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CARAJÁS, BRASIL Operador sustentável A Floresta Nacional de Carajás é uma das principais áreas de conservação ambiental no Brasil. Nossa operação no estado do Pará está inserida nessa unidade de conservação. Além das ações de proteção da floresta, apoiamos o Projeto de Conservação do Gavião-real, espécie quase ameaçada de extinção. Criar valor em todo o ciclo de vida de nossas atividades é o nosso principal objetivo. Além de contribuir com o desenvolvimento sustentável das comunidades, regiões e países onde operamos, buscamos manter um relacionamento e um diálogo permanente e aberto com os nossos stakeholders. Relatório de Sustentabilidade Vale 2009 14 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009 14

Operador - Vale.com · oPErADor SuStENtáVEL Em 2009, mesmo diante de um período de recessão e contração da economia ... saudável, apoiada em nossa capacidade de geração de

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CARAJÁS, BRASIL

Operador sustentável

A Floresta Nacional de Carajás é uma das principais áreas de conservação ambiental no Brasil. Nossa operação no estado do Pará está inserida nessa unidade de conservação. Além das ações de proteção da floresta, apoiamos o Projeto de Conservação do Gavião-real, espécie quase ameaçada de extinção.

Criar valor em todo o ciclo de vida de nossas atividades é o nosso principal objetivo. Além de contribuir com o desenvolvimento sustentável das comunidades, regiões e países onde operamos, buscamos manter um relacionamento e um diálogo permanente e aberto com os nossos stakeholders.

Relatório de Sustentabilidade Vale 200914 Relatório de Sustentabilidade Vale 200914

1515

deseMpenho dos neGócIos

Desafios superadosSólida gestão financeira

permitiu atravessar a retração da indústria

siderúrgica e preparar a Vale para um novo ciclo

de crescimento

Com agilidade e integração, implantamos iniciativas de resposta à crise com foco na redução de custos e aumento da eficiência. Não cancelamos nenhum investimento e ainda conseguimos identificar novas oportunidades de crescimento. Por isso, apesar da redução nos indicadores de desempenho em relação ao ano anterior, já começamos a colher resultados positivos que fortalecerão nossa capacidade de gerar valor para os acionistas e para a sociedade nos próximos anos. A produção de minério de ferro, no segundo semestre de 2009, totalizou 130,2 Mt1, contra 107,7 Mt nos primeiros seis meses. Esse aumento de 21% no nosso principal produto é um forte indicador do acerto de nossa estratégia. Além disso, alcançamos três novos recordes anuais de produção: carvão (5,4 Mt), bauxita (12,5 Mt) e alumina (5,9 Mt).

A recuperação dos mercados mundiais nos últimos meses do ano, no entanto, não foi

1milhõesdetoneladasmétricas.

suficiente para elevar os indicadores anuais de desempenho econômico-financeiro aos patamares de 2008. A receita operacional bruta, em 2009, foi de US$ 23,9 bilhões2, menor, portanto, que o recorde registrado no ano anterior, de US$ 38,5 bilhões. A geração de caixa, medida pelo Ebitda ajustado (lucro antes de despesas financeiras, impostos, depreciação e amortização, adicionado aos dividendos recebidos de empresas coligadas não consolidadas), saiu do recorde de US$ 19 bilhões, registrado em 2008, para US$ 9,2 bilhões. O lucro líquido foi de US$ 5,3 bilhões, contra US$ 13,2 bilhões em 2008, o que permitiu totalizar uma remuneração aos acionistas de US$ 2,75 bilhões. Mantivemos nossa sólida posição financeira, apoiada em um expressivo caixa, que alcançou US$ 11 bilhões em 31 de dezembro de 2009, disponibilidade de linhas de crédito de médio e longo prazos e endividamento de baixo risco.

2 opadrãocontábilutilizadoéouSGAAP.

oPErADorSuStENtáVEL

Em2009,mesmodiantedeumperíododerecessãoecontraçãodaeconomiaglobal,aValeapresentouumsólidodesempenhooperacionalefinanceiro.Peranteumareduçãosemprecedentenaproduçãodaindústriasiderúrgica,quelevouàquedadademandapornossosprincipaisprodutos,demonstramosmaisumaveznossacapacidadedesuperardesafios,embasadosemnossasvantagenscompetitivas:amplacarteiradeativosdeclassemundial,baixocustodeprodução,saúdefinanceira,disciplinanaalocaçãodecapital,forçadetrabalhodealtaqualidadeeespíritoempreendedor.

Para mais detalhes sobre nosso desempenho e outras informações contábeis, leia o relatório Form 20-F, disponível em www.vale.com.

Produção(uSGAAP)    

Volume de produção em mil toneladas métricas (a menos que informado)

2008 2009

Minério de ferro 293.374 229.338Pelotas 34.252 15.253Minério de manganês 2.383 1.657Ferroligas 475 223Níquel 275 187Cobre 312 198Bauxita 4.403 6.203Alumina 5.028 5.910Alumínio 543 459Carvão metalúrgico 2.808 2.527Carvão térmico 1.286 2.892Potássio 607 717Caulim 1.129 781Cobalto (toneladas métricas) 2.828 1.575

Platina (milhares de onças troy) 166 103

Paládio (milhares de onças troy) 231 152

Ouro (milhares de onças troy) 85 49

Prata (milhares de onças troy) 2.308 1.245

Relatório de Sustentabilidade Vale200916

                 

  brasilAméricadoSul,excetobrasil

Canadá

Américado

Norte,excetoCanadá

Australásia Europa áfrica total

Valoreconômicodiretogerado

a) Receitas* 19.726 0 2.997 38 1.415 184 0 24.360

Valoreconômicodistribuídob) Custos operacionais 10.186 15 2.699 46 1.317 219 15 14.497

c) Salários e benefícios de empregados

1.534 0 709 11 314 70 0 2.638

d) Pagamentos para provedores de capital 2.745 0 0 1.537 0 0 0 4.282

e) Pagamentos ao governo 1.664 0 74   69 152 0 1.959

f ) Investimentos na comunidade 154 0 37 0 9 0 1 201

total 16.283 15 3.519 1.594 1.709 441 16 23.577

ValoreconômicoacumuladoValor econômico gerado menos valor econômico distribuído

3.443 -15 -522 -1.556 -294 -257 -16 783

RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

* O padrão contábil utilizado é o USGAAP, considerando alguns ajustes, conforme estabelecido pela metodologia GRI: além da receita operacional bruta, o item a) Receitas, apresentado acima, inclui os resultados financeiros e os provenientes de venda de ativos.

Valoreconômicogeradoedistribuído(emuS$milhões)–receitacombasenaorigemdoproduto

Apesar da crise econômica, demonstramos, mais uma vez, nossa capacidade de superar desafios.

receitaporproduto(US$ 24 bilhões)

miNérioDEfErroEPELotASNÍquELmANGANêSEfErroLiGASCobrEALumÍNioLoGÍStiCACArVãooutroS

59%2%

5%

5%

9%

14%

2% 4%

receitapordestino(US$ 24 bilhões)

brASiLrEStoDomuNDoAmériCASSEmbrASiLChiNAáSiASEmChiNAEuroPA

38%

19%

17% 2%15%9%

GOVERNANçA CORPORATIVA

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oPErADorSuStENtáVEL

iNVEStimENtoS

Em 2009, nosso volume de investimento, excluindo aquisições, alcançou US$ 9 bilhões, o que significa que mantivemos todas as ações aprovadas em nosso orçamento. Desse total, US$ 5,8 bilhões foram alocados em desenvolvimento de projetos, US$ 1,01 bilhão, em pesquisa e desenvolvimento e US$ 2,15 bilhões, na manutenção das operações existentes.

Dentre as implementações voltadas ao crescimento orgânico da Vale (desenvolvimento de projetos; pesquisa e desenvolvimento), destacamos o projeto Corredor Sudeste, concluído em 2009, com a expansão da Ferrovia Vitória a Minas (EFVM) e do Porto de Tubarão. Cabe ressaltar, ainda, a continuidade de nossos compromissos corporativos, por meio de investimentos em responsabilidade social de US$ 781 milhões, sendo US$ 580 milhões destinados à proteção ambiental e US$ 201 milhões a projetos sociais (leia mais sobre nossos investimentos ambientais na página 54 e sobre investimentos sociais na página 79).

Nos últimos cinco anos, atuando com base numa visão de longo prazo, a Vale investiu US$ 59,5 bilhões, criando novas oportunidades de geração de valor e ampliação de nossa liderança nos mercados mundiais de minérios e metais. Em 2010, de acordo com o orçamento já aprovado pelo Conselho de Administração, planejamos investir US$ 12,9 bilhões, dando continuidade às melhorias nas operações existentes e ao crescimento por meio da execução de projetos e ações de pesquisa e desenvolvimento.

iNCENtiVofiSCAL

A Vale e algumas companhias relacionadas no Brasil possuem incentivo fiscal de redução parcial do imposto de renda devido, pelo valor equivalente à parcela atribuída pela legislação fiscal às operações nas regiões Norte e Nordeste com minério de ferro, ferrovia, manganês, cobre, bauxita, alumina, alumínio, caulim e potássio. O incentivo é calculado com base no lucro fiscal da atividade (chamado lucro da exploração), leva em conta a alocação do lucro operacional pelos níveis da produção incentivada durante os períodos definidos como beneficiados para cada produto e, no geral, expiram até 2018. Parte das operações com ferrovia e ferro na região Norte foi reconhecida como incentivada por 10 anos a partir de 2009. Um montante igual ao obtido com a economia fiscal deve ser apropriado em uma conta de reserva de lucros, no patrimônio líquido, e não pode ser distribuído como dividendos aos acionistas.

As empresas no Brasil desenvolvem programas incentivados em áreas como cultural, esportiva, amparo à infância, entre outras, que permitem abater parte do imposto de renda devido a título de incentivo, observados os limites fiscais de cada programa. O total de incentivos fiscais em 2009 foi de US$ 148 milhões.

investimentosportipo(US$ bilhões)

2008 2009 2010

10% 11%

10%26%24%

23%

64% 65%

67%

10,29

12,9

mANutENçãoDASoPErAçõESExiStENtESPESquiSAEDESENVoLVimENto(P&D)ExECuçãoDEProJEtoS

Relatório de Sustentabilidade Vale200918

RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

SoLiDEzfiNANCEirA

A Vale mantém uma posição financeira saudável, apoiada em nossa capacidade de geração de caixa, liquidez e disponibilidade de linhas de crédito de médio e longo prazos, além de um portfólio de dívida de baixo risco – com baixo custo, alta cobertura de juros e longo prazo de vencimento.

Em 31 de dezembro de 2009, nossa dívida total era de US$ 22,9 bilhões, com prazo médio de 9,17 anos e custo médio de 5,3% ao ano. A amortização da dívida prevista para 2010 é de US$ 2,7 bilhões. Nossa dívida líquida, ao final de 2009, era de US$ 11,8 bilhões. Nossa posição de caixa totalizou US$ 11 bilhões, incluindo US$ 3,7 bilhões em investimentos em ativos de renda fixa de baixo risco, com vencimento variando entre 91 e 360 dias.

A despeito da crise internacional, mantivemos nosso investment grade nas principais agências de risco em 2009, conforme explicitado no quadro Informações corporativas. Da mesma forma, o Brasil, onde a Vale possui grande parte da sua operação, manteve-se avaliado como nível de investment grade.

mErCADoDECAPitAiS

Nos últimos dez anos, entre 2000 e 2009, a Vale foi a empresa de mineração diversificada que mais gerou valor para o acionista, com retorno total (TSR, na sigla em inglês de Total Shareholder Return) de 33,2%, em média, por ano, desempenho que se repetiu também nos últimos cinco anos, entre 2005 e 2009, com TSR médio de 35,3%.

Após a queda de preços generalizada das ações no segundo semestre de 2008, acompanhando o comportamento dos mercados internacionais devido à crise financeira, houve forte valorização em 2009. O preço de nossos ADRs representativos das ações ordinárias se elevou em 139,1% durante o ano. Como consequência, o valor de mercado da Vale passou de US$ 61,9 bilhões, em 31 de dezembro de 2008, para US$ 146,9 bilhões, ao final de 2009.

Com isso, retomamos uma tendência de longo prazo de alta de preços de nossas ações, que começou no início dos anos 90 e se acelerou significativamente nos últimos dez anos. Essa trajetória positiva é consequência da definição de um modelo de governança corporativa transparente, de uma estratégia de longo prazo, da realização de consideráveis investimentos lastreados na disciplina na alocação do capital e dos efeitos do ciclo de minérios e metais. A recessão global interrompeu temporariamente essa tendência, já retomada em 2009.

Nos últimos cinco anos, a Vale distribuiu aos seus acionistas, sob a forma de dividendos e juros sobre o capital próprio, o valor de US$ 10,075 bilhões, sendo US$ 2,75 bilhões apenas em 2009.

Pesquisamineral

Atualmente,estamosdesenvolvendoumextensoprogramadepesquisamineral,queincluiempreendimentosem21países.Nossasprospecçõesabrangemprincipalmentecobre,minériodemanganês,minériodeferro,níquel,bauxita,fosfato,potássio,carvão,urânio,diamanteemetaisdogrupodaplatina.Atuamoscomequipeprópriaetambémpormeiodeparticipaçõesemoutrasempresas.

Em 2010, daremos continuidade às ações de pesquisa e desenvolvimento.

GOVERNANçA CORPORATIVA

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oPErADorSuStENtáVEL

GoVernança corporatIVa

Ética e responsabilidade

para crescerA partir de uma estrutura de governança

construída de acordo com as melhores práticas, avançamos na globalização de

normas e documentos, mantendo o respeito às diferenças jurídicas e culturais

Emcontinuidadeaoprocessodeglobalizaçãodenossosdocumentosnormativos,em2009aprovamosquatropolíticas,quatronormaseseteinstruções,totalizando15novosinstrumentosnormativosdeescopoglobal.Elaboradospelasáreasdiretamenterelacionadasaostemasnelestratados,essesdocumentosforamanalisadospeloComitêdeAvaliaçãoGlobal,criadonoanoanterioreformadoporrepresentantesdediversasáreasdaValeedediferentespaíses,incluindobrasil,Austrália,Canadá,ChinaeSuíça.AmissãodesseComitêéavaliarosinstrumentosnormativosnoquetangeàsuaconformidadecomoscostumesdospaísesondeaValeatua,considerandodesdeosaspectosjurídicosatéadiversidadecultural.

Após a análise do Comitê de Avaliação Global, os documentos passam pelo processo de aprovação pela diretoria da área relacionada ao documento. Dependendo do seu escopo de abrangência, a aprovação pode ainda ser feita pela Diretoria Executiva ou pelo Conselho de Administração, de acordo com as atribuições gerais desses dois organismos internos de governança.

Entre os documentos aprovados no início de 2009 estão itens que havíamos estabelecido entre as nossas metas de evolução da nossa estratégia de sustentabilidade, como:

�• Política de Desenvolvimento Sustentável, elaborada em 2008 e aprovada em 2009, com orientações para a nossa forma de atuação local, regional e global;

�• Política de Direitos Humanos, que reafirma os compromissos da Vale em relação a esse tema, de interesse mundial;

�• Política de Segurança Empresarial, importante instrumento de padronização do posicionamento da empresa em todos os países nos quais atuamos;

Criamos 15 novos instrumentos normativos de escopo global.

Relatório de Sustentabilidade Vale200920

RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

�• Norma de Responsabilidades Saúde, Segurança e Meio Ambiente, que estabelece os processos para registro de ocorrências, os responsáveis pelo cumprimento de metas e a ocorrência de fatos relevantes nessas áreas.

EStruturA

A estrutura de governança corporativa da Vale atende às nossas demandas globais, promove nossos valores e nos mantém alinhados com as melhores práticas internacionais de gestão.

ConselhodeAdministração – Responsável pela definição das políticas e das diretrizes gerais da empresa, analisa planos e projetos propostos pela Diretoria Executiva e avalia os resultados. Conta com 11 membros e respectivos suplentes, eleitos em Assembleia Geral de Acionistas, com mandato de dois anos. Em 2009, o Conselho era composto por nove conselheiros indicados pelo acionista majoritário, um membro independente sem vínculo com o grupo de controle e um eleito pelos empregados. Por meio da Assembleia Geral Ordinária, realizada anualmente, os acionistas minoritários podem se manifestar sobre as matérias em pauta.

Estruturadegovernança

Os membros do Conselho de Administração possuem reconhecida competência nas áreas de finanças e mercado de capitais, governança corporativa, mineração, comercialização de minérios e sustentabilidade. O Presidente do Conselho de Administração em 2009, Sérgio Ricardo Silva Rosa, não exerce função de diretor executivo da empresa.

ConselhofiscalPermanente – constituído por três a cinco membros independentes (e igual número de suplentes), seguindo os termos da lei brasileira, fiscaliza as atividades da administração e revisa as demonstrações contábeis, reportando-se diretamente aos acionistas.

Também desempenha as funções de Comitê de Auditoria, conforme recomendação da Lei Sarbanes-Oxley, que integra a legislação aplicável do mercado de capitais norte-americano.

Um membro do Conselho Fiscal e seu respectivo suplente foram indicados pelos acionistas preferencialistas na Assembleia Geral Ordinária de 2009.

Os acionistas não controladores titulares de ações ordinárias que representem, pelo menos, 15% do total das ações com direito a voto e de ações preferenciais que representem, pelo menos, 10% do capital social têm direito de eleger um membro e seu suplente do Conselho de Administração. Caso se verifique que nem os titulares de ações ordinárias, nem os titulares de preferenciais perfizeram os limites indicados acima, os titulares de ações ordinárias e os titulares de ações preferenciais que representem pelo menos 10% do capital total poderão agregar suas ações para eleger um membro e seu suplente para o Conselho de Administração.

A remuneração dos membros do Conselho tem um valor fixo. A remuneração global e anual dos administradores é estabelecida pela Assembleia Geral Ordinária de acionistas, com base em responsabilidades, no tempo dedicado às funções, na competência, na reputação profissional e no mercado. O Conselho de Administração define a distribuição da remuneração fixada pela Assembleia entre os seus membros e os membros da Diretoria Executiva e dos Comitês de Assessoramento. O Conselho não é submetido a um processo formal de autoavaliação.

AssembleiaGeral

DiretoriaExecutivaderecursos

humanoseServiçosCorporativos

DiretoriaExecutivadeNãoferrosos

DiretoriaExecutivadefinançaserelaçõescominvestidores

DiretoriaExecutivadeferrosos

DiretoriaExecutivadeLogística,

GestãodeProjetoseSustentabilidade

ConselhodeAdministração

ComitêsdeAssessoramento

Conselhofiscal

Auditoriainterna

Diretor-presidente

• Controladoria• Desenvolvimento

E xecutivo• Estratégico• Governança e

Sustentabilidade• Financeiro

GOVERNANçA CORPORATIVA

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oPErADorSuStENtáVEL

Nenhum dos membros do Conselho Fiscal integra o Conselho de Administração e a Diretoria Executiva, conforme critérios de independência previstos na lei brasileira.

DiretoriaExecutiva – é o órgão que coloca em prática a estratégia de negócios estabelecida pelo Conselho de Administração, elabora os planos e os projetos e é responsável pelo desempenho operacional e financeiro da empresa.

39,2% 95,6% 61,2%53,9%

1,0% 0%

0%

33,3%

6,9%

3,4%

5,5%

22,8%

37,6% 28,5%

4,2%

17,5% 9,5%

6,9%

22,6%

13,0%

5,3%

17,9%

10,2%

Capitalordinário(oN)

Capitalpreferencial(PN)

Capitaltotal

VALEPAr 53,9%

GoVErNofEDErAL 6,9%bNDESPar 6,9%

FREE-FLOAT* 39,2%

investidoresnãobrasileiros 27,0%

NySEADr 22,8%bm&fbovespa 4,2%

investidoresbrasileiros 12,2%institucionais 6,9%Varejo 5,3%

VALEPAr 1,0%

GoVErNofEDErAL 3,4%tesouroNacional 0,0%

bNDESPar 3,4%

FREE-FLOAT* 95,6%

investidoresnãobrasileiros 55,1%

NySEADr 37,6%bm&fbovespa 17,5%

investidoresbrasileiros 40,5%institucionais 22,6%Varejo 17,9%

VALEPAr 33,3%

GoVErNofEDErAL 5,5%tesouroNacional 0,0%

bNDESPar 5,5%

FREE-FLOAT* 61,2%

investidoresnãobrasileiros 38,0%

NySEADr 28,5%bm&fbovespa 9,5%

investidoresbrasileiros 23,2%institucionais 13,0%Varejo 10,2%

Seus integrantes são indicados pelo diretor--presidente e eleitos pelo Conselho de Administração. Além da remuneração fixa, os diretores executivos da Vale e os demais executivos da empresa recebem bônus e pagamento de incentivos, de acordo com o cumprimento de metas individuais e coletivas relacionadas ao desempenho econômico-financeiro, técnico-operacional e de sustentabilidade. Entre essas metas estão indicadores de saúde e segurança e de meio ambiente.

* Free-float: ações disponíveis para negociação nas bolsas Bovespa, NYSE, Euronext e Latibex, sobre o total de ações em circulação (total de ações menos as ações em tesouraria da Vale). Para mais informações sobre a composição acionária da Vale, consulte o relatório Form 20-F, em www.vale.com

ComPoSiçãoACioNáriA(mArçoDE2010)

Relatório de Sustentabilidade Vale200922

RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

miSSão,ViSãoEVALorES

Nossamissão

Transformar recursos minerais em riqueza e desenvolvimento sustentável.

Respeito à Diversidade – é perceber o outro como um igual, respeitando as diferenças e promovendo a inclusão competitiva; é ver nas diferenças oportunidades de integração e evolução.

Orgulho de Ser Vale – é o valor resultante. Assumimos e nos comportamos como donos do negócio, buscando incessantemente os objetivos definidos, compartilhando e celebrando os resultados e fortalecendo as relações. Nós nos orgulhamos quando sabemos que estamos construindo algo que fará a diferença. Essa é a razão do orgulho de “Ser Vale” de todos nós, dirigentes e empregados da Vale.

éticaetransparência

EspíritoDesenvolvimentista

responsabilidadeEconômica,

SocialeAmbiental

orgulhode‘SerVale’

NossosValores

respeitoàVida

respeitoàDiversidade

ExcelênciadeDesempenho

NossosValores

Ética e Transparência – representam o nosso comportamento como organização. Agimos com integridade, respeitamos as leis, os princípios morais e as regras do bem proceder referendadas e aceitas pela coletividade, e comunicamos nossas políticas e resultados de forma clara.

Excelência de Desempenho – significa a busca da melhoria contínua e o controle dos resultados por indicadores de desempenho reconhecidos como referência das melhores práticas, promovendo um ambiente de alta performance e assegurando a obtenção e a manutenção de vantagens competitivas duradouras.

