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1 1 Os CROM e o Campo de Batalha ou A Limpeza Étnica da Terra 1. Os CROM 2. Campo 3. Batalha 4. Terra 5. Étnica 6. Limpeza 7. Novo Filme 8. Cinema Novo 9. Novolhar 10. Todos os Arianos Vitória, terça-feira, 09 de fevereiro de 2010. José Augusto Gava.

Os CROM e o Campo de Batalha ou A Limpeza Étcnica da Terra

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desde os surgimento dos cro-magnons os neanderthais vem sofrendo a maior perseguição da geo-história

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Os CROM e o Campo de Batalha ou A Limpeza Étnica da Terra

1. Os CROM 2. Campo 3. Batalha 4. Terra 5. Étnica

6. Limpeza 7. Novo Filme

8. Cinema Novo 9. Novolhar

10. Todos os Arianos

Vitória, terça-feira, 09 de fevereiro de 2010. José Augusto Gava.

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Capítulo 1 Os CROM

Para simplificar chamei de CROM aos CRO-M/agnons, nossa

espécie; e à suposta espécie que a precedeu NEMAY (N/eandertais de E/va M/itocondrial e A/dão Y). Não sendo geólogo, paleontólogo, antropólogo, arqueólogo ou geo-historiador desde cedo discordei das correntes dos pesquisadores, que vem das pesquisas pontuais de campo.

Pensei. Pensei profundamente. E tendo pensado cheguei a estas conclusões.

Capítulo 2 Campo

RESTA FAZER AS NOVAS PESQUISAS DE CAMPO

TEMPO (milhares de anos)

ACONTECIMENTOS LOCAL

300 surgimento dos NEMAY (no Vale da Grande Greta – ui – em torno dos grandes lagos)

África

115 começo da Glaciação de Wisconsin/Worms (primeiras passagens dos NEMAY para as

Américas), abertura da passagem no Estreito de Bering através do gelo; abertura da passagem à

Austrália através dos baixios de areia

---

80 surgimento dos CROM (primeiras passagens dos CROM)

Lago Baikal, Ásia

15 penúltima leva dos CROM para as Américas --- 12 fim da Glaciação, última leva, fechamento da

passagem no Estreito de Bering, fechamento da passagem para a Austrália

---

11 1 cavernas 2 pós-cavernas 3 pré-cidades 4 cidades, fundação de Jericó

Oriente Médio

5,5 primeira civilização ampla na Suméria, início da escrita

Oriente Médio

5,2 primeira civilização ampla no Egito África ONDE TUDO COMEÇOU 1) A GRANDE GRETA (ui)

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2) OS GRANDES LAGOS (os grandes lábios africanos)

Como já foi colocado em outros textos a idéia geral é esta: 1) desde 100 milhões de anos os primatas passaram da região

equatorial-florestal à esquerda na África ao Grande Vale (a fissura dupla, em forquilha, que vai da África até além de Israel-Palestina) à direita, onde se situam os grandes lagos (devem existir lá inumeráveis cavernas onde as radiações bombardearam os antepassados);

2) aparecendo há 10 milhões de anos os hominídeos ficaram muito tempo nas cavernas em volta do Grande Vale, onde mutaram em virtude das radiações, várias frações deles espalhando-se em todas as direções-sentidos;

3) os NEMAY surgidos há 300 ou 200 mil anos seguiram as trilhas dos antecessores e foram a toda a Terra, inclusive chegando ao Lago Baikal e ao extremo sul da América do Sul;

4) os CROM surgiram nas cavernas do Lago e dali se espalharam por cima do gelo aplainador das montanhas e lagos por toda a Eurásia e pelas Américas (porque - quando surgiram - a Glaciação já estava à toda: eles nunca conheceram outra vida por 70 ou 60 mil anos); seguiram os NEMAY e mataram-nos, destruíram seus ambientes ou se fundiram a eles:

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o mar sobe e desce muito (na Glaciação

de Wisconsin desceu 160 m)

Tipos de vegetação no auge da última glaciação Glaciação Wisconsin

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Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. A glaciação Wisconsin, como é conhecida na América, chamada ainda de glaciação Weichsel (na Escandinávia), devensiana (nas Ilhas Britânicas),

midlandiana (na Irlanda) e Würm (nos Alpes), foi a última glaciação conhecida na Terra, considerada marco do fim do período Pleistoceno e das

"glaciações antropológicas", terminando por volta de dez mil anos a.C. A glaciação geral começou por volta de 70.000 a.C. e alcançou seu auge em

torno de 18.000 a.C.. Foi definida por A. Penck e E. Brückner (1901-1909), como glaciações alpinas

(RISS, Mindel, Günz, Donau). Sua definição é baseada em observações geológicas consequentes da redução significativa das temperaturas médias

durante um longo período (gelo de água fluvial, morenas) nos Alpes. Considera-se que ela começou há 100 mil anos e terminou há 12 mil.

Esta glaciação foi a última acontecida na Terra, e com ela se considera terminado o período Pleistoceno e as denominadas "glaciações antropológicas" por cientistas, devido ao fato de terem sido usadas para a travessia do homem para América. As outras glaciações antropológicas anteriores a Würm foram a Glaciação Donau, há dois milhões de anos, a Glaciação Günz, há cerca de 700 mil anos, a Glaciação Mindel, há cerca de 400 mil anos e a Glaciação Riss, há 150 mil anos. Se supõe, segundo as teorias enunciadas, que todas elas foram

usadas pelo homem para chegar a América, em maior ou menor grau. Os cientistas as consideram "glaciações recentes".

5) de todos os CROM, os negros são os últimos e não os primeiros; ao entrar na África a raça central buriata “pegou uma cor” e tornou-se negra; pegou-a dos NEMAY, que foram extintos em toda parte, exceto na Austrália, onde são os aborígenes ou nativos australianos:

GLACIAÇÃO EM BERING: BERÍNGIA BAIXIOS ATÉ A AUSTRÁLIA

nitidamente, podemos ver agora, quando os mares desceram 160 m os baixios

ficaram visíveis em Bering (junto com o gelo) e na Indonésia

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O COMPRIDINHO DA ÁSIA, O BAIKAL, LAGO ANCESTRAL (existirão inumeráveis cavernas naquela região; necessariamente deve ser assim para o modelo estar certo, porque nelas os seres sofrem transformações; os neandertais empacaram lá e foram transformados; se não for assim o modelo estará errado)

caminhos desde o Baikal ao Ocidente

e ao Oriente NOSSA PARENTADA

PRIMATAS

100 milhões de anos

HOMINÍDEOS

10 milhões de anos

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NEMAY

300 a 200 mil anos

CROM

80 a 70 mil anos

Capítulo 3 Batalha

SOMOS QUASE TODOS BURIATOS (nossos avós estão lá para quem quiser ver; e certamente muitos quererão)

a CEI, comunidade dos estados

independentes

a Buriatia, uma das repúblicas de lá,

em volta do Lago Baikal

mais explicitamente

os limites (do lado leste, do lado oeste é outra terra, mas a mesma

nação – ou imagino que deveria ser)

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Repúblicas da Rússia Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Entre as divisões de primeira ordem da Federação Russa há 21 que têm o estatuto de República Autónoma, organizando-se em geral em territórios tradicionais de minorias étnicas ou de grupos minoritários (várias minorias

numa única república, caso do Daguestão). Embora as repúblicas se distribuam um pouco por todo o território russo, há três áreas onde elas se

concentram: o norte do Cáucaso, a área entre o rio Volga e os montes Urais e a região do lago Baikal.

As 21 repúblicas da Rússia são as seguintes:

1. Adiguésia

2. Altai 3. Bashkortostan

4. Buriácia 5. Daguestão 6. Inguchétia 7. Kabardino-

Balkaria

8. Calmúquia 9. Karachay-Cherkessia 10. Carélia 11. Komi

12. Mari El 13. Mordóvia

14. Sakha

15. Ossétia do Norte-Alania

16. Tatarstão 17. Tuva

18. Udmurtia 19. Khakassia 20. Chechénia 21. Chuváchia

BURIATOS DE TODAS AS CORES (A Buriácia é a número 4, o resto é Rússia em volta do Baikal; se o modelo está certo todos os genes devem convergir para eles, quer dizer, eles devem conter os genes das quatro raças, inclusive todos os defeitos primordiais, digamos, o gene falciforme dos negros)

buriatos negros

buriatos vermelhos

buriatos brancos

buriatos amarelos

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OS QUE DESTOAM (eles tinham o lábio superior da boca maior, tanto neandertais quanto aborígenes)

OS ANTIGOS NEMAYS RECONSTITUÍDOS

OS ATUAIS ABORÍGENES CONSTITUÍDOS

Quinta-feira, Fevereiro 12, 2009

HOMO NEANTHERTALENSIS, O GENOMA

Gostava de estar na pele de Svante Pääbo, antropólogo do Instituto Max

Planck, para de igual modo me sentir feliz como ele se sentiu, ao subir ao palco no congresso da Associação Americana para o Avanço da Ciência, em Chicago, para proferir a sua palestra. Relata Ana Gerschenfeld, do Público, «que Svante Pääbo veio anunciar oficialmente que tinha conseguido fazer

aquilo que ele e os seus colegas andavam há anos a tentar: ler o genoma dos Neandertais, esses homens das cavernas que viveram na Europa e partes da

Ásia ao mesmo tempo que os primeiros Homo sapiens sapiens (os nossos avós) – e que se extinguiram, ninguém sabe porquê, há 30 mil anos. A equipa

de Pääbo e a empresa norte-americana 454 Life Sciences, especialista das técnicas de sequenciação genética, realizaram uma proeza: a partir de ossos fósseis de Neandertal vindos de uma gruta na Croácia, sequenciaram milhões

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de fragmentos de ADN deste humano ancestral. Para tal, desenvolveram métodos específicos para ter a certeza de que estavam realmente a

sequenciar o genoma dos Neandertais – e não o dos microorganismos que colonizaram os ossos, nem o dos próprios técnicos que faziam a

sequenciação. Afinal de contas, os humanos actuais e os Neandertais têm em comum entre 99,5 e 99,9 por cento do nosso ADN. Nada mais fácil,

portanto, do que confundi-los. Um outro feito, não menos impressionante, foi terem conseguido extrair a sequência de ADN

utilizando menos de meio grama de matéria óssea. Seja como for, o primeiro “rascunho” do genoma dos Neandertais ontem apresentado

corresponde a cerca de 60 por cento da totalidade do património genético dos Neandertais. O trabalho não acabou, mas já revelou novidades. Uma delas, disse Pääbo à BBC News, é que, segundo os

resultados preliminares, “não há razão para não terem falado como nós”. Os Neandertais tinham a mesma variante que nós de um gene chamado

FOXP2, que está associado à linguagem e à fala – ao passo que os chimpanzés não partilham dessa variante do gene. Mas a questão

principal é a de saber se os Neandertais se terão ou não misturado com os Homo sapiens sapiens. Será que herdámos genes dos Neandertais que

ainda hoje persistem nas populações humanas? Pääbo responde que não há indicações, no genoma agora reconstituído, de que tal tenha

acontecido. Para isso, analisaram um outro gene, chamado microcefalina-1, implicado no desenvolvimento cerebral. Há quem pense

que uma variante deste gene, comum nos europeus, vem dos Neandertais. Mas Pääbo e a sua equipa apenas encontraram uma forma ancestral desse gene no genoma dos Neandertais. A sequenciação deste genoma fóssil deverá ajudar a identificar as alterações genéticas que permitiram que os humanos saíssem de África, há 100 mil anos, e se

espalhassem pelo mundo. Mas há um enigma que Pääbo não acredita que vá ser resolvido pelos genes: o da extinção dos Neandertais. “Não me parece

que tenha sido devido ao seu genoma,” disse. “Teve claramente a ver com o ambiente ou com os humanos modernos.”»

Comparação dos crânios do homo sapiens

(esquerda) e do neanderthalensis (direita). joshua

Etiquetas: Homo Neanthertalensis, Max Planck AS BASES DO MCES, MODELO DAS CAVERNAS PARA A EXPANSÃO DOS SAPIENS

1. na origem havia um lugar protegido onde deixar mães e crianças e aonde ocorressem as sucessivas mutações;

2. são esperadas taxas muito altas de nascimento e sobrevivência de bebês, forçando constantemente às

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migrações e à reinvenção dos modos de vida (donde vem nossa extraordinário inventividade);

3. extrema atenção a essas crianças... ... RESULTANDO EM...

4. a invenção da língua (visando a transferência do conhecimento acumulado);

5. longo tempo de aprendizado (permitindo a transferência do coletivo de aprendizado, da língua e dos produtos da inteligência);

6. grande memória e grande inteligência. Ou seja, em vez de, como antes, evoluir internamente em si, no

indivíduo, a humanidade começou a evoluir FORA DO INDIVÍDUO, no coletivo. A batalha pela sobrevivência do mais apto passou de individual a não-individual, passou a ambiental.

A EVOLUÇÃO FORA DE SI 1) EVOLUÇÃO INTERNA (nas pessoas): 1.1. individual; 1.2. familiar; 1.3. grupal; 1.4. empresarial; 2) EVOLUÇÃO EXTERNA (nos ambientes): 2.1. urbano-municipal; 2.2. estadual; 2.3. nacional;

2.4. mundial (estamos entrando nessa faixa nestes dias com a globalização).

Com a invenção da língua pelos NEMAY a coisa toda mudou de figura e começou a dar saltos sucessivos até a invenção da escrita, quando exponencializou de vez.

Capítulo 4 Terra

DEPOIS DE VER A VERDADE INTEIRA, APROXIMANDO PARA VER OS DETALHES (a Terra vista a partir de distâncias que iriam se aproximando de mil em mil metros, altura maior que a do maior edifício atual, Burj Dubai, de 828 metros; dei saltos muito maiores porque demoraria muito – tipicamente 12 mil quadros)

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vista de 12,8 mil km

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vista de 9,0 mil km

vista de 5,4 mil km

vista de 3,5 mil km

vista de 1,3 mil km

vista de 490 km

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vista de 90 km

vista de 5 km

vista de 1 km

vista de 70 m

A Terra é grande, ainda que falem em aldeia.

Capítulo 5 Étnica

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ÉTNICO (Houaiss 2009 e Wikicionário) adjetivo

1 relativo a etnia Exs.: grupos é. caracteres é. relações é.

2 designativo de determinada população Ex.: francês é um nome é.

3 pertencente ou próprio de um povo, esp. de um grupo caracterizado por cultura específica

Exs.: música é. comida é.

4 inspirado nessa cultura específica Ex.: mobília é.

5 Rubrica: teologia. Diacronismo: antigo. que se caracteriza pelo paganismo, segundo certos autores eclesiásticos

Adjetivo Singular Plural

Masculino étnico étnicos

Feminino étnica étnicas

Comum aos dois géneros/gêneros – –

ét.ni.co 1. pertencente ou relativo a uma etnia

o O separatismo étnico baseado no exemplo do Kosovo fragmentaria a Geórgia, que pelo mesmo critério cederia autonomia à Abkházia e à Ossétia

do Sul. (Editorial do jornal O Estado de São Paulo de 12/06/2007) Se, como penso, os CROM são aparentados dos NEMAY (ou não

poderiam se mesclar) e constituem a mesma espécie, então o que realizamos no mundo foi limpeza étnica devastadora (para usar essa palavra queridinha dos jornalistas). Acredito que os tecnocientistas fecharam muito o conceito de espécie, como se não houvesse chance de ter havido miscigenação. Pode ser que na realidade os hominídeos fossem, em sua maioria, como as 800 raças de cães, as quais não se misturam mais em razão dos tamanhos do que por outro motivo qualquer. Acho que todos os hominídeos e todos os humanos se misturaram uns com os outros o tempo todo.

Isso pode ser rastreado em nossas marcas genéticas.

Capítulo 6 Limpeza

A BATALHA DOS DOIS EXÉRCITOS

NEMAY o campo de combate é a Terra toda e a guerra durou de 60 a 70 mil

anos

CROM partindo dos grandes

lagos, da Forquilha e do Vale da Grande Greta

(ui)

começando no Lago Baikal na Ásia, acima da atual Buriatia e abaixo

da Mongólia

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De um jeito ou de outro, começando com poucos, mas multiplicando extraordinariamente rápido os CROM derrotaram os NEMAY em todas as frentes (pessoais e ambientais) em todo o planeta, empurrando-os finalmente para a Austrália e absorvendo-os em outros lugares, como na Índia e na África. Entrementes, de dentro de nós, principalmente dos negros, os NEMAY falam sua genética.

Capítulo 7 Novo Filme

Se tudo isso for verdade vai ser preciso fazer novos filmes

considerando os NEMAY como não-desaparecidos e elevando-os perante os CROM no sentido da igualdade, não apenas como inventores das línguas como de inúmeras coisas, mais e mais como precursores e nossos professores em tudo que havia no princípio.

Será preciso reelaborar. REELABORANDO AS TECNARTES SOBRE OS NEMAY (um período extremamente prolífico e frutuoso; deles só sobraram intactos os aborígenes ou nativos da Austrália) 1. A VISÃO DOS NEMAY: dança, moda, fotografia, desenho,

pintura, prosa, poesia, etc.; 2. O PALADAR DOS NEMAY: comidas, bebidas, temperos,

pastas, etc.; 3. O OLFATO DOS NEMAY: perfumaria, etc.; 4. A AUDIÇÃO DOS NEMAY: discursos, músicas, etc.; 5. O TATO DOS NEMAY: cinema, teatro, decoração,

esculturação, arquiengenharia, urbanismo, paisagismo-jardinagem, tapeçaria, etc.

NOVA PROJEÇÃO DOS NEMAY (pois o cérebro deles era maior do que o nosso; se era mais convoluto e eles mais espertos, certamente perdemos algo de muito valioso com sua extinção)

O ÊXODO AFRICANO começou tão logo o H. erectus se desenvolveu, por volta de 1,8 milhão de anos,

em parte, provavelmente, porque ele precisava de um espaço maior que seus predecessores de menor

porte.

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todos os nossos gestos e

comportamentos vieram deles INVESTIGAÇÃO DOS NEMAY 1. os primordiais, de 300 a 200 mil anos e seus rastros de

invenções, inclusive a língua; 2. os que chocaram com os CROM (de 80 a 70 mil anos para cá)

e os rastros das batalhas (mitos, lendas): • batalhas eurasiáticas; • batalhas americanas; • batalhas africanas; • batalhas oceânicas (da Oceania, por exemplo, com os

maoris da Nova Zelândia e outros); 3. os atuais, se são eles, na Austrália e outros lugares. Há todo um mundo revolucionário a escavar físico-

quimicamente, biologicamente-p.2, psicologicamente-p.3. A CORTINA DE LENDAS E MITOS NEMAY (essas coisas são persistentes, ficam durante milênios e podem ser rastreadas; particularmente na religião dos devas)

Como funciona a mitologia Sílvio Anaz

Mitologia: as primeiras lendas e mitos

É provável que os primeiros mitos tenham surgido ainda no período Paleolítico, em

algum momento entre 250 mil e 40 mil anos antes de Cristo. Evidências arqueológicas

mostram indícios de que o Homem de Neandertal – um predecessor do Homo sapiens

– tinha uma consciência mitológica, com crença num mundo metafísico, práticas

ritualísticas e construções de santuários. Mas, foi somente com o desenvolvimento da

linguagem e dos sistemas de escrita que os registros mitológicos das eras ancestrais

© istockphoto.com / Ranjan Chari - Representação do

deus Shiva

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chegaram mais claramente até nós. Assim, sabemos que nos tempos das primeiras grandes civilizações, como a egípcia que surgiu há cerca de sete mil anos, eram as lendas e os mitos que

explicavam a aventura humana. Transmitidas oralmente de geração para geração, essas narrativas eram vistas como verdadeiras, como reveladoras da

“história” do mundo e da humanidade para aqueles povos.

