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1850 O STATUS QUO DO PODER: INSTITUIÇÃO POPULAR OU SIMULACRO? THE STATUS QUO OF THE POWER: POPULAR INSTITUTION OR SIMULA- CRUM? Andreia Ferreira Lima 1 Roberto Ronison Nascimento Souza 2 1 Universidade Estadual de Montes Claros Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Social - PPG- DS [email protected] 2 Universidade Estadual de Montes Claros Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Social - PPG- DS [email protected] RESUMO Durante a história da humanidade,nos deparamos com a construção das nações, orientadas por um líder que detém o poder.Dada a importância que a constituição do poder exerce na constru- ção da humanidade, pretende-se nesse trabalho discorrer sobre a forma como o poder se monta no seio das sociedades, as relações que permeiam esse poder, tornando o tão forte e de difícil dissolução. Entende-se que a cultura imbricada nos grupos sociais é capaz de nos esclarecer muito sobre o comportamento e a direção que a sociedade toma. Nessa perspectiva, pretende- se, por meio de estudos bibliográficos e através de uma breve análise histórica, analisar a atu- ação do poder sob o olhar da aculturação. O poder hoje é visto como função delegada,ocupa posição de destaque na Constituição de 1988, logo no Artigo 1º, parágrafo único: “Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. É realmente a sociedade que detém o poder? O intuito é refletir sobre esse status quo do poder, de modo que possamos ampliar a visão sobre os acontecimentos e assim buscar meios para que construamos uma democracia verdadeiramente legítima. Palavras-Chave:Poder, aculturação, legitimidade

O STATUS QUO DO PODER: INSTITUIÇÃO POPULAR OU … STATUS QUO DO... · de John Locke, bem como a teoria das pulsões do indivíduo defendida por Sigmund Freud ... tante das pulsões

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1850

O STATUS QUO DO PODER: INSTITUIÇÃO POPULAR OU SIMULACRO?

THE STATUS QUO OF THE POWER: POPULAR INSTITUTION OR SIMULA-CRUM?

Andreia Ferreira Lima1

Roberto Ronison Nascimento Souza2

1Universidade Estadual de Montes ClarosPrograma de Pós-Graduação em Desenvolvimento Social - PPG-

[email protected]

2Universidade Estadual de Montes ClarosPrograma de Pós-Graduação em Desenvolvimento Social - PPG-

[email protected]

RESUMO

Durante a história da humanidade,nos deparamos com a construção das nações, orientadas por um líder que detém o poder.Dada a importância que a constituição do poder exerce na constru-ção da humanidade, pretende-se nesse trabalho discorrer sobre a forma como o poder se monta no seio das sociedades, as relações que permeiam esse poder, tornando o tão forte e de difícil dissolução. Entende-se que a cultura imbricada nos grupos sociais é capaz de nos esclarecer muito sobre o comportamento e a direção que a sociedade toma. Nessa perspectiva, pretende-se, por meio de estudos bibliográfi cos e através de uma breve análise histórica, analisar a atu-ação do poder sob o olhar da aculturação. O poder hoje é visto como função delegada,ocupa posição de destaque na Constituição de 1988, logo no Artigo 1º, parágrafo único: “Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. É realmente a sociedade que detém o poder? O intuito é refl etir sobre esse status quo do poder, de modo que possamos ampliar a visão sobre os acontecimentos e assim buscar meios para que construamos uma democracia verdadeiramente legítima.

Palavras-Chave:Poder, aculturação, legitimidade

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INTRODUÇÃO

Objetiva-se com o presente artigo fomentar a construção de refl exões sobre as origens do poder e as condições de sua legitimidade.

A intenção é produzir um texto que traduza com simplicidade e clareza a evolução na história no que se refere ao poder e para isso, buscar fazer uma analogia entre a constituição da psique e a relação mando obediência nos grupos sociais.

Para tanto, pretende-se abordar a teoria do estado de natureza e do pacto social na visão de John Locke, bem como a teoria das pulsões do indivíduo defendida por Sigmund Freud de modo que compreendamos a gênese da constituição do poder. Posteriormente buscaremos relacionar a condição de poder vigente com as teorias do habitus, aculturação, tradição ou crenças de que discutem Claude Lefort e Pierre Bourdieu.

O ESTADO PRIMITIVO

Para que possamos compreender como surgiu as primeiras manifestações de poder, devemos entender primeiramente como surgiu a sociedade civil, devemos considerar como eram as condições de vida no estado primitivo para que diante deste cenário, seja possível elu-cidar os fundamentos que levaram as pessoas a organizarem o convívio com seus semelhantes e instituir o representante do poder na sociedade.