Espírito Desenvolvimentista – representa nosso empreendedorismo como organização que busca, incessantemente e com agilidade, novas oportunidades de ação e soluções inovadoras diante dos problemas e das necessidades que se apresentam, assegurando a execução de estratégias que visam ao crescimento da Vale.

Responsabilidade Econômica, Social e Ambiental – reconhecemos e agimos no sentido de que essas dimensões estejam sempre em equilíbrio, de modo a promover o desenvolvimento e garantir a sustentabilidade.

Respeito à Vida – significa que não abrimos mão, em nenhuma hipótese, da segurança e do respeito à vida. Pessoas são mais importantes do que resultados e bens materiais. Se necessário escolher, escolhemos a vida.

Para nossos acionistas, sob a forma de retorno total superior à média de mercado dos segmentos em que a Vale atua.

Para nossos clientes, pela contínua proposta superior de confiabilidade de suprimento e de valor de uso, sustentada por inovação e desenvolvimento constantes.

Para nossos empregados, proporcionando um ambiente de trabalho ético, transparente, desafiador, de oportunidades e que traga orgulho profissional para todos, com remuneração competitiva baseada na meritocracia.

Para nossos fornecedores, pela visão de longo prazo e disposição de promover parcerias que visem ganhos para ambas as partes, por meio de desenvolvimento e inovação contínuos e fornecimento de bens e serviços de qualidade com custo compatível.

Para as comunidades e os países onde atuamos, pela ética, pelo respeito ao meio ambiente e pela responsabilidade social com que agimos, integrando-nos e garantindo que nossa presença contribua positivamente para o desenvolvimento sustentável.

Para todos os países em que atuamos, pela contribuição à economia, à geração de empregos e renda, à melhoria da qualidade de vida da população e ao desenvolvimento regional e nacional.

NossaVisão

Ser a maior empresa de mineração do mundo e superar os padrões consagrados de excelência em pesquisa, desenvolvimento, implantação de projetos e operação de seus negócios.

GOVERNANçA CORPORATIVA

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oPErADorSuStENtáVEL

PoLÍtiCASPúbLiCAS

A Vale mantém um diálogo contínuo com as autoridades nos diversos níveis de governo nos países em que está presente. Considerando que a mineração é um setor fortemente regulado, nossa atuação é voltada a assegurar que nossos pontos de vista sejam compreendidos e considerados nos processos de formulação de políticas públicas. Participamos, ainda, de entidades e associações nacionais e internacionais, visando contribuir para o desenvolvimento de normas e padrões nos segmentos em que atuamos e, ainda, disseminar as melhores práticas industriais.

Integramos, desde 2006, o Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM, na sigla em inglês), que tem como prioridade promover o desenvolvimento sustentável do setor e o respeito aos direitos humanos. A Vale contribui para o Extractive Industry Transparency Initiative (Eiti) por meio do ICMM.

Em 2007, tornamo-nos signatários do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU), aderindo dessa forma aos dez princípios básicos propostos pela iniciativa. Além disso, por meio do Pacto Global, firmamos nosso compromisso com a Declaração da

Organização Internacional do Trabalho sobre Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho, a Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento e a Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção.

A Vale também participa do Global Business Coalition on HIV/Aids, Tuberculosis and Malaria (Coalizão Global Empresarial contra HIV/Aids, Tuberculose e Malária), organização voltada a viabilizar recursos para o combate e a prevenção dessas doenças.

Nossas relações com autoridades governamentais, organizações e entidades representativas da sociedade civil são norteadas pelo Código de Conduta Ética e pela Visão, Missão e Valores da Vale. Nosso objetivo é desenvolver um diálogo construtivo que permita alcançar o consenso entre os envolvidos na formulação de políticas de desenvolvimento sustentável e os vários stakeholders do setor de mineração. Nosso relacionamento com todas as partes é pautado na transparência, na confiança e na clareza dos objetivos propostos.

Demos continuidade, em 2009, ao processo de difusão das diretrizes de nossa forma de atuação em relação às políticas públicas, por meio de treinamentos internos. Além disso, aperfeiçoamos nossa proposta de capacitação focada na forma de relacionamento com o governo, a ser posta em prática em 2010.

Em relação às atividades político-partidárias, a Vale procura manter a imparcialidade, atuando sempre com respeito integral às leis de cada país onde atua. Os empregados, como indivíduos e cidadãos, têm liberdade para participar de tais atividades, devendo manter em suas eventuais manifestações públicas a devida separação entre suas opiniões pessoais e o posicionamento da empresa.

Além das entidades listadas abaixo, a maior parte focada no desenvolvimento sustentável e das quais participamos voluntariamente, integramos mais de 200 associações setoriais, industriais e comerciais.

Transparência, confiança e clareza são

valores que pautam nossa relação com os

nossos stakeholders

Procuramos estabelecer diálogos construtivos com nossos vários stakeholders.

Relatório de Sustentabilidade Vale200924

RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

PArtiCiPAçãoEmENtiDADESEASSoCiAçõES

Norteamos nossas relações pelo nosso Código de Conduta Ética, Visão, Missão

e Valores

Público-alvo ferramentasdecomunicação

Público em geral

Relatório de Sustentabilidade ValeCanal de Denúncias (disponível em nosso site)Fale ConoscoSite da ValePesquisa de reputação, imagem e opinião*

Acionistas, debenturistas e investidores

Relatórios Form 20-F, press releases, fatos relevantes, convocação e atas da Assembleia Geral de Acionistas, Relatórios Financeiros Trimestrais (ITR), formulário de referência e encontros com investidores.

Também disponibilizamos o correio eletrônico [email protected] e o telefone de contato do Departamento de Relações com Investidores: 55-21-3814-4540.

Clientes Campanhas, visitas e encontros na Vale, pesquisas de satisfação.

Empregados Publicações internas, portal Vale (intranet), pesquisa de clima organizacional e pesquisa de reputação, imagem e opinião*.

Fornecedores Visitas e encontros na Vale, programas de intercâmbio e reuniões estruturadas.

Comunidades Diagnósticos socioeconômicos, encontros para consulta prévia, entrevistas, grupos focais e visitas às unidades e Programa Encontro com lideranças.

Governos e sociedade civil Participação em associações e entidades.

• Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS)

• Global Business Coalition on HIV/Aids, Tuberculosis and Malaria (GBC)

• Global Corporate Volunteer Council (Iave)

• Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram)

• Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social

• International Aluminium Institute (IAI)

• International Emission Trading Association (Ieta)

• New South Wales Minerals Council

• Ontario Mining Association (OMA)

• Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU)

• Queensland Resources Council

• Reputation Institute

• The Mining Association of Canada (MAC)

• The Manganese Institute

• The Nickel Institute

• Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (Abraf )

• Associação Brasileira dos Produtores de Ferroligas e Silício Metálico (Abrafe)

• Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP)

• Associação Nacional dos Transportes Ferroviários (ANTF)

• Business for Social Responsibility (BSR)

• Centre National de Recherche Technologique Nickel et Son Environnement

• Chambre de Commerce et d’Industrie (CCI)

• Cobalt Development Institute

• Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS)

• Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM)

• European Ferro-Alloys Association (Euroalliages)

• European Association of Metals (Eurometaux)

• Fórum Econômico Mundial

* A pesquisa de imagem Vox Populi é bianual, foi realizada em 2008 e será feita novamente em junho de 2010. A pesquisa de reputação foi realizada em 2008 e a referente a 2009 acontecerá em setembro de 2010.

GOVERNANçA CORPORATIVA

25

oPErADorSuStENtáVEL

fErrAmENtASDErELACioNAmENtoiNStituCioNAL

Em 2009, consolidamos nossas diretrizes de relacionamento corporativo, embasadas no Guia de Relacionamento Institucional, lançado em 2007 e divulgado em 2008, por meio da realização de treinamentos no Brasil, no Chile, em Moçambique e no Peru. Ao longo do ano, também desenvolvemos ações focadas no aprimoramento do relacionamento institucional da Vale com entidades nacionais e internacionais, dentre as quais se destacam o Instituto Brasileiro de Mineração, o Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM, na sigla em inglês) e o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). Essas ações incluem a participação de executivos da empresa em reuniões e encontros oficiais das entidades, grupos de trabalho e fóruns de discussão, propiciando um maior alinhamento e intercâmbio de informações relevantes para o setor mineral.

Demos continuidade ao processo de capacitação do público interno, com a realização de treinamentos sobre a metodologia de gestão de assuntos críticos. Também foi desenvolvida uma estrutura de

comitês para a discussão dessa temática, que propõe a realização de reuniões multidisciplinares para estimular uma postura coesa e proativa. O objetivo é proporcionar a antecipação de tendências, de modo a evitar crises e fortalecer o relacionamento institucional da Vale com os seus principais stakeholders.

Buscando promover estudos, em vários setores acadêmicos, sobre o tema de desenvolvimento sustentável e a aplicação desse tema a investimentos internacionais, foi estabelecida uma parceria entre a Vale e a Universidade de Columbia, em Nova York. O Vale Columbia Center (VCC) é uma “incubadora” de melhores políticas e práticas, podendo ser adotadas por governos, investidores privados e o setor civil, com a finalidade de inserir cada vez mais questões de desenvolvimento sustentável na pauta de investimentos.

Em relação à gestão de crises, em 2009, estruturamos o Comitê de Gerenciamento de Crises Corporativo e realizamos a revisão do Plano da Área. Para 2010, está previsto o início da capacitação dos membros do Comitê e a execução de simulações para testar os procedimentos do Plano. Em 2009, identificamos também operações com riscos de instabilidade política ou ambiente de segurança hostil, para os quais estabelecemos planos e equipes de evacuação. Ainda em 2010, será elaborada a Política de Gerenciamento de Continuidade de Negócios, que define a estrutura, funções, responsabilidades e linhas de comunicação na gestão de crises.

GEStãoDAétiCA

A gestão da ética é realizada por meio dos seguintes instrumentos de governança corporativa:

• Código de Conduta Ética – orienta o cumprimento de nosso compromisso com uma atuação ética, responsável e coerente com todos os públicos. Deve ser observado pelo Conselho de Administração, Comitês, Conselho Fiscal, Diretoria Executiva, empregados, estagiários e também por nossas controladas, conforme as legislações locais aplicáveis. É, ainda, a diretriz que

Além de treinamentos internos, participamos de entidades e

associações nacionais e internacionais.

Relatório de Sustentabilidade Vale200926

RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

norteia a elaboração de nossas normas e políticas. O conteúdo completo do Código está disponível no nosso endereço eletrônico (www.vale.com).

• Código de Ética para profissionais de Diretoria Executiva de Finanças e Relações com Investidores – traz procedimentos específicos para profissionais dos departamentos Financeiro, de Relações com Investidores e de Controladoria, que lidam com informações e dados sigilosos. Disponível no nosso endereço eletrônico (www.vale.com).

• Certificação SOX – obtida a cada ano, desde 2006, atesta a implementação das práticas de transparência e de boa governança estabelecidas pela lei norte-americana Sarbanes-Oxley.

• Canal de Denúncias – criado em 2005, associado à SOX, direciona ao presidente do Conselho de Administração, por carta anônima, eventuais denúncias sobre possíveis irregularidades nas áreas de Contabilidade e Auditoria, assim como em outras questões, que violem o nosso Código de Conduta Ética. São observados procedimentos que objetivem resguardar os direitos dos denunciantes e do denunciado, respeitando sempre a legislação local. O conteúdo de cada denúncia recebida por esse canal formal é averiguado pela equipe da Auditoria Interna da Vale e, caso seja considerado pertinente, o resultado é direcionado aos departamentos competentes para adoção das providências necessárias, podendo, inclusive, utilizar medidas disciplinares, conforme previsto em nosso Código de Conduta Ética. Na aplicação das penas disciplinares, serão consideradas a natureza e a gravidade da infração, observado-se sempre as normas de recursos humanos da Vale e a legislação local aplicável.

• Código de Conduta dos Fornecedores – lançado em 2009, tem como objetivo divulgar os princípios de conduta ética seguidos pela Vale nas relações comerciais com as empresas fornecedoras de serviços e produtos. Está disponível no site www.vale.com.

GEStãoDEriSCoS

A estratégia de gestão de riscos da Vale foi desenvolvida a partir de uma visão integrada dos riscos aos quais estamos expostos, englobando a avaliação não apenas do impacto das variáveis negociadas no mercado financeiro sobre os resultados do negócio (risco de mercado), como também o risco proveniente de obrigações assumidas por terceiros (risco de crédito) e aqueles inerentes aos processos produtivos (risco operacional), principalmente aqueles associados a saúde e segurança e meio ambiente. Outras informações podem ser encontradas no relatório Form 20-F.

Por considerar o gerenciamento de risco fundamental para apoiar nossa estratégia de crescimento e flexibilidade financeira, o Conselho de Administração estabeleceu, desde 2005, uma Política de Gestão de Risco Corporativo e um Comitê Executivo de Gestão de Risco.

Esse Comitê apoia a Diretoria Executiva em suas responsabilidades no que se refere à gestão de riscos na Vale, tendo como principais funções:

• Acompanhar o processo de identificação, avaliação, monitoramento e gerenciamento de riscos;

• Avaliar e recomendar implementação de estratégias de mitigação de risco;

• Comunicar os principais riscos aos quais a empresa está exposta e o impacto dos mesmos no perfil de risco, de acordo com a classificação de riscos da Vale.

Aplicamos o princípio da precaução ao realizar estudos de viabilidade na nossa gestão de riscos, buscando atender às questões relevantes para as nossas partes interessadas, assim como aos aspectos empresariais, pela identificação prévia, análise e minimização dos riscos financeiros, à saúde, à segurança de todos os empregados, contratados e comunidades circunvizinhas e ao meio ambiente.

Consideramos fundamental que essa gestão seja realizada a partir de informações que

retratem, periódica e sistematicamente, os riscos e permita, por meio de ações efetivas, a minimização dos riscos. Para atingir esse objetivo, os processos são executados de forma integrada, com uma definição clara de papéis e de responsabilidades. Nossos procedimentos de gestão de risco são orientados pelos padrões da norma ISO 31000.

A abordagem de gestão de riscos é dividida em quatro dimensões:

• Mercado: busca avaliar o impacto da volatilidade dos fatores de risco – como taxas de juros, moedas e preços de commodities – no fluxo de caixa.

• Crédito: analisa a probabilidade do não cumprimento das obrigações de clientes e instituições financeiras que fazem negócios com a Vale.

• Operacional: engloba a avaliação do risco de perdas potenciais resultantes de falhas ou inadequação de processos internos, pessoas, sistemas e/ou eventos externos. Os eventos podem ocorrer nas operações, nos projetos e nos processos corporativos e resultar em danos à propriedade, ao meio ambiente, às pessoas, à sociedade e à reputação da empresa.

• Estratégico: considera o risco do não cumprimento dos objetivos estratégicos da empresa e inclui a avaliação do impacto de fusões, aquisições e tendências de sustentabilidade.

A partir dessas análises, implantamos medidas de prevenção ou mitigação do risco. Junto da elaboração do planejamento estratégico anual, identificamos os riscos e as oportunidades de cada unidade de negócios, o que fornece as bases para o desenvolvimento e a atualização das estratégias da empresa em relação aos riscos corporativos.

Gestãoderiscodemercado

O processo de gestão de risco de mercado, implantado de forma sistemática a partir de 2005, tem seu foco na avaliação do risco associado ao fluxo de caixa. Os principais objetivos desse processo são suportar o plano

GOVERNANçA CORPORATIVA

27

oPErADorSuStENtáVEL

de crescimento da Vale e permitir adequado grau de flexibilidade financeira requerido para empresas classificadas como investment grade.

A Vale mede e monitora riscos de mercado regularmente, por meio do cálculo do fluxo de caixa em risco, que considera cada empresa relevante do grupo e também todo o portfólio. As estratégias de mitigação de risco de mercado, incluindo operações com derivativos com o objetivo de hedge, são avaliadas e implementadas de acordo com a necessidade de reduzir o risco de fluxo de caixa.

Atualmente, a exposição a risco de mercado da Vale, avaliada a partir de uma visão integrada de nossa atuação e considerando os hedges naturais existentes, é reduzida, como consequência dos benefícios da diversificação de produtos e moedas na empresa.

No último ano, podemos destacar como atividades relevantes nessa área:

• Redefinição do apetite a risco, a partir de determinado nível de probabilidade de quebra da principal obrigação contratual da Vale;

• Elaboração do novo modelo de fluxo de caixa em risco, tomando por base as informações de longo prazo provenientes do plano estratégico da empresa, combinadas com o modelo de fluxo de caixa elaborado pela área financeira;

• Estruturação e adequação da nova nota de derivativos requerida pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

GestãoderiscodeCrédito

A Vale está exposta ao risco de crédito proveniente dos recebíveis gerados na comercialização de nossos produtos, em operações de derivativos com fins de hedge e aplicações financeiras, bem como quando é beneficiária em instrumentos de garantia. A gestão desses riscos é realizada por meio da estrutura de governança, formada pelo Comitê Executivo de Gestão de Risco e pela Diretoria Executiva, que estabelece diretrizes para a atribuição de limites de crédito e determina os procedimentos de controle e avaliação da exposição a crédito.

Dentre as ações de 2009, podemos destacar:

• Implantação do processo de gestão de risco de crédito na América do Norte e no negócio de níquel;

• Consolidação das exposições a risco de crédito com uma visão de portfólio para a Vale;

• Gestão ativa da exposição a risco de crédito nas operações com instituições financeiras durante a crise por meio da utilização da nova metodologia, que faz uso da probabilidade de default das contrapartes, bem como do controle da probabilidade de default máxima aceitável para o portfólio Vale.

Gestãoderiscooperacional

ProjetosA gestão de riscos dos projetos de capital é realizada por meio da metodologia Análise e Gestão Integrada de Riscos (Agir), que prevê a identificação e a análise dos riscos por meio de workshops multidisciplinares. Esse trabalho envolve profissionais das áreas de Engenharia, Planejamento, Suprimentos, Orçamento, Operação, Manutenção, Construção, Meio Ambiente, Comunidades, Recursos Humanos, Gestão Fundiária e Saúde e Segurança, além de facilitadores externos.

A análise tem foco nos investimentos de capital e no prazo dos projetos. A etapa de controle e monitoramento é conduzida por intermédio de workshops nos quais são acompanhados os indicadores de eficiência e eficácia. A reavaliação dos riscos é feita à medida que o projeto se torna mais maduro.

Os projetos desenvolvidos pela Vale seguem a metodologia Front-End-Loading (FEL), utilizada por várias empresas em todo o mundo. Essa metodologia permite realizar um processo estruturado de avaliação de risco em conjunto com o desenvolvimento estruturado das demais disciplinas de um projeto.

As questões de sustentabilidade também são analisadas, com o objetivo de permitir o aprimoramento contínuo dos projetos, ainda durante o processo de concepção e planejamento, impactando todas as etapas dos projetos de capital.

A sustentabilidade permeia todas as

etapas dos nossos projetos de capital

Relatório de Sustentabilidade Vale200928

RecuRsos humanos saúde e seguRança meio ambientedesempenho dos negócios

OperaçõesA gestão de risco nas operações busca avaliar e tratar as causas e os efeitos de possíveis cenários de acidentes em nossas atividades, permitindo que a Vale possa atingir suas metas e objetivos de maneira sustentável e efetiva.

Para a realização do levantamento de riscos nas operações, foi formada uma equipe multidisciplinar, com profissionais de diferentes departamentos corporativos, que tem a missão de implementar a cultura da gestão desses riscos como um processo integrado. O objetivo é agregar as práticas existentes em todos os níveis, respeitando as especificidades locais, de forma a criar uma identidade única.

Em 2009, aconteceram diversas iniciativas nesse sentido, tais como:

• Disseminação de cultura e avanço na estrutura normativa, ampliando os requisitos e os critérios de conformidade, fazendo com que os riscos à vida e ao meio ambiente sejam mantidos ou reduzidos, quando possível, a níveis inferiores;

• Desenvolvimento e implantação de sistemas integrados de monitoramento e controle online de processos críticos, como barragens e pilhas, segurança pessoal e patrimonial, gestão ambiental, entre outros;

• Desenvolvimento e implantação de métodos qualitativos e quantitativos de identificação e análise dos riscos em operações e em projetos das Américas do Sul e Central1, visando à priorização para tratamento e redução dos riscos e a sua eliminação, quando possível. Isso nos permitirá elaborar com maior objetividade as análises de custo/benefício em planos de mitigação, o plano de ação de emergência, o dimensionamento das apólices de seguros e a constituição de provisões financeiras de autosseguro;

• Estruturação de relatórios consolidados para os diversos níveis de gestão da empresa.

Essas e outras iniciativas contribuirão para que a empresa conheça melhor o seu

1 Esse processo será implantado gradativamente para os riscos mais relevantes em todas as regiões do mundo.

perfil de risco e possa garantir a eficácia dos controles existentes. Além disso, será possível priorizar e monitorar as ações de mitigação de riscos, bem como atender às exigências das agências de classificação de riscos (rating) relacionadas à avaliação do processo de gestão de risco da empresa.

Gestão de Risco EstratégicoO processo de gestão de risco no âmbito estratégico busca identificar eventos que possam impedir a concretização dos objetivos estratégicos de longo prazo da empresa. Além da identificação dos eventos, com a descrição de possíveis causas e potenciais consequências, também são analisados os controles existentes e os planos de ação futuros que poderão ser implementados para reduzir a probabilidade de ocorrência desses eventos.

MatRiz dE MatERialidadE

De acordo com a nossa matriz de materialidade (leia mais na página 10), definimos como prioridades três aspectos – emprego e relações de trabalho; minimização de impactos ambientais; e desempenho dos negócios. A gestão de risco dessas questões está detalhada ao longo deste relatório nos capítulos referentes a cada tema.

COMbatE à CORRupçãO

Atuamos de acordo com as melhores práticas de mercado, prevenindo perdas e apurando casos que indiquem o cometimento de fraudes, desvios e atos ilícitos.

Os casos identificados e devidamente fundamentados com fatos e dados são tratados com rigor e proporcionalidade aos danos incorridos ou evitados. As pessoas comprovadamente envolvidas nessas situações são responsabilizadas e punidas, por meio de desligamento e interpelação judicial. As empresas com envolvimento e participação comprovada em atos ilícitos têm seus contratos rescindidos, são excluídas do cadastro Vale e multadas na proporcionalidade do dano ou prejuízo causado.

Os casos registrados referem-se às medidas tomadas especificamente com relação a fraude contra a empresa. Outros casos de desvio de conduta ética não foram considerados. Nenhum dos casos se refere a possíveis irregularidades ou impropriedades nos registros contábeis da empresa ou de seus controles internos. Além disso, nenhuma situação de corrupção (ativa ou passiva) de funcionários públicos ou de representantes de governo pelos empregados foi registrada no período.

