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julho/2011 | edição 106 | ano IX | www.nossolarcampinas.org.br Jesus, o Espiritismo e o Mundo A Revista que se Responsabiliza Doutrinariamente pelos Textos Publicados A Natureza Humana Os Cinco Reinos Naturais

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julho/2011 | edição 106 | ano IX | www.nossolarcampinas.org.br

Jesus, o Espiritismo e o Mundo

A Revista que

se Responsabiliza Doutrinariamente

pelos Textos Publicados

A Natureza Humana

Os Cinco Reinos Naturais

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CHICO XAVIER04 Yvonne Pereira

FÉ05 Busque o Remédio na sua Crença

DIÁLOGO06 Estatísticas e o Centro Espírita

CAPA08 Jesus, o Espiritismo e o Mundo

EVOLUÇÃO15 Os Cinco Reinos Naturais

COMPORTAMENTO16 Sexo e Responsabilidade

ASTRONOMIA20 2012: Superstições e Crendices Cercam o Ano Bissexto

EDUCAÇÃO22 A Natureza Humana

CULTURA GERAL25 O Manual da Etiqueta Digital

COM TODAS AS LETRAS26 Cuidado com os derivados de Ter

MENSAGEM27 Não as Palavras

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FidelidadESPÍRITA | Julho/2011

Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” | Campinas/SP2

sumárioexpediente

Editor Emanuel Cristiano

Jornalista Responsável Renata Levantesi (Mtb 28.765)

Design Gráfico Julio Giacomelli

Revisão Zilda Nascimento

Administração e Comércio Elizabeth Cristina S. Silva

Apoio Cultural Braga Produtos Adesivos

Impressão Citygráfica

FALE [email protected] (19) 3233-5596

ASSINATURASAssinatura anual: R$50,00(Exterior: US$55,00)

Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar”Rua Dr. Luís Silvério, 120

13042-010 Vila Marieta

Campinas – São Paulo – Brasil

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O Centro de Estudos Espíritas “Nosso

Lar” responsabiliza-se doutrinariamente

pelos artigos publicados nesta revista.

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Assine 19 3233 5596 3Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” | Campinas/SP

FidelidadESPÍRITA | Julho/2011 editorial

MÉDIUNS DE TODA PARTE POR EMMANUEL/CHICO XAVIER

“Assim como tu me enviaste ao mundo, também

eu os enviei ao mundo”. – Jesus – João, 17:18.

“A fi gueira que secou é o símbolo dos que apenas

aparentam propensão para o bem, mas que em realidade,

nada de bom produzem.”– Cap. XIX, 9.

“Os médiuns são intér-pretes dos espíritos. Representam para

eles os órgãos materiais que lhes transmitem as instruções.

Daí serem dotados de faculda-des para esse efeito.

Nos tempos modernos de re-novação social, cabe-lhes missão especialíssima: são árvores desti-nadas a fornecer alimento espiri-tual a seus irmãos.

Multiplicam-se em número para que haja alimento farto.

Existem, por toda parte, entre

os ricos e os pobres, entre os grandes e os pequenos, a fi m de que, em nenhum ponto faltem, para que todos os homens se re-conheçam chamados à verdade.

Se, porém, desviam do obje-tivo providencial a preciosa facul-dade que lhes foi concedida; se a empregam em cousas fúteis ou prejudiciais; se a colocam a ser-viço dos interesses mundanos; se ao invés de frutos sazonados dão maus frutos; se se recusam a uti-lizá-la em benefício dos outros; ou se nenhum proveito tiram dela, no sentido de se aperfeiço-arem, são comparáveis à fi gueira estéril.”

*

Estas considerações tão ricas de oportunidades, à frente da exten-são constante das tarefas espíritas na atualidade, não são nossas. São conceitos textuais de Allan Kardec, no item 10 do capítulo XIX de “O Evangelho, Segundo o Espiritismo”, escrito há quase um século.

Os médiuns são legiões. Funcionam aos milhares, em

todos os pontos do globo ter-restre. Seja na administração ou na colaboração, na benefi cência ou no estudo, na tribuna ou na pena, no consolo ou na cura, no trabalho informativo ou na ope-ração de fenômenos, todos são convocados a servir com sinceri-dade e desinteresse, na constru-ção do bem, com base no burila-mento de si próprios.

Acima de todos, represen-tando a escola sábia e imaculada, que não pode responsabilizar-se pelos erros ou defecções dos alu-nos, brilha a Doutrina Espírita, na condição de Evangelho Redivivo, traçando orientação clara e segura. Fácil concluir, desse modo, que situar a mediu-nidade na formação do bem de todos ou gastar-lhe os talentos em movimentações infelizes é escolha de cada um. v

Fonte: XAVIER, Francisco Cândido. O Livro da Esperança. Págs. 172-173.

Comunhão Espírita Cristã. 2010.

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FidelidadESPÍRITA | Julho/2011chico xavier

5–12–1955

“(...) Fiquei contente ao sa-ber que D. Yvonne recebeu minha car-

ta. Espero dessa nossa irmã vito-riosa tarefa mediúnica, junto ao Espiritismo no Brasil. Ainda tenho comigo a beleza espiritual de “Nas Telas...”. “Que livro surpreendente! É uma janela de luz para o infi nito. Restituímos às tuas mãos as provas do “Instruções”, que tiveste a gentileza de enviar-nos. Ficamos muito felizes, todos nós, os companheiros do “Grupo”. Lermos as provas com a idéia de coope-rar na revisão seria desacerto de nossa parte, porque ninguém melhor que Wantuil e Zêus para semelhante tarefa. (...) desejava me informasse se o nos-so irmão Salim Haddad, atualmen-te nos Estados Unidos, é assinante do “Reformador”. Ele expressou o desejo de receber publicações espíritas do Brasil e, caso ele não seja assinan-te da nossa revista, estimaria poder oferecer-lhe uma assinatura em 1956. “Reformador” é a única publicação nossa que desejaria mandar-lhe. (...)”

Conforme promete em carta anterior, Chico escreve a Yvonne Pereira.

Nota-se o quanto se encantou com o livro psicografado por ela, e augura-lhe vitoriosa tarefa mediúnica. É próprio de Chico Xavier incentivar os médiuns que vão surgindo e, especial-mente Yvonne Pereira, de quem sempre foi amigo e admirador. Ressalte-se a confi ança plena que Chico Xavier deposita na revisão de suas obras mediúnicas feita pela FEB.

Novas referências sobreYvonne Pereira

14–01–1956 “(...) Em anexo, restituo-te a bio-

grafi a de nossa irmã D. Yvonne. A leitura foi exclusivamente minha. Para evitar comentários, antecipa-dos, não a mostrei a qualquer de nossos companheiros. Muito me co-movi com o relato das experiências de nossa irmã na presente vida. Ela

é realmente uma heroína silenciosa. Deus a fortaleça e abençoe. Muito te agradeço a bondade, confi ando-me essa documentação, portadora de muitos ensinamentos para mim. Estou ultimando a confecção do quarto volume das páginas de inter-pretação evangélica de Emmanuel para ouvir-te. Estimaria ouvir a tua opinião e a do Zêus sobre o tí-tulo. Encontraste algum melhor que “Fonte Viva”? (...)”

Chico lê a biografia de Yvonne Pereira e se comove com o relato que ela faz. Muitas das experiên-cias mediúnicas dessa notável mé-dium espírita estão no seu livro “Recordações da Mediunidade”. Notícias do quarto volume da série de livros de Emmanuel, ini-ciada com “Caminho, Verdade e Vida”. O título fi ca sendo “Fonte Viva”. v

Fonte: SCHUBERT, Suely Caldas. Testemunhos de Chico Xavier. Págs. 343,

344 e 348. Feb. 1986.

YVONNE PEREIRA POR SUELY CALDAS SCHUBERT

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FidelidadESPÍRITA | Julho/2011 fé

Estávamos com cinco sobri-nhos em casa, passando suas férias escolares.

Nossos fi lhos, alegres com o novo bando de amigos, viviam seus mo-mentos de completa felicidade.

À noite, não sabíamos como co-locá-los num só quarto.

E tivemos que dividi-los, colo-cando Ramirinho com mais dois na sala de visitas.

Era o mês de dezembro, em que os escorpiões nos apareciam mais amiu-damente e mais venenosos...

Alta madrugada, fomos acordados com os gritos do Ramirinho.

Fomos vê-los. Contorcia-se com dores numa das pernas. E segurava algo, na calça, à altura dos quadris.

Depressa, seguramos-lhe às mãos e pegamos aquele algo, amassando-o.

Era um enorme escorpião, que havia mordido nosso fi lho em vários lugares da perna esquerda.

Começou ele a vomitar e a gritar de dores.

Chamamos nosso médico, o Dr. E.Examinou-o e considerou gravís-

simo o estado de Ramirinho, tanto

mais que dizia-nos, não havia ali, em Três Rios, em nenhuma farmá-cia, o contra-veneno para escorpiões. Somente em Petrópolis seria o mesmo encontrado. E quando viesse, pelo trem das 11 horas da manhã, já não seria necessário... Que buscásse-mos o remédio em nossa crença...

E partiu, tendo, antes, receitado um paliativo qualquer.

Chamamos ao quarto nosso pai e a esposa. Providenciamos um copo com água.

E, entre lágrimas, na linguagem do coração e do desespero, oramos a Deus, pedindo-Lhe permitisse nosso caroável Dr. Bezerra de Menezes me-dicasse nosso fi lho, considerado per-dido pela medicina da Terra.

Depois da prece, demos-lhe o passe.

E, à proporção que fazíamos, nossa companheira, mais esperançada, viu que era o espírito amigo do Dr. Bezerra que dava o passe no Ramirinho.

A água fl uidifi cada parecia possuir gaseifi cação e uma cor amarelada.

Demo-la, incontinenti, ao fi lho, de 15 em 15 minutos.

Eram 5 horas da manhã.Ficamos 3 horas naquele afã, de

corações suspensos.Às 6 horas, com a camisa mo-

lhada e toda amarela, fazendo-nos crer que o veneno do escorpião lhe saía pelo suor, o doente parou de vo-mitar e caiu, em seguida, num sono profundo.

Ali, pelas 8 horas, acordou e pediu café.

Nesse instante, nosso médico pe-netrava em nosso quarto.

A surpresa era geral, do médico e nossa.

Nosso fi lho estava salvo.Salvo pelo amor de Deus, que

permitiu fosse o abnegado Espírito de Bezerra de Menezes o portador da sua graça!

E o buscamos na nossa crença, como nos havia aconselhado o Dr. E. E oramos para o alto: Louvado seja hoje e sempre o nome de Deus! E abençoado seja o Espírito de Bezerra de Menezes! v

Fonte: GAMA, Ramiro. Lindos Casos de Bezerra de Menezes. Págs. 154-156. LAKE. 2001.

BUSQUE O REMÉDIO NA SUA CRENÇA

POR RAMIRO GAMA

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FidelidadESPÍRITA | Junho/2011diálogo

DIÁLOGO COM

DIVALDOPOR DIVALDO FRANCO

Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” | Campinas/SP

2.3 - Estatísticas e o Centro Espírita

Pergunta: — É recomen-dável a elaboração de le-vantamentos quantita-

tivos dos trabalhos de entrevistas, passes, desobsessão, para subsidiar estudos e implantação de medidas de melhoria do Centro Espírita?

