Capa (MENESES, 2003, p. 131-151). Aquipisa-se o solo movedio da recepo, muitas vezes evitado pelos historiadores,dada a escassez de fontes que permita avanar nas hipteses de uso e reciclagens.
Os resultados parciais desta fase da pesquisa foram divulgados noPrimer Congreso sobre imgenes e investigacin social (Mxico, DF, 2002)(CARVALHO; LIMA, 2002). O desenvolvimento da pesquisa mobilizar, a partirdeste momento, as demais colees de retratos que integram o Acervo do MuseuPaulista, avanando na cronologia. Pretende-se verificar rupturas e permannciasnas configuraes cenogrficas e performticas ocorridas na retratsticas do sculoXX, com base principalmente nas colees Carlos Eugnio Marcondes de Mourae Orncio Vaz Arruda, que renem, juntas, mais de trs mil imagens oriundas de
diversos estdios fotogrficos brasileiros e do exterior.Outra experincia nesta direo nasceu do interesse do artista plsticoGavin Adams em associar as experincias estticas produzidas a partir de imagensem movimento problemtica do retrato padres de pose, produo seriada econstruo de identidades sociais. A partir do vdeo-ensaio Poses do 19(ADAMS etal., 2002)11 , e da pesquisa Retrato e cenografia: imagem e personagem nasceu oprojeto Cultura Visual: entre Arte e Histria12 . Sua natureza interdisciplinar aproximaduas reas artes plsticas e histria da cultura material. O objetivo articular asproblemticas histricas ligadas fotografia oitocentista com conceitos e linguagens
oriundos das artes plsticas, atravs de dispositivos visuais e tridimensionais tratadosem ambiente expositivo ou mdias audiovisuais no espao de um museu de histria.O projeto possui vrios mdulos de natureza hbrida (cientfica, artstica
e pedaggica):- Mdulo-exposio Olho Cclico-Animatoscpio: trata-se de uma
instalao onde o foco um banco de dados da coleo de retratos de Milito.O usurio monta sua seleo a partir de um mapa virtual de 2.500 retratos,organizados por regies tipolgicas (p.ex., homem em p com coluna, homemem p com cadeira, homem sentado, mulher em p com coluna, casais, crianas,etc.) e v, em tempo real, a seqncia selecionada. O usurio entra em contato,na prtica, com questes da organizao e estudo de uma coleo, desvelandodiscursos e artifcios da prtica fotogrfica que gerou os cartes de visita:
- Mdulo-exposio de artistas convidados: visando a ampliar o dilogoentre a curadoria histrica e as artes plsticas, a apresentao da instalaosobre os retratos de Milito est vinculada apresentao paralela de obras deartistas convidados, cujas investigaes artsticas tm se alimentado da pesquisaem colees e acervos histricos.
- Mdulo-seminrio Cultura Visual: entre Arte e Histria: o vdeo, ainstalao e as obras dos artistas convidados serviro de matria-prima paradiscusses acadmicas em torno do uso da linguagem das artes plsticas emexposies histricas, o potencial de explorao artstica de acervos histricos,
11. Direo artstica, edi-o e trilha sonora deGavin Adams; direo cien-
tfica e roteiro de SolangeFerraz de Lima e Vnia Car-neiro de Carvalho; produ-
o do Museu Paulista daUSP, Fundo de Pesquisa do
Museu Paulista e EspaoDigital; finalizao da Espa-o Digital; equipe de pro-duo: Alan Renato Cha-gas, Alessandro Sartori,
And er son de Ccia
Almeida, Bruno da SilvaReis, Dani Toda, Daniel
Mrcio Reis, GeosvaldoBraz de O. Santos Jnior,Luciano Antnio Beraldo,Luiz Eduardo Lopes
Correa, Marcos Mendes,
Robson Sartori, Ronaldo
Alves de Lima, Saulo SimoRocha Moraes, SrgioJacobina, Shirley Ribeiro
da Silva e Tatiana Vascon-
celos dos Santos.
12. Curadoria cientficade Solange Ferraz de Lima
e Vnia Carneiro de Car-valho; curadoria art sticade Gavin Adams; projeto
cenogrfico de MarietaFerber; programa para ins-
talao Olho Cclico deCarlos Freitas; equipe de
trabalho: Shirley Ribeiro
da Silva, Mayra Tiemi
Yonashiro Saito, Frederico
Hila; projeto educativo de
Denise Peixoto. Apoio do
Fundo de Pesquisas do
Museu Paulista, Fundo da
Pr-Reitoria de Cultura eExtenso da USP.
