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Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” - Ano 13 - nº 113 - Março/2012 Distribuição Gratuita

Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e ... · mulheres corajosas: Francisca Clotilde Barbosa Lima. Francisca Clotilde Barbosa Lima nasceu no sertão de São

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Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” - Ano 13 - nº 113 - Março/2012Distribuição Gratuita

EditorialÍN

DICE

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Direção e RedaçãoRua dos Marimbás, 220

Vila GuacuriSão Paulo - SP - Brasil

CEP: 04475-240Tel: (11) 2758-6345

Endereço para correspondênciaCaixa Postal 42Diadema - SP

CEP: 09910-970Tel: (11) 4044-5889 com Eloisa

E-mail: [email protected]

Conselho EditorialCladi de Oliveira Silva

Fátima Maria GambaroniGeni Maria da Silva

Roberto de Menezes PatrícioRosane de Sá Amado

Rosangela Araújo NevesVanda Novickas

William de Paula AmadoWilson Adolpho

RevisãoConselho Editorial

Jornalista ResponsávelEliana Baptista do Norte

Mtb 27.433

Diagramação e ArteD´Artagnan Propagandawww.dartagnan.com.br

Imagem da CapaComposição artística através de imagens

dos sites:http://fortalezaemfotos.blogspot.com

http://www.taua.ce.gov.br

ImpressãoVan Moorsel, Andrade & Cia Ltda

Rua Souza Caldas, 343 - BrásSão Paulo - SP - (11) 2764-5700

CNPJ: 61.089.868/0001-02

Tiragem12.000 exemplaresDistribuição Gratuita

Ano 13 – nº 113 – Março/2012

Grandes Pioneiros - Francisca Clotilde Barbosa Lima - Pág. 03Livro em Foco - Vinha de Luz - Pág. 09Atualidade - O Grande Segredo - Pág. 10Pegadas de Chico Xavier - Cortesia com o Chapéu Alheio - Pág. 10Cantinho do Verso e Prosa - Aprendendo - Pág. 11Clube do Livro - Chico Xavier Pede Licença - Pág. 11Tema Livre - Interagindo com a Natureza, Plantas e Animais - Pág. 12Homenagem - Roque Jacintho - Pág. 12 / Allan Kardec - Pág. 13Família - Educação: Exemplo e Atitude - Pág. 14Canal Aberto - Culto no Lar - Pág. 16Kardec em Estudo - Beneficência Exclusiva - Pág. 17Trabalhos da Casa - Pág. 17Contos - Família Minhoca - Pág. 18Calendário - Março - Pág. 19

No dia 31 do mês de março comemoramos a desencarnação de Allan Kardec, o Codificador da Doutrina Espírita. Através da doutrina aprendemos a lógica da reencarnação. Muitas vidas tivemos e muitas ainda teremos para continuarmos nossa caminhada rumo à evolução espi-ritual. A sabedoria de nosso Pai Celestial é infinita e Ele sempre nos dá essas novas oportunidades para corrigirmos nossos erros cometidos nesta e em outras existên-cias. Muitos companheiros que ainda não conseguem refletir sobre estes assuntos e que pensam na vida somente sob o ponto de vista material, acreditam no acaso. Aprendemos que o acaso não existe. O que existe são as Leis de Deus, as quais ainda não temos o pleno conhecimento de como se processam, como por exemplo, a Lei de Ação e Reação. Nesse mês que segue após o Carnaval devemos nos ater a esses abortamentos em massa que irão acontecer. Muitos companheiros que “brincaram” nesses dias de folia, muitas vezes aca-bam cometendo excessos e muitas vezes, devido às bebidas ou às drogas em geral, não se lembram dos fatos que ocorreram. Daí a gravidez inesperada que acaba em aborto. Lembramos que esses espíritos necessitados da reencarnação, muitas vezes “assaltam” os úteros maternos a fim de fugirem ou mesmo de se vingarem dessas mães quando ocorrem os processos obsessivos. O problema é que, do ponto de vista espiritual, quando ocorre um aborto pro-vocado, o sentimento de ódio e vingança é que acaba perdurando, infelizmente. A futura mãe não consegue entender que o espírito reencarnante foi entregue à rejei-ção. Homens e mulheres deveriam refletir mais, pois muitas vezes instalam-se pro-cessos obsessivos sendo que, na realidade, esses mesmos espíritos rejeitados de-veriam receber o amor e a compreensão. Infelizmente a nossa Humanidade está mais atenta aos prazeres da carne, ao passo que deveríamos nos preocupar com a vida espiritual, que é a verdadeira vida. Devemos nos lembrar de nosso Mestre Jesus quando diz: “Amai-vos uns aos outros”. Se estamos reencarnados neste planeta de provas e expiações, devemos ex-terminar em nós os vícios e instintos para conquistarmos a elevação a mundos superiores.

Equipe Seareiro

Espíritas Amor e EsperançaÓrgão divulgador do Núcleo de Estudos

Grandes Pioneiros

A iluminada trajetória de Jesus sobre a Terra permanece viva, através do Evangelho. Isso se deve às reencarnações dos Espíritos Supe-riores, que na contínua luta do Bem contra o Mal dão o testemunho de suas vidas, re-nunciando a todas as tentações de bens e confortos materiais, para salientar o amor, como base preponderante à evolução dos povos na Terra. Designadas pelos processos reencar-natórios, muitas mulheres foram convo-cadas pelo Alto, para trazer ao mundo o cabedal de conhecimento, adquirido pelas inúmeras passagens terrenas. Vieram para despertar as criaturas em muitas áreas, onde somente o homem se fazia ouvir e executar suas funções, como administradores e, principalmen-te, como o senhor e mantenedor do lar. A mulher era apenas a serva e mãe. Deveria manter-se calada e obediente. Porém, pelas regras de igualdade entre homens e mulheres, ditadas por Jesus, tanto uns como outros seriam personifica-dos pelas inteligências e formas de uso e costumes, durante o desenvolver de seus conhecimentos intelectuais e humanos. A mulher cresceu através dos sentimentos. Seu instinto de luta e seu papel de cocriadora junto a Deus, deu-lhe direitos de se fazer presente em todas as áreas do setor humano e espiri-tual. Eis alguns exemplos: Narcisa Amália de Campos nasceu em São João da Barra, Estado do Rio de Janeiro, em 1852. Foi poetisa, cronista e tradutora. Seus versos fizeram com que o Imperador D. Pedro II, quando em visita a Resende, fosse pessoalmente conhecê-la. Tão admirado ficou pela delicadeza de suas poesias, que mexeu com seu coração de monarca e regente do nosso país. Adelaide Augusta Câmara, que adotou o pseudônimo de Aura Celeste. Foi poetisa, conferencista, contista e educadora. Nasceu em Natal, Rio Grande do Norte, em 1847. Fundadora e diretora do Asilo Espírita “João Evangelista”, Aura Celeste já foi homenageada pelo Seareiro de maio de 2008. Júlia Cortines Laxe, poetisa, dizem os críticos que o estilo de suas poesias são puramente parnasianos, nas quais o sen-timento e a emoção molduram a poesia em prosa romântica. Nasceu em Rio Bonito, Estado do Rio de Janeiro, em 1868. Inês Sabino Pinho Maia, poetisa, jornalista e romancista. Nasceu em Pernambuco, em 1853. Iniciou seus estudos na Inglaterra. Regressou ao Brasil e suas poesias começaram a ser publicadas. Traduziu para o português novelas, contos e romances que trouxe da Inglaterra e da França. No final do século XIX, estando no nordeste, lutou bravamente para que a mulher tivesse participação ativa nas áreas literárias, pois esse era um campo de ação apenas para o homem, que era considerado culto e apto a conferências educativas. Irene Ferreira de Sousa Pinto, nascida em Amparo, Estado de São Paulo, em 1887. Poeta, contista, cronista, romancista. Também Irene de Sousa já foi homenageada no Seareiro, nos Grandes Pioneiros. Outra notável figura feminina reencarna em Macaíba, Rio

Grande do Norte, em 1876, Auta de Souza! Po-etisa brilhante, que, pelos poucos anos de sua existência terrena, deixou fascinados críticos

e leitores famosos da época, pelo potencial sublime de suas estrofes. Em seu livro “Hor-to”, teve em seu prefácio o nome do gran-de poeta Olavo Bilac, que nomeou Auta de Souza “a sensível e talentosa poetisa, que tocava os corações dos leitores com sua simplicidade e seu verdadeiro ideal cristão e religiosidade”. Auta de Souza já figurou

em matéria do Seareiro de dezembro de 2005.

Anália Emilia Franco, nascida em Resende, Rio de Janeiro em 1856. Formou-se professora

e revolucionou o ensino básico. Durante sua esta-da terrena, deixou marcas de sua vida inteiramente

dedicada à educação infantil. Criou várias instituições por diversas cidades e estados do Brasil. Foi escritora, jorna-lista e fundadora de Associações Femininas, em muitos locais visitados por ela, gerando enormes tarefas para as mulheres que se juntaram em defesa dos pobres. Jesus era seu grande ideal. Anália Franco teve seu nome citado no Senado Paulista pelo Senador jurisconsulto, o doutor Paulo Egídio de Oliveira Carvalho, que, em seu discurso, descrevia os efeitos das As-sociações Femininas no Estado de São Paulo como o maior empreendimento social da época. No final, ele enfatizou a fi-gura de Anália Franco, dizendo: “não conheço, no Brasil, uma senhora da sua estatura em dedicação e espírito, que esta mulher faz, o que os mais intrépidos dos homens ainda não fizeram”. Anália Franco, consta em matéria do Seareiro de abril de 2007. As lembranças das reencarnações femininas que tanto fize-ram, em épocas tão complicadas na existência terrena, foram muitas. Voltando a esse passado, outro nome figura nessa lista de mulheres corajosas: Francisca Clotilde Barbosa Lima. Francisca Clotilde Barbosa Lima nasceu no sertão de São João de Inhamuns, hoje Tauá, no Estado do Ceará. Seus pais, descendentes de ilustres famílias de intelectuais cearenses, foram o senhor João Correia Lima e dona Ana Maria Castelo Branco. Ela reencarnou no dia 19 de outubro de 1862, ano em que uma epidemia, denominada de “Cholera Morbus”, apavo-rava o povo cearense. Com o passar dos anos, e talvez pela terrível seca que se abateu sobre a região nordestina, a família de Francisca Clo-tilde, resolve mudar para a serra de Baturité. Era por essas paragens que os avós maternos da menina moravam. E foi a professora Ursulina Furtado quem ensinou os primeiros estu-dos a Francisca Clotilde. Toda dedicação passada por essa mestra deu rumo seguro em sua vida. Tornaram-se grandes amigas e, com isso, Francisca Clotilde foi para Fortaleza como interna, no Colégio Imaculada Conceição. Seus dotes poéticos e sua cultura foram aparecendo e deixando alunos e professo-res admirados. Aos quinze anos seus poemas surgiram nas páginas do