Nos primórdios, os mitos tinham o papel de contar como tudo começou. Eles narraram como em um tempo em que nada existia a intervenção de entes sobrenaturais fez surgir o cosmo, o mundo, os reinos animais e vegetais, os comportamentos humanos ou simplesmente uma montanha. Seu objetivo

desde o princípio tem sido explicar a realidade e a complexidade do mundo em que vivemos. E eles não são simplesmente o produto de uma ou várias

imaginações criativas que inventam histórias fantásticas. Os mitos se originam a partir de uma visão mística das experiências humanas mais

essenciais. Como observa Joseph Campbell, um dos maiores estudiosos sobre mitologia, o que é comum a todos os seres humanos se revela nos mitos. Uma mitologia reúne assim as narrativas místicas de uma determinada cultura em

uma determina época sobre a busca da verdade, do sentido de estarmos vivos, da experiência de vida de um povo.

Uma das mais antigas mitologias é a egípcia. Cerca de cinco mil anos antes de Cristo, no

norte da África, os egípcios formaram uma das primeiras civilizações da história. Muitas das

lendas e mitos que floresceram naquele período foram influenciadas pela relação deles com o Rio Nilo, cujas margens irrigadas pelas cheias periódicas eram as grandes provedoras de alimentos para aquela civilização. Segundo a mitologia egípcia, no princípio dos tempos

só havia um caótico oceano de águas revoltas. Quando essas águas baixaram, surgiu uma faixa de terra e sobre ela estava o deus Aton, que teria iniciado então a criação do mundo e das coisas que fazem parte dele. Esse deus criador

também foi conhecido como Ra, ou em outra versão como Amon. Ele chegou a ser reverenciado como o pai de todos os reis e deuses egípcios. Entre os

mais importantes descendentes de Rá está Osíris, considerado deus da fertilidade, da agricultura e, após sua morte, deus dos subterrâneos ou do

mundo inferior. O mito de Osíris era visto pelos egípcios como uma metáfora da vida, da morte, do renascimento e da vida eterna. A mitologia egípcia, composta por lendas e mitos inter-relacionados, procurava explicar vários

aspectos da vida cotidiana, da natureza e do mundo espiritual, como o nascer e o pôr-do-sol, a morte e o além, as mudanças das estações, a existência dos

planetas, do sol e das criaturas vivas. Quase tão antiga quanta a egípcia era a civilização suméria, que ocupava a

Mesopotâmia, região do Oriente Médio onde hoje está o Iraque. Povo agrícola que desenvolveu técnicas de irrigação para vastas áreas secas e desérticas da

Mesopotâmia, eles desenvolveram um conjunto de lendas, mitos e crenças espirituais que influenciariam a mitologia cristã, principalmente no Antigo Testamento, a judaica, a islâmica e também a grega. O dilúvio é um dos

temas presentes na mitologia suméria e a lenda de Gilgamesh um dos principais relatos que revelaram o conjunto de deuses e heróis daquela

© istockphoto.com / Floriano Rescigno – Hieróglifo com o

deus egípcio Hórus

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civilização. Enquanto a mitologia suméria influenciaria principalmente as religiões e

mitos ocidentais, no Oriente uma das mais antigas e importantes mitologias era a hindu. Estudiosos acreditam que os mitos e as lendas hindus começaram a surgir há cerca de dez mil anos. A principal fonte escrita do que os indianos

chamam de “história dos tempos ancestrais” está no “Mahabharata”, obra literária provavelmente escrita no final do século 3. A mitologia hindu tem

uma visão cíclica da vida e do Universo, na qual as principais divindades responsáveis pela criação e destruição de todas as coisas existentes são

Shiva, Vixnu e Brama. Essas primeiras mitologias já mostraram o aspecto universalista dos mitos. Em diferentes partes do mundo e épocas, culturas diversas lidaram com os

mesmos temas essenciais da existência do homem, como a criação do mundo, o mistério da morte, a humanização dos deuses, a ressurreição. Esses

assuntos voltariam a aparecer em duas das mais influentes mitologias já existentes, a grega e a romana.

É preciso rastrear, lançar os pesquisadores ao campo, reestudar os ossos já catalogados, os desenhos e tudo que supomos nos pertencer e pode ser em parte NEMAY.

NOSSO ENVOLVIMENTO COM OS NEMAYS (contada numa geo-história em quadrinhos)

1. surgimento dos NEMAY há 300 ou 200 mil anos

2. a Glaciação de Wisconsin começa há 115 mil anos

3. transformação dos NEMAY do Baikal em CROM há 80

mil anos

4. primeiros movimentos dos CROM por sobre a neve

na Eurásia 5. primeiros choques com os

NEMAY (que recuam, não são violentos)

6. “crescei e multiplicai-vos” (os CROM obedeceram

mesmo) 7. os CROM se tornam multidão avassaladora

8. os CROM se espalham por toda a Terra

9. a Glaciação de Wisconsin começa a recuar há 15 mil

anos

9. chove e chove e chove por mil anos (é o dilúvio)

10. as pontes de gelo derretem e somem

11. os baixios de terra no rumo da Austrália são

submersos 12. os CROM saem das

cavernas e criam as pós-cavernas

13. criação de Jericó há 11 mil anos (é a primeira das

cidades) 14. a expansão dos CROM se

acelera, eles chegam à África

16. domínio da África, aparecimento da Suméria e

do Egito Isso poderia render uma storyboard e esta um filme.

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Capítulo 8 Cinema Novo

CINEMA NAVE (a tal de “nave espacial Terra” passando por remake) – refilmagem dos grandes clássicos humanos por novos diretores.

As "Etapas da Evolução" são as fazes pelas quais o homem passou. Os macacos que você vai ver agora, são as etapas percorridas pelo

homem até chegar a nossa espécie. Primatas: Eles viveram ha cerca de 70 milhões de anos atrás. Eles

habitavam árvores e se alimentavam de folhas e insetos. Homonóides: Eram primatas que viveram aproximadamente entre 22 a 24 milhões de anos atrás. Eles tinham tamanho de um pequeno

gorila, eles habitavam árvores e desciam ao solo. Eles eram quadrúpedes, ou seja, caminhavam sobre as quatro patas, e de vez

em quando caminhavam sobre duas patas. Hominídeos: Eles viveram há cerca de 3 a 1 milhão de anos atrás. Ele já andava ereto (postura ereta) , e usava os longos braços para

se pendurar em árvores, coletar frutos e para tocar pedras em animais.

Homo Habilis: Ele foi o primeiro hominídeo do gênero homo. Viveu por volta de 2 milhões a 1,4 milhão de anos. Ele fabricava ferramentas simples, e usava uma linguagem rudimentar.

Homo Erectus: Viveu entre 1,6 milhão a 150 mil anos atrás. Fabricava instrumentos de pedra mais complexos e cobria o corpo com peles de animais. Eles viviam em grupos que tinha mais ou

menos 30 membros, usava uma linguagem mais sofisticada e foi ele quem descobriu o fogo.

Homem de Neandertal: Viveu há cerca de 20 mil há 30 mil anos atrás, era habilidoso. Enterrava os mortos em cavernas e deixavam comidas e objetos como oferendas. Conviveu com o Homo Sapiens

Sapiens e desapareceu por motivos até hoje desconhecidos. Homo Sapiens Sapiens: Surgiu entre 100 e 50 mil anos. Espalhou-

se por toda terra. Desenvolveu a pintura e a agricultura.

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Se trabalharmos com afinco logo, logo o que somos será em 30 anos desvestido um pouco de nossos vícios, em 60 haverá redução da redução e assim por diante até que lá pela enésima geração estaremos relativamente livre dos mitos da infância das tecnociências, essa coisa sem lógica que vem nos consumindo em crenças forçadas.

BRINQUEDOS DE LIGAR OS PONTOS (eles deixaram as figuras quase completas e nos levaram a preencher os pontos em grandes saltos i-lógicos)

Na teoria da caça-coleta ainda corrente seria lógico as mães

empencadas de filhos saírem atrás dos homens? Atrasariam os caçadores, colocariam aos filhos e a si em risco, atrairiam com seus cheiros fortes os predadores e assim por diante. No entanto, forçam para nos fazer acreditar que elas saíam coletando junto com eles.

E assim também dão grandes saltos no espaço e no tempo sobre descobertas pontuais de esqueletos, só para evitar raciocinarmos a partir das cavernas a respeito da necessária lógica das relações ou dialética.

E de tais descobertas isoladas parecia vir, em razão dos grandes saltos, que os seres humanos já teriam passado às cidades, com um grande vazio entre o aparecimento dos NEMAY há 300 ou 200 mil anos e dos CROM há 80 ou 70 mil até chegar à primeira cidade, Jericó, há 11 mil anos. O que aconteceu com os seres humanos durante a Glaciação de Wisconsin? Como foi o espalhamento nosso pela Terra? Como os NEMAY e os CROM se defrontaram?

É uma peneira, de tantas contradições. A PENEIRA DA TECNOCIÊNCIA (para verificar isso investigue as afirmações cada vez mais para trás, de 30 em 30 anos)

1890 1920 1950 1980 2010 1740 1770 1800 1830 1860 1590 1620 1650 1680 1710 1440 1470 1500 1530 1560

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22

São [(5 x 4) – 1] 19 passagens e nesses (19 x 30) 570 anos da caixa acima a Tecnociência geral deu saltos admiráveis, completamente espantosos, dignos de aplausos entusiásticos; entrementes, apenas 120 anos atrás - em 1890 - os físicos afirmavam que a Física tinha acabado, que todos podiam voltar para casa e se dirigir a outras atividades; poucos conhecem mais ou menos de perto o que esses 120 anos depois de tais afirmações produziram (valeria muito a pena produzir um livro alentado sobre isso), e foi algo de muito volumoso, inacreditável enquanto soma.

AQUI CABE UM LIVRO OU CABEM VÁRIOS LIVROS GIGANTES SOBRE OS CAMINHOS DA FÍSICA NESSAS 4 GERAÇÕES (o título poderia ser justamente Desde Quando a Física Acabou)

Foram os 120 anos-pesquisadores mais extraordinários de toda a

existência humana e não mereceram ainda o aplauso necessário. Contudo, do outro lado também houve uma montanha de furos tremendos, de escorregões absurdos.

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Capítulo 9 Novolhar

MUITAS E MUITAS RECONSTRUÇÕES EMERGIRAM NO MODELO PIRÃMIDE

TÍTULO SOBRE O QUÊ Balde Cosmogônico

Solar a formação de sistemas estelares e seus planetas e

a P&D deles MCES - Modelo da Caverna para a

Expansão dos Sapiens

homens e mulheres não foram modelados do jeito descrito até agoraqui; a formação dos CROM se deu

no “compridinho da Ásia”, o Lago Baikal Negrarianos os negros também são arianos

Teoria das Flechas queda de cometas e meteoritos e a formação das “bacias de diamantes”

Teoria dos Lagoões marcha e contramarcha da formação de grandes lagoas nas bordas continentais

Teoria dos Lobatos a formação do petróleo e do gás e a sua estocagem, divergentes das teorias atuais

Teoria dos Panelões as crateras como elementos constitutivos distintos para a existência da Terra e da Vida

Há muitas e muitas coisas lá! No mínimo as pessoas e os ambientes serão revolvidos e

reoxigenados e as pesquisas já realizadas reavaliadas mais ou menos profundamente.

OLHAR E REOLHAR, VISAR E REVISAR (isso é uma alegria tremenda!)

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Chega de mesmice, chega de repetição! Mormente, chega de apresentar vontades e crenças individuais

como se fossem teorias, sem pesquisas, aquele monte de coisas ilógicas que lemos nos textos científicos, tudo travestido de verdade inconteste.

Capítulo 10 Todos os Arianos

BOAS NOVAS 1. os NEMAYS não morreram, só receberam outros

papéis e foram atuar em outros lugares; 2. os negros são tão arianos quanto quaisquer uns

(menos os NEMAY, óbvio), veja a cartilha Negrarianos;

3. os arianos vieram todos da região que comporta o Baikal e de volta dele, lá estando os buriatos e mais para cima os mongóis;

4. a RAÇA CENTRAL vagou pela Terra tomando literalmente espaço de todas as espécies PORQUE procria muito rápido e seus filhos vivem muito tempo (agora a expectativa de vida pode chegar aos 80 anos em alguns países), produzindo 100 bilhões de nascimentos em 10 mil anos, caminhando hoje para 7,0 bilhões de vivos;

5. ao contrário do que se pensa os negros progrediram extremamente rápido (veja, se houver tempo de escrever, a cartilha Com os Negros à Flor da Pele).

Os CROM não mataram realmente os NEMAY em toda parte; independentemente dos choques, eles os absorveram (e foram absorvidos). Os CROM só se tornaram dominantes em razão da proliferação extremamente mais rápida e da escolha dos parceiros pelas mulheres, motivo pelo qual os lábios-longos estão menos presentes que os lábios-curtos, nós. Contudo, é certo que os genes deles encontram-se dentro dos humanos-CROM.

É fatal. Isso reposiciona nosso olhar. Serra, domingo, 14 de fevereiro de 2010. José Augusto Gava.

ANEXOS Capítulo 5

GRUPOS RACIAIS (tudo isso automaticamente caduca; mas vale a pena manter as cores como identificadores continentais de destino dos buriatos-mongóis)

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Raça Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A raça é um conceito usado vulgarmente para categorizar diferentes populações de uma espécie biológica por suas

características fenotípicas (ou físicas); é comum falar-se das raças de cães ou de outros animais.[1]

A antropologia, entre os séculos XVII e XX, usou igualmente várias classificações de grupos humanos no que é conhecido como "raças humanas" mas, desde que se utilizaram os métodos genéticos para

estudar populações humanas, essas classificações e o próprio conceito de "raças humanas" deixaram de ser utilizados.[2] Um

conceito alternativo é a "etnia". Abaixo discutem-se os conceitos biológicos de raça, várias

definições históricas destes conceitos e um resumo da história e utilização das classificações de raças humanas.

Raça em biologia Os zoólogos geralmente consideram a raça um sinónimo das subespécies, caracterizada pela comprovada existência de linhagens distintas dentro das espécies, portanto, para a

delimitação de subespécies ou raças a diferenciação genética é uma condição essencial, ainda que não suficiente. Na espécie Homo sapiens - a espécie humana - a variabilidade genética

representa 3 a 5% da variabilidade total, nos sub-grupos continentais, o que caracteriza, definitivamente, a ausência de diferenciação genética. Portanto, inexistem raças humanas do

ponto de vista biopolítico matematicamente convencionado pela maioria. No "Código Internacional de Nomenclatura Zoológica" (4ª

edição, 2000) não existe nenhuma norma para considerar categorias sistemáticas abaixo da subespécie.

Para os botânicos – de acordo com o "Código Internacional de Nomenclatura Botânica" - as variantes duma espécie são

explicitamente denominadas "subespécies" (subsp.), variedades (var.) e formas (f.) que na verdade são matrizes das espécies. Por exemplo, para o pinheiro negro europeu, Pinus nigra, é aceite uma subespécie - Pinus nigra subsp. nigra na região oriental da sua área de distribuição, desde a Áustria e nordeste da Itália até à Crimeia

e Turquia, com as seguintes variedades: • Pinus nigra subsp. nigra var. nigra – pinheiro negro austríaco;

• Pinus nigra subsp. nigra var. caramanica - pinheiro negro turco; e

• Pinus nigra subsp. nigra var. pallasiana - pinheiro negro da Crimeia.

Para alguns biólogos, a raça é um grupo distinto constituindo toda

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ou parte duma espécie. Uma espécie monotípica não tem raças, ou melhor a "raça" é toda a espécie. As espécies monotípicas podem

apresentar-se de várias maneiras: • Todos os membros da espécie são semelhantes e então a

espécie não pode ser dividida em subcategorias com significado biológico.

• Os membros da espécie mostram considerável variação, mas esta ocorre aleatoriamente e também não tem significado

biológico uma vez que a transmissão genética destas variações não é constante; é o que acontece com muitas

plantas e é por isso que os horticulturistas interessados em preservar uma determinada característica evitam a

propagação por sementes e usam métodos vegetativos. • A variação dentro de uma espécie é evidente e segue um

padrão, mas não há divisões claras entre os diferentes grupos, mas apenas um gradiente de tamanhos, formas ou cores. Este tipo de variação clinal significa que existe um fluxo de genes substancial entre os grupos aparentemente separados que formam a(s) população(s) e é normal nas espécies monotípicas – e é o caso da espécie humana.

• Uma espécie politípica tem raças distintas, que são grupos separados que normalmente não se cruzam geneticamente

(embora possa haver zonas relativamente estreitas de "hibridização"), mas que poderiam cruzar-se e produzir

descendentes com características mistas (ou iguais a cada um dos progenitores) se as condições ambientais o permitissem –

normalmente isto passa-se entre populações geograficamente isoladas da mesma espécie, que podem ser

consideradas subespécies ou variedades. É importante notar que os grupos que normalmente não se cruzam, apesar de viverem na mesma área geográfica, não são raças, mas

sim espécies diferentes. Os verdadeiros híbridos de espécies diferentes, como por exemplo, da égua com o jumento, dão

sempre descendentes estéreis, como o são, os machos e as mulas. O advento da síntese moderna e as técnicas moleculares para

estudar o fluxo de genes levam alguns biólogos a rejeitar a noção de "raça" e até de "subespécies".

Definições biológicas de raça (Long e Kittles, 2003).

Conceito Referência Definição

Essencialismo Hooton (1926)

"A raça é a grande divisão do género humano, caracterizado como grupo

por partilhar uma certa combinação de características derivadas da sua

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descendência comum, mas que constituem um vago fundo físico, normalmente obscurecido pelas

variações individuais e mais facilmente apreendido numa imagem composta."

População Dobzhansky (1970)

"Raças são populações mendelianas geneticamente distintas. Não são

populações individuais nem genótipos específicos, mas consistem em

indivíduos que diferem geneticamente entre si."

Taxonomia Mayr (1969)

"Raça é um agregado de populações fenotipicamente similares duma

espécie, habitando uma subdivisão da área geográfica de distribuição da

espécie e diferindo taxonomicamente de outras populações dessa espécie."

Linhagem Templeton (1998)

"Uma subespécie (raça) é uma linhagem evolucionariamente distinta dentro duma espécie. Esta definição

requer que a subespécie seja geneticamente diferenciada devido a

barreiras à troca de genes que persistiram durante longos períodos de tempo, ou seja, a subespécie deve ter uma continuidade histórica, para além da diferenciação genética observada."

