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 Operação, manutenção e monitoramento de estações de tratamento de água Guia do profissional em treinamento Nível 1    A    b   a   s    t   e   c    i   m   e   n    t   o    d   e     Á   g   u   a Guia do profissional em treinamento

Operacao Manutencao e Monitoramento de Estacoes de Tratamento de Agua

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  • 8/13/2019 Operacao Manutencao e Monitoramento de Estacoes de Tratamento de Agua

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    Operao, manuteno e

    monitoramento de estaes

    de tratamento de gua

    Guia do profissional em treinamento

    Nvel 1A

    bastec

    imento

    deg

    ua

    Guia do profissional em treinamento

  • 8/13/2019 Operacao Manutencao e Monitoramento de Estacoes de Tratamento de Agua

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    Promoo Rede Nacional de Capacitao e Extenso Tecnolgica em Saneamento Ambiental ReCESA

    Realizao Ncleo Regional Nordeste NURENE

    Instituies integrantes do NURENEUniversidade Federal da Bahia (lder) | Universidade Federal doCear | Universidade Federal da Paraba | Universidade Federal de Pernambuco

    Financiamento Financiadora de Estudos e Projetos do Ministrio da Cincia e Tecnologia I Fundao Nacional de Sade

    do Ministrio da Sade ISecretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministrio das Cidades

    Apoio organizacional Programa de Modernizao do Setor de Saneamento PMSS

    Comit gestor da ReCESA Comit consultivo da ReCESA

    - Ministrio das Cidades;

    - Ministrio da Cincia e Tecnologia;

    - Ministrio do Meio Ambiente;

    - Ministrio da Educao;

    - Ministrio da Integrao Nacional;

    - Ministrio da Sade;

    - Banco Nacional de Desenvolvimento

    Econmico Social (BNDES);

    - Caixa Econmica Federal (CAIXA).

    Parceiros do NURENE

    - ARCE Agncia Reguladora de Servios Pblicos Delegados do Estado do Cear

    - Cagece Companhia de gua e Esgoto do Cear

    - Cagepa Companhia de gua e Esgotos da Paraba- CEFET Cariri Centro Federal de Educao Tecnolgica do Cariri/CE

    - CENTEC Cariri Faculdade de Tecnologia CENTEC do Cariri/CE

    - Cerb Companhia de Engenharia Rural da Bahia

    - Compesa Companhia Pernambucana de Saneamento

    - Conder Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia

    - EMASA Empresa Municipal de guas e Saneamento de Itabuna/BA

    - Embasa Empresa Baiana de guas e Saneamento

    - Emlur Empresa Municipal de Limpeza Urbana de Joo Pessoa

    - Emlurb / Fortaleza Empresa Municipal de Limpeza e Urbanizao de Fortaleza

    - Emlurb / Recife Empresa de Manuteno e Limpeza Urbana do Recife

    - Limpurb Empresa de Limpeza Urbana de Salvador

    - SAAE Servio Autnomo de gua e Esgoto do Municpio de Alagoinhas/BA

    - SANEAR Autarquia de Saneamento do Recife

    - SECTMA Secretaria de Cincia, Tecnologia e Meio Ambiente do Estado de Pernambuco

    - SEDUR Secretaria de Desenvolvimento Urbano da Bahia

    - SEINF Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Infra-Estrutura de Fortaleza- SEMAM / Fortaleza Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Controle Urbano

    - SEMAM / Joo Pessoa Secretaria Executiva de Meio Ambiente

    - SENAC / PE Servio Nacional de Aprendizagem Comercial de Pernambuco

    - SENAI / CE Servio Nacional de Aprendizagem Industrial do Cear

    - SENAI / PE Servio Nacional de Aprendizagem Industrial de Pernambuco

    - SEPLAN Secretaria de Planejamento de Joo Pessoa

    - SUDEMA Superintendncia de Administrao do Meio Ambiente do Estado da Paraba

    - UECE Universidade Estadual do Cear

    - UFMA Universidade Federal do Maranho

    - UNICAP Universidade Catlica de Pernambuco

    - UPE Universidade de Pernambuco

    - Associao Brasileira de Captao e Manejo de gua de Chuva ABCMAC

    - Associao Brasileira de Engenharia Sanitria e Ambiental ABES

    - Associao Brasileira de Recursos Hdricos ABRH

    - Associao Brasileira de Resduos Slidos e Limpeza Pblica ABLP

    - Associao das Empresas de Saneamento Bsico Estaduais AESBE

    - Associao Nacional dos Servios Municipais de Saneamento ASSEMAE

    - Conselho de Dirigentes dos Centros Federais de Educao Tecnolgica CONCEFET

    - Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia CONFEA

    - Federao de rgo para a Assistncia Social e Educacional FASE

    - Federao Nacional dos Urbanitrios FNU

    - Frum Nacional de Comits de Bacias Hidrogrficas FNCBHS

    - Frum Nacional de Pr-Reitores de Extenso das Universidades Pblicas Brasileiras

    FORPROEX

    - Frum Nacional Lixo e Cidadania L&P

    - Frente Nacional pelo Saneamento Ambiental FNSA

    - Instituto Brasileiro de Administrao Municipal IBAM

    - Organizao Pan-Americana de Sade OPAS

    - Programa Nacional de Conservao de Energia PROCEL

    - Rede Brasileira de Capacitao em Recursos Hdricos Cap-Net Brasil

  • 8/13/2019 Operacao Manutencao e Monitoramento de Estacoes de Tratamento de Agua

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    Operao, manuteno e

    monitoramento de estaes

    de tratamento de gua

    Guia do profissional em treinamento Nvel1

    Abastecimentodegua

    Guia do profissional em treinamento

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    Coordenao Geral do NURENE

    Prof. Dr. Viviana Maria Zanta

    Profissionais que participaram da elaborao deste guia

    Ana Carolina L. S. Mendes de Meneses | Carmem Lcia M. Gadelha

    Joo Paulo Neto | Wamberto Raimundo da Silva Jnior | Taysa Tamara Viana Machado

    Central de Produo de Material Didtico

    Alessandra Gomes Lopes Sampaio Silva | Danilo Gonalves dos Santos Sobrinho

    Patrcia Campos Borja | Silvio Antonio Pacheco Filho

    Vivien Luciane Viaro

    Projeto Grfico

    Marco Severo | Rachel Barreto | Romero Ronconi I Silvio Pacheco

    Impresso

    Fast Design

    permitida a reproduo total ou parcial desta publicao, desde que citada a fonte.

    AXX Abastecimento de gua: Operao, manuteno e monitoramento de estaes de tratamentode gua: guia do profissional em treinamento: nvel 1 / Secretaria Nacional de SaneamentoAmbiental (org). Salvador: ReCESA, 2008. 112 p.

    Nota: Realizao do NURENE Ncleo Regional Nordeste; coordenao de Viviana MariaZanta, Jos Fernando Thom Juc, Heber Pimentel Gomes e Marco Aurlio Holanda de

    Castro.

    1. gua e sade pblica. 2. O Laboratrio no Contexto da ETA: Pontos de Amostragem,Coleta e Preservao de Amostras, Interpretao de Resultados 3. Manuteno ecalibragem de equipamentos. Procedimentos Analticos: cor, turbidez, pH, cloro residual,alumnio e fluoretos 4. Abastecimento de gua - Aspectos ambientais. Noes Bsicas deTratamento de gua. 5. Medio de Vazo e Dosagem de Produtos Qumicos. 6.Operao de ETAs de filtrao lenta, filtrao direta, flotofiltrao, clarificao porcontato (filtro russo) e tratamento convencional. 7. Manuteno Preventiva e Corretivade Equipamentos 8. Equipamento de Proteo Individual e Coletiva, Manuseio eArmazenamento de Produtos Qumicos.

    CDD XXX.X

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    Apresentao da ReCESAApresentao da ReCESAApresentao da ReCESAApresentao da ReCESA

    A criao do Ministrio das CidadesMinistrio das CidadesMinistrio das CidadesMinistrio das Cidades no

    Governo do Presidente Luiz Incio Lula daSilva, em 2003, permitiu que os imensos

    desafios urbanos passassem a ser

    encarados como poltica de Estado. Nesse

    contexto, a Secretaria Nacional deSecretaria Nacional deSecretaria Nacional deSecretaria Nacional de

    Saneamento AmbientalSaneamento AmbientalSaneamento AmbientalSaneamento Ambiental (SNSA) inaugurou

    um paradigma que inscreve o saneamento

    como poltica pblica, com dimenso

    urbana e ambiental, promotora de

    desenvolvimento e reduo das

    desigualdades sociais. Uma concepo desaneamento em que a tcnica e a

    tecnologia so colocadas a favor da

    prestao de um servio pblico e

    essencial.

    A misso da SNSA ganhou maior relevncia

    e efetividade com a agenda do saneamento

    para o quadrinio 2007-2010, haja vista a

    deciso do Governo Federal de destinar,

    dos recursos reservados ao Programa de

    Acelerao do Crescimento (PAC), 40bilhes de reais para investimentos em

    saneamento.

    Nesse novo cenrio, a SNSA conduz aes

    de capacitao como um dos instrumentos

    estratgicos para a modificao de

    paradigmas, o alcance de melhorias de

    desempenho e da qualidade na prestao

    dos servios e a integrao de polticas

    setoriais. O projeto de estruturao da

    Rede de Capacitao e ExtensoRede de Capacitao e ExtensoRede de Capacitao e ExtensoRede de Capacitao e Extenso

    Tecnolgica em Saneamento AmbientalTecnolgica em Saneamento AmbientalTecnolgica em Saneamento AmbientalTecnolgica em Saneamento Ambiental

    ReCESAReCESAReCESAReCESA constitui importante iniciativa

    nessa direo.

    A ReCESA tem o propsito de reunir um

    conjunto de instituies e entidades como objetivo de coordenar o

    desenvolvimento de propostas

    pedaggicas e de material didtico, bem

    como promover aes de intercmbio e

    de extenso tecnolgica que levem em

    considerao as peculiaridades regionais

    e as diferentes polticas, tcnicas e

    tecnologias visando capacitar

    profissionais para a operao,

    manuteno e gesto dos sistemas eservios de saneamento. Para a

    estruturao da ReCESA foram formados

    Ncleos Regionais e um Comit Gestor,

    em nvel nacional.

    Por fim, cabe destacar que este projeto

    tem sido bastante desafiador para todos

    ns: um grupo predominantemente

    formado por profissionais da rea de

    engenharia que compreendeu a

    necessidade de agregar outros olhares esaberes, ainda que para isso tenha sido

    necessrio "contornar todos os meandros

    do rio, antes de chegar ao seu curso

    principal".

