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Brasília - DF 16 20 Autora: Alcidina Magalhães da Cunha Costa Orientador: Prof.ª Dra. Luíza Mônica Assis da Silva Pró-Reitoria Acadêmica Escola de Educação, Tecnologia e Comunicação Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Comunicação O TREIN@ BNDES ON-LINE COMO RECURSO COMUNICACIONAL: um estudo das representações sociais na comunicação organizacional

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Brasília - DF1620

Autora: Alcidina Magalhães da Cunha CostaOrientador: Prof.ª Dra. Luíza Mônica Assis da Silva

Pró-Reitoria AcadêmicaEscola de Educação, Tecnologia e Comunicação

Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Comunicação

O TREIN@ BNDES ON-LINE COMO RECURSO COMUNICACIONAL:um estudo das representações sociais na comunicação

organizacional

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ALCIDINA MAGALHÃES DA CUNHA COSTA

O TREIN@ BNDES ON-LINE COMO RECURSO COMUNICACIONAL: um estudo

das representações sociais na comunicação organizacional

Dissertação apresentada como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre pelo Programa de Pós-Graduação stricto sensu em Comunicação da Universidade Católica de Brasília. Área de concentração: Processos comunicacionais nas organizações.

Orientadora: Professora Doutora Luíza Mônica Assis da Silva

Brasília

2016

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972t Cunha Costa, Alcidina Magalhães da, 1961-

O Trein@ BNDES on-line como recurso comunicacional: um estudo das representações sociais na comunicação organizacional/ Alcidina Magalhães da Cunha Costa. – Brasília, 2016.

159 f. : il. color. ; 30 cm.

Orientadora: Profª. Dra. Luíza Mônica Assis da Silva. Dissertação (Mestrado em Comunicação) – Universidade Católica

de Brasília, Brasília, 2016. 1. Comunicação organizacional. 2. Representações sociais. 3.

Trein@ BNDES. I.Silva, Luíza Mônica Assis da. II. Universidade Católica de Brasília. III. Título.

CDD 302.2 CDU 65.012.61

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Dedico esse trabalho a todos

que contribuíram comigo, direta

ou indiretamente, nesta jornada

de inquietações e descobertas.

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AGRADECIMENTOS

À orientadora, Professora Luíza Mônica Assis da Silva; ao Professor João

José Curvello e à Professora Florence Marie Dravet, a seu tempo, coordenadores do

Programa de Pós-Graduação stricto sensu em Comunicação; aos mestres com

quem convivi em sala de aula, Professora Cosette Espíndola de Castro; Professora

Rosana Nantes Pavarino; Professor Luiz Carlos Assis Iasbeck; Professor Robson

Borges Dias; aos demais professores, Alexandre Schirmer Kieling, Sofia Cavalcanti

Zanforlin e Victor Márcio Laus Reis Gomes; à Rozely Souza Bonfim de Santana e

Amauri de Amorim Oliveira, da Secretaria do PPG em Comunicação; à Erivana da

Silva Florêncio e Joana Cordeiro do Nascimento, enquanto estiveram na UCB

tinham sempre uma solução; à Cláudia Daniela, sempre sorrindo, e Adael Alves,

“Atende PRPGP”; ao Marcos César Oliveira Ramalho, Secretaria Acadêmica, exímio

conciliador; à Débora Carvalho, bibliotecária, Ana Cláudia Rodrigues Ferreira e

Paulo Henrique Vieira, equipe da Biblioteca do PPG, incansáveis e solidários ativos

desse projeto; à Alessandra Oliveira Melo e Amanda Noronha, da empresa Costa

Ribeiro, testemunhas oculares de cada chegada e partida; aos colegas de curso,

notadamente Amanda Wanderley de Azevedo Ribeiro, pela acolhida, e Vânia

Balbino de Souza, destacada representante discente.

Ao Professor Onofre Rodrigues de Miranda, da Universidade de Brasília.

À Silvia Giordani, amiga e bibliotecária, pelo empréstimo pessoal e

institucional de coleções de livros.

À Marcelle Lontra, da Coordenação de projetos acadêmicos on-line, e

Professora Elisabeth Silveira, da Assessoria pedagógica em programas abertos e

corporativos, ambas da Fundação Getúlio Vargas – RJ.

Ao Cláudio Rabelo Figueiredo, paladino do Trein@ BNDES e dos meus

ousados projetos; ao Rafael Mazzeo Salhab, Rodrigo Otávio de Castro Pedro e

Leonardo de Souza Fernandes Dourado, colegas de gerência que carregam e tocam

piano com zelo e refinamento; ao João Alfredo Barcellos, colega da primeira hora; ao

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Waldir Pinto de Araújo Filho, uma década de significações preciosas; ao Wellington

Gomes da Silva Filho, pelo apoio logístico; Lúcia Maria Nunes Maranhão, Mônica de

Souza Abdalla, Valéria de Magalhães Lima Eiras, Gabriel Lomba Bueno, Manoel

Antônio Ferreira Martins e Rafael Passos Dickie, pelo incondicional e generoso

apoio; à Simone Carvalho Mesquita, artífice de estratégias e recursos

comunicacionais; ao Rômulo Bastos Dias, por apostar comigo e partilhar a paixão

tricolor; à Juliana Santos da Cruz e Valéria da Costa Martins, pelo apoio na largada,

sem o qual não haveria linha de chegada; à Daniella Camarão Motta, Lys Perez,

Felipe Matos Amaral Ignácio, Jonathan Moura Vidal e Roberto Alves da Silva, pelo

conjunto de ações de relacionamento; e ao BNDES por investir para desenvolver

pessoas, projetos e MPME.

À Yonarê Mara Salasc Nobre de Almeida Filippetti, Anderson Renato de

Castro Ovelar e Luiz Roberto Paranhos de Magalhães, por leal e bem-humorada

solidariedade, pitos e contribuições preciosas para conteúdos referentes à

estratégia, eupatia, política de sobrevivência e refinada gastronomia.

À Mariangela De Paoli e José Flávio Gioia, eternos Dona Norma e Senhor

BNDES, por seu pioneirismo e singular dedicação profissional.

Aos Professores membros das bancas de qualificação e defesa da

dissertação, Maria Schuler e João José Azevedo Curvello, Universidade de Brasília;

Rosana Nantes Pavarino e Robson Borges Dias, Universidade Católica de Brasília,

pela oportunidade de beber de sua sabedoria e experiência.

À Professora Cândida Guth e ao Anderson Hander Brito Xavier pelas

excelentes revisões de texto; a Márcio Pessoa pela impecável formatação.

À Doutora Verônica e ao Doutor Isnar, por me colocarem confortavelmente

em pé.

À minha mãe, maior patrimônio e inspiração.

A Deus, minha família e meus amigos, tripé da minha sanidade.

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— Você ainda não leu O Significado do Significado? Não? Assim você nunca fica em dia.

— Mas eu estou só esperando que apareça O Significado do Significado do Significado.

Mário Quintana (1906 – 1994)

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RESUMO

CUNHA COSTA, Alcidina. O Trein@ BNDES on-line como recurso comunicacional: um estudo das representações sociais na comunicação organizacional. 159 f. Dissertação (Mestrado em Comunicação)–Universidade Católica de Brasília. Brasília, 2016.

A pesquisa proposta nesta dissertação procurou responder à pergunta: quais

representações sociais do BNDES são construídas e ativadas pelos funcionários de

instituições financeiras credenciadas? De natureza descritivo-exploratória, a

pesquisa é pautada por aportes teóricos da comunicação organizacional e integrada,

representações sociais e semiótica de imagens paradas como método de análise

das representações. Participaram 196 funcionários de instituições financeiras

credenciadas repassadoras de recursos do BNDES. Os dados foram coletados por

meio de questionário de evocação, com duas perguntas de livre associação aos

termos indutores, BNDES e Trein@ BNDES on-line, e uma pergunta aberta

referente à importância da livre evocação, enviado por correio eletrônico, entre 8 e

25 de janeiro de 2016, a 1.500 funcionários que cursaram o Trein@ on-line entre

2014 e 2015. Utilizou-se o programa EVOC para análise das palavras livremente

evocadas e análise de conteúdo de Bardin para análise do núcleo central da

representação do BNDES e das respostas acerca da importância das palavras

evocadas. A partir dos resultados obtidos, constatou-se que “desenvolvimento” é

elemento central da representação do BNDES; que elementos periféricos, fomento,

incentivo, nacional, oportunidade e sólido, contribuem para a estrutura positiva da

representação; e que atributos identificados pela análise semiótica e pela análise de

conteúdo estão ancorados ao discurso institucional. Concluiu-se que a

representação do BNDES está alinhada à missão e ao discurso do Banco e que o

Trein@ BNDES on-line atua como recurso comunicacional para que funcionários de

instituições financeiras credenciadas construam representações referentes ao

BBNDES e ao papel que exerce como financiador de longo prazo, especialmente

para micro, pequena e média empresas.

Palavras-chave: Comunicação organizacional. Comunicação integrada.

Representações sociais. Semiótica de imagens paradas. Trein@ BNDES.

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ABSTRACT

CUNHA COSTA, Alcidina. The Trein@ BNDES online as communication resource : a study of social representations within organisational communication. 159 f. Dissertation (Master of Communication)–Brasilia Catholic University. Brasilia, 2016.

The proposed research in this dissertation sought to answer the question: which

social representations of BNDES are built and activated by employees of accredited

financial institutions? The descriptive and exploratory nature of the research is guided

by theoretical framework of organisational and integrated communication, social

representations and semiotics of still images as a method of analysing

representations. The sample of the research included 196 employees of accredited

financial institutions redistributors of BNDES resources. Data were collected through

evocation questionnaire with two questions of free association with inductor terms,

BNDES and Trein@ BNDES online, and an open question regarding the importance

of the chosen free evocation. The questionnaire was sent by e-mail between 8th and

25th January 2016 to 1,500 employees who attended Trein@ online between 2014

and 2015. The EVOC software was used for analysing freely evoked words, and

Bardin content analysis to considering the core of BNDES representation, as well as

the answers related to the importance of evoked words. From the results, it was

found that "development" is central to the representation of BNDES; that the

peripheral elements, fostering, incentive, national, opportunity and solid, contribute to

the positive structure of the representation; and that attributes identified by both

semiotic and content analyses are anchored to the institutional discourse. It follows

that the representation of BNDES is aligned with its mission and organisational

discourse and that Trein@ BNDES online acts as a communication resource to

employees of accredited financial institutions in order that they may formulate

representations regarding BNDES and the role it plays as long-term financing

institution especially for micro, small and medium enterprises.

Keywords: Organisational communication. Integrated communication. Social

representations. Semiotic of still images. Trein@ BNDES.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - Marca registrada no INPI em 23 de junho de 2008 ............................... 23

FIGURA 2 - Comunicação organizacional integrada ................................................. 34

FIGURA 3 - Esquema de representação social ......................................................... 40

FIGURA 4 - Minibus para chamar de nosso: exemplo de ancoragem ...................... 43

FIGURA 5 - Campo de estudo da representação social ........................................... 46

FIGURA 6 - Cronologia de décadas de fomento do BNDES ..................................... 54

FIGURA 7 - Organograma do BNDES (mar/2016) .................................................... 56

FIGURA 8 - Valores do BNDES ................................................................................ 56

FIGURA 9 - Comitês do BNDES na rede de comunicação e compartilhamento

Colabore .................................................................................................................... 57

FIGURA 10 - bndesnet: a intranet do BNDES ........................................................... 62

FIGURA 11 - Colabore: rede de comunicação e compartilhamento do BNDES ....... 63

FIGURA 12 - Logomarcas: Revista Equipe e informativo semanal Em Dia .............. 63

FIGURA 13 - Exemplo de assuntos tratados na lista Gendes entre 2014 e 2016 ..... 64

FIGURA 14 - Atividades do “Espaço BNDES”: música e cinema .............................. 67

FIGURA 15 - BNDES Transparente: portal de informações relativas à atuação do

Banco ........................................................................................................................ 67

FIGURA 16 - Estrutura funcional e operacional da AOI ............................................ 68

FIGURA 17 - Relacionamento nas operações indiretas ............................................ 69

FIGURA 18 - Cartão BNDES ..................................................................................... 72

FIGURA 19 - Turmas do Trein@ BNDES presencial em 2015, por unidade da

Federação, com número de participantes ................................................................. 74

FIGURA 20 - Turmas do Trein@ BNDES pocket em 2015, por unidade da

Federação, com número de participantes ................................................................. 75

FIGURA 21 - Arte para divulgação do Trein@ BNDES on-line ................................. 75

FIGURA 22 - Manchetes acerca do BNDES na mídia nacional em 2008 ................. 77

FIGURA 23 - BNDES na mídia (2013-2014) e desembolsos (2014), segundo o porte

da empresa ............................................................................................................... 77

FIGURA 24 - Senhor BNDES e Dona Norma (2002-mar/2016) ................................ 86

FIGURA 25 - Exemplo de tela do módulo Introdução: apresentando Dona Norma .. 87

FIGURA 26 - Exemplo de tela do módulo BNDES Finame ....................................... 87

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FIGURA 27 - Exemplo de tela do módulo BNDES Automático ................................. 88

FIGURA 28 - Exemplo de tela do módulo BNDES FGI ............................................. 89

FIGURA 29 - Exemplo de tela do módulo Cartão BNDES ........................................ 89

FIGURA 30 - Certificado de conclusão do Trein@ BNDES on-line ........................... 90

FIGURA 31 - Estudo para novos personagens do Trein@ BNDES on-line .............. 90

FIGURA 32 - Sequência de personagens do Trein@ BNDES on-line ...................... 91

FIGURA 33 - Aniversário de 10 anos do Trein@ BNDES on-line em matéria do

informativo Em Dia .................................................................................................... 92

FIGURA 34 - Revista Equipe celebra o passado e o futuro do Trein@ BNDES on-line

.................................................................................................................................. 93

FIGURA 35 - Encerramento do módulo BNDES Finame pelos personagens do

Trein@ on-line ........................................................................................................... 95

FIGURA 36 - Traçado anotado dos personagens Senhor BNDES e Dona Norma:

inventário denotativo ................................................................................................. 98

FIGURA 37 - Traçado anotado dos novos Senhor BNDES e Dona Norma: inventário

denotativo ................................................................................................................ 101

FIGURA 38 - Correio eletrônico da pesquisa .......................................................... 108

FIGURA 39 - Extrato da planilha Matriz-Trein@ ..................................................... 114

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 - Fontes de recursos do BNDES ........................................................... 57

GRÁFICO 2 - Histórico das taxas de juros do Cartão BNDES entre jan/2014 e

fev/2016 .................................................................................................................... 72

GRÁFICO 3 - Número de operações em 2014, segundo o porte da empresa .......... 78

GRÁFICO 4 - Atuação do BNDES em 2015 em número de operações e

desembolsos, segundo o porte da empresa ............................................................. 79

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 - Características do sistema central e do sistema periférico de uma

representação ........................................................................................................... 49

QUADRO 2 - Exemplo de linhas ordenadas de evocações livres desta pesquisa .. 106

QUADRO 3 - Disposição de resultados obtidos a partir da análise de evocação ... 107

QUADRO 4 - Palavras mais importantes acerca do BNDES (n = 103) ................... 115

QUADRO 5 - Análise de conteúdo do elemento central à representação do BNDES

................................................................................................................................ 117

QUADRO 6 - Categorias de valores holísticos (pontos) atribuídos ao BNDES ....... 120

QUADRO 7 - Categorias de valores restritos (contrapontos) atribuídos ao BNDES

................................................................................................................................ 121

QUADRO 8 - Categorias de valores holísticos (pontos) atribuídos ao Trein@ BNDES

on-line ..................................................................................................................... 123

QUADRO 9 - Categorias de valores restritos (contrapontos) atribuídos ao Trein@

BNDES on-line ........................................................................................................ 124

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Número anual de operações do BNDES por porte da empresa ............ 69

TABELA 2 - Desembolso anual do BNDES para MPME por região (R$ milhões) .... 70

TABELA 3 - Desembolso anual do BNDES para MPME por produto (R$ milhões) .. 71

TABELA 4 - Número de treinamentos (alunos em turma) no Trein@ on-line por mês

de 2004 a 2015 ......................................................................................................... 76

TABELA 5 - Apresentação dos achados da análise semiótica do personagem Senhor

BNDES ...................................................................................................................... 99

TABELA 6 - Apresentação dos achados da análise semiótica da personagem Dona

Norma ..................................................................................................................... 100

TABELA 7 - Apresentação dos achados da análise semiótica da nova personagem

Dona Norma ............................................................................................................ 102

TABELA 8 - Apresentação dos achados da análise semiótica do novo personagem

Senhor BNDES ....................................................................................................... 103

TABELA 9 - Perfil dos funcionários participantes que responderam acerca do

BNDES (Q1) ............................................................................................................ 109

TABELA 10 - Perfil dos funcionários participantes, segundo idade e tempo de serviço

................................................................................................................................ 110

TABELA 11 - Perfil dos funcionários participantes que responderam acerca do

Trein@ BNDES on-line (Q2) .................................................................................. 111

TABELA 12 - Perfil dos funcionários participantes, segundo idade e tempo de serviço

................................................................................................................................ 112

TABELA 13 - Teste da centralidade dos elementos que compõem a representação

social do BNDES ..................................................................................................... 116

TABELA 14 - Ponto e Contraponto: resultados globais por adição dos pontos

holísticos e restritos atribuídos ao BNDES .............................................................. 122

TABELA 15 - Ponto e Contraponto: resultados globais por adição dos pontos

holísticos e restritos atribuídos ao Trein@ BNDES on-line ..................................... 125

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANDIMA Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro

AOI Área de Operações Indiretas do BNDES

ARH Área de Recursos Humanos do BNDES

AVA Ambiente Virtual de Aprendizagem

BANRISUL Banco do Estado do Rio Grande do Sul

BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

BRDE Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul

BSC Balance Scorecard

CCO Comunicação Constitui a Organização

CD Compact Disc

CFI Credenciamento de Fornecedores Informatizado

CGU Controladoria-Geral da União

DEDIV Departamento de Divulgação do BNDES

DEPOC Departamento de Políticas de Comunicação do BNDES

DERAI Departamento de Relacionamento com Agentes Financeiros e

outras Instituições

DEREG Departamento de Relações com o Governo

EaD Educação a Distância

EES Empreendimentos Econômicos Solidários

EVOC Conjunto de programas para a análise de evocações

FBES Fórum Brasileiro de Economia Solidária

FGI Fundo Garantidor para Investimentos

FGTS Fundo de Garantia do Tempo de Serviço

FGV Fundação Getúlio Vargas

GENORM Gerência de Normas

GERAI Gerência de Relacionamento com Agentes Financeiros e Outras

Instituições

GP Gabinete da Presidência do BNDES

INPI Instituto Nacional de Propriedade Industrial

INSS Instituto Nacional do Seguro Social

MEI Microempreendedor Individual

MPME Micro, Pequena e Média Empresas

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PDF Portable Document Format

PPG Programa de Pós-Graduação

RAIS Relação Anual de Informações Sociais

RS Representações Sociais

SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

SENAES/MTE Secretaria Nacional de Economia Solidária do Ministério do

Trabalho e Emprego

SIC Serviço de Informação ao Cidadão

SICOOB Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil

SICREDI Sistema de Crédito Cooperativo

TI Tecnologia de Informação

TICs Tecnologias da Informação e Comunicação

TCU Tribunal de Contas da União

TRS Teoria das Representações Sociais

UBEC União Brasiliense de Educação e Cultura

UCB Universidade Católica de Brasília

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15

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO .................................................................................................... 20

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 23

2 PANORAMA CIENTÍFICO ..................................................................................... 28

3 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 33

3.1 COMUNICAÇÃO INTEGRADA ........................................................................... 33

3.1.1 Comunicação administrativa ..................................................................... 35

3.2 COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL ................................................................ 36

3.2.1 Comunicação organizacional como processo ......................................... 38

3.3 REPRESENTAÇÕES SOCIAIS .......................................................................... 40

3.3.1 Abordagens da teoria das representações sociais ................................. 45

3.4 SEMIÓTICA COMO MÉTODO DE ANÁLISE DAS REPRESENTAÇÕES

SOCIAIS .................................................................................................................... 49

4 O BNDES ............................................................................................................... 53

4.1 HISTÓRIA DE DESENVOLVIMENTO ................................................................. 53

4.2 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ..................................................................... 55

4.3 COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL DO BNDES ............................................ 58

4.3.1 Política de relacionamento ........................................................................ 60

4.3.2 Comunicação interna ................................................................................. 62

4.3.3 Comunicação externa ................................................................................. 64

5 A ÁREA DE OPERAÇÕES INDIRETAS ................................................................ 68

5.1 FOMENTO A MICRO, PEQUENA E MÉDIA EMPRESAS .................................. 71

6 METODOLOGIA DE PESQUISA ........................................................................... 81

6.1 OS OBJETIVOS .................................................................................................. 82

6.1.1 Objetivo geral .............................................................................................. 82

6.1.2 Objetivos específicos ................................................................................. 82

6.2 REPRESENTAÇÕES CONTIDAS NO TREIN@ ON-LINE (EMISSOR BNDES):

ANÁLISE SEMIÓTICA DE IMAGENS DOS PERSONAGENS SENHOR BNDES E

DONA NORMA .......................................................................................................... 83

6.3 QUAIS SÃO AS REPRESENTAÇÕES DO BNDES NO DISCURSO DO

RECEPTOR (FUNCIONÁRIO DE AGENTES FINANCEIROS CREDENCIADOS)? . 83

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16

7 O TREIN@ BNDES ON-LINE É RECURSO COMUNICACIONAL PA RA

INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO INTEGRADA? ................................................. 85

7.1 MÓDULOS E TELAS DO TREIN@ ON-LINE (2004-MAR/2016) ........................ 86

7.2 O NOVO TREIN@ E A MEMÓRIA DO PRIMEIRO TREIN@ BNDES ON-LINE . 90

8 A PESQUISA ......................................................................................................... 94

8.1 REPRESENTAÇÕES CONTIDAS NO TREIN@ ON-LINE (EMISSOR BNDES):

ANÁLISE SEMIÓTICA DE IMAGENS DOS PERSONAGENS SENHOR BNDES E

DONA NORMA .......................................................................................................... 94

8.1.1 Imagem do Senhor BNDES e Dona Norma (2004 a mar/2016) ................ 97

8.1.2 Imagem dos novos personagens Senhor BNDES e Dona Norma ........ 101

8.2 QUAIS SÃO AS REPRESENTAÇÕES DO BNDES NO DISCURSO DO

RECEPTOR (FUNCIONÁRIO DE AGENTES FINANCEIROS CREDENCIADOS)?

................................................................................................................................ 105

8.2.1 Técnica de pesquisa ................................................................................. 105

8.2.2 Amostra da pesquisa (perfil dos funcionários) ...................................... 107

8.2.3 Instrumento de pesquisa (questionário de evocação) .......................... 112

8.2.4 Procedimentos para coleta e análise de dados ..................................... 112

8.2.5 Análise dos resultados de livre evocação para termo indutor BNDES 115

8.2.6 Análise de conteúdo categorial da palavra desenvolvimento nas

respostas abertas acerca do BNDES ............................................................... 116

8.3 ANÁLISE DE CONTEÚDO DAS RESPOSTAS À PERGUNTA ABERTA ......... 118

8.3.1 Técnica de análise .................................................................................... 118

8.3.2 Amostra da pesquisa (respostas à pergunta aberta) ............................ 119

8.3.3 Análise de conteúdo categorial das respostas abertas acerca do

BNDES ................................................................................................................ 120

8.3.4 Análise de conteúdo categorial das respostas abertas acerca do Trein@

BNDES on-line ................................................................................................... 122

8.4 EVENTOS ADVERSOS − INTERCORRÊNCIAS .............................................. 126

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 129

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 131

ANEXO A ‒ CARTA AUTORIZAÇÃO/ANUÊNCIA BNDES ................................... 138

ANEXO B ‒ CARTA AUTORIZAÇÃO/ANUÊNCIA UCB ....................................... 141

ANEXO C ‒ MENSAGEM ENVIADA PELA GERAI A CONTATOS

INSTITUCIONAIS, ALERTANDO-OS DA REALIZAÇÃO DA PESQUISA ............ 143

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ANEXO D ‒ MENSAGEM ENVIADA PELA GERAI AOS FUNCIONÁRIOS DE

INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS CREDENCIADAS PARA INFORMAR E CONVIDAR

A PARTICIPAREM DA PESQUISA ........................................................................ 143

APÊNDICE A ‒ BREVE PERSPECTIVA DA FGV ACERCA DO TREIN@ BNDES

ON-LINE.................................................................................................................. 145

APÊNDICE B ‒ DEPOIMENTO DOS EX-FUNCIONÁRIOS MARIANGELA DE

PAOLI (DONA NORMA) E JOSÉ FLÁVIO GIOIA (SENHOR BNDES) .................. 147

APÊNDICE C ‒ MODELO DE MENSAGEM DO PRÉ-TESTE ENVIADA AOS

FUNCIONÁRIOS DE INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS CREDENCIADAS, COM

RESPOSTA ............................................................................................................. 150

APÊNDICE D ‒ MODELOS DE MENSAGENS (CONVITE E AGRADECIMENTO)

ENVIADAS AOS FUNCIONÁRIOS DE INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS

CREDENCIADAS DURANTE A PESQUISA .......................................................... 151

APÊNDICE E ‒ RESPOSTAS ABERTAS EM QUE O NÚCLEO CENTRAL DA

REPRESENTAÇÃO DO BNDES (DESENVOLVIMENTO) ESTÁ PRESENTE,

COMPILADAS EM FRASES-SÍNTESE .................................................................. 152

APÊNDICE F ‒ RESPOSTAS ABERTAS ACERCA DO BNDES, COMPILADAS EM

FRASES-SÍNTESE ................................................................................................. 154

APÊNDICE G – RESPOSTAS ABERTAS ACERCA DO TREIN@ BNDES ON-LINE,

COMPILADAS EM FRASES-SÍNTESE .................................................................. 157

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APRESENTAÇÃO

Devia ter sete ou oito anos, quando, com minha professora de português e

duas outras alunas do Sacré-Coeur, aceitamos o convite do Corpo de Bombeiros

Militar do Distrito Federal para almoçarmos no Quartel Central.

Naquela época, havia o Diário de Brasília, em cujo suplemento, Diarinho de

Brasília, alunos das escolas do DF publicavam suas redações. Por ocasião do Dia

do Bombeiro, comemorado em 2 de julho, nossa professora elegeu esses heróis da

vida real como tema, sugerindo que as redações fossem enviadas para publicação,

prática recorrente para todas as turmas até a 4ª série. Nossas redações foram

selecionadas e publicadas; o convite veio em retribuição e deixou-nos extasiadas.

Fomos recebidas com pompa e circunstância, visitamos o Quartel e sentamos

à mesa, retangular e longa, cercadas de heróis, ainda que só conseguíssemos

conversar com aqueles mais próximos. Lembro-me de o Comandante contar, com

camaradagem, que escolhera o cardápio especialmente para nós: arroz, bife e

batata frita. Meu contentamento durou pouco: o bife, acebolado e muito, muito

malpassado. Comi tudo que foi servido, mas o sacrifício calou fundo.

Amei imensamente o tratamento diferenciado, no entanto, decretei que nunca

mais escreveria no Diarinho; não seria jornalista; jamais, em tempo algum, correria o

risco de me ver obrigada a comer bife acebolado, malpassado. Comunicação foi

banida até encontrar o teste vocacional que o Colégio realizava com todas as alunas

da 8ª série, preparando-nos para o 2º grau.

Apesar de não ter seguido a forte inclinação, o escrever esteve presente na

minha vida; tinha habilidade, facilidade e não tinha preguiça, o que me colocava na

linha de frente toda vez que havia necessidade de produzir-se um texto. Foi assim

no 2º grau, no ensino superior, quando cursei Biblioteconomia, em muitas

circunstâncias da minha vida profissional e pessoal, no lazer e mesmo no ócio.

Hoje, percebo que minha trajetória foi vinculada à Comunicação

Organizacional. Ainda na 4ª série do 1º grau, fui uma das alunas que concebeu o

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“Tomatinho Maravilha”, jornalzinho das turmas A e B; fui editora do “Meu

companheiro”, informativo da Comunidade de Emaús em Brasília, entre 1979 e

1983; concebi o “Boletim do Síndico”, primeiramente, quando fui subsíndica, versão

em papel com periodicidade irregular (1988); e, depois, quando meu irmão, aos 18

anos, tornou-se síndico (1989-2000), versão eletrônica e mensal. Em Londres,

durante cinco anos, fui responsável pela Cocoa Newsletter, da Organização

Internacional do Cacau, que produzia semestralmente, em inglês, para ser traduzida

para o espanhol, o francês e o russo, antes de ser distribuída gratuitamente para os

assinantes.

O acaso me trouxe de volta à Comunicação. Desde julho de 2006,

trabalhando na gerência responsável pelos Postos de Informações do BNDES,

ofereci-me, em 2007, para substituir um colega da gerência de treinamento que, em

crise de coluna, ficou impossibilitado de viajar ao Rio Grande do Sul, onde nasci,

para ministrar o Trein@ BNDES presencial para uma turma de funcionários da Caixa

Econômica Federal.

O Trein@ BNDES, com módulos on-line disponível a todos os públicos e

presencial para instituições financeiras credenciadas, é um curso do BNDES para

facilitar o acesso de empresas e pessoas físicas aos recursos do Banco, por meio da

comunicação de informações normativas, relativas a critérios, condições e

procedimentos operacionais.

Em Porto Alegre, durante dois dias de ansiedade, alguma inexperiência, muita

doação e forte compromisso, apaixonei-me pelo Trein@ BNDES. A partir de 2007,

incorporada definitivamente à equipe, idealizei dinâmicas, ajudei a mudar a “cara” do

treinamento presencial e defendi o on-line como uma calliandra no monocromático

cerrado dos nossos normativos. Em 2013, diante da necessidade de reformulações,

redirecionei o olhar e despertei para o óbvio: o on-line fora concebido como

ferramenta de informação e comunicação integrada. Meu braço informacional

encontrou meu braço comunicacional e juntos abraçaram o Trein@ BNDES. Soube,

imediatamente, que explorar suas nuanças e entender como, o que e para quem o

Trein@ on-line comunica, seria a melhor forma de contribuir com meus colegas,

eles, no Rio; eu, em Brasília, e balizar minhas sugestões durante a reformulação.

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Matriculei-me, então, no mestrado em Comunicação da Universidade Católica de

Brasília.

Estabeleceu-se novo percurso, mas não deixa de ser o resgate de uma

semente que o bife acebolado e malpassado relegou à dormência! Se, como

escreveu o poeta, “qualquer maneira de amor vale a pena, qualquer maneira de

amor valerá1”, ouso dizer que qualquer maneira de Trein@ vale amar, qualquer

discurso de amor comunicará! Ou não? “Sei lá, só sei que é preciso paixão2”.

1 Paula e Bebeto (1975), Milton Nascimento e Caetano Veloso. 2 Sei lá..., a vida tem sempre razão (1971), Toquinho e Vinicius de Moraes.

