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Operador de Computador

Desenvolvimento Sustentável

DISCIPLINA: Desenvolvimento Sustentável CH: 10

EMENTA:

1 – Conceitos básicos de desenvolvimento sustentável

Desenvolvimento sustentável – conceito

A importância do desenvolvimento sustentável.

O ambiente em que vivemos e o descontrole ambiental.

O desenvolvimento sustentável no mundo.

2 – Impactos ambientais das sociedades humanas

O homem e o meio ambiente.

A geração de resíduos e efluentes.

A demanda e a geração de energia e seus impactos no meio ambiente

A preservação dos recursos naturais

A implementação do desenvolvimento sustentável

Prezadas alunas,

Sejam bem-vindas ao Curso de Operador de Computador/Programa

Mulheres Mil – PRONATEC/IFPA.

Iremos juntas durante o decorrer da disciplina - Desenvolvimento

Sustentável - debater e analisar os caminhos e descaminhos que norteiam a

questão ambiental.

O sucesso dessa construção dependerá da efetiva participação de cada

uma de vocês. Nossa disciplina possui enfoque teórico com caráter

interdisciplinar. Contudo, os esforços não serão medidos a fim de que

possamos estabelecer uma analogia entre a teoria e a prática.

A discussão dos temas será interativa e dialogada, desde os conceitos

básicos sobre desenvolvimento sustentável até os impactos ambientais das

sociedades humanas.

Desde já me coloco à disposição para os esclarecimentos que se

fizerem necessários. Estar em sala de aula com vocês é mais do que uma

relação docente x discentes. Espero que nossa convivência seja de construção

e troca de conhecimentos. Sucesso à todas nós!

Silvia Laura Costa Cardoso

Professora-formadora - PRONATEC/IFPA – Mulheres Mil

1 –Desenvolvimento Sustentável - Conceitos básicos

Desenvolvimento X sustentável ou sustentabilidade – conceitos

O debate sobre o tema é acirrado pela conceituação econômica do

termo desenvolvimento. Os economistas vêem surgir a necessidade de

elaborar um modelo de desenvolvimento que englobe todas as variáveis

econômicas e sociais.

O desenvolvimento, em qualquer concepção, deve resultar do

crescimento econômico acompanhado de melhoria na qualidade de vida. O

desenvolvimento deve ser encarado como um processo complexo de

mudanças e transformações de ordem econômica, política e, principalmente,

humana e social.

O que é desenvolvimento?

Desenvolvimento nada mais é que o crescimento – incrementos

positivos no produto e na renda – transformado para satisfazer as mais

diversificadas necessidades do ser humano, tais como: saúde, educação,

habitação, transporte, alimentação, lazer, dentre outras.

É desta maneira que o desenvolvimento passa a ser entendido como

uma resultante do processo de crescimento, cuja maturidade se dá ao atingir o

crescimento autossustentado, ou seja, talvez alcançar a capacidade de crescer

sem fim, de maneira contínua.

Em nome do desenvolvimento buscam-se valores crescentes: mais

mercadorias, mais tecnologias, mais pesquisas científicas, mais anos de vida,

dentre vários outros. Dessa maneira, na busca incessante pelo crescimento

sempre está presente o sentimento de que o bom é quando se tem mais, não

importando a qualidade desse acréscimo.

Nesse sentido, são consideradas “desenvolvidas” as sociedades

capazes de produzir continuamente. É por isso que as nações perseguem o

desenvolvimento - este como sinônimo de crescimento econômico - com o

objetivo de acumular cada vez mais bens, sem, no entanto, se preocupar com

os efeitos dessa acumulação desenfreada.

O verdadeiro dilema consiste em conseguir que os recursos sejam mais

bem distribuídos e que sua qualidade seja mantida tendo em vista que a

população mundial está sempre em constante crescimento.

O que é Sustentável ou Sustentabilidade?

São ações e atividades que visam suprir as necessidades atuais dos

seres humanos sem comprometer o futuro das próximas gerações. Ou seja, a

sustentabilidade está diretamente relacionada ao desenvolvimento econômico

e material sem agredir o meio ambiente usando os recursos naturais de forma

inteligente para que eles se mantenham no futuro.

A noção de sustentabilidade pode ser melhor entendida quando

atribuímos um sentido amplo à palavra “sobrevivência”. O desafio da

sobrevivência - luta pela vida - sempre dominou o ser humano.

Inicialmente, no enfrentamento dos elementos naturais; e, mais tarde,

sobretudo agora no século XXI, no enfrentamento das consequências trazidas

pelo imenso poder de transformação desses elementos acumulado pelo

homem.

No mundo atual, a percepção de que tudo afeta a todos, cada vez com

maior intensidade e menor tempo para absorção, gerou o processo de

redefinição conceitual porque não há mais tempo a perder. Trata-se agora não

mais apenas da elite privilegiada se beneficiando da energia total do planeta,

mas da sociedade administrando em conjunto e de forma sábia suas diferenças

e recursos naturais.

Não cabe aqui nenhuma divagação de natureza ideológica desta ou

daquela corrente, mas sim a constatação científica de que o aquecimento do

clima, o aumento da desertificação, o desaparecimento de cursos d´água e a

miséria/violência atingem patamares inviáveis para a manutenção da própria

sociedade local ou mundial e exigem mudanças imediatas.

A base conceitual é tão fácil de explicar quanto difícil de implementar.

