20
AMMP PÁGINAS 8 E 9 Congresso Estadual discute o Novo Processo BÁRBARA PEIXOTO ASSOCIAÇÃO MINEIRA DO MINISTÉRIO PÚBLICO notícias ÓRGÃO INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO MINEIRA DO MINISTÉRIO PÚBLICO Biênio 2010/2012 - Maio de 2010 - Nº 25 PÁGINA 4 Membros do Ministério Público e da Magistratura mineira reuniram-se em 16 de abril, na sede da Associação Mineira do Ministério Público (AMMP), com a presi- dente da JUSPREV, Procuradora de Justiça Maria Tereza, para conhecerem o Planjus, Plano de Benefícios Previdenciários Juris, exclusivo e completo para os associados ou membros dos Instituido- res - associações do Ministério Público, de Magistrados, de Defensores Públicos e de Ad- vogados da União. A JUSPREV, que tem patrimônio de R$ 12 milhões, registrou, em dezem- bro passado, alto índice de por- tabilidade, somando mais de R$ 1 milhão em dois dias somente, a maior parte oriunda do Brasil Prev. A presidente destaca a importância de se disseminar a cultura previdenciária en- PÁGINA 3 Fusão da MPCRED e da COOPERMAGIS é concluída Em 1º de maio, as cooperativas de Crédito dos Integrantes do Ministério Público do Estado de Minas Gerais – MPCRED e dos Integrantes do Poder Judiciário do Estado de Minas Gerais - COOPERMAGIS fazem a integra- ção contábil, o que conclui o processo de fusão, celebrado em assembleia ge- ral no dia 27 de março. Com a união, quando passaram a atender pelo nome Cooperativa de Crédito dos Integrantes do Poder Judiciário e do Ministério Público do Estado de Mi- nas Gerais Ltda. – SICOOB JUS-MP. Patrimônio de R$ 12 milhões da JUSPREV mostra credibilidade Palestras, apresentação de teses, debates, conferência e ple- nária compõem o IX Congresso Estadual do Ministério Público de Minas Gerais, cujo tema é o Desafio do Novo Processo e o MP, e que será aberto na noite do dia 26 de maio pelo gover- nador Antonio Anastasia no Hotel Mercure, dirigido a Procuradores e Promotores de Justiça do Estado. No Congresso participarão lideranças do Ministério Público de todos os estados da Federação, representan- tes do Conselho Nacional de Procu- radores-Gerais de Justiça (CNPG), do Conselho Nacional de Correge- dores-Gerais do Ministério Público, da Associação Nacional do Ministé- rio Público (Conamp) e do Conse- lho Nacional do Ministério Público (CNMP). A festa de encerramento, no dia 28, será animada pelo grupo Monobloco, que comemora dez anos e foi o grande destaque entre os blocos que se apresentaram no último carnaval do Rio de Janeiro, empolgando com seu batuqe e a releitura de gran- des clássicos da MPB. As inscrições estão abertas. Luís Roberto Barroso: Processo Constitucional e Direitos Fun- damentais, Fredie Souza Didier Jr: Ações Coletivas Passivas, Alexandre A. F. Freitas Câma- ra: O Anteprojeto de Reforma do CPC e o Ministério Público, Eugenio Pacelli de Oliveira: A Prova Ilícita na Constituição da República e no Processo, Walter Fanganiello Maierovitch: Crime Organizado e Terrorismo. tre os integrantes das carreiras jurídicas, conscientizando-os sobre os benefícios que o plano traz para a manutenção e melhoria na qualidade de vida de seus beneficiários. Entre suas vantagens, estão a dedução no Imposto de Renda e a rentabilidade supe- rior a qualquer plano de previdência com- plementar aberta. DIVULGAÇÃO Belo Horizonte volta a sediar o congresso que reúne anaulmente os membros do MP

ÓRGÃO INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO MINEIRA DO … fileammp Págnas 8 e 9 Congresso Estadual discute o Novo processo Bár B ara Pexi o t o ASSOCIAÇÃO MINEIRA DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: ÓRGÃO INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO MINEIRA DO … fileammp Págnas 8 e 9 Congresso Estadual discute o Novo processo Bár B ara Pexi o t o ASSOCIAÇÃO MINEIRA DO MINISTÉRIO PÚBLICO

ammp

Páginas 8 e 9

Congresso Estadual discute o Novo processo

BárBara Peixoto

ASSOCIAÇÃO MINEIRADO MINISTÉRIO PÚBLICO

notíciasÓRGÃO INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO MINEIRA DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Biênio 2010/2012 - Maio de 2010 - Nº 25

Página 4

Membros do Ministério Público e da Magistratura mineira reuniram-se em 16 de abril, na sede da Associação Mineira do Ministério Público (AMMP), com a presi-dente da JUSPREV, Procuradora de Justiça Maria Tereza, para conhecerem o Planjus, Plano de Benefícios Previdenciários Juris, exclusivo e completo para os associados ou membros dos Instituido-res - associações do Ministério Público, de Magistrados, de Defensores Públicos e de Ad-vogados da União. A JUSPREV, que tem patrimônio de R$ 12 milhões, registrou, em dezem-bro passado, alto índice de por-tabilidade, somando mais de R$ 1 milhão em dois dias somente, a maior parte oriunda do Brasil Prev. A presidente destaca a importância de se disseminar a cultura previdenciária en-

Página 3

Fusão da MPCRED e da

COOPERMAGISé concluída

Em 1º de maio, as cooperativas de Crédito dos Integrantes do Ministério Público do Estado de Minas Gerais – MPCRED e dos Integrantes do Poder Judiciário do Estado de Minas Gerais - COOPERMAGIS fazem a integra-ção contábil, o que conclui o processo de fusão, celebrado em assembleia ge-ral no dia 27 de março. Com a união, quando passaram a atender pelo nome Cooperativa de Crédito dos Integrantes do Poder Judiciário e do Ministério Público do Estado de Mi-nas Gerais Ltda. – SICOOB JUS-MP.

Patrimônio de R$ 12 milhões da JuSPREv mostra credibilidade

Palestras, apresentação de teses, debates, conferência e ple-nária compõem o IX Congresso Estadual do Ministério Público de Minas Gerais, cujo tema é o Desafio do Novo Processo e o MP, e que será aberto na noite do dia 26 de maio pelo gover-nador Antonio Anastasia no Hotel Mercure, dirigido a Procuradores e Promotores de Justiça do Estado. No Congresso participarão lideranças do Ministério Público de todos os estados da Federação, representan-tes do Conselho Nacional de Procu-radores-Gerais de Justiça (CNPG), do Conselho Nacional de Correge-dores-Gerais do Ministério Público, da Associação Nacional do Ministé-rio Público (Conamp) e do Conse-lho Nacional do Ministério Público (CNMP). A festa de encerramento, no dia 28, será animada pelo grupo Monobloco, que comemora dez anos e foi o grande destaque entre os blocos que se apresentaram no último carnaval do Rio de Janeiro, empolgando com seu batuqe e a releitura de gran-des clássicos da MPB. As inscrições estão abertas.

Luís Roberto Barroso: Processo Constitucional e Direitos Fun-damentais, Fredie Souza Didier Jr: Ações Coletivas Passivas, Alexandre A. F. Freitas Câma-ra: O Anteprojeto de Reforma do CPC e o Ministério Público, Eugenio Pacelli de Oliveira: A Prova Ilícita na Constituição da República e no Processo, Walter Fanganiello Maierovitch: Crime Organizado e Terrorismo.

tre os integrantes das carreiras jurídicas, conscientizando-os sobre os benefícios que o plano traz para a manutenção e melhoria na qualidade de vida de seus beneficiários. Entre suas vantagens, estão a dedução no Imposto de Renda e a rentabilidade supe-rior a qualquer plano de previdência com-plementar aberta.

Divulgação

Belo Horizonte volta a sediar o congresso que reúne anaulmente os membros do MP

Page 2: ÓRGÃO INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO MINEIRA DO … fileammp Págnas 8 e 9 Congresso Estadual discute o Novo processo Bár B ara Pexi o t o ASSOCIAÇÃO MINEIRA DO MINISTÉRIO PÚBLICO

2 ammpnotíciasASSOCIAÇÃO MINEIRA

DO MINISTÉRIO PÚBLICO

ASSOCIAÇÃO MINEIRADO MINISTÉRIO PÚBLICO

Rua Timbiras, 2928 Barro Preto30140-062

Belo Horizonte/[email protected]

www.ammp.org.br

O AMMP Notícias é uma publicação da

Associação Mineira do Ministério Público

PresidenteRômulo de Carvalho

Ferraz 1º vice-presidente:Regina Rodrigues

Costa Belgo2º vice-presidente

Érika de Fátima Matozinhos Ribeiro

Lisboa 3º vice-presidente

José Silvério Perdigão de Oliveira

4º vice-presidenteGilberto Osório Resende 1º diretor administrativo

Selma Maria Ribeiro Araújo

2º diretor administrativoShirley Fenzi Bertão1º diretor financeiro

João Medeiros Silva Neto2º diretor financeiroMarcelo de Oliveira

Milagres

Responsáveis pela ediçãoJornalista responsável

Ofélia L. P. Bhering (MG 2.289 JP)

RepórterFelipe Jávare (mTB 12046/MGTiragem

EstagiáriaBárbara PeixotoDiagramação

Edições Geraes Ltda.1.500 exemplares

Rômulo FeRRazPalavra do Presidente /

geo

rgia Ba

çvaro

ff

agradecimento /

Nova oportunidade de expressão se apresenta aos aposentados através da AMMP Notícias. Este espaço que hoje, honrosamente ocupo, nos é oferecido por nossa Associação para manifestação de nossos anseios, reivindicações, desabafos, contatos abertos e direitos com colegas, com a Procuradoria, com a própria AMMP.

Isso é mais uma atenção, uma delicadeza, uma abertura desta nossa casa, sempre preocupada em atender da melhor forma os seus associados.

Como primeira inativa a mani-festar, minha fala é de agradecimento pelo carinho que sempre recebemos da direção e de toda a AMMP.

Na verdade, nós aposentados, muitas vezes nos sentimos sós, ca-rentes, um pouco marginalizados. Tantos anos no convívio profissional e, de repente, nos afastamos. A famí-lia é de suma e primordial importân-

cia, mas o trabalho é complemento indispensável. O corte do seu víncu-lo demanda preparo psicológico.

Importante é lembrar que a vida é temporalmente limitada, e dentro desse tempo há fases e fases. Viver cada uma delas, com responsabilida-de, serenidade e aceitação é demons-tração de sabedoria.

Assim, só tenho a desejar que

todos os colegas aposentados se en-contrem na nova situação de vida com a maravilhosa tranquilidade do dever cumprido, e com o espírito aberto para novos e interessantes de-safios. Quem sabe, como ocorre com alguns veteranos brilhantes, brindar os atuantes do Ministério Público, com legados dos conhecimentos e experiências adquiridas e acumula-das ao longo da profissão?

É hora também de recompensar com presença e aconchego a família, curtir os amigos!

Que nossa Associação, tão pre-sente e companheira, nos proporcio-ne zelo por nossos interesses, opor-tunidades fre quentes de informação, contatos e convivência.

Reuniões sociais, culturais e pas-seios serão sempre bem-vindos.

*Promotora de Justiça aposentada

Oportunidade e delicadezamaRlene maRia almeida FeRnandes (*)

No transcurso do mês de abril, tem destaque o acompanha-mento da tramitação do Projeto de Lei 265/07, a denominada Lei Maluf, que demandou a realização pelas en-tidades representativas do Ministé-rio Público de atos públicos em todo o país, que contaram com o amplo apoio dos veículos de comunica-ção e da sociedade. A proposição legislativa que tramitava em regime de urgência, com requerimento de vários líderes partidários, agora teve sua tramitação sobrestada. Contudo, devemos manter a necessária vigi-lância quanto à tentativa de eventual retomada da tramitação daquela proposta. Os principais aconteci-mentos verificados junto ao CNMP,

Congresso Nacional e tribunais superiores, de idêntica forma, estão assinalados nesta edição. No âmbito de nosso Estado, este informativo enfatiza a continuidade de inicia-tivas institucionais e culturais da AMMP, como a realização do debate em torno da matéria previdenciária de grande interesse dos associados e dos preparativos para a realização do IX Congresso Estadual do Minis-tério Público em Belo Horizonte, de 26 a 28 de maio. Faltando um mês para seu início, o evento já conta com mais de 100 associados inscri-tos. Renovo a todos os associados o chamamento para participação no conclave que, além de possibilitar nosso aperfeiçoamento cultural e o

debate das relevantes matérias de interesse da instituição, será uma oportunidade ímpar para a realiza-ção do necessário congraçamento da classe.

Estamos alerta!