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ACEITAMOS SUA COLABORAÇÃOSua doação é importante para o custeio da postagem do Seareiro e

pode ser feita em nome doNúcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança - CNPJ: 03.880.975/0001-40

Banco Itaú S.A. - Agência 0257 - C/C 46.852-0

tradicional jornal “Cearense”, aumentando o número de leito-res interessados nas matérias assinadas por Francisca Clotil-de. Seu primeiro poema editado pela imprensa foi “Horas de Delírio”. Francisca Clotilde foi nomeada, no dia 09 de junho de 1882, a primeira mulher a ser designada a “segunda cadeira da Capi-tal cearense”, através de portaria assinada pelo presidente da Província do Ceará, na época, o Bacharel Sancho de Barros Pimentel, que lhe facultou o ofício de professora, e participante como membro integrante do “Clube das Senhoras Libertado-ras”. Dois anos após esse acontecimento, através de um con-curso público, foi ela nomeada com o título de professora do sexo feminino a lecionar na Escola Normal de Fortaleza, ain-da no século XIX, época difícil para a mulher adquirir o direito de trabalhar. Essa formação de professora oficial de Francisca Clotilde teve seu registro no dia 27 de junho de 1884, assinada essa portaria pelo senhor Antonio Pinto Nogueira Acioly. Esse fato incomodou imensamente os homens poderosos da época. O sucesso literário e a postura como educadora, desenvolvidos por Francisca Clotilde, criaram-lhe profundos dissabores. Mas ela não se deixava abater e seus versos em prosa estavam na imprensa como em outros periódicos: “Cearense”, “Gazeta do Norte”, “Pedro II”, “O Libertador”, “A República” e também na imprensa de outros estados brasileiros como: “Almanaque das Senhoras Alagoanas”, “O Lírio”, de Recife, “A Família”, de São Paulo e Rio de Janeiro, entre outros estados.

Francisca Clotilde preocupava-se muito com a educação moral das crianças. Por esse motivo, ela publicou uma matéria sobre o assunto na revista “A Quinzena”, do Ceará, onde co-menta: “A educação moral é a parte mais importante da missão da escola, porque forma o caráter, purifica os costumes, de-senvolve os bons impulsos do coração e tem sobre a educação física e intelectual uma incontestável superioridade... Quando a criança passa da família para a escola, trocando os inocentes brinquedos do lar pelas lides do estudo, é mister que a pessoa que vai desempenhar junto a ela as funções de preceptor guie com desvelo e sabedoria os seus primeiros passos através da-quele mundo que lhe é inteiramente desconhecido”. Este é um pequeno trecho desta bela matéria, publicada em “A Quinzena”, em 15 de março de 1887 (Biblioteca da Aca-demia Cearense de Letras) e também, na íntegra, no livro: “Francisca Clotilde, uma Pioneira da Educação e da Literatura no Ceará” (autora Anamélia Custódio Mota). Esse texto, se-gundo os instrutores espirituais, deveria fazer parte tanto do ensino básico escolar, quanto do material dos evangelizadores

da Doutrina Espírita, pelo teor educativo e cristão. Francisca Clotilde era a defensora do direito da educação, também para as mulheres, nessa época tão difícil, na qual a mulher mal po-dia exercer o seu papel de mãe no lar, com relação à educação dos filhos. Em seu artigo publicado sobre o tema, “A Mulher na Família”, ela chama a atenção das mulheres para participarem mais nos diversos setores existentes na sociedade, tornando-as mais ativas e produtoras nas áreas literárias etc., inspiradas em seus dotes naturais. Francisca Clotilde não se limitou apenas em sua missão de educadora e defensora dos direitos femininos. Foi também lutadora nas lides abolicionistas. Quando em tempos passados fora criada em Fortaleza, a “Sociedade Perseverança e Por-vir”, com o ideal de se levar à frente a liberdade dos escravos, Francisca Clotilde de imediato colocou-se junto aos senhores do movimento, para incentivar o povo a combater essa nódoa, perante a pátria brasileira. Francisca Clotilde estava sempre atenta quando o assunto era o abolicionismo. Após seu ingresso na “Sociedade Perse-verança e Porvir”, quando seu empenho com outras senhoras que a seguiram na luta por esse ideal, chegava em suas mãos a notícia de que José do Patrocínio, grande defensor abolicio-nista e político, estaria hospedado no Hotel do Norte, em For-taleza e lhe seria oferecido um banquete. Francisca Clotilde, inteirando-se do fato, soube, por inter-médio dos membros da Sociedade Libertadora, que José do Patrocínio falaria com o mentor dos jangadeiros, o senhor Francisco José do Nascimento, responsável pela entrada dos escravos nesse ponto do porto. José do Patrocínio soubera, por políticos ligados ao tráfico de escravos pelo país, que em Fortaleza estava sendo barrado e fechado o porto, por inter-venção do senhor Francisco José do Nascimento, que, segun-do constava, era abolicionista ferrenho. José do Patrocínio ficara interessado em conhecê-lo, pela coragem e disposição em colocar sua carreira política e pro-missora em jogo. Francisca Clotilde não poderia perder esse encontro. Ficou feliz, quando viu José do Patrocínio, conhecen-do e abraçando Francisco José do Nascimento a indagar-lhe: — Então, companheiro, o porto está mesmo bloqueado? Nascimento responde com firmeza: — Não há força bruta neste mundo que me faça reabrir o tráfico negreiro. José do Patrocínio ficou emocionado! Seu coração bateu acelerado diante da manifestação coletiva, pelo movimento abolicionista. E diante de todos os presentes, conferiu solene-mente o título de “Terra da Luz”, àquelas paragens da província do Ceará, passando para a história a legenda de suas belas praias, que estavam livres do “tráfico negreiro”. A ideia da adesão feminina a luta para a liberdade dos es-cravos fora amplamente trabalhada por Francisca Clotilde, e finalmente no ano de 1883, foi criada a “Sociedade das Senho-ras Libertadoras”, agora em caráter oficial. A ela juntaram-se as senhoras: Maria Tomásia Figueiras Lima, Carolina Cordeiro, Elvira Pinho, Joana Antonia Bezerra e Joaquina Francisca do Nascimento. E Francisca Clotilde não poderia deixar de regis-trar esse movimento, marcando a participação da mulher nes-sa luta abolicionista, com o poema, “A Liberdade”, cujos primei-ros versos colocamos em pauta:

Somem-se as trevas horríveis Além desponta uma luz É a liberdade que surge

Nos horizontes azuis Dos lábios puros de um mártir Nasceu replecta de luz Traz em seus lábios a paz É santa... Vem de Jesus!

Fonte

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Espíritas Amor e EsperançaÓrgão divulgador do Núcleo de Estudos

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Consta esse poema no livro “Lendas e Canções Populares” de Juvenal Galeno. O município de Acarape, no Ceará, foi o primeiro a libertar os escravos, com grandes festejos e contando com a presença de José do Patrocínio, na Praça da Matriz. Foi no dia 1º de janeiro de 1883. Muitas foram as autoridades presentes a esse ato e José do Patrocínio, usando da palavra, assim se pronun-ciou: — Diante deste importante fato histórico, realizado neste Estado do Ceará, pertencente a terras brasileiras, temos os representantes: à cabeceira da mesa, na figura do Parlamento, o Exmo. Sr. Conselheiro Liberato Barroso. O Exército Brasi-leiro, à sua direita, representado pelo digníssimo Senhor Ge-neral Antonio Tibúrcio Ferreira de Souza e à sua esquerda a Igreja Católica, representada dignamente pelo Reverendíssi-

mo Padre Silveira Guerra. Portan-to, senhores, aqui estão três fatos distintos: O Parlamento, a ideia que ilumina, a espada que vence e o sa-cerdote que convence.

Foi José do Patrocínio, ampla-mente ovacionado, interrompendo seu discurso vibrante e emocionado, perante o novo rumo que o país vi-veria com o movimento abolicionis-ta, vencendo os poderosos.

O exemplo de Acarape surtiu efeito em outros municípios. Para alegria e

vitória do coração de Francisca Clotilde, veio-lhe a notícia que, em Tauá, sua terra natal, os escravos foram libertados, gra-ças aos esforços do Juiz de Direito, o senhor Dr. José Baltazar Ferreira Facó, do Juiz Municipal, senhor Dr. Joaquim Primeiro Citó de Araujo e do Vigário Padre Alexandre Ferreira Barreto. Nesse município, Tauá, foi declarada, aos 25 de abril de 1883, a libertação dos escravos. Fortaleza sediou a Festa da Libertação dos Escravos de toda Província. A imprensa, a Associação e a Sociedade das Cearenses Libertadoras compuseram a mesa das autoridades presentes, circundada por cinquenta jovens vestidas de bran-co, com faixas referentes aos seus municípios. Para início dos festejos foi convidada a senhora Maria Tomásia, que, fazen-do comovente oração, tocou a assistência em seus princípios religiosos. Francisca Clotilde apresentou-se com o acróstico

O Ceará é Livre

O fim é este! Ousados Paladinos

Chegastes ao tabor cheios de glória E a fronte ides alçar ao som dos hinos Aos cânticos festivos da vitória Ressoe o brado augusto da amplidão: Aqui hoje se estreita um povo irmão!

É livre o Ceará, reina a igualdade:

Livres somos! Triunfa a nova ideia! Imensa se levanta a liberdade Vencendo aos belos campos na epopeia Rompe as brumas com a loura alvorada E a aurora de Deus surge abrasada

Foram cantados os Hino Nacional, Hino da Independência, Hino da Redenção e o Hino 24 de Maio. Esta última é a data dos festejos. Quatro anos depois é que se deu a Abolição da escravidão no Brasil. Dia memorável, 13 de Maio de 1888, no qual uma mulher, a Princesa Isabel, assinou a Lei Áurea, nesses termos: “É declarada extinta a escravidão no Brasil”. Esse termo deu a Princesa Isabel o cognome de “A Redentora”. O povo delirava! De uma sacada do palácio real, Joaquim Nabuco fez essa comunicação ao povo. E José do Patrocínio, sempre presente a esses atos públicos, com referência a es-cravidão, correu ao paço onde estava a princesa e atirando-se aos seus pés, dita comovido estas palavras: “minha alma trans-borda de alegria e de joelhos agradeço-lhe, em nome do povo brasileiro, este ato de coragem e de renúncia, que praticou nesta abençoada hora”. E o Barão de Cotegipe, olhando com ternura a alegria estampada no rosto da princesa, concluiu a fra-se de José do Patrocínio: — Sim. Senhora, redimiste uma raça, mas perdestes vosso trono. Em seguida a Princesa Isa-bel ouve de outro patriota: — Vossa Alteza se tranquili-ze, porque tem um trono no co-ração de cada brasileiro. Francisca Clotilde também sentia essa vitória em seu cora-ção. Ela foi uma das pioneiras nesse movimento libertador, no Ceará. E quando a abolição aconteceu, Francisca Clotilde ofe-receu ao então presidente da Província do Ceará, doutor Caio Prado, uma coroa de louros, proferindo uma quadrinha de sua autoria:

Eis o momento sublimeDa liberdade e da glória,No mundo inteiro ressoamOs hinos dessa vitória!

