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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · ensino de Geografia, e por fim o Portfólio como instrumento de avaliação, buscando compreendê-los por meio de pesquisa bibliográfica

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

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AVALIAÇÃO FORMATIVA E O ENSINO DE GEOGRAFIA: O USO DO

PORTFÓLIO COMO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO1

Lindamir Marta Isganzella Rufino2

RESUMO

O presente artigo apresenta os resultados do Projeto de Intervenção Pedagógica desenvolvido com alunos do 6º Ano do Ensino Fundamental, no Colégio Estadual Lindoeste, situado na cidade de Lindoeste, Paraná. A finalidade deste é discutir a utilização do Portfólio como instrumento de avaliação formativa do processo de ensino aprendizagem, na disciplina de Geografia. O objetivo definido foi o de analisar e elaborar o Portfólio como um recurso didático que permitisse aos professores e alunos a realização de uma avaliação formativa. O desenvolvimento do projeto permitiu aos alunos o estudo, a elaboração e a utilização deste recurso para a construção de conhecimentos geográficos, bem como a discussão e a troca de experiências com colegas e outros professores, que também puderam acompanhar a aplicação do projeto no processo de ensino e aprendizagem. O tema escolhido para o estudo e vivência dos discentes baseou-se nas características da paisagem local, e a partir delas foram realizadas várias análises do espaço geográfico do município, permitindo o conhecimento e a compreensão dos locais onde vivem bem como das transformações ocorridas na região ao longo de vários anos. A avaliação foi desenvolvida analisando a participação dos alunos e a confecção dos portfólios, realizada pelos próprios estudantes. Ao final do projeto foi possível perceber que alunos e professores reelaboraram suas concepções sobre avaliação, reforçando o caráter formativo da mesma.

Palavras- chave: Ensino de Geografia – Portfólio – Avaliação Formativa

INTRODUÇÃO

O ensino de Geografia pode levar os alunos a compreenderem de forma mais

ampla a realidade, possibilitando que nela interfiram de maneira mais consciente e

propositiva. Para tanto, porém, é preciso que os educandos adquiram

conhecimentos, dominem categorias, conceitos e procedimentos básicos com os

quais esse campo de conhecimento opera e constitui suas teorias e explicações, de

modo a poder não apenas compreender as relações socioculturais e o

funcionamento da natureza às quais historicamente pertence, mas também

conhecer e saber utilizar uma forma singular de pensar sobre a realidade, ou seja, o

conhecimento geográfico.

1 Artigo PDE construído sob a orientação do professor Eduardo Donizeti Girotto do Colegiado de Geografia da

UNIOESTE – Campus Francisco Beltrão. 2Professora PDE- Docente de Geografia do Colégio Estadual Lindoeste – Ensino Fundamental e Médio – Lindoeste - PR.

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Através do ensino de Geografia, o aluno poderá formar uma consciência

espacial, um raciocínio geográfico. Essa consciência espacial vai além do conhecer

e localizar, ela inclui analisar, sentir e compreender a especialidade das práticas

sociais.

Assim, o Ensino de Geografia deve propiciar o desenvolvimento do educando,

de forma que este possa compreender a dinâmica sócio espacial do mundo atual,

tendo com ponto de partida sua realidade na perspectiva de nela atuar criticamente,

objetivando sua transformação. Por essa razão, credita-se a esse fazer a superação

de aulas com objetivo de apenas partilhar informação, transmiti-las, para chegarmos

a “uma Geografia educadora”. Essa prática é envolvida pela complexidade que

perpassa o processo educativo, tornando-se um grande desafio para nós

educadores: promover um fazer significativo que contemple uma formação integral

do educando.

Nesse contexto, a Geografia na sala de aula deve oportunizar ao aluno a

compreensão das relações sócia espaciais em suas mais diversas contradições que

se estabelecem cotidianamente em seu lugar-mundo, de forma que proporcione um

entendimento do espaço em sua totalidade.

Esse trabalho abrangerá o conceito de avaliação geral, avaliação formativa no

ensino de Geografia, e por fim o Portfólio como instrumento de avaliação, buscando

compreendê-los por meio de pesquisa bibliográfica e da pesquisa de campo,

analisando a importância da prática de avaliação formativa, destacando as possíveis

contribuições na construção do conhecimento.