Raças humanas

O conceito de raças humanas foi usado pelos regimes coloniais e pelo apartheid (na África do Sul), para perpetuar a submissão dos

colonizados; actualmente, só nos Estados Unidos se usa uma classificação da sua população em raças, alegadamente para

proteger os direitos das minorias.[3] A definição de raças humanas é principalmente uma classificação

de ordem social, onde a cor da pele e origem social ganham, graças a uma cultura racista, sentidos, valores e significados

distintos. As diferenças mais comuns referem-se à cor de pele, tipo de cabelo, conformação facial e cranial, ancestralidade e, em algumas culturas, genética. O conceito de raça humana não se

confunde com o de sub-espécie e com o de variedade, aplicados a outros seres vivos que não o homem(embora humanos e animais

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estejam exatamente sobre o mesmo tipo de seleção genética, apesar das pomposas fachadas pseudo-civilizatórias). Por seu

caráter controverso (seu impacto na identidade social e política), o conceito de raça é questionado por alguns estudiosos como

constructo social; entre os biológos, é um conceito com certo descrédito por não se conformar a normas taxonômicas aceites. Algumas vezes utiliza-se o termo raça para identificar um grupo cultural ou étnico-lingüístico, sem quaisquer relações com um padrão biológico. Nesse caso pode-se preferir o uso de termos

como população, etnia, ou mesmo cultura. A primeira classificação dos homens em raças foi a "Nouvelle division de la terre par les différents espèces ou races qui

l'habitent" ("Nova divisão da terra pelas diferentes espécies ou raças que a habitam") de François Bernier, publicada em 1684. No século XIX, vários naturalistas publicaram estudos sobre as "raças humanas", como Georges Cuvier, James Cowles Pritchard, Louis Agassiz, Charles Pickering e Johann Friedrich Blumenbach. Nessa época, as "raças humanas" distinguiam-se pela cor da pele, tipo facial (principalmente a forma dos lábios, olhos e nariz), perfil craniano e textura e cor do cabelo, mas considerava-se também

que essas diferenças reflectiam diferenças no conceito de moral e na inteligência, pois uma caixa cranial maior e/ou mais alta

representava um cérebro maior, mais alto e por consequencia maior quantidade de células cerebrais).

A necessidade de descrever os "outros" advém do contacto social entre indivíduos e entre grupos diferentes. No entanto, a

classificação de grupos traz sempre consequências negativas, principalmente pelo facto dos termos empregues poderem ser

considerados pejorativos pelos grupos visados (ver, por exemplo ameríndio e hotentote). Tradicionalmente, os seres humanos foram divididos em três ou cinco grandes grupos de linhagem

(dependendo de interpretação), mas a denominação de cada um – pelo motivo indicado – tem variado ao longo do tempo: Mongolóide (raça amarela): povos do leste e sudeste asiático,

Oceania (malaios e polinésios) e continente americano (esquimós e ameríndios).

Caucasóide (raça branca): povos de todo o continente europeu, norte da África e parte do continente asiático

(Oriente Médio e norte do Subcontinente Indiano). Negróide (raça negra): povos da África Subsaariana.

Os outros dois grupos de linhagem humana poderiam ser: Australóide: sul da Índia (drávidas), negritos das Ilhas

Andaman (Oceano Índico), negritos das Filipinas, aborígenes de Papua-Nova Guiné, aborígenes da Austrália e povos

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melanésios da Oceania. Capóide: tribos Khoisan (extremo sul do continente africano).

Apesar de poderem ser considerados como dois grupos distintos de linhagem humana, australóides e capóides também podem ser

considerados como negróides, de acordo com essa mesma classificação tradicional.

Como qualquer classificação, esta é imperfeita e, por isso, ao longo do tempo, foram sendo usados outros termos,

principalmente para grupos cujas características não se ajustavam aos grupos "definidos", como é o caso dos pardos para indicar os

indígenas do sub-continente indiano, entre outros. De notar que, a par desta classificação baseada em características físicas, houve

sempre outras, mais relacionadas com a cultura, principalmente a religião dos "outros", como os mouros ou "infiéis", como os

europeus denominavam os muçulmanos, ou os judeus. No início do século XX, Franz Boas pôs em causa a noção de raça e foi seguido por outros antropólogos, como Ashley Montagu, Richard Lewontin e Stephen Jay Gould. Contudo, alguns poucos cientistas como J. Philippe Rushton, Arthur Jensen, Vincent Sarich e Frank

Miele (autores de "Race: The Reality of Human Differences") proclamam que não só essa tese é falsa, mas que foi politicamente

motivada e não tem bases científicas. Análises genéticas recentes permitem que a evolução e migrações humanas seja representado duma forma cladística. Estes estudos indicam que, como pensam os que defendem a teoria da origem única, a África foi o berço da humanidade, outros defendem a

teoria da origem multiregional[4] . Verificou-se que os aborígenes australianos foram originados num grupo que se isolou dos

restantes há muito tempo e que todos os outros grupos, incluindo "europeus", "asiáticos" e "nativos americanos" perfazem um único

grupo monofilético resultante das migrações para fora do continente africano e que poderia dividir-se no equivalente aos

oeste- e leste "euro-asiáticos", reconhecendo sempre haver muitos grupos intermédios.

Referências

1. ↑ Fédération Cynologique Internationale – Nomenclature des races (em francês) acessado a 20 de maio de 2009

2. ↑ American Association of Physical Anthropologists – Declaração sobre os aspectos biológicos da raça (em inglês)

acessado a 20 de maio de 2009 3. ↑ Classificação racial na pauta de discussões do movimento

negro. Em IBASE. Acessado em 15 de outubro de 2007. 4. ↑

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http://www.sciencedaily.com/releases/2007/04/070423185434.htm The Emerging Fate Of The Neandertals

• Bamshad, Michael; Wooding, Stephen; Salisbury, Benjamin A.; Stephens, J. Claiborne (2004). Deconstructing The Relationship Between Genetics And Race. Nature Reviews Genetics 5, 598–609.

(Artigo da Nature);reprint-zip Formato zip • Cavalli-Sforza, Luigi Luca; et al (1995). The History and

Geography of Human Genes. Princeton University Press. • Dobzhansky, T. (1970). Genetics of the Evolutionary Process.

New York, NY: Columbia University Press. • Hooton, E.A. (1926). Methods of racial analysis. Science 63,

75–81. • Jorde, Lynn B.; Wooding, Stephen P. (2004). Genetic

variation, classification and race. Nature Genetics 36, S28–S33. (Artigo da Nature)

• Long J.C., Kittles R.A. (2003). Human genetic diversity and the nonexistence of biological races. Hum Biol. 75, 449–71.

• Mayr, E. 1969. Principles of Systematic Zoology. New York, NY: McGraw-Hill.

• Olsen, Steven (2003). Mapping Human History : Genes, Race, and Our Common Origins, Mariner Books.

Parra, Flavia C.; et al (2003). Color and genomic ancestry in Brazilians. PNAS 100 (1), 177–182. (The National Academy of

Sciences of the U.S.A.) • Templeton, A.R. 1998. Human races: A genetic and evolutionary perspective. Am. Anthropol. 100, 632–650.

• Raça – Palavra Tabu. Cf. FERRAROTTI, F. Ibden, p 77-84.

Ligações externas • Times Online, 27 October 2004 - "Gene tests prove that we are all

the same under the skin" • Catchpenny mysteries of ancient Egypt - "What race were the

ancient Egyptians?", por Larry Orcutt • ABC Science Online, Wednesday, 14 July 2004 - "New twist on out-

of-Africa theory", por Judy Skatssoon • Scientific American, December 2003 - "Does Race Exist?", por

Michael J. Bamshad, Steve E. Olson • Federal Register, 30 October 1997, OMB Statistical Directive 15 - "Standards for Maintaining, Collecting, and Presenting Federal Data on

Race and Ethnicity" • "The Reification of Race in Health Research", por Sandra Soo-Jin

Lee, Joanna Mountain, and Barbara A. Koenig "The Use of Race in Medicine as a Proxy for Genetic Differences", por

Michael Root O QUE É ETNIA

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Grupo étnico Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Um grupo étnico é um grupo de pessoas que se identificam umas com as

outras, ou são identificadas como tal por terceiros, com base em semelhanças culturais ou biológicas, ou ambas, reais ou presumidas. Tal como os conceitos de raça e nação, o de etnicidade desenvolveu-se no contexto da

expansão colonial europeia, quando o mercantilismo e o capitalismo promoviam movimentações globais de populações ao mesmo tempo que as fronteiras dos estados eram definidas mais clara e rigidamente. No século

XIX, os estados modernos, em geral, procuravam legitimidade reclamando a representação de nações. No entanto, os estados-nação incluem sempre populações indígenas que foram excluídas do projecto de construção da nação, ou recrutam trabalhadores do exterior das suas fronteiras. Estas pessoas constituem tipicamente grupos étnicos. Consequentemente, os

membros de grupos étnicos costumam conceber a sua identidade como algo que está fora da história do estado-nação – quer como alternativa histórica,

quer em termos não-históricos, quer em termos de uma ligação a outro estado-nação. Esta identidade expressa-se muitas vezes através de "tradições"

variadas que, embora sejam frequentemente invenções recentes, apelam a uma certa noção de passado.

• Os grupos étnicos às vezes são sujeitos às atitudes e às ações preconceituosas por parte do Estado ou por seus membros. No século XX, os

povos começaram a discutir que conflitos entre grupos étnicos ou entre membros de um grupo étnico e o estado podem e devem ser resolvidos de

duas maneiras. Alguns, como Jürgen Habermas e Bruce Barry, discutiram que a legitimidade de estados modernos deve ser baseada em uma noção de

direitos políticos para sujeitos individuais autônomos. De acordo com este ponto de vista o estado não pode reconhecer a identidade étnica, nacional ou racial e deve preferivelmente reforçar a igualdade política e legal de

todos os indivíduos. Outros, como Charles Taylor e William Kymlicka argumentam que a noção do indivíduo autônomo é ela própria um construto cultural, e que não é nem possível nem correto tratar povos como indivíduos

autônomos. De acordo com esta opinião, os estados devem reconhecer a identidade étnica e desenvolver processos nos quais as necessidades

particulares de grupos étnicos possam ser levadas em conta no contexto de um estado-nação.

Etnicidade

Etnicidade é o termo usado para designar as características culturais que ligam um grupo particular de pessoas, ou grupos, internamente. Algumas

vezes etnicidade é usado incorretamente para referir-se a uma minoria ou a uma raça.

Embora não possam ser considerados como iguais, o conceito de raça é associado ao de etnia. A diferença reside no fato de que etnia também

compreende os fatores culturais, como a nacionalidade, a afiliacão tribal, a Religião, a língua e as tradições, enquanto raça compreende apenas os

fatores morfológicos, como cor de pele, constituição física, estatura e traço facial.

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Etimologia

A palavra "etnia" é derivada do grego ethnos, significando "povo". Esse termo era tipicamente utilizado para se referir a povos não-gregos, então também tinha conotação de "estrangeiro". No posterior uso Católico-romano, havia a conotação adicional de "gentio". A palavra deixou de ser relacionada com o paganismo em princípios do Século XVIII. O uso do sentido moderno, mais

próximo do original grego, começou na metade do Século XX, tendo se intensificado desde então.

Fatores de Classificação

Língua

A língua tem sido muitas vezes utilizada como fator primário de classificação dos grupos étnicos, embora sem dúvida não isenta de manipulacão política ou erro. É preciso destacar também que existe grande número de línguas multi-

étnicas e determinadas etnias são multi-língues.

Cultura

A delimitacão cultural de um grupo étnico, com respeito aos grupos culturais de fronteira, se faz dificultosa para o etnólogo, em especial no tocante a grupos humanos altamente comunicados com seus grupos vizinhos. Elie

Kedourie é talvez o autor que mais tenha aprofundado a análise das diferenças entre etnias e culturas.

Geralmente se percebe que os grupos étnicos compartilham uma origem comum, e exibem uma continuidade no tempo, apresentam uma nocão de

história em comum e projetam um futuro como povo. Isto se alcança através da transmissão de geração em geração de uma linguagem comum, de valores,

tradições e, em vários casos, instituições. Embora em várias culturas se mesclem os fatores étnicos e os políticos, não é

imprescindível que um grupo étnico conte com instituições próprias de governo para ser considerado como tal. A soberania portanto não é definidora da etnia, mas se admite a necessidade de uma certa projeção social comum.

Genética

É importante considerar a genética dos grupos étnicos se devemos distingui-los de um grupo de individuos que compartilham únicamente características

culturais. Estas caracteristicas genéticas foram desenvolvidas durante o processo de adaptacão daquele grupo de pessoas a determinado espaço geográfico ou ecossistema (Englobando Clima, altitude, flora e fauna) ao longo de várias

gerações. As etnias geralmente se remetem a mitos de fundacão que revelam uma

noção de parentesco mais ou menos remoto entre seus membros. A genética atual tende a verificar a existencia dessa relacão genética, porém as provas

estão sujeitas a discussão, ver Lucca Cavalli-Sforza.

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Anexo:Lista de povos indígenas do Brasil Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Nome em português

Outros nomes e grafias

Família / Língua

UF (Brasil) Países

limítrofes

População censo /

estimativa Ano

Aicanãs Aikaná, Massaká, Tubarão, Cassupá,

Corumbiara Aicanã Rondônia 180 2005

Ajurus Tupari Rondônia 77 2001 Acuntsus Akunt'su ? Rondônia 6 2005 Amanaiés Amanayé Tupi-guarani Pará 192 2001

Amondauas Amondawa, Uru-eu-uau-uau Tupi-guarani Rondônia 83 2003

Anambés Tupi-guarani Pará 132 2000 Aparaís Apalai Caribe Pará 415 1998 Apiacás Apiaká Apiacá Mato Grosso 192 2001 Apinajés Apinayé, Apinaié Jê Tocantins 1262 2003

Apolimas-araras Português Acre ? Apurinãs Aruaque Amazonas 2779 Aranãs Português Minas Gerais ?

Arapaços Arapaso Tucano Amazonas 328 Araras-do-pará Caribe Pará 195

Araras-chauanauá Pano Acre 200

Araras-do-aripuanã Tupi-arara Mato Grosso 150

Arauetés Araweté Araueté Pará 278 Aricapus Arikapu Jabuti Rondônia 19

Aruás Aruá Rondônia 58

Campas Kampa, Achaninca, Ashaninka Aruaque Acre e Peru 813 (55000

em 1993)

Aquáuas Assuriní, Akwáwa

(subgrupos: Assurinis-do-tocantis e do-xingu)

Tupi-guarani Pará 303

Aticuns-umãs Aticum, Atikim-uman Português Pernambuco 2743

Avás-canoeiros Tupi-guarani Tocantins e Goiás 16

Guajás Awá Tupi-guarani Maranhão 280 Auetis Aweti Aueti Mato Grosso 138

Bacairis Bakairi Caribe Mato Grosso 950 Banauás Banawa Aruá Amazonas 100

Baníuas Baniwa Amazonas, Colômbia e Venezuela

5141 (6790) (3236)

Barás Tucano Amazonas e Colômbia 39 (296)

Barasanas Tucano Amazonas e Colômbia 61 (939)

Barés Nheengatu Amazonas e Venezuela 2790 (1210)

Bororos Bororo Mato Grosso 1024

Chamacocos Samuco Mato Grosso do Sul e 40 (908)

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Paraguai

Chiquitanos Chiquito Mato Grosso e Bolívia 2000 (40000)

Cintas-largas Tupi-mondé Rondônia e Mato Grosso 1300

Denis Arauá Amazonas 736

Desanos Tucano Amazonas e Colômbia 1531 (2036)

Dous Dow, Dow Maku Macu Amazonas 100

Enáuenês-nauês Enawenê-Nawê, Salumã Aruaque Enawenê

Nawê Mato Grosso 320

Euaruianas Ewarhuyana ? Pará 12 Fulniôs Fulni-ô Iatê Pernambuco 2930

Galibis Caribe e crioulo (patois)

Amapá e Guiana

Francesa 28 (2000)

Galibis-maruornos Galibi-Marworno Crioulo

(patois) Amapá 1764

Gaviões-mondés Mondé Rondônia 436 Paracatejês-

gaviões Timbira oriental Pará 338

Pucobiés-gaviões Gavião-pykopjê Jê Maranhão 250

Guajajaras Tupi-guarani Maranhão 13100

Guaranis Subgrupos: Ñandeva, Caiouá e Mbia Tupi-guarani

Argentina, Bolívia,

Paraguai, Uruguai e

Brasil (RS/SC/PR, SP/RJ/MS)

34000 (Brasil)

Guatós Guató Mato Grosso do Sul 372

Hupdás Macu Amazonas e Colômbia ?

Hyskarianas Hiskariana, Hexkaryana Caribe Pará e Roraima ?

Icpengues Txicão, Ikpeng, Txikão Caribe Mato Grosso 319

Ingaricós Ingarikó Caribe Roraima, Guiana e

Venezuela

675 (4000) (728)

Iranxes Iranxe Mato Grosso 326 Jabutis Jabuti Rondônia 123

Jamamadis Yamamadi, Kanamanti Arauá, Jamamadi Amazonas 800

Jarauaras Jarawara, Jarauara, Yarawara, Jaruára,

Yokana

Arauá, jarawara Amazonas 160

Javaés Carajá Tocantins 919 Jenipapos-canindés Jenipapo-Kanindé Português Ceará 220

Jiahuis Tupi-guarani Amazonas 50 Jiripancós Português Alagoas 1500

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Jumas Tupi-guarani Amazonas 7 Caapores Kaapor Tupi-guarani Maranhão 800

Cadiuéus Kadiwéu Guaicuru Mato Grosso do Sul 1592

Caiabis Kaiabis Tupi-guarani Mato Grosso e Pará 1000

Caimbés Kaimbé Português Bahia 1270 Caingangues Kaingangue Jê SP/PR/SC/RS 25000

Caixanas Kaixana Português Amazonas 224 Calabaças Calabassa ? Ceará ? Calancós Kalankó ? Alagoas 230 Calapalos Kalapalo Caribe Mato Grosso 417 Camaiurás Kamaiurá Tupi-guarani Mato Grosso 355

Cambas Kamba ? Mato Grosso do Sul ?

Cambebas Kambeba Tupi-guarani Amazonas 156 Cambiuás Kambiwá Português Pernambuco 1578 Canamaris Kanamari Catuquino Amazonas 1327

Apaniecras-canelas Kanela-Apaniekra Jê Maranhão 458

Rancocamecras-canelas Kanela-Rankokamekra Jê Maranhão 1337

Canindés Kanindé Português Ceará ? Canoês Kanoê Canoê Rondônia 95

Cantarurés Kantaruré Português Bahia 353 Capinauás Kapinawá Português Pernambuco 422

Carajás Karajá Carajá Mato Grosso, Tocantins e

Pará 2500

Carapanãs Karapanã Tucano Amazonas e Colômbia 42 (412)

Carapotós Karapotó Português Alagoas 796 Caripunas Karipuna Tupi-guarani Rondônia 21

Caripunas-do-amapá Karipuna-do-Amapá

crioulo (patois francês)

Amapá 1708

Cariris Kariri Português Ceará ? Cariris-xocós Kariri-Xocó Português Alagoas 1500

Caritianas Karitiana Ariquem Rondônia 206 Araras-de-rondônia Karo Ramarama Rondônia 184

Caruazus Karuazu Português Alagoas ? Catuquinas Katukina Catuquino Amazonas 289 Catuquinas-

pano Katukina-Pano Pano Acre e Amazonas 318

Catxuianas Katxuyana Caribe Pará 69

Caxararis Kaxarari Pano Amazonas e Rondônia 269

Caxinauás Kaxinawá Pano Acre e Peru 3964 (1400) Caxixós Kaxixó Português Minas Gerais ?

