O_CONCEITO_GEOGRÁFICO_DE_BAIRRO-_uma_aplicação_à_questão_do_sítio_Campinas-Basa_e_da_Ilhinha

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Este trabalho apresenta uma breve reflexão acerca da utilização do conceito geográfico de bairro, combinando caminhos propostos pelo entendimento clássico morfológico-funcional com as posturas contemporâneas crítico-radical ou politico-ideológica e humanística ou comportamental de estudos urbanos. Insere-se a problemática da localidade Ilhinha e do conjunto habitacional Sitio Campinas/Basa, integrantes da totalidade espacial do bairro do São Francisco, da cidade de São Luis do Maranhão, nas considerações aplicadas ao aludido conceito.Palavras chave: Bairro; Luga

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  • O CONCEITO GEOGRFICO DE BAIRRO: uma aplicao questo do

    Stio Campinas/Basa e da Ilhinha

    Joo Batista Pacheco1

    Resumo: Este trabalho apresenta uma breve reflexo acerca da

    utilizao do conceito geogrfico de bairro, combinando caminhos

    propostos pelo entendimento clssico morfolgico-funcional com as

    posturas contemporneas crtico-radical ou politico-ideolgica e

    humanstica ou comportamental de estudos urbanos. Insere-se a

    problemtica da localidade Ilhinha e do conjunto habitacional Sitio

    Campinas/Basa, integrantes da totalidade espacial do bairro do So

    Francisco, da cidade de So Luis do Maranho, nas consideraes

    aplicadas ao aludido conceito.

    Palavras chave: Bairro; Lugar; Centralidade-Periferia; Espao

    Subjetivo: Segregao Scio-Espacial.

    INTRODUO

    O senso comum popularizou o conceito de bairro como simples

    divises fsicas de uma cidade que passariam a ser chamados, de acordo com

    a convenincia dos grupos incorporadores e de outros variados segmentos

    sociais, de Vila, Invaso, Ocupao, Conjunto, Parque, Jardim. Residencial ou

    Bairro propriamente dito.

    Acredita-se que comunidade geogrfica de So Luis do Maranho

    no tem lanado olhares que priorizem reflexes fundamentadas sobre a

    concepo de bairro. No entanto, as relaes que se processam ao nvel das

    diversas categorias geogrficas e das interaes com variveis no espaciais,

    remetem a juzos mais complexos quanto conceituao de bairro.

    Considerando-se que o bairro se constitui como um lugar

    normalmente residencial e segregado e, por extenso, voltado ao atendimento

    Imediato das necessidades urbanas das suas comunidades, geograficamente

    representativo da cidade, pois a principal forma de reproduo do espao

    urbano total, de vez que o espao urbano segmentado e desigual, porm,

    articulado. Atrela-se dinmica de relaes topolgica, regional/nacional e

    planetria, e a sua compreenso ampla se faz apoiada nos paradigmas de

    sustentao da cincia geogrfica, distintos, mas no excludentes.

    Utilizam-se, ainda com frequncia, as abordagens clssicas, que

    descrevem e explicam os fenmenos urbanos a partir de uma orientao do

    1 Gegrafo e Mestrando em Sade e Ambiente. Professor Assistente no Departamento de

    Geocincias do Centro de Cincias Humanas da Universidade Federal do Maranho - UFMA.

  • ambiente fsico, tanto original quanto transformado e, neste aspecto, atendo-se

    s caractersticas morfolgicas e funcionais da cidade e ao conjunto de

    variveis, nem todas necessariamente geogrficas, imbricadas ao plano da

    aparncia ou da paisagem visvel.

    Despertando para um processo de renovao ou de revalorizao

    acadmica da Geografia, inicia-se paralelamente a busca da transposio para

    o discurso dedutivo atravs de modelos e de uma perceptvel seduo pelos

    mtodos quantitativos. Porm, todos esses caminhos se traduzem pela

    convergncia aos discursos hermtico-positivistas, priorizadas as relaes

    aparentes da ocupao humana com o meio fsico, transpirando uma certa

    dose de neutralidade e impotncia diante de questes cruciais da dinmica

    scio-espacial urbana, como as privaes urbano-marginais, e confinada ao

    desafeto de uma provvel maioria de gegrafos contemporneos, embora no

    se possa desconhecer o seu valor conteudista e de estmulo s reflexes e

    construes de novos paradigmas.

