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OPOSIÇÃO OPOSIÇÃO SINTRASEF SINTRASEF TESE DA OPOSIÇÃO SINTRASEF AO TESE DA OPOSIÇÃO SINTRASEF AO XII CONGRESSO DO SINTR ASEF XII CONGRESSO DO SINTR ASEF RIO DE JANEIRO RIO DE JANEIRO 2016 2016

Oposição Sintrasef - Tese ao ConSintrasef 2016

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Tese da Oposição Sintrasef ao XII Congresso do Sintrasef/RJ, que realizar-se-á nos dias 5, 6 e 7 de agosto de 2016 em Miguel Pereira.

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TESE DA OPOSIÇÃO SINTRASEF AO

TESE DA OPOSIÇÃO SINTRASEF AO

XII CONGRESSO DO SINTRASEF

XII CONGRESSO DO SINTRASEF

RIO DE JANEIRORIO DE JANEIRO20162016

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OPOSIÇÃO SINTRASEFTese para o xii congresso do sintrasef

No momento que a classe trabalhadora sofre os ataques do governo de Michel Temer, é fundamental que os sindicatos demais entidades sejam verdadeiros instrumentos de combate em defesa de nossos direitos, Não podemos mais conviver com direções sindicais irresponsáveis e desvinculadas dos reais interesses das bases.

O XII Congresso do Sintrasef acontece num momento desastroso da vida desse sindicato que já foi referência nacional nas lutas dos servidores públicos federais e um ponto de apoio ao movimento popular.

A atual diretoria comandada pelo senhor Josemilton Maurício da Costa afundou o Sintrasef numa crise política e financeira, fruto de seu afastamento das bases. A falta de transparência e o descontrole na administração das contribuições dos filiados, e o modo antidemocrático na condução das ações sindicais, são a marca dessa diretoria que fez com que mais da metade dos filiados se afastassem do sindicato. O Sintrasef hoje tem sua receita comprometida com empréstimos absurdos e sem prestação de contas ao Conselho Fiscal nem às bases. A falta de dinheiro é sempre um motivo levantado pela atusl diretoria para restringir a participação dos servidores nas diversas lutas. As reuniões do Conselho de Núcleos de Base não acontecem, o que acarreta um sério prejuízo nos encaminhamentos das reivindicações de cada setor.

A imprensa do Sintrasef que já foi um importante elo

de ligação e informação para os Núcleos, está restrito a edição uma vez ou outra do jornal Movimento e com uma tiragem reduzida.

O patrimônio material do sindicato (salas e dois carros) está ameaçado pela péssima administração sindical, que sofre ação na justiça colocada pelos funcionários por falta de pagamento do FGTS.

Essa é a triste realidade do Sintrasef estampada nas precárias condições de preservação de sua sede.

O XII Congresso deveria ter acontecido no ano passado, mas a diretoria sem dar qualquer satisfação às bases e ao Conselho de Núcleos de Base não o realizou, ferindo assim a democracia do nosso sindicato. Agora, pressionada pelo surgimento da oposição, a diretoria convocou o Congresso de maneira apressada e sem prestar contas de sua administração política e financeira.

A OPOSIÇÃO SINTRASEF se apresenta aos delegados do XII Congresso do Sintrasef com o objetivo de travar as discussões que levem a reconstrução do nosso sindicato, para fazermos frente às sérias demandas já colocadas e as que estão por vir desse governo dos banqueiros, que almeja entregar nosso país a sanha dos capitalistas internacionais e destruir o serviço público.

Convidamos todos a conhecerem nossas posições, e se somarem a nós nessa tarefa de vermos novamente o Sintrasef à frente das lutas em defesa dos direitos dos servidores públicos federais.

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Conjuntura InternacionalNão à política de guerra, terror e miséria!

Durante os últimos meses a tendência à guerra imperialista teve uma perigosa aceleração. Em pouco tempo a França, Estados Unidos, Rússia, Alemanha, Reino Unido e outras potências imperialistas, explorando a solidariedade com as vítimas dos bárbaros atentados, intensificaram sua intervenção militar na Síria, a porta do petróleo do Oriente Médio, declarando-se em guerra contra o assim chamado Estado Islâmico.

