40
1º ENCONTRO DOS COMITÊS DE ÉTICA EM PESQUISA DE SANTA CATARINA OFICINA DE PESQUISA QUALITATIVA Fátima Batalha Florianópolis - Agosto 2006 Metodologia da Pesquisa em Saúde Aspectos Metodológicos da Pesquisa Qualitativa

Oficina florianopolis prof fatima batalha

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Oficina florianopolis   prof fatima batalha

1º ENCONTRO DOS COMITÊS DE ÉTICA EM PESQUISA DE SANTA CATARINA

OFICINA DE PESQUISA QUALITATIVA

1º ENCONTRO DOS COMITÊS DE ÉTICA EM PESQUISA DE SANTA CATARINA

OFICINA DE PESQUISA QUALITATIVA

Fátima Batalha

Florianópolis - Agosto 2006

Fátima Batalha

Florianópolis - Agosto 2006

Metodologia da Pesquisa em Saúde Aspectos Metodológicos da

Pesquisa Qualitativa

Metodologia da Pesquisa em Saúde Aspectos Metodológicos da

Pesquisa Qualitativa

Page 2: Oficina florianopolis   prof fatima batalha

· Discutir sobre a especificidade da pesquisa em saúde;

· Identificar as características inerentes aos estudos qualitativos que interferem na análise dos CEPS;

· Apresentar as bases teóricas e metodológicas da pesquisa qualitativa em saúde;

· Discutir sobre as potencialidades do método qualitativo para a pesquisa em saúde.

· Discutir sobre a especificidade da pesquisa em saúde;

· Identificar as características inerentes aos estudos qualitativos que interferem na análise dos CEPS;

· Apresentar as bases teóricas e metodológicas da pesquisa qualitativa em saúde;

· Discutir sobre as potencialidades do método qualitativo para a pesquisa em saúde.

OBJETIVOSOBJETIVOS

Page 3: Oficina florianopolis   prof fatima batalha

Parte I - METODOLOGIA DA PESQUISA EM SAÚDE

Parte I - METODOLOGIA DA PESQUISA EM SAÚDE

UMA BREVE REFLEXÃO:UMA BREVE REFLEXÃO:

Page 4: Oficina florianopolis   prof fatima batalha

• Domínio do objetivo às ciências biomédicas: Separação corpo-mente-espírito.

• Matéria, máquina, organismo, superobjeto• Domínio do subjetivo à religião, psicologia,

psicanálise: Alma, Mente, Psiquismo• Ciências Humanas: Cada sociedade ou

grupo social apresenta formas bastante específicas de conceber e relacionar-se com o corpo;

• Domínio do objetivo às ciências biomédicas: Separação corpo-mente-espírito.

• Matéria, máquina, organismo, superobjeto• Domínio do subjetivo à religião, psicologia,

psicanálise: Alma, Mente, Psiquismo• Ciências Humanas: Cada sociedade ou

grupo social apresenta formas bastante específicas de conceber e relacionar-se com o corpo;

VISÃO SOBRE O CORPO HUMANO

VISÃO SOBRE O CORPO HUMANO

Page 5: Oficina florianopolis   prof fatima batalha

• Nossa visão sobre o Corpo Humano é construída social e historicamente;

• Sociedades chamadas primitivas: separação corpo-mente é inexistente;

• Essas questões nos remetem à discussão sobre:

• A complexidade, a integralidade, a humanização, a ressignificação e a necessidade de abordagens holísticas

• Nossa visão sobre o Corpo Humano é construída social e historicamente;

• Sociedades chamadas primitivas: separação corpo-mente é inexistente;

• Essas questões nos remetem à discussão sobre:

• A complexidade, a integralidade, a humanização, a ressignificação e a necessidade de abordagens holísticas

VISÃO SOBRE O CORPO HUMANO

VISÃO SOBRE O CORPO HUMANO

Page 6: Oficina florianopolis   prof fatima batalha

CARACTERÍSTICAS DAS VISÕES CIENTÍFICAS

CARACTERÍSTICAS DAS VISÕES CIENTÍFICAS

CAUSALIDADE SIMULTANEIDADE

Relação causa e efeito Contradição entre aparência e essência

Controle e ordenação das variáveis Relação partes -todos

Especialização e fragmentação Complexidade crescente

Objetividade e neutralidade Relação tempo -espaço

Sujeito separado do objeto Relação sujeito objeto

A essência do fenômeno é inacessível Busca da essência do fenômeno

Métodos de análise quantitativos Métodos de análise quanti e qualitativos

Explicar Compreender

Fato Representação do fato ( fenômeno)