AVALIAÇÃO: DISCUSSÕES PRELIMINARES

Na última década, o saber acumulado e repetitivo do conteúdo de material didático, simplesmente transferido pelo professor e descontextualizado de informação, vem sendo substituído pela concepção de uma proposta de educação que propicie uma avaliação da aprendizagem e esteja em consonância com as finalidades educativas, considerando-se a importância de não se confundir a avaliação com mensuração de conteúdos e, consequentemente, a aprovação (HERNANDEZ, 2000).

Diferentemente de checar o que e quanto o aluno aprendeu, a concepção de

avaliação defendida neste trabalho busca o sentido das aprendizagens para aquele

que aprende, trabalhando com diferentes linguagens para a construção efetiva do

conhecimento. O aprender envolve o desenvolvimento, o interesse e a curiosidade

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do aluno, a sua autoria como: pesquisador, escritor, leitor. Dessa forma, é preciso

perceber aprendizagem nessas múltiplas dimensões.

Avaliar significa ação provocativa do professor desafiando o educando a

refletir sobre situações vividas, a formular e reformular hipóteses, encaminhando-o a

um saber enriquecido, acompanhando o “vir a ser”, favorecendo ações educativas

para novas descobertas. A avaliação apresenta uma importância social e política

fundamental no fazer educativo vinculando-a a ideia de qualidade. Não há como

evitar a necessidade de avaliação de conhecimentos, muito embora se possa torná-

la eficaz naquilo que se propõe: a melhora de todo o processo educativo.

Neste sentido avaliar qualitativamente significa um julgamento mais global e

intenso, no qual o aluno é observado como um ser integral, colocado em

determinada situação relacionada às expectativas do professor e também dele

mesmo. Avaliar envolve valor, e valor envolve pessoa. Avaliação é

fundamentalmente, acompanhamento do desenvolvimento do aluno no processo de

construção do conhecimento. O professor precisa caminhar junto com o educando,

passo a passo, durante todo o caminho da aprendizagem. Avaliar, portanto, é

interpretar o percurso de vida do aluno durante o qual ocorrem mudanças em

múltiplas dimensões. É acompanhar para promover o processo de construção do

conhecimento do educando.

A AVALIAÇÃO FORMATIVA

A avaliação formativa fundamenta-se nos processos de aprendizagem, em

seus aspectos cognitivos, afetivos e relacionais; fundamenta-se em aprendizagens

significativas e funcionais que se aplicam em diversos contextos e se atualizam o

quanto for preciso para que se continue a aprender. Este enfoque tem um princípio

fundamental: deve-se avaliar o que se ensina, encadeando a avaliação no mesmo

processo de ensino-aprendizagem. Somente neste contexto é possível falar em

avaliação inicial (avaliar para conhecer melhor o aluno e ensinar melhor) e avaliação

final (avaliar ao finalizar um determinado processo didático). Se a avaliação

contribuir para o desenvolvimento das capacidades dos alunos, pode-se dizer que

ela se converte em uma ferramenta pedagógica, em um elemento que melhora a

aprendizagem do aluno e a qualidade do ensino.

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Conforme as Diretrizes Curriculares da Educação Básica, a avaliação deve

tanto acompanhar o aprendizado dos alunos quanto nortear o trabalho do professor.

Para isso, deve se constituir numa contínua ação reflexiva sobre o fazer pedagógico.

Nessa perspectiva:

A avaliação deixa de ser um momento terminal do processo educativo (como hoje é concebida) para se transformar na busca incessante de compreensão das dificuldades do educando e na dinamização de novas oportunidades de conhecimento (HOFFMANN, 1993, p. 21).

A avaliação do ensino em Geografia, como em qualquer outra disciplina, deve

ser mais que a definição de conceito, uma nota. Desse modo, as atividades

desenvolvidas ao longo do ano letivo devem possibilitar ao aluno a apropriação dos

conteúdos e posicionamento crítico frente aos diferentes contextos sociais. A esse

respeito, HOFFMANN, 1993, relata:

O processo de avaliação deve considerar, na mudança de pensamento e atitude do aluno, alguns elementos que demonstrem o êxito do processo de ensino/aprendizagem, quais sejam: a aprendizagem, a compreensão, o questionamento e a participação dos alunos. Ao destacar tais elementos como parâmetros de qualidade do ensino-aprendizagem, rompe-se a concepção pedagógica da escola tradicional que destacava tão somente a memorização, a obediência e a passividade (HOFFMANN, 1993).

