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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL DA COMARCA DE TEOFILO OTONI / MG MARIA AMÁLIA VIEIRA COUTINHO, brasileira, divorciada, portadora da carteira de Identidade MG 2.254.949 e inscrita no CPF 043.150.746-59, residente e domiciliada na Rua José Souza Neves, Nº 25 AP. 302, bairro Marajoara, Teófilo Otoni, Minas Gerais CEP 39803-137, por intermédio de seus advogados que abaixo subscreve, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, propor a presente AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS em face de APARECIDA CÁSSIA C. A. RODRIGUES, síndica de condomínio edilício, situado a Rua José Souza Neves, Nº 25,

Obrigação de Fazer (1)

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Page 1: Obrigação de Fazer (1)

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO

ESPECIAL DA COMARCA DE TEOFILO OTONI / MG

MARIA AMÁLIA VIEIRA COUTINHO, brasileira, divorciada,

portadora da carteira de Identidade MG 2.254.949 e inscrita no CPF

043.150.746-59, residente e domiciliada na Rua José Souza Neves, Nº 25

AP. 302, bairro Marajoara, Teófilo Otoni, Minas Gerais CEP 39803-137,

por intermédio de seus advogados que abaixo subscreve, vem

respeitosamente perante Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO POR

DANOS MORAIS

em face de APARECIDA CÁSSIA C. A. RODRIGUES, síndica de condomínio edilício,

situado a Rua José Souza Neves, Nº 25, bairro Marajoara, nesta cidade onde reside no AP.

202, pelas razões de fato e direito que passa a expor:

I – DOS FATOS

O apartamento no qual a requerente reside e é proprietária , há tempos vêm apresentando

infiltrações no telhado e paredes, o que está ocasionando danificações em seu imóvel,

podendo comprometer toda a estrutura do prédio.

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O fato foi comunicado a síndica por diversas vezes, inclusive por notificações extrajudiciais

uma ocorrida no dia 07 de maio de 2013 e outra em 21 de Junho de 2013 para que, de maneira

amigável tomasse às providências cabíveis à resolução do problema, sabendo-se que tal

responsabilidade é do condomínio.

Contudo a requerida, e responsável pelo condomínio, nada fez e continua se omitindo, tendo a

requerente que conviver com uma situação calamitosa, como demonstram as fotografias,

anexo, nas quais mostram a sala inundada com móveis e documentos totalmente molhados em

virtude das goteiras através da laje. Tal situação trata-se de NEGLIGÊNCIA no mais alto

nível, visto que a síndica foi informada da situação e nenhuma providencia foi tomada. Não

restando outra opção, senão ingressar com tutela jurisdicional, afim de ver resguardado seu

direito.

II - DO DIREITO

O síndico na qualidade de representante legal do condomínio possui uma gama de poderes e

campo amplo para o seu exercício, porém, sempre há que observar que o cargo deve ser

exercido com zelo e dedicação, o Código Civil no artigo 1.348 discrimina os deveres do

síndico, que se não cumpridos ou exercidos com excesso de podes ou em hipótese de

omissões deve ser responsabilizado pessoalmente pelos danos causados a outrem. No caso em

tela está claramente comprovada a omissão por parte da síndica, haja vista, que a síndica foi

por diversas vezes notificada da infiltração no apartamento da requerente e nenhuma

providência foi tomada, nem mesmo assembleia para comunicar os demais moradores das

infiltrações, sabendo-se que o problema não atinge somente a requerente mas a todos os

condôminos, afinal infiltrações prejudica toda a estrutura do prédio, podendo ocasionar, se

nada for feito, o desabamento do edifício. Nota-se que a conduta da síndica está colando em

risco à vida de toda a coletividade.

Por se tratar de obras necessárias a conservação estrutural do prédio independe de autorização

em assembleia, conforme artigo 1.341 do Código Civil, podendo ser realizada imediatamente,

sendo assim não há justificativa para negativa na realização das obras.

De acordo com o Código Civil em seu artigo 186, aquele que, por ação ou omissão voluntária,

negligência ou imperícia, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente

moral, comete ato ilícito; cominado com artigo 927 do mesmo diploma legal que diz, aquele

que, por ato ilícito (art. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. O síndico

no exercício de suas funções deve agir com diligência na administração do condomínio, o

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síndico que toma conhecimento de problemas estruturais e não adota as medidas necessárias a

resolução problema age com NEGLIGÊNCIA acarretando a responsabilização pessoal do

mesmo.

Como no caso em exame a síndica foi notificada por diversas vezes e não se manifestou

devendo ser responsabilizada pela omissão.

II.I DO DANO MORAL

No caso em exame trata-se de situação de grande sofrimento para a requerente, que vem

perdurando há muito tempo; a requerente vive uma situação de angustia permanente, pois

com a menor chuva vê a sua residência totalmente tomada pela água o que esta acarretando a

ruína de seus móveis e o perdimento de alguns de seus documentos, sem mencionar o risco de

acidente elétrico, pois há escoamento de água em uma das paredes onde existem tomadas e

interruptores de energia elétrica.

Vale lembrar que a casa é, em princípio, lugar de sossego e descanso, se o seu dono assim o

desejar. Não se pode, portanto, considerar de menor importância o sofrimento e

aborrecimentos experimentados pela recorrente em razão do prolongado distúrbio da

tranquilidade em sua residência, o que resultou em constante e intenso sofrimento

psicológico, sobretudo quando tal distúrbio foi claramente provocado por conduta negligente

e omissa da requerida e perpetuado pela inércia e negligência desta em adotar providências

para a resolução da infiltração.

A situação apresentada não caracteriza, portanto, um mero aborrecimento ou dissabor. Na

hipótese, tem-se verdadeiro dano a direito de dignidade, passível de reparação por dano

moral.

Sendo assim, resta efetivamente caracterizada que a síndica agiu com negligência, dando

ensejo á reparação por dano moral, afim satisfazer a dor da vítima, além de impor a requerida,

uma sanção que lhe desestimule e iniba a prática de atos negligentes, tais como ocorrido com

a requerente, que pode ocasionar o desabamento da estrutura.

III - DOS PEDIDOS

Por todo o exposto, a requerente requer a Vossa Excelência:

a) A concessão da gratuidade de justiça, nos termos da Lei nº 1.060/1950;

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b) A citação da requerida, para que querendo conteste a presente ação, sob pena de

revelia;

Seja a presente demanda julgada procedente para que:

c) A requerida seja condenada em obrigação de FAZER, para que realize as obras para

cessar a infiltração no apartamento da requerente, sob pena de multa diária a ser fixada

no valor de R$ 150,00 (cento e cinquenta reais);

d) A requerida seja condenada a compensar a requerente pelo sofrimento, em forma de

indenização por danos morais, a quantia equivalente a R$ 17.000,00 (dezessete mil

reais).

Protesta por todos os meios de prova, notadamente a documental complementar, depoimento

pessoal da requerente.

Dá-se à causa o valor de R$ 17.000,00 (dezessete mil reais)

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Teófilo Otoni, 05 de agosto de 2013.

WALKELLE DAMASCENA SOUZA

ADVOGADA OAB/MG 145.660