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1 INTRODUÇÃO

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES,

empresa pública federal, é o principal instrumento do governo federal para promoção

de financiamento de longo prazo para investimentos em todos os segmentos da

economia, com foco em política que inclui as dimensões social, local, regional,

ambiental e de inovação. Com efeito, desde que foi fundado, em 1952, o BNDES se

destaca pelo apoio à agricultura, indústria, infraestrutura, comércio e serviços,

oferecendo condições especiais para Micro, Pequena e Média Empresas (MPME)3 e

linhas de investimentos para educação, saúde, agricultura familiar, saneamento

básico e transporte urbano. (BNDES, 2016a).

Como missão permanente, o BNDES (2016g) promove o desenvolvimento

sustentável e competitivo da economia brasileira e empreende esforços para

geração de emprego e redução das desigualdades sociais e regionais. Como visão,

busca ser o Banco do desenvolvimento, instituição de excelência, inovadora e

proativa, ante os desafios da sociedade. Os valores que pautam essa atuação são:

ética, compromisso com o desenvolvimento, espírito público e excelência.

Com intuito de honrar esse compromisso, o BNDES utiliza, desde 2002, em

parceria com a Fundação Getúlio Vargas – FGV, o Trein@ BNDES on-line (FIG. 1),

“ferramenta de informação e comunicação integrada” (BNDES, 2016j), inédita e

inovadora para os padrões do Banco à época, conforme depoimento de Mariangela

De Paoli e José Flávio Gioia (APÊNDICE B, 2014).

FIGURA 1 ‒ Marca registrada no INPI em 23 de junho de 2008 Fonte: BNDES.

A proposta do Trein@ BNDES é levar o cursista a dedicar 13 horas de

treinamento on-line à aprendizagem autocentrada e autônoma para domínio de

informações referentes aos produtos e programas do BNDES, com vistas a apoiar 3 Pessoas físicas ou empresas com faturamento anual de até R$ 90 milhões.

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investimentos. Com isso, espera-se harmonizar interesses, necessidades e propiciar

nova e qualificada abordagem para a escolha da opção mais adequada de

financiamento disponível. (BNDES, 2016j). Embora não haja restrição de público

para acesso ao Trein@ BNDES on-line, para fins da pesquisa proposta nesta

dissertação, o cursista será tão somente o funcionário de instituição financeira

credenciada no BNDES, ou seja, bancos brasileiros credenciados para operar as

linhas de financiamento do BNDES.

Com o advento do aniversário de dez anos de efetiva oferta do curso em

2014, a equipe responsável pelo Trein@ BNDES iniciou, já em 2011, reflexão para

atualizar o treinamento on-line e reposicioná-lo em relação aos universos dinâmicos

e multifacetados da educação a distância (EaD), das tecnologias de informação e

comunicação (TICs), da informação e da comunicação.

O início da pesquisa apresentada nesta dissertação foi em 2013, como parte

do esforço de reflexão, lançando o olhar sobre uma década de Trein@ BNDES on-

line e abrindo janela para descrevê-lo como recurso “de informação e comunicação

integrada” (BNDES, 2016j), de acordo com o que é definido no portal do BNDES,

sem que nunca tenha sido assim elaborado por sucessivas equipes que o

administraram desde sua concepção, em 2002, exceto, intuitivamente.

Nesta dissertação pretende-se discutir o Trein@ BNDES on-line como recurso

comunicacional da Área de Operações Indiretas do BNDES, capaz de ativar e

modular as representações do Banco.

O BNDES está contido no Trein@ on-line, por meio de seus normativos, para

viabilizar financiamentos de longo prazo a MPME. O Trein@ é ambiente em que o

conhecimento é produzido para levar o cursista a escolher as melhores condições de

investimento. Mas o agente financeiro compreende o BNDES como o BNDES se

apresenta?

O estudo das representações sociais permite reconhecer os sistemas de

referência utilizados para classificar pessoas, grupos, organizações e, no caso da

pesquisa proposta nesta dissertação, o BNDES. As representações também

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contribuem para elaboração de visões comuns de realidade (SILVA, 2011, p. 18), de

tal forma que o conhecimento das representações elaboradas por agentes

financeiros poderá favorecer a construção compartilhada de conhecimento para

acesso ao crédito.

Os conceitos que compõem as bases teóricas da pesquisa são comunicação

organizacional, comunicação integrada, semiótica da imagem e representações

sociais.

Pactuados entre si, os aportes tangenciam os universos contemplados pela

equipe do Trein@ BNDES ― EaD, TICs, desenho instrucional, aprendizagem virtual,

práticas didático-pedagógicas, arquitetura da informação, comunicação visual e web

design ―, não para evitar esses temas, mas para estender o olhar, contextualizar, e

construir significados mais amplos e pertinentes tanto à expectativa acadêmica como

à prática profissional.

Reconhecer as teorias em que a pesquisa pode ser inserida para sustentar

argumentos e fornecer explicações plausíveis (DUARTE; BARROS, 2012, p. 45)

implica excluir conceitos caros ao pesquisador sobre os quais se debruçou para

estabelecer relações com o objeto de estudo. Os aportes extemporâneos deste

trabalho são educação a distância, educomunicação, informação e questões

pertinentes à interdisciplinaridade das ciências da informação e da comunicação.

A pergunta que norteará este trabalho é: quais representações sociais do

BNDES são construídas e ativadas pelos funcionários de instituições financeiras

credenciadas?

Para respondê-la, é importante conhecer a perspectiva do emissor (BNDES) e

compará-la à do receptor (funcionário de instituições financeiras credenciadas),

assumindo-se a recepção como processo complexo e amplo, em que tanto emissor

como receptor são sujeitos ativos, para embasar a premissa que o Trein@ BNDES

on-line, como recurso comunicacional, pode ativar e modular as representações

construídas sobre o BNDES.

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As ações a serem realizadas estão discriminadas em objetivos geral e

específicos. Como objetivo geral, deseja-se conhecer quais representações sociais

do BNDES são construídas e ativadas pelos funcionários de instituições financeiras

credenciadas que cursaram pelo menos três módulos, dos cinco disponíveis, do

Trein@ BNDES on-line entre 2014 e 2015. Os objetivos específicos são quatro:

� apontar, por meio de análise semiótica e binária (denotação e conotação) de

imagens paradas, as representações do BNDES contidas nas telas do

Trein@ BNDES on-line;

� conhecer a estrutura da representação social dos funcionários de instituições

financeiras credenciadas que cursaram o Trein@ BNDES on-line;

� comparar as representações presentes no Trein@ BNDES on-line com a

estrutura da representação do BNDES dos funcionários de instituições

financeiras credenciadas;

� conhecer as impressões dos funcionários de instituições financeiras

credenciadas acerca do Trein@ BNDES on-line.

O caminho a ser percorrido para alcançar esses objetivos tem natureza

descritivo-exploratória e, como foi mencionado, considera tanto a perspectiva do

emissor (BNDES) como do receptor (funcionário de instituições financeiras

credenciadas).

Para contemplar o emissor, empreendeu-se análise semiótica de imagens

paradas da primeira versão dos personagens do Trein@ BNDES on-line, Senhor

BNDES e Dona Norma, e dos novos personagens do (novo) Trein@ BNDES on-line,

versão 2016.

Quanto à perspectiva do receptor, aplicou-se questionário com três perguntas

abertas para os funcionários de instituições financeiras credenciadas que cursaram,

pelo menos, três dos cinco módulos disponíveis do Trein@ BNDES on-line, entre 1º

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de janeiro de 2014 e 31 de dezembro de 2015, para nomeação das representações

sociais do BNDES.

Os funcionários foram divididos em dois grupos. Um grupo, selecionado

aleatoriamente, respondeu às perguntas relacionadas ao termo indutor BNDES; para

o outro grupo, também formado aleatoriamente, o termo indutor foi Trein@ BNDES

on-line.

O questionário apresentou duas questões de livre evocação e uma

justificativa para a escolha da palavra mais importante. Na primeira pergunta, coube

ao respondente evocar cinco palavras correspondentes ao termo indutor (BNDES ou

Trein@ BNDES on-line). A seguir, foi solicitado a numerar as palavras evocadas

pela ordem de importância que atribuiu a cada uma delas. Por fim, foi convidado a

responder por que escolheu a primeira palavra como a mais importante.

A análise dos dados concernentes às associações livres foi realizada com

auxílio do programa EVOC. A análise qualitativa das justificativas para a palavra

mais importante sobre o BNDES e o Trein@ BNDES on-line foram submetidas à

análise de conteúdo categorial temática, segundo proposta de Bardin (2011).

A dissertação está dividida em nove capítulos. Em sequência a esse capítulo

introdutório, o Panorama científico, Capítulo 2; o Referencial teórico traz

comunicação integrada e a comunicação administrativa; comunicação organizacional

e como processo; representações sociais, abordagens complementares e semiótica

como método de análise das representações no Capítulo 3; o BNDES, no Capítulo

4, apresenta breve histórico, estrutura e comunicação organizacional, com política

de relacionamento e comunicação interna e externa; no Capítulo 5, a Área de

Operações Indiretas e o fomento a MPME; Metodologia de Pesquisa, no Capítulo 6,

apresenta o “lugar de fala”, objetivos e análises acerca do emissor (BNDES) e do

receptor (funcionário de instituições financeiras credenciadas); no Capítulo 7, o

Trein@ BNDES on-line; a Pesquisa proposta sob as perspectivas do emissor pela

análise semiótica dos personagens Senhor BNDES e Dona Norma, e do receptor,

por meio das análises de evocações e de conteúdo, está reunida no Capítulo 8;

Considerações finais, no Capítulo 9, seguido de Referências, Anexos e Apêndices.

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2 PANORAMA CIENTÍFICO

Em 2014, após a primeira reunião de orientação, em 11 de agosto, o principal

dever de casa foi preparar a revisão “estado da arte”, a partir do recorte da

comunicação na educação a distância, avaliação de treinamento, comunicação

organizacional, educomunicação, informação e comunicação públicas.

O primeiro passo foi adaptar a lista de alertas na ferramenta de busca Google

Acadêmico (Google Scholar), onde, até então, havia solicitado alertas para itens com

a palavra-chave educomunicação. O segundo, entender “estado da arte”.

Por indicação do Professor Robson Borges Dias, UCB, chegou-se aos

procedimentos que uma pesquisa do tipo estado da arte deve contemplar, segundo

Romanowski (2002, apud ROMANOWSKI; ENS, 2006, p. 43):

(1) definição dos descritores para direcionar as buscas a serem realizadas;

(2) localização dos bancos de pesquisas, teses e dissertações, catálogos e

acervos de bibliotecas, biblioteca eletrônica que possam proporcionar acesso a

coleções de periódicos, assim como aos textos completos dos artigos;

(3) estabelecimento de critérios para a seleção do material que compõe o

corpus do estado da arte;

(4) levantamento de teses e dissertações catalogadas;

(5) coleta do material de pesquisa, selecionado junto às bibliotecas do

sistema COMUT ou disponibilizados eletronicamente;

(6) leitura das publicações com elaboração de síntese preliminar,

considerando o tema, os objetivos, as problemáticas, metodologias, conclusões, e a

relação entre o pesquisador e a área;

(7) organização do relatório do estudo compondo a sistematização das

sínteses, identificando as tendências dos temas abordados e as relações indicadas

nas teses e dissertações; e

(8) análise e elaboração das conclusões preliminares.

Para realizar os dois primeiros procedimentos prescritos por Ramanowski, por

uma questão de afinidade com a formação anterior da mestranda (Biblioteconomia),

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optou-se pela estrutura mapeamento bibliográfico de palavras do título, proposta por

Norma Ferreira para as pesquisas “estado da arte”:

Definidas como de caráter bibliográfico , elas parecem trazer em comum o desafio de mapear e de discutir uma certa produção acadêmica em diferentes campos do conhecimento, tentando responder que aspectos e dimensões vêm sendo destacados e privilegiados em diferentes épocas e lugares, de que formas e em que condições têm sido produzidas certas dissertações de mestrado, teses de doutorado, publicações em periódicos e comunicações em anais de congressos e de seminários. (2002, p. 257, grifo nosso),

As fontes utilizadas para alimentar o mapeamento foram Google Acadêmico,

Intercom, Compós. As palavras-chave (em português e inglês): comunicação + e-

learning; comunicação + representações sociais; teoria da comunicação +

interdisciplinaridade; representação social; teoria das representações sociais;

comunicação organizacional; comunicação + e-learning + representações sociais;

educação a distância. Como critério principal, buscou-se que estes termos

estivessem presentes no título.

À medida que os alertas chegavam, percebia-se que havia imensa bibliografia

para os temas macro, comunicação organizacional, educação a distância e

representações sociais. O mesmo não acontecia para o tema composto desta

dissertação: comunicação + e-learning + representações sociais. Até janeiro de

2016, não havia chegado um só alerta para este conjunto de palavras-chave, porém,

havia 2.225 alertas para os temas macro, inclusive comunicação e representações

sociais.

A mestranda decidiu, então, ainda em janeiro, que concentraria esforços para

administrar somente um alerta: comunicação e representações sociais. O primeiro

alerta com dez itens chegou em 26 de janeiro de 2016, o segundo em 1º de

fevereiro, o último, em 12 de abril de 2016; ao todo, 42 alertas entre agosto de 2014

e abril de 2016, com, no máximo, dez itens referenciados, perfazendo um total de

328 itens.

Entre todos estes 328 títulos, somente três combinavam comunicação e

representações (em inglês) no título:

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a. Communication and representation of risk in health crises: the influence of

framing and group identity;

b. Introduction: critical approaches to family communication research:

representation, critique, and praxis; e

c. Romantic relationship quality and technological communication: examining the

roles of attachment representations and rejection sensitivity.

Outros 13 itens, combinavam representações com algum conceito da cultura

midiática, outra linha de pesquisa da Universidade Católica de Brasília, não

relacionada a esta dissertação:

a. Breast cancer representations in Canadian news media: a critical discourse

analysis of meanings and the implications for identity;

b. Changes in cultural representations on Indonesian children's television from

the 1980s to the 2000s;

c. Ideological traces in political texts: a CDA approach towards news;

d. Incongruous encounters: media representations and lived experiences of stay-

at-home mothers;

e. Introduction: representations of the Armenian genocide in the mass media;

f. Reinforcing local identities through landmarks and their representations in en-

passant-media: the special case of the Angel of the North;

g. Representation and translation of Iran's nuclear program in English and

Persian written media;

h. Representations of the 'region' in Australian radio research and policy;

i. Shaping urban consolidation debates: social representations in Brisbane

newspaper media;

j. Studies discourses and popular news media, focusing specifically on

representations of LGBTIQ;

k. Symbolic and systemic violence in media representations of aggression

towards ambulance personnel in the Netherlands;

l. Who let the wolves out?: narratives, rumors and social representations of the

wolf in Greece; e

m. Youth voices on the airwaves: representations of young people.

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Dos alertas do Google aos periódicos acadêmicos, a pesquisa nos sumários

da revista E-Compós, entre 2010 e 2015, identificou quatro artigos para a mesma

estratégia de busca, comunicação e representações sociais no título:

a. A narrativa ficcional e a representação dos fatos políticos na telenovela

(2014);

b. A centralidade da experiência na constituição das representações:

contribuições interdisciplinares para o campo da comunicação (2010);

c. Who’s bad: as representações de Michael Jackson na revista Veja (2010); e

d. A mitologia na representação cultural da cachaça: imagem negativa e

tentativa de ressignificação (2010).

No portal da AbrapCorp <http://www.abrapcorp.org.br/>, encontra-se o livro:

Comunicação pública: idosos e representações sociais (2014); e, nos Anais de

Congressos, realizados em 2013 e 2015, mais cinco itens com a palavra-chave

representações no título:

a. O cinismo em Goffman: um estudo sobre as representações e as estratégias

de disputa de poder nas interações entre funcionários e organizações (2015);

b. Representações sociais como instrumento de integração entre a

responsabilidade social empresarial e o desenvolvimento territorial (2015);

c. A comunicação na prática da gestão: as representações sociais de gestores

religiosos e leigos de instituição católica de educação (2013);

d. Representações da responsabilidade social de empresas: o que pensam e

como pensam as lideranças sindicais? (2013); e

e. A comunicação interna nas organizações sob a perspectiva das

representações sociais (2013).

Na revista Intercom, foram encontrados os seguintes títulos:

a. A classificação da publicidade e o discurso publicitário como fatores de

construção das representações do rural (2014);

b. Processos comunicacionais em ambiente escolar: o potencial de sentidos de

representações visuais (2013);

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c. Novos formatos, antigos discursos: representações do surf no cinema

brasileiro: 1991-2006 (2013);

d. As múltiplas representações de Dolly nos discursos sobre a clonagem e as

pesquisas com células-tronco na imprensa brasileira (2012);

e. Imagem jornalística e representações sociais: a imagem dos Sertões (2012);

f. Letras e imagens: representações da modernidade na América Latina (2011);

g. Comunicação e representações sociais nas relações de trabalho do polo de

confecções de Santa Cruz do Capibaribe, Pernambuco, Brasil (2011).

Na Revista Organicom (ECA/USP), foram encontrados apenas dois títulos:

a. As várias faces da moeda: representações da responsabilidade social em um

banco brasileiro (2013) e

b. Retórica e poder: representações do discurso empresarial em textos

multimodais nos media (2008).

O mapeamento bibliográfico de palavras dos títulos não identificou corpus

significativo para desenvolver-se a pesquisa estado da arte de representações

sociais na comunicação organizacional.

Não se pode dizer que não haja publicações suficientes acerca do “mix”

comunicação organizacional e representações sociais, mas este pequeno inventário

indica que representações talvez não conversem tão bem com processos

comunicacionais das organizações como o faz com a cultura midiática. Nesta

pesquisa, representações sociais são meio para se estudar o objeto Trein@ BNDES

on-line. Assim o seja, e, assim conversem.

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3 REFERENCIAL TEÓRICO

Esta pesquisa foi desenvolvida a partir da combinação de aportes, de forma

que os conceitos primordiais que compõem o referencial teórico estão centrados na

comunicação (integração das práticas comunicacionais, comunicação interna e

externa das organizações e o sentido das imagens), mas também nas

representações sociais, assumindo-se a possibilidade de que comunicar é ativar e

discutir representações. (VALA; MONTEIRO, 2004, p. 484).

3.1 COMUNICAÇÃO INTEGRADA

Segundo KUNSCH (2003, p. 14), as organizações devem buscar o equilíbrio

entre os interesses dos seus públicos e os próprios interesses, por meio de

comunicação estrategicamente planejada, que emprega técnicas de relacionamento

e meios específicos, integrando todas as atividades comunicacionais.

Entendemos por comunicação integrada a filosofia que direciona a

convergência das diversas áreas, permitindo atuação sinérgica; [...] junção da

comunicação institucional, da comunicação mercadológica, da comunicação interna

e da comunicação administrativa, que formam o mix, o composto da comunicação

organizacional. (KUNSCH, 2003, p. 150).

O modelo da comunicação integrada (FIG. 2) pressupõe que a comunicação

deva fazer parte do planejamento estratégico das organizações (definição de

valores, missão e objetivos), pautado nas premissas do Balanced Scorecard (BSC)

que prevê o envolvimento e a sinergia na execução e alinhamento de estratégias em

todo corpo organizacional (lideranças e demais empregados). Processo impossível

na estrutura comunicacional deficiente, que não participa da gestão e não programa

as ações, de acordo com planejamento estratégico da comunicação. (KUNSCH,

2009, p. 114; 116-117; SILVA, 2011, p. 62).

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34

FIGURA 2 – Comunicação organizacional integrada Fonte: KUNSCH, 2009, p. 114.

Note-se, porém, que esse modelo é prescritivo, impõe-se no mundo ideal,

mas a realidade é que nem sempre é adotado, podendo haver, mais frequentemente

que se gostaria, a fragmentação da comunicação, com desperdício de recursos e

possíveis danos à imagem da organização.

Os desafios da comunicação organizacional integrada, segundo Kunsch

(2014, p. 45) são dois: substituir a visão linear e instrumental da comunicação por

outra mais complexa, abrangente e holística e inseri-la nos processos simbólicos,

com foco nos significados dos agentes envolvidos, dos relacionamentos

interpessoais e grupais, valorizando práticas comunicativas cotidianas e diversas

formas de interações, manifestações e construção social.

O desafio em relação ao Trein@ BNDES on-line é entender se, embora como

recurso, tenha função instrumental, técnica, de transmitir informação, a dimensão

estratégica, tanto quanto a resultados, como à missão e visão, é coerente e favorece

tanto as expectativas de MPME para acesso a recursos, como a vocação do Banco

de fomentar investimentos.

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35

3.1.1 Comunicação administrativa

Freire (2009) realizou estudo investigativo acerca da comunicação

administrativa como vertente da comunicação integrada.

A comunicação administrativa só pode ser compreendida como fenômeno da

comunicação organizacional. Como tema e problema, surgiu no campo da

Administração e marcou-a tão fortemente que os estudos de comunicação

organizacional frequentemente a circunscrevem às empresas, ora como meio, ora

como função, ora como finalidade da administração, de tal forma que “a

comunicação é concebida como instrumento de dinamização da produtividade e da

eficiência”. Por este enfoque restrito de organização empresarial, a comunicação

administrativa é instrumento de gestão, com padrões de intercomunicação

determinando a estrutura e o funcionamento de uma organização, a partir de

conhecimento do processo comunicacional, conhecimento das técnicas e

convenções, exercício de práticas comunicativas. (FREIRE, 2009, p. 126; 130-132;

134).

A compreensão mais aprofundada da comunicação administrativa, como

objeto de conhecimento, a torna foco de estímulos, de ensino-aprendizagem, de

desenvolvimento pessoal-funcional-organizacional, atingindo comportamentos e

favorecendo a formação de atitudes proativas e a construção de parcerias, de

consensos. A comunicação administrativa é fator de desenvolvimento

organizacional, alicerçada em conhecimentos técnico-científicos de diversas áreas e

alimentada por fluxos e redes multidirecionais de informação. (FREIRE, 2009, p.

180).

Como objeto, a comunicação administrativa não é devidamente estudada,

exceto segundo visão eminentemente formalista e instrumental, nem possui

indicadores para seu monitoramento e gestão, motivando Freire (2009, p. 250-251) a

propor uma abordagem antropológica aglutinadora das perspectivas culturais e

comunicacionais da organização, capaz de induzir processos de mudança, de

adaptação, de dinamização, de inovação organizacional.

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36

Os trabalhos de comunicação administrativa não têm considerado

positivamente a pessoa nos processos comunicacionais das organizações ou a

importância da comunicação pessoa a pessoa do cotidiano organizacional. Um

planejamento em que as pessoas se tornem o centro das atenções e das estratégias

deve ir além da afirmação da sua importância, deve ater-se à capacidade de

comunicação ativa das pessoas, interna e externamente, para canalizar esta

capacidade, integrando-a ao processo de comunicação administrativa da

organização. (FREIRE, 2009, p. 215; 217).

A cultura organizacional compreende um repertório de saberes que se

constitui em acervo diversificado de conhecimentos técnico-burocráticos, práticos, de

procedimentos, de relacionamento etc., um ativo da organização. Há conhecimentos

estratégicos que garantem a sobrevivência da organização. Há pessoas que

trabalham nas organizações há anos e guardam uma memória da organização:

estas pessoas são repositório da história e da tradição cultural da organização.

Todos estes conhecimentos permitem pensar e estabelecer uma comunicação que

assegure e mantenha fluxos de informação com qualidade e sensibilidade.

(FREIRE, p. 234-235).

A comunicação administrativa orientada para a integração pessoa e profissão,

pessoa e pessoas, pessoas e grupos, grupos e organização, organização e meio,

estimula a definição de um cabedal variado de estratégias de geração de

proximidades e reciprocidades. O sentimento de pertença é vetor de lealdade e

aderência à imagem da organização. (FREIRE, 20009, p. 253).

3.2 COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL

Organizações são ambientes dinâmicos, interativos, discursivos, marcados

pelas suas especificidades, diferenças e diversidade, com elementos constituintes

(essenciais) e constitutivos (meios e recursos) no processo de criação, consolidação

de realidades e produção de sentidos. Na essência, as organizações são fenômenos

comunicacionais. (MARCHIORI, 2013, p. 20; MARCHIORI; BULGACOV, 2013, p.

37). Pessoas (funcionários, colaboradores, clientes, fornecedores etc.) ou, para a

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37

comunicação, públicos, são elementos essenciais das organizações, “[...] permeadas

por seus intensos movimentos, os quais se dão, em essência, pela comunicação.”

(MARCHIORI; BULGACOV, 2013, p. 38).

A comunicação organizacional abrange todas as formas/modalidades de

comunicação utilizadas e desenvolvidas pela organização para se relacionar e

interagir com seus públicos. (SCROFERNEKER, 2006, p. 48). Para Kunsch (2003, p.

149), a “[...] comunicação organizacional designa todo trabalho de comunicação

levado a efeito pelas organizações em geral”; seja pela comunicação externa –

assessoria de imprensa, publicações, portal, redes sociais, fale conosco, SAC,

ouvidoria, marketing, propaganda, eventos −, seja pela comunicação interna

administrativa (memorandos, cartas, circulares, instruções, normas); social (boletins,

jornais internos, vídeo, jornais, revistas, intranet) e interpessoal (face a face,

funcionários/funcionários, chefias/subordinados). (CURVELLO, 2012, p. 22).

No mundo pluralístico e interdependente de hoje, vivemos tempos desafiadores para as organizações e lideranças, sendo mais do que nunca necessário definir objetivos, ouvir diferentes vozes, ser arquitetos de sistemas complexos e construir relações de confiança cm os públicos. Dar conta desses desafios implica conhecer em profundidade os contextos de atuação das empresas, trazendo a perspectiva de um território vivo e instituidor de sentidos, visto que não apenas como “plataforma de operação”, mas como região (meio ambiente e construção social). (CARDOSO; NASCIMENTO; AL ADI, 2013, p. 197).

Às organizações como construções sociais soma-se o “[...] pressuposto da

comunicação como fenômeno social tanto pelas atividades dos praticantes e dos

pesquisadores como pela própria interação comunicacional em si e entre ambos,

sujeita a inúmeras intervenções e investigações”. (MARCHIORI; BULGACOV, 2013,

p. 38).

A comunicação organizacional está inserida em um macro ambiente que

exerce forte influência, agindo por meio de fatores psicológicos, sociais e culturais e

que, muitas vezes, interfere decisivamente no processo comunicativo. (CURVELLO,

2012, p. 25-26).

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Nos estudos da comunicação organizacional, [...] identificam-se claramente dois grupos de praticantes epistemológicos. Por um lado, há o posicionamento funcional, que se baseia na racionalidade e no desenvolvimento do paradigma único. [...] Por outro lado, há o posicionamento mais de bricolagem, no qual diferentes perspectivas de análise são consideradas ao se assumir que a orientação de análise depende do problema em investigação. Se, por exemplo, o problema for de eficiência, certamente a perspectiva funcional torna-se absolutamente relevante. Se a questão for de entendimento, a condição de interpretação se faz necessária e, portanto, presente. (MARCHIORI; BULGACOV, 2013, p. 39).

3.2.1 Comunicação organizacional como processo

Curvello (2009, p. 111-112) defende a comunicação como fenômeno em

contínua mudança no tempo, em fluxo e transformação constantes, marcado por

ciclos criativos e cocriativos, em que acontecimentos comunicativos e relações são

dinâmicos, sempre em evolução, em movimentos que podem ou não ser percebidos,

um processo emergente, que independe de gestão.

Trata-se de contraponto ao entendimento da “[...] comunicação organizacional

como instrumento das estratégias organizacionais que precisa ser gerenciado e

conduzido profissionalmente”, que ajudou a consolidar o campo, mas hoje limita o

futuro da pesquisa, dedicando-se a contextos, à organização propriamente dita, sua

gestão e administração. (CURVELLO, 2009, p. 111). Contraponto compartilhado por

Marchiori (2006, p. 147-148, grifo nosso):

O tema estratégico nas organizações está ligado à efetiva adaptação da organização com seu ambiente por meio do tempo, entendendo por estratégia a utilização dos meios adequados para atingir os resultados desejados, melhorando a capacidade total de planejamento da organização para que possa continuar a adaptar-se com sucesso aos tempos. O que importa é não ficarmos restritos a categorias estabelecidas e sim pensarmos estrategicamente a comunicação, valendo-nos da síntese, da intuição e da criatividade.

Em termos da pesquisa em comunicação organizacional, Marchiori (2006, p.

156-157) menciona a perspectiva funcionalista (calcada em efeitos e consequências

como forma de alcançar um objetivo) e a perspectiva interpretativa (o indivíduo é

central e há contextualização das formas simbólicas; ênfase no social, não na visão

econômica das atividades organizacionais). Embora a visão funcionalista tenha

prevalecido, a pesquisa em comunicação organizacional apresenta pressupostos,

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como as perspectivas mecanicista, psicológica, interpretativa-simbólica e por

sistemas de interação, que analisam o processo de comunicação sob a perspectiva

da comunicação humana.

Assim, comunicação é um processo de transmissão de mensagens de um

ponto a outro por meio de um canal, segundo a perspectiva mecanicista; o modo

como características individuais afetam a comunicação entre receptor e emissor é

contemplado na perspectiva psicológica; entendimento e significado compartilhados

estão no processo interpretativo-simbólico; enquanto o sistema de interação trata a

comunicação como ato de participação, o indivíduo faz parte do processo de

comunicação. “Entra em cena na arena organizacional um novo paradigma: a

interação dialógica leva a comunicação para além da racionalidade técnica.”

(MARCHIORI, 2006, p. 157-159; 229). Na pesquisa, Curvello (2009, p. 114) defende

a busca radical da observação e da interpretação críticas que confrontem a atuação

cotidiana e evidenciem a autonomia dos sistemas comunicacionais.

A partir de considerações teóricas acerca da comunicação como processo,

como postulado por Curvello e Marchiori, e da publicação de dois artigos em 2000,

desenvolveu-se a perspectiva CCO – Communication Constitutes Organisation, com

o conceito base do uso da linguagem que constitui a realidade social. Há três

pressupostos: (1) as organizações são geradas e renovadas por meio de processos

continuados de comunicação; (2) o caráter emergente da comunicação

organizacional diante das organizações como fenômenos comunicativos complexos,

não passíveis de ser comandados por atores isolados; e (3) a compreensão

baseada em processos da organização está intimamente relacionada à sua

constituição e renovação, de forma que não poderá ser entendida como objeto

estático, mas em geração, aniquilando o entendimento instrumental. Espera-se que

o pensamento CCO possa ser uma contribuição teórica importante para o avanço

científico da comunicação corporativa, por exemplo. (OLIVEIRA, 2013, p. 26-28; 45).

A relevância da comunicação justifica-se pela construção de significados,

conhecimento e dinamismo que imprime no contexto organizacional. “A empresa

torna-se criadora de significados organizacionais por meio da interpretação de

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informações e da produção de conhecimento necessariamente validado pelos

membros que pertencem a essa realidade.” (MARCHIORI, 2006, p. 156; 228).

A pesquisa deseja interpretar o Trein@ BNDES on-line como elemento

constitutivo da estratégia de comunicação organizacional da Área de Operações

Indiretas (AOI) no processo de criação e consolidação do acesso aos recursos do

BNDES. Partilhando a convicção de Curvello (2012, p. 9), o Trein@ BNDES on-line

pode ser visto como recurso vital para a construção de um universo simbólico, que

contribui para aproximar e integrar os cursistas aos princípios e objetivos do BNDES.