A avaliação em Geografia deve apresentar as seguintes características: ser

formativa, trazer benefício ao aluno, situando seu progresso e seus limites, e

destacar os pontos em que necessita maior empenho e dedicação; global, e oferecer

informações não apenas sobre os avanços geográficos conquistados pelo

aluno, mas também sobre seus interesses e suas motivações, suas necessidades e

as habilidades em que melhor e pior se apresenta. Deve também ser contínua, levar

em conta as provas, mas basear-se também em suas lições, em seu trabalho em

grupo e, sobretudo, na observação de seu desempenho

cotidiano; diversificada, utilizar diferentes fontes de informação e assim considerar o

desempenho nas provas e em aula, em trabalhos individuais e em grupo e em seu

empenho em apresentar tarefas de desafios propostos. Segundo ANTUNES, 2010:

(...) Avaliação em Geografia deve ser integradora, levar em conta a diversidade cultural e linguística do aluno e sua situação na escola; apaziguadora, e dessa forma o aluno a percebe como instrumento normal do acompanhamento de seu progresso, não causando tensões e ansiedades e explicita, informa aos pais não

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apenas resultados, mas etapas de conquistas e progressos (ANTUNES, 2010).

Ainda sobre avaliação, Vieira ressalta a importância dos instrumentos

avaliativos:

Para isso, necessita-se de instrumentos avaliativos que dê espaço à criatividade, à construção e que registre o percurso desse processo de construção do saber. O Portfólio é um desses instrumentos que reflete a trajetória desse saber construído. Também pode possibilitar aos alunos e professores uma compreensão maior do que foi ensinado (Vieira, 2002).

AVALIAÇÃO BASEADA EM PORTFÓLIOS

A avaliação baseada em Portfólios concentra a atenção de todos, desde os

alunos de um mesmo grupo, passando pelos professores e orientadores nos

trabalhos importantes dos alunos. O processo estimula o questionamento, a

discussão, a suposição, a proposição, a análise e a reflexão. As estratégias do

Portfólio não incluem atitudes burocráticas ou padronizadas, mas sim a

aprendizagem efetiva. O formato do Portfólio estimula o aluno a usar a criatividade

para compô-lo.

No Portfólio de Aprendizagem, orientados por um professor, os alunos

registram sua reflexão sobre o seu processo de construção de aprendizagem. Cada

tipo de registro no Portfólio de Aprendizagem aprofunda e amplia o conhecimento

dos discentes em relação ao seu desenvolvimento e formação e amplia o

conhecimento do professor com relação ao aprendizado do aluno.

O processo de construção de um Portfólio tem como eixo norteador os

encontros periódicos e constantes entre alunos e orientadores, nos quais discutem

reflexões, críticas, propostas, conteúdos significativos, dúvidas, palestras, trabalhos,

pesquisas, situações práticas vividas com seus alunos nos vários contextos

escolares formais ou informais e que recursos utilizarão para dar corpo a essas

discussões. Estão, dessa forma, estabelecendo uma organização para o Portfólio.

O PORTFÓLIO E SEU CONTEÚDO

O que deve fazer parte de um Portfólio? Na verdade, dois Portfólios nunca

são iguais, porque os alunos são todos diferentes e, assim, suas atividades e

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interesses também embora possam utilizar os mesmos princípios e os mesmos

recursos de montagem desse material. O Portfólio é definido como uma coleção

seletiva de itens que revelam, conforme o processo se desenvolve, a reflexão sobre

os diferentes aspectos do crescimento e do desenvolvimento de cada aluno, ou de

cada grupo de alunos. Segundo Hernández (2000);

“o Portfólio é continente de diferentes classes de documentos (notas pessoais, experiências de aula, trabalhos pontuais, acompanhamento do processo de aprendizagem, conexões com outros temas fora da escola, representações visuais, dentre outros) que proporciona uma reflexão crítica do conhecimento construído, das estratégias utilizadas, e da disposição de quem o elabora em continuar aprendendo. O Portfólio constitui uma forma de avaliação dinâmica realizada pelo próprio aluno e que mostra seu desenvolvimento e suas mudanças através do tempo”.

O Portfólio, em sua construção, requer um título e uma apresentação que

sirva de orientação para o seu leitor sobre o que encontrará, com relação ao

processo. As linguagens e os materiais utilizados no Portfólio são livres, desde que

coerentes com o seu conteúdo. O Portfólio pode ser elaborado e apresentado por

meio de vários suportes como: em pastas variadas, em livros encadernados, CD-

ROM, disquetes, fita de vídeo, em forma de revistas, jornais, sites, criações

artísticas, dentre outros.

