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Dois critérios indispensáveis Apoiados, nos critérios do bom senso e do discernimento, não há o que temer... Página 8 ÓRGÃO MENSAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA - ARARAQUARA/SP - NOVEMBRO DE 2013 - ANO 1 - Nº 02 - 6000 EXEMPLARES - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Cartas vivas Quando colocamos em prática os ensinamentos do Mestre Jesus, passamos a ser verdadeiras “cartas vivas”, errando cada vez menos e nos tornando cada vez mais cristãos.. Página 2 Perda de entes queridos O conhecimento da vida além túmulo colabora para que nossas emoções, em face da despedida do ser amado, sejam mais equilibradas. Página 3 Educando o Espírito A educação deve ser trabalhada pelo lado moral, na arte de manejar o caráter. Página 4 “Bem-aventurados os mansos” Nossas atitudes, impensadas ou refletidas, determinam o rumo do nosso destino. Nesta vida ou além dela... Página 5 Evoluir é a lei: sofrer é opção O sofrimento é inerente ao estado de imperfeição, mas atenua-se com o progresso e desaparece quando o Espírito vence a matéria. Página 9 O que caracteriza um estudo sério Em o Livro dos Espíritos, o codificador anunciou: “O que caracteriza um estudo sério é a continuidade”. Página 10 Extremos desastrosos O desapego aos bens terrenos consiste em saber servir-se deles em benefício dos outros e não apenas em benefício próprio. Página 11 Melindres O problema não está na contundência dos espinhos, mas em nossa suscetibilidade, que se exprime na facilidade em nos melindrarmos. Página 7

ÓRGÃO MENSAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA - … · Evoluir é a lei: sofrer é opção O sofrimento é inerente ao estado de imperfeição, mas ... e mediunidade, doutrinadores e doutrina,

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Dois critérios indispensáveisApoiados, nos critérios do bom senso e do discernimento, não há o que temer...

Página 8

ÓRGÃO MENSAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA - ARARAQUARA/SP - NOVEMBRO DE 2013 - ANO 1 - Nº 02 - 6000 EXEMPLARES - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Cartas vivasQuando colocamos em prática os ensinamentos do Mestre Jesus, passamos a ser verdadeiras “cartas vivas”, errando cada vez menos e nos tornando cada vez mais cristãos..

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Perda de entes queridosO conhecimento da vida além túmulo colabora para que nossas emoções, em face da despedida do ser amado, sejam mais equilibradas.

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Educando o EspíritoA educação deve ser trabalhada pelo lado moral, na arte de manejar o caráter.

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“Bem-aventurados os mansos”Nossas atitudes, impensadas ou refletidas, determinam o rumo do nosso destino. Nesta vida ou além dela...

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Evoluir é a lei: sofrer é opçãoO sofrimento é inerente ao estado de imperfeição, mas atenua-se com o progresso e desaparece quando o Espírito vence a matéria.

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O que caracteriza um estudo sérioEm o Livro dos Espíritos, o codificador anunciou: “O que caracteriza um estudo sério é a continuidade”.

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Extremos desastrososO desapego aos bens terrenos consiste em saber servir-se deles em benefício dos outros e não apenas em benefício próprio.

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MelindresO problema não está na contundência dos espinhos, mas em nossa suscetibilidade, que se exprime na facilidade em nos melindrarmos.

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Araraquara, novembro de 2013 PÁGINA 2

Cartas VivasQuando colocamos em prática os ensinamentos do Mestre

Jesus, passamos a ser verdadeiras “cartas vivas”, errando cada vez menos e nos tornando cada vez mais cristãos.

Editorial

Cleber [email protected]

Ao reler o livro “Os Mensagei-ros”, psicografado por Francisco Candido Xavier, pelo espírito de André Luiz editado pela FEB, no capítulo 3 diálogo entre Tobias e André Luiz chamou-me atenção os seguintes dizeres:

“Preparam-se aqui numerosos companheiros para a difusão de esperanças e consolos, instruções e avisos, nos diversos setores da evolução planetária. Não me re-f iro tão só a emissários invisíveis. Organizamos turmas compactas de aprendizes para a reencarnação. Médiuns e doutrinadores saem daqui às centenas, anualmente. Tarefeiros do conforto espiritual encaminham-se para os círculos carnais, em quantidade conside-

rável, habilitados pelo nosso centro de mensageiros. Saem milhares de mensageiros aptos para o serviço, mas são raros os que triunfam. Alguns conseguem execução parcial da tarefa, outros muitos fracassam de todo. Quando os mensageiros se esquecem do espírito missionário e da dedicação aos semelhantes, costumam transformar-se em ins-trumentos inúteis. Há médiuns e mediunidade, doutrinadores e doutrina, como existem a enxada e os trabalhadores. Pode a enxada ser excelente, mas se falta espírito de serviço no cultivador, o ganho da enxada será inevitavelmente a ferrugem. Assim acontece com as fa-culdades psíquicas e com os grandes conhecimentos. Não preparamos, pois, neste centro simples postalis-tas, mas espíritos que se transfor-mem em cartas vivas de Jesus para a humanidade encarnada.”

Todas essas informações che-garam até nós em 1944, com o decorrer de décadas ainda, vi-venciamos tais falhas dentro de casas espíritas onde, dirigentes, doutrinadores e trabalhadores embutem nos ensinamentos Kardecistas seus “personalismos”, criando � éis seguidores sem es-

Na edição de nº 01 de Se-tembro de 2013 ao ser trans-crito o artigo - WALLACE LEAL VALENTIM RODRI-GUES, por ERNESTO LIA, em um dos parágrafos, não foram digitadas as palavras que estão abaixo em negrito:

Com relação às artes plásticas, eu estava rumo ao pro� ssionalismo, quando Wallace, que já vinha se entusiasmando com o meu traba-lho, manifestava insistentemente seu desejo de ser retratado por mim.