DIVALDO: — Se a finalidade é de fazer uma análise da metodolo-gia aplicada, é muito recomendá-vel. Mas se o caráter é estatístico, para divulgação dos trabalhos que realizamos, não vemos aí um fun-damento doutrinário, mesmo por-que as pessoas que tomam passes, que vêm fazer consultas em nossa Casa, raramente se tornam espíritas. Renovam-se, partem e adquirem novos problemas que nos trazem em próxima oportunidade. A função do Espiritismo não é de remendar cor-pos. Deveremos despreocupar-nos do problema da saúde física, mas tra-balharmos para que os pacientes que chegam à nossa Casa fi quem bons sem irem buscar novas doenças, en-contrando a saúde moral, espiritual. O nosso trabalho é mais profundo e mais sutil, que é a cura interior,

graças à qual os problemas exterio-res desaparecem. Temos visto, por exemplo, Instituições que fazem fi -chas muito bem elaboradas, pra-ticamente adentrando-se no com-portamento pessoal do indivíduo, para depois fazer uma consulta superf icial, receber um conse-lho, uma orientação doutrinária. Ficamos técnicos nessa área e nos esquecemos daquele outro fator es-sencial em Doutrina Espírita, que é a ação da caridade anônima, des-preocupada, gentil, sem constranger a pessoa a dar informações, muitas vezes, que a perturbam emocional-mente. Temos visto clientes que são submetidos a um verdadeiro inqué-rito, para explicar porque vieram ali, para que vieram, e depois, na ava-liação, quais os frutos colhidos, os resultados, numa cobrança indireta dos benefícios recebidos. Parece-me, nesses casos, que a estatística não se justifi ca. Porque de nada vai re-presentar para o nosso Movimento, nem poderemos dizer que essas pessoas, porque vieram à Casa Espírita, numa época de recensea-mento, tornaram-se espíritas ou o são. Parece-me que, nesse caráter, ela é secundária. Mas, se nós obje-tivamos fazer periódicas avaliações de resultados, se perguntamos à pes-soa como passa, como se encontra, o

que colheu de melhor, qual foi a sua impressão do Espiritismo, como o está aplicando na sua vida, então, aí o resultado é muito mais vantajoso. Temos visto chegarem pessoas aos Centros Espíritas com problemas psicológicos que necessitam de es-pecialistas em áreas próprias e, de imediato, se rotulam, por precipita-ção, como obsessivos. E o que é pior, em um total desconhecimento dou-trinário, se estabelece que essa pes-soa necessita de sete passes, de treze passes, recorrendo-se ao cabalismo numerológico, como se isso viesse contribuir para a melhora da pes-soa, esquecendo de dizer: “Vamos colaborar com o esforço que você vai fazer para melhorar de atitude, e pela sua renovação moral, pelo seu trabalho transformador, aguar-dar os resultados que dependerão de você”. Porque ninguém cura nin-guém, quando esse alguém não se deseja curar. Então é muito perigosa essa postura de fazer estatísticas, de contabilizar resultados e de apresen-tar isso como uma grande realiza-ção do Centro Espírita, e às vezes descuidando-nos, porque começa-mos a absorver muitos problemas dos outros e nos despreocupamos da tarefa essencial, que é a de iluminar consciências pelo conhecimento da Doutrina Espírita.

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FidelidadESPÍRITA | Julho/2011 diálogo

2.4 - Médiuns de Efeitos Físicos

Pergunta: — Que orientação deve ser oferecida aos Centros que se defrontam com o surgimento de médiuns de efeitos físicos?

DIVALDO: — A mediunidade, sob qualquer aspecto, merece todo respeito e todo carinho, mas, sobre-tudo, a segura orientação que se en-contra estabelecida em O Livro dos Médiuns, apresentado por Allan Kardec. Com muita propriedade, André Dumas, no seu estudo de Obras Póstumas, publicado há al-guns anos(*), embora com algumas colocações muito infelizes e incor-retas, diz que Allan Kardec foi o primeiro parapsicólogo do mundo, sem dar-se conta. Em verdade, ao adentrar-se no mundo dos fenô-menos paranormais, Kardec pode ser considerado um ímpar parap-sicólogo, o mais eminente, porque foi o único que pôde analisar em profundidade, na área da paranor-malidade, toda a possível gama de fenômenos de natureza psicobiofí-sica, parapsicológica, psicotrônica. O Livro dos Médiuns é o tratado mais completo da fenomenologia paranormal de que se tem notícia. O médium, seja ele de efeitos físicos ou de efeitos intelectuais, não o pode ignorar. Se qualquer médium chega à nossa Casa, seja qualquer pessoa, com manifestações mediúnicas ou pródromos de mediunidade a serem transformados em fenômenos posi-tivos, devem, antes de tudo, estudar a Doutrina e, particularmente, O Livro dos Médiuns. Quando se trata de médiuns portadores da fa-culdade de ectoplasmia e que vêm

logo pedindo uma sala especial para curas, para fazer experiências de materialização, deveremos ter muito cuidado, porque isto não passa de um entusiasmo que não se trans-formará em realidade, que o tempo demonstrará. Que freqüente nor-malmente as reuniões estabelecidas e, à medida que eduque suas possi-bilidades, na sucessão dos tempos, receberá o tratamento especializado, como é natural àqueles médiuns psicógrafos, aos que são médiuns pintores, médiuns musicistas, mé-diuns poetas. Porque, às vezes, num reduzido espaço de tempo, na ses-são mediúnica tradicional, ele não poderá dar atendimento às suas fa-culdades mediúnicas. Observemos o médium psicógrafo, que tem a tarefa de escrever e que de momento está inspirado por uma Entidade, que pretende narrar um romance. Ele não poderá fazê-lo no período da sessão tradicional. Deverá ser programado esse trabalho por seus Mentores, e ele, em casa ou no Centro Espírita, com pequeno grupo de amigos fa-lo-á e, quando mais experiente, a sós, mas sempre ideal-mente com alguém para colaborar. O médium de efeitos físicos deve receber o mesmo tratamento, mas com muito cuidado, para evitar a mística que se desenvolve sempre em

torno de quase todos os médiuns, tornando-os pessoas infalíveis, ex-traordinárias, porque os médiuns, em linhas gerais, somos espíritos muito endividados, com altas cargas a resga-tar e com graves responsabilidades a viver. O tratamento que devemos dispensar uns aos outros, especial-mente aos médiuns, é de carinho, de amizade, de respeito e de vigi-lância, para que as obsessões sutis, conforme analisadas por Allan Kardec no capítulo 23 do referido O Livro dos Médiuns, não come-cem a perturbar o trabalho dessas pessoas bem intencionadas e a fascinação não seja o passo que vai levar o companheiro àquele terceiro e grave período, o da subjugação. Tenho, para mim, que o médium de efeitos físicos, chegando à nossa Casa, deverá receber o mesmo tratamento que qualquer outro, passando pelo critério da observa-ção e, através do tempo, de acordo com as suas possibilidades, dar-lhe o cuidado específico que sua facul-dade exige. v

(*) - Nota da Editora: Divaldo refere-se a estudo publicado pela revista “Renaitre 2000” e assinado pelo citado diretor da USFIPES, de Paris.

Fonte: FRANCO, Divaldo. Diálogo com Trabalhadores e Dirigentes

Espíritas. U.S.E. 2001.

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FidelidadESPÍRITA | Julho/2011

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capa

1. TINHAM VINDO PARA O OUVIR 1

Situada a noroeste do lago da Galiléia e às margens do Tiberíades, na rota que

leva de Damasco a Jerusalém, ao Mediterrâneo ou ao Egito, grande centro pesqueiro e comercial, sede de posto militar do Império Romano, importante coletoria de impostos, assim era Cafarnaum.

Ali residia Jesus, desde o início do seu ministério. Até então, só reali-zara alguns fenômenos e fi zera ape-nas poucos discípulos. Aguardava um sinal para ampliar o seu labor.

E o sinal chegou! Seu precur-sor, João, o Batista, fora preso em Jerusalém. Então, Jesus começou a pregar abertamente pela Galiléia e a produzir fenômenos, como a cura de um leproso, de um paralí-tico, do homem da mão ressequida, atraindo multidões e atraindo mui-tos seguidores.

E Cafarnaum viu sua população aumentada com as multidões vindas da Galiléia mesmo, da Judéia, espe-cialmente de Jerusalém, e das cida-des da costa marítima, como Tiro e Sidon, da Decápolis e de além Jordão.

O povo israelita que havia acor-rido para ver Jesus tinha vindo na esperança de ver fenômenos, mas, também, porque queriam ouvi-lo a respeito do destino de sua nação. Povo e dirigentes ansiavam por se libertarem do jugo romano, volta-rem a ter autonomia e paz.

As escrituras diziam que o Messias traria a redenção para o povo de Israel... E ali estava Jesus, levantando após si todo o povo. Seria ele o Messias? Se era, toma-ria o poder? Quando e como iria agir? Queriam e esperavam um pronunciamento de Jesus.

Ele iria se pronunciar, sim. Antes, porém...

2. SUBIU AO MONTEPARA ORAR 2

Afastado do tumulto, Jesus pas-sou a noite em oração. Que medi-tou e orou?

Estaria indiferente aos an-seios do povo? Certamente, não, pois o evangelista registraria que, “olhando a multidão, teve grande compaixão deles, porque andavam desgarrados e errantes, como ove-lhas que não têm pastor”.

Sentir-se-ia acovardado, im-

potente para libertar o povo? Também, não. Além do concurso popular; ele dispunha de “mais de 12 legiões de anjos”, como ainda afi rmaria. E escapava inexplicavel-mente dos adversários, podia ope-rar prodígios...

Se quisesse, materialmente do-minaria tudo. O simbólico demô-nio lhe oferecera, em vão, “dar-te-ei todos os remos do mundo e a glória deles se, prostrado, me ado-rares”, mas ele rejeitara a oferta: “Só a Deus adorarás”.

Imediatistas, impacientes e afoi-tos, talvez os israelitas se questio-nassem mentalmente: “Por que não tomava o poder nas mãos? Libertada a nação, ditaria normas sábias e justas, que visassem o bem de todos, a todos entrosando no bom proceder; leis que a todos en-sejassem oportunidades iguais e propiciassem melhor divisão das riquezas”.

O bem como imposição? Es-tranhariam alguns. Mas não seria para o bem geral? Acreditariam outros. Uma arbitrariedade, ex-clamariam terceiros. Talvez até nós pensássemos que a medida se justif icaria ante a necessidade imediata...

JESUS, O ESPIRITISMO E O MUNDO POR THEREZINHA OLIVEIRA

__________1. Lc 6:17/19

__________ 2. Lc 8:12

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FidelidadESPÍRITA | Julho/2011 capa

3. CHAMOU A SI OS DISCÍPULOS 3

Ao amanhecer, Jesus já havia defi-nido o plano para a redenção da hu-manidade. Precisaria de companhei-ros. Chamou os discípulos e nomeou doze deles para serem seus apóstolos, seus enviados em pregação.

Ação programada na mente, apóstolos e discípulos ao lado, co-mandante vigoroso e destemido, desceu a encosta do monte para o esperado pronunciamento.

A meio caminho, na descida, defrontou-se com a multidão que o esperava. Descer à praia estreita, comprimiria os ouvintes. Parou em lugar plano da encosta. Apóstolos e discípulos próximos e o povo espa-lhado ao redor.

E começou a falar o que ficaria registrado, para a posteridade, como o Sermão da Montanha. Dirigia-se aos que melhor podiam entendê-lo e aceitá-lo, mas todos podiam escu-tar as verdades, se quisessem, para aceitá-las, se pudessem. Ouça quem tem ouvidos de ouvir, veja quem tem olhos de ver.

4. A MISSÃO E VALORDOS VIRTUOSOS4

Iniciou chamando bem-aventura-dos, felizes... A quem? Os pobres de espírito, os que choram, os mansos, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os limpos de cora-ção, os pacificadores...

Os adjetivos empregados revelam que se referia às pessoas virtuosas por-tadoras de qualidades morais.

Nos pobres de espírito, a humil-dade, por se reconhecerem necessi-tados, carentes ainda de maior espi-ritualidade.