    Comit Gestor da ReCESAComit Gestor da ReCESAComit Gestor da ReCESAComit Gestor da ReCESA

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    NURENENURENENURENENURENE Os GuiasOs GuiasOs GuiasOs Guias

    O Ncleo Regional Nordeste (NURENE)

    tem por objetivo o desenvolvimento de

    atividades de capacitao de

    profissionais da rea de saneamento, em

    quatro estados da regio Nordeste do

    Brasil: Bahia, Cear, Paraba e

    Pernambuco.

    O NURENE coordenado pela

    Universidade Federal da Bahia (UFBA),

    tendo como instituies co-executoras aUniversidade Federal do Cear (UFC), a

    Universidade Federal da Paraba (UFPB) e

    a Universidade Federal de Pernambuco

    (UFPE).

    O NURENE espera que suas atividades

    possam contribuir para a alterao do

    quadro sanitrio do Nordeste e,

    consequentemente, para a melhoria da

    qualidade de vida da populao dessa

    regio marcada pela desigualdade social.

    Coordenadores Institucionais doCoordenadores Institucionais doCoordenadores Institucionais doCoordenadores Institucionais do

    NURENENURENENURENENURENE

    A coletnea de materiais didticos

    produzidos pelo NURENE composta

    de 19 guias que sero utilizados nas

    Oficinas de Capacitao para

    profissionais que atuam na rea de

    saneamento. Quatro guias tratam de

    temas transversais, quatro abordam o

    manejo das guas pluviais, trs esto

    relacionados aos sistemas de

    abastecimento de gua, trs so sobre

    esgotamento sanitrio e cinco versam

    sobre o manejo dos resduos slidos e

    limpeza pblica.

    O pblico alvo do NURENE envolve

    profissionais que atuam na rea dos

    servios de saneamento e que possuem

    um grau de escolaridade que varia do

    semi-alfabetizado ao terceiro grau.

    Os guias representam um esforo do

    NURENE no sentido de abordar as

    temticas de saneamento segundo uma

    proposta pedaggica pautada no

    reconhecimento das prticas atuais e

    em uma reflexo crtica sobre essas

    aes para a produo de uma nova

    prtica capaz de contribuir para a

    promoo de um saneamento de

    qualidade para todos.

    Equipe da Central de Produo deEquipe da Central de Produo deEquipe da Central de Produo deEquipe da Central de Produo de

    Material DidticoMaterial DidticoMaterial DidticoMaterial Didtico CPMDCPMDCPMDCPMD

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    Apresentao daApresentao daApresentao daApresentao da rearearearea temticatemticatemticatemtica

    Abastecimento de guaAbastecimento de guaAbastecimento de guaAbastecimento de gua

    Um dos desafios que se apresenta hoje para o saneamento a

    adoo de tecnologias e prticas para o uso racional dos

    recursos hdricos e controle de perdas em sistemas de

    abastecimento. Em termos qualitativos, exige-se a

    preservao dos mananciais e o controle da qualidade da gua

    para consumo humano. O atendimento a esses requisitos

    proporcionar uma maior eficincia e eficcia dos sistemas de

    abastecimento de gua, garantindo, conseqentemente, o

    direito social gua.

    Conselho Editorial de Abastecimento de gua

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    Guia do profissional em treinamento - ReCESAReCESAReCESAReCESA

    SUMARIO

    gua e Sade Pblica.............................................................................................................................

    Problemas de sade decorrentes da m qualidade da gua para consumo humano .

    A Situao Atual do Abastecimento de gua ...........................................................................

    Princpios e Objetivos do Padro de Potabilidade ..................................................................

    O Laboratrio no Contexto da ETA: Pontos de Amostragem, Coleta e Preservao de

    Amostras, Interpretao de Resultados .........................................................................................

    Plano de Amostragem .....................................................................................................................

    Coleta de Amostras ..........................................................................................................................

    Anlise Laboratorial .........................................................................................................................

    Controle de Qualidade Analtica...................................................................................................

    Processamento de dados e Interpretao dos Resultados...................................................

    Manuteno e calibragem de equipamentos. Procedimentos Analticos: cor, turbidez,

    pH, cloro residual, alumnio e fluoretos ........................................................................................

    Noes Bsicas de Tratamento de gua........................................................................................

    Medio de Vazo e Dosagem de Produtos Qumicos ..............................................................

    Operao de ETAs de filtrao lenta, filtrao direta, flotofiltrao, clarificao por

    contato (filtro russo) e tratamento convencional........................................................................

    Manuteno Preventiva e Corretiva de Equipamentos ..............................................................

    Equipamento de Proteo Individual e Coletiva, Manuseio e Armazenamento de

    Produtos Qumicos ...............................................................................................................................

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    Guia do profissional em treinamento - ReCESAReCESAReCESAReCESA

    gua e Sade Pblicagua e Sade Pblicagua e Sade Pblicagua e Sade Pblica

    O papel essencial da gua para a sobrevivncia humana e para o

    desenvolvimento das sociedades de conhecimento geral, ou seja, a gua

    tem influncia direta sobre a sade, a qualidade de vida e o desenvolvimento

    do ser humano. Durante toda a histria, o homem buscou locais onde h,

    predominantemente, a presena de gua em condies tais que possa ser

    usada, no mnimo, para suas necessidades bsicas. Dessa forma, pode-se

    inferir que esta fator limitante ou condicionante de todo e qualquer

    desenvolvimento econmico e social. O abuso contnuo no aproveitamento

    desse recurso natural leva degradao da qualidade da gua, sua

    escassez e deteriorao geral do meio ambiente (NIEMCZYNOWICZ, 1992).

    medida que a populao e a indstria crescem, a demanda por gua aumenta, tornando seu

    suprimento um problema cada vez mais grave. Um estudo realizado por Postel (1993), afirma

    que, desde 1950, o uso global de gua mais do que triplicou. Levando-se em conta que a

    carncia desse bem uma grave restrio produo de alimentos, ao desenvolvimento

    econmico e proteo dos sistemas naturais, algumas medidas tcnicas e econmicas devem

    ser tomadas tendo como finalidade: melhorar a eficincia na gesto dos recursos hdricos,

    visando reduzir o desperdcio de gua na agricultura, na indstria e nos sistemas pblicos de

    abastecimento, bem como promover reduo das cargas poluidoras dos efluentes lanados nos

    corpos dgua.

    Existem registros sobre a compreenso da associao entre gua de consumo humano e sade,

    datados dos tempos mais remotos. Contudo, essa compreenso verifica-se apenas em algumas

    poucas situaes e em algumas culturas e tem bases explicativas muito distintas das

    atualmente disponveis do conhecimento cientfico moderno. Identificam-se desde cuidados

    com a qualidade da gua de consumo, como o relato do ano 2000 a.C, na ndia, recomendando

    que a gua impura deve ser purificada, atravs da fervura pelo fogo, pelo aquecimento no sol,

    mergulhando um ferro em brasa dentro dela, ou ainda por filtrao em areia ou cascalho, e

    ento resfriada (USEPA, 1990). Outras civilizaes tambm se preocupavam com a questo do

    saneamento ambiental conforme apresentado na Figura 1.

    OB ETIVOS:

    Apresentar a

    importncia da

    qualidade da

    gua para

    consumo

    humano e o

    controle do

    padro depotabilidade.

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    Guia do profissional em treinamento - ReCESAReCESAReCESAReCESA

    FiguraFiguraFiguraFigura 1111. Flagrantes da preocupao de civilizaes antigas com a questo do saneamento ambiental.

    O estudo, Alm da Escassez: Poder, Pobreza e a Crise Mundial do Fornecimento de gua

    (PNUD, 2006), cita os vrios casos de doenas e mortes que poderiam ser evitadas com o

    fornecimento adequado de gua e esgotamento sanitrio. Anualmente, 1,8 milho de crianas

    morrem de diarria (o equivalente a 205 crianas por hora), 443 milhes faltam escola por

    doenas causadas pelo consumo de gua inadequada e metade da populao dos pases em

    desenvolvimento passa por algum problema de sade dessa natureza. A Figura 2 apresenta

    alguns flagrantes da situao atual do saneamento em algumas comunidades no Brasil.

    Figura.Figura.Figura.Figura. 2222.... Flagrantes da situao atual do saneamento em algumas comunidades no Brasil.

    Um grande desafio dos tomadores de deciso atender s necessidades da populao sem

    comprometer a possibilidade das futuras geraes terem suas necessidades atendidas. Na

    busca desse desenvolvimento sustentvel, o uso da gua de maneira responsvel um dos

    principais objetivos da gesto democrtica.

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    Problemas de sade decorrentes da m qualidade da gua para consumo

    humano

    A qualidade da gua, por si s (em particular a qualidade microbiolgica da gua), tem uma

    grande influncia sobre a sade. Se no for adequada, pode ocasionar surtos de doenas e

    causar srias epidemias. Os riscos sade, associados gua, podem ser de curto prazo

    (quando resultam da poluio de gua causada por elementos microbiolgicos ou qumicos) ou

    de mdio e longo prazos (quando resultam do consumo regular e contnuo, durante meses ou

    anos, de gua contaminada com produtos qumicos, como certos metais ou pesticidas).

    A importncia sanitria do abastecimento de gua das mais ponderveis. A implantao ou

    melhoria dos servios de abastecimento de gua traz como resultado uma rpida e sensvel

    melhoria na sade e nas condies de vida de uma comunidade, principalmente, por meio do

    controle e preveno de doenas. Constitui o melhor investimento em beneficio da sade

    publica.

    Dos muitos usos que a gua pode ter, alguns esto intimamente relacionados com a sade

    humana, podendo se dar de forma direta ou indireta:

    Forma direta gua utilizada como bebida, preparao de alimentos, higiene corporal

    ou a que, por razes profissionais ou outras quaisquer, venham a ter contato direto com

    a pele ou mucosa do corpo humano.

    Forma indireta gua empregada na manuteno da higiene do ambiente e em especial,

    dos locais, instalaes e utenslios utilizados no manuseio, preparo e ingesto de

    alimentos. Como tambm, gua utilizada na rega de hortalias ou nos criadouros de

    moluscos, peixes, camares, mariscos e mexilhes.

    Tanto a qualidade quanto a quantidade de gua tm grande importncia na preveno de

    doenas, pois sua escassez dificulta a limpeza corporal e do ambiente, permitindo, assim, a

    disseminao de enfermidades associadas falta de higiene.