Vale Manganês, Urucum Mineração, CPBS, Onça Puma, Salobo, FCA, Hispanobras, Itabrasco, Nibrasco e Kobrasco, Vale Omã, Projeto Bayovar e Vale Moçambique já possuem rotinas e medidas anticorrupção padronizadas em relação às adotadas nas unidades próprias da Vale.

* Como outras medidas adotadas, foram realizadas apresentações dos casos aos administradores da empresa e aos responsáveis pelas áreas atingidas, desdobrando-se em 168 ações de mitigação dos riscos de fraude, notificações, glosas e multas aplicadas com o apoio do Departamento Jurídico.

** Número de empregados demitidos/punidos relacionados a casos de corrupção: em 2007 – 113; em 2008 – 70; e em 2009 – 83. Em 2009, as principais causas de demissão em casos de corrupção foram falsificação de documentos/estelionato – 65%, seguida de fraude em contratos – 13% e conflito de interesses/tráfico de influência – 13%.

Casos de corrupção

2007 2008 2009

14

18249

86

58

21

36

23

44

140

105

CaSOS RElaCiONadOS a OutRaS MEdidaS*

CaSOS dE CONtRatOS NãO RENOVadOS CaSOS COM dEMiSSãO Ou puNiçãO**

goveRnança coRpoRativa

29

oPErADorSuStENtáVEL

Possuímos Canal de Denúncias (conforme pág. 27) e o Código de Conduta Ética, que se aplica também às nossas controladas, na medida permitida pela a legislação local aplicável, e estabelece medidas administrativas que podem ser aplicadas em caso do seu descumprimento (leia mais sobre o Código de Conduta Ética na pág. 26). Em julho de 2009, publicamos o Código de Conduta dos Fornecedores, definindo os princípios e as diretrizes que regem o bom relacionamento da Vale com seus parceiros. O Código foi distribuído a todos os fornecedores com atuação no Brasil. Foram realizados eventos com a presença de mais de mil fornecedores, com a participação das áreas de Saúde, Segurança Ocupacional e Empresarial, Meio Ambiente, Recursos Humanos, Suprimentos, Projetos e Centro de Serviços Compartilhados (CSC) a fim de divulgar o código e reafirmar os valores éticos que norteiam a relação da Vale com seus parceiros. Os eventos foram realizados nas cidades do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Governador Valadares, Vitória, São Luis, Parauapebas e Ourilândia do Norte.

Em 2010, pretendemos realizar uma campanha internacional de reforço dos valores constantes do código, reafirmando

o seu conteúdo com foco na valorização da ética em nossas relações comerciais.

Em 2009, aproximadamente 18% dos gestores receberam treinamento anticorrupção.

No mundo, mais de 1.400 empregados receberam o treinamento anticorrupção, com destaque para o Brasil, onde o foco se deu na prevenção e combate à fraude, nos processos de segurança e nas análises de riscos, ressaltando que a Vale considera intolerável e não admite desvios e atos ilícitos. As principais áreas operacionais que foram instruídas se encontram nos negócios de Ferrosos, Logística (Porto e Ferrovia), além de Projetos de Capital e áreas corporativas (RH, CSC e Suprimentos estratégicos).

Em relação à avaliação de riscos de corrupção, empregamos uma metodologia baseada na análise de registros históricos de situações recorrentes, relacionadas a fraudes e atos ilícitos, com destaque para a cadeia de suprimentos e a execução de contratos. A partir dessa análise, planejamos trabalhos de prevenção a esse tipo de perda contemplando nossas operações e projetos em unidades próprias, no Brasil e no exterior,

com representação significativa no custeio e volume de investimentos da empresa.

Como previsto em nosso relatório de 2008, em 2009 avançamos no modelo de análises de riscos e implantação das rotinas de prevenção de perdas, com avaliação de contratos dos projetos Onça Puma, Salobo e Moatize e das obras na usina e ampliação da pera ferroviária de Carajás.

Ainda em 2009, as áreas de Segurança Empresarial e Projetos de Capital elaboraram um Guia de Prevenção de Perdas em Projetos, de modo a orientar os líderes de projetos na adoção de medidas preventivas, visando à identificação e à redução de possíveis perdas provenientes de fraudes na implantação dos projetos.

Esse guia define os processos e os procedimentos para implementar, monitorar e avaliar as práticas de prevenção, com abrangência inicial em: Contratação, Gestão de Contratos e Gestão de Materiais – sob as dimensões de Processos, Pessoas e Sistemas.

Nosso objetivo em 2010 é implantar esse guia nos projetos internacionais.

Almoxarifado/Gestãodemateriais

GestãodeContratos/mediçãodeServiços

Suprimentos/Contratações

Processos

Pessoas Sistemas

Relatório de Sustentabilidade Vale200930

RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

CoNformiDADELEGAL

Em 2009, a Vale registrou a existência de 262 processos, sendo 111 judiciais e 151 administrativos relevantes1. Nesse período, não foi realizado nenhum pagamento de multa, nem aplicada nenhuma sanção de caráter não monetário2.

Civil

Tramitam na justiça 69 processos envolvendo a Vale, sem valor econômico definido, que contestam a legalidade da sua privatização, ocorrida em 1997, todos ainda pendentes de decisão judicial final. Não acreditamos que essas ações afetem o resultado do processo de privatização ou produzam algum efeito negativo para a empresa.

regulatório

Em 2009, foi dada continuidade ao processo sem valor econômico definido que discute a anulação da autorização pela qual a Vale e outras empresas operam o terminal portuário de Praia Mole, no estado do Espírito Santo, Brasil. Obtivemos decisão judicial julgando o caso em favor da Vale. A decisão final ainda depende de confirmação pelas instâncias judiciais superiores.

tributário

A Vale discute, por meio de uma ação judicial e três processos administrativos, a incidência sobre lucros auferidos por coligadas e controladas no exterior do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. A empresa também contesta exigências indevidas de CFEM (Compensação Financeira pela Exploração Mineral) em 144 processos administrativos e 38 ações judiciais.

1osprocessossãoconsideradosrelevantescombasenosseguintescritérios:a)emrazãodovalor,incluindopedidosdeindenizaçõeseaplicaçãodemultas;b)emrazãodetemadeinteressedaempresaouderepercussãonopúblicoemgeral,independentementedevalor;c)osdecorrentesdesançõesnãomonetárias.

2Nesterelatório,aValecontinuaexpressandooscasosexisten-tesequeseencaixamnocritérioderelevância.Entretanto,passamosadivulgarapenasosvaloresqueapresentamumaquantiacertareconhecidacomodevidapelaempresaoujápaga,paramelhoratenderaoescopodoindicadorSo8daGrieparaevitareventuaisdistorçõescomrelaçãoàrealidadedosprocessosadministrativosejudiciaisque,porestaremaindapendentesdedecisãofinal,normalmentenãoapresentamdefiniçãoouprecisãoquantoaosvaloresmonetáriosemdiscussão.Dequalquerforma,encontra-sedisponívelnorelatórioform20-fdaValeumaestimativadeprovisãodevalores,conformecritérioscontábeis.

trabalhista

Em 2009, foi dada continuidade à discussão sobre a cobrança do depósito de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), por meio de uma nota de débito. Essa cobrança motivou a imposição de duas autuações administrativas à Vale. A empresa também enfrenta um processo judicial, sem valor econômico definido, envolvendo a mina de subsolo de exploração de potássio em Sergipe.

Na Austrália, a unidade de negócio de carvão Broadlea está envolvida em uma ação judicial, impetrada pelo Departamento de Minas e Energia de Queensland (atualmente Departamento de Emprego, Desenvolvimento Econômico e Inovação), em relação a acidente de trabalho com empregado. Nesse caso, a decisão sobre possível sanção monetária ainda está pendente. A ação judicial do caso da unidade de negócio de carvão Integra Coal relatada no relatório de 2008, iniciada pelo Departamento de Indústrias Primárias de New South Wales, foi encerrada.

Concorrênciadesleal

Em dois processos administrativos, pendentes de decisão, alega-se a existência de conduta anticompetitiva em relação aos negócios de logística. Um desses processos envolve a Companhia Portuária da Baía de Sepetiba (CPBS), subsidiária da Vale, contra a qual se alega negativa de embarque de minério de ferro de terceiros. O outro processo envolve as concessões ferroviárias detidas diretamente pela Vale (Estrada de Ferro Vitória a Minas e Estrada de Ferro Carajás) e pela sua controlada FCA, contra as quais se alega aumento abusivo de preços cobrados de usuários. Entendemos não haver procedência nas alegações em ambos os casos.

Publicamos, em julho de 2009, nosso Código de Conduta dos Fornecedores

GOVERNANçA CORPORATIVA

31

oPErADorSuStENtáVEL

recursos huManos

Mudar sem perder a essência

Preservar nossa força de trabalho em meio à crise financeira internacional

foi o maior desafio de 2009. Implementamos várias ações para

manter nosso maior capital: as pessoas

oiníciode2009apresentouumcenáriodesafiador.Paralidarcomacriseeconômicaglobal,demoscontinuidadeàestratégiadereverprojetoseprocessosdeprodução.Aolongodoano,adotamosumasériedeaçõesparaassegurarasaúdefinanceiradenossosnegóciosnocurtoenolongoprazos.Emdeterminadosperíodos,issoenvolveuareestruturaçãodanossaempresaedaforçadetrabalho.

Cientes do papel que o capital humano representa para a Vale, apostamos na valorização das pessoas. Investimos na qualificação dos nossos funcionários, que, em alguns casos, recebem treinamentos por mais de três anos para desempenhar suas funções em áreas operacionais. Palavras como recolocação e requalificação passaram a fazer parte do nosso cotidiano. Manter nosso quadro de profissionais, principalmente das áreas técnica e operacional, foi o maior desafio da empresa em 2009. Tínhamos a consciência de que, quando retomássemos a produção, esse capital humano seria fundamental.

Na virada de 2009 para 2010, voltamos a registrar um volume de produção no patamar pré-crise. Para 2010, portanto, já estamos nos preparando para aumentar nossos recursos humanos, mantendo a visão de longo prazo e buscando alcançar índices de produtividade almejados pela Vale.

EmPrEGAbiLiDADE

Após passarmos por uma forte redução de demanda, empreendemos esforços no sentido de manter nosso maior patrimônio de conhecimento e capacidade produtiva, que são os nossos empregados. A fim de nos posicionarmos com êxito no momento da crise econômica, implementamos maneiras criativas para reduzir os custos que permitiram reter a nossa mão de obra. Buscamos garantir o nosso sucesso de longo prazo, que depende de uma força de trabalho altamente qualificada. Reexaminamos e suspendemos alguns contratos com prestadores de serviços, reduzindo o número de contratados e designando as respectivas tarefas aos nossos empregados próprios, e provemos incentivos financeiros para incentivar a aposentadoria.

No Brasil, também conseguimos negociar algumas ações para responder à crise econômica com os sindicatos locais. Essas medidas incluíram a licença remunerada, a suspensão de contratos de trabalho para requalificação profissional e a complementação do seguro-desemprego.

Relatório de Sustentabilidade Vale200932

RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

Essa experiência mostrou a importância de a Vale ter iniciado a revisão das atividades operacionais em 2008. Essa revisão nos permitiu identificar as oportunidades de otimização nas nossas operações, que nos possibilitaram responder à crise econômica sem perder o nosso ativo mais importante. 

Em 2009, o total de empregados próprios (com contrato de trabalho por prazo indeterminado) e de terceiros (prestadores de serviço em atividades permanentes e em projetos) foi de 140,6 mil, dos quais 78% com atuação no Brasil. Contamos, ainda, com aproximadamente 1.565 empregados próprios com contrato por prazo determinado (número estável em relação a 2008), dos quais 31% são aprendizes operacionais no Brasil.

Reduzimos 3,5% da nossa força de trabalho de 2008 para 2009, que correspondem, em números absolutos, a 5,1 mil empregados, como mostra o gráfico ao lado. A redução foi praticamente a mesma na distribuição entre os empregados próprios e os contratados (terceiros).

Temos funcionários que recebem treinamentos por mais de três anos para

atuar em áreas operacionais.

Nossos terceiros, em geral, trabalham nas obras de reforma, de expansão, de novos empreendimentos, nos contratos de manutenção, limpeza e segurança patrimonial, entre outros tipos de prestação de serviços.

Gráfico não considera coligadas. Vale Australia incluída a partir de 2008. Em 2007, se considerados os dados da Vale Australia, o número de empregados chega a 147,9 mil, e o de próprios, a 57 mil.

quadrodeprofissionais(em milhares)

2007 2008 2009

90,4 83,2 80,6

56,4 62,5 60,0

140,6145,7146,8

tErCEiroSEmPrEGADoSPróPrioS

GOVERNANçA CORPORATIVA

33

oPErADorSuStENtáVEL

Perfildosnossosempregadospróprios

Empregadospróprioseterceirosporpaís(2009)

Empregados por gênero Empregados por faixa etária Empregados por categoria funcional

Empregadospróprioseterceirosporestadobrasileiro(2009)

brASiLCANADáiNDoNéSiANoVACALEDôNiAmoçAmbiquEAuStráLiAoutroS

homENSmuLhErES

AbAixoDE30ANoSENtrE30E50ANoSACimADE50ANoS

ESPECiALiStASDirEtorESGErENtESDEárEAECoorDENADorESGErENtESGErAiSSuPErViSorEStéCNiCoSoPErACioNAiS

PArámiNASGErAiSESPÍritoSANtomArANhãorioDEJANEirooutroSEStADoS

78%

90% 60%

34%

3%4%1%

3%4%5%

30%

37%

4%

10% 10%

10%6%

11%

79,1%

2,1%

5,0%0,6%

13,1% 0,2%

Relatório de Sustentabilidade Vale200934

RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

DiVErSiDADE

Para a Vale, o respeito à diversidade é um valor fundamental, expresso em nosso Código de Conduta Ética. Consideramos intolerável a discriminação em função de etnia, origem, sexo, orientação sexual, crença religiosa, além de condição de sindicalização, convicção política e ideológica, classe social, pessoas com deficiência, estado civil ou idade.

Promovemos um ambiente de trabalho propício ao diálogo, em que todos os empregados são incentivados a compartilhar com seus colegas e superiores preocupações de quaisquer naturezas, inclusive sobre questões de discriminação e assédio. Além do nosso Código de Conduta Ética e da Política de Direitos Humanos, divulgada em 2009, a Vale possui também um canal formal de denúncia por meio do qual eventuais casos de discriminação podem ser relatados. Em 2009, tivemos três casos de assédio moral, cujas denúncias foram recebidas diretamente pela área de Recursos Humanos, sendo tomadas as providências cabíveis. Em um dos casos, após a confirmação, o executivo envolvido foi desligado da empresa. Temos, ainda, um caso sendo investigado na Vale Australia, reportado pelo empregado ao seu supervisor, e estamos acompanhando sua resolução.

Em 2009, as mulheres continuam representando 10% de nossa força de trabalho, característica comum de nosso setor de atuação. Desse contingente, a maior proporção delas (53%) ocupava cargos técnicos (operacionais e administrativos). Nessa categoria, o percentual de mulheres manteve-se estável de 2008 para 2009. No grupo de especialistas (analistas, engenheiras, geólogas etc.), que representam 39% da força de trabalho feminina, houve um aumento de 29% para 31%, conforme demonstrado no gráfico ao lado. Nos cargos de supervisão e gerenciais (gerentes e coordenadores, que representavam, respectivamente, 4% cada um), a participação das mulheres apresentou uma pequena queda. Para mais detalhes, confira a seção de rotatividade.

Os altos órgãos de governança da empresa – Diretoria Executiva, Conselho de Administração e Conselho Fiscal1 –

1 Posição em 2009.

são compostos por 33 pessoas, sendo 31 homens e duas mulheres. De seus membros, 13 estão na faixa entre 30 e 50 anos, e 20 têm idade acima de 50 anos.

De acordo com a nossa Política de Remuneração e com o nosso Código de Conduta Ética, não há diferenciação do salário-base entre mulheres e homens que ocupam as mesmas funções. O gráfico a seguir evidencia essa prática, verificada ao longo dos anos.

Cerca de 60% dos empregados da Vale têm idade entre 30 e 50 anos. Em cargos de liderança (supervisores, gerentes de área, coordenadores, gerentes gerais e diretores), esse número sobe para 76%.

Proporçãodemulheresporcategoriafuncional%

Empregados próprios deste indicador (LA14) correspondem a 75% (2007), 98% (2008) e 97% (2009) do total de empregados reportados (LA1).

Proporçãodesalário-basedemulheresemrelaçãoahomensporcategoriafuncional

faixaetáriaporcategoriafuncional(2009)

Abaixode30anos

Entre30e50anos

Acimade50anos

Diretores 0% 60% 40%

Gerentes gerais 0% 74% 26%Gerentes de área e coordenadores

3% 77% 20%

Supervisores 9% 77% 14%

Especialistas 21% 65% 13%Técnicos operacionais 34% 58% 8%

Inclui os dados da Vale Inco e da Vale Australia a partir de 2008. Empregados próprios deste indicador (LA13) correspondem a 95% (2009) do total de empregados reportados (LA1). Projetos não incluídos.

Diretores

Diretores

Gerentesgerais

Gerentesgerais

Supervisores

Supervisores

Especialistas

Especialistas

técnicosoperacionais

técnicosoperacionais

Gerentesdeáreae

coordenadores

Gerentesdeáreae

coordenadores

200720082009

200720082009

5%

1,08

12%

1,01

10%

1,02

18%

0,95

18%

0,99

17%

0,99

33%

0,95

29%

0,96

31%

0,96

11%

1,01

15%

0,98

14%

0,94

4%

0,95

9%

0,99

8%

0,94

7%

0,98

7%

0,96

7%

0,96

GOVERNANçA CORPORATIVA

35

oPErADorSuStENtáVEL

O Programa de Inclusão de Pessoas com Deficiência reforça o compromisso da Vale com o respeito à diversidade. Coordenado pela Valer – Educação Vale e pelas áreas regionais de Recursos Humanos, o programa existe desde 2004. Enfrentando o desafio de incluir pessoas com deficiência em nossas áreas, a Vale contratou 282 pessoas com deficiência de diversos níveis de escolaridade, no período de 2008/2009, nos estados do Rio de Janeiro, Pará, Minas Gerais, Espírito Santo, Maranhão e Sergipe, no Brasil. Com esse número de contratações cumprimos o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público. Além da oportunidade de acesso ao mercado de trabalho, os profissionais tiveram como atrativo uma formação profissional teórica e prática inteiramente financiada pela Vale.

Nosso Programa de Inclusão também contempla a realização de várias medidas de acessibilidade para garantir o exercício pleno de direitos por parte dos nossos empregados com deficiência. Desse modo, fizemos várias alterações arquitetônicas nas nossas unidades operacionais, como

qualificados para os próximos cinco anos nas diferentes regiões em que atuamos. Esse plano engloba os cargos-chave, tais como engenheiros, geólogos, técnicos e operacionais, projetos de capital e localidade. Além de capacitarmos nossos empregados para as operações atuais, também os treinamos para os projetos futuros e para o encerramento das operações, preparando sua recolocação e transferência.

rEmuNErAçãoEDESEmPENho

Além de seguir a prática – já adotada nos últimos anos – de realizar pesquisas comparativas de remuneração, elaboramos e implementamos em 2009 um plano de carreira para as áreas dedicadas aos projetos de capital, com pacotes de remuneração diferenciados e alinhados à estratégia da empresa para esse segmento.

Oferecemos a todos os nossos empregados próprios salário igual ou superior ao mínimo legal praticado em cada localidade. Fortalecendo a cultura de busca constante por resultados, o pacote de remuneração de cada empregado, em 2009, contemplava o pagamento de remuneração variável2, calculada de acordo com os resultados atingidos pelo desempenho da empresa, do departamento, individual ou da equipe.

Nas unidades próprias da Vale, a avaliação de desempenho é baseada nas metas anuais alinhadas à estratégia da empresa. Essas avaliações são realizadas por meio de um processo interativo entre os empregados e seus gestores, além de contar com sistemas informatizados, nos quais os resultados são registrados. As metas também servem de base para o Programa de Remuneração Variável, que premia o empregado por seu cumprimento ou superação.

Para o ciclo de desempenho de curto prazo (anual), as metas são definidas com base nos principais objetivos estratégicos e no orçamento anual estabelecidos, medindo os desempenhos econômico-financeiro, técnico-operacional e de sustentabilidade (gestão, saúde e segurança e meio ambiente).

2Paraonegóciodeníquel,incluiapenasempregadosnãosindicalizadoseaquelesrepresentadosporumdossindicatosemSudbury.outrosempregadossindicalizadosrecebemoutrasformasderemuneraçãovariável.

banheiros adaptados, construção de rampas, alargamento de portas, entre outras medidas. Realizamos ainda treinamentos para os setores de recrutamento e seleção e fizemos a sensibilização dos gestores. A partir de 2010, a fim de cumprir a Lei nº 8.213 (25/07/1991), que prevê a reserva de vagas para pessoas com deficiência, temos a meta de contratar anualmente 140 profissionais com deficiência e dar continuidade ao plano de adaptação de nossas instalações.

PrátiCASGLobALizADAS

Com a globalização das práticas de remuneração, desempenho, carreira e sucessão em 2008, no ano seguinte priorizamos a melhoria dos processos, a informatização das operações existentes e a implementação desses avanços nas novas operações da empresa, incluindo novos projetos de capital.

No ano de 2009, demos continuidade ao planejamento estratégico para a área de Recursos Humanos, o que viabilizará a antecipação das demandas por profissionais

Refeição no trabalho e/ou auxílio- alimentação são alguns dos benefícios oferecidos aos nossos funcionários.

Relatório de Sustentabilidade Vale200936

RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

Para 2010, visando à intensificação do processo de melhoria contínua de nossa gestão em sustentabilidade, aumentaremos o número de indicadores relacionados à avaliação do nosso desempenho de sustentabilidade com a inclusão de metas associadas ao Plano de Ação de Sustentabilidade (PAS) em unidades operacionais e corporativas selecionadas.

Ao longo de 2009, padronizamos o processo de gestão de desempenho e demos início à implementação do sistema global de registro e acompanhamento, que estará disponível em 2010. Nosso objetivo é aprofundar a aplicação de uma avaliação justa, focada em resultado e competência.

Em 2009, aproximadamente 84,5% dos empregados da Vale tiveram o desempenho avaliado. A redução em relação a 2008, que foi de 88%, foi decorrente de um menor percentual de avaliação em algumas controladas. Na Valesul, por exemplo, esse processo não foi realizado, porque a Vale entrou em acordo para a venda dos ativos da empresa no início de 2010, quando o processo de avaliação ocorre. Já na Albras e na Alunorte, o registro de avaliações de desempenho realizadas baseia-se no processo de carreira e sucessão, cujo público-alvo se concentra em cargos gerenciais.

Ampliamos a ação do Programa de Assistência ao Empregado entre nossas empresas

Empregados próprios deste indicador (LA12) correspondem a 95% (2009) do total de empregados reportados (LA1). Projetos não incluídos.