Positivismo, neo positivismo, empirismo

lógico

Materialismo histórico, estruturalismo

Fonte: Extraído de Leopardi, 2002

Page 7: Oficina florianopolis   prof fatima batalha

CARACTERÍSTICAS DAS PRINCIPAIS CORRENTES DE PENSAMENTO

CARACTERÍSTICAS DAS PRINCIPAIS CORRENTES DE PENSAMENTO

POSITIVISMO:• Método: Experimentação com controle das variáveis.

Estabelece relações causais. Métodos quantitativos e estatísticos. Estudo das partes.

• Sujeito/ objeto: Privilégio do objeto. Posição de neutralidade. Conhecimento pela aparência.

• Lógica: Formal e matemática. Evidências comprovam a realidade.

• Teóricos: Bacon, Descartes, Newton, Pascal.

POSITIVISMO:• Método: Experimentação com controle das variáveis.

Estabelece relações causais. Métodos quantitativos e estatísticos. Estudo das partes.

• Sujeito/ objeto: Privilégio do objeto. Posição de neutralidade. Conhecimento pela aparência.

• Lógica: Formal e matemática. Evidências comprovam a realidade.

• Teóricos: Bacon, Descartes, Newton, Pascal.

Page 8: Oficina florianopolis   prof fatima batalha

CARACTERÍSTICAS DAS PRINCIPAIS CORRENTES DE PENSAMENTO

CARACTERÍSTICAS DAS PRINCIPAIS CORRENTES DE PENSAMENTO

FENOMENOLOGIA:• Método: Parte de uma questão norteadora geral.

Descreve o fenômeno sem buscar relações causais.• Sujeito / objeto: Relação reflexiva entre sujeito e

objeto e vivida pelo observador.• Lógica: Hermenêutica. Significados com

fundamentação (interpretação).• Teóricos: Husserl, Heidegger, Merlau-Ponty, Alfred

Schutz.

FENOMENOLOGIA:• Método: Parte de uma questão norteadora geral.

Descreve o fenômeno sem buscar relações causais.• Sujeito / objeto: Relação reflexiva entre sujeito e

objeto e vivida pelo observador.• Lógica: Hermenêutica. Significados com

fundamentação (interpretação).• Teóricos: Husserl, Heidegger, Merlau-Ponty, Alfred

Schutz.

Page 9: Oficina florianopolis   prof fatima batalha

CARACTERÍSTICAS DAS PRINCIPAIS CORRENTES DE PENSAMENTO

CARACTERÍSTICAS DAS PRINCIPAIS CORRENTES DE PENSAMENTO

MATERIALISMO DIALÉTICO:• Método: Ciências naturais e sociais. Fato é histórico,

processual,intencionalmente concebido. Parte e todo em relação dinâmica.

• Sujeito/ objeto: Objeto com concretude em si mesmo e para o sujeito. Possibilidade de enxergar a realidade tal como ela é e não como parece ser.

• Lógica: Tese – Antítese – Síntese. Movimento e contradição próprio da transformação.

• Teóricos: Hegel, Marx, Gramsci.

MATERIALISMO DIALÉTICO:• Método: Ciências naturais e sociais. Fato é histórico,

processual,intencionalmente concebido. Parte e todo em relação dinâmica.

• Sujeito/ objeto: Objeto com concretude em si mesmo e para o sujeito. Possibilidade de enxergar a realidade tal como ela é e não como parece ser.

• Lógica: Tese – Antítese – Síntese. Movimento e contradição próprio da transformação.

• Teóricos: Hegel, Marx, Gramsci.