O aluno é orientado para ser claro e objetivo ao revelar, analisar e discutir sua

própria aprendizagem e desenvolvimento durante o processo, por meio de

comentários pessoais integrados em cada momento de sua produção ao compor o

Portfólio. Esses comentários constituem um importante instrumento de avaliação e

de auto avaliação. Pode ser que aconteça do aluno sentir dificuldade em expressar

essa autoavaliação ao longo do processo. Entende-se que, como “carregamos” uma

forte experiência de avaliação no sentido de devolução cumulativa de conteúdos,

seja difícil compreender uma nova concepção, pois significa rever princípios,

reposicionar e construir um novo olhar com novas concepções. E assim pode-se

perceber a importância dos encontros periódicos dos grupos de alunos com seus

professores orientadores discutindo, levantando novas questões, ora discordando,

ora concordando, refazendo ideias e construindo efetivamente conhecimento.

O aluno deve registrar as aprendizagens mais significativas dos conteúdos

abordados, evidenciando reflexões sobre a sua construção, isto é, o que aprendeu

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se ampliou seu conhecimento, sejam por meio das aulas, textos, pesquisas,

palestras, seminários, reportagens, vídeos, trabalhos de extensão à comunidade.

Fazer um Portfólio é estar ciente de ser responsável pela construção de

próprio conhecimento e nessa dinâmica, aprender que esse processo será

ferramenta de trabalho do futuro profissional: um profissional autor de sua

caminhada, capaz de construir as estratégias necessárias a cada momento ou

situação, criativo para buscar novas linhas de ação.

Os registros em datas diferentes compor-se-ão processualmente no espaço e

no tempo, o Portfólio. Ao construí-lo, o autor tem a oportunidade de integrar os

diferentes conteúdos, aos quais tem acesso durante o ano, e assim estabelecer

relações das aulas de uma determinada área com outros acompanhados de uma

reflexão e auto avaliação. Desse modo, os registros devem exteriorizar o sentido do

conteúdo aprendido, expresso em diferentes linguagens.

A AVALIAÇÃO FORMATIVA DA DISCIPLINA DE GEOGRAFIA A PARTIR DA

CONSTRUÇÃO DE PORTFÓLIOS NO COLÉGIO ESTADUAL LINDOESTE:

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS.

Objetivando avaliar a utilização do portfólio como um importante instrumento

da avaliação formativa na disciplina de Geografia, este projeto de intervenção foi

desenvolvido na cidade de Lindoeste, Paraná, com os alunos do 6º Ano do Ensino

Fundamental, no Colégio Estadual Lindoeste.

Seguindo um cronograma previamente determinado, as atividades foram

realizadas durante o período letivo de 2014. Neste trajeto, algumas alterações

necessitaram ser feitas: as aulas agendadas no laboratório de informática tiveram

suas datas modificadas, devido à problemas técnicos com as máquinas e à

dificuldade de acesso à internet, que já é uma constante deste recurso na escola.

Devido a essa carência, algumas pesquisas e atividades tiveram que ser realizadas

em grupo, o que não comprometeu o andamento e a produtividade das mesmas.

Outro fator que prejudicou o andamento do projeto foi a reforma pela qual o

Colégio Estadual Lindoeste passou por todo o ano de 2014. Os alunos estudaram

em salas improvisadas, com constante barulho e entulhos espalhados por todas as

partes, comprometendo a atenção em alguns momentos.

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Além destes empecilhos, a frequência de alguns alunos também gerou

dificuldades na realização de certas atividades. Por se tratar de um município

predominantemente agrícola, a maioria dos alunos mora em áreas rurais e necessita

do transporte para chegar até o Colégio. Em dias de chuva forte, algumas estradas

acabaram interditadas, e os ônibus não conseguiram chegar a algumas áreas,

fazendo com que os alunos que residiam nestes locais deixem de comparecer à

escola. Mesmo com alguns contratempos, o trabalho de intervenção desenvolvido

com os alunos do 6º ano, na disciplina de Geografia, foi aplicado de forma

abrangente e os objetivos alcançados com êxito.

A apresentação do Projeto e da Unidade Didático-pedagógica aos

professores e funcionários foi a primeira intervenção feita. Esta se realizou durante

as atividades da Semana Pedagógica, com a socialização do trabalho a ser

desenvolvido e a demonstração das inúmeras possibilidades de utilização do

portfólio como parte integrante do processo de avaliação formativa. Esta

apresentação ocorreu no mês de fevereiro, início do período letivo. Posteriormente,

em reunião geral da escola, o projeto foi apresentado aos pais dos alunos, momento

de importante interação entre a escola e a comunidade.