Por causa de limitações do sistema de registro na Vale Australia, embora a avaliação de desempenho também seja uma prática adotada, foram consideradas apenas 26% das avaliações. O plano para 2010 é que, com a implantação de um sistema global, o percentual seja ampliado.

Em 2009, o percentual de empregados avaliados nas unidades da Vale Inco, no Canadá, onde a maior parte dos profissionais filiados a sindicatos não recebe avaliação de desempenho, foi de 37%, mesmo patamar de resultado apresentado em anos anteriores.

bENEfÍCioSCoNCEDiDoS

Com o crescimento da Vale, o mapeamento de benefícios tornou-se uma necessidade imediata para o alinhamento das práticas adotadas globalmente pela empresa. Realizamos algumas ações para avaliar os benefícios oferecidos em nossas operações no mundo, incluindo a aquisição de software de gestão para atualização online das práticas globais. A partir desse levantamento, desenvolveremos medidas para o aprimoramento das práticas adotadas pela Vale, levando em consideração as iniciativas atuais e a disponibilidade dos mercados locais.

Entre os benefícios oferecidos para a maioria dos nossos empregados, estão previdência privada, plano de saúde e seguro de vida e de acidentes.

Como resultado do processo de globalização dos benefícios oferecidos pela Vale, implementamos um fundo de pensão offshore. Esse fundo tem como público-alvo empregados estrangeiros admitidos em países onde não seja viável sua participação em plano de pensão local e seja possível sua inclusão no plano global. Para ser efetivo, um plano global de pensão precisa oferecer um número de benefícios suficiente que permita um bom acompanhamento do desempenho dos investimentos e uma ampla escolha de fundos, além de uma administração simples e eficiente.

Já os benefícios relacionados a auxílio- -transporte, formação educacional, Plano de Assistência ao Empregado (PAE), refeição no

trabalho e/ou auxílio-alimentação e seguro de acidentes pessoais são oferecidos para parte significativa dos nossos empregados (em média, 89% de nossos empregados próprios). Em 2009, consolidamos o PAE, ampliando sua ação entre nossas empresas. O Programa oferece apoio psicossocial aos empregados e a seus dependentes.

Na Vale, em geral, não há diferenças entre os benefícios concedidos aos empregados de período integral e de meio período ou temporários. As principais exceções encontram-se em algumas unidades da Vale Inco e se referem a cobertura de seguro de vida, cobertura para incapacidade, previdência privada e plano de saúde.

Para ajudar os empregados a lidar com seus recursos financeiros, bem como apoiá--los na vida pessoal, foi desenvolvido no Brasil o curso online Orçamento Familiar e Planejamento Financeiro. O objetivo é simular o comportamento financeiro do participante e estimular o autoconhecimento. A partir dessa análise, o empregado é orientado a refletir sobre seus sonhos e traçar metas específicas de curto, médio e longo prazos. Da leitura do contracheque ao pagamento do cartão de crédito ou financiamento de um automóvel, várias etapas do planejamento financeiro são abordadas, com exemplos práticos e linguagem didática.

Além dessa iniciativa, demos continuidade ao Programa de Suporte a Incidente Crítico, entendido como situação que leve a fortes reações emocionais e/ou psicológicas, para as unidades próprias da Vale no Brasil. Mantivemos também o Programa de Planejamento de Aposentarias (PPA), realizado pela Valer – Educação Vale em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequena Empresas (Sebrae).

Percentualdeempregadoscomdesempenhoavaliado

2007 2008 2009

90% 88% 85%

GOVERNANçA CORPORATIVA

37

oPErADorSuStENtáVEL

(1) Inclui ativos e assistidos (aposentados e pensionistas). (2) Os empregados contribuem, em média, com 4% do salário-base (31% do custeio dos planos), para o custeio da aposentadoria programada. Para os participantes que migraram do plano de benefício definido para o Plano Vale Mais, o benefício foi aumentado, em 2008, em 35%, não sendo necessário o aumento de contribuições por parte do participante. (3) O plano de benefício definido está fechado para novas adesões desde 30 de abril de 2000, quando foi implantado o Plano Vale Mais. (4) Participam desse plano aposentados do Plano de Benefício Definido que se desligaram da empresa em função de plano de incentivo à aposentadoria. Esse plano está fechado para novas adesões. Sobre o grau de cobertura, a patrocinadora (Vale) faz aportes mensais no fundo desde dezembro de 2001, com o objetivo de atingir a cobertura do passivo de 100% em novembro de 2014. O valor das parcelas mensais é reajustado quando necessário, e seu valor era de US$ 5,9 milhões, em janeiro de 2010. (5) Não estão incluídos os participantes do Abono Complementação porque já constam no Plano de Benefício Definido. (6) Esse grau de cobertura se refere à parcela de benefício definido dos planos mistos e do plano de benefício definido.

PrEViDêNCiAComPLEmENtAr

A Vale tem como uma de suas diretrizes globais de benefícios o acesso de seus empregados a um plano de previdência que garanta sua subsistência ao se aposentar. A Fundação Vale do Rio Doce de Seguridade Social (Valia) é a responsável pela gestão dos planos de previdência complementar da Vale no Brasil. Entidade fechada sem fins lucrativos, com autonomia administrativa e financeira, a Valia atende as seguintes empresas, que fazem parte do escopo deste relatório: Vale, Urucum Mineração, Vale Manganês,

FCA, CPBS, PPSA, Cadam e Valesul3. Para mais informações, visite www.valia.com.br (disponíveis em português).

A maioria dos participantes da Valia está associada a planos mistos de contribuição definida4 com um componente de benefício definido específico para cobertura de pensão por morte e aposentadoria por invalidez. No caso de benefício definido, o valor é previamente estabelecido, com atualização atuarial, de forma a assegurar sua concessão. Já no caso de contribuição definida, o valor é permanentemente ajustado, de acordo com os recursos mantidos em favor do participante5.

O componente de contribuição definida dos planos mistos visa garantir que o plano tenha sustentabilidade financeira no longo prazo. Já o componente de benefício definido tem como objetivo evitar queda significativa na remuneração, em caso de aposentadoria por invalidez e pensão por morte.

As empresas Albras e Alunorte estão em processo de transição de planos de entidade aberta de contribuição definida para planos administrados pela Valia.

A Vale Manganèse France não oferece plano de aposentaria complementar nos moldes da Vale no Brasil. Na França, existe uma complementação de aposentadoria obrigatória, baseada num regime por repartição no qual os empregados ativos financiam a aposentadoria complementar dos aposentados.

No Canadá, a Vale deu início ao processo de migração do plano de pensão de benefício definido para contribuição definida6. A Vale Inco manterá o plano de benefício definido para os atuais assistidos e para os empregados ativos que optarem por permanecer nesse plano. Em janeiro de 2009,

3outrasempresasquenãofazempartedoescopodesterelatóriotambémsãocobertaspelaValia.

4Essanomenclaturaseguealegislaçãobrasileira.

5resultadolíquidodaaplicação,valoresaportadospeloparticipanteeosbenefíciospagospeloplano.

6AValeincoNewfoundland&LabradorLimited,subsidiáriadaValeinco,jáofereciaplanodecontribuiçãodefinida.

Plano tipodeplano Participantes(mil)(1) Graudecobertura

Plano Vale Mais, ValiaPrev e FCA(2) Misto 53,6 Superior a 100%(6)

Benefício Definido(3) Benefício definido 17,1

Abono Complementação(4) Benefício definido 2,0 62% com aportes mensais

Total 70,7(5)

fundosdetidosemantidosseparadamentedosrecursosdaempresaPlanosoferecidospelaValianobrasil(2009)

País operação tipodePlano Participantes(mil)(2)

Percentualdopassivocoberto

peloativo

Canadá Newfoundland & Labrador Contribuição definida 0,3 N/A

Canadá(3) Ontário e Manitoba Benefício definido 21,5 Entre 86% e 90%

Canadá(3) Ontário e Manitoba Contribuição definida 1,5 N/A

Indonésia PT Inco Benefício definido 2,7 Superior a 100%

Reino Unido Refinarias de Clydach e Acton Benefício definido 1,6 83%

EUA(4) Inmetco e Novamet Benefício definido 0,5 68%

Noruega Vale Manganese Norway Contribuição definida 0,08 N/A

Austrália Broadlea, Carborough Downs e Integra Coal Contribuição definida 0,7 N/A

Total     28,9  

fundosdetidosemantidosseparadamentedosrecursosdaempresaPlanosoferecidosforadobrasil(2009)(1)

(1) Para esses planos, de forma geral, os empregados não participam do custeio dos planos.(2) Inclui ativos e assistidos (aposentados e pensionistas).(3) O grau de cobertura refere-se aos dados da avaliação contábil de 31 de dezembro de 2009.(4) A operação da Inmetco foi vendida em dezembro de 2009. As informações de pensão para essa operação foram incluídas na tabela, uma vez que a Vale Inco Limited possui a responsabilidade pelos benefícios de pensão dos empregados e pensionistas da Inmetco em 31 de dezembro de 2009.

Relatório de Sustentabilidade Vale200938

RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

empregados próprios e de algumas empresas da Vale, independentemente de serem ou não filiados a entidades sindicais profissionais.

Nas operações internacionais, como Canadá, Austrália, Peru e Noruega, o sindicato representa apenas aqueles empregados que optam por se sindicalizar.

Na Vale Australia, 72% dos empregados estão cobertos por acordos coletivos. Por causa de mudanças na legislação local, os acordos individuais existentes estão sendo substituídos por coletivos.

Em 2009, na Vale Inco, 81% dos empregados foram abrangidos por negociações coletivas (em 2008, o percentual foi de 78% e, em 2007, de 73%).

Esses funcionários compõem dez unidades operacionais representadas por sindicatos. Em julho de 2009, três dessas unidades, Sudbury, Port Colborne e Newfoundland & Labrador, entraram em greve com base em três questões-chave propostas pela Vale Inco: conversão do plano de pensão da Vale Inco da modalidade de benefício definido para contribuição definida para os novos empregados; alinhamento da estrutura de

o plano de benefício definido dos empregados não sindicalizados do Canadá foi fechado para novos integrantes. No entanto, a opção de benefício definido extinguiu-se em julho de 2009 para os novos empregados, que passaram a adotar o plano de contribuição definida, visando à sustentabilidade do plano para as novas gerações.

A Vale Inco oferece diferentes planos de pensão aos empregados. A maioria dos benefícios de pensão é fornecida por meio de planos de pensão registrados conforme a legislação, e também há alguns benefícios de pensão adicionais fornecidos por planos não registrados. Para esta última modalidade, as obrigações são atendidas diretamente pelos recursos gerais da empresa7. Em 2009, o valor dessas obrigações foi de aproximadamente US$ 92 milhões. 

ACorDoSCoLEtiVoS

Em 2009, o percentual de empregados abrangidos por acordos coletivos de trabalho foi de 95% (mais detalhes no gráfico abaixo), o que respeita e, em alguns casos, supera as exigências legais.

No Brasil, adotamos, desde 2007, acordo coletivo de dois anos, que abrange os

7Nessescasos,oempregadonãoparticipadocusteiodosfundos.

bônus com o sistema usado na Vale no Brasil; e mudanças para melhorar a produtividade.

Esforços substanciais foram feitos para chegarmos a um consenso, mas até o momento da publicação deste relatório os impasses permaneciam. Estamos buscando uma solução alinhada às práticas de mercado, às necessidades dos empregados e à sustentabilidade do negócio.

Conforme previsto em nosso Código de Conduta Ética, a discriminação em função de sindicalização é considerada intolerável. O diálogo com representantes legítimos dos nossos empregados, sejam sindicatos ou outros tipos de associações, é a base norteadora das nossas negociações trabalhistas. Em função dessa postura, não temos registro de nenhuma autuação ou advertência lavrada pelos órgãos de fiscalização por alguma ocorrência relativa à liberdade de associação e de negociação coletiva. Embora tenhamos uma postura de diálogo, a notificação prévia de mudanças significativas8 não é uma prática padronizada e não está prevista em acordos coletivos.

8SegundoaGlobalreportinginitiative,mudançassignificativascorrespondemaalteraçõesnopadrãodeprodução,como,porexemplo,reestruturação,encerramentodeatividades,aquisiçõesoufusões.

Empregados próprios deste indicador (LA4) correspondem a 97% (2009) do total de empregados reportados (LA1).

Empregadosabrangidosporacordoscoletivos%

2007

94%

2008

94%

2009

95%

Investimos na qualificação contínua de nossos funcionários e também na mão de obra da cadeia produtiva de mineração.

GOVERNANçA CORPORATIVA

39

oPErADorSuStENtáVEL

rotAtiViDADE

Em 2009, a taxa de turnover1 global da Vale (incluindo aposentadorias e desligamentos) foi de 10,6%. Esse resultado está de acordo com as taxas encontradas em outras empresas do ramo de mineração. Realizamos o monitoramento trimestral, que considera indicadores como rotatividade, retenção e aproveitamento de recursos internos.

O maior índice de rotatividade foi observado na faixa etária acima de 50 anos, que atingiu 37%, em razão da implantação do Programa de Incentivo à Aposentadoria. A taxa entre as mulheres (13%) foi superior à dos homens (10%), e elas representaram 12% do total de empregados desligados e 10% do efetivo total.

Já na China, o índice de 16,7% reflete as características do mercado local e mudanças operacionais.

A taxa observada no Canadá (19,7%) foi atribuída a alguns fatores, incluindo o grande número de aposentadorias (representando aproximadamente 58% dos desligamentos), desligamentos voluntários (12% do total) e redução do número de empregados (25% dos desligamentos). Aos empregados impactados foram oferecidos benefícios e suporte para transição de carreira.

NoSSAmAiorriquEzA:ASPESSoAS

Desde 2003, a área de desenvolvimento de pessoas, a Valer – Educação Vale, em conjunto com as áreas regionais de Recursos Humanos, é responsável pela qualificação contínua dos nossos empregados e pelo fomento de mão de obra para a cadeia produtiva de mineração. São oferecidas ações de desenvolvimento pessoal e profissional dentro e fora da Vale, nos segmentos de educação básica, formação técnica, desenvolvimento gerencial, cidadania corporativa e cultura e arte.

Em 2009, lançamos internamente o documento Diretrizes Educacionais Valer, que consolida as atuais práticas de educação da área e explicita o posicionamento sobre educação para a sustentabilidade. Além disso, somente no Brasil investimos aproximadamente US$ 34,5 milhões em treinamento e desenvolvimento.

1taxadeturnovercorrespondeàsomadeempregadosquedeixa-ramaorganizaçãovoluntariamente,quesedesligaramequeseaposentaram,divididapelonúmerodeempregadospróprios.

Turnoverporgênero

homENSmuLhErES

88%

12%

Empregados próprios deste indicador (LA2) correspondem a 95% (2009) do total de empregados reportados (LA1). Projetos não incluídos.

2008 2009Turnover geral 8,0% 10,6%Turnover homens 7,6% 10,3%Turnover mulheres 11,7% 13,0%

2008 2009Abaixo de 30 anos 7,0% 8,0%Entre 30 e 50 anos 6,7% 7,8%Acima de 50 anos 19,0% 37,0%

País 2008 2009

Brasil 8,0% 9,2%Canadá 5,0% 19,7%Indonésia 7,0% 9,1%Austrália 18,0% 13,4%China 32,0% 16,7%Outras 7,0% 16,5%

rotatividadeporgênero

rotatividadeporfaixaetária

rotatividadeporregião

Além de todas as unidades existentes no Brasil, a Valer atua internacionalmente visando apoiar a empresa em suas operações e na implantação de novos projetos. A expansão da Valer tem se dado por meio da criação de unidades físicas no exterior e da implementação de programas de fomento de mão de obra, como o Programa de Formação Profissional, já iniciado em Moçambique e Omã. Podemos destacar ainda a realização de programas de educação continuada para o público gerencial, como os Ritos de Passagem realizados na China, na Argentina, em Omã e em Moçambique.

Para o público externo, como terceiros, fornecedores e comunidades, demos continuidade à estratégia de fomentar o desenvolvimento de mão de obra qualificada para a cadeia produtiva de mineração, por meio da oferta de sete programas de atração e desenvolvimento, que alcançaram mais de 3.200 pessoas no Brasil e no exterior.

EDuCAçãoiNtErNA

O ambiente global de negócios, de elevada competição, exige que as empresas e seus profissionais aprendam mais rápido, acompanhando a velocidade da geração de conhecimentos. Diante disso, a educação corporativa ganha caráter estratégico, uma vez que se apresenta como uma alavanca para o aprendizado e o desenvolvimento dos recursos humanos qualificados.

Com esse objetivo, nossas ações de educação interna oferecem contínuas oportunidades de aprendizado aos empregados da Vale, segmentados em três públicos: técnicos operacionais, técnicos especialistas e líderes. Cada um possui um currículo de formação Vale, com ações educacionais estruturadas, denominadas Trilhas Técnicas, Mapas de Desenvolvimento e Trilha de Gestão e Liderança, respectivamente, de acordo com as demandas das áreas de negócio.

A melhoria contínua dos processos e evolução da empresa está estritamente relacionada à formação técnica dos nossos empregados, reconhecidos no mercado por seu alto grau de qualificação. Em parceria com as áreas de negócio, são mapeadas

Relatório de Sustentabilidade Vale200940

Bras

il

RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

as ações de capacitação técnica prioritárias para o alcance das metas empresariais. A Valer estrutura ações customizadas e firma parcerias com instituições de ensino de todo o mundo.

O Programa Global de Exploração Mineral e o Programa de Logística Integrada, ambos lançados em 2009, são exemplos de nossa atuação. O primeiro foi desenvolvido em parceria com a Diretoria de Exploração Mineral da Vale para reforçar o conhecimento de 107 empregados, dos cinco continentes, sobre processos mineralizantes e técnicas exploratórias. As aulas foram realizadas no Brasil e na África do Sul e complementadas com visitas técnicas a minas na Zâmbia, no Peru e nos Estados Unidos. Já o Programa de Logística Integrada, concebido em conjunto com a Diretoria de Planejamento e Desenvolvimento Logístico da Vale, capacitou 120 empregados nos principais conceitos e ferramentas de logística, gestão e finanças.

A média de horas de treinamento apresentou uma queda no final de 2008 e reduziu-se mais em 2009, em função da recessão econômica global, que paralisou diversas operações na Vale e impactou o investimento em treinamento das nossas equipes. Em função disso, priorizamos a oferta de treinamentos focados na aquisição de competências para o exercício das funções.

A Vale mantém como prática a oferta de cursos internos e, em casos mais específicos, o apoio financeiro para capacitação externa, com foco no desenvolvimento de competências técnicas críticas para os negócios da Vale.

Além da formação técnica, outra iniciativa é o Programa de Preparação para a Aposentadoria, que tem como objetivos preparar os empregados para a transição de carreira e despertar o interesse para novos desafios, sensibilizando-os para a importância do planejamento no êxito de um projeto de vida. Sua adesão é voluntária, e é conduzido regionalmente. No caso dos desligados, a Vale oferece o Programa de Transição Profissional, que procura minimizar os impactos do processo de demissão, enquanto proporciona ao profissional melhores condições para fazer com segurança e em curto prazo sua transição de carreira.

mãodeobraqualificadaUm dos grandes marcos em 2009 foi o lançamento do Centro de Excelência em logística Vale (CEl), na cidade de Vitória, Espírito Santo, Brasil. O CEl reú-ne em um só local a estrutura necessária para aplicar treinamentos técnicos da ferrovia, do porto e da navegação, com uma abordagem teórico-prática, embasados pelos processos educacionais estruturados pela Valer.

Inaugurado em novembro, o prédio de cinco andares, no Terminal de Praia Mole, conta com simuladores de operação ferroviária, biblioteca técnica, salas para treinamentos, simulador de carregamento de vagões, maquete para aplicação do regulamento de operação e sinalização ferroviárias, sala para treinamento de centro de controle de pátios, linha sinalizada e ope-rações portuárias, além de sala de captação de conteúdo para construção de materiais didáticos.

CASE

Empregados próprios deste indicador (LA10) correspondem a 95% (2009) do total de empregados reportados (LA1). Projetos não incluídos.*A média de horas anuais é calculada pela divisão do total das horas de treinamento pelo número de empregados.

horasdetreinamento(média anual*)

200720082009

total

125

86

41

Especialista

43

83

39

Liderança

62

89

44

técnicooperacional

146

85

37

GOVERNANçA CORPORATIVA

41

Gestãoeliderança

Em 2009, cerca de 300 líderes de todo o Brasil participaram dos Ritos de Passagem, o primeiro passo do currículo de formação gerencial Vale. Fora do país, mais de 90 profissionais, entre diretores, gerentes gerais e gerentes de área, que atuam em Omã, China, Canadá, Suíça, França, Peru, Chile, Paraguai e Argentina, também participaram da ação. A Curva de Aprendizagem – fase posterior na formação dos líderes Vale e conduzida em parceria com instituições de desenvolvimento executivo de renome, tais como o Institute for Management Development, escola de negócios de referência na Suíça – contou com a participação de cerca de 90 líderes de todos os níveis hierárquicos.

Numa empresa em que o primeiro nível da liderança é constituído em sua maioria por profissionais oriundos da carreira técnica, foi desenvolvido e implementado em 2009, como piloto, o Programa de Formação de Supervisores, com a oferta de 90 vagas. Essa iniciativa teve o objetivo de capacitar os supervisores em processos e ferramentas de gestão necessárias para o exercício da

oPErADorSuStENtáVEL

EducaçãoglobalComopartedaglobalizaçãodosnegóciosVale,asaçõesdeeducaçãoValerestãosendo,anoaano,expandidasparaasoperaçõesnoexterior.Alémdeatenderàsnecessidadesdecadaáreaenegócio,osprogramastambémcontemplamdemandasreferentesàdiversidadesocialeculturaldascomunidadesemqueatuamos.Dessaforma,osprogramasimplementadosglobalmentesãocustomizadosdeacordocomocontextolocal.umexemplodissoéoProgramadeformaçãoProfissional,implantadoem2009emomã,noorientemédio,paraformar120técnicosoperacionaisqueatuarãoemnossaplantadepelotizaçãonopaís.AformaçãovisacontribuirparaoalcancedocompromissofirmadopelaValedepreencher80%dasvagasgeradaspelonovonegóciocommãodeobralocal.ocurso,comduraçãode18meses,compostoportrêsfases(teórica,práticaeonthejob),foiimplementadoemparceriacomoinstitutorussayl,escoladereferênciadaregião,queinaugurounovocentrodetreinamentonacidadedeSoharparaatenderàdemandadaVale.

Paraimplantarafasedetreinamentoonthejobem2010,aValereceberáemsuasoperaçõesnobrasil

liderança. Em 2010, a ação terá a meta de alcançar 50% dos supervisores da Vale no Brasil, capacitando cerca de 800 líderes.