Ao mesmo tempo, os governos burgueses aumentam os gastos militares (a política de austeridade se aplica só para os gastos sociais, não para os militares); tomam medidas policialescas e repressivas para frear o movimento operário e sindical, quando jovens manifestam seus protestos; endurecem as medidas arbitrárias contra os imigrantes que fogem das zonas de guerra; levam a cabo a transformação reacionária dos Estados burgueses; envenenam o ânimo das massas com racismo e islamofobia.

Denunciamos também a manipulação destes atentados que levam a cabo as potências imperialistas e as classes dominantes para arrastar os trabalhadores e os povos à órbita de uma nova guerra imperialista.

Os sangrentos atentados cometidos pelos bandos dos fanáticos jihadistas são inadmissíveis. Mas quem deu apoio, armado e financiado?

O terrorismo jihadista se desenvolveu sobre um terreno devastado por décadas de intervenções

armadas do imperialismo americano e de seus aliados no Oriente Médio, no Afeganistão, no Magreb e África subsaariana, desatados com mentiras e falsos pretextos para explorar os povos e suas riquezas naturais. É a consequência direta da política de guerra, de saque imperialista, de complôs e ingerências que causou milhões de mortos, violências, torturas, destruição de cidades,

desestabilização política, migração de massas, pobreza e desespero, que produziu uma guerra civil reacionária no Iraque e na Síria, países desmembrados para redesenhar o mapa da região.

Os chefes das potências imperialistas são os responsáveis pelas intervenções militares que alimentaram o fanatismo jihadista. São os que sustentaram, armaram e utilizaram durante longos anos o terrorismo de Estado dos sionistas, da antipopular Al Qaeda e Daesh para reforçar seu domínio. São os mesmos que vendem armas e fazem negócios com os patrocinadores do terrorismo, que violam as leis internacionais e cometem crimes contra os trabalhadores e os povos.

A «razão» pela qual as potências imperialistas intervêm com as armas na Síria, não tem nada a ver com os interesses e as aspirações do povo sírio, com a liberdade dos povos oprimidos, como o palestino e curdo. A intervenção imperialista favorece aos monopólios e as forças reacionárias internas, regionais e internacionais.

O conteúdo real da política seguida pelas potências

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imperialistas na Síria, Iraque, Afeganistão, na África e América Latina, é a luta de morte entre os EUA, Rússia, China, França, Grã-Bretanha, Alemanha, Turquia etc., por uma nova partilha do mundo, das esferas de influência, dos mercados, dos recursos dos países dependentes, através de uma encarniçada guerra econômica e de operações bélicas. É a luta da burguesia decrépita e em putrefação das “grandes nações” pela repartição e a submissão das “pequenas” nações, para aumentar os super-lucros da oligarquia financeira. O elemento de contraste ao terrorismo jihadista é secundário e não muda nada o caráter imperialista das intervenções militares.

Os oportunistas votam as medidas e os gastos de guerra, o estado de emergência, declaram-se de acordo com a “união sagrada” com a oligarquia, adotam a política de opressão dos povos, repetem as frases nacionalistas da direita e dos fascistas. Transformaram-se em um apêndice da política e da propaganda imperialista. Por sua parte os revisionistas aconselham os povos apoiarem-se em um imperialismo, russo ou chinês, para combater o outro, o dos EUA. Ambos adornam o imperialismo, escondem aos olhos dos trabalhadores e dos povos a política de exploração e opressão dos Estados burgueses e dos monopólios capitalistas; ambos traem a causa da revolução e da libertação dos povos.

O proletariado revolucionário não se deixará enganar por estes traidores, atuará para denunciar, desmascarar e derrotar a política de guerra, de terror, de miséria levada a cabo pelo imperialismo e as classes dominantes em cada país.

Exigimos a retirada de todas as potências

imperialistas e capitalistas da Síria, Iraque e dos outros países da região, a desmobilização imediata de todas as tropas estrangeiras e o fim imediato do apoio às forças jihadistas.

Reivindiquemos a saída das alianças militares belicistas e sua dissolução, o desmantelamento das bases estrangeiras dos EUA e da OTAM em nossos países.