Errata

tudo esclarecedor dos verdadeiros postulados da doutrina.

Quando dizemos “cartas vi-vas de Jesus para a humanidade encarnada” não estamos dizendo que é exclusividade do espiri-tismo, Cairbar Schutel, no livro Parábolas e Ensinos de Jesus nos convoca a reforma íntima, verdadeiro mecanismo para a evolução.

Quando buscamos o melho-ramento íntimo, colocamos em prática os ensinamentos do Mestre Jesus e assim passamos a ser verda-deiras “cartas vivas”, errando cada vez menos e nos tornando cada vez mais cristãos. r

Queridos amigos e irmãos de ideal.

Foi com muita alegria que lançamos durante o Encontro Anual Cairbar Schutel 2013 o Jornal Tribuna Espírita.

Na oportunidade, recebemos muitas manifestações de cari-nho, apoio, pessoas a nos dizer da alegria em conhecer e receber este periódico.

Agradecemos a todos os e-mails, contatos, pessoas elo-giando o conteúdo, a diagrama-ção, a nos desejar sucesso.

Manifestações que nos en-chem de alegria, e são motiva-doras para continuarmos esse trabalho tão grati� cante.

Em retribuição a todo este ca-rinho, temos a grata satisfação de anunciar para esta segunda edição, o aumento de nossa tiragem, que passa a ser de 6 mil exemplares.

E para que possamos melho-rar ainda mais este periódico, pe-dimos a colaboração dos nossos amigos leitores, em nos enviar através do e-mail [email protected], suas sugestões, críticas construtivas, notícias das casas espíritas, pois todas as in-formações são importantes para continuidade deste trabalho.

Agradecemos a todos por apoiarem esta iniciativa, e ao nos-so PAI de in� nita bondade, que abençoe a cada um de nós, com sua luz de fé, esperança e amor.

Que JESUS nos abençoe agora e sempre.

G.E.A.A – Grupo de Espíritas Anônimos de Araraquara

Araraquara, novembro de 2013PÁGINA 3

Perda de entes queridosO conhecimento da vida além túmulo colabora para que nossas emoções,

em face da despedida do ser amado, sejam mais equilibradas.

Wellington [email protected]

Trabalhando há algum tem-po no tema: perda de entes queri-dos, emociono-me com freqüência porque é algo que toca a alma a partida de um ser amado sensibi-lizando a todos. Diante disso, dessa dor democrática que não libera ricos e pobres, bra-sileiros ou americanos, re� ito na importância da serenida-de... Vejo as pessoas pedindo saúde, paz, harmonia. Claro, todos queremos saúde, paz e harmonia, mas, na minha maneira de ver a vida, con-sidero a serenidade como a conquista mais abençoada da criatura. A conquista da serenidade vale mais, isso em minha opinião, do que uma Copa do Mundo ou qual-quer outro tesouro da Terra. Com serenidade transitamos por todas as estradas deste mundo sem perdermos o rumo, o norte de onde devemos chegar.

Entretanto, voltando ao tema perda de entes queridos, quero trocar a palavra perda por partida, porque não perdemos ninguém, pode ser?

Então vamos lá: partida de en-tes queridos, voltando a este tema, em O livro dos Espíritos Kardec aborda de forma muito serena a

questão e faz vários comentários. Em um dos comentários ele diz que devemos felicitar o ser que partiu porquanto se libertou de uma prisão, e que lamentar sua partida é mais egoísmo do que afeição. Muito natural que enten-damos e felicitemos o ser que par-tiu por causa de doença de longo curso. Óbvio, livrou-se do peso do corpo disforme.

Mas e a criança ou o jovem cheio de vida que vão embora de forma abrupta? Como felicitar-lhes? Ain-da em O livro dos Espíritos Kardec faz interessante comparação. Diz o codi� cador que ao suportarmos as provações da vida com coragem ao deixarmos a prisão terrena iremos

� car felizes com nosso comporta-mento, semelhante a um doente que se cura após tratamento de dolorosa moléstia.

Muito interessante a forma de abordar o tema de Allan Kardec. Ele tem essa capacidade de ilus-trar as questões para � car de fácil assimilação. Claro que � caremos tristes, abatidos pela partida do ente amado, até ai tudo normal. Qual o problema?

O problema é, segundo os Espí-ritos, a dor incessante e com revol-ta. Esta dor com traços de indigna-ção quanto aos desígnios superiores é que afeta profundamente os que partiram. Eles – os seres que se foram antes de nós – são sensíveis aos nossos pensamentos e senti-mentos. Imagine como � cará uma mãe ao veri� car que seu � lho, após seu desenlace, perdeu a vontade de viver. Certamente que o sofrimento do filho a deixará acabrunhada, de baixo astral... Os Espíritos vão além e informam que esta dor indignada pode representar, quem sabe, obstáculo ao reencontro.

Alguém poderá dizer: Mas como controlar as emoções?

O conhecimento da vida além túmulo colabora para que nossas emoções, em face da despedida do ser amado, sejam mais equilibradas. É possível comunicar-se com os que partiram, a� nal, eles não desa-pareceram no espaço, não viraram pó, apenas mudaram de residência. Este fato já é um alívio e ajuda a serenar os ânimos.

Há, entretanto, os que dizem ser profanação evocar os que já foram.

E os Espíritos ensinam novamente que não pode haver profanação quando há recolhimento e senti-mento sincero.

Claro, podemos comunicar-nos com os que nos precederam na grande viagem.