Para John Locke,no estado de natureza não havia um governo exercendo qualquer poder sobre as pessoas como ocorre nas sociedades civis. Cada um estava livre para decidir suas ações e colocar à disposição tudo que possuía e da forma que achava mais adequado ou conveniente,pois não havia uma lei conhecida por todos ou imposta pelos homens para que servisse de parâmetro. Assim, esse estado sem sujeição e sem subordinação pressupunha a perfeita liberdade e igualdade. Porém, se ocorresse dealgum indivíduo transgredir delibera-damente as regras naturais, ele tornar-se ia perigoso para a humanidade, pois está ao mesmo tempo ofendendo a perfeita liberdade e igualdade e então nessas situações, John Locke confere aos indivíduos odireito de castigar os infratores proporcionalmente aos delitos cometidos e com severidade sufi ciente para ele entender que agiu errado e para servir de lição aos demais. Aqui, verifi ca-se a primeira manifestação do poder, em que Locke atribui ao homem o poder executi-vo da lei da natureza, mas revela que pode ser uma responsabilidade perigosa, pois:

[...]anaturezavil,apaixãoeavingançaoslevarãolongedemaisnapuniçãodos demais,daqualnadaresultaráalémdeconfusãoedesordeme,portanto,Deus certamente designou o governo para conter a parcialidade e a violência dos homens.Ad-mitosemhesitarqueogovernociviléoremédioadequadoparaas inconveniências do estado de natureza, que certamente devem ser grandes quandoaoshomenséfacultadoseremjuízesemsuasprópriascausas,poiséfácil imaginar que aquele que foi injusto a ponto de causar injúria a um irmão difi cilmenteserájustoobastanteparacondenarasimesmoportal(LOCKE,1998).

Locke então é enfático ao dizer que o homem jamais poderia julgar corretamente o seu

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transgressor sem trazer injustiças, pelo fato de ser movido pelas suas paixões e por valores de juízo próprios de sua subjetividade. Individualmente o homem se move por interesses, e nunca seria totalmente justo e imparcial.

O excesso de liberdade e o poder executivo da lei da natureza entre os homens acaba por trazer a instabilidade e a insegurança de tal modo que surge a necessidade de institucio-nalizar uma ordem superior que discipline as relações entre as pessoas, trazendo harmonia à sociedade.Surge então umanova organização institucional que John Locke chama de governo civil. Essa nova ordem tem como propósito agir em prol da lei e da justiça.

O PACTO SOCIAL

A princípio, o consentimento dos povos em instituir um poder (o contrato social) que os represente se deu em função do desejo geral de autopreservação. É da natureza humana a busca pela proteção contra a destruição ou lesão de si mesma, uma tendência natural ou instintiva para agir em função de preservar a própria existência.A condição do “olho por olho, dente por dente” precisava ser resolvida para que todos preservassem a sua vida.

Essa perspectiva dialoga com a concepção Freudiana no que diz respeito às pulsões humanas. Para Freud (1974), a civilização tem sido constituída por meio de uma renúncia cons-tante das pulsões humanas, ou seja, no estado natural, havia a liberdade das ações, mas o perigo era constante. Já na constituição do mundo civilizado, pressupõe-se a conquista da segurança, mas lhe é retirado a liberdade plena.

Como afi rma Freud (1987, p.16):

É digno de nota que, por pouco que os homens sejam capazes de existir isoladamente, sintam, não obstante, como um pesado fardo os sacrifícios que a civilização deles espera, a fi m de tornar possível a vida comunitária. A civilização, portanto, tem de ser defendida contra o indivíduo, e seus regulamen-tos, instituições e ordens dirigem-se a essa tarefa. Visam não apenas a efetuar uma certa distribuição da riqueza, mas também a manter essa distribuição; na verdade, têm de proteger contra os impulsos hostis dos homens tudo o que contribui para a conquista da natureza e a produção de riqueza. As criações humanas são facilmente destruídas, e a ciência e a tecnologia, que as construíram, também podem ser utilizadas para sua aniquilação (FREUD, 2000).

A partir de então, a sociedade passa a se organizar em torno de alguém que exerce o poder sobre ela e desde então, não se houve outra forma de organização social que não fosse por meio de um representante que em tese serve à sociedade.

Por um longo período a civilização experimentou o poder absolutista representado na fi gura do soberano que concentrava todos os poderes do estado em suas mãos. Em outro mo-mento, os governos totalitários; o stalinismo e o Nazismo foram exemplos de governo em que prevalecia o interesse próprio e o arbítrio em detrimento da regulação de leis gerais que pudes-

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sem lhes conferir legitimidade.Até aqui depreende-se que, se o objetivo do pacto social consistia em proteger os povos

de si mesmos, agora esses mesmos povos se viam desprotegidos e subjugados por aqueles que estavam ali para representá-los. Os representantes delegados para agir em nome da lei e dos regulamentos, agora se veem afetados pela lei da natureza que John Locke (1998) apregoa, “o homem é egoísta e regido por interesse próprio e, portanto, incapaz de agir de maneira impar-cial e justa”.