O segmento de gestão e liderança priorizou, também em 2009, a oferta de oportunidades de integração e alinhamento das lideranças Vale, num ano em que a empresa esteve dedicada a encontrar estratégias para transformar a crise em oportunidade. Foram realizados dois grandes encontros de lideranças, reunindo executivos Vale de todo o mundo. No workshop Breakthrough Process Innovation at Operations, conduzido em parceria com o MIT Sloan School of Management, diretores da empresa discutiram sobre ferramentas de gestão capazes de alavancar a inovação nos negócios. Além disso, foi lançado em 2009 o (i)nova Vale!, iniciativa que visou à promoção de uma cultura de inovação na Vale (leia mais na pág. 47).

Já na terceira edição do Fórum de Líderes da Vale, os 130 principais executivos da empresa no mundo refletiram sobre as lições aprendidas com a crise financeira mundial e debateram estratégia, gestão, liderança e as perspectivas para 2010.

participantesdoprograma,paraqueestejamplenamentecapacitadosparaoiníciodaoperaçãoemomã.Atendendoaoanseiodacomunidadepelainclusãofemininanomercadodetrabalho,aformaçãotementreseusparticipantes13jovensmulheres,queserãopreparadasparaatuarnumsetorondehápredominânciademãodeobramasculina.

EssainiciativadaValeapoiaapolíticadoGovernodeomãdevalorizarainserçãodamulhernomercadodetrabalho.EssaéumadasaçõesdaAgendadeSustentabilidadedogoverno,quepossuiquatroeixosestratégicos:omanização(contrataçãodamãodeobralocal),DesenvolvimentodaCadeiaLocalefornecedores,responsabilidadeAmbientalerespeitoàCulturaLocal.

PromovemostambémumencontroentreaDiretoriaExecutivaeasnossasempregadasomanisparadiscutirosdesafioseaspossibilidadesdemelhoriasinternas.Apesardoestímulogovernamentalparaainserçãodamulhernomercadoprofissional,essasaçõesaindarepresentamumaquebradeparadigmadaculturalocal.

Relatório de Sustentabilidade Vale200942

RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

Educaçãoparaavida

A missão Vale de transformar recursos minerais em desenvolvimento sustentável exige que os nossos empregados tenham competências transversais que vão muito além do conhecimento técnico. Por isso, por meio da Valer, oferecemos uma formação ampla, para o trabalho e para a vida, complementada por ações educativas de cidadania corporativa e de cultura e arte, que incluem capacitações em temas como sustentabilidade, meio ambiente, melhoria contínua, multiculturalidade e ética e transparência.

Um dos carros-chefe desse eixo educacional é o Programa de Formação Educacional, que oferta os ensinos fundamental e médio a empregados e terceiros da Vale, no intuito de reduzir a zero a taxa de analfabetismo na empresa. Em 2009, 205 empregados participaram da ação, nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, Brasil. Também demos continuidade ao Programa Atitude Ambiental, que promove diálogos sobre sustentabilidade, reunindo empregados, terceiros e as populações das comunidades em que estamos presentes. Em paralelo aos encontros do programa, em 2009 o currículo da ação foi reformulado com base no atual posicionamento da empresa e em nossa Política de Desenvolvimento Sustentável.

EDuCAçãoExtErNA

A necessidade de pessoal qualificado é um desafio para as empresas de mineração, por isso, a Vale investe de maneira consistente na capacitação de profissionais para atuar no setor. Esse é o principal objetivo do segmento de educação externa da Valer, composto por sete programas de atração e desenvolvimento de profissionais do mercado, conforme destacado no quadro desta página.

Em 2009, a despeito da conjuntura econômica global, tivemos como destaque 100% de efetivação dos participantes do Programa de Especialização Profissional, que ofertou pós-graduação em Engenheira Ferroviária a 60 profissionais do mercado em São Luís e Belo Horizonte, em parceria com a Universidade Dom Bosco (UNDB) e a Pontifícia Universidade Católica (PUC Minas), respectivamente.

Já no Programa de Formação Profissional mais de 1.800 jovens estiveram em sala de aula para aprender uma profissão. Apenas no fim do ano, com o reaquecimento econômico, mais de mil vagas foram abertas em vários estados do Brasil. Em Minas Gerais, foi destaque a reconvocação dos 500 finalistas do processo seletivo 2008, interrompido no auge da crise econômica global. Em 2009, o programa também foi ofertado em Moçambique, na África, formando 25 aprendizes no curso de Operação de Mina. Com foco internacional, o Graduate Program ofereceu formação avançada em mineração a 20 jovens da Austrália, de Moçambique, do Canadá e do Brasil.

O Programa de Estágio novamente se confirmou como a principal porta de jovens talentos na Vale, oferecendo 1.068 vagas ao longo do ano de 2009, 900 apenas no processo seletivo do segundo semestre, que alcançou número de inscrições recorde: mais de 93 mil jovens se candidataram a uma oportunidade de ingressar na empresa.

CENárioSfuturoS

Como maximizar o uso dos minérios? Como utilizar outros recursos naturais, como, por exemplo, a água, de forma cada vez mais sustentável? Já vislumbrando cenários futuros, ampliamos o escopo de atuação do Departamento do Instituto Tecnológico Vale, criado para estimular e fortalecer os relacionamentos da Vale com instituições acadêmicas, governo e unidades de ciência, tecnologia e inovação (CT&I). Em 2009, passamos a trabalhar com três eixos: gestão de tecnologia e propriedade intelectual, coordenação de cooperação e fomento e o Instituto Tecnológico Vale (ITV).

A Gestão de Tecnologia e Propriedade Intelectual é a área responsável pela observação das tendências tecnológicas. A partir das inovações que chegam ao mercado, monitoramos as melhores práticas e buscamos, por meio da inteligência competitiva, desenvolver pesquisas. Para 2010, está prevista uma nova ação, que avaliará o portfólio de pesquisa de interesse da Vale, considerando desde a gestão da escolha dos temas até os resultados obtidos com os estudos apoiados.

Programa objetivo Abrangência Participaçõesem2009

ProgramadeformaçãoProfissional

Formar jovens para o primeiro emprego em atividades operacionais e administrativas da Vale.

Brasil 1.857

ProgramadeEstágioDesenvolver estudantes de ensino técnico e superior por meio de experiência prática na Vale.

Brasil 1.068

ProgramadeEspecializaçãoProfissional

Formar especialistas em cursos de pós-graduação em Mineração, Ferrovia e Portos.

Brasil 60

ProgramadeinclusãodePessoascomDeficiência

Recrutar e capacitar pessoas com deficiência para as áreas corporativas e operacionais da empresa.

Brasil 282

GraduateProgramFormar jovens para posições técnicas da Vale, por meio de formação avançada em mineração.

Internacional 20

Globaltrainee Desenvolver recém-graduados para posições de liderança na Vale. Internacional ----

SummerJob

Oferece a alunos de MBA das mais renomadas universidades do mundo formação sobre os negócios Vale e interação com nossos executivos.

Internacional ----

total 3.287

GOVERNANçA CORPORATIVA

43

oPErADorSuStENtáVEL

A Coordenação de Cooperação e Fomento faz a interface da Vale com a comunidade de ciência e tecnologia. Mais do que buscar no meio acadêmico uma prestação de serviço pontual, queremos instituir parcerias duradouras que contribuam para o desenvolvimento científico do país. Em 2008, o convênio assinado entre a Vale, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Pará (Fapespa) e a Secretaria de Estado de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia do Pará (Sedect) apoiou o edital que ofereceu 22 bolsas de doutorado e 63 de mestrado em macroáreas de interesse da Vale. Com essa iniciativa, permitiu-se que todos os proponentes conseguissem bolsas de estudos. Outra ação inédita no país foi a parceria da Vale com três reconhecidas agências de fomento à pesquisa do Brasil (saiba mais informações na página 45).

No final de 2009, realizamos outra importante parceria, com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico (CNPq). Lançamos um edital voltado a selecionar e apoiar propostas de pesquisa dentro das linhas definidas pelo estudo intitulado Projeto Setor Mineral – Tendências Tecnológicas Brasil 2015. O documento elaborou uma agenda de prioridades para investimento no setor mineral. A iniciativa ofereceu um total de US$ 3,9 milhões, dos quais US$ 2,7 milhões foram aportados pela Vale, e o restante, financiado pelo Fundo Setorial Mineral (CT-Mineral). Foram apresentadas 113 propostas, de diferentes áreas de conhecimento. Os projetos escolhidos serão anunciados no primeiro semestre de 2010.

Por meio de parcerias duradouras, queremos contribuir para o desenvolvimento científico do país

Maquete do ITV Pará (Belém) que priorizará as pesquisas em desenvolvimento sustentável.

Relatório de Sustentabilidade Vale200944

RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

Bras

il

incentivoàpesquisaUma parceria inédita uniu a Vale, por meio do Instituto Tecnológico Vale (ITV), e três reconhecidas agências de fomento à pesquisa do Brasil com o objetivo de desenvolver e apoiar projetos de pesquisa científica e tecnológica. Serão investidos cerca de US$ 68,9 milhões no programa, que reúne as Fundações de Amparo à Pesquisa dos Estados de Minas Gerais (Fapemig), Pará (Fapespa) e São Paulo (Fapesp).

As pesquisas devem contribuir para o avanço do conhecimento científico e da tecnologia nas áreas de mineração, processos ferrosos para siderur-gia, energia, ecoeficiência e biodiversidade e, simultaneamente, colaborar para a aplicação do conhecimento gerado na promoção do desenvolvi-mento da tecnologia nacional. Cerca de US$ 41,4 milhões serão investidos pela Vale, e o valor restante, dividido entre os demais parceiros.

O convênio prevê o financiamento a itens de custeio, de capital e todas as modalidades de bolsas pagas pelas fundações envolvidas – iniciação científica, mestrado, doutorado, pós-doutorado. Terá mais chances de ser contemplado o projeto que proponha o desenvolvimento de pesquisas em redes interestaduais, ou seja, uma universidade do Pará em parceria com uma de Minas Gerais ou de São Paulo e vice-versa. Com essa articula-ção entre empresa privada, meio acadêmico e governo, a Vale abre portas para que outras empresas estabeleçam parcerias. Além disso, a iniciativa fomenta a formação de recursos humanos mais especializados e estimula a produção científica das instituições acadêmicas.

Entre as linhas propostas para pesquisa estão temas como métodos in-diretos de prospecção mineral, melhoria no sistema de monitoramento de barragens, reutilização de resíduos, novos processos de produção de biocombustíveis, melhorias de eficiência na geração hidrelétrica, conser-vação de ecossistemas e descoberta de novos produtos.

CASEiNStitutotECNoLóGiCoVALE

Para fomentar a produção de pesquisas científicas e o desenvolvimento econômico de base tecnológica no país, além de gerar e difundir novos conhecimentos para o progresso socioeconômico, ambiental e para a cadeia de mineração sustentável, iniciou-se em 2009 o planejamento do Instituto Tecnológico Vale (ITV). O objetivo é construir uma unidade do ITV em três estados brasileiros, cada uma com uma vocação específica. A de Minas Gerais será erguida em Ouro Preto e será especializada em mineração. A unidade do Pará ficará em Belém e priorizará as pesquisas em desenvolvimento sustentável. A de São Paulo será voltada para as inovações em energia, tendo como um dos principais parceiros o centro tecnológico da Vale Soluções em Energia (VSE), em São José dos Campos.

O ITV será constituído como uma pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos e com duração de tempo indeterminado. As unidades terão o mesmo modelo corporativo em sua gestão, com normas semelhantes de funcionamento, mas ao mesmo tempo possuirão autonomia. A criação jurídica dessas unidades deve ser concluída até o primeiro semestre de 2010. A ideia é reunir uma equipe multidisciplinar de pesquisadores, que possam trocar experiências entre si e vislumbrar questões problemáticas que ainda não foram levantadas.

GOVERNANçA CORPORATIVA

45

oPErADorSuStENtáVEL

saúde e seGurança

Importantes conquistas,

novos desafiosA saúde e a segurança

estão cada vez mais globais na Vale. Nosso

compromisso com o respeito à vida se

reflete nos esforços de internacionalizar as ações

umimportantepassonessesentidofoiapublicaçãodaPolíticaGlobaldeSaúdeeSegurançaetambémdaNormaGlobalderesponsabilidadedeSaúde,SegurançaemeioAmbiente.Asdiretrizesforamelaboradasconsiderandoalegislaçãoeaculturadosdiversospaísesondeoperamos.

A estratégia adotada, desde 2006, de investir em gestão, educação, infraestrutura e inovação tecnológica vem apresentando resultados positivos. O principal deles é a constatação da transformação da cultura de nossa empresa em saúde e segurança.

O resultado do Prêmio (i)nova Vale! 2009 é uma mostra de quanto o tema está presente na empresa. Das 7.162 ideias apresentadas para melhoria de processos, 2.250 referiam-se à segurança (leia mais na página 47). Em 2009, investimos mais de US$ 110 milhões em projetos de capital para estabelecer melhorias em saúde e segurança. Sabemos que, apesar dos avanços, esse é um processo que exige um trabalho contínuo de aperfeiçoamento.

Além de nossos investimentos e da introdução do Programa (i)nova, lançamos um piloto do Sistema de Gerenciamento de Saúde e Segurança em cinco áreas no Brasil: Itabira, Logística Norte, Serra Sul, Taquari Vassouras e Carajás. O sistema integra o Programa de Excelência, iniciado em dezembro de 2006, base da nossa estratégia de saúde e segurança. A Vale usou o aprendizado da experiência piloto para revisar o sistema de gestão, as instruções normativas, os requisitos de atividades críticas (RACs) e a sua matriz de treinamentos de saúde e segurança. Em 2010, nosso objetivo é iniciar a implantação do Sistema de Gerenciamento de Saúde e Segurança nas demais unidades brasileiras.

A cultura da saúde e segurança está cada vez mais presente no dia a dia de nossas atividades.

Relatório de Sustentabilidade Vale200946

Bras

il

RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

incentivoàinovaçãoPara estimular o desenvolvimento de ideias criativas e de fácil implementa-ção que contribuíssem para a melhoria dos processos, o Departamento de Inovação e Desenvolvimento da Vale lançou, em 2009, o Prêmio (i)nova Vale!. Em 30 dias foram apresentadas mais de sete mil propostas, nas áreas de segurança, economia de energia, reciclagem e velocidade de processos.

Foram escolhidas sete ideias vencedoras: a melhor em cada uma das qua-tro categorias apresentadas acima, a mais criativa, a com maior potencial de melhoria nos resultados e a que apresentou melhor possibilidade de replica-ção. Os vencedores ganharam cursos de extensão, pós-graduação, aperfei-çoamento e certificação, de acordo com a formação do empregado, com o apoio da Valer. Além disso, todas as propostas inscritas passaram a integrar o banco de inteligência de inovação da Vale e poderão ser implementadas posteriormente. A iniciativa contribuiu para a disseminação de uma cultura de inovação na empresa. Os objetivos, futuramente, são expandir a premia-ção e aumentar o envolvimento de fornecedores, institutos de pesquisas e universidades, entre outros parceiros.

A ideia premiada na categoria Saúde e Segurança foi a criação de um disposi-tivo que elimina o manuseio direto de uma peça existente no compressor de rolos. Com esse artefato simples e de fácil implantação, as mãos do operador ficam afastadas do ponto crítico, evitando assim o risco de acidentes. Outros benefícios da instalação desse dispositivo são o aumento da produtividade e a redução do esforço físico para a realização da atividade.

Entre as ideias mais votadas na área de saúde e segurança está a utilização de empilhadeira elétrica tracionada na execução dos trabalhos de movimentação de amostras de minério. O uso da empilhadeira contribui para o aumento de produtividade ao reduzir de seis para um o número de empregados que re-alizam essa atividade. Além disso, minimiza a exposição ao risco e diminui a probabilidade de ocorrências de lesões como lombalgia, distúrbios osteomus-culares relacionados ao trabalho (Dort) e prensamento de membros. Outra proposta bastante votada na categoria de Saúde e Segurança foi a exposição de vídeos de saúde e segurança informativos nos ônibus de transporte dos empregados. Os objetivos são aumentar a percepção de riscos, mostrar temas atuais e englobar aspectos de segurança fora do ambiente do trabalho.

CASE

NoVorACPArASErViçoSDEELEtriCiDADE

Conseguimos, em 2009, superar a meta de ter 70% dos requisitos de atividades críticas (RACs) implantados nas operações brasileiras, alcançando o percentual de 72,4%. Os RACs são ferramentas fundamentais para a redução de acidentes. Esses requisitos incluem adoção de normas, treinamentos e investimentos em infraestrutura, visando garantir a segurança na execução das dez atividades operacionais que, historicamente, representam 91,7% das fatalidades1.

A Vale revisou todos os seus requisitos, a fim de aprimorá-los e adequá-los às nossas operações internacionais, além do Brasil. Também foi criado um requisito específico para os serviços de eletricidade. Em 2010, nosso objetivo é implantar os requisitos de atividades críticas (RACs) em todas as unidades internacionais.

uNiNDoforçAS

Outra iniciativa que veio reforçar a preocupação da Vale de agir de forma preventiva foi a junção dos nossos departamentos de Saúde e Segurança Ocupacional e de Segurança Empresarial. Isso permitiu a ampliação de nossa rotina de inspeções nas nossas unidades operacionais e nos projetos nacionais e internacionais, assim como no compartilhamento das melhores práticas. Os resultados das inspeções são consolidados e distribuídos aos setores inspecionados para solução. Caso seja constatada alguma situação de risco grave e iminente, a atividade é interrompida imediatamente.

Em 2009, também foram criados os alertas de segurança corporativos. São mensagens enviadas para as operações e os projetos da Vale no mundo, chamando a atenção para alguma atividade crítica, seus riscos, consequências e como evitá-las. Além disso, instituímos uma agenda de reuniões

1Sãoconsideradasatividadescríticasasqueenvolvem:traba-lhoemaltura,eletricidade,veículosautomotores,equipamen-tosmóveis,bloqueioesinalização,movimentaçãodecarga,espaçoconfinado,proteçãodemáquinas,estabilizaçãodetaludes,explosivosedetonaçãoeprodutosquímicos.

GOVERNANçA CORPORATIVA

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oPErADorSuStENtáVEL

globais com todas as gerências de Saúde e Segurança. Os encontros via call acontecem semanalmente, com os países de língua portuguesa e espanhola, quinzenalmente, com o Canadá, e mensalmente, com a Austrália. A ideia é compartilhar boas práticas e alinhar os procedimentos de saúde e segurança em toda a empresa.

DESAfioSEPArCEriAS

Apesar dos nossos esforços no gerenciamento dos riscos e de uma forte redução nas nossas taxas de acidentes, tivemos em 2009 a ocorrência de nove acidentes fatais nas operações e nos projetos envolvendo empregados e contratados da Vale e de três fatalidades com prestadores de serviço do setor de transporte nas estradas.

A perda dessas vidas, que nos causa tanto pesar, reforça o nosso desafio de buscar ferramentas que sejam mais eficazes na prevenção dos acidentes. Paralelamente a isso, procuramos influenciar nossa cadeia de valor, incentivando a adoção de medidas de segurança, campanhas de conscientização, inspeções e auditorias.

Os dados do gráfico englobam empregados próprios e terceiros e não incluem atendimento de primeiros socorros. Dados da Vale Inco incorporados a partir de 2007, período para o qual não foram considerados terceiros. Se utilizado o mesmo critério de 2008 e 2009, o valor de 2007 seria 10,7.- HHT = homens-horas trabalhadas- 1 MM = 1 milhão- Inclui lesões com e sem afastamento. O cálculo das

taxas não inclui doenças ocupacionais.Para Vale Brasil, as taxas de saúde e segurança são calculadas com base na HHT mensal estimada pelo número de efetivos. Incluem dados das empresas de pesquisa mineral, inclusive as internacionais. Para Vale Inco, Vale Australia e Projeto Moatize, utiliza-se HHT real.

taxadelesões(Nº de lesões/HHT x 1 MM)

2007

11,6

2008

8,0

2009

5,7

Os dados do gráfico consideram empregados próprios e terceiros.

taxadeacidentescomafastamento(Nº de acidentes com afastamento/HHT x 1 MM)

2007

1,9

2008

1,5

2009

1,0

Cores,aliadasdasegurança

Em2009,parafacilitaraidentificaçãodosnovosempregados,anossaoperaçãoemthompson,noCanadá,adotouumsistemadecódigoparacapacetesbaseadonascores.todososempregadoscommenosdeumanoqueatuamnasminasutilizamcapacetesalaranjados.issopermiteafácilidentificaçãodostrabalhadoresmenosexperientes,alémdepossibilitarqueelessebeneficiemdosconhecimentosdosmaisantigosemrelaçãoàsmelhorespráticasdesegurança.Amedidaseaplicaaosempregadosquetrabalhamnosubterrâneo,incluindoasáreasdemanutenção,engenhariaegeologia.Depoisdeumanodeserviço,oempregadopassaausarocapaceteamarelocomum.Comessainiciativa,esperamosreforçarumaculturadesegurançanosempregadosqueestãoiniciandosuacarreiraeincentivá-losacompartilharoconhecimentoeaexperiência,àmedidaquesetornemmaisexperientes.

Estimulamos os nossos empregados a adotar uma atitude de prevenção nos locais onde atuamos.

Relatório de Sustentabilidade Vale200948

RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

DiáLoGoComoSLÍDErES

O Diálogo Comportamental vem ganhando cada vez mais adesão das unidades operacionais e dos projetos da Vale. Criado em 2007, tem como objetivo promover a troca de experiências e a reflexão conjunta das situações enfrentadas no dia a dia, em prol da saúde e segurança. Em 2009, realizamos treinamento específico para os líderes de projetos mostrando como o diálogo comportamental pode ser utilizado para falar de saúde e segurança nas obras. O resultado apontado por eles é que, de fato, essa é uma maneira simples e eficaz de promover a conscientização das pessoas.

mAiSiNCENtiVoPArASAúDEESEGurANçA

Em 2009, o percentual da remuneração variável vinculado à meta de desempenho em saúde e segurança do trabalho passou de 6% para 10%. Para 2010, o item saúde e segurança continuará representando 10% da remuneração variável, exceto para os projetos considerados estratégicos, para os quais aumentamos esse percentual para 25% da remuneração variável total. A ampliação do percentual é um reconhecimento dos esforços da liderança e de todos os empregados em direção a uma atitude preventiva e de respeito à vida.

AtENDimENtoASituAçõESDEEmErGêNCiA

Implementamos, em 2009, a Instrução para Análise e Gerenciamento de Riscos de Saúde, Segurança e Meio Ambiente (INS-0037), com base no Sistema de Gerenciamento de Saúde e Segurança. Com isso, iniciamos a revisão dos planos de emergência e auxílio mútuo das unidades, definindo melhor os cenários de emergência e, consequentemente, a alocação de recursos e o desenvolvimento de procedimentos específicos para cada localidade. Além disso, a instrução permitiu a padronização das análises de risco. O objetivo é que todas as unidades operacionais e projetos da Vale visualizem e tratem o risco da mesma forma.