Outro ponto a ser abordado é: compreender que não podemos tudo nesta vida. Há coisas que não conseguimos controlar, que escapam a nossa vontade. Ai entra a resignação e a serenidade - olha ela ai de novo - para suportarmos com bravura e coragem as provas desta existência. Pode tombar o mundo, mas a serenidade nos manterá em pé.

E como conquistar a serenida-de? Ora, como se conquista todas as outras virtudes, ou seja, treinando para adqui-ri-la, trabalhando a inti-midade, conhecendo-se, e estudando as leis que regem a vida.

Quando temos a consci-ência de que Deus fez tudo certo e as coisas criadas por ELE estão em seu devido lugar é mais fácil compor-tar-se de forma equilibrada e esperar, claro, o momento do reencontro com os que partiram.

Quanto mais pacientes e serenos formos, mais feliz

será esse reencontro que, diga-se de passagem, por bondade divi-na pode ocorrer nos momentos de sono do corpo físico, quando parcialmente libertos da máquina orgânica passearemos pelos jardins de Deus... Com fé e esperança no futuro, quem sabe nesses passeios encontramos nossos amores que já tomaram o ônibus de regresso ao mundo espiritual... Vale a pena pensar nisso... r

Araraquara, novembro de 2013 PÁGINA 4

Educando o EspíritoA educação deve ser trabalhada pelo lado moral, na arte de manejar o caráter.

Marcus De [email protected]

A Doutrina Espírita considera que “só a educação poderá refor-mar os homens”, conforme a resposta dos Espír itos Superiores à pergunta de Allan Kardec, na questão 796 de O Livro dos Espíritos. E compreende que a educação não pode ser encarada apenas pelo seu lado instrucional, ou ilustração do intelecto, mas deve ser trabalhada pelo lado moral, na arte de manejar o caráter.

O pensamento espírita é transformador tanto da � lo-so� a da educação, quanto da práxis educacional. De sua � loso� a imortalista da alma e divindade da vida, surge naturalmente uma pedagogia transcendente que leva em conta não apenas o existir ter-reno, mas o antes e o depois desse existir. Isso promove uma educação, ou seja, uma metodo-logia e uma didática que visa o crescimento potencial do homem rumo à perfeição, procurando equilibrar a inteligência com o sentimento, na realização não só do aprendizado das ciências, da leitura e da escrita, ou seja, não só na conquista dos saberes, mas igualmente no desenvolvimento do senso moral.

A educação do espíritoAlém de considerar a educação

moral como legítima formadora do homem, o Espiritismo ainda vai mais além ao quebrar o ma-terialismo com a comprovação da imortalidade da alma, lançando as bases da educação do espírito. Por esses motivos é que o Espiri-tismo, lançando seu olhar sobre as escolas, preconiza uma nova metodologia educacional em três pontos principais:

1 - Educação com amor – por-que o amor deve ser a base de todo ensino, de toda aprendizagem, de

todo exemplo. O amor é a base, é a essência da educação.

2 - Educação com exemplo – porque as palavras podem até con-vencer, mas somente os exemplos arrastam, somente os exemplos têm força para provocar verdadei-ras transformações.

3 - Educação com experiência própria – porque virtudes e valores não podem ser aprendidas somente pela teoria, devem ser praticadas.

A conjugação de todos esses princípios na educação moral é o único caminho capaz de colocar o homem nos trilhos da bondade, reformando as instituições sociais, hoje tão atreladas ao egoísmo que deita raízes nos corações.

Enquanto a família e a escola não entenderem a profundidade da educação moral, continuaremos no des� le dos desregramentos que temos assistido, quando, se aplica-da, a educação moral estabelece a desejada felicidade, por formar ho-mens de bem, objetivo do próprio Espiritismo. A reforma da � loso� a

que rege o sistema educacional vigente, com a absorção da edu-cação moral, levará os currículos e métodos escolares ao verdadeiro � m superior da formação, e não da instrução. Formação do caráter através da aquisição de hábitos sadios de vivência com Deus, com o próximo e consigo mesmo, na prática do bem e do amor.

Uma escola que executa seu trabalho baseada na educação

moral é legítima extensão, com-plemento mesmo da família, tornando-se um lar que abriga consciências reencarnadas recla-mando diretriz segura para o uso da inteligência e o desabrochar das qualidades do sentimento. O Espiritismo, pois, fundamenta e indica a educação moral para renovação do ser humano e es-tabelecimento da era do espírito.

Advertência sobre o futuroNão se pode negar a vasta e

profunda contribuição que o Es-piritismo oferece à educação, mas

precisamos estar atentos para a advertência de Léon Denis, realizada no livro O Mundo Invisível e a Guerra:

“É necessário que uma gran-de corrente idealista e um poderoso sopro moral varram as sombras, as dúvidas, as incertezas que ainda existem sobre muitas inteligências e consciências, a f im de que a luz das verdades eternas aclare os cérebros, aqueça os corações, le-vando conforto aos que sofrem. A educação do povo precisa ser totalmente modif icada, para que todos possam ter a noção dos deveres sociais, o senti-mento das responsabilidades individuais e coletivas e, prin-cipalmente, o conhecimento do objetivo real da vida, que é

o progresso, o aperfeiçoamento da alma, o aumento de suas riquezas íntimas e ocultas.”

Essa advertência foi escrita durante o período de 1914-1918, quando da primeira grande guerra mundial e mostra-se ainda bastante atual, ou seja, o tempo não foi ain-da su� ciente para despertarmos e colocarmos a � loso� a espírita em plena realização na vida. Por que esperar mais tempo? r

Araraquara, novembro de 2013PÁGINA 5

“Bem-aventurados os mansos, porque elesherdarão a terra” – Mateus 5:5

Nossas atitudes, impensadas ou refletidas, determinam o rumo do nosso destino. Nesta vida ou além dela...