3.3 REPRESENTAÇÕES SOCIAIS

Serge Moscovici, psicólogo social, desenvolveu a teoria das representações

sociais (FIG. 3), em 1961, como proposta de psicossociologia do conhecimento pela

qual propõe a construção do senso comum para que se compreendam as

interferências do social no indivíduo e nos grupos sociais. (PAVARINO, 2003, p. 3-

4). Moscovici sugere que o pensamento social resulta de experiências, crenças e

trocas de informações do cotidiano e busca uma teoria menos individualista que a

psicologia social norte-americana, uma proposta psicossocial quanto às mediações

entre homem e seu meio, calcada tanto na Sociologia como na Antropologia.

(MOSCOVICI, 2013, p. 226; PAVARINO, 2003, p. 5; OLIVEIRA; WERBA, 2000, p.

104).

FIGURA 3 ‒ Esquema de representação social Fonte: Adaptado de PAVARINO, 2003, p. 36.

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Representações sociais são um conjunto de conceitos, afirmações e

explicações, verdadeiras teorias do senso comum, elaboradas e partilhadas

coletivamente, pelas quais se procede à interpretação e mesmo à construção das

realidades sociais. (MOSCOVICI, 1978 apud SCHULER, 2015, p. 84).

Essas construções têm na comunicação o veículo mais importante para

conservação destas representações, (SCHULER, 2015, p. 84), uma vez que são

criadas e compartilhadas pelas pessoas, principalmente por meio da comunicação

interpessoal (JODELET, 2001, p. 4), porque estão relacionadas a um modo de

compreender e de se comunicar. (MOSCOVICI, 2013, p. 49).

Representações sociais interessam [...] à comunicação [...] por serem a

análise do processo comunicacional (PAVARINO, 2003, p. 11-12) e também ao

Trein@ BNDES on-line porque, além de curso, é recurso da comunicação

institucional, o que favorece a análise do processo comunicacional. Ora,

ensino/aprendizagem é, por natureza, processo de comunicação e construção de

saber (representação).

Para provar suas hipóteses, Moscovici procura desvendar a apropriação do

conceito científico da psicanálise pela sociedade francesa, de forma a identificar se o

conceito formal ― “esclarecer a natureza social” — é transformado em outro

conceito, isto é, em representação social. O conceito de representações sociais é

abrangente e dinâmico e pode ajudar a entender várias dimensões da realidade,

seja física, social, cultural ou cognitiva, de forma objetiva ou subjetiva. (OLIVEIRA;

WERBA, 2000, p. 108), pois “exercem o papel de intermediárias entre o conceito e

sua percepção, entre o sistema cognitivo e a estrutura social, tornando-os

intercambiáveis”, com o propósito de tornar algo não familiar em familiar

(MOSCOVICI, 2013, p. 58; PAVARINO, 2003, p. 7), “[...] servindo o nosso bem-

estar, pois tendemos a rejeitar o estranho, o diferente, negar novas informações,

sensações e percepções que trazem desconforto.” (OLIVEIRA; WERBA, 2000, p.

108).

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Moscovici propõe dois universos de pensamento para as representações sociais: o consensual, onde o conhecimento é espontâneo, as noções são apreendidas e compartilhadas, e a arte da convivência torna a vida social possível, e o reificado, onde o conhecimento é científico, há o certo e o errado, o verdadeiro e o falso, o autorizado e o não autorizado, o qualificado e o não qualificado. (PAVARINO, 2003, p. 8).

No universo reificado da ciência, os mundos são restritos; no consensual,

estão as teorias do senso comum. O não familiar está no universo reificado e precisa

ser transferido para o universo consensual do dia a dia, usando-se dois processos

básicos e essenciais. (OLIVEIRA; WERBA, 2000, p. 108-109). O primeiro, a

ancoragem, é “[...] um processo que transforma algo estranho e perturbador, que

nos intriga, em nosso sistema particular de categorias e o compara com um

paradigma de uma categoria que nós pensamos ser apropriada.” (MOSCOVICI,

2013, p. 61).

O processo de ancoragem interpreta e assimila os elementos familiares,

observando duas fases, classificação e nomeação (denotação). Classificar é

hierarquizar ― julgar e avaliar ― o desconhecido, a partir de parâmetros já

conhecidos. O desconhecido é comparado ao que se conhece. Julga-se e avalia-se

por generalização ― as distâncias entre o conhecido e o desconhecido são

reduzidas ― e por particularização ― distâncias são mantidas. Tanto uma como

outra refletem a necessidade de definir o desconhecido em convergência com o que

se acredita ser o normal, o aceito. (PAVARINO, 2003, p. 51).

Quando se dá nomes a objetos ou fatos ― nomeação ―, eles são localizados

na matriz da identidade cultural do indivíduo, do grupo. Ao nomear, determinam-se

características, distingue-se e convenciona-se o desconhecido em relação ao grupo,

como reflexo de suas atitudes. (PAVARINO, 2003, p. 51-52).

Experimentamos uma resistência, um distanciamento, quando não somos capazes de avaliar algo, de descrevê-lo a nós mesmos ou a outras pessoas. [...] No momento em que podemos falar sobre algo, avaliá-lo e então comunicá-lo [...], podemos representar o não usual em nosso mundo familiar, reproduzi-lo como uma réplica de um modelo familiar. E, neste ato, revelamos nossa “teoria” da sociedade e da natureza humana. (MOSCOVICI, 2013, p. 62).

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Postado primeiramente por Barrigan (2009) como imagem em seu blog, o

exemplo de ancoragem, ilustrado na FIG. 4, foi analisado por Peixoto, Fonseca e

Oliveira (2013, p. 9):

Assume-se a figura como um veículo – caminhão – e ancora-se num pensamento social preexistente do designer desse veículo, mesmo operando com as partes – pneus de bandeja; cabine de micro-ondas, máquina de lavar, colheres, bolsas; carroceria de geladeira, microsystem, panelas, impressora – é possível ver, nessa figura, o referido automóvel, dito de outro modo, pode-se, então, categorizá-lo como “caminhão”.

A equipe de criação da propaganda do novo minibus, veiculada pela primeira

vez em 5 de março de 2008, construiu a imagem com dezenas de itens caseiros4,

permitindo que aqueles que vissem o anúncio ancorassem um pensamento social de

familiaridade.

FIGURA 4 ‒ Minibus para chamar de nosso: exemplo de ancoragem5 Fonte: BARRAGAN, 2009; PEIXOTO; FONSECA; OLIVEIRA, 2013, p. 9.

4 Aparelho de fax, ar condicionado, bola de vôlei, bola de tênis de mesa, bolsa feminina, borrifador, “buda sentado”, caixa de ovos, caixa para chapéu, cálice, capacete para construção civil, chave inglesa, chave de boca, cofre, colher, controle de TV, disco para levantamento de peso, estátua feminina, extintor de incêndio, geladeira duplex, impressora, lâmpada, lanterna, liquidificador, luz de cabeceira, mala de viagem, máquina fotográfica, máquina de lavar, mamadeira, organizador, pasta masculina preta, pantufas, peteca, pilão, porta sabonete líquido, pratos, rádio de pilha, regador, régua escala triângulo, relógio de mesa, rolo de massa, “saco de pancada” para treinar box, saleiros, secador de cabelo, sistema de som portátil com caixas de som, tábua de cozinha, teclado e mouse, televisão, urso de pelúcia, vaso, xícara e outros. 5 FIAT Ducato: cabe tudo aqui dentro. Clube online : site oficial do clube de criação. São Paulo, 14 maio 2008. Disponível em: <http://www.clubedecriacao.com.br/novo/fiat-ducato-cabe-tudo-aqui-dentro/>. Acesso em: 7 fev. 2016.

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Silva (2011, p. 184) defende que “[...] o estudo das representações sociais só

se torna completo se conhecermos os mecanismos de ancoragem”. No entanto, não

basta articular os mecanismos de ancoragem. As representações sociais são

elaboradas a partir da articulação dos dois processos interdependentes, ancoragem

e objetivação.

O segundo processo é a objetivação, pelo qual se procura tornar o abstrato

em realidade ou imagem concreta, visível (OLIVEIRA; WERBA, 2000, p. 108-109);

“transferir o que está na mente em algo que exista no mundo físico” (MOSCOVICI,

2013, p. 61), perdendo-se informação, mas ganhando-se compreensão. (ALMEIDA,

2005, p. 126). Um exemplo de objetivação é tornar Deus, abstrato, em imagem

concreta de Pai. (MOSCOVICI, 2013, p. 88; 240).

Moscovici insistiu no papel da comunicação social por ser objeto da psicologia

social, contribuindo para a abordagem dos fenômenos cognitivos; por seu papel

fundamental nas trocas e interações para a criação do universo consensual; e por

remeter a fenômenos de influência e de pertença sociais decisivos para elaboração

de sistemas intelectuais. (JODELET, 1993, p. 12). A comunicação social, portanto,

pode vir a modular e ativar representações e pensamentos sociais.

O papel da comunicação é examinado por Moscovici em três níveis: (1) nível

da emergência das representações, no qual as condições afetam os aspectos

cognitivos: a dispersão e a distorção das informações referentes ao objeto; a

focalização em certos aspectos do objeto, em função de interesses, implicações dos

sujeitos; a pressão à inferência pela necessidade de agir, tomar posição ou obter

reconhecimento ou adesão de outros; e a lógica e o estilo do sujeito. (2) Nível dos

processos de formação das representações, a objetivação e a ancoragem

consideram a interdependência entre a atividade cognitiva e suas condições sociais

de exercício, o agenciamento dos conteúdos, das significações e a utilidade que lhes

são conferidas. (3) Nível das dimensões das representações que têm influência na

edificação das condutas: opinião, atitude, estereótipo, sobre os quais intervêm os

sistemas de comunicação, difusão (formação de opiniões), propagação (atitudes) e

propaganda (estereótipos). (JODELET, 1993, p. 12).

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Como parte de sua metodologia de pesquisa, Moscovici pautou-se na análise

de conteúdo das matérias dos jornais franceses referentes à psicanálise, um saber

científico não familiar que se transforma em senso comum, familiar, analisando 241

jornais e 1.451 artigos ao longo de 14 meses, entre 1º de janeiro de 1952 e 1º de

março de 1953. Nesse estudo, pretende-se conhecer quais representações sociais

do BNDES são construídas e ativadas pelos funcionários de instituições financeiras

credenciadas que cursaram o Trein@ BNDES on-line entre 2014 e 2015.

3.3.1 Abordagens da teoria das representações sociais

A partir das proposições básicas de Moscovici, desdobram-se três correntes

complementares: Denise Jodelet desenvolveu abordagem culturalista que se

manteve fiel à TRS de Moscovici; Willem Doise, abordagem societal; e Jean-Claude

Abric introduziu a dimensão cognitivo-estrutural. (SÁ, 1998, p. 65; MIRANDA, 2010,

p. 6). A abordagem de Abric, observando a organização de uma representação

social em torno de um núcleo central, será utilizada para análise dos resultados das

duas perguntas de livre evocação desta dissertação.

À Denise Jodelet deve-se a sistematização da teoria das representações

sociais, o que conferiu caráter mais objetivo à retórica de Moscovici, explicitando

proposições básicas. Jodelet mantém a ênfase sobre a necessidade de assegurar-

se ampla base descritiva dos fenômenos de representação social para contínua

elaboração da teoria das representações sociais. (SÁ, 1998, p. 73).

A representação social é sempre uma representação de alguma coisa (objeto) e de alguém (sujeito). As características do sujeito e do objeto terão uma incidência sobre o que ela é. A representação social está com seu objeto numa relação de "simbolização", ela toma seu lugar, e de "interpretação", ela lhe confere significações. Estas significações resultam de uma atividade que faz da representação uma "construção" e uma "expressão" do sujeito. [...] Mas a particularidade do estudo das representações sociais é a de integrar na análise desses processos o pertencimento e a participação sociais e culturais do sujeito. (JODELET, 1993, p. 9).

Em simplificação de esquema do campo de estudo das RS proposto por

Jodelet (FIG. 5), Spink (1993, p. 301) apresenta dois eixos principais: no primeiro,

representações como formas de conhecimento prático orientado para a

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compreensão do mundo e para a comunicação; no segundo, como construções de

caráter expressivo de sujeitos sociais sobre objetos socialmente valorizados.

FIGURA 5 ‒ Campo de estudo da representação social Fonte: SPINK, 1993, p. 301.

Como formas de conhecimento, as representações são estruturas cognitivo-

afetivas e não podem ser reduzidas apenas ao conteúdo cognitivo, precisam ser

entendidas a partir de sua natureza e de sua funcionalidade. O conhecimento

estudado via representações sociais é sempre prático, é sempre uma forma de

interpretar a realidade. (SPINK, 1993, p. 303).

O segundo eixo da FIG. 5 remete à atividade do sujeito, ou seja, a

representação é a construção do sujeito, que não é apenas produto de

determinações sociais nem produtor independente ― representações são sempre

construções contextualizadas em função das condições em que surgem e circulam

― e é também expressão da realidade intraindividual, exteriorização do afeto,

abrindo espaço para a subjetividade. (SPINK, 1993, p. 303-304).

As representações sociais têm múltiplas dimensões e são, essencialmente,

fenômenos sociais que, mesmo acessados a partir do próprio conteúdo cognitivo,

têm de ser entendidos em seu contexto de produção, nas funções simbólicas e

ideológicas a que servem e das formas de comunicação onde circulam.

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As representações sociais devem ser estudadas articulando elementos afetivos, mentais e sociais e integrando, ao lado da cognição, da linguagem e da comunicação, a consideração das relações sociais que afetam as representações e a realidade material, social e ideal sobre a qual elas intervêm. (JODELET, 1993, p. 8).

A perspectiva de Willem Doise aborda mais especificamente a dimensão das

“condições de produção e circulação das representações sociais”, e das respostas à

pergunta “quem sabe e de onde sabe?”. (SÁ, 1998, p. 74). O mérito de Doise foi

delimitar quatro níveis de análise. (MIRANDA, 2010, p. 65).

Derivados dos princípios de tomada de posição dos sujeitos em relação aos sistemas de comunicação/gêneros discursivos e em função de sua pertença social, (os mecanismos de ancoragem), para Doise6 (2002), acontecem de modo processual e dialético nos níveis: intraindividual; interindividuais e situacionais; intergrupais e no nível societal. [...] As diferentes pertenças, inserções sociais, valores, crenças e o grau de proximidade com o objeto de representação possibilitam, aos indivíduos, estabelecer suas tomadas de posição sobre os objetos representados. (SILVA, 2011, p. 184; 202)

O primeiro nível de ancoragem, intraindividual, analisa como os indivíduos

organizam experiências com o meio ambiente; o segundo nível, interindividuais e

situacionais, os princípios típicos das dinâmicas sociais; o terceiro refere-se aos

processos intergrupais e às diferentes posições que os indivíduos ocupam nas

relações sociais; o quarto nível, societal, enfoca os sistemas de crenças,

representações, avaliações e normas sociais, em que as produções culturais e

ideológicas atribuem significação aos comportamentos dos indivíduos e criam

diferenciações sociais, a partir de princípios gerais. Doise e colaboradores atribuem

grande importância à articulação entre os quatro níveis de análise no estudo das RS.

(ALMEIDA, 2009, p. 724).

Para Doise, [...] “os princípios geradores” – que é o que importa para ele – podem levar a diferentes tomadas de posição por parte dos indivíduos que compõem o conjunto social em que aqueles princípios vigem. [...] As pessoas que não passam sem ler, por exemplo, o Jornal do Brasil – todas praticamente da mesma classe social, portanto – pela manhã, podem assumir posicionamentos bastantes distintos no resto do dia, a propósito de um determinado assunto de interesse comum. O que Doise enfatiza no estudo das representações sociais é a influência do que ele chama de “metassistema social” sobre o sistema cognitivo, ou seja, os elementos e relações cognitivas que fazem o conteúdo de uma representação trazem a marca de um condicionamento social, que teria operado no processo mesmo de sua formação. (SÁ, 1998, p. 75-76).

6 DOISE, Willem. Direitos do homem e força das ideias . Lisboa: Horizonte, 2002. 176 p.

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A terceira abordagem complementar a Moscovici, utilizada no estudo das

representações sociais e aporte desta dissertação, é “[...] a abordagem estrutural,

cuja principal contribuição até o momento é a teoria do núcleo central, originada a

partir dos estudos de Jean-Claude Abric em 1976” (POLLI; WACHELKE, 2013, p.

98), que a formulou nos seguintes termos: “[...] a organização de uma representação

social apresenta uma característica específica, a de ser organizada em torno de um

núcleo central, constituindo-se em um ou mais elementos, que dão significado à

representação.” (ABRIC, 2000, p. 31).

Segundo Abric (1994), as representações sociais incluem dois sistemas de significados: o sistema central e o sistema periférico. O sistema central, ou núcleo central, é rígido, coerente e estável, é consensual, define a homogeneidade do grupo e está ligado à sua história coletiva. É ao sistema central que cabe determinar a organização da representação e gerar a significação dos elementos da representação. Por sua vez, os elementos periféricos são mais flexíveis, mudam, são sensíveis ao contexto, integram as experiências individuais e é neles que se manifesta a heterogeneidade do grupo. As suas funções são a adaptação contextual da representação e a proteção do núcleo central. As representações sociais podem, desta forma, incluir divergências individuais, ao mesmo tempo que se encontram organizadas em torno de um nó central coletivamente partilhado. A pesquisa mostra que as práticas sociais são geralmente coerentes com as representações sociais. Quando se registra uma contradição entre a representação e as práticas, estas dão origem a novos elementos periféricos, continuando protegido o núcleo central da representação. Mas quando as práticas contraditórias ocorrem em situações irreversíveis, pode verificar-se uma transformação do núcleo central da representação. (VALA; MONTEIRO, 2004, p. 484-485).

Os elementos centrais e periféricos da representação formam duplo sistema,

em que cada um desempenha papel específico e complementar, respectivamente. O

sistema central (núcleo central) é o aspecto social e está intimamente ligado à

contextualização histórica, sociológica e ideológica ancorada nas normas e valores,

princípios fundamentais em torno de uma representação. O sistema periférico, com

limitação mais individual, está associado a aspectos particulares e ao contexto mais

próximo e situacional, no qual os grupos estão inseridos. Com intuito de diferenciar

de maneira didática e inteligível os dois sistemas, central e periférico, o QUADRO 1

apresenta suas principais características. (MIRANDA, 2010, p. 71).

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QUADRO 1 ‒ Características do sistema central e do sistema periférico de uma representação

SISTEMA CENTRAL SISTEMA PERIFÉRICO

• Ligado à memória coletiva e à história do grupo.

• Permite a integração de experiências e histórias individuais

• Consensual

⇒ define a homogeneidade do grupo

• Tolera a heterogeneidade do grupo

• Estável

• Coerente

• Rígido

• Flexível

• Tolera as contradições

• Resiste às mudanças • Evolutivo

• Pouco sensível ao contexto imediato • Sensível ao contexto imediato

• Funções:

⇒ gera o significado da representação

⇒ determina sua organização.

• Funções:

⇒ permite a adaptação à realidade concreta

⇒ permite a diferença de conteúdo

Fonte: ABRIC, 2000, p. 34.

3.4 SEMIÓTICA COMO MÉTODO DE ANÁLISE DAS REPRESENTAÇÕES

SOCIAIS

Iasbeck (2004, p. 1) define semiótica como ciência que estuda os

mecanismos de produção de sentido (significados) presentes naquilo que

percebemos, pensamos, falamos, fazemos, insinuamos, despistamos, expressamos

sem querer ou com o propósito de agradar/desagradar alguém. E pode ser “[...]

aplicada em variedade de sistemas de signos, incluindo cardápios, moda,

arquitetura, histórias de fadas, produtos para consumo e publicidade de todos os

tipos.” (PENN, 2012, p. 319).

As abordagens semióticas permitem abordar os signos e códigos que ultrapassam unicamente os fenômenos linguísticos. Tudo pode ser portador de sentido. Passamos, com a semiótica, de uma perspectiva centrada na palavra e na frase para uma perspectiva textual. Trata-se [...] de observar a noção do texto, ampliando às vezes esse conceito para acepções não linguísticas e de abordar o papel do leitor, daquele que interpreta. [...] Aplicadas à comunicação, essas teorias permitem visualizar todo tipo de mensagem (discursos, narrativas, mensagens, audiovisuais, sites da Web, filmes etc.) e atividades de construção ou decodificação de signos, seja na empresa, na escola, em qualquer organização, um hipermercado ou um museu, ou mesmo diante de qualquer fenômeno ao qual alguém atribui um sentido. (OLLIVER, 2012, p. 61-62).

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Certos códigos icônicos permitem à imagem criar sentido. A cor, a forma, os

enquadramentos da imagem não só designam como evocam, sugerem sentido. O

espaço em duas dimensões e as cores de uma imagem não são neutros; não são

somente análogos às três dimensões do mundo real, são estruturados e os códigos

próprios à imagem fixa servem para produzir o sentido icônico. A semiótica de

imagens paradas constitui os objetos e como estão dispostos como conjuntos

portadores de sentido, portanto, inseridos na comunicação. (OLLIVER, 2012, p. 74-

75; 78).

De forma geral, e na abordagem específica desta dissertação, o processo de

análise semiótica de imagens paradas pode ser descrito como dissecação seguida

de articulação, ou a reconstrução da imagem, com o objetivo de tornar explícitos os

conhecimentos culturais necessários para que o leitor compreenda a imagem.

(PENN, 2012, p. 325).

A semiótica nos ajuda a conhecer os processos de objetivação e ancoragem

das representações, entendendo que as representações se tornam possíveis na e

pela linguagem nos processos de comunicação que forjam as representações

sociais. Sem linguagem não haveria representações sociais, também não haveria

comunicação. A abordagem semiótica7 é especialmente útil na análise de

mensagens e para conhecer-se a imagem das representações. (SILVA, 2011, p. 30-

31; 49).

Para análise de imagens, Barthes oferece explicação acerca da semiótica, ao

afirmar que precisa ser entendida como parte da linguagem que engloba grandes

unidades de significação do discurso. Embora imagens, objetos e comportamentos

possam significar e, de fato significam, não o fazem em si mesmos, autonomamente.

O sentido de uma imagem é ancorado pelo texto que a acompanha. Os sistemas de

signos necessitam a mediação da linguagem para extrair significantes,

nomenclatura, e nomear seus significados, usos ou razões. (PENN, 2012, p. 321).

7 Não foi empregado o termo semiologia, como o faz Penn (2011). Com base na decisão do Comitê fundador da Associação Internacional de Estudos Semióticos, em 1969, adotou-se semiótica, definida naquela ocasião como “o campo de pesquisa dos signos, sistemas e processos sígnicos”. Participaram do Comitê Jakobson, Lévi-Strauss, Benveniste, Greimas, Sebeok e Barthes. (NÖTH, 2010 apud SILVA, 2011, p. 51).

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“Na semiótica de Barthes, a intertextualidade (relacionamento entre textos) é

inferida pelo analista” [...] e “inova ao apresentar os processos de denotação e

conotação como instrumentos analíticos.” (SILVA, 2011, p. 52-53).

É sempre necessário saber o que temos a ver com o mundo que nos cerca:

ajustar-se, conduzir-se, localizar-se física ou intelectualmente, identificar e resolver

problemas, por isso, construímos representações (JODELET, 1993, p. 1); nas

organizações, como no mundo.

O grau crescente de complexidade das organizações, a ampliação do público

de relacionamento e as rápidas mudanças no ambiente interno e externo, com

fronteiras cada vez menos delineadas, tornam as organizações um ambiente

propício à formação de representações sociais. Compreende-se a organização como

processo de construção de conhecimentos, realidades e práticas; como ambientes

organizacionais formados por imbricadas redes de culturas e subculturas, cujas

dimensões simbólicas e práticas não podem ser separadas. (SILVA, 2014, p. 121-

122).

Em uma perspectiva culturalista, as organizações são minissociedades que têm os seus próprios padrões distintos de cultura e subcultura. Esses padrões de crenças ou significados compartilhados, fragmentados ou integrados apoiados em várias normas operacionais e rituais, podem exercer influências decisivas na habilidade total da organização em lidar com os desafios que enfrenta. Na verdade, nas organizações coexistem, frequentemente, sistemas de valores diferentes que competem entre si e que criam um mosaico de realidades organizacionais. Pensar as organizações como culturas implica a preocupação em investigar as formas pelas quais as organizações desenvolvem quadros de referência ou paradigmas, a partir dos quais as suas próprias experiências são interpretadas. O que põe em evidência a problemática das representações, colocando-se a possibilidade de desacordos em torno do significado da experiência, da história. [...] As organizações são, em essência, realidades socialmente construídas, que estão mais nas mentes de seus membros que em conjuntos concretos de regras e elementos. Lemas, linguagens evocativas, símbolos, histórias, mitos, cerimônias, rituais e padrões de comportamento grupal que decoram a superfície de uma vida organizacional simplesmente oferecem pistas da existência de um significado muito mais profundo e difundido. (BASTOS, 2004, p. 74-75).

Entendendo-se as organizações como culturas, em que a ação social

somente é possível quando as pessoas podem compartilhar significados subjetivos,

tem-se que a realidade organizacional é socialmente construída pela comunicação.

Os símbolos e os significados que envolvem as várias formas de comportamento

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organizacional são criados e mantidos por meio da interação entre os indivíduos. A

organização, vista também como espaço de negociação (negociated order), é

produto de transações e discursos coletivos. (SCROFERNEKER, 2006, p. 50).

“A comunicação não se resume a uma atividade operacional e instrumental,

mas permeia a vida organizacional, viabilizando, com isso, a construção da cultura e

da identidade”. (CURVELLO, 2009, p. 69). As organizações são espaços sociais

privilegiados para a produção de representações. Nestes espaços, as interfaces

entre comunicação organizacional e semiótica por suas afinidades com o real, o

simbólico e seus processos de denotação e conotação de signos, e articulações de

ambas com abordagens da teoria das representações sociais para a compreensão

de saberes e práticas compartilhados por indivíduos e grupos (SILVA, 2011, p. 19;

24; 54-55; 169-170) formam o bojo desta pesquisa de recepção, onde emissor e

receptor “têm esferas privilegiadas de análise” (SILVA, 2011, p. 53), contribuindo

para que se conheçam as representações do BNDES que são construídas e

ativadas pelos funcionários de instituições financeiras credenciadas.

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4 O BNDES

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social8, empresa pública

federal, é o principal instrumento de financiamento de longo prazo para a realização

de investimentos em todos os segmentos da economia, incluindo política de

financiamento com dimensões social, regional e ambiental. (BNDES, 2016a).

Desde sua fundação, em 1952, o BNDES (2016a) destaca-se pelo apoio à

agricultura, indústria, infraestrutura, comércio e serviços, oferecendo condições

especiais para Micro, Pequena e Média Empresas (MPME)9. O Banco também tem

introduzido linhas de investimentos sociais, direcionados para educação e saúde,

agricultura familiar, saneamento básico e transporte urbano.

O apoio do BNDES (2016a) se dá por meio de financiamentos a projetos de

investimentos, aquisição de máquinas e equipamentos e exportação de bens e

serviços. O Banco atua para fortalecer a estrutura de capital das empresas privadas

e destina financiamentos não reembolsáveis a projetos que contribuam para o

desenvolvimento social, cultural e tecnológico do País.

4.1 HISTÓRIA DE DESENVOLVIMENTO

A Lei nº 1.628, de 20 de junho de 1952, criou o Banco Nacional de

Desenvolvimento Econômico (BNDE) para ser o órgão formulador e executor da

política nacional de desenvolvimento econômico. A linha do tempo (FIG. 6) mostra

que em uma primeira fase, o BNDE investiu muito em infraestrutura. Nos anos 70,

contribuiu com a política de substituição de importações; os setores de bens de

capital e insumos básicos receberam mais investimentos; começaram os

investimentos em segmentos ainda incipientes, como o de informática e de

microeletrônica. (BNDES, 2016f).

8 Informações do portal http://www.bndes.gov.br. (BNDES, 2016a). 9 Pessoas físicas ou empresas com faturamento anual de até R$ 90 milhões.

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FIGURA 6 ‒ Cronologia de décadas de fomento do BNDES Fonte: Portal BNDES.

Em 1982, o BNDE, marcado pela incorporação de preocupações sociais à

política de desenvolvimento, passa a chamar-se Banco Nacional de

Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a incentivar empresas brasileiras a

concorrer com produtos importados e a exportar. Na mesma época, adotou a prática

do planejamento estratégico, com elaboração de cenários prospectivos.

Nos anos 90, o BNDES participou da privatização de grandes estatais

brasileiras, como responsável pelo suporte administrativo, financeiro e técnico do

Programa Nacional de Desestatização, começado em 1991. Iniciou também estímulo

à descentralização regional, com o incremento de investimentos em projetos nas

regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste; programa de exportações para MPME;

investimentos para o setor de comércio e serviços; inclusão da classificação do risco

ambiental dos projetos; e programa de microcrédito. Em 1995, iniciou-se o apoio ao

setor cultural, com investimentos na produção de filmes e na preservação do

patrimônio histórico e artístico nacional. A partir de 2006, fez investimentos na

economia da cultura, com financiamentos para todas as etapas de sua cadeia

produtiva.

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No século 21, o BNDES contempla diversos segmentos econômicos:

agropecuária, indústria, comércio e serviços, infraestrutura, com condições especiais

para MPME; incentivo às exportações e o fortalecimento do mercado de capitais;

aumento da competitividade e o fortalecimento da economia nacional.

4.2 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

O Sistema BNDES10 é composto pelo Banco Nacional de Desenvolvimento

Econômico e Social – BNDES; pela Agência Especial de Financiamento Industrial –

FINAME; e pela BNDES Participações S.A. – BNDESPAR.

A Finame é dedicada ao financiamento à produção e comercialização de

máquinas e equipamentos. A BNDESPAR é responsável pelo fomento por meio de

investimentos em valores mobiliários. O BNDES dedica-se ao financiamento com

longo prazo de pagamento e é o acionista único da Finame e da BNDESPAR.

A organização interna básica do BNDES é estruturada em 24 unidades

fundamentais (FIG. 7). A Auditoria é subordinada ao Presidente do Conselho de

Administração do BNDES, as demais unidades são subordinadas ao Presidente do

BNDES, ou, por delegação, ao Vice-Presidente e aos Diretores. Cada unidade

fundamental, sob a responsabilidade de Superintendente ou função equivalente, é

atribuição exclusiva de funcionário de carreira e poderá ser integrada por unidades

administrativas principais em nível de departamento, gerência executiva ou gerência

e coordenação.

10 Mais informações, inclusive composição, objetivos e legislação básica, no portal do BNDES. Disponível em: <http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Institucional/O_BNDES/ Governanca_Controle/Estrutura_de_Gestao/index.html#/>. Acesso em: 7 fev. 2016.

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FIGURA 7 ‒ Organograma do BNDES (mar/2016) Fonte: BNDES.

