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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
JOGOS COPERATIVOS E VIOLÊNCIA ESCOLAR: UMA PROPOSTA COMPLEMENTAR NA FORMAÇÃO DO CURSO NORMAL1
Marcelo Ricardo Zakaluka2 Christine Vargas Lima3
RESUMO O presente artigo é parte integrante do Projeto de Desenvolvimento Educacional (PDE), como resultado da Implementação Pedagógica realizada no primeiro semestre de 2014, com os alunos do 4° ano do Curso Normal, do Colégio Estadual Arnaldo Busato – EFMNP, de Coronel Vivida – PR. Organizou-se uma proposta de trabalho com o objetivo de ofertar aos formandos, uma formação complementar com discussões e vivências de atividades, tratando dos jogos cooperativos como uma ferramenta auxiliar na minimização dos conflitos em sala de aula e na abordagem dos assuntos ligados a violência. Constatou-se através de uma análise qualitativa, que embora se trate de um curso profissionalizante, mudanças são necessárias na forma de planejar e conceber a formação docente, tendo como ponto de partida a formação dos professores pelos professores em qualquer nível de ensino, e que trabalhos dessa dimensão devem ser encarados com mais dedicação por parte dos futuros profissionais da educação. Palavras-chave: Educação Física; Violência; Jogos Cooperativos; Formação de Professores.
INTRODUÇÃO
O mundo contemporâneo, com todo seu desenvolvimento tecnológico e
melhores condições de acesso à informação e ao conhecimento, não conseguiu dar
conta de inúmeros problemas sociais.
Estes problemas sociais, também estão presentes na vida social e escolar
dos alunos. Dentre eles, destaca-se a violência como um fenômeno cultural
multifacetado, presente, inclusive, nas relações que acontecem dentro da escola,
desde muito cedo.
1 Artigo elaborado como exigência parcial para a conclusão do Programa de Desenvolvimento
Educacional (PDE), da Secretaria de Estado da Educação do Paraná. 2 Professor do Colégio Estadual Arnaldo Busato – EFMNP, da rede estadual de educação do Paraná.
Especialista em Educação Física Escolar pela UEPG. E-mail: [email protected] 3 Professora do Departamento de Pedagogia da Unicentro e do Programa de EAD. Orientadora do
Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE). Mestre em Educação - Unicampi/Unicentro. E-mail: [email protected]
Nas aulas de Educação Física, os alunos estão mais sujeitos a essas
situações, e os Jogos Cooperativos, surgem como uma ferramenta pedagógica para
discutir a violência, o conflito e a indisciplina na sala de aula, resgatando valores e
atitudes e proporcionando a melhoria nas relações entre professores e alunos, com
ênfase no trabalho em grupo.
A formação profissional também deve passar por um processo de mudança,
distanciando-se dos modelos pré-concebidos de educação e libertando-se do
excesso de atividades burocráticas, deixando aos próprios professores a
incumbência de promover a formação da categoria, baseada na construção coletiva
do conhecimento vinculada à prática profissional.
Na fundamentação teórica, primeira parte desse trabalho, estão apresentados
os temas, em torno dos quais desenvolveu-se esse estudo e seus referenciais
teóricos. Num segundo momento, descrevemos sobre a metodologia utilizada
durante a intervenção na escola, com base no Caderno Pedagógico. E por fim,
discutimos a proposta com os autores que compõem o estudo finalizando com as
devidas considerações.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1. A QUESTÃO DA VIOLÊNCIA E A EDUCAÇÃO PARA A PAZ
A diminuição da qualidade das relações sociais vem contribuindo para o
aumento das situações de violência, tendo recebido grande atenção e divulgação
por parte dos meios de comunicação, através dos acontecimentos ocorridos em
diversas áreas, incluindo os esportes.
O fato da humanidade não saber como resolver seus problemas, e aí está
inserida, muitas vezes, a questão da competição exacerbada, acaba por torná-la
mais insensível, menos tolerante, mais egoísta, impaciente e irritada. É quando
aparecem as situações que vão desde os pequenos desentendimentos até a pior
das agressões, envolvendo todo tipo de violência.
Para Guareschi e Silva (2008, p. 49), “o termo violência é abrangente, por
vezes generalista, e seu significado depende do contexto social, econômico e
cultural em que está inserido”.
Minayo apud Araújo et al (2012, p. 243), acrescenta que “apesar de afetar
todo o tecido social no momento atual, a violência constitui um fenômeno universal,
complexo e polissêmico que acompanha a humanidade desde o seu princípio”, ou
seja, é um problema histórico, e nos diz ainda que suas raízes “estão fincadas em
macroestruturas, conferindo-lhes formas de expressão conjunturais, atualizando-se
no cotidiano das relações interpessoais”. Dito de outra maneira, podemos não ter
consciência de que estamos praticando ou agindo de forma agressiva, violenta.
Acostuma-se às situações de violência, e o uso indiscriminado das palavras,
faz com que inconscientemente, atenue-se a gravidade das expressões e passa-se
a empregá-las habitualmente. Tais informações são reproduzidas através dos meios
de comunicação e com grande presença no universo dos jogos eletrônicos
Arendt apud Fischmann (2001, p. 74), ao descrever sobre o assunto, afirma
que “a violência em todas as suas manifestações, coloca-se como instrumental,
procurando justificar-se pelos fins que almeja”. Em outras palavras, ela surge ou é
reproduzida segundo um conjunto de interesses.
Guareschi e Silva (2008, p. 70), concordam com o pensamento anterior, ao
falar sobre violência, afirmando que a prática da violência também é influenciada,
mesmo que de forma indireta, “pelas características da sociedade moderna, que
banaliza as situações de violência, cria desigualdades sociais, econômicas e
culturais, pela prática de atividades ilícitas e pela cultura de consumo”.
A violência está presente em todos os seguimentos da sociedade, atuando de
várias formas segundo os agentes envolvidos, fazendo-se presente também no
ambiente escolar. Os episódios de violência que ocorrem dentro da escola não
deixam dúvida da grande necessidade de debater este tema na atualidade, no Brasil
e no mundo (CHRISPINO, 2007; CHALITA, 2008).
Os alunos são por vezes, reprodutores de atitudes, ideias, sentimentos,
comportamentos e palavras, oriundos do grupo social ao qual estão inseridos e
passam a maior parte do tempo. A violência que ocorre fora da escola muitas vezes
se repete em sala de aula, nos intervalos e até mesmo nos períodos em que a
escola se encontra fechada.