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ou ainda, as possibilidades de difuso, em um museu histrico, da experinciainterdisciplinar; em outras palavras, a interao entre obra e pblico. As mesas de
seminrio pretendem aproximar historiadores da cultura, historiadores das artes,artistas, antroplogos e educadores.- Mdulo-catlogo Cultura Visual e Curadorias Interdisciplinares: o
catlogo reunindo apresentao das obras dos artistas, os textos dos seminrios ea transcrio do debate serviria de referncia para novas discusses em uma reato explorada como espetculo, mas carente de abordagens crticas einterdisciplinares. Seria tambm um instrumento importante para estabelecer novasparcerias no exterior e para inaugurar o programa de artista-residente em museus.
- Mdulo-estudo de Recepo do vdeo Poses do 19 e elaborao deestratgias educativas para a percepo de imagens13 : com duas verses levementealteradas com a aplicao ou subtrao de textos que enfatizam os mdulosconceituais da seqncia de imagens apresentadas, iniciamos em maro de 2003a aplicao de questionrios aos estagirios da instituio, grupos de estudantesuniversitrios, grupos de curso para a terceira idade e alunos de ps-graduao.Durante o ano de 2004, o resultado da pesquisa de recepo dever fornecersubsdios para a elaborao de instrumentos pedaggicos de mediao entreprofessor e aluno para a explorao do vdeo Poses do 19em sala de aula.
Pretende-se demonstrar que o artista plstico tem no Museu um vastoterritrio documental e uma produo cientfica que merece ser apropriada, e que acuradoria histrica no pode hoje prescindir da criatividade do artista para arealizao plstica de problemticas desenvolvidas nos moldes textuais da academia.
Se durante o mestrado foi possvel aos pesquisadores do SVDHICOarticular procedimentos e metodologias de anlise de imagens atividadecuratorial concernente catalogao de imagens urbanas, no doutorado asresponsabilidades curatoriais alcanaram outro patamar. A pesquisa documentalrealizada para o desenvolvimento da tese de doutorado Ornamento e Cidade
ferro, estuque e pintura mural1870-1930(LIMA, 2002) acabou por gerar umprojeto que se encontra em fase inicial. Trata-se do projeto Ornamentaoarquitetnica cidade e regimes visuais: a pintura mural de interiores de OresteSercelli, umestudo de caso que mobiliza a coleo de documentos e objetospertencentes a Oreste Sercelli14 pintor/decorador italiano, formado pela EscolaProfissional de Artes Industriais e Decorativas de Florena, que imigrou para oBrasil no final do sculo XIX e aqui desenvolveu a sua trajetria profissional. Acoleo Oreste Sercelli preciosa por preservar documentos de natureza variadaque registram o processo de trabalho de um arteso no incio do sculo XX. Fatoraro em um pas com pequena tradio na guarda da memria de seu universode trabalho artesanal. Esses ncleos de documentos, que j alimentaram estudoscomo o de Ana Maria Belluzzo (1988) e Yvoty Macambira (1985), possibilitaminmeras abordagens da trajetria profissional do pintor. Os desenhos dos projetosoriginais, confeccionados para ajudar o cliente a decidir por este ou aquelepadro de friso, uma ou outra tonalidade para o fundo de uma ornamentaopara o teto, permitem conhecer o processo de criao de uma arte praticamentedesaparecida das residncias (FIGURA 20).
Este projeto de pesquisa percorre o caminho inverso dos projetosacima descritos. Nos dois primeiros casos trata-se da explorao de umacoleo do acervo, caracterizando um processo no qual a pesquisa qualificaa coleo adquirida ou doada e promove a sua difuso (atravs do tratamento
13. Proponentes: Solange
Ferraz de Lima e VniaCarneiro de Carvalho,
curadoras do Servio deDocumentao Textual eIconografia e Denise Pei-
xoto, Educadora e Super-
visora do Servio de Ati-vidades Educativas.
14. A cole o OresteSercelli rune documen-tos de natureza variada,
produzida entre 186 e
1925. O ncleo principalso as 130 pranchas dedesenhos e projetos ori-
ginais (aquarela sobre car-
to), alm de dois cader-nos de campo. Acompa-
nham o ncleo principalcartes postais (utilizadoscomo modelos decorati-
vos), cartas de clientes ,
certificados profissionais,
retratos fotogrficos de
Oreste Sercelli, da equipede trabalho em So e fo-tografias documentando
obras realizadas; objetos
de trabalho tais como
frascos com tintas confec-
cionadas artesanalmente,
pincis, suporte em cou-ro para pincel, folhas para
dourao; e sua bibliote-ca, com 36 ttulos entrerevistas de decorao eatualidades, repertriosde modelos alemes, itali-anos e franceses, e trata-
dos arquitetnicos.