A aquisição de material para a confecção dos portfólios pelos alunos foi

realizada durante o mês de março. Neste momento, também foi feita a organização

de todos os materiais necessários durante a implementação pedagógica, tais como

visita a moradores, acervos da prefeitura e biblioteca pública na busca de fotos

antigas e reportagens. Também foram realizadas entrevistas com moradores

pioneiros e coleta de outros dados possibilitando o trabalho de investigação dos

alunos.

A partir disso e da apresentação expositiva do conteúdo: Paisagem – espaços

e significados, os estudantes tiveram conhecimento em vários aspectos físicos,

geológicos e geográficos da paisagem da cidade onde residem, e puderam entender

as transformações ocorridas com o passar dos anos, as vantagens e as

desvantagens que as mesmas trouxeram para a população e sua significância na

atualidade da cidade de Lindoeste.

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Fotografia 1 – Lindoeste 1973

Fonte: Acervo Prefeitura Municipal de

Lindoeste, fevereiro de 2014.

Fotografia 2 – Lindoeste 2013

Fonte: Acervo Prefeitura Municipal de

Lindoeste, fevereiro de 2014.

Fotografia 3: Aula expositiva

Fonte: RUFINO, L.M.I., fevereiro de 2014.

Fotografia 4: Pesquisa digital

Fonte: RUFINO, L.M.I., fevereiro de 2014.

Após esta atividade, os alunos produziram desenhos e textos apresentando

as características do município e as transformações ocorridas neste espaço, e as

alterações provocadas pela ação humana. Sobre este contexto, os alunos puderam

socializar seus conhecimentos com os demais colegas de classe.

Fotografia 5: Produção de textos. Fotografia 6: Produção de desenhos

Fonte: RUFINO, L.M.I., março de 2014. Fonte: RUFINO, L.M.I., março de 2014.

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Durante o mês de abril foram realizadas atividades de aula e pesquisa de

campo, com a verificação in loco das paisagens analisadas nas fotos, para uma

ampla observação acerca das mudanças ocorridas no município e registro de

imagens atuais. Os alunos realizaram visitas na área urbana, passando pelo centro

da cidade, e conheceram as atividades desenvolvidas nos diversos setores da

economia. Trafegaram pelas ruas, observando as diversas moradias, as construções

públicas e privadas, os espaços físicos da área da saúde, da educação e do lazer.

Fotografia 7: Área urbana Fotografia 8: Cidade de Lindoeste

Fonte: RUFINO, L.M.I., abril de 2014. Fonte: RUFINO, L.M.I., abril de 2014.

Fotografia 9: Área rural de Lindoeste Fotografia 10: BR163 Centro da cidade

Fonte: RUFINO, L.M.I., abril de 2014. Fonte: RUFINO, L.M.I., abril de 2014.

Após a aula de campo, os alunos produziram um breve relato sobre as a

observação das imagens de outrora e o conhecimento sobre o que foi visto durante

a aula de campo. Embasados neste contexto, os alunos debateram e analisaram as

discrepâncias sociais presentes no município, além de compreenderem as

transformações ocorridas durante o desenvolvimento da área urbana da cidade.

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Fotografia 11: Texto sobre o município

Fonte: RUFINO, L.M.I., abril de 2014.

Fotografia 12: Texto “O lugar onde moro”

Fonte: RUFINO, L.M.I., abril de 2014.

Seguindo o mesmo tema e linha de raciocínio, durante o mês de maio os

estudantes visitaram algumas áreas rurais, observando as diferentes paisagens

presentes neste espaço. Através da aula de campo in loco, passaram por uma das

mais famosas cachoeiras do município de Lindoeste: a Cachoeira Gonçalves Dias,

que faz divisa com o Parque Nacional do Iguaçu.

Fotografia 13: Cachoeira Gonçalves Dias

Fonte: RUFINO, L.M.I., maio de 2014.

Fotografia 14: Pesquisa de campo

Fonte: RUFINO, L.M.I., maio de 2014.

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Fotografia 15: Visita in loco

Fonte: RUFINO, L.M.I., maio de 2014.

Fotografia 16: Visita área rural

Fonte: RUFINO, L.M.I., maio de 2014.

A atividade desenvolvida nos meses de maio e junho direcionavam à análise

de símbolos do município. Após estudos expositivos, o Hino Municipal foi escolhido

como fonte de pesquisa a ser analisada pelos estudantes.