Dizemos NÃO aos gastos de guerra, ao rearmamento, às medidas de militarização aplicadas pelos governos burgueses.

Condenamos a política de fechamento de fronteiras aos imigrantes, o racismo e a islamofobia.

Reivindicamos o direito de manifestação, de reunião, de greve, defendemos as liberdades de expressão e movimento. Damos vida à luta mais implacável de todos os explorados e oprimidos contra os exploradores e fomentadores de guerra, sobre a base dos interesses políticos e econômicos da classe operária e com ações unitárias.

Damos nosso apoio aos movimentos de libertação nacional e social dos povos oprimidos, sustentando o direito das nações oprimidas a autodeterminação, até a separação.

Brigamos contra o nacionalismo e o chauvinismo, e conclamamos à solidariedade internacional dos operários, dos trabalhadores e dos povos.

Pela frente comum de luta da classe operária e dos povos oprimidos do Oriente Médio, da África, da Ásia, da América Latina e de todo o mundo contra o imperialismo, a reação e o fascismo.

Frente a barbárie imperialista e capitalista a única solução é a revolução e o socialismo!

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Conjuntura Nacional

Os ministros e as primeiras medidas econômicas do Governo interino de Michel Temer – imposto por meio de um golpe parlamentar organizado por um conluio dos partidos PMDB, PSDB, DEM, SD, PP, PSD, PTB, PSB, entre outros – não deixa dúvidas de que esse governo é um retrocesso para o nosso País e que seu objetivo é transformar o Brasil numa república de banqueiros.

Para tomar conta do cofre e da chave do cofre, isto é, de todo o dinheiro que o governo arrecada do povo brasileiro, dois ilustres banqueiros: o Ministério da Fazenda ficou com o mega-agiota Henrique Meirelles, ex-presidente do BankBoston, do Global Banking do FleetBoston Financial, e presidente do Banco Central durante o Governo Lula. Já a presidência do Banco Central foi entregue a Ilan Goldfajn, um dos donos do banco Itaú. Assim, dois grandes banqueiros estarão controlando o dinheiro do Estado brasileiro para servir aos interesses do mercado financeiro.

Os donos dos grandes bancos privados não mediram palavras para elogiar os novos responsáveis pelo Tesouro Nacional. Roberto Setubal, presidente da Itaú Unibanco Holding declarou sobre a escolha de

seu sócio para o BC: “Suas qualidades e sua formação o credenciam a uma bem-sucedida gestão”. Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco, disse que “Goldfajn será chave para o sucesso da equipe estruturada por Henrique Meirelles, no desafio de alcançar a condição de relançar a economia brasileira a um novo tempo de crescimento”.

A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) afirmou que “Ilan tem conhecimento profundo sobre a missão e os instrumentos do BC”.

Mas que missão é essa?

Palavras de Henrique Meirelles: “A situação chegou a tal ponto que corremos risco de descumprimento da regra de ouro: a emissão de dívida para quitar despesas correntes. Isso de fato é uma regra de ouro que precisamos restabelecer na economia brasileira e nas finanças”.

A regra de ouro é, portanto, fazer tudo o que é necessário para garantir que a aristocracia financeira, os donos dos títulos da dívida pública, continuem recebendo em dia os seus sagrados rendimentos, os juros que o Governo paga aos banqueiros.

Tudo para os banqueirosCom efeito, o plano econômico do governo Temer evidencia que seu princípio maior de tudo para os banqueiros será cumprido à risca. Vejamos. No dia 24 de maio, o Governo anunciou quatro medidas que disse serem necessárias para a retomada do crescimento da economia.

A primeira foi fixar um teto para as despesas públicas; estas só poderão crescer na proporção da inflação. Assim, espera o Governo, sobrará mais recursos para pagar os juros da dívida pública.

A segunda: suspender diversos investimentos sociais; o governo bloqueou ou suspendeu os

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repasses para os programas como Agricultura Familiar, Minha Casa, Minha Vida, entre outros. Objetivo: garantir os recursos para pagar os juros.