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FIGURA 20 Sala de visita. Oreste Sercelli e Filho. S. Paulo. 12-8-27. Prancha com desenhooriginal em aquarela e grafite, 1927. Coleo Sercelli. Acervo Museu Paulista da USP.Reproduo de Hlio Nobre.
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documental expresso atravs do banco de dados) bem como a difuso doconhecimento gerado a partir de seu estudo (desde as formas mais
tradicionalmente conhecidas do meio acadmico artigos, apresentaes emeventos etc., aulas e palestras at exposies e demais produtos culturais).Neste caso, trata-se de desdobramento de par te da pesquisa desenvolvida nombito da tese de doutorado, pois a coleo foi localizada durante o perodode levantamento de fontes para este trabalho. Ela encontrava-se em posse desuas netas, as irms Bruna e Florena Sercelli e foi adquirida pelo MuseuPaulista em julho de 2001. Dessa maneira, as atividades de pesquisaacadmica reverteram em ampliao do acervo em um dos campos definidosde atuao do Museu o Universo do Trabalho, cumprindo uma trajetriaigualmente desejada naquela concepo de curadoria que tratamos a duplamo entre a pesquisa e as obrigaes para com o acervo, implicadas, nestecaso, na poltica de ampliao de colees correlatas ao perfil institucional. Apesquisa est direcionada, em um primeiro momento, para a alimentao dobanco de dados e um desdobramento mais aprofundado de documentaoda obra de Oreste Sercelli, implicando a futura produo de um catlogo.Tambm est prevista a configurao de um instrumental para anlises formaisque mobilize um vocabulrio controlado derivado do confronto entre os modelos
disponveis e as escolhas de uso e reciclagem por parte do arteso e mesmode seus clientes. O desenvolvimento do projeto envolver pesquisadores deoutras reas, como a restaurao de pintura mural, da arquitetura e artesplsticas e aplicadas.
O projeto Gnero e artefato: sentidos e performance social no espaodomsticofocaliza, na perspectiva da cultura material, a constituio socioculturaldas categorias masculino e feminino atravs da ao corporal envolvendo objetosda casa. O objetivo, entre outros, apontar a indissociabilidade entre a dimensoperformtica da vida social e a produo de sentidos de gnero na sociedade
moderna, especialmente a paulistana entre 1870-1920. O projeto resultou datese de doutorado Gnero e artefato: o sistema domstico na perspectiva dacultura material. So Paulo, 1870-1920(CARVALHO, 2001). Sentidos, valores eprticas de diferenciao entre homens e mulheres na moradia abastada paulistanaentre os anos de 1870 e 1920 foram tratados atravs de ampla documentao romances, literatura de viagem, revistas, manuais, fotografia e objetos, entre osquais boa parte encontra-se no Museu Paulista. Nesse novo patamar de anlise,o objetivo era trabalhar problemticas materiais e visuais que reunissem tipologiasdiversas de fontes documentais. Foi possvel demonstrar como a formao deidentidades sexuadas diferentes e complementares tem como eixo constitutivo aexperincia visual do espao da casa. A decorao domstica sintetiza visualmentenoes de conforto, beleza, modernidade, bem-estar e tradio. Este estudo, porsua vez, trouxe novos insumos para a reflexo sobre o retrato, articulando-se aoprojeto Cultura Visual: entre arte e histria acima apresentado.
Por fim, a Histria do prprio Museu Paulista, instituio centenria,e da const ruo de seu edi f cio, encont ra -se tambm regis t radafotograficamente. Um conjunto de negativos de vidro documenta as atividadesno Museu Paulista e seu acervo desde a dcada de 1920. Na coleoTommaso Gaudenzio Bezzi arquiteto italiano responsvel pelo projeto doedifcio que abriga o museu encontramos preciosos registros externos e internosda construo ocorrida entre 1885-1890 (83 ampliaes em albumina). A
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produo fotogrfica relativa trajetria do Museu rene aproximadamente3.600 negativos de vidro e de acetato, alm das cpias em papel. Parte
dessas colees foi mobilizada para a pesquisa e elaborao de duasexposies referentes ao edifcio Monumento do Ipiranga a primeira,temporria, marcou a comemorao do centenrio do edifcio (1990) e gerouo catlogo s margens do Ipiranga (MENESES, 1990). O projeto mobilizouno s a equipe do SVDHICO, mas tambm as equipes do Servio de Objetos.A segunda exposio, de longa durao, inaugurou a ala expositiva dedicadaao Universo do Trabalho15 . A maquete em gesso confeccionada por Bezziconstitui o eixo central em torno do qual so recuperados aspectos da trajetriada construo do edifcio e da instalao do Museu nele. Finalmente, os registrosfotogrficos que informam sobre a trajetria do Museu Paulista e de seu edifcioforam mobilizados pelos pesquisadores da instituio para a elaborao dolivro Museu Paulista. Um monumento no Ipiranga. Histria de um edifciocentenrio e de sua recuperao (WITTER; BARBUY, 1997).