Page 10: Oficina florianopolis   prof fatima batalha

Manto de Apresentação (detalhe), s.d. Tecido, fio e corda 219 x 130 cm Museu Bispo do Rosario (Rio de Janeiro, RJ)

Manto de Apresentação (detalhe), s.d. Tecido, fio e corda 219 x 130 cm Museu Bispo do Rosario (Rio de Janeiro, RJ)

A saúde é um território complexo. Não há saídas fáceis!

Não escavar novos saberes é não saber novos poderes!

(Emerson Merhy, 2006)

A saúde é um território complexo. Não há saídas fáceis!

Não escavar novos saberes é não saber novos poderes!

(Emerson Merhy, 2006)

Page 11: Oficina florianopolis   prof fatima batalha

Os CEPS nas análises de estudos qualitativos:Quais seriam as interrogações?

Os CEPS nas análises de estudos qualitativos:Quais seriam as interrogações?

“A pesquisa etnográfica na área da saúde e a apreciação dos CEPS” Márcia Zago

Roteiro de estudo:

Identificar as especificidades inerentes aos estudos qualitativos que interferem na análise dos CEPS.

Quais seriam as estratégias facilitadoras para os CEPS?

“A pesquisa etnográfica na área da saúde e a apreciação dos CEPS” Márcia Zago

Roteiro de estudo:

Identificar as especificidades inerentes aos estudos qualitativos que interferem na análise dos CEPS.

Quais seriam as estratégias facilitadoras para os CEPS?

Page 12: Oficina florianopolis   prof fatima batalha

Parte II - ASPECTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA

QUALITATIVA EM SAÚDE

Parte II - ASPECTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA

QUALITATIVA EM SAÚDE

Page 13: Oficina florianopolis   prof fatima batalha

FOCOS DE INVESTIGAÇÃO FOCOS DE INVESTIGAÇÃO

• Adoecimento: • Adoecimento:

Page 14: Oficina florianopolis   prof fatima batalha

FOCOS DE INVESTIGAÇÃOFOCOS DE INVESTIGAÇÃO

• Práticas em saúde: • Práticas em saúde:

Page 15: Oficina florianopolis   prof fatima batalha

FOCOS DE INVESTIGAÇÃOFOCOS DE INVESTIGAÇÃO

• Trabalho:• Trabalho:

Page 16: Oficina florianopolis   prof fatima batalha

FOCOS DE INVESTIGAÇÃOFOCOS DE INVESTIGAÇÃO

• Práticas sociais: • Práticas sociais:

Page 17: Oficina florianopolis   prof fatima batalha

CARACTERÍSTICAS DA PESQUISA QUALITATIVACARACTERÍSTICAS DA

PESQUISA QUALITATIVA• Desenvolve conceitos, descrições densas, narrativas, Desenvolve conceitos, descrições densas, narrativas,

interpretações, sistematizações, que ajudem a explicar interpretações, sistematizações, que ajudem a explicar acontecimentos (fenômenos) sociais em condições acontecimentos (fenômenos) sociais em condições naturais (in loco), com ênfase nos significados, naturais (in loco), com ênfase nos significados, experiências e visões de todos os participantes.experiências e visões de todos os participantes.

• Baseia-se numa interação profunda com o(s) objeto(s) Baseia-se numa interação profunda com o(s) objeto(s) de pesquisade pesquisa

• Interesse e preocupação em responder questões como:Interesse e preocupação em responder questões como:– O que é X e como X varia em diferentes circunstâncias? O que é X e como X varia em diferentes circunstâncias? – E menos: Quantos Xs existem ali?E menos: Quantos Xs existem ali?

• Desenvolve conceitos, descrições densas, narrativas, Desenvolve conceitos, descrições densas, narrativas, interpretações, sistematizações, que ajudem a explicar interpretações, sistematizações, que ajudem a explicar acontecimentos (fenômenos) sociais em condições acontecimentos (fenômenos) sociais em condições naturais (in loco), com ênfase nos significados, naturais (in loco), com ênfase nos significados, experiências e visões de todos os participantes.experiências e visões de todos os participantes.

• Baseia-se numa interação profunda com o(s) objeto(s) Baseia-se numa interação profunda com o(s) objeto(s) de pesquisade pesquisa

• Interesse e preocupação em responder questões como:Interesse e preocupação em responder questões como:– O que é X e como X varia em diferentes circunstâncias? O que é X e como X varia em diferentes circunstâncias? – E menos: Quantos Xs existem ali?E menos: Quantos Xs existem ali?