Sidney Francese [email protected]

“-Quero processá-lo! Por ofensas morais, perdas e danos!” Quem havia irrompido a porta do conceituado escritório de advocacia fora Wagner, o popular “dinamite”.

Dr. Garcia bem conhecia a origem do apelido. Devia-se ao explosivo comportamento do seu cliente. Não era má pessoa. Mas, que não fosse contrariado... Dr. Garcia também conhecia a parte contrá-ria. Wagner estava furioso com o mecânico Pradão, que também não era um exemplo de docilidade e cortesia.

“-Você tem razão, Wagner! - Vamos processar o Pradão. Traga-me seus documentos e amanhã entrarei com a petição. Mas, antes quero um favor seu!” – Solicitou Dr. Garcia.

“-Não me venha com suas conversas Dr. Garcia. Você está querendo-me enrolar. - Você vai

ou não vai processar o Pradão?” – Perguntou Wagner.

“-Sim! – Respondeu Dr. Garcia. “-Mas, antes você vai-me prometer uma coisa.”

“-O quê?” – Respondeu “di-namite”.

“-Vá até o Pradão e diga o se-guinte:” “-Pradão. Fui grosso com você. Desculpe-me! Mas, só me responda uma coisa: Você vai ou não vai consertar o meu carro?”

“-Mas, Dr. Garcia. O Pradão não fez o serviço direito e eu ainda tenho que lhe pedir des-culpas?”

“-É a minha condição para acei-tar o seu caso, Wagner. - Depois disso volte aqui. Se o Pradão mes-

mo assim recusar-se a indenizá-lo, eu o processarei.”

O velho “dinamite” teve que manter seu estopim apagado. E, segundo posterior narrativa do próprio Pradão, Wagner fez tudo direitinho. “-Ele quebrou minhas pernas, doutor. Nunca pensei que ele aparecesse para me pedir desculpas! - Minha resposta foi: - Claro que sim “dinamite”! Fique sossegado. Suas peças já foram até compradas. Talvez as outras estivessem com defeito. Mas, agora tudo vai dar certo!”

Mais tarde Wagner volta ao es-critório do Dr. Garcia: “-Mas, você é malandro mesmo, hein doutor? – Você já sabia que o Pradão iria consertar o meu carro!”

“-Não sabia – a� rmou Garcia. Pradão só reconsiderou por causa da sua atitude. Você, Wagner, con-sertou a situação.”

Abraçaram-se e riram às es-câncaras.---------------------------------

Mansuetude não significa fraqueza. Nem autoritarismo re-presenta superioridade. Quando conseguimos entender a essência da mensagem evangélica e temos coragem para aplicá-la em nosso dia a dia, controlando nossas tendências agressivas, a vida fica menos complicada. Essa “coragem evangélica” conserta situações, apazigua ânimos e reconstrói relações. A partir daí sim, ha-bilitamo-nos à divina seleção dos que efetivamente herdarão a terra.

Nossas atitudes, impensadas ou refletidas, determinarão o rumo do nosso destino. Nesta vida ou além dela... r

Araraquara, novembro de 2013 PÁGINA 6

Estudando KardecOnde se pode encontrar a prova da existência de Deus? Duvidar da existência de Deus é

negar que todo efeito tem uma causa e avançar que o nada pôde fazer alguma coisa.

1. Que é Deus?“Deus é a inteligência supre-

ma, causa primária de todas as coisas.”

2. Que se deve entender por in� nito?

“O que não tem começo nem � m: o desconhecido; tudo o que é desconhecido é in� nito.”

3. Poder-se-ia dizer que Deus é o in� nito?

“De� nição incompleta. Pobreza da linguagem humana, insu� ciente para de� nir o que está acima da linguagem dos homens.”

Deus é in� nito em suas perfei-ções, mas o in� nito é uma abstra-ção. Dizer que Deus é o in� nito é tomar o atributo de uma coisa pela coisa mesma, é de� nir uma coisa que não está conhecida por uma outra que não o está mais do que a primeira.

PROVAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS

4. Onde se pode encontrar a pro-va da existência de Deus?

“Num axioma que aplicais às vossas ciências. Não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem e a vossa razão responderá.”

Para crer-se em Deus, basta se lance o olhar sobre as obras da Criação. O Universo existe, logo tem uma causa. Duvidar da exis-tência de Deus é negar que todo efeito tem uma causa e avançar que o nada pôde fazer alguma coisa.

5. Que dedução se pode tirar do sentimento instintivo, que

todos os homens trazem em si, da existência de Deus?

“A de que Deus existe; pois, donde lhes viria esse sentimento, se não tivesse uma base? É ainda uma conseqüência do princípio — não há efeito sem causa.”

6. O sentimento íntimo que te-mos da existência de Deus não pode-ria ser fruto da educação, resultado de idéias adquiridas?

“Se assim fosse, por que exis-tiria nos vossos selvagens esse sentimento?”

Se o sentimento da existência de um ser supremo fosse tão somente produto de um ensino, não seria universal e não existiria senão nos que houvessem podido receber esse ensino, conforme se dá com as noções cientí� cas.

7. Poder-se-ia achar nas pro-priedades íntimas da matéria a cau-sa primária da formação das coisas?

“Mas, então, qual seria a causa dessas propriedades? É indispen-sável sempre uma causa primária.”

Atribuir a formação primária das coisas às propriedades íntimas da matéria seria tomar o efeito pela causa, porquanto essas proprieda-des são, também elas, um efeito que há de ter uma causa.

8. Que se deve pensar da opinião dos que atribuem a formação pri-mária a uma combinação fortuita da matéria, ou, por outra, ao acaso?