Caiapós Kayapó (subgrupos: Gorotire, A'ucre, Caiapó (Jê) Mato Grosso

e Pará 7096

Page 36: Os CROM e o Campo de Batalha ou A Limpeza Étcnica da Terra

36

36

Quicretun, Mecrãnoti, Cuben-cran-quen,

Cocraimoro, Metuctire, Xicrin e Cararaô)

Quiriris Kiriri Português Bahia 1401

Cocamas Kocama Tupi-guarani Amazonas,

Peru e Colômbia

622 (10705) (236)

Corubos Korubo Pano Amazonas 250

Craós Krahó Timbira oriental Tocantins 1900

Crenaques Krenak Crenaque Minas Gerais 150 Cricatis Krikati Jê Maranhão 620

Cubeos Kubeo Tucano Amazonas e Colômbia 287 (4238)

Cuicuros Kuikuro Caribe Mato Grosso 450 Cujubins Kujubim Txapacura Rondônia 27

Culinas-madirrás Kulina-Madihá Arauá Culina

Acre, Amazonas e

Peru 2318 (300)

Culinas-pano Kulina Pano Pano Amazonas 20

Curipacos Kuripako Aruaque Amazonas e Colômbia 1115 (?)

Curuaias Kuruaya

Família linguística mundurucu

Curuaia

Pará 115

Cuazás Kwazá Cuazá Rondônia 25 Machineris Aruaque Acre 459 Macurapes Macurap Tupari Rondônia 267

Macunas Makuna Tucano Amazonas e Colômbia 168 (528)

Macuxis Makuxi Caribe Roraima e Guiana 16500 (7500)

Marubos Pano Amazonas 1043 Matipus Caribe Mato Grosso 119 Matises Matis Amazonas 239

Matsés Pano Amazonas e Peru 829 (1000)

Maxacalis Maxacali Minas Gerais 802 Meinacos Mehinako Aruaque Mato Grosso 199 Menquis Menki Iranxe Mato Grosso 78

Miranhas Bora Amazonas e Colômbia 613 (445)

Miritis-tapuias Mirity-Tapúya, Miriti, Buriti Tucano Amazonas 95

Mundurucus Munduruku Mundurucu Pará 7500 Muras Mura Amazonas 5540

Nadobes Macu Amazonas 300 Nauquás Nahukuá Caribe Mato Grosso 105

Nambiquaras

Nambikwara(subgrupos: Nambiquara-do-campo, Nambiquara-do-norte, Nambiquara-do-sul)

Nambiquara Mato Grosso e Rondônia 1145

Page 37: Os CROM e o Campo de Batalha ou A Limpeza Étcnica da Terra

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37

Naruvotos Caribe Mato Grosso 78 Náuas Português Acre 458

Nuquinis Nukini Pano Acre 458

Ofaiés Ofayé Ofaié Mato Grosso do Sul 56

Oro-uins Oro Win Txapacura Rondônia 50 Paiteres Mondé Rondônia 920

Uaris Pakaa-Nova Txapacura Rondônia 1930

Palicures Palikur Aruaque Amapá e Guiana

Francesa 918 (470)

Panarás

Kenhacarore, Kreen Acarore, Krenacore, Índios Gigantes da

Amazônia

Crenhacarore Mato Grosso e Pará 202

Pancararés Pankararé Português Bahia 1500 Pancararus Pankararu Português Pernambuco 4146 Pancarus Pankaru Português Bahia 84 Paracanãs Parakanã Tupi-guarani Pará 800

Parecis Aruaque Mato Grosso 1293 Parintintins Tupi-guarani Amazonas 156

Patamonas Caribe Roraima e Guiana 50 (5500)

Pataxós Português Bahia 2790 Pataxós-hã-hã-

hães Português Bahia 2219

Paumaris Aruaque Amazonas 870 Pipipãs Português Pernambuco ?

Pirarrãs Mura-pirarrã, Mura-Pirahã, Pirahã Mura Amazonas 360

Piratapuias Tucano Amazonas e Colômbia 1004 (400)

Pitaguaris Pitaguary Português Ceará 871

Potiguaras

Subgrupos: Potiguaras-da-lagoa-dos-néris, da-serra-das-matas, da-viração e de-monte-

nebo

Potiguara e português Paraíba 7575

Poianauas Poyanawa Pano Acre 403 Rikbaktsas Ricbactas Ricbacsa Mato Grosso 909

Sacurabiates Sakurabiate Tupari Rondônia 66

Saterés-maués Sateré-Mawé Maué Amazonas e Pará 7134

Chanenauas Shanenawa Pano Acre 178

Sirianos Tucano Amazonas e Colômbia 17 (665)

Suruís Tupi-guarani Pará 185 Suiás Suyá Jê Mato Grosso 334

Tabajaras

Subgrupos: Tabajaras-da-maratoã, da-serra-

das-melancias, de-ipueiras, de-poranga,

de-quiterianópolis, do-olho-d’água-dos-

Português Ceará ?

Page 38: Os CROM e o Campo de Batalha ou A Limpeza Étcnica da Terra

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canutos e da-grota-verde

Tabajaras Português Paraíba ? Tapaiúnas Tapayuna Jê Mato Grosso 58 Tapebas Português Ceará 2491

Tapirapés Tupi-guarani Mato Grosso 438 Tapuias Português Goiás 235

Tarianas Aruaque Amazonas e Colômbia 1914 (205)

Taurepangues Pemon, Kapon Caribe Roraima e Venezuela 532 (21000)

Tembés Tupi-guarani Pará e Maranhão 820

Tenharins Caguaíva Amazonas 585

Terenas Aruaque Mato Grosso do Sul 15795

Ticunas Ticuna Amazonas,

Peru e Colômbia

32613 (4200) (4535)

Tingui-botós Português Alagoas 350

Tiriós Tiriyó (subgrupos: Tsicuiana e Caiana) Caribe Pará e

Suriname 735 (376)

Torás Txapacura Amazonas 51

Tremembés

Subgrupos: Tremembés-de-

almofala, de-são-josé-e-buriti, do-córrego-joão-pereira e de-

queimadas

Português Ceará 5000

Trucás Truká Português Pernambuco 1333 Trumais Trumai Mato Grosso 120

Tsunhuns-djapás

Tsohom Djapá, Tyonhwak Dyapa,

Tucano Catuquino Amazonas 100

Tucanos Tukano Tucano Amazonas e Colômbia 4604 (6330)

Tumbalalás Português Bahia 900 Tuparis Tupari Rondônia 338

Tupinambás

Subgrupos: Tamoios, Tupinambás-de-

belmonte, de-crateús e de-olivença

Português Bahia ?

Tupiniquins Temiminós Português Espírito Santo 1386 Turiuaras Turiwara Tupi-guarani Pará 60

Tuxás Português Bahia e Pernambuco 1630

Tuiúcas Tuyuka Tucano Amazonas e Colômbia 593 (570)

Umutinas Bororo Mato Grosso 124

Uaiuais Waiwai (subgrupos: Carafauiana, Xereu, Catuena e Mauaiana)

Caribe

Roraima, Amazonas,

Pará e Guiana

2020 (130)

Uaimiris- Waimiri-Atroari Caribe Roraima e 931

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atroaris Amazonas

Oiampis Wajãpi Oiampi Amapá e Guiana

Francesa 525 (412)

Uananos Wanana Tucano Amazonas e Colômbia 447 (1113)

Uapixanas Wapixana Aruaque Roraima e Guiana 6500 (4000)

Uarequenas Warekena Aruaque Amazonas e Venezuela 491 (409)

Uassus Wassu Português Alagoas 1447 Uaurás Wauja Aruaque Mato Grosso 321

Uaianas Wayana Caribe

Pará, Suriname e

Guiana Francesa

415 (400) (800)

Uitotos Witoto Uitoto Amazonas, Colômbia e

Peru

? (5 939) (2775)

Xacriabás Xakriabá (Jê), Akwen Minas Gerais 7665 Xambioás Carajá Tocantins 185 Xavantes (Jê), Akwen Mato Grosso 9602 Xerentes (Jê), Akwen Tocantins 1814

Xetás Tupi-guarani Paraná 8

Caiapós-xicrins Xikrim, Mebegnokre, Kayapó, Put Karot

(Jê), Caiapó , Pará 1052

Xipaias Xipayas Juruna Pará 595

Xoclengues Xokleng Xoclengue Santa Catarina 757

Xocós Xokó Português Sergipe 250

Xucurus Xukurú, Xucurus do Ororubá Português Pernambuco 6363

Xucurus-cariris Xukurú-Karirí Português Alagoas 1820

Jaminauás Yaminawa, Iaminauá Pano Acre, Peru e Bolívia

618 (324) (630)

Ianomâmis Subgrupos: Ianomam, Ianomamo, Sanumá e

Ninam (ou Ianan)

Família linguística Ianomami Ianomami Ninan ou

Ianan Sanumá

Ianomamo

Roraima, Amazonas e Venezuela

15193

Iaualapitis Yawalapiti Aruaque Mato Grosso 208 Iauanauás Yawanawá Pano Acre 450

Iecuanas Yekuana,Ye´kwana,

Maquiritare e Maiongong

Caribe Roraima e Venezuela 426 (3632)

Jurunas Yudjá Juruna Pará e Mato Grosso 278

Hupdah Hupd'äh, Hupda Macu Amazonas e Colômbia 1200

Yuhupdeh Yuhup, Yuhupde Macu Amazonas e Colômbia 600 2007

Zoés Zo'é Tupi-guarani Pará 152

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Zorós Mondé Mato Grosso 414 Suruuarrás Zuruahã, Suruwahá Aruaque Amazonas 143

Aconãs Anacés Jucás

Calabaças-jandaíras

Eleotérios-do-catu

Caxagós Coiupancás

Mokuriñ Pancaiucás

Paiacus Pipipãs-de-cambixuru

Uassus-cocais

Capítulo 7 Os Neandertais

12/09/07 - 18h00 - Atualizado em 12/09/07 - 18h00 Homem, e não frio, teria vencido neandertais

Estudo de clima da Era Glacial diz que queda brusca na temperatura não afetou espécie.

Para pesquisadores, alguma forma de interação com Homo sapiens foi fatal. Reinaldo José Lopes Do G1, em São Paulo

Foto: K. Mowbray, com reconstrução de G. Sawyer, B. Maley e Ian Tattersall Esqueleto de neandertal (à esq.) e de humano moderno, lado a lado (Foto:

Foto: K. Mowbray, com reconstrução de G. Sawyer, B. Maley e Ian Tattersall) A novela mais assistida e dissecada da pré-história -- o sumiço dos neandertais na Europa de 30 mil anos atrás -- pode ter perdido um vilão: o clima. Para um grupo internacional de pesquisadores, esse é um suspeito que finalmente foi

inocentado. Dados detalhados do clima da Era do Gelo obtidos por eles mostram que não houve mudanças climáticas abruptas durante a fase final da

existência da espécie. A culpa, portanto, pode recair sobre os recém-chegados ao território Neandertal na Europa: os Homo sapiens.

Por enquanto, a equipe tenta encarar os dados com cautela. "Nosso estudo sugere que a mudança climática catastrófica e abrupta não foi um fator na extinção dos neandertais. Entretanto, temos agora um amplos espectro de cenários possíveis para explicar o desaparecimento deles. Pode ter havido

conflito direto com os seres humanos, competição indireta ou uma

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combinação dessa competição indireta com fatores climáticos", declarou ao G1 Katerina Harvati, pesquisadora do Instituto Max Planck de Antropologia

Evolutiva, na Alemanha. De qualquer maneira, o envolvimento dos primeiros Homo sapiens europeus dificilmente poderá ser descartado daqui para a

frente. O grande avanço da nova pesquisa, publicada na edição desta

semana da revista científica britânica "Nature" , foi traçar uma correlação precisa entre as datas mais antigas de ocupações neandertais e o clima global

no fim da Era do Gelo. Um estudo feito no ano passado revelou o que está sendo considerado o último suspiro da espécie Homo neanderthalensis, na

caverna de Gorham, em Gibraltar (território britânico no sul da Espanha). A data mais aceita para a ocupação de Gorham é de 28 mil anos, mas há alguns

indícios controversos de que ela poderia ter ido até 24 mil anos. A equipe fez uma correlação detalhada dessas datas com um grupo de

sedimentos marinhos da bacia de Cariaco, na Venezuela. Esses sedimentos guardam uma seqüência ininterrupta de material orgânico do passado e de registros do clima daquela época. Em tese, para saber como era o clima do

mundo na época em que os neandertais viviam em Gorham, basta examinar os sedimentos da bacia de Cariaco.

"Nós simplesmente casamos as idades obtidas em Gibraltar com os dados de Cariaco, e depois checamos o registro climático que os sedimentos de lá

trazem", explica Konrad Hughen, membro da equipe que trabalha no Instituto Oceanográfico Woods Hole, nos Estados Unidos. "Temos de assumir que as

mudanças climáticas na costa da Venezuela e na Europa eram sincronizadas para que a idéia tenha validade", diz ele.

Por sorte, "o sistema do Atlântico Norte, que incluía Cariaco, e o do Mediterrâneo Ocidental parecem realmente ter sofrido alterações climáticas em uníssono, de forma que podemos usar a informação climática de Cariaco

para inferir como era o clima no sul da Península Ibérica", diz Chronis Tzedakis, paleoecólogo da Universidade de Leeds, no Reino Unido, que

também assina o estudo.

Frio de nada

E, afinal, o que dizem os dados? Estudos anteriores haviam sugerido uma associação entre o desaparecimento dos neandertais e uma fase

especialmente gelada das glaciações, que teria tornado a Europa insuportável para os hominídeos. O registro do clima revelado pelos pesquisadores, no

entanto, diz que o ambiente da Terra estava tão amigável -- ou inóspito, da perspectiva de hoje -- quanto sempre esteve durante a Era do Gelo.

Mesmo se eles tivessem sumido muito tarde, por volta de 24 mil anos atrás, a associação com extremos climáticos some. Acreditava-se que essa época foi acompanhada por um momento de frio e seca extremos. "Mas nosso trabalho mostra que esse evento, conhecido como H2, não coincidiu com a última das datações de Gorham -- ele ocorreu muito depois. Parece que nenhuma das

possíveis idades de extinção está ligada a um período climático de condições extremas e que, de fato, os neandertais foram capazes de sobreviver a esses

eventos", conclui Isabel Cacho, paleoceanógrafa da Universidade de Barcelona e co-autora do estudo.

Resta saber, então, o que aconteceu de fato com nossos primos. Mas a interação com um grupo de recém-chegados tecnologicamente avançados e

armados até os dentes é sugestiva o suficiente.

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A PRÉ-HISTÓRIA INTRODUÇÃO

Período compreendido entre o aparecimento dos primeiros

hominídeos, há aproximadamente 4,4 milhões de anos, e o surgimento da

escrita, por volta de 4000 a.C. Como os estudos desse tema estão em

constante revisão, surgem a cada nova descoberta datações mais remotas. Em

meados de 2002, um grupo de paleontólogos da França e do Chade

divulgou a descoberta de um fóssil que teria pertencido ao primeiro

antepassado humano já conhecido – o Sahelanthropus tchadensis ou homem de Toumai –, ao qual se atribui entre 6 milhões e 7 milhões de anos. Esse fóssil

foi encontrado no Chade, na África Central, e pode revolucionar o que se sabe até agora sobre a evolução da

espécie humana. Ao longo do primeiro período da Pré-História, o Paleolítico, a espécie evoluiu,

cresceu fisicamente, ampliou sua capacidade intelectual e desenvolveu a linguagem oral. No segundo período, o Neolítico, o homem organizou-se em tribos, nas quais prevalecia a propriedade coletiva dos meios de produção –

mais tarde substituída pela propriedade privada. O homem paleolítico sobrevivia da caça, da pesca e da coleta de vegetais.

Deslocava-se em função dos recursos alimentares disponíveis. Inventou ferramentas simples e descobriu a maneira de produzir e controlar o fogo. Fez pinturas rupestres nas cavernas, retratando animais daquela época ou cenas

do cotidiano. Por volta de 10000 a.C., o homem começou a domesticar animais e a cultivar plantas. A garantia de alimento levou à sedentarização da

espécie e ao aparecimento das primeiras aldeias. Na última fase da Pré-História, o homem aprendeu a fabricar objetos de metal, ergueu aldeias, construiu e administrou cidades, que se tornaram os núcleos das futuras

civilizações. A capacidade que tinham os primeiros homens de fabricar suas ferramentas e de transmitir o que aprendiam aos seus iguais, os separava

radicalmente dos outros animais. Esta superioridade estava fundamentada em diferenças físicas importantes: um cérebro maior e muito mais complexo; a capacidade de caminhar sobre dois membros e de manter os outros livres; a oposição do dedo polegar em relação aos outros dedos da mão, permitindo movimentos muito mais precisos. Foram estes fatores que possibilitaram ao

homem primitivo um desempenho mais eficaz na obtenção de alimentos e no domínio sobre os outros animais.

As Fases da Pré-História. O exame dos instrumentos e vestígios deixados pelos ancestrais do homem

permitiu aos cientistas dividirem a Pré-História em dois períodos – o Paleolítico e o Neolítico –, de acordo com as características e o modo de vida de cada época. Uma pequena etapa entre esses dois períodos é denominada Mesolítico. O final do período Neolítico, que antecede o aparecimento das

primeiras civilizações, é também conhecido como Idade dos Metais. Apesar de estabelecerem linhas divisórias, os estudiosos salientam que a

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43

passagem de uma etapa à outra não ocorreu bruscamente, caracterizando-se

por uma transição lenta e gradual.

Paleolítico. Também denominado Idade da Pedra Lascada, é o período mais

longo e antigo da Pré-História. Iniciou-se há aproximadamente 4,4 milhões de

anos, quando surgiram os primeiros hominídeos, e estendeu-se até 10000 a.C. Os ancestrais humanos utilizavam instrumentos rudimentares feitos de

pedra lascada. Em diferentes momentos, aprenderam a produzir e a utilizar o fogo. Isso representou um grande avanço para a espécie, pois permitiu o aquecimento durante o inverno, a defesa contra o ataque de animais e a preparação de alimentos. O homem paleolítico retirava seu sustento da

natureza. A subsistência era garantida pela coleta, caça e pesca. A vida era caracterizada pelo deslocamento constante de uma região a outra – o

nomadismo –, em busca de locais onde houvesse abundância de alimentos e um ambiente mais propício à sobrevivência.

Os hominídeos viviam em bandos, de 25 a 50 membros. Moravam em abrigos naturais, como copas de árvores, tendas de pele de animais, cabanas feitas de

galhos ou cavernas, nas quais deixaram importantes marcas – as pinturas rupestres –, que auxiliam os cientistas a desvendar os primórdios da espécie

humana. Durante a última glaciação – entre 100000 e 10000 a.C. , as alterações

climáticas e ambientais estimularam a intensa migração de animais e seres humanos, que se espalharam por diversas regiões do globo.