Em 2009, realizamos também a análise preliminar de riscos, conduzida pelas áreas de Saúde e Segurança e Meio Ambiente, nas seguintes unidades operacionais no Brasil: Itabira, Taquari, Logística Norte (São Luís), Estrada de Ferro Carajás (EFC), Mina de Bauxita Paragominas, Departamento de Pesquisa Mineral (Sondagem), Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) e Projeto S11D (expansão de Carajás).

Por meio da parceria com as empresas Det Norske Veritas (DNV), Bureau Veritas (BV) e ABS Consulting, realizamos treinamentos para capacitar os empregados na análise de riscos. Para 2010, daremos continuidade ao processo de implantação da INS-0037 nas demais unidades operacionais e projetos, a fim de tornar essa ação global.

Adotamos em nossas unidades uma série de procedimentos para propiciar respostas rápidas e eficientes em situações de emergência, incluindo: Planos de Emergência; Planos de Ação Emergencial (PAE); Planos de Auxílio Mútuo (PAM), no caso de a

emergência envolver empresas vizinhas; Regulamento de Atendimento a Ocorrência Ferroviária (Raof ); e nosso Manual de Gestão de Crise e Diretrizes Básicas de Risco (DBR). A fim de garantir o atendimento adequado às situações de emergência, realizamos, regularmente, treinamento das equipes responsáveis, na maioria dos casos, com exercícios de simulação.

PrEVENçãoECoNtroLEDEriSCoSàSAúDE

Mantemos um sistema de identificação e mensuração dos riscos a saúde, segurança e meio ambiente em todas as nossas unidades e estabelecemos parcerias com esse mesmo objetivo. Procuramos, dessa forma, proteger a saúde de nossos empregados e favorecer a criação de programas que atendam as circunstâncias locais, mas que possam ser replicados na empresa. As diretrizes principais são promover a saúde e estimular a atitude preventiva por parte de empregados, familiares e pessoas das comunidades nas quais atuamos.

Principaisações

Público Educação/treinamento Aconselhamento Prevenção/

controlederiscotratamentomédico

Empregados

Campanhas de prevenção de gripe H1N1; oficinas sobre álcool e tabagismo; campanhas de prevenção de câncer e diabetes; grupo de apoio a diabéticos, hipertensos e pessoas com riscos cardiovasculares

PAE (Programa de Assistência ao Empregado), com orientação sobre diversos assuntos, como problemas emocionais, financeiros, dificuldade de relacionamento, alcoolismo, dependência química e estresse

Campanha de prevenção às doenças sexualmente transmissíveis – DST/Aids; campanhas de prevenção de câncer e diabetes; vacinação contra influenza; inspeções de prevenção e tratamento de dengue e febre amarela

Plano de saúde e

postos de atendimento

familiares

Campanhas de prevenção de gripe H1N1; oficinas sobre álcool e tabagismo; campanhas de prevenção de câncer e diabetes; grupo de apoio a diabéticos, hipertensos e pessoas com riscos cardiovasculares

PAE (Programa de Assistência ao Empregado), com orientação sobre diversos assuntos, como problemas emocionais, financeiros, dificuldade de relacionamento, alcoolismo, dependência química e estresse

Vacinação contra influenza; inspeções de prevenção e tratamento de dengue e febre amarela

Plano de saúde

Comunidades

Campanhas de prevenção de gripe H1N1; campanha de prevenção às doenças sexualmente transmissíveis – DST/Aids

-

Programa de educação afetivo-sexual (Vale Juventude – desenvolvido pela Fundação Vale), com orientação sobre vida sexual e ações de prevenção a doenças sexualmente transmissíveis

-

GOVERNANçA CORPORATIVA

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A diversidade das condições de saúde dos locais onde operamos faz com que busquemos ações diferenciadas, que respondam a essas peculiaridades. Por isso, possuímos diferentes programas de treinamento, aconselhamento, prevenção e controle de risco e tratamento médico para nossos empregados e seus familiares. Continuamos empreendendo esforços para ampliar a inserção das comunidades nos nossos programas. A seguir, listamos ações realizadas em algumas de nossas unidades.

Em 2009, foi criado um programa de prevenção da pandemia de gripe H1N1, que incluiu a divulgação de informações sobre o assunto (por meio de campanhas educativas e criação de página específica na intranet) e o acompanhamento e monitoramento de casos suspeitos abrangendo empregados, contratados e seus familiares. Outra ação foi a suspensão temporária de projetos que estavam previstos para serem realizados nos países de alta incidência do H1N1 – sendo que as atividades já foram retomadas.

Firmamos também parceria com o Serviço Social da Indústria (Sesi) para apoio ao Programa de Saúde do Trabalhador nas operações Vale do Brasil. Esse programa abrange não só os empregados, como os contratados.

A Vale está trabalhando no aprimoramento dos processos e programas de prevenção das doenças ocupacionais para possibilitar uma melhor identificação e monitoramento da ocorrência de novos casos de doenças ocupacionais. Para 2010, nosso planejamento contempla o aprofundamento da discussão desse tema com o Grupo de Trabalho do ICMM, considerando os indicadores de doenças e a uniformização de conceitos e de reporte.

ACorDoSComSiNDiCAtoS

O tema saúde e segurança está presente no diálogo entre a Vale e os seus empregados, inclusive nas negociações coletivas.

Nas nossas operações Vale (Brasil e internacionais), os aspectos de saúde e segurança são pautados na nossa Política Global. Além disso, respeitamos as regulamentações e as legislações locais e as demandas específicas dos representantes dos empregados, que definem os mecanismos e os requisitos para a prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, como manutenção de comitês conjuntos de saúde e segurança, fornecimento de equipamentos de proteção individual e treinamentos em instrumentos como o direito de recusa ao trabalho inseguro.

PArtiCiPAçãoEmComitêSDESAúDEESEGurANçA

Em 2009, mais de 99% dos empregados da Vale eram representados em comitês de saúde e segurança (no Brasil, denominados Comissões Internas de Prevenção de Acidentes – Cipa). O objetivo dos comitês é contribuir para a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho.

Nossas ações de saúde e segurança são orientadas pela nossa

Política Global

oPErADorSuStENtáVEL

Em algumas unidades, o número de representados não atingiu 100% por causa de fatores como: número de funcionários da unidade menor que a exigência legal para constituição de comissão, novos projetos que ainda não constituíram comitês de saúde e segurança e novas contratações realizadas ao longo de 2009.

representaçãoemcomitêsformaisdesaúdeesegurançaPercentual de empregados próprios representados em comitês de S&S por ano

2007 2008 2009

99,7

98,999,3

Relatório de Sustentabilidade Vale200950

SiStEmADEiNformAçãoúNiCo

A Vale concluiu em 2009, por meio da revisão de todos os processos de Saúde e Segurança, a implantação do Sistema de Informação de Saúde e Segurança (Siss) em todas as operações no Brasil. Com essa ferramenta, os registros de saúde e segurança são feitos em um único sistema, facilitando o arquivamento das informações, o acompanhamento de ações e a análise dos processos de saúde e segurança. Em 2010, a meta é implementar um Sistema de Informação de Saúde e Segurança em nossas unidades internacionais.

Por meio da parceria com a empresa IUS Natura, iniciamos, no Brasil, a implantação de sistema para identificação, acompanhamento e monitoramento de requisitos legais de saúde e segurança nas operações e nos projetos. Realizamos treinamentos para capacitar os empregados no que tange aos requisitos. Com esse processo, conseguimos ações mais uniformes, atendimento mais amplo e compartilhamos experiências e soluções em nossas operações. Em 2010, finalizaremos o processo de implantação nas nossas unidades operacionais e iniciaremos auditoria do sistema.

AçõESNACADEiADEVALor

EmESrt

Desde 2008, a Vale participa de reuniões do The Earth Moving Equipment Safety Round Table (EMESRT, na sigla em inglês), grupo criado em 2006, por grandes mineradoras mundiais, e apoiado pelo ICMM.

A proposta do EMESRT é, por meio da parceria entre grandes fornecedores de equipamentos e as mineradoras, apoiar a adoção de medidas que influenciem o desenvolvimento de equipamentos pelos fabricantes e minimizem os riscos de saúde e segurança dos seus usuários. O grupo é formado não só por profissionais de saúde e segurança, mas também por pessoas das áreas de manutenção e produção.

mELhorESPrátiCAS

Para compartilhar as melhores práticas em segurança, saúde, meio ambiente e comunidade do setor de mineração, o ICMM gerencia um banco de dados que reúne mineradoras de todo o mundo. Trata-se do Safety, Health, Environment and Community Benchmarking (SHECBenchmarking), que promove essa troca de experiências por meio de um portal na internet. A Vale integra o grupo desde 2007 e procura ter uma participação ativa.

Incentivamos a fabricação de equipamentos que minimizem os

riscos dos seus usuários.

RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

Cumprimentodasaçõesprevistaspara2009

• Publicação da Política de Saúde e Segurança Global (janeiro de 2010)

• Implantação de 70% dos Requisitos para Atividades Críticas (RACs) nas operações brasileiras

• Expansão do Diálogo Comportamental para todas as unidades próprias da Vale no Brasil

• Implantação do Sistema de Informação de Saúde e Segurança nas unidades brasileiras

• Implantação do Sistema de Informação para Requisitos Legais Aplicáveis para Saúde e Segurança nas unidades brasileiras

• Início da implantação da Instrução para Análise e Gerenciamento de Riscos de Saúde, Segurança e Meio Ambiente (INS-0037)

• Implantação da Norma de Responsabilidade de Saúde, Segurança e Meio Ambiente

GOVERNANçA CORPORATIVA

51

oPErADorSuStENtáVEL

MeIo aMBIente

Desenvolver e conservar

Com investimentos contínuos na gestão dos aspectos e riscos ambientais, a

Vale cumpre o compromisso com a conservação do meio ambiente e fortalece a atuação em direção ao

desenvolvimento sustentável

Nossaestratégiadesustentabilidadetemcomoumdosfundamentoso

compromissocomaconservaçãodomeioambiente.Nossaatuaçãobuscaoequilíbrioentreodesenvolvimento

socioeconômicodosterritórioseamanutençãodaqualidadedosrecursos

naturais,dabiodiversidadeedavida.Paraalcançaressesobjetivos,

investimoscontinuamentenagestãodosaspectosedosriscosambientaisde

nossasatividades,produtoseserviçose,também,narecuperaçãodeáreasdegradadaseempesquisadenovas

tecnologiasquepermitamaprimorarossistemasdecontroleambiental.

A Política de Desenvolvimento Sustentável da Vale contém as diretrizes que orientam nossa atuação, desde a tomada de decisão para realizar um investimento até os procedimentos de encerramento de operações. Essa política, aprovada em 2009, substituiu a Política Ambiental, dando maior abrangência aos nossos compromissos e integrando os objetivos de nossa gestão ambiental a outros aspectos da sustentabilidade, como saúde e segurança e desenvolvimento social.

Com o objetivo de fortalecer princípios de sustentabilidade em todas as unidades, revisamos, em 2009, a Norma de Responsabilidade em Meio Ambiente, incluindo as atribuições de Saúde e Segurança, reforçando o papel dos gestores e dos empregados da empresa. Esse novo documento corporativo estabelece papéis e responsabilidades, em todos os níveis hierárquicos da empresa, em relação à sustentabilidade, com ênfase na conformidade e na prevenção dos riscos associados às nossas operações. Com isso, reforçamos a adoção de um modelo de gestão global, considerando uma centralização corporativa de diretrizes e monitoramento do desempenho e, ao mesmo tempo, uma descentralização das ações de melhoria contínua nas áreas operacionais.

Relatório de Sustentabilidade Vale200952

RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

Em 2009, instituímos uma nova dinâmica na realização de auditorias ambientais nas unidades brasileiras, estabelecendo duas fases. No primeiro semestre, cada área operacional executa uma auditoria interna com foco em evidenciar a efetividade da sua própria gestão, detectando pontos de correção e oportunidades de melhoria. No segundo semestre, é realizada a auditoria externa corporativa que, além de validar as conclusões da primeira auditoria, busca identificar práticas de melhoria contínua na gestão ambiental. Com essa nova sistemática, promovemos a descentralização das atividades e ratificamos a responsabilidade das operações pela gestão ambiental.

Ainda em 2009, iniciamos a implantação de um sistema online para acompanhamento da conformidade legal de cada unidade. Essa ferramenta tecnológica permite a identificação, a avaliação e o monitoramento dos requisitos legais de Saúde, Segurança e Meio Ambiente aplicáveis às atividades, aos produtos e aos serviços realizados em cada unidade da empresa. Com atualização automática mensal da legislação e até de tendências, a iniciativa busca manter a conformidade e, também, a antecipação de novos requisitos. Em 2010, o sistema estará funcionando em todas as unidades brasileiras da Vale.

Buscamos reduzir o consumo de água, minimizar a geração de efluentes e

aumentar o percentual de reúso.

unidadescomcertificaçãoiSo14001

áreadenegócio unidades

mineraçãodeferroepelotização

Alegria, Timbopeba, Água Limpa, Fábrica Nova, Fazendão, Cauê, Conceição, Córrego do Feijão, Brucutu, Gongo Soco, Fábrica, Mutuca, Capitão do Mato, Pico, Capão Xavier, Abóboras, Mar Azul e Usinas de Pelotização e Terminais Portuários em Tubarão e Fábrica

usinasdeferroligasemineraçãodemanganês Minas do Azul e Morro da Mina; e Vale Manganèse France

Níquel Refinaria de Clydach, no Reino Unido, Vale Inco Japão – Matsuzaka Plant, Refinaria de Níquel em Taiwan e INMM (Dalian)

Cobre Mina do Sossego

metaispreciosos Refinaria Acton – Reino Unido

Alumínio Alunorte, Albras e Valesul

Caulim PPSA e Cadam

Obs.: As empresas Samarco e MRN são também certificadas pela ISO 14001.

Conforme previsto, concluímos o desenvolvimento e a implementação, no Brasil, do Sistema de Gestão de Barragens e Pilhas (SGBP). Isso nos permitiu consolidar uma base de conhecimento para, a partir dela, gerenciar as estruturas geotécnicas da Vale. Com esse sistema, passamos a ter, em uma única plataforma tecnológica, informações, dados e indicadores de desempenho sobre as barragens de rejeito e as pilhas de estéril, possibilitando o controle dos riscos geotécnicos e ambientais e sua manutenção em níveis adequados.

GOVERNANçA CORPORATIVA

53

iNVEStimENtoSAmbiENtAiS

O volume de recursos aplicados na área ambiental pela Vale, em 2009, foi de US$ 580 milhões, valor 14,5% menor em relação ao ano de 2008. Essa redução decorre da paralisação realizada em algumas unidades da Vale, de acordo com as medidas de enfrentamento da crise. Mesmo com o registro dessa queda, o volume de investimentos ambientais no ano superou o valor de 2007, conforme demonstra o gráfico.

Como no ano anterior, a maior parte dos recursos destinou-se a três linhas de dispêndio:

• Aquisição e implantação de equipamentos de controle ambiental, voltados a assegurar a conformidade e o aprimoramento do desempenho em operações já existentes;

• Manutenção geotécnica ambiental e de segurança das barragens e das pilhas de estéril;

• Reflorestamento e reabilitação de áreas degradadas que integram o Programa Vale Florestar e convênios com alguns estados do Brasil.

oPErADorSuStENtáVEL

GEStãoDErECurSoShÍDriCoS

O Plano de Gestão de Recursos Hídricos orienta as ações da Vale, dando suporte à elaboração de programas implantados nas unidades operacionais. Os objetivos principais desses programas são reduzir o consumo de água, minimizar a geração de efluentes e aumentar o percentual de reúso.

A água é um insumo de absoluta relevância para os processos da empresa, e a maioria das nossas atividades demanda intervenções nos recursos hídricos superficiais e subterrâneos. O uso mais intenso desse recurso ocorre nas atividades de rebaixamento de nível d’água para lavra em zonas saturadas; nas usinas, onde a água é utilizada para tratamento de minérios e resfriamento; na limpeza de vias de acessos e pátios de matérias-primas e produtos. Também consumimos água nos processos de pelotização, no transporte de minério e na lavagem de equipamentos e peças.

Em 2009, iniciamos o debate sobre novas tecnologias para tratamento de efluentes e oportunidades de reúso de água, durante o Workshop de Tecnologia Ambiental, que contou com a participação de todas as áreas operacionais da empresa. Esse evento representou uma oportunidade para

Aumentar o percentual de reúso da água é um

dos nossos objetivos

Dispêndiosambientais(US$ milhões)

2007 2008 2009

296

504

319

159 174

261

580

678

455

iNVEStimENtoCuStEio

Dispêndiosambientais–brasil(US$ milhões)

2007 2008 2009

168

309

218

100149 135

353

458

268

iNVEStimENtoCuStEio

Dispêndiosambientais–outraslocalidades(US$ milhões)

2007 2008 2009

128195 101

5925

126

277220187

iNVEStimENtoCuStEio

Relatório de Sustentabilidade Vale200954

RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

Captação subterrânea: água proveniente de poços, incluindo rebaixamento do lençol freático para fins de mineração. Captação superficial: água proveniente de rios e lagos.Outros: captação pluvial, água fornecida por empresas de abastecimento e concessionárias. Inclui captação para terceiros.

homogeneização e difusão dos conhecimentos técnicos da equipe e, ainda, para a identificação de oportunidades na melhoria da gestão do recurso natural.

Em 2009, a Vale registrou um volume de 292 milhões de m3 de água captada.

A redução no volume total de água retirada em relação aos anos anteriores (2008 e 2007) foi de aproximadamente 13%. Essa queda está relacionada, principalmente, ao fato de 2009 ter sido um ano atípico, no qual a maioria das áreas de negócio teve redução da produção e, em outras, houve paralisação das atividades. Outro fato que contribuiu para essa queda foi a adequação de metodologia para a coleta de dados realizada em algumas unidades da área de ferrosos.

A Vale investiu na melhoria da gestão dos recursos hídricos. Na unidade de mineração de ferro, em Carajás, por exemplo, a implantação de uma nova tecnologia de processamento à base de umidade natural propiciou a eliminação da utilização de água em oito linhas de beneficiamento. Isso gerou redução de 63% no total de captação de água nova das barragens e aumentou a taxa de reutilização de água da planta.

Avançamos também nos projetos de substituição do uso de água nova por água reutilizada ou recirculada. Em 2009, a taxa de recirculação/reutilização de água foi de 76%. Isso significa que, de 1,2 bilhão de m³ necessários para as operações da Vale nesse ano, 288 milhões de m³ foram retirados da natureza, e o restante foi abastecido por água reaproveitada. Esse resultado se deve, principalmente, ao reaproveitamento para o uso industrial, e o nosso objetivo é otimizar essa prática, retirando cada vez menos água de fontes naturais.

A iniciativa de recirculação de água com maior representatividade, em termos de volume, acontece no processo produtivo. A maior parte da água utilizada na produção é de reúso proveniente do rebaixamento do nível do lençol freático para extração de minério. A água advinda desse processo, que não é reutilizada ou recirculada, é devolvida para cursos de água natural, porém, contabilizada como água captada.

A redução do volume de água captada e a manutenção do percentual de reaproveitamento de água são ações que indicam a melhoria do desempenho ambiental no uso do recurso hídrico pela Vale. Os números de 2009 confirmam a nossa expectativa de melhoria nesse indicador. Dois terços das

Para cálculo do percentual de água reaproveitada nesse indicador, a captação de água desconsidera captação para terceiros.

unidades de negócios apresentaram percentuais de reúso de água mais elevados do que no ano anterior, com destaque para alumínio, minério de ferro e carvão (Vale Australia), áreas que têm, atualmente, cerca de 90% da demanda abastecida com água de reúso.

totaldeáguacaptadaportipodecaptação(milhões de m3/ano)

2007 2008 2009

333,3 335,4292,4

CAPtAçãoSubtErrâNEACAPtAçãoSuPErfiCiALoutroS

139,2 124,4 115,2157,8 159,7

128,7

36,3 51,3 48,5

Consumototaldeágua:reaproveitada(recicladae/oureutilizada)+captada(em milhões de m3)

Percentualdeáguareaproveitada*

(recirculadae/oureutilizada)%

2007 20072008 20082009 2009

628

1.033913

333

65%

335 288

76%76%

1.2011.368

961

VoLumEDEáGuArECirCuLADAE/ourEutiLizADA

VoLumEDEáGuACAPtADA *Calculado dividindo-se o total de água reaproveitada (recirculada e/ou reutilizada) pelo consumo total de água. Caso utilizássemos na Vale Inco essa mesma metodologia de cálculo, o percentual estimado de reaproveitamento de água da Vale teria sido de 70% em 2007.

GOVERNANçA CORPORATIVA

55

oPErADorSuStENtáVEL

ConvivercomLagosA Vale Inco está investindo na implantação do Centro Conviver com lagos, na Universidade laurentian, em Sudbury, Ontário, no Canadá, que terá como prioridade desenvolver pesquisas científicas voltadas à proteção de fontes de água para as gerações futuras. A meta é que o centro se torne referência em tecnologia ambiental e funcione como um catalisador para a crescente ecoindústria do nordeste de Ontário.

O centro, financiado pela Vale Inco em parceria com outras organizações, será também a nova sede da Unidade Corporativa Ecológica de Água Doce (CFEU, na sigla em inglês de Cooperative Freshwater Ecology Unit), ins-tituição reconhecida internacionalmente pelo trabalho de pesquisa que desenvolve sobre tecnologias de restauração de mananciais de água doce. As informações e os dados disponibilizados pelo CFEU têm ajudado a Vale Inco a analisar os benefícios ambientais tangíveis de nossas ações de re-dução de impactos.

A construção, iniciada em junho de 2009, segue os preceitos da susten-tabilidade. Prova disso é que o projeto arquitetônico do Centro Conviver com lagos já recebeu prêmio concedido pela Fundação holcim pela Cons-trução Sustentável. A previsão é de que as atividades comecem no primei-ro semestre de 2011.

CASE

Investimos na melhoria da gestão dos recursos hídricos nas nossas operações.

DESCArtE

Dentro da gestão de recursos hídricos da Vale estão inseridas ações voltadas a reduzir a geração de efluentes e aprimorar o sistema de descarte. Cada unidade possui sistemas de tratamento de efluentes líquidos projetados de acordo com os processos produtivos que realiza e suas demandas específicas.

O objetivo principal dos sistemas de tratamento de efluentes é preservar o corpo hídrico receptor e, adicionalmente, propiciar a prática do reúso, gerando redução do uso de água nova.