“Outro absurdo! Que homem de bom-senso pode considerar o acaso um ser inteligente? E, de-mais, que é o acaso? Nada.”

A harmonia existente no meca-nismo do Universo patenteia com-binações e desígnios determinados e, por isso mesmo, revela um poder inteligente. Atribuir a formação primária ao acaso é insensatez, pois que o acaso é cego e não pode pro-

duzir os efeitos que a inteligência produz. Um acaso inteligente já não seria acaso.

9. Em que é que, na causa pri-mária, se revela uma inteligência suprema e superior a todas as inte-ligências?

“Tendes um provérbio que diz: Pela obra se reconhece o autor. Pois bem! Vede a obra e procurai o autor. O orgulho é que gera a in-credulidade. O homem orgulhoso nada admite acima de si. Por isso é que ele se denomina a si mesmo de espírito forte. Pobre ser, que um sopro de Deus pode abater!”

Do poder de uma inteligência se julga pelas suas obras. Não podendo nenhum ser humano criar o que a Natureza produz, a causa primária é, conseguintemente, uma inteli-gência superior à Humanidade.

Quaisquer que sejam os pro-dígios que a inteligência humana tenha operado, ela própria tem uma causa e, quanto maior for o que opere, tanto maior há de ser a causa primária. Aquela inteligência superior é que é a causa primária de todas as coisas, seja qual for o nome que lhe deem. r

Extraído de O Livro dos Espíritos - Tra-dução Dr. Guillon Ribeiro – Editado pela Federação Espírita Brasileira.

Araraquara, novembro de 2013PÁGINA 7

MelindresO problema não está na contundência dos espinhos, mas em nossa suscetibilidade, que se exprime na facilidade em nos melindrarmos.

Richard [email protected]

Indagado sobre problemas de relacionamento humano, disse Chico Xavier:

Existem pessoas que se sentem ofendidas, magoadas por qualquer coisa: à mais leve contrariedade, se sentem humilhadas... Ora, nós não viemos a este mundo para nos banhar em águas de rosas... Somos Espíritos altamente endividados - dentro de nós o passado ainda fala mais alto... Não podemos ser tão suscetíveis assim...

Com a sabedoria de sempre, há todo um tratado de bem viver em suas singelas expressões.

Muitos problemas seriam evi-tados se as pessoas se dessem ao trabalho de cogitar dos objetivos da existência.

Não somos fruto do acaso, a partir do encontro de um óvulo com espermatozoide vencedor.

Vivíamos antes do berço.Viveremos após o túmulo.Transitamos pela Terra pilo-

tando o corpo, máquina frágil que precisa ser alimentada e cuidada.

A todo momento apresenta desajustes e dores que exigem cuidados e, não raro, nos oprimem.

E convivemos com pessoas que guardam limitações semelhantes, sob a regência do egoísmo, esse vilão das almas, a sustentar as dores e confusões do Mundo.

***Estimaríamos, no relaciona-

mento humano, banhar-nos em rosas, guardando inefável tranqui-lidade e inalterável bem-estar.

Ocorre que isso nunca acontece em plenitude, porquanto há sempre espinhos que nos ferem a sensibi-lidade, impostos pela convivência com desafetos da Terra e do Além.

O problema, amigo leitor, não está na contundência dos espi-nhos, mas, como afirma Chico, em nossa suscetibilidade, que se exprime na facilidade em nos melindrarmos.

É como uma alergia. Há pessoas que podem comer

quilos de queijo, sem problema algum. Outras � cam com o rosto deformado pelo inchaço, ingerindo mínima porção.

O melindre é a alergia da alma.

Um mínimo de contra-riedade e eis o estrago feito, promovendo transtornos em nosso ânimo.

Para vencer a alergia física há uma terapia de dessensibi-lização, com o suporte medi-camentoso a ser aplicado com critério e perseverança.

Para vencer a alergia espi-ritual, que tanto nos perturba e aborrece, é preciso arejar a alma, com o exercício perse-verante da humildade.

Alguém alegará:– Como pode ser a humil-

dade o remédio para o melindre se é justamente por sermos humilha-dos que nos sentimos melindrados?

Quem assim questiona está confundindo humildade com hu-milhação.

A humilhação é a sensação de rebaixamento, de discriminação. Julgamos que alguém nos boicotou, diminuiu ou menosprezou…

A humildade é a consciência de nossas próprias limitações, que nos induz a não nos julgarmos melhor do que ninguém.

É simples entender.Se sou humilde, nunca me sen-

tirei humilhado.Se me sinto humilhado, humil-

de não sou. ***

Proclama Jesus (Lucas, 17:21): …o Reino de Deus está dentro

de vós.Isso signi� ca que entrar no Rei-

no é realizá-lo em nossa própria consciência, em inefável tranquili-dade interior.

Jesus nos indica como fazê-lo, em O Sermão da Montanha (Ma-teus, 5:3):

Bem-aventurados os humildes, porque deles é o Reino de Deus.

Olhe aí, amigo leitor, mais uma vez a humildade!

É muito mais do que um remé-dio para a alergia da Alma!

É o passaporte para estados de beatitude na consciência, o Reino em nós, sem as escuras nuvens de indesejável suscetibilidade. r

Araraquara, novembro de 2013 PÁGINA 8

Dois critérios indispensáveisApoiados, nos critérios do bom senso e do discernimento, não há o que temer...