Trata-se da gestão do desenvolvimento - pontual ou abrangente, nos governos

ou nas empresas -, que leve em consideração as dimensões ambiental,

econômica e social e tenha como objetivo assegurar a perenidade da base

natural, da infraestrutura econômica e da sociedade.

Para a colocação desses conceitos em prática há pré-requisitos

indispensáveis:

- Democracia e estabilidade política;

- Paz;

- Respeito à lei e à propriedade;

- Respeito aos instrumentos de mercado;

- Ausência de corrupção;

- Transparência e previsibilidade de governos;

- Reversão do atual quadro de concentração de renda esferas local e global.

O processo de mudança do antigo paradigma para o novo – o da

sustentabilidade - está em andamento e envolve literalmente todas as áreas do

pensamento e da ação do homem. No meio ambiente encontra campo

especialmente fértil, justamente porque a dimensão ambiental perpassa todas

as atividades humanas. Os desequilíbrios socioambientais são o resultado do

velho paradigma cartesiano e mecanicista, com sua visão fragmentada do

mundo – o universo visto como um conjunto de partes isoladas, funcionando

como um mecanismo de relógio, exato e previsível. As transformações cada

vez mais rápidas causadas pela tecnologia induzem à instabilidade econômica,

ambiental e social, por um lado, e à perda da diversidade natural e cultural por

outro. O velho paradigma não dá conta de entender e lidar com as

complexidades e sutilezas dessas transformações. Já o novo, cujo eixo é a

ideia de integração e interação, propõe uma nova maneira de olhar e

transformar o mundo, baseada no diálogo entre saberes e conhecimentos

diversos: do científico, com toda a sua rica variedade de disciplinas, ao

religioso - passando pelo saber cotidiano do homem comum.

No mundo sustentável, uma atividade – a econômica, por exemplo - não

pode ser pensada ou praticada em separado, porque tudo está inter-

relacionado, em permanente diálogo.

A tabela a seguir resume as diferenças entre o velho e o novo

paradigmas:

Tabela 1 – Paradigma cartesiano versus paradigma da sustentabilidade

Cartesiano Sustentável

Reducionista, mecanicista, tecnocêntrico Orgânico, holístico, participativo

Fatos e valores não relacionados Fatos e valores fortemente relacionados

Preceitos éticos desconectados das práticas

cotidianas

Ética integrada ao cotidiano

Separação entre o objetivo e o subjetivo Interação entre o objetivo e o subjetivo

Seres humanos e ecossistemas separados, em

uma relação de dominação

Seres humanos inseparáveis dos

ecossistemas, em uma relação de sinergia

Conhecimento compartimentado e empírico

Conhecimento indivisível, empírico e

intuitivo

Relação linear de causa e efeito Relação não-linear de causa e efeito

Natureza entendida como descontínua, o todo

formado pela soma das partes

Natureza entendida como um conjunto de

sistemas interrelacionados, o todo maior

que a soma das partes

Bem-estar avaliado por relação de poder

(dinheiro, influência, recursos)

Bem-estar avaliado pela qualidade das

interrelações entre os sistemas ambientais

e sociais

Ênfase na quantidade (renda per capita) Ênfase na qualidade (qualidade de vida)

Análise Síntese

Centralização de poder Descentralização de poder

Especialização Transdisciplinaridade

Ênfase na competição Ênfase na cooperação

Pouco ou nenhum limite tecnológico Limite tecnológico definido pela

sustentabilidade

Fonte: Almeida (2002)

O termo sustentabilidade, defendido pela Comissão Mundial sobre

Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD), (WORLD COMISSION ON

ENVIROMENT AND DEVELOPMENT-WCED), pode ser compreendido a partir

da “gestão e administração dos recursos e serviços e orientação das medidas

tecnológicas e institucionais, no sentido de assegurar e alcançar a contínua

satisfação das necessidades humanas para as gerações presentes e futuras

dentro dos limites de capacidade de sustentação dos sistemas ambientais”.

Assim devemos oferecer ao planeta tanto o quanto retiramos dele.

Dessa maneira, a humanidade pode garantir o desenvolvimento sustentável, na

perspectiva das três dimensões – econômica, social e ambiental – do mundo

tripolar – Governos, empresas e sociedade civil organizada (ALMEIDA, 2002).

A história ensina que o ser humano administra melhor aquilo que é tratado

como bem econômico.

Desenvolvimento Sustentável – conceito

Em 1983, foi formada pela Organização das Nações Unidas (ONU), a

Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CMMAD).

Presidida pela ex-Primeira Ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland. A

CMMAD tinha como objetivo examinar as relações entre o meio ambiente e o

desenvolvimento e apresentar pesquisas viáveis para a solução dos problemas

existentes.

Então, o conceito de desenvolvimento sustentável - que possui caráter

multidimensional - foi elaborado em 1987, no Relatório de Brundtland, O

relatório define desenvolvimento sustentável como “aquele que satisfaz as

necessidades da geração presente sem comprometer a possibilidade das

gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades”. (Nosso Futuro

Comum, 1987, p.64).

Nesse documento, conhecido como Relatório “Brundtland”, o consenso

foi alcançado e a expressão desenvolvimento sustentável foi inventada para

incluir os processos de tomadas de decisão e políticas baseadas na

interdependência e na complementaridade do crescimento econômico e da

preservação ambiental.

Apesar disso, o documento mostra a necessidade da reforma de

instituições e leis no quadro da sustentabilidade, a fim de enfrentar os desafios

do futuro com a finalidade total da realização da equidade inter e intra

gerações.