ANUNCIO

PeDro Henrique

Page 3: ÓRGÃO INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO MINEIRA DO … fileammp Págnas 8 e 9 Congresso Estadual discute o Novo processo Bár B ara Pexi o t o ASSOCIAÇÃO MINEIRA DO MINISTÉRIO PÚBLICO

ammpnotícias 3 ASSOCIAÇÃO MINEIRA

DO MINISTÉRIO PÚBLICO

“Direitos Fundamentais” é o tema de abertura do IX Congresso Estadual do Ministério Público

A festa de encerramento será no dia 28, às 22 horas, no Hard Rock Café, com show do grupo Monobloco, que está comemo-rando dez anos de existência. Grande destaque dentre os blocos que se apresentaram no último carnaval do Rio de Janeiro, o Mo-nobloco foi idealizado em 2000 pelos integrantes da banda Pedro Luís e a Parede (PLAP) e tem como característica marcante o batuque, a forte estrutura rítmi-ca e percussiva, trabalhada com

“Processo Constitucional e Direitos Fundamentais” é o tema da palestra do professor Luís Roberto Barroso, doutor em Direito pela Uni-versidade Estadual do Rio de Janeiro –Uerj e MBA da Fundação Getúlio Vargas, que vai inaugurar os traba-lhos do IX Congresso Estadual do Ministério Público de Minas Gerais na noite do dia 26 de maio. A soleni-dade de abertura será presidida pelo governador Antonio Anastasia.

No dia 27, depois do credencia-mento, haverá apresentação simulta-nea de teses em duas salas. À tarde, o professor Fredie Souza Didier Jr, mestre, doutor e pós-doutor pela Universidade de Coimbra, fará sua explanação sobre “Ações Coletivas Passivas”. Em seguida, será a vez do desembargador do Tribunal de Justi-ça do Rio de Janeiro, o processualista Alexandre Antônio Franco Freitas Câmara, que fará palestra sobre “O Anteprojeto de Reforma do CPC e o

Reunião de trabalhoNo dia 18 de maio, Passos, no Sudoeste do

Estado, receberá a Agenda Cultural, com reu-nião de trabalho com associados e a Diretoria da AMMP, às 17 horas. O delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz fará palestra, às 19 horas, sobre “Corrupção no Brasil e Gestão Pú-blica”, no Salão da Câmara Municipal, Avenida Perimetral, 151 – Coimbrãs.

A Associação Mineira do Minis-tério Público (AMMP) promove, no dia 5 de maio, a segunda edição da Agenda Cultural, desta vez na Fa-culdade de Direito do Sul de Minas, em Pouso Alegre, no Sul do Estado. A primeira foi realizada em Juiz de Fora no dia 18 de março.

O evento terá início às 17 horas, com reunião de trabalho entre a Di-

Ministério Público”. Às 17h30, será realizado painel com a presença dos membros do Conselho Nacio-nal do Ministério Público (CNMP) Cláudio Barros, Sandro Neis e Taís Schilling Ferraz.

Na manhã do dia 28, depois da apresentação de teses em salas si-multâneas, será promovida a pales-tra “A Prova Ilícita na Constituição da República e no Processo”, pelo mestre e doutor Eugenio Pacelli de Oliveira. Pacelli é relator-geral da Comissão de Juristas responsável pelo projeto de lei do Novo Código de Processo Penal.

À tarde, após a apresentação de teses e a Plenária Final, será re-alizada a conferência de encerra-mento sobre “Crime Organizado e Terrorismo” pelo desembargador do Tribunal de Justiça de São Pau-lo Walter Fanganiello Maierovitch, ex-secretário nacional Antidrogas, presidente e fundador do Instituto

Brasileiro Giovanni Falcone de Ci-ências Criminais e conselheiro da Associação Brasileira dos Constitu-cionalistas – Instituto Pimenta Bueno da Universidade de São Paulo (USP).

A Comissão Organizadora destaca a importância da efetiva participação dos colegas, sobretudo, para apresen-tação de teses.

Pedro Luís apresenta eclético repertório

InscriçõesAs inscrições vão até 15 de maio ao preço de R$ 350

para associados e R$ 450 para não-associados. Depois dessa data, no local, a inscrição será de R$ 450 para as-sociados e R$ 500 para não-associados. Acompanhante paga R$100 até 15 de maio e R$150 no local.

O congresso é dirigido a Procuradores e Promotores de Justiça do Estado de Minas Gerais e contará com a participação das lideranças do Ministério Público de to-dos os estados da Federação, representantes do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais de Justiça (CNPG), do Conselho Nacional de Corregedores-Gerais do Ministé-rio Público, da Associação Nacional do Ministério Pú-blico (Conamp) e do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

os tradicionais instrumentos das escolas de samba (surdo, caixa, re-pique, tamborim, agogô, chocalho e cuíca), na releitura de grandes clás-sicos da música popular brasileira, além de marchinhas tradicionais de carnaval. O eclético repertório é de altíssima qualidade, reunindo Jorge Ben, Raul Seixas, Tim Maia, Luiz Gonzaga, Alceu Valença, O Rappa, Zé Ramalho, Dorival Caymmi, Car-tola, Os Paralamas do Sucesso, Lulu Santos, João Nogueira, Sérgio Sam-paio, Jorge Aragão, entre outros.

AMMP promove Agenda Cultural em Pouso Alegre e Passos

retoria da AMMP e os Promotores da Seção Regional de Pouso Alegre. Às 19 horas, o doutor e mestre em Direito Civil pela PUC SP, Procura-dor de Justiça do MPMG e profes-sor de Direito Civil do Curso Prae-torium Nelson Rosenvald, autor de várias obras jurídicas, fará palestra sobre “Responsabilidade Civil pelo Abuso do Direito”.

anima a festa de encerramento

Divulgação

Page 4: ÓRGÃO INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO MINEIRA DO … fileammp Págnas 8 e 9 Congresso Estadual discute o Novo processo Bár B ara Pexi o t o ASSOCIAÇÃO MINEIRA DO MINISTÉRIO PÚBLICO

4 ammpnotíciasASSOCIAÇÃO MINEIRA

DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Tendência mundial, a fusão era sonho desde a fundação das duas cooperativas, informa o Procura-dor de Justiça Joaquim Dourado, que era presidente da MPCRED há um ano e é presidente agora da SICOOB JUS-MP.

A identidade de valores e a vi-são convergente de futuro foram determinantes para a reorganiza-ção societária, depois de meses de negociação, aceleradas no início deste ano, complementa Dourado.

“A avaliação da fusão é muito positiva”, enfatiza o presidente, já que “maior e mais robusta, com aumento dos ativos, mais pontos de atendimento e carteira maior de serviços, a SICOOB JUS-MP ganha poder de escala, com a redução de custos, taxas de aplicação maiores e juros menores em financiamentos. A fusão da MPCRED e da COO-PERMAGIS dá também mais soli-dez ao mercado de cooperativas.

Na Europa, são muitos os paí-ses em que até 80% do crédito pes-soal são administrados pelas coo-perativas de crédito. No Brasil, o cooperativismo está em franca ex-pansão, com tendência irreversível de crescimento e fortalecimento.

vantagensO que mais se divulga é que

cooperativas oferecem excelência de serviços, que são diferenciados e vantajosos para seus cooperados. Além da robustez da nova marca SICOOB JUS-MP, a fusão permi-tirá redução de custos com maior poder de escala, aumento do valor do ativo da nova Cooperativa, com a soma dos patrimônios; possibili-dade de maior crescimento da nova cooperativa; ampliação da rede de atendimento (dois Postos de Aten-dimento Cooperativo - PACs e qua-tro equipamentos de auto-atendi-mento - ATMs ); aumento do valor do empréstimo por cooperado (até R$1.250 mil); ampliação da oferta de produtos e serviços (financia-mento de veículos, antecipação de URV, 13º e devolução de IR, segu-ros em geral, previdência privada, caderneta de poupança etc.); maior opção na carteira de empréstimos e financiamento (diversas modalida-des); redução da taxa de juros nos empréstimos e financiamentos; pre-servação dos funcionários, já que não se prevê demissão por causa da união da cooperativas; partici-pação efetiva dos magistrados e dos membros do Ministério Público nos

órgãos da administração superior da nova Cooperativa (Assembleia de De-legados, Conselho de Administração, Diretoria Executiva e Conselho Fiscal); preservação da identidade das antigas cooperativas (PAC MPCRED e PAC Coopermagis), além do nome da nova cooperativa - Cooperativa de Crédito dos Integrantes do Poder Judiciário e do Ministério Público do Estado de Minas Gerais Ltda.

CooperativasInaugurada em 21 de janeiro de

2000, com atuação em todo o Estado, a MPCRED se consolidou graças à perseverança de 43 sócio-fundadores. Seu primeiro diretor-presidente foi To-máz de Aquino Rezende. Até a fusão, tinha 1.500 cooperados, entre servido-res e membros do Ministério Público (Promotores e Procuradores de Justiça).

Com 30 sócios fundadores e capi-tal inicial de R$ 15 mil, a COOPER-MAGIS foi autorizada a funcionar pelo Banco Central em 11 de outubro de 2001. Convênio firmado com os tribunais de Justiça de Minas Ge-rais, de Alçada, de Justiça Militar e Regional Eleitoral autorizaram des-contos em folha dos 650 cooperados, membros do Poder Judiciário mineiro (Juízes de Direito e Desembargadores do Tribunal de Justiça) e teve papel re-levante na consolidação das condições favoráveis a seu funcionamento.

CooperativismoBaseada em princípios de igualda-

de e solidariedade, o cooperativismo é uma doutrina cultural e socioeco-nômica que se dá partir da união de pessoas com interesses econômicos e sociais comuns para proporcionar desenvolvimento social aos membros que dela participam, através da ajuda mútua e da cooperação.

A gestão mais democrática e o fato de não ter fins lucrativos é o que diferencia a cooperativa de crédito das outras instituições financeiras. Por se-rem, ao mesmo tempo, proprietários e usuários do seu próprio negócio, os cooperados participam das decisões da cooperativa, por meio das assembleias gerais. A cooperativa de crédito oferece, além de priorizar melhor rentabilidade nas aplicações, condições de crédito compatíveis com as necessidades dos seus membros, em termos de taxas, vo-lume e condições de pagamento.

As cooperativas de crédito são regulamentadas e fiscalizadas pelo Banco Central do Brasil e integram o Sistema Financeiro Nacional, sendo vinculadas às normas que o regem.

Joaquim Dourado: identidade de valores e visão convergente de futuro

Div

ulg

açã

o

Integração contábil da mpCRED e da COOpERmaGIS acontece em maio

As cooperativas de Crédito dos Integrantes do Ministério Público do Estado de Minas Gerais – MPCRED e dos Integrantes do Poder Judiciário do Estado de Minas Gerais - COOPER-MAGIS agora são uma só e atendem pelo nome Cooperativa de Crédito dos Integrantes do Poder Judiciário e do Ministério Público do Estado de Minas Gerais Ltda. – SICOOB JUS-MP. A integração contábil e operacional acontece no dia 1º de maio, quando efetivamente se concretiza a fusão das duas entidades.

A união das cooperativas ocor-reu em assembleia geral no dia 27 de março, no auditório da Associa-ção Mineira do Ministério Público (AMMP). Além da deliberação sobre o processo de aglutinação das duas cooperativas, foram apreciadas a pro-posta de reforma integral do Estatuto Social da nova Cooperativa, inclusive com a mudança da denominação social, eleição de cinco membros para recom-posição do Conselho de Administração, bem como dos membros do Conselho Fiscal.

Após a recompo-sição, o Conselho de Administração da Cooperativa SICOOB JUS-MP ficou assim cons-tituído:

Joaquim Ro-cha Dourado - Di-retor-Presidente;

Geraldo Dácio de Souza - Diretor Vice-Presidente; Amando Prates - Diretor Administrativo; João Batista Vi-laça de Abreu - Diretor Financeiro; Luiz Beltrão dos Santos - Diretor Comercial; Antônio de Pádua Pontes; Antônio José Leal; Flodesmidt Riani; Jairo Cruz Moreira; Marcos Viola de Carvalho; Rafael Andrade; Roselene Tavares Chein; Tibagy Salles Oliveira; Tomáz de Aquino Resende.

Para o Conselho Fiscal, foram eleitos os seguintes coo-perados como conselheiros efetivos: Joaquim Cabral Net-to; Ricardo Tadeu Dias Andrade e José Antero Monteiro Filho. Como conselheiros suplentes foram eleitos: Luiz Flávio Cardoso de Oliveira; Beatriz Marília Santos Duarte Lana e Ronildo Adriano Soares.

Page 5: ÓRGÃO INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO MINEIRA DO … fileammp Págnas 8 e 9 Congresso Estadual discute o Novo processo Bár B ara Pexi o t o ASSOCIAÇÃO MINEIRA DO MINISTÉRIO PÚBLICO

ammpnotícias 5 ASSOCIAÇÃO MINEIRA

DO MINISTÉRIO PÚBLICO

O Procurador de Justiça Evandro Manoel Senra Delgado e os Promotores Andrea Mismotto Ca-relli, Antônio Henrique Franco Lo-pes, Flávio Alexandre Corrêa Maciel, Leonardo Duque Barbabela, Marcos Paulo de Souza Miranda, Maria El-mira Evangelina do Amaral Dick, Paulo de Tarso Morais Filho rece-beram a Medalha da Inconfidência em 21 de abril, em Ouro Preto, que, neste ano, celebrou o centenário do ex-presidente Tancredo Neves. A cerimônia, presidida pelo governa-dor Antonio Anastasia, teve como oradora oficial a ministra do Supre-mo Tribunal Federal Carmen Lúcia Antunes Rocha.

Duzentos e setenta e nove per-sonalidades que contribuíram para o desenvolvimento do Estado e do país foram homenageadas.