    Sequencialmente, adota-se a abordagem metodolgica

    contempornea, que busca a elaborao de um discurso sinrgico, numa

    tentativa bem sucedida de anlise no exclusivamente fragmentada da cidade,

    mas agregativa e articulada inserindo-se o aspecto endgeno e integrativo dos

    lugares, seja na escala morfofuncional micro dos geossistemas, das geofacies

    e dos getopos, enquanto expresses dos segmentos maiores aos menores do

    espao urbano topolgico tangvel, ou seja, da aparncia da paisagem

    imediatamente perceptvel, como na necessria e provavelmente mais

    importante valorizao do carter subjetivo, dos aspectos no visveis, dos

    nveis de percepo distintos no plano etnogrfico, histrico, econmico e

    poltico-ideolgico, que se apresentam aos olhos do pesquisador e do morador

    em vista da definio das fronteiras e reflexos scio-espaciais na organizao

    do espao urbano Inseridos no estudo Crtico-Comportamental. Combina,

    ento, as duas perspectivas de anlise, reconhecendo-se a inegvel

    contribuio morfofuncional clssica de estudo de bairro, tendo como foco a

    localizao, o stio e a posio em funo de espaos construdos.

    Concorda-se que a proposta mais estimulante ao entendimento do

    comportamento urbano se apresenta no cerne da Percepo Geogrfica ou

    Humanstica e da postura Poltico-Ideolgico, inserida aqui a Crtica Radical,

    cuja anlise se amplia com a saudvel interdisciplinaridade constatada ao nvel

    dos estudos renovados da Psicologia, da Histria, da Antropologia Cultural, da

    Sociologia, da Economia e da Cincia Poltica.

    AS PERSPECTIVAS CLSSICA E CONTEMPORNEA

    A perspectiva funcional-positivista de estudo de bairros ainda est

    impregnada de contedo acrtico, em que se inserem superposies de rtulos

    como centro, periferia, reas nobres, invases, classe rica, classe pobre,

  • zonas, dentre muitos outros termos, e de uma preocupao com aspectos

    unicamente descritivo-fisionmicos visveis da paisagem, ditos componentes da

    fisiologia urbana, como o stio e a sua topografia, a sua estrutura pedolgica e

    os demais componentes externos naturais como as reas verdes, clima,

    proximidade de massas liquidas e a localizao, estes definidores da

    amenidade e de relaes associativas com os componentes funcionais, com a

    rede de circulao e com os diversos recursos disponibilizados, cujos

    gradientes de concentrao espacial iro permitir a incidncia de discrepncias

    pontuais internas e subsidiar os planejamentos urbanos, mas que, neste

    ngulo, no so submetidos a uma anlise explicativa comprometida com os

    conflitos scio-espaciais.

    Na amplitude desses componentes, se insere a estrutura de

    transportes, as estatsticas de estrutura econmica, as prprias relaes

    funcional - hierrquicas do contexto centro-perifrico, as caractersticas

    externas do ambiente construdo, representado por prdios, casas, avenidas,

    viadutos, praas, jardins e reas verdes, com as suas distribuies, traados,

    orientaes e dimenses espaciais. O critrio de organizao de bairro muito

    mais compulsrio e reorientado.

    Por outro lado, reflexes alternativas so ressaltadas guisa de

    posturas descritivo-funcionais de compreenso do espao, como a de

    MANZAGOL (1985, p. 108), atentando para o fato de que atualmente a

    Geografia no se preocupa mais simplesmente com o espao material

    considerado como um todo uniforme para cada individuo, pois, ao centrar o

    interesse na experincia individual, constata que cada pessoa forma uma

    imagem especfica do espao e que os elementos componentes do quadro

    espacial revestem-se de significados particulares para cada um. Observa-se

    que nesta acepo, o carter interno dos grupos humanos incide

    decisivamente na definio de fronteiras sociais, interagindo com o conceito

    dialtico-fenomenolgico de bairro.

    A definio subjetiva/intersubjetiva das preferncias ou atitudes

    espaciais, tendo em vista as escolhas residenciais e as interaes com reas

    contguas, embora com uma certa dose de influncia da morfologia da

    paisagem, dada a sensao individual ou grupal do esttico, as implicaes do

    jogo de foras e presses das diferenciaes scio-espaciais, as composies

    sociais e culturais, as segregaes como marcos scio-espaciais dos bairros,

    as privaes e violncia urbanas, os gneros de vida e os conflitos e

    movimentos populares, se inserem nas atualizadas perspectivas crtico-

    fenomenolgicas, at certo ponto renegadas pela postura descritiva, porm, de

    extraordinrio valor para a conscincia geogrfica.

    Nessa viso, SOUZA (1989 p. 148), escreve que o bairro, qualquer

    bairro, simultaneamente uma realidade objetiva e subjetiva/intersubjetiva, e

  • que estas duas dimenses Interpenetram-se e condicionam-se uma outra ao

    longo do processo histrico.O bairro pertence quela categoria de pedaos da

    realidade social que possuem uma identidade mais ou menos inconfundvel

    para todo um coletivo; o bairro possui uma Identidade intersubjetivamente

    aceita pelos seus moradores e pelos moradores de outros bairros da cidade,

    ainda que com variaes. Assim, segundo interessante reflexo de OLIVEIRA

    (1977, p. 62), acerca do pensamento fenomenolgico na Geografia, pode-se

    afirmar que a percepo justamente uma interpretao com o fim de nos

    restituir a realidade objetiva, atravs da atribuio de significados aos objetos

    percebidos.