    A classificao ambiental das infeces relacionadas com a gua, segundo Cairncross e

    Feachem (1990), origina-se da compreenso dos mecanismos de transmisso, que se agrupam

    em quatro categorias:

    transmisso hdrica: ocorre quando o patognico encontra-se na gua que ingerida

    (diarrias e disenterias, febres entricas, poliomielite, hepatite A, leptospirose,

    ascaridase e tricurase);

    transmisso relacionada com a higiene: identificada como aquela que pode ser

    interrompida pela implantao de higiene pessoal e domstica (diarrias e disenterias,

    febres entricas, poliomielite, hepatite A, leptospirose, ascaridase e tricurase; Infeces

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    Guia do profissional em treinamento - ReCESAReCESAReCESAReCESA

    da pele e dos olhos, tifo transmitido por pulgas e febre recorrente transmitida por

    pulgas);

    transmisso baseada na gua: caracterizada quando o patognico desenvolve parte de

    seu ciclo vital em um animal aqutico (por penetrao na pele esquistossomose, por

    ingesto - difilobotrase e outras infeces por helmintos);

    transmisso atravs de um inseto vetor: na qual insetos, que procriam na gua ou cuja

    picadura ocorre prximo a ela, so os transmissores (picadura prximo gua - doena

    do sono, procriam na gua filariose, malria, arboviroses (febre amarela, dengue e

    leishmaniose).

    A Situao Atual do Abastecimento de gua

    Distribuio de gua no planetaDistribuio de gua no planetaDistribuio de gua no planetaDistribuio de gua no planeta

    Embora trs quartos da superfcie terrestre sejam compostas de gua, a maior parte no est

    disponvel para consumo humano, pois 97% gua salgada, encontrada nos oceanos e mares e

    2% formam geleiras inacessveis (Figura 3).

    Apenas 1% de toda a gua doce podendo ser utilizada para consumo do homem e animais. E,

    deste total, 97% esto armazenados em fontes subterrneas.

    As guas doces superficiais - lagos, rios e barragens - utilizadas para tratamento e distribuio

    nos sistemas de tratamento vm sofrendo os efeitos da degradao ambiental que atinge cada

    vez mais intensamente os recursos hdricos em todo o mundo.

    FiguraFiguraFiguraFigura 3333.... Distribuio de gua no planeta.

    Oceanos e

    mares 97,3%

    2,15%

    0,6%

    Geleiras

    gua Doce

    Rios, lagos e barragens(1,5%)

    gua subterrnea(98,5%)

    Fonte:UNIGUA(20

    06)

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    Guia do profissional em treinamento - ReCESAReCESAReCESAReCESA

    O Brasil detm 13,8% de toda a gua doce superficial da Terra (UNIGUA, 2006). Deste

    percentual, 68,5% est localizada na Regio Norte e apenas 31,5% est distribudo de forma

    desigual pelo resto do pas, sendo esta ltima parcela responsvel pelo abastecimento de 92,3%

    da populao brasileira (Quadro 1).

    Apesar da grande disponibilidade do Brasil, ainda vivemos situaes de carncia na regioNordeste, principalmente, durante os perodos de estiagens prolongados. Esse problema vem

    se manifestando em outras partes do Pas devido a falhas de suprimento, a cultura de

    desperdcio, superexplorao,alm de fatores climticos.

    QuadroQuadroQuadroQuadro 1111.... Distribuio da populao, recursos hdricos e disponibilidade hdrica no Brasil.

    RegioPopulao

    (hab)(%)

    Recursos Hdricos

    (%)

    Disponibilidade Hdrica

    (m/hab.ano)

    Norte 12.919.949 7,6 68,5 494.445

    Nordeste 47.676.381 28,1 3,3 3.853

    Sudeste 72.262.411 42,6 6,0 4.545

    Sul 25.071.211 14,8 6,5 14.824

    Centro-Oeste 11.611.491 6,8 15,7 64.273Fonte: Adaptado de Maia Neto (1997)

    Situao do Abastecimento no BrasilSituao do Abastecimento no BrasilSituao do Abastecimento no BrasilSituao do Abastecimento no Brasil

    Para compreender a situao do abastecimento no Brasil necessrio considerar os vrios

    aspectos relacionados com o tema, como a populao efetivamente atendida, a quantidade de

    gua tratada e distribuda, os tipos de tratamento utilizados, as redes existentes e sua

    manuteno, a incidncia de racionamento de gua e as perdas de gua.

    A evoluo da prestao dos servios de abastecimento de gua no Brasil, apresentada naFigura 4, demonstra a forte elevao dos ndices de atendimento a partir da dcada de 70 -

    com a instituio do PLANASA, poca de grande disponibilidade de recursos.

    Figura 4Figura 4Figura 4Figura 4.... Evoluo dos Servios de gua no Brasil (%).

    Fonte:IBGE(2004)

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    Guia do profissional em treinamento - ReCESAReCESAReCESAReCESA

    O Sistema Nacional de Informaes sobre Saneamento SNIS, elaborou por meio de

    amostragem o ndice de atendimento total de gua distribudo em 5 faixas percentuais,

    segundo os estados brasileiros, conforme apresentado na Figura 5. Pode-se observar que So

    Paulo, Mato Grosso do Sul e Braslia apresentaram os maiores ndices de atendimento total de

    gua. Na contramo dessa realidade est o estado de Rondnia.

    Figura 5Figura 5Figura 5Figura 5.... Representao espacial do ndice de atendimento total de gua dos participantes do SNIS em

    2004, distribudo por faixas percentuais, segundo os estados brasileiros.

    Com relao ao tratamento da gua distribuda, destaca-se que entre 1989 e 2000, o nmero

    de estaes de tratamento aumentou no Pas, numa proporo de 83,5%, tendo passado de

    2.485 para 4.560, entre unidades de tratamento convencional e no-convencional (Figura 6),

    segundo informaes do IBGE (2004).

    Fon

    te:SNIS(2005)

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    FiguraFiguraFiguraFigura 6666.... Evoluo do nmero de estaes de tratamento de gua, segundo as Grandes Regies -

    Brasil - 1989/2000.

    No Brasil, a maior parte do volume de gua tratada distribuda (75%) sofre o processo

    convencional de tratamento, empregado em maiores propores nas Regies Nordeste, Sudeste

    e Sul (Figura 7). J na Regio Norte, onde o tratamento convencional menos usado, a

    proporo da gua tratada por processos no-convencionais atinge 33,8% do volume

    distribudo. A simples desinfeco ocorre em todas as regies, numa proporo em torno de

    20% do volume distribudo, com exceo da Regio Sul, onde atinge apenas 9,6% (IBGE, 2004).

    ,

    , ,

    ,

    ,

    , ,, ,

    ,, , ,

    ,

    ,

    ,,

    FiguraFiguraFiguraFigura 7777.... Proporo do volume de gua tratada distribuda por dia, por tipo de

    tratamento utilizado, segundo as Grandes Regies - Brasil - 1989/2000.

    Fonte:IBGE(2004)

    Fonte:IBGE(2004)

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    Princpios e Objetivos do Padro de Potabilidade

    At meados do sculo XX, a qualidade da gua para consumo humano era avaliada,

    essencialmente, por meio das suas caractersticas organolpticas, tendo como base o senso

    comum da exigncia de aparncia lmpida, sabor agradvel ao paladar e ausncia de cheiro. No

    entanto, esse tipo de avaliao foi se revelando falvel em termos de proteo de sade pblica

    contra microrganismos patognicos e contra substncias qumicas perigosas presentes na

    gua. Tornou-se, assim, necessrio estabelecer normas paramtricas que traduzissem, de

    forma objetiva, as caractersticas a que deveria apresentar uma gua destinada a consumo

    humano.

    Na atualidade, a Organizao Mundial de Sade (OMS) a instituio que acompanha e

    recomenda os valores mximos permitidos de impurezas na gua, a partir dos estudos

    toxicolgicos realizados em todo o mundo e publicados em diferentes revistas e eventoscientficos especializados no tema. Todavia, pases como os Estados Unidos, o Canad, e a

    Comunidade Europia, apesar de se basearem tambm nas recomendaes da OMS, estimulam

    pesquisas toxicolgicas e bioensaios que, reciprocamente, acabam servindo de referncia tanto

    para a OMS como para os demais pases. Todas as normas e legislao de potabilidade no

    Brasil seguem, basicamente, os padres recomendados pela Organizao Mundial de Sade no

    Guidelines for Drinking-Water Quality(WHO, 2004).

    Libnio (2005) enfatiza que no Brasil, somente em 1977, com o advento da Portaria 56 do

    Ministrio da Sade (BRASIL, 1977), foi estabelecido o primeiro padro de potabilidade

    definindo os limites mximos para as diversas caractersticas fsicas, qumicas e biolgicasinerentes s guas de consumo humano. At ento, recomendaes do Servio Norte-

    Americano de Sade Pblica (United States Public Health Service) constituam o nico balizador

    em relao qualidade de gua potvel. Em 1990, o Ministrio da Sade publica a Portaria 36

    (BRASIL, 1990), aumentando o nmero de parmetros e tornando alguns limites mais

    restritivos.

    Voc sabia!Voc sabia!Voc sabia!Voc sabia!

    As pesquisas toxicolgicaspesquisas toxicolgicaspesquisas toxicolgicaspesquisas toxicolgicas estudam os efeitos nocivos produzidos por

    agente qumico ou mistura complexa sobre os organismos vivos,objetivando manter e aumentar a segurana sade humana.

    BioensaiosBioensaiosBioensaiosBioensaios so experimentos in sito ou em laboratrio que investigam o

    papel de substncias qumicas em um contexto biolgico, ecolgico e/ouevolutivo.

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    Aps um amplo processo de reviso da Portaria 36, foi publicada em dezembro de 2000, a

    Portaria 1.469 (BRASIL, 2000). J em 2004 essa Portaria foi revogada, passando a vigorar a

    Portaria 518 (BRASIL, 2004), mantendo-se inalterados o nmero de parmetros e os valores

    mximos permissveis de cada um deles. Houve adequaes no que concerne ao tratamento

    por filtrao de gua, captada em manancial superficial e distribuda por meio de canalizao e

    instituda a obrigao do monitoramento de cianobactrias e cianotoxinas.

    Alm dos 22 parmetros inseridos na Portaria 518/2004, que no constavam na Portaria 36,

    foram includos alguns pesticidas e mantidos alguns agrotxicos-organoclorados no mais

    comercializados no Brasil Aldrin, Endrin e Dieldrin, mas de alta persistncia no solo e, por

    conseguinte, nas guas. Esses, freqentemente, se manifestam em monitoramento em bacias

    hidrogrficas nas quais h atividade agrcola.