Page 18: Oficina florianopolis   prof fatima batalha

IDÉIAS CHAVEIDÉIAS CHAVE

• Significado e intencionalidade ;• Porque acontece uma situação dada;• O sentido que as pessoas dão ao mundo;• Como as pessoas interpretam o mundo;• Relativismo – etnocentrismo;• Cultura e culturas; Dinâmicas culturais;• Subjetividade e intersubjetividade• Estudo das pessoas in loco: naturalistic settings;• Abordagem multi-métodos

• Significado e intencionalidade ;• Porque acontece uma situação dada;• O sentido que as pessoas dão ao mundo;• Como as pessoas interpretam o mundo;• Relativismo – etnocentrismo;• Cultura e culturas; Dinâmicas culturais;• Subjetividade e intersubjetividade• Estudo das pessoas in loco: naturalistic settings;• Abordagem multi-métodos

Page 19: Oficina florianopolis   prof fatima batalha

Pesquisa Clínico QualitativaPesquisa Clínico Qualitativa

• Busca interpretar os significados de natureza psicológica e sociocultural trazidos por indivíduos acerca dos múltiplos fenômenos pertinentes ao campo dos problemas da saúde- doença. (Turato, 2003)

• Busca interpretar os significados de natureza psicológica e sociocultural trazidos por indivíduos acerca dos múltiplos fenômenos pertinentes ao campo dos problemas da saúde- doença. (Turato, 2003)

Page 20: Oficina florianopolis   prof fatima batalha

PRINCIPAIS TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS

PRINCIPAIS TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS

• Observação – com ou sem participação;• Entrevistas – individuais e/ou coletivas, em

profundidade e/ou rápidas, estruturadas e/ou abertas;

• Questionários• Grupos Focais – Entrevistas em grupo • Estudo de Documentos – Imagens – Sons – Vídeos

• Observação – com ou sem participação;• Entrevistas – individuais e/ou coletivas, em

profundidade e/ou rápidas, estruturadas e/ou abertas;

• Questionários• Grupos Focais – Entrevistas em grupo • Estudo de Documentos – Imagens – Sons – Vídeos

Page 21: Oficina florianopolis   prof fatima batalha

PRINCIPAIS INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

PRINCIPAIS INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

• Roteiro de questionário• Roteiro de observação participante • Roteiro de entrevistas• Roteiro de condução de grupos focais• Roteiro para análise de documentos e imagens

• Roteiro de questionário• Roteiro de observação participante • Roteiro de entrevistas• Roteiro de condução de grupos focais• Roteiro para análise de documentos e imagens

Page 22: Oficina florianopolis   prof fatima batalha

PRINCIPAIS TIPOSPRINCIPAIS TIPOS

• Etnografias• Estudos de Caso• Assessorias Rápidas • Estudos Clínicos (narrativas e representação)• Estudos de Serviços de Saúde (usuários e

trabalhadores)• Redes Sociais e Saúde• Pesquisa Participante• Pesquisa Ação• Avaliação Participativa

• Etnografias• Estudos de Caso• Assessorias Rápidas • Estudos Clínicos (narrativas e representação)• Estudos de Serviços de Saúde (usuários e

trabalhadores)• Redes Sociais e Saúde• Pesquisa Participante• Pesquisa Ação• Avaliação Participativa

Page 23: Oficina florianopolis   prof fatima batalha

PRINCIPAIS REFERENCIAIS TEÓRICOS / METODOLÓGICOS:

REPRESENTAÇÕES SOCIAIS

PRINCIPAIS REFERENCIAIS TEÓRICOS / METODOLÓGICOS:

REPRESENTAÇÕES SOCIAIS

• Estabelece a especificidade do social em contraposição ao individual;

• A forma dos indivíduos pensarem e agirem é determinado pelo social (Durkheim);

• As categorias fundamentais do pensamento são de origem social;

• Visão de mundo cotidiano, senso comum;• Sentido das representações, estratégias de ação à

individual e coletivo;

• Estabelece a especificidade do social em contraposição ao individual;