A Medalha da Inconfidência é a maior comenda concedida pelo Estado, entregue desde 1952, com três designações: Grande Medalha, Medalha de Honra e Medalha da In-confidência. Além do Grande Colar concedido a chefes de Estado.

O MPMG integra o Conse-lho Permanente da Medalha da Inconfidência, representado pelo procurador-geral de Justiça, Alceu José Torres Marques desde 2007. Também participam do Conselho a Assembleia Legislativa, o Tribunal de Justiça, as polícias Civil e Militar, universidades e outras instituições.

membros do mp recebem medalha da Inconfidência

Também receberam a Medalha de Honra, por indicação da Procu-radoria-Geral de Justiça o ex-presi-dente da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público, Promotor de Justiça em São Paulo José Carlos Cosenzo; o presidente da Associação do Ministério Pú-

A Medalha da Inconfidência é entregue anualmente a personalidades que contribuem para o desenvolvimento de Minas

lúcia SeBe/Secom

Homenagem

blico do Pará, Promotor de Justiça César Bechara Nader; o procurador da República em Minas Gerais, José Jairo Gomes; e o músico Dorival To-estes Caymmi. A subprocuradora-geral da República Cláudia Sampaio Marques também recebeu a home-nagem.

A Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp) realizou em 30 de abril, a solenidade festiva de posse dos novos membros da Diretoria e do Conselho Fiscal. O evento aconteceu em Belém (PA). Minas Gerais está re-presentado no Conselho pelo presidente da Associação Mineira do Ministério Público (AMMP), Rômulo de Carvalho Ferraz, como diretor da Região Sudeste,

Conamp promove posse solenee pelo 3º vice-presidente da AMMP, José Sil-vério Perdigão de Oliveira, como secretário do Conselho Fiscal.

Diálogo

O presidente da Conamp, César Mattar Jr., assumiu o cargo no dia 17 de março, em assembleia geral realizada em Brasília. Foi eleito por unanimidade pelo Conselho Deliberativo da Conamp. Segundo ele, o

principal objetivo desta gestão é estabe-lecer um canal permanente de diálogo com parlamentares, magistrados e lide-ranças ministeriais brasileiras. “Nossa gestão quer manter o diálogo interins-titucional, com ênfase à necessidade de valorização do Legislativo como o mais legítimo fórum nacional de debates das grandes questões nacionais, estaduais e municipais”, destaca.

Page 6: ÓRGÃO INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO MINEIRA DO … fileammp Págnas 8 e 9 Congresso Estadual discute o Novo processo Bár B ara Pexi o t o ASSOCIAÇÃO MINEIRA DO MINISTÉRIO PÚBLICO

6 ammpnotíciasASSOCIAÇÃO MINEIRA

DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Neta do coronel Júlio César Tavares Paes (1863-1906), advogado, deputado estadual e membro atuante do Partido Republicano Mineiro, - contemporâneo e colega de Bernardo Monteiro e amigo de Afonso Pena, Silviano Brandão, Wenceslau Brás e Delfim Moreira.

Seu avô era um homem à frente de seu tempo, com percuciente vi-são do futuro. Pouco antes de mor-rer, ele recomendou à sua mulher – Gabriela Gomes Dias, através de um bilhete:

“Gabriela, cuide bem da educação das meninas, por-que, num futuro próximo, a mulher terá que trabalhar fora de casa.”

Filha de Francisco Idel-fonso Dias e Gardência Tava-res Paes (esta, filha do coronel Júlio César), Iracema Tavares Dias Nardi veio de uma família de educadoras do Sul de Minas Gerais. Suas irmãs fundaram, na cidade de Guaranésia, o “Externato Imaculada”, escola

precursora da educação das crianças na região.

Fez seus primeiros estudos em Guaranésia e Muzambinho e, numa época em que o curso superior ainda não assinalava a presença regular de mulheres em seu meio, ela bachare-lou-se em Direito pela Faculdade de Direito de São Paulo, em 5 de janeiro de 1934.

Pouco mais de um ano depois, em 23 de maio de 1935, foi nomeada Promotora de Justiça de Guaranésia.

Casou-se em 1937 com Mário Nardi, advindo de seu casamento os filhos Mário Nardi Filho, Aloísio Ta-vares Dias Nardi e Antônio Tavares Dias Nardi.

A educação de seus filhos foi feita inicialmente na cidade de São Paulo, com sacrifícios, em uma

a primeira promotora de Justiça da américa Latina

época em que os vencimentos do Ministério Público eram acanhados o bastante para mantê-los fora de casa. Dessa forma, com a morte de seu marido em 1951, e precisando dar-lhes ensino superior, veio para Belo Horizonte no Governo de Clóvis Salgado, em 25 de fevereiro de 1956.

Designada para atuar no Jui-zado de Menores da Capital, ela teve uma atuação que foi além de suas atividades funcionais. Numa época em que as dependências do Ministério Público naquele Juizado eram as mais precárias, sua casa, não raro, era local em que recebia aqueles que dela precisavam, e aos quais nunca faltou com sua presen-ça e atuação.

Um de seus filhos, Mário Nardi, terminou por ingressar no quadro administrativo do Ministério de Minas Gerais, onde terminou exer-cendo a função de secretário-geral do Conselho Superior do Ministé-rio Público. Mais tarde, ingressou por concurso na carreira da ins-tituição (31.10.1978), tendo sido Promotor de Justiça nas comarcas de Presidente Olegário, Esmeral-das, Bom Sucesso, Divinópolis e Belo Horizonte. Em setembro de 1987, ele foi promovido a Procu-rador de Justiça. Aposentou-se em maio de 1991 e faleceu em 15 de março de 2004.

Em 11 de setembro de 2008, em Sessão Solene do Colégio de Procuradores de Justiça de Minas Gerais, na oportunidade em que o governador do Estado Aécio Neves recebeu o Grande Colar do Minis-tério Público, a ela foi outorgada a Comenda do Ministério Público de Minas Gerais pelos relevantes serviços prestados à Instituição ao longo de sua vida.

Muitos, ainda hoje, não se aperceberam o que significou a no-meação de Iracema Tavares Nardi, na década dos anos 30, do século passado, no Ministério Público de Minas Gerais. Com o ato de sua nomeação para Promotora de

Justiça da Comarca de Guaranésia, abriram-se às mulheres em nosso país as portas de uma Instituição que, durante toda época colonial do Brasil, bem como durante todo o transcurso de sua independência política, era exercida unicamente por homens.

A partir dela começaram as no-meações de outras mulheres no Mi-nistério Público em outros estados da Federação como, por exemplo: Maria da Conceição Amorim Mota no Maranhão (3/julho/1935); So-phia Galamnternick, no Rio Grande do Sul (30/junho/1938) e Zuleika Sucupira Krmnwerhy, em São Paulo (1º/agosto/1946).

Hoje, as mulheres ocupam não apenas cargos de execução no Mi-nistério Público. Elas foram muito além, como Procuradoras-Gerais, corregedoras-gerais ou ouvidoras-gerais do Ministério Público de vá-rios estados da Federação; como inte-grantes da 2ª Instância do Ministério Público Estadual e Federal; como in-tegrantes do Conselho Nacional do Ministério Público e do Conselho da Nacional da Magistratura.

Registrar a história de uma Instituição, partindo daqueles que a fizeram, regenera, reestrutura internamente, dá estímulo à atua-ção de novas gerações e sentido da exata medida de um tempo e de uma obra. A AMMP tem orgulho, respeito e gratidão pela passagem da Dra. Iracema Tavares Dias Nardi nos seus quadros. Por essa razão em 1982 deu seu nome à Biblioteca.

Com sua morte, o Ministério Público de Minas Gerais não perde apenas uma de suas ilustres inte-grantes, mas aquela que abriu o caminho de nossa Instituição para brilhantes mulheres que hoje o in-tegram pelo Brasil em fora. Com esse registro, estamos certos de estarmos homenageando um dos respeitáveis membros da história do Ministério Público do Brasil e da América Latina.

Joaquim Cabral netto

Homenagem

Faleceu dia 22 de abril de 2010 a Dra. Iracema Dias Tavares Nardi, Promotora de Justiça de Minas Gerais.

“Registrar a história de uma Instituição, partindo daqueles que a fizeram, regenera, reestrutura internamente, dá estímulo à atuação de novas gerações e sentido da exata medida de um tempo e de uma obra”

Page 7: ÓRGÃO INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO MINEIRA DO … fileammp Págnas 8 e 9 Congresso Estadual discute o Novo processo Bár B ara Pexi o t o ASSOCIAÇÃO MINEIRA DO MINISTÉRIO PÚBLICO

ammpnotícias 7 ASSOCIAÇÃO MINEIRA

DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Página 7 - Caso Corolla - irá amanhã (já entrevistei dr. Amauri)

BárBara Peixoto

Page 8: ÓRGÃO INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO MINEIRA DO … fileammp Págnas 8 e 9 Congresso Estadual discute o Novo processo Bár B ara Pexi o t o ASSOCIAÇÃO MINEIRA DO MINISTÉRIO PÚBLICO

8 ammpnotíciasASSOCIAÇÃO MINEIRA

DO MINISTÉRIO PÚBLICO

patrimônio da JUSpREV passa de R$ 12 milhões

O que é Previdência complementar fechada? É um plano de previdência facultativo,

patrocinado por uma empresa para seus em-pregados, ou instituído por uma entidade de classe para seus associados, visando instituir benefícios previdenciários complementares ao regime geral de previdência. As regras gerais que orientam os planos instituídos de previdência complementar são as mesmas dos fundos de pensão patrocinados e tradi-cionais, sujeitas, no entanto, a regras especí-ficas. Os planos são constituídos na modali-dade de contribuição definida; o patrimônio do plano é independente do patrimônio do instituidor; devem contar com gestão rigoro-samente profissional.

Quais as principais vantagens da previ-dência complementar fechada? As Entidades Fechadas de Previdência

A JUSPREV – Pre-vidência Associativa do Ministério Público e da Justiça Brasileira fechou 2009 com patrimônio su-perior a R$ 10 milhões, “o que superou muito nossa expectativa, que era chegar a R$ 5 milhões”. A informação é da presiden-te Maria Tereza Uille Go-mes, que apresentou, em 16 de abril, a membros do Ministério Público e

da Magistratura mineira, na sede da Associação Mineira do Ministério Público (AMMP), o Planjus – Plano de Benefícios Previdenciários Juris, exclusivo e completo para os asso-ciados ou membros dos instituidores - associações do Ministério Público, de Magistrados, de Defensores Públi-cos e de Advogados da União. Con-forme o estatuto de cada associação, podem participar familiares e afins.

Segundo a Procuradora Maria Tereza, que é uma das fundadoras do JUSPREV, em Curitiba, no Paraná, foi registrado, em dezembro passa-do, alto índice de portabilidade, so-

Maria Tereza: “JuSPREv é uma rede de proteção para minimizar os riscos do futuro”

mando mais de R$ 1 milhão em dois dias somente, a maior parte oriunda do Brasil Prev. “O patrimônio de R$ 12 milhões reflete a credibilidade do nosso produto”, disse.

Maria Tereza fala da importância de se disseminar a cultura previden-ciária entre os integrantes das carrei-ras jurídicas, conscientizando-os sobre os benefícios que o plano traz para a manutenção e melhoria na qualidade de vida de seus beneficiários, além de ser relevante cooperação para serem atingidos os objetivos e me-tas de desenvolvimento do milênio adotados pela Organização das Nações Unidas (ONU), ao oferecer a opção de beneficiar uma criança carente. Nessa opção, a JUSPREV é pioneira no Brasil.

PlanjusA JUSPREV é uma modalidade

de previdência associativa que ofe-rece a seus mais de 1.400 participan-tes o Planjus, com quatro produtos: rendas mensais programada, por invalidez, por morte e educacional. Podem participar ativos e inativos e tem sido grande a procura de pro-

motores em atividade atingidos pela Reforma do Judiciário, que alterou as normas da aposentadoria de seus membros. “Hoje vislumbra-se um cenário de incertezas quanto ao fu-turo”, justifica ela, para quem o JUS-PREV é uma “rede de proteção para minimizar os riscos do futuro”.

Entre as vantagens da JUSPREV estão a dedução no Imposto de Renda e a rentabilidade superior a qualquer plano de previdência complementar aberta, por não ter fins lucrativos. Foi fundado a partir da simbiose e si-nergia de forças de 45 associações de classe do Ministério Público e da Jus-tiça brasileira, denominadas Associa-ções Instituidoras Fundadoras, sem aporte de recursos públicos. Segundo Maria Tereza, é grande seu potencial de desenvolvimento e adesão de no-vas associações congêneres.

A JUSPREV não oferece risco atuarial para o associado, garante Maria Tereza, tendo cada um conta individual, com extrato disponível 24 horas em seu site (www.jusprev.com.br) e, em caso de invalidez ou óbito do associado, seguro contratado é que quita o Plano.

Dúvidas mais frequentesComplementar (EFPC) não têm fins lucrati-vos, sendo que toda a rentabilidade da apli-cação dos recursos financeiros é repassada aos participantes. Além dessa vantagem, destacam-se os menores custos de admi-nistração, os incentivos fiscais aos partici-pantes e a participação direta dos mesmos em sua gestão.