A missão do BNDES é promover o desenvolvimento sustentável e competitivo

da economia brasileira, com geração de emprego e redução das desigualdades

sociais e regionais. A visão, ser o Banco do desenvolvimento do Brasil, instituição

de excelência, inovadora e proativa ante os desafios da nossa sociedade. (BNDES,

2016g). A FIG. 8 ilustra os valores que norteiam suas ações.

FIGURA 8 ‒ Valores do BNDES Fonte: BNDES.

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O BNDES conta com diversas fontes de recursos (BNDES, 2016d) para

oferecer financiamentos de longo prazo, destacando-se o FAT, o PIS-PASEP e o

Tesouro Nacional, que representam parcela significativa de sua estrutura de

financiamento, conforme apresentado a seguir (GRÁF. 1):

GRÁFICO 1 ‒ Fontes de recursos do BNDES Fonte: Portal BNDES, em 7 mar. 2016.

O impacto da atuação do BNDES (2016e) na sociedade implica processo de

gestão, que envolve diversos comitês (FIG. 9), visando favorecer decisão colegiada.

FIGURA 9 ‒ Comitês do BNDES na rede de comunicação e compartilhamento Colabore Fonte: BNDES.

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Em concepção mais restrita, compliance significa cumprir e fazer cumprir

regulamentos internos e externos impostos às atividades da instituição. As ações de

compliance do BNDES compreendem um conjunto de mecanismos e procedimentos

internos que assegurem sua atuação, em conformidade com a legislação e a

regulamentação vigentes, com quatro focos principais: (1) prevenção à lavagem de

dinheiro e combate ao financiamento ao terrorismo; (2) combate a fraudes; (3)

transparência e (4) conformidade. (BNDES, 2016e).

4.3 COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL DO BNDES

A comunicação organizacional está presente em todas as instituições no seu

relacionamento com o público (comunicação externa) e nas trocas de informação e

disseminação da cultura organizacional entre aqueles que trabalham na instituição

(comunicação interna). O público externo sempre foi o foco da construção do Trein@

BNDES, permanecendo quase invisível ao público interno, exceto para aqueles

responsáveis, nos diversos departamentos, pela construção do seu conteúdo e

atualização de informações, assim como para os funcionários da AOI. Atualmente, o

Trein@ BNDES on-line é indicado para novos funcionários, durante o curso

“Integração”, quando são apresentados ao BNDES e suas Áreas.

A comunicação do BNDES está diretamente subordinada ao Gabinete da

Presidência (GP), responsável por “elaborar, implementar e coordenar, em

consonância com as diretrizes emanadas do Sistema BNDES, sua ação institucional

de comunicação, em articulação com as demais unidades fundamentais; e

desenvolver as atividades referentes à Ouvidoria do Sistema BNDES”. (BNDES,

2016).

Dois departamentos dividem a responsabilidade pela comunicação do BNDES

em todas as suas dimensões: o Departamento de Políticas de Comunicação

(DEPOC) e o Departamento de Divulgação (DEDIV), com a atribuição comum de

zelar pela uniformização dos procedimentos, inclusive aqueles que envolvam

questões de natureza jurídica, observando as normas operacionais aprovadas pela

Diretoria.

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Presentes em sucessivos planejamentos corporativos entre 2009 e 2015, as

ações do BNDES para desenvolver um plano de comunicação organizacional

integrada têm assumido relevância, adequado abordagens, características e

direcionamentos, à medida que metas são alcançadas.

O planejamento corporativo 2009-2014 incluiu a comunicação como elemento

do posicionamento estratégico e das políticas financeira e de informação. Um dos

elementos das diretrizes para as políticas de suporte organizacional, a comunicação,

assim como a gestão corporativa, os recursos humanos, a informação, o apoio à

estruturação de projetos e pesquisa econômica, teve como objetivo que a

organização BNDES apresentasse estrutura e competências flexíveis, adequadas

para o alcance de sua visão. (BNDES, 2008, p. 92). As ações previstas foram assim

discriminadas:

(1) Desenvolver um Plano de Comunicação Organizacional Integrada, que compreenda a difusão de informações sobre planos e metas, processos, normas e procedimentos, projetos e seus resultados, para os públicos interno e externo. (2) Assegurar a governança necessária para sustentar uma plataforma institucional de relacionamentos com os públicos interno e externo. (3) Consolidar os fluxos de comunicação interna (vertical e horizontal) que promovam a interação entre a alta administração e os funcionários, estimulando a participação e favorecendo o desenvolvimento e a realização pessoal e profissional. (4) Incentivar a comunicação interna e externa como parte de uma política de transparência da organização no cumprimento da sua missão institucional. (5) Estimular a comunicação do BNDES com os diversos segmentos da sociedade com vistas a considerar as demandas sociais e reforçar a imagem e a credibilidade institucional. (6) Fortalecer a interação com clientes, governo e veículos de comunicação, mediante a divulgação sistemática e periódica das ações e resultados do BNDES. (BNDES, 2008, p. 95).

Mais afinidade com a pesquisa proposta nesta dissertação, em virtude do

relacionamento vital com instituições financeiras credenciadas, público da Área de

Operações Indiretas e do Trein@ BNDES on-line, se destacam sucessivos esforços

(BNDES, 2014, p. 41) para “fortalecer a política de comunicação e de

relacionamento institucional; a imagem e a presença do BNDES perante seus

principais interlocutores e a sociedade em geral”.

No mapa corporativo (BNDES, 2014, p. 41), identificam-se iniciativas como

fórum de diálogo com a sociedade civil, diagnóstico do ambiente organizacional para

alinhamento aos valores institucionais e definição de indicadores da comunicação

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externa, como citações positivas na mídia e qualidade da Central de Atendimento,

que podem funcionar como recursos de comunicação organizacional integrada,

disseminando e compartilhando a missão, a visão, os valores, as estratégias e a

cultura do BNDES com seus públicos.

4.3.1 Política de relacionamento

Como principal instrumento do governo federal para promoção de

financiamento de longo prazo para investimentos em todos os segmentos da

economia (BNDES, 2016a), o BNDES funciona de diferentes formas como ator

político, intelectual e financeiro, devido à sua condição singular, só semelhante a do

Banco Mundial, de financiador, formulador de políticas, ator social, veiculador de

ideias a respeito de desenvolvimento. (PEREIRA, 2010, p. 260).

Para vincular desenvolvimento a tantas esferas de atuação, o BNDES investe

em estratégias e ações de relacionamento com seus públicos de interesse, por meio

de vários canais de comunicação, como Serviço de Informação ao Cidadão (SIC),

Central de Atendimento, Ouvidoria, portal institucional, dentre outros. Geridos por

unidades diferentes, DEDIV e DEPOC, que estabelecem formas próprias de se

relacionar, o BNDES não detém conhecimento centralizado e único do seu capital de

relacionamento, ainda que seja fundamental entender necessidades e estruturar

produtos, ações e estratégias que ajudem esses públicos nas relações com o Banco.

(MESQUITA; DEODATO, 2015, p. 13; 46).

Pode-se inferir que o Banco não conheça a imagem, entendida como

representações, impressões, convicções e redes de significados do nome BNDES,

seus produtos e programas de financiamento e suas múltiplas atribuições

armazenadas na memória de forma holística. (DE TONI, 2005 apud SCHULER,

2015, p. 11). Como “a imagem das organizações é comumente tratada, na literatura

específica da comunicação como reputação” (SCHULER, 2015, p. 60), pode-se

deduzir que, sem o conhecimento estratégico e integrado dos seus públicos e do

que é para eles, o BNDES também não conhece todas as faces da própria

reputação.

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Não há acomodação do Banco, pelo contrário. Em 11 de agosto de 2015, foi

aprovada a Política de relacionamento do Sistema BNDES para “orientar

colaboradores [...] em suas atuações junto aos seus diversos públicos com os quais

se estabelece interlocução.” (BNDES, 2015, p. 3).

O documento apresenta os conceitos que orientaram o trabalho, os princípios

que fundamentam os relacionamentos e devem balizar a atuação de todos os

colaboradores, a segmentação dos públicos, além das diretrizes a serem

observadas para cada segmento de público. Em dois anexos, aponta informações

suplementares como a lista de termos e expressões utilizados no texto e a relação

de todas as políticas e demais normativos em vigor, associados à temática

relacionamento, como referência ou complemento à política. (BNDES, 2015, p. 3-4).

Neste contexto, foram identificados 17 públicos de interesse. O público interno

é formado por colaboradores (empregados, membros da Diretoria, membros dos

Conselhos, prestadores de serviço e estagiários) e o público externo, por agentes

financeiros, o cidadão, o cliente, a imprensa e 12 outros.

O inventário de ações e ferramentas disponíveis para comunicação com todos

estes segmentos de público, apresentado a seguir nos subitens comunicação interna

e comunicação externa, demonstra ser essencial para o BNDES “obter visão global

de todas as ações de relacionamento [...]; conhecer as interações do cliente com o

BNDES, independentemente do canal de comunicação utilizado; oferecer produtos e

serviços que se adequem às necessidades do cliente; acompanhar mudanças no

perfil e identificar oportunidades de atuação junto aos clientes”. (MESQUITA;

DEODATO, 2015, p. 5).

O Projeto de ecossistema big data para integração das bases com dados de

relacionamento do BNDES a ser implantado gradativamente, começando pela

Central de Atendimento (MESQUITA; DEODATO, 2015, p. 49), será estratégico para

identificar o substrato sobre o qual o Banco poderá trabalhar para conhecer a própria

imagem, ajustar ou sustentar sua reputação. É a comunicação organizacional em

marcha para o desenvolvimento.

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4.3.2 Comunicação interna

A comunicação interna do BNDES é pautada na intranet (FIG. 10), tanto para

informações pessoais como para marcação de ponto, contracheques e benefícios;

intrapessoais, lista de ramais; profissionais, como reserva de salas de reunião ou

videoconferência e informes da alta administração; clipping de notícias diárias,

atualizações sobre atividades da diretoria e de unidades fundamentais.

FIGURA 10 ‒ bndesnet: a intranet do BNDES Fonte: BNDES.

A comunicação entre a administração, unidades fundamentais e funcionários

acontece na rede de compartilhamento de informações, denominada Colabore

(FIG.11). Informes também são enviados para as caixas de e-mail institucional dos

funcionários como, por exemplo, informações a respeito da indisponibilidade de

serviços, atualizações na rede e atualização de regras operacionais. Entre as

dimensões da pesquisa de clima organizacional que o BNDES monitora está a

comunicação institucional.

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FIGURA 11 ‒ Colabore: rede de comunicação e compartilhamento do BNDES Fonte: BNDES.

Há dois veículos de informação interna (FIG. 12), que apesar da versão digital

na Colabore, também circulam em papel. Um retrata, semanalmente, o dia a dia das

ações externas ou internas da Alta Administração e de funcionários em eventos. A

revista Equipe destaca e detalha, mensalmente, atividades e projetos de unidades

fundamentais e de funcionários.

FIGURA 12 – Logomarcas: Revista Equipe e informativo semanal Em Dia Fonte: BNDES.

Além da estrutura de comunicação formal, existe um canal de informação

informal, por e-mail, entre os funcionários do Banco, onde são tratados assuntos

diversos (FIG. 13). A lista (grupo) denominada “Gendes” foi criada em janeiro de

2004; em fevereiro de 2016, contava com 2.002 membros.

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FIGURA 13 ‒ Exemplo de assuntos tratados na lista Gendes entre 2014 e 2016 Fonte: E-mail da mestranda.

4.3.3 Comunicação externa

O BNDES dispõe de canais para atender à sociedade e a clientes em suas

necessidades de informação sobre sua atuação e formas de apoio financeiro.

Principal canal, o <www.bndes.gov.br> recebeu média mensal de 250 mil visitantes

únicos em 2014.

O Fale Conosco, disponível no portal do BNDES, é um dos principais canais

de atendimento empresarial do Banco. Por meio dessa ferramenta de comunicação,

são esclarecidos temas diversos e aspectos institucionais, como concursos públicos,

editais de licitação, patrocínios e, principalmente, dúvidas quanto às formas de

financiamento do BNDES. O andamento das solicitações pode ser acompanhado

por meio de protocolo gerado pelo sistema no momento do envio da mensagem. Em

2014, foram realizados cerca de 700 mil atendimentos ao público externo, 90% por

telefone e o restante por mensagens eletrônicas.

O Atendimento empresarial é modalidade presencial de atenção à

necessidade de informação, realizado nos escritórios de Brasília, Recife, Rio de

Janeiro e São Paulo. Mais de 1.000 atendimentos empresariais presenciais, a maior

parte para micro e pequenos empresários, foram realizados ao longo de 2014. Os

escritórios internacionais estão presentes onde atua o exportador brasileiro e

também buscam firmar parcerias com empresas e governos de outros países. O

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Banco conta com profissionais trilíngues dedicados ao atendimento a estrangeiros

interessados em investir no Brasil.

Em 2014, o SIC recebeu 667 solicitações, respondidas dentro dos prazos

estabelecidos pela Lei de Acesso à Informação.

O BNDES promove eventos direcionados à MPME como o BNDES Mais

Perto de Você, ciclo de palestras voltado à divulgação institucional e das principais

formas de financiamento do Banco que reuniu um total de 2.157 pessoas em 17

regiões, entre elas, Macapá (AP), Nova Friburgo (RJ), Fortaleza (CE) e Goiânia

(GO), em 2014. Já os Seminários de Crédito, iniciativa conjunta entre BNDES e o

Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae, dirigidos

principalmente a micro e pequenas empresas, reuniram mais de nove mil

participantes. Equipes do BNDES também participaram de feiras, onde foram

realizados 1.600 atendimentos.

Foram ministradas 45 palestras institucionais em português, inglês e

espanhol, para um público total de 1.205 visitantes de instituições de ensino,

delegações brasileiras e estrangeiras.

A “Sala de imprensa” concentra grande esforço de comunicação multimodal,

com notícias, notas, galeria de fotos, comunicados, agenda da diretoria, entrevistas

e artigos, vídeos, áudios; acesso ao Fale Conosco, à Ouvidoria e a Perguntas mais

frequentes. No endereço eletrônico, em redes sociais, o BNDES também

compartilha informações, diversificando os canais de informação.

No portal Reclame Aqui, foram registradas e respondidas 38 reclamações.

Das empresas que avaliaram o atendimento, 68,8% consideraram seus problemas

solucionados e 75% voltariam a fazer negócio. A reputação do BNDES no portal é

“boa”, nota cinco na escala do próprio portal, que tem seis níveis.

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Facebook – www.facebook.com/bndes.imprensa

O perfil traz notícias e informações relevantes quanto à atuação do

Banco, com atualização de segunda a sexta-feira, das 10h às 20h.

Slideshare – http://slideshare.net/bndes

Acesso a apresentações, cartilhas e outros documentos que procuram

explicar, de forma simples, como funcionam os financiamentos do BNDES, com

destaque para mecanismos de apoio para micro, pequena e média empresas.

Twitter – http://twitter.com/bndes_imprensa

Perfil exclusivo para relacionamento com a imprensa, o que inclui convocação

de coletivas e distribuição de releases: @bndes_imprensa . Em 2014, foram

enviados 183 releases. O serviço de clipping do BNDES identificou 14.173 matérias

publicadas na imprensa nacional e estrangeira com menções ao BNDES. O perfil

@bndes também é administrado pelo Banco, mas encontra-se em fase de testes.

YouTube – http://www.youtube.com/bndesgovbr

O canal do BNDES traz vídeos institucionais, pequenos programas

explicativos, referentes aos produtos e serviços do Banco e campanhas publicitárias.

Em 2014, o canal fechou o ano com o dobro de audiência em relação a 2013,

atingindo o marco de um milhão de visualizações, em um total de 72 vídeos

publicados, como a animação “O BNDES na sua vida” e uma série acerca de

responsabilidade financeira.

O BNDES ainda oferece ao público, desde 1985, o “Espaço BNDES” (FIG.

14), com objetivo de fomentar a produção artística nacional e democratizar o acesso

à cultura. Todas as atrações são gratuitas e abertas ao público em geral.

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FIGURA 14 ‒ Atividades do “Espaço BNDES”: música e cinema Fonte: BNDES.

O BNDES diversifica suas ações de apoio e promoção de atividades culturais,

oferecendo suporte financeiro à produção de obras cinematográficas e algumas

categorias de prêmios, como o Prêmio BNDES de Economia, instituído em 1977.

Em função da necessidade de impor mais transparência devido a

questionamentos em instâncias públicas, como Banco Central do Brasil,

Controladoria-Geral da União (CGU), Tribunal de Contas da União (TCU), Câmara

dos Deputados e Senado Federal, e com o consequente aumento do interesse por

seus financiamentos oriundos da mídia, de organizações não governamentais e da

sociedade em geral, foi criado, em 2015, o BNDES Transparente (FIG. 15), para

consulta de números e de informações referentes à atuação do Banco.

FIGURA 15 ‒ BNDES Transparente: portal de informações relativas à atuação do Banco Fonte: BNDES.

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5 A ÁREA DE OPERAÇÕES INDIRETAS

A Área de Operações Indiretas (AOI) é responsável pela análise, aprovação,

desembolso e acompanhamento das operações de produtos e programas de

financiamento indireto do BNDES; pelo credenciamento de máquinas,

equipamentos, sistemas e fabricantes; por estabelecer regras em conformidade com

as políticas operacionais do BNDES para agentes financeiros, fabricantes e

beneficiários finais; pelo relacionamento com instituições financeiras credenciadas e

outras instituições parceiras, atividades traduzidas em sua estrutura organizacional

(FIG. 16).

FIGURA 16 − Estrutura funcional e operacional da AOI Fonte: BNDES.

Uma das vocações da Área é fomentar investimentos de Micro, Pequena e

Média Empresas (MPME) que contribuem para a economia do País em razão de seu

enorme potencial para geração de emprego e renda. Para alcançar clientes

potenciais por todo o território nacional, grande parte das operações do BNDES é

realizada de forma indireta, por meio de rede de instituições financeiras

credenciadas.

Nessas operações, o BNDES estabelece regras e condições para repasse de

recursos financeiros aos bancos comerciais, públicos ou privados, agências de

fomento e cooperativas de crédito que, por sua vez, assumem o risco da operação e

são responsáveis pela análise, definição de prazos e garantias, e aprovação do

crédito (FIG. 17). A proximidade dos investidores em potencial e o conhecimento do

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mercado e da região maximizam as condições de financiamento mais adequadas ao

investimento. (CUNHA COSTA, 2014, p. 165-166; BNDES, 2016i).

FIGURA 17 ‒ Relacionamento nas operações indiretas Fonte: BNDES.

A parceria com instituições financeiras permite o apoio efetivo e em grande

escala às MPME. Em 2014 e 2015, o BNDES realizou 96% e 97% de suas

operações, respectivamente, com esse público (TAB. 1). Em termos de desembolso,

representou 31,6% e 27%, respectivamente, do total de recursos. O número de

operações para MPME, em dez anos, aumentou de 108.669, em 2005, para 926.178

em 2015, um crescimento de 752%, que não virou notícia.

TABELA 1 ‒ Número anual de operações do BNDES por porte da empresa

Ano / Porte Micro Pequena Média Média-Grande Grande TOTAL

2005 88.474 11.804 8.391 — 9.938 118.607

2006 85.485 14.933 9.681 — 12.070 122.169

2007 142.987 26.574 16.428 — 19.886 205.875

2008 118.970 38.457 22.431 — 24.183 204.041

2009 265.975 72.318 28.725 — 23.711 390.729

2010 425.470 93.766 47.308 10.533 32.817 609.894

2011 643.478 136.630 63.039 24.947 28.352 896.446

2012 775.730 152.619 61.269 15.978 22.844 1.028.440

2013 864.152 172.834 64.282 17.030 25.984 1.144.262

2014 823.048 191.512 72.281 16.114 27.247 1.130.202

2015 698.342 169.177 58.659 9.068 18.962 954.208

Crescimento (%) 689 1.333 599 -14 91 704

Fonte: BNDES. Elaboração de Leonardo de Souza Fernandes Dourado.

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Com a grande capilaridade concedida pela rede de instituições financeiras

credenciadas, o BNDES consegue chegar a todas as regiões do País. O histórico

(TAB. 2) para cada região, entre 2005 e 2015, demonstra crescimento significativo,

mais de 200%, do total de volume de recursos desembolsados.

TABELA 2 ‒ Desembolso anual do BNDES para MPME por região (R$ milhões)

Ano / Região Centro-

Oeste Nordeste Norte Sudeste Sul TOTAL

2005 1.640,2 996,7 484,0 4.689,9 3.851,2 11.661,9

2006 1.227,7 984,3 432,2 5.234,6 3.238,6 11.117,4

2007 1.755,8 1.512,1 690,8 7.260,3 4.847,4 16.066,5

2008 2.517,5 2.090,0 809,0 8.904,1 7.525,6 21.846,2

2009 2.412,0 2.479,5 827,8 9.930,2 8.269,4 23.918,9

2010 4.498,0 5.230,6 1.773,7 19.242,9 14.833,2 45.578,3

2011 5.086,5 6.692,8 2.200,8 20.836,2 14.844,1 49.660,2

2012 5.395,8 6.616,4 2.351,6 19.884,4 15.873,7 50.121,9

2013 7.774,0 7.025,3 2.851,1 23.512,0 22.381,1 63.543,5

2014 7.418,6 7.191,3 3.055,3 21.511,4 20.197,7 59.374,3

2015 5.313,8 4.535,4 2.164,2 12.386,4 12.953,5 37.353,3

Crescimento (%) 224 355 347 164 236 220

Fonte: BNDES. Elaboração de Leonardo de Souza Fernandes Dourado.

Na composição dos desembolsos por produto, a “Família Finame”, formada

pelo BNDES Finame, BNDES Finame Agrícola e BNDES Finame Leasing, em

destaque na TAB. 3, tem sido o produto mais demandado historicamente. Em 2014,

foram R$ 39.993,3 milhões em financiamentos, 68,8% do total de desembolsos.

Neste cenário, destaca-se (1) a produção e aquisição de máquinas e equipamentos

e (2) a produção e comercialização de máquinas e equipamentos agrícolas para

agropecuária; e queda significativa da (3) aquisição de máquinas e equipamentos

em operações de arrendamento mercantil. Sempre máquinas e equipamentos

novos, de fabricação nacional, credenciados no BNDES11. Em 2015, apesar da

queda significativa de mais de R$ 22 milhões, os R$ 17.831,7 milhões em

financiamento da “Família Finame” superaram os desembolsos de todos os outros

produtos. Por que esta constatação é relevante? Porque máquinas e equipamentos

11 Credenciamento de Fornecedores Informatizado – CFI. Disponível em: <http://www.bndes.gov.br/ SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Ferramentas_e_Normas/Credenciamento_de_Equipamentos/>. Acesso em: 7 fev. 2016.

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são bens de capital, importantes para o desenvolvimento econômico, tendo em vista

que participam de todas as cadeias produtivas.

TABELA 3 ‒ Desembolso anual do BNDES para MPME por produto (R$ milhões)

Ano / Produto BNDES Automático

BNDES Finame

BNDES Finame Agrícola

BNDES Finame Leasing

Cartão BNDES TOTAL

2005 2.938,6 5.606,1 2.079,9 304,0 71,7 11.000,3

2006 2.549,2 5.837,4 1.380,7 407,6 225,2 10.400,1

2007 3.156,0 8.881,3 1.934,8 834,3 509,2 15.315,6

2008 3.374,3 12.605,9 2.543,2 928,1 845,7 20.297,2

2009 3.992,8 13.447,4 2.651,0 381,8 2.478,6 22.951,6

2010 4.637,0 29.931,6 5.151,4 401,9 4.314,0 44.435,9

2011 6.261,0 29.199,3 5.207,9 265,5 7.574,1 48.507,8

2012 9.386,9 23.439,9 6.521,4 48,4 9.543,4 48.940,0

2013 8.242,8 32.614,1 11.574,5 78,7 10.022,6 62.532,7

2014 6.557,6 29.729,5 10.217,4 46,4 11.547,5 58.098,4

2015 7.016,1 10.630,5 7.199,1 2,1 11.251,9 36.099,7

Crescimento (%) 139 90 246 -99 15.593 228

Fonte: BNDES. Elaboração de Leonardo de Souza Fernandes Dourado.

É possível perceber o crescimento de todos os produtos da AOI (TAB. 3), mas

nenhum cresceu tanto como o Cartão BNDES, 15,6 mil %.

Aumentos expressivos, tanto em número de operações como em

desembolsos, validam o modelo de parcerias com instituições financeiras

credenciadas, que imprimem capilaridade ao BNDES e favorecem o acesso a seus

recursos, onde quer que sejam replicadas, principalmente a MPME.

5.1 FOMENTO A MICRO, PEQUENA E MÉDIA EMPRESAS

A estratégia de fomento para atender às necessidades de financiamento e

informações de micro, pequena e média empresas tem como foco divulgar as linhas

e agilizar o acesso ao crédito. Por meio do Trein@ BNDES, do Cartão BNDES, dos

Postos de Informações e dos Seminários de Crédito, os funcionários de instituições

da rede credenciada que repassará os recursos do BNDES e os beneficiários em

potencial conhecem as formas de crédito mais adequadas ao tipo de investimento.

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Lançado em 2002, o Cartão BNDES (FIG. 18) destina-se a micro, pequena e

média empresas com faturamento bruto anual de até R$ 90 milhões, sediadas no

País, de controle nacional, que exerçam atividade econômica compatível com as

políticas operacionais e de crédito do BNDES, e que estejam em dia com INSS,

FGTS, RAIS e tributos federais.

FIGURA 18 ‒ Cartão BNDES Fonte: Portal do Cartão BNDES.

Utilizando o Cartão, MPME têm acesso a uma linha de crédito pré-aprovada,

de até R$ 1 milhão por banco emissor — Banco do Brasil, Banco do Nordeste,

Banco Santander, Banrisul, Bradesco, BRDE, Caixa Econômica Federal, Itaú,

Sicoob e Sicredi ―, de uso automático, com prestações pré-fixadas, prazo de

parcelamento de 3 a 48 meses e juros atrativos (1,32% a.m. em março de 2016) em

relação aos praticados pelo mercado, como pode ser constatado pelo histórico das

taxas a partir de janeiro de 2014 (GRÁF. 2).

GRÁFICO 2 ‒ Histórico das taxas de juros do Cartão BNDES entre jan/2014 e fev/2016 Fonte: Portal do Cartão BNDES. Elaboração de Leonardo de Souza Fernandes Dourado.

0,8

0,9

1

1,1

1,2

1,3

1,4

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O Cartão destina-se à aquisição de itens necessários às atividades produtivas

das MPME, desde que cadastrados no Portal de Operações do Cartão BNDES

<www.cartaobndes.gov.br>, por fornecedores devidamente credenciados. (BNDES,

2016b). Ao longo dos anos, o desempenho do Cartão BNDES tem sido um dos

destaques da atuação do Banco. Desde 2013, os desembolsos superam R$ 10

bilhões, como demonstrado, anteriormente, na TAB. 3.

Os Postos de Informações são resultado de parcerias do BNDES com

diversas instituições de classe empresarial, sobretudo as Federações de Indústrias,

com o objetivo de divulgar informações relativas às formas de financiamento do

Banco à MPME. (BNDES, 2016h).

Instalados nas dependências de entidades parceiras, o atendimento aos

empresários é realizado por funcionários destas instituições que, treinados pela AOI,

contam com apoio técnico, de informações e material de divulgação para realizar

suas atividades. Independentemente de se localizarem em Federações de

Indústrias, os Postos de Informações do BNDES prestam atendimento a empresas

de todos os setores e segmentos da economia.

A terceira ação de fomento da AOI para MPME são os Seminários de Crédito,

que reúnem os atores envolvidos na concessão de financiamento de longo prazo na

modalidade indireta: BNDES, agentes financeiros credenciados e empresários.

A iniciativa nasceu em 2008, no Rio Grande do Sul, por meio de parceria com

o Sebrae estadual. Breves palestras são ministradas por técnicos do BNDES e

agentes financeiros convidados pelo parceiro institucional, seguidas de atendimento

individualizado aos interessados, o que favorece o contato entre empresários e

agentes financeiros.

Além de apresentar formas de apoio do BNDES, os Seminários de Crédito

procuram informar o empresariado a respeito dos trâmites necessários à obtenção

do recurso e esclarecer o papel e as responsabilidades dos atores envolvidos no

processo para favorecer a busca pelo produto que mais se adequa à necessidade

de investimento.

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Ferramenta de informação e comunicação integrada, com módulos a

distância, presencial e pocket, o Trein@ BNDES é a estratégia de fomento da AOI

para disseminar conhecimento referente às formas de apoio indireto do BNDES.

O módulo presencial é dedicado ao treinamento de funcionários de

instituições financeiras credenciadas no BNDES como repassadoras de seus

recursos. É ministrado em dois dias, por dois funcionários da GERAI, os quais

fornecem apostilas e material necessário, como planilhas de exercícios. Em 2015,

aconteceram 20 treinamentos presenciais (FIG. 19).

FIGURA 19 ‒ Turmas do Trein@ BNDES presencial em 2015, por unidade da Federação,

com número de participantes Fonte: AOI/DERAI/GERAI. Elaboração de Rafael Mazzeo Salhab.

O Trein@ BNDES pocket é modalidade compacta, criada em 2015, para

treinar os funcionários de instituições financeiras localizados no interior do País.

Apresentando conteúdo mais enxuto, é ministrado em quatro horas por funcionários

do DERAI ou dos departamentos regionais do BNDES. A FIG. 20 mostra as

localidades e o número de participantes nas turmas de 2015.

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FIGURA 20 ‒ Turmas do Trein@ BNDES pocket em 2015, por unidade da Federação,

com número de participantes Fonte: AOI/DERAI/GERAI. Elaboração de Rafael Mazzeo Salhab.

O módulo a distância (FIG. 21) está disponível para todos os interessados,

com a missão de facilitar o acesso de empresas e pessoas físicas aos recursos do

BNDES, por meio da comunicação de informações relativas a critérios, condições e

procedimentos operacionais. (BNDES, 2014i).

FIGURA 21 ‒ Arte para divulgação do Trein@ BNDES on-line Fonte: BNDES.

A visão do Trein@ BNDES on-line é ser referência como curso a distância no

setor público, cumprindo papel de transparência na difusão de informações acerca

do BNDES a agentes financeiros repassadores e possíveis beneficiários, de forma

clara, dinâmica e aplicada à prática. (BNDES, 2014i).

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Ao longo de sua história, o Trein@ BNDES on-line já treinou 88.155 mil

pessoas, entre agosto de 2004 e 31 de dezembro de 2015 (TAB. 4). Em 2016, até

17 de fevereiro, 510 pessoas já haviam cursado ou estavam cursando o Trein@.

TABELA 4 ‒ Número de treinamentos (alunos em turma) no Trein@ on-line por mês de 2004 a 2015

Mês/Ano 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

jan. - 1.161 559 883 1.669 468 455 1.147 1.380 860 646 394

fev. - 783 407 393 616 447 296 640 776 639 673 433

mar. - 1.211 726 642 732 499 439 634 607 703 590 583

abr. - 1.077 731 546 797 564 429 659 457 780 558 586

Maio 1 1.110 481 668 812 496 387 861 656 594 491 511

jun. 0 1.038 331 531 638 471 343 782 407 811 344 528

jul. 0 755 404 516 499 431 463 938 423 739 761 523

ago. 2.30512 642 412 556 509 461 687 2.490 503 1.232 440 467

set. 526 426 432 545 713 369 640 3.600 536 669 338 354

out. 528 372 344 754 457 313 418 2.028 407 554 543 359

nov. 1.704 294 276 568 354 261 477 1.117 355 400 403 216

dez. 1.336 390 169 295 281 351 224 602 334 247 339 214 TOTAL 6.400 9.259 5.272 6.897 8.077 5.131 5.258 15.498 6.841 8.228 6.126 5.168

Fonte: Relatório gerencial do Trein@ BNDES on-line em 30 de janeiro de 2016.