• A forma dos indivíduos pensarem e agirem é determinado pelo social (Durkheim);

• As categorias fundamentais do pensamento são de origem social;

• Visão de mundo cotidiano, senso comum;• Sentido das representações, estratégias de ação à

individual e coletivo;

Page 24: Oficina florianopolis   prof fatima batalha

PRINCIPAIS REFERENCIAIS TEÓRICOS / METODOLÓGICOS:

REPRESENTAÇÕES SOCIAIS

PRINCIPAIS REFERENCIAIS TEÓRICOS / METODOLÓGICOS:

REPRESENTAÇÕES SOCIAIS

• Formas de Conhecimento Socialmente Elaboradas e Partilhadas com Fins Práticos à contribuem para a:

• Construção da Realidade Comum a um Grupo Social;• “Aquilo que as opiniões individuais têm em comum, a

lógica que as une.”• “Uma interpretação que se organiza de forma estreita

com o social e que constitui, para as pessoas, a realidade mesma.”

• A representação não se pensa como “representação”, mas como a realidade.

• Formas de Conhecimento Socialmente Elaboradas e Partilhadas com Fins Práticos à contribuem para a:

• Construção da Realidade Comum a um Grupo Social;• “Aquilo que as opiniões individuais têm em comum, a

lógica que as une.”• “Uma interpretação que se organiza de forma estreita

com o social e que constitui, para as pessoas, a realidade mesma.”

• A representação não se pensa como “representação”, mas como a realidade.

Page 25: Oficina florianopolis   prof fatima batalha

PRINCIPAIS REFERENCIAIS TEÓRICOS / METODOLÓGICOS:

ETNOGRAFIA

PRINCIPAIS REFERENCIAIS TEÓRICOS / METODOLÓGICOS:

ETNOGRAFIA

É a forma de descrição da cultura de um determinado povo através do estudo e a descrição dos povos, sua língua, raça, religião, e manifestações materiais de suas atividades.

É a forma de descrição da cultura de um determinado povo através do estudo e a descrição dos povos, sua língua, raça, religião, e manifestações materiais de suas atividades.

Baseia-se no fato de que os comportamentos humanos só podem ser compreendidos e explicados se tomarmos como referência o contexto social e o ponto de vista do nativo, procurando seus significados.

Baseia-se no fato de que os comportamentos humanos só podem ser compreendidos e explicados se tomarmos como referência o contexto social e o ponto de vista do nativo, procurando seus significados.

Page 26: Oficina florianopolis   prof fatima batalha

OBJETIVOS DA ETNOGRAFIA:OBJETIVOS DA ETNOGRAFIA:

Captar a totalidade da vida tribal, elaborando uma descrição da anatomia da

cultura, através de um movimento de apreensão de facetas da vida social .

A partir desta metodologia ocorre a construção da etnografia, a descrição da

cultura e a teorização antropológica. Apreender o ponto de vista do nativo,sua

relação com a vida, compreender sua visão do seu mundo. Devemos estudar o

homem e devemos estudar o que mais intimamente lhe diz respeito, isto é, a

imposição que lhe faz a vida” Malinowski, 1922

Captar a totalidade da vida tribal, elaborando uma descrição da anatomia da

cultura, através de um movimento de apreensão de facetas da vida social .

A partir desta metodologia ocorre a construção da etnografia, a descrição da

cultura e a teorização antropológica. Apreender o ponto de vista do nativo,sua

relação com a vida, compreender sua visão do seu mundo. Devemos estudar o

homem e devemos estudar o que mais intimamente lhe diz respeito, isto é, a

imposição que lhe faz a vida” Malinowski, 1922

Page 27: Oficina florianopolis   prof fatima batalha

RELATIVIZAÇÃO ETNOGRÁFICA:RELATIVIZAÇÃO ETNOGRÁFICA:

“ o que sempre vemos e encontramos pode ser familiar mas não é necessariamente conhecido... O que não vemos e encontramos pode ser exótico mas, até certo ponto conhecido” DaMatta, 1987

“ o que sempre vemos e encontramos pode ser familiar mas não é necessariamente conhecido... O que não vemos e encontramos pode ser exótico mas, até certo ponto conhecido” DaMatta, 1987

Page 28: Oficina florianopolis   prof fatima batalha

UMA MÚSICA ETNOGRÁFICA!!! UMA MÚSICA ETNOGRÁFICA!!!