A coleo Santos Dumont um bom exemplo de acervo que unetipologias textuais, tridimensionais e iconogrficas com 323 imagens originaisque registram as experincias aeronuticas do inventor. A coleo contemplaainda manuscritos, papelaria de escritrio, biblioteca e objetos, num total de
1.400 itens. O Museu, pela sua natureza heterognea, uma instituioprivilegiada para a guarda de colees complexas como esta, reunindo alm dedocumentos pessoais e de trabalho do inventor, aqueles de cunho comemorativoe jornalstico (BARBUY, 2000 ; LIMA, 2000, p. 38-40) (FIGURA 21).
Pesquisas e pesquisadores
Acompanhando o aumento de suas colees e a produo de instrumentosde pesquisa, desde 1990 o SVDHICO vem aprimorando suas atividades deprestao de servio comunidade atravs do desenvolvimento de atendimentosde carter tcnico-cientfico, visando a orientar e instrumentalizar instituies que dealguma forma atuam na gesto de documentos. (FIGURAS 22, 23).
No se pode contar ainda com um levantamento sistemtico dostrabalhos que se alimentaram das colees e fundos de arquivo que constituem oSVDHICO. notrio, no obstante, que pesquisadores de primeira linha como
Affonso de Taunay, Jos Honrio Rodrigues, Emlia Viotti da Costa, Warren Deane Srgio Buarque de Holanda, h tempos j utilizavam os acervos do Museu nafundamentao de seus trabalhos, como atestam os trabalho de Levi (1977),Hutter (1972), Makino (1977/78) e Neme (1974). Alm dos instrumentos depesquisa j citados, o acervo do SVDHICO foi objeto de vrias descries aapresentaes (COMISSO PATRIMNIO CULTURAL, 2003, p. 116-129;DOCUMENTOS, 1976, p. 225-238; FERNANDES, 1998, p. 243-259;MAKINO, 1977/78, p. 207-211; MALHEIRO, 1977/78, p. 201-205; TAUNAY,1937; WITTER; BARBUY; LIMA, 1999, p. 76 -111) .
Vale a pena percorrermos alguns dados que apontam para aespecializao e o crescimento do interesse dos acervos iconogrficos e textuaispara os grupos de pesquisa. Entre 1990 e 1994, o SVDHICO atendia entre 100e 150 consultas anuais. Entre 1995 e 1998, as consultas mantiveram-se entre 200
15. Curadoria geral de He-
loisa Barbuy.
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291FIGURA 21 Dirigvel n. 2, s.d., fotografia p&b, gelatina, 16,6 x 22,9 cm. Coleo SantosDumont. Acervo Museu Paulista da USP. Reproduo de Hlio Nobre.
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FIGURA 22 - Grfico de crescimento do acervo iconogrfico
Quantidade
60000
50000
40000
30000
20000
10000
0
1991 1996 1999 2000 2001 2002 2003
Ano
19129
32196
38333 3840639167
47947 48087
Crescimento do acervo iconogrfico
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FIGURA 23 - Grfico de crescimento do acervo textual
Crescimento do acervo textual
1990
900
800
700
600
500
400
300
200
100
0
1994 1997 2001 2002 2003
Ano
Quantidade
115,8
146
765,75
798,06 800,76 801,16
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e 300 por ano. Em 1997 foram 246 consultas, sendo 70% ao acervo textual. Jem 1998 realizaram-se 278 consultas, 60% aos acervos textuais. O crescimento
das consultas veio acompanhado de uma maior procura por documentosiconogrficos, tanto para o uso acadmico e editorial quanto publicitrio. O FundoMuseu Paulista, recm-organizado, um dos mais acionados para a pesquisa,fazendo frente tradicional coleo Joo Baptista de Campus Aguirra16 .