Francisca Clotilde tinha muitas virtudes além de ser brilhan-te poetisa, e uma delas era o dom da gratidão. Para tanto, ela, como eterno agradecimento ao ato da Princesa Isabel, redigiu-lhe um soneto, com esta dedicatória: “Ao coração alanceado de Isabel, a Redentora”. Vale a pena transcrevê-lo:

É vivo o teu lugar, a cintilar na história,Descendente de reis, o teu manto altaneiro,Há de sempre guardá-lo, aureolado de glória,O grande coração do povo brasileiro!

Morreste sem fitar o esplendente cruzeiro Que nos guia e conduz em bela trajetória, Mas soubeste exaltar no país estrangeiro, Por teu gênio imortal, tua augusta memória. Ninguém pode privar que, num êxtase exaltado,

Em surtos magistrais, condor do pensamento,Pairasses neste azul sereno e constelado.

Expulsou-te o Brasil; mas, embora proscrito, O mundo iluminou o teu régio talento

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E um trono conquistaste esplêndido infinito.

Francisca Clotilde, educadora, poetisa, escritora, jornalista, teatróloga, e acima de tudo, mãe! Seu exemplo foi passado aos três filhos: Antonieta Clotilde, Aristóteles Bezerra e Ângela Clotilde. Receberam cultura, educação moral e como a mãe tornaram-se educadores. No ano de 1890, nasce no dia 04 de abril, Antonieta Clotil-de, primeira filha da poetisa. Por essa época, Francisca Clo-tilde estava atravessando duras críticas de seus adversários políticos. Estes não suportavam a ideologia jornalística, com que diziam, atrevidamente ela publicava nos jornais. E isto era sentido pelo povo que seguia avidamente as crônicas e contos esclarecedores que Francisca Clotilde recheava de per-sonagens bem vivos, que eram rapidamente apontados pelos leitores. Isto irritava-os, principalmente os homens, por serem criticados por uma mulher. Naturalmente a pressão sobre ela foi grande, ocasionando sua demissão da Escola Normal, onde atuava desde que ganhara o concurso, efetivando-se como professora. Mas isso não a desanimou. Sempre forte, funda seu próprio estabelecimento de ensino, o Externato Santa Clotilde, em que reunia crianças de ambos os sexos. Passado algum tempo e ainda com dificuldades, Francisca Clotilde muda para a cidade de Baturité, continuando o seu trabalho como educadora e jor-nalista. Continuou a colaborar com vários jornais cearenses e ou-tros estados. A exemplo os leitores encontravam as matérias de Francisca Clotilde no “Almanaque (Almanach)” do Ceará, “Almanach” dos municípios do Estado do Ceará, “Almanach das Senhoras Alagoanas”, “A Violeta”, do Rio de Janeiro e ou-tros. No ano de 1902, veio a ser editado seu único romance, “A Divorciada”. Foi ela a segunda romancista do Ceará, na litera-tura brasileira, a ousar publicar um tema oculto pela socieda-de machista da época, na qual o homem obrigava a mulher a representar uma felicidade ausente e mascarada sob o ponto de vista familiar. Emília de Freitas foi a primeira mulher a ou-sar fazer uso desse assunto tão polêmico, mas obscurecido, só escrito e aceito quando os homens escritores publicassem favorecendo o chamado preconceito feminino, que reduzia a mulher em sua moral.

“A Divorciada” obteve grande sucesso, por ser simples na temá-tica e escrita de maneira fácil para o povo. Francisca Clotilde pensa-va muito ao escrever e criar suas poesias. Ela queria alcançar o coração daqueles mais carentes, aquelas pessoas ansiosas, para encontrar lenitivos em seus sofri-mentos. As peças teatrais escritas ou traduzidas por ela e por outros au-tores como os franceses, língua que Francisca Clotilde dominava muito bem, surgiram nos palcos de Baturité. Eram monólogos, diá-

logos, comédias, dramas históricos etc. Eis algumas das peças teatrais, intituladas: “Fabíola”, drama sacro; “Devaneio”, um monólogo; “A Filha de Herodes”, drama histórico; “O Sol e a Lua”, diálogo; “Pérolas do Bosque”, drama; “A Crise”, comédia; “O Bailado das Artes”, jogral musicado e muitas outras peças apresentadas no decorrer do tempo. A filha Antonieta Clotilde seguiu os passos da mãe, tornan-do-se educadora exímia com seu valoroso trabalho no Externa-to Santa Clotilde e também destacando-se na poesia. A produção literária de Antonieta Clotilde chamou a atenção de sua grande amiga e admiradora das “Clotildes”, Carmem Taumaturgo, sugerindo que fundassem uma revista, onde elas fossem as redatoras. A ideia tomou vulto e em 1906, surgia a Revista “A Estrella”, na cidade de Baturité. Porém, em 1908, foram elas convidadas, pelos intelectuais da cidade de Aracati, a fazer parte dos autores literários da cidade, alicerçando a educação dos jovens nesse campo. Francisca Clotilde aceitou a ideia e passou a morar em Ara-cati com toda a família. O Exter-nato Santa Clotilde, também teve sua mudança para esse local, assim como a revista “A Estrella”. Por unanimidade das fundadoras dessa revista, isto é, da filha An-tonieta e de sua amiga, Carmem Taumaturgo, Francisca Clotilde era a revisora dos textos, das po-esias, dos monólogos, crônicas, e também dos editoriais. Essa re-vista, por muitos momentos, fez-se presente na história do Ceará e do Brasil. Muitas foram as co-lunas que levaram, aos leitores, desde a cultura até os aconte-cimentos sociais da cidade e do estado, com seus problemas e esclarecimentos ao povo cearen-se. Quase sempre era estampa-da na capa da revista um soneto de Francisca Clotilde ou fotos de crianças ligadas ao Externato Santa Clotilde. Antonieta Clotilde era colabo-radora, escrevendo contos para a revista “A Estrella”. Mas, em 1907, o “Almanach” (escrita anti-ga), dos municípios do Estado do Ceará, publicou o “Conto Infan-til”, de Antonieta, que transcre-vemos, tirado do livro, “Francisca Clotilde, Uma Pioneira na Educa-ção e da Literatura no Ceará”, de autoria de Anamélia Custódio Mota. “Amanhecia!...

As primeiras flores desabrochadas aos afagos das brisas balançavam-se nas hastes ainda rosejadas do fresco orvalho da madrugada, os pássaros desprendiam os caules melodio-

sos saudando o dia que despontava. No jardim, Lizete colhia pressurosamente as flores mais belas e intercalando-as num mimoso ramalhete mirava-os com expressão de afeto. — Como é bela a rosa, dizia, que delicioso perfume, que magnificência do colorido, que graça e louçania nas pétalas delicadas! Disse-me a mamãe que ela simbolizava a caridade, a mais preciosa das virtudes cristãs, a mais fulgente estrela que brilha no céu. É, com efeito, a rainha, e, nenhuma flor compete com ela nos jardins. Mas seu olhar distraiu-se e foi cair sobre o lírio, de uma fressura ideal, lindo, gracioso como o sorriso da infância. E já não achou a rosa tão bela. Deixou o ramalhete e foi colher a flor. Doce imagem de inocência, como te quero! Vou levar-te assim rorejada de pérolas ao altar da Virgem. Quero pedir-lhe que conserve o meu coração limpo como as tuas pérolas. Dentro de alguns minutos brilhavam o lírio no ramo entre-laçado por Lizete e já não se destacava o carminado da rosa, que cedia a realeza ao lírio na nitidez deslumbrante, virginal e pura como o coração de uma criança perfumado pelo amor de Jesus”. Antonieta Clotilde

A revista proporcionava às “Clotildes” uma imensa relação cultural, tantos eram os beletristas cearenses que colaboravam com suas poesias e literaturas profundas em diversas áreas. Abigail Sampaio, de Paracuru – CE, enviou o belíssimo so-neto, intitulado:

Deus

Deus! Diz a terra quando o sol tristonhoAlém, no acaso, esconde os raios seus,Deus! Diz a lua friorenta e pálidaQuando vagueia pelo azul dos céus.

Deus! Diz o sino da igrejinha branca, Quando murmura triste a Ave Maria; Deus! Diz o homem e diz o mundo inteiro Onde há dor, onde há pranto, onde há alegria!

(1ª estrofe e a última) Assim, a revista “A Estrella” continuava levando cultura e desbravando com entusiasmo as matérias publicadas com ca-pricho pelos colaboradores de muitos locais. Rubens Taumaturgo, após nove anos da existência dessa revista, publicou sua homenagem à data auspiciosa para to-dos os simpatizantes dessa obra, dizendo: “A Estrella”, é como uma centelha brilhante, uma bela conquista de grande valor. São nove anos de publicação constante, de vontade tenaz, levada pela inteligência de sua redatora, Antonieta Clotilde. Eram, lembro-me bem, duas crianças, em Baturité, Antonieta e Carmen, que sonhavam em fundar um jornalzinho, onde pu-dessem publicar seus arrojos literários e poéticos versos. E o primeiro número veio às mãos destas jovens produtoras, ma-

nuscritos em folha de papel almaço, mas num estilo de capri-cho, em sua apresentação. Sua tiragem, de 20 folhas, eram distribuídas apenas aos mais chegados amigos. A mudança para Aracati animou bravamente o coração de Antonieta Clotilde. A revista “A Estrella” aumentou seu fulgor e hoje é uma revista respeitada, vencendo as dificuldades dos tempos dolorosos, principalmente pela manutenção desse ide-al, criado num Ceará sofrido, de um povo lutador, mas sem tempo para se alfabetizar. Porém, as Clotildes não se deixam abater e é por isso que daqui, onde estou neste rincão cha-mado Acre, que me curvo respeitosamente a essas guerreiras mulheres, que ampliaram as associações femininas, para a educação pública. “Salve radiosa “Estrella”! Brilhe incessantemente, são votos do meu coração e em nome do “Paladino”, deste teu colega, minhas saudações.”