Essa definição contém dois conceitos-chave:

- o conceito de “necessidades”, sobretudo as necessidades essenciais

dos pobres do mundo, que devem receber a máxima prioridade;

- a noção das “limitações” que o estágio da tecnologia e da organização

social impõe ao meio ambiente, impedindo-o de atender às necessidades

presentes e futuras.

Esses conceitos tornam a definição de sustentabilidade subjetiva e têm

gerado vários debates em diversos campos acadêmicos, políticos,

organizacionais, empresariais, dentre outros, que vêm tentando adequar o

conceito à sua própria área de conhecimento (OLIVEIRA, 2002).

Apesar dos esforços feitos, ainda não se alcançou um conceito de

sustentabilidade com total concordância. A literatura mostra sérias

controvérsias nessa área. A definição primária, os objetivos, a coerência das

estratégias e mesmo as razões pelas quais o conceito surgiu, variam a partir de

cada área de conhecimento, desde a visão política e a visão da sociedade civil.

Entretanto, nenhuma instituição questiona a necessidade de se atingir o ideal

da sustentabilidade, mesmo com a ambiguidade da definição.

A ideia se popularizou em várias conferências, em 1992, a Eco/92, no

Rio de Janeiro, a de Johanesburgo, em 2002, a Rio+10 e em 2012, a

Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável a

Rio+20. Desde então, o debate sobre desenvolvimento sustentável está

presente na sociedade civil, governos, empresas, organismos internacionais,

ONGs, entre outros.

A importância do Desenvolvimento Sustentável

Na atualidade, o discurso do desenvolvimento sustentável trouxe novas

formas de intervenção e apropriação da natureza, com o argumento de que

esses recursos precisavam ser valorizados, de acordo com valores de

mercado, para poderem ser protegidos. Isto decorre do fato de que muitos

recursos naturais, que antes eram abundantes, hoje tendem a escassez devido

ao alto padrão de consumo mundial e a sua exploração de forma predatória de

modo desigual no planeta.

Muitos dos grandes problemas ambientais que enfrentamos podem ser

relacionados, direta ou indiretamente, com a apropriação e uso de bens,

produtos e serviços, suportes da vida e das atividades de uma sociedade

historicamente construída sobre uma perversa lógica de mercado. A questão é

que vemos esse consumo se tornar também o causador de uma série de

problemas sociais, ambientais e até psicológicos.

O ambiente em que vivemos e o descontrole ambiental

Todos os problemas ambientais se referem a impactos humanos

externos ao processo de produção no sentido estrito. O diagrama abaixo

permite visualizar essa afirmação.

Fonte: Foladori, 2001.

Os problemas ambientais podem ser reduzidos a: a) depredação de

recursos, como é o caso do solo, do qual se extraem os minerais, agrícolas ou

Recursos Detritos Produção

(economia)

Depredação Poluição

Excedente de

População

Problemas ambientais

no qual se constrói; ou o caso de outros seres vivos que se extinguem a ritmos

mais elevados do que os da sua própria reprodução natural; ou a depredação

da água subterrânea por sobreutilização; b) poluição por causa dos detritos que

não se reciclam naturalmente ao ritmo de sua geração, como é o caso dos

resíduos radioativos, da poluição do ar, dos cursos d’água ou mares e

oceanos, ou a poluição visual nas cidades, etc.;por último c) superpopulação e

pobreza. Neste último caso, trata-se da população que não está plenamente

incorporada ao ciclo do capital. Quaisquer desses três aspectos são os efeitos

externos ao processo produtivo.

Em termos operacionais, o que se faz necessário é a “criatividade

ecológica” que subsidie a forma equilibrada de pensar o desenvolvimento, ou

seja, a promoção do meio de vida sustentável deve se tornar parte da linha

mestra da estratégia de desenvolvimento e não pode ter sucesso sem a

participação dos grupos e das comunidades locais.

A partir da formulação do conceito de desenvolvimento sustentável,

outras ideias e abordagens surgiram como as premissas fundamentadas por

Sachs (1993) sobre as cinco dimensões da sustentabilidade (a social, a

econômica, a ecológica, a espacial e a cultural).

2 – Impactos ambientais das sociedades humanas

O homem e o meio ambiente.

No dia-a-dia estamos acompanhando o quanto o ser humano está

destruindo o meio ambiente. O acelerado processo de crescimento das

cidades, a industrialização e os veículos estão causando vários transtornos

para o ar, o solo e a água.

Para entender o surgimento e a difusão do paradigma da

sustentabilidade, é válido fazer uma síntese do desenvolvimento do

pensamento ecológico, que discute a evolução das ideias e percepções do

homem sobre a natureza.

Dois marcos iniciais desse pensamento foram a Proibição de Serrarias

Hidráulicas e Proteção às Florestas, no século XIV, na França e Inglaterra e o

Decreto das Águas e Florestas, em 1669, na França, onde a “ideia do

protecionismo” é baseada unicamente nos interesses econômicos.

Posteriormente, o movimento vive uma segunda fase durante o

Renascimento, quando se consolida a ideia de posição superior do homem e

que a natureza existe para prover suas necessidades.