    A Portaria 518/2004 estabeleceu tambm, os procedimentos e responsabilidades relativos aocontrole e vigilncia da qualidade da gua para consumo humano. Questes importantes foram

    contempladas, implicando em significativo avano, tanto em termos da abrangncia da

    legislao, definio mais clara de papis dos diversos rgos envolvidos, como do respeito ao

    prprio padro de potabilidade. Por fim, pode ser destacado a insero das cianobactrias,

    poca, de forma indita em relao aos padres internacionais.

    Para se assegurar a potabilidade da gua para consumo humano nos termos definidos pela

    Portaria 518/2004 essencial que a concepo, o projeto, a construo e, sobretudo, a

    operao das unidades do sistema de abastecimento de gua sejam realizadas com a

    preocupao de reduzir riscos sade.

    A Portaria 518/2004 define que o fornecimento de gua s populaes pode ser realizado por

    dois diferentes tipos de instalaes:

    sistemasistemasistemasistema de abastecimento de gua para consumo humanode abastecimento de gua para consumo humanode abastecimento de gua para consumo humanode abastecimento de gua para consumo humano instalao composta por

    conjunto de obras civis, materiais e equipamentos, destinado produo e

    distribuio canalizada de gua potvel para populaes, sob a responsabilidade do

    poder pblico, mesmo que administrada em regime de concesso ou permisso.

    Voc Sabia!Voc Sabia!Voc Sabia!Voc Sabia!

    Cianobactrias, cianofceas ou algas azuisCianobactrias, cianofceas ou algas azuisCianobactrias, cianofceas ou algas azuisCianobactrias, cianofceas ou algas azuis so microorganismos procariticos

    autotrficos, capazes de ocorrer em qualquer manancial superficial,

    especialmente naqueles com elevados nveis de nutrientes (nitrognio e

    fsforo), podendo produzir toxinas com efeitos adversos sade (BRASIL,

    2004).

    Atualmente, a remoo de cianobactrias e suas toxinas um dos maioresdesafios do tratamento da gua.

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    soluo alternativa de abastecimento de gua para consumo humanosoluo alternativa de abastecimento de gua para consumo humanosoluo alternativa de abastecimento de gua para consumo humanosoluo alternativa de abastecimento de gua para consumo humano toda

    modalidade de abastecimento coletivo de gua distinta do sistema de abastecimento

    de gua, incluindo, entre outras, fonte, poo comunitrio, distribuio por veculo

    transportador, instalaes condominiais horizontal e vertical.

    Deve ser lembrado tambm que, se a gua captada estiver poluda por determinadas

    substncias, no ser possvel torn-la potvel pelos processos de tratamento de gua

    usualmente utilizados em sistemas de abastecimento de gua.

    Recentemente, foi publicado o Decreto Presidencial N. 5.440 (BRASIL, 2005), estabelecendo

    definies e procedimentos sobre o controle de qualidade da gua de sistemas de

    abastecimento, determinando a divulgao de informao ao consumidor sobre a qualidade da

    gua para consumo humano. Dentre os mecanismos do Decreto Presidencial, destacam-se:

    disponibilizao de relatrios anuais, por parte das prestadoras dos servios, sobre a qualidade

    da gua para consumo humano, com ampla divulgao nacional e disponibilizao de

    informaes mensais nas contas de gua. Essas devero trazer esclarecimentos quanto ao

    significado dos parmetros neles mencionados, em linguagem acessvel ao consumidor (Anexo

    - Art. 6 Decreto Presidencial n 5.440/05). De acordo com o Artigo 5, o relatrio anual deve

    conter tambm particularidades prprias do manancial ou do sistema de abastecimento, como

    presena de algas com potencial txico, ocorrncia de flor natural no aqfero subterrneo,

    ocorrncia sistemtica de agrotxico no manancial, intermitncia, dentre outras, e as aes

    corretivas e preventivas que esto sendo adotadas para sua regularizao.

    Voc Sabia!

    O manancialmanancialmanancialmanancial uma das partes mais importantes de um

    sistema de abastecimento de gua, pois, de sua escolha

    criteriosa depende as condies de abastecimento de gua,

    no que se refere tanto quantidade como qualidade da

    gua a ser disponibilizada populao.

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    O Laboratrio no Contexto da ETA: Pontos de Amostragem,O Laboratrio no Contexto da ETA: Pontos de Amostragem,O Laboratrio no Contexto da ETA: Pontos de Amostragem,O Laboratrio no Contexto da ETA: Pontos de Amostragem,

    Coleta e Preservao de Amostras, Interpretao deColeta e Preservao de Amostras, Interpretao deColeta e Preservao de Amostras, Interpretao deColeta e Preservao de Amostras, Interpretao de

    ResultadosResultadosResultadosResultados

    Os prestadores de servios de abastecimento de gua tm que assegurar o

    controle de qualidade da gua destinada ao consumo humano, de modo que

    esta atenda aos padres de potabilidade constantes na Portaria n 518/04,

    do Ministrio da Sade.

    A referida Portaria define este controle como sendo um conjunto de

    atividades exercidas de forma contnua pelos responsveis pela operao desistema ou soluo alternativa de abastecimento, destinadas a verificar se a

    gua fornecida populao potvel.

    O controle permite ao titular do servio, alm da verificao da potabilidade

    da gua, a definio de aes operacionais e gerenciais que adqem sua

    qualidade ao padro exigido pela legislao vigente. Destacam-se como aes a padronizao

    na operao dos equipamentos, sistemas e processos do tratamento adotado, assim como

    atitudes diante de anormalidades previsveis, o que no exclui a adoo de estratgias

    operacionais de acordo com o bom senso do operador em casos no previstos.

    Assim, o controle de qualidade da gua do sistema de abastecimento, inclusive da ETA (Estao

    de Tratamento de gua), compreende as atividades de: planejamento da amostragem; coleta de

    amostras; anlise laboratorial; controle de qualidade analtica; interpretao dos resultados das

    anlises e estratgia de informaes.

    Neste contexto, um laboratrio situado na ETA de extrema importncia, pois tem como

    funes: realizar as anlises dos parmetros necessrios ao controle do processo de

    tratamento, avaliar sua eficincia; realizar anlises dos parmetros operacionais do controle de

    qualidade da gua do sistema de distribuio (reservatrios e rede).

    OB ETIVOS:

    Apresentar a

    importncia do

    laboratrio para

    o controle de

    qualidade, bem

    como,

    conhecimentos

    sobre

    amostragem e

    interpretao deresultados.

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    Plano de Amostragem

    A elaborao de um plano de amostragem para caracterizao da qualidade da gua em

    sistemas de abastecimento requer alm da definio dos pontos de coleta, o que inclui aestao de tratamento, a definio das etapas subseqentes tais como: anlises laboratoriais,

    interpretao de dados, elaborao de relatrios e tomadas de decises.

    Esse plano vai alm da execuo de uma metodologia de coleta, uma vez que as observaes e

    dados de campo contribuem para a interpretao dos resultados analticos.

    Os prestadores de servios de gua, responsveis pelo controle da qualidade da gua de

    sistema ou soluo alternativa de abastecimento de gua, devem elaborar e aprovar, junto

    autoridade de sade pblica, o plano de amostragem de cada sistema, respeitando o que estexpresso na Portaria n 518/04, do Ministrio da Sade. Esse deve ser feito de maneira a

    abranger os seguintes aspectos:

    TCNICO

    Definio dos pontos de coleta de amostras.

    Definio do nmero e freqncia de amostras.

    Seleo dos parmetros a serem analisados.

    Conhecimento dos mtodos de anlises utilizados pelo laboratrio.

    LOGSTICO

    Levantamento do tipo e quantidade de frascos, reagentes e equipamentos para

    medies em campo.

    Levantamento da infra-estrutura de apoio: viatura, combustvel, etc..

    Levantamento do tamanho da equipe para o trabalho de campo, transporte das

    amostras, avaliao dos resultados das anlises laboratoriais.

    Levantamento de custos financeiros para implantao e desenvolvimento do

    plano de amostragem.

    Para possibilitar a melhor elaborao do plano de amostragem so necessrias as seguintes

    informaes:

    Planta baixa do municpio em escala conveniente que possibilite de preferncia

    ter uma viso territorial do espao urbano e rural em uma nica prancha.

    Planta do sistema de abastecimento de gua (rede de distribuio, delimitao

    dos sistemas, zonas de presso, localizao dos reservatrios, etc.).

    Populao abastecida por rede de gua.

    Populao servida por rede de esgoto.

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    Relatrio de inspeo do sistema de abastecimento de gua com informaes do

    tipo e qualidade do manancial at a rede de distribuio.

    Resultado das anlises de controle de qualidade de gua realizada pelos

    laboratrios.

    Dados ambientais de vulnerabilidade contaminao (esgotos sanitrios,

    resduos slidos, indstrias, reas sujeitas a inundaes, etc.).

    Localizao na planta baixa do municpio das instituies que abriguem

    populao considerada mais vulnervel, tais como escolas, hospitais e servios

    de sade, creches, asilos ou outras que pelo tipo ou porte abasteam grande

    quantidade de pessoas, tais como Shopping Center, terminais de passageiros,

    locais de realizao de eventos etc.

    A no existncia de algumas informaes no implica na impossibilidade da elaborao de um

    plano de amostragem, porm poder prejudicar na definio de critrios de risco sade.

    Pontos de AmostragemPontos de AmostragemPontos de AmostragemPontos de Amostragem

    Segundo a Portaria 518/04, a definio dos pontos de amostragem, para coleta de amostras e

    verificaes da qualidade da gua, deve ser feita de modo a se obter informaes

    representativas do sistema de abastecimento (reservatrios e rede de distribuio). Essa

    representatividade pode ser obtida aliando a distribuio espacial de pontos de coleta de

    amostra de gua e as reas de risco do sistema.

    Entende-se por distribuio espacial, a localizao de pontos de coleta de amostras de guas

    na rede de abastecimento de forma que toda a rea de abrangncia da rede esteja representadade forma eqitativa. Por rea de risco, a escolha de pontos de coleta na rede, prximos a locais

    que possam influir na qualidade da gua, que abastecem grandes consumidores, ou

    consumidores suscetveis (hospitais, creches, escolas, etc.). Assim pontos crticos e no crticos

    do sistema, em endereos fixos e variveis devem ser monitorados.