    A percepo espacial, assim, est alm do simples ver as coisas,

    pois, implica num processo que permite ao sujeito construir o espao a partir

    dos dados brutos apresentados mente.

    Admite-se, ento, uma abrangente combinao do fenomenolgico-

    dialtico com o morfolgico-funcional para o conceito de bairro, inserida no

    contexto de uma historicidade com uma geograficidade e, por outro lado, de

    uma centralidade espacial. Aqui se incorpora a ideia de fronteira social e no

    apenas a de limite fisiogrfico.

    Deste ngulo de reflexo, refora-se a ideia de que a opo, neste

    estudo, ou em um outro similar qualquer, por uma conceituao geogrfica

    de bairro que parta de uma sntese das vrias abordagens, clssicas e

    renovadas, dando um carter interpretativo Integrativo dos aspectos visveis e

    no visveis, responsveis pela produo do espao urbano, ou seja, a

    construo, a modelagem, a caracterizao e a expanso.

    Para CORRA (1989), espao urbano simultaneamente

    fragmentado e articulado. As partes componentes mantm relaes espaciais

    entre si com intensidades variveis e se manifestam empiricamente atravs de

    fluxos de veculos e de pessoas, deslocamentos quotidianos entre reas

    residenciais e locais de trabalho, deslocamentos para realizao de compras,

    visitas, idas ao cinema, praia, aos cultos religiosos e parques e de forma

    menos visvel, relaes espaciais de circulao de decises e investimentos,

    de capital, mais-valia, salrios, juros, renda, e ainda, prtica do poder e da

    ideologia, sendo todas essas relaes de natureza social cuja matriz a

    prpria sociedade de classes e seus processos. Esta diviso de classes remete

    ao fato de que o espao urbano dividido em reas residenciais segregadas

    que representam papel pondervel na reproduo das relaes de produo e

    em cujo processo se reproduzem as diversas classes sociais e suas fraes,

    os bairros. Portanto o bairro o local de reproduo dos grupos sociais.

    Portanto, retomando a perspectiva descritivo-funcional, o bairro,

    necessariamente, dever ser possuidor de uma certa autonomia funcional,

    porm integrativa, nas suas relaes com o espao urbano total, ou seja, uma

  • certa dose de centralidade ou efeito polarizador em suas reas contguas:

    dividir com outros poucos centros, a fora de gravidade demogrfico-

    econmica emanada da cidade regionalmente dinmica; dispor de uma certa

    suficincia ao nvel do atendimento das necessidades de consumo bsico e

    imediato, como moradia, lazer, trabalho, diverso, alimentao, vesturio,

    assistncia mdica, educao e segurana, pois construdo e modelado com

    o objetivo de ser o palco das relaes produo/consumo dos vrios grupos

    populacionais que ali se assentam, mantendo as interaes interpontuais de

    residncias e negcios, de escala intra-urbana e extensivamente regional.

    O bairro ou rea central de servios, portanto, dever ser dotado de

    estruturas essenciais como vias pavimentadas, energia eltrica e

    abastecimento de gua de qualidade, esgoto, telefonia fixa e mvel, lojas de

    departamento, bancos, hotis, servios de utilidade pblica, radiodifuso e

    similar, cinemas e videolocadoras, postos de gasolina, oficinas diversas,

    supermercados, academias, escritrios, escolas, hospitais ou postos mdicos e

    odontolgicos, clnicas mdicas e estticas, farmcias, reas e equipamentos

    coletivos de lazer, mercados, feiras, restaurantes, delegacias de policia e de

    direito do consumidor, e amplo poder reivindicatrio da populao.

    Corresponderia estrutura de uma pequena a mdia cidade, caso se

    encontrasse regionalmente disperso.

    Para ONEILL & NATAL, (1988, p.129), os bairros tm um papel

    importante na organizao das cidades, pois, enquanto lugares de residncia

    associados a um contedo social e possuindo um certo grau de permanncia

    so mantenedores das caractersticas fundamentais das classes ou grupos

    sociais a eles circunscritos, ajustando indivduos ao comportamento coletivo do

    grupo ao qual pertencem e, ao mesmo tempo, reproduzindo-os.