Nos que choram, a resignação com que sofrem, tudo suportando sem se revoltarem.

Nos mansos, a mansuetude, já que nunca agridem, nem usam de violência.

Nos que têm fome e sede de justiça, o anseio pelo que é justo, correto, por isso não usam de dolo ou má-fé nem exploram a nin-guém.

Nos misericordiosos, a compai-xão que sentem ante as necessida-des e as dores dos semelhantes.

Nos limpos de coração, a pu-reza, a elevação de anseios e pro-pósitos com que pensam, sentem e agem.

Nos pacificadores, o amor da paz, eis que vivem procurando instalar a concórdia.

Felizes, eles?! Os que pensam, sentem e agem assim costumam ser espezinhados, espoliados e ge-ralmente acabam sobrecarregados e sacrificados pelos demais.

Ah, sim, enfrentarão incom-preensão, oposição, abuso. Jesus sabe, mas reafirma: bem- aventurados, felizes, os que forem perseguidos por querer o que é bom e justo, os injuriados e caluniados por causa dele, por causa do seu ideal de fraternidade e elevação moral.

Felizes eles, Mestre? Por quê? Jesus enumera, um a um, os efei-tos que alcançarão, os resultados que os virtuosos obterão, na se-quência da vida imortal.

Pobres de espírito, deles é o reino dos céus!

Os humildes de coração, al-cançarão viver nos planos da es-piritualidade superior.

Os que choram serão conso-lados!

Sabendo suportar lutas e dores da vida terrena, ao final, livres dos resgates, aprimorados pelas provações e testemunhos, intei-ramente reconfortados reconhe-cerão: Tudo valeu a pena!

Os mansos herdarão a Terra!

__________ 3. Lc 6:12 e 204. Mt 5:1/12

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FidelidadESPÍRITA | Julho/2011

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capa

Os que não recorrem à violên-cia provam que estão habilitados a reencarnar aqui na Terra, quando nosso orbe já for planeta de regene-ração, um mundo melhor sem guer-ras nem males maiores.

Os que sentem fome e sede de justiça serão fartos!

Terão plenamente atendidos seus anseios de justiça e também de amor, porque encontrarão a justiça e o amor em perfeita vigência nos planos espirituais, em si mesmos e em tudo.

Os misericordiosos alcan-çarão misericórdia!

Sabem ter compaixão para com os outros, alcançarão serem tratados com igual mi-sericórdia.

Os puros de coração verão a Deus!

Pensam, sentem e agem sem lai-vos de malícia ou maldade, por isso terão a percepção do mais Alto, captando diretamente os mais ele-vados pensamentos e diretamente sentindo as mais puras vibrações do cosmos.

Os pacificadores serão chamados filhos de Deus!

Vivendo pacíficos e a pacificar, são dignos representantes do Pai, que é todo luz e paz! Enfrentam dificulda-des, obstáculos, pois no mundo em que vivemos é inevitável que o bem encontre resistência, mas a tudo su-peram. E o valor do virtuoso é ates-tado, justamente, por enfrentar essa resistência sem desistir do bem.

Aos virtuosos perseguidos, diz Jesus: “Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus, pois assim perseguiram os profetas que viveram antes de vós”. Sim, idealistas, porta-vozes espirituais, todos sofreram da ig-norância humana resistência e hostilidades.

E ressalta a importância que tem para a humanidade a função dos virtuosos e moralizadores.

Como o sal, que preserva a matéria da deterioração, eles preservam o meio social da degeneração moral, da corrupção dos costumes, do conflito total, da injustiça geral. São elementos de equilíbrio e sustentação da comunidade.

Como a luz, que ilumina e escla-rece no mundo material, eles nos permitem enxergar a verdade e re-conhecer o bem em tudo que acon-tece. Os seres humanos quase que só conhecem a violência, o egoísmo e o materialismo. Virtuoso, o cris-tão demonstra o que é a brandura, a sinceridade, o altruísmo, a espi-ritualidade. Observando e consta-tando o bem de forma concreta em alguém, as pessoas podem vislum-brar o plano divino, de ordem e progresso em tudo e para todos, e por ele, enfim, “louvar a Deus”.

Mas que acontecerá se o sal não salgar, se a luz ficar oculta sob o al-queire? Não produzirão os efeitos admiráveis das virtudes de que são portadores.

Não basta possuir virtude em potencial; em potencial, todos tra-zemos as virtudes todas, porque somos Espíritos criados por Deus, os seres inteligentes que povoam o universo a mando divino.

O valor da virtude está em quando age. O valor do cristão na humanidade se faz quando vi-vencia suas qualidades espirituais, quando exerce no meio social a sua função, iluminando consciências, pelo ensino da verdade, morali-zando costumes, pelo exemplo do bom proceder.

5. COMO DEVERIAM AGIR5

Os bem-aventurados cristãos devem cumprir a lei: “Não penseis que vim revogar a lei ou os profe-tas: não vim para revogar, vim para cumprir”.

Referia-se Jesus à lei divina, fun-damental, imutável que rege a vida espiritual e a ação dos seres imortais.

Nos dez mandamentos e instru-ções dos profetas, os israelitas já ti-nham conhecimento básico dessa lei: “Aquele, pois, que violar um des-tes mandamentos” (ainda que dos menores) “e assim ensinar aos ho-mens, será considerado mínimo no reino dos céus; aquele, porém, que os observar e ensinar, esse será con-siderado grande no reino dos céus”. Conhecendo a lei divina, importa na própria conduta pessoal e ensiná-la, aos outros, agindo com total fideli-dade à verdade ao bem.

E não adianta aparentar espiritu-alidade sem a viver realmente. “Se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entra-reis no reino dos céus”. Nosso senso de justiça e moral deve ser maior e melhor que o dos hipócritas, se qui-sermos alcançar sintonia com os pla-nos mais elevados da vida espiritual.

Não matar. Sim, mas nem se en-colerizar sequer contra ninguém, nem insultar ou menosprezar al-guém. E, se for causa de desavença, buscar reconciliação.

Não adulterar. Evitar até o pensa-mento ou sentimento inferior, con-trolando a ação má, não deixando que se efetive (o que é simbolizado no “arrancar olho”, “cortar mão”, que causam escândalo, que levam ao erro), e não se separar do cônjuge, a não ser por motivo grave, pois será lançá-lo e a si mesmo na promiscui-dade sexual.

Não jurar falso nem de forma al-__________ 5. Mt 5 e 6

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guma. Falar apenas sim, sim, não, não, ou seja, empregar sempre a sim-ples verdade. Quanto isso facilitaria a nossa vida em comum!

Não resistais ao malvado. Ensinava agora o Rabi, em vez do “olho por olho, dente por dente”. Não seria o ceder com prejuízo moral, mas o agir sem violência, quer no âmbito físico (se alguém te bater na face di-reita, oferece-lhe também a outra, mostra-lhe o outro lado da questão, que ele ainda não percebeu); como em relação a posses (se alguém tirar-te o vestido, oferece-lhe também a capa; evitando disputas pelo desa-pego); e também quanto à conduta (se alguém obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas; com a com-preensão e a boa vontade, fazer até mais do que aquilo a que nos querem obrigar).

Ante a carência dos outros, acon-selha Jesus:

“Dá a quem te pede e não voltes as costas ao que deseja que lhe em-prestes”.

E, em final sublimado, cancela o Rabi o preceito de “amar ao pró-ximo e odiar o inimigo”, a que es-tavam acostumados, recomendando “amar até aos inimigos, fazer o bem aos que nos odeiam” (Lucas) “e orar por quem nos persegue e calunia”. É fácil ser bom com quem nos ama ou com quem é de nossa família ou amizade, mas, devemos ser perfei-tos como Deus, “que faz nascer o sol sobre bons e maus e cair a chuva sobre justos e injustos”; como o Pai, também podemos e devemos benefi-ciar a todos sem escolhermos quem merece ou não a nossa ajuda.

Enfim, há que fazer o bem, não para parecer bom ante os homens, mas pelo amor ao próprio bem. Procurar cumprir as leis divinas, porque elas traduzem a vontade do Senhor, estabelecem o que é bom para todos e, por isso, é o certo e deve ser feito.

Assim, as esmolas, orações e jejuns serão sem ostentação, de modo inte-rior e discreto, pois o querer exibí-las, por vaidade e orgulho, acarretaria a perda do galardão, do merecimento e consequente recompensa espiritual.

6. A GRANDE OPÇÃO6

Para os que o ouviam, então, uma conduta assim era enfraquecer-se ou até mesmo se anular, na conquista das vantagens terrenas, que conhe-ciam, em troca de tesouros no céu, que, quando muito, só podiam ima-ginar. E muitos talvez ainda pense-mos assim...

Para aceitar esse programa, é indispensável pensar em termos de espírito imortal e de grande família humana. Só assim se aceita perder materialmente para ganhar espiritualmente, no futuro.

Tem de haver uma opção. Jesus enfatiza o dilema: “Não podeis servir a Deus e a Mamon”. Deus sintetiza o que é espiritual, imponderável, e Mamon simboliza as riquezas do mundo. Como servir bem a dois senhores tão diferentes?

E ressalta o Mestre a importân-cia do nosso modo de ver, do nosso entendimento espiritual, para o nor-tear do nosso modo de agir, o nosso comportamento dizendo simbolica-mente: “A candeia do corpo é o olho, se o teu olho for bom, todo teu corpo terá luz, se o teu olho for mau, todo teu corpo estará em trevas”. Se o nosso modo de entender não estiver iluminado pelo conhecimento superior, “se o teu olho for mau, quão grandes serão as trevas...”.

O Mestre talvez sentisse os seus ouvintes avaliando, receosos: Se op-

tarmos pelo primado do espírito não nos faltará o que comer, beber, ves-tir? Então, assegura que o necessá-rio à sobrevivência não lhes faltará: Vosso Pai celestial sabe que neces-sitais todas essas coisas. Buscai pri-meiramente o reino de Deus e a sua justiça e o mais vos será acrescen-tado. Não vos inquieteis pelo dia de amanhã, o dia de amanhã cui-dará de si mesmo, a cada dia basta o seu mal”.

__________ 6. Mt 6:19/34

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7. O FINAL DA PREGAÇÃO7

Quanto aos mais justos anseios e legítimas reivindicações, sinteti-zou Jesus: “Tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles, porque esta é a lei e os profetas”. Costumamos pensar:

Tenho direito ao que me é ne-cessário, justo e bom. Jesus inverte a questão: É necessário, justo e bom? Faça-o aos outros.

Não é fácil aceitar esta prega-ção. Por isso mesmo, comenta o Mestre, a seguir: “Estreita é a porta e apertado o caminho que conduz à verdadeira vida, e poucos há que a encontrem”. Essa porta estreita é a do dever, do que é certo, justo e bom.

E Jesus convida e amorosa-mente apela: “Entrai pela porta estreita!” Porém, hesitamos. Não haveria um caminho mais fácil?

“Larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz para a per-dição e são muitos os que entram por ela.” Caminho aparentemente mais fácil existe, mas não é bom. Se houvesse caminho melhor, Jesus o teria indicado, pois ele quer que mais pessoas e mais de-pressa encontrem a solução certa dos problemas da vida.

Porque achamos difícil o cami-nho proposto e guardamos a ilu-são de encontrar outro, mais fácil, mais rápido, mais eficiente, é que nos irão surgir os falsos profetas. Jesus sabe que tal acontecerá e bondosamente nos ajuda a identi-ficá-los alertando: “pelas obras os reconhecereis”. Porque os profe-tas verdadeiros só produzem fru-tos bons, atos de verdade e amor.

Que edif iquemos nossa casa sobre a rocha é a exortação final de Jesus para nós. Que nos alicerces duradouros da imortalidade e do bem fundamentemos o nosso viver.