Assim, ao considerar: (1) as dimensões do País; (2) o número de pessoas e

empresas que buscam o BNDES; (3) a infraestrutura física disponível, tendo em

vista que o BNDES não possui agências13; e (4) o número de funcionários

responsáveis pelo tutorial ― cinco em janeiro de 2016 ―, é possível inferir que o

Trein@ BNDES on-line é uma ferramenta democrática ― acesso gratuito pela

internet ―; simplificada ― não exige conhecimento prévio ―; e flexível ― conexão a

qualquer dia e hora ― para disseminar as normas de operação e acesso ao crédito

para todos os públicos que desejarem acessá-la.

Tradicionalmente, o BNDES aparece na mídia impressa, difusora de valores,

informação, conhecimento e de representações sociais, como o banco das grandes

empresas, tendo em vista que as operações de valores mais altos é que recebem

atenção da mídia. Era assim em 2008, como mostra a FIG. 22.

12 Inscrições da versão piloto, entre maio e julho, somadas às inscrições do próprio mês de agosto. 13 Atendimento empresarial presencial em Belém, Brasília, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo; representações em Joanesburgo, Londres e Montevidéu.

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FIGURA 22 ‒ Manchetes acerca do BNDES na mídia nacional em 2008 Fonte: AOI/DERAI/GERAI.

Serge Moscovici (2012, p. 286; 291) desenvolveu a teoria das representações

sociais, pontuando que a imprensa tem papel de mediador e, ao mesmo tempo, de

receptor. Como o BNDES lhe é exterior, ela é equivalente aos leitores aos quais se

dirige. Na difusão, que é a comunicação de massa a públicos muito variáveis, a

dependência do emissor em relação ao receptor é fundamental. A mídia precisa

“colar” nos leitores para, ao mesmo tempo, produzir suas oscilações e descobrir um

denominador comum.

O cenário não mudou ao longo dos anos. O BNDES continua sendo

percebido como banco das grandes empresas devido aos desembolsos mais

volumosos para esse segmento, 68% em 2014 (FIG. 23).

FIGURA 23 ‒ BNDES na mídia (2013-2014) e desembolsos (2014), segundo o porte da empresa Fonte: Trein@ BNDES presencial (2015).

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Ao discurso14 da mídia brasileira impressa no tocante ao BNDES, com

recorrentes significações – grandes somas, grandes projetos –, que podem inibir o

segmento de MPME a buscar as opções de financiamento, se opõe o histórico de

número de operações. Para MPME (FIG. 25), 32% do desembolso correspondeu

96% do número total de operações do BNDES em 2014 (GRÁF. 3), o que pode ser

entendido como forte esforço do Banco para financiar a necessidade de

investimento dessas empresas, que, no entanto, têm capacidade de endividamento

muito inferior àquela de grandes empresas.

GRÁFICO 3 ‒ Número de operações em 2014, segundo o porte da empresa Fonte: BNDES.

Em 2015, a atuação do BNDES (GRÁF. 4), para número de operações e

desembolsos (R$), acompanhou o desempenho de anos anteriores: 97% do total de

operações com MPME representaram 27% do total de desembolsos do Banco;

enquanto 3% do número de operações com grandes empresas representaram 73%

de todos os desembolsos.

14 “Um discurso é uma organização de sentidos que acontece a partir de determinadas regularidades e repetições. Essas regularidades derivam de regras de formação que permitem e conformam a existência dos discursos. As regras de formação são anônimas, históricas, determinadas no tempo e no espaço, acompanham a trajetória do pensamento humano e refletem a dominância de valores em grupos ou culturas. [...] O discurso realimenta suas próprias condições de produção. [...] O discurso não é uma abstração, mas uma prática dinâmica.” (MARCONDES FILHO, 2009, p. 98-99).

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GRÁFICO 4 ‒ Atuação do BNDES em 2015 em número de operações e desembolsos, segundo o porte da empresa

Fonte: BNDES.

Apesar do número significativo de operações realizadas, acredita-se haver um

universo enorme de MPME em todas as regiões do País que ainda não utiliza os

recursos do BNDES. O Trein@ on-line é parte da estratégia do Banco e,

principalmente, da Área de Operações Indiretas (AOI), para fomentar investimentos,

os quais potencialmente gerarão emprego e distribuirão renda no País.

O Trein@ BNDES on-line foi reformulado, ao longo de 2014 e 2015, porque

as plataformas disponíveis para AVAs, as TICs, a gestão de ambientes virtuais, os

recursos disponíveis, as linguagens e o design assim como o entendimento de como

as organizações devem comunicar-se e informar seus públicos avançaram

consideravelmente desde 2004. A comunicação do Trein@ on-line deve resultar em

opção específica de financiamento, de tal forma que o agente financeiro identifique

exatamente o produto do BNDES que viabilizará o acesso ao crédito.

Como o BNDES não tem capilaridade, o Trein@ on-line atua para suprir as

necessidades de informação dos que o cursam, onde quer que estejam no território

nacional, buscando obter financiamentos do BNDES. Adequar e atualizar tanto

estratégias de comunicação, como funcionalidades da plataforma, tornam-se

essenciais para sua relevância e pertinência estratégica, diante da importância das

MPME para a economia e a geração de emprego do País.

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O Trein@ BNDES on-line foi construído com base em abordagem conteudista

e normativa, pautada pelas características: (a) concisão, para não sobrecarregar a

plataforma, o cursista e as telas com informações e atividades; (b) objetividade,

focada na realidade do empresário de MPME, independentemente da região em que

esteja, e do agente financeiro que precisa atendê-lo; (c) clareza quanto às normas a

serem observadas, para favorecer a atuação do agente financeiro, parceiro do

BNDES; (d) adequação aos financiamentos do BNDES para compra de máquinas e

equipamentos isolados, projetos de investimento e aquisição de bens e serviços, os

carros-chefes da AOI; (e) quantidade de exercícios adequada à fixação dos

conceitos e procedimentos, sem sobrecarregar o cursista, com (f) solução

(correção/feedback) imediata de cada atividade proposta; e, finalmente, (g)

linguagem e terminologia apropriadas à compreensão dos conteúdos.

O conteúdo do Trein@ BNDES on-line não é simplesmente técnico, mas

pretende colaborar e incentivar o agente financeiro e o empresário a construir

significações novas, transformar situações e identificar a resposta mais apropriada à

necessidade de financiamento que possibilitará implantar, expandir, modernizar ou

reestruturar uma MPME.

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6 METODOLOGIA DE PESQUISA

O estudo das representações sociais permite reconhecer os sistemas de

referência utilizados para classificar pessoas, grupos, organizações e, nessa

pesquisa, o BNDES. As representações também contribuem para a elaboração de

visões comuns de realidades (SILVA, 2011, p. 18), de tal forma que o conhecimento

das representações elaboradas por agentes financeiros poderá favorecer a

construção compartilhada de conhecimento para acesso ao crédito.

Preliminarmente, é preciso estabelecer o “lugar de fala” da mestranda, de

onde se observará e interpretará o objeto desta pesquisa, segundo suas próprias

convicções, conhecimentos, bagagem teórica e experiências de vida. Em relação ao

Trein@ BNDES on-line é preciso apontar que não há distanciamento; por força de

contrato de trabalho e da identificação com a missão, os processos e as

abordagens, a pesquisadora está intimamente ligada e envolvida com o objeto de

estudo há dez anos.

Ao longo da pesquisa, procurou-se superar distorções de interpretação e

predisposição subjetiva do pensamento e da memória em relação ao familiar e

querido objeto de estudo — a desejada isenção em busca da objetividade científica.

Em contrapartida, por não ter formação na área de comunicação, foi necessário

conduzir-se cuidadosamente para não assumir precipitadamente conhecimento e

abordagens não autorizadas ou diluir novas interações e outras visões pela

familiaridade do objeto.

A pergunta norteadora da pesquisa é: quais representações sociais do

BNDES são construídas e ativadas pelos funcionários de instituições financeiras

credenciadas?

Assumindo-se a recepção como processo complexo e amplo, em que tanto

emissor como receptor são sujeitos ativos, foi realizado um esforço para observar

epistemologicamente tanto a perspectiva do emissor (BNDES) como a do receptor

(funcionário de instituições financeiras credenciadas).

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6.1 OS OBJETIVOS

As ações que permitirão conhecer as representações sociais do BNDES que

são construídas e ativadas pelos funcionários de instituições financeiras

credenciadas são desenvolvidas a partir de um objetivo geral e quatro objetivos

específicos.

6.1.1 Objetivo geral

� Conhecer quais representações sociais do BNDES são construídas e ativadas

pelos funcionários de instituições financeiras credenciadas que cursaram pelo

menos três módulos, dos cinco disponíveis, do Trein@ BNDES on-line entre

2014 e 2015.

6.1.2 Objetivos específicos

� Apontar, por meio de análise semiótica e binária (denotação e

conotação) de imagens paradas, as representações do BNDES

contidas nas telas do Trein@ BNDES on-line.

� Conhecer a estrutura da representação social dos funcionários de

instituições financeiras credenciadas que cursaram o Trein@ BNDES

on-line.

� Comparar as representações presentes no Trein@ BNDES on-line com

a estrutura da representação do BNDES dos funcionários de

instituições financeiras credenciadas.

� Conhecer as impressões dos funcionários de instituições financeiras

credenciadas sobre o Trein@ BNDES on-line.

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Para alcançar estes objetivos, a pesquisa proposta nesta dissertação, de

natureza descritivo-exploratória, foi dividida em duas análises para imprimir maior

clareza e ordem. A primeira focalizou o emissor (BNDES) e a segunda, o receptor

(funcionário de instituições financeiras credenciadas).

6.2 REPRESENTAÇÕES CONTIDAS NO TREIN@ ON-LINE (EMISSOR BNDES):

ANÁLISE SEMIÓTICA DE IMAGENS DOS PERSONAGENS SENHOR BNDES

E DONA NORMA

Para contemplar o emissor, empreendeu-se análise semiótica de imagens

paradas da primeira versão dos personagens do Trein@ BNDES on-line, Senhor

BNDES e Dona Norma, e dos novos personagens do (novo) Trein@ BNDES on-line,

versão 2016.

Como técnica de pesquisa, realizou-se a análise semiótica segundo os

passos definidos por Gemma Penn (2012, p. 340-341): compilação de inventário

denotativo; exame dos níveis de significação (conotação/mito e conhecimentos

culturais) e apresentação tabular dos resultados.

6.3 QUAIS SÃO AS REPRESENTAÇÕES DO BNDES NO DISCURSO DO

RECEPTOR (FUNCIONÁRIO DE AGENTES FINANCEIROS

CREDENCIADOS)?

A perspectiva do receptor, funcionários de instituições financeiras

credenciadas que cursaram, pelo menos, três dos cinco módulos disponíveis do

Trein@ BNDES on-line, entre 1º de janeiro de 2014 e 31 de dezembro de 2015, foi

pesquisada por meio do tratamento das respostas ao questionário de evocação com

três perguntas abertas para nomeação das representações sociais do BNDES,

enviadas para o endereço eletrônico criado para a pesquisa.

O questionário constou de duas questões de livre evocação e uma justificativa

para a escolha da palavra mais importante. Na primeira pergunta, coube ao

respondente evocar cinco palavras correspondentes ao termo indutor (BNDES ou

Trein@ BNDES on-line). A seguir, foi solicitado a numerar as palavras evocadas

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pela ordem de importância que atribuiu a cada uma delas. Por fim, foi convidado a

responder o porquê da escolha da primeira palavra como a mais importante.

A análise dos dados concernentes às associações livres foi realizada com

auxílio do programa EVOC, conjunto de programas articulados para análise

estatística das evocações, disponibilizado pelo professor Onofre Rodrigues de

Miranda, da Universidade de Brasília. A tabulação dos dados, a partir do Manual

EVOC, enviado pelo professor Onofre, por e-mail, em 25 de janeiro de 2016, e a

análise dos resultados foram realizadas pela mestranda.

A análise qualitativa das justificativas para escolha da palavra mais importante

acerca do BNDES e do Trein@ BNDES on-line foi empreendida por meio da análise

de conteúdo categorial temático, segundo a proposta de Bardin (2011).

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7 O TREIN@ BNDES ON-LINE É RECURSO COMUNICACIONAL PA RA

INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO INTEGRADA?

Comunicação, no Trein@ on-line, deve propiciar reflexão para que a condição

mais significativa para o investimento se realize, portanto, ferramentas e estratégias,

como o ambiente virtual de aprendizagem (AVA) e normativos do BNDES se

entrelaçam para ultrapassar fronteiras e viabilizar acesso a recursos competitivos

que possam fomentar o desenvolvimento de MPME e gerar empregos. Assim como

a natureza dos recursos do Banco, o Trein@ on-line é espaço público, onde o

conhecimento é produzido e a informação é disseminada para levar os cursistas a

aprender e a escolher caminhos para financiar seus empreendimentos.

O Trein@ BNDES on-line foi concebido para o agente financeiro, seu público-

alvo, mas o empresário e o funcionário de Postos de Informações são públicos

naturais, e, como o curso é aberto a todos os que se inscreverem, não há restrição

alguma, mesmo para não beneficiário dos financiamentos do BNDES, como pessoas

físicas em geral, estudantes ou donas de casas. Nesta pesquisa, investiga-se,

especificamente, os funcionários de instituições financeiras credenciadas, essenciais

para a capilaridade do crédito e concretização dos financiamentos, que são parte do

público externo do Banco.

Apesar do Trein@ BNDES ser aberto a todos os públicos, o seu conteúdo

precisa ser, forçosamente, voltado ao seu público-alvo, formado por pessoas

letradas, intelectualmente preparadas e informadas. Imagina-se que tenham, pelo

menos, nível médio e acesso a computador; conhecem seus negócios e os

mercados locais, têm necessidade específica de crédito ou de metas a realizar; e

buscam o financiamento do BNDES pelas condições favoráveis de prazos e taxas,

por exemplo, mas certamente não gostariam de dedicar muitas horas a interesse

pontual.

Pretende-se, portanto, que, ao findar as 13 horas de Trein@ BNDES on-line,

o cursista esteja minimamente capacitado para fazer a escolha mais adequada entre

os produtos do Banco, ou mesmo uma combinação de produtos, para o

financiamento desejado.

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O agente financeiro, por exemplo, deve estar preparado para oferecer o

produto mais adequado à necessidade do cliente e operacionalizar os produtos com

clareza, agilidade, sem improvisações ou discrepâncias quanto às normas do

BNDES. O empresário deverá identificar o produto mais adequado à necessidade

que tem de investimento. O funcionário do Posto de Informações do BNDES deve

estar apto a entender e a promover as interlocuções necessárias com o empresário,

o agente financeiro e o próprio BNDES. Os demais públicos, ao fim do curso,

poderão saber como o BNDES garante o acesso aos recursos para MPME.

7.1 MÓDULOS E TELAS DO TREIN@ ON-LINE (2004-MAR/2016)

O Trein@ BNDES on-line é composto por cinco módulos. A carga horária de

13 horas poderá ser cursada ao longo de 25 dias corridos, sendo facultativa a

prorrogação por mais sete dias. O aluno administrará seu tempo de acesso, segundo

o prazo preestabelecido, sua conveniência e o número de módulos a serem

cursados. Ao final da prorrogação, se não terminar o curso, precisará realizar nova

inscrição, mas o sistema manterá o status de conclusão dos módulos já cursados.

(BNDES, 2015i).

Os personagens do Trein@ on-line que conduzem os alunos ao longo de todo

o curso são Senhor BNDES e Dona Norma (FIG. 24), inspirados nos dois

funcionários que, em 2002, eram responsáveis pelo treinamento presencial para

agentes financeiros credenciados que originou o módulo on-line.

FIGURA 24 ‒ Senhor BNDES e Dona Norma (2002-mar/2016) Fonte: Trein@ BNDES on-line.

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O primeiro módulo, Introdução (FIG. 25), oferece visão geral do BNDES e da

Área de Operações Indiretas (AOI), responsável pelos financiamentos realizados por

meio da rede de agentes financeiros credenciados.

FIGURA 25 − Exemplo de tela do módulo Introdução: apresentando Dona Norma Fonte: Trein@ BNDES on-line.

O segundo módulo apresenta o BNDES FINAME (FIG. 26), que contempla

financiamentos para produção e compra de máquinas e equipamentos novos, de

fabricação nacional, sem limite de valor, credenciados no BNDES.

FIGURA 26 − Exemplo de tela do módulo BNDES Finame Fonte: Trein@ BNDES on-line.

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O terceiro módulo, BNDES Automático (FIG. 27), contempla financiamentos

para projetos de investimento, com valor inferior ou igual a R$ 20 milhões, para

implantação, ampliação, recuperação e modernização de ativos fixos, bem como

investimentos em meio ambiente e projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e

Inovação, nos setores de indústria, comércio, prestação de serviços e agropecuária.

FIGURA 27 − Exemplo de tela do módulo BNDES Automático Fonte: Trein@ BNDES on-line.

O BNDES FGI, Fundo Garantidor de Investimentos (FIG. 28), é o quarto

módulo e visa facilitar a obtenção de crédito por MPME, empreendedores individuais

e caminhoneiros autônomos, com dificuldades para apresentar as garantias exigidas

pelas instituições financeiras. Recorrendo ao BNDES FGI para complementar suas

garantias, aumentam as chances de aprovação dos seus pedidos de crédito para

aquisição de máquinas e equipamentos nacionais, projetos de expansão, aquisição

de programas nacionais, produção voltada à exportação, entre outros.

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FIGURA 28 − Exemplo de tela do módulo BNDES FGI Fonte: Trein@ BNDES on-line.

O quinto e último módulo do Trein@ BNDES on-line é o Cartão BNDES (FIG.

29), que consiste em financiamento pré-aprovado para MPME para compra de itens

cadastrados no portal do Cartão. A taxa de juros é definida mensalmente, em função

da taxa a termo divulgada pela Associação Nacional das Instituições do Mercado

Financeiro (ANDIMA), calculada com base nas Letras do Tesouro Nacional.

FIGURA 29 − Exemplo de tela do módulo Cartão BNDES Fonte: Trein@ BNDES on-line.

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Ao fim de cinco módulos, o cursista é convidado a responder o “Questionário

de avaliação”, quando, então, receberá o certificado de conclusão do Trein@ on-line

(FIG. 30).

FIGURA 30 − Certificado de conclusão do Trein@ BNDES on-line Fonte: Trein@ BNDES on-line.

7.2 O NOVO TREIN@ E A MEMÓRIA DO PRIMEIRO TREIN@ BNDES ON-LINE

A partir do mês de março de 2016, haverá um novo Trein@ BNDES on-line,

contemplando novos módulos, novas dinâmicas, novas trilhas para cursar os

módulos, mas, principalmente, novos personagens. Os estudos foram inúmeros e

detalhados, parcialmente exemplificados na FIG. 31.

FIGURA 31 − Estudo para novos personagens do Trein@ BNDES on-line Fonte: AOI/DERAI/GERAI.

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Os novos personagens são frutos da combinação do acervo de imagens e

arte da FGV, conforme conceitos deliberados pela equipe da GERAI, responsável

pelo Trein@ BNDES em todas as suas versões, on-line, pocket e presencial.

Os personagens do “estudo aprovado” (FIG. 32) chegaram a ser incorporados

ao storyboard15 de alguns módulos do novo Trein@ on-line. No entanto, após sua

divulgação, houve alguma resistência e novo estudo foi realizado, culminando com a

proposta dos novos Dona Norma e Senhor BNDES, em destaque.

FIGURA 32 − Sequência de personagens do Trein@ BNDES on-line Fonte: AOI/DERAI/GERAI.

Na concepção do novo estudo, prevaleceu o entendimento de que o Senhor

BNDES deveria trazer consigo parte da senioridade daquele que representa afinal,

em 20 de junho de 2016, o BNDES fará 64 anos. Dona Norma, ao contrário, precisa

estar sempre atualizada, dialogando com novas demandas, novas tecnologias,

novos cenários, novas políticas e novas condições.

Desde o começo, em 2002, o Trein@ BNDES on-line foi concebido em

parceria com a Fundação Getúlio Vargas. O depoimento por e-mail, em 5 de

fevereiro de 2016, da professora Elisabeth Silveira, da assessoria pedagógica em

programas abertos e corporativos, na FGV há 16 anos e com o Trein@ BNDES on-

15 “Roteiro que contém desenhos em sequência cronológica, mostrando as cenas e ações mais importantes na decupagem de um filme, programa ou anúncio de TV”. Fonte: HOUAISS eletrônico. Versão monousuário 3.0. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.

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line desde sua primeira versão (APÊNDICE A), e de Mariangela De Paoli e José

Flávio Gioia, funcionários que, em 2002, inspiraram a concepção dos primeiros

personagens Dona Norma e Senhor BNDES, registrado por ocasião da

comemoração dos 10 anos do Trein@ on-line (APÊNDICE B), contam um pouco da

história deste recurso de comunicação e informação da AOI.

FIGURA 33 − Aniversário de 10 anos do Trein@ BNDES on-line em matéria do informativo Em Dia Fonte: BNDES.

O aniversário de uma década foi comemorado sem pompa, com “bate papo

resgate” entre antigos e atuais personagens da vida real, e ganhou as páginas do

informativo Em Dia, nº 1.427, de 17 de outubro de 2014 (FIG. 33), e da edição nº 36,

de nov./dez. de 2014, da revista Equipe (FIG. 34), veículos da comunicação interna

do BNDES.

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FIGURA 34 − Revista Equipe celebra o passado e o futuro do Trein@ BNDES on-line Fonte: BNDES.

A partir do próximo Capítulo, empreende-se esforço para, identificando-se as

representações sociais do BNDES, responder se o Trein@ on-line é recurso

comunicacional que favorece a informação e busca o equilíbrio entre interesses de

um de seus públicos, os funcionários de instituições financeiras credenciadas, e os

interesses da AOI, por meio de comunicação convergente com outras ações

estratégicas do Banco.

Desde o início da prática das ciências econômicas, a comunicação se tornou indissociável dos mecanismos da economia. [...] Com a evolução da sociedade moderna, a correlação entre conhecimento, informação e comunicação e acesso às oportunidades de gerar valor só se aprofundou. Isso cria, tanto para os comunicadores quanto para os responsáveis pela criação e circulação da informação, uma responsabilidade enorme. (SCHWARTZ, 2016, p. 35).

Aberto a todos os públicos, interno e externo, mas com foco nos funcionários

de instituições financeiras credenciadas, o Trein@ on-line soma-se à estratégia mais

ampla e diversificada da comunicação organizacional do BNDES, descrita na

subseção 4.3 desta dissertação, para promover o acesso a recursos para MPME. A

realidade não é apenas material (acesso a financiamentos: 97% do número de

operações ou 5.168 cursistas em 2015), mas tem repercussões para a imagem16 do

BNDES.

16 Imagem como expressão cultural para representar a impressão ou percepção que se tem de determinada coisa ou ser. (MARCONDES FILHO, 2009, p. 176).

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8 A PESQUISA

O estudo proposto nesta dissertação considera tanto a perspectiva do

discurso do BNDES (emissor), subseção 8.1, como a percepção do funcionário de

instituições financeiras credenciadas (receptor), subseção 8.2.

Pode-se inferir que, no ambiente organizacional (BNDES), um conjunto de

objetos reificados podem tornar-se representações por meio da ação dos veículos e

instrumentos de comunicação da organização, possibilitando a formação da imagem

organizacional junto aos públicos de interesse. O Trein@ on-line, compreendido

como recurso comunicacional de informação e comunicação integrada, como afirma

o discurso do BNDES no seu Portal (2016j), poderia então ativar e modular

representações e a imagem do BNDES.

8.1 REPRESENTAÇÕES CONTIDAS NO TREIN@ ON-LINE (EMISSOR BNDES):

ANÁLISE SEMIÓTICA DE IMAGENS DOS PERSONAGENS SENHOR BNDES

E DONA NORMA

A imagem sempre foi um dos principais meios de comunicação na história da

humanidade e ganhou destaque com o advento da internet e a difusão da

comunicação global pela combinação de múltiplas dimensões: texto, imagem e áudio

(RODRIGUES, 2007, p. 67), tanto na comunicação midiática como nos processos da

comunicação organizacional.

Os personagens do Trein@ BNDES on-line foram concebidos para dialogar

com os cursistas, humanizando o treinamento que não prevê qualquer interação

humana, como tutoria ou fórum de discussão, exceto trocas de mensagens por

correio eletrônico. Como explica Formiga Sobrinho, em “Personagem, pessoa e

propaganda”, personagens são linguagem em forma de imagem:

A personagem é uma habitante da linguagem, ou seja, formada por palavras escritas ou faladas e por imagens. Sua relação com o espectador tem uma natureza semiótica [...]. Isso significa que o signo não precisa – nem pode – ser o objeto representado, mas dizer algo sobre o que representa. Da mesma forma, a personagem não precisa reproduzir a pessoa ou a categoria – criança, mãe, pai etc. – que representa, mas

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sintetizar, em sua imagem, características que permitam ao espectador a realização de associações entre a personagem de ficção e as pessoas – ou a ideia que possuem dessas pessoas – tidas como reais. (FORMIGA SOBRINHO, 2004, p. 10-11).

Originalmente, imagens dos responsáveis pelo Trein@ presencial para

funcionários de instituições financeiras credenciadas, Mariangela De Paoli e José

Flávio Gioia, Dona Norma e Senhor BNDES têm a missão de dar boas-vindas e

apresentar o curso; apontar conceitos importantes; simular dúvidas; reforçar

conteúdos; propor exercícios, encerrar cada módulo (FIG. 35).

FIGURA 35 −Encerramento do módulo BNDES Finame pelos personagens do Trein@ on-line Fonte: Trein@ BNDES on-line.

O Senhor BNDES representa o Banco, inclusive vestindo suas cores ao trajar

terno verde e gravata azulada. Dona Norma representa os normativos que

possibilitam o acesso ao recurso de longo prazo com taxas favoráveis para

empresas de todos os segmentos da economia. Como “Norma”, é ágil, atualiza-se,

acomoda-se a políticas públicas e necessidades de instituições financeiras

credenciadas e de empresas. Seus trajes, em tons de azul, com uma blusa verde,

também remetem às cores do BNDES (FIG. 35). Tamanha responsabilidade se

traduz na postura dos personagens em inserções ao longo dos módulos, amigáveis

e acessíveis, e no emprego de linguagem clara. Ainda que forma e traço sejam

caricatos, os personagens denotam seriedade e responsabilidade.

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A constituição simbólica dos personagens do Trein@ BNDES on-line

pressupõe que eles sejam empregados para serem recebidos pelos cursistas,

especialmente funcionários de instituições financeiras credenciadas, com intenção e

referencial específicos, capazes de viabilizar a comunicação de critérios, condições

e procedimentos operacionais para acesso ao crédito. (FORMIGA SOBRINHO,

2004, p. 11-12).

O espaço em duas dimensões de uma imagem não é neutro, assim como

não o são suas cores. Não é somente analógico ao mundo real, é estruturado. Toda

leitura da imagem remete à cronologia e à lógica dos hábitos de leitura escrita do

leitor. Barthes evidencia que a significação de uma imagem é “indecidível”. A palavra

ancora a imagem. Para Eco, ler uma imagem é demonstrar competência cultural.

(OLLIVER, 2012, 74-75; 77). Na perspectiva deste estudo, como parte da construção

desta dissertação, o exercício de leitura das imagens do Senhor BNDES e Dona

Norma ajuda a identificar o discurso do BNDES, propiciando também o aprendizado

e o desenvolvimento de habilidade da pesquisadora acerca de análise semiótica

denotativa e conotativa.

Como afirma Rodrigues (2007, p. 67), para serem utilizados, os sentidos

conotativos de uma imagem devem ser contextualizados a priori pelos especialistas

que analisam e indexam as informações imagéticas e a posteriori pelos receptores.

Nesta dissertação, a análise pelos receptores, denominada por Penn (2012, p. 338)

de “validação comunicativa: entrevistas e grupos focais”, não foi contemplada.

O processo de análise semiótica – conotação, denotação e mito – de imagens

paradas dos personagens do Trein@ BNDES on-line seguiu as orientações

descritas por Penn (2012, p. 326-341), exceto pela escolha das imagens – amostra

significativa de material randômica, como preconiza a autora na p. 325 –, o primeiro

estágio da análise, uma vez que as imagens estavam dadas.

O segundo estágio, após a escolha das imagens, é compilar o inventário

denotativo, identificando-se os elementos da imagem, de forma sistemática e

detalhada, como “catalogação do sentido literal” de cada personagem (FIG. 36 e 37).

A seguir, dar-se-á análise conotativa ou de níveis de significação, em que o literal

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cede lugar a evocações. Para a identificação de mito e sistemas de referência, o

conhecimento cultural, perguntou-se, em relação a cada elemento (1) que

associações vinham à mente?; (2) que relações de correspondência ou contraste

existiam entre eles?; (3) que conhecimentos eram necessários para entendê-los?

(PENN, 2012, p. 326-327).

Embora possam ser apresentados também em forma de texto ou estrutura,

optou-se por apresentar os resultados de forma tabular (TAB. 5 a 8). A primeira

coluna, Denotação, reproduz os elementos (texto) da catalogação descritiva. As três

colunas seguintes, fazem a mediação textual, ou ancoragem, entre imagem e leitor.

(PENN, 2012, p. 333).

Sintagma, na segunda coluna, explicita o sistema referente, signos espaciais,

não temporais, intencionais, escolhidos, que precisam ser compreendidos pelo leitor.

A terceira coluna, Conotação/Mito, relaciona o conhecimento prático, técnico,

histórico, cultural, estético empregado para interpretar os elementos implícitos,

combinando realidade e imaginação, como em “olhos de jabuticaba”. A coluna

responde à pergunta: “que associações são trazidas à mente?”. A quarta coluna

apresenta os conhecimentos e valores que propiciam a leitura da imagem e

responde à pergunta: “que conhecimentos culturais são exigidos a fim de ler”

(PENN, 2012, p. 328) os personagens do Trein@ BNDES on-line?

8.1.1 Imagem do Senhor BNDES e Dona Norma (2004 a mar/2016)

As etapas de levantamento dos conteúdos literários, a etapa descritiva (FIG.

36 e 37), e análise de níveis de significação (TAB. 5 a 8) dos personagens do

Trein@ BNDES on-line foram realizadas entre 4 e 30 de setembro de 2015,

ajustadas após a banca de qualificação, em 10 de novembro de 2015, e revisitadas

entre 2 e 4 de fevereiro de 2016.

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FIGURA 36 − Traçado anotado dos personagens Senhor BNDES e Dona Norma: inventário

denotativo Fonte: Elaboração da mestranda.