Essa onda migratória foi seguida por avanços tecnológicos, como a invenção do arco e da flecha e do arremessador de lanças, e por maior familiaridade na utilização do fogo. Também teve início a domesticação de animais e o cultivo

de plantas. Essa fase de profundas mudanças e progressos é chamada “revolução neolítica” ou agrícola. Ela marca o início do processo de

sedentarização e o ingresso no Neolítico, a última etapa da Pré-História. Alguns cientistas denominam de Mesolítico essa fase final da época

paleolítica. A garantia do alimento possibilitava uma margem maior de segurança e permitia que o homem se dedicasse a outras atividades que não

fossem necessariamente ligadas à estrita sobrevivência: a fabricação das tramas que levaram à criação dos tecidos; a fabricação dos objetos de

cerâmica que possibilitavam guardar e conservar os alimentos; a produção de ferramentas mais aperfeiçoadas, como as de pedra polida, ou mais delicadas,

como as agulhas e os pequenos anzóis; construção de moradias que protegessem melhor do frio e dos outros perigos.

Neolítico. Também denominado Idade da Pedra Polida, iniciou-se em 10000 a.C. e prolongou-se até 4000 a.C., quando o aparecimento de sistemas

simples de escrita permitiu registrar as atividades humanas e marcou o início da História Universal.

Durante o Neolítico, o homem deixou de depender da caça e da coleta e

passou a sobreviver da agricultura e da criação de animais. Como não mais precisava deslocar-se constantemente para garantir o sustento, acabou

reformulando totalmente o seu modo de vida em grupo. Tornou-se sedentário,

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estabeleceu uma nova organização social, constituiu tribos unidas por laços familiares, aldeias e, mais tarde, cidades, situadas em áreas férteis, às

margens de grandes rios. No início do Neolítico, o homem utilizava a pedra polida para fabricar armas e

ferramentas de trabalho, agora muito mais sofisticadas e resistentes. Ele passou a usar madeiras para construir moradias, canoas e instrumentos de

defesa. Durante o Neolítico, o homem abandonou as cavernas e passou a viver em habitações como palafitas, cabanas de madeira ou de barro e tendas de

couro. Também desenvolveu a noção de propriedade e, aos poucos, deixou de produzir coletivamente.

O final do Período Neolítico – denominado Idade dos Metais – foi marcado por intensa utilização de metais, graças à descoberta e ao desenvolvimento de

técnicas de fundição. Aos poucos, os instrumentos de pedra foram substituídos por instrumentos de cobre, de bronze e, mais tarde, de ferro.

O progresso técnico permitiu aumentar a produção agrícola e possibilitou o crescimento populacional. Nessa fase, grupos mais adiantados tecnicamente

passaram a exercer domínio sobre outros, dando origem a sociedades cada vez mais complexas. A necessidade de se proteger contra ameaças externas e de

produzir em grandes áreas, ocupadas por várias aldeias ou grandes grupos familiares (as tribos), deu início à organização de Estados, já no final do Neolítico. O aparecimento de sistemas simples de escrita na região da Mesopotâmia, por volta de 4000 a.C., marcou o fim da Pré-História.

Recapitulando, durante o Paleolítico, o mundo físico e natural alterou-se

profundamente e o gênero humano evoluiu no seu aspecto físico, bem como modificaram-se seus instrumentos. Assim, centenas de milênios decorreram entre o aparecimentos dos primeiros seres que utilizavem seixos para obter grosseiros utensílios, e o surgimento do Homo Sapiens- Sapiens, portador de

ferramentas de pedras elaboradas e diferenciadas. No período Neolítico que sucede ao Paleolítico, as variações climáticas e geológicas são bem reduzidas; as grandes transformações da face da terra virão em função da capacidade de o homem modificar o meio-ambiente. O Neolítico iniciou-se há dez mil anos atrás, com a descoberta da agricultura,

que trouxe a sedentarização do homem, a domesticação dos animais, a descoberta de técnicas como o polimento da pedra, a cerâmica e a

tecelagem. Na Idade dos Metais - bronze e ferro - caracterizada pelo aumento da população e pelo uso de instrumentos de metal, que determinaram o

aparecimento de excedentes na produção agrícola. A partir daí, desenvolveram-se as trocas, a escrita, o artesanato, a divisão do trabalho, a

propriedade privada e as classes sociais, dando origem às cidades e à CIVILIZAÇÃO.

AS ORIGENS DO HOMEM Durante o período Paleolítico, iniciado provavelmente a cerca de 2 000 000 de

anos, os grupos humanos surgiram, evoluíram e se espalharam na superfície terrestre, ligados ao movimento das quatro grandes glaciações da era

quaternária. As glaciações são fases marcadas por tempestades de neve, ventos violentos, frio rigoroso e empobrecimento da cobertura vegetal da terra. Cada glaciação é sucedida por uma fase interglaciária, mais úmida e mais temperada, que se instala progressivamente e na qual a calota de gelo recua em direção ao polo,

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a floresta reconstitui-se, os rios retomam seu curso e o nível do mar sobe. A extensão variável dos glaciares condicionou os territórios onde os

antepassados do homem podiam circular(planícies, grutas, abrigos, praias, etc) e onde foram encontrados fósseis e indústrias humanas. Nas regiões

situadas fora da influência glaciar(zona mediterrânea e África), a cronologia climática baseia-se na alternância de fases úmidas e áridas.

É difícil elaborar-se um quadro satisfatório da evolução humana, visto que não existem registros arqueológicos completos. Atualmente aceita-se o seguinte

esquema básico de evolução: há uns 7 milhões de anos, de um grupo de driopitecos(também chamados "procônsules) separou-se o grupo dos

ramapitecos, que constitui a "ponte para o homem" e sobre os quais existem pouquíssimos achados arqueológicos. A eles

sucederam-se quatro estágios de hominídeos: o australopitecídeo, o

pitecantropóide, o neandertalense e o moderno.

O estágio australopitecídeo, iniciado talvez há uns dois milhões de anos, inclui achados

fósseis que podem ser reunidos em dois grupos: os pequenos australopitecos e os grandes australopitecos ou parantropos.

Os pequenos australopitecos eram bípedes, mediam cerca de 1,20m e pesavam entre 25 e 50 quilos, com capacidade craniana média de 500 cm3 .

Seus primeiros fósseis foram encontrados na garganta de Olduvai, Tanzânia, n África, junto a seixos grosseiramente trabalhados à mão.

A postura vertical trazia a vantagem de libertar as mãos para a manipulação; a associação dos movimentos das mãos com os olhos estimulava o cérebro.

Assim, o bipedismo constituiu uma base para as habilidades culturais. Aos australopitecos pequenos sucederam-se os australopitecos grandes ou

parantropos, do tamanho de homens moderno, porém com o cérebro de 600 cm3. Foram encontrados em Olduvai e no Saara, na África e em Java, na

Indonésia. A passagem do estágio australopitecídeo ao estágio pitecantropóide é um problema que cobre um vazio de achados fósseis de 1,25 milhões de

anos. Deste período existem achados de pedra, mas não de ossos. Depois dos australopitecos, os fósseis encontrados foram classificados como

pertencentes ao estágio pitecantropóide. Os primeiros pitecantropos ou "homo erectus" datam de cerca de 500 000 anos e foram descobertos em Java

(Indonésia), Pequim (China), Heidelberg (Alemanha), Tenerife (Marrocos, Olduvai (Tanzânia) e na Hungria. Viveram na Segunda fase interglaciária e seu

cérebro possuía capacidade craniana média de 1 000 cm3. Os pitecantropos conheciam o fogo, fato que lhes permitia habitar em

cavernas e prolongar o período das atividades, antes limitado pelo cair da noite. Nas cavernas onde moravam, inclusive em lugares muito frios como na

Europa, foram encontradas boas quantidades de carvão acumuladas, indicando que várias gerações deles acendiam foguerias. Eram carnívoros,

andarilhos e praticavam a caça de rastreio. Proporcionando luz para habitar as cavernas, calor para enfrentar climas mais

frios e um método para preservar a carne, o fogo representou uma grande revolução na cultura dos hominídeos. E com sua ajuda, provavelmente iniciaram a migração pelo planeta, visto que os hominídeos do estágio

pitecantropóide só não foram encontrados na América e na Austrália. Depois dos pitecantropos, há uma nova lacuna paleontológica de mais ou menos 400

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000 anos. Só então começam a aparecer os esqueleos do homem de Neandertal.

Os neandertalenses viveram entre 100 000 e 40

000 anos atrás e possuíam uma capacidade cereberal próxima à do homem moderno. Eles

poderiam ser descritos como possuidores de uma caixa crianiana moderna e uma face próxima à

dos pitecantropos. Talhavam a pedra com perfeição e

praticavam ritos funerários enterrando

seus mortos. Descobriu-se que um

esqueleto dessa espécie, desenterrado em Shanidar, foram recoberto com oito espécies

diversas de flores. Ora, isso demonstra a existência de ritos conscientes, além de uma vida social

organizada tal qual a das tribos primitivas de homo sapiens-sapiens.

Os esqueletos sucessivos aos neandertaleneses ssão

denominados de Cro-Magnon ou Homo sapiens-sapiens. Foram encontrados numa localidade da França que lhes deu o nome, a cerca de 35 000 anos, no Paleolítico superior. O uso de instrumentos de caça

provavelmente ativou o desenvolvimento do cérebro e a redução das mandíbulas e dos dentes até então usados como ataque e defesa.

O homem de Cro-Magnon é o nosso antepassado direto. Vestido como um

homem atual, ele seria indistinguível nas ruas das cidades. Possuía estatura elevada e capacidade craniana de 1500 cm3 em média. Desenvolveu a

linguagem articulada, fazia instrumentos especializados para a caça e a pesca e criou a arte rupestre e a escultura.

Com o aparecimento destes primeiros seres modernos, a história física do

homem se transformou na história de suas raças: pequenas subdivisões internas que começaram a se formar graças ao isolamento geográfico e ao

"genetic drift".

A complexidade do cérebro humano, no entanto, levou estes primeiros homens a perceber que era possível interferir na produção tanto das plantas quanto dos animais de que tanto precisavam para se alimentar. A experiência de geração após geração acabou por levar o homem a descobrir a agricultura

e a domesticação dos animais. Foi um passo decisivo para a transformação das sociedades primitivas.

Entretanto, é preciso lembrar que cada sociedade encontrou suas próprias soluções e respostas para os problemas que a sobrevivência e o quotidiano iam colocando. Além disso, muitas vezes, milhares de anos transcorreram entre uma criação e outra, em um processo contínuo de experimentação que foi construindo as marcas da passagem dos homens pela terra.

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Homem-de-neandertal Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Ir para: navegação, pesquisa Nota: Se procura a região alemã, consulte Vale de Neander.

Homem-de-neandertal

Esqueleto de um Neandertal no Museu Americano de História Natural

Estado de conservação

Extinta

Classificação científica

Reino: Animalia

Subreino: Metazoa

Filo: Chordata

Subfilo: Vertebrata

Infrafilo: Gnathostomata

Superclasse: Tetrapoda

Classe: Mammalia

Subclasse: Theria

Infraclasse: Placentalia

Superordem: Euarchontoglires

Ordem: Primates

Subordem: Haplorrhini

Infraordem: Simiiformes

Parvordem: Catarrhini

Superfamília: Hominoidea

Família: Hominidae

Subfamília: Homininae

Género: Homo

Espécie: H.

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neanderthalensis

Nome binomial

Homo neanderthalensis King, 1864

O homem-de-neandertal (Homo neanderthalensis) é uma espécie extinta, fóssil, do gênero Homo que habitou a Europa e partes do oeste da Ásia, de

cerca de 300.000 anos atrás[1] até aproximadamente 29.000 anos atrás (Paleolítico Médio e Paleolítico Inferior, no Pleistoceno), tendo coexistido com

os Homo sapiens. Alguns autores, no entanto, consideram os homens-de-neandertal e os humanos subespécies do Homo sapiens (nesse caso, Homo sapiens neanderthalensis e Homo sapiens sapiens, respectivamente). Esteve na origem de uma rica cultura material designada como cultura

musteriense, além de alguns autores lhe atribuírem a origem de muitas das preocupações estéticas e espirituais do homem moderno, como se poderá

entender a partir das características das suas sepulturas. Depois de um difícil reconhecimento por parte dos académicos, o homem-de-neandertal tem sido

descrito no imaginário popular de forma negativa em comparação com o Homo sapiens, sendo apresentado como um ser simiesco, grosseiro e pouco inteligente. Era, de facto, de uma maior robustez física e o seu cérebro era, em média, ligeiramente mais volumoso. Progressos relativos a arqueologia

pré-histórica e da paleoantropologia depois da década de 1960 têm revelado um ser de uma grande riqueza cultural, ainda que seja, provavelmente,

sobrestimada por alguns autores. Muitas questões, contudo, permanecem sem resposta, principalmente as relacionadas com a sua extinção.

A descoberta[2],[3] O "vale do Homem Novo"

Localização do Vale de Neander, na Alemanha. (A área é o moderno estado

federal de Renânia do Norte-Vestfália). Partes de um esqueleto de Neandertal foram descobertas primeiramente na pedreira de Forbes, Gibraltar, em 1848, anterior, de facto, à descoberta dita "original" numa gruta chamada de Feldhofer Grotte, no flanco do vale do rio

Düssel, afluente do rio Reno, em agosto de 1856, três anos antes da publicação de "A Origem das Espécies" de Charles Darwin. O pequeno Vale de Neander (em alemão, Neandertal - daí o nome da espécie) foi assim chamado por causa de Joachim Neander, compositor e pastor luterano do século XVII, e dispõe-se entre as cidades de Erkrath e Mettmann, por sua vez situadas entre Düsseldorf e Wuppertal, na Alemanha. O fóssil humano, não associado nem a fauna nem a instrumentos, foi descoberto por operários durante a exploração

de uma pedreira de calcário, numa pequena gruta. O espécime, denominado "Neandertal 1", consistia em uma calote craniana,

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dois fêmures, os três ossos do braço direito, dois do braço esquerdo, parte do ilíaco esquerdo e fragmentos de uma omoplata e costelas, que foram

identificados pelos trabalhadores que os recolheram como sendo restos de ursos. Os trabalhadores entregaram o material recolhido ao naturalista

amador Johann Carl Fuhlrott, professor em Elberfeld. Fuhlrott, impressionado pelo crânio baixo e espesso, pelas arcadas supraciliares proeminentes e membros arqueados e curtos, chegou à conclusão de que deveriam ter

pertencido a um ser humano muito primitivo. Levou os fósseis ao anatomista Hermann Schaaffhausen e, em 1857, a descoberta foi anunciada por ambos.

Em 1858, Schaaffhausen descrevia-o como tendo pertencido "às raças humanas mais antigas", que datou em cerca de alguns milénios antes, o que viria a criar uma intensa polémica, já que a Teoria da Evolução ainda estava

longe de ser maioritária entre os corpos académicos. Esta descoberta é agora considerada como o marco fundador da

paleoantropologia. Esse e outros achados levaram à idéia errônea de que esses fósseis eram de europeus ancestrais que teriam desempenhado uma

importante função nas origens humanas. Desde então, encontraram-se vestígios antropológicos de cerca de 500 indivíduos, compostos praticamente

apenas por ossos, alguns dos quais muito incompletos. Por um feliz acaso, o topónimo Neandertal pode ser traduzido como "vale do homem novo". Este vale (tal, em alemão) foi assim baptizado em honra de Joachim Neumann, conhecido como Joachim Neander (1650-1680) já que, seguindo um hábito familiar que teria tido origem no seu avô, usava o seu

nome traduzido para língua grega. Este pastor e compositor, autor de cânticos religiosos ainda hoje populares entre os protestantes alemães, gostava de

procurar inspiração neste vale, então com uma paisagem idílica. Nome e classificação

O termo "homem-de-neandertal" foi criado em 1863 pelo anatomista irlandês William King.

Por muitos anos, houve um vigoroso debate científico quanto à sua classificação: Homo neanderthalensis ou Homo sapiens neanderthalensis. O segundo coloca os neandertais como uma subespécie do Homo sapiens, ou

seja, da linhagem humana, passando a ser uma segunda raça de humanos, ao lado da Homo sapiens sapiens. De qualquer forma, recentes evidências de estudos com DNA mitocondrial indica que os neandertais "não pertencem à

linhagem humana". Geralmente é aceito que tanto os neandertais como o Homo sapiens evoluíram

de um ancestral comum, mas a classificação dos neandertais depende de quando, na linha do tempo, ocorreu essa separação.

Características físicas

Recontrução facial de um Homo neanderthalensis.

Os neandertais estavam adaptados ao clima frio, como se infere do seu grande cérebro e nariz curto mas largo e volumoso. Estas características são postas

em destaque pela seleção natural nos climas frios, sendo também observadas nas modernas populações sub-árticas. Seus cérebros eram aproximadamente

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10% maiores em volume que os dos humanos modernos. Em média, os neandertais tinham cerca de 1,65 m de altura e eram muito musculosos. Comparado com os humanos modernos, os neandertais eram maiores em

tamanho e possuíam feições morfológicas distintas, especialmente do crânio, que gradualmente acumulou aspectos distintos, particularmente devido ao

relativo isolamento geográfico. A sua estatura atarracada pode ter sido uma adaptação ao clima frio da Europa durante o Pleistoceno.

A seguir está uma lista de traços físicos que distinguem os neandertais dos humanos modernos; de certa forma, nem todos eles podem ser usados para

distinguir populações de neandertais específicas, de diversas áreas geográficas ou períodos de evolução, de outros humanos extintos. Também, muitos desses

traços se manifestam ocasionalmente nos modernos humanos, particularmente em determinados grupos étnicos. Nada se conhece sobre a

forma dos olhos, orelhas e lábios dos neandertais. Por analogia, deveriam ter pele muito branca, para um melhor aproveitamento do calor nas frias

latitudes da Europa pleistocênica. Estudos recentes revelam que, alguns indivíduos, teriam pele branca e cabelos ruivos. [4] [5]

Crânio de homem-de-neandertal, descoberto em 1908 em Chapelle aux saints

(França)

Calote craniana, descoberta em Neandertal, em 1856.

• Crânio o Fossa suprainíaca, um canal sobre a protuberância occipital

externa do crânio o Protuberância occipital

o Meio da face projetado para frente o Crânio alongado para trás

o Toro supraorbital proeminente, formando um arco sobre as órbitas oculares

o Capacidade encefálica entre 1200 e 1700 cm³ (levemente maior que a dos humanos modernos)

o Ausência de queixo o Testa baixa, quase ausente o Espaço atrás dos molares o Abertura nasal ampla

o Protuberâncias ósseas nos lados da abertura nasal

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o Forma diferente dos ossos do labirinto no ouvido • Pós-crânio

o Consideravelmente mais musculoso o Dedos grandes e robustos

o Caixa torácica volumosa e saliente o Forma diferente da pélvis

o Rótulas grandes o Clavícula alongada

o Omoplatas curtos e arqueados o Ossos da coxa robustos e arqueados

o Tíbias e fíbulas muito curtas As mulheres seriam igualmente robustas ou, quiçá, ainda mais.[1]

Linguagem A teoria de que os neandertais careciam de uma linguagem complexa foi

difundida até 1983, quando um osso hióide de neandertal foi encontrado na caverna Kebara em Israel. O osso encontrado é praticamente idêntico ao dos humanos modernos. O hióide é um pequeno osso que segura a raiz da língua no lugar, um requisito para a fala humana e, dessa forma, sua presença nos

neandertais implica alguma habilidade para a fala. Muitos acreditam que mesmo sem a evidência do osso hióide, é óbvio que ferramentas avançadas como as do período musteriense, atribuídas aos neandertais, não poderiam ser desenvolvidas sem habilidades cognitivas

incluindo algum tipo de linguagem falada. Pesquisadores identificaram genes extraídos de fósseis que comprovariam que os neandertais possuíam

capacidade de falar. [6] [7] A base da língua do neandertal era posicionada mais acima na garganta,

deixando a boca mais cheia. Como resultado, é bem provável que a fala dos neandertais tenha sido lenta, compassada e nasalizada.