A terceira: fim do Fundo Soberano. Trata-se do dinheiro resultado da exploração do pré-sal, no momento R$ 2 bilhões, que irão imediatamente não para à educação ou para a Saúde pública, mas para os bolsos dos banqueiros.

E a quarta: exigir que o BNDES pague ao governo R$ 100 bilhões em dois anos. Para onde irão os R$ 100 bilhões? Para os donos de bancos, para a oligarquia financeira.

Também o ministro Moreira Franco (PMDB),

responsável pelo Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), prepara novas privatizações e as chamadas concessões na área de infraestrutura. Na mira: rodovias, aeroportos, Correios, Caixa, Banco do Brasil, Petrobras e Eletrobras.

Dessa maneira, com o Governo Temer, a aristocracia financeira e a grande burguesia nacional consolidam sua dominação sobre a economia nacional, dominação essa que, a bem da verdade, nunca esteve efetivamente abalada por nenhum governo desde a redemocratização do País em 1985.

Mais: o governo aprovou no Congresso Nacional sua proposta de meta fiscal com um déficit de R$ 170,5 bilhões.

De onde vem esse deficit e o que o causa?“O déficit está localizado nos gastos financeiros, nos juros abusivos pagos sobre títulos da dívida. Os sucessivos cortes nas verbas destinadas à saúde e à educação decorrem exatamente da necessidade de recursos para alimentar a ciranda financeira gerada pela suicida política monetária do Banco Central”, explicou Maria Lúcia Fattorelli.

Calcula o professor Amir Khair, mestre em Finanças Públicas pela Fundação Getúlio Vargas, que o Governo gasta, por ano, mais de R$ 500 bilhões com juros da dívida (o equivalente a 18 vezes o que se investe no Bolsa Família). Porém, se a taxa Selic, a taxa oficial de juros, fosse reduzida de 14,25% para 8,4%, essas despesas com juros cairiam para R$ 250 bilhões e o governo não teria o déficit de R$ 170 bilhões, mas um superávit para investir em saneamento, moradia popular e gerar emprego.

Vale lembrar que, apesar desses escandalosos pagamentos de juros que ocorrem religiosamente todos os meses, segundo dados oficiais do Tesouro, a dívida pública dobrou de tamanho nos últimos 10

anos: era R$ 1,15 trilhão em 2005, e passou para R$ 2,79 trilhões, em 2015. Porém, de acordo com a Auditoria Cidadã da Dívida, esta é ainda maior: R$ 3 trilhões e 936 bilhões, e, somente no ano passado, o montante gasto com juros e amortizações da dívida foi de R$ 962 bilhões (www.auditoriacidada.org.br).

Além dessas medidas, declarações dos novos ministros revelam outros crimes que o Governo Temer pretende cometer contra o povo: aumento da idade para o trabalhador se aposentar, como defendeu Henrique Meirelles; redução do Sistema

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Único de Saúde(SUS) , proposta do novo ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP): diminuição de, no mínimo, 10% dos gastos com o Bolsa Família, defendido pelo ministro de Desenvolvimento Social, Osmar Terra (PMDB); corte dos investimentos em moradia popular (o novo ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), numa só canetada cancelou 11 mil novos contratos para a construção de moradia popular); por sua vez, o ministro da Educação, Mendonça Filho, defendeu a cobrança de mensalidades nas universidades públicas para cursos de extensão e de pós-graduação, e o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira (PTB) defendeu a revisão das leis e direitos trabalhistas.

Como está claro, trata-se de um governo que pretende cortar investimentos sociais e eliminar direitos de forma a garantir que o grande

empresariado nacional tenha seus interesses satisfeitos.

Revelador ainda do caráter desse Governo é que até agora não tomou nenhuma providência para diminuir o desemprego que se alastra pelo país. Dados da Pnad Contínua, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registram que 11,2% dos trabalhadores estão desempregados, um total de 11,4 milhões de pessoas.

Nem mesmo assegurar o pagamento do seguro-desemprego, o governo dos banqueiros se preocupou. Desde o início do ano, mais de três milhões de desempregados não têm mais direito ao seguro-desemprego e nem encontram vaga para trabalhar. Irão viver como? No abandono, pois o governo Temer tudo o que faz é para garantir a regra de ouro, os pagamentos da dívida pública.