O final do século XIX foi um período de forte expansão econômica e

territorial da cristandade ocidental e de otimismo com as realizações da

engenharia. Em 1864, George Perkins Marsh publica o livro “Man and Nature:

physical geography as modified by human action”, dando um grito de alerta: “a

atividade humana está desequilibrando a natureza, é preciso restaurar a

harmonia!”. Porém, com a euforia pelos grandes projetos de engenharia, o livro

de Marsh é praticamente ignorado, e suas ideias só seriam aplicadas mais de

um século depois.

Até o final do século XIX, a legitimação das intervenções humanas torna-

se cada vez mais difícil. Emerge a noção de fatalidade: “A degradação da

natureza é uma fatalidade ligada à necessidade de progresso”.

Ao final do século XIX, todas as tentativas de preservação da natureza

mostraram um caráter puramente de defesa do interesse econômico. A “ideia

do preservacionismo” apenas para proteger o que restava de natureza surge

então nos Estados Unidos, em 1872, com a criação do primeiro parque

nacional do mundo: Yellowstone. Numa postura totalmente contrária à

assumida pelos governos americanos no período pós-segunda guerra. Em

1899, foram criados mais quatro parques nacionais nos Estados Unidos, porém

essa ideia não foi absorvida imediatamente por muitos países. O Brasil criou

seu primeiro parque em 1937, o Parque Nacional de Itatiaia, no Rio de Janeiro

e a França apenas em 1963.

A preservação dos recursos naturais

A percepção cada vez mais clara dos problemas ambientais leva ao

surgimento de um movimento internacional embrionário e à realização de

diversos encontros, convenções, acordos e congressos, até que a Primeira

Grande Guerra interrompe o processo de mundialização do movimento. Em

1923, o I Congresso Internacional para a Proteção da Natureza, em Paris, se

torna o marco do nascimento do atual movimento preservacionista. Ao final da

década de 1930, a ideia de preservação da natureza recebeu uma solução

pragmática: criar unidades de conservação.

As Unidades de Conservação (UC) são instrumentos legais no processo

de conservação e recuperação de vários atributos inerentes aos recursos

naturais, tais como a biodiversidade, as funções ecológicas, a qualidade

ambiental e a paisagem natural (PAZ et al, 2006). A União Mundial para a

Conservação da Natureza (UICN) as definem como “uma área terrestre e/ou

marinha especialmente dedicada à proteção e manutenção da diversidade

biológica e dos recursos naturais e culturais associados, manejados através de

instrumentos legais ou outros instrumentos efetivos”.

O modelo de UC adotado pela legislação brasileira é um dos principais

elementos de estratégia de proteção legal de áreas naturais brasileiras. Este foi

influenciado pela política de proteção ambiental, com a criação do Parque

Yellowstone, nos Estados Unidos, em 1872.

O modelo tinha como objetivo proteger a vida selvagem (wilderness)

ameaçada pelo crescimento desordenado da população urbana, reflexo da

produção industrial em larga escala. Este se expandiu, em seguida, para o

Canadá e países europeus, tornando-se padrão mundial de proteção da

natureza. A ideia que fundamenta o modelo é a de que as mudanças

ocasionadas pelo ser humano na natureza são inevitáveis, havendo a

necessidade e a possibilidade de conservar fragmentos naturais em seu estado

original, antes da intervenção do homem (ARRUDA, 1999).

No século XIX, no Brasil, as pressões sobre os recursos naturais foram

intensificadas devido ao crescimento da população urbana, particularmente no

Rio de Janeiro. Assim, para conter as degradações ambientais, especialmente

nos mananciais ameaçados pelo uso inadequado dos recursos hídricos, foram

publicados em 1817 e 1818, vários Decretos Reais com o objetivo de proteger

legalmente as áreas ameaçadas. Embora, nessa época, as medidas

administrativas não tinham como foco principal a proteção e a gestão

adequada dos recursos naturais, as iniciativas já demonstravam a preocupação

com a conservação da natureza no país. Nesse período, não havia no Brasil,

aporte legal e administrativo que possibilitasse a criação, gestão e manejo

dessas áreas naturais (BRITO, 2010).

Com a elaboração da Constituição de 1934 foi concedida à natureza o

valor de ‘patrimônio nacional’, que proporcionou a entrada na agenda

governamental da discussão das questões ambientais (BRASIL, 1934).

Especificamente, o Código Florestal, criado em 1934 delineou os principais

conceitos de Parques Nacionais (PARNA) e Florestas Nacionais (FLONA),

consideradas as primeiras categorias de UC instituídas no país (BRASIL,

1934). Com base no Código Florestal/34 foi publicado o Decreto nº 1.713/1937,

instituindo a primeira UC brasileira, o PARNA de Itatiaia, no Rio de Janeiro,

destinado a atividades de pesquisa científica e uso lúdico (BRASIL, 1937).

Antes da promulgação da Constituição Federal Brasileira (CF), em 1988,

a proteção das áreas naturais estava sob a judíce da Lei nº 6.938/1981, que

trata da Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA). Esta lei conceituou meio

ambiente como: o conjunto de condições, leis, influências e interações de

ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas

as suas formas (BRASIL, 1981).

Entretanto, a política nacional de proteção dos recursos naturais é

impulsionada com a promulgação da CF/88, que dedica um capítulo específico

sobre a gestão ambiental. Através do art. 225, o país consagra o meio

ambiente como direito público e assegura a todas as pessoas o “direito

ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia

qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de

defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações” (BRASIL,

1988).