8. OS EFEITOS DO SERMÃO

A multidão dos que ouviam o pri-moroso e veraz sermão, certamente admiraram muito o que Jesus dizia e notaram que ele “ensinava como quem tem autoridade”, explicando o sentido da lei, e não como os es-cribas, que somente citavam as es-crituras.

Admiraram a pregação e, entre- tanto, não aderiram à mensagem. Por quê? Não era a solução para os problemas humanos e sociais? Sim, mas não correspondia de pronto aos seus anseios e interesses. Estavam sequiosos por situações materiais e atendimento imediato ao seu desejo de desforra contra os seus opressores.

Por isso, apesar de bem definido e exposto o seu programa de constru-ção pacífica, durante as pregações ao longo do seu ministério, Jesus en-frentaria incompreensão e situações como estas:

— “É lícito pagar o imposto a César?” Equivalendo a; “Não és contra o domínio que sofremos?” Jesus, então, separou obrigações so-ciais e deveres espirituais; “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”.

— “Manda que meu irmão reparta comigo a herança”. Sabiamente, se esquivou o Mestre de ser um so-lucionador de questões materiais; “Homem, quem me pôs por juiz ou partidor entre vós?” E apontou o cerne de muitos de nossos problemas: “Acautelai-vos de toda a avareza, por-que a vida de uma pessoa não de-pende dos bens que ela possua”.

— “Tinham o intuito de arre-batá-lo para o proclamarem rei”, após a multiplicação dos pães, mas Jesus não aceitou e retirou-se deles.

Mesmo discípulos e apóstolos não assimilaram logo e por inteiro o seu programa ideal. Tiago e João, por exemplo, indignados porque uma

aldeia de samaritanos recusara aco-lher Jesus, propuseram ao Mestre: “Queres que mandemos descer fogo do céu para os consumir?” E foi preciso que o Rabi os repreendesse, pois ainda não entendiam que ele não viera para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las.8

Contudo, ativamente e sem desâ-nimo, Jesus prosseguiu no seu pro-grama de espiritualização da alma humana, cuja síntese ficou no ser-mão da montanha, e nele prosse-guiu até o fim.

Quem a s s imi lou seu idea l subl ime sa lvou-se individualmente do egoísmo, da violência, do materialismo. Mas a aceitação pelo povo ainda não se generalizou. Por isso como comunidade, socialmente, continuamos em meio à injustiça e à dor.

9. O PRONUNCIAMENTO ESPÍRITA

Dois mil anos se passaram e, ob-servando o nosso mundo, encontra-mos panorama semelhante ao que Jesus encontrou na Palestina:

— o domínio político e financeiro oprime a população;

— multidões sentem-se espoliadas em seus direitos, pela ambição, injus-tiça, egoísmo de uns poucos;

— há expectativa de que, milagro-samente, aconteçam mudanças há muito esperadas.

E o Espiritismo surge, no cenário mundial:

— reabrindo campo para a me-diunidade que permite fatos admirá-veis, como os de Jesus, e atrai a mul-tidão curiosa, sofredora;

__________ 7. Mt 7

__________ 8. Lc 9:51/56

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— reeditando, na sua filosofia, as mais sublimes verdades, os mais ele-vados ideais cristãos.

Ante esse Cristianismo Redivivo, que é Jesus voltando, a população comenta e indaga pressurosa “Tem de haver mudanças, És quem as vai fazer. Quando as fará e como?”

10. DO MONTE PARA O POVO

1. Pa ra s e pronuncia r, o Espiritismo, como o Cristo, também se afasta da muita proximidade dos conflitos e anseios humanos.

Não para se alienar, mas para exa-minar os problemas humanos com elevação e serenidade.

Não os encara em termos de uma só existência nem ao impulso ime-diatista.

Só os define e lhes propõe solução à luz dos princípios: Deus e sua cria-ção, a ordem, a justiça e o amor uni-versal; a existência dos Espíritos, sua origem, natureza, imortalidade e des-tinação; intercâmbio mediúnico; re-encarnação, livre-arbítrio, evolução; lei de causa e efeito; e lei de amor.

2.Não fala ao povo do alto do monte, dos cumes do misticismo ou da intelectualidade, de difícil acesso para a maioria. Nem desce aos bai-xios, à praia estreita dos interesses puramente materiais.

Dirige-se em especial aos que estão espiritualmente mais prepara-dos para aceitar os seus princípios, mas se oferece a quantos quiserem ouvir e puderem aceitar.

3. Sua mensagem é a mesma do Cristo, pois que ele é o caminho da verdade e da vida.

E, como Jesus, o Espiritismo: con-forta, apazigua, alenta, apontando re-sultados no campo espiritual; propõe reforma íntima, suportação do mal sem retribuí-lo na mesma moeda,

errar o menos possível, respeitar o se-melhante, cumprir mais e melhor do que a justiça humana já prescreve.

11. CONSTRUÇÃO DO MUNDO MELHOR

Só a mensagem cristã, retomada pelo Espiritismo, pode nos ensejar um mundo melhor.

O Cristo mesmo foi o preparador da ordem social do futuro, ao pre-dicar a sua doutrina, que oferece os moldes de uma sociedade humana perfeita como chegará a ser um dia, na Terra, a humana coletividade.9

Sua influência será preponderante pelas modificações que trará às ideias, às opiniões, aos caracteres, aos costu-mes dos homens e às relações sociais.10

Como fará isso? Qualquer que seja a influência

que um dia o Espiritismo che-gue a exercer sobre as sociedades, não se suponha que ele venha a substituir uma aristocracia por outra, nem a impor leis.

Forte como filosofia, o Espiritismo só teria que perder neste século de raciocínio, se se transformasse em poder temporal.

Não será ele, portanto, que fará as instituições do mundo regenerado; os homens é que as farão, sob o impé-rio das ideias de justiça, de caridade, de fraternidade e de solidariedade, mais bem compreendidas graças ao Espiritismo.11

12. SEM OS HOMENS?

O Espiritismo dará melhor com-preensão das ideias superiores. Mas homens é que, sob o império des-sas ideias, farão as instituições do mundo regenerado.

Como se atribui a Kardec este dizer: “O Espiritismo triunfará com os homens, sem os homens, apesar dos homens?”

É preciso fazer que a mensagem espírita, revivescência cristã, chegue aos homens, para que eles, assimi-lando-a, renovem-se, renovando o meio social.

Como Jesus, o Espiritismo tem programa bem definido, já delineado desde o alvorecer da codificação kardequiana.

Jesus precisou de discípu-los e apóstolos. Para execu-tar o seu programa, necessita o Espiritismo de cooperadores encarnados.

Dos que aceitam a Doutrina Espírita, nem todos percebem intei-ramente os contornos e aplicações da Doutrina. Por isso, embora ligados ao Espiritismo, como os apóstolos o estavam a Jesus, em meio à tarefa

__________ 9. Angel, Aguarod, Grandes e Pequenos Problemas.10 e 11.Allan Kardec, Obras Póstumas, 1ª Parte – Questões e Problemas – Expiações Coletivas.

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haverá aqueles que: demonstrarão não haver entendido, como Filipe; sugerirão medidas estranhas ao seu contexto doutrinário, como Tiago e João; fraquejarão, eventu-almente, como Pedro; fugirão ao testemunho, como o fizeram quase todos os discípulos, ante a prisão do Mestre; duvidarão da sobrevi-vência, como Tomé.

Não obstante suas falhas, sob orientação segura das linhas fun-damentais do Espiritismo entra-rão todos corrigenda e fortaleci-mento para sua fé.

O ideal cristão, revivido no Espiritismo, tem enorme valor inspirador, orientador e transfor-mador para a sociedade humana da Terra.

Deve, precisa e há de fermen-tar o espírito humano para as me-lhores realizações, os rumos mais acertados.

13. POR QUE AINDANÃO O FEZ?

Por que esse ideal ainda não está implantado em toda a Terra? Nem pelo Cristo, nem pelo Espiritismo?

Nossa imperfeita noção de justiça não permitiu aceitá-lo. Para nós, até agora, seria preciso todos serem virtuosos pa ra o sermos também. “Como sermos bons, enquanto a maioria não o é? Cumprir sozinho o ideal cristão, sem a adesão dos demais, seria tolice, loucura”. E, assim, o impasse perdura: cada qual esperando os outros começarem.

A Doutrina Espírita contribui para auxiliar nosso entendimento, esclarecendo:

— A Terra é um planeta de ex-piação, mas, principalmente de pro-vas. As dificuldades morais que seu meio apresenta são a “resistência” natural necessária para testar nossa natureza real e profunda e nossa verdadeira disposição interior.

— Não basta ser produto social, verniz, aparência, fruto superficial de circunstâncias exteriores, con-sequência de hábito generalizado. Tal como as peças bem feitas de aço são submetidas a altíssimas temperaturas e resfriamento sú-bito, para adquirirem a têmpera necessária, precisamos nós sermos a vivência sofrida e perseverante de um ideal para chegarmos à ple-nitude de nosso desenvolvimento espiritual.

— Urge ser cristão quando o mundo ainda não o é, para que, quando a Terra for planeta de rege-neração, sejamos nela cristãos real-mente, na essência e na ação.

— Estamos convidados a lide-rar essa renovação, a testemunhar uma justiça superior à dos homens, vivendo segundo os padrões dela, desde agora, quando ainda poucos os reconhecem e por eles vivem.

***

Embora dirigida a cada Espírito encarnado e versando seus proble-mas de existência, sobrevivência, re-lacionamento e progresso, a mensa-gem cristã revivida pelo Espiritismo, influi também no meio social, pela ação benéfica, produtiva e morali-zante de seus adeptos, pela reper-cussão e influência de superiores em todos os setores do pensamento e da atividade humanos.

Tenhamos a coragem de viver a mensagem e de trabalhar a leira que o Senhor nos abriu e confiou no mundo, por meio da mensagem espírita.

Pelo Espiritismo, Jesus reedita o ideal da humanidade regene-rada, um dia... Mas nos convida, desde já, a combater o egoísmo em nós: Fora da Caridade, não há sal-vação! E nos pede para sermos sal e luz, equilibrando o meio social, na grande fase de transição da hu-manidade. Atendamos ao Sublime Pastor de nossas almas! v

Fonte: OLIVEIRA, Therezinha. Ante os Problemas Humanos. Págs. 1 – 23.

Editora Allan Kardec. 2009.

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FidelidadESPÍRITA | Julho/2011 evolução

O Livro dos Espíritos – Perg. 190 – Qual é o estado da alma em sua

primeira encarnação?R.: O estado da infância na exis-

tência corpórea. Sua inteligência apenas desabrocha: ela se ensaia para a vida.

Perg. 607 – Onde o espírito cumpre essa primeira fase?

R.: Numa série de existências que precedem o período a que chamais humanidade.

Léon Denis, a cerca da evolução da alma, a qual percorre os reinos inferiores para os reinos superiores, explica numa expressão poética: “a alma dorme na pedra, sonha no ve-getal, agita-se no animal e acorda no homem”.

No reino mineral, a alma dorme na pedra o sono preparatório para sua passagem ao reino vegetal.

No reino vegetal, a alma sonha em outro mundo, de folhas, fl ores e fru-tos. A raiz penetra o solo, enquanto os ramos, as folhas e os galhos se de-senvolvem na direção da luz, tendo os

primeiros ensaios da movimentação.No reino animal, a alma agita-

se, desprendendo-se do chão e as-sumindo a responsabilidade ins-tintiva da sua capacidade de movimentar-se sozinha.

As formas de movimentação va-riam de acordo com a escala zooló-gica: o rastejar, o andar, o saltar, o nadar e o voar.