Vencido o totalitarismo à custa de uma longa e sangrenta guerra, a sociedade volta a se formar em torno do regime democrático. O poder hoje é visto como função delegada e em nosso país, ocupa posição de destaque na Constituição de 1988, logo no Artigo 1º, parágrafo único: “Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. Dito de outro modo, no regime democrático pressupõe-se o exercício da cidadania aos indivíduos em que lhes é conferido direitos e garantias individuais, políticos, sociais, econômicos e culturais, e lhes dá a prerrogativa de seu efetivo exercício, além de recursos processuais efi cientes que garanta a não violação de seu uso por parte do Poder Público.

E aqui cabe os seguintes questionamentos: As manifestações modernas de poder têm sido exercidas baseadas nas leis, tendo como princípio o que regem os regulamentos?

As constantes lutas de classes, as recorrentes manifestações em busca de igualdade e justas condições para todos nos mostram que não. Vivemos um mundo em que todos os direitos nos sãos estabelecidos, mas na prática, a execução muito pouco corresponde ao que nos é ga-rantido. O que vemos em toda parte é o fortalecimento da potência do Estado em consequência das novas reinvindicações, que se passam em silêncio sobre sua contestação.

Para Lefort (1991) existe um isolamento entre a sociedade civil, lugar das opiniões sem poder, e o estado laico liberal, lugar do poder sem opiniões e é por isso que o sistema democrá-tico tem triunfado e cada vez mais ganhado força. As opiniões da massa, por serem apenas opi-niões, fi cam na neutralidade, fazendo com que a sociedade civil se enfraqueça cada vez mais.

O discurso do poder basta a si mesmo, ignora toda fala que esteja fora da sua órbita. Esse poder decide, outorga; sempre arbitrário, não se cansa de sele-cionar entre aqueles para quem concede o benefício de suas leis daqueles que exclui. Disfarçados em direitos, são simplesmente abastecimentos que rece-bem os indivíduos, tratados assim como dependentes e não como cidadãos. (Lefort, 1991)

A regras formais de democracia, criadas para conter a tirania estão a serviço daqueles que go-vernam e impedem uma verdadeira contestação do poder vigente. O fato é que nunca tivemos um governo genuinamente democrático. Em todas as manifestações de poder, até mesmo no governo democrático, as leis, as regulamentações são um produto de interesse para aquele que faz.

Será possível a existência de uma organização de estado em torno de um representante sem que este governe em causa própria? Sem que siga seus interesses? Podemos compreender que os povos ainda se encontram em processo de socialização e o egoísmo próprio de sua natu-

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reza humana ainda está por ser transformado na evolução social?

A ACULTURAÇÃO

Por outro lado, há que se pensar também no processo de interiorização de um poder despótico como matriz nas relações humanas e que vem sendo historicamente engendrado no seio da sociedade.Emile Durkheim diz no livro as regras do método sociológico que comportamentos e crenças são instituídos pela coletividade e que não há o hábito na nossa vida corriqueira de pensarmos as coisas através da ciência, ou seja, de pensarmos o mundo tal como ele é e não a partir daqui-lo que nós imaginamos. A realidade é muito mais profunda do que as nossas convicções mais superfi ciais. Nesse sentido, busco compreender aqui a formação do poder como processo de domi-nação enquanto construção de uma realidade conveniente e que é naturalmente passível de ser subtraída pela massa. O processo de aculturação aqui tem como sinônimos a tradição, hábitos, crenças. O sociólogo Pierre Bourdieu o denomina de habitus e dá a seguinte defi nição para o termo:

O habitus constitui a nossa maneira de perceber, julgar e valorizar o mundo econforma a nossa forma de agir, corporal e materialmente. É composto: pelo ethos, os valores em estado prático, não-consciente, que regem a moral cotidiana (diferente da ética, a forma teórica, ar-gumentada, explicitada e codifi cada da moral, o ethos é um conjunto sistemático de disposições morais, de princípios práticos); pelo héxis, os princípios interiorizados pelo corpo: posturas, expressões corpo-rais, uma aptidão corporal que não é dada pela natureza, mas adquirida (Aristóteles) (Bourdieu, 1984:133); e pelo eidos, um modo de pensar específi co, apreensão intelectual da realidade (Platão, Aristóteles), que é princípio de uma construção da realidade fundada em uma crença pré-refl exiva no valor indiscutível nos instrumentos de construção e nos objetos construídos (Bourdieu, 2001:185).

Podemos partir do entendimento de que a concepção de poder que temos hoje é uma construção idealizada que só se manifesta em nossos pensamentos. A realidade é outra bem diferente. A sociedade em si, desde o fi m do estado de natureza construiu um ideal de vida so-cial e esse ideal hoje se aproxima do que podemos denominar de a verdadeira democracia com condições igualitárias para todos. Mas que está apenas no campo do idealismo.