O que é a JUSPREV? É o fundo de pensão (EFPC) multi-

instituído por associações do Ministé-rio Público e da Justiça, sob a forma de Fundação, sem fins lucrativos, que visa instituir, administrar e executar planos de benefícios previdenciários e promover o bem-estar social dos participantes e bene-ficiários.

A Previdência associativa oferecida pela JUSPREV não é a previdência com-plementar do servidor público, esta regida

pelo pelo artigo 40, §§14 a 16 da CF de 1988 e pela Lei Complementar nº 108/01. Uma vez instituída, é gerida pelo Estado [1] Já a Previ-dência associativa teve seu marco regulatório com a publicação da Emenda Constitucional 20/98. Nos termos do artigo 31, §1º, da LC nº 109/2001 pode instituir-se sob a forma de sociedade civil, sem fins lucrativos.

Que tipos de benefícios previdenciários a JUSPREV oferecerá? O plano proporcionará benefícios previ-

denciários programados e de risco.São benefícios programados os previsí-

veis, como por exemplo a aposentadoria por idade. Os benefícios de risco são aqueles em que não se sabe quais participantes ou bene-ficiários irão requerê-los, nem em que tem-po. Exemplo são aposentadoria por invalidez e pensão por morte. A contratação desses benefícios é facultativa.

BárB

ara

Pei

xoto

Page 9: ÓRGÃO INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO MINEIRA DO … fileammp Págnas 8 e 9 Congresso Estadual discute o Novo processo Bár B ara Pexi o t o ASSOCIAÇÃO MINEIRA DO MINISTÉRIO PÚBLICO

ammpnotícias 9 ASSOCIAÇÃO MINEIRA

DO MINISTÉRIO PÚBLICO

I. segmento de renda fixa; II. segmento de renda variável;III. segmento de imóveis;IV. segmento de empréstimos e finan-ciamentos[5];

Observação: Os recursos aplicados nas car-teiras de qualquer um dos quatro segmentos estão sujeitos a critérios e percentuais máxi-mos, previamente estabelecidos no anexo à Resolução n.º 3.456, não existindo liberali-dade da entidade para definir esses percen-tuais. Cabe à entidade JUSPREV definir sua própria “política de investimentos”, de acor-do com os critérios legais e regulamentares, e esse é o documento mais importante para nortear os atos de administração e execução dos planos de benefícios previdenciários.

A política de investimentos e o regulamen-to do fundo estão disponíveis aos participantes do plano no site. No caso da JUSPREV, a po-lítica de investimentos é conservadora e está centrada na criação de um fundo, pelo Credit Suisse Hedging - Griffo (CSHG) no segmento de renda fixa, com baixo risco de crédito e ren-tabilidade competitiva no mercado[6].”

Além dos associados titulares, o plano pode ser oferecido a familiares?Desde que previsto no estatuto dos insti-

tuidores, é possível que cônjuge e descenden-tes participem do Plano. Para isso, devem ser admitidos no quadro dos instituidores como associados (para fins previdenciários).

A quem interessa contratar o Planjus?A todos os ativos e inativos, como forma

de poupança de longo prazo e, em especial, para deduzir do imposto de renda os valo-res pagos para a previdência complementar; aos que ingressaram na carreira depois da Emenda Constitucional n.º 41/03, por força do disposto na Lei n.º 10.887/04; aos que se preocupam com a redução do valor da pensão (Lei n.º 10.887/04); aos que se pre-ocupam com acidente de trânsito não decor-rente do serviço, cujos proventos oficiais são proporcionais ao tempo de serviço (art. 40, inciso I); aos que pretendem garantir renda para os filhos, netos, companheiros, etc.; aos que queiram ajudar uma criança (com vín-culo afetivo ou carente), contratando a renda educacional para que ela possa resgatar o be-nefício para custear as despesas universitárias e, desta forma, exercitar a fraternidade huma-na e contribuir para a efetivação do princípio da dignidade da pessoa humana e da melhor qualidade de vida para todos[7].

Quais são os requisitos para percepção de cada um dos benefícios da JUSPREV? Os requisitos para recebimento de cada

um dos benefícios são:n RMP e RMD:

Participante fundador: idade mínima de 45 anos e mínimo de 12 meses de vinculação ao Planjus. Participante não-fundador: mínimo de 50 anos de idade e 60 meses de vincu-

lação ao PLANJUS.n RMIP – devida a qualquer tempo, em

função de invalidez permanente total por doença ou acidente do participante.

n RMM – ocorrência de morte do parti-cipante ativo ou assistido.

n RME – ingresso do beneficiário na fa-culdade e matrícula regular. O prazo mínimo de percepção da renda edu-cacional é de cinco anos.

Observação: no momento de requerer o benefício o participante ou o beneficiário de participante ativo poderá sacar de uma só vez até 25% do saldo da conta individual.

O que acontece se o participante assis-tido falecer? Nesse caso, os beneficiários receberão o

mesmo tipo de renda que o participante op-tou quando entrou em gozo de benefício.

Quais os tipos de contribuição e seus valores?n Contribuição básica: mensal e obri-

gatória, com valor mínimo estipulado por idade. Respeitado o valor mínimo, pode-se escolher livremente quanto será pago a cada mês:• zero a 18 anos: R$50,51• 19 a 25 anos: R$101,01• Acima de 25 anos: R$202,02.

Os valores são atualizados pelo INPC, anualmente.

n Contribuição complementar: (perió-di ca, eventual). É facultativa. O valor é livremente escolhido pelo partici-pante ou seu empregador. Deve-se respeitar o valor mínimo da contri-buição básica.

n Contribuição de risco: é facultativa e destina-se à cobertura da parcela adi-cional de risco para eventos de inva-lidez permanente e morte do partici-pante ativo ou assistido.

n Pecúlio por invalidez: Idade de ingres-so: 16 a 65 anos.

n Pecúlio por morte: idade de ingresso: 16 a 80 anos.

Observação: essa contribuição é contratada pela JUSPREV junto à Mongeral. Em caso de invalidez ou morte, a Mongeral deposita o valor do pecúlio contratado na conta in-dividual do participante na JUSPREV, que repassa o valor sob a forma de renda ao par-ticipante (ou ao beneficiário).

n Contribuição para as despesas admi-nistrativas: paga por todos os parti-cipantes, destina-se à cobertura dos custos do plano.

Se um participante indica o cônjuge como beneficiário do plano, mas depois extingue o matrimônio, pode o ex-côn-juge deixar de ser beneficiário? O beneficiário pode ser alterado a qual-

quer momento, sem prejuízo algum ao par-ticipante.

O que é Portabilidade e Benefício Pro-porcional Diferido? A portabilidade é o direito de transferir

os recursos de um plano de benefícios para outro. Para esse tipo de operação não incide tributação, contudo a transferência é feita entre as entidades, sem a participação direta do participante.

Já o Benefício Proporcional Diferido (BPD) é o direito de interromper as con-tribuições e receber o benefício, em tempo futuro, nos termos previstos no regulamento do plano. Há carência, mas os rendimentos no período de carência são transferidos ao saldo da conta do participante.

Além da Portabilidade e do BPD, existe também o instituto do Resgate, que é o di-reito de reaver as contribuições vertidas ao plano, descontadas as parcelas de custeio administrativo, quando do seu desligamen-to. Para essa operação incide tributação de acordo com a opção feita pelo participante na contratação.

Qual a política de investimentos da JUSPREV?A JUSPREV, de acordo com a legislação

vigente, está estruturada na forma preconi-zada por seu Estatuto e deverá terceirizar a gestão dos recursos garantidores do plano de benefícios, mediante a contratação de insti-tuição especializada a funcionar pelo Banco Central do Brasil ou órgão equivalente (art. 31, parágrafo 2º, inciso I, da L.C. 109/01). Cabe aos órgãos colegiados da JUSPREV de-finir qual será a política de investimentos da entidade e quem serão os gestores do ativo e do passivo, sendo vedado à entidade o exer-cício da gestão dos recursos previdenciários.

A política de investimentos não é livre, está sujeita aos critérios e normas fixados em lei e em resoluções dos órgãos compe-tentes. Nos termos do artigo 9º, parágra-fo 1º da Lei Complementar n.º 109/01, a aplicação dos recursos será feita conforme diretrizes estabelecidas pelo Conselho Mo-netário Nacional.

O Conselho Monetário Nacional atra-vés da Resolução n.º 3.456, de 1º de junho de 2007, dispôs sobre as diretrizes de apli-cação dos recursos garantidores dos planos de benefícios administrados pelas entidades fechadas de previdência complementar.

A Secretaria de Previdência Comple-mentar do Ministério da Previdência Social, o Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários, nas suas respectivas áreas de competência, também poderão adotar medidas e baixar normas necessárias à execução do disposto na Resolução 3.456. O Conselho de Gestão da Previdência Com-plementar poderá ainda estabelecer diretri-zes aos administradores da entidade fechada de previdência complementar.

Os recursos garantidores dos planos de benefícios devem ser alocados, de acordo com a política definida pela entidade, em quaisquer dos seguintes segmentos de aplicação: Fonte: www.jusprev.com.br

Page 10: ÓRGÃO INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO MINEIRA DO … fileammp Págnas 8 e 9 Congresso Estadual discute o Novo processo Bár B ara Pexi o t o ASSOCIAÇÃO MINEIRA DO MINISTÉRIO PÚBLICO

10 ammpnotíciasASSOCIAÇÃO MINEIRA

DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Ponto de vista / laís maRia Costa silveiRa (*)

A violência presencia-da e suportada dentro de casa ganha as ruas e contamina paulatinamente a sociedade. Estudos sociológicos e filo-sóficos a esse respeito pode-rão esclarecer melhor esse aspecto social, que culminou com a edição da Lei Maria da Penha, que visa coibir a violência doméstica.

A constitucionalidade da lei é bastante clara, uma vez que obedece ao preceito

constitucional previsto no artigo 226, § 8º da Constituição Federal, pro-pondo medidas que visam coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, que é parte, sem dúvida al-guma, integrante da unidade familiar. A lei busca atender os mecanismos de ação afirmativa que tem por objetivo implementar “ações direcionadas a segmentos sociais, historicamente discriminados, como as mulheres, vi-sando corrigir desigualdades e a pro-mover a inclusão social por meio de políticas públicas específicas, dando a estes grupos um tratamento diferen-ciado que possibilite compensar as des-vantagens sociais oriundas da situação de discriminação exclusão a que foram impostas”. A Lei 11.340/06 introduziu o diferencial da violência de gênero praticada contra mulheres. Basta fazer uma analogia histórica para concluir que a lei é justa e constitucional.

O que ocorreu recentemente foi um julgado pelo Superior Tribunal de Justiça, datado de 24 de fevereiro de 2010, que entendeu que o crime de lesão corporal leve deve depender da representação da vítima. Essa decisão foi em razão de um recurso, de um caso que chegou àquele Tribunal. Hou-

ve, assim, uma decisão isolada, que poderá vir a ser utilizada em outros casos similares, envolvendo crimes de lesões corporais leves no âmbito da violência doméstica ou familiar con-tra a mulher. Mas não se pode dizer que a Lei Maria da Penha foi alterada, e sim que houve uma interpretação jurisprudencial no sentido de se exi-gir representação da vítima nos deli-tos de lesão corporal leve.

Apesar de discordarmos desse entendimento, devemos considerar que houve uma decisão em um Tri-bunal Superior e que, via de conse-qüência, poderá ser adotado em ou-tros casos semelhantes.

De acordo com o Código Penal (Decreto-Lei nº 2848 de 1940), o crime de lesão corporal leve é de ação pública incondi-cionada, que, em verdade, é a regra geral prevista no Código Penal. Nos casos de ação privada e de ação penal pública condi-cionada à representação da víti-ma, por serem exceção, devem ter comandos expressos em lei, no que diz respeito à ação penal. Assim, até a entrada em vigor da Lei 9.099/95, o crime de lesão corporal leve sempre foi de ação penal pública. A Lei 9.099/95 expressamente, no seu artigo 88, modificou a ação penal em rela-ção aos crimes de lesão corporal leve e culposa. Por ser exceção à regra geral, não poderia ser diferente, tendo a Lei dos Juiza-dos Especiais modificado a ação penal do crime de lesão corporal leve passando a ser ação penal pública condicionada à repre-sentação da vítima.

Agora Lei 11.340/06 afas-tou, literalmente, por força de seu artigo 41, a aplicação da Lei 9.099/95 aos crimes praticados mediante violência doméstica e familiar contra a mulher, dentre eles a lesão corporal leve, crime bastante comum no ambiente familiar. Afastando-se totalmen-te a Lei 9.099/95, afasta-se tam-bém o seu artigo 88 dessa forma, voltando o crime de lesão cor-poral leve a ser de ação pública incondicionada. Este sempre foi o nosso modesto entendimento e estava sendo aplicado, princi-

palmente na Promotoria Espe-cializada de Defesa da Mulher de Belo Horizonte, que sempre cuidou da questão. Entendemos que tal posicionamento protege mais a mulher vítima de violên-cia doméstica.Dito isso, torna-se óbvia a im-

possibilidade da aplicação da Lei 9099/95, inclusive quanto a seu procedimento, condições da ação e dos institutos despenalizadores e a transação penal, eis que todas as es-pecificidades da Lei 9099/95 são pri-vilégios inerentes à individuação da pena típicos aos que cometem delitos de menor potencial ofensivo. Não se trata de só de agravar a satisfação dos requisitos para sua concessão ou de atribuir condição particularmente mais gravosa, mas de individualiza-ção da pena de acordo com a gravi-dade do crime. A violência domésti-ca é reconhecidamente violação aos direitos humanos e, portanto, merece seja apenada de forma mais gravosa, não fazendo jus o agressor de bene-fícios típicos àqueles que cometem crimes de menor potencial ofensivo à justiça pública.