Todas as instituições sociais, inclusive a família, entraram em crise e num
processo de transformação, passando para a escola a responsabilidade que seria
delas, a de educar, ocasionando uma mudança no perfil de comportamento do aluno
(CHRISPINO e DUSI, 2008, p. 599).
No esporte não é diferente, e muitas vezes, nos deparamos com situações de
provocação, fanatismo e violência, entre dirigentes, atletas e torcedores. Quanto
mais sangrentas forem as lutas, mais público e índices de audiência tem os eventos
que as organizam. Quantas brigas, acidentes e mortes já foram causados antes,
durante e após uma partida de futebol. O uso de expressões, que fazem conotação
com a violência como “duelo”, “batalha”, “guerra” ou “confronto de gigantes”, são
muito comuns e socialmente aceitas, tendo a mídia como principal veiculador deste
tipo de informação. Pensando assim, Orlick (1989, p. 75), descreve:
A agressividade controlada pode ter valor de entretenimento para alguns espectadores e de autoestima para certos jogadores. Pode proporcionar um ambiente de integração, onde certas pessoas se sintam aceitas, principalmente aquelas que não conseguem fazer outra coisa na vida. Entretanto, se quisermos ter uma sociedade mais educada e mais pacífica, seria muito sábio desestimular todas as formas de agressão, mesmo que estejam ocorrendo num filme ou num jogo.
Para Soler (2008, p. 46), “as formas de competição às vezes só nos levam à
frustração, angústia e agressividade, e em casos mais extremos, à violência”. É
preciso repensar a forma, a maneira como o ser humano vem se comportando nos
dias atuais.
Ampliando a discussão sobre o assunto, destacamos o pensamento do
sociólogo Johan Galtung, que faz uma distinção entre violência pessoal e estrutural:
Denomina-se violência pessoal ou direta ao tipo de violência causada por pessoas que cometem atos de destruição contra outras. A violência estrutural ou indireta alude àquela em que não é possível identificar o sujeito ou sujeitos que a cometem, já que é parte da mesma estrutura social [...] Dito de outro modo, poderíamos identificar a violência estrutural com a injustiça social (apud VELÁZQUEZ CALLADO, 2004, p. 21).
Com base na ideia de Galtung e da necessidade do próprio autor em redefinir
um conceito de violência, Velázquez Callado (2004, p. 22), entende que a violência é
“à causa que impede o desenvolvimento de todas as potencialidades dos seres ou
dos grupos humanos”. Tudo aquilo que venha a prejudicar alguém na organização
de suas faculdades, habilidades, gerando algum tipo de impedimento, seja individual
ou coletivamente, fruto de uma ação direta ou indireta, pode ser considerada como
uma forma de violência.
Maia Junior e Pastor (1997, 276), descrevem o comportamento como “ações
causadas por fatores heterogêneos, procedimentos ou maneira de agir”. Cabe
perguntar então, se a forma como estamos encarando nossos problemas, como
recebemos as más notícias ou como agimos diante de determinada situação, estão
acontecendo de forma madura e equilibrada ou se nos deixamos levar pela emoção,
pelo temperamento, pelo momento em que estamos passando e aproveitamos para
“descarregar” o produto das nossas mazelas.
Cury (2008, p. 97), descreve que “nos primeiros trinta segundos de tensão,
cometemos os maiores erros de nossa vida, falamos palavras e temos gestos diante
das pessoas que amamos que jamais deveríamos expressar”. Então, nos parece
que a violência esta diretamente relacionada ao controle, ao equilíbrio emocional.
Enfim, abordar a questão da violência, mais precisamente da violência na
escola, é trabalhar no sentido de organizar estratégias pedagógicas, pensar em
possibilidades metodológicas, que envolva o esforço de toda uma “rede” de agentes,
num esforço contínuo para reduzir as situações de conflito.
Contrapondo-se a essa “cultura de morte” tão presente em nossa sociedade
surge a necessidade de desenvolver nas crianças e adolescentes um novo olhar,
uma educação voltada para a Paz.
A paz é uma aspiração humana, que deve ser buscada na vida pessoal e
social, em todo lugar, em qualquer cidade, estado ou nação, e sua efetivação não
pode ser atrapalhada, impedida pela insegurança, pela injustiça, pela falta de
confiança, pelo medo ou por qualquer outro tipo de violência contra a pessoa e a
dignidade humana. Cabem às pessoas, famílias e comunidades, órgãos, institutos e
organizações, trabalharem no sentido do desenvolvimento de uma cultura de paz,
inclusive na escola.
Gonçalves (2008, p. 4), ao falar da paz como um processo que deve ser feito
a partir de uma análise da realidade, complementa que:
[...] a paz não pode ser construída como um elemento isolado, já que está associada à justiça e a solidariedade; a paz não é somente uma meta a ser alcançada, é também um processo que envolve ações individuais e coletivas; é através das interações humanas que o ser humano aprende os padrões de comportamento necessários para uma cultura de paz.
Outra contribuição importante que reforça a citação anterior de Gonçalves, e
é descrita por Paulo Freire:
[...] a paz não é um dado dado, um fato intrinsecamente humano comum a todos os povos, de quaisquer culturas. Precisamos desde a mais tenra idade formar as crianças na “Cultura da Paz”, que necessita desvelar e não esconder, com criticidade ética, as práticas sociais injustas, incentivando a colaboração, a tolerância com o diferente, o espirito de justiça e da solidariedade (apud FREIRE, 2006, p. 391).
É preciso trabalhar na promoção da igualdade social, na recuperação dos
valores éticos e morais, no exercício pleno da cidadania e na reestruturação de
certos padrões culturais. É escapar da condição alienante tão presente nestes
tempos de capitalismo globalizado.
Ao falar de paz, precisa-se superar sua concepção negativa, vista apenas
como um estado de tranquilidade, de mansidão, de harmonia e serenidade, de
ausência de dificuldades e problemas, da inexistência de conflitos e violências, mas
antes, compreendê-la em seu sentido positivo, configurando-se como um processo
contínuo, baseado na cooperação, na justiça, no entendimento e na resolução
pacífica do conflito (VELÁZQUEZ CALLADO, 2004).
Outro conceito de Educação para a Paz, entendida aqui como um processo
contínuo e permanente, a partir da resolução do conflito, é apresentado por Slemian
(2010, p. 17), onde haja “a pretensão de desenvolver um novo tipo de cultura, que
ajude as pessoas a entender criticamente a realidade, desigual, violenta, complexa e
conflituosa, para que possam ter uma atitude e uma ação diante dela”.