Cultura técnica

Raspadeira musteriense de sílex da caverna de Noisetier

Os sítios arqueológicos compostos por jazidas com ocupações de homens-de-neandertal do Paleolítico Médio, altura em que os neandertais terão atingido o auge do seu domínio, mostram um conjunto de ferramentas menor e menos flexível em comparação com os sítios do Paleolítico Superior, ocupados pelos

humanos modernos que os substituíram. Esta cultura técnica, atribuída aos neandertais, designada como musteriense, consistia na produção de ferramentas de pedra lascada produzidas através do

desbastamento em leque de um bloco lítico inicial (ou núcleo), de que se formavam lascas a partir das quais se encadeava a produção de instrumentos

diversos, como machados manuais para tarefas específicas, bifaces, raspadeiras, furadores e lanças. Muitas dessas ferramentas eram bastante

afiadas. No Paleolítico Superior terão desenvolvido uma cultura material mais evoluída a nível da tecnologia de talhe da pedra, designada de

chatelperronense, caracterizada pelo desdobramento do núcleo lítico em peças menores e mais manuseáveis.

Há pequenas evidências de que os neandertais usavam chifres, conchas e outros materiais ósseos para fazer ferramentas: sua indústria óssea era

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relativamente simples, ainda que inclua, tardiamente, objectos de adorno em osso e pedra que alguns autores referem tratar-se de imitação das técnicas do

Homo sapiens, enquanto que outros autores lhe atribuem uma autoria autónoma.

Mesmo tendo armas, não as arremessavam. Possuíam lanças que consistiam de grandes eixos de madeira com uma seta em uma das extremidades

firmemente presa, mas as lanças fabricadas para serem lançadas foram usadas primeiramente pelo Homo sapiens.

Embora tenham enterrado a maioria dos seus mortos, os funerais dos neandertais eram menos elaborados que os dos anatomicamente modernos

humanos. Os neandertais realizavam um conjunto sofisticado de tarefas normalmente associados apenas aos humanos, como a construção de abrigos complexos, o

controlo do fogo e a remoção da pele dos animais. Particularmente intrigante é um fêmur de urso encontrado em uma escavação com quatro furos numa escala diatônica feitos deliberadamente nele. Essa flauta foi encontrada na Eslovênia em 1995 próximo a uma fogueira do período musteriense usada

pelos neandertais, mas seu significado ainda é controverso. Modernas representações do homem-de-neandertal:

Teorias alternativas

Autores mais radicais, cujas teorias são consideradas fantasiosas pela maioria da comunidade científica, como Stan Gooch, em "Cities of Dreams: the Rich Legacy of Neanderthal Man Which Shaped Our Civilization" (1989) defendem mesmo que os neandertais eram detentores de uma cultura tão complexa

quanto as actuais e que teria mesmo servido para fundar muitos dos chamados arquétipos universais existentes entre os humanos modernos, em resultado da

sua hibridização com os neandertais. Segundo a sua teoria, a mulher tinha um papel fundamental e mesmo superior

ao homem na cultura neandertal, pelo que o sangue menstrual detinha um forte valor ritual - o homem moderno, em reacção e em oposição a esta

cultura tornou, por sua vez, a menstruação num tabu, identificando o sangue menstrual com impureza. Gooch continua, relacionando o período menstrual de 28 dias com o ciclo lunar, que teria dado origem a um calendário utilizado

pelos neandertais, de 13 meses de 28 dias. Isso explicaria ainda as

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superstições ligadas ao número 13 como número de azar (ou de sorte, em algumas culturas modernas), bem como à simbologia lunar presente na

suástica que não seria mais que a inscrição de uma aranha sobre uma lua cheia, em referência ao movimento astral espiralado da lua, como na

construção de uma teia de aranha. Este autor relaciona ainda estes elementos desta suposta cultura neandertal à fundação dos arquétipos do labirinto, do Minotauro enquanto mitos lunares, bem como à simbologia relacionada com cornos e com a Lua cornuda enquanto "Deusa-mãe". Gooch considera que a

cultura neandertal seria essencialmente de carácter mágico, devido ao tamanho do cerebelo destes humanos, como se poderá inferir pela projecção do osso occipital. Da mesma forma, infere que os neandertais tinham hábitos nocturnos, opondo a sua cultura lunar e feminina à cultura solar e masculina do homem moderno, como se poderá conjecturar a partir da forma arqueada

das suas órbitas oculares (lembrando cornos), como é típico dos animais nocturnos. Gooch chega ao ponto de conjecturar que o tabu moderno relacionado com os canhotos adviria do facto de os neandertais serem também predominantemente canhotos, o que não é de modo algum

comprovado cientificamente, existindo, até, indícios que parecem indicar o contrário. Gooch estende as suas teorias até ao âmbito da criptozoologia, ao supor que as narrativas datadas da Idade Média sobre "homens selvagens" ou

"Wild men" se referiam a encontros com neandertais, que se teriam, portanto extinguido mais tarde do que se crê. Coexistência com o Homo sapiens

Comparação dos crânios do homo sapiens (esquerda) e do neanderthalensis

(direita). Muitas dúvidas existem quanto à forma como decorreu a coexistência dos

Homo sapiens com os homens-de-neandertal em locais como no sul da Península Ibérica ou na Dalmácia. Há quem defenda que a baixa densidade

populacional da época permitiu que os dois não tenham estabelecido contacto, existindo uma segregação a nível social que considerasse "tabu" qualquer aproximação e, claro, hibridização. Outros autores, baseando-se,

por exemplo, na descoberta de um fóssil de um menino de quatro anos conhecido como o "Menino de Lapedo", em Vale do Lapedo, Portugal, crêem que está provada a ligação e cruzamento do homem moderno com o "Homo

sapiens neanderthalensis".[8] Outros autores, ainda, preferem uma abordagem de meio termo, crendo que poderão ter existido contactos pouco relevantes a

nível cultural e mesmo genético, já que podiam, até, considerar-se como espécies assumidamente diferentes. De facto, estudos actuais parecem

demonstrar que pouco ou nada subsiste do património genético dos neandertais no ADN do homem actual.

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DNA humano moderno (esquerda) comparado com o do chimpanzé (direita) e

do neandertal (centro). Esta discussão, complexa, tem gerado alguma polémica entre os autores que preferem uma abordagem genética e paleoantropológica e aqueles que dão

maior importância ao contexto cultural da evolução humana. Teorias como a conhecida "Out of Africa", ao propor que o homem moderno teve origem em África e se disseminou por todo o planeta num processo de "colonização" de

cerca de 80 000 anos, não admite a miscigenação entre os dois grupos. Outras teses, contudo, de carácter "regionalista", defendem que vários tipos humanos

evoluíram simultânea e gradualmente, estabelecendo contactos que permitiram a emergência do Homem moderno - estes teóricos são, portanto, mais favoráveis à hipótese do cruzamento entre estes dois tipos humanos.

Extinção

Presença de vestígios neandertais na Europa.

Extensão máxima do território ocupado pelo neandertal.

A extinção do homem-de-neandertal não está esclarecida, mas persistem

várias hipóteses, todas elas baseando-se no pressuposto de que houve

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competição com o Homo sapiens, que se mostrou mais adaptado, tendo em vista a sobrevivência da espécie.

Alguns autores consideram que o facto de o homem-de-neandertal não ter evoluído durante cerca de 200 000 anos em termos de cultura material faz

supor uma inteligência prática baixa, apesar de o seu cérebro ter sido maior que o do homem moderno (de facto, nada se sabe quanto à organização

fisiológica e neurológica dos neandertais). Outra hipótese centra-se na baixa mobilidade das suas populações, atestada pela reduzida área geográfica onde se estabeleceram, bem como pela sua

constituição óssea, de secção circular, adaptada ao esforço mas pouco adequada a uma locomoção ágil, como acontece no caso do "Homo sapiens"

com ossos de secção oval. Esta reduzida mobilidade terá mantido as populações num certo estado de inércia devido à falta de estímulos

proporcionada por um nicho ecológico que garantia as necessidades básicas de sobrevivência, sem grandes alterações climáticas. Outros autores referem a

falta de variedade genética que teria decorrido da consanguinidade, devido a um crescente isolamento social e comunitário, talvez como reacção a

contactos hostis com o homem moderno. Outros autores avançam com a hipótese de o tempo de gestação ser maior no

caso dos neandertais (talvez 12 meses em vez dos 9 no caso do Homo sapiens), o que explicaria uma maior dificuldade em reproduzir-se.

Colin Tudge, por seu lado, propõe que o homem moderno estaria mais adaptado devido a um comportamento prospectivo em relação à gestão dos recursos naturais, que este autor designa como proto-agricultura - isto é,

teriam um comportamento recolector sustentável que incluiria a caça apoiada na manutenção das populações que caçava e na recolecção de produtos

vegetais como complemento alimentar, para não ficar tão dependente da caça. O homem-de-neandertal teria sido, segundo esta hipótese, um caçador

puro que teria depredado os seus recursos, o que teria implicado na sua extinção.

Menino do Lapedo Referências

1. ↑ 1,0 1,1 PEREIRA, Paulo. Paisagens Arcaicas, Rio de Mouro, 2004 ISBN 972-42-3212-3

2. ↑ GROENEN, M. Pour une histoire de la préhistoire, Éd. J. Millon, (1994) ISBN 2-905614-93-5

3. ↑ TRINKAUS, E.; SHIPMAN, P. Les Hommes de Neanderthal, Seuil, (1996) ISBN 2020131781

4. ↑ BBC - Homem de Neandertal era ruivo (página acessada em 23 de Outubro de 2009.)

5. ↑ Agência Fapesp - Ruivos pré-históricos (página acessada em 23 de Outubro de 2009.)

6. ↑ Terra - Ruivo e tagarela: Genética revela que o homem das cavernas não era um brutamontes, tinha a pele clara e sabia falar (página

acessada em 23 de Outubro de 2009. 7. ↑ G1 - Gene igual ao de humanos indica que neandertais poderiam falar

(página acessada em 23 de Outubro de 2009.

8. ↑ LOPES, Reinaldo José. Encontros amorosos entre sapiens e neanderthal in Scientific American Brasil - acesso a 28 de Maio de 2007

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Neandertais usavam bijuteria e maquilhagem Investigação liderada por arqueólogo português

2010-01-18 Foram encontradas as primeiras evidências convincentes de que o homem do Neandertal pintava o corpo e usava bijuteria há 50 mil

anos. Uma equipa de investigadores liderada pelo

português João Zilhão recolheu conchas que eram usadas como

utensílios para a mistura e armazenamento de pigmentos em

dois sítios arqueológicos em Múrcia, no sul de Espanha. O

estudo que explica estas conclusões foi publicado na revista

Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

"Esta é a primeira evidência segura do uso de cosméticos", anunciou o

arqueólogo português da Universidade de Bristol (Inglaterra) à BBC, acrescentando que “a utilização destas receitas complexas é novidade. É

mais do que tinta para o corpo."

Os cientistas encontraram fragmentos de um pigmento amarelo que, segundo eles, pode ter sido usado como base para maquilhagem e também

descobriram um pó vermelho junto com manchas de um mineral negro brilhante.Algumas das conchas, esculpidas e pintadas com cores fortes,

também podem ter sido usadas como bijuteria. Estas evidências acabam com a ideia de que

apenas os seres humanos modernos recorriam à maquilhagem como adorno ou para realizarem

rituais. Deste modo, o uso de pinturas corporais e bijuterias demonstra um certo nível de

sofisticação homem do Neandertal. “As pessoas têm que acabar com essa ideia de que os

Neandertais eram débeis mentais”, afirmou João Zilhão.

Hoje em dia é sabido que os Neandertais

comunicavam entre si, que viviam em grupo dentro de cavernas, que cobriam o chão com

peles, enterravam os seus mortos e que além disso, de acordo com o norte-americano Metin Eren, as suas ferramentas foram mais eficientes e

duradouras do que as dos sapiens.

Tudo isto tem dado azo a um largo debate acerca da sua capacidade de inovação, ou, por outro lado, o facto de copiarem o que faziam os seus

vizinhos recém-chegados. Contudo, os artefactos encontrados pela equipa de Zilhão poderão por fim a esta polémica. “Estes adornos corporais indicam um pensamento simbólico de há 50 mil anos atrás, dez mil anos antes da

Uma das conchas encontradas em Múrcia

(Imagem: PNAS)

João Zilhão

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chegada do sapiens à Europa, pelo que não se trata de uma cópia. São adornos que identificam as pessoas, o que indica que tinham redes sociais complexas”, explica o líder da investigação, frisando que “os seus cérebros

funcionavam como os nossos”. Os Neandertais de cara nova

por Thiago Lotufo e Beto Uechi

Injustiçados por quase 100 anos pela má fama de trogloditas peludos e briguentos, os homens das cavernas estão recuperando sua imagem. Novas

pesquisas afirmam que eles cuidavam dos velhos e feridos, tinham uma linguagem e, se passassem por um banho de loja, andariam hoje pela rua sem

ser reconhecidos Psiu. Silêncio. Estamos observando uma caçada. E qualquer barulho pode afugentar a presa. Volte uns 40 mil anos no tempo e se esconda num dos

arbustos ao redor. Está vendo os quatro caçadores? Parecidos com a gente, não são? Meio brutamontes, é verdade, mas são nossos parentes, os Homo neanderthalensis – ou apenas neandertais. Saíram bem cedinho de casa –

quero dizer, da caverna –, pegaram suas lanças e partiram em direção a uma pequena floresta a cerca de 10 quilômetros de distância. Um outro caçador,

o quinto membro do grupo, teve de ficar para trás desta vez. Seu braço esquerdo, ferido durante um embate com um rinoceronte, ainda não está

totalmente recuperado e seu estado físico geral poderia comprometer a atual caçada.

Por sorte, não faz tanto frio. Deve estar uns 10 ºC. Eles chegaram aqui perto do riacho há algumas horas e se esconderam. Espera aí. Atenção. Parece que

o chefe do grupo está sentido algum cheiro familiar na área. Opa. Demos sorte! Está vendo ali, aquele cervo com ar de perdido? Ele está chegando

perto da água. É agora. Os caçadores saíram dos esconderijos e partiram para o ataque. A idéia é encurralar o bicho. Corre, corre, senão a gente perde a caçada. Que pique! O cervo está assustado. Conseguiram cercá-lo contra o penhasco. Agora é só enfiar a lança no pescoço. Pronto! Foi o próprio chefe

quem tomou a iniciativa. A lança está cravada no bicho. Outros dois aproveitam para espetar suas armas também e garantir que a janta morra rapidamente. Ficou com vontade? Está querendo pegar o bicho para você?

Calminha. Refreie seus instintos. Vamos voltar para o século 21. Abra a geladeira, pegue o Toddynho e relaxe. Era somente uma “ficçãozinha” para a

gente imaginar uma caçada feita pelos neandertais. O relato pode nunca ter ocorrido exatamente assim, mas é baseado em evidências encontradas em diversos sítios arqueológicos e mostra alguns aspectos da vida dos neandertais, espécie do gênero humano descrita na

segunda metade do século 19. Vejamos: eles viveram há muitos anos, entre 230 mil e 28 mil anos atrás. Eles moravam em cavernas e o domínio de um clã não se estendia por longas distâncias (levavam a vida localmente, num raio máximo de 50 quilômetros). A caça era a principal atividade e eles a faziam

em grupos não muito grandes, armados de lanças curtas e pesadas, que funcionavam para espetar as presas e não propriamente para lançá-las sobre elas. Por conta disso, machucavam-se com freqüência durante o embate com os animais. Eram fortes, atarracados e com músculos bastante desenvolvidos.

Viviam em temperaturas baixíssimas (de -25 ºC a +13 ºC) por causa dos períodos de glaciação da Terra. E comiam carne, muita carne.

O mais surpreendente, porém, é que o fato de você, leitor, estar na historinha acima olhando tudo bem de pertinho também não é tão ficção

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assim. É claro que você mesmo não poderia estar lá, há milhares de anos. Porém, alguém como você, assim como você, poderia estar lá, espiando na

moita, sim. É que os homens modernos, os Homo sapiens como nós, dividiram a Europa com os neandertais por cerca de 10 mil anos, antes de eles sumirem há 28 mil anos. Isso mesmo. Registros fósseis mostraram que há 40 mil anos o

Homo sapiens chegou ao Velho Continente. Ou seja, estivemos juntos no mesmo lugar e na mesma época por um bom tempo – por isso é que por um

instante da história, ali atrás, talvez tenhamos tido vontade de roubar a carne deles.

Mas os neandertais não são nossos ancestrais? Como, então, eles poderiam estar vivendo na mesma época e lugar dos modernos? Pois é. Esse negócio de ancestralidade parece que nunca vai ter consenso entre os pesquisadores. Um grupo acha que surgimos a partir dos neandertais. Outro não (veja o quadro na página 32). O primeiro é o dos multirregionalistas. Eles acreditam que todos os hominídeos fazem parte da mesma espécie (Homo sapiens) há 2 milhões de anos. Ou seja, o H. erectus (incluindo o H. ergaster) é uma

variante do H. sapiens. Eles evoluíram na África e depois se espalharam para a Ásia e Europa até se tornarem homens modernos. Os neandertais, de

acordo com esse ponto de vista, eram apenas uma população regional de homens modernos. Os 10 mil anos em que as “duas espécies” aparentemente

distintas conviveram na Europa eram apenas um passo dessa evolução. O segundo grupo é o dos defensores da teoria Out of Africa (“Fora da

África”). Eles acreditam que existiram diferentes espécies de hominídeos – e todas, menos o H. sapiens, foram extintas. A teoria diz que o H. erectus saiu da África entre 1,5 e 2 milhões de anos atrás e deu origem a várias espécies

(inclusive os neandertais) em continentes como a Europa e a Ásia. Os homens modernos teriam surgido apenas na África cerca de 150 mil anos atrás e, há

100 mil anos, começaram a migrar substituindo todas as populações do globo. Quem tem razão? Difícil dizer, pois pesquisas sustentam as duas teses. O que

se sabe, com certeza, é que atualmente existem mais de 80 sítios arqueológicos espalhados pela Europa, Oriente Médio e Ásia que ajudam os

cientistas a desvendar melhor o hominídeo neandertal. Os paleoantropólogos (especialistas em antropologia do homem primitivo) não sabem precisar o

tamanho da população de neandertais que habitou os continentes acima – a estimativa fica na casa dos milhares –, mas as escavações já forneceram

quase 500 esqueletos da espécie, sendo que metade corresponde a crianças. Um dos achados mais famosos aconteceu em 1856 numa caverna localizada no vale de Neander, no norte da Alemanha. Mineradores do local depararam com um crânio e uma porção de ossos em meio à lama da caverna. De início, acreditou-se que eram restos de um urso. Depois, alguns estudiosos disseram

se tratar de um esqueleto humano, de um homem bastante antigo. E foi somente em 1864, após comparações com outros esqueletos que já haviam sido encontrados em 1830 na Bélgica e em 1848 na Espanha, que o fóssil ganhou um nome: Homo neanderthalensis, em homenagem ao local da

descoberta. Em 1908, no entanto, um esqueleto quase completo escavado em La

Chapelle-aux-Saints, na França, deu margem para que o anatomista Marcellin Boule, então diretor do Instituto de Paleontologia Humana, em Paris, criasse uma imagem brutal dos neandertais. Numa ilustração aprovada por ele, ficou

claro: o neandertal era uma besta peluda de braços longos e pescoço atarracado, incapaz até mesmo de ficar em pé por completo. Era uma falha

evolutiva, uma espécie degenerada que nada tinha a ver com o Homo

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sapiens. Assim, estava criado o mito do homem das cavernas troglodita, mais parecido com um gorila que com o humano moderno.