    Toda a necessria estrutura de funes dever estar concentrada no

    core ou ncleo central do sitio, necessariamente melhor servido de rede de

    transporte e recursos. O ritmo de crescimento da cidade estimula o capital

    incorporador para o uso diferenciado do solo urbano definindo estratos de

    reas e o tamanho timo da populao residente. A saturao dessa meta

    poder conduzir a uma segregao que promover o surgimento de ncleos

    inferiores em sua prpria hinterland, caracterizando uma relao hierrquica

    centro-perifric, se constatada a acomodao e a fragilidade dessas novas

    reas; caso contrrio cessar a hinterland e outras novas reas assumiro ou

    dividiro a centralidade. Esses fatos j se constatam ao nvel da relao So

    Francisco/Ilhinha e, parcialmente, do So Francisco / Renascena,

    respectivamente. Alis, nesta ltima associao, percebe-se uma aglomerao

    to intensa que o So Francisco e o Renascena - este que tambm se equipa

    velozmente - desenvolvem, praticamente, uma nica e forte centralidade,

    embora o conjunto habitacional apresente uma maior proximidade ao que se

    poderia considerar de equidade scio-espacial no tocante ao padro de renda,

  • escolaridade e s caractersticas arquitetnicas. No entanto, pela limitao da

    sua hinterland, deve ser espacialmente contextualizado na rea de influncia

    do So Francisco.

    Surge, a partir dessas caracterizaes, um dilema: que pores do

    espao de So Luis do Maranho podem ser definidas como bairros, e no

    geofacies, a partir de um suporte cientfico e no do senso comum? Coloca-se

    em foco duas reas imbricadas no contexto espacial do bairro do So

    Francisco e popularmente tambm considerados como bairros: o Stio

    Campinas/Basa e a Ilhinha, que para sua compreenso inicial os mesmos

    sero enfocados na tica morfofuncionalista-sistmica, numa tentativa de

    aplicao da ideia de subtotalidades ou sub-geossistemas ao referido centro.

    A CARACTERIZAO FUNCIONAL DO BAIRRO DO SO FRANCISCO

    No aspecto funcional, o bairro do So Francisco, inegavelmente,

    atende s expectativas de centralidade na medida em que se constatam

    componentes funcionais, rede de circulao e recursos satisfatrios para tal.

    Os equipamentos, a acessibilidade fsica e as estruturas urbanas so

    adequados para o desenvolvimento de relaes e de equilbrio interespaciais

    centro-perifricas. Diz-se que tem uma organizao coerente porque interage

    com outros pontos ou sub-geossistemas do espao urbano total, como o

    Centro Histrico, o Joo Paulo/adjacncias, o Cohama/adjacncias, o

    Cohab/Cohatrac, o Itaqui-Bacanga, o Anil-Aurora, o Kennedy-adjacncias, e

    mantendo, portanto, a sua identidade de subcentro. Na escala local ou pontual

    tem fora de centro ou de comando. Polariza os aglomerados e ncleos

    urbanos inferiores e perifricos, compreendidos aqui como do entorno ou

    hinterland do stio original, independentemente da classe socioeconmica e da

    caracterstica morfofisiolgica que o integra, a saber, os conjuntos

    habitacionais, como o Jardim So Francisco, o Sitio Campinas-Basa, o

    Residencial Ana Jansen e o prprio Renascena, alm dos aglomerados

    urbanos constitudos a partir de processos de ocupaes ilegais ou de

    loteamentos baratos, a saber, a Ilhinha, o Morrinho, o Buriti e os ncleos

    urbano-marginais de influncia da Laguna da Jansen, cujas seletividades,

    mobilidades e assentamentos ocorreram por conta da presso centrfuga ao

    core exercida com a participao do capital incorporador, que principal

    articulador e controlador desse processo e integrado por proprietrios de

    residncias, terras e negcios, corretores e imobilirias, indstrias da

    construo civil e similar, instituies financeiras e o prprio governo.

    Consequentemente, no entendimento de SILVA (1995, p. 6), este capital

    incorporador responderia ao mesmo tempo pela localizao, qualidade do bem

    imvel a ser construdo, assim como as decises de quem vai construir, pela

    propaganda e venda dos imveis. E, portanto, o responsvel pelo incio, meio e

    fim do processo de produo da habitao. Os incorporadores esto

    largamente presentes no referido bairro, que bem servido de bancos, hotis,

  • secretarias de Estado e diversos servios de interesse coletivo, lojas de

    departamento, escritrios, consultrios, escolas, clnicas, shoppings, farmcias,

    oficinas, supermercados, feira, postos de gasolina, transportes coletivos,

    academias, cinemas e uma crescente verticalizao das construes.

    Sem qualquer dvida, ao decidir pelo valor das terras e edificaes,

    o referido capital se constitui o responsvel direto pelas disparidades

    morfofuncionais, e at mesmo socioeconmicas, dos ambientes construdos,

    no caso, os lugares, podendo conduzir saturao e regresso de uns e a

    origem ou a propulso de outros.