É nesses seres que o princípio in-teligente se elabora, se individua-liza pouco a pouco e ensaia-se para a vida. É um trabalho preparató-rio, no qual o princípio inteligente sofre uma transformação e torna-se Espírito. Só depois dessa transfor-mação começa o período humano, onde o espírito tem a distinção do bem e do mal e a responsabilidade dos seus atos, a consciência de seu futuro e a percepção de Deus.

Não devemos confundir: a pedra é sempre pedra, a árvore é sempre árvore, como o cão é sempre cão. O que evolui e já está evoluindo há tempos, é o princípio inteligente que dormiu, sonhou e agitou-se

respectivamente nesses três reinos.É princípio inteligente que evo-

lui, utilizando aquelas matérias (estados) para crescer sem transi-ções bruscas, até se transformar em Espírito, atingindo assim o quarto reino, ou seja, o reino hominal.

Assim como os seres inferio-res da criação, que através de numerosas experiências chega-rão um dia ao chamado reino hominal, nós, por nossa vez, alcançaremos no escoar dos milênios a situação de angeli-tude. E assim, tem-se os cinco reinos naturais: o mineral, o vegetal, o animal, o hominal e o espiritual.

Todos partimos do mesmo prin-cípio, e a todos o Criador oferece os mesmos meios para a evolução; esta é a lei, única para todos e que proclama a justiça e a bondade do Supremo Criador. v

Fonte: Jornal “Panorama Espírita”, jan./fev.1999

OS CINCO REINOS NATURAIS POR SALOMÃO ZATITI NETO

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FidelidadESPÍRITA | Julho/2011

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comportamento

Ao despertar, Davi comentou com a esposa o pesadelo de que fora acometido durante a

madrugada, referindo-se à consciência de culpa, a respeito das atividades mediúni-cas remuneradas que se permitia...

– “Não há por que você preocupar-se com isso – acudiu a ambiciosa con-sorte. – Houvesse algum problema e o Dr. Hermann já se teria manifestado ne-gativamente.

– “No pesadelo – elucidou o médium – parecia-me escutar o médico carran-cudo, com expressões severas, admo-estando-me... O pior, porém, foram as ameaças que alguém me direcionava com azedume e rancor.

– “Certamente – prosseguiu ela – são as vibrações de inveja de muita gente despeitada ou talvez de alguns Espíritos perturbadores, que nos querem atingir. Nós estamos sob a proteção de Deus e nenhum mal nos acontecerá. Ademais, você atende também os pobres gratui-tamente, e que não são poucos, aque-les que são socorridos duas vezes por semana, cansando-se e exaurindo-nos. Temos muitos compromissos sociais, fi -lhos a educar, certo nível a manter na comunidade... Tudo isto são despesas e elas são pagas com dinheiro. Tire, portanto, essas sombras da mente, e re-corde-se que, à noite, você deverá aten-der uma pessoa muito importante, com a qual nos encontramos comprometi-dos. Desse modo, distraia-se, faça exer-cícios na piscina, lembrando-se de que hoje é sábado...

Foi a ducha fria na consciência do le-viano, colocando a atividade espiritual na pauta dos pesadelos, das ocorrências desagradáveis.

Ouvíramos o diálogo ao lado de Fernando, pois que nos encontráva-mos no dormitório da casa, a fim de providenciarmos apoio, caso as instru-ções houvessem recebido consideração e o companheiro em perigo alterasse a campo mental através da sintonia com as forças positivas. Lamentavelmente, nem sequer uma oração ocorreu ao casal proferir...

Após o desjejum, chegaram alguns amigos e, horas depois, na piscina, hós-pedes e anfi triões entregavam-se aos pra-zeres do whisky e dos salgadinhos...

Fernando, que permaneceu no lar, aguardando oportunidade para sustentar os ânimos e inspirar os cônjuges, meneou a cabeça, entristecido, e convidou-nos:

— “Nada mais poderemos fazer aqui. A opção está elegida. Voltemos às nossas outras tarefas.

Ainda nos não afastáramos do local, quando nele se adentrou o sicário vincu-lado às trevas exultando e esbravejando:

– “Livre novamente! Salvo dos desgra-çados lobos em peles de ovelhas, que me desejavam reter. Eis-me de volta, tudo re-toma ao normal. É assim que todos que-remos. Aleluia!”

Envolvemos a família em ondas de fraternidade e de paz, enquanto os ale-gres banhistas divertiam-se, embria-gando-se a expensas alheias.

A irref lexão responde por incontá-veis males. Após as nefastas experiências, quando a irresponsabilidade alcança altos índices de desequilíbrios, queixam-se os nela incursos quanto ao auxílio su-perior, que dizem não haver recebido, entregando-se aos paroxismos da rebel-dia, da alucinação.

Através dos pensamentos e das ações,

estamos programando sem cessar o nosso futuro.

Cada ser retrata hoje o com-portamento anterior e delineia, ainda, na atualidade, o que será no futuro. Esta regra básica é chave e modelo para o entendi-mento da reencarnação e da sua fi nalidade ético-moral no pro-cesso da evolução.

Quando chegamos à Sociedade Espírita encontramo-la em preparativos para a reunião da noite, dedicada aos es-tudas e comentários da Doutrina.

O Dr. Carneiro de Campos infor-mou-nos que o expositor programado seria Francisco e o tema em pauta abor-daria a questão do sexo. Em face disso, ele próprio iria inspirar o sensitivo, en-caminhando as considerações para o as-pecto saudável das atitudes humanas em relação ao aparelho genésico, ao tempo em que pretendia alcançar a senhora Augusta, que se tornara motivo de per-turbação para o trabalhador espírita.

A fi m de evitar difi culdades previsí-veis, ele iria dar assistência, a partir da-quela hora, ao expositor, incumbindo-nos, a Fernando e a nós, de inspirar a se-nhora atormentada e trazê-la para ouvir a palestra, facilitando ao jovem o diálogo futuro, sugerido pelo Sr. Almiro.

Diante da programação proposta, nossa visita à dama confl itada fi cou es-tabelecida para as quinze horas, de ma-neira a eliminar qualquer perturbação que a pudesse impedir de comparecer à realização da noite.

Porque o tempo me fosse facul-

SEXO E RESPONSABILIDADE POR MANOEL P. DE MIRANDA/DIVALDO P. FRANCO

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FidelidadESPÍRITA | Julho/2011 comportamento

tado, resolvi recolher-me à nossa base de repouso, na residência da senhora Ernestina.

O seu lar era verdadeiramente um santuário. Vibrações de paz envolviam-no e a psicosfera que se respirava era de renovadoras energias, que benefi ciavam os corpos e os espíritos.

Quando lá chegamos, a diligente ser-vidora do Evangelho recepcionava uma senhora, visivelmente preocupada, em razão do quadro depressivo que lhe ator-mentava a fi lha, moçoila de aproximada-mente dezesseis anos de idade.

D. Apolônia acompanhava a conver-sação, inspirando a anfi trioa.

Saudado com efusão pela veneranda amiga desencarnada, ela pediu-me cooperar no socorro às duas pessoas presentes.

Observando o transcurso do diálogo notei a presença de um ser infeliz que transmitia f luidos deletérios à jovem, pensamentos infelizes, ignorando a situ-ação de desencarnado.

Recordei-me de lições ministra-das oportunamente pelo Espírito Dr. Bezerra de Menezes, quando se releria às causas das depressões, no capítulo dos transtornos psicóticos, afirmando que elas poderiam ser endógenas e exógenas. As primeiras vincular-se-iam à heredita-riedade, às sequelas de várias doenças, principalmente sífilis, câncer, tuber-culose, hanseníase, distúrbios do trato digestivo e, modernamente, de virosas como AIDS, etc... As exógenas abarca-riam os fatores psicossociais, socioeco-nômicos, sociocomportamentistas... No entanto, o nobre Mentor incluía as psi-cogêneses obsessivas, vinculadas ao pre-térito espiritual dos envolvidos na trama, em processo de ajustamento emocional e recuperação moral.

Em razão do vasto elenco de causas atuais e pregressas, a depressão genera-liza-se entre as criaturas, ampliando-se, como circular ou bipolar, senil e, no ca-pítulo dos transtornos psicóticos, como demência e outras.

Em rápida análise, a jovem entocada soma um distúrbio mediúnico, de cará-ter obsessivo simples, provocado, incons-cientemente, pelo desencarnado que a assessorava, absorvendo-lhe a energia e

intoxicando-a, por sua vez, com os seus fl uidos de pesadas cargas vibratórias.

Sem dúvida, havia problemática origi-nária do passado a pesar na economia da vítima, facultando-lhe esse doloroso pro-cesso de despertamento para a realidade da vida espiritual, desde que não existem efeitos sem causas equivalentes. No imo do ser dormem as razões da vida, com todos os elementos constitutivos da sua paisagem histórica.

Acompanhei, então, a conversação.

Ernestina explicava que os problemas na existência terrena se originam no ser profundo, no Espírito, e dele se inicia a tera-pêutica, no caso das enfermida-des, ou a solução, quando são de outra natureza.

— “Na questão em tela – afi rmava – o concurso médico, faz-se indispensável, ao mesmo tempo a terapia espiritista: passes, água fl uidifi cada, reuniões de esclareci-mento, ao lado, naturalmente, da inesti-mável cooperação do paciente.

“Ao enfermo cabe o esforço maior, iniciando pela sua renovação moral me-diante a oração, os exercícios de paciência, de humildade e de perdão, que terminam por sensibilizar e esclarecer o agente da perturbação que, conscientizado do mal que vem praticando, modifi ca-se e liberta a sua presa, liberando-se também.”

Prosseguindo nas explicações, sugeriu fosse, naquele momento, realizada uma leitura, abrindo espaço para a aplicação de passes, que iriam auxiliar a menina, posteriormente encaminhada ao Culto Evangélico do Lar, que ali se realizava aos domingos, e à Sociedade Espírita especial-mente dedicada a misteres dessa natureza.

Tomando de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, abriu-o, ca-sualmente, e leu a mensagem A Paciência, ditada por um espírito amigo. O conte-údo da lição penetrou os sentimentos das ouvintes, que se sensibilizaram.

Depois de proferir uma oração, colo-cou-se, receptiva, à disposição e, infl uen-ciando-a, aplicamos energias dispersi-vas na enferma, revitalizando-a a seguir. Ato contínuo, retiramos o doente espiri-

tual da fi xação no perispírito da vítima, e Ernestina, ao terminar o labor, ofereceu água magnetizada à mãe e à fi lha.

Transpirando e emocionada, sentindo-se normalizar, a moça chorou um pouco e, confortada pela anfi trioa, disse-lhe com débil voz:

– “Sinto-me sair de uma espécie de camisa-de-força e de uma nuvem escura, que me difi cultavam raciocinar.

– “Necessita, a partir de agora – res-pondeu-lhe a terapeuta espiritual –, man-ter um bom estado de espírito, e quando sentir tristeza substituí-la por um pen-samento otimista. É muito fácil superar os estados depressivos, não cultivando as ideias negativas, pessimistas, fi xando-se em outras, as que geram bom ânimo, ale-gria e paz.

“Amanhã, às dezenove horas e trinta minutos, esperamo-las aqui para o estudo evangélico e nova terapia bioenergética”.

Despediram-se, afavelmente, já sor-rindo e prometendo retomar.

Ernestina, exteriorizando júbilo, quando a sós, deteve-se em atitude de lou-vor e de agradecimento.

Encarreguei-me de conduzir o irmão adormecido à Sociedade Espírita, para as providências compatíveis, quando me

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fosse encontrar com Fernando, para a vi-sita à Sra. Augusta.

D. Apolônia agradeceu a cooperação, e entretecemos considerações variadas em torno dos distúrbios da depressão e da síndrome de pânico, que se tornaram gra-ves dramas na área do moderno compor-tamento psicológico do ser humano.