A imagem de troglodita só começou a ser questionada na década de 50 quando anatomistas americanos reexaminaram o fóssil de La Chapelle-aux-

Saints e notaram que aquele neandertal, de cerca de 40 anos de idade, sofrera de artrite. E que, por isso, tinha a postura curva. Eles afirmaram que as diferenças anatômicas para um ser humano comum eram muito pequenas. E mais: segundo eles, se um Homo neanderthalensis pudesse reencarnar e ser colocado no metrô de Nova York – desde que estivesse de banho tomado, com

a barba feita e vestido com roupas modernas – talvez não chamasse mais atenção que qualquer outro habitante da cidade.

Mas o homem (e a mulher) de neandertal não era nenhuma Gisele Bündchen. “Eram baixos e atarracados como os esquimós”, diz Walter Neves,

antropólogo da Universidade de São Paulo. As mulheres chegavam a 1,54 metro e 65 quilos de peso. Os homens tinham 1,66 metro e pesavam 77

quilos. As pernas e braços eram curtos, os ossos robustos e o corpo musculoso. O crânio era alongado com sobrancelhas proeminentes e a testa pequena. O nariz era grande e na região da mandíbula não havia um queixo. “Conseqüências da seleção natural e da adaptação ao frio intenso”, diz Rob

Kruszynski, paleontólogo do Museu de História Natural de Londres, Inglaterra. O tamanho do nariz, por exemplo, ajudava a aquecer e umedecer o ar gelado e seco dos períodos de glaciação. O corpo pequeno lhes permitia maximizar a conservação de calor. E, também por causa do frio, eles chegavam a ingerir

até 7 mil calorias por dia, quase três vezes mais do que nós comemos. Detalhe: 90% dessa dieta era baseada em carne.

E os pêlos? Eles eram peludos, afinal? Estudos demonstraram que os neandertais, no máximo, chegavam a ser do tipo Tony Ramos. Ou seja, estavam longe de ser parecidos com os homens-macacos que o cinema eternizou. Pêlos em excesso seriam uma desvantagem evolutiva. “Eles

levariam a um superaquecime

Capítulo 8 A FÍSICA ACABOU (diziam os tolos) Como era a Física do século XIX?

Roberto de Andrade Martins

As áreas da Física que chamamos "Física Clássica" e que compreendem a mecânica, a óptica, a termodinâmica e o eletromagnetismo já haviam

alcançado um grande aperfeiçoamento no século XIX. Quase tudo aquilo que se ensina sobre Física no segundo grau já havia sido descoberto naquela

época - e, é claro, em um nível mais elevado do que aquilo que se ensina nos colégios.

O desenvolvimento da mecânica clássica tinha atingido uma grande precisão, permitindo o cálculo tão exato dos movimentos dos planetas, que qualquer

pequena diferença entre a teoria e as observações precisava ser considerada seriamente. Foi investigando diferenças minúsculas desse tipo que a

astronomia do século XIX descobriu a existência do planeta Netuno: sua existência foi prevista matematicamente por Urbain Le Verrier, e depois ele

foi observado (em 1846) por Johann Gottfried Galle. A mecânica do século XIX conseguia explicar movimentos complexos, como os

dos piões e giroscópios; estudou os movimentos de líquidos e gases; e desenvolveu técnicas matemáticas muito sofisticadas com a chamada

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"mecânica analítica", que utiliza um formalismo diferente do que existia na época de Newton.

Sob o ponto de vista da tecnologia, esses conhecimentos foram aplicados no desenvolvimento de novos meios de transporte - grandes navios, submarinos,

balões dirigíveis e até os precursores da asa-delta. A física ondulatória (abrangendo a óptica e a acústica) também parecia ter atingido uma grande perfeição durante o século XIX. Até o século XVIII, a

opinião predominante era a de que a luz era constituída por pequenas partículas muito rápidas que saíam dos corpos luminosos. No entanto, no

início do século XIX foram estudados fenômenos de difração e interferência, que só podiam ser explicados supondo-se que a luz fosse constituída por ondas. Graças principalmente aos estudos de Augustin Fresnel e Thomas

Young, os físicos foram se convencendo de que era necessário abandonar a teoria corpuscular da luz, e o modelo ondulatório se tornou uma

unanimidade. Para o estudo dos fenômenos ondulatórios da luz, foram desenvolvidos métodos matemáticos bastante complicados.

Foi também durante o século XIX que foram estudadas as radiações infravermelha e ultravioleta, duas radiações semelhantes à luz, porém

invisíveis. Assim, a óptica se ampliou, passando a abranger não apenas aquilo que vemos, mas também certos tipos de "luz invisível".

Além dos estudos puramente científicos, o estudo da luz levou a importantes inventos, durante o século XIX. Primeiramente, a invenção da fotografia por

Niepce e Daguerre, permitindo a fixação de imagens através de meios químicos. As primeiras fotografias exigiam tempos de exposição enormes (alguns minutos), mas depois, com o gradual aperfeiçoamento técnico, foi

possível produzir fotos "instantâneas", e por fim fazer seqüências de fotografias de objetos em movimento. Daí surgiu o cinema, na última década

do século XIX. Antes do final do século já existiam métodos de produzir fotografias

coloridas. Um físico francês, Gabriel Lippmann, utilizou o princípio de interferência luminosa em películas finas e conseguiu produzir fotografias em

cores que eram, na verdade, precursoras dos atuais hologramas de luz branca.

O estudo do calor e de suas aplicações teve também um enorme desenvolvimento nessa época. Já no século anterior haviam começado a se

difundir as máquinas a vapor, mas foi durante o século XIX que esses tipos de máquinas foram aperfeiçoadas e utilizadas em grande escala, produzindo a

chamada "revolução industrial". Além de seu uso em indústrias, as máquinas a vapor foram aplicadas ao transporte (navios, trens, e até automóveis a

vapor). Os cientistas estudaram a conversão do trabalho em calor e do calor em

trabalho, propuseram a lei da conservação da energia, determinaram as leis que regem o rendimento de máquinas térmicas e estabeleceram o conceito

de entropia e a segunda lei da termodinâmica. A eletricidade e o magnetismo, que antes de 1800 eram apenas fenômenos curiosos sem grande importância, também sofreram um importante avanço

durante o século XIX. A invenção da pilha elétrica por Alessandro Volta permitiu pela primeira vez a produção de correntes elétricas duradouras e de grande intensidade, abrindo o caminho para estudos completamente novos -

como a descoberta da eletrólise. Nas primeiras décadas do século XIX, Oersted e Faraday descobriram a possibilidade de produzir efeitos

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magnéticos utilizando a eletricidade, e vice-versa, nascendo assim o eletromagnetismo. Houve um intenso estudo experimental dessa nova área,

seguido por desenvolvimentos teóricos que culminaram com a teoria eletromagnética de Maxwell.

Embora inicialmente fosse apenas um assunto para pesquisa científica, o eletromagnetismo logo levou a resultados práticos importantes. Foram

construídos dínamos que produziam eletricidade a partir do movimento, e nas duas últimas décadas do século XIX foram construídas grande usinas

termoelétricas para geração de eletricidade. Dessa forma, o uso doméstico e industrial da eletricidade começou a se tornar possível. As lâmpadas elétricas

substituíram gradualmente os lampiões e a iluminação a gás. Os motores elétricos começaram a ser utilizados para várias finalidades, como por

exemplo nos primeiros elevadores. A eletricidade também revolucionou as comunicações, primeiramente através do telégrafo (que já permitia a troca

de mensagens de um continente para outro) e depois pelo telefone. Antes de 1900 já era possível fazer ligações interurbanas entre muitas cidades na

Europa e nos Estados Unidos.

As grandes sínteses

Se compararmos a Física do final do século XIX com a de cem ou duzentos anos antes, poderemos considerar que o avanço científico havia sido

espantoso. Os maiores sucessos não foram a descoberta de novos fenômenos, mas sim resultados teóricos que revolucionaram a visão sobre os principais fenômenos físicos. O eletromagnetismo conseguiu inicialmente unir duas áreas de estudo que eram totalmente separadas antes - a eletricidade e o magnetismo. Essa síntese foi apenas um primeiro passo, pois o estudo dos fenômenos eletromagnéticos levou, na segunda metade do século XIX, à

previsão de ondas eletromagnéticas com a mesma velocidade da luz. Essas ondas foram depois criadas experimentalmente por Hertz, e confirmou-se que elas tinham propriedades muito semelhantes à das ondas luminosas.

Concluiu-se então que a luz era um tipo especial de ondas eletromagnéticas, de alta freqüência, e assim a óptica passou a ser uma parte do

eletromagnetismo. O desenvolvimento da termodinâmica também levou a uma outra síntese. Embora os fenômenos térmicos possam ser estudados sob o ponto de vista

puramente macroscópico (daquilo que se observa e mede), os físicos começaram a imaginar modelos microscópicos para explicar os fenômenos

gasosos e assim nasceu a teoria cinética dos gases. Nessa teoria, a temperatura passa a ser uma indicação da energia cinética média das

moléculas do gás e é possível relacionar o calor específico dos gases à sua composição molecular. No final do século XIX foi também desenvolvida a

mecânica estatística, que aplicou leis probabilísticas ao estudo dos movimentos das partículas da matéria, permitindo explicar a segunda lei da termodinâmica a partir de um modelo mecânico. Conseguiu-se, assim, uma

síntese entre a mecânica e a termologia. Portanto, ao final do século XIX, os físicos podiam perceber grandes avanços

e importantes sucessos. Novos fenômenos haviam sido descobertos, novas leis haviam sido estabelecidas, e havia resultados teóricos novos muito gerais. A eletricidade e o magnetismo haviam se unido, depois o eletromagnetismo e a óptica haviam se fundido, e a mecânica e a termodinâmica também estavam

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produzindo uma síntese teórica.

O fim da Física?

Diante dos grandes sucessos científicos que haviam ocorrido, em 1900 alguns físicos pensavam que a Física estava praticamente completa. Lord Kelvin - um dos cientistas que havia ajudado a transformar essa área - recomendou

que os jovens não se dedicassem à Física, pois faltavam apenas alguns detalhes pouco interessantes a serem desenvolvidos, como o refinamento de

medidas e a solução de problemas secundários. Kelvin mencionou, no entanto, que existiam "duas pequenas nuvens" no horizonte da física: os resultados negativos do experimento de Michelson e Morley (que haviam tentado medir a velocidade da Terra através do éter) e a dificuldade em

explicar a distribuição de energia na radiação de um corpo aquecido. Foram essas duas "pequenas nuvens", no entanto, que desencadearam o surgimento das duas teorias que revolucionaram a Física no século XX: a

teoria da relatividade e a teoria quântica. A visão otimista de Lord Kelvin, compartilhada por muitos físicos da época,

não levava em conta que existiam, na verdade, muitos problemas na física do final do século XIX. No entanto, a maior parte dos cientistas pensava apenas

nos sucessos, e não nessas dificuldades. Não percebiam a existência de grande número de fenômenos inexplicados e de problemas teóricos e

conceituais pendentes.

As descobertas experimentais do final do século

Nas últimas décadas do século XIX foram estudadas descargas elétricas em gases rarefeitos. Estudando os fenômenos que ocorriam a pressões muito

baixas, William Crookes descobriu os raios catódicos. Em 1895, investigando os raios catódicos, Röntgen descobriu os raios X. Foi uma descoberta

inesperada, pois nenhuma teoria previa a existência de radiações invisíveis penetrantes como aquelas. Os raios X logo foram empregados na medicina e se mostraram muito úteis, mas não se sabia exatamente o que eles eram.

Alguns pensavam que se tratava de uma radiação semelhante ao ultravioleta, outros imaginavam que eram ondas eletromagnéticas longitudinais, outros pensavam que eram partículas de alta velocidade. O que eram os raios X, afinal? Durante mais de 10 anos, eles permaneceram como uma radiação

misteriosa. O estudo dos raios catódicos levou a uma outra descoberta importante. J. J.

Thomson mostrou que eles eram constituídos por partículas com carga elétrica negativa (os elétrons), e que eles pareciam sempre iguais, qualquer que fosse o gás utilizado nos tubos de raios catódicos. Mas que relação essas partículas tinham com os átomos da matéria? Até essa época, ninguém havia

suspeitado que pudessem existir coisas menores do que os átomos que os químicos estudavam. Os elétrons constituíam um problema no estudo da

constituição da matéria. Também no final do século XIX os estudos de Henri Becquerel e do casal

Curie levaram à descoberta da radioatividade e de estranhos elementos que emitiam energia de origem desconhecida. Ninguém sabia o que produzia

esses fenômenos, e apenas vários anos depois é que se começou a desvendar a natureza da radioatividade. O que eram as radiações emitidas pelos corpos

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radioativos? De onde saia sua energia, que parecia inesgotável? O estudo da luz e das novas radiações havia levado a muitos sucessos, mas

também trouxe grandes problemas. O espectro da luz do Sol, quando analisado com um espectrógrafo, mostra linhas escuras (descobertas por

Fraunhofer). Depois se compreendeu que cada elemento químico em estado gasoso é capaz de emitir ou absorver luz com um espectro descontínuo de

raias, e que o espectro do Sol é produzido pelos gases que o cercam. A espectroscopia se tornou um importante método de identificação dos

elementos, e passou a ser um instrumento fundamental na química. Mas qual era a causa física dessas raias? De acordo com a teoria ondulatória da luz,

cada linha do espectro deveria estar relacionada a algum fenômeno de oscilação regular, de uma freqüência exata, capaz de emitir ou absorver aquela radiação. O que existia, nos átomos, que pudesse produzir isso?

Durante a última década do século descobriu-se que os raios X e a radiação ultravioleta podiam descarregar eletroscópios. Em alguns casos, a luz visível também podia produzir esse "efeito fotoelétrico", mas o fenômeno dependia da freqüência da luz e do tipo de metal utilizado. Não se compreendia como isso ocorria, nem por que motivo alguns tipos de luz não conseguem produzir o efeito fotoelétrico. Compreendeu-se que, no efeito fotoelétrico, a radiação arranca elétrons dos metais. Esse efeito deveria depender da intensidade da luz (energia), e não da cor ou freqüência. Mas não era isso o que acontecia.

Problemas teóricos

A teoria cinética dos gases havia sido um grande sucesso. No entanto, no

final do século XIX, não se compreendia ainda muita coisa sobre a estrutura da matéria. O único estado da matéria para o qual havia uma boa teoria era o gasoso. Era incompreensível como os átomos podiam formar corpos sólidos,

pois sabia-se (pelo eletromagnetismo) que era impossível produzir um sistema estável de partículas em repouso que se mantivesse apenas por forças eletromagnéticas. Existiriam outras forças desconhecidas agindo

dentro da matéria? A própria produção de moléculas era um mistério. Os átomos imaginados

pelos químicos eram simples "bolinhas" sem estrutura. Como eles se unem? E por que motivo alguns átomos se unem entre si, mas não se unem com

outros? Que tipos de forças são essas, que escolhem os parceiros? A Física não tinha resposta para essas perguntas.

Um dos grandes problemas teóricos no final do século XIX era compreender a interação entre matéria e radiação. Como funcionam os materiais

luminescentes? Por que os sólidos emitem um espectro luminoso contínuo, e os gases emitem espectros descontínuos? Se a luz é uma onda

eletromagnética, existem cargas elétricas vibrando dentro dos gases, para produzir a luz emitida? Por que essas vibrações possuem apenas certas

freqüências, diferentes de um elemento químico para outro? Outro problema teórico provinha da mecânica estatística. Nos gases, a

energia cinética média das moléculas depende apenas da temperatura. Numa mistura de gases, a energia se distribui por todos os tipos de moléculas, e as moléculas de menor massa (como hidrogênio) têm maior velocidade média do que as de maior massa. A teoria previa, assim, uma "equipartição de energia" por todos os tipos de partículas e de movimentos possíveis. Ela previa bem o

calor específico dos gases, supondo que as moléculas eram simples

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"bolinhas". Mas se os gases são capazes de emitir espectros luminosos descontínuos, essas moléculas devem ser sistemas complexos. Por que,

então, a teoria funcionava? Além disso, dentro de um recipiente com gás aquecido também existe

radiação eletromagnética (térmica), e a energia deveria se distribuir entre as moléculas e as ondas luminosas. A teoria parecia indicar que iriam sendo

criadas ondas luminosas, e que elas ficariam com toda a energia. No entanto, isso não acontecia. Por que?

Uma cavidade quente ("corpo negro") emite radiação com um espectro contínuo. A teoria previa que ela deveria emitir mais radiação de pequenos

comprimento de onda (grande freqüência) do que de grande comprimento de onda. Mas não era isso o que se observava. Até Lord Kelvin havia notado que

havia algum problema nisso. Havia, na verdade, um enorme número de nuvens no horizonte da Física,

uma verdadeira tempestade que ameaçava derrubar tudo. Era o otimismo, ou talvez o orgulho de saber muito, que impedia a maioria dos físicos de

perceber como a situação era grave.

As tentativas de unificação

No final do século XIX, o estudo de alguns desses problemas e as tentativas de continuar a unificar a física levaram a problemas teóricos complicados, desencadeando a criação da teoria da relatividade e da teoria quântica. As dificuldades surgiram basicamente quando se procurou unificar a mecânica

com o eletromagnetismo (daí surgiu a teoria da relatividade) e a termodinâmica com o eletromagnetismo (daí se originou a teoria quântica). A teoria quântica, que é o tema que nos interessa aqui, surgiu da tentativa de compreender os problemas de interação da radiação com a matéria e

solucionar alguns desses problemas. Procurando fundir a teoria eletromagnética da luz com a termodinâmica e a mecânica estatística, logo

surgiram dificuldades que pareciam insuperáveis. O primeiro passo no desenvolvimento da teoria quântica foi dado por Max Planck, há cem anos -

mais exatamente, em 1900. Nos primeiros anos do século XX, a teoria quântica começou a resolver diversos problemas: a radiação do corpo negro foi explicada por Planck; Einstein utilizou a teoria quântica para explicar o efeito fotoelétrico e o calor específico dos sólidos; e Bohr desenvolveu um

modelo atômico quântico que explicou o espectro descontínuo emitido pelos átomos. Mas esses primeiros passos eram apenas um início. Apenas na década

de 1920 a teoria quântica se transformou na Mecânica Quântica, com uma compreensão mais profunda da dualidade onda-partícula, graças a De Broglie, Schrödinger, Heisemberg, Bohr e outros. A teoria quântica nos

permitiu compreender muitos fenômenos importantes, como a estrutura de átomos e moléculas (que forma a base de toda a química), a estrutura de sólidos e suas propriedades, a emissão e absorção de radiações. Apenas

através da teoria quântica podemos compreender alguns dos mais importantes fenômenos da Física.