Com as comemoraes dos 500 anos do Brasil, entre 1999 e 2000ocorreu um salto na quantidade de consultas atendidas e uma inverso nas fontesdocumentais mais procuradas. Foram 773 atendimentos, com destaque para aspesquisas aos acervos iconogrficos, principalmente a coleo Milito Augusto
de Azevedo, e as colees de cartes postais e imagens da cidade de So Paulo(originais fotogrficos, desenhos, gravuras e impressos).A curva ascendente continua entre os anos de 2001 e 2002 com
779 consultas. O foco permanece na coleo Milito e na coleo de jornaisdO Estado de S. Paulo, provavelmente pela conjuno do ineditismo e/ou dafacilidade de acesso que o Museu proporcionou a estes dois conjuntos documentais.At outubro de 2003, o SVDHICO atendeu 201 consultas. Cinco anos maistarde, observa-se a inverso da situao de 1998: hoje, as colees iconogrficas
so as mais requisitadas, perfazendo o total de 60% das consultas.A definio do Museu como unidade universitria especializada tevecomo resposta o afluxo de consulentes cada vez mais dedicados pesquisa no squela voltada para o mercado editorial e expositivo, mas especialmente que se serve fortemente de nossa matria-prima para a produo acadmica.Para exemplificar, observe-se o ano de 2003. O perfil dos consulentes atendidosobedece seguinte tipologia, em ordem decrescente: mestrandos, doutorandos,graduandos e graduados (contribuio para pesquisas de mestrandos edoutorandos, publicao de livros, exposies, trabalhos de concluso de cursos,trabalhos de iniciao cientfica), pesquisadores autnomos (trabalhos publicitriose expositivos), docentes e alunos cursando o ensino mdio.
A organizao do Arquivo Permanente do Museu Paulista alimentoutrabalhos de reflexo sobre o papel do Museu Paulista no cenrio cientficobrasileiro, seja no campo da Histria da Cincia, seja no campo histricopropriamente. Bons exemplos so as teses de doutorado de Margaret Lopes sobrea gesto do naturalista Hermann von Ihering, da historiadora Ana Cludia Brefesobre a gesto Taunay e o seu projeto expositivo para as comemoraes doCentenrio da Independncia; o artigo publicado nos Anais do Museu Paulistasobre as relaes de Taunay e os artistas convidados para produzir as pinturashistricas, que ornamentam as paredes do museu, resultado da pesquisa de ps-doutorado da historiadora da arte Cludia Vallado (2003); a pesquisa dahistoriadora Maraliz de Castro Vieira Christo sobre o tema Bandeirantes na obrade Henrique Bernardelli; os captulos de livro sobre Pedro Amrico no espaomemorialista da Independncia, escritos por Claudia Vallado e Ceclia Helenade Salles Oliveira (BREFE, 1999; CHRISTO, 2002; LOPES, 1993; VALLADO,
2003; VALLADO; OLIVEIRA, 1999); as dissertaes de Maria Cristina Costa,Liana Rosemberg e Eduardo Morettin, tambm focalizando as relaes de Taunaycom artistas e produtores culturais (COSTA, 1985; MORETTIN, 1995;
16. Joo Baptista de Cam-pos Aguirra era um advo-
gado que, ao longo de sua
vida profissional, acumu-lou inmeros documentose produziu documentaode referncia relativa acompras, vendas, heranase partilhas de terras e ter-
renos no Estado de SoPaulo. A sua coleo foi ad-quirida pelo Museu
Paulista em 1961 e com-
punha-se basicamente de
fichas referenciando a lo-
calizao de inventrios eescrituras, mapas e plantas,
alm de recortes de jor-nais e fotografias.
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ROSEMBERG, 1998). Tambm os docentes do Museu Paulista e seus orientandosapiam parte de seus estudos e projetos na documentao textual e iconogrfica
deste Servio (ALMEIDA, 1999; BARBUY, 2001; BITTENCOURT, 2003;CARVALHO, 2001; ELIAS, 1996; HRNER, 2002, 2003; LIMA, 2002;MAKINO, 1994, 2002, 2003; MILANI, 1998; OLIVEIRA, 1995, 2000, 2001;OLIVEIRA, 2001; PETRELLA, 1999; RIBEIRO, 1997).
O atendimento de consultas tambm proporciona instituio umarica troca de experincias. Experincias estas que so traduzidas em fornecimentode instrumentos de pesquisa, elaborados pelos prprios pesquisadores, como: atranscrio do livro-copiador de Cartas de Milito Augusto de Azevedo; anlise
do lbum Comparativo da Cidade de So Paulo (1862/1887) e do lbumVistas de So Paulo; transcrio do Dirio de Viagens de Milito Augusto deAzevedo, e da relao de correspondncias selecionadas no Arquivo Permanentedo Museu Paulista e coleo Affonso dEscragnolle Taunay, cedidos por ris MoraisArajo, e o ltimo, por Karine Anhezini de Arajo.