Conforme pretendia Freud, afirmando que na raiz de toda neurose há sempre um problema da libido, permitimo-nos acentuar que o pensamento do pai da Psicanálise estaria incompleto, aduzindo- lhe que, na raiz de todo distúrbio da li-bido, encontramos um fator causal deter-minante que responde pela distonia.

Não iniciando o ser a sua história na concepção, a sua origem perde-se nas remotas eras da Criação, quando o psi-quismo foi gerado e começou a evoluir, atravessando os reinos mineral, vegetal, animal, hoje hominal e amanhã angélico, em direção do porvir sem limite.

A Natureza, que gastou bilhões de anos na elaboração das formas que a cons-tituem, não gerou o ser humano a golpes de acasos perfeitos e determinantes, con-forme pretendem algumas correntes ma-terialistas, simplistas e ingênuas.

A vida narra, nas histórias paleontoló-gica, embriogenética, anátomofisiológica todo o processo da evolução fatalista do ser.

Acima das causas filogenéticas, trans-formistas, mesológicas, paira, no entanto, a Causalidade Absoluta, que é Deus, seja qual for o nome que se Lhe dê, sempre de secundária importância tal denomina-

ção, orientando o processo transforma-dor, evolutivo.

Quando a criatura humana aprofun-dar estudos e reflexões em torno das cau-sas reais das aflições, encontrará as tera-pias hábeis, preventivas e curadoras, para as problemáticas que a afligem, erradi-cando o sofrimento das suas paisagens terrenas. Lentamente, porém, e com se-gurança, já estão sendo colocados os pa-radigmas da nova medicina, a holística, a espiritual, portanto, a essencial.

No momento próprio, após algum re-pouso no lar de Ernestina, dirigimo-nos para a atividade da noite, quando as pri-meiras pessoas chegavam à Casa Espírita.

Observei que o mentor houvera convi-dado expressivo número de trabalhadores desencarnados, lúcidos e joviais, que me informaram ser cooperadores do Núcleo, durante as explanações públicas, escla-recendo as companhias espirituais infe-lizes dos encarnados, afastando as mais rebeldes e encaminhando aquelas que se encontravam predispostas à renovação. Tanto a palestra como o estudo funciona-vam na condição de psicoterapia coletiva para os indivíduos e os Espíritos.

Em razão de os encarnados rara-mente manterem sintonia elevada, inte-resse superior por muito tempo, eles se utilizavam da palavra do expositor para centralizar-lhes a atenção e fazê-los con-centrar-se. Então agiam com dedicação e, ao término, ainda sob a psicosfera saudá-vel, realizavam algumas cirurgias peris-pirituais, separando mentes parasitas dos seus hospedeiros, refundindo o ânimo nos lutadores, apoiando as intenções sau-dáveis dos que despertavam, enfim au-xiliando em todas as direções, mediante também os recursos terapêuticos dos pas-ses individuais como coletivos.

Realmente o repouso significa pobreza de captação dos nossos sentidos. Em toda parte estão o movimento, a ação, a vida...

Nesse ínterim, o Dr. Carneiro aden-trou com Francisco, visivelmente teleco-mandado.

À hora regulamentar, o Sr. Almiro proferiu a prece de abertura da reu-nião e, após alguns avisos, passou a palavra ao jovem expositor.

Nesse momento, a Sra. Augusta, um tanto contrafeita, chegou à sala, sentou-se à distância e observei que Fernando, ao seu lado, a assistia.

A pobre senhora encontrava-se atur-dida. A fixação no jovem, por viciação mental, e a indução obsessiva que esta-belecia um plano macabro, afligiam-na. Sentindo-se frustrada nas tentativas do prazer vulgar com o agente do seu inte-resse, via, no Espiritismo, um adversário que, afinal, não existia. Dava-se conta de que a conduta cristã do médium cons-tituia-lhe impedimento ao gozo e à fu-tilidade, deixando-se arrastar por surda antipatia ao código ético da Doutrina Espírita.

Depois das palavras convencionais, o médium, fortemente inspirado, iniciou o tema, esclarecendo:

– “O sexo é departamento divino para a preservação da vida na Terra. Insito em todas as criaturas, o mecanismo da reprodução comandado pela Mente Suprema, que gera automatismos iniciais até o momento da conquista da razão, na Humanidade, quando o discernimento estabelece a ética do comportamento saudável para a dignificação dos seres, arrancando-os dos impulsos meramente instintivos para as eleições do amor, em ascese transcendente.

“Face às finalidades elevadas a que se destina, quais a encarnação e as reencar-nações, a permuta de hormônios físicos e psíquicos, a união dos sentimentos e a fixação dos afetos, quaisquer desrespeitos às suas finalidades superiores tornam-se fatores de desequilíbrios, de desajustes, de perturbações, gerando ódios inominá-veis, rudes embates, sofrimentos doloro-sos, sequelas espirituais demoradas...

“No sexo encontram-se as matrizes de muitos fenômenos que se transferem de uma para outra existência, atando ou li-bertando os Espíritos conforme a pauta da utilização que se lhe faculte.

“Dessa forma, quanto mais lúcido o ser, mais responsável se torna pela fun-ção, conduta e exercício sexual.

comportamento

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“Infelizmente, em razão do prazer que proporciona, em todas as épocas e hoje, particularmente, o sexo tem sido instru-mento de viciações ignóbeis, de explora-ções sórdidas de crimes inimagináveis, tornando-se veículo de promoção social, comercial, artística e cultural, com graves e imprevisíveis consequências.

“Combatido tenazmente pelos preconceitos religiosos durante mais de mil anos, liberou-se enfim sob o estandarte das conquistas humanas, porém en-vilecendo-se, corrompendo-se, exaurindo vidas e se transfor-mando em fator essencial a que quase todos aspiram.

“Conduzido corretamente e dignificado pelo amor, torna-se fonte de alegria, gerando felici-dade, harmonizando e produ-zindo beleza ao lado das cria-ções que proporciona.”

Fez uma pausa na bela e oportuna análise, ante o auditório absorvido pelas suas colocações.

D. Augusta, porém, não sopitava o mal-estar que experimentava. Desejou abandonar o recinto, porém o amigo Fernando, vigilante, aplicou-lhe ener-gias calmantes, confortando-a com vi-brações de reequilíbrio.

Vimos sair, praguejando, um dos emissários do Soberano das Trevas, que tinha por tarefa produzir o escândalo, envolvendo-a com o médium dedicado.

Logo depois, Francisco, mediuni-zado pelo Dr. Carneiro, embora semi-lúcido, prosseguiu:

– “A verdadeira castidade e nobre conduta sexual não se restringem ao não uso do aparelho genésico, mas, sim à atitude mental e ao comportamento emocional. A simples abstenção física, acompanhada de tormento interior, é somente uma fuga da realidade, uma transferência no tempo.

“Faz-se indispensável considerar e compreender que o sexo é departa-mento do corpo – como o estômago

ou outro órgão qualquer – uma sua função. A conscientização deve carac-terizar-se pela disciplina mental, ver-bal, superando-se as fantasias eróticas muito do agrado das mentes viciosas. Habituando-se o indivíduo aos pensa-mentos equilibrados, os apelos orgâni-cos são facilmente bem dirigidos e tran-quilizados.

“O importante não é o exercício da sua função, o ato em si mesmo, por-quanto os ases do prazer normalmente se encontram cansados do seu uso, nunca, porém, satisfeitos.

“Toda função se expressa através do respectivo órgão, como é evidente. Desse modo, não apenas mediante o exercício funcional nos relacionamen-tos orgânicos, indispensáveis à pro-criação, mas também na canalização das forças genésicas para os ideais do bem, do belo e do nobre a função sexual se expressa e enriquece o ser, harmonizando-o e facultando-lhe amplas possibilidades nas áreas psí-quicas, emocionais e físicas.

“O seu barateamento através da vulgaridade constitui grave empecilho ao equilíbrio do ser humano, que arde em falsas ne-cessidades e variações, distante do respeito por si mesmo e pelo seu parceiro.

“Foi por essa razão que os Espíritos Nobres, respondendo à pergunta de Allan Kardec, em torno do efeito que teria sobre a sociedade humana a abo-lição do casamento, foram concisos, esclarecendo que isto seria uma re-gressão à vida dos animais, com o agra-vamento do uso da razão perturbada e insaciável”1

Novamente Francisco silenciou, pro-piciando aos ouvintes melhor e mais ampla assimilação dos conceitos emiti-dos, para depois continuar:

– “Nessa, como em outras áreas, e particularmente nela, em razão dos seus

1 O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec. Questão 696 - 76ª edição, 1995. FEB. (Nota do Autor Espiritual.)

hormônios poderosos e suas vibrações no campo da emoção, merece ser consi-derado o intercâmbio com os Espíritos, respectivamente aqueles que se encon-tram aprisionados nas faixas grotescas da animalidade, das paixões vis.

“Atraídos pelas mentes encarnadas, fixam-se-lhes, produzindo fenômenos obsessivos de longo curso e vampiri-zando suas presas atormentadas. Vezes outras, necessitados de prosseguir nas manifestações tormentosas, inspiram os inadvertidos e passam a utilizar-se deles, voltando a fruir o prazer volup-tuoso, enquanto o ser orgânico se sente frustrado, insatisfeito, qual ocorre tam-bém no alcoolismo, no tabagismo, na toxicomania, etc. A morte não liberta aqueles que se fizeram escravos, por livre opção, das paixões degenerativas.

“Em qualquer circunstância, e espe-cialmente na análise desse fenômeno, como na ação sexual, consulte-se o amor, e ele dirá que se não deve fazer ao próximo o que não se gostaria que aquele lhe fizesse.

“E quando for necessário dirimir qualquer dificuldade, deve-se recorrer à oração, que é tônico de vida e fio invisí-vel de luz que liga o indivíduo aos dína-mos geradores de torça vital e de paz.”

Entreteceu outras considerações fi-nais e silenciou diante do auditório co-movido.

Muitos dos presentes permaneceram reflexionando em torno do profundo e delicado tema, enquanto a reunião avançava para o término.

O diretor dos trabalhos preparava- lhes o encerramento, quando observei os especialistas em passes e socorros, que já vinham auxiliando os encarna-dos e os Espíritos, unirem-se no centro da sala, formando pequeno círculo, uns de costas para os outros, e distenderem as mãos que derramavam energias lu-minosas sobre os presentes, enquanto era proferida a prece final.

A psicosfera elevada caracterizava-se pela paz e alegria, rica de bênçãos de saúde e de esperança. v

Fonte: FRANCO, Divaldo P. Trilhas da Libertação. Págs. 219 – 231. FEB. 2000.

comportamento

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astronomia

Há 430 anos utiliza-mos o ca lendário Gregoriano. Por isso

é que temos em fevereiro 29 dias, fato que ocorre a cada quatro anos. A palavra bissexto vem do latim, bissextus, que signifi ca duas vezes sexto, ou seja, que o ano tem 366 dias (duas vezes o número 6). São anos sempre cercados de mitos, tradições e crendices. A isto irá somar, desta vez, profecias assus-tadoras sobre grandes catástrofes na Terra. Esse clima de fatalismo, desde épocas imemoriais, vem surgindo periodicamente entre re-ligiosos, esoteristas ou de meros fanáticos, causando instabilidade emocional nas pessoas menos es-clarecidas e passível mesmo de causar enorme prejuízo social. Isto é motivo de apreensão pois já le-varam grupos de pessoas ao suicí-dio coletivo, como Jim Jones, na

Guiana, e o Portal do Céu, nos EUA. Para compreensão plena do tema, recomendamos a Edição Especial, março de 2010, da re-vista ‘FidelidadESPÍRITA’ editada pelo Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” de Campinas/SP, produzido pela notável escritora Th erezinha Oliveira.