De acordo com Jares apud Velázquez Callado (2004, p. 32), ao descrever
sobre sua concepção do que seria uma educação voltada para a paz a identifica
como:
[...] um processo educativo, dinâmico, contínuo e permanente, fundamentado nos conceitos de paz positiva e no conflito, como elementos significativos e definidores, e que, por meio da aplicação de enfoques sócio-afetivos e problematizantes, pretende desenvolver um novo tipo de cultura, a cultura da paz, que ajude as pessoas a desvendar criticamente a realidade, para poderem situar-se diante dela e, e, consequência, nela tomar parte.
Observa-se, com base nestas ideias, que torna-se impossível pensar numa
concepção de Educação para a Paz, sem que se possa, através de uma ação
dialógica, crítica e reflexiva, buscar o entendimento entre os envolvidos, a
conciliação de ambas as partes de forma justa e colaborativa, promovendo a
resolução não-violenta dos conflitos. Permite-se aos indivíduos, procurar entender
esta relação e o porquê dela existir, assumindo uma conotação questionadora e
libertadora das injustiças sociais.
Embora existam avanços nas questões teóricas e metodológicas, faz-se
necessária uma atuação em favor de uma educação mais crítica e participativa,
capaz de provocar mudanças na estrutura das relações humanas, pessoal e
socialmente (SALLES FILHO, 2008).
Entendendo a Educação para a Paz, como um processo de transformação e
mudança cultural, centrado no conflito e no tratamento dado a ele, o quadro a seguir,
apresenta em síntese, um comparativo entre a cultura tradicional, em que a paz se
apresenta com sentido negativo e a cultura de paz, num sentido positivo:
Cultura Tradicional (Paz negativa)
Cultura de Paz (Paz positiva)
A paz define-se como ausência de guerras e de violência direta.
A paz define-se como ausência de todo tipo de violência (direta e estrutural). A justiça social é uma condição para que ela exista.
A paz limita-se as relações nacionais e internacionais e sua manutenção depende unicamente dos estados.
A paz faz parte da vida, pessoal e interpessoal. É responsabilidade de todos e de cada um de nós.
A paz é um fim, uma meta a que se tende e que nunca se alcança plenamente.
A paz é um processo contínuo e permanente.
O fim justifica os meios. O uso da violência é justificável para alcançar e garantir a paz.
Não deve haver incoerência na utilização dos métodos para alcançar a paz. Não se justifica a utilização da violência em nenhum caso.
A paz é utópica e inalcançável. A paz é um processo contínuo e acessível. A cooperação, o entendimento e a confiança são as bases das relações.
O conflito é visto como algo negativo. O conflito existe independente de sua regulação. O negativo é recorrer a violência para regulá-lo.
É preciso evitar os conflitos. O conflito é necessário. É preciso resolvê-los sem recorrer à violência.
Quadro 1: Adaptado de VELÁZQUEZ CALLADO, 2004, p. 28.
Velázquez Callado (2004) descreve, com base na opinião de diferentes
autores, aqueles que devem ser os princípios básicos, as espinha dorsal, de uma
escola orientada para a promoção de uma Cultura de Paz, sendo eles: o diálogo, o
aprendizado cooperativo, o desenvolvimento da afirmação da personalidade, o
estabelecimento das normas reguladoras da escola num padrão de democracia
participativa e igualitária, o desenvolvimento da empatia, a ideia de que a violência é
evitável e, o principal deles, que é a resolução pacífica dos conflitos.
A Educação para a Paz configura-se como uma possibilidade de discutir,
intervir e promover uma Cultura de Paz na escola, tendo em vista o cenário atual da
sociedade moderna, extremamente individualista, competitiva e cada vez mais
violenta. Apresenta-se como uma alternativa, sujeita a críticas, considerações e
questionamentos a cerca de seus pressupostos e métodos, o que demanda tempo e
esforço para que possam ser realizadas as primeiras análises. Além disso, precisa-
se claramente estabelecer prioridades nas ações, tendo talvez, como um de seus
principais objetivos a formação de educadores.
2. DA COMPETIÇÃO PARA A COOPERAÇÃO NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
De forma alguma, pretende-se afirmar através deste estudo, que a
competição deva ser “extinta”, ou que ela é responsável por todos os problemas
existentes, mas que a distorção de valores gerada pelo seu estímulo desenfreado,
pode ser considerado um dos desencadeadores desse processo.
A palavra competição pode ter vários significados como: combate, batalha,
luta, prova, concurso e jogo entre outros. E competir pode ser entendido como o ato
de lutar por algo ou procurar obter alguma coisa visada por outro, tem haver com
rivalidade e com concorrer na busca de um objetivo esportivo (LIMA, 2002, p.101).
Fomentar a ideia de que a competição é algo “nato” no ser humano, que
participa desse processo desde a fecundação, que a gestação e o nascimento são
conquistas frente ao direito de viver e que no decorrer da vida o resultado de nossas
escolhas, atitudes e relações são frutos da vitória ou da derrota, seria limitar ou
reduzir todo o potencial humano, a uma única característica, um único fator.
Ao falar da destruição, da crueldade e da violência, como resultado da
competição, afirma Orlick (1989, p. 17), que estas “...passaram a existir com o
aumento da produtividade, a divisão do trabalho, a formação dos grandes
excedentes da produção e a criação dos Estados com suas hierarquias e elites”, o
que reforça a ideia de que somos levados a agir assim, mas não que o sejamos por
natureza.
Por estas e outras, não cabe aos professores de Educação Física, fomentar a
competição de forma indiscriminada, sem perceber e analisar suas consequências,
ao longo do processo de ensino, sem questionar e discutir com nossos alunos, os
valores e as ideias aí contidas.
Velázquez Callado (2004, p.113), reforça essa hipótese ao afirmar que:
[...] as atividades cooperativas em geral e os jogos cooperativos em particular podem converter-se em um importante recurso na hora de promover uma Educação Física baseada em valores e são vários os autores que ressaltam as vantagens de incorporar atividades e jogos cooperativos tanto nos programas de educação formal como nos de ócio e tempo livre.
A cooperação pode ser descrita, segundo Barbanti (1994, p. 62), como “o
relacionamento mútuo entre indivíduos ou grupos, que é direcionado para atingir um
objetivo, trabalhando juntos para alcançar uma recompensa coletiva”.
De acordo com Vila Nova (2004, p. 190), a cooperação é um “...processo
social imprescindível à organização social. Não pode haver sistema social sem um
mínimo de cooperação”.
Com base nestas duas definições, pode-se entender que, a cooperação foi e
continuará sendo, uma das principais características para a continuidade da
existência humana, tendo em vista, a necessidade do emaranhado de problemas e
injustiças sociais, visíveis em todos os setores da sociedade, incluindo a escola.