    Em outras palavras, a representatividade da amostragem pode ser obtida, segundo a referida

    Portaria, combinando critrios de abrangncia espacial e pontos estratgicos do sistema,

    entendidos como aqueles prximos a grande circulao de pessoas (terminais rodovirios,

    terminais ferrovirios, etc.) ou edifcios que alberguem grupos populacionais de risco

    (hospitais, creches, asilos, etc.), aqueles localizados em trechos vulnerveis do sistema dedistribuio (pontas de rede, pontos de queda de presso, locais afetados por manobras,

    sujeitos intermitncia de abastecimento, reservatrios, etc.) e locais com sistemticas

    notificaes de agravos sade tendo como possveis causas agentes presentes na gua.

    Para satisfazer dois princpios fundamentais - representatividade e abrangncia espacial, o

    Quadro 2, apresenta alguns critrios para a definio dos pontos de amostragem para o

    monitoramento da qualidade da gua.

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    Um plano de amostragem poder contemplar todos ou apenas alguns dos critrios

    anteriormente listados, dependendo da situao encontrada no municpio.

    De qualquer forma, no local escolhido para a coleta de gua na rede de distribuio deve haver,

    necessariamente, uma torneira junto ao cavalete. Caso no exista prefervel escolher outro

    ponto para coleta.

    Quadro 2.Quadro 2.Quadro 2.Quadro 2. Critrios para definio dos pontos de amostragem no sistema de abastecimento (rede e

    reservatrios).

    Entrada no sistema de distribuio

    Sada de reservatrios de acumulao

    Pontos na rede de distribuio (rede nova e antiga):

    reas mais densamente povoadas

    reas sujeitas presso negativa na rede de distribuio

    rea de passivo ambiental

    Distribuio

    espacial

    Zonas altas e zonas baixas

    Consumidores representativos e de maior risco. (hospitais, escolas, creches, clubes, etc).Locais de

    risco reas prximas a pontos de poluio (indstrias, escolas, creches, clubes, etc)

    Tambm, dentro da estao de tratamento, devem existir vrios pontos de amostragem e de

    anlise automtica de diversos parmetros da qualidade da gua. Essa anlise permite um

    monitoramento constante da eficincia de cada unidade de tratamento, e a verificao do

    controle da qualidade da gua produzida, isto , desde o seu estado bruto at concluso do

    tratamento. Em geral, os pontos de controle de gua em uma ETA esto localizados na entrada

    (gua bruta) e nas unidades de decantao, filtrao e desinfeco. A coleta de gua destes

    pontos pode ser feita no prprio laboratrio da ETA, uma vez que existe nas suas instalaes,

    uma zona de amostragem, que rene gua destas unidades e onde tm instaladas torneiras em

    tubulaes ligadas diretamente a unidades citadas.

    O Quadro 3 apresenta sugesto, do Ministrio da Sade (2006), de requisitos de controle na

    produo e abastecimento de gua para consumo humano.

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    QuadroQuadroQuadroQuadro 3.3.3.3. Requisitos de controle na produo e abastecimento de gua para consumo humano.

    ParmetroParmetroParmetroParmetro

    guaguaguaguaBrutaBrutaBrutaBruta

    (Entrada(Entrada(Entrada(Entradada ETA)da ETA)da ETA)da ETA)

    Mistura/Mistura/Mistura/Mistura/CoagulaoCoagulaoCoagulaoCoagulao

    FloculaoFloculaoFloculaoFloculao SedimentaoSedimentaoSedimentaoSedimentao FiltraoFiltraoFiltraoFiltraoDesinfecoDesinfecoDesinfecoDesinfeco/ Sada da/ Sada da/ Sada da/ Sada da

    EtaEtaEtaEta

    Vazo x x x x x xPerda de Carga xpH x x xDosagem de produtosqumicos

    x x

    Turbidez x x x xCor x xCarbono orgnico total xAlgas e toxinas x xColimetria x xContagem de bactriashetereotrficas

    x

    Cloro residual xCT xProdutos secundriosda desinfeco x

    Fonte: MS (2006) adaptado da WHO (2004).

    Parmetros a serem DeterminadosParmetros a serem DeterminadosParmetros a serem DeterminadosParmetros a serem Determinados

    O conceito de qualidade da gua encontra-se relacionado ao uso e s caractersticas fsicas,

    qumicas e biolgicas apresentadas pela gua que, por sua vez, so determinadas pelas

    substncias e microrganismos (parmetros) nela presentes. Assim, o padro de potabilidade da

    gua composto por um conjunto de caractersticas (parmetros) que lhe confere qualidade

    prpria para o consumo humano.

    Rotineiramente, e dependendo dos processos unitrios em uma ETA, os parmetros a serem

    analisados devem ser: pH; cloro residual; flor; turbidez; cor e organismos indicadores de

    contaminao. Por outro lado, os parmetros de controle de qualidade da gua exigidos pelo

    Ministrio da Sade (2006), para avaliar o desempenho dos processos de uma ETA so: pH, cor,

    turbidez, carbono orgnico total, algas e toxinas, contagem de bactrias heterotrficas, cloro

    residual, coliforme total e colimetria. O Quadro 4 apresenta para os parmetros citados, suas

    caractersticas gerais, a origem na gua e fatores de alterao e os inconvenientes.

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    Guia d

    ParmetroParmetroParmetroParmetro Caractersticas geraisCaractersticas geraisCaractersticas geraisCaractersticas gerais Origem nas guas e fatores de alteraoOrigem nas guas e fatores de alteraoOrigem nas guas e fatores de alteraoOrigem nas guas e fatores de alterao

    Alumnio

    O alumnio o principal constituinte de um

    grande nmero de componentes atmosfricos,

    particularmente de poeira derivada de solos e

    partculas originadas da combusto de carvoO alumnio pouco solvel em pH entre 5,5 e

    6,0, devendo apresentar maiores

    concentraes em profundidade, onde o pH

    menor e pode ocorrer anaerobiose.

    A gua tambm pode apresentar resduos de

    alumnio, j que este elemento empregado no

    tratamento, na etapa de coagulao e

    floculao. Assim, a principal via de exposiohumana no ocupacional pela ingesto de

    alimentos e gua. Na gua, o alumnio

    complexado e influenciado pelo pH,

    temperatura e a presena de fluoretos,

    sulfatos, matria orgnica e outros ligantes. O

    aumento da concentrao de alumnio est

    associado com o perodo de chuvas e,

    portanto, com a alta turbidez.

    O acmulo de

    associado ao a

    senil do tipo A

    .

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    Nmero e Freqncia da AmostragemNmero e Freqncia da AmostragemNmero e Freqncia da AmostragemNmero e Freqncia da Amostragem

    As informaes sobre a qualidade de gua referem-se a um perodo, que pode ser horrio,

    dirio, semanal, mensal e anual, durante o qual esta qualidade pode vir a variar. Por isso, a

    periodicidade da amostragem deve ser estabelecida de forma que as anlises mostrem

    variaes, de natureza aleatria ou sistemtica, que ocorrem na qualidade da gua. A

    freqncia com que so coletadas as amostras deve ser estabelecida com o objetivo de se obter

    informaes necessrias com o menor nmero possvel de amostras, levando em conta o

    aspecto custo-benefcio. Os resultados analticos devem reproduzir as variaes, espacial e

    temporal, da qualidade da gua amostrada.

    No Quadro 5 est apresentada a periodicidade para a coleta de amostras da gua bruta e

    tratada e os parmetros que devem ser analisados visando manter os padres de qualidade

    determinados pela Portaria 518/04 do Ministrio da Sade.

    QuadroQuadroQuadroQuadro 5555. Periodicidade e parmetros de qualidade da gua na ETA.

    PeriodicidadePeriodicidadePeriodicidadePeriodicidade ParmetrosParmetrosParmetrosParmetros

    De duas em 2 horas cor, pH, turbidez, cloro

    De quatro em 4 horas alcalinidade, flor

    Uma vez ao dia ferro e alumnio

    Uma vez por semana organismos indicadores de contaminao (na gua tratada)

    Coleta de Amostras

    Para que haja um adequado e eficiente programa de monitoramento da qualidade da gua, um

    dos passos mais importantes a coleta de amostras de gua. Essa coleta pode parecer umatarefa relativamente simples. Porm, mais do que mergulhar uma garrafa para retirar um certo

    volume de gua, torna-se necessrio obter uma amostra representativa e estabilizada do ponto

    amostrado e das condies locais que podem interferir, tanto na interpretao dos dados

    quanto nas prprias determinaes laboratoriais.

    Assim, tcnicos adequadamente treinados e motivados precisam observar e anotar quaisquer

    fatos ou anormalidades que possam interferir nas caractersticas da amostra como: cor, odor,

    ou aspecto estranho, presena de algas, leos, corantes, material sobrenadante, peixes ou

    outros animais aquticos mortos.

    A tcnica a ser adotada para coleta de amostras depende da gua a ser amostrada: gua bruta

    (entrada da ETA); gua tratada (sada da ETA); unidades do processo de tratamento

    (decantao, filtrao, desinfeco, etc); rede de distribuio; reservatrios setoriais da rede. A

    tcnica depende tambm da natureza do exame a ser realizado (fsico, qumico, biolgico) e do

    tipo de amostragem (amostra simples ou composta). Independentemente dessas

    caractersticas, porm, h os seguintes cuidados a serem tomados:

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    a. As amostras no devem incluir partculas grandes, detritos, folhas, ou outro tipo de

    material acidental.

    b. Para minimizar a contaminao da amostra convm recolh-la com a boca do frasco de

    coleta contra corrente.

    c. Coletar volume suficiente de amostra para eventual necessidade de se repetir anlise no

    laboratrio.

    d. Fazer todas as determinaes de campo em alquotas de amostras separadas das que

    sero enviadas ao laboratrio, evitando-se, assim, o risco de contaminao.

    e. Empregar somente os frascos recomendados para cada tipo de determinao. Verificar

    tambm a limpeza dos frascos e demais materiais de coleta (baldes, garrafas, pipetas

    etc.).

    f. A parte interna dos frascos e do material de coleta, assim como tampas, no podem ser

    tocadas com a mo ou ficar expostos ao p, fumaa e outras impurezas (gasolina, leo, e

    fumaa de exausto de veculos podem ser grandes fontes de contaminao de amostra).