Orson Peter [email protected]

Sabemos todos, pelo estudo da Escala Espírita, apresenta-da por Kardec em O Livro dos Espíritos (questão 100), que os espíritos pertencem a diferentes estágios de moralidade e inte-lecto, estágios estes alcançados pelo próprio esforço e pela força do progresso que é lei para to-dos. O entendimento prévio da importante classificação apre-sentada pelo Codi� cador evita possíveis decepções quanto às manifestações, fenômenos e pseudo-orientações apresentadas no intercâmbio com os encarna-dos. Uma vez sabedores dessas diferenças, estaremos prevenidos contra tentativas de misti� cação e fraude por eles arquitetadas. E igualmente estaremos portando um bom nível de discernimen-to na recepção de orientações que surjam através de médiuns.Na Revista Espírita, de julho de 1859, no Pronunciamento do Encerramento do ano social 1858-1859, feito por Kardec na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, dentre os vários assun-tos focados, destacamos trecho de máxima importância para

nossas reflexões: “(...) saibam, pois, que tomamos toda opinião manifestada por um Espírito por uma opinião individual; que não a aceitamos senão depois de tê-la submetido ao controle da lógica e dos meios de investigação que a própria ciência espírita nos fornece, meios que todos vós conheceis. (...)”.

Observemos a curiosa ob-servação de Kardec: “controle da lógica e dos meios de in-vestigação que a própria ci-ência espír ita nos fornece”. A lógica sugere e solicita que tudo que venhamos receber dos espíritos, por via mediúnica, seja submetido à avaliação do raciocínio, do bom senso. Se fugir disso, que seja rejeitado.E claro que isso também vale para o que venha dos encarnados.Como or ienta Erasto: “( . . . ) Na dúvida, abstém-te, diz um dos vossos velhos provérbios. Não admitais, portanto, senão o que seja, aos vossos olhos, de manifesta evidência. Desde que uma opinião nova venha a ser expendida, por pouco que vos pareça duvidosa, fazei-a passar pelo crisol da razão e da lógica e rejeitai desassombradamente o que a razão e o bom-senso re-provarem. Melhor é repelir dez verdades do que admitir uma única falsidade, uma só teoria errônea. (...) (capítulo XX, item 230 de O Livro dos Médiuns).Sob o ponto de vista da inves-tigação, eis aí um critério que qualquer estudioso espírita pode efetuar com tranquilidade: bas-ta observar atentamente o que

ocorre à nossa volta ou venha dos espíritos. A investigação, sugerida pela Ciência Espírita, é exatamente submeter todos os fenômenos e ocorrências medi-únicas (e até mesmo anímicas, acrescentamos) ao critério dos fundamentos e princípios apre-sentados pelo Espiritismo. Estão coerentes? Ferem os fundamen-tos doutrinários? Sem esquecer que, simultaneamente, podemos também efetuar pesquisa, através

de anotações, acompanhamentos e métodos de experimentação.Apoiados, pois, nos critérios do bom senso e do discernimento, não há o que temer, desde que nos desarmemos da negação simplesmente por negação, das implicâncias e preferências de ordem pessoal e nos coloquemos no neutro terreno de quem quer conhecer e aprender, descobrir e investigar pelo prazer de apri-morar o conhecimento. r

Araraquara, novembro de 2013PÁGINA 9

Evoluir é a lei: sofrer é opçãoO sofrimento é inerente ao estado de imperfeição, mas atenua-se com

o progresso e desaparece quando o Espírito vence a matéria.

Valentim [email protected]

As adversidades da vida não podem ser consideradas maiores que as oportunidades. Sim, por que

se as entendermos como motivos de crescimento espiritual deixam de ser problemas e passam a ser soluções.

Muitas vezes questionamos a justiça Divina quando nos sen-timos prejudicados nos nossos interesses, pessoais esquecendo que tudo que nos acontece tem um � m útil e providencial.

Estamos neste mundo com ob-jetivos estabelecidos pelo Criador de atingirmos a condição de sermos criaturas capazes de amar, servir,

perdoar, entender, tolerar, en� m, nos esforçarmos ao máximo para nos aproximarmos da vivência dos ensinamentos de Jesus.

Na questão 132 de “O Livro dos Espíritos”, obra básica da codi� ca-ção espírita, os espíritos disseram a Allan Kardec, que a encarnação é nos dada com a � nalidade de al-cançarmos a perfeição. Para uns, é expiação, para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm os indivíduos de sofrer todas as vicissitudes da existência corporal.

Na questão 133-a, ensinam que as a� ições da vida são, muitas vezes, a consequência da imperfeição do

Espírito. Quanto menos imperfei-ções, tanto menos tormentos.

Assim sendo, se sofremos não é porque Deus nos abandonou, mas sim por termos nos afastado do caminho do bem, único capaz de nos levar à felicidade.

Não devemos pois acusar Deus ou lamentarmos diante da dor, pois ela é fruto das nossas ações equivocadas e devemos aceitá-la com resignação. O sofrimento é inerente ao estado de imperfeição,

mas atenua-se com o progresso e desaparece quando o Espírito vence a matéria. O sofrimento é um meio poderoso de educação para as almas, pois desenvolve a sensibilidade, que já é por si mes-ma, uma conquista do ser imortal que somos. Sob suas múltiplas for-mas, é o remédio supremo para as imperfeições e as enfermidades da alma. Da mesma forma que as do-enças orgânicas são o resultado de nossos excessos, como a gula, por exemplo, as experiências morais que nos atingem são resultantes do orgulho e do egoísmo, as duas chagas da humanidade. Cedo ou

tarde, essas faltas recaem sobre nós como verdadeiras lições a serem aprendidas a � m de não retornar-mos aos mesmos erros.