Assim, a Lei Maria da Penha se mostra um instrumento nor-mativo cujo escopo é a nivelação material entre os gêneros, fazen-do com que a parcela de mulheres que prescindem de proteção seja resguardada pelo Estado e tenha instrumentos de alcance de sua dignidade, não ficando sob o jugo da vitimização, da vulnerabilida-de nem da violência doméstica.

Ocorre que referido julga-do mencionado acima entendeu de forma diversa, na interpretação do texto legal, e estendeu para os crimes de lesão corporal leve tam-bém a necessidade de representa-ção da vítima, considerando-o cri-me de ação pública condicionada à representação da vítima.

Assim, trata-se de um julga-do, de uma interpretação juris-prudencial que poderá alterar a forma de aplicação da Lei Maria da Penha. Mas, de forma alguma, podemos afirmar que houve alte-ração da Lei Maria da Penha, em seu texto expresso, como consta do Informativo da AMMP no número passado.

Lei maria da penha não sofreu qualquer alteração em seu textoA Lei 11.340/06, conhecida como Lei Maria da Penha foi editada em 7 de agosto de 2006 e

tem como objetivo combater e eliminar todas as formas de violência doméstica e familiar contra a mulher. A edição dessa lei se fez necessária,

tendo em vista a constatação de que a violência doméstica contra a mulher é grande, com

índices alarmantes que, além de fragilizar a mulher brasileira, traz consequências graves para todos. É de se registrar que a sociedade

brasileira vive um momento grave de constante aumento da criminalidade. A violência de

gênero, basicamente a violência contra a mulher, representa, além de um problema social a ser

enfrentado pelas autoridades, fator de aumento da criminalidade geral.

*Promotora de Justiça, titular da Promotoria de Justiça de Combate à violência doméstica e Familiar Contra a mulher

“A Lei 11.340/06 introduziu o diferencial da violência de gênero praticada contra mulheres. Basta fazer uma analogia histórica para concluir que a lei é justa e constitucional”

Page 11: ÓRGÃO INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO MINEIRA DO … fileammp Págnas 8 e 9 Congresso Estadual discute o Novo processo Bár B ara Pexi o t o ASSOCIAÇÃO MINEIRA DO MINISTÉRIO PÚBLICO

ammpnotícias 11 ASSOCIAÇÃO MINEIRA

DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Ponto de vista /enéias XavieR Gomes (1)

O NOVO CÓDIGO DE ÉTICa mÉDICa E a ORTOTaNÁSIa

Entrou em vigor, no último dia 13 de abril de 2010, o novo código de ética médica, revisado mais de 20 (vinte) anos depois da vigência do anterior.

O documento, fruto do árduo trabalho da Comissão Nacional de Revisão, atualizou regras e princí-pios no exercício da profissão, a fim de melhorar a relação médico e paciente. Ainda, atentou-se para os aspectos decorrentes da evolução das técnicas médicas e cirúrgicas surgidas nas duas últimas décadas, tratando do direito à informação, uso de seres humanos e animais em pesquisas, tratamentos de ferti-lização, dentre outros.

Um dos aspectos primordiais do documento se refere ao reconheci-mento da finitude da vida, ao qual restringiremos nossas considerações nesta breve exposição.

O novo ato normativo admitiu os limites da medicina na manuten-ção da vida, orientando que, na irre-versibilidade do quadro clínico, deve o médico proporcionar aos enfermos cuidados paliativos e conforto.

O texto pretende encerrar a dis-cussão decorrente da Resolução do Conselho Federal de Medicina n.º 1.805/2006, publicada aos 28 de no-vembro de 2006, que autorizou os médicos a limitar ou suspender tra-tamentos e procedimentos que pro-longassem a vida do doente, respei-tada sua vontade ou do representante legal. A resolução foi suspensa aos 23 de outubro de 2007, por decisão li-minar do MM. Juiz Dr. Roberto Luis Luchi Demo, nos autos da Ação Civil Pública n. 2007.34.00.014809-3, da 14ª Vara Federal de Brasília, movida pelo Ministério Público Federal.

O novo código adotou, assim, a ortotanásia, que consiste na morte sem dor, respeitando-se a dignidade da pessoa humana. Consequente-mente, condenou a distanásia, ou seja, a perpetuação artificial e dolorosa da vida humana, gerando sofrimento ao doente, com a finalidade exclusiva de assegurar a sobrevivência, inde-pendentemente das circunstâncias.

Segundo o inciso XXII, no ca-pítulo que trata dos Princípios Fun-damentais, “nas situações clínicas irreversíveis e terminais, o médico evitará a realização de procedimen-tos diagnósticos e terapêuticos desne-cessários e propiciará aos pacientes sob sua atenção todos os cuidados paliativos apropriados”.

Trata-se da adoção da teoria do duplo efeito, ou seja, o bem-estar do paciente e o encurtamento da vida, obviamente de forma ponderada, privilegiando-se a vida com quali-dade. Busca-se a vida e a morte com dignidade, adotando-se técnicas para minorar o sofrimento físico e mental do paciente, principalmen-te através da presença constante de seus familiares no tratamento. Des-sa forma, o paciente reconquista o amor pela vida e busca viver inten-samente seus últimos momentos.

Assim, permite-se a utilização de tratamentos a fim de minorar o sofrimento e a dor, ainda que an-tecipem moderadamente a morte, garantindo-se ao paciente um final de vida mais feliz e digno. O bene-fício decorrente do alívio à agonia é superior ao malefício do encurta-mento da vida.

A ortotanásia adota o conceito de benignidade, respeitando a dor e sofrimento do paciente, a fim de se

atingir o bem-estar global. Dessa forma, o paciente se beneficia das tecnologias modernas, os quais estão a serviço de sua saúde, colocando o ser humano como valor primordial no uso da medicina, sem estigmatizar a morte, a qual é combatida sem lesar a dignidade do ser humano.

Acerca do tema, as lúcidas pon-derações de Leonard M. Martin3:

“O compromisso com a pro-moção do bem-estar do doente crônico e terminal permite-nos não somente falar de sua saúde mas, também, de desenvolver um conceito de ortotanásia, a arte de bem morrer, que rejeita toda forma de mistanásia sem, no entanto, cair nas ciladas da eutanásia nem da distanásia.

A ortotanásia permite ao doente que já entrou na fase fi-nal de sua doença, e àqueles que o cercam, enfrentar seu destino com certa tranquilidade porque, nesta perspectiva, a morte não é uma doença a curar, mas sim algo que faz parte da vida. Uma vez aceito este fato que a cultura oci-dental moderna tende a esconder e a negar, abre-se a possibilidade de trabalhar com as pessoas a dis-tinção entre curar e cuidar, entre manter a vida _ quando isto for o procedimento correto _ e permi-tir que a pessoa morra _ quando sua hora chegou.

Neste processo o compo-nente ético é tão importante quanto o componente técnico. O ideal é realizar a integração do conhecimento científico, habilidade técnica e sensibili-dade ética numa única abor-

1 Promotor de Justiça no Estado de Minas Gerais - Ex-Promotor de Justiça no Estado da Bahia - Mestrando em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais2 - LIMA, Alberto Jorge Correia de Barros. A reforma do Código penal e o “direito de morrer”. Disponível em: <http://www.ibccrim.org.br>. Acesso em 16.04.2010.3 - MARTIN. Leonard. M. “Eutanásia e distanásia”. Disponível em: www.portalmedico.orb.br/biblioteca-virtual/bioetica. Consultado em: 12/08/2009.

“Escreveu Heidegger que o homem é um ser destinado à morte. Em verdade, todos os seres vivos são destinados à morte, esse halo de mistério que, em particular, tanto oprime os huma-nos. Todavia, será que só oprime, derriba, prosterna, ou por vezes liberta, emancipa, desata as amarras que nos obriga a viver? Viver não só significa pulsar, existir, ser, mas fruir, gozar, des-frutar. Anotou Mário de Andrade: “pra mim, viver é gastar a vida” e recitou Baudelaire: “para não serdes os eternos martirizados escravos do tempo, embriagai-vos, embriagai-vos sem ces-sar, de vinho, poesia, virtude, amor, como achardes melhor”.2

Page 12: ÓRGÃO INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO MINEIRA DO … fileammp Págnas 8 e 9 Congresso Estadual discute o Novo processo Bár B ara Pexi o t o ASSOCIAÇÃO MINEIRA DO MINISTÉRIO PÚBLICO

12 ammpnotíciasASSOCIAÇÃO MINEIRA

DO MINISTÉRIO PÚBLICO

A Associação Mineira do Ministério Público (AMMP) e o Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional do Ministério Público (Ceaf) realizaram em 27 de abril, o Seminário de Capacitação em Violência Doméstica, no auditório da AMMP. Participaram, compondo a mesa, o corregedor-geral do Ministério Público, Márcio Heli de Andrade, e a vice-presidente da AMMP, Érika de Fátima Matozinhos Ribeiro Lisboa. O evento contou com a pre-sença de grande número de policiais militares.

As palestras foram minis-tradas pela diretora do Depar-tamento de Direito de Família da Universidade Estadual de Nova Iorque - Buffalo, Suzanne Tomkins.

Tomkins abordou as mu-danças nas leis contra a vio-lência doméstica e fez uma exposição sobre a experiência nos Estados Unidos da Améri-ca, além de apresentar formas de combate, com sucesso tratando principalmente das questões do abuso da força e do poder.

Márcio Heli destacou a importância do seminário e os debates sobre o tema. “Seria bem melhor que discutísse-mos o amor nos lares, mas a realidade nos faz discutir a violência doméstica”, conclui o corregedor.

Érika Matozinhos valorizou a participação da Polícia Militar não só no evento e, especialmente, no combate à violência doméstica contra a mulher.

ControleA Promotoria de Combate à Violência Doméstica e Fa-

miliar contra a Mulher foi criada em 20 de setembro de 2006 por força da Lei 11.340 em 22 de setembro daquele ano.

Sua inauguração na Rua Ouro Preto, nº 703, no Barro Preto, foi um marco no cenário jurídico, social e político a partir do trabalho com a violência de gênero.

De acordo com estudos de instituições norte-america-nas, em sentindo amplo, violência doméstica e abuso emo-cional são expressões de comportamento de um parceiro íntimo com objetivo de controlar o outro parceiro. Podem estar casados ou não, viver juntos ou apenas namorarem ou conviverem, independentemente de sexo ou condição sexual.

Três promotores de Justiça, uma secretaria, um centro de apoio técnico, um centro de atendimento a vítimas, sala de reunião e sala de atendimento psicológico compõem a Promotoria.

A competência para processar e julgar os feitos des-sas natureza é da 1ª Vara Criminal de Belo Horizonte. Os acompanhamento dos expedientes de medidas preventivas acontece na Vara de Inquéritos Policiais. É relevante o tra-balho da Promotoria com grande atendimento ao públicoO aspecto social dos trabalhos da Promotoria, com grande atendimento ao público e comparecimento em reuniões com a comunidade interessada da rede de proteção à mulher.

dagem. Quando se entende que a ciência, a técnica e a economia têm sua razão de ser no serviço à pessoa huma-na individual, comunitária e socialmente, descobre-se no doente crônico e terminal um valor até então escondido ou esquecido. Respeito pela sua autonomia: ele tem o direito de saber e o direito de decidir; direito de não ser abandona-do; direito a tratamento pa-liativo para amenizar seu so-frimento e dor; direito de não ser tratado como mero objeto cuja vida pode ser encurtada ou prolongada segundo as conveniências da família ou da equipe médica são todas exigências éticas que procu-ram promover o bem-estar global do doente terminal e, consequentemente, sua saúde enquanto não morre. No fun-do, ortotanásia é morrer sau-davelmente, cercado de amor e carinho, amando e sendo amado enquanto se prepa-ra para o mergulho final no Amor que não tem medida e que não tem fim.”

Salienta-se ainda que o docu-mento vedou ao médico, no capítulo V, artigo 41, “abreviar a vida do pa-ciente, ainda que a pedido deste ou de seu representante legal.”

Já no parágrafo único do arti-go supracitado, estabeleceu que “nos casos de doença incurável e terminal, deve o médico oferecer todos os cuida-dos paliativos disponíveis sem empreen-der ações diagnósticas ou terapêuticas inúteis ou obstinadas, levando sempre em consideração a vontade expressa do paciente ou, na sua impossibilidade, a de seu representante legal.”