No sinal fechadoEle vende chicleteCapricha na flanelaE se chama PeléPinta na janelaBatalha algum trocadoAponta um caniveteE atéDobra a Carioca, olerêDesce a Frei Caneca, olaráSe manda pra TijucaSobe o BorelMeio se malocaAgita numa bocaDescola uma mutucaE um papelSonha aquela mina, olerê

Pivete - Chico Buarque

Composição: Francis Hime e Chico Buarque

Pivete - Chico Buarque

Composição: Francis Hime e Chico Buarque

Prancha, parafina, olaráDorme gente finaAcorda pinel

Zanza na sarjetaFatura uma besteiraE tem as pernas tortasE se chama ManéArromba uma portaFaz ligação diretaEngata uma primeiraE atéDobra a Carioca, olerêDesce a Frei Caneca, olaráSe manda pra TijucaNa contramãoDança pára-lama

Já era pára-choqueAgora ele se chamaEmersãoSobe no passeio, olerêPega no Recreio, olaráNão se liga em freioNem direção

No sinal fechadoEle transa chicleteE se chama piveteE pinta na janelaCapricha na flanelaDescola uma beretaBatalha na sarjetaE tem as pernas tortas

Page 29: Oficina florianopolis   prof fatima batalha

PRINCIPAIS REFERENCIAIS TEÓRICOS / METODOLÓGICOS:FENOMENOLOGIA

PRINCIPAIS REFERENCIAIS TEÓRICOS / METODOLÓGICOS:FENOMENOLOGIA

• Questão orientadora: O que é isso? (olhar ingênuo)• Epoché (olhar o fenômeno como se fosse desconhecido)• Descrição do fenômeno (como se mostra)• Interpretação referencial• Relatório

• Questão orientadora: O que é isso? (olhar ingênuo)• Epoché (olhar o fenômeno como se fosse desconhecido)• Descrição do fenômeno (como se mostra)• Interpretação referencial• Relatório

OUTROS REFERENCIAIS: OUTROS REFERENCIAIS: • Etnometodologia• Interacionismo Simbólico• Teoria Fundamentada em Dados (Grounded Theory)• Histórias de Vida• História Oral

• Etnometodologia• Interacionismo Simbólico• Teoria Fundamentada em Dados (Grounded Theory)• Histórias de Vida• História Oral

Page 30: Oficina florianopolis   prof fatima batalha

ANÁLISE E APRESENTAÇÃO DOS DADOS

ANÁLISE E APRESENTAÇÃO DOS DADOS

• Processo de análise seqüencial• Análise de conteúdo• Categorização temática• Categorização analítica

• Processo de análise seqüencial• Análise de conteúdo• Categorização temática• Categorização analítica

Page 31: Oficina florianopolis   prof fatima batalha

TRIANGULAÇÃOTRIANGULAÇÃO

• Busca a convergência, abrangência e reflexividade na análise dos dados coletados

• Comparação dos resultados entre dois ou mais métodos de coleta (entrevista e observação)

• Comparação dos resultados entre duas ou mais fontes de dados (membros de diferentes grupos de interesse)

• Busca a convergência, abrangência e reflexividade na análise dos dados coletados

• Comparação dos resultados entre dois ou mais métodos de coleta (entrevista e observação)

• Comparação dos resultados entre duas ou mais fontes de dados (membros de diferentes grupos de interesse)

Page 32: Oficina florianopolis   prof fatima batalha

USO DAS PESQUISAS QUALITATIVAS:

USO DAS PESQUISAS QUALITATIVAS:

• Estudo prévio ao desenho de estudos epidemiológicos;

• Validação dos achados do estudo epidemiológico ou produção de uma outra perspectiva sobre o mesmo fenômeno;

• Desvendar processos sociais ou áreas da vida social que o quantitativo não pode abordar;

• Estudo prévio ao desenho de estudos epidemiológicos;

• Validação dos achados do estudo epidemiológico ou produção de uma outra perspectiva sobre o mesmo fenômeno;