    O ponto crtico de centralizao pode se caracterizar pelos seus

    efeitos espaciais desiguais e revelar-se tambm prejudicial para uma parcela

    significativa de moradores e empresrios, anteriormente atrados pela

    amenidade do stio e pela eficincia dos servios, quando ocorre a emergncia

    de uma deseconomia de escala, atuando como agente segregativo dispersivo,

    ou fora de desaglomerao, por conta da elevao do preo da terra, das

    tarifas e impostos, dos servios, dos aluguis, dos transportes, da presena de

    poluio e engarrafamentos ou da constatao de barreiras geogrficas.

    No So Francisco, as elitizaes das moradias ajudadas pela

    presso seletiva ou segregativa scio-espacial dos fatores de deseconomia,

    promoveram uma significativa sucesso e reorientao de grupos de

    moradores originais para a ocupao de pontos perifricos ao stio urbano do

    bairro, criando getopos, geofacies e localidades, como o Morrinho, o Buriti a

    Ilhinha, o Renascena, o Jardim So Francisco, o Stio Campinas/Basa e o Ana

    Jansen.

    guisa das referidas segregaes e mobilidades intra-urbanas,

    STROHAECKER (1988, p. 174), contribui para o seu entendimento quando se

    reporta ao fenmeno da ocupao, embora utilizando a denominao invaso,

    que se caracterizaria pela penetrao de um grupo diferente de populao ou

    um outro uso do solo em determinada rea, sendo as diferenas existentes de

    ordem econmica, social e cultural. A sucesso, por extenso, ocorreria

    quando o novo grupo ou tipo de uso que invadiu a zona termina por expulsar o

    grupo ou uso original que, automaticamente, deslocado para outras reas.

    Embora no se comungue com o estigma invaso, estrategicamente

    utilizado no plano ideolgico e absorvido ao nvel do senso comum e da

    geografia neutra, concorda-se que o processo de segregao e mobilidade de

    residncias, com a formao de reas urbano-marginais convivendo com

    outras socioeconomicamente abastadas no bairro do So Francisco, seguiu

    essa orientao. Alis, nas palavras de ONEILL & NATAL (Op. Cit. p. 128) os

    deslocamentos populacionais, coercitivos ou espontneos, cada vez mais

    frequentes para outras reas residenciais, reorientam, a partir de demandas

    diferenciadas, os servios coletivos bsicos, a concorrncia entre reas

  • residenciais e a localizao de atividades econmicas como o comrcio e a

    indstria, modificam e criam novos usos do solo e novos arranjos na cidade.

    Assim, a mobilidade residencial sofre a influncia e elemento transformador

    das formas de organizao scio-espacial das cidades, balizada por um uso

    cada vez mais seletivo e excludente do espao urbano, que pode ser

    associado, num nvel macro, a valores econmicos determinados por agentes

    imobilirios e financeiros em interao com o Estado.

    A saturao dos terrenos interessantes ao capital incorporador,

    atuante no bairro do So Francisco, limitou o enobrecimento do stio urbano

    do bairro, e foi determinado por barreiras geogrficas como os manguezais e

    reas de vrzeas, desvalorizados e originalmente imprprios s edificaes de

    grande porte, embora imediatamente se constitussem segmentos de relevo

    modificados pela fora da ocupao humana, como tipos especficos de

    depsitos tecnognicos construdos, os materiais dragados do mar para

    aterramentos de aluvies quaternrios, constantemente drenados pelo mar e

    sazonalmente por vazo pluviomtrica, considerando-se a topografia de declive

    das reas contguas em relao ao stio central do bairro. Esses materiais

    dragados, segundo PELOGGLA (1998, p. 74), so materiais terrosos

    provenientes da dragagem de cursos dgua e que comumente so

    depositados em diques com camadas de areia fofa intercaladas a camadas

    siltosa e argilosa moles, os quais assentam-se sobre aluvies quaternrios e,

    tambm, sobre antigos depsitos tecnognicos, notadamente aterros

    inconsolidados de reas anteriormente ocupadas por pontos de areia.

    As gneses morfolgicas da Ilhinha e do Stio Campinas/Basa, focos

    destas reflexes conceituais, so bastante distintas. A Ilhinha foi assentada

    sobre depsito tecnognico dragado e, por sua vez, superposto aos depsitos

    de vasa, sem valor incorporador, apesar do referido aterro ter sido financiado

    pelo projeto PROMORAR com fins de construo de residncias populares,

    iniciativa governamental que no logrou xito, sendo os lotes, posteriormente,

    cadastrados em nome daqueles segmentos populacionais

    socioeconomicamente carentes do ncleo central do bairro, que j conviviam

    sob o efeito de seletividades scio-espaciais, ou de pessoas oriundas de

    qualquer ponto da cidade.