    Recomenda-se, portanto, que os coletores usem luvas plsticas (cirrgicas e no

    coloridas) e no fumem durante a coleta das amostras.g. Imediatamente aps a coleta e preservao das amostras, coloc-las ao abrigo da luz

    solar.

    h. As amostras que exigem refrigerao para sua preservao devem ser acondicionadas em

    caixa de isopor com gelo. Observar que as amostras para anlise de oxignio dissolvido

    OD, no devem ser mantidas sob refrigerao.

    i. Manter o registro de todas as informaes de campo, preenchendo uma ficha de coleta

    por amostra, ou conjunto de amostras da mesma caracterstica contendo os seguintes

    dados: nmero da amostra; identificao do ponto de coleta; data e hora da coleta; tipo

    de amostra (gua bruta, tratada, etc); medidas de campo como pH, temperatura ar/gua

    etc; eventuais observaes de campo; condies meteorolgicas nas ltimas 24 horas;

    indicao dos parmetros a serem analisados; nome do responsvel pela coleta;

    equipamento utilizado (nome, tamanho, malha, capacidade, volume etc).

    Preservao de AmostrasPreservao de AmostrasPreservao de AmostrasPreservao de Amostras

    A confiabilidade e a interpretao adequada dos resultados analticos, depende da correta

    execuo dos procedimentos. O simples fato de abstrair uma amostra do seu local de origem e

    coloc-la em contato com as paredes de recipientes e, portanto, sujeitando-a a um novo

    ambiente fsico, pode ser suficiente para romper este equilbrio natural e conferir mudanas na

    sua composio. O intervalo de tempo entre a coleta das amostras e a realizao das anlises

    tambm pode comprometer sobremaneira sua composio inicial, especialmente no caso desubstncias que se encontram em pequenas concentraes. Por isto preciso adotar mtodos

    especficos para preservao e armazenamento de amostras para evitar contaminao e/ou

    perda de constituintes a serem examinados.

    Independente da natureza da amostra, a estabilidade completa para cada constituinte nela

    presente nunca pode ser obtida. No melhor dos casos, as tcnicas de preservao e a seleo

    adequada dos frascos de armazenamento apenas retardam as alteraes qumicas e biolgicas

    que, inevitavelmente, acontecero aps separar-se a amostra das suas condies originais.

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    As tcnicas de preservao de amostras mais empregadas so:

    Adio qumicaAdio qumicaAdio qumicaAdio qumica - o mtodo mais conveniente, contudo tal procedimento no vivel

    para preservar amostras destinadas a todos os tipos de anlises. Neste mtodo o

    preservante adicionado prvia ou imediatamente aps a tomada da amostra,

    provocando a estabilizao dos constituintes de interesse, por perodos mais longos de

    tempo.

    CongelamentoCongelamentoCongelamentoCongelamento - aceitvel para algumas anlises, mas no como tcnica de

    preservao geral. Os componentes slidos (filtrveis e no filtrveis) da amostra

    alteram-se com o congelamento e posterior retorno temperatura ambiente. Para

    algumas determinaes biolgicas e microbiolgicas esta prtica inadequada.

    RefrigeraoRefrigeraoRefrigeraoRefrigerao ---- utilizada para preservao de vrios parmetros, constitui uma tcnica

    comum em trabalho de campo. Embora a refrigerao no mantenha completa

    integridade para todos os parmetros, interfere de modo insignificante na maioria das

    determinaes laboratoriais. Ela sempre utilizada na preservao de amostras

    microbiolgicas e algumas determinaes qumicas e biolgicas.

    A metodologia de preservao das amostras de gua, por parmetro e o prazo mximo

    recomendado entre coleta e incio das anlises est descrita no Standard Methods for the

    Examination of Water and Wastewater (1995).

    Os frascos mais utilizados no armazenamento de amostras so os de plstico, vidro

    borossilicato e do tipo descartvel; sendo esses ltimos empregados quando o custo da

    limpeza torna-se muito oneroso. No existe, portanto, um padro universal de frascos,

    havendo a necessidade de escolher o material de acordo com sua estabilidade, facilidade detransporte, custo, resistncia esterilizao etc. Porm, em geral, o tipo de frasco a ser

    utilizado depende da natureza da amostra a ser coletada e dos parmetros a serem

    investigados, por exemplo, anlise biolgica, microbiolgica, fsico-qumica, biocidas etc.

    Dessa forma, existem normas que discriminam o tipo de frasco a ser utilizado de acordo com o

    parmetro a ser analisado.

    A limpeza de frascos e tampas de suma importncia para impedir a introduo de

    contaminantes nas amostras. So necessrios cuidados especiais para evitar a utilizao de

    materiais de limpeza cuja frmula contenha as substncias que se quer determinar na amostra

    de gua. Os exemplos mais comuns deste tipo de interferncia so: o uso de sabes contendofosfato, quando se quer determinar este constituinte na amostra coletada; a descontaminao

    utilizando soluo de cido ntrico quando se deseja analisar ons nitrato. Nesses casos o uso

    de frascos descartveis inertes previne tal tipo de contaminao.

    No caso de requerer-se anlise de micronutrientes, como os sais dissolvidos de nitrognio e

    fsforo, a descontaminao dos frascos de coleta com uma soluo de cido clordrico a 5%

    pode ser suficiente.

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    Anlise Laboratorial

    A caracterizao da gua, que corresponde quantificao das impurezas de natureza fsica,

    qumica e biolgicas, feita por meio de anlise laboratorial utilizando-se mtodos

    instrumentais ou analticos.

    Para manter um elevado nvel de qualidade e obter resultados confiveis, os laboratrios de

    anlises de gua devem dispor de:

    Equipe de pessoal especializado com conhecimentos em qumica e microbiologia, assim

    como em anlises ambientais e informtica.

    Mtodos instrumentais devidamente validados, cada vez mais sofisticados e que

    permitem cumprir as exigncias da legislao em vigor, respeitando o limite de

    deteco, preciso e exatido.

    Infra-estrutura e equipamentos adequados aos diferentes tipos de anlises realizadas.

    Atualizao permanente de novas tcnicas analticas e de equipamentos, cada vez mais

    sensveis e precisos, que permitam a quantificao de uma vasta gama de compostos

    txicos.

    Mtodos analticos utilizados para o monitoramento dos parmetros de qualidade da

    gua em conformidades com as normas nacionais ou na falta destas com as

    estabelecidas pelo Standard Methods for the Examination of Water and Wasterwater, de

    autoria da American Public Health Association (APHA), da American Water Works

    Association (AWWA) e da Water Environment Federation (WEF) ou de normas publicadas

    pela International Standartization Organization (ISO).

    Em conformidade com as normas nacionais e o Standard Methods, os procedimentos analticos

    para a determinao de parmetros de qualidade esto detalhados no item MANUTENO E

    CALIBRAGEM DE EQUIPAMENTOS.

    Controle de Qualidade Analtica

    O controle de qualidade de uma anlise laboratorial essencial para garantir a confiabilidade

    da informao. Os resultados analticos sero considerados restritos se no houver um

    programa definido de controle de qualidade analtico (CARUSO, 1998).

    Os critrios de avaliao da qualidade dos dados de uma anlise laboratorial levam em conta os

    diversos erros que podem ocorrer. O erro associado ao processo amostral estabelece-se

    quando no h representatividade ou o preparo da amostra no foi adequado, principalmente

    na etapa de homogeneizao que essencial para garantir a repetibilidade (MARMO, 1997).

    Os erros associados metodologia podem ser de trs tipos. O primeiro so os grosseiros, que

    levam a resultados distantes do valor real, como no caso do uso de reagente inadequado. O

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    segundo tipo so os acidentais que fazem parte intrnseca do processo de quantificao, mas

    deve-se considerar que por meio dos nveis de exatido e preciso possvel determinar o

    intervalo de confiana dentro do qual o resultado considerado vlido. O terceiro tipo de erro

    so os sistemticos, que produzem resultados com valores prximos, portanto com preciso,

    mas distantes do real, e por isso com baixa exatido.

    Todos os tipos de erros citados podem ser eliminados quase que totalmente por meio de uma

    correta atividade organizacional voltada para a qualidade e confiabilidade dos dados analticos,

    que segundo Marmo (1997), possvel adotando-se o Sistema de Qualidade Laboratorial.

    De acordo com Pdua e Ferreira (2006), importante que os laboratrios responsveis pela

    anlise de gua possuam um programa de controle de qualidade formalizado que abranja: a

    qualificao e a capacitao peridica dos recursos humanos; a manuteno preventiva e a

    calibrao peridica de equipamentos, conforme recomendaes legais ou do fabricante; a

    verificao da qualidade dos reagentes utilizados nas anlises; a existncia de documentao

    detalhada dos procedimentos de rotina do laboratrio, tais como regras de segurana,

    protocolos descritivos dos mtodos utilizados nas anlises, instrues de coleta e

    armazenamento de amostras, calibrao dos instrumentos (incluindo as vidrarias e

    equipamentos como balanas), preparo e armazenamento de reagentes.

    Processamento de dados e Interpretao dos Resultados

    Os dados de qualidade da gua bruta (na entrada da ETA) e daqueles da unidade de uma ETA,

    analisados no laboratrio, devem ser processados adequadamente, interpretados e verificados

    quanto sua consistncia, organizando-se um banco de dados.

    Para a interpretao dos dados de qualidade da gua bruta podem ser realizados: tratamentos

    estatsticos; determinaes de tendncias ao longo do tempo; correlaes causa-efeito entre

    dados de qualidade da gua e ambientais (geologia, hidrologia, ocupao do solo, inventrio

    das fontes poluentes, climatologia). A apresentao dos resultados geralmente em forma de

    grficos e/ou planilhas.

    O acompanhamento da qualidade da gua bruta ao longo do tempo gera um grande nmero de

    dados analticos que precisam ser transformados em um formato sinttico. Esse deve descrever

    e representar, de forma compreensvel e significativa, o estado atual e as tendncias da

    qualidade da gua para que possam ser utilizadas como informaes gerenciais e como

    ferramenta na tomada de decises relativas ao manancial abastecedor e a ETA. Assim, a

    apresentao dos resultados tambm pode ser feita em forma de um ndice. O IQA (ndice de

    qualidade da gua) , ento, uma forma de agregao de valores individuais de uma srie de

    parmetros de qualidade da gua em um formato sinttico.

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    Manuteno e calibragem de equipamentos. ProcedimentosManuteno e calibragem de equipamentos. ProcedimentosManuteno e calibragem de equipamentos. ProcedimentosManuteno e calibragem de equipamentos. Procedimentos

    Analticos: cor, turbidez, pH, cloro residual, alumnio eAnalticos: cor, turbidez, pH, cloro residual, alumnio eAnalticos: cor, turbidez, pH, cloro residual, alumnio eAnalticos: cor, turbidez, pH, cloro residual, alumnio e

    fluoretosfluoretosfluoretosfluoretos

    A garantia de eficincia na operacionalizao de ETAs e conseqentemente a

    qualidade do produto final depende dentre outros processos, o da realizao

    de procedimentos analticos de rotina. Se por ventura, a qualidade da gua

    na ETA, temporariamente se torna insatisfatria, os resultados dos testes doindcios do problema e permitem uma ao corretiva imediata.