Para Soler (2008, p. 68), “jogar cooperativamente é reaprender a conviver
consigo mesmo e com as outras pessoas”, dando início a um processo que “serve
para nos libertar da competição” e tendo como objetivo principal “a participação de
todos por uma meta comum”.
Brotto (2001, p. 55), descreve um conceito mais amplo, direcionado ao
resultado das ações, dos sentimentos despertados nas pessoas:
Os jogos cooperativos são jogos de compartilhar, unir pessoas, despertar a coragem para assumir riscos, tendo pouca preocupação com o fracasso e o sucesso em si mesmos. Eles reforçam a confiança pessoal e interpessoal, uma vez que, ganhar e perder são apenas referências para o contínuo aperfeiçoamento de todos.
Em outras palavras, os conceitos que os dois últimos autores querem
evidenciar, é que a pessoa pode através da prática dos jogos cooperativos,
participar com mais prazer das atividades sem se sentir excluída, aprendendo a lidar
com suas limitações e as de seus colegas, melhorando suas relações sociais,
buscando alcançar as metas em beneficio de todos, estabelecendo assim, um novo
significado ao jogo.
Segundo Brown (1994, p. 38), “...a ênfase nos jogos cooperativos está na
participação de todos e não no resultado. [...] A cooperação é um caminho que pode
ajudar a solucionar criativamente problemas e conflitos”.
Os jogos e brincadeiras (entre eles os cooperativos) devem ser como que um
conjunto de possibilidades, e são de fundamental relevância no desenvolvimento do
ser humano, na representação do real através do imaginário. Embora tenham regras
e uma estrutura própria, permitem ampliar suas possibilidades de ação através de
adaptações que vão de encontro aos interesses e necessidades dos participantes
(PARANÁ, 2008).
Dessa forma a utilização dos jogos cooperativos, enquanto conteúdo da
Educação Física Escolar, pode ser uma importante ferramenta pedagógica na
diminuição da “competição” entre os educandos, reduzindo os conflitos, os
desentendimentos e brigas, tão presentes no Ensino Fundamental, desenvolvendo
entre outras coisas a necessidade de colaborarem uns com os outros, aprenderem a
trabalhar em conjunto, cooperar com seus colegas e professores, e
consequentemente, proporcionar melhores condições de ensino-aprendizagem.
3. AS MUDANÇAS EDUCACIONAIS E A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES
Em vista das preocupações geradas em torno da violência, dentro e fora da
escola, e da questão da competição excessiva que contribui com esse processo,
buscar alternativas que contribuam para a análise, discussão e elaboração de
estratégias de ação, com o intuito de minimizar tais problemas, é uma necessidade
social e, consequentemente, do mundo da educação.
Pensar na possibilidade de discutir valores humanos, de construir uma
educação voltada para a paz, tendo como ferramentas as atividades de cunho
cooperativo, é inevitável que para conceber tal proposta, é preciso adentrar no
campo da formação de professores.
A escola assume esse papel de contribuir para a transformação de uma
sociedade, mas segundo Paro (2001, p. 10):
“Não há dúvida que podemos pensar na escola como instituição que pode contribuir para a transformação social. Mas uma coisa é falar de suas potencialidades [...] outra coisa bem diferente é considerar que a escola que aí está já esteja cumprindo essa função. Infelizmente essa escola é sim reprodutora de certa ideologia dominante, é sim negadora dos valores dominados e mera chanceladora da injustiça social”.
Nóvoa (2009, p. 20), vem reforçar a crítica realizada pelo autor anterior,
quando fala que:
“Mas nada será conseguido se não se alterarem as condições
existentes nas escolas e as políticas públicas em relação aos professores. É inútil apelar à reflexão se não houver uma organização das escolas que a facilite. É inútil reivindicar uma formação mútua, inter-pares, colaborativa, se a definição das carreiras docentes não for coerente com este propósito. É inútil propor uma qualificação baseada na investigação e parcerias entre escolas e instituições universitárias se os normativos legais persistirem em dificultar esta aproximação”.
Escola e professores encontram-se muitas vezes, a mercê de uma série de
tarefas e atividades burocráticas, que vem sendo discutidas e debatidas ao longo da
história da educação desse país, e naquilo que deveria ser dado maior importância,
em relação ao trabalho docente, como é o caso da prática profissional, acaba
ficando em segundo plano.
Não que essas tarefas (conselhos, reuniões, planejamentos, capacitações,
semanas pedagógicas, livro de registro de classe e formação tecnológica entre
outras mais) tenham que ser deixadas de lado ou esquecidas, mas maior ênfase
poderia ser dada ao trabalho pedagógico do professor. E para piorar a situação
quase sempre esses encontros, chegam até os professores como um modelo
pronto, um discurso que se repete constantemente a cada troca de governo.
Realizando uma crítica e apontando um possível caminho para isso, Nóvoa
(2009, p. 22), nos diz que:
“Muitos programas de formação contínua têm-se revelado inúteis, servindo apenas para complicar um quotidiano docente já de si fortemente exigente. É necessário recusar o consumismo de cursos, seminários e ações que caracteriza o atual ‘mercado da formação’ sempre alimentado por um sentimento de ‘desatualização’ dos professores. A única saída possível é o investimento na construção de redes de trabalho coletivo que sejam o suporte de práticas de formação baseada na partilha e no diálogo profissional”.
Quando se trata de educação, é possível identificar uma preocupação
estabelecida em dois níveis distintos, daqueles que discutem a questão técnica e
metodológica utilizada, que mesmo sendo em sua grande maioria conservadores,
concordam com a necessidade de uma mudança, e daqueles que estão
preocupados com os valores fundamentais do homem, com os valores humanos e
entendem a educação como uma oportunidade de transformar a sociedade. Em
ambos os casos há um consenso de que existe a necessidade de mudança
(GANDIN, 2000).
Vale destacar as palavras de Paulo Freire (1987, p. 38), ao falar da
necessidade de um momento de superação, aponta que “a práxis, porém, é reflexão
e ação dos homens sobre o mundo para transformá-lo. Sem ela, é impossível a
superação da contradição opressor-oprimido”.
Russel apud Correa (2006, p. 22), chama a atenção para a forma como
lidamos com algumas situações, quando fala que “a repetição dos problemas que
ainda discutimos não se dá pela inexistência de soluções, mas sim, pela forma
reducionista e materialista de percebê-los e que a grande revolução que se coloca
para o novo século é uma revolução de consciência”.