    A morfoestrutura fisioambiental da Ilhinha, que combina a forma do

    relevo, cotas topogrficas, estrutura geolgica e caractersticas do solo, est

    originalmente associada a um banco de sedimentos, agregados e perfis

    pedolgicos irregulares clstico-arenosos com associao sapropeltica,

    aflorado em espcies de baixios semicirculares de reas de vasa do bairro do

    So Francisco, construdo e por processos aluvionais decorrentes da ao

    combinada de foras flvio-marinhas e das lnguas dgua, advindas da

    drenagem artificial de curso exorrico do stio e, segundo GUERRA (1978, p.

  • 433), acrescida ao efeito da floculao e da gravidade por ocasio da mar

    cheia.

    No seu processo de modelagem recente verificou-se uma acelerada

    destruio dos ecossistemas manguezais e de outras associaes vegetais de

    pontos contguos ali existentes, na medida em que se realizavam os

    aterramentos tecnognicos e as sucessivas ocupaes.

    Por apresentar caractersticas de uma ilhota, parcialmente livre da

    drenagem direta da mar, se prestava s competies de futebol amador

    realizadas no bairro do So Francisco, passou a ser denominada campo da

    Ilhinha e popularmente tornou-se Ilhinha com a atrao de povoaes. A

    sequencia de construo de casas lhe conferiu transitoriamente um aspecto de

    geofacie ou um pequeno aglomerado de casas fsica e socialmente segregadas

    do espao continuo do bairro original. Com a sua expanso at o limite dos

    ncleos pioneiros ainda , ironicamente, uma forma de aglomerao urbana

    ilhada por reas provavelmente de classe mdia a alta, apesar da sucesso

    residencial de mdio padro que tem ocorrido em seu espao.

    Por outro lado, contrariamente origem da Ilhinha, o conjunto

    residencial Stio Campinas/Basa, de assentamento mais antigo e foi

    construdo sob interesses incorporadores em rea denominada Mato da

    Campina, com caractersticas ambientais mais estimulantes moradia, a

    exemplo da consistncia do solo para edificaes, a topografia favorvel com

    cotas semelhantes s do centro dinmico e com facilidade de interligao

    viria. Neste aspecto, facilitou o reassentamento de grupos populacionais de

    renda mdia a alta dispersa do agitado centro de servios do bairro, e a

    atrao de pessoas que se deslocaram espontaneamente de outras

    localidades.

    Percebe-se que a formao desses descompassos pontuais intra-

    urbanos reflete a grande velocidade do crescimento populacional do bairro do

    So Francisco relacionado dinmica urbana verificada na totalidade da

    prpria microrregio de Aglomerao Urbana de So Lus enquanto reflexo da

    realidade global do mundo subdesenvolvido. O estgio de propulso

    econmica desse centro de servio promoveu at certos impactos deletrios,

    h algumas dcadas, em reas tradicionalmente opulentes, a exemplo de

    alguns segmentos do centro histrico original da Capital do Estado e do

    subcentro do Joo Paulo com seus pontos contguos. que tm crescido em

    menor velocidade e j apresentando efeitos regressivos. Isto refora a tese de

    que o processo de urbanizao acelerada da cidade tem uma orientao

    espacial mais significativa, em referncia s mobilidades das residncias e dos

    negcios, principalmente no sentido noroeste e norte da cidade, especialmente

    a partir da dcada de 70, com a construo da ponte Governador Jos Sarney

    e, por extenso, das Avenidas Maestro Joo Nunes e Colares Moreira,

  • interligando o bairro do So Francisco aos velhos e novos pontos de grandes

    densidades de moradias e atividades urbanas, como a Ponta dAreia, o Calhau,

    a Cohama, o Turu, o Olho dAgua e outros que, mais acessveis s

    amenidades naturais, especialmente com maior proximidade do mar,

    compuseram um espao contnuo de expansivo valor incorporador, com a

    segurana do retorno financeiro, e de dinmica urbana.

    DEFININDO A ILHINHA E O STIO CAMPINAS/BASA

    Na perspectiva funcional-sistmica, tanto a Ilhinha como o Stio

    Campinas/Basa no constituem bairros, pois no agregam funes de

    centralidade e so apenas fragmentaes fsicas da totalidade do bairro do So

    Francisco, compondo um invlucro perifrico dependente dos servios

    ofertados pelo core do bairro, especialmente o Stio Campinas/Basa, que

    unicamente residencial.

    A Ilhinha, na sua organizao morfolgica urbana, constituiria, para

    aqueles profissionais do urbanismo como os arquitetos, os engenheiros e os

    planejadores que comungam com a perspectiva funcional, um aglomerado

    irregular e subnormal, embora com dimenso mais ampla que uma geofacie,

    no atingindo status de bairro. Est entranhada no nordeste do j referido

    centro de servios, na sua orla costeira, e limitada morfologicamente, na sua

    poro meridional, pela Travessa Nove, logradouro de contato com as ruas

    Nove e Dez do So Francisco, que se situam na interface core-periferia.,

    estendendo-se at o extremo norte, junto ao canal da Jansen. Foi se

    desenhando, locacional e estruturalmente, no sentido de adaptar-se ao

    atendimento das necessidades de consumo mais imediatas dos moradores

    locais proliferando-se, ento, algumas atividades comerciais de esquina e

    vizinhana, como comrcio de materiais de construo, padarias, mercearias,

    oficinas de grades e portes, serrarias,: marcenarias, bares e assemelhados.