    Neste captulo sero abordadas noes bsicas de manuteno e calibragem

    de equipamentos utilizados em Estaes de Tratamento de gua - ETAs,

    como tambm os procedimentos analticos de rotina para a determinao

    dos parmetros cor, turbidez, pH, cloro residual e fluoretos.

    Cabe destacar que todas as anlises devem ser realizadas com o mximo de

    rigor tcnico e cientifico, para que haja confiabilidade nos resultados.

    Ademais, indispensvel o uso de EPIs (Equipamentos de Proteo

    Individual) apropriados, bem como observar as Boas Prticas de

    Laboratrio, na utilizao desses equipamentos, fazer a devida calibragem e manutenoatravs dos respectivos manuais (SABESP, 2006).

    Manuteno, Calibragem de Equipamentos e Procedimentos Analticos

    CorCorCorCor

    O procedimento analtico para determinao da cor pode ser realizado pelo mtodo

    colorimtrico comparativo, ou pelo mtodo colorimtrico de leitura direta

    (espectrofotomtrico).

    Pelo mtodo colorimtrico de leitura direta necessrio ter um fotocolormetro digital (Figura

    8). Nesse caso, utiliza-se o fotocolormetro digital converte em sinal eltrico a medida da

    diferena entre a luz incidente nesta amostra e transmitida ao detetor, promovendo a leitura

    direta em UC (Unidades de Cor). A faixa de trabalho vai de 1,0 a 500,0 unidades de Cor (uC),

    podendo a amostra ser diluda caso seja necessrio. Nesse mtodo utiliza-se soluo padro de

    500, 100, 10 e 5 UC. A execuo da anlise conforme SABESP (2006) segue as seguintes etapas:

    OB ETIVOS:

    Demonstrar a

    necessidade de

    manuteno e

    calibragem dos

    equipamentos.

    Apresentar as

    formas de

    realizao de

    anlises de cor,

    turbidez, pH,

    cloro residual e

    fluoreto

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    Ligar o equipamento e aguardar 10 minutos para sua estabilizao;

    Ajustar o colormetro utilizando os padres de 10,0; 100e 500 UC.

    Para amostras refrigeradas, aguardar que a mesma atinja temperatura prxima da

    ambiente;

    Verificar se o pH da amostra encontra-se entre 4 e 10. Se estiver fora dessa faixa,

    ajust-lo para, aproximadamente, 7,0 com cido sulfrico (H2SO4) ou hidrxido de sdio

    (NaOH) em concentraes tais que o volume final no exceda em 3 % do inicial.

    Homogeneizar a amostra, e introduzi-la na cubeta at a marca de nvel;

    Enxugar a cubeta com papel absorvente macio;

    Introduzir a cubeta no aparelho fazendo coincidir a marca da cubeta com a marca

    existente no aparelho;

    Fazer a leitura de cor.

    FiguraFiguraFiguraFigura 8.8.8.8. Fotocolormetro microprocessado digital para anlise de Cor.

    No mtodo colorimtrico comparativo, utiliza-se um colormetro que pode ser comparador com

    prisma ou comparador visual (Figura 9), alm de provetas e cubetas. As amostras devem estar

    temperatura ambiente. Em seguida deve-se colocar gua desmineralizada at a marca, em uma

    das cubetas do colormetro, tamp-la com o plug e coloc-la no lado indicado (esquerdo) no

    equipamento. Da mesma forma, deve-se colocar a amostra at a marca, em outra cubeta do

    colormetro, tamp-la com o plug e coloc-la no lado indicado (direito) no equipamento.

    recomendado proceder lavagem da cubeta a qual foi utilizada amostra, com gua

    desmineralizada, e usar papel higinico macio para limpar as cubetas. Ligar a lmpada e girar o

    disco at coincidncia de cor. Se a cor ultrapassar a escala do colormetro, ento se faz

    necessrio diluir a amostra o mnimo possvel, com gua desmineralizada em proporo

    conhecida, at que a cor esteja dentro dos limites do disco. Quando necessrio, fazer a diluio

    das amostras, neste caso o resultado final da cor aparente obtido por intermdio da Equao

    1.

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    B

    VA)uC(Cor = (1)

    Onde: A = Cor estimada na amostra diluda;

    V = Volume de amostras usados na diluio (mL);

    B = Volume total de amostra diluda (mL).

    Periodicamente, necessrio limpar os orifcios coloridos do disco comparador com uma haste

    flexvel de algodo embebida em benzina.

    FiguraFiguraFiguraFigura 9.9.9.9. Equipamentos para a determinao da cor aparente. a) Comparador colormetro com prisma; b)

    Colormetro visual.

    Na determinao da cor, a turbidez da amostra influencia, absorvendo tambm parte dos raios

    luminosos. Para obteno da cor real ou verdadeira h a necessidade de se eliminar

    previamente a turbidez atravs de centrifugao, sedimentao ou filtrao. Uma vez que

    determinamos cor aparente no feita a eliminao da turbidez.

    TurbidezTurbidezTurbidezTurbidez

    A determinao da turbidez utiliza o mtodo nefelomtrico. O mtodo nefelomtrico mais

    indicado que o mtodo de comparao visual por sua preciso, sensibilidade e aplicabilidade

    sobre uma larga faixa de turbidez. Baseia-se na comparao da luz dispersa por materiais

    diversos em suspenso contidos em uma amostra, com um padro de suspenso nas mesmas

    condies. Quanto maior a intensidade da luz espalhada maior ser a turbidez da amostra

    analisada.

    O turbidmetro o aparelho utilizado para a leitura direta (Figura 10). constitudo de um

    nefelmetro, sendo a turbidez expressa em unidades nefelomtricas de turbidez (NTU -

    Nephelometric Turbidity Unit). O nefelmetro consiste em uma fonte de luz, para iluminar a

    amostra e um detector fotoeltrico com um dispositivo para indicar a intensidade da luz

    espalhada em um ngulo reto ao caminho da luz incidente. A faixa de trabalho depende do

    aparelho utilizado, podendo chegar at 10.000 NTU, por exemplo.

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    FiguraFiguraFiguraFigura 10.10.10.10. Turbidmetro digital com os padres de calibrao ao lado.

    O procedimento analtico segue os seguintes passos:

    Ligar o aparelho 30 minutos antes da realizao das anlises, para aquecimento.

    Deixar as amostras a temperatura ambiente.

    Calibrar o aparelho utilizando para isso os padres que se no vierem prontos na compra

    do aparelho, devem ser preparados a partir da soluo estoque de formazina.

    Homogeneizar a amostra, agitando moderadamente para que no ocorra a formao de

    bolhas de ar.

    Enxaguar a cubeta com a amostra e enxug-la com papel absorvente neutro macio.

    Colocar amostra na cubeta at a marca.

    Fechar a cubeta.

    Introduzir a cubeta no aparelho respeitando o alinhamento e efetuar a leitura na escala

    adequada em NTU. Os aparelhos digitais possuem recurso de troca automtica de escala.

    Fazer a leitura de turbidez.

    Como interferncias na determinao da turbidez tm-se: a presena de detritos e materiais

    grosseiros em suspenso que se depositam rapidamente, obtendo resultados mais baixos; a

    cor real que interfere negativamente devido sua propriedade de absorver luz; as bolhas de ar,

    que por ventura sejam formadas, podem ser eliminadas vertendo cuidadosamente o lquido na

    cubeta, e sujeiras na cubeta, provocaro resultados super estimados.

    PPPPHHHH ---- potencial hidrogeninicopotencial hidrogeninicopotencial hidrogeninicopotencial hidrogeninico

    O pH de uma amostra de gua pode ser determinado colocando-se uma gota da amostra em

    um pedao de papel indicador. Existem dois tipos de papel indicador, o Tornassol ou Litmus e

    o Universal. O tipo de papel indicador a ser utilizado depende do tipo de soluo a ser

    analisada e do grau de preciso que se deseja com a medida.

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    O papel de Tornassol utilizado quando se quer determinar, simplesmente, se a soluo

    cida ou bsica. J o papel Universal d uma indicao do valor aproximado da pH da amostra

    que est sendo analisada. O indicador ir mudar de cor quando umedecido, e o pH ser lido

    comparando-se a cor final do indicador com uma carta de cores, geralmente contida naembalagem do prprio indicador (Figura 11).

    FiguraFiguraFiguraFigura 11.11.11.11. Papel indicador de pH. a) Papel Tornassol ou Litmus; b) Papel Universal.

    Interpretao do resultado:

    pH menor que 7: indica que a gua cida;

    pH igual 7: indica que a gua neutra;

    pH maior que 7: indica que a gua bsica.

    Pelo mtodo eletromtrico o pH determinado por meio de um equipamento denominado pH-

    metro (Figura 12) com eletrodo especfico e solues tampes (pH 4.0; pH 7.0 e pH 10,0). O

    mtodo baseia-se na determinao da atividade hidrogeninica de uma amostra utilizando-se

    um sensor on seletivo (eletrodo) em conjunto com um medidor de atividade inica (pH-metro).

    O sensor em contato com a amostra mede a diferena de potencial causada pela atividade de

    ons hidrognio presente na amostra e no sensor e envia ao pH-metro sob a forma de sinal

    eltrico que o converte em leitura direta de valor de pH.

    O procedimento segue as etapas abaixo:

    Checar o aparelho com soluo tampo de pH conhecido.

    Antes de comear as leituras, e entre uma amostra e outra, deve-se lavar o

    eletrodo e a sonda, com gua desmineralizada e enxugar com papel

    absorvente.

    Colocar em um becker a amostra, mergulhar os eletrodos e aguardar

    estabilizao.

    Ligar o boto de pH e realizar a leitura.

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    Os resultados de ensaios de pH no laudo de anlises devem conter apenas uma casa decimal.

    Como tambm deve constar no laudo de resultados o valor da temperatura da amostra no

    momento em que foi realizada a anlise de pH.

    FiguraFiguraFiguraFigura 12.12.12.12. Medidores de pH. a) pH-metro de bancada; b) pH-metro porttil.

    A freqncia de calibraes do pH-metro depende da freqncia de medies e da qualidade

    do instrumental. Quando o instrumento estvel e as medies so freqentes, as

    padronizaes so menos freqentes. No caso de as medies serem feitas ocasionalmente,

    deve-se padronizar o instrumento antes do uso. Cada instrumento vem, normalmente,

    acompanhado das instrues de calibrao e uso.