Nesse sentido, o Conselho Fede-ral de Medicina adotou o posiciona-mento também defendido pelo fale-cido papa João Paulo II, ao publicar a Encíclica Evangelium Vitae, aos 25 de março de 1995, nos seguintes termos:4:

“Distinta da eutanásia é a decisão de renunciar ao cha-mado “excesso terapêutico”, ou seja, a certas intervenções médicas já inadequadas à si-tuação real do doente, porque não proporcionadas aos resul-

tados que se poderiam esperar ou ainda porque demasiado graves para ele e para a sua fa-mília. Nestas situações, quando a morte se anuncia iminente e inevitável, pode-se em consci-ência “renunciar a tratamentos que dariam somente um pro-longamento precário e penoso da vida, sem contudo inter-romper os cuidados normais devidos ao doente em casos semelhantes”.

A renúncia a meios extraordi-nários ou desproporcionados não equivale ao suicídio ou à eutanásia; exprime, antes, a aceitação da condi-ção humana diante da morte.”

Conclui-se, assim, que o novo código condenou veementemente a prática da eutanásia, caracterizada pela utilização de técnicas para en-curtar a vida, ensejando a morte do paciente.

Há, nessa prática, nítida dife-rença em relação a ortotanásia, em que se adotam técnicas para aliviar o sofrimento e conceder ao paciente qualidade de vida.

A finalidade na eutanásia é abre-viar a vida, já na ortotanásia é aliviar a dor. Logo, utilizar, por exemplo, mor-fina para causar a morte implica eu-tanásia, já usá-la para minorar a dor, ainda que cause danos ao organismo, enseja a prática da ortotanásia.

Inclusive, no caso da eutanásia, a própria Exposição de Motivos da Parte Especial do Código Penal trata-a como hipótese de homi-cídio privilegiado, nos termos do art.121, §1º.

Por outro lado, denota-se que, na ortotanásia, o médico, ao praticá-la, não incide no tipo descrito no art. 121 do Código Penal, já que a finali-dade do tratamento é minorar a dor e não causar a morte. Enfim, assim agindo, o médico apenas cumpre seu dever de preservar a saúde, que abrange além do bem-estar físico, o mental e o social, não estando sujeito às sanções penais.

Portanto, o novo Código de Éti-ca Médica, no tocante à adoção da ortotanásia, adequou-se à legislação penal e apresentou significativos avanços, já que à medicina também cabe assegurar conforto aos pacien-tes, sem submetê-los a enormes so-frimentos.

4 João Paulo II. Carta Encíclica Evangelium Vitae sobre o valor e a inviolabilidade da vida humana, p.91

Associação promove Seminário de

Capacitação em violência Doméstica

Suzanne Tomkins analisou as mudanças nas leis contra a violência doméstica

rBara P

eixoto

Page 13: ÓRGÃO INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO MINEIRA DO … fileammp Págnas 8 e 9 Congresso Estadual discute o Novo processo Bár B ara Pexi o t o ASSOCIAÇÃO MINEIRA DO MINISTÉRIO PÚBLICO

ammpnotícias 13 ASSOCIAÇÃO MINEIRA

DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Várias decisões da Câmara de Procuradores isentando associados aposentados de imposto de renda, em razão de neoplasia maligna, en-contram apoio em entendimento sedimentado no Superior Tribunal de Justica (STJ). Os julgamentos vêm sendo proferidos pelo Colegiado em grau de recurso, diante de controvér-sia surgida no âmbito da Administra-ção Superior.

O aposentado que sofre de cân-cer tem direito à isenção de imposto de renda, sem necessidade de de-monstrar a existência de sintomas recentes. Também não é necessária a indicação de data de validade do laudo pericial ou comprovação de possível recaída da doença, já que o entendimento do STJ é no sentido de diminuir o sacrifício do inativo, aliviando os encargos financeiros re-lativos ao acompanhamento médico e remédios. Com essa decisão unâni-me, a Segunda Turma do STJ acom-panhou o voto da ministra Eliana Calmon, negando provimento ao recurso especial do Distrito Federal contra um militar da reserva.

Para a ministra relatora do pro-cesso, a jurisprudência do Tribunal é pacífica no sentido de que, em se tratando de neoplasia maligna, não se exige a demonstração da presen-ça de sintomas nem a indicação de

acontece

STJ ratifica isenção de imposto derenda a portadores de neoplasia maligna

validade do laudo pericial, ou a comprovação de recaída da doença, para que o contribuinte faça jus à isenção de IR prevista no artigo 6º da Lei nº 7.713/88.

Além desses fundamentos, a Câmara de Procuradores, em vá-rios recursos administrativos, tem ressaltado as limitações que sofrem esses pacientes, como, por exemplo, dificuldades em contratações de se-

guros de vida, empréstimos, financia-mentos e outros, circunstâncias essas que reforçam o direito à isenção de imposto de renda, como verdadeira “compensação” pelo mal sofrido.

A AMMP espera que diante da pacificação do entendimento pelo Tribunal da Cidadania, a Procu-radoria-Geral de Justiça não mais coloque óbices ao exercício desse direito.

O Supremo Tribunal Federal (STF) re-conheceu a repercussão geral de Recurso Extraordinário afirmando a legitimidade do MP para requerer a condenação de obri-gação do Poder Público ao fornecimento de medicamentos. No recurso (RE 605533), que tem como relator o ministro Marco Aurélio, a Procuradoria de Justiça Especializada de Direitos Difusos e Coletivos do MPMG con-testa decisão do Tribunal de Justiça do Esta-do (TJMG), que extinguiu ação civil pública que buscava a entrega de medicamentos a portadores de hipotireoidismo e hipocalce-

Supremo reconhece legitimidade do MP para exigir fornecimento de medicamentos

no primeiro exame, porque o tema envolve interesses difusos e coletivos. “Não é demasia afirmar ser a saúde direito de todos e dever do Estado, conforme previsto no artigo 196 da Constituição Federal. Tenha-se presente competir ao Ministério Público, no âmbito das funções institucionais a serem desen-volvidas, promover o inquérito e a ação civil pública para a proteção de interesses difusos e coletivos, além do patrimônio público e so-cial e do meio ambiente”, afirmou o ministro no pronunciamento em que admitiu a reper-cussão geral da matéria.

mia severa. A repercussão foi reconhecida, vencidos os ministros Eros Grau e Cezar Pe-luso. No recurso ao Supremo, a ser julgado pelo Plenário da Corte, o Ministério Público sustenta que o caráter genérico do pedi-do – a entrega de medicamentos a todos os portadores das doenças – é característica do direito coletivo, por isso a extinção da ação por violação aos artigos 286 e 460 do Códi-go de Processo Civil considerada despropo-sitada.

Segundo o ministro Marco Aurélio, a importância da matéria pode ser vista logo

Page 14: ÓRGÃO INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO MINEIRA DO … fileammp Págnas 8 e 9 Congresso Estadual discute o Novo processo Bár B ara Pexi o t o ASSOCIAÇÃO MINEIRA DO MINISTÉRIO PÚBLICO

14 ammpnotíciasASSOCIAÇÃO MINEIRA

DO MINISTÉRIO PÚBLICO

estante

A Fundação Escola Superior do Ministério Público (Fesmp) pro-move, a partir de maio, Curso de Atualização em Processo Civil em Homenagem ao professor doutor Humberto Theodoro Júnior. A conferência de abertura acontecerá em 7 de maio, às 19h30min, com o tema “Juizados Especiais da Fazen-da Pública”. No dia 8, o professor doutor Gláucio Ferreira Maciel

A Associação Mineira do Ministé-rio Público (AMMP) firmou convênio com o Instituto Cultural Latino-Ameri-cano de Estudos e Pesquisas para a pro-moção de cursos de Inglês e Espanhol, exclusivos para associados. O instituto tem metodologia diferenciada que abrange os níveis básico, intermediário

Curso de Atualização em Processo Civil homenageia o professor Humberto Theodoro

Gonçalves abordará os “Juizados Especiais Federais”. No dia 14 de maio, o professor Erik Navarro Wolkart debaterá as “Questões dos Recursos e Meios de Impugnação das Decições Judiciais” com a Pro-curadora de Justiça Gisela Potério Santos Saldanha. Serão quatro au-las e seis conferências, dentre elas a do professor doutor Paulo Henri-que dos Santos Lucon sobre “Ação

AMMP promove lançamento de livros O lançamento dos livros Ação

e Guarda de acordo com a Lei 12.010/2009, do Pro motor de Justiça e professor Dimas Messias de Carva-lho, e Teoria e Prá-tica do Direito Elei-toral, do Promotor eleitoral e professor de Direito Eleitoral Edson de Resende Castro, aconteceu na noite do dia 15 de abril na sede da AMMP, com a expressiva presen-ça de membros do Ministério Público,

magistrados, advogados, professores e familiares dos autores.

Dimas Messias de Carvalho, pro-

PeDro Henrique

fessor na Unifenas e Unilavras, abor-da o histórico e conceitos da adoção, os novos princípios introduzidos pela Lei 12.010/2009, como o direi-to à convivência familiar da pessoa em formação, direito e dignidade e o caráter subsidiário da adoção. O livro é instrumento de fácil consulta para juízes, promotores, advogados e professores, além de aprendizado para estudantes. O prefácio é de Ra-chid Silva.

Edson de Resende Castro trata temas como as inovações trazidas pela Lei nº 12.034/2009, novas regras da propaganda eleitoral, disciplina da internet e a definição do procedi-mento e prazo para a representação. O Promotor também fala sobre as remissões às resoluções do TSE edita-das para as eleições de 2010 e ilustra com modelos de peças processuais.

Os promotores Edson Resende e Dimas Messias de Carvalho na solenidade de lançamento

Associação celebra convênio com Instituto Cultural Latino-Americano

e avançado, no período de um ano.As aulas serão semanais e aconte-

cem na Fundação Escola Superior do Ministério Público de Minas Gerais (FESMP-MG), 4º andar do edifício-sede da AMMP. As aulas de inglês serão mi-nistradas às segundas-feiras, das 19h30 às 21h30; e as de espanhol, às quartas-

feiras, das 19h30 às 21h00. As primeiras turmas já estão com-

pletas com 20 alunos cada. As aulas começaram dias 3 e 5 de maio, res-pectivamente.

Tendo em vista a boa aceitação dos cursos, serão feitas tratativas vi-sando à abertura de novas turmas.

Civil Pública: Aspectos Polêmicos”, no dia 28 de maio, que terá como debatedores o desembargador Al-berto Vilas Boas e o Procurador de Justiça Antônio Sérgio Rocha de Paula.

As inscrições estão abertas e po-derão ser feitas mediante depósito. Para mais informações acesse: www.fesmpmg.org.br ou ligue para (31) 3295-1023.

Page 15: ÓRGÃO INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO MINEIRA DO … fileammp Págnas 8 e 9 Congresso Estadual discute o Novo processo Bár B ara Pexi o t o ASSOCIAÇÃO MINEIRA DO MINISTÉRIO PÚBLICO

ammpnotícias 15 ASSOCIAÇÃO MINEIRA

DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Conferir maior celeridade à justiça é, para advogado e professor Humberto Theodoro Júnior, “a ide-ologia norteadora dos trabalhos” da Comissão de Juristas responsável pela elaboração do anteprojeto do Novo Código de Processo Civil, da qual faz parte. Para ele, “a reforma é contingên-cia da evolução dos tempos em função de fenômenos jurídicos, sociais e culturais”. Isso porque, destaca ele, “o Direito é um produto cultural”.

A proposta do anteprojeto é que o Novo Código seja dividido em seis livros: Parte Geral, Processo de Co-nhecimento, Processo de Execução e Cumprimento de Sentença, Procedi-mentos Especiais, Recursos, Disposi-ções Finais e Transitórias.

Para ele, o mais importante é que a parte geral seja bem redigida para destacar os vínculos e deveres da jurisdição com os direitos funda-mentais assegurados pela Constitui-ção. O aprimoramento da prestação jurisdicional, segundo ele, depende muito mais da consciência de que o

Professor Humberto Theodoro analisa oanteprojeto do Novo Código de Processo Civil

processo tem compromissos de efe-tividade com os princípios e direitos da Lei Maior, do que do mero esta-belecimento de procedimentos mais ou menos complexos.

Segundo ele, “a condução do pro-cesso rumo ao encerramento dentro de um prazo razoável depende basica-mente da superação de ‘etapas mortas’ da marcha procedimental, contra as quais as inovações legislativas podem muito pouco. Nenhuma re-forma da lei, conseguirá êxito ex-pressivo se não for acompanhada de expedientes administrativos para o aprimoramento material e humano dos serviços judiciários”, arremata.

Em sua opinião, no entanto, “a Comissão não conseguirá um resul-tado ideal por causa da pressa impos-ta pelo Poder Legislativo para a con-clusão dos trabalhos, sendo exíguo o prazo pela dimensão do Código”.

Humberto Theodoro é desem-bargador aposentado do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, profes-sor titular aposentado da Faculdade

de Direito da UFMG, membro da Academia Mineira de Letras Jurídi-cas, do Instituto dos Advogados de Minas Gerais, do Instituto de Direito Comparado Luso-brasileiro de Direi-to Processual, do Instituto Brasileiro de Direito Processual, do Instituto Ibero-Americano de Direito Proces-sual e da Internacional Association of Procedural Law.

Incidentes e prazos Há propostas de extinção de alguns in-

cidentes processuais como as exceções de incompetência e impugnação ao valor da causa, relegando essas matérias como temas de contestação. Também se discute a pos-sibilidade de extinção da reconvenção nos moldes atuais. “Permitir-se-ia ao réu, em seu lugar, formular pedido contraposto na própria contestação, desde que conexo com o fundamento do pedido do autor ou da de-fesa”, informa o professor.