Rubens Taumaturgo – Xapury, Acre

Esta é uma adaptação da “Saudação a Estrella”, do jorna-lista Rubens Taumaturgo, para a revista “A Estrella”, cujo origi-nal está no livro “Francisca Clotilde, uma Pioneira da Educação e da Literatura no Ceará”. Francisca Clotilde, como já observamos, foi também edu-cadora e mãe devotada. Claro que recebeu em seu lar Espí-ritos da mesma faixa com conhecimentos de cultura, natural-mente para auxílio a essa desbravadora e atuante mulher, que começou a divulgar os direitos femininos, de aparecer como criaturas humanas, iguais a todos os seres racionais. Seus fi-lhos continuaram a obra, como poetas, literatos e professores, como a mãe, buscando métodos que facilitassem o aprendiza-do à criança, em sua primeira idade es-colar. Assim também aconteceu com o filho Aristóteles Bezerra. Os críticos da época reconheciam nele a mesma veia poética, o entusiasmo pelo jornalismo e, principalmente, o dom de excelente educador. Trabalhou lecionando em vários estabelecimentos de ensino, em For-taleza. Foi nomeado inspetor do Ensi-no Secundário, no tradicional Instituto São Luiz, na mesma cidade. Depois mudou-se da capital cearense para o Rio de Janeiro, onde permaneceu até desencarnar. Dedicado também às peças teatrais, Aristóteles escreveu, e foi apresentada ao público, no dia 14 de janeiro de 1921, a comédia intitulada “Cresça e Apareça”, no Grêmio Dramá-tico Familiar, com grande êxito, em comemoração ao terceiro aniversário dessa agremiação. E, em 1936, sob o pseudônimo de “Junqueiro Cearense”, entrou num concurso para versos, tendo enviado noventa e cinco versos, alcançando o primeiro, terceiro e quarto lugares. Eis a quadra vencedora:

Meu povo, que reboliço!A cidade enlouqueceu!O Philco é o culpado disso:Chegou, tocou... E venceu!

Entre os anos de 1930 e 1940, Aristóteles Bezerra publicou dois livros de poemas: “Transfigurações” e “Poemas da Fé e da Saudade”. Em 1938, por ocasião da morte do Barão de Stu-dart, Aristóteles dedicou-lhe um soneto intitulado: “À Memória do Barão de Studart”. Eis a primeira e última quadra:

Grande batalhador de causas nobresE do bem resoluto paladino,

Historiador, talento peregrino,Este nosso Ceará tu nos descobres

A memória terás imperecível De gratidão era eterno o preito Dos teus pobres, a quem amar-te tanto.

Aristóteles Bezerra, no livro de poesias “Transfigurações”, colocou a dedicatória: “Essa obra é dedicada à memória de minha querida mamãe, pioneira e precursora da Educação no Ceará”. Aristóteles Bezerra desencarnou no dia 24 de dezembro de 1946, no Rio de Janeiro. Ângela Clotilde, a filha caçula de Francisca Clotilde, nasceu em 19 de dezembro de 1897, na cidade de Redenção, Ceará. Estudou, em seus primeiros anos, no Externato da família, sen-do suas professoras a mãe e a irmã mais velha. Depois conti-nuou a estudar no Colégio Imaculada Conceição. Formada no magistério, lecionou junto à família, no Externato das Clotildes, como era conhecido e onde residiam, em Aracati. Essa insti-tuição, pioneira nas artes cênicas de Aracati, levava os dra-mas escritos por Francisca Clotilde e eram colocados em cena numa apresentação pelos alunos do próprio Externato, com a colaboração das filhas. Eram também apresentados no Círculo Católico, ou ainda no Teatro Santo Antonio, onde Ângela Clotilde era a principal diretora dessas apresentações. Angelita, como era conhecida por todos, contraiu matrimô-nio no ano de 1922, com o senhor Raimundo Pagels de Castro, com quem teve duas filhas, Angeluce e Angelize. Po-rém, Angelita ficou viúva em dezembro de 1927, quando o se-nhor Raimundo foi vítima de um acidente automobilístico. Anos depois, casou-se novamente com o senhor Antonio Bernardo de Souza, funcionário da antiga Mesa de Renda Federal. Nas-ceram outros filhos, mas novamente a viuvez fez parte do des-tino de Angelita, que viu partir para a vida espiritual seu segun-do esposo, vítima de derrame cerebral, com complicações em diabetes e problemas cardíacos. Esse acontecimento deu-se no dia 12 de junho de 1946. Mas, guerreira como fora sua mãe, ela continuou a exercer sua profissão, quando, no ano seguin-te ao desencarne de seu marido, lhe foi dada a nomeação de professora estadual na Colônia de Pescadores de Aracati. Angelita desencarnou de um infarto fulminante em Fortale-za, no dia 02 de abril de 1974. Naturalmente, sendo essa filha a musa inspiradora de Francisca Clotilde, teve, em seu despren-dimento terreno, a assistência desta devotada e querida mãe. E, recordando o nascimento de Angelita, em 1899, a poetisa, inspirada pelo desenvolvimento físico da garotinha, escreveu esses versos:

À Minha Filha

Quando me sinto exauridaDeste lutar incessanteE busco desfalecidaAlívio por um instante;

Aconchego-me ao teu bercinho, Onde repousas de manso, E ali desfruto carinho, Ali encontro o descanso!

Nas trevas do meu calvário,O teu olhar inocenteMe guia no itinerárioComo uma estrela fulgente.

Bendigo o Deus adorável! Cuja bondade infinita Deu-me a delícia inefável! De teu sorriso — Angelita!

Francisca Clotilde talvez tenha acompanhado o desenrolar das vidas terrenas de seus filhos e familiares, após seu de-sencarne que aconteceu no dia 08 de dezembro de 1935, em Aracati. Através da mediunidade de Francisco Cândido Xavier entre os anos de 1960 e 1970, passou a escrever seus poemas e contos. Entre muitas edições, aparecem dois livros infantis in-titulados: “Tintino: o Espetáculo Continua” e “Natal de Sabina”. A trajetória terrena de Francisca Clotilde foi marcante. Lu-tou bravamente pelos direitos humanos, numa época tão difícil e de valores materiais exaltados pelo egoísmo das classes di-ferenciadas e tão distantes de Deus. Enfrentou fortes dissa-bores da seca e das enchentes no nordeste; os temores pela Primeira Guerra Mundial e a Revolução de 1930. Enfim, nunca se deixou abater, tinha sempre uma palavra de ânimo, lem-brando às famílias que a união e a prece nunca deveriam ficar ausentes do ambiente doméstico. O nome de Francisca Clotilde jamais será esquecido por seus familiares e amigos pessoais, que, através das novas ge-rações, aí estão. Foi sugerido por eles e pelos vereadores, ao Presidente da Câmara Municipal de Tauá, onde a poetisa e educadora nasceu, que fosse concedido o nome de logradouro a Francisca Clotilde, homenageando, pelos seus feitos, o povo cearense. Esse projeto lançado a efeito pelo senhor Agenor Cavalcante Mota, Vereador, foi aceito, por unanimidade, em homenagem ao “Dia da Mulher” e foi sancionado pela Lei Mu-nicipal, pela Prefeita, Patrícia Costa Pequeno Gomes Aguiar, no dia 12 de março de 2007. Para alegria geral dos familiares de Francisca Clotilde, Pa-trícia Costa é a primeira mulher a administrar o Município de Tauá. Valeu toda a coragem de Francisca Clotilde e de todas as mulheres dessa época, que começaram a demonstrar pelo tra-balho a igualdade de conhecimento entre culturas de homens e mulheres. Hoje, a mulher atual ocupa cargos relevantes, diante do mundo moderno, graças à intervenção Divina e o progresso reencarnatório. Portanto, a História da Educação e da Litera-tura no Ceará e no Brasil, nos anos finais do século XIX e nas primeiras décadas do século XX, muito deve à “Mulher” va-lente e tenaz, Francisca Clotilde, que conseguiu desbravar a ignorância e trazer luz às trevas. E encerrando esta terna homenagem a Francisca Clotilde, deixamos transcrito o soneto de autoria de Nazareth Serra:

Aristóteles Duarte Bezerra

Filhos de Francisca Clotilde

Antonieta Clotilde Angela Clotilde (Angelita)

Bibl

iogr

afia Antologia dos Imortais - Psicografia de Chico Xavier e Waldo Vieira, FEB, 1a. ed., 1963.

Francisca Clotilde, Uma Pioneira da Educação e da Literatura no CearáAnamélia Custódio Mota, Gráfica e Editora Canindé, 1a. ed., 2007.

O Livro dos Espíritos - Allan Kardec, FEB, 58a. ed., 1983. (Da Lei de Igualdade).

Livro em Foco

“ao acaso”, embora com breve texto, tem conteúdo capaz de descortinar caminhos novos; e os parágrafos estão impressos com elucidações claras, objetivas e ani-madoras. Vinha de Luz é um verdadeiro celeiro espiritual, que nos convida a abraçar o tra-balho edificante em busca da Luz Divina, para que cada um de nós também se faça luz, aclarando a jornada do semelhante.

Nereide

Este livro é um verdadeiro alimento espiritual. Emmanuel detalha trechos do Evangelho de forma clara e ampla. Como ele mesmo explica no prefácio, muitos de nós, sofredores, equivocados, permanecemos nas sombras em perma-nente tortura e desânimo, sem coragem, nem iniciativa para fugirmos dessa região asfixiante e tóxica, para abraçarmos no-vos propósitos no campo da reforma ínti-ma e renovação. Cada página lida, na sequência, ou

Toque de Silêncio

Calou-se a grande musa e, de repente,Surge no céu a estrela cintilante!Ela viveu a vida alegremente,Tendo nos versos seu prazer constante!

Sua existência foi, constantemente, Um palmilhar de glória deslumbrante. E, tendo n’alma inspiração ardente, Fez, desse modo, o seu porvir brilhante.

E silêncio agora bem profundo,Longe bem longe, assim do nosso mundo,Mas a lembrança o tempo não consome!

Venho trazer, aqui, o meu respeito, Dizer que a mim, também, cabe o direito, De propalar a glória do seu nome.