Outras descrições (denotações) seriam possíveis além das anotadas na FIG.

36, uma vez que “a imagem é sempre polissêmica ou ambígua”. (PENN, 2012, p.

322). No entanto, como o foco da análise está na atribuição de sentidos segundo o

conhecimento, as experiências, informações e habilidades da mestranda, os

resultados (significados) apresentados, na TAB. 5, ancorados (esclarecidos) pelo

texto, são interpretativos, podendo ser tanto “universais como idiossincráticos”

(PENN, 2012, p. 324), e não esgotam as possibilidades.

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TABELA 5 − Apresentação dos achados da análise semiótica do personagem Senhor BNDES

Denotação Sintagma Conotação/Mito Conhecimento cultural

caricatura; cabeça grande, desproporcional; calvo; tipo professor de meia idade

simpatia, bonachão, confiável; merece respeito

transparência; experiência; responsabilidade; posição de destaque; formador de opinião

ar doutoral e confiabilidade, como Sigmund Freud

proporções distorcidas; baixo, atarracado; nariz protruso; braços finos e curtos; pernas finas e curtas

empatia; confiabilidade; muito detalhe pode atrapalhar

informações oficiais; muita informação afasta

personagem distante dos cânones eurocêntricos de elegância e beleza

olhos escuros, grandes; mãos enormes

acolhe; guia; atento; orienta; conduz; socorre

real; segurança; “pai”; abraço

Edward mãos-de-tesoura; José Flávio Gioia

olhar difuso (lateral); sobrancelhas largas, arqueadas

arrogância; ostentação; personalidade; autossuficiência; coragem

condição singular; ator social e político; veiculador de ideias

Monteiro Lobato (rinoceronte Quindim)

óculos de leitura sobre o nariz; barba e bigode

sabedoria; conhecimento; ideal; aconselhamento

verossímil; razão; solução; capacidade de análise

filosofia pioneira (Sócrates); razão a priori (Kant)

somente lábio inferior visível; orelhas de abano, grandes

ouve mais e fala menos; paciente; bom ouvinte; prudente; bonachão

virtude; sabedoria; conhecimento; inteligência; qualidade

doutrina católica: “cultivar virtudes ajuda a ordenar paixões e orientar ações”

tez clara; imagem sem sombras

claro; sem sobressaltos, sem sustos; previsível; sem vícios

preto no banco; equilíbrio; conformidade; sustentabilidade; valor da palavra empenhada

Antonio Candido: palavra empenhada, livro de Celia Pedrosa (1994)

vestimenta formal, terno e gravata verdes

cor pouco usual; singularidade; remete à bandeira, flâmula, estandarte; veste a missão; originalidade; criatividade

chama que ilumina, defesa da insígnia (interesses), informações para o desenvolvimento econômico e social

Bandeira Nacional, como a águia romana, estandarte, insígnia que não pode ser perdida de vista; sempre à frente; em batalha, defende-la até a morte

pés simétricos, sapatos enormes

harmonia; conforto; funcionalidade; proteção; liberdade (calçado) x escravidão (descalço); peregrinar

andar a procura de; escolher o caminho; “gastar a sola do sapato”; peregrinar pelo que vale a pena ou se quer alcançar; ritos

sapatos vermelhos (nobreza), como múleo (sapato papal); Pilgrimage, obra de Samuel Purchas; tamancos da resistência holandesa (II Guerra); bem-sucedida indústria calçadista brasileira

postura de pé, gesticulando com a mão esquerda; mão direita ao longo do corpo

altivo; à disposição; ativo; comunicação não verbal; alternativas; inclusão

tecnocrata competente, preparado, concursado

comunicação social é arte e ciência

Fonte: Elaboração da mestranda.

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O sentido é gerado na interação do leitor com a imagem dos personagens do

Trein@ BNDES on-line e deixa de ser literal, como na denotação, e passa a ser

arbitrário, dependente de convenções culturais e da experiência, ou inexperiência,

do analista. (PENN, 2012, p. 322; 334).

TABELA 6 − Apresentação dos achados da análise semiótica da personagem Dona Norma

Denotação Sintagma Conotação/Mito Conhecimento cultural caricata; senhoril, tipo secretária

desprovida de glamour ou sensualidade; detém dados, informação; impessoal

competência, organizada; identifica prioridades, agendas; braço direito; profissão para mulher; fidelidade; multitarefa; insubstituível

escribas; bibliotecária

proporções: alta, delgada, longilínea, silhueta ligeiramente cinturada; braços finos e longos; mãos proporcionais; pernas longas

maior alcance; abraço; acolhida

energia intelectual; refinamento; caráter reto, nobre, sóbrio; estabilidade

Mariangela De Paoli

cabeça proporcional; cabelos tom castanho-avermelhado, curtos, corte Chanel com franja lateral

comum, mas aptidão a distingue

naturalidade; contemporânea

“girl-next-door” (vizinha amiga, familiar)

olhos negros; sobrancelhas finas; olhar frontal

encara de frente, sem medo; enfrenta a situação

olhos de jabuticaba; produto (recurso) nacional

Lulu Santos e carnaval

óculos, armação retangular sobre o nariz; somente a ponta do nariz delineada

sabedoria; conhecimento; enxerga longe; individualidade; personalidade; pessoalidade

leitora; estudiosa; ensino/ aprendizagem; maturidade; compreensão; vínculo

leis de Ranganathan

lábios grossos; orelhas escondidas pelo cabelo;

sensibilidade; cuidado articulação ouvir estrelas, Bilac e Belchior

tez clara; imagem sem sombras

claro; sem sobressaltos, sem sustos; previsível; sem vícios

preto no banco; equilíbrio; conformidade; sustentabilidade; palavra empenhada; mulher de palavra

Sra. Leandro Dupré (Éramos seis); Cora Coralina (a obra poética); Diná Silveira de Queirós (A muralha)

vestimenta: formal, tailleur em tons de azul, blusa verde

não inventa moda; azul da cor do céu (e do BNDES); verde esperança (no BNDES)

seriedade, preza valores; nacional; serenidade, estabilidade, profundidade, tranquilidade

Alegria, do filme Divertida Mente

pés assimétricos; sapatos de salto alto

diferente; ritmo; métrica; dispare; vaidade; verticalização; sacrifício pela aparência; moda (cenário); atitude

funcionalidade x sedução; encantamento; poesia; música; marcação

pés de lótus (status); significações do design (elegância, poder, objeto de desejo, indicador social); Andy Warhol, Judy Garland, sapato na arte contemporânea; pés básicos e pés compostos (ritmo do poema)

postura: de pé, posição frontal; gesticulando com a mão esquerda; mão direita, na cintura

altiva; à disposição; ativa; comunicação não verbal; alternativas; inclusão; o corpo fala

“mão na cintura” para, sem rodeios, ir direto ao assunto

Baudelaire já intuía: "O mundo gira somente através dos mal-entendidos. É pela universalidade dos mal-entendidos que todos concordam” (Folha SP, 17 abr. 1994)

Fonte: Elaboração da mestranda.

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8.1.2 Imagem dos novos personagens Senhor BNDES e Do na Norma

Personagens naturalmente carregam forte carga simbólica e não seria

diferente com os personagens do Trein@ BNDES on-line. A nova “cara”17 da Dona

Norma e do Senhor BNDES, além de identificar o Trein@ on-line com o Banco e

seus normativos, como espontaneamente também o faziam os personagens

anteriores, assume características que traduzem transformações na dinâmica social

e na cultura contemporâneas (FIG. 37).

FIGURA 37 − Traçado anotado dos novos Senhor BNDES e Dona Norma: inventário denotativo Fonte: Elaboração da mestranda.

Diferentemente das análises anteriores, incluindo o traçado denotativo dos

novos personagens, a análise semiótica da nova Dona Norma e do novo Senhor

BNDES não procurou ser exaustiva; a intenção desta pesquisa tem foco nos

personagens que se despedem de cena e propõe a análise dos novos personagens

como prática acadêmica.

17 Como no Trein@ presencial (Apresentação, p. 20), a mestrando participou ativamente do processo para definir os novos personagens do Trein@ on-line.

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TABELA 7 − Apresentação dos achados da análise semiótica da nova personagem Dona Norma

Denotação Sintagma Conotação/Mito Conhecimento cultural

humanoide; jovem senhora; profissional; esguia, curvilínea, elegante; braços longos, finíssimos; pernas delineadas

mulher do seu tempo (e do tempo); beleza étnica

atraente; competente, sensual

Maju, do JN

formato de rosto hexagonal (lateral reta); cabelos curtos, escuros, volumosos e cacheados; testa larga

nova classe média; inclusão; cabelo afro

atende à diversidade racial; ação afirmativa; inteligência; posicionamento político

Glória Maria, do Globo Repórter; bem Brasil

olhos escuros, grandes, ovalados; sobrancelhas finas, levemente arqueadas; olhar difuso (lateral)

valorização racial; afirmação de raízes

música, canção, faz bem

da cor do azeviche, da jabuticaba; produto nacional

orelhas cobertas, brincos brancos visíveis; nariz delineado; boca pequena, formato coração; lábios finos, avermelhados; sorrindo, dentes aparentes

postura comunicativa; “belo saber fazer”

mobiliza + ação Oprah Winfrey

tez negra; imagem frontal sem sombras

politicamente correta; ecossistema

consciência da negritude nacional

resgate da autoestima

pés assimétricos, scarpin preto de salto alto

diferença; assimetria; todos os caminhos percorridos; todos os obstáculos superados

sensualidade; poder; altura; verticalização

protagonismo

proporções: altura mediana, longilínea; corpo ampulheta

desejável corpo ampulheta, considerado o corpo ideal: ombros e quadris na mesma linha; seios médios, curvas suaves e proporcionais; ponto forte, cintura fina

distanciamento da preta velha, tia Anastácia

vestimenta: informal, saia cinza; camiseta de manga curta amarela, pequeno recorte “v”; cinto e sapatos pretos

elegante; ecológica; “fashion”; contemporânea

“v” de vitória conquista de espaço

postura: de pé; um braço, gesticulando; o outro, na cintura

sabe transmitir, comunicar(se)

diversidade de movimentos

bachianas

Fonte: Elaboração da mestranda.

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A construção dos novos personagens está mais fortemente atrelada à

diversidade étnica e poderá ser observado, posteriormente, se será fator de

identificação para aqueles que cursarão o novo Trein@ BNDES on-line a partir de

março de 2016.

TABELA 8 − Apresentação dos achados da análise semiótica do novo personagem Senhor BNDES

Denotação Sintagma Conotação/Mito Conhecimento cultural

humanoide; senhor de meia idade; cabelos grisalhos; face limpa, sem barba, bigode ou óculos; braços e pernas longos

personificação do BNDES; confiável, boa reputação; experiência

dinheiro mais barato que o mercado

60 anos de missão; banco das boas causas de investimento; o Richard Gere do mercado financeiro

formato do rosto quadrado, anguloso; testa larga, marcada; orelhas proporcionais; nariz delineado; boca proporcional ao tamanho do rosto; lábios finos; sorrindo, dentes aparentes

cara lavada; traços marcados; segue à risca; boa saúde

sem máscaras; bom humor; disposição

Millôr Fernandes

olhos castanhos, grandes, retangulares; sobrancelhas grossas, retas; olhar difuso (lateral)

arrogância; ostentação; autossuficiência

condição singular; ator social e político; veiculador de ideias

Monteiro Lobato (rinoceronte Quindim)

tez clara; imagem frontal sem sombras

honestidade; transparência

financiar o que ninguém quer financiar

Branca de Neve luta para reconquistar legitimidade sobre ilegitimidade da Rainha

pés simétricos; sapatos fechados, sem cadarços ou qualquer destaque

ordem; sem amarras BNDES organiza o acesso a recursos essenciais para MPME

Branca de Neve moraliza e organiza os anões fora da lei

proporções: alto, longilíneo

proporcionalidade; zelo; oportunidade

qualidade; expectativa mente sã, em corpo são, máxima de Juvenal (mens sana in corpore sano); Homem vitruviano de Leonardo da Vinci (1490)

vestimenta: informal, calça cinza; camisa branca, mangas arregaçadas; cinto e sapatos marrons

limpeza; clareza; presteza; motivação; proteção; segurança

mãos limpas em ação; promove paz; sensibiliza; acalma

bandeira branca contra juros altos

postura: de pé, mãos na cintura

comunicação (verbal e não verbal)

retórica anticíclica; tradição oral

fábulas de Esopo

Fonte: Elaboração da mestranda.

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Há possibilidade de desdobramentos da análise semiótica da imagem parada

dos personagens do Trein@ BNDES on-line para que sejam mapeadas as

complexidades e outras tantas relações entre os elementos.

Ainda assim, é possível inferir do inventário denotativo, quando foram

selecionadas informações acerca dos personagens (objetivação), e da análise

conotativa/sintagma, que atribuiu e interpretou sentidos, o conhecimento cultural da

mestranda como uma forma de ancoragem de nível intraindividual. Neste primeiro

nível de ancoragem, como postulado por Doise, são organizadas as experiências

individuais (ALMEIDA, 2009, p. 724) e definidas diferentes tomadas de posição,

impregnadas de subjetividade. (SPINK, 1993, p. 303-304). Elementos e relações

cognitivas de uma representação refletem o condicionamento social que ajudou a

formar esta mesma representação. (SÁ, 1998, p. 75-76).

O conhecimento específico e técnico (universo reificado) para viabilizar o

acesso aos recursos do BNDES, transformado pela comunicação organizacional em

recurso comunicacional (Trein@ BNDES on-line), contém representações

formuladas pela equipe da GERAI, em parceria com a FGV, para que se torne capaz

de gerar práticas e tomadas de decisão (representações).

A personificação do Senhor BNDES como “simpatia, bonachão, confiável;

merece respeito” (TAB. 6), que permanece no novo personagem, “confiável, boa

reputação; experiência” (TAB. 8), é ancorada nas análises de importância das

evocações livres (TAB. 13) e de conteúdo do elemento central da representação

acerca do BNDES (QUADRO 4) por palavras com significados e valores positivos

como: fomento, incentivo, oportunidade, sólido e nacional, financiamentos/créditos,

apoio a empresas, regional, respectivamente, com reflexos para a imagem do

BNDES ativada por funcionários de instituições financeiras credenciadas.

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8.2 QUAIS SÃO AS REPRESENTAÇÕES DO BNDES NO DISCURSO DO

RECEPTOR (FUNCIONÁRIO DE AGENTES FINANCEIROS

CREDENCIADOS)?

Este estudo foi desenhado para conhecer, por meio da abordagem estrutural

do núcleo central de Jean-Claude Abric, as representações sociais que funcionários

de instituições financeiras credenciadas, que cursaram o Trein@ BNDES on-line

entre 2014 e 2015, constroem e ativam.

Abric (1993)18 indica que as Representações Sociais apresentam algumas características aparentemente contraditórias [...]. A primeira dessas características é a de que as representações são tanto estáveis quanto flexíveis. A segunda característica é a de que as representações são consensuais, mas marcadas por fortes diferenças individuais. Para Abric (1994)19, as Representações Sociais são construções sociocognitivas, que contêm tanto componentes cognitivos quanto componentes sociais. Essa perspectiva interessa à pesquisa de imagem, pois nela se tenta obter acesso às Representações Sociais que um grupo (público) cria e mantém através de interações. [...] A organização dos conteúdos da representação social assume papel fundamental, [...] para descrever adequadamente uma representação social, não basta identificar seu conteúdo. É preciso descobrir a estrutura dessa representação, definindo a posição que cada um desses elementos ocupa, identificando os que constituem o Núcleo Central e os que fazem parte do Sistema Periférico. (SCHULER; TONI, 2015, p. 31-32; 85).

As etapas empreendidas para descobrir a estrutura da representação do

BNDES e identificar os elementos centrais e periféricos são descritas a seguir.

8.2.1 Técnica de pesquisa

A técnica empregada para identificação dos elementos centrais e periféricos

das representações sociais foi o levantamento de palavras ou expressões livremente

evocadas em relação a dois termos indutores, BNDES e Trein@ BNDES on-line, por

funcionários de instituições financeiras credenciadas para repassar os recursos do

BNDES que cursaram, pelo menos, três módulos dos cinco possíveis, entre 1º de

janeiro de 2014 e 31 de dezembro de 2015.

18 ABRIC,J.C. Central system, peripheral system: their functions and roles in the dynamics of social representations. Papers on Social Representations , v. 2, p. 75-78, 1993. 19 ______. Pratiques sociales et représentations . Paris: Presses Universitaires de France, 1994.

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Ao longo do tempo, os estudos realizados por meio da abordagem estrutural

das representações sociais adquiriram métodos próprios para identificação dos

elementos centrais e periféricos. (POLLI; WACHELKE, 2013, p. 99). Devido à

complexidade do fenômeno do conhecimento de senso comum, a pesquisa em

representações sociais frequentemente utiliza diversificadas estratégias

metodológicas. (SANT’ANNA, 2012, p. 94).

Dentre os procedimentos exploratórios mais conhecidos está a técnica de evocações livres que consiste em apresentar uma palavra ou expressão, chamada de termo indutor, e solicitar que o respondente escreva no mínimo três e no máximo oito palavras ou expressões que lhe venham imediatamente à mente (Oliveira, Marques, Gomes, & Teixeira, 2005; Pereira, 2005). Combinando uma análise de frequências e de prontidão de evocação das respostas, é possível chegar a hipóteses acerca de quais são os elementos centrais (mais frequentes e evocados primeiro) e quais são os elementos periféricos de uma representação (Wachelke & Wolter, 2011). (POLLI; WACHELKE, 2013, p. 99).

No entanto, entre as ferramentas disponíveis, nem todos os programas foram

desenvolvidos tendo representações sociais como norte. Já o conjunto de

programas para análise de evocações EVOC, desenvolvido comercialmente por

Pierre Vergés e colaboradores, desde 1987, apresenta recursos nativos para a

realização de pesquisa na abordagem estrutural de RS, permitindo, a partir de uma

linha ordenada de evocações livres (QUADRO 2), a identificação dos elementos

centrais e periféricos da representação, conforme define a teoria do núcleo central.

(SANT’ANNA, 2012, p. 94; 96).

QUADRO 2 – Exemplo de linhas ordenadas de evocações livres desta pesquisa

6 1 1 29 1*prático 2*acessível 3intuitivo 4*instrutivo 5*inteligente

3 3 1 41 1*importante 2*conhecimento 3*relacionamento 4*reciclagem 5contato

2 39 1 58 1*importante 2*esclarecedor 3*inovador 4aproximador 5*didático

1 15 1 50 1*importante 2*esclarecedor 3autoexplicativo 4*aprimoramento

5*democrático

10 9 2 58 1importante 2*reciclagem 3*conhecimento 4*oportunidade 5*valorização

Fonte: Elaboração da mestranda.

Ribeiro (2000, p. 70-72) detalha as etapas da análise com auxílio do EVOC.

A análise de evocação permite identificar a organização interna das representações sociais em função de dois critérios: a frequência e a ordem de evocação. Após o cruzamento desses critérios, define-se a relevância dos elementos que se associam ao termo indutor. Os resultados são apresentados em quadrantes organizados em dois eixos, sendo que o eixo

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vertical corresponde à frequência de evocação das palavras e o eixo horizontal, à ordem de evocação. O QUADRO 3 apresenta o resultado do cruzamento.

QUADRO 3 − Disposição de resultados obtidos a partir da análise de evocação

O primeiro quadrante corresponde aos elementos que são primeiramente evocados e com uma frequência significativamente mais elevada em relação às palavras ou expressões associadas ao termo indutor. Esses elementos são os mais relevantes e, portanto, indicadores do provável núcleo central da representação. O segundo e o terceiro quadrantes correspondem aos elementos menos salientes na estrutura da representação, porém significativos em sua organização. Esses quadrantes referem-se à periferia próxima, ou seja, correspondem aos prováveis elementos constitutivos do sistema periférico. O quarto quadrante apresenta os elementos menos frequentes e menos prontamente evocados, correspondendo assim à periferia distante ou segunda periferia. Esses elementos estão ligados aos aspectos mais individuais do sujeito. Com o resultado da análise de evocação (tabela de quatro casas), realiza-se uma nova análise, chamada de Análise de Palavras Principais. Aqui, tomam-se os elementos do núcleo central e do sistema periférico e comparam-se suas frequências de evocação com a frequência de palavras consideradas importantes pelos sujeitos. A partir do cálculo da “queda de frequência”, obtêm-se um segundo indicador de elementos, provavelmente, pertencentes ao núcleo central e ao sistema periférico.

A análise estatística que indicará o elemento central e os elementos

periféricos e análise de conteúdo categorial para o núcleo central da representação

do BNDES por funcionários de instituições financeiras credenciadas serão

apresentadas nas subseções 8.2.5 e 8.2 6, respectivamente.

8.2.2 Amostra da pesquisa (perfil dos funcionários)

Em 30 de dezembro de 2015, foram enviadas, individualmente, 23

mensagens como pré-teste, endereçadas aos funcionários de instituições financeiras

ORDEM E MÉDIA DE EVOCAÇÃO F

R

E

Q

U

Ê

N

C

I

A

1º Quadrante

Núcleo Central

2º Quadrante Sistema Periférico ou

periferia próxima

3º Quadrante

Sistema Periférico ou periferia próxima

4º Quadrante Periferia distante

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que haviam cursado a mesma turma do Trein@ BNDES presencial em novembro de

2015. Assinada também pelo gerente da GERAI, o texto explicava brevemente a

natureza da pesquisa e solicitava que, voluntariamente, cada destinatário

respondesse ao questionário incluído no corpo da mensagem (APÊNDICE C).

Foram recebidas seis (26,1%) respostas. Nenhum dos respondentes manifestou

dificuldades ou fez questionamentos de qualquer natureza. O pré-teste foi

considerado bem-sucedido; o questionário aprovado.

Posteriormente, os questionários foram enviados para 1.500 funcionários de

89 instituições financeiras credenciadas que cursaram, pelo menos, três de cinco

módulos disponíveis do Trein@ BNDES on-line, entre 1º de janeiro de 2014 e 31 de

dezembro de 2015.

Primeiramente, foi enviado e-mail aos contatos institucionais da Gerência de

Relacionamento e Treinamento (GERAI), comunicando-lhes acerca da pesquisa

(ANEXO C). A seguir, outro e-mail (ANEXO D) foi enviado a todos os 1.500

participantes em potencial, também pela GERAI, convidando-os a participar da

pesquisa e avisando-lhes que receberiam o questionário a partir do endereço

eletrônico (FIG. 38), criado especialmente para fins deste estudo: enviar, receber e

agradecer respostas (APÊNDICE D).

FIGURA 38 − Correio eletrônico da pesquisa

Entre 8 e 25 de janeiro de 2016, 412 e-mails foram enviados para grupos de

até 10 destinatários com os respectivos questionários, perfazendo o total de 1.500

funcionários de instituições financeiras credenciadas.

A um grupo de 750 funcionários, selecionados aleatoriamente, foi enviado o

Questionário 1 (Q1), com termo indutor BNDES. Foram recebidas 103 respostas; 27

avisos de férias; 48 de endereço eletrônico inválido; e uma resposta de estagiária,

excluída por não configurar público-alvo da pesquisa; 563 silenciaram-se (não

responderam ou não receberam e-mail, considerando-se, por exemplo, mensagem

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na caixa de spam ou bloqueada pela instituição). Uma resposta chegou após o

prazo, quando os dados já estavam sendo tratados com o EVOC, e não foi incluída

na tabulação. O perfil dos que responderam acerca do BNDES (Q1) é apresentado

na TAB. 9.

TABELA 9 − Perfil dos funcionários participantes que responderam acerca do BNDES (Q1)

Variáveis BNDES

(n = 103) (f) (%)

Sexo

Masculino 58 56,31

Feminino 45 43,69

Total 103 100%

Instituição financeira credenciada 1 AGEFEPE 2 1,94 2 Fomento PR 1 0,97 3 Badesul 1 0,97 4 Bradesco 4 3,88 5 Citibank 1 0,97 6 Banco CNH 1 0,97 7 Banco da Amazônia 2 1,94 8 Banco de Tokyo-Mitsubishi UFJ Brasil 1 0,97 9 Banco do Brasil 53 51,46 10 Banestes 15 14,56 11 BNB 1 0,97 12 SICOOB 3 2,91 13 Desenvolve SP 2 1,94 14 Banco Luso Brasileiro 1 0,97 15 Desenvolve-AL 2 1,94 16 Desenbahia 2 1,94 17 Banco Safra 1 0,97 18 Caixa 5 4,85 19 BRDE 1 0,97 20 Bandes 1 0,97 21 BRB 1 0,97 22 BNP Brasil 1 0,97 23 Omissos 1 0,97 Total 100 100%

Lotação 1 Comercial 59 57,28 2 Suporte 36 34,95 3 Comercial/Suporte 2 1,94 4 Outras 5 4,85 5 Omissos 1 0,97 Total 100 100%

Tabulação: mestranda. Fonte: Elaboração da mestranda e Onofre Miranda.

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110

As informações referentes às variáveis idade e tempo de serviço estão

compiladas na TAB. 10. Um funcionário estava na instituição há menos de um ano;

um funcionário não respondeu à pergunta, todos os outros tinham entre um e 36

anos de trabalho na mesma instituição. A maior incidência foi de funcionários com

cinco anos de casa.

TABELA 10 − Perfil dos funcionários participantes, segundo idade e tempo de serviço

Medidas Idade Tempo de serviço

Média de idade 38,24 9,32 Desvio padrão 9,20 8,72

Máximo 65 36

Mínimo 22 0

Moda 32 5

Fonte: Elaboração de Onofre Miranda.

Outro grupo de 750 funcionários, também formado aleatoriamente, respondeu

ao Questionário 2 (Q2), cujo termo indutor foi Trein@ BNDES on-line. Foram

recebidas 101 respostas válidas; 30 avisos de férias; um aviso de licença-

maternidade; duas mensagens de funcionários informando que preferiam não

responder; 83 mensagens de endereço eletrônico inválido; 526 silenciaram-se (não

responderam ou não receberam – a mensagem caiu na caixa de spam ou foi

bloqueada pela instituição). Como aconteceu com a amostra dos que responderam

acerca do BNDES (Q1), uma resposta chegou quando já eram tratados os dados

com o EVOC, de forma que não foi incluída na pesquisa. Na TAB. 11, consta o perfil

dos que responderam acerca do Trein@ BNDES on-line (Q2).

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TABELA 11 − Perfil dos funcionários participantes que responderam acerca do Trein@ BNDES on-line (Q2)

Variáveis TREIN@ ON-LINE

(n = 101) (f) (%)

Sexo

Masculino 52,00 51,49

Feminino 49,00 48,51

Total 101 100%

Instituição financeira credenciada 1 Banco do Brasil 51 50,50 2 Banco da Amazônia 4 3,96 3 Banco Volkswagen 3 2,97 4 Desenbahia 2 1,98 5 Caixa 6 5,94 6 Fomento PR 3 2,97 7 BDMG 2 1,98 8 Banco Original 1 0,99 9 Paraná Banco 1 0,99 10 Banestes 8 7,92 11 Banco Pine 1 0,99 12 Citibank 1 0,99 13 Bandes 2 1,98 14 BRDE 2 1,98 15 Banco Santander 2 1,98 16 AGEFEPE 1 0,99 17 Desenvolve SP 1 0,99 18 BADESUL 1 0,99 19 Banco Fibra 1 0,99 20 Banco John Deere 2 1,98 21 Banco Luso Brasileiro 1 0,99 22 SICOOB-ECOCREDI 1 0,99 23 China Construction Bank (Brasil) 1 0,99 24 Financeira Alfa 1 0,99 25 Itaú Unibanco 1 0,99 26 CECRED-VIACREDI 1 0,99 Total 100 100%

Lotação 1 Comercial 51,00 50,50 2 Suporte 41,00 40,59 3 Comercial/Suporte 4,00 3,96 4 Outras 4,00 3,96 5 Omissos 1,00 0,99 Total 100 100%

Tabulação: mestranda. Fonte: Elaboração da mestranda e Onofre Miranda.

Em relação à idade e ao tempo de serviço (TAB. 12), dois funcionários

trabalhavam a menos de um ano; os demais, entre um e 39 anos; sendo que a maior

incidência de resposta foi entre aqueles que tinham dois anos de casa.

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112

TABELA 12 − Perfil dos funcionários participantes, segundo idade e tempo de serviço

Medidas Idade Tempo de serviço

Média de idade 39,06 9,29 Desvio padrão 9,22 8,05

Máximo 59 39

Mínimo 20 0

Moda 30 2

Fonte: Elaboração da mestranda e Onofre Miranda.

8.2.3 Instrumento de pesquisa (questionário de evocação)

O instrumento de coleta de dados foi constituído com três questões de livre

evocação formuladas da seguinte forma:

(1) Indique cinco palavras que lhe vêm à mente quando perguntamos:

“O [TERMO INDUTOR], para você, é...”.

(2) Enumere as cinco palavras segundo a ordem de importância que

atribui a elas.

A terceira e última questão, aberta, foi assim formulada:

(3) Por que escolheu a primeira palavra como mais importante?

8.2.4 Procedimentos para coleta e análise de dados

À medida que respostas às mensagens chegavam à caixa de entrada do

endereço <[email protected]>, eram analisadas e arquivadas segundo

o tipo de Questionário: Q1 acerca do BNDES, Q2 acerca do Trein@ BNDES on-line.

Observou-se que entre os 103 funcionários que responderam à pergunta

referente ao BNDES, 30 (29,1%) o enviaram no mesmo dia em que receberam o

questionário; 59 (57,3%) responderam em até quatro dias; e 14 (13,6%) o fizeram

entre 5 e 16 dias após o envio do questionário.

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113

Entre os 101 funcionários que responderam a respeito do Trein@ BNDES on-

line, 22 (21,8%) responderam no mesmo dia em que o questionário foi enviado; 73

(72,3%), em até quatro dias; e seis (5,9%) responderam entre cinco e 10 dias após o

envio.

Pode-se interpretar como significativo para a imagem do BNDES e do Trein@

BNDES on-line entre os funcionários de instituições financeiras credenciadas o fato

de 89 (86,4%) entre 103 que responderam a respeito do BNDES e 95 (94,1%) entre

101 que responderam acerca do Trein@ BNDES on-line, o fizeram em até quatro

dias da data de envio do questionário, desconsiderando-se para esta análise o dia

da semana, se dia útil, sábado, domingo ou feriado.

Todas as mensagens relativas à pesquisa foram arquivadas, mesmo se

mensagens de erro, avisos de férias, licença-maternidade, ausência temporária a

serviço ou daqueles funcionários que preferiram não responder. Nenhuma

mensagem foi descartada, mas arquivada na pasta My trash, criada para evitar que

fossem parar na pasta Trash (lixeira), pré-formatada pela ferramenta Gmail de

correio eletrônico.

Cada resposta foi transferida, na íntegra, para planilhas do programa

Microsoft Excel 2010, denominadas Matriz-BNDES e Matriz-Trein@, arquivadas em

dois arquivos distintos. Todos os dados informados pelos respondentes foram

compilados e tabulados.