Sobre prazos processuais, a proposta é que sejam contados somente em dias úteis e os prazos para os magistrados proferirem decisões sejam ampliados. Também deverá haver unificação de todos os prazos recursais com contagem de dias úteis.

Se a agilidade da justiça é o principal ob-jetivo do Novo Código, estão sendo busca-dos novos instrumentos capazes de reduzir o número de demandas e recursos que trami-tam no Poder Judiciário. Também serão cria-dos alguns institutos e abolidos outros que se revelaram ineficientes ao longo do tempo. Como exemplo, o professor Humberto The-odoro cita a inclusão de ônus financeiro para desencorajar as aventuras judiciais que abar-rotam as cortes judiciais brasileiras.

A Justiça do Trabalho é um bom exem-plo para a Comissão, informa o professor. A tentativa de conciliação seria usada no início do processo, como nesse setor especializado, de modo a ser mais eficiente, conferindo mais agilidade ao processo.

O jurista é contra a posição de alguns críticos do Código, para quem, por causa das muitas reformas sofridas, ele perdeu em sistematicidade e é tido como uma “colcha de retalhos”. Para Humberto Theodoro, “o Código é muito bom”. Em 1973, quando entrou em vigor, se equiparava aos melho-res da Europa e estava sintonizado com as forças intelectuais, sociais e políticas de seu tempo. No entanto, complementa ele, novos

fenômenos, como, por exemplo, o de massa, passaram a exigir legislação processual que se adequasse a eles, daí as muitas reformas e a regulamentação por novas leis. “Nenhum Código de Processo do mundo incorporou o coletivo”, argumenta o professor. O Código de Defesa do Consumidor é quem deu a di-mensão adequada do coletivo, pontua ele. Em 1988, com o advento da Constituição Federal, “não tínhamos nem direito material”, comple-

O Novo Código de Processo Civil estará adequado à lei referente ao processo eletrôni-co, garante Humberto Theodoro. Isso compa-tibilizará a comunicação dos atos processuais com o sistema moderno. Será estabelecido, como regra, que os atos de alienação (arrema-tação) sejam realizados por leilão eletrônico, salvo se as condições da comarca não permi-tirem a observância do procedimento.

Nas atribuições do Ministério Público, não está prevista nenhuma mudança, mas pensa-se em ampliar os poderes do juiz, de modo a adequar as fases e atos processuais às especificações do conflito, conferindo maior efetividade à tutela do bem jurídico, respeitando-se o contraditório e a ampla de-fesa, afirma o jurista.

ta. Por isso, “as reformas sofridas pelo Có-digo atendem às exigências da Constituição de 1988, tendo como metas os direitos fun-damentais, a desburocratização e a celeri-dade da justiça e o resultado efetivo”.

Também o serviço administrativo ultrapassado do Poder Judiciário é um entrave à agilidade da justiça, cuja orga-nização não acompanhou a modernidade processual, explica ele.

Fenômenos de massa

Agilidade da justiça é a meta

rBara P

eixoto

Professor Humberto Thedoro faz parte da Comissão de Juristas que elabora o Novo Código

Page 16: ÓRGÃO INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO MINEIRA DO … fileammp Págnas 8 e 9 Congresso Estadual discute o Novo processo Bár B ara Pexi o t o ASSOCIAÇÃO MINEIRA DO MINISTÉRIO PÚBLICO

16 ammpnotíciasASSOCIAÇÃO MINEIRA

DO MINISTÉRIO PÚBLICO

BárB

ara

Pei

xoto

reforma

A Associação Mineira do Ministério Público está realizando várias obras na sede para melhoria, conservação e modernização do pa-trimônio dos associados. Estão sen-do feitas duas impermeabilizações, uma no parque esportivo e outra na cobertura do prédio, para acabar com infiltrações e problemas recor-rentes. A reforma da pousada em Guapé, na região do Lago de Fur-nas, também está em andamento.

Segundo a diretora administra-tiva Selma Maria Ribeiro Araújo, a empresa inquilina do 11º andar es-tava suportando sérios transtornos com infiltração grave na cobertura. Promovida nova impermeabiliza-ção, foi feito o primeiro teste com sucesso. Outros serão realizados an-tes do revestimento ser colocado.

A impermeabilização do parque esportivo é uma obra demorada e que, inevitavelmente, gera muito entulho. A infiltração estava preju-dicando o corredor que dá acesso à sala de ginástica. Foram feitas a remoção do pavimento e das jardi-neiras para a instalação de manta e reposição do piso. Foram incluídos o aprofundamento da grelha que recolhe a água da chuva e a reforma das escadas que dão acesso à pisci-na. A previsão de término dessas obras é para a primeira quinzena de Pe

Dro

Hen

riq

ue

O scotch bar, depois de 15 anos de sua inauguração, passou por pequenas e necessárias reformas, incluindo a troca do piso, com a re-moção do carpete então existente, e a restauração do mobiliário. Foram

junho. O parque esportivo também será beneficiado com a mudança da rede elétrica do segundo andar do prédio-sede, onde estão restaurante, scotch bar, sinuca e salão do parque esportivo.

AMMP promove impermeabilização na cobertura e parque esportivo da sede

Pousada de Guapé ganha aquecedor solar, dentre outras intervenções

roSa

ma

ria

Selma Maria, diretora administrativa: “a principal preocupação é a redução do consumo de energia e o bem-estar do associado”

Scotch bar e pousadasubstituídos os antigos e obsoletos aparelhos de ar-condicionado por equipamento moderno que per-mitirá sensível redução do consu-mo de energia elétrica, tendo sido instalados, ainda, novos aparelhos de som e televisão de LCD. E mais: foi ajustado com o arrendatário do restaurante, a partir de 19 de abril, a disponibilização de almoço executivo, com preço fixo, em espaço reservado aos associados no próprio scotch bar, sem prejuízo, evidentemente, da opção pelo já existente sistema self-service.

Os associados podem utilizar as instalações do salão do parque esportivo e do scotch bar para eventos particulares, sem qualquer custo, bastando efetivar reserva na

secretaria da AMMP. A pousada de Guapé está rece-

bendo uma série de melhorias, tais como a implantação de sistema de aquecimento solar, modernização da rede elétrica, conserto do telhado e troca dos armários da cozinha. A prin-cipal preocupação é a redução do con-sumo de energia elétrica e o bem-estar dos associados, diz Selma Maria. Para evitar o desperdício, serão trocados os eletrodomésticos antigos por outros mais modernos e que consomem me-nos energia e, a exemplo do que já está sendo feito na pousada de Cabrália, serão instalados cartões magnéticos de corte de energia. A pousada será tam-bém dedetizada e os uniformes dos funcionários, renovados.

Page 17: ÓRGÃO INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO MINEIRA DO … fileammp Págnas 8 e 9 Congresso Estadual discute o Novo processo Bár B ara Pexi o t o ASSOCIAÇÃO MINEIRA DO MINISTÉRIO PÚBLICO

ammpnotícias 17 ASSOCIAÇÃO MINEIRA

DO MINISTÉRIO PÚBLICO

CCJ adia análise de férias de magistrados, membros do MP e defensores públicos

O debate acerca do restabelecimento de férias anuais coletivas de magistrados e membros do Ministério Público, excluídas da Constituição com a reforma do Judi-ciário em 2004, ficou prejudicado com o adiamento, por falta de quorum, da audi-ência pública que seria realizada no dia 20 de abril na Comissão de Constituição, Jus-tiça e Cidadania (CCJ) do Senado Federal. Conforme a proposta, membros do Minis-tério Público e magistrados terão direito a férias anuais, por 60 dias, divididas em dois períodos, sendo um de férias individuais e outro de férias coletivas - estas de 20 de de-zembro a 20 de janeiro. Emenda do relator, senador Antônio Carlos Valadares (PSB-

SE), estende também o direito a férias de 60 dias aos defensores públicos.

Pelo texto original da PEC 48/09, que tem como primeiro signatário o senador Valter Pereira (PMDB-MS), o período de férias coletivas seria de 2 a 31 de janeiro. No entanto, o relator apresentou emen-da alterando a data. Como justificativa, lembrou que, com o chamado “recesso de Natal”, o período de férias se estenderia ainda mais.

A PEC também prevê que a ativida-de jurisdicional será ininterrupta em to-dos os graus de jurisdição e que durante todos os dias, inclusive nos períodos de férias coletivas dos magistrados e naque-

les em que não houver expediente forense normal, haverá atendimento por juízes em plantão permanente.

Na justificação da proposta, Valter Pereira afirma que, ao contrário do que se pensou, a eliminação das férias forenses não contribuiu para a qualidade da prestação jurisdicional no Brasil, pois nem beneficiou as partes e seus advogados, nem contribuiu para a celeridade judicial. Isso porque o fim das férias coletivas permitiu que os magis-trados gozassem suas férias em diferentes meses do ano, prejudicando, assim, a tra-mitação dos processos, sobretudo nos tri-bunais, já que as câmaras e turmas ficavam desfalcadas para realizar julgamentos.

A 2ª Seção do Superior Tribu-nal de Justiça vai definir o prazo de prescrição de Ação Civil Pública. No processo em discussão, a validade de Ação Civil Pública que trata dos ex-purgos inflacionários referentes aos planos Bresser e Verão. A ação foi encaminhada à 4ª Turma da Corte, mas o ministro Luís Felipe Salomão decidiu destinar o tema à 2ª Seção por conta do ineditismo da matéria.

Superior Tribunal de Justiça definirá prazo de prescrição para propor ACP

No caso, o Instituto Brasileiro de Defesa do Cidadão (IBDCI) ajuizou Ação Civil Pública contra o Banco do Brasil, pedindo o pagamento das diferenças da não-aplicação dos per-centuais previstos pelos planos eco-nômicos, nos anos de 1987 e 1989.

O Tribunal de Justiça de Santa Catarina, na falta de previsão le-gal de prazo prescricional para a propositura de Ação Civil Pública,

entendeu por aplicar ao caso, analo-gicamente, à prescrição quinquenal prevista na Lei da Ação Popular. O Ministério Público do Estado in-terpôs Recurso Especial alegando que, quanto à ausência de previsão específica na Lei reguladora da Ação Civil Pública, se impunha à aplica-ção do artigo 177 do Código Civil de 1916, o qual prevê o prazo prescri-cional vintenário.

O Procurador de Justiça Ne-dens Ulisses Freire Vieira e o Pro-motor de Justiça Márcio Rogério de Oliveira integram, como membros auxiliares, a Comissão Disciplinar de Controle do Sistema Carcerário, de Controle Externo da Atividade Poli-cial e de Controle da Aplicação das Medidas Socioeducativas do Conse-lho Nacional do Ministério Público (CNMP), presidida pelo conselheiro Francisco Maurício Rabelo de Albu-querque e Silva. A nomeação se deu

mineiros assumem comissão especial no CNmp

em novembro e a formalização do exercício no início de março.

Por causa de sua experiência como Procurador-geral, presidente do Grupo Nacional de Combate ao Crime Organizado e à frente do Conselho Nacional de Procurado-res-Gerais, a Nedens cabe fornecer elementos ao CNMP para o esta-belecimento de orientações, padro-nização de rotinas e formatação de relatórios para o efetivo exercício do Ministério Público na área do con-

trole externo da atividade policial.Os trabalhos de Márcio Rogério,

em função de seu trabalho na área de Infância e Juventude, auxiliam o Conselho a orientar o aprimora-mento da ação institucional do MP na defesa da criança e adolescente.

Para desenvolver seu trabalho, Nedens Ulisses destaca a cooperação dos Promotores de Justiça Eduardo Pimentel de Figueiredo, de Uberaba, e Marcos Reicitelt Centeno, de Porto Alegre.

Page 18: ÓRGÃO INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO MINEIRA DO … fileammp Págnas 8 e 9 Congresso Estadual discute o Novo processo Bár B ara Pexi o t o ASSOCIAÇÃO MINEIRA DO MINISTÉRIO PÚBLICO

18 ammpnotíciasASSOCIAÇÃO MINEIRA

DO MINISTÉRIO PÚBLICO

O Conselho Nacional do Minis-tério Público (CNMP) expediu, em 6 de abril, quando se realizou ato público em Brasília contra a aprova-ção do PL 265/2007, de autoria do ex-deputado Paulo Maluf, nota técni-ca contra a lei que propõe alterações na Lei 4.717/65 (Lei da Ação Popu-lar), na Lei 7.347/85 (Lei da Ação Ci-vil Pública) e na Lei 8.429/93 (Lei da Improbidade Administrativa).

O CNMP já havia se manifesta-do sobre o PL 265/2007 em agosto de 2007, quando foi apresentado. A nova nota técnica do CNMP reitera os argumentos da anterior e apresen-ta novas razões contrárias à aprova-ção do projeto.

A nota técnica foi entregue pelos 14 conselheiros, inclusive o presiden-te, Roberto Gurgel, ao presidente da Câmara dos Deputados, Michel Te-mer, juntamente com presidentes de associações do MP, dentre outros. A manifestação em Brasília deflagrou campanha nacional contra o PL.