Na década seguinte, foi criada a Lei nº 9.985/2000, que instituiu o

Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). Nesta lei, unidade de

conservação (UC) é reconhecida como:

espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas

jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente

instituído pelo poder público com objetivos de conservação e limites

definidos, sob regime especial de administração ao qual se aplicam

garantias adequadas de proteção (BRASIL, 2000).

O SNUC define dois grupos de Unidades de Conservação (UC’s):

Unidades de Proteção Integral e Unidades de Uso Sustentável. As UC’s de

Proteção Integral têm por objetivo preservar a natureza, sendo admitido apenas

o uso indireto de seus recursos naturais (art. 7º, § 1º). Já as UC’s de Uso

Sustentável visam compatibilizar a conservação da natureza com o uso

sustentável de parcela dos seus recursos naturais (art. 7º, § 2º) (BRASIL,

2000).

A implementação do desenvolvimento sustentável

A noção de desenvolvimento sustentável propõe uma visão

tridimensional: eficiência econômica, prudência ecológica e sociedade justa. É

um enunciado propositivo e um ideário de sustentabilidade. As soluções

radicais devem tratar das raízes do problema e não de seus sintomas.

Para Sachs (1993), todo planejamento de desenvolvimento precisa levar

em conta, simultaneamente, as cinco dimensões de sustentabilidade, à

saber:

1. Sustentabilidade social: que se entende como a

criação de um processo de desenvolvimento que seja

sustentado por um outro crescimento, a meta é construir

uma civilização com maior eqüidade na distribuição de

renda e de bens, de modo a reduzir o abismo entre os

padrões de vida dos ricos e dos pobres.

2. Sustentabilidade econômica: que deve ser tornada

possível através da alocação e do gerenciamento mais

eficientes dos recursos e de um fluxo constante de

investimentos públicos e privados.

3. Sustentabilidade ecológica: que pode ser melhorada

utilizando-se as seguintes ferramentas: ampliação da

capacidade de carga da terra, através da criatividade,

intensificando o uso potencial de recursos dos diversos

ecossistemas, com um mínimo de danos causados ao meio

ambiente; limitação do consumo de combustíveis fósseis e

de outros recursos e produtos que são facilmente

esgotáveis ou danosos ao meio ambiente; redução do

volume de resíduos e de poluição, através da conservação

de energia, de recursos e da reciclagem; promoção da

autolimitação no consumo de materiais por parte dos

países ricos; intensificação a pesquisa para obtenção de

tecnologias de baixo teor de resíduos e eficiente uso de

recursos para o desenvolvimento urbano, rural e industrial;

definição de normas para uma adequada proteção

ambiental.

4. Sustentabilidade espacial; expressa principalmente

nas relações das áreas rural e urbana equilibrada e uma

melhor distribuição territorial dos assentamentos humanos

e das atividades econômicas.

5. Sustentabilidade cultural: valorização das diversas

formas de relação entre o ser humano e a natureza e as

diversidades culturais.

Portanto, para que ocorra o desenvolvimento sustentável é necessário

que haja uma harmonização entre o desenvolvimento econômico, a

preservação do meio ambiente, a justiça social (acesso aos serviços públicos

de qualidade), a qualidade de vida, o uso racional dos recursos da natureza,

principalmente a água.

O desenvolvimento sustentável no mundo

Um dos resultados mais visíveis das conferências internacionais, desde

Estocolmo, em 1972, e mais recentemente com o “conhecimento” da

possibilidade do aquecimento global pela mídia e pela sociedade - apesar do

assunto ser debatido no meio científico desde a década de 1960 - foi a

incorporação do paradigma da “sustentabilidade” nos debates sobre

desenvolvimento. Governos, universidades, empresas e sociedade

introduziram em escala e extensão crescentes, considerações e propostas que

refletem a preocupação com o “esverdeamento” de projetos de

desenvolvimento e a “democratização” dos processos de tomada de decisão.

A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio ambiente Humano em

Estocolmo, 1972 se tornou um marco, pela criação de uma Política Mundial de

Meio Ambiente. Foi dado um alerta de que a sobrevivência do planeta corria

riscos com a crescente e irracional interferência do homem no meio ambiente.

A conscientização de que as questões ambientais devem ser

consideradas no processo de desenvolvimento, tanto governamental quanto

organizacional, ganharam impulso com os grandes acidentes ambientais que

marcaram as décadas de 60 a 80, como o da Baia de Minamata no Japão, o

acidente de Bhopal na Índia que matou 2.000 pessoas e feriu 200 mil, o

acidente na usina nuclear de Chernobyl, na extinta União Soviética espalhando

radiação por toda a Europa e o vazamento de petróleo da Exxon Valdez no

Alaska, entre outros. A comoção internacional causada pelos acontecimentos

reforçou o questionamento já expresso pela ONU na Conferência de

Estocolmo, em 1972 (ALMEIDA, 2002).

O termo sustentável emerge no final da década de 1980, não mais como

uma contestação isolada. Para alguns, este termo surge como uma adaptação

do sistema contestado, buscando novo posicionamento e sua própria

manutenção.

A resposta da ONU sobre o comportamento predatório do

desenvolvimento econômico foi consolidada com a publicação do Relatório

Nosso Futuro Comum, em 1987. Nele, a Comissão Mundial sobre o Meio

Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD) criticava o modelo adotado pelos

países desenvolvidos e defendia um novo tipo de desenvolvimento, capaz de

manter o progresso em todo o planeta e de, no longo prazo, partilhá-lo entre

países em desenvolvimento e desenvolvidos. Nascia, assim, o conceito de

desenvolvimento sustentável ou sustentabilidade.