Roberto de Andrade Martins é professor do Instituto de Física Gleb Wataghin

da Unicamp.

Capítulo 7 segunda-feira, 26 de outubro de 2009

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Seres humanos modernos cruzaram com Neandertais

Mulher Neandertal

Um geneticista afirmou que humanos modernos e homens de Neandertal tiveram relações sexuais, mesmo pertencendo a espécies diferentes.

Segundo reportagem do jornal britânico Sunday Times, o professor Svante Paabo, do Max Planck Institute de Leipzig, está sequenciando o DNA de fósseis de homens de

Neandertal que podem comprovar que as duas espécies procriaram entre si. A espécie moderna dos homens chegou há 40 mil anos da África à Europa, onde os Neandertais já viviam. As duas espécies coexistiram por 10 mil a 12 mil anos, antes

do desaparecimento dos Neandertais. Paabo disse a outros cientistas em uma conferência nos Estados Unidos que tem certeza sobre as relações sexuais entre as

espécies, mas que não sabe se elas produziram filhos.

Cavalos e zebras

Fósseis recentemente descobertos apresentaram características de humanos modernos e também do homem de Neandertal, o que indicaria que houve procriação entre as espécies. Paabo prometeu em breve divulgar o resultado da análise do DNA

dos fósseis.

"O que realmente me interessa é: nós tivemos filhos e esses filhos contribuíram para nossa variedade hoje?

Eu tenho certeza que eles tiveram sexo, mas isso produziu crias que contribuíram conosco? Nós vamos responder a isso com bastante rigor com a nova sequência [do

genoma do Neandertal]", disse Paabo aos cientistas, segundo o jornal. O professor Chris Stringer, do Museu de História Natural de Londres, apresentou outra hipótese para as recentes descobertas em uma conferência de cientistas em Londres.

"É possível que os Neandertal e os humanos fossem geneticamente incompatíveis, então eles até poderiam ter procriado, mas seus filhos seriam menos férteis", disse Stringer. Esse tipo de relação, segundo ele, ocorre na natureza em outras espécies,

como entre zebras e cavalos ou tigres e leões.

Fonte: BBC S E G U N D A - F E I R A , 0 9 D E N O V E M B R O D E 2 0 0 9

DNA do Homem de Neandertal é 99,9% Igual Ao Nosso

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O homem de Neandertal viveu na Europa da Idade do Gelo por 150 mil anos. Eram

nossos parentes mais próximos – até serem extintos, há 30 mil anos. Mas teriam eles desaparecido completamente? Ou sobrevivem, ainda que parcialmente, dentro de

nós? No dia 12, comemorando o bicentenário de Charles Darwin, o geneticista sueco Svante Pääbo anunciou o seqüenciamento parcial do DNA do Homo neanderthalensis, de amostras extraídas de seis indivíduos. “É a primeira vez que o genoma completo de um organismo extinto foi seqüenciado”, afirmou Pääbo em Chicago, na reunião anual da Associação Americana para o Progresso da Ciência (AAAS). Pääbo, de 53

anos, foi o pioneiro em isolar genes do Neandertal, em 1997. Ele, hoje, é diretor do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva, em Leipzig, na Alemanha.

O mapeamento do DNA do homem de Neandertal é um feito notável. A maior parte do material genético saiu de um fêmur de 38 mil anos, desenterrado em uma caverna

na Croácia. Outros pedaços vieram de sítios arqueológicos na Rússia, Espanha e Alemanha. Cada fóssil tinha poucos fragmentos de DNA aproveitáveis. A equipe de Pääbo teve de sequenciar os genes de todos os fragmentos, para depois juntar o

quebra-cabeça. Conseguiram decifrar 3 bilhões de letras, que correspondem a 63% do DNA. Os primeiros fósseis do homem de Neandertal foram achados na Alemanha, no Vale de Neander (Neanderthal, em alemão), em 1856. Por causa de sua testa grande

e esqueleto atarracado, diferentes dos alemães do século XIX, os homens de Neandertal foram considerados “homens das cavernas”. Conhecer o DNA de um ser

tão parecido conosco é fundamental para entender, afinal, o que nos torna humanos. Comparar a carga genética do Homo neanderthalensis com a do Homo sapiens

permitirá retraçar passos recentes de nossa evolução, como o surgimento da fala e o desenvolvimento do cérebro. Já se sabe, por exemplo, que o homem de Neandertal tinha o mesmo gene FOXP2, que nos humanos está ligado à fala e à linguagem. Esse gene é diferente nos chimpanzés, que compartilham 98,5% de nosso DNA. “Não há

razão para acreditar que o homem de Neandertal não podia falar”, diz Pääbo. “Mas existem muitos outros genes envolvidos na fala e na linguagem. Ainda há muito

estudo a ser feito.” Com o DNA decifrado, dá para ressuscitar o homem de Neandertal? “Não. Seria tecnicamente impossível.” O geneticista continuará

acumulando o DNA de 20 homens de Neandertal para preencher as lacunas que faltam e completar o genoma. Em 2001, descobriu-se que os homens de Neandertal

eram ruivos. Desde então, especula-se se os cabelos ruivos, presentes em 2% da humanidade, teriam sido herdados deles. Pääbo calcula que as duas espécies têm entre 99,5% e 99,9% de genes idênticos. Trata-se da mesma diferença genética

(de até 0,5%) que se observa entre os 6,7 bilhões de humanos. Será que os homens de Neandertal formavam outra espécie? Ou eram gente como a gente? Uma análise preliminar mostrou que uma parte muito limitada de seus genes faz parte do DNA humano, diz Pääbo. “É provável que o cruzamento entre as duas espécies fosse possível”, diz Chris Stringer, antropólogo do Museu de História

Natural, de Londres. “Mas deve ter sido muito rara. Havia muitas diferenças físicas e culturais entre elas.”

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Por quê o homem de Neandertal é tão caluniado e pintado como sendo um rude macaco se ele é totalmente humano?

FÓSSEIS HUMANOS AUTÊNTICOS

Enquanto se faz questão de acentuar características dos Australopithecus para que se pense que eles são verdadeiros ancestrais do homem, procura-se fazer crer que os fósseis que são realmente humanos tinham traços quase animais.

O chamado “Homem de Neanderthal está exatamente nesse caso. Procurou-se pintá-lo de tal modo parecido com um macaco, que alguém disse, com finura,

que esse tenha sido um dos homens mais caluniados da História.

O primeiro fóssil desse tipo foi descoberto em 1854, no vale do rio Neander, perto de Dusseldorf. Em 1908, outro fóssil semelhante foi achado em Saintes, na região de Corrèze, na França. Depois, inúmeros outros exemplares foram encontrados através da Europa e Ásia, demonstrando que o chamado Homem de Neanderthal habitou vastas regiões do mundo. Essa raça teria vivido desde

uns 200.000 a 35.000 anos atrás.

O fóssil clássico de Neanderthal tinha como característica mais marcante a grande saliência super-orbitária. Além disto, sua testa era pequena, com

ângulo facial acentuado, mandíbula proeminente. Seus ossos indicam que ele tinha uma constituição física mais corpulenta que o homem atual

Embora seu rosto tivesse traços grosseiros, que as reconstituições acentuaram

ainda mais para aproximá-las do simiesco -- evidentemente para que se tendesse a aceitar a tese evolucionista -- o Homem de Neanderthal tinha uma

capacidade craniana maior do que a do homem atual! Sabe-se bem que importância deram os evolucionistas à capacidade craniana como elemento

comprovador da humanização. Mas, no caso do Homem de Neanderthal, raramente se encontra um livro que destaque o fato de que ele tinha maior volume e capacidade craniana cerca de 10% maior do que a do homem de

nossos dias.

Quanto à sua exagerada saliência supra-orbital, sabe-se, hoje, que isto era causado por acromegalia degenerativa, provocada por alimentação

inadeqüada.

Marcelin Boulle generalizou a idéia de que o Homem de Neanderthal andava com a perna um tanto dobrada, e o corpo um tanto inclinado, como os gorilas.

Entretanto, muitos crânios neanderthalenses encontrados apresentam o foramen magnum idêntico ao dos crânios modernos, provando que a pretensa

posição curvada que lha foi atribuída é imaginária.

Daniel Cohen afirma que o aspecto estúpido e a brutalidade comumente atribuída ao Homem de Neanderthal “são antes conjeturas que refletem a formação e os preconceitos do artista” que o reconstituiu. E acrescenta:

“Não há prova nenhuma de que ele fosse estúpido. Na realidade é um tanto

desconcertante observar que o tamanho médio do comportamento cerebral do Homem de Neanderthal é um pouco maior do que o do homem moderno -- 1600 c.c. -- comparado com os 1.450 c.c. deste último “ (Daniel Cohen,

Estudo do Homem de Neanderthal, in O Estado de São Paulo, 19 / I / 1969).

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François Bordes diz deste fóssil que agora focalizamos:

“Reconstituições os apresentam como um pouco melhores do que os grandes macacos, e suas ferramentas são descritas como grosseiras (...) A verdade é,

entretanto, inteiramente diferente” (F. Bordes, Mousterian cultures in France, artigo na revista Science, vol. 134, p. 803, 1961).

O naturalista N. Mercier, analisando as descobertas arqueológicas feitas em

St,. Cesaire (França), em 1979, chegou à conclusão de que o Homem de Neanderthal coexistiu com o Homem de Cro-Magnon. Isto comprova então que

o Homem de Neanderthal não foi predecessor do Homem de Cro-magnon. Além disso, ambos foram fabricantes de instrumentos e ferramentas toscas,

embora as do Homem de Cro-Magnon sejam mais perfeitas.

Ora, em St. Cesaire foram achados fósseis neanderthalenses junto com instrumentos feitos pelo Homem de Cro-Magnon!

Em 1989, a revista Nature publicou um artigo de autoria de cientistas

franceses e israelenses anunciando a descoberta de um esqueleto neanderthalense, que possuía o osso hióide, que é absolutamente

fundamental para a fala. Isto comprovava que o Homem de Neanderthal era anatomicamente capaz de falar.

O Dr. Baruch Arensburg da Universidade de Tel Aviv afirmou que os esqueletos

encontrados numa caverna em Kebara, em Israel, tinha 60.000 anos. O osso hióide deste fóssil é idêntico em formato, tamanho, e posição ao do homem moderno, e, portanto, o Homem de Neanderthal podia falar tanto como o

chamado Homo Sapiens.(Cfr. O Estado de São Paulo, 28 / IV / 1989).

Outra descoberta feita nas grutas de Shrinadar, na Pérsia, entre 1950 e 1980 pelo Dr. Ralph Solecki, da Universidade de Colúmbia, indica que o Homem de

Neandrethal praticava já um culto aos mortos. Solecki encontrou em Shrinadar sete esqueletos neanderthalenses recobertos de pó, que examinado,

revelou possuir uma grande porcentagem de pólen de flores. Ora, isto indicava que o Homem de Neanderthal compreendia o símbolo da flor, e, se colocava flores sobre seus mortos, era porque acreditava que alguma coisa deles continuava a existir mesmo após a morte e putrefação dos cadáveres. Portanto, acreditavam que havia algo imortal no homem, e que, de algum

modo, haveria um vida após a morte.

A respeito disso, diz Daniel Cohen:

“A descoberta das flores mortuárias de Shrinadar veio reforçar um argumento há muito tempo exposto por uma minoria combativa de antropólogos e

paleontólogos - que o Homem de Neanderthal é um antepassado direto e perfeitamente digno do homem, e não uma espécie de produto final de uma

evolução simiesca”.

Capítulo 8 A Física que Terminou

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Um panorama da física no século 20 Por: Equipe CH On-line

Publicado em 23/12/2007 | Atualizado em 28/10/2009

Física Hoje

O Instituto Ciência Hoje, em parceria com o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, está lançando o livro Física Hoje – Uma aventura pela natureza: dos

átomos ao universo . A obra reúne 11 artigos escritos por renomados pesquisadores brasileiros e originalmente publicados na revista Ciência Hoje ao longo de 2005, em comemoração ao Ano Mundial da Física, que marcou o centenário dos trabalhos publicados pelo físico alemão Albert Einstein (1879-

1955) em 1905. As duas grandes teorias da relatividade formuladas por ele e suas

contribuições para o desenvolvimento da mecânica quântica mudaram nossa visão de mundo e formaram a base para todo o conhecimento científico e

tecnológico acumulado no século 20. Naquele século, foram criadas algumas das maravilhas tecnológicas que hoje

fazem parte do nosso dia-a-dia, como usinas nucleares, cirurgias a laser, minúsculas telas de cristal e microprocessadores.

Com uma linguagem acessível ao público leigo, o livro Física Hoje

D O M I N G O , 1 9 D E A B R I L D E 2 0 0 9

traz um panorama atualizado do desenvolvimento da ciência e da tecnologia nessas

diferentes áreas da física.

HISTÓRICO FÍSICA

Século XIX *Em 1800, Alessandro Volta constrói a primeira pilha elétrica. Com ela, obtém-

se “eletricidade em movimento”, isto é, corrente elétrica. *Em 1820, Hans Christian Oested, fazendo experiências com a pilha de Volta, constatou que uma agulha magnética sofria desvios quando próxima a um fio

percorrido por corrente elétrica. Esse fato estabeleceu, pela 1º vez, uma relação entre fenômenos elétricos e fenômenos magnéticos. Era julho de

1820. Nascia, assim, o Eletromagnetismo. Em setembro deste ano o astrônomo e físico francês François Arago repetiu na Academia de Ciências da França a

experiência de Oerted. O cientista André-Marie Ampére, que assistira à demonstração, percebeu a importância do fenômeno observado e, desde

então, passou a se dedicar ao estudo da eletricidade. *De 1820 a 1826, Ampére proporcionou ao Eletromagnetismo um grande

avanço, não só no campo teórico como no campo prático. Estendeu o conceito da ação de uma corrente sobre a outra. Concluiu que essas ações não eram

eletrostáticas. Introduziu a idéia de que as propriedades magnéticas dos ímãs

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estavam relacionadas com a existência de correntes elétricas no seu interior. Inventou o solenóide e mostrou sua analogia com os ímãs. Construiu com a colaboração de Arago o primeiro eletroímã, base para o desenvolvimento

prático da Eletricidade. *Nicolas Leonard Sadi Carnot (1796-1832) estabelece o princípio teórico de

funcionamento da máquina térmica, em 1824. *Em 1827, o cientista alemão George Simon Ohm, em seu livro “Teoria

Matemática dos Circuitos Elétricos”, apresenta os conceitos de resistência elétrica de um, condutor e de diferença de potencial elétrico.

*Em 1831, Michael Faraday, um dos maiores cientistas do século XIX, descobriu o fenômeno de indução eletromagnética, base para o funcionamento dos

geradores mecânicos de energia elétrica. Devemos destacar ainda, por suas contribuições no desenvolvimento do eletromagnetismo, os cientistas Joseph

Henry, que completou os trabalhos de Faraday sobre indução eletromagnética; Heinrich Lens, que descobriu a lei que permite achar o sentido da corrente

induzida; Wilhelm Weber, que realizou estudos sobre o magnetismo terrestre; Nicolas Tesla, que construiu o primeiro motor de corrente contínua.

*Em 1834, o físico francês Claude Pouillet estabelece experimentalmente as leis relativas ao cálculo da intensidade da corrente em circuitos simples.

*Carl Friedrich Gauss, matemático, físico e astrônomo alemão, estabeleceu, em 1840, a teoria das lentes.

*Julius Robert Mayer (1814-1878), em 1842, e James Prescott Joule (1818-1889), em 1843, determinam a equivalência entre calor e energia mecânica.

*Em 1844, Sir Charles Wheatstone cria o reostato e o método clássico de medida de resistência elétrica, conhecida como ponte de Wheatstone.

*Em 1846, o engenheiro suíço Zuppinger inventa a primeira turbina hidráulica. *William Thomson (1824-1907), lorde Kelvin, cria, em 1848, a escala absoluta

da temperaturas. *Rudolph Clausius (1818-1889) estabelece definitivamente, em 1857, a relação

entre a energia térmica e a energia cinética das moléculas. *O físico escocês John Maxwell apresentou, em 1860, a “teoria ondulatória

eletromagnética”, segundo a qual a luz é uma onda eletromagnética. *Em 1879, Thomas Alva Edson constrói a primeira lâmpada elétrica por

incandescência. *Em 1887, o físico alemão Heinrich Rudolf Hertz descobriu o efeito

fotoelétrico: quando a luz incide na superfície de determinados metais, os elétrons são expulsos dessa superfície. Esse fenômeno não é explicado pela

teoria ondulatória. *Em 1897, Joseph John Thomsom comprova a existência do elétron.

Século XX

*Em 1905, Albert Einstein explicou o efeito fotoelétrico, retomando o aspecto corposcular, diferente porém do caráter mecânico proposto por Newton. Segundo Einstein, a luz, e toda onda eletromagnética, não é emitida ou

absorvida de modo contínuo, mas sim em porções descontínuas, na forma de “corpúsculos” que transportam uma quantidade de energia bem definida.

Esses “corpúsculos energéticos”foram denominados fótons. A energia de um fóton é chamada de quantum. Atualmente, as duas teorias são aceitas,

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admitindo-se que a luz apresenta dupla natureza: corpuscular e ondulatória. *Em 1919, Ernest Rutherford comprova a existência do próton.

*Em 1932, a existência do nêutron é constatada por James Chadwick. *Também em 1932 Carl Anderson descobre o pósitron (elétron positivo). *Em 1947, Cesar Lattes, Occhialini e Powell descobrem o méson π. Sua

existência havia sido postulada em 1935, por H. Yukawa. *Reines e Cowan, em 1956, detectam o neutrino, cuja existência havia sido

prevista em 1930. O neutrino é uma partícula neutra e de massa menor que a de elétron.

*Em 1964, Murray Gell Mann, nesse ano, e George Zweig, em 1965, postulam, independentemente, que partículas, como os prótons e os nêutrons, são

constituídas de partículas ainda menores, que forma chamadas de quarks. Existem três duplas de quarks: up e down, charm e strange e top e botton. O

próton é constituído de dois quarks up e um quark down. Já um nêutron consiste em dois quarks down e um quark up. A carga elétrica do quark up é

2e/3 e do quark down é de –e/3, onde e é a carga elétrica elementar. *Em 1993, é conseguida, no laboratório de Baixas Temperaturas da

Universidade Tecnológica de Helsinque, na Finlândia, a temperatura de 2,9 . 10ˉ¹º K, ou 0,00000000029 K, extremamente próxima de zero absoluto, limite

inatingível de acordo com as leis da Termodinâmica. *Em 1994, ocorreu no Laboratório do Acelerador Nacional Fermi (Batavia,

Illinois, Estados Unidos), a detecção do último quark: o quark top. Todos os outros já haviam sido experimentalmente detectados.

*Em 1994, é obtida a temperatura de 510000000 ºC (trinta vezes mais elevada que a do centro do Sol), no Laboratório de Física Plasmática de Princeton,

New Jersey (EUA).

Mago Kalzone