A disposição dos dados nas planilhas obedeceu à seguinte ordem: número

atribuído ao questionário (coluna A); nome da instituição financeira credenciada à

qual o funcionário está vinculado (coluna B); código atribuído à instituição (coluna C);

anos (número inteiro, sem indicação de meses) de trabalho na instituição (coluna D);

lotação (coluna E); sexo (coluna F); idade (coluna G); e-mail do respondente (coluna

H); resposta à primeira pergunta de livre evocação (coluna I); resposta à segunda

pergunta de livre evocação (coluna J); e resposta à terceira pergunta aberta relativa

ao porquê da atribuição de importância à palavra selecionada na segunda pergunta

(coluna K), conforme o termo indutor, BNDES ou Trein@ BNDES on-line (FIG. 39).

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114

FIGURA 39 − Extrato da planilha Matriz-Trein@ Fonte: Elaboração da mestranda.

A análise dos dados concernentes às associações livres, questões um e dois

do questionário, foi realizada com auxílio do programa EVOC, conjunto de

programas articulados para análise estatística das evocações, disponibilizado pelo

professor Onofre Miranda, da Universidade de Brasília. A análise qualitativa das

justificativas para escolha da palavra mais importante sobre o BNDES ou o Trein@

BNDES, questão três do questionário, foi realizada por meio de análise de conteúdo

categorial temática. (BARDIN, 2011).

A análise descritiva identificou características sociodemográficas da amostra

de funcionários de instituições financeiras credenciadas, segundo as variáveis: sexo,

nome da instituição com a qual mantém vínculo empregatício, lotação, idade e

tempo de serviço. Os dados foram tabulados por meio do programa Microsoft Excel

2010 e apresentados no item 8.2.2, acima, onde se configurou o perfil da amostra da

pesquisa (TAB. 9 a 12).

A análise estatística de palavras de livre evocação realizada por meio do

programa EVOC 2000 para plataforma Windows é apresentada a partir do item

8.2.5, a seguir.

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115

8.2.5 Análise dos resultados de livre evocação para termo indutor BNDES

O objetivo desta análise foi identificar os elementos centrais e periféricos da

representação do BNDES construídas e ativadas por funcionários de instituições

financeiras credenciadas que cursaram o Trein@ BNDES on-line.

No QUADRO 4, está exposta a análise estatística das palavras indicadas

como mais importantes pelos funcionários de instituições financeiras credenciadas,

que aponta “desenvolvimento” como elemento central da representação do BNDES.

QUADRO 4 − Palavras mais importantes acerca do BNDES (n = 103)

Ordem média de importância Inferior a 2,50 Superior a 2,50

FR

EQ

NC

IA A

BS

OLU

TA

Acima de 25

50 Desenvolvimento

1,44

de 3 a 24

04 Finame 17 Fomento 03 Futuro 03 Incentivo 03 Infraestrutura 16 Investimento 05 Recurso 03 Responsabilidade 03 Sociedade 03 Sólido

1,75 2,41 2,00 2,00 1,66 2,31 2,40 1,66 1,66 1,33

03 Instituição 05 Nacional 12 Oportunidade 13 Parceria 03 Prazo 05 Progresso 03 Realização 05 Social 08 Sustentabilidade 03 Taxa

3,33 2,80 2,50 2,65 2,66 3,20 4,00 2,60 3,12 2,66

Nº total de palavras evocadas = 446 Nº total de palavras diferentes = 187 Tabulação: mestranda. Fonte: Elaboração de Onofre Miranda, por meio do programa EVOC.

As respostas às duas questões de livre evocação foram submetidas ao teste

de centralidade (RIBEIRO, 2000; MIRANDA, 2010, p. 145), pelo qual se compara a

frequência absoluta das palavras obtidas na análise de evocação e a frequência

absoluta na seleção das palavras mais importantes (QUADRO 4). O resultado é o

percentual de “Queda da Frequência”, que, provavelmente, indicará quais são os

elementos centrais e periféricos (TAB. 13) da representação do BNDES construída e

ativada pelos funcionários de instituições financeiras credenciadas. (MIRANDA,

2016).

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TABELA 13 − Teste da centralidade dos elementos que compõem a representação social do BNDES

Elementos FTE (f) FSPP (f) Queda de Frequência (%) Desenvolvimento 47,00 50,00 -3,00 -6,00

Fomento 13,00 17,00 -4,00 -23,53

Incentivo 4,00 3,00 1,00 25,00

Instituição 4,00 3,00 1,00 25,00

Nacional 4,00 5,00 -1,00 -20,00

Oportunidade 14,00 12,00 2,00 14,29

Sólido 3,00 3,00 0,00 0,00

FTE – Frequência absoluta total das palavras FSPP − Frequência absoluta da seleção de palavras principais Tabulação: mestranda. Fonte: Elaboração de Onofre Miranda, por meio do programa EVOC.

Considera-se que uma queda de frequência absoluta abaixo de 50% indica a

possível centralidade do elemento. Uma queda superior a 50% significa que os

elementos serão considerados como pertencentes, provavelmente, ao sistema

periférico. (MIRANDA, 2016). Como não houve queda ou acréscimo de frequência, o

elemento “desenvolvimento” é central à representação social do BNDES. E as

palavras fomento, incentivo, instituição, nacional, oportunidade e sólido pertencem à

chamada periferia próxima.

Pode-se inferir que, por fazer parte do nome do Banco, haja um elemento

tautológico, de forma que BNDES explica-se por si mesmo. Por outro lado, como

palavras próprias de produtos e relativas à missão do BNDES (Finame, fomento,

incentivo, infraestrutura, investimento, nacional, oportunidade e sólido, QUADRO 4;

TAB. 13) fazem parte do discurso dos funcionários de instituições financeiras

credenciadas, nota-se que existe uma proximidade, certa intimidade com o objeto,

representado pela linguagem técnica, de quem está familiarizado com o Banco, e

positiva, demonstrando que BNDES é significativo para estes funcionários.

8.2.6 Análise de conteúdo categorial da palavra desenvolvimento nas

respostas abertas acerca do BNDES

A análise de conteúdo do elemento central à representação do BNDES,

“desenvolvimento”, construída e ativada por funcionários de instituições financeiras

credenciadas foi realizada segundo os pressupostos de Bardin (2011), descritos

mais adiante na subseção 8.3.1. Verificou-se que, entre amostra de 99 respostas

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117

para justificar a importância da palavra escolhida acerca do BNDES, identificou-se

52 unidades de codificação (frases). Neste corpus, 49 mencionaram

“desenvolvimento” (APÊNDICE E). O QUADRO 5 apresenta os resultados dessa

análise, incluindo exemplos, número de ocorrências e percentagens para facilitar a

compreensão.

QUADRO 5 − Análise de conteúdo do elemento central à representação do BNDES

Análise categorial da palavra desenvolvimento

Código Categorias Componente Discurso

Frequência absoluta nº itens

presentes %

10 nacional (do País) desenvolvimento “influencia todo desenvolvimento

do País” 21 42,9

4 financiamentos/créditos desenvolvimento “desenvolvimento

através dos financiamentos”

8 16,3

3 apoio a empresas/indústrias desenvolvimento

“desenvolvimento de empresas

através de diversas linhas de

crédito"

4 8,2

1 econômico, social, ambiental desenvolvimento “desenvolvimento socioeconômico

do País” 3 6,1

9 regional (social/urbano) desenvolvimento “desenvolvimento regional”

3 6,1

5 juros atrativos desenvolvimento “baixo custo

ajuda desenvolvimento”

2 4,1

12 boas ideias/projetos desenvolvimento “desenvolvimento

com planejamento”

2 4,1

2 novas atividades econômicas desenvolvimento “desenvolvimento

[...] novas atividades”

1 2,0

6 sustentabilidade desenvolvimento “crescimento

sustentável [...] desenvolvimento”

1 2,0

7 agrícola desenvolvimento “incentivo ao

desenvolvimento e à agricultura”

1 2,0

8 geração de emprego e distribuição

de renda desenvolvimento

“geração de emprego e renda

[...] desenvolvimento”

1 2,0

11 espírito público desenvolvimento

“compromisso com a nação,

com desenvolvimento”

1 2,0

13 escândalos, falta seriedade desenvolvimento “desenvolvimento

do País, com escândalos”

1 2,0

49 100%

Fonte: Elaboração da mestranda.

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118

Desenvolvimento nacional (42,9%), desenvolvimento por meio de

financiamentos e créditos (16,3%), apoio aos segmentos produtivos, empresarial,

industrial e agrícola (10,2%), desenvolvimento econômico, social, ambiental (6,1%) e

desenvolvimento regional, tanto social como urbano (6,1%) representam 81,6% das

noções de desenvolvimento acerca do BNDES.

No portal do BNDES (2016a), no discurso do que consiste o Banco Nacional

de Desenvolvimento Econômico e Social, estas cinco categorias de identidade do

Banco são contempladas: [...] empresa pública federal (nacional ), é o principal

instrumento de financiamento de longo prazo (financiamentos/créditos ) para a

realização de investimentos em todos os segmentos da economia (apoio a

empresas, indústrias ), incluindo política de financiamento com dimensões social,

regional (rural e urbano ) e ambiental (econômico, social, ambiental ).

Pode-se inferir tanto pela análise estatística de evocações livres com auxílio

do programa EVOC, como pela análise de conteúdo categorial, segundo Bardin

(2011), que o elemento “desenvolvimento” é central à representação do BNDES

construída e ativada pelos funcionários de instituições financeiras credenciadas.

8.3 ANÁLISE DE CONTEÚDO DAS RESPOSTAS À PERGUNTA ABERTA

As justificativas dos funcionários de instituições financeiras credenciadas para

suas escolhas de palavra mais importante acerca do BNDES e do Trein@ BNDES

on-line foram submetidas à análise de conteúdo do tipo classificatório. (BARDIN,

2011, p. 65).

8.3.1 Técnica de análise

Foi empreendida a chamada análise categorial temática à pergunta: Por que

escolheu a primeira palavra como mais importante?

Similarmente à questão proposta por Bardin (2011, p. 68), a análise das

respostas à pergunta aberta em relação à palavra mais importante acerca do

BNDES e do Trein@ BNDES on-line foi simples, empregando categorização de

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119

baixo nível de teorização, elaborada a partir da frase-síntese do conteúdo integral

das respostas recebidas.

Análise categorial temática é a contagem de temas ou itens de significação

em uma unidade de codificação previamente determinada. E, como sugerido por

Bardin (2011, p. 77), unidade de codificação, nesta pesquisa, é uma frase do

discurso (resposta) de funcionários de instituições financeiras credenciadas à

resposta aberta do questionário de evocação.

Para o levantamento temático, considerou-se que o possível núcleo central da

representação social do BNDES seria o elemento presente em seu nome e em sua

missão, desenvolvimento. Em relação ao Trein@ BNDES on-line assumiu-se que o

propósito de disseminar conhecimento seria o atributo mais mencionado pelos

funcionários de instituições financeiras que enviaram respostas. A análise temática

foi realizada em etapas: leitura flutuante (pré-análise), tratamento das unidades de

codificação (frases), identificação dos itens de significação (temas), categorização e

codificação (temas x frases) e formatação em tabelas do Microsoft Excel 2010 para

apuração e apresentação de resultados, com exemplos, em número de ocorrências

e percentagens para favorecer o entendimento.

8.3.2 Amostra da pesquisa (respostas à pergunta aberta)

A amostra inicial acerca do BNDES foi composta por 103 respostas

formuladas por funcionários de 22 instituições financeiras credenciadas. No entanto,

uma resposta ficou em branco e outras três versavam sobre temas pertinentes ao

Trein@ BNDES on-line, não ao BNDES. Com a exclusão dessas quatro, a amostra

das respostas abertas pertinentes ao BNDES teve 99 frases ou unidades de

codificação (APÊNDICE F).

Quanto ao Trein@ BNDES on-line, a amostra inicial foi composta por 101

respostas de funcionários de 26 instituições financeiras credenciadas. Como foi

excluída a única resposta em branco, a amostra de respostas abertas à pergunta

acerca do Trein@ teve 100 frases ou unidades de codificação (APÊNDICE G).

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Os temas foram divididos em dois tipos: valores holísticos (favoráveis,

integrados à missão de desenvolvimento do Banco ou à função de disseminar

conhecimento do Trein@ BNDES on-line), denominados pontos; e valores restritos

(prejudiciais, embora nem sempre negativos, somente limitadores) da missão de um

e funcionalidade do outro, denominados contrapontos. Foram, então, identificados,

em cada unidade de significação (frase dos respondentes), os valores holísticos e

restritos, divididos, a seguir, em categorias. Fez-se, então, a contagem de cada

unidade de significação, que foi agrupada em categorias, segundo o valor holístico

ou restrito a ela atribuído, como apresentado nos QUADROS 6 a 9.

8.3.3 Análise de conteúdo categorial das respostas abertas acerca do BNDES

As relações que os funcionários de instituições financeiras credenciadas

mantêm com o BNDES não são estritamente funcionais, mas estão simbolicamente

carregadas de sentimentos e convicções, que remetem a representações sociais,

como o Banco da “esperança, qualidade de vida, felicidade” (QUADRO 6) ou

estereótipo (QUADRO 7), como “lado negro da fraude; só grandes têm crédito."

QUADRO 6 − Categorias de valores holísticos (pontos) atribuídos ao BNDES

Código Categorias Componentes/Temas Exemplo

Frequência absoluta nº itens

presentes %(*)

1 desenvolvimento

econômico e social

instrumento de política pública, ações estratégicas,

geração de emprego, distribuição de renda

"desenvolver regiões carentes é levar

esperança, qualidade de vida, felicidade"

35 35,4

2 fomento à economia

financiamento de longo prazo, grandes projetos,

infraestrutura, novas atividades, parcerias

"importância nos grandes

investimentos do País”

22 22,2

3 apoio a empresas/indústrias

MPME, Finame, Cartão BNDES, juros atrativos,

crédito produtivo

"soluções de crédito e desenvolvimento

aos empreendedores brasileiros"

25 25,3

4 espírito público responsabilidade, sustentabilidade,

regularidade, coletividade

"solidez é base de tudo, relações éticas,

necessárias e importantes"

10 10,1

92 93%

(*) Percentagem em relação ao número total de respostas Fonte: Elaboração da mestranda e Anderson Ovelar.

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A análise de conteúdo categorial mostrou que 35,4% dos funcionários de

instituições financeiras credenciadas enxergam o BNDES como Banco do

desenvolvimento e 93% dos 99 funcionários que responderam à questão aberta

(QUADRO 6) veem o BNDES de maneira holística, integrada à sua missão de

promover o desenvolvimento do País, fomentando a economia, apoiando empresas

e indústrias que geram emprego, atuando com espírito público.

QUADRO 7 − Categorias de valores restritos (contrapontos) atribuídos ao BNDES

Código Categorias Componentes/Temas Exemplo

Frequência absoluta nº itens

presentes %(*)

11 influência política

ingerência externa

"a política sempre acaba influenciando no

funcionamento da instituição"

1 1,0

12 prejuízo à

cadeia produtiva

burocracia, morosidade, devoluções, problemas de

documentação, restrições a beneficiários

"seleção de beneficiários afeta diretamente a

imagem e a percepção" 3 3,0

13 "empresa doméstica"

emprego no BNDES "gostaria de trabalhar no BNDES"

1 1,0

14 anticivismo fraude, escândalos "crescimento do País,

lado negro da fraude; só grandes têm crédito"

2 2,0

7 7%

(*) Percentagem em relação ao número total de respostas Fonte: Elaboração da mestranda e Anderson Ovelar.

Observou-se que 7% dos funcionários de instituições financeiras

credenciadas (QUADRO 7) objetivam representações restritas, nem sempre

negativas, como a Categoria 13, em relação à visão de ampla, holística da maioria

dos respondentes (QUADRO 6). Não se pode dizer que seja negativo o querer

trabalhar no BNDES, mas é uma modulação restrita, pessoal, em oposição a

modulações coletivas, de interesse comum. O banco burocrático, direcionado a um

público específico causa prejuízos não só à cadeia produtiva do País, como à

imagem do Banco, e, diferentemente da Categoria 13, mas igualmente às

Categorias 11 e 14, é representação negativa do BNDES.

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TABELA 14 − Ponto e Contraponto: resultados globais por adição dos pontos holísticos e restritos atribuídos ao BNDES

RESULTANTES

nº itens

Ponto + Contraponto Categorias Presentes %

1 + 11 desenvolvimento / direcionamento

36 36,4

2 + 12 fomento / prejuízo 25 25,3

3 +13 empresas: produtivas ou domésticas

26 26,3

4 + 14 interesse público / interesse particular

12 12,1

99 100%

Fonte: Elaboração da mestranda e Anderson Ovelar.

A TAB. 14, acima, apresenta os resultados globais dos valores holísticos

(pontos) somados aos valores restritos (contrapontos), de onde se pode concluir que

36,4% modularam representações referentes a desenvolvimento ou seu antagonista,

influência política; 26,3% a apoio às empresas ou seu antagonista, empresa

doméstica; 25,3%, a fomento ou seu antagonista, prejuízo; e 12,1% a espírito

público ou seu antagonista, anticivismo.

8.3.4 Análise de conteúdo categorial das respostas abertas acerca do Trein@

BNDES on-line

Em oposição às que mantêm com o BNDES, as relações que os funcionários

de instituições financeiras credenciadas mantêm com o Trein@ BNDES on-line são,

sim, estritamente funcionais e refletem aspectos holísticos (positivos, integrados) ou

menos favoráveis (restritivos) na disseminação de conhecimento (QUADROS 8 e 9).

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QUADRO 8 − Categorias de valores holísticos (pontos) atribuídos ao Trein@ BNDES on-line

Código Categorias Componentes/Temas Exemplo

Frequência absoluta nº itens

presentes %(*)

1 acesso a recursos financiamentos e

créditos (R$)

"multiplicador de repasse, sua importante atribuição"

5 5

2 comunicação/informação/ capacitação

critérios, condições, procedimentos

operacionais, normativos

"capacitação para trabalhar com as linhas de financiamento"

35 35

3 busca por conhecimento/saber atenção, iniciativa, oportunidade

"muito importante agregar conhecimento"

19 19

4 abordagem/método abrangência, didática, inovação, recursos

"dinâmico, vontade de continuar vendo o vídeo"

11 11

5 Acessibilidade plataforma,

funcionalidades "acessível, principal característica" 7 7

6 foco no cliente (institucional) desempenho em atendimento, análises

“atividade principal fazer negócios, como intermediador financeiro”

10 10

87 87%

(*) Percentagem em relação ao número total de respostas Fonte: Elaboração da mestranda e Anderson Ovelar.

A análise temática das respostas acerca do Trein@ BNDES on-line

representada por seis categorias no QUADRO 8, acima, demonstra que 87% das

unidades de codificação (frases) de funcionários de instituições financeiras

credenciadas favorecem aspectos globais e técnicos da funcionalidade do Trein@

BNDES on-line para disseminar conhecimento.

A comunicação, a informação e a capacitação sobre produtos e programas

do BNDES, os critérios para obter-se financiamento, os procedimentos e normativos

que norteiam o acesso ao crédito foram destacados como valor mais importante por

35% dos que responderam ao questionário. Facilitar o desempenho dos

respondentes no atendimento a clientes e a realização de análises de crédito

(Categoria 6) e o acesso a recursos (Categoria 1) foram importantes para 15% dos

funcionários que responderam.

Para 19%, a percepção é mais ampla, vasta, multidirecionada. O ponto

importante acerca do Trein@ BNDES on-line é estar disponível, é favorecer a busca

do conhecimento, do saber e agregar conceitos que podem torná-los melhores como

indivíduos e como funcionários.

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Características do ambiente virtual de aprendizagem (AVA), como

abordagem, método e acessibilidade, foram destacadas por 18% dos funcionários.

O QUADRO 9 apresenta os valores restritos, aqueles que são contraponto

aos valores holísticos, percebidos como positivos. Enquanto não se pode dizer que

todas as categorias sejam negativas, é fato que são antagônicas à percepção mais

favorável, categorizada no QUADRO 8.

QUADRO 9 − Categorias de valores restritos (contrapontos) atribuídos ao Trein@ BNDES on-line

Código Categorias Componentes/Temas Exemplo Frequência absoluta

nº itens

Presentes %(*)

13 pouca divulgação menor universalização

(R$)

"precisa ser mais

utilizado para

atendermos à

necessidade do

mercado "

2 2

11 insuficiente/inadequação de exemplos

critérios, condições, procedimentos operacionais, normativos

"básico, não aprofunda os temas"

3 3

14 desinteresse efêmero "não lembro

como acessar"

1 1

12 inadequado à modalidade excesso de texto, informação

"muito texto, muita

informação, que se perde

facilmente"

1 1

10 dificuldade de acesso plataforma, funcionalidades

"dificuldades para sanar dúvidas"

1 1

15 ascensão profissional (pessoal) crescimento e desempenho profissional

"atualização, crescimento pessoal e

profissional"

5 5

13 13%

(*) Percentagem em relação ao número total de respostas. Fonte: Elaboração da mestranda e Anderson Ovelar.

A análise temática das respostas acerca do Trein@ BNDES on-line,

chamadas contrapontos (QUADRO 9), definidas em oposição àquelas identificadas e

categorizadas, no QUADRO 8, apresentado anteriormente, demonstra que 13% das

unidades de codificação (frases) de funcionários de instituições financeiras

credenciadas traduzem problemas de funcionalidade (8%) ou percebem o Trein@

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on-line apenas como recurso para ascensão profissional (5%). Embora não seja

valor negativo em si mesmo, a ênfase no desempenho pessoal está em oposição à

intenção do Trein@ BNDES on-line de favorecer o segmento de MPME, muito

maior, importante para a geração de emprego e distribuição de renda, que a atenção

aos anseios, ainda que naturais e justificáveis, de indivíduos.

TABELA 15 − Ponto e Contraponto: resultados globais por adição dos pontos holísticos e restritos atribuídos ao Trein@ BNDES on-line

RESULTANTES

nº itens

Ponto + Contraponto Categorias Presentes %

1 + 13 acesso (R$) 7 7

2 + 11 conteúdo 38 38

3 + 14 conhecimento 20 20

4 +12 AVA 12 12

5 + 10 modalidade a

distância 8 8

6 + 15 foco 15 15

100 100%

Fonte: Elaboração da mestranda e Anderson Ovelar.

A TAB. 15 aponta que, para 85% dos funcionários de instituições financeiras

credenciadas, conteúdos do BNDES (38%), o conhecimento que o Trein@

proporciona (20%), o foco que valoriza (15%) e o ambiente virtual de aprendizagem

(12%) são os valores mais proeminentes em relação ao Trein@ BNDES on-line. Em

15% das vezes, o acesso, tanto a recursos como pela modalidade a distância, foi

lembrado como ponto favorável à missão do Trein@ BNDES.

A análise categorial do texto apresenta o ‘vaivém’ da análise de conteúdo,

entre a teoria e a técnica, interpretações e métodos de análise, constituindo-se um

ponto de vista, uma dimensão da análise, uma abordagem particular e restrita sobre

um assunto (BARDIN, 2011, p. 80), sujeita à interpretação pessoal e subjetiva da

mestranda.

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Ainda que os resultados obtidos por esta análise categorial temática não

sejam irrefutáveis, são uma ilustração para corroborar (BARDIN, 2011, p. 81)

aspectos da imagem do BNDES e da funcionalidade do Trein@ BNDES on-line sob

a ótica dos funcionários de instituições financeiras credenciadas.

8.4 EVENTOS ADVERSOS20 − INTERCORRÊNCIAS21

O improviso é para o inesperado! Hélio Cunha Costa (1923-1988)

Em ação similar a dos Comitês de Ética em Pesquisa, cabe aos mestrandos

antecipar e monitorar os eventos adversos no transcorrer da pesquisa, evitando

prejuízos, atrasos ou até mesmo o colapso do projeto ou do pesquisador.

Classificados segundo a intensidade (leve, moderado ou grave) e previsibilidade

(esperado e inesperado), os eventos observados ao longo das atividades

acadêmicas e de construção da dissertação são apresentados, a seguir, em ordem

cronológica (do início para o fim do curso), exclusivamente sob a ótica particular da

mestranda.

A. Questões administrativas da UCB/UBEC (evento adverso moderado):

desconforto causado por atrasos ou não emissão de documentos, falta de

disponibilidade de “selos” para validar a identidade estudantil, dificuldade para gerar

senhas para o laboratório de informática e problemas recorrentes com o acesso ao

estacionamento interferiram com as atividades acadêmicas e laborais. Inesperado.

B. Formação distinta à comunicação (evento adverso moderado): desconforto

causado pela necessidade de muitas leituras extras, pelo tempo de dedicação tanto

às leituras como às tarefas das disciplinas interferiu com atividades acadêmicas,

laborais, sociais e familiares. Esperado.

C. Dificuldade para conciliar trabalho e estudo, devido à dedicação não

exclusiva com abono de até 28 horas mensais (evento moderado): desconforto em

20 Modelo, designação e classificação adaptados do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Brasília. Disponível em: <http://fs.unb.br/cep/index.php/eventos-adversos>. Acesso em: 11 abr. 2016. 21 Inclusão de subseção solicitada pelo professor Robson Borges Dias.

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virtude das distâncias percorridas e pelos horários dos percursos, normalmente de

pico (9h, 12h, 14h e 18h) comprometeu a frequência e o uso pleno dos serviços da

Biblioteca do PPG. Inesperado.

D. Ausência da orientadora (licença médica + licença maternidade) durante o

segundo semestre do primeiro ano curso (evento grave): apesar de inadiável e feliz

ausência, o desconforto causado teve reflexos até o fim do curso. Inesperado.

E. Condição de saúde da mestranda, causada por limite de locomoção e

cirurgia de grande porte ao fim do primeiro ano de curso (evento grave):

comprometimento total das atividades acadêmicas por oito meses forçou

trancamento, descontinuidade da aprendizagem e propiciou pendência

administrativa com impacto pecuniário relevante ao final do curso. Inesperado.

F. Pouca afinidade com o referencial teórico (evento grave): desconforto com

os conteúdos e a necessidade de mais pesquisa, mais leituras, além de número

maior de sessões de orientação, para melhorar desempenho exigiram muitas horas

extras das quais não dispunha, optando por usar períodos de férias e não gozar de

recessos. Inesperado.

G. Adiamento de julho de 2015 para abril de 2016 da entrada no ar do novo

Trein@ BNDES on-line, objeto da pesquisa (evento adverso grave): obrigou a

mudança de estratégia de pesquisa, do instrumento de coleta de dados, da

população pesquisada e do tamanho da amostra. Inesperado.

H. Condição inesperada deliberada pela orientadora interrompeu e cancelou a

leitura de dados pelo conjunto de programas EVOC, reduzindo drasticamente os

resultados obtidos (evento adverso grave): desconforto frustrou a expectativa da

mestranda e teve reflexos para a pesquisa acordada com o empregador-

patrocinador. Inesperado.

I. Prazo exíguo entre qualificação (10 novembro 2015) e defesa da

dissertação (14 de março de 2016), marcado por meses de férias e festas

(dezembro, janeiro e fevereiro), com impacto no número de respostas obtidas

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(evento adverso grave): desconforto favoreceu tensão, obrigou a coordenação do

mestrado a flexibilizar prazos (dissertação entregue para banca com 17 dias, ao

invés dos 25 regimentais). Esperado.

Há sempre riscos envolvidos e benefícios não contabilizados, eventos

inesperados e dificuldades de toda natureza em cada jornada, não foi diferente ao

longo desta pesquisa; o importante é não desistir da caminhada.

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9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O esforço de pesquisa proposto nesta dissertação procurou responder à

pergunta: quais representações sociais do BNDES são construídas e ativadas pelos

funcionários de instituições financeiras credenciadas?

A estratégia de pesquisa contemplou três tipos de análise. A primeira,

semiótica de imagens dos personagens do Trein@ BNDES on-line, Dona Norma e

Senhor BNDES, apresentou a perspectiva do discurso do Banco, o emissor. Por

meio de “dissecação” dos elementos de cada um dos personagens — postura,

trajes, atributos físicos, proporções — elegeu-se um inventário denotativo

(objetivação) que, interpretado, serviu como guia de leitura do discurso do BNDES.

Ainda que limitada à atribuição subjetiva de sentidos e conhecimentos, foi ancorada

nas análises de importância de evocações e de conteúdo, podendo ser útil para

tratamento de questões relativas à imagem organizacional.

A segunda análise abordou a perspectiva do receptor, funcionários de

instituições financeiras credenciadas para repassar os recursos do BNDES a Micro,

Pequena e Média Empresas (MPME). Por meio da análise estatística de evocações

livres, com auxílio do conjunto de programas EVOC, para identificar a centralidade

das representações do BNDES, inferiu-se que “desenvolvimento” é elemento central

à representação. Elementos periféricos, como fomento, incentivo, nacional,

oportunidade, indicam atitude positiva em relação ao Banco.

A terceira técnica de pesquisa também contemplou a perspectiva do emissor

ao empreender análise de conteúdo categorial de Bardin (2011) para o discurso dos

funcionários de instituições financeiras credenciadas, no qual o núcleo central da

representação, desenvolvimento, estava presente e para o discurso que atribuía

importância às evocações livres.

Pontos positivos identificados no discurso dos funcionários como

desenvolvimento (econômico e social), fomento (à economia), apoio a empresas e

indústrias e espírito público são encontrados no discurso institucional, tanto no portal

do BNDES como nos elementos ancorados nos personagens do Trein@ on-line.

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Não se pode atribuir somente ao cursar o Trein@ on-line a representação do

BNDES, também construída e ativada pelo módulo presencial e as práticas que

aproximam o Banco e instituições financeiras. No entanto, os resultados obtidos nas

três etapas de pesquisa, permitem inferir que o Trein@ BNDES on-line contribui

para que funcionários de instituições financeiras credenciadas construam

representações referentes ao BNDES e ao papel que exerce como financiador de

longo prazo para MPME.

Os meios de comunicação têm capacidade de ativar e modular elementos das

representações. O BNDES investe em estratégias e ações de comunicação

organizacional por meio de vários canais, como Serviço de Informação ao Cidadão

(SIC), Central de Atendimento, Ouvidoria, portal institucional, Sala de Imprensa,

redes sociais para vincular desenvolvimento à própria atuação.

A realização de pesquisa da difusão do BNDES na mídia poderá avaliar se o

conhecimento veiculado o torna passível de ser empregado de forma coerente,

segundo os valores e as motivações sociais da coletividade local, regional ou

nacional, independentemente do porte do investimento, MPME ou grande empresa,

ou se o BNDES é representação consensual de parte da realidade para o qual foi

idealizado em 1952.

Projetos futuros também poderão examinar a análise semiótica para estudos

de imagem e estender o compartilhamento do conhecimento cultural, combinando

“alguma forma de coleta interativa de dados, como grupos focais ou entrevistas”,

como sugere Penn (2012, p. 338). Limitações referentes ao foco da análise estar

centrado na atribuição de sentidos e conhecimentos do pesquisador não invalidam a

técnica que pode ser útil para tratamento de questões relativas à imagem

organizacional.

A fim de ampliar e aprofundar esta dissertação, o questionário de evocação

poderá ser aplicado a grupos de funcionários de instituições financeiras que não

tenham cursado o Trein@ on-line ou mesmo àqueles que não estejam familiarizados

com o BNDES.