As formas de tratamento variam em grau e tecnologia, dependendo das características qualitativas do efluente, da natureza do corpo receptor, da possibilidade de reúso e das especificações da legislação local. Porém, antes de qualquer definição quanto ao sistema de tratamento para um determinado efluente, é fundamental avaliar as fontes de geração e a caracterização qualitativa desses efluentes para verificar o potencial de redução das concentrações e dos volumes gerados, de acordo com os princípios da produção mais limpa.

Entre os sistemas de tratamento presentes em nossas unidades estão, principalmente, os sistemas de nível primário de decantação/sedimentação, usados no tratamento de efluentes provenientes do processo de beneficiamento, ricos em sólidos, e os sistemas físicos ou físico-químicos (coagulação/floculação), mais adequados ao tratamento de efluentes oleosos oriundos de oficinas de manutenção.

Cana

Relatório de Sustentabilidade Vale200956

RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

Em 2009, foram gerados 114 milhões de m3 de efluentes1, volume inferior ao contabilizado em 2008. As unidades de Água Limpa e Gongo Soco implementaram medidas de reaproveitamento de efluentes oleosos, gerados em oficinas e tratados e utilizados nos próprios processos através da recirculação, como na lavagem de equipamentos e peças.

Ações como controle de desperdícios, adequações de procedimentos e equipamentos também vêm sendo praticadas pela empresa e são essenciais para a redução da demanda de água e para a redução do volume e da carga de efluentes gerados.

Sendo este apenas o segundo ano de reporte das informações relativas à geração e à destinação de efluentes líquidos, e o primeiro em relação à qualidade desses efluentes, alguns ajustes foram necessários na metodologia de coleta e reporte, o que justifica algumas diferenças em relação às informações relatadas no ano anterior. Soma-se a isso o fato de várias unidades terem implementado melhorias, como o aumento da densidade de pontos de monitoramento em sua rede hídrica e a implantação de equipamentos de medição.

1umadaspremissasutilizadaspelacompanhiaparaacoletadedadosparaesteindicadoréquenãosãoreportadoscomoefluentesosvolumesdeáguaquevertemdasbarragens,deformaaevitarainterferênciapelacontribuiçãodeáguaspluviais,dedrenagensnaturaisnoentornodasbarragensevazãofluvial.osvolumesdeefluentessãomedidosnospontosgeradores.Alémdisso,ascorrentesderejeitos,quecontêmágua,sãoreportadasnoindicadorespecíficomm6.Poressemotivo,nãoépossívelutilizarosindicadoresEN8,EN10eEN21comoobjetivodeanálisedebalançohídrico.

*Referem-se a águas utilizadas em processos de resfriamento e outros processos que possuem as características qualitativas de descarte conforme os padrões legais de lançamento.As unidades PT Inco e Thompson, da área de negócio do níquel, não tiveram os dados de efluente gerados reportados neste ano, em função da identificação da necessidade de uma adequação na metodologia de coleta de dados utilizada por essa área.

ConscientizaçãoeeconomiadeáguaDesdeagostode2009,aunidadedeproduçãodeferroligademanganêsdaVale,nabahia,reduziuemcercade86%oconsumodeáguausadanoresfriamentodoscompressores.Essefoioprincipalresultadodaimplantaçãodeumprojetodemelhoriaambientalcriadoporumgrupodeempregadosdaáreaoperacional,denominadomáquinadotempo.oprojetoparticipoudaConvençãodoCírculodeControledequalidadedoComplexobahia,efoipremiado.

Ametainicialerareduziroconsumodiáriode203m³para81m³,oquesignificariaumaeconomiade60%.masaeficiênciadosistemamontadosuperouaexpectativaeameta.Atualmente,aunidadeconsome,emmédia,30m³deágua,ouseja,aproximadamente86%amenos.Areduçãoanualestimadaéde62milm³.

osistemaébastantesimplesesebaseianosprincípiosbásicosdos3rs–reduzir,reciclarereutilizar.Aideiapodesermultiplicadaemoutrasunidadesquetenhamprocessossimilares.outracaracterísticapositivaéobaixocusto,poisutilizoumaterialqueestavanaCentraldeArmazenamentoderesíduos,comotubulações,válvulaseradiador.

Antes,aáguaeracaptadanumalagoalocal,tratadainternamente,passavapelosequipamentospararefrigeraroscompressoreseeradescartada.Agora,apósserutilizada,aáguasegueparaumsistemaderesfriamentointernoeretornaparaoscompressores.Alémdereduziroimpactoambiental,ainiciativavaiproporcionarumaeconomiaanualdemaisdeuS$32,7mil,referenteaoscustosdeprodutosquímicosqueanteseramadquiridospelaunidadeparatratamentodaáguaretiradadalagoa.

Volumetotaldeefluenteslíquidosgeradosportipo(milhões de m3)

2008 2009

115,2 114,0102,2 102,5

0,7 1,512,3 10,1

EfLuENtESLÍquiDoSiNDuStriAiSEfLuENtESLÍquiDoSoLEoSoSEfLuENtESLÍquiDoSSEmNECESSiDADE

DEtrAtAmENto*

GOVERNANçA CORPORATIVA

57

Um fator que tem influência direta nos valores reportados em 2009 é a precipitação pluviométrica em regiões em que algumas de nossas unidades possuem sistemas de controle que, por sua própria concepção, estão expostos às chuvas. A queda, em relação ao ano anterior, na geração de efluentes em menor escala do que na captação de água se deve ao aumento da precipitação que entra no sistema de tratamento, aumentando o volume total de efluente tratado.

Dos 114 milhões de m3 de efluentes gerados em 2009, aproximadamente 86% tiveram como destino final rios, barragens ou reservatórios; 10%, o oceano; e 4%, lagoas.

Os metais foram analisados em sua forma dissolvida, com exceção do Níquel, que é reportado, pelas unidades de produção desse mesmo produto, em sua forma total.OG - Óleos e graxasSST - Sólidos em suspensão total

Em relação à caracterização qualitativa desses efluentes, os dados foram consolidados considerando, para cada tipo de negócio, os parâmetros afins às características do processo. Objetivamos alinhar a metodologia de coleta desses parâmetros, para o próximo ano, em todas as operações da Vale. Dessa forma, poderemos ter um refinamento e uma rastreabilidade maior do dado. O perfil estimado de destinação das cargas é representado no gráfico desta página.

GEStãoEDiSPoSiçãoDErESÍDuoS

A gestão de resíduos das unidades operacionais da Vale tem como objetivo principal reduzir a geração interna e a disposição final em solo, com ações que vão desde a separação dos diferentes materiais até a implantação de novas tecnologias de reprocessamento que permitam a utilização dos resíduos em outras cadeias produtivas. A Vale tem investido, inclusive, no desenvolvimento de empreendimentos locais para incentivar a reutilização de resíduos em novas aplicações.

O Workshop de Tecnologia Ambiental também abriu espaço para a discussão de novas tecnologias para aproveitamento energético de resíduos e identificou outras oportunidades de melhoria na gestão dos resíduos.

Os principais fundamentos da gestão de resíduos da Vale são o correto armazenamento, a adequada disposição final dos materiais e sua rastreabilidade. Todos os destinatários de resíduos da empresa são homologados a partir de critérios rígidos de avaliação do desempenho de seus controles ambientais.

Nos casos de resíduos que não serão reprocessados, o material é disposto em aterros industriais ou sanitários que contam com controles ambientais adequados. Essa destinação final também leva em consideração a natureza do resíduo, com a separação de itens em perigosos e não perigosos.

oPErADorSuStENtáVEL

Descartetotaldeefluenteslíquidosgeradosportipodedestinação

Lagoaselagos oceanorios,reservatóriosebarragens

20082009

16%

74%

10%4%

85%

10%

Distribuiçãodecargasgeradasportipodedestinação–2009%

oG Ci- f-SSt Cu mnAL fe Ni

LAGoASELAGoSrioS,rESErVAtórioSEbArrAGENSoCEANo

13

87

0

37

63

1006

93

1

78

517

32

67

0

0100

0

46

49

4

292

7

Relatório de Sustentabilidade Vale200958

GErAçãoDErESÍDuoS

No ano de 2009, a Vale gerou um total de 436 mil toneladas de resíduos, sendo 10% de resíduos perigosos.

Houve queda na geração de resíduos em praticamente todas as áreas de negócios, o que resultou em redução média da ordem de 10% em relação a 2008. Essa queda está relacionada, principalmente, ao menor ritmo das atividades nas operações, em função do cenário de contração da demanda mundial, em decorrência da crise econômica. Algumas unidades, no entanto, aproveitaram o período de menor produção para realizar manutenções de grande porte, o que pode ter contribuído para a geração de resíduos em áreas pontuais.

As áreas com maior geração de resíduos são: níquel (30%), minério de ferro (23%) e alumínio (20%). Nas áreas de níquel e alumínio, a justificativa é o próprio perfil industrial de produção. Já a área de minério de ferro se destaca nesse indicador por causa do grande porte de suas atividades.

Nosso principal objetivo na gestão de resíduos é reduzir a geração interna e a disposição final em solo.

GOVERNANçA CORPORATIVA RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

quantidadeconsolidadaderesíduosgerados(mil toneladas)

Geraçãototalde2009portipoderesíduo(total = 436 mil toneladas)

PEriGoSoSNãoPEriGoSoS

2007 20092008

76 9144

395 397 392

471 487436

metálicosAreia,brita,entulhodeobraresíduosdomésticosresíduosmistos(ex:resíduoseletroeletrônicos,fios,EPlsetc.)

madeiraborrachasepneusoutrosresíduosnãoperigosos1

Lodoseborrasóleosegraxaeresíduoscontaminadoscomóleosegraxas

outrosresíduosperigosos2

Nãoperigosos

Perigosos

¹ Plásticos, papel, papelão, vidros, tecidos, lonas e polímeros.² Resíduos de serviços de saúde, pilhas e baterias, resíduos de amianto, resíduos

contendo mercúrio (ex: lâmpadas fluorescentes), tintas e vernizes.

59

24%

13%

3%

3% 1%

4%

6%5%

26%16%

Houve uma redução significativa na geração de resíduos perigosos na área de alumínio, que passou de mais de 42 mil t em 2008 para menos de 4,4 mil t em 2009, em decorrência da correção dos critérios de contabilização. Até 2008, eram incorporados, no volume total, os resíduos de subprocessos da produção de alumínio automaticamente reutilizados na própria planta. A partir de 2009, esses materiais não foram mais considerados como resíduos.

Em 2009, houve uma mudança no perfil de disposição final de resíduos, em relação a 2008. No ano anterior, a maior parte dos resíduos foi destinada à reciclagem, já em 2009 a maior parte dos resíduos foi disposta em solo. Essa mudança não reflete uma tendência, é apenas resultado de uma ação específica realizada no ano em função de a Vale Inco ter feito a manutenção de fornos de grande porte, o que gerou um volume extra de resíduos inertes, encaminhados para aterros internos.

As unidades operacionais mantiveram ações, ao longo de 2009, para maximizar o aproveitamento de resíduos em seus próprios processos ou em outras cadeias produtivas, quando viável técnica e economicamente.

Um dos focos da empresa vem sendo o desenvolvimento de mercados de destinação

de materiais com a atuação de uma área especializada. Um resultado importante foi verificado na comercialização de sucatas metálicas. Apesar da redução da geração, por conta da queda na produção, conseguimos manter em um patamar elevado nossa participação nesse mercado. As unidades brasileiras comercializaram um total de 76 mil t em 2009. No mercado de resíduos de borracha, obtivemos um expressivo crescimento no volume comercializado, que saltou de 3 mil t em 2007 para 8,5 mil t em 2009.

A Vale não realizou transporte transfronteiriço de resíduos perigosos, conforme Convenção da Basileia sobre o Controle de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e seu Depósito, durante o ano de 2009.

rESÍDuoSDAmiNErAçãoEmEtALurGiA

Em 2009, para aprimorar o manejo de resíduos nas barragens (de rejeitos, água e sedimentos) e nas pilhas (de estéril e minério), implementamos o Sistema de Gestão de Barragens e Pilhas (SGBP), nas unidades brasileiras. Com essa melhoria, a Vale passou a contar com uma ferramenta de gestão online para a tomada de decisão em relação a investimentos em novas estruturas, estratégias de aumento de

oPErADorSuStENtáVEL

outroSCoProCESSAmENtorErrEfiNoiNCiNErAçãoComPoStAGEmDiSPoSiçãoEmSoLorECiCLAGEm

Disposiçãototalderesíduos(mil toneladas)

Disposiçãofinalderesíduos2007467 mil toneladas

Disposiçãofinalderesíduos2008476 mil toneladas

Disposiçãofinalderesíduos2009422 mil toneladas

2007

206

213

467

2008

187

241

476

2009

244

137

422

2%

3% 2%

As diferenças entre a quantidade de resíduo gerado e a quantidade de destinação final devem-se à estocagem temporária.

Relatório de Sustentabilidade Vale200960

46% 50%33%

44% 39% 58%

1% 1% 1%4% 5% 4%

2%1% 2% 3%

produção e acompanhamento de planos de ação decorrentes de auditorias locais e corporativas, condicionantes de licenças ou demandas operacionais para barragens e pilhas. Além disso, o SGBP permite consolidar e tornar disponíveis em tempo real as informações sobre as estruturas geotécnicas, criando indicadores e planilhas de risco ao negócio para as áreas operacionais e corporativas.

A gestão desses resíduos inclui a realização de uma auditoria técnica de segurança corporativa, a cada três anos, nas 270 barragens e nas 230 pilhas da Vale no Brasil. O resultado do último ciclo de auditorias, realizado em 2008, refletiu a situação atual de estabilidade das estruturas e gerou um conjunto de recomendações e instruções de melhorias que foram desdobradas em planos de ação, com prazos, responsabilidades e orçamento claramente definidos. A próxima auditoria ocorrerá em 2011.

Em decorrência da severidade dos riscos envolvidos nas estruturas de barragens e pilhas, toda a gestão dessa área está em conformidade com os requisitos de controle previstos na Lei Sarbanes-Oxley (Sarbox) e é submetida a auditorias periódicas.

Nas unidades de Sudbury da Vale Inco, os riscos são inicialmente avaliados por um conselho de especialistas externos (Geotechnical Review Boards), que fornece uma visão geral, com recomendações e instruções para melhorias. Esse conselho se reúne anualmente para revisar todos os aspectos referentes a estrutura, construção e operação das áreas de disposição de resíduos.

Já nas unidades de Newfoundland e Labrador, o potencial de lixiviação de metais presentes nos resíduos é avaliado durante o desenvolvimento dos projetos. Os resultados desses estudos são utilizados para a criação de estratégias efetivas de segregação e disposição de todo o estéril gerado pelas minas em operação. No Plano de Fechamento de Mina, também consideramos esse potencial de lixiviação para que possamos desenvolver uma gestão adequada no término da operação.

RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

A Vale Inco integra a International Network for Acid Prevention (Inap), iniciativa global que desenvolve formas de evitar os riscos de contaminação do meio ambiente por materiais provenientes dos resíduos da mineração.

No ano de 2009, com o objetivo de adequar-se ao momento de queda da demanda no mercado mundial, a Vale reduziu a produção de minério de ferro, o que levou a uma queda de 33,3% na geração de rejeitos e de 8,5%, de estéreis, em relação a 2008. A redução na geração de rejeitos ocorreu em função do início da implantação de beneficiamento do minério a seco.

Já os resíduos minerometalúrgicos tiveram um aumento de 0,5% quando comparados com o volume registrado em 2008, basicamente pela elevação da geração na Vale Australia, que teve um aumento de 20 milhões de toneladas em 2009. Esses resíduos consistem em estéril e rejeito não perigosos provenientes da mineração de carvão a céu aberto.

A produção total dos rejeitos, estéreis e resíduos minerometalúrgicos teve uma redução geral de 9%, quando comparada com a geração dos mesmos materiais em 2008.

*Incluem estéril e rejeito da mineração de níquel, potássio, manganês, carvão e cobre, escória (liga de manganês), lama vermelha (alumina) e RGC (alumínio).

totalderesíduosminerometalúrgicos(milhões de toneladas)

miNérioDEfErro–rEJEitomiNérioDEfErro–EStériLoutrASárEASDENEGóCio*

2007 2008 2009

62 8053430 394360

655 657598

163 184 185

GOVERNANçA CORPORATIVA

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oPErADorSuStENtáVEL

rECiCLAGEm

Nas atividades de mineração, logística e geração de energia, não há muitas oportunidades de reciclagem associadas aos nossos processos produtivos. No entanto, algumas áreas de negócio realizam reciclagem de produtos pós-consumo, como o alumínio e o níquel.

A Valesul, no Brasil, por meio da planta de transformação da alumina em alumínio, monitora o percentual de reciclagem de sucata interna e de refusão de produtos recuperados, a fim de aumentar o uso de sucata externa. A quantidade de sucata interna gerada é influenciada por distintos fatores, como mix de produção, eficiência dos processos e melhoria nas rotinas operacionais. O objetivo é sempre reduzir a geração para minimizar a necessidade de refusão e, com isso, possibilitar um incremento da sucata externa, ou seja, a

% Material reciclado pós-consumo/produto vendido: Os percentuais apresentados não incluem reciclagem interna, conforme metodologia GRI.Dados incluem operações de alumínio (Valesul) e de níquel (refinaria Clydach e Inmetco), sendo que esta última apenas em 2008).

% (Material reciclado pós-consumo + refugo industrial)/produto: Os percentuais apresentados não incluem reciclagem interna, conforme metodologia GRI.Dados incluem operações de alumínio (Albras e Valesul) e de níquel (Sudbury, Thompson, Refinaria Acton e Inmetco, sendo que esta última apenas em 2008).

utilização de produtos pós-consumo. Em abril de 2009, a redução da produção de alumínio líquido propiciou o aumento da utilização de sucata externa, elevando o percentual de produto recuperado, mesmo com a queda de produção.

As operações de níquel também desenvolvem atividades de reaproveitamento de produtos vendidos, mas que foram fortemente impactadas pela redução da produção nas operações do níquel, caso da Vale Inco Europe (Refinaria Acton), além da venda da unidade Inmetco, nos Estados Unidos.

A reutilização de produtos derivados de material secundário (pós-consumo e refugo industrial) tem destaque na Valesul e nas unidades de Sudbury e Vale Inco Europe (Refinaria de Acton). O decréscimo observado em 2009 deveu-se à paralisação das operações em Sudbury e à redução da produção do alumínio.

Percentualdeutilizaçãodematerialpós-consumocomrelaçãoàsvendas(mil toneladas)

Percentualdemateriaissecundárioscomrelaçãoàsvendas(mil toneladas)

quANtiDADEDEProDutoVENDiDoquANtiDADEDEmAtEriALrECiCLADoPóS-CoNSumoquANtiDADEDEProDutoSE

EmbALAGENSrECiCLADoSiNtErNAmENtE

quANtiDADEDEProDutoVENDiDoquANtiDADEDErEfuGoDEfoNtEiNDuStriAL

EmAtEriALrECiCLADoPóS-CoNSumo

2007 2008

575

813

214%11%

89

2007

106

161312%

2008

165

1313% 21

2009

74

924% 18

2009

695

5%36

Relatório de Sustentabilidade Vale200962

RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

mAtEriAiSuSADoS

A gestão dos materiais empregados pela Vale busca a otimização do uso, com metas de redução de custos e nível de estoque. Em 2009, realizamos workshops com as áreas operacionais visando criar e implementar melhorias no uso e no descarte de materiais.

Abaixo estão listados os seis itens mais significativos de insumos adquiridos, utilizados em nossos processos produtivos e que não compõem nossos produtos finais. Com exceção dos dormentes provenientes de madeira certificada, os demais materiais são classificados como não renováveis.

Para o levantamento da parcela reciclada (não virgem) dos insumos adquiridos pela Vale, foi realizada pesquisa com os principais fornecedores1 considerando as compras realizadas corporativamente no Brasil. A taxa de utilização dos produtos reciclados pesquisados varia entre 0% e 5%.

O consumo de combustíveis, outro insumo significativo da Vale, está especificado junto com itens relacionados à energia (págs. 66 e 67).

GEStãoDEriSCoSAmbiENtAiS

O uso de produtos classificados como perigosos é uma característica inerente aos negócios da mineração. Isso demanda da Vale e das empresas do setor, de modo geral, uma gestão

1Apesquisafoirealizadacomosprincipaisfornecedoresdenitratodeamônio,correiastransportadoras,explosivos,óleolubrificanteepneuforadeestrada,querepresentamaproximadamentede45%a85%dovolumetotaldecomprasdaValeparaessesinsumos.

eficiente que garanta a segurança das pessoas e do meio ambiente no armazenamento, no manuseio, na utilização, na transferência e no descarte dos diversos produtos químicos envolvidos nos processos operacionais.

A gestão desses materiais é realizada em busca da redução dos riscos de ocorrências ambientais em nossas operações, por meio de procedimentos técnicos, equipes capacitadas, consultorias especializadas e auditorias periódicas. Dessa forma, asseguramos a conformidade com os requisitos legais aplicáveis e com as boas práticas de gestão de risco.

Realizamos, em 2009, um trabalho de avaliação das situações de risco mais representativas nas nossas operações em termos de severidade por meio de auditoria externa, a fim de verificar o grau de implantação do gerenciamento de risco das unidades operacionais no Brasil. Essa ação considerou o reconhecimento dos riscos, as ações de bloqueio implantadas e os seus respectivos planos de mitigação

*“Derramamento significativo” da GRI corresponde à definição de “acidente crítico” usada pela Vale, ou seja, aquele que ultrapassa os limites de propriedade da unidade operacional e apresenta impacto residual sobre o meio ambiente e/ou saúde e segurança, dentro ou fora da unidade operacional, após a conclusão dos procedimentos de mitigação.**Esses volumes representam valores estimados.

e atendimento à emergência. A avaliação apontou um nível adequado de gestão, com a recomendação de que sejam aprimorados os procedimentos para a realização de simulados.

Além disso, foi dada continuidade à implantação do Processo de Análise e Gerenciamento de Riscos de Saúde, Segurança e Meio Ambiente, que se baseia em uma visão integrada dos riscos, tanto os ambientais como os de saúde e segurança.

Foi publicada, em 2009, a Instrução Corporativa para Comunicação de Ocorrências Ambientais, que tem como objetivo estabelecer a metodologia para a classificação das ocorrências e assegurar a prontidão de sua comunicação aos gestores da área de Meio Ambiente. A implementação dessa instrução possibilitou homogeneizar, em todos os nossos negócios, o critério de classificação das ocorrências e o procedimento de comunicação, propiciando a otimização da nossa resposta a emergências.

No ano de 2009, foram registradas cinco ocorrências envolvendo vazamento de produtos perigosos, que foram classificadas como acidentes críticos*, de acordo com a nossa matriz de relevância.