    A manuteno dos eletrodos, assim como foi visto na calibrao e uso, tambm deve seguir as

    instrues que acompanham o equipamento.

    A faixa de medio vai de 0 a 14 unidades de pH. Pode ser considerada como uma faixa segura

    para os resultados com pH entre 2 e 12.

    Cloro ResidualCloro ResidualCloro ResidualCloro Residual

    A determinao da concentrao (mg L-1

    ) de cloro residual livre pode ser efetuada por meio devisualizao colorimtrica (disco comparador), comumente usado, mtodo iodomtrico (para

    determinao em concentrao maiores que 1 mgCl2 L-1), mtodo da titulao amperomtrica

    (para baixas concentraes de cloro residual 10 a 200 g Cl2 L-1)ou por espectrofotometria.

    O mtodo colorimtrico basea-se na oxidao da N, N - dietil p - fenilendiamina (DPD) em

    presena de cloro (Cl2), cido hipocloroso (HCLO) e ons hipoclorito (OCl-), resultando um

    produto de reao vermelho - violeta.

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    Aparelhagem utilizada:

    Comparador Calorimtrico;

    Cubetas de vidro ou de acrlico.

    Reagentes:

    Cpsulas de DPD para cloro residual livre.

    Tcnica:

    Encher a cubeta com a amostra de gua at a marca de 5,0 ml.

    Coloc-la na abertura do lado esquerdo do aparelho.

    Encher outra cubeta com a amostra a ser testada at a marca de 5,0 ml.

    Adicionar uma cpsula do reagente DPD na segunda amostra e homogeneizar.

    Colocar a cubeta no compartimento localizado direita do aparelho.

    Aps trs minutos, e no mais que seis minutos, proceder a leitura.

    Ao fazer a leitura, posicionar o comparador contra uma fonte de luz, rotacionando o disco do

    aparelho at que se obtenha a mesma tonalidade nos dois tubos.

    O resultado expresso em mg L-1de cloro residual livre.

    AlumnioAlumnioAlumnioAlumnio

    Os procedimentos analticos e metodologias para determinao de alumnio varia de acordocom a disponibilidade de equipamentos e com os objetivos a serem alcanados. Nesta seo,

    ser abordado apenas a metodologia que utiliza o Espectrofotmetro de UV-visvel (Figura 13),

    deixando claro que outros mtodos podero ser utilizados, a saber: fotmetros e o mtodo

    colorimtrico comparativo (baixa preciso).

    FiguraFiguraFiguraFigura 13.13.13.13. Espectrofotmetro de UV visvel

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    O principio do mtodo baseia-se na reao entre a Eriocromocianina R e o alumnio em meio

    tamponado com pH de 6,0, produzindo um complexo avermelhado para rosa, que apresenta

    mxima absorbncia a 535nm. A intensidade da cor depende da concentrao de alumnio,

    tempo de reao, temperatura, pH, alcalinidade e concentrao de outros ons existentes na

    amostra. Os limites de deteco do mtodo so de 0,02 a 0,20 mg L-1. As amostras

    devero ser coletadas em frasco plstico e a anlise de alumnio deve ser realizada no mesmo

    dia ou at 24 horas aps a coleta. No procedimento analtico as amostras devem estar em

    temperatura ambiente. Em toda nova anlise e/ou troca da soluo de Eriocromocianina-R

    deve-se traar uma nova curva de calibrao. Para isso deve ser preparada uma soluo padro

    de trabalho e a partir da padres com valores de concentraes conhecidas; e em seguida

    efetuar a leitura dos padres seguindo a instruo especfica para cada tipo de equipamento.

    Em seguida, faz-se as leituras das amostras, que devem ser homogeneizadas antes de cada

    leitura.

    Para a determinao de alumnio, as amostras devero ter sua cor, flor e turbidez previamentedeterminadas; caso seja necessrio filtrar a amostra, no usar papel de filtro ou algodo, pois o

    alumnio dissolvido poder ser removido da amostra.

    FluoretosFluoretosFluoretosFluoretos

    Para determinao de ons fluoreto (F-) em gua os mtodos mais satisfatrios so o de

    eletrodo e o colorimtrico. O mtodo do eletrodo conveniente utilizado para concentraes

    de fluoreto entre 01 e 10 mg L-1, dessa forma, o eletrodo mede concentraes de fluoreto, livre

    da interferncia de outros fatores.

    Equipamento necessrio para anlise de fluoretos: medidor potenciomtrico com eletrodo

    especfico para fluoreto e de referncia ou eletrodo combinado para fluoreto. Para calibrar o

    equipamento, primeiro os padres devem estar temperatura ambiente e em concentraes

    conhecidas. Enxaguar os eletrodos e o compensador de temperatura com gua desmineralizada

    e secar com papel de filtro; calibrar o equipamento, efetuando a medio dos padres e

    registrando seu valor.

    Para a conservao dos equipamentos recomenda-se realizar semanalmente a manuteno do

    eletrodo de referncia e troca da soluo interna do mesmo; e se for eletrodo combinado,

    seguir as instrues conforme manual do equipamento ou substituir o eletrodo, quando

    necessrio.

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    Cuidados GeraisCuidados GeraisCuidados GeraisCuidados Gerais

    - Devem-se inspecionar semanalmente os eletrodos para detectar possveis defeitos

    mecnicos, arranhes, trincas ou acumulao de cristais e depsitos na juno da membrana.

    - Se a leitura se tornar lenta, efetuar procedimento de limpeza e manuteno especfica para

    cada tipo de eletrodo; contudo, se a limpeza for excessiva, pode diminuir o rendimento do

    eletrodo e tambm sua vida til.

    - No friccionar o corpo dos eletrodos. A transferncia de carga esttica poder resultar numa

    resposta lenta e errada.

    - Sempre manter a agitao lenta e uniforme, para obter uma medio representativa e

    melhorar o tempo de resposta do eletrodo. Usar um agitador magntico com controle de

    velocidade e que tenha, preferencialmente, uma proteo entre o fundo do recipiente da

    amostra e a placa agitadora, para impedir a transferncia trmica.

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    A escolha de determinada tecnologia de tratamento deve, finalmente, conduzir ao menor custo

    sem, contudo, deixar de lado a segurana na produo de gua potvel. A Figura 14 ilustra, por

    meio de um organograma, os diferentes aspectos relacionados ao tratamento da gua.

    Segundo Di Bernardo (1993), as tecnologias de tratamento evoluram consideravelmente a

    ponto de se afirmar que, qualquer gua pode ser tratada e destinada ao consumo humano,

    embora os custos e riscos envolvidos possam ser extremamente elevados.

    FiguraFiguraFiguraFigura 14.14.14.14. Organograma dos aspectos relacionados ao tratamento de gua

    PROCESSOS E OPERAES UNITRIAS

    As tecnologias de tratamento podem adotar, conforme as caractersticas da gua bruta, a

    combinao das etapas de clarificao, desinfeco, fluoretao e controle de corroso, nas

    quais processos e operaes unitrias podem se inserir. O objetivo de cada etapa :

    Clarificao - remover os slidos em suspenso e dissolvidos presentes na gua.

    Desinfeco - eliminar os microrganismos que provocam doenas.

    Fluoretao - prevenir a crie dentria.

    Controle de corroso - proteger tubulaes e rgos acessrios da rede de distribuio.

    Fonte:Parsekian(1998)

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    Os principais processos que podem ocorrer durante a clarificao so: coagulao; floculao;

    sedimentao e filtrao. Quando todos os processos citados so previstos em uma instalao

    de tratamento, alm da desinfeco, tem-se o denominado tratamento clssico, convencional

    ou completo. A Figura 15 apresenta o fluxograma do processo convencional de tratamento de

    gua.

    Quando as caractersticas da gua permitirem, apenas a desinfeco faz-se necessria para sua

    adequao aos padres de potabilidade. Isto geralmente ocorre quando a fonte de captao de

    gua so mananciais subterrneos profundos (lenol artesiano). Para gua superficial suas

    caractersticas, em termo de qualidade, tornam-se o principal fator na definio da tecnologia

    de tratamento a ser empregada (LIBNO, 2005). Usualmente, nesse caso, os padres de

    potabilidade podem ser atendidos pelos processos de clarificao e de desinfeco.

    A etapa de fluoretao prevista objetivando atender a legislao federal (Portaria n 6.35/75,

    do Ministrio da Sade), que recomenda o uso deste produto nas guas de abastecimento. J ocontrole de corroso feito baseado na preocupao econmica de preservar a integridade das

    instalaes.

    FiguraFiguraFiguraFigura 15.15.15.15. Fluxograma do processo convencional de tratamento de gua.

    Voc Sabia!

    Nas Operaes UnitriasOperaes UnitriasOperaes UnitriasOperaes Unitrias de tratamento de gua predominam

    a aplicao de foras fsicas (peneiramento, mistura,

    floculao, sedimentao, flotao, filtrao e transferncia

    gasosa).

    Nos Processos UnitriosProcessos UnitriosProcessos UnitriosProcessos Unitrios a remoo de contaminantes

    realizada pela adio de espcies qumicas ou por reaes

    Fonte:BibliotecaDidticad

    eTecnologiasAmbientais

    -UNICAMP

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    Ainda em funo das impurezas presentes nas guas naturais, outros processos diferentes dos

    anteriormente descritos podem se mostrar necessrios. Vrios desses processos so

    complexos, apresentando custo elevado e uma operao especializada. O Quadro 6 apresenta,

    de uma forma ampla, os principais processos de tratamento, com os respectivos objetivos.

    QuadroQuadroQuadroQuadro 6.6.6.6. Processos de tratamento da gua e respectivos objetivos.

    ProcessosProcessosProcessosProcessos

    + Freqente+ Freqente+ Freqente+ Freqente ---- FreqenteFreqenteFreqenteFreqenteObjetivosObjetivosObjetivosObjetivos

    Clarificao - Remoo de turbidez, de microrganismos e de metais pesados.

    Desinfeco - Remoo de microrganismos patognicos.

    Fluoretao - Proteo da crie dentria infantil.

    Controle de

    corroso e/ou

    de incrustao

    Acondicionar a gua, de maneira a evitar feitos corrosivos ou

    incrustrantes no sistema de abastecimento e nas instalaes

    domiciliares.

    - Abrandamento Reduo da dureza, remoo de alguns contaminantes inorgnicos.

    - AdsoroRemoo de contaminantes orgnicos e inorgnicos, controle desabor e odor.