Segundo Gurgel, a aprovação do PL 265/2007 “é absolutamente desnecessária, uma vez que o Con-selho Nacional tem prerrogativas constitucionais e plenas condições de efetuar o controle da atividade dos membros que venham a cometer excessos. Portanto, o conteúdo do PL já é atribuição do CNMP”. Para Ro-berto Gurgel, o que é necessário é o fortalecimento do CNMP, com mais instrumentos que permitam atuação ainda mais efetiva na apuração e pu-nição de possíveis abusos.

Na mesma linha, os conselheiros Almino Afonso, representante da OAB, Bruno Dantas, indicado pelo Senado, Maurício Albuquerque, in-dicado pela Câmara, Sérgio Feltrin, representante do STJ, e Taís Ferraz, indicada do STF, manifestaram pre-ocupação com a possível aprovação do PL 265/2007, uma vez que isso poderia significar a desvalorização do CNMP e o enfraquecimento do trabalho de controle que vem sendo realizado.

Já em resposta à manifestação da categoria, o PL saiu do regime de ur-gência de tramitação na Câmara.

Conselho emite nota contrária

à Lei Maluf O Supremo Tribunal Federal

analisa dois pedidos contra a nova re-gra sobre pagamento de precatórios, quatro meses depois de a Emenda Constitucional 62 entrar em vigor. A mais recente delas é a Ação Direta de Inconstitucionalidade de autoria da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), apresentada dia 25 de março e que está sob relatoria do ministro Carlos Ayres Britto.

A entidade acusa a regra criada pelo Legislativo de configurar “hipó-tese de abuso do poder de legislar”. A emenda estabeleceu nova forma para que a União, os estados e os municí-pios paguem suas dívidas. A norma prevê que, fora os valores destina-dos aos idosos e pessoas com graves enfermidades, 50% do orçamento mensal serão destinados para o paga-mento da lista de credores organiza-da por ordem cronológica. Os outros 50% serão negociados em leilões ou câmaras de conciliação ou usados para pagamento por ordem de valor, do me-nor para o maior. Cada um dos estados e dos municípios terá de decidir, indi-vidualmente, qual a forma que prefere pagar e editar um decreto para isso.

Na ação (ADI 4.400), os juízes alegam que a regra constitui violação de direitos e garantias individuais, que estariam sendo abolidos por negar acesso ao Poder Judiciário ao permitir que o legislador estabeleça o “regime especial de crédito de pre-catórios, dispondo sobre vinculações a receita líquida e forma e prazo de liquidação”. Para a entidade, admitir

Juízes vão ao STF contestar Emenda dos Precatórios

a limitação do pagamento à possi-bilidade do devedor impede que se concretize a entrega da prestação ju-risdicional de forma efetiva e eficaz.

As duas opções de pagamento também estão mencionadas na ADI. De acordo com a associação, a per-missão de pagamento fora da ordem cronológica, por meio de leilão, em razão do valor menor, ou de acordo das partes, “violam os princípios ético-jurídicos da moralidade, im-pessoalidade e da igualdade, que configuram modalidade de direitos e garantias individuais”.

A Anamatra contestou também determinação para que os pagamen-tos de precatórios expedidos pelos Tribunais de Justiça locais sejam por eles administrados. “[O ato] viola um conjunto de cláusulas pé-treas, contidas no devido processo legal, no princípio federativo, no autogoverno dos tribunais tal como disciplinado na Constituição”, ressal-taram.

O parágrafo 12, do artigo 100, que estabelece que os precatórios serão atualizados pela variação da caderneta de poupança, também foi alvo de críticas. Para a entidade, o dispositivo viola o princípio da re-serva de competência do legislador constitucional para alterar o texto da Constituição, por permitir que “o le-gislador ordinário esvazie a garantia da atualização monetária do valor do precatório, prevista no parágrafo 5º do artigo 100, com a nova redação e no parágrafo 1º do mesmo artigo 100, com a redação antiga”.

violaçãoOutra ADI (4.357) contra a Emenda é de autoria do Conselho Federal da OAB e Associação dos Magistrados Brasileiros, Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp), Associação Nacional dos Servidores do Poder Judiciário, Confederação Nacional dos Servidores Públicos e Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho. Os autores alegam que a EC 62 não foi feita “em conformidade com o disposto no artigo 362 do Regimento Interno do Senado Federal, que preveria interstício mínimo de cinco dias úteis entre a discussão e a votação em primeiro e segundo turnos”. Dessa forma, ressaltam que o artigo 5º, inciso LIV, da CF, que prevê o princípio do devido processo legislativo, teria sido violado. Também argumentam que o artigo 97 do ADCT viola os princípios constitucionais da separação dos poderes, da razoável duração do processo, do acesso à justiça e da igualdade.Após receber a ADI, o relator, ministro Carlos Ayres Britto encaminhou os autos à Advocacia-Geral da União, que se manifestou pela improcedência do pedido e pela constitucionalidade da EC 62. (Conamp)

Page 19: ÓRGÃO INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO MINEIRA DO … fileammp Págnas 8 e 9 Congresso Estadual discute o Novo processo Bár B ara Pexi o t o ASSOCIAÇÃO MINEIRA DO MINISTÉRIO PÚBLICO

ammpnotícias 19 ASSOCIAÇÃO MINEIRA

DO MINISTÉRIO PÚBLICO

É proibido o afastamento dos membros do Ministério Público da carreira para o exer-cício de outras funções. Com esse entendimento, o Supremo Tribunal Federal (STF) negou, por unanimidade, pedido feito no Mandado de Segurança (MS) 26595 por Marcos Henrique Machado, Promotor de Justiça de Mato Grosso.

Consta do MS, impetrado com pedido de liminar, que, em 30 de abril de 2007, Marcos Machado foi convidado pela então ministra de Estado do Meio Ambiente, Marina Silva, para assumir cargo de diretor de Planejamento, Administração e Logística do Ibama. No entanto, foi impedido de assumir o cargo por determinação da Resolução 5/06, do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que disciplina exer cício de atividade

Foi encaminhado à sanção presidencial o PL 1383/03, de au-toria do deputado Antônio Carlos Biscaia, que altera os artigos 109 e 110 do Decreto - Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal. Revoga a prescrição retroativa, determina a contagem da prescrição somente a partir do recebimento da denúncia ou da queixa de um crime.

O Senado apresentou emendas que foram rejeitadas pela Câ-mara dos Deputados.

O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) de-sautorizou a Polícia Federal que, em resolução de seu Conselho Superior, aprovou diretrizes sobre como deveria ser feito o controle externo da atividade policial. A Resolução diz que a PF é subordinada ao Executivo e limita aos integrantes do MP o acesso a documentos internos e a relatórios de missão. Além disso, o Conselho Superior da PF aprovou norma interna indican-do que os policiais não devem

A ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha, relatora do processo, negou o pedido con-tido no Mandado de Segurança. Ela afirmou que o impetrante é Promotor de Justiça desde 1994, portanto após a promulgação da Constituição Federal de 1988, e, por isso, não teria direito de assumir cargo de diretor de Pla-nejamento para o qual tinha sido convidado ou qualquer outro car-go público fora da administração do próprio Ministério Público.

De acordo com a ministra, o Plenário do STF já assentou que a norma prevista pelo CNMP atende rigorosamente ao que dispõe a Constituição Federal em relação aos membros dos Ministérios Públicos e à vedação

CNMP ratifica atribuição de controle da atividade policial

Segundo ele, é a Constituição que determina que cabe ao MP fazer o controle dos atos da PF. Gurgel disse também que a polícia não pode dizer se um inquérito deve ou não ser instaurado. “Quem de-termina a abertura de inquérito é o MP”, enfatizou.

Nota do Conselho Nacional do Ministério Público enfatizou que o controle da PF é atribui-ção do MP. “O controle externo da atividade policial pelo MP tem como objetivos, dentre outros, o respeito aos direitos humanos, a

Supremo reafirma que membros do MP não podem exercer funções diversas da carreira

político-partidária e de cargos públicos por membros do Minis-tério Público. A norma refere-se à impossibilidade de membro do MP que ingressou na instituição após a promulgação da Consti-tuição de 1988 exercer cargo ou função pública.

Ao questionar no MS o pre-sidente do Conselho Nacional do Ministério Público, o impetrante sustenta que teria direito líquido e certo baseado no fato de que o CNMP não teria competência para vedar atividade pública a ser exercida por Promotores e Procuradores de Justiça ou da República por meio de resolu-ção, porque não haveria disposi-tivo legal a proibir esse direito.

Segundo Marcos Machado, não se poderia falar que um Promotor de Justiça, afastado de suas funções típicas, esteja sempre desempenhando fun-

PL de Biscaia vai à sanção presidencial

voto da relatora

ExceçõesAo citar outro trecho do parecer do Ministério Público,

Cármen Lúcia ressaltou a circunstância de que existem so-mente duas exceções à regra geral da vedação do exercício de qualquer outra função pública por membro do MP. São elas: o exercício de uma função de magistério e, na hipótese do arti-go 29, parágrafo 3º, do ADCT, quando membro do Ministério Público, admitido antes da promulgação da Constituição Fede-ral de 1988, houver feito a opção pelo regime jurídico anterior.

instaurar inquéritos requeridos por integrantes do MP se estive-rem fundamentados em “notícias genéricas ou sem justa causa”. Se-gundo a PF, o objetivo foi estabe-lecer normas mínimas de atuação para evitar conflitos com o MP.

Para o presidente do CNMP, Procurador-geral da República, Ro ber to Gurgel, no entanto, o Conselho Superior da PF exorbi-tou de sua competência ao aprovar essas normas. “É como se o órgão controlado quisesse regulamentar a forma de controle”, comparou.

ções alheias ao Ministério Pú-blico, nem que estaria fora de sua carreira. Argumentou ainda que o exercício de outras funções seria lícito e possível desde que compatível com a finalidade ins-titucional do Ministério Público e

prevenção ou correção de ilegali-dades e abuso de poder relativos à atividade de investigação criminal e a probidade administrativa no exercício da atividade policial”, diz a nota. “Não cabe aos órgãos policiais controlados estabelecer restrições ao exercício do controle externo de suas atividades, leva-do a efeito pelo MP, nem opor embaraços de qualquer natureza ao cumprimento de requisições que lhes sejam dirigidas por parte do Ministério Público”, conclui o CNMP.

constitucional. A resolução seria, portanto, atacada inteiramente compatível com a organização e a estrutura da instituição.

A relatora acolheu parecer do MP ao afirmar que a Reso-lução nº 5 “foi elaborada com o propósito de estabelecer parâ-metros definitivos para exercício da atividade político-partidária de qualquer outro cargo públi-co por membro do Ministério Público nacional e que foi edi-tada dentro das prerrogativas constitucionalmente atribuídas ao Conselho Nacional do Mi-nistério Público”. Segundo ela, o artigo 128, parágrafo 5º, inciso II, alínea “d”, da CF, dispõe exa-tamente o que foi adotado por aquele conselho.

que negar direito ou faculdade do membro do MP, mediante licença autorizada por órgão competente, seria violar direito funcional de agente público, como também direito subjetivo do cidadão que ocupa cargo público.

Page 20: ÓRGÃO INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO MINEIRA DO … fileammp Págnas 8 e 9 Congresso Estadual discute o Novo processo Bár B ara Pexi o t o ASSOCIAÇÃO MINEIRA DO MINISTÉRIO PÚBLICO

20 ammpnotíciasASSOCIAÇÃO MINEIRA

DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Circuito das Estações

adidas outono

fo

toS f

eliPe Jáva

re

As inscrições também estão abertas para as provas que serão re-alizadas no mês de maio. Em Belo Horizonte serão duas: o Circuito Caixa dia 16, e a corrida Fundação Torino, no dia 30.

O Circuito Caixa é uma prova realizada em várias cidades do país, como São Paulo, Brasília, Campo Grande, Porto Alegre. Em Minas Gerais, são disputadas duas etapas.

A corrida de rua mais esperada do ano dei-xou BH mais bonita. Cinco mil atletas disputa-ram os percursos de 5 e 10 km debaixo de muito sol e temperatura média de 27ºC.

Os atletas da AMMP tiraram de letra. Com ritmo forte e preparo físico invejável, todos completaram muito bem a prova. Reflexo de

Maio vai ser de correria em BH

treinamentos, dedicação e força de vontade. O resultado: mais saúde e qualidade de vida. Para ver mais fotos acesse o site da AMMP.

Fique ligado! As inscrições para a etapa In-verno do Circuito das Estações já estão abertas. A prova será realizada em 13 de junho. Corra e garanta já a sua.

A primeira acontecerá no dia 30 de maio em Belo Horizonte e, dia 7 de novembro, em Uberlândia. Todas as etapas seguem o mesmo forma-to, com percursos de 5 e 10 km. As inscrições podem ser feitas no site oficial da prova: www.circuitocaixa.com.br.

A corrida Fundação Torino, dia 30 de maio, é conhecida por ser um desafio. A prova é realizada em per-

curso misto, ou seja, com subidas e descidas. O trajeto passa pelas ruas do Bairro Belvedere, zona sul da capital, e não deve ser muito dife-rente dos percursos dos anos an-teriores. A prova é composta pela corrida de 10 km e pela caminhada de 4 km. As inscrições também são feitas pela internet e são limitadas a 2.500 atletas. Anote aí www.ativo.com.