Nos estudos da psicologia sobre a mente de um grupo, Le Bon (1954) nos apresenta alguns aspectosque são notáveis quando observamos um grupo psicológico: Não importa as características peculiares dos indivíduos que se formam em um dado grupo, sejam eles iguais ou diferentes, sua capacidade cognitiva ou sua índole, sua formação e seus hábitos particulares,

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quando são reunidos em um grupo, todos passam a incorporar a ideologia daquele grupo de tal modo que acabam por desprezar seus comportamentos individuais e passam a agir conforme as regras que aquele novo meio lhe oferece.Ou seja, são comportamentos adquiridos, que não se manifestaria caso estivesse sozinho, sem a infl uência da comunidade. Le Bom (1954) afi rma ainda quenaindividualidade, muitas vontades ou pensamentos não chegam de fato à prática e que a realização destes se dá muito mais facilmente quando estão em grupos. Então a combina-ção de seres heterogêneos acaba por compor um novo ser que reúne características únicas que não se manifestaria na unicidade.

Essa concepção nos leva a compreender que, para além de um fato social, as relações de poder construídas ao longo da evolução social podem estar subordinadas ao que se montou na ordem psíquica do social. A sociedade pode estar em um caminho que foi de certo modo cons-truído psiquicamente e que não nos levará à realidade de fato, caso essa condição permaneça.

Sigmund Freud, a partir das considerações de Le Bon sobre a construção da mente co-letiva na formação de grupos irá formular um estudo sobre as representações em que para ele, a vida em sociedade não era outra coisa senão a família reapresentada. Nesse sentido, Freud cria que os líderes são representações da fi gura do pai. Ora, na formação familiar nós temos o pai-líder que irá nos cercear da pulsão, ou seja, nos podar no desejo de mando e como recompensa, nos dará a proteção contra os perigos do mundo, emergindo assim o instinto de autopreserva-ção.Depreende se então que são esses princípios geradores que o homem carrega dentro de si, e que foram dados pelo meio social. São líderes aos quais as pessoas se submetem por alguma segurança e que de alguma forma constrói uma simbologia que escraviza a massa.

...O que ela exige de seus heróis é fortaleza, até mesmo violência. Quer ser dominada e oprimida, quer temer os seus senhores. No fundo inteiramente conservadora, tem profunda aversão a todos os progressos e inovações, e ili-mitada reverência pela tradição (Freud, 2011).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na busca pela resolução das inquietações da sociedade primitiva e pela autopreservação é que se conjecturou o pacto social coma outorga do poder nas mãos de um representante que, por meio de leis, deveria governar em consonância com a vontade da consciência coletiva.

E no caminhar da história, as manifestações de poder sedimentaram-se em tornodaquele que o representa e cujos privilégios dependem do status quo desse sistema, resistindo às mudan-ças e protegendo suas posições, como é natural.

Visto desse modo, ocontrato social então representou um simulacro, um sistema de dis-posições incorporadas no imaginário social, tendências que organizam as formas pelas quais os indivíduos percebem o mundo social ao seu redor e reagem a ele, ou como bem defi ne bourdieu (1977) “vetores de uma estrutura estruturada”.

Mas como defende Bourdieu (1977), há uma dimensão fl exível do conceito “Habitus” como trajetória, mediação do passado e do presente; habitus como história sendo feita.As es-truturas, as representações e as práticas constituem e são constituídas continuamente. Isso sig-nifi ca dizer que os hábitos construídos podem ser mudados, podem ser realinhados em favor

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da sociedade. Será possível então uma transformaçãodo hábito de toda uma sociedade através da ação?Será possível a massa incorporar o poder para si? Afi nal o que tem prevalecido é a lei da natureza, o mais forte subjuga o mais fraco e nessa cadeia, a saída provável passaria pela tomada do poder. Um levante para a verdadeira representação popular.

REFERÊNCIAS

BOURDIEU, Pierre. Outline of a theory of practice. Cambridge, Cambridge University Press, 1977.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfi co, 1988.

DURKHEIM, Émile. As regras do método sociológico.Martins fontes. 2007.

FREUD, S. O mal-estar na civilização. Rio de Janeiro, Imago, Edições Standard, Tomo XXI ,1969.

________. Psicologia das massas e análise do Eu. Companhia das Letras, 2011.

LE BON, Gustave. Psicologia das multidões. Rio de Janeiro: F. Briguet& Cia, 1954.

LEFORT, Claude. Pensando o Político – Ensaios sobre democracia, revolução e liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1991.

LOCKE, John. Dois tratados sobre o governo. São Paulo: Martins Fontes, 1998.