Soneto transcrito do livro: “Francisca Clotilde, Uma Pioneira da Educação e da Literatura no Ceará”. Alguns dados importantes da vida de Francisca Clotilde: É Patrona na Ala Feminina da Casa de Juvenal Galeno, Cadeira nº 9, ocupada pela escritora Maria Stella Barbosa de Araújo. Patrona da Cadeira nº 16 na Academia Feminina de Letras, em Fortaleza, sendo a primeira ocupante Alba Valdez. É nome de logradouro em Fortaleza, no bairro Rodolfo Teó-filo. É nome de Grupo Teatral na cidade de Aracati. É Patrona da Cadeira nº 11 na Academia Tauaense de Le-

tras. É nome do Centro de Re-ferência da Mulher do Muni-cípio de Fortaleza. E, em Aracati, foi criada por familiares e amigos da cultura, a Associação Cultu-ral Solar das Clotildes. No livro “Antologia dos Imortais”, Francisca Clotide escreveu, pelas mãos de Chi-co Xavier, várias poesias, em que o médico Elias Barbosa teceu comentários sobre a pureza dos versos da poeti-sa. Salientou a conferência de Maria Stella Barbosa de Araújo, enaltecendo o traba-lho importante, realizado por

Francisca Clotilde, no Clube Literário, do Ceará. Doutor Elias Barbosa, grande conhecedor das rimas, ressalta o lirismo dos poemas de Clotilde. Entre outros poemas, neste mesmo livro, destacamos, “Conto de Natal”, linda história em forma de ver-sos! Unânimes são as vozes que se erguem, para conclamar a figura heróica e forte, ao mesmo tempo suave e em muitas ve-zes misteriosa, em seu dom de frágil mulher fisicamente, mas brilhante espiritualmente. Francisca Clotilde, positivamente, é mais uma estrela a iluminar os corações de crianças e adultos, através de seus dotes, em educar e fortalecer os descrentes das Leis Divinas.

Eloisa

Francisco Cândido XavierEspírito EmmanuelFEB

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Atualidade

Pegadas de Chico Xavier

O planeta Terra vem vivenciando uma agressividade que, a cada momento, nos surpreende, pela sua superação. Mata-se um ser humano, da mesma forma que matamos um pequeno inseto que nos incomoda. Pais não respeitam mais seus filhos. Filhos, por sua vez, respondem com maior grau de incompreensão a seus pais. Escolas esqueceram sua missão de instrutora da cultura, negando a respeitabilidade aos ensinos e respectivamente aos alunos e vice e versa. No trânsito, somos, quando incomodados, máquinas vora-zes, palavras infames, e quando não, vingadores cruéis. Dentro do lar, passamos a ser invisíveis, (“que ninguém me procure para nada...”), insensíveis, ou proibindo tudo ou, permitindo tudo, quando não colocamos nossa superioridade como ser inatingível. Estamos falando de pais que estão junto com seus filhos. O que dizer daqueles que rejeitaram seus fi-lhos... Culpamos os governantes, a instituição policial e a tantos outros, que, julgamos, resolveriam nossas inseguranças e grosserias. Como se não bastasse, levamos, aos nossos próximos, a verdade que é só nossa, como grandes vitoriosos pelas atitu-des tomadas. Esquecemos, é lógico, por total conveniência, de “nós”, os grandes responsáveis por tudo que nos acontece. Onde escondemos os ensinamentos de Jesus? Alegar des-conhecimento será aniquilar o que de melhor temos: nós mes-mos. Conhecemos a grande necessidade para a sobrevivência: para colher, teremos que plantar. Não nos é desconhecido tam-

bém que somos espíritos e que aqui estamos em uma viagem muito especial: plantar o Bem! Pois, o mal que vivemos já é o resultado de nossa colheita das vidas passadas e, em sua maioria, da vida atual. Resgatarmos um simples sorriso, darmos nossas mãos a quem precisa, cedermos nossos ouvidos a quem necessita fa-lar de suas dores, doarmos nossos pés, caminhando junto com aqueles que, errando o caminho, formos buscar, indicando-lhes o caminho certo. Doar os fartos ensinamentos recebidos do Mais Alto àque-las pessoas que se encontram desorientadas, onde o consolo poderá fortalecê-las na fé renovada. Praticando tais ensinamentos de Jesus, mudaremos nosso lar, nossa comunidade, nossa cidade, país e assim, seremos os colaboradores do nosso planeta Terra, que nos foi concedi-do por bênçãos magnânimas de nosso Grande Pai: DEUS, que permitiu a seu predileto filho JESUS, toda a orientação de sua criação. Francisco Cândido Xavier, não se omitindo sobre o assun-to, nos revela o grande segredo: “Façamos uma campanha contra a violência, a começar de nós mesmos. Tenhamos mais paciência dentro de casa, no trânsito, no trato com familiares... Uma palavra pronunciada em tom um pouco mais alto desencadeia vibrações que se pro-pagam...Conversemos sem alterar a voz. Não aposentemos o sorriso...Vivamos descontraídos, apreciando a beleza em torno de nós. Os homens se armam, porque os espíritos dos homens andam armados... Ninguém pode nos fazer uma contrariedade que queremos partir para o revide.”. Queremos viver bem? Façamos por merecê-lo! Sejamos os servos fiéis do nosso Mestre Jesus.

Anna

Bibliografia: O Evangelho de Chico Xavier - Carlos Baccelli, Editora Didier, 6a. ed., 2003. (Lição 256).

Certa ocasião, Chico foi procurado por um senhor, que era gerente de um banco. Trazia o Evangelho nas mãos. Acercan-do-se do médium, foi logo dizendo: — O senhor sempre recomenda a todos que sigam os ensi-namentos do Evangelho, sob todos os aspectos, não é? — Sim, respondeu-lhe Chico, com toda segurança. Mas, qual é o seu descontentamento diante do Evangelho? — Procurei me disciplinar, lendo todos os dias um trecho das lições dos discípulos do Cristo, para me tornar uma pessoa mais humana, diante das pessoas que são clientes do banco onde eu trabalho. E, como todas as manhãs, antes de sair de casa, abrindo o Evangelho, encontrei no Evangelho de Mateus o seguinte: “Dá a quem te pedir e não te desvies daquele que quiser que lhe emprestes”.

Pois bem, Chico, algum tempo depois fui procurado por al-guém que estava atravessando grande dificuldade financeira. Veio pedir-me um vultoso empréstimo. Condoído com a situa-ção da pessoa, emprestei-lhe o dinheiro. E sabe o que aconte-ceu? Essa pessoa sumiu e até agora não sei de seu paradeiro e muito menos do dinheiro, que há muito deveria de ter retor-nado, para pagamento do empréstimo. Veja a minha situação: ou pago o banco com a venda da minha casa, ou vou perder o emprego, por ter agido mal como um gerente, irresponsável e inescrupuloso com o cargo que ocupei. Você pode me dizer, Chico, por que fui tão castigado se procurei seguir o Evange-lho? Emmanuel, através da mediunidade de Chico, respondeu-lhe: — Meu amigo, os ensinamentos de Jesus estão certos, po-rém Ele nos ensinou, também, a fazermos uso do que é nosso e não da prosperidade alheia.

Erika

Bibliografia: adaptação do livro Kardec Prossegue - Adelino da Silveira, Editora CEU, 2a. ed., 1991.

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Clube do Livro

Cantinho do Verso em Prosa

Aos leitores do Clube do Li-vro Espírita “Joaquim Alves (Jô)”, foi encaminhada a obra “Chico Xavier Pede Licença”.O livro originou-se da seção dominical intitulada “Chico Xavier Pede Licença - Um aparte do Além nos diálogos da Terra”, publicado no “Diá-rio de S. Paulo”, na década de 70, mais precisamente a partir de agosto de 1971. Trata-se de uma coletânea de mensagens de espíritos diversos, psico-grafadas por Chico Xavier e respectivos comentários, algumas notas explicativas e assuntos correlatos, por J.

Herculano Pires, utilizando-se do pseudônimo “Irmão Saulo”. A cada dissertativa ou poema de um autor espiritual, segue a análise do jornalista, salientando, quanto às mensagens poéticas, o objetivo principal em esclarecer enganos cometidos pelos críti-cos literários desconhecedores dos problemas mediúnicos.

Nessas páginas temos a oportunidade de acompanhar a dinâ-mica do intercâmbio entre o mundo material e espiritual, cujo objetivo comum é o consolo e o esclarecimento; e, trechos de cartas do humilde intermediário deste valoroso trabalho - nosso Chico - explicando as razões concretas das mensagens rece-bidas, como por exemplo, no poema “Um Aparte da Vida”, de Maria Dolores. Não obstante a profundidade dos versos, os mesmos não foram elaborados pela beleza de suas palavras, mas para atender a uma causa concreta e imediata, em res-posta a uma mãe, cujo coração tangia de dor pelo desprezo do filho. Herculano enfatiza, que seguindo os processos desenca-deados durante as reuniões mediúnicas realizadas por Chico Xavier, as mensagens não chegam indiscriminadamente, por acaso ou vontade própria dos Espíritos. Os poetas não se ocu-pam de fornecer obras literárias. Todo esse mecanismo ocorre para atender aos pedidos dos encarnados. A capa é ilustrada com a imagem do Selo Comemorativo do Centenário do Nascimento de Francisco Cândido Xavier, lan-çado em 02 de abril de 2010. É uma oportunidade a mais para conhecermos o funciona-mento do trabalho mediúnico sério.Boa leitura!

Rosangela

Para complementarmos o vazio existente dentro de nós, buscamos o agrupamento espírita, sempre esperando a ilumi-nação aos nossos entendimentos sobre a vida terrena. Estudando as lições do Mestre Jesus, começamos a com-preender que tudo se modifica. Entender que todos somos ir-mãos, amplia, mais ainda, a motivação para os destinos de nossos dias. A vida se renova. Assim procedendo, percebemos que nos alegramos com os abraços de nossos companheiros de jornada, mas também com os desencarnados, que passam a fazer parte dela, através de tantos ensinamentos, orientando-nos a novos rumos. Passamos a orar todos juntos, agradecendo profundamen-te a oportunidade de conhecermos as belezas divinas, e a nos-sa responsabilidade sobre suas Leis. Façamos, através de nossos esforços, que nossos templos de luz, sejam respeitados e que neles possamos praticar a cari-dade a todos os nossos irmãos, estendendo-a, nos lugares em que estivermos, àqueles mais próximos, que fazem parte de nosso dia a dia. Agradeçamos sempre ao Mestre Jesus, por Espíritos tão nobres, que, numa linguagem tão simples, nos levam a refle-xões tão importantes, sobre os nossos deveres para com Je-sus.

Casan

Bibliografia: Abençoando nosso Brasil - Com Jesus e por JesusPsicografado por Chico Xavier, Autores diversos, Livraria FCX, 1a. ed., 2007.

Estamos todos reunidosMantendo princípios sãos,Aprendendo de uns para os outrosQue todos somos irmãos.

Felizes, oramos juntosNum templo de amor e luz,Agradeçamos, contentes, A proteção de Jesus.