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REFERÊNCIAS

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ANEXO A ― CARTA AUTORIZAÇÃO/ANUÊNCIA BNDES

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ANEXO B ― CARTA AUTORIZAÇÃO/ANUÊNCIA UCB

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ANEXO C — MENSAGEM ENVIADA PELA GERAI A CONTATOS INSTITUCIONAIS, ALERTANDO-OS DA REALIZAÇÃO DA PESQUISA

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ANEXO D ‒ MENSAGEM ENVIADA PELA GERAI AOS FUNCIONÁRIOS DE INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS CREDENCIADAS PARA INFORMAR E CONVIDAR

A PARTICIPAREM DA PESQUISA

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APÊNDICE A ‒ BREVE PERSPECTIVA DA FGV ACERCA DO TREIN@ BNDES

ON-LINE

O Trein@ BNDES on-line foi concebido em parceria com a FGV. A professora

Elisabeth Silveira, da assessoria pedagógica em programas abertos e corporativos,

há 16 anos na FGV e com o Trein@ BNDES on-line desde a versão 1 do programa,

por e-mail, em 5 de fevereiro de 2016, contribuiu com esta pesquisa, respondendo a

seis perguntas propostas.

1. Pesquisadora (P): Qual o cenário do e-learning corporativo em 2002 e qual

era a expectativa para a parceria BNDES/FGV?

Elisabeth Silveira: O e-learning estava começando no Brasil. As

empresas pouco o conheciam. O BNDES foi um de nossos primeiros

programas EAD corporativos. A expectativa foi apresentada pelo próprio

BNDES: diminuir a sobrecarga dos instrutores dos programas presenciais.

2. (P): Qual o perfil da equipe formada pela FGV para desenvolver, manter e

atualizar o Trein@ BNDES on-line? Havia um profissional de comunicação? Se não,

haveria lugar para profissionais de comunicação em equipes multidisciplinares

responsáveis pelo desenvolvimento de soluções corporativas de e-learning?

Elisabeth Silveira: A FGV, em todos os projetos EAD corporativos,

sempre trabalhou com equipes multidisciplinares. Essas equipes são

constituídas de profissionais formados em pedagogia, letras, webdesigner,

entre outros.

3. (P): O que foi interessante ou inovador, inusitado ou desafiador na

concepção do Trein@ BNDES on-line? Algo não deu certo? Algum momento ou

lembrança para evocar?

Elisabeth Silveira: Inovadoras foram tanto a proposta de se fazer o

programa autoinstrucional como ter a possibilidade de complementá-lo

presencialmente – blended 22.

22 Blended é termo relacionado à EaD que combina o estudo presencial com o a distância.

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4. (P): Como foi o processo de construção dos personagens Senhor BNDES e

Dona Norma e de elaboração dos módulos?

Elisabeth Silveira: Os personagens foram criados com o objetivo de

servir como âncoras da interlocução entre o participante e o conteúdo, dando

dicas, resumindo, reapresentando as ideias mais importantes etc. Eles foram

criados por um desenhista e animados por webdesigners.

5. (P): Qual estratégia da FGV para manter e atualizar o Trein@ BNDES on-

line entre 2004-2015? Ao longo destes anos, a FGV concebeu e-learning similar ao

Trein@: treinamento para público-alvo externo da organização?

Elisabeth Silveira: Dois tipos de atualizações foram feitas: a pedido do

BNDES, envolvendo muitas vezes conteúdo e tecnopedagogia, e novos

recursos disponibilizados pelas ferramentas de EAD. Após o programa EAD do

BNDES, a FGV criou muitos outros, em diferentes áreas e com diferentes

objetivos.

6. (P): E-learning é solução para treinamento e desenvolvimento. É também

estratégia do BNDES para comunicar-se com parte de seu público externo. Informar

e comunicar por meio de e-learning é um bom negócio?

Elisabeth Silveira: Não existe melhor relação custo/benefício para a

organização: padronização de informações, socialização do conhecimento,

abrangência geográfica, respeito ao ritmo e hábitos de estudo dos

participantes.

(P): Muito obrigada por sua disponibilidade.

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APÊNDICE B ‒ DEPOIMENTO DOS EX-FUNCIONÁRIOS MARIANGELA DE

PAOLI (DONA NORMA) E JOSÉ FLÁVIO GIOIA (SENHOR BNDES)

Trein@ BNDES completa 10 anos: uma história de dedicação, compromisso,

inovação e afetividade escrita a muitas mãos23.

Hoje, reconhecemos que uma das vocações da Área de Operações Indiretas

(AOI) é fomentar investimentos de micro, pequena e média empresas (MPME), que

contribuem para a economia do País com seu enorme potencial para geração de

emprego e renda. Houve um tempo, contudo, em que a AOI sequer existia e esta

vocação já permeava as iniciativas de funcionários que investiam no relacionamento

com agentes financeiros para ampliar o acesso aos recursos do BNDE(S).

O Finame era um fundo, que se tornou subsidiária, cujo símbolo era uma

chave inglesa, e funcionava na Rua da Candelária, 60. O distanciamento do resto do

Banco era palpável, não só porque as unidades espalhavam-se pelo Centro do Rio

de Janeiro, mas porque era assim e ponto.

Vivia-se um tempo de apostas em talentos para compor o quadro de

funcionários. Uma bibliotecária e administradora já trabalhava na Finame, desde

1973, quando, em 1981, chegou um engenheiro com experiência na construção

naval, que tirou o macacão sujo de óleo para azeitar os financiamentos de máquinas

e equipamentos. Mariangela De Paoli e José Flávio Gioia juntaram-se a nomes24

emblemáticos como Nilza e Bolivar, mas também parceiros de todas as horas como

Cabral, “Sancho Pança”, Renato, Márcio, Manoel, Neuza, Edson, um caso de

identificação insuperável até hoje!, Luiz Antônio, Deiró, Eliezer, Abe, Beth, Guillermo,

Ângela, Guilherme, para escrever a história das operações especiais, hoje indiretas.

Uma sucessão de siglas, DIVRA, DEPOE, DIVOE, DIVCA, DIVCT, DEREM,

GEREM, DEAUT – porque certas coisas não mudam nunca!25 –, designaram uma

trajetória que forjou laços, imprimiu uma marca para os treinamentos de agentes

23 Transcrição e edição de Alcidina Cunha Costa da gravação do encontro em 6 de outubro de 2014, no BNDES, Rio de Janeiro, RJ, revista e aprovada por Mariangela De Paoli e José Flávio Gioia. 24 Os sobrenomes foram omitidos durante a transcrição. 25 Referência ao uso intenso de siglas por várias gerações de funcionários do BNDES.

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financeiros, inovou ao introduzir o treinamento on-line, ao valorizar estagiários de

arquitetura, precursores de webdesigners, e criar os Postos Avançados, hoje Postos

de Informações.

Eram tempos regidos pelo papel! As normas eram compiladas em um livro

preto, um classificador nos moldes dos que podiam ser encontrados na papelaria

União!, no qual se escreviam as decisões “secretas”. O caminhão com capacidade

máxima de tração superior a quatro toneladas só pode ser financiado se... Havia

normas e interpretação das normas no livro preto! Havia circular, carta-circular, aviso

e... o livro preto.

O treinamento presencial começou a partir da necessidade, sempre

crescente, de sanarem-se dúvidas dos agentes financeiros. Em tempos de

showman, os treinamentos incorporavam “chá de rolha para piriri gangorra” e o

concurso do milhão... Motivação, ideal, prazer e solidariedade com a missão dos

agentes moviam a equipe, que até medalha de olimpíada interna dos funcionarios de

um agente financeiro recebeu, como manifestação de apreço.

A demanda por treinamento presencial era tão grande que se decidiu investir

em treinamento a distância. Em uma casinha nos fundos da FGV, na Praia de

Botafogo, foram replicados treinamentos e montados storyboards, um esforço de

dois anos que culminou no treinamento on-line, cuja versão Beta, treinou mais de

duas mil pessoas26.

A repercussão dos treinamentos no Banco foi enorme. A AOI, em 2003, era a

maior área do Banco e Dona Norma e Senhor BNDES eram personagens

emblemáticos tanto internamente como para agentes financeiros. Se o orçamento

do Banco à época era cerca de R$ 35 bilhões, o do departamento de operações

(máquinas, equipamentos e projetos) era de R$ 15 bilhões.

Simone Mesquita sucedeu Gioia e, em 2004, após uma enorme atualização

de PO (Políticas Operacionais), pesadelo de todo e qualquer gerente, lançou o

26 Ver TAB. 4, p. 76.

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Trein@ BNDES, marca concebida por agência publicitária, com cinco módulos on-

line e incorporando o presencial sob a mesma marca. Embora o on-line tenha vindo

para complementar e arrefecer demanda, sabe-se hoje que qualquer estrutura será

sempre insuficiente. Sob todos os aspectos, trata-se de um banco dentro do Banco!

Hoje, há nova geração de funcionários mantendo acesa a chama do Trein@

BNDES e fomentando operações, quase 96% do total em 1993. Ao longo de 10

anos, entre todos os públicos, 70.502 foram treinados; este ano, 2014, 5.050 até

outubro. A missão do Trein@ é facilitar o acesso aos recursos do BNDES, por meio

da comunicação de informações relativas a critérios, condições e procedimentos

operacionais. A visão é ser referência no setor público, cumprindo papel de

transparência na difusão de informações sobre o BNDES a agentes financeiros

repassadores e possíveis beneficiários, de forma clara, dinâmica e aplicada à

prática.

Foi assim que, numa segunda-feira de outubro, o DERAI reuniu, ao redor da

mesa, que sempre congrega, gerações dos treinamentos da AOI, Mariangela, Gioia,

Simone, Eliane, Gabriela, Valéria, Cláudio, Rodrigo, Leonardo, Gabriel, Andréa,

Thiago e Alcidina (via áudio conferência), para relembrar fatos, resgatar nomes,

dinâmicas e descortinar possibilidades para o futuro, com a reformulação em curso

do curso! O Trein@ BNDES é uma paixão que nunca morre, só muda de lugar, e,

espera-se, nunca deixará de encantar e inspirar gerações de benedenses.

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APÊNDICE C — MODELO DE MENSAGEM DO PRÉ-TESTE ENVIADA AOS

FUNCIONÁRIOS DE INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS CREDENCIADAS, COM

RESPOSTA

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APÊNDICE D — MODELOS DE MENSAGENS (CONVITE E AGREDEC IMENTO)

ENVIADAS AOS FUNCIONÁRIOS DE INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS

CREDENCIADAS DURANTE A PESQUISA

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APÊNDICE E — RESPOSTAS ABERTAS EM QUE O NÚCLEO CENTR AL DA

REPRESENTAÇÃO DO BNDES (DESENVOLVIMENTO) ESTÁ PRESENTE,

COMPILADAS EM FRASES-SÍNTESE

Nº Cód. Frases-síntese com elemento central (desenvolvimento) da representação do BNDES

1 1 Desenvolvimento econômico, razão da existência da instituição

2 1 Desenvolvimento social, gerando mais empregos e igualdade social, funções primordiais

3 1 Através do desenvolvimento socioeconômico do País, ninguém ficará à margem do progresso; benéfico a todos

4 2 Desenvolvimento e implementação de novas atividades graças aos financiamento/créditos

5 3 Essencial para o desenvolvimento do País, parceria saudável com pequenas empresas

6 3 Na escassez de recursos, banco de fomento, taxas subsidiadas para desenvolvimento e crescimento de empresas, aumento do PIB, divisas e geração de empregos

7 3 Soluções de crédito e desenvolvimento aos empreendedores brasileiros

8 3 Desenvolvimento de empresas através de diversas linhas de crédito

9 4 Desenvolvimento através de crédito onde instituições financeiras convencionais não teriam interesse em atuar

10 4 Apoia empresas e auxilia em seus planos de crescimento e desenvolvimento mediante linhas de investimento

11 4 Desenvolvimento através dos financiamentos

12 4 Desenvolvimento industrial do País, geração de emprego e renda, expansão e modernização da indústria, braço do Estado na economia

13 4 Essência é conceder crédito para o desenvolvimento

14 4 Desenvolvimento da sociedade através de amparo financeiro aos investimentos

15 4 Porque é a essência do que fazemos: conceder crédito para o desenvolvimento

16 4 Porque a principal função do BNDES é de ajudar no Desenvolvimento da sociedade, através de amparo financeiro aos investimentos

17 5 Desenvolvimento que o capital com juros mais em conta proporciona às empresas

18 5 Economia de altos juros, baixo custo ajuda desenvolvimento das empresas

19 6 Construção dos resultados de empresas, crescimento sustentável, crédito e investimento, voltados ao desenvolvimento próprio e do País

20 7 Importante para financiamentos a projetos e incentivo ao desenvolvimento e à agricultura

21 8 Geração de emprego e renda; empresariado acredita no Banco para promoção do desenvolvimento econômico e social

22 9 Atuar no desenvolvimento social e urbano

23 9 Incentivo à inovação e o desenvolvimento regional com avaliação de impactos socioambientais

24 10 Instrumento de desenvolvimento nacional

25 10 Influencia todo o desenvolvimento do País

26 10 Fundamental para bom desenvolvimento

27 10 Estímulo ao próprio e novos negócios, desenvolvimento do Brasil, incentivo às empresas já existentes a expandirem produções

28 10 Contribuir com o desenvolvimento e progresso do País, apoiando vários setores da economia

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29 10 Desenvolvimento é o negócio do Banco

30 10 Finalidade é promover desenvolvimento

31 10 Não só Banco de desenvolvimento, mas símbolo nacional; quando lembro do BNDES, lembro do Brasil

32 10 Grande, organizada, sustentável, contribui para sustentabilidade de outras organizações; contribui para o desenvolvimento do País

33 10 Desenvolvimento do País, geração de emprego e renda em diversos setores da economia, melhorias na qualidade de vida das pessoas

34 10 Ajuda e muito no desenvolvimento do Brasil

35 10 Compromisso público é muito importante para o crescimento e desenvolvimento de nosso País

36 10 Desenvolvimento é (ou deveria ser) a atividade-fim

37 10 Desenvolvimento é a meta de todos, viver em evolução, melhorar capacidade

38 10 Importante para o desenvolvimento de nosso País

39 10 Desenvolvimento nacional por meio de linhas de crédito subsidiadas, de longo prazo e atividades produtivas e de infraestrutura

40 10 Apoiar o desenvolvimento social e econômico do País

41 10 Desenvolvimento é motivação para meu trabalho

42 10 Fomento à economia para o crescimento/desenvolvimento do País

43 10 Desenvolvimento do País, gerando riquezas e oportunidades para milhares de brasileiros

44 10 Órgão público que possibilita e possibilitará desenvolvimento do nosso País

45 11 Responsabilidade por trabalhar com recursos alheios, bem direcionado para a segurança do retorno e desenvolvimento sustentável do País

46 11 Compromisso com a nação, com desenvolvimento, com sua capacidade de dar aos cidadãos uma condição digna de vida

47 12 Para o desenvolvimento, é necessário bom projeto com boas ideias

48 12 Abre portas para recursos necessários (técnicos, operacionais, financeiros etc.) ao desenvolvimento com planejamento

49 13 Desenvolvimento do País, com escândalos, não posso afirmar que seja muito séria

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APÊNDICE F – RESPOSTAS ABERTAS ACERCA DO BNDES, COMP ILADAS EM

FRASES-SÍNTESE

Nº Cód. Por que a escolheu como palavra mais importante acerca do BNDES? 1 2 Desenvolvimento e implementação de novas atividades graças aos

financiamentos/créditos

2 1 Instrumento de desenvolvimento nacional

3 2 Desenvolvimento através de crédito onde instituições financeiras convencionais não teriam interesse em atuar

4 99 Ausência de resposta

5 1 Influencia todo o desenvolvimento do País

6 2 Fomento da economia nacional

7 1 Desenvolvimento econômico, razão da existência da instituição

8 2 Um dos maiores bancos do mundo de financiamento a longo prazo, capaz de inovar e desenvolver regiões

9 2 Instituição financeira mais relevante no financiamento a grandes projetos

10 2 Sempre à frente na criação de novos produtos e serviços para crescimento e ampliação do mercado brasileiro

11 3 Desenvolvimento que o capital com juros mais em conta proporciona às empresas

12 1 Fundamental para bom desenvolvimento

13 98 Estímulo ao próprio e novos negócios, desenvolvimento do Brasil, incentivo às empresas já existentes a expandirem produções

14 3 Investimento, linhas de investimento: Finame e Cartão BNDES

15 14 Crescimento do País, só que tudo indo para o lado negro da fraude; só grandes empresas têm facilidade ao crédito

16 98 Aumentar a chance de estar entre os 20 primeiros no sistema de seleção TAO/BB

17 2 Banco financiador com recurso subsidiado para fomentar a economia

18 1 Essencial para o desenvolvimento do País, parceria saudável com pequenas empresas

19 2 Estímulo à movimentação na economia

20 2 Na situação atual do País, é muito importante que a economia cresça

21 3 Apoia empresas e auxilia em seus planos de crescimento e desenvolvimento mediante linhas de investimento

22 1 Criar oportunidades para negócios e a criação de riquezas no Brasil

23 1 Contribuir com o desenvolvimento e progresso do País, apoiando vários setores da economia

24 98 Por ser um curso on-line, a simplicidade para apresentar conteúdo prende a atenção do aluno e aguça seu interesse pelo tema

25 3 Crescimento de empresas

26 1 Desenvolvimento é o negócio do Banco

27 4 Sustentável é característica importante no momento atual da economia brasileira

28 2 Fomento é a principal função característica

29 1 Desenvolvimento social, gerando mais empregos e igualdade social, funções primordiais

30 3 Linhas de crédito para todos os públicos, investimentos mais simples e projetos mais complexos a custo justo e admissível

31 11 A política sempre acaba influenciado no funcionamento da instituição

32 1 Estratégico é o real papel da instituição, importância de ações dentro da estrutura econômica e impactos para a sociedade brasileira

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33 1 Finalidade é promover desenvolvimento

34 2 Importância nos grandes investimentos do País

35 4 Não só Banco de desenvolvimento, mas símbolo nacional; quando lembro do BNDES, lembro do Brasil

36 1 Através do desenvolvimento socioeconômico do País, ninguém ficará à margem do progresso; benéfico a todos

37 3 Sinônimo de juros diferenciados para o cliente

38 4 Grande, organizada, sustentável, contribui para sustentabilidade de outras organizações; contribui para o desenvolvimento do País

39 1 Desenvolvimento do País, geração de emprego e renda em diversos setores da economia, melhorias na qualidade de vida das pessoas

40 1 Construção dos resultados de empresas, crescimento sustentável, crédito e investimentos, voltados ao desenvolvimento próprio e do País

41 2 Parceria que tem com aqueles que o procuram

42 1 Ajuda e muito no desenvolvimento do Brasil

43 3 Prazo e taxa acessíveis às empresas

44 3 Através dos produtos financeiros oferecidos, traçamos nossas estratégias de atuação no mercado demandante de crédito produtivo

45 3 Juros baixos é a principal característica

46 1 Desenvolver regiões carentes é levar esperança, qualidade de vida, felicidade

47 1 Distribuidor de renda e oportunidade

48 3 Com apoio, todo o restante vem

49 3 Atacado, minha área de atuação

50 1 Permite o crescimento de nossa nação

51 4 Leva em conta, por meio de suas ações, o que é bom para a coletividade

52 4 Compromisso público é muito importante para o crescimento e desenvolvimento de nosso País

53 1 Geração de emprego e renda; empresariado acredita no Banco para promoção do desenvolvimento econômico e social

54 3 Taxa de juros mais baixa que o mercado ajuda pessoas e empresas a crescerem

55 2 Para o desenvolvimento, é necessário bom projeto com boas ideias

56 2 Pioneira na formação de parcerias para infraestrutura

57 3 Linhas possuem taxas atrativas

58 3 Economia de altos juros, baixo custo ajuda desenvolvimento das empresas

59 3 Abre portas para recursos necessários (técnicos, operacionais, financeiros etc.) ao desenvolvimento com planejamento

60 3 Agente financeiro, função básica e intrínseca

61 1 Desenvolvimento é (ou deveria ser) a atividade-fim

62 13 Gostaria de trabalhar no BNDES

63 12 Toda operação com dificuldade de documentação, nota-fiscal, fiscalização, morosidade, prejuízos ao proponente, ao fornecedor, devoluções inexplicáveis, perda de período produtivo

64 3 Apoio é essencial para atender as necessidades de investimentos das empresas

65 3 Finame é o principal produto utilizado pela instituição bancária onde atuo

66 4 Solidez é base de tudo, relações éticas, necessárias e importantes

67 1 Na escassez de recursos, banco de fomento, taxas subsidiadas para desenvolvimento e crescimento de empresas, aumento do PIB, divisas e geração de empregos

68 1 Desenvolvimento é a meta de todos, viver em evolução, melhorar capacidade

69 2 Desenvolvimento através dos financiamentos

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70 12 Burocrático, primeiro sentimento quando estou negociando uma operação

71 1 Importante para o desenvolvimento de nosso País

72 4 Responsabilidade por trabalhar com recursos alheios, bem direcionado para a segurança do retorno e desenvolvimento sustentável do País

73 14 Desenvolvimento do País, com escândalos, não posso afirmar que seja muito séria

74 3 Crescimento é muito importante, financeira, pessoal e motivacional, ter sucesso e ver seu negócio prosperar é muito gratificante

75 2 Importante para financiamentos a projetos e incentivo ao desenvolvimento e à agricultura

76 3 Soluções de crédito e desenvolvimento aos empreendedores brasileiros

77 12 Seleção de beneficiários afeta diretamente a imagem e a percepção

78 1 Investimento importante no potencial mercadológico, físico e humano do País

79 1 Desenvolvimento nacional por meio de linhas de crédito subsidiadas, de longo prazo e atividades produtivas e de infraestrutura

80 4 Enquadramento das operações de repasse é baseado em dispositivos e normas técnicas

81 1 Atuar no desenvolvimento social e urbano

82 2 Crescimento através de parcerias

83 1 Progresso, evolução, avanço, adiantamento, prosperidade do País, da administração pública, de pessoas jurídicas e cidadãos em geral

84 1 Incentivo à inovação e o desenvolvimento regional com avaliação de impactos socioambientais

85 1 Apoiar o desenvolvimento social e econômico do País

86 2 Investimento é sua finalidade

87 1 Desenvolvimento industrial do País, geração de emprego e renda, expansão e modernização da indústria, braço do Estado na economia

88 1 Finalidade nobre, destinado a toda sociedade, seja ela do pequeno produtor rural ou caminhoneiro ou grandes empresas

89 4 Desenvolvimento é motivação para meu trabalho

90 2 Crédito é o que desenvolve o País

91 2 Fomento à economia para o crescimento/desenvolvimento do País

92 4 Compromisso com a nação, com desenvolvimento, com sua capacidade de dar aos cidadãos uma condição digna de vida

93 1 Desenvolvimento do País, gerando riquezas e oportunidades para milhares de brasileiros

94 3 Cartão BNDES é muito aceito

95 1 Órgão público que possibilita e possibilitará desenvolvimento do nosso País

96 1 Vários papéis, principalmente atuação nos grandes projetos cruciais para o País e para sua competitividade

97 2 Essência é conceder crédito para o desenvolvimento

98 1 Desenvolvimento da sociedade através de amparo financeiro aos investimentos

99 3 Repasse de recursos para o nosso negócio

100 3 Investimento para as empresas investirem e ampliarem seus negócios

101 3 Financiamento

102 2 Fomento para o País crescer

103 3 Desenvolvimento de empresas através de diversas linhas de crédito

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APÊNDICE G – RESPOSTAS ABERTAS ACERCA DO TREIN@ BNDE S ON-LINE,

COMPILADAS EM FRASES-SÍNTESE

Nº Cód. Por que a escolheu como palavra mais importante acerca do Trein@? 1 2 O curso é muito prático, aprendizagem linhas, programas e produtos

2 2 Conhecimento útil para melhoria dos processos

3 5 Abrangente acesso a maior quantidade de pessoas, facilidade de se acessar de qualquer lugar do mundo

4 10 Dificuldades de acesso às informações para sanar dúvidas

5 5 Dinâmico por causa da plataforma e da organização

6 2 Fundamental para conhecer conteúdo das linhas

7 2 Apresenta condições operacionais de forma clara

8 4 Método muito bom de aprendizado e esclarecedor qualquer tipo de dúvida

9 4 É divertido para garantir a assiduidade

10 1 Importante para conhecer os acessos

11 3 Conhecimento é produto do Trein@

12 4 Didático possibilita ensino e técnicas que auxiliam no aprendizado

13 2 Conhecimento do produto para reconhecer qualidade e dimensão do que possui em mãos

14 3 Conhecimento é importante para conquistar todas as outras competências

15 1 Aprendizado para ajudar meus clientes na escolha de financiamento mais adequado ao seu perfil

16 1 Conhecimento melhor dos produtos de investimentos, oferta mais assertiva ao cliente

17 11 Novos conhecimentos como premissa, casos reais; mera revisão torna o curso exaustivo

18 1 Crédito acessível ao bom cliente, Cartão BNDES

19 2 Prático, conteúdo e exemplos facilitam compreensão das informações

20 4 Dinâmico, vontade de continuar vendo o vídeo

21 15 Possibilita ascensão, objetivo neste instante

22 4 Apesar de conteúdo extenso, didática permite que seja absorvido com facilidade

23 2 Alocação dos investimentos para progresso econômico do País

24 11 Curso básico, não aprofunda os temas

25 3 Minha função exige constante busca de novos conhecimentos

26 2 Necessário, quanto mais conhecemos as linhas, melhor podemos aproveitá-la, evitando erros e estresse com o cliente

27 4 Inovador, mundo de constantes mudanças exige dos profissionais atualização permanente

28 2 Agrega conhecimento, serve como exemplo de diversas situações, ferramenta de trabalho

29 6 Reciclagem nos coloca a par de novos produtos que vão otimizar nosso resultado

30 6 É necessário avaliar o “valor da informação"

31 6 Ajuda a ter mais agilidade e qualidade nas nossas análises

32 3 Conhecimento é importante para mim

33 3 Para sabermos como funciona o BNDES

34 3 Aprendizado é base para conhecimento, segurança nas negociações, nos mantermos atualizados, com eficiência

35 5 Acessibilidade é fundamental

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36 2 Útil esclarecer sobre tipos de financiamentos, direcionador para escolher a opção correta e entender toda a sistemática do processo

37 2 Conhecimento sobre produtos e principais características, mantém o profissional atualizado, facilita vida e trabalho

38 2 Conhecimento e abordagem dos temas e linhas de financiamentos contribuem para utilização, fluxo e condução do nosso trabalho

39 4 Essencial pelo conteúdo esclarecedor, pela objetividade e facilidade de entendimento

40 3 Conhecimento produz efeito na sociedade

41 2 Muitas dúvidas surgem, treinamento é essencial

42 15 Atualização e crescimento pessoal e profissional

43 5 Acessível, principal característica

44 6 Atividade principal fazer negócios, como intermediador financeiro

45 2 Primeiro passo para quem quer entender ou vai trabalhar com os produtos

46 2 Para conhecer as linhas

47 3 Conhecimento é importante, esclarece, gera oportunidade de negócios e exercita/treina a mente

48 6 Necessidade de nos qualificarmos cada vez mais para um bom atendimento

49 4 Instiga a curiosidade de modo que o treinando após o curso vá atrás de mais informações e se aprofunde nos temas

50 2 Para oferta com qualidade, necessitamos conhecer o máximo possível o produto que estamos vendendo

51 3 Conhecimentos novos, nos manter atualizados e sanar dúvidas

52 6 Trabalho, valorizo muito

53 4 Treinamento inteligente, seriedade da instituição

54 3 Muito importante agregar conhecimento

55 5 Conveniente, quando não há tempo para curso presencial

56 2 Propósito maior é capacitação para trabalhar com as linhas de financiamento

57 4 Objetividade torna fácil compreensão do conteúdo e nos mantém interessados

58 2 Cartão BNDES, produto mais conhecido e utilizado pelos clientes

59 14 Não lembro como acessar

60 3 Conhecimento é chave da sabedoria

61 2 Oportunidade de conhecer produtos e seus funcionamentos

62 2 Conhecimento para lidar com produtos, clientes e mercado

63 5 Ótima oportunidade para aprender sobre produtos, pois moro em local onde seria difícil o acesso a curso presencial

64 2 Conhecimento das linhas de crédito disponíveis, suas características e finalidades para oferecer o melhor produto aos clientes

65 2 Com o Trein@, fica mais fácil para acompanhar as normas dos produtos

66 2 Objetivo do curso, sempre esclarecer assuntos relativos a produtos

67 4 Completo pela importância do conteúdo

68 12 Para treinamento on-line, usa muito texto, muita informação, que se perde facilmente

69 13 Poderia ser mais divulgado para que empresários tenham maior conhecimento sobre linhas de financiamento e como utilizá-las

70 2 Oportunidade de aperfeiçoar meus conhecimentos sobre produtos

71 2 Acesso a muitas informações importantes para compreender melhor produtos e serviços

72 2 Principais conceitos do produto sempre atualizados

73 6 Possibilidades na crise são muitos importantes para empresas e MEI trabalharem com seus fornecedores

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74 11 Poderia explorar mais os temas com exemplos de divergências em enquadramento de produtos e clientes

75 5 Praticidade do acesso viabiliza e facilita a capacitação e o treinamento

76 3 Conhecimento importante para a vida profissional

77 99 Ausência de resposta

78 2 Conhecimento de linhas disponíveis para identificar e oferecer a mais adequada ao cliente

79 2 Atualizado, devido às diversas alterações dos programas

80 3 Conhecimento é base do bom desempenho profissional

81 3 Novos conhecimentos são fundamentais para aproveitar oportunidades e se atingir excelência

82 2 Taxas de juros baixas em relação ao mercado

83 3 Conhecimento do curso é de utilidade pública

84 6 Do crescimento vem a melhoria, desenvolve-se com investimento e vendas

85 13 O Brasil precisa do BNDES e o BNDES ser mais utilizado, mais treinamentos para atendermos à necessidade do mercado

86 15 Oportunidade para pontuar no sistema de concorrência interna

87 2 Aperfeiçoamento de conhecimentos das linhas de crédito

88 6 Necessário para estar atentos às oportunidades de negócios

89 3 Disseminar conhecimento alicerça a formação, gera oportunidade e desenvolvimento

90 2 Reciclagem é fundamental, atualização de mudanças e relembrar conceitos esquecidos

91 3 Autodesenvolvimento significa superação, busca de conhecimento e constância em ser uma pessoa melhor em prol de um mundo melhor

92 15 Aperfeiçoamento porque desenvolvimento pessoal é muito importante

93 2 Conhecer e se aprofundar nos serviços oferecidos

94 6 Através da negociação que todo resto acontece

95 15 Oportunidade de crescer no trabalho, aprender o que será útil para crescimento profissional

96 3 Aprendizagem deve ser permanente em qualquer atividade, devido às constantes mudanças

97 3 Na vida profissional, buscar primeiramente a qualificação, conhecimento do que se precisa fazer para o resultado

98 2 Diferencial para o desenvolvimento do País e pela qualidade dos serviços

99 1 Multiplicador de repasse, sua importante atribuição

100 2 Sem treinamento dos normativos, impossível trabalhar com os produtos

101 2 Conhecer os produtos é fundamental para nosso atendimento