Talvez, nunca como antes, faz-se necessária uma reformulação social,
política e educacional no mundo e principalmente em nosso país. Sobrevive-se em
meio a uma “cultura de morte”, da supervalorização dos bens materiais em
detrimento dos valores humanos. A transformação social pode e deve acontecer, a
partir da instituição escolar, em parceria com as famílias, as igrejas e com qualquer
outra instituição que corresponda aos interesses dessa transformação.
Segundo Gandin (2000, p. 16), “para que a mudança social aconteça e para
que valha a pena que ela aconteça, é necessário, respectivamente, que se realize
uma ação capaz de vivenciar uma concepção e que haja uma concepção
teoricamente viável e eticamente justificada”.
Piletti (2002, p. 152), ao descrever sobre a educação escolar acrescenta que
ela “tanto pode atuar historicamente, constituindo-se em fator de mudança interna e
externa na escola, quanto pode colocar-se contra a História, transformando-se em
eficaz instrumento de conservação da situação vigente”.
Com base nos pensamentos dos autores acima, entende-se que as
mudanças sociais acontecem, não abruptamente, mas a partir de uma série de
eventos que contribuem para que ela aconteça. Faz-se necessário refletir sobre
estas mudanças, qual a relevância de seus pressupostos, quais os objetivos da
concepção ideológica em que está pautada tal alteração. E que no caso da escola,
ela pode existir de duas formas: colocando-se a favor das ideias e contribuindo
positivamente para que ocorram as mudanças, ou assumindo uma posição
conservadora, ficando à margem da evolução, seja ela tecnológica ou não, sem
estabelecer assim nenhum exercício crítico, reflexivo e contextualizado, com base
na realidade social dos educandos.
Dito de outra forma fica impossível conceber qualquer mudança na educação,
se aqueles questão diretamente ligados as questões de ensino-aprendizagem, que
são os professores, não tiverem uma participação mais ativa. E que a formação
desses, por sua vez, aconteça a partir dos próprios profissionais da educação e
distancia-se ao máximo dos ‘modelos’ prontos e inacabados.
METODOLOGIA
Para a realização deste estudo foi efetuada uma pesquisa de campo, que tem
por objetivo “conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um determinado
problema, para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese, que se queira
comprovar, ou ainda, de descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles”
(MARCONI e LAKATOS, 2010, p. 169).
É um método de pesquisa qualitativo, diferente dos métodos quantitativos, e
sua abordagem utiliza concepções, estratégias, métodos de coleta, análise
interpretação de dados, diferenciados. Os procedimentos qualitativos são baseados
em textos e imagens, similares aos quantitativos na análise dos dados, mas usam
diferentes estratégias de investigação (CRESWELL, 2010).
Caracteriza por ser um estudo de caso, procurando reunir o maior número de
informações, visando compreender a totalidade de uma situação e descrever a
complexidade de um caso concreto, de um determinado problema (Goldenberg,
2005, p. 33-34). Em outras palavras, são realizados estudos que envolvem uma
determinada unidade social como um grupo, instituição ou comunidade (Martins,
1994, p. 28), pois utilizou como amostragem os alunos do 4º ano do Curso Normal.
Como instrumento de coleta de dados, foi utilizado um questionário
diagnóstico, que segundo Cervo (1996, p. 138), “é a forma mais usada para coletar
dados, pois possibilita medir com melhor exatidão o que se deseja [...] e deve, ainda,
ser limitado em sua extensão e finalidade”. O questionário foi composto por 5
perguntas abertas, direcionado aos alunos do Curso Normal, visando compreender o
entendimento deles sobre as aulas de Educação Física, a Violência e os Jogos
Cooperativos. Foi aplicado no início e no final do trabalho, permitindo assim, uma
análise e interpretação dos dados.
A aplicação do Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola ocorreu no
segundo semestre de 2014 com os alunos do 4º ano do Curso de Formação de
Docentes da Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental -
Modalidade Normal, do Colégio Estadual Arnaldo Busato – EFMNP, de Coronel
Vivida – PR, sendo dividido em oito Unidades Didáticas que formaram o Caderno
Pedagógico. Cada unidade teve uma duração de 04 horas-aula presenciais,
perfazendo um total de 32 horas de efetivo trabalho com os alunos.
Nas unidades de I a VI, foram oportunizados momentos de estudo, prática e
discussão, sobre jogos e brincadeiras, das questões relativas a competição e a
cooperação, da violência existente dentro e fora da escola e a participação da mídia
nesse processo, dos princípios e definições de uma educação para a paz, dos jogos
cooperativos enquanto conteúdo, como ferramenta de inclusão social, sua
classificação e da metodologia utilizada no emprego destes e, da organização e
execução de um evento cooperativo.
Nesses encontros, o trabalho desenvolveu-se de forma a apresentar aos
alunos, os temas/assuntos, seus conceitos e definições, levantamento de questões,
os autores referentes a cada assunto, estabelecendo-se um diálogo entre os autores
e alunos e foram realizadas as considerações. Sempre ao final de cada encontro os
alunos recebiam uma tarefa a ser apresentada, partilhada com todo o grupo antes
de dar início à próxima unidade.
Observou-se, que a opinião dos alunos em relação aos jogos cooperativos,
encontrava-se muito superficial, demonstrando a falta de embasamento e
conhecimento teórico sobre o assunto. Foi unanime o entendimento dos educandos
em relação à aceitação da competição como um processo “natural” do ser humano,
independente dos valores culturais inseridos na sociedade.
Em se tratando da violência, e da pouca importância que parece ser dada a
esse assunto, Chrispino (2007, p. 12) afirma que “a sequência de episódios violentos
envolvendo o espaço escolar, não deixa dúvidas quanto a necessidade de se trazer
a tona este tema à grande arena de debates da educação brasileira”. Ou seja, a
violência, e mais especificamente, a violência escolar, apresenta-se como um
grande problema, que vem abalando as “estruturas” da educação e precisa
estabelecer-se como prioridade nas discussões com a participação de toda a
comunidade escolar.
A educação para a paz, é um tema “novo”, e a construção de uma cultura de
paz, centrada no diálogo e na resolução pacífica do conflito através de sua
mediação parece ser algo complicado, trabalhoso, e que não deveria dizer respeito a
atuação do professor, segundo os alunos.
Em cada uma das unidades didáticas, foram realizadas quatro atividades,
onde os alunos puderem vivenciar algumas práticas. A forma como essas práticas
foram conduzidas, respeitou a sequência elaborada por David Earl Plats, enquanto
instrumento de aprendizagem. De acordo com o autor, eles são divididos e
trabalhados na seguinte ordem: jogos de quebra-gelo e integração, jogos de toque e
confiança, jogos de criatividade e sintonia, e jogos de fechamento (SOLER, 2008).