Um levantamento17 nos cadastros de consulentes do SVDHICO, entreos anos de 2001 e 2003 demonstra de forma clara a tendncia de uso de seuacervo para a produo de conhecimento:
46 doutorados, mestrados e monografias de especializao em fasede desenvolvimento ou concludos nesse perodo que de alguma forma acionaramo acervo do SVDHICO Aureli Alves de Alcntara. Taunay e a iconografia cafeeira:discurso e recurso (monografia, CEMAU/USP); Ana Cristina Alves Balbino, OCotidiano Atravs dos Trilhos, Trabalhos e Prticas da SPR (1870/1890)(mestrado,PUC/SP); Ana Maria de Alencar Alves, Um Museu de Cincias Naturais na Histriade So Paulo: O museu do Ipiranga (mestrado, FFLCH/USP); Camila LacerdaSoraia, A Educao e o OESP(1961/1965) (mestrado, USP); Caleb Faria Alves,Benedito Calixto e a construo do Imaginrio Republicano(doutorado, FFLCH/USP); Carla Jacques Ibrahim, Retratos e Revelaes de uma Fotgrafa Centenria(mestrado, Unicamp); Carlos Blaya Perez, O Perfil dos Usurios de ArquivoFotogrficos (doutorado, Universidade Federal de Santa Maria); Christianne SilvaVasconcellos, A Representao Fotogrfica da Escravido(mestrado, Unicamp);Clarete Paranhos da Silva, Geocincia no Brasil do Sculo XVIII (doutorado,Unicamp); Cludia Panizzolo, O Imprio dos Bacharis: um Estudo sobre a ImprensaPeridica Paulistana no Sculo XIX (doutorado, PUC/SP); Claudia Polastre, SoPaulo Musical(1765/1822) (doutorado, USP); Danilo Jos Zioni Ferretti, A Invenoda Paulistanidade: Identidade, Historiografia e Poltica (doutorado, FFLCH/USP);Dimas de Fonte Silva, A Cincia em Santos Dumont(mestrado, UERJ); Fraya Frense,Sociabilidade de Rua em So Paulo na Virada do Sculo XX(doutorado, FFLCH/USP); Gavin Adams, A Mirada Estereoscpica e sua Expresso no Brasil(doutorado,ECA/USP); Gilberto Habib Oliveira, O Esplio Bernardelli no Museu Paulista e opensamento Museolgico de Affonso de Escragnolle Taunay(CEMAE/USP); risM. Arajo, Sobre uma Categoria Narrativa: Progresso (mestrado, FFLCH/USP);
Janes Jorge, O Tiete outras guas em So Paulo(doutorado, FFLCH/USP); Jos
Costa Oliveira Filho, O edifcio do Museu Paulista:um pouco da histria do edifcioMonumento de Bezzi(mestrado, FFLCH/USP); Karin Reimer, Mulheres Brasileiras:Mitos e Metforas (mestrado, Faculdade de Moda Santa Marcelina); Luiz Humberto
17. Este levantamento
contm dados parciais. Osttulos das pesquisas aqui
relacionadas so muitasvezes imprecisos ou pro-
visrios. Os projetos estosob o nome do pesquisa-
dor que preencheu o ca-
dastro do SVDHICO, que
no necessariamente oorganizador ou autor
principal da obra).
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Martins Flantes, Teatro de Jorge Andrade: Dilemas entre Memria, Histria e Fico(1951/1969) (doutorado, PUC/SP); Magda Barros Biavaschi, O Crescimento
do Direito de Terra no Brasil (doutorado, UNICAMP); Marcelo Eduardo Leite,Cartes-de-Visite Brasileiras (doutorado, UNICAMP); Marcelo Mari, Mrio Pedrosae o Estado(doutorado, FFLCH/USP); Marcelo Santos de Abreu, Regionalismo eImaginria Urbana: escultura pblica das cidades de Niteri e So Paulo naprimeira Repblica (mestrado, UFF); Mrcia Maria Cabreira, A Imigrao Sria eLibanesa em So Paulo(doutorado, FFLCH/USP); Mrcio Roberto Alves dos Santos,Tribos Indgenas e Bandeirantes Paulistas no Serto do Rio So Francisco(mestrado,UFMG); Maria de Ftima de Mello Berreto Campello, A Construo da Visualidade