A professora distribuiu a letra do hino para todos os alunos, e através de

recursos audiovisuais e de multimídia, apresentou a sublime música aos estudantes.

Os mesmos realizaram uma minuciosa interpretação da letra da música, na

identificação de elementos geográficos ali presentes. Após esse momento, os

discentes representaram através de desenhos uma das estrofes do Hino de

Lindoeste, e fizeram um breve comentário sobre a escolha de parte da canção.

Fotografia 17: Estudo do Hino Municipal

Fonte: RUFINO, L.M.I., maio de 2014.

Fotografia 18: Ilustração do Hino

Fonte: RUFINO, L.M.I., maio de 2014.

O trabalho com a pesquisa sobre o Hino Municipal de Lindoeste e

posteriormente a produção de questionários, textos, paródias e ilustrações

demonstrou, na prática, a importância do uso do Portfólio como metodologia,

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principalmente durante as atividades da disciplina de Geografia. A partir dos

conhecimentos adquiridos com as pesquisas e as visitas in loco, os alunos

interpretaram a letra da canção e associaram as informações contidas neste material

com a Vicência real das características do município.

Isto feito, a turma foi dividida em duplas, e cada integrante acrescentou uma

nova estrofe ao hino, destacando as mudanças nas paisagens desde a época que

foi escrito. Esta atividade foi socializada e as paródias apresentadas para os demais

colegas de classe.

Fotografia 19: Paródia dos alunos

Fonte: RUFINO, L.M.I., junho de 2014.

Fotografia 20: Paródia dos alunos

Fonte: RUFINO, L.M.I., junho de 2014.

Ainda no mês de Junho os alunos realizaram pesquisas em grupo sobre o

Parque Nacional do Iguaçu, presente na letra do hino e que faz limite com o

município, destacando a importância do mesmo para a cidade. As pesquisas

realizadas neste processo foram socializadas com os demais colegas, e unidas ao

conhecimento adquirido durante as aulas expositivas. Os alunos produziram

desenhos, poesias e acrósticos referentes às observações das paisagens naturais

do município de Lindoeste.

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Fotografia 21: Texto “Parque Nacional”

Fonte: RUFINO, L.M.I., junho de 2014.

Fotografia 22: Passeio no parque

Fonte: RUFINO, L.M.I., junho de 2014.

Em julho, o resultado de todo estudo, produção e pesquisa realizados ao

longo do primeiro semestre de 2014 foi apresentado através da exposição dos

Portfólios e apresentações culturais, onde os professores, demais colegas do

Colégio Estadual Lindoeste, familiares e toda comunidade escolar puderam

confraternizar e verificar o trabalho realizado pelos alunos do 6º ano, e a partir disto

conhecer um pouco mais sobre a história, o processo de transformação e as

características da realidade em que vivem.

Fotografia 24: Exposição dos Portfólios

Fonte: RUFINO, L.M.I., julho de 2014.

Paralela à realização do projeto ocorreram os debates do Grupo de Trabalho

em Rede (GTR), com a participação de professores da Rede Estadual de Ensino. A

troca de experiências durante os fóruns proporcionada neste momento foi de

extrema importância para fomentar discussões e análises sobre o papel da

professora em sala de aula, bem como as contribuições que sua função e sua

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disciplina podem dar quanto ao conhecimento da comunidade local sobre o lugar

onde vivem. Neste sentido, o ato de avaliarem suas diversas modalidades também

ganhou respaldo nas discussões, e configurou no tocante aos pensamentos e

atitudes dos alunos na produção de diferentes atividades. A isso, somam-se a

necessidade do trabalho docente na busca por conceito, técnicas, métodos e meios

da avaliação frente à educação contemporânea.

A professora L. S., em 12 de abril de 2014 afirmou em sua participação no

fórum que:

O exercício de avaliar, não é tarefa fácil posto que se atribua a alguém um valor, um número em seu desempenho que o classifica como satisfatório ou apto ou o contrário disto. Avaliar é algo complexo por imputar ao outro um julgamento. Neste processo muitas vezes os critério desta mensuração não são claro, podem não ser aceitos, serem questionados por quem os recebe entendendo não serem válidos. No ambiente escolar trabalhamos com avaliações frequentes que exigem de nosso discente uma nota mínima (mensurável através de prova, trabalhos, entre outros), sinalizando uma suposta apropriação de determinados conteúdos. Há de se pensar nas formas, métodos de avaliar. Que instrumentos seriam mais viáveis e satisfatórios para avaliar? Lembrando que os discentes são diferentes em seus processos de aprendizagem. Especificidades que com a sala de aula como temos fica difícil de respeitar. Na escola temos que aplicar uma prova escrita e trabalhos com tempo determinado para ensinar o conteúdo, avaliar e entregar as médias. Um círculo vicioso. Questiono-me se o método utilizado na escola (prova, trabalho) é eficaz, dificuldades, facilidades, obstáculos, resistências, formas de superação e motivação para melhorar seriam interessantes pautas para uma participação dos discentes no sentido de entender a necessidade de avaliação uma vez que não estão presentes “os medos” das notas, do descontar pontos, que prejudicam situações desse tipo que se conduzem na perspectiva da auto avaliação.