Um governo de bandidos corruptosMas além de não ter nenhuma legitimidade, pois é expressão de um dos congressos mais corruptos da história do Brasil, só perdendo para os parlamentos fantoches da ditadura militar, de entregar o Tesouro Nacional nas mãos de dois conhecidos agiotas, o governo Temer se notabiliza pela quantidade de corruptos que ocupa ministérios e cargos de confiança. Sem dúvida, mesmo após a saída do Ministério do Planejamento do senador Romero Jucá, pego com a boca na botija, o governo tem 10 de seus mais graduados membros envolvidos na operação Lava Jato ou em outros escândalos.

Para aplicar essa política, o Sr. Temer deixou claro que será tão reacionário na economia quanto na política. Durante coletiva de imprensa no dia 24 de maio, disse que saberá governar o País porque já precisou “tratar com bandidos” quando ocupou, por duas vezes, a Secretaria de Segurança Pública de

São Paulo: “Tenho ouvido: ‘Temer está muito frágil, coitadinho, não sabe governar’. Conversa!”, disse, dando um tapa na mesa. “Fui secretário de Segurança duas vezes em São Paulo e tratava com bandidos”, afirmou. “Então eu sei o que fazer no Governo”.

É de se perguntar desde quando o Sr. Temer considera o povo brasileiro bandido.

Para reprimir o povo, o governo interino contará com a famigerada Lei AntiTerrorismo, que considera terrorista qualquer pessoa que esteja participando de manifestação política de rua, bastando, para isso, a interpretação subjetiva da Polícia e da Justiça. Uma lei que, num ato de grande incoerência, foi sancionada pela presidenta Dilma Rousseff.

Porém, para toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade, afirma conhecida lei

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da física, lembrada recentemente por um ex-ministro da Justiça. Logo, as medidas e este governo golpista receberão de todos os trabalhadores e de todo o povo o mais duro combate, já que não há nenhum outro caminho para barrar esses crimes contra o povo, senão a luta popular, as greves, as manifestações e as ocupações. Como bem mostrou, a vitoriosa luta contra a extinção do Ministério da Cultura.

Entretanto, embora estejamos vivendo um retrocesso político e econômico no País, não se trata de nenhuma contrarrevolução. Afinal, também nos governos do PT, os interesses do capital financeiro e da grande burguesia não foram em nenhum momento ameaçados. No Governo Lula, entre 2003 e 2010, o lucro líquido de nove bancos (entre eles, Itaú, Bradesco e Banco do Brasil) somou R$ 174,075 bilhões, e no primeiro Governo Dilma, o lucro dos bancos privados superou R$ 175 bilhões.

Também, o chamado agronegócio seguiu dominando amplamente a agricultura nacional ao ponto da presidenta Dilma ter nomeado para o Ministério da Agricultura a senadora Katia Abreu, presidente da conservadora Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA).

Por sua vez, a grande burguesia internacional teve seus interesses contemplados com os benefícios dados às multinacionais fabricantes de automóveis; as desonerações fiscais e os bilhões em financiamento ofertados a juros baixos pelo BNDES, isso sem contar os imensos favorecimentos da Petrobras às corruptas empreiteiras. Lembremos ainda que, embora em menor grau, o governo de Dilma Rousseff também implementou um ajuste fiscal que tinha como o objetivo garantir o pagamento dos juros da dívida.

Ademais, uma revolução ou uma contrarrevolução para ser caracterizada é necessário, como ensina Lênin, que haja uma deslocação de classes. E o que vemos hoje no Brasil, é que a mesma classe que foi privilegiada nos governos do PT segue mandando e mamando nos cofres públicos, isto é, a grande burguesia, em particular, a oligarquia financeira.

Terão, agora, mais força e mais controle do governo, pois, como vive repetindo o novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (aliás, indicado por Lula para assumir essa mesmo Ministério no governo Dilma): “devagar que eu tenho pressa”. Em outras palavras, em meio à crise do capitalismo, os vampiros sanguessugas do capital financeiro têm pressa para se apoderarem das riquezas nacionais e do dinheiro do povo.