Quando nos preocuparmos mais com a nossa espiritualidade do que com a materialidade, cer-tamente nos aproximaremos mais da perfectibilidade a que estamos destinados, sendo mais felizes, ainda que vicissitudes, ou seja, alterações ou instabilidades surjam em nossos caminhos, compreen-

dendo que as supostas adversida-des desaparecerão na medida em que as enfrentarmos com altivez, sem lamentações e com sabedoria, pois Deus, que é Amor, não nos criou para o sofrimento, mas sim para a felicidade.

No livro Um modo de entender – uma nova forma de viver, de Fran-cisco do Espírito Santo Neto, ditado por Hammed, encontramos uma belíssima mensagem, lição 12, com o título “Sofrimento”, que exempli-� ca bem as considerações que esta-mos fazendo quando diz: “Eu não sou sofredor. Eu estou sofredor”. Ser e estar são angulações diferenciadas

que influenciam sobremaneira o psiquismo na estrutura da alma em evolução. Sofrer é, portanto, um sin-toma que indica que a causa sou eu mesmo, por isso devo renovar-me… Renovar é a meta. “Você é arquiteto do seu destino.”

Buscar em nós mesmos as forças para esta renovação é o desa� o a ser vencido. Condições e capacidades para tal todos nós possuímos. Fazer a opção certa só depende da nossa vontade! r

Araraquara, novembro de 2013 PÁGINA 10

O que caracteriza um estudo sérioEm O Livro dos Espíritos, o codificador anunciou: “O que

caracteriza um estudo sério é a continuidade”.

Cláudio Bueno da [email protected]

Parece óbvio dizer-se que os espíritas precisam estudar sempre. Mas essa recomendação é neces-sária, pois o conteúdo espírita é muito amplo e rico e demanda tempo para ser compreendido. Além disso, novas pessoas aden-tram o centro espírita a cada dia e muitas delas irão se tornar, mais cedo ou mais tarde, colaboradoras e até dirigentes do mesmo, de-vendo assumir com conhecimento de causa suas responsabilidades perante a doutrina. Estudando a teoria estarão se preparando para a boa prática.

Ainda que Allan Kardec não tivesse alertado sobre a questão do estudo constante para os espí-ritas, o bom senso por si só, lhes teria indicado a necessidade dele para o conhecimento da doutrina. Mas o fato é que Kardec alertou sim e, logo na Introdução ao Es-tudo da Doutrina Espírita, de O Livro dos Espíritos, o codi� ca-dor anunciou: “O que caracteriza um estudo sério é a continuida-de”. E todos nós espí-ritas sabemos o quanto é sério o Espiritismo.

Quem não conhece ou conhece pouco a doutrina, não deve-rá assumir respon-sabilidades para as quais não está apto, pois corre o risco de transmitir conceitos e ideias pessoais, ou até exóticas, apanhadas alhures, como sendo Espiritismo. Há muitas tarefas na casa espírita e não faltará serviço ao bom trabalhador enquanto se prepara doutrinariamente.

Por isso a recomendação do estudo feita pelos órgãos co-ordenadores do movimento aos dirigentes é importante no sentido de que não deixem de estimular essa prática, principal-mente no que se refere aos livros de Allan Kardec, o codificador, como forma de se conhecer bem o Espiritismo.

Para tanto, a melhor forma de se alcançar esse objetivo são os cursos. A experiência tem demonstrado que quando se estuda em grupo, dentro da casa espírita, através de cursos regulares sobre Espiritismo,

o aprendizado é mais produtivo e mais � el aos princípios doutriná-rios e, tanto frequentadores quanto trabalhadores aprimoram seus re-cursos pessoais e ampliam as boas condições de atendimento aos que procuram a instituição.

Criando essa oportunidade para todos no centro espírita, o dirigente consciente das suas

funções, estará ajudando na propagação correta da Doutrina Espírita e ao mesmo tempo, co-laborando para que a instituição atenda a sua finalidade de ins-truir e consolar pessoas. r

Evangelização de bebês

Veja a gravação de uma o� -cina de Evangelização

de bebês até dois meses de idade. Ela ocorreu em Arara-quara-SP durante a 3a. edição do Encontro Cairbar Schutel, promovido pelo Instituto Cair-bar Schutel.

Pesquise pelo google, na in-ternet, da seguinte forma: EAC 2013 - Cintia Vieira - Evange-

lizando Bebês - (são 5 partes de alguns minutos cada).

Cíntia Vieira Soares, de Goiania-GO, autora do livro com o mesmo nome, conduziu a oficina com grande êxito e comoveu o público com a aten-ção  que despertou nos bebês. Cíntia é graduada em Música, mestre em Educação (ambas pela UFG – Universidade Fe-

deral de Goiás) e diretora da escola “Música e Bebê” na mes-ma cidade. Integra a equipe da FEEGO (Federação Espírita do Estado de Goiás).

Sugerimos baixar os vídeos e exibir para educadores espíritas.

Ideal que os pais estejam presentes.

Acesse também: www.institu-tocairbarschutel.org

Araraquara, novembro de 2013PÁGINA 11

Extremos desastrososO desapego aos bens terrenos consiste em saber servir-se deles em

benefício dos outros e não apenas em benefício próprio.

Rogério [email protected]

“O avarento entesoura como se fosse viver eternamente, o pródigo dissipa como se estivesse à beira do túmulo”. - Aristóteles

Há que se preservar tanto da sórdida avareza quanto da des-trambelhada prodigalidade. O po-sicionamento intermediário entre esses dois desastrosos extremos é o ideal.

“(...) Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá-os aos pobres e terás um tesouro no Céu. Depois, vem e segue-me”. (Mt., 19:16 a 24.)