A professora V.V, também em 8 de abril de 2014, enriqueceu o fórum apresentando

sobre a realidade da escola onde trabalha:

O processo de avaliação dos educandos na minha escola é um processo contínuo, que se inicia desde o primeiro momento, onde o professor tem a oportunidade de verificar o conhecimento prévio dos educandos com relação a alguns questionamentos ou, ainda, o domínio de conteúdos procedimentais do ensino – aprendizagem que se desenvolve através dos conteúdos. E a avaliação se da de maneira formativa, diagnóstica e processual, e acompanha o ritmo da aprendizagem dos alunos e norteia o trabalho do professor. E os instrumentos usados por mim em minha escola são de – interpretação de textos, fotos, imagens, gráficos, tabelas e mapas; pesquisas, relatórios, apresentação, discussão, construção e análise de maquetes. Os aspectos positivos são as discussões frequentes, onde, percebemos que o assunto na nossa escola não se esgota e aponta para a certeza de que o processo não deve restringir a determinados momentos da aprendizagem escolar, como geralmente acontece por meio de notas. Acreditamos que a avaliação deva ser vista não como um fim, mas como um meio de o professor identificar os avanços e as dificuldades do seu trabalho e reorientar sua prática pedagógica em busca dos objetivos da aprendizagem, em um processo diagnóstico e contínuo. São as atividades diárias que nos permitem reposicionar a avaliação em outra perspectiva, se

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necessário. Além das atividades propostas que servem de instrumento de avaliação dos conteúdos apreendidos e de orientação do trabalho, são sugeridos o emprego, nos momentos se necessários outras formas, ferramentas e posicionamento avaliativas, que tem como objetivo principal contribuir para o desenvolvimento pessoal do educando, a partir do processo ensino – aprendizagem, e cumprir sua responsabilidade social de educar as nos gerações.

ANÁLISE DO PROJETO E A UTILIZAÇÃO DO PORTFÓLIO COMO MÉTODO DE

AVALIAÇÃO FORMATIVA

Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9394/96), a

avaliação dentro do processo de ensino e aprendizagem deve ser contínua e

cumulativa, e os aspectos qualitativos deve prevalecer sobre os quantitativos, e os

resultados obtidos pelos alunos ao longo do período letivo devem ser mais

valorizados que a nota da prova final. Sobre isso, o modelo de avaliação formativa

pode ser entendido como uma excelente opção no caminho rumo à garantia da

evolução dos estudantes, uma vez que o mesmo dá ênfase ao “aprender”, em

detrimento da avaliação chamada somativa. Esse novo modelo de avaliar não se

restringe às paredes da sala de aula, mas altera as estruturas de quase todos os

níveis educacionais como o currículo, a gestão escolar, a organização em sala de

aula, às atividades e em especial à maneira como o professor avalia a classe.

Neste processo, o professor deixa de ser um transmissor de informações e

passa a ter o papel de parceiro dos alunos na busca por conhecimentos, para que

todos, juntos, e de formas diversas, trabalhando com a realidade e o contexto no

qual estão inseridos, alcancem os objetivos determinados dentro do processo de

ensino-aprendizagem.

Uma das ferramentas da avaliação formativa é o uso do Portfolio, modalidade

de avaliação retirada do campo das artes e que tem com o objetivo criar novas

formas de avaliação para o desenvolvimento das inteligências artísticas. De acordo

com HERNÁNDEZ, Fernando (2000, p.166) o portfólio é:

(...) um continente de diferentes tipos de documentos (anotações pessoais, experiências de aula, trabalhos pontuais, controles de aprendizagem, conexões com outros temas fora da escola, representações visuais, etc.) que proporciona evidências do conhecimento que foram sendo construídos, as estratégias utilizadas para aprender e a disposição de quem o elabora para continuar aprendendo”. Numa visão pedagógica, os portfólios podem

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ser entendidos como trabalhos ilustrativos dos alunos, e representam seus pensamentos, sentimentos, a sua maneira de agir; as suas competências e habilidades, proporcionando uma visão integral do conhecimento formal do estudante e sua participação na aprendizagem. Sendo assim, os portfólios permitem um modelo avaliativo de cooperação e participação, interação entre docente e discente, interdisciplinaridade e uma visível melhoria e qualidade da educação e do processo nos ambientes escolares.