Logo, o que houve no Governo do PT foi um “populismo econômico” para as classes ricas, para a grande burguesia nacional e internacional. Ao povo restaram pequenas melhorias que a atual crise econômica vai esvaindo dia a dia.

Aí está toda a ironia do golpe: após realizar um governo que aumentou as fortunas das classes ricas e ter financiado seus partidos, o PT foi descartado pelas classes dominantes.

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Avaliação da gestão do Sintrasef.

Acostumados a um sindicato de outrora, protagonista das lutas, ativo na vida social e política nacional, das greves, do acompanhamento dos problemas da base de perto, do enfrentamento às direções dos órgãos, combatendo o assedio, sempre na defesa do serviço público de qualidade para a população e uma referência para os trabalhadores do Rio de Janeiro e do Brasil.

Nosso sindicato foi tomado pela imobilidade e o autoritarismo. As assembleias são esvaziadas, o Conselho de Núcleos de Base não é convocado, o Congresso do Sintrasef que estatutariamente deveria ter sido realizado em 2015 não aconteceu sem nenhuma justificativa da direção. O jornal do sindicato não tem periodicidade e não chega às bases, nem para os aposentados. Os núcleos de base estão paralisados pela atual diretoria, e um grave problema: o departamento jurídico está inerte frente a maioria das demandas da categoria. Além disso, o Sintrasef se encontra numa grave crise financeira, que vem imobilizando as lutas e sendo usado como desculpa para a pífia atuação sindical da direção nas bases.

Há dois anos a diretoria do Sintrasef não apresenta sua prestação de contas, impede o Conselho Fiscal de verifica-las, de conhecer as despesas e com o que é gasto o dinheiro oriundo das contribuições dos filiados. Nesses últimos anos, o Sintrasef, que já teve mais de 30 mil filiados, viu seu quadro associativo diminuir, tendo uma redução de mais de 16 mil filiados. As desfiliações se devem, em especial, à inoperância e a falta de compromisso da atual diretoria. A perda de prazos e a ineficiência do setor jurídico com as ações judiciais é outro fator preponderante para essa situação.

A imprensa do Sintrasef, que tinha jornal semanal e, mensalmente editava o jornal PÚBLICO, de analise sobre a sociedade e os serviços públicos, não voltou a sair. Não por culpa dos profissionais que trabalham nessa área, mas por culpa da diretoria, que no afã de garantir mais recursos para pagar empréstimos a juros exorbitantes, cancela as edições dos jornais. Reuniões do Conselho de Núcleos de Base, instância máxima de deliberação do sindicato, que estatutariamente é obrigado a se reunir mensalmente, não são realizadas. Evitando, dessa forma, as cobranças e a construção de um movimento pujante nas bases.

No que se refere ao jurídico, além das perdas de prazos, a estagnação desse setor e a falta de celeridade tem levado vários servidores a quase arrancar os cabelos. Prova disso é a demora em entrar com a ação contra o aumento abusivo da GEAP. Enquanto outras entidades já conquistaram na justiça a suspensão e redução do reajuste, a base do Sintrasef continua a mercê da boa vontade da

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diretoria do Sintrasef, que não tem demonstrado qualquer interesse em dar prosseguimento com mais uma justa demanda da categoria.

Desde o rompimento dos diretores que hoje compõem a Oposição Sintrasef, juntos com diversos servidores, a situação atual do Sintrasef só se agravou. Tomado pelo grupo do ex-secretário geral da CONDSEF, Josemilton Costa, que também é alvo de denuncias na CONDSEF por superfaturamento na compra de passagens aéreas, compras irregulares, pagamento de plano de saúde para ele e seus dependentes, a situação do Sintrasef está indo à

bancarrota. Cabe ressaltar que na CONDSEF o atual Secretário Geral, Sérgio Ronaldo (também do grupo dos Independentes), tem sido implacável na busca da verdade e da elucidação dos fatos acima expostos.