O pobre moço rico se foi todo tristonho, pois tendo muitos ha-veres e igual apego a eles não foi capaz da renúncia sugerida pelo Mestre. Mas, na verdade - naquele momento - Jesus falava para todos nós que ainda hoje não reunimos os quali� cativos de Seus verdadeiros e � éis seguidores, vez que, distraídos com o “canto de sereia” das atrações chãs e interesses puramente hedo-nistas e subalternos, seguimos com os pés atolados no charco terrestre, embora vez por outra lancemos os olhos na direção do In� nito de Luz que se nos antoja.

Passamos a vida “ampliando os celeiros” repletando-os com os excessos de desmedida e soez

ambição. Insensatez! De que nos servirão tais acúmulos materiais se já no dia seguinte não estivermos mais aqui?

Se por um lado a sovinice é deplorável, segundo Lacordaire1, “(...) esbanjar a riqueza não é de-monstrar desprendimento dos bens terrenos: é descaso e indiferença.

Depositário desses bens, não tem o homem o direito de di-lapidá-los, como não tem o de con� scá-los em seu proveito. Pro-digalidade não é generosidade: é, frequentemente, uma modalidade do egoísmo.

Um que despenda a mancheia o ouro de que disponha, para sa-tisfazer a uma fantasia, talvez não dê um centavo para prestar um serviço. O desapego aos bens ter-renos consiste em apreciá-los no seu justo valor, em saber servir-se deles em benefício dos outros e não apenas em benefício próprio, em não sacri� car por eles os inte-resses da vida futura, em perdê-los sem murmurar, caso apraza a Deus retirá-los.

Quando Deus vos desferir um golpe, não esqueçais nunca que, ao lado da mais rude prova, coloca sempre uma consolação.

Ponderai, sobretudo, que há bens in� nitamente mais preciosos do que os da Terra e essa ideia vos ajudará a desprender-vos destes últimos. O pouco apreço que se ligue a uma coisa faz que menos sensível seja a sua per-da. O homem que se aferra aos bens terrenos é como a criança que somente vê o momento que passa. O que deles se desprende é como o adulto que vê as coisas mais importantes, por compre-ender estas proféticas palavras do Meigo Rabi: “O meu reino não é deste mundo”.

A ninguém ordena o Senhor que se despoje do que possua, condenando-se a uma voluntária mendicidade, porquanto o que tal � zesse tornar-se-ia em carga para a sociedade. Proceder assim fora compreender mal o despren-dimento dos bens terrenos. Fora egoísmo de outro gênero, porque seria o indivíduo eximir-se da responsabilidade que a rique-za faz pesar sobre aquele que a possui. Deus a concede a quem bem Lhe parece, a � m de que a administre em proveito de todos. O rico tem, pois, uma missão, que ele pode embelezar e tornar proveitosa a si mesmo. Rejeitar a riqueza, quando Deus a outorga, é renunciar aos benefícios do bem que se pode fazer, gerindo-a com critério, isto é, sabendo prescindir dela quando não a tem ou empre-gá-la utilmente quando a possui, e igualmente sabendo sacri� cá-la quando necessário. Esse deve ser o procedimento da criatura de acor-do com os desígnios do Senhor”, tal a conduta ideal

Segundo Cheverus2, quando Je-sus disse: “Amai-vos uns aos outros”, Ele nos estava oferecendo a instru-ção acerca do melhor emprego que podemos dar aos nossos talentos, sejam eles quais forem, uma vez que aquele que se acha animado do amor ao próximo tem aí traçada a sua linha de proceder.

Completa o Espírito Amigo2:“(...) Na caridade está para as

riquezas, o emprego que mais apraz a Deus. Não nos referimos, é claro, a essa caridade fria e egoísta, que consiste em a criatura espalhar ao seu derredor o supér� uo de uma existência dourada.

Referimo-nos à caridade plena de amor, que procura a desgraça e a ergue, sem a humilhar. Rico!... Dá do

que te sobra; faze mais: Dá um pouco do que te é necessário, porquanto o de que necessitas ainda é supér� uo. Mas, dá com sabedoria. Não repilas o que se queixa, com receio de que te engane; vá às origens do mal: Alivia primeiro; em seguida, informa-te, e vê se o trabalho, os conselhos, mesmo a afeição não serão mais e� cazes do que a tua esmola”.

Difunde em torno de ti, como os socorros materiais, o amor de Deus, o amor do trabalho, o amor do pró-ximo. Coloca tuas riquezas sobre uma base que nunca lhes faltará e que te trará grandes lucros: a das boas obras. Também a riqueza da inteligência deves utilizá-la como a do ouro. Derrama em tomo de ti os tesouros da instrução; derrama sobre teus irmãos os tesouros do teu amor e eles fruti� carão”.

Bom será prestarmos bastante atenção nas seguintes palavras de Fénelon3, pois nelas se encontra a diretriz de segurança para a conquista da felicidade própria e alheia:

“Sendo o homem o depositá-rio, o administrador dos bens que Deus lhe pôs nas mãos, contas severas lhe serão pedidas do emprego que lhes haja ele dado, em virtude do seu livre-arbítrio. O mau uso consiste em aplicá-los exclusivamente na sua satisfação pessoal; bom é o uso, ao con-trário, todas as vezes que deles resulta um bem qualquer para outrem”. r

1 . K A R D E C , A l l a n . O Eva n g e -lho Seg. o Espiritismo. 125.ed. Rio: FEB, 2006, cap. XVI, item 14, § 9º.2 . K A R D E C , A l l a n . O Eva n g e -lho Seg. o Espiritismo. 125.ed. Rio: FEB, 2006, cap. XVI, item 11, § 2º.3 . K A R D E C , A l l a n . O Eva n g e -lho Seg. o Espiritismo. 125.ed. Rio: FEB, 2006, cap. XVI, item 13.

Araraquara, novembro de 2013 PÁGINA 12