ORIGEMO ano bissexto surgiu em 238

a.C., na Alexandria, no Egito. Durante a monarquia helenística de Ptolomeu III (246 - 222 a.C.) foi decretado a adição de um dia a cada quatro anos, para compensar a diferença que existia no excesso anual de 6 horas na duração do ano de 365 dias. Ao excesso anual de 6 horas deveria ser acrescentado um dia em cada quatro anos no calen-dário ofi cial. As raízes, portanto, do ano bissexto estão no Egito.

A INTERVENÇÃO DE JÚLIO CÉSARComo veremos adiante, simples-

mente instituir um ano bissexto em cada quatro anos não resolve o erro acumulativo com o passar dos anos. O imperador Júlio César (100 - 44 a.C.), duzentos anos de-pois, em 46 a.C., ao instituir o seu calendário Juliano apoiado nos estudos do astrônomo grego Sosígenes, persistiu no mesmo erro. Primeiro para corrigir as dis-crepâncias existentes, foram adi-cionados 80 dias ao ano de -46, passando o mesmo a ter 445 dias. Por isto foi chamado o “Ano da Confusão”. O ano passou a ter iní-cio no dia 1º de janeiro, tendo 365 dias e ¼ divididos em 12 meses de 30 e 31 dias, com exceção de fevereiro que teria 28 ou 29 dias, sendo bissexto. No início tudo fun-cionou bem, mas depois de algum

2012: SUPERSTIÇÕES E CRENDICES CERCAM O ANO BISSEXTO

POR NELSON TRAVNIK *

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tempo sobrevieram erros gritantes. Adotado por mais de 16 séculos, no ano 730 o monge Beda cons-tatou no Concílio de Nicéia que o calendário Juliano estava errado e que, ao fim de 128 anos, ocorria atraso de um dia em relação ao iní-cio das estações. Em 400 anos as estações adiantavam-se três dias. Após 16 séculos de uso o início da primavera já estava coincidindo com o Natal!

Júlio César

CAOS NO CALENDÁRIODETERMINOU NOVAS REGRAS

Alguém tinha que fazer al-guma coisa e essa pessoa foi o papa Gregório XIII, que para isto convocou o astrônomo e médico napolitano Luigio Lilio (1510-1576) e o matemático alemão Christophorus Clavius (1537-1612), para elaborar regras para um novo calendário. Segundo conselhos dos astrônomos, re-solveu-se corrigir de vez a dife-rença entre o calendário oficial e o solar. No dia 24 de fevereiro de 1582 o papa editou a bula ‘Intergravíssimas’ decretando a

reforma do calendário. A modi-ficação principal para corrigir os erros do calendário Juliano é que só seriam bissextos os anos secu-lares quando múltiplos de 400 e que o ano de 1582, que já acu-mulava um atraso de dez dias, em relação ao ano solar, seria di-minuído de dez dias, passando a quinta-feira 04 de outubro para a sexta-feira dia 15. Quem dor-miu, portanto, no dia 04 acordou no dia 15! Com a nova distribui-ção dos anos bissextos em final de século ficou sanado o erro de 3,1132 dias que se acumulavam no fim de 400 anos pelo calendá-rio Juliano. Mesmo assim o ca-lendário Gregoriano não é per-feito pois apresenta um excesso de 1,132 dias em cada 3.300 anos solares. O fato curioso é que o ex-cesso de 12 segundos do calendá-rio Gregoriano sobre o tempo real de translação da Terra ao redor do Sol fará com que nos anos de 3.320 e 6.640 fevereiro tenha 27 dias. A reforma gregoriana foi logo aceita pelos países católicos, inclusive o Brasil em 1582. Os países protestantes esperaram até 1700 quando a diferença entre o Juliano e o Gregoriano já eram de 11 dias e a Inglaterra só aderiu em 1752. Apesar das mudanças fei-tas no atual calendário, ele ainda é arbitrário e matematicamente errôneo e isto tem levado alguns organismos a pensar em um novo calendário. Contudo essas tenta-tivas não vingaram e parece que como está ainda vai permanecer por longo tempo. O calendário para ser rigorosamente exato de-veria ser astronômico.

Gregório XIII introduziu novo calendário em 1582

TEMPUS FUGIT – CARPE DIEMSeja como for, o tempo não nos

pertence, na verdade nós somos seus escravos. Ninguém tem mais nem menos tempo. Estamos pre-sos a este planeta submetidos aos seus movimentos que nos dá di-reito a 1.440 minutos por dia, 168 horas por semana e a 8.766 horas por ano. Em nosso coti-diano, o fluxo do tempo nos es-capa. Para regular o tempo cria-mos pois um calendário. É ele que rege nossas lembranças e nossos sonhos. Por conseguinte, é válido recordar sempre a má-xima em latim: Tempus Fugit – Carpe Diem, O Tempo passa Célere, Foge – Aproveita o Dia, o Momento. v

*Nelson Travnik é espirita e astrônomo dos observatórios municipais de Americana e

Piracicaba/SP e Membro Titular da Socie-dade Astronômica da França, fundada por

Camille Flammarion em 1887.

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educação

Um erro psicológico de funestas consequên-cias domina a orto-

doxia oficial. Pretendem que o homem seja visceralmente mau, intrinsecamente perverso e, por natureza, corrupto. Semelhante conceito é adotado, salvo raras ex-ceções, por sociólogos, juristas, escritores, filósofos, cientistas e, o que é de admirar, pela clerezia de vários credos religiosos. Que os materialistas façam tal conceito do homem, compreende-se; mas que sejam acompanhados pelos crentes e até pelas autoridades das religi-ões deístas é inominável, inconce-bível quase.

Como é possível que o homem, criado à imagem e semelhança de Deus, seja vis-ceralmente mau? Como se compreende que o Supremo Arquiteto haja produzido obras intrinsecamente imperfeitas e defeituosas? Semelhante des-pautério precisa ser combatido. Lavremos, em nome da fé que professamos, veemente pro-testo contra a tremenda heresia.

O homem é obra inacabada. Entre obra inacabada e obra defei-tuosa vai um abismo de distância. Os Espíritos trazem consigo os germens latentes do bem e do belo. A centelha divina, oculta embora, como o diamante no carvão, re-fulge em todos eles. O mal que no homem se verifi ca é extrínseco e não intrínseco. No seu íntimo cintila o divinal revérbero da face do Criador. Os defeitos, senões e falhas são frutos da ignorância, da fraqueza e do desequilíbrio de que a Humanidade ainda se ressente. Removidas tais causas, a decan-tada corrupção humana desapare-cerá. Deus não cria Espíritos como os escultores modelam estátuas. As obras de Deus são vivas, tra-zem si mesmas as possibilidades de autodesenvolvimento. A vida implica movimento e crescimento. “Em cada átomo do Universo está inscrita esta legenda: para a frente e para o alto.” Os atributos de Deus estão, dadas as devidas con-dições de relatividade, palpitando em cada criatura. Apelando-se para as faculdades profundas do Espírito, logra-se o despertar da célica natureza que nele dorme,

atestando a origem donde proveio. O problema do mal resolve-se pela educação, compreendendo-se por educação o apelo dirigido aos po-tenciais do espírito. Educar é sal-var. Através do trabalho ingente da educação, consegue-se transformar as trevas em luz, o vício em virtude, a loucura em bom senso, a fraqueza em vigor. Tal é em que consiste a conversão do pecador.

Jesus foi o maior educador que o mundo conheceu e conhecerá. Remir ou libertar só se consegue educando. Jesus acreditava pia-mente na redenção do ímpio. O sacrifício do Gólgota é a prova deste asserto. Conhecedor da na-tureza humana em suas mais ín-timas particularidades, Jesus sabia que o trabalho da redenção se resume em acordar a divindade oculta na psique humana. Sua atuação se efetuou sempre nesse sentido. Jamais o encontramos abatendo o ânimo ou aviltando o caráter do pecador, fosse esse pe-cador um ladrão confesso, fosse uma adúltera apupada pela tur-bamulta. “Os sãos não precisam de médicos, mas, sim, os doen-tes”; tal o critério que adotava.

A NATUREZA HUMANAPOR VINÍCIUS

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Invariavelmente agia sobre algo de puro e de incorruptível que existe no Espírito do homem.

Firmado em semelhante convic-ção, sentenciava com autoridade: “Sede perfeitos, como vosso Pai ce-lestial é perfeito.” Esta sentença só podia ser proferida por quem não alimentava dúvidas sobre os desti-nos humanos. Interpelado sobre a vinda do reino de Deus, retruca o Mestre: “O reino de Deus não virá sob manifestações exteriores; porque o reino de Deus está dentro de vós.” O apóstolo das gentes, inspirado em idêntico conceito a respeito do homem, proclama igualmente: “O templo de Deus, que sois vós, é santo. Ignorais, acaso, que sois san-tuários de Deus, e que o Espírito di-vino habita em vós?”

O mal é uma contingência. Em realidade significa apenas ausência

do bem, como as trevas represen-tam somente ausência de luz. O mal e a ignorância são transes ou crises que o Espírito conjurará fa-talmente, mediante o despertar de suas forças latentes. A prova cabal e insofismável de que a natureza íntima do homem é divina, e, por conseguinte, incompatível com o mal, está na faculdade da cons-ciência. Que é a consciência, na acepção moral, senão o “divino” cuja ação se faz sentir condenando o mal e aplaudindo o bem? Por que razão o homem jamais con-segue iludir ou corromper a cons-ciência própria? Ele pode, no uso do relativo livre-arbítrio que frui, desobedecer-lhe, agir em contrá-rio aos seus ditames, porém nunca abafará seus protestos, nunca con-seguirá fazê-la conivente de ini-quidades e crimes. A consciência

é o juiz íntegro cuja toga não se macula, e cuja sentença ouvire-mos sempre, quer queiramos, quer não, censurando nossa conduta ir-regular. Esse juiz, essa voz débil, mas insopitável, é a centelha di-vina que refulge através da escu-ridão de nossa animalidade, é o diamante que cintila a despeito da negrura espessa do rude invólucro que o circunda.

O maior bem que se pode fazer ao homem é educá-lo. Os educa-dores, cientes e conscientes de seu papel, são os verdadeiros benfei-tores da Humanidade. Cooperar pela ressurreição do Espírito é pro-porcionar-lhe o sumo bem; nada mais valioso se lhe pode fazer. Tal a missão do Cristo de Deus neste mundo. Por esse ideal ele se deu em holocausto no patíbulo da cruz.

A Humanidade precisava de

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educação

um modelo, de uma obra acabada que refletisse em sua plenitude a majestade divina. Esse arquétipo nos foi dado no Filho de Deus. Os modelos devem ser imitados. Para isso se destinam. Assim com-preendia Paulo de Tarso, conso-ante se infere desta sua asserção: “…tendo em vista o aperfeiçoa-mento dos santos (crentes) até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, a estado de homem feito, à medida da estatura da plenitude do Cristo”.

A larga parábola que temos a percorrer em demanda do Modelo é obra de educação, educação que se transforma em auto-educação.

Kant, o filósofo, assim com-preende a educação: “Desenvolver no indivíduo toda a perfeição de que ele é suscetível: tal o fim da educação.”

Pestalozzi, o pedagogista con-sumado, diz: “Educar é desenvol-ver progressivamente as faculdades espirituais do homem.”

João Locke, grande preceptor, se expressa desta maneira sobre o assunto: “Educar é fazer Espíritos retos, dispostos a todo momento a não praticarem coisa alguma que não seja conforme à dignidade e à excelência de uma criatura sen-sata.” Lessing, autoridade não menos ilustre, compara a obra da educação à obra da revelação, e diz: “A educação determina e ace-lera o progresso e o aperfeiçoamento do homem.”

Fröebel, o criador do “Kin-Kin-dergarten” (Jardim da Infância), af irmava que em toda criança existe a possibilidade de um grande homem.