Não bastassem essas denúncias ocorridas na CONDSEF, a Oposição Sintrasef recentemente descobriu que o ex-secretário geral, hoje diretor do Sintrasef, é assessor de uma empresa de marketing e propaganda, e pasmem, a mesma que fez aquela campanha fajuta de filiação e pesquisa nas bases do Sintrasef.

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PLP 257 ameaça destruir serviços públicos

O PLP é um conjunto de medidas que trata sobre o refinanciamento das dívidas dos estados com a União, e faz modificações na Lei de responsabilidade Fiscal (LRF). Mas, na prática, tem como objetivo, retirar direitos dos servidores públicos brasileiros e adequar as finanças dos estados e do governo federal para aumentar a sangria da dívida pública brasileira. Para isso, restringe investimentos públicos, em especial nas despesas com pessoal.

Com a desculpa de socorrer as administrações estaduais falidas, o governo Temer pretende assegurar dinheiro público para os bolsos dos banqueiros.

O Projeto se divide em três partes de curto e longo prazo: o primeiro restringe a ampliação do quadro de pessoal, hoje já com déficit em vários setores. Essa restrição impede a criação de cargos, funções e alterações de estrutura de carreiras, e na contratação de pessoal, menos em caso de aposentadorias, falecimentos e reposição em cargos de chefia e direção que não traga aumento de despesa. A segunda parte limita os benefícios, vantagens e progressões nas carreiras do serviço público. A terceira parte impede aumento real dos salários, restringindo os reajustes à previsão da inflação.

Os governos estaduais que jogam o ônus de suas crises nos ombros dos servidores não pagando salários, apóiam o PLP 257, pois vêm no alongamento do prazo de pagamento de suas dívidas com o governo federal uma solução oportuna. Porém, para verem seus empréstimos serem refinanciados por 20 anos terão que cumprir a cartilha que levará ao

desmantelamento geral de suas administrações e, por conseguinte os serviços que devem prestar à população. As contrapartidas do governo federal incluem, entre outras condições, a possibilidade da União poder vender bens, ações das empresas estaduais com vistas às futuras privatizações. Os estados deverão editar leis que evitarão por algum tempo aumentos salariais, a concessão de vantagens, reajustes ou adequações de remuneração, exceto a revisão anual prevista pelo artigo 37 da Constituição federal, e ainda, proibição de nomeação de novos servidores, a não ser, também, em caso de aposentadorias e falecimentos nas áreas de saúde, educação e segurança. Isso vale para empresas públicas, autarquias e fundações.

Em longo prazo, as legislações estaduais deverão aumentar a Contribuição Previdenciária de 14% para 28%, e instituirá o Regime de Previdência Complementar para os futuros servidores.

Para os servidores públicos federais, o PLP 257 é uma ameaça concreta a direitos conquistados e às condições de trabalho. As mudanças na Lei de responsabilidade Fiscal restringem os gastos com pessoal condicionando-os à receita líquida do Poder Público e diminui o limite de gasto com pessoal do Poder Executivo em 0,7%. Essas medidas dificultarão, ainda mais, as negociações coletivas dos servidores.

As restrições orçamentárias de que trata o PLP, se aprovadas, trarão sérias consequências negativas na vida de milhões de trabalhadores dos serviços públicos brasileiros. As condições de trabalho se

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deteriorarão drasticamente. Não haverá mais recursos para manutenção e investimentos em equipamentos e nas instalações já precárias. As negociações já firmadas entre as entidades dos servidores e as administrações públicas, estão ameaçadas pelos cortes financeiros.

O texto do PLP 257 ainda contém o “canto da sereia” das propostas de desligamento voluntário (PDV) e licença incentivada que no governo FHC trouxe tantos prejuízos aos servidores que optaram por

esses planos.

Diante disso, os servidores públicos só têm uma saída que é de organizarem em seus sindicatos, associações e confederações para lutarem, nas ruas e ocupando os parlamentos para impedirem a qualquer custo à aprovação dessa medida que só trará mais desemprego, miséria e sofrimento para a maioria da população brasileira que paga e merece serviços públicos de qualidade.

SINTRASEF É PRA LUTAR!

TODO PODER AOS NÚCLEOS DE BASE!

FILIE-SE AO SINTRASEF

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