Cornélio Pires

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Tema Livre

Cada vez mais somos convocados a observar e interagir com a Natureza. A humanidade tem faltado com o devido res-peito para com a Mãe Natureza e com o planeta que nos aco-lhe. É preciso restabelecer o equilíbrio e a harmonia da Terra. Sabemos que nada acontece sem a permissão de Deus, tudo tem uma razão de ser e nosso livre-arbítrio é considerado como alavanca evolutiva. Há inumeráveis espíritos que trabalham como agentes de-dicados, executando, sem suspeitarem, em nome de Deus, os fenômenos da Natureza, exercendo certa influência, ora agitando (ex.: tempestades), ora acalmando e dirigindo os ele-mentos entre si (“O Livro dos Espíritos”, questão 539). Sintetizando a questão 540 de “O Livro dos Espíritos”, há explicação clara sobre a importância dos animais que operam pela harmonia geral da Natureza, sem perceberem que são instrumentos de Deus. Da mesma forma, espíritos mais atrasa-dos são úteis ao conjunto, ensaiando para a vida, sem terem plena consciência de seus atos e de seu livre-arbítrio. Agem sem o saber. Primeiramente executam e, quando sua inteligên-cia estiver mais desenvolvida, comandarão e dirigirão as coi-sas do mundo material e mais tarde poderão dirigir as coisas do mundo moral. Assim, tudo serve e se encadeia na Natureza perante a admirável lei de harmonia. Os vegetais e a botânica, em geral, são campo de evolução como os outros, recebem igualmente o sagrado influxo do Se-

nhor, através da assistência de seus mensageiros; e devemos amar as árvores e os seres da Natureza, porque neles flores-cem também as bênçãos do Céu. Nas linhas evolutivas, observemos nossos laços de pa-rentesco com os animais, nossos irmãos menores, aos quais devemos oferecer o respeito e o cuidado amigo. Os reinos da Natureza são nosso campo de trabalho e devemos considerá-los mais nossa responsabilidade direta do que propriamente dos Espíritos. É preciso considerar que os animais chegarão, um dia, na experiência hominal, no limiar do tempo e das reali-zações, assim como nós alcançaremos a angelitude, no limiar dos milênios. O sentimento de solidariedade e amor deve imperar em to-dos os departamentos da Natureza visível e invisível, no senti-do da fraternidade universal. Sabemos que as caravanas socorristas, conforme descre-ve André Luiz, contam, em muitas excursões, com o auxílio dos animais; são citados cães, que, por sua vez, auxiliam no trabalho realizado em zonas umbralinas. A evolução faz parte da Lei, portanto, partindo da conscien-tização daquilo que nos é permitido entender, que façamos nosso melhor, respeitando nossos irmãos que também cami-nham rumo à evolução, pois neles também existe a centelha divina, onde está a consciência evolutiva.

Luana

Homenagem

O mês de março é marcado pelo retorno à pátria de origem de um pai, muito carinhoso, de modos simples, humilde de co-ração, que soube arrebanhar uma multidão de filhos, carentes do aprendizado das Leis Divinas, trazidas pelo Mestre Jesus. Grande passou a ser sua família, mas, em minuto algum, faltou tempo para atender a todos que vinham aos seus braços, em busca de consolo e ajuda, fazendo sobrar o tempo neces-sário, para esclarecer a Doutrina Espírita a todos, ensinando e exemplificando-a, em todos os seus atos. Através de vários livros, fez-se presente para os adultos, jamais esquecendo das crianças. Lutou muito e, pelo sentimento de amor que emana do co-ração de seus filhos, temos a certeza de que a luta não foi em vão; cumpriu assim, integralmente, sua tarefa terrena. Se o conhecemos um pouquinho só, em sua nova morada está preparando um novo lugar, para receber todos os seus fi-lhos que ainda necessitam de seu amparo e carinho. Envolvido em nossa eterna gratidão, receba nosso beijo ca-rinhoso em seu coração, Roque Jacintho.

Equipe Seareiro Fonte

: Arq

uiv

o

Colocar-se a serviço de Jesus em favor de toda a Humani-dade! Quem de nós poderia aceitar esta missão, com todos os dissabores materiais que dela decorreria? Mas um homem, de muita fé, com alicerce moral em inúme-ras experiências vividas no campo da fé, aceitou-a. Este homem foi Allan Kardec. E não titubeou quando Jesus, ao convocá-lo, disse: — Fiz-te, desde o primeiro dia, a pedra angular do edifício divino. Lançarás, por isso, o seu novo fundamento. Sofrerás e chorarás, por certo, dando de ti o melhor, sem que venhas a fazer-te inteiramente compreendido. Abraçando esta missão, Allan Kar-dec ajudou a Humanidade, que vinha se esquecendo das lições cristãs, a relembrá-las. Fez isto de uma forma simples, tra-duzindo ensinamentos que, até então, só eram acessíveis aos muito cultos ou aos teólogos. A partir daí, a Humanidade inicia uma nova etapa de sua evolução mo-ral. Ergueram-se os véus que atrapa-lhavam o entendimento dos ensina-mentos de Jesus. Reacenderam-se a esperança e a confiança no Deus Pai, Amoroso e Misericordioso, e apagou-se a figura do Deus vingativo e irado, reergueram-se consciências doloridas, dando-lhes a convicção da prova e a consolação do futuro. O materialismo perde a sua força, para dar espaço para a vida sem interrupção, ou seja, a imortalidade do Espírito. Allan Kardec, através do que ensinou e, mais importante, através do que exemplificou, deixou orientações seguras para que nós pudéssemos trilhar a nossa jornada evolutiva, pauta-dos em seguros roteiros de vida. Planificou a filosofia através de “O Livro dos Espíritos”. Embasou a ciência através de “A Gênese”. Sublimou a religião através de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”. Disciplinou a comunicação entre o mundo espiritual e o

mundo material através de “O Livro dos Médiuns”. Deixou-nos grandes exemplos ao ser rigoroso nas regras a serem seguidas. Não dogmas, mas explicações claras e obje-tivas. Não aceitava concessões, não barganhava com o certo. Colhia informações dos Espíritos e era o primeiro a aplicá-las em si mesmo. Não descansou enquanto não trouxe luz sobre os funda-mentos da vida espiritual e material, bem como sobre a influên-cia que ambas exercem entre si.

Deixa uma mensagem universal: a Doutrina Espírita.Não inova, não inventa, somente tra-duz a Doutrina de Jesus. Desencarna em 31 de março. Tra-balhando. Passados 142 anos de seu desen-carne, todas as obras que chegaram até nós, através de seu esforço e dedi-cação, continuam atuais e são fontes inesgotáveis de pesquisa, que todo espírita tem o dever moral de conhe-cer, pois estas obras são as pilastras mestras da Doutrina que abraçamos. Conhecer o conteúdo das obras de Allan Kardec é entrar em contato com o que de mais puro podemos encon-trar em matéria de explicações sobre a Doutrina Espírita. Se alguém se acha entediado com as leituras de livros de autores diver-sos, procure as novidades que se en-contram nos livros de Allan Kardec.

Eles sempre nos auxiliam a descobrir novos pontos de vista sobre os assuntos já exaustivamente discutidos. Este é o valor destas obras: a dinâmica com que foram con-cebidas e que nos leva a raciocinar. Por estas razões, nós prestamos esta singela homenagem a Allan Kardec, o Codificador da Doutrina Espírita.

Wilson

Bibliografia: Kardec, na Intimidade - Roque Jacintho, Editora Luz no Lar,1ª ed., 1987.

O Hospital do Fogo Selvagem de Uberaba – MG, que atende a portadores do Pênfi go (Fogo Selvagem) e tam-bém a 150 crianças, precisa de doações para comprar: os remédios Calcort e Psorex pomada (podem ser gené-ricos); materiais de limpeza (sabão em barra Ypê amarelo para os doentes e sabão em pó para limpeza em geral); fraldas descartáveis tamanho G infantil; Mucilon; lenços umedecidos e álcool gel 70%.

PEDE AJUDA!

Homenagem

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Família

Nossos Orientadores Espirituais têm nos alertado para que nos empenhemos em divulgar a doutrina e trabalhemos diante da necessidade constante da educação. Quando falamos neste tema – assim como falamos em ou-tros – cometemos, como sempre, nossos equívocos, porque achamos que as demais criaturas, aqui no caso as crianças, são as únicas necessitadas das observações, como se nós es-tivéssemos isentos das mesmas advertências. Perguntamos então: como educar a criança, se nós, adul-tos, não damos os exemplos necessários? Falar ou mandar que alguém faça ou aja de uma determina-da maneira, às vezes pode ser simples, por estar-se ocupando uma posição hierárquica de comando ou autoridade. Mas, isto não basta, porque o que fica marcado é o exemplo. Nós assi-milamos mais o que vemos do que aquilo que ouvimos. Assim sendo, a educação dos filhos está enfraquecida. Nós, pais, não estamos nos comportando como deveríamos, por isso nos-sa necessidade urgente é de nos reeducarmos e darmos os exemplos necessários a nossos filhos e também ao próximo. Já fizemos estas observações anteriormente, mas é neces-sário repetirmos. Fala-se, aos quatro cantos, que os tempos são outros e, até mesmo no meio espírita, que Kardec está ultrapassado. Lendo um livro didático escolar editado em 1968, para o quarto ano primário da época, observamos conceitos valoro-sos, entendendo, agora, que não soubemos aproveitar o tempo e, menos ainda, os ensinamentos. O autor chama-nos a atenção para que preservemos a fa-mília, para os cuidados na educação dos filhos, dando-lhes as noções e as necessidades de uma religião, bem como o respeito à vida, ao próximo e aos valores morais. Salienta a ne-cessidade de os pais darem os exemplos vivos da educação, ou seja, seu procedimento dentro e fora do lar. Menciona que aqueles que agem de maneira contrária ao trabalho digno e honesto, preparam seus filhos para serem inúteis e até nocivos à sociedade. Naquela época já se falava que corria a ideia de que a edu-cação antiga, afetuosa, mas severa, criava complexos insaná-veis da idade adulta, produzindo homens tímidos, indecisos, introvertidos, incapazes de triunfar na vida, o que ele chamava de falso, citando vários personagens da nossa História, que, com certeza, não foram criados com tantos mimos, muito me-nos com facilidades. Acompanhando o raciocínio do autor, podemos confirmar, através do periódico Seareiro, na coluna Grandes Pioneiros, que os exemplos lá relatados não deixam dúvidas quanto a isto; nenhum deles teve uma educação frouxa e facilidades na vida. Se formos buscar exemplos de grandes empresários em nosso país, verificaremos que muitos deles iniciaram suas atividades profissionais em tenra idade e também com muitas dificuldades. Hoje os tempos são outros. Raras são as verdadeiras famílias, mas sobram uni-ões com objetivos desajustados. Os côn-juges são usuários de drogas, fazem troca de casais etc. Não há necessidade de nos

alongarmos nestes pontos, pois tornaria o assunto indecoroso. Os filhos desses casais, porque eles os têm, são deixados aos cuidados de qualquer um. Perguntamos: crescerão sob qual educação? O resultado é o que vemos na atualidade. Crianças drogando-se, roubando, matando, engravidando e, onde estão os pais, quais são os exemplos que estão dando? É hora então de nos questionarmos: qual a educação mais sensata? A antiga e severa, ou a atual que só busca direitos e liberdade, esquecendo os deveres e as responsabilidades?Perguntamos novamente, os tempos são outros ou perdemos o nosso tempo e os bons ensinamentos? Mencionamos um livro didático escolar, para mostrarmos que nos estudos regulares existem pessoas procurando instruir honestamente, nós é que nos afastamos do bom caminho. Se não conseguimos entender os ensinamentos de um sim-ples livro escolar, como podemos dizer que Kardec está ultra-passado, se suas obras contêm princípios que a própria ciên-cia, por mais avançada que esteja, ainda está por desvendar? A escolha é nossa. Reeduquemo-nos, ou continuemos com os tempos modernos, assistindo e participando do nau-frágio moral, lembrando que não estaremos isentos de culpas, pois a culpa não está no tempo, mas em nós.