da Cidade de Macei(doutorado); Maria do Carmo Couto, A Formao Italianade Rodolpho Bernardelli (mestrado, IFCH/UNICAMP); Maurcio GuindaniRomanini, A Trajetria de Prudente at1894 sob a ptica da Propaganda naImprensa (mestrado, UMESP); Maurcio Nunes Lbo, Imagens da Urbanizao eCartes Postais de Santos (1900/1920)(mestrado, UNICAMP); Maurcio SrgioDias, Projeto Caminhos e Fronteiras: Gesto Srgio Buarque de Holanda no MuseuPaulista (mestrado, UNESP); Moiss Poletini, As Obras Sacras de Benedito Calixto(mestrado, UNICAMP); Mnica Muniz Pinto de Carvalho, Fronteiras Subjetivas
da Cidade: O Distrito de Anhanguera (doutorado, PUC/SP); Nelson AntonioAlesi, So Paulo, Cafe Industria: de Vila a Metrpole (doutorado); Nilva Costada Luz, A Presena da Cia. Gensio Arruda no Teatro Regionalista de So Paulo(mestrado/UNESP); Osas Singh Jnior, Almeida Jnior: o Tema Histrico (mestrado,UNICAMP); Orlando Franco Maneschy, Olhar Desdobrado: perspectiva sobreFidanza (doutorado, PUC/SP); Patrcia Ferreira de Souza Lima, Correspondnciasda Imperatriz Leopoldina (doutorado,UFRJ); Renata Alves da Silva, Esculturas nosEspaos Pblicos e Privados (mestrado); Renato P. Dria, Entre o Belo e otil:Ensino do Desenho no Brasil do Sculo XIX (doutorado, FAU/USP); Rodolfo JacabHessel, Porto Feliz: a Iconografia Monoeira e Srgio Buarque de Holanda(mestrado, UNESP); Srgio Pereira Antunes, A administrao de Washington Lus(doutorado, FFLCH/USP); Silvia Ahlers, Coronis, Capites e Escravos em Pilar(mestrado, FFLCH/USP); Silvia Queiroz Ferreira Barreto Lins, Para Alm dos Trilhose das Tropas (doutorado, FFLCH/USP); Simone T. Keith, Santos Dumont(mestrado,NC State University); Telma Campanha de Carvalho, Fotografia de Imprensa(doutorado, ECA/USP); Vera Lcia Nagib Bittencourt, A Regncia de D. Pedro:um Estudo sobre as Circunstncias Histricas e a Cultura Poltica no Brasil (1820/1822) (mestrado, FFLCH/USP); Walter Pires, Parcelamento de Terras: Cambuci,Aclimao e Vila Mariana (mestrado, FAU/USP).
19 trabalhos de concluso de curso e projetos de iniciao cientfica:Andra da Silva Cruz, Vistas da Cidade de So Paulo: So Paulo Ontem, Hoje eSempre (Faculdade SENAC de Comunicaes e Artes); Cleusa Duarte Alves,Histria Cultural da Fotografia (Universidade do Grande ABC); Erik Horner,Revoluo Liberal de 1842: Protagonistas e Movimentaes Militares (FFLCH/USP); ris Morais Arajo, Fotografando seu Tempo(FFLCH/USP); Liliane Aparecida
Oliveira, Imaginrio da Independncia: Fundo Prefeitura Municipal de Iguape(FFLCH/USP); Maira Dal Corso Ribeiro, Fotos Antigas do Ipiranga (antropologia,Universidade So Marcos); Mariana Brambilla Bortoloto, Stio Ressaca: Jabaguara
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(UMESP); Marina Castilho Takami, Estudo Comparativo de Retratos: Retratos deEstdio (1875/1885) (UNESP); Natalia Falco de Albuquerque, O Comrcio de
So Paulo(UMESP); Paloma Alves de Oliveira, Vida e Obra de Santos Dumont(USP); Paulo Assis Barbosa, Santa Casa de So Paulo: Tcnicas Construtivas (FAU/USP); Polyana Canhte Lopes, A Bienal sem o MAM (UNESP); Rafaela de AndradeDeiab, So Paulo pela Lente de Milito: vendo Retratos (FFLCH/USP); Raquel deSales Lima Magalhes, Anlise Arquitetnica do Ecletismo no Brasil(UniversidadeAnhembi Morumbi); Renata de Souza Neves Salinas, Santa Casa de So Paulo:Evoluo do Edifcio do Hospital Central (FAU/USP); Roberto de Gouveia e Freitas
Jnior, Projeto de Restauro do Quadriltero do Tatuap(FAU/USP); Tatiana Pontes,
Histria da Fotografia: Retratos de Milito (Faculdade SENAC); Vanessa dos SantosBodstein Bivor, Os Estrangeiros na Provncia de So Paulo: uma anlise a partir dodiscurso testemunhal (1827/1878) (FFLCH/USP).