Denis, o incomparável apóstolo do Espiritismo, pro-feriu esta frase lapidar: “A educação do Espírito é o senso da vida.”

Diante do que aí fica, será preciso acrescentar que o ob-jetivo da religião é educar o Espírito? “Se o sal tornar-se insípido, para que servirá?”

Como Jesus, os educadores, dignos de tal nome, crêem fir-memente na reabilitação dos maus. Os novos apóstolos do Cristianismo não virão dos se-minários, mas do magistério bem compreendido e melhor sentido.

* * *

Perniciosas e desastrosas têm sido as conseqüências decorren-tes do falso conceito generali-zado sobre o caráter humano. Tal vesânia gerou o pessimismo que domina a sociedade.

O vírus que tudo polui e cons-purca, é, a seu turno, outro efeito oriundo da mesma causa. Que pretendem os industriais da ci-nematografia exibindo películas dissolventes e até indecorosas? E os literatos e romancistas abar-rotando as livrarias de obras frí-volas, enervantes e imorais? E o empresário teatral com suas co-

médias corriqueiras, impudicas, eivadas de obscenidades? E os musicistas com seus “jazzs”, “fox trots” e maxixes? E os costureiros e modistas com sua indumentá-ria que peca pela falta de decên-cia e decoro? Todos eles, conven-cidos de que a natureza humana é essencialmente corrupta, estão atuando através da corrupção. Visando a lucros, imaginam que o meio mais seguro de êxito seja aquele. No entanto, se o ci-nema se transformasse, de es-cola do vício em escola da vir-tude, deixaria de existir por isso? Respondemos pela negativa, sem titubear. Teria concorrência me-lhor e maior, como há leitores para os bons livros, como há apreciadores da arte pura.

A falsa idéia de que o êxito na cinematografia, nas artes, na in-dústria e no comércio só se al-cança acoroçoando a maldade e a ignorância humana, é um es-trabismo herético e execrável. A Teologia tem sustentado esse erro pernicioso, através dos sé-culos, pela palavra de seus co-rifeus, prejudicando seriamente a evolução da Humanidade. A Pedagogia, em seu glorioso ad-vento, vai destroná-la desemba-raçando a mente humana dessa pedra de tropeço.

A ve rd ade e s t á c om a Pedagogia. Com a Teologia, o caos, a confusão, as trevas. Com a Pedagogia está o otimismo sadio, alegre e forte. v

Fonte: VINÍCIUS. O Mestre na Educação. Págs. 43 – 48. Feb. 2009.

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FidelidadESPÍRITA | Julho/2011 cultura geral

apresentações, piadas, etc. Quase nunca esse amigo adiciona à mensa-gem que encaminhou para você uma linha pessoal, algo como “lembrei de você quando li isso”. Alguém precisa dizer a ele que existem poucas coi-sas mais chatas e tediosas que receber mensagens impessoais com material que se propaga como vírus na inter-net. Evite ao máximo encaminhar qualquer coisa. Quando o fi zer, torne sua mensagem pessoal.

Outra ocorrência desagradável é receber e-mails de um amigo promo-tor social. Os e-mails vêm com uma lista enorme de destinatários, ami-gos e colegas dele. Estão lá conheci-dos de infância, ex-namoradas, ini-migos, chatos. E a maior parte dessas pessoas você nem mesmo conhece. Copiadores ensandecidos também são um problema. Eles adoram o “cc:”; quase todos os e-mails que en-viam vêm com cópia para mais al-guém. Na empresa, eles pretendem manter informados simultaneamente o diretor e o gerente, o estagiário e o chefe - sem esquecer colegas de outras fi liais e fornecedores.

Mais uma regra: nunca escreva o campo “assunto” todo em maiúscu-las, para chamar a atenção para seu e-mail. Assim como falar alto dentro do cinema ou furar fi la, isso é conside-rado falta de educação no manual da etiqueta digital. Outra lei de ouro está no tamanho do e-mail. Os ótimos vêm na forma de um parágrafo com

até meia dúzia de linhas. Os extensos porém ainda aceitáveis, para tratar de assuntos importantes, têm até três pa-rágrafos. Textos maiores que isso cos-tumam aborrecer mais que informar.

Ao enviar qualquer anexo, tenha certeza de que o destinatário tem ab-soluto interesse em receber o mate-rial. De preferência, consulte-o antes de enviar. E, claro, tenha cuidado também com o tamanho do arquivo. Nunca parta do pressuposto de que um e-mail importante foi recebido - e lido. A mensagem pode ter sido equi-vocadamente bloqueada pelos fi ltros do administrador do sistema da em-presa ou do provedor da pessoa para quem você enviou. Aprenda a usar e-mail com sinalizador que pede ao destinatário que indique se o mesmo foi lido. Se a pessoa for atenciosa e cortês, sinalizará quando abrir e ler sua mensagem.

Para assuntos superimportantes, não mande e-mail. Telefone. É bom aprender rápido a nova etiqueta do mundo digital. Caso contrário, seu endereço de e-mail pode entrar na lista daqueles a serem barrados por fi l-tros anti-spam. Ou você pode acabar descobrindo que falam pelas suas cos-tas que você é um “e-mala”. v

Fonte: NEVES, Ricardo. Revista Época. 22 jan. 2007.

RICARDO NEVES é consultor de empresas e escreve quinzenalmente em ÉPOCA.

[email protected]

O MANUAL DA ETIQUETA DIGITALPOR RICARDO NEVES

É melhor aprender logo as novas regras. Caso contrário, você pode virar um “e-mala”.

Você já andou de elevador ouvindo um passageiro fa-lando ao celular? Já desceu

do 30º ao 1º andar ao lado de um tipo que fala bem alto ao telefone? Que não se dá conta de que a exposição da própria privacidade vai deixando as pessoas ao redor constrangidas? E o que dizer dos mais estapafúrdios toques de celular em plena sessão de cinema, no teatro, no meio de um concerto?

Tem gente que atende ao celular no banheiro público do aeroporto e entabula conversa quando ainda está fazendo pipi. A questão é: as novas ferramentas digitais do cotidiano tra-zem consigo uma nova etiqueta.

Temos de aprender logo certas re-grinhas, caso contrário a vida social se torna um fardo insuportável. No caso do e-mail, também temos de fazer um esforço maior para que o uso dessa ferramenta se torne mais elegante, social e civilizado - não ape-nas dentro das empresas, mas tam-bém em nossa vida privada cotidiana. Quer ver algumas situações de uso inadequado de e-mail?

Você certamente tem algum amigo do tipo “encaminhador enlouque-cido”. É aquele que ama enviar có-pias dos e-mails que ele recebeu de outras pessoas. Em geral, são mensa-gens com anexos que contêm poemas,

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FidelidadESPÍRITA | Julho/2011

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com todas as letras

Fonte: MARTINS, Eduardo. Com Todas as Letras. Pág. 94. Editora Moderna. 1999.

CUIDADO COM OS DERIVADOS DE TERPOR EDUARDO MARTINS

Veja se você encontra o erro nesta frase: Se o time manter os jogado-

res do atual elenco, ele será bem-su-cedido no próximo campeonato. Se você respondeu que o manter está mal usado e o certo seria mantiver, acertou.

É muito raro as pessoas erra-rem a conjugação do verbo ter. O mesmo, porém, não acontece no emprego dos seus derivados. Por isso, toda atenção é pouca.

No exemplo citado, repare que, se o verbo fosse ter, a frase fi caria clara: Se o time tiver... (e não: Se o time “ter”...). Lembre-se, então: verbos como deter, reter, man-ter, entreter, suster, obter, conter e outros se conjugam exatamente como ter. Ou seja: detiver, retiver, mantiverem, entretiverem, etc.

Veja outros exemplos:

O palhaço entretinha (e não “entretia”) as crianças. / Os policiais detiveram (e não “deteram”) os motoristas. / A muito custo ela contivera (e não “conterá”) o riso. / Era indispensável que o time mantivesse (e não “mantesse”) os jogadores. / Se (ou quando) ele obtiver (e não “obter”) a licença, tudo fi cará mais fácil.

No futuro do presente do indicativo e no futuro do pretérito (antigo condicional), as formas são evidentes: manterei, deteria; entreterá, susteria; reteremos, entrete-ríamos; obterás, conterias; manterão, susteria, etc.

Finalmente, no presente do indicativo, atenção para o acento nos derivados de ter: contém (singular), contêm (plural); ele detém, eles retêm; ele sustém, eles obtêm, etc. v

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FidelidadESPÍRITA | Julho/2011 mensagem

NÃO AS PALAVRAS“Mas em breve irei ter

convosco, se o Senhor quiser, e então conhe-cerei, não as palavras

dos que andam incha-dos, mas a virtude.” –

Paulo(Coríntios, 4:19.)

Cristo e os seus coopera-dores não virão ao en-contro dos aprendizes

para conhecerem as palavras dos que vivem na falsa concepção do destino, mas sim dos que se iden-tifi cam com o espírito imperecível da construção evangélica.

É indubitável que o Senhor se interessará pelas obras; contudo, toda vez que nos reportamos a obras, geralmente os ouvintes so-mente se lembram, das instituições materiais, visíveis no mundo, ricas ou singelas, simples ou suntuosas.

Muita vez, as criaturas menos favorecidas de faculdades orgâni-cas, qual o cego ou o aleijado, acre-ditam-se aniquiladas ou inúteis, ante conceituação dessa natureza.

É que, comumente, se esqueces-se o homem das obras de santifi -cação que lhe compete efetuar no próprio espírito.

Raros entendem que é necessá-rio manobrar pesados instrumen-tos da vontade a fi m de conquistar terreno ao egoísmo; usar enxada de esforço pessoal para o estabe-

lecimento defi nitivo da harmonia no coração. Poucos se recordam de que possuem as ideias frágeis e pequeninas acerca do bem e que é imprescindível manter recursos íntimos de proteção a esses ger-mens para que frutifi quem mais tarde.

É lógico que as palavras dos que não vivem inchados de personalis-mo serão objeto das atenções do Mestre, em todos os tempos, mes-mo porque o verbo é também for-ça sagrada que esclarece e edifi ca. Urge, todavia, fugir aos abusos do palavrório improdutivo que me-nospreza o tempo na “vaidade das vaidades”.

Não olvides, pois, que, antes das obras externas de qualquer nature-za, sempre fáceis e transitórias, tens por fazer a construção íntima da sa-bedoria e do amor, muito difícil de ser realizada, na verdade, mas, por isto mesmo, sublimada e eterna. v

Vinha de LuzEmmanuel/Chico Xavier

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1º Ano: Curso de Iniciação ao Espiritismo com aulas e projeção de fi lmes (em telão) alusivos aos temas. Duração 1 ano com uma aula por semana. 2ª Feira 20h00 - 21h30 05/03/2012

1º Ano: Curso de Iniciação aoEspiritismo com aulas e projeção de fi lmes (em telão) alusivos aos temas. Duração 1 ano com uma aula por semana. sábado 16h00 - 17h00 03/03/2012

1º Ano: Curso de Iniciação aoEspiritismo com aulas e projeção de fi lmes (em telão) alusivos aos temas. Duração 1 ano com uma aula por semana. domingo 10h00 – 11h00 04/03/2012

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3º Ano Domingo 09h00 – 11h00 05/02/2012 Restrito

Evangelização da Infância Domingo 10h00 – 11h00 Fev / Nov Aberto ao público

Mocidade Espírita Domingo 10h00 – 11h00 ininterrupto Aberto ao público

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Assistência Espiritual: Passes 3ª Feira 20h00 - 20h40 ininterrupto Aberto ao público

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Assistência Espiritual: Passes Domingo 09h00 - 09h40 ininterrupto Aberto ao público

Palestras Públicas Domingo 10h00 - 11h00 ininterrupto Aberto ao público

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