Roberto Cunha

Bibliografia: Compêndio de Instrução Moral e Cívica - Plínio Salgado, Editora FTD, 1968.

Pedimos sua ajuda para darmos continuidade à construção da sede do nosso Núcleo de Estudos.Precisamos de qualquer tipo de colaboração, desde materiais de construção a apoio financeiro.O óbolo da viúva é sempre bem-vindo!

A nova sede fica na rua dos Marimbás, 220 - V ila Guacuri - São Paulo - SP

Segundo volume:A Serviço de Jesus

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CANAL ABERTOEste espaço é reservado para respondermos às dúvidas que nos são enviadas e para publicações dos leitores.

Agradecemos por todas as correspondências e e-mails recebidos. Reservamo-nos o direito de fazer modificações nos textos a serem publicados.

Canal Aberto

O poeta “... ora, direis, ouvir estrelas...”. O Poeta Divino “... veja, quem tem olhos de ver, ouça quem tem ouvidos de ouvir...”. Ver e ouvir com o coração. Na escuridão da noite, olhando o negrume do céu, pode-mos ver e ouvir Deus se afirmando para nós, pelos pequenos pontos cintilantes no firmamento. Pontos de luz, onde o Criador nos mostra sua presença. No negrume do anoitecer, os Luminares da espiritualidade olham para a Terra e, por vezes, aqui, ali, acolá, vislumbram rutilantes focos de luz. Luzes pequenas, mas não esmaecidas, luzes vivas, signifi-cativas. Luzes que emergem de lares onde se cultua o Evangelho de Jesus. Onde os corações se unem em preces, irradiando fé, espe-rança, amor. Foco de atração para os bons Espíritos que acorrem para o auxilio. Glorioso momento divino. Naqueles instantes, somos partícipes ativos na tarefa de socorro aos necessitados. Nós e a Espiritualidade Superior empenhados nas tarefas do bem. Primeiro, trazendo paz para o nosso lar. Mas não é apenas para nós o benefício do Evangelho. Perseveramos, e as irradiações são cada vez mais fortes, benéficas, mais potentes. Quem serão os beneficiados? Quem delas precisar, ao alvitre dos que nos atendem da pátria espiritual. A paz emanada da oração coletiva no lar amplia-se atinge horizontes para nós inimagináveis. Nesses momentos, sentimos que participamos da obra de Jesus, pois reunidos dois ou mais em seu nome, Ele anunciou

que ali sempre estaria. Veja quem tem olhos de ver. Vejamos a imensidão estrela-da. Ouça quem tem ouvidos de ouvir. Ouçamos as mensagens divinas. Porque nós realizamos o Culto do Evangelho no Lar.

Paulo Jacintho

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No capítulo indicado, o Mestre Jesus nos ensina, como sempre, sobre a profunda reflexão sobre nossos atos, que, em sua maioria, são “íntimos investimentos”. Busquemos, então, verificar essa necessidade de ostenta-ção, pois sabemos tratar-se de princípio de uma obsessão, que retardará nosso entendimento e aplicação das Leis Divinas. Lembra-nos sobre os infortúnios ocultos, pois a cegueira espiritual em que nos encontramos nos leva à substituição de nossa colaboração, cobrindo-a, ape-nas e tão-somente, com recursos amoedados. Orienta-nos sobre as formas de caridade, não isentando a necessida-de de tais colaborações amoedadas, ainda necessárias ao nosso corpo fí-sico, mas sim, sobre o grande recur-so da caridade moral. “A indulgência não é, também, uma grande caridade?”. Mostra-nos que devemos vol-tar nossos olhos, braços e coração, àqueles que na Terra estão abando-nados, por nossa negligência, pela ausência, principalmente dentro dos lares, deixando de colocar, nos cora-ções de nossos filhos, a responsabili-dade sobre seus atos, perante Deus. Dentre tantos ensinamentos, conhecendo nosso íntimo, Je-sus renova sua orientação, lembrando-nos da família universal, um dos conceitos mais difíceis de interpretarmos, pelo nosso orgulho sempre presente. Não há como negarmos a reencarnação, estando no de-senvolvimento de nossa inteligência racional, como nesta era, e se, nessa magnânima concessão, Jesus espera de nós a

O Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” está ampliando suas tarefas. A partir de janeiro deste ano muitas reuniões estão sendo realizadas para se decidir as novas dire-trizes da casa. Estamos oferecendo cursos gratuitos de Alfabetização Cris-tã de Adultos, Reforço Escolar, Preparação para Concursos, Curso para Gestantes, Informática Básica, Violão, Artesanato e Evangelho no Lar. Temos ainda o Bazar Permanente, com as peças de arte-sanato feitas pelos companheiros que comparecem nas aulas aos sábados e a Biblioteca Roque Jacintho, para aqueles que

reconciliação com nossos desafetos que nos concedendo a fa-mília. Sabendo nós ser esta a grande oportunidade de resgate, convém perguntarmos: se devemos esse amor uns para com os outros, quem seria, nesta encarnação, nosso pai? Seria aquele residente da calçada, que, ao passar, sequer lançamos um olhar de piedade? Poderia ser aquele colega de trabalho que, pela ganância, tentamos prejudicar para assumir uma

posição social mais elevada? E nos-sa mãe?!! E nossos filhos? Seriam aqueles órfãos que, justificados pela “falta de tempo”, não ajudamos? Encerrando o versículo, o Mestre já nos deu a resposta necessária: amar. Amar a todos que fazem parte de nosso Planeta, onde quer que este-jam, não importando sua condição, estando da maneira que estiverem, escolhendo a religião que entende-rem ser a melhor, lembrando-nos, apenas, que são filhos de nosso úni-co Pai, que nos ama e que espera de nós o grande reencontro, pedin-do-nos somente para socorrermos aqueles que estão em necessidade, como faz conosco todos os dias de

nossa existência. Deixemos, de vez, esse orgulho ferido, que coloca privilé-gios inexistentes em determinadas pessoas, buscando, sim, os exemplos deixados pelos grandes Espíritos do Bem; e traba-lhemos muito, pois nossos irmãos necessitados nos chamam. Jesus, que sua paz esteja no coração de todos.

Vano

querem colocar sua leitura em dia. A Banca de Livros Espíritas Joaquim Alves (Jô), vinculada ao Núcleo, situada na Praça Castelo Branco, Centro, Diadema, SP, conta com a distribuição de mensagens espíritas, no dia e horário que o voluntário puder. Aos interessados em ajudar ou ser ajudado, visite-nos. O trabalho em favor do próximo é o caminho para nosso aprimoramento espiritual.

Equipe Seareiro

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMOCapítulo XIII “Não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita” – Item 20

“A beneficência está sendo bem entendida, quando ela é praticada apenas entre as pessoas da mesma opinião, de uma mesma crença ou de um mesmo partido?”

Bibliografia: O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec,Luz no Lar, 3ª ed., 1991.

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Contos

Dentro da terra, moravam numa casa muito simples, mas muito felizes, o Sr. Minhoca, sua esposa Dona Minhoca e seu pequeno e amado filho, o Minhoquinha, muito educado e aten-cioso com seus pais e amiguinhos. Era uma minhoquinha muito alegre e fazia muita compa-nhia à sua mãe, principalmente ajudando-a na lida da casa, enquanto seu amado pai, o Sr. Minhoca, buscava, no trabalho, o sustento do lar. Com o passar do tempo, chegou a hora do Minhoquinha ir para a escola, conhecer as coisas do Universo e de Deus, seguindo assim, seu crescimento espiritual e material. Antes de sair para sua primeira aula, a Sra. Minhoca, acon-chegando-o em seu colo, orientou-o como se comportar nessa nova experiência, pedindo-lhe que fosse educado, atencioso às aulas e, principalmente, que respeitasse seus professores e novos amiguinhos, pois, com certeza, seriam diferentes, edu-cados com outros princípios etc., mas que apesar das diferen-ças, lembrasse sempre que todos eram filhos amados de Deus. Depois de horas com sua mãezinha, foi à escola, para a sua primeira aula. Lá chegando, ficou assus-tado pelas diferenças en-contradas e por ele inima-gináveis, pois ali estavam os gafanhotos, as lagar-tas, as formigas, os be-souros e tantos outros alunos. Assim sucediam-se as aulas.Passado certo tempo, a D. Minhoca começou a perceber que seu filho Minhoquinha voltava da escola mais calado e, as vezes, até triste. Apesar de tudo, nada mu-dara o seu comportamento com os pais, continuando a ser a mesma minhoquinha amorosa e prestativa. D. Minhoca, preocupada, pois o quadro con-tinuava, começou a acompanhar mais intensamente o seu aprendizado, inclusive, buscando na escola, junto às profes-soras, informar-se se estava acontecendo algo com o aprendi-zado de seu filho, o Minhoquinha. De pronto, as professoras foram unânimes em responder que não, pois dos alunos da classe, quer no seu comportamento, quer no seu aprendizado das letras, sua conduta sempre foi exemplar. Mais preocupada ainda, a D. Minhoca, com todo carinho de mãe extremosa, no retorno da escola, chama-o e, novamente, envolvendo-o num longo abraço, acomoda-o em seu colo, per-guntando ao Minhoquinha se ainda confiava no amor de sua mãe. Dizia para ele contar o que estava acontecendo. O Minhoquinha, agradecido pelo carinho que estava rece-bendo, sem olhar para sua mãezinha, respondeu-lhe que não era nada que pudesse preocupá-la. Tanto a mãezinha insistiu, questionando-o se ela ainda era