A década de 1990 foi marcada por uma série de debates sobre o

chamado desenvolvimento sustentável. Este conceito abrange a preocupação

da sociedade com a oferta futura de bens e serviços indispensáveis à

sobrevivência da humanidade.

A Declaração da ECO/92, no Rio de Janeiro – Agenda 21 – refletiu uma

crescente preocupação com as questões ambientais, a qual levou ao

estabelecimento de um conjunto de mecanismos institucionais internacionais, a

fim de assegurar que os problemas ambientais fossem tratados de maneira

mais eficiente. Como é comumente conhecida, a ECO-92, no Rio de Janeiro, é

um dos exemplos da preocupação do homem com seu planeta e com seu

semelhante. As nações passam a preocupar-se finalmente com os impactos do

processo de crescimento na qualidade de vida.

No Brasil, assim como nos outros países emergentes, a questão do

desenvolvimento sustentável tem caminhado de forma lenta. Embora haja um

despertar da consciência ambiental no país, muitas empresas ainda buscam

somente o lucro, deixando de lado as questões ambientais e sociais.

Ainda é grande no Brasil o desmatamento de florestas e uso de

combustíveis fósseis. Embora a reciclagem do lixo tenha aumentado nos

últimos anos, ainda é muito comum a existência de lixões ao ar livre. A poluição

do ar, de rios e solo ainda são problemas ambientais comuns em nosso país.

A geração de resíduos e efluentes

Depois da Revolução Industrial, no final do século XVIII, e especialmente

durante o século XX, o impacto da atividade humana sobre o meio ambiente

tornou-se muito significativo. O aumento da população e do consumo pessoal,

principalmente nos países desenvolvidos, originou problemas ambientais cuja

solução é o grande desafio deste início de século para pesquisadores,

ambientalistas, governos, organizações não-governamentais e comunidades de

todo o mundo.

Nos últimos 50 anos o Brasil se transformou de país agrário num país

urbano, concentrando, em 2010, 85% da sua população nas cidades. O

crescimento das cidades brasileiras não foi acompanhada pela provisão de

infraestrutura e de serviços urbanos, entre eles os serviços públicos de

saneamento básico, que envolvem o abastecimento de água potável; coleta e

tratamento de esgoto sanitário; estrutura para a drenagem urbana e o sistema

de gestão e manejo dos resíduos sólidos.

– Aspectos Legais

- Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)

O Brasil conta hoje com um arcabouço legal, recentemente aprovado,

que estabelece diretrizes para a gestão dos resíduos sólidos, por meio da

Política Nacional de Resíduos Sólidos (2010) e para a prestação dos serviços

públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, por meio da Lei

Federal de Saneamento Básico (2007).

A Lei Federal de Saneamento Básico aborda o conjunto de serviços de

abastecimento público de água potável; coleta, tratamento e disposição final

adequada dos esgotos sanitários; drenagem e manejo das águas pluviais

urbanas, além da limpeza urbana e o manejo dos resíduos sólidos.

A limpeza urbana e o manejo de resíduos sólidos considerados na lei

como serviços públicos são compostos pelas atividades de: coleta, transbordo

e transporte dos resíduos; triagem para fins de reuso ou reciclagem;

tratamento, incluindo compostagem, e disposição final dos resíduos. Refere-se

também ao lixo originário da varrição, capina e poda de árvores em vias e

logradouros públicos e outros serviços de limpeza pública urbana, relacionados

no art. 3o da Lei.

Também dispõe, desde 2005, de lei que permite estabilizar as relações

de cooperação federativa para a prestação desses serviços, por meio da Lei de

Consórcios Públicos. E concluiu ainda recentemente seu Plano Nacional sobre

Mudança do Clima, com algumas diretrizes e metas que envolvem os resíduos

sólidos.

Coerentemente, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), definiu

em seu art. 7º, IV, entre os seus objetivos a adoção, desenvolvimento e

aprimoramento de tecnologias limpas como forma de minimizar impactos

ambientais e o incentivo ao desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental

e empresarial voltados para a melhoria dos processos produtivos e ao

reaproveitamento dos resíduos sólidos, inclusive a recuperação e o

aproveitamento energético (Art. 7º, XIV).

- Política Nacional sobre Mudança do Clima

O mais urgente desafio ambiental é hoje, sem dúvida, a regulação do

clima, já comprometido pelo processo do aquecimento do planeta. As

tendências globais ainda são, por um lado, o contínuo crescimento da taxa de

emissão dos gases de efeito estufa, e, por outro, uma irresponsabilidade

generalizada em não incorporar o senso de urgência (ALMEIDA, 2010).

Há exceções que confirmam a afirmação. O patamar de descontrole

climático atingiu um estágio no qual não basta a mitigação das emissões de

gases de efeito estufa. O acirramento de eventos extremos, mesmo no melhor

dos cenários, indica a necessidade de adaptação para enfrentá-los e evitar

tragédias maiores (ALMEIDA, 2010).

.

O valor estabelecido pelo Protocolo de Kyoto para redução dessas

emissões aos padrões de 1990 está muito distante das bases científicas.

Fixado por critério político, o percentual de redução de 5% como tem sido

amplamente divulgado é retórico. Os organismos da ONU constatam que em

2012 deveríamos imprimir uma redução de 60%, e não 5%, da carga de

emissão de 1990 (ALMEIDA, 2010).