• Desvendar processos sociais ou áreas da vida social que o quantitativo não pode abordar;

Page 33: Oficina florianopolis   prof fatima batalha

DIFERENÇAS E SIMILARIDADES ENTRE OS MÉTODOS QUANTITATIVOS E QUALITATIVOSDIFERENÇAS E SIMILARIDADES ENTRE OS

MÉTODOS QUANTITATIVOS E QUALITATIVOS

Fonte: Extraído de Turato (2003, p. 511)

CRITÉRIOS QUANTITATIVOS QUALITATIVOS

Paradigma Positivismo Fenomenologia Raciocínio Dedutivo/ indutivo Dedutivo/ indutivo

Objetos Fatos Fenômenos Objetivos Relação causa e efeito Relação de significado Desenho Preestabelecido / pré fixado Flexível / ajustável

Instrumentos

Surveys / Experimentos Questionários fechados,

escalas, exames laboratoriais, dados

randomizados

Pesquisador como instrumento

Observação livre, entrevistas semi dirigidas,coleta

intencional em prontuários Adequação dos instrumentos Piloto Ensaio de aculturação

Amostragem Randomizada Intencional

Amostra

N amostral representantes com características do todo

populacional Estatisticamente definida

Poucos sujeitos representantes com

características de certa sub população

N definido em campo Variáveis Controle Não controle

Análise dos dados Bioestatística Análise de conteúdo Relevância teórica

Apresentação dos resultados Linguagem matemática

usualmente separada da discussão

Citações literais incluídas na discussão

Tipo de generalização dos resultados

Estatística para explicar outras populações com as

mesmas variáveis

Conceitual dos novos conhecimentos aplicados par compreender outras pessoas e settings constituídos pelas

mesmas vivências

Page 34: Oficina florianopolis   prof fatima batalha

BIBLIOGRAFIA:BIBLIOGRAFIA:Bauer, M.W. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som. Ed. Vozes, 2002. Barros, N.F. Pesquisa qualitativa em saúde – múltiplos olhares. UNICAMP/FCM, 2005DaMatta, Roberto. Relativizando – uma introdução à antropologia social, Ed Rocco, Rio,RJ,1987.Bosi, MLM. Pesquisa qualitativa de serviços de saúde. Ed. Vozes, Petrópolis, 2004.Durhan, Eunice. A reconstituição da realidade, Ed Ática, São Paulo,SP, 1978.-----------------. A aventura antropológica, Paz e Terra, Rio de Janeiro, RJ, 1988.Laplantine, François. Aprender antropologia, Ed Brasiliense, São Paulo, SP, 1993.Leopardi,M.T. Metodologia da pesquisa em saúde. Ed. Palotti.2002.Minayo, MCS (1993). O desafio do conhecimento científico: Pesquisa Qualitativa em Saúde (2a edição). SP-RJ: Hucitec-Abrasco. Peirano, Mariza. A favor da etnografia, Relume Dumará, Rio de Janeiro, RJ, 1995.Pope, C.Mays,N. Pesquisa qualitativa na atenção à saúde. ArtMed Ed, 2ª ed. Porto Alegre. 2005.Schraiber, L.B. Pesquisa qualitativa em saúde: reflexões metodológicas do relato oral e produção de narrativas em estudo sobre a profissão médica. Ver.Saúde Pública, 29(1):63-74,1995.Turato, E. R. Tratado da metodologia da pesquisa clínico-qualitativa. Ed. Vozes, 2ª ed,2003.-----------------. Métodos qualitativos e quantitativos na área da saúde: definições, diferenças e seus objetos de pesquisa. Rev. Saúde Pública 2005;39(3):507-14.Zaluar, Alba. Desvendando máscaras sociais, Francisco Alves, Rio de Janeiro, RJ, 1990