Orlick (1989), apresenta uma outra classificação, onde os jogos cooperativos
estão divididos numa sequência que tem início com os jogos semicooperativos,
passando pelos jogos de inversão, pelos de resultado coletivo até chegar aos jogos
cooperativos sem perdedores.
Observa-se a partir dessas duas definições, que embora cada autor
estabeleça sua própria classificação, tecnicamente, não existe divergência quanto
ao momento em que determinada atividade cooperativa deve ser empregada. Em
outras palavras, os jogos semicooperativos tem a mesma funcionalidade dos jogos
de quebra-gelo e integração, e assim, sucessivamente.
As atividades cooperativas foram apresentadas de forma progressiva, por
etapas, trata-se de um trabalho diferenciado, que procura evitar o “choque”, que
além de desnecessário poderia vir a atrapalhar o trabalho. E em se tratando de um
trabalho curto, foi possível constatar a rejeição inicial dos alunos na realização das
atividades, e mesmo nos últimos encontros, alguns deles ainda apresentavam
grande resistência ao trabalho em grupo e a cooperação com os colegas,
justificando que sem a existência da competição “não havia graça”. Atitude essa,
repetida em uma das atividades da tarde cooperativa, onde um grupo de alunos
desenvolveu uma atividade com maior ênfase na competição, demonstrando assim,
que não houve assimilação ou qualquer tipo de mudança de comportamento ou
modo de pensar.
Posteriormente, nas duas últimas etapas, ocorreu a organização e a
realização de uma tarde cooperativa. Na unidade VII, os alunos formaram grupos, e
elaboraram as atividades utilizadas, estabelecendo uma sequência de apresentação
e tarefas, o local de realização e a organização do material.
No último encontro, os alunos puderam vivenciar as práticas escolhidas e
adaptadas por eles, a partir das vivências executadas em cada uma das etapas,
com os alunos de duas turmas de 3º anos do Ensino Fundamental, da Escola
Municipal Prefeito Paulino Stedile, ocorrendo assim, a realização do evento
propriamente dito, e sua posterior avaliação.
No quadro a seguir, é apresentado um esquema contendo os assuntos e a
descrição das atividades trabalhadas:
CADERNO PEDAGÓGICO
Unidade Assunto / Tema Atividades
I
Questionário diagnóstico;
Jogo, brinquedo e brincadeira;
Jogos cooperativos: aproximações históricas.
1. Jogo dos autógrafos; 2. Feira de calçados; 3. Caça ao tesouro humano; 4. Frente a frente.
II
Feedback;
Jogos cooperativos: conceitos e definições;
Competição e cooperação;
Tarefa.
5. 1,2,3; 6. Cordões / cartões coloridos; 7. Ordem no banco; 8. Nó humano.
III
Feedback;
Violência: conceituação e tipos;
Violência e mídia;
Tarefa.
9. Quebra-cabeça; 10. Campo minado; 11. Animal-animal; 12. Círculo de equilíbrio.
IV
Feedback;
Violência na escola;
Educação para a paz;
Tarefa.
13. Arrancar cebolas; 14. Caçador, espingarda e leão; 15. Espaguete humano; 16. Conquista.
V
Feedback;
Jogos cooperativos: características;
Jogos cooperativos e inclusão social;
Tarefa.
17. Captura; 18. Cerca elétrica; 19. Acerta pé; 20. Catraca.
VI
Feedback;
Jogos cooperativos: classificação;
Tarefa.
21. Saudação; 22. Torre; 23. Calha; 24. Dança das cadeiras.
VII
Organização do evento cooperativo. Organização dos grupos;
Levantamento de atividades;
Distribuição das tarefas;
Recursos materiais.
VIII
Execução do evento cooperativo;
Questionário diagnóstico.
Realização do evento;
Avaliação;
Caderno de atividades.
Quadro 2: Assuntos e atividades do Caderno Pedagógico.
Em todas as atividades elaboradas pelos alunos, foram poucas às vezes em
que foi possível presenciar, adaptações, recriações de brincadeiras, onde o
ambiente cooperativo prevaleceu sobre o competitivo, demonstrando que embora as
alunas, buscassem esforçar-se para construir uma nova forma de jogar/brincar, a
competição encontra-se fortemente arraigada, enquanto fenômeno cultural da nossa
sociedade, moderna e capitalista.
Para a análise e interpretação dos dados foram examinadas as respostas de
15 (quinze) alunos, na avaliação inicial (pré-teste) e na conclusão do trabalho (pós-
teste). O questionário foi elaborado com as seguintes perguntas: 1. Para você o que
é violência e como ela acontece?; 2. Se você acredita que existe violência na escola
de que forma ela acontece? 3. Qual seu entendimento sobre jogos e brincadeiras?;
4. Qual seu entendimento sobre jogos cooperativos?; 5. Você acredita que os jogos,
dependendo da forma como são conduzidos, podem promover a competição de
forma exagerada e a violência?
Para os alunos os tipos de violência que mais ocorrem são a violência física e
verbal. No entanto alguns alunos descreveram como formas de violência a agressão
emocional e a psicológica. Vejamos o que diz o Aluno 8 sobre essa pergunta:
“A violência pode ser classificada de várias formas: uma delas é violência corporal, pode acontecer por provocações ou um xingamento e até mesmo por falta de respeito” (pré-teste).
“Quando as pessoas se agridem” (pós-teste).
Na segunda questão, destacamos as respostas de três alunos, sobre as
formas de violência na escola e de forma acontecem:
Aluno 11: “Existe sim, acontece debaixo dos nossos olhos, com agressões físicas, agressão mental, verbal e às vezes sem motivo” (pré-teste). “Acredito que a forma de violência mais comum na escola é o bullying que acontece física e verbalmente” (pós-teste). Aluno 14: “Sim, existe e é chamado bullying” (pré-teste). “De muitas, com professores, colegas. A maioria quando existe diferença em opiniões” (pós-teste). Aluno 15: “Acontece geralmente como bullying” (pré-teste). “Acontece principalmente de forma verbal” (pós-teste).
Com base nas respostas dos Alunos 8, 11, 14 e 15, poderíamos afirmar que
nesses casos, não houve uma assimilação dos conceitos e definições abordadas
nos encontros. Agressão verbal e agressão mental, são postas como se fossem
coisas diferentes. Destacam ainda que o bullying é a principal ou única forma de
violência. Além disso, é possível afirmar, que nenhum dos alunos reconhece a
violência estrutural, definida por Galtung, como um tipo de violência.