importante para ele, pois sua atitude estava provando que ele não mais confiava em seu desvelo e amor. Ao ver a preocupação de sua amada mãezinha, o Minho-quinha, muito contristado, começa a contar o que estava acon-tecendo após as aulas. Lembrou-se que a mãe sempre insistia em lhe dizer que todos eram filhos de Deus, e, por essa razão, suportava tudo. E continuou: Ao saírem da escola, um grupo de amiguinhos chamou-o para tomar atitudes que eram diferentes das ensinadas pelos seus pais, e ele não as aceitava; por isso eles começaram a tratá-lo de forma grosseira, com muita chacota, colocando ape-lidos que o ofendiam muito, criticando muito o modo de vida dele sob a terra. E isso o deixou muito triste. Sabia que era errado o que eles faziam e, quando lhe pro-punham que o fizesse também, sempre negava, mas ao mes-mo tempo, ficava muito triste, porque aprendera a gostar de

todos eles. D. Minhoca rogou, em silêncio, a Jesus,

para que pudesse ajudar seu filho, mas também a todos os outros filhos que

compartilhavam desse momento. Abraçada ao Minhoqui-

nha, com todo amor e cari-nho, falou sobre a “ignorân-cia das Leis de Deus” e sugeriu ao Minhoquinha que, no próximo encon-tro com esses amigui-nhos, os convidasse a conhecer o trabalho im-portante que sua espé-cie exercia debaixo da terra, preparando-a para

que todas as sementes que fossem plantadas se

transformassem em fortes árvores, em cujas sombras e

frutos muitos deles descansa-vam e alimentavam suas espécies.

Tomando coragem para fazer o que sua mãe recomendou, na primeira oportu-

nidade ele falou com seus amiguinhos. Surpresos, seus amiguinhos aceitaram, na esperança de continuarem seus maus atos, mas com as explicações que receberam, mudaram suas intenções, pois, daquele encontro, surgiram outros amiguinhos, que quiseram também mostrar como viviam e sua colaboração para a Humanidade, apesar das grandes diferenças entre eles. As lições de Jesus tinham deixado marcas muito significativas em seus corações. Feliz, agora, o Minhoquinha voltava para sua casa, agra-decendo à sua mãezinha, a D. Minhoca, por orientá-lo sobre os grandes ensinamentos deixados por Jesus Cristo, em sua passagem por esta Terra bendita. Encerrando, a D. Minhoca, sorrindo, diz ao Minhoquinha:“Deus nada cria que não tenha sua benéfica utilidade”.

Adna

DIA 011923 desencarna Rui Barbosa em Petrópolis-RJ, jurista, escritor, parlamentar e jornalista dos mais conceituados da História do Brasil, realizava ses-sões espíritas em sua casa e possuía as obras de Allan Kardec expostas em sua biblioteca.1944 É lançado o jornal “O Semeador” pela Fede-ração Espírita do Estado de São Paulo.

DIA 041858 desencarna Bento Mure, o magnetizador e pesquisador de fenômenos paranormais; foi ain-da o introdutor da homeopatia no Brasil.2004 desencarna Roque Jacintho em Diadema, SP, jornalista, contabilista, radialista, escritor e professor de latim e português. Fundador dos agrupamentos espíritas: Lar Espírita Vinha de Luz - Jundiaí, SP; Grupo Espírita Fabiano de Cristo - São Paulo, SP e Núcleo de Estudos Espí-ritas Amor e Esperança-Diadema, SP, onde este-ve até o seu desencarne.Publicou 18 coleções, das áreas: Jurídicas, Tribu-tárias, Contábeis, Economia e Administração de Empresas; 2 enciclopédias das áreas Jurídica e Trabalhista; e 10 obras pedagógicas na área de Contabilidade, muito utilizadas em escolas técni-cas e também em universidades.Publicou mais de 130 obras espíritas, incluindo várias obras para o público infantil, principalmen-te o 1º livro espírita infantil do Mundo: O Lobo Mau Reencarnado, atualmente editado pela Edi-tora Luz no Lar, traduzido e publicado também em inglês e em esperanto. Muitas outras obras suas foram traduzidas para o espanhol. O lança-mento daquela obra foi em 18 de abril de 1972, e nessa data é comemorado o Dia do Livro Es-pírita. Traduziu também, diretamente do original em francês, O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, numa linguagem mais simples e acessível aos mais humildes, editado pela Edito-ra Luz no Lar, que mantém sua publicação e a de outras obras de sua lavra.Conviveu com Chico Xavier por mais de 20 anos, do qual pôde receber as orientações necessá-rias para e como divulgar a doutrina do Mestre Jesus, além de todo o aprendizado adquirido de quem conviveu com aquele que foi o missionário do Mais Alto e nos trouxe, por intermédio de sua mediunidade e de seus exemplos, todos os ensi-namentos constantes nas obras publicadas.Colaborou por muitos anos com artigos no Re-formador, e para a publicação e edição, princi-palmente, das obras psicografadas por Chico Xavier, ambos pela FEB.Após tantos anos dedicados à divulgação da Doutrina Espírita, não só pelas obras editadas, mas também pela sua exemplificação e fidelida-de à Codificação de Kardec, sempre trazendo a todos o esclarecimento sem fantasias, mostran-

do-nos os verdadeiros conceitos e entendimen-tos da doutrina do Cristo.

DIA 051815 desencarna Franz Anton Mesmer na Alema-nha; médico e magnetizador, pai do Mesmerismo.

DIA 091979 desencarna José Herculano Pires, autor de vários livros e tradutor das obras de Kardec.1984 desencarna Yvonne do Amaral Pereira no Rio de Janeiro; escritora espírita.

DIA 111986 desencarna Francisco Klörs Werneck, no Rio de Janeiro, escritor espírita.

DIA 121878 nasce Zilda Gama em Juiz de Fora, Minas Gerais.1951 desencarna João Batista Chagas em Niterói, RJ, um dos organizadores do 1º Congresso de Mocidades Espíritas do Brasil.

DIA 141847 nasce Castro Alves (Antônio Frederico de Castro Alves) em Curralinho, BA, poeta brasileiro.

DIA 161893 desencarna Luiz Olímpio Telles de Menezes no Rio de Janeiro, jornalista e pioneiro da impren-sa espírita no Brasil. Fundou o Grupo familiar do Espiritismo e o jornal “O Eco d’Além-Túmulo”.

DIA 191819 nasce José Maria Fernandez Colavida, tra-dutor das obras de Kardec para o espanhol. A FEB publica “A Barqueira do Júcar”, um dos seus livros.1839 nasce Antonio Gonçalves da Silva Batuíra na Freguesia de Águas Santas, Portugal, médium curador tornou-se espírita, através do conforto e consolação encontrados por ocasião da perda de um filho. Dedicou-se arduamente a obras de ca-ridade, filantropia, auxílio aos semelhantes, além de trabalhar em prol da divulgação e do desen-volvimento do Espiritismo.1963 desencarna Ângelo Watson Campelo, substi-tuto de Cairbar Schutel em “O Clarim”.

DIA 201833 nasce Daniel Douglas Home em Currey, Es-cócia considerado um dos maiores médiuns de efeitos físicos do mundo moderno.

DIA 211880 é fundado o Grupo Espírita Fraternidade, no RJ. Entre os fundadores estavam Bittencourt Sampaio, Antonio Luiz Sayão e o médium Frede-rico Júnior.1945 desencarna Frederico Augusto da Silva, um dos fundadores da Federação Espírita do Rio Grande do Sul.1952 desencarna Artur Lins de Vasconcelos Lopes

em São Paulo. Participou ativamente no “Pacto Áureo”, sendo um dos integrantes da “Caravana da Fraternidade”, que percorreu vários estados em prol da Unificação.

DIA 221882 é lançada a 1a. edição brasileira, em língua portuguesa, do livro “A Gênese”, de Allan Kardec.

DIA 231857 nasce Gabriel Delanne, considerado “o cien-tista da Codificação Espírita” escreveu: “A Alma é Imortal”, “O Espiritismo Perante a Ciência”, “A Evolução Anímica”, “O Fenômeno Espírita”, “A Reencarnação”.1876 é fundada a Sociedade de Estudos Espíri-tas Deus, Cristo e Caridade, sob inspiração de Ismael, guia espiritual do Brasil, visando à maior difusão doutrinária.

DIA 251856 toma conhecimento Allan Kardec, através de uma comunicação mediúnica, da existência do “Espírito de Verdade”, esteio da Codificação.1939 desencarna José Florentino de Sena, mais conhecido como José Petitinga. Jornalista, poeta e abolicionista, foi o 1º Presidente da União Es-pírita Baiana.

DIA 261964 desencarna Antonio Lima, tradutor das obras de Kardec. Seus livros: “A Caminho do Abismo”, “Estrada de Damasco”, “Senda de Espinhos”, “Vida de Jesus”.

DIA 271891 nasce Artur Lins de Vasconcelos Lopes em Teixeira, PB.

DIA 281905 nasce Dr. Francisco Klörs Werneck em Nite-rói; escritor e tradutor espírita; traduziu “Literatura de Além Túmulo” de Ernesto Bozzano e um dos fundadores da Liga espírita do Brasil.

DIA 291688 nasce Emmanuel Swedenborg na Suécia, polímata, médium, precursor do Espiritismo.1772 desencarna Emmanuel Swedenborg.

DIA 301969 desencarna Sebastião Lasneau, poeta, cego por glaucoma, um dos criadores da “Semana Es-pírita”.

DIA 311869 desencarna em Paris, França, Denizard Hy-polyte Léon Rivail, mais conhecido como Allan Kardec, o Codificador do Espiritismo. Eminente pedagogo, poliglota, escritor, tradutor e pesquisa-dor deu ao mundo o conhecimento científico da Doutrina Espírita, a sua filosofia e a base de todo um raciocínio religioso, comprovado na reencar-nação e evolução do Espírito.1870 é inaugurado em Paris, no cemitério “Père Lachaise”, o monumento funerário de estilo celta para receber os despojos de Allan Kardec e pos-teriormente de Gabi.1903 desencarna Antonio Luiz Sayão, escritor es-pírita.1968 é instalada a AMESP - Associação Médico--Espírita do Estado de São Paulo.

Calendário

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Informe-se através:E-mail: [email protected]: www.espiritismoeluz.org.brTel.: (11) 2758-6345Caixa Postal 42 – CEP 09910-970 – Diadema – SP

Clube do Livro Espírita “Joaquim Alves (Jô)”CHICO

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