Bauer, M.W. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som. Ed. Vozes, 2002. Barros, N.F. Pesquisa qualitativa em saúde – múltiplos olhares. UNICAMP/FCM, 2005DaMatta, Roberto. Relativizando – uma introdução à antropologia social, Ed Rocco, Rio,RJ,1987.Bosi, MLM. Pesquisa qualitativa de serviços de saúde. Ed. Vozes, Petrópolis, 2004.Durhan, Eunice. A reconstituição da realidade, Ed Ática, São Paulo,SP, 1978.-----------------. A aventura antropológica, Paz e Terra, Rio de Janeiro, RJ, 1988.Laplantine, François. Aprender antropologia, Ed Brasiliense, São Paulo, SP, 1993.Leopardi,M.T. Metodologia da pesquisa em saúde. Ed. Palotti.2002.Minayo, MCS (1993). O desafio do conhecimento científico: Pesquisa Qualitativa em Saúde (2a edição). SP-RJ: Hucitec-Abrasco. Peirano, Mariza. A favor da etnografia, Relume Dumará, Rio de Janeiro, RJ, 1995.Pope, C.Mays,N. Pesquisa qualitativa na atenção à saúde. ArtMed Ed, 2ª ed. Porto Alegre. 2005.Schraiber, L.B. Pesquisa qualitativa em saúde: reflexões metodológicas do relato oral e produção de narrativas em estudo sobre a profissão médica. Ver.Saúde Pública, 29(1):63-74,1995.Turato, E. R. Tratado da metodologia da pesquisa clínico-qualitativa. Ed. Vozes, 2ª ed,2003.-----------------. Métodos qualitativos e quantitativos na área da saúde: definições, diferenças e seus objetos de pesquisa. Rev. Saúde Pública 2005;39(3):507-14.Zaluar, Alba. Desvendando máscaras sociais, Francisco Alves, Rio de Janeiro, RJ, 1990

Page 35: Oficina florianopolis   prof fatima batalha

ETNOGRAFIAS:ETNOGRAFIAS:

Lévi-Strauss, Claude. O Cru e o Cozido, Ed. Brasiliense, São Paulo, SP, 1991.

Latour, Bruno. A Vida de Laboratório, Relume Dumará, RJ, 1997.

Wacquant, Loïc. Corpo e Alma – Notas Etnográficas de um Aprendiz de Boxe, Relume Dumará, RJ, 20022.

Malinowski, Bronislaw. Um Diário no Sentido Estrito do Termo, Ed Record, RJ, 1997.

Benedict,Ruth. O Crisântemo e a Espada, Ed. Perspectiva, SP, 2002.

Lévi-Strauss, Claude. O Cru e o Cozido, Ed. Brasiliense, São Paulo, SP, 1991.

Latour, Bruno. A Vida de Laboratório, Relume Dumará, RJ, 1997.

Wacquant, Loïc. Corpo e Alma – Notas Etnográficas de um Aprendiz de Boxe, Relume Dumará, RJ, 20022.

Malinowski, Bronislaw. Um Diário no Sentido Estrito do Termo, Ed Record, RJ, 1997.

Benedict,Ruth. O Crisântemo e a Espada, Ed. Perspectiva, SP, 2002.

Page 36: Oficina florianopolis   prof fatima batalha
Page 37: Oficina florianopolis   prof fatima batalha
Page 38: Oficina florianopolis   prof fatima batalha
Page 39: Oficina florianopolis   prof fatima batalha

OUTRA MÚSICA ETNOGRÁFICA!!! OUTRA MÚSICA ETNOGRÁFICA!!!

Tem certos diasEm que eu penso em minha genteE sinto assimTodo o meu peito se apertarPorque pareceQue acontece de repenteComo um desejo de eu viverSem me notarIgual a comoQuando eu passo no subúrbioEu muito bemVindo de trem de algum lugarE aí me dáComo uma inveja dessa genteQue vai em frenteSem nem ter com quem contar

Gente Humilde - Chico Buarque

Composição: Garoto, Chico Buarque e Vinicius de Moraes

Gente Humilde - Chico Buarque

Composição: Garoto, Chico Buarque e Vinicius de Moraes

São casas simplesCom cadeiras na calçadaE na fachadaEscrito em cima que é um larPela varandaFlores tristes e baldiasComo a alegriaQue não tem onde encostarE aí me dá uma tristezaNo meu peitoFeito um despeitoDe eu não ter como lutarE eu que não creioPeço a Deus por minha genteÉ gente humildeQue vontade de chorar

Page 40: Oficina florianopolis   prof fatima batalha