Neste sentido, o uso do portfólio como subsídio para o ensino de Geografia foi

de grande importância, tanto para a aplicabilidade dos conteúdos pelo professor

quanto pelo desenvolvimento das atividades pelos alunos. Esta modalidade

pedagógica oportunizou aos educandos o conhecimento histórico, geográfico, físico,

político, econômico, cultural e social do espaço onde vivem. Despertou neles o

desejo de busca pelo conhecimento, que não está preso apenas aos limites da

escola, mas sim ao redor, embutido em todas as áreas de conhecimento.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O artigo aqui apresentado projetou a análise da avaliação enquanto processo

educativo. Neste contexto, vários estudos e experiências foram de grande valia para

a organização do trabalho pedagógico e na busca de novas vertentes para o ato de

avaliar, na perspectiva de disciplina de Geografia e seus objetivos.

O desenvolvimento do projeto foi importante ao permitir aos alunos a

pesquisa diferenciada dentro e fora do ambiente escolar, a busca pelo conhecimento

não só pedagógico, mas da própria cultura popular, o estudo através de passeios e

visitas in loco, para a construção de conhecimentos geográficos, e discussões que

promoveram a troca de experiências com colegas.

Neste contexto, a produção dos Portfólios atraiu a atenção dos estudantes,

fazendo com que os mesmos se dedicassem a trabalho escolar e identificassem as

variadas possibilidades de aquisição de conhecimento.

Quando à avaliação, em sua modalidade formativa, esta se fez como

ferramenta de auxílio no entendimento dos resultados obtidos a partir do trabalho do

professor. Permitindo o uso de técnicas, modelos e metodologias diferenciadas, o

portfólio e a avaliação formativa emergem como opções somatórias ao exercício da

docência, e na busca pela excelência e qualidade de ensino.

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O PDE, Programa de Desenvolvimento da Educação, propiciou durante todo

o período do curso, um crescimento e aprimoramento dos conhecimentos didático-

pedagógicos muito importante para o caminhar enquanto docente. Neste aspecto, os

estudos, as pesquisas, a formulação do projeto e sua aplicabilidade acrescentaram

experiências valiosas no âmbito profissional e também pessoal, ao questionar,

entender e aceitar novos olhares para a educação, que na atualidade encontra-se

defasada e carente de novas propostas e possibilidades.

A troca de informações com colegas que atuam na disciplina de Geografia, e

as orientações do professor orientador foram fatores que me levaram a ter uma

visão mais crítica e também enriqueceram minha prática pedagógica,

especialmente no ato de avaliar, além de propiciar um olhar diferente sobre a

educação. Utilizar as metodologias e atividades diversificadas e instrumentos

avaliativos que contribuam para o ensino aprendizagem. Minha prática deve estar

voltada para o aluno e de acordo com sua realidade social enquanto sujeito da ação

da professora, destaco também a importância do programa propiciar a capacitação

para o uso das tecnologias, uma vez que ela está inserida no contexto educacional

como facilitador de ensino, da pesquisa, da comunicação, da troca de

experiências.

A participação nos cursos, seminários e GTR foram de grande valia, pois

trouxe novos elementos que me levaram a redimensionar minha prática como

resultado da aprendizagem por fazer parte de um processo em que se aprende e se

ensina. O programa auxiliou na integração dos conteúdos teóricos junto à prática,

proporcionando novas maneiras de trabalhar com os alunos, realizar minhas ações

de forma mais crítica, pois subsidiou o fazer pedagógico com teorias pertinentes aos

conteúdos e os métodos de ensino passaram a ser mais eficazes.

Os trabalhos realizados durante o programa resultaram em uma nova maneira

de pensar a educação, a escola, o aluno, alterando de forma positiva minha forma

de atuação na sala de aula, o repensar da minha prática resultou dos conhecimentos

teóricos e das reflexões, os quais me ajudaram a utilizar novos recursos,

metodologias e instrumentos avaliativos que contribuam para a formação integral

dos alunos.

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REFERÊNCIAS

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