    Neste sentido, as outras reas j citadas, integrantes do espao do bairro do

    So Francisco, tambm no se caracterizam como bairros, j que representam

    unicamente fragmentaes morfofisiolgicas urbanas ou subcomunidades

    isoladas do referido centro, sem autossuficincia das variveis bsicas de

    centralidade.

    Por outro lado, ao se injetarem aspectos, culturais, centrando nas

    dimenses da subjetividade/intersubjetividade, da semitica, da geograficidade

    como vivncia do cotidiano, da poltica e da ideologia nessa conceituao,

    esses lugares aproximam-se da concepo de bairro, especialmente aqueles

    de formao no planejada, como o caso da Ilhinha. No entanto, h uma

    resistncia aceitao deste conceito ao se tratar de residenciais como o Stio

    Campinas/Basa.

    A Ilhinha , supostamente, vista por um olhar scio-ideolgico

    hipoteticamente estigmatizador do Plano Diretor do Municpio de So Luis,

  • datado de 29.12. 1992, na medida em que a define como uma Zona de

    Interesse Social, completamente descasada da acepo de totalidade

    abastada do bairro do So Francisco. Solidrios a esta perspectiva estariam

    outros segmentos incorporadores e muitos estudiosos e gestores da temtica

    intra-urbana.

    Definindo-se as escalas espacial e temporal da perspectiva

    morfuncional, que deve se situar entre uma geofacie (normalmente escala de

    1/5000 a 1/20000) e um geossistema (pratica-se escala de 1/20000 a 1/50000)

    e cortes retrospectivos cujo perodo de tempo deve variar de acordo com a

    proposta metodolgica da suposta pesquisa, importantes em qualquer

    concepo geogrfica de bairro, e associado-as dinmica de expanso e

    transformao fsica do lugar em funo de traos internos dos seus grupos

    populacionais, que so expressos pelas preferncias espaciais e experincias

    vividas, pela referncia cultural-simblica da autoconstruo e interao com o

    ambiente e a intensificao do esprito local ou de lugar, pela manifestao da

    iniciativa individual, pelas relaes de circulao, vizinhana, parentesco,

    cooperao, ajuda mtua e conflitos, isto, conjuntamente, j caracterizaria

    bairro, pois considera-se apreendida a dimenso geogrfica

    subjetiva/intersubjetiva.

    Manifestam, assim, relaes pessoais que se ampliam ao plano de

    uma identidade scio-espacial ou de fronteira social, no com pretenses de se

    confinarem excluso, mas de se integrarem com fora e intensidade vida

    de relaes urbanas. Mas, nem s de virtude se constri a Ilhinha. Emerge j

    com os problemas tpicos de bairro em formao: acomodado e

    simultaneamente tenso, convivendo com problemas de ordem infra-estrutural,

    como carncia de saneamento eficiente em todo o seu espao, de

    pavimentao de ruas de forma abrangente, de eletrificao de qualidade, de

    equipamentos de consumo coletivos, como hospital ou posto mdico, mais

    escolas, creches e feira prpria, j que atendida pela feira do So Francisco,

    alm de problemas de ordem social e cultural como vandalismo e agravo ao

    ambiente. Alis, as interaes com o ambiente tm sido muito mais deletrias

    que saudveis, a exemplo dos agravos sonoros, em que no s os bares, mas

    tambm um grande nmero de residncias se transformam em espcies de

    clubes danantes e as msicas so executadas em nveis preocupantes e

    assustadores para o ambiente e a sade. Soma-se a esta questo o arranjo

    das residncias de forma excessivamente aglomeradas e desprovidas de

    ventilao interior, de insolejamento e de arborizaes, tornando a rea mais

    vulnervel a impactos epidemiolgicos. A chegada gradual de infra-estrutura j

    permite registrar uma relativa seletividade de moradias e de, progressiva

    sucesso, com a insero de novos moradores com melhor poder aquisitivo,

    condicionada ampliao das aes urbansticas locais por iniciativa do poder

    pblico.

  • No entanto, a guisa de finalizao, acredita-se que um suposto olhar

    estereotipado provavelmente advindo de segmentos privilegiados da sociedade

    para esse tipo de comunidade, como de incorporadores, de alguns segmentos

    de rgos gestores, ou de classes sociais abastadas, implica na ordem de

    problema mais nefasto.