Ao analisarmos a questão 3, chamou a atenção a resposta colocada pelo
Aluno 5, que faz uma conceituação muito díspar, incomumente usada:
“Jogos podem ser competitivos e brincadeiras não” (pós-teste).
Para algumas pessoas jogos e brincadeiras tem significados, conceitos
diferenciados. No entanto, tentar explicar ou definir isso parece ser uma tarefa nada
fácil, sendo que muitos autores não o conseguiram fazê-lo.
Para Freire e Scaglia (2003, p. 33), “o jogo é uma categoria maior, uma
metáfora da vida, uma simulação lúdica da realidade, que se manifesta, que se
concretiza quando as pessoas fazem esporte, quando lutam, quando fazem
ginástica, ou quando as crianças brincam”.
Uma das mais conhecidas (e também contestadas) definições sobre o jogo é
apresentada por Huizinga (1980, p. 33):
[...] o jogo é uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e de espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e de alegria e de uma consciência de ser diferente da “vida quotidiana”.
A parti dessas duas definições acima citadas, parece ser um tanto quanto
difícil separar uma coisa de outra, fazer uma distinção, definindo jogo e brincadeira
com significados próprios.
Outra situação onde foi possível observar a não apropriação dos conteúdos
trabalhados durante as seis primeiras semanas de formação, mais especificamente,
do assunto abordado na unidade II. Nesse dia foram apresentados conceitos e
definições de jogos cooperativos e algumas considerações de autores sobre a
competição e a cooperação. Ao responder a pergunta cinco, que trata do jogo em
seu formato mais competitivo como promotor de situações de violência, o Aluno 6
descreve:
“Com certeza, pois a competição já está com a pessoa desde que nasce e se incentivada pode gerar a violência”.
Orlick (1989, p. 20), discorda dessa opinião ao dizer que “tantos são os
exemplos da competitividade, rivalidade e exploração impiedosa do homem pelos
seus semelhantes dentro da nossa cultura que muitas pessoas estão convencidas
de que é essa a natureza humana”.
Descreve ainda o referido autor, sobre o discurso utilizado pelas sociedades
para perpetuar o “instinto” de competitividade humana que:
“Darwin ficou amargurado por suas teorias terem sido distorcidas para justificar negociatas, crueldades e guerras contra os mais fracos. Essas teorias da seleção natural foram mal interpretadas e deturpadas para justificar a exploração dos pobres pelos ricos. [...] afirmou claramente que, para a raça humana, o valor mais alto de sobrevivência está na inteligência, no senso moral e na cooperação social – e não na competição” (p. 21)
Ao fazer uma comparação entre as respostas obtidas nos dois momentos de
avaliação, foi possível observar que as respostas foram melhores elaboradas pelos
alunos no questionário inicial do que no questionário final. Os Alunos 3, 4, 6, 9, 10,
11 e 15, utilizaram-se das mesmas palavras para responder a questão 1. O mesmo
ocorreu na questão 2, com os Alunos 1, 2, 6, 10 e 11. O Aluno 14, optou por
responder a questão 5, apenas com a palavra “sim”, em seu pré-teste. Situação que
repetiu-se na mesma questão com os Alunos 8, 12, 13, 14 e 15 no pós-teste.
Diante dessa constatação é preciso questionar se tal situação diz respeito a
escolha dos assuntos trabalhados, do formato apresentado nessa proposta, da falta
de interesse e identificação dos alunos com o tema em questão, ou ainda, da falta
de “amadurecimento” e domínio teórico dos alunos.
Orlick (1989, p. 30), pode ajudar a compreender, em partes, essa
circunstância, já que para ele “o fato de que as crianças urbanas raramente
apresentam cooperação espontânea indica que o ambiente que proporcionamos a
elas é vazio de experiências que as sensibilizem”. Em outras palavras, estamos tão
acostumados a competir, que acabamos perdendo as características que nos
tornam mais próximos uns dos outros como a cooperação e a empatia.
Repensar sobre a nossa prática docente, sobre os métodos e abordagens
utilizadas e sobre os assuntos que são propostos a discutir com nossos alunos,
podem estar entre as principais causas para resultados inesperados. Entretanto,
talvez também seja esse o momento, de repensarmos sobre a formação de nossos
futuros colegas de profissão.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No trabalho realizado com os alunos do Curso Normal, procuramos fazer
algumas reflexões sobre a necessidade de discutir e debater questões ligadas a
violência escolar, utilizando-se dos jogos cooperativos como uma ferramenta
pedagógica, provocando discussões sobre os temas apresentados, no intuito de
contribuir como uma formação complementar para esses alunos.
Ao descrever sobre o potencial dos jogos na formação do caráter do
indivíduo e dos valores nele inseridos, Orlick (1989, p. 108), aponta que:
Os jogos representam uma articulação-chave em qualquer sociedade. Para se orientar essa sociedade no sentido de uma mudança pacífica e humana, podemos começar com uma reforma nos jogos [...] Os jogos são um meio extremamente poderoso de formar o comportamento humano.
Correia (2006, p. 38), chama a atenção, ao falar sobre a Educação Física no
contexto educacional:
O esporte, jogo ou competição são muito mais do que representações culturais, históricas ou sociais. Expressam concepções de mundo, de ser humano e de valores, que estiveram em voga em um determinado momento. Hoje, valores como a cooperação, a solidariedade, a preocupação com a ecologia, estão ganhando destaque nos discursos de diversos setores da sociedade.
Procuramos compreender o fenômeno da violência, tão presente na
sociedade moderna, os agentes envolvidos e as formas como ela causa
interferência em nossas vidas, ao passo que, elucidamos a necessidade de criarmos
nossos filhos, de educarmos nossos alunos, numa educação voltada à discussão
dos valores humanos, definida como sendo uma Educação para a Paz, tendo como
principais características o diálogo e a resolução pacífica do conflito.
Guareschi e Silva (2008, p. 70), ao falar sobre a violência, afirmam que a
prática da violência também é influenciada, mesmo que de forma indireta, “pelas
características da sociedade moderna, que banaliza as situações de violência, cria
desigualdades sociais, econômicas e culturais, pela prática de atividades ilícitas e
pela cultura de consumo”.
Então é preciso sensibilizar as pessoas, de forma a perceber essa “onda” de
violência, que é uma característica marcante na sociedade do mundo moderno.
Precisamos analisar o que está acontecendo a nossa volta, e quais são os valores
que estão sendo deturpados ou esquecidos.