24 produtos editoriais (livros, revistas e vdeos): Amanda Carvalho,Os Sertes: 100 Anos (vdeo, TV USP); Antonio Venancio Filho, Razes do Brasil:uma cinebiografia de Srgio Buarque de Holanda (vdeo, Vdeo Filmes); Bruna deGrande Falci, Catedral da S: a engenharia como obra de arte (livro, Formarte);Carla Aparecida dos Santos, Monumento do Ipiranga (artigo, Revista Histrica);Carlos Eugnio Marcondes de Moura, Doce como Acar (livro); Elo RamosChouzal, Gessy Lever: Histria e Histrias de Intimidade com o ConsumidorBrasileiro (livro, Grifo); Francisca Arieira Couto, Uma Breve Histria das CapitaisBrasileiras (programa TV, Giros Produes); Ilka Stern Cohen, As Revolues naCidade: So Paulo 1924/1932 (artigo); Joo Alexandre Vigas, Santos Dumont:a inveno do futuro (livro e site); Leandro da Silva Arajo, Iconografia do Pico do
Jaragu (livro); Lorelai B. Kury, Representaes da Natureza em Hrcules Florence(livro, Fundao Oswaldo Cruz); Lucola M. Silveira de Morais, Princesa Isabel(livro, Duna Dueto); Maria Solange Santos, Expresso Brasil: Madeira-Mamor(documentrio); Marilda Nagamini, Histria da Cincia e Tecnologia no Brasil(livro); Marcelo Aith, 70 Anos da Revoluo de 1932(documentrio, TV Cultura);Marjorie C. F. Medeiros, Santos no Tempo de Milito(livro); Maurcio Cardoso,Empreendedores Paulistas (livro, FFLCH); Orna Messer Lenin, Poesias de FagundesVarela (livro, UNICAMP); Paulo Fernando Prado Levy, Santos Dumont(livro, FogliaComrcio e Editora Ltda); Ricardo Mendes, Noticirio Geral da PhotographiaPaulistana (livro, Centro Cultural So Paulo); Srgio Brusco, Calendrio(Escola 7,Editora Grfica Ltda); Stdio Flvio Maloney, Histria de Rondnia e Ferrovia
Madeira-Mamor (livro e site, Dinamarca); Susana Margarida Munch Miranda,Comemoraes dos Descobrimentos Portugueses (Publicao Comisso Nacional);Urquizia Maria Borges, Relaes familiares da Famlia Fernando PachecoChaves(livro, UNESP) e Valria Borges Pereira Cegal, Tempo e Memria Comercial(livroinstitucional).
Projees, encaminhamentos
O SVDHICO tem se preocupado em integrar-se a grupos nacionais einternacionais que esto envolvidos com estudos de cultura material e cultura visual.
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nessa perspectiva que se fomenta o desenvolvimento de ps-doutorados, combase em projetos envolvendo o acervo iconogrfico. Este o primeiro ano em
que o SVDHICO recebe um ps-doutorando. Trata-se da Profa. Dra. Ana MariaMauad, docente do Departamento de Histria da Universidade Federal Fluminensee integrante do Laboratrio de Histria Oral e Imagem da UFF, que desenvolvepesquisa voltada para a formao de vocabulrios controlados relativos aosatributos formais de retratos do sculo XX.
Nesse mesmo sentido estabeleceu-se, em 2003, o ConvnioInternacional entre o Instituto de Investigaciones Dr. Jos Maria Luis Mora (IM,DF/Mxico) e o Museu Paulista da USP18 . O trabalho com o LaboratrioAudiovisual de Investigacin Social do Instituto Mora visa realizao conjuntade seminrios e intercmbio de docentes. O resultado esperado da cooperao a difuso e consolidao de conhecimentos terico-metodolgicos na anlisede documentao visual relacionada ao espao urbano. Trata-se de fomentarseminrios de pesquisa, que articulem quatro reas Histria Visual, HistriaUrbana, Cincia da Informao e Antropologia Visual que hoje se destacamna pesquisa sobre fontes documentais fotogrficas. O ciclo de seminrios foiapresentado no Mxico em 2003 e dever ocorrer em So Paulo em 2004.Na mesma trilha est a recente colaborao com o Grupo de Pesquisa emCultura Visual, Mdia e Histria, coordenado pelas Profas. Dras. CristinaMeneguello e Iara Lis Franco Schiavinatto Carvalho Souza (Depto. Histria IFCH Universidade Estadual de Campinas).
Nesta perspectiva, o SVDHICO vem definindo-se como centro dereferncia para o desenvolvimento da cultura e do saber histrico bem como paraa difuso de formas de tratamento fsico e documental. O SVDHICO cumpreassim funes plenamente sintonizadas com aquelas previstas para o raio deao de um museu histrico, sempre disponibilizando elementos que permitam oquestionamento do passado nas novas interpretaes do presente .
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