    No tocante ao Stio Campinas/Basa, identificado como de vida social

    moderna, socioeconomicamente menos heterogneo, a expectativa de

    conceitua-lo como bairro tambm na perspectiva fenomenolgica mnima,

    pois no se caracterizam relaes de unio, ou mesmo conflito, vizinhana e

    coeso comunitria, de construo de um lugar a partir de uma referncia

    simblica e de mundo vivido. As residncias, isoladas por muros e quadras,

    com construes decorrentes de um planejamento incorporador, e no de uma

    geograficidade, remetem a um tipo de segregao tpica de grupos sociais com

    poder aquisitivo predominantemente mdio a alto. Diz CALDEIRA (2000, p.

    211) que sobreposto ao padro centro-periferia, as transformaes recentes

    esto gerando espaos nos quais os diferentes grupos sociais esto muitas

    vezes prximos, mas esto separados por muros e tecnologias de segurana,

    e tendem a no circular ou interagir em reas comuns. O principal instrumento

    desse novo padro de segregao espacial ento chamado de enclaves

    fortificados. Para a referida autora, trata-se de espaos privatizados, fechados

    e monitorados para residncia, consumo, lazer e trabalho. A sua principal

    justificao o medo do crime violento. Esses novos espaos atraem aqueles

    que esto abandonando a esfera pblica tradicional das ruas para os pobres,

    os marginalizados e os sem-teto.

    Assim, a referida rea traduz-se, literalmente, como um conjunto

    habitacional, uma geofacie, ou seja, uma subcomunidade unicamente

    residencial parcialmente isolada das interaes scio- espaciais, porm.

    inserida na dimenso morfolgica e na fora de comando emanada do centro

    de servios do So Francisco, precisamente, da sua hinterland.

    CONCLUSO

    O que se pretendeu, alm de contribuir para o entendimento

    geogrfico de um tema to importante para a geografia, foi estimular a

    continuidade e o aprofundamento das reflexes dos gegrafos e profissionais

    afins acerca da acepo do termo bairro, na medida em que este se impe

    como um conceito estratgico para a compreenso dos descompassos scio-

    espaciais inseridos na complexa totalidade geogrfica das cidades, e aqui

    centrado o Interesse em So Lus do Maranho.

    O bairro, por ser um segmento representativo da complexa dinmica

    urbana de qualquer cidade e de implicaes inesgotveis para o seu estudo,

    no deve ser colocado num plano de anlise geogrfica secundria sob pena

    de reduo da credibilidade dos discursos explicativos atinentes questo,

  • tanto em relao Geografia Fsica quanto Geografia Humana, neste caso,

    se a perspectiva for dicotmica, ou em relao, preferencialmente, Geografia

    no dualstica, praticada mais frequentemente entre os gegrafos

    contemporneos.

    Os estudos dos descompassos scio-espaciais ganharam

    considervel importncia principalmente no momento em que a dimenso

    politico-ideolgica deu mais consistncia e compromisso social anlise

    geogrfica e paralelamente uma efervescncia de renovao e atualizao dos

    j amadurecidos, porm tmidos e poucos, estudos de percepo geogrfica.

    Particularmente, o Estado do Maranho se ressente de um maior nmero de

    trabalhos geogrficos qualitativamente confiveis acerca da problemtica

    urbana loca1, no sentido de uma propulso significativa ao entendimento scio-

    espacial do Estado, especificamente no aprofundamento de conhecimentos de

    conceitos e fatores extensivos problemtica em questo.

    A literatura especializada est, ainda, relacionada a uns poucos,

    porm importantes, estudos acadmicos como teses, dissertaes,

    monografias e alguns outros trabalhos de difcil acesso, elaborados com fins de

    polticas pblicas por rgos gestores, estes ltimos, mais caracterizados no

    plano morfofuncional. Acrescente-se o fato de que normalmente os cursos de

    Geografia ainda so enormemente influenciados e conduzidos por prticas

    positivistas e neopositivista de discurso geogrfico, especialmente no campo

    da geografia fisica, que se estende ao conceito morfolgico-funcional de

    cidade, portanto com pouca prtica da perspectiva qualitativa dialtico-

    fenomenolgica.

    Summary: This study presents a short reflection concerning the use

    of the geographical concept of neighborhood, combining roads

    proposed by the morphologic classic functional understanding with the

    postures contemporaries critic-radical or politic-ideological and

    humanistic or of the behavior of urban studies. It interferes the

    problem of the place called Ilhinha and of the group habitational ranch

    Campinas/Basa, Integral of the space totality of the neighborhood of

    So Francisco, of the city of So Luis of the Maranho, in the applied

    considerations to the mentioned concept.

    Key words: Neighborhood; Place: Centrality-Periphery; Subjective

    Space; Social-Spatial Segregation.

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