. Estudos científicos não deixam dúvidas sobre os impactos nas

dimensões ambiental, social e econômica. A destruição de ecossistemas já

está provocando a morte demais de 300 mil pessoas por ano no mundo. Não

faz muito tempo a Universidade da ONU revelou que o movimento migratório

dos chamados refugiados climáticos já começou e pode atingir uma escala sem

precedentes na História. As previsões são sombrias: o número de refugiados

seria de 200 milhões até 2050 e pode chegar a 700 milhões no pior dos

cenários se nada for feito (ALMEIDA, 2010).

. O mundo globalizado está também muito distante do que seria

aceitável em relação à distribuição de renda e inclusão no mercado. A falta de

acesso à energia por significativa parcela da população mundial reflete o grau

de desigualdade. Estima-se, por exemplo, que o número de pessoas usando

fontes tradicionais de biomassa para cozinhar, com lenha e outras matérias

orgânicas, aumentará de 2,5 bilhões de hoje para 2,7 bilhões em 2030 caso

não haja uma mudança de políticas. O número de pessoas que morrem

anualmente por intoxicação pela fumaça produzida pela queima da biomassa

utilizada como energia chega a 1,3 milhão (ALMEIDA, 2010).

Uma pesquisa do Instituto Gallup, de âmbito internacional, destaca a

erradicação da pobreza como uma das questões mais prementes. Também

mereceram destaque outros itens que estão diretamente relacionados ao

combate à miséria: crescimento da economia e redução das desigualdades, via

aproximação, entre nações ricas e pobres (ALMEIDA, 2010).

. No Brasil, a Política Nacional sobre Mudança do Clima, em seu Art. 4º,

II, estabelece como um de seus objetivos a redução das emissões de gases de

efeito estufa (GEE) oriundas das atividades humanas, nas suas diferentes

fontes, inclusive a referente aos resíduos.

Para minimizar os impactos no clima, que já são bastante detectáveis, a

Política Nacional sobre Mudança do Clima estabeleceu, em seu Art. 12, o

compromisso nacional voluntário com ações de mitigação das emissões de

gases de efeito estufa, para reduzir entre 36,1% e 38,9% as emissões

nacionais projetadas até o ano de 2020.

Coleta Seletiva do Lixo

A Resolução CONAMA nº 275, de 25 de abril de 2001, estabelece o

código de cores para os diferentes tipos de resíduos a ser adotado na

identificação de coletores e transportadores, bem como nas campanhas

informativas para a coleta seletiva. De acordo com esta Resolução, os padrões

de cores para coleta são:

- papel/papelão;

- plástico;

- vidro;

- metal;

– madeira;

- resíduos perigosos;

- resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde;

- resíduos radioativos;

- resíduos orgânicos;

- resíduo geral não reciclável ou misturado, ou contaminado não

passível de separação.

A demanda e a geração de energia e seus impactos no meio ambiente

Grande parte dos problemas ambientais está relacionada com a

exploração e utilização de energia. Poluição, chuva ácida, destruição da

camada de ozônio, aquecimento da Terra – por causa da intensificação do

efeito estufa – e destruição da fauna e flora são alguns dos efeitos dos

processos atualmente disponíveis para a geração de energia.

Hoje, 75% da energia gerada em todo o mundo é consumida por apenas

25% da população mundial, principalmente nos países industrializados.

Prevendo que a população dos países em desenvolvimento deverá dobrar até

que se consiga a estabilização, por volta do ano 2110, e melhorar seus

padrões de consumo, a questão é: como atender à demanda por energia sem

que ocorram impactos ambientais ainda mais significativos?

A energia elétrica, que se tornou um dos bens de consumo mais

fundamentais para as sociedades modernas. Usamos energia para gerar

iluminação, movimentar máquinas e equipamentos, controlar a temperatura

produzindo calor ou frio, agilizar as comunicações, etc. Da eletricidade

dependem a nossa produção, locomoção, eficiência, segurança, conforto e

vários outros fatores associados à qualidade de vida.

A contrapartida dos benefícios proporcionados pelo desenvolvimento

tecnológico é o crescimento constante do consumo de energia. Para atender à

demanda, os governos precisam investir cada vez mais na construção de

usinas de geração, linhas de transmissão e distribuição, com sérios prejuízos

ambientais.

A gravidade dos impactos ambientais vai depender em grande parte da

fonte de energia usada na geração da eletricidade. O emprego de fontes não

renováveis como o petróleo, o gás natural, o carvão mineral e o urânio está

associado a maiores riscos ambientais, tanto locais (poluição do ar e

vazamento radioativo) como globais (aumento do efeito estufa).

Já as fontes de energia renováveis, como a água, o Sol, os ventos e a

biomassa (lenha, bagaço de cana, carvão vegetal, álcool e resíduos vegetais)

são consideradas as formas de geração mais limpas que existem, embora

também possam afetar o meio ambiente, dependendo das formas de utilização

desses recursos.

No campo da produção de energia da biomassa, o Brasil é um país

absolutamente privilegiado. Por dispor da incidência da energia solar durante

todo o ano, em quase toda a sua extensão territorial, pode se propor a

implantar um amplo programa de geração de energia de variados teores e

fontes.