Contando com seus planos de atendimento a emergência, todas as unidades atuaram para a remediação dos impactos ocorridos e na investigação das ocorrências, com o objetivo de evitar novos derramamentos.

material Volumecompradoem2008 Volumecompradoem2009

Nitrato de amônio 146,1 mil toneladas 122,9 mil toneladas

Correias transportadoras 330,8 mil metros 303,0 mil metros

Dormente 1,4 milhão de unidades 1,1 milhão de unidades

Explosivos 25,3 mil toneladas* 25,8 mil toneladas

óleo lubrificante 23,7 milhões de litros 23,1 milhões de litros

Pneu fora de estrada 6,9 mil unidades 4,3 mil unidades**

*Dado da Vale Inco revisado e estimado conforme volume de produção.**Não inclui dados da Vale Inco.

Derramamentos-produtos Volume** Localizaçãodaocorrência

Ácido sulfúrico 3 m³ Goro Nova Caledônia – Vale Inco

Ureia em escamas 200 t Bom Sucesso/MG – FCA

hidrocarbonetos 1,5 m³ Divinópolis/MG – FCA

hidrocarbonetos 0,3 m³ Barão de Camargos/MG – FCA

hidrocarbonetos 0,1 m³ Mangaratiba/RJ – Terminal Ilha Guaíba (TIG)

GOVERNANçA CORPORATIVA

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CoNtroLEDEEmiSSõES

Em 2009, passamos a reportar as medições de emissões de óxidos de enxofre (SOx), óxidos de nitrogênio (NOx) e material particulado (MP). Trata-se de substâncias que, se presentes acima de determinados níveis na atmosfera, podem causar danos à saúde humana, à fauna ou à flora. Diferentemente das emissões de GEEs, esses poluentes não têm efeito global e seus impactos na qualidade do ar ocorrem em função das concentrações locais. Estas, por sua vez, dependem da localização das fontes e de outros fatores, como topografia e condições meteorológicas da região.

Emissõesdematerialparticulado

Os volumes de emissões de material particulado foram obtidos a partir de dados do monitoramento realizado nas chaminés das unidades operacionais e, em alguns casos, por aplicação de fatores de emissão, não sendo computadas as fontes móveis e as fontes difusas ou fugitivas em decorrência da inexistência de metodologia específica para cálculo ou mensuração.

As atividades de mineração tipicamente não apresentam níveis significativos de emissão de material particulado por fontes fixas pontuais. Os níveis de emissão mais relevantes em nossas operações estão presentes nas plantas industriais de níquel, alumínio e pelotização. Juntas, essas áreas respondem por cerca de 96% do total de emissões da Vale.

Todas as fontes fixas pontuais de emissões de material particulado da Vale são controladas por equipamentos, tais como precipitadores eletrostáticos, filtros de mangas e lavadores de gases, capazes de atingir eficiências de remoção superiores a 98%. Por isso, o total de emissões representa apenas o que não foi retido por esses equipamentos.

A emissão total de material particulado apurada em 2009 foi de 5,1 mil toneladas.

oPErADorSuStENtáVEL

Emissõesdeóxidosdenitrogênio(Nox)

A emissão de NOx está diretamente relacionada à quantidade de combustíveis utilizados nos processos de combustão. O cálculo das emissões foi realizado por meio de fatores de emissão específicos, que permitem calcular a quantidade de NOx produzida a partir da quantidade de cada tipo de combustível utilizado e das diversas formas de combustão onde são consumidos. Para os processos industriais da Vale Inco, as emissões foram determinadas por monitoramento direto dos gases gerados por combustão lançados na atmosfera.

As operações de logística, mineração de ferro, alumínio e níquel são as áreas de negócio da Vale com níveis mais significativos de geração de NOx. No caso de logística e mineração de ferro e níquel, as emissões são intensificadas pela predominância de equipamentos de combustão interna (locomotivas e equipamentos de mineração a diesel), que são processos tipicamente de alta taxa de formação de NOx. As plantas industriais de pelotização e de níquel, embora representem processos intensivos de consumo de combustíveis, apresentaram uma menor contribuição relativa por utilizarem equipamentos de combustão externa (caldeiras, fornos e calcinadores), caracterizados por uma baixa taxa de formação de NOx e, ainda, por terem apresentado um reduzido nível de produção no ano de 2009. As operações de alumínio emitiram mais NOx em decorrência da forte demanda de energia primária no processo de refino.

A emissão total de NOx, em 2009, foi de 84 mil toneladas.

As emissões geradas em operações de locomotivas e equipamentos de mineração correspondem a cerca de 70% das emissões globais da Vale, estando presentes, predominantemente, em áreas não habitadas ou com baixo índice de ocupação, o que reduz significativamente os impactos na qualidade do ar.

Emissõesdeóxidosdeenxofre(Sox)

As emissões de SOx na Vale são geradas, principalmente, em duas atividades: queima de combustíveis e processos produtivos. Para as emissões provenientes da queima de combustíveis, o cálculo foi realizado com base nos consumos e seus respectivos teores de enxofre, considerando-se que todo o enxofre presente nos combustíveis é convertido a SO

2 ou a SO3. As emissões originárias de processo foram calculadas por balanço de massa, considerando-se que todo o enxofre adicionado ao processo e não presente nos produtos ou resíduos é emitido na forma de SOx. As emissões e o processo da Vale Inco foram obtidos por meio de monitoramento direto dos gases de exaustão.

A emissão total de SOx, em 2009, foi de 323 mil toneladas.

As emissões mais significativas estão presentes nos processos de produção de níquel, especialmente nas plantas de smelter (redução) e nas refinarias que processam minérios sulfetados. Nos demais processos, destacam-se as operações do setor do alumínio e, em menor proporção, a logística e a pelotização. As emissões da área de logística são dependentes dos teores de enxofre presentes no combustível utilizado. As plantas de alumínio têm 78% de suas emissões originadas pela queima de combustíveis e 22% por processo. Nas unidades de pelotização, as emissões originadas pela queima de combustível representam apenas 1% de suas emissões totais, já que atualmente utilizam gás natural em quase todos os seus fornos.

Relatório de Sustentabilidade Vale200964

RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

CoNformiDADE

A Vale realiza a gestão da conformidade ambiental embasada no monitoramento e na avaliação permanentes. Procuramos atuar com agilidade na busca de soluções para as eventuais ocorrências.

No ano de 20092, ocorreram dois casos considerados significativos ou relevantes3. Nesse período, não foi realizado nenhum pagamento de multa nem aplicada nenhuma sanção de caráter não monetário4. Com relação à multa administrativa imposta pelo município de Guapimirim, relativo ao acidente ferroviário da empresa Ferrovia Centro Atlântica (FCA), controlada pela Vale, ocorrido no município de Itaboraí, no Rio de Janeiro, obtivemos resultado favorável em primeira e segunda instâncias judiciárias para o cancelamento da multa. As duas multas ambientais impostas pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) estão suspensas e aguardam o cumprimento do termo de ajustamento de conduta.

Entre as ações judiciais relevantes, permanecem as duas envolvendo as operações das minas de ferro da Vale em Itabira, Minas Gerais, Brasil, sob alegação de dano. Também permanecem as quatro associadas ao licenciamento da mina de Capão Xavier da MBR, em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, e, no município de Vitória, Espírito Santo, Brasil, continua em processamento uma ação por suposta

2Norelatóriode2008foirelatadooencerramentodocasodopostodecombustíveldaperaferroviáriadeCarajás,noPará.Noentanto,retifica-seainformação,jáqueapresentamosrecursoadministrativoaoConama.

3osprocessossãoconsideradosrelevantescombasenosseguintescritérios:a)emrazãodovalor,incluindopedidosdeindenizaçõeseaplicaçãodemultas;b)emrazãodotemadeinteressedaempresaouderepercussãonopúblicoemgeral,independentementedevalor;c)osdecorrentesdesançõesnãomonetárias.

4osprocessosrelatadosabrangeramvaloresdemultaemon-tantesestimados(combasenovalorrequeridonosprocessosjudiciais),oque,todavia,nãorepresentaumaquantiarealecerta,atéporquenãoexisteumaliquidezexpressanumade-cisãofinalounumatodereconhecimentopelaVale,comonocasodepagamento.Emrazãodisso,paramelhoratenderaoescopodoindicadorEN28daGri,passamosaconsideraroscasosexistentesequeseencaixamnocritérioderelevância,sendoquedivulgamosapenasosvaloresqueapresentamumaquantiacertareconhecidacomodevidapelaValeoujápaga,paraevitareventuaisdistorçõescomrelaçãoàrealidadedosprocessosadministrativosejudiciaisque,porestaremaindapendentesdedecisãofinal,normalmentenãoapresen-tamdefiniçãoouprecisãoquantoaosvaloresemdiscussão.

tecnologiainovadoranocontroleatmosféricoCom a instalação da primeira Wind Fence no Complexo de Tubarão, em setem-bro de 2009, a Vale passou a utilizar uma tecnologia inédita na América latina, que evita a suspensão de particulados provocada pela ação do vento. Até 2011, a empresa investirá cerca de US$ 287,2 milhões em melhorias de controle am-biental, incluindo a instalação de outras quatro Wind Fences para reduzir ao máximo a emissão de particulados.

Wind Fence é uma barreira de vento constituída de uma estrutura metálica fe-chada por telas de polipropileno, com capacidade para conter ventos de até 120 km/h. A Vale está implantando essas estruturas ao redor de seus pátios de armazenamento para aprimorar o controle da emissão de particulados das pilhas de minério, pelotas e carvão. Ao todo, serão instalados nove quilômetros de tela, e cada barreira terá uma vez e meia a altura da pilha do produto prote-gido, o que resultará em uma altura média de 24 metros, correspondente a um prédio de oito andares.

A primeira barreira de vento já está funcionando, no entorno do pátio de pelotas que atende as Usinas I a IV. Até o fim de 2010 serão instaladas as estruturas nos pátios de pelotas das Usinas V a VII e nos pátios de estocagem de pelotas e mi-nério do Terminal Portuário. A última barreira, que ficará no pátio de carvão, será colocada até julho de 2011.

Eficiência comprovada Os estudos para implantação das Wind Fences no Complexo de Tubarão foram iniciados em 2005, com elaboração de ensaios em túnel de vento pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Esse trabalho demonstrou a viabilidade desse tipo de equipamento e determinou os primeiros parâmetros necessários para a eficiência, como altura, porosidade e geometria da tela. Em 2007, a Vale contratou o Midwest Research Institute (MRI), instituto norte- -americano especializado em controle ambiental, que determinou a dimensão e a configuração ideal das barreiras, de acordo com o tipo de pátio.

A partir daí, foram desenvolvidos os projetos e iniciadas as obras. Durante a im-plantação, foram realizadas diversas campanhas de monitoramento de emissão de poeira, antes e depois da conclusão da obra, com o objetivo de medir a eficiência desse sistema de controle no que se refere à redução da emissão de particulados. Para tal, foram construídas quatro torres de 23 metros de altura em volta do pátio, onde foram instalados monitores contínuos de material particulado e de direção e velocidade de vento. Após quatro meses de monitoramento, os resultados mostra-ram que a Wind Fence reduziu as emissões de poeira em 77,4%.

Além das barreiras de vento, a Vale investiu em outras melhorias para reduzir a emissão de particulados. Uma das mais significativas foi a implantação de enclausuramento em 57 pontos de transferência nas correias transportadoras de minério, pelotas e carvão, com o objetivo de impedir a dispersão da poeira nos pontos onde o material é transferido de uma correia para outra. A empresa está implantando, ainda, mais um precipitador eletrostático nas usinas de pelotiza-ção, totalizando 21 unidades. Esses equipamentos têm capacidade para filtrar 99% das emissões de poeira resultantes dos fornos de pelotização.

CASE

Bras

il

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oPErADorSuStENtáVEL

poluição atmosférica. Em todas, espera-se o julgamento pela improcedência dos pedidos.

No Canadá, permanece uma ação civil, na qual se alega o declínio no valor de residências como resultado de suposta contaminação histórica no solo relacionada à refinaria de Port Colborne, na qual a empresa vem se defendendo.

Os dois novos casos registrados em 2009 referem-se à Alunorte e à Vale. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) autuou a Alunorte, empresa controlada pela Vale, por supostamente causar poluição no rio Murucupi por meio do lançamento de efluentes no curso d’água no processo de beneficiamento de bauxita. No outro caso, o órgão ambiental solicitou esclarecimento sobre dormentes da Estrada de Ferro de Carajás. Em ambos os casos, foram apresentadas as defesas administrativas, e acreditamos que deveremos obter resultado favorável.

Energia

Energia é um dos insumos fundamentais para a sustentabilidade das atividades da Vale. Por isso, mais do que garantir a disponibilidade desse insumo, na quantidade e no custo adequados para as diversas unidades, nossa gestão tem como prioridade aprimorar continuamente a matriz energética, com ações de curto, médio e longo prazos. O foco principal é contribuir para as questões globais relacionadas às mudanças climáticas e à conservação ambiental, de forma a garantir a disponibilidade desse recurso hoje e no futuro.

Atuamos em três frentes de ação principais: desenvolvimento de novas fontes renováveis de energia, criação de mecanismos de redução do consumo total e manutenção de uma matriz energética que assegure a competitividade de nossas operações.

O objetivo da gestão de energia é manter e aprimorar ações alinhadas às nossas Diretrizes Corporativas sobre Mudanças Climáticas e Carbono (leia mais em www.vale.com). A cada ano, realizamos

novas iniciativas focadas no uso de fontes renováveis de energia e na sistematização de informações que nos ajudarão a tomar decisões estratégicas e reduzir riscos.

Entre essas iniciativas integradas de eficiência energética estão os estudos de engenharia conceitual e básica voltados à identificação de projetos de eficiência energética (elétrica e de combustíveis). Além do estudo relatado no Relatório de Sustentabilidade 2008, realizado na Usina Pelotizadora de Fábrica, Minas Gerais, Brasil, e finalizado em junho de 2009, foram concluídos, no segundo semestre do mesmo ano, os estudos em outras unidades brasileiras – Pelotização em Vitória (ES), Vale Manganês e minas de Conceição, Alegria, Fábrica Nova, Fazendão e Timbopeba, em Ouro Preto (MG) – e em unidades da Vale Inco – Sudbury, Thompson, Clydach, Voisey’s Bay e PT Inco. Esses estudos serviram como subsídios para a meta de redução do consumo de energia em 5% em referência a 2008, adotada pelas unidades da Vale Inco. O Edifício Barão de Mauá, sede administrativa da empresa, também foi alvo de mapeamento de projetos. A implementação desses projetos será iniciada em 2010.

O portfólio de projetos de eficiência energética será renovado anualmente por meio da realização contínua de mapeamentos em outras unidades.

Em suporte à execução de projetos, foram constituídos Grupos Técnicos de Eficiência Energética (GTEE), acompanhados de atividades de comunicação e treinamentos técnicos específicos.

Leia mais sobre projetos de eficiência energética nas págs. 102 e 103.

CoNSumoDEENErGiADirEtA

Em 2009, o consumo de combustíveis da Vale foi de 127 terajoules (TJ), cerca de 12% inferior a 2008. Essa queda está relacionada à crise econômica, que demandou a paralisação de algumas unidades e a redução do ritmo de outras.

Relatório de Sustentabilidade Vale200966

RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

*PCH – Pequena Central Hidrelétrica. **Propano, GLP/Propano, Querosene, Gasolina, Coque e CO Rich gas.***Combustíveis utilizados pelos navios próprios da Vale – Intermediate Fuel Oil (IFO) e Marine Gas Oil (MGO).

Como as paralisações ocorreram principalmente nas usinas de pelotização, houve ainda uma queda no consumo de gás natural, de aproximadamente 44%. A redução da produção nas minas impactou o consumo de óleo diesel, que foi 17% menor que o registrado em 2008. Como estamos substituindo gradativamente diesel puro por biodiesel, registramos um percentual maior de redução do primeiro. Enquanto o consumo de diesel puro caiu 42%, a redução do consumo de biodiesel (B3 e B4) foi de apenas 8%. O consumo de gasolina também foi reduzido, em 33%.

O propano, utilizado nas unidades internacionais, sofreu uma queda de 17%. No caso do GLP, usado unicamente nas áreas de preparo de alimento, houve alta de 556% no volume consumido, em decorrência da inserção de dados de vários desses setores em nossas unidades, que antes não reportavam esse indicador. Esse gás não é utilizado no processo de produção e tem uma participação na matriz energética de menos de 0,01%, considerada insignificante.

A redução no consumo de óleo combustível foi influenciada pela queda acentuada na pelotização, que registrou redução de mais de 95%, de 116 mil toneladas, em 2008, para apenas 964 toneladas, em 2009. Essa redução ocorreu em função de dois fatores principais: a paralisação da unidade de São Luís e a substituição de óleo por gás natural nas outras unidades. As unidades de caulim também reduziram o consumo de óleo combustível, ficando com 21 mil toneladas, ante 57 mil toneladas do ano anterior.

O consumo de carvão mineral foi 40% maior em 2009. Esse acréscimo se deve ao pleno funcionamento da cogeração da Alunorte, que utiliza o carvão mineral como combustível.

Consumototaldeenergiadiretaemunidadesusuais

Consumoconsolidadodeinsumoscombustíveis(mil TJ/ano)

200920082007

151 145127

6251

43

4342

35

18 25

14

2113

19

outros**

Carvãomineral

Combustíveisdenavegação***

Gásnatural

óleocombustível

Diesel

biodiesel(b100)

Etanol

hidrelétrica(PChs)*

Carvãovegetal rENoVáVEiS

NãorENoVáVEiS

Combustíveis 2008 2009 unidades

Carvão vegetal 155 75 milhares de toneladas métricas

Carvão 906 600 milhares de toneladas métricas

Gás natural 703 381 milhões de m³

GlP 2.338 3.502 toneladas

óleo combustível 847 721 milhares de toneladas métricas

Gasolina 4 2 milhões de litros

Diesel 239 139 milhões de litros

Diesel B2, B3 e B4 959 684 milhões de litros

Querosene 6 3 milhões de litros

Propano 428 280 milhares de m³

Coque 23 14 milhares de toneladas métricas

CO rich gas 8 15 milhões de m³

PChs 2,2 2,1 TWh

Os dados divulgados no Relatório de Sustentabilidade 2008 da Vale para gás natural, GLP, óleo combustível, gasolina, diesel e propano foram atualizados.

GOVERNANçA CORPORATIVA

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oPErADorSuStENtáVEL

CoNSumoDEENErGiAiNDirEtA

Em 2009, um ano atípico por conta da crise internacional, o consumo de energia elétrica da Vale chegou a 14,9 TWh, o que representa uma redução de cerca de 23% em relação a 2008 (19,3 TWh). O consumo de energia elétrica foi impactado principalmente pela paralisação de algumas unidades, como Pelotização São Luís, Pelotização Fábrica, Mina de Água Limpa e Urucum Ligas, além da redução de ritmo de produção em outras.

No cenário internacional, podemos destacar a redução de 34% no consumo da Vale Inco, ocasionada tanto pela crise econômica global como pela paralisação de algumas operações no Canadá. A Vale Manganèse France registrou uma redução de 20% em relação ao ano anterior, enquanto a Vale Manganese Norway teve redução de apenas de 3%.

CoNSumototALDEENErGiAELétriCA

Ao investirmos na produção de energia para atender à demanda das nossas operações globais, nos protegemos contra a volatilidade dos preços, além de minimizar riscos regulatórios, climáticos e de suprimento.

A Vale produz 39% da sua necessidade de energia elétrica, seja por meio de hidrelétricas ou do potencial de geração de combustíveis. Desse total consumido, 6,1 TWh foram produzidos por nossas usinas hidrelétricas, seja no Brasil ou no exterior (sendo 63% produzidos pelas usinas das quais participamos por meio de consórcios e por nossas PCHs no Brasil e 37% pelas usinas hidrelétricas da Vale Inco no Canadá e na Indonésia).

A queda no consumo, no cenário brasileiro, permitiu que as hidrelétricas da Vale (consórcios e PCHs) aumentassem o percentual de participação na nossa matriz energética de 13%, em 2008, para 16%, em 2009. Ocorre que, pela legislação brasileira, apenas as unidades que são 100% controladas pela Vale podem receber energia gerada nessas hidrelétricas. Se levarmos em consideração o total de energia consumida por essas unidades, a participação das nossas hidrelétricas chega a 48%.

Também utilizamos 0,8 TWh de energia elétrica produzida pelas seguintes fontes térmicas:

•� a cogeração energética na Alunorte aproveita o vapor do processo para gerar 0,23 TWh (23% do consumo);

•� o processo da Cadam, por meio dos geradores a óleo combustível, supre toda a unidade com um total de 0,49 TWh;

•� a unidade da PTInco gerou 0,09 TWh de energia elétrica (apenas 4% de toda a demanda de energia elétrica da unidade) por meio da queima de combustíveis fósseis.

Em 2009, nossas hidrelétricas

aumentaram a participação em nossa

matriz energética

Consumoconsolidadodeenergiaindireta

2007 2008 2009

81,9miltJ

69,6miltJ

53,9miltJ

22,7 TWh

19,3 TWh

14,9 TWh

Relatório de Sustentabilidade Vale200968

RECURSOS hUMANOS SAúDE E SEGURANçA MEIO AMBIENTEDESEMPENhO DOS NEGóCIOS

O restante da demanda de energia elétrica da Vale (61%) é proveniente de compra das redes nacionais, dos respectivos países.

mAtrizENErGétiCA

O consumo de todas as fontes diretas e indiretas na Vale está apresentado na matriz energética abaixo. Conforme demonstrado, 73% de nossa energia indireta (eletricidade comprada) é proveniente de fontes hidrelétricas, o que contribui para os baixos níveis de emissões indiretas de CO2. O percentual é menor do que o reportado em 2008, que foi de 76%. Essa queda ocorreu porque houve um aumento percentual da participação da energia fornecida por nossas hidrelétricas (PCHs), o que nos permitiu comprar menor quantidade de eletricidade de terceiros.

Investimos na produção de energia para atender à demanda das nossas operações globais.

*Intermediate Fuel Oil (IFO) e Marine Gas Oil (MGO).**Propano, GLP/Propano, Querosene, Gasolina, Coque e CO Rich gas.***Hidrelétricas e biomassa.****Nuclear e térmica.

matrizenergéticaconsolidada2009(total = 181 mil TJ)

óleocombustívelDieselCarvãomineralGásnaturalhidrelétrica(PCh)Combustíveisdenavegação*

Carvãovegetaloutros**

biodiesel(b100)Etanol

Eletricidadecomprada–outros****

Eletricidadecomprada–renovável***

Energiadireta

Energiaindireta

Distribuiçãodoconsumototaldeenergiaelétrica

brASiLAmériCADoNortEáSiAEuroPAoCEANiA

73,6%

11,6%2,9% 0,6%

11,3%23%22%

8%

10%

8%5%

1%

0,005%

1%1%

2%

19%

GOVERNANçA CORPORATIVA

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