A escola de hoje está muito diferente se comparada aquela da década de
1990. Embora nossos educandos apresentam características, formas, ideologias
muito diferentes, muitos ainda são os problemas, entre eles a violência, envolvendo
a escola. Ela deve superar a visão utilitarista das informações que levam a
competitividade e obtenção de resultados, e oferecer uma formação geral, uma
educação integral (GADOTTI, 2000).
Buscamos, através do diálogo com os autores, esclarecer algumas questões
referentes à competição existente no mundo de hoje, das consequências advindas
do nosso atual estilo de vida e da ligação que ela possa ter com as questões ligadas
a violência. Apresentamos os jogos cooperativos, como uma ferramenta pedagógica
capaz de auxiliar nesse processo de mudança, de uma sociedade mais competitiva
para uma mais cooperativa.
Vale destacar a afirmação de Orlick (1989, p. 182), aos tratar dos valores e
dos ideais por trás de uma determinada prática ou entretenimento:
“Os jogos e os esportes são reflexos da sociedade em que vivemos, mas também servem para criar o que é refletido. Muitos valores importantes e modos de comportamento são aprendidos por meio das brincadeiras, dos jogos e dos esportes”.
Brown (1994, p. 18), concorda com a opinião de Orlick, sobre a determinação
do comportamento humano e acrescenta:
“A pessoa tem a possibilidade de exibir diferentes comportamentos. [...] Pode ser agressiva ou não, competitiva ou cooperativa. [...] O comportamento é produto dos valores que recebemos socialmente desde pequenos, dos modelos que vemos e dos estímulos que nos dão para fazer ou não certas coisas”
Registramos nossas considerações sobre a necessidade de criarmos um
modelo de formação, onde o professor esteja inserido na formação e na capacitação
de seus pares, e que sua formação profissional deve estar contida dentro da sua
prática. Que é preciso romper com os “modelos” prontos e toda e qualquer forma de
“controle burocrático”, permitindo ao professor ser sujeito e transformador da sua
própria realidade, através da prática pedagógica.
Paro (2009, p. 27), denuncia a “falação” das exposições de ideias sobre o
assunto, e aponta que a educação “vive um tempo de grandes incertezas e de
muitas perplexidades. Sentimos a necessidade da mudança, mas nem sempre
conseguimos definir-lhe o rumo. Há um excesso de discursos, redundantes e
repetitivos, que se traduz numa pobreza de práticas”.
Os programas não devem vir prontos, como um produto acabado e nem
devem ser reestruturados a partir de uma contraposição de ideias dos “modelos”
atuais, pois ambos seriam apenas impostos, mas ao contrário devem ser discutidos
e criados a partir das concepções, da realidade dos alunos (FREIRE, 1987).
Analisamos os dados coletados, através do questionário diagnóstico e juntamente
com as observações realizadas durante os encontros de formação, que poderia
haver maior interesse, maior participação dos alunos, mais envolvimento com os
temas e atividades, tendo em vista que se trata de um curso profissionalizante, e
que estamos falando dos futuros profissionais da educação.
Não pretendemos afirmar que os Jogos Cooperativos, Violência Escolar ou
Educação para a Paz, precisem compor a matriz curricular do Curso Normal, como
uma disciplina específica, com carga horária estabelecida. Mas trabalhos dessa
natureza podem contribuir e muito na formação cultural e no desenvolvimento
profissional dos alunos.
Os profissionais de Educação Física, devem apropriar-se dos jogos
cooperativos, dentre os jogos e brincadeiras, enquanto conteúdo da Educação
Física Escolar, para promover discussões, com professores e alunos, sobre os
assuntos abordados na realização desse estudo. Os demais educadores, devem
compreender a necessidade de abordar esses assuntos, nas suas aulas,
independentemente de qual seja a sua disciplina, principalmente numa questão de
ordem generalizada como é o caso da violência.
A Secretaria de Estado da Educação, juntamente com a Superintendência e
os Departamentos, com o respaldo do Conselho Estadual de Educação e em
parceria com as universidades, deveriam promover momentos de discussão, de
formação de educadores, com vistas a análise, discussão e investigação de
problemas relacionados aos problemas decorrentes da escola, numa tentativa de
elaborar propostas que venham auxiliar os professores no andamento dos seus
trabalhos.
Tais ações poderiam ser marcadas por momentos de capacitação presencial,
do ensino à distância, da partilha de ideias, da criação de grupos de estudo, da
construção de redes de atuação, de cursos de capacitação, das pesquisas
realizadas em parceria com as instituições de ensino superior, da criação de grupos
de discussão e do trabalho com projetos dentro das instituições escolares.
Esperamos que essa proposta possa contribuir para a formação dos
profissionais da educação, como formação complementar para os alunos do Curso
Normal e através dos Grupos de Trabalho em Rede (GTRs) para os professores da
rede, e que tenha seu “espaço” ampliado, que seja dada maior importância na
discussão de questões relativas à violência, a educação para a paz e aos jogos
cooperativos.
Enquanto não damos a devida atenção aos problemas que ocorrem dentro da
escola, a frequência e a amplitude desses problemas tende a aumentar cada vez
mais. E fazer “vistas grossas”, esperando que soluções sejam apresentadas, e que
elas possam concretizar-se de forma efetiva, eficaz, não parece ser a melhor
escolha. A proposição de temas para os dias de capacitação, a seleção dos
assuntos que farão parte das semanas pedagógicas, devem partir do colegiado de
professores, pois são estes que enfrentam diariamente os problemas decorrentes do
cotidiano escolar.
Para finalizar, vale destacar as palavras de Nóvoa (2009, p. 22), ao
questionar a forma como as nossas formações são estruturadas e planejadas:
“A educação vive um tempo de grandes incertezas e de muitas perplexidades. Sentimos a necessidade da mudança, mas nem sempre conseguimos definir-lhe o rumo. Há um excesso de discursos, redundantes e repetitivos, que se traduz numa pobreza de práticas [...] O campo da formação de professores está particularmente exposto a este efeito discursivo, que é também um efeito de moda. E a moda é, como todos sabemos, a pior maneira de enfrentar os debates educativos. Os textos, as recomendações, os artigos e as teses sucedem-se a um ritmo alucinante repetindo os mesmos conceitos, as mesmas ideias, as mesmas propostas”.
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APÊNDICE
QUESTIONÁRIO DIAGNÓSTICO 1. Para você o que é a violência e como ela acontece?
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2. Se você acredita que existe violência na escola de que forma ela acontece?
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3. Qual seu entendimento sobre jogos e brincadeiras?
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4. Qual seu entendimento sobre jogos cooperativos?
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5. Você acredita que os jogos, dependendo da forma como são conduzidos, podem
promover a competição de forma exagerada e a violência?
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