Para enfrentar o aumento da demanda no futuro precisamos encarar o

uso da energia sob a ótica do consumo sustentável, ou seja, aquele que atende

às necessidades da geração atual sem prejuízo para as gerações futuras. Isso

significa eliminar desperdícios e buscar fontes alternativas mais eficientes e

seguras para o homem e o meio ambiente. O desafio está lançado, não apenas

para autoridades governamentais, mas para a sociedade como um todo.

Atualmente, boa parte da tecnologia de produção baseia-se em

derivados de petróleo. Como as reservas de petróleo são finitas e diminuem a

cada ano, são enormes as vantagens competitivas dos Países com capacidade

de produção de energia a partir de fontes perenes, como o Sol, os ventos e a

biomassa.

Existem vários meios de produzir energia elétrica, cada qual com suas

vantagens e desvantagens econômicas e ambientais. Pode-se produzir

eletricidade a partir de fontes renováveis ou não renováveis.

As fontes renováveis são aquelas que não se esgotam. Algumas delas

são fontes permanentes e contínuas – como o Sol, o vento, a água e o calor da

terra – outras podem se renovar – como a biomassa. As formas mais limpas de

produção de eletricidade estão associadas ao uso de fontes de energia

renováveis.

Ao contrário, as fontes de energia não renováveis, como o petróleo, o

carvão mineral, o gás natural e o urânio (usado nas usinas nucleares), tendem

a se esgotar. São reservas formadas durante milhões de anos a partir da

decomposição natural de matéria orgânica, não podendo ser repostas pela

ação do homem.

A formação das bases energéticas dos países sempre resultou de

considerações econômicas, como a disponibilidade de recursos naturais e

viabilidade de exploração. No caso do Brasil, por exemplo, a abundância de

recursos hídricos foi fundamental para a formação de um sistema

predominantemente hidráulico.

Nos últimos anos, a questão ambiental vem ganhando relevância no

planejamento energético dos países. Só para citar um exemplo, os riscos

ambientais levaram a Alemanha a estabelecer um plano de desativação de

todo o seu sistema energético nuclear.

O desenvolvimento é necessário, entretanto, o ser humano precisa

respeitar o meio ambiente, pois dependemos dele para sobreviver no planeta.

É importante que haja a viabilidade econômica nas ações voltadas para a

produção de bens e serviços, porém estes não podem comprometer a vida das

gerações futuras no planeta terra.

Diferentes atitudes que podem contribuir para o desenvolvimento

sustentável no planeta

- Reciclagem de diversos tipos de materiais: papel, alumínio, plástico, vidro,

ferro, borracha e etc.

- Coleta seletiva de lixo.

- Tratamento de esgotos industriais e domésticos para que não sejam jogados

em rios, lagos, córregos e mares.

- Descarte de baterias de celulares e outros equipamentos eletrônicos em

locais especializados. Estas baterias nunca devem ser jogadas em lixo comum;

- Geração de energia através de fontes não poluentes como, por exemplo,

eólica, solar e geotérmica.

- Substituição, em supermercados e lojas, das sacolas plásticas pelas sacolas

retornáveis, ecológicas ou as feitas de papel.

- Uso racional (sem desperdício) de recursos da natureza como, por exemplo, a

água.

- Diminuição na utilização de combustíveis fósseis (gasolina, diesel),

substituindo-os por biocombustíveis.

- Utilização de técnicas agrícolas que não prejudiquem o solo.

- Substituição gradual dos meios de transportes individuais (carros particulares)

por coletivos (metrô).

- Criação de sistemas urbanos (ciclovias) capazes de permitir a utilização de

bicicletas como meio de transporte eficiente e seguro.

- Incentivo ao transporte solidário (um veículo circulando com várias pessoas).

- Combate ao desmatamento ilegal de matas e florestas.

- Combate à ocupação irregular em regiões de mananciais.

- Criação de áreas verdes nos grandes centros urbanos.

- Manutenção e preservação dos ecossistemas.

- Valorização da produção e consumo de alimentos orgânicos.

- Respeito às leis trabalhistas.

- Não utilização de mão-de-obra infantil e trabalho escravo.

- Uso da Gestão Ambiental nas indústrias, empresas prestadoras de serviços e

órgãos públicos.

- Implantação, nos grandes centros urbanos, da técnica do telhado verde.

Estas são apenas algumas sugestões para que o ser humano consiga

estabelecer o equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a manutenção

do meio ambiente. Assumir a responsabilidade social e ambiental potencializa

a iniciativa de cada pessoa em seu esforço individual de proteger o meio

ambiente. Desenvolvimento sustentável é o grande desafio do século XXI e

todos podem colaborar para que possamos atingir este importante objetivo.

BIBLIOGRAFIA

BIBLIOGRAFIA BÁSICA:

ALMEIDA F. O bom negócio da sustentabilidade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002 ANDRADE, R. O. B., CARVALHO, A.B., TACHIZAWA, T. Gestão ambiental - enfoque estratégico aplicado ao desenvolvimento sustentável. 2a.ed. São Paulo: Makron Books, 2002. ARRUDA, Rinaldo. “Populações tradicionais” e a proteção dos recursos naturais em unidades de conservação. Revista: Ambiente & Sociedade, ano II, nº 5 – 2º semestre de 1999.

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______. Constituição (1988). Constituição [da] República Federativa do Brasil – Promulgada em 05 de outubro de 1988. Disponível em <http://www.planalto.gov.br>. Acesso em: 10 set. 2014.

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BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:

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www.mma